ministÉrio pÚblico federal...2017/01/02 · ministÉrio pÚblico federal ofício nº 53/2017/refd...
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Ofício nº 53/2017/REFD Brasília, 10 de agosto de 2017.
PGR- 00278423/2017
Senhor Procurador Geral da República,
Cumprimentando-o, solicito a Vossa Excelência que analise com a máxima
urgência a vedação contida na recente Lei 13.473, de 8 de agosto de 2017, em seu art.17-
§10, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de
2018 e dá outras providências. Solicito que suspenda liminarmente o pagamento que me é
feito até ulterior deliberação de Vossa Excelência.
Atenciosamente,
Raquel Elias Ferreira DodgeSubprocuradora-Geral da República
A Sua Excelência o SenhorDoutor Rodrigo Janot Monteiro de BarrosDD. Procurador Geral da RepúblicaNesta
Gabinete da Subprocuradora-Geral da República Raquel Elias Ferreira DodgeProcuradoria Geral da República – SAF Sul Qd. 4, Cj. C - Brasília (DF).
CEP 70050-900 - Tel. (61) 3105-5368 / Fax: 3105-5395
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Despacho nº: 4620/2017Referência: PGR-00278423/2017Assunto: SOLICITACÕES DIVERSAS
Encaminhe-se o presente expediente à Secretaria-Geral do Ministério PúblicoFederal.
Brasília, 14 de agosto de 2017.
EDUARDO BOTAO PELELLACHEFE DE GABINETE DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
PGR-00279102/2017
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA GERAL DA REPUBLICA
SUBSECRETARIA DE GESTÃO DOCUMENTAL E PROCESSUAL/PGR
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Despacho nº: 15184/2017Referência: PGR-00278423/2017Assunto: SOLICITACÕES DIVERSAS
Registro, de início, que a Lei nº 13.473, de 8 de agosto de 2017, trouxe, emrelação ao pagamento para ajuda de custo para moradia, dispositivos normativos que nãoinovaram em relação às leis de diretrizes orçamentárias de 2016 (Lei nº 13.242/2015) e de 2017(Lei nº 13.408/2016). Encaminhe-se, com URGÊNCIA, à CONJUR para manifestação, em 24horas, considerando que a matéria é objeto do PGEA 1.00.000.001576/2016-12. Após esseprazo, se for o caso, haverá tempo hábil para a suspensão do pagamento com efeitos ainda parao presente mês.
Brasília, 14 de agosto de 2017.
BLAL YASSINE DALLOULSECRETARIO-GERAL
PGR-00280836/2017
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA GERAL DA REPUBLICA
SECRETARIA GERAL
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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃOSECRETARIA GERAL
CONSULTORIA JURÍDICA
PARECER Nº 802/2017/CONJUR
REFERÊNCIA: PGR-00278423/2017 INTERESSADA: DRA. RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE EMENTA: Constitucional e Administrativo. Membros do Ministério Público da
União. Ajuda de custo para moradia. Incidência da Lei de DiretrizesOrçamentárias de 2017. Restrições emanadas das legislaçõesorçamentárias. Vantagem assegurada pelo art. 227, inciso VIII, da LeiComplementar nº 75/1993 (Estatuto do Ministério Público da União).Especialidade da LC nº 75/1993 quando em comparação à LDO.Supremo Tribunal Federal. Medida Cautelar na Ação Originária 1.773/DF. Magistratura judicial. Ajuda de custo para moradia. Art. 65, incisoII, da Lei Complementar nº 35/1979 (Lei Orgânica da MagistraturaNacional). Verba devida a todos os magistrados, salvo sedisponibilizada residência oficial. Natureza indenizatória.Compatibilidade com o regime de subsídio. Aplicação do entendimentodo decisum aos membros do Ministério Público da União. Simetriaconstitucional. Emenda Constitucional nº 45/2004. Resoluções doConselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do MinistérioPúblico. Portaria PGR/MPU nº 71/2017. Acórdão do CNMP. Pedido deProvidências nº 1.00003/2016-36. Entendimento pela legalidade dopagamento da verba.
Senhor Consultor Jurídico,
1. Trata-se de requerimento administrativo formulado pela Subprocuradora-Geral
da República Raquel Elias Ferreira Dodge, por meio do qual solicita ao Procurador-Geral da
República o exame acerca da vedação constante da Lei nº 13.473, de 8 de agosto de 2017, em
seu art. 17, §10, que dispõe sobre as diretrizes para elaboração e execução da Lei
Orçamentária de 2018, oportunidade em que postula a suspensão liminar do pagamento da
verba relativa à ajuda de custo para moradia, em seu favor, até que sobrevenha a manifestação
requestada.
2. É o breve relatório.
3. Inicialmente, cumpre registrar que a Lei de Diretrizes Orçamentárias
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sancionada, pelo Presidente da República, no corrente ano, consubstancia-se na Lei nº 13.473, de
2017, que dispõe sobre as diretrizes para elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2018.
4. A legislação orçamentária em tela, com fulcro no que preconiza o art. 165, § 2º, da
Constituição da República Federativa do Brasil1, bem como no que dispõe a Lei de
Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, que estabelece as
diretrizes orçamentárias da União para o ano de 2018, ou seja, para o exercício financeiro
subsequente, estabelecendo, a seu respeito, as metas e prioridades da Administração Pública Federal
e orientando a elaboração da respectiva Lei Orçamentária Anual de 2018.
5. Por seu turno, as diretrizes para a elaboração e execução orçamentária afeta ao ano
de 2017 decorre de previsão legislativa emanada da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016, ou
seja, da Lei nº 13.408, de 26 de dezembro de 2016, de modo que as disposições exsurgentes de seus
termos é que efetivamente produzem os seus efeitos no âmbito do presente exercício financeiro.
6. Nesse sentido, as disposições orçamentárias pertinentes ao pagamento, em 2017, da
verba consistente na ajuda de custo para moradia aos membros do Ministério Público da União,
entre outras execuções orçamentárias, se encontram insertas na Lei nº 13.408, de 2016, da qual
emanam as disposições concernentes às diretrizes para a elaboração e execução da Lei
Orçamentária de 2017.
7. No que diz respeito especificamente à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016, a
qual, repise-se, produz efeitos no âmbito do presente exercício financeiro, cumpre elucidar que
referida legislação não inovou quanto à previsão e ao estabelecimento das condições inerentes ao
pagamento da ajuda de custo para moradia, ou auxílio moradia, aos membros do Ministério Público
da União. A norma trouxe referida redação no que atine ao pagamento da verba nos seguintes
termos:
LEI Nº 13.408 DE 26 DE DEZEMBRO DE 2016. Art. 18. Não poderão ser destinados recursos para atender a despesas com: [...]§ 9o Até que lei específica disponha sobre valores e critérios de concessão, opagamento de ajuda de custo para moradia ou auxílio moradia, a qualqueragente público, servidor ou membro dos Poderes, do Ministério Público da Uniãoe da Defensoria Pública da União fica condicionado ao atendimento cumulativo
1 Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias;III - os orçamentos anuais. […] § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades daadministração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará aelaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política deaplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
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das seguintes condições, além de outras estabelecidas em lei:I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo agente público;II - o cônjuge ou companheiro, ou qualquer outra pessoa que resida com o agentepúblico, não ocupe imóvel funcional nem receba ajuda de custo para moradia ouauxílio moradia;III - o agente público ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sidoproprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvelno Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado semaverbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua mudança de lotação;IV - o agente público deve encontrar-se no exercício de suas atribuições em localidadediversa de sua lotação original;V - a indenização destinar-se-á exclusivamente ao ressarcimento de despesascomprovadamente realizadas com aluguel de moradia ou com meio de hospedagemadministrado por empresa hoteleira; eVI - natureza temporária, caracterizada pelo exercício de mandato ou pelodesempenho de ação específica.
8. O teor de referido dispositivo, por seu turno, identifica-se com aquele que emana do
art. 17, § 9º, da Lei nº 13.242, de 30 de dezembro de 2015, que dispõe sobre as diretrizes para a
elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2016 e preconiza, expressamente, que o pagamento
da verba consubstanciada na ajuda de custo para moradia ficará condicionada ao atendimento
cumulativo das condições nela previstas, além de outras especificadas em lei.
9. Com o escopo de se apresentar a absoluta identidade entre os textos legais, vejamos
os estritos termos do art. 17, § 9º, da Lei nº 13.242, de 2015, in verbis:
LEI Nº 13.242, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2015Art. 17. Não poderão ser destinados recursos para atender a despesas com: [...]§ 9o Até que lei específica disponha sobre valores e critérios de concessão, opagamento de ajuda de custo para moradia ou auxílio moradia, a qualquer agentepúblico, servidor ou membro dos Poderes, do Ministério Público da União e daDefensoria Pública da União fica condicionado ao atendimento cumulativo dasseguintes condições, além de outras estabelecidas em lei: I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo agente público;II - o cônjuge ou companheiro, ou qualquer outra pessoa que resida com o agentepúblico, não ocupe imóvel funcional nem receba ajuda de custo para moradia ouauxílio moradia;III - o agente público ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sidoproprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvelno Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado semaverbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua mudança de lotação;IV - o agente público deve encontrar-se no exercício de suas atribuições em localidadediversa de sua lotação original;V - a indenização destinar-se-á exclusivamente ao ressarcimento de despesascomprovadamente realizadas com aluguel de moradia ou com meio de hospedagemadministrado por empresa hoteleira; eVI - natureza temporária, caracterizada pelo exercício de mandato ou pelodesempenho de ação específica.
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10. Informe-se, por oportuno, que, igualmente na Lei nº 13.473, de 2017, a qual dispõe
acerca da diretrizes com vistas à elaboração e à execução da Lei Orçamentária do ano de 2018,
houve previsão expressa nesse sentido, de sorte que o seu art.17, § 10 trouxe a possibilidade de
pagamento da ajuda de custo para moradia em idêntico teor ao texto das Leis de Diretrizes
Orçamentárias de 2016 e 2017, inclusive no que diz respeito às condicionantes ao pagamento da
verba.
11. Nesse sentido, consoante acima consignado, não houve inovação legislativa no
tratamento da matéria no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018, em razão da qual se
preservaram as disposições afetas às legislações precedentes no que pertine ao pagamento da ajuda
de custo para moradia aos membros do Ministério Público da União que atenderem às
condicionantes expressas no corpo do texto legal.
12. A esse respeito registre-se que, nada obstante as Leis de Diretrizes Orçamentárias de
2016, 2017 e 2018 especifiquem as condições necessárias ao pagamento da verba – entre elas: o
fato de o agente público ou seu cônjuge ou companheiro não ser ou ter sido proprietário, promitente
comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município onde exercer o cargo; o
agente público se encontrar no exercício de suas atribuições em localidade diversa de sua lotação
original; e a previsão de que a indenização destinar-se-á exclusivamente ao ressarcimento de
despesas comprovadamente realizadas com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem
administrado por empresa hoteleira – as referidas vedações não produzem efeitos para os membros
do Ministério Público da União, porquanto estão sujeitos a regime jurídico instituído pela Lei
Complementar nº 75, de 1993, legislação especial que não traz, em seu âmbito, vedações de igual
teor.
13. A Lei Complementar nº 75, de 1993, legislação que dispõe sobre a organização, as
atribuições e o estatuto do Ministério Público da União, prevê, em seu art. 227, que os membros do
Ministério Público da União farão jus a determinadas vantagens, entre elas, o “auxílio-moradia, em
caso de lotação em local cujas condições de moradia sejam particularmente difíceis ou onerosas,
assim definido em ato do Procurador-Geral da República”. Consoante já consignado, a referida lei
não trouxe as vedações acima delineadas, de modo que, em se tratando de legislação conflitante
com os termos que emanam das Leis de Diretrizes Orçamentárias reportadas, resta configurada a
antinomia entre as normas.
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14. Entrementes, trata-se de uma aparente antinomia, haja vista que o deslinde do caso
deve decorrer da própria análise das normas tidas como conflitantes. No caso ora em cotejo, o
solucionamento da aparente antinomia deve se dar em consonância com o princípio da
especialidade, segundo o qual a norma de natureza especial quanto à regulação da matéria deve
prevalecer em relação à norma geral. Referido princípio ou critério encontra embasamento legal no
art. 2º, § 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, o qual estipula que “a lei nova,
que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a
lei anterior”.
15. Perpassada a análise introdutória acerca da questão afeta ao pagamento da ajuda de
custo aos membros do Ministério Público da União, cumpre ressaltar que referida ajuda de custo,
igualmente denominada auxílio moradia, consiste em verba que, assim como as demais vantagens
da mesma espécie, visa assegurar aos seus destinatários a compensação decorrente dos encargos
realizados a título de moradia, qualificando-se, assim, como um auxílio fornecido pela
Administração com o escopo de se amenizar referido dispêndio financeiro necessário à habitação e
decorrente do exercício do labor em determinada localidade.
16. A concessão da ajuda de custo para moradia aos membros do Ministério Público da
União foi delineada a partir da decisão monocrática proferida pelo Ministro Luiz Fux, em sede de
Medida Cautelar nos autos da Ação Originária nº 1.773/DF, apresentada no âmbito do Supremo
Tribunal Federal.
17. Na referida decisão, reconheceu-se o direito à ajuda de custo para fins de moradia a
todos os membros da magistratura federal, de maneira uniforme, nos termos da Lei Complementar
nº 35, de 14 de março de 1979, ressalvando o pagamento da verba, entretanto, aos magistrados em
favor de quem a Administração Pública disponibilize imóvel funcional, sob o argumento de que
referida circunstância atende, por si só, ao escopo a que se propõe a verba em apreço.
18. Nos autos do processo em referência, o Procurador-Geral da República manifestou-
se por meio do Parecer nº 444/AsJConst/SAJ/PGR, por meio do qual sustentou, em preliminar, a
competência do Supremo Tribunal Federal para o julgamento da demanda, com fulcro no art. 102,
inciso I, alínea “n” da Constituição Federal, em sua primeira parte, a qual ressalta a competência
daquela Corte para julgamento de ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados.
19. Em sede de análise meritória, o parecer do Procurador-Geral da República ressaltou a
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natureza indenizatória e pro labore facto da parcela de auxílio moradia, sua compatibilidade com o
regime de subsídio dos magistrados e a simetria das vantagens constitucionalmente asseguradas aos
cargos de juiz e de membro do Ministério Público, carreiras de Estado dotadas de relevante parcela
do poder estatal.
20. Teceu-se, em seguida, considerações acerca da exigência de mediação legislativa do
art. 65 da Lei Orgânica da Magistratura (LOMAN) para a verba de auxílio moradia, se ressaltou o
caráter nacional da magistratura e se sublinhou o paralelismo entre o regime jurídico de vantagens
concebido pelo constituinte reformador, com o fim de se embasar a tese de que a ajuda de custo
para moradia dos juízes, prevista no art. 65, II, da LOMAN, deve tomar por base, à falta de lei
específica que a regulamente, os termos da lei que disciplina a vantagem para a carreira do
Ministério Público, em especial seu art. 227, VIII, com os ajustes exegéticos devidos, até
regulamentação unificada por parte do Conselho Nacional de Justiça. Segue excerto do fundamento
jurídico em tela:
“[...] Por sua vez, o § 4º do art. 129 da Constituição da República, introduzido pelaEmenda 45/2004, manda aplicar ao Ministério Público, no que couber, o art. 93 dotexto constitucional. Como se sabe, o art. 93 da Constituição da República estabelecenada menos do que os princípios fundamentais do Estatuto da Magistratura. Dessemodo, a única interpretação razoável do § 4º do art. 129 consiste em entender que oconstituinte reformador conferiu ao Ministério Público a exemplo do que se verificaem virtualmente todo o constitucionalismo contemporâneo de matriz europeiaocidental, fisionomia institucional cujos traços, somada a seus atributos jurídicos jáantes estabelecidos, impõem reconhecer a seu corpo de membros o estatuto demagistratura […]”.
21. Ato subsequente, o Ministro relator, em sede de liminar, concluiu pela aplicabilidade
literal dos termos legais, de sorte que ressalvou o pagamento da verba, tão somente, aos magistrados
em favor de quem a Administração disponibilize imóvel funcional. Concluiu, assim, no dispositivo
do decisum, que o direito à vantagem indenizatória denominada na Lei Complementar nº 35, de
1979 como “ajuda de custo para moradia”, uma vez que garantida por lei, diante do caráter nacional
da magistratura, não deve se destinar tão somente a parcela dos juízes federais, mas sim a todos os
membros da carreira, sob a única condicionante de que o membro não tenha à sua disposição
residência oficial na localidade onde exerça suas atribuições funcionais, senão vejamos:
“ […] Ex positis, e considerando, primordialmente, que o CNJ já reconhece o direito àajuda de custo para fins de moradia aos magistrados e Conselheiros que lá atuam, exvi da sua Instrução Normativa nº 9, de 8 de agosto de 2012, tendo em vista que todosos magistrados desta Corte têm o direito à ajuda de custo assegurado por atoadministrativo, haja vista que os Membros do Ministério Público Federal, inúmeros
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Juízes de Direito e Promotores de Justiça já percebem o referido direito, e em razão,também, da simetria entre as carreiras da Magistratura e do Ministério Público, quesão estruturadas com um eminente caráter nacional, DEFIRO a tutela antecipadarequerida, a fim de que todos os juízes federais brasileiros tenham o direito de recebera parcela de caráter indenizatório prevista no artigo 65, inciso II, da LC nº 35/79,aplicando se como regra aplicável para a concessão da referida vantagem,: i) o artigo65 da LOMAN ora referido, que, apenas, veda o pagamento da parcela se, nalocalidade em que atua o magistrado, houver residência oficial à sua disposição; ii) osvalores pagos pelo STF a título de auxílio moradia a seus magistrados […]
22. O decisum, nada obstante proclamado em sede de medida cautelar no bojo da Ação
Originária nº 1.773 do Distrito Federal, produziu eficácia imediata e assegurou a todos os juízes
federais o direito ao percebimento da vantagem prevista no art. 65, inciso II, da Lei Complementar
nº 35, de 1979, em relação à qual se reconheceu a natureza indenizatória e propter laborem e, assim,
a sua compatibilidade com o regime do subsídio.
23. Com efeito, ao determinar a eficácia da liminar deferida a partir da data de sua
publicação e impor, portanto, seu cumprimento imediato, o Ministro complementou que, com vistas
a que não pairem dúvidas no implemento da decisão liminar pelos Tribunais Regionais Federais, a
ajuda de custo deverá ser paga a todos os juízes federais, na forma da Lei Orgânica da Magistratura
Nacional, inclusive nos casos de acumulação, ressalvados os magistrados residentes em imóvel
funcional e mediante utilização dos valores pagos pela Suprema Corte a título de auxílio moradia a
seus magistrados.
24. Ressalte-se que a posição consignada na medida liminar foi reiterada pelo Ministro
Luiz Fux, no Ofício GMLF nº 09/2014, encaminhado ao então Presidente do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), Ministro Ricardo Lewandowski, por meio do qual informou que o auxílio será
devido independentemente de regulamentação, no valor máximo pago aos Ministros do Supremo
Tribunal Federal.
25. Assente-se, ainda, que ficou consignado, na parte final do dispositivo do decisum, a
necessidade de se oficiar o CNJ, informando acerca da relevância da regulamentação da matéria,
nos termos da decisão, com o escopo de se implementar o princípio da simetria na sua completude,
considerado o caráter nacional da magistratura.
26. Dessa feita, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a competência do órgão de
fiscalização colegiado para regulamentar a matéria, bem como assentou a imprescindibilidade da
efetiva normatização da matéria – o que ocorreu, no âmbito da magistratura, por meio da Resolução
CNJ nº 199/2014.
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27. O fundamento legal da decisão recaiu, substancialmente, no texto literal do inciso II
do art. 65 da Lei Complementar nº 35, de 1979, que estabelece a possibilidade de outorga aos
magistrados, nos termos da lei, da vantagem pertinente à ajuda de custo, para moradia, nas
localidades em que não houver residência oficial à disposição do magistrado.
28. Nesse contexto, no âmbito do Ministério Público da União, o Procurador-Geral da
República, com fundamento na simetria constitucional entre os regimes jurídicos da Magistratura
Nacional e do Ministério Público, determinou a aplicação do entendimento firmado na decisão
emanada do Ministro Luiz Fux, dada na Ação Originária nº 1.773/DF, aos membros da Instituição,
para conceder o auxílio moradia previsto no art. 227, inciso VIII, da Lei Complementar nº 75, de
1993, desde que não seja oferecida residência oficial condigna ao membro na localidade de sua
lotação.
29. Diante de referida decisão, no âmbito do Parquet, em sessão ocorrida no dia
7/10/2014, o Conselho Nacional do Ministério Público aprovou a Resolução nº 117, de 7 de outubro
de 2014, que regulamenta o pagamento da ajuda de custo para moradia aos membros do Ministério
Público, seguindo os mesmos moldes da decisão proferida pelo Ministro Luiz Fux na ação
originária citada e da Resolução nº 199, de 7 de outubro de 2014 do CNJ. Desse modo, a
regulamentação da matéria ficou a cargo da Resolução CNMP nº 117/2014, e da Portaria PGR/MPU
nº 71, de 9 de outubro de 2014, que, revogando os termos da Portaria PGR/MPU nº 652, de 18 de
setembro de 2013, dispôs sobre a concessão de ajuda de custo para moradia aos membros do
Ministério Público da União.
30. Diante desse contexto, desde 2014, a verba em exame vem sendo concedida aos
membros do Ministério Público da União, com amparo simultâneo: na decisão liminar proferida nos
autos da Ação Originária nº 1.773/DF; na decisão proferida pelo Procurador-Geral da República,
que acolheu integralmente as razões do Parecer exarado pelo então Secretário-Geral no bojo do
Processo de Gestão Administrativa nº 1.00.000.013305/2013-59; na Resolução CNMP nº 117/2014;
e, finalmente, da Portaria PGR/MPU nº 71/2014.
31. Sucedeu que, em janeiro de 2016, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou,
no âmbito do Conselho Nacional do Ministério Público, o Pedido de Providências nº 1.00003/2016-
36, no qual requereu que referido órgão de controle adotasse as providências administrativas
pertinentes no sentido de orientar todos os órgãos que integram a estrutura do Ministério Público da
União a dar efetivo cumprimento aos termos do art. 17, § 9º, da Lei nº 13.242, de 30 de dezembro
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de 2015, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2016 e
preconiza, expressamente, que o pagamento da verba consubstanciada na ajuda de custo para
moradia ficará condicionada ao atendimento cumulativo das condições nela previstas, além de
outras especificadas em lei.
32. Postulou o Órgão de representação judicial e extrajudicial da União, alfim, que o
CNMP se conduzisse no sentido de determinar ao Ministério Público da União a cessação do
pagamento da verba aos agentes públicos que não se enquadrassem nos padrões definidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias de 2016.
33. Distribuídos os autos ao Conselheiro Valter Shuenquener e devidamente instruído o
feito, foi proferido voto no qual se ressaltou que, ao se estender direito ao auxílio moradia aos
membros do Ministério Público, em condições idênticas àquelas existentes para a magistratura, o
CNMP nada mais fez que assegurar pleno respeito à cláusula constitucional que impõe o tratamento
simétrico entre as referidas carreiras, “tendo em vista a vinculante e impositiva decisão do Supremo
Tribunal Federal, ora referida, ao interpretar a Lei Orgânica da Magistratura”.
34. Concluiu-se, assim, que por força do provimento judicial oriundo do Supremo
Tribunal Federal nos autos da Ação Originária nº 1.773, e pelo princípio da simetria que rege a
relação Magistratura e Ministério Público que “a interpretação vigente do art. 227, VIII, da Lei
Orgânica do Ministério Público da União (Lei Complementar nº 75/1993) c/c art. 50, inciso II, da
Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei nº 8.625/93) impõe a concessão de auxílio-
moradia aos membros do Ministério Público com as salutares restrições contidas na Res. nº
117/2014 deste Conselho.2”
35. Em sede de obiter dictum, registrou o Conselheiro Relator que, quanto ao emprego
de leis orçamentárias para a abordagem de temas na forma identificada naquele Pedido de
Providências, nada obstante a notória relevância, as leis afetas ao orçamento não se constituem
como instrumentos idôneos a inviabilizar o exercício de direitos assegurados a determinadas
carreiras de agentes públicos por lei complementar de iniciativa própria, e nem mesmo para
substituir o Administrador Público em sua função precípua.
36. Ressaltou que, das prerrogativas constitucionais prevista para a magistratura para o
Ministério Público, exsurge a autonomia de referidas Instituições, em razão da qual foi
recepcionada a Lei Orgânica da Magistratura (Lei Complementar nº 35, de 1979) e editada a Lei
2 Grifos constantes do original.
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Orgânica do Ministério Público da União (Lei Complementar nº 75, de 1993), de modo que se
revelaria “insustentável, de plano, a eficácia de leis orçamentárias que disponham sobre o mesmo
assunto em relação às referidas carreiras, mormente se o objetivo for o de limitar garantias dos
seus membros”, sob pena de a competência privativa para a iniciativa das referidas leis
complementares perder o sentido da sua existência, na medida em que os direitos nelas
reconhecidos poderiam ser suprimidos mediante lei ordinária de iniciativa do Poder Executivo.
37. Destacou, assim, o Relator, o seguinte:
“A prevalecer a tese de incidência irrestrita e suprema de uma lei orçamentária,assentaríamos que, muito embora o Ministério Público e a Magistratura tenham acompetência constitucional de deflagrar o devido processo legislativo alusivo às suasrespectivas Leis Orgânicas (complementares), uma lei orçamentária poderiaestabelecer outras condições diversas daquelas assentadas em sede própria, o que serevela inimaginável. O ordenamento constitucional brasileiro não permite tal modo deproceder para a redução de despesas públicas”.
38. Ainda em sede de obter dictum, o Relator ressaltou, ainda, que “a tese de que a
LDO/2016 teria o condão de diminuir direitos assegurados aos membros do MP e da Magistratura,
também, encontra obstáculo na cláusula pétrea da separação dos poderes (CRFB/88, art. 2º)”, de
modo que não pode o Poder Executivo iniciar uma lei ordinária com vistas a retirar a eficácia da
literalidade dos requisitos necessários ao gozo das garantias e prerrogativas dispostas nas Leis
Orgânicas dessas carreiras.
39. Nesse sentido, em suma, com base em referidos argumentos, o Conselheiro Valter
Shuenquener deu parcial provimento ao Pedido de Providências, nos seguintes termos:
“(...) Ex positis, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao presente Pedido deProvidências, nos seguintes termos:(i) os parâmetros estabelecidos pela Resolução nº 117/2014 deste Conselho quanto aodireito à percepção da ajuda de custo para fins de moradia em relação aosmembros do Ministério Público da União, Conselheiros e membros auxiliares doConselho Nacional do Ministério Público devem ser mantidos, sendo vedado o seupagamento, exclusivamente, aos (i) aposentados ou em disponibilidade decorrente desanção disciplinar, (ii) afastados ou licenciados, sem percepção de subsídio, ou (iii) nahipótese em que o cônjuge ou companheiro ocupe imóvel funcional ou perceba auxíliomoradia na mesma localidade.(ii) a regra prevista no art. 17, XIV, da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016,alusiva ao limite para o pagamento de indenização de diárias, não alcança osmembros do Ministério Público da União, Conselheiros e membros auxiliares doConselho Nacional do Ministério Público, mormente porque a Lei Complementar nº75, de 20 de maio de 1993, que disciplina Estatuto do Ministério Público da União,dispõe expressamente, em seu art. 227, II, que as diárias terão “valor mínimo
equivalente a um trinta avos dos vencimentos”. Assim, o procedimento, até então,
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adotado para o pagamento da referida rubrica a estes agentes públicos deve sermantido.(iii) os valores e critérios de concessão do auxílio-moradia aos servidores do MPU edo CNMP devem ser regidos pelo que dispõe a Lei nº 8.112/1990, por ser normaespecífica e que estabelece parâmetros seguros para a concessão do referido direito eem conformidade com a exigência do art. 17, §9º, da LDO/2016, restando, também,mantido o procedimento, até então, adotado para o pagamento da referida rubrica aestes agentes públicos.(iv) no que concerne à indenização das despesas com diárias devidas aos servidoresdo MPU e do CNMP, a regra contida no art. 17, XIV, da LDO/2016 deve incidir, hajavista a ausência de qualquer disposição legal específica para a referida categoriaquanto ao valor pago sob este fundamento.
Voto, ainda, no sentido de que se oficie à Presidência do CNJ para conhecimentodeste voto e da decisão deste Plenário, tendo em vista que a matéria subjacentedisciplina tema alusivo, também, à magistratura.
Em arremate, voto no sentido de DETERMINAR que se oficie a todos osProcuradores-Gerais dos diversos ramos do Ministério Público da União,Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, para queinformem, nestes autos, no prazo de 15 dias, se a Resolução CNMP nº 117/2014 estásendo rigorosamente cumprida, de modo que o pagamento do auxílio-moradia nãoseja feito nos casos em que o membro: (i) estiver aposentado ou em disponibilidadedecorrente de sanção disciplinar; (ii) estiver afastado ou licenciado, sem percepção desubsídio; e (iii) seu cônjuge ou companheiro ocupe imóvel funcional ou percebaauxílio moradia na mesma localidade. Além disso, as mencionadas autoridades,também, devem apurar e informar, nestes autos e no mesmo prazo, se o valor recebidopor todos aqueles que usufruem o referido direito está no limite do que permite aaludida resolução deste Conselho, sob pena de responsabilidade e instauração docompetente procedimento disciplinar.
Oficie-se ao Procurador-Geral da República para que possa avaliar a conveniênciade provocação do controle concentrado em relação ao thema decidendum”.
40. Discutidos os autos no Plenário do Conselho Nacional do Ministério Público, os
Conselheiros acordaram, à unanimidade, em dar parcial provimento ao Pedido de Providências e
determinar a expedição de ofício às Procuradorias-Gerais de Justiça para restringir o pagamento do
referido direito ao que determinado por resolução deste Conselho, nos termos do voto do Relator.
Nesse sentido, entendeu o Conselho Nacional, em suma, pela devida mantença do pagamento da
ajuda de custo para fins de moradia em relação aos membros do Ministério Público da União,
Conselheiros e membros auxiliares do Conselho Nacional do Ministério Público e pelo não alcance
da regra prevista no art. 17, XIV, da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016, a referidos agentes
públicos.
41. Por fim, e no que diz respeito ao pagamento da verba ora em análise no âmbito do
presente exercício financeiro, registre-se que, em 19/1/2016, o Poder Executivo editou a Medida
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Provisória nº 711/2016, a qual se destinou à abertura de crédito adicional de natureza extraordinária
em favor de diversos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, da Defensoria Pública da União e
do Ministério Público da União, com o escopo de custear as indenizações referentes à ajuda de
custo para moradia de seus servidores e membros, de sorte que não fez incidir as restrições
constantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016 no tocante ao pagamento do auxílio moradia
à Magistratura e ao Ministério Público.
42. Ante o exposto, diante dos fundamentos emanados da decisão proferida pelo
Ministro Luiz Fux em sede de Medida Cautelar nos autos da Ação Originária nº 1.773/DF; do
entendimento esposado pelo Procurador-Geral da República acerca da matéria; das normas
consubstanciadas na Resolução CNMP nº 117/2014; da Portaria PGR/MPU nº 71/2014; e,
finalmente, do entendimento consolidado pelo Conselho Nacional do Ministério Público nos autos
do Pedido de Providências nº 1.00003/2016-36, concluiu-se pela legalidade do pagamento da ajuda
de custo para moradia aos membros do Ministério Público da União.
ISABELLE DE LAMARTINE NOGUEIRA PASSARINHOAssessora de Contencioso Externo e Legislação
(Assinado digitalmente)
De acordo.
MARCELO PIRES DA SILVAConsultor Jurídico
(Assinado digitalmente)
Aprovo. Remetam-se as informações ao Procurador-Geral da República.
BLAL YASSINE DALLOULSecretário-Geral
(Assinado digitalmente)
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA
5. Diante do exposto, encaminhe-se cópia do presente despacho e do Parecer nº
802/2017/CONJUR à requerente, inclusive para que confirme o interesse, ou não, de
renunciar à percepção da ajuda de custo para moradia, por se tratar de direito disponível.
Brasília, 15 de agosto de 2017.
RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROSProcurador-Geral da República
OFICIO Nº 53/2017/REFD (PGR-00278423/2017) 2/2
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