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MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

ESTATUTO DOS

B E N E F ~ I O S FISCAIS

INCLUI O NOVO REGIME FISCAL

DA DIVIDA PÚBLICA E OS PLANOS

DE POUPANÇA REFORMA

JULHO 1989

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Decreto-Lei 215/89, de 1 de Junho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo I ." - Aprovação e entrada em vigor . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 2 . O - Regime transitório geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 3." - Procedimentos no regime transitório . . . . . . . . . . . . . . Artigo 4," - Obrigações emitidas em 1989 . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 5.'- Obrigações - Imposto sobre as sucessões e doações por

avença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 6." - Crédito fiscal por investimento nos casos da falta ou insu-

ficiência de colecta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 7." - Crédito fiscal por investimento - investimento concluído

em 1988 ou iniciado até 31 de Dezembro de 1988 e con- cluído em 1989 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 8." - Crédito fiscal por investimento - investimento iniciado até 31 de Dezembro de 1988 e em curso em 31 de De- zembro de 1989 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 9." - Retençáo na fonte em casos de isenção total ou parcial Artigo 10." - Dispensa da retenção na fonte e retenção a titulo definitivo Artigo I I." - Alterações ao Código do IRS . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 12.'- Alterações a o Código d o IRC . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 13." - Regulanientaçao do Estatuto . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

ESTATUTO DOS BENEF~CIOS FISCAIS

PARTE I

Das disposiqoes gerais

Capitulo I - Princípios firndamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo I ." - Âmbito de aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 2." - Conceito de beneficio fiscal e de despesa fiscal e respec- tivo controlo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 3." - Desagravamentos fiscais que não são benefícios fiscais Artigo 4." -- Benefícios fiscais automáticos e dependentes de rcconhe-

cimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 5." - Carãcter genérico dos benefícios fiscais; respeito pela livre concorrência . : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo h." - Fiscalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . .

Artigo 7." - Sanções impeditivas. suspensivas ou extintivai estranhas ao5 benefícios fiscais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Artigo 8." - Declaração pelos interessados da cessação dos pressupos- tos dos benefícios fiscais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . Artigo 9." - Interpretação e integração das lacunas da lei Artigo 10." . Aplicação no tempo das normas sobre benefícios fiscais Artigo 11." - Constituição do direito aos benefícios fiscais . . . . . . . . Artigo 12." - Extinção dos benefícios fiscais . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . Artigo 13." - Transmissão dos benefícios fiscais

Capítulo I1 . Do Processo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . Secção I . Do reconhecimento dos benefícios fiscais

. . . . . . . . Artigo 14." - 0 princípio da iniciativa dos interessados Artigo 15." - Reconhecimento dos benefícios não controlados pela

Administração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . , .

Artigo 16." - Pedido de reconhecimento autónomo. fiscalizaçao e recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . Secção I1 . Do processo de consulta prévia

. . . . . . . . . . . Artigo 17." . Definição e efeitos da consulta prévia

PARTE I1

Dos beneficias fiscais nos impostos sobre o rendimento

. . . . . . . . . . . . Capítulo I D o sistema financeiro e mercado de capitais

Artigo 18." . Mais-valias e menos-valias . reinvestimento dos valores de realização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 19." . Fundos de investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 20." . Fundos de pensóes e equiparáveis, . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 21 . " - Fundos de poupança reforma . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 22." - Caixas de crédito agrícola mútuo . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 23." - Sociedades de capital de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 24.' - Sociedades de desenvolvimento regional . . . . . . . . . . .

Artigo 25.' - Sociedades de fomento empresarial . . . . . . . . . ' . . . . . Artigo 26." - Sociedades de gestão e investimento imobiliário . . . . . .

Artigo 27." - Bancos de investimento e sociedades de investimento . .

Artigo 28.' - Sociedades financeiras de corretagem . . . . . . . . . . . . . Artigo 29 .' - Clubes de investidores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 30." - Empresas de seguros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 31." - Acções cotadas em bolsa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 32." - Acções adquiridas no âmbito de privatizações . . . . . . . Artigo 33.'- Mais-valias realizadas por entidades não residentes . . . Artigo 34." - Mais-valias de acções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Artigo 35." -Transformação de sociedades por quotas em sociedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . anónimas

Artigo 36." - Empréstimos externos e rendas de locação de equipa- mentos importados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 37." - Certificados de depósito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 38." - Conta Poupança-Habitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 39.' - Conta Poupança-Reformados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 40.' - Conta Poupança-Emigrantes e outras . . . . . . . . . . . . .

Capítulo I1 . Das zonas francas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 41." - Zona franca da Madeira e zona franca da ilha de Santa Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Capítulo 111 . Dos outros benefícios

Artigo 42.' - Isenção do pessoal das missões diplomáticase consulares e das organizações estrangeiras ou internacionais . . . . .

Artigo 43." - Empreiteiros e arrematantes de obras e trabalhos das infra-estruturas comuns NATO . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 44.' - Deficientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 45." - Propriedade artística e literária . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 46." - Acordos de cooperação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 47." - Estabelecimentos de ensino particular . . . . . . . . . . . . . Artigo 48.' .. Colectividades desportivas, de cultura e recreio . . . . . . Artigo 49." - Partidos políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

PARTE I11

Dos beneficias fiscais na contribuigáo autárquica

Artigo 50." - Isenções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 51 .' - Casas de renda condicionada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 52." - Prédios urbanos ampliados, melhorados ou adquiridos

destinados a habitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 53." - Prédios integrados em empreendimentos a que tenha sido

atribuída a utilidade turística . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 54.' - Prédios adquiridos através do sistema poupança-emigrante Artigo 55.'- Famílias de baixos níveis de rendimento . . . . . . . . . . .

0 'l'abelas a que se refere a alínea c ) do artigo 2." do Decreto-Lei n.. 215189

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. Decreto-Lei n.' 143.A189. de 3 de Maio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

Artigo 1." - Tributaçáo dos rendimentos da dívida pública emitida . . . . . entre 1 de Janeiro de 1989 e 3 de Março de 1989 57

Artigo 2.'- Tributação dos rendimentos da dívida pública enviada depois de 3 de Maio de 1989 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

Artigo 3." - Entrada em vigor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

Decreto-Lei n." 205189. de 27 de Junho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

Artigo 1 . " - Noção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Artigo 2." - Gestão dos FPR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Artigo 3.' - Composiçáo do Fundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 4." . Reembolsos dos Certificados 60 . . . . . . . . . . . . . . Artigo 5." - Cálculo da unidade de participação 60

. . . . . . . . . . . . . . . Artigo 6." - Resultados do Fundo . . . . . . . . .' 61 Artigo 7.' - Forma de reembolso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Artigo 8.' - Regime Fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Artigo 9." - Fiscalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Artigo 10.' - Contas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Artigo 11 . " - Legislação aplicável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

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A multiplicidade e dispersão dos benefícios fiscais, abolidos com a entrada em vigor dos novos impostos sobre o rendimento, constituiu um dos aspectos mais criticáveis do sistema tributário português, dadas a sua manifesta falta de coerência e as consequências nega- tivas, quer no plano da equidade, quer no da receita cessante e, portanto, no do défice público.

Na revisáo dos benefícios fiscais, respeitantes sobre- tudo aos impostos sdbre o rendimento, entendeu o Governo acolher os seguintes princípios:

Estabilidade, de modo a garantir aos contribuintes uma situação clara e segura;

Moderação e selectividade, porque num quadro de redução, ano a ano, do peso do déficite público, dar mais benefícios fiscais requer fazer menos in- vestimentos em infraestruturas e serviços públicos fundamentais.

Há três níveis de estabilidade dos benefícios fiscais:

I." Os Códigos dos impostos; 2." O Estatuto dos Benefícios Fiscais; 3." O Orçamento do Estado de cada ano.

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Nessa linha, introduzidos que foram nos Códigos do IRS - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Sin- gulares, do IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas e da CA - Contribuição Autárquica os desagravamentos caracterizados por uma máxima per- manência e estabilidade, são incluídos no Estatuto dos Benefícios Fiscais aqueles que se caracterizam por um carácter menos estrutural, mas que revestem, ainda assim, relativa estabilidade. Os benefícios com fina- lidades marcadamente conjunturais ou requerendo uma regulaçáo relativamente frequente serão, por sua vez, incluídos nos futuros Orçamentos do Estado.

É, todavia, possível encontrar alguns pequenos des- vios a este modo de inserir os benefícios fiscais em diplomas de diferente estabilidade. Por exemplo, poderá figurar um ou outro benefício fiscal mais transitório no Estatuto dos Benefícios Fiscais, e um ou outro de duração plurianual no ORçamento do Estado de deter- minado ano.

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Decreto-Lei n." 215189

de 1 de Julho

No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n." 8/89, de 22 de Abril, e nos termos da alínea b) do n." 1 do artigo 201." da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1 .O

(Aprovaçao e entrada em vigor)

1 - É aprovado o Estatuto dos Benefícios Fiscais anexo ao presente diploma e que dele faz parte inte- grante.

2 - O Estatuto dos Benefícios Fiscais produz efeitos desde 1 de Janeiro de 1989.

Artigo 2." (Regime transitório geral)

1 -- São mantidos nos termos em que foram conce- didos, com as necessárias adaptações, os benefícios fiscais cujo direito tenha sido adquirido até 31 de Dezembro de 1988, ou aqueles que, tendo sido objecto de decisão em data posterior, forem reportados a 31 de Dezembro

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10 ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS

de 1988, nos termos do n." 5, sendo de observar o seguinte:

a) Os benefícios fiscais que se traduziam em au- mento de custos, designadamente aceleração de reintegrações e amortizações ou em deduções ao lucro tributável, efectivam-se em sede de IRS ou de IRC nos termos da legislação que Ihes era aplicável;

b) Os benefícios fiscais que se traduziam em isen- ções dos impostos parcelares e do imposto com- plementar correspondente convertem-se em isenção dos respectivos rendimentos em sede de IRS ou de IRC;

c) As isenções de imposto de mais-valias conver- tem-se em exclusão dos respectivos ganhos para apuramento do rendimento ou lucro tributável em IRS ou em IRC;

d) As isenções de contribuição predial concedidas as entidades referidas no artigo 50." do Estatuto dos Benefícios Fiscais, anteriormente a data da entrada em vigor do presente diploma, são convertidas em isenções da CA, com as neces- sárias adaptações;

e) Os benefícios fiscais não compreendidos nas alí- neas anteriores sáo substituídos por benefícios fiscais equivalentes mediante a aplicação de tabelas de conversão anexas ao Estatuto dos Benefícios Fiscais e que dele fazem parte inte- grante.

IRS - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas. CA - Contribuição Autárquica.

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2 - Para efeitos do disposto no número anterior, são direitos adquiridos os benefícios fiscais de fonte internacional e contratual e os benefícios temporários e condicionados, sem prejuízo do disposto nos códigos do IRS, do IRC e da CA.

3 - Para efeitos do disposto no artigo 74." do Código do IRS e dos artigos 69." e 75." do Código do IRC, o regime de tributação aplicável aos juros das obrigações em circulação em 31 de Dezembro de 1988, é o que lhe corresponderia em sede de imposto de capitais nos termos da legislação em vigor à data da sua emissão.

4 - No quadro do regime de equivalências dos bene- fícios fiscais o disposto no número anterior não preju- dica a consideração dos juros aí mencionados, para efeitos de determinação da matéria colectável de IRC, aplicando-se, então, as tabelas de conversão a que se refere a alínea e ) do n." 1.

5 - Os benefícios fiscais requeridos nos serviços com- petentes até 31 de Dezembro de 1988, cuja decisão se encontre pendente de instrução dos respectivos processos, reger-se-ão pelas disposições ao abrigo das quais foram solicitados, devendo a decisão que sobre eles vier a recair reportar-se a 31 de Dezembro de 1988, para efeitos do disposto no n.* 1.

Artigo 3."

(Procedimentos no regime transitório)

1 - Para as situações que ocorreram entre 1 de Janeiro de 1989 e a data de entrada em vigor do presente diploma. deverão os interessados, no prazo de 60 dias a contar desta última data, requerer, sendo caso disso, a concessão dos benefícios estabelecidos no Estatuto aprovado por este Decreto-Lei.

2 - No caso de os pedidos de concessão serem apre- sentados para além do prazo previsto no número ante- rior, o respectivo benefício iniciar-se-á a partir da data

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da apresentação do pedido, cessando, todavia, na data que lhe corresponderia caso o pedido tivesse sido apre- sentado dentro do referido prazo.

3 - Aos imóveis adquiridos até 31 de Dezembro de 1988 ao abrigo do sistema «Poupança-Emigrante», para os quais não tenha sido requerida a isenção de contri- buição predial, poderá esta ainda ser concedida, com efeitos a partir da data do respectivo título aquisitivo, desde que solicitada no prazo de 180 dias a contar da data da entrada em vigor do presente diploma, apli- cando-se, a partir de 1 de Janeiro de 1989, o disposto no artigo 3." do Decreto-Lei n." 442-(2188, de 30 de Novembro.

Artigo 4."

(Obrigaqóes emitidas em 1989)

As obrigações de qualquer tipo, que não sejam de dívida pública, e os títulos de participação e certificados de consignaçáo que venham a ser emitidos durante o ano de 1989, beneficiam da redução de 20% do respec- tivo rendimento para efeitos de IRS ou de IRC.

Artigo 5.'

(Obrigaqões - Imposto sobre as sucessões e doações por avença)

Ficam isentas de imposto sobre as sucessões e doa- ções as obrigações emitidas durante os anos de 1989 a 1992, inclusive.

Artigo 6.'

(Crédito fiscal por investimento nos casos de falta ou insuficiência de colecta)

1 - O desconto correspondente ao credito fiscal por investimento (CFI) estabelecido nos Decretos-Leis

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ESTATUTO DOS BENEFfCIOS FISCAIS 1 3

n."' 197-Cl86, de 18 de Julho, e 161187, de 6 de Abril, que, por falta ou insuficiência de colecta da Contribui- ção Industrial ou do Imposto sobre a Indústria Agrícola, não tiver sido efectuado, poderá sê-10, nos termos previs- tos naqueles diplomas, a colecta do IRS, de acordo com o disposto nos números seguintes, depois de efectuadas as deduções previstas nos n."' 1, 2 e 3 do artigo 80." do respectivo Código, não podendo da deduçáo resultar valor negativo.

2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a colecta do IRS em que se efectua a dedução será a que resultar da aplicação do coeficiente determinado pela relação entre os rendimentos líquidos das catego- rias C e ou D e o rendimento líquido total.

3 - A dedução do CFI a que se referem os números anteriores deverá efectuar-se nas condições temporais definidas no n." 3 do artigo 4." do Decreto-Lei n." 197- -C/86, de 18 de Julho.

4 - O disposto no artigo 19." do Decreto-Lei n." 422- -B/t38, de 30 de Novembro é igualmente aplicável ao CFI que não tiver sido efectuado por falta ou insu- ficiência da colecta do imposto sobre a indústria agrí- cola.

Artigo 7."

(Crédito fiscal por investimento - investimento concluído em 1988 ou iniciado até 31 de Dezembro de 1988 e concluído em 1989)

1 - Poderão ser deduzidos nos termos previstos nos Decretos-Leis n."' 197-C/ 86. de 18 de Julho, e 161187, de 6 de Abril, nas colectas do IRS ou do IRC relativas ao período da entrada em funcionamento dos bens. 4% do valor do investimento, contemplado naquela legislação, concluído em 1988 ou iniciado até 31 de Dezembro de 1988 e concluído em 1989.

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2 - Para efeitos da aplicação do disposto no número anterior a data da conclusão do investimento será refe- renciada à data em que esta ocorrer.

3 - Para efeitos da dedução prevista no n." 1, apli- car-se-á, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 19.' do Decreto-Lei n." 442-Bl88, de 30 de No- vembro, e no artigo 6." do presente diploma.

Artigo 8."

(Credito fiscal por investimento - investimento iniciado até 31 de Dezembro de 1988 e em curso em 31 de Dezembro de 1989)

1 - Poderão ainda ser deduzidos nos termos previs- tos nos Decretos-Leis n.OY97-Cl86, de 18 de Julho, e 161187, de 6 de Abril, nas colectas do IRS ou do IRC relativas ao período da entrada em funcionamento dos bens, 4 % do valor das imobilizações em curso em 31 de Dezembro de 1989, relativas a investimentos iniciados até 31 de Dezembro de 1988 e susceptíveis de beneficiar do disposto naquela legislação.

2 - Para efeitos da dedução prevista no número ante- rior, aplicar-se-á, com as necessárias adaptações, o dis- posto no artigo 19." do Decreto-Lei n." 442-B/88, de 30 de Novembro, e no artigo 6." do presente diploma.

Artigo 9."

(Retenção na fonte em casos de isenção fiscal total ou parcial)

1 - Quando os sujeitos passivos de IRS ou de IRC beneficiem de isenção total ou parcial relativa a rendi- mentos que seriam sujeitos a retenção na fonte, esta não se efectuará, no todo ou em parte, consoante os casos, feita que seja a prova pelos sujeitos passivos, perante a entidade pagadora, da isençáo de que apro- veitam.

2 - Quando se trate de isenção parcial de rendimentos das categorias A ou B, definidas no artigo I ." do Código

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do IRS, as retenções na fonte, por conta do respectivo imposto, serão calculadas considerando apenas a parte dos rendimentos que não beneficie de isenção.

Artigo 10.'

(Dispensa de retenção na fonte e retenção a título definitivo)

1 - Não existe a obrigaçáo de efectuar a retenção na fonte de IRC, quando este tenha natureza de im- posto por conta, no caso de juros ou quaisquer outros rendimentos de capitais, de que sejam titulares insti- tuições financeiras sujeitas, em relação aos mesmos, a IRC.

2 - Quando nos termos do artigo 9.' do Código do IRC ou nos casos previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais se excluam da isenção de IRC todos ou parte dos rendimentos de capitais, a retenção na fonte far-se-á a título definitivo segundo as taxas que lhes corres- pondam.

Artigo 11 ." (Alterações ao Código do IRS)

I - A alínea c) do n." 3 do artigo 2." do Código do IRS, aprovado pelo Decreto-Lei n." 442-A/88, de 30 de Novembro, passa a ter a seguinte redacção:

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Art. 2."

c) Os benefícios ou regalias auferidos pela prestação ou em razão da prestação do tra- balho dependente, com excepçáo dos abo- nos de família e das respectivas prestações complementares, na parte que não excedam os limites legais estabelecidos, bem como

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dos subsídios de refeição até a concorrência do respectivo limite legal acrescido de 50%.

2 - É aditado o n." 6 ao artigo 21." d o Código do IRS, com a seguinte redacção:

6 - Sempre que a lei imponha o englobamento de rendimentos isentos, observar-se-á o seguinte:

a) Os rendimentos isentos serão considerados, sem deduções, para efeitos do dispo.sto no artigo 72.", sendo caso disso, e para deter- minação das taxas a aplicar ao restante ren- dimento colectável;

b) Para os efeitos da alínea anterior, quando seja de aplicar o disposto no artigo 72.". o quociente da divisão por 2 ou por 1,85, consoante os casos, dos rendimentos isentos, será imputado proporcionalmente à fracção de rendimento a que corresponde a taxa média e a taxa normal;

3 - As alterações introduzidas pelos números ante- riores produzem efeitos a partir de 1 de Janeiro de 1989.

Artigo 12."

(Alterações ao Código do IRC)

1 - É eliminado o número 2 do artigo 2." do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colec- tivas, aprovado pelo Decreto-Lei n." 442-B188, de 30 de Novembro, passando os seus números 3 e 4 a 2 e 3, respectivamente.

2 - 0 artigo 8." do Código do IRC, passa a ter a seguinte redacçáo:

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(Estado, regiões autónomas, autarquias locais, associações de municípios e instituições de seguranga social)

Estão isentos de IRC, excepto no que respeita a rendimentos de capitais tal como são definidos para efeitos de IRS:

1 - O Estado, as regiões autónomas e as autar- quias locais e qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados, compreendidos os institutos públicos e bem assim as associações e fede- raçóes de municípios que não exerçam acti- vidades comerciais, industriais ou agrícolas;

2 - As instituições de segurança social e , bem assim, as instituições de previdência referi- das no artigo 79." da Lei n.' 28/84, de 14 de Agosto».

Artigo 13.'

(Regulamentaçao do Estatuto)

O Governo aprovará as normas regulamentares ne- cessárias à aplicação do Estatuto dos Benefícios Fiscais.

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18 E S T A T U T O D O S BENEFÍCIOS F I S C A I S

ESTATUTO DOS BENEFICIOS FISCAIS

PARTE I

Das disposi~ões gerais

Princípios fundamentais

Artigo 1."

(Âmbito de aplicação)

As disposições da Parte I do presente Estatuto apli- cam-se aos benefícios fiscais nele previstos sendo exten- sivas aos restantes benefícios fiscais, com as necessárias adaptações, sendo caso disso.

Artigo 2."

(Conceito de benefício fiscal e de despesa fiscal e respectivo controlo)

1 - Consideram-se benefícios fiscais as medidas de carácter excepcional instituídas para tutela de interesses públicos extrafiscais relevantes que sejam superiores aos da própria tributação que impedem.

2 - São benefícios fiscais as isenções, as reduções de taxas, as deduções a matéria colectável e a colecta, as amortizações e reintegrações aceleradas e outras me- didas fiscais que obedeçam as características enunciadas no número anterior.

3 - Os benefícios fiscais são considerados despesas fiscais as quai5 podem ser previstas no Orçamento do Estado ou em documento anexo e , sendo caso dibso. nos orçamentos das regiões autónomas e das autarquias locais.

3 -- Para efeitos de controlo da despesa fiscal ine- rente aos benefícios fiscais concedidos, pode ser exigida

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aos interessados a declaração dos rendimentos isentos auferidos, salvo tratando-se de benefícios fiscais gené- ricos e automáticos, casos em que podem os serviços fiscais obter os elementos necessários ao cálculo global do imposto que seria devido.

Artigo 3." (Desagravamentos fiscais que não são benefícios fiscais)

1 - Não são benefícios fiscais as situações de não sujeição tributária.

2 - Para efeitos do disposto no número anterior con- sideram-se, genericamente, não sujeições tributárias, as medidas fiscais estruturais de carácter normativo que estabeleçam delimitações negativas expressas da inci- dência.

3 - Sempre que o julgar necessário pode a Adminis- tração Fiscal exigir dos interessados os elementos neces- sários para o cálculo da receita que deixará de cobrar-se por efeito das situações de não sujeição tributária.

Artigo 4."

(Benefícios fiscais automáticos e dependentes de reconhecimenta)

1 - Os benefícios fiscais são automáticos ou depen- dentes de reconhecimento; os primeiros resultam directa e imediatamente da lei; os segundos pressupóem uni ou mais actos posteriores de reconhecimento.

2 - 0 reconhecimento dos benefícios fiscais pode ter lugar por acto administrativo ou por acordo entre a Administração e os interessados, tendo, em ambos os casos, efeito meramente declarativo, salvo quando a lei dispuser o contrário.

3 - 0 processo de reconhecimento dos benefícios fiscais regula-se pelo disposto no artigo 14." e seguintes

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2 O ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS

do presente Estatuto, quando não seja previsto pro- cesso próprio para o efeito.

Artigo 5." (Carácter genérico dos benefícios fiscais;

respeito pela livre concorrência)

1 - A definição dos pressupostos objectivos e sub- jectivos dos benefícios fiscais deverá ser feita em ter- mos genéricos e tendo em vista a tutela de interesses públicos relevantes, só se admitindo benefícios de na- tureza individual por razões excepcionais devidamente justificadas no diploma que os instituir.

2 - A formulação genérica dos benefícios fiscais deve obedecer ao princípio da igualdade de modo a não falsear ou ameaçar falsear a concorrência.

Artigo 6."

Todas as pessoas, singulares ou colectivas, de direito público ou de direito privado, a quem sejam concedidos benefícios fiscais, automáticos ou dependentes de reco- nhecimento, ficam sujeitas a fiscalização da Direcção- -Geral das Contribuições e Impostos e das demais enti- dades competentes, para controlo da verificação dos pressupostos dos benefícios fiscais respectivos e do cumprimento das obrigações impostas aos titulares do direito aos benefícios.

Artigo 7."

(Sanqoes impeditivas, suspensivas ou extintivas estranhas aos beneficios fiscais)

Só são permitidas sanções impeditivas, suspensivas ou extintivas de benefícios fiscais com fundamento em infracçáo fiscal relacionada com o benefício concedido.

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Artigo 8."

(Declaração pelos interessados da cessação dos pressupostos dos benefícios fiscais)

As pessoas titulares do direito aos benefícios fiscais são obrigadas a declarar, no prazo de 30 dias, que cessou a situação de facto ou de direito em que se baseava o benefício, salvo quando essa cessação for de conhecimento oficioso.

Artigo 9."

(Interpretação e integraçáo das lacunas da lei)

As normas que estabeleçam benefícios não são sus- ceptíveis de integração analógica mas admitem interpre- tação extensiva.

Artigo 10."

(Aplicaqáo no tempo das normas sobre benefícios fiscais)

1 - As normas que alterem benefícios fiscais con- vencionais, condicionados ou temporários, não são apli- cáveis aos contribuintes que já aproveitem do direito ao benefício fiscal respectivo, em tudo que os prejudi- que, salvo quando a lei dispuser o contrário.

2 - É aplicável o disposto no número anterior quando o fundamento do benefício fiscal for um regime jurídico de direito comum que limite os direitos do contribuinte, especialmente quando restrinja os poderes de fruição ou de disposição dos seus bens, designadamente nos casos previstos no n." 2 do artigo 13.', que revistam essa natureza.

3 - O disposto nos números anteriores não prejudica o estabelecido no artigo 2." do diploma que aprovou o presente Estatuto.

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2 2 ESTATUTO DOS BENEFXCIOS FISCAIS

Artigo 11."

(Constituição do direito aos benefícios &cais)

O direito aos benefícios fiscais deve reportar-se a data da verificação dos respectivos pressupostos, ainda que esteja dependente de reconhecimento declarativo pela Administração Fiscal ou de acordo entre esta e a pessoa beneficiada, salvo quando a lei dispuser de outro modo.

Artigo 12."

(Extinqão dos benefícios fiscais)

1 - A extinção dos benefícios fiscais tem por con- sequência a reposição automática da tributação-regra.

2 - Os benefícios fiscais, quando temporários, cadu- cam pelo decurso do prazo por que foram concedidos e, quando condicionados, pela verificação dos pres- supostos da respectiva condição resolutiva ou pela inobservância das obrigações impostas, imputável ao beneficiario.

3 - Quando o benefício fiscal respeite à aquisição de bens destinados à directa realização dos fins dos adquirentes ficará sem efeito se aqueles forem alienados ou lhes for dado outro destino sem autorização do Ministro das Finanças, sem prejuízo das restantes san- ções ou regimes diferentes estabelecidos por lei.

4 - É proibida a revogação do acto administrativo que concede um benefício fiscal, bem como a rescisão unilateral do respectivo acordo de concessão, ou ainda a diminuição, por acto unilateral da Administração Fiscal, dos direitos adquiridos, salvo se houver inobservância das obrigações impostas, imputável ao beneficiário, ou se o benefício tiver sido indevidamente concedido, caso em que aquele acto poderá ser revogado dentro do prazo legal.

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5 - É proibida a renúncia aos benefícios fiscais auto- máticos e dependentes de reconhecimento oficioso sendo, porém, permitida a renúncia definitiva aos benefícios fiscais dependentes de requerimento do interessado, bem como aos constantes de acordo, desde que aceite pela Administração Fiscal.

Artigo 13." (Transmissão dos benefícios fiscais)

1 - O direito aos benefícios fiscais, sem prejuízo do disposto nos números seguintes, é intransmissível ainter vivos», sendo, porém, transmissível emortis causa» se se verificarem no transmissário os pressupostos do bene- fício, salvo se este for de natureza estritamente pessoal.

2 - E transmissível «inter vivos* o direito aos bene- fícios fiscais objectivos que sejam indissociáveis do re- gime jurídico aplicável a certos bens, designadamente, os que beneficiem os rendimentos de obrigações, títulos de dívida pública e os prédios sujeitos ao regime de renda limitada.

3 - É , igualmente, transmissível &ter vivos», me- diante autorização do Ministro das Finanças, o direito aos benefícios fiscais concedidos, por acto ou contrato fiscal, a pessoas singulares ou colectivas desde que no transmissário se verifiquem os pressupostos do bene- fício e fique assegurada a tutela dos interesses públicos com ele prosseguidos.

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2 4 ESTATUTO D O S BENEFÍCIOS FISCAIS

Do Processo

Do reconhecimento dos benefícios fiscais

Artigo 14."

(O princípio da iniciativa dos interessados)

1 - Salvo disposição em contrário, o reconhecimento dos benefícios fiscais depende de iniciativa dos interes- sados, mediante:

a) Cálculo do benefício previsto na lei, efectuado na declaração de 'rendimentos respectiva;

b) Requerimento autónomo dirigido especificamente a obtenção do benefício previsto;

c ) Prova da verificação dos pressupostos de reco- nhecimento nos termos da lei.

2 - O disposto no número anterior não prejudica os direitos resultantes da consulta prévia a que se refere o artigo 17."

Artigo 15.'

(Reconhecimento dos benefícios não controlados pela Administração)

O reconhecimento dos benefícios fiscais relativamente a situações de que a Administração Fiscal não disponha de elementos para a respectiva tributação depende sem- pre de requerimento do interessado, acompanhado das declarações de rendimento ou de outras informações a que esteja obrigado e sem prejuízo das sanções em que eventualmente tenha incorrido por ter mantido a Admi- nistração na ignorância do facto tributário.

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Artigo 16."

(Pedido de reconhecimento autónomo, fiscalização e recursos)

Sem prejuízo do disposto a propósito de cada bene- fício fiscal aplicar-se-á supletivamente, com as necessá- rias adaptações, o seguinte:

a) Os pedidos de reconhecimento dos benefícios fiscais processados autonomamente serão apre- sentados nos servi~os competentes para a liqui- dação do respectivo imposto a que se refere o benefício e devem ser decididos no prazo má- ximo de 6 meses, salvo prorrogação fundamen- tada, sendo instruídos nos termos das normas que os concedem;

b) Sempre que o reconhecimento do benefício fiscal for da competência do Ministro das Finanças, os serviços referidos na alínea anterior submeterão o processo, devidamente instruído, aquela en- tidade, no prazo de 60 dias, para decisão, no prazo referido na alínea anterior;

c) O despacho de deferimento fixará as datas do início e do termo do benefício fiscal;

d) Os despachos de deferimento ou de indeferi- mento serão sempre notificados ao requerente, com indicação da susceptibilidade de recurso, respectivo prazo e órgão competente, devendo ser fundamentados;

e) Do despacho de indeferimento total ou parcial da entidade legalmente competente, cabe recurso hierárquico nos termos gerais, devendo cada entidade proferir os respectivos despachos no prazo de 60 dias;

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2 6 ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS

f ) A Administração Fiscal deve prestar aos inte- ressados todas as informações necessárias ao exercício dos seus direitos e as relativas ao es- tado do processo, devendo passar as certidnes que lhe forem pedidas.

Do processo de consulta prévia

Artigo 17."

(Definição e efeitos da consulta prévia)

1 - Antes de verificados os pressupostos dos bene- fícios fiscais previstos na lei, podem os interessados requerer ao Ministro das Finanças ou ao Director-Geral das Contribuições e Impostos, conforme o caso, que se pronunciem sobre uma dada situação tributária ainda não concretizada.

2 - 0 despacho que recair sobre o requerimento formulado nos termos do número anterior, será notifi- cado ao interessado, vinculando os serviços, que. veri- ficados os factos previstos na lei, não poderão proceder por forma diversa, salvo em cumprimento de decisáo judicial.

3 - 0 despacho a que se refere o número anterior nao é susceptível de reclamação ou recurso e não exime os interessados de requerer o reconhecimento do bene- fício fiscal respectivo, nos termos da lei.

4 - Apresentado o pedido de reconhecimento que tenha sido precedido de processo de consulta prévia, este será apensado, a requerimento d o interessado, devendo a entidade com competência para o reconhe- cimento conformar-se com o anterior despacho, na me- dida em que a situação hipotética objecto da consulta prévia coincida com a situação de facto objecto do pedido de reconhecimento, sem prejuízo das medidas de controlo do benefício fiscal exigidas por lei.

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PARTE 11

Dos benefícios fiscais nos impostos sobre o rendimento

Do sistema financeiro e mercado de capitais

Artigo 18."

(Mais-valias e menos-valias - reinvestimento dos valores de realização)

1 - O disposto no artigo 44.' do Código do IRC é aplicável. com as limitações indicadas nos números se- guintes, náo só às mais valias e menos-valias no mesmo mencionadas, mas também as realizações mediante trans- missão onerosa de imobilizações financeiras, sempre que o respectivo valor de realização seja reinvestido, total ou parcialmente, no prazo mencionado naquele artigo, na aquisiçáo, fabricação ou construção de ele- mentos do activo imobilizado corpóreo, na aquisição de quotas ou acçóes de sociedades comerciais ou civis sob forma comercial com sede ou direcçáo efectiva em território português ou ainda em títulos do Estado Português.

2 - Nos casos de entradas de imobilizações corpó- reas ou de imobilizações financeiras para a realização de capital social, o reinvestimento considerar-se-á total- mente efectuado quando o valor das quotas ou acções assim realizadas não for inferior ao valor daquelas en- tradas.

3 - 0 disposto ao n.' 1 não é aplicável:

a ) Às mais-valias e menos-valias realizadas relati- vas a imobilizações financeiras que tenham sido detidas por período inferior a 12 meses, excepto

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2 8 ESTATUTO DOS BENEF~CIOS FISCAIS

quanto as que faziam parte do activo da alie- nante em 31 de Dezembro de 1988;

h ) A aquisição de quotas ou acçóes próprias; c) Sem prejuízo do disposto no n." 2 as trans-

missões onerosas de quotas, acções ou outros valores mobiliários efectuadas entre uma socie- dade e qualquer dos seus sócios.

4 - Para beneficiar do disposto no n." 1, as quotas, acções ou títulos do Estado Português objecto do rein- vestimento deverão permanecer na titularidade d o ad- quirente até ao fim do segundo período de tributação posterior ao da sua aquisição, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no n." 5 do artigo 44." do Código do IRC sempre que se verifique a sua trans- missão antes dessa data, salvo em consequência de fusão ou cisão da sociedade participada.

5 - No caso de se ter verificado transformação de sociedades por quotas em sociedades anónimas:

a) Considera-se data de aquisiçáo das acçóes para efeitos do disposto na alínea a) do n." 3 a data de aquisição das quotas que Ihes deram origem;

h ) Considera-se que as quotas objecto de rein- vestimento permaneceram na titularidade do adquirente pelo prazo referido no n." 4 quando o prazo de detenção daquelas adicionado ao das acções a que deram origem satisfaça o alu- dido período.

Artigo 19."

(Fundos de investimento)

1 - São isentos de IRC os rendimentos dos fundos de investimento mobiliário e imobiliário.

2 - Ficam isentos de derrama os fundos de inves- timento mobiliário e imobiliário.

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ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS 29

Artigo 20."

(Fundos de pensões e equiparáveis)

1 - São isentos de IRC os rendimentos dos fundos de pensões e equiparáveis, constituídos de acordo com a legislação nacional.

2 - A disciplina do n." 2 do artigo 38.' do código do IRC é também aplicável quando os beneficiários forem fundos de pensões e equiparáveis, constituídos de acordo com a legislação nacional.

3 - Ficam isentos de derrama os fundos de pensões e equiparáveis.

Artigo 21."

(Fundos de poupanqa reforma)

I - Ficam isentos de IRC os rendimentos dos fundos de poupança reforma (FPR), constituídos num mínimo de 50% por títulos de dívida pública emitidos por prazo superior a um ano, sob a forma de fundos de pensões ou outros equiparados.

2 - A disciplina do n." 2 do artigo 38.' do código do IRC é também aplicável quando os beneficiários forem fundos de poupança reforma, a que se refere o número anterior.

3 - Para efeitos de IRC é dedutível ao rendimento colectável e até a concorrência deste, o valor aplicado, rio respectivo ano, em planos individuais de poupança de reforma (PPR), com o limite máximo do menor dos valores seguintes: 20% do rendimento total bruto en- globado e 500 contos.

4 - A usufruição dos benefícios previstos nos números anteriores, ficará sem efeito, sendo devidas as prestações tributárias correspondentes aos benefícios, acrescidas dos respectivos juros compensatórios, se aos participan- tes for atribuído qualquer rendimento ou for concedido

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3 O ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS

o reembolso dos certificados, salvo, neste último caso, ocorrendo situações de reforma, desemprego de longa duração, invalidez ou doença grave, conforme definido na lei, ou, atingidos os 60 anos de idade, a subscrição se tiver iniciado há pelo menos cinco anos.

5 - O reembolso dos certificados de FPR, estáo su- jeitos a IRS, nos seguintes termos:

a) De acordo com as regras aplicáveis aos rendi- mentos da categoria H, quando a sua percepção ocorra sob a forma de rendas;

b) Pela taxa correspondente a ' I5 do seu valor, em caso de resgate pela totalidade;

c) De acordo com as regras estabelecidas nas alí- neas anteriores quanto a respectiva parte dos rendimentos, nos casos em que se verifique, simultaneamente, as modalidades nelas referi- das.

Artigo 22."

(Caixas de crédito agrícola mútuo)

I - Os rendimentos das caixas de crédito agrícola mútuo são tributados em IRC às seguintes taxas:

u) Rendimentos respeitantes ao exercício de 1989 - 12,5%;

b) Rendimentos respeitantes ao exercício de 1990 - 16°/0;

c) Rendimentos respeitantes ao exercício de 1991 - 20%;

d) Rendimentos respeitantes ao exercício de 1992-25%;

e) Rendimentos respeitantes ao exercício de 1993 - 31 %;

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ESTATUTO DOS BEPIEFICIOS FISCAIS 3 1

Artigo 23."

(Sociedades de capital de risco)

1 -As sociedades de capital de risco que venham a constituir-se até 31 de Dezembro de 1990 beneficiam de isenção de IRC no ano da sua constituição e nos 4 anos seguintes, com excepção dos juros de depósito que serão tributados a taxa de 20%.

Artigo 24."

(Sociedades de desenvolvimento regional)

Às sociedades de desenvolvimento regional que ve- nham a constituir-se até 31 de Dezembro de 1990, aplica- -se, nos mesmos termos, o regime de benefícios fiscais estabelecido para as sociedades de capital de risco.

Artigo 25."

(Sociedades de fomento empresarial)

Às sociedades de fomento empresarial que venham a constituir-se até 31 de Dezembro de 1990, aplica-se, nos mesmos termos, o regime de benefícios fiscais es- tabelecido para as sociedades de capital de risco, mas valendo a isenção do TRC no ano da constituição e nos 7 anos seguintes.

Artigo 26."

(Sociedades de gestão e investimento imobiliário)

1 - Às sociedades de gestão e investimento imobiliá- rio que venham a constituir-se até 31 de Dezembro dc 1990 e , bem assim, aos respectivos sócios, aplica-se o seguinte regime fiscal:

u ) Tributaçáo em IRC a taxa de 25%:

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3 2 E S T A TUTO DOS BENEF~CIOS FISCAIS

b) Elevaçáo ao dobro da dedução prevista no n.' 3 do artigo 80.' do Código do IRS e no artigo 72." d o Código do IRC, relativa a dupla tributação económica de lucros distribuídos por aquelas entidades aos respectivos sócios.

2 - O regime fiscal estabelecido no número anterior manter-se-á por um período de 10 ou 7 anos, consoante as sociedades venham a constituir-se atk 31 de Dezem- bro de 1989 ou 31 de Dezembro de 1990, respectiva- mente.

Artigo 27.'

(Bancos de investimento e sociedades de investimento)

Os bancos de investimento e as sociedades de inves- timento beneficiam do disposto no n." 1 do artigo 45." do Código de IRC, independentemente da percentagem de participação e do prazo em que esta tenha perma- necido na sua titularidade.

Artigo 28."

(Sociedades financeiras de corretagem)

Às sociedades financeiras de corretagem, relativa- mente a rendimentos da actividade exercida por conta própria, aplica-se o regime fiscal dos bancos de inves- timento e das sociedades de investimento.

Artigo 29."

(Clubes de investidores)

1 - Aos participantes dos clubes de investidores aplica-se a disciplina prevista no artigo 18." do CQdigo do IRS.

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2 - Incumbe ao clube de investidores a entrega ao Estado, até 20 de Janeiro de cada ano, do montante do imposto devido correspondente as mais-valias líqui- das de menos-valias realizadas com a transmissão one- rosa de valores mobiliários, no exercício anterior, sendo para o efeito de aplicar a taxa prevista no artigo 75." do Código do IRS.

3 - O disposto no número anterior libera os partici- pantes da obrigação de imposto relativamente àqueles rendimentos, sendo aplicável. com as necessárias adap- tações, o disposto no n." I , alínea h ) , e n.'" 2 e 4 do artigo 114." do Código do IRS, sempre que o partici- pante opte pelo englobamento

Artigo 30."

(Empresas de seguros)

1 -- Não é sujeita a tributac;ão em IRC, na parte que tenha influenciado a base tributável, a diferença positiva entre as mais-valias e menos-valias realizadas mediante transmissão onerosa de valores mobiliários, em que tenham sido aplicadas as provisões técnicas de empresas de seguros, sempre que o valor de realização correspondente a totalidade dos referidos elementos seja reinvestido na aquisiçgo de outros valores mohi- liários.

2 -. No caso de se verificar apenas o reinvestimento parcial do valor de realizaçáo, aplicar-se-á, com as ne- cessárias adaptações, o disposto no n." 2 do artigo 44.'" do Código d o IRC.

3 --- Para efeitos do disposto no n." 1 deste artigo. o reinvestimento deverá ter lugar no próprio exercício em que se deu a a l i e n q b ou nos seis meses seguintes a esta. 4 -- 0 disposto neste artigo é igualmente aplicável

aos estabelecimentos estáveis de entidades não residen- tes que exerçam em Portugal a actividade seguradora.

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34 ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS

Artigo 31 . O

(Acpões cotadas em bolsa)

Os dividendos de acções cotadas em bolsa no ano a que aqueles respeitam, contam apenas por 80% dos seu quantitativo para fins de IRS ou de IRC.

Artigo 32."

(Acqóes adquiridas no âmbito de privatizapões)

Os dividendos de acções adquiridas na sequência de processo de privatização contam, relativamente aos cinco exercícios encerrados após a data de aquisição, apenas por 60% para fins de JUS ou de IRC.

Artigo 33."

(Mais-valias realizadas por entidades não residentes)

Ficam isentas de IRS as mais-valias realizadas com a transmissão onerosa de partes sociais e outros valores mobiliários, por entidades que não tenham sede nem direcção efectiva em território português e a í não pos- suam estabelecimento estável ao qual as mesmas sejam imputáveis.

Artigo 34."

Ficam isentas de IRS, até ao uno de 1992. inclusivc, as mais-valias provenientes da alienaçáo de acções quando detida5 pelo seu titular durante mais de 12 meses.

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E S T A T U T O D O S BENEFÍCIOS FISCAIS 35

Artigo 35."

(Transformaqão de sociedades por quotas em sociedades anónimas)

Para efeitos do n." 1 do artigo 5." do Decreto-Lei n." 442-A/$$, de 30 de Novembro, da alínea c) do n." 2 do artigo 10." do Código do IRC e do artigo 33." deste Estatuto, considera-se que a data de aqiiisiçFio de acções resultantes da transformaçáo de sociedades por quotas em sociedades anónimas é a data da aquisi- @o das quotas que lhes deram origem.

Artigo 36."

(Empréstimos externos e rendas de locação de equipamentos importados)

O Ministro das Finanças pode, a requerimento e com base em parecer fundamentado da Direcçáo-Geral das Contribuições e Impostos, conceder isençáo total ou parcial de IRS ou de IRC, relativamente a juros de capitais provenientes do estrangeiro, representativos de empréstimos e rendas de locaçáo de equipamentos im- portados, de que sejam devedores o E ~ t a d o , as regióes autónomas. as autarquias locais e as suas federaçóes ou uniões. ou qualquer dos seus serviços, estabeleci- mentos e organismos, ainda que personalizados, com- preendidos os institutos públicos, e as empresas que prestem serviços públicos desde que os credores tenham a residência, sede ou direcçáo efectiva no estrangeiro.

. Artigo 3 7 . O

(Certificados de depósito)

Aos rendimentos dos certificados de depósito aplica-se o regime fiscal dos rendimentos dos depósitos a prazo.

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3 6 ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS

Artigo 38."

(Conta Poupança-Habitação)

1 - Beneficiam de isenção de IRS os juros das con- tas poupança-habitação, constituídas nos termos legais e que se destinem a financiar a compra, construção ou obras em habitação própria permanente.

2 - Nos casos em que o saldo da conta a que se refere o número anterior seja utilizado para outros fins que não os ali referidos, serão devidas as prestações tributárias correspondentes ao benefício, acrescidas dos juros compensatórios relativos ao retardamento da res- pectiva liquidação, observando-se para o efeito o que se prescreve no código do IRS para a liquidação e cobrança.

Artigo 39."

(Conta Poupanp-Reformados)

Beneficiam de isenção de IRS os juros das «contas poupança-reformados», constituídas nos termos legais, na parte cujo saldo não ultrapasse os 1 500 000$00.

Artigo 40."

(Conta Poupanqa-Emigrantes e Outras)

A taxa do IRS, incidente sobre os juros de depósitos a prazo produzidos por «contas poupança-emigrantes», «conta de emigrante em moeda estrangeira» e «contas acessíveis a residentes», neste último caso desde que tenham sido ou venham a ser alimentadas com fluxos monetários proçenientes do exterior, devidamente com- piovados. t2 de 37,5% da taxa a que se refere a alínea a) do n." 1 do artigo 7.1.' do Código do IRS.

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ESTA'FUi'O D O S B E N E F ~ C I O S FISCAIS 37

Das zonas francas

Artigo 4 1 . O

(Zona franca da Madeira e zona franca da ilha de Santa Maria)

1 -- As entidades que participem na constituição do capital wcial de empresas a instalar na zona franca da Madeird e zona franca da ilha de Santa Maria aprovei- tam, com dispensa de qualquer formalidade, de isenção de IRS ou de IRC relativamente aos rendimentos pro- venientes de juros e outras formas de remuneração de suprimentos, abonos ou adiantamentos de capital feitos pelos sócios à sociedade, aos lucros atribuídos aos só- cios por esias sociedades e. bem assim, aos resultantes dos juros e outras formas de remuneração devidos pelo facto de os sócios não levantarem os lucros ou remunc- rações colocados à sua disposição.

2 - As entidades instaladas nas zonas francas bene- ficiam de isenção de IKS ou de IRC até 31 de Dezem- bro de 2011, relativamente aos rendimentos derivados do exercício de atividade desenvolvida nessas zonas.

3 - São isentos de IRC os juros de empréstimos contraídos por entidades instaladas nas zonas francas junto de instituições financeiras, desde que o produto desses empréstimos se destine à rea1izac;áo de inve\ti- mentos e ao seu normal funcionamento na corresptrn- dente zona franca.

4 - Sáo isentos de IRS ou de IRC os rendimentos resultantes da concessão ou cedência temporária de pa- tentes de invenção, licenças de exploração, modelos de utilidade, desenhos e modelos industriais, marcas, rio- rnes e insígnias de estabelecimentos, processos de fa- brico ou consesvção de produtos e direitos análogos, bem como os derivados de as~istência técnica e pela

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prestação de informações respeitantes a uma experiên- cia no sector industrial, comercial ou científico, desde que respeitantes a actividade desenvolvida pelas em- presas nas zonas francas.

5 - Aos novos investimentos directos estrangeiros que se destinem à instalação de novas empresas nas zonas francas será aplicado o regime de benefícios fis- cais constante dos números anteriores.

6 - Sáo isento\ de IRS ou de IRC os rendimentos pagos por entidades instaladas nas zonas francas, a utentes dos seus servi~os desde que não residentes em território português.

7 - O regime fiscal previsto nos n." 1 a 4, salvo a data indicada no n." 2 que será 31 de Dezembro de 2017, será aplicado à empresa concessionária da explo- raçjio da zona franca, aos respectivos sócios ou titulares e aos actos e operações por ela praticados conexos com o seu obiecto.

Dos outros benefícios

Artigo 32."

(Isenqão do pessual das missóes diplomáticas e consulares e das organizações estrangeiras ou internacionais)

1 - Ficam isentos de IRS, nos termos do direito internacional aplicável ou desde que haja reciprocidade:

i r ) O pessoal das missóes diplomáticas e consula- res. quanto as remunerações auferidas nessa qualidade;

h ) O pessoal ao serviço de organizações estran- geiras ou internacionais, quanto às remunera- ções auferidas nessa qualidade.

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2 - O disposto no número anterior não prejudica o englobamento dos rendimentos isentos, para efeitos do disposto no artigo 72.' do Código do IRS e determi- nação da taxa aplicável ao restante rendimento colec- tavel.

3 - 0 reconhecimento relativo ao preenchimento dos requisitos de isenção. quando necessário, é da com- petência do Ministro das Finanças.

Artigo 43."

(Empreiteiros e arrematantes de obras e trabalhos das infra-estruturas comuns NATO)

1 - Ficam isentos de IRS os empreiteiros ou arre- matantes. nacionais ou estrangeiros, relativamente aos lucros derivados de obras ou trabalhos das infra- -estruturas comuns NATO, a realizar em território português, nos termos do Decreto-Lei n." 41 561, de 17 de Marqo de 1958.

2 - O disposto no número anterior não prejudica o cnglobamento dos rendimentos isentos, para efeitos do disposto no artigo 72." do Código do IRS e determina- ção da taxa aplicável ao restante rendimento colectavel.

Artigo 43."

(Deficientes)

I - Ficam isentos de tributação em IRS. 50% dos rendimentos das categorias A e B, do cônjuge casado e níio separado judicialmente de pessoas e bens, quando deficiente, ou d o 4ujeito passivo deficiente quando solteiro, viúvo. divorciado ou separado judicialmente de pessoas e bens, ou, no caso de casado e separado de facto, quando exerça a opc;áo prevista no n." 2 do artigo 59.". do Código do IRS.

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2 - Para apuramento do rendimento colectável em IRS abater-se-á, nos termos do artigo 55." do respectivo Código, a totalidade das despesas efectuadas com a educação e reabilitaçáo do sujeito passivo ou depen- dente deficientes, bem como a totalidade dos prémios de seguros em que aquele figure como primeiro bene- ficiario, sem prejuízo da aplicação dos limites estabele- cidos nos n . O S 2 e 3 do referido artigo às restantes despesas aí mencionadas.

3 - Às contas cujos titulares sejam deficientes é apli- cável o regime fiscal da «conta poupança-reformados».

4 - Para efeitos do disposto neste artigo considera-se deficiente aquele que apresente um grau de invalide2 permanente, devidamente comprovado pela entidade competente, igual ou superior a 60%.

Artigo 45.'

(Propriedade artística e literária)

Os rendimentos provenientes da propriedade intelec- tual, quando auferidos por pintores, escultores ou escri- tores, residentes em território português, desde que sejam o titular originário, serão considerados no englo- bamento para efeitos de IRS apenas por 50°/0 do seu valor.

Artigo 46."

(Acordos de cooperaqao)

Ficam isentas de IRS as pessoas deslocadas no estran- geiro ao abrigo de acordos de cooperação, relativamente aos rendimentos auferidos no âmbito do respectivo acordo.

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Artigo 47."

(Estabelecimentos de ensino particular)

Os rendimentos dos estabelecimentos de ensino par- ticular integrados no sistema educativo, ficam sujeitos a tributação em IRC a taxa de 20%.

Artigo 48."

(Colectividades desportivas, de cultura e recreio)

Ficam isentos de IRC os rendimentos das colectivida- des desportistas, de cultura e recreio, abrangidas pelo artigo 10." do Código do IRC, desde que a totalidade dos seus rendimentos brutos sujeitos a tributaçáo e não isentos nos termos do mesmo Código, não exceda o montante de 800 contos.

Artigo 49."

(Partido políticos)

Ficam isentos de IRC, os partidos políticos, sem pre- juízo do disposto ao n." 1 do artigo 22.' do Decreto-Lei n." 595174, de 7 de Novembro.

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PARTE 111

Dos benefícios fiscais na contribuição autarquica

Artigo 50."

(Isençoes)

1 - Estáo isentos de CA:

u) Os Estados estrangeiros, quanto aos prédios destinados 2s respectivas representações diplo- máticas ou consulares, quando haja reciproci- dade;

h ) As instituições de segurança social e bem assim as instituições de previdência referidas no ar- tigo 79." da Lei n." 28/84. de 14 de Agosto. quanto aos prédios ou partes de prédios desti- nados directamente à rea1izac;fio dos seus fins;

c) As associações ou organizaçóes de qualquer re- ligião ou culto às quais seja reconhecida per- sonalidade jurídica. quanto aos templos ou edi- fícios exclusivamente destinados ao culto, ou a realização de fins não económicos com este directamente relacionados;

d) Os partidos políticos, as associaçóes sindicais e as associaçóes de agricultores, de comerciantes, de industriais e de profissionais independentes. quanto aos prédios ou parte de prédios destina- dos directamente à realização dos seus fins;

e ) As pessoas colectivas de utilidade pública admi-. nistrativa e as de mera utilidade pública, em relaçáo aos prédios ou parte de prédios destina- dos directamente à realizaçáo dos seus fins;

f ) As instituições particulares de solidariedade so- cial e as pessoas colectivas a elas legalmente equiparadas, em relação aos prédios ou parte de prédios destinados directamente à realização

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dos seus fins, salvo no que respeita as Miseri- córdias, caso em que o benefício abrange quais- quer imóveis de que sejam proprietárias;

g) As entidades licenciadas ou que venham a ser licenciadas para operar no âmbito institucional da Zona Franca da Madeira e da Zona Franca d a ilha de Santa Maria, relativamente aos prédios ou parte de prédios destinados directa- mente a realização dos seus fins;

h ) Os estabelecimentos de ensino particular inte- grados no sistema zducativo, quanto aos prédios ou parte de prédios destinados directamente a realização dos seus fins;

i ) As associações desportivas e as associaçóes ju- venis legalmente constituídas, em relaqão aos prédios ou parte de prédios destinados directa- mente à realização dos seus fins;

j) Os prkdios ou parte de prkdios cedidos gratuita- mente pelos respectivos proprietários ou usufru- tuários a entidades públicas não sujeitas a CA enumeradas no artigo 9.", do respectivo código, ou a entidades referidas nas alíneas anteriores, para o prosseguimento directo dos re\pectivos tins.

2 -- As isenções a que se refere o número anterior iniciam-se:

( 1 ) Nas situações pre~is tas nas alíneas a) a i ) , no ano, inclusive, em que o prédio ou parte do prédio for destinado aos fins nelas referidos ou, no caso das Misericórdias, a partir do ano, in- clusive, em que se constitua o seu direito de propriedade ;

h ) No caso previsto na alínea j) , no ano, inclusive. em que se verificar a cedência.

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44 ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS

3 - A isenção a que se refere a alínea a) do n." 1 será reconhecida por despacho do Ministro das Finanças a requerimento das entidades interessadas.

4 - Nos restantes casos previstos neste artigo, a isen- ção será reconhecida pelo Director-Geral das Contri- buições e Impostos , a requerimento devidamente do- cumentado que deverá ser apresentado pelos sujeitos passivos, na repartição de finanças da área da situação do prédio, no prazo de 90 dias contados da verificação do facto determinante da isenção, salvo quanto as Mise- ricórdias caso em que o direito a isenção será reconhe- cido oficiosamente sempre que se verifique inscrição na matriz em seu nome.

5 - Nas situações abrangidas pela primeira parte do número anterior, se o pedido for apresentado para além do prazo referido, a isenção iniciar-se-á a partir do ano imediato, inclusive, ao da sua apresentação.

6 - Os benefícios constantes das alíneas h ) a j) do n." 1, cessam logo que deixem de verificar-se os pres- supostos que os determinaram, devendo os proprietá- rios ou usufrutuários dar cumprimento ao disposto no n." 1 do artigo 14." do Código da CA.

Artigo 51 ."

(Casas de renda condicionada)

1 - Os prédios ou parte de prédios arrendados em regime de renda condicionada. estão isentos da CA por um período de 15 anos, contados a partir da cele- bração do primeiro contrato de arrendamento no refe- rido regime.

2 - A isenção a que se refere o número anterior abrange os arrumos, dispensas e garagens, ainda que fisicamente separados mas integrando o mesmo edifício ou conjunto habitacional, desde que utilizados exclu- sivamente pelo sujeito passivo ou seu agregado familiar como complemento da habitação isenta.

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ESTATUTO DOS BENEF~CIOS FISCAIS 4 6

3 - 0 disposto no n." 1 não se aplica aos prédios ou parte de prédios obrigatoriamente sujeitos ao citado regime por força do artigo 7." da Lei n." 46/85, de 20 de Setembro, salvo, quanto aos abrangidos pela alínea d ) do n." 2 do mesmo artigo os quais beneficiam de isen- ção nos 10 anos subsequentes a celebração do primeiro contrato de arrendamento.

4 - Nos casos previstos neste artigo, a isenção será reconhecida pelo chefe da repartição de finanças da área da situação do prédio, em requerimento devida- mente documentado que deverá ser apresentado pelos sujeitos passivos no prazo de 90 dias contados da veri- ficação do facto determinante, da isenção.

5 - Nas situaçóes abrangidas pelo número anterior, se o pedido for apresentado para além do prazo refe- rido, a isenc;áo iniciar-se-á a partir do ano imediato, inclusive, ao da sua apresentação, cessando todavia. no ano em que findaria caso o pedido tivesse sido apre- sentado em tempo.

6 - Os benefícios fiscais a que se refere este artigo, cessam logo que deixem de verificar-se os pressupostos que os determinaram, devendo os proprietários ou os usufrutuários dar cumprimento ao disposto no n." 1 do artigo 14." do Código da CA.

Artigo 52."

(Prédios urbanos ampliados, melhorados ou adquiridos destinados a habitaçao)

1 - Ficam isentos nos termos da tabela a que sc refere o n." 5, os prédios ou partes de prédios urbanos habitacionais, ampliados, melhorados ou adquiridos des- tinados a habitaçáo própria permanente e sejam efecti- vamente afectos a tal fim, n o prazo de seis meses após a aquisição ou conclusão da ampliagão ou dos melhora- mentos, salvo por motivo náo imputável ao beneficiário.

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2 - É aplicável a isenção prevista no número ante- rior o disposto no n." 2 do artigo 51."

3 - Ficam igualmente isentos nos termos da Tabela a que se refere o n." 5 os prédios ou parte de prédios construídos de novo, ampliados ou melhorados, na parte destinada a arrendamento para habitação, desde que reunidas as condições referidas na parte final do n." 1.

4 - Tratando-se de prédios ampliados ou melhorados nos casos previstos nos n."" e 3. a isenção aproveitará apenas ao valor tributável correspondente ao acréscimo resultante das arnpliaçóes ou melhoramentos efectiia- dos, tendo em conta para a determinação dos respec- tivos limite e período de isenção a totalidade do valor tributável do prédio. após o aumento derivado dc tais ampliações ou melhorameritos.

5 - Para efeitos do disposto nos n."' 1 e 3 o período de isenção a conceder será o determinado em confor- midade com a tabela seguinte:

6 -- Para efeitos de concessáci e cessação da isenção aplicam-se os n."' 3, 5 e 6 do artigo SI.", com as neces- sárias adaptaqóes.

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ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS 47

Artigo 53."

(Prédios integrados em empreendimentos a que tenha sido atribuída a utilidade turística)

1 - Ficam isentos de CA por um período de 7 anos os prédios integrados em empreendimentos a que tenha sido atribúída a utilidade turística.

2 - Os prédios integrados em empreendimentos a que tenha sido atribuída a utilidade turística a título prévio, beneficiarão da isenção prevista no número anterior a partir da data da atribuição da utilidade turís- tica, desde que tenha sido observado o prazo fixado para a abertura ou reabertura ao público do empreen- dimento ou para o termo das obras.

3 -- Os prkdios urbanos afectos ao turismo de habi- tação beneficiam de isenção de CA por um período de 7 anos, contados a partir do termo das respectivas obras.

4 - Em todos os aspectos que não estejam regula- dos neste artigo, ou no Código da CA, aplicar-se-á, com as necessárias adaptaqóes, o disposto no Decreto- -Lei n." 423183, de 5 de Dezembro.

Artigo 54."

(Prédios adquiridos através do sistema poupança-emigrante)

1 - Ficam isentos de CA os imiiveis adquiridos, no todo ou em parte, através do sistema «poupança- -emigrante», por um período de 5 anos contados do ano da aquisição, inclusive.

2 - A ~sençáo prevista no número anterior será re- conhecida pelo chefe de repartição de finanças, com base nos elementos recebidos ao abrigo da alínea a) do artigo 144." do Codigo da Sisa e do Imposto sobre a \ Sucessões e Doaçóes.

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48 ESTATUTO DOS BENEFICIOS FISCAIS

Artigo 55."

(Famíiias de baixos níveis de rendimentos)

Ficam isentos de CA os prédios rústicos ou urbanos pertencentes a sujeitos passivos cujo rendimento bruto total do agregado familiar englobado para efeitos de IRS não seja superior ao dobro do salário mínimo na- cional mais elevado.

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52 ESTATUTO DOS BENEFICIOS FISCAIS

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ESTATUTO DOS BENEFfCIOS FISCAIS 55

Normas de aplicaçilo das tabelas A e B

1 - Os coeficientes de conversão definidos nas tabe- las A e B aplicam-se aos rendimentos objecto de desa- gravamento fiscal cujo direito tenha sido adquirido até 31 de Dezembro de 1988, designadamente, os benefí- cios de fonte internacional e contratual e os benefícios temporários e condicionados.

2 - 0 coeficiente de conversão a aplicar aos ren- dimentos objecto de desagravamento fiscal é o que se obtém na correspondente tabela da situação desses ren- dimentos (transição para o IRS ou IRC) pela inter- secção do respectivo imposto parcelar com o imposto complementar.

3 - A conversão de benefícios fiscais no âmbito do IRS será efectuada mediante:

a ) Dedução ao rendimento líquido total do pro- duto resultante do coeficiente de conversão pelo rendimento líquido desagravado, no caso do seu englobamento obrigatório ou facultativo;

b) Tributação a taxa reduzida correspondente à diferença entre a taxa aplicável e a que resulta do produto desta pelo coeficiente de conversão, no caso de rendimentos sujeitos a taxas libera- tórias referidas no artigo 74.O do Código do IRS, quando não englobados.

4 - A conversão de benefícios fiscais no âmbito do IRC será obtida mediante crédito do imposto corres- pondente ao produto da taxa aplicável pela matéria colectável objecto de desagravamento fiscal e pelo coe- ficiente de conversão.

5 - O crédito de imposto referido no número ante- rior será deduzido a colecta do IRC nos termos da alínea d) do n." 2 do artigo 71.' do respectivo código.

6 - Para efeitos de aplicação das tabelas A e B, o coeficiente de redução (coef. red.) é a percentagem de

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66 ESTATUTO DOS BENEF~CIOS FISCAIS

redução da taxa anteriormente aplicada, consoante os casos, em sede dos impostos parcelares.

7 - As retençóes na fonte de rendimentos desagra- vados referidos na alínea b) do artigo 74." do Código do IRS devem ser efectuadas pela taxa reduzida prevista na alínea h) do n." 3 das presentes normas sem prejuízo do disposto no artigo 4." do Decreto-Lei n." ... 189.

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Decreto-Lei n." 143-AI89

de 3 de Maio

No uso da autorização legislativa concedida pela alí- nea s) do artigo 4.' da Lei n." 8/89, de 22 de Abril, e nos termos da alínea b) do n." 1 do artigo 201.' da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Aos rendimentos da dívida pública interna emitida entre 1 de Janeiro de 1989 e a data da publicação do presente diploma aplica-se a taxa de tributação que resulta do n." 5 do artigo 3.' da Lei n." 8/89, de 22 de Abril, como se aquela dívida tivesse sido emitida até 31 de Dezembro de 1988.

Os rendimentos da dívida pública interna que venha a ser emitida após a publicação do presente diploma contam apenas por 80% para fins de IRS e de IRC.

O presente diploma entra em vigor no dia imediato ao da sua publicação.

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PLANOS POUPANÇA REFORMA 5 9

Decreto-Lei n." 205189

de 27 de Junho

Nos termos da alínea h ) do n." 1 do artigo 201." da Constituição, o Governo decreta' o seguinte:

Artigo 1 ."

I - Os <<Planos Poupança Reforma» (PPR) são cons- tituídos por certificados nominativos de um fundo de poupança reforma (FPR), que terá a forma de fundo de investimento, de fundo de pensões ou outros equi- parados.

2 - Os certificados de FPR podem ser subscritos por pessoas singulares ou por pessoas colectivas a favor e em nome dos seus trabalhadores.

3 - Os certificados de FPR podem representar di- versas unidades de participação do FPR, inteiras ou fraccionadas, as quais podem ser ou não desmateria- lizadas.

4 - São enquadráveis no regime dos PPR os seguros individuais de poupança reforma e outros congéneres, desde que cumpram os requisitos estabelecidos no pre- sente diploma, as respectivas reservas matemáticas evidenciam a observância do disposto no artigo 3." e aditem à respectiva denominação a sigla PPR.

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60 PLANOS POUPANÇA REFORMA

Artigo 2."

(gestão dos FPR)

I - Sáo compctcntcs para gerir os FPR as seguintes cnt ictadcs:

( i ) Sociedades gestoras de fundos de investimento, autorizadas nos termos do Decreto-Lei n." 229-C/ 188, de 3 de Julho;

h ) Sociedades gestoras de fundos de pensões, au- torizadas nos termos do Decreto-Lei n." 396/86, de 25 de Novembro;

c) Companhias d e seguros que explorem legal- mente em Portugal o ramo vida.

2 - Cada entidade gestora poderá gerir um ou mais FPR.

Artigo 3." (Composição do Fundo)

1 - As regras a que deve obedecer a composição do património do fundo são as aplicáveis aos fundos de investimento ou aos fundos de pensões ou as reser- vas matemáticas dos seguros de vida, conforme os ca- sos, com a ressalva do disposto no numero seguinte.

2 - Em relação ao património do fundo deverão ser observadas as seguintes relações:

a) No mínimo de 2 % , deverá o FPR ser cons- tituído por numerário, depósitos bancários, bilhetes d o Tesouro ou aplicações nos mercados interbancários;

b) No mínimo de 50%, será o FPR constituído por títulos de dívida pública emitidos por prazo superior a 1 ano;

c) No máximo de 20°/0, poderá o FPR ser cons- tituído por documentos representativos de em- préstimos hipotecários.

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PLANOS POUPANÇA REFORMA 6 1

Artigo 4.'

(Reembolso dos certir~cados)

1 - Os participantes só podem exigir o reembolso do valor capitalizado dos certificados, nos seguintes eventos:

a) Reforma; b) Desemprego de longa duração; c) Invalidez; d) Doença grave; e) A partir dos 60 anos de idade, desde que a

subscrição se tenha iniciado há pelo menos 5 anos.

2 - No caso de morte do participante o reembolso será exigido pelos herdeiros.

3 - Serão estabelecidos por portaria conjunta dos Ministros das Finanças e do Emprego e da Segurança Social a descrição objectiva dos eventos referidos nas alíneas h ) , c) e d) do n." 1 acima, bem como da sua confirmação, a adoptar pelo participante e pela enti- dade gestora, nos casos de pedido de reembolso.

Artigo 5.'

(Cálculo da unidade de participaqao)

O valor da unidade de participação é calculado pelo menos uma vez por mês, em dias a fixar no regula- mento de gestão.

Artigo 6."

(Resultados do fulido)

Os resultados obtidos pelos FPR são objecto de ca- pitalização.

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6 2 PLANOS POUPANÇA REFORMA

Artigo 7.'

(Forma de reembolso)

1 - Nos casos previstos no artigo 4." os participan- tes, ou os seus herdeiros, poderão optar por:

a) Reembolso da totalidade ou de parte dos certi- ficados de forma periódica ou não;

b) Pensão vitalícia mensal; c) Qualquer composição das duas modalidades

anteriores.

2 - As modalidades previstas nas alíneas 6) e c) do n." 1 deverão ser aprovadas pelo Instituto de Seguros de Portugal.

Artigo 8."

(Regime fiscal)

1 - Os rendimentos dos FPR ficam isentos de IRC. 2 - A disciplina do numero 2 do artigo 38." do

Código do IRC é também aplicável quando os bene- fici5rios forem fundos de poupanqa reforma.

3 - Para efeitos de IRS é dedutível ao rendimento colectrível e até à concorrência deste. o valor aplicado no respectivo ano em PPR. com o limite mríximo do menor dos valores seguintes: 20'% do rendimento total bruto englobado e 500 contos.

4 - 0 reembolso dos certificados de FPR estáo su- jeitos a IRS nos seguintes termos:

r i ) De acordo com as regras aplicáveis ao5 rcn- dimentos da categorias H d o C6digo d o IRS, quando a \ua percepçiío ocorra wt. 21 foi-ma de rendas:

6) Pela taxa correspondente a 'ii do seu valor. em c350 de resgate pela totalidade;

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PLANOS PO UPANÇA REFORMA 6 3

c) D e acordo com as regras estabelecidas nas alí- neas anteriores quanto à respectiva parte dos rendimentos, nos casos em que se verifique, simultaneamente, as modalidades nelas referi- das.

Artigo 9.'

(Fiscalizapio)

Os FPR e as respectivas entidades gestoras ficarão sujeitas a fiscalização do Banco de Portugal ou do Ins- tituto de Seguros de Portugal, consoante a sua natu- reza.

Artigo 10.'

(Contas)

1 - A entidade gestora deverá publicar com perio- cidade mensal, no boletim de uma das bolsas de valo- res, a composiçáo discriminada dos valores que inte- gram o património do fundo, e do número de unidades de participação em circulação.

2 - A contabilidade dos fundos é organizada de har- monia com as normas e instruções emitidas pelo Banco de Portugal e pelo Instituto de Seguros de Portugal.

Artigo I 1 ." (Legislayão aplicável)

Aplica-se aos PPR e FPR a legislação dos fundos de investimento, ou fundos de pensóes ou actividade se- guradora, conforme os casos, com as cspecificidades referidas ncste diploma.

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DOCUMENTOS DO MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

ISBN 972-0244-06-5