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MINIST~RIO DA SAODE

SUPERINTENDENCIA DE CAMPANHAS DE SAODE POBLICA

"SITUAÇJlO ATUAL DO CONTROLE DAS GRANDES ENDEMIAS"

Conferência proferida pelo Dr. ERNANI GUILHERME FERNANDESDA MOTTA, na Delegacia de Sergipe, da Associação dos Di­plomados da Escola Superior de Guerra.

em Setembro - 1977

Aracajú- SE.

M.S.-SUCAM

SITUAÇÃO ATUAL DO CONTROLE DAS GRANDES ENDEMIASOr.Ernani Motta

1. Das grandes endemias parasitárias, grandes pela sua na tuTal tendência a se expandir por extensos espaços do Território ~a

cianal. pela gravidade da sua agressão ao organismo do homem c pelaevidente repercussão que têm sobre o desenvolvimento das populaçõesexpostas ao risco, três delas merecem especial destaque: a malária,

a esquistossomose e a doença de Chagas, que, jU5tificadamcnte,ocup~

Tão maior tempo e mais longo espaço, para a análise do seu comport!menta epidemiológico e para que se reaviva o conhecimento dos meiosque se vêm utilizando no seu combate.

Outras, menos expansivas, porque de distribuição focalpredominante, mas de real importância em saúde pública.estão incluidas nos programas das grandes endemias: são as leishmanioses,pesre,filariose e tracoma, sendo que as duas primeiras, como se sabe, po

dem apresentar formas anatomo-clÍnicas severas e surtos epidêrnicos.~ de se destacar, também, a febre amarela, incluíndo a

vigilincia contra o seu veto r urbano, o Aede~ aeg>"pti, pelos CX3llStivos trabalhos profiláticos que exige.

~ de se lembrar, também, que ao lado dessas elltida(I~~ i:i~

bidas de car5ter endimico, ter-se-<Í que pcrfilll31" a tuberclllosc e 3hansellíasc. que retl"ataln não menor faixa dc tl"~nSlnigs5o.

A definição da pl"oblcm5tic3 das ~1"~!lJes cndclnias,:1 ~U~l

delimitaçno geográfica, o lc\"antamento dos ~e'llS índices e indi~,":IJcrcs

cpidemio16gicos, o equacioname"to das nlcdida5 para o seu COllll,~ttc.

com a estratégia c as titi~:lS peculiares a c:ida lima, bem como o~ l"C

sultados colhidos até aqui, formam o contexto dcst3 apresentaç~o.

2. MALÃRIA

Embora erradicada de areas de maior significação dcnlogl"~

fica e s6cio-economlca, as mais densas do país, a malária ainda ln

cide sobre extensos espaços do Território Nacional, sobretudo na Re

gião Amazónica, em que pese a sua rarefação demográfica.Por ser constante ameaça is populações de 81\ do 'rcl"ritó

rio Nacional. justifica-se que seja combatida permanentemente. mediante ações diretas. onde haja transmissão atuaI, ou prevenida,

zatravés de medidas de vigilância, onde já cessou sua transmissão.

Já não é mais novidad~ repetir-se, embora seja oportuno

fazê-lo. que, em 1954, estimava-se em 8 milhões o número de casos'

de malária no país, significando uma assustadora incidência anual

de 300 casos por mil habitantes. Mas, também, ê importante que se

diga que nos dias de hoje registram-se apenas 87.000 casos por ano

(1976), com uma incidência anual de 1,7 casos por mil habitantes.

Tais resultados só poderiam ser obtidos através de op~

rações de cobertura integral de toda a área malárica, que passaram

a ser efetivas desde 1968 c intensificadas a partir de 1972. A si

tuação de hoje é satisfatória, dentro das variáveis provocadas p~

lo próprio ryrocesso de desenvolvimento de regiões pioneiras do país.

A atuaI es:rat6gia da erradicaçio da ~aliria, ajus~~: ~'-as condições brasileiras, vem representando um papel de capital im

portância nos progressos obtidos.

3. A irea malãrica original se estende por 6.9 milhões de

quilômetros quadrados, ou seja, 81\ do Território ~acional. Xos

19\ excluídos como não maláricos, contam-se municípios sem qualquer

potencial malarígeno, por inexistência de vetar suscetível. Esses

19\ compreendem a totalidade do Estado do Rio Grande do Sul, do

Distrito Federal, do Território Federal de Fernando de Norollha, RS

áreas áridas de outros Estados, e aquelas situadas em cotas acim~'

de 900 metros.

A Amazônia legal é identificada como lotaI mente ma15rica, com potencial perene de transmissão.

A poplllação da 5rea malirica origillal 5 dc 4~ milI1Õ('~

de habitantes. representalldo ~O, da população gCl"aI <lo pais. rll:l~

33 milhões deles vivem atualrnente em 5reas j5 desmal:ll"izad;ls.

4. Do ponto de vista da estratégia, tornou-se neccssúri •.

~cnjllst'ar-so o progranla brasileiro de erradicação da ma15ri:l. dcs

de que se comprovou que Ilem todas as áreas respondiam de igual nla

neira nem com a mesma rapidez is medidas ulliformes de ataque, em

virtude das características gcográficas, epidemiológicas e sóclo­

econSmicas, peculiares a cada área. O quadro epidemiol6gico <Ia Alna

zBnia que afora suas car~lcterísticas físico-ecológicas vinh:1 C~I)C­

rimentaTldo consider5veis e graves alterações" em virtude do jlrÓ

prio processo de desenvolvimento, cOlltrlhuiu decisivamellte p:lr:l ~I

revisão do programa.

3

Com base na nova rcalid~dc. dividiu-se a àrca malárica

do país. cm duas: área de erradicação a curto prazo c área de crradicação a longo praz.o, 'em função da resposta obtida às medidas'

de ataque aplicadas c na prioridade para alcallçar a erradicação.

A irca de erTadicaç~o a C1Jrto prazo. com 1,8 milllõcS

de km2. representa 26\ da superfície ma15rica do pi.is c possui 34

milhões de habitantes, que correspondeln ii 79\ da POPUl:IÇ50 tatil]

que vive na citada superfície. Nela estão inclllidns todas as Ulli

dadcs Federadas não compreendidas na Amitz6nia legal.

Por sua vez, a irca de erradicação a longo pra!o. cOln

S.l milhões de km2 e ~,l mjlhões de habitantes, correspolldc. l"CS

pectivamcnte,a 7-t\ da área c a 211. de sua população. Ela abrange as Uni

dades Federati\'as da Amaz6nia. onde os fatores eco16gicos e cpid~

mio16gicos. somados aos de ordem aTltl"OpoI6gica, inerentes a 0111"i1S

de desenvolvimento (estradas, colonização, empreelldilncntos agl"Op~

cu5rios, mineração, etc.), contribucnl pal'a qlle a total intcl"rll~~O

da transmissão de maliria, somente possa ser alcanç~lda cm pra:o '

mais dilatado.

A bova estrat~gia baseia-se lIa flexi\lilid:lde e di,"el"~i

ficação operacional. para l"aciollalização das ilÇ5cs. ,l~ acoI"do cUln

as caracteristicas epidelnio16gicas de cada 5ren. ,'isalldo :llcilllçal'

a intensificaç~o. aprimoramento e conplemC'nt:l~ão d:J~ liledid:l:-; "lI.'

ataque e' dns ati\"idatles de' Yigi1iinçia (pidC'J!dológiC:l. de nl~lIh ILI'

qlJe Se' [;.I(:i1ite c se 3("cll'1'c :1 ohtel1ç~1O do ohjeti\"(l fin:lt.

Em funçno dCSSl'S princípios, a SUC\.'I a partir de l'

vC'm t!cscnvo)"elll!o o ~eu pro~ral1la de comhate ;1 m:ll:írja :lp1 i(,ln.l., .1

segllilltc rneto(!ologia:

A mediel:1 fundamelltal de atnque continll:l sendo il :Ipl il";I

ção intradomicili<lr de DIH cm ciclos semestr:Jis.Lm ;11

gumas fire:I!;, onde este ins('ticid:l por si 56 n110 f. ~Hri

ciente l)nl"O illteJ"rOlnper ~I tr;lnSlni5s~o. Olltl"~IS aç5es ~orll

plcmelltJl"CS são utilizadas, ViSilllclo sobrctu(lo. i ('Iinli­

naç50 de criadollfos POl" OI)r~IS de PC'<luclla cllgenhal-i:1 S:1

oit5ri<l. ~l<lis recentemente. iniciou-se ii apl icaçll.o (';\P~

riment;ll de VAPONA cnl ire;15 (Ie Kel'teszia. alSnl d;IS ilti

vidadcs dc dcsllromelizaç~o e desrnat~lmcllto,

AtravSs de cOllvênics ccnl enlpres5rios di) A111~tz5ni:1.cst~~e'

tentando illtrodlJzir o lISO de nclllllizaç5e5 CUIll outl'O~ 111

4

seticidas em áreas de intenso desmatamento;para i.pla~

tação de projetas agropecuários na Região.

Intensificaram-se as avaliações epidemiológicas. por localidade. visando eliminar 80 máximo a cobertura cominseticida em áreas de baixa incidência e com pouca re

ceutividade. Também exclui-se da borrifação. a partirdessa época. a Quase totalidade das localidades urbanas'

e semi-urbanas com mais de 500 casas, já sem transmissão.situadas principalmente na áT~a de erradicação a curtoprazo; recentemente, estendeu-se essa providência também

a area de erradicação a longo prazo.

Como parte importante da nova estratégia. o planejamentoda busca de casos de malária, tem sofrido modificações .

racionalizando-se a intensidade, a extensão e a frequência das visitas às localidades ,para a colheita de sangue

da popUlação. em função direta com o grau de potencialmalarígeno das áreas epidemiológicas.Por sua vez, reconhecendo-se o valor significativo dabusca passiva de casos, este tipo de atividade continua'a constituir o substrato do sistema de busca em todas asfases do programa.

A racionalização preconizada pela nO'"3 estrat~gia, cOlltinua sendo a maior preocupação da SUCA~I" que na busca Llenovas alternativas, está estudando a ,"iabilidade de tl":tll~

ferir para a f~:e de ataque com bOT1"ifação suspensa, osgrandes vazios demográficos da Região Amazônica.Com i~~o,

objetiva-se tOl"nar mais realista a proporção da supel"ficie das áreas em ataque com a população protegida. pois'enquanto existem 11 milhões de habitantes catalogados

nas áreas em fase de ataque, a sua extensão alcança 5.5milhões de kmZ. No momento cm que se tenha conheci~cllto'

da implantação de quaisquer projetas de desenvolvimcJlto'

nesses espaços vazios. se reprogramarão as mcdidas deataque em função das características e da magnitude doempreendimento.

Constitui, também. motivo de estudo, a viabilização doemprego de 1 ciclo anual de borrifação com DDT em área~

5

da Região Amazônica. afetadas por periódicas inundações.

as quais dificultam a5 operações e eliminam. praticamen­te. o inseticida depositado nas paredes das casas. Pracura-se, com isso, compatibilizar a aplicação do insetici­da com O período de maior transmissão durante a época davazante dos grandes rios. Durante a fase das enchentes opessoal de borrifação será empregado para intensificar a

busca de casos,visando sempre obter melhores informaçõesque facilitem as decisões no futuro.

S. No período comp~eendido entre 1972 e 1976 o emprego da

nova estratégia permitiu novos e significativos avanços: das 23

unidades federadas com área malárica. 8 encontram-se totalmente emvigilância. enquanto que outras 11 já se acham parcialmente nesse

mesmo estágio. Nas áreas sob vigilância. vivem 33 milhões de habitantes, que representam 75\ do total da área malárica do país. Apopulação das áreas em fase de ataque é de 11 milhões de habitantes, ou seja, somente 25\ daquele total.

O índice de positividade tem declinado continuamente. Seo mesmo em 1960, atingiu a 16\ como média nacional e na Amazônia'ultrapassara oS 30\, caiu para 3.4\ e 10,4\ respectivamente; em1976.

Os maiores focos de malária estão locali!ados na Am~:alia

cuja região contribuiu com 88\ dos ca~os registrados em 1976 enl todo o pais. Além dos fatores naturais que nela facilitam a tr311Slnis

são da malãria, ta"is como temperatura, umidade c chllvas. outl'OS l"C

lacinnados com o homem dIminuem a eficicia das medidas de conll}~te

a esta endemia nas áreas mals comprometidas, que incluem a COllstrução de rodovias e a impIantnção de projetas agropccu5rios c de coIonização, onde a precariedade das moradias cria maiores oportlllli­dades para o contato homem· vetar.

Apesar dessas dificuldades. progressos positivos vcnl sendo alcançado na Região Amazônica, em áreas com ponulação estável enão influenciadas por projetas de desenvolvimento. Atualmentc, ~s

medidas de ataque com DDT estão suspensas em áreas com transmjss~o

interrompida, que abrangem 84 mllnicipios, com uma extensão de275.000 km2 c uma população de 2,0 milhões de habitantes.

Na arca de erradicação a curto prazo,os resultados J~s

açoes de combate à malária estão sendo mais efetivas e os progre~

6

sos são alcançados em menor espaço de tempo. Em 1965, nesta área.o índice de positividade foi de 5,4\. A evolução dessa positivid!de manteve-se em declínio constante até a época atual, alcançando'

em 1976 a 0,4\, em mais de 1.8 milhões de amostras de sangue exam~

nadas.

Considerando-se os resultados obtidos até o momento.acr~

dita-se nao existir sérios obstáculos para ser atingida a erradic!ção na área a curto prazo, até o fim deste decênio, abrangendo /

44.4 milhões de habitantes equivalentes a 88,4\ da população total

da área matárica. Na áre~ a longo prazo espera-se conseguir uma r~

dução da incidencia ao nível mais baixo possível e compatível como desenvolvimento regional, estimando-se em 5,8 milhões de habitantes a população da Amazônia onde ainda poderá persistir a transmissão da malária.

NrHIST~~ln DA SAnOP.

~'.:PUIHTP"mt:NCIA nF. C"\'PANHA~ nF. SI',Otll ,nnlCA

N.lirla: Tabala 1.

RESULTAOOS nA IwsrA

1911

nF r.ASO~

191('1

nr: HALO IA

-

ITOTAL hEA !lV.LX Rr CA A"nr" CUPlO "RAIO ~RFA LONGO PAAZO

" lf O A~()SlRAS DF. SA"lGIIF. "'If'STR"~ nr !iA"lr.ttF. AU(l!iTlAS nl !i""'Wl

t'U'\II~flnA~ r051TIVA , r. XA~II-;" nA!i ro~ITIV"., nA'" 'IA I'IA ~ 'O'ôITI\',,'ô I

1!'71 1.1H.7U 7"1'''!! ." 1.'\lS.111 n.2117 I " .n".606 SS.Hll 11.1

1912 l.B•• OlS ., .191 ", 1.731.H!' 11\.642 I , I SOIl."fl6 ti •• tI~O 1Z, !I

1913 l. 211. 7lo1 7(,.946 I,' 1.7(·0 .• 15 11.IU 1.2 521.HZ 55.IIH 10,6

191': 1.211.I.11 f'I ~ • fi A1'1 2, , 1.1"15."'21 11,1'0 O, , 5\5.1'101 51 .• 59 • ,I

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ESQUISTOSSOMOSE MANSONlCA

Endemia de ampla expansão no país. a esquistossomosc caostitui uma das grandes prioridades programáticas do Ministério daSaúde.

Em 1974 evidenciava-se a presença da esquistossomosc em944 municípios de 1.287 pesquisados; em 478 deles o índice ultTapa!

sou os 4\. em 466 situou-se abaixo desse percentual e em 343 os exames foram negativos. A amostragem foi sempre superior a 1,5 milhõesde exames. Como se ve. 72\ desses municípios foram positivos para aesquistossomose e a população que lhes corresponde ascende a 40 mI

lhões de habitantes.

Esta larga distribuição vem sendo comprovada através deinquérito de prevalência de âmbito nacional, em escolares de 1 9

grau, o qual delimitará, com inteira segurança, a atuaI distribui-'

ção geográfica da esquistossomose no país, por unidade federada eseus municípios.

Atrav~s de dados colhidos at~ 197~. a esquistossomo~ apresenta-se sob forma endêmica ou focal na vertente atlântica, desde'

o Pará até o norte do Paraná, exceto o Piauí; fora dessa área sose verifica endemicidade em ~Iinas Gerais.

Configura-se, pois, não so como pl-ohlcrna médico-assist011-cial e de saGde p~blica. mas tambéln de polftica de governo, 11c1a

proful1da repercuss~o s5cio-econõnlica de que se reveste

E. por ter, justumente cm vista as implicações apont:lll~s'

e considerando a inexorável expans~o da esqtlistossomose. por esp~

ços cada vez maiores, se não for contida, instituiu-se o Pt'ogram:1 'Especial de Controle da Esquistossomose, o PECE, dotado de reCUl-SOS

especiais, com o objetivo de reformular a estratégia do controle dacndemia c a metodologia do trabalho. modificando o que seja cOllsid~

rado necessário nas práticas usuais, bcnl como inovando e implalltall­

do novos esquemas e novas armas que possam constituir-se em barrei­ra efctiva i contíntla ampliação da área endS.ica.

Não há dGvida de que os princípios básicos do Progr<.rln:l eo seu plano de trabalho visando ã delimitação da endemia. utili:an­

do índices de prevalência. bem como o levanta.ento de criadouros

IO<3a,dades, casas e moradores. através de cuidadoso trabalho dereconhecimento geográfico. õ levarão a beneficiar cerca de 40 milhõcs de habitantes, cobrindo toda a árca endêmica e montando esquemas de profilaxia para as áreas indenes, como já vem fazendonas áreas de irrigação.

Quanto à metodologia e metas básicas, estão assim definidas:

- motivar as populações das áreas de trabalho para a impor-'

tância e a utilidade das atividades a implantar em seu meio.através de açõ!s educativas; entre essas ações merecem destaque o treinamento de agentes multiplicadores, como pr~

fessores, líderes, grupos informais das comunidades, etc.,

a formação de "Patrulhas da Saúde" para desenvolvimento deações motivadoras, junto às famílias e outros contactos,visando'a medidas de hi2iéne. acolhimento e aooio nara o oroIlr8ma do PECE:

realizacão. na área endémica. de exames conroscóoicos emescolares de 7 a 14 anos. por localidade, nas zonas urnanae rural, para fins de diagnóstico, a~aliação e controle decura;

tratamento dos criadouros de inlpol·tincia epidemiolõgicl1

com a aplicação de molllscicidas, quando nio for POSSf\'clsua extinç~o com Obl"aS de pequena cngcnhul·ia;

implementaç50 do projeto a cargo d3 FSESI>, consubstnllci;ldo

cm construção ou ampliaç50 de sistem3s de ab3stccilncIltod'água, de lavanderias e bunheil·os p~blicos e de mclllol·inssanitari3s domiciliarcs em arcas de alta endemicidnclc.

Com essas medidas estão sendo atclldidas 5reas do ~1nr(11111~O,

Cearã, Rio Grande do ~orte, Paraiba, Pernambuco, Al;lgons e

Sergipe. Este projeto de snneanlento ahrangcr5, at~ o seufinal, 233 municípios, 1.366 localidades, benefici~lnllo di

retamente 2,6 milhões de habitantes. nlediante a inst~II;lç5o

de 754 sistcmas de ahastecimento d'igua. 875.200 mell\oriassanitárias domiciliares, 1.114 melhorias sanitárias ~scola

res e mais a construção de 741 conjuntos cOllstituidos. cada um. por lavandcria/chafariz/banhciro/privada.

As atividades do PECE tiveram início em setembro de

1976. após a sua aprovação, que ocorreu no mês de agosto. A partirdaquela data, até o presente, as ações se concentraram em seis Estados do Nordeste que integram a área de maior endemicidadc. Essas

atividades estão representadas pelo reconhecimento geográfico, tr~

balhos malacológicos, coproscópicos c tratamento coletivo.Reconhecimento geográfico - Este é um trabalho preliminar,indispe~

sável às outras atividades do Programa. Consiste no cadastramento'das localidades, casas. população. bem como de colcções d'água quepossam ser crladouros para os transmissores da esquistossomosc.

Até o final de 1977 este trabalho dcverá estar conclui

do em todos os 256 municípios existentes na área endémica daquelesseis Estados. Até o momento já foram reconhecidos 76 municípios, oque corresponde a 30\ da árca a ser trabalhada.

Em síntese. os resultados da área cadastrada no períodode setembro/76 a abril/77, totalizam 76 municípios, 4.736 local idades, 295.000 casas e 1.100.000 hahltantes.

Trabalhos de malacologia- Referem-se à pesquisas de campo ligadasaos caramujos vinculados à transmissão da esquistossomose. Estas

pesquisas não podem ser desenvolvidas com a mesma velocidade do reconllecimento gcogrifico devido à sua complexidade. Contudo aCOI~ll~­

nham-no e se dcsenvol,-em 110S municfpios já cadastl"ados.

Para 1976/-7 foram progr:lmados 14<1 municfpios, do~ quals

51 foram pesquisados. correspondendo esse numero a 35.4\, mantendo

uma certa proporçao com o avanço do rcconhecimel1to geográfico.Os dados estatísticos globais das pesquisas malacológi­

cas, referentes ao período setcm!lro/76 a abril/-7. são os segllill-'tes: 13.50·0 coleções 11idricas pesquisadas, com 4.300 apresent~ndo'

caramujos (31,8\), sendo rllC em 30\ dcst~s foram encontrados C;ll"a

mujos infectados.As espécies encontradasforam .,!!.glabrat3 e .!\.stra­mínea. De aproximadamente 400 mil exemplares coletado5. 350 mi I [oram examinados. sendo 1.500 positivos, o que represel1ta um índjcc'

de infecção natural de 0,42\. Em cerca de 18.000 estações de C3pt~

ra, j5 instaladas. estud~l-se o comportamcnto da dininlica da POlllll~

ção planorbídica .

Exames coproscópicos - Visam, não só a determinar os níveis de prc

val~ncia da esquistossomose, como permitirão avaliar os resultat!os

~das medidas que vêm sendo executadas para o controle desta endemia.Dos 256 municípios que formam a área cndêmica do Ceará

a Sergipe, foram trabalhados 132 no período setembro/76 a abril/77,número equivalente a 51,6\ daquele total. Com exceção de 3 municí­pios, todos os demais mostraram-se positivos para ~.mansoni.

Os dados estatísticos das atividades de coproscopia p~

dem ser assim resumidos:

- n' de localidades trabalhadas 882

- n' de localidades positivas 795

\ de localidades positivas 90.1

- exames realizados (n') 101.366

- exames positivos (n') 32.506

\ de c··"·~~~ ~ositivos 32.1

Saneamento bisico - Abrange a área ellci~lllica c VIsa alca.lçrl" o liláx!fiO de amplitude e efetividade em zonas rurais, áreas perif~l-icas 'das cidades e em conglomerados humanos completamente desassistidosdas mais rudimentares condições de higiene coletiva e individual.'

Ao mesmo tempo, objetiva reduzir a prevalêncIa de doença de tr~ns­

~issão hídrica, benefício êste que se soma a redllçio da esqllistos­somose.

Estas obras de S311camento abrangem sistcm~s de ah:lstrcimento de igua, melhorias sanit5rias dO~liciliares r Olltt"aS ol'Tas deInteressc coletivo.

Ressaltc-se que este progl"Ulna envolvc llll13 dinimic:1 tletrabalho e illvestimentos sem precedentcs. E SU~1 finalidadr pOlir

ser assim resumida: constJ"llir uma privada higi~nic3 e fornecrl­igll3 nio cOlltanlinada a qllem nada POSSlli, seja Oll n~o um rsqllistos­somcitico. como condiç50 de sohreviv6ncia para o Ilonlem e ,l~ l"rle-'vancia para o proprcsso na \'nr~o.

'J'ratalllcllto colctivo - Foi iniciada .la R~giio do ~lnxarangllal)C, 110Rio Grande do N01"te. apSs 5e haver cOllc]ufdo 3 fase pl"clilnill:lr Je'

implalltação do Programa, com o reconhecimento geogr5fico, leV:lllta­mento malacológico e coproscópico.

Escolheu-se como momcllto PI"opreio para esse trat;IIIICIJtoo perrodo de gralldcs precipitações pluvioln~tricas, com r5pid:J ele

vação do nível das coleções d'água. provocando mortandade poratrito nas poplllações de caramujo5, hem como a sua dispcrsão por

Rede

sendo adosedroga

de 15

arrastamento das correntezas. o Que resulta em acentuada redução dopotencial de transmissibilidade da esquistossomose, em tais pcríod~.

Essas ocorrências naturais favorecem o alongamento do p~

rÍodo de cura dos portadores de Schistosoma mansoni, porque dão

maior espaçamento ao risco de reinfecçõcs.O tratamento coletivo foi feito de casa em casa,

ingerida ã vista dos guardas medicadores da SUCA~1, nae 20 mg/kg para adultos e crianças, respectivamente.

Até agora foram medicadas quase 100.000 pessoas nag130 trabalhada, sem o registro de qualquer efeito colateralsignificação.

•RECONHECIMENTO GEOGRAFICO

SETEMBR0/1976 - ABRIL/1977

•76 MUNICIPIOS

4. 736 LOCALIDADES

295.000 CASAS

1.100.000 HABITANTES

1;1. SOO

4300

~o'O. 000

3 SOo 000

t 'Soo

1.8. 000

CA7l:A~{/JoS CO~I!'TA [los

Ir "''''/'fIIVADOS

POSITIVO";

-EiS r .ACOE t; 'DI! cAP ,"!IA 5

DADOS DE coP~O~COPIA

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DOENÇA DE CHAGAS

A endemia chagãsica capitula-se entre as mais difun

didas e graves de quantas ocupam posição prioritária nos progr~

mas do Ministério da ~aúde.

As informações disponíveis retratam a presença detriatomíncos nas casas, em extensa faixa territorial,que se -estende do Maranhão ao Rio Gr~nde do Sul e daí para o Centro~Oeste. em

mais de 1.200 municípios. enquanto que na ReRião Amazônica têm si

do encontrados em seus ecótopos naturais. A dispersão dostriatomÍneos vetares cobre cerca de 2 milhões de quilômetros qu~

drados. em áreas descontínuas.Inquéritos anteriores realizados através de136.062

reaçôes de Guerreiro e ~1achado. em 476 municípios de 11 Estadosda vertente atlãntica (exccto Sergipe e Espirita Santo), em ~linas

Gerais e Goiás, revelaram indiccsde positividade variáveis.com osextremos de 0,09 e 60,46\,este último em Bambuí, Minas Gerais.Aliás, este último Estado e Goiás têm apresentado municipios compositividade superior a 30\.

A delimitação definitiva da área endêmica está sendo consolidada atrav6s de inqu~rito soro15gico de preval~llci~.il'!

-ciado em 1975 e com encerramento previsto para 1978. I! de ~mhito

nacional, atrav6s.de micro-regiões homogêneas c vent sendo exccut!do mediante ativi~ades coordenadas pela SUCAM. com participaç30do Instituto de ~ledicina Tropical da Universidade de São Paulo cde laborat6rios de outras instituições públicas. Por essa amostl"Ogem estratificada poder-sc-á inferir, ao fillal, ~a real extens~o'

da cndemia,das áreas envolvidas e dos indiccs d~ prevalência.

O fUlldamcnto da estrat~gia da luta contra a docllçade Chagas é representado pela interrupção da cadeia ~e transmis~~~

eliminando dela o transmissor alado. o triatomíneo. atrav6s de medidas eficazes executadas no espaço domiciliar el ou impedindo oseu acesso a ele.

Adquire maior ênfase essa estratégia tendo-se emvista a completa c total inexistência de medicamento específico.de qualquer natureza, contra o Trypanosoma cruzi.

t Para bem se aplicar a mencionada estratégia,em campanha de saúde pública, é indispensável que se conheça a extensão

e os limites externos da endemia. traçando o seu contorno e ide~

ti ficando-a em seu interior, através do Reconhecimento Geográfico(RG), do levantamento triatomínico simultâneo e do inquérito deprevalência. O RG reconhece o terreno, procede ao cadastramento 'das localidades e de todas as casas e anexos encontrados,bem comodos habitantes, nas areas com informação.

O inquérit~ triatomínico e o de prevalência ~ao osindicadores do planejamento operacional e estendem-se, por amostragem, a todo o território nacional, para que a campanha visandoao controle da endemia tenha universalidade operacional.

As áreas já conhecidas e aquelas com informação segura e por isso levantadas, já vêm sendo sede de operações deataque contra os vetares, sendo que algumas delas já alcançaram oestágio de consolidação, por se haver logrado o objetivo visado.

Sabe-se que a tendência dos triatomíneos ê a recol~

nização nos domicílios e anexos. depois de eliminados, razão porque a fase de ataque permanece, com cert~ periodicidade, até que

o índice de infestação predial seja reduzido a menos de 2\,quanuoentão é substituída por operações de vigilância entomológica porprazos determinados por indicadores epidemiológicos.

Pelo exposto, verifica-se e conclui-se o quanto éimportante llm programa ue melhoria da hdl>itaç30 na :ono rural.poisos triatolníneos nio colonizam em casas com acahamento que jnIJ'~ç~

a formação de nichos e outras falllas que lhes possam servir (Ieabrigo e esconderijo. A melhoria da habitação é ratar de granderelêvo no controle da doença de Chagas.

Com o levantamento triatomínico t~mbém se procede ~

verificação do ílldicc natural da infecção, através do exame deexemplares capturados, após serem desalojados dos e5conderjjo~ domesticos, com aplicação de piriza.

Delimitada a irea de traballlo, desencadeia-se a (ase de ataque atravSs da borrifacin ~n~ ~J~C dos domicilios e alIe

xos, em 100\ das localidadc~ ~ositivas, ~umcro que passa a serreduzido, na sequência dos ciclos, cobrindo-se apenas as casas p~

\sitivas. AvaliaçSes paralelas vio indicando os pr~dios nos qU:lis'

se pode suspender a aplicação do inscticida, transferindo-os ã fa

se da vigilância.

Decorrido 3 anos de vigilância epidemiológica proc~

de-se ao inquérito sorolágico do grupo et5rio abaixo de 3 anos, p~

ra avaliação da intcrrtlpção da transmissão.

Intensas atividades de cdtlcaç50 sanit5rio aconlnallll~lm

todas as fases dos trabalhos. no treinamento do pessoal da campa-o

nha at6 a realização de amplos COlltactos com outol"idades e popllla­

çao, para integr5-las 110 espirito d~1 campanllD.

..... ......... . . . . ..... . . . .... . . . . . .. .. . . . . . ... . . ... . . . . . .... . . " . . .Com OS resllltados j5 obtidos, o rTo~rama ele Ch:l~:a~ :I!

cança um alto nível de maturidade e atinr,e ur:la fase de expre~si\':1 ­

maRnitllde operacional, pois ji se estende a nais de fiO' (la irra ell

dêmica.

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"INIsTERIO DA sAODESUPERINTENDENCIA DE CA"PANHAs DE sAODE P08llCACAHPAnHA CONTRA DOENÇA DE CHAGAS

POSITIVIDAOE DE TPIATOHINEOS POR UNIDADE DA FEDERAÇKO • 1975 • 1976

Ch.,•• : rabeia 2••

"9 DE T • I A TO" T N E O 5UNIDADES DA SUCAM

OPDEI1 CAPTURADOS EXAMINADOS POSITIVOS S

DI CEARX J4.706 11.S69 1.661 7.4

01 RIO GRANDE DO NORTE 37.911 19.891 ]S] 1.1

D3 PARAlaA 6.706 5.950 184 4.8

04 PEAIIAI4DUCO 9.608 1.83R ]H 4.]

OS 'lAGOAS 10.355 7.]l1 llS 1.6

05 SERr.IPE I .1 SS 851 H 1.6

D7 8AHIA 51.951 18.1]5 1. 64 I S.S

OS GOlAS 69.15] 13.748 640 4.7.

D' ~·'I~~AS GERAIS 8",92' 74.065 J ,415 4.6

10 MAIO GROSSO • 10.113 4.76 I 51] 11..

11 PARAr'A •. 481 •. 175 78 1.8

11 R:~ ~OA'!OE no SUL 10.01" 7.U~ 1.?6 3 1G. 9

13 PI Aul 9.]00 3.011 141 4.9

T o TAL 341.'91 20'," 916 10.47D 5.0

... CA:~ro r:RA'IDE

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19 • ARAI,.AO II - 11 .9<0 ., O T A L 1. 01 O lU <lI.lll 108.191

P E 5 T E

A peste, que já constituiu problema de magnitude em ex

tensas áreas e importantes centros do país, encontra-se nos dias­de hoje, limitada ã zona rural de alguns Estados do Nordeste.

O seu caráter de zoonosc. entretanto. a mantém como pr~

blema de saúde pública, pois, ainda em 1974, um surto epidêmico

causou cerca de 700 casos humanos no Ceará, Bahia e Pernambuco.Consideradas as peculiaridades da transmissão da doença,

a estratégia para o seu combate se faz através de medidas profilá ­ticas e de ataque.

Na profilaxia ofensiva destacam-se, como medidas opera ­cionais, a desratização e a despulização das áreas dos focos ativos.e o tratamento precose dos casos humanos, cujo aparecimento, ao la­

do de epizootias. explica esse conjunto de medidas.O uso de inseticidas eficazes nas habitações, para a

despu1ização, o de rodenticidas como o cianeto de cálcio e o fluo­

racetado de sódio para a desratização e a administração de estrcp!omicina ou tetraciclinas no tratamento dos casos humanos, constituemas armas do presente, utilizadas com metodologia adequada ao fin

proposto.A vigilincia epidemiolóRica. cobrindo as áreas de 11aior

risco, está apoiada em Estações de Captur~ móveis, cada uma delas ­dotada de um Laboratório de Apoio para a triagem de material collli­do. Estão instalados, também, Laboratórios Regionais, em Feira deSantana, Ipú e Maceió, e um Laboratório de Referência, funcionando­

cm Garanhuns.Inclui-se. ainda, como estratégi~, a melhoria da habita­

ção nas áreas pestosas e, a respeito, já se deu inicio a um progra­

ma em Ipú no Ceará. Integram essas medidas a melhoria do piso erodapés das casas e o desmatamento peridomiciliar, com a participa­

ção ativa dos moradores.O ano de 1976 caracterizou-se pela melhoria do problema.

pois em 1975 ocorreram 496 casos humanos e cm 1976 esse número

- 2 -

reduziu-50 para 97. o aenÓT já obtido nos últimos 10 anos, gra ­ças. justamente, às medidas de profilaxia ofensiva estabelecidas,cabendo destacar-se que não se registrou nenhum óbito, ocorrênciaassinalada em passado não remoto, e evitado, agora, pela instituição do tratamento precoce dos casos.

F E B R E AMARELA

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No que diz respeito ã Febre Amarela, desde 1942, quan

do se conseguiu erradicar o seu vetar urbano, ela passou a se con­finar às áreas selváticas. enzoótica e epizoótica. alcançando o

homem acidentalmente.Entretanto em 1968 o Aedes se reintroduzia no Pará e

Maranhão através de embarcações procedentes do exterior, sendo noV8mente erradicado. Em 1976, reintroduz-se em Salvador. e de novo,

como da vez anterior. procedente de outros países. sendo detectadopelo Serviço de Vigilância Epidemiológica e imediatamente adotadasas mesmas medidas que tanto êxito obtiveram na última infestacão.

Quanto ã Febre Amarela Silvestre. a vacinação é aprincipal arma utilizada. Em 1976 foram \,3cinada.s aproximadanente

2 milh5es de pessoas. Nesse mesmo ano, um 56 e finico caso Ilumnno­

foi registrado, repetindo ocorrência do ano anterior.

Filariose

CONTROLE DE OUTRAS ENDEMIAS

prãticamente só existem dois focos de interesse Cp!

demiolõgico - Belém (Pa) e Recife (Pe).Em 1976 foram examinadas 360 mil pessoas em Belém­

e cerca de 300 mil em Recife. onde se obtiveram Ín­dices de 0.8\ e 2,2\. respectivamente. Todos os ca

sos foram medicados por guardas da SUCAM, de casa ­em casa, da primeira até a última dose. Inquéritos­hemoscópicos reali~ados em antigos focos demonstramque esta filariose desapareceu nos mesmos.

Tracoma e Bócio: após o inquérito de âmbito nacional, realiza

do durante 12(doze)meses letivos(1975/76) ,em 370,000 esco-lares do 19 grau (7-14 anos), foi determinada umaprevalência de 3,6\ para o tracoma e de 14.0\ para

o bócio endêmico. o que denota um declínio acentua­do em relação a situação anterior.Com respeito ao tracoma, a partir deste semestre .foiiniciada uma campanha intensiva em 6 (seis) Esta<tos

do Nordeste ( CE,~~, PB,PE,AL,SE) abrangendo os principais focos residuais desta endemia.A visita é feita de casa em casa, identificando-se emedicando os doentes encontrados.

Quanto ao bócio endêmico a medida profilática consi!te na adição do iodato de potássio ao sal de cozinha.

A hansêniase : A hanseniase se distribui irregularmente por todo o

Território Nacional predominando na Amazônia e CentroOeste com uma prevalência de 2,9 e 1,9 por mil habitantes, respectivamente.

Em termos nacionais é de 1,3 doentes por mil habitan­tes e tem-se mantido praticamente inalteradn nos últ!mos 15 anos. Entretanto, no quinquênio 1971/75 a ta -

xa de crescimento de casos foi 5 vezes mais elevada que a taxa de crescimento da população geral ,

expressão de maior procura ativa de casos.Incorporar ã rotina das Unidades de Saúde locais, procura de casos de hanseniase, visando ao diag­nóstico precoce da doença.Tratar os doentes em regime ambulatorial a fim (le

impedir ~ evolução dos casos iniciais e negativaros casos contagiantes, interrompendo a cadeia detransmissão da doença.Prevenir o tratar, por técnicas simples, as incap!cidades físicas.

~.;~ são as metas estabelecidas pela Divisão Nacional de

Dermatologia Sanitária.

O aumento do percentual de diagnósticos de formas ­

clínicas iniciais da doença, que também vem sendo ­observado poderá facilitar, a longo prazo, o contrale da endemia.

1\ no Sul e

2 no Nordeste-

de infecção· é de2,5 no Norte,Centro-Oeste e chega a

e l,S\ no Sudeste.

O declínio da mortalidade foi de 170 paTa 70 na dê

cada de 1950, desacelerando-se nestes últimos vinteanos, situando-se atualmcntc em cerca de 20/100.000

habitantes, como média nas capitais.

A tuberculose ainda constitui um grave problema de

saúde pública.As regiois ~orte e Nordeste anresentaram uma m6<lia

de prevalência de infecção de 16,9\ e 14,2~. r~~r~c­

vamente. ~as rcgiois Sul, Slldcste e Centro-nc~te ,

estes percentuais se situam em torno de 8\. A l~aior

prevalência é de 27,2\ em Belém e a menor é de ~,3\

cm Florianópolis, com a média nacional sitUBl1Clo-sc ­em 12,8\.

O risco anual

Tuherculose

- 3 -

No Brasil, com 8 simplificação e a padroniz~

ção das técnicas e a progressiva nhrangência ­do programa nacional de controle. logrou-se umconsiderável declínio da mortalidade sem aequivalente redução da morbidadc.

Tomando-se em conta a possihilidade de dia~nós­

tico por meio de haciloscopia ~o escarro, a criciência comprovada dos esquemas terapêuticossimplificados e de baixo custo e a efetiva pr~

venção pela vacinação BCG, a Divisão Nacional deTuberculose busca tornar o programa de contTole­

de amplitude nacional. com açôcs permanentes cintegrado ã estrutura dos serviços ~erais de

saúde.Apesar dos resultados já conser.uidos serem supe­riores aos alcançáveis em décadas anteriorc~. 3

verdade é que eles estão ainda hem longe do dcsejado.

As mudanças nao atin~iran nem lIrlrJ ílJTIolitu<!c. nemuma profundidade sltficicntc pnrn alterar (!c for­ma substancial o qll3llro Ilacionnl da doenc~.

·Como se ve, o volume de trabalhado realizado nestesúltimos anos, através de uma estrutura técnico-operacional que seve. aperfeiçoando para a cobertura das metas programadas, no~ au

torita a concluir que a luta contra as grandes endemias, em nossopaís. alcança níveis de plena realização. embora muito se tenha'que produzir nos Bnos próximos.

Endcmias que eram trabalhadas em áreas restritas,e!bora fossem ou sejam de dimensão nacional, já estão sendo oper!das ao longo das áreas em que se registra a sua presença.

Há, sem dúvida. uma profunda transformação na filo­sofia do trabalho, nos objetivos reformulados, nas metas a atingire na qualidade das operações em execução.

Estas novas colocações nos dão o sentido de uma s~

gura convicção de que nos próximos anos as populações do interiordo nosso país viverão em condições bem melhores, no que concerne'

a níveis de saúde. graças à acentuada regressão que se está alca~

çando, nos índices de incidência das doenças transmissíveis, denatureza endêmica, que tanto têm pettuIbado ..• o seu desen\'olvimcllto.

e a grande esperança do amanhã, pela qual vimos todos lutando, como cllmprimento de um dever profissional. cr,-i~o cde solidariedade humana. Há um~t decisão de Governo, il"rCVcrsi,·cl.de que assim aconteça, e de que as estruturas de saGde públic:t C!tejam integradas. profundamente, no esforço nacional de des(,Jl\'ol­vimento.