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Ministério da Justiça e Segurança Pública

Conselho Administrativo de Defesa Econômica

Guia para envio de dados

ao Departamento de Estudos Econômicos do Cade

Conselho Administrativo de Defesa Econômica

SEPN 515 Conjunto D, Lote 4, Ed. Carlos Taurisano

Cep: 70770-504 – Brasília/DF

www.cade.gov.br

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Institucional

Presidente da República

Jair Messias Bolsonaro

Ministro da Justiça e Segurança Pública

Sergio Fernando Moro

Presidente do Cade

Alexandre Barreto de Souza

Conselheiros do Cade

João Paulo de Resende

Mauricio Oscar Bandeira Maia

Paula Farani de Azevedo Silveira

Paulo Burnier da Silveira

Polyanna Ferreira Silva Vilanova

Superintendente-Geral do Cade

Alexandre Cordeiro Macedo

Procurador-Chefe do Cade

Walter de Agra Junior

Economista-Chefe

Guilherme Mendes Resende

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Ficha Técnica

Coordenação: Guilherme Mendes Resende

Revisão:

Gerson Carvalho Bênia

Thiago Luis dos Santos Pinto

Maria Cristina de Souza L. Attayde

Colaboradores Internos:

Guilherme Mendes Resende

Felippe Costa Bispo

João Isidio Freitas Martins

Patrícia A. Morita Sakowski

Ricardo Medeiros de Castro

Colaboradores Externos:

Lílian Santos Marques Severino

Edição e Planejamento Gráfico:

Assessoria de Comunicação Social do Cade

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Sumário Apresentação ....................................................................................................................... 6

1. Solicitação de dados: aspectos gerais .................................................................. 7

1.1. Base legal ........................................................................................................................... 7

1.2. Em quais casos o DEE atua? ................................................................................................. 7

1.3. Qual o objetivo da solicitação de dados? .............................................................................. 8

1.4. Quais dados são geralmente solicitados? ............................................................................. 8

2. Melhores práticas ..................................................................................................... 11

2.1. Os dados devem estar completos ....................................................................................... 11

2.2. Os dados devem estar consistentes .................................................................................... 12

2.3. As respostas devem ocorrer em tempo hábil ...................................................................... 12

2.4. As partes envolvidas devem cooperar com a autoridade antitruste ..................................... 13

2.5. As partes podem avisar antecipadamente qual a sua disponibilidade de dados .................. 13

2.6. Transparência no processo de preenchimento dos dados .................................................... 13

3. Definição de variáveis ............................................................................................. 14

4. Orientações para o preenchimento da planilha ............................................... 18

4.1. Células com preenchimento no formato “Texto” ................................................................. 19

4.2. Células com preenchimento no formato “Número” ............................................................. 24

5. Prazos ........................................................................................................................... 28

6. Exemplos de planilha de solicitação de dados ................................................. 28

6.1. Planilha no formato “long” (dados empilhados) ................................................................. 28

6.2. Planilha com separação de abas por variáveis solicitadas ................................................... 33

7. Considerações Finais ............................................................................................... 37

Referências bibliográficas ............................................................................................. 38

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Apresentação

Este Guia para submissão de dados tem como objetivo orientar Requerentes, Representantes,

Representadas, terceiros interessados ou qualquer outro participante do mercado, sobre o padrão

de apresentação das informações solicitadas pelo Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a realização de estudos e pareceres

econômicos.

Cabe ressaltar que mercados regulados (e.g. combustíveis, telecomunicações, saúde, aviação

civil, entre outros) podem possuir dados públicos de fácil acesso. A depender do caso, o

Departamento dará prioridade aos dados públicos abertos, exceto sob a impossibilidade de uso da

informação em decorrência de incompatibilidade com as necessidades de análise do Departamento

(em razão, por exemplo, da definição de mercado relevante adotada). Para todas as exceções, este

Guia se torna absolutamente necessário para diminuir ruídos nos dados enviados e tornar o processo

de análise mais célere.

Durante a análise de processos, o DEE/Cade pode solicitar o envio de dados tabulados ou

não. Espera-se que tais dados sejam submetidos da forma mais clara e precisa para o

desenvolvimento das análises econômicas pelo DEE. Nesse sentido, o presente Guia orienta a forma

de envio dos dados solicitados pela autoridade antitruste brasileira a fim de aprimorar e tornar mais

célere o processo de análise.

Este Guia está estruturado em sete seções, além desta Apresentação. A seção 1 trata dos

aspectos gerais da solicitação de dados. A seção seguinte apresenta um conjunto de melhores

práticas associadas ao compartilhamento de dados com a autoridade antitruste. Na seção 3, tem-se

a definição de uma lista de variáveis comumente solicitadas pelo Cade, seguida pela seção

direcionada à apresentação de orientações específicas para o preenchimento dos dados. As últimas

seções, 5, 6 e 7 apresentam os prazos para as respostas de dados, exemplos de planilhas de envio

de dados e as considerações finais deste Guia.

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1. Solicitação de dados: aspectos gerais

1.1. Base legal

No Brasil, a Lei nº 12.529/2011 é responsável por estruturar o Sistema Brasileiro de Defesa

da Concorrência (SBDC), dispondo sobre a prevenção e repressão às infrações contra a ordem

econômica. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) faz parte do SBDC e se

responsabiliza pela análise de Atos de Concentração (ACs), bem como pela investigação de condutas

anticompetitivas e aplicação de punições.

Em suas análises, o órgão antitruste deve atentar à preservação da concorrência, à

diversidade e à qualidade de produtos ou serviços. A fim de dimensionar esses efeitos, por exemplo,

o inciso II do Art. 13 da Lei 12.529/2011 deixa claro que compete à Superintendência-Geral:

Acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais de

pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em mercado

relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica,

podendo, para tanto, requisitar as informações e documentos necessários,

mantendo o sigilo legal, quando for o caso (BRASIL, 2011, grifo nosso).

Assim, a referida lei é a base legal que regulamenta a possibilidade do Cade solicitar dados

quantitativos e qualitativos às requerentes, representantes, representadas, terceiras interessadas ou

outros participantes do mercado em questão.

Segundo o Art. 70 do Novo Regimento Interno do Cade (2018), o DEE, via seu Economista-

Chefe ou Economista-Chefe Adjunto, pode realizar a requisição de informações nos termos do art.

13, II, da Lei nº 12.529, de 2011.

1.2. Em quais casos o DEE atua?

O Departamento de Estudos Econômicos (DEE) atua assessorando a Superintendência-Geral

(SG) e o Tribunal Administrativo de Defesa Econômica na instrução e análise de Atos de Concentração

(AC) e Processos Administrativos (PA) relativos a condutas anticompetitivas, bem como na elaboração

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de estudos para a atualização técnica e científica do Cade. Dentre estes, figuram estudos de mercado,

acompanhamento de mercado e avaliações ex-post de decisões do Cade.

O histórico de solicitação de atuação do DEE no Cade indica que a maioria dos casos de ato

de concentração submetidos ao departamento estão sob o rito ordinário e possuem declaração de

média ou alta complexidade. Segundo o Manual interno da Superintendência-Geral para atos de

concentração apresentados sob rito ordinário (Cade, 2017), as Coordenações Gerais (CGs) setoriais

são responsáveis por classificar os atos de concentração entre simples, de média complexidade ou

de alta complexidade.

Ressalta-se que esta classificação pode não ter relação direta com o grau de concentração

da operação ou seus efeitos no mercado. A declaração de complexidade pode se basear na

necessidade de tempo e recursos consideráveis para a realização da análise pelo órgão antitruste.

Assim, pressupõe-se que haverá complexas discussões de mérito, e/ou sérias preocupações

concorrenciais.

A necessidade de requisição de dados não se limita à análise de Atos de Concentração.

Também pode ser necessária a submissão de dados para investigações de condutas anticompetitivas

ou para a realização de estudos de mercado.

1.3. Qual o objetivo da solicitação de dados?

A solicitação de dados tem como objetivo obter informações complementares, específicas e

com maior nível de detalhamento em relação às informações usualmente fornecidas durante a

análise da SG. Essas informações possibilitam a realização de estudos adicionais, tais como

elaboração de estatísticas e análises econométricas a serem apresentadas como evidência em uma

investigação antitruste ou em um ato de concentração.

1.4. Quais dados são geralmente solicitados?

Em casos de AC, durante o processo de notificação, as partes já apresentam alguns dados

para o Cade. Porém, em alguns casos, que serão avaliados caso-a-caso, observa-se que o nível de

agregação destes dados pode impossibilitar uma análise mais segmentada de produtos/serviços ou

até mesmo de regiões de atuação, dentre outros elementos que podem ser considerados.

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Enquanto a SG solicita dados anuais de cada mercado relevante, a solicitação de dados pelo

DEE possui como foco dados mais granulares e discriminados1. O tipo de discriminação será

determinado pelos responsáveis pela análise do caso, por meio de ofício que formalizará a solicitação

dos dados São exemplos de discriminação: segmentação de produtos, como dados quantitativos por

produto, considerando o tamanho da embalagem ou, até mesmo, posicionamento mercadológico

do produto, como segmento premium. Além disso, existe a possibilidade de avaliar uma

segmentação regional, com dados agregados por determinadas dimensões geográficas.

Destaca-se que, para a análise econométrica, quanto maior o número de observações,

melhores serão os resultados. Assim, a frequência dos dados solicitados tende a ser maior, como é

o caso de dados mensais e bimestrais. É possível que se solicitem dados que compõem campos

específicos das Notas Fiscais Eletrônicas.

Com base no levantamento de 11 pedidos de dados para elaboração de notas técnicas –

entre Atos de Concentração, Conduta e Estudos de Mercado - emitidas nos anos de 2016, 2017 e

2018, a Tabela 1 apresenta algumas variáveis solicitadas, suas unidades de medida e frequência dos

dados.

Pode-se observar que vários dados apresentados na Tabela 1 são, de certa forma, comuns a

diferentes tipos mercados. Outros, entretanto, estão relacionados às especificidades de determinado

mercado. É o caso dos dados de número de corridas, distância média e tempo médio que foram

solicitados para a realização de estudo sobre o setor de transporte individual de passageiros.

Quanto ao período de cobertura dos dados e sua frequência, tem-se o predomínio da

solicitação de informações dos últimos 5 anos, com frequência mensal. Porém, este padrão pode ser

alterado devido a particularidades de cada caso. A frequência factível do dado poderá ser alinhada

junto com a empresa considerando o período de tempo disponível para levantamento das

informações.

Em relação ao modelo de envio dos dados, os pedidos mais recentes foram encaminhados

em formato Excel com instruções de preenchimento, buscando, dessa forma, minimizar os erros.

Também para auxiliar na instrução, consta a definição dos termos técnicos dos dados que estão

sendo pedidos. Porém, observou-se que vários problemas persistiram, como o uso de células

mescladas que acabam comprometendo a manipulação dos dados em softwares econométricos2.

Por isso, este Guia apresenta tópicos específicos indicando melhores práticas, apresentando

1A granularidade dos dados pode resultar em grandes bases de dados, classificadas como “Big Data”. 2 Como por exemplo, o Stata e o R.

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definições básicas das variáveis geralmente solicitadas e orientações para o preenchimento das

planilhas.

Tabela 1 – Variáveis solicitadas pelo DEE para elaboração de notas técnicas 2016 a 2018.

Variável Unidade de medida Frequência Faturamento bruto R$ Mensal Volume de vendas Unidade, tonelada (t), m³ Mensal Quantidade produzida Unidade, tonelada (t), ml Mensal Quantidade vendida Unidade, tonelada (t), ml Mensal, Bimestral Preço R$/Unidade, R$/t, R$/m³, R$/ml Mensal, Bimestral Market share % Bimestral Custo com Água e Luz R$/Unidade, R$/t, R$/ml Mensal Receita Operacional Líquida R$ Mensal Lucro R$ Mensal Custo com Pessoal R$/Unidade, R$/t, R$/ml Mensal Custo com Matéria Prima R$/Unidade, R$/t, R$/ml Mensal Importação FOB R$/Unidade Mensal Importação CIF R$/Unidade Mensal Capacidade instalada Unidade, tonelada (t), ml Mensal Preço "ex-works" R$/t Mensal Frete R$/t, R$/ml Mensal Impostos R$/t Mensal Custo Total R$/Unidade, R$/t, R$/m³, R$/ml Mensal Custo Variável R$/Unidade, R$/t, R$/m³, R$/ml Mensal Custos Fixos R$/Unidade, R$/t, R$/m³, R$/ml Mensal Margem Líquida R$, R$/t, % Anual, Mensal Estimativa de demanda total de mercado Tonelada (t), unidade, ml, R$ Anual Origem do produto Nacional, Importado Anual Clientes Perfil dos principais clientes Anual Município Código do IBGE Semestral Mensalidade média R$ Semestral Região UF Semestral Gasto com marketing R$ Semestral Quantidade de tutores Unidade Semestral Número de corridas Unidade Mensal Distância média Km Mensal Tempo médio Minutos Mensal

Fonte: Elaboração própria.

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2. Melhores práticas

Antes da definição dos dados que serão solicitados em cada caso, a equipe técnica do Cade

avalia quais ferramentas metodológicas poderão ser aplicadas na investigação para, enfim, chegar

na lista de variáveis necessárias para sua análise. Quando possível, será informado às partes a

metodologia que será aplicada de modo a garantir que as informações sejam coletadas da forma

mais apropriada possível. A definição da metodologia engloba a busca de teorias e técnicas aceitas

pela comunidade científica e pelas autoridades de defesa da concorrência.

As empresas devem estar atentas ao preenchimento dos dados solicitados pelo DEE, visto

que estes serão a base para elaboração de estudos fundamentais para a decisão da autoridade

antitruste, como veredito sobre atos de concentração, casos de cartel e outras condutas

anticompetitivas.

A qualidade e os efeitos concretos de qualquer estudo estão intrinsecamente relacionados à

qualidade dos dados utilizados para sua elaboração. Por isso, grande parte do processo de análise

está direcionado à obtenção de dados que fazem jus à realidade do mercado em questão. Nesse

sentido, apresentam-se algumas recomendações:

2.1. Os dados devem estar completos

As partes devem fornecer todos os dados solicitados, observando os formatos das células e

as unidades de medida especificadas. Caso alguma variável solicitada não esteja disponível, o

responsável pelo preenchimento da planilha deve justificar o motivo de indisponibilidade de dados

(missing information3).

Além disso, se a definição utilizada pela parte para uma variável for diferente da definição

apresentada por este Guia, é indispensável que a parte informe isto ao solicitante de informações,

dado que pode ser necessária a adaptação dos cálculos realizados durante a análise.

2.1.1 Dicionário de variáveis:

Para facilitar o entendimento dos dados enviados pelas partes, um dicionário de variáveis deve acompanhar todas as entregas de dados. A planilha para envio dos dados tem uma aba específica para se inserir as informações. Esse dicionário precisa conter:

3 Expressão comumente utilizada na literatura para denominar a falta de informações.

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• nome das variáveis do banco;

• descrição breve das variáveis;

• unidade de medida;

• frequência (em caso de variáveis temporais);

• tipo (“string” ou “numeric”);

• tamanho da variável (int, long, double, etc.);

• se é uma variável de fonte primária ou secundária; e

• fonte da variável e/ou fórmula de cálculo.

As partes devem indicar quais variáveis são de origem primária (dados inseridos no sistema

por usuários) e quais são de origem secundária, isto é, derivadas de outras variáveis (calculadas a

partir de outras variáveis).

No caso dos dados faltantes, especificar como essa informação foi inserida na tabela.

Qualquer outra informação necessária para a compreensão dos dados também deve ser incluída no

dicionário.

2.2. Os dados devem estar consistentes

As respostas nesta etapa de solicitação de dados devem estar de acordo com as respostas

fornecidas no início do processo e com a realidade do mercado. Em caso de discrepâncias, devem

ser fornecidas justificativas para o uso de outra base de dados e informações suficientes para permitir

a conciliação entre os dados apresentados.

É importante que haja consistência dos dados ao longo do tempo, de modo que se assegure

a uniformidade da metodologia utilizada para obtê-los. Caso haja alguma descontinuidade dos

dados, informar ao Cade o ocorrido.

2.3. As respostas devem ocorrer em tempo hábil

O prazo determinado para o envio das respostas deve ser estritamente respeitado, conforme

explicitado na Parte 5 deste Guia. Poderá ser alinhado junto com a empresa o período de tempo

factível para levantamento do dado.

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2.4. As partes envolvidas devem cooperar com a autoridade antitruste

O objetivo principal da autoridade antitruste é zelar pela livre concorrência no mercado, de

forma que não interessa a esta autoridade imputar quaisquer custos às partes que sejam

possivelmente evitáveis. Com as informações necessárias à disposição do Cade, obtidas de maneira

célere e com qualidade, mais rapidamente as partes poderão ter uma decisão a respeito do processo.

Assim, acredita-se que quanto maior for a cooperação das partes envolvidas com o Cade, mais ágeis

serão as tomadas de decisão deste órgão.

2.5. As partes podem avisar antecipadamente qual a sua disponibilidade de dados

Na mesma linha do item anterior, as partes podem deixar claro quais dados têm disponíveis

e de que modo eles estão estruturados para que os responsáveis já elaborem uma solicitação de

informações em um molde mais adequado, facilitando o envio dos dados e também a análise pelo

Cade. Para tanto, as partes deverão entrar em contato com o DEE. Antes da solicitação de dados,

podem ocorrer reuniões entre as partes e os responsáveis pela análise no Cade. Esses encontros, que

podem ser presenciais ou via teleconferência/ videoconferência, são momentos propícios para

apresentar esse tipo de informação antecipada.

2.6. Transparência no processo de preenchimento dos dados

Os responsáveis pelo preenchimento dos dados devem tomar cuidado com o formato

solicitado pelo órgão antitruste, além de indicarem as metodologias utilizadas e o processo de

construção das informações, incluindo fontes, métodos de extração dos dados e memórias de cálculo.

O preenchimento correto da planilha minimiza o tempo necessário para a manipulação dos dados.

Além disso, as partes devem observar se os dados estão claros para o entendimento ou se existe

algum fator específico do setor de atuação das empresas que pode interferir no processo de análise

destes dados. Se existir alguma especificidade, é importante que ela seja apresentada aos

responsáveis pela análise no Cade o quanto antes, otimizando o período de levantamento das

informações e facilitando o entendimento dos dados por parte do DEE.

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O mesmo tipo de transparência é esperado na apresentação de Pareceres Técnicos ao Cade.

Conforme a Resolução nº 4, de 29 de maio de 2012,

[E]spera-se clareza, objetividade e transparência na apresentação,

argumentação e justificativas, inclusive no que se refere a: escolhas e

etapas, princípios, métodos, modelos, hipóteses, programações, códigos,

dados, testes, resultados, ou qualquer outro aspecto relevante que

possibilite sua compreensão e, até mesmo, sua replicação (Cade, 2012, p.

2).

Além disso, é importante ressaltar que os documentos e dados fornecidos ao Cade devem

ser submetidos em duas versões, uma de acesso público e outra de acesso restrito. Em alguns casos,

pode haver dispensa da apresentação de versão pública devido à sensibilidade concorrencial ou

comercial dos dados solicitados. A versão de acesso restrito está direcionada exclusivamente à parte

que os apresentou e às pessoas autorizadas pelo Cade. Existe uma formatação específica para

apresentar dados restritos na versão pública, o que será abordado na próxima seção.

3. Definição de variáveis

Apresenta-se a seguir uma relação de variáveis e conceitos que poderão ser solicitados pelo

DEE (Tabela 2). Destaca-se que a solicitação de dados pelo Cade não fica limitada às variáveis

apresentadas na Tabela 2, nem às aberturas definidas; esta é apenas uma lista exemplificativa. Além

disso, a definição dos conceitos apresentados pode ser flexibilizada dependendo do caso e mercado,

desde que combinado com o DEE previamente. Caso sejam solicitadas variáveis que não estão

presentes nesta seção, os responsáveis pela solicitação dos dados fornecerão o conceito da variável

junto com o envio da planilha para preenchimento, assim como as variáveis utilizadas na sua

construção (e.g. receita e custos para uma margem bruta; faturamento e quantidade para um preço

médio). Nesse sentido, casos relacionados à economia digital podem necessitar de definições de

variáveis específicas que não estão sendo englobadas na Tabela 2.

Os conceitos apresentados na tabela abaixo seguem as definições dadas por manuais

acadêmicos, comumente utilizados na literatura de Administração, Contabilidade e Economia4.

4 BRUNI, A. L. A administração de custos, preços e lucros – 3. ed. - São Paulo: Atlas, 2008. BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora HP12C e Excel – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2009.

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Tabela 2 – Variáveis comumente solicitadas pelo Cade

TERMO CONCEITO

Capacidade instalada Segundo a teoria, é a capacidade máxima de produção em quantidade de produto/serviço que as máquinas e equipamentos instalados são capazes de produzir ininterruptamente. Pode ser discriminada em dimensões geográficas ou unidades fabris. Se a capacidade instalada for solicitada ao dia, deve-se considerar a produção possível em 24 horas de trabalho; caso seja solicitada por semana, deve-se calcular 24 horas x 7 dias, caso seja mensal, 24 horas x 30 dias, por fim, se for solicitada em dimensão anual deve-se fazer 24 horas x 360 dias.

Capacidade disponível Capacidade máxima de produção em quantidade de produto/serviço que as máquinas e equipamentos instalados são capazes de produzir, considerando a jornada de trabalho disponível. Caso esta variável seja solicitada, deve-se descrever também a duração da jornada disponível, e se as paradas técnicas programadas e não programadas foram consideradas. Assim como a capacidade instalada, pode ser discriminada em dimensões geográficas ou unidades fabris.

Capacidade utilizada É o volume efetivamente produzido. Pode ser apresentada em quantidades ou em percentual em relação à capacidade instalada. Em casos específicos, pode-se apresentar o valor percentual em relação à capacidade disponível. Porém, isto deve estar especificado nos dados enviados ao DEE. Também há a possibilidade de discriminação em dimensões geográficas ou unidades fabris.

Clientes Clientes de cada produto/serviço. Dependendo do caso, pode-se solicitar apenas os clientes que compram as quantidades mais representativas.

Custo com água e energia/luz

Custo com insumos produtivos como água e energia para produção.

Custo com matéria prima, Custo com material direto

Custos com todos os materiais diretamente envolvidos na fabricação do produto, que podem ser identificados com uma unidade do produto, incluindo embalagens.

Custo com pessoal ou custo com mão de obra

Custo com funcionário diretamente envolvido na produção. O cálculo envolve o salário bruto do funcionário, os encargos como décimo terceiro, FGTS e INSS, benefícios, uniformes e treinamentos.

Custo de estocagem Custos relacionados à armazenagem de produtos, seguros, refrigeração, etc. Deixar claro o que a empresa leva em consideração para calcular este custo.

Custo Total (CT)5 É o total de custos. Considera-se como a soma do custo fixo (CF) e do custo variável (CV(q)). 𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑞𝑞) = 𝐶𝐶𝐶𝐶 + 𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑞𝑞)

Custo Variável (CV) Custos que variam de acordo com a produção da empresa. É comum que eles aumentem com o aumento da produção. Um exemplo simples de custo variável é o valor dos insumos produtivos (água e energia) e matérias-primas. Deixar claro o que a empresa está levando em consideração como custo variável, fator que deverá ser alinhado com as partes e o DEE antes da compilação dos dados, de modo a evitar diferenças na sua composição.

GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2007. MARTINS, E. Contabilidade de custos – 10. ed. – São Paulo: Atlas, 2010. PADOVEZE, C. L. Planejamento orçamentário. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. PEREZ JUNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M.; COSTA, R. G. Gestão estratégica de custos – 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2009. 5 Há casos em que a granularidade dos dados solicitados pode compreender mais do que um item produzido pela empresa. Nesses casos, é importante que a parte indique quais os critérios utilizados para a alocação dos custos comuns à produção de diversos itens da empresa.

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TERMO CONCEITO Custos Fixos (CF) São os custos que não variam, independentemente do nível de produção da

empresa, considerando determinado período de tempo e capacidade instalada. Destaca-se que estes custos existem mesmo que não haja produção.

Custo Marginal (CMg) Custo de se produzir uma unidade a mais do produto ou serviço. Isto é, é a variação no custo total advinda da produção de uma unidade adicional dado o volume produzido. O custo marginal pode ser representado matematicamente como a derivada da função de custo total (𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑞𝑞)) em termos da quantidade produzida (𝑞𝑞):

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 =𝜕𝜕𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑞𝑞)𝜕𝜕𝑞𝑞

Deduções Impostos, devoluções, abatimentos que são descontados da Receita Operacional Bruta para chegar na Receita Operacional Líquida.

Despesa de Marketing ou Propaganda

Valor total dispendido nas áreas de Marketing ou Propaganda da empresa. Pode-se pedir discriminado por produto dependendo da disponibilidade.

Estimativa da Demanda total de Mercado

É o volume total esperado que seria comprado por um grupo de clientes definido, em uma área geográfica definida, em um período definido e a um determinado nível de preços. Indicar a metodologia da estimativa e as fontes de dados utilizadas.

Faturamento Bruto O faturamento bruto é o valor total das vendas e serviços prestados, incluindo os impostos sobre o faturamento como, por exemplo, o ICMS. É similar a Receita Bruta, porém, são incluídos ganhos obtidos com aplicações financeiras ou venda de ativos.

Faturamento Líquido Faturamento bruto menos impostos.

Frete (preferencialmente sem seguro)

Valor empenhado apenas no transporte de mercadorias ao cliente. Caso as partes tenham disponível o valor de frete com seguro, pode ser reportado o valor com seguro, deixando clara esta peculiaridade.

Importação CIF Valor das Importações CIF (Custo + Seguro + Frete).

Importação FOB Valor das Importações FOB (Free on Board, isto é, isenta de frete e seguro).

Impostos Dependendo do ramo de atuação pode ser solicitado o valor específico pago ou o percentual incidente de determinado imposto, por exemplo, IPI ou ICMS.

Lucro Operacional Bruto (Contábil)

Lucro bruto com o produto no período. Ele é obtido após a dedução dos custos dos produtos, serviços ou mercadorias vendidas.

𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 𝐵𝐵𝐿𝐿𝐿𝐿𝐵𝐵𝐿𝐿 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑅𝑅𝐵𝐵𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝐿𝐿𝑂𝑂𝑅𝑅𝑂𝑂 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝑅𝑅 − 𝐶𝐶𝐿𝐿𝐶𝐶𝐵𝐵𝐿𝐿 Lucro Operacional Líquido (Contábil)

O lucro líquido é obtido com a dedução de despesas operacionais, administrativas, financeiras e com vendas do lucro bruto.

𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝐿𝐿 = 𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 𝐵𝐵𝐿𝐿𝐿𝐿𝐵𝐵𝐿𝐿 − 𝐷𝐷𝑅𝑅𝐶𝐶𝑂𝑂𝑅𝑅𝐶𝐶𝑅𝑅𝐶𝐶 Margem de Lucro Bruto (em %)

Indica a razão entre o lucro bruto e a receita operacional líquida.

𝐶𝐶𝑅𝑅𝐿𝐿𝐶𝐶𝑅𝑅𝑀𝑀 𝑞𝑞𝑅𝑅 𝑂𝑂𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 𝑏𝑏𝐿𝐿𝐿𝐿𝐵𝐵𝐿𝐿 =𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 𝐵𝐵𝐿𝐿𝐿𝐿𝐵𝐵𝐿𝐿

𝑅𝑅𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑅𝑅𝐵𝐵𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂. 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝑅𝑅∗ 100

Margem de Lucro Líquido (em %)

Indica a razão entre o lucro líquido e a receita operacional líquida.

𝐶𝐶𝑅𝑅𝐿𝐿𝐶𝐶𝑅𝑅𝑀𝑀 𝑞𝑞𝑅𝑅 𝑂𝑂𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 𝑂𝑂í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝐿𝐿 =𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝐿𝐿

𝑅𝑅𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑅𝑅𝐵𝐵𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂. 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝑅𝑅∗ 100

Margem de Contribuição Bruta (em %)

𝐶𝐶𝑅𝑅𝐿𝐿𝐶𝐶𝑅𝑅𝑀𝑀 𝑏𝑏𝐿𝐿𝐿𝐿𝐵𝐵𝑅𝑅 =

𝑅𝑅𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑅𝑅𝐵𝐵𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂.𝐵𝐵𝐿𝐿𝐿𝐿𝐵𝐵𝑅𝑅 − 𝐶𝐶𝐿𝐿𝐶𝐶𝐵𝐵𝐿𝐿𝐶𝐶 𝑅𝑅 𝐷𝐷𝑅𝑅𝐶𝐶𝑂𝑂𝑅𝑅𝐶𝐶𝑅𝑅𝐶𝐶 𝐶𝐶𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅á𝑣𝑣𝑅𝑅𝑅𝑅𝐶𝐶𝑅𝑅𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑅𝑅𝐵𝐵𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂.𝐵𝐵𝐿𝐿𝐿𝐿𝐵𝐵𝑅𝑅

∗ 100

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TERMO CONCEITO Margem de Contribuição Líquida (em %)

𝐶𝐶𝑅𝑅𝐿𝐿𝐶𝐶𝑅𝑅𝑀𝑀 𝑂𝑂í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝑅𝑅 =

𝑅𝑅𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑅𝑅𝐵𝐵𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂. 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝑅𝑅 − 𝐶𝐶𝐿𝐿𝐶𝐶𝐵𝐵𝐿𝐿𝐶𝐶 𝑅𝑅 𝐷𝐷𝑅𝑅𝐶𝐶𝑂𝑂𝑅𝑅𝐶𝐶𝑅𝑅𝐶𝐶 𝐶𝐶𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅á𝑣𝑣𝑅𝑅𝑅𝑅𝐶𝐶

𝑅𝑅𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑅𝑅𝐵𝐵𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂. 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝑅𝑅∗ 100

Market Share (em %) Participação da empresa (em %), em termos de valor e/ou volume, em seu segmento de mercado. Esta participação pode ser solicitada de forma mais detalhada por produtos dependendo do mercado relevante.

Preço Preço de nota fiscal do produto/serviço ou da receita bruta dividida pela quantidade vendida.

Preço “ex-works” É o preço sem frete e sem impostos. Pode ser chamado de preço na porta da fábrica.

Preço Médio Simples ou Receita Média Simples

Valor monetário de vendas de produto/serviço unitário ou valor total (p) dividido pelas unidades vendidas (n).

𝐶𝐶é𝑞𝑞𝑅𝑅𝑅𝑅 𝐶𝐶𝑅𝑅𝑀𝑀𝑂𝑂𝑂𝑂𝑅𝑅𝐶𝐶 =∑ 𝑂𝑂𝑖𝑖𝑛𝑛𝑖𝑖=1𝑂𝑂

Caso sejam utilizados os valores de receita, deixar claro qual receita foi utilizada, Receita Operacional Bruta (sem dedução de impostos) ou Receita Operacional Líquida (com dedução de impostos).

Preço Médio Ponderado ou Receita Média Ponderada

Valor monetário de vendas do mesmo produto/serviço unitário ou valor total ponderado pela quantidade (q) correspondente a cada valor.

𝐶𝐶é𝑞𝑞𝑅𝑅𝑅𝑅 𝑂𝑂𝐿𝐿𝑂𝑂𝑞𝑞𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝑅𝑅 =∑ 𝑞𝑞𝑖𝑖.𝑂𝑂𝑖𝑖𝑛𝑛𝑖𝑖=1∑ 𝑞𝑞𝑖𝑖𝑛𝑛𝑖𝑖=1

Caso sejam utilizados os valores de receita, deixar claro qual receita foi utilizada, Receita Operacional Bruta (sem dedução de impostos) ou Receita Operacional Líquida (com dedução de impostos).

Quantidade Produzida Quantidade total do produto produzida no período. Pode ser solicitada em diversas dimensões geográficas.

Quantidade Vendida Quantidade total do produto/serviço vendida no período. Pode ser solicitada em diversas dimensões geográficas.

Receita Operacional Bruta

Corresponde, em valores monetários, ao valor apurado com as vendas de produtos, mercadorias ou serviços no período; não se deduz nenhuma conta para obter o valor da receita bruta.

Receita Operacional Líquida

É o valor da receita após deduções de impostos sobre vendas, devoluções, descontos comerciais e abatimentos.

𝑅𝑅𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑅𝑅𝐵𝐵𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂. 𝐿𝐿í𝑞𝑞𝐿𝐿𝑅𝑅𝑞𝑞𝑅𝑅 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝐿𝐿𝑅𝑅𝑅𝑅𝐵𝐵𝑅𝑅 𝑂𝑂𝑂𝑂.𝐵𝐵𝐿𝐿𝐿𝐿𝐵𝐵𝑅𝑅 − 𝐷𝐷𝑅𝑅𝑞𝑞𝐿𝐿çõ𝑅𝑅𝐶𝐶 Ticket médio É o valor que cada cliente gasta em média. O cálculo para se chegar a este índice

é muito simples: basta dividir o total das vendas do seu negócio pelo número de clientes que geraram o volume de compras.

Fonte: Elaboração própria com base em PADOVEZE (2010); BRUNI (2008); BRUNI E FAMÁ (2009); GARRISON, NOREEN E BREWER (2007); MARTINS (2010); PEREZ JUNIOR, OLIVEIRA E COSTA (2009).

Para maiores esclarecimentos de alguns conceitos de contabilidade, apresenta-se a Tabela 3

elaborada com base em BRUNI (2008).

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Tabela 3 – Resumo de contas de resultados das empresas

Receita Operacional Bruta (venda de produtos, mercadorias ou serviços) (-) Deduções (impostos, devoluções, abatimentos) (=) Receita Operacional Líquida (-) Custos (CPV, CMV, CSV, CSP) (=) Lucro Operacional Bruto (-) Despesas (operacionais, administrativas, com vendas e financeiras) (=) Lucro Operacional Líquido (+/-) Receitas ou Despesas não operacionais (por exemplo participações societárias) (=) Lucro antes do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social (CS) (-) Imposto de Renda e Contribuição Social = Lucro Líquido depois do IR e CS

Fonte: Elaboração própria com base em BRUNI (2008, p.23 e 25).

4. Orientações para o preenchimento da planilha

As solicitações de dados serão encaminhadas pelo DEE para os envolvidos em uma planilha

com variáveis e orientações. Inicialmente apresenta-se algumas orientações básicas para o

preenchimento destas planilhas:

1º. Deixar o contato (Nome, Cargo, E-mail e Telefone) de quem respondeu a planilha no

espaço predeterminado para que, caso haja alguma dúvida, ela seja sanada de forma mais

rápida;

2º. O formato de apresentação dos valores numéricos deve ser o mais simples possível,

somente os números, sem a unidade de medida na célula. Por exemplo, para uma empresa

que possui uma Receita Operacional Líquida de R$ 10.560.000,00 (dez milhões e quinhentos

e sessenta mil reais), o valor a ser reportado na célula deve ser apenas 10.560.000,00. Isso

vale para todas as variáveis solicitadas sejam elas monetárias ou não monetárias. Os valores

devem ser os mais precisos possível, evitando aproximações e arredondamentos quando

possível, identificando as unidades de medida no dicionário de variáveis;

3º. Se não existe o dado solicitado, identificar a ausência da informação (missing value)

com “NA”, não deixando em branco ou com 0 (zero). Identificar no dicionário de variáveis

qual definição para ausência de informação foi escolhida e, se possível, adicionar explicação

sobre a ausência;

4º. Não apresentar tabela dinâmica ou células mescladas;

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5º. Durante as reuniões anteriores à solicitação de dados, deve-se entrar em acordo com

o responsável pela análise sobre as unidades de medida em que estarão os dados solicitados.

Quando aplicável, as unidades deverão ser apresentadas de acordo com o Sistema

Internacional de Unidades (SIU);

6º. Em casos de quantidades ou preços negativos e valores ausentes, explicar o motivo

para esse resultado. Toda a identificação dessas explicações deve ser feita no dicionário de

variáveis que acompanha a base de dados.

A partir destas recomendações básicas, apresentam-se orientações específicas para adoção

dos formatos “Texto” e “Número” do Excel para o preenchimento da submissão de dados ao DEE.

4.1. Células com preenchimento no formato “Texto”

Para que não haja conflito na interpretação, algumas variáveis devem ser preenchidas

utilizando o formato “Texto” no Excel. Além disso, solicita-se que o texto inserido não contenha

acentuação ou cedilhas. A figura a seguir apresenta como este formato deve ser selecionado.

Figura 1 – Formatação “Texto” no Excel

Fonte: Elaboração própria.

O formato de texto é o mais apropriado para a apresentação de variáveis categóricas

(nominais). Portanto, ele deve ser aplicado a todo o conjunto de células em que serão inseridos

dados dessa natureza.

Além do uso do formato “Texto”, o preenchimento deve seguir determinados padrões que

serão apresentados a seguir de acordo com a dimensão da variável (temporal, geográfica etc). Essa

padronização visa compatibilizar o uso dos dados em diferentes softwares econométricos utilizados

para análise.

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4.1.1. Dimensão temporal

Destaca-se que o uso do formato “Texto” é obrigatório para esta variável, não devendo ser

utilizado o formato “Data” ou “Número”. Além disso, as datas devem estar representadas por

números; a data por extenso não deve ser utilizada.

A padronização da dimensão temporal tem duas possibilidades: apresentar o tempo em uma

única coluna conforme as orientações da Tabela 4 ou apresentar a dimensão temporal em duas

colunas, de acordo com a Tabela 5 (no caso de dados diários, utilizar o formato da Tabela 4). A

definição de qual formato será utilizado fica a critério da parte responsável pela submissão das

informações, visando facilitar o seu preenchimento de acordo com formato original dos seus dados.

Assim, não se espera que esta padronização seja custosa para as partes.

Tabela 4 – Dimensão temporal (data) em uma mesma coluna

Frequência Modelo Orientações Dados diários AAAA-MM-DD Ano com 4 dígitos-mês com 2 dígitos-dia com 2 dígitos.

Ex: 2018-01-01 (01 de janeiro de 2018). Dados mensais AAAA-MM Ano com 4 dígitos-mês com 2 dígitos.

Ex: 2018-01 (janeiro de 2018) Dados bimestrais AAAA-NB Ano com 4 dígitos-número do bimestre.

Ex: 2018-01 (1º bimestre de 2018). Dados trimestrais AAAA-NT Ano com 4 dígitos-número do trimestre.

Ex: 2018-01 (1º trimestre de 2018). Dados quadrimestrais AAAA-NQ Ano com 4 dígitos-número do quadrimestre.

Ex: 2018-01 (1º quadrimestre de 2018). Dados semestrais AAAA-NS Ano com 4 dígitos-número do quadrimestre.

Ex: 2018-01 (1º semestre de 2018). Dados anuais AAAA Ano com 4 dígitos.

Ex: 2018. Fonte: Elaboração própria (2018).

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Tabela 5 – Dimensão temporal (data) em duas colunas

Frequência Modelo Orientações Dados mensais Uma coluna para mês e outra

para ano. Mês de 01 a 12 e ano com 4 dígitos. Ex: janeiro de 2018.

Mês Ano 01 2018

Dados bimestrais Uma coluna para bimestre e outra para ano.

Bimestre 01 a 06 e ano com 4 dígitos. Ex: 1º bimestre de 2018.

Bimestre Ano 01 2018

Dados trimestrais Uma coluna para trimestre e outra para ano.

Trimestre 01 a 04 e ano com 4 dígitos. Ex: 1º trimestre de 2018.

Trimestre Ano 01 2018

Dados quadrimestrais Uma coluna para quadrimestre e outra para ano.

Quadrimestre 01 a 03 e ano com 4 dígitos. Ex: 1º quadrimestre de 2018.

Quadrimestre Ano 01 2018

Dados semestrais Uma coluna para semestre e outra para ano.

Semestre 01 ou 02 e ano com 4 dígitos. Ex: 1º semestre de 2018.

Semestre Ano 01 2018

Fonte: Elaboração própria.

4.1.2. Dimensão geográfica

Em relação à dimensão geográfica, tem-se as seguintes orientações apresentadas na Tabela

6. Ressalta-se que o código do IBGE para Unidade da Federação, Mesorregião, Microrregião e

Municípios está disponível no site do IBGE6. Dependendo do caso, é possível que exista mais de

uma coluna para a dimensão geográfica. Por exemplo, pode-se pedir Município em uma coluna e UF

em outra.

Em casos em que a dimensão geográfica fuja das regras determinadas pelo IBGE, ela deve

ser preenchida também em formato “Texto” conforme sua denominação específica e explicar como

ela é formada no espaço destinado às Observações Gerais, no dicionário de variáveis que acompanha

os dados. A explicação dessa dimensão regional também pode ser feita em uma aba adicional da

planilha, colocando nas células os nomes de cada constituinte das dimensões geográficas utilizadas.

6 Disponível em <ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_do_territorio/estrutura_territorial/divisao_territorial/>. Acesso realizado em abril de 2019.

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Tabela 6 – Dimensão geográfica

Dimensão Orientações

País Nome do país em português, pode ser solicitado o Código Alpha-3 - ISO 3166. Pesquisa online disponível em: https://www.iso.org/obp/ui/#search/code/. Ex: BRA (Brasil), DEU (Alemanha), URY (Uruguai).

Grandes Regiões Nome das grandes regiões em português. Solicita-se que se usem os termos Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste; ou N, NE, S, SE e CO.

Unidade da Federação Sigla da UF, pode ser solicitado o Código do IBGE com 2 dígitos. Não escrever o nome da UF por extenso. Colocar a sigla e o código em colunas separadas. Ex: SP (São Paulo) e MG (Minas Gerais) ou 35 (São Paulo) e 31 (Minas Gerais).

Mesorregião Código do IBGE com 4 dígitos. Ex: 3515 (Metropolitana de São Paulo) e 3105 (Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba).

Microrregião Código do IBGE com 5 dígitos. Ex: 35063 (Santos) e 31018 (Uberlândia).

Região Metropolitana Colocar o nome da região metropolitana e identificar os municípios que fazem parte da mesma com seus respectivos códigos do IBGE com 7 dígitos.

Município Código do IBGE com 7 dígitos. Ex: 3550308 (São Paulo) e 3170206 (Uberlândia)

Município Nome do município. Não usar abreviações, acentos e cedilhas. Ex: Sao Paulo (São Paulo) e Uberlandia (Uberlândia).

Bairro Nome do bairro em português.

Endereço Endereço completo. Ex: Setor de Edifícios de Utilidade Pública Norte – SEPN, Entrequadra 515, Conjunto D, Lote 4, Edifício Carlos Taurisano - Brasília/DF.

CEP Código de Endereçamento Postal com os cinco números iniciais separados dos três últimos por um traço. Ex: 70770-504.

Latitude e Longitude

Liste as coordenadas de latitude antes das coordenadas de longitude. Mais informações disponíveis em: https://support.google.com/maps/answer/18539?co=GENIE.Platform%3DDesktop&hl=pt-BR. Ex: -15.742213, -47.897511 (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Fonte: Elaboração própria.

4.1.3. Dimensão Produto/Serviço

A dimensão produto/serviço é a que mais varia de caso a caso. A ideia aqui é apresentar um

formato que seja mais funcional para a criação de variáveis-chave para análise em softwares

econométricos. Pede-se que as descrições não contenham acentuações e cedilhas.

Assim, sugere-se a presença de três células para a definição dos produtos/serviços

separando-os em “Produto”, “Categoria” e “Subcategoria”. Entretanto, não há necessidade de

preenchimento completo destas três células, do mesmo modo que, a depender do caso, pode ser

necessário adicionar mais células como, por exemplo, uma célula de “Marca”. A Tabela 7 apresenta

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alguns exemplos de como utilizar essas separações. Caso haja dificuldade em dividir o rol de

produtos da empresa nessas classes, deve-se entrar em contato com o responsável pela solicitação

dos dados para que este oriente como pode ser feito.

É possível que a parte preencha as células da dimensão produto/serviço com seus códigos

internos, porém, há necessidade de apresentar em uma aba separada o dicionário desses códigos

internos, ou seja, o produto/serviço que cada um deles representa.

Tabela 7 – Exemplos de produto, categoria e subcategoria

Produto Categoria Subcategoria

Lasanha congelada Quatro Queijos Embalagem individual Lasanha congelada Quatro Queijos Embalagem família Lasanha congelada Bolonhesa Embalagem individual Lasanha congelada Bolonhesa Embalagem família Pizza congelada Calabresa Média Pizza congelada Calabresa Grande Pizza congelada Quatro Queijos Média Pizza congelada Quatro Queijos Grande Vergalhão CA-25 Corte e dobra Vergalhão CA-50 Corte e dobra Perfil Leve

Perfil Médio

Perfil Pesado

Fonte: Elaboração própria.

4.1.4. Produtos importados - Código NCM

Quando o caso envolve produtos importados, o DEE pode solicitar o seu respectivo código

na Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM). A lista dos códigos está disponível no site do

Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) na parte relacionada ao Comércio

Exterior, Tarifa Externa Comum – TEC (NCM)7.

7 Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior-9/arquivos-atuais>. Acesso realizado em abril de 2019.

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4.2. Células com preenchimento no formato “Número”

Quanto à formatação de variáveis quantitativas, deve ser utilizado o formato “Número” no

Excel, sem o uso de separador de milhares, utilizando a vírgula como separador de decimais e o uso

de 2 casas decimais, conforme apresentado na Figura 2. Mesmo que a formatação dos valores esteja

configurada para duas casas decimais, pede-se para evitar arredondamentos do número preenchido,

sendo o mais preciso possível.

Ressalta-se que valores negativos devem apresentar o sinal de menos na frente, conforme

selecionado também na Figura abaixo. Dessa forma, não há necessidade do uso de cores diferentes

ou parênteses para reportar números negativos.

Figura 2 – Formatação “Número” no Excel

Fonte: Elaboração própria.

4.2.1. Quantidades

A quantidade de produtos é de extrema relevância para a análise do Cade. Destaca-se que

a unidade de medida das quantidades solicitadas pode ser decidida entre as partes e os responsáveis

pela análise no Cade de acordo com as especificidades do mercado de atuação da empresa. Por

exemplo, dependendo do caso, pode-se pedir a informação em quilogramas (kg), metros cúbicos

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(m³), milhares ou mesmo unidades. Unidades de medida associadas a toneladas devem sempre usar

o padrão de “tonelada métrica” (t). Quando não indicado, as unidades de medida devem seguir o

Sistema Internacional de Unidades (SIU).

Neste quesito, também é possível que a quantidade seja solicitada em unidade de produto

com seu respectivo peso. Por exemplo: suponha que a empresa vendeu 50 unidades do produto na

embalagem de 50g ao preço de R$1,00 e 100 unidades do mesmo produto na embalagem de 75g

ao preço de R$1,10. Nesse caso, o preço está em unidades mas, ao reportar as quantidades e os

respectivos preços, é possível calcular o preço médio do produto por gramas (R$/g).

4.2.2. Valores em percentual

Existem dados que, pela própria definição na seção anterior, possuem resultados em valores

percentuais; é o caso do market share e das margens de contribuição, por exemplo. Porém, ao

responder a planilha, não deve ser utilizado o símbolo “%”. Identificar no dicionário de variáveis que

se trata de um valor percentual.

Dessa forma, suponha que a empresa X calculou sua participação no mercado do produto A

em 0,5% do mercado total do produto A. Se o Cade solicitou essa informação na planilha, o dado

deve ser preenchido como: 0,50.

4.2.3. Valores monetários

Dados sobre faturamento, receita, preço e custos devem estar em valores nominais da moeda

brasileira, Real (R$). O deflacionamento das séries será realizado pela equipe do DEE. Se os dados

que a empresa possui já estiverem em valores reais, é necessário apresentar qual foi o índice de

preços utilizados para o deflacionamento, bem como a data utilizada como base.

Se a empresa possui dados apenas em outra moeda, por exemplo, em dólar (US$), deve ser

reportado o valor em dólar, deixando clara esta unidade de medida. A conversão e correção

monetária ficará a cargo do DEE.

Conforme já foi citado anteriormente as unidades de medida estarão especificadas na

planilha de submissão de dados enviada pelo DEE. Como forma de conhecimento prévio, na Tabela

8 são apresentadas unidades de preferência, ou seja, unidades que foram utilizadas em solicitações

anteriores deste órgão e o formato da célula de preenchimento.

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Tabela 8 – Unidades de medida de preferência por variáveis

Variáveis Unidade de preferência Formato da Célula Variáveis monetárias (preço, receita, custo, faturamento etc)

R$ em valores nominais, dependendo da variável pode ser solicitado em milhares de R$.

Número

Quantidades Unidade, kg, toneladas, m³. Número Market share (em %) Número percentual, porém, sem o símbolo de percentual. Número Capacidade instalada Quantidade ou valor monetário Número Capacidade utilizada Quantidade ou valor percentual em relação ao total da

capacidade instalada. Número

Capacidade ociosa Quantidade ou valor percentual em relação ao total da capacidade instalada.

Número

Origem do produto Nacional ou Importado. Texto Margem de lucro Número percentual, porém, sem o símbolo de percentual. Número Margens de contribuição Número percentual, porém, sem o símbolo de percentual. Número Dimensão geográfica Quanto mais restrito melhor, por exemplo dados por

municípios. Texto

Dimensão temporal Quanto mais restrito melhor, por exemplo dados diários ou mensais.

Texto

Fonte: Elaboração própria.

Ressalta-se que as unidades de medida das variáveis devem possuir coerência interna. Por

exemplo, se as quantidades estão em unidades, os preços devem ser unitários (R$/unid), se as

unidades estão em toneladas, os preços devem estar em R$/tonelada. Existe a possibilidade, em

determinados casos, de solicitar que as variáveis sejam discriminadas também com base no

tamanho/peso da embalagem.

Por exemplo, suponha que um produto A é vendido em uma embalagem individual e em

uma embalagem família. Dessa forma, para o preenchimento da base de dados, deve-se considerar

que se trata de dois produtos: um produto A individual e um produto A família. Se, durante a análise,

for interessante obter o preço médio do produto A, é necessário saber o peso de cada embalagem

bem como suas respectivas quantidades e preços.

4.2.4. Check list final

Realizadas as recomendações para o preenchimento da planilha, apresenta-se um Check list final direcionado para o responsável pela submissão dos dados ao DEE. Destaca-se que, conforme

orientação da SG, a Versão de Acesso Restrito deve ter o texto a ser omitido na Versão Pública

realçado em “Cinza 50%” seguido pela inscrição [ACESSO RESTRITO]. Já na Versão de Acesso Público,

deve-se apagar o que foi omitido e deixar apenas a inscrição [ACESSO RESTRITO]. Quando toda

informação de uma aba, linha ou coluna for confidencial, pode-se utilizar a indicação de [ACESSO

RESTRITO] no título da aba, linha ou coluna.

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Tabela 9 - Check list direcionado para o responsável pela submissão de dados ao DEE.

Orientações

� Foi realizada a definição das unidades de medida das variáveis solicitadas em reuniões anteriores à solicitação de dados.

� Confirmou-se o recebimento da planilha de solicitação de dados por e-mail. Analisou-se o prazo para resposta e planejou-se o preenchimento respeitando este prazo.

� Houve o preenchimento dos contatos de quem respondeu os dados solicitados.

� Não foram utilizadas células mescladas, nem tabela dinâmica.

� Células de dimensão temporal, geográfica e produto/serviço estão com a formatação “Texto”.

� Células de quantidades, valores monetários e percentuais estão com a formatação “Número”, sem separador de milhares, vírgula como separador de decimal e negativo para simbolizar valores inferiores a 0 (zero).

� A planilha de solicitação de dados foi respondida seguindo todas as orientações deste Guia (Seções 5 e 6).

� Não foram utilizados símbolos de R$ ou % nas células numéricas.

� Conferiu-se que as unidades de medida “conversam entre si” (Ex: preços em kg e quantidade em kg).

� Adicionou-se comentários na área delimitada para “Comentários Adicionais” na primeira planilha de solicitação de dados se algum dado não estava disponível e/ou identificada a necessidade de informações complementares.

� A aba com o dicionário das variáveis foi preenchida.

� Elaborou-se duas versões da resposta ao ofício: uma versão de acesso público e uma versão de acesso restrito.

� Os arquivos (versão pública e versão restrita) com respostas foram enviados por e-mail para o responsável pela análise no DEE/Cade em formato “xlsx”8.

� O responsável pela análise no DEE/Cade confirmou o recebimento dos arquivos. Fonte: Elaboração própria.

8 Em casos específicos de bases de dados muito grandes, há a possibilidade de enviar dados em outros formatos, como “.csv”. Porém, isso deve ser definido previamente com o solicitante de dados do DEE.

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5. Prazos

O objetivo deste Guia é otimizar o processo de manipulação e análise de dados por parte da

equipe do Cade. Assim, o foco deste documento está na padronização das informações recebidas

pelo órgão antitruste.

O prazo para o envio das respostas por parte das empresas estará determinado no Ofício

enviado pelo DEE solicitando as informações. Este prazo normalmente varia entre 5 a 15 dias úteis,

sendo possível a dilação de prazo a depender da extensão do pedido de dados e de comum acordo

entre o DEE e as partes.

6. Exemplos de planilha de solicitação de dados

Os modelos de planilhas de solicitação de dados em Excel (formato .xlsx9) estão disponíveis

neste link: http://www.cade.gov.br/acesso-a-informacao/publicacoes-

institucionais/guias_do_Cade/modelos-de-planilhas-para-envio-de-dados.

Para maior esclarecimento de como o órgão espera que estas planilhas sejam preenchidas,

nesta seção serão apresentados dois modelos possíveis de planilhas de submissão de dados. A

primeira, no formato “long”, caracteriza-se pelo empilhamento dos dados. Já a segunda caracteriza-

se pela presença de abas separadas por variáveis solicitadas.

6.1. Planilha no formato “long” (dados empilhados)

O formato dos dados empilhados é o mais adequado para manipulação nos softwares

econométricos utilizados. Este formato engloba todas as variáveis solicitadas em uma mesma aba.

A ordem em que os produtos, categorias, subcategorias, dimensão geográfica e dimensão

temporal são apresentadas é irrelevante. O importante é que todas as variáveis sejam preenchidas

de forma correta e coerente.

Para exemplificar este modelo, apresenta-se nas Figuras 3 e 4, as duas abas de uma planilha

de solicitação de dados fictícios de uma empresa. Considere que o DEE solicitou para a empresa:

9 O formato “xlsx” foi definido pois não pode armazenar o código de macro do Microsoft VBA (Visual Basic for Applications). Desta forma, evita-se que o arquivo caia no firewall.

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• Variáveis: preço unitário (R$/unid), quantidade produzida (em unidades) e margem

de contribuição bruta (em %),

• Dimensão geográfica: dados das Unidades da Federação São Paulo e Distrito Federal,

• Dimensão temporal: dados mensais,

• Período: últimos 4 meses (jan/2018, fev/2018, março/2018 e abril/2018),

• Produtos: Lasanha congelada bolonhesa e quatro queijos, ambas nas embalagens

individual e família.

Observa-se que na primeira aba (Figura 3) são apresentadas orientações gerais para o

preenchimento da planilha em questão, bem como a identificação dos responsáveis pela análise e

pelo preenchimento dos dados. Além disso, apresenta-se uma parte destinada para comentários

adicionais, espaço no qual a empresa pode utilizar para abordar especificidades dos dados, explicar

missing values, dados negativos, entre outros.

Figura 3 – Exemplo fictício de planilha com dados empilhados (aba inicial)

Fonte: Elaboração própria.

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Na segunda aba (Figura 4), apresentam-se os dados empilhados com a apresentação da

dimensão temporal no formato da Tabela 4 (vide seção 4.1.1). Já na Figura 5, tem-se a utilização da

dimensão temporal no formato proposto pela Tabela 5 (vide seção 4.1.1), com separação em duas

colunas.

No formato com dados empilhados (“long”) todas as variáveis solicitadas possuem uma

coluna específica (preço unitário, quantidade unitária e margem de contribuição), incluindo colunas

para a dimensão temporal, dimensão geográfica, produto, categoria e subcategoria.

Figura 4 – Exemplo fictício de planilha com dados empilhados (aba de dados empilhados com data

em uma célula)

Fonte: Elaboração própria.

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Figura 5 – Exemplo fictício de planilha com dados empilhados (aba de dados empilhados com data

separada por colunas)

Fonte: Elaboração própria.

Por fim, a Figura 6 mostra a aba de dados empilhados com comentários que mostram como

deve ser o raciocínio do responsável pelo preenchimento dos dados. Por exemplo, os responsáveis

pelo preenchimento desta planilha optaram por apresentar primeiramente os dados da UF Distrito

Federal, depois os dados da UF São Paulo. Em seguida, organizaram os produtos/categoria e

subcategorias para que produtos iguais tivessem seus dados apresentados em ordem crescente do

tempo (de janeiro a abril de 2018). Dados inexistentes estão caracterizados por células em branco

(sem preenchimento), já dados com preenchimento numérico zero representam valor 0 (zero).

Destaca-se que não existe um único formato para o preenchimento, o preenchimento poderia

ser ordenado por mês, indicam todos os dados do mês de janeiro de 2018 primeiramente, depois de

fevereiro e assim por diante.

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Figura 6 – Exemplo fictício de planilha com dados empilhados com interpretação do formato de resposta

Fonte: Elaboração própria.

A empresa já estava em funcionamento, mas não houve produção no DF em janeiro de 2018 de lasanha congelada quatro queijos na embalagem individual.

Preferiu-se apresentar primeiramente todos os dados do DF e depois os mesmos dados para SP.

A empresa não possuía alguns dados em jan/2018 no DF para lasanha congelada bolonhesa individual e em abril/2018 em SP sobre a lasanha congelada quatro queijos individual.

Preferiu-se os dados por produto em ordem temporal crescente.

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6.2. Planilha com separação de abas por variáveis solicitadas

Apesar da planilha no formato “long” ser preferível pelos responsáveis pela análise do órgão

antitruste, elaborou-se também uma planilha com abas separadas por variáveis solicitadas, caso

facilite o preenchimento.

O mesmo exemplo anterior será apresentado em uma planilha por separação das variáveis

em abas, Figuras 7, 8, 9 e 10. Como no exemplo foram solicitadas apenas três variáveis, há três abas

além da aba inicial de orientações gerais. Os produtos, categorias, subcategorias e dimensão

geográfica continuam em colunas; o que muda é que cada período do tempo solicitado se torna

também uma coluna. Assim, tem-se uma coluna para os dados de janeiro de 2018, outra coluna

para fevereiro de 2018 e assim por diante.

O preenchimento neste formato possui uma limitação do uso da dimensão temporal

conforme orientado pela Tabela 4.

Figura 7 – Exemplo fictício de planilha com abas separada por dados (aba inicial)

Fonte: Elaboração própria.

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Figura 8 – Exemplo fictício de planilha com dados de preços

Fonte: Elaboração própria.

Cada coluna indica valores respectivos a um período específico, aqui no caso, meses específicos de 2018.

Assim como no exemplo anterior, jan/2018 não apresenta valores para lasanha congelada bolonhesa individual no DF, assim como em abril/2018 para lasanha congelada quatro queijos individual em SP.

Nesta aba o responsável pelo preenchimento deve indicar os preços unitários de cada produto nas colunas indicativas de tempo.

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Figura 9 - Exemplo fictício de planilha com dados de quantidade

Fonte: Elaboração própria.

Nesta aba o responsável pelo preenchimento deve indicar a quantidade produzida em unidades de cada produto nas colunas indicativas de tempo.

Cada coluna indica valores respectivos a um período específico, aqui no caso, meses específicos de 2018.

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Figura 10 – Exemplo fictício de planilha com dados de margem de contribuição

Fonte: Elaboração própria.

Cada coluna indica valores respectivos a um período específico, aqui no caso, meses específicos de 2018.

Nesta aba o responsável pelo preenchimento deve indicar a margem de contribuição em percentual de cada produto nas colunas indicativas de tempo.

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7. Considerações Finais

As análises realizadas pelo DEE são formalizadas com a publicação de Notas Técnicas sobre

o caso, também em duas versões, uma de acesso restrito e outra de acesso público.

Ademais, as partes têm a possibilidade de elaborar pareceres técnicos. Tais pareceres

apresentados ao DEE devem seguir as recomendações da Resolução nº 4, de 29 de maio de 2012.

Ressalta-se que pareceres com aplicações quantitativas, devem apresentar de forma clara a

metodologia utilizada, bem como sua justificativa. Além disso, o conjunto de dados e procedimentos

utilizados deve ser disponibilizado ao DEE para que os analistas sejam capazes de replicar os

cálculos, caso haja necessidade.

Em determinados casos, há a possibilidade de informações de Agências Reguladoras

brasileiras serem de extrema relevância para a análise do Cade. Destaca-se que é desejável para a

atuação do órgão antitruste brasileiro que as informações trocadas com tais agências também sigam

as instruções constantes deste Guia.

Por fim, é relevante citar que informações em casos com dimensão internacional devem ser

submetidas ao DEE/Cade em língua portuguesa e as unidades de medida das variáveis devem seguir

as especificações apresentadas na seção 4 deste Guia.

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Referências bibliográficas BRASIL. Lei nº 12.529 de 30 de novembro de 2011, Brasília, DF. BRUNI, A. L. A administração de custos, preços e lucros – 3. ed. - São Paulo: Atlas, 2008. BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora HP12C e Excel – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2009. CADE. Resolução nº 4, de 29 maio de 2012. Maio, 2012. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/assuntos/normas-e-legislacao/resolucao/resolucao-4_2012-recomendacao-pareceres.pdf/view>. Acesso em setembro de 2018. CADE. Manual Interno da Superintendência-Geral para Casos Ordinários. Julho, 2017. Disponível em: http://www.cade.gov.br/acesso-a-informacao/publicacoes-institucionais/guias-e-manuais-administrativos-e-procedimentais/manual-interno-da-sg-para-casos-ordinarios.pdf/view. Acesso em setembro de 2018. CADE. Regimento Interno do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - RICADE. Março, 2018. Disponível em: < http://www.cade.gov.br/assuntos/normas-e-legislacao/regimento-interno/novo-regimento-interno-do-conselho-adminstrativo-de-defesa-economica-cade-07_nov-2017>. Acesso em setembro de 2018. GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2007. MARTINS, E. Contabilidade de custos – 10. ed. – São Paulo: Atlas, 2010. PADOVEZE, C. L. Planejamento orçamentário. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. PEREZ JUNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M.; COSTA, R. G. Gestão estratégica de custos – 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2009.