ministra da juventude defende proximidade com os jovens · anos e dos 13 aos 17, de todos os...

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Jornal Comunicar Administração Pública www.governo.cv Governo de Cabo Verde Edição Gratuita Mensal nº15 Junho de 2010 Helena Lisboa Prioridade absoluta! Ministra da Juventude defende proximidade com os Jovens Perfil Criança Professora por vocação Centro de Emergência Infantil uma mais-valia para as crianças Cabo-verdianas

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Jornal Comunicar

Administração P úblicawww.governo.cvGoverno de Cabo Verde Edição Gratuita Mensal nº15 Junho de 2010

Helena LisboaPrioridadeabsoluta!

Ministra da Juventude defendeproximidade com os Jovens

Perfil

Criança

Professora por vocação

Centro de Emergência Infantiluma mais-valia

para as crianças Cabo-verdianas

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Criado em 2004, para acolher crianças vítimas de maus tratos físicos, abandono, abuso sexual ou em situação de risco, o Centro de Emergência Infantil (CEI), situado em Achada de Santo António, acolhe crianças dos 0 aos 12 anos e dos 13 aos 17, de todos os concelhos da ilha de Santiago, mas também de outras ilhas, já que em todo Cabo Verde funcionam apenas dois centros, um na Praia e outro na cidade do Mindelo.

O Centro de Emergência Infantil é uma retaguarda do programa Emergência Infantil do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), financiado pelo Governo de Cabo Verde e criado com o objectivo de acolher crianças em situação de risco, e reintegrá-las depois na família ou na sociedade. A necessidade de substituir a casa familiar e fazer com que a criança se sinta bem, obriga a que a rotina diária do centro seja semelhante àquela que a criança deve ter no seio familiar, como nos conta a coordenadora deste CEI, Cátia Cardoso.

“Ao chegarem ao centro, as crianças são enquadradas na escola, se necessário, encaminhadas para os Centros de Saúde ou Hospital, fazem as refeições diárias, os trabalhos de casa enfim, tentamos que a estada no centro se assemelhe aoambiente familiar. Infelizmente não podemos substituir a família”.

Actualmente as crianças chegam ao centro através do encaminhamento dos tribunais, dos hospitais e centros de saúde, podendo ser ainda identificadas pelo Programa Emergência Infantil, pelo Programa Serviço Social, que funciona na sede do ICCA no Plateau, através das denúncias anónimasfeitas a partir da linha grátis 8001020 – Disque Denúncia.

Apesar de ter sido projectado apenas para 30 crianças, o CEI acolhe, actualmente, um total de 46 crianças, contando para isso, com grupo de oito monitoras que trabalham por turnos de forma a suprir da melhor forma a necessidade de cuidados das crianças. Conta ainda com uma equipa técnica formada na sua maioria por educadores sociais que fazem o acompanhamento escolar e familiar das crianças, tendo sempre em vista a possibilidade de reinserção da mesma na família biológica ou numa família substituta.

Centro de Emergência Infantil:uma mais-valia para as crianças Cabo-verdianas

Para Cátia Cardoso, o funcionamento do centro acarreta contudoum lado negativo, muitos pais e encarregados de educação,sabendo que existe um espaço que acolhe as crianças, dispõem-semuitas vezes a quererem se “livrar” das suas responsabilidades, chegando ao ponto de a quererem impingir ao centro, sem que esta preencha os requisitos para lá estar.

O problema do CEI é mesmo este: a criança está no centro por emergência e tanto pode entrar à noite e sair no dia seguinte como poderá ficar no centro por um tempo indeterminado.

O CEI – conta a Coordenadora - não deveria ser um lar permanente para as crianças, de acordo com o seu propósito mas, estão no centro crianças que têm crescido dentro do mesmo e continuamlá. “A primeira criança a dar entrada no centro contínua cá” acrescenta.

Nestes casos em que não se consegue integrar a criança na família biológica ou substituta, e que não seja possível umaadopção, a criança pode ser encaminhada para outrosprogramas do ICCA como os centros juvenis da Assomada, que acolhe meninas dos 6 aos 17 anos e o centro juvenil dos Picos que acolhe rapazes, também, com essa idade. As crianças que entram no centro enquanto bebés, são as que acabam por ficar por muito mais tempo, pois não tendo atingido 6 anos não podem ser acolhidas por outros centros.

No momento, o plano é implementar o voluntariado com mais força. Os voluntários do centro devem passar por um processo de selecção, mas são livres de escolher a área de interacção com as crianças do CEI. Podem ajudar nos cuidados de higiene, saúde, acompanhamento psicológico, desenvolver actividades lúdicas e de ocupação dos tempos livres. Enfim, o centro está aberto a todo tipo de apoio desde que venha ao encontro com as suas necessidades.

Ao longo dos seis anos da sua existência têm passado pelo Centro de Emergência Infantil casos de sucessos, em que as criançasforam reintegradas na família, casos de adopção nacional e internacional, de crianças que foram acolhidas por outros centrose programas do ICCA e que hoje estão bem. Assim se mede o sucesso do centro, sublinha Cátia Cardoso.

Por ocasião do Dia Internacional da Criança que se celebra a 1 de Junho, o Jornal Interno do Governo, Comunicar Administração Pública, trocou dois dedos de conversa com Cátia Cardoso, Coordenadora do Centro de Emergência Infantil da Praia, uma das instituições que muito tem feito para a protecção e salvaguarda das crianças e dos seus direitos em Cabo Verde.

Cátia Cardoso, Coordenadora do Centro de Emergência Infantil da Praia

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Delegação dos RNI de São Lourenço dos Órgãos com certidões on-line e empresa no diaNo âmbito da modernização e expansão dos serviços dos Registos, Notariado e Identificação, a Ministra da Justiça, Marisa Morais, inaugurou a 02 de Junho último, em João Teves, a delegação dos RNI do município de São Lourenço dos Órgãos. Trata-se de uma estrutura moderna e funcional que vai albergar, para além dos serviços tradicionais dos RNI, os serviços prestados pela Casa do Cidadão, nomeadamente, a certidão on-line e a Empresa no Dia. De referir que, para além de São Lourenço dos Órgãos, serãoainda contemplados com delegações dos RNI, os municípios de Santa Catarina do Fogo, Mosteiros e São Salvador do Mundo.

Fórum sobre Extensão da Cobertura da Protecção SocialO Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) realizou, nos dias 07 e 08 de Junho, na Praia, um Fórum subordinado ao tema “Extensão da Cobertura da Protecção Social”. O evento teve o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e contou com a participação de diferentes actores sociais. O Fórum teve como objectivo socializar o Plano de Extensão de Cobertura da Protecção Social aos trabalhadores por conta própria e dos serviços domésticos, desenvolver parcerias e definir planos de acção local, bem como melhorar os conhecimentos sobre a legislação e o Sistema de Protecção Social.

Mundo laboral: Inspectores de Trabalho pela primeira vez na ilha da Brava

Uma equipa da Inspecção-Geral do Trabalho, IGT, esteve no mês de Maio passado, pela primeira vez, na Ilha da Brava. Esta visita teve um carácter mais pedagógico, incidindo a actuação sobretudo em esclarecimentos sobre a lei laboral, segurança no trabalho, direitos e deveres do trabalhador e do empregador, entre outros. Um total de 36 empresas/instituições foram visitadas em diversas localidades da ilha, o que resultou em 16 notificações. Foram identificadas irregularidades como a não inscrição de trabalhadores no INPS, o não pagamento dos descontos à Previdência Social, não inscrição e não pagamento do seguro obrigatório de acidentes de trabalho, carga horária excessiva, não atribuição do dia semanal de descanso e não atribuição do direito a férias, em alguns casos.

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, declarou, logo após o desfecho da 25° Cimeira África-França, a 01 de Junho último, ter ficado satisfeito com os resultados do encontro que, terão cumprido as expectativas de Cabo Verde, apontando entre outros aspectos, a questão do apoio da França à reforma das Nações Unidas e a inclusão de um país africano no Conselho de Segurança daquela instituição. Essa reforma das Nações Unidas será fundamental “para que a África tenha uma voz a nível do Conselho de Segurança”, sublinha José Maria Neves que ficou igualmente satisfeito com as recomendações de uma maior participação de África no Banco Mundial, assim como no FMI e outras instâncias de governança global.

Flash

Cidade Velha recebe certificado que a confere como Património do MundoEstá finalmente concretizada a entrega do certificado que confere à Cidade Velha o título de Património histórico da Humanidade. A Cidade Velha, berço da criolidade é “merecidamente”património da Humanidade, frisou o Ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, quem entregou o“Canudo”. Para o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, este é um exemplo dum povo cuja grandeza histórica ultrapassa as fronteiras do seu território. Cidade Velha é “património do Mundo”, ressalva, lembrando da riqueza - a língua cabo-verdiana que também merece ser valorizada.

Cimeira Portugal / Cabo Verde confirma boas expectativas com novos acordosRealizou-se a 9 de Junho último, a primeira Cimeira Luso-Cabo-verdiana, com ambos países aconfirmarem as orientações para o reforço da cooperação bilateral em novas áreas estratégicas como as novas tecnologias aplicadas à educação e ensino superior, as energias renováveis e acriação do “cluster” do mar em Cabo Verde. Como já era de se esperar, os dois primeiros-ministros,José Sócrates e José Maria Neves reafirmaram o firme compromisso de reforçar e estenderas relações bilaterais para além das áreas que já vinham sendo anunciadas e a criação do“cluster” do mar, com o aproveitamento de todas as potencialidades de Cabo Verde ligadas ao mar.

Técnicos e dirigentes nacionais debatem Génerona Gestão da Terra e da Água

Técnicos, dirigentes e consultores nacionais nos domínios de género,recursos fundiários e hídricos participaram, de 25 a 27 de Maio último, num atelier enquadrado num projecto inter-regional que insere a abordagem Género na Gestãoda Terra e da Água. O objectivoprincipal do encontro foi reforçar as capacidades dos actores nacionais na integração das questões de género nas políticas e programas relacionados com o desenvolvimento agrícola e rural, nomeadamente nos sectores de água e terra.

Cabo Verde satisfeito com Cimeira África-França

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Para Janira Hopffer Almada, liderar a pasta da Juventude, enquanto jovem, significa um grande desafio e constitui uma oportunidade de poder corresponder aos anseios dos jovens e de responder aos apelos que os mesmos lhe têm feito há já algum tempo. “Sinto que a juventude cabo-verdiana tem uma grande abertura para comigo e tenho tido muito apoio por parte dos jovens. Acredito que o facto de eu ser jovem esteja a ajudar. Eu definiria o que sinto por liderar esta pasta como a possibilidadede poder ajudar os jovens cabo-verdianos, mas contando também com o seu apoio”, afirma.

Proximidade com os Jovens

“Eu sempre defendi, e acreditei, que é fundamental que o membrodo governo responsável pela área da juventude tenha uma grande abertura e esteja muito próximo dos jovens”, avançou a ministra da Juventude. “Eles devem ser envolvidos e têm de ser ouvidos quando as medidas de política estejam em fase de implementação, porque há sempre as que podem ser recentradas e as que podem ser mais focalizadas e reforçadas”, acrescenta. Logo após assumir a pasta da Juventude, Janira Hopffer Almada decidiu que era indispensável manter conversas abertas e directas com os jovens, em todos os pontos do País e da diáspora, e tem estado a fazê-lo, há já algum tempo. Embora ainda não tenha ido a todos os concelhos, a intenção é “cobrir” todo o Cabo Verde.

Nestas conversas, adianta a Ministra, as maiores preocupações manifestadas pelos jovens têm a ver com as suas oportunidades de inserção económica e social, com o pagamento de propinas, seja no ensino superior, seja no ensino secundário. A titular da pasta da Juventude explica, ainda, que durante os encontros com os jovens tem realçado as novas possibilidades que o país tem oferecido, pois devido a alguma falta de informação, alguns deles não têm podido beneficiar destas mesmas oportunidades.Entretanto, JHA lembra que as medidas de política para a juventude

Ministra da Juventudedefende proximidade com os Jovens

vêm sendo implementadas, desde 2001, quando este Governo assumiu o poder, ressalvando que essas medidas são transversais e multi-sectoriais. Vários departamentos governamentais têm medidas direccionadas para os jovens, até porque os jovens são o eixo central do desenvolvimento económico e social do país.

Projectos em carteira

O Ministério da Juventude tem vários projectos importantes para a camada juvenil, nomeadamente o de inserção económico-social dos jovens, através do qual se vem auxiliando muitosjovens no pagamento de propinas, e ajudando-os no desenvolvimento de projectos para a promoção do seu auto emprego, de acordo com a Ministra.

Todos os investimentos feitos pelo Governo na área da educação, com as escolas secundárias, com a formação de professores e com os apoios e subsídios que têm sido atribuídos pelo extinto Instituto Cabo-verdiano de Acção Social Escolar (ICASE) agora Fundação, têm em vista o apoio aos jovens cabo-verdianos, lembra a ministra, acrescentando que os apoios que têm sido dados para a construção de campos relvados e placas desportivastêm em vista a beneficiação dos jovens. Ainda realçou o Programa de Estágios na Administração Pública e os doInstituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) que visam ajudar os jovens a se inserirem no mercado de trabalho.

As praças digitais, que têm sido inauguradas, em vários Concelhos do País foram pensadas, essencialmente, para que os jovens pudessem ter acesso a mais informação e conheci-mento. A Agência de Desenvolvimento Empresarial e Inovação (ADEI) é outra aposta do Governo para a Juventude, que visa, fundamentalmente, estimular o empreendedorismo, com uma especial incidência na camada jovem.

Entrevista

Janira Hopffer Almada

“É fundamental que o membro do Governo responsável pela área da juventude tenha uma grande abertura e, sobretudo, esteja muito próximo dos jovens”, palavras de Janira Hopffer Almada, três meses após assumir a pasta da Juventude, falando sobre os projectos em carteira para

a camada juvenil cabo-verdiana.

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O Programa Nacional de Voluntariado é um dos projectos do Ministério da Juventude, que conta com o forte apoio das Nações Unidas, para que cada jovem possa ter uma maior e melhor inserção na sua comunidade.

No que se refere ao Associativismo Juvenil, a ideia é formar lideranças de forma a promover uma maior integração das comunidades mediante a resolução oportuna e conveniente dos problemas que as afligem e, desta feita, melhorar as condições de vida dos próprios jovens.Janira Hopffer Almada avança que “neste momento, há uma série de projectos que estão a ser implementados, como é o caso das vagas facultadas pelo Ministério da Juventude, em termos de formação profissional no país e no exterior. Além disso, têm sido abertos mais Centros de Juventude e Telecentros com o intuito de permitir aos jovens terem um espaço de lazer, para que possam trocar opiniões, fazer formações e, sobretudo, discutir as suas ideias e expor as suas conclusões.”

O Sistema Nacional de Bolsas de estudos é outro projectoque o Governo está, neste momento, a estruturar. Esteprojecto visa apoiar os jovens carenciados no ingresso no ensino

superior. “É fundamental conseguirmos enquadrar mais jovens no sistema do ensino superior, auxiliando os mais vulneráveis e os mais carenciados que não poderão aceder a esse nível de ensino se não tiverem esse apoio”, realça Janira Hopffer Almada. No que tange aos projectos virados para o intercâmbio juvenil, “o Governo tem interesse em promovê-los, até porque Cabo Verde é um arquipélago, constituído por 10 ilhas (uma desabitada) éfundamental que os jovens da Praia possam conhecer SãoVicente e os jovens de Santo Antão possam conhecer São Nicolau, por exemplo. É essencial a promoção desse intercâmbio para a troca de experiências e de informações”, explicou a Ministra, anunciando, para breve, a inauguração da primeira Pousada de Juventude, a localizar-se no Porto Novo, na ilha de Santo Antão.

As Pousadas de Juventude são assumidas como um instrumento estratégico, que possibilita e incentiva o intercâmbio e a mobilidade juvenil, que permite conhecer outras realidades, regiões, pessoase culturas, facilitando o acesso dos jovens a actividades de carácter cultural, desportivo, de lazer ou de contacto com anatureza. De referir que o Ministério da Juventude já está atrabalhar na identificação de espaço, para a montagem de uma segunda Pousada da Juventude, na ilha de Santiago.

Empreendedorismo jovem Segundo Janira Hoffer Almada, existe o projecto de inserção económico e social dos Jovens, através do qual o Governo tem estado a apoiar os jovens na promoção do seu auto-emprego. Acrescenta, ainda, que neste momento, existe um grandeprojecto em curso, que é o “Emprego Jovem e CoesãoSocial”. Este projecto é financiado pela Cooperação Espanhola,através do Gabinete das Nações Unidas, e visa fundamen-talmente estimular o empreendedorismo dos jovens. É umprojecto muito importante, orçado em um milhão e quinhentosmil dólares, que já se encontra em fase de execução. Tem como objectivo a concessão de mais oportunidades aos jovens empreendedores, o reforço das instituições de micro-crédito para uma maior capacidade de resposta a favor dos jovens, num trabalho articulado com instituições que lidam com os problemas dos jovens.

“Nós temos jovens muito criativos e, sobretudo, com muita vontade de contribuir para o desenvolvimento do país. Mas, muitas vezes, esses jovens que já fizeram a sua formação, não têm 100 ou 200 mil escudos para iniciar o seu negócio e promover o seu auto-emprego”, frisou Janira Hopffer Almada,

justificando a decisão do Governo de criar no futuro, como uma nova resposta, o fundo de financiamento de pequenos negócios. Os primeiros passos para a implementação deste projecto já foram dados com a análise, em sede de Conselho de Ministros, do projecto que cria a sociedade de garantia mútua.

Ainda no âmbito do empreendedorismo e do emprego jovem, o Governo tomou a importante medida, no Orçamento Geral do Estado de 2010, de isentar do pagamento do IUR, nos três primeiros anos, as empresas criadas por jovens - uma medida que contribui para estimular a criação de pequenas e médias empresas e impulsionar o empreendedorismo juvenil. Isto tudo porque o Governo quer uma juventude dinâmica e empreendedora, uma juventude que não se identifique com a postura ou a atitude “de esperar que as coisas aconteçam”.

Enquanto jovem e Ministra da Juventude, Janira Hopffer Almada deixa a seguinte mensagem à camada juvenil cabo-verdiana: “Podem contar comigo, mas eu conto também com todos os jovens de Cabo verde para, juntos, fazermos um trabalho melhor para o futuro da juventude Cabo-verdiana”.

“Sinto que a juventude cabo-verdiana tem uma

grande abertura para comigo e tenho tido

muito apoio por parte dos jovens.”

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Inauguração das instalações da Agua Brava e da Biblioteca Municipal (Ilha da Brava)

As crianças e adolescentes representam boa parte da populaçãocabo-verdiana: dos 0-4 anos são 11,9%, dos 5-14 são 23,53% e, ainda, uma percentagem significativa da faixa etária dos 15-19 anos.

O Governo, através do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente, ICCA, tem estruturado uma política de atenção integrada para as crianças que já foram consideradas as flores da revolução por Amilcar Cabral e que hoje são prioridade absoluta para o Ministério do Trabalho, Família e Solidariedade Social.

O mais recente projecto do ICCA para atender às crianças em situação de vulnerabilidade é o “Nôs Kaza: criança fora da rua, dentro da escola”, a funcionar desde Dezembro do ano passado, na Praia. Mais recentemente este projecto passou a beneficiar as crianças de Santa Maria, no Sal, e de Santa Catarina de Santiago.

O “Nôs Kaza” que terá a duração de dois anos é financiado peloGoverno de Cabo Verde e pela Cooperação Espanhola e visa a reinserção social de crianças em situação de vulnerabilidade nas ruas.

O projecto oferece orientação no estudo e actividades lúdico-pedagógicas como pintura, artesanato, artes circenses, sobretudo, circo de rua e refeições quentes. A estratégia tem sido oferecer as actividades lá onde as crianças se encontram, como forma de atraí-las. A abordagem é feita por educadores de rua devidamente identificados.

Até agora já são 143 crianças beneficiadas na Praia. Mas, efectivamente são 50 atendidas com regularidade, com média de idade entre os 9 e os 17 anos e provenientes dos bairros da Bela Vista, Casa Lata, Eugénio Lima (a grande maioria), Achada Grande, Ponta de Água, Calabaceira e Castelão.

Para a coordenadora nacional do “Nôs Kaza”, Ana Paula Lopes, a avaliação é positiva já que o projecto está a responder ao pretendido. A equipa tem conseguido contornar as dificuldades, adaptando-se às condições existentes. Por exemplo, teve-se que rever a metodologia e oferecer actividades no local onde as crianças se encontram, implicando, assim, a mudança de horário e estratégias. Por outro lado, o espaço está a tornar-se pequeno para a demanda.

Para promover a reinserção, o projecto tem apostado em actividades que possibilitem a convivência entre as crianças e as famílias, como

Criança, prioridade absoluta!são os casos das comemorações do Dia da Família, Dia das Mães, entre outros.

Os técnicos também fazem visitas domiciliárias para diagnóstico e acompanhamento, para o caso das crianças na rua. Para aquelas de rua, a resposta é mais complexa e por isso foi estruturado o sub-projecto “Circo de Rua”, como forma de possibilitar aos meninos ter futuramente um ofício e uma forma de sustento digno.A equipa da Praia é formada por quatro monitores, dois estagiários (em Educação de Infância e Psicologia da Educação), uma coordenadora geral, um responsável local pelo projecto e uma psicóloga clínica.

Os parceiros são: Delegacia de Saúde, Hospital Agostinho Neto (consultas, exames), Centro de Juventude, Centros de Protecção Social, Direcção-Geral de Alfabetização e Educação de Adultos, DGAEA, Escola Nôs Circo, Igreja Nazarena.

Outros programas/projectos do ICCA:

- Centro de Emergência Infantil (atende crianças vítimas de abuso e exploração sexual, maus-tratos, negligencia e abandono, etc., durante 7 dias por semana, 24 horas/dia)

- Disque Denúncia: Linha Grátis 800 10 20

- Família Substituta / de Acolhimento (rede de famílias substitutas/ de acolhimento que garantem protecção imediata às crianças em situação de alto risco)

- Protecção e Reinserção Social/Centros de Acolhimento (protecção e segurança à criança, em situação de risco e alto risco, em espaço de acolhimento, facilitadores da sua posterior integração escolar, sócio-familiar e/ou profissional)

- Educação em Ambiente Aberto (apoio às crianças em situação de rua e respectivas famílias, com intuito de garantir a protecção e o exercício efectivo dos Direitos das Crianças e Adolescentes, garantindo educação escolar, apoio com material escolar, propinas, passes, encaminhamento para a Formação Profissional, etc.)

Passeios pedagógicos

Projecto Nôs Kaza - Praia

Oficina de percurssão

Aprendendo em conjunto

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O facto é conhecido: existem muitas crianças em Cabo Verde que não são registadas quando nascem. Outras são registadas apenas pelas mães. Outras, ainda, são registadas muito tardiamente. Às vezes, tarde demais.

Esta situação tem indícios de um problema social muito grave em Cabo Verde.

Além das razões estatísticas, de organizaçãodo país, etc., registar uma criança é, sobretudo, dar-lhe um nome, conferir-lhe uma identidade, que contém os traços da sua/nossa família. É, orgulhosamente,passar-lhe a nossa herança - o nome da família - pois temos a certeza que alguém vai continuar a nossa história. É também um acto de amor. Orgulho e amor expressos de muitas maneiras: “É Nha fidju!”, “É Nos fidju”, “Nha fidju ki Dios da-m”! “Nha kodé!”, “Nha fidju ke nha rikeza!”, etc., etc.

Ser pai e ser mãe são desejos humanos profundos. Tanto assim é que o indivíduo já não é o mesmo depois de isso acontecer. E na maioria das vezes, a vida passa a estruturar-se à volta dos filhos.

Registar uma criança não é um acto so-litário. É essencialmente um acto social: é assumir perante os outros a condição de pai ou mãe. É um novo estatuto! Quase sempre vivido num misto de muita ansiedade, emoção, alegria, surpresas, encanto e até alguma “basofaria”. É o assumir de uma nova identidade social.

Ora, na sociedade cabo-verdiana verifica-se uma grande contradição que se repete ao longo dos tempos: os nossos filhos e filhas (muitos!) não são registados pelos pais após o nascimento. Não são assumidos. E aqui reside e começa um problema bem maior.

Neste aspecto, a nação está envergonhada.No ano 2000, havia 2.526 Crianças semregisto (1). Em 2003, 2% de crianças de 0-10 anos de idade não estavam registadas (2).

Só no concelho da Praia, entre 2007 e 2008, havia cerca de 4.000 processos de registos incompletos, para perfilhação, na maioria casos sem o nome do pai! É uma estatística que envergonha.

Mas quem são esses pais, homens na sua maioria, que recusam reconhecer e assumiros seus filhos? Porque é que muitos apenas o fazem tardiamente e perante a coacção da justiça? Porquê essa resistência? Porquê? E sendo pais, afinal o que querem, ou o que não querem esses homens? O que terá acontecido com esses homens? Terão se tornado em pais-desnaturados? E quando os casos sucedem-se com as mães (são menos), colocam-se as mesmas perguntas.

Estas são perguntas que todos nós devemos colocar e reflectir com seriedade e serenidade, tentando entender um pouco mais de nós, como povo e como pessoas, membros de uma sociedade,

Crianças sem registo: órfãos da nossa (falta de) vergonha!

OpiniãoOrlando de Borja, Antropólogo

cujo desenvolvimento depende, também, desse conhecermo-nos melhor.

Mas essa compreensão passa por re-conhecer melhor a realidade cabo-verdiana: vive-se uma “poligamia de conveniência”, geradora de graves conflitos e injustiças sociais, sustentadora de um machismo indomável, que justifica irresponsabilidadese que cria um tipo de homem-macho manipulador das relações com o outro.

Lá no fundo, não registar e não assumir o filho, parece ser uma estratégia para se conservar num certo anonimato, de um “macho do mundo” que não é de ninguém.

Enquanto prevalecer essa “poligamia de conveniência”, estão criadas as condições para o crescimento de personalidadesdestorcidas, geradoras de patologias sociais que põem em causa o equilíbrio desta sociedade.

Neste assunto, parece que até o Estado está enrolado. Senão vejamos: Quem se responsabiliza, para que, neste particular, se ponha na prática o famoso “Interessesuperior da criança”? O que se fez, de facto, durante esses anos para se inverter essa prática tão prejudicial para o presente e futuro dos filhos e filhas desta nação?

1) ICM (2000), Problemática das crianças sem registo de nascimento, Praia (p. 24). 2) Projecto Registo à nascença, Ministério da Justiça, Praia.

José António Gomes, que todos conhecem por Luís, tem 19 anos e é Educador de Rua do projecto “Nôs Kaza” do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente, ICCA. Tudo muito comum, não fosse o detalhe de Luís ser um ex-menino de rua.Ele está todos os dias, em campo, a localizar, abordar e mobilizar as crianças de/na rua para levá-las para o espaço do projecto. Ele conhece muito bem todos os locais onde possa haver crianças de rua.

Luís foi para rua porque não encontrava em casa aquilo que queria: atenção da família e bens materiais. “Deambulei durante 2 anos pelo aeroporto. Carregando bagagens, ganhava dinheiro para comprar o que queria, e aquilo que minha família não conseguia me dar. Com o tempo, passei a viver na rua e só aparecia em casa quando me desse vontade. Depois afastaram-me do aeroporto e fui viver no cais, onde ganhava a vida fazendo biscates”, conta.

A sua família é a avó. Não conhece o pai e tem pouca ligação com a mãe. Enquanto viveu na rua, nunca foi à escola. Os técnicos do ICCA abordaram-no aos 10 anos. Começou a frequentar a escola com apoio do ICCA. Foi envolvido pela magia das actividades lúdicas promovidas pela instituição e pela atenção que recebia. Diz ele, que começou a entender o que é a Família quando chegou no ICCA.

Tudo começou a mudar. Luís diz que foi salvo pelo ICCA. Quase perdeu a visão devido a uma infecção que contraiu nas ruas da capital. Foi tratado e hoje usa lentes de grau.

Mudou de comportamento e companhia. Começou a interessar-se pelo estudo. Hoje está no 9º ano. Trabalhou durante 4 anos como voluntário nos projectos do ICCA e desde Dezembro do ano passado é contratado do Projecto “Nôs Kaza”.

“Depois de ser atendido pelo ICCA meu sonho era trabalhar com crianças de rua…sinto-me bem no Projecto. Consigo ajudar porque conheço a realidade das ruas. E posso dizer: (rua ê ka sabi). Ningem ka ta tratou dretu na rua. Trabalhar no “Nôs Kaza” é uma grande oportunidade, porque sinto-me em casa. O ICCA foi o meu primeiro lar”.

É preciso juntarmos forças para combater os males que levam as crianças para as ruas, sobretudo, falta de condições económicas das famílias, falta de educação para as crianças, violência, entre outros.

José Gomes: exemplo de sucesso das políticas públicas do ICCA“Rua ka sabi. Ningem ka ta tratou dretu. Nha primeru lar foi ICCA”

Luis acompanhado de crianças do Projecto Nôs Kaza

Ficha TécnicaPropriedade: GMPCMAP Coordenação Geral, Concepção e Realização: Gabinete de Comunicação e Imagem do Governo Fotografias: Margarito Melo Colaboradores: Pontosfocais de comunicação do Governo Impressão:INCV Tiragem:5000 Exemplares

Natural da ilha Brava iniciou a carreira de professorano ano lectivo de 1994/95 como estagiária na EscolaEugénio Tavares, em Sant iago. Quadro do Min is tér io da Educação, desde então temsempre leccionado na referida escola, onde é Gestora há cerca de cinco anos.

Na sua adolescência sonhava ser actriz ou cantorade ópera, confessa ter uma grande paixão pelarepresentação e música. Não obstante, diz, sempreteve uma enorme vontade de ensinar, lidar com as crianças e consequentemente ser professora, o que a levou, com apenas 17 anos de idade, a fazer uma formação na área no Instituto Pedagógico da Praia.

Sente-se feliz e realizada com a sua profissão,realçando que hoje não consegue identificar-secom outra que não seja o professorado. Para Helena Lisboa, o que torna gratificante estaprofissão é a estima que o professor goza nocoração dos alunos/crianças, que, quando a vêem na rua, a chamam e a acenam com muita alegria.

Lembrando que a função do professor é aliar-se às famílias e aos alunos na luta por um futuromelhor, Lisboa aponta, algumas dificuldades que os professores do Ensino Básico Integrado (EBI) enfrentam no seu dia-a-dia, nomeadamente a pouca presença dos pais na escola e alguma indisciplina por parte dos alunos, sendo que,neste sistema de ensino, não existe, ainda, um regulamento sobre as regras que devem seraplicadas aos educandos.

“Fala-se sempre em direito das crianças, mas o dever não está sendo falado de igual forma”,defende a jovem professora, para quem, o docentesente, ainda, uma certa lacuna nesse aspecto. Por isso, apela às crianças que saibam “diferenciar os direitos e os deveres”, pois sendo elas o futuro da nossa nação, há que ter alguma responsabilidade da sua parte.

Como maior desafio, enquanto Gestora da EscolaPrimária Eugénio Tavares, aponta a realização de um bom trabalho pedagógico, no sentido de ter momentos de cidadania para com os seuseducandos. Tem um projecto que pretendeaplicar, que é a promoção de encontros, com o objectivo de se falar sobre a vida e o seu dia-a-dia pois, acredita que ser professor não se resumea ensinar, mas também a transmitir confiança,amizade e, sobretudo, companheirismo.

Aos colegas docentes e principalmente aos que trabalham com as crianças, apela à paciência, dedicação, criatividade, a serem bons ouvintes e especialmente muito amigos dos seus alunos.

JunhoTerça-feira – 15 a 22 – Exposição: A história da educação em Cabo Verde Local: Hall da Assembleia Nacional

Sábado – 19 – Espectáculo de Rua Local: Av. Cidade de Lisboa - Inauguração da Obra de Restauro da Capela de Trindade Local: Trindade – Concelho da Praia

Sábado – 25 – Inauguração da Obra de Restauro da Casa de Morgado e Museu de Tabanca em Chã de Tanque – Santa Catarina Local: Chã de Tanque – Cidade de Assomada Sábado/Segunda – 25 a 27 – Grande Feira do Turismo na Cidade Velha, em parceria com o MTIE, MESCC e CMRGS Local: Fortaleza Real de S. Filipe – Cidade de Santiago de Cabo Verde - (Cidade Velha)

JulhoSábado 3 – Acrobacia e dança Chinesa, 16h00 e 22h00 – Início do espectáculo Local: Sala de Espectáculos da Assembleia Nacional – Cerimónia de Juramento de bandeira da 1ª Corporação de Recrutas de 2010 Local: Estádio da Várzea Sexta-feira/Domingo 2 a 4 – Exercício conjunto e combinado (desembarque naval) na Ilha do Maio com o empenhamento de Navio de Guerra Cabo-verdiano e Francês, seguido de acção civil e militar Local: Ilha do Maio

Domingo 4 –Gala Cantar Cabo Verde - Local: Memorial Amílcar Cabral - Festival de Pirotecnia - Local: Ilhéu de Santa Maria

Segunda-feira 05 – Cerimónias Oficiais - Eucarestia alusiva à data Local: Igreja Matriz – Cidade da Praia - 35 Salvas de canhão nos comandos da 2ª e 3ª Região Militar; Local: Quartel 3ª região Militar 08h30 – Deposição de uma Coroa de Flores no Memorial Amílcar Cabral Local: Memorial Amílcar Cabral 09h30 – Sessão Comemorativa Especial da Assembleia Nacional Local: Sala de Sessões da AN 10h30 – Grande Desfile de Morabeza Local: Av. Cidade de Lisboa 16h00 – Acto Público Comemorativo com a Presença das Tropas em Parada e Desfile Militar Local: Av. Cidade de Lisboa

Helena Lisboa

PROGRAMA COMEMORAÇÔESDOS 550 ANOS DA DESCOBERTA DE CABO VERDE E DO35º ANIVERSÁRIO DAINDEPENDÊNCIA NACIONAL

“CABO VERDE: Nação Vencedora”

Professora por vocação