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Ministério Público do Estado de Goiás ATO P.G.J. e C.G.M.P. n.° O01/95 Alterado pelo ATO P.G.J. e C.G.M.P. de 24.06.97 Alterado pela Lei Complementar N." 25/98 Alterado pelo ATO P.G.J. e C.G.M.P. de 06.04.99 Disciplina normas para atuação das CURADORIAS DE FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES, e dá outras providências. O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA e a CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos artigos 15 inciso l e 28 inciso X letra "u", ambos da Lei Complementar n.° 25 de 06.07.1998 (Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Goiás), e artigos 10 inciso XII e 17 inciso IV da Lei Federal n.° 8.625 de 12.02.1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), e CONSIDERANDO que constitui função institucional do Ministério Público do Estado de Goiás velar pelas fundações e associações sediadas e atuantes neste Estado (artigo 129 inciso IX da Constituição Federal); CONSIDERANDO, ainda, as disposições contidas nos artigos 26 a 30 do Código Civil, 1.200 a 1.204 do Código de Processo Civil. 3° do Decreto- Lein.°41 de 18.12.1966 e 52 inciso VIII da Lei n.° 9.991 de 31.01.86. RESOLVEM: DISCIPLINAR, nos termos a seguir expostos, a atuação das Curadorias de Fundações e Associações:

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Ministério Público do Estado de Goiás

ATO P.G.J. e C.G.M.P. n.° O01/95

Alterado pelo ATO P.G.J. e C.G.M.P. de 24.06.97

Alterado pela Lei Complementar N." 25/98

Alterado pelo ATO P.G.J. e C.G.M.P. de 06.04.99

Disciplina normas para atuação das

CURADORIAS DE FUNDAÇÕES E

ASSOCIAÇÕES, e dá outras providências.

O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA e a

CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, no

uso das atribuições que lhes são conferidas pelos artigos 15 inciso l e 28 inciso X

letra "u", ambos da Lei Complementar n.° 25 de 06.07.1998 (Lei Orgânica do

Ministério Público do Estado de Goiás), e artigos 10 inciso XII e 17 inciso IV da Lei

Federal n.° 8.625 de 12.02.1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), e

CONSIDERANDO que constitui função institucional do

Ministério Público do Estado de Goiás velar pelas fundações e associações sediadas

e atuantes neste Estado (artigo 129 inciso IX da Constituição Federal);

CONSIDERANDO, ainda, as disposições contidas nos artigos

26 a 30 do Código Civil, 1.200 a 1.204 do Código de Processo Civil. 3° do Decreto-

Lein.°41 de 18.12.1966 e 52 inciso VIII da Lei n.° 9.991 de 31.01.86.

RESOLVEM:

DISCIPLINAR, nos termos a seguir expostos, a atuação das

Curadorias de Fundações e Associações:

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CAPÍTULO I

DA APROVAÇÃO E ELABORAÇÃO DOS ESTATUTOS DE FUNDAÇÕES

Art. 1°. O requerimento para aprovação dos estatutos, contendo a qualificação do

requerente será dirigido, onde houver, à Coordenadoria das Promotorias de Justiça,

fazendo ela a respectiva anotação e a distribuição ã Curadoria de Fundações e

Associações, e. nas demais comarcas, junto ao órgão local do Ministério Público,

instruído com:

I - duas vias do estatuto;

II - resumo descritivo dos objetivos da Fundação;

III - certidão de inteiro teor do ato de instituição da Fundação.

§ 1°. Tratando-se de fundação instituída por pessoa jurídica, deverão ser

apresentadas, também, cópias da ata de deliberação da criação de nova entidade,

dos estatutos ou contrato social da instituidora e da ata de eleição dos seus

dirigentes.

§ 2°. Os interessados poderão requerer o exame prévio da minuta do ato de

instituição e dos estatutos.

Art. 2°. Recebidos o requerimento e a documentação, a Curadoria de Fundações eAssociações os apreciará, no prazo de 15 (quinze) dias, cabendo-lhe:

I - promover as diligências necessárias à manifestação do Ministério Público;

II - indicar modificações no ato de instituição e nos estatutos, fixando prazo para o

cumprimento;

III - aprovar ou não o ato de instituição e os estatutos, em decisão fundamentada.

Art. 3°. Aprovados o ato de instituição e os estatutos, expedir-se-á o "ATO DEAPROVAÇÃO E AUTORIZAÇÃO PARA REGISTRO" e anotar-se-á no "Livro deRegistro de Fundações" ou em "Fichas de Registros de Fundações", o seguinte:

I - nome, sede, foro e endereço da fundação;II - nome do instituidor e sua qualificação;III - data da aprovação dos estatutos;

IV - identificação do ato de instituição da fundação e, se instituída por testamento,a indicação do juízo onde foi apresentado e cumprido;

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V - dados sobre o registro do ato de dotação no Registro Público e de depósito ou

custódia de valores;

VI - prazo de duração da entidade.

Parágrafo único. Deferido ou não, o pedido de aprovação será arquivado em pasta

aberta para cada entidade.

Art. 4°. No prazo de 15 (quinze) dias. contados da expedição do ATO DE

APROVAÇÃO E AUTORIZAÇÃO PARA REGISTRO, o requerente promoverá o

registro da fundação no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, após o que. em idêntico

prazo, fornecerá, à Curadoria de Fundações e Associações, para serem juntados à

pasta da entidade:

I - a certidão do ato de registro;

II - o nome e o endereço dos integrantes dos órgãos de administração,

representação e fiscalização da entidade de comprovante do ato de suas escolhas,

indicando o início e o término de seus mandatos e as posteriores alterações;

III - o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes (C.G.C.) inscrição

no Cadastro Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás e no Cadastro

Municipal de Atividades Econõmico-Fiscais; e, ainda, dados sobre isenções,

imunidade tributárias e declarações de utilidade pública, se houver;

IV - exercício financeiro da fundação;

V - certidão do Cartório de Registro de Imóveis, se a dotação importar em

transferência de direitos reais sobre imóveis;

VI - certidão do Registro de Títulos e Documentos, se a dotação importar em

transferência de direitos pessoais.

9 1°. Os valores em dinheiro e títulos ao portador deverão ser depositados ou

custodiados em instituição financeira habilitada.

§ 2°. O disposto nos incisos V e VI deste artigo aplica-se aos acréscimos

patrimoniais posteriores.

§ 3°. Concluídas as providências indicadas neste artigo e após inspeção in loco,

fornecerá a Curadoria de Fundações e Associações o Atestado de Regular

Funcionamento

Art. 5°. O ato de instituição de fundação, formalizado através de escritura pública

ou de testamento, conterá:

I - nome, sede e foro da instituição;

II - finalidade e duração;

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III - dotação especial de bens livres e suficientes ao fim a que se destina a

fundação;

IV - destino do património no caso de extinção;

V - o responsável pela elaboração dos estatutos e o prazo para faze-lo.

Art. 6°. Os estatutos da fundação deverão conter:

I - os dados constantes dos incisos I e II do artigo anterior;

II - o nome e a qualificação do instituidor e a forma pela qual foi instituída a

fundação;

III - a organização administrativa da fundação, indicando os órgãos de controle

interno, o modo de escolha de seus membros e as suas atribuições, a duração dos

mandatos e o quorum para as deliberações;

IV - a fixação de normas básicas do regime financeiro-contãbil da instituição e da

fiscalização interna e auditoria externa da execução financeira, com controle doMinistério Público;

V - a indicação do órgão competente para representar a fundação, em juízo e foradele;

VI - dados sobre os rendimentos da fundação;

VII - disposições sobre o património inicial e futuros acréscimos;

VIII - disposições sobre alienabilidade de bens;

IX - a declaração, no caso de fundação que conte com mantenedores e

contribuintes, de que eles não respondem subsidiariamente pelas obrigações

assumidas pela entidade;

X - a forma de alteração dos estatutos e as condições de extinção da fundação,

indicando, nesse caso, o destino do património;

XI - o regime jurídico do pessoal.

Art. 7". Verificada que a dotação de bens é insuficiente ao fim a que se destina a

fundação e a respeito não dispuser o instituidor, a Curadoria de Fundações, em

decisão fundamentada, dela notificará o instituidor para, no prazo de 06 (seis)

meses, complementar a dotação.g 1°. Completada a dotação, até o suficiente para garantir o início das atividades da

fundação e sendo certa a ocorrência de nova dotação ou acréscimo patrimonial,

através de outras fontes, poderão ser aprovados os estatutos e o ato de instituição.

§ 2°. Inocorrendo a complementação de dotação ou a possibilidade de acréscimo

patrimonial através de outras fontes, a Curadoria de Fundações determinará a

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conversão dos bens dotados em títulos da Dívida Pública até que, aumentados com

os rendimentos ou com novas dotações, perfaçam, no prazo máximo de 03 (três)

anos. património bastante.

Art. 8°. Denegada a aprovação dos estatutos, em decisão fundamentada, no caso

do interessado requerer judicialmente o suprimento atuará o Curador de

Fundações em defesa do ato impugnado.

Art. 9°. Incumbira à Curadoria de Fundações a elaboração dos estatutos,

submetendo-os ã aprovação judicial, quando:

I - o instituidor não o fizer e nem nomear quem o faça;

II - a pessoa encarregada não cumprir o encargo no prazo assinado pelo instituidor

ou, não havendo prazo, dentro de 06 (seis) meses.

CAPÍTULO II

DA ALTERAÇÃO DOS ESTATUTOS

Art. 10. A alteração dos estatutos da fundação depende de:

I - deliberação por votação da maioria de seus membros;

II - não contrariar o fim a que se destina a entidade;

III - aprovação do Ministério Público.

Art. 11. O requerimento para aprovação da alteração dos estatutos deverá ser

instruído com a cópia de inteiro teor do Ato que dispôs sobre o assunto.

Art. 12. Quando o projeto de reforma dos estatutos não houver sido deliberado por

unanimidade, os administradores, ao submeterem-no ã Curadoria de Fundações,

requererão que se dê ciência à minoria vencida, indicando os nomes e os endereçosdos respectivos componentes, para impugna-lo no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 13. No prazo de 15 (quinze) dias, contados do vencimento do prazo para aimpugnação, a Curadoria de Fundações apreciará a alteração dos estatutos,

impugnada ou não.

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Art. 14. Aprovada a alteração dos estatutos, serão feitas as devidas anotações no

Livro de Registro de Fundações ou nas Fichas de Registros de Fundações,

inclusive dos dados referentes à inscrição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

Art. IS. Denegada a aprovação, mediante decisão fundamentada, observar-se-á o

disposto no art. 8° deste Ato.

CAPÍTULO III

DA FISCALIZAÇÃO

Art. 16. Para a fiscalização da entidade a Curadoria de Fundações adotará as

seguintes medidas:I - exame anual das contas, do balanço e da situação patrimonial;

II - realização de auditoria e avaliação da adequação da atividade da entidade aos

seus fins;III - requisição de relatórios, balancetes, cópias autenticadas de atas e demais

documentos necessários;

IV - apreciação de pedidos de alienação de bens imóveis e de constituição de ónus

reais sobre eles;

V - comparecimento, sempre que julgar necessário, às reuniões dos órgãos

dirigentes;

VI - quaisquer outras providências administrativas ou judiciais, consideradas

pertinentes ao exercício de suas atribuições.

Art. 17. Verificando a ocorrência de gestão irregular ou ruinosa, promoverá a

Curadoria de Fundações a remoção judicial dos administradores, cabendo-lhetambém:

I - nomear quem os substitua;

II - promover judicialmente a declaração de invalidade dos atos irregulares

praticados pelos administradores removidos;III •- adotar medidas saneadoras, inclusive promover a intervenção na

administração da entidade.

Art. 18. Compete, ainda, à Curadoria de Fundações:

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I - intervir em todas as escrituras públicas e autorizar o registro ou averbação de

qualquer titulo ou documento nos cartórios competentes, após exame;

II - atuar em todos os feitos judiciais em que seja autora, ré ou interveniente uma

fundação;

III - preencher os órgãos de direção da entidade, na ocorrência de:

a) descumprimento da forma prevista no Estatuto;

b) quorum inferior ao previsto no Estatuto, na hipótese de abandono ou

impedimento de membro do órgão eleitoral;

c) remoção prevista no art. 17 deste Ato.

CAPÍTULO IV

DA APROVAÇÃO ANUAL DAS CONTAS

Art. 19. Dentro do prazo de 60 (sessenta) dias seguintes ao término do exercício

financeiro. A fundação deverá apresentar à Curadoria de Fundações para exame,

suas contas, balanços e, ainda, relatórios circunstanciados de suas atividades e

situação no respectivo exercício.

S 1°. Não prestadas as contas em tempo hábil, a Curadoria de Fundações

determinará que a entidade o faça no prazo de 10 (dez) dias.

§ 2°. Desatendida a determinação da Curadoria, a esta caberá requerer

judicialmente a prestação de contas, independentemente da responsabilização dos

administradores.

Art. 20. A prestação de contas deverá ser apresentada mediante petição dirigida à

Curadoria de Fundações e conterá obrigatoriamente:

I - relatório circunstanciado sobre as atividades realizadas no exercício findo;

II - plano de trabalho e proposta orçamentaria para o exercício seguinte;

III - cópia de inteiro teor da declaração de imposto de renda referente ao exercício

financeiro anterior ao da prestação de contas;

IV - traslado fiel em duas vias originais, da ata do Conselho ou Diretoria, contendo

a aprovação das contas e relatórios;

V - parecer dos órgãos fiscalizadores internos da entidade, devidamente aprovado

em duas vias originais:

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VI - "Atestado de Regular Funcionamento", fornecido pela Curadoria de

Fundações de que não há impugnações ou exigências a cumprir, caso a fundação

tenha sede em um município e exerça também atividades em outros;

VII - cópia autêntica dos termos de abertura e de encerramento dos livros

contábeis, diário e razão, com informação sobre seus registros nos órgãos

competentes;

VIII - relatório contábil;

IX - notas explicativas;

X - balanço patrimonial;

XI - comparativo dos balanços patrimoniais;

XII - demonstração do superavit ou déficit;

XIII - demonstração das origens e aplicações de recursos;

XTV - demonstração das mutações do património social;

XV - plano de contas proposto;

XVI - demonstração do ativo realizável;

XVII - demonstração do ativo permanente;

XVin - demonstração do passivo circulante;

XIX - confirmação dos saldos bancários com informação do saldo no dia do

encerramento do exercício inclusive das aplicações;

XX - declaração de estado de caixa (se houver), tudo firmado por contabilista

habilitado e assinado pelo representante legal da entidade.

Parágrafo único. O relatório contábil referido no item "VIII" do "caput" desse artigo

conterá:

a) a demonstração da execução orçamentaria evidenciando o quadro comparativo

entre a receita estimada e a receita realizada e entre a despesa fixada e a despesa

realizada, confrontando o planejado no inicio do exercício com o alcançado em seu

término;

b) a demonstração da execução financeira evidenciando o quadro comparativo entre

a receita e a despesa realizada conjugadas com os saldos em disponibilidade vindos

do exercício anterior com os que passam para o exercício seguinte;

c) as Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis.

Art. 21. A Curadoria de Fundações poderá, ainda, caso conveniente ou necessário,

requisitar fundamentadamente a realização de auditoria externa efetuada por

instituição idónea, pública ou conveniada, às expensas ou não da fundação.

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Art. 22. A auditoria, que abrangerá os aspectos administrativos, econõmicos-

financeiros e contábeis da fundação, consistirá no exame dos livros, inspeção física

e relatório de resultado.

Art. 23. O exame dos livros abrange a verificação:

I - da integridade e autenticidade da documentação;

II - da adequada classificação contãbil dos fatos financeiros e patrimoniais em face

do plano de contas adotado;

III - da exatidão dos lançamentos contábeis e de sua correta transcrição em livros

de registros aprovados:

IV - da correta apresentação das posições financeiras e patrimoniais da gestão nos

balanços, demonstrativos, relatórios e balancetes.

Parágrafo único. No caso do inciso I estão compreendidas, ainda, as verificações

relativas ao cumprimento de todas as prescrições legais, regulamentares e

regimentais aplicáveis à fundação para a percepção, arrecadação e recolhimento

das receitas, aceitação, liquidação e pagamento das despesas, nascimento e

extinção de direitos e obrigações e movimentação geral do património.

Art. 24. A inspeção física abrange a verificação de:

I - existência de bens, numerários e valores nos depósitos, almoxarifados e

tesouraria;

II - posições financeiro-patrimoniais, compreendendo:

a) créditos e débitos;

b) saldos bancários, caso em que a inspeção basear-se-á no contraste entre a

contabilidade e a realidade física encontrada.

Art. 25. O relatório de resultado da auditoria deverá indicar, expressamente, a

ocorrência ou não de resultado económico positivo e o seu respectivo valor, bem

como se a entidade emprega sua atlvidade, seu património e seus recursos nos fins

para os quais foi instituída.

Art. 26. Para o desempenho da atribuição do Ministério Público de velar pelas

fundações, a entidade:

I - assegurará, aos encarregados da auditoria e fiscalização, condições de trabalho e

livre acesso aos livros, registros e documentos;

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II - colocará à disposição dos encarregados enquanto no desempenho da auditoria

ou fiscalização:

a) exemplar dos estatutos vigentes;

b) exemplar do plano de contas da contabilidade em uso;

c) legislação específica, aplicável ao desempenho das atividades estatutárias

(sociais, educacionais, cívicas, médico-assistenciais, de pesquisa e outras);

d) contratos, convénios, acordos, ajustes e outros instrumentos em que for parte a

entidade;

e) prova de cumprimento de suas obrigações civis, comerciais, administrativas,

fiscais, trabalhistas e previdenciãrias:

fl ata da investidura dos administradores da entidade;

g) orçamento e outros elementos de informação e referência necessários ao exame e

valoração da gestão.

Art. 27. A Curadoria de Fundações aprovará ou não as contas, em decisão

fundamentada, arquivando-se os autos do procedimento, após anotações no Livro

de Registro de Fundações ou nas Fichas de Registro de Fundações.

Art. 28. Da publicação, pela fundação, do balanço e outros dados contábeis, deverá

constar a sua aprovação pela Curadoria de Fundações.

Art. 29. Aplica-se, no que couber, à Associação Beneficente recebedora de

subvenções públicas, o disposto neste capítulo.

CAPÍTULO V

DA EXTINÇÃO

Art. 30. A Curadoria de Fundações e Associações promoverá a extinção da

fundação quando:

I - se tornar ilícito ou impossível o seu objeto;

II - for impossível a sua manutenção;

III - vencer o prazo de sua existência.

Art. 31. Verificada a ocorrência da causa prevista no inciso III do art. 30 deste Ato,

a extinção da fundação poderá ser formalizada através de escritura pública, que

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disporá sobre a destinacão do património, observadas as disposições do ato de

instituição e dos estatutos.Parágrafo único. A minuta da escritura será submetida à aprovação da Curadoria

de Fundações.

Art. 32. A Curadoria promoverá também a extinção da Associação Beneficente

quando:I - deixar de desempenhar efetivamente as atividades assistenciais a que se destina;

II - apficar as importâncias representadas pelos auxílios, subvenções ou

contribuições populares em fins diversos dos previstos no seu ato constitutivo ou

nos estatutos sociais;

III - ficar sem efetiva administração, por abandono ou omissão continuada de seus

órgãos diretores.

Art. 33. A extinção de Fundação e de Associações será averbada à margem da

inscrição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas e, englobando o património bens

imóveis e direitos sobre eles, far-se-á averbação no Registro específico;

compreendendo direitos pessoais, no Registro de Títulos e Documentos.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 34. Os livros de escrituração de cada fundação, como os de atas de reuniões e

de pareceres de cada um de seus órgãos colegiados, de presença dos respectivos

componentes, de contabilidade e outros exigidos pela legislação especifica sobre a

respectiva atividade serão abertos, numerados, autenticados e encerrados porpessoa competente.

Art. 35. A convocação dos integrantes dos órgãos da fundação para reuniões,

sessões e assembleia deverá ser feita, de preferência, através de notificação pessoalescrita e, nos casos em que for impossível, admitir-se-á convocação através dejornal diário.

Art. 36. A fundação deverá encaminhar à Curadoria de Fundações, imediatamenteapós sua edição, salvo nas hipóteses em que é necessária prévia manifestação do

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Ministério Público, cópia de seus regulamentos básicos, regimentos internos e de

outros atos normativos gerais e, ainda, dos documentos comprobatórios dos

principais atos de direção e administração, inclusive do plano de custeio.

Art. 37. A fundação deverá ter previsão anual da receita e da despesa, cuja

aprovação deverá ser comunicada à Curadoria de Fundações.

Parágrafo único. É vedada a aplicação dos recursos patrimoniais da fundação em

ações, cotas ou obrigações de empresas ou entidades instituidoras, mantenedoras,

assim como na remuneração destes.

Art. 38. Os integrantes dos órgãos de administração, representação e fiscalização

da fundação e as empresas ou entidades, da quais sejam aqueles diretores,

gerentes, sócios ou acionistas majoritários, não podendo efetuar. com as referidas

fundações, negócios de qualquer natureza, direta ou indiretamente.

Art. 39. As visitas de inspeção ã fundação serão realizadas pela Curadoria de

Fundações, sempre que consideraras oportunas e no mínimo, uma vez por ano.

Art. 4O. Sempre que a finalidade da Fundação correlacionar-se com as matérias

afetas aos Centros de Apoio Operacional às Promotorias Especializadas, deverá o

Curador de Fundações remeter-lhes cópias de seus estatutos, após sua aprovaçãoou suprimento judicial.

Art. 41. Integram este Ato aos Anexos I, II, III e IV.

Art. 42. O presente Ato entre em vigor na data de sua publicação, revogadas aResolução n.° 01/88 e as disposições em contrário.

Goiânia, 30 de agosto de 1.995.

DEMÓSTENES LÁZARO XAVIER TORRES

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA

ANTÔNIA DE PAULA ROCHA

CORREGEDORA-GERAL

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ANEXO I

CONTEÚDO DOS DOCUMENTOS BÁSICOS PARA A INSTITUIÇÃO DE

FUNDAÇÃO

1. ESCRITURA PÚBLICA1.1. nome e qualificação do instituidor.1.2. nome, sede e foro da fundação.1.3. finalidade.1.4. duração.1.5. indicação do património.1.6. destino do património em caso de extinção.1.7. pessoa responsável pela elaboração dos estatutos e o prazo para cumpri-lo.1.8. condições para a extinção.

2. ESTATUTOS2.1. descrição da fundação (nome, sede, foro, finalidade e duração).2.2. nome e qualificação do(s) instituidor(es) e a forma pela qual foi instituída afundação.2.3. património, rendimentos e acréscimos.2.4. indicação do órgão competente para representar a fundação em juízo e foradele.2.3. estrutura administrativa:

- órgão deliberativo (composição, mandato, direção, atribuições);- órgão executivo (composição, mandato, direção, atribuições, reuniões,

quorum para deliberação);- órgão fiscalizador.

2.6. disposições específicas:- declaração, no caso de fundação que conte com mantenedores e/ou

contribuintes, de que eles não respondem subsidiariamente pelas obrigaçõesassumidas pela entidade.2.7. possibilidade de convocação do órgão deliberativo, por solicitação do MinistérioPúblico.2.8. necessidade de convocação do Ministério Público com pelo menos 48 (quarentae oito) horas de antecedência das reuniões do órgão deliberativo.2.9. necessidade de intervenção obrigatória do Ministério Público nas alienações deimóveis.2.10. fixado de normas básicas do regime financeíro-contãbil da instituição e dafiscalização interna e auditoria externa da execução financeira, possibilitando ocontrole pelo Ministério Público.2.11. remessa da prestação de contas do Ministério Público em até 60 (sessenta)dias seguintes ao término do exercício financeiro.2.12. a forma de alteração dos estatutos.2.13. condições de extinção da fundação.2.14. destino do património da fundação no caso de extinção.

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ANEXOU

LEGISLAÇÃO PERTINENTE AS FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES

I - Legislação relativa à constituição e fiscaliza cão.1. Código Civil (artigos 16 inciso I; 19 incisos I, II, III e IV; 24. 25, 26, 27, 29 e 30).2. Código de Processo Civil (artigos 1.199 a 1.204).3. Lei dos Registros Públicos (Lei n.° 6.015 de 31 de dezembro de 1.973, artigos 114 a 121).4. Ato n." 001/95 P.G.J. e C.G.M.P. do Ministério Público do Estado de Goiás.

II - Fundações de Previdência Privada.1. Lei n." 6.435 de 15 de julho de 1.977, artigo 86. Dispõe sobre as entidades dePrevidência Privada e dá outras providências.

Art. 86. Compete exclusivamente ao Ministério Público da Previdência e AssistênciaSocial, velar pelas fundações que se enquadram no conceito de entidade fechada deprevidência, como definido nos artigos 1° e 4° desta lei, derrogado, a partir de suavigência, no que com esta conflitar, o disposto nos artigos 26 a 30 do Código Civil e1.200 a 1.204 do Código de Processo Civil e demais disposições em contrário.

III - Associações Beneficentes.1. Decreto-Lei n.° 41 de 18 de novembro de 1.966.

IV - Legislação Federal e do Estado de Goiás pertinentes à declaração deutilidade pública.1. Lei Estadual n.° 7.371 de 20 de agosto de 1.971.2. Lei n." 6.639 de 08 de maio de 1.979.3. Lei n.° 91 de 28 de agosto de 1.935.4. Decreto n.° 50.517 de 02.05.61 (Regulamento a Lei n.° 91/35)5. Decreto n.° 60.931 de 04.07.67 (Modifica o Decreto n." 50.157/61)

V - Legislação Fiscal.1. Constituição Federal (artigo 150 inciso VI alínea "c").2. Código Tributário Nacional (Lei n.° 5.172/66 - art. 14)3. Regulamento do Imposto de Renda.4. Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal.

Page 15: Ministério Público do Estado de Goiás ATO P.G.J. e C.G.M.P ... · Livro de Registro de Fundações ou nas Fichas de Registros de Fundações, inclusive dos dados referentes à

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ANEXO III

ROTEIRO BÁSICO PARA PRESTAÇÃO DE CONTAS

I - PRAZO:Dentro de 60 (sessenta) dias seguintes ao término do exercício, a fundação DEVERÁ

apresentar à Curadoria, para exame, suas contas e balanços e ainda relatório circunstanciado de suasatividades e situação no respectivo exercício.

II - FORMA:A apresentação das contas deverá ser efetuada mediante petição dirigida à Curadoria de

Fundações.

III - CONTEÚDO:A prestação de contas conterá, OBRIGATORIAMENTE:

I - relatório circunstanciado sobre as atividades realizadas no exercício findo:II - plano de trabalho e proposta orçamentaria para o exercício seguinte;III - cópia de inteiro teor da declaração de imposto de renda referente ao exercício financeiro anteriorao da prestação de contas;IV - traslado fiel em duas vias originais, da ata do Conselho ou Diretoria, contendo a aprovação dascontas e relatórios;V - parecer dos órgãos fiscalizadores internos da entidade, devidamente aprovado em duas viasoriginais;VI - "Atestado de Regular Funcionamento", fornecido pela Curadoria de Fundações de que não háimpugnações ou exigências a cumprir, caso a fundação tenha sede em um município e exerça tambématividades em outros;VII - cópia autêntica dos termos de abertura e de encerramento dos livros contábeis, diário e razão,com informação sobre seus registros nos órgãos competentes;VIII - relatório contábll;IX - notas explicativas;X - balanço patrimonial;XI - comparativo dos balanços patrimoniais;XII - demonstração do superavit ou déficit;XIII - demonstração das origens e aplicações de recursos;XTV - demonstração das mutações do património social;XV - plano de contas proposto;XVI - demonstração do ativo realizável;XVII - demonstração do ativo permanente;XVIII - demonstração do passivo circulante;XIX - confirmação dos saldos bancários com informação do saldo no dia do encerramento do exercícioinclusive das aplicações;XX - declaração de estado de caixa (se houver), tudo firmado por contabilista habilitado e assinadopelo representante legal da entidade.

O relatório contábil referido no item "VIII" do "caput" desse artigo conterá:a) a demonstração da execução orçamentaria evidenciando o quadro comparativo entre a receitaestimada e a receita realizada e entre a despesa fixada e a despesa realizada, confrontando o planejadono início do exercício com o alcançado em seu término;b) a demonstração da execução financeira evidenciando o quadro comparativo entre a receita e adespesa realizada conjugadas com os saldos em disponibilidade vindos do exercício anterior com osque passam para o exercício seguinte:c) as Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis.

IV- REQUISITOS;Toda prestação de contas deverá vir firmada por contabilista habilitado e assinada pelo

representante legal da entidade.

V - OBSERVAÇÕES ESPECIAIS:1. Caso julgar conveniente ou necessário, a Curadoria poderá requisitar realização de auditoriaexterna efetuada por instituição idónea, às expensas da fundação;2. A não prestação das contas em tempo hábil importará em que a Curadoria as exija através deprocesso judicial, cujos encargos correrão por conta exclusiva da fundação.