minhas bagagens

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A trajetória de Acácio Queiroz, de carregador de malas a Presidente & CEO, no Brasil e no Exterior.

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AcAcio Queiroz

Minhas Bagagens

A trAjetóriA vitoriosA de

AcAcio Queiroz, de cArregAdor

de mAlAs A Presidente & ceo,no BrAsil e no exterior.

umA fonte de insPirAção

PArA o seu desenvolvimento

PessoAl e ProfissionAl.

AgrAdecimentos

Aos meus pais, que me inspiraram a trilhar uma trajetória de sucesso baseada em três princípios fundamentais: humildade, trabalho e determinação.

À minha esposa, Iara, por todo o carinho e companheirismo. Graças a ela, empreendi o meu maior projeto de vida: ser marido, pai e avô. Aos filhos queridos e netos tão amados.

Aos colegas de trabalho que encontrei nessa jornada e que me ajudaram a chegar até aqui. O meu êxito é de vocês também.

7Minhas Bagagens

sumário

Prefácio 7introdução 13

cAPítulo iA Pedra Fundamental 19

de Acacio para Acacio 21mala leve, mala pesada 22uma chance muda tudo 23um capítulo à parte 26

cAPítulo iiCaminhos para a Liderança 31

A entrada no mercado de seguros 31A mudança de curitiba para são Paulo 35os desafios, as mudanças e um intercâmbio 37A mudança para Porto rico 39o trabalho é a melhor resposta 45A volta de Porto rico 46do zero ao ranking das 15 maiores 47menos viagens, mais qualidade de vida 50os desafios e as conquistas na chubb 52gestão sempre voltada para as pessoas 64Liderança 360 graus (ou Liderança de portas abertas) 66Palestras: uma realização pessoal 68diálogos de bastidores 70 o rapaz da primeira fila 70 outro dia no avião 70 Quando tudo vale a pena 70o legado que deixo 72

8 9AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

cAPítulo iiiExiste uma Fórmula para o Sucesso? 77

o que aprendi como líder 77os desafios da liderança moderna frente às diferentes gerações 79 compartilhe desafios 84 invista nos estudos 84 A virada de eixo – 90 por 10 86 Faça o que nunca foi feito 88 Asas aos sonhos, chão para as realizações 90 supere-se nas crises 92 não julgue 94 o erro como mestre 94

cAPítulo iVO Mercado de Seguros e Resseguros no Brasil 99

o potencial do mercado de seguros no Brasil 99o mercado de resseguros e o irB 102

cAPítulo VA Valorização da Comunicação dentro e fora da Empresa 107

MAtériAs selecionAdAscrescimento da companhia 111economia e mercado de seguros 117Liderança 126solidez Financeira 138expansão da marca 144reconhecimentos 148Perfil Acacio Queiroz 180sustentabilidade 193

dePoiMentos esPontâneos sobre

A liderAnçA de AcAcio Queiroz 198

sobre A chubb seguros 203

PreFácio

Denise Bueno

Apaixonado pelo que faz

Se fosse possível resumir Acacio Queiroz em uma frase, diria isso: apaixonado pelo que faz. Porém, é impossível resumir um dos mais brilhantes CEOs da indústria de seguros brasileira em um livro, quem dirá em uma frase. Inquieto, revolucionou processos em um merca-do que era avesso às mudanças até bem pouco tempo. Destemido, sempre teve coragem de assumir sua opinião e atender aos jornalistas afoitos por repercutir situações nas quais ninguém queria dar a cara para bater.

Um executivo de coragem. De pouco “off” (em linguagem de jor-nalismo, quando alguém não quer aparecer ao dar uma declaração). Sempre elegante, transforma uma fofoca de bastidor em uma crítica construtiva. Foi assim quando o governo mudou as regras da aber-tura do resseguro sem qualquer discussão no final de 2010, depois de quase uma década discutindo a quebra do monopólio. Acacio se posicionou, assumindo o sentimento de indignação que reinava nos bastidores da indústria, até mesmo por aqueles que ajudaram a mudar a regra. Graças às suas colocações, a turma do “deixa disso” se encheu de coragem e, unida, conseguiu melhoras significativas no contexto geral da regulamentação.

10 11AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

grande oportunidade de mudar a história. E é o que ele tenta fazer, dia a dia, em suas palestras, gestão e dedicação na construção de um relacionamento maduro com profissionais de comunicação.

O seu estilo de ser marcou a formação de mais de uma geração de profissionais do setor de seguros. Aqueles que tiveram o privilégio de conviver com Acacio aprenderam que boa parte do sucesso está em equilibrar a vida profissional e pessoal. Também observaram que ser atrevido gera conquistas, desde que haja uma grande dose de bom senso e educação. A vaidade, sem exageros, é importante para se man-ter sempre moderno.

Seus seguidores também podem observar, na prática, as recom-pensas da humildade. Para o executivo sempre citado em estudos so-bre profissionais brasileiros mais realizados pessoal e profissionalmen-te, a melhor forma de consertar um erro é pedir desculpas. E quando a equipe acerta, nada mais gratificante do que elogiar. “Um funcionário satisfeito traz ganho para todos”, repete ele em entrevistas. O resulta-do é ter levado o faturamento da Chubb de US$ 80 milhões em 2004, quando assumiu o comando da subsidiária local do grupo americano, para possíveis US$ 750 milhões em 2015.

Bom saber que Acacio publica este livro para compartilhar sua experiência. Melhor ainda é saber que ele está disposto a continu-ar construindo um setor melhor, com sua incansável dedicação na crença de que é preciso educar para crescer. Que Acacio continue se fazendo presente na indústria de seguros, com gestos de solidariedade e afeto. “Um líder de sucesso tem de ter influência na empresa, na fa-mília e na comunidade. Tem de estar bem consigo mesmo”, é o man-tra desse executivo que conhece seus colaboradores pelo nome. Com mais Acacios atuando no setor, será possível dobrar a participação da indústria de seguros no PIB brasileiro antes de 2015.

Esse jeito simpático e gentil de ser lhe rendeu muitos amigos. Im-possível encontrar no mercado de seguros alguém disposto a falar mal de Acacio. Todos têm uma história para contar sobre ele. Corretores citam dicas aprendidas em suas palestras. Funcionários afirmam ter um dos melhores chefes do mercado. Concorrentes admiram a forma como transformou a Chubb em uma das operações mais importantes do grupo fora dos Estados Unidos.

Esse paranaense, nascido em Curitiba, tem as principais caracte-rísticas que headhunters e acionistas procuram: criatividade, flexibili-dade, capacidade de reagir a mudanças e se adaptar rapidamente aos mais diferentes cenários. Rápido na tomada de decisões, tem coragem de deixar carteiras deficitárias e ingressar em mercados pouco explo-rados. Inovou ao criar na ACE a área de afinidades, descoberta pelos concorrentes anos depois como uma forma de garantir uma boa par-cela do lucro, mesmo em tempos difíceis.

Sabe orquestrar uma equipe como ninguém. Conhece todos os seus colaboradores pelo nome. Enquanto muitos se ressentiam de trabalhar em seguros, Acacio se orgulhava. Sua autoestima era con-tagiante, a ponto de todos ao seu redor acreditarem que seguros era o melhor segmento da economia para fazer carreira. De 2010 para cá, realmente isso se tornou uma verdade. Mas Acacio tinha esse senti-mento de orgulho e otimismo mesmo décadas antes, período em que o setor era caracterizado como o patinho feio do setor financeiro por consequência da estagnação – não conseguia ultrapassar a pífia par-ticipação de 3% no PIB, da arcaica regulação na qual os produtos e preços eram padronizados.

Isso fazia com que o setor fosse conhecido pela sociedade pelo desrespeito ao consumidor e pela imprensa pela falta de transparência. Naquela época, dizia-se que aqueles que não deram certo em bancos atuavam em seguros. Para Acacio, nunca foi. Atuar em seguros era a

Aprendi queo Importante é ser,

antes de ter. Acacio Queiroz

15Minhas Bagagens

introdução

Hoje, aos 64 anos, casado, pai de três filhos, avô de três netos, trabalhando há 53 anos, sinto-me uma pessoa realizada em todos os aspectos de minha vida. Escrevi inúmeros artigos para algumas das mais renomadas publicações do País e já ministrei diversas palestras no Brasil e no exterior sobre economia, infraestrutura, seguros, liderança, desenvolvimento profissional, conflito de gerações e outras mais.

No entanto, acredito que minha contribuição para o mundo cor-porativo pode ir além. Por isso, decidi compartilhar um pouco da minha experiência em um livro no qual a trajetória da minha vida é o fio condutor dos aprendizados que me transformaram no que sou.

Tenho orgulho da minha carreira e de toda experiência acumula-da em quase 40 anos no mercado de seguros. Já fui condecorado com diversos prêmios ao longo de minha trajetória profissional e posso afirmar que todas as conquistas nunca me fizeram sair do trilho da humildade. Tenho comigo que ser bem-sucedido é contribuir para a evolução das pessoas. Foi exatamente isso que busquei fazer durante minha caminhada. Liderança, antes de tudo, é contribuir para o cres-cimento da equipe. Como executivo, ajudei na formação de muitos

16 17AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

outros líderes e tenho certeza de que essa é uma recompensa extra-ordinária para o meu trabalho e um dos maiores ativos da minha vida profissional.

Com este livro, não pretendo dizer o que é certo ou errado. Gostaria apenas de compartilhar alguns dos princípios que guiaram minha trajetória, expor alguns casos bem-sucedidos e contar histó-rias que vivi ao longo de minha carreira até chegar à liderança de uma das mais tradicionais seguradoras do mundo: a Chubb, que no Brasil já é uma das maiores operações da Chubb Corporation fora dos Estados Unidos e a maior da América Latina.

Espero que este livro inspire o leitor a ir mais longe, mesmo que a distância a ser percorrida seja apenas de alguns metros que o separam da sala do líder, do cliente ou da sua própria família. É muito impor-tante buscar aquilo que se deseja. Foi isso que meus pais, Acacio e Antonieta, ensinaram-me desde criança. Aprendi com eles a sonhar grande e a realizar de acordo com o que foi sonhado. Aprendi também que o importante é ser antes de ter, e talvez por isso minha vida tenha sido tão próspera.

Gosto de gente, de ouvir e de estar perto das pessoas. Aliás, para chegar até aqui, contei com o apoio e contribuição de muitas delas, como minha esposa, Iara. Sou grato pelo seu companheirismo e pelos grandes presentes que me deu na vida: meus filhos e meus netos. Uma linda família que me faz sair de casa com a certeza de que o meu dia será excelente, pois é para ela que dedico todo o meu esforço.

Também não poderia deixar de citar aqui os meus colegas de tra-balho, que me ajudaram a construir minha história e a história das empresas pelas quais passei, especialmente a Chubb. Foi uma trajetó-ria construída com e para as pessoas. Nessa empresa, à qual me dedico desde 2005, estou cercado de profissionais brilhantes que possibilitam

que eu ensine e aprenda ao mesmo tempo, em uma relação baseada em respeito mútuo e em muito trabalho e comprometimento. Portan-to, nada mais justo que dedicar este livro a todas essas pessoas que, de alguma forma, incentivaram-me a compartilhar o que aprendi.

Acredito que quanto mais você trabalha, mais sorte você tem. Portanto, a sorte que tive ao longo da vida foi proporcional à minha dedicação ao trabalho. Nas próximas páginas, divido com o leitor a história de como o destino moldou o meu caminho e vice-versa.

Tenho comigo que ser bem-sucedido é contribuir para a

evolução das pessoas.

Não existe sorte,existe trabalho.

Acacio Queiroz

21Minhas Bagagens

cAPítuLo i

A pedrA fundAmentAl

Nasci em 29 de agosto de 1948. Sou filho de Acacio, de quem herdei o nome, e de Antonieta, de quem carrego o sangue espa-nhol. Sou o irmão do meio de Doroty e de Percival. Marido de Iara e pai de Patrícia, Acacio e Newton. Avô de Bárbara Victoria, Enrico Ângelo e Acacio Henrique.

A minha história começa com a força e determinação dos meus pais. Um casal simples e humilde que até hoje me inspira a seguir adiante. Ambos eram de Capão Bonito, município do estado de São Paulo.

Meu pai conheceu minha mãe no grupo escolar público no qual estudavam. Já naquela época, ainda crianças, iniciavam um relacionamento do mais puro amor e inocência. Pela cerca que se-parava os meninos das meninas, eles trocavam olhares, palavras e até as merendas. Esses foram os primeiros indícios de uma relação repleta de cumplicidade.

22 23AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Os dois se casaram ainda muito jovens. Meu pai trabalhava desde os nove anos de idade e durante toda sua vida pareceu incan-sável. Já minha mãe era a força que o fazia sonhar tão alto.

Quando decidiram mudar de Capão Bonito para Curitiba, no Paraná, apenas a coragem e a vontade de que tudo corresse bem os acompanhavam. Meu pai começou a trabalhar em uma empresa de ônibus que fazia o trajeto Curitiba – São Paulo, primeiro como responsável pela garagem onde ficavam os ônibus e depois como encarregado pela venda de passagens.

A partir daí, a vida na capital paranaense foi tomando forma e a família começou a crescer. Primeiro veio Doroty, minha querida irmã. Nasci pouco tempo depois. A diferença de idade entre nós era mínima, e a nossa amizade sempre foi um grande elo de afeto. Anos mais tarde, chegava ao nosso lar Percival, o caçula, meu amigo de brincadeiras e festas.

Mesmo levando uma vida modesta, meus pais sempre fizeram questão de criar os filhos com princípios bem-definidos, com sabe-doria, muito amor e muito carinho, que são os ingredientes básicos para uma família bem-estruturada.

E, apesar dos recursos limitados, sempre tivemos uma vida boa, pois tínhamos todo o necessário. Lembro que morávamos em uma casa simples, em um condomínio horizontal, e isso nunca foi pro-blema para nós. Éramos a família mais humilde daquela rua, mas, como meus pais eram muito disciplinados e dedicados aos filhos, na Páscoa e no Natal nós é que ganhávamos a maior quantidade de chocolates e os melhores presentes.

Meus pais se esforçavam demais para fazer a gente feliz. Guar-do até hoje, com muito carinho, um carrinho a pilha que ganhei.

Naquela época, um brinquedo como esse era um objeto de desejo – tanto quanto um Cadillac!

Como a pedra fundamental, que marca o início efetivo de uma edificação, meus pais foram os alicerces para a construção de to-dos os nossos valores e de nossa perspectiva de mundo. Minha mãe trazia no sangue espanhol sua vocação para o comércio. Ela vendia roupas e, com isso, complementava a renda de casa. Meu pai sem-pre trabalhou muito, e tinha dois empregos para oferecer à família o melhor que podia. Enquanto vendia passagens, ele não deixava de pensar no futuro.

De Acacio para Acacio

Quando meus pais foram para Curitiba, ainda não existia uma rodoviária na cidade. Mas, assim que surgiu essa novidade, meu pai tinha poupado o suficiente e conseguiu comprar dois boxes. Ele montou a própria agência para vender passagens a diversas empresas de ônibus intermunicipais e interestaduais.

Nossas vidas começaram a mudar, para melhor. Mesmo com uma estrutura financeira mais estabilizada, meus pais mantiveram a humildade que sempre prezaram. Eles conseguiram comprar um carro, uma casa e mobiliá-la e equipá-la com os mais modernos ele-trodomésticos da época. Hoje isso pode parecer pouca coisa, mas para quem saiu do zero era uma enorme conquista.

Ainda criança, eu me inspirei nessa história para enfim construir a minha própria. Aos 11 anos comecei a seguir os passos do meu pai e fui trabalhar com ele na rodoviária. Considero esse o grande im-pulso de toda a minha trajetória. O que aprendi com ele, de Acacio para Acacio, foi fundamental para tudo o que veio depois. Naquele

24 25AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

momento, percebi que o caminho seria longo, mas eu estava dispos-to a seguir em frente, incansável – assim como meu pai.

Mala leve, mala pesada

Meu primeiro emprego foi como guarda-volumes, o conhecido car-regador de malas, na agência do meu pai. Ser o filho do dono nunca me deu privilégios. Ao contrário, tive de trabalhar ainda mais que os meus colegas para que pudesse alcançar o exemplo que meu pai era para mim: um batalhador, um empreendedor nato, um sábio inspirador.

Naquela época, só era difícil fazer plantão aos sábados e domin-gos enquanto meus amigos brincavam à vontade. Após seis meses carregando mala – com o aval do meu pai – decidi cobrar dos pas-sageiros pelo serviço. Providenciei um carimbo, que utilizava para identificar o nome da pessoa e o número do tíquete. Passei então a receber por cada mala guardada e comecei a me animar com a ideia. Posso dizer que este foi meu primeiro empreendimento: ser o gerente, o chefe e o executor.

Eu era um garoto bem magro, mas carregava muita mala pesa-da. A dificuldade só me impulsionava a querer mais. Assim, com 11 anos, já tinha minha bicicleta e conseguia comprar roupas melhores. E o mais importante: não deixei meus estudos para trás. Essa era a exigência dos meus pais para que pudéssemos trabalhar tão novos.

Nesse ambiente eu cresci e aprendi coisas valiosas que incorporei em minha vida. A primeira delas foi: existe mala leve e mala pesada. Assim como em toda a nossa vida, devemos escolher o tamanho do fardo que queremos e conseguimos carregar. À medida que a vida vai se transfor-mando, o peso das coisas deve ser traduzido em leveza e otimismo.

Depois de quase três anos como guarda-malas, fui progredindo e, com 15 anos, tive minha primeira experiência como líder. Passei a gerente da agência e comandava uma equipe com seis pessoas. Co-meçava a mergulhar nos meus estudos. Com 17 anos, percebi que era o momento para outras experiências e, assim, comecei a traçar um novo caminho.

Uma chance muda tudo

Quando saí da agência, em 1965, sonhava com um emprego no qual pudesse aprender coisas novas, crescer profissionalmente e abrir as portas para o futuro. Com esses objetivos em mente, e muito ape-tite para o trabalho, estava sempre atento para não deixar nenhuma chance escapar.

Certa vez, ainda na faculdade de economia, enquanto conversa-va com Mauri Demari – professor de mercado de capitais – tive uma oportunidade incrível. Ele havia esquecido em casa a folha com a estrutura do mercado financeiro nacional que usaria na aula naquele dia. Graças à minha memória fotográfica, consegui reproduzir todo o material necessário. Isso o deixou entusiasmado e me rendeu um convite para trabalhar com ele.

Vivia uma fase de grande inquietação e aspiração. Conciliava os estudos com o trabalho. Na época, eu cuidava de livros fiscais em uma empresa chamada Linhas Corrente e vendia roupas para ter uma renda extra.

Já tinha conhecido a Iara – encontramo-nos pela primeira vez em um baile da cidade no Clube Três Marias – e a vontade de formar uma família com ela só aumentava.

26 27AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Mauri Demari pertencia a uma família afortunada do Paraná e era dono de uma financeira, em Curitiba. Decidi aceitar a proposta para ser assessor administrativo financeiro da empresa dele, mesmo sabendo que não tinha a experiência para essa função.

Passava noites em claro buscando conhecimento. Devorei a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) para dar conta de tudo. Enquanto estudava em casa, muitas vezes, tinha que colocar meus pés em uma bacia com água fria para não correr o risco de dormir. Mas isso era o peso da responsabilidade, a disciplina e a vontade de aprender que sempre estiveram comigo. Quem aspira ao crescimen-to jamais deve deixar essas coisas de lado.

Passados três meses eu já estava dando passos mais largos. Tri-pliquei minha renda, mudei de casa e adquiri um carro melhor. Aprendi - com muito suor e determinação - que é importante não pular etapas na vida, como havia feito. No entanto, essa falta de ex-periência despertou em mim doses de perseverança e curiosidade o bastante para buscar conhecimento.

Quando Mauri resolveu entrar para o ramo da indústria de ma-terial cerâmico, convidou-me novamente para trabalharmos juntos. Dessa vez, como sócios. Ele entrou com o capital e eu com o traba-lho. Foi um período interessante, pois era um mundo totalmente diferente. Migrei do clima de escritório para o chão de uma fábrica, que ficava a uns 20 quilômetros da cidade de Curitiba.

Dessa fase, lembro-me do dia em que Mauri e eu fomos visitar o local onde ficava a indústria – pois eu ia morar na própria fábrica. Meus pais nos acompanharam nessa ocasião. Os dois faziam questão de me apoiar em tudo, e isso era fundamental para mim.

Chegando lá, Mauri sugeriu que fôssemos comprar alguns ma-teriais para fazer um muro de arrimo para minha nova casa. Ele diri-gia um caminhão Mercedes 1113 e, junto com outros funcionários da própria olaria, seguimos rumo a uma pedreira. Enquanto isso, meus pais ficaram contemplando a paisagem do local. Lembro-me perfeitamente daquele dia como se fosse hoje. Minha mãe ficou um pouco irritada e não pôde deixar de comentar que criou o filho para ser doutor – e não para carregar pedras – que era o que eu fazia na-quele momento.

Já meu pai, com toda a serenidade, retrucou dizendo que eu estava fazendo uma coisa honesta e que na vida ninguém cresce sem primeiro carregar pedras. No meu caso, foram pedras e malas, mas eu seguia confiante de que estava trilhando o caminho certo. Os dois se olharam e riram em uma cumplicidade incrível ao se depararem com tamanha verdade dita naquela manhã ensolarada.

O que posso afirmar – mesmo anos depois – é que essa foi uma experiência muito enriquecedora, que me abriu portas para traba-lhar na maior madeireira do Brasil na época, até eu chegar à minha primeira experiência no mercado de seguros. Afinal, uma chance muda tudo. Duas, então, nem se fala.

Enquanto estudava em casa, muitas vezes, tinha que

colocar meus pés em uma bacia com água fria para não

correr o risco de dormir.

28 29AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Um capítulo à parte

Meu pai sempre me dizia que só existiam duas cores na vida. O preto e o branco. E costumava dizer isso para nos ensinar o quão im-portante era ser determinado. Para ele, o sim e o não eram a maior re-presentação das cores da vida. A cor cinza era atribuída aos indefinidos.

Sempre tive comigo esse ensinamento e buscava em cada pro-jeto alguma certeza. Muitas respostas eu sabia que viriam no longo prazo, outras nem tanto.

Ainda jovem, havia decidido que casaria aos 30 anos, mas ao conhecer Iara não tive dúvidas do que queria e antecipei meus pla-nos. Do namoro para o casamento foram quatro anos.

O começo não foi fácil, a sogra não me aceitava. Chegou a mandar flores com bilhetes anônimos em algumas tentativas frus-tradas para que Iara pudesse desistir. Coisa de mãe. Ela queria o melhor para a filha, eu entendo. Afinal, Iara já tinha conhecido pessoas mais encaminhadas na vida e eu ainda tinha muito arroz e feijão para comer.

Casamos em 16 de dezembro de 1972, mesmo dia do aniversá-rio da Iara, e esse foi um dos principais passos de minha vida. Iara me completava – e me completa até hoje – em todos os sentidos. Mesmo o meu atraso de trinta minutos na igreja não foi suficiente para que ela desistisse de nós.

Esse foi um fato marcante de nossas vidas e muito engraçado ao mesmo tempo. Iara sempre soube que eu era um rapaz vaidoso, que zelava pela imagem, por isso resolveu dar algumas voltas pelo quarteirão da igreja até a minha chegada. Ela também sabia que pontualidade era uma das coisas que eu prezava, portanto, só um contratempo me faria falhar com os ponteiros naquele momento.

Decidi trocar o habitual barbeador elétrico por um manual. Resultado: meu rosto ficou todo cortado e não havia formas de estancar o sangue. Foram muitas receitas caseiras – que todos jul-gavam infalíveis – desde borra de café até maizena – e nada vencia aquela face marcada não somente pelos cortes, mas pela ansiedade do momento e a pressa para dizer o sim mais importante de todos.

A partir desse dia, dividimos momentos de alegrias extasiantes, como a chegada de cada um de nossos filhos e netos. Compartilha-mos também a tristeza de ver pessoas que amamos partir.

A convivência me fez perceber que tinha ao meu lado uma pessoa extremamente inteligente, uma mãe fora do normal, uma companheira especial. Enfim, Iara é um capitulo à parte na longa história que escrevemos juntos.

Meu pai sempre me dizia que só existiam duas cores na vida. O preto e o branco. E costumava dizer isso para nos ensinar

o quão importante era ser determinado. Para ele, o sim e o não eram a maior

representação das cores da vida. A cor cinza era atribuída aos indefinidos.

Problemas não existem. Problema na vida é falta de saúde, o resto são desafios.

Acacio Queiroz

33Minhas Bagagens

cAPítuLo ii

cAminhos pArA A liderAnçA

A entrada no mercado de seguros

Estava recém-casado e sempre gostei muito de esporte. Um dia, enquanto eu jogava futebol de salão, Iara me aguardava dentro do carro, um Volkswagen Sedan 69. De repente, outro veículo veio na direção do meu, que estava estacionado, e a batida foi inevitável.

Era um SP2, um automóvel esportivo e muito bonito para os padrões da época. Foi um susto grande, mas graças a Deus nada aconteceu com ela. E aquele dia, que tinha tudo para ser hoje uma péssima lembrança, foi um marco positivo em nossas vidas.

O carro que nos atingiu contava com seguro. Joaquim Machado, que jogava futebol com a gente, era o gerente regional de uma grande seguradora na época. Como ele era especialista no assunto, ofere-ceu-nos todo o suporte necessário com relação ao sinistro, além de nos garantir a carona de volta para casa.

34 35AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Durante o caminho, Joaquim comentou que estava procuran-do um subgerente para trabalhar na empresa e me perguntou se eu queria tentar a vaga. Não tive dúvidas: candidatei-me ao posto, e fui escolhido. Aqui posso dizer que o destino – literalmente – trombou comigo, como faria inúmeras outras vezes no futuro. Sou muito grato ao Joaquim Machado.

O mercado de seguros era uma novidade no Brasil. Embora o País ainda enfrentasse grandes desafios econômicos, como a inflação elevada e regulamentação severa do setor, essa não deixava de ser uma área promissora.

Em meados de 1973, iniciei a carreira na área de seguros como subgerente regional dos estados de Santa Catarina e do Paraná pela The Home Insurance Company. Conciliei meu primeiro ano de trabalho nessa empresa com o último da faculdade de Economia.

Já com minha família formada, fazia questão de passar todos os dias na casa do meu pai; às vezes não chegava a entrar, ficava no portão à espera por mais uma conversa, por mais uma troca. Para mim, esse era um ritual sagrado. Ele era extremamente inteligente, e eu gostava dessa hora do dia em que podia estar perto do meu pai. Quando tinha algum problema, era a ele que eu recorria. Fazia com meu pai o que os meus filhos fazem comigo hoje.

Em 1974, tive de enfrentar o maior baque de todos: a perda do meu pai, que faleceu aos 54 anos. De repente, o homem que me ensinou quase tudo o que sei, me fez ver que havia algo mais difícil a aprender. Lidar com a perda, a maior perda de toda uma vida: a morte. Tinha de ser forte. Iara estava ao meu lado. Minha mãe precisava de mim. O emprego exigia dedicação. Não podia parar. O jeito foi seguir em frente e aceitar o que não podia mudar.

Lidava com novos e grandes desafios, tanto na parte profissio-nal quanto na pessoal. Enquanto acumulava a experiência no mer-cado de seguros, experimentava também a inédita sensação de ser pai. Nasceu Patrícia, minha primeira filha, uma linda e inteligente menina que chegou para iluminar as nossas vidas. Mais uma vez, Iara foi responsável por me proporcionar tamanha felicidade. Divi-dir esse momento com ela foi maravilhoso.

Com muitas responsabilidades e uma carga de trabalho intensa, que chegava a mais de 12 horas por dia, fazia questão de continuar os meus estudos. Assim que me formei em Economia, iniciei a pós-graduação em Finanças na Escola Superior de Administração em Negócios (ESAN), de São Paulo, cujo curso foi ministrado em Curitiba.

Concluí esse passo em 1977 e, no mesmo ano, iniciei nova eta-pa em minha vida. Fui presenteado com a chegada do meu segundo filho. Ele recebeu o mesmo nome do pai e do avô: Acacio, que em latim significa inocente, sem maldade, virtudes raras nos dias de hoje. Um menino alegre e inteligente, com personalidade forte.

Quatro anos depois, o time masculino da casa ganhou reforço com a chegada de Newton – que recebeu o nome do avô materno – uma criança gentil, bonita e inteligente que veio para completar o nosso lar. Dar a vida a um ser tão miúdo, que carrega tamanha alegria e ter-

Pense para falar. Fale somenteapós pensar.

36 37AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

nura, é uma dádiva indescritível, como foi também no nascimento da Patrícia e de Acacio Neto.

Sentíamos que nossa responsabilidade triplicava, mas a felici-dade também. Acabei me dando conta de que tinha uma família muito semelhante à que meu pai formou. Três filhos – uma menina e dois meninos – e muitos valores compartilhados.

Os anos foram passando e a família crescendo, assim como a minha vontade de buscar desafios maiores dentro do mercado se-gurador. Após uma década de trabalho na The Home Insurance Company/Finasa Seguradora, em Curitiba, estava confiante de que aquele era o momento propício para mudanças.

A mudança de Curitiba para São Paulo

Em 1983, depois de refletir bastante, tomei a decisão de ligar para o presidente da Finasa Seguradora, cuja matriz ficava em São Paulo, empresa que havia comprado a The Home Insurance Company. Ele não tinha nenhuma obrigação de me atender, muito menos de me ouvir até o fim. Mas foi exatamente isso que ele fez. Aproveitei para dizer que gostaria muito de trabalhar em São Paulo. Ele, homem de negócios que não tinha tempo a perder, logo me indagou o que tinha a oferecer.

Naquela época o que tinha a oferecer não era muito, mas fiz questão de enfatizar que, como trabalhava em sucursal e sabia fazer de tudo um pouco, estava disposto a trabalhar bastante. Portanto, tinha muito a contribuir.

O executivo máximo achou engraçado receber aquela ligação. Deixou bem claro que foi um atrevimento de minha parte (e sei que foi) ligar diretamente para o presidente. “Mas sabe de uma coisa?”, disse ele, “hoje eu estou em um bom dia. Venha para São Paulo, vamos conversar”.

Lembro que quando cheguei a São Paulo, após pegar um avião pela primeira vez na vida – tinha medo até de atravessar a Avenida Paulista, mas precisava superar minhas angústias e, principalmente, me superar.

No momento da entrevista, na capital paulista, estava presente o diretor administrativo da seguradora, que me perguntou o que eu desejava. Eu disse a ele: “Por favor, me dê o departamento com o maior número de desafios e a menor produtividade. Se eu não lhe der uma resposta efetiva nos próximos 90 dias, eu não deverei ficar aqui”.

por favor, me dê o departamento com o maior número de desafios e a menor produtividade. Se eu não lhe der uma resposta efetiva nos próximos 90 dias,eu não deverei ficar aqui.

38 39AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Graças a Deus, o resultado foi muito bom. Liderei um departa-mento com mais de 100 funcionários e muitas tarefas em atraso. Aos poucos, consegui acertar as coisas, colocar em ordem a emissão de apólices pendentes e, com isso, ajudei a companhia a poupar alguns milhões, pois naquela época no Brasil a inflação era elevada.

Consegui ser transferido para São Paulo em agosto de 1983. Aos poucos fui me adaptando à cultura da empresa, um atributo indis-pensável para quem vislumbra o futuro. Certa vez, resolvi comprar flores para comemorar o Dia da Secretária. No entanto, o gesto sim-ples, que foi tão significativo para a equipe, rendeu-me uma repreen-são por parte da diretoria, pois minha iniciativa não estava alinhada às diretrizes da companhia. Mesmo considerando que quem pagou as flores fui eu. Tendo esse caso como exemplo, aprendi que as em-presas precisam flexibilizar e valorizar as relações interpessoais, pois gentileza e ética sempre agregam.

Minhas atividades foram evoluindo. No início, enquanto tra-balhava em São Paulo, combinei com Iara que todos ficariam em Curitiba até dezembro para que as crianças não perdessem o ano escolar.

Foi uma mudança muito difícil. Tudo acertado. Janeiro chegou. Era hora de fazer as malas para seguir viagem. Eu tinha uma Brasília e, enquanto subíamos a serra a caminho de São Paulo, no carro todo mundo chorava ao som de Caminhoneiro, de Roberto Carlos. Para mim, esteve claro desde o início que seguíamos rumo a um futuro melhor, mas só muito tempo depois isso foi perceptível para os demais.

A vinda para São Paulo foi um dos grandes momentos de cora-gem, intuição e – por que não dizer? – ousadia que marcaram minha trajetória. Acredito que se você não tiver um pouco de atrevimento temperado com doses de bom senso e de educação, será muito difícil conseguir realmente aquilo que deseja.

Para as coisas darem certo, é preciso acreditar que problemas só existem quando falta saúde. O resto são desafios.

Assim, invertida a ordem, dessa vez fui eu quem trombou com o destino.

Os desafios, as mudanças e um intercâmbio

Estava em plena ascensão profissional, enquanto o Brasil dos anos de 1980 era marcado pela instabilidade político-econômica. Houve as diferentes propostas de negociação da dívida externa, que junto a outros fatores culminaram com a moratória, diferentes pla-nos de estabilização inflacionários que passaram por congelamento de preços, moedas diferentes e o confisco. Ou seja, foi uma década perdida, como ficou conhecida.

À medida que concretizava alguns objetivos, logo tratava de instituir outros. Quando cheguei até onde desejava no grupo finan-ceiro do qual fazia parte, o passo seguinte foi buscar uma posição em uma empresa multinacional.

Sabia que o caminho não seria fácil. Queria que essa transição fosse o mais imperceptível e natural possível. Precisei administrar bem a minha ansiedade para não afetar os compromissos que já havia assumido na empresa, assim como não desejava causar um impacto negativo à equipe que eu liderava.

Em meados de junho de 1985, surgiu uma oportunidade para participar de um processo de seleção de um grande grupo america-no da área de seguros.

Essa foi uma passagem muito importante em minha carreira.

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A vaga tinha como um dos requisitos o domínio da língua inglesa, único atributo ao qual eu não correspondia. A primeira entrevista foi em espanhol e havia corrido tudo bem. Ninguém comentou nada sobre o inglês e segui adiante. Porém, para minha surpresa, havia outra etapa do processo que aconteceria nos Estados Unidos.

Já havia enfrentado muitas situações igualmente desafiadoras e nunca desisti. Dessa vez não foi diferente. Mesmo sem saber falar um good morning, consegui ser entrevistado pelo diretor mundial de sinistros da companhia graças à interlocução de um executivo co-lombiano, que trabalhava no escritório americano, e que me acom-panhou nesse momento.

Eu sabia que outras duas pessoas que dominavam perfeitamen-te o idioma concorriam a essa mesma vaga. Entrevista concluída e uma promessa como saldo. Saí daquele escritório comprometido a estudar inglês e, mesmo parecendo impossível, tentei manter a con-fiança em respeito a toda experiência que já havia acumulado até ali.

Recebi o retorno de John Dim – então presidente da segurado-ra no Brasil – no mesmo dia em que a imprensa noticiava a morte de Tancredo Neves, em 21 de abril de 1985. Por telefone, ele infor-mou que eu era o escolhido e me lembrou das coisas que eu havia prometido, e precisava cumprir.

A primeira delas era aprender inglês, o que resolvi com um rápido intercâmbio, solução encontrada para que eu pudesse que-brar as barreiras do idioma. De pai de três filhos e executivo passei a filho de Banny e Bill, família americana com a qual convivi por três meses.

Foi um período diferente, pois havia regras a seguir, como lavar louças, limpar o quarto – coisas que até aquele momento nunca ti-

nha feito na vida. Depois ainda fiz questão de levar minha esposa à Filadélfia para conhecer essa família, com a qual mantenho contato até hoje.

Ao ser contratado pela seguradora norte-americana, assumi o cargo de diretor de sinistros e fui transferido para a cidade do Rio de Janeiro. Na sequência, fui nomeado diretor da sucursal ca-rioca e, depois de um ano e meio, retornei a São Paulo na posição de vice-presidente executivo da companhia.

Acho que meus pais não imaginavam que eu chegaria tão lon-ge. A minha mãe ainda teve mais tempo para acompanhar meu crescimento profissional. Mas a minha querida Antonieta nos dei-xou na noite de 2 de novembro de 1987. Ela, que sempre vibrava com minhas conquistas e arrancava meu sorriso, naquele momento, umedecia minha face e enchia meu coração de mais saudade. Preci-sei me apoiar na família, contar com o carinho da Iara e os abraços apertados dos filhos. Além disso, o trabalho foi fundamental para que eu pudesse superar mais esse momento difícil.

A mudança para Porto Rico

Enquanto o País enfrentava dificuldades para conter a inflação e buscava a estabilização monetária, com a criação do plano real, eu experimentava uma nova fase de crescimento. Em agosto de 1994, fui promovido a presidente e CEO da companhia para o Caribe, em Porto Rico, o que exigia outra mudança.

Mesmo a família não gostando muito da ideia de mudar mais uma vez, eu precisava aceitar a proposta. Naquele momento não tomava a decisão apenas pensando em minha ascensão profissional. Aquela era também uma oportunidade para meus filhos estudarem

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fora do País. Motivado pelo meu de-sejo de pai e pelo instinto empreende-dor, aceitei mais esse desafio. Afinal, era uma mudança que impactava na vida de todos nós, mas eu estava confiante e consegui entusiasmar a família com esse sentimento.

Hoje, meus filhos agradecem e mui-to, como no artigo abaixo, em que fize-ram uma linda homenagem para mim:

Como ser Pai

Em 1994, nosso pai recebeu uma proposta para ser o primeiro presidente de um grupo segurador fora do brasil. O país determinado era Porto Rico.

O que para muitos poderia ser um grande sonho, para nosso pai teve um fator determinante em sua decisão: os filhos. Como era de se esperar de dois adolescentes e uma criança (Patrícia, Acacio e Newton) não recebemos muito bem o convite para morarmos fora do País. Logo levantamos todos os tipos de obstáculos possíveis.

Porém, nosso pai, como sempre muito determinado, conversou com cada um de nós e tentou nos demonstrar a importância dessa oportunidade para nossas vidas.

Com este dilema em mente, um belo dia ele chegou e anunciou que sim esta-ríamos mudando para Porto Rico e que isto era definitivo e contava com o apoio de nossa mãe. A reação inicial foi de indignação e muita reclamação. Afinal, nossas ideias e opiniões não tinham sido levadas em conta.

Mesmo com toda a revolta, nosso pai seguiu em frente e nos mudamos para Porto Rico em 1995 e lá residimos por três anos até o retorno de nossos pais ao Brasil em 1998.

Ao longo desses três anos nos acostumamos e gostamos de Porto Rico. Tivemos oportunidades incríveis de aprendizado, de viagens e de crescimento.

A vida seguiu, e em 2004 nosso pai podia dizer com orgulho que seus três filhos cursaram universidades no exterior, falavam inglês e espanhol fluentemente e tinham um vasto conhecimento do mundo.

O tempo foi passando e aquela lembrança no dia em que reclamamos tanto de nossa ida a Porto Rico foi caindo no esquecimento. Um dia conversando com nosso pai soubemos que na verdade ele fora morar em Porto Rico para ganhar me-nos do que recebia no Brasil e ter mais responsabilidades. O que ele levou em conta na decisão foi dar ao filhos as oportunidades que ele nunca teve, mesmo que isso significasse alguns sacrifícios de sua parte, como por exemplo, ter os filhos tristes com ele por um tempo.

Ficamos indignados e perguntamos porque ele fizera aquilo e porque nunca tinha nos falado. Foi neste momento que ele nos deu um de seus grandes ensinamentos e disse: “Ser pai bonzinho é fácil, mas ser bom pai exige sacrifícios muito grandes e que vocês irão entender um dia.”

Hoje, com nossas famílias, realmente entendemos e utilizamos este aprendi-zado para poder sempre buscar o melhor para os nossos filhos e sobrinhos. Além disso, aplicamos toda humildade e sabedoria que ele nos passou em nossas vidas profissionais - Patricia é dona de uma empresa de decoração de festa infantil. Acacio trabalha em uma empresa de telecomunicações britânica e Newton trabalha em uma multinacional do setor de seguros.

Todo esse episódio contou com nossa mãe que sempre esteve ao lado de nosso pai visando o melhor para a família. Enfim, são muitas histórias, mas acreditamos que esta mostra bem o lado de nosso pai que muitos podem não ver, ou seja, não o executivo e sim o paizão que está aqui para o que der e vier, sempre nos apoiando e nos erguendo; é e por estes motivos (e tantos outros) que temos orgulho em escrever esta pequena história em sua homenagem.

Patrícia, Neto e Newton

cliente s/A | 2011

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Nessa época, já representava instituições importantes do seg-mento de seguros no Brasil. Acumulava algumas atividades, como diretor do Sindicato de Companhias de Seguros do Estado de São Paulo e presidente do Conselho DPVAT (Danos Pessoais Cau-sados por Veículos Automotores de Via Terrestre) – da Federação Nacional de Seguros Gerais, além de atuar como vice-presidente da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitali-zação. Foi uma fase estimulante e de demasiado trabalho. Com a ida a Porto Rico acabei tendo de renunciar a todos esses cargos.

A primeira coisa que procurei fazer ao chegar a Porto Rico – e recomendo a qualquer estrangeiro – foi me integrar com a comu-nidade local. É preciso entender a cultura do país para aproveitar a oportunidade de aprender.

Dessa forma, fiz grandes amigos em uma época muito feliz de minha vida. Costumava promover festas para integrar a equi-pe. Até hoje costumo convidar alguns colaboradores da empresa para um encontro na minha casa, mas me lembro de que como em Porto Rico o quadro de funcionários era de 45 pessoas, pude convi-dar todo o time.

Formamos uma equipe sólida, busquei entender as necessida-des das pessoas e identificar oportunidades para o negócio. Procurei saber com os corretores, por exemplo, qual era o melhor horário para que eles se comunicassem com a seguradora. Com o intuito de adaptar os desafios à rotina deles, dividi a equipe em três turnos, com horários diferentes, iniciando o atendimento às sete horas da manhã e terminando às sete horas da noite. Apenas com essa simples alteração, conseguimos bater um recorde de cerca de 5 milhões de dólares mensal e cheguei a receber do chefe uma carta de reconheci-mento pelo resultado obtido.

Promovi algumas mudanças que contribuíram inclusive para melhorar a percepção do que o mercado de Porto Rico representava para a companhia que, de “marginalizada”, passou a ser a maior ope-ração da América Latina naquela época.

Outra iniciativa que fez toda a diferença foi organizar festas nos grandes hotéis cassino de San Juan – Puerto Rico – bem ao nosso estilo brasileiro – que de tão animadas passaram a ser dispu-tadas pelas pessoas. Todo mundo queria participar, pois o evento contava com muitas atrações locais, como o Gilberto Santa Rosa, o “Roberto Carlos de Porto Rico e do Caribe” – um fenômeno popular.

Também foi lá que me deparei pela primeira vez com a ameaça de um fenômeno natural. Porto Rico é uma região muito suscetível a furacões, como o que vimos atingir a Costa Leste dos Estados Uni-dos em 2012 – o Furacão Sandy – um furacão classe 2, com prejuí-zos estimados em torno de 30 bilhões de dólares.

Isso já assusta, imagine se deparar com o furacão Luis que seguia em direção à Ilha em 1995, cuja velocidade era o dobro do Sandy, e poderia destruir toda a região. Normalmente, nessas situações a

Ser pai bonzinho é fácil, mas ser bom pai exige grandes sacrifícios.

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população busca alojamento nos “bunkers”, um local protegido, no qual você se instala com segurança.

Segui rumo ao meu destino, um hotel da cidade. Chegando lá, o gerente geral, Eduardo, que era muito meu amigo decidiu apa-nhar uma garrafa de whisky antes de nos juntarmos ao nosso grupo. Lembro-me de afirmar por diversas vezes que o furacão não tocaria a Ilha – o que eu tinha razão – mas todos insistiam que eu estava errado. No entanto, dizia isso por dois motivos: primeiro pelo medo que sentíamos com a possibilidade de nos deparar com um furacão categoria 5. Segundo, evidentemente, por presidir a uma das maio-res companhias de seguros da região. Era inevitável não pensar nos efeitos para o negócio. Uma catástrofe assim exigiria uma indeniza-ção gigantesca considerando-se tudo o que seria destruído.

Para minha sorte e a de todos que lá estavam, quando faltavam uns 80 quilômetros para tocar a Ilha, o Furacão Luis começou a desviar seu percurso e perder sua velocidade. Nada grave aconteceu. Nessas horas ter um seguro pode reparar tudo aquilo que você perde, no entanto, uma vida jamais poderá ser substituída. Optei por não me desesperar e manter o pensamento positivo, pois querer é poder.

Enfim, Porto Rico foi um lugar que me acolheu e possibilitou que meus filhos aprendessem espanhol, aprimorassem o inglês – o que os impulsou a buscar seus próprios desafios. Iara também aproveitou essa fase para iniciar a Faculdade de Psicologia na Universidade Sagrado Coração de Jesus. Tenho comigo as lembranças de uma época empolgante em todos os sentidos, principalmente porque essa foi a minha primeira experiência de carreira internacional.

Passamos pouco mais de três anos em terras caribenhas. Foi uma jornada incrível. Eu também aproveitei para fazer um MBA

na Florida International University – FIU, uma especialização em Negócios Internacionais.

Ainda preservo os laços de amizades que lá fiz, como Luiz Rodriguez, Elisabeth Miranda, Michael Hoffmann, Alberto Pochet, Arcadia Corsino, Dulce, Diana, Felix, mas esses são apenas alguns nomes, pois não quero correr o risco de esquecer ninguém. Exemplifico apenas para comprovar que minha memória guarda com enorme carinho cada uma daquelas pessoas.

O momento da despedida também foi um fato inesquecível, simbolizado por uma águia que recebi de presente da equipe, e faço questão de deixar na minha sala. Por isso, deixo como mensagem a importância de desfrutar da cultura local e conhecer pessoas e, assim, não desperdiçar a oportunidade – descomunal – de aprender. Posso afirmar que meus desafios foram enormes, mas as conquistas seguiram o mesmo rumo.

O trabalho é a melhor resposta

Certa vez, ainda como presidente em Porto Rico, tive de ir a Miami para participar de uma reunião mundial da companhia. Nes-sa ocasião encontrei com meu chefe, que, na frente de todo mundo, chamou a minha atenção em relação aos meus óculos - com arma-ção colorida e jovial como se usava na época - e determinou que eu nunca mais usasse óculos daquele tipo.

Costumo não ter problemas com as pessoas, mas quando tenho prefiro resolver as coisas na mesma hora. A minha resposta foi o suficiente para que ele entendesse que havia feito um comentário demasiadamente desnecessário e constrangedor. Evidentemente, ele

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não gostou do tom e me colocou de lado. Chegamos a ficar seis meses sem nos falar.

Aproveitei para transformar aquela tensão em força de traba-lho. Junto com minha equipe, segui com um apetite voraz para alcançar os melhores resultados. Com isso, conseguimos aumentar a participação da companhia no mercado de Property & Casualty de Porto Rico e consolidar os conceitos de segmentação da empresa.

Além disso, naquele mesmo ano, em 1996, o escritório de Porto Rico foi reconhecido como o melhor do Grupo na América Latina e fui condecorado com o Day and Night Award, equivalente ao prêmio de melhor executivo da área.

O chefe podia não aprovar o meu estilo, mas teve de lidar com um dos lemas que carrego comigo: o trabalho é a melhor resposta, sempre. Ele acabou reconhecendo o meu esforço e voltamos a nos falar.

Foi também no Caribe que descobri outra paixão, além do tra-balho: o golfe, esporte que pratico até hoje. Entre uma tacada e outra fui me dando conta de que as mudanças na minha vida foram muito positivas.

A volta de Porto Rico

De Porto Rico, graças a uma promoção, tive de retornar a São Paulo. Tinha a vantagem de estar em um mercado que já conhecia e, portanto, ainda que desafiadores os objetivos, não podia negar que estar de volta à minha pátria era um momento de muita satisfação.

Era 1997 e o Brasil vivia um período amargo, com uma econo-mia cada vez mais flutuante. E apesar de estar acostumado a grandes desafios, tinha pela frente um longo caminho e muito trabalho. Afi-

nal, estava voltando ao País para assumir a liderança de uma nova empresa do grupo, com atuação em “ramos elementares”. Esse seg-mento tem por finalidade a garantia de perdas, danos ou responsabi-lidade sobre objetos ou pessoas.

Já no primeiro ano de minha gestão, conseguimos consolidar a marca no mercado segurador. Em pouco tempo, a empresa apre-sentava um crescimento expressivo e passou a ser uma das principais operações do grupo.

Dois anos depois, a companhia foi adquirida por uma grande seguradora que acabava de chegar ao mercado brasileiro. E eu passei a fazer parte desse novo grupo.

Do zero ao ranking das 15 maiores

Em julho de 1999, à frente da nova companhia, eu iniciava também mais uma jornada de desafios como vice-presidente das regiões do Brasil, Argentina e Chile. Cinco meses depois, assumi a posição de CEO para a América Latina e, dessa vez, com a inclusão de Colômbia, Equador, México, Miami e Porto Rico. Em 2003, fui promovido ao cargo de presidente para toda essa região.

Aquele foi um período que considero a consolidação de minha carreira. A empresa acumulava um desempenho espetacular. Sob o meu comando e com o apoio de um time muito disciplinado – pois ninguém faz nada sozinho – a companhia teve um crescimento acelerado. Alcançou lucratividade em um nicho de mercado pouco explorado naquela época, os seguros massificados. Aliás, posso dizer que fui o precursor desse tipo de produto no Brasil por parte das seguradoras no País.

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A companhia investiu milhões de reais em desenvolvimento de sistemas e em compras de canais de distribuição, assim como no de-senvolvimento, lançamento e manutenção de novos produtos mas-sificados. A expectativa era atingir um contingente de 15 milhões

Além disso, recebemos o título outorgado pela Câmara Municipal de Curitiba em reconhecimento à significativa contribuição para o de-senvolvimento do mercado segurador brasileiro.

Os reconhecimentos ratificam e condecoram as decisões – muitas vezes difíceis – que temos que tomar no dia a dia. Eles nos mostram que todas as apostas desafiadoras valeram a pena.

Durante a minha gestão, a companhia entrou no ranking das 15 maiores do mercado, obteve a melhor performance do ano por três vezes consecutivas e alcançou o posto de número um do segmento. Esses resultados formavam uma bagagem admirável, da qual me enchia de orgulho.

Em 2004, mais um reconhecimento: Executivo Destaque no Mercado Segurador Brasileiro pela Revista Seguro Total. Completados cinco anos à frente dessa companhia, percebi que havia cumprido a minha missão.

Lembrei-me de quando ainda trabalhava na rodoviária, onde as malas despertavam em mim certa curiosidade. Pelas bagagens, tentava adivinhar os lugares que os passageiros visitariam. Queria entender os motivos que os levavam a ir tão longe, sem jamais poder imaginar que o peso maior poderia não estar nas malas, mas nas idas e vindas daqueles transeuntes. Enfim, chegou o dia em que descobri isso na prática.

Ocupava uma posição que exigia que eu viajasse demasiadamen-te – cheguei a acumular mais de três milhões de milhas de viagem em uma única companhia aérea internacional. Precisei, portanto, repensar a minha vida.

de potenciais clientes, espe-cialmente das classes C, D e E, o que conseguimos.

Em três anos, a com-panhia foi reconhecida pela melhor performance entre todas as segurado-ras do mercado brasileiro pela Academia Nacional de Seguros e Previdência. Não posso negar que esse prê-mio me deixou orgulho-so, já que fomos coroados como a “Melhor Seguradora do Ano” referente às ativi-dades de 2002.

cheguei a acumular mais de trêsmilhões de milhas de viagem em umaúnica companhia aérea internacional. Precisei, portanto, repensar a minha vida.

Troféu da Academia Nacional de Seguros e Previdência

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Menos viagens, mais qualidade de vida

Como presidente para a América Latina de uma grande seguradora americana, percebi que estava cansado de idas e vindas. Resolvi que não queria mais aquela vida para mim. Não que ela fosse ruim ao ponto de gerar uma repulsa tão definitiva, mas precisava desacelerar. Enfim, era necessário equilibrar melhor minha vida pessoal e profissional.

Abrir mão do dinheiro e do poder que estavam em jogo foi um momento de demasiada coragem. Confesso: esse foi um divisor de águas na minha carreira. Ao pedir demissão, pelo contrato, perdia todas as ações que possuía, as quais não tinham completado o período de maturidade. Eram duas modalidades: restricted stock – sistema no qual as organizações transferem efetivamente suas ações para o profissional, sem que ele precise desembolsar recursos para obter os papéis da empresa – e stock options, sistema que oferece a opção de compra no futuro de um número específico de ações por um preço preestabelecido. São os famosos Incentivos de Longo Prazo (ILP), qualquer um desses modelos leva de três a cinco anos para o ganho efetivo.

Deixava para trás uma quantia financeira significativa de muitos anos de trabalho, mas era o que determinava o contrato, eu tinha que respeitar. Ao mesmo tempo, ganhava mais qualidade de vida. É claro que tinha a consciência de que fazia isso porque minha vida estava estabilizada economicamente, pois não se deve simplesmente jogar tudo para o alto sem pensar nos riscos que uma atitude como essa pode trazer.

Quando optei então pelo meu desligamento dessa companhia, decidi tirar férias com a Iarinha e seguimos para Lençóis Maranhen-

Aos 56 anos, tinha comigo a mesma energia daquele

garoto que aos 11 anos de idade fazia o seu sonho

tomar forma a cada carimbo que estampava o

papel miúdo das bagagens.

ses. Imaginei que permaneceria assim por uns três, quatro meses. Mas é claro que isso não aconteceu. Ficamos lá uns vinte dias, no máximo.

Aproveitei esse período de descanso para avaliar cada uma das propostas que havia recebido, incluindo os convites para associar-me a uma companhia e a possibilidade de abrir uma nova a partir de capital estrangeiro. Precisava de novos desafios. Pensei muito, avaliei bastante e finalmente achei que era o momento de recomeçar.

Aos 56 anos, tinha comigo a mesma energia daquele garoto que aos 11 anos de idade fazia o seu sonho tomar forma a cada carimbo que estampava o papel miúdo das bagagens. Senti-me leve, entusiasmado com a possibilidade de me reinventar e galgar mais alguns degraus na minha vida profissional.

“O que a vida quer da gente é coragem”. A frase não é minha, é da escritora Clarice Lispector, mas resume bem o principal combus-tível que me trouxe até onde estou.

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Todos os projetos são igualmente importantes. Você aprende quando acerta e muito mais quando erra.

Os desafios e as conquistas na Chubb

Todos os projetos são igualmente importantes. Você aprende quando acerta e muito mais quando erra. No entanto, acredito que o último projeto – o mais recente – tem de ser sempre o melhor, pois é o que a gente vive no momento.

Em 2005, com uma vasta experiência acumulada no mer-cado de seguros do Brasil e da América Latina, aceitei o convite para assumir a Chubb do Brasil. A notícia foi amplamente publi-cada nos meios de comunicação.

Quando vim para a Chubb, queria o reconhecimento e os be-nefícios pelos resultados alcança-dos, uma espécie de win-win (o ganha-ganha no mundo dos negócios) sem necessariamente atrelar o meu desempenho às ações da companhia.

Cheguei à empresa para somar experiência. Com humildade, fui aprendendo o nome de todas as pessoas, explicando o projeto sob medida que fiz para a Chubb, perguntando a opinião dos funcionários. Senti-me em casa, como se trabalhasse para a companhia havia muito tempo.

Era um momento muito promissor para a Chubb – que comemorava seus 160 anos no País – já que ao adquirir a Argos Fluminense, em 1973, tornou-se a companhia de seguros mais antiga em operação no Brasil. A empresa tinha a meta de crescer 50% acima da média de expansão do mercado. Iniciava-se então o meu mais novo desafio.

Reuni os executivos da empresa para fazermos o alinhamento estratégico. Traçamos as metas, reestruturamos a empresa e definimos o nosso portfólio. Também identificamos a necessidade de buscar alianças estratégicas.

gazeta mercantil | 2005

seguro total | 2005

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Quando um novo executivo vai para uma empresa quer mudar toda a equipe ou parte dela. Esse é um passo muito mais fácil, sob a ótica da administração. Porém, muito mais improdutivo em relação aos processos, já que essa é também uma oportunidade para posicio-nar as pessoas certas no lugar certo, com as ferramentas apropriadas. Mesmo com todas as angústias que elas possam carregar – naturais em meio a um processo de mudança no comando – vale investir em treinamento do time que já faz parte da empresa e que, portanto, está mais afinado na cultura e nos valores da companhia.

Uma das primeiras ferramentas desenvolvidas foi um guia de acei-tação de riscos que dividia de um lado os ramos de atuação da empresa e de outro a classificação do apetite do nosso negócio, de acordo com o expertise da Chubb em cada segmento – identificado por cores. Azul significava muito apetite, ou seja, era nossa meta maior; o verde sinali-zava apetite médio; amarelo representava pouco apetite.

Com essas medidas, aumentamos a produtividade do pessoal no primeiro trimestre. Além disso, a equipe passou a entender melhor as estratégias do nosso negócio, o que nos ajudou inclusive no lança-mento de outros produtos.

Já no primeiro semestre de 2005, conseguimos um crescimento de 53% nos prêmios emitidos – receita obtida com a venda de apóli-ces – em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, o mercado havia crescido somente 8,5% em relação ao mesmo período de 2004. Esse resultado foi novamente divulgado na imprensa, nos veículos segmentados e de economia, como o Valor Econômico.

Fechamos o primeiro ano de minha gestão na Chubb com um crescimento próximo a 100%. Esse resultado mostrou que todos os recursos estavam dentro da própria Chubb, foi só questão de poten-cializar o talento de cada um.

Fechamos o primeiro ano de minha gestão na Chubb com um crescimento

próximo a 100%. Esse resultado mostrou que todos os recursos estavam dentro

da própria Chubb, foi só questão de potencializar o talento de cada um.

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No mesmo ano, fomos agraciados com o prêmio “Melhores Em-presas para Você Trabalhar” da Você S/A Exame. O destaque foi para “O CEO faz a diferença”, mas reforço: isso só foi possível porque man-tivemos um excelente ambiente de trabalho, onde o bom humor pre-valeceu na maior parte do tempo. Aliás, o bom humor é remédio para muitos desafios e nos faz viver melhor.

exame Você s/A | 2005

exame Você s/A | 2005

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No ano seguinte, recebi tam-bém o título de “Personalidade Nacional de Seguros”, em reconheci-mento à minha atuação na Chubb em 2005, por dobrar a produtividade dos funcionários e gerar um expres-sivo crescimento do prêmio retido. Ganhei também o troféu Gaivota de Ouro – um dos mais importantes do segmento – e fui reconhecido como “Empreendedor de Seguros do ano 2005” pela Revista Seguro Total.

Foram inúmeros reconhecimentos e cada um deles tem um significado muito importante para mim, como “Segurador do Ano 2006”, promovido pela Agência de Notícias SegNews; “Homenagem pelos serviços prestados ao Mercado de Seguros” da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e, mais uma vez, o prêmio “Personalidade Nacional de Seguros”, por obter – em dois anos de comando – uma das melhores performances no mercado segurador brasileiro.

Os dois primeiros anos exigiram muita dedicação e trabalho de toda a equipe. Os resultados alcançados, as metas superadas e os reconhecimentos acumulados comprovavam que eu havia tomado a decisão certa ao aceitar a proposta da Chubb. Assumi desafios cru-ciais que fortaleceram minha carreira e minhas crenças.

Além disso, tinha a vantagem de estar mais próximo da família. Quando recebi o maior prêmio da minha vida, a minha primeira neta, Bárbara Victoria, pude aproveitar mais esse momento com a Iara e meus filhos. Em 2007, fui “promovido” a avô – mais uma ex-periência inédita que me fazia querer estar perto de minha neta, ver seus primeiros passos, ouvir suas primeiras palavras.exame Você s/A | 2005

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Três anos depois, sentia isso mais uma vez com a chegada de Enrico Ângelo, o primeiro neto, e também em 2011, com a vinda de Acacio Henrique, o mais novo integrante da família Queiroz. É quase impossível discorrer a prazerosa sensação de ver a sua família crescendo. De ver a casa cheia, repleta de energia positiva e uma alegria contagiante. De aprender que cada experiência como essa é única. Costumo dizer que neto é filho com açúcar.

Pela primeira vez na minha vida, estava conseguindo equilibrar melhor o lado pessoal e profissional. Já não precisava viajar tanto, mas ainda assim o ritmo de trabalho era intenso, e continua sendo até hoje. Em casa ou no trabalho, sigo vencendo os obstáculos e superando os desafios.

Quando cheguei à companhia, tinha comigo uma bagagem de muitas décadas de trabalho e, portanto, trazia um diferencial para se somar à valorosa equipe que estava na empresa. Considero o projeto Chubb o de maior êxito de minha carreira, não apenas por ser o que vivo atualmente, mas porque está também diretamente vinculado à experiência acumulada.

Com isso, foi possível reposicionar a Chubb no mercado brasi-leiro de seguros. A empresa atingiu uma fase de crescimento inédita em toda a sua história no País, alcançada por meio de processos mais ágeis, produtos mais atrativos e em sintonia com as necessidades e expectativas dos segurados, além de um relacionamento cada vez mais próximo com os corretores.

A Chubb está entre as cinco melhores empresas de seguros do País, de acordo com o prêmio “As Melhores da Dinheiro”, da revista IstoÉ Dinheiro. Já no anuário do Valor Econômico, o Valor 1000, a Chubb figura entre as 20 maiores seguradoras, ocupa a 6ª colocação em menor sinistralidade, é a 11ª empresa no ranking referente ao

lucro líquido e, na categoria das mais rentáveis sobre o patrimônio, alcançou a 13ª posição. Além disso, há vários anos figura no “AAA Ranking na escala brasileira local do Rating da Moody’s”.

Considero o projeto Chubb o de maior êxito de minha carreira...

As melhores da dinheiro | 2012

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A seguradora subiu várias posições no ranking, consolidou-se no mercado como uma empresa premium, focada no mercado de luxo. Além disso, disseminou-se pelo território nacional – antes, era mais conhecida no eixo Rio-São Paulo. A expansão da marca deu-se por várias ações, em especial, pelos eventos, como palestras voltadas para todos os segmentos do mercado de seguros. A mídia especializada também teve – e ainda tem – um papel preponderante nesse trabalho.

A Chubb alcança hoje patamares invejáveis. Tem o maior crescimento orgânico do mercado brasileiro entre as companhias de seu perfil, sem apelar para novas aquisições, sem trazer capital externo. Tudo isso graças a uma gestão fortemente voltada para quem faz a empresa: as pessoas.

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Gestão sempre voltada para as pessoas

A partir do alinhamento estratégico, algo que faço todos os anos em todas as empresas onde trabalho, criei um grupo chamado Diamante, cujos participantes ficam responsáveis por distribuir as informações para o restante da empresa e implementar os projetos.

Esse encontro é anual, e é nessa ocasião que discorremos sobre o que será feito ao longo de 12 meses, garantindo que as decisões sejam repassadas de forma sistêmica aos demais colaboradores, da recepcionista ao presidente da companhia. Periodicamente, são feitas reuniões para feedback, quando então todos os participantes ficam sabendo como estão caminhando os nossos planos.

É importante ter a equipe alinhada com as metas da empresa e o momento da companhia. Por isso, estimulo uma administração horizontal, na qual cada um sabe de sua função e deveres, mas contribui para a soma do todo.

Se pudesse classificar as apostas mais bem-sucedidas durante minha gestão na Chubb, a primeira delas, sem dúvidas, seriam as pessoas. As empresas não existem, as empresas são feitas por colaboradores.

Paralelamente a isso, é claro que existe a fortaleza da marca. A companhia, subsidiária da americana The Chubb Corporation, foi fundada em 1882 e é uma das mais tradicionais empresas de seguros dos Estados Unidos e do mundo.

Portanto, uma corporação sólida, com fundamentos fortes nos aspectos financeiros, morais, éticos. Sabia que estava à frente de uma grande companhia, e isso também ajuda a produzir resultados. É como pilotar uma Ferrari: se está devagar é porque o motorista não é bom o suficiente.

O maior ativo das empresas

são as pessoas.

Para atingirmos resultados tão bons foi fundamental permanecer próximo da equipe, assim como promover uma mudança de comportamento em termos de comunicação, despertar um sentimento maior de pertencimento no grupo e fazer os outros crescerem. Tudo isso se resume a uma palavra: liderança.

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Liderança 360 graus (ou Liderança de portas abertas)

Para mim, liderança é fazer com que os outros cresçam. A princi-pal atribuição de um verdadeiro líder é desenvolver pessoas. De que adianta ser um executivo bem-sucedido, se ele não for, por exemplo, líder na família, na comunidade, na empresa ou na sua crença?

O foco da minha gestão é voltado para as pessoas. Procuro sem-pre deixar a porta da minha sala aberta. Para mim, ela só se fecha quando uma coisa não é boa. É preciso saber ouvir, deixar que pes-soas se aproximem, tragam suas contribuições e se sintam parte do negócio. Isso é trabalhar com e para as pessoas. Falar a verdade e ser transparente não são virtudes, são obrigações.

Aliás, quem quer que você cresça profissionalmente fala não só o que você gosta de ouvir. Diferente do bajulador, que não ajuda ninguém a crescer com seus exagerados elogios cheios de pretensão e de interesse.

Alcançar bons resultados vai muito além de boa vontade. Cres-cer e entregar aos acionistas o que eles esperam também. Esses são os pontos de partida de toda liderança bem-sucedida, mas o que está em jogo é o seu próprio crescimento e o de sua equipe.

Uma gestão focada nas pessoas é importante, porém é preciso ter a visão do todo. Líder tem de ser 360 graus e desenvolver um conjunto de diferentes habilidades. O gestor hoje não é mais um especialista, é um generalista que deve entender e estar bem próxi-mo das áreas de Finanças, Jurídica e de Recursos Humanos. Precisa acompanhar de perto o Marketing e a Produção, a área de Inteligên-cia do Negócio e também a parte técnica, sistemas e operacional, com grande foco em Administração, Sustentabilidade e Governança

Corporativa. Dessa forma, o líder estará em sintonia com tudo o que acontece na empresa.

Hoje em dia também não há mais espaço para uma liderança arrogante. Os subordinados podem conviver com isso, mas dificil-mente aceitam. O bom líder sabe que é preciso ser firme ou flexível nas horas certas, objetivo, honesto, transparente e inspirar a confian-ça das pessoas. Quem não gosta de lidar com pessoas tem de arrumar outro tipo de trabalho, não pode assumir uma função de liderança.

Na minha gestão eu faço o que tem que ser feito, com o coração e com respeito. Admiro a simplicidade, procuro aprender com todos à minha volta, desde os mais cultos até os mais simples, pois existem autodidatas que são mais sábios que muitos doutores.

O respeito é imprescindível entre as partes. É necessário que existam limites e que o espaço de cada um seja respeitado. Isso abre caminho para uma administração horizontal, sem que haja atritos na relação liderança versus liderados.

Pra mim, liderança é fazer com que os

outros cresçam.

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Palestras: uma realização pessoal

Sempre gostei dessa arte professoral. Fico muito feliz quando posso transferir o conhecimento para as pessoas. Faço isso pela sim-ples vontade de fazer, como um hobby.

Desde a minha primeira palestra, em 1998, fui atrás do conheci-mento técnico para que esse momento pudesse ser o mais prazeroso possível. Além da sinergia com a plateia, há muitos recursos para uma boa apresentação.

Eu, por exemplo, costumo abrir as minhas palestras com o que cha-mo de pré-aquecimento. Um vídeo curto exibe trechos de entrevistas, palestras, eventos dos quais participei, assim como personalidades que estiveram comigo. Isso cria uma conexão com o público, faz com que saibam que o palestrante tem a experiência necessária para estar ali.

Os temas das palestras são motivação, liderança moderna, economia, seguros, formação profissional, conflito de gerações e outros mais. Para falar sobre todas essas questões, tenho de estudar e me preparar muito.

Sou adepto do “quanto menos reunião melhor”, em prol da produtividade. Mas se for inevitável, é melhor estar bem-preparado. Quem se prepara para uma reunião sai um passo à frente. Foi sempre assim que agi, não poderia ser diferente em minhas palestras.

Uma palestra leva em média 70 horas para ser preparada. Diversas instituições têm me convidado para palestrar. É pena que não consiga tempo para atender a todos os pedidos.

Tenho orgulho de dizer que esse é meu projeto pessoal e espe-ro intensificá-lo no futuro. O prazer de poder transferir a minha experiência é algo incalculável. Algumas histórias de bastidores são memoráveis e fazem valer cada minuto dedicado a essa atividade.

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Diálogos de bastidores

O rapaz da primeira fila

Fui ministrar uma palestra e, chegando ao local, resolvi passar antes no toalete. Ao meu lado, um rapaz começou a puxar conver-sa dizendo que participava desses eventos a contragosto e, às vezes, tinha que lidar com uns palestrantes “nós-cegos”. Mantive o bom humor e completei: “E o de hoje eu conheço, é uma mala”. Aconse-lhei esse rapaz a ficar na palestra e conferir o que eu estava dizendo. Quando ele sentou na primeira fila e me viu no palco ficou pálido. Com certeza, aproveitei o episódio para abrir a palestra e esse foi um momento de muita descontração.

Outro dia no avião

Entrei no avião, coloquei o cinto de segurança e fiquei tranqui-lo. De repente, percebi que o passageiro do meio estava procurando seu cinto de segurança. Fiquei me perguntando: “será que eu peguei o dele?”. Quando me levantei, não deu outra. O rapaz levou na es-portiva e me disse: “Já vi roubarem de tudo, mas cinto de segurança é a primeira vez”. Rimos juntos e depois cada um seguiu o seu desti-no. Esse foi mais um fato que me ajudou a iniciar – com muito bom humor – a palestra que estava programada naquele dia.

Quando tudo vale a pena

Certa vez fui a Buenos Aires para uma reunião regional. O en-contro foi excelente e, assim que terminei esse compromisso, entrei no táxi em direção ao Aeropuerto Jorge Newbery, o Aeroparque, mesmo local onde desembarquei. O trajeto durou uns trinta minu-

tos. Iara estava comigo. Para nossa surpresa, o painel de embarque registrava o nosso voo muitas horas após o previsto.

Depois de muito procurar, acabei encontrando um funcionário para que pudéssemos esclarecer o que estava acontecendo. Ele nos informou que havia me enganado e que deveríamos embarcar em outro aeroporto, o Ezeiza – cuja distância seria como a de Con-gonhas para Guarulhos, em São Paulo – e que não chegaríamos a tempo. Nessa hora, falei para o atendente que tinha muitos compro-missos e precisava estar no Brasil no dia seguinte de qualquer jeito.

Com muito custo e pagando uma multa caríssima, conseguimos um encaixe para o voo que sairia cinco horas mais tarde. Chegamos de madrugada em São Paulo. Dormi cerca de duas horas, levantei para trabalhar e cumprir meus compromissos do dia. Fim do expediente e estava exausto, porém ainda tinha que participar de um jantar de 150 anos de uma grande instituição financeira, o que me fez voltar para casa muito tarde. Mais algumas poucas horas de sono e lá estava eu seguindo para o aeroporto com destino a São José do Rio Preto (SP) em um sábado. Dessa vez, fui convidado pelo diretor executivo da Shirteseg Corretora de Seguros, o Shirtes Pereira, para palestrar no CORRERP – Clube dos Corretores de Seguros da região.

Fui recepcionado com tanto carinho e gentileza, e isso come-çou a me encher de energia positiva e, aos poucos, o cansaço foi se esvaindo. Fui para o hotel repassar minha apresentação, que tinha cerca de 140 slides para serem feitos em 40 minutos. Depois de duas horas estudando, cheguei ao local do evento. Estava entusiasmado com o auditório lotado e a grande missão de passar mensagens po-sitivas e, assim, poder transferir minha experiência àquelas pessoas que me receberam tão bem. Ao terminar a palestra, fui ovacionado pelo público – cerca de 200 pessoas me aplaudiram de pé por vários

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minutos. Recebi ainda uma placa “Melhor CEO do Ano”, o momen-to não poderia ser mais emocionante.

Por isso, eu acredito que sem esforço não há recompensa. Na vida tudo vale a pena. Não existe nada melhor do que a gratificação de ter seu trabalho reconhecido – se for de pé e aplaudido – melhor ainda. A energia foi tão grande que cheguei a São Paulo ainda com pique para participar da despedida de solteiro do meu filho Newton. Prova de que quando a gente quer, a gente pode.

O legado que deixo

Estou certo de que o meu maior ativo na parte profissional são as pessoas. Fui mentor de oito executivos que hoje ocupam o cargo de presidente em várias empresas. Tive também a felicidade de poder ensinar e transferir conhecimento a muitos profissionais; com isso, contribui para o desenvolvimento de 12 vice-presidentes, além de uma quantidade enorme de diretores e superintendentes. Certamen-te haverá muitos outros no futuro.

No campo profissional, meu legado são os conceitos do que é ser um líder e a possibilidade de ser mencionado algum dia por essas pessoas, quando eu não estiver mais aqui. Enfim, é isso que fica do Acacio para o futuro.

Lidar com pessoas sempre foi uma experiência incrível e desafia-dora ao mesmo tempo. No trabalho ou em casa, todas as passagens da minha vida foram um enorme aprendizado. Jamais me arrependi de qualquer decisão que tomei. Todas elas me ensinaram um pouco mais sobre os meus limites.

Tenho comigo as boas lembranças, a experiência de me permitir viver na essência, tropeçar e aprender, sempre com a certeza de que tudo valeu a pena. Os momentos mais impetuosos muitas vezes me levaram não ao caminho mais fácil, mas àquele que de fato faria a diferença para mim e para os que estavam à minha volta. Valeu a pena mudar de Curitiba para São Paulo, morar nos Estados Unidos. Recomeçar sempre que achei necessário. Ser generoso. Amigo. Leal. Disposto a ouvir e a sentir as pessoas.

Não poderia deixar de dizer que me orgulho da educação dos meus filhos e da felicidade de ter casado com uma esposa tão mara-vilhosa e de estar junto dela até hoje, de ter me dedicado à família, ver meus netos crescerem. Enfim, essas são as minhas maiores re-compensas e o maior legado de uma vida inteira.

Lidar com pessoas sempre foi uma

experiência incrívele desafiadora

ao mesmo tempo.

Quanto maissucesso alcanço,

mais humilde sou.

Acacio Queiroz

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cAPítuLo iii

existe umA fórmulA pArA o sucesso?

O que aprendi como líder

Nunca é demais sublinhar que sucesso, para mim, é ter saúde e uma família bem-estruturada. Talvez essa seja uma definição simplis-ta, mas sair de casa para trabalhar todos os dias com o sentimento de dever cumprido nesse aspecto, sem dúvida, traz tranquilidade para atingir os objetivos profissionais do dia a dia.

Já falei da importância de o líder ser 360 graus, mas vale re-forçar que o êxito profissional será sempre consequência de muita dedicação e empenho. Por isso, acredito que quanto mais trabalho, mais sorte tenho. Além disso, é preciso estar no lugar certo, na hora certa, o que requer uma dose de sorte. Quanta gente trabalha tanto quanto eu, que tem tanta vontade de vencer e não chega lá? Isso deve explicar alguma coisa.

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Os desafios da liderança modernafrente às diferentes gerações

Falar das diferentes gerações por si só daria outro livro. Acredito que o líder tem que acompanhar as mudanças de seu tempo. Como executivo há quase 40 anos no mercado de seguros, tive de estudar as gerações que foram surgindo ao longo dessas décadas.

Os conflitos de gerações é um tema recorrente sobre o qual te-nho falado em minhas palestras e em artigos que escrevi para alguns dos principais veículos de comunicação do País.

Também levo comigo o lema “quanto mais sucesso alcanço, mais humilde sou”. Não se trata de uma fórmula pronta, mas de um atributo imprescindível para quem lida com muitas pessoas no coti-diano. Tenho orgulho em poder dizer que nunca saí do meu trilho da humildade.

Parto do princípio de que nada do que há na empresa é meu. Muita gente não entende isso e se apropria do cargo, deixa-se levar pelo poder que gira em torno de uma posição de comando. É tudo muito efêmero. Requer consciência e sabedoria.

Claro que tudo que conquistei me fez valorizar cada passo da minha vida, mas se alguém me perguntar se existe diferença entre o Acacio de hoje e o Acacio carregador de malas, simplesmente vou responder que não. O poder não muda as pessoas, pelo menos não deveria.

Tenho em mente que ninguém pode viver uma experiência por outra pessoa, mas acredito que uma inspiração pode mudar tudo. Reservei para as próximas páginas grande parte do que aprendi durante a minha trajetória profissional. Um estímulo à troca e ao aprendizado, pois até os erros me foram grandes professores em ma-téria de liderança.

O poder não mudaas pessoas, pelo menos não deveria. Brasil econômico | 2011

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Costumo dizer que para alcançar um ambiente sustentável, desenvolver e formar talentos é preciso lidar com essa diversidade. Ou você entende o comportamento das gerações ou não lidera de modo eficiente.

É preciso aproveitar o melhor de cada colaborador, seja ele da Geração Y (nascidos até 1993) ou os da Geração Z (nascidos até 2010), o que se tornou um dos grandes desafios da liderança moder-na. Rápidos, objetivos, conectados e multifuncionais. Esses jovens são muito críticos e possuem muito conhecimento, considerando a quantidade de informações que chega a eles através dos meios eletrô-nicos. Portanto, são mais difíceis de impressionar.

A empresa também precisa dos colaboradores mais experientes que trazem bagagem, segurança e tranquilidade através de sua expertise, como os representantes das gerações Tradicionais (nascidos até 1945) ou Pós-guerra (nascidos até 1964) ou ainda, os oriundos da geração X (nascidos até 1977).

Respeitar as diferenças e as limitações de cada indivíduo é um ponto crucial para gerir os conflitos de gerações tão distintas em um mesmo ambiente. Vai se destacar o líder que conseguir maximizar as energias existentes. Enfim, criar formas de valorizar o respeito e a troca de conhecimento entre essas gerações será fundamental para qualquer condutor de equipe.

A liderança moderna é horizontal, na qual participam todas as gerações. Portanto, é importante entender como essas pessoas pen-sam, agem e interagem com o seu meio. Esse processo de entendi-

A liderança moderna é horizontal, na qual participam todas as gerações.

mento requer um estudo mais profundo sobre o comportamento humano. Mas é imprescindível acompanhar as mudanças do tempo. Estamos vendo nascer a Geração Alfa (nascidos a partir de 2011), cuja expectativa é de que comecem a estudar mais cedo e por mais tempo. No entanto, esse é um assunto que ainda se sabe pouco. É preciso estar atento.

Em suma, a liderança moderna engloba cinco aspectos: buscar oportunidades para inovar, mudar, crescer e melhorar; inspirar as pessoas a seguirem um propósito; criar condições para que os demais realizem um bom trabalho; apontar o caminho pelo exemplo pessoal e dedicação; fornecer feedback para engajar e estimular as pessoas.

Confira nas próximas páginas artigos e reportagens nas quais tratei desse assunto, como “10 dicas para não surtar antes dos 40 anos”, e as “7 lições que a Geração Y pode aprender com os mais ve-lhos”. Outras matérias, a exemplo dessas, poderão ser lidas no portal Exame, as quais se aproximaram a 1 milhão de visualizações no ano de 2012, estando sempre entre as mais lidas.

Portal exame | 2012

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Os salários podem ser tentadores, mas nada paga o gosto de trabalhar

com brilho nos olhos.

Portal exame | 2012

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Compartilhe desafios

A forma como os líderes das empresas determinam os objetivos a serem conquistados pela equipe é de suma importância. Quando os liderados compartilham das expectativas e entendem os objetivos da empresa, os funcionários tendem a se sentir mais à vontade e mais seguros em relação ao trabalho a ser realizado.

O líder tem de se preocupar com seu desenvolvimento e o de seus liderados, principalmente. Mas, é evidente que grande parte do resultado depende do desejo do próprio colaborador. Querer é poder.

Uma empresa que se preocupa em escutar seus empregados e es-tabelece suas metas em conjunto com seus colaboradores ganha mais produtividade, já que as visões de cada área de atuação serão com-partilhadas por quem está envolvido diretamente com o assunto.

Invista nos estudos

O sucesso e o progresso das pessoas estão no saber. Por isso, se você não nasceu em uma família rica, não tem herança, o melhor ca-minho para conquistar alguma coisa é estudar. Vou mais longe: antes de optar por uma carreira é fundamental conhecer suas aptidões, saber a sua real vocação.

Um teste vocacional ajuda a ganhar tempo na vida e a entender para onde se quer ir. Quando fiz o segundo grau de Ciências Biológicas no Colégio Estadual do Paraná, com 17 anos, percebi que aquela não era a área que gostaria de seguir. Na mesma época, um teste de aptidão me mostrou que eu tinha mais afinidade com as Ciências Exatas.

Quem quer crescer na vida se prepara e está atento às

oportunidades. É preciso ler muito e saber o que fazer

com o conhecimento.

Cheguei a pensar em fazer Medicina, mas não podia ver sangue que desmaiava, embora fosse o desejo dos meus pais. Ainda bem que assumi em tempo a minha paixão pelos números e optei por cursar Economia na Universidade Católica do Paraná.

Quem quer crescer na vida se prepara e está atento às oportuni-dades. É preciso ler muito e saber o que fazer com o conhecimento.

Permito-me aqui apresentar o tripé da abertura das portas para o sucesso: estudar, gostar de se relacionar com as pessoas e manter um networking. São coisas básicas. Não se trata de uma fórmula pronta, mas, em minha opinião, esses são os ingredientes fundamentais para quem tem apetite de sobra para o sucesso.

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A virada de eixo – 90 por 10

Quando jovem, dormia pouco porque precisava. Sempre tive dois empregos, e isso requer disciplina. O tempo foi passando e mes-mo não havendo mais a necessidade, meu corpo se acostumou a essa rotina. Continuo dormindo pouco.

Recentemente, dei uma entrevista para um veículo de comu-nicação para descrever o que faço para ter um dia mais produtivo. Acordo às 5h da manhã. Começo o dia com uma oração de 20 mi-nutos. Agradeço por mais um dia e peço para que os sentimentos de rancor não permaneçam. Para mim, esse é um momento que permite que as energias positivas fluam.

Nos 30 minutos seguintes costumo checar meus e-mails, pois assim não preciso gastar tempo com essa atividade quando chego ao escritório. Além disso, reservo uma hora para a leitura de jornais e de livros voltados para a minha área de atuação.

Se o dia tem 24 horas, oito horas você dedica ao trabalho e oito horas você descansa, o que seria o ideal. Costumo dizer que as oito horas restantes é que vão determinar o seu sucesso, ou seja, este é o tempo que sobra para fazermos a diferença.

Donald Trump afirma que dorme cinco horas por noite e diz que duvida que quem dorme mais que isso saia na frente dele. Eu concordo. Tudo depende de como você vai aproveitar o tempo.

Para otimizar o tempo destaco, portanto, três coisas: aprender leitura dinâmica, ter memória fotográfica e fazer coisas simultane-amente. Essa é a minha forma de lidar com o tempo e aproveitar melhor dele e ele de mim.

Quando se está no topo de uma organização, comparecer a di-versos eventos é uma necessidade. Devo receber seis convites por dia. Hoje, contudo, escolho um deles para manter o networking, rever pessoas, mas no geral prefiro a vida menos agitada das rodas sociais.

Outra coisa muito importante é ter resignação. Quando você é um líder e está no topo de uma organização, normalmente 90% do que faz é para atender aos requisitos de sua função, sejam eles de ordem profissional ou pessoal. Assim, sobra 10% do seu tempo para fazer o que você gosta.

Acredito que duas coisas nem sempre caminham juntas: sucesso e fazer só o que você gosta. À medida que se vai ficando “jovem há mais tempo”, como é o meu caso, deve-se virar essa chave aos poucos e equi-librar esta proporção. Isso é o que muitos chamam de qualidade de vida.Portal exame | 2012

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Um líder precisa – antes de tudo – saber os seus valores. Família é importante, portanto deve dedicar tempo a ela. Sem estudo e sem trabalho não há progresso. Ética e moral se não forem aplicadas não podem ser cobradas dos outros. Quem não sabe os valores da vida não sabe equilibrar.

Faça o que nunca foi feito

Quando iniciei na companhia que presidi antes de estar na Chubb, foram-me dados 20 milhões de dólares de capital para ini-ciar as operações. Isso era muito pouco para assumir grandes riscos. Portanto, tive de criar espaços, identificar oportunidades. Foi quan-do criei o que chamamos aqui no Brasil de produtos massificados. Comecei a fazer as primeiras apólices em parceria com uma correto-ra de Affinity, que era reconhecida no mercado e, juntos, colocamos essa ideia em prática.

Na Chubb, levei dois anos para conseguir implantar definitiva-mente o conceito de seguros massificados. Em nenhum momento pensei em desistir. Como sabe, sou movido a desafios.

Estava ciente de que precisávamos ter elementos a mais para crescer. Ao assumir a Chubb, percebi que o nicho de mercado que a empresa trabalhava representava 1% da população brasileira: a

Na Chubb, levei dois anos para conseguir implantar definitivamenteo conceito de seguros massificados.Em nenhum momento pensei em desistir.Como sabe, sou movido a desafios.

classe AAA. Considerando esse fato, teríamos pouco espaço para ampliação dos negócios e expansão da marca.

Introduzimos os produtos massificados, reforçamos a área de “Vida” e de “Ramos Elementares”, criamos novos produtos, firma-mos novas parcerias e alianças estratégicas, tendo como principal canal de distribuição o corretor de seguros.

A área de linhas pessoais foi uma das principais colunas para o crescimento da Chubb no Brasil, status que detém até o dia de hoje. Na época, a área de vida passava pelo desafio de continuar ou não as suas operações no País, decidimos por mantê-la e, atualmente, ela tem uma contribuição significativa na companhia como um todo. A diversificação de produtos e de projetos, somada à dedicação de nossa equipe, criaram a lucratividade da própria empresa e sua sus-tentabilidade no decorrer dos anos.

seguro total | 2007

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É importante reforçar que sempre tivemos o cuidado para não perder o DNA da empresa, pois o posicionamento de marca plati-num é preservado sob todos os aspectos.

Há um departamento dedicado somente aos produtos massifi-cados para que os negócios não se misturem. Muitas vezes o consu-midor desse tipo de produto tem no massificado seu primeiro con-tato com o universo do seguro.

Pode-se ter lucro por um tempo fazendo a mesma coisa; no en-tanto, chega um momento em que é necessário diversificar e renovar o mix do portfólio da companhia, utilizando os recursos da criativi-dade e da inovação.

É nesse momento que a empresa precisa apostar em um segmen-to que possibilite a inovação necessária.

Asas aos sonhos, chão para as realizações

Sempre digo que é importante ter vontade de crescer e sonhar grande. Para mim, sonhar pequeno não é privilégio de ninguém. Afi-nal, se temos de pensar de qualquer forma, então que pensemos grande.

Acredito nisso. Eu sonho até hoje. Nunca pensei pequeno. Lem-bro que quando eu era criança meus amigos iam brincar de caminhão e eles sempre queriam ser motoristas. E eu então dizia que queria ser o gerente da transportadora. Desde pequeno aprendi a pensar grande. Estava sempre disposto a arriscar e tinha em mente que o crescimento tem de ser honesto, sem prejudicar a nada, nem a ninguém.

Fui atrás dos meus sonhos de maneira até egoísta, eu diria, mas de uma forma muito calculada, trabalhada. Sempre estive cien-te das dificuldades que enfrentaria. Na vida a gente vai mudando

Lembro que quando eu era criança meus amigos iam brincar de caminhão

e eles sempre queriam ser motoristas. E eu então dizia que queria ser o

gerente da transportadora.

muito. Alguns sonhos que eu tinha antes e hoje posso realizar, já não quero mais.

Sonhava em ter uma Ferrari e, de repente, isso já não se encaixa mais nos meus sonhos. Continuo achando o carro o máximo, mas quando comecei a pesquisar sobre o assunto, acabei descobrindo que teria mais trabalho que prazer.

Certo dia, em uma conversa com um rapaz, analisando a possi-bilidade de comprar esse carro, a primeira pergunta que ele me fez foi se eu morava em casa ou apartamento. Quando respondi a segunda opção, ele me informou que precisaria guardar o veículo em outro lugar. Primeiro, porque a rampa seria um fator de dificuldade e, além disso, era importante preservar a minha identidade. Com um carro desses na garagem do prédio, deixaria facilmente de ser o Acacio do apartamento Y para ser o Acacio da Ferrari. Então, decidi que era me-lhor alugar e curtir esse carro durante as viagens ao exterior, e pronto.

Outro dia, visitei uma feira em Araras, no interior de São Paulo, e fiquei apaixonado por um Cirrus – um avião monomotor pressu-rizado, de pequeno porte, fabricado nos Estados Unidos, que conta com um sistema de paraquedas.

Cheguei todo entusiasmado para falar com Iara que queria com-prar esse avião e tirar o brevê. Mas ela logo deu um jeito de aterrissar meus pés no chão. Esse era um sonho que eu não precisava ter.

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Fujo do supérfluo, da ostentação, embora esteja sempre próxi-mo deles por força do meu trabalho. Seguramente, quando passar para o plano B da minha carreira, que seria mais vinculado a conse-lhos de administração, órgãos de representação do setor e palestras, terei condições de ajustar bem mais o meu modo de ser ao meu modo de viver.

Hoje os meus grandes sonhos são a família, ter saúde e viver bem. Quem sabe um dia consiga tirar da garagem o utilitário que comprei há cinco anos especialmente para ir ao Pantanal e nunca tive tempo de usar.

O fato é que todo sonho tem seu preço. Não se pode desistir deles porque parecem impossíveis. Às vezes, a vida o fará enxergar, como fez comigo, que eles precisam ir além da imaginação e da von-tade, precisam de significado. De sintonia com o seu momento atu-al. Asas para seus sonhos. Terra firme para suas realizações.

Supere-se nas crises

Você não pode parar em momentos de crise. Não existe cri-se. Por exemplo, você é um pescador e tem uma rede. Em época normal, você pesca 20 kg de peixe por dia. Se diminuir o número de peixes, e você deseja continuar pescando a mesma quantidade, certamente terá de duplicar ou triplicar o tamanho da rede. Como? Trabalhando muito e de forma inteligente.

Certa vez em Blumenau uma pessoa me ensinou que há dois momentos na vida: o de ganhar dinheiro, em épocas normais, e o de ganhar muito dinheiro, que é quando as crises acontecem.

Eu acredito que é durante as crises que quem tem mais compe-tência se destaca – ou pelo menos deveria ser assim. Nessas horas,

aparecem os desafios, mas também surgem grandes oportunidades. No entanto, é preciso ter sempre em mente que metade das crises está em nossas cabeças.

É principalmente durante os períodos de turbulência que se deve manter a motivação em alta. Soma-se a isso o pensamento po-sitivo, a criatividade, a inovação e muita, mas muita transpiração. Afinal, é preciso trabalhar mais para sair desses momentos com a certeza de que fez a coisa certa.

Por isso que eu digo que não podemos ignorar as crises. É na crise que quem já carregou mala pesada vai poder sair na frente.

Lembro que em 2009, enquanto o mercado estava abalado com os reflexos da crise mundial (crash credit), eu fiz apostas importantes. Mesmo em um período turbulento, decidi lançar cinco produtos, o que resultou em um crescimento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Não foi mágica, apenas segui o que acredito ser necessário para lidar com as crises: ser extremamente criativo e avaliar a melhor forma de manter a companhia ganhando dinheiro, sendo lucrativa, sem comprometer a sua estrutura.

É na crise que quem já carregou

mala pesadavai poder sair

na frente.

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Não julgue

Não dá para julgar as pessoas ou querer medir a inteligência delas somente pelo que você pensa.

Não julgue apenas pelo que você vê, e sim pelo conjunto de pre-dicados e atitudes de cada um. Ninguém é insubstituível, e algumas pessoas podem surpreender.

Pense no pato que caminha feio, mas caminha, nada mal, mas nada, voa mal, mas voa. Portanto, se você partir desse princípio, todo mundo consegue fazer tudo. Às vezes a pessoa vai precisar de ajuda, outras não.

Certa vez recebi um material complexo de uma empresa de au-ditoria, estava tudo em inglês e decidi chamar o mais novo inte-grante da equipe de Marketing para me ajudar. Dei a ele a tarefa de estudar aquele material e apresentar para a diretoria. Ele mesmo fez questão de traduzir a apresentação, preparou-se e superou todas as expectativas. Talento é aquele que nos surpreende positivamente e entrega sempre mais do que esperamos.

Nesse caso, o colaborador fez um trabalho exemplar. Até hoje utilizo parte desse material em minhas palestras para falar sobre sus-tentabilidade e governança corporativa.

O erro como mestre

Se você souber utilizar os erros de forma positiva, eles serão seus melhores mestres. Claro que a proporção de acertos deve ser muito maior, mas as falhas podem sinalizar como podemos nos aperfeiçoar. A medida não é pensarmos quantas vezes erramos, mas quantas deixamos de acertar.

Como todo jovem, eu era desbravador, comprovadamente tinha um QI altíssimo, mas eu não lia. Tinha preguiça de ler e achava que isso não era necessário, como se o teste de QI fosse uma licença à literatura. O fato é que somente depois de um erro, e muitas horas de trabalho não remunerado para consertar o erro que cometi, entendi que o caminho era justamente o contrário.

Trabalhava nas Linhas Corrente, quando o governo lançou um livro fiscal novo, chamado modelo III. Para preenchê-lo era neces-sário ler o Diário Oficial, que continha 40 páginas, mas eu resolvi fazer por conta própria. Só de olhar o livro decidi como é que fazia. No entanto, após um processo de auditoria, a empresa notou que a escrituração do livro estava toda errada havia mais de seis meses.

Como condição do meu chefe na época, tive de trabalhar todo fim de semana gratuitamente para não perder meu emprego. Preci-sei de oito meses para consertar esse erro, que considero o maior de minha vida e o que mais me ensinou.

Aprendi que tinha de ler. Hoje leio até bula de remédio. Tornei--me um fanático, leio mais de 40 revistas por mês. Aprendi leitura dinâmica, leio uma revista em 25 minutos e ainda separo folhas que quero ler com mais calma.

É claro que cometi outros erros, mas os considero funcionais e parte do processo de evolução de todo profissional. O erro nos ensi-na, mas essa é uma aula que não pode ser frequente.

Aprendi que tinha de ler. Hoje leio até bula de remédio.

Tornei-me um fanático, leio mais de 40 revistas por mês.

Se você souber utilizar os erros de forma positiva, eles serão seus melhores mestres.

Acacio Queiroz

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cAPítuLo iV

o mercAdo de segurose resseguros no brAsil

O potencial do mercado de seguros no Brasil

De acordo com dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), em 2011, com uma produção total – seguros, previ-dência, capitalização e seguro saúde – de R$ 213,58 bilhões, a parti-cipação do setor segurador brasileiro no Produto Interno Bruto (PIB) passou a representar 5,17% dos R$ 4,135 trilhões dos bens e serviços produzidos no Brasil.

Vale ressaltar ainda que somente nos últimos cinco anos houve um crescimento acumulado de 14,7% da participação do setor segu-rador no PIB, segundo relatório da CNseg. Esses dados comprovam que o potencial de seguros no País é enorme e que podemos chegar facilmente a 7% do PIB, ou seja, à casa dos R$ 289 bilhões, se consi-derarmos para efeito de cálculo o PIB de 2012.

A indústria de seguros possui grandes perspectivas de evolução, principalmente nas áreas de Garantia, Engenharia, Vida e Responsa-

102 103AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

bilidade Civil. Se somarmos a isso os seguros: previdência, capitaliza-ção e saúde, a tendência de crescimento pode ser três ou quatro vezes mais que o crescimento do PIB nacional nos próximos anos.

O otimismo do mercado está atrelado a futuros investimentos que contribuirão para o desenvolvimento e fortalecimento da eco-nomia, como as obras do PAC (Programa de Aceleração do Cres-cimento), Pré-Sal e obras de infraestrutura necessárias para o Brasil sediar a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Segundo a Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos), até 2014, os investimentos no Brasil devem alcançar R$ 3,1 trilhões no setor in-dustrial e de infraestrutura. As áreas de geração de energia, transporte e saneamento básico são potenciais atrativos para investidores.

Vale dizer que no setor de seguros atuamos em duas frentes: segu-ro “não vida”, que é voltado para aeronáuticos, automóvel, créditos, garantia, habitacional, marítimos, patrimoniais, responsabilidades, rural, transportes e outros ramos, e o seguro “vida”, que é destinado a prover a tranquilidade das pessoas, a exemplo da previdência privada.

Recentemente, as análises do segmento de seguros mostram que no Brasil a demanda pelo seguro “vida” passou a ser maior, acompanhando o que já acontece nos países desenvolvidos. De acordo com relatório da SwissRe, em 2011, essa modalidade cresceu 17,5%, atingindo R$ 68,8 bilhões. Temos ainda de considerar que o aumento no número de carteiras assinadas contribui para que isso seja possível; ao mesmo tempo, assinala um processo de amadurecimento do nosso mercado.

São inúmeras evidências que corroboram o potencial do mer-cado segurador. Embora com perspectivas favoráveis, ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Como o principal objetivo do seguro é oferecer tranquilidade às pessoas e garantir seu futuro, é necessário fomentar ainda mais a cultura de seguros no Brasil, assim como já acontece nos mercados da América do Norte e da Europa.

É comum as pessoas pensarem em fazer o seguro do automó-vel – que mesmo sendo o mais popular entre os brasileiros, ainda abrange apenas cerca de 30% da frota de veículos. Se pensarmos nas residências, um bem que vale muito mais que um carro, esse dado é ainda menor: somente 13% das casas no País são seguradas. Se há um incêndio, perde-se todo o patrimônio, casa e conteúdo.

Portanto, acredito que precisamos estimular uma mudança de comportamento, para a qual as companhias de seguros e as federações do setor podem contribuir, e muito.

Outro ponto a se considerar, tendo em mente que os seguros “vida” devem continuar a crescer fortemente, é que a inflação deverá estar sob controle, pois, caso ela aumente significativamente, o valor da indenização contratada será drasticamente corroído, resultando em desinteresse dos consumidores pelo produto.

Há ainda o obstáculo da renda. Estamos aumentando a renda per capita real no País, mas ainda é preciso haver uma camada maior da população com condições reais de consumir. Hoje, graças à ascen-são das classes D e E, até 2014 teremos 56% da população brasileira na classe C. Surge, com isso, uma grande oportunidade de aumentar o mercado segurador.

Quanto maior o poder aquisitivo dentro de um cenário econô-mico mais estabilizado, maior o apetite para a contratação de seguros. As pessoas conseguem comprar mais bens e começam a entender que é importante garantir o seu futuro e cuidar do seu patrimônio.

104 105AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

É o que vem acontecendo com as pessoas que estão na classe C e começam a consumir cada vez mais produtos de seguros. A conti-nuidade desse processo, contudo, depende de uma estabilidade eco-nômica duradoura.

O mercado de resseguros e o IRB

Em 2008, passou a vigorar uma nova legislação para o setor, que permitiu que outras resseguradoras pudessem operar no mercado brasileiro. Essa medida descentralizou a atuação do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) - até então o único órgão que podia exercer as atividades de resseguro no País.

A Chubb trouxe para o Brasil a sua resseguradora Federal S.A., na condição de admitida, para contribuir com uma capacidade adicional em relação aos riscos aceitos pela companhia. Hoje, além do Conselho Administrativo, Presidência e CEO da Chubb, acumulo a Presidência da resseguradora.

gazeta mercantil | 2008

Acredito que precisamos estimular uma mudança de comportamento, para a qual as companhias de seguros e as federações do setor podem contribuir, e muito.

Seja em momentos favoráveis ou nas crises, uma coisa é certa: como em qualquer relação,

é preciso muito respeito para que as coisas deem certo.

Acacio Queiroz

109Minhas Bagagens

cAPítuLo V

A vAlorizAção dA comunicAçãodentro e forA dA empresA

Uma das grandes forças de uma companhia é o seu potencial de se comunicar tanto interna como externamente. Sei que ser líder requer diversas habilidades, mas há uma em especial que ainda ame-dronta muitos profissionais: falar em público.

Muitas vezes temos de ficar expostos como porta-vozes da companhia. Seja em momentos favoráveis ou nas crises, uma coisa é certa: como em qualquer relação, é preciso muito respeito para que as coisas deem certo.

A imprensa sempre teve um papel fundamental na difusão da marca da Chubb no Brasil, cedendo-nos espaços preciosos para que, por meio dela, pudéssemos transmitir mensagens para as pessoas, em termos de liderança, mercado de seguros, economia, sustentabilida-de, entre outros assuntos.

Gostaria de agradecer imensamente a todos os profissionais com os quais tivemos o privilégio de nos relacionar e que, gentilmente, per-mitiram-nos compartilhar nossa experiência e nossa visão de futuro.

Como não é possível reproduzir aqui todas as reportagens e entrevistas veiculadas ao longo desses anos de parceria, selecionamos a seguir algumas matérias, divididas por temas, para um breve registro dessa enorme contribuição para o nosso trabalho.

A imprensa sempre teve um papel fundamental

na difusão da marca da Chubb no Brasil.

Acacio Queiroz

113Minhas Bagagens

MAtéRIAS SeLeCIONADAS

crescimento dA compAnhiA

golf Life | 2007

114 115AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

golf Life | 2007

istoÉ dinheiro | 2008

no Varejo | 2009

Apólice | 2010

116 117AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

revista da Aconseg sP | 2010Jornal do commercio | 2009

118 119AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

economiA e mercAdo de seguros

revista da Aconseg sP | 2011

Brasil econômico | 2012cobertura | 2005

120 121AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

cliente s/A | 2009

Jornal do commercio | 2009

istoÉ dinheiro | 2010

122 123AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Brasil econômico | 2010

seguro total | 2011

124 125AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Valor econômico | 2012

estado de minas | 2012

foto:

rafae

l Pote

nza

126 127AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Valor 1000 | 2012

foto:

rafae

l Pote

nza

no Varejo | 2012

128 129AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

liderAnçA

Lide | 2008

130 131AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Você rH | 2009Você s/A | 2009

132 133AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

A magazine | 2009

A magazine | 2009

134 135AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Jornal do commercio | 2009 Liderança | 2011

136 137AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

melhor gestão de Pessoas | 2011 editora escala/ revista gestão & negócios | 2011

138 139AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

empresarial | 2012

Você s/A | 2010 exame | 2010

140 141AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

solidez finAnceirA

istoÉ dinheiro | 2005gazeta mercantil | 2006

142 143AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

dci | 2009

dci | 2009

144 145AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Jornal do commercio | 2009

istoÉ dinheiro | 2010

dci | 2010

Portal sincor - rs | 2012

146 147AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

expAnsão dA mArcA

clubnews | 2005clubnews | 2007

148 149AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

o estado de s. Paulo | 2010the Winners | 2012

150 151AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

reconhecimentos

Anuário Valor 1000 - Edição 2005

Ranking Finanças: 32º lugar entre as 95 maiores seguradoras

Anuário Valor 1000 - Edição 2006

Ranking Finanças: 17º lugar entre as 55 maiores seguradoras ramos gerais

Anuário Valor 1000 - Edição 2007

Ranking Finanças: 14º lugar entre as 50 maiores seguradoras ramos gerais

Anuário Valor 1000 - Edição 2008

Ranking Finanças: 14º lugar entre as 50 maiores seguradoras - ramos gerais

Destaques do Ranking - seguros gerais• 10º lugar entre as 20 maiores em lucro com seguros• 14º lugar entre as 20 maiores em lucro líquido• 15º lugar entre as 20 maiores em ativo total• 14º lugar entre as 20 maiores em patrimônio líquido• 12º lugar entre as 20 mais rentáveis sobre o patrimônio, entre as grandes• 3º lugar entre as 20 de menor sinistralidade, entre as grandes

Anuário Valor 1000 - Edição 2009

Ranking Finanças: 14º lugar entre as 50 maiores seguradoras - ramos gerais

Destaques do Ranking - seguros gerais• 13º lugar entre as 20 maiores em lucro operacional• 12º lugar entre as 20 maiores em lucro líquido• 14º lugar entre as 20 maiores em aplicações• 13º lugar entre as 20 maiores em patrimônio líquido• 10º lugar entre as 20 mais rentáveis sobre o patrimônio, entre as grandes• 3º entre as 20 de menor sinistralidade, entre as grandes

Anuário Valor 1000 - Edição 2010

Ranking Finanças: 14º lugar entre as 50 maiores seguradoras - ramos gerais

Destaques do Ranking - seguros gerais• 12º lugar entre as 20 maiores em lucro operacional• 13º lugar entre as 20 maiores em lucro líquido• 15º lugar entre as 20 maiores em aplicações• 15º lugar entre as 20 maiores em patrimônio líquido• 9º lugar entre as 20 mais rentáveis sobre o patrimônio, entre as grandes• 6º entre as 20 de menor sinistralidade, entre as grandes

Anuário Valor 1000 - Edição 2011

Ranking Finanças: 14º lugar entre as 50 maiores seguradoras - ramos gerais

Destaques do Ranking - seguros gerais• 15º lugar entre as 20 maiores em lucro operacional• 13º lugar entre as 20 maiores em lucro líquido• 13º lugar entre as 20 maiores em aplicações• 15º lugar entre as 20 maiores em patrimônio líquido• 14º lugar entre as 20 mais rentáveis sobre o patrimônio, entre as grandes• 7º entre as 20 de menor sinistralidade, entre as grandes

Anuário Valor 1000 - Edição 2012

Ranking Finanças: 15º lugar entre as 50 maiores seguradoras - ramos gerais

Destaques do Ranking - seguros gerais• 13º lugar entre as 20 maiores em lucro operacional• 11º lugar entre as 20 maiores em lucro líquido• 12º lugar entre as 20 maiores em aplicações• 15º lugar entre as 20 maiores em patrimônio líquido• 13º lugar entre as 20 mais rentáveis sobre o patrimônio, entre as grandes• 6º entre as 20 de menor sinistralidade, entre as grandes

152 153AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Conjuntura Econômica - 2007

16º lugar entre os maiores grupos seguradores20º lugar entre as maiores seguradoras

Ranking “Os Maiores”• 9º lugar entre os maiores por lucro com seguros• 6º lugar entre os melhores em sinistralidade, entre os grandes• 9º lugar entre os melhores em margem operacional, entre os grandes• 3º lugar entre os com maior crescimento dos prêmios ganhos, entre os grandes

Conjuntura Econômica - 2005

31º lugar entre as maioresseguradoras do Brasil

Conjuntura Econômica - 2006

24º lugar entre as maioresseguradoras do Brasil

Ranking “As Maiores”• 9º lugar entre as maiores por lucro com seguros• 6º lugar entre as com maior crescimento dos prêmios ganhos, entre as pequenas e médias

Conjuntura Econômica - 2008

16º lugar entre os maiores grupos seguradores19º lugar entre as maiores seguradoras

Ranking “Os Maiores”• 5º lugar entre os com maior crescimento dos prêmios ganhos, entre os grandes• 6º lugar entre os com melhor índice combinado ampliado, entre os grandes• 5º lugar entre os melhores em sinistralidade

Conjuntura Econômica - 2009

17º lugar entre os maiores grupos seguradores

Ranking “Premiadas Especialistas”• 2º lugar entre as melhores seguradoras• 1º lugar entre as melhores em Autos• 2º lugar entre as melhores em Patrimonial Destaques Seguradoras Especialistas• 4º lugar entre os maiores por Ativo total• 1º lugar entre os maiores por patrimînio líquido ajustado

conjuntura econômica | 2009

154 155AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

As melhores da dinheiro | 2007

As melhores da dinheiro | 2007

As melhores da dinheiro | 2009

156 157AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

As melhores da dinheiro | 2010

As melhores da dinheiro | 2011

158 159AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

seguros & riscos | 2007

seguros em Foco | 2009

chubb news | 2009

160 161AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Aconseg - sP e cobertura | 2009

clube Vida em grupo - rJ | 2009

162 163AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

clube Vida em grupo - rJ | 2009istoÉ dinheiro | 2010

164 165AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

América economia | 2013

caras | 2010

cobertura | 2013

166 167AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

P r e M i A ç ã o 2 0 0 4 - c h u b b d o b r A s i l

Prêmio Revista Cobertura 2004

• melhor desempenho no seguro de responsabilidade civil

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 5 - c h u b b d o b r A s i l

Top of Quality 2005

• destaque na categoria seguradora

Prêmio Marketing SegNews 2005

• top de marketing 2005 na categoria marketing & divulgação comunicação com o mercado

Copa Latino Americana 2005

• melhor performance em 2005

Prêmio Revista Cobertura 2005

• companhia destaque do Ano. • melhor Produto – seguro responsabilidade civil: directors and officers (d&o) • melhor performance em seguro Automóvel • melhor performance em marketing de Produto: Personal Lines – mercado de luxo • melhor performance em serviços de sinistros

Prêmio Revista Segurador Brasil 2005

• mérito na Prestação de serviço por seu desempenho em seguros de responsabilidade civil geral e eventos • mérito na Prestação de serviço por seu desempenho em massificados

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 5 - A c A c i o Q u e i r o z

Troféu Gaivota de Ouro - Revista Seguro Total - 2005

• Acacio Queiroz: Personalidade nacional de seguros do Ano de 2005

Revista Seguros e Riscos - 2005

• Prêmio de seguros do Ano de 2005

168 169AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 6 - c h u b b d o b r A s i l

Seg News Marketing Award 2006

melhor performance em: • comunicação com o mercado • seguro para Automóveis de Luxo • seguro de transportes • seguro de Vida em grupo • seguro de responsabilidade civil executivos: directors and officers (d&o) • seguro de massificados • seguro de responsabilidade civil geral e eventos

Prêmio Revista Cobertura 2006

• eleita a melhor seguradora em riscos Patrimoniais

Great Place To Work – Revista Exame 2006

• eleita um dos melhores Lugares para trabalhar

III Festival de Cinema Hispano Brasileiro – 2006

• eleita a melhor seguradora de seguro cinema

Prêmio Revista Segurador Brasil 2006

• melhor desempenho em seguro de responsabilidade civil e eventos • destaque no mercado – Atuação de 160 anos • melhor desempenho em seguro de massificados

Troféu Gaivota de Ouro - Revista Seguro Total - 2006

• excelência no Atendimento a sinistros • excelência em seguros de Automóveis de Luxo • excelência em crescimento e Produtividade • excelência em seguros de Vida em grupo • excelência em seguros de massificados

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 6 - A c A c i o Q u e i r o z

Revista Cobertura 2006

• Personalidade nacional de seguros 2006

Prêmio Revista Segurador Brasil 2006

• Personalidade nacional de seguros 2006

Marketing Seg News 2006

• Personalidade nacional de seguros 2006

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo 2006

• Honra pelos serviços prestados ao mercado de seguros no Brasil

170 171AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 7 - c h u b b d o b r A s i l

Ranking Conjuntura Econômica - FGV - 2007

• eleita entre as 20 maiores seguradoras do País • eleita entre as 3 seguradoras que registraram maior crescimento em Prêmio ganho • eleita entre as 10 maiores seguradoras com Lucro • eleita entre as 3 melhores de Prêmio ganho e emissão

Prêmio Revista Cobertura 2007

• melhor desempenho em seguros de riscos de engenharia e riscos diversos

Prêmio As Melhores da Dinheiro 2007 - Revista IstoÉ Dinheiro

• eleita uma das 5 melhores seguradoras do País • eleita em 2º lugar em gestão em inovação e tecnologia

Prêmio Jornal Gazeta Mercantil 2007

• eleita uma das 15 maiores seguradoras do País • eleita entre as 10 melhores em resultado operacional e sinistro

Prêmio Revista Segurador Brasil 2007 • melhor desempenho em seguro de responsabilidade civil geral • melhor desempenho em seguro de Vida em grupo • melhor desempenho em seguros de Automóveis de Luxo

Gestão & RH 2007

• eleita entre os 100 melhores Fornecedores para rH

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 7 - A c A c i o Q u e i r o z

CVG - Clube de Vida em Grupo - Prêmio 2007

• Personalidade nacional de seguros do Ano de 2007

Prêmio Revista Segurador Brasil 2007

• Personalidade nacional de seguros do Ano de 2007

172 173AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 8 - c h u b b d o b r A s i l

Ranking Conjuntura Econômica – FGV 2008

Eleita, entre os grandes: • uma das cinco seguradoras com maior crescimento dos Prêmios ganhos • uma das cinco seguradoras com menor sinistralidade

Prêmio As Melhores da Dinheiro 2008 – Revista IstoÉ Dinheiro

• eleita entre as cinco melhores empresas no mercado segurador • eleita a primeira das cinco melhores seguradoras em inovação e Qualidade

Prêmio Revista Cobertura 2008

• eleita a melhor seguradora na categoria Acidentes Pessoais

Prêmio Revista Segurador Brasil 2008

• melhor performance em seguros de responsabilidade civil • melhor desempenho em seguro de transporte • melhor performance em seguro de Acidentes Pessoais

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 8 - A c A c i o Q u e i r o z

• Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte – 2008 cidadão Honorário de Belo Horizonte

174 175AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 9 - c h u b b d o b r A s i l

Prêmio Revista Segurador Brasil 2009

• melhor desempenho em seguro de Proteção Financeira • melhor desempenho em seguro residencial • melhor desempenho em seguro de Automóveis de Luxo

Ranking Conjuntura Econômica - FGV - 2009

• melhor desempenho em seguro de Automóveis • melhor desempenho em Patrimônio Líquido • segundo lugar em Property • segundo lugar entre as especialistas

Prêmio Revista Cobertura 2009

• eleita com o melhor desempenho em seguro de Vida em grupo

Prêmio As Melhores da Dinheiro 2009 – Revista IstoÉ Dinheiro

• eleita uma das cinco melhores seguradoras em inovação e Qualidade e rH

Troféu Alvorada – 2009 – Brasília

• melhor desempenho na carteira de seguros de responsabilidade civil

P r e M i A ç õ e s 2 0 0 9 - A c A c i o Q u e i r o z

Prêmio Revista Segurador Brasil 2009:

• empreendedor de seguros do Ano de 2009

CVG – Clube de Vida em Grupo – Prêmio 2009

• Personalidade de seguros do Ano 2008/2009

176 177AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

P r e M i A ç õ e s 2 0 1 0 - c h u b b d o b r A s i l

Prêmio Revista Segurador Brasil 2010 • melhor desempenho em seguro de Automóveis • melhor performance em seguro residencial • melhor performance em condomínio • melhor desempenho em riscos especiais – Yacht e máquinas equipamentos Agrícolas • Prêmio empreendedor Brasil 2010 - 4ª edição - “Pioneirismo e empreendedorismo” cHuBB

Troféu Gaivota de Ouro – Revista Seguro Total 2010 • excelência em seguros de Alto Padrão • excelência em seguros de Acidentes Pessoais • excelência em modelo de gestão e governança corporativa

Prêmio As Melhores da Dinheiro 2010 – Revista IstoÉ Dinheiro • eleita entre as cinco melhores empresas no mercado segurador • eleita em primeiro lugar na categoria inovação e Qualidade • eleita em terceiro lugar em gestão de recursos Humanos

Prêmio Apólice 2010 – Revista Apólice • eleita em primeiro lugar na categoria “seguro Auto”

Prêmio 8º Troféu JRS Comunicação (Porto Alegre) • melhor performance em equipamentos Agrícolas e construção civil

Anuário Valor 1000 - 2010 - Jornal Valor Econômico - 10ª edição • 14ª posição entre as 50 maiores em ramos gerais • no ranking de lucro líquido, a companhia alcançou o 13º lugar • entre as dez mais rentáveis sobre o patrimônio • 6ª colocação em menor sinistralidade em relação às grandes companhias do mercado segurador • nos segmentos de lucro operacional, patrimônio líquido e aplicações, a empresa se destacou entre as 20 maiores seguradoras

Prêmio Cobertura Performance 2010 - 13ª edição da Revista Cobertura • “melhor Performance econômico-Financeira - “carteira de Acidentes Pessoais”

P r e M i A ç õ e s 2 0 1 0 - A c A c i o Q u e i r o z

• Prêmio Segurador Brasil 2010 Presidente & ceo - “destaque do Quinquênio”

• Prêmio Empreendedor Brasil 2010 Presidente & ceo - “executivo empreendedor do Ano” - Pioneirismo e empreendedorismo • Prêmio 33º Fórum de Líderes (WTC) & ceo - Líder empresarial pelo setor de seguros & Previdência

178 179AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

P r e M i A ç õ e s 2 0 1 1 - c h u b b d o b r A s i l

Prêmio Revista Segurador Brasil 2011

• destaque do mercado na carteira de entretenimento

Prêmio Mundial da Chubb Corporation 2011

• Prêmio gold por desempenho excepcional Premiação mundial de Performance dos escritórios da chubb corporation.

Prêmio Revista Seguro Total

• excelência e mérito nos seguros de Alto Padrão • excelência e mérito nos seguros de Acidentes Pessoais • excelência e mérito em modelo de gestão e governança corporativa

Prêmio Apólice 2010 – Revista Apólice

• eleita em primeiro lugar na categoria seguro Auto

Anuário Valor 1000 - 2011 - Jornal Valor Econômico - 11ª edição

• 15ª posição entre as 20 maiores em lucro operacional • 13ª posição entre as 20 maiores em lucro líquido • 13ª posição entre as 20 maiores em aplicações • 15ª posição entre as 20 maiores em patrimônio líquido • 14ª posição entre as 20 mais rentáveis sobre o patrimônio, entre as grandes • 7ª posição entre as 20 de menor sinistralidade, entre as grandes

Prêmio As Melhores da Dinheiro 2011 - Revista IstoÉ Dinheiro

• eleita em 3º lugar na categoria responsabilidade social

Prêmio Cobertura Performance - Revista Cobertura - novembro/11

• melhor Performance econômico-Financeira: carteira de riscos diversos. • melhor Performance econômico-Financeira: carteira de seguros de rc – d&o

180 181AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

P r e M i A ç õ e s 2 0 1 2 - c h u b b d o b r A s i l

Prêmio Revista Segurador Brasil 2012

• destaque do mercado na carteira de garantia - segurador Brasil 2011 – Abril

Prêmio Troféu Gaivota de Ouro – Revista Seguro Total 2012

• excelência em seguros de Alto Padrão • excelência na carteira de riscos diversos • excelência em modelo de gestão e governança corporativa

Prêmio Melhores do Seguro

• seguro Automóvel Premium - revista Apólice 2012

Prêmio Mundial da Chubb Corporation 2012

• melhor desempenho na carteira de entretenimento

Classificação na 12ª edição - Anuário Valor 1000 - 2012 Jornal Valor Econômico

classificação chubb do Brasil: • 15º lugar entre as 50 maiores seguradoras de nosso ranking • 13º lugar entre as as 20 maiores em lucro operacional • 11º lugar entre as 20 maiores em lucro líquido • 12º lugar entre as 20 maiores em aplicações • 15º lugar entre as 20 maiores em patrimonio líquido • 13º lugar entre as 20 mais rentáveis sobre o patrimônio, entre as grandes • 6º lugar entre as 20 de menor sinistralidade, entre as grandes

Prêmio As Melhores da Dinheiro 2012 – Revista IstoÉ Dinheiro

classificada entre as top 5 nas seguintes categorias: • recursos Humanos • inovação e Qualidade • responsabilidade social • governança corporativa no ranking geral do setor, está entre as cinco melhores do Brasil

Prêmio Cobertura Performance - Revista Cobertura - novembro/12

• melhor Performance econômico-Financeira: “seguros totais” • melhor Performance econômico-Financeira: “riscos gerais em entretenimento”

P r e M i A ç õ e s 2 0 1 2 - A c A c i o Q u e i r o z

10º Troféu JRS - Prêmio Grupo JRS Comunicação

• Presidente & ceo - “Homem do Ano em seguros”

Prêmio Cobertura-Performance 2012

• “ícone do seguro”

Certificado de Honra ao Mérito Empresarial, conferido pelo Global Council of Sales Marketing (GCSM)

182 183AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

perfil AcAcio queiroz

cavallino | 2005

184 185AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

talk | 2008

seguro total | 2010

186 187AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

seguro total | 2010

Brasil econômico | 2010

exame | 2011

188 189AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

talk | 2011

exame | 2011

exame | 2011

190 191AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

elite | 2011

no Varejo | 2011

Você s/A | 2012

o estado de s. Paulo | 2012

192 193AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

the Winners | 2013

194 195AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Valor econômico | 2012

Foto:

rafa

el Po

tenza

sustentAbilidAde

revista da Aconseg - sP | 2010

196 197AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Ética nos negócios | 2010 Apólice | 2012

Ética nos negócios | 2010

Gostaria de agradecer imensamentea todos os profissionais com os quais tive o privilégio de me relacionar e que, gentilmente, permitiram-me compartilharminha experiência e visão de futuro.

Acacio Queiroz

201Minhas Bagagens

dePoimentos esPontâneos soBre A LiderAnçA de

AcAcio Queiroz

O Acacio é um caçador permanente de líderes predestinado ao desenvolvimento e capacitação das pessoas, buscando a todo momento extrair o máximo e o melhor daqueles que o seguem. É o mestre do fazer e do deixar acontecer, contribuindo efetivamente para o crescimento de seus liderados. Tem o dom da palavra-chave que cada pessoa precisa no momento das mais difíceis decisões. Meu muito obrigado por dizer por inúmeras vezes o que não gostamos de escutar. Só assim vamos crescer!

Claudio G. de Oliveira

É uma honra poder dizer que no primeiro passo da minha carreira, quando entrei como estagiário na Chubb, tive, e ainda tenho nos dias de hoje, a imensa oportunidade de ter um mentor como o Acacio Queiroz, que além de ser um profissional de carreira exemplar é um grande amigo. A sua proximidade com as pessoas é algo que deveria ser praticado por todos os Presidentes e CEOs de todas as empresas do globo. Agradeço imensamente seus ensinamentos, os quais levarei para sempre comigo.

Bruno Sutti

202 203AcAcio Queiroz Minhas Bagagens

Acacio, qualquer coisa que eu fale não estará à altura de sua importância para nós, funcionários, e para o mercado brasileiro, por tudo que você realizou ao longo desses anos, sempre nos inspirando para fazermos o nosso melhor. É um privilégio trabalhar com um ser humano que excede o papel do chefe.

Obrigado pelos anos de convívio e parabéns pelo sucesso no trabalho e na vida. Você é um vencedor!

André Luiz Gomes de Oliveira

Um líder que nos cativa pela maneira diária em que atua frente aos seus liderados. Possui participação ativa em todas as áreas da Companhia, independente do nível hierárquico. Sabe e conhece cada pessoa e área da empresa. Constantemente, pensa e cobra o desenvolvimento de sua equipe. Além da atuação interna, posiciona positivamente a empresa e sua equipe frente ao mercado, o que favorece muito na obtenção de parcerias e negócios. Acacio é um lider que a todo tempo inspira ação e motiva a equipe.

Gustavo Rey de Carvalho

Acacio: uma das pessoas mais emblemáticas que já conheci.Com uma presença marcante, sua simplicidade aliada a uma poderosa combinação de estratégia e caráter, consegue, de modo muito especial, liderar pessoas como poucos.Dentro dessa simplicidade e transparência, deixa muito claro que sabe onde quer ir, transferindo para nós a experiência acumulada durante sua carreira.

Fernando Valentim

O Acacio é um gestor moderno, carismático, lidera pelo exemplo, ele faz! Acompanha de forma muito próxima todos os detalhes da operação. Circula pela empresa, conversa com todos os funcionários, orienta os mais jovens, mostra os atalhos. Impressiona a todos pela sua energia e dinamismo.

Destaco ainda a capacidade do Acacio em construir relacionamentos. Presenciei em diversas oportunidades o respeito e carinho de colegas, lideranças de mercado eex-comandados, ao reecontrá-lo. Verdadeiramente, o Acacioé um líder que gosta de pessoas!

Alessandro B. Gomes

205Minhas Bagagens

Sobre a Chubb Seguros Fundada em 1882 na cidade de Nova

York, a Chubb iniciou suas atividades na área de seguros marítimos e de cargas. Cerca de dez anos depois, passou a atuar em seguros comerciais e pessoais. Com a abertura de capital, em 1967, formou a holding “The Chubb Corporation”. Em 1984, passou a ter suas ações negociadas na Bolsa de Nova York.

No Brasil, a companhia iniciou suas operações em 1973, com a aquisição do controle acionário da mais antiga seguradora em atividade na América Latina, a Argos Fluminense. Em 1992, a Argos passou a chamar-se Chubb do Brasil Cia. de Seguros, alteração alinhada à estratégia de expansão da marca da corporação ao redor do mundo.

Em 2008, após a abertura do mercado de resseguros no País – respeitando as regras estabelecidas por lei em relação ao direito de preferência –, o Grupo Chubb trouxe para o Brasil a Federal Insurance que, desde 2009, opera como resseguradora admitida cativa dos negócios da Chubb Seguros.

Atualmente, a seguradora tem sua matriz instalada em São Paulo, com sucursais em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS), e oferece produtos nas linhas de seguros pessoais e empresariais. A Chubb do Brasil é uma das maiores operações da The Chubb Corporation fora dos Estados Unidos e a maior da América Latina.

Como forma de reconhecimento à dedicação de Acacio Queiroz à frente da companhia, a Chubb é a patrocinadora da 1ª edição do livro que conta a trajetória profissional e a liderança do executivo no mercado de seguros. Esta edição será distribuída, sem custo, aos clientes, corretores, parceiros e integrantes do mercado segurador brasileiro.