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Pessoas especiais e a cultura de Moçambique Isabela Cristina FERREIRA Contato: [email protected] RESUMO Esse depoimento relata a experiência de estágio da aluna Isabela Cristina Ferreira através da aplicação de um plano de aula elaborado com o objetivo da apresentação da cultura lusófona e elementos da língua portuguesa para a disciplina optativa de: Metodologia e fundamentos da alfabetização em países de língua oficial portuguesa: uma introdução, ministrada pela professora doutora: Nilce da Silva. O estágio foi realizado em uma escola de ensino especial com a proposta da apresentação da cultura moçambicana. . Palavras-chave: cultura – Moçambique – crianças especiais Depoimento Na disciplina: Metodologia e fundamentos da alfabetização em países de língua oficial portuguesa: uma introdução ministrada pela professora doutora Nilce da Silva, tive a oportunidade de conhecer um pouco da cultura lusófona, refletindo sobre a

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Page 1: Minha primeira aula · Web viewNa disciplina: Metodologia e fundamentos da alfabetização em países de língua oficial portuguesa: uma introdução ministrada pela professora doutora

Pessoas especiais e a cultura de Moçambique

Isabela Cristina FERREIRA

Contato: [email protected]

RESUMO

Esse depoimento relata a experiência de estágio da aluna Isabela Cristina Ferreira

através da aplicação de um plano de aula elaborado com o objetivo da apresentação da

cultura lusófona e elementos da língua portuguesa para a disciplina optativa de:

Metodologia e fundamentos da alfabetização em países de língua oficial portuguesa:

uma introdução, ministrada pela professora doutora: Nilce da Silva. O estágio foi

realizado em uma escola de ensino especial com a proposta da apresentação da cultura

moçambicana.

.

Palavras-chave: cultura – Moçambique – crianças especiais

Depoimento

Na disciplina: Metodologia e fundamentos da alfabetização em países de língua

oficial portuguesa: uma introdução ministrada pela professora doutora Nilce da Silva,

tive a oportunidade de conhecer um pouco da cultura lusófona, refletindo sobre a

realidade desses países e também a respeito das questões relativas ao processo de

alfabetização em Língua Portuguesa nessas antigas colônias de Portugal. A partir disto,

tivemos que elaborar um plano de aula para podermos colocar em prática no estágio o

nosso aprendizado, ministrando uma aula a respeito dos conteúdos abordados e em

relação à alfabetização com elementos da Língua Portuguesa.

O estágio foi realizado na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São

Caetano do Sul (APAE). É uma escola de ensino especial. Realizei a prática no período

da tarde, no mês de outubro, totalizando quatro aulas com duração de aproximadamente

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uma hora cada. A classe chamada: oficina experimental II, na qual eu fiz estágio, possui

15 alunos, todos com o cognitivo comprometido e com suas peculiaridades. As idades

dos alunos são variadas e as matérias são multidisciplinares.

Procurei fazer um plano de aula com o objetivo de chamar a atenção dos alunos

envolvendo a cultura moçambicana e também elementos da Língua Portuguesa. Através

de uma aula adaptada para pessoas com necessidades educacionais especiais, utilizei

materiais diferenciados, com estímulos e percepção tátil, visual e auditivo.

Foi uma enorme experiência e um desafio, pois os alunos são dependentes do

professor para praticamente tudo, não são alfabetizados e muitos alunos não

desenvolveram a fala. No geral há um bom entendimento das coisas básicas e simples

do dia-dia, eles sabem quando é a hora do lanche, da higiene... E embora sempre

precisem de cuidados no geral e auxílio nas atividades, os alunos me surpreenderam

diversas vezes com suas risadas e vontades, pois são muito receptivos, carinhosos,

adoram dançar, ouvir música e comer.

O tema do plano de aula aplicado foi: Moçambique. Optei por mostrar aos

alunos um pouco dessa cultura. Na primeira aula, ao chegar à sala, liguei o rádio e

coloquei algumas músicas da cultura de Moçambique para poder localizar os alunos e

chamar a atenção, pois eles têm uma grande atração por músicas. Percebi que alguns

alunos que não tem reações a diversas atividades do dia-a-dia, quando ouve música,

demonstram um olhar e uma alegria diferente. Nota-se uma resposta dos alunos. Por

isso aproveitei trabalhar a música da cultura moçambicana, pois foi um dos principais

meio que percebi para utilizar com esses alunos e poder compartilhar a cultura de

Moçambique.

Na primeira aula também, comecei a fazer com os alunos a bandeira de

Moçambique, onde levei os modelos das formas da bandeira já desenhadas e cortadas

em EVA1 com suas respectivas cores. Ajudei os alunos na colagem e na organização das

cores para compor a bandeira. Essa atividade chamou muito a atenção deles, pois ia

mostrando as cores e eles iam sentindo a textura do EVA e colando a bandeira.

Na segunda aula, também deixei o rádio ligado com músicas da cultura

trabalhada e fiz uma atividade com os alunos sobre as vestimentas e roupas típicas de

1 E.V.A é a sigla de "Etil Vinil Acetato".Conhecido entre artesãos e artistas, como E.V.A, o Etil Vinil Acetato é aquela borracha não-tôxica que pode ser, e é, aplicada em diversas atividades artesanais. Caracteriza-se por ser emborrachado, atóxico, lavável, aderente, resistente e colorido.

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Moçambique. Levei um tecido colorido e com isso procuramos nas revistas rostos para

podermos vestir as pessoas com as roupas da cultura de Moçambique. A professora da

classe me ajudou e com isso fomos cortando os modelos da roupa e os alunos foram

colando nas pessoas a vestimenta moçambicana. Foi legal trabalhar isso com os alunos,

pois o tecido chamou a atenção por ser colorido e ter outro tipo de textura.

Na terceira aula, li o provérbio moçambicano: “Quem dança não é aquele que

levanta poeira. Quem dança é aquele que inventa seu próprio chão.” E com isso distribui

esse provérbio já impresso aos alunos para enfeitarem com cola colorida. Os alunos

enfeitaram pintando com os dedos e com ajuda de palito de sorvete as cores específicas

da bandeira de Moçambique em volta do provérbio. Essa atividade foi interessante, pois

ao ler o provérbio tentava fazer com que alguns alunos repetissem as mesmas palavras e

completasse quando eu solicitava. Não foi fácil, tem que se ter paciência e muitas vezes

o retorno demorava, mas foi produtivo.

Também comecei a ler e a cantar algumas parlendas africanas e cantigas de roda

para os alunos, para poder trabalhar fonética e rimas. Utilizei vídeos e figuras para

mostrar aos alunos e para que eles pudessem memorizar algumas rimas e parlendas, ou

pelo menos alguns sons da cultura trabalhada. Para complementar, narrei aos alunos o

conto africano: o leão e o coelho com alguns fantoches. Eles gostaram bastante, pois

adoram ouvir histórias.

Na quarta aula, conclui as atividades que ainda faltavam para terminar com

alguns alunos. Guardei as atividades dos mesmos em sua pasta bimestral organizando-as

e aproveitei para colocar as músicas moçambicanas novamente e verificar se os alunos

lembravam-se dos momentos e das atividades que foram realizadas. Como método

avaliativo, utilizei uma avaliação informal por conversas para verificar se os alunos

interiorizaram o conteúdo. Houve uma compreensão da cultura trabalhada, pois eles

lembraram quando eu mostrava as imagens e então sempre ia reforçando aos alunos que

era da cultura de Moçambique.

Na minha experiência de estágio, percebi uma grande satisfação dos alunos, pois

independente de tudo o que realmente vale a pena em classes como a oficina

experimental II da APAE é dar atenção, tentar e investir. A percepção que os alunos têm

em relação às atividades propostas é diferente e a sua assimilação é consequentemente

mais lenta, porém valeu à pena. Acredito que o estágio foi realizado com sucesso e a

professora da classe gostou também pelo fato de eu ter levado coisas diferentes para os

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alunos aprenderem, verem, tocarem e ouvirem, saindo assim da rotina e do mesmo

ambiente de sempre. Fiquei feliz com o trabalho realizado e com os retornos obtidos.

ANEXOS

Atividade o provérbio moçambicano

Atividades realizadas com cada aluno

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Atividade a bandeira de Moçambique

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Atividade a vestimenta moçambicana