minha história com diabetes & tecnologia: a diabetes...

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Ano II - número 16 - agosto 2018 Movimento Para SobreViver: o coração do idoso ainda bate forte Diabetes & Tecnologia: A educação caminha junto com as novas descobertas Minha História com Diabetes: Divida conosco a sua experiência e o que faz para manter o controle.

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Ano II - nmero 16 - agosto 2018

Movimento Para SobreViver: o corao do idoso ainda bate forte

Diabetes & Tecnologia: A educao caminha junto

com as novas descobertas

Minha Histria com Diabetes: Divida conosco a sua experincia e o que faz para manter o controle.

ww

ndice

Editorial ............................................................................................................................... 1

Movimento para SobreViver ........................................................................................... 2

Aderncia ao Tratamento: Como voc poderia ajudar a melhorar? ........................ 4

Minha Histria com o Diabetes - Odete Maria da Silva .............................................. 5

Tecnologia & Diabetes ...................................................................................................... 6

Alimentao EmDiabetes ............................................................................................... 10

Pilulas EmDiabetes .......................................................................................................... 12

Veja no site No CBEM 2018, especialistas falam sobre a da educao em diabetes e adeso ao tratamento.

Braslia recebe, em novembro, o First International Clinical Course in Diabetes and Its Complications.

A ntegra da nota de repdio da SBD sobre o video do Canal Porta dos Fundos.

Acompanhe nos dias 17 e 18 o encontro de jornalistas e blogueiros com entida-des ligadas ao diabetes.

Vejam mais detalhes sobre a Corrida Movimento Rubro-Negro que acontecer no Maracan.

Acompanhe a cobertura do O Meu Diabetes, no Hotel Prodigy, organizado pela Dra. Solange Travassos.

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Editorial

Mais um ms e estamos aqui com vocs. Entre uma edio e outra vamos consultando e contando com a participao dos nossos leitores. Os pedidos e suges-tes so muitos e todos esto anota-dos com muito carinho, mas, como vocs devem imaginar, precisamos escolher e dividir os assuntos, dando um passo de cada vez.

Na revista de agosto, alm das nos-sas pautas j previstas e programa-das, vamos atender aos pedidos da Rita Magalhes, Cristiane Silva e rica Ferreira da Silva. Elas fizeram solicita-es na fanpage e os temas foram ali-mentao e tecnologia. So assuntos recorrentes e que no se esgotam em uma edio. Ento, nesse caso, vamos convidar vocs para trabalhar conos-co. Vejam com ateno e sentindo fal-ta de algum tema especfico s fa-lar - ou melhor, digitar.

Sobre alimentao, uma con-versa com a nutricionista Wilma Amorim, que trabalhou muito tem-po no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE). Alimentao assunto para aprender sempre, j que proporcio-na uma sade melhor para todos.

Na rea de tecnologia, alm de compartilhar nossas experincias, conversamos com a Dra. Solange Travassos. A endocrinologista tem diabetes e utiliza muitos dos dispositi-vos que recomenda. Ela esteve no l-timo congresso da American Diabetes Association, em junho, onde acompa-nhou algumas palestras e traz muita coisa para compartilhar conosco.

Na hora de escolher outras pau-tas, usamos tambm as inspiraes e a vivncia da equipe, as necessidades

de quem tem diabetes e, tambm, de quem cuida de pessoas com diabe-tes. Sim, sabemos que a informao importante para quem est perto, cuidando com carinho e quer o me-lhor para quem est do seu lado. E aqui cabe destacar uma gerao em especial: os idosos.

A expectativa de vida da popula-o est aumentando e rotinas que no existiam anos atrs agora fazem parte da vida de todos. J parou para observar o que eles precisam? J repa-rou que eles tm preferncias pareci-das? As vezes s nos damos conta dis-so quando j um pouco tarde. Mas podemos reverter isso se entender-mos com antecedncia o que aconte-ce. Cuidados com o corao, adern-cia aos medicamentos e tratamentos - que no fcil para ningum, ali-mentao, e por a vai. Experimente conversar com outras pessoas. Nossa equipe passa e passou por isso, seja com familiares ou pessoas prximas.

E que tal conhecer a histria da Dona Odete, que completa 87 anos no dia 15 de agosto? Ouvir como ela en-frenta o diabetes e como a famlia im-portante para apoiar suas novas ativida-des pode ser um incentivo para muitos.

Queremos aqui desejar uma boa sorte ao Daniel Ramalho e ao Pablo Silva. Eles partiram para novos voos dentro do projeto de vida que traa-ram. Sentiremos saudades, mas nos-so contato continua.

Agora sim: hora de comear a lei-tura de mais uma Revista EmDiabetes. Saibam que fazemos tudo isso com muito carinho para vocs.

Equipe Revista [email protected]

1

ExpedienteEquipe de Redao:Dr. Claudia Pieper - consultora cientficaCristina DissatGeraldo FisherJuliana LessaSheila VasconcellosDiretor de Arte e Fotografia: Celso PupoJornalistas Responsveis: Cristina Dissat MTRJ 17518Juliana Lessa MTRJ 38743Sheila Vasconcellos MTRJ 6423/99

Contato: E-mail: [email protected]: Revista em Diabetes @revista-emdiabetesInstagram: @emdiabetesTwitter: @rev_diabeteswww.emdiabetes.com.br

n 16 - agosto -2018 - 1

mailto:contato%40emdiabetes.com.br?subject=Contato%20Revistamailto:contato%40emdiabetes.com.br?subject=Contato%20Revistahttp://www.emdiabetes.com.br

Movimento para SobreViver

Por Cris Dissat e Juliana Lessa

Foi lanado no dia 24 de julho, no Corcovado, Rio de Janeiro, o Movimento Para SobreViver. Atravs de uma projeo visual, que fez bater o corao do Cristo Redentor, foi apre-sentado a mdicos, especialistas, jorna-listas e influenciadores o objetivo maior da campanha: alertar populao e ao poder pblico os riscos cardiovasculares nos idosos com diabetes.

A ao o resultado de um traba-lho conjunto realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Associao Diabetes Brasil (ADJ ), Associao Nacional de Ateno ao Diabetes (ANAD), Instituto Lado a Lado Pela Vida, Rede AVC Brasil e as indstrias farma-cuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly do Brasil.

Conforme dados divulgados pela or-ganizao, as doenas cardiovasculares representam o maior fator de risco de bito nos idosos acima de 65 anos,

frente inclusive de doenas como HIV, tuberculose e cncer de mama.

O Diabetes nos Idosos

sabido que um dos maiores proble-mas para o desenvolvimento das com-plicaes do diabetes a falta de diag-nstico precoce. E por no ser tratado, pelo menos inicialmente, com o uso de insulina, o diabetes tipo 2 frequente-mente considerado como o diabetes menos grave. Em razo disso, pessoas com o tipo 2 acabam procurando aju-da somente quando j foram acometi-das por alguma complicao.

A falta de informaes corretas sobre os sintomas e sobre os cuidados neces-srios aps o diagnstico acabam agra-vando o quadro de sade das pessoas. Dentro deste cenrio, os idosos so a parte da populao que recebem ain-da menos ateno.

Luiz Kitamura, representante da ADJ,

No vamos deixar o corao interromper a jornada do idoso com diabetes, porque ainda h muita vida a ser vivida.

2 - agosto -2018 n 16

destaca que preciso mudar o paradig-ma sobre o papel e a representatividade do idoso na sociedade. O que a velhi-ce no Brasil? Eles so invisveis, na maio-ria das vezes.

Luiz pontua, tambm, que preciso valorizar e entender o que significa en-velhecer: O idoso pode continuar tendo momentos de vida ativa e com qualida-de. Por isso, preciso preservar e cuidar deste idoso.

O Dr. Marcello Bertoluci, coordena-dor do Departamento Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), explicou que a campanha focada em uma faixa etria que precisa de mais ateno e de mais aes eficazes. Na en-trevista, o endocrinologista fala sobre os cuidados que devem ser observados.

O Dr. Bertoluci lembra, tambm, so-bre a Diretriz elaborada em conjunto com a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). O acesso aberto e est no site DMS&Journal publicao online cien-tfica da SBD.

Os Cuidados com o Corao

70% dos problemas cardiovascula-res podem ser fatais. Quando se tra-ta de pessoas com diabetes, este ris-co se potencializa.

A soluo para evitar que se chegue a este extremo vai alm de manter hbitos saudveis no dia a dia. pre-ciso garantir que o direito aos trata-mentos adequados ser cumprido.

Conforme pesquisas realizadas pela International Diabetes Federation (IDF), com acompanhamento mdi-co e tratamento correto, possvel reduzir em at 57% o risco de pes-soas com diabetes desenvolverem um evento cardiovascular.

O Diabetes no Brasil

De acordo com a 8 Edio do Atlas da IDF, publicada em 2017, estima-se que h 14 milhes de pessoas com dia-betes no Brasil. Deste total, cerca de 5 milhes tm entre 65 e 99 anos de idade.

A SBD possui um Departamento es-pecfico para estudos e pesquisas na rea, criado pelo Dr. Leo Zagury.

Momentos do Lanamento da Campanha - Video

Dr. Marcello Bertoluci fala sobre a campanha e menciona cuidados com os idosos (escute o audio)

n 16 - agosto -2018 - 3

https://dmsjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13098-017-0251-zhttps://dmsjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13098-017-0251-zhttps://www.youtube.com/watch?v=l5UCzQj4sIM&feature=youtu.be

Com a Palavra Dra. Claudia Pieper

Aderncia ao Tratamento: Como voc poderia ajudar a melhorar?

Por Dra. Claudia Pieper O tratamento do diabetes, como de outras doenas crnicas, inclui geralmente o uso a longo prazo de vrios medicamentos. Embora esses remdios sejam eficazes no controle do diabetes, e de outras doenas que podem estar presentes tambm (hipertenso ar-terial, dislipidemia, etc.), seus benefcios completos podem no ser alcanados. Isto ocorre porque, de acordo com es-tudos cientficos realizados (Mayo Clinic Proceedings), aproximadamente 50% dos pacientes no tomam seus medicamen-tos conforme o prescrito.

So muitos os fatores que contribuem para a baixa adeso medicao e, den-tre eles, podemos enumerar alguns que consideramos mais importantes:1. Aqueles relacionados aos pacientes:

nvel baixo de educao em sade e falta de envolvimento no processo de tomada de deciso;

2. Aqueles relacionados aos mdicos: prescrio de esquemas complexos de medicamentos, comunicao ina-dequada de informaes sobre pos-sveis efeitos colaterais e atendimen-to por mltiplos mdicos; e

3. Aquelas relacionadas a sistemas de sade: tempo limitado durante a vi-sita ao mdico, acesso limitado a mo-nitorizao do diabetes e a novos me-dicamentos e falta de tecnologia e informao em sade.

Como so muitos os comprimidos e com diferentes horrios propostos para

a tomada, em especial no caso das pes-soas com diabetes tipo 2, a vo algumas dicas para ajudar a no esquecer: Faa um esquema com o nome dos

medicamentos, anotando os horrios baseados nas refeies antes e aps o caf da manh, almoo, jantar e ao deitar; se ficar mais fcil poderia pe-dir para algum ajudar desenhando ou colocando, por exemplo, um sol ou uma xcara de caf no horrio da manh, um prato de comida na hora do almoo e uma lua, no horrio da noite ou da ceia;

Use a prpria caixa dos comprimidos colocando diferentes cores para os horrios ou tipos de medicamentos;

Aproveite a tecnologia: programe um alarme no celular para o horrio das tomadas dos medicamentos com o planejamento da agenda;

Coloque a receita pendurada na gela-deira, assim poder visualiz-la sem-pre que for necessrio;

Coloque os remdios na mesa da co-zinha em diferentes frascos identifi-cados com o nome, o horrio e para que servem.

Se for muito difcil, pea a ajuda de al-gum familiar ou acompanhante para lem-br-lo dos remdios a serem tomados.

Aproveite estas dicas para fazer um ritual de autocuidado. O importante lembrar que s se consegue obter re-sultados positivos quando os medica-mentos so tomados adequadamente.

4 - agosto -2018 n 16

Dona Odete Maria da Silva por-tuguesa, com certeza, mais pre-cisamente de Braga, ao norte de Portugal, perto da Serra da Estrela. Com o marido Albino, que tambm tinha dia-betes tipo 2 e faleceu em 2006, ela teve duas filhas: Adelaide e Vera.

Para as filhas trabalharem, D. Odete cuidou dos trs netos, o que a manteve sempre ativa. O diabetes tipo 2 apareceu na sua vida h mais de dez anos e, ao con-trrio do marido que no aceitou bem a condio, D. Odete comeou a escrever uma nova histria a partir da descoberta.

Ela decidiu seguir a orientao da mdica para controlar o diabetes: co-meou a tomar os medicamentos, con-trolou a alimentao e comeou a fazer atividade fsica diariamente. Vou para a academia seis vezes por semana porque no domingo no abre, conta risonha.

Alm disso, com o incentivo da filha Adelaide, ela j participou de mais de 100 corridas e exibe, com orgulho, todas as medalhas que conquistou. E quem pensa que ela parou por a est engana-do. Aos 87 anos, D. Odete voou de para-pente, acaba de voltar das trilhas que fez com a famlia na Chapada Diamantina, na Bahia, e diz que adora a sensao de liberdade que tem hoje.

Sua coragem e ousadia j lhe rende-ram algumas entrevistas e uma emocio-nante homenagem durante o Show do Diabetes, que aconteceu em 2017, em So Paulo, por ocasio do Dia Mundial do Diabetes.

Minha Histria com o Diabetes - Odete Maria da Silva

Naquela noite, a plateia da casa de show Tom Brasil aplaudiu de p a se-nhora que completar 87 anos no dia 15 de agosto, e que no pretende parar to cedo com as caminhadas: Enquanto eu no for a ltima, eu estarei sempre na parada. Eu s vou desistir quan-do eu for a ltima a chegar, mas ainda vejo muita gente atrs de mim, conclui gargalhando.

Sua prxima corrida j tem data mar-cada: ser no dia 26 de agosto, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, quan-do participar da Corrida da Mulher Maravilha. Algum tem dvida de que D. Odete uma Mulher Maravilha na vida real?

Ter diabetes no uma coisa do outro mundo.

Por Sheila Vasconcellos

Vou para a academia seis vezes por semana porque no domingo no abre, conta D. Odete

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https://youtu.be/41x4wiUAlP0

Tecnologia & Diabetes

Por Sheila Vasconcellos, Juliana Lessa e Cristina Dissat O assunto tema de conversas di-gitais, nos congressos, nos con-sultrios e at no bate papo no

bar. So muitas novidades na rea de tecnologia para o tratamento e monito-ramento do diabetes. Difcil escolher e at acompanhar tanta informao.

No toa que foi um dos temas escolhidos por nossos leitores para ser abordado na Revista EmDiabetes. Vocs j devem imaginar que ser impossvel esgotar o assunto em uma reportagem, ainda mais sabendo que a toda hora po-dem surgir novas opes. Por isso, fi-quem sempre atentos s edies men-sais da Revista e ao nosso site.

Mdica e com Diabetes

A Dra. Solange Travassos esteve, re-centemente, no Congresso da American Diabetes Association. Sempre que pode, ela procura testar e avaliar as novas tecno-logias para o tratamento. Entretanto, ela lembra que nada ter resultado se o pa-ciente no estiver envolvido no processo.

A especialista refora que a educao a chave do processo e deve caminhar sempre junto com as novas pesquisas e descobertas.

Na entrevista (assista ao vdeo nes-ta reportagem), ela fala sobre as novas ferramentas, o que est sendo utilizado e aponta as perspectivas para o futuro.

Equipe da Revista

Veja como a equipe da Revista, que tem diabetes tipo 1, lida com a tecnolo-gia e o diabetes no dia a dia e o que eles fazem ao saber sobre um novo equipa-mento lanado.

Sheila Vasconcellos*

Descobri o diabe-tes com 15 anos de idade. Naquela po-ca, no tnhamos os recursos que temos hoje e comecei o tratamento sem ter um glicosmetro para medir a glicemia com a preciso que temos atualmente.

Felizmente, o tempo e a cincia nos proporcionaram algumas alternativas para permitir um controle mais eficaz do diabetes. Comecei a usar as insuli-nas anlogas somente em 2009, para evitar hipoglicemias severas. At ento eu usava as seringas para aplicar insuli-na. Nunca me adaptei s canetas. Soube da bomba de infuso de insulina nessa mesma poca, mas achava que seria til somente para crianas e jovens e que eu no tinha mais idade para mudar o meu tratamento.

Somente quando eu sofri um gra-ve acidente, por causa de uma hipogli-cemia severa sem sintomas, comecei a pesquisar sobre as novas tecnologias disponveis.

Em 2013, testei a bomba de insuli-na e consegui uma excelente melhora no meu controle glicmico. Entretanto, meu principal interesse era pelos alertas sonoros que indicavam a queda da gli-cemia, atravs do uso do sensor de mo-nitorizao contnua associado bom-ba. Este dispositivo apresentava o que eu precisava para continuar a viver com segurana.

Acredito que as inovaes devem atender s necessidades de cada pacien-te. No creio que devemos usar esta ou aquela nova tecnologia se no temos

6 - agosto -2018 n 16

uma indicao mdica e/ou uma ne-cessidade individual para o uso de uma nova tecnologia.

Hoje consigo manter o diabetes sob controle com os recursos obtidos atra-vs de processo judicial. O custo ainda elevado para quem precisa fazer uso das bombas de infuso de insulina e poucos conseguem manter o tratamento sem o apoio do Governo. Creio que o investi-mento vale cada centavo.

Acredito que ao apoiar o paciente em um tratamento que promove de fato o controle do diabetes e, com isso, a pre-veno das complicaes, seja o que todos precisamos. O Governo tambm precisa entender que as novas tecno-logias no so apenas mais caras, elas certamente vo contribuir para evitar os custos diretos (internaes e cirur-gias) e indiretos (incapacidade laborati-va) no futuro.

(*Sheila Vasconcellos usa a bomba de insulina VEO com o

sensor Enlite da Medtronic, o glicosmetro AccuCheck da

Roche e a insulina NovoRapid, da Novo Nordisk. Sua lti-

ma glicada foi 6,7%.)

Juliana Lessa*

Fui diagnostica-da em 2009, com 31 anos. De cara j fui apresentada s ca-netas de insulina. Lembro de ter sentido um grande al-vio, porque na minha concepo ter que manusear seringas e frascos de insulina seria bem complicado.

Desde ento, j mudei de agulhas (hoje uso as de 4mm), passei a usar uma insulina basal de longa ao e tambm j utilizei alguns modelos diferentes de glicosmetro.

Considero os monitores de glicemia um dos maiores avanos para o controle do diabetes. Em segundos conseguimos saber, com uma pequena amostra de

sangue, se estamos com a glicose alta, baixa ou dentro do intervalo alvo esta-belecido pelo mdico.

Gosto de acompanhar os lanamen-tos dos laboratrios em termos de novas tecnologias que podem facilitar e me-lhorar o controle do diabetes. Cheguei a fazer o teste com a bomba de insuli-na, mas no me adaptei.

Hoje continuo o tratamento utilizan-do as canetas de insulina e, h cerca de dois anos, passei a usar um sensor de monitoramento contnuo de glicemia. Com o sensor acabo me sentindo mais segura, uma vez que ele mostra a curva glicmica e no somente as medies pontuais. Assim eu consigo enxergar o comportamento da minha glicemia e avaliar o que pode ter causado uma eventual alterao.

No entanto, penso que nenhuma tec-nologia deve ser utilizada e aplicada sem que se tenha acesso educao em dia-betes. Entender sobre a importncia da adeso ao tratamento, do monitoramen-to e das consequncias do diabetes mal cuidado fundamental para manter um bom controle da condio, seja qual for a terapia utilizada.

(*Juliana Lessa usa as insulinas Tresiba e NovoRapid, da Novo

Nordisk, e o glicosmetro FreeStyle Libre, da Abbott. Sua l-

tima glicada foi 6,8%.)

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https://www.youtube.com/watch?v=lRL7HQDU8m8&feature=youtu.be

Alcance de aproximadamente 100.000 pessoas

Uma conexo entre pacientes e mdicos.

Seja nosso [email protected]

XIV Congreso Hispano Latinoamericano de Trastornos de La Conducta Alimentaria5 a 7 de Septiembre de 2019

Rio de Janeiro Hotel Windsor Flrida

Transtornos Alimentares e sua interface com os distrbios endcrinos e metablicos

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Confira o vdeo da entrevista com a ex-Chefe de Nutrio do IEDE, a nutricionista Wilma Amorim, graduada em Nutrio pela UniRio e Educao Fsica pela UERJ e com mais de 15 anos de experincia no atendi-mento a pessoas com diabetes e doen-as crnicas na rede pblica e privada.

Ela respondeu a algumas dvidas de nossas leitoras da revista EmDiabetes, vindas pelas redes sociais.

O assunto que estou tendo dificul-dade sobre alimentao. O que comer, ideias para o que fazer. Rita Magalhes

Quero que fale sobre a alimentao, sou diabtica e essa minha maior dificuldade. Cristiane Silva

Gostaria de saber sobre Contagem de Carboidratos. Sandra Santos

Podem indicar um cardpio variado para crianas de 2 anos com diabe-tes? Sandra Gomes

Aprenda com a nutricionista Wilma Amorim quais so as dicas de ouro para que a alimentao seja um aliado e no um inimigo na convivncia com o diabetes:

Como a Famlia Pode Ajudar?

A famlia deve participar mudando tambm seus hbitos alimentares. Evite ter em casa refrigerantes co-muns. A ausncia dos doces e das be-bidas aucaradas representam uma grande ajuda. Adequando e melho-rando os hbitos alimentares de to-dos, tudo fica mais fcil.

Alimentao EmDiabetes

Evitar ter um prato nico, como uma macarronada, por exemplo. Para as pessoas com diabetes, manter a gli-cemia controlada pode ser mais dif-cil quando no h uma protena ou fibras no prato.

O que Comer de Forma Saudvel?

evitar os biscoitos, o excesso de ali-mentos industrializados e optar por alimentos naturais: arroz, feijo, ve-getais, legumes, verduras, uma pro-tena, frutas.

Os refrigerantes no tm nutrientes e, por isso, no acrescentam na alimen-tao as calorias saudveis. No pode exceder a uma ou duas vezes por se-mana. preciso tomar cuidado com os sucos tambm, j que possuem uma alta carga glicmica.

Priorize as refeies balanceadas, com, pelo menos, quatro por dia dia: caf da manh, almoo, lanche e jantar.

Procure optar pelo jantar em for-ma de refeio ao invs de lanches noturnos.

Por Sheila Vasconcellos

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https://youtu.be/zQNHyhpmd10

Contagem de Carboidratos

A contagem de carboidratos serve para a pessoa com diabetes saber a quantidade de insulina que deve usa-da a cada refeio.

tambm uma forma de ajudar a fa-zer substituies nas refeies. Um alimento com a mesma quantidade de carboidratos poder ser trocado por outro, evitando aumento na gli-cemia aps a refeio.

Vejam um exemplo: 1 Po francs tem 30 gramas de carboidratos, apro-ximadamente, equivale tambm a cinco biscoitos gua e sal.

Se a pessoa faz uso de insulina, im-portante saber quanto de carboidra-to tem uma fatia de bolo e que pode vir acompanhada de um refrigerante zero. Se voc quiser comer uma fatia de bolo, ter que retirar algum car-boidrato da refeio.

Se voc usa insulina de ao rpi-da para fazer o blus das refeies, pode fazer a contagem de carboidra-tos para comer o bolo ou qualquer outro alimento.

Para Quem Vive com o Diabetes Tipo 2

Recomenda-se uma perda de peso de pelo menos 10% do peso atual, ou pelo menos 5%. Contanto que no seja num processo de i-i, ou seja, perder ganhar perder ganhar. Pois, desta forma, o processo de per-da de peso fica mais difcil a cada ten-tativa. O corpo se defende de dietas. Quando voc faz dieta, os hormnios comeam a agir contra. preciso tra-balhar o corpo e a mente para quei-mar calorias e perder peso.

Quer saber mais sobre alimentao e diabetes? Encontre dicas sobre esse assunto no nosso site. E tem receitas tambm. Aproveitem! www.emdiabe-tes.com.br

Wilma Amorim graduada em Nutrio e Educao Fsica

e desenvolveu o diabetes aps a segunda gestao h 33

anos. @wilmamorim

n 16 - agosto -2018 - 11

Com Pesar

No incio de agosto recebemos uma notcia triste. Faleceu Srgio Metzger, que dedicou 30 anos da sua vida ao diabetes, logo aps saber do diagnstico de sua filha. Mais tarde, saberia que tam-bm tinha diabetes. Foi um grande parceiro de diversas entidades na-cionais e internacionais, como a Sociedade Brasileira de Diabetes, Associao Diabetes Brasil e International Diabetes Federation.

Era membro do board da IDF - SACA (South and Central America), tendo ocupado o cargo de presidente da Task Force. Foi coordena-dor geral da Rede Nacional de Pessoas com Diabetes (RNPD) e di-retor de relaes institucionais da ADJ Brasil). Sua formao era na rea de direito, com ps-graduao em administrao de empresas.

A mensagem passada pelas entidades das quais fez parte, fizeram questo de reforar que sua luta nunca ser esquecida. Batalhou pelo respeito s pessoas com diabetes e o acesso a medicamentos e in-sumos por meio do SUS.

Repercusso Negativa

O vdeo publicado no canal do Porta dos Fundos, no youtube, no caiu nada bem. A notcia chegou justamen-te durante a realizao do Congresso de Endocrinologia e Metabologia (CBEM 2018), onde estavam reunidos cerca de 3.500 mdicos na rea.

Os comentrios pelos corredores do evento demonstravam que a comuni-dade cientfica tambm estava surpresa com o material e que precisava se mani-festar contra a publicao. Ainda duran-te o Congresso, onde estava a presiden-te da Sociedade Brasileira de Diabetes, Dra. Hermelinda Pedrosa, foi realizada uma reunio onde os especialistas redi-giram uma nota de repdio.

A Revista EmDiabetes apoiou a atitu-de e tambm publicou a nota no mes-mo dia que foi emitida. A Sociedade Brasileira de Diabetes repudia, com in-dignao e veemncia o vdeo do Canal Porta dos Fundos, intitulado YouTuber, onde na tentativa de criticar outros YouTubers, ridicularizam as pessoas com diabetes, profissionais (o enfermeiro) e o uso indiscriminado de insulina.

Na nota a SBD lembra que no pode ser considerada uma brincadeira ao fa-lar de uma doena crnica, onde a po-pulao sofre com a falta de informao.

Enquanto tantos profissionais bata-lham para divulgar informao correta, o vdeo foi considerado um desservio populao.

Diabetes di, Diabetes exclui, Diabetes marca a vida com lutas di-rias, a SBD no pode ficar calada diante de uma manifestao to nefasta para com a sociedade, diz a nota.

Por Cris DissatEncontro Digital

Est agendado para os dias 17 e 18 de agosto, dois encontros que iro reunir jornalistas e blogueiros na rea de dia-betes. No dia 18, ser o I Workshop para Influenciadores Digitais em Diabetes, onde a proposta compartilhar infor-mao, desmistificando o conhecimen-to coletivo. Sero dois dias inteiros de muito debate.

Representantes da equipe da Revista EmDiabetes estaro nos dois encon-tros e passando informaes nas redes sociais.

Plulas EmDiabetes

12 - agosto -2018 n 16

Caminhada e Corrida no Maracan - Movimento Rubro-Negro

O Maracan e o Flamengo tm an-dando ao lado das aes na rea de diabetes nos ltimos anos. Em 2017, por exemplo, Zico apoiou a campanha do Dia Mundial do Diabetes, receben-do a equipe da revista no seu Centro de Treinamento, o CFZ.

No ano anterior, foi a vez do time de basquete rubro-negro - chamado pelos torcedores Orgulho da Nao - que aju-dou na divulgao da campanha de 14 de novembro, inclusive com jogadores como Olivinha e Marcelinho publican-do fotos com o crculo azul nas suas re-des sociais pessoas.

Mais uma vez, uma ao vai chamar a ateno e que contar com uma ta-belinha com a revista. a Caminhada (3km) e Corrida (5km) no Maracan, do Movimento Rubro-Negro, que aconte-cer no dia 16 de setembro.

Se voc precisa de um empurrozi-nho para comear uma atividade fsi-ca, nada melhor do que ter o Maracan como ponto de partida. No deixe de fi-car de olho nas nossas redes sociais para saber sobre as novidades.

O Meu Diabetes

Agosto est movimentado. Est marca-do para o dia 25, a realizao do O Meu Diabetes, no Hotel Prodigy (ao lado do aero-porto Santos Dumont), organizado pela Dra. Solange Travassos. A expectativa, como expli-cou a mdica, de criar um ambiente dife-rente e leve para o aprendizado do dia a dia do diabetes. Os interessados podem fazer a inscrio no site www.omeudiabetes.com.br onde est toda a programao.

A equipe da Revista acompanhar a ati-vidade, transmitindo algumas das principais informaes nas redes sociais.

Endocrinologia e Metabologia

Cerca de 3.500 participantes estiveram no Expominas, em Belo Horizonte, para acompanhar o 33 Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, da SBEM Nacional. Alm da im-portncia do debate cientfico, foi possvel observar foi a inclu-so de atividades, onde a tica esteve muito presente. A orga-nizao teve frente o Dr. Paulo Mirada (SBEM MG) e o Dr. Fbio Trujilho (presidente da SBEM Nacional)

O vice-presidente da SBEM e presidente da Comisso Cientfica, Dr. Alexandre Hohl (em entrevista publicada no site da Sociedade) fa-lou sobre a posio que a entidade tem tomado frente a uma srie de acontecimentos, envolvendo falsos profissionais da rea de sade, fican-do evidente saber a procedncia de um especialista e quais suas reais intenes. Eles explica que importante que o paciente fique atento.

A educao em diabetes foi outro tema presente, comentado pela Dra. Claudia Pieper, consultora cientfica da revista, cuja matria est pu-blicada no site da EmDiabetes. Ela e a Dra. Rosngela Ra falaram da im-portncia do tema, dentro de um congresso mdico. Estes temas esto em reportagens no site da Revista EmDiabetes.

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https://www.endocrino.org.br/cbem-2018-etica-na-programacao-cientifica/

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