minha casa · web viewna sabedoria e grandeza mil vezes repetidas na graça de filho duplamente...

50
GAUDENCIO AMORIM & WALLACE RODOLFO 4 POESIAS PARA TODAS AS IDADES:

Upload: phamkhuong

Post on 18-Dec-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

GAUDENCIO AMORIM & WALLACE RODOLFO

4

POESIAS PARA

TODAS AS

IDADES:

Poxoréu – MT, 2011.

Page 2: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

APRESENTAÇÃO

A presente coletânea é resultado de um esforço para propiciar alternativas literárias, principalmente aos alunos das séries iniciais que, d’outro modo, atendem suas expectativas nos poemas de autores locais e regionais ou da literatura clássica, já bastante repetida nos Recitais de Poesias da União Poxorense de Escritores – UPE. “Poesias para todas as idades é apenas um rascunho, sem o devido acabamento e correções necessárias à língua padrão, típicos da obras literárias. É uma contribuição ainda sem lapidação.

Esperávamos que os Recitais de Poesias inspirassem alunos, em quaisquer níveis de ensino ou modalidades, produzirem trabalhos literários, seja a poesia, seja a prosa, porém, muito timidamente os encontramos em quantidade e qualidade bastante incipiente. É comum encontrar situações motivadas apenas pelo incentivo do prêmio e não pela arte de declamar ou escrever poesias. Mas a busca continua e esperamos que muitos jovens e pessoas de quaisquer idades encontrem na poesia as melhores cores para pintar de alegria e felicidade a imensa tela que constituem as suas vidas.

A poesia, assim entendida como o estado de espírito a difundir a vida em cores do cotidiano, tem sido ofuscada, a princípio, face à concorrência selvagem do capitalismo que cerceia as pessoas ao deleite das carícias da vida.

As poucas poesias que apresentamos é um pequeno ensaio, vista de um aspecto, mas, também pode ser a orquestra inteira, se vista por outro, à medida que elas forem capazes de encantar e despertar crianças e adolescentes para arte literária, de pensar e produzir para uma geração, para que a geração seguinte beba da sabedoria daquela que a produziu e alcance outros saberes igualmente importantes.

Esperamos que, sobretudo, os professores, pela consciência política e social e pela maturidade profissional, sejam eficientes na sensibilização das crianças e jovens para este mundo que tanto encanta os homens em todos os tempos.

Os autores

Page 3: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

SUMÁRIOI. POESIAS DE GAUDÊNCIO AMORIM

1. Minha Casa ...................... 042. Boneca de pano................. 043. Ela tá namorando .............. 044. Mamãe............................. 045. Papai................................ 056. Descobrimentos ................ 057. Um até logos, apenas......... 058. Quanto vale a vida............. 059. A natureza Moribunda .;..... 0610.Ecos do Futuro ................. 0611.Grito em Silêncio .............. 0712.A dor do vizinho ............... 0713.Ao Dia da Mulher ............. 0814.O carnaval ...................... 0815.O Carnaval I ................... 0816.Notícia de Jornal .............. 0817.Sou mais eu ................... 0918.Amarelinhas ................... 0919.Dor de dente .................. 1020.Volta as aulas ................. 1021.Politicagem ..................... 1022.Sonho e Realidade ........... 1023.Dia da Mentira ................ 1124.Aniversário de Cuiabá ..... 1125.Dia do Índio ................... 1126.Uma Canção de Ninar...... 1227.Tiradentes: Um herói do Brasil28.Meu mestre, meu livro .... 1329.Liberdade não é sonho .... 1330.Festa Junina ................... 1331.Dia do amigo .................. 1432.Folclore ......................... 1433.Viola e Violeiros .............. 1434.Sorriso que chora ........... 1535.Como? Feriado!? ............ 1536.Pendrive ....................... 1537.Vícios e Manias .............. 1638.A cerca ......................... 1639.O Bêbado Vaqueiro ........ 1640.Memórias da Minha gente 1641.Meu Recanto ................. 1742.Ao dia Internacional da Mulher43.E tudo acabou-se ........... 18

II. POESIAS DE WALLACE RODOLFO PEREIRA DA SILVA1. Primeiro beijo ......................... 192. Adolescência........................... 193. Hum?.. ................................. 194. Minha dor.............................. 195. Evolução............................... 206. Primeira Comunhão.................. 207. Lição da Formiga..................... 208. Fazer o bem............................ 209. A minha Terra........................ 2010. Internet............................... 2011. À Maria Clara....................... 2112. Não te reconheço mais............. 2113. Vontade ............................. 2114. Será!? Quando !? .................. 2215. Utopia................................. 2216. Pai, meu pai. ......................... 2317. Dom Bosco da Meninada........... 2318. A chave para a alma ................. 2419. De Dom Bosco a Dom Rua............ 2420. O mesmo coração..................... 2521. Jogo Mortal ........................... 2522. Ciúme!? ............................... 2623. Soneto do Fim ........................ 2624. Doce Veneno ......................... 2625. Desejo regrado a Vinho ............. 2626. Deus ................................... 2727. Colóquio .............................. 2728. Estrela Brilhante ..................... 2829. Só posso escrever.................... 2830. Loucura ............................... 2931. O que é o amor ...................... 2932. Para o Coração....................... 2933. Pais meus ............................ 3034. A menina e a bicicleta............. 3035. Primeiro amor........................3036. Sou ................................... 31

37. Á exemplo de Jesus ...............31

Page 4: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

1ª PARTE – POESIAS DE GAUDÊNCIO AMORIM

1. Minha Casa

Minha Casa é muito bonita...Não tem outra igual a elaÉ a melhor imagem da fitaPintada de azul e amarela

Ali naquele lugar é meu cantinhoUm reino de paz e bonançaPois lá eu e os meus maninhosVivemos a melhor vida de criança

Na casa azul e amarela da esquinaTem um teto aconcheganteUma mãe que sempre nos animaE um pai herói que é brilhante

Não importa o lugar da casa da genteOnde se mora ou se criaImporta o amor que a gente sentePela graça de ter uma família

2. Boneca de pano

Na vitrine da cidade, no altarUma boneca tremendo como terremotoTão moderna que para andarEra acionada por controle remoto

Cada uma tem uma marca diferenteCada uma – a mais nova sensaçãoMas criança pobre e carenteNão tem dessas bonecas em casa não

Lá na casa humilde é humilde o brinquedoEssas invenções são até de se assustarA boneca que só olhar me dá medoTambém não me dá vontade de brincar.

Vendo essa boneca a imaginação cria asaMas não foi a escolha que fiz. Prefiro a boneca de pano la de casaPorque ela ainda me faz uma criança feliz

3. Ela ta namorando....

Sei não... a maninha ta muito esquisitaAgora ela só quer beijo e abraço...Ora, com o cabelo cheio de fitaOra , com o olhar pedido no espaço.

Ela quer ficar sempre sozinhaE nem quer conversar tambémSai correndo para atender a campanhinhaComo se tivesse esperando por alguém

Noutro dia eu a vi toda desconfiadaVoltar pisando alto e contenteDepois de ficar com a boca grudadaNa boca do filho do seu Vicente

Ela não quer falar... essa engraçadinha!Acha que não estamos observandoMas acho que a minha maninhaTa namorando!....

4. MAMÃE

Mamãe, você e uma mulher abençoadaA você – o meu amor profundoVocê é sem tirar ou por nadaA mulher mais linda do mundo.

Deus, na sua infinita sabedoriaQue tudo pode na amplidãoDeu a mim a mais sublime alegriaFazendo de ti a mais sublime criação.

E você me deu a vida, a luz...E todo bem que a tenra alma cobiçaComo um raio de sol você me conduzA um tempo de paz e serenas conquistas.

E agora que já sei para onde irComo uma aeronave que levanta seu vôoEu só tenho uma forma para retribuir:Amar-te, tanto quanto me amou!

Page 5: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

5. PAPAI

Estava pensando hoje, de manhazinhaPapai, eu ainda não te agradeciPois foi de sua colaboração com a mãezinhaQue eu nasci!

E hoje, neste dia, eu te agradeçoPelo seu conforto e companhiaTu tem sido o pai que eu mereçoNa minha vida, a cada dia.

Tu és o estandarte da nossa famíliaA vitrine de nossos sonhos e esperançaQue mantêm acesa a tocha em vigíliaNa defesa do nosso mundo criança.

E assim eu te abraço meu paiNa mais sublime dança de contentamentoPara emplacar esta alma que ao longe vaiSempre seguindo os seus ensinamentos.

6. Descobrimentos

Há muito que descobri aindaDepois do descobrimento do BrasilNão podemos achar que data findaApenas naquele 21 de abril.

Não! há verdades novas a surgirNesse imenso território varonilAgora é hora de começar descobrirO próprio e verdadeiro Brasil!!

E não precisamos ir longe nessa terraVamos descobrir o universo que vivemosAs cachoeiras, morros e serrasAs riquezas naturais que aqui temos

É importante dominar a dádiva do saberComo uma criança sábia e espertaMas nós também podemos fazerNossas próprias descobertas.

7. Um até logo apenas!

Muitas coisas em nossas vidas, são descobertas,Que não fixa datas ou prazosE assim, não são obras do acasoA necessidade que a vida trazPois há momentos que não restam alternativasSe não a expectativaDe na escola aprender um pouco mais.

Com esta finalidade aqui eu estiveE o nosso encontro do dia a diaFez de cada passo uma sinfoniaDaquelas que a gente não esquece nesta vida.E agora, já suspirando lembrançasVejo-me frágil como criançaSó de pensar na despedida

Foi nesta escola que vivi e aprendiSer grande na amizade e no respeitoPerguntar sem nenhum despeitoPara vencer meu antigo medo.E agora, num ultimo ato devotadoResta-lhe dizer, muito obrigado!!!Minha eterna escola Juracy Macêdo.

8. Quanto vale a vidaI

A vida é para os fortes, resignados e bravosOs fracos tombam., se tornam escravosDependentes de si e impotentes ao mundoA vida é para quem ousa enfrentar desafiosSem se acovardar e perder os briosE cair prostrados nesse vício imundo. IIPor isso, essa história é curta e breve:É desta que a vida não prorrogaViscerado pelo domínio das drogasNa crença vâ de sonhar a liberdade.A vida pujante do moço ou da meninaQue possui a alma e aos fracos dominaExplode pela janela o sonho de felicidade. IIIAntes, na ânsia da morteReluzindo o carimbo do vil passaporteResta o prenuncio da inevitável sentençaMorte!, morte e caso encerradoA conduzir-se pelo caixão lacradoOs tributos dessa estúpida crença. IVE se alguns causam dor aquela chagaOutros é um borrão que a sociedade apagaNum gesto estanque, quase inocente.Chegam a dizer num tamanho desatinoQue a morte daquele menino

Page 6: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Foi bom para descansar os parentes!VTalvez, chorarão por ele os seusAté dizendo ser castigo de DeusAquela morte inesperada e prematura.E mesmo a morte que assombra o condenadoPoucos sentem a morte de um drogadoComo se ela fosse a cura da sofrida amargura. VIE condena-os, como réusA serem banidos da terra e dos céusQue mancham e maculam a sociedade.E clamam reclamando dos culpados.Mas esquecem que reclamar poucoE, enquanto não se combater os loucos...Mais um drogado será enterrado. VIIEste caixão, moribundo como seu donoÉ também causa do abandonoDa sociedade e dos políticos que temos.Embora o quadro que esboçaÉ também culpa nossaPelas escolhas que fizemos.VIIISei que ele queria morrer como heróiO vencedor que ao inimigo destroiNa luta contra este vício encarnadoSei que não queria tombar como um impotenteVitima desse mal sujo e dementeNa imagem vil de um perdedor fracassado.

De qualquer forma, herdamos a colheitaDas plantações, bem ou mal feitaPara as escolhas que na vida bendizÉ a sentença amarga decididaPara quem, ao escolher o lado negro da vidaTentava apenas ser feliz.

E para que não seja apenas mais um caixãoDROGAS NÃO!!!

9. A natureza moribunda

O mundo incompreensível em tudo é perfeito

É intangível efeito da providência divina.

Mas o homem no seu universo de defeitos

Dele faz uma indelével jogatina.

E a natureza não mais suporta as apostas

De quem tanto explora e lhe vira as costas

Inadvertido ao inequivoco prazo de validade.

A terra não acaba: enfraquece, transformaEmbalde ao homem que a mutila e deformaComo um parasita a exaurir suas vitalidades.

O ar, a água, a terra prometidaComo promessa de vigor, força e vidaFoi cumprida pelas bênçãos do criadorMas o homem, também, sua criaçãoNão a honrou na evoluçãoTudo aquilo que o pai divino criou.

10. ECOS DO FUTURO

No páramo ingrato contorcia em dores o moribundoNa agonia muda, exasperada e fatigada. Era a natureza suspirando o mundoNo limiar do precipício, quase silenciada

II Não gritava, era um tilintar sussurro apenasEmbalde a dilemas e dramas reaisPois o seu grito, na euforia terrenaQuase ninguém ouve mais.!

III No extremo, uma legião de cegos, surdos e mudosContabilizando sua natureza fria e egoísta.Talvez, compreenda o cenário absurdoÀ revelia do outro sendo a próxima vítima.

IVFará sentido a imperativa advertência:A natureza está doente!!!E fará mais sentido a consciênciaNa dor que o corpo sente!VE no desespero da trágica constataçãoNão há remédio que a dor curaA natureza não revigora como um coraçãoQue se alegra na promessa de nova jura.

VI Sua paciência não respira o ar intoxicadoSua bondade não recupera as florestas desmatadasSuas lágrimas não banham os rios assoreadosSua justiça não filtra mais as águas contaminadas

VIIE os milhares de “deuses humanos”Prescrevem receitas científicas em vão.Como que para redimir dos seus enganosPudessem entender os mistérios da criação

Page 7: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

VIIIE cai por terra o estigma da inteligênciaDe seres mais evoluídos do universo.Natural!, pois ele agride sua própria existênciaNa fúria algoz de uma samurai perverso

IX

Deus onipotente – fizera tudo perfeitoPara o deleite humano, sob medidaNão contava no homem tanto defeitoSob pena de sucumbir sua própria vida.

XNo fim, a mais cruel advertência patenteQue a alma moribunda consome:É que a morte do meio ambienteÉ culpa do próprio homem!!!

11. GRITO EM SILÊNCIO

Ah! se o silêncio, definitivamente falasse

E tudo em volta, enfim, calasse

Enfim, todos me ouviriam então.

Porém, a fala que fala sem falar

É raro qualquer ouvido escutar

O silêncio que grita na amplidão.

II

É, que na angustia do silêncio, os gritos

Prenunciam incompreensíveis ecos aflitos

Dizendo muito sufocado sem nada dizer.

E quem os ouve saltitantes e inquietos

Não os percebem uma alma em dejetos

Ouvindo-os, mas sem nada entender.

III

A leitura indescritível do silêncio falante

Não fala no exato instante

E duvidamos jocosos de tamanha quietude

Chegamos imaginar na comenda diária

Que aquela alma solitária

Tem sérios problemas de saúde

IV

E tem!...mas isso, quando o silêncio é revelado

Na percepção de outros, repentinamente,

despertados

Um coração em soluços e uma alma aprisionada

Se assim, o silencio se inscreve mudo

O cristalino pranto em largo conteúdo

Na sensibilidade compreensível e menos

acanhada

V

Enfim, o silêncio fala a voz do coração

Uma voz sem som, quase uma oração

Imperceptível aos olhos insensatos interpretar

Muitas vezes, nós, recolhidos num canto

Somos forçados rir em prantos

E, em amargo silêncio, chorar!

12. A DOR DO VIZINHO

Fazemos reclamações repetidasSem prestar atenção na vidaInobstante às lições do quintal do vizinhoPrestando atenção em tantas doresOuviríamos mais os clamoresDe quem não está no mundo sozinho.

Sentindo as dores em abundante prejuízoNossa vida é um eterno paraísoAntes as tragédias de tanta gente.Não choramos a dor da praga e da pesteDa seca esturricando o agresteOu do desaparecimento de um parente.

Na televisão, as chuvas destemperadasVarrem as cidades em trágicas enxurradasTodos anos na mesma ladainhaÉ a estatística que logo cresceEm mais um morro que desceGente desabrigada que perdeu tudo que tinha

Não temos o paraíso, mas somos felizesNão convivemos com as tragédias em reprisesVendo-as de longe... do nosso cantinhoÉ fácil falar de barriga cheia uma dor supostaDifícil é virar as nossas costasPara a dor agonizante do vizinho.

Page 8: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

13. AO DIA DA MULHER

Minha mãe é a maior mulherQue a nenhuma outra qualquerÉ tão linda quanto elaE nem mais prendada e doceQue nem se de açúcar fosseSeria tão querida como aquela

No ano - todos os dias são para elaA única cor da mesma aquarelaQue Deus pintou sobre a tela da criaçãoPorque mãe todo dia ela éSem nunca deixar de ser mulherE a mais divina inspiração.

Mas, se queres resumi-la num dia sóComo quem do lenço faz um nóFaz também o traje e a fardaE agora em sonolenta sacristiaRepito ardentemente a mesma litaniaDe que és o meu único anjo da guarda.

Não adianta mudar o que éTodo dia é dia da mulherE não há outra verdade que me convêmSe os dias são eternos e sem medidasAs mulheres em nossas vidasSão eternas também!.

14. O CARNAVAL

Nunca vi tanta gente esquisitaEm torno de um cantô que agitaA estranha coreografia.Da cara pintada a musica berraParecendo índio em pé guerraNum misto de susto e alegria.

Alguns exalam uma estranha substânciaQue aos outros transcende a fragrânciaNuma ingestão sem limite e coletiva.E se lançam sem nenhum compassoDe contato, beijo e amassoQue de nenhuma boca se esquiva.

Parecem tão alegres e contentesAquele turbilhão de genteNo folgar do imenso festimAli é um paradoxo de minha casaPois, meus pais, mesmo queimando em brasa

Nunca os vi tão alegres assim.

Carnaval não parece coisa de criançaPor mais alegre que pareça a festançaÉ muito difícil de se entender.Não adianta evoluirmos para a dança de salãoJá sabemos que a nossa participaçãoNão passa do matinê. 15. CARNAVAL I

Gosto do carnaval, não da luxúriaQue revela vontades espúriasQue se vale da festa para saciar. Gosto da memória, da culturaQue se revela na molduraUma nova história para contar

Gosto da animação, não da orgiaQue se revela sem fantasiaNa máscara imediata do desejoGosto da atitude, não do gesto impuroQue tem que levar a mocinha no escuro ´Para lhe encher de beijos.

Gosto da carícia sem amassoDa chuva sem mormaçoEm sereno naturalNão gosto do deleite e da pegaçãoQue todo mundo põe a mão Como possuído espírito bacanal.

Gosto da linha de frente e da zoeiraDo mestre sala e da porta bandeiraDas baianas, da bateria e da evoluçãoGosto da expectativa do folião apaixonadoAguardando a nota do juradoPara sagrar-se campeão.

Gosto do carnaval na recriação da arteDas representações e das mulatas, à partePelo show de sensualidade artísticaGosto da conformidade igualitáriaQue resume todos na mono etáriaRacialmente iguais na mesma estatística.

16. NOTÍCIA DE JORNAL A sorte é rara conselheira de se terNem sempre agracia o destino que a bendiz

Essa sorte não sorriu para a intrépida Nenê

Page 9: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

No incompreensível ofício de meretriz

 

Ela, nos termos da meia idade

Acabou-se trágica e desalmada

Pois a morte lhe sorriu sem piedade

Na agonia vil de uma imunda calçada

 

Seu algoz, brutal agressor da madrugada

Indiferente ao ofício daquela indefesa mulher

Fez crivar seu corpo de invencíveis facadas

Deixando agonizada e só na Praça da Sé

 

É esta história que estampa o jornal

Sádico à trágica carnificina

Como se a morte fosse o trivial

E a vida uma indelével jogatina.

 

Roubo! A principio é a alternativa que impera

Em razão da violência costumeira e latente

Porém, a carteira intacta revela que não era

Ela foi apenas vítima de uma sociedade doente.

 

17. Sou mais eu!*Para Bianca

 Esta vida é mesmo muito ingrata

Se comparada a certos comportamentos

Aqueles que, sem querer, maltrata

E torna os nossos dias um tormento.

 

Aquelas pessoas indiscretas e egoístas

Em tantos rumos enxergam um só caminho

E não percebem que o show do artista

Nunca é feito sozinho.

 

O Show é feito pelo que aparece

Mas também por outros da figuração

Pelo que reza e oferece

Mas, também por quem escreve a oração.

 

É feito por quem apanha água do ribeirão

E também por aqueles que quebram o pote

Por aqueles que fazem a gravação

E não apenas os do centro dos holofotes

 

Considerar este fato é um ato de amor

Com o protagonista e também a figuração

Os aplausos!  - merece o vencedor

Os figurantes- pelo menos um aperto de mão

 

O que não podem é ser ignorados

Como se desnecessário o seu papel

Não precisa ser premiado

Com dinheiro ou troféu

 

O figurante só quer ser reconhecido artista

Com valores humanos e sem cálculos

Como aquele que ajudou o protagonista

A fazer o seu melhor espetáculo.

 

Mas se for difícil reconhecer o meu talento

E admitir que mérito é sempre seu!

Minha voz ecoará aqui de dentro

Sendo sempre MAIS EU!!!

18. AMARELINHA

Pulando de pé em péSalta no quadrado que vierE se pular fora do quadradoVai ser logo desclassificado.!

Então joga a pedrinha amarelaE sai correndo logo pra elaPra não ficar com a cara de boboSe errar o pulo e perder o jogo

Um.... dois e trêsJoga a pedra outra vezRodopia em cima das pernasE vê se não erra!!!

Errou!.. Agora é minha vez de jogar

Page 10: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Para a amarelinha pegar.Pulando pra frente pra trazE não perder o jogo nunca mais.

19. DOR DE DENTE

Ai como dói o meu dente de leiteUma dor profunda e loucaEspero que o dentista aceiteArrancá-lo logo da minha boca.

Como dói um dente careadoUma dor, um tormento só.As pontadas num compasso marteladoFica me castigando sem dó.

E o dentista... que demora!Não agüento mais essa dorEle tinha que ta aqui agoraPara nele um remédio pôr.

O dentista sumiu pro beleléuMas aprendi um remédio para dorMandaram que eu passasse melPois não é que a dor passou!

20. VOLTA AS AULAS

É bom começar um novo ano letivoRevendo meus colegas do ano passadoJá não agüentava mais ficar inativoVendo livros e cadernos num canto jogado

Agora as ruas são repletas de estudantesTransitando a pé ou de transporte escolarNão tem mais a monotonia de antesDe ficar em casa sem estudar

Tem tarefa pra fazer, contas de matemáticaExercício de Português, uma nova equaçãoTem geografia e aula práticaPara aprender escrever redação.

Estava com saudade da merenda escolarDo recreio e de todos os momentosPois, só voltando a estudarPertenceremos à sociedade do conhecimento.

21. Politicagem Sou criança! Não entendo muito dissoArte imperfeita de parolagem e enrolaçãoMas já consigo perceber o tamanho do reboliçoCausado por demagogos da enganação.

Ouço meu vizinho falar de uma promessaQue o beltrano falou e não cumpriuE que agora prepara uma nova remessaPara remodelar e construir novos brios.

Que desta vez vai prometer ao cicranoUm novo tempo de bonançaMas sabe que entra ano e sai anoO povo precisa mesmo é de esperança.

Basta falar bonito com técnicaTrazendo sempre um assunto novoSe preciso... pode até falar de éticaPara sensibilizar a moral do povo.

Em políticos, por mais que se estuda,Embora não iguais... é difícil de acreditar.O que se sabe é que nada mudaSe você, conscientemente, não mudar!

Assumir nosso destino com o trabalhoÉ a atitude coerente que mais encantaPois discurso de político e como gota de orvalhoQue desaparece assim que o sol se levanta.

22. Sonho e realidade

Nascemos sonhando um futuro de prosperidadeNuma relação de amor, bondade e justiça ternaDepois descobrimos na mais dura realidadeO mundo de contradições que nos espera.

Um único corpo cativoMas nesse particular cabe oposiçãoPois tudo é muito relativoE depende da liberdade ou da opressão.

Há uma relação selvagem de dominaçãoQue se suporta ou se explodeO mais forte regula a relaçãoE o mais fraco se sustenta como pode.

Page 11: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Justiça é para os iguais na verdadeQue nivelados podem construirQualquer outra proposta de equidadeÉ conversa para “boi dormir”

É verdade - não são todos que merecem descrençaHá gente grande de marca maiorMas está em ruína quem pensaQue só existe gente de um calibre só

Nem tudo é ruim: há coisas boasQue convêm a qualquer trajetóriaMas é certo que são as pessoasQue fazem sua própria história.

23. Dia da mentiraUma mentirinha, vez ou outra, não faz mal

Mais não se deve deixar o ouvinte enganado

Tem que ser sobre um assunto banal

Para que, ao ouvir, não fique encabulado.

Falar para a mamãe de uma dor de barriga

Até o remédio ela providenciar

E depois de sentir sua fadiga

Uma imensa risada desatar.

Falar para a professora do colega doente

E que por isso a aula faltô

Depois perceber o aluno contente

No recreio - brincando de pegadô.

Pode ainda também colocar

A mochila do colega no banheiro.

Mas deve logo lhe entregar

Para não o deixar em desespero.

A mentira não pode ser um habito comum

Uma fraqueza humana desastrada

Não pode machucar sentimento nenhum

Apenas deixar a vida mais bem humorada.

24. ANIVERSÁRIO DE CUIABÁ

Cuiabá é a capital de Mato GrossoImensa metrópole de um povo gentil.Torrão do sul e abençoado colossoDescoberto no dia 08 de abril

Cuiabá é a segunda capitalDepois da Vila Bela da Santíssima Trindade de féQue concentrou, no tempo do reino imperialAs forças políticas para no vale do Guaporé

Mas hoje, a terra de Dom AquinoDe Pascoal Moreira da antiga eraDesfralda de ebulição e mimosNo calor de uma nova primavera.

Eu te saúdo Cuiabá – cidade verdeCartão postal de passageiros e retirantesDa fonte generosa que aplacou a sedeDas suas centenas de milhares de habitantes

Terra de Miguel Sutil, dos índios paiaguásDe Políticos, lideres, poetas e estadistasO seu futuro está sempre em conquistarUma prosperidade tamanha nunca vista.

25. DIA DO INDIOS

Os índios do Brasil não existem como talExtinguiram-se. Outros ficaram no abandonoE nós, brancos, tidos como etnia “genial”Tomamos o Brasil dos seus verdadeiros donos.

E matamos sua cultura, sua religiãoSua paz, sua privacidade no meio das florestasE condenamos ao indicio da extinçãoDas poucas etnias que restam.

Então, nesta data, mantida na molduraNossa homenagem a essa genteQue para ser fiel e respeitar sua culturaO normal é ser diferente

Viva os índios do Brasil, sem agredi-losPara que perpetue sua geraçãoE para jamais confundi-losComo ornamento – peça de decoração.

Page 12: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

O índio é carne da mesma carneApenas sua cultura é diferenteQue todas as resistências se desarmemE se reconheça uma peça da nossa gente.

26. Uma canção de Ninar *Para Luís Felippe

Sua concepção anunciou raios e trovoadasUm turbilhão de emoções desenfreadasNuma aura social tênue, frágil e obscuraMas você nasceu anunciando o arco-iris na fonteAmpliando a visão para além do horizonte. Dissipando o fel d’outrora - um retrato de candura.

E a tempestade passou então como chuva breveE a natureza apaziguada silenciou-se de orvalhoEla,sábia e serena, deu lugar ao seu choro leveAbrandado e adormecido no tilintar dos chocalhos

A casa, o quarto, o berço, antes a nebulosa ondaD’outrora a infante orquestra de aguçada iraSua chegada foi a brisa sob medida que rondaPara espalhar os raios do sol que no horizonte brilha

Não mais a dor da surpresa, a realidade imprevistaDa agonia irreprimível qual uma luta perdida.Agora aparece no coração e nas vistasTudo que na natureza se anuncia a vida

Filhos, netos e bisnetos – troféus e relicáriosHerança prometida pelo gens da criação.São esperanças renovadas nos férteis berçáriosA quem Deus concebeu sua suprema unção.

E agora, no limiar de um mundo novo desconhecido

A vida lateja na abundância de uma manhã venturosaPara que dantes - toda névoa revolta tenha sentidoTornando as graças divinas ainda mais misteriosas.

E agora seu nome será escrito no letreiroBem alto – pisca piscando e brilhantePara que todos saibam que num mês de FevereiroSua família se tornou mais farta e abundante.

E já que você nasceu: assuma sua vida nas mãosO protagonista de um enredo clássico e eternoE nos ensine que ao homem reto não há tentaçãoCapaz de o afrontar, mesmo face do mais rígido inverno.

Viva a vida abundante nas esparsas avenidasNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidasNa graça de filho duplamente reconhecívelE passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigorPara ser símbolo universal da razão e do amorNa aparição humana e espiritual jamais repetível. * Luis Felipe – Neto do autor

27. Tiradentes: um herói do Brasil

Um brinde aos heróis da liberdade nacionalistaQue a história plantara no seu arraial Aos homens, cuja inspiração reformistaSonhara romper com as algemas de Portugal

Um brinde a Tiradentes, herói da inconfidênciaCeifado a vida na forca por lutar pelo povoMas não foi em vão a luta pela independênciaPois revigorou no sangue da nação um pacto novo

Salve! Salve Tiradentes, herói do torrão mineiro

Page 13: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Que sonhara derrubar o império, aquele estorvo Mas esquecera que há sempre um traiçoeiroPlantado entre os bons querendo derrubar o povo.

Salve Tiradentes – seu nome está gravadoComo gigante intocável e bravoQue preferiu tombar como herói encarnadoDo que viver como escravo

Na galeria dos heróis seu nome cintilaBrilhante como raio solar em esmerilE agora - os ecos da multidão conspiramAo Tiradentes: herói do Brasil

28. Meu mestre, meu livro

No tempo da internet, olhos na telaEle está esquecido e empoeirado na estanteTodas informações o computador revelaNa velocidade inconfundível de um instante

O livro aberto - parece pouco o conteúdoMas se sabia tantas coisas infindasO computador que de tanto se diz tudoParece se ensinar menos ainda

Sites, chats, email e tantas alternativasSeduzem ao vício que pouco ensinaFerramenta incontida para alem da pesquisaQue sem sabedoria aliena, oprime e domina.

O livro, nascido nos pergaminhos do passadoNão foi achado nem tem prazo de validadeFica velho, sujo, esquecido e empoeiradoMas nunca perde a sua finalidade

Não é efêmero como uma informação da redeAcessada livremente em quaisquer terminaisÉ a água viva que germina a idéia e sacia a sedeDe quem não se completa nos acessos triviais.

A internet é ferramenta que impera a face terrestreÉ importante recurso, se bem usada por aprendizesMas os livros são como verdadeiros mestres:

Ficam velhos, empoeirados, mas insubstituíveis.

29. Liberdade não é sonho

As correntes romperam, o cadeado se abriuE a liberdade dos negros sucumbiu na escuridão13 de maio, das mãos da princesa a tinta caiuPara romper de vez o lastro da escravidão.

E o negro chorou, dançou fazendo festaLibertos da opressão dantesca do carrascoAli os tambores sorriem da irônica orquestraQue sujou de sangue os seus negros cascos.

Ficara o capitão do mato desempregadoE aposentado o reio que tanto os castigavaEra agora homem livre aos brancos igualadosPara apreciar a vida que todos sonhavam.

Não tem mais o chicote, a pisaduraO açoite, o tronco fétido das mortalhasTem agora a liberdade plena com lisuraSangrando os incrédulos como navalhas.

Não chorem os algozes, o negro carnavalDo reconhecido direito e o principio sagradoPois nem a fúria do poder e o vigor do capitalPode manter tanto tempo um povo tão atrasado.

Por anos na senzala o pesadelo tristonhoPerpetuou na sociedade o seu amargo rejeitoPrecisa compreender que liberdade não é sonhoNão é concessão – é apenas direito.

30. No seu aniversário

Hoje tudo se fez silêncio em alvoroçoComo se estridente em doce colossoTransformasse o dia em espetacular relicárioVocê, radiante de emoção e alegriaNa legião de amigos com quem logo repartiaA doce ventura de mais um aniversário

Parabéns para você! A esperada expressão

Page 14: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Fortemente pronunciada do fundo do coraçãoDocemente acolhida e comumente inusitadaPorque neste dia os gestos se afirmamE tudo em volta, anunciam e se confirmamO quanto você é reconhecida e amada.

Parabéns para você! sejam longos os seus diasNa paz do amor e de uma vida sadiaDurante a existência que Deus lhe permitirQue na abundancia de uma vida generosaNão falte o amor em cada manhã ditosaNem amigos com quem possa dividir.

Viva este dia com um sentimento profundoComo se o primeiro que veio ao mundoDividir sua presença e admirar-se com elaE perceber-te na graça de cada instanteO raio de sol , a estrela mais brilhanteA espetacular miragem de agradável sentinela

Parabéns para você, ser admirável, dádiva divinaQue de amar se contenta e se estimaPara quem se guarda presentes e melhores desejos. Hoje, nada me impedia de lhe desejar felicidadesSeja no presente de variadas utilidadesSeja no abraço afetuoso ou no calor de um beijo.

31. Festa Junina

Vamos dançar e pular quadrilhaPois assim manda a tradição.Vamos enfeitar-nos de caipiraPara saudar o padroeiro São João.

E vamos dançar quadrilha a noite inteiraDepois da Missa e o sermão do padreE ainda vamos saltar a fogueiraPara nos tratarmos de amigáveis compadres.

Mas ainda tem batata doce mais tardeMaça do amor, pé de moleque docinhoDepois é só atiçar as labaredasE beijar a namorada no escurinho.

Tem que ter leilão de muita prenda

Para ser arrematada pelo povãoEntão é só deliciar as garotas em saia de rendaBailando nos quatros cantos do salão.

Quentão para esquentar a gargantaPipoca para trocar com a namoradaDepois dançar até quando o galo cantaE voltar para casa só de madrugada.

32. Dia do Amigo

Ninguém faz na vida um vôo solitárioPara viver sem nunca ter vividoE não há escrito um único diárioInobstante relate um bom amigo

Pois há coisas que só os amigos sabemE não dividem com outro rol de amizadeAfinal só a eles, unicamente, cabemGuardar segredos e cumplicidades

Não foi feliz o ente em suave abrigoQue passou pela vida sem existirE que não teve um verdadeiro amigoPara suas confidências dividir

Então neste dia,como outro de outra dataCumprimento-te na feição dos melhores amigosPor ter-te na mais fiel concordataDe partilhares as maiores confidências comigo

Viva os amigos na singular plenitudeSeguros de em alguém poder confiarAlguém que muda e não nos mudeNa exigência dos segredos que nos contar.

33. Folclore

São tantas coisas que se contaVariadas estórias em imenso folgarFica difícil encontrar a pontaDo infinito imaginário popular

As coisas do povo, patrimônio socialHerança de tradição e memóriaImenso legado da cultura imaterialCrescente na expectativa de nova história

Com medo de tantas historinhas

Page 15: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Dormimos estremecidos e assustadosEntão catecismo e ladainhaAfasta o medo e a figura do pecado.

Lobisomem e mula sem cabeçaSão crenças da nossa infânciaA gente acredita, inobstante pareçaQuando ainda somos crianças.

34. Viola e violeiros

Quem arrisca bater nas cordas do instrumentoComo bicho indomável e bravo no tempoÉ faca sem corte que não se amolaQuem não consegue ver na morena a belezaNão é apaixonado por naturezaE não apreciar boa moda de viola

O coração que não é apaixonadoNão consegue repicar os ponteadosE nem deixa a alma em desesperoPois quem não ama de paixãoToca, mas não encanta a multidãoE também não é bom violeiro

Viola e violeiro são peças do mesmo ornamentoMusica e afinação ao mesmo tempoCorrendo os sertões no mesmo catiraÉ que para ser genuíno e verdadeiroSem viola e violeiroNão há a verdadeira musica caipira

Musica raiz do caboclo do sertãoQue nos rincões distantes foi a consolaçãoÀ saudade malvada da distante meninaE desde então ouvir moda de violaPonteada nas dores que o peito assolaTem sido o calvário e sua sina

O violeiro, poeta que interpreta as cançõesA viola que ponteia o desabafo em emoçõesSão duas paixões que o peito consolaSe por alguma razão no colapso do celeiroSeparar a viola do violeiroEstá natimorta e enterrada a musica de viola. 35. O SORRISO QUE CHORA

A expressão “saltitante de alegria"A principio – a pecha que mais cabia

Inobstante ao abismo que maqueia sua vidaAquele sorriso estampado no rostoEscondia o amargo desgostoUm “bandaid” para cobrir suas feridas.

Feridas suas embalde protegidasEmbora não tê-las sempre quisPorém, sem querer, revelava uma vidaIndolente e profundamente infeliz.

Para agradar, sorria... cantavaEm gesto fingia que amavaPara em segredo, ruminar a sua dorMas não precisa muito para entenderQue tudo que queria dizerNão passava de um falso amor

Era um sorriso de agoniaQue gracejava da própria melancoliaDe um mundo obscuro em afliçãoE para não ser desnudada pelos doutosAlegra-se por muito poucoPara não revelar a angustiante decepção.

E por mais que o riso na doce auroraExposta na manhã orvalhada do relentoSabe-se: é uma pessoa doce por foraE profundamente amarga por dentro.

36. COMO?! FERIADO!!!!

De repente, quando a noite se fazia diaO costumeiro frenesi se fez calmariaObstante à compreensão daquele momentoParecia tudo... até a ruaDeserta como terra nuaFlechada por um triste passamento.

A Natureza em revoada, alerta, contudoOs homens dormindo o sono mudoEmbalde a aurora que despontava no infinitoEm casa tudo jazia num silêncio gritanteNatimorto e silenciado o eco falanteTudo sem sentido, em vão o meu grito.

Confesso! Parecia tudo sem espíritoA natureza só em ruído esquisitoHomens adormecidos numa manhã de trabalhoLá fora – os ruídos pareciam orquestrasCom os pássaros em festasPulando de galho em galho.

Page 16: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Inquietei surpreso a acordar os dorminhocos Pois aquele mundo parecia loucoEu: confuso, duvidoso e equivocadoMamãe, ainda no gozo do sono merecidoNos meus ouvidos em sussurro cuspidoDisse que aquele dia era feriado

37. PENDRIVE

Pequeno objeto de muitos “gigas”Invenção dos tempos derradeirosQue carregada textos, fotos e cantigasNa verdade até um computador inteiro.

È tudo uma facilidade agoraPois arquivar tudo é possívelTudo: digitado sem demoraPara guardar em memória removível

Fora os CD´s, os antigos disquetesEstão fora de moda – vai para o lixãoAfinal,o pendrive é a mais nova enqueteDe uma revolucionária invenção.

Como é revolucionária essa informáticaQue bate Record de InvençãoParece ser a mais nova gramáticaDa era da globalização.

38. Vícios e Manias

Vícios é dependência em conflitoGeneralizado e difícil de pararMania é uso geral e irrestritoComo a onda social do celular.

O Celular – este ícone da comunicaçãoÉ a mania em permanente vendavalEle faz no Brasil – essa imensa naçãoUma mania nacional

Mas a mania pode virar vícioQuando dependente se torna do celularE tudo em volta um secundário desperdícioComo se mais nada importar.

Já existe até especialistas renomadosEstudando a dependência do celularE dizem: encontram-se adoentadosAqueles que sem ele não consegue ficar.

39 - A Cerca

Estava o homem a enfincar madeiraNo chão batido, arbustas aroeirasA princípio, desnecessária aquela atividadePorém, no derredor daqueles que ali passamE do quanto aquela ação o ameaçamÉ de se dar conta da anterior ingenuidade.

Aqueles postes não protegiam a plantaçãoAnimais, pragas ou outra tentaçãoQue pudesse invadir a propriedadeInobstante e incompreensível:pior que issoRevelava o abismo de malefíciosO eminente ataque perverso de maldades.

Entendia, porém, o rosto de poucos amigosDo homem a estender arame como jazigosNa posse reconhecida e sem abandono.Parecia anunciar nos fios de arame estendidoQue o terreno não podia ser invadidoComo uma placa a dizer: aqui tem dono!

Não pode ser! a razão em conflito se angustiaNa macabra cena que se anunciaLúcido, atônito antes que ela se perca. Mas a angustia voraz que mais consomeÉ que para se proteger do próprio homemEra necessária aquela cerca.

40. O BEBADO VAQUEIRO

O moço bebeu até ficar encharcadoPinga de toda espécie a noite inteiraE os efeitos do porre em abundantes dobradosLogrou em diarréia e excesso de vomitadeira.

Na madrugada, tudo parecendo assombraçãoProcurava o sono como zumbiMas as tentativas não passaram do chãoPois não acertava a cama para dormir.

A zoeira da cabeça, a boca prestes a eclodirNas idas e vinda sem acertar o banheiroCambaleando não se firmava para água cair Atritando as paredes embaixo do chuveiro.

Fato inusitado a aurora melhor destacaAo tirar o leite, ainda tonto e embaldeColocou o banco no peito da vacaE sentou em cima do balde

Page 17: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Até a vaca achou estranho aquela cenaAquele homem confuso e o balde quebradoBalançou a cabeça demonstrando penaDo vaqueiro que amanheceu embriagado.

41. MEMÓRIAS DA MINHA GENTE

Chegaram em Mato GrossoNo limiar do século passadoGente de todo ladoPara construir este rico celeiroEram incautos bandeirantesIntrépidos e retirantesDenominados de garimpeiros.

São Pedro foi o povoadoQue no brilho do primeiro achadoSaudou sua majestade, o diamanteA ele seguiu a raizinhaQue fez da madame e da mocinhaUm manequim de brilhantes.

Ôôôôõ Poxoréuuuu!!!!Sua riqueza e sua culturaÉ o retrato que a molduraO tempo herdou a patente.É uma cidade abençoadaQue a sua história é contadaNa memória de sua gente.

Na história dos anos Poxoréu nasceuPrateando minérios que o mundo reconheceuDos diamantes a capital mais bela. Num cenário de jogos e cachaceirosFez de muitos garimpeirosO terror das currutelas.

O garimpeiro é um sonhadorQue derrama sangue e suorPara tentar ser felizE não importa gastar todo achadoDesde que durma embriagadoNos braços de uma meretriz.

Ôôôôõ Poxoréuuuu!!!!Sua riqueza e sua culturaÉ o retrato que a molduraO tempo herdou a patente.É uma cidade abençoadaQue a sua história é contadaNa memória de sua gente.

Quero falar de CarvalhinhoQue dos heróis foi o mocinhoNas quizilas do leste mato-grossenseMas na história violentaÉ uma página sangrentaA chacina dos maranhenses.

Coube a Maroto SodréA descoberta do Morro da MesaPaisagem de rara belezaQue a natureza esculpiuE de novo o garimpeiro granjeiaArrancando das bateiasOs valiosos chibius.

Ôôôôõ Poxoréuuuu!!!!Sua riqueza e sua culturaÉ o retrato que a molduraO tempo herdou a patente.É uma cidade abençoadaQue a sua história é contadaNa memória de sua gente.

Sua cultura e um baú abertoQue o gingado da moça morenaEncanta a ligeira penaÁ mais bela poesia do coraçãoE o forró pe de bode nos terreirosSaúda o Encontro de VioleirosE só termina nas festas de São João

Tudo que e bom dura poucoO diamante foi emboraDesenhando uma nova auroraNas luzes de uma nova ribaltaHá muita terra pra agriculturaTurismo e pecuária em farturaAlternativa é o que não falta.

Ôôôôõ Poxoréuuuu!!!!Sua riqueza e sua culturaÉ o retrato que a molduraO tempo herdou a patente.É uma cidade abençoadaQue a sua história é contadaNa memória de sua gente.

42 - MEU RECANTO

Vou cantar a minha PoxoréuQue é a peneiraNa esteira faceira

Page 18: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Dos grandes heróisQue a viola ponteia os pescadoUm dourado fisgadoNas tarrafas ou anzóis.

Vou cantar a minha adorável genteEla é alavanca Que encanta e espantaCom tanta determinaçãoEla é a vitaminaQue estima à meninaAmor e sedução.

Vou cantar a melodiaQue viola chora a pacholaNo coração da musica caipiraE o gingado da morena faceiraE a peneira que esgueiraNum coração que suspira.

Vou cantar as belezas naturaisDe um mundo encantadoMato fechado e cerradoQue em todo canto desmaiaE no rio que serpenteiaA lua cheia banha as areiasNos festivais de praias.

Moço sei o que eu faloPoxoréu é um paraísoUm riso imprecisoDos lábios do criadorNão falo a toaSem passear de canoa na lagoa Aqui você não passou.

Respeito o seu pensamentoDe honrar o seu chãoFazendo do seu coração o torrãoUm pedacinho do céu.Mas não tenho dúvida em dizerQue não há melhor lugar pra viverDo que aqui em Poxoréu!

43. AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A vida tem símbolos, gratas representaçõesÍcones do desejo, de vocação e de fé. Que aquece na centelha das emoçõesO encantamento original de uma mulher.

Ela é a vida que renasce das entranhas

E que ao mundo dá encanto e sentidoE, suave, repara dores ínfimas ou tamanhasDe um coração em lamentos reprimidos.

É um rouxinol que, sem cantar, seduzCantando, embalsama a mais doce emoçãoÉ um ser que, sem amor, reluzE quando ama, encarcera um coração.

A mulher, porque vinda da costela de AdãoCelebra a vida no seu melhor traçoAo contrário, se vinda do coração...Seria anjo e levitaria no espaço.

Ela é a luz que, sem brilho, encanta e cintilaE quando mais brilhante adormece o horizonteÉ o sereno que, sem o sol, brilha, Molhado e escuro - é um arco-íris na fonte

Ela é o espírito que, sem luz, a dor consomeIluminada - é uma cachoeira de sublimes véus É uma voz que, sem eco, adormece os homensE falando - é um coro de anjos que encanta os céus

É o caminho que, sem direção, é avisoE, visionária, nos leva a quaisquer lugaresÉ a alma pecadora que, sem pecar, leva ao paraísoPecando, é a vigília em orações dos altares

É a vontade que sem querer atiça o desejoE, querendo, enlouquece uma alma, perdidamente.É o tato que, sem se tocar, umedece o beijoE tocando, é um vendaval de suspiros eloqüentes.

É uma fotografia que, por si, se revelaO Uirapuru que adormece as cantigas de rodaA mulher parada é uma pintura em telaQuando andando – é um desfile de modas.

E por tudo isto:A mulher, quando bela, é uma florQuando mais bela – um ramalhete douradoQuando canta é um hino de amorE quando chora, faz do coração farrapos despedaçados

E para cessar os caprichos do vil abandonoNa importância angelical que tem e éDeus, no céu, fez para ela um tronoO homem, na terra, o dia internacional da Mulher.

44. E TUDO ACABOU-SE!

Page 19: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

IOutrora o império regado a insaciáveis emoçõesParaíso perfeito de amor permanente e estávelE de repente, no colapso das ardentes paixõesAgoniza a jura de amor, d´outrora inesgotável

IIE como tsumane de uma catástrofe em ebuliçãoA caldeira das vaidades sua meta estacionouAgora, dois espíritos sonhadores na ausente razãoEntreolham-se dubitáveis ao sonho que terminou.

III

Inquietam-se sem a firmeza da aceitação ou recusaA condenar-se mutuamente pelo gozo que naufragouInobstante a uma realidade sôfrega e obtusa.

IVE dos fatos, a sentença final que o decretouA verdade indubitável não é confusa:Não há paixões quando não há mais amor.

POESIAS DE WALLACE RODOLFO

PEREIRA DA SILVA

1. PRIMEIRO BEIJO

Tinha cabelos pretos que brilhavam quando sorriaEla sentava ao meu lado e juntos fazíamos caligrafiaNas provas e trabalhos nunca nos separamosAté que um dia brigamos e juntos choramos.

Eu gostava dela e isso não ia mudarAgora só faltava a ela beijar.Fizemos as pazes e pra mim foi o céuSaí da maldita condição de réu.

Combinamos o dia, quase morri de tremerSuava, sorria, parecia que ia morrerEla pegou minha mão e sua boca encostou na minhaFoi assim o primeiro beijo que dei na minha Aninha!

2. ADOLESCÊNCIA

Por que a vida é assim?Por que não nasci morto?Por que tudo tem um fim?Por que tenho olho torto?

Por que nasci aqui nessa cidade?Por que nessa família?Por que só tenho essa idade?Por que não nasci naquela ilha?

Por que tenho tantas espinhas?Por que minha mão falta tanto?

Por que meu pai só me dá roupinhas?Por que tudo que falo causa espanto?

Por que não posso ir à festança?Por que ainda não posso beber?Por que me chamam de criança?Por que não me deixam crescer?

3. HUM?...

O choro do meu irmãoNão é um atrapalho.Faz bem ao coraçãoE faz bem ao pirralho...Qual dos dois?

4. MINHA DOR

Falaram-me que eu não podia chorarPorque não vivi o suficiente!Quem mania os mais velhos tem de acharQue sofrem mais que a gente.

Cada um sabe da sua dorE porque tem uma cruz!Uns sofrem por amorOutros por não terem luz!

Alguns sofrem pela doençaOutros pela doída traiçãoUns sofrem de nascençaOutros por pura opção!

Eu também sou sofredorSofro por ser tão estranho,É uma dor que não causa dorÉ a dor de ser humano.

Page 20: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

5. EVOLUÇÃO?

Primeiro era girinoDepois virou sapo.Aí foi pra terraE assim perdeu a cauda.MacacoChimpanzéSem mãosCom pés e em pé!Aí veio a criançaQue logo cresceuE Chegou a matança!

6. PRIMEIRA COMUNHÃO

Depois de três anos de estudosE de tanta preparação,Chegou o dia de deixar de ver vultosO dia da minha Primeira Comunhão.

Estava um lindo diaCom um sol forte a brilharQue mais fazer eu podiaSenão muito me emocionar?

Foi na esplendorosa Igreja MatrizQue me encontrei com a verdadeira luz.Os bancos todos com vernizE no altar o Augusto Jesus.

O dia foi inesquecívelO domingo foi marcante.A mim Jesus passou a ser visívelE tornou-se meu Mirante.

7. LIÇÃO DA FORMIGA

A formiga é engraçadaNão se cansa de trabalharCarrega folha, mesmo cansada,Para depois se alimentar.Ela não é preguiçosaTrabalha de verão a verãoEla é bem engenhosaAté a casa ela faz no chão.Quero ser como a formigaQuando eu crescerVou evitar a fadigaPara saber bem viver.

8. FAZEM BEM

Ser amigo é muito bomTer amigos é melhor ainda

Quero transformar em somA felicidade em mim contida.

Amizade é um bem vindo de DeusQue nos ensina como amar.Amizade faltava a ZeusQue só pensava em dominar.

Meu amigos eu os guardo no coraçãoE sempre quero perto deles ficarCom eles não tenho tristeza nãoEles tem o dom de me alegrar.

Sou amigo assim tambémQuero ser na vida deles luz.Amigos só se fazem bemSão reflexos do próprio Jesus.

09. À MINHA TERRA.

Poxoréu é uma cidade belíssimaVinda das mãos do CriadorCom uma aura riquíssimaLeve e colorida como uma bela flor.

Querida cidade dos meus avósMuito amada pelos meus pais.Cidade cheia de AlbatrozGênios diferentes dos demais.Em você, Poxoréu, quero sempre viverSua beleza sempre cantar.Um dia meus filhos vão saberQuem o sol vem em você o brilho buscar.

Poxoréu! A cidade que os deuses escolheramNa qual os anjos vem voarTerrinha em que tantos já viveramPara sempre vou lhe amar!

10. INTERNET

Rápido eu conheci muita genteE para isso nem saí de casaFalaram-me que lá o povo menteMas não é isso que meu amigo acha.

Por lá já conheci vários paísesUns bem legais de se ver.Conheci um país que os meninos usam riflesE um deles me disse que no Brasil queria viver.

Também lá conheci muitas pessoasFiz uma amiga chamada Nete!

Page 21: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Nossa! Como esses três dáblios são coisas boasBendito quem criou a internet.

11. À MARIA CLARA

Nem consigo a minha alegria descrever!As lágrimas carimbam a minha emoçãoQue felicidade inunda meu coraçãoPelo simples fato de te poder ver.

Está dormindo agora, como uma princesa,De um jeito que causaria a inveja em Zeus,Anjinho linda, um presente de DeusAmorzinho indefeso, de extrema beleza.

Nesse seu corpinho criança, parece indefesaNesse soninho invejável, parece uma divindadePrincesa, para minha alegria já é necessidade.

Quisera eu fotografar as emoções!Bebê são teus os nossos corações.Te amo! Com a força de uma correnteza.

12. NÃO TE RECONHEÇO MAIS.

Chegou no tapete vermelho com brocas de ouroTrajava um terno fino, andava garbosoEstava extremamente ajeitado, com sapato lustrosoE, sem sentindo, em sua mão uma pinhola de couro.

Era para bater no gado novo, no alienado.É aquele que elege o corrupto para o representarÉ aquele que aceita favores, só para se calarÉ aquele, que de tanto apanhar, anda variado.

Precisamos, com urgência, de um olhar mais cuidadoso.Estão transformando o Brasil num lixoO Senado, das pérfidas serpentes, virou o nichoLugar de acordos, de apadrinhamento, de tapinha carinhoso.

Não dá mais para se calar,Não dá mais para não se ver.Ou o povo retoma, de fato, o poder

Ou então nos preparemos: Eles vão nos marcar.

Queria poder acreditar no poder transformador da educação!Isso num país como o nosso deveria ser prioridade!Mas (Eles) não querem pensantes, seria uma calamidade.O que Eles querem é nos por um tampão.

Nos hospitais públicos o drama é bem maior.Quantas horas de filas gigantescas se é preciso enfrentar.De repente a notícia: Os médicos estão em greve, não vão trabalhar.E temos de voltar para a casa, num estado de mal a pior.

É Brasil! Terra de Gigantes, Terra Bonita!!!Pena que seus líderes só pensam mal.A preocupação do momento é o Pré-SalEnquanto isso, avacalham com a política.

“Gado novo ou um povo?” Eis a grande questão.Logo, logo (Eles) vão nos por cabresto, nos por arreio.Abramos nossa boca, coloquemos nisso tudo um freioArranquemo-nos dessa vexatória situação.

Lutemos por um país de verdadeOnde todos poderão viver bem.Devemos aguardar o porvir, ele vemE quem sabe nos traga alguma oportunidade.

Brasil, choro por ver-te tão ferido.Olho para o seu céu tão nebulosoPercebo o quanto estás chorosoPercebo que não és mais límpido.

Mudaremos essa situação, pode acreditar.Por ora estás irreconhecível,Mas destruiremos o mal tão visível.Aí sim, do nosso Brasil vamos nos orgulhar.

13. Vontade

Um coração que não seja tão inconseqüente,Que não me deixe na mão quando eu precise.Quero um coração que não seja demente,

Page 22: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Um amor –eu quero- que ao meu coração amenize.

Ah! Como gostaria de um coração para cavalgarPelos meus milhares de paralelos – universos ou almas?Um coração que saiba entender o meu chorarUm amor – eu quero – que traga ao meu coração calma.

Para que se quer alma quando se pode ter corpo?Para que coração quando se pode ter cartão de crédito?Para que cérebro quando se pode ficar com o rosto?Para que ser vitalício quando basta ser benemérito?

Quero uma vida sem fingimentos e meias palavrasUma vida que se possa dizer exemplar... (?!) Quero um coração que não tenha amarrasUm coração que não me faça endoidar...

Quer? Continue querendo...

14. SERÁ? QUANDO?

Será que o rio Mississipi dá no São Francisco?Será que os alemães perdoaram a Hitler?Será que quem ri é sempre feliz?Será que os assassinos gostam de correr esse risco?

Quando os continentes se separaram?Quando o homem foi escravizado?Quando a África tornou-se mãe pródiga?Quando foi que me avisaram?

Será que lágrimas rimam com amor?Será que sonho rima com bobeira?Será que existe amor errado?Será que paixão é sinônimo de dor?

Quando Machado de Assis tornou-se famoso?Quando Capitu olhou-se dissimuladamente?Quando Bento tornou-se Casmurro?

Quando José Dias tratou-o em tom manhoso?

Será que amores devem durar toda vida?Será que precisa doer tanto a paixão?Será que vou amar silenciosamente sempre?Será que vou ter mais uma vida perdida?

Quando vai perceber que eu te amo?Quando vai amar um plebeu?Quando vai fazer-me um novo Romeu?Quando vai perceber que lhe chamo?

Quando eu vou poder lhe falar?Será que só quando morrer?Quando a minha alma você vai ver?Será quando essas dúvidas vão acabar?

15. UTOPIA

Eu acredito que posso voarEu acredito que posso sonharEu acredito que posso amarEu acredito que a paz vai reinar.

Eu acredito que posso sorrirEu acredito que a primavera vai florirTambém que o Senhor está para virE que as pessoas verdadeiro amor vão sentir.

Eu acredito que muitas crianças vão nascerAcredito que muito o mundo vai viverAcredito que as bombas vão se desfazerAcredito que por elas, ninguém vai mais morrer.

Acredito que o Sol vai sempre brilharEu acredito que a Lua vai sempre iluminarTambém que muitos dias ainda vão raiarE, que por causa de guerras, ninguém irá chorar.

Acredito que felizes todos ainda serãoTambém que vão ter muito amor no coraçãoAcredito que todos vão admirar o Sol de verãoE não viver só de reclamação.

Eu acredito que o verde vai sempre existirE que a Amazônia nunca vai se extinguirTambém que as balas não vão mais ferirE que esmola ninguém vai mais pedir.

Acredito que a violência vai acabar

Page 23: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Acredito que o bem o mal extinguiráE que o homem vai usa a razão, vai RaciocinarTambém que humanidade vai a vida cantar.

Eu acredito que o homem não vai o homem clonarTambém que de Deus ninguém vai brincarE que as células-tronco ninguém destruiráAcredito que Deus tudo isso providenciará.

Acredito que Deus pede ao homem que sorriaAcredito que Deus grita ao homem: Confia!Acredito que Deus pede ao homem, e nesse pedido se fia:“Faça da vida de vocês mais que uma Utopia!”

16. PAI, MEU PAI.

Queria um ídolo, para que pudesse me espelhar;Queria um ouvido, que ouvisse meus choros;Queria um lenço, para minhas lágrimas enxugar;Queira um herói, que me livrasse dos meus rolos.

O problema é querer o que não se pode definirMas quem consegue definir algo sem nenhuma dúvida?Quero algo que não vá, sem mais ou menos, partirAlgo que, quando se for, não me deixe numa tristeza súbita.

Quero um pai, para compartilhar minhas dores (e medos)Um pai, no qual eu veja meu futuro refletidoQuero um amigo que conheça os meus segredosQuero muito um pai, só espero que ele não tenha partido.

Na verdade, eu quero é segurança, quero um porto seguro,Quero um bálsamo pra minha dor!Não! Eu quero é meu pai... ele com seu olhar escuroEssa imagem do pai gravou o meu amor.

Pai, sei que, mesmo sem querer, sentes o meu coração,

Qual a terra sente a raiz da rosa.Gostaria que cuidasses de mim assim como o falcãoQue deixe a seus filhotes todo prosa.

Não quero que me ames porque estou pedindoNem sei mais o que quero...Não me compares, por favor, a um mendigoLeve, ao menos hoje, seu filho a sério!

O meu barco vai sair a sangrarSó estou levando o falcão e um remo,Não garanto que ele(o barco) vá voltarPor isso, envergonhadamente, preciso te dizer que Te Amo.

17. DOM BOSCO DA MENINADA.

Lá do alto da colina, perto do céuVinham gritos alegres, de grande explosão.Todos pulavam, brincavam, era um escarcéuMas era evidente que a alegria vinha do coração.

Fui subindo a colina, queria ver melhorSentia o cansaço já me subindo pelo rostoDescer já não dava, seria bem piorQueria saber, queria ver, quem era Dom Bosco.

Esse nome ecoava pelo vale...(pela vida)...Os meninos do oratório não paravam de gritar:“Dom Bosco nos salvou de uma vida perdida.Ele é Nosso Pai! Para sempre o vamos amar!”

Quando cheguei ao oratório fiquei encantadoQuase não acreditei no que estava vendo!!!Um lugar lotado: meninos, jovens e alguns barbadosE um padre com uma batina correndo.

O lugar era humilde, entretanto era lindoOs meninos se sentiam a vontade, em casaOlhei um por um, estavam todos sorrindo.Senti-me sonhando, parecia-me ter asas.

É lindo ver Dom Bosco no meio da meninadaEle corre, pula, sorri, brinca e ensina a Verdade de Deus.

Page 24: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Ele é um garoto no meio da garotadaEle é um anjo descido dos céus.

Ele não sobrecarregava os meninos com pesados ensinamentosMas não os deixava uma vida relapsa levar.Tinha a palavra para todos os momentosEle queria aos seus pobres filhos santificar.

Não ficava longe dos meninosQueria era com eles ficar.Sabia que no mundo existem rapinosQue poderiam a seus filhos levar.

Pai Presente, Prestativo, AmorosoSabia a todos aconselharNão tratava ninguém em tom jocosoPor isso, com ele, todos queriam confessar.

Era um mendigo de Deus, admirado até pelo Papa,A quem obedecia sem qualquer consternaçãoA quem chamava de “Abbá”A quem amava de coração.

Dom Bosco da meninada, da juventude!Foi o que no oratório pude constatar.Um padre que faz, um padre de atitudeDom Bosco! O nome que pelo vale vai sempre ecoar.

18. A CHAVE PARA A ALMA.

No seu olhar eu vejo o amorNele vejo, também, impressa a dorVejo nele uma grande alegriaE num reflexo vejo grande melancolia.

Ah! Quantas coisas me revelam seu olharEm quantos mares ele me faz navegarBrilhante como a lua em grande noite de luarSimples como as estrelas que se deixam iluminar.

Os olhos são as chaves para a almaEles nos refletem a mais profunda calmaAté mesmo quando lágrimas eles deixam rolarSurpreende-me a doçura do seu olhar!

Quantas vezes me pego a admirar A pureza e simplicidade do seu olharAs vezes me deixo emocionarCom esse seu amor impresso no olhar.

Oh! Que olhar esplendorosoEle penetra o meu íntimo amorosoE depois que me beija, bem gostosoTorna-me muito mais fogoso.

Maravilhosos são esses seus olhos escurosQue revelam um amor, não obscuroRevelam uma santidade, em tempo futuroE ao mesmo tempo uma ardente malícia, sem muros.

O olhar nada deixa esconderAs vezes me mostram o que não quero ver...Mas seu olhar me mostra um lindo florescerE é, justamente isso, o que eu quero e preciso ver.

Seus olhos me deixam seguroSeus olhos me tornam um ser puroSeu olhar me deixa nu, por inteiro,Seu olhar me dá a pureza de um jardineiro.

Os olhos são a chave para a almaEles nos refletem a mais profunda calmaAté mesmo quando lágrimas eles deixam rolarConquista-me a doçura do seu olhar!

19. DE DOM BOSCO À DOM RUA.

Dom Bosco amava seus filhos de todo coraçãoEra, entre seus filhos, um verdadeiro Pai.Dom Bosco não media esforços, ia à exaustãoPor isso o diziam: “Cuidado, um dia a fortaleza cai!”

Dom Bosco pelos jovens se gastouEsse foi o motivo de sua morte!Como manda o evangelho a sua vida não poupou,Mas a encheu de viver! Foi um forte!

Que dia triste para o oratórioQue dia de lágrimas, tristeza e comoção...Estavam todos ali, no cortante velórioDe Dom Bosco, aquele que amavam de coração!

É certo que acreditavam na ressurreição!Mas ali, morto, estava Dom Bosco.Como não chorar quem nos levou pela mão?Por isso lágrimas lhe corriam pelo rosto.

Page 25: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Miguel Rua estava profundamente dolorosoPois se afastará da metade do seu coração.João Cagliero estava muito choroso!Assim se encontraram as colunas das Congregação!

E agora? Como fazer para tocar a obra em frente?Assume o Primeiro Sucessor. (ainda num clima sombrio)É Dom Rua, movido por um amor latentePor isso que “da fonte ele fez um rio”.

Sucessor de Dom Bosco: filho, discípulo e imitador!Eis Miguel Rua: baluarte da nossa Congregação.Trazia os ensinamentos do Pai sempre no coraçãoE trabalhava com um espantoso amor.

Mesmo triste pela morte de seu Pai-Amigo,Levou a frente a nossa Sociedade, obra de Deus!Foi apontando – como Dom Bosco – quais eram os perigos.Ele foi, verdadeiramente, agraciado pelos céus!

Dom Rua aprendeu de Dom Bosco a servir!De fato, fizeram tudo à metade.Os seus exemplos nos impelem a seguirE a levar uma vida de fidelidade.

“Regra Viva” é assim chamadoEsse homem, imponente como o sol.Dos filhos ele é o mais amado:Miguel Rua, coração de girassol.

20. O MESMO CORAÇÃO

Dom Bosco enxergava longe! Tinha uma visão boa...Não era um escapista, era um sonhador!Ele não deixava nunca a graça passar à toa,Mas a possuía com muito ardor.

Num desses seus encontros fascinantesDom Bosco disse na hora da medalha entregar,No meio daquela gritaria alucinante:“Prendila, Michelino, noi due faremo tutto à metà.”

O pequeno Miguel, ainda com dor de solidão,

Pois perdera o pai a pouco tempo.Não entendeu porque aquele padre dividiu a mãoNem porque, por um instante, cessou seu sofrimento.

Miguel Rua, aquele menino frágil.Aquele menino órfão de pai.Tornou-se um padre salesiano hábil,Uma rocha da Congregação, um Pai!

Realmente ele e Dom Bosco tudo dividiram:Mãe, tempo, dúvidas, preocupação...Mas também em muitos momentos sorriram!Os dois tinham o mesmo coração.

Dom Rua depois entendeu o que disse Dom BoscoPercebeu o que era “à metà” e aceitou com resignação!Tornou-se o Primeiro Sucessor do Pai Bosco,E foi aquele que firmou a nossa missão.

21. JOGO MORTAL.

Conhecer demais é ser perigosoÉ ser demônio, é causar nojo.Quem sabe não tem nada de manhosoSaber é atirar, e entrar no jogo.

O que se faz com os sabedores?Isolamo-os do mundo, acorrentados,Presos entre os muros e com muitas dores!Tentamos ao máximo deixá-los assustados.

Quem sabe denuncia, grita, provoca.E nesse mundo isso é muito perigoso,Pois saímos de nosso local, nossa ocaPara entramos nesse jogo escabroso.

Por que queremos saber? Para que o saber?Para que se perturbar? Por que perturbar?Dizem: “Sábio, não faça um tiro eu lhe dar.Pare de pensar, pare! Vá beber!”

Saber hoje em dia a ninguém ajuda.Só nos prepara uma cova, catacumba.Eis o slogan dos que armam a catapulta:“Pare de saber, mente absurda,Antes que desça a sepultura!”

Page 26: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

22. CIÚME!?

Sabe o que doe, meu amor?Não é sua risada, quando eu choroNão é ser desprezo, quando eu imploroMas, é ver ele, os lábios nos seus por.

Sei que o meu ciúme disfarço bemDo meu amor, como sempre, nunca falei.Mas quantas noites em claro te esperei.E você não veio! A culpa é de quem?

A culpa é desse coração leviano,Que não olha por quem vai se apaixonar.A culpa é também desse olharQue deixa o pobre coração palpitando.

O problema é: nós dois somos culpadosTemos corações e olhamos!Pode até ser que, juntos, erramosMas quem vai dizer que estamos errados?

O erro é tentar esconder o aparente.É deixar que a alma suma.É fazer com que a máquina da vida durmaO erro é deixar o outro demente.

Sabe o que machuca, amor?Não é a desculpa inventada para não me verNão é o fato de não me querer,Mas andar abraçada com ele, só para aumentar minha dor.

E o pior é que não quero não te quererDesejo-te, como Zeus a Hera.Você, nesse quadro é a Bela, eu a Fera,Mas mesmo assim eu quero te ter.

Vejo-me de novo imerso nessa loucura.Devaneios tolos, não os leve em conta...Ou os leve! Mas vê se não aprontaJá sabe que, esse louco, só bebe amargura.

23. SONETO DO FIM

Às vezes no peito bate uma dor, uma solidãoAcompanhada de uma nostalgia loucaSinto minha voz silenciosa, roucaE sinto despido o meu pobre coração.

Explicar essa dor? Impossível para mimSó tenho suposição, bem abstrataSeu nome: Saudade! Uma ingrataQue aos poucos me mata e me leva ao fim.

Como ter um sentimento que não consigo explicar!!!Meu Deus, quando vou ter no racional, na razãoA explicação dessa praga que me faz sofrer?

Meu Pai, como fazer? Não quero mais chorar.Saudade... quero parar de viver essa ilusão...Já sei sua resposta: só quando eu morrer!

24. DOCE VENENO.

Não sei de onde ela vem! É estranho isso dizer.Não sei se sou feliz! Nem sei o que é felicidade!!!Não sei se chega ligeiro, ou se só com a idadeNão sei senti-la, muito menos o que fazer.

Felicidade! Tantos, desesperadamente, a buscam!Não consigo entender, alguém me explique por favor!Por acaso ela é responsável por acabar com a dor?Porque tantos, loucamente, a procuram?

Parece ser uma espada de dois gumesNão sei com certeza, não sei o que experimenteiEla parece uma droga, faz logo viciar.

Felicidade é mais querida que os dois grandes lumesDo seu doce e ambíguo veneno eu já proveiPor isso eu corro, ela quer me matar.

25. DESEJO REGADO A VINHO

Depois de uns copos de vinho, tudo fica melhorAbraços, sorrisos e um beijo bem gostoso.É assim que eu me sinto: um ser garbosoQue se afunda! Vai de mal a pior.

Desejo-te, meu maior desejo!Quero ter você lambuzada de tesão,Perversa, já dominou meu coraçãoInfelizmente por você peguei apego.

Eu sei que a culpa é do vinho, você vai dizer.

Page 27: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Mas mesmo sem vinho, eu só sei te querer,Você é para mim mais que um amor.

Eu te amo! Perceba sua desgraçada...Você é meu amor! Minha amada!Você é mais que um símbolo de poder!

26. DEUS

Não sou nada diante da sua grandezaSou seu servo, Você é o Rei.Você é o Amor, a minha vida lhe deiPorque não olhou para a minha baixeza.

Meu Deus, Meu Tudo, sem você nada souMeu Rei, Minha Fortaleza, habite meu coração.Meu Pai, sempre segura minha mãoMinha Luz, sempre, sempre me iluminou.

Você é Meu Deus, eu sou um adorador.Você é meu Sol, eu sou ser reflexoVocê é meu Tudo, em você espero.

Você, papai, deixa a todos, com seu amor, perplexo.Por isso a sua bondade eu a veneroCom ela você alivia minha dor.

27. COLÓQUIO.

“Deus, chegou a grande época,Época de muita festa.Um menino nos foi dadoÉ Ele, Jesus, O Abençoado.

Época esta dos presentesPra mãe, vó e todos os parentes.Uns pedem paz, amor, pedem a chuva que não cai,E eu, Senhor, só te peço um Pai.

Entra ano, cai o inverno, chega o calorE eu aqui sofrendo a mesma dor!A dor de não ter um pai pra me ajudarA dor de não ter um pai pra abraçar.

É por isso que eu não gosto do Natal,Não gosto de festa, ceia e coisa e tal...Gosto mesmo de ficar com minha solidão,Pois ela sim, acalma meu coração.

Deus, tenho medo de não mais acreditarTenho medo do Natal eu duvidar.Deus, eu não peço arroz, feijão, nem sal...Só peço um pai neste Natal.

Tu vês, Deus, quão grande é o meu padecer!Tu não te cansas de me ver sofrer?Será que é preciso eu ficar malPara tu olhar para mim no Natal?

Eu não quero o Natal!Será que ninguém vê que estou?‘Apenas uma pessoa abençoada:Sim, Sou Eu, a Pessoa Santificada!’

Senhor? Tu falaste comigo?Então é verdade tu não me deixas sem abrigo!Então, Deus, acaba com o meu padecerVem, ajuda-me a entender.

‘Filho, não entendo o motivo do teu chorarPor isso, amado, vou logo te falar.É verdade que muitos pedem pela chuva que não caiE você, filhinho, só pede um pai.

Desculpe se sofrer te fizNão foi isso que eu quis.Oh! Dileto, nunca esqueça que eu te amoÉ meu filho e pelo nome eu te chamo.

Sei que teu pai está longe.Sei que sofre sem que ele te sonde.Sei que é ruim o Natal sem seu pai.Sei que sem ele a emoção não sai.

Mas não te preocupes com o teu pai terrenoE sim em se manter sereno.E quando a saudade do pai baterLembre-se que foi pra te consolar que eu precisei nascer.

Não só para te consolar, amado,Mas pra mostrar que todos devem ter cuidadoCom a vida que levam neste mundoQue só levam vocês lá pro fundo...

Filho, sei que o Natal não te traz boas recordaçõesSei que tu te embriagas de emoções.Sei que tão necessário quanto a chuva que caiÉ a presença do teu emprestado pai. ’

Deus, Pai do Povo Libertado,Não entendi a expressão pai emprestado,Por isso pelo que me expliqueQuem sabe isso me edifique.

Page 28: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

‘Calma, meu filho, já vou lhe falar.Vejo que a tua paciência tens que exercitar.Calma... Já vou te falarPorque realmente quero te edificar.

Ele é teu pai emprestadoPois foi eu quem sempre esteve a teu ladoSou Eu, Teu Pai, que em Menino me fiz em Belém,Como a mim não há ninguém.

Agora entende, filho, a expressão que usei?Desculpe se confusão causei.Espero ao menos ter te ajudadoDepois de ter me explicado.

Filho, não chore mais pelo teu pai!Lembre-se: sou o seu verdadeiro Pai.E quero que tu te lembres que o NatalÉ uma data muito crucial!’

Deus, foi bom ter te escutado.Agora estou aliviado, mas envergonhado.E estou sentindo-me muito malPor duvidar do teu Natal.

‘Não, filho, você não duvidouVocê apenas se angustiouE então, querido, você desabafou.E eu percebo que isso te aliviou. ’

Deus, ou melhor, Pai, muito obrigadoPor ter comigo conversado.Desculpe-me por de forma tão dura ter desabafado.Contudo, eu já me sinto perdoado.

Deus, já raiou a noiteE hoje tu tiraste-me do açoite.Paizinho, perdoe-me, mas preciso dormirSenão acordar cedo amanhã não vou conseguir.

‘Vai em paz, meu filho, e durma bem!Não te preocupes com absolutamente ninguém.Que bom ter te aliviado do mal!E agora Eu quero que tenhas um Feliz Natal’.”

28. ESTRELA BRILHANTE.

Poxoréu, terra boa, lugar amadoQue tem muita paz em seu peito encerrado.Terra por Deus abençoadaQue com muitos lugares bonitos foi brindada.

Poxoréu, chão que alegria me trás.Inclusive por seu povo, de sobrenome paz.Terra que por capricho da naturezaTrás em seu seio o Morro da Mesa.

Pena que em Turismo ainda não podemos falarPorque infra-estrutura não temos pra dar.Precisamos de ruas bonitas e hotéis decentesPara abrigar o pessoal que vem ver a gente.

Mas isso em nada sua beleza diminui, terra boa,Basta olhar e ver o Balneário Lagoa,Lugar bonito e aconcheganteQue agora também é um grande restaurante.

Terra boa e com muita vidaQue por garimpeiro foi erguida.Considerada a Capital do Diamante!É assim, essa Estrela Brilhante!

Poxoréu, palavra doce aos meus ouvidos.Terra que abriga todos os seus filhos.Lugar de beleza natural.“Rio de águas escuras”: um Lugar Especial!

29. SÓ POSSO ESCREVER.

Caminhei pela bela orla do marNão sabia aonde ia, só queria caminhar!Estava descalço, com os chinelos na mãoEstava desnudo e ferido no coração.

Sempre desejei ser poeta, ser fingidor.Porque os poetas conseguem camuflar sua dor.São amantes fervorosos, amam a “Sophia”E também não se prendem em situação tardia.

Moram na montanha, perto do céu.Vivem tranquilamente, vivem sem véu.São felizes: não reclamam da vida dura!Eles passam, sempre, por qualquer noite escura.

Tem como luz o deslumbrante luar;Como refúgio a orla do mar;Como remédio o sonhar;Tem como alimento o poetizar.

Page 29: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

São seres iluminados, enviados por Deus!Alguns cantam as proezas de Zeus.Alguns se apaixonam perdidamenteMas todo poeta leva a vida sinceramente.

Nossa! Até esqueci-me da minha ferida!Lembrei-me que não se pode viver sem vida...Então resolvi tão somente escrever:É isso o que ainda me faz a vida viver!”

30. LOUCURA.

Estava sentado à beira da praia.Olhando o mar, entrando no céu.Pensei nos peixes e aonde a vida espraiaDesejei que do meu rosto caísse o véu.

Divagações à parte, voltei a realidadeComecei a pensar na minha vida passada.Tentei olhá-la com mais acuidade.Meu Deus! Como ela estava travada!

Nem eu consigo isso explicar!Não sabia que a rua dobrava;Nem que a vida viria a acabarMuito menos que o coração chorava.

Não percebia que o cérebro paravaNem que os nervos descansavamNão vi que o olhar secavaNem senti que os instintos gritavam.

Como vivi até esse momento?Não vivi, caminhei vazio.Agora entendo o tamanho tormentoQue me tomou no agosto sombrio.

É fácil nascer! É fácil existir! É fácil estar!É difícil viver! É difícil assumir! É difícil notar!Encarar a vida com seriedade é fácil demais!Difícil é ser sério com a seriedade (incapaz).

Precisamos viver para ser,Precisamos ser para amar,Precisamos amar para ter,Precisamos ter para dar.

Estava sentado à beira da idaOlhando a mim, entrando em meu coração.Pensei na morte e como estava minha vida.Desejei loucamente ter uma faca na mão.

31. O QUE É O AMOR?

O amor não avisa, vem e acontece.Às vezes em nosso peito adormece.Mas repentinamente há uma grande explosãoE ele se acende como um grande vulcão.

O mais nobre sentimento que temSomente ele modifica o coração de alguémO amor nos deixa com o coração abertoPorque vem dos braços do Pai Fraterno.

Divino e mundano do mesmo tantoTalvez seja isso que nos causa o encanto.Sem interesse, daí a sua divindade,Dado aos prazeres, daí a sua humanidade.

Deus com alegria o amor criouE em cada homem o colocouO homem é que a regras contrariouE esqueceu-se desse dom que o Pai o enviou.

Sofrer muito ele nos fazMas em compensação nos traz a paz.Não podemos nos esquecer do amor,Pois é através dele que vem o bom humor.

Não consegui explicar o amorEle é mesmo inexplicável, Senhor,Quem a resposta tiver, responda, por favor,Responda-me: O que é o Amor?

32. PARA O CORAÇÃO.

A vida é feita de momentos!Essa foi a minha conclusão!Alguns fazem bem ao coraçãoOutros só nos causam tormentos.

Tantas dores eu carregava caladoNunca quis sobre elas falarPerdas, mortes, solidão, ausênciasTudo isso me fazia chorar.

Um choro que era doídoChegava a rasgar a minh’almaQue arrancava a minha calmaQue me deixava todo roído.

Certo que era pelas tantas perdasQue na jovem vida eu acumulavaMas só isso não faz chorar uma vidaQue de tantos modos eu remendava.

Page 30: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Dizem alguns que são as mortesQue de tantas formas me abateram...De fato, elas causam baitas cortesMas não se sofre só pelos que morreram.

Então eram as ausênciasQue eu disfarçava muito bem.Será que isso realmente me abateu?É... várias vezes pensei: Hoje vem!...

Não existe vivente que não sofraE eu não quero à essa regra escapar!Toda a alma conhece a masmorraE todo ser um dia vai chorar.

Também existem remédiosQue acalmam um ser nesse estadoO uso de muito amorQue é melhor do que número no extrato.

Mas o que me mata é a falta de um paiComo dói não poder ter para abraçar...Essa dor eu disfarço com um “aí”Porque a ninguém quero incomodar.

Motivos para sorrir eu tenhoNão quero ser pessimistaTenho amigos, família e amor...Preciso ser mais detalhista!

Quantos pensamentos pipocam na cabeçaTodos tem cheiro de lembrança.Minha alma agora bocejaE a saudade vem com toda pujança.

Sei que não sou a pessoa melhor do mundoNa verdade, me acho um trasteNem por vermes mereço ser amadoDeveria era pedir que me esmague.

Porém nessa noite senti DeusDe uma forma bem curiosaEle não veio com os anjos seusMas numa face muito formosa.

Face marcada pelo sofrimentoNa verdade, por muitos traumasEla viu partir sua mãeNaquele dia viu o poder das armas.

E encontrou-se com outra vidaDa mesma forma marcadaPorém a dor que lhe doíaEra um irmão que o abandonara.

Vidas cruzadas são vidas trocadasE isso não é nada ruim!

É melhor do que poesias faladasE é melhor que seja assim!

Nenhuma dor tem muito sentidoComo esse texto que acabo de escreverPode ser que os outros não tenham isso vividoMas meu coração precisava isso ler!

33. PAIS MEUS.

Caminhavam pelo parque bem felizAndava muito risonhoNão era nem um pouco tristonhoEscapei disso tudo por um triz.

Mamãe e Papai comigo estavamCaminhávamos sempre juntosEles nunca me abandonavamE nem ficavam mudos.

Eu amo os meus paisEles são um presente de amorEles me livrais dos “ais”E me libertam da dor.

34. A MENINA E A BICICLETA

Cabelos encaracolados e pretinhosSoltos ao vento, que era forteSó não mais que o corteQue feriu seus pequenos dedinhos.

A danada vinha a toda na bicicletaQue não sabia como frearPobrezinha! Não era uma atleta,Por isso se pôs a muito gritar.

Alguém, então, quis salvá-laDaquela sina triste livrá-laPulou na frente da rápida magrelaQue jogou os dois no chão feito geléia.

A menina levantou-se chorosaO seu “herói” ainda rolava no chãoNos seus olhos a vi lacrimosaMas, pelo susto, aprendera a grande lição.(Andar de bicicleta).

35. PRIMEIRO AMOR.

Ela chegou. Eu comecei a tremerNão era de frio, era de bem querer.Minha mão suava sem pararE minha língua nem conseguia falar.

Quando ela na escola entrava

Page 31: Minha Casa · Web viewNa sabedoria e grandeza mil vezes repetidas Na graça de filho duplamente reconhecível E passe por esta vida augusto, altaneiro e com vigor Para ser símbolo

Eu, sem perceber, até babavaMas ela nem me dava um olharPor isso, eu quase morria de chorar.

Estudávamos na mesma sala de aulaO nome dela era PaulaEra bonita como uma florEla foi o meu primeiro amor.

36. SOU

Sou um lixo humanoA personificação dos pecadosA encarnação do diaboUm verme...

Sou a pior das criaturasSou o que não deveria serSou indigno.Minha carne jogue-a aos vermes.

Pobres vermes...Serão obrigados a comer esse lixoSerão obrigados a comer esse podrePobres vermes!

Sou um lixo!Sou um verme!Sou indigno!Sou humano!

37. À EXEMPLO DE JESUS.

Gente boa como ela nunca vi,Esse tipo de pessoa é difícil existir.Não a comparo com ninguém.Igual a ela não encontrei outro alguém.

Felicidade foi somente o que me trouxeRi muito com essa pessoa doceAnjo cativante é o que ela éNão encontrei pessoa tão boaCapaz de muita alegria passarIgualmente a Jesus, ela tudo dáSó vive para os seusComo criança esquece os problemas seusAssim faz esse anjo que Deus me deu.

Nada te perturbe, querido anjo!Arribe a cabeça, pois te protegem os arcanjosSem demora te digo logoComo és bela, assim como a auroraIgual a ela, a Deus tu adoras.Mesmo na dificuldade eu sei que tu podesEstar alegre e sem nenhum “bode”Não te esqueças que te amo muitoTe amar, é o que tem de mais profundoOuvi a voz de Deus e terás o mundo.

Papai do céu foi bondosoEm me dar você em agostoRia mesmo nas dificuldadesEsqueci! Isso tu sempre fazesImploro a Deus com alegriaRogo para que a felicidade acompanhe teus diasAmada, lembre-se que Deus sempre te vigia.