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WWW.FACEBOOK.COM/IBRAM-INSTITUTO-BRASILEIRO-DE-MINERAçãO WWW.TWITTER.COM/IBRAM_MINERACAO IBRAM NAS REDES SOCIAIS: WWW.IBRAM.ORG.BR EXPOSIBRAM Amazônia 2014 supera expectativas Confira cobertura completa! Seminário discute Gestão da Segurança de Barragens de Mineração Foto: Led Produções Nov./Dez. de 2014 Ano IX – nº 68 Mineração indústria da

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EXPOSIBRAM Amazônia 2014 supera expectativas

Confira cobertura completa!

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Anúncio EXPOSIBRAM 2015 – já está pronto

EXPOSIBRAM desembarca em 2015em Belo Horizonte (MG).

O sucesso da edição da Amazônia da

a VENDa DOS ESTaNDES JÁ

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EDITORIAL

EXPEDIENTE | Indústria da Mineração – Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Diretor-Presidente: José Fernando Coura | Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes | Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin | Diretor de Relações Institucionais: Walter B. Alvarenga | Diretor Financeiro e Administrativo: Ary Pedreira • CONSELHO DIRETOR – Presidente: Ricardo Vescovi de Aragão | Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br | Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MtB - 3978) | Textos: Luisa Amorim, Raquel Cotta, Luiz Fernandes, Iaci Gomes, Thamires Figueiredo, Elianna Homobono e Fabiana Gomes • Sede: SHIS QL 12 – Conjunto 0 (zero) – Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 – Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – portal: www.ibram.org.br • IBRAM Amazônia: Travessa Rui Barbosa, 1536 – B. Nazaré – CEP: 66035-220 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – Fax: (91) 3349-4106 – E-mail: [email protected] • IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223-6751 – E-mail: [email protected] • Envie suas sugestões de matérias para o e-mail: [email protected]. Siga nas redes sociais – twitter:@ibram_mineracao • Facebook: www.facebook.com/IBRAM-Instituto-Brasileiro-de-Mineração.

José Fernando Coura

Diretor-Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração

IBRAM completa 38 anos e renova compromisso com o setor mineral brasileiro

Chegamos ao fim de mais um ano de traba-lho com a sensação de dever cumprido. Como Diretor-Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM (www.ibram.org.br), te-nho orgulho de trabalhar pela consolidação da imagem da Indústria Mineral moderna e sus-tentável em todo o País, especialmente, por-que sabemos que o futuro do Brasil está muito ligado ao futuro dessa atividade.

No entanto, estamos vivendo um momen-to difícil em que os preços das commodities estão em queda internacionalmente, o que independe de políticas locais. Temos perce-bido a redução do valor do minério de ferro, do ouro, do alumínio, do zinco, do cobre, do petróleo, da soja, etc. Isso é decorrente de uma crise internacional que afeta a rentabili-dade e os projetos das empresas.

Em um primeiro momento, sofrem as pequenas e médias empresas e, em seguida, são afetadas as grandes também. O minera-dor precisa ter a consciência que sobrevive-rão apenas aquelas que tiverem tecnologia, sustentabilidade ambiental e função social. Exatamente por isso é fundamental que cada empresa revise seus processos. É importante focar em menor consumo de energia elétrica

por quilo de bem mineral produzido, maior recuperação no processo, maior reutilização da água, maior investimento em tecnologia de equipamentos, etc.

O momento também é de otimismo, já que as transformações provocadas pela crise vão nos levar, entre outras coisas, à otimi-zação de processos para redução de custos, além de estimular o investimento em equi-pamentos e tecnologias. Muitas mineradoras têm adotado práticas de formação de mão de obra local e também de fornecedores locais. É assim que a mineração ativa o de-senvolvimento, mobilizando outras cadeias produtivas relacionadas ao setor.

Em meio à crise internacional que se abate sobre a mineração no mundo, cons-tatamos que alguns países mostram sinais de recuperação econômica. Acreditamos, que o Brasil tem uma oportunidade fan-tástica para o Setor Mineral, comprovada pelo potencial do País de investir em in-fraestrutura. O Brasil ainda tem necessita de portos, ferrovias, rodovias, saneamento, habitação, entre outros – todas atividades demandantes de bens minerais como brita, areia, ferro, cimento e alumínio.

Sem dúvida a moderna mineração em-presarial praticada no Brasil, comprometi-da com a sustentabilidade e conduzida por empresas de alto desempenho, muitas delas com ações comercializadas nas principais bolsas de valores do mundo, vai conseguir superar esse momento difícil e seguir seu caminho ainda mais competitiva.

Ao falar na busca por uma indústria da mineração forte e competitiva, não pode-mos deixar de lembrar os 38 anos de atua-ção do IBRAM. Empenhado em cooperar para a superação de gargalos históricos na infraestrutura e logística brasileiras, ao com-pletar mais um ano de atuação, o Instituto renova o compromisso de se manter cada vez mais participativo, fomentando os mais diversos temas de discussão envolvendo go-vernos, mineradoras, a Academia e a socie-dade em geral. Neste sentido, há muito a tri-lhar, novos desafios a superar, mas é inegável que a representatividade conquistada e os novos espaços que o IBRAM vem ocupando são fundamentais nesta jornada.

No mês de novembro, o IBRAM demons-trou com mais uma edição da EXPOSIBRAM Amazônia 2014 o seu comprometimento com o Setor Mineral. Preparamos uma edição especial do jornal do IBRAM para mostrar ao nosso leitor um panorama da EXPOSIBRAM Amazônia, um evento de referência, não apenas para o Pará e o Brasil, mas para toda a América Latina. Foram quatro dias voltados para a sociedade conhecer a mineração no dia a dia. Não apenas o público em geral, mas as empresas que prestam serviços e que têm interesse em firmar negócios com a indústria mineral também puderam participar da maior Feira de Mineração da Região Norte.

Aproveito a oportunidade para desejar a todos um Feliz Natal e um 2015 repleto de realizações!

Boa leitura!

Indústria da Mineração Ano IX – nº 68, Novembro/Dezembro de 2014 3

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“Entre os dias 17 e 20 de novembro, Belém se transformou na capital brasileira e latino- americana da mineração”. A afirma-ção é de José Fernando Coura, Diretor-Pre-sidente do Instituto Brasileiro de Minera-ção - IBRAM (www.ibram.org.br) durante a solenidade de abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2014, maior Feira de Negócios da Região Norte, 100% direcionada à ca-deia produtiva da mineração. Realizado pelo IBRAM, o evento, que reúne a Exposição Internacional de Mineração da Amazônia e o 4º Congresso de Mineração da Amazô-nia, recebeu um público de mais de dez mil pessoas, no Hangar Centro de Convenções & Feiras da Amazônia, em Belém (PA).

Durante quatro dias o público pode co-nhecer, por meio de palestras, painéis, wor-kshops, minicursos e talkshows, a evolução tecnológica da Indústria de Mineração; dis-cutir a produção de riquezas aliada ao uso racional dos recursos naturais; a melhoria da

saúde e da segurança dos trabalhadores e as necessidades de adaptações do Setor Mine-ral às mudanças climáticas. A EXPOSIBRAM Amazônia 2014 também contribui para aproximar as companhias de mineração – inclusive aquelas com atuação internacional – dos fornecedores de equipamentos e ser-viços da Amazônia, para fomentar negócios a curto, médio e longo prazos.

Na solenidade de abertura do 4º Congres-so de Mineração da Amazônia, que recebeu mais de 600 participantes, José Fernando Coura ressaltou que o setor atravessa um pe-ríodo delicado. “Esse evento é um momento de festa e também de trabalho. Não pode-mos esquecer a situação atual da mineração. Estamos em um período de grave queda de preços internacionais que, em um primeiro momento afeta principalmente as pequenas e médias empresas. Precisamos ter consciên-cia dessa realidade para não aumentarmos os custos da mineração, fundamental para a interiorização do desenvolvimento e para a geração de emprego e renda”, afirmou.

O Vice-Governador do Pará, Helenilson Pontes (PSD/PA), aproveitou a oportunidade para destacar a importância do Pará no ce-nário da mineração e elogiou a iniciativa do IBRAM de promover a EXPOSIBRAM no es-tado. “Acreditem no Pará, pois nós acredita-mos na mineração. Temos que agradecer ao IBRAM por colocar o nosso estado no mapa da mineração”, afirmou.

Na oportunidade, o Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin, des-

tacou a “fabulosa potencialidade” mineral do Pará. Segundo ele, a mineração é muito tradicional na Região Sudeste, mas o desti-no prioritário dos investimentos do setor tem sido a Região Norte. “E quando se fala em potencial mineral nessa região, o Pará sai à frente”, diz Mancin.

O Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Carlos Nogueira da Costa Junior, reforçou em seu discurso a im-portância do diálogo entre iniciativa privada, sociedade e Governo para o crescimento da Indústria Mineral brasileira. “Estamos aten-tos para identificar e discutir as demandas sobre as quais os Governos Federal, Estadual e Municipal devem se debruçar para desen-volver políticas públicas. Estamos abertos ao diálogo”, pontuou.

EXPOSIBRAM Amazônia

debate futuro da mineração

na Região Norte

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Mais de 600 pessoas prestigiaram a cerimônia de abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2014

Cerimônia de abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2014

Ano IX – nº 68, Novembro/Dezembro de 2014Indústria da Mineração 4

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A solenidade de abertura também contou com a presença do Presidente do Conselho Diretor do IBRAM e Presidente da Samarco Mineração S.A., Ricardo Vescovi de Aragão; dos Conselheiros Alberto Fabrini (Hydro) e Silvano de Souza Andrade (MRN); do Embai-xador da Coreia, Bom-Woo KOO; do Pre-sidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), Deputado Estadual Márcio Miranda (DEM/PA); da Desembargadora do Tribunal de Justiça do Pará, Odete da Silva Carvalho; do Relator do Projeto do Marco Regulatório da Mineração e Deputado Fede-ral, Leonardo Quintão (PMDB/MG); do Re-presentante da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados e Senador eleito pelo Amapá, Davi Alcolumbre (DEM/AP); do Representante da Comissão do Trabalho da Câmara Federal, Deputado Márcio Junqueira (PROS/RR); do Secretário de Incentivo à Pro-dução do Pará, David Leal; do Presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), José Conrado Santos; e do Presidente do Sindica-to das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), José Fernando Gomes.

Após a abertura solene, a comitiva do IBRAM inaugurou oficialmente a EXPOSI-BRAM Amazônia 2014 em visita aos estandes.

Evento prestigiado

A solenidade de abertura da EXPOSI-BRAM contou a presença de diversas autori-dades. Entre os presentes estavam o Deputado Estadual Junior Ferrari (PSD/PA); o Prefeito de Parauapebas, Valmir Mariano (PSD/PA); o Prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro (PSDB/PA); o Presidente da Seccional do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PA), Jarbas Vasconcelos; o Senador eleito pelo Pará Paulo Rocha (PT/PA); o Defensor Geral do Es-tado do Pará, Carlos Portela; o Presidente do Inmetro Pará, Fabrizio Guaglianone; o Diretor-Presidente do Diário do Pará, Jader Barbelho Filho; os Diretores do Grupo ORN, Guarani Junior e João Pojucan; o Presidente eleito do Tribunal de Contas do Estado do Pará, Luis Cunha; o Presidente em exercício da Federa-ção das Associações Comerciais do Estado do Pará, Sérgio Bittar; o Presidente do Conselho dos Jovens Empresários do Pará, Fernando Se-verino; o Diretor Regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Gerson dos Santos Peres; o Presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Bra-sil (ADVB) Pará, Rubens Magno Junior e o Pre-sidente do Centro das Indústrias do Estado do Pará, José Maria Mendonça.

Da esquerda para a direita, Bom-Woo KOO, Embaixador da Coreia, discursa na solenidade de abertura; Carlos Nogueira da Costa Junior, Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas

e Energia (MME); e José Fernando Coura, Diretor-Presidente do IBRAM.

Também prestigiaram o evento a De-putada Estadual Nilma Lima (PMDB/PA); o Deputado Estadual eleito Iran Lima (PMDB/PA); o Deputado Federal Beto Faro (PT/PA); o Deputado Federal Nilson Pinto (PSDB/PA); a Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Pará, Roberta Vilanova; o Presidente da Fe-deração do Comércio do Estado do Pará, Se-bastião Campos; o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, Carlos Xa-vier; o Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Wilson Schuber; o Deputado Fe-deral eleito Joaquim Passarinho (PSD/PA) e o Presidente da Frente Parlamentar de Mine-ração e Sustentabilidade do Pará, Deputado Raimundo Santos (PEN/PA).

Patrocinadores e apoiadores

Importantes empresas e entidades patroci-naram e apoiaram o evento. Entre elas estão: Vale S.A., AngloAmerican, Hydro, Mineração Rio do Norte, John Deere, Imerys, Votorantim Metais e Sindicato Nacional da Indústria da Ex-tração do Ferro e Metais Básicos (Sinferbase). A EXPOSIBRAM Amazônia contou também com os seguintes apoios institucionais: Governo do Pará, Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), Associação Bra-sileira do Alumínio (ABAL), Associação Nacio-nal das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (Anepac) e Instituto Aço Brasil. A EXPOSIBRAM recebeu ainda apoio editorial das revistas Brasil Mineral, Minérios & Minerales, Mineração & Sustentabilidade, Eae Máquinas, In The Mine, M&T, Tracbel, Ama-zônia e Areia & Brita e dos portais Notícias de Mineração Brasil e InfoMine.

Crianças de Paragominas encantam o público

A emoção tomou conta do público na abertura da Exposi-ção Internacional de Mineração da Amazônia, quando o palco foi ocupado por 20 crianças e adolescentes do projeto “iPad Caseca”, da mineradora Hydro. Utilizando tablets, meninos e meninas tocaram canções consagradas como “Eu sei que vou te amar”, de Tom Jobim; “Anunciação”, de Alceu Valença e “Love me tender”, de Elvis Presley.

Iniciativa do sindicato de trabalhadores da mineradora Norsk Hydro, na Noruega, em parceria com a Hydro, braço da empresa no Brasil, responsável pela extração de bauxita no município pa-

Crianças e jovens do projeto iPad Caseca, da Hydro, encantam o público

raense, e a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Parago-minas, o projeto de inclusão digital atende mil crianças e jovens do município da Região Nordeste do Pará, distante 306 km de Belém.

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2º Workshop de Bauxita & Alumina discute políticas públicas que devem ser implantadas no setor

Nos últimos anos, o consumo de alumí-nio vem crescendo e a produção do metal caindo. Em 2014, pela primeira vez na his-tória da Indústria Mineral, o Brasil importou mais do que exportou. O aumento da entra-da de produtos de alumínio vindos do exte-rior, especialmente da China, foi de 41,6%.

O panorama mundial da indústria do alu-mínio foi apresentado pelo Presidente Exe-cutivo da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), Milton Rego, durante o “2º Workshop de Bauxita & Alumina da Amazônia”, na EX-POSIBRAM Amazônia, que contou com a par-ticipação de representantes da Alcoa, Hydro e Votorantim Metais. “Para se ter uma ideia dos prejuízos, cada R$ 1 milhão gasto na impor-tação de produtos de alumínio pode levar à redução de 7,6 postos de trabalho no Brasil e perda de R$ 724 mil de receita. Em 2013, a importação do metal causou o fechamento de 5.500 postos de trabalho, com perda de R$ 663 milhões de receita”, revelou Milton.

Milton Rego ressaltou que é importan-te que o Pará tome a frente da discussão sobre essa política, pois é um dos estados mais importantes para a indústria do alu-mínio, respondendo por 87% da extração nacional de bauxita, com reservas superio-res as da China; 54% da produção de alu-mina e 35% do alumínio. “O engajamento do estado é fundamental na recuperação da competitividade da indústria do alumínio e geração de empregos. Isso será importante para tornar a cadeia do alumínio mais forte, incorporando inclusive a transformação do metal e assim estimular o desenvolvimento do estado”, pontuou.

Durante o Workshop, a Associação lan-çou, oficialmente, uma proposta de política industrial para o setor de alumínio. O docu-mento detalha o atual cenário da indústria do alumínio e sugere medidas para reverter o quadro de perda de competitividade e de-sindustrialização do setor.

Entre as soluções apontadas estão a imple-mentação de política comercial mais agressi-va; de política energética voltada ao desen-volvimento industrial; de política de apoio à reciclagem; de medidas para redução dos custos de futuros investimentos; incentivo ao desenvolvimento tecnológico; formação de capital humano e redução de custos traba-lhistas; política mineral; política de compras do Estado; além de questões estruturais e re-gulatórias que afetam toda a indústria.

Se todas as medidas forem implementa-das, a cadeira produtiva do alumínio poderá receber investimentos adicionais de R$ 21 bi-lhões até 2025, com arrecadação de R$ 830 milhões por ano e consequente criação de 90 mil novos postos de trabalho. Também partici-param das discussões das propostas da ABAL o Presidente Executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Con-sumidores Livres (ABRACE), Paulo Pedrosa; o Vice-Presidente da Federação das Indústrias

2º workshop de Bauxita & Alumina debate a crise na indústria do alumínio

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do Estado do Pará (Fiepa), José Maria Men-donça; e o Diretor de Assuntos Ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM (www.ibram.org.br), Rinaldo Mancin.

Para o Presidente Executivo da ABRACE, é fundamental levar a discussão da política industrial ao Governo Federal, em especial, as questões relativas ao incentivo energé-tico. “O nosso grande desafio é fazer com que se entenda que baratear a energia para a produção traz melhorias para a sociedade como um todo. A energia barata traz 16 ve-zes maior impacto sobre o Produto Interno Bruto. Cada real a menos gasto em energia, significa R$ 8,50 a mais no PIB”, afirmou.

Novos investimentos

“Alumina Rondon: valor que vem do nos-so lugar” foi outro tema da programação do “2º Workshop de Bauxita & Alumina da Ama-zônia”, apresentado pelo Gerente-Geral de Projetos da Votorantim Metais, Amaury Leo-ne Negrão, e pelo Coordenador de Sustenta-bilidade do projeto Alumina Rondon, Sérgio Oliveira. Eles destacaram o novo investimento da Votorantim no Brasil, que será realizado no município de Rondon, no Pará. O projeto Alumina Rondon integrará mina de bauxita e refinaria de alumina e tem início de operação previsto para 2019 e capacidade de produzir oito milhões de toneladas/ano de bauxita la-vada e três milhões de toneladas/ano de alu-mina. O empreendimento prevê a geração de dez mil empregos diretos e indiretos na fase da obra e 1.800 postos de trabalho na operação.

Outra palestra dentro do Workshop foi apresentada pelo Gerente Geral de Co-municação e Responsabilidade Social da Hydro, José Haroldo Chaves. Com o tema “Para Sempre”, ele enfatizou que a empresa

Palestrantes do 2º Workshop de Bauxita & Alumina

Participantes do 2º Workshop de Bauxita & Alumina

representa a cadeia produtiva completa do alumínio no Pará, com operações de extra-ção de bauxita, em Paragominas, e produ-ção da alumina e alumínio, em Barcarena. Segundo ele, o Pará é o melhor lugar do mundo para se produzir o alumínio devido às condições climáticas e ao potencial mine-rário. “Acreditamos no futuro. O preço do alumínio está dando sinais de melhorias e o produto é cada vez mais indispensável no cotidiano. Acreditamos que todos os fatores integrados, com o valor dos insumos ajusta-dos e modalidades favoráveis, transformarão o Pará no maior produtor mundial”, disse.

Para finalizar as apresentações do “2º Workshop de Bauxita & Alumina da Ama-zônia”, o Diretor de Energia e Relações Go-vernamentais da Alcoa, Dario Albagli, falou sobre as operações da companhia no Pará com o tema “Alcoa cinco anos em Juruti: um novo jeito de operar na Amazônia”. A unidade da Alcoa, localizada no oeste do Estado, foi implantada com base em uma proposta de desenvolvimento local, conhe-cida como Modelo Juruti Sustentável. A operação produz anualmente 4,4 milhões de toneladas de bauxita – a previsão inicial era de 2,6 milhões. A mão de obra paraense ocupa 82% dos 1.561 empregos diretos e indiretos gerados pelo projeto. As mulheres são responsáveis pelo preenchimento de 16% dos postos de trabalho.

Diretor-Presidente do IBRAM chama para discussão

No encerramento do “2º Workshop de Bauxita & Alumina da Amazônia”, o Dire-tor – Presidente do IBRAM, José Fernando Coura, advertiu que a fase é de reflexão e também de ação. “Este ano está sendo mui-to difícil para empresas do setor mineral e como exemplo disso temos a indústria do alumínio, que enfrenta retração nas expor-tações. O momento é grave, com uma cri-se instalada na baixa não só dos preços das commodities minerais como também agríco-las”, informou.

O Diretor-Presidente do IBRAM ressal-tou que o Workshop foi apenas o início de uma discussão que deve prosseguir com o objetivo de refletir sobre que políticas pú-blicas precisam ser implementadas para a retomada da competitividade e crescimento da indústria. “Não é possível conceber que parte da energia que for gerada a partir dos grandes projetos energéticos no País não seja destinada para produção de alumínio, por exemplo. Precisamos que o Governo faça a sua parte. As empresas por outro lado precisam levar essa discussão junto ao poder público. A mensagem que eu trago é de rea-lismo, mas também de otimismo, pois nós queremos ver o engrandecimento da Ama-zônia e do Estado do Pará”, afirmou.

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Dirceu Azevedo, Managing Director, Sustainability Lead for LATAM, da Accenture Strategy e Rinaldo Mancin, Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM

Dirceu Azevedo, Managing Director, Sustainability Lead for LATAM, da Accenture Strategy

Sustentabilidade agrega valor à mineração e metalurgia

O desenvolvimento dos municípios mi-neradores está intrinsecamente ligado à sus-tentabilidade – conceito que passa por mu-dança de valor no cenário da mineração e metalurgia mundial. A responsabilidade so-cioambiental entra na pauta da agenda exe-cutiva de forma quase unânime. Para 97% dos CEO’s de grandes empresas, a susten-tabilidade é importante para os negócios. O tema norteou a apresentação de Dirceu Azevedo, Managing Director, Sustainabili-ty Lead for LATAM, da Accenture Strategy, durante a palestra “Mining and Metals in a Sustainable World”, que ocorreu durante a EXPOSIBRAM Amazônia.

O compromisso com a sustentabilidade transcende à obrigatoriedade estabelecida na legislação e passa a ser visto como pi-lar de relacionamento com as localidades nas quais os grandes projetos estão instala-dos. “Há uma expectativa maior de como compartilhar benefícios, custos e riscos do empreendimento, que acarreta uma redis-cussão de valor e determina o propósito da empresa diante do novo modelo de merca-do”, analisa Azevedo.

De acordo com o Diretor da Accenture Strategy, que realizou pesquisa de percep-ção com mil Executivos de grandes com-panhias, sendo 50 da área mineral, a preo-cupação com a sustentabilidade integra a responsabilidade social corporativa.

Ações neste sentido podem resultar em processos mais eficientes, economia de re-cursos e busca por oportunidades. De acor-do com a pesquisa, 84% dos Executivos acreditam que a sustentabilidade pode gerar vantagem competitiva.

“Há um reconhecimento de que o que está sendo feito ainda não é suficiente, por parte de 41% dos entrevistados. Isso porque o consumo é incompatível com a disponibilidade dos recursos ambientais e minerais. Outros 38% consideram que a economia global está no caminho para atender às demandas do crescimento po-pulacional”, avaliou.

Segundo Azevedo, 80% dos CEO’s que participaram da pesquisa avaliam que a sus-tentabilidade tem relação com o crescimen-

to de receitas. “O aumento de arrecadação em massa, redução de risco, oportunidade de redução de custos e incremento de re-ceitas são quadrantes, de aspectos tangíveis e intangíveis, que devem ser trabalhados como alavanca de crescimento”, afirmou. “A empresa passa a perceber que consegue prover um novo serviço para o mercado e a ter novas receitas”, concluiu.

De acordo com a pesquisa apresentada por Azevedo, 76% dos CEOs de empresas de mineração e metalurgia afirmam que a reputação da marca é uma das principais motivações para investir em ações de sus-tentabilidade. Para finalizar, mais da meta-de dos Executivos – 59% dos entrevistados – avalia que o relacionamento com for-madores de opinião tem alto potencial de impacto nos negócios, especialmente, nos próximos cinco anos.

“Nesse quadro, a sustentabilidade tor-na-se um diferencial competitivo na licença social para operar. Há necessidade de trans-parência: medir, reportar e comunicar são as bases para o diálogo com stakeholders. A previsão é que ocorra um amadurecimento desta competência nas grandes companhias e que o contato com stakeholders faça parte da cultura corporativa, na qual o funcionário irá desempenhar um papel de contato com a comunidade, assim como ocorreu com os temas saúde e segurança”, concluiu.

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Minicurso “Novas dinâmicas do licenciamento ambiental”, na EXPOSIBRAM Amazônia 2014

Nágem Krag, que participou do minicurso juntamente com alguns dos seus alunos de mestrado, é extremamente importante discu-tir o licenciamento ambiental. “Esse minicurso foi fundamental para trocarmos experiências. O evento reuniu gestores Estaduais, Federais e Municipais, Professores e Estudantes”, afir-mou. A Pesquisadora também elogiou a ini-ciativa de realizar a EXPOSIBRAM no Pará, região de muitos empreendimentos minerais.

Há 30 anos, os negócios da mineração no Brasil precisam passar por licenciamento ambiental para iniciarem suas operações, e a cada dia esse processo se torna mais comple-xo. O maior desafio das empresas é conciliar a competividade com a sustentabilidade. Os fundamentos de avaliação dos impactos no licenciamento ambiental foram revistos pelo Chefe do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo da Escola Politécnica da Uni-versidade de São Paulo (USP), Professor Luis Enrique Sánchez, durante o minicurso “Novas dinâmicas do licenciamento ambiental”, reali-zado na EXPOSIBRAM Amazônia 2014.

Segundo ele, discutir o tema licenciamen-to ambiental é fundamental para a Indústria da Mineração, particularmente para os gran-des projetos, porque “a avaliação prévia é uma das chaves do sucesso a longo prazo”.

De acordo com Sánchez, em três déca-das ocorrem diversos avanços nos estudos de impactos ambientais particularmente no setor de mineração. “Antigamente os projetos eram

Professor Luis Enrique Sánchez, Chefe do Departamento de Engenharia de Minas e

Petróleo da Escola Politécnica da USP

Minicurso aborda novas dinâmicas do licenciamento ambiental

avaliados de forma superficial e mais pelo viés técnico. Hoje, entretanto, as análises tendem a ser mais detalhadas e abrangentes. Há preo-cupação em evitar impactos significativos e não apenas mitigá-los ou compensá-los, além da necessidade de estabelecer uma relação o mais cedo possível com as comunidades que habitam os territórios onde novos projetos de mineração serão instalados”, disse.

Durante o minicurso, o Professor tam-bém apresentou perspectivas para o futuro do licenciamento ambiental. “Talvez novos temas sejam agregados à avaliação de im-pactos de empreendimentos. Um deles é a saúde das comunidades, ou seja, como os projetos afetam os serviços públicos disponí-veis na sociedade”, explicou. Para Sánchez, ainda há um desafio de combinar melhor a avaliação dos impactos e os programas ne-cessários para mitigá-los, para que o desen-volvimento regional se materialize.

Para a Pesquisadora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Professora Márcia

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Participantes discutem as relações entre povos indígenas

Estabelecer um relacionamento sustentá-vel entre a Indústria da Mineração e povos indígenas. Este foi o tema discutido durante o painel “O desafio do diálogo entre po-vos indígenas e a mineração: boas práticas apontam o caminho”, realizado durante o 4º Congresso de Mineração da Amazônia, que integra a EXPOSIBRAM Amazônia 2014.

Mediado pela jornalista Cleide Pinheiro, o painel reuniu o Coordenador da Estratégia Indígena da Organização Não Governamen-tal The Nature Conservancy (TNC), Hélcio Souza, e a Gerente Geral de Responsabili-dade Corporativa da Fundação Vale, Liesel Mack Filgueiras.

Mineração e povos indígenas: diálogo é o caminho

“O conflito é inerente ao ser humano. Mas, com lideranças e colaboradores capacita-dos para o diálogo é possível estabelecer uma relação positiva, que busque sempre o aprimoramento”, afirmou.

Os palestrantes concordam que para desempenhar um bom relacionamento é preciso estruturar quatro áreas de desempe-nho: capacidades institucionais, que com-preende a capacitação de pessoal; gestão de impacto, ações práticas para evitar, mitigar e compensar danos; capacidade de fazer acordos, práticas de ações com orientações de aspectos legais e investimento social, que compreende um plano de desenvolvimento com perspectiva cultural.

Filgueiras destacou o fortalecimento da identidade cultural e intercâmbio entre jovens e idosos como exemplos de ações positivas no relacionamento empresas e povos indígenas.

Para Hélcio Souza, a Constituição Federal de 1988 quebrou paradigmas e assegurou o respeito à cultura e reconheceu o direito sobre as terras indígenas. “Até a década de 1960, havia o pensamento de que os po-vos indígenas, caso não fossem cuidados, deixariam de existir. Já na década seguinte, percebeu-se que os povos indígenas não de-sapareceriam, e que iriam fazer parte da so-ciedade”, explicou o Coordenador da ONG.

Em sua fala, Liesel Mack Filgueiras exemplificou a complexidade da discussão e defendeu que o segredo para um relacio-namento sustentável está na qualificação da equipe que vai participar das negociações.

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Lançamento da publicação sobre recursos naturais e o desenvolvimento

Autor promove sessão de autógrafos ao final do painel

Painel debate o papel da mineração para o

desenvolvimento do BrasilAnalisar os indicadores econômicos,

sociais, de ciência e de tecnologia do País e buscar caminhos de cooperação entre os setores público e privado para impulsionar as atividades mineradoras a contribuir de forma efetiva para o crescimento econômico do Brasil, estes foram temas debatidos no painel “Re-cursos naturais e o desenvolvimento: estudos sobre o potencial dinamizador da mineração na economia brasileira”.

As discussões foram baseadas no li-vro de mesmo nome, elaborado pelos professores João Furtado, Economista da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo Urias, Economista da United Nations University – Maastricht Eco-nomic and Social Research Institute on Innovation and Technology, da Holan-da, e lançado pelo Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM.

O debate contou com a presença do professor João Furtado e da Secretá-ria de Estado de Indústria, Comércio e

Mineração do Governo do Pará, Maria Amélia Enriquez, que elogiou a obra e mediou a participação da plateia.

“O livro faz um resgate histórico da economia e mostra como as questões econômicas e as ambientais estão intrin-secamente relacionadas. Recomendo fortemente a leitura. Os nove capítulos podem ser lidos separadamente, sem prejuízos. É uma grande oportunidade dada a dinâmica do mercado e o ciclo mineral”, afirmou a Secretária de Estado.

"até a déCada de 1960, havia o pensamento

de que os povos indígenas, Caso não

Fossem Cuidados, deixariam de existir.

Já na déCada seguinte, perCebeu-se que os povos indígenas

não desapareCeriam, e que iriam Fazer parte

da soCiedade”

HélcIo Souza

Entre os entraves para o diálogo, desta-cam-se as precárias condições de trabalho e falta de pessoal na Fundação Nacional do Índio (Funai), que impossibilitam o atendi-mento das demandas no prazo de 90 dias, e interferem no processo de interlocução.

Para orientar companhias minerado-ras e povos indígenas a estabelecerem um relacionamento sustentável, a partir desse mês estará disponível para consulta pública o guia “Diretrizes brasileiras de boas práti-cas com povos indígenas”, elaborado pelo grupo Diálogo Iniciativa Empresas e Povos Indígenas. Após dois anos de troca de ex-periências entre estes agentes, os autores mapearam as áreas de desempenho e lis-taram recomendações de ações, com bases na Constituição Federal de 1988, na Decla-ração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos dos Povos Indíge-nas e no Estatuto dos Povos Indígenas.

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Especialistas discutem os desafios ao desenvolvimento nos territórios minerais

A contribuição da mineração para o crescimento sustentável das comunidades locais e as dificuldades encontradas norteou o talk-show “Mineração: consolidando o desenvolvimento nos territórios minerais”, realizado na EXPOSIBRAM Amazônia 2014. Mediado pela Jornalista Úrsula Vidal, o deba-te reuniu Cloves Carvalho, Diretor do Institu-to Votorantim; Andreia Rabetim, Gerente de Parcerias da Fundação Vale; Jenny Karlsen, Assessora Estratégica do PNUD/ONU e Ad-nan Demachki, Secretário Especial de Estado de Proteção Social e Desenvolvimento Social do Pará e Ex-Prefeito de Paragominas.

O Secretário de Estado, Adnan Demachki destacou a importância da participação do governo e da sociedade local, desde a sua concepção até a execução dos projetos mi-nerais para que todos tenham consciência dos desafios. “Um bom exemplo foi a relação de parceria construída com a Vale S.A. Antes da empresa iniciar o projeto de bauxita em Paragominas, posteriormente absorvido pela Hydro, conhecemos a realidade de municí-pios mineradores, acompanhamos todas as audiências e participamos, ativamente, de todos os passos do projeto.”, afirmou.

O Ex-Prefeito ressaltou que um dos re-sultados positivos dessa parceria foi a erra-dicação do analfabetismo no município de

Paragominas, que à época tinha 12% da população sem saber ler e escrever. “Com apoio da Vale S.A., que nos deu suporte téc-nico com os professores, conseguimos dar a oportunidade de alfabetização para os adul-tos e assim zerar o analfabetismo”, afirmou.

Sobre a questão da migração, a exemplo de aumento da taxa demográfica no mo-mento de implantação dos projetos, Adnan deu um exemplo de sucesso. Segundo ele, quando foi Gestor de Paragominas, o Mu-nicípio adotou o projeto “Mão Amiga”, que custeava a passagem de retorno das pessoas que chegavam à cidade, caso não conseguis-sem emprego ou estabelecer residência fixa por um período de dois meses.

Já Cloves Carvalho, Diretor do Instituto Votorantim, destacou que o principal agente de desenvolvimento no município é o setor público, mas isso não isenta a responsabili-dade do setor privado de contribuir, princi-palmente, com a qualificação local. “Temos um importante papel que é capacitar os ges-tores públicos e ajudar, de forma direta ou indireta, para atrair investimentos para que a população tenha melhor qualidade de vida. A educação nesse cenário tem um papel transformador. É essencial também trabalhar com planejamento e de forma integrada, tendo metas definidas a médio e longo pra-

Debatedores do talk-show “Mineração: consolidando o desenvolvimento nos territórios minerais”

zo. Nosso anseio é que o impacto econômi-co gerado pelos empreendimentos minerais seja transformado em benefícios sociais para a comunidade”, pontuou.

Em sua participação, Jenny Karlsen, do PNUD/ONU, comentou que o desafio de criar governança e estabelecer diálogo com a comunidade não é apenas da mineração, mas global. “No Brasil, trabalhamos há 40 anos com desenvolvimento local e sustentá-vel e nos últimos dez anos, tendo o olhar mais abrangente junto ao setor privado. Acreditamos que essas discussões de como estabelecer a parceria de todos os atores, poder público, setor privado e comunidade são um grande desafio”, destacou.

Além da relação de parceria, Andreia Rabetim, Gerente de Parcerias Intersetoriais da Fundação Vale, acredita que é preciso identificar as especificidades de cada local para saber as necessidades imediatas da co-munidade. “Não adianta querer, por exem-plo, inaugurar um hospital de alta complexi-dade, se naquela comunidade o problema é a atenção básica. É preciso ter esse olhar diferenciado em cada local, além de gestão social para se trabalhar de forma integrada. Precisamos que todas as questões sejam ex-postas para que possamos gerar proposições integradas”, ressaltou.

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Mostrar a gestão da segurança de barra-gens de rejeitos como estratégica para o cre-cimento do Setor Mineral, associada ao au-mento da competitividade das empresas e a melhoria da imagem positiva da mineração. Esse foi o objetivo do minicurso “Segurança de barragens de rejeitos em mineração”, na EXPOSIBRAM Amazônia 2014.

O evento contou a participação do Enge-nheiro Joaquim Pimenta de Ávila e da Espe-cialista Ambiental do Ministério Público de Minas Gerais, Marta Aparecida M. Sawaya.

De acordo com Joaquim Pimenta, as evoluções recentes no campo regulatório, como a aprovação da Lei nº 12.334/2010, que trata da Política Nacional de Segurança de Barragens, e de outras regulamentações complementares elaboradas pela Agência Nacional de Águas (ANA), pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), apresentam um cenário de novas exigências para as mineradoras e para os múltiplos atores envolvidos no licenciamento desses empreendimentos.

Público atento ao minicurso

Minicurso aborda a segurança das barragens de rejeitos da mineração

“O objetivo deste minicurso é capacitar os participantes, agentes públicos e privados, profissionais da mineração e a sociedade civil em geral, para esta nova realidade no campo da segurança de barragens”, explicou.

Segundo o Engenheiro, a construção de barragens exige muita disciplina e não pode haver economia ou improvisos. “Para uma empresa, a ruptura em uma barragem custa quatro vezes mais que do valor da sua cons-trução. Enquanto isso, uma boa engenharia para construí-la custa apenas cinco por cen-to do valor da obra”, afirmou.

A Especialista Marta Sawaya destacou a importância do investimento em tecno-logia de ponta e na formação e na capa-citação das equipes. “São necessários pro-fissionais especializados para a supervisão de construção e operação das barragens e para estar à frente da gestão da segurança delas”, explicou.

A Advogada mineira Alice Borges elogiou o minicurso. “Eu sempre participo desses debates porque tenho um escritório especia-lizado em direito ambiental, e essas palestras têm interface direta com situações do dia a dia. A segurança de barragens é muito discu-tida atualmente em Minas Gerais. Participar do minicurso e saber o que tem sido feito para a segurança de barragens faz muito sentido para mim como profissional e como moradora de Minas”, explicou. Engenheiro Joaquim Pimenta de Ávila durante apresentação no minicurso

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De que forma um empreendimento mi-neral pode gerar desenvolvimento sustentá-vel nas comunidades em que atua? Como deve ser a interação do poder público, em-presas e sociedade? E que legado ficará para comunidade no final do ciclo? Esses foram alguns questionamentos que instigaram os participantes do minicurso “Diálogos para o desenvolvimento: experiências e modelos para o desenvolvimento de territórios com mineração”, ministrado, durante a EXPOSI-BRAM Amazônia 2014, pelos Diretores da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Agenda Pública, Bruno Go-mes e Sérgio Andrade, e pela Facilitadora e Psicóloga, Ligia Pimenta.

Segundo Bruno Gomes, mais do que fa-lar das contribuições, relatando experiências de sucesso, o minicurso foi formulado para provocar a curiosidade das pessoas e dos atores do Pará que participaram da EXPO-SIBRAM para outros aspectos importantes

Agenda Pública debate desenvolvimento sustentável nos territórios mineradores

e que têm o intuito de fazer da mineração um fator de desenvolvimento sustentável em qualquer território, especificamente no Pará, estado com alto potencial minerador. “O minicurso trouxe alguns conceitos e noções, mas também experiências e novas abordagens de como tratar a mineração e pensar de que forma os empreendimentos minerais podem apoiar e promover o de-senvolvimento territorial nas questões social, econômica, ambiental e na formulação de políticas públicas. Essas quatro dimensões são essenciais”, afirmou.

O Diretor da Agenda Pública ressaltou ainda que apesar da mineração não ser uma atividade sustentável todo o tempo, pelo fato de ter reservas limitadas, ela pode promover sustentabilidade e criar condições para im-plantação de atividades, com crescimento econômico baseado em outras cadeias pro-dutivas, com maior participação da socieda-de civil e com politicas e serviços públicos de

maior qualidade para a população. “A mine-ração pode implantar projetos, mantendo o cuidado sempre de que as ações possam ser apropriadas pelas pessoas que vivem naquele território. Acredito que esse seja o fator de sustentabilidade principal”, avaliou.

Minicurso “ Diálogos para o desenvolvimento: experiências e modelos para o desenvolvimento de territórios com mineração”

Bruno Gomes, Diretor da OSCIP Agenda Pública

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“Hoje, um negócio que prioriza apenas o financeiro e deixa de lado outros interesses é insustentável”, afir-mou a Representante da Gerência Exe-cutiva de Meio Ambiente e Sustenta-bilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Elisa Romano, em sua apresentação no painel “Mineração e Capital Natural: um negócio além de econômico” realizado no 4º Congresso de Mineração da Amazônia, na EXPO-SIBRAM Amazônia 2014.

Para a Coordenadora Técnica do Instituto LIFE, as empresas brasileiras já entenderam a importância de in-cluir serviços de mensuração de im-pactos nos processos de planejamento e investimentos da atividade em re-lação à Biodiversidade e os Serviços Ecossistêmicos (BSE). Entretanto a maior procura ainda é por estratégias de controle de utilização da água e emissão de gases estufa.

“A Certificação LIFE fornecida pelo Instituto é um cálculo do valor estimado

Indústria investe cada dia mais em mensuração de impactos

de impacto à biodiversidade para or-ganizações atentas aos riscos cada vez maiores de desastres ambientais glo-bais, e que visam implementar Planos de Ação”, explicou.

Para a Gerente de Assuntos Am-bientais do IBRAM, Cláudia Salles, o monitoramento de emissões de gases estufa não custa caro para as empresas, mas, necessita de profissionais especia-lizados que trabalhem com previsão. “É fundamental uma equipe definida, específica, que observe os detalhes de emissão, seja qualificada para agir com eficiência e consiga prever possíveis vulnerabilidades”, afirmou.

A mediadora do debate, a Professora da Faculdade de Economia da UFPA, La-rissa Chermont, destacou que para res-gatar o capital natural é importante não considerar apenas o Produto Interno Bruto (PIB) ou apenas o Índice de De-senvolvimento Humano (IDH). “É preci-so qualificar essa análise do modelo de desenvolvimento para a Amazônia”.

Cláudia Salles, Gerente de Assuntos Am-bientais do Instituto Brasileiro de Minera-ção – IBRAM (www.ibram.org.br) acredita que o minicurso na EXPOSIBRAM deu a oportunidade de construir diálogos, colocan-do em uma mesma discussão pessoas que representam o setor da mineração, poder público e sociedade civil para proporcionar a troca de experiências. “A ideia de conseguir construir um canal de comunicação que en-sina a temática de mineração é fundamental para que essa atividade seja um catalisador para o benefício das comunidades. É im-portante entender e construir coletivamente essa possibilidade. Esse é um assunto que o IBRAM vem tratando em diversos seminários e congressos. Também estamos fortalecendo a parceria com a sociedade civil e transmi-tindo a informação para os nossos associados da necessidade de ser transparente e de se construir o diálogo na comunidade em que a atividade mineral está inserida”, destacou.

Já o Engenheiro de Produção Mecânica da Secretaria de Obras de Parauapebas, Eder Rezende, ressaltou que participar do mini-curso e deixou mais claro a importância da parceria entre prefeituras e mineradoras para o desenvolvimento dos territórios. “Foi mui-to bom ter conferido alguns exemplos imple-mentados em cidades mineradoras para en-tender essa nova visão de gestão e de diálogo com a população. Com certeza, ampliou nossa visão e mostrou que o poder público municipal também precisa estar envolvido no processo. Vamos buscar entender como a prefeitura pode atuar de forma institucional e mais eficaz nos programas assistenciais, de saúde e de infraestrutura”, comentou.

Cláudia Salles, Gerente de Assuntos Ambientais do IBRAM

Painel “Mineração e Capital Natural: um negócio além de econômico”

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Adaptação aos impactos das mudanças climáticas e os entraves para o crescimento econômico e sustentável do Setor Mineral foi o tema da Palestra Magna realizada no 4º Congresso de Mineração da Amazônia, na EXPOSIBRAM Amazônia 2014, apre-sentada pelo Doutor em Astrogeologia pela Universidade do Colorado (EUA), Luis Gylvan Meira Filho. Ele reforçou a impor-tância do sequestro de carbono, conceito consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera, visando a diminuição do efeito estufa.

Segundo o Professor, o setor de minera-ção enfrenta uma série de desafios para o desenvolvimento sustentável, incluindo os impactos das mudanças climáticas. “Com as alterações no clima, as empresas terão de enfrentar os riscos, tanto em termos de po-líticas e regulamentações para controlar as emissões de gases de efeito estufa, que po-deriam afetar a competitividade das empre-sas, quanto em termos de impactos físicos das mudanças climáticas”, explicou.

Os desafios da mineração para o desenvolvimento sustentável

Os novos acordos entre China e Estados Unidos para combater a poluição são impor-tantes, segundo Meira Filho, porque esses são os dois maiores emissores de gases na atmosfera. “Esperamos ter, quem sabe, um acordo eficaz até a próxima conferência cli-mática no final de 2015, em Paris”, disse.

Após a palestra foram lançadas duas im-portantes publicações do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM (www.ibram.org.br): o “2º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa na Mineração” e o “Guia do Setor de Mineração para Estratégias Corpo-rativas de Baixo Carbono” (CNI, ICF Inter-national e IBRAM). Segundo a organizadora do estudo, Isaura Frondizi, o Setor Mineral deu mais um passo para conhecer as emis-sões de gases de efeito estufa. Informações fornecidas por empresas associadas ao IBRAM foram fundamentais para a elabora-ção da pesquisa.

Ainda dentro das discussões sobre o de-senvolvimento sustentável da mineração, o 4º Congresso de Mineração da Amazônia,

na EXPOSIBRAM Amazônia 2014, ofere-ceu o painel “O cenário da economia mi-neral: tendências, riscos e oportunidades”. O Geólogo e PHD em Economia Mineral pela Colorado School of Mines, Augusto Mendonça, iniciou o debate detalhando o atual momento de volatilidade de preços, em que as perspectivas de crescimento fu-turo estão associadas à expansão da produ-ção, com foco na eficiência operacional e na otimização de custos. “O setor de mi-neração vive um momento delicado, com a queda do preço das commodities, além das dificuldades peculiares à atividade mi-neral, onde o tempo entre a descoberta de uma mina e sua entrada em produção, por exemplo, é de oito a dez anos”, afirmou.

Segundo o Sênior Executive Manager (EY) Daniel de Araújo Peixoto, atualmente, o setor mineral também é confrontado com o aumento dos desafios na mudança de expec-tativas para a manutenção de licença social para operar em muitos países; a escassez de competências; a execução eficaz de projetos de capital e o atendimento às crescentes ex-pectativas dos governos quanto à ampliação das receitas. “Apesar da crise no setor mine-ral, o Brasil é extremamente competitivo no mercado de ferro. Temos um potencial geo-lógico grande e o País ainda é pouco explo-rado. Ele atrai menos do que 4% dos investi-mentos mundiais em exploração”, concluiu.

Palestra Magna: “Adaptação aos impactos das mudanças climáticas e os desafios para o setor mineral”

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PROGRAMA ESPECIAL DE SEGURANÇA E SAÚDE

OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO

Solenidade de congraçamento, realizada em 9 de dezembro, reuniu

principais mineradoras do País

Representantes das principais mineradoras brasileiras estiveram reunidos no dia 9 de de-zembro, na Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), para um encontro que cele-brou a importância de ações voltadas para a Saúde e Segurança do Trabalho na mineração. A solenidade de entrega do Prêmio Melhores Práticas em Saúde e Segurança do Trabalho, promovido pelo Instituto Brasileiro de Mine-ração – IBRAM (www.ibram.org.br), por meio do Programa Especial de Saúde e Segurança na Mineração - MINERAÇÃO, contou com a presença de aproximadamente 100 pessoas, que tiveram a oportunidade de conhecer, em primeira mão, os projetos vencedores. A ini-ciativa, que tem como objetivo valorizar e es-timular o desenvolvimento de programas que garantam a integridade dos trabalhadores do segmento, teve o patrocínio do SESI/CNI.

A abertura oficial do evento foi feita pelo Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin, que representava no ato o Diretor-Presidente do IBRAM, José Fernando Coura. “A saúde e a segurança são, hoje, um dos maiores desafios do nosso setor, principal-mente entre as empresas de pequeno e médio porte, pois o maior ativo da nossa atividade não é o minério e, sim, o homem”, afirmou.

Prêmio consolida as melhores práticas brasileiras em SST

A Coordenadora do MINERAÇÃO, Cláudia Pellegrinelli, foi responsável pela apresenta-ção das principais ações do programa, além de números e perspectivas relacionadas ao assunto. “Nos Estados Unidos, a mineração ocupa o sexto lugar em número de mortes. Isso mostra que ainda temos um longo cami-nho pela frente, pois esta não é uma questão brasileira. A redução destes índices deve ser uma preocupação mundial”, reforçou.

O Engenheiro Supervisor de Segurança do Trabalho e Gerência Executiva de Saúde do SESI, José Roberto Batista da Silva, reforçou o empenho da entidade em contribuir com uma indústria mais segura. “O SESI Nacional desen-volveu a Rede de Mineração com o objetivo de apoiar o setor na área de SST”, explicou. O profissional reforçou, ainda, a importância do envolvimento das lideranças para a eficácia das boas práticas implementadas.

A noite teve ainda uma atração especial. O talk show “A mineração no século XXI: Saúde e Segurança como valor e elemento chave para a competitividade do setor”, mediado pela jornalista Inácia Soares, da Band News, expôs assuntos de grande interesse para a indústria mineral. O Diretor de Sustentabilidade da AngloGold Ashanti, José Margalith; o Geren-te Geral de Saúde e Segurança da Samarco, Rubens Bechara; e o Diretor de Operações do Sesi – Departamento Nacional, Marcos Tadeu de Siqueira; foram os protagonistas do debate.

CATEGORIA ATENDIMENTO àS EMERGêNCIAS

1º Lugar: Mineração Rio do Norte | Projeto “Simulados de Emergência MRN 2013”; 2º Lugar: Votorantim Metais | Projeto “Plano

de Auxílio Mútuo de Juiz de Fora”; 3º Lugar: Yamana Gold | Projeto: “Atendimento às

Emergências”. Votorantim Metais Zinco S.A. | Projeto: “Emergência em Cargas Perigosas”.

CATEGORIA SISTEMAS DE COMUNICAçãO DE SST EFICAzES UTILIzADOS NAS

OPERAçõES DE TRABALHO1º Lugar: Samarco Mineração | Projeto:

“Sistema de Bloqueio Lógico Redundante”; 2º Lugar: AngloGold Ashanti Córrego do Sítio

Mineração S.A. | Projeto “Comunicado de Incidentes e Sistema de Acompanhamento de Pendências: implantação em Córrego

do Sítio”; 3º Lugar: Mineração Usiminas | Projeto: Registro de Desvios.

CATEGORIA SISTEMAS EFICAzES DE CAPACITAçãO DE TRABALHADORES

1º Lugar: Anglo American | Projeto “Capacitação em Segurança e Saúde

Ocupacional”; 2º Lugar: Vale | Projeto: “Valorizando Vidas DIPF”; 3º Lugar: Yamana

Gold | Projeto: “Sistema de Gestão de Capacitação de Colaboradores”.

Conheça os grandes vencedores do Prêmio Melhores Práticas em Saúde e Segurança do Trabalho

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Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin Coordenadora do MINERAÇÃO, Cláudia PellegrinelliTalk show “A mineração no século XXI: Saúde e Segurança como valor e elemento chave para a competitividade do setor"

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O Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM (www.ibram.org.br) em parceria com o Sindicato da Indústria Mineral do Es-tado de Minas Gerais (Sindiextra) e o De-partamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) realizou, nos dias 24 e 25 de no-vembro, o Seminário “Gestão da Segurança de Barragens de Mineração”. O evento, que contou com o apoio da Federação das In-dústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (FEAM), ocorreu no auditó-rio da FIEMG, em Belo Horizonte (MG).

O encontro teve o objetivo de reforçar a divulgação da legislação de segurança de barragens e das normativas e orientações técnicas mais recentes que foram criadas pelo Conselho Nacional de Recursos Hídri-cos (CNRH) e pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que regula-mentam as ações de gestão das empresas para a segurança das barragens de minera-ção nos empreendimentos mineiros. A lei nº 12.334, que trata da Política Nacional de Segurança de Barragens, de 10 de setem-bro de 2010, trouxe para o empreendedor

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Palestrantes do Seminário “Gestão da Segurança de Barragens de Mineração”

Seminário discute Gestão da Segurança de Barragens de Mineração

Evento foi realizado nos dias 24 e 25 de novembro, em Belo Horizonte (MG)

Da esquerda para a direita, Sérgio Augusto Dâmaso de Souza, Diretor-Geral do DNPM; José Luiz Ubaldino de Lima, Coordenador do Departamento de Geologia e Produção Mineral do MME; e Walter Lins Arcoverde, Diretor de

Fiscalização do DNPM

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Participantes atentos ao Seminário “Gestão da Segurança de Barragens de Mineração”

a responsabilidade legal pela segurança de suas barragens, cabendo a ele o desenvolvi-mento de ações para sua garantia. Já o DNPM tem a responsabilidade da fiscalização dessas ações, visando assegurar a observância dos padrões de segurança dessas barragens de maneira a reduzir a possibilidade de aciden-te e suas consequências. Os órgãos estaduais de meio ambiente como a FEAM atuam de forma suplementar, na supervisão dos aspec-tos ambientais associados às barragens.

Segundo o Diretor-Presidente do IBRAM, José Fernando Coura, este tipo de discussão é fundamental para evolução da mineração brasileira. “Temos que ter cons-ciência da responsabilidade da indústria da mineração quanto à redução dos riscos so-cioambientais e econômicos decorrentes de acidentes nas barragens de rejeitos. Este é um evento que mostra como a mineração nacional busca avançar, de forma segura e preocupada, na diminuição da ocorrência

de acidentes e incidentes”. Para Coura, uma boa gestão de barragens é importante tam-bém para a competitividade dos negócios e para a imagem do setor mineral.

De acordo com Rinaldo Mancin, Dire-tor de Assuntos Ambientais do IBRAM, que esteve à frente da Coordenação Técnica do Seminário, o ponto chave para o sucesso de uma estratégia de gestão da segurança de barragens em uma empresa passa ne-cessariamente pela compreensão, pela alta administração da empresa, da importância da gestão eficiente de suas barragens e da consequente alocação de recursos financei-ros e equipes técnicas qualificadas para a tarefa. “A aplicação efetiva de boas práticas somente é conquistada se compartilhada e incentivada pelo topo. Há que se ter sem-pre uma visão de longo prazo quando o tema é barragens de rejeitos”.

Além das apresentações das legislações realizadas pelos dirigentes e técnicos do DNPM, Agência Nacional de Águas (ANA) e FEAM, foram apresentadas palestras sobre boas práticas realizadas por várias empresas na gestão para a segurança de suas barra-gens e avaliação de riscos em barragens de mineração. O setor elétrico, representado pela Companhia Energética de Minas Ge-rais (CEMIG), também trouxe para a dis-cussão boas práticas utilizadas na gestão de barragens de acumulação de água para a geração de energia elétrica. O Seminário foi direcionado a Responsáveis Técnicos das barragens de mineração e Represen-

tantes Legais das empresas e teve caráter nacional, com a participação de Técnicos de vários estados.

Ao final do evento, os participantes con-cluíram que é essencial a busca pelo aperfei-çoamento das regras e procedimentos para a gestão da segurança de barragens e pela maior articulação entre os entes do Poder Pú-blico naquilo que se refere aos procedimentos compreendidos no Plano de Ação de Emer-gência para Barragens de Rejeito (PAEBM).

“Com isso, o IBRAM e o Sindiextra, a pe-dido do DNPM, se comprometeram a enviar correspondência aos dirigentes das empresas associadas no sentido de alertar para a neces-sidade do cumprimento efetivo da legislação de segurança de barragens, especialmente quanto à entrega das declarações de estabi-lidade de barragens e para as inspeções pe-riódicas de segurança. Além disso, o IBRAM busca articular com o setor mineral em rela-ção ao aperfeiçoamento das normas técnicas da ABNT para pilhas de estéreis e para barra-gens de rejeitos”, finaliza Mancin.

Também participaram como palestrantes do Seminário o Diretor-Geral do DNPM, Sérgio Augusto Dâmaso de Souza, o Coor-denador do Departamento de Geologia e Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), José Luiz Ubaldino de Lima, a Presidente da FEAM, zuleika Stela Chiac-chio Torquetti, e o Diretor de Fiscalização do DNPM, Walter Lins Arcoverde. O evento contou com 230 inscritos.

“temos que ter ConsCiênCia da

responsabilidade da indústria da mineração quanto à redução dos

risCos soCioambientais e eConômiCos deCorrentes

de aCidentes nas barragens de reJeitos.”

JoSé FernanDo coura

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