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Escola Politécnica de Pernambuco - UPE Minerais Recife Setembro de 2011

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Escola Politécnica de Pernambuco - UPE

Minerais

Recife – Setembro de 2011

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2

Escola Politécnica de Pernambuco - UPE

Minerais

Grupo :

Victor Marcelo Amanda Marques

Samuel Aníbal Diego Henrique Elias Pedro

Professora : Kalinny Patricia Lafayette

Turma : CA Disciplina : Fundamentos de Geologia

Page 3: Minerais - Fundamentos de Geologia.pdf

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Sumário

1. Introdução ........................................................................................................4

2. Conceito de minerais .......................................................................................... 5

3. A Origem dos Minerais ..................................................................................... .7

4. Classificação dos minerais.................................................................................. 8

5. Propriedades dos minerais .................................................................................. 9

6. Minerais formadores de rochas ...........................................................................15

7. Nomenclatura dos minerais................... ..............................................................21

8. Diamante ............................................................................................................ 22

9. Bauxita....... ........................................................................................................ 23

10. Enxofre................................................................................................................ 24

11. Calcita..................................................................................................................24

12. Gipsita..................................................................................................................25

13. Conclusão............................................................................................................ 26

14. Referências .........................................................................................................27

Page 4: Minerais - Fundamentos de Geologia.pdf

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Introdução

Iremos dar início com uma abordagem do conceito de mineral, enfatizando as

principais características que o define. Os minerais são elementos ou compostos

químicos homogêneos, de origem inorgânica, que surgem através de processo

natural, normalmente com composição química uniforme e particular, e que se

formados em condições favoráveis, possuem estrutura atômica ordenada

caracterizando sua forma cristalina. Cada mineral tem uma estrutura química

definida que lhe confere um conjunto único de características. No geral, os minerais

são sólidos.

Embora os termos mineral e rocha sejam utilizados de forma quase sinônima,

é importante manter uma distinção clara entre ambos. É preciso não perder de vista

que um mineral é um composto químico com uma determinada composição química

e uma estrutura cristalina definida, como atrás foi apontado.

As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e

das suas características estruturais. A cor, brilho e traço são algumas dessas

propriedades que serão abordadas no conteúdo.

Os silicatos constituem a maior e mais importante classe de minerais

constituintes das rochas. Os não-silicatos compõem somente 8% da litosfera

terrestre e são divididos nos seguintes grupos a serem estudados: elementos

nativos, sulfetos, óxidos, carbonatos, hidróxidos, halogenetos e fosfatos, arseniatos

e vanadatos.

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1 - Conceito de minerais Minerais são elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de

certos limites, cristalizados e formados naturalmente por meio de processos

geológicos inorgânicos, na terra ou em corpos extraterrestres. A composição

química e as propriedades cristalográficas bem definidas do mineral fazem com que

ele seja único dentro do reino mineral e, assim, receba um nome característico.

Para explicar melhor o conceito apresentado, iremos detalhar as características

citadas anteriormente:

Os minerais são substâncias sólidas. As substâncias gasosas ou líquidas são

excluídas do conceito. Assim, o gelo nas calotas polares é um mineral, mas água

não. Algumas substâncias que fogem a esta definição são objeto de estudo da

mineralogia. O caso do mercúrio líquido, que pode ser encontrado na natureza, em

determinadas situações. Nestes casos, a substância é chamada de mineralóide.

Os minerais são homogêneos, ou seja, algo que não pode ser fisicamente dividido

em componentes químicos mais simples. Este conceito depende da escala de

observação, uma vez que algo que é aparentemente homogêneo a olho nu pode ser

constituído por mais de uma substância quando observado em escala microscópica.

Os minerais são substâncias naturais, excluindo as substâncias geradas em

laboratório ou por uma ação consciente do homem. Por exemplo, enquanto o rubi

natural é um mineral, o rubi sintético não o é.

Todos os minerais tem composição química definida. Por exemplo, a composição do

ouro nativo é Au, a do quartzo é SiO2, a da calcita é CaCO3, e assim por diante.

Entretanto em muitos minerais È possível a substituição de um ou mais elementos

da fórmula original por outros. Assim, a dolomita CaMg(CO3)2 admite a substituição

de Mg por quantidades variáveis de Fe e Mn, e a esfalerita ZnS admite a

substituição de Zn por quantidades variáveis de Fe. Em muitos casos, a composição

química dos minerais pode variar dentro de certos limites, sem que seja necessário

alterar o nome do mineral. Em outros casos as variáveis são tão grandes que

caracterizam uma espécie mineral distinta.

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Os minerais possuem arranjo atômico ordenado. Isso implica na existência de

uma estrutura interna, onde os átomos ou íons estão dispostos em um padrão

geométrico regular. Este padrão obedece as regras de simetria e os sólidos assim

constituídos pertencem a um dos sistemas cristalinos: triclínico, monoclínico,

ortorrômbico, tetragonal, hexagonal (trigonal) e isométrico. Sólidos que possuem tal

arranjo interno ordenado são chamados de cristalinos. Os que não possuem são

chamados de amorfos, e fogem da classificação, compondo o grupo dos

mineralóides.

Figura 1.1 – Arranjo espacial dos íons de Na e Cl no composto NaCl(Halita)

Disponível em: GORDANI, U. G. Decifrando a Terra,2000

O uso do termo inorgânico na definição de mineral impede que as substâncias

puramente biogênicas sejam minerais. A pérola, o âmbar, os recifes de corais e o

carvão são algumas substâncias biogênicas que não podem ser consideradas

minerais, por um motivo ou outro. São todas mineralóides. No caso do coral, embora

possamos reconhecer compostos químicos idênticos às formas naturas de

carbonato de cálcio sólido, o organismo vivo tem intervenção essencial na produção

composto que é uma secreção gerada por seu metabolismo.

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Figura 1.2 – Pérola (A), Âmbar (B) e Azeviche (A) Disponível em: http:// blog.opovo.com.br

(B) Disponível em: http:///caminhospagao.blogspot.com

(C) Disponível em: http:// caminhospagao.blogspot.com

2 - Origem dos minerais

A origem de um mineral está condicionada aos “ingredientes químicos” e as

condições físicas ( temperatura e pressão ) reinantes no seu ambiente de formação.

Assim sendo, minerais originados no interior da Terra são geralmente diferentes

daqueles formados na sua superfície. As informações sobre minerais presentes em

corpos extraterrestres são inferidas a partir de amostras desses corpos.

Um mineral pode se formar de diferentes maneiras, por exemplo, a partir de

uma solução de material em estado de fusão ou vapor. O processo de cristalização

tem início com a formação de um núcleo, um diminuto cristal que funciona como

uma semente ao qual o material vai aderindo, com o conseqüente crescimento do

cristal. O estado cristalino pode ser conseguido pela passagem da matéria do estado

físico amorfo para o cristalino, em ambiente geológico quente. Isto ocorre na

cristalização de magma, material rochoso fundido. Ocorre também pela

condensação de materiais rochosos em estado de vapor sem passar pelo estágio

intermediário do estado líquido.

A condensação de minerais a partir da nebulosa solar deve ter sido um

processo importante durante a formação dos planetas. Atualmente podemos ver na

A B

C

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Terra a formação de cristais de enxofre a partir das fumarolas de atividades ígneas

vulcânicas. A cristalização de substâncias a partir de soluções aquosas a baixas

temperaturas é um processo importante na formação de rochas sedimentares

químicas.

Na passagem de matéria de um para outro estado cristalino, os materiais

rochosos que já estão cristalizados podem, por modificações nas condições de

pressão e/ou temperatura, tornar-se instáveis e se recristalizar em uma nova

estrutura cristalina mais estável para as novas condições sem que haja fusão do

mineral inicial. Este processo é importante na formação de alguns dos minerais das

rochas metamórficas.

3 - Classificação dos minerais

A definição de mineral implica em “uma composição química definida”,

portanto para determinar com segurança essa composição é necessário fazer uma

análise em laboratório. Os resultados da análise química quantitativa de minerais e

rochas são geralmente expressos em proporção relativa ao peso do material

analisado.

CRITÉRIO EXEMPLOS

Sistema de cristalização Minerais monoclínicos, cúbicos, ortorrômbicos, trigonais

Composição Química Silicatos e não-silicatos

Usos Minério, gema, minerais formadores de rochas

Livros de mineralogia descritiva, exposições mineralógicas em museus e em

coleções em geral utiliza-se :

Minerais com mesmo radical aniônico;

possuem propriedades físicas e morfológicas muito mais semelhantes entre si

que minerais com o mesmo cátion;

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tendem a se formar por processos físico-químicos semelhantes e ao correr

associados uns aos outros na natureza.

4 - Propriedades dos minerais

Os minerais podem ser identificados através de suas propriedades físicas,

químicas e morfológicas.

As propriedades físicas dos minerais são o resultado direto de sua

composição química e de suas características estruturais. São elas: Dureza, fratura,

traço, clivagem, tenacidade, cor, brilho e densidade.

Dureza é a resistência que um mineral oferece ao ser riscado por outro ou por

um objeto. A dureza também depende da estrutura interna do cristal, isto é, quanto

mais fortes forem as ligações químicas mais duro é o mineral. O teste de dureza

baseia-se no fato de que um mineral de dureza mais alta é capaz de provocar um

sulco em um mineral de dureza mais baixa, mas o segundo não é capaz de sulcar o

primeiro. A lista de minerais abaixo mostra uma sequência crescente de dureza:

Figura 4.1 – talco (dureza 1) Figura 4.2 – gipsita (dureza 2)

Disponível em: http:// fiiquepordentroo.blogspot.com Disponível em: http:// geoturismobrasil.com

Figura 4.3 – calcita (dureza 3) Figura 4.4 – fluorita (dureza 4)

Disponível em: http:// rc.unesp.br Disponível em: http:// diorita.es

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Figura 4.5 – apatita (dureza 5) Figura 4.6 – ortoclase (dureza 6)

Disponível em: http:// purajoia.blogspot.com Disponível em: http:// es-loule.edu.pt

Figura 4.7 – quartzo (dureza 7) Figura 4.8 – topázio (dureza 8)

Disponível em: http:// caminhospagao.blogspot.com Disponível em: http:// infoescola.com

Figura 4.9 – coríndon (dureza 9) Figura 4.10 – diamante (dureza 10)

Disponível em: http:// dicionario.pro.br Disponível em: http:// adorojoias.com.br

Fratura refere-se a maneira pela qual o mineral se rompe, exceto aquelas

controladas pelas propriedades de clivagem e partição. Ocorre quando a força das

ligações químicas é mais ou menos a mesma em todas as direções e, portanto, o

rompimento não ocorre ao longo de nenhuma direção cristalográfica em particular.

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Figura 4.11 - Fratura conchoidal do quartzo Figura 4.12 - Fratura irregular do feldspato

Disponível em: http://geology.com Disponível em: http:// uniceub.br

Traço é definido como a cor do pó fino de um mineral. É obtida riscando o

mineral contra uma placa ou um fragmento de porcelana, em geral de cor branca.

Minerais que macroscopicamente apresentam cores idênticas podem apresentar

cores de traço absolutamente distintas, pelo que podem ser diferenciados através

desta propriedade.

Figura 4.13 – Cor do pó

Disponível em: http:// anarita7-turma13.blogspot.com

Clivagem é a tendência de o mineral partir-se paralelamente a planos

atômicos identificados por índices de Miller, tais como faces do cristal. A maioria dos

minerais, além de mostrar superfícies de fratura, apresenta uma ou mais superfícies

de clivagem, nomeadas segundo sua orientação com referência a faces de sólidos

geométricos.

Deve-se utilizar adjetivos para caracterizar a qualidade da clivagem. Isto é

feito de acordo com uma escala comparativa e empírica. Assim, pode-se dizer que

uma clivagem é excelente (como a clivagem basal das micas e do grafite), boa,

pobre ou ruim.

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Figura 4.14 Tipos de clivagem Figura 4.15 – Clivagem cúbica da Anidrita

Disponível em: http:// terra-online.blogspot.com Disponível em: http:// http://www.rc.unesp.br

Tenacidade é a resistência que um mineral tem ao ser quebrado, esmagado,

dobrado ou rasgado. A tenacidade não guarda necessariamente relação com a

dureza. O exemplo clássico desta diferença é o diamante, que possui dureza muito

elevada, mas tenacidade relativamente baixa, quando submetido a um impacto.

A cor de um mineral resulta na absorção seletiva da luz. Alguns minerais tem

cores bastante características, sendo chamados de idiocromáticos. Os minerais de

brilho metálico, por exemplo, apresentam na sua grande generalidade, cores

constantes e definidas, facilitando a sua identificação. Outros são alocromáticos, isto

é, sua cor varia amplamente. O quartzo apresenta cores que vão deste o branco ao

negro, passando pelo verde, rosado e púrpura.

Figura 4.16 – Quartzo azul Figura 4.17 – Quartzo róseo

Disponível em: http:// geotesouro.blogspot.com Disponível em: http://casadaspedrasbrasileiras.com.br

Page 13: Minerais - Fundamentos de Geologia.pdf

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Define-se o brilho como a aparência ou qualidade da luz refletida pela

superfície do mineral. Essa característica se divide em dois tipos: metálico e não-

metálico. O brilho metálico é característico dos minerais opacos, ou quase opacos, e

que têm a aparência brilhante de um metal. Alguns minerais, ( a pirita, por exemplo)

podem sofrer leve oxidação superficial, o que resulta na perda pelo menos parcial do

brilho metálico natural. O brilho não-metálico é característico de substâncias

transparentes ou translúcidas e sem a aparência brilhante de um metal.

Figura 4.18 – Brilho metálico da Calcopirita Figura 4.19 – Brilho não-metálico do Quartzo Disponíveis em: http://www.dakotamatrix.com

Hábito é a(s) forma(s) com a qual o mineral aparece frequentemente na

natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais tabulares

(achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos característicos;

ou mesmo como grãos sem uma forma definida.

O hábito de um mineral pode ser observado em um cristal isolado ou em agregados

de minerais.

Quando o mineral apresenta cristais isolados, considera-se as seguintes formas:

- Tabular - devido ao maior desenvolvimento de duas faces paralelas (Figura 4.20

A). Ex.: barita

- Prismático - devido ao maior desenvolvimento do cristal segundo uma direção

(Figura 4.20 B). Ex.: quartzo

- Piramidal - devido ao maior desenvolvimento das faces que formam

pirâmides. Pode ser também bipiramidal (Figura 4.20 C). Ex.: zirconita

- Acicular cristais finos, como agulhas (Figura 4.20 D). Ex.: actinolita

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Quando o mineral não ocorre em cristais bem individualizados, pode assumir as

mais variadas formas, das quais citam-se:

- Granular - massa ou agregado constituído por grânulos: elementos cristalinos

pequenos e irregulares (Figura 4.20 E). Ex.: olivina, enxôfre

- Maciço - massas homogêneas cristalinidade aparente, isto é, situação em que

a individualização dos constituintes não pode ser feita a olho nu (Figura 4.20 F). Ex.:

calcedônia

- Fibroso - massas aciculares finíssimas, onde não é possível distinguir formas

geométricas nos indivíduos isolados (Figura 4.20 G). Ex.: asbestos

- Estalactítico - em forma de concreções mais ou menos cônicas (Figura 4.20 H).

Ex.: calcita

- Lamelar ou Placóide - quando o material é constituído por um conjunto de

lamelas ou placas empacotadas (Figura 4.20 I). Ex.: talco, muscovita, sericita,

lepdolita

- Escamoso - quando o material é constituído por um conjunto de cristais

empacotadas em forma de pequenas escamas. Diferencia do placóide pelo tamanho

reduzido (Figura 4.20 J). Ex.: biotita, fucksita

- Concrecionário - na forma de concreções, isto é, agregados mais ou menos

estáveis, de forma arredondada e alongada constituídos de material cristalino e/ou

amorfo (Figura 4.20 K). Ex.: concreções de hematita, goethita.

Figura 4.20 – Tipos de hábito dos minerais Disponível em: http:// www.ft.unicamp.br

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5 - Minerais formadores de rochas

5.1 - Silicatos

Os silicatos constituem a maior e mais importante classe de minerais constituintes

das rochas. Cerca de 25% dos minerais conhecidos e 40% dos minerais mais

comuns são silicatos. Com poucas exceções, pode-se dizer que todos os minerais

que formam rochas ígneas são silicatos e que estes constituem mais de 90% da

crosta terrestre.

Dependendo do grau de polimerização e da amplitude da participação do oxigênio

entre os tetraedros, a estrutura dos silicatos pode consistir em tetraedros

independentes, em grupos tetraédricos múltiplos, independentes, cadeias duplas ou

faixas, folhas ou armações tridimensionais, o que proporciona uma classificação

especial para os silicatos.

5.1.1 - Nesossilicatos

Na estrutura dos minerais pertencentes a esse grupo, os tetraedros ocorrem

isolados sem nenhum contato direto com os outros. As ligações tetraedro-tetraedro

se fazem através de metais: MG,Fe,Ca e Al.

Figura 5.1.1.1 – Andradita (exemplo de mineral pertencente ao grupo dos nesossilicatos

Disponível em: http://www.dakotamatrix.com

5.1.2 -Inossilicatos

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Nos Inossilicatos os tetraedros de sílica formam cadeias simples que compartilham 2

oxigênios ponte (Grupo dos Piroxênios) ou cadeias duplas que compartilham

alternadamente 2 ou 3 oxigênios ponte (Grupo dos Anfibólios). A subclasse dos

Inossilicatos constitui um conjunto bem definido de minerais que, apesar de variar

amplamente na composição química guardam relação em suas propriedades físicas

e químicas.A estrutura destes minerais caracteriza-se pelas infinitas cadeias de

tetraedros de SiO4 unidos entre si pelos vértices permanecendo os oxigênios de

cada tetraedro livres para ligarem-se a outros cátions.Estas cadeias simples podem

unir-se, mediante a participação de oxigênios de alguns tetraedros, para formar

cadeias duplas, sendo esta a principal diferença entre os dois grupos de minerais

desta subclasse: PIROXÊNIOS e ANFIBÓLIOS.

Figura 5.1.2.1 - Grupo dos piroxênios Figura 5.1.2.2 - Grupo dos anfibólios Disponíveis em: http:// www.rc.unesp.br/museudpm

5.1.3 - Filossilicatos

Os filossilicatos constituem um grupo de minerais, com grande importância para a

geologia, pedologia e para a indústria. São constituintes essenciais de muitas rochas

metamórficas, magmáticas, sedimentares e dos solos. A palavra filossilicato deriva

do grego phylon, que significa folha, uma vez que todos os membros desse grupo

possuem hábito achatado ou em escama e clivagem basal perfeita a proeminente e

as lamelas de clivagem (placas) são flexíveis elásticas ou plásticas, mais raramente

quebradiças. De um modo geral, os filossilicatos exibem dureza baixa, normalmente

inferior 3,5, na escala Mohs, e densidade relativamente baixa em relação a outros

silicatos.

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5.1.4 - Tectossilicatos

Os minerais da classe dos tectossilicatos são os mais importantes entre os

denominados minerais formadores de rocha. Mais de 60% em volume das rochas

que constituem a crosta terrestre estão formadas por minerais desta classe.

A estrutura cristalina básica - assim como no caso dos demais silicatos - é formada

por um retículo construído a partir de tetraedros Si(Al)O4, onde os átomos de Si – na

maioria das vezes - parcialmente substituídos pelo Al – são coordenados por quatro

átomos de O, formando a unidade tetraédrica fundamental. As ligações Si-O e Al-O

nos tetraedros contêm contribuições covalente e iônica em proporções similares e

são muito fortes. No caso particular dos tectossilicatos, cada átomo de O está

sempre compartilhado por dois tetraedros adjacentes, formando uma rede

tridimensional contínua com o mais alto grau de polimerização possível para

aquelas unidades fundamentais.

5.2 - Não – Silicatos

5.2.1 - Carbonatos

São composto de minerais contendo o ânion (CO3)2 e inclui a calcita e a aragonita

(carbonatos de cálcio), a dolomita (carbonato de magnésio e cálcio) ,a siderita

(carbonato de ferro) e a azurita (carbonato de cobre).

Os carbonatos são geralmente depositados em ambientes marinhos pouco

profundos, com águas límpidas e quentes, como por exemplo em mares tropicais e

subtropicais. Os carbonatos encontram-se também em rochas formadas por

evaporação de águas pouco profundas (os evaporitos, como por exemplo os

existentes no Great Salt Lake, Utah) e em ambientes de karst, isto é regiões onde a

dissolução e a precipitação dos carbonatos conduziu à formação

de cavernas com estalactites e estalagmites. A classe dos carbonatos inclui ainda os

minerais de boratos e nitratos.

Page 18: Minerais - Fundamentos de Geologia.pdf

18

Figura 5.2.1.1 – Exemplo de mineral do grupo dos carbonatos (azurita)

Disponível em: http:// cristallapidado.blogspot.com

5.2.2 – Sulfatos

Contém o cátion sulfato na forma SO4. Formam-se geralmente em ambientes de

grande evaporação ;

É comum a todos os sulfatos que, como ocorre em numerosos silicatos, tenham,

como elemento estrutural fundamental, cátions enxofre (S) rodeados por oxigênio

em posição tetraédrica. A maioria das espécies são muito raras e pouco conhecidas,

pelo que na sua classificação se podem cometer arbitrariedades. Os sulfatos

caracterizam-se, em parte, pela sua solubilidade na água. Muitos resultam da

alteração dos sulfuretos ocorrida à superficíe ou próximo da superfície, outros

resultam de precipitados nas águas marinhas e lagos, outros ainda são resultantes

da atividade vulcânica.

Sulfatos mais comuns são: a anidrita (sulfato de cálcio), a celestita (sulfato de

estrôncio) e o gesso (sulfato hidratado de cálcio).

Origina uma simetria rômbica com clivagem perfeita segundo duas direções.

5.2.3 - Halóides

São constituídos pelos minerais que formam os sais naturais, incluindo a fluorita, a

halita (sal comum) e o sal amoníaco (cloreto de amônia).

São encontrados geralmente em ambientes evaporíticos e mares fechados (por

exemplo, nas margens do Mar Morto). A classe dos halóides caracteriza-se pela

predominância dos íons halogênicos eletronegativos, Clˉ,Brˉ, Fˉ, Iˉ. Esses íons são

grandes, carregados fracamente e de fácil polarização. Se combinam com cátions

de baixa valência, relativamente grandes e fracamente polarizados.

Page 19: Minerais - Fundamentos de Geologia.pdf

19

Figura 5.2.3.1 – Exemplo de mineral do grupo dos halóides (Fluoreto de cálcio)

Disponível em: http:// ufjf.br

5.2.4 - Óxidos

Os óxidos constituem um dos grupos mais importantes de minerais por

formarem minérios dos quais podem ser extraídos metais. Ocorrem geralmente

como precipitados em depósitos sitos próximo da superfície, como produtos

de oxidação de outros minerais situados na zona de alteração cerca da superfície ou

ainda como minerais acessórios das rochas ígneas da crosta e do manto.

Formam minérios dos quais podem ser extraídos metais e ocorrem geralmente como

precipitados em depósitos próximo da superfície, como produtos de oxidação de

outros minerais situados na zona de alteração cerca da superfície ou ainda como

minerais acessórios das rochas ígneas da crosta e do manto. São resultado da

combinação de oxigênio com um ou mais elementos metálicos. Os óxidos mais

comuns incluem a hematite (óxido de ferro), a espinela (óxido de alumínio e

magnésio, um componente comum do manto) e o gelo (de água, ou seja, óxido de

hidrogênio). São também incluídos nesta classe os minerais de hidróxidos.

5.2.5 - Sulfetos

Os sulfetos formam importante classe de minerais que incluem a maioria dos

minérios metálicos. Os sulfetos podem ser divididos em pequenos grupos

estruturais, não sendo possível generalizar-se amplamente com relação à sua

estrutura. Muitos sulfetos têm ligação iônica, ao passo que outros, exibindo as

propriedades dos metais têm ligação metálica. Reúnem-se nesta classe aqueles

minerais cuja composição é a combinação não oxigenada de metais e metalóides

com S, As, Sb, Bi, Se e Te; compreende os sulfetos simples e duplos e os

Page 20: Minerais - Fundamentos de Geologia.pdf

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sulfossais. Fisicamente caracterizam-se por seu aspecto metálico, pesos específicos

elevados e pela sua opacidade.

Muitos sulfetos são também economicamente importantes como minérios metálicos,

incluindo-se entre os mais comuns a calcopirita (sulfeto de cobre e ferro) e a galena

(sulfeto de chumbo).

São encontrados em depósitos hidrotermais, associado com outros sulfetos.

5.2.6 - Fosfatos

O grupo dos fosfatos inclui todos os minerais com uma unidade tetraédrica de

AO4 onde A pode ser fósforo, antimônio, arsênio ou vanádio. O fosfato mais comum

é a apatite, a qual constitui um importante mineralóide, encontrado nos dentes e nos

ossos de muitos animais. Esta classe inclui os minerais de

fosfatos, vanadatos, arseniatos e antimonatos. O fosfato mais comum é a apatita, a

qual constitui um importante mineral biológico, encontrado nos dentes e nos ossos

de muitos animais.

5.2.7 - Elementos nativos

Excetuando-se os gases livres da atmosfera, encontra-se no estado nativo somente

cerca de vinte elementos, que podem ser divididos em metais, semimetais e não-

metais. O grupo dos elementos nativos inclui os metais em estado elementar e

amálgamas intermetálicas (como as de ouro, prata e cobre),semi-metais e não

metais (antimônio, bismuto, grafite e enxofre),

ligas naturais, como o electrum (uma liga natural de ouro e prata), fosfinos (hidretos

de fósforo), nitritos e carbetos (que geralmente são só encontrados em alguns raros

meteoritos).

6 - A Nomenclatura dos Minerais

Atualmente, comissão de base que preconiza a nomenclatura dos minerais é

a Comissão de Novos Minerais e Novos Nomes de Minerais (CNMNM) da

Associação Mineralógica Internacional (IMA), criada em 1959. A origem dos nomes

dados às diferentes espécies minerais é bastante diversificada.

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No Brasil, é adotada a terminação “ita” para referir-se a minerais e “ito” no

caso das rochas. Respeitando-se os minerais conhecidos desde muito tempo atrás,

como é o caso do diamante, por exemplo.

Outros parâmetros são adotados para nomear os minerais:

Derivados do local geográfico de descoberta. Ex: autunite, descoberto em

Autun na França, e o labradorite, em homenagem a Labrador, cidade do

Canadá;

Derivados de constituintes de sua composição química. Ex: cuprita, devido

ao óxido de cobre presente na sua constituição, da mesma forma, o

manganita, por conta do hidróxido de manganês;

Derivados de uma das suas propriedades minerais. Ex: tetraedrita, de

acordo com seu hábito cristalino em forma de tetraedro, o mesmo

acontece com a cianita, devido a sua cor mais comum, azul;

Derivados do nome das pessoas que os descobriram. Ex: berzelianite,

descoberto por Berzelius e smithsonite, pelo fato de Smithson ter sido seu

descobridor;

Em homenagem a pessoas ilustres proeminentes. Ex: andradita e

arrojadita, em homenagem a José Bonifácio de Andrade e Silva e Miguel

Arrojado Ribeiro Lisboa respectivamente, ambos geólogos que viveram

entre os séculos IX e XX.

Os minerais recebem às vezes outras alcunhas devido ao valor econômico da

mesma forma que substancias que não são minerais acabam sendo chamadas

assim na linguagem coloquial. Elencaremos alguns destes casos e suas corretas

denominações.

Um primeiro exemplo são os minérios, que são assim denominados quando

dos minerais ou rochas são extraídos metais e outros produtos, que

economicamente, apresentam valor auto-sustentável para sua propescção. Bons

exemplos sao a hematita, que é o minério de ferro, e a galena, o minério de chumbo.

Algumas substâncias naturais, chamadas de Mineralóides ou substâncias

amorfas, originadas por atividades ou processos biológicos (animal ou vegetal)

chegam a ser confundidas com os minerais, devido a sua forma estrutural, no

entanto, não se enquadram na definição da Mineralogia, pelo fato de serem

compostos orgânicos ou não possuírem estrutura cristalina. Como exemplo se

Page 22: Minerais - Fundamentos de Geologia.pdf

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possui o âmbar, uma resina de árvore fossilizada, o carvão mineral, o petróleo, a

pérola, o marfim, entre outros.

As substâncias de origem artificial produzidas em laboratório que possuem

características bem semelhantes as dos minerais, embora não sejam consideradas

como seus equivalentes naturais. É importante destacar que o termo mineral

sintético não deve ser utilizado para referir-se às estas substâncias. Como exemplo,

o diamante pode ser sintetizado submetendo-se grafite a pressões elevadas. Outros

exemplos dessas substâncias artificiais são: a safira, o rubi, o quartzo, a esmeralda

etc.

7 - Exemplos de minerais

7.1 - Diamante

O diamante é o mineral mais duro atualmente conhecido (exceto algumas

raríssimas ocorrências na natureza, como o "coeur de shumimma"), com uma

dureza de 10 (valor máximo da escala de Mohs). Isto significa que não pode ser

riscado por nenhum outro mineral ou substância que possua uma dureza inferior a

10. No entanto, é muito frágil, esse fato deve-se à clivagem octaédrica perfeita

segundo {111}. Estas duas características fizeram com que o diamante não fosse

talhado durante muitos anos. As maiores jazidas do mundo são de África do Sul.

Outras jazidas importantes situam-se na Austrália (segundo maior produtor)e no

Brasil(terceiro maior produtor)entre outras de menor importância.

A densidade é de 3,52. O brilho é adamantino, derivado do elevadíssimo índice de

refração (2,42). Recorde-se que todos os minerais com índice de refração maior ou

igual a 1,9 possuem este brilho. No entanto, os cristais não cortados podem

apresentar um brilho gorduroso. Pode apresentar fluorescência sob luz ultravioleta,

originando coloração azul, rosa, amarela ou verde.

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6.1.1 – Diamante 6.1.2 – Escala de Mohs enfatizando a dureza do diamante

Disponível em: http:// adorojoias.com.br Disponível em: http:// pt.wikipedia.org

7.2 - Bauxita

A Bauxita ou bauxite é um mineral que ocorre naturalmente. Apesar de muitos

pensarem que a bauxita é composta principalmente por hidróxido de alumínio, na

verdade o principal composto da bauxita é o óxido de alumínio (Al2O3). A bauxita é

um material heterogêneo, composto principalmente de um ou

mais hidróxidos de alumínio, e várias misturas de sílica, óxido de ferro, dióxido de

titânio, silicato de alumínio e outras impurezas em quantidades menores. E suas

propriedades são: Hábito ( pulverulento, terroso, granular, maciço),dureza (1 – 1,5),

brilho (opaco a terroso) e cor (branco, cinza, amarelo e vermelho).

6.2.1 – Bauxita

Disponível em: http:// biodiversidade-cidadelimpa.blogspot.com

Ela é empregada como matéria prima do alumínio para diversos fins, como a fabricação de latinhas; outro emprego do alumínio é na fabricação do cimento aluminoso, que é mais resistente que o cimento Portland.

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7.3 – Enxofre

O enxofre é um mineral da classe dos elementos nativos(não silicatos). Geralmente tem o hábito granular, tem dureza séctil e é encontrado em ambientes vulcânicos. É utilizado na indústria de fertilizantes, na fabricação da pólvora, e na vulcanização da borracha.

7.3.1 – enxofre

Dísponivel em http://naoentendoquimica.blogspot.com.br

7.4 – Calcita

Pode ser encontrada nos hábitos estalactítico, prismático, romboédrico ou

escalenoédrico. É muito mais estável e menos solúvel em água que a aragonita.

Cristaliza em uma grande variedade de formas e também como estalactites. Pode

ser fluorescente e fosforescente. É fonte de cálcio e cal, sendo importante também

como pedra decorativa e em instrumentos óticos (quando límpida e incolor) e

utilizada para corrigir o pH de solos ácidos.

7.4.1 - calcita

Disponível em http: // trupiqueinataubinha.blogspot.com

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7.5 – Gipsita

Apresenta hábito fibroso, prismático, maciço ou granular, com clivagem em 4 direções e fratura conchoidal. Usado principalmente na fabricação de cimento, é também utilizado para a fabricação de ácido sulfúrico, cerveja, moldes para fundição, giz, vidros, esmaltes, gesso, como desidratante, aglutinante, corretivo de solo e na metalurgia.

7.5.1 - gipsita

Disponível em http:// dicionario.pro.br

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Conclusão

Há inúmeros minerais com características muito diferentes. Por isso os minerais

precisam ser ordenados em grupo para facilitar o estudo. As propriedades físicas

auxiliam na compreensão e na organização dos minerais.. Para a cor podem ser

classificados em idiocromáticos ou alocromáticos, de acordo com o número de

cores que um mineral pode apresentar. Quanto ao brilho podem ser agrupados em

brilho metálico, sub metálico e não metálico. Em relação à dureza, com a ajuda da

Escala de Mohs e de alguns objetos, podemos verificar e ordenar os minerais por

grau de dureza.

Portanto não devemos levar em consideração apenas a aparência de um mineral,

é necessário uma série de estudos e equipamentos para obter uma análise mais

precisa. Esse estudo evitaria erros graves na construção civil.

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Referências

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