mineirão_12 10-14.1

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A chance de que a Copa do Mundo de 2014 fosse um divisor de águas no tratamento dado à emis- são de Gases de Efeito Estufa (GEE) dificilmen- te se realizará. O motivo: falta de planejamento e coordenação nacional. Para que ações de dimi- nuição da emissão de GEE possam ser realiza- das é fundamental que estejam previstas nos contratos das obras, o que não houve na imensa maioria dos casos nas 12 cidades-sede que recebe- rão o torneio. A exceção é o Mineirão, que previa no edital da Par- ceria Público-Privada para sua reforma ações de sus- tentabilidade. Além disso, a base de dados da Prefeitu- ra de Belo Horizonte e do governo do Estado favore- ceram a elaboração do rela- tório da “pegada de carbo- no” em Minas Gerais. BH COMO REFERÊNCIA Financiado pela Embaixa- da Britânica, o levanta- mento da “pegada de car- bono” em Minas custou 95 mil Libras Esterlinas (R$ 310.460). O euro- peus também estão ban- cando os relatórios de Curitiba e Fortaleza. En- tretanto, não há recurso assegurado para as outras nove cidades-sede. Assim, Belo Horizonte se tornou referência. Por isso, na próxima quinta-fei- ra será realizada uma reu- nião da Câmara Temática do Meio Ambiente, em Brasília, com os responsá- veis pela área em cada uma das sedes. Em pauta estará a elaboração do mesmo relatório em cada uma delas, tendo como ba- se metodológica o de Belo Horizonte. O conceito de Copa Ver- de, em que variáveis de sustentabilidade começa- ram a ser efetivamente utilizadas, teve início na Alemanha, em 2006. O país europeu se vanglo- riou de ter adotado medi- das compensatório e mi- tigadoras para zerar a “pegada de carbono”. Entretanto, de acordo com o gerente do proje- to sustentabilidade da Copa em Minas Gerais, Vinícius Lott, apenas parte da pegada foi con- templada. “Não conside- raram as viagens inter- nacionais, que são res- ponsáveis pela maior emissão”, explica. O mesmo ocorreu na Áfri- ca do Sul, em 2010. Desta vez, no Brasil, a expectativa é que isso se- ja feito. Entretanto, será preciso contar com a co- laboração de outros ato- res. “Estamos conversan- do com empresas aé- reas e também vamos fa- zer campanhas para pro- mover a participação vo- luntária de quem vier à Copa”, explica Lott. Individualmente, os turistas poderão contri- buir com projetos certifi- cados, dando dinheiro – por meio de cartões de crédito – para o seu de- senvolvimento. Isso aconteceu duran- te a Rio+20, conferência global da Organização das Nações Unidas, reali- zada em junho deste ano, no Rio de Janeiro, quando a “pegada de car- bono”, de aproximada- mente 5 mil tCO2e, foi praticamente zerada. Busca pelo pioneirismo de Copa Verde NÚMEROS mil reais foiocusto do relatório “Pegada de Carbono daCopado Mundo da Fifa2014e daCopadas Confedera- çõesdaFifa 2013em Minas Gerais” 310 OEfeitoEstufaéum fenômeno natural proporcionado por gases retidos na atmosfera da Terra. Essa camada impede que a radiação solar seja completamente refletida pelo planeta, e retém o calor propício à vida. Entretanto, a ação da humanidade, em especialcoma industrialização, a partir doSéculoXIX,ea agropecuária extensiva, tem aumentado a quantidade de calor retidonaTerra.Issoéum dos fatores que os cientistas chamam de Mudanças Climáticas, sendo o Aquecimento Globalumdosmais preocupantes. Os principais gases são Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4) e Óxido Nitroso (N2O). Entretanto, a “pegada de carbono” é medida apenas em CO2. milhões de tCO2e são emitidos por Belo Horizonte anualmente USINA - AS células fotovoltái- cas que serão instaladas na laje do Mineirão ajudarão a reduzir a produção de Gases de Efeito Estufa (GEE); já as obras do BRT da avenida Cristiano Machado emitirão 11 mil tCO2e 3,75 OquesãoGases de Efeito Estufa SAIBAMAIS SYLVIO COUTINHO/DIVULGAÇÃO - 10/10/12 FREDERICO HAIKAL - 04-10-2012 > Faltadeuma política nacional hojeemdia.com.br 13 BeloHorizonte,domingo,14.10.2012 HOJEEMDIA Economia

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A chance de que a CopadoMundode 2014 fosseum divisor de águas notratamento dado à emis-são de Gases de EfeitoEstufa (GEE) dificilmen-te se realizará.Omotivo:falta de planejamento ecoordenação nacional.Paraqueaçõesdedimi-

nuição da emissão deGEE possam ser realiza-das é fundamental queestejam previstas noscontratos das obras, o

que não houve na imensamaioria dos casos nas 12cidades-sede que recebe-rão o torneio.A exceção é o Mineirão,

queprevianoeditaldaPar-ceria Público-Privada parasua reforma ações de sus-tentabilidade. Além disso,abasededadosdaPrefeitu-ra de Belo Horizonte e dogoverno do Estado favore-ceramaelaboraçãodorela-tório da “pegada de carbo-no” em Minas Gerais.

BHCOMOREFERÊNCIAFinanciadopelaEmbaixa-da Britânica, o levanta-mento da “pegada de car-bono” em Minas custou95 mil Libras Esterlinas(R$ 310.460). O euro-peus também estão ban-cando os relatórios deCuritiba e Fortaleza. En-tretanto, não há recursoasseguradopara as outrasnove cidades-sede.Assim, Belo Horizonte

se tornou referência. Porisso,napróximaquinta-fei-ra será realizada uma reu-nião da Câmara Temáticado Meio Ambiente, emBrasília, com os responsá-veis pela área em cadauma das sedes. Em pautaestará a elaboração domesmo relatório em cadaumadelas, tendocomoba-semetodológica o de BeloHorizonte.l

O conceito de Copa Ver-de, em que variáveis desustentabilidadecomeça-ram a ser efetivamenteutilizadas, teve início naAlemanha, em 2006. Opaís europeu se vanglo-rioudeteradotadomedi-das compensatório emi-tigadoras para zerar a“pegada de carbono”.Entretanto, de acordo

com o gerente do proje-to sustentabilidade daCopa em Minas Gerais,Vinícius Lott, apenasparte da pegada foi con-templada. “Nãoconside-raram as viagens inter-nacionais, que são res-ponsáveis pela maioremissão”, explica. Omesmo ocorreu na Áfri-ca do Sul, em 2010.Desta vez, no Brasil, a

expectativaéque isso se-ja feito. Entretanto, serápreciso contar coma co-laboraçãode outros ato-res. “Estamosconversan-do com empresas aé-rease tambémvamos fa-zer campanhasparapro-moveraparticipaçãovo-luntária de quem vier àCopa”, explica Lott.Individualmente, os

turistas poderão contri-buir comprojetos certifi-cados, dando dinheiro –por meio de cartões decrédito – para o seu de-senvolvimento.Isso aconteceu duran-

teaRio+20, conferênciaglobal da OrganizaçãodasNaçõesUnidas, reali-zada em junho desteano, no Rio de Janeiro,quandoa“pegadadecar-bono”, de aproximada-mente 5 mil tCO2e, foipraticamente zerada.l

BuscapelopioneirismodeCopaVerde

NÚMEROS

milreaisfoiocustodorelatório“PegadadeCarbonodaCopadoMundodaFifa2014edaCopadasConfedera-çõesdaFifa2013emMinasGerais”

310OEfeitoEstufaéumfenômenonaturalproporcionadoporgasesretidosnaatmosferadaTerra.Essacamadaimpedequearadiaçãosolarsejacompletamenterefletidapeloplaneta,eretémocalorpropícioàvida.Entretanto,aaçãodahumanidade,emespecialcomaindustrialização,apartirdoSéculoXIX,eaagropecuáriaextensiva,temaumentadoaquantidadedecalorretidonaTerra. IssoéumdosfatoresqueoscientistaschamamdeMudançasClimáticas,sendooAquecimentoGlobalumdosmaispreocupantes.OsprincipaisgasessãoDióxidodeCarbono(CO2),Metano(CH4)eÓxidoNitroso(N2O).Entretanto,a“pegadadecarbono”émedidaapenasemCO2.

milhõesdetCO2esãoemitidospor

BeloHorizonteanualmente

USINA-AS

células

fotovoltái-

casque

serão

instaladas

na lajedo

Mineirão

ajudarãoa

reduzira

produçãode

Gasesde

EfeitoEstufa

(GEE); jáas

obrasdo

BRTda

avenida

Cristiano

Machado

emitirão11

mil tCO2e

3,75

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SAIBAMAIS

SYLVIO COUTINHO/DIVULGAÇÃO - 10/10/12

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