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publica Informativo da Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - APEMINAS - Ano 2 - nº 3 - abril/maio/junho de 2009 res Um vexame nacional. Esta foi a consta- tação feita durante a realização do II Encon- tro de Procuradores do Estado de Minas Gerais, no Liberty Hotel, em Belo Horizonte, quando a grave situação dos procuradores mineiros e o desdenho do governador Aécio Neves em relação às reivindicações da classe foram os principais temas debatidos. Além da pior política remuneratória do Brasil, Minas também é líder em violações das prer- rogativas e das atribuições privativas dos procuradores. No mesmo dia, aconteceu a Reunião do Conselho Deliberativo da Asso- ciação Nacional dos Procuradores de Estado (ANAPE), realizada em caráter extraordiná- rio na capital mineira devido à preocupante situação da advocacia pública no Estado. Uma Nota de Apoio aos procuradores minei- ros foi assinada por representantes de todas as Associações do Brasil e já está sendo di- vulgada. Leia também Entrevista Presidente da Associação dos Procuradores da Bahia, Cláudio Cairo Gonçalves fala sobre a mo- bilização realizada pelos procura- dores baianos, o que resultou no alcance do tratamento constitu- cional para a classe. Longe demais Mudança da estrutura da AGE para o Centro Administrativo causa preocupação entre os pro- curadores. Música Procurador lança CD de Samba Minas não vai ficar para trás Apeminas Abril09:Alfenas 26/4/2009 09:44 Página 1

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publicaInformativo da Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - APEMINAS - Ano 2 - nº 3 - abril/maio/junho de 2009

res

Um vexame nacional. Esta foi a consta-tação feita durante a realização do II Encon-tro de Procuradores do Estado de MinasGerais, no Liberty Hotel, em Belo Horizonte,quando a grave situação dos procuradoresmineiros e o desdenho do governador AécioNeves em relação às reivindicações da classeforam os principais temas debatidos. Alémda pior política remuneratória do Brasil,Minas também é líder em violações das prer-rogativas e das atribuições privativas dosprocuradores. No mesmo dia, aconteceu aReunião do Conselho Deliberativo da Asso-ciação Nacional dos Procuradores de Estado(ANAPE), realizada em caráter extraordiná-rio na capital mineira devido à preocupantesituação da advocacia pública no Estado.Uma Nota de Apoio aos procuradores minei-ros foi assinada por representantes de todasas Associações do Brasil e já está sendo di-vulgada.

Leia também

Entrevista Presidente da Associação dosProcuradores da Bahia, CláudioCairo Gonçalves fala sobre a mo-bilização realizada pelos procura-dores baianos, o que resultou noalcance do tratamento constitu-cional para a classe.

Longe demaisMudança da estrutura da AGEpara o Centro Administrativocausa preocupação entre os pro-curadores.

MúsicaProcurador lança CD de Samba

Minas não vai ficarpara trás

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2 Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 2 - nº 3 - abril/maio/junho de 2009

Expediente

PresidenteGustavo Chaves Carreira MachadoVice-presidenteJoão Lúcio Martins PintoTesoureiroGeraldo Ildebrando de Andrade

SecretáriaRochelle Cardoso AmericanoDiretor SocialMarco Túlio de Carvalho RochaDiretor de Relações InstitucionaisGustavo Albuquerque MagalhãesDiretor de Comunicação,Jaime Nápoles Villela

Diretor representante dos AposentadosErasmo Cesarino de VilhenaDiretora de ConvêniosEvânia Beatriz de Souza CabralColaboradorCarlos Frederico PereiraJornalista responsávelJúlio Anunciação - Mtb 10.341 JP

Projeto Gráfico e DiagramaçãoMarcelo RamosTiragem: 4 mil exemplares

Palavra da Diretoria

Desde o início de nossos estudos nos bancosnas faculdades de Direito, nós, os operadores jurí-dicos, estudamos os mais comezinhos princípios dahermenêutica jurídica, no sentido de que não é dadoao interprete da norma jurídica distinguir onde anorma não distingue e, mutatis mutandis, não dis-tinguir onde a norma expressamente distingue.

Assim, assistimos assombrados, recente deci-são da mais Corte Constitucional, quanto a tema en-volvendo tese de interesse da carreira deprocuradores do Estado, no qual se deu interpreta-ção à norma contida no artigo 132, da ConstituiçãoFederal, que trata da existência das Procuradorias-Gerais dos Estados, num verdadeiro retrocesso detoda a evolução, conseguida a duras penas, até de-saguar na redação consagrada pelos Constituintesde 1988, contida nas disposições do artigo 132 eseu parágrafo único.

As Procuradorias-Gerais dos Estados são insti-tuições que tem como principais objetivos a defesae a conservação dos interesses relevantes dos entesfederados que representam e realizam a consultoriajurídica.

Até se chegar ao texto vigente na Constituição,a representação judicial dos Estados experimentouprofundas transformações, sendo que a Constitui-ção Federal de 1988 reconheceu a importância dopapel desempenhado pelos Procuradores dos Esta-dos, advogados públicos que são, na defesa intran-sigente dos interesses dos Estados, organismospermanentes, e não dos eventuais Governos, ocu-pados de forma transitória e que muitas vezes sepõem em situação, no qual seus interesses diver-gem dos interesses do Estado e por que não dizer dasociedade.

A Constituição Federal posicionou os Procura-dores do Estado, na segunda seção, de que trata o

Capítulo IV, das Funções Essenciais à Justiça, coma função relevante de representar judicialmente osEstados federados e realizar a consultoria jurídica,incumbindo-lhe a defesa dos Princípios Constitu-cionais que devem reger a Administração Pública,dentre eles os da legalidade e da moralidade pública.

Assim, a atuação das Procuradorias dos Esta-dos, deve evidenciar os interesses da coletividade,de onde emanam os recursos financeiros para a con-secução dos objetivos do Estado, já que estes se sus-tentam com os recursos provenientes de toda asociedade civil.

Neste contexto, os constituintes pensaram asProcuradorias dos Estados como órgãos de defesaintransigente para a efetivação da legalidade e damoralidade públicas e não dos interesses dos Go-vernos, vez que, em muitos os casos, os atos prati-cados contrariam as orientações dos Procuradoresdo Estado, e representam desvirtuação da lei,quando não atos ímprobos.

Assim, causou perplexidade, quando uma deci-são, pelo Supremo Tribunal Federal, dando uma in-terpretação, ao disposto no artigo 132, daConstituição Federal, no sentido de que o cargo deProcurador-Geral do Estado pode ser ocupado pormembro não pertencente à carreira de Procuradordo Estado, uma vez que o cargo tem uma afinidademuito grande com as políticas públicas implemen-tadas pelo Governo e se equipara ao cargo de Se-cretário de Estado.

Quanto retrocesso observamos no entendi-mento emanado da decisão judicial, pelo SupremoTribunal Federal, sob comento, completamenteequivocado e oposto a tudo o que foi construído aolongo dos últimos anos, até desaguar na redaçãodada pelos constituintes na vigente ConstituiçãoFederal.

Ora, o Procurador do Estado não é um agenteoposto as políticas públicas que qualquer Governotente implementar, longe disto, o Procurador doEstado tem como obrigação funcional justamenteimplementar as Políticas Públicas, desde que estasse compatibilizem com os Princípios Constitucio-nais da legalidade e da moralidade públicas, den-tre outros.

Até porque, os serviços públicos precisam serdesempenhados de forma neutra, compromissada

e organizada exclusivamente para atender aos re-clames da sociedade e não seriam diferentes comoos Procuradores do Estado que, na qualidade decidadão comum pode ter qualquer coloração par-tidária e ideológica mas que, no desempenho desuas funções, está comprometido com os Princí-pios Constitucionais que regem a AdministraçãoPública.

Além do mais, o constituinte não possibilitouque o cargo de Procurador-Geral fosse escolhidofora da carreira. Tal entendimento se extrai da pró-pria Constituição ao analisarmos o que preceitua oartigo 131, da Constituição, que trata da Advocacia-Geral da União, onde de forma expressa reconheceno parágrafo 1º., do artigo 131, que neste órgão, ocargo de Advogado-Geral da União é de livre no-meação pelo Presidente da República dentre cida-dãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saberjurídico e reputação ilibada. Disposição que não secontém no artigo 132 e seu parágrafo único, logo aseguir.

Se fosse para ser a mesma intenção não haveriaa necessidade de termos dois artigos, um tratandoda Advocacia-Geral da União e outro das Procura-dorias-Gerais dos Estados, bastaria um único.

Como assim não foi, e nem foram repetidas asmesmas expressões de um e de outro artigo e nemconsta qualquer remissão expressa de que se apli-cam as disposições do artigo 131 as Procuradorias-Gerais dos Estados, só podemos lamentar aequivocada interpretação que foi dada, aos disposi-tivos constitucionais contidos nos artigos 131 e 132,da Constituição, em recente decisão pela mais altaCorte Nacional.

Isto serve de chamamento, para que todos nós,nos unamos na luta intransigente pelo resgate e va-lorização das prerrogativas e na busca de imple-mentação das conquistas constitucionais do cargode Procurador do Estado, que, com decisões comoesta, demonstram o quão equivocado pode ser o en-tendimento dado a um dispositivo expresso emnossa Carta Magna.

A luta não é só da diretoria da Apeminas masde todos nós Procuradores, cuja postura só pode serna inarredável defesa do tratamento constitucionaladequado, como inclusive já ocorre na maioria dosdemais Estados da Federação.

www.anunciatto.com

JOÃO LÚCIO MARTINS PINTO, VICE-PRESIDENTEDA APEMINAS

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Representantes de todas as Associações de Procuradores do Brasil fortalecem movimento em Minas

Mobilização nacional

Mais um passo dado embusca do tratamento constitucio-nal adequado para os procurado-res do Estado de Minas Gerais.Assinada por representantes detodas as Associações de Procura-dores, além do presidente da As-sociação Nacional dosProcuradores (ANAPE), RonaldAlves Bicca, foi editada a Nota deApoio, onde é declarado repúdioao tratamento dado pelo gover-nador Aécio Neves à classe, comotambém à injustificável políticaremuneratória adotada emMinas. A carta, que será divul-gada em veículos de comunica-ção de várias cidades brasileiras,foi resultado da realização, no úl-timo dia 13 de março, no LibertyPalace Hotel, em Belo Horizonte,do II Encontro de Procuradoresdo Estado de Minas Gerais: “Me-didas de Mobilização: Experiên-cias em outros Estados” e dareunião do Conselho Delibera-tivo da ANAPE, extraordinaria-mente trazida para a capitalmineira em virtude da preocu-pante situação dos profissionaisdos quadros da Advocacia Geraldo Estado (AGE).

Durante as discussões,quando representantes de outrasAssociações falaram sobre a si-tuação em seus respectivos Es-

tados, teve destaque a falta dediálogo com o governador AécioNeves em relação a outras uni-dades de Federação. A Associa-ção dos Procuradores do Estadode Minas Gerais (APEMINAS) jáenviou reiterados ofícios ao Pa-lácio com pedidos de reunião,sem êxito, segundo informou opresidente Gustavo Chaves Car-reira Machado. “Acompanhamoso sucateamento da carreira enem sequer somos respondidospelo governador. Esta nota deapoio serve para que a reivindi-cação em Minas Gerais ganheainda mais força e sensibilize oExecutivo mineiro, já que em ou-tros Estados a situação é bem di-ferente”, frisou.

No evento, Ronald Bicca la-mentou a falta de diálogo e res-saltou que o abismo salarialexistente entre a carreira de pro-curador e as demais funções es-senciais à Justiça enfraquece aadvocacia pública, conseqüente-mente a defesa do Estado emjuízo e a proteção do erário. “É oprocurador que defende o Es-tado em ações propostas peloMinistério Público, por exemplo.Então, se a política remunerató-ria é tão distinta nestas duas car-reiras é sinal de que o Governofortalece o promotor público,

que recebe um vencimento bemsuperior ao dos procuradores, eenfraquece quem pratica a suadefesa. O problema da questãoremuneratória é o desequilíbrioem relação a outras funções daJustiça, a desvalorização da ad-vocacia pública e a inevitável eva-são de bons profissionais paraoutras carreiras jurídicas”, disse.

Exemplo de mobilização econstante diálogo com o Governodo Estado foi trazido na palestrado presidente da Associação dosProcuradores da Bahia, CláudioCairo Gonçalves, que contoucomo os advogados públicosbaianos alcançaram o tratamentoconstitucional adequado, situa-ção que era desfavorável até2007. Segundo ele, foi desenca-deada campanha midiática coma veiculação de mensagens emoutdoors, panfletos, vídeos insti-tucionais, entre outras modali-dades, para mostrar à sociedadea importância da advocacia pú-blica e pressionar o Governo.“Em determinado momento nospreparamos para a guerra. Ar-mamos-nos de provas e atéameaçamos fazer uma espécie deoperação tartaruga se as coisasnão melhorassem. Fomos ao go-vernador, ao secretário de admi-nistração e deixamos clara a

intenção de diálogo. Hoje naBahia, os procuradores recebemvencimentos que estão no níveldo subteto e isto tem que acon-tecer em Minas urgentemente”,afirmou.

Também o presidente da As-sociação do Ceará, João RégisMatias falou durante o Encontrosobre as condições dos procura-dores naquele Estado. Ao con-trário do que acontece emMinas, a Procuradoria cearensevive bom momento, com amplia-ção da estrutura física, constantediálogo com o Governo – Matiasocupa cargo administrativo naProcuradoria - e vencimentosequivalentes às outras carreirasjurídicas. Durante sua palestra,ele apresentou os primeiros de-talhes sobre o próximo Con-gresso Nacional de Procuradoresdo Estado, que acontecerá emFortaleza, entre os dias 19 e 23de outubro deste ano. Tambémfalaram aos procuradores minei-ros, os presidentes das Associa-ções de Santa Catarina, JulianoDossena e de Goiás, MarcelloTerto e, novamente, ficou clara adisparidade de tratamento con-cedido atualmente aos profissio-nais das Procuradorias nestesEstados em relação a Minas Ge-rais.

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Presidente da Associação Goiana lamenta situação em Minas

Reunião do Conselho da ANAPE

O presidente da Associaçãodos Procuradores de Goiás,Marcello Terto, que recente-mente foi o anfitrião do Con-gresso Nacional da categoria,realizado em Caldas Novas, par-ticipou dos trabalhos em BeloHorizonte. Segundo ele, a cons-tatação de que o Governo deMinas Gerais avilta e despreza acarreira demonstra a falta decompromisso com uma reformaapropriada do Judiciário e daAdministração Pública. “O Es-tado é o maior cliente e com issoatravanca o Poder Judiciário. In-vestimentos exclusivos nessePoder e no Ministério Públiconão serão capazes de resolver oproblema da falta de eficiênciado processo e suprimir a antro-pomorfização da AdministraçãoPública, com seus vícios e ma-zelas, porque o problema do Ju-diciário deve ser compreendido

como sistemático e, nesse sis-tema, a advocacia pública é sa-lutar como instrumento deprevenção, preservação e repa-

ração do patrimônio e interessespúblicos”, frisou.

Ele contou ainda que o go-verno do Estado de Goiás reco-

nheceu a necessidade de se exe-cutar imediatamente projetodestinado a aparelhar de melhorforma a Procuradoria naquelaUnidade da Federação. Paraisso, segundo Terto, o primeiropasso será a consolidação dosquadros dos membros da PGEgoiana, que possui alto índice deevasão e a construção da novasede da entidade. “O projeto doque se denominou adequaçãodos subsídios está prestes a serencaminhado à Assembléia Le-gislativa e a negociação de áreapara construção e instalação danova sede foi iniciada. Está emcurso ainda um projeto apre-sentado pela APEG e discutidopelo Conselho de Procuradoresde reestruturação orgânica daProcuradoria e redimensiona-mento do regime jurídico pró-prio dos membros da carreira.”,disse.

Antes da realização do En-contro de Procuradores, o Con-selho Deliberativo da ANAPEse reuniu em Belo Horizonte,em caráter extraordinário,dada a lamentável situação daclasse em Minas. O presidenteRonald Alves Bicca dirigiu ostrabalhos que tinham como fi-nalidade principal unir aclasse em âmbito nacional emtorno da causa dos procurado-res mineiros. Estavam presen-tes representantes de 17Associações de Procuradoresdo Estado e todos se mostra-ram extremamente preocupa-dos com o que acontece emMinas. “Estamos todos sensí-veis à questão e com a falta dediálogo demonstrada pelo go-vernador Aécio Neves. Isto nãoacontece em outras unidades

da Federação. Por isso, trouxe-mos a reunião para Belo Hori-zonte”, afirmou Bicca.

Alguns veículos de imprensaderam destaque à questão. Asrádios Itatiaia, CBN e UFMGcompareceram ao Liberty PalaceHotel para entrevistar o presi-dente da APEMINAS, GustavoChaves Carreira Machado e Ro-nald Bicca. Também o jornal Es-tado de Minas publicou notasobre os trabalhos acontecidosno dia 13 de março.

Ainda durante a reuniãoforam discutidas questões insti-tucionais, entre elas a autono-mia administrativa e financeiradas Procuradorias, inadimplên-cia, linha editorial da próximarevista “Procuradores” e medi-das de mobilização nos estadosbrasileiros.

Marcello Terto falou sobre experiência em Goiás

Conselho da ANAPE debateu questão em Minas

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5Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 2 - nº 3 - abril/maio/junho de 2009

Em focoIntegrantes da diretoria da APEMINAS com-pareceram no último dia 6 de março, à inau-guração da nova sede da AGE em Juiz deFora. A solenidade teve as presenças do ex-presidente da República, Itamar Franco e doadvogado geral do Estado, José BonifácioBorges de Andrada. Também estiveram pre-sentes os advogados-gerais adjuntos, Al-berto Guimarães Andrada e Marco AntônioRebelo Romanelli. Andrada lembrou que asinstalações significam muito para a Advo-cacia-Geral do Estado, porém destacou quemais importante é a qualidade do trabalhorealizado pela Regional. Representando aAPEMINAS participaram o presidente Gus-tavo Chaves Carreira Machado, o vice, JoãoLúcio Martins Pinto, o diretor de relaçõesinstitucionais, Gustavo Albuquerque Maga-lhães e o diretor de comunicação, Jaime Ná-poles Villela.

O novo desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Ge-rais, José Marcos Rodrigues Vieira tomou posse em soleni-dade realizada no último dia 30 de março. Durante asessão, o presidente da APEMINAS, Gustavo Chaves Car-reira Machado entregou ao empossado, que foi procura-dor dos quadros da AGE, uma placa em homenagem aomagistrado (foto) que agora chega ao Judiciário mineiropela vaga do quinto constitucional da advocacia. Durantea cerimônia, José Marcos reafirmou seu compromisso dededicar a experiência para o aprimoramento da Justiça.“Esta é uma oportunidade de melhor servir a Pátria”, disse.Acompanharam a solenidade representantes do Judiciário,Executivo, Ministério Público, Advocacia e Legislativo, alémdos convidados.

Integrantes da diretoria da APEMINAS estiveram reunidos com o presidente a OAB/MG, Raimundo Cândido Júnior, no últimodia 16 de fevereiro. O objetivo da visita foi tornar ainda mais próximas as duas entidades e ampliar a participação dos pro-curadores nas atividades da Ordem, notadamente na Comissão de Advocacia Pública. Para isso reivindicaram a inclusãodos membros da diretoria da APEMINAS nessa Comissão. Raimundinho prometeu tomar as devidas providências para aten-der à solicitação. Participaram da reunião o presidente da Apeminas, Gustavo Chaves Carreira Machado, o vice-presidente,João Lúcio Martins Pinto, o diretor tesoureiro, Geraldo Ildebrando de Andrade, o diretor social, Marco Túlio de Carvalho Rochae o diretor de relações institucionais Gustavo Albuquerque

O vice-presidente da APEMINAS, João LúcioMartins Pinto esteve no dia 6 de março de2008, na sede da OAB, na solenidade deposse da nova diretoria do Instituto dos Ad-vogados de Minas Gerais (IAMG) para otriênio 2009/2001. Entre os empossados, oprocurador do Estado, Marcelo Barroso ea procuradora Juliana Campos Horta. O pri-meiro aparece na foto junto ao presidentedo IAMG, José Anchieta da Silva. Nestamesma oportunidade foi entregue a Meda-lha do IAMG, dedicada a personalidades dedestaque no meio jurídico.

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Entrevista: Cláudio Gonçalves, presidente da Associação dos Procuradores do Estado da Bahia

Presidente da APEB fala sobre a mobilização dos procuradores baianos

Nascido em Vitória da Conquista, ci-dade do interior da Bahia, Cláudio CairoGonçalves é presidente da Associação dosProcuradores do Estado da Bahia (APEB)desde janeiro de 2008 e chamou a aten-ção dos colegas mineiros em sua exposi-ção durante o Encontro de Procuradores,realizado em Belo Horizonte. Nesta opor-tunidade ele contou resumidamente comofoi a luta dos procuradores baianos porum tratamento constitucional adequado.Melhoria remuneratória para a categoriae criação de novo modelo institucional daPGE baiana foram os alicerces da mobili-zação desencadeada por lá, assim queCairo assumiu a presidência da Associa-ção. Em entrevista ao Res Publica, ele falade forma ampla sobre a mobilização naBahia. Segundo ele, a disparidade salarialentre os procuradores e as demais fun-ções essenciais à Justiça naquele Estadoé mínima e a evasão ínfima devido à polí-tica remuneratória e pela possibilidade deadvocacia privada. Reuniões com o go-vernador, ações de mídia, ampliação deinterface com os associados, entre outrasmedidas, foram a tônica da mobilizaçãopor lá. O resultado foi a implantação danova Lei Orgânica da Procuradoria Geraldo Estado da Bahia

Res Publica - Qual a situaçãoda Advocacia Pública na Bahia? OGoverno baiano tem empreendidoesforços pela valorização daclasse?

Cláudio Cairo Gonçalves -Havia uma preocupação com a ca-pacidade do órgão em oferecerrespostas para a AdministraçãoPública, com constatação de umsubdimensionamento histórico.Problemas foram detectados emdiversas áreas de atuação da PGE.Nesta perspectiva, colheu-se tam-bém um contexto favorável entreos Gestores da Administração Pú-

blica Estadual, reconhecendo quehavia a necessidade de reformula-ção do modelo, da estrutura e dasrotinas da PGE-BA, voltados parao seu fortalecimento institucionale otimização dos seus serviços.Daí veio, conjuntamente, o pleitoremuneratório, para permitir mo-tivação do quadro de pessoal e evi-tar que a carreira fosse passagempara outras posições, como jáacontecera no passado.

RP - Ganhou destaque nacio-nal a recente a mobilização dosprocuradores baianos. Qual foi ob-jetivo desta mobilização? Em queela consistiu?

CCG - Peço permissão paraabrir o coração, pois tivemosmuito trabalho, e só com o resumodas atividades desenvolvidas épossível dimensionar o esforçoempreendido. Assim que entra-mos constatamos um ambiente dedispersão associativa, questiona-mentos sobre os benefícios gera-dos e disponibilizados, além daausência de integração informa-cional entre sua direção e os asso-

ciados. Assim, definimos duasgrandes vertentes prioritárias aserem objeto de atuação da Asso-ciação: melhoria remuneratóriapara a categoria e criação de novomodelo institucional da PGE-BA.A necessidade de melhoria remu-neratória se revestia de grande an-seio da classe (Procuradores emexercício e aposentados), que, du-rante os anos de 2003 a 2007, as-sistiram a uma derrocada de seuspleitos de ascensão remuneratóriaem paridade com outras carreirasjurídicas. Daí partimos para a exe-cução desse plano.

RP - E como isso foi feito? CCG - A estratégia desenvol-

vida pautou-se pelo envolvimentodo maior número de participantesno processo, através da realizaçãode atos e eventos que promoves-sem a mobilização e a conscienti-zação da necessidade de luta ecombatividade por parte da Asso-ciação. Foram promovidas diver-sas atividades de mobilização daclasse, tais como: Nota Públicaveiculada no Jornal A Tarde, Se-

minário sobre a Carreira de Pro-curador do Estado na OAB, Lan-çamento da Frente Parlamentarna Assembléia Legislativa, Criaçãodo Núcleo Estratégico de Mobili-zação, Vigília Cívica na Governa-doria, Campanha publicitária deValorização da Carreira de Procu-rador do Estado, Nota Pública vei-culada no Jornal A Tarde, DebatePúblico na Assembléia Legislativa,Apresentação de Programa “En-tenda Direito – Especial Procura-dor do Estado”. Durante o períodode Mobilização, após a primeiraAssembléia Geral Extraordináriarealizada em 22/02/2008, foi re-tomado o “estado de mobilização”da carreira e aprovada a situaçãode “Assembléia Geral Extraordi-nária Permanente”, quando foramrealizadas doze Assembléias Ge-rais Extraordinárias, com o pro-pósito de essencialmente discutiro assunto do tratamento constitu-cional adequado. As AssembléiasGerais estiveram repletas de Asso-ciados durante todo o ano de2008, quebrando todos os recor-des de presença em situações an-teriores. Outra estratégiafundamental foi a transparênciadas ações desenvolvidas, quandose tentou criar um fluxo contínuode informações atualizadas e con-fiáveis para que todos pudessemse sentir participantes do pro-cesso.

RP - Vocês também desenca-dearam ações de mídia.

CCG - Foram utilizados diver-sos e criativos meios de comuni-cação da direção da Associaçãocom os Associados, como a Comu-nicação via correio eletrônico ins-titucional, telefones móveis,

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7Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 2 - nº 3 - abril/maio/junho de 2009

telegramas e correspondências,Informativos eletrônicos da APEB,pop-up e banner de abertura dosite (www.apeb.org.br), criação deárea privativa do associado, torpe-dos em massa de telefones móveispara os associados, redefinição edinamização da interface do site,instituição de contagem de acessoao site e ações promocionais de di-vulgação das atividades. Para seter uma idéia, após a criação dacontagem de acesso ao site e darealização da Campanha de Valo-rização da Carreira contabilizou-se mais de dez mil acessos noperíodo de cerca de seis meses. Aárea do Associado no site recebeu,nesse período, cerca de setecentose cinqüenta acessos.

RP - Qual o reflexo disso naclasse?

CCG - Com o objetivo de legi-timar o movimento e promover oenvolvimento dos colegas, foramcriadas diversas comissões de tra-balho, tais como a de honorários ede negociação, núcleo estratégicode mobilização e de revisão detexto, que funcionaram graças aoempenho e a responsabilidade detodos os envolvidos. Destaco as ta-refas desempenhadas pela Comis-são de Negociação e de Revisão,formada por Associados de áreasdistintas de atuação na PGE e comdiferentes perfis, que realizou ex-celentes trabalhos com participa-ção em inúmeras reuniões,produção de textos, planilhas, es-tudos e comparativos, dignos deum trabalho de excelência. Enfim,muito trabalho em prol de um ob-jetivo comum, e que criou um pro-pício ambiente deacompanhamento do andamentodos trabalhos da nova Lei Orgâ-nica da Procuradoria Geral do Es-tado da Bahia, culminando naimplantação do almejado trata-mento adequado.

RP - É sabido que na Bahia oProcurador-Geral é membro dacarreira. Qual a importância distopara a defesa dos interesses doEstado?

CCG - O atual ProcuradorGeral do Estado, Rui MoraesCruz, é da carreira e foi escolhidograças a um compromisso do

então candidato ao Governo doEstado, Jaques Wagner, em preen-cher o cargo através de indicaçãoda APEB. Apesar do processo deescolha ter sido muito tumultuadoe sem debate entre os candidatos,para que assumissem compromis-sos com a classe, esta foi uma im-portante realização, pois registrouo reconhecimento da classe em in-dicar o Procurador Geral do Es-tado em lista tríplice.

RP - Na recente reunião daANAPE realizada em BH, o se-nhor se mostrou surpreso aotomar conhecimento da atual si-tuação da advocacia pública emMinas Gerais. Por quê?

CCG - Fiquei realmentemuito preocupado e triste com oque está acontecendo em MinasGerais. A palavra talvez seja de-cepcionado! Os Procuradores doEstado são uma das molas pro-pulsoras da Administração Pú-blica Estadual, sua memória, agarantia de segurança jurídicapara os gestores. Concomitante-mente, são a garantia de controleda moralidade e da legalidadepara a sociedade. Por isto, preci-sam ser valorizados, tratados comrespeito, dignidade. Percebemosque aqui não há este entendi-mento por parte do atual go-verno. Fica parecendo que aquestão da juridicidade a queestá sujeita a administração pú-blica está em segundo ou terceiroplanos. Isto é inadmissível. Nãodá para entender que Minas Ge-rais, de tantos exemplos para oBrasil, conceba um tratamentotão injusto para seus Procurado-res do Estado. Além do mais, a

atividade jurídica do Estado écomplexa e sistêmica, não podeficar sendo comparada a outrascarreiras, por mais importânciaque elas tenham. A ConstituiçãoFederal nos distinguiu, e, não setrata de privilégio, mas de prer-rogativa institucional.

RP - Em que medida o des-caso com a advocacia pública emMinas Gerais é prejudicial à defesado interesse público?

CCG - Infelizmente, a situaçãodos Procuradores do Estado deMinas Gerais é extremamentegrave e preocupante. Há grandeincerteza institucional e instabili-dade remuneratória. Primeiro, sepercebe o descumprimento claroda Constituição Federal. Segundo,institucionalmente a posição doEstado em juízo fica enfraquecida.Terceiro, a desmotivação começa agrassar entre os colegas. MinasGerais tem tudo para ser umgrande exemplo para o Brasil, e,neste quesito, está deixando a de-sejar. O Estado de Minas Geraisperde muito com sua advocaciapública fragilizada. Talvez, aindanão seja visível, mas começam aaparecer situações de enfraqueci-mento quanto à capacidade de re-cuperação de créditos tributários,acúmulos de processos na consul-toria, com a perda da possibili-dade de respostas mais céleres. Osquadros começam a migrar paraoutras carreiras, fazendo com quehaja descontinuidade administra-tiva. Como disse, a função da ad-vocacia pública é sistêmica, atingetodas as outras áreas da ação go-vernamental. Logo, estes efeitoscomeçarão a ser sentidos.

RP - Qual a sua opinião sobreo tratamento dispensado pelo go-vernador Aécio Neves aos procu-radores em Minas?

CCG - Entendo que se trata degrande irresponsabilidade o des-monte da advocacia pública emMinas Gerais. Este mau exemploprecisa ser nacionalmente divul-gado. Em outros importantes Es-tados da Federação, como Bahia,Pernambuco, Rio de Janeiro, SãoPaulo, o movimento é exatamenteo oposto: Valorização e Motivação.

RP – Temos exemplos emMinas de profissionais que nãosão procuradores exercendo atri-buições privativas da carreira, no-tadamente no controle interno dosatos administrativos. Isso tambémocorre na Bahia? Como o Governobaiano se porta em relação a isso?

Esta situação é inaceitável.Caso o Gestor não se sensibilize, asaída é a porta do Judiciário. NaBahia, logo que assumi a APEB,houve uma tentativa de contrata-ção de Advogados por regime ad-ministrativo especial. Assim quesoubemos do fato, agimos imedia-tamente, e a contratação foi sus-pensa.

RP - Qual mensagem deixariaaos Procuradores mineiros na lutapelo tratamento constitucionaladequado?

CCG - Em minha opinião, apalavra de ordem deve ser “mobi-lização”, para que se efetive umclima de sensibilização governa-mental para as importantes fun-ções desempenhadas pelosProcuradores do Estado. Isto sig-nifica o emprego de todas asarmas, paulatinamente. Começa-mos pelo fortalecimento interno,passamos para a construção dodiálogo, até que cheguemos, sefor absolutamente necessário, àsmedidas mais extremas, como pa-ralisação de atividades e greve.Por isto, esta situação só será re-solvida com a plena união de es-forços em prol de objetivoscomuns. Assim, tenho certeza queos Procuradores do Estado deMinas Gerais retornarão ao pata-mar que lhes pertence por natu-reza. Boa sorte e sucesso àAPEMINAS !

Minas Gerais perdemuito com sua

advocacia pública fragilizada. Talvez,

ainda não seja visível,mas começam a

aparecer situações deenfraquecimento

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8 Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 2 - nº 3 - abril/maio/junho de 2009

Augusto Galvão (AL), Elias Lapenda (ANAPE), Cristovam Pontes (AC), Ronald Bicca e Geraldo Ildebrando

Gustavo Magalhães, Rochelle Cardoso, Geraldo Ildebrando, Gustavo Carreira Machado,Adrienne Lage, Cláudio Cairo Gonçalves (BA) e Jaime Villela

A Rádio CBN noticiou os eventos realizados no Liberty Hotel, quando o presidente daANAPE concedeu entrevista ao vivo durante a programação

Juliano Dossena (SC), Jaime Villela, Walter Santos, Dario Brant, Cláudio Ribeiro e Alexandre Diniz

Ronald Bicca (ANAPE), Marcello Terto (GO), Juliano Dossena (SC) e Sérgio do Vale (TO) A repórter da Itatiaia, Solange Bastos entrevista Gustavo Chaves e Ronald Bicca

Éder Souza, Geraldo Ildebrando, Cláudio Ribeiro, Marco Túlio Carvalho Rocha, CláudioCairo Gonçalves

Augusto Galvão, Fernando Zanello (ANAPE), Gustavo Carreira Machado, Jaime Villela, Juliano Dossena (SC), Flávio Gomes (AL) e Cláudio Cairo Gonçalves (BA)

II Encontro de Procuradores

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A forma de investidura de car-gos das Procuradorias-Gerais dosEstados e do Distrito Federal foi de-cidida pelo Supremo Tribunal Fede-ral em 12 de fevereiro, nojulgamento da Ação Direta de In-constitucionalidade (ADI) n. 2.682,do Estado do Amapá, ajuizada peloConselho Federal da OAB. O STFconsiderou ser da competência dosEstados e do Distrito Federal a defi-nição do modo de recrutamento dochefe da carreira. A análise dos ar-gumentos do STF permite concluirsobre o estado atual do tema.

O entendimento de que o go-vernador tem o direito de escolherlivremente o Procurador-Geral doEstado prevaleceu unanimementena ADI n. 217-PB sob dois funda-mentos: a) o art. 131 da Constitui-ção da República que permite aoPresidente da República escolher oAdvogado-Geral da União medianterecrutamento amplo seria aplicável,por simetria, aos Estados; b) a li-berdade político-administrativa doGovernador imporia a liberdade deescolha do Procurador-Geral doEstado.

A aplicação do art. 131 da Cons-tituição da República, por simetria,aos Estados e ao Distrito Federal foiafastada pelo Min. GILMAR MEN-DES, no julgamento da ADI n.1.679-GO, em 8 de outubro de 2003.

No julgamento da ADI n. 2.682, noentanto, o Presidente do STF desco-nheceu sua própria lição, ao susten-tar exatamente o contrário!

A necessidade de se assegurar aliberdade político-administrativa aogovernador foi defendida pelo Min.JOAQUIM BARBOSA nas ADI’s ns.2.581-SP e 2.682-AP, sob o argu-mento de que o Procurador-Geral deEstado exerce função... política! ParaS. Exa. a exigência do recrutamentolimitado do Procurador-Geral do Es-tado resultaria em “estranho noninho de quem foi eleito pelo povo.Subversão total” (ADI n. 2.581). OMinistro não levou em conta que aliberdade político-administrativa dogovernador deve respeitar os limitestraçados pela Constituição e que asfunções do Procurador-Geral do Es-tado, embora de importância polí-tica, são eminentemente técnicas.

É difícil crer que o mesmo Mi-nistro que julgou ser o parecer jurí-dico vinculante para o agentepúblico, quando a lei o exige (MS24631-DF), tenha afirmado a má-xima liberdade do agente público nanomeação do mais importante pare-cerista dos Estados e do Distrito Fe-deral! De que adianta afirmar avinculação ao parecer se o parece-rista-mor, aquele encarregado daaprovação de todos os pareceres,“deve” ser demissível ad nutum porseu consulente?

O dado mais surpreendente emtoda a discussão da matéria no STF,

contudo, é a desconsideração dosprincípios da moralidade e da im-pessoalidade, que corroboram asduas faces da tese do recrutamentolimitado: a que afirma a aptidão dosProcuradores de Estado para chefiara própria carreira e a que evidenciaos riscos de se ter um chefe da car-reira alheio à Instituição.

A aptidão dos procuradores deEstado para chefiar a própria car-reira decorre da natureza técnica dasfunções dos advogados públicos.Contra o entendimento de que asfunções do Procurador-Geral seriampolíticas é de se questionar: que as-sunto pode haver entre um Governa-dor e um Procurador-Geral doEstado que exija deste em relaçãoàquele um vínculo de pessoalidade?Que não possa ser levado a um Pro-curador de Estado concursado? Queatendimento melhor à Constituiçãoe às leis pode conceder um Procura-dor-Geral de Estado alheio à car-reira, em relação a um que tenha sesubmetido ao concurso público pre-visto na Constituição da República?

Quanto aos riscos do recruta-mento amplo, na perspectiva doprincípio da moralidade, basta um:o do patrocínio infiel ou da tergiver-sação. “Patrocínio infiel”, “tergiver-sação” ou “patrocínio simultâneo”são condutas previstas no art. 355 doCódigo Penal. Nelas incorre o advo-gado que prejudica interesses quelhe são confiados. Dizem respeito àfidelidade que todo advogado deve

guardar aos interesses de seucliente.

Relativamente ao exercício daadvocacia pública, o limitado númerode entes envolvidos e a extensão dosmesmos leva a que o advogado se es-pecialize numa de duas posições: ad-voga-se em favor de determinadoente, ou contra. Então, ao permitir orecrutamento amplo, o que fez oSTF foi consagrar a possibilidade deadvogado que antes atuava contra oEstado vir a assumir sua defesa,temporariamente, para poder voltara atacá-lo quando da troca de go-verno ou mesmo antes. Sem qua-rentena.

Mais surpreende que o STFtenha aberto as portas a essa possi-bilidade se se tem em conta os en-tendimentos moralizantes da vidapública nacional que a Corte tempromovido, como o que diz respeitoà fidelidade partidária (MS 26.604-DF). Leigos e especialistas não com-preendem: como o dever defidelidade de um advogado a seucliente (e no caso o cliente é o Es-tado) pode ser menor do que o deum político a seu partido?

Como se vê, a esperança de queo critério de escolha do chefe dasprocuradorias de Estados por recru-tamento limitado venha a prevalecerencontra alento no seio do próprioSTF e, mais especificamente, nas pa-lavras dos mesmos Ministros que orejeitaram no dia 12 de fevereiro de2009.

9Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 2 - nº 3 - abril/maio/junho de 2009

Artigo MARCO TÚLIODE CARVALHOROCHA, DIRETOR SOCIAL DAAPEMINAS

Moralidade Pública na Escolha dosChefes das Procuradorias Estaduais

Chá de cadeiraMOROSIDADE INJUSTIFICADACausa perplexidade o fato de o Projetode Lei Estadual nº 2.752/08, que rea-justa os vencimentos dos procuradoresdo Estado no ínfimo percentual de 15%,em três parcelas semestrais de 5%, ape-sar de ter sido enviado à Assembléia Le-gislativa no início de julho de 2008,

ainda não ter sido votado, diferente-mente de outros projetos de reajuste deservidores, que já foram aprovados,mesmo sendo enviados depois do refe-rido PL ao Legislativo Estadual.

AÉCIO NEVESHá quem desconfie que o governador

Aécio Neves não tem sido colocado a pardos exaustivamente reiterados pedidosde audiência da APEMINAS. Tal descon-fiança é reforçada pela resposta que foiencaminhada à APEMINAS, mediante ofí-cio, assinado por representação, da se-cretária do Gabinete da Governadoria,remetendo ao advogado-geral do Estado

o tratamento do “assunto”. Ora, porcerto o governador tem ciência de quedeterminadas atribuições do cargo queconquistou nas urnas são indelegáveis.Também sabe ele que tratar uma car-reira de estado com tanto desdém não énada republicano. Obviamente, insisti-remos.

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Influenciado por compositores tais como Car-tola, Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola, ocompositor, cantor e procurador do Estado deMinas Gerais, Fábio Diniz inaugura sua carreiraartística com o CD “desassossego Ritmado”, apre-sentando sambas pautados pela força da palavra.Da Bossa nova (DIÁRIO DE VIAGEM) ao samba,com passagem pelo choro (AMOR LIVRE) FábioDiniz deixa claro seu tema principal: o ser humanoe seus conflitos existenciais. Amor, desilusão, sau-dade, coragem e alegria são temas freqüentesnesta obra que pretende ser, ao menos, autêntica,sentimentalmente falando. Tendo surgido, inicial-mente, como projeto independente, o CD ganhanovo fôlego, com o convite da gravadora “VELAS”,do cantor e compositor Ivan Lins, para regravação,através de seu selo.

Em breve, os interessados poderão conferir oshow ao vivo que, provavelmente, acontecerá nomês de abril, em Belo Horizonte e também no Riode Janeiro, em uma tradicional casa de sambas,no bairro da Lapa. No mais, é ouvir e curtir, atra-vés do site www.fabiodiniz.com.br onde as músicastambém podem ser baixadas.

O “Desassossego Ritmado”Procurador também faz arte

Mural da APEMINAS�Quem compareceu ao II Encontro deProcuradores do Estado de Minas Gerais,no dia 13 de março, não se arrependeuAlém da sempre gratificante oportunidadede encontro com os colegas, foram agra-ciados com a demonstração de espírito deluta e inteligente mobilização exitosa re-centemente desempenhada na Bahia, ob-jeto da vibrante palestra do seu presidenteda APEB, Cláudio Cairo Gonçalves. As se-melhanças entre a situação baiana antesdas recentes conquistas e a atual conjun-tura da carreira em Minas Gerais são gran-des. Se eles conseguiram....

� A grande presença na reunião do Con-selho Deliberativo da ANAPE, realizada namanhã do dia 13 de março em Belo Hori-zonte já demonstrava: a situação da advo-cacia pública em Minas Gerais preocupacada vez mais os outros entes da Federa-ção. Foram muitas as manifestações exal-tadas de representantes do mais diversosEstados, ora surpresos, ora indignados. Al-guns se mostraram estarrecidos. O resul-tado foi a nota de apoio aos Procuradoresmineiros e repúdio ao tratamento confe-

rido à carreira pelo governo Aécio Neves,que vem sendo amplamente divulgada noterritório nacional.

� Já são 17 os Estados que atribuem aseus Procuradores o devido tratamentoConstitucional. Além da Bahia, Goiás tam-bém engrossa a lista, com a boa novasendo anuncia da em primeira mão pelopresidente da Associação dos Procurado-res de Goiás, Marcello Terto, durante o IIEncontro de Procuradores. Agradecemos apresença, assim como a da procuradoraMaria Elisa Quacken.

� A APEMINAS congratula-se com o êxitode nossos colegas nos últimos concursospara professor efetivo da UFMG. Só nos úl-timos seis meses, foram aprovados:Eduardo Goulart Pimenta, 1ª colocado emDireito Comercial, Onofre Batista, 1º emDireito Público e Marco Túlio Rocha - dire-tor da APEMINAS, 3ª lugar em Direito Civil.Tal resultado só demonstra o elevado níveldos quadros AGE, excelência garantida nadefesa do Estado de Minas Gerais, o queinfelizmente nem todos reconhecem.

� Tem gente que não acredita que sejamera falha da equipe de jornalismo do“Minas Gerais”, ao noticiar a posse do novodesembargador e colega associado, JoséMarcos Vieira, sem qualquer menção aofato de o empossado ser até então, procu-rador do Estado de Minas Gerais. Nemmesmo referência às presenças do advo-gado-geral do Estado e do presidente daAPEMINAS à cerimônia de posse.

� A SEPLAG não se emenda, mas às vezesaté que surpreende. Mantem-se fiel ao seuestilo contra tudo que possa ser favorávelao servidor público estadual. Recentemente,além de negar novamente o pagamento doacordo de resultados da AGE referente aoano de 2008, indeferiu também o pedido daAPEMINAS no sentido de que fosse imple-mentada a extensão da licença-maternidadeàs nossas colegas e demais servidoras. Sóinovou ao invocar em sua negativa o princí-pio da moralidade administrativa. Vindo da-queles lados surpreende.

� A diretoria da APEMINAS visitou as Ad-vocacias Regionais de Juiz de Fora e Ipa-

tinga, nos dia 6 e 27 de março, respectiva-mente. Nestas ocasiões estavam presentestodos os procuradores lotados nestas Re-gionais. Estas visitas tiveram como objetivopromover a campanha Filiação 100% e oresultado foi ótimo. Em Juiz de Fora, todosos colegas filiaram-se e os procuradores lo-tados na cidade do Vale do Aço já eramtodos associados, o que prova total apoioao movimento de resgate da dignidade daadvocacia pública mineira. Os diretores daAPEMINAS puderam ainda apresentar pro-jetos e demonstrar a atual situação da car-reira, além de conhecer melhor os colegase trocar experiências. A Associação tam-bém pôde conhecer em Juiz de Fora, a novasede, inaugurada naquela data, mais amplae funcional. Em Ipatinga, a diretoria da APE-MINAS, além de visitar a sede atual - quenão atende de maneira satisfatória as de-mandas dos procuradores e da população,o que evidencia a necessidade de aquisi-ção de uma sede própria para aquela Re-gional -, esteve reunida com a deputadaestadual, Rosângela Reis. Os procuradoreslotados em Ipatinga também acompanha-ram a reunião.

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A APEMINAS acaba de cele-brar mais um convênio. Destavez, com a Associação dos Fun-cionários Fiscais do Estado deMinas Gerais, a AFFEMG.Agora, os procuradores associa-dos poderão utilizar os benefí-cios e estrutura desta entidade,que engloba plano de saúdecom ampla cobertura

médico/hospitalar em todo oBrasil, colônias de férias emCabo Frio e Porto Seguro, van-tagens para aquisição de segu-ros de vida e veículos,dentistas, hotéis, escolas, cur-sos de pós-graduação, escolasde idiomas, clínicas de estética,além de poder ainda contarcom o plano de saúde odonto-

lógico da Rede Dental. Os inte-ressados em conhecer todos osbenefícios devem entrar emcontato com a APEMINAS.

Segundo a diretora de con-vênios da APEMINAS, EvâniaCabral, o objetivo é promoverparcerias que beneficiem os as-sociados e a AFFEMG é umaboa opção, em todos os serviços

disponibilizados. Os procurado-res filiados podem tambémcontar com os convênios da Li-vraria Del Rey, Caixa Econô-mica Federal, RestauranteAmbrósio’s Grill e lavanderiaLava Fácil. “Estamos traba-lhando para ampliar ainda maiso leque de opções”, concluiEvânia.

Procuradores associados já podemutilizar estrutura da AFFEMG

APEMINAS marca presença

APEMINAS na posse do novoprocurador-geral do DFTomou posso no último dia 2 de abril, em Brasília, o novo procurador-geraldo Distrito Federal, Marcelo Lavocat Galvão, em concorrida cerimônia. O pre-sidente da Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais (APE-MINAS), Gustavo Chaves Carreira Machado esteve presente. A cerimôniaaconteceu no Memorial JK. Participaram do evento parlamentares, advo-gados e magistrados. Entre estes, o ministro do STF, Marco Aurélio de Melloe o ministro aposentado deste mesmo Tribunal, Ilmar Galvão, pai do novoprocurador geral. Também foram empossados 16 novos procuradores apro-vados no último concurso. O governador José Roberto Arruda ressaltou du-rante a solenidade a importância da Procuradoria do DF para uma basejurídica sólida a todas as medidas adotadas pelo Governo, na defesa documprimento das leis. “A Procuradoria é uma ilha de excelência”, disse. Onovo procurador-geral substituiu Túlio Arantes, que agora está à frente daAssessoria para Assuntos Internacionais da Governadoria do DF. MarceloGalvão é carioca, tem 39 anos e é procurador desde 1993. Em Brasília, ocargo somente pode ser exercido por procuradores da carreira.

Procuradoria de SP lança livrosobre a história da instituiçãoA Procuradoria Geral do Estado de São Paulo lançou no último dia 30 de março,no Centro Sociocultural da Associação dos Procuradores (APESP), o livro “Ad-vocacia Pública – Apontamentos sobre a história da Procuradoria do Estado deSão Paulo”. A solenidade teve a presença de mais de 300 participantes. O vice-presidente da APEMINAS, João Lúcio Martins Pinto representou a entidade noevento, ao lado do procurador mineiro e diretor social da ANAPE, Daniel Cateb.A publicação, segundo informa o site da APESP, é luxuosa e completa, com de-poimentos de personagens, rico acervo fotográfico, documentos e uma linha dotempo com os fatos mais marcantes da PGE/SP. O presidente da Câmara dos De-putados, Michel Temer, que também é procurador, participou da solenidade edisse que a Procuradoria de São Paulo tem uma atividade essencial para o prin-cípio da legalidade: orienta a administração e defende os interesses públicos.Também estava na cerimônia, o presidente da ANAPE, Ronald Bicca.

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Procuradores temem que mudança para o CA comprometa defesa do Estado em juízo

Longe dos TribunaisA possível ida da estrutura da

Advocacia Geral do Estado (AGE)para o Centro Administrativo deMinas, em obras no bairro SerraVerde tem causado preocupaçãoentre os procuradores. A principalse refere à distância significativaentre o que seria a nova localizaçãoda AGE e as unidades da Justiçaem Belo Horizonte. Segundo dis-seram ao Res Publica alguns pro-fissionais, além do trabalho externorelativo ao comparecimento em au-diências, sustentações orais, vistasde autos – atos que exigem a pre-sença do procurador – e feitos cominformações da Receita Federal,também a parte administrativa, es-pecificamente no que tange à buscae devolução de processos, ficariabastante prejudicada.

Segundo o presidente da Asso-ciação dos Procuradores do Estado,Gustavo Chaves Carreira Machado,a situação é preocupante, pois,atualmente mesmo com a proximi-dade da AGE o atendimento nãotem sido satisfatório, principal-mente na questão de busca e devo-lução de processos que, uma vez noCentro Administrativo, ficaria pior.“A nova sede administrativa do Es-tado fica muito longe dos órgãos doPoder Judiciário na capital. Ima-gino se em determinada situaçãotenho que protocolizar uma petiçãoem caráter de urgência devido àchegada de um documento em úl-tima hora, o que não é raro aconte-cer. Nesta distância, fatalmente umprazo poderia ser perdido. Aindaque se instale um protocolo inte-grado no Centro Administrativo, oque acho difícil, a situação conti-nuaria a mesma”, diz. Outro fatorrefere-se à estrutura. “Precisamostambém de gabinetes próprios, oque atualmente não existe, preju-dicando as atividades que exigemmaior estudo e atenção”, conclui.

A procuradora Célia CunhaMello considera que a permanên-cia da estrutura física da AGE naAvenida Afonso Pena, em Belo Ho-

rizonte ou em outro endereço pró-ximo, não compromete a interco-municação junto ao PoderExecutivo, já que, em havendo ne-cessidade, os procuradores pode-riam comparecer ao CentroAdministrativo. “Poderíamos com-parecer pessoalmente à Cidade Ad-ministrativa, sem a necessidade dese transferir toda a estrutura daAGE e todos os procuradores, atémesmo porque as reuniões e con-tatos pessoais com o Governo nodia a dia são eventuais. Ao passoque o comparecimento ao Fórum,aos Tribunais e às secretarias éuma necessidade diária e intermi-tente, inerente ao trabalho externoe contencioso”, argumenta.

Com relação à atuação da AGEna função preventiva, consultoria enão contencioso, segundo afirma ovice-presidente da APEMINAS,João Lúcio Martins Pinto, em quepese ser possível a transferênciadeste setor da AGE para a “CidadeAdministrativa”, o desmembra-mento não acena com vantagensque justifiquem a adoção desta me-dida. “Com relação ao trabalho nãocontencioso, o fato de estar insta-lado fisicamente na proximidadedos demais órgãos do Executivo,não acelera ou dinamiza os traba-

lhos dos procuradores, conside-rando a tecnologia disponibilizadanos dias de hoje”, afirma.

O Centro Administrativo estásendo construído em uma área de804.000 m2, no antigo JockeyClube Serra Verde, na Região Me-tropolitana de Belo Horizonte, aolado da linha verde que dá acessoao Aeroporto de Confins e reunirátodas as Secretarias de Estado. Es-tima-se que a obra deverá custar,em seu final, R$ 880 milhões e aprevisão é de que a entrega sejafeita em dezembro de 2009, novemeses antes das eleições 2010 etrês antes do governador AécioNeves deixar o cargo para, possi-velmente, se lançar candidato àpresidência da República.

A licitação, vencida pela Cons-trutora Camargo Corrêa e os con-tratos para a construção do CentroAdministrativo são objeto de inqué-rito civil sigiloso do Ministério Pú-blico Estadual, o que se arrasta hámais de dois anos, na Promotoriade Defesa do Patrimônio Público.

Advogado geral acredita em adaptação

O Res Publica procurou oadvogado geral do Estado, JoséBorges Bonifácio Andrada para

saber o que a direção da AGEacha da mudança. Ele não vêmaiores problemas na transfe-rência para o Centro Adminis-trativo e a considera comoavanço. “Teremos melhorias nascondições de trabalho dos servi-dores e um avanço na moderni-zação da estrutura. A mudançasem dúvida, em um primeiromomento, poderá alterar algu-mas rotinas”, diz.

Sobre a distância do CentroAdministrativo para as sedes daJustiça em Belo Horizonte, Bo-nifácio acredita que serão feitasas adaptações necessárias paraque a rotina profissional dosprocuradores não seja afetada.“Para algumas pessoas, a trans-ferência pode significar um au-mento da distância da casa parao local de trabalho e para outros,uma redução. A administraçãoterá que providenciar os meiosnecessários para atender atempo e modo as demandas,mantendo a eficiência do ser-viço. Mas, essas são questões ad-ministrativas e operacionais quevão sendo estudadas e resolvidasà medida que forem feitas astransferências das repartiçõespara a nova sede”, conclui.

Contratos do CA são objeto de inquérito civil sigiloso do Ministério Público, que se arrasta há mais de dois anos

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