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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA
BACHARELADO EM ECOLOGIA
MIMOSA TENUIFLORA: POTENCIAL PARA USO EM PROGRAMAS DE
RESTAURAÇÃO FLORESTAL DA CAATINGA
BRUNA LAYZ CARVALHO DE MELLO
NATAL – RN
2016
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BRUNA LAYZ CARVALHO DE MELLO
MIMOSA TENUIFLORA: POTENCIAL PARA USO EM PROGRAMAS DE
RESTAURAÇÃO FLORESTAL DA CAATINGA
Orientadora:
Prof.ª Dr.ª Gislene Maria da Silva Ganade
NATAL – RN
2016
Monografia apresentada, como pré-requisito
para conclusão do curso de graduação em
Ecologia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte
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BRUNA LAYZ CARVALHO DE MELLO
MIMOSA TENUIFLORA: POTENCIAL PARA USO EM PROGRAMAS DE
RESTAURAÇÃO FLORESTAL DA CAATINGA
BANCA AVALIADORA
Prof.ª Dr.ª Miriam Plaza Pinto
Departamento de Ecologia – UFRN
Dr.ª Adriana Pellegrini Manhães
Departamento de Ecologia – UFRN
Msc. Felipe Pereira Marinho
Departamento de Ecologia – UFRN
(Suplente)
Monografia apresentada, como pré-requisito
para conclusão do curso de graduação em
Ecologia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte
Natal, 07 de Novembro de 2016
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a toda a equipe do Laboratório de Ecologia da Restauração que durante
os anos em que trabalhei no laboratório, contribuiu para o meu aprendizado e crescimento
como futura ecóloga. Agradeço a minha orientadora Gislene Ganade, por quem
desenvolvi uma profunda admiração desde o início do curso e por me fazer ter a certeza
de que a pesquisa é minha verdadeira paixão. Agradeço a Emerson Sousa, Marina
Fagundes, Felipe Marinho, Guilherme Mazzochini, e a todos aqueles que tornaram a
conclusão deste trabalho possível. Agradeço a Miriam Plaza Pinto, com quem trabalhei
por dois anos no projeto de monitoria, e com quem aprendi a amar a estatística e entender
sua importância para ecologia. Agradeço a minha mãe e irmãos que são e sempre serão o
meu pilar familiar. E sobretudo, agradeço aos meus amigos, Cleto Freire, Edjane
Damasceno, Adler Santana de Medeiros, Ana Claudia Amorim e Samara Medeiros que
sempre me apoiaram e me ajudaram, e sem os quais nada disso seria possível.
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SUMÁRIO
1. RESUMO ................................................................................................................. 7
2. ABSTRACT ............................................................................................................. 8
3. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9
4. OBJETIVOS .......................................................................................................... 10
5. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 10
5.1. Teste de Germinação.................................................................................... 10
5.2. Crescimento em casa de vegetação .............................................................. 11
5.3. Sobrevivência em campo ............................................................................. 12
5.4. Recuperação de biomassa após herbivoria .................................................. 12
5.5. Facilitação de outras espécies ...................................................................... 13
5.6. Programa estatístico ..................................................................................... 14
6. RESULTADOS ..................................................................................................... 14
6.1. Teste de germinação .................................................................................... 14
6.2. Crescimento em casa de vegetação .............................................................. 14
6.3. Sobrevivência em campo ............................................................................. 15
6.4. Recuperação de biomassa após herbivoria .................................................. 15
6.5. Facilitação de outras espécies ...................................................................... 15
7. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 16
7.1. Teste de germinação .................................................................................... 16
7.2. Crescimento em casa de vegetação .............................................................. 16
7.3. Sobrevivência em campo ............................................................................. 17
7.4. Capacidade de rebrote após herbivoria ........................................................ 17
7.5. Facilitação de outras espécies ...................................................................... 18
8. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 18
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 19
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Figuras e Tabelas ...................................................................................................... 21
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1. RESUMO
Os programas de restauração da Caatinga constantemente têm seu sucesso dificultado
pelo estado atual de degradação do bioma. Adicionalmente, a vegetação é desmatada para
fins de uso madeireiro, forrageiro e combustível em forma de lenha. Atrelado a isso, tem-
se observado uma tendência de compensar a falta de espécies vegetais nativas por
espécies exóticas. Tendo em vista todo este cenário, o objetivo deste trabalho foi avaliar
o potencial da Mimosa tenuiflora para ser utilizada em programas de restauração na
Caatinga. Para tanto, foi observado o desempenho da M. tenuiflora na germinação,
crescimento em casa de vegetação, sobrevivência em campo, status hídrico em período
de seca, recuperação de biomassa após herbivoria e facilitação no estabelecimento de
novas espécies. Os resultados demonstraram boa performance da M. tenuiflora e as vezes
melhor em comparação a outras espécies nativas e exóticas. Apresentou excelente taxa
de germinação na maioria dos tratamentos aos quais foi submetida, incluindo
escarificação mecânica, mostrando sua facilidade em germinar. Na casa de vegetação, o
crescimento se mostrou bom mesmo quando submetidas ao estresse hídrico. No
experimento de campo, a taxa de sobrevivência foi de 100% em quase todos os
tratamentos. Quando herbivorada, a M. tenuiflora demonstrou crescente recuperação da
biomassa, mesmo após dois eventos consecutivos de corte. Quanto a facilitação, duas das
três espécies alvo testadas foram facilitadas, evidenciando uma relação espécie-
específica. Com os resultados encontrados, é possível concluir que a M. tenuiflora tem
grande potencial para ser utilizada em programas de restauração, pois seu desempenho
demonstra que ela seria uma alternativa de fácil obtenção produção e manutenção, visto
que exige poucos recursos para estabelecimento e sobrevivência.
Palavras-chave: resistência a seca, estresse hídrico, adaptação à seca, facilitação,
estabelecimento.
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2. ABSTRACT
Restoration programs of Caatinga have their success constantly hampered by the current
state of degradation of this biome. Its vegetation is constantly cleared for timber use,
animal feed and firewood. Additionally, there is a tendency to compensate the lack of
native plants by introducing exotic species. In this scenario, the objective of this work
was to evaluate the potential use of the native tree Mimosa tenuiflora in restoration
programs of Caatinga. We studied the following aspects of M. tenuiflora performance: 1)
germination capacity; 2) growth patterns in the greenhouse; 3) Field survival; 4) biomass
recovery after herbivory and 5) Facilitation capacity of adult trees in respect to the
establishment of new species. The results showed good performance of M. tenuiflora and
sometimes better in comparison to other native and exotic species. It presented excellent
germination rate for most treatments to which it was subjected, including mechanical
scarification. In the greenhouse, it showed good growth even when subjected to water
stress. In the field experiment, its survival rates was 100% in almost all treatments. When
attacked by herbivores, M. tenuiflora demonstrated biomass recovery, even after two
consecutive cut events. About facilitation, two of the three species tested were facilitated,
highlighting a species-specific relationship. In conclusion, M. tenuiflora has great
potential to be successfully used in restoration programs because it can be easily obtained
and produced requiring few resources for establishment and survival.
Key-Words: drought-resistence, water stress, drought adaptation, facilitation,
establishment.
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3. INTRODUÇÃO
A recuperação do bioma da Caatinga tem sido um grande desafio para os atuais
programas de restauração. O constante corte da vegetação para uso madeireiro, lenha, e
pecuária causou uma redução de 40% da cobertura e, do restante, apenas 20 % encontra-
se em bom estado (Silva et al. 2004). A Caatinga possui longos meses de seca e chuvas
torrenciais má distribuídas, que aliados a falta da proteção fornecida pela copa das árvores
e sistemas radiculares, resulta em um solo seco e erosivo (Figueiredo et al. 2012). Desse
modo, é necessária nossa atenção para evitar a desertificação (Silva et al. 2004). O foco
dos programas de restauração devem ser o reflorestamento com espécies nativas de rápido
crescimento e adaptadas a locais degradados, que possam acumular biomassa em menos
tempo e auxiliar no melhoramento do solo (Galvão e Porfírio-da-Silva, 2005).
Outro grande problema que afeta a recuperação da caatinga é a crescente tendência
de buscar espécies exóticas para os programas de restauração, visto que são espécies de
crescimento rápido e bem adaptadas às condições adversas (Prach et al. 2007). A
exemplo, podemos citar Algaroba (Prosopis juliflora Sw.), Nim (Azadirachta indica A.
Juss.) e Leucena (Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit). A P. juliflora foi introduzida
em 1942 e é bastante utilizada para fins madeireiros, forrageiros, e como combustível, na
forma de lenha e carvão (Rodrigues et al 2013). Rocha de Lima et al. (2015), propõe o
uso da A. indica na recuperação de sítios degradados pela extração de piçarra. Já a L.
leucocephala vem sendo amplamente usada na alimentação de ruminates, graças sua alta
adaptabilidade aos trópicos, palatabilidade e altos índices de rebrote, o que favorece uma
fonte constante de alimento (Barreto et al. 2010). Com a ausência de competidores
naturais, predadores ou parasitas, a capacidade competitiva dessas espécies torna-se
maior que a das espécies nativas. Os problemas causados pela invasão de espécies
exóticas são tantos, que hoje é considerada a segunda maior ameaça à biodiversidade,
perdendo apenas para a exploração humana direta (Ziller, 2001). A ausência de
informações relevantes sobre o uso de nativas em programas de restauração faz com que
o plantio de exóticas seja ainda difundido. Tais fatores dificultam ainda mais o sucesso
de recuperação da caatinga.
Mimosa tenuiflora é uma leguminosa nativa da caatinga, pertencente à família
Mimosoideae. É uma espécie secundária e de caráter oportunista, com boa tolerância às
áreas antropizadas, podendo se estabelecer em diferentes níveis físico-químicos de solos
(Camargo-Ricalde 2000). A forragem verde da M. tenuiflora é usada na alimentação de
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caprinos, ovinos e bovinos e, suas folhas e frutos secos também são consumidos,
especialmente em períodos de estiagem (Cordão, 2011). Possui grande potencial
madeireiro (Figueirôa et al 2005), sendo usada também como lenha (Oliveira, 1988) e na
fabricação de carvão (Costa et al. 2002). Além disso, floresce por um longo período,
predominantemente durante a estação seca, fornecendo o pólen para muitas espécies de
abelhas, vespas, moscas e outros insetos (Maia-Silva, 2012). Jesus et al. (2015) reportou
significativo uso do pólen de M. tenuiflora pela abelha Apis melífera no Piauí.
Adicionalmente, essa espécie tende a facilitar a regeneração natural de plântulas de
árvores da Caatinga que se estabelecem sob o seu dossel (Paterno et al. 2016). Todas estas
características mostram que a M. tenuiflora tem grande potencial para programas de
restauração.
4. OBJETIVOS
Tendo em vista todos os benefícios da M. tenuiflora, este estudo pretende avaliar
o desempenho da mesma em diferentes estágios do processo de restauração, para assim
mapearmos a sua eficácia e possível substituição programas onde espécies exóticas são
utilizadas. Mais especificamente, investigaremos as seguintes características de M.
tenuilfora:
1) A facilidade de germinação de suas sementes.
2) O crescimento de plantas em casa de vegetação.
3) Sua sobrevivência em campo sob diferentes condições.
4) Recuperação de biomassa após herbivoria.
5) Potencial facilitador da árvore adulta para a colonização de futuras novas espécies
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1. Teste de Germinação
As sementes de M. tenuiflora foram submetidas a cinco tratamentos de quebra de
dormência: controle (C); escarificação mecânica (EM); escarificação química (EQ) em
ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado por 5 minutos; choque térmico (CT) em água a 80
11
°C por 5 minutos e imersão em ácido giberélico (GA3) 100 mg/L por 24h. Para cada
tratamento houveram 4 réplicas com 25 sementes cada.
Após estes tratamentos, as sementes foram postas para germinar em folhas de
papel Germitest® (208 x 380 mm) umedecidas com água destilada estéril, o papel foi
enrolado e colocado em saco transparente e mantido em condições controladas
(temperatura de 28±2 °C, fotoperíodo de 12 h e radiação fotossintetizante ativa de 80
µmol/m2/s) por 10 dias, seguindo a metodologia descrita por Krzyanowski et al., (1991).
A contagem de sementes germinadas foi realizada diariamente a fim de se obter a
porcentagem final de germinação. Foi medido também o índice de velocidade de
germinação (IVG), que consiste na média de sementes germinadas por dia, de a acordo
com Maguire (1962). Para verificar a diferença da taxa de germinação e de velocidade de
germinação nos diferentes tratamentos, foi realizado teste de ANOVA.
Fórmula do Índice de Velocidade de Germinação de Maguire (1962):
𝐼𝑉𝐺 = ∑(𝐺1𝑁1
+𝐺2𝑁2
+⋯𝐺𝑛𝑁𝑛)
Onde G é o número de sementes germinadas até o momento e N o número de dias
corridos.
5.2. Crescimento em casa de vegetação
A casa de vegetação utilizada está localizada na Floresta Nacional (FLONA) de
Açu, que protege 400 ha de vegetação de Caatinga, no município de Açú, Rio Grande do
Norte, Nordeste do Brasil (05º35’2’’S, 36º56’42’’ O, Figura1). Sementes de M. tenuiflora
foram postas para germinar em sementeiras e posteriormente transplantadas para tubos
de PVC de 1m de comprimento em casa de vegetação. As plantas foram organizadas em
cinco blocos com dois tratamentos: alta disponibilidade hídrica e baixa disponibilidade
hídrica, com um indivíduo por tratamento, totalizando 10 plantas. No tratamento de alta
disponibilidade a saturação hídrica do solo era mantida em 100% de sua capacidade de
campo e no tratamento de baixa disponibilidade hídrica a saturação era mantida em 15%.
Foram utilizados cinco tubos de PVC de 1 m x 0,075 m completamente preenchidos de
solo para calcular a capacidade de campo, que se deu a partir da diferença de terra seca e
terra totalmente saturada. A frequência de água recebida pelo tratamento de baixa
disponibilidade hídrica foi estabelecida pelos pesos dos tubos referentes à 15% da
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capacidade de campo, correspondente à rega manual por 5 minutos 2 vezes por semana.
Após três meses, foram coletados número de folhas, medidas de altura, comprimento de
raiz, biomassa fresca da parte aérea e biomassa fresca da raiz de todos os indivíduos. Para
cada parâmetro foi feito um teste de ANOVA. E para o crescimento ao longo do tempo
foi feita uma análise gráfica.
5.3. Sobrevivência em campo
Foi realizado um experimento de restauração em campo na FLONA de Açu no
período de julho de 2013 a julho de 2014. O delineamento se deu em cinco blocos de
repetição. Em cada bloco, A M. tenuiflora foi submetida a 5 tratamentos: (1) Controle,
(2) Adição de água, (3) Adição de Folhiço, (4) Adição de água e Folhiço e (5)
Agrofloresta (incluiu adição de água). Cada tratamento correspondia a uma parcela de 12
x 12 m, foram plantados quatro indivíduos, correspondentes aos seguintes tamanhos: (1)
raiz grande e parte aérea grande, (2) raiz grande e parte aérea pequena (2); (3) raiz
pequena e parte aérea grande e (4) raiz pequena e parte aérea pequena. Todos os
indivíduos foram irrigados por um mês durante o plantio para garantir o estabelecimento.
O tratamento de agroflorestal continha três espécies da agricultura local: Zea mays
(Milho), Phaseolus vulgaris (Feijão) e Cucurbita máxima (Jerimum). O experimento foi
monitorado mensalmente por um ano, com a medição do comprimento, DAS (diâmetro a
altura do solo) e número de folhas, e contagem de indivíduos vivos. Para a análise dos
parâmetros biométricos, foram feitas ANOVA’s Split-plot em blocos. E para a análise de
sobrevivência, foi feito um glm com desenho Split-plot como randômico e para testar a
significância foi feito um teste de razão de verossimilhança.
5.4. Recuperação de biomassa após herbivoria
O experimento se deu em casa de vegetação no horto florestal da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Para o plantio foram utilizados sacos plásticos de quatro
litros, em substrato com proporções de 2/4 de areia, ¼ de barro e ¼ de adubo orgânico.
Os indivíduos de M. tenuiflora foram dispostos em 7 blocos nos seguintes tratamentos:
1) primeiro evento de corte, 2) segundo evento de corte, totalizando 14 plantas. Esperou-
se que as plantas tivesses 47 cm para o início do experimento.
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Os eventos de corte foram feitos para simular a recuperação de biomassa da M.
tenuiflora ao longo do tempo após a herbivoria. Para tanto, todos os indivíduos receberam
um corte um centímetro acima da 12ª gema foliar contada a partir do solo, para simular o
primeiro evento de corte. Após mais 40 dias, algumas plantas receberam outra poda para
simular o segundo evento de corte. Para a análise de biomassa, foi usada a biomassa da
parte aérea (PA). Estes dados foram obtidos antes da montagem do experimento, logo
após o primeiro corte, 40 dias após a montagem do experimento e 80 dias após a
montagem do experimento. Foi calculada então a diferença de biomassa entre o momento
logo após o corte e 40 dias após o corte, e a diferença de biomassa entre o momento do
segundo corte e 40 dias após o segundo corte. Para a análise estatística, foi realizada uma
ANOVA.
5.5. Facilitação de outras espécies
O estudo foi também realizado na FLONA de Açu, e cinco indivíduos de M.
tenuiflora foram selecionados estrategicamente em uma área onde já houve exploração
madeireira. As árvores foram escolhidas seguindo os seguintes critérios: (1) os indivíduos
devem estar localizados dentro de 1km da sede da FLONA, (2) o tronco deve ter pelo
menos 10cm de circunferência à altura do peito (CAP), (3) as árvores nurse devem estar
distantes o máximo possível de outras árvores adultas, afim de evitar danos à vegetação.
Foram montadas cinco parcelas de 6,5 x 2 m. Cada parcela continha duas
subparcelas de 2 x 2 m separadas por 2,5 m. Uma subparcela continha o tratamento com
a M. tenuiflora (nurse) e mais três espécies alvo plantadas a baixo dela. A segunda
subparcela continha apenas as três espécies alvo sem a presença da nurse, correspondendo
ao controle. Ao total, foram plantadas 30 mudas. Cada indivíduo das espécies alvo
recebeu dois litros de agua após o plantio, sem aplicações posteriores de água. Todas as
plantas alvo foram monitoras duas vezes na primeira semana, afim de garantir a
sobrevivência após o plantio. O número de folhas e sobrevivência de mudas foram
contabilizados em 8, 16, 24, 36, 46, 60, 75 e 80 dias após o plantio. O Índice de Interação
Relativa (RII) foi utilizado para estimar o efeito da M. tenuiflora sobre as espécies alvo
(utilizando a proporção de folhas adquiridas e o tempo que a planta alvo sobreviveu)
(Armas et al, 2004). Este índice varia de -1 a 0 para inibição e de 0 a 1 para facilitação.
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5.6. Programa estatístico
Todas as análises foram realizadas no R 3.3.0.
6. RESULTADOS
6.1. Teste de germinação
A germinação da M. tenuilfora aumentou significativamente nos tratamentos de
escarificação mecânica, escarificação química e choque térmico (p<0,001, F=62,33 e
gl=4), enquanto que o ácido giberélico não obteve um efeito diferente do controle (Figura
2.A).
A velocidade de germinação também foi maior nos tratamentos de EM, EQ e CT
(p<0,001, F=56,27 e gl=4), com um aumento de 13 a 16 sementes/dia. Já a germinação
dos tratamentos controle e AG ficou entre 2 e 3 sementes/dia (Figura 2.B).
6.2. Crescimento em casa de vegetação
Em poucos meses plantas apresentaram uma taxa de crescimento muito alta, tendo
alcançado 1 metro de raiz e 0,5 metro de altura em apenas um mês de crescimento (Figura
3). Ao longo do tempo, no tratamento de alta disponibilidade hídrica (Figura 3.A), a
altura e o comprimento da raiz aumentaram um pouco no segundo mês e se mantiveram
com pouca variação no terceiro mês. Já no tratamento de baixa disponibilidade hídrica
(Figura 3.B), o comprimento da raiz diminuiu no segundo mês, enquanto a parte aérea
aumentou consideravelmente. No terceiro mês, o oposto foi observado.
Não houve diferença quanto ao tratamento de disponibilidade hídrica nas medidas
finais do número de folhas (p=0,6, F=0,291 e gl=1), a altura (p=1,13, F=3,289 e gl=1) e
o comprimento da raiz (p=0,08, F=4,09 e gl=1) da M. tenuiflora (Figura 4: 4.A, 4.B e
4.C). Houve diferença nos pesos frescos das folhas (p=0,008, F=13,72 e gl=1), parte aérea
(p=0,007, F=14,11 e gl=1) e raiz (p=0,003, F=19,73 e gl=1), sendo maiores no tratamento
de alta disponibilidade hídrica (Figura 4: 4.D, 4.E e 4.F).
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6.3. Sobrevivência em campo
O número de folhas (Figura 5) não diferiu quanto aos tratamentos de solo
(p=0,376. F=1,079 e gl=4) e de forma (p=0,88, F=0,22 e gl=3), e não foi encontrada uma
interação entre os dois fatores (p=0,787, F=065 e gl=12). Não houve diferença entre os
tratamentos de solo (p=0,52, F=0,81 e gl=4) e de forma (p=0,168, F=1,748 e gl=3), ou
houve interação dos fatores (p=0,317, F=1,11 e gl=12) para a altura (Figura 5). Também
não foi encontrada diferença no DAS final (Figura 5) para os tratamentos de solo
(p=0,248, F=1,397 e gl=4) e de forma (p=0,49, F=0,817 e gl=3), e não houve interação
entre os fatores (p=0,971, F=0,36 e gl=12).
A sobrevivência (Figura 6) da M. tenuiflora foi influenciada pelos tratamentos de
solo (Qui-quadrado=11,03, loglik=-12,44 e p=0,026), mas não foi afetada pela forma da
planta (Qui-quadrado=3,54, loglik=-12,44 e p=0,3161), e não houve interação dos fatores
(Qui-quadrado=2,50, loglik=-11,19 e p=0,9982). Houve 100% de sobrevivência nos
tratamentos controle, irrigação e folhiço + irrigação, com uma queda na sobrevivência
no tratamento de folhiço entre 20% e 40%, com exceção das plantas com raiz grande e
parte aérea grande e uma queda de 20% no tratamento agrofloresta para as plantas de raiz
pequena e parte aérea grande.
6.4. Recuperação de biomassa após herbivoria
A partir do primeiro evento de corte, a M. tenuiflora conseguiu recuperar sua
biomassa foliar e de caule, mais a recuperação foi maior no segundo evento de corte
(p=0,045, F=4.969 e gl=1, Figura 7). A mortalidade após o primeiro evento de corte foi
de 31,25% e reduziu para 3,03% após o segundo evento de corte.
6.5. Facilitação de outras espécies
A M. tenuiflora interagiu facilitando a A. colubrina e a M. urundeuva e inibiu a P.
gardneriana. O efeito do crescimento em folhas na A. colubrina e o M. urundeuva foi de
0.205 e 0.106 respectivamente e, o efeito na sobrevivência foi de 0.093 e 0.284
respectivamente. Para P. gardneriana, o efeito do crescimento em folhas foi negativo e o
feito na sobrevivência foi positivo, embora não tenha sido significativo (Tabela 2).
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7. DISCUSSÃO
7.1. Teste de germinação
Com exceção da escarificação química, o bom desempenho da M. tenuiflora na
escarificação mecânica e no choque térmico também foi visto em Cabral da Silva (2007),
onde obteve-se sucesso na taxa de germinação e no IVG nos tratamentos de choque
térmico e escarificação mecânica, e sem efeitos significativos com o uso de ácido
sulfúrico.
Em contraste, fazendo um comparativo entre os trabalhos de Torres et al (1994) e
Perez e Morais (1991), o melhor desempenho em taxa de germinação para P. juliflora foi
obtido quando as sementes eram submetidas ao ácido giberélico, enquanto a M. tenuiflora
apresentou uma taxa de germinação de 100% na escarificação mecânica e no choque
térmico, sendo estes métodos muito mais baratos.
7.2. Crescimento em casa de vegetação
A manutenção constante de altura e do comprimento de raiz da M. tenuiflora sob
o tratamento de alta disponibilidade hídrica se deve ao fato da maior abundância de água
proporcionar maior crescimento. Já a reação imediata do crescimento do caule no
tratamento de baixa disponibilidade hídrica foi contrária ao esperado para esta espécie. A
M. tenuiflora normalmente apresenta um sistema radicular mais profundo que outras
espécies, como uma adaptação a solos degradados e mais secos (Azevêdo et al. 2012).
Por ter sido uma resposta temporária, é possível que haja a influência da idade da planta.
Como visto por Barbosa (1991, apud Leal et al. 2003), plantas jovens que ainda não
possuem um sistema radicular desenvolvido e tuberoso, tendem a investir mais em caule.
Fator este que pode estar ligado à condição ambiental e fisiológica.
Normalmente a raiz atinge camadas mais profundas do solo sob alta
disponibilidade de água (Leal et al., 2003). E em uma condição de seca, manter a raiz nas
camadas mais superficiais pode garantir mais associações micorrízicas, e assim, suportar
melhor condições adversas. A não diferença significativa entre nos tratamentos no
número de folhas, altura e comprimento da raiz, mostra que após certo tempo de
adaptação, a M. tenuiflora pode sobreviver bem em condições de seca. Já a biomassa
fresca das folhas, da parte aérea e da raiz foram maiores sob o tratamento de alta
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disponibilidade hídrica. Quando a água se encontra abundantemente disponível, tem-se
um maior investimento em biomassa.
7.3. Sobrevivência em campo
A ausência de diferença na variação de folhas, altura e DAS em função dos
tratamentos de solo e forma da planta, é um indicativo de que a M. tenuiflora apresenta
um potencial de sucesso sob quaisquer condições de crescimento no campo. No estudo
de Figueiredo et al. (2012), plântulas de M. tenuiflora, Poincianella pyramidalis,
Cnidoscolus quercifolius são utilizadas em um plantio de recuperação de duas áreas. A
M. tenuiflora demonstrou os maiores valores em altura e DAS, comparada as outras duas
espécies. Sales (2008), também encontrou medidas de altura e DAS maiores para a M.
tenuiflora. Foi utilizada em um plantio de recuperação de uma área degradada pelo
desmatamento e pastejo, ao lado da P. pyramidalis.
A sobrevivência da M. tenuiflora foi de 100% em praticamente todos os
tratamentos, exceto nos tratamentos de solo folhiço e agrofloresta. A sobrevivência nas
variadas condições mostra que a variação climática não é um fator limitante significativo
para a M. tenuiflora. Foi observado em Figueiroa et al. (2006), uma sobrevivência entre
91% e 97% desta espécie na estação seca, evidenciando sua alta capacidade de adaptação
ao estresse hídrico. Um alto índice de sobrevivência sob estresse hídrico foi observado
também por Bakke et al. (2006).
7.4. Capacidade de rebrote após herbivoria
A maior recuperação de biomassa após dois eventos de herbivoria mostra que a
M. tenuiflora utiliza sua reserva de carboidratos estrategicamente. Pereira Filho et al
(2010), observaram rebrota após uma sequência de cortes do caule de M. tenuiflora, que
não havia sido observada após a primeira poda, indicando que a espécie apresenta
dormência em suas respostas, e que esta pode rebrotar mesmo após sucessivos forrageios.
A menor mortalidade após o segundo evento de corte também aponta para uma
estratégia de dormência de reservas de carboidratos. Ainda em Pereira Filho et al (2010),
foi observada uma maior sobrevivência em plantas de M. tenuiflora que receberam cortes
maiores. É possível que condições mais adversas ajam como estímulos para uma resposta
rápida da planta. Fato que segue o caminho inverso ao esperado, em que cortes mais
18
próximos ao solo aumentam a probabilidade de morte das plantas (Sakai et al. 1997). Isso
permite que a M. tenuiflora suporte bem a herbivoria e podas em maiores escalas para
produção de forragem.
7.5. Facilitação de outras espécies
O efeito facilitador da M. tenuiflora reflete a importância de espécies que
favoreçam o estabelecimento de novas plantas na caatinga. Especialmente em períodos
de estiagem, visto que uma planta facilitadora traz umidade, nutrientes e microrganismos
que na maioria das vezes estão ausentes em um solo seco. O fato da M. tenuiflora facilitar
e também inibir, como foi observado, mostra uma interação espécie-específica. Além
disso, a medida que o efeito facilitador sobre A. colubrina foi maior no crescimento em
folhas e menor na sobrevivência, o inverso foi observado para M. urundeuva, sugerindo
que o efeito da planta facilitadora também depende da estratégia da espécie alvo.
Considerando que o estudo foi feito em uma área que anteriormente sofreu
exploração madeireira, a capacidade da M. tenuiflora em facilitar o estabelecimento de
novas espécies evidencia a sua importância na regeneração de habitats degradados. E que
seu uso em programas de restauração e pode contrivuir para o aumento da diversidade.
Em contraste, a P. juliflora, espécie de planta invasora mais usada em plantios para
extração de madeira, tem mostrado efeitos adversos para a diversidade, segundo Gouveia
(2015), onde foi vista uma redução da diversidade alfa e gama das espécies nativas
presentes no habitat invadido.
8. CONCLUSÃO
Os resultados apresentados nesse trabalho demonstram o excelente potencial de
M. tenuiflora para uso em programas de restauração. A espécie germina e cresce
facilmente em casa de vegetação, apresenta ótima performance de sobrevivência e
crescimento em áreas degradadas, é resistente à herbivoria por animais pastadores e ao
crescer se torna uma espécie facilitadora da regeneração de outras espécies arbóreas que
se estabelecem abaixo de sua copa, promovendo a colonização natural de outras plantas
e biodiversidade. Programas de restauração que utilizam espécies exóticas para o plantio
deveriam substituir essas espécies pela espécie nativa M. tenuiflora.
19
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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21
Figuras e Tabelas
Figura 1. Mapa da Floresta Nacional de Açu (FLONA – Açu). Fonte: Diagnóstico interno -
ICMBio para a elaboração do Plano de Manejo da FLONA de Açu, 2008.
22
Figura 2. Taxa de germinação de sementes de M.
tenuiflora em porcentagem (A), e índice de
germinação (B). As barras com letras diferentes
diferiram estatisticamente quanto ao tratamento
(p<0,05).
23
Figura 3. Crescimento ao longo dos três meses da M.
tenuiflora no tratamento de alta disponibilidade hídrica
(A) e baixa disponibilidade hídrica (B). As barras acima
do 0 representam a altura e as barras abaixo do 0
representam o comprimento da raiz.
24
Figura 4. Desempenho da M. tenuiflora no terceiro mês em relação nos tratamentos de alta disponibilidade hídrica
(água) e baixa disponibilidade hídrica (seca) nos seguintes parâmetros: Número de folhas (A), Altura (B),
Comprimento da Raiz (C), Peso Fresco das Folhas (D), Peso Fresco da Parte Aérea (E) e Peso Fresco da Raiz (F).
As letras diferentes em cima das barras indicam a influência do tratamento sobre as plantas.
25
Figura 5. Variação do Número de Folhas (A), Altura (B) e DAS final (C) da M. tenuiflora
em função dos tratamentos de solo (Controle, Folhiço, Irrigação, Folhiço + Irrigação e
Agrofloresta) e da forma da planta (GG, GP, PG e PP).
26
Figura 6: Sobrevivência da M. tenuiflora nas quatro formas de planta em cada um dos
tratamentos de solo.
27
Espécie Alvo Efeito do Crescimento em Folhas Efeito na Sobrevivência
A. colubrina 0.205 0.093
M. urundeuva 0.106 0.284
P. gardneriana -0.046 0.009
Forma GG GP PG
Tratamento Isolado Exposto Isolado Exposto Isolado Exposto
Réplicas 3 3 2 2 1 1
Total 8
Tabela 2: Organização de amostragem dos indivíduos de M. tenuiflora. Formas da
planta: raiz grande e parte aérea grande (GG) e raiz pequena e parte aérea grande
(PG). Tratamentos: Isolado (com um saco plástico cobrindo o ramo) e Exposto (com
o ramo descoberto).
Figura 7: Biomassa recuperada em gramas da M. tenuiflora
após cada evento de herbivoria. As letras diferentes indicam
a diferença estatística da recuperação da biomassa entre os
eventos.
Tabela 1: Efeito facilitador da M. tenuiflora sobre o crescimento em folhas e sobre a sobrevivência de três espécies
alvo (A. colubrina, M. unundeuva e P. gardneriana).