miiases_2009

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Dípteros causadores de miíases Arthur Gruber BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo AG-ICB-USP

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  • Dpteros causadores de miases

    Arthur Gruber

    BMP0222 Introduo Parasitologia Veterinria

    Instituto de Cincias Biomdicas Universidade de So Paulo

    AG-ICB-USP

  • Miase a infestao de rgos ou tecidos de animais

    hospedeiros e do homem por estgios larvais de

    moscas dpteras

    As larvas se desenvolvem no interior ou sobre o corpo

    do hospedeiro, e se alimentam dos seus tecidos (vivos

    ou em necrose), substncias corporais lquidas ou dos

    alimentos por ele ingeridos

    Hospedeiros geralmente mamferos, ocasionalmente

    aves, raramente anfbios e rpteis

    Miases - definio

    AG-ICB-USP

  • Drmica

    Sub-drmica ou cutnea

    Naso-farngea

    Ocular

    Intestinal

    Entrica

    Urogenital

    MiasesClassificao pela localizao anatmica

    AG-ICB-USP

  • MiasesClassificao pelas leses

    Traumticas (leses abertas)

    Furunculares (formam cistos)

    AG-ICB-USP

  • Obrigatrias (geralmente primrias) - as larvas se desenvolvem

    exclusivamente em tecidos vivos, no so capazes de sobreviver

    fora do hospedeiro larvas biontfagas

    Facultativa ou acidental (geralmente secundrias) - Espcies se

    desenvolvem em matria orgnica em decomposio, tais como

    carcaas, fezes, e ocasionalmente depositam seus ovos ou larvas

    em tecidos vivos do hospedeiro - larvas necrobiontfagas Podem ser:

    Primrias - produzidas por espcies que adotaram o hbito

    ectoparasita, so capazes de iniciar uma miase.

    Secundrias - no so capazes de iniciar uma miise, a no ser

    secundariamente a uma outra miase

    MiasesClassificao pela relao parasita-hospedeiro

    AG-ICB-USP

  • A patogenia varia de acordo com:

    Espcie envolvida

    Local da infestao

    Grau da infestao

    Fortes infestaes irritao, desconforto, prurido, queda no consumo de alimento, reduo da fertilidade, queda na produtividade do rebanho

    Casos extremos hemorragia, infeco bacteriana, desidratao, anafilaxia e toxemia

    Miases - Patogenia

    AG-ICB-USP

  • AG-ICB-USP

    Diptera classificao taxonmica

    Ordem Diptera

    Subordem Nematocera

    Subordem Cyclorrapha

    Subordem Brachycera

    Famlias Ceratopongonidae, Simuliidae, Culicidae, Psychodidae

    Famlia Tabanidae

    Srie Aschiza

    Srie Schizophora

    Seco Acalypterae

    Seco Calypterae

    SuperfamliaMuscoidea

    SuperfamliaHippoboscoidea

    SuperfamliaOestroidea

    FamliaFannidae

    FamliaMuscidae

    FamliaGlossinidae

    FamliaHippoboscidae

    (borrachudos)

    (mutucas)

    (mosquito-palha)

    (mosca domstica e dos estbulos)

    (mosquito-plvora) (mosquitos)

    (mosca ts-ts)

    (moscas de florestas e melofagdeos)

    Fonte: Modificado a partir de Wall & Shearer, 2001

    FamliaCalliphoridae

    SubfamliaGasterophilinae

    SubfamliaOestrinae

    Dermatobia (moscado berne)

    Cochliomyia, Chrysomya

    SubfamliaCuterebrinae

    Oestrus ovis

    GasterophilusFamliaOestridae

  • AG-ICB-USP

    Diptera classificao taxonmica (miases)

    Ordem Diptera

    Subordem Nematocera

    Subordem Cyclorrapha

    Subordem Brachycera

    Famlias Ceratopongonidae, Simuliidae, Culicidae, Psychodidae

    Famlia Tabanidae

    Srie Aschiza

    Srie Schizophora

    Seco Acalypterae

    Seco Calypterae

    SuperfamliaMuscoidea

    SuperfamliaHippoboscoidea

    SuperfamliaOestroidea

    FamliaFannidae

    FamliaMuscidae

    FamliaGlossinidae

    FamliaHippoboscidae

    (borrachudos)

    (mutucas)

    (mosquito-palha)

    (mosca domstica e dos estbulos)

    (mosquito-plvora) (mosquitos)

    (mosca ts-ts)

    (moscas de florestas e melofagdeos)

    Fonte: Modificado a partir de Wall & Shearer, 2001

    FamliaCalliphoridae

    SubfamliaGasterophilinae

    SubfamliaOestrinae

    Dermatobia (moscado berne)

    Cochliomyia, Chrysomya

    SubfamliaCuterebrinae

    Oestrus ovis

    GasterophilusFamliaOestridae

  • Miases agentes causadores

    Miases de importncia mdico veterinria so causadas por dpteros da superfamlia Oestroidea

    Famlias:

    Oestridae

    Cuterebridae

    Gasterophilidae

    Calliphoridae

    AG-ICB-USP

  • Oestridae

    Oestrus ovis estrose dos ruminantes

    Hypoderma bovis hipodermose no bovinos. No registrada no Brasil

    Gasterophilidae

    Gasterophilus nasalis, Gasterophilus intestinalis gasterofilose dos equinos.

    Cuterebridae

    Dermatobia hominis berne. Miase furunculosa nos animais e no homem

    Metacuterebra baeri Miase furunculosa e interna em primatas, inclusive no homem.

    Metacuterebra apicalis miase furunculosa em certos alguns roedores e pequenos marsupiais.

    Miases agentes causadores

    AG-ICB-USP

  • Calliphoridae

    Cochliomyia hominivorax Miase traumtica grave nos animais e no homem (bicheira).

    Cochliomyia macellaria miase traumtica secundria

    Lucilia sericata Miase traumtica em animais e no homem

    Chrysomya albiceps Miase traumtica em animais (facultativa). Introduzida no Brasil na dcada de 70.

    Calliphora vicina Miase traumtica rara, no registrada no Brasil.

    Miases agentes causadores

    AG-ICB-USP

  • Miases Oestridae, subfamlia Oestrinae

    Somente gnero Oestrus tem importncia veterinria

    Gnero Oestrus apresenta 5 espcies, somente Oestrus ovis importante

    Oestrus ovis Distribuio cosmopolita, larvas so parasitos obrigatrios dos condutos nasais e dos seios frontais de ovinos e de caprinos.

    AG-ICB-USP

  • Miases Oestrus ovis Caractersticas: cabea avantajada, amarelada, com pequenas

    depresses escuras na parafrontlia; aparelho bucal atrofiado.

    Face dorsal do mesotrax castanho-avermelhado, revestido de plos amarelos, com numerosos tubrculos pretos, pequenos, de tamanho aproximadamente uniforme.

    AG-ICB-USP

    Fonte: http://www2.fmvz.usp.br/institucional/marcelocp/index.html

  • Miases Oestrus ovis

    Abdmen preto, com polinosidade acinzentada, formando padro irregular, de acordo com a incidncia de luz.

    Asas com nervuras amarelas.

    Fase adulta: atinge at 1,0-1,2 cm de comprimento.

    AG-ICB-USPFonte: http://www.biologie.uni-rostock.de/wranik/socotra/pictures/13.80.JPG

  • Larvas: encontradas na passagens nasais, so brancas, ficando amareladas ou castanhas medida que se tornam maduras.

    Superfcie ventral com uma fileira de pequenos espinhos.

    Superfcie dorsal: h uma srie de faixas escuras transversais.

    Miases Oestrus ovis

    AG-ICB-USP

  • a. Vista ventral

    b. Vista dorsal

    c. Extremidade posterior larva de 3 estgio

    d. Larva de primeiro estgio

    e. Partes bucais larva de 1 estgio

    Miases Oestrus ovis

    AG-ICB-USP

  • Durante o vo, nas horas mais quentes do dia, as fmeas fecundadas depositam sobre as narinas de ovinos e de caprinos substncia lquida contendo at 25 larvas por emisso.

    Cada fmea pode depositar de cada vez at25 larvas (fmeas so ovovivparas), totalizando at 500 larvas.

    As larvas (~1,0 mm de comprimento) lentamente para dentro dos condutos nasais.

    Com o auxlio dos ganchos orais permanecem por pelo menos 2 semanas fixadas membrana mucosa, onde alimentam-se de muco, cuja produo estimulada pelos movimentos larvais. Podem permanecer nestes por 2 a 9 meses.

    AG-ICB-USP

    Miases Oestrus ovis

  • Aps a primeira muda, as larvas L2 migram para os seios frontais, onde realizam sua muda final (L2 larvas L3).

    Nos seios frontais larvas L3 completam seu desenvolvimento, atingindo de 2,5 a 3,0 cm de comprimento.

    O desenvolvimento larval geralmente dura de 25 a 35 dias.

    As larvas movem-se de volta aos condutos nasais, onde geralmente so expelidas atravs da descarga nasal e/ou espirros.

    Quando expelidas, enterram no solo empupando em poucas horas. O perodo pupal dura em mdia de 3 a 6 semanas.

    AG-ICB-USP

    Miases Oestrus ovis

  • A mosca no se alimenta durante a fase adulta

    Adultos sobrevivem no mximo at 2 semanas aps sua emergncia do puprio

    Durante esse tempo podem depositar, em mdia 500 larvas nas narinas de seus hospedeiros

    AG-ICB-USP

    Miases Oestrus ovis

  • Danos aos hospedeiros: Ovinos e caprinos ficam muito excitados, irritados na presena da mosca. Sacodem a cabea, espirram e esfregam as narinas no solo. Permanecem aglomerados, na tentativa de se proteger das moscas.

    O parasitismo benigno, mas a ao mecnica dos ganchos orais e dos espinhos larvais, associados liberao de determinadas toxinas pelas larvas leva a um processo inflamatrio das membranas nasais, com corrimento de secreo mucosa a muco-purulenta e, ocasionalmente, sangramentos.

    Os animais infestados podem apresentardificuldade respiratria, inapetncia, e emaciao (perda de tecido muscular)

    AG-ICB-USP

    Miases Oestrus ovis

  • Ocasionalmente a larva pode penetrar na mucosa olfatria e atingir o crebro ataxia, andar em crculos.

    Se atingir pulmes pneumonia.

    Prejuzos econmicos decrscimo na produo de carne e de l.

    Tratamento avermectina em formulao injetvel e oral. Tem atividade sistmica contra todos os estgios larvais.

    AG-ICB-USP

    Miases Oestrus ovis

  • Espcie mais importante a Dermatobia hominis (mosca do berne)

    Miases Oestridae, subfamlia Cuterebrinae

    AG-ICB-USP

  • Muscide robusto, com 12-17 mm de comprimento, semelhante aos califordeos.

    Cabea amarela, escurecida na parte superior, peas bucais rudimentares, antenas amarelas e olhos vermelho-tijolo.

    Trax revestido de cerdas escuras, abdome azul-metlico.

    Asas so castanho-claras e os pares de patas amarelas.

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Durante o sculo XVI, antes da introduo de gado bovino e de outros animais domsticos na Regio Neotropical a D. hominisparasitava mamferos silvestres.

    Atualmente os bovinos so os principais hospedeiros da D. hominis.

    Causam uma miase furuncular (denominao popular: berne) -constitui um problema econmico-sanitrio de grandes propores.

    Outros animais domsticos tambm so suscetveis - ces, gatos, caprinos, ovinos, sunos, equinos, etc...

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Ciclo Biolgico

    Necessita de vetores de transporte ou forticos (foresia viajando juntos), geralmente outros dpteros, para veicular seus ovos, especialmente muscides ou culicdeos.

    Para encontrar estes vetores a D. hominis fica prxima aos seus hospedeiros, que so visitados por vrios dpteros.

    Caractersticas comuns dos vetores:

    Hbitos zooflicos, independente de serem ou no hematfagos.

    Perodo diurno de atividade.

    Tamanho igual ou menor que a D. hominis

    Hbitos moderadamente ativos (muito lentos no estimulam a captura. Muito rpidos, no so capturados).

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Ciclo Biolgico

    Postura: fmea captura o vetor durante o vo, segurando-o com suas patas e deposita os ovos na regio abdominal do vetor. Pode depositar de 800 e 1000 ovos, em vrias posturas.

    Os ovos ficam dispostos em cachos (30 a 40 ovos), fortemente aderidos ao abdome do vetor. Geralmente em apenas um dos lados. So de colorao creme e medem de 2 a 3 mm de comprimento.

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Ciclo Biolgico

    Incubao dos ovos de D. hominis sobre seus vetores alta viabilidade: ovos protegidos, particularmente contra a dessecao.

    A posio dos ovos permite que os oprculos entrem em contato com a pele do hospedeiro quando os vetores pousarem.

    A ecloso das larvas ocorre em uma semana, entretanto, podem permanecer viveis nos ovos por aproximadamente 20-28 dias.

    Capacidade das larvas de eclodirem somente sob estmulo adequado (calor e o CO2 emanado pelo hospedeiro) probabilidade do encontro parasito-hospedeiro. Se a larva L1 quando est eclodindo no consegue atingir a pele ou plo do hospedeiro, retorna para dentro do ovo.

    Nem todos os ovos eclodem na primeira vez em que so estimulados disperso das larvas entre os hospedeiros.

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Ciclo Biolgico

    A larva eclodida (1,0-1,5 mm de comprimento), muito ativa, pode penetrar de imediato ou migrar at 19 cm sobre a pele do hospedeiro para ento penetrar na pele. No h uma regio preferencial para o desenvolvimento das larvas.

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

    a. Larva de 3 estgio

    b. Espirculos posterioresAspecto estreitado na extremidade posterior

  • Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Ciclo Biolgico

    No tecido subcutneo permanece em posio quase horizontal, se mantm em comunicao com o exterior atravs dos orifcios (espirculos) respiratrios posteriores.

    No interior de cavidades subdrmicas larva se alimenta do material purulento e necrtico da leso. Passa por 3 nstares sofrendo duas ecdises.

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Ciclo Biolgico

    O perodo larval varia de acordo com a espcie de hospedeiro e dentro de uma mesma espcie podem ocorrer variaes

    Bovinos e ces (mais acometidos) fase larval: 35 a 70 dias.

    Ao atingir a maturidade, a larva L3 (18-24 mm de comprimento), abandona o hospedeiro, arrastando-se atravs do orifcio respiratrio, que alargado para essa finalidade.

    A sada das larvas ocorre geralmente durante o perodo noturno e/ou nas primeiras horas da manh diminui a dessecao e possveis ataques de predadores.

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Ciclo Biolgico

    Ao cair no solo formao do puprio emergncia dos adultos.

    Solos macios e midos e ricos em matria orgnica a larva enterra-se facilmente (10 e 15 minutos), demora de 1 a 2 dias para se transformar em pupa.

    A temperatura e a umidade influenciam o tempo de evoluo da pupa, prazo mdio de 21-35 dias.

    Os adultos emergem do puprio por um oprculo situado na regio ntero-dorsal e alcanam a maturidade sexual aps 1,5 a 4 horas.

    A durao total do ciclo evolutivo da D. hominis ao redor e 120 dias.

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Pupasno solo

    Fmea

    Larva nocisto

    Ovos depositadosno inseto vetor

    Larva maduracai no solo

    Vetortransporta ovos

    para o hospedeiro

    Larva eclodee penetra

    na pele

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Leses

    Miase furunculosa que se caracteriza pela formao de um ndulo parasitrio cutneo, apresentando um orifcio no qual se percebe os estigmas do parasita.

    As feridas podem se contaminar devido s contaminaes secundrias.

    Pode ocorrer a formao de abscessos profundos e muito dolorosos.

    Durante o desenvolvimento da larva os animais ficam nervosos, irrequietos e se alimentam mal.

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Prejuzos

    Queda na produo de leite.

    Queda nos ndices zootcnicos.

    Depreciao do couro: aps a queda da larva, o orifcio de sada fechado por tecido cicatricial comprometendo a qualidade do couro..

    Prejuzo anual estimado: U$ 200 milhes.

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • Controle

    Controle do berne controle do vetor, de um grande nmero de dpteros, muitos dos quais nem so ectoparasitos ou pragas do gadobovino.

    Controle efetivo tratamento das larvas no corpo do animal (uso de avermectinas).

    Miases Dermatobia hominis

    AG-ICB-USP

  • As larvas desta famlia desenvolvem-se no estmago e duodeno dos eqinos. No homem podem causar uma oftalmomiase.

    A famlia Gasterophilidae dividida em 4 sub-famlias. Destas tem importncia apenas a Gasterophilinae, representada pelo gnero Gasterophilus

    Espcies mais importantes:

    G. nasalis (Brasil)

    G. intestinalis (Mxico, Venezuela, Brasil)

    G. haemorrhoidalis (Mxico, Venezuela)

    Miases Oestridae, subfamlia Gasterophilinae

    AG-ICB-USP

  • Morfologia:

    So dpteros robustos (1-2 cm), com o corpo revestidos por plos, cerdas fracamente desenvolvidas ou nulas, antenas pequenas, cabea curta, revestida de plos amarelados bem conspcuos e aparelho bucal vestigial, no funcional, trax densamente piloso e cerdas ausentes. Abdome alongado, oval, em algumas espcies o ovopositor longo, fortemente curvado para debaixo do abdome.

    O adulto tem aparncia e tamanho de uma abelha, semelhana esta acentuada pelo zumbido que produz durante o vo.

    AG-ICB-USP

    G. intestinalis

    Miases Oestridae, subfamlia Gasterophilinae

  • Larvas grandes com ganchos orais em forma de foice

    Corpo segmentado coberto por espinhos:

    Gasterophilus nasalis 1 fileira

    Gasterophilus intestinalis 2 fileiras

    Estigmas com aberturas cheias de trabculas.

    G. intestinalis

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Ciclo biolgico:

    A ovoposio feita em vos rpidos e os ovos aderem ao plo.

    Ecloso da L1 (aps 7 a 10 dias) penetra na mucosa bucal onde fica migrando de 2 a 6 semanas (depende da espcie).

    Mudam para L2, so deglutidas, vo para o estmago e/ou duodeno L3

    Eliminadas pelas fezes.

    No solo pupa adulto.

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Oviposio:

    G. nasalis e G. haemorrhoidalis oviposio nos plos na regio do lbio inferior do equino, regio da ganacha(barba).

    G. intestinalis plos dos membros anteriores.

    Ovos:

    G. nasalis: colorao amarelada

    G. intestinalis: colorao amarelo-claro

    G. haemorrhoidalis: colorao preta.

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Ecloso da larva:

    G. nasalis e G. haemorrhoidalis - larva penetra na mucosa bucal assim que eclode

    G. intestinalis - para eclodir a larva necessita um estmulo trmico de umidade e frico (lambida do cavalo).

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Cavidade bucal:

    G. nasalis larvas permanecem nas cavidades existentes entre os molares ou entre os dentes e a gengiva. Alimentam-se de exsudatos dos tecidos, no se alimentam de sangue. Permanecem at mudar para L2 (18 a 24 dias).

    G. intestinalis perfuram a mucosa dorsal da regio anterior da lngua onde podem permanecer por 3 a 4 semanas. Mudam para L2 faringe, esfago, estmago ou duodeno onde permanecem fixadas at L3.

    G. haemorrhoidalis larva permanece nas cavidades entre os dentes. Podendo a permanecer por cerca de 6 semanas. Outras larvas so levadas com o alimento para o interior do estmago ouduodeno.

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • No estmago, geralmente o perodo parasitrio de 9 a 11 meses. Podem causar clica.

    G. nasalis: poro glandular, pilrica do estmago e poro anterior do duodeno.

    G. intestinalis fixadas no estmago (poro gstrica aglandular, prximo ao crdia) ou duodeno.

    G. haemorrhoidalis: se fixa em vrias partes do estmago ou duodeno onde sofrem outra muda. O maior nmero de larvas so observadas na regio fndica. As larvas maduras reto (onde se fixam por 2 a 3 semanas) gradualmente nus, sendo eliminadas com a fezes. Alta parasitose: obstruo da passagem das fezes ou prolapso retal.

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • G. nasalis G. intestinalis

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Eliminao:

    G. nasalis e G. intestinalis: saem direto nas fezes com o peristaltismo.

    Gasterophilus haemorrhoidalis: antes de ser eliminado se fixa no reto podendo levar a um prolapso retal.

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Danos diretos:

    Fase na cavidade bucal: periodontite

    G. intestinalis: lngua glossite

    Pode ocorrer perfurao do epitlio do estmago e do intestino pelo aparelho bucal da larva.

    Fixao: provoca inflamao local e lceras prejudica a digesto.

    Grau de leso proporcional ao grau de infestao.

    Alto parasitismo pode ocorrer obstruo do piloro, abscessos gstricos, ulceraes, ruptura da parede do estmago, peritonite.

    Infeces secundrias.

    Frequentemente sofrem de clica.

    Centenas de larvas podem ser encontradas num nico animal.

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Danos indiretos:

    Mosca:

    Irritados pela presena das moscas, no se alimentam adequadamente, perdem peso. Tentam se proteger da mosca.

    Larvas:

    Perfurao do lbio: coceira e irritao. Para se livrarem da irritao mergulham a boca na gua ou esfregam lbios e narinas contra o solo, cercas, pedras provocando srios ferimentos ou dilaceraes.

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Diagnstico:

    Verificao de ovos ou larvas recm-eclodidas

    L3 nas fezes (intermitente)

    Controle:

    Depende da criao e do manejo, mas se deve cortar o plo da ganacha no vero e passar esponja com gua morna, matando a larva.

    Tratamento com (ex. avermectina por via oral).

    Miases Gasterophilus

    AG-ICB-USP

  • Conhecidos popularmente como varejeiras

    Dpteros de tamanho grande (4 16 mm)

    Geralmente azulados, esverdeados, violceos

    Abdmen com reflexos metlicos

    Famlia apresenta dois gneros de maior importncia

    Cochliomyia parasitas obrigatrios (miases primrias)

    Chrysomya parasitas facultativos (miasessecundrias)

    AG-ICB-USP

    Miases Famlia Calliphoridae

  • Miases Cochliomyia spp.

    Este gnero inclui a mosca da bicheira ou mosca varejeira

    Mais importantes: Cochliomyia hominivorax e Cochliomyia macellaria

    Cochliomyia hominivorax apresenta plos pretos na parte inferior da parafrontlia

    Ocorre em toda regio subtropical e tropical da Amrica do Sul e Amrica Central.

    AG-ICB-USP

  • Miases Cochliomyia spp.

    Cochliomyia macellaria: semelhante C. hominivorax, larvas se desenvolvem no lixo, cadveres, tecidos necrosados (larvas necrobiontfagas) e outros tipo de matria orgnica em decomposio. Causam miase secundria.

    Cochliomyia hominivorax: mais importante mosca produtora de miasesnas Amricas (larvas biointfagas)

    Parasita todos os animais de sangue quente, particularmente bovinos, ovinos, eqinos, caninos e sunos. Tambm parasita o homem.

    Qualquer ferimento pode ser alvo da infestao

    Causa uma miase traumtica grave (bicheira) - conjunto de larvas se instala em qualquer corte, ferimento, abraso, fstula ou ulcerao da pele ou mucosa de vertebrados, alimentando-se exclusivamente de tecidos vivos.

    AG-ICB-USP

  • Miases Cochliomyia hominivorax

    AG-ICB-USP

    Cochliomyia macellaria

    Colorao metlica azul ou azul-esverdeada

    Olhos vermelho-amarelados

    Cabea amarelada.

    Fonte: http://www.nku.edu/%7Edahlem/2006CollectingWeb/2006CollWeb%20Images/BlowFly1.JPG

  • Face dorsal do trax (mesonoto) portadora de trs faixas longitudinais escurecidas. Apresentam plos pretos na extremidade inferior da parafrontlia.

    Miases Cochliomyia hominivorax

    AG-ICB-USP

  • Larvas parasitam obrigatoriamente tecidos vivos biontfagas

    Fmeas depositam de 200 a 300 ovos nas bordas das feridas ou ferimentos recentes miase primria, geralmente de tecido cutneo.

    Larva pode invadir orifcios naturais (nasal, ocular, auricular, oral, vaginal, anal..).

    Se no controladas pode ocorrer alta mortalidade.

    Miases Cochliomyia hominivorax

    AG-ICB-USP

  • Ovos (14 a 18 horas) ecloso larvas se alimentam nas bordas das feridas e se desenvolvem em 4 a 10 dias atingindo 17 mm.

    Abandona a ferida solo pupa (1 semana no vero e 3 semanas no inverno) adulto

    Adultos recm-eclodidos se alimentam de nctar das flores ou de substncias aucaradas das plantas.

    Fmeas acasalam uma nica vez aps 5 a 10 dias depositam seus ovos.

    Fmeas fecundada se alimenta de sangue ou exsudatos presentes nas feridas.

    Ciclo demora de 21 a 60 dias Podem ocorrer de 12 a 13 geraes/ano

    Miases Cochliomyia hominivorax

    AG-ICB-USP

  • Danos diretos

    Animais inquietude, dor, feridas sangram.

    Na ausncia de feridas, acometem a regio umbilical dos bezerros.

    Infeces secundrias.

    Importncia

    Bovinos so os mais acometidos seguido por ovinos, eqinos, caprinos, sunos, bubalinos e humanos.

    Miases Cochliomyia hominivorax

    AG-ICB-USP

  • Controle

    Estados Unidos erradicao utilizao de machos estreis.

    Tratamento

    Inseticidas, antisspticos, cicatrizantes, repelentes.

    Preveno o mais adequado.

    Miases Cochliomyia hominivorax

    AG-ICB-USP

  • AG-ICB-USP

    Bibliografia

    Guimares, J.H.; Tucci, E.C. & Barros-Battesti, D.M.(2001). Ectoparasitos de Importncia Veterinria.Editora Pliade/FAPESP. Wall, R. & Shearer, D. (2001). Veterinary Ectoparasites: Biology, Pathology and Control. Second edition. Blackwell Publishing Limited, Oxford, UK. Freitas, M.G.; Costa, H.M.A.; Cortz, J.O. & Lide, P. (1978). Entomologia e Acarologia Mdica e Veterinria.4 ed., Editora Nobel.