midias digitais.manuel castells. cultura virtualidade

56
Manuel Castells Sociedade em Rede – A cultura da virtualidade real

Upload: silvio-carvalho

Post on 12-Nov-2015

37 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

obra de manuel castells

TRANSCRIPT

Manuel Castells

Manuel CastellsSociedade em Rede A cultura da virtualidade realHistricoO autor apresenta, de incio, um histrico dos meios de comunicao de massa, observando, especialmente, o papel da televiso no sculo XX uma nova galxia da comunicao (McLuhan)Reorganizao da comunicaoAntigos meios de comunicao no desapareceram, mas foram, ao contrrio, reorganizados em um novo sistema cujo rosto era a telinhaRdioPerde em centralidade, mas ganha em penetrabilidade e flexibilidade, adptando-se ao ritmo da vida cotidianaJornais e revistasProcuraram aprofundar sua coberturaPublicidadeO carter semitico visual da publicidade se consolida dramaticamente, especialmente na sua dimenso icnica

Isso no novo: a televiso densifica a dimenso imagtica da PP que j estava se consolidando em narrativas imagticas no impressoQuestoPor que tamanha importncia da TV?Apelo ao simplismoResultado de um instinto bsico de uma platia preguiosa

Os custos psico1gicos da obteno e do processamento da informao ligado prpria dinmica do sistema capitalista (longos dias de trabalho)Sndrome do mnimo esforoSndrome seria responsvel pela fora primeira da TV: escolha de assitir televiso e, depois, qual o programa a ser visto (mais atrativo)Tipo de comunicaoComunicao de massa = uma mesma mensagem sendo enviada por alguns emissores a milhes de telespectador

Um contedo formatado a partir do nvel mais baixo (para atingir grandes audincias)PressupostoAudincia considerada homognea ou passvel de ser homogeneizada

Da, o conceito de massaMeio a mensagem O que a TV representou, antes de tudo, foi o fim da Galxia de Gutenberg, ou seja, de um sistema de comunicao essencialmente dominado pela mente tipogrfica e pela ordem do alfabeto fontico. Para todos os seus crticos, Marshall McLuhan tocou um acorde universal quando, com toda a simplicidade, declarou que o o meio a mensagemMeio frioTelespectador se incumbiria de preencher os prprios espaos da imagem (analgica), o que McLuhan chamou, paradoxalmente, de meio frio (esforo no propriamente analtico)Caractersticas (ultrapassadas?)Ainda um epicentro cultural (que est perdendo sua fora)

Modalidade comunicacional sedutora, emocional, prov uma estimulao sensorial da prpria realidadeCuidado: no exclusivaSer espectador de mdia ou consumidor de mdia no significa que essa atividade se faa exclusivamente em geral, combinada com desempenho de tarefas domsticas e outros tipos de interao social

Questo das duas telas: assiste-se televiso ao mesmo tempo em que se usa a internetNovidadeQuesto das duas telas: assiste-se televiso ao mesmo tempo em que se usa a internet

Presena de fundo (ultrapassada?)Presena de fundo quase constante, o tecido de nossas vidas

No possvel manter a questo e, agora, us-la para o ciberespao?Sem super poderesAs descobertas acumuladas em cinco dcadas de pesquisa sistemtica de cincias sociais e comunicao revelam que a audincia da mdia de massa, seja ou no constituda de jovens, no est desamparada, e a mdia no todo-poderosa. EcoExiste, dependendo das circunstncias scio-culturais, uma variedade de cdigos, ou melhor, de regras de competncia e interpretao. A mensagem tem uma forma significante que pode ser completada com diferentes significados. Assim, havia margem para a suposio de que o emissor organizava a imagem televisual com base nos prprios cdigos, que coincidiam com aqueles da ideologia dominante, enquanto os destinatrios a completavam com significados aberrantes' de acordo com seus cdigos culturais especficos.Traduzindo em midosIsso significa que a TV no tem superpoderes pois o receptor ativo no processo de leitura das mensagensInstitui visibilidade mxima: TVO poder real da televiso, como Eco e Postman j afirmaram, que ela arma o palco para todos os processos que se pretendem comunicar sociedade em geral, de poltica a negcios, inclusive esportes e arte. A televiso modela a linguagem de comunicao societal. Capital PolticoSem presena na mdia sem visibilidade no h mais chances de se obter capital polticoFora deste espao, h uma grande possibilidade de que o sujeito deixe de existirExistir = aparecer/permanecer na telaA sociedade interativaInternet favorece a formao de comunidades ou, ao contrrio, est induzindo ao isolamento pessoal, cortando laos sociais?H. RheingoldEm Comunidades Virtuais aponta para a criao de uma nova forma de comunidade que rene pessoas on-line ao redor de valores e interesses comunsDo virtual para o fsicoO autor, baseado na sua prpria experincia, ainda apontou a possibilidade do deslocamento das interaes (do virtual para o concreto) como reunies e encontros para apoio (at material) da comunidadeDefinioComunidades virtuais como redes eletrnicas autodefinidas de comunicao interativa e organizadas ao redor de interesses e ou fins em comum, embora s vezes a comunicao se torne a prpria metaBarlowAtivistas chegaram ao ponto de dizer que se est criando um novo tipo de relacionamento planetrio quero poder imergir totalmente com a conscincia que est tentando se comunicar comigoWilliam MitchelEmergncia on-line de novas formas de sociabilidade e novas formas de vida urbana, adaptadas ao novo tecido tecnolgicoPrimeiros estudos psicolgicosUsurios interpretavam papis e criavam identidades on-line, o que gerava sensao de comunidade e certo alvio a pessoas carentes de comunicao e auto-expresso

Discutir a partir de GoffmanVirtual e barreirasPossibilidade de se vencer fobias, inibies e outras barreiras psicolgicas que so quase que intransponveis na dimenso do concretoNovo Espao Virtual como espao de interao social antes impensvel em nvel fsicoLiberdade...Possibilidade de ultrapassar barreiras concretas vinculadas ao corpo, por exemplo. Pessoas fora do padro normal de beleza no seriam, a princpio, novamente estigmatizadas na rede. Seu corpo, que carrega consigo as prprias marcas do estigma, j no est mais presente. Tal ausncia, corpo ausente, permite com que a interao se d (em tese) sem os medos corriqueiros de uma interao concreta.Desaparecimento do signoCorpo enquanto signo do estigma desaparece (as fotos no so signos obrigatrios)

O que faz com que a rede oferea segurana psquica e ontolgica a tais sujeitosFundamental a noo de real contra-ataca. Quem vive vidas paralelas na tela est, no obstante, ligado pelo desejo, pela dor e pela mortalidade de suas personalidades fsicas. As comunidades virtuais oferecem um contexto novo e impressionante, no qual pensar sobre a identidade humana na Era da InternetOutros pontos de vistaCrtica desumanidade das relaes sociais que nos trouxeram ao computadores, pois a vida online parece ser uma maneira de se fugir do realOutrosEm certas situaes, uso de internet refora as chances de solido, sensao de alienao ou mesmo depresso

Carnegie Melonn UniversityEstudos sobre um grupo de pacientes analisando as repercusses sociais e psicolgicas da internet durante perodo de dois anos observou que houve aumento de uso do ciberespao em razo do declnio da comunicao dos indivduos com sua famlia, diminuio de relao social e aumento de solidoWellmanComunidades virtuais no precisam se opor s comunidades fsicas: so formas diferentes de comunidade, com leis e dinmicas especficas, que interagem com outras formas de comunidadesComunidades Pessoai: laosa rede social do indivduo de laos interpessoais informais, que vo de meia dzia de amigos ntimos a centenas de laos mais fracos...Tanto as comunidades de grupo quanto as comunidades pessoais funcionam tanto on-line quanto off-lineRedes especializadas e diversificadasComo nas redes fsicas, as redes on-line tambm so caracterizadas por vnculos especializados e diversificados

Seus diferentes valores e desejos se expressam nos tipos de conexes e relaes que fazem na prpria rede. Por exemplo: conexes com pessoas de mesma profisso (especializadas) e com conhecidos de viagem (diversificados)Mudanas de vnculosRedes que comeam instrumentais pode se tornar conexes de apoio pessoal e afetivo. Ex.: SeniorNetDiferenciaoDistino fundamental: laos fracos e fortes

Rede apropriao para a criao de laos mltiplos e fracos para fornecimento de informaes e abertura de novas oportunidades

E Whats?VantagemVantagem da rede a possibilidade de construo de laos fracos com desconhecidos num modelo igualitrio de interao social no qual as caractersticas sociais so menos influentes na estruturao ou bloqueio da comunicaoExpanso dos laosDe fato, tanto off-line quanto on-line os laos fracos acabam sempre permitindo a ampliao das laos sociais para alm dos limites primeiros do sujeito

Portanto, os laos fracos virtuais poderiam expandir as relaes dos indivduos (??)QuestoDe fato, a comunicao on-line incentiva discusses desinibidas, permitindo assim a sinceridade. O preo, porm, o alto ndice de mortalidade das amizades on-line, pois um palpite infeliz pode ser sancionado pelo clique na desconexo - eterna.Qual a natureza desses laos? Seriam laos quase sempre fracos? Seriam laos que reduplicam os laos do concreto?AmericanosCada americano teria, em mdia, cerca de mil laos interpessoais, dos quais apenas meia dzia seriam ntimos e 50 significamente fortes. Contudo, o restante 950 seria responsvel por informao, apoio, companheirismo e sensao de aconchego. FundamentalA internet geraria a expanso de tais laos fracos que geram uma camada fundamental de interao social para um mundo tecnologicamente em expanso

Segurana ontolgica?

At que ponto o virtual no contribui para substituir a qualidade pela quantidade?Senso comumQuantidade de acessosComunidades virtuaisSo comunidades, mas no so, naturalmente, fsicas e seguem outro modelo de interao e de comunicao mas no so irreais; atuam em um outro planoCaractersticasRedes sociais interpessoais;Baseadas, em geral, em laos fracos;Diversificadssimas;Especializadssimas;Capazes de gerar apoio e reciprocidade por meio da dinmica da interao sustentada;MaisTranscendem a distncia

Assincrnicas (que no sincrnico, isto , que no acontece no mesmo tempo)

Combinam rpida disseminao da comunicao de massa e penetrao da comunicao pessoal

Afiliaes mltiplas em comunidades parciais

Vnculos cibernticosVnculos cibernticos oferecem possibilidades de relaes para pessoas que, de outra forma, poderiam estar insuladasGrupos oprimidosGrupos oprimidos parecem tender a se expressar mais abertamente na redePara pensarA mensagem do meio ceberspacial tato, corpo e identidadeElasticidade da tecnologiaTecnologia adaptada, no apenas adotada

As pessoas moldam a tecnologia para adapt-la sua realidade (dispora, por exemplo)Reforo de padresReforaria padres sociais existentes