mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · a sociedade do espetáculo. lisboa....

16
Mídia, política e poder

Upload: phungtruc

Post on 20-Nov-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

Mídia, política e poder

Page 2: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão
Page 3: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

O papel da TV nas relações entre mídia e política

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Profa. Ms. Regina Tavares de Menezes

Revisão Textual:Profa. Esp. Márcia Ota

Page 4: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão
Page 5: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

5

• O papel da TV nas relações entre mídia e política

Para ter um bom desempenho nesta disciplina, siga o roteiro proposto abaixo em seu ambiente virtual de ensino-aprendizagem, o Blackboard:

Assim que clicar no link de nossa disciplina, terá acesso ao aviso da unidade. Nele, você terá informações a respeito do tema a ser abordado durante a unidade.

Mais adiante, tenha acesso ao conteúdo da respectiva unidade. Para iniciarmos o bate-papo, você encontrará a contextualização e/ou problematização do tema. Em seguida, você terá acesso ao texto do conteúdo teórico e a uma apresentação em PowerPoint narrada, ou seja, uma apresentação com o áudio das explicações do professor conteudista.

Bom, depois da leitura e da compreensão do material didático, chegou a hora de “botar a mão na massa”. Cada unidade oferecerá uma atividade reflexiva, tal como uma produção textual, elaboração de resumo, análise crítica, fórum de discussão, etc. Além disso, você também deverá realizar exercícios de sistematização (autocorreção). Por fim, confira as referências da unidade e seu material complementar.

· O enfoque das nossas discussões será no poder da televisão, dando continuidade aos nossos estudos da disciplina “Mídia, política e poder”. Tendo em vista que esse tema nos permite um rico debate, espero que apreciem e, além disso, ampliem o conhecimento acerca das reflexões proporcionadas no assunto abordado.

O papel da TV nas relações entre mídia e política

Page 6: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

6

Unidade: O papel da TV nas relações entre mídia e política

Que tal começarmos nossos estudos notando como a TV pode interferir na construção da imagem pública do político, hein?!

No link abaixo, você confere um vídeo que mostra um quadro piloto para o Fantástico que nunca foi ao ar. O quadro tinha como objetivo demostrar como funcionava a televisão e, nesse piloto, Marcelo Tas elege como assunto o Teleprompter, o dito TP.

No vídeo, você encontra cenas de Paulo Maluf ensinando como um político deve se comportar, Carla Perez falando fluentemente sobre globalização com o apoio do TP e pessoas nas ruas de São Paulo se caracterizando como políticos bem sucedidos após algumas dicas do Tas. Assista!

http://www.youtube.com/watch?v=S805mtpQxvw

Contextualização

Page 7: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

7

Giovanni Sartori1 é responsável pelo conceito de videopolítica e de homo ocular ou homo videns. Seus estudos são determinantes para a presente unidade. Atentemos ao conceito de videopolítica, segundo Sartori:

Trata-se da introdução da cultura audiovisual nas relações sociais e, particularmente, nas de poder. O termo simboliza as alterações surgidas a partir da inserção da tecnologia comunicacional na vida humana.

Entre as várias transformações que a TV impôs à política estão:

• o reconhecimento da TV como um novo agente político;

• a substituição de funções antes exercidas por instituições antigas como os partidos;

• o alcance global das mensagens políticas e da imagem pública dos políticos;

• a crise dos partidos políticos;

• a personalização do processo político, ou seja, a população passa a votar no indivíduo e não no partido ou no projeto político etc.

No passado, em especial no auge da imprensa impressa, o homem baseava sua visão de mundo naquilo que lia. Hoje, destacamos o valor dado à TV como fonte de credibilidade inquestionável. A televisão transmite, interpreta e confere determinados significados às informações sobre o mundo da política.

E é por esse e outros motivos, que os próprios partidos políticos, apesar da crise, procuram realizar eventos que sejam passíveis de transmissão televisiva ou que sejam capazes de atrair a cobertura televisiva por parte da imprensa.

Pense, por exemplo, em momentos de comemoração como o dia do trabalhador ou o aniversário de um partido político. Se antes a preocupação era em suscitar o debate - até mesmo entre divisões internas do grupo -; hoje, a preocupação está em armar verdadeiros espetáculos com direito à distribuição de brindes e a realização de sorteios de carros e apartamentos.

Olha aí, outro conceito anteriormente debatido em nossa disciplina: a sociedade do espetáculo.

O poder da imagem impõe ainda um padrão estético necessário para o êxito dos candidatos. Para o autor, Joshua Meyrowitz, vemos TV em vez de ouvir TV. E isso ocorre até num debate político. Na era da vídeopolítica, as pessoas ficam mais atentas ao estilo, à vestimenta, ao nervosismo entre outras características do candidato. Poucos comentarão de forma racional a respeito da mensagem emitida pelos candidatos. 1 Determinadas referências teóricas – presentes neste artigo – estão no texto O poder da televisão: relações entre TV e política do autor Mauro Pereira Porto. Para ter acesso ao texto, basta acessar o link: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/comeduc/article/view/4321/4050

O papel da TV nas relações entre mídia e política

Page 8: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

8

Unidade: O papel da TV nas relações entre mídia e política

Vale observar que a personalização do processo político, ou seja, a concentração da cobertura da mídia no candidato e não no programa ou no partido político estimula de certa forma o apreço da população por personalidades famosas no poder.

Geralmente, artistas e jornalistas que se elegem como políticos possuem desenvoltura e empatia diante das câmeras. Mas este não é um caso exclusivo do Brasil. É importante lembrar que a eleição de personalidades famosas nos Estados Unidos não é algo recente. Um exemplo disso é a eleição do ator Ronald Reagan como presidente dos Estados Unidos na década de 1980.

Trocando Ideias

O vídeo Fora do ar, mencionado na contextualização desta unidade ilustra de forma eficiente este aspecto. Para tecer uma crítica ferrenha ao uso do TP pelos políticos, Marcelo Tas vai às ruas e mostra como qualquer cidadão pode ser bem sucedido na condição de candidato a um cargo público, desde que o TP seja utilizado. Tas sugere que o sucesso dos políticos esteja atrelado estritamente ao seu desempenho na mídia e diz: “Os políticos são os maiores fregueses desta maquininha (sic).” (Tas, 1998).

Faz-se aqui, mesmo que despropositadamente, uma referência clara à visibilidade pública dos políticos; impasse amplamente pesquisado por Thompson (1998) outrora.

Cabe dizer que o piloto do vídeo jamais foi exibido na TV aberta brasileira e o quadro Fora do ar nunca integrou o programa Fantástico, como foi previsto na ocasião de sua criação. Tal constatação nos fazer crer que os meios de comunicação e os políticos preservam suas estratégias discursivas e práticas como saberes exclusivos e misteriosos; aspecto legitimador do caráter ilusório da mídia.

O poder da TV em relação à política não se esgota durante as eleições. A TV também tem contribuição determinante para a formação do que a opinião pública pensa sobre a política e a sua relevância na sociedade. Obviamente, esta constatação não poderia ser diferente já que a maioria da população brasileira se informa sobre política pela TV.

Em 1989 e 1990, 86% e 89% dos entrevistados tomaram conhecimento dos acontecimentos políticos via TV (PORTO, 2008); para os entrevistados em questão, a TV é um veículo de comunicação com alto grau de credibilidade. Outro aspecto que exige nossa reflexão é o fato de a televisão no Brasil estar sob o controle de poucas famílias, sendo estas, estritamente relacionadas com a política nacional. Desta forma, podemos afirmar que a comunicação brasileira está sob o domínio de monopólios e que isso compromete a liberdade de expressão e o debate público independente. Tal conclusão é assustadora, pois denuncia como as concessões públicas de TV e rádio são usadas como massa de manobra em barganhas políticas.

Dale Frost, jornal Port of San Diego

Page 9: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

9

“Dominando o mercado de TV, de US$ 3 bilhões, 6 redes privadas nacionais, por meio de 138 grupos afiliados, controlam 668 veículos (TVs, rádios e jornais), instrumentos de poder regional e nacional.”

(Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação)

“Um estudo feito ano passado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas em comunicação mostra que apenas seis redes nacionais de televisão, Globo, SBT, Record, Bandeirantes, Rede TV! e CNT, controlam 667 veículos do país: 309 canais de televisão, 308 canais de rádio e 50 jornais diários. Às redes de televisão, somam-se outros 4 grandes grupos de mídia, Abril, Folha, RBS e Estado. Essas dez empresas juntas controlam tudo o que se vê, se escuta e se lê no país.”

www.midiaindependente.org.

Para Porto (2008), a TV não é um condutor neutro de informações, contudo, também descarta a ideia de que a TV é uma instituição onipotente e o telespectador um ser passível e manipulável. Além disso, formamos nossa visão de mundo não somente pela TV, convivemos com outras instituições formadoras de opinião como: a igreja, a escola, a família, entre outras.

Prova disso é que houve momentos históricos que a TV não conseguiu impedir, como a campanha das Diretas já e o impeachment de Collor.

Vejamos as ocasiões em que a TV interfere na formação da opinião pública sobre política:

• na cobertura da política nos telejornais;

• no horário eleitoral gratuito;

• nas TVs públicas como TV Congresso, TV Senado e TV Câmara;

• nos programas de entretenimento;

• nas telenovelas, que podem contribuir ainda na formação e reforço de estereótipos sobre política, políticos etc.

Na novela A favorita, ao lado, Milton Gonçalves

interpretava um político corrupto e milionário; um dos estereótipos mais trabalhados na ficção.

Apesar de tudo o que discutimos sobre a TV, não há motivos para acreditar que tal mídia seja uma vilã terrível e que não há formas dela estabelecer práticas libertárias nos dias atuais.

Alecrim Costa - alecrimcosta.zip.net

Fonte: www.mdemulher.abril.com.br/tv-novelas-famosos

Page 10: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

10

Unidade: O papel da TV nas relações entre mídia e política

“Não compartilho a visão, muito comum na discussão do tema, de que a televisão necessariamente despolitiza, espetaculariza, banaliza ou deturpa o debate público.” Mauro Pereira Porto

A capacidade de a TV colaborar no processo político democrático só depende da organização da sociedade civil. Uma saída é a publicização e/ou democratização dos meios de comunicação. Pensando nisso, quantos de nós, hoje, não possui condições de registrar nossa indignação com a corrupção em um vídeo político e torná-lo público na Internet?!

Acima, vemos Chico Anysio no papel de Justo Veríssimo, um político corrupto que ironiza os parlamentares de Brasília.

Fonte: natelinha.uol.com.br/2010/01/04/not_27916.php

Page 11: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

11

ARBEX JUNIOR, J. Showrnalismo: A Notícia Como Espetáculo. 4. ed. São Paulo: Casa Amarela, 2005.

CÉSAR, Guilherme. Documentário “O espetáculo democrático”. 2003.

COHN, G. Comunicação e Indústria Cultural. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1975.

COSTA, Ramilton Marinho, “Espelho de narciso – A subjetividade, O cenário e o Imaginário dos Anos 80 e a construção da imagem do Caçador de Marajás através da mídia e da publicidade”. Tese de doutorado, UFPB. João Pessoa. 2002.

GOMES, Wilson – Transformações da política na era da comunicação de massa. São Paulo: Paulus, 2006.

WEBER, M. H. comunicação e Espetáculo da Política. 2. ed. Porto Alegre: Ufrgs, 2000.

Material Complementar

Page 12: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

12

Unidade: O papel da TV nas relações entre mídia e política

ALBUQUERQUE, Afonso de. “Aqui você vê a verdade na tevê”: A propaganda política na televisão. Niterói: MCII (Publicações do Mestrado em Comunicação, Imagem e Informação), 1999.

BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

CHAIA, V. Análise do Discurso Político: Abordagens. São Paulo: Edusp/Perspectiva, 1993.

DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d.

GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão da política espetáculo”, in: NETO, Antônio Fausto e PINTO, Milton José (org) O indivíduo e as mídias: ensaio sobre comunicação, política, arte e sociedade no mundo contemporâneo. Rio de Janeiro. Diadorim, 1996.

HABERMAS, Jurgen. Mudança Estrutural da Esfera Pública. Rio de Janeiro. Tempo Brasileiro. 1984.

LIMA, Venício A. de. “Televisão e poder: a hipótese do cenário de representação da política; CR-P”, Comunicação & Política, Nova Fase, Vol. 1, n. 1, agosto-novembro, 1994a.

LIMA, Venício A. de. Cenário de representação da política (CR-P): um conceito e duas hipóteses sobre a relação da mídia com a política. in: Mídia, teoria e política. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo. 2001.

LIMA, V. A. Mídia Crise Política e Poder no Brasil. São Paulo: Perseu Abramo, 2006.

PORTO, M. O poder da televisão: relações entre TV e política. Comunicação & Educação, Brasil, v. 3, n. 8, 2008. Disponível em http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/comeduc/article/view/4321. Acessado em 02 set. 2013.

RUBIM, Antônio Albino Canellas. Mídia e Política no Brasil. João Pessoa. Editora Universitária/UFBP, 1999.

THOMPSON, John B. A Mídia e a Modernidade: uma teoria social da mídia. Petrópolis. Vozes, 1998.

Referências

Page 13: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

13

Anotações

Page 14: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão

www.cruzeirodosulvirtual.com.brCampus LiberdadeRua Galvão Bueno, 868CEP 01506-000São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000

Page 15: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão
Page 16: Mídia, política e poder - bb.cruzeirodosulvirtual.com.br · A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d. GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão