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“MEMORIAL DO CONVENTO” José Saramago ORIENTAÇÃO DO ESTUDO PROPOSTA DE ANÁLISE

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“MEMORIAL DO CONVENTO”José Saramago

ORIENTAÇÃO DO ESTUDO

PROPOSTA DE ANÁLISE

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“MEMORIAL DO CONVENTO”

INTRODUÇÃO

• “A minha ideia, quando concebi o Memorial do Convento estava limitada àconstrução do convento e é depois que verifico que nessa mesma épocaum padre tinha a ideia de fazer uma máquina de voar. Então este factomodificou-o completamente… A partir daí, o romance tinha que serdiferente, completamente diferente. E toda a oposição entre o que cai e oque sobe, entre o pesado e o leve, o que quer voar e o que impede quevoe; toda essa relação entre liberdade e autoridade, entre invenção evoe; toda essa relação entre liberdade e autoridade, entre invenção econvenção, ganha uma dimensão que antes não estava nos meuspropósitos e que modifica completamente o romance. Com essa figuraque está entre os dois mundos, o que significa que está num terceiro, omundo mais próximo da natureza, isto é, ao ser natural, se é que existe.Acho que não existe. Todos somos seres culturais, por um olhar, por umentendimento, conseguimos ir mais fundo que a superfície das coisas. Eisso, esse aspecto complexo, é o que impede que o Memorial seja lidoem linha recta, porque exige constantemente outras leituras e outrasinterpretações.”

José Saramago

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“Memorial do Convento” - o autor J. Saramago

Vídeos: entrevistas e documentários

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“Memorial do Convento”

EXERCÍCIO:

Aferição da Leitura de MEMORIAL DO CONVENTO

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“Memorial do Convento” JS - biografia

• José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 deNovembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18.

• Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não perfizera três anos de idade.

• Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessemsido numerosas e às vezes prolongadas as suas estadas na aldeia natal.

• Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldadeseconómicas.

• No seu primeiro emprego, foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outrasprofissões, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor,jornalista.jornalista.

• Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depoissem publicar até 1966.

• Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e deprodução.

• Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".

• Em 1972 e 1973, fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa”, onde foi comentadorpolítico, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquelevespertino.

• Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores.

• Entre Abril e Novembro de 1975, foi director-adjunto do "Diário de Notícias".

• Desde 1976, vive exclusivamente do seu trabalho literário.

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“Memorial do Convento” JS - bibliografiaPoesia Os Poemas PossíveisProvavelmente AlegriaO Ano de 1993Crónica Deste Mundo e do Outro A Bagagem do ViajanteAs Opiniões que o DL teveOs ApontamentosDiário Cadernos de Lanzarote I

Conto Objecto QuasePoética dos Cinco Sentidos - O Ouvido

MemóriasPequenas Memórias

Romance Terra do Pecado Manual de Pintura e CaligrafiaCadernos de Lanzarote I

Cadernos de Lanzarote IICadernos de Lanzarote IIICadernos de Lanzarote IV Viagem Viagem a Portugal Teatro A NoiteQue Farei Com Este Livro?A Segunda Vida de Francisco de AssisIn Nomine Dei

Manual de Pintura e CaligrafiaLevantado do Chão Todos os Nomes Memorial do Convento,O Ano da Morte de Ricardo ReisA Jangada de PedraHistória do Cerco de LisboaO Evangelho Segundo Jesus CristoEnsaio sobre a Cegueira Ensaio Sobre a LucidezO Homem DuplicadoA Viagem do Elefante

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“Memorial do Convento” J. S. – prémio Nobel

O discurso perante a Real Academia Sueca (Terça-feira, 8 de Dezembro de 1998)

“De Como a Personagem Foi Mestre e oAutor Seu Aprendiz”

Por JOSÉ SARAMAGO

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“Memorial do Convento” Estrutura

Estrutura do Memorial do Convento

Estrutura Externa

A obra é composta por 25 capítulos

Para além da sua divisão em capítulos, da obra destacam-se ainda 3 planos:

Plano da história

- Portugal no século XVIII

- Reinado de D. João V

- Construção do Convento de Mafra

- Inquisição, autos de fé, casamento dos infantes

Plano da ficção da História

- O narrador molda as personagens históricas, transformando-as

- D. João e D. Ana caricaturados

Plano do fantástico

- Construção da Passarola

- Dom de Blimunda

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“Memorial do Convento” - Tipologia

⇒ Romance Histórico - oferece uma descrição minuciosa dasociedade portuguesa da época. Por outro lado, nesta obra, oponto de vista do narrador altera o ponto de vista histórico e,como tal, a classificação de Memorial do Convento comoromance histórico não é consensual.

⇒ Romance Social - preocupa-se coma realidade social fazendo⇒ Romance Social - preocupa-se coma realidade social fazendosobressair o povo oprimido.

⇒ Romance de Intervenção - visa denunciar a história repressivaportuguesa da 1ªmetade do século XX.

⇒ Romance de Espaço - traduz não só o ambiente histórico, mastambém vários quadros sociais que permitem um melhorconhecimento do ser humano.

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“Memorial do Convento” - Narrador

O Narrador em Memorial do Convento

• Homodiegético

Fala na 1ªpessoa, dialoga com outras personagens;

Ex.: o fidalgo do cortejo do casamento dos príncipes (que explica aJoão Elvas o que se vai passando) e Manuel Milho.

• Heterodiegético

Está fora da história que narra;

Fala na 3ª pessoa;

Descreve, sentencia, profetiza.

⇒ Em Memorial do Convento, o narrador conta a história com apartes ecomentários:

- com uma voz distanciada e impessoal;

- com uma voz intemporal, comentando os acontecimentos dopassado à luz do presente;

- apresentando marcas da oralidade;

- como se estivesse dentro e fora das personagens (omnisciente).

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“Memorial do Convento” - Narrador

O Narrador em Memorial do Convento (cont.)

• Saramago rejeita a omnipotência do narrador, na medida em queconsidera que é o autor que põe em causa o presente que conhece e opassado que lhe chega através das suas investigações. Para Saramago, aomnipotência do narrador é pura ficção.

• Uma voz narrativa controla a acção narrada, as motivações e ospensamentos das personagens, mas também as suas reflexões e juízosvalorativos.

• Em MC há, diversas vezes, um discurso de sobreposições narrativas comuma voz (ou um plural de vozes) que tanto descreve como desconstrói assituações, que dialoga com o narratário ou manuseia as personagenscomo títeres, que domina os conhecimentos da História ou se sentelimitado, que faz ponderações ou ironiza.

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“Memorial do Convento” - Narrador

Narrador

Sentencia: segue ou inventa provérbios.

Dialoga: com o Narratário.

Manipula: as personagens.

Apaga-se: face às personagens.Apaga-se: face às personagens.

Ironiza / Assume-se /Compromete-se.

Domina e Autolimita-se: face ao conhecimento da história.

Profetiza: atitude crítica, de denúncia (ironia).

Descreve: paisagens, situações, factos acontecidos e a acontecer).

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“Memorial do Convento” - Narrador

O Narrador é ainda:

Antiépico;

Histórico: contrapõe-se ao discurso do poder que valoriza oempreendimento megalómano do rei, um discurso que revela o absurdodas imposições reais, um discurso dessacralizador do poder régio;

Religioso: o narrador incorpora referências religiosas, inclusivamente oReligioso: o narrador incorpora referências religiosas, inclusivamente otexto bíblico. A originalidade ressalta das marcas transgressoras dosagrado que balançam entre o sagrado e o profano como um jogo aexplorar e a partir do qual se pretende tirar dividendos ideológicos;

Cultural: exploração da intertextualidade e da multiplicidade de discursosreferentes quer à História quer à ficção - referências a diversos outrosautores, Camões e Pessoa, por exemplo; recorrência aos jogos de palavrase de conceitos identificadores do estilo da época a que o texto se reporta -o estilo barroco.

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“Memorial do Convento” - Personagens

Personagens

• D. João V: proclamado rei a 1 de Janeiro de 1707, casou, no ano seguinte,com a princesa Maria Ana de Áustria e vive um dos mais longos reinadosda nossa história. Surge na obra só pela sua promessa de erguer umconvento se tivesse um filho varão do seu casamento. O casal real cumpre,no início da obra, com artificialismo, os rituais de acasalamento. O autorescreverá o memorial para resgatar o papel dos oprimidos que oescreverá o memorial para resgatar o papel dos oprimidos que oconstruíram. Rei e rainha são representantes do poder, da ordem e darepressão absolutista.

Povo: todos os anónimos que construíram a História são representadosatravés daqueles a quem o autor dá nome: Alcino, Brás, Nicanor, etc.

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(Cont.)

• Baltasar e Blimunda: são o casal que, simbolicamente, guardará os segredos dos infelizes,dos humilhados, dos condenados, enfim, dos oprimidos. Conhecem-se durante um auto-de-fé, levado a cabo pela Inquisição, o de 26 de Julho de 1711 e não mais deixam de seamar. Vivem um amor sem regras, natural e instintivo, entregando-se a jogos eróticos. Aplenitude do amor é sentida no momento em que se amam e a procriação não é sonhoque os atormente como sucede com os reis.

• Blimunda: com poderes que a tornavam conhecedora dos outros nos seus bens e nosseus males, recusando-se, no entanto, a olhar Baltasar por dentro. Vai ser ela quem, comBaltasar, guardará a passarola quando o padre Bartolomeu vai para Espanha onde, afinal,acabará por morrer. Ela e Baltasar sentir-se-ão obrigados a guardá-la como sua, quando,acabará por morrer. Ela e Baltasar sentir-se-ão obrigados a guardá-la como sua, quando,após uma aventura voadora, conseguira aterrar na serra do Barregudo, não longe deMonte Junto, perdido o rasto do padre que desaparecera como fumo. Quando voltaram aMafra, dois dias depois, todos achavam que tinha voado sobre as obras da basílica oEspírito Santo e fizeram uma procissão de agradecimento. Começaram a voltar ao localonde a passarola dormia para cuidar dela, remendá-la, compô-la e limpá-la.

• Um dia Baltasar foi verificar os efeitos do tempo na passarola, mas Blimunda não oacompanhou e ele não voltou. Procurou-o durante 9 anos, infeliz de saudade, na suasétima passagem por Lisboa encontrou-o entre os supliciados da Inquisição, a ardernuma das fogueiras, disse-lhe "Vem" e a vontade dele não subiu para as estrelas poispertencia à terra e a Blimunda.

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• Padre Bartolomeu de Gusmão: tem por alcunha O Voador, gosto pelas viagens,estrangeirado, a ciência era, para ele, a preocupação verdadeiramente nobre. O reimostra-se muito empenhado no progresso do seu invento. A populaça troça dele,Baltasar e Blimunda serão ouvintes atentos das suas histórias e sermões. A amizadedestes dois seres, simples, enigmáticos, mas verdadeiros protagonistas do Memorial, étão valiosa para o padre como necessária à representatividade da obra como símbolo desolidariedade e beleza em dicotomia com egoísmo e poder.

• Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu Lourenço formam um trio que vai pôr emprática o sonho de voar. Assim, o trabalho físico e artesanal de Baltasar liga-se àcapacidade mágica de Blimunda e aos conhecimentos científicos do padre. Todospartilham do entusiasmo na construção da passarola, aos quais se junta um quartoelemento, o músico Domenico Scarlatti, que passa a tocar enquanto os outroselemento, o músico Domenico Scarlatti, que passa a tocar enquanto os outrostrabalham. O saber artístico junta-se aos outros saberes e todos corporizam o sonho devoar.

• Domenico Scarlatti: veio como professor do irmão de D. João V, o infante D. António,passando depois a ser professor da infanta D. Maria Bárbara. Exerceu as funções demestre-de-capela e professor da casa real de 1720 a 1729, tendo escrito inúmeras peçasmusicais durante esse tempo. No contexto do romance, para além do seu contributo naconstrução da passarola é determinante na cura da doença de Blimunda; durante umasemana tocou cravo para ela, até ela ter forças para se levantar.

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“Memorial do Convento” - Personagens

A Dimensão Simbólica das Personagens

• Em Memorial do Convento, há dois grupos antagónicos de personagens:

- a classe opressora, representada pela aristocracia e alto clero;

- os oprimidos, o povo.

No primeiro grupo, destaca-se a actuação do Rei;

No segundo, Baltasar e BlimundaNo segundo, Baltasar e Blimunda

- o padre Bartolomeu Lourenço deGusmão, perseguido pelaInquisição, devido à modernidadedo seu espírito científico,

e ainda - Domenico Scarlatti que, pelaliberdade de espírito e pelo podersubversivo da sua música, é umafigura incómoda para o Poder.

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“Memorial do Convento” - Personagens

• Em Memorial do Convento, as personagenshistóricas convivem com as fictícias,

conduzindo à fusão entre

realidade e ficção.

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“Memorial do Convento” - Espaço

Espaço

• Há dois espaços principais determinantes no desenrolar da acção: Mafra e Lisboa.

Mafra: passa da vila velha e do antigo castelo nas proximidades da Igreja deSanto André para a vila nova em cujas imediações se vai construir o convento. Avila nova cria-se justamente por causa da construção do convento.

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“Memorial do Convento” - Espaço

Lisboa: descrevem-se vários espaços dos quais se destacam o Terreiro doPaço, o Rossio e S. Sebastião da Pedreira.

Portugal beneficiava da riqueza proveniente do ouro do Brasil. D. João Vem decreto de 26 de Novembro de 1711 autorizou que se fundasse, navila de Mafra, um convento dedicado a Santo António e pertencente àProvíncia dos Capuchos Arrábidos.

Ludwig, arquitecto alemão, estava em Lisboa, em 1700, contratado como

decorador-ourives, pelos Jesuítas. Foi a ele que entregaram o projecto do

Mosteiro, destinado a albergar 300 frades. A traça do edifício terá sido

executada por volta de 1714-1715 ao passo que a igreja, avançada até ao

zimbório, foi sagrada em 1730. Outras dependências foram construídas

para além da igreja: portaria, refeitório, enfermaria, cozinha, claustros,

biblioteca.

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“Memorial do Convento” - Espaço

Terreiro do Paço: local onde primeiramente trabalha Baltasar na suachegada a Lisboa, descrição pormenorizada e sugestiva da procissão doCorpo de Deus, em Junho.

É um espaço fulgurante de vida, com grande importância no contexto dasociedade lisboeta da época.

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“Memorial do Convento” - Espaço

Rossio: surge no início da obra, relacionado com o auto-de-fé que aí se realiza. Areconstituição do auto-de-fé é fidedigna, a cerimónia tinha por base assentenças proferidas pelo Tribunal do Santo Ofício e nela figuravam não sóreconciliados, mas também relaxados, aqueles que eram entregues à justiçasecular para a execução da pena de morte.

• O dia da publicação do auto era festivo, segundo se pode constatar das defesasefectuadas. A procissão propriamente dita saía na manhã de domingo da sededo Santo Ofício e percorria a cidade de Lisboa antes de chegar ao local da leiturado Santo Ofício e percorria a cidade de Lisboa antes de chegar ao local da leituradas sentenças, numa das praças centrais. À frente seguiam os frades de S.Domingos com o pendão da Inquisição. Atrás destes os penitentes por ordem degravidade das culpas, cada um ladeado por dois guardas. Depois, os condenadosà morte, acompanhados por frades, seguidos das estátuas dos que iam serqueimados em efígie. Finalmente os altos dignitários da Inquisição, precedendo oInquisidor-Geral. A sorte dos réus vinha estampada nos sambenitos (hábito emforma de saco, de baeta amarela e vermelha que se vestia aos penitentes dosautos-de-fé) para que a compacta multidão que se aglomerava soubesse odestino dos condenados.

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“Memorial do Convento” - Transgressões

As Transgressões Na Obra

Transgressão do código religioso

• Sumptuosidade do convento (pp.365-6) vs a simplicidade e a humildade (essência dos valores cristãos);

• Recrutamento à força;

• Construção da passarola vs a proibição de ascender a um plano superior/divino (p. 198) - 4 bases de solidez do projecto: Bartolomeu, Baltasar, Blimunda e Scarlatti;

• A castidade vs as relações sexuais nos conventos (pp. 95,97); • A castidade vs as relações sexuais nos conventos (pp. 95,97);

• As estátuas dos santos (p. 344) vs a santidade humana (p. 342);

• Missa, espaço de vivência espiritual (p. 145) vs missa, espaço de namoros e de encontros clandestinos (pp. 43, 162, 236);

• A benção de Deus vs a benção dos homens;

• Funeral do Infante D. Pedro, espectáculo de pompa e circunstância vs funeral do sobrinho de Baltasar, manifestação isolada de dor.

Transgressão do código sexual

• Sexo ritual protocolar para procriação (pp. 11-13, 319-20) vs sexo, entrega permanente e mútua de corpos e almas (p. 77 e outras).

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“Memorial do Convento” - Transgressões

Transgressão linguística

• Inversão de expressões bíblicas;

• Jogos de palavras "os santos no oratório... não há melhor";

• Desconstrução e reconstrução das regras de pontuação;

• Aforismos "Não está o homem livre... com a verdade";

• Confluência de registos de língua:

– Popular "Queres tu dizer na tua que a merda é dinheiro, Não, majestade, é o dinheiro que é merda"; majestade, é o dinheiro que é merda";

– Familiar "correram o reino de ponta a ponta e não os apanharam";

– Cuidado "Tirando as expressões enfáticas esta mesma ordem já foradada antes (...)".

Transgressão ficcional

• A Música vence a Doença;

• A história vence a História;

• O espaço da ficção é o espaço da Utopia, da Liberdade Suprema;

• O Sonho é a Transcendência Humana.

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“Memorial do Convento”

• TEMÁTICAS

• ELEMENTOS SIMBÓLICOS

• RELAÇÕES AMOROSAS• RELAÇÕES AMOROSAS

• INTERTEXTOS DO MEMORIAL

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“Memorial do Convento” - Estilo

Estilo e Linguagem no Memorial do Convento

• Discurso

- tom coloquial e dialogante

- marcas da oralidade

- frases parentéticas e apartes- frases parentéticas e apartes

- diálogos e monólogos

- predomínio do presente e do

futuro, em detrimento das frases

no pretérito, como é comum na

narrativa

- presença de discurso argumentativo e reflexivo

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“Memorial do Convento” - Didactismo

Memorial do Convento

• A acção, centrada na construção do convento deMafra no reinado de D. João V, destaca, entre outroseixos temáticos, o abuso do poder e a exploração dosmais humildes.

Esta perspectiva revela, pois, o olhar comprometidoEsta perspectiva revela, pois, o olhar comprometidodo escritor perante a vida e as desigualdades sociais.

• Crítica da guerra: absurda, sacrifica homens emnome de um interesse que lhes é completamenteestranho e abandona-os à sua sorte quando doentesou estropiados.

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“Termino. A voz que leu estas páginas quis sero eco das vozes conjuntas das minhaspersonagens. Não tenho, a bem dizer, mais vozque a voz que elas tiverem. Perdoai-me se vospareceu pouco isto que para mim é tudo.”

In, Discurso Perante a Real Academia, José Saramago