microrganismos que am o ar
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8/3/2019 Microrganismos Que am o Ar
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Microrganismos que contaminam o ar
At a dcada de 70, os problemas de sade relacionados com a poluio do ar
de ambientes interiores chamavam pouca ateno. O interesse por este
assunto tem crescido nos ltimos anos, uma vez que as pessoas tm passado
a maior parte de seu tempo em ambientes climatizados artificialmente.
Em agosto de 1998, a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria Anvisa, rgo
regulamentador do sistema de sade, publica a Portaria n 3.523,
estabelecendo, para todos os ambientes climatizados artificialmente de uso
pblico e coletivo, a obrigatoriedade de elaborar e manter um plano de
manuteno, operao e controle dos sistemas de condicionamento de ar.
A partir de maro de 1999, inicia-se o treinamento dos tcnicos das Vigilncias
Sanitrias estaduais com o objetivo de sistematizar e implantar o processo de
fiscalizao com a elaborao de uma rotina de procedimentos de verificao.
Devido ao seu carter preventivo, a publicao foi considerada um marco
importante na rea da Sade Pblica, pois est bem documentado que a
maioria dos problemas relacionados qualidade do ar de ambientes interiores
se deve m conservao dos sistemas de ventilao mecnica e a baixa taxade renovao do ar. A Portaria foi complementada pela Resoluo n 176, da
Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), de 24/10/2000 (ANEXO 2),
que estabelece Padres Referenciais que informam populao sobre a
qualidade do ar interior em ambientes, pblico e coletivo, climatizados
artificialmente, cujo desequilbrio pode causar agravos sade dos seus
ocupantes; instrumentaliza as equipes de profissionais envolvidas no controle
de qualidade do ar ambiental interior, no planejamento, elaborao, anlise e
execuo de projetos fsicos e nas aes de inspeo.
Os problemas de sade e sintomatologias, associadas ao ar, so fatores
importantes que justificam inspees e anlises de forma a aferir os ndices da
qualidade do ar que respiramos.
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Atualmente, sabe-se que uma grande variedade de substncias qumicas,
materiais e agentes derivados biolgicamente nos ambientes interiores, esto
associados a uma grande variedade de sintomas/doenas.
Microbiota dispersa no ar: Fungos, bactrias, vrus, plens, algas, etc.Fungos
Leveduras e fungos filamentosos esto presentes no ar.
Alm de alergnicos, so, em sua maioria, organismos oportunistas.
Em todos os ambientes existem microrganismos patognicos exceto naqueles
mantidos em condies de esterilidade. Mas na maioria existem os mais
diversos microrganismos colonizando o ambiente, embora apenas uma
pequena parte destes seja patognica. Estes teoricamente, podem sercausadores de infeco e at mesmo de surtos de infeces nosocomiais.
Apesar disto existem poucos trabalhos que estabelecem claramente o papel
destes como responsveis por infeco e doena. Os estudos com
amostragem ambiental tm demonstrado que a participao deste fator de
apenas 15% como responsvel pela infeco. Acredita-se que, em condies
de cuidados adequados com o ambiente, a contribuio deste para as
infeces e sua transmisso endmica mnima.
Mesmo com as dificuldades de estabelecer o nexo de causa e efeito
necessrio conhecer e controlar os riscos biolgicos mais crticos associados
s possveis fontes de contaminao ambientais como superfcies, a gua, os
resduos, o ar e outros.
A resposta aos poluentes do ar em ambientes interiores, tambm podem ser
afetados por fatores de conforto, tais como temperatura e umidade.
Temperatura e Umidade Relativa
amplamente aceito que a umidade um fator primrio limitante para o
crescimento de mofos em edifcios. A temperatura e o tipo de substrato
disponvel tambm so importantes fatores que afetam a velocidade do
crescimento. O crescimento de mofos no requerem a presena de gua no
estado lquido. o teor de umidade presente no substrato, e no,
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simplesmente, a umidade relativa no ar ambiente, que atua como fator
importante no controle do crescimento dos microorganismos.
Poluentes microbiolgicos
Frequentemente, as discusses sobre poluio de ambientes internos esto
relacionadas a concentrao de poluentes qumicos, porm, os efeitos
causados a sade devido a inalao de partculas biognicas no devem ser
omitidas, face a grande variedade de material biolgico presente nesses
ambientes.
As maiores fontes de alergenos biolgicos so: poeira no carpetes, no sof e
nos dutos de ar. No ar de interiores ocorre uma ampla variedade demicroorganismos que variam amplamente em tamanho, desde bactrias com
um dimetro de 0.5m at esporos e filamentos fngicos com dimenses entre
1-100m. Uma percentagem ainda desconhecida dessas partculas so de
origem externa e geralmente se infiltra no ambiente interno atravs de janelas,
portas, sistemas de ar condicionado, corpos e roupas de pessoas .
A principal fonte de poluio microbiolgica nos sistemas de circulao de ar
condicionado so as bandejas de condensao nas mquinas de refrigerao.
Essas bandejas acumulam gua, principal meio de proliferao microbiolgica,
formando biofilmes, os quais no apenas interferem na drenagem, como
tambm contribuem com a contaminao do ar interno que insuflado pelas
mquinas. Este mecanismo, aliado alta taxa de recirculao do ar interno,
promove um considervel aumento de microorganismos, efeito de
biodeteriorizao de materiais presentes nos recintos fechados que insuflado
pelas mquinas.
Alrgenos Biolgicos presentes em Ambientes Interiores
Em ambientes de interiores muitas fontes produzem partculas alergnicas,
capazes de desencadearem reaes alrgicas.
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As fezes dos caros so as fontes primrias de antgenos em ambientes
fechados. Devido ao tamanho dessas partculas serem similares a um gro de
plen, elas no se mantm em aerodisperso por muito tempo, apesar de que,
em ambientes contaminados, a concentrao das partculas no ar, pode ser
100 vezes maior do que em outros ambientes. A concentrao de 2g do
alrgeno Der p1 g-1
na poeira (equivalente a 100 caros), representa um
significativo fator de sensibilizao.
Os alrgenos derivados dos caros em suspenso, so capazes de
exacerbarem os sintomas em 85% dos asmticos.
A rota de exposio mais importante para a maioria desses alrgenos o ar de
ambientes internos. Assim como os caros, as baratas tambm esto sendo
associadas a manifestao de sintomas em indivduos com asma alrgica. Nos
EUA cerca de 60% dos testes alrgicos deram resultado positivo para
alrgenos provenientes das baratas . Alguns alrgenos foram identificados em
partes do corpo e em extrato
fecal das baratas.
Os danos a sade causados por poluentes no ar de interiores, incluem doenas
envolvendo o mecanismo de imunidade (alergias), processos infecciosos e
toxicidade direta. Os poluentes de ambientes interiores em casos extremos
poder causar alm da morbidade, incapacidade, doena e morte. Tais efeitos
podem ser sentidos logo aps a exposio ao poluente ou aps um bom tempo
decorrido. Incertezas ocorrem quanto a concentrao e o perodo de exposio
necessrios para o desencadeamento da doena. Para um indivduo se tornar
doente devido a presena de contaminantes, so necessrios alguns fatores:
sensibilidade do indivduo ao contaminante, concentrao do contaminante,
estado fsico e psicolgico do indivduo e a durao e freqncia da exposio.
Diversos estudos vm sendo efetuados em seres humanos, animais e in vitro.
Agentes Biolgicos
* Aspergillus sp
Microepidemias de aspergilose invasiva tm sido relatadas como produto de
inalao do ar contaminado pelos esporos do gnero Aspergillus. OAspergillus
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fumigatus o principal agente etiolgico responsvel pelas infeces descritas
e trata-se de um gnero fngico muito comum em ambientes externos. Seus
esporos abundantemente propagados pelo ar, tm entre 2 e 3m de dimetro o
que lhes permite penetrar no sistema respiratrio profundo at os alvolos
pulmonares.Em pacientes imunossuprimidos, a doena causada pelo Aspergillus muitas
vezes fatal. A maioria dos surtos de aspergilose descritos na literatura est
associada com obras prximas, e de reformas internas ou de problemas no
sistema de ar condicionado (dutos e filtros). As atividades como manuteno
de ar condicionado, manipulao de materiais de isolamento fibroso, de
forros falsos, a limpeza ou aspirao de superfcies ou qualquer atividade
capaz de produzir partculas em suspenso podem provocar estes surtos.
* Leggionela sp.
Outro agente etiolgico de origem ambiental encontrado repetidamente a
Legionella. Este um microrganismo freqente em ambiente externo em lagos
e rios, frequentemente encontrado em sistemas de climatizao e rede de
distribuio de gua de hospitais. A explicao para este fato se d pela
interao do bacilo com as amebas de vida livre como
Acanthamoeba onde fica protegido do ataque de desinfetantes como o cloro na
concentrao de 50mg/L. A doena dos legionrios causada pela Legionella
uma doena transmitida pelo ambiente e no h casos de transmisso de
pessoa a pessoa. A pneumonia porLegionella em pacientes de risco 4
como idosos e indivduos com doenas debilitantes de mau prognstico e
causa bito em 15 a 20% dos casos.
* Mycobacterium tuberculosis
A tuberculose uma doena de transmisso area, sendo o meio ambiente um
fator importante na transmisso da mesma. Antes de 1989 a transmisso
nosocomial era incomum, porm na dcada de 80/90 houve aumento dos
casos de TB e vrios surtos nosocomiais foram detectados, principalmente
nos EUA. A transmisso da TB se d de duas formas: por meio de aerossis
primrios expelidos diretamente da cavidade oronasal (gotculas de Flgger) e
aerossis secundrios originados das gotculas que caem no cho ressecam e
so envolvidas por microparticulas de poeira formando o ncleo de Wells (