micropower e adeva renovam parceria 75 · 2016. 4. 19. · crianças, é feito com carne de vaca...

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Tributo a Ray Tomlinson, pai do e-mail Convivaware pág. 10 Rogério Ratão é escultor desde que ficou cego Profissão: pág. 8 MicroPower e ADEVA renovam parceria Parceiros pág. 7 abr. / maio / jun. 2016 - ANO XVIII 75

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  • Tributo a Ray Tomlinson, pai do e-mailConvivaware pág. 10

    Rogério Ratão é escultor desde que ficou cego Profissão: pág. 8

    MicroPower e ADEVA renovam parceria

    Parceiros pág. 7

    abr. / maio / jun.2016 - ANO XVIII

    nº 75

  • Jornalista responsável: Liane Constantino (MTb 15.185). Colaboradores: Kelly Mantovani, Laercio Sant’Anna, Lothar Bazanella, Lúcia Nascimento, Markiano Charan Filho, Miguel Leça (fotos), Sidney Tobias de Souza. Correspondência: rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 - São Paulo (SP) - telefones: 11 5084-6693/6695 - fax: 11 5084-6298 - e-mail: [email protected] - site: www.adeva.org.br. Editoração gráfica: Fernanda Lorenzo. Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e impressão: Priscaf Gráfica e Editora. Tiragem: 1.500 exemplares. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.

    Opinião | Editorial ...........................p. 2 Lazer | Estive lá e gostei! ............p. 3 Adeva | Em foco ...........................p. 4 Talentos...........................p. 6 Parceiros .........................p. 7 Mercado de Trabalho | Profissão: ........................p. 8 Esporte | Um direito de todos ........p. 9 Tecnologia | Convivaware ...................p. 10 Na rede............................p. 11 Literatura | Distinto olhar ..................p. 11 Espaço poético ...............p. 12 Mais! | Para seu lazer .................p. 12

    Acessibilidade total e irrestritaO ano avança e nossos projetos já estão sendo colocados em ação. Mas ainda guardamos as lembranças do último Carnaval e elas surgem com uma incerteza que causa uma interrogação: os locais dos desfiles atendiam as normas de acessibilidade estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)?

    Há dois anos, sediamos a Copa do Mundo de Futebol. Estas normas foram consideradas na construção das arenas onde os jogos aconteceram?

    Estamos às portas de mais um evento que implica o afluxo de pessoas de todo o mundo. Os locais das competições olímpicas estarão acessíveis às pessoas com deficiência? Haverá equipamentos, espaços e recursos humanos e materiais para atender as necessidades deste público? Não vimos, ainda, dados a respeito destes detalhes.

    Isto é inquietante, pois, mesmo sendo inegável que as condições de acessibilidade vêm registrando avanços, é igualmente patente que as melhorias ainda

    são restritas a eventos pontuais e a alguns locais do País.

    Para nós, da ADEVA, isto não é o bastante.

    As pessoas com deficiência precisam de muito mais. Na condição de cidadãos brasileiros, nós também temos o direito de ir, visitar, frequentar, usufruir qualquer local público ou privado. Mas como isto é possível se as normas de acessi-bilidade são apenas minimamente atendidas, seja em uma farmácia ou numa padaria, no teatro ou na sala de cinema, nos meios de transporte e nos elevadores, nos aeroportos e nos hotéis, em uma agência bancária ou nos shoppings?

    Já foi dito que o bom resultado de um evento depende de três pré-requisitos: detalhe,

    detalhe e detalhe. Como desejamos que a Olimpíada Rio 2016 seja

    um sucesso, sugerimos aos seus organizadores

    que, se não por razões solidárias e preceitos normativos, então, que a acessibilidade seja lembrada por estes três pormenores.

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    ÍNDICEEXPEDIENTE

    EDITORIAL Por Markiano Charan Filho, diretor-presidente da ADEVA

  • A Coreia é logo aqui em São PauloUma fração deste país asiático está encravada no centro paulistano

    Você já foi à Coreia? Não? Então vá até o Bom Retiro. Os imigrantes coreanos e seus descendentes, nos últimos anos, alojaram um pedacinho da Coreia neste bairro e, por lá, se pode conhecer e experimentar a cultura e os sabores deste país da Ásia Oriental.

    Itinerário coreanoMeu passeio pela Coreia paulistana começou na rua Prates onde está instalado o  Dream 21, um tradicional norebang (karaokê), igualzinho àqueles que se encontram no distante país, onde se canta de tudo, inclusive a música do Psy, rapper sul-coreano, recordista de visualizações no Youtube. Também ali, existe uma academia de  taekwondo, o esporte nacional coreano que se tornou olímpico em 2000 nos jogos de Sydney, na Austrália.

    Um pouco adiante, encontrei uma loja que vende e aluga trajes tradicionais coreanos como o hanbok, chamado de “símbolo da cultura coreana”, usado em datas especiais.

    Na rua Três Rios, visitei mercearias onde se pode comprar kimchi fresquinho, noodles, sojus, chás, bolachas e doces típicos. Na rua Guarani, encontrei lojas de louças, de roupas para bebês, artigos para decoração, tudo tipicamente coreano, até mesmo alguns restaurantes.

    Churrasco coreanoA comida fumegante coreana de pratos aromáticos é uma delícia! Obviamente, não deixei de experimentar.

    O churrasco coreano, por exemplo, é muito apreciado e pode ser preparado por quem vai degustá-lo. Pedacinhos de carne de pancetta (barriga de porco), língua de boi cortada em fatias muito finas, ou carne de pato, untados na manteiga com tempero à base de óleo de gergelim e sal, vão sendo fritos pelo cliente em uma chapa instalada na sua mesa. Assim o cliente pode saborear as carnes tranquilamente, pelo tempo que quiser, acompanhadas de arroz e pequenos petiscos, como legumes com molhos picantes e minúsculos peixinhos crocantes.

     A comida tradicionalEm uma mesa mais habitual, o cardápio coreano geralmente se compõe de arroz, de sopas – asjjigae, kimchi e jang –, que são molhos de soja fermentados, e de até nove pratos de banchan (acompanhamentos), por exemplo, o gimchi, o samgyetang e o bulgogi.

    O gimchi é um tipo de comida fermentada, sempre presente na mesa dos coreanos. O ingrediente básico é a acelga salgada, temperada com gengibre, nabo, pimenta em pó,

    alho e cebolinha. A esta mistura se adiciona o jeotgal, um caldo fermentado de frutos do mar ou peixes.

    Muito apreciada no verão, a samgyetang é uma sopa de frango recheado com arroz glutinoso, alho e ginseng, cozido em uma panela até ficar bem macio.

    O bulgogi, um prato que agrada particularmente as crianças, é feito com carne de vaca magra, com um sabor suave e não apimentado. A carne é marinada por trinta minutos no máximo, em um molho feito com cebolinha picada, alho, sal com gergelim, extrato de gengibre, molho de soja forte, pimenta do reino em pó, óleo de gergelim, e cozida lentamente em fogo médio.

    O chá é uma boa opção para acompanhar as refeições. Normalmente, é preparado com água na temperatura entre 60°C e 70°C, e apreciado em duas etapas: primeiro, o aroma fragrante; depois, o sabor suave.

    Os coreanos cultuam a cerimônia do chá, sempre realizada em uma atmosfera acolhedora onde água, copos, cores, aromas e sabor são os cinco prazeres a serem “saboreados”.

    O idiomaPara aprender coreano, a opção é o Centro Cultural Coreano no Brasil, na Alameda Barros, 192, em Santa Cecília, tel.: 11 2893-1098. Neste espaço, pode-se apreciar também a gastronomia, as danças tradicionais e a literatura coreana no acervo da sua biblioteca.

    Então, que tal conhecer um pouco mais da Coreia? Vá passear no Bom Retiro, mas não aos domingos. Tudo fica fechado por lá.

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    LAZER Estive lá e gostei! Por Sidney Tobias de Souza | [email protected]

    mailto:[email protected]

  • CarnadevaCom muita alegria e muitas fantasias, a oitava edição do Carnadeva no dia 30 de janeiro premiou com um jantar para dois as “colombinas” e os “pierrôs” mais originais, mais engraçados e os mais luxuosos. Confira nas fotos.

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    ADEVA Em Foco

  • Gráfica braille A gráfica da ADEVA imprime em braille e em tipos ampliados apostilas, livros, cardápios, folhetos, holerites etc. para pessoas físicas e jurídicas. Pedidos de orçamento através do e-mail: [email protected] ou pelos tels.: 11 5084-6693 / 6695 com Miguel Leça.

    “Acesso para Todos” O “Acesso para Todos”, grupo de trabalho integra-do pela ADEVA, pelo escritório E-hipermídia e pela Web2Business, presta serviços na construção de websites acessíveis segundo os padrões interna-cionais estabelecidos pela W3C. Orçamentos no site http://www.acessoparatodos.com.br/

    Participe dos projetos ADEVAColabore com os projetos da ADEVA fazendo uma doação por meio do link www.adeva.org.br/comocolaborar (PagSeguro), ou enviando cupons e notas fiscais sem registro do CPF ou CNPJ para a sede da entidade, rua São Samuel 174, CEP 04120-030, São Paulo (SP).

    Dia da MulherNo dia 5 de março, a ADEVA celebrou o Dia Internacional da Mulher com uma programação exclusiva para seu público feminino. Teve palestra sobre moda com Ana Claudia Domingues e muitos selfies depois da oficina com o fotógrafo deficiente visual Marco Oton.

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    ADEVA Em Foco

    mailto:[email protected]:[email protected]://www.acessoparatodos.com.br/http://www.adeva.org.br/comocolaborar

  • Por trás de um grande elenco, uma grande profissional

    Fabiana Resende, uma das responsáveis pelo sucesso de “Terra de Cavalos”, é um talento nosso

    No dia 9 de dezembro de 2015, o coral e o grupo cênico da ADEVA apresentaram o musical “Terra de Cavalos”, escrito pelo presidente da entidade, Markiano Charan Filho, no Theatro São Pedro em São Paulo (SP).

    A estreia de “Terra de Cavalos”, aplaudida de pé pelo público que lotou o teatro, deve (e muito!) seu sucesso à competência da cenógrafa Fabiana Resende Pereira.

    Fabiana preparou o elenco, formado por pessoas com deficiência visual, e o espaço cênico para que todos brilhassem no palco. “A preparação foi embasada em métodos do brasileiro Augusto Boal e do diretor e pedagogo russo Constantin Stanislavski. O cenário era funcional, com piso tátil para que os atores, descalços, se movimentassem sem o auxílio da bengala.” Este detalhe foi de grande importância, pois nenhum ensaio aconteceu no local da apresentação. “Os alunos, o maestro Júlio Battesti, minha amiga Rebecca Salloker e eu confec-cionamos o piso na ADEVA, onde ensaiávamos, e o montamos no Theatro São Pedro apenas meia hora antes do início do espetáculo. Foi uma experiência desafiadora, principalmente pelo ineditismo.”

    Fabiana, formada em administração pela Universidade de Rio Verde (GO), atuou na área de suprimentos e logística

    até 2010, “quando iniciei os estudos de teatro e decidi mudar de profissão, definitivamente”. Completado o curso de artes cênicas pelo Teatro Escola Macunaíma, ela respondeu pela direção cênica do CUCA (Coral da PUC), ministrou oficinas de teatro para idosos e crianças e deu aulas de teatro em projeto social dos Trovadores Urbanos.

    Na ADEVAO maestro do coral da ADEVA, Júlio Battesti, foi quem lhe apresentou a entidade. “Quando iniciamos nosso namoro, em 2013, comecei a acompanhar o Júlio nas apresentações do coral.” Hoje, Fabiana compartilha dos ensaios e das apresentações, auxilia na logística e na mobilidade do grupo, filma e fotografa o coral para divulgação nas redes sociais.

    “Em 2015, formamos o grupo cênico Todo Mundo Vendo, para o qual dou aula de voz, de interpretação e expressão corporal. Além das aulas regulares na ADEVA, o grupo participa de atividades extras, como contato e improvisação, percussão corporal, dança percussiva e contemporânea com amigos meus que, gentilmente, abriram seu espaço de trabalho e sentem muito prazer em incluir o grupo nestas vivências.”

    Jogo rápido com Fabiana Resende Pereira

    Signo: Virgem. | Cor: Preto. | Hobby: Ler e assistir peças de teatro. | Um filme: Abril Despedaçado, de Walter Salles. | Um livro: Cabeça de Turco, do jornalista e escritor ale-mão Günter Wallraff. | Um estilo de música: MPB. | Uma música: Fantasia, de Chico Buarque de Holanda. | Cantora preferida: Nara Leão. | Cantor: Chico. | Sobre a deficiên-cia: Um desafio. | Religião: Agnóstica teísta. | Deus: A origem inexplicável do Universo. | Amigos: A família que escolhi. | Amor: É VIDA. | Esporte preferido: Yoga. | Time do coração: Palmeiras. | Família: Moram no meu coração (moro sozinha em São Paulo). | Um sonho: Viver em uma comunidade criativa. | O que fazer para viver melhor? Arte. | Uma frase: “Eu vou para onde serei dono dos meus sonhos.” Mia Couto

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    ADEVA Talentos Por Lúcia Nascimento | [email protected]

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  • Um antigo parceiro sempre presente

    A parceria MicroPower e ADEVA se renova a cada nova versão do Virtual Vision

    A MicroPower é uma empresa brasileira privada, constituída há vinte e dois anos, em abril de 1994, com sede em São Caetano do Sul (SP). Ela oferece a seus clientes, por meio de soluções consultivas e tecnológicas, melhoria contínua na gestão de talentos.

    Desde 1998, é a única empresa nacional que desenvolve e dá suporte de informática a pessoas com deficiência visual, visando seu ingresso no mercado de trabalho.

    Virtual VisionA parceria com a ADEVA teve início em 1999, um ano depois do lançamento da primeira versão do Virtual Vision, um software leitor de telas que permite às pessoas com deficiência visual acessar com autonomia o ambiente Windows – Word, Excel, PowerPoint, Access – e a Internet.

    Na ocasião, a empresa doou uma quantidade de licenças do Virtual suficiente para equipar os computadores das salas de aula e do setor administrativo da ADEVA. E a concessão foi se repetindo a cada nova versão do software, “pois acreditamos que, desta forma, estamos colaborando com o trabalho de inclusão das pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho por meio de sua capacitação profis-sional, tarefa que a ADEVA realiza com maestria”, afirma seu diretor de marketing, Daniel Musulin Soeltl.

    Virtual Vision 10Em janeiro de 2016, a MicroPower lançou a versão 10 do Virtual Vision, com atualizações expressivas para quem tem deficiência visual como comandos para facilitar a leitura de aplicativos de e-mail, notícias, esportes, finanças e clima do Windows 10; avisos de links durante a leitura de arquivos PDF; e leitura de descrições de imagem em documentos do Word.

    Novamente, a ADEVA foi beneficiada, desta vez com a doação de cinquenta licenças da nova versão para equipar as máquinas das três salas de aula, do setor administrativo e da sua gráfica braille.

    Seus produtosA MicroPower tem em seu portfólio a MicroPower Performa, uma plataforma para gestão integrada ou individual dos processos de gestão de performance e desenvolvimento de talentos, e a MicroPower Presence, uma tecnologia que possibilita a realização de diferentes tipos de eventos via internet ao vivo.

    A MicroPower é também reconhecida no mercado brasileiro de e-Learning e Performance com duas iniciativas de sucesso: o Congresso Learning & Performance Brasil e o Prêmio Learning & Performance Brasil.

    Vida e famíliaNascida em Santa Helena de Goiás, Fabiana é filha de Herculino Pereira e de Lázara Resende, irmã de Ricardo, Leonardo e Raniere, e mãe da Clarice (12), filha do seu primeiro casamento.

    Relembrando a infância, conta ter sido “uma garota bastante agitada, hiperativa”. “Agora, estou um pouco mais calma, mas ainda inquieta; só paro para ler, meditar e dormir.”

    Apaixonada pelo que faz, está sempre estudando... teatro. “Me cobro muito, estou sempre em grupos de pesquisa e oficinas relacionadas a todos os elementos do teatro, desde corpo e voz até cenografia.”

    “Terra de Cavalos”Para Fabiana, a experiência com a encenação do musical “Terra de Cavalos” garante às pessoas que têm deficiência visual que elas são capazes, inclusive de serem artistas. “Me emocionei após a apresentação do musical; chorei ao sentir que o elenco estava feliz, com autoestima elevada e cheio de adrenalina. E o trabalho que a ADEVA realiza só confirma a competência profissional de cada um, pois eles, geralmente, são tratados como incapazes pela sociedade. A ADEVA, então, demonstra que essas pessoas podem atuar com desenvoltura nas mais diversas áreas, inclusive no campo artístico, desde que tenham oportunidades e as ferramentas necessárias.”

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    ADEVA Parceiros Por Kelly Mantovani | [email protected]

  • Rogério Ratão é escultor desde que ficou cego

    Aos 18 anos, ele superou a cegueira por meio da arte

    “Faço trabalhos autorais. Meu corpo é meu gabarito: uso meus dedos e minhas mãos como unidades de medida.” Assim explica seu jeito de fazer arte o escultor, ceramista e professor do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, Rogério Ratão.

    Na casa onde mora, próxima ao Parque do Ibirapuera, ele montou seu ateliê e acervo. Neste espaço, encontrei corpos e rostos trabalhados em argila e moldados em bronze, além de tigelas, jarras, vasos, cinzeiros, potes em cerâmica que, ao primeiro toque, apaixonam!

    Início da carreira“Sempre gostei de arte, mas não me via escultor. Tinha paixão por formas, espaços, cores e pensei estudar arquitetura que, porém, tinha dois inconvenientes para mim: fazer cálculos e desenhar. Foi só quando perdi a visão aos 18 anos que a escultura e a argila, um material plástico, tátil, apareceram como opções que tinham tudo a ver comigo.”

    O encontro de Rogério com a escultura aconteceu em 1992 “quando descobri o ateliê do pintor e escultor chileno Angel San Martin. Fiz o curso de teoria e prática de técnicas de escultura com ele e também, por quatro anos, aulas de modelagem. Paralelamente, cursei história da arte na Oficina Paulista de Artes (OPA) com a professora Mali Frota Villas-Boas”.

    A primeira exposiçãoMesmo iniciante, os cursos e principalmente a dedicação de Rogério resultaram positivos. “Em 1995, apresentei minha primeira exposição de escultura em bronze no Centro Cultural São Paulo, com releituras de quadros de figuras mitológicas inspiradas em pintores clássicos, e uma série de mãos.”

    No exteriorPara se aperfeiçoar, Rogério morou em São Francisco, na Califórnia, durante seis meses, cursando técnicas de modelagem em cera com o artista plástico Joseph Vaca, e escultura com modelo vivo com Tebby George, na San Francisco City College.

    Destas experiências, ele guarda muito aprendizado e boas lembranças da cidade. “Em São Francisco, a pessoa com deficiência não é vista como alguém que precisa de ajuda ou tutela, mas, sim, de adequações técnicas para ser autônoma.”

    Em casaDe volta ao Brasil, Rogério criou uma série inspirada no Choro Câmara N° 7 do maestro Heitor Villa-Lobos, e apresentou a exposição “Formas de um Choro” no mezanino da Biblioteca Louis Braille do Centro Cultural São Paulo na capital paulista.

    Cursou teoria e prática para cerâmica no torno com Elisa Bueno e Maria Sílvia Pinto Lima, e técnicas para cerâmica no torno com Walter Luís de Aguiar.

    Montou seu próprio ateliê em 2007 e, “por um tempo, me dediquei a criar utilitários que comercializei no meu ateliê e em bazares”.

    Em 2010, participou do curso de Desenho Cego no MAM e, da aproximação com o setor educativo do Museu, resultou o convite para ser um dos professores de escultura.

    Em 2013, fez o curso de elaboração de esmaltes para cerâmica com Sueli Massuda e, no ano passado, apresentou a exposição individual “Devaneios”, no espaço de arte inclusiva da Oscip Mais Diferenças em São Paulo (SP).

    “Igual Diferente”O curso de escultura ministrado por Rogério faz parte do programa “Igual Diferente” do MAM. São cursos gratuitos de desenho, fotografia, escultura oferecidos indiscriminadamente a pessoas com e sem deficiência. “Tenho alunos com algumas limitações, mas que demonstram condições e prazer em fazer arte. E, para mim, a receita do sucesso é esta mesmo: olhar para si próprio e descobrir do que se gosta. Se gosta de arte, então, dá um jeito de fazer arte mesmo!”

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    MERCADO DE TRABALHO Profissão: escultor Por Lúcia Nascimento | [email protected]

    mailto:[email protected]

  • CanoagemUm esporte para um ou para muitos e para todos

    Desde a Pré-História, os homens utilizam canoas como meio de transporte e de locomoção. Ainda na Antiguidade, as canoas começaram a serem usadas também em competições. Mas foi somente em 1936 que a canoagem, nas modalidades sprint e slalom, passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos.

    Modalidades olímpicasA canoagem é um esporte náutico praticado com a utilização de embarcações (canoa ou caiaque), que trabalha o corpo por inteiro e tem o tronco humano como seu maior propulsor.

    A canoagem sprint (de velocidade) é a mais popular, sendo disputada em canais de dois quilômetros de comprimento. Nas Olimpíadas, as competições perfazem distâncias de 500 e 1.000 metros, com um, dois ou quatro canoístas por canoa. Suas embarcações são rápidas, porém instáveis, podendo virar com facilidade em plena competição.

    A canoagem slalom, que se tornou olímpica em 1972, é praticada em percursos de 250 e 300 metros. Os canoístas devem passar por dezoito a vinte e cinco portas, com o menor número de erros possível e em um menor espaço de tempo.

    Outras modalidades Além destas modalidades olímpicas, existem mais outras três e até uma competição bastante peculiar: o caiaque-polo. Duas equipes se movimentam em canoas pela área de jogo, que pode ser um rio, uma piscina

    ou um lago, visando marcar o maior número de gols.

    A canoagem oceânica apresenta um elevado grau de dificuldade e é praticada com embarcações especiais para o mar. Eu tive a oportunidade de experimentar esta modalidade e, em minha opinião, sincronizar suas remadas com o parceiro é a maior dificuldade para um iniciante.

    A canoagem maratona envolve grande esforço físico e resistência por parte dos canoístas, pois tem percursos de 15 km.

    Já, a freestyle é uma modalidade mais recente de canoagem. Nela, o canoísta deve fazer manobras e movimentos específicos na onda de um rio, em um determinado período de tempo. Cada manobra vale pontos para o canoísta.

    Nosso canoístaO brasileiro Isaquias Queiroz é praticante de canoagem (sprint e slalom) desde os onze anos graças a um projeto social. Ele é campeão mundial, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (2015) e uma grande promessa para a Olimpíada Rio 2016.

    Esporte acessível A Universidade de São Paulo (USP) oferece cursos em sua raia olímpica na Cidade Universitária para crianças a partir dos nove anos, idosos, deficientes visuais e cadeirantes. Sem dúvida, a canoagem é um esporte para todos.

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    ESPORTE Um direito de todos Por Sidney Tobias de Souza | [email protected]

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  • Homenagem a Ray Tomlinson, pai do e-mail

    Há 45 anos ele criou um jeito rápido e eficiente de enviar mensagens

    Os últimos cinquenta anos foram marcados por um crescimento tecnológico sem precedentes na História. Inúmeros são os exemplos que eu poderia citar, contudo, gostaria de me ater especificamente a um: você já se pôs a pensar na importância do e-mail na sua vida hoje?

    É claro que as redes sociais têm oferecido alternativas à troca de informações, mas, geralmente, quando se quer oficializar algo, é através de um e-mail que isto é feito.

    Nos anos 1960A história da Internet e do e-mail em rede se confundem. No início da década de 1960, surgiram alguns sistemas de troca de mensagens entre terminais de um mesmo computador, mas foi em 29 de outubro de 1969 que o primeiro e-mail em rede foi transmitido, somente dois meses depois da criação do primeiro nó de uma rede chamada Arpanet que daria origem à Internet.

    A mensagem foi enviada do computador do laboratório de Kleinrock na UCLA (University of California, Los Angeles) para o de Douglas Engelbart no Stanford Research Institute, utilizando como suporte a recém-criada rede da Arpa (Advanced Research Projects Agency), agência financiada pelo governo norte-americano. Tratava-se da tentativa de transmitir a palavra login. A conexão caiu e apenas duas letras e um ponto (lo.) conseguiram ser transmitidos, mas ficou provado que isso era algo possível.

    Em 1971Foi então que, no fim de 1971, o engenheiro Ray Tomlinson, da empresa Bolt Beranek and Newman (BBN), enviou o primeiro e-mail da História. Ele já vinha desenvolvendo um programa para enviar mensagens para os operadores de um mesmo computador. Então, decidiu usar o símbolo “@” para separar o nome da pessoa do nome do computador, por este símbolo estar presente na maioria dos teclados e ser pouco usado.

    Naquela altura, a Arpanet contava com quinze computadores espalhados pelos Estados Unidos. A ideia era criar uma rede que distribuísse as informações armazenadas para evitar que um ataque inimigo destruísse dados sigilosos do governo. Ao receber a mensagem, ela ficaria armazenada em um arquivo do destinatário, que foi chamado de caixa de mensagem.

    “O primeiro e-mail foi enviado por Ray Tomlinson para si mesmo, saiu de um computador PDP-10 da BBN e chegou a outro PDP-10, situado ao lado do primeiro. A CPU de um PDP-10 tinha o tamanho de um guarda--roupa e a memória podia ocupar mais uns quatro armários desse tamanho. Mas, para atingir o destino, o primeiro e-mail viajou pela Arpanet e o engenheiro rapidamente verificou que funcionava.”

    Rápida disseminação Dois anos depois, 75% do tráfego que circulava na Arpanet era de e-mails. E, em 1978, um relatório afirmava que “há poucas dúvidas de que as técnicas do mail em rede desenvolvidas em ligação com o programa Arpanet vão varrer o país e mudar drasticamente as técnicas usadas para a intercomunicação nos setores público e privado”.

    Como afirma o documento de onde retirei estas informações, e o último parágrafo na íntegra, o e-mail não varreu os EUA, mas o mundo.

    Mas por que escrevi tudo isso? Para dizer que, do mesmo jeito que Ray Tomlinson criou silenciosamente o e-mail, também, aos 74 anos, no dia 5 de março deste ano, sem o merecido destaque nos meios de comunicação, ele nos deixou. Fica aqui, então, minha homenagem grata e sincera a um profissional que realmente colocou seu ofício a serviço da evolução da Humanidade, marcando seu nome para a posteridade.

    Caso queiram saber um pouco mais sobre o assunto, leiam o artigo: http://www.esquerda.net/artigo/faleceu-ray-tomlinson-criador-do-e-mail/41606

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    TECNOLOGIA Convivaware Por Laercio Sant’Anna | [email protected]

    http://www.esquerda.net/artigo/faleceu-ray-tomlinson-criador-do-e-mail/41606http://www.esquerda.net/artigo/faleceu-ray-tomlinson-criador-do-e-mail/41606mailto:[email protected]

  • ViaOpta Nav

    Desenvolvido pelo laboratório Novartis, este app é um GPS para pedestres, portanto, muito útil para pessoas com deficiência visual. Ele mostra ao usuário, em sua localização atual, os principais pontos ao redor como padarias, hospitais, posto bancário, cruzamentos. Grátis.

    De golpe em golpe o tio Sam enche o saco*Quem sabia? Não se sabe quem, mas alguém

    mais, além do meu pai, sabia. Internet, quem previa? Jornais para quem sabia ler, tudo bem, mas o pessoal do trabalho duro com certeza nem imaginava. Mas onde estavam os comunas pra ajudar a gente boa desta terra?

    O país do futebol e do Carnaval, meio que abobalhado, idiotamente caminhava a passos de tartaruga, enquanto os lobos do Norte babavam por tudo o que se tinha por aqui. E olha que não era coisa pouca! Tinha muito ouro, muitos braços fortes pra trabalhar como condenados ao incerto futuro.

    Nos primeiros anos, o negócio era alimentar a porra da esperança. É o país do futuro. Fala baixinho, cuidado que os meganhas  têm bons ouvidos! Estuda tonto, canta o hino, aprende matemática, fala direito, vai pro curso de datilo-grafia, pega o ônibus lotado, paga suas contas, casa e cuida da família! Cala a boca! Vamos pra caipirinha, pro rabo-de-galo, um cigarrinho e grita o gol do Corinthians que não ganha de ninguém!

    Sei lá... mas se a gente votar as coisas melhoram? Ué, mas em quem a gente vota? Pau, pau, borrachada, confusão na Líbero Badaró, correria, bomba!

    Cassildis, quem pode ir na feira? Nossa, um

    pastelzinho de carne vai bem, mas é um só pra cada um, entendeu?

    Já pode falar, mas vai devagar, tem uns caras voltando, é aqueles que escaparam! Será que eles voltarão pra fazer um bem bolado pra gente? Não sei, não, os caras lá de cima ainda estão de olho... Acho que eles estão mais preocupados com os reboliços lá do Oriente... É, mas eles não dormem no ponto.

    Tio Sam! Tio Sam! Nossa, parece que ele deu uma cochiladinha. Olha pro céu no horizonte, tem uma cor avermelhada, bonito, não é? Ainda bem que a terra está girando pra lá, acho que a gente vai ver TV colorida!

    Sabe, minha respiração está melhorando, até me deu vontade de comer uns canapés, tomar um chopinho escuro! Vamos fazer faculdade, estudar no exterior, encher o tanque de gasolina, afinal, temos ouro no fundo do mar! Xiiiiiii, fala baixo, o tio pode ouvir! Nada disso, ele está cochilando! Será? Será que ele ainda se lembra do negócio do seu GG? Ah, mas com certeza!?

    Ei, passa mais uma porção pra gente! Vamos tomar a saideira? Beleza, me passa o Pré-Sal aí!

    *Crônica premiada no concurso “Dedos que Leem”, promovido pela Sociedade Cultural

    Amigos do Centro Braille de Blumenau (SC).

    RecargaPay

    App para recarregar créditos em celulares de todas as operadoras, inclusive Nextel, que funciona off-line. A recomendação do aplicativo aos amigos soma créditos para o usuário. O pagamento pode ser feito via cartão de crédito, débito ou boleto bancário. Grátis.

    Guia de Rodas

    Com a coparticipação dos próprios usuários, este aplicativo identifica e mapeia rapidamente estabeleci-mentos que oferecem acessibilidade para pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida permanente ou temporária, pessoas com carrinho de bebê e idosos. Grátis.

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    LITERATURA Distinto olhar Márcio Spoladore, colaborador da ADEVA.

    TECNOLOGIA Na Rede

  • ADEVA - Associação de Deficientes Visuais e AmigosCorrespondência: rua São Samuel, 174, Vila Mariana, CEP 04120-030 - São Paulo (SP) - e-mail: [email protected] - site: www.adeva.org.br

    Um dedo de trova Recordo aindaRecordo ainda... e nada mais me importa...aqueles dias de uma luz tão mansaque me deixavam, sempre, de lembrança,algum brinquedo novo à minha porta...

    Mas veio um vento de desesperança,soprando cinzas pela noite morta!E eu pendurei na galharia tortaTodos os meus brinquedos de criança...

    Estrada afora após segui... Mas, ai! Embora idade e senso eu aparente,não vos iludais o velho que aqui vai:

    Eu quero os meus brinquedos novamente!Sou um pobre menino... acreditai!...Que envelheceu, um dia, de repente!...

    Mário Quintana

    Eu te imploro, por favor,não insistas neste adeus.Se não for por meu amor,fica pelo amor de Deus!

    Arlindo Tadeu Hagen

    A mulher tem, geralmente, três idades, a saber: a verdadeira, a aparente... e a que costuma dizer!

    Augusta Campos

    Cigarro e copo, se almejasviver muito, tenha em mente:são “amigos” que tu beijas,mas que matam lentamente.

    Lothar Bazanella

    Memorial da InclusãoDurante todo este ano, o Memorial da Inclusão da Secretar ia de Estado dos D ire i tos da Pessoa com De f ic iênc ia (SEDPCD) abrirá suas portas nas tardes do último sábado de cada mês das 13h às 17h. Os visitantes terão a oportunidade de conhecer o Movimento Social da Pessoa com Deficiência e de explorar a Sala dos Sentidos. SEDPCD, av. Auro Soares de Moura Andrade, 564, portão 10, Barra Funda, São Paulo (SP), tel.: 11 5212-3727. Grátis.

    Festa JulinaEm julho, tem a festa caipira da ADEVA, com comida gostosa, quadrilha, brincadeiras e muitas prendas. Os convites podem ser ad-quiridos na sede da entidade, na rua São Samuel 174, Vila Mariana, São Paulo (SP) a partir de junho. Dia 16 de julho, sábado, das 16h às 21h, na rua Dr. Tirso Martins, 211, próxima à estação Santa Cruz do metrô. Convites: R$ 5,00 (compra anteci-pada) e R$ 10,00 (no dia do evento).

    ExposiçãoJoão Turin, um dos maiores escultores bra-sileiros e, talvez, o mais desconhecido do grande público, ganha exposição individual com 50 esculturas e baixos-relevos além de 35 desenhos, manuscritos e fotos do seu acervo. As obras de escultura pode-rão ser apreciadas pelo tato. De 2 de abril a 6 de junho, de quarta a segunda-feira, das 10h às 17h30, na Pinacoteca de São Paulo, Praça da Luz nº 2, São Paulo (SP). Ingressos: R$ 6,00. Entrada gratuita aos sábados.

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    LITERATURA Espaço poético Por Lothar Bazanella

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