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V SEMPE - Seminário de Metodologia para Projetos de Extensão UFPB – João Pessoa – PB – 07-10-2003 Michel Thiollent (Coppe/UFRJ)

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V SEMPE - Seminário de Metodologia para Projetos de ExtensãoUFPB – João Pessoa – PB – 07-10-2003

Michel Thiollent (Coppe/UFRJ)

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Objetivo

Apresentar subsídios metodológicos para a concepção e o planejamento de atividades de extensão universitária, em

perspectiva de pesquisa-ação,incluindo novos conceitos

e novos arranjos comunicacionais.

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Situação atual

Mudanças na política universitária.Competição entre setor público e privado.Tendência à comercialização do conhecimento. Uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs).Perspectivas da flexibilização curricular.Novas práticas sociais baseadas em responsabilidade social, ética, solidariedade, voluntariado, etc.

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Visão estratégica

Visão de futuro das universidades.Papel da universidade na sociedade.Atendimento e antecipação de demandas sociais.Formação crítica de profissionais inseridos no contexto.Objetivos de conhecimento e de divulgação horizontal.

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Definir estratégias de extensão

Consolidação dos conceitos do Plano Nacional de Extensão Universitária.Influência do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão.Sistema de informação da RENEX.ORG.BRSistema de avaliação da Extensão.Planejamento estratégico em universidades.

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Alguns verbos-chaveAprenderEnsinarDivulgarImplicarAplicarCompartilharPesquisarParticiparCriarMobilizarAgirInteragirComunicar

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Metodologia participativa

Pesquisa e ensino em um espaço de interlocução onde os atores implicados participam na resolução dos problemas, com conhecimentos diferenciados.Papel articulador e facilitador dos pesquisadores e especialistas envolvidos.Devolução de informação aos interessados e apoderamento.

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Metodologia participativa

Recomendada pelo Plano Nacional de Extensão,

por organismos internacionais,

por ONGs e associações profissionais em várias áreas técnicas e sociais.

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Tipologia de métodos participativos(Cf. Markus Brose, 2001)

Métodos de moderação (grupos).Diagnóstico rápido participativo – DRP – em áreas rural, urbana, organizacional, econômica, ambiental.Método de pesquisa-açãoMétodos de planejamento (estratégico, situacional, participativo, ZOPP, etc.).Métodos de resolução de problemas.Métodos de gestão participativa em municípios.Métodos de monitoramento e avaliação.

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Pesquisa-ação(Segundo M. Liu, 1997, p.86)

Encontro de:Uma intenção de pesquisa (pesquisadores).Uma vontade de mudar (usuários).

Objetivo duplo:Resolver o problema dos usuários.Fazer progredir os conhecimentos fundamentais.

Trabalho conjunto que é aprendizagem mútua entre pesquisadores e usuários.Quadro ético negociado e aceito por todos.

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Resultados da pesquisa-ação(Segundo M. Liu, 1997, p.86)

Modos de resolução de problemas concretos encontrados no decorrer da realização do projeto.

Conhecimentos validados pela experimentação durante a pesquisa-ação.

Formação de uma comunidade capacitada, com competências individuais e coletivas.

Novos questionamentos para pesquisas e estudos posteriores.

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Relações entre pesquisa, ação, Relações entre pesquisa, ação, aprendizagem, avaliaçãoaprendizagem, avaliação

Pesquisa Ação

Aprendizagem

Avaliação

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Roteiro básico da pesquisa-ação(Stringer, 2000, p. 18)

Elaborar planosImplementarAvaliar

AGIR

Explorar e analisar o que acontece

Interpretar e explanar

PENSAR

Coletar informação relevanteMapear a situação

OLHAR

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Participação em pesquisa-ação(Adaptado de Stringer, 1999, p. 35)

A participação é mais efetiva quando:Possibilita significativo nível e envolvimento.Capacita as pessoas na realização de tarefasDá apoio às pessoas para aprenderem a agir com autonomia.Fortalece planos e atividade que as pessoas são capazes de realizar sozinhas.Lida mais diretamente com as pessoas do que por intermédio de representantes ou agentes.

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Inclusão pela pesquisa-ação(Adaptado de Stringer, 1999, p. 39)

A inclusão pela pesquisa-ação implica:Maximização do envolvimento de todas as pessoas significativas.Inclusão de todos os grupos afetados.Inclusão de todos os aspectos (social, econômico, cultural, político), mais do que foco em estritas agendas administrativas.Assegurar cooperação com outros grupos, agências e organizações.Assegurar que todos os grupos relevantes possam tirar proveito das atividades.

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Segundo a revista “Le Médecin de famille canadien”, na área de saúde...

“A pesquisa-ação é definida como realização de pesquisas com e para as pessoas, em vez de usá-las como objetos. É centrada em trabalhos com pessoas para identificar os problemas na prática, experimentar soluções, acompanhar o processo de mudança e avaliar os resultados. A pesquisa-ação contém três elementos: os métodos participativos, a igualdade entre pesquisadores e participantes; a práxis que inclui reflexão e ação”.

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Metodologia de pesquisa-ação aplicada na extensão

Diretrizes e subsídios para vários aspectos de investigação, ação, sensibilização, mobilização, construção, divulgação, avaliação etc.

Compromisso e interação dos atores.

Geração de conhecimentos auto-aplicáveis nas práticas dos interessados.

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Porém...

A pesquisa-ação é muito falada, mas pouco aplicada.Encontra obstáculos culturais, políticos e institucionais.Seus fundamentos e práticas são insuficientemente estudados.

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Crítica ao conhecimento técnico-científico convencional

www.centrofundaciones.org/Noticias/ noticias_Funda.htm

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Criticar:

a metodologia unilateral nas práticas tecno-científicas as relações de dominação nos campos científico e educacionala desconsideração da ética na pesquisa com seres humanosa desconsideração do usuário e as “soluções de prancheta”o desconhecimento ou a extorsão do saber popular ou nativoas limitações do clube fechado chamado “Knowledge Society”

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Segundo Glaura César Pedroso,Pediatra, Escola Paulista de Medicina...

“Na formação universitária tradicional, o saber técnico é sempre unilateral, autoritário, e não reconhece a família como qualificada para cuidar de seus filhos, particularmente se esta pertencer às classes subalternas e com menor acesso à educação formal. Se o especialista é o único dono da verdade, e se participação é um canal para o desenvolvimento de uma outra forma de poder, propostas participativas são contra-hegemônicas e, portanto, de implantação mais difícil.”http://www.brazilpednews.org.br/dec2002/mapar.pdf

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Novas ênfases

InterdisciplinaridadeComplexidadeReflexividadeMultirreferencialidadeMobilizaçãoEmancipação

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Interdisciplinaridade

superação das divisões artificiais entre disciplinasapreensão global e multifacetada da realidadecomplementaridade e cooperação entre profissionais

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Complexidade

“... viagem em busca de um modo de pensamento capaz de respeitar a multidimensionalidade, a riqueza, o mistério do real, e de saber que as determinações - cerebral, cultural, social, histórica - que se impõem a todo o pensamento codeterminam sempre o objeto de conhecimento. É isso que eu designo por pensamento complexo”.

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Reflexividade

Reflexão na prática como fonte de aprendizagem.

Reflexão-na-ação do decorrer do projeto.

O projeto reflexivo ajuda seus destinatários a refletirem na ação (elucidação de um conhecimento tácito).

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Multirreferencialidade

estudo com pluralidade de pontos de vistareferenciais teóricos heterogêneosimplicação subjetiva dos observadores e observadosidentidades, multiplicidade, reciprocidade, etc.

J. Ardoino

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O que é ser multirreferencial?(segundo Sergio da Costa Borba, 1997)

“É buscar, numa composição com instrumentos teóricos de outros - e diversos - campos de saber que não o nosso (e isso requer coragem e humildade), uma compreensão mais abrangente (quebra da monorracionalidade), do nosso fazer ciência ou fazer formação de professores ou pesquisadores. As ciências humanas: antropologia, psicanálise e filosofia compõem a base de um "olhar" multirreferencial.

Um dos aspectos da multirreferencialidade é a elucidação do "desejo" nas ciências, no cientista, nas disciplinas e nos professores... “

www.faced.ufba.br/~nepec/noesis2/borba.htm

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Livros

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Práticas multirreferenciais

PARA MAIS INFORMAÇÕES...

Documentos UFALPágina: www.decos.ufal.br/multireferencial/ principal1.htm

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Mobilização

Condição fundamental para a ação efetiva.Mobilização dos atores implicados no projeto.Mobilização individual e grupal dos participantes.

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Mobilização

Fundamentação para projetos de extensão com ação mobilizadora nos planos individual e coletivo:

FALCÃO, Emmanuel F., ANDRADE, José Maria T.Metodologia para a Mobilização Coletiva e Individual. João Pessoa : Editora UFPB – Agemte, 2002. 204 p.

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Emancipação

É o contrário de dependência, submissão, alienação, opressão, dominação, falta de perspectiva.

O termo carateriza situações em que um sujeito (indivíduo ou grupo) consegue atuar com autonomia, liberdade, auto-realização, ampliando seus horizontes.

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Emancipação (2)

A ação educativa é emancipatória quando promove as exceções que escapam aos mecanismos da reprodução social.

Exemplo: universitários ou intelectuais críticos de origem popular.

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Dra. Najat M'jid Maallawww.bayti.net (Casablanca)Ong de ação integrada para crianças de rua.

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Novas formas de extensão

A extensão, enquanto projeto de abertura da universidade para o mundo, requer novas concepções e metodologias:

Dimensão social e solidáriaMetodologia participativaDimensões informacional/comunicativa/ mobilizadora.Complexidade e processos interativos.Diálogo popular ou intercultural

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Visão da extensão

Visão compromissada, com busca de participação dos atores sociais.Atendimento de demandas não restritas às que se manifestam no mercado.Contato com populações “distantes” (periferias, interior, campo e florestas).Aprendizagem mútua entre participantes.

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Tipos de projetos

Projetos de extensão em comunidades (aspectos: educação, saúde, trabalho, direitos, etc.).Projetos de extensão para instituições (capacitação, diagnóstico, organização, prevenção, desenvolvimento local, etc.).Projetos de sensibilização, resolução de problemas, formação, mobilização, etc.

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Retorno do projeto em matéria de conhecimento

Registro da informação e dos conhecimentos construídos.Conhecimentos compartilhados.Procedimentos, modos de resolução, métodos.Sistematização dos aspectos específicos e generalizáveis.Divulgação adaptada em forma e conteúdos aos públicos interessados.

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Retorno do projeto em matéria de ação

Retorno, devolução aos atoresFormas de apoderamentoCapacitação pela práticaImpacto da informaçãoSistematização e avaliação

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Critérios de avaliação dos efeitos do projeto

Duração e cumprimentos de etapas.Mobilização dos atores e impactos no meio considerado.Contribuição em termos de identificação e resolução de problemas.Informação produzida e difundida.Ações implementadas e resultados práticos (formaçãoempowerment, mudanças, melhorias, etc.).

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Relação entre metodologia e gestão do projeto de extensão

Nas universidades, os programas e projetos de extensão requerem simultaneamente:

Metodologia de pesquisa, ensino, comunicação (estratégia cognitiva, ferramentas e dispositivos).Metodologia de planejamento, gestão, avaliação.

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Capacitação necessária

Planejamento de atividades

Gestão de projetos e redes

Metodologia participativa e pesquisa-ação

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Capacitação metodológica

Necessidade em todas as áreas.

Fator de eficácia, consistência e qualidade dos projetos.

Aproveitamento formativo para alunos e professores.

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Atualização da técnica

Tecnicamente, a pesquisa-ação se desenvolveu nos anos 60/70 no contexto dos ciências sociais aplicadas, da educação, da sociotécnica e intervenção psicossociológica.

Nos anos 2000, podemos estabelecer vínculos com novos métodos e técnicas das áreas organizacional, informacional e comunicacional.

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Novos arranjos

Projetos em parceria

Redes de informação

Comunidades de prática

Ambientes de trabalho colaborativo

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Projetos em parceria

arranjo entre vários atores para viabilizar e realizar o projetoadaptação da pesquisa-ação conduzida em situação de parceria pesquisa-ação com reciprocidade entre os atores implicados (Cf. Khalid El Andaloussi. Pesquisas-ações: Ciência Desenvolvimento, Democracia, no prelo).

PARA MAIS INFORMAÇÕES...

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Redes de informação

Meio de compartilhamento de informação (e conhecimento) entre interessados de uma delimitada área.

Nas relações inter-institucionais Norte/Sul, a rede deve ser um instrumento de compartilhamento e não de transferência (Cf. Urs Karl Egger, 2002).

www.unige.ch/iued/new/information/conferences/ pdf/conf_021121-22_egger.pdf

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V Sempe - M.Thiollent - 2003 55na página: www.uruguaysolidario.org.uy/ conozcalos_redes.html

O que ocorre na rede nem sempre é previsívelinterferências e sinergiaciclo de vida de uma rede

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Definição de rede(segundo Michel Naiditch, Médico, Université Paris VII )

“A rede é um espaço no qual profissionais de horizontes diferentes (em termos de instituições, ofícios, disciplinas) estão de acordo em torno de objetivos e quadro de análise de seu desempenho coletivo com relação a uma população-alvo”.

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Gestão de uma rede(segundo Urs Karl Egger, 2002).

objetivo bem definidofoco nos resultados esperadosconcentração em poucos pontosfortalecimento dos parceirosavaliação periódica das atividades

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Redes de informação

Existência de redes na área de extensão universitária.Existência de redes internacionais especializadas em metodologia participativa.

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Comunidades de prática

Resolvem problemas de interesse comum entre os interessados.Favorecem a participação e a implicação das pessoas e grupos em graus diferenciados.Possibilitam contatos, intercâmbios e sinergias.

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Definição (segundo Etienne Wenger)

“Grupo de pessoas que compartilham um interesse comum em um campo de comportamento humano e que participam em um processo de aprendizagem coletivo permitindo criar vínculos entre elas (...) exemplo: um grupo de engenheiros ou de empregados em TI que tentam resolver problemas similares”.

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Níveis de participação em uma comunidade de prática

E. Wenger, adaptado por Jorge Luiz Kimieck, Consolidação de comunidades de prática. Curitiba, CEFET, Dissertação Mestrado, 2002,p. 29.

Grupo nuclear

Adesão

completa

Participação

periférica

Participação

transacionalAcessopassivo

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Ambiente de trabalho colaborativo

Esboço de um ambiente colaborativo, no qual os interessados se ajudam mutuamente na resolução de problemas encontrados em seus projetos.Interação de parceiros em torno de um objetivo bem definido.

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Aplicação no SEMPESEMPE – Seminário realizado periodicamente em parceria.Atividade permanente de tipo virtual (contatos, trocas de informações).Estruturas de colaboração para produzir livros e cursos.Uso iniciante de TICs (site, boletim eletrônico, etc.)

Pergunta: Seria o ponto de partida de uma comunidade de prática (extensionista), com ênfase na metodologia participativa e pesquisa-ação?

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1

Acompanhar as recentes tendências da pesquisa participativa, pesquisa-ação, planejamento e novos conceitos e arranjos de trabalho intelectual.Criticar formas de conhecimento convencional.Valorizar situações de interação, interlocução, diálogo intercultural, participação, cooperação.Atribuir uma dimensão estratégica e comunicacional à extensão.

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2

Redesenhar programas e projetos de extensão com:

Proposta de metodologia participativa/ pesquisa-açãoEmbasamento em “novos” conceitos.Uso de novos arranjos informacionais e comunicacionais.

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3

Tudo isso levaria ao fortalecimento das atividades de extensão universitária, com autonomia e em sentido propositivo e mobilizador,

conforme visão estratégica da extensão universitária.

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O B R I G A D O

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Referências

BROSE, Markus (org.). Metodologia participativa. Uma introdução a 29 instrumentos. Porto Alegre : Tomo Editorial, 2001.LIU, M. Fondements et pratiques de la recherche-action. Paris : L’Harmattan, 1997. STRINGER, Ernest. Action research. 2. ed. Thousand Oaks; Londres: Sage, 1999.THIOLLENT, M. Construção do conhecimento e metodologia da extensão. ICBEU, 2002. www.prac.ufpb.br/anais/anais/ conferencias/construcao.pdf

WENGER, E. Communities of practice. Oxford UniversityPress, 1998.

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Livro IV SEMPE

Organizadores:M. ThiollentA.L. castelo BrancoR.M.G.GuimarãesTargino de Araújo

Editado pela UFRJ/SR52003174 p.

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