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Michel Lotrowska Médicos Sem Fronteiras Representante da Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais [email protected] www.msf.org.br ABRASCO Acesso a medicamentos e propriedade intelectual

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Michel LotrowskaMédicos Sem FronteirasRepresentante da Campanha de Acesso a Medicamentos [email protected] www.msf.org.br

ABRASCOAcesso a medicamentos e

propriedade intelectual

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Rest of Europe $9bn (1.8%)

Japan $58bn (11.1%)

Latin America $19bn (3.8%)

Asia, Africa and Australia $40bn

(7.7%)

North America $248bn (47.8%)

EU $144bn (27.8%)

Source: IMS Health

mercado mundial de medicamentos

– 90 % em países ricos

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Globalização das Regras de Patente – Um padrão para

todos• 1995 – Criação da OMC – inclusão do acordo TRIPS

(Acordo sobre Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio) – 10 anos de transição

• Minimo de 20 anos de patente de produtos farmacêuticos também em países que préviamente não concediam patentes de produto e.g. Índia, Brasil, Tailândia.

• Possibilidade de produzir genéricos ameaçada• Consolidação dos monopólios de gigantes

farmacêuticos e fusão permanente nos últimos 10 anos

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Impacto das patentes e da propriedade intelectual sobre o

acesso a medicamento• A concorrência – pivô da globalização –

desaparece e sobre apenas um produtor durante o tempo da patente

• Os Preços aumentam de forma dramática e são fixados unilateralmente

• O acesso diminui e as pessoas morrem

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Concorrência dos ARV Genéricos de 1a linha antes do TRIPS – redução de preço de 98

%

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Situação após 2005 – acabou a concorrência natural

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Comparação de preços de tratamento de primeira e segunda linha

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

MSF Int.prog Int. offer MSF Int. Prog Int. Offer

$ preço/ano

FDC 1a linha 2a linha

média em,9 países exemplo de Cambodja

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Uso das flexibilidades para combater efeitos de

monopolios• Previstas no acordo TRIPS (parte da OMC)

• Reforçadas na Declaração de Doha em 2001

• Incorporadas de forma diferente nas leis nacionais

• Ameaçadas pelos acordos bi-laterais e regionais de livre comércio – FTAs

• Raramente utilizadas pelos países – pressões fortíssimas

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Como baixar os preços dos medicamentos sem

concorrência• As multinacionais sugerem o preço diferencial como

solução definitiva e a licença voluntária como alternativa

• Assimetria de poder de negociação dos países em desenvolvimento – ex Brasil

• Preço diferencial não significa preço equitativo ! Acesso reduzido !

• Discriminação de preço = estratégia para maximizar o lucro e não estratégia para universalidade

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Exemplo:Lopinavir/ritonavir

• Recomendado pela OMS para tratamento de 2a linha

• Versão não refrigerada fundamental para países em desenvolvimento (meltrex)

• Nova versão não disponível em nenhum país em desenvolvimento. Só EU e UE !

• Abbott anunciou em Toronto o preço diferencial de US$ 2.200 por ano por paciente nos países de renda média que integram sua lista ! Preço insustentável a longo prazo

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Variabilidade de Preço: exemplo LPV/r em vários países (preço anual 2004-5 em USD)

500

01.0002.0003.0004.0005.0006.0007.0008.000

13 vezes

11 vezes

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Variabilidade de Preço: exemplo LPV/r em vários países (preço após negociação no Brasil)

500

01.0002.0003.0004.0005.0006.0007.0008.000

Ab

bot

tAfr

ica

Bra

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MS

F

Gfu

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MS

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MS

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hes

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UK

13 vezes

11 vezes

3 vezes

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Inconsistências do Fundo Global:

Preços relatados LPV/r em 2004

548

6,701

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Cost USD/y

Cambodia El Salvador Peru Cuba (Cipla) Ukranie Georgia

12.24 vezes mais

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O contexto mundial

O Lobby pro-propriedade intelectual está investindo em várias frentes:

• A declaração de Doha está ameaçada pelos acordos de livre comércios com cláusulas de PI

• A OMPI – Organização Mundial de Propriedade Intelectual capacita os países para mais PI, mais estandardização, sempre na visão hegemônica das multinacionais – Luta do Brasil e Argentina para uma agenda de desenvolvimento na OMPI

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O Contexto Mundial

O Lobby pro-propriedade intelectual está investindo em várias frentes:

• O objetivo final da OMPI é a patente internacional com critérios restritivos e pro-indústria

• A “special 301”, arma legal de retaliação do EU ameaça países querendo utilizar as flexibilidades

• Os Fundos internacionais como Fundo Global e PEPFAR pagam mais, gastam dinheiro a toa e são sub-financiados, mas a propriedade intelectual é priorizada

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Contexto InternacionalO Lobby pro-propriedade intelectual está

investindo em várias frentes:

• O Objetivo das multinacionais é que ninguem usa as flexibilidades para os tratamentos de segunda-linha. No máximo licencias voluntárias são negociadas.

• Patente se transforma em instrumento de retorno sobre investimento e não retorno sobre inovação

• A Índia é o país que mais resiste e vai a contra-corrente. O Governo foi processado

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Como agir neste contexto

Quais são as ações de contra-poder acontecendo no mundo:

• Houve nos últimos anos vários relatórios (CIPR, CIPIH) de comissões de alto nível internacional indicando que patente e acesso, assim com patente e P&D não funcionam para ampliar o acesso aos medicamentos necessários nos países em desenvolvimento (nada para chagas crônico mas vários medicamentos para disfunção erétil !)

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Como agir neste contextoQuais são as ações de contra-poder acontecendo

no mundo:• A Resolução da Assembléia Mundial de Saúde

para um novo quadro mundial para P&D é o início de conversar multilaterais para que preços altos não sejam a única forma de financiar P&D. Esperança para mudança de paradigma !

• Grupos de ativistas e da sociedade civil organizada enfrentam e questionam o sistema de forma cada vez mais técnica

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Como agir neste contextoQuais são as ações de contra-poder acontecendo

no mundo:

• Ações na justica contra abuso de monopólio (Africa do Sul)

• Ações na justica para uso das flexibilidades (Brazil)

• Oposição prévia à concessão de patente (Índia, Brasil)

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Como agir neste contextoQuais são as ações de contra-poder acontecendo

no mundo:

• Moratoria contra inclusão de PI nos acordos bilaterais e regionais de livre comércio

RESPONSABILIDADE É DOS GOVERNOS !!

RESPONSABILIDADE DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS (UN)

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Comprometimento com o tratamento de Aids

(ponta do iceberg)• OMS: 3 milhões de pessoas sobre ARV até 2005

• ODM : ‘Stop a epidemia até 2015 e reverter o HIV/Aids

• G8 ’05: Acesso Universal ao tratamento para todos aqueles que dele precisam até 2010

Para atender a este comprometimento uma ação global é necessária para assegurar preços e

disponibilidade dos medicamentos