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    Mercado Financeiro- Apostila1 -

    Prof. Fabio Uchas de Lima

    Este material foi produzido com o intuito de fornecer melhores subsdios aos alunos dos diversoscursos, tomando como base informaes contidas em diversos livros, peridicos e sites da Internet,preferencialmente queles indicados no programa do curso, reunindo vrias pesquisas econhecimentos adquiridos ao longo da vida acadmica. Quero esclarecer que este material no possuinenhum vnculo com as Instituies de Ensino onde atuo, nem nenhuma forma de comrcioautorizada. Peo apenas a gentileza de no fazer nenhum uso comercial ou insero em livros,peridicos, ou quaisquer outras mdias sem minha expressa autorizao, garantida pela Lei 9610/98.Quaisquer crticas ou sugestes sero muito bem recebidas e podem ser enviadas ao meu e-mail([email protected]). Periodicamente fao uma reviso do material de modo a aprimor-lo, eagradeo as colaboraes recebidas.

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    SUMRIO

    1. OS MERCADOS MONETRIO E FINANCEIRO E SUAS RELAES ................... 3

    Conceito Econmico de Mercado............................................................................ 31.1MERCADO FINANCEIRO............................................................................................ 31.2AMOEDA................................................................................................................ 4

    1.2.1 Oferta de moeda (M) ...................................................................................... 51.2.2 Processo de criao de moeda...................................................................... 61.2.3 Funes do Banco Central ............................................................................. 61.2.4 Criao e destruio de moedas.................................................................... 61.2.5 Instrumentos de controle monetrio............................................................... 71.2.6 A demanda por moeda................................................................................... 7

    2. POLTICAS ECONMICAS....................................................................................... 9

    2.1INSTRUMENTOS DE POLTICA ECONMICA................................................................ 9

    3. SISTEMA FINANCEIRO DO BRASIL...................................................................... 10

    3.1COMPOSIO DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO .............................................. 10

    4. MERCADO FINANCEIRO........................................................................................ 11

    4.1SEGMENTAO DO MERCADO FINANCEIRO ............................................................ 114.1.1 Mercado Monetrio....................................................................................... 124.1.2 Mercado de Crdito................................................................................... 134.1.3 Mercado de Capitais.................................................................................. 154.1.4 Mercado de Cmbio ..................................................................................... 16

    5. JUROS E RISCOS DAS INSTITUIES FINANCEIRAS ....................................... 17

    6. PRODUTOS FINANCEIROS.................................................................................... 19

    REFERNCIAS............................................................................................................. 20

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    1.OS MERCADOS MONETRIO E FINANCEIRO E SUAS RELAES

    Conceito Econmico de Mercado

    Antigamente, mercado referia-se a um lugar determinado onde os agentes

    econmicos realizavam suas operaes de troca. Conforme Rossetti (2006, p. 395),alguns livros de histria econmica revelam como os senhores feudais da altaIdade Mdia organizavam mercados em seus territrios, concedendo o privilgio desua explorao como forma de atenders necessidades de suprimentos emseus domnios e de facilitar, pelacentralizao das operaes, a cobranade tributos.

    Nos dias atuais, pequenas cidadesdo interior seguem a tradio histrica,ostentam a igreja, a praa pblica, ocoreto, a prefeitura e o mercado.

    Percebemos que o mercado tem umlugar definido, especialmente edificado,para o encontro de produtores econsumidores.

    Contudo, o conceito de mercado, em seu significado econmico mais amplo,est bem distante dessa tradio. O mercado definido pela existncia de forasaparentemente contrrias: as da demanda e as da oferta. Quando ambas ocorremsimultaneamente, um mercado definido.

    Quando recursos humanos so ofertados e demandados, pode-se dizer que hum mercado de trabalho. Quando recursos financeiros so ofertados e procurados,pode-se dizer que h um mercado financeiro. Todos so abstraes, que dizemrespeito oferta e demanda de recursos correspondentes.

    1.1 Mercado financeiro

    O mercado financeiro representa o ambiente no qual ocorrem asintermediaes de recursos entre agentes econmicos superavitrios e agenteseconmicos deficitrios, ou seja, os recursos fluem de um grupo para o outroatravs do mercado financeiro.

    Os agentes econmicos superavitrios so aqueles que fornecem recursos aosistema por meio da poupana e os agentes deficitrios captam recursos. Essesltimos so os tomadores de emprstimo.

    A captao de recursos ocorre por meio direto ou indireto. A forma direta caracterizada pela ausncia do intermedirio financeiro, ou seja, os tomadoressolicitam emprstimos diretamente aos agentes superavitrios por meio da vendade ttulos (instrumentos financeiros), que representam direitos sobre a receita futuraou ativos futuros do tomador.

    Podemos exemplificar com o procedimento de desconto bancrio de ttulos.Esta operao envolve dois agentes, o que concede os recursos (oferta) e o quecapta os recursos (demanda), no exigindo um terceiro agente para intermediar aoperao. A forma indireta de captao de recursos exige um intermediriofinanceiro (que pode ser um banco), que fica entre os agentes econmicossuperavitrios e deficitrios. Para uma empresa emitir aes no mercado primrio, necessrio que haja uma instituio que faa essa intermediao, como, por

    exemplo, um banco de investimento.

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    Portanto, o processo de intermediao financeira pode ser entendido como acaptao de recursos junto s unidades econmicas superavitrias por instituiesfinanceiras e o seu subsequente repasse para unidades econmicas deficitrias. a atividade exercida pelos bancos.

    O financiamento indireto o caminho principal para a movimentao derecursos entre poupadores e tomadores.

    1.2 A Moeda

    Para iniciarmos o estudo do mercado monetrio, temos que entender o papeldo principal objeto desse mercado: a moeda, que, por sua vez, desempenha trsfunes. So elas:

    a. meio de trocas;b. unidade de conta ou medida de valor;c. reserva de valor (separao temporal de uso).

    A moeda, ao longo de sua histria, assumiu vrias formas, entre elas, temos:

    a. moeda-mercadoria: sal, gado, trigo, entre outros;b. moeda-papel: certificados bancrios com lastro;c. papel-moeda: moeda fiduciria sem lastro;d. moeda escritural: moeda depositada nos bancos comerciais.

    Dessa forma, o sistema de mercado foi se estruturando para poder darcondies de se ter uma mercadoria como denominador comum para outrasmercadorias, sendo essa a moeda, e a condio so os meios de pagamentoscaracterizados como papel-moeda em poder do pblico, e os depsitos bancrios,ou seja, o dinheiro, ou esto no bolso dos agentes liquidez imediata ou estodepositados nos bancos comerciais e/ou aplicados em outras instituies

    monetrias financeiras.

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    Um conceito importante para entendermos o mercado monetrio o de basemonetria, sendo esta o dinheiro ou toda moeda fsica disponvel (papel-moeda emoeda metlica, exceto a que ficou retida no caixa das autoridades monetrias,leia-se: no Banco Central do Brasil (BCB). Sendo assim, podemos considerar comobase monetria (B) o total de papel-moeda em poder do pblico (PMPP) e o total dereservas bancrias (R).

    Base monetria = PMPP + R

    1.2.1 Oferta de moeda (M)

    Dentro do mercado monetrio, temos a oferta de moeda representada pelaletra M, que representa todos os meios de pagamentos, divididos em moedamanual (moeda) e moeda escritural ou depsitos vista (DV). Sendo assim, temos:

    M = meios de pagamentosM = moeda manual + escrituralM = PMPP + DV

    Hoje em dia, temos as quase-moedas, fato que levou a oferta monetria (M) a ternovos conceitos, conhecidos como agregados monetrios. So eles:

    M1 = PMPP + DVM2 = M1 + ttulos em poder do setor privadoM3 = M2 + depsitos de poupanaM4 = M3 + depsitos a prazo e outros ttulos privados

    Um ponto importante aqui que a inflao exerce influncia nos agregadosmonetrios, isto , quando h um aumento da inflao, temos uma queda no graude monetizao da economia, ou seja, h uma queda na relao M1/M4. J quandoh uma queda da inflao, temos o inverso, isto , uma elevao da relao M1/M4ou remonetizao da economia.

    Uma questo importante nessa altura dos estudos saber qual a diferenaentre os sistemas bancrio ou monetrio e o no monetrio, para que saibamos emque terreno estamos pisando.

    Para ficar mais claro, sempre temos que ter em mente que existem agentesmonetrios e no monetrios, sendo os primeiros os agentes que tm condies decriar moeda, como o BCB e os bancos comerciais (BC). J os agentes nomonetrios so os bancos de investimentos, entre outros, os quais no possuemcondies de criar moeda.

    Antes de falarmos do processo de criao de moeda, temos que ter bem clarosalguns pontos importantes dentro do sistema monetrio, no qual temos o papel-moeda emitido (PME), o papel-moeda em circulao (PMC), o caixa do BancoCentral do Brasil (cBCB) e o caixa dos bancos comerciais (cBC). Sendo:

    Papel-moeda em ci rculao = PME - cBCBPapel-moeda em poder do pblico = PME cBC

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    1.2.2 Processo de criao de moeda

    O processo de criao de moedas tem duas formas, sendo a primeira aemisso de moeda pela prpria Casa da Moeda atrelada ao Banco Central, e asegunda forma via o efeito multiplicador no sistema bancrio com base nos

    depsitos realizados por cada agente econmico que utilize esse mesmo sistemapor meio dos depsitos vista (DV) que vo para o caixa dos bancos comerciais(cBC).

    Entretanto, no sistema monetrio contemporneo, temos o chamado depsitocompulsrio, isto , uma obrigao dos bancos comerciais de manterem uma partedo que depositado diariamente no prprio BCB como forma de garantir asolvncia do sistema bancrio. Temos dois tipos de reservas, so elas:

    a. reservas compulsrias, isto , obrigatrias (RC); eb. reservas voluntrias (RV).

    Efeito multiplicador bancrio

    1.2.3 Funes do Banco Central

    Como j comentamos, o Banco Central um agente monetrio, porm esseagente, o BCB, tambm tem o papel de regular os sistemas monetrio e financeirono sentido de garantir que eles no tenham descasamentos de compensaes nemquebra. Sendo assim, o Banco Central tem o papel de ser o banco dos bancos, odepositrio e controlador das reservas internacionais, o banco que financia doTesouro Nacional (TN) e o emissor de papel-moeda via Casa da Moeda. Sendoassim, o Banco Central o principal responsvel pela poltica monetria (emissode moeda e definio da taxa de juros) e da poltica cambial (definio do sistemacambial e do valor do cmbio).

    Podemos ver essas atribuies do BCB ao olharmos o seu balancete, no qualtemos, no seu ativo, os emprstimos ao Tesouro Nacional e o Redesconto e, noseu passivo, o papel-moeda emitido e os depsitos do prprio Tesouro e asreservas bancrias, sendo esta ltima tambm descrita no ativo do balancete dosbancos comerciais.

    1.2.4 Criao e destruio de moedas

    Uma srie de operaes interfere no movimento monetrio, o que de formatcnica descrevemos como criao e destruio de moeda.

    Como criao de moeda, temos, por exemplo, o movimento de entrada dereservas internacionais por meio de exportaes, investimento estrangeiro direto nopas, entre outros, em que teremos que dar como contrapartida e com base nocmbio uma quantidade de moeda domstica, isto , trocar dlares por reais, fatoque eleva o M1 e o ativo do BCB.

    Outro exemplo o resgate de CDB e CDI nos bancos comerciais, fato queeleva o M1 e faz cair o passivo no monetrio das instituies bancrias, comotambm um dficit nas contas do governo eleva tambm o M1 e faz cair o passivo

    no monetrio das instituies bancrias.

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    J como destruio de moeda, temos a quebra de bancos como um exemploclssico, a venda de Letras do Banco Central, que faz cair a base monetria (B) eaumentar o passivo no monetrio do prprio Banco Central e ter supervit nascontas do governo, em que cai o M1 e com ele a base monetria e aumenta opassivo no monetrio do BCB.

    H tambm os movimentos neutros, como resgate de depsitos de poupanapara aquisio de CDB e saque de cheques no caixa, o que no altera o saldo deM1, representando apenas uma transferncia de depsitos vista para moedamanual.

    1.2.5 Instrumentos de contro le monetrio

    Como vimos, a oferta monetria interfere e muito nos movimentos econmicose financeiros, em que o BCB, da mesma forma que aumenta essa oferta, tem opapel de control-la. Para isso, ele possui trs instrumentos de controle monetrios:

    a. reservas compulsrias; b. poltica de redesconto; c. operaes de open market.As reservas compulsrias, como vimos, uma forma de o BCB reduzir acapacidade dos bancos comerciais em criar moeda por meio do efeito multiplicadorbancrio. J a poltica de redesconto a taxa de juros cobrada pelo BCB aosbancos comerciais, isto , se os bancos comerciais emprestarem acima dopermitido e ficarem com baixa liquidez, podero apresentar problemas depagamentos aos correntes que tentarem sacar seu dinheiro das contas correntes.Quando a taxa de juros do redesconto est acima da taxa de juros do mercado, osbancos comerciais no iro emprestar acima do permitido para no incorrerem emcustos acima da mdia do setor bancrio.

    O open market a venda e a compra de ttulos pblicos a uma dada taxa dejuros, em que, quando o BCB vende ttulos do TN, ele est tirando uma parte do M1

    do mercado, pois est trocando ttulos por moeda a uma dada taxa de juros a umdado prazo determinado.

    1.2.6 A demanda por moeda

    Dentro do mercado monetrio, temos a demanda por moeda, e, para poderdescrever tal curva, preciso saber quais os principais motivos para tal movimento,isto , para demandar moeda. Sendo assim, temos os motivos:

    a. transao;b. precauo;c. especulao.

    Os dois primeiros motivos para demandar moeda esto em funo da renda edas necessidades imediatas dos agentes econmicos. J o terceiro motivo parademandar moeda est em funo da taxa de juros, isto , dado um aumento dataxa de juros, cai a demanda por moeda, pois a moeda como qualquer outro bem,depende tambm do preo e da renda, mantendo uma relao inversa com seupreo, taxa de juros (i), e direta com o nvel de renda (Y). A funo demanda pormoeda tem a seguinte forma: L = kY hi

    Sendo L a demanda por moeda, k um parmetro de reteno de moeda emrelao renda (Y) motivos transao e precauo - e h um parmetro de

    sensibilidade da demanda por moeda em relao taxa de juros (i) motivoespeculao.

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    Na demanda por moeda, temos um ponto interessante, que considerar ademanda por moeda como demanda por encaixes reais, em que os indivduos nose importam com o valor nominal de face dela, mas sim com seu poder de compra,ou seja, seu poder aquisitivo.

    Sendo assim, temos a demanda por moeda ou por encaixes reais em funodo nvel geral de preos (inflao), da renda e da taxa de juros.

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    2.POLTICAS ECONMICAS

    A poltica econmica consiste no conjunto de aes governamentais que so

    planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a situaoeconmica de um pas, uma regio ou um conjunto de pases. Estas aes soexecutadas pelos agentes de poltica econmica, a saber:

    a) nacionalmente, o Governo, o Banco Central e o Parlamentob) internacionalmente por rgos como, por exemplo, o FMI, o Banco Mundial e

    o Ex-Im Bank (Export-Import Bank of the United States).

    Cada vez mais h uma interao com entidades multinacionais, pelo fato de aeconomia da maioria dos pases encontrar-se globalizada.

    2.1 Instrumentos de Poltica Econmica

    Poltica fiscal- Conjunto de decises e aes relacionadas com as despesase receitas dos governos federal, estadual e municipal.

    Poltica externa - Conjunto de medidas que tem por finalidade manter oequilbrio do Balano de Pagamentos, proteger determinados setores e desenvolverrelaes comerciais externas. Por sua vez subdivide-se em Poltica Cambial ePoltica Comercial.

    Poltica de rendas- Conjunto de medidas visando a redistribuio de renda e

    justia social.Poltica monetria - Conjunto de medidas objetivando controlar o volume de

    liquidez (quantidade de dinheiro circulante) disposio dos agentes econmicos.

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    3.SISTEMA FINANCEIRO DO BRASIL

    O sistema financeiro nacional formado por um conjunto de instituies,financeiras ou no, voltadas para a gesto da poltica monetria do governo federal.

    composto por entidades supervisoras e por operadores que atuam no mercadonacional e orientado por trs rgos normativos: o Conselho Monetrio Nacional (CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional da Previdncia Complementar (CNPC).

    De acordo com o art. 192 da Constituio Federal: "O sistema financeironacional estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do Pase a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compem,abrangendo as cooperativas de crdito, regulado por leis complementares quedisporo, inclusive, sobre a participao do capital estrangeiro nas instituies queo integram." A Constituio de 1988, que busca estruturar o Sistema Financeiro

    Nacional de forma a promover o desenvolvimento e equilbrio do pas e a servir aosinteresses da coletividade, e a estabilidade econmica, do nova cara ao SFN.Mercados, como o de previdncia privada, passam a ganhar musculatura e exigirmaior ateno.

    Em 1996, no Governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) criado o Copom,ligado ao Bacen, que estabelece as diretrizes da poltica monetria, como a TaxaSELIC.

    3.1 Composio do Sistema Financeiro Brasileiro

    Sistema Financeiro do Brasil

    rgos normativos Conselho Monetrio NacionalConselho Nacional de SegurosPrivadosConselho Nacional de Previdncia Complementar

    rgos de recursos

    Conselho de Recursos do Sistema Financeiro NacionalConselho de Recursos do Sistema Nacional de SegurosPrivados, de Previdncia Privada Aberta e de CapitalizaoCmara de Recursos da Previdncia Complementar

    rgos fi scalizadoresBanco Central do BrasilComisso de Valores MobiliriosSuperintendncia de Seguros PrivadosSuperintendnciaNacional de Previdncia Complementar

    Agncias de fomentoAssociaes de poupana eemprstimoBancos comerciaisBancos cooperativosBancos de desenvolvimentoBancos de investimentoBancos

    Instituies fiscalizadas pelo BaCen mltiplosCooperativas de crditoSociedades dearrendamento mercantilSociedades de corretoras de cmbioSociedades de crdito, financiamento e investimentoSociedades de crdito imobilirio

    Instituies fiscalizadas pela CVMBM&FBOVESPA Corretoras de ttulosCorretoras deBVRJvalores mobiliriosDistribuidoras de ttulosDistribuidoras devalores mobilirios

    Sociedades seguradorasSociedades capilizadorasInstituies fiscalizadas pelo SUSEP Entidades abertas de previdncias complementarSociedades

    resseguradoras

    Instituies f iscalizadas pelo Previc Entidades fechadas de previdncia complementar

    Caixa Econmica FederalBanco do BrasilBanco Nacional

    de Desenvolvimento Econmico e SocialBanco do NordesteInstituies especiais do BrasilBanco da AmazniaBanco Regional deDesenvolvimento do Extremo Sul

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    http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%A2mara_de_Recursos_da_Previd%C3%AAncia_Complementar&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolsa_de_Valores,_Mercadorias_e_Futuros_de_S%C3%A3o_Paulohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bolsa_de_Valores_do_Rio_de_Janeirohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sociedade_resseguradora&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sociedade_resseguradora&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sociedade_resseguradora&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sociedade_resseguradora&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolsa_de_Valores_do_Rio_de_Janeirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bolsa_de_Valores,_Mercadorias_e_Futuros_de_S%C3%A3o_Paulohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%A2mara_de_Recursos_da_Previd%C3%AAncia_Complementar&action=edit&redlink=1
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    4.MERCADO FINANCEIRO

    Em economia, um mercado financeiro um mecanismo que permite a compra evenda (comrcio) de valores mobilirios (por exemplo aes e obrigaes),mercadorias (como pedras preciosas ou produtos agrcolas) e outros bens fungveis

    com baixo custo de transao e preos que refletem a hiptese do mercadoeficiente.Existem mercados gerais (onde muitos produtos so comercializados) e

    mercados especializados (onde apenas uma mercadoria negociada). Osmercados funcionam colocando muitos compradores e vendedores interessadosnum "lugar", tornando assim mais fcil para eles se encontrarem uns aos outros.Uma economia que depende principalmente de interaes entre compradores evendedores para alocar recursos conhecida como uma economia de mercado, emcontraste a economia de comando ou com a economia de no-mercado, como porexemplo de uma economia de doao.

    Em finanas, os mercados financeiros permitem:

    A angariao de capital (no mercado de capitais)A transferncia de risco (no mercado de derivados)O comrcio internacional (no mercado de divisas) e so usados para corresponder os que querem capital com o que o tm.

    Normalmente que se quer financiar emite um recibo para que empresaprometendo pagar de volta o capital. Essas receitas so ttulos que podem sercomprados ou vendidos livremente. Em troca do emprstimo de dinheiro, quem oconcede espera uma compensao sob a forma de juro ou dividendos.

    4.1 Segmentao do Mercado Financeiro

    O mercado financeiro se divide em quatro grandes mercados, a saber: mercado monetrio; mercado de crdito; mercado de capitais; mercado de cmbio.

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    4.1.1 Mercado Monetrio

    O mercado monetrio visa ao controle da liquidez monetria da economia e criado por uma relao intangvel entre fornecedores e tomadores de fundos a curtoe curtssimo prazos.

    O governo usa um conjunto de medidas que visa, fundamentalmente, aadequar os meios de pagamento disponveis s necessidades do sistemaeconmico como um todo, por meio de uma ao reguladora sobre os recursosmonetrios existentes para sua plena e eficiente utilizao. Essas medidas soadministradas pelo Banco Central.

    No mercado monetrio os papis so negociados tendo como referncia a taxade juros, que se constitui em sua mais importante moeda de operao. Os papisque lastreiam as transaes se caracterizam pelos curtos e curtssimos prazos deresgate e liquidez alta. Nesse mercado so financiadas as necessidadesmomentneas de caixa dos bancos e dos governos, sendo os ttulos pblicos ospapis mais negociados.

    Conforme Assaf Neto (2009, p. 65), a maior parte dos ttulos pblicos e

    privados negociados no mercado monetrio escritural, ou seja, no h emissofsica, exigindo maior organizao e controle em sua liquidez e transferncia. Assimsendo, as negociaes so custodiadas e controladas por dois sistemas: o Selic e aCetip.

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    O Tesouro Nacional emite ttulos no mercado monetrio visando a financiar ooramento pblico. Alm disso, estados e municpios emitem diversos ttulospblicos nesse mercado. Os ttulos municipais e estaduais tm baixa liquidez; j osttulos pblicos federais, ao contrrio, tm maior aceitao e liquidez.

    Os ttulos da dvida pblica do governo federal so classificados pela naturezade suas emisses. Os principais ttulos do Tesouro Nacional so:

    Letras Financeiras do Tesouro, Letras do Tesouro Nacional e Notas do Tesouro Nacional

    Os principais ttulos do Banco Central so: Bnus do Banco Central, Letras do Banco Central e Notas do Banco Central.

    4.1.2 Mercado de Crdito

    O mercado de crdito inclui as operaes de financiamento de curto e mdioprazo, direcionadas aos emprstimos e financiamentos s empresas, assim comoconcesso de crdito s pessoas fsicas. Esse mercado constitudo basicamentepor bancos comerciais, bancos mltiplos e sociedades financeiras. Muitas vezesso includas no mbito do mercado de crdito as operaes de financiamento debens de consumo durveis praticadas pelas sociedades financeiras. As instituies

    realizam diversas modalidades de crdito no mercado. Conforme Assaf Neto (2009,p. 70-73), as que mais se destacam so:

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    Desconto bancriode ttulos

    concedido um emprstimo mediante a garantia de umttulo de crdito futuro, geralmente uma duplicata. Ainstituio adianta para a empresa comercial parte do valorda duplicata, e caso o cliente (da duplicata) no pague, aempresa restitui ao banco o valor devido.

    Contas garantidas Equivale abertura de uma conta com um limite de crditogarantido pelo banco. O muturio da transao pode sacarrecursos at o limite contratado. Os encargos financeirosso calculados sobre o saldo que permanecer a descobertoe cobrado dos clientes, na maioria dos bancos, ao final doms.

    Crditos rotativos So linhas de crdito abertas pelas instituies bancriascom o propsito de financiamento das necessidades decapital de giro das empresas e so, quase sempre,movimentadas por meio de cheques. So diferentes dascontas garantidas por serem normalmente operadas pormeio de garantia de duplicatas.

    Operaes So operaes de curto e curtssimo prazo, procuradas paracobrir as necessidades fixas de caixa das organizaes. Astaxas do hot money so constitudas com base nas taxas domercado interfinanceiro (CDI Certificado de DepsitoInterfinanceiro).

    hot money

    Emprstimos paracapital de giro epagamento de

    tributos

    So oferecidos pelas instituies bancrias por meio decontrato que determina as condies de operao. Osemprstimos para pagamento de tributos representam oadiantamento de recursos s organizaes para liquidaode impostos e tarifas pblicas.

    Operaes devendor

    Operao de crdito em que um banco paga vista a umaempresa comercial os direitos referentes s vendas a prazo,

    em troca de uma taxa de juros de intermediao.Repasse de

    recursos externos(Resoluo 63)

    A operao de emprstimo regulamentada pelo Bacen seconstitui num repasse de recursos captados no exterior, sejapor meio de emprstimos ou pela venda de ttulos. Essesrecursos so repassados s empresas nacionais visando aofinanciamento de capital de giro e fixo.

    Crdito Direto aoConsumidor (CDC)

    uma operao destinada a financiar a compra de bens eservi-os por consumidores finais. A concesso de crdito realizada por uma instituio financeira e garantida,normalmente, pelo prprio bem objeto do financiamento.

    Assuno de dvidas uma operao voltada para organizaes com recursos emcaixa para quitao de uma dvida futura. A instituio bancrianegocia a liberao de recursos equivalentes ao valor deliquidao da dvida, garantindo uma aplicao financeira ataxas superiores s usualmente praticadas no contrato dadvida. Com isso a empresa consegue baratear sua dvida.

    Adiantamento deContrato de Cmbio

    (ACC)

    uma transao desenvolvida com o fim de dinamizar asexportaes e gerar maior competitividade nesse mercado. Asinstituies autorizadas a operar com o cmbio adiantam aosexportadores recursos lastreados nos contratos de cmbiofixados nas vendas para o exterior.

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    4.1.3 Mercado de Capitais

    O mercado de capitais surgiu para cobrir uma lacuna deixada pelo mercado decrdito. Ele existe para atender s necessidades de financiamento de longo prazodas organizaes por meio da emisso de ttulos.

    O mercado de capitais assume uma funo fundamental no processo dedesenvolvimento econmico do pas, atua como propulsor de capitais para osinvestimentos de organizaes e estimula a formao de poupana privada. Eleinclui um conjunto de operaes para transferncias de recursos financeiros entreagentes poupadores e investidores, com prazo mdio, longo ou indefinido. umarelao financeira constituda por instituies e contratos que permite quepoupadores e organizaes demandantes de capital de longo prazo realizem suastransaes. Tem como funo bsica promover a riqueza nacional por meio daparticipao da poupana de cada agente econmico.

    As principais modalidades de financiamentos e instrumentos financeiros so:

    Financiamento de

    Capital de Giro

    So linhas de crdito abertas pelas instituies bancrias com o

    propsito de financiamento das necessidades de capital de giro dasempresas.Operaes de

    RepasseConstitui-se em emprstimos contratados por instituies do mercadode capitais e repassados a organizaes deficitrias de recursos parainvestimentos de longo prazo.

    ArrendamentoMercantil

    Tambm conhecido como leasing, um contrato atravs do qual aarrendadora ou locadora adquire um bem escolhido por seu cliente (oarrendatrio, ou locatrio) para, em seguida, alug-lo por um prazodeterminado. Ao trmino do contrato o arrendatrio pode optar porrenov-lo por mais um perodo, por devolver o bem arrendado arrendadora ou dela adquirir o bem, pelo valor de mercado ou por umvalor residual previamente definido no contrato.

    Oferta Pblica de

    Aes eDebntures

    Uma empresa tem seu capital social dividido em pequenas parcelas

    chamadas aes, que seria uma unidade de ttulos emitidos porsociedades annimas. Quando as aes so emitidas por companhiasabertas ou assemelhadas, so negociados em bolsa de valores ou nomercado de balco. Debnture um ttulo de crdito representativo deemprstimo que uma companhia faz junto a terceiros e que assegura aseus detentores direito contra a emissora, nas condies constantesda escritura de emisso.

    Securitizao deRecebveis

    realizada normalmente por organizaes que apresentam carteira devalores a receber pulverizada, em que nenhum recebvel tenharepresentatividade relevante em relao ao total. A empresa tomadoranegocia sua carteira com uma organizao criada especialmente paraesse fim, a qual levanta recursos no mercado mediante emisso dettulos lastreados nesses valores adquiridos.

    Operaes deVENDOR

    Operao de crdito em que um banco paga vista a uma empresacomercial os direitos referentes s vendas a prazo, em troca de uma taxade juros de intermediao.

    Warrantse TtulosConversveis

    Ttulo que concede ao seu titular o direito de compra de outros papis deemisso da prpria organizao.Ttulo de crdito e contratos representativos de exportaes realizadaspor empresas brasileiras. uma modalidade de financiamento gildestinada a reforar o capital de giro das organizaes exportadoras,beneficirias dos ttulos de crdito..

    Forfaiting

    Caderneta dePoupana

    Existe confuso entre poupana e poupana financeira, que um tipo deinvestimento financeiro, em conta poupana, com baixo risco e baixorendimento, geralmente garantido pelo governo at um determinado valor,atravs do Fundo Garantidor de Crdito, independentemente de qual casabancria a sua depositria.

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    FundoGarantidor de

    Crdito

    No incio de 2009, com o objetivo de criar melhores condies para que asinstituies financeiras mdias e pequenas voltassem a realizar operaes decrdito, o Conselho Monetrio Nacional CMN aprovou a Resoluo n 3.692,de 26 de maro de 2009, alterada pelas Resolues ns 3.717, de 23 de abrilde 2009 e 3.793, de 28 de setembro de 2009, que autorizou os bancoscomerciais, os bancos mltiplos, os bancos de desenvolvimento, os bancos de

    investimentos, as sociedades de crdito, financiamento e investimento e ascaixas econmicas a captar, a partir de 01 de abril de 2009, depsitos a prazo,sem emisso de certificado, com garantia especial (Depsito a prazo comGarantia Especial DPGE) a ser proporcionada pelo FGC no valor de at R$20 milhes por depositante.

    4.1.4 Mercado de Cmbio

    O mercado de cmbio aquele que envolve a negociao de moedasestrangeiras e pessoas interessadas em movimentar essas moedas. Esse mercadorene os agentes econmicos que tenham necessidade ou interesse em realizar

    operaes com o exterior. um mercado bastante utilizado por investidoresinternacionais, exportadores, importadores, empresas multinacionais e devedoresque tenham compromissos a pagar no exterior. As principais moedas negociadasno mercado de cmbio so: o dlar americano, o euro, o franco da Sua, o iene doJapo, a libra esterlina da Gr-Bretanha e o ouro.

    As operaes de cmbio no podem ser praticadas livremente e devem serconduzidas por intermdio de um estabelecimento autorizado a operar com cmbio,conforme observado no disposto no Regulamento do Mercado de Cmbio eCapitais Internacionais RMCCI. Todo operador de cmbio deve obter licena noBanco Central do Brasil como corretor de cmbio.

    Conforme o site do Banco Central, no h limitao de valor para asoperaes, devendo ser observada a legalidade da transao, inclusive de ordem

    tributria, tendo como base a fundamentao econmica das transaes e asresponsabilidades definidas na respectiva documentao. O Bacen no determinaquais documentos devem ser exigidos nas operaes, determina somente que adocumentao deve ser satisfatria para respaldar a operao de cmbio,podendo, inclusive, variar de instituio para instituio.

    A taxa de cmbio livremente contratada entre as partes. O Banco Centraldivulga a taxa mdia (ponderada pelos volumes) das operaes no mercadointerbancrio de cmbio, conhecida por TAXA PTAX, que serve como referncia,e no como uma taxa fixa.

    Aqui no Brasil adotado o regime de cmbio flutuante administrado, quepermite variaes livres da taxa de cmbio. Quando o governo julga algum risco aoequilbrio de mercado, ele intervm, normalmente, comprando ou vendendo divisas.

    Vrios fatores so determinantes para a formao das paridades monetrias nomercado de cmbio. Dentre eles destacam-se: nvel de reservas monetrias,liquidez da economia, taxa de inflao domstica e a do resto do mundo, polticainterna de juros.

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    5.JUROS E RISCOS DAS INSTITUIES FINANCEIRAS

    No que se relaciona a taxa de juros, a preocupao da sociedade constante,havendo em noticirios, jornais e telejornais de todo o pas, notcias quase que

    dirias de temas correlacionados ao assunto, podendo-se citar mesmo de grandeeuforia econmica o perodo em que o Copom decide fixar a taxa de juros bsicada Economia.

    de grande relevncia e influncia na sociedade em tantos pontos diferentes oestabelecimento das taxas de juros, sendo cada vez mais necessrio compreenderos meandros de formao dos juros e do porqu que assumem relevncia togrande em nosso meio, especialmente no que tange aos juros praticados pelasinstituies financeiras, que nesse mbito assumem a nomenclatura de spreadbancrio.

    Faz-se necessrio entender o spreadbancrio, portanto, e isto porque no rarose apresenta a necessidade de utilizao de bancos para a efetivao de variadosatos, como pagamento de contas de gua, luz, telefone etc., seja para receber

    salrios e firmar emprstimos, formar poupana, fazer investimentos, ou at mesmose valer das diversas modalidades de emprstimos cedidas por estas instituies,sempre aparecendo a figura da taxa de juros e do spreadbancrio.

    Comecemos pelo bsico conceito de juros. Juro o preo do uso do capital.Juros, no sentido atual, so tecnicamente os frutos do capital, ou seja, os justosproventos ou recompensas que deles se tiram, consoante permisso edeterminao da prpria lei, sejam resultantes de uma conveno ou exigveis porfaculdade inscrita em lei.

    Em recentes entrevistas e noticirios, o ex-presidente Lula manifestou sriapreocupao quanto ao assunto, exigindo das instituies financeiras quereduzissem o spreadbancrio, uma vez que este se encontrava entre as maiorestaxas do mundo.

    Spread bancrio a diferena entre a taxa de captao que os bancosempregam e a taxa que aplicam no emprstimo. Ou seja, se o banco capta dinheirodos investidores a uma taxa de 10% ao ano, por exemplo, e empresta esse mesmodinheiro a uma taxa de 30% ao ano, seu Spreadser de 20% (30% 10%). Parareduzi-lo, portanto, se o problema fosse to-somente aritmtico, bastaria que obanco emprestasse dinheiro a uma taxa de juros inferior, reduzindo-a para queassim, o Spreadtambm fosse reduzido.

    Contudo, no to simples assim. Com esse spread (diferena da taxa deemprstimo e da taxa de captao), o banco tem de arcar com diversos custos esuportar riscos, como pagamento de impostos, pagamentos de custosadministrativos, custos com a inadimplncia, sendo que apenas com as sobras

    eventuais aps o pagamento dessas diversas despesas que o banco retirar seulucro.O Spread bancrio se decompe em diversas parcelas. Segundo estudo da

    Febraban, o percentual das parcelas o que segue: impostos diretos (20,6%);impostos indiretos e contribuies ao Fundo Garantidor de Crditos (7,9%);despesas administrativas (14,1%); despesas com inadimplncia (17%); e margemlquida (40,1%).

    Em outro estudo do Banco Central, revelou-se que o spread brasileiro composto por vrios itens: custo administrativo (13,5% do total), inadimplncia(37,35%), compulsrio (3,59%), tributos (8,09%), outros impostos (10,53%) emargem lquida dos bancos (26,93%). Em outubro de 2009, a ttulo de exemplo,portanto, dos 28,4 % do spreada margem (lucro) das instituies foi de 7,65 %.

    Assim, quanto maior for a insegurana inspirada pela inadimplncia de um pastanto maior ser o Spread bancrio. Isto porque, segundo explicao do Banco

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    central, a insegurana jurdica em relao aos contratos de crdito, ao colocar emrisco o recebimento dos valores pactuados, retrai a oferta de crdito e aumenta ospread, por um lado, pressionando os custos administrativos das instituiesfinanceiras, inchando em especial as reas de avaliao de risco de crdito e area jurdica; por outro lado, reduz a certeza de recebimento da instituiofinanceira, mesmo numa situao de contratao de garantias, pressionando oprmio de risco embutido no spread, tudo isso fazendo com que o Spreadaumentesignificativamente.

    Em termos numricos, atualmente o Brasil se encontra em 2 lugar no quetange taxa mdia do Spread, apontando 35,4 %, apenas perdendo para oZimbbue, primeiro colocado no ranking, com 75 %, sendo certo que a Holanda quemenor taxa de Spreadpossui, -0,6 %, consoante recente dado divulgado pelo siteInfoMoney, que apresenta a tabela abaixo com as maiores e menores taxas deSpread.

    Taxa mdia de Spread

    Pas Maiores taxas Pas Menores taxas

    Zimbbue 75 % Holanda -0,6 %

    Brasil 35,4 % Reino Unido 0,2 %

    Madagascar 33,2 % Ir 0,3 %

    Paraguai 27,2 % Frana 0,7 %

    Malau 21,8 % Eslovquia 0,8 %

    Fonte: Frum Econmico Mundial

    importante no confundir Spread bancrio com a taxa Selic.A taxa Selic um ndice, obtido por meio de uma mdia ponderada, sendo estendice uma referncia para a Economia, ou seja, com a fixao deste ndice temosa taxa referencial para a poltica monetria, que serve de base para as demaistaxas de juros da economia.

    De modo simples, a taxa Selic serve de taxa de juros de pagamento da dvidado Governo representada pelos ttulos pblicos, que so adquiridas diariamenteespecialmente pelas instituies financeiras (overnight), ou seja, com a emisso dettulos pblicos, o Governo se compromete a pagar, a ttulo de juros, aosadquirentes destes, a taxa diria do Sistema Especial de Liquidao e Custdia.Sendo assim, a taxa Selic tem lastro nos ttulos pblicos e modificadadiariamente, por meio dessas operaes de financiamento.

    A taxa Selic usada para operaes de curtssimo prazo entre os bancos, queao tomarem recursos emprestados de outros bancos por um dia, oferecem ttulospblicos como garantia, a fim de reduzir risco e juros na transao.

    Assim, como o risco final da transao do Governo, pois seus ttulos servemde lastro para a operao e o prazo o de apenas um dia (prazo mais curtopossvel), esta taxa acaba servindo de referncia para todas as demais taxas dejuros da economia. No entanto, ressalta-se que muito embora a taxa Selic modifica-se diariamente de acordo com a overnigth, deve a mesma permear a meta Selic,que estabelecida mensalmente pelo Comit de Poltica Monetria do BancoCentral, dela no se distanciando substancialmente.

    A taxa Selic a taxa de financiamento no mercado interbancrio paraoperaes de um dia, ou overnight, que possuem lastro em ttulos pblicos federais,ttulos estes que so listados e negociados no Sistema Especial de Liquidao eCustdia, ou Selic.

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    6.PRODUTOS FINANCEIROS

    So bens de carter puramente financeiro oferecidos por instituies

    financeiras a pessoas fsicas e jurdicas.So exemplos:

    Depsitos a vista e a prazo (CDB e RDB) Letras de cmbio Cobrana e pagamentos de ttulos e carns Desconto de ttulos Transferncia automtica de fundos Commercial Papers Arrecadao de tributos e tarifas pblicas Home/Office banking, remote banking, banco virtual

    Carto mltiplo (dinheiro de plstico), carto de crdito, carto de dbito Corporate finance Fundos mtuos de investimento Hot Money Contas garantidas Crdito rotativo Financiamento de capital de giro Vendor finance/ compror finance Leasing Financiamento de capital fixo Crdito direto ao consumidor CDC Crdito rural Caderneta de poupana Financiamento importao/exportao Repasses de recursos do BNDES Finame Operaes de Factoring Ttulos de capitalizao Planos de aposentadoria e penso privados Plano de seguros

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    Referncias

    ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 8 edio. So Paulo: Atlas, 2009.

    FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Servios. 17 edio. SoPaulo: Qualitymark, 2008.

    MELLAGI FILHO, Armando & ISHIKAWA, S. Mercado Financeiro e de Capitais. 2ed. So Paulo: Atlas, 2003.

    MERCADOS FINANCEIROS Apostila 4. Disponvel em http://xa.yimg.com/kq/groups/18315139/270627642/name/Aula+4.pdf. Acessado em 11/07/2011.

    OLIVEIRA, Marcos Paulo. Curso de Dp-Online. Unip, 2011.