meus rabiscos em verso
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ÍNDICEENROSCO EM SUAS CURVAS TORTAMENTE...........5PIPOCA..............................................................................6LEÃO.................................................................................8UM DISCURSO DIFERENTE........................................10VIDA SIMPLES...............................................................12QUEM SERIA TOLO EM SE APAIXONAR?................14MULHER ........................................................................16METAPOESIA ................................................................18ARS ROMÂNTICA.........................................................20HÁ TANTO DE MIM EM TI..........................................22VIDA BANDIDA.............................................................24EXISTÊNCIA PESSOAL................................................26VOCÊ PODE SER FELIZ................................................28GRILO..............................................................................32SEMPRE QUE DESPREVENIDO..................................33NOTAMI.........................................................................35OLHA PARA MIM..........................................................36CIRCÃO...........................................................................38LETRAS QUE SE PRETENDEM UM POEMA.............40QUERIA POESIA............................................................42SIMPLESMENTE MULHER..........................................44A MINHA BOCA NÃO PODE PROFERIR RUDEZA...46AMIZADE DE CÃO........................................................50IGNORÂNCIA LETRADA.............................................53PRESENTE CELESTIAL................................................54QUEM UM DIA DOOUSE DOCILMENTE POR MIM..........................................................................................55GOSTO.............................................................................56
FÉ.....................................................................................58AFETUOSAMIZADE......................................................60GRANDES PESSOAS... GRANDES EXEMPLOS.........61POES'INSPIRAÇÃO.......................................................62LEMBRANÇAS...............................................................63PRIMEIRA NOITE DE AMOR DE UMA MULHER....64VERSINHOS....................................................................65OBJETIVAMENTE..........................................................66ADORAÇÃO.................................................................67VIVERÇÃO.....................................................................68SINOS...............................................................................69POESIA PERDIDA..........................................................70O AMANHÃ....................................................................71PÁSSAROS NO VERÃO.................................................74TOLO AMAR...................................................................75CORAÇÃO EM GELO....................................................76TEATRO...........................................................................77UM MOTEUMA FESTA................................................78FUNDAS RUGAS............................................................79EXERCÍCIO SOLITÁRIO...............................................80OBJETIVIDADE..............................................................81AMEI................................................................................82MARELUA.......................................................................83GLOBALIZAÇÃO...........................................................84RECICLAGEM................................................................85ADEUS À INOCÊNCIA .................................................86ESPERANÇA DE CONSCIÊNCIA.................................87VINHO.............................................................................88DE NOVO HUMILDADE................................................89EGOÍSMO .......................................................................90ESSÊNCIA.......................................................................91
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INVEJA............................................................................92INTERNETÊS..................................................................93POESIA VAIDADE..........................................................94SALGADA ILUSÃO........................................................95ESPELHO........................................................................96QUEM DERA..................................................................98MARAFETO...................................................................99SOLIDÃO.......................................................................100POR QUÊ?......................................................................101INDAGAÇÃO.................................................................102SILÊNCIO......................................................................105MANIA DE SER COMPLICADO ................................106LIBERTIZAR.................................................................107
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Não por vaidade,Mas sim por amor
Dedico esta obra a todos que amo.E mesmo que sejam rabiscos, dei tudo do pouco
que tenho a oferecer.
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ENROSCO EM SUAS CURVAS TORTAMENTE
Enrosco em suas curvas tortamente
Viajo embalado ao som de suas histórias
Sintome um títere cambaleante
Que à noite longe está de ter vitórias.
Minha princesa, meu lindo diamante!
Esqueço por você minhas glórias
Na ânsia fico de ser seu amante
Mas sua fala aponta outras trajetórias.
Nenhuma mulher assim me encanta
Me põe em viagens sem existir igual
Até me esqueço que aflição é tanta.
Sintome como líder que vence o mal
Que de seu reino a derrota espanta
E feliz celebra seu sonho imortal.
05/09/2009.
5
PIPOCA
O que aconteceu com o povo?
Que à praça a esmo assistia ao palhaço que se
apresentava?
Ele, agora, a chorar conta os pombos.
Sua arte aos poucos perdeu a graça.
Aos porcos, sem querer, ofereceu seu tino.
A poesia, que outrora cantou, perdeu a rima.
Hoje, seu hino, sua máscara e pintura, sem graça,
deixam sua cara triste, marcada pelo córrego de
lágrimas,
transparecer em sua translúcida face.
A derreter está...
Cabelos vermelhos; não mais, hoje secam, caem.
A ruminar, a olhar os pombos, a admirar os porcos...
Bate o desespero, que revela sua carranca, nunca
jamais vista... Que entristecida está...
Os pombos o cercaram...
Apreciavam tão espetaculoso soluçar.
6
Admirados, os pombos, como que sorriam,
festejavam.
As pipocas, deixadas em paz, escureceram pela
solidão.
O povo parou a admirar tão absurda visão.
Como que em frenesi, espalhamse gargalhadas.
O povo volta a rir. O palhaço chora, os pombos
enlouquecem e os porcos pensam na nostalgia das
pipocas.
18/05/2008.
7
LEÃO
Vi no horizonte tênue luz.
Ao longo do caminho paira a escuridão.
Sôfrego, entristecido, caminha um leão.
Olha o deserto.
Vazio ou cheio, não importa.
Bate a fome, enrobustecese seu desespero.
Sonha solitária figura; sacode sua juba; régia
imposição.
Embora fera, se desespera...
Antes água farta, hoje areia e pó.
Sentese só...
O sol, hoje companheiro insólito, rega miragens,
devaneios...
Cai, rola em frenesi... Inebriase...
Desenha em nuvens arenosas majestosa visão...
Felino, ontem tão forte... Hoje tão frágil criatura.
Sabe que a natureza, implacável mãe, fezte grande,
faminto, inteligente.
8
Parece que em teus olhos correm rios de lava,
impunhate pelo seu fulgor.
Por isso, não se rende à dor.
Chora, cai, bravamente resiste.
Insiste...
Sonhava com dias gloriosos...
Hoje, pesate a juba...
Reina, cambaleante, nas areias que cintilam...
Orgulhosamente... tomba com sua coroa...
Sobe ao céu um rei...
Desce à terra um anjo...
Chora, em nuvens ao longe, sábia natureza.
Chega tarde o milagre de quem a todos fez.
Com ele renascem as pequenas criaturas...
A vida que se renova, canta a quem piedosamente,
age e embeleza as areias que em flor relutam pela
eterna ânsia de verviver.
(30/05/2008).
9
UM DISCURSO DIFERENTE
Um insólito discurso saiu a esmo.
Tinhase como sábio.
Mas não conseguiu nem mudar seu modo de ser:
introdução, desenvolvimentoconclusão.
Às vezes incoerente cambaleava e caía nas sarjetas
dos babados formais.
Sem alma, deixavase muitas vezes à margem de
uma sala velha qualquer; pretendiase assim para
chegar a ser subliminar.
Apelativo ao extremo, faziase berrante pela melosa
ânsia de transformar o ser.
Sua vestimenta lhe caía como uma luva, mas lhe
faltava charme, encanto...
Tentou se vestir diferente, desarrumarse, entrar em
um movimento social qualquer que fosse.
Queriase anárquico: conclusãodesenvolvimento.
Mas, só ficou na introdução.
Deixou suas madeixas crescerem em versos
10
esvoaçantes.
Agora se veste à moda da natureza, cultua um jeito,
diz ele, “natural de ser”.
Passou a se impressionar quando via algo belo.
Seu argumentoalimento, agora é o ventoacalento, o
solinspiração, as borboletasortográficas, não se
pretende mais sábio.
Conformase simplesmente em ser.
Não traz consigo em seus bolsos tantos floreios.
Suas vulgares linhas desfilam como as ondas do
mar, que encantam sem a pretensão de encantar.
Com tão imensa transformação, o discurso antes
letras frias, orgulhouse humildemente sercanção.
(05/06/2008).
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VIDA SIMPLES
Quem algum dia, ao fulgor da lua,
Não lembrou de um grande amor?
Daquele que marcou a vida sua,
Que quando no peito o sente rola uma sutil dor?
Quem não se emocionou com o riso das crianças?
Com as músicas apaixonadas do Vinícius?
Qual homem, da linda morena, não quis tocar as
suas tranças?
Fazer isso todo dia para trazer bons auspícios?
Quem não ficou a lançar pedras no rio?
A olhar o peixe alegre no lago pular?
Na São Silvestre correr e, ver isso só como mais um
desafio,
Sentirse vivo, capaz e, com o vencer não se
preocupar.
12
Pequenas coisas, coisas tão simples e singelas,
Tão importantes quanto à teoria da relatividade,
Tão importantes quanto ao príncipe acabar com a
donzela.
É o homem que se humaniza e esquece de sua
animalidade.
(17/06/2008).
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QUEM SERIA TOLO EM SE APAIXONAR?
Eu não quero me apaixonar...
Já vi pelas ruas muitos resmungando,
Resmungos de perdidos seres errantes.
Quantos não compreendem a paixão!
Saem pelas ruas dominados por ela,
Como cocheiros que não dominam suas carruagens,
Saem com dois equinos alados, cada um procura
seu lado,
Não se entendem, não são dominados...
Assim é o homem apaixonado.
Não consegue se perceber perdido.
Aos risos calafrios investem em uma paixão.
Decoram um verso qualquer...
Sem rima, sem lima afinam seu balbuciar,
Congelam como tolos apaixonados,
Ao olhar da Medusa.
O esperto, ao olhar a musa pelo espelho,
Não se intimida, mas não se aproxima...
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Em seu peito uma ferida,
Como o coração flechado pelo cupido...
Assim é a paixão...
Fogo que fere, que ensina...
Assim é o homem apaixonado...
Ferido, alucinado, alguns o pensam como coitado...
As costas do apaixonado, enfrentam o pesado
arreio...
A tortuosidade de seus sentidos, não lhe pôs freio.
O frio que acalenta suas noites mal dormidas, criam
lhe fantasmas,
Que o assombram, que o assustam... Mas, não
apagam a feliz luz que o impulsiona a migrar à
paixãoAmor.
(05/07/2008).
15
MULHER
Mulher
termeia por
tautológico
se te dissesse que carregas
tão imanente:
o Caos e a Divindade.
Porém, o Caos
fezte sóbria.
E, a Divindade
a venerou.
Presenteaste
aos homens
com inspiração...
com Inveja
às mulheres
(Inveja do teu próprio reflexo?)
Mas, soubete bela e
evoluída criação.
16
Aos apaixonados
poetas
muitas vezes
como mote:
fezte musa,
fezte versos
fezte rimas
Enfim,
fezte
Lágrimas e Poesia.
(13/09/2008).
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METAPOESIA
Vê se te desentorta!
Pareces letra morta.
Não adormeça na falta de rima.
Acordote pra algo que não imaginas...
Com teus enleios abro portas.
Vê que és matériaprima!
Pra uma obra que não termina.
Sintote imperfeita.
És menina não cativa, ativa...
Conduzeme a mundos desconhecidos,
Recônditos mais íntimos de amores perdidos,
De almas de donzelas sofredoras,
A amores sonhados.
Às vezes te confundes perdidamente com a
ciência,
Às vezes abraçate sutilmente a almas,
Mas, com a história te encantas, casate...
Atravessas com teu penetrante olhar
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O mais duro dos corações...
Fizestete assim, ninguém te entende...
Mas, sente como se em algum momento
Fizesses parte de sua vida.
Assim és – menina singela –
Letras quentesfrias
Que nos conduzem tão longe, tão perto –
És doceútil Poesia.
(24/10/2008).
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ARS ROMÂNTICA
Você, de minha vida, Gramática
Com inesquecíveis adjetivos
De semânticas invejáveis
Por alheias disjunções.
Nem que inúmeras vezes
Você esqueça nossos sentimentos
Eu não esquecerei
Que nos verbos de nossos caminhos
A conjugação que em seus lábios vejo
É o futuro do presente.
Você é meu presente
Dado carinhosamente
Pelo Verbo que se fez Carne.
Queria ser...
Como o caminho não tortuoso,
Pois, interjeiçõesrejeições
Nos fazem imperfeitos.
Junto com você
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Futuro claro
Presente harmônico...
(Devaneios de um sóbriodesvairado)
Mesmo que me falte inspiração
A catarse deste amor
Escreverá poemas em araucárias.
Nosso Romance – uma Comédia
Eu com minha cambaleante retórica te enrolei
E você, tolerou este títere
Com condução de ourives
Com ciênciapaciência
Que fez da pedra bruta da Paixão
Rica obraprima do Amor.
(30/10/2008).
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HÁ TANTO DE MIM EM TI
Há tanto de mim em ti
Que às vezes te me confundo.
Sintote tão minha
Mas, sei que é confuso
Que o homem
Quando é profundo
Se perde em seu mundo...
Perde a lucidez
Embrenhase em florestas
Em que ecos distantes
Tolhem seus sentidos...
Pensase lúcido.
Todavia o que vê
É o incompreendido sonho de outrora
Que engatinha,
Logo caminha...
E... vai embora...
Logo recobra a memória
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E, vê que o que vale
É a pena que pinta a folha
Pra descrever o que compôs
Sua rica ou pobre história.
(06/03/2009).
23
VIDA BANDIDA
Ah Bandida vida!
Que no melhor da peça apaga a luz.
Deixa frustrados os espectadores.
Aqueles que já a viram
Ficam com as dores de suas lembranças,
Aqueles que não a viram:
Esvaziamse na expectativa...
Mas, o show deve continuar,
Pois a arte é a bela expressão.
O palco, também, é onde se percebe
Que o amanhã não se finda,
Que a cortina, as cenas a interromper
É apenas um momento que se passa,
E o que fica,
Talvez seja a certeza
De quem a obra dirige
Não liga para as vezes que a cena se repete.
Para quem a encena é a quasecerteza
24
Que a perfeição que a torna bela
É a aquarela que a impinge
A singela forma disforme
De quem a busca mesmo que
Inutilmente.
(01/03/2009).
25
EXISTÊNCIA PESSOAL
Nem tudo que se vê é o que realmente é...
As estrelas nem sempre são planetas ou sóis???...
O eterno parece às vezes não durar um segundo...
O que realmente se quer da vida?
A liberdade às vezes parece uma utopia envolvida
em papel de chocolate.
O que se quer da existência?
A não ser que ela seja sublime e sem dor...
O que é o homem?
Exceto pelo fato de ser um animal um pouco mais
evoluído do que os outros animais?...
Como ser?
Por que ser?
Se quase sempre o que vale
É o que carrego em meus quase limpos bolsos...
Ou o volume ignóbil de minha algibeira.
Como um vago devaneio rondo as noites, em busca
de que não sei.
26
Por que saber?
Se não sei, não sofro. Não choro as dores do que
não sintovejo.
Como eram belas as flores de cera, quando eu não
conhecia o perfume das vivas flores.
Hoje... sinto falta do rio, e nem ao menos sei nadar...
Sinto falta do mar, mesmo odiando o sol me queimar.
Como é triste a incerteza, o não saber, o saber...
Como é bela a vida que segue por ela mesma.
(04/04/2005).
27
VOCÊ PODE SER FELIZ
Você sabe o que a vida diz,
Não importa o que você ouça
Nos momentos de desespero.
Você sabe que tem que ser feliz!
Você sabe que pode ser feliz!
Há pessoas que passam por você como o vento,
E não sabem que te fazem sofrer
Quase não importa que elas dizem
Quase não importa quem elas são
São amigos ou amigas
Que te deixam uma lição.
Cantam um canto sem igual
Embora não pareçam
São sementes de frutos bons
Criaturas tão benditas
Que nos ensinam a viver.
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Tudo isso parece loucura
Tudo isso parece uma prisão
Mas nossas mentes são bem maduras
Para ver que mandam no coração.
Nada aqui parece valer mais
Que sorrisos e sonhos felizes
De amigos ou amigas fugazes
Que perdoam nossos deslizes.
A essência das flores
A ausência de amores
Completam o vazio
Que parece viver em meu peito
São motivos e embalam
Meus pensamentos tão raros
À leitura da vida
Aos tesouros tão caros
Que são revelados àqueles que...
Àqueles que...
Se deixam solver
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Pela incontestável leveza do ser...
Que não se deixam abater
Pela imposição do ter
E buscam o saber
E a vida vale a sua pena
Quando a alma não se torna pequena
E se torna serena
Nos braços da minha flor melena
Pequena, melena, serena.
Agora eu sei o que a vida diz!
Importa sim o que ouço
Minha mente antes num calabouço...
Entoa um canto sem igual
Que me impulsiona a cantar,
Sei que tenho que ser feliz
Importa sim o que a vida me diz.
Desde que me encaminhe aos encantos
Dos cantos dos pássaros,
Dos embalos das valsas, das salsas
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Nos salões de suores, ofegos, amores
Em que a espera
Da próxima música seja por aquela
Que ao altar jurar
Que a vida tortuosa ou bela
Seja a vivida ao lado de seu Amor.
Mesmo que tenha alegrias
Mesmo que tenha a sábia e inevitável maestria da
dor.
(18/05/2009).
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GRILO
Pequeno grilo
Que em meus pensamentos habita
Interroga se o que às vezes vejo é a verdade.
Se a serenidade é esta menina que vaga a esmo.
Repito,
Insisto,
Que mesmo que não queira
A verdade
É o grilo
Que pula,
Que me impulsiona às veredas
Nunca antes vista.
Aceito.
Que no meu peito bata
O desejo de que a liberdade
seja como a menina:
Formosa,
Sonhadora,
Ladina...
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SEMPRE QUE DESPREVENIDO
Sempre que desprevenido
A vida me põe a correr
Não me tenho como vencido
E me ponho a aquecer
Sofro, cresço e resmungo
Ao início da longa carreira
Porque sei que tenho o mundo
A percorrer com nada na algibeira
Digo que a vida só ensina
A quem tem olhos bem abertos
Um atento ouvido que se atina
A manter o coração bem desperto
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A vida este rico presente
Que sem preço nos foi dado
Ensiname a ser diferente
E pelo amor ser inspirado
Aposto, e sei que hei de ganhar
Que o que é feito com amor
Tem a graça de embelezar
Como a sutileza da vida e a harmonia da flor.
(01/08/2009).
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NOTAMI
Bela
Linda e formosa
Com’ um sol
Como no sol
Que de Lá brilhas.
A mi’ tens
Com’ um prisioneiro
D’um cárcere voluntário
A ré deste crime!
Que dó de mi’
Que por querer
Tem só a si.
Nesta Melodia,
Que fazme
Um cantante enamorado
Só tem você!
Então, notami.
35
OLHA PARA MIM...
Oi!
Olha para mim,
Pra esta carência.
Quero ser tua arte.
Tua ciência.
Quero ser tua parte.
Tua fórmula: eureca.
Roçar teus lábios.
Na química amála.
Quero somar nosso amor
Às estrelas infinitas.
Saborear seu eflúvio,
Nosso amor, um dilúvio,
Água que corre,
Destrói,
Constrói...
Quero ser...
Tua terra distante.
36
Navegar em seu mar,
Nos seus braços suar.
Ainda não satisfeito,
Digo:
Oi! Olha para mim.
Seus olhos, seu coração
Embora tão pertos, distantes.
Nos seus cabelos, um abrigo.
Não sou só seu amor,
Sou também seu amigo.
Confessa pra mim,
Comunga comigo,
Olha para mim.
(25 de fevereiro de 1999. Revisão em 16 de agosto
de 2009).
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CIRCÃO
Palhaços alegremente brincam no trapézio.
Os Ursos brincam no tobogã.
Sonhos de Corujas passam na corda bamba.
Cachorros uivam harmonicamente a Tocata e Fuga
de Bach.
Somos Palhaços do circo chamado ignorância.
E vivemos a sorrir. Mesmo que de vísceras vazias.
Somos felizes, como os bobos da corte.
Da corte que corta nosso sonh’ilusão.
Somos Cachorros que vivem das sobras.
Somos Focas. Fofocas. De uma imensa tenda.
Somos o vazio do Globo da morte. Há quem nos
defenda?
Somos os Trapezistas que contam com a sorte.
Somos Ursos tirados das cavernas.
38
As Moças Sofredoras das antigas tabernas.
As Corujas de Nitsche. Os sonhos de Freud.
Somos o consciente. O Inconsciente. A loucura...
Somos os Cachorros. Os Ossos.
Os ressequidos Ossos na boca do Rei.
Somos o silêncio do Miquinho.
Somos o filho, palhaçopalhacinho.
(19/11/2008).
39
LETRAS QUE SE PRETENDEM UM POEMA
Na literatura busco minha expressão
Nesta infame dor que meu peito aperta
Que só se restabelece quando se liberta
Quanta Solidão. Quanta Desilusão.
Que quando somadas à Inspiração
Numa’quarela transforma a tela
Que quanto mais intensa sua cor
Mais parece perfeita, mais parece divina
As pulsações impingem ao papel
Uma indelével e eletrocardiográfica obra
Que se pretende Arte
Que de minha vida antes fez parte
E hoje letras errantes se amontoam
Criam vida, encarnecemse à ponta porosa
Que em lágrimas engrossam a tinta
Que estranho! Mas torna a vida mais saborosa
Oh ciência quase que inexplicável!
Que estuda este amontoado de signos
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Quer seja ele arte, quer seja ele loucura
Só sei que em mim desencadeia um imaginário
mundo
Num golpe impensado marca a folha
Marca as mãos que emprestam à inspiração
Para conduzir aos ditames do inexplicável
Quando mais penso! Mais desisto.
Quanto mais vivo.
Mais Resisto à dor que de meu peito não sai
E enalteço a inspiração que ela me traz!
Sou feliz quando escrevo
Sou feliz quando a pena desliza
Sou mais homem quando das palavras escorrem a
candura e a singeleza da imensa e inexplicável
forma de tentar traduzir a vida em letras de um
poema.
(24/11/2008).
41
QUERIA POESIA
Queria tanto escrever uma poesia...
Que quando terminassem de lêla, o pranto regasse
nossos desencantos... Que o bandido ao invés de
fazer escorrer o sangue, fizesse escorrer água em
um lindo jardim.
Que o corrupto de seus suntuosos palácios se
arrependesse e se fizesse amigo dos velhos, dos
doentes e pobres almas que morrem inocentes...
Que o traidor se convertesse em fiel homem de
conduta linear.
Que os versos às vezes mudos gritassem e
mudassem o revolto clima... nossa mesquinharia.
Que o engenheiro ajudasse ainda mais, com sua
matemática, o meio...
Que aqueles que vagam a esmo encontrassem seus
caminhos...
Que aqueles que são sovinas não economizassem
mais carinhos.
42
Que o pobre enxergasse mais que o pão que sua
mesa falta.
Que aqueles que não encontram a felicidade,
percebessem nela (a poesia) um pouco de Deus... e,
explodissem em frenéticos risos e nesta frenesi se
percebessem lindas e ricas criaturas...
Mas sei que muitos a ela não teriam acesso...
E estaria ilhado todo este processo...
Todavia, aqueles que a vivessem fariam como a
chuva que chega de surpresa, e o mundo se
convergiria em uma extrema alegria, em que um dos
primeiros passos seria: respeitar a todos, sobretudo
a quem um dia, num momento de lúcida loucura
ousou em pensar um mundo melhor, nem que seja
em rabiscos em folhas de um livro qualquer...
(04/01/2009).
43
SIMPLESMENTE MULHER
Que retrato é esse que não se repete?
Que ao sol remetese sem medo de se queimar?
Que áureas horas sai para seu tesouro granjear?
Que às manhãs aos sentir o calor dos seus, jubila
se?
Bela é a Mulher, esplêndida arquitetura divina...
Que padece, pranteiase, emocionase, lamentase...
... Às vezes, por não ser mais. Às vezes por não ter
mais...
O que humildemente poderia partilhar...
Maravilha ao passar na rua balançando a sobriedade
de quem sabe aonde ir.
Mãe, esperança, simplesmente mulher...
Que gera, Regenera.
Quem não se comove ao ver tanta dedicação...
Quem não se encanta, ao ver fortaleza tão doce...
serena... graciosa.
Solidão nas claras noites:
44
vela por aqueles que erram nas torpezas deste
insano mundo;
vela por aqueles que se incendeiam nas moléstias;
Que inesporadicamente implora que fossem suas...
Sabe o que profere, como chora, como
charmosamente perde a lucidez...
Mulher, se soubesses quanto este mundo se
assemelha a um jardim, quando o enfeita com sua
graça, seu multicolor jeito de ser...
Como se sentem tolos aqueles que se embrenham
no insano e vazio ofício de tentar te entender.
Fórmulas, teses, dissertações; enfim, pesquisas da
ciência, filosofia, arte, religião não explicam o
inatingível e indecifrável charme de você MULHER.
(Homenagem à sua esposa Jaqueline, pelo dia da
mulher em Março/2008 07/03/2008).
45
A MINHA BOCA NÃO PODE PROFERIR RUDEZA
A minha boca não pode proferir rudeza
Embora em minha volta haja violência e aspereza.
Sei quanto é difícil seguir os retos caminhos
Fazer nascer luz em um escuro mundo mesquinho.
Hoje sentimos, como nunca, a falta de esperança
Porque o homem insiste em sua ignorância
De esquecer do Deus que se fez criança
Esvaziandose assim de temperança.
Na multidão em que a solidão impera
O homem esquecese e tornase fera
Impiedoso se aproveita da dor do semelhante
Ainda mais triste faz o seu semblante.
O mundo loucamente se enfurece
Com aquele que de infelicidade não padece.
“Como pode alguém sorrir?
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E às noites, mesmo de vísceras vazias, dormir?”
A consciência explica bem,
Como ainda viver num mundo de ninguém.
Sei que a natureza menina bela
Em prelúdios, luzes e aquarelas
Entoam numa inigualável sintonia
Que nem Mozart, Chopin, em suas sinfonias
Apesar de imensas genialidades –
Conseguiram tal feito e qualidade.
Sei que Deus tudo criou
Sei que Ele muito nos amou
Mas espero como sua criação
Ter mais sabedoria e inspiração
Para optar por crescer sem destruir
Amar, sonhar, viver e evoluir.
Não sei, como criatura apenas não sei
Se intensamente viver, de aprender hei.
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Tão ricos, pelo Pai chamados de filhinhos
Escolhemos de vários, os piores caminhos.
Nem céu, nem inferno,
Nem verão, nem inverno,
Conseguem mudar nós amadas criaturas
Nem com todo discurso vindo das alturas
Com veemência, sabedoria e amor
Convenceunos que sermos sós é opção de dor
É ser ilha num imenso oceano
É ter eternidade e querer viver só um ano
É possuir um tesouro infindável
E querer se alimentar com o resto imprestável.
Não sei! Apenas não sei.
Por que somos assim.
Peço que Deus em sua imensa bondade
Tenha piedade de todos e de mim.
Que eu consiga controlar os meus lábios
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E lutar contra o pecado como um bravo.
Que a sapiência que às vezes penso ter
Não seja engodo da sensação de um falso poder.
Quando a sabedoria embalar meus dias
Seja mote de grande alegria
Não para o orgulho
Não para o vão barulho
Mas para que aqueles que buscam a luz
Vejam, que embora pecador, busco o exemplo que
veio da cruz
E que agradecido como Davi, o Rei
Canto, danço e louvo a Agnus Dei
O Cordeiro que se fez oferenda
Para o mundo inteiro salvar
Embora às vezes ele não entenda
Que a sua maior lição
Foi a todos sem distinção
Amar, Amar, somente amar.
(03/06/2009).
49
AMIZADE DE CÃO
(ouço preocupado latido)
Meu cão
Insiste
Não desiste
D’este cuidar.
Meu cão amigo
Mesmo ignorado
Nos dias de labuta
Em que a hora teima não passar
Com o abanar de sua calda
Dedica sua fidelidade para não desagradar.
Sua tristeza
Talvez maquiada
Talvez ofuscada
Pelo meu egoísmo que se aflora
Que me diz que o agora
Tornoume uma fria placa
50
De outrora moldada na prata.
Meu cão
Nem que lata
Nem que vire a lata
Recebe atenção...
Não a que merece
Pelas vezes que padece
Pelo vão esforço
Que lhe salta aos olhos
Em querer fazerme sereno
Em querer fazerme feliz.
Sei que seu ato me diz
Que o amigo
Que vive comigo
Embora cão
Batelhe no peito coração
E com ele, uma milenar lição.
Ele, às vezes sabe mais...
Penso saber, que às vezes faltame paz...
Homem e cão
51
Juntos
Repetem um cosmos
Harmonia Alegria amizade...
Cão e homem se humanizam...
Homem e cão na diversidade
Ensinam que o que importa
É a aceitação
Que pode começar assim:
Homem e cão.
(13/08/2009).
52
IGNORÂNCIA LETRADA
Nem que queiras...
Tem coisa que não muda:
A teimosia dos ignorantes
Que quanto mais letrados
Abundam suas teorias
Que muito bem elaboradas
Adensam a intolerância
Sacrificam as boas normas
da convivência
Mutilam a esperança da evolução
Enfim, inflamse da mais repleta clientela
que os sustentam
Também, com suas próprias futilidades
que vem de adornos
Que carregam o homem soberbamente
a não se perceber tão frágil e
falível criatura.
(14/10/2008).
53
PRESENTE CELESTIAL
Sempre que em verdes prados caminho
E a natureza me ponho a admirar
O verde se estende como um manto de linho
Alertandome esta dádiva cuidar.
Para muitos este intento é um espinho
Mas mesmo assim eles se põem a lutar,
Não muda uma pessoa o mundo sozinho
Por isso podemos unidos mudar.
São árvores, animais, rios, nascentes
E muito mais nesta obra celestial
Refúgio ao homem, Perfeitos ambientes
Se não cuidálos é início do final.
Então precisamos ser diferentes
Zelar, sem cessar pela ordem natural.
(30/08/2009).
54
QUEM UM DIA DOOUSE DOCILMENTE POR MIM
Quem um dia doouse docilmente por mim,
Fez por desígnio de um Pai de Amor.
Tentou afastarse de sua paixão perto do fim
Todavia, aceitou, por amor, sua dor.
Neste mundo ninguém amou tanto assim:
Tomou para si o fardo do pecador,
Queimou nossas faltas com fogo e ardor
E nas cinzas semeou a paz e o fervor.
Seu sacrifício propõe um mundo novo:
De fé, amor, partilha e sabedoria;
De liberdade e vida pro seu povo.
Hoje quando ando por estrada sombria
Me lembro seu amor e meu canto te volvo
E preparas pra mim amorterapia.
(01/09/2009).
55
GOSTO
Gosto de seu esnobe jeito de ser!
Gosto, quando malhumorada, levanta,
Como se o mundo a incomodasse!
Gosto! Quando, repreende os meninos...
Procura, desesperadamente, educálos!
Mostrar o caminho, que deseja certo, a que eles
devem percorrer!
Charmosamente, você me olha e, me desmonta!
Às vezes, raramente, você é sublime!
Mas... Mesmo assim, você se torna única!
Parece meio desvairada!
Ah que ledo engano!
Pois em sua loucura, escondese tão doce criatura!
Que aos prantos se emociona quando vê as
sofredoras crianças! Que às ruas correm errantes...
Que toma a dor do próximo, como se fossem suas...
Tão responsável... Assim é você, MÃEZONA.
Quando eu a vi, em escadas da vida...
56
Não sabia que ao meu lado caminharia...
Mas desejei que ao meu lado seguisse...
Olha só, hoje você merece inquestionavelmente o
título,
Daquele nomezinho que não gasta, só se (te)
fortalece todos os dias...
Que ecoa, acredito, até mesmo quando você dorme,
“MMMMMÃÃÃÃÃÃÃÃÃEEEEEEEEEEE”.
Texto dedicado à mãe e esposa Jaqueline, pelo dias
das mães em Maio/2008.
57
FÉ
Como alguém tão poderoso fezse tão pequeno?
Com poderosas mãos agraciou os pequeninos.
Sabiase celestial. No entanto não tirou o pé daqui.
Soube perdoar com tamanha sutileza.
Abriu os olhos dos cegos.
Mas, seu maior milagre foi abrir as janelas da alma.
Ninguém aqui, como ele amou.
Preocupouse em perpetuar na Paz um reino de
Amor.
Como ovelha entregouse.
Todavia, quão foi sua grandeza
Que mesmo assim ensinou.
Tanta inquietação causou no coração dos
poderosos.
Por querêlos humanos, por querêlos humildes...
Com tão sublimes palavras – curava.
Com tão manso amor – ousava.
Com tão singelos gestos – transformava...
58
Poesias, cantos, contos e teorias –
Tentam descrever tão pacata criatura.
Que com majestosa sabedoria
Ensinava os povos
Que para serem grandes, aos olhos do Pai,
Deveriam ter mansidão
E humildade no coração.
Com tão imensa coragem
O Homem de Nazaré ensinou
Que para mudar para melhor o mundo
Devese começar por um pequeno
E espetacular exercício de FÉ.
(25/06/2008).
59
AFETUOSAMIZADE
Amigo,
Os níqueis que faceiramente
Tilintam em sua algibeira
Não me importam.
Importame sim...
Quando se fazem frondosos
Seus abraços
E quando se converte
Seu coração em
Parabólicas de
Atenção e
Afeto.
21/10/2009.
GRANDES PESSOAS... GRANDES EXEMPLOS
Observando aqueles
Que se fizeram grande
Me compreendi pequeno
Amansei minha vaidade
E me tornei sereno.
21/10/2009.
61
POES'INSPIRAÇÃO
Minha rica e bela poesia
Na qual busco minh’inspiração,
Sua ausência hipotermia,
Pois se gela meu coração.
Teimas habitar minhas ideias
E a expulsar suas irmãs velhas.
Onde os gênios agora passam
Já passaram os poetas.
Os caminhos que te traçam,
Traçam como traçam setas.
Pois se controla até o vento,
Exceto o que é sentimento.
62
LEMBRANÇAS
Tilintam tuas tranças
Testam tuas lembranças
Trocam timidamente
Todas tuas tristes heranças.
22/10/2009.
63
PRIMEIRA NOITE DE AMOR DE UMA MULHER
Meu amor, que de longe imaginado
Pensava existir somente em estrela
Distante, outrora só em meu fado
Acendeu em mim, da esperança, a centelha.
Emaranhei desejo não gozado
Em gotas de orvalho na lapela
Nunca havia deste mel experimentado
Sintome agora tinta em sua tela.
Controlava, o pecado, meus conceitos
E você, meu amor, os olhou se quer
Com carinho ignorou meus defeitos
E com amor selou uma mulher
Que jamais sonhara tais deleitos
Que docemente em minha vida se fez mister.
64
VERSINHOS
Ó versinhos!
Alguns se fazem peregrinos.
Saem velhinhos.
E se tornam meninos.
22102009.
65
OBJETIVAMENTE
Ainda que lá fora
Caísse a congelante neve
Queriame despido de
Minhas pesadas vestes.
Despias ligeiramente!
Lentamente vestiame
Com o calor de cada bom
Momento que havia passado,
Outrora despercebido,
Porém hoje venerado.
24102009
66
ADORAÇÃO
O dia inteiro pensando...
Tentando compreendêLo...
Espremi meu dedo
Senti a Dor...
Compreendi seu Amor.
27/10/2009
67
SINOS
Sinos soam suavemente
sustentam suas sinas
sinas: suaves, soberanas.
Sino segue sua missão
ser sinal se somando...
Se soubesse ser humano
Sua sina sua sega
Seria seta acenando
ao seu SenhorSalvação
assim se sentiria
selando sua missão.
22/10/2009
69
POESIA PERDIDA
Senti quando a perdi.
Doeume para nascer.
O dia inteiro me
Incomodou, porém nasceu.
Desengonçada repousava
No papel de propaganda
De uma autoelétrica qualquer.
Não falava muito,
No entanto havia em suas
Raras palavras
Um pouco de nós.
Descuidada.
Ficou eu meu bolso.
Virou papa.
Pena não ter tido tempo
De partilhála
Com você...
27/10/2009
70
O AMANHÃ
Quando me perguntam:
Que será do Amanhã?
Não sei o que dizer...
Sento na praça,
Olho a criança,
Sinto o sol no rosto e
Os pássaros cantando...
Não sei do Amanhã...
Só sei...
Que me sinto responsável
Pelo Hoje...
E vivo.
Vivo como se o Hoje me convidasse
A uma visita inusitada ao Amanhã.
Daquela que não avisa...
Assim...
Vejoo sentado numa cadeira
Daquelas de praia
71
Com um largo sorriso
A me dizer que a viagem só termina
Quando a missão estiver completa...
Reticente pergunto:
Que missão?...
E ele sábio com a face
Enterrada em sua
Imensa e alva barba
Responde:
Só eu tenho a resposta...
E a resposta
Estragaria a viagem
Pois mudaria o rumo
A que seguiria...
E, se não a tiver...
Seguirá feliz...
Pois esta ignorância
É a que te faz sentir
Mesmo sem saber
Meu Amigo.
72
POESIA VAIDADE
Queriame no topo
Com escadapoesia
Mas cada poesia
Me mostrava
O que não queria.
Queria ela
Encanto e maestria
Despertar
No vaidoso homem
O que antes não via:
Sem vaidade
Mais rica
Se torna
A poesia.
02/12/2009.
94
SALGADA ILUSÃO
Por que me pedes
Um salgado sopro?
Por que me medes
Se por você eu sofro?
Repugnas meu tormento.
Só me queres,
Se te sou alento...
E se te busco
Só encontro o vento.
95
ESPELHO
Ah espelho!
Que não reflete
O que outrora refletia.
Hoje parece opaco
Ao peso das auroras
Que Alegre incandescia...
A relúcida
Ousadia
Não retornou
Deixoume os vincos
Que à pele flácida
Pelas ausências
Escorrem os anos.
Que são tantos
Que às vezes
Só me recordo
Pelos ensabecedores,
Desenganos.
96
Ou pelas vezes
Que me
Surpreendo
Vendoteme
Tão longe
– tão perto
E não me lembro bem
Nem meu nome
Ao certo.
(10/12/2009)
97
QUEM DERA...
“Quem dera que a lua
Fosse a rua em que trafega seus sonhos...
Ficaria tão fácil de suprilos
Ficaria tão difícil de tocálos.”
98
MARAFETO...
Entre o Mar
E o Cio
Fezse
Afeto...
Hoje mais
Mar
Do que
Cio..
A Onda
Corre,
Nela
O sonho:
Do Mar...
Em si.
99
SOLIDÃO
Nesta imensa sala em que me encontro...
De dimensões dois por dois.
O eco parece latente
Amplifica mais ainda
O que o peito insiste em esquecer...
E as gotas da sólida chuva
Enganam a contagem da minha pulsação,
Que me sufocam avultando a teimosa pressão...
Ah, quanto do corpo é sentimento?
Quanto do tempo se esvai ao vento...
Sofro por nada...
Sofro por tudo...
Que nem mesmo o certo
Preenche este imenso vazio
Em que virou este meu peito aberto.
(02/05/2010).
100
POR QUÊ?
Por que sinto tanta sua falta?
Se me às vezes enche tanto?
Se me às vezes machuca muito?
Até suas abusivas ausências
Me presenteiam de uma forma tão estranha...
Dizem que é a mágica do amor
Que disfarça a monotonia de um dia inteiro
Ao lado de uma árvore velha qualquer
Embaixo de sombras tão confessionais...
Assim é o amor...
Tão apaixonante, tão tolerante,
Tão poderoso...
HUMMMM....
Assim é o amor...
(02/05/2010).
101
INDAGAÇÃO
Tanto tempo a indagála,
Nem mesmo um sorriso tosco...
Tanto a venerála,
E só a me fitar com aqueles olhos brancos...
Do meu mar,
As rotundas águas a controlar...
Queria
Que de meus versos fizesses
Obra perfeita...
Que, das querelas, da magnitude
Que em seus lábios rochosos encontrei
Fostes
A bandeira
Que tremulava...
A insignificância
Com que me cobria
102
SILÊNCIO
Na magia do silêncio,
Brotaram palavras enigmáticas...
Gritaramme ao peito,
Rasgaram a branca folha.
104
MANIA DE SER COMPLICADO
Quão simplistas foram suas frases,
haviame de duvidálas,
por não crer que fosse tão fáceis de vivêlas...
Ah, essa minha mania tão tosca,
de complicar o que é óbvio...
01/07/2010.
105
LIBERTIZAR
Os versos...
Embalam meus dias,
Encantam minhas noites,
Destroem meus desencantos
Quase sempre perversos.
Meus versos são
Às vezes
Meus filhos
Meus sonhos
Minha musa
O ar que respiro
O nascer sereno da semente
A dor do pobre
A solidão do rico
A felicidade da cura...
Os versos
106
Não os desvendo
Como não desvendo
Minha ignorância.
Versos...
Tão diversos
Quando o penso certos
Perambula,
Tremula,
Pulsa,
Assombra...
Sintoos na sombra.
Fugistes por quê?
Quando não te encontro
Procuro te construir
Em meu viver
Porque às vezes se confunde
Emaranhate com ele.
107
Poetizar é
Tentar pôr na folha
O que só o coração sente.
Às vezes dá certo...
Às vezes não.
Mas de não em não
Constróise,
Encarnecese...
Versos,
Tão escorregadios
Procuro segurálos...
Mas, amas a liberdade,
Mesmo que em dois por dois...
Porque poetizar,
Também é
Libertizar.
108