meu bairro zona oeste - novembro

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SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO JORNAL A CIDADE ZONA OESTE ZONA OES T MEU BAIRRO A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016 A CRECHE MODELO É NOSSA! PAIS, COMO A PRISCILA, MÃE DA MARIA CLARA, SE UNIRAM PARA MANTER VIVA A ESCOLA INFANTIL DA VILA VIRGÍNIA – TEM BINGO E ATÉ RIFA DE MOTO! MINHA HISTÓRIA MEU LUGAR MINHA BRONCA UM CURSINHO QUE FORMA ALUNOS E CIDADÃOS VERDE E FRUTAS NO JARDIM PAIVA MORADORES QUEREM PRAÇA NO PAULO GOMES ROMEO no MATHEUS URENHA / A CIDADE

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Page 1: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

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ZONA OESTEZONA OESTE

MEUBAIRROA CIDADE

SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

A CRECHEMODELOÉ NOSSA!PAIS, COMO A PRISCILA, MÃE DAMARIA CLARA, SE UNIRAM PARAMANTER VIVA A ESCOLA INFANTILDA VILA VIRGÍNIA – TEM BINGOE ATÉ RIFA DE MOTO!

MINHAHISTÓRIA

MEULUGAR

MINHABRONCA

UM CURSINHO QUE FORMAALUNOS E CIDADÃOS

VERDE E FRUTASNO JARDIM PAIVA

MORADORES QUEREM PRAÇANO PAULO GOMES ROMEO

noMATHEUS URENHA / A CIDADE

Page 2: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

2 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

Bons exemplos quevêm da zona Oeste

No caderno “A Cidade no Meu Bairro” a nossa principal motivaçãoé, antes de mais nada, apresentar bons exemplo. Uma parte dele mostraburacos, mato alto, falta de infraestrutura, sinônimos da impotência daadministração municipal em gerir o dia a dia da cidade.

Mas, acima de tudo, fazemos questão de destacar bons exemplos,provas que, afinal de contas, vale a pena apostar em Ribeirão Preto ape-sar de todos os problemas existentes.

Nesta edição, mostramos como pais de alunos de uma creche - quenão à toa se chama Modelo - se uniram para salvar essa escola do perigoda falta de recursos. Também mostramos como um grupo de universitáriosse juntou para oferecer um cursinho preparatório gratuito, que funcionadentro de uma escola estadual.

E, claro, tem receita, lugares especiais e pontos de encontro. Gostou?Então, boa leitura!

NOSSA OPINIÃO

tá bomRECAPEAMENTOAs obras de recapeamento fi-

nalmente chegaram à Vila Virgínia,a via escolhida para os trabalhosfoi a Abílio Sampaio. Moradores emotoristas agradecem.

tá ruim

SEM ASFALTONa avenida Governador Lucas

Nogueira Garcês, no Parque CidadeUniversitária, o asfalto segue emcondições precárias. Moradoresjá pediram ‘socorro’ e o problemacontinua ignorado pela prefeitura.

tá indoESGOTOO Departamento de Água e

Esgoto (Daerp) realiza na avenidaPatriarca uma obra de extensão derede de esgoto. O projeto prometemelhorar e muito a vida dos mora-dores da zona Oeste.

FOTOSF.L.PITON/ACIDADE

EDIÇÃOJosé Manuel Lourenço

REPORTAGEMJessica Ribeiro (colaboração)

EDITOR DE ARTEDaniel Torrieri

EDIÇÃO DE FOTOGRAFIAMariana Martins

TRATAMENTO DE IMAGENSFrancielly Flamarini

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOAntonio Carlos Coutinho Nogueira

José Bonifácio Coutinho Nogueira FilhoAndré Coutinho Nogueira

José Bonifácio Coutinho Nogueira NetoMarcos Frateschi

Fernando Corrêa da Silva

GERENTE DE PUBLICIDADEMarco Vallim

[email protected]

DEPARTAMENTO [email protected]

TELEFONE (16) 3977-2172

REDAÇÃORua Javari, 3099, Ipiranga

Fone (16) 3977-2175CEP 14060-640 - Ribeirão Preto (SP)

JORNAL DO GRUPO

A CIDADE DESDE 1905 MEUBAIRROA CIDADE no

DIRETOR DE JORNAISE MÍDIAS DIGITAIS

Josué Suzuki

EDITOR-CHEFEThiago Roque

ZONA OESTENESTA EDIÇÃO

ESPECIALPRÓXIMA EDIÇÃO

Page 3: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

3A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

Pais se unem parasalvar crechena Vila VirgíniaNa escola onde os filhos estudam há professorasqualificadas, área verde, parquinho, refeição dequalidade, colchão e lençóis limpos para a soneca dascrianças, psicóloga e assistente social para toda afamília. Foi o medo de perder tanto carinho e atençãoque fez com que pais da Escola de Educação InfantilCreche Modelo da Vila Virgínia se mobilizassem parasalvar a instituição. Acompanhe, na próxima página.

meuorgulho

fOPERAÇÃO RESGATE PARA TENTAR MANTER A QUALIDADE NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS, UM GRUPO DEPAIS USAM DA CRIATIVIDADE (E MUITO ESFORÇO) PARA EVITAR QUE A CRECHE MODELO DA VILA VIRGÍNIAFECHE AS PORTAS POR FALTA DE DINHEIRO

WEBER SIAN / A CIDADE

[email protected] / www.riberfestas.com.br

Av. Antonio e Helena Zerrenner, 555 - Ribeirão Preto - SPTelefone: 3633 1868 - 3633 3629

ARTIGOS PARA FESTASEMBALAGENS E DESCARTÁVEIS

Linha completa para festas:Doces, Chocolates, Artigos para cestas

MELHOR PREÇO DA REGIÃOATENDIMENTO PERSONALIZADO

FÁCIL ESTACIONAMENTO

CURSOS

VARIADOS

ATACADO

E VAREJO

Page 4: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

4 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

Bingos, pedágios eaté rifa de moto...Vale tudo para tirara escola do vermelhoOs gastos mensais com a creche são de cercade R$ 100 mil, mas a prefeitura só dá a metade

A pequena Maria Clara RoccoAguiar, de 4 anos, chegou esse anoà Creche Modelo de Vila Virgínia.Aescola foi escolhida a dedo pela mãe,Priscila Danielle Rocco dos Reis, nãosó pela qualidade no atendimento,mas também por oferecer educaçãoem período integral para criançasda idade da menina. “Já conheciaa Modelo, porque duas sobrinhasestudaram lá. Ela é famosa no bairroe sempre atendeu as crianças dosbairros próximos”, conta a promotorade vendas, de 33 anos.

A mãe de Maria tem razão. Já são57 anos recebendo crianças da regiãoda Vila Virgínia, de segunda a sexta.Mas hoje, para manter a creche fun-cionando são necessários mais de R$100 mil mensais, mas a prefeitura sódisponibiliza a metade.A outra partenormalmente vem de parceiros, masas coisas pioraram nos últimos meses.“A presidente Mara fez uma reu-nião conosco. Explicou que a crechepassava por dificuldades financeirase que talvez houvesse a possibilidadede fechar”, explica Priscila.

Apavorados, pais e mães seorganizaram ali mesmo e formaram

um grupo em defesa da instituição, o“SOS Creche Modelo”.A intenção erapromover ações que arrecadassemfundos para a escola. “Fizemos pedá-gios para pedir dinheiro, montamosrifas de cestas e de uma moto e atéum bingo”.

Perder a creche não é uma opçãopara muitas das mães, que depen-dem de alguém para cuidar dosfilhos. “Nós precisamos da creche emfuncionamento para sair para traba-lhar com tranquilidade, sabendo quenossos filhos estão em segurança”.Entrar numa nova lista de espera poruma vaga também não é o desejo dospais. “Lá nossas crianças são cuida-das e ensinadas. Não é só uma babácuidando, vai muito além disso”.

Em nome da Modelo, Priscilapede que a nova administração cuidemelhor da instituição. “Nós, mães,esperamos que o novo prefeito tomenovas atitudes e olhe com maiscarinho para a creche. Muitas mãesaqui são extremamente carentes,não teriam condições de deixar osfilhos em outros lugares, e precisamtrabalhar. Ela é muito importante paranós”, finaliza.

fDIVERSÃO E APRENDIZADO CRIANÇAS SE DIVERTEM, EM UM DIA DE AULAS NA CRECHE MODELO

meuorgulho

ANÁLISE

O problema em números“Assumi a presidência da

Liga das Senhoras Católicas háseis anos e, desde então, pre-cisamos realizar algumas ade-quações exigidas pela secretariada Educação. Essas mudançasaumentaram também nossosgastos, mas nunca deixamoscair a qualidade do nosso aten-dimento.

Hoje nós temos aqui, emcustos totais, uma despesamensal de R$ 106 mil. Tra-balhamos em convênio coma prefeitura. Na realidade, ela“compra” nosso trabalho, por-que a administração tem umdéficit muito grande de vagasna educação infantil, entãofazemos o trabalho que ela nãoconsegue fazer. Nossa despesamensal por criança é de R$500, só que a prefeitura pagasomente R$ 280. Fica difíciltrabalhar porque os outros R$50 mil nós precisamos correratrás, buscar padrinhos paranos ajudar com essa verba.

Nós já temos ajuda dealguns parceiros, para comida.Por exemplo, temos alguns

que doam carne, leite, o Bancode Alimentos do municípiotambém nos abastece e umsupermercado nos doa frutas,verduras, legumes. Para arre-cadar material de limpeza, ospais fizeram uma campanha enós estamos bem, pelo menosaté o final do ano.

O que mais pesa no nossoorçamento é a folha de paga-mento e os encargos comoINSS, Fundo de Garantia eImposto de Renda. Temos umnúmero grande funcionáriose essa despesa fica cada vezmaior. É complicado porque,se você corta funcionários, pre-cisa cortar crianças, mas essa éa última coisa que queremos.Hoje atendemos a cerca de 240crianças e temos uma fila deespera com outras 350. Nós,as funcionárias e as professorascorremos atrás, elas são muitocomprometidas. Mas estamosfazendo no almoço para comerna janta”.

Mara Pereira AlvimPresidente da Liga, mantenedora da Creche Modelo

WEBER SIAN / A CIDADE

PEDIDOOS PAIS DEALUNOS DA MODELO PEDEM QUEA NOVA

EQUIPE DE GOVERNO DE RIBEIRÃO PRETO POSSAAPRESENTAR

SOLUÇÕES PARAA ESCOLA INFANTIL DAVILAVIRGÍNIA/ACidadeONNo portal ACidadeOn você podeassistir a um vídeo com maisdetalhes sobre a história da creche

Page 5: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

5A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

Page 6: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

6 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

NÓS CRESCEMOSENSINO,EU

fALUNOS E PROFESSORES DO CURSINHO PREPARATÓRIO CRIADO EM UMA ESCOLA DO PAIVA II. ANA

ESTÁ À ESQUERDA E CAROL,AO LADO.ATRÁS, GABRIEL PEREIRA, UM DOS CRIADORES DO CURSINHO

TU APRENDES,IDEIA

SUGGGIU DEALLLUNOSDDDA USP

Ana esconde o sorriso e parecia viver o pior de seus pesadelosao dar entrevista – mesmo estando acostumada aos palcos do tea-tro. Carol distribui sorrisos em cada final de frase e segurava firme amão da amiga nervosa.Além da amizade, o que têm em comum é odesejo de cuidar do próximo no futuro: uma quer ser pedagoga e aoutra médica.

Apesar de morarem no mesmo bairro – Jardim Paiva – asmeninas não se conheciam. O que as uniu foi o cursinho popularpreparatório para o vestibular, oferecido aos finais de semana na Es-cola Estadual Jardim Paiva II.As aulas são dadas gratuitamente poralunos da Universidade de São Paulo (USP), que além das disciplinasregulares (português, matemática, história e biologia), também ofe-recem atividades extras como o plantio de árvores e aulas de teatro.

Aos 18 anos, ambas concluíram o ensino médio no anopassado e já tiveram suas primeiras experiências com o vestibular.“Eu estava muito despreparada, porque nunca tinha feito o Enem(Exame Nacional do Ensino Médio)”, conta Ana Cláudia Souza.

Já Carla Caroline Lopes de Moura, a Carol, foi mais tranquilafazer a prova e saiu dela surpresa. “Fui pensando que era fácil, masengano meu. Percebi o quanto a preparação faz falta e voltei comuma ideia diferente”, revela a jovem.

Oficialmente as aulas no Cursinho começaram somente em2016, mas desde o ano anterior professores já ‘recrutavam’ alunosna própria escola.Aluna do Paiva II,Ana foi um deles. “Passaramnas classes divulgando e pegando os nomes de quem gostaria departicipar. Coloquei o meu na lista e desde então nunca mais saí”.

Um dos idealizadores do cursinho é Gabriel Pereira, estudantede Medicina, de 23 anos. Ele conta que a ideia surgiu em 2014,mas só no final de 2015 é que se encontrou uma instituição queabraçasse a proposta. “Fizemos uma parceria com a escola paraesse projeto, que visa promover o acesso ao vestibular e ao mesmotempo formar o aspecto humano dos alunos”.

Também professor, ele explica que o programa foi pensado parair além da sala de aula e formar também o aluno como cidadão.“Buscamos oferecer atividades culturais, trouxemos o pessoal doSarau Preto para fazer alguns sarais aqui, fizemos oficina de teatro,trabalhos de educação ambiental. Tudo é parte da proposta”.

Uma das “mães” do projeto é a vice-diretora do Programa Es-cola da Família na instituição, Lucimara Zeotti. “Já era uma vontadeantiga da direção da escola tirar do papel algo assim para nossosalunos, e quando surgiu a oportunidade agarramos e fizemos detudo para que acontecesse”, explica.

minhahistóriaUm cursinho deaulas gratuitasque forma alunose cidadãosExperiência é realizada desde 2015em uma escola do Jardim Paiva

MATHEUS URENHA / A CIDADE

Page 7: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

7A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

minhahistóriaEscola do Estado ajuda comalimentação gratuita aos alunos

Além da estrutura física, a Escola Es-tadual Jardim Paiva II também colaboraoferecendo uma refeição aos alunos eprofessores, já que as aulas acontecemdurante todo o dia.

“Nós sabemos que alguns vêm delonge e não teriam condições de arcarcom a despesa de um almoço. Fazemoso possível para que nossos estudantes sesintam motivados e continuem a buscarum futuro melhor”, afirma LucimaraZeotti

Da lista de vestibulares, o primeirodesafio das meninas é o Enem, queacontece entre hoje (5) e amanhã (6).

Confiantes, elas já não sofrem por faltade preparação. “O cursinho nos prepa-rou bem, tanto em questão de estudo,como para entender como funciona aprova. Hoje entendo que é muito maisinterpretação do que só saber um conte-údo específico ou outro”, esclarece Ana.

VOOS MAIS ALTOSAtualmente, as aulas acontecem

somente aos sábados e domingos, masa intenção é que o projeto ganhe novasproporções. “Queremos passar a contartambém com o período da tarde durante

a semana, dando aulas e aumentandoessas atividades culturais e de formaçãoextracurricular”, explica Gabriel.

No cursinho do Paiva II, a maisvaliosa lição aprendida não tem nada aver com números ou regras gramaticais,mas sobre esperança e a chance de umfuturo diferente.

“Cada professor aqui nos ajudou deuma forma. A oportunidade de fazer umcursinho e de poder nos preparar paraesse momento tão importante da vidaajudou a ampliar nossos horizontes eenxergar quão longe a gente pode ir”,finaliza Carol.

QUE TALCONHECER O

PROJETO?AS AULAS NO CURSINHO

POPULAR DO PAIVA II SÃO

ABERTAS À COMUNIDADE E

ACONTECEM AOS SÁBADOS

E DOMINGOS,A PARTIR DAS

08H30. PARA CONHECER O

TRABALHO É SÓ DAR UMA

PASSADINHA POR LÁ NESSES

DIAS, OU BUSCAR MAIS

INFORMAÇÕES PELO DO

TELEFONE (16) 3630-3285.

/ACidadeONAssista no portal ACidadeOn aum vídeo sobre a experiência docursinho preparatório

Page 8: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

8 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

DE VIDASE CHAMAISSO

fANDRÉ DE MELO AO LADO DE UMA DAS MUITAS ÁRVORES FRUTÍFERAS PLANTADAS PELO PAI,

FRANCISCO, EM UMA ÁREA EM FRENTE ÀS SUAS CASAS. LOCAL TEM ATÉ REDE PARA DESCANSAR

QUALIDADEQUER

FRUUUTA? ÉSÓ PPPEGAR

NNNO PÉ!

“Minha família e eu nos mudamos para o Paiva há cerca de trêsanos. Ganhamos a casa e viemos. Nós morávamos no Jardim Aero-porto, numa comunidade que precisou ser desativada para os planosde ampliação do Leite Lopes.

A história é engraçada. Quando eles passaram por lá fazendo ocadastro das famílias e loteando os terrenos, eu e minha esposa nãoestávamos em casa. Por causa disso, não conseguimos nos registrar.Eu não ganhei, mas acabei vindo também porque meu pai, FranciscoPereira de Melo, 72 anos, decidiu dividir o terreno dele comigo.Assim,hoje como antes, continuamos vizinhos.

Quando chegamos, a prefeitura avisou que o terreno vagopróximo à nossa casa seria mantido como área verde para o bairro,e pediu que nós, como moradores, ajudássemos a preservá-la. Era oque meu pai queria ouvir! Ficou decidido que cada morador cuidariada área localizada em frente ao seu terreno e ele ficou todo animado.

Na parte que nos coube, decidimos plantar árvores frutíferas.Então, aqui temos manga, seriguela, limão, banana e todos os dias,religiosamente, meu pai levanta cedo para cuidar do terreno. É umacoisa que já faz parte da rotina dele.

Nós construímos até um banquinho e, no final da tarde, todafamília se reúne, minha mãe arma a rede para deitar e ficamos por lá.Os vizinhos vêm e nós ficamos conversando, aproveitando a sombrae o espaço fresquinho.Virou um verdadeiro ponto de encontro paraos moradores da rua.

Esse amor pela natureza e cuidado com as plantas já é umcostume de meu pai. Quando morávamos no Aeroporto ele tinhauma área em que plantou árvores e cuidava diariamente.Assim comoaqui, era um lugar para todos, que ele cuidou ao longo dos anos emque moramos ali.

Um dos momentos mais tristes da vida dele foi quando as má-quinas passaram por cima e destruíram o que ele cultivava com tantocarinho. Nós estávamos lá e assistimos tudo, sei que ele sofreu muito.

Apesar de a prefeitura ter dito que o espaço está destinado aser uma área verde, ele fica temeroso de um dia decidirem construiralgo ali. Não sei se ele aguentaria ver novamente algo que ele fezcom tanto amor destruído. Mesmo que seja somente uma praça, essaideia na verdade deixa ele assustado, porque ele tem medo de queisso possa atrair “tranqueiras” para a nossa vizinhança que é tãotranquila.”

ANDRÉ DE MELO37 ANOS, MORADOR DO JARDIM PAIVA

O cantinho doparaíso de Andréno Jardim PaivaComunidade mantém áreas verdesque viram espaços de convívio

meulugar

QUE TAL ‘VERDEJAR’ O SEU CANTINHO?Tem uma área verde próximo a sua casa e quer fazer o mesmo? O HortoMunicipal Florestal (Parque Ecológico Ângelo Rinaldi) distribui gratuita-mente mudas de árvores. Para garantir a sua é só ir até lá com o documentode identidade, é possível retirar até três mudas – para uma quantidademaior é preciso fazer um requerimento na Secretaria do Meio Ambiente.

SERVIÇOHorto Municipal Florestal – Parque Ecológico Ângelo RinaldiAv. Manoel Antônio Dias, s/nº, no Jardim MarchesiHorário de funcionamento: segunda-feira a sexta-feira, das 7hàs 10h30 e das 13h às 16h30Telefone: (16) 3919-5099

F.L.PITON / A CIDADE

Page 9: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

9A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

zonanorte COMIDASCULTURACURTIÇÃO

VOCÊ SABEQUEM FOIZERRENNER?

A avenida Antonio e HelenaZerrenner é fprtementemarcada pelo comércio elocais de entretenimento.

UNIVET - HOSPITALVETERINÁRIO

Com 25 anos de trabalho, o Uni-vet é um dos primeiros hospitais

veterinários de Ribeirão, comatendimento 24h.

ESPAÇO SANTO ANTÔNIOA avenida também é famosa pelosinúmeros salões para eventos. Um delesé o Espaço Santo Antônio, que recebetodos os meses casamentos, aniversá-rios, palestras e shows.

O alemão naturalizadobrasileiro João Carlos AntonioZerrenner foi um dos principaisacionistas e fundadores daCompanhia Antactica Pau-lista (1891), em São Paulo.Vinte anos depois, era abertaa primeira filial, em RibeirãoPreto, na avenida JerônimoGonçalves.

‘OS CAIPIRA’ COUNTRY BARPor lá, a gastronomia e lazer também são

pontos fortes.A avenida abriga restaurantes,lanchonetes e bares com cardápios variados.

Até quadra de esportes existe ali.

AVENIDA

ANTÔNIO EHELENA

ZERRENNER

FOTO

SF.

L.PI

TON

/A

CIDA

DE

Av. Luiz Galvão Cézar

Av.Saudade

Av. do Café

Av. CelsoCharuri

Av. JoãoFiúsa

Page 10: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

10 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

Sempre bem-humorado, Otávio foi opresente de aniversário da bisavó

Dez meses atrás Beatriz Malaguttifoi abençoada com o maior presente desua vida, o sorridente Otávio. Melhordo que a descoberta, foi o momento dedividir com a família a vinda do menino.“Me lembro como se fosse hoje, era odia 5 de maio de 2015, dia do aniversá-rio da minha avó”, conta Beatriz. Mo-rando em Catalão, no estado de Goiás,o jeito foi dar a notícia de um jeito nadaconvencional. “Estavam todos reunidosna casa da minha mãe. Então fizemosuma chamada via Skype e contei”.

Beatriz ainda morou por ‘longe’mais dois meses e, em agosto do anopassado, voltou para a casa da família,no Parque Ribeirão Preto. “Voltei paraficar próxima a minha mãe, queria viveresse momento com ela”.

Otávio nasceu em 31 de dezembro.

Programado para dia 30, resolveu brin-car com a ansiedade da mãe. “A bolsarompeu as 6h45, quando havia acaba-do de levantar. Estava tranquila, entãotomei banho e ainda fui tomar café damanhã”, conta.

Jovem, a mamãe de primeiraviagem sabia que o início não seriafácil, mas durante todo o caminho teveo melhor apoio possível. “Minha mãeesteve do meu lado sempre. Quando elenasceu tudo mudou, eu não sabia comoa vida ia ser e ela ficou durante todo oprimeiro mês em casa comigo”. Hojeo pequeno já não é mais tão pequeno,está praticamente independente. “Osdentinhos estão nascendo, ele já estácomeçando a tentar os primeiros passi-nhos. É muito bom poder acompanharessa evolução”.

vida nova

Seu Colombo tem o nome gravadona história dos jornais da região

Linotipo é uma máquina que fundecaracteres tipográficos em blocos,possui um teclado e foi utilizada para aimpressão de jornais, livros e panfletos.José Sebastião da Luz Filho, o Colombo,tinha 82 anos e morreu em agosto desteano, sendo um dos mais conhecidos (eimportantes) linotipistas da região deRibeirão Preto.

Nascido em São José do Rio Preto(SP), em 1934, ele ficou órfão aos 10 anose foi morar com tios em Guaxupé (MG).A história da máquina e do homem seencontrou quando ainda menino, aos 14anos, arrumou emprego numa gráfica.“Pouco depois meu pai passou a trabalharem jornais. Ele contava que no início nãomexia nas linotipos, mas prestava atençãoaos que o faziam”, explica Sílvia RissatoLuz Domingos da Silva, de 53 anos, filha de

Colombo. “Logo começou a se envolver equando viu, já era linotipista”.

O nome pelo qual ficaria conhecido,“Colombo”, veio dos amigos, que oachavam parecido com José Colombo,ídolo corintiano da década de 50.

Antes de se firmar com a família naVila Tibério, andou por Mococa, Campinase finalmente sossegou em Ribeirão Preto.Como linotipista trabalhou em grandesveículos e chegou a ser convidado amontar um jornal na cidade de Barretos.

“Era ele quem as pessoas procuravamquando acontecia alguma coisa com aslinotipos, meu pai sempre trabalhou 24horas por dia. Me lembro de muitas vezesvirem buscar ele de madrugada, porqueo jornal precisava sair, a máquina nãofuncionava e só ele dava jeito”, contaSílvia.

memóriaARQUIVO PESSOAL

F.L.PITON / A CIDADE

Page 11: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

11A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

zoomzonaoesteCENAS URBANAS

Nas suas andanças pela cidade, o fotógrafo FL Pitonregistrou algumas cenas interessantes da zona Oeste.Algumas delas estão abaixo.

panorâmicaNas alturas e com vista para a USP, um trabalhador repara

antenas de televisão no teto de um edifício.

garupaTranquilidade é isso. Na garupa improvisada, uma

criança aproveita a viagem para apreciar a paisagem naavenida Antonio e Helena Zerenner.

FOTOS F.L.PITON / A CIDADE

Page 12: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

12 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

minhabroncaHá seis anos, moradores esperampraça no Paulo Gomes RomeoMoradores reclamam da existência de áreas públicas desocupadas - com manutenção feita de vezem quando pela prefeitura - e que poderiam ser transformadas em praças e outros locais de lazer

Cadê a praça que deveria estaraqui? Essa é a pergunta que o moto-rista Daniel Leandro Pereira Cardozo,de 37 ano e todos os moradores doJardim Paulo Gomes Romeo I fazemdiariamente.

Morando há seis anos no bairro,Cardozo é um dos muitos que percebea falta de atenção com o bairro,principalmente a ausência de umapraça, por causa da filha Júlia, de 1ano. “Comprei um carrinho de passeiopara ela e não temos onde ir no bairro.No máximo, damos uma volta noquarteirão”, conta. O morador explicaque, nas proximidades de sua residên-cia, são ao menos três áreas vagas,onde poderiam ser instaladas praças ouserviços públicos. “Eu moro na primeiraetapa do bairro, de 2010. Desde entãoa segunda já foi entregue”.

Daniel não se importa de ter debuscar atendimento médico em outrobairro e nem com o fato de o bairronão possuir uma escola própria. Mas,a falta de áreas de lazer é realmenteincômoda. “As pessoas preferem ir atéa USP para caminhar, do que correrrisco nessas áreas sem estrutura esegurança”.

Esses terrenos são públicos edeveriam ser limpos pela administraçãomunicipal, mas acabam esquecidos. “Aprefeitura aparece vez ou outra paralimpar, mas não dura muito. De vezem quando o mato está muito alto,alguém coloca fogo e o bairro fica todoenfumaçado”.

O desejo geral é que essas áre-as sejam transformadas em praçasou espaços que, de alguma forma,beneficiem a população. “Não custatanto plantar algumas árvores, colocaruma calçada, bancos e quem sabe umaacademia ao ar livre”, finaliza.

fDANIEL CARDOZO COM A FILHA DE 1 ANO, EM UM TERRENO QUE PODERIA SER UMA PRAÇA

“Moro há seis anos aqui e essasáreas sempre foram abandonadas. Éum milagre que a grama esteja baixa,porque teve época em que ultrapas-sava um metro de altura. Tem muitacriança no bairro e acho que o idealseria construir uma praça ou umaquadra de esportes para que elastivessem um local para brincar”.JOÃO BENATI28 anos, mecânico de ar condicionado

“Acredito que nesses terrenos de-veria ser construída alguma coisa embenefício da população. Hoje essasáreas estão esquecidas, com matoalto, acumulando sujeira e até águaparada. Isso coloca os moradores emrisco, ficamos a mercê da dengue,zika e até chikungunya”.HELENA RODRIGUES64 anos, dona de casa

LOCAL É ÓTIMO PARA CONVÍVIO COM A NATUREZA. ALI, O MATO COSTUMA PASSAR DE UM METRO DE ALTURAM

ILEN

AAU

REA

/A

CIDA

DE

WEBER SIAN / A CIDADEWEBER SIAN / A CIDADE

PROMESSAANTIGA Moradores dizem que é preferível ir até à USP em busca de

lazer ou prática de exercícios, do que correr riscos nessas áreas

públicas desocupadas e - em alguns casos - bastante perigosas.

LAZER E DESCANSO? NEM PENSAR!

Na segunda-feira, dia 31, às15h52, o jornal enviou um pedido deinformações à Prefeitura de RibeirãoPreto, a respeito das reclamações dosmoradores pela ausência de praçase áreas de lazer no Jardim Paulo Go-mes Romeo. Até o fechamento destaedição, às 23h de quinta-feira (2), aadministração municipal não haviaenviado a resposta.

Prefeitura nãorespondeu a pedidode informações

OUTRO LADO

Page 13: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

13A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

Na marginal da avenida Bandeirantes,

acesso ao Jardim Recreio, pequenos buracos no

asfalto incomodam os motoristas. Mas não são

nada comparados à imensa valeta que se abriu

na lateral da via, colocando em risco veículos e

pedestres.

Na altura do número 500, a avenida Virgílio

Soeira tem calçada apenas em um dos lados da

via. Do outro, um terreno vago, com uma estrada

de terra e estacionamento improvisado não

permitem a passagem de pedestres.No início da avenida Virgílio Soeira, uma

sequência de buracos incomoda, sobretudo

os motoristas do transporte coletivo, já que o

problema fica ao lado de um ponto e os impede

de estacionar.

Buracos em profusão

Marginal perigosaEsqueceram da calçada

FALTA RESOLVER

FALTA RESOLVERFALTA RESOLVER

minhabroncaWEBER SIAN / A CIDADE

MILENA AUREA / A CIDADE

MILENA AUREA / A CIDADE

WEBER SIAN / A CIDADE WEBER SIAN / A CIDADE

Depois de anos pedindo,

finalmente a avenida Monteiro

Lobato – uma das principais da

Vila VItgínia – foi recapeada e

agora parece um “tapete”.

No Parque Ribeirão Preto,

especialmente na esquina das

ruas Waldomiro Machado e Abel

Conceição, impressiona a quantidade

de buracos existentes na via.

Avenida Monteiro

Lobato recapeada Buraqueira sem fim no

Parque Ribeirão Preto

RESOLVIDO FALTA RESOLVER

Page 14: Meu Bairro Zona Oeste - Novembro

14 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

minhareceita DE BOLOS ‘DO TAMANHODE UMA PORTA’ AMARAVILHAS NO POTEObras de arte culinárias de Maria Cacilda Pimentaseguem vivas nos trabalhos da filha Susana e doneto Renan

Na Vila Virgínia, não existe uma pes-soa que não tenha ouvido falar da famíliaPimenta. No bairro, o patriarca,Antônio, éconhecido pelo trabalho impecável no ramode pintura. Já a matriarca, Maria Cacilda,conquistou os vizinhos por sua generosidade,carinho com a família e, há algumas décadas,por ser a boleira oficial daquela região.

Dona Cacilda chegou a Ribeirão Pretoaos 21 anos. Casada, ela sentiu que precisa-va ajudar o marido com o orçamento e assimcomeçou a história da família com os doces.“Minha avó veio de Altinópolis (SP) e lá tudovira doce. De frutas a raiz de plantas, tudotem uma chance”, diverte-se Renan dosSantos Pimenta, um dos netos.

Ela fez seu nome, e logo suas receitaseram pré-requisitos nas festas do bairro. Osanos se passaram, a família aumentou e,dentre os filhos de Antônio e Cacilda, Susanafoi quem herdou o dom dos doces e deucontinuidade ao sucesso da mãe. “Crescivendo elas trocando receitas, cozinhando efazendo as melhores coisas na cozinha”.

Hoje, aos vinte e poucos anos e apesarde quase formado em Odontologia, dentreos netos Renan foi quem seguiu os passosda avó. O estudante é conhecido entre osamigos pelo “bolo de pote” feito e entreguecom capricho. “Eu sempre gostei de fazerdoces. Um dia fui num lugar, provei o talbolo que vinha no potinho, gostei e resolvitentar”. Renan comprou os ingredientes etestou uma receita da avó. Deu tão certo queele acabou postando o resultado numa redesocial e daí em diante, nunca viu sua páginatão movimentada.

fRENAN COM ALGUMASDAS SOBREMESAS QUE

VÊM FAZENDO SUCESSO,COMO O BOLO DE POTINHO

E O DE TAMANHO GG

5 PORÇÕES

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BOLO DE POTEDE LEITE EM PÓCOM MORANGOS

INGREDIENTESMassa2 xícaras de farinha de trigo2 xícaras de açúcar refinado3 ovos1 colher de fermento químico1 copo de leite fervendo.Recheio1 lata de leite condensado1 caixa de creme de leite bemgelado200g de manteiga sem sal12 colheres de sopa cheias deleite em pó

MODO DE PREPAROPara a massa, bater no

liquidificador os ovos com oaçúcar. Em um refratário colocara farinha e o fermento químicoe misturar com uma espátula.Colocar os ovos batidos com oaçúcar no refratário e mexer bem.Colocar o copo de leite fervendoe mexer até obter uma massahomogênea.Assar.

Já para o recheio, misturarnuma batedeira a manteiga eo leite condensado. Bater e aospoucos e colocar o leite pó. De-pois de bem misturado colocar ocreme de leite gelado e misturarcom uma espátula.

Para montar o bolo de pote,corte círculos na massa já assadae em temperatura ambiente, depreferência usando um cortadorcom a mesma medida do pote.Coloque no pote com camadasalternadas de bolo e de recheio,terminando com o recheio. Obs:Os morangos devem ser higie-nizados e picados colocando-osentre as camadas de recheio.

FOTO

SF.

L.PI

TON

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CIDA

DE

[email protected] | Bar do Nei

Rua Conde de Irajá, 235 - Ribeirão Preto/Sp

16 3610-5891 | 3632-9280

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15A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016

pontodeencontroUM LUGAR ESPECIALLocalizada na avenida MonteiroLobato, a “Pracinha da Ceterp”é um ponto de encontro para osmoradores do Jardim Piratininga etambém do Centenário. Por lá, alémda sombra fornecida pelas inúmerasárvores, você encontra a perua dagarapa, o carrinho de lanches e até omoço que vende toalhas.

FOTOS MILENA AUREA / A CIDADE

Elder CorsiJosiane, Telma e Evaldo

João Fernandes Josué Mariano Erivaldo Santos

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16 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016