métodos alternativos de resolução de conflitos sob a ótica do direito contemporâneo

Upload: larissa-mayer

Post on 16-Jul-2015

597 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE DIREITO

Larissa Affonso Mayer

MTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUO DE CONFLITOS SOB A TICA DO DIREITO CONTEMPORNEO

Juiz de Fora 2011

2

Larissa Affonso Mayer

MTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUO DE CONFLITOS SOB A TICA DO DIREITO CONTEMPORNEO

Monografia de concluso de curso, apresentada Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito obteno do ttulo de bacharel em Direito, sob a orientao do Professor BRUNO STIGERT, na rea de concentrao em Direito Constitucional.

Juiz de Fora 2011

3

Larissa Affonso Mayer

MTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUO DE CONFLITOS SOB A TICA DO DIREITO CONTEMPORNEO

Monografia de concluso de curso, apresentada Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito obteno do ttulo de bacharel em Direito, sob a orientao do Professor BRUNO STIGERT, na rea de concentrao em Direito Constitucional.Aprovado em __/__/__

____________________________________________ Prof. Bruno Stigert (orientador)

____________________________________________ Prof. Abdalla Daniel Curi

____________________________________________ Prof. Joo Batista Barbosa Jnior

Juiz de Fora 2011

4

RESUMO

O atual momento pelo qual passa o Poder Judicirio brasileiro, evidenciado pelos diversos fruns, seminrios, simpsios, programas de incentivo conciliao etc., h muito demonstra o esgotamento pelo qual passa nosso sistema jurisdicional, revelando-nos a insuficincia, ineficcia e, por vezes, a insatisfao gerada pela atuao jurisdicional do magistrado, como modelo tradicionalmente adotado para a resoluo de conflitos em uma sociedade. com vistas nesse cenrio que a proposta deste trabalho se ancora no estudo detalhado dos Mtodos Alternativos de Resoluo de Conflitos ou MARCs, como modelos aliados ao Poder Pblico, especialmente o Judicirio, e aptos a ampliar o acesso justia, de forma mais humana, equnime, legtima, e capazes de produzir desfechos idneos a gerar efetiva satisfao para todas as partes em um litgio, concluindo-se, destarte, que os MARC`s so, teleologicamente, expresso do acesso justia enquanto direito fundamental previsto na Constituio Federal e, portanto, merecedores de aprimoramento em homenagem ao princpio da mxima efetividade dos direitos fundamentais.

PALAVRAS-CHAVE: Acesso Justia. Mtodos Alternativos de Resoluo de Conflitos. Neoconstitucionalismo. Efetividade do Processo.

5

ABSTRACT

The actual moment that brazilian Judiciary passes, as evidenced by the various forums, seminars, symposia, encouragement reconciliation programs etc., a long time demonstrates exhaustion that our court system is revealing to us, about the inadequacy, inefficiency, and sometimes the dissatisfaction generated by the magistrates court action, traditionally adopted as a model for resolving conflicts in a society. Observing this circumstances, that the proposal of this work is anchored in the detailed study of the Alternative Dispute Resolution or ADR, like a allied model with the Government, especially the Judiciary, and able to expand the access to justice, more human, equitable, legitimate, and capable to produce effective results, suitable to generate satisfaction for all parties to a dispute, concluding, preliminarily that the ADR are, teleologically, the expression of the access to justice, as a

fundamental right enshrined in the Federal Constitution and, therefore, worthy of improvement in homage to the principle of maximum effectiveness of fundamental rights.

KEY

WORDS:

Access

to

Justice.

Alternative

Dispute

Resolution.

Neoconstitutionality. Effectiveness of the Process.

6

SUMRIO INTRODUO...........................................................................................................07 1)ASPECTOS HISTRICOS, FILOSFICOS E SOCIOLGICOS..........................08 1.1) CONSTITUCIONALISMO................................................................................08

1.2) O NEOCONSTITUCIONALISMO NO BRASIL....................................................09 1.3) UMA PARADA PARA REFLETIR O PAPEL DO JUDICIRIO: EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004......................................................................................12 2) O ACESSO JUSTIA COMO FUNDAMENTO DOS MTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUO DE CONFLITOS..............................................16 2.1)A CULTURA DO JEITO NO DIREITO BRASILEIRO:.......................................16 2.2) ACESSO JUSTIA COMO DIREITO FUNDAMENTAL..................................18 2.3) DELIMITAO DO OBJETO: O QUE SO OS MTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUO DE CONFLITOS.................................................................................18 3) CONFLITO APARENTE ENTRE OS MTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUO DE CONFLITOS E O PRINCPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIO.............................................................................................................21 4) EQUIVALENTES JURISDICIONAIS.....................................................................24 4.1) AUTOTUTELA....................................................................................................25 4.2) AUTOCOMPOSIO.........................................................................................25 4.2.1) Negociao......................................................................................................26 4.2.2) Mediao .........................................................................................................27 4.2.3) Conciliao ......................................................................................................29 4.3) ARBITRAGEM ....................................................................................................31 5) POSSVEIS SOLUES E PERSPECTIVAS.......................................................33 CONCLUSO............................................................................................................40 REFERNCIAS..........................................................................................................41 ANEXO I ....................................................................................................................45

7

INTRODUO

A problemtica da eficincia dos institutos jurdicos tradicionais diante da grande demanda jurisdicional passou a ser um relevante obstculo para a efetividade do direito material no ordenamento jurdico brasileiro. Diante desse quadro, foram realizadas reformas que visavam simplificar a complexa sistemtica processual do Judicirio, bem como ampliar a capacidade de outros agentes para a resoluo de conflitos. As reformas legislativas substanciais, como a Emenda Constitucional 45 de 2004, so reflexos desta mudana, pois elevaram o acesso justia e celeridade processual como garantias fundamentais do ordenamento jurdico brasileiro. A criao dos Juizados Especiais pela Lei 9.099/95, o estmulo da conciliao nos tribunais, o fortalecimento dos ProCons entre outros, se tornaram meios de grande relevncia para soluo de litgios das mais diferentes ordens, eis que figuram como verdadeiros instrumentos para a efetividade de direitos. Entretanto, conforme se infere da cultura jurdica ptria, a perpetuao desses mtodos alternativos de resoluo de conflitos pode restar comprometida em razo da deficincia na organizao, sistematizao e incentivo, por parte dos poderes institudos, no desenvolvimento daqueles modelos ou, ainda, pela ausncia de condies processuais capazes de garantir a sua concretude. O status de direito fundamental do acesso justia remete discusso acerca da mxima efetividade dos Mtodos Alternativos de Resoluo de Conflitos, no que tange sua eficcia processual no ordenamento jurdico ptrio. Para isso, faz-se necessrio o fomento a algumas reformas processuais com o intutito de fortalecer estes meios alternativos, otimizar as polticas pblicas at ento existentes, bem como racionalizar a utilizao dessas vias, com intuito de dirimir os litgios de forma mais humana e eficaz. Pretende-se, portanto, demonstrar que os Mtodos Alternativos de Resoluo de Conflitos so garantias constitucionais, na medida que o acesso justia um direito fundamental consagrado em nossa Carta Maior, devendo ser aplicados a sua mxima efetividade no plano ftico.

8

1) ASPECTOS HISTRICOS, FILOSFICOS E SOCIOLGICOS

Antes de proceder anlise propriamente dita dos Mtodos Alternativos de Resoluo Conflitos no cenrio brasileiro, faz-se necessrio o estudo de alguns aspectos histricos, filosficos e sociolgicos no contexto mundial. Destarte, para melhor situar a problemtica do presente trabalho, de suma importncia realizar uma digresso acerca do desenvolvimento do Constitucionalismo e a sua influncia na mudana de paradigmas institudos pela Constituio Federal de 1988. Ademais, sero abordados, os aspectos atinentes cultura jurdica brasileira a fim de se compreender e criticar o fenmeno da exploso dos movimentos alternativos na sociedade contempornea.

1.1)

CONSTITUCIONALISMO A trajetria evolutiva do Constitucionalismo1 teve seu incio simblico em

Atenas durante os sculos V e VI a.c., prosseguindo na Repblica Romana em 529 a.C. e vindo a desaparecer por mais de mil anos at o final da Idade Mdia. O seu ressurgimento ocorreu com o advento do Estado Absolutista no comeo do sculo XVI, momento em que as teorias de Jean Bodin e Hobbes difundiram a idia de soberania e centralizao do poder na figura do monarca. Sob a influncia de pensadores como Jacques Rousseau e John Locke, eclodiram durante os sculos XVII e XVIII, as Revolues Inglesa (1688), Americana (1776) e Francesa (1789), dando incio ao Estado Liberal baseado na soberania popular e destaque para o Poder Legislativo.2 O perodo Moderno foi marcado, ainda, pela consolidao do Estado de Direito ao longo do sculo XIX, sobretudo com o predomnio da Razo e Cincia jurdica defendida pelo ideal positivista de Hans Kelsen. A aplicao deste sistema puro e idealizado, objetiva a segurana jurdica pautada na aplicao de um direito completo e auto-suficiente. Na dogmtica jurdica no h espao para o papel criativo do juiz ou da filosofia, pois o direito est resumido lei e organizado sob um sistema piramidal, em que a Constituio ocupa o lugar mais importante do1

Para Lus Roberto Barroso Constitucionalismo significa, em essncia, limitao do poder e supremacia da lei. (BARROSO, Lus Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporneo: os conceitos fundamentais e a construo do novo modelo. So Paulo: Saraiva, 2009,p.5) 2 Ibidem

9

ordenamento. Sendo assim, sob uma base racional lgico-dedutiva, a interpretao jurdica se limita uma simples subsuno da norma ao caso concreto, eis que eventuais lacunas so preenchidas pelo costume, analogia e princpios gerais de direito. O positivismo volta seu conhecimento apenas para a sua prpria estrutura, sem qualquer reflexo sobre o seu prprio saber e seus fundamentos de legitimidade. Por esta razo, a dogmtica jurdica sofreu uma grande crise com o trmino da Segunda Guerra Mundial, dando espao para o surgimento de teorias jurdicas ps-positivistas e a asceno do Poder Judicirio no Direito Contemporneo.

1.2)

NEOCONSTITUCIONALISMO NO BRASIL

A Segunda Guerra Mundial foi um marco histrico do Constitucionalismo Contemporneo, eis que, no Estado Legislativo de Direito, as Constituies eram tratadas como meras Cartas Polticas, se limitando a indicar diretivas para a atuao do Poder Legislativo. Outrossim, o Judicirio no atuava substancialmente na defesa de direitos e as garantias fundamentais s eram resguardadas caso houvesse alguma previso legal especfica3.(...) Podemos concebir el constitucionalismo como un sistema de vnculos sustanciales, o sea, de proibiciones y de obligaciones impuestas por las cartas constitucionales, y precisamente por los principios y los derechos fundamentales en ella establecidos, a todos los poderes pblicos, incluso al legislativo. La garanta jurdica de efectividad de este sistema de vnculos reside en la rigidez de las constituiciones, asegurada a su vez, en las cartas constitucionales de la segunda posguerra, por un lado por la previsin de procedimientos especiales para su reforma, y por otro por la creacin del control jurisdiccional de constitucionalidad de las leyes. El resultado es un nuevo modelo de derecho y de democracia, el Estado Constitucional de derecho, que es fruto de un verdadero cambio de paradigma respecto al modelo paleopositivista del Estado legislativo de derecho (...) (FERRAJOLI, 4 2007, p.71).

3

SARMENTO, Daniel. O neoconstitucionalismo no Brasil: riscos e possibilidades. In Por um constitucionalismo inclusivo: Histria Constitucional Brasileira, Teoria da Constituio e Direitos Fundamentais. Rio de Janeiro: Lumem Juris, 2010, p. 233. 4 FERRAJOLI, Luigi. Sobre los Derechos Fundamentales. In Miguel Carbonell (org.), Teora del Neoconstitucionalismo. Editorial Trotta, Coleccion Estructuras Y Processos, Serie Derecho. Madrid, 2007, p.71.

10

Destarte, o desfecho da Segunda Guerra Mundial trouxe tona os equvocos inerentes do nazismo alemo e do modelo positivista de normatividade da Constituio defendida por Hans Kelsen. Por conseguinte, a necessidade de limitar o Poder Legislativo e homogeneizar o ordenamento jurdico impulsionaram a transio do modelo de Estado Legislativo de Direito para o Estado Constitucional de Direito, em que a Constituio tornou-se uma norma jurdica autntica, e os direitos fundamentais passaram a exercer papel essencial na estrutura jurdica dos Estados. Denominado de Neoconstitucionalismo, este movimento foi marcado pela estrutura jurdica baseada em princpios constitucionais e na interpretao jurdica pautada na ponderao dos mesmos. O paradigma do formalismo jurdico foi paulatinamente superado diante da insuficincia da hermenutica jurdica

fundamentada na mera subsuno das regras ao caso concreto. A busca de legitimidade das decises mediante a argumentao jurdica, bem como a insero de elementos de natureza moral e emprica nos debates jurdicos marcaram a superao do modelo positivista formalista. Outro trao preponderante do Neoconstitucionalismo o crescimento do papel poltico do Poder Judicirio, que passou a ser mais ativo na defesa dos direitos fundamentais, em detrimento da interpretao constitucional pelo Legislativo.(...) El neoconstitucionalismo pretende explicar un conjunto de textos constitucionales que comiezan a surgir despus de la segunda guerra mundial y sobre todo a partir de los aos setenta del siglo XX. Se trata de Constituciones que no se limitan a estabelecer competencias o a separar a los poderes pblicos, sino que contienen altos niveles de normas materiales o sustantivas que condicionan la actuacin del Estado por medio de la ordenacin de ciertos fines y objetivos. Ejemplos representativos de este tipo de Constituciones lo son la espaola de 1978, la brasilea de 1988 y la colombiana de 1991.(...) (...) Adems, los jueces se las tienen que ver con la dificultad de trabajar con valores que estn constitucionalizados y que requieren una tarea hermenutica que sea capaz de aplicarlos a los casos concretos de forma justificada e razonable, dotndolos de esa manera de contenidos normativos concretos. Y todo ello sin que, tomando como base tales valores constitucionalizados, el juez constitucional pueda disfrazar como decisin del poder constituyente, lo que en realidad es una decisin ms o menos libre del propio juzgador. A partir de tales necesidades se geran y recrean una serie de equilibrios nada fciles de mantener (CARBONELL, 2007, 5 p.09-10).

5

CARBONELL, Miguel. El Constitucionalismo en su Laberinto. In Miguel Carbonell (org.), Teora del Neoconstitucionalismo. Editorial Trotta, Coleccion Estructuras Y Processos, Serie Derecho. Madrid, 2007, p.09-10.

11

A recepo do Neoconstitucionalismo no Brasil se iniciou com a Constituio Federal de 1988, destacando-se o movimento de redemocratizao e maturidade institucional do pas, bem como da proteo e aplicabilidade de direitos fundamentais, sobretudo, os polticos, individuais, sociais e difusos6. Neste contexto, o Judicirio passou a exercer um papel central na estrutura do Estado, alm de influenciar diretamente o ordenamento jurdico, como pode-se observar na consagrao do princpio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (art.5,XXXV CF88). Para Daniel Sarmento7, a evoluo do Neoconstitucionalismo no Direito Brasileiro passou pela fase da efetividade e do ps-positivismo constitucional. Defendida por Luis Roberto Barroso e Clmerson Merlin Clveidade, o Constitucionalismo da Efetividade asseverou a elevao do status da Constituio como norma jurdica e da aplicao direta deste diploma pelo Judicirio, independentemente da regulamentao de dispositivos pelo legislador ordinrio.A expresso jurisdio constitucional designa a interpretao e aplicao da Constituio por rgo judiciais. No caso brasileiro, essa competncia exercida por todos os juzes e tribunais, situando-se o Supremo Tribunal Federal no topo do sistema. A jurisdio constitucional compreende duas atuaes particulares. A primeira de aplicao direta da Constituio s situaes nela contempladas. Por exemplo, o reconhecimento de que determinada competncia do Estado, no da Unio; ou do direito do contribuinte a uma imunidade tributria ; ou do direito liberdade de expresso, sem censura ou licena prvia. A segunda atuao envolve a aplicao indireta da Constituio, que se d quando o intrprete a utiliza como parmetro para aferir a validade de uma norma infraconstitucional (controle de constitucionalidade) ou para atribuir a ela o melhor sentido, em meio a diferentes possibilidades (interpretao conforme 8 Constituio. (BARROSO, 2011, p.5)

O segundo momento enfatizou os mecanismos de aplicao dos princpios constitucionais sob a tica das teorias jurdicas ps-positivistas de Ronald Dworkin e Robert Alexy que discutiam temas de grande relevncia como ponderao de6

BARROSO, Lus Roberto. Vinte anos da Constituio de 1988: a reconstruo democrtica do Brasil. Revista do Ministrio Pblico de Minas Gerais. Edio Especial 20 anos da Constituio Federal, 2008, p.157-171. Disponvel em Acesso em: 13 de junho de 2011. 7 SARMENTO, Daniel. O neoconstitucionalismo no Brasil: riscos e possibilidades. In Por um constitucionalismo inclusivo: Histria Constitucional Brasileira, Teoria da Constituio e Direitos Fundamentais. Rio de Janeiro: Lumem Juris, 2010, p. 247. 8 BARROSO, Lus Roberto. Constituio, Democracia e Supremacia Judicial: Direito e Poltica no Brasil Contemporneo. Disponvel em < http://www.lrbarroso.com.br/pt/noticias/constituicao_democracia_e_supremacia_judicial_11032010.pd f > Acesso em: 13 de junho de 2011.

12

interesses, o princpio da proporcionalidade e eficcia dos direitos fundamentais. Sendo assim, a hermenutica jurdica positivista baseada na subsuno da norma jurdica ao caso concreto, foi gradativamente superada por um modelo de

ponderao de princpios constitucionais. Todavia, o advento do Neoconstitucionalismo trouxe inmeras objees, sobretudo aquelas atinentes nfase excessiva do Poder Judicirio. A primeira delas foi o enfraquecimento de outros meios capazes de proteger e efetivar os direitos constitucionais, como por exemplo a disputa de direitos atravs da mobilizao social. Em segundo lugar, passou-se a idealizar a figura do juiz e a adot-lo com uma postura paternalista diante de uma sociedade infantilizada, causando uma superdependncia da populao em relao ao Judicirio9. O exacerbado ativismo judicial acabou por engessar a prpria estrutura do Judicirio, diante da sobrecarga de trabalho, morosidade das decises, precariedade da distribuio de tribunais em toda extenso territorial brasileira, passando a comprometer, dessa forma, a prpria efetividade dos direitos. Diante desse conturbado cenrio, imperiosa se fez a criao e estimulao de outros mecanismos capazes de proporcionar a soluo de litgios e a garantia de direitos. Dentre eles destacam-se os Mtodos Alternativos de Resoluo de Conflitos que ganharam grande relevncia com a Emenda Constitucional 45/2004 e cada vez mais exercem um papel fundamental na sociedade contempornea.

1.3)

UMA PARADA PARA REFLETIR O PAPEL DO JUDICIRIO: EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004

A crise do Judicirio brasileiro perpassa pela deficitria estrutura tecnolgica e organizacional dos Tribunais, como por exemplo, a carncia de materiais, servidores, computadores etc. Alm disso, problemas como morosidade da prestao jurisdicional, sobrecarga de leis processuais que inviabilizam uma prestao clere e a distncia do Judicirio de grandes segmentos da populao9

A jurista alem Ingeborg Maus afirma, sob uma tica pscicanaltica, que as Cortes Supremas substituram o papel de pai antes desempenhado pela monarquia. Isto significa dizer que, o superego coletivo, ou seja, o censor moral da sociedade orf, foi transferido para a figura do juiz que agora adota uma postura paternalista (MAUS, Ingeborg. Judicirio como superego da sociedade: o papel da atividade jurisprudencial na sociedade rf.Novos Estudos CEBRAP, So Paulo, n. 58, p. 184, nov. 2000).

13

so realidades que merecem a ateno tanto do Poder Pblico, quanto dos prprios cidados. Visando a modificao desse paradigma, as reformas constitucionais atinentes ao aparelho jurisdicional foram expressivas no Brasil e em toda Amrica Latina, pois tiveram o escopo de aproximar o Estado da populao atravs de meios mais eficazes e geis para o acesso justia. A Emenda Constitucional 45/2004 representou um grande marco desses novos conceitos, uma vez que teve o intuito de edificar, dentro de um Estado Democrtico de Direito, alteraes relativas ao processo luz dos princpios da cidadania e da dignidade da pessoa humana.10 Silvana Cristina Bonifcio Souza faz uma breve explanao acerca da Reforma do Judicirio pela Emenda Constitucional de n45/2004 no que diz respeito efetividade do processo e acesso justia. 11 A autora afirma que a reforma garantiu expressamente os princpios da celeridade processual e do acesso justia ao inserir o inciso LXXVIII do art. 5 da Constituio Federal (BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil,1988)12, que versa que a todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao. Foram, ainda, criados outros institutos, como a obrigatoriedade de criao da Justia Itinerante no mbito dos Tribunais de Justia dos Estados (art.125 7), Tribunais Regionais Federais (art.107 2) e Tribunais Regionais do Trabalho (art.115 1), bem como a descentralizao dos servios prestados pelos tribunais com a criao de Cmaras Regionais, especialmente no interior dos Estados. Outro aspecto importante da reforma foi a criao do art. 98 2 da Constituio Federal, que prev vinculao de recursos de custas e emolumentos exclusivamente para o custeio dos servios afetos s atividades especficas da Justia. Este dispositivo fomentou a noo gerencial do Judicirio, eis que a sua

10

ALARCN, Pietro de Jsus Lora. Reforma do Judicirio e Efetividade da Prestao Jurisdicional. In: TAVARES, Andr Ramos. LENZA, Pedro. LORA ALARCN, Pietro de Jess. (coord.). Reforma do Judicirio: Emenda Constitucional 45/2004, analisada e comentada. So Paulo: Mtodo, 2005. 11 SOUZA, Suzana Cristina Bonifcio. Efetividade do processo e acesso justia luz da Reforma do Poder Judicirio. In: TAVARES, Andr Ramos. LENZA, Pedro. LORA ALARCN, Pietro de Jess. (coord.). Reforma do Judicirio: Emenda Constitucional 45/2004, analisada e comentada. So Paulo: Mtodo, 2005. 12 BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Disponvel em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm >. Acesso em: 09 maio. 2011.

14

administrao passou a gozar de mais autonomia, na medida em que os recursos, obrigatoriamente, seriam empregados em sua prpria reestruturao e prestao de servio. Acompanhando o movimento gerencial e administrativo do Judicirio, o art. 103-B da Constituio Federal13 instituiu a criao do Conselho Nacional de Justia que tem por objetivo planejar polticas pblicas, modernizar o Poder Judicirio, ampliar o acesso justia e garantir o efetivo respeito s liberdades pblicas e execues penais. Segundo Pietro de Jesus Lora Alarcn, a Emenda Constitucional n 45/2004 modificou, ainda, o aspecto tcnico do Judicirio, uma vez que o mesmo deixou de ser visto como um mero instrumento de persecusso de um rol poltico, passando a ser um meio de fortalecimento e construo da democracia e do respeito aos direitos humanos.Mas tambm h que mencionar que o Judicirio julga alm dos conflitos de natureza sciojurdica, pois decide sobre polticas pblicas expressas em planos de governo. Nessa ao, mantm ou modificam a convivncia cidad e o padro de relacionamento povo-Estado. (ALARCN, 2005, 14 p.30-31)

Mediante essa breve anlise, possvel observar que a gnese do ativismo judicial15 no Brasil se atribui preponderantemente, ao movimento

neoconstitucionalista iniciado durante o processo de redemocratizao do pas e marcado pela Constituio Federal de 1988. Entretanto, a sua aplicao gerou

13

O Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade da Emenda Constitucional 45/2004 no que tange criao do Conselho Nacional de Justia, com a Ao Direta de Inconstitucionalidade 3367-1 Distrito Federal. Disponvel em < http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363371 > Acesso em: 13 de junho de 2011. 14 ALARCN, Pietro de Jsus Lora. Reforma do Judicirio e Efetividade da Prestao Jurisdicional. In: TAVARES, Andr Ramos. LENZA, Pedro. LORA ALARCN, Pietro de Jess. (coord.). Reforma do Judicirio: Emenda Constitucional 45/2004, analisada e comentada. So Paulo: Mtodo, 2005, p.30-31. 15 Lus Roberto Barroso define Judicializao como o fato do Poder Judicirio decidir em carter final questes poltico, social ou moral, em detrimento das instncias polticas tradicionais quais sejam, Legislativo e o Executivo. O Ativismo Judicial, por seu turno, seria a escolha de um modo especfico e proativo de interpretar a Constituio, ou seja, est associado participao mais ampla e intensa do Judicirio na concretizao dos valores e fins constitucionais, com maior interferncia no espao de atuao dos outros dois poderes.( BARROSO, Lus Roberto. Constituio, Democracia e Supremacia Judicial: Direito e Poltica no Brasil Contemporneo, p.06-11. Disponvel em < http://www.lrbarroso.com.br/pt/noticias/constituicao_democracia_e_supremacia_judicial_11032010.pd f > Acesso em: 13 de junho de 2011).

15

inmeras incongruncias, o que exigiu a criao de mecanismos capazes de otimizar e a prestao jurisdicional, como por exemplo, a previso dos princpios do acesso justia e da celeridade processual. Nesta seara, os Mtodos Alternativos de Resoluo de Conflitos passaram a exercer grande relevncia como meios de efetivao de direitos. Embora estejam amparados por princpios fundamentais na Constituio Federal de 1988, de grande valia analisar, primeiramente, as influncias que o ordenamento jurdico brasileiro sofreu ao longo de sua histria, a fim de dimensionar, com maior eloquncia, o alcance dos Marcs como efetivos instrumentos de pacificao social.

16

2) O

ACESSO

JUSTIA

COMO

FUNDAMENTO

DOS

MTODOS

ALTERNATIVOS DE RESOLUO DE CONFLITOS

No perodo em que o Brasil era colnia de Portugal, a soluo amigvel dos conflitos esteve presente nas Ordenaes Filipinas (Livro 3, T. 20, 1). Aps a independncia do pas, a figura do juiz de paz, arbitragem, reconciliao e mediao passaram a ser previstas nos arts.160 e 161 da Constituio do Imprio de 1824. Destarte, ao longo da histria, estes institutos sofreram grandes transformaes, e hoje, so amplamente previstos na Carta Magna de 1988, sobretudo no que tange previso do acesso justia, bem como a previso de criao dos juizados especiais e justia de paz, conforme art. 98.Assim, passa a existir, formalmente, a figura do juiz de paz, que j existia antes, sendo consagrada pela Constituio. Ao longo da nossa histria constitucional, percebemos que essa Instituio veio sendo mantida,mas perdendo cada vez mais as suas atribuies; at que, no Regime Militar, perdeu completamente a funo jurisdicional. Juiz de paz passa a ser mero juiz de casamento. Com a Constituio de 1988, a Instituio recupera as atribuies anteriores, mas, ainda, no vemos efeito prtico dessa 16 modificao. (WATANABE,p.43-44)

2.1) A CULTURA DO JEITO NO DIREITO BRASILEIRO Para Keith S. Rosenn17 o ordenamento jurdico brasileiro herdou cinco caractersticas dos portugueses: a) alta tolerncia corrupo, b) falta de responsabilidade cvica, c) profunda desigualde scio econmica, d)

sentimentalismo, e) disposio de chegar a um acordo. Todos esses fatores contriburam substancialmente para o surgimento da cultura do jeito no direito brasileiro, que segundo o socilogo brasileiro Alberto Guerreiro Ramos (apud Rosenn,1998)18

, define-se como genuno processo de

resolver dificuldades, a despeito do contedo das normas, cdigos e leis. Para Rossen, a prtica do jeito estaria intimamente relacionada base formalista, legalista e paternalista do sistema jurdico ptrio.

16

WATANABE, Kazuo. Modalidade de Mediao. Disponvel em: http://www.cjf.jus.br/revista/seriecadernos/vol22/artigo04.pdf > Acesso em : 20 de junho de 2011. 17 ROSENN, Keith S. O jeito na cultura jurdica brasileira. Rio de Janeiro: Renovar, 1998, p.17. 18 Ibidem.

Acesso em: 20 de junho de 2011.) 68 Destaca-se, atualmente, o Curso de Mediadores criado por uma parceria entre o Tribunal de Justia do Rio de Janeiro e a Secretaria Estadual de Segurana Pblica formou policiais militares para resolver conflitos atravs da mediao em Unidades de Polcia Pacificadora (UPPs) localizadas em regies carentes e violentas do Rio de Janeiro (Arajo, Vera. Unidades de polcia conciliadora: Treinados na Justia, PMs de UPPs substituem tribunais do trfico e fazem mediao de conflitos. O Globo, Rio de Janeiro, fev. 2011. Disponvel em: < http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/02/12/treinados-na-justica-pms-de-upps-substituem-tribunais-dotrafico-fazem-mediacao-de-conflitos-923790960.asp >. Acesso em: 13 fevereiro de 2011).

39

equilibrada entre os Princpios do Acesso Justia e da Durao Razovel 69 do Processo. (PINHO, p.10-11)

Posto isto, o prestgio pela utilizao dos Marcs atravs das vias judiciais, desvirtua uma das principais vantagens deste instituto que, ao possuir escopo extrajudicial, evita gastos desnecessrios com o Judicirio. No entanto, isto no significa dizer que as iniciativas do Superior Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justia estejam erradas ao promover, por exemplo, o Movimento pela Conciliao. A questo que se critica o fato de outros Poderes serem omissos quanto sua difuso, como ocorre, por exemplo, na demora do Poder Legislativo em aprovar a Lei de Mediao que dura mais de 10 anos. Por fim, necessrio relembrar que as vias alternativas no substituem a jurisdio tradicional, mas na verdade so formas complementares de resoluo de litgios. Destarte, o acesso justia ser garantido, efetivamente, atravs da conjugao de iniciativas que envolvem solues de conflitos tanto judicialmente como extrajudicialmente de maneira eficiente. Para isso, alm do incentivo dos Marcs, faz-se necessria a reestruturao do prprio Poder Judicirio, mediante a desburocratizao do setor, investimentos tecnolgicos e de aumento do nmero de Juzes, promotores, entre outros.

69

Humberto Dalla Bernardina de Pinho. A Mediao na Atualidade e no Futuro do Processo Civil Brasileiro, disponvel em Acesso em: 23 de maio de 2011, p.1110.

40

CONCLUSO

De todo o articulado, possvel extrair que os Mtodos Alternativos de Resoluo de Conflitos so garantias constitucionais do acesso justia e visam a efetividade de direitos sob uma viso humana, pois no se atm solues de cunho estritamente tcnico-jurdicas . Apesar de encontrar obstculos para a sua difuso, especialmente a cultura jurdica paternalista do nosso ordenamento, pode-se observar que os operadores do direito, desde a promulgao da Emenda Constitucional n45, esto cada vez mais empenhados em promover este instituto de forma a viabilizar uma alternativa crise do Judicirio. Como visto, o advento do Neoconstitucionalismo acabou centralizando aquele poder na estrutura estatal, provocando a sua sobrecarga e o

enfraquecimento de outros meios capazes de proteger e efetivar os direitos constitucioanais. Entretanto, ficou demonstrado, tambm, que existem crticas de doutrina autorizada no sentido de que no h frmula mgica para a soluo dos problemas do Judicirio. O que se pode depreender dos Marcs que so meios complementares Jurisdio e no so adequados para todos os litgios. Dessa forma, faz-se necessrio a criao de polticas pblicas capazes de viabilizar as vias alternativas mediante a informao generalizada sobre o seu cabimento, limites e consequencias, bem como profissionalizar os operadores de resoluo de litgios para que propiciem meios de qualidade para dirimir conflitos. Outrossim, os Marcs devem ser incentivados pelas demais esferas do poder estatal, e no s pelo Judicirio, para os casos que sejam compatveis com essa forma de soluo de conflitos. A manuteno e o restabelecimento da paz social um interesse geral, sendo, portanto, merecedor de tutela por parte dos trs poderes, que devem agir harmnica e conjuntamente para tanto. Por fim, cabe ressaltar que a difuso deste movimento, apesar de no ser a soluo para todos os problemas do Judicirio, sem dvida representa um grande passo para viabilizar o acesso justia, eis que representa uma maneira mais equanime de solucionar conflitos sem formalismos jurdicos excessivos, com celeridade e economia.

41

REFERNCIAS ALARCN, Pietro de Jsus Lora. Reforma do Judicirio e Efetividade da Prestao Jurisdicional. In: TAVARES, Andr Ramos. LENZA, Pedro. LORA ALARCN, Pietro de Jess. (coord.). Reforma do Judicirio: Emenda Constitucional 45/2004, analisada e comentada. So Paulo: Mtodo, 2005. ANDRIGHI, Ftima Nancy. Perspectivas Brasileiras no Campo da soluo alternativa de conflitos. Disponvel em < http://bdjur.stj.gov.br/xmlui/bitstream/handle/2011/25173/Perspectivas_Brasileiras_C ampo.doc.pdf?sequence=1 > Acesso em: 17 de junho de 2011. ARAJO, Vera. Unidades de polcia conciliadora: Treinados na Justia, PMs de UPPs substituem tribunais do trfico e fazem mediao de conflitos. O Globo, Rio de Janeiro, fev. 2011. Disponvel em: < http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/02/12/treinados-na-justica-pms-de-uppssubstituem-tribunais-do-trafico-fazem-mediacao-de-conflitos-923790960.asp >. Acesso em: 13 fevereiro de 2011 BARROSO, Lus Roberto. Constituio, Democracia e Supremacia Judicial: Direito e Poltica no Brasil Contemporneo. Disponvel em < http://www.lrbarroso.com.br/pt/noticias/constituicao_democracia_e_supremacia_judic ial_11032010.pdf > Acesso em: 13 de junho de 2011. __________________. Curso de Direito Constitucional Contemporneo: os conceitos fundamentais e a construo do novo modelo. So Paulo: Saraiva, 2009. __________________. Vinte anos da Constituio de 1988: a reconstruo democrtica do Brasil. Revista do Ministrio Pblico de Minas Gerais. Edio Especial 20 anos da Constituio Federal, 2008, p.157-171. Disponvel em < http://aplicacao.mp.mg.gov.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/189/20%20anos%2 0constitui%c3%a7ao%201988_Barroso.pdf?sequence=1 > Acesso em: 13 de junho de 2011. BRASIL. Cmara dos Deputados. Projeto de Lei 4827/1998. Disponvel em: < http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=21158. > Acesso em: 20/06/2011. BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Disponvel em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm >. Acesso em: 09 maio. 2011. BRASIL.Conselho Nacional de Justia. Disponvel em: Acesso em : 09 de maio de 2011. BRASIL.Conselho Nacional de Justia. Disponvel em: Acesso em: 09 de maio de 2011.

42

BRASIL. Conselho Nacional de Justia. Disponvel em: http://www.cnj.jus.br/images/relatorios-anuais/cnj/relatorio_anual_cnj_2010.pdf Acesso em: 18 de maio de 2011.

< >

BRASIL. Conselho Nacional de Justia. Justia em Nmeros: indicadores do Poder Judicirio. Disponvel em: < http://www.cnj.jus.br/dpj/seer/index.php/JN/article/download/27/55 > Acesso em: 17 de junho de 2011 BRASIL. Senado Federal. Disponvel em: < www.senado.gov.br/senado/novocpc/pdf/Anteprojeto.pdf >Acesso em: 18 de maio de 2011. BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Disponvel em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363371 Acesso em: 13 de junho de 2011. < >

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ao Direta de Inconstitucionalidade 2139. Disponvel em: < http://stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=1804602 > Acesso em: 20 de junho de 2011.

BRASIL. Superior Tribunal Federal. Ministra Ellen destaca mtodos alternativos de soluo de litgios. Disponvel em: < http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=178330 > Acesso em: 17 de junho de 2011. CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso Justia, trad. de Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Fabris, 1988. CARBONELL, Miguel. El Constitucionalismo en su Laberinto. In Miguel Carbonell (org.), Teora del Neoconstitucionalismo. Editorial Trotta, Coleccion Estructuras Y Processos, Serie Derecho. Madrid, 2007. CARVALHO, Kildare Gonalves. Direito Constitucional: Teoria do Estado e da Constituio Direito Constitucional Positivo.15 ed, rev. Atual e ampl.- Belo Horizonte: Del Rey, 2009. FERRAJOLI, Luigi. Sobre los Derechos Fundamentales. In Miguel Carbonell (org.), Teora del Neoconstitucionalismo. Editorial Trotta, Coleccion Estructuras Y Processos, Serie Derecho. Madrid, 2007. GRINOVER, Ada Pellegrini. DINAMARCO, Cndido, CINTRA, Antnio Geral do Processo. 23 Edio. So Paulo: Malheiros Editores, 2007. , Teoria

LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 15 ed. rev. Atualizada e ampliada. So Paulo: Saraiva, 2011.

43

MAUS, Ingeborg. Judicirio como superego da sociedade: o papel da atividade jurisprudencial na sociedade rf.Novos Estudos CEBRAP, So Paulo, n. 58, p. 184, nov. 2000. MEIRELLES, Delton R. S. Meios Alternativos de Resoluo de Conflitos: justia coexistencial ou eficincia administrativa? in Revista Eletrnica de Direito Processual (www.revistaprocessual.com), 1 edio outubro/dezembro, Rio de Janeiro, 2007. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 26. ed. So Paulo: Malheiros, 2001. MOREIRA, Jos Carlos Barbosa. O Futuro da Justia: Alguns Mitos, in Temas de Direito Processual, Oitava srie, So Paulo: Saraiva, 2004. __________________. O Problema da Durao dos Processos: Premissas para uma Discusso Sria, in Temas de Direito Processual, Nona srie, So Paulo: Saraiva, 2007. NEVES, Daniel Amorim Assumpo. Manual de Direito Processual Civil. 2.ed. volume nico Rio de Janeiro: Forense; So Paulo: Mtodo, 2010. PINHO, Humberto Dalla Bernardina de Pinho. DURCO, Karol. A Mediao e a Soluo dos Conflitos no Estado Democrtico de Direito. O Juiz Hermes e a Nova Dimenso da Funo Jurisdicional, disponvel em Acesso em: 23 de maio de 2011. ________________. A Mediao na Atualidade e no Futuro do Processo Civil Brasileiro, disponvel em Acesso em: 23 de maio de 2011. ________________. Mediao: A redescoberta de um velho aliado na soluo de conflitos. Acesso Justia: Efetividade do Processo, Rio de Janeiro, Lumen Iuris, 2005. ________________. Teoria Geral do Processo Civil Contemporneo, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, captulo 25. ROSENN, Keith S. O jeito na cultura jurdica brasileira. Rio de Janeiro: Renovar, 1998. SARMENTO, Daniel. O neoconstitucionalismo no Brasil: riscos e possibilidades. In Por um constitucionalismo inclusivo: Histria Constitucional Brasileira, Teoria da Constituio e Direitos Fundamentais. Rio de Janeiro: Lumem Juris, 2010. SOUZA, Suzana Cristina Bonifcio. Efetividade do processo e acesso justia luz da Reforma do Poder Judicirio. In: TAVARES, Andr Ramos. LENZA, Pedro. LORA ALARCN, Pietro de Jess. (coord.). Reforma do Judicirio: Emenda Constitucional 45/2004, analisada e comentada. So Paulo: Mtodo, 2005.

44

WATANABE, Kazuo. Poltica Pblica do Poder Judicirio Nacional para tratamento adequado dos conflitos de interesse. Disponvel em:< http://www.tj.sp.gov.br/Handlers/FileFetch.ashx?id_arquivo=29045 > Acesso em: 20 de junho de 2011. _______________. Modalidade de Mediao. Disponvel em: < http://www.cjf.jus.br/revista/seriecadernos/vol22/artigo04.pdf > Acesso em :20 de junho de 2011.

45

Anexo I: - Dados Estatsticos desenvolvidos pelo Departamento de Pesquisas Judicirias doConselho Nacional de Justia, referente Semana Nacional pela Conciliaao compreendida no perodo entre 29 de novembro de 2010 a 03 de dezembro de 2010. Disponvel em: < http://www.cnj.jus.br/images/programas/movimento-pela-conciliacao/2010-dadosestatisticos.pdf > Acesso em: 17 de junho de 2011.