metodologia para mitigaÇÃo de problemas de inundaÇÃo …

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INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO RUBENS MÜHLBAUER METODOLOGIA PARA MITIGAÇÃO DE PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO EM CIDADES ESTUDO DE CASO: RIO NEGRINHO/SC CURITIBA 2017

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Page 1: METODOLOGIA PARA MITIGAÇÃO DE PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO …

INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO

RUBENS MUumlHLBAUER

METODOLOGIA PARA MITIGACcedilAtildeO DE PROBLEMAS DE INUNDACcedilAtildeO EM

CIDADES ndash ESTUDO DE CASO RIO NEGRINHOSC

CURITIBA

2017

RUBENS MUumlHLBAUER

METODOLOGIA PARA MITIGACcedilAtildeO DE PROBLEMAS DE INUNDACcedilAtildeO EM

CIDADES ndash ESTUDO DE CASO RIO NEGRINHOSC

Projeto de Dissertaccedilatildeo apresentado ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Desenvolvimento de Tecnologia Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geraccedilatildeo e Transferecircncia de Tecnologia do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento em parceria com o Instituto de Engenharia do Paranaacute como parte das exigecircncias para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia Orientadora Profordf Drordf Akemi Kan

CURITIBA

2017

Bibliotecaacuteria Responsaacutevel Vacircnia Cristina Gracis Gonccedilalves CRB51465

M952m Muumlhlbauer Rubens

Metodologia para mitigaccedilatildeo de problemas de inundaccedilatildeo em

cidades ndash estudo de caso Rio Negrinho - SC Rubens Muumlhlbauer ndash

Curitiba 2017

270 f il 30 cm

Orientadora Prof Dra Akemi Kan

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Instituto de Tecnologia para o

Desenvolvimento Institutos Lactec ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Desenvolvimento de Tecnologia 2016

Inclui Referecircncias bibliograacuteficas

1Inundaccedilatildeo 2 Desastre Natural 3 Hidrologia 4 Hidrodinacircmica 5

Plano de accedilatildeo de emergecircncia I Kan Akemi II Instituto de Tecnologia

para o Desenvolvimento Institutos Lactec ndash Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Desenvolvimento de Tecnologia III Tiacutetulo

CDD 551589

Sobrenome Nome

Nome do trabalho nome do trabalho nome do trabalho nome do trabalho nome

do trabalho nome do trabalhondash Cidade ano

Nordm de paacuteginas

DEDICATOacuteRIA

A Rodrigo Senna Muumlhlbauer

e Tiago Senna Muumlhlbauer

meus coraccedilotildees fora de mim

A Drordf Akemi Kan natildeo soacute pela dedicaccedilatildeo e

pelas orientaccedilotildees mas por natildeo permitir que eu

desistisse nas inuacutemeras vezes que tentei fazecirc-lo

AGRADECIMENTOS

A Profordf Drordf Akemi Kan ndash SOLVERLACTECCEHPAR pela orientaccedilatildeo e pela

dedicaccedilatildeo

Aos Professores Dr Masato Kobiyama ndash CTHGPDENIPHUFRGS Dr Luiz

Alkimin de Lacerda ndash CESECLACTECUFPR Dr Renato de Arruda Penteado Neto

ndash LACTEC pelas correccedilotildees e orientaccedilotildees nas bancas de qualificaccedilatildeo e defesa final

A equipe da Visatildeo Engenharia Limitada Secretaacuteria Executiva Ketlyn Vicente

Antunes e Arquiteta Eloa Treml pelo apoio e auxiacutelio na elaboraccedilatildeo de mapas

Ao Sr Alcides Grohskopf ndash Prefeito de Rio Negrinho ndash SC gestatildeo 20122016

pelo apoio na aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia

do rio Negrinho

A Daniel Domingues da Silva ndash Coord Defesa Civil de Rio Negrinho ndash SC pela

dedicaccedilatildeo e auxilio na implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia do

rio Negrinho

A Fabiano Olsen - Departamento Informaacutetica ndash PMRN pela dedicaccedilatildeo e auxilio

na implantaccedilatildeo da nova paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho dos grupos de

Whats App e da paacutegina wwwdesastresnaturaiscombr

A equipe da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente da

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Marcia Terezinha Pscheidt - Secretaacuteria de

Planejamento Arq Betsy Beuther Arq Danielle Caroline da Silva Cantuaacuteria Arq

MSc Eloize Yoshiko Kamei Tec Meio Ambiente Eloah Talisse Kresko pelo auxiacutelio

na obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e confecccedilatildeo de mapas

Ao colega de mestrado Cont MSc Celso Ranchuka ndash LACTEC pelo auxiacutelio na

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees junto ao LACTEC e pelo apoio recebido

Ao Ten Marcelo Pereira ndash Comandante do Corpo Bombeiros de Rio Negrinho

ndash SC pelo apoio e auxilio recebido da Corporaccedilatildeo de Bombeiros de Rio Negrinho

nos levantamentos em campo e na implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas

priorizando a seguranccedila dos teacutecnicos e pesquisadores

Ao Eng Sanitarista Hugo Rodolfo Binder ndash Diretor SAMAE de Rio Negrinho

pela disponibilizaccedilatildeo de teacutecnicos e equipamentos para a instalaccedilatildeo das estaccedilotildees

hidroloacutegicas

A equipe do Sistema EPAGRICIRAM representados pelo Eng Agrocircnomo

MSc Carlos Alberto Rochenbach e pelo Eng Agrocircnomo Dr Hamilton Justino Vieira

parceiros no projeto de implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas e nas tratativas junto

ao Departamento de Recursos Hiacutedricos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento

Sustentaacutevel para a obtenccedilatildeo por empreacutestimo do ecobatiacutemetro

A equipe da Murara Engenharia Ltda Eng Florestal Joatildeo Vitor Daufembach

Matias e o Eng Florestal MSc Mauro Murara Junior pelo apoio e dedicaccedilatildeo no

Georreferenciamento e nivelamento das seccedilotildees transversais

A Profordf de Liacutengua Portuguesa Ana Maria Ricobom Costa ndash Revisora deste

trabalho

Ao meu amigo e colega de Departamento de Engenharia Tec Agrimensura

Joseacute Germano Schauer (in memorian) ndash SEPLANPMRN que muito me auxiliou nos

levantamentos em campo e que nos deixou prematuramente durante a fase de

conclusatildeo deste trabalho

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar os problemas das inundaccedilotildees da cidade de Rio NegrinhoSC buscando meios de preveniacute-los e mitigaacute-los Nesse contexto foram efetuados levantamentos das caracteriacutesticas geograacuteficas abordando a hidrografia o clima a geologia a pedologia o relevo e a vegetaccedilatildeo desse municiacutepio com ecircnfase na bacia hidrograacutefica do rio que tem o mesmo nome da cidade Os fenocircmenos da natureza e as seacuteries histoacutericas de dados hidrometeoroloacutegicos foram estudados constatando-se a necessidade da implantaccedilatildeo de uma nova rede de monitoramento hidroloacutegico de chuva e vazatildeo para auxiliar na identificaccedilatildeo das inundaccedilotildees bem como na implementaccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos e hidrodinacircmicos Essa rede foi efetivada com a implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas Associadas a essas informaccedilotildees elaborou-se um modelo digital do terreno da regiatildeo objeto de estudo com base em levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela Prefeitura Municipal e tambeacutem no levantamento topobatimeacutetrico do rio Negrinho e rio Serrinha realizado neste estudo Verificou-se a accedilatildeo antroacutepica decorrente do processo de impermeabilizaccedilatildeo causada pela urbanizaccedilatildeo que interfere no funcionamento do sistema de drenagem natural Tambeacutem verificou-se que as obras civis pontes e bueiros mal dimensionados interferem no fluxo dos rios Mediante vistoria do corpo hiacutedrico observou-se lanccedilamentos indevidos de resiacuteduos soacutelidos e liacutequidose por consequecircncia a necessidade de conscientizaccedilatildeo da comunidade resultando num procedimento e accedilatildeo pontual de limpeza do rio Aleacutem disso efetuou-se o levantamento dos prejuiacutezos financeiros com base na uacuteltima grande inundaccedilatildeo de 2014 que serviu de paracircmetro para justificar a importacircncia do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia As inundaccedilotildees causam desastres naturais devido a ocupaccedilatildeo inadequada da planiacutecie de inundaccedilatildeo e do leito maior do rio pela comunidade Este estudo busca atraveacutes de anaacutelise a avaliaccedilatildeo dos eventos passados minimizar perdas e prejuiacutezos em futuros eventos que certamente iratildeo ocorrer considerando que a remoccedilatildeo dos ocupantes das aacutereas atingidas eacute inviaacutevel sob o ponto de vista financeiro e emocional da populaccedilatildeo Palavras-Chave Inundaccedilatildeo Desastre Natural Hidrologia Hidrodinacircmica Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

ABSTRACT

This work has as purpose to study the problems of floods in the city of Rio Negrinho looking for ways to prevent or mitigate them In this way were made geographical characteristics surveys describing about hydrography climate geology type of soil hypsometry and vegetation of these region with emphasis in the watershed of the river that takes the name of the city The natural phenomena and the historical series of hydrometeorological data were studied where it was verified the necessity of the implantation of a new network of hydrological monitoring of rain and discharge to assist in the identification of the floods as well as in the implementation of hydrological and hydrodynamic models This network was effected with the implementation of five new hydrological stations In addition with this stations a digital model of the land of the studied region was elaborated based on aerial photogrammetric survey carried out by the City Hall and also on the topobatimetry survey of the rivers Rio Negrinho and Serrinha conducted in this study The anthropic action was verified due to the waterproofing process caused by the urbanization which interferes with the operation of the natural drainage system It has also been found that civil works bridges and drains poorly dimensioned interfere with the floods rivers Through an inspection of the rivers it was verified the existence of solid and liquid waste discharge and consequently it was verified of needs for a community awareness resulting in a punctual procedure and action to clean the river In addition financial losses were calculated based on the last great flood of 2014 which served as a parameter to justify the importance of the Emergency Action Plan Floods cause natural disasters due to inadequate occupation of the floodplain and the larger riverbed by the community This study seeks to analyze and evaluate the past events to minimize loss and damage in future events that will occur certainly considering that the removal of the people of the affected areas is not possible from the financial and emotional point of views of the population Keywords Flood Natural Disaster Hydrology Hydrodynamics Emergency Action Plan

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash ESTRUTURA DO TRABALHO 31

FIGURA 2 ndash REPRESENTACcedilAtildeO GRAacuteFICA FENOcircMENO DOS RIOS VOADORES 37

FIGURA 3 ndash EL NINtildeO EM ATIVIDADE 39

FIGURA 4 - OCUPACcedilAtildeO INDEVIDA DA MARGEM DOS RIOS 42

FIGURA 5 ndash MODELACcedilAtildeO HIDRAacuteULICA HEC-RAS 50

FIGURA 6 ndash MANCHA DE INUNDACcedilAtildeO OBSERVADA (MO) E SIMULADA (MS)

PARA 1995 NA FASE DE CALIBRACcedilAtildeO DO HEC-RAS DA BACIA

HIDROGRAacuteFICA DO CAMPUS DA UFSC 52

FIGURA 7 - MUDANCcedilA RELATIVA EM DAS VAZOtildeES SIMULADAS PARA O

PERIacuteODO 1971-2000 COM BASE NOS DADOS DE 1900-1970 (A) E

PARA O PERIacuteODO 2041-2060 COM BASE NOS DADOS DE 1900-

1998 (B) BASEADO EM CENAacuteRIOS CONSTRUIacuteDOS PELO IPCC

(PAINEL INTERNACIONAL DE MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS) 56

FIGURA 8 ndash TELA ILUSTRATIVA DO DELFT3D FLEXIBLE MESH

SUITE (DELFT3D FM) 58

FIGURA 9 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO EM 1983 ndash VISTA HOTEL

POUSADA JOAtildeO DE BARRO 62

FIGURA 10 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1983 ndash VISTA DA RUA

JORGE ZIPPERER E DA IGREJA MATRIZ 62

FIGURA 11 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA RUA

SAtildeO PAULO 63

FIGURA 12 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA

ANTIGA CAcircMARA DE VEREADORES 63

FIGURA 13 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 64

FIGURA 14 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 65

FIGURA 15 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (C)

RUA JORGE ZIPPERER (B) (D) E (E) RUA SENADOR NEREU

RAMOS (F) RUA CARLOS WEBER 67

FIGURA 16 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (F)

RUA SENADOR NEREU RAMOS (B) E (D) RUA CARLOS WEBER

(C) RUA LUIZ SCHOLZ (E) RUA JORGE ZIPPERER 68

FIGURA 17 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) (B)

(D) E (F) RUA SENADOR NEREU RAMOS (C) RUA CARLOS

RUCKL (E) TRAVESSA EUGEcircNIO FERREIRA DE LIMA 69

FIGURA 18 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO RIO NEGRINHO (A)

NO ESTADO DE SANTA CATARINA (B) NOS MUNICIacutePIOS DE RIO

NEGRINHO E SAtildeO BENTO DO SUL (HACHURADO) E (C)

AFLUENTES DO RIO NEGRINHO 72

FIGURA 19 ndash SUBBACIAS DO RIO NEGRINHO 73

FIGURA 20 ndash MAPA GEOLOacuteGICO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 75

FIGURA 21 ndash (A) FORMACcedilAtildeO DE SOLOS E (B) PERFIL DE SOLO 76

FIGURA 22 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO NEGRINHO 77

FIGURA 23 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO DOS BUGRES 77

FIGURA 24 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO SERRINHA 78

FIGURA 25 ndash DECLIVIDADES NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 80

FIGURA 26 ndash HIPSOMETRIA NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 81

FIGURA 27 ndash DECLIVIDADES NO PERIacuteMETRO URBANO 82

FIGURA 28 ndash HIPSOMETRIA NO PERIacuteMETRO URBANO 83

FIGURA 29 ndash MODELO DIGITAL DE TERRENO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 85

FIGURA 30 ndash COBERTURA VEGETAL DA BACIA DO RIO NEGRINHO 87

FIGURA 31 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS NA BACIA DO

RIO NEGRINHO 90

FIGURA 32 ndash LOCALIZACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES TELEMEacuteTRICAS REGIAtildeO DA BACIA

DO RIO NEGRINHO 91

FIGURA 33 ndash ESTACcedilOtildeES DE MONITORAMENTO 92

FIGURA 34 ndash ESTACcedilAtildeO CORREDEIRAS (02649055) 95

FIGURA 35 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN (421500009H) 96

FIGURA 36 ndash ESTACcedilAtildeO FRAGOSOS (02649073) 98

FIGURA 37 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRO (02649074) 100

FIGURA 38 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHOBATTISTELLA (A862) 102

FIGURA 39 ndash ESTACcedilAtildeO LAPA (25474946) 104

FIGURA 40 ndash IMAGEM DE PRECIPITACcedilAtildeO DO SATEacuteLITE GOES 13 PARA A

REGIAtildeO SUL DO BRASIL NOS DIAS 7 (A) 8 (B) E 9 (C) DE JUNHO

DE 2014 105

FIGURA 41 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN - COTA (421500009H) 106

FIGURA 42 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 43 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 44 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE 2010 108

FIGURA 45 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE EM JUNHO DE 2014 108

FIGURA 46 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 47 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 48 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL

(1982-1984) 110

FIGURA 49 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 50 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 51 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO DE MAIO A

JULHO DE 2014 112

FIGURA 52 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE DE SETEMBRO DE 2009 A JUNHO DE 2010 113

FIGURA 53 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM MMDIA 114

FIGURA 54 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM Msup3S 115

FIGURA 55 ndash ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS ndash 03 E RIO NEGRO ndash 4ordf BACIAS

HIDROGRAacuteFICAS 116

FIGURA 56 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS VAZOtildeES DO RIO NEGRINHO 117

FIGURA 57 ndash VAZOtildeES DO RIO NEGRO A MONTANTE E A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 58 ndash VAZAtildeO ESTIMADA PARA O RIO NEGRO A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 59 ndash VAZOtildeES INCREMENTAIS NO RIO NEGRINHO E NO RIO NEGRO120

FIGURA 60 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

AUTOMAacuteTICAS 125

FIGURA 61 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2080 FAZENDA RUDNICK 127

FIGURA 62 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2079 FAZENDA SOUZA 127

FIGURA 63 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2081 RIO DOS BUGRES 128

FIGURA 64 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2083 PONTE DO LAGEADO 128

FIGURA 65 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2084 FOZ DO RIO NEGRINHO 129

FIGURA 66 ndash NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS E EM OPERACcedilAtildeO 129

FIGURA 67 ndash MAPA LOCALIZACcedilAtildeO NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS 130

FIGURA 68 ndash APRESENTACcedilAtildeO DO NOVO SISTEMA DE ESTACcedilOtildeES

HIDROLOacuteGICAS PARA UMA SALA DE SEGUNDO GRAU DO

COLEacuteGIO CENECISTA SAtildeO JOSEacute 131

FIGURA 69 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2079 ndash FAZENDA SOUZA 132

FIGURA 70 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2080 ndash FAZENDA RUDNICK 132

FIGURA 71 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2081 ndash RIO DOS BUGRES 133

FIGURA 72 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2083 ndash PONTE DO LAGEADO 133

FIGURA 73 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JANEIRO DE 2016 134

FIGURA 74 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM FEVEREIRO DE 2016 134

FIGURA 75 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MARCcedilO DE 2016 135

FIGURA 76 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM ABRIL DE 2016 135

FIGURA 77 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MAIO DE 2016 136

FIGURA 78 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JUNHO DE 2016 136

FIGURA 79 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JULHO DE 2016 137

FIGURA 80 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM AGOSTO DE 2016 137

FIGURA 81 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM SETEMBRO DE 2016 138

FIGURA 82 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM OUTUBRO DE 2016 138

FIGURA 83 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM NOVEMBRO DE 2016 139

FIGURA 84 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM DEZEMBRO DE 2016 139

FIGURA 85 ndash BATIMETRIA ADCP M-9 142

FIGURA 86 ndash RESULTADO DATOPOBATIMETRIA - SECcedilAtildeO TRANSVERSAL

PONTE COFERMACO 143

FIGURA 87 ndash GEORREFERENCIAMENTO E LEVANTAMENTO ALTIMEacuteTRICO

PONTE COFERMACO 144

FIGURA 88 ndash MAPA DE DOMIacuteNIOS DAS SECcedilOtildeES TOPOBATIMEacuteTRICAS 146

FIGURA 89 ndash MODELO DIGITAL DO TERRENO - MDT 147

FIGURA 90 ndash RESULTADO SIMULACcedilAtildeO REC-HAS 149

FIGURA 91 ndash LIXO NO RIO NEGRINHO (A) (B) E (C) FUNDOS DO COLEacuteGIO

SAtildeO JOSEacute ndash MARGEM ESQUERDA E EMPRESA

TRANSPORTADORA SEKA ndash MARGEM DIREITA (D) RESULTADO

DE CAMPANHA DE COLETA DE LIXO NO RIO NEGRINHO 153

FIGURA 92 ndash CAMPANHA DE LIMPEZA DO RIO NEGRINHO 154

FIGURA 93 ndash LIGACcedilOtildeES ESGOTO NO RIO NEGRINHO E NA DRENAGEM

PLUVIAL 156

FIGURA 94 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE 159

FIGURA 95 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 781 161

FIGURA 96 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 784 162

FIGURA 97 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 787 163

FIGURA 98 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 790 164

FIGURA 99 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 792 165

FIGURA 100 ndash SOBREPOSICcedilAtildeO DOS PERIacuteMETROS DAS MANCHAS DE

INUNDACcedilAtildeO COTAS 787 (CIANO) 790M (AZUL CLARO) E 792M

(AZUL ESCURO) 166

FIGURA 101 ndash DETALHE AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO

NEGRINHO 167

FIGURA 102 ndash AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO NEGRINHO168

FIGURA 103 ndash ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA A

EMERGEcircNCIAS EM FEVEREIRO DE 2017 170

FIGURA 104 ndash FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO DO PAE 174

FIGURA 105 ndash ESTRANGULAMENTO PONTE IGREJA MATRIZ ndash REDUCcedilAtildeO NA

LARGURA DA SECcedilAtildeO TRANSVERSAL DO RIO DE 1685M PARA

990M DA PONTE 177

FIGURA 106 ndash PAacuteGINA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO ndash SISTEMA DE

MONITORAMENTO 182

FIGURA 107 ndash GRUPOS DE WHATSAPP ndash DEFESA CIVIL RIO NEGRINHO 184

FIGURA 108 ndash PAacuteGINA DO FOacuteRUM DE DEBATES ndash DESASTRES NATURAIS 186

FIGURA 109 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 01 199

FIGURA 110 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 02 200

FIGURA 111 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 03 201

FIGURA 112 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO SAMAE 203

FIGURA 113 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO E PONTE SAMAE 204

FIGURA 114 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE I 205

FIGURA 115 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE II E III 206

FIGURA 116 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE III E

HELMUTH KRAMBECK 207

FIGURA 117 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS FERROVIA PONTE EVARISTO E

INCOPISA 208

FIGURA 118 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS INCOPISA E PONTE COLEacuteGIO SAtildeO

JOSEacute 209

FIGURA 119 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COL SAtildeO JOSEacute E SEKA 210

FIGURA 120 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS SEKA FUNDOS E PONTE

COFERMACO 211

FIGURA 121 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COFERMACO 212

FIGURA 122 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS ACIRNE E PONTE IGREJA MATRIZ 213

FIGURA 123 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTES IGREJA MATRIZ E PEcircNCIL

MINER 214

FIGURA 124 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE PEcircNCIL MINER E CASA

RONCONI 215

FIGURA 125 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CASA RONCONI E PREFEITURA

VELHA 216

FIGURA 126 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PREFEITURA VELHA CASA

RIGUETTO E PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 217

FIGURA 127 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA E

LAGOA DO BOI I 218

FIGURA 128 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI I E II 219

FIGURA 129 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI II E DEGAS 220

FIGURA 130 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DEGAS E RIO SERRINHA 221

FIGURA 131 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO SERRINHA E PONTE RODOVIA BR-

280 222

FIGURA 132 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 1 A 4 223

FIGURA 133 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 5 E 6 E MONTANTE FOZ

RIO NERGRINHO 1 E 2 224

FIGURA 134 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS MONTANTE FOZ RIO NERGRINHO 3 A

6 225

FIGURA 135 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO NEGRO ndash PONTE LAGEADO -

ESTACcedilAtildeO MONITORAMENTO 2083 ndash 1 A 5 226

FIGURA 136 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DORIO NEGRINHO - I 228

FIGURA 137 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO - II 228

FIGURA 138 ndashPLANTA BAIXA PONTE IPIRANGA 231

FIGURA 139 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IPIRANGA 232

FIGURA 140 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IPIRANGA 233

FIGURA 141 ndashPLANTA BAIXA PONTE EVARISTO 234

FIGURA 142 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE EVARISTO 235

FIGURA 143 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE EVARISTO 236

FIGURA 144 ndashPLANTA BAIXA PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 237

FIGURA 145 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 238

FIGURA 146 ndashSECcedilAtildeOTRANSVERSAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 239

FIGURA 147 ndashPLANTA BAIXA PONTE COFERMACO 240

FIGURA 148 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COFERMACO 241

FIGURA 149 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE COFERMACO 242

FIGURA 150 ndashPLANTA BAIXA PONTE IGREJA MATRIZ 243

FIGURA 151 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IGREJA MATRIZ 244

FIGURA 152 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IGREJA MATRIZ 245

FIGURA 153 ndashPLANTA BAIXA PONTE PEcircNCIL MINER 246

FIGURA 154 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE PEcircNCIL MINER 247

FIGURA 155 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE PEcircNCIL MINER 248

FIGURA 156 ndashPLANTA BAIXA PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 249

FIGURA 157 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 250

FIGURA 158 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 251

FIGURA 159 ndashPLANTA BAIXA PONTE RODOVIA BR 280 252

FIGURA 160 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE RODOVIA BR 280 253

FIGURA 161 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE RODOVIA BR 280 254

FIGURA 162 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-19 2014 262

FIGURA 163 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-29 2014 263

FIGURA 164 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-39 2014 264

FIGURA 165 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-49 2014 265

FIGURA 166 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-59 2014 266

FIGURA 167 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-69 2014 267

FIGURA 168 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-79 2014 268

FIGURA 169 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-89 2014 269

FIGURA 170 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-99 2014 270

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS DAS INUNDACcedilOtildeES DE RIO

NEGRINHOSC 70

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO 76

TABELA 3 ndash ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS E METEOROLOacuteGICAS 93

TABELA 4 ndash HIDROGRAMAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS (65090000) E RIO

NEGRINHO MONTANTE (65093000) 114

TABELA 5 ndash VAZOtildeES USADAS NA SIMULACcedilAtildeO NUMEacuteRICA ndash JUNHO 2014 118

TABELA 6 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 122

TABELA 7 - VALORES DE COEFICIENTES DE RUGOSIDADE (119899) DE MANNING

PARA CANAIS NATURAIS (VEN TE CHOW 1959) 148

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 257

SIGLAS

ANA Agecircncia Nacional de Aacuteguas ACIRNE BWDB

Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho Bangladesh Water Development Board

CEHPAR Centro de Hidraacuteulica e Hidrologia Prof Parigot de Souza CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais CEMIG CENAD

Companhia Energeacutetica de Minas Gerais Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CEPED Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CESEC Centro de Estudos de Engenharia Civil CIRAM Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidrometeorologia de Santa Catarina CPRM Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil CTH Curso Teacutecnico de Hidrologia DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral DTM EMBRAPA

Digital Terrain Model Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

EPAGRI EPI

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

EPP FFWC

Empresa de Pequeno Porte Flood Forecasting and Warning Center

FIDE Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre FLU Estaccedilatildeo Fluviomeacutetrica GPDEN Grupo de Pesquisaem Desastres Naturais HECRAS Hydrologic Engineering Center River Analysis System INMET INPE

Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC Painel Internacional de Mudanccedilas Climaticas IPH Instituto de Pesquisas Hidraacuteulicas LACTEC Institutos Lactec MDT Modelo Digital de Terreno ME MNT NASA

Micro Empresa Modelo Numeacuterico do Terreno National Aeronautics and Space Administration

NOAA National Oceanic amp Atmospheric Administration NUPDECS Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil PAE Plano de Accedilatildeo Emergencial PCD Plataforma de Coleta de Dados PGR Programa de Gerenciamento de Riscos PLU Estaccedilatildeo Pluviomeacutetrica PMRN PNPDEC

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil

RCC Regimento de Carros de Combate REMO RN

Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo Oceanograacutefica Referecircncia de Niacutevel

SAMAE Serviccedilo AutocircnomoMunicipal de Saneamento Baacutesico

SEPLAN Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

SIMEPAR Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute SMS Short Message Service Serviccedilo de Mensagens Curtas SUDERHSA Superintedecircncia de Desenvolvimento de Recursos Hiacutedricos e

Saneamento Ambiemtal TIN Triangulated Irregular Network UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul USEPA VMB

United States Environmental Protection Agency Voice Message Broadcast

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 25

11 OBJETIVOS 29

111 Objetivo Geral 29

112 Objetivos Especiacuteficos 29

12 ESTRUTURA DO TRABALHO 30

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 34

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA 34

211 - O fenocircmeno dos rios voadores 36

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea 38

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 39

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO 42

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie 43

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA 44

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS 45

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional 45

252 Modelagem Hidrodinacircmica 48

2521 Escoamento Permanente 48

2522 Escoamento Natildeo Permanente 48

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis

System) 49

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica 51

253 Modelo Hidroloacutegico 52

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 53

3 O ESTADO DA ARTE 57

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E

GEOGRAacuteFICAS 61

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO 61

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 71

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA 73

44 RELEVO 76

45 VEGETACcedilAtildeO 86

46 CLIMA 87

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO 87

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS 89

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS 91

511 Anaacutelise dos dados de chuva 94

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria 94

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica 95

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 97

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 99

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos 101

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 103

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo 106

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 121

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA 121

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA

ESTACcedilAtildeO 122

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados 123

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos 123

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM 124

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral 124

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 124

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo 125

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 125

628 Mediccedilotildees Realizadas 131

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO 140

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO 142

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO 142

711 Coleta de Dados 142

7111 Geoprocessamento dos Dados 143

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT 144

721 Coleta de Dados 145

722 Elaboraccedilatildeo do MDT 145

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS 148

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE

ESGOTO NO RIO 151

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS 151

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE

PLUVIAL 154

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO 157

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO 157

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo 160

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE 169

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial 171

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador 171

915 Fluxograma de Acionamento do PAE 173

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias 175

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias 176

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

de Rio NegrinhoSC 177

92 RECOMENDACcedilOtildeES 178

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES 180

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET 180

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN 180

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom 181

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL 181

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM 181

102 GRUPOS DE WHATSAPP 182

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS 185

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES 187

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS 188

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo 188

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES 189

REFEREcircNCIAS 190

APEcircNDICES 197

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO 198

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO 202

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO 227

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO 230

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES DE

UMA INUNDACcedilAtildeO 255

ANEXOS 260

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE -

INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014 261

25

1 INTRODUCcedilAtildeO

A fixaccedilatildeo de pequenas comunidades e a implantaccedilatildeo das cidades proacuteximas

ao leitos dos rios que facilitou num primeiro momento a utilizaccedilatildeo da aacutegua como

recurso para abastecimento e navegaccedilatildeo deixou parte destas mesmas cidades e da

populaccedilatildeo expostas aos problemas relacionados com as enchentes e as

inundaccedilotildees

Segundo Goerl e Kobiyama (2005) ldquoas palavras cheia e enchente tecircm como

origem o verbo encher do Latin Implere que significa ocupar o vatildeo a capacidade

ou a superfiacutecie de tornar cheio ou repletordquo Assim o termo enchente se aplica a

situaccedilatildeo em que o rio tem o seu volume de aacutegua aumentadomas ainda alcanccedilando

suas margens ou os limites da calha do rio Jaacute o termo inundaccedilatildeo eacute de adequada

utilizaccedilatildeo para a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento

Inundaccedilotildees fazem parte da histoacuteria da humanidade O desenvolvimento das

cidades o processo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo do solo

tecircm acarretado mudanccedilas extremas no comportamento dos canais naturais

principalmente os que cortam as cidades

O modelo de gestatildeo poliacutetico-administrativa brasileira associado a um

sistema de divisatildeo da arrecadaccedilatildeo tributaacuteria que concentra recursos na uniatildeo e nos

estados e transfere as obrigaccedilotildees de atendimento das demandas sociais e de

atendimento de infraestrutura para os municiacutepios dificulta o atendimento agrave

populaccedilatildeo de todo o paiacutes Na ausecircncia de poliacuteticas que integrem o desenvolvimento

dos municiacutepios e que extrapolem seus limites poliacutetico-administrativos o processo de

ocupaccedilatildeo de aacutereas inadequadas(inundaacuteveis) surge com forccedila criando grandes

impactos ambientais e sociais (GROSTEIN 2001)

Associando a ocupaccedilatildeo histoacuterica de formaccedilatildeo de cidades agrave ocupaccedilatildeo

desordenada pela ausecircncia de poliacuteticas e do monitoramento do estado a fenocircmenos

naturais no Brasil um dos fenocircmenos naturais que mais provocaram perdas

humanas no periacuteodo de 1948 a 2004 foram as inundaccedilotildees (KOBIYAMA et al

2004) adicionadas a muitas perdas materiais

O Sul do Brasil especialmente o Estado de Santa Catarina tem sido um dos

mais atingidos por desastres gerados por esses fenocircmenos O municiacutepio de Rio

Negrinho localizado no norte de Santa Catarina eacute um exemplo jaacute que em sua

26

histoacuteria tem padecido com inundaccedilotildees frequentes Somente no periacuteodo de 1891

ateacute 2010 o municiacutepio sofreu 22 inundaccedilotildees sendo em 1891 1911 1913 1920

1925 1926 1937 1946 1983 1984 1992 1995 1997 1998 1999 2004 2005

2007 2008 2009 e duas em 2010 (GIGLIO amp KOBIYAMA 2011) Aleacutem dessas

pode-se acrescentar a grande inundaccedilatildeo de 2014 e as inundaccedilotildees de outubro de

2015

A inundaccedilatildeo de 1911 serviu de referecircncia de niacutevel para a construccedilatildeo da

ferrovia que corta a aacuterea urbana do municiacutepio poreacutem o lapso temporal de 72 anos

entre aquela grande inundaccedilatildeo e a grande inundaccedilatildeo seguinte em 1983 fez com

que a comunidade ocupasse aleacutem da planiacutecie de inundaccedilatildeo tambeacutem o leito maior

do Rio Negrinho Esse mesmo histoacuterico eacute uma repeticcedilatildeo do que ocorreu na cidade

de BlumenauSC (PMRN 2014)

As inundaccedilotildees na cidade de Rio Negrinho atigem a aacuterea urbana do

municiacutepio e de forma especial a aacuterea central onde se concentram o comeacutercio e a

administraccedilatildeo municipal aleacutem de edificaccedilotildees residenciais nas ruas Jorge Zipperer

Senador Nereu Ramos Avenida dos Imigrantes e Rua Willy Jung (PMRN 2014)

O rio dos Bugres inunda os bairros Quitandinha e Jardim Hantchel nas ruas

localizadas na parte mais baixa desses bairros Rua Paulo Tureck Estrada Dona

Francisca Rua Herbert Tureck e Vila Telma com predominacircncia residencial (PMRN

2014)

O rio Serrinha inunda os bairros Vila Nova e Centro nas rua 13 de

Dezembro Carlos Ruckl e Alfredo Greipel aleacutem da Rodovia BR-280 tambeacutem com

predomiacutenio deedificaccedilotildees residenciais (PMRN 2014)

O rio Negro inunda a parte baixa da Rua Sebastiatildeo Ferreira da Veiga no

bairro Campo Lenccedilol atingindo essencialmente edificaccedilotildees residenciais

Dessas inundaccedilotildees as que aconteceram nos anos de 1983 1992 e 2014

foram as que causaram os maiores prejuiacutezos Esta uacuteltima associou trecircs condiccedilotildees

que dificultaram accedilotildees que pudessem minimizar danos

1 - O evento ocorreu num final de semana com muitos proprietaacuterios em

viagem Esses imoacuteveis foram inundados sem que os bens moacuteveis pudessem ter sido

removidos previamente resultando em prejuiacutezos de grande monta

2 - O evento teve sua maior evoluccedilatildeo durante a noite de sexta para saacutebado

No periacuteodo noturno a operaccedilatildeo de retirada de bens moacuteveis eacute mais complexa o que

aumenta os danos e as perdas

27

3 - O niacutevel das aacuteguas subiu muito rapidamente

Nesses 3 eventos o niacutevel das aacuteguas do Rio Negrinho principal rio que corta

a cidade ultrapassou em 93m o normal Essas inundaccedilotildees provocaram inuacutemeros

danos ao comeacutercio agrave induacutestria agrave agropecuaacuteria e ao sistema viaacuterio Muitas

localidades foram afetadas e ficaram isoladas muitas residecircncias foram danificadas

350 e 778 em 1983 e 1992 respectivamente outras 120 e 27 foram destruiacutedas

respectivamente nos referidos anos 6090 e 10000 habitantes desabrigados nos

respectivos anos e na de 1992 houve uma viacutetima fatal (GIGLIO amp KOBIYAMA

2011) Em 2014 1500 edificaccedilotildees foram atingidas sendo 974 residecircncias e 526

edificaccedilotildees comerciais com prejuiacutezo total para o municiacutepio de R$ 9827610000

(Noventa e oito milhotildees duzentos e setenta e seis mil e cem reais) conforme

estudos apresentados no Apecircndice V

Em 2015 novamente dois eventos sucessivos na segunda e quarta

semanas de outubro O primeiro atingiu a marca de 446 metros acima do niacutevel

normal O segundo que iniciou na quinta-feira dia 22 atingiu no dia seguinte a

marca de 551 metros acima do niacutevel normal deixando 42 famiacutelias desalojadas e 8

desabrigadas Foram bloqueadas pelas aacuteguas 22 ruas e 32 edificaccedilotildees comerciais

foram atingidas

Para compreender melhor esses fenocircmenos e aplicar modelos matemaacuteticos

que permitam entender o funcionamento do sistema da bacia superior do Alto Rio

Negro do qual faz parte a bacia do Rio Negrinho eacute necessaacuterio estudar a relaccedilatildeo

chuva-vazatildeo bem como as caracteriacutesticas das chuvas que causam inundaccedilotildees

O processo que envolve o ciclo hidroloacutegico e a quantificaccedilatildeo da chuva sobre

uma bacia eacute um problema complexo que envolve muitas variaacuteveis o que aumenta o

grau de dificuldade na reproduccedilatildeo do comportamento do fluxo de aacutegua que chega

nos rios e a propagaccedilatildeo da sua onda de cheia

Satildeo condiccedilotildees essenciais para que as estimativas de chuva-vazatildeo sejam

representativas da bacia do rio Negrinho a obtenccedilatildeo de dados de mediccedilatildeo e seacuteries

histoacutericas

O uso de computadores softwares leitores e coletores de dados eletrocircnicos

(data loggers) estaccedilotildees hidroloacutegicas instrumentos versaacuteteis que podem operar em

locais remotos e sem rede de energia eleacutetrica contribui para a obtenccedilatildeo de algumas

soluccedilotildees para o problema de inundaccedilotildees Ainda algumas aproximaccedilotildees e

28

simplificaccedilotildees satildeo feitas para contornar as limitaccedilotildees das formulaccedilotildees matemaacuteticas

para representar um comportamento real

A modelagem matemaacutetica desses fenocircmenos objetiva estabelecer uma

relaccedilatildeo entre chuvas e niacuteveis de inundaccedilatildeo nas cidades com uma margem de

tempo razoaacutevel de forma a permitir que as accedilotildees dos governos oacutergatildeos de defesa

civil e habitantes minimizem os prejuiacutezos e principalmente preservem as vidas

Desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo nas margens do rio Negrinho haacute registros de

inundaccedilotildees Ainda assim o municiacutepio desenvolveu seu centro urbano muito proacuteximo

agraves suas margens e de seus afluentes dos Bugres e Serrinha Agora que o centro

urbano jaacute estaacute instalado eacute necessaacuterio caracterizar as aacutereas inundaacuteveis para

possibilitar uma adequada gestatildeo do municiacutepio reduzir o risco de futuro desastre e

minimizar prejuiacutezos da populaccedilatildeo Assim como outras cidades que se formaram agraves

margens de rios a dificuldade de mover essa populaccedilatildeo para aacutereas seguras eacute

enorme por duas razotildees principais os custos envolvidos nessa operaccedilatildeo e o valor

sentimental desses imoacuteveis nos quais geraccedilotildees de famiacutelias escreveram suas

histoacuterias Nesse contexto o presente trabalho caracterizou as aacutereas de inundaccedilatildeo

urbana de Rio NegrinhoSC como forma de subsidiar o monitoramento e a

mitigaccedilatildeo das inundaccedilotildees

A anaacutelise desses eventos deixa muito claro que o ldquoDesastre Naturalrdquo ou o

ldquoDesastre Ambientalrdquo natildeo eacute o comportamento hidroloacutegico e hidrodinacircmico do rio O

ldquoDesastre Naturalrdquo estaacute efetivamente na ocupaccedilatildeo inadequada do seu leito maior e

da sua planiacutecie de inundaccedilatildeo

Conforme mostrou a anaacutelise do prejuiacutezo econocircmico realizado Apendice V o

o montante do prejuiacutezo eacute muito elevado o que justifica toda e qualquer accedilatildeo que

possa mitigar

29

11 OBJETIVOS

111 Objetivo Geral

Analisar e avaliar os problemas de inundaccedilatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC

para o entendimento do fenocircmeno e elaborar um piloto de Plano de Accedilatildeo de

Emergecircncia buscando compreender para mitigar

112 Objetivos Especiacuteficos

Implantar sistema de monitoramento de chuva e vazatildeo com a

instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo de estaccedilotildees hidroloacutegicas para melhorar o

sistema de previsatildeo e alerta de inundaccedilatildeo

Desenvolver uma paacutegina na internet para a Defesa Civil do Municiacutepio

de Rio Negrinho disponibilizando informaccedilotildees referentes aos niacuteveis

dos rios volumes de chuva acumulados e previsotildees do tempo

Desenvolver um foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais

ndash wwwdesastresnaturaiscombr

Montar grupos de WhatsApp e SMS para a Defesa Civil de Rio

Negrinho como forma de repassar rapidamente informaccedilotildees relativas

agrave previsatildeo do tempo niacuteveis dos rios e alertas

Desenvolver procedimentos para eliminar lixo e esgotamento sanitaacuterio

do corpo hiacutedrico

Implementar e simular a hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para

situaccedilotildees de inundaccedilotildees atraveacutes do modelo HEC-RAS

30

12 ESTRUTURA DO TRABALHO

A FIGURA 1 mostra as principais atividadesassuntos desta dissertaccedilatildeo O

ponto de partida satildeo os problemas de inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC sob

os aspectos dos fenocircmenos da natureza das caracteriacutesticas geograacuteficas da aacuterea de

estudo da accedilatildeo antroacutepica e dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros causados

pelas inundaccedilotildees Na sequecircncia eacute descrita a localizaccedilatildeo de cada atividadeassunto

dentro da dissertaccedilatildeo buscando a capacidade de lidar com situaccedilotildees de inundaccedilatildeo

Inicialmente tem-se a introduccedilatildeo apresentando a problemaacutetica do tema que

eacute a inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC e dentro desta apresentaccedilatildeo encontra-

se a justificativa e a motivaccedilatildeo que deram origem a este estudo Juntamente estatildeo

apontados os objetivos geral e especiacutefico e a estruturaccedilatildeo deste trabalho Todos

esses pontos satildeo abordados neste Capiacutetulo 1

Na sequecircncia no Capiacutetulo 2 ndash Revisatildeo de Literatura satildeo feitos o

levantamento dos trabalhos e estudos relacionados ao tema inundaccedilotildees onde se

encontram a descriccedilatildeo dos fenocircmenos da natureza sob os aspectos hidroloacutegicos e

meteoroloacutegicos com ecircnfase nas inundaccedilotildees e tambeacutem as estaccedilotildees hidro

meteoroloacutegicas e sua importacircncia bacias hidrograacuteficas como divisor das chuvas e

formaccedilatildeo das vazotildees nos rios a hidrodinacircmica dos corpos hiacutedricos para entender as

inundaccedilotildees e Planos de Accedilatildeo de Emergecircncia para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo no

contexto de salvaguardar vidas e bens materiais

No Capiacutetulo 3 ndash O Estado da Arte que se relaciona com a Revisatildeo de

Literatura tem-se uma das questotildees relevantes que consiste em verificar as

pesquisas e os estudos inovadores realizados na atualidade buscando formatar a

fronteira do conhecimento em que se encontra o fenocircmeno causador das

inundaccedilotildees associando agraves teacutecnicas para prevenccedilatildeo eou mitigaccedilatildeo de danos

Nos Capiacutetulos 4 e 5 satildeo descritos os levantamentos as anaacutelises e as

avaliaccedilotildees das caracteriacutesticas histoacutericas e geograacuteficas da aacuterea de estudo e das

seacuteries hidroloacutegicas respectivamente realizados Ainda no Capiacutetulo 5 encontram-se

os estudos hidro meteoroloacutegicos da regiatildeo onde se mostra a necessidade de

melhorar as observaccedilotildees de dados hidroloacutegicos para prevenir e mitigar os

problemas causados pelas inundaccedilotildees (Capiacutetulo 6)

31

FIGURA 1 ndash Estrutura do Trabalho (Autor 2017)

32

A partir da caracterizaccedilatildeo geograacutefica e a localizaccedilatildeo da aacuterea urbana de

atingimento das inundaccedilotildees mais frequentes definiu-se o trecho do rio a ser

estudado com modelo hidrodinacircmico e os levantamentos topobatimeacutetricos que foram

realizados Os mesmos estatildeo descritos no Capiacutetulo 7 onde se encontraram os

trabalhos realizados para geraccedilatildeo do modelo digital do terreno Apecircndices I II e III

No Apecircndice IV foram analisados os efeitos da accedilatildeo antroacutepica decorrentes do

processo de urbanizaccedilatildeo que engloba a impermeabilizaccedilatildeo do solo provocada

pelas edificaccedilotildees e pavimentaccedilotildees o dimensionamento inadequado dos sistemas

de drenagem as obras civis em especial pontes e bueiros como pontos de

estrangulamento de rios e coacuterregos e sua interferecircncia no fluxo das aacuteguas o

saneamento e a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Durante a execuccedilatildeo dos levantamentos efetuados no rio Negrinho Serrinha

e dos Bugres contatou-se enorme quantidade de lixo e esgoto despejados no leito e

nas margens desses rios que interferem na inundaccedilatildeo Para solucionar esses

problemas no Capiacutetulo 8 foram relacionados procedimentos para o recolhimento

desse lixo e para a eliminaccedilatildeo do lanccedilamento de esgotos conciliando com a

implantaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio

O Capiacutetulo 9 apresenta um piloto de PAE ndash Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

para Inundaccedilotildees elaborado com base na literatura e nos dados levantados neste

trabalho bem como na estrutura municipal e na experiecircncia do autor junto a Defesa

Civil de Rio Negrinho nas trecircs uacuteltimas inundaccedilotildees de 1983 1992 e 2014 O

levantamento e a avaliaccedilatildeo dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros que ocorrem

numa cidade do porte de Rio Negrinho tendo por referecircncia a uacuteltima grande

inundaccedilatildeo de 2014 foram elaborados no Apecircndice V para justificar a necessidade

da implantaccedilatildeo de um PAE

Para melhor funcionamento do PAE foram desenvolvidos sistemas de

informaccedilotildees que estatildeo descritas no Capiacutetulo 10 Uma nova paacutegina na internet foi

desenvolvida para Defesa Civil de Rio Negrinho e foi criado um grupo de Whatsapp

e SMS com o objetivo principal de aproveitar as novas miacutedias e facilitar o acesso de

todos os muniacutecioes agraves informaccedilotildees de forma especial aos que tecircm imoacuteveis em

aacutereas alagaacuteveis Com o mesmo objetivo poreacutem de forma mais ampla foi criado um

foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais objetivando reunir

pesquisadores para se manifestarem sobre eventos de desastres naturais sendo o

seu foco a inundaccedilatildeo

33

Concluindo a dissertaccedilatildeo o Capiacutetulo 11 trata da mitigaccedilatildeo das perdas e

danos dos eventos de inundaccedilatildeo e de como lidar com eles considerando que a

remoccedilatildeo da cidade das aacutereas inundaacuteveis seria uma operaccedilatildeo que atingiria valores

que a torna inviaacutevel aleacutem da resistecircncia natural de cunho emocional dos moradores

ribeirinhos

34

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA

Sob o ponto de vista da hidrologia toda aacutegua proveniente do meio

atmosfeacuterico que atinge a superfiacutecie terrestre eacute entendida como precipitaccedilatildeo A

precipitaccedilatildeo pode vir sobre a forma de neblina granizo saraiva orvalho geada

neve e chuva O estado em que a aacutegua se encontra eacute o que diferencia essas formas

de precipitaccedilatildeo (TUCCI 1993)

No caso da chuva a determinaccedilatildeo da intensidade eacute importante para o

controle de inundaccedilatildeo e de erosatildeo do solo A chuva eacute o tipo de precipitaccedilatildeo mais

importante para a hidrologia por sua capacidade de produzir escoamento (TUCCI

1993)

Chuva eacute uma precipitaccedilatildeo formada por gotas de aacutegua maiores que 05mm

Elas podem ser classificadas como ldquochuva fracardquo quando a intensidade eacute menor que

25mmhora moderada quando estaacute entre 25 e 75mmhora e forte (pesada)

quando excede a 75mmhora (BRUTSAERT 2005)

O volume total a duraccedilatildeo e as distribuiccedilotildees temporal e espacial satildeo as

principais caracteriacutesticas da precipitaccedilatildeo Um volume acumulado total de

precipitaccedilatildeo natildeo tem significado se natildeo estiver relacionado a uma duraccedilatildeo Uma

chuva de 100mm num mecircs pode ser pouco mas eacute muito se ocorrer num dia e mais

ainda se ocorrer numa hora Natildeo existe como determinar chuva com grande

antecedecircncia por se tratar de um processo aleatoacuterio O tratamento de dados de

pricipitaccedilatildeo na forma chuva para a grande maioria dos problemas dela decorrentes

eacute estatiacutestico (TUCCI 1993)

A ocorrecircncia de precipitaccedilotildees sob a forma de chuva deriva da condensaccedilatildeo

do vapor de aacutegua contido na atmosfera Sob certas condiccedilotildees as gotiacuteculas que

formam as nuvens datildeo origem agraves precipitaccedilotildees Haacute nuvens que natildeo produzem

chuvas necessitando de outros processos que desencadeiem a precipitaccedilatildeo

(TUCCI 1993)

Para que ocorra a chuva as gotiacuteculas precisam ter um volume de tal forma

que seu peso supere as forccedilas que as mantecircm em suspensatildeoEacute preciso que atinjam

uma velocidade de queda maior que as componentes verticais de ascensatildeo dos

movimentos atmosfeacutericos (TUCCI 1993)

35

Conforme Tucci (1993) de acordo com o mecanismo pelo qual ocorre a

ascensatildeo do ar uacutemido as precipitaccedilotildees podem ser classificadas em

Convectivas quando o ar uacutemido em tempo calmo eacute aquecido proacuteximo ao solo

criando camadas de ar que se mantecircm em equiliacutebrio instaacutevel Alterado esse

equiliacutebrio ocorre uma brusca ascenccedilatildeo local de ar menos denso que iraacute condensar

formando nuvens e em muitos casos chuvas Satildeo as chuvas convectivas que

ocorrem frequentemente nas regiotildees equatoriais onde os ventos natildeo satildeo fortes e os

movimentos de ar satildeo predominantemente verticais podendo ocorrer tambeacutem em

regiotildees temperadas no veratildeo Eventualmente tempestades violentas Satildeo

predominantemente chuvas de grande intensidade e curta duraccedilatildeo que ocorrem em

aacutereas de menor dimensatildeo Podem provocar grandes inundaccedilotildees em pequenas

bacias (TUCCI 1993)

Orograacuteficas ocorrem quando ventos quentes e uacutemidos geralmente se deslocando

do oceano para o continente encontram uma regiatildeo montanhosa que os faz subir

resfriar-se condensando o vapor formando nuvens e precipitando-se sob a forma

de chuva Normalmente satildeo chuvas de grande duraccedilatildeo e pequena intensidade

sobre pequenas aacutereas (TUCCI 1993)

Frontais ou Ciclocircnicas se formam do encontro de massas de ar quente e frio Nas

regiotildees de convergecircncia da atmosfera o ar quente e uacutemido sobe violentamente

sendo resfriado onde ocorre a condensaccedilatildeo produzindo chuvas Satildeo chuvas que

atingem grandes aacutereas com intensidade meacutedia e de grande duraccedilatildeo Essas chuvas

eventualmente satildeo acompanhadas de ventos fortes com circulaccedilatildeo ciclocircnica

podendo produzir inundaccedilotildees em grandes bacias (TUCCI 1993)

A seguir satildeo apresentadas as definiccedilotildees de algumas terminologias utilizadas

nesta dissertaccedilatildeo

Iacutendice Pluviomeacutetrico

Para poder acompanhar a quantidade de chuvas numa determinada regiatildeo

os pesquisadores climaacuteticos criaram o iacutendice pluviomeacutetrico (medido em miliacutemetros)

Este eacute calculado da seguinte forma as estaccedilotildees meteoroloacutegicas marcam um espaccedilo

36

no terreno de uma determinada regiatildeo Medem e acompanham a quantidade de

chuva que cai ali durante o ano Este iacutendice eacute uma boa referecircncia para se conhecer

o clima de uma regiatildeo

Temporais

Muitas vezes as chuvas ocorrem em forma de temporais Estas se

caracterizam pelos ventos fortes trovoadas e relacircmpagos Os relacircmpagos satildeo

descargas eleacutetricas provocadas pelo choque entre nuvens carregadas com muita

aacutegua e energia Jaacute o trovatildeo eacute o som provocado por este choque

Previsatildeo de Chuvas

As estaccedilotildees meteoroloacutegicas conseguem prever as chuvas pois observam as

imagens de sateacutelites que mostram a posiccedilatildeo e o deslocamento das massas de ar

Com dados de outros fatores (umidade ventos temperaturas) conseguem prever

com razoaacutevel precisatildeo o horaacuterio e quantidade de chuvas

211 - O fenocircmeno dos rios voadores

Os rios voadores satildeo ldquocursos de aacutegua atmosfeacutericosrdquo compostos de massas

de ar carregadas de vapor drsquoaacutegua acompanhados ou natildeo por nuvens e movidos

pelos ventos Inviacutesiacuteveis essas correntes de ar passam sobre noacutes carregando

umidade da Bacia Amazocircnica para as regiotildees Centro-Oeste Sudeste e Sul do

Brasil

Em contato com as frentes frias que vem do sul essa umidade se tranforma

em chuva Recebem o nome de rios voadores as enormes quantidades de vapor

drsquoaacutegua transportadas pelas correntes aeacutereas Trata-se de um fenocircmeno que tem

impacto nas inundaccedilotildees da regiatildeo sul

Como uma bomba de succcedilatildeo segundo Petrobraacutes (2017) a floresta

amazocircnica puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano

Atlacircntico e carregada pelos ventos aliacuteseos Essa umidade cai sob a forma de chuva

sobre a floresta Sob a forma de vapor drsquoaacutegua a floresta devolve a aacutegua da chuva

para a atmosfera pela evapotranspiraccedilatildeo Assim o ar eacute recarregado com mais

umidade e segue sendo transportado em direccedilatildeo ao oeste para cair novamente

como chuva mais a frente

37

Nesse processo contiacutenuo seguindo em direccedilatildeo oeste recarregados com a

umidade da floresta os rios voadores (massas de ar) encontram a Cordilheira dos

Andes que forma uma barreira natural Parte dessa umidade se precipita nas

encostas dessa barreira formando as nascentes dos rios amazocircnicos A porccedilatildeo dos

rios voadores que natildeo se precipita faz uma curva em direccedilatildeo ao sul regiotildees Centro-

Oeste Sudeste e Sul do Brasil e paiacutees vizinhos FIGURA 2

Dessa forma os rios voadores a floresta amazotildenica e a Cordilheira dos

Andes interferem no nosso regime de chuvas no clima e nas nossas inundaccedilotildees

(PETROBRAacuteS 2017)

FIGURA 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica fenocircmeno dos rios voadores (PETROBRAacuteS 2017)

38

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea

O sistema climaacutetico da terra eacute composto por diversos componentes A

interaccedilatildeo entre a superfiacutecie dos oceanos e a baixa atmosfera proacutexima a ela eacute uma

delas As trocas de energia e umidade podem afetar o clima regional e global

Ao fenocircmeno do aquecimento anormal das aacuteguas superficiais e sub-

superficiais do Oceano Paciacutefico Equatorial daacute-se o nome de El Nintildeo FIGURA 3

Nome em espanhol refere-se agraves aacuteguas quentes que aparecem na costa do Peru na

eacutepoca do Natal Pescadores a chamam de ldquoCorriente de El Nintildeo em referecircncia ao

Menino Jesus

Consideradas anomalias do sistema climaacutetico tanto o El Nintildeo quanto o La

Nintildea representam alteraccedilotildees no sistema oceano-atmosfera encontradas no oceano

Paciacutefico tropical com consequecircncias no clima em todo o planeta Natildeo eacute apenas a

presenccedila de aacuteguas quentes do El Nintildeo mas as alteraccedilotildees na atmosfera proacutexima a

superfiacutecie do oceano interferindo nos ventos aliacutesios (leste para oeste) na regiatildeo

equatorial O enfraquecimento dos ventos e o aquecimento do oceano promovem

mudanccedilas na circulaccedilatildeo entre os niacuteveis baixos e altos da atmosfera tendo como

consequecircncia alteraccedilotildees no transporte de umidade e mudanccedilas na distribuiccedilatildeo das

chuvas em regiotildees tropicais e de latitudes meacutedias e altas Tambeacutem satildeo observados

aumento ou queda de temperatura em algumas regiotildees do globo

O fenocircmeno La Nintildea eacute o oposto do El Nintildeo e eacute tembeacutem chamado de

episoacutedio frio onde os ventos aliacutesios mais intensos empurram as aacuteguas do Oceano

Paciacutefico para o lado oposto onde ficaratildeo ldquorepresadasrdquo no Paciacutefico Equatorial Oeste

aumentando o desniacutevel entre o Paciacutefico Ocidental e Oriental As aacuteguas mais quentes

represadas a oeste geram evaporaccedilatildeo e consequentemente movimentos

ascendentes que por sua vez geram nuvens de chuva A regiatildeo atingida por este

fenocircmeno eacute a do nordeste do Oceano Iacutendico agrave oeste do Oceano Paciacutefico passando

pela indoneacutesia (INPE 2017)

39

FIGURA 3 ndash El Nintildeo em atividade (NASA 2017)

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A seguir satildeo descritas algumas das definiccedilotildees encontradas na literatura para

inundaccedilotildees

Inicialmente como jaacute mencionado na introduccedilatildeo o termo inundaccedilatildeo adotado

neste estudo eacute a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento para planiacutecie de inundaccedilatildeo

(GOERL e KOBIYANA 2005)

Segundo Magalhatildees (1970 p93) eacute ldquoa cheia de um rio cujas aacuteguas

crescendo de volume transbordam alagando os territoacuterios circunjacentes A

inundaccedilatildeo eacute causada pela abundante precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica aliada a causas

fisiograacuteficas tais como a configuraccedilatildeo especial das zonas ribeirinhas a largura e a

profundidade dos leitos dos rios bem como a estrutura da barra ou a

desembocadura das correntes Os prejuiacutezos econocircmicos estatildeo associados agrave

ocupaccedilatildeo humanardquo

Para Tucci (1993 p 621) a inundaccedilatildeo eacute o fenocircmeno que ocorre ldquoquando a

aacutegua que chega ao rio eacute superior agrave capacidade de drenagem de sua calha normal

as aacuteguas transbordam o leito normal e ocupam a planiacutecie de inundaccedilatildeordquo A

ocorrecircncia de inundaccedilotildees depende das caracteriacutesticas fiacutesicas e climatoloacutegicas da

bacia hidrograacutefica ndash especialmente a distribuiccedilatildeo espacial e temporal da chuva

Leopold (1994 p 113) definiu a inundaccedilatildeo como sendo a ocorrecircncia de um

fluxo de tal magnitude que transborda os bancos naturais ou artificiais em um trecho

40

de um rio Onde existe uma planiacutecie de inundaccedilatildeo inundaccedilatildeo eacute qualquer fluxo que

se espalha por essa planiacutecie

Segundo Guerra amp Guerra (1997 p220) a inundaccedilatildeo eacute o mesmo que

alagado ie ldquoaacuterea alagadiccedila apoacutes a enchenterdquo lsquoEnchentesrsquo satildeo grandes chuvas que

ocorrem nos rios e geralmente provocam verdadeiros desastres causando perdas

na agricultura pecuaacuteria cidades proacuteximas etc O que as caracteriza eacute a sua

irregularidade isto eacute que natildeo ocorrem todos os anos

Inundaccedilotildees segundo Below et al (2009 p 6) estatildeo inseridas no grupo de

desastres hidroloacutegicos ou seja relacionados a desvios no ciclo hidroloacutegico As

inundaccedilotildees satildeo subdivididas em inundaccedilotildees ribeirinhas bruscas e costeiras

Apoacutes passar pela experiecircncia das inundaccedilotildees a populaccedilatildeo comeccedilou a

procurar habitar aacutereas mais altas menos frequentemente inundadas (TUCCI 1993

PLATE 2002) Mas com o aumento da urbanizaccedilatildeo as planiacutecies inundaacuteveis

tambeacutem foram ocupadas principalmente pela populaccedilatildeo de baixa renda gerando

problemas sociais que se repetem a cada inundaccedilatildeo (TUCCI 1993) Magalhatildees

(1970) e Leopold (1994) concordam que os danos causados pelas inundaccedilotildees satildeo

consequecircncia da ocupaccedilatildeo humana das planiacutecies inundaacuteveis Comprovando essa

ideacuteia Silveira et al (2009) mostraram que os desastres das inundaccedilotildees em Joinville

SC estatildeo mais relacionadas com o avanccedilo da ocupaccedilatildeo das planiacutecies de inundaccedilatildeo

do que com o comportamento das chuvas e portanto satildeo desastres mais humanos

que naturais Flemming (2002) relembra que as inundaccedilotildees satildeo fenocircmenos naturais

que natildeo podem ser evitados mas seus danos podem ser mitigados Para essa

tarefa ressalta a importacircncia da elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo

As inundaccedilotildees tecircm dinacircmicas diferentes que estatildeo relacionadas

principalmente com as caracteriacutesticas das bacias hidrograacuteficas Segundo Castro

(2003) a evoluccedilatildeo das inundaccedilotildees pode se dar de forma brusca com aumento

raacutepido e intenso do volume de aacutegua do canal ou gradual com a subida e a descida

das aacuteguas de um rio de forma lenta

Em Rio Negrinho houve inundaccedilotildees que podem ser enquadradas nas duas

modalidades descritas

As inundaccedilotildees de acordo com Amaral e Ribeiro (2012 p41) ldquosatildeo eventos

naturais que ocorrem com periodicidade nos cursos drsquoaacutegua frequentemente

deflagrados por chuvas fortes e raacutepidas ou chuvas de longa duraccedilatildeordquo Segundo

Tucci (2005 p42) ldquoeste eacute um processo natural que ocorre quando a precipitaccedilatildeo eacute

41

intensa causada por eventos chuvosos em que o solo perde a capacidade de

infiltraccedilatildeo aumentando o escoamento superficial que rapidamente alcanccedila os

cursos drsquoaacuteguardquo

Quando a inundaccedilatildeo se estabelece as aacuteguas do rio ocupam as aacutereas da

planiacutecie fluvial que eacute composta pela planiacutecie de inundaccedilatildeo leito maior e leito menor

do rio Zancopeacute (2012) define que ldquoas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo aacutereas dos vales

fluviais que sofrem inundaccedilotildees por cheias de determinadas magnitudes e intervalos

de recorrecircncia e as planiacutecies fluviais satildeo aacutereas dos vales fluviais marginais aos

cursos drsquoaacutegua parcialmente alagadas por transbordamentos perioacutedicos oriundos dos

rios e limitadas lateralmente pelas bases de vertentes dos valesrdquo

Segundo Tucci (2005 p29) o leito menor eacute caracterizado pelos locais onde

a aacutegua escoa normalmente a maior parte do tempo jaacute o leito maior eacute caracterizado

pelos locais em que o rio alcanccedila quando atinge niacuteveis superiores de volume drsquoaacutegua

(FIGURA 4) Tucci (2005 p29) comenta ainda que esse tipo de inundaccedilatildeo quando

as aacuteguas atingem o leito maior do rio geralmente ocorre em bacias hidrograacuteficas

meacutedias e grandes (gt100kmsup2) e que esse processo eacute natural como consequecircncia do

ciclo hidroloacutegico e assim eacute denominada inundaccedilatildeo de aacutereas ribeirinhas As aacutereas de

planiacutecie de inundaccedilatildeo satildeo locais que periodicamente seratildeo atingidos pelo

transbordamento dos cursos de aacuteguas faz parte da dinacircmica natural dos rios

(AMARAL e RIBEIRO 2012)

42

FIGURA 4 - Ocupaccedilatildeo indevida da margem dos rios (CPRM 2016)

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO

Eacute o conjunto de sistemas para o monitoramento de variaacuteveis ambientais

composto de coleta tratamento armazenamento transmissatildeo e disponibilizaccedilatildeo de

seacuteries histoacutericas

Os principais dados monitorados satildeo duraccedilatildeo quantidade e intensidade das

chuvas niacuteveis dos rios temperatura do ar umidade do ar velocidade e direccedilatildeo dos

ventos pressatildeo atmosfeacuterica e radiaccedilatildeo solar

A Hidrometeorologia eacute a parte da ciecircncia que trata da aacutegua na atmosfera

(TUCCI 1993) Bruce e Clark (1980 p 1) mencionam a importacircncia da meteorologia

no desenvolvimento de estudos hiacutedricos e no controle de inundaccedilotildees indicando a

necessidade do monitoramento meteoroloacutegico para as soluccedilotildees de gestatildeo de aacuteguas

superficiais e subterracircneos O termo hidrometeorologia eacute utilizado por eles como

43

sendo a aplicaccedilatildeo da meteorologia para a soluccedilatildeo dos problemas hidroloacutegicos

diferindo da definiccedilatildeo que trata como um problema de fronteira entre meteorologia e

hidrologia Segundo eles a dificuldade na aplicaccedilatildeo dessa uacuteltima reside na largura

da fronteira que varia de acordo com o ponto de vista da pessoa que o usa Na

praacutetica a largura varia do campo de estudos das condiccedilotildees meteoroloacutegicas criacuteticas

para uso na estimativa de fluxos maacuteximos de inundaccedilatildeo

No Brasil em diversos estudos esse termo eacute utilizado como a soma dos

termos hidroloacutegico e meteoroloacutegico

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie

As estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas de superfiacutecie podem ser

convencionais ou automaacuteticas (telemeacutetricas) As estaccedilotildees automaacuteticas foram

implantadas na deacutecada de 90 substituindo ou monitorando em conjunto com as

convencionais

Nessas estaccedilotildees um teacutecnico em meteorologia vai ateacute a estaccedilatildeo anotar

manualmente cada dado quatro vezes por dia sempre agraves 00 06 12 e 18 UTC (3

horas a menos do horaacuterio de Brasiacutelia)

Os instrumentos de uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional medem a

temperatura e a umidade do ar a direccedilatildeo e velocidade do vento a chuva

acumulada o tempo de insolaccedilatildeo evaporaccedilatildeo intensidade da radiaccedilatildeo solar e a

pressatildeo

Ainda na estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional o teacutecnico tambeacutem faz a

observaccedilatildeo visual das nuvens e da visibilidade Nos horaacuterios de observaccedilatildeo ele

avalia o ceacuteu como um todo quantifica e classifica as nuvens daquele momento

observando a ocorrecircncia de neacutevoa ou nevoeiro (Climatempo 2017)

Segundo Barth et al (1987 p 111) o estudo do regime hidroloacutegico de um

curso de aacutegua exige o conhecimento da variaccedilatildeo de sua vazatildeo ao longo do tempo

Numa estaccedilatildeo convencional a avaliaccedilatildeo diaacuteria dessa vazatildeo se daacute por um processo

direto pelo registro diaacuterio duas vezes ao dia atraveacutes da leitura do niacutevel da aacutegua na

reacutegua ou pelo registro contiacutenuo atraveacutes de hidroacutegrafas onde o niacutevel de aacutegua eacute

registrado Esses niacuteveis ou cotas determinam as vazotildees usando a curva-chave ou

curva cota-vazatildeo

44

A obtenccedilatildeo mais comum da vazatildeo se daacute pela mediccedilatildeo do niacutevel da aacutegua por

meio de liniacutemetros mais comumente chamados de reacuteguas linimeacutetricas e liniacutegrafos

Uma reacutegua linimeacutetrica nada mais eacute do que uma escala graduada de madeira ou

metal esmaltada ou natildeo ou mesmo pintada sobre uma superfiacutecie vertical de

concreto cuja extremidade inferior denominada ldquozero da reacuteguardquo estaacute na medida do

possiacutevel sempre mergulhada na aacutegua mesmo nas estiagens mais severas Isso

evita a necessidade de leituras negativas que satildeo tradicionalmente uma fonte de

erros (BARTHet al 1987 p 111)

A grande maiorias das estaccedilotildees hidromeacutetricas convencionais brasileiras

conta com simples reacuteguas linimeacutetricas O grau de confianccedila de seus registros eacute

portanto diretamente dependente do encarregado da leitura A localizaccedilatildeo do posto

hidromeacutetrico eacute estabelecida de modo a permitir um acesso faacutecil e permanente ao

local quaisquer que sejam as condiccedilotildees climaacuteticas e o niacutevel das aacuteguas inclusive

nas maiores inundaccedilotildees (PINTO et al 1976 p 185)

Uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie automaacutetica eacute composta por uma

unidade de memoacuteria central (ldquodata loggerrdquo) ligada a vaacuterios sensores dos paracircmetros

meteoroloacutegicos (pressatildeo atmosfeacuterica temperatura e umidade relativa do ar

precipitaccedilatildeo radiaccedilatildeo solar direccedilatildeo e velocidade do vento) que integra os valores

observados minuto a minuto e os disponibiliza automaticamente a cada 15 minutos

ou a cada hora (INMET 2017)

A estaccedilatildeo hidroloacutegica automaacutetica eacute composta por um data logger um sensor

de pressatildeo para mediccedilatildeo de cota (niacutevel da aacutegua) e um pluviocircmetro de baacutescula para

mediccedilatildeo de chuva acumulada num intervalo de tempo

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA

Segundo Viessman et al (1972) bacia hidrograacutefica eacute uma aacuterea definida

topograficamente drenada por um curso drsquo aacutegua ou um sistema conectado de

cursos drsquo aacutegua dispondo de uma simples saiacuteda para que toda vazatildeo efluente seja

descarregada

Tambeacutem pode-se definir a bacia hidrograacutefica como sendo uma aacuterea onde a

aacutegua da precipitaccedilatildeo eacute captada naturalmente fazendo com que seu escoamento

seja conduzido para um uacutenico ponto de saiacuteda seu exutoacuterio A bacia hidrograacutefica eacute

45

composta de um conjunto de superfiacutecies vertentes e de uma rede de drenagem

formada por cursos de aacutegua que confluem ateacute resultar num leito uacutenico no exutoacuterio

De forma geral a chuva que cai sobre as vertentes infiltra-se nos solos ateacute

a saturaccedilatildeo destes momento em que diminuem as taxas de infiltraccedilatildeo e comeccedilam a

surgir os escoamentos superficiais na condiccedilatildeo de persisitecircncia da precipitaccedilatildeo O

escoamento superficial gerado nas vertentes da bacia hidrograacutefica pode ser

entendido como ldquoproduccedilatildeordquo de aacutegua de escoamento raacutepido Com essa interpretaccedilatildeo

a aacutegua produzida pelas vertentes tem como destino imediato a rede de drenagem

que iraacute conduziacute-la agrave seccedilatildeo de saiacuteda da bacia No leito maior dos rios (zona de

inundaccedilatildeo) o comportamento eacute duacutebio ora de produccedilatildeo quando os niacuteveis de aacutegua

dos rios estatildeo inicialmente baixos funcionando esta zona como vertente ora de

transporte quando os niacuteveis dos rios estatildeo elevados com a zona de inundaccedilatildeo

usada para escoamento (TUCCI 1993)

A bacia hidrograacutefica pode ser descrita como um sistema fiacutesico onde o

volume de aacutegua precipitado compotildee a entrada e o volume de aacutegua que sai pelo

exutoacuterio eacute a saiacuteda tendo como perdas intermediaacuterias os volumes da evaporaccedilatildeo da

evapotranspiraccedilatildeo e os volumes de infiltraccedilatildeo profunda Em eventos isolados essas

perdas podem ser desconsideradas (TUCCI 1993)

A funccedilatildeo hidroloacutegica da bacia hidrograacutefica eacute transformar uma entrada

precipitaccedilatildeo de volume concentrada no tempo em uma saiacuteda escoamento de

forma mais distribuiacuteda no tempo (TUCCI 1993)

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS

Neste estudo a hidrodinacircmica eacute o movimento da aacutegua ao longo do rio e o

comportamento deste movimento eacute determinado pelos modelos hidrodinacircmicos

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional

Segundo Campos (2009) modelo eacute um grupo ordenado de suposiccedilotildees que

se propotildeem a explanar as propriedades de um sistema sem necessariamente

manter todas as suas particularidades Para Christofoletti (1999) define-se um

modelo como uma reproduccedilatildeo assingelada do que ocorre de fato em funccedilatildeo da

complexidade de maneira que seja possiacutevel fazer uma reconstituiccedilatildeo muito proacutexima

46

da realidade fazer simulaccedilotildees previsotildees alteraccedilotildees e evoluccedilotildees Para este autor

um modelo que busca reproduzir um sistema ambiental exprimindo uma hipoacutetese

cientiacutefica precisa ser analisado e testado para diferentes suposiccedilotildees

Assim os modelos satildeo um elo entre o que eacute obervado na praacutetica e as

suposiccedilotildees teoacutericas Devem ser construiacutedos de forma a atingir ao que se propotildeem

devendo tambeacutem ficar claros os limites de sua capacidade de fazer previsotildees

Importante destacar as suas aplicabilidades como ferramentas de planejamento

(CHRISTOFOLETTI 1999)

Na primeira metade do seacuteculo passado o uso da modelagem matemaacutetica

era limitada devido agrave dificuldade de encontrar soluccedilotildees analiacuteticas para resolver os

sistemas natildeo lineares de equaccedilotildees diferenciais ordinaacuterias e parciais da

hidrodinacircmica restringindo-se aos modelos lineares ou linearizados atraveacutes de

simplificaccedilotildees algeacutebricas Chapra (1997) menciona que o movimento do fluido

dentro de canais ou calhas era descrito com base em geometria simples como

exemplo retacircngulo trapeacutezio ou triacircngulo e condiccedilotildees de equiliacutebrio dinacircmico

Somente na segunda metade do seacuteculo passado com o desenvolvimento dos

computadores e a utilizaccedilatildeo de meacutetodos numeacutericos foi possiacutevel obter soluccedilotildees para

as equaccedilotildees que representam os processos hidrodinacircmicos mais proacuteximas das

caracteriacutesticas geomorfoloacutegicas das calhas do rios Essas soluccedilotildees satildeo chamadas

soluccedilotildees numeacutericas de equaccedilotildees diferenciais parciais e natildeo lineares permitindo

desta forma a simulaccedilatildeo da movimentaccedilatildeo da aacutegua mais especificamente neste

estudo da onda de cheia responsaacuteveis pelas inundaccedilotildees

Essas inundaccedilotildees satildeo sempre transientes variam no espaccedilo e no tempo

Esses movimentos natildeo-permanentes os quais satildeo regidos pelas equaccedilotildees

desenvolvidas pelos matemaacuteticos Laplace e Lagrange e satildeo considerados os

primeiros a caracterizar o movimento das ondas em canais (Marmood e Yevjevich

1975 apud Silva 2015) Na praacutetica muitas vezes pela dificuldade de se obter

hidrogramas de cheias representam-se as cheias usando vazotildees maacuteximas

invariantes no tempo para delimitar a cota de atingimento da mesma que satildeo

utilizadas para confecccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo sem levar em conta o tempo de

propagaccedilatildeo

Segundo Tucci (1998) a modelagem hidrodinacircmica computacional utiliza as

equaccedilotildees do escoamento unidimensional em rios e canais e suas simplificaccedilotildees Em

geral os processos computacionais envolvem grande quantidade de dados e

47

procuram representar mais precisamente o sistema fiacutesico observado no escoamento

em rios No caso do estudo de inundaccedilotildees esse escoamento depende

essencialmente da declividade da bacia da estrutura da rede de drenagem e da

cobertura vegetal existentes no leito e margens dos rios O ponto inicial da

modelagem hidrodinacircmica eacute a construccedilatildeo da geometria do canal ou canais Para

isso vaacuterios meacutetodos satildeo usados entre eles os mecanismos que utilizam modelos

digitais de terreno em programas de geoprocessamento

Silva (2015) menciona que Chien e Tan (2011) apresentaram um experimento

usando Google Earth para gerar a geometria necessaacuteria agrave simulaccedilatildeo com o modelo

hidrodinacircmico 2D e Gichamo et al (2012) verificaram a aplicabilidade do MDT

ASTER GDEM (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer

Global Digital Elevation Model) com um poacutes-processamento para correccedilatildeo de

tendecircncias (bias) para simulaccedilatildeo de eventos de enchentes usando o modelo

hidrodinacircmico HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center ndash River Analysis System)

escolhido dentre os modelos existentes pela familiaridade do autor Foi feito o

levantamento da calha do rio (batimetria) para precisatildeo da cota de inundaccedilatildeo e

junccedilatildeo com o levantamento aerofotogrameacutetrico existente na Prefeitura Municipal de

Rio Negrinho

Pontes (2011) realizou uma comparaccedilatildeo entre modelos hidrodinacircmicos

simplificados e completo testando os modelos de Muskingum-Cunge linear

Muskingum natildeo linear e modificado por Todini e IPHS com o HEC-RAS O resultado

mostrou que o Muskingum modificado foi promissor indicando que o HEC-RAS eacute um

modelo completo e usado como base para os demais Esse modelo vem sendo

amplamente utilizado e que tem apresentado resultados satisfatoacuterios (Souza et al

2007 Santillan et al 2012 Hasani 2013 Sharkey 2014 entre outros)

Em 2002 Wheater apud Silva (2015) fez uma revisatildeo sobre as perspectivas

da modelagem hidrodinacircmica na simulaccedilatildeo de enchentes apresentando a

importacircncia da distribuiccedilatildeo da chuva para qualidade dos resultados da simulaccedilatildeo

bem como cenaacuterios usando como base as chuvas estimadas considerando as

mudanccedilas climaacuteticas aleacutem do incremento na capacidade de simulaccedilatildeo em bacias

sem estaccedilotildees de coleta de dados

48

252 Modelagem Hidrodinacircmica

A modelaccedilatildeo hidraacuteulica pode apresentar o escoamento permanente ou natildeo

permanente

2521 Escoamento Permanente

Quando a velocidade local em um ponto natildeo muda com o tempo o

escoamento eacute definido como permanente Como consequecircncia outras condiccedilotildees de

contorno como vazatildeo profundidade raio hidraacuteulico entre outros seratildeo invariaacuteveis

Escoamento uniforme eacute aquele no qual a declividade a velocidade e as

caracteriacutesticas geomeacutetricas do canal coacuterrego ou rio natildeo variam ao longo da sua

extensatildeo supondo-se com linhas de fluxo paralelas e retas (PORTO 2006) Esta

simplificaccedilatildeo eacute usualmente utilizada no dimensionamento e verificaccedilatildeo da

capacidade de vazatildeo de canais pelas facilidade do seu equacionamento utilizando

as equaccedilotildees de Cheacutezy e Manning que consideram a resistecircncia do contorno do

canal (CANHOLI 2005)

Os princiacutepios da conservaccedilatildeo de energia constante na foacutermula de Bernoulli

e da conservaccedilatildeo de massa desempenhado pela equaccedilatildeo da continuidade

fundamentam os modelos que adotam o escoamento permanente (GRACIOSA

2010) Seus usos mais frequentes satildeo a anaacutelise do perfil de cheias o caacutelculo do

remanso de rios o dimencionamento de obras hidraacuteulicas e o escoamento em

estiagem entre outras utilizaccedilotildees (TUCCI 1998)

2522 Escoamento Natildeo Permanente

Quando a velocidade do fluxo em determinado ponto se modifica com o

tempo tem-se o escoamento natildeo permanente Satildeo as coordenadas espaciais do

ponto e do tempo que definem essa condiccedilatildeo A passagem de uma onda de cheia

eacute um exemplo de onde esse regime ocorre fato este que acontece na maioria dos

problemas hidroloacutegicos de escoamento superficial de canais (PORTO 2006 TUCCI

1998)

As equaccedilotildees da continuidade e da quantidade de movimento reproduzem

esse tipo de escoamento e quando associadas satildeo chamadas de equaccedilotildees de

Saint Veacutenant Eacute comum o uso de simplificaccedilotildees que facilitam o uso desse conjunto

49

de equaccedilotildees Um exemplo eacute o tratamento unidirecional do escoamento natildeo

levando em consideraccedilatildeo as variaccedilotildees de velocidade nas direccedilotildees horizontal

(lateral) e vertical (profundidade) Quando os modelos satildeo mais complexos por

considerarem todos os elementos das equaccedilotildees de Saint Veacutenant (pressatildeo e ineacutercia

do fluxo atrito e gravidade) passam a ser chamados de modelos hidrodinacircmicos O

sistema de equaccedilotildees que se forma para representar este escoamento somente

pode ser solucionado por meacutetodos numeacutericos que permitem a discretizaccedilatildeo do rio

em seccedilotildees Meacutetodos analiacuteticos natildeo resolvem os sistemas de equaccedilotildees resultantes

desse tipo de escoamento (TUCCI 1998)

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis System)

Software livre do Corpo de Engenheiros do Exeacutercito dos Estados Unidos da

Ameacuterica (US Army Corps of Engineers) eacute um programa de modelaccedilatildeo hidraacuteulica

unidirecional para uma rede de rios e canais Aleacutem do escoamento permanente ele

modela o escoamento natildeo permanente o transporte de sedimentos e modela

tambeacutem anaacutelises de qualidade de aacutegua (USACE 2010)

O caacutelculo da lacircmina daacutegua nos canais considerando fluxo uniforme

gradualmente variado ou bruscamente variado para regimes de escoamento

supercriacutetico e sub criacutetico satildeo funccedilotildees da modelaccedilatildeo do escoamento permanente

Pela equaccedilatildeo de Manning e pela utilizaccedilatildeo de coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo

satildeo calculadas as perdas de energia A equaccedilatildeo da quantidade de movimento eacute

utilizada em situaccedilotildees onde a variaccedilatildeo do niacutevel daacutegua ocorre rapidamente (USACE

2010)

Um meacutetodo hidrodinacircmico com a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees completas de

Saint Veacutenant possibilita a modelaccedilatildeo do escoamento natildeo permanente Regimes de

escoamento subcriacutetico ou supercriacutetico ou ambos podem ser analisados nesse

modelo Os caacutelculos hidraacuteulicos de pontes bueiro e outras estruturas tambeacutem satildeo

incorporados para o componente de escoamento permanente (USACE 2010)

A geometria de cada uma das seccedilotildees consideradas do canal condiccedilotildees de

contorno e valores do coeficiente (n) de rugosidade de Manning para o canal e

planiacutecie de inundaccedilatildeo aleacutem da vazatildeo utilizada para a modelaccedilatildeo (valores fixos para

50

o escoamento permanente e hidrogramas para o natildeo permanente) satildeo os principais

dados de entrada para o software

A interaccedilatildeo entre o HEC-RAS e um SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Geograacuteficas) se daacute atraveacutes da plataforma HEC-GeoRAS Satildeo ferramentas para

softwares tipo ArcGIS ou Quantum GIS que manipulam os dados geograacuteficos que

seratildeo utilizados no HEC-RAS Gera-se um modelo digital de terreno (MDT) que eacute

importado para o HEC-RAS Realizada a modelaccedilatildeo hidraacuteulica um novo arquivo eacute

gerado Este pode ser exportado novamente para o ArcGIS ou o Quantum GIS

permitindo uma anaacutelise espacial da planiacutecie de inundaccedilatildeo modelada FIGURA 5

(USACE 2010)

FIGURA 5 ndash Modelaccedilatildeo Hidraacuteulica HEC-RAS (USACE-US Army Corps of Engineers 2010)

51

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica

Os softwares descritos anteriormente satildeo amplamente utilizados no meio

acadecircmico Mulungo (2012) desenvolveu um modelo para a bacia hidrograacutefica do

Campus da UFSC em FlorianoacutepolisSC com o objetivo geral de analisar as

inundaccedilotildees da bacia hidrograacutefica daquele campus por meio do modelo hidroloacutegico

de chuva-vazatildeo (HEC-HMS) e hidrodinacircmico (HEC-RAS) Como objetivos

especiacuteficos o trabalho avaliou a vazatildeo com base na chuva de projeto para

diferentes periacuteodos de retorno verificou as mudanccedilas no uso da cobertura do solo

da bacia e analisou suas consequecircncias na vazatildeo do rio do Meio Verificou-se a

aacuterea inundada e as respectivas cotas

A anaacutelise dos resultados permitiu apresentar algumas conclusotildees entre

elas que entre 1998 e 2007 houve um acreacutescimo de 15 de aacuterea construiacuteda da

bacia do Campus da UFSC aumentando em 27 na vazatildeo de piso e de 26 no

volume escoado Foram feitas anaacutelises da capacidade maacutexima de escoamento sem

transbordamento causado por uma ponte e simulaccedilotildees de manchas de inundaccedilatildeo

FIGURA 6

Ele recomendou que fosse feito o planejamento e a regulamentaccedilatildeo

urgentes do uso e ocupaccedilatildeo de solo da bacia tendo em vista a existecircncia de um

processo contiacutenuo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo podendo

acarretar graves problemas ao sistema de drenagem favorecendo a ocorrecircncia de

inundaccedilotildees

52

FIGURA 6 ndash Mancha de Inundaccedilatildeo observada (MO) e simulada (MS) para 1995 na fase de calibraccedilatildeo do HEC-RAS da bacia hidrograacutefica do Campus da UFSC

(MULUNGO 2012)

253 Modelo Hidroloacutegico

O comportamento de uma bacia hidrograacutefica ainda que composto por

fenocircmenos naturais como evaporaccedilatildeo precipitaccedilatildeo infiltraccedilatildeo e escoamento de

rios pode ser simulado pela elaboraccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos Os modelos tecircm

por objetivo reproduzir e facilitar o entendimento de como funcionam os fenocircmenos

e possibilitando a elaboraccedilatildeo de previsotildees Funccedilotildees matemaacuteticas experimentais e

conceituais satildeo a base do funcionamento de diversos tipos de modelo incluindo os

modelos que representam o ciclo hidroloacutegico (TUCCI 1998)

Eacute importante mencionar que os modelos hidroloacutegicos apresentam limitaccedilotildees

que devem ser levadas em consideraccedilatildeo tanto na escolha do modelo quanto na

expectativa de objetivos e resultados Os modelos satildeo ainda dependentes de outros

53

fatores que tambeacutem interferem na sua definiccedilatildeo como a heterogeneidade fiacutesica da

bacia a diversidade dos processos envolvidos a quantidade e qualidade dos dados

hidroloacutegicos disponiacuteveis representaccedilatildeo espacial de variaacuteveis e fenocircmenos

simplificaccedilotildees entre outros (TUCCI 1998)

Neste trabalho natildeo foram realizados os estudos de chuva-vazatildeo por falta de

mediccedilotildees das curvas chave Quando tiverem sido feitos os levantamentos das

curvas-chave nas estaccedilotildees fluviomeacutetricas implantadas seraacute possiacutevel fazer esse

estudo

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A Secretaria Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil vinculada ao Ministeacuterio da

Integraccedilatildeo Nacional estabeleceu a Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil -

PNPDEC instituiacuteda pela Lei nordm 12608 de 10 de abril de 2012 publicada no Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo nordm 70 de 11 de abril de 2012 traz os princiacutepios os objetivos e

instrumentos de como a gestatildeo de riscos de desastres e a gestatildeo de desastres

seratildeo implementadas no Brasil com o propoacutesito de assegurar condiccedilotildees sociais

econocircmicas e ambientais adequadas para garantir a dignidade da populaccedilatildeo e

garantir a promoccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

Aleacutem da PNPDEC a Secretaria Nacional controla o CENAD ndash Centro

Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres manteacutem o Sistema Integrado de

Informaccedilotildees sobre Desastres ndash S2ID possue programas e accedilotildees para aprimorar a

coordenaccedilatildeo e a gestatildeo das accedilotildees de preparaccedilatildeo prevenccedilatildeo mitigaccedilatildeo resposta e

recuperaccedilatildeo para a proteccedilatildeo e defesa civil estabelece as regras e condiccedilotildees para a

decretaccedilatildeo de Situaccedilatildeo de Emergecircncia ou Estado de Calamidade Puacuteblica e

disponibiliza modalizades de transferecircncia de recursos para accedilotildees de prevenccedilatildeo

resposta e recuperaccedilatildeo Possui ainda programas como o ldquoConstruindo Cidades

Resilientesrdquo por meio da definiccedilatildeo de accedilotildees e prioridades na aacuterea de gestatildeo do

risco de desastres em cada localidade

A Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina possui uma

estrutura voltada especialmente para a prevenccedilatildeo mas tambeacutem para respostas

Tem feito investimentos significativos na implantaccedilatildeo de radares meteoroloacutegicos na

construccedilatildeo de barragens para a contenccedilatildeo de cheias e na qualificaccedilatildeo da estrutura

fiacutesica e de pessoal da secretaria

54

Muitas satildeo as atribuiccedilotildees definidas a Secretaria Estadual entrele elas

destacamos a prevenccedilatildeo e preparaccedilatildeo para desastres a assistecircncia e socorro agraves

viacutetimas das calamidades o restabelecimento de serviccedilos essenciais a reconstruccedilatildeo

realizar estudos e pesquisas sobre riscos e desastres elaborar e implementar

diretrizes planos programas e projetos para prevenccedilatildeo minimizaccedilatildeo e respostas a

desastres causados por accedilatildeo da natureza eou do homem no acircmbito do Estado

coordenar a elaboraccedilatildeo do plano de contingecircncia estadual e fomentar a elaboraccedilatildeo

dos planos de contingecircncia municipais (ou planos de accedilatildeo de emergecircncia) e

mobilizar recursos para prevenccedilatildeo e minimizaccedilatildeo dos desastres

O Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ou Plano de Accedilatildeo Emergencial ou Plano de

Accedilotildees Emergenciais (PAE) ou Plano de Contingecircncia Municipal determina as

accedilotildees de resposta do empreendedor eou autoridades puacuteblicas durante

emergecircncias tais como vazamentos explosotildees incecircndios desastres naturais

como terremotos tempestades inundaccedilotildees furacotildees dentre outros (CONSEIL

POUR LA REacuteDUCTION DEcircS ACCIDENTS INDUSTRIEL MAJEURS 2002 apud

YOGUI amp MACEDO 2012)

Em 2005 pelo Comitecirc de Gerenciamento da Bacia Hidrograacutefica do Rio

Cubatatildeo JoinvilleSC (CCJ 2005) um Plano de Alerta e Atendimento a

Emergecircncias de inundaccedilatildeo do rio Cubatatildeo do Norte foi apresentado Nele satildeo

descritas medidas a serem tomadas em situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo com intuito de

mitigar danos facilitar a implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo do plano com foco em dar

resposta raacutepida agrave comunidade A inundaccedilatildeo que mais causou danos agrave comunidade

aconteceu em 1995 com o rompimento da barragem do Rio Cubatatildeo na Bacia

Hidrograacutefica do Rio Cubatatildeo do Norte

Em geral as mais graves inundaccedilotildees estatildeo associadas ao rompimento de

barragens causadas por eventos de cheia extremas Na literatura tem-se estudos

de PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilotildees causadas por ruptura de barragem para

atender a Lei n 123342010 conforme a Poliacutetica Nacional de Seguranccedila de

Barragens (CARDIA et al 2015) Essas inundaccedilotildees satildeo bruscas com elevaccedilatildeo do

niacutevel da aacutegua em intervalo de tempo muito menor que as cheias naturais Balbi

(2008) apresentou metodologias para a elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees

emergenciais para inundaccedilotildees induzidas por rompimento de barragens tendo como

estudo de caso a barragem de Peti em Minas Gerais O foco do seu estudo foi

preparar planos de accedilatildeo emergencial (PAE) para evitar ou reduzir os danos

55

causados pela ruptura de barragens a partir da revisatildeo de metodologias nacionais e

internacionais

Decina (2012) analisou medidas de controle de inundaccedilotildees com base na

avaliaccedilatildeo de cenaacuterios de uso e ocupaccedilatildeo desorganizada do solo pela urbanizaccedilatildeo

na bacia do Coacuterrego do Gregoacuterio em Satildeo CarlosSP Em eventos de chuva as

inundaccedilotildees satildeo deflagradas e prejuiacutezos satildeo causados e com intuito de mitigar

esses prejuiacutezos fez simulaccedilotildees computacionais de diferentes cenaacuterios utilizando

softwares HEC-HMS (modelo hidroloacutegico) e HEC-RAS (modelo hidrodinacircmico)

Essa mesma anaacutelise foi feita por Ali et al (2011) no Paquistatildeo Segundo Ali et al

essa metodologia possibilitou a melhoria no procedimento de accedilotildees futuras em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees

Outro fator que mostra a importacircncia da elaboraccedilatildeo do PAE aleacutem das

mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo satildeo as mudanccedilas climaacuteticas Os modelos

globais tecircm mostrado que essa regiatildeo teraacute um aumento de chuvas acompanhada

dos eventos de extremos (MILLY et al 2005 MARENGO et al 2007 Groisman et

al 2005) o que iraacute acarretar em eventos de inundaccedilatildeo frequentes e mais severas

A FIGURA 7 mostra que a regiatildeo de estudo poderaacute sofrer aumento na vazatildeo com

tendecircncia de acreacutescimo de aproximadamente 40 para o periacuteodo entre 2041-2060

Eventos extremos tanto de seca como de inundaccedilotildees vecircm se mostrando

frequentes em todo territoacuterio nacional com amplitudes cada vez maiores

(MARENGO 2014) e aumentando as aacutereas vulneraacuteveis agraves inundaccedilotildees

56

FIGURA 7 - Mudanccedila relativa em das vazotildees simuladas para o periacuteodo 1971-2000 com base nos dados de 1900-1970 (A) e para o periacuteodo 2041-2060 com base nos dados de 1900-1998 (B) baseado em cenaacuterios construiacutedos pelo IPCC (Painel

Internacional de Mudanccedilas Climaacuteticas) (FONTE Milly et al 2005)

Amaral e Ribeiro (2009) apresentaram accedilotildees para reduccedilatildeo de perdas em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees que foram baseados nos trabalhos de Kobiyama et al

(2004 e 2006) Essas accedilotildees satildeo identificar as aacutereas de risco e natildeo ocupaacute-las

respeitando as aacutereas de APP (Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente) aliadas agrave

educaccedilatildeo ambiental Em caso de situaccedilatildeo emergencial eacute imprescindiacutevel a

transmissatildeo atraveacutes da miacutedia de informaccedilotildees sobre a previsatildeo e a ocorrecircncia de

chuvas intensas e tambeacutem o seu acompanhamento durante o evento

Em 2012 foi elaborada uma cartilha sobre prevenccedilatildeo de risco de desastres

pela equipe do CEPED (Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre

Desastres) onde satildeo apresentadas as definiccedilotildees sobre desastres sua

caracterizaccedilatildeo e classificaccedilatildeo prejuiacutezos ocasionados acionamento de planos de

contingecircncias e de risco e medidas de prevenccedilatildeo e treinamento para lidar com

eventos extremos para fortalecimento das comunidades mais vulneraacuteveis que satildeo

utilizados na elaboraccedilatildeo do PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo em Rio NegrinhoSC

57

3 O ESTADO DA ARTE

A Deltares instituto holandecircs independente referecircncia mundial em

pesquisas aplicadas relacionadas aos recursos hiacutedricos vem implementando a

capacidade de previsatildeo do niacutevel de aacutegua alturas de ondas e erosatildeo atraveacutes do

desenvolvimento de um sistema integrador informatizado e em tempo real Delft-

FEWS (WERNERet al 2013 GIJSBERS 2010) capaz de utilizar diferentes

programas computacionais e resultados de simulaccedilotildees interna do sistema bem

como simulaccedilotildees realizadas em outras plataformas com intuito de diminuir o risco

de inundaccedilotildees e de rompimento de diques de proteccedilatildeo e barragens

Implementado em mais de 35 paiacuteses (EUA Inglaterra Paiacutes de Gales e

Holanda entre outros) o Delft-FEWS eacute o sistema nacional oficial de previsatildeo de

cheias da Holanda Sistemas de previsatildeo de inundaccedilotildees satildeo tambeacutem

desenvolvidos pela empresa prevendo vazotildees e niacuteveis de aacutegua A ferramenta DAM

Live eacute utilizada para avaliar a resistecircncia e estabilidade das barragens e diques para

proteccedilatildeo contra inundaccedilotildees encontra-se implementada nos Paiacuteses Baixos e na

China (DELTARES 2017) Esse sistema tambeacutem tem sido utilizado pelo Sistema

Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees do Reino Unido (UK National Flood Forecasting

System ndash NFFS) (LEEDAL et al 2012) No Brasil segundo Pinto (2003) o sistema

integrador pode ajudar os operadores e tomadores de decisatildeo em situaccedilotildees

emergenciais de cheias

O Sistema Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees (NFFS) eacute responsaacutevel pela

previsatildeo de inundaccedilotildees fluviais e costeiras da Agecircncia Ambiental da Inglaterra e do

Paiacutes de Gales O NFFS foi desenvolvido pela antiga WL | Delft Hydraulics (agora

Deltares) com a subcontratada Tessella Scientific Software Solutions do Reino Unido

(UK) Desde 2006 o NFFS estaacute totalmente operacional em todas as regiotildees

operadas pela Agecircncia Ambiental inglesa eacute o principal sistema de previsatildeo de

inundaccedilotildees (DELTARES 2017)

Outro software o Delft3D Flexible Mesh Suite FIGURA 8 simula tsunamis

furacotildees tempestades ondas fluxos e niacuteveis de aacutegua detalhados transporte e

morfologia de sedimentos qualidade da aacutegua e tambeacutem suas interaccedilotildees

(DELTARES 2017)

58

FIGURA 8 ndash Tela Ilustrativa do Delft3D Flexible Mesh Suite (Delft3D FM) (DELTARES 2017)

No caso de Bangladesh paiacutes assolado por inundaccedilotildees frequentes

necessitava de um sistema eficaz para previsatildeo como tambeacutem para alertas junto agrave

comunidade de prementes inundaccedilotildees O Sistema Integrado de Alerta Multi-Perigo

(RIMES) foi desenvolvido para atender a essa necessidade A comunicaccedilatildeo do

sistema eacute baseado na utilizaccedilatildeo do serviccedilo moacutevel tornando-o financeiramente

sustentaacutevel (DELTARES 2017)

Dois meacutetodos foram escolhidos para a divulgaccedilatildeo de mensagens de voz I) O

Voice Message Broadcast (VMB) para o envio de avisos de oacutergatildeos nacionais de

hierarquia superior avisos regionais e avisos locais II) Short Message System

(SMS) para o envio de dados de niacutevel de aacutegua e outras informaccedilotildees locais Aleacutem

disso voluntaacuterios foram treinados juntamente com a equipe teacutecnica e os funcionaacuterios

do governo sendo capacitados para entender e reagir em situaccedilatildeo emergencial

Essas inovaccedilotildees foram testadas na temporada de inundaccedilotildees de 2014 enviando

diariamente alertas de 300 VMB com total apoio governamental do Centro de

Previsatildeo e Prevenccedilatildeo de Inundaccedilotildees (Flood Forecasting and Warning Center-

FFWC) e do Conselho de Desenvolvimento de Aacutegua de Bangladesh (Bangladesh

Water Developement Board - BWDB) A avaliaccedilatildeo apoacutes os eventos de inundaccedilatildeo de

2014 mostrou o sucesso do projeto onde as pessoas da comunidade receberam

59

entenderam e confiaram nas informaccedilotildees vindas do VMB transformando-as

emaccedilotildees para proteger suas vidas e seus bens (DELTARES 2017)

No Brasil a pedido da Marinha Brasileira a Deltares criou um sistema de

previsatildeo costeira em tempo real para a Baiacutea de Guanabara FEWS-Guanabara

Essa baiacutea eacute um dos estuaacuterios mais movimentados da Ameacuterica do Sul em termos de

navegaccedilatildeo e atividades recreativas O FEWS-Guanabara processa e aplica os

dados disponiacuteveis de mediccedilatildeo da Marinha e do INMET (Instituto Nacional de

Meteorologia) bem como previsotildees meteoroloacutegicas do INPE (Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais) da NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration)

e previsotildees de onda da REMO (Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo

Oceanograacutefica) gerando previsotildees da hidrodinacircmica na baiacutea usando modelos

digitais do terreno (MDT) O sistema tambeacutem aplica os dados de mediccedilatildeo para

validaccedilatildeo sistemaacutetica do modelo (DELTARES 2017)

A CEMIG (Companhia Energeacutetica de Minas Gerais) finalizou em 2016 um

projeto do desenvolvimento de um sistema integrador que permitiu o acoplamento

dos vaacuterios modelos meteoroloacutegicos hidroloacutegicos e estatiacutesticos agregando tambeacutem

dados e informaccedilotildees operacionais de seus reservatoacuterios modelos digitais de terreno

e informaccedilotildees georreferenciadas para melhorar a capacidade de previsatildeo de

inundaccedilotildees (CEMIG 2017)

Outra instituiccedilatildeo de renome eacute a Agecircncia de Protenccedilatildeo Ambiental dos

Estados Unidos (USEPA) Ela disponibiliza uma variedade de ferramentas

computacionais orientaccedilotildees e procedimentos em resposta agraves diferentes situaccedilotildees

emergecircncias sendo uma delas a de inundaccedilatildeo

A USEPA disponibiliza prcedimentos para elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees de

emergecircncia mitigaccedilatildeo de cataacutestrofes sistemas de comunicaccedilatildeo de risco

planejamento de emergecircncia protocolos de resposta procedimentos de preparaccedilatildeo

para a inundaccedilatildeo procedimentos durante a inundaccedilatildeo e procedimentos de

recuperaccedilatildeo poacutes inundaccedilatildeo (EPA 2017)

Os Institutos Lactec de CuritibaPR utilizando os modelos desenvolvidos

pela Deltares USEPA e outros vem desenvolvendo estudos hidroloacutegicos e

hidrodinacircmicos utilizando mapeamento a laser de territoacuterios com geraccedilatildeo de

produtos cartograacuteficos de alta resoluccedilatildeo e precisatildeo medida em centiacutemetros

associados a teacutecnicas de realidade virtual tendo como um dos produtos finais a

simulaccedilatildeo virtual de inundaccedilatildeo (LACTEC 2017)

60

O CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres

Naturais no Brasil aleacutem de possuir redede monitoramento proacutepria desenvolve

diversas linhas de pesquisa sobre o tema entre as quais cabe destacar

- Investigaccedilatildeo das caracteriacutesticas dos veranicos na Regiatildeo Sudeste do Brasil e

potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees

- Extremos de chuva deflagradores de desastres naturais no Brasil

- Desenvolvimento de potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees de veranicos extremos

- Variabilidade subsazonal da precipitaccedilatildeo no semiaacuterido

- Modelagem hidrodinacircmica para o desenvolvimento de sistemas de alerta de

inundaccedilatildeo

- Sistema de previsatildeo hidroloacutegica de longo e curto prazo usando diferentes fontes de

dados pluviomeacutetricos

- Desenvolvimento de sistema de previsatildeo hidroloacutegica para a bacia do Rio Satildeo

Mateus e bacias da Regiatildeo Serrana do Estado do Rio de Janeiro

- Aplicaccedilatildeo de inteligecircncia computacional em mineraccedilatildeo e modelagem para previsatildeo

de niacutevel de rios em bacias hidrograacuteficas de resposta raacutepida

- Impactos potenciais de inundaccedilotildees em infraestruturas de transporte e mobilidade

urbana

- Modelagem de dados hidrometeoroloacutegicos com teacutecnicas de inteligecircncia

computacional aplicada agrave previsatildeo de curto prazo de inundaccedilotildees

- Geoprocessamento aplicado a anaacutelise dinacircmica de Impactos potenciais de

inundaccedilotildees em mobilidade urbana

A Secretaria de Estado de Defesa Civil de Santa Catarina tem seu maiores

investimentos em estruturaccedilatildeo monitoramento e alerta O territoacuterio catarinense teraacute

100 de cobertura por radares meteoroloacutegicos ainda neste ano resultado da

compra de dois novos equipamentos um para a regiatildeo oeste do estado em

Chapecoacute e outro para o Sul em Araranguaacute que assosiados ao de Lontras

completaratildeo o sistema

Este estudo visa apresentar soluccedilotildees com sistemas de baixo custo nas

aacutereas de monitoramento preparaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de cidades em resposta aos

problemas decorrentes das inundaccedilotildees tendo como paracircmetro o estudo de caso na

cidade de Rio NegrinhoSC

61

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E GEOGRAacuteFICAS

O foco deste estudo eacute a aacuterea de inundaccedilatildeo da cidade de Rio Negrinho

contudo o estudo abrange toda a bacia do rio Negrinho

Os dados e informaccedilotildees histoacutericas e geograacuteficos do municiacutepio e da bacia do

rio Negrinho e seu entorno foram obtidos em sites e em literatura

A restituiccedilatildeo do levantamento aerofotogrameacutetrico realizado em 2004 pela

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho foi utilizado neste estudo em conjunto com as

informaccedilotildees provenientes do levantamento aerofotogrameacutetrico do Estado de Santa

Catarina realizado em 2011 pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel e

disponibilizado aos municiacutepios em 2013

Outras fontes utilizadas foram as publicaccedilotildees do DNPM ndash Departamento

Nacional de Produccedilatildeo Mineral CPRM ndash Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil EPAGRI -

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA

Secretarias do Estado de Santa Catarina e Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO

Na cidade de Rio Negrinho a grande inundaccedilatildeo de 1983 ficou marcada

pelo despreparo da comunidade e da estrutura puacuteblica O lapso temporal de 72 anos

desde a grande inundaccedilatildeo de 1911 a falta de registros histoacutericos e de preparaccedilatildeo

para eventos dessa natureza fez com que a comunidade natildeo tivesse consciecircncia

dos danos que um evento dessa magnitude poderia causar (PMRN 1983)

A FIGURA 9 e a FIGURA 10 mostram a cidade tomada pelas aacuteguas

naquele ano

Em 1992 nove anos mais tarde o evento de grandes proporccedilotildees se repete

FIGURA 11 e FIGURA 12 As perdas novamente foram enormes A estrutura puacuteblica

administrativa ainda estava toda ela na aacuterea de inundaccedilatildeo Prefeitura Municipal

Corpo de Bombeiros Poliacutecia Militar e a situaccedilatildeo mais criacutetica de todas a Fundaccedilatildeo

Hospitalar (PMRN 1992)

Histoacuterias de pacientes sendo retirados pela janela do segundo piso do antigo

preacutedio da Fundaccedilatildeo Hospitalar bem como enterros sendo realizados com canoas

62

em parte do trajeto ateacute o cemiteacuterio fazem parte de cada uma dessas grandes

inundaccedilotildees (PMRN 1992)

FIGURA 9 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho em 1983 ndash Vista Hotel Pousada Joatildeo de Barro (PMRN 1983)

FIGURA 10 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1983 ndash Vista da Rua Jorge Zipperer e da Igreja Matriz

(PMRN 1983)

63

FIGURA 11 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Rua Satildeo Paulo (PMRN 1992)

FIGURA 12 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Antiga Cacircmara de Vereadores

(PMRN 1992)

A grande inundaccedilatildeo de 1992 foi muito marcante para o muacuteniciacutepio de Rio

Negrinho porque ocorreu depois de um periacuteodo relativamente curto apoacutes a grande

inundaccedilatildeo de 1983 A partir dela a comunidade entendeu que o evento vai se repetir

e que eacute preciso ou sair da aacuterea de inundaccedilatildeo ou estar preparado para ela

64

Mudanccedilas significativas ocorreram na estrutura do municiacutepio A Prefeitura

Municipal o Corpo de Bombeiros e a Poliacutecia Militar foram deslocados para novas

estruturas fiacutesicas fora da aacuterea de inundaccedilatildeo Num trabalho conjunto entre poder

puacuteblico entidades sem fins lucrativos e a comunidade o municiacutepio construiu um

novo hospital numa regiatildeo central poreacutem elevada

O sistema de abastecimento de aacutegua foi modificado de forma a minimizar o

impacto da falta de aacutegua durante as inundaccedilotildees O sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica foi todo modificado com a elevaccedilatildeo de redes e o reposicionamento

de ramais principais de fornecimento de energia

Na grande inundaccedilatildeo de 2014 FIGURA 13 e FIGURA 14 constatou-se que

apesar das mudanccedilas efetuadas na estrutura do municiacutepio a preparaccedilatildeo para

administrar eventos dessa natureza ainda eacute muito deficiente especialmente no que

se refere a organizaccedilatildeo da comunidade repasse de informaccedilotildees e monitoramento

das chuvas e dos rios

Os prejuiacutezos foram enormes Muitos que tentaram salvar seus bens

moacuteveis elevando-os num primeiro momento acreditando que a aacutegua natildeo atingiria

niacuteveis tatildeo elevados sem remover dos locais atingidos perderam esse esforccedilo e os

bens

FIGURA 13 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

65

FIGURA 14 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

Ainda assim a experiecircncia das duas inundaccedilotildees de 1983 e 1992 serviu

como referecircncia para o gerenciamento durante e apoacutes o evento Obteve-se o apoio

da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina do 5ordm Regimento de Carros de

Combate de Rio Negro ndash 5ordm RCC aleacutem de um nuacutemero significativo de entidades da

cidade e de cidades vizinhas

As grandes inundaccedilotildees sempre representam para o municiacutepio atraso ao seu

desenvolvimento poreacutem na inundaccedilatildeo de 2014 constatou-se que algumas

edificaccedilotildees especialmente comerciais e escolares jaacute possuem seus planos de

emergecircncia ainda que natildeo escritos com organizada retirada de bens locais para

depoacutesito limpeza e recuperaccedilatildeo da estrutura apoacutes as aacuteguas baixarem conseguindo

retornar agraves suas atividades no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

66

Em 2014 pelos registros da Defesa Civil 1500 edificaccedilotildees foram atingidas

sendo 526 comerciais e 974 residenciais FIGURA 15 a FIGURA 17

Nesse cenaacuterio surgiu um conjunto de problemas para serem administrados

que incluem aleacutem da hospedagem e alimentaccedilatildeo dos desabrigados questotildees de

seguranccedila puacuteblica informaccedilotildees recebidas e transmitidas tracircnsito abastecimento de

aacutegua fornecimento de energia eleacutetrica atendimentos de sauacutede deslocamentos em

seguranccedila locais isolados pelas aacuteguas reivindiccedilatildeo de recursos junto aos oacutergatildeos

estaduais e federais levantamento de dados quantificaccedilatildeo de prejuiacutezos

funcionamento de escolas retirada de entulhos disposiccedilatildeo e destino final de

entulhos cadastro de desabrigados fornecimento de materiais de limpeza

distribuiccedilatildeo de colchotildees cobertores e alimentos etc

67

FIGURA 15 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (c) Rua Jorge Zipperer (b) (d) e (e) Rua Senador Nereu Ramos (f) Rua Carlos Weber

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

68

FIGURA 16 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (b) e (d) Rua Carlos Weber (c) Rua Luiz Scholz (e) Rua

Jorge Zipperer (PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

69

FIGURA 17 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) (b) (d) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (c) Rua Carlos Ruckl (e) Travessa Eugecircnio Ferreira de Lima

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

70

A TABELA 1 apresenta o resultado da compilaccedilatildeo dos principais

registros histoacutericos obtidos neste trabalho relacionados aos eventos das grandes

inundaccedilotildees em Rio NegrinhoSC

TABELA 1 ndash Registros Histoacutericos das Inundaccedilotildees de Rio NegrinhoSC

(Autor 2017)

71

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho estaacute localizada no norte do estado de

Santa Catarina proacutexima agrave divisa com o estado do Paranaacute conforme mostra a

FIGURA 18 Essa bacia estaacute inserida na bacia do alto rio Negro e tem sua maior

porccedilatildeo dentro do municiacutepio de Rio Negrinho e parte no municiacutepio de Satildeo Bento do

Sul Sua nascente estaacute localizada na divisa entre os municiacutepios de Rio Negrinho e

Corupaacute

72

FIGURA 18 ndash Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho (a) no Estado de Santa Catarina (b) nos municiacutepios de Rio Negrinho e Satildeo Bento do Sul (hachurado)

e (c) afluentes do rio Negrinho (Autor 2017)

73

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 19 possui aproximadamente

302 kmsup2 Os principais afluentes satildeo o rio dos Banhados o rio do Salto o rio

Serrinha e o rio dos Bugres No baixo curso do rio Negrinho proacuteximo a sua foz no

rio Negro estaacute localizada a aacuterea urbana do municiacutepio de Rio Negrinho

FIGURA 19 ndash Subbacias do rio Negrinho (Autor 2016)

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA

A aacuterea de estudo estaacute inserida na Formaccedilatildeo Rio Bonito pertencente ao

Grupo Guataacute e nas Formaccedilotildees Rio do Sul e Mafra pertencentes ao Grupo Itarareacute

Ambos os grupos estatildeo inseridos em substrato sedimentar pertencente ao Super

Grupo Tubaratildeo (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio Bonito eacute constituiacuteda de depoacutesitos

fluacutevio-deltaacuteicos compreendendo arenitos imaturos (arcoacuteseos e subarcoacuteseos)

esbranquiccedilados finos a meacutedios localmente grosseiros argilosos micaacuteceos e

secundariamente arenitos muito finos siltitos argilitos folhelhos carbonososleitos

de carvatildeo e conglomerados (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio do Sul eacute constituiacuteda de

74

folhelhos e argilitos cinza-escuros na porccedilatildeo inferior diamicitos acinzentados com

matriz arenosa intercalados com arenitos muito finos na porccedilatildeo intermediaacuteria e

folhelhos normalmente vaacutervicos argilitos ritmitos e siltitos na porccedilatildeo superior A

Formaccedilatildeo Mafra eacute constituiacuteda por sequecircncia fluacutevio-marinha com predomiacutenio de

arenitos esbranquiccedilados amarelados e avermelhados finos a grosseiros ocorrendo

tambeacutem diamicitos ritmitos conglomerados argilitos e argilitos vaacutervicos e possuindo

uma aacuterea aflorante expressiva especialmentena divisa com o Paranaacute (DNPM 1986

SILVA E BORTOLUZZI 1987)

Na FIGURA 20 tem-se o mapa geoloacutegico da bacia do Rio Negrinho

elaborado com base na carta SG22 ndash Curitiba disponibilizadas pelo Serviccedilo

Geoloacutegido Brasil (CPRM) atraveacutes dos projetos GIS Brasil 11000000 e GEOBANK

Observa-se que a principal litologia encontrada na bacia satildeo os arenitos e folhelhos

ocupando 93 da aacuterea total da bacia seguidos de Gnaisse Granulito e Gnaisse

Granuliacutetico com 57

A intemperizaccedilatildeo desses arenitos e folhelhos deu origem ao Cambissolo

principal tipo de solo encontrado na bacia do rio Negrinho O Cambissolo segundo a

Embrapa (1998 2006) compreende solos minerais natildeo hidromoacuterficos com

horizonte B (FIGURA 21 e TABELA 2) incipiente e bastante heterogecircneo tanto no

que se refere a cor espessura e textura quanto no que diz respeito agrave atividade

quiacutemica da fraccedilatildeo argila e saturaccedilatildeo por bases Este horizonte situa-se

imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A exceto o fraco ou sob

horizonte H turfoso Satildeo derivados de materiais relacionados a rochas de

composiccedilatildeo e natureza bastante variaacuteveis desde as mais antigas que constituem o

embasamento do Complexo Brasileiro ateacute as de origem recente passando pelas

metamoacuterficas do complexo Brusque pelas intrusivas graniacuteticas referidas ao Eo-

Paleozoacuteico pelas sedimentares do Paleozoacuteico pelo arenito Botucatu e pelas

efusivas da Formaccedilatildeo Serra Geral

Os cambissolos satildeo solos em geral aacutecidos de difiacutecil penetraccedilatildeo de aacutegua e

encontrados em relevos mais ondulados como eacute o caso da bacia hidrograacutefica do rio

Negrinho e superfiacutecies mais jovens Satildeo solos rasos com pouca capacidade de

armazenamento de aacutegua baixa porosidade e alta permeabilidade As precipitaccedilotildees

sobre essas aacutereas tendem a gerar vazotildees mais rapidamente causando picos mais

elevados de ondas de cheia

75

FIGURA 20 ndash Mapa geoloacutegico da bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

76

FIGURA 21 ndash (a) Formaccedilatildeo de solos e (b) Perfil de solo

(a) Formaccedilatildeo de solos (LEPSCH 2002)

(b) Perfil do solo (EMBRAPA 2017)

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO (EMBRAPA 2008)

Horizonte Descriccedilatildeo

O H

O ndash Camada orgacircnica superficial pouco ou natildeo decomposta (serrapilheira) H- Camada superficial ou natildeo constituiacuteda de material orgacircnico residuos vegetais depositados sob condiccedilotildees de baixa aeraccedilatildeo e saturado (hidromorfismo)

A Horizonte mineral de coloraccedilatildeo escura (melanizaccedilatildeo) composta por material orgacircnico e presenccedila de atividade bioloacutegica

B Horizonte de maior desenvolvimento pedogeneacutetico com maior concentraccedilatildeo de composto de ferro e argilo-minerais e menor quantidade de mateacuteria orgacircnica do que o horizonte A

C Horizonte com pouca interferecircncia dos processos pedogeneacuteticos e com caracteriacutesticas morfoloacutegicas herdadas do material de origem

44 RELEVO

Nas FIGURA 22 a FIGURA 24 satildeo apresentados os perfis topograacuteficos do

rio Negrinho do rio dos Bugres e do rio Serinha O rio Serrinha eacute o que possui o

menor comprimento e a menor amplitude altimeacutetrica variando 121 metros em 13

quilocircmetros de distacircncia apresentando a declividade meacutedia de 09 O rio dos

Bugres varia 177 metros em seus 29 quilocircmetros com a declividade meacutedia de 06

O rio Negrinho por sua vez varia 180 metros ao longo dos seus 38 quilocircmetros

apresentando a menor declividade meacutedia cerca de 04 Observa-se nos perfis que

77

haacute uma raacutepida variaccedilatildeo altimeacutetrica proacuteximo agraves cabeceiras especialmente no rio

Negrinho e rio dos Bugres Apoacutes issoos trecircs rios correm em mais de 50 de seu

curso sobre uma mesma cota com pouca variaccedilatildeo altimeacutetrica no meacutedio e baixo

curso sendo a cota de 800 metros para o Serrinha e o Negrinho e 820 metros para

o Bugres

FIGURA 22 ndash Perfil topograacutefico do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

FIGURA 23 ndash Perfil topograacutefico do rio dos Bugres (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

78

FIGURA 24 ndash Perfil topograacutefico do rio Serrinha (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

A FIGURA 25 a seguir conteacutem o mapa das declividades de toda a extensatildeo

territorial do municiacutepio de Rio Negrinho Verifica-se o predomiacutenio das carcateriacutesticas

do territoacuterio como bastante acidentado com ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

Na mesma figura observa-se o rio Negrinho e seus afluentes na regiatildeo

nordeste Na regiatildeo central do municiacutepio mais ao sul a Represa da Volta Grande e

o rio Preto aleacutem do seu maior afluente (ao Leste) o rio Corredeiras O rio Preto

segue em direccedilatildeo ao Norte ateacute encontrar o rio Negro a jusante da foz do rio

Negrinho tambeacutem no rio Negro natildeo interferindo assim diretamente nos problemas

com inundaccedilotildees na aacuterea urbana do municiacutepio

Na FIGURA 26 Mapa de Hipsometria de todo o territoacuterio municipal

constata-se altitudes mais elevadas ao sul e sudoeste em torno dos 950 a 1000

metros Jaacute na regiatildeo nordeste bacia do rio Negrinho e aacuterea urbana as altitudes que

predominam estatildeo em torno de 800 metros 850 e 900 metros nas cabeceiras do rio

dos Bugres

O mapa com o detalhamento das declividades na aacuterea urbana estaacute

representado na FIGURA 27 Manteacutem-se o predomiacutenio das caracteriacutesticas de relevo

bastante acidentado mantendo-se tambeacutem a ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

79

A FIGURA 28 apresenta um detalhamento maior da hipsometria na aacuterea

urbana do municiacutepio Nessa aacuterea a faixa de variaccedilatildeo vai de 750 a 900 metros com

predomiacutenio na faixa entre os 765 a 840 metros

Essas declividades interferem na velocidade dos escoamentos e na rapidez

com que as aacuteguas das chuvas chegam no leito dos rios Se associadas a periacuteodos

prolongados de precipitaccedilatildeo que aumentam aacutereas de saturaccedilatildeo do solo e diminuem

a capacidade de infiltraccedilatildeo e armazenamento ocasionando a raacutepida elevaccedilatildeo do

niacutevel de aacutegua do rio

80

FIGURA 25 ndash Declividades no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

81

FIGURA 26 ndash Hipsometria no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

82

FIGURA 27 ndash Declividades no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

83

FIGURA 28 ndash Hipsometria no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

84

Na FIGURA 29 tem-se o Modelo Digital de Terreno (MDT) construiacutedo com

base nas cartas planialtimeacutetricas disponibilizadas pela Empresa de Pesquisa

Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA ndash EPAGRI escala 150000

Nota-se uma variaccedilatildeo de 200 metros de altitude dentro da bacia sendo as altitudes

miacutenimas e maacuteximas 780 e 980 metros respectivamente As terras mais altas da

bacia encontram-se ao Sul especialmente nas cabeceiras do rio Negrinho e dos

Bugres

85

FIGURA 29 ndash Modelo Digital de Terreno da Bacia do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

86

45 VEGETACcedilAtildeO

A bacia estaacute localizada na regiatildeo de predominacircncia da Floresta de Araucaacuteria

denominada de Floresta Ombroacutefila Mista (Klein 1978) Essa floresta eacute caracterizada

por apresentar como espeacutecie dominante o pinheiro do Paranaacute (Araucaacuteria

angustifolia) Essa vegetaccedilatildeo natildeo constitui uma formaccedilatildeo homogecircnea e contiacutenua

mas eacute formada por diversos tipos de submatas constituiacutedas por aacutervores

carcateriacutesticas nas diferentes aacutereas de recorrecircncia

Mais especificamente a cobertura vegetal da regiatildeo estaacute inserida na

transiccedilatildeo entre as unidades fitogeograacuteficas da Floresta Ombroacutefila Mista (Floresta

com Araucaacuteria) e Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta Atlacircntica) ambas constituintes

do bioma Mata Atlacircntica A cobertura original da regiatildeo foi na sua maior parte

descaracterizada pela accedilatildeo antroacutepica que desde a colonizaccedilatildeo vinha sendo feita

principalmente pela exploraccedilatildeo das florestas para a extraccedilatildeo de madeiras bem

como pela implantaccedilatildeo de cultivos anuais e pelas pastagens para a criaccedilatildeo

extensiva de gado bovino (SANTA CATARINA 1986)

Na regiatildeo atualmente a cobertura vegetal predominante eacute de floresta

secundaacuteria em estaacutegio avanccedilado de regeneraccedilatildeo devido ao corte seletivo de

araucaacuteria (Araucaacuteria angustifolia) imbuia (Ocotea porosa) e cedro (Cedrella fissilis) e

ao corte raso que ocorreram nas deacutecadas de 1960 e 1970 Nessa eacutepoca a

cobertura original foi substituiacuteda por cultivos anuais pastagens e para a implantaccedilatildeo

de florestas plantadas com espeacutecies exoacuteticas como o pinus (Pinus taeda)

Hoje a economia da regiatildeo eacute movida pelo reflorestamento de pinus que

abastece principalmente a induacutestria moveleira (Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

2009)

As caracteriacutesticas de cobertura vegetal do solo indicam a capacidade de

amortecimento da velocidade de escoamento das aacuteguas que atingem o solo

diminuindo o pico da onda de cheia e aumentando o tempo de concentraccedilatildeo

Bacias com coberturas florestais bem preservadas e mantidas tendem a

minimizar os impactos de chuvas intensas Atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e

imagem do Google Earth FIGURA 30 pode-se dizer que a bacia do rio Negrinho

possui uma boa cobertura vegetal

87

FIGURA 30 ndash Cobertura vegetal da bacia do rio Negrinho (Google Earth 2017) Adaptado

46 CLIMA

O clima da regiatildeo eacute do tipo Cfb segundo Koumlppen ou seja clima temperado

constantemente uacutemido sem estaccedilatildeo seca com veratildeo fresco (temperatura meacutedia do

mecircs mais quente lt 22ordmC) A temperatura meacutedia anual varia entre 155 e 170degC A

temperatura meacutedia das maacuteximas varia de 266 a 240degC e das miacutenimas de 108 a

118degC A precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica total anual pode variar de 1360 a 1670 mm

com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias A umidade relativa do ar

pode variar de 800 a 862 (EPAGRICIRAM 1999 BENEZ 2002)

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO

Em funccedilatildeo do tamanho da bacia e da extensatildeo do Rio Negrinho 38 km o

objeto do estudo hidrodinacircmico foi definido como o trecho mais urbano do rio com

extensatildeo aproximada de 55 km

88

Este trecho inicia na captaccedilatildeo do SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de

Saneamento Baacutesico no Bairro Alegre e termina na foz do rio Negrinho

Aleacutem de ser o trecho mais urbano do rio este eacute tambeacutem o trecho que sofre o

maior impacto com as inundaccedilotildees especialmente se considerado pelo nuacutemero de

edificaccedilotildees atingidas bem como e por consequecircncia pelos prejuiacutezos totalizados a

cada evento

Neste trecho o rio passa sob oito pontes que interferem no seu

comportamento de forma diferenciada durante os diferentes niacuteveis das inundaccedilotildees

Todas as caracteriacutesticas descritas interferem no comportamento hidroloacutegico

da bacia e hidrodinacircmico dos rios

O relevo as declividades a geologia e a pedologia dos terrenos define a

rapidez com que a gota de aacutegua que cai no divisor de aacuteguas chega ao rio O tipo de

solo e a declividade tambeacutem definem as caracteriacutesticas planimeacutetricas do rio como

no caso do rio Negrinho com inuacutemeros meandros recortando o periacutemetro urbano

A vegetaccedilatildeo interfere no amortecimento e na velocidade da aacutegua da chuva

que chega agrave superfiacutecie na capacidade de armazenamento do solo assim como na

evaporaccedilatildeo e na evapotranspiraccedilatildeo

As condiccedilotildees do tempo da regiatildeo influenciadas pelos fenocircmenos de frente

fria e convectivos na atmosfera satildeo componentes importantes sobre o

comportamento dos rios bem como a frequecircncia a intensidade e a duraccedilatildeo das

chuvas como condicionantes no processo de inundaccedilotildees

Em funccedilatildeo dos estudos hidroloacutegicos e das primeiras simulaccedilotildees do

hidrodinacircmico a aacuterea de estudo foi ampliada ateacute a foz do rio Negrinho no rio Negro

e nesses doze quilocircmetros a montante ateacute a ponte do Lageado e um quilocircmetro

levando em consideraccedilatildeo o incremento proporcionado pelo rio dos Bugres

89

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS

Todos os dados e informaccedilotildees obtidos junto a oacutergatildeos governamentais ou de

pesquisa ou nos levantamentos em campo passaram por processos de anaacutelise

verificaccedilatildeo e validaccedilatildeo

Neste estudo foram obtidos os dados de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

O estudo hidroloacutegico compreende o levantamento e a anaacutelise das seacuteries

histoacutericas de mediccedilotildees de estaccedilotildees preferencialmente inseridas nas bacias

hidrograacuteficas que satildeo objeto de estudo

No presente caso da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho apenas a Estaccedilatildeo

Rio Negrinho Montante (Fazenda Souza) respeita essa condiccedilatildeo preferencial razatildeo

pela qual este projeto de dissertaccedilatildeo tem como um de seus objetivos a instalaccedilatildeo

de novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

Em razatildeo dessa deficiecircncia de dados na bacia do rio Negrinho foram

levantados os dados junto as seguintes estaccedilotildees na regiatildeo Estaccedilotildees Hidroloacutegicas

Convencionais de Corredeiras - 01 Rio Negrinho Montante - 02 Fragosos ndash 03 Rio

Preto do Sul ndash 04 e rio Negro ndash 4a (FIGURA 31) A estaccedilatildeo telemeacutetrica do

CEMADEN Rio Negrinho ndash 05 eacute uma estaccedilatildeo que mede chuva e vazatildeo em

intervalos de tempo natildeo regulares que podem variar de alguns minutos a uma hora e

estaacute em operaccedilatildeo desde agosto de 2014 depois da grande cheia de 2014

As localizaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas Fragosos - 06 e Rio

Negro - 07 utilizadas neste estudo bem como a localizaccedilatildeo das estaccedilotildees

meteoroloacutegicas telemeacutetricas Rio NegrinhoBattistela - 08 (INMET) e Lapa - 09

(SIMEPAR) estatildeo apresentadas na FIGURA 32 Satildeo utilizados somente os dados

de chuvas das estaccedilotildees meteoroloacutegicas

90

FIGURA 31 ndash Localizaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas na Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

91

FIGURA 32 ndash Localizaccedilatildeo Estaccedilotildees Telemeacutetricas Regiatildeo da Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS

Os dados referentes agraves estaccedilotildees utilizadas encontram-se na TABELA 3 e

nela estatildeo tipo coacutedigo e nome da estaccedilatildeo localizaccedilatildeo altitude aacuterea de drenagem

bacia hidrograacutefica fonte e periacuteodo de operaccedilatildeo Essas estaccedilotildees permitem o resgate

de seacuteries histoacutericas da bacia do rio Negrinho para avaliar o comportamento

hidroloacutegico da regiatildeo regime de chuvas e ondas de cheia

As estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas marcadas em amarelo na tabela

correspondentes aos nuacutemeros 10 11 12 13 e 14 satildeo as novas estaccedilotildees

implantadas em decorrecircncia da necessidade verificada neste estudo

A estrutura destas estaccedilotildees estaacute apresentada de forma resumida na

FIGURA 33 onde estatildeo o nome o coacutedigo e a variaacutevel As respectivas localizaccedilotildees

podem ser vistas na FIGURA 31 e na FIGURA 32

92

FIGURA 33 ndash Estaccedilotildees de Monitoramento (Autor 2017)

93

TABELA 3 ndash Estaccedilotildees Hidroloacutegicas e Meteoroloacutegicas (Autor 2017)

94

511 Anaacutelise dos dados de chuva

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Corredeiras estaacute localizada na bacia hidrograacutefica do rio Preto

fora da bacia do rio Negrinho no interior regiatildeo central do municiacutepio de Rio

Negrinho O rio Preto eacute um afluente do rio Negro e tem sua foz a jusante da foz do

rio Negrinho

Definiu-se pela plotagem da chuva acumulada diaacuteria de 2 dias de 5 dias e

de 10 dias para mostrar a importacircncia da anaacutelise sob o ponto de vista das

acumuladas mas sem estudos aprofundados No futuro seria interessante uma

anaacutelise estatiacutestica o que pode trazer novas informaccedilotildees sobre o nuacutemero de dias das

chuvas acumuladas que podem causar as inundaccedilotildees

A FIGURA 34 mostra o evento de chuvas intensas do dia 08062014 mas

as chuvas de 11071983 e 31051992 satildeo muito menores que a de 2014 no

acumulado diaacuterio Mas quando plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

nitidamente os picos de chuvas que ocasionaram as cheias de 1983 e 1992

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees Isso mostra a importacircncia da anaacutelise de diferentes periacuteodos de chuvas

acumuladas Em vermelho estatildeo indicadas as falhas de mediccedilatildeo que podem

coincidir com eventos de temporais

Observa-se que os acumulados que produzem as grandes inundaccedilotildees

ainda que associados a outras condiccedilotildees somam em torno de 300mm extrapolando

em 1983 os 350mm no acumulado de 10 dias

95

FIGURA 34 ndash Estaccedilatildeo Corredeiras (02649055)

(Autor 2017)

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica

Esta estaccedilatildeo pertence ao CEMADEN e estaacute localizada sobre a Ponte do

Ipiranga no rio Negrinho proacuteximo a estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do SAMAE bairro

96

Alegre Tem aproximadamente 2 anos e seis meses de mediccedilatildeo iniciadas no final

do mecircs de agosto de 2014 dois meses apoacutes a grande inundaccedilatildeo

Os dados de chuva e cota apresentam periodicidade natildeo uniforme de

mediccedilatildeo podendo ser menores que uma hora Para chuva foram calculadas as

acumuladas de 1 2 5 e 10 dias Durante o periacuteodo de mediccedilatildeo natildeo foi verificado

nenhum evento de chuvas intensas Mas pela FIGURA 35 pode-se verificar que na

data do dia 20082016 ocorreu a maacutexima chuva do periacuteodo monitorado

FIGURA 35 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN (421500009H) (Autor 2017)

97

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Fragosos situa-se na bacia do Rio Negro a montante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Sua operaccedilatildeo teve iniacutecio em 1998 Apesar da

proximidade apresenta caracteriacutesticas distintas e a chuva que deu origem agrave

inundaccedilatildeo de 2014 eacute percebida FIGURA 36 mas natildeo se destaca Isto mostra que

avaliar a chuva meacutedia de uma bacia com base em uma estaccedilatildeo pluviomeacutetrica pode

causar grandes distorccedilotildees na vazatildeo natildeo sendo representativos da chuva meacutedia da

bacia Os traccedilos em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

Na FIGURA 36 observa-se ainda a chuva diaacuteria pontualmente intensa ao

final de 2006 sem causar inundaccedilatildeo diferentemente da chuva de junho de 2014

que apesar de ser menor que a de 2006 causou uma grande inundaccedilatildeo Quando eacute

feita a anaacutelise das acumuladas de diferentes periacuteodos observa-se que a acumulada

de 5 dias conseguiu capturar chuvas intensas em 2009 2010 e 2014

correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram Aumentanto-se o periacuteodo para 10

dias aparecem picos que natildeo ocasionaram inundaccedilotildees Conclui-se que a chuva

acumulada de 5 dias pode fornecer indiacutecios de inundaccedilotildees

98

FIGURA 36 ndash Estaccedilatildeo Fragosos (02649073) (Autor 2017)

99

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Rio Negro FIGURA 37 estaacute instalada na aacuterea urbana e central do

municiacutepio de Rio NegroPR Situa-se na bacia do rio Negro a jusante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Apresenta caracteriacutesticas distintas e as chuvas que

deram origem agraves inundaccedilotildees foram percebidas mas natildeo se destacaram Os traccedilos

em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

As seacuteries histoacutericas obtidas iniciam em 1998 e vatildeo ateacute 2015 natildeo permitindo

uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nesta estaccedilatildeo observa-se chuvas pontualmente intensas acima de 100mm nos

anos de 2013 2014 e 2015 natildeo sendo esse um volume tatildeo significativo se

considerado de forma pontual Plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

chuvas intensas em 2010 e 2014 correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees

Observa-se que as chuvas acumuladas de 5 dias fornecem informaccedilotildees das

inundaccedilotildees

100

FIGURA 37 ndash Estaccedilatildeo Rio Negro (02649074) (Autor 2017)

101

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos

Esta estaccedilatildeo natildeo estaacute inserida na bacia do rio Negrinho mas estaacute muito

proacutexima a jusante da foz do rio Negrinho no rio Negro Apesar dessa proximidade

as chuvas que ocasionaram a inundaccedilatildeo de 2014 natildeo foram sentidas FIGURA 38

Poreacutem as chuvas de abril de 2010 nos acumulados de 5 e 10 dias ficam bem

niacutetidas permitindo a associaccedilatildeo com aquela inundaccedilatildeo

Novamente esses acumulados somaram em torno de 300mm de chuva

Para uma boa previsatildeo de chuvas haacute a necessidade de aumentar a

densidade de estaccedilotildees de monitoramento Quanto maior o nuacutemero melhor a

avaliaccedilatildeo espaccedilo-temporal de volumes e intensidades A densidade ideal depende

de cada regiatildeo e de criteacuterios natildeo claramente definidos

102

FIGURA 38 ndash Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (A862) (Autor 2017)

103

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

Nesta estaccedilatildeo FIGURA 39 o preenchimento de falhas foi feito com base na

estaccedilatildeo Lapa-IAPAR (02549091) que eacute uma estaccedilatildeo muito proacutexima por isso a

seacuterie natildeo apresenta falhas

Diante do nuacutemero reduzido de estaccedilotildees com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis

definiu-se pela utilizaccedilatildeo dos dados da Estaccedilatildeo Lapa ainda que um pouco distante

da bacia do rio Negrinho

As seacuteries histoacutericas de chuva obtidas iniciam em 2009 e vatildeo ateacute 2015 natildeo

permitindo uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nessa estaccedilatildeo natildeo se observa um volume de chuvas significativo em junho de

2014 Plotados os acumulados durante 2 5 e 10 dias percebe-se as chuvas

intensas em junho de 2014 correspondentes a inundaccedilatildeo que ocorreu em toda

bacia do rio Iguaccedilu

Observa-se novamente que em 2014 nos acumulados de 5 e 10 dias que as

chuvas somaram proacuteximo de 300mm

Essa chuva natildeo eacute pontual causada por celulas convectivas que ocorrem em

geral nos verotildees e sim ocasionadas por frente fria que ocorrem principalmente no

outono e inverno Diferentemente das chuvas convectivas que satildeo mais localizadas

em pequenas regiotildees ou bacias as frentes frias atingem grandes extensotildees de

aacutereas causando chuvas sobre essas aacutereas Esta estaccedilatildeo confirma a presenccedila do

fenocircmeno de frente fria de 08 de junho de 2014 que causou grandes danos em

diversas regiotildees da bacia do rio Iguaccediluacute incluindo a cidade de Rio NegrinhoSC

A FIGURA 40 mostra a grande chuva de 08062014 sobre a bacia do rio

Iguaccediluacute Esta figura mostra tambeacutem o iniacutecio da formaccedilatildeo das nuvens no dia 07 no

dia anterior ao evento e o seu deslocamento para o oceano Atlacircntico no dia 09 no

dia posterior ao evento

Esse periacuteodo do ano final da estaccedilatildeo de outono extendendo-se pelo

inverno eacute carcaterizado na regiatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC por chuvas mais

frequentes sejam elas convectivas ou ocasionadas por frentes frias o que manteacutem

o lenccedilol freaacutetico mais elevado e diminui a capacidade de armazenamento do solo

104

FIGURA 39 ndash Estaccedilatildeo Lapa (25474946) (Autor 2017)

105

FIGURA 40 ndash Imagem de precipitaccedilatildeo do sateacutelite GOES 13 para a regiatildeo sul do Brasil nos dias 7 (a) 8 (b) e 9 (c) de junho de 2014

fonte (httpsigmacptecinpebrprec_sat)

(a) (b) (c)

106

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo

Nesta anaacutelise de vazotildees as mesmas satildeo convertidas para mmdia para

uniformizar a grandeza buscando facilitar a comparaccedilatildeo entre mediccedilotildees em

diferentes estaccedilotildees fluviomeacutetricas

Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN ndash Telemeacutetrica

Quanto a vazatildeo ainda natildeo foi obtida a curva chave A FIGURA 41 mostra os

dados medidos nessa estaccedilatildeo A mediccedilatildeo eacute feita pelo sensor que mede a distacircncia

deste ao niacutevel da aacutegua Portanto quanto maior a distacircncia menor seraacute o niacutevel

drsquoaacutegua Com os dados de distacircncia eacute preciso obter as cotas equivalentes para

depois com o uso da curva chave determinar as vazotildees No momento natildeo eacute possiacutevel

obter nenhuma conclusatildeo

FIGURA 41 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN - Cota (421500009H) (Autor 2017)

Estaccedilotildees fluviomeacutetricas ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Fragosos estaacute localizada no rio Negro a montante da foz do rio

Negrinho no rio Negro Jaacute a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante localizada no rio

Negrinho estaacute a montante da aacuterea urbana mais exatamente na Fazenda Souza

A FIGURA 42 e FIGURA 43 apresentam a comparaccedilatildeo das vazotildees entre

essas estaccedilotildees Verifica-se comportamentos distintos poreacutem na FIGURA 42 nas

107

datas que coincidem com inundaccedilotildees 30092009 26042010 e 08062014 os

picos de vazatildeo satildeo semelhantes Pela FIGURA 43 eacute possiacutevel observar a existecircncia

de correlaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees atraveacutes do coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2)

FIGURA 42 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

FIGURA 43 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

Em 2010 os picos de vazatildeo refletem a inundaccedilatildeo ocorrida no final do mecircs

de abril daquele ano FIGURA 44

108

FIGURA 44 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante 2010 (Autor 2017)

Na comparaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees FIGURA 45 apesar da falha de

mediccedilatildeo na estaccedilatildeo do Rio Negrinho pode-se observar claramente as ondas de

cheia

A falha de mediccedilatildeo se deve ao fato de a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante ser

convencional e em grandes inundaccedilotildees o operador deixar de ter acesso agrave estaccedilatildeo

para efetuar as leituras

FIGURA 45 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014

(Autor 2017)

A FIGURA 46 e FIGURA 47 mostram a comparaccedilatildeo de vazatildeo entre a

estaccedilatildeo Fragosos e a estaccedilatildeo Rio Preto do Sul onde se observa o comportamento

109

semelhante das duas mediccedilotildees com os pontos de pico coincidindo com as

inundaccedilotildees de julho de 1983 e maio de 1992 Entretanto observa-se que a vazatildeo na

Estaccedilatildeo de Rio Preto do Sul eacute superior que na Estaccedilatildeo de Fragosos Pode ser que

os valores da Estaccedilatildeo Rio Preto do Sul estejam superestimados estando portanto

sujeitos a verificaccedilatildeo

FIGURA 46 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

FIGURA 47 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

110

Na FIGURA 48 verificam-se falhas provavelmente nos picos de vazatildeo

coincidindo com a inundaccedilatildeo de 11 de julho de 1983

Apesar dessas estaccedilotildees estarem em pontos distantes as mediccedilotildees tecircm

comportamentos muito semelhantes

FIGURA 48 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1982-1984) (Autor 2017)

A FIGURA 49 e FIGURA 50 mostram a comparaccedilatildeo entre as estaccedilotildees

Fragosos (65090000) e Rio Negro (65100000) A semelhanccedila dos hidrogramas com

destaque no pico de vazatildeo da cheia de 08062014 pode ser vista na FIGURA 51 As

unidades estatildeo em mmh para uniformizar as grandezas e com isso eacute possiacutevel

concluir que a chuva que gerou a vazatildeo de pico foi relativamente uniforme sobre a

bacia indo de encontro com as imagens de sateacutelite da FIGURA 40 O formato do

hidrograma ser mais estreito em Fragosos em comparaccedilatildeo com Rio Negro se

devem as caracteriacutesticas fiacutesicas da bacia sendo as principais a aacuterea e a declividade

da bacia

111

FIGURA 49 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014)

(Autor 2017)

FIGURA 50 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014) (Autor 2017)

112

FIGURA 51 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro de maio a julho de 2014 (Autor 2017)

As anaacutelises das seacuteries histoacutericas mostram que os picos de chuvas

acumuladas de 5 dias apresentam uma boa relaccedilatildeo com os picos de cheia quando

avaliada sob o aspecto cronoloacutegico (datas coincidentes) do periacuteodo chuvoso e

inundaccedilotildees

Observou-se que as chuvas que geram as grandes inundaccedilotildees natildeo satildeo

chuvas pontuais causadas por ceacutelulas convectivas Satildeo chuvas na maioria das

vezes ocasionadas por frentes frias que ocorrem principalmente no outono e no

inverno e atingem a regiatildeo como um todo (bacia do alto rio Negro)

Para se ter uma boa previsatildeo de cheia eacute necessaacuterio melhorar a densidade

de estaccedilotildees dentro da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho A busca de uma rede de

monitoramento capaz de fornecer informaccedilotildees que deem condiccedilotildees para estimar

chuvas verossiacutemeis sobre a bacia e prever a vazatildeo do rio Negrinho resultou na

aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas que estaacute abordada

no capiacutetulo que se segue

Aleacutem da intensidade e da duraccedilatildeo das chuvas essas inundaccedilotildees satildeo

precedidas de periacuteodos de pluviosidade acentuada que contribuem para a

saturaccedilatildeo das camadas do solo diminuindo sua capacidade de infiltraccedilatildeo e

armazenamento de aacutegua entre os vazios de solo acarretando maior escorrimento

superficial e para a elevaccedilatildeo do niacutevel do escoamento de base

No capiacutetulo 7 eacute feito o estudo hidrodinacircmico com o HEC-RAS como forma

de testar e avaliar a capacidade de simulaccedilatildeo das cheias usando modelos

113

computacionais Para a calibraccedilatildeo desse modelo e simular o fluxo da aacutegua no trecho

do rio Negrinho que atravessa a aacuterea urbana da cidade de Rio Negrinho adotou-se

a vazatildeo da cheia de 08062014 onde a falha eacute preenchida com a vazatildeo de

Fragosos (65090000) O criteacuterio de preenchimento da falha foi 1) observou-se os

maiores picos simultacircneos existentes entre as seacuteries em mmdia (FIGURA 52) 2)

calculou-se as razotildees entre as vazotildees de pico de Rio Negrinho Montante e

Fragosos Neste estudo foram utilizados os dois maiores picos da seacuterie 3)

determinou-se a razatildeo meacutedia resultando num valor aproximado de 15 4) aplicou-se

essa razatildeo nas mediccedilotildees de vazatildeo de Fragosos considerando o deslocamento

temporal existente O resultado do hidrograma estaacute apresentado na TABELA 4 e

FIGURA 53 em mmdia e na FIGURA 54 em msup3s Natildeo foi calculado o pico da vazatildeo

instantacircnea devido a caracteriacutestica da cheia ser lenta e durar vaacuterios dias

FIGURA 52 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante de setembro de 2009 a junho de 2010

(Autor 2017)

114

TABELA 4 ndash Hidrogramas Estaccedilotildees Fragosos (65090000) e Rio Negrinho Montante (65093000)

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (mmdia) Vazatildeo (m3s)

65090000 65093000 65090000 65093000

01062014 147 220 136 45

02062014 147 142 136 29

03062014 141 117 131 24

04062014 123 113 114 23

05062014 116 108 107 22

06062014 255 411 236 84

07062014 422 1864 391 381

08062014 1323 3041 1225 619

09062014 2027 2950 1877 601

10062014 1967 2642 1821 538

11062014 1761 2223 1631 453

12062014 1482 1706 1372 347

13062014 1137 1249 1053 254

14062014 833 902 771 184

15062014 602 748 557 152

16062014 499 548 462 112

17062014 430 548 398 112

18062014 367 499 340 102

19062014 367 470 340 96

FIGURA 53 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em mmdia

(Autor 2017)

115

FIGURA 54 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em msup3s

(Autor 2017)

O rio Negrinho sofre o remanso causado pelo rio Negro principalmente em

situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo onde as vaacuterzeas ficam completamente tomadas pelas aacuteguas

dificultando o escoamento e diminuindo a velocidade do fluxo Considerando essa

situaccedilatildeo estudou-se a vazatildeo do rio Negro A estaccedilatildeo Rio Preto do Sul (04 ndash

65095000) operou ateacute 2010 natildeo dispondo de dados para a cheia de junho de 2014

A jusante desta estaccedilatildeo tem-se a estaccedilatildeo Rio Negro (4a ndash 65100000) com dados

de junho de 2014 A FIGURA 55 mostra as estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash

4a com a localizaccedilatildeo da bacia do rio Negrinho

116

FIGURA 55 ndash Estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash 4ordf Bacias hidrograacuteficas (Uda P K et al 2013) Adaptado

Devido a falta de dados monitorados de eventos de cheia supocircs-se a

existecircncia de similaridade do comportanto das vazotildees em toda bacia do rio

Negrinho visto que as vazotildees entre Fragosos e Rio Negrinho Montante apesar da

distacircncia existente entre os pontos de mediccedilatildeo apresentam comportamentos

semelhantes durante os picos de cheias Com base nessa suposiccedilatildeo adotou-se

para o caacutelculo das vazotildees afluentes ao rio Negrinho no trecho de interesse a relaccedilatildeo

entre aacutereas e a vazatildeo de Rio Negrinho Montante resultando na configuraccedilatildeo

esquemaacutetica apresentada na FIGURA 56 O resultado obtido para as vazotildees usados

na simulaccedilatildeo numeacuterica encontra-se na

TABELA 5 A vazatildeo Q1 eacute a vazatildeo na estaccedilatildeo 05 ndash Rio Negrinho (421500009H) do

CEMADEN essa vazatildeo eacute a soma da contribuiccedilatildeo do rio Negrinho a montante desse

ponto que inclui a bacia do rio dos Banhados e da bacia rio do Salto Q2 eacute a

contribuiccedilatildeo da bacia do Serrinha Q3 eacute a do rio dos Bugres Q4 e Q5 satildeo as vazotildees

afluentes e defluentes respectivamente do rio Negro nas proximidades da foz do

Rio Negrinho A vazatildeo Q4 foi estimada com base na estaccedilatildeo Fragosos e Q5 foi

estimada empiricamente para atender a conservaccedilatildeo de massa (FIGURA 57)

117

considerando o volume de controle na foz do rio Negrinho A FIGURA 58 mostra a

vazatildeo estimada para o rio Negro a juzante da foz do rio Negrinho em conjunto com

as vazotildees monitoradas em Fragosos e Rio Negro No hidrograma do Rio Negro foi

realizado um ajuste na regiatildeo de pico indicado por tracejado verde A FIGURA 59

mostra as vazotildees da

TABELA 5 A vazatildeo incremental de contribuiccedilatildeo direta que foi estimada para ser

constante ao longo do trecho do rio Negrinho e variaacutevel no tempo No trecho do rio

Negro a vazatildeo incremental foi desprezada por se tratar de um trecho muito curto

FIGURA 56 ndash Configuraccedilatildeo das vazotildees do rio Negrinho (Autor 2017)

118

TABELA 5 ndash Vazotildees usadas na simulaccedilatildeo numeacuterica ndash junho 2014

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (m

3s)

Incremental (m

3skm)

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 q

01062014 486 056 188 2186 2728 0042

02062014 313 036 121 2186 2876 0027

03062014 259 030 100 2105 2698 0023

04062014 248 029 096 1832 2388 0022

05062014 238 028 092 1719 2215 0021

06062014 907 105 351 3793 3833 0079

07062014 4115 477 1594 6283 7203 0358

08062014 6713 778 2601 19686 22730 0585

09062014 6512 755 2523 30163 34643 0567

10062014 5832 676 2260 29263 37290 0508

11062014 4906 569 1901 26210 35820 0427

12062014 3765 436 1459 22048 31228 0328

13062014 2757 319 1068 16922 25867 0240

14062014 1992 231 772 12390 18748 0174

15062014 1652 191 640 8951 14790 0144

16062014 1210 140 469 7424 12517 0105

17062014 1210 140 469 6396 10702 0105

18062014 1102 128 427 5464 8946 0096

19062014 1037 120 402 5464 8009 0090

20062014 950 110 368 5351 7545 0083

21062014 832 096 322 5191 7028 0072

22062014 734 085 285 4628 6138 0064

23062014 680 079 264 3937 5157 0059

24062014 616 071 238 3503 4588 0054

25062014 626 073 243 3278 4232 0055

26062014 659 076 255 3182 4098 0057

27062014 994 115 385 3455 4529 0087

28062014 767 089 297 3519 4839 0067

119

FIGURA 57 ndash Vazotildees do rio Negro a montante e a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

FIGURA 58 ndash Vazatildeo estimada para o rio Negro a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

120

FIGURA 59 ndash Vazotildees incrementais no rio Negrinho e no rio Negro (Autor 2017)

121

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

A bacia do Rio Negrinho e as bacias dos seus afluentes natildeo possuem uma

rede de monitoramento hidroloacutegico Apenas uma estaccedilatildeo convencional das Aacuteguas

do Paranaacute localizada no rio Negrinho na Fazenda Souza Outras estaccedilotildees

hidroloacutegicas implantadas na regiatildeo e com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis cobrem as

bacias do Rio Preto (Corredeiras) e do Rio Negro (Fragosos)

Como decorrecircncia deste trabalho de mestrado e por ser um de seus

objetivos fez-se a gestatildeo junto agrave administraccedilatildeo puacuteblica para que o municiacutepio

adquirisse e implantasse um sistema que aleacutem de auxiliar no monitoramento dos

rios durante os eventos passasse a gerar seacuteries histoacutericas que permitam estudos

futuros

Obtido o apoio necessaacuterio da administraccedilatildeo puacuteblica bem como os recursos

necessaacuterios para da implantaccedilatildeo do novo sistema foi estabelecido contato com a

empresa EPAGRICIRAM ndash Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidro meteorologia de Santa Catarina para aquisiccedilatildeo dos equipamentos de

monitoramento hidroloacutegicos

Com as especificaccedilotildees dos equipamentos feitas pelos teacutecnicos da

EPAGRICIRAM vencidas as formalidades legais do processo licitatoacuterio e os prazos

de entrega nele estabelecidos os equipamentos comeccedilaram a ser montados em

outubro de 2015 (postes palafita reacuteguas linimeacutetricas tubulaccedilotildees caixas de

passagem as caixas ambientais com as PCDrsquos - Plataforma de Coleta de Dados

paineacuteis solares e pluviocircmetros) A conclusatildeo da montagem dos equipamentos

ocorreu no dia 27 de janeiro de 2016 A partir dessa data os dados puderam ser

acessados via internet na paacutegina da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr) sendo logo em seguida adicionados na paacutegina

da Defesa Civil de Rio Negrinho de forma a facilitar o acesso do cidadatildeo comum

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA

- Monitorar os volume de chuva e os niacuteveis dos rios em tempo quase real

- Estabelecer os limites de atenccedilatildeo alerta e emergecircncia para os niacuteveis dos

rios

122

- Constituir uma base de dados (seacuteries histoacutericas) para possibilitar accedilotildees

futuras

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA ESTACcedilAtildeO

Para a elaboraccedilatildeo do processo licitatoacuterio de aquisiccedilatildeo as especificaccedilotildees

dos equipamentos a serem instalados em cada estaccedilatildeo foram elaboradas pela

equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM e estatildeo apresentadas na TABELA 6

TABELA 6 ndash Configuraccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas (Autor 2017)

Pluviocircmetro Automaacutetico de baacutescula

Unidade de captaccedilatildeo de energia

Painel solar fotovoltaico com potecircncia de pico igual a vinte watts tensatildeo nominal de saiacuteda de 12v e cabo de comprimento miacutenimo de dois metros e isolamento em material resistente ao ambiente externo

Unidade de processamento armazenamento e transmissatildeo

Bateria chumboaacutecida selada de 12V 12Ah com dimensotildees maacuteximas de 155(C)x100(L)x105mm(A) peso maacuteximo de 45kg vaso em ABS

Controlador de carga para bateria12v 33ah potecircncia miacutenima de 60w desligamento automaacutetico por baixa tensatildeo (menor que 115v) e reconexatildeo da carga quando bateria com tensatildeo igual ou superior a 125v desligamento por sobretensatildeo proteccedilatildeo eletrocircnica contra curto circuito e corrente excessiva e inversatildeo de polaridade invoacutelucro com proteccedilatildeo miacutenima IP 22 sinalizaccedilatildeo de bateria carregada bateria com meia carga e bateria sem carga e possuir conectores KRE distintos para painel solar bateria e carga Bateria 12v nominal e 33ah

Datalogger com capacidade miacutenima de 512 kB de memoacuteria para dados capacidade miacutenima de 65 kB para sistema operacional e programa taxa de amostragem por evento possibilidade de programar esta taxa de 1seg ateacute 24 horas miacutenimo de 5 portas analoacutegicas de precisatildeo de 11 bits e range de 0 [V] a 25 [V] 2 portas de controle 1 portas de pulso 1 porta RS232 de configuraccedilatildeo do logger(via microcomputador) e interface entreperifeacutericos (modenstransmissores) pelo menos uma entrada muacuteltipla de comunicaccedilatildeo com sensores protocolo SDI12 fontes de tensatildeo programaacutevel de 25 [V] e 5 [V] Alimentaccedilatildeo 12 [V] DC precisatildeo do reloacutegio interno de 1 minutomecircs O equipamento deve estar em conformidade com a norma IEC613262002

Modem GSMGPRS para transmissatildeo de dados via GPRS e SMS suportando a linguagem de programaccedilatildeo JAVA porta serial RS232 para recebimento dos dados do datalogger Cabo com porta serial RS232 para conexatildeo agrave data logger Com capacidade para dois cartotildees de transmissatildeo de duas operadoras distintas Fornecido com acesso a antena externa ao moacutedulo atraveacutes de conector SMA de 50 ohms

Relecirc Descriccedilatildeo Alimentaccedilatildeo 5V e acionamento em niacutevel baixo Aplicaccedilatildeo CR510 CR10X CR1000

Componentes Q1 ndash 1 transistor BC327 R1 ndash 1 resistor de 2K2 Ω R2 ndash 1 resistor de 2K2 Ω D1 ndash 1 diodo 1N4001 D2 ndash 1 LED vermelho de 3mm RL1 ndash 1 Releacute de 5V do tipo AT1RC5V J1 ndash 1 conector KRE de 4 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 15450 J4 1 conector KRE de 3 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 153508

Sensor de niacutevel drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo Transdutor de pressatildeo

Cabo de comprimento miacutenimo de 50 metros em poliuretano com blindagem eleacutetrica com capilar interno para referecircncia de pressatildeo atmosfeacuterica

Interface420mA (2 fios) eou SDI12 Faixa de mediccedilatildeo de 0 a 20 mca (metros de coluna de aacutegua) Acuraacutecia le plusmn 01 em toda a escala para interface SDI12 e le plusmn 01 em toda a escala para

interface 420mA Resoluccedilatildeo igual ou inferior agrave 1 mm Erros de linearidade e histerese somados devem ser inferiores plusmn01 da leitura no final da

faixa nominal (FE) Compensaccedilatildeo da influecircncia de temperatura pelo menos na faixa de 10 a 45degC Corpo em accedilo inox ou liga de titacircnio Membrana ceracircmica (mediccedilatildeo de niacutevel atraveacutes de ceacutelula de pressatildeo tipo ceracircmica

capacitiva) Alimentaccedilatildeo 10 a 30 Vcc Possibilidade de uso de resistor de shunt de 100 Ohms para transformaccedilatildeo de corrente em

123

tensatildeo Sobrepressatildeo ateacute 3 vezes a faixa nominal (FE) de operaccedilatildeo Classe de proteccedilatildeo IP 68 Formato ciliacutendrico com dimensotildees compreendidas entre 2 cm e 5 cm de diacircmetro e entre

10 e 20 cm de comprimento (sem o cabo) Garantia e suporte teacutecnico de no miacutenimo 1 ano

Suporte metaacutelico do conjunto

Estrutura metaacutelica para suporte da estaccedilatildeo Agrometeoroloacutegica fabricada conforme instruccedilotildees abaixo

Suporte metaacutelico confeccionado de accedilo galvanizado tubular de 2 polegadas de diacircmetro externo parede interna de 3mm de espessura comprimento de 170 metros

Base de pluviocircmetro circular de 205mm de diacircmetro em chapa de accedilo galvanizado 2mm soldada na parte superior do tubo de duas polegadas com 3 furos de 6 mm de diacircmetro distribuiacutedos triangularmente na superfiacutecie e um furo central de 8mm de diacircmetro

Suporte para painel solar de 20 watts com inclinaccedilatildeo fixa de 30deg feito em chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm por 400mm de comprimento na projeccedilatildeo horizontal soldado na lateral do tubo de 2 polegadas na extremidade proacuteximo agrave base do pluviocircmetro Com 4 furos de 10mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo do painel

Suporte de caixa ambiental feito em 2 unidades de chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm e 380 mm de comprimento soldados no lado oposto ao suporte do painel solar Com 4 furos de 9mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo da caixa ambiental

Braccedilo para sensor de temperatura e umidade de 05 metro de comprimento feito em tubo de 20mm ou ateacute 1 polegada de diacircmetro externo e parede de 2mm de espessura em accedilo galvanizado Deve ser fixado acima do suporte da caixa ambiental por meio de uma base fixada no tubo de 2rdquo com no miacutenimo 2 parafusos M5 em inox para a fixaccedilatildeo Este braccedilo de ser removiacutevel para facilitar o transporte Obs Toda estrutura com pintura epoacutexi na cor branca

Reacutegua linimeacutetrica Perfil e Reacutegua metaacutelicos

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados

O sistema de transmissatildeo de dados das leituras via modem utiliza tecnologia

e sinal de celular

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos

O datalogger ndash Campbell ndash possui um programa em Crbasic que considera o

ID (coacutedigo da estaccedilatildeo por ex 2079) e o valor de offset para ajuste de niacutevel

igualando as mediccedilotildees dos sensores com as das reacuteguas linimeacutetricas No caso da

estaccedilatildeo 2084 ndash Foz do Rio Negrinho foi usado um sensor para 20 mca diferente

dos demais todos com 10 mca Isto eacute tambeacutem ajustado no programa

No banco de dados os dados lidos armazenados e enviados passam por 03

(trecircs) testes de consistecircncia no controle de qualidade O ldquosteprdquo o ldquorangerdquo e o

ldquopersistentrdquo Dados natildeo consistentes satildeo eliminados e deixam de ser fornecidos As

seacuteries histoacutericas jaacute consisitidas podem ser obtidas mediante solicitaccedilatildeo via site da

EPAGRICIRAM

124

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM

- Servidor de alta capacidade de armazenamento

- Atualmente possui 200 milhotildees de dados

- Recebe diariamente cerca de 50 mil dados

- Possui regras de seguranccedila

- Armazena dados de estaccedilotildees com mais de 100 anos

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral

A partir do dia 27 de janeiro de 2016 os dados medidos passaram a ser

diponibilizados para puacuteblico em geral na paacutegina da internet da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr)

Os dados medidos nas estaccedilotildees hidroloacutegicas apoacutes a leitura satildeo

transferidos automaticamente por sinal de celular para o servidor da EPAGRICIRAM

em Florianoacutepolis Passam por um algoritmo que verifica a sua consistecircncia e

retornam para o sistema sob a forma de figuras que facilitam a interpretaccedilatildeo Satildeo

essas figuras que atualizadas diariamente satildeo disponibilizados na paacutegina da

EPAGRCIRAM e podem ser acessadas pelo puacuteblico em geral

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A aquisiccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas foi feita atraveacutes do Processo

Licitatoacuterio nordm 0792015 na modalidade de Pregatildeo Presencial elaborado pelo autor e

lanccedilado em 06 de julho de 2015 pelo Departamento de Licitaccedilotildees da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho ndash SC

A partir da assinatura dos contratos as empresas passaram a entregar os

equipamentos sendo que os uacuteltimos a serem entregues foram os ldquosensores de niacutevel

drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo - transdutores de pressatildeordquo por serem

equipamentos importados Estes sensores foram entregues no final de novembro de

2015

Concluiacutedo o processo licitatoacuterio e a entrega dos equipamentos foram

iniciadas as tratativas com a equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM para a definiccedilatildeo

final dos locais e o iniacutecio do processo de instalaccedilatildeo

125

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo

Os sensores de mediccedilatildeo de chuva e vazatildeo passaram por uma calibraccedilatildeo

preacutevia executada pela equipe da EPAGRICIRAM Apoacutes a instalaccedilatildeo e as primeiras

mediccedilotildees novos ajustes entre os sensores e o software de leitura e transmissatildeo de

dados foram efetuados ajustando as cotas de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas

instaladas em cada seccedilatildeo de mediccedilatildeo das estaccedilotildees

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A definiccedilatildeo dos locais para a instalaccedilatildeo das cinco novas estaccedilotildees

hidroloacutegicas FIGURA 60 foi efetuada num primeiro momento pela escolha de locais

representativos nos quais pudessem ser avaliadas as vazotildees de entrada os

acreacutescimos e o incremento de afluentes Num segundo momento jaacute em campo

foram analisados os locais escolhidos em funccedilatildeo da intensidade miacutenima necessaacuteria

de sinal de celular para a transmissatildeo de dados e das cotas maacuteximas de inundaccedilatildeo

para que natildeo fossem interrompidas as seacuteries histoacutericas nas grandes cheias

FIGURA 60 ndash Localizaccedilatildeo das novas Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas (Autor e EPAGRICIRAM 2016)

126

Tambeacutem foi estabelecida a necessidade do monitoramento do rio dos

Bugres visto que ele corta a aacuterea urbana do municiacutepio e tem influecircncia significativa

nas grandes inundaccedilotildees A definiccedilatildeo pela implantaccedilatildeo de uma das estaccedilotildees no rio

Negro a montante da foz do rio Negrinho se deu pela intenccedilatildeo de avaliar a

influecircncia deste nas grandes inundaccedilotildees seja pelo represamento do rio Negrinho ou

pela contribuiccedilatildeo efetiva com o retorno das aacuteguas para a planiacutecie de inundaccedilatildeo

deste

No caso especiacutefico da instalaccedilatildeo de uma estaccedilatildeo na Fazenda Souza a

escolha do local se deu em funccedilatildeo da existecircncia da estaccedilatildeo convencional ldquoRio

Negrinho Montante 65093000-FLUrdquo das Aacuteguas Paranaacute de forma a permitir a

possibilidade de comparaccedilatildeo e continuidade das seacuteries histoacutericas ainda que a

instalaccedilatildeo dessa estaccedilatildeo tenha apresentado uma dificuldade adicional que obrigou

a construccedilatildeo de uma estrutura especial para elevar e receber a estaccedilatildeo

ultrapassando assim a cota maacutexima de inundaccedilatildeo registrada

A instalaccedilatildeo da primeira estaccedilatildeo ocorreu ainda em dezembro de 2015 na

Fazenda Rudnick estaccedilatildeo 2080 FIGURA 61 seguida da estaccedilatildeo Foz do Rio

Negrinho estaccedilatildeo 2084 FIGURA 65 As demais estaccedilotildees foram sendo instaladas a

partir de janeiro de 2016 A estaccedilatildeo Fazenda Souza 2079 estaacute mostrada na

FIGURA 62 Rio dos Bugres 2081 FIGURA 63 e Ponte do Lageado 2083 FIGURA

64

As estaccedilotildees Rio dos Bugres e Ponte do Lageado inicialmente natildeo tinham

pluviocircmetros os mesmos foram instalados somente em dezembro de 2016

127

FIGURA 61 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2080 Fazenda Rudnick (Autor 2017)

FIGURA 62 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2079 Fazenda Souza (Autor 2017)

128

FIGURA 63 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2081 Rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 64 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2083 Ponte do Lageado (Autor 2017)

129

FIGURA 65 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2084 Foz do Rio Negrinho (Autor 2017)

Instaladas as novas estaccedilotildees o conjunto de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas a estrutura ficou conforme a FIGURA 66

FIGURA 66 ndash Novas Estaccedilotildees Implantadas e em Operaccedilatildeo (Autor 2017)

130

A localizaccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas estaacute inserida no mapa onde

jaacute constam a localizaccedilatildeo da estaccedilotildees hidroloacutegicas existentes posicionadas em

relaccedilatildeo a bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 67

FIGURA 67 ndash Mapa Localizaccedilatildeo Novas Estaccedilotildees Implantadas (Autor 2017)

O novo sistema de estaccedilotildees hidroloacutegicas foi apresentado nas trecircs escolas

de segundo grau do municiacutepio Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute FIGURA 68 Coleacutegio

Caminho do Saber e Escola Estadual de Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega e agrave

comunidade numa audiecircncia puacuteblica na Cacircmara de Vereadores com o objetivo de

apresentar o sistema divulgar e informar o acesso a todas as informaccedilotildees que satildeo

disponibilizadas na internet e os caminhos para acessaacute-las treinando assim a

populaccedilatildeo para o uso das informaccedilotildees online em situaccedilatildeo de evento de chuvas

intensas com possibilidade de inundaccedilatildeo ou simplesmente acompanhamento

131

FIGURA 68 ndash Apresentaccedilatildeo do novo Sistema de Estaccedilotildees Hidroloacutegicas para uma sala de segundo grau do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

(Autor 2017)

628 Mediccedilotildees Realizadas

As mediccedilotildees com registro de niacutevel e chuva nas novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

do Sistema EPAGRICIRAM foram iniciadas no dia 27 de janeiro de 2016 com as

mediccedilotildees na Fazenda Souza e na Foz do Rio Negrinho FIGURA 69 a FIGURA 84

Os graacuteficos mostram os resultados dessas primeiras mediccedilotildees ateacute o iniacutecio

de Dezembro de 2016 Uacuteltimos dados obtidos junto a EPAGRICIRAM Neles

constam as mediccedilotildees de vazatildeo (niacuteveis) e as mediccedilotildees de chuva

As FIGURA 69 a FIGURA 72 mostram as chuvas acumuladas de 15

minutos de janeiro a dezembro de 2016 nas estaccedilotildees 2079 - Fazenda Souza 2080

ndash Fazenda Rudnick 2081 ndash rio dos Bugres e 2083 ndash Ponte do Lageado

As FIGURA 73 a FIGURA 84 mostram um comprativo de vazotildees (niacuteveis) do

rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro de janeiro a dezembro de 2016

132

FIGURA 69 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2079 ndash Fazenda Souza (Autor 2017)

FIGURA 70 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2080 ndash Fazenda Rudnick (Autor 2017)

133

FIGURA 71 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2081 ndash rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 72 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2083 ndash Ponte do Lageado (Autor 2017)

134

FIGURA 73 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em janeiro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 74 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em fevereiro de 2016

(Autor 2017)

135

FIGURA 75 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em marccedilo de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 76 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em abril de 2016

(Autor 2017)

136

FIGURA 77 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em maio de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 78 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em junho de 2016

(Autor 2017)

137

FIGURA 79 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em julho de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 80 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em agosto de 2016

(Autor 2017)

138

FIGURA 81 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em setembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 82 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em outubro de 2016

(Autor 2017)

139

FIGURA 83 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em novembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 84 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em dezembro de 2016

(Autor 2017)

lsquorsquo

140

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO

O sistema estaacute operando medindo e disponibilizando dados via internet para

toda a comunidade atraveacutes da paacutegina da EPAGRICIRAM e da paacutegina da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho httpwwwrionegrinhoscgovbr) na aba da Defesa

Civil

As meacutedias horaacuterias das mediccedilotildees de 15 minutos satildeo disponibilizadas na

paacutegina da internet

Falhas de mediccedilatildeo podem ser ocasionadas por problemas dos sensores

falta de energia eou problemas de transmissatildeo de dados (ausecircncia de sinal GPRS)

A eventual falta de energia se deve a capacidade das baterias ser de cinco dias em

condiccedilotildees nubladas Problemas na transmissatildeo de dados tambeacutem ocasionam

descarga nas baterias pois as PCDs ndash Plataformas de Coleta de Dados ficam

tentando enviar os dados e acabam ficando ligadas mais tempo do que seria

recomendado As falhas de mediccedilatildeo podem ser decorrentes da leitura de dados

inconsistentes que natildeo foram aprovados isto eacute foram rejeitados em um ou mais dos

testes de consistecircncia

Esses testes consideram a variaccedilatildeo do dado ao longo do tempo

comparando com os dados antecedentes e subsequentes dentro de uma margem

de erro Por exemplo um rio natildeo pode ter uma variaccedilatildeo abrupta significativa se natildeo

ocorreu chuva na regiatildeo Essas variaccedilotildees podem ser observadas nas primeiras

mediccedilotildees da Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick As mediccedilotildees deram saltos repentinos

Suspeitou-se num primeiro momento da alteraccedilatildeo da profundidade do sensor Mas

natildeo foi possiacutevel determinar a causa das falhas e os dados foram considerados como

erros de mediccedilatildeo Os dados monitorados no momento satildeo cotas de niacutevel em relaccedilatildeo

a um RN arbitraacuterio

Tambeacutem ocorreram ao longo do tempo ajustes de offset dos sensores de

mediccedilatildeo de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas implantadas nos rios o que pode

justificar variaccedilotildees repentinas dos dados monitorados Natildeo ocorreram vazotildees

negativas ou seja o sensor ter ficado fora da aacutegua Em maio de 2016 o sistema de

consistecircncia na EPAGRICIRAM em Florianoacutepolis ficou fora do ar e os dados

medidos na Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick natildeo foram consistidos causando duacutevidas e

suposiccedilotildees sobre a eventual ocorrecircncia de ruptura de alguma barragem (accedilude) a

montante Outra possibilidade levantada foi de ter ocorrido acuacutemulo de aacutegua na

141

tubulaccedilatildeo que protege o sensor e este ter medido uma coluna de aacutegua instantacircnea

formada dentro da tubulaccedilatildeo Ajustes ainda estatildeo sendo realizados melhorando a

qualidade dos dados monitorados calibrando as estaccedilotildees e minimizando os

problemas de mediccedilatildeo

Ateacute o momento satildeo monitorados a chuva e o niacutevel dos rios considerando

que ainda natildeo foram obtidas as curvas chave nas seccedilotildees fluviomeacutetricas

O periacuteodo de mediccedilotildees ainda eacute restrito Apenas um ano e parte delas com

falhas decorrentes dos ajustes e da calibraccedilatildeo das estaccedilotildees No entanto algumas

hipoacuteteses jaacute podem ser levantadas considerando os resultados obtidos A FIGURA

79 e FIGURA 80 apresentam respectivamente um comportamento muito proacuteximo

dos niacuteveis dos rios Negrinho na Estaccedilatildeo Foz do rio Negrinho e do rio Negro na

Estaccedilatildeo Ponte do Lageado nos eventos em julho e agosto de 2016 Isso leva a

supor o represamento do rio Negrinho pelo rio Negro (remanso) e a possibilidade de

transbordamento das aacuteguas do rio Negro para a planiacutecie de inundaccedilatildeo do rio

Negrinho A continuidade do monitoramento permitiraacute novos estudos e observaccedilotildees

e poderatildeo confirmar essas hipoacuteteses

142

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO

A batimetria nos rios Negrinho Serrinha e rio Negro foi realizada com a

utilizaccedilatildeo do Acoustic Doppler Current Profiler (ADCP) (Sontek modelo M9)

FIGURA 85 e APEcircNDICE I cedido pela SDS ndash Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econocircmico Sustentaacutevel Diretoria de Recursos Hiacutedricos composto

de dois conjuntos de transdutores para mediccedilotildees de velocidade um feixe acuacutestico

vertical de 050 MHz para mediccedilatildeo da profundidade e um sistema de GPS e RTK

acoplado para determinaccedilatildeo do posicionamento dos equipamentos (Sontek 2009)

No levantamento com o ADCP as seccedilotildees transversais satildeo preacute-definidas por

toda a extensatildeo do trecho objeto de estudo (Bezerra-Neto e Pinto-Coelho 2008)

sendo um condutor colocado em cada margem para guiar o deslocamento do

equipamento

FIGURA 85 ndash Batimetria ADCP M-9 (Autor 2016)

711 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das seccedilotildees transversais foi realizado o levantamento

topo batimeacutetrico na semana compreendendo o periacuteodo de 29 de agosto de 2016 a

10 de outubro de 2016 APEcircNDICE I Foram levantadas 29 seccedilotildees Em cada seccedilatildeo

143

transversal foram realizadas em meacutedia 40 mediccedilotildees dos paracircmetros profundidade

(m) largura (m) velocidade (ms) e vazatildeo (msup3s)

A anaacutelise do desvio padratildeo e do coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros

obtidos pelo ADCP foi realizada no programa SonTek River Surveyor sendo aceitas

as leituras que apresentassem um coeficiente de variaccedilatildeo de ateacute 5 (Sontek 2009)

Os valores dos paracircmetros foram obtidos a partir das meacutedias referentes agraves 40

mediccedilotildees

Como resultado da mediccedilatildeo das seccedilotildees transversais tem-se como exemplo

a imagem da FIGURA 86 que apresenta profundidades o periacutemetro molhado e as

velocidades As demais seccedilotildees satildeo apresentadas no APEcircNDICE II

FIGURA 86 ndash Resultado daTopobatimetria - Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

7111 Geoprocessamento dos Dados

O georreferenciamento das seccedilotildees transversais e das pontes estaacute

apresentado no APEcircNDICE III

O levantamento altimeacutetrico e o georreferenciamento das seccedilotildees transversais

e pontes foi feito com GPS Geodeacutesico (Zecircnite 2 modelo GTR-Z2) contendo dois

receptores geodeacutesicos de dupla frequecircncia L1L2 conforme metodologia proposta

pelo IBGE (2009) FIGURA 87

Os dados obtidos pelo GPS Geodeacutesico foram processados nos programas

computacionais GTR Processor e Topo EVN

Os dados coletados foram processados utilizando-se o programa

computacional SonTek River Surveyor Live sendo posteriormente exportados e

editados na planilha no Microsoft Excel para poacutes-processamento no programa

computacional ESRI ArcGis 10(r)

144

FIGURA 87 ndash Georreferenciamento e Levantamento Altimeacutetrico Ponte Cofermaco (Autor 2016)

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT

Um MNT (Modelo Numeacuterico do Terreno) ou MDT (Modelo Digital de

Terreno) (DTM = Digital Terrain Model) eacute uma representaccedilatildeo matemaacutetica da

distribuiccedilatildeo espacial da caracteriacutestica de um fenocircmeno vinculada a uma superfiacutecie

real A superfiacutecie eacute em geral contiacutenua e o fenocircmeno que representa pode ser

variado Dentre alguns usos do MDT pode-se citar (Burrough 1986)

- Armazenamento de dados de altimetria para mapas topograacuteficos

- Anaacutelises de corte-aterro para projeto de estradas e barragens

- Elaboraccedilatildeo de mapas de declividade e exposiccedilatildeo para apoio a anaacutelise de

geomorfologia e erodibilidade

- Anaacutelise de variaacuteveis geofiacutesicas e geoquiacutemicas

- Apresentaccedilatildeo tridimensional (em combinaccedilatildeo com outras variaacuteveis)

Para a representaccedilatildeo de uma superfiacutecie real no computador eacute indispensaacutevel

a criaccedilatildeo de um modelo digital podendo ser por equaccedilotildees analiacuteticas ou por uma

rede de pontos na forma de uma grade de pontos regulares e ou irregulares A partir

145

dos modelos pode-se calcular volumes aacutereas desenhar perfis e seccedilotildees

transversais gerar imagens sombreadas ou em niacuteveis de cinza gerar mapas de

declividade e exposiccedilatildeo gerar fatiamentos em intervalos desejados e perspectivas

tridimensionais

No processo de modelagem numeacuterica de terreno podemos distinguir trecircs

fases aquisiccedilatildeo dos dados geraccedilatildeo de grades e elaboraccedilatildeo de produtos

representando as informaccedilotildees obtidas

721 Coleta de Dados

Para a elaboraccedilatildeo do Modelo Digital do Terreno ndash MDT foi utilizado o

levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela empresa Agritec SA Agrimensura

Aerofotogrametria de Curitiba para a Prefeitura Municipal de Rio Negrinho no ano

de 2004 complementado com os dados do lado do Paranaacute do rio Negro obtidos

junto a Aacuteguas do Paranaacute COMEC COPEL EMATER ITAIPU MINEROPAR

SEAB PARANAacute CIDADE SANEPAR ANA LACTEC 2011

722 Elaboraccedilatildeo do MDT

A partir das curvas de niacutevel do terreno obtidas de trecircs fontes de dados

sendo curvas de 1m 5m e 10m conforme domiacutenios rosa verde e azul na FIGURA

88 os resultados foram integrados agraves seccedilotildees de batimetria realizadas na aacuterea de

estudo A integraccedilatildeo foi feita com o uso do software ArcGis 102 do qual obteve-se

uma rede irregular de triacircngulos (TIN - Triangulated Irregular Network) para

representar o terreno tanto a parte seca como a aacuterea molhada conforme resultado

grafico apresentado na FIGURA 89 As seccedilotildees nessas duas figuras natildeo foram

numeradas para natildeo poluir a imagem

146

FIGURA 88 ndash Mapa de domiacutenios das seccedilotildees topobatimeacutetricas (Autor 2017)

147

FIGURA 89 ndash Modelo Digital do Terreno - MDT

(Autor 2017)

148

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS

Para simulaccedilatildeo hidrodinacircmica no trecho do rio Negrinho e rio Negro as

seccedilotildees batimeacutetricas foram introduzidas no HEC-RAS

Os coeficientes de rugosidade (119899) adotados para as simulaccedilotildees da

hidrodinacircmica tendo em vista o tipo de cobertura das margens dos rios foram 006

no fundo e na parte lateral baseados nos valores apresentados na Tabela 7

considerando um canal pequeno em planiacutecies ainda que nas cheias as larguras se

tornam muito maiores

Tabela 7 - Valores de coeficientes de rugosidade (119899) de Manning para canais naturais (Ven Te Chow 1959)

As geometrias das pontes de acordo com o levantamento foram inseridas

O software HEC-RAS (USACE 2010a e 2010b) exige a adiccedilatildeo de duas seccedilotildees

transversais proacuteximas uma imediatamente a montante e outra imediatamente a

jusante da estrutura (da ponte) Nas seccedilotildees transversais de montante e jusante

foram considerados coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo respectivamente iguais a

030 e 050 que de acordo com o Manual Hidraacuteulico do software HEC-RAS

correspondem aos coeficientes aplicados a seccedilotildees tiacutepicas de pontes

Definida a geometria do problema estabeleceu-se o regime de simulaccedilatildeo

baseado no regime de escoamento natildeo-permanente

149

O desempenho do HEC-RAS mostrou-se insatisfatoacuterio para a quantidade de

seccedilotildees inseridas muito provavelmente devido a quantidade de meandros

Consequentemente mais testes precisaratildeo ser realizados A parte montante do

trecho rio Negrinho simulado foi simplificado considerando-se a inserccedilatildeo da vazatildeo e

supondo-se apenas uma seccedilatildeo a montante

Foram testados diferentes valores de rugosidade mas natildeo houve alteraccedilatildeo

significativa no niacutevel dacuteaacutegua

Os resultados do HEC-RAS utilizando as vazotildees estimadas produziram uma

inundaccedilatildeo na regiatildeo cuja cota meacutedia foi de 79307 m (FIGURA 90) bem acima dos

7918 m registrados na seccedilatildeo localizada na estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do

SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico Os fatores que

podem ter influenciado nessa discrepacircncia de valores podem ser

i) Devido agrave falta de dados de topobatimetria da regiatildeo da afluecircncia do rio

Negrinho no rio Negro foi utilizado uma estimativa da seccedilatildeo tranversal

considerando uma seccedilatildeo trapezoidal

ii) A vazatildeo diaacuteria estimada pode estar superestimada

iii) O eixo do escoamento baseada na calha principal do rio em codiccedilotildees

normais apresenta muita sinuosidade que em cheia passa a ter um

comportamento distinto

FIGURA 90 ndash Resultado Simulaccedilatildeo REC-HAS (Autor 2017)

150

Os resultados apresentados aqui satildeo apenas norteadores do potencial do

modelo HEC RAS nas atividades operacionais de previsatildeo de inundaccedilotildees devendo

o modelo ser ajustado calibrado e atualizado periodicamente

Em situaccedilotildees de inundaccedilatildeo o modelo mostrou que a inundaccedilatildeo do rio Negro

eacute um fator que influencia fortemente na inundaccedilatildeo do rio Negrinho Portando na

continuaccedilatildeo dos estudos de inundaccedilatildeo do rio Negrinho eacute imprescindiacutevel os estudos

do rio Negro

151

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NO RIO

Os resiacuteduos soacutelidos (lixos) interferem no escoamento das aacuteguas dos rios e

causam alagamentos e em situaccedilatildeo de inundaccedilotildees muitas vezes funcionam como

tamponamento afetando o niacutevel das aacuteguas que se elevam agravando o problema

Em conjunto os esgotos lanccedilados diretamente no rio e na drenagem pluvial podem

aumentar o nuacutemero de doenccedilas hiacutedricas durante os eventos de inundaccedilotildees

Neste capiacutetulo satildeo abordados os procedimentos para limpeza e eliminaccedilatildeo

desses problemas

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS

Foram desenvolvidos procedimentos para retirada de lixo do leito e das

margens dos rios para melhorar o fluxo das aacuteguas Muito do lixo encontrado poderia

ter sido tratado como resiacuteduo soacutelido sendo aproveitado no sistema produtivo desde

que tivesse tido a destinaccedilatildeo adequada apoacutes o uso

Durante os procedimentos de mediccedilatildeo especialmente das seccedilotildees

transversais foram percorridos aproximadamente 80 km de margens do rio

Negrinho rio Serrinha rio dos Bugres e rio Negro nos quais foram feitas algumas

constataccedilotildees tais como existecircncia de quantidade significativa de lixo nas margens

desses rios enroscados nas aacutervores ou flutuando sobre a aacutegua de onde se conclui

que haacute tambeacutem muito lixo submerso Encontrou-se desde vaso sanitaacuterio (proacuteximo a

captaccedilatildeo do SAMAE) sofaacute cama e ateacute pneu de trator (fundos da Escola Estadual de

Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega) Os materiais plaacutesticos de todos os tipos foram os

predominantes no cenaacuterio

Os procedimentos de limpeza foram precedidos de programas e campanhas

de conscientizaccedilatildeo bem como da aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo vigente uma vez que soacute

retirar o lixo do rio sem tratar da causa principal que eacute o comportamento dos

muniacutecipes natildeo resolve o problema Natildeo se trata apenas dos ribeirinhos mas

tambeacutem daqueles que moram nas regiotildees mais altas Todos satildeo cuacutemplices e

responsaacuteveis pelo que eacute jogado em local inadequado na rua nas galerias pluviais

em qualquer lugar que tem como destino final os rios O lixo encontrado no rio vem

152

de todos os bairros e natildeo apenas dos ribeirinhos A rede de drenagem pluvial eacute o

principal conduto para o transporte de lixo e esgoto ateacute o rio

Os problemas de mau funcionamento da rede de drenagem pluvial decorrem

do lixo que eacute jogado a ceacuteu aberto ou eacute inadequadamente disposto e que acaba indo

parar nas tubulaccedilotildees de aacuteguas pluviais O que natildeo causa entupimento e mau

funcionamento vai direto para os rios

Natildeo eacute somente o tamanho do lixo a xepa de cigarro o papel de bala e a lata

de cerveja ou refrigerante jogados em locais inapropriados accedilotildees ainda muito

comuns e vistas diariamente poluem os rios em conjunto com o vaso sanitaacuterio o

pneu de trator e demais lixos Eacute preciso entender que o barro do veiacuteculo lavado em

frente a casa segue pelas galerias pluviais e vai contribuir no assoriamento dos rios

O primeiro passo para resolver a questatildeo do lixo eacute parar com a sua

deposiccedilatildeo em locais inapropriados tratando a causa e natildeo o efeito Isso passa

necessariamente por campanhas de conscientizaccedilatildeo mas tambeacutem pela puniccedilatildeo aos

infratores Natildeo haacute sociedade organizada sem regras sendo cumpridas

Uma vez cessada a deposiccedilatildeo de lixo pode-se iniciar a retirada do lixo das

margens primeiramente aquele que estaacute enroscado em aacutervores e depois os que

estatildeo nos leitos maior e na planiacutecie de inundaccedilatildeo FIGURA 91

Todos esses trabalhos devem ser executados de montante para jusante em

etapas e com equipes treinadas e qualificadas com o uso de EPIacutes uma vez que

durante o processo de levantamento das seccedilotildees transversais verificou-se a

presenccedila de capivaras nas margens dos rios e com elas a presenccedila do Carrapato

Estrela da capivara que transmite a Febre Maculosa ou Febre do Carrapato

O planejamento que precede esses procedimentos de limpeza deve prever

os locais de amontoamento do lixo retirado nos quais o mesmo deveraacute permanecer

o menor tempo possiacutevel sendo encaminhado ao seu destino final seja ele a

reciclagem (quando possiacutevel) o aterro sanitaacuterio ou o aterro industrial

153

FIGURA 91 ndash Lixo no rio Negrinho (a) (b) e (c) fundos do Coleacutegio Satildeo Joseacute ndash margem esquerda e Empresa Transportadora Seka ndash margem direita (d) resultado

de campanha de coleta de lixo no rio Negrinho (Autor 2016)

Iniciativas como a do Nugravecleo de Meio Ambiente da Associaccedilatildeo Comercial e

Industrial de Rio Negrinho ndash ACIRNE FIGURA 92 satildeo extremamente vaacutelidas como

forma de conscientizaccedilatildeo Essa accedilotildees devem ser intensificadas procurando expor

os danos ambientais causados pelo comportamento inadequado dos muniacutecipes e

formando as novas geraccedilotildees de indiviacuteduos mais conscientes

Nesta campanha participaram aproximadamente 30 pessoas e o periacuteodo de

duraccedilatildeo foi de 4 horas coletando cerca 15 tonelada de lixo

154

FIGURA 92 ndash Campanha de Limpeza do Rio Negrinho (Nuacutecleo Meio Ambiente da ACIRNE 2017)

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE PLUVIAL

O desenvolvimento de procedimentos relativos agrave eliminaccedilatildeo do esgoto

despejado diretamente no sistema de drenagem pluvial e nos rios deve ser

considerado a partir da entrada em operaccedilatildeo do novo Sistema de Esgotamento

Sanitaacuterio da cidade que vem sendo implantado pela autarquia municipal SAMAE ndash

Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico

Noventa por cento das ruas da aacuterea urbana tem rede implantada Essa rede

natildeo estaacute toda em operaccedilatildeo uma vez que estaccedilotildees elevatoacuterias ainda estatildeo sendo

construiacutedas No entanto a ETE - Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgoto localizada no

Bairro Vista Alegre e quinze estaccedilotildees elevatoacuterias jaacute estatildeo em operaccedilatildeo A ligaccedilatildeo no

sistema ainda natildeo eacute obrigatoacuteria Da mesma forma o contribuinte natildeo estaacute fazendo

nenhum tipo de pagamento pela disponibilizaccedilatildeo do serviccedilo Tanto a obrigatoriedade

da ligaccedilatildeo quanto o pagamento deveratildeo ocorrer em breve

155

Verifica-se que haacute uma infinidade de tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio das

edificaccedilotildees despejando diretamente no leito dos rios Aleacutem destas haacute tambeacutem

muitas tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio e aacuteguas servidas que satildeo despejadas

diretamente nas redes de aacuteguas pluviais FIGURA 93 Isso explica porque eacute possiacutevel

perceber claramente a mudanccedila de cor e de odor da aacutegua dos rios agrave medida que

ela passa pela aacuterea urbana A aacutegua dos rios vai adquirindo a cor acinzentada

Outro procedimento bastante comum que contamina o lenccedilol freaacutetico e por

consequecircncia a aacutegua dos rios eacute o despejo de esgoto primaacuterio em antigos poccedilos que

foram desativados depois da implantaccedilatildeo da rede de aacutegua tratada transformando-

os em sumidouros Por fim a utilizaccedilatildeo bastante frequente de sumidouros sem a

utilizaccedilatildeo de tanques seacutepticos e filtros

A entrada em operaccedilatildeo da rede de esgotamento sanitaacuterio aleacutem de melhorar

significativamente a qualidade de vida e especialmente a sauacutede dos muniacutecipes eacute

uma oportunidade para solucionar todos esses problemas que sem duacutevida refletiratildeo

na qualidade das aacuteguas dos rios

Uma vez disponibilizada a rede salvo condiccedilotildees topograacuteficas impeditivas a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto de cada edificaccedilatildeo no sistema seraacute obrigatoacuteria tanto

quanto o pagamento pelos serviccedilos Condiccedilotildees e tarifas especiais podem ser

implementadas poreacutem uma vez disponibilizado o sistema tudo o que deixar de ser

encaminhado para ele configuraraacute crime ambiental

Novamente campanhas de conscientizaccedilatildeo seratildeo imprescindiacuteveis aleacutem do

apoio e da determinaccedilatildeo dos poderes constituiacutedos A fiscalizaccedilatildeo e a penalizaccedilatildeo

satildeo ferramentas que faratildeo parte desse processo A populaccedilatildeo precisa entender a

importacircncia de fazer sua ligaccedilatildeo no sistema Dos ganhos em relaccedilatildeo agrave sauacutede e do

meio ambiente

156

FIGURA 93 ndash Ligaccedilotildees esgoto no rio Negrinho e na drenagem pluvial (Autor 2016)

157

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO

As aacuteguas das chuvas produzem escoamento superficial subsuperficial e de

base e satildeo processos naturais que ocorrem com certa periodicidade podendo levar

algumas deacutecadas entre eventos de inundaccedilotildees A falta e a perda de lembranccedila dos

desastres passados aliado a expansatildeo imobiliaacuteria e falta de conhecimento dos

fenocircmenos envolvidos levaram as pessoas a ocupar as aacutereas sucetiacuteveis ao

transbordamento dos rios planiacutecies de inundaccedilatildeo Obras civiacutes foram erguidas

ficando sujeitas agraves inundaccedilotildees e aos consequentes prejuiacutezos

Com vista para mitigaccedilatildeo dos efeitos das inundaccedilotildees elaborou-se a

proposta do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ndash PAE

A Metodologia do PAE consiste em

1) Definir as caracteriacutesticas da chuva para ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

2) Delimitar a aacuterea de ocorrecircncia do problema a inundaccedilatildeo

3) Elaborar mapas de inundaccedilatildeo

4) Configurar a estrutura do PAE atraveacutes da definiccedilatildeo de procedimentos de

notificaccedilatildeo agrave Defesa Civil atribuiccedilotildees e responsabilidades

5) Definir as accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

6) Submeter o PAE aos teacutecnicos dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela defesa civil para

apreciaccedilatildeo e melhoria

7) Implementar um estudo de caso no Coleacutegio Satildeo Joseacute de Rio NegrinhoSC

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO

Desde 1983 no 5ordm Regimento de Carros de Combate do Exeacutercito Brasileiro

e a partir de 1992 na Secretaria Municipal de Reconstruccedilatildeo da Prefeitura Municipal

de Rio Negrinho o autor vem acompanhando os eventos de chuvas intensas e

inundaccedilotildees nessa regiatildeo e algumas caracteriacutesticas foram percebidas conforme

descritas a seguir

A chuva para ocasionar inundaccedilatildeo deve ser precedida por um periacuteodo de

chuvas intensas que possa elevar o niacutevel do lenccedilol freaacutetico minizando a capacidade

de infiltraccedilatildeo do solo por saturaccedilatildeo e aumentando o escoamento superficial e a

consequente ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

158

Aleacutem de intensidade elevada da chuva o seu tempo de duraccedilatildeo tambeacutem

deve ser longo Com relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo no espaccedilo essa chuva natildeo pode se

restringir somente agrave bacia do rio Negrinho Ela deve atingir toda a bacia do alto rio

Negro compreendendo tambeacutem a bacia do rio Negrinho seus afluentes bem como

o rio Preto e outros rios importantes e seus afluentes

Pela ausecircncia de monitoramento essas carcateriacutesticas observadas satildeo

apenas informaccedilotildees qualitativas

A aacuterea de abrangecircncia do PAE foi definida pela delimitaccedilatildeo do periacutemetro

urbano municipal e pelos locais de atingimento registrados na inundaccedilatildeo do ano de

1992 que teve como altitude maacutexima 792 m A mancha de inundaccedilatildeo de 1992 estaacute

apresentada na FIGURA 94

159

FIGURA 94 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE (PMRN 2014)

160

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo

Tendo por referecircncia os niacuteveis do levantamento aerofotogrameacutetrico

realizado em 2004 o Plano Diretor do municiacutepio e as imagens do Google Earth

foram gerados mapas de inundaccedilatildeo relacionados agraves cotas FIGURA 95 a

FIGURA 99

A FIGURA 100 apresenta a sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas

de Inundaccedilatildeo cotas 787 790m e 792m

Na comparaccedilatildeo das FIGURA 101 e FIGURA 102 se observa que os

mapas de inundaccedilatildeo produzidos pela equipe teacutecnica da prefeitura municipal

com base nos registros efetuados durante as maiores inundaccedilotildees tem muita

proximidade comas manchas de inundaccedilatildeo produzidas por GIGLIO (2010) para

o ano correspondente de 1992

As demais manchas de inundaccedilatildeo apresentadas por GIGLIO relativas

aos registros de inundaccedilotildees de menor cota maacutexima enfatizam que mesmo

nessas condiccedilotildees o atingimento na aacuterea urbana eacute significativo tendo como

consequecircncia muitos danos e prejuiacutezos

161

FIGURA 95 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 781 (PMRN 2014)

162

FIGURA 96 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 784 (PMRN 2014)

163

FIGURA 97 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 787 (PMRN 2014)

164

FIGURA 98 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 790 (PMRN 2014)

165

FIGURA 99 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 792 (PMRN 2014)

166

FIGURA 100 ndash Sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas de Inundaccedilatildeo cotas 787 (ciano) 790m (azul claro) e 792m (azul escuro)

(PMRN 2016)

167

FIGURA 101 ndash Detalhe aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho

(PMRN 2017)

168

FIGURA 102 ndash Aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho (Giglio 2010)

169

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE

O organograma da FIGURA 103 apresenta a estrutura do PAE Ele foi

elaborado tendo como referecircncias as experiecircncias nas grandes inundaccedilotildees de 1983

1992 2014 e 2015

Como se trata de um municiacutepio 40000 habitantes natildeo haacute a possibilidade

de se manter uma estrutura permanente Assim durante os eventos a estrutura

administrativa existente se adapta para assumir as funccedilotildees do PAE

Aleacutem da estrutura administrativa eacute essencial que a comunidade

especialmente aquela que estaacute em aacutereas inundaacuteveis esteja cada dia mais

preparada para esses eventos Nesse sentido eacute imprescindiacutevel que cada edificaccedilatildeo

localizada nessas aacutereas tenha o PAE Depois de trecircs grandes inundaccedilotildees muito

proacuteximas 1983 1992 e 2014 a maioria dos moradores sabe como agir em situaccedilatildeo

de emergecircncia com base na memoacuteria da uacuteltima inundaccedilatildeo

Os eventos apresentam caracteriacutesticas distintas entre si mas o atingimento

do niacutevel da aacutegua pode apresentar relaccedilotildees significativas entre a quantidade de

chuva e sua resposta Isto poderaacute ser estudado no futuro com os dados do novo

sistema de monitoramento hidroloacutegico a partir da obtenccedilatildeo de seacuteries hidroloacutegicas

suficientemente longas com eventos de cheia

Alteraccedilotildees no uso e ocupaccedilatildeo do solo e tambeacutem as mudanccedilas climaacuteticas

podem alterar as medidas de accedilotildees aqui propostas necessitando de avaliaccedilatildeo e

reformulaccedilatildeo peroacutedicas

Com a inundaccedilatildeo de 2014 aprendeu-se muito sobre a necessidade e a

importacircncia de levar a informaccedilatildeo qualificada e em tempo real a todos os muniacutecipes

Com os meios de comunicaccedilatildeo que dispomos hoje essa tarefa eacute muito facilitada

poreacutem natildeo pode ser negligenciada o que enfatiza a importacircncia da estrutura de

comunicaccedilatildeo durante esses eventos

Quanto mais organizados e melhor preparados menores seratildeo os danos e

os prejuiacutezos e mais raacutepido o restabelecimento da condiccedilatildeo de normalidade apoacutes o

abaixamento do niacutevel das aacuteguas

170

FIGURA 103 ndash Estrutura Organizacional de Resposta a Emergecircncias em Fevereiro de 2017

(Autor 2017)

171

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial

A equipe a ser acionada em situaccedilatildeo emergencial para tomada de decisotildees

durante todo o periacuteodo de inundaccedilatildeo desde o momento da identificaccedilatildeo da

ocorrecircncia ateacute a restauraccedilatildeo da normalidade eacute formada por

1) Supervisatildeo Geral do PAE - Prefeito Municipal e Vice Prefeito Municipal

2) Coordenaccedilatildeo Geral do PAE ndash Secretaacuteria de Planejamento e Meio Ambiente

3) Coordenaccedilatildeo Operacional do PAE ndash Coordenador Municipal da Defesa Civil e

Secretaacuterio de Accedilotildees Governamentais e Serviccedilos Puacuteblicos

4) Coordenaccedilatildeo de Apoio Operacional ndash Comandante do Corpo de Bombeiros

5) Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila ndash Comando da Poliacutecia Militar

6) Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico (Aacutegua e Esgoto) ndash Diretor Geral do

Samae

7) Coordenaccedilatildeo Energia Eleacutetrica ndash Diretor Escritoacuterio CELESC Rio Negrinho

8) Coordenaccedilatildeo de Sauacutede ndash Secretaacuteria de Sauacutede

9) Coordenaccedilatildeo de Infraestrutura Urbana ndash Secretaacuterio de Infraestrutura

10) Coordenaccedilatildeo de Assistecircncia Social ndash Secretaacuteria de Assistecircncia Social

11) Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo ndash Secretaacuteria de Educaccedilatildeo

12) Coordenaccedilatildeo do Distrito ndash Subprefeito do Distrito

13) Coordenaccedilatildeo de Financcedilas ndash Secretaacuterio de Financcedilas

14) Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo ndash Assessor de Comunicaccedilatildeo

15) Coordenaccedilatildeo de NUPDECS ndash Engenheiro Defesa Civil

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador

As Coordenaccedilotildees de Apoio Operacional Comando do Corpo de Bombeiros

e a Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila Comando da Poliacutecia Militar aleacutem das suas

atividades normais satildeo respectivamente responsaacuteveis nos resgates e no transporte

por barcos e na seguranccedila das edificaccedilotildees atingidas dos edifiacutecios puacuteblicos na

distribuiccedilatildeo de alimentos roupas e cobertores e nos locais de alojamento de

desabrigados

A Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico Diretor Geral do SAMAE que

controla esta autarquia municipal tem a atribuiccedilatildeo de manter o abastecimento de

172

aacutegua controlando os rompimentos de tubulaccedilatildeo sob a aacutegua de forma a manter o

abastecimento de aacutegua bem como gerenciar as estaccedilotildees elevatoacuterias do sistema de

esgotamento sanitaacuterio que ficam sob as aacuteguas Da mesma forma a Coordenaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica Gerente do escritoacuterio local da CELESC tem como funccedilatildeo a

manutenccedilatildeo do fornecimento de energia nas aacutereas natildeo atingidas bem como os

cortes e desligamentos nas aacutereas alagadas

A Coordenaccedilatildeo da Sauacutede secretaacuteria de sauacutede tem a atribuiccedilatildeo de manter o

atendimento nos postos de sauacutede aleacutem de todos os atendimentos emergenciais

decorrentes do evento

Ao Coordenador de Infraestrutura secretaacuterio de infraestrutura cabe a

manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo das vias puacuteblicas pontes e a drenagem pluvial na aacuterea

urbana aleacutem do transporte de pertences dos moradores que vatildeo sendo desalojados

Baixadas as aacuteguas a limpeza e a remoccedilatildeo e o transporte dos entulhos e bens

moacuteveis danificados pela inundaccedilatildeo

A Coordenaccedilatildeo de Assistencia Social secretaacuteria de assitencia social cabe a

funccedilatildeo de arrecadar receber organizar e distribuir alimentos roupas colchotildees e

cobertores A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo sempre contribui com este trabalho uma

vez que esses processos sempre acontecem nas escolas

Agrave Coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo secretaria de educaccedilatildeo cabe gerenciar o

funcionamento das escolas coordenando a utilizaccedilatildeo destas e dos ginaacutesios de

esportes como abrigos para desabrigados Auxilia a Coordenaccedilatildeo de Assitecircncia

Social na distribuiccedilatildeo de alimentos roupas conchotildees e cobertores

Cabe agrave Coordenccedilatildeo do Distrito da Volta Grande subprefeito da Volta

Grande ainda que natildeo existam aacutereas inundaacuteveis no distrito a recuperaccedilatildeo das

estradas e pontes do interior que normalmente ficam bastante prejudicadas em

funccedilatildeo dos periacuteodos prolongados de chuva que estatildeo associados agraves inundaccedilotildees

A Coordenaccedilatildeo de Financcedilas secretaacuterio de financcedilas tem como atribuiccedilatildeo a

obtenccedilatildeo de recursos onde conta com o apoio da Supervisatildeo Geral nas figuras do

prefeito e vice-prefeito para fazer frente agraves accedilotildees de recuperccedilatildeo do municiacutepio agrave

condiccedilatildeo de normalidade

A Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo assessoria de imprensa tem a funccedilatildeo

primordial de divulgar todos os boletins oficiais da defesa civil previsotildees do tempo

173

alertas chamadas e informaccedilotildees pertinentes Responde ainda por todos os tipos de

exclarecimentos muito necessaacuterios durante os eventos por conta de todo tipo de

informaccedilatildeo improcedente que acaba sendo divulgada

A Coordenaccedilatildeo dos NUPDECS Nuacutecleos de Prevenccedilatildeo e Defesa Civil

engenheiro da defesa civil tem atribuiccedilatildeo permanente de repassar as informaccedilotildees

efetuar treinamentos organizar os nuacutecleos existentes organizar a criaccedilatildeo de novos

nuacutecleos de forma que estejam cada vez mais preparados para os eventos e se

ajudem mutuamente

915 Fluxograma de Acionamento do PAE

O acionamento do PAE deve respeitar um sequecircncia loacutegica de

procedimentos e avaliaccedilotildees que levam em consideraccedilatildeo a estrutura organizacional

de respostas a emergecircncias utilizando-se de criteacuterios e informaccedilotildees teacutecnicas e de

campo FIGURA 104

174

FIGURA 104 ndash Fluxograma de Acionamento do PAE (Autor 2017)

175

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias

NORMAL

- Natildeo haacute indiacutecios de inundaccedilatildeo

- Natildeo houve um periacuteodo prolongado de chuva que pudesse reduzir a

capacidade de absorccedilatildeo do solo

- Quando a chuva prevista e o niacutevel monitorado estatildeo dentro da normalidade

- O niacutevel dos rios estaacute estabilizado

ATENCcedilAtildeO

- Quando houve um periacuteodo prolongado de chuvas e o solo estaacute com a sua

capacidade de absorccedilatildeo reduzida

- Quando houver previsatildeo de chuva intensa ou extrema que possa ocasionar

inundaccedilatildeo

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78600m e a cota de 300 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Os niacuteveis dos rios estatildeo subindo

- Acionamento do PAE coordenaccedilatildeo geral para uma avaliaccedilatildeo e possiacutevel

acionamento da estrutura operacional

ALERTA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ATENCcedilAtildeO

- Previsatildeo de chuvas de intensidade elevada e por periacuteodo prolongado

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78650m e a cota de 350 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Apoacutes avaliaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo geral e convocaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo

operacional e das demais coordenaccedilotildees

EMERGEcircNCIA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ALERTA

- Efetivaccedilatildeo de chuva igual ou maior ao previsto

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78700m e a cota de 400 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE a partir da qual extravasa o

seu leito e comeccedila a invadir ruas e imoacuteveis

- Coordenaccedilatildeo operacional e demais coordenccedilotildees do PAE iniciam suas

atividades e accedilotildees de preparaccedilatildeo da estrutura de atendimento e mitigaccedilatildeo da

inundaccedilatildeo

176

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

1 - A legislaccedilatildeo vigente no Plano Diretor veda a construccedilatildeo de edificaccedilotildees

residenciais abaixo da cota de niacutevel 79200m Essa vedaccedilatildeo pode ser estendida a

todas as edificaccedilotildees incluindo incentivos para a populaccedilatildeo atingida a procurar aacutereas

seguras

2 ndash Instituiccedilatildeo da obrigatoriedade de um Plano de Accedilotildees de Emergecircncia a

todas as edificaccedilotildees com o niacutevel teacuterreo abaixo da cota de niacutevel 79200m assim

como eacute obrigatoacuterio o projeto preventivo contra incecircndio para edificaccedilotildees comerciais

3 ndash Limpeza e desassoreamento da calha dos rios precedida por accedilotildees de

conscientizaccedilatildeo para que a populaccedilatildeo se conscientize de que o rio natildeo eacute lugar de

jogar resiacuteduos (lixo) e os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos devem ser coletados

adequadamente Primeiro eacute preciso tratar a causa para depois tratar o efeito

Enfatizar que os resiacuteduos deixados nas ruas podem ser arrastados pelas

enxurradas para os bueiros e leitos dos rios dificultando eou obstruindo a passagem

da aacutegua da chuva

4 - Eliminar pontos de estrangulamento nos leitos dos rios e coacuterregos como

pontes e bueiros mal dimensionados para melhorar o fluxo da aacutegua e minimizar a

elevaccedilatildeo do niacutevel da aacutegua

A ponte na Rua Jorge Zipperer FIGURA 105 proacutexima agrave Igreja Matriz eacute o

exemplo mais evidente disso onde haacute uma reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal

do rio Negrinho de 1685 metros para 990 metros

5 ndash Promover treinamentos atraveacutes de simulaccedilotildees e debates sobre os

problemas de inundaccedilatildeo para aperfeiccediloar o PAE do municiacutepio e os PAEs de cada

edificaccedilatildeo

6 ndash Ampliar a criaccedilatildeo de Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil ndash NUPDECS

estruturando e organizando esses grupos promovendo encontros e troca de

177

informaccedilotildees Os nuacutecleos satildeo uma forma de organizaccedilatildeo da comunidade que

incentiva a ajuda muacutetua e minimiza a dependecircncia da estrutura puacuteblica

FIGURA 105 ndash Estrangulamento Ponte Igreja Matriz ndash Reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal do rio de 1685m para 990m da ponte

(Autor 2017)

7 - Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS

associando diferentes grupos a cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no

MDT entre as cotas de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de

abandono do local e retirada de pertences

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de

Rio NegrinhoSC

Apoacutes a inundaccedilatildeo de 2014 a direccedilatildeo do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de Rio

NergrinhoSC solicitou auxiacutelio a Defesa Civil buscando se organizar e estruturar

178

melhor para futuros eventos dadas as dificuldades ocorridas e os prejuiacutezos enormes

a que a instituiccedilatildeo teve que arcar

Num primeiro momento o foco foi na limpeza e na recuperaccedilatildeo das

estruturas danificadas (alvenarias pisos instalaccedilotildees eleacutetricas e hidraacuteulicas) bem

como a substituiccedilatildeo da mobiacutelia e e dos equipamentos com a escolha de materiais

adequados considerando novos eventos

No momento seguinte redefiniu-se o layout da escola mudando a estrutura

administrativa e documental para niacuteveis superiores fora da cota maacutexima de

inundaccedilatildeo Os niacuteveis inferiores passaram a ser utilizados somente como salas de

aula com mobiacutelia adequada de faacutecil limpeza e recuperaccedilatildeo permitindo uma faacutecil

retirada dos equipamentos

Por fim formatou-se o PAE sob a forma de um documento definindo-se uma

cota e as condiccedilotildees de acionamento planilhando-se todos os contatos telefones e

atribuiccedilotildees desde o acionamento ateacute o restabelecimento das condiccedilotildees de

normalidade

Esse PAE foi testado e aperfeiccediloado nas duas inundaccedilotildees de outubro de

2015 ainda que tenham sido pequenas inundaccedilotildees

Do relato da direccedilatildeo da escola conclui-se que passar por esses eventos

sabendo previamente o que fazer aleacutem de minimizar danos e prejuiacutezos torna todo o

processo menos traumaacutetico e estressante

92 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se que o PAE deva ser testado analisado e avaliado em

situaccedilatildeo real de emergecircncia de inundaccedilatildeo Tanto o processo como um todo como

os procedimentos em separado devam ser aprimorados corrigindo falhas e

buscando melhorar o desempenho

Periodicamente o PAE deveraacute ser revisto principalmente pela dinacircmica do

comportamento das chuvas e da transformaccedilatildeo urbana bem como introduzir novas

tecnologias ou metodologias

A atualizaccedilatildeo da estrututura organizacional do PAE tambeacutem deve ser

constante por se tratar de um oacutergatildeo puacuteblico em que as atribuiccedilotildees e

179

responsabilidades estatildeo vinculadas a cargos que sofrem com relativa frequecircncia

substituiccedilatildeo nos seus ocupantes Cabe agrave coordenaccedilatildeo geral do PAE natildeo soacute a

atualizaccedilatildeo dos quadros mas tambeacutem o repasse das informaccedilotildees das atribuiccedilotildees e

das responsabilidades

180

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

Os sistemas de informaccedilotildees desenvolvidos neste trabalho visam falicitar o

acesso dos cidadatildeos agrave informaccedilatildeo oficial e qualificada durante todo o evento de

inundaccedilatildeo desde as primeiras informaccedilotildees relacionadas agraves previsotildees durante a

ocorrecircncia da inundaccedilatildeo e apoacutes no periacuteodo de recuperaccedilatildeo e retorno agrave condiccedilatildeo de

normalidade

Foram desenvolvidos os seguintes sistemas

i) Paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho na internet

ii) Grupos de WhatsApp

iii) Paacutegina Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais na Internet

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET

As grandes inundaccedilotildees em especial a grande inundaccedilatildeo de 2014 mostrou

que a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo eacute uma grande ferramenta a ser usada como forma

de minimizar os danos e prejuiacutezos causados por esses eventos

Foi verificada a necessidade de fazer chegar ao cidadatildeos de forma mais

faacutecil e acessiacutevel possiacutevel as informaccedilotildees de previsatildeo do tempo niacutevel dos rios que

possam auxiliar na tomada de decisotildees durante os eventos de cheias

Nesse sentido definiu-se pela criaccedilatildeo de 05 banners FIGURA 106 na

paacutegina inicial da Defesa Civil de Rio Negrinho com os principais links que datildeo

acesso agraves seguintes informaccedilotildees

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

- Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash COPEL

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET(Battistella)

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

A disponibilizaccedilatildeo das informaccedilotildees de niacutevel eacute feita atraveacutes de um link com o

site do CEMADEN Esse niacutevel eacute monitorado no rio Negrinho no local da Ponte do

181

Ipiranga entre as Ruas Martin Zipperer e Roberto Ferreira de Lima no Bairro Alegre

logo a jusante da captaccedilatildeo do SAMAE

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

A previsatildeo das condiccedilotildees do tempo eacute obtida no site wwwforecacom onde

se encontram disponiacuteveis informaccedilotildees das condiccedilotildees do tempo e dados da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica do Aeroporto Afonso Pena em Curitiba- PR

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL

Link com o site da COPEL no qual podem ser acessadas as estaccedilotildees

hidroloacutegicas que monitoram o rio Negro localizadas em Fragosos a montante de Rio

Negrinho e Rio Negro a jusante

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

O link no site da EPAGRICIRAM permite o acesso aos dados e

informaccedilotildees monitoradas nas seguintes estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Rudnick ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Souza ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Foz do Rio Negrinho (FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Ponte do Lageado ndash Rio Negro (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Rio dos Bugres (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio dos Bugres

- Temperatura Instantacircnea do Ar [ordmC]

- Total de chuva acumulada nas uacuteltimas 72 horas 100 [mm]

- Umidade Relativa Instantacircnea []

- Molhamento Foliar

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET (Battistella)

- Temperatura do Ar ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [ordmC]

- Umidade Relativa ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten []

- Ponto de Orvalho ndash Instantacircneo Maacutex e Miacuten [ordmC]

182

- Pressatildeo ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [hPa]

- Velocidade e direccedilatildeo do vento [ms]

- Radiaccedilatildeo Solar [kJmsup2]

- Precipitaccedilatildeo [mm]

FIGURA 106 ndash Paacutegina Defesa Civil de Rio Negrinho ndash Sistema de Monitoramento (Autor 2016)

102 GRUPOS DE WHATSAPP

Como forma de transmitir o mais raacutepido possiacutevel as informaccedilotildees repassadas

pelas Coordenadorias Regionais de Defesa Civil do Estado foram criados dois

grupos de WhatsApp FIGURA 107 que publicam diariamente o mesmo conteuacutedo

Previsatildeo do tempo alertas niacuteveis dos rios cotas de inundaccedilatildeo pontos de

183

alagamento e toda a informaccedilatildeo pertinante para prevenccedilatildeo durante os eventos e

fora deles

Diariamente satildeo publicados boletins de previsatildeo do tempo com informaccedilotildees

do Sistema EPAGRI-CIRAM e do SIMEPAR aleacutem de imagens de sateacutelites e do

Radar Meteoroloacutegico de Lontras A intenccedilatildeo aleacutem da informaccedilatildeo eacute familiarizar o

muniacutecipe que participa dos grupos com essas informaccedilotildees para que o mesmo

comece a fazer automaticamente a associaccedilatildeo entre as imagens a previsatildeo e o que

efetivamente vem a ocorrer Eacute um treiamento diaacuterio e constante

Durante os eventos de inundaccedilatildeo todo o tipo de informaccedilatildeo pertinente

circula pelos grupos desde a troca de informaccedilotildees quanto ao controle do niacutevel do

rio considerando que muitos moradores da margem tecircm reacuteguas de mediccedilatildeo

proacuteprias previsatildeo do tempo pedidos de socorro disponibilizaccedilatildeo de ajuda

seguranccedila compartilhada distritbuiccedilatildeo de alimentos e encaminhamento para

abrigos

184

FIGURA 107 ndash Grupos de WhatsApp ndash Defesa Civil Rio Negrinho (Autor 2017)

185

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS

A paacutegina Desastres Naturais na internet eacute

wwwdesastresnaturaiscombr

Em funccedilatildeo da realizaccedilatildeo de dois cursos de HEC-HMS e HEC-RAS e um

curso de Dam Break no Instituto de Engenharia do Paranaacute ndash IEP com a presenccedila

de profissionais de vaacuterias regiotildees do Brasil e tambeacutem do Paraguai definiu-se pela

criaccedilatildeo de um foacuterum de debates sobre o tema Desastres Naturais

Em parceria com o Departamento de Informaacutetica da Prefeitura do Municiacutepio

de Rio Negrinho e o patrociacutenio de empresas do Municiacutepio de Rio Negrinho iniciamos

a formataccedilatildeo de uma paacutegina e o registro de domiacutenio para a criaccedilatildeo desse foacuterum de

debates

O Desastres Naturais FIGURA 108 eacute uma comunidade (paacutegina em

desenvolvimento) e foacuterum para que profissionais possam interagir em temas

relacionados a todos os tipos de desastres naturais A plataforma digital inclui

diversas ferramentas de gerenciamento de uma comunidade online Eacute possiacutevel

postar projetos duacutevidas ou opiniotildees bem como eacute permitido comentar e votar nas

postagens

Os usuaacuterios podem criar perfis individuais com imagens e informaccedilotildees

baacutesicas Esses perfis tambeacutem oferecem estatiacutesticas do nuacutemero de comentaacuterios e

posts que cada pessoa fez

A plataforma eacute responsiva ou seja os usuaacuterios podem acessar do

computador tablet ou celular Isso possibilita que os usuaacuterios acompanhem e

comentem nas discussotildees de forma raacutepida de qualquer lugar atraveacutes de

dispositivos moacuteveis Aleacutem disso a plataforma utiliza as tecnologias mais modernas

em sua base como WordPress plataforma de gerenciamento de conteuacutedo que

alimenta o foacuterum O mesmo roda sobre tecnologia PHP com banco de dados

MySQL

186

FIGURA 108 ndash Paacutegina do Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais (Autor 2017)

187

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

A responsabilidade do desatre natural relacionado agrave inundaccedilatildeo de aacutereas

urbanas causado pelas ondas de cheias natildeo estaacute na elevaccedilatildeo do niacutevel das aacuteguas

de seus corpos hiacutedricos mas sim na invasatildeo ocupacional do leito maior e planiacutecies

de inundaccedilatildeo inicialmente por pequenas comunidades que ao longo do tempo

foram se desenvolvendo e formando cidades e metroacutepoles

As chuvas frentes frias e quentes rios voadores El Nintildeo La Nintildea satildeo

fenocircmenos da natureza que produzem eventos com os quais precisamos aprender a

conviver Desses eventos as inundaccedilotildees resultam em enormes danos e prejuiacutezos

Da avaliaccedilatildeo financeira conclui-se que os valores envolvidos satildeo de grande

monta e o impacto sobre as cidades atingidas satildeo enormes Qualquer accedilatildeo ou

medida mitigatoacuteria que possa reduzir esses valores deve ser necessariamente

implementada

A implantaccedilatildeo do sistema de monitoramento hidroloacutegico da bacia do rio

Negrinho eacute um dos resultados mais importantes deste trabalho Aleacutem de

disponibilizar informaccedilotildees em tempo real agrave comunidade que permitiratildeo orientar a

tomada de decisotildees durante os eventos de inundaccedilatildeo passou a gerar seacuteries

histoacutericas para futuros e melhores estudos hidroloacutegicos da bacia do rio Negrinho

A nova paacutegina de internet da Defesa Civil de Rio Negrinho desenvolvida a

partir de um dos objetivos deste estudo foi elaborada visando facilitar o acesso do

cidadatildeo comum ao novo sistema de monitoramento do rio Negrinho ao

monitoramento do rio Negro previsatildeo do tempo e aos iacutendices de pluviosidade das

estaccedilotildees da regiatildeo Ela eacute uma ferramenta de concentraccedilatildeo de informaccedilotildees

pertinentes num mesmo local e de facilitaccedilatildeo de acesso

A paacutegina na internet com o site ldquoDesastres Naturaisrdquo ainda em

desenvolvimento objetiva fomentar e divulgar foacuteruns debates e discussotildees de alto

niacutevel entre pesquisadores poreacutem com acesso ao puacuteblico permitindo a interaccedilatildeo

entre estes e aqueles tornando-se uma referecircncia de informaccedilatildeo qualificada

Os grupos de WhatsApp se tornaram uma ferramenta imprescindiacutevel de

comunicaccedilatildeo com a capacidade de levar informaccedilotildees quase que em tempo real a

toda comunidade fazendo com que os usuaacuterios se habituem com os alertas e as

imagens de sateacutelite e de radar meteoroloacutegico e as informaccedilotildees contidas tornando-

188

as capazes de relacionar essas imagens com os eventos de chuvas e ondas de

cheias

As campanhas e os procedimentos para eliminar o lixo e o esgoto dos

nossos rios satildeo importantes tendo sido realizados procedimentos e limpeza do rio

Negrinho O grande desafio poreacutem eacute a conscientizaccedilatildeo de toda populaccedilatildeo gerando

um novo comportamento social de proteccedilatildeo e preservaccedilatildeo do meio ambiente neste

estudo a aacutegua

A simulaccedilatildeo hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para a inundaccedilatildeo de

2014 atraveacutes do HEC-RAS permitiu uma anaacutelise do comportamento hidrodinacircmico

e pode possibilitar simulaccedilotildees de vazotildees maiores que as registradas para prevenccedilatildeo

e ajuste e atualizaccedilatildeo do PAE

O piloto de PAE desenvolvido neste trabalho a partir da experiecircncia

acumulada pelo autor em trecircs grandes inundaccedilotildees apoacutes testado e avaliado deve

ser complementado e atualizado constantemente A ideacuteia do PAE deve ser

propagada Cada edificaccedilatildeo na aacuterea inundaacutevel precisa ter o seu PAE

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS

A recomendaccedilatildeo mais eficaz eacute sair da aacuterea de inundaccedilatildeo Na

impossibilidade ou na opccedilatildeo de natildeo sair eacute preciso adaptar-se e aprender a conviver

com a inundaccedilatildeo

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo

- Implantaccedilatildeo do Plano de Accedilotildees de Emergecircncia no Municiacutepio

- Melhorar o sistema de comunicaccedilatildeo de forma que os muniacutecipes recebam o maacuteximo

de informaccedilatildeo possiacutevel e que seja compreensiva e efetiva O treinamento constante

e a incorporaccedilatildeo como atividade nas escolas devem ser implementados ateacute que se

torne rotina na vida do cidadatildeo

- Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS separados em

grupos por cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no MDT entre as cotas

189

de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de abandono do local e

retirada de pertences

- Obrigatoriedade de que cada imoacutevel que tenha seu piso teacuterreo localizado abaixo da

cota 792 (cota da maacutexima inundaccedilatildeo ocorrida) tenha um Plano de Accedilotildees de

Emergecircncia para Inundaccedilatildeo no qual devem estar definidos todos os procedimentos

de abandono do local e retirada de pertences bem como locais de armazenamento

permanecircncia e forma de transporte

- Recuperaccedilatildeo e limpeza (dragagem) dos rios precedida de campanhas de

conscientizaccedilatildeo para que a comunidade deixe de jogar lixo e esgoto nos rios e

drenagem pluvial

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES

Diante da impossibilidade de relocar uma cidade conviver com as

inundaccedilotildees eacute estar preparado para a certeza de que de tempos em tempos

(periacuteodos de recorrecircncia) as inundaccedilotildees retornaratildeo muito provavelmente com uma

frequecircncia maior

Os materiais uitlizados na reforma das edificaccedilotildees atingidas devem levar

em consideraccedilatildeo esses eventos com relaccedilatildeo a resistecircncia agraves inundaccedilotildees de forma

permitir o retorno a normalidade no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

Moacuteveis e objetos devem ser facilmente manipulaacuteveis e facilmente

transportaacuteveis Locais de armazenamento e veiacuteculos de transporte devem estar preacute-

definidos e disponiacuteveis

Devem ser definidos previamente procedimentos para todas essas

operaccedilotildees Isso tornaraacute a obrigatoriedade de conviver com as inundaccedilotildees menos

dolorosa e minimizaraacute danos e prejuiacutezos

Essas recomendaccedilotildees de alguma forma compotildeem o PAE que deve ser

utilizado pelos ocupantes das edificaccedilotildees abaixo da cota da maacutexima inundaccedilatildeo

ocorrida

190

REFEREcircNCIAS

ALI M KHAN S J ASLAM I KHAN Z Simulation of the impacts of land-use

change on surface runoff of Lai Nullah Basin in Islamabad Pakistan Landscape

and Urban Planning v 102 p 271-279 2011

AMARAL R RIBEIRO R R Inundaccedilotildees e Enchentes Capiacutetulo 3 Desastres

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2016

197

APEcircNDICES

198

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

199

FIGURA 109 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 01 (Autor 2016)

(a) Estaccedilatildeo Fazenda Souza

(b) Ponte Ipiranga

(c) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(d) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(e) Ponte Cofermaco

(f) Ponte Igreja Matriz

200

FIGURA 110 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 02 (Autor 2016)

(a) Ponte Pecircncil Miner

(b) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(c) Ponte BR-280

(d) rio Serrinha

(e) Casa Ronconi

(f) Prefeitura Velha

201

FIGURA 111 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 03 (Autor 2016)

(a) Casa Riguetto

(b) Lagoa do Boi II

(c) Fundos Degas

(d) Tecircnis Clube

(e) Lagoa do Boi I

(f) Ferrovia

202

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO

203

FIGURA 112 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo SAMAE

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 2

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 3

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 4

204

FIGURA 113 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo e Ponte SAMAE (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 5

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 6

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 2

205

FIGURA 114 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 6

206

FIGURA 115 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante II e III (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante II 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante II 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 7

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 8

207

FIGURA 116 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante III e Helmuth Krambeck (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 9

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 1

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 2

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 3

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 4

208

FIGURA 117 ndashSeccedilotildees Transversais Ferrovia Ponte Evaristo e Incopisa (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 1

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 1

209

FIGURA 118 ndashSeccedilotildees Transversais Incopisa e Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 3

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

210

FIGURA 119 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Col Satildeo Joseacute e Seka (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 6

Seccedilatildeo Transversal Seka 1

Seccedilatildeo Transversal Seka 2

Seccedilatildeo Transversal Seka 3

211

FIGURA 120 ndashSeccedilotildees Transversais Seka Fundos e Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Seka 4

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 4

212

FIGURA 121 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 4

213

FIGURA 122 ndashSeccedilotildees Transversais ACIRNE e Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 1

o Transversal ACIRNE 2

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 3

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 1

214

FIGURA 123 ndashSeccedilotildees Transversais Pontes Igreja Matriz e Pecircncil Miner (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 2

215

FIGURA 124 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Pecircncil Miner e Casa Ronconi (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 5

216

FIGURA 125 ndashSeccedilotildees Transversais Casa Ronconi e Prefeitura Velha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 1

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 2

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 3

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 5

217

FIGURA 126 ndashSeccedilotildees Transversais Prefeitura Velha Casa Riguetto e Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 7

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 1

218

FIGURA 127 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Gibaco ndash Arte Caseira e Lagoa do Boi I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 5

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 7

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 1

219

FIGURA 128 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi I e II (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 4

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 1

220

FIGURA 129 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi II e Degas (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 4

Seccedilatildeo Transversal Degas 1

Seccedilatildeo Transversal Degas 2

221

FIGURA 130 ndashSeccedilotildees Transversais Degas e rio Serrinha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Degas 3

Seccedilatildeo Transversal Degas 4

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 1

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 2

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 3

222

FIGURA 131 ndashSeccedilotildees Transversais rio Serrinha e Ponte Rodovia BR-280 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 4

223

FIGURA 132 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 1 a 4 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 1

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 2

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 3

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 4

224

FIGURA 133 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 5 e 6 e Montante Foz Rio Nergrinho 1 e 2

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 5

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 6

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 1

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 2

225

FIGURA 134 ndashSeccedilotildees Transversais Montante Foz Rio Nergrinho 3 a 6 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 3

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 4

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 5

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 6

226

FIGURA 135 ndashSeccedilotildees Transversais Rio Negro ndash Ponte Lageado - Estaccedilatildeo Monitoramento 2083 ndash 1 a 5

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 1

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 2

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 3

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 4

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 5

227

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO

228

FIGURA 136 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria dorio Negrinho - I

(Autor 2016)

(a) Ponte Cofermaco

(b) Ponte Igreja Matriz

(c) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(d) Ponte BR-280

(e) Rua Helmuth Krambeck

(f) Fundos Musical - Incopisa

FIGURA 137 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria do rio Negrinho - II

229

(Autor 2016)

(b) Lagoa do Boi II

(b) Ponte SAMAE Jusante II

(c) Rua Hekmuth Krambeck

(d) Coacuterrego Rua Jorge Lacerda

(e) Ferrovia

(f) Rua Ponte SAMAE Jusante I

230

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO

IV 1 LEVANTAMENTO DE OBRAS CIVIS

Todas as obras civis que estatildeo na planiacutecie de inundaccedilatildeo e todas as outras

fora dela que afetam a impermeabilizaccedilatildeo do solo interferem no ciclo hidroloacutegico e

no comportamento dos rios satildeo importantes para o problema de inundaccedilotildees em

estudo O estudo considerou as pontes que tecircm uma influecircncia mais direta em

especial aquelas que reduzem agrave seccedilatildeo transversal dos rios

IV11 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das plantas dos perfis longitudinais e das seccedilotildees

transversais das pontes no trecho do Rio Negrinho foi realizada a seguinte

atividade mediccedilatildeo com trena Laser Leica e trena de matildeo nas semanas

compreendendo os dias 05 a 16 de setembro de 2016

Todas as partes que compotildeem cada uma das 08(oito) pontes levantadas foi

medida e representada graficamente em escala observando-se os vatildeos e vazios de

forma a traduzir a realidade o mais fidedignamente possiacutevel

IV12 Levantamento e Desenho em AutoCad das Obras Civis

As plantas baixas os perfis longitudinais das pontes e do terreno com as seccedilotildees

transversais dos rios bem como as seccedilotildees transversais das pontes foram

desenhadas em escala em AutoCAD FIGURA 138 a FIGURA 161

231

FIGURA 138 ndashPlanta Baixa Ponte Ipiranga

(Autor 2016)

232

FIGURA 139 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

233

FIGURA 140 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

234

FIGURA 141 ndashPlanta Baixa Ponte Evaristo (Autor 2016)

235

FIGURA 142 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Evaristo (Autor 2016)

236

FIGURA 143 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo (Autor 2016)

237

FIGURA 144 ndashPlanta Baixa Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

238

FIGURA 145 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

239

FIGURA 146 ndashSeccedilatildeoTransversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

240

FIGURA 147 ndashPlanta Baixa Ponte Cofermaco (Autor 2016)

241

FIGURA 148 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

242

FIGURA 149 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

243

FIGURA 150 ndashPlanta Baixa Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

244

FIGURA 151 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

245

FIGURA 152 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

246

FIGURA 153 ndashPlanta Baixa Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

I

247

FIGURA 154 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

248

FIGURA 155 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

249

FIGURA 156 ndashPlanta Baixa Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

250

FIGURA 157 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

251

FIGURA 158 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

252

FIGURA 159 ndashPlanta Baixa Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

253

FIGURA 160 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

254

FIGURA 161 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

255

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES

DE UMA INUNDACcedilAtildeO

Avaliaccedilatildeo financeira com o levantamento dos prejuiacutezos decorrentes de uma

inundaccedilatildeo tendo por referecircncia a inundaccedilatildeo de 2014

V1 METODOLOGIA DE AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA

O levantamento baseia-se na metodologia e formulaacuterios definidos pelo

SISTEMA NACIONAL DE PROTECcedilAtildeO E DEFESA CIVIL - SINPDEC utilizada para

o preenchimento do FIDE ndash Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre (ANEXO I)

elaborado no periacuteodo poacutes inundaccedilatildeo de 2014

Durante um evento todos dos danos e prejuiacutezos sejam eles privados ou

puacuteblicos devem ser registrados No caso dos prejuiacutezos puacuteblicos cada secretaria

municipal efetua os levantamento em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Tudo o que ocorre com

as escolas por exemplo desde as escolas efetivamente atingidas pela inundaccedilatildeo e

os prejuiacutezos decorrentes assim como as escolas utilizadas como abrigos e os

custos dessa operaccedilatildeo satildeo relacionados quantificados e orccedilados pela Secretaria

Municipal de Educaccedilatildeo

A Secretaria Municipal de Sauacutede da mesma forma relaciona quantifica e

orccedila todos os atendimentos que natildeo fazem parte das atividades consideradas

normais mas sim as decorrentes do evento inundaccedilatildeo como atendimentos

emergenciais montagem de postos em regiotildees isoladas com atendimento especial

aquisiccedilatildeo de medicamentos para o atendimento de doenccedilas associadas agraves

inundaccedilotildees

Cabe agrave Secretaria Municipal de Assistecircncia Social com o apoio do corpo

teacutecnico da Secretaria Muncipal de Planejamento e Meio Ambiente aleacutem dos teacutecnicos

da Defesa Civil o cadastramento o levantamento a quantificaccedilatildeo e o orccedilamento

dos danos e prejuiacutezos ocorridos nas edificaccedilotildees residenciais dos muniacutecipes

No interior os prejuiacutezos decorrentes de prolongados periacuteodos de chuva

associados agraves inundaccedilotildees que danificam estradas e acessos bem como pontes e

bueiros danificados ou arrancados pela forccedila das aacuteguas satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pela Secretaria Municipal de Agricultura No caso de Rio

256

NegrinhoSC para a elaboraccedilatildeo desses levantamentos conta-se ainda com o apoio

da Subprefeitura do Distrito de Volta Grande

No caso da Secretaria Municipal de Industria e Comeacutercio os levantamentos

recaem sobre a iniciativa privada em especial sobre as edificaccedilotildees industriais e

comerciais atingidas Nessa tarefa deve contar com o apoio e a avaliaccedilatildeo da

ACIRNE ndash Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho e o CDL ndash Clube de

Diretores Logistas de Rio Negrinho

A Secretaria Municipal de Infraestrutura executa essa tarefa na aacuterea urbana

do muniacuteciacutepio verificando os prejuiacutezos no sistema viaacuterio drenagens pluviais coleta

de lixo manutenccedilatildeo de parques e jardins

Os valores decorrentes dos danos causados ao sistema de abastecimento

de aacutegua e ao sistema de coleta e tratamento de esgotos satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pelo SAMAE autarquia municipal responsaacutevel pela

operaccedilatildeo desses sistemas Da mesma forma no que se refere ao fornecimento de

energia eleacutetrica pela CELESC escritoacuterio de Rio Negrinho

Agrave Secretaria Municipal de Financcedilas cabe a disponibilizaccedilatildeo dos recursos e

das dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias especiacuteficas para o enfrentamento desses prejuiacutesos

A tabulaccedilatildeo final cabe a Secretaria Municipal de Planejamento e Meio

Ambiente bem como a Coordenaccedilatildeo da Defesa Civil que faz os devidos relatoacuterios

entre eles o FIDE e os encaminhamentos para os oacutergatildeo estaduais e federais tanto

como justificativa para a obtenccedilatildeo de recursos como prestaccedilatildeo de contas aleacutem

disponibilizaccedilatildeo dessas informaccedilotildees a imprensa e ao puacuteblico em geral seguindo a

legislaccedilatildeo vigente e o princiacutepio da transparecircncia

V2 RESULTADOS

Os resultados do levantamento dos prejuiacutezos da inundaccedilatildeo de junho de

2014 FIGURA 14 estatildeo apresentados na Tabela 8 O montante do prejuiacutezo

causado por uma uacutenica inundaccedilatildeo eacute da ordem de 98 milhotildees de reais Cabe

ressaltar que primeiro satildeo valores estimados e segundo natildeo foram atualizados

desde o ano de 2014

257

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 (AUTOR 2017)

Danos Materiais Valores em R$

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Sauacutede 000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Ensino 22320000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas Prestadoras de Outros Serviccedilos 86000000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Uso Comunitaacuterio 33200000

Unidades Habitacionais 1870000000

Obras de Infra-Estrutura Puacuteblica 1430000000

Sub-total 3441520000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblico e Privados Serviccedilos Puacuteblicos Essenciais Prejudicados

Assistecircncia Meacutedica Sauacutede Puacuteblica e Atendimento de Emergecircncias Meacutedicas

12000000

Abastecimento de Aacutegua Potaacutevel 38000000

Esgoto de Aacuteguas Pluviais e Sistema de Esgotos Sanitaacuterios 55000000

Sub-total 105000000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

Sistema de Limpeza Urbana e de Recolhimento e destinaccedilatildeo de Lixo

90750000

Sistema de desinfestaccedilatildeo e e Desinfecccedilatildeo do Habitat e de Controle de Pragas e Vetores

15000000

Geraccedilatildeo e Distribuiccedilatildeo de Energia Eleacutetrica 45000000

Telecomunicaccedilotildees 10000000

Transportes Locais Regionais e de Longo Curso 1428000000

Distribuiccedilatildeo de Combustiacuteveis especialmente os de Uso Domeacutestico

000

Seguranccedila Puacuteblica 4500000

Ensino 44640000

Sub-total 1742890000

Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Agricultura 6000000

Pecuaacuteria 52200000

Induacutestria 1400000000

Serviccedilos e Comeacutercio 3080000000

Sub-total 4538200000

Valor Total de Prejuiacutezos referentes a Inundaccedilatildeo de 2014 9827610000

Obs Conforme Realatoacuterio FIDE ndash ANEXO I

V3 DESCRICcedilAtildeO DOS DANOS MATERIAIS

Entre as obras de infraestrutura danificadas muitas pontes tiveram

problemas Na aacuterea urbana 9 delas precisaram de reforccedilos especialmente nas

258

cabeceiras Na aacuterea rural 5 pontes foram totalmente destruiacutedas e quatro precisaram

de reparos

Das vias urbanas 3 foram destruiacutedas com deslizamentos e 119 foram

parcialmente danificadas aleacutem de canteiros de ajardinamento que tambeacutem foram

danificados Com relaccedilatildeo a vias rurais 22 tiveram que ser recuperadas

Para a avaliaccedilatildeo das unidade habitacionais destruiacutedas fez-se uma

estimativa de R$-4500000 (unidade padratildeo social) para reconstruccedilatildeo por unidade e

para unidades habitacionais danificadas R$-1000000 para reparos por unidade

Em unidades de ensino ocorreu um deslizamento com necessidade de

reparos no sistema de tratamento de esgotamento sanitaacuterio com valor estimado em

R$-4000000

Para materiais de consumo estoques diversos e mobiliaacuterio danificados

foram estimados um valor de R$-18320000

O Aterro Sanitaacuterio Municipal foi danificado pelo rompimento de tubulaccedilatildeo de

drenagem problemas nos volumes de cobertura de resiacuteduos criando dificuldades

para acessar as ceacutelulas aleacutem de danificar a zona de raiacutezes que teve que ser refeita

V31 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

O sistema de distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica teve prejuiacutezos da ordem de R$-

45000000 com a substituiccedilatildeo de medidores e recuperaccedilatildeo de padrotildees de entrada

de energia nas edificaccedilotildees que ficaram sob as aacuteguas A recuperaccedilatildeo das redes de

distribuiccedilatildeo de energia incluiacutedos aiacute a substituiccedilatildeo de transformadores somaram

prejuiacutedos no valor de R$-38000000

O sistema de transportes locais regionais e e de longo curso foi totalmente

prejudicado Os valores estimados somaram R$-380000000 sendo que somente a

reconstruccedilatildeo de uma ponte consumiu R$-120000000 Outras 3 pontes rurais que

tiveram a sua estrutura comprometida tiveram a sua recuperaccedilatildeo avaliada em R$-

145000000 As 9 pontes urbanas considerando recuperaccedilatildeo de estruturas

cabeceiras e vias de acesso foram orccediladas em R$-95000000

A estimativa de recuperaccedilatildeo de vias urbanas ficou em R$-500000000

enquanto a recuperaccedilatildeo de vias rurais em sua maioria estradas de chatildeo foi orccedilada

em 308000000

259

A distribuiccedilatildeo de combustiacuteveis especialmente os de uso domeacutestico GLP

natildeo tiveram dados contabilizados

V32 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Na agricultura a destruiccedilatildeo no cultivo de hortaliccedilas e alteraccedilatildeo na

expectativa de produccedilatildeo foram significativas Da mesma forma na pecuaacuteria

especialmente com a destruiccedilatildeo de granjas e perda de produccedilatildeo animal e derivados

As induacutestrias que foram atingidas diretamente sofreram com a perda de

maquinaacuterio mateacuteria-prima produccedilatildeo e estoques nun total avaliado em R$-

1400000000

No sertor de serviccedilos as perdas em equipamentos e mobiliaacuterio atingiram os

valores estimados de R$- 770000000 Da mesma forma o comeacutercio duramente

atingido na aacuterea central da cidade teve perdas em equipamentos mobiliaacuterio e

estoques estimados em R$-2310000000

V4 CONCLUSOtildeES

Os prejuiacutezos acumulados no evento de junho de 2014 satildeo elevados e os

recursos repassados pela Uniatildeo e o Estado ao municiacutepio para a recuperaccedilatildeo e

reconstruccedilatildeo causados pela inundaccedilatildeo natildeo chegaram a 5 do total o que fez com

que o municiacutepio tivesse enormes dificuldades para restabelecer a normalidade e

essa condiccedilatildeo somente foi atingida depois de um longo periacuteodo Uma ponte sobre o

rio Preto na localidade de Posto Castilho que foi levada pelas aacuteguas somente

agora foi concluiacuteda

Assim todas as accedilotildees que puderem ser feitas no sentido de prever

minimizar e mitigar danos e prejuiacutezos devem ser implementadas

260

ANEXOS

261

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE - INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014

262

FIGURA 162 ndashFormulaacuterio FIDE-19 2014 (Autor 2016)

263

FIGURA 163 ndashFormulaacuterio FIDE-29 2014 (Autor 2016)

264

FIGURA 164 ndashFormulaacuterio FIDE-39 2014 (Autor 2016)

265

FIGURA 165 ndashFormulaacuterio FIDE-49 2014 (Autor 2016)

266

FIGURA 166 ndashFormulaacuterio FIDE-59 2014 (Autor 2016)

267

FIGURA 167 ndashFormulaacuterio FIDE-69 2014 (Autor 2016)

268

FIGURA 168 ndashFormulaacuterio FIDE-79 2014 (Autor 2016)

269

FIGURA 169 ndashFormulaacuterio FIDE-89 2014 (Autor 2016)

270

FIGURA 170 ndashFormulaacuterio FIDE-99 2014 (Autor 2016)

Page 2: METODOLOGIA PARA MITIGAÇÃO DE PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO …

RUBENS MUumlHLBAUER

METODOLOGIA PARA MITIGACcedilAtildeO DE PROBLEMAS DE INUNDACcedilAtildeO EM

CIDADES ndash ESTUDO DE CASO RIO NEGRINHOSC

Projeto de Dissertaccedilatildeo apresentado ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Desenvolvimento de Tecnologia Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geraccedilatildeo e Transferecircncia de Tecnologia do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento em parceria com o Instituto de Engenharia do Paranaacute como parte das exigecircncias para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia Orientadora Profordf Drordf Akemi Kan

CURITIBA

2017

Bibliotecaacuteria Responsaacutevel Vacircnia Cristina Gracis Gonccedilalves CRB51465

M952m Muumlhlbauer Rubens

Metodologia para mitigaccedilatildeo de problemas de inundaccedilatildeo em

cidades ndash estudo de caso Rio Negrinho - SC Rubens Muumlhlbauer ndash

Curitiba 2017

270 f il 30 cm

Orientadora Prof Dra Akemi Kan

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Instituto de Tecnologia para o

Desenvolvimento Institutos Lactec ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Desenvolvimento de Tecnologia 2016

Inclui Referecircncias bibliograacuteficas

1Inundaccedilatildeo 2 Desastre Natural 3 Hidrologia 4 Hidrodinacircmica 5

Plano de accedilatildeo de emergecircncia I Kan Akemi II Instituto de Tecnologia

para o Desenvolvimento Institutos Lactec ndash Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Desenvolvimento de Tecnologia III Tiacutetulo

CDD 551589

Sobrenome Nome

Nome do trabalho nome do trabalho nome do trabalho nome do trabalho nome

do trabalho nome do trabalhondash Cidade ano

Nordm de paacuteginas

DEDICATOacuteRIA

A Rodrigo Senna Muumlhlbauer

e Tiago Senna Muumlhlbauer

meus coraccedilotildees fora de mim

A Drordf Akemi Kan natildeo soacute pela dedicaccedilatildeo e

pelas orientaccedilotildees mas por natildeo permitir que eu

desistisse nas inuacutemeras vezes que tentei fazecirc-lo

AGRADECIMENTOS

A Profordf Drordf Akemi Kan ndash SOLVERLACTECCEHPAR pela orientaccedilatildeo e pela

dedicaccedilatildeo

Aos Professores Dr Masato Kobiyama ndash CTHGPDENIPHUFRGS Dr Luiz

Alkimin de Lacerda ndash CESECLACTECUFPR Dr Renato de Arruda Penteado Neto

ndash LACTEC pelas correccedilotildees e orientaccedilotildees nas bancas de qualificaccedilatildeo e defesa final

A equipe da Visatildeo Engenharia Limitada Secretaacuteria Executiva Ketlyn Vicente

Antunes e Arquiteta Eloa Treml pelo apoio e auxiacutelio na elaboraccedilatildeo de mapas

Ao Sr Alcides Grohskopf ndash Prefeito de Rio Negrinho ndash SC gestatildeo 20122016

pelo apoio na aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia

do rio Negrinho

A Daniel Domingues da Silva ndash Coord Defesa Civil de Rio Negrinho ndash SC pela

dedicaccedilatildeo e auxilio na implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia do

rio Negrinho

A Fabiano Olsen - Departamento Informaacutetica ndash PMRN pela dedicaccedilatildeo e auxilio

na implantaccedilatildeo da nova paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho dos grupos de

Whats App e da paacutegina wwwdesastresnaturaiscombr

A equipe da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente da

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Marcia Terezinha Pscheidt - Secretaacuteria de

Planejamento Arq Betsy Beuther Arq Danielle Caroline da Silva Cantuaacuteria Arq

MSc Eloize Yoshiko Kamei Tec Meio Ambiente Eloah Talisse Kresko pelo auxiacutelio

na obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e confecccedilatildeo de mapas

Ao colega de mestrado Cont MSc Celso Ranchuka ndash LACTEC pelo auxiacutelio na

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees junto ao LACTEC e pelo apoio recebido

Ao Ten Marcelo Pereira ndash Comandante do Corpo Bombeiros de Rio Negrinho

ndash SC pelo apoio e auxilio recebido da Corporaccedilatildeo de Bombeiros de Rio Negrinho

nos levantamentos em campo e na implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas

priorizando a seguranccedila dos teacutecnicos e pesquisadores

Ao Eng Sanitarista Hugo Rodolfo Binder ndash Diretor SAMAE de Rio Negrinho

pela disponibilizaccedilatildeo de teacutecnicos e equipamentos para a instalaccedilatildeo das estaccedilotildees

hidroloacutegicas

A equipe do Sistema EPAGRICIRAM representados pelo Eng Agrocircnomo

MSc Carlos Alberto Rochenbach e pelo Eng Agrocircnomo Dr Hamilton Justino Vieira

parceiros no projeto de implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas e nas tratativas junto

ao Departamento de Recursos Hiacutedricos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento

Sustentaacutevel para a obtenccedilatildeo por empreacutestimo do ecobatiacutemetro

A equipe da Murara Engenharia Ltda Eng Florestal Joatildeo Vitor Daufembach

Matias e o Eng Florestal MSc Mauro Murara Junior pelo apoio e dedicaccedilatildeo no

Georreferenciamento e nivelamento das seccedilotildees transversais

A Profordf de Liacutengua Portuguesa Ana Maria Ricobom Costa ndash Revisora deste

trabalho

Ao meu amigo e colega de Departamento de Engenharia Tec Agrimensura

Joseacute Germano Schauer (in memorian) ndash SEPLANPMRN que muito me auxiliou nos

levantamentos em campo e que nos deixou prematuramente durante a fase de

conclusatildeo deste trabalho

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar os problemas das inundaccedilotildees da cidade de Rio NegrinhoSC buscando meios de preveniacute-los e mitigaacute-los Nesse contexto foram efetuados levantamentos das caracteriacutesticas geograacuteficas abordando a hidrografia o clima a geologia a pedologia o relevo e a vegetaccedilatildeo desse municiacutepio com ecircnfase na bacia hidrograacutefica do rio que tem o mesmo nome da cidade Os fenocircmenos da natureza e as seacuteries histoacutericas de dados hidrometeoroloacutegicos foram estudados constatando-se a necessidade da implantaccedilatildeo de uma nova rede de monitoramento hidroloacutegico de chuva e vazatildeo para auxiliar na identificaccedilatildeo das inundaccedilotildees bem como na implementaccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos e hidrodinacircmicos Essa rede foi efetivada com a implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas Associadas a essas informaccedilotildees elaborou-se um modelo digital do terreno da regiatildeo objeto de estudo com base em levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela Prefeitura Municipal e tambeacutem no levantamento topobatimeacutetrico do rio Negrinho e rio Serrinha realizado neste estudo Verificou-se a accedilatildeo antroacutepica decorrente do processo de impermeabilizaccedilatildeo causada pela urbanizaccedilatildeo que interfere no funcionamento do sistema de drenagem natural Tambeacutem verificou-se que as obras civis pontes e bueiros mal dimensionados interferem no fluxo dos rios Mediante vistoria do corpo hiacutedrico observou-se lanccedilamentos indevidos de resiacuteduos soacutelidos e liacutequidose por consequecircncia a necessidade de conscientizaccedilatildeo da comunidade resultando num procedimento e accedilatildeo pontual de limpeza do rio Aleacutem disso efetuou-se o levantamento dos prejuiacutezos financeiros com base na uacuteltima grande inundaccedilatildeo de 2014 que serviu de paracircmetro para justificar a importacircncia do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia As inundaccedilotildees causam desastres naturais devido a ocupaccedilatildeo inadequada da planiacutecie de inundaccedilatildeo e do leito maior do rio pela comunidade Este estudo busca atraveacutes de anaacutelise a avaliaccedilatildeo dos eventos passados minimizar perdas e prejuiacutezos em futuros eventos que certamente iratildeo ocorrer considerando que a remoccedilatildeo dos ocupantes das aacutereas atingidas eacute inviaacutevel sob o ponto de vista financeiro e emocional da populaccedilatildeo Palavras-Chave Inundaccedilatildeo Desastre Natural Hidrologia Hidrodinacircmica Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

ABSTRACT

This work has as purpose to study the problems of floods in the city of Rio Negrinho looking for ways to prevent or mitigate them In this way were made geographical characteristics surveys describing about hydrography climate geology type of soil hypsometry and vegetation of these region with emphasis in the watershed of the river that takes the name of the city The natural phenomena and the historical series of hydrometeorological data were studied where it was verified the necessity of the implantation of a new network of hydrological monitoring of rain and discharge to assist in the identification of the floods as well as in the implementation of hydrological and hydrodynamic models This network was effected with the implementation of five new hydrological stations In addition with this stations a digital model of the land of the studied region was elaborated based on aerial photogrammetric survey carried out by the City Hall and also on the topobatimetry survey of the rivers Rio Negrinho and Serrinha conducted in this study The anthropic action was verified due to the waterproofing process caused by the urbanization which interferes with the operation of the natural drainage system It has also been found that civil works bridges and drains poorly dimensioned interfere with the floods rivers Through an inspection of the rivers it was verified the existence of solid and liquid waste discharge and consequently it was verified of needs for a community awareness resulting in a punctual procedure and action to clean the river In addition financial losses were calculated based on the last great flood of 2014 which served as a parameter to justify the importance of the Emergency Action Plan Floods cause natural disasters due to inadequate occupation of the floodplain and the larger riverbed by the community This study seeks to analyze and evaluate the past events to minimize loss and damage in future events that will occur certainly considering that the removal of the people of the affected areas is not possible from the financial and emotional point of views of the population Keywords Flood Natural Disaster Hydrology Hydrodynamics Emergency Action Plan

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash ESTRUTURA DO TRABALHO 31

FIGURA 2 ndash REPRESENTACcedilAtildeO GRAacuteFICA FENOcircMENO DOS RIOS VOADORES 37

FIGURA 3 ndash EL NINtildeO EM ATIVIDADE 39

FIGURA 4 - OCUPACcedilAtildeO INDEVIDA DA MARGEM DOS RIOS 42

FIGURA 5 ndash MODELACcedilAtildeO HIDRAacuteULICA HEC-RAS 50

FIGURA 6 ndash MANCHA DE INUNDACcedilAtildeO OBSERVADA (MO) E SIMULADA (MS)

PARA 1995 NA FASE DE CALIBRACcedilAtildeO DO HEC-RAS DA BACIA

HIDROGRAacuteFICA DO CAMPUS DA UFSC 52

FIGURA 7 - MUDANCcedilA RELATIVA EM DAS VAZOtildeES SIMULADAS PARA O

PERIacuteODO 1971-2000 COM BASE NOS DADOS DE 1900-1970 (A) E

PARA O PERIacuteODO 2041-2060 COM BASE NOS DADOS DE 1900-

1998 (B) BASEADO EM CENAacuteRIOS CONSTRUIacuteDOS PELO IPCC

(PAINEL INTERNACIONAL DE MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS) 56

FIGURA 8 ndash TELA ILUSTRATIVA DO DELFT3D FLEXIBLE MESH

SUITE (DELFT3D FM) 58

FIGURA 9 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO EM 1983 ndash VISTA HOTEL

POUSADA JOAtildeO DE BARRO 62

FIGURA 10 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1983 ndash VISTA DA RUA

JORGE ZIPPERER E DA IGREJA MATRIZ 62

FIGURA 11 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA RUA

SAtildeO PAULO 63

FIGURA 12 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA

ANTIGA CAcircMARA DE VEREADORES 63

FIGURA 13 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 64

FIGURA 14 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 65

FIGURA 15 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (C)

RUA JORGE ZIPPERER (B) (D) E (E) RUA SENADOR NEREU

RAMOS (F) RUA CARLOS WEBER 67

FIGURA 16 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (F)

RUA SENADOR NEREU RAMOS (B) E (D) RUA CARLOS WEBER

(C) RUA LUIZ SCHOLZ (E) RUA JORGE ZIPPERER 68

FIGURA 17 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) (B)

(D) E (F) RUA SENADOR NEREU RAMOS (C) RUA CARLOS

RUCKL (E) TRAVESSA EUGEcircNIO FERREIRA DE LIMA 69

FIGURA 18 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO RIO NEGRINHO (A)

NO ESTADO DE SANTA CATARINA (B) NOS MUNICIacutePIOS DE RIO

NEGRINHO E SAtildeO BENTO DO SUL (HACHURADO) E (C)

AFLUENTES DO RIO NEGRINHO 72

FIGURA 19 ndash SUBBACIAS DO RIO NEGRINHO 73

FIGURA 20 ndash MAPA GEOLOacuteGICO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 75

FIGURA 21 ndash (A) FORMACcedilAtildeO DE SOLOS E (B) PERFIL DE SOLO 76

FIGURA 22 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO NEGRINHO 77

FIGURA 23 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO DOS BUGRES 77

FIGURA 24 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO SERRINHA 78

FIGURA 25 ndash DECLIVIDADES NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 80

FIGURA 26 ndash HIPSOMETRIA NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 81

FIGURA 27 ndash DECLIVIDADES NO PERIacuteMETRO URBANO 82

FIGURA 28 ndash HIPSOMETRIA NO PERIacuteMETRO URBANO 83

FIGURA 29 ndash MODELO DIGITAL DE TERRENO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 85

FIGURA 30 ndash COBERTURA VEGETAL DA BACIA DO RIO NEGRINHO 87

FIGURA 31 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS NA BACIA DO

RIO NEGRINHO 90

FIGURA 32 ndash LOCALIZACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES TELEMEacuteTRICAS REGIAtildeO DA BACIA

DO RIO NEGRINHO 91

FIGURA 33 ndash ESTACcedilOtildeES DE MONITORAMENTO 92

FIGURA 34 ndash ESTACcedilAtildeO CORREDEIRAS (02649055) 95

FIGURA 35 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN (421500009H) 96

FIGURA 36 ndash ESTACcedilAtildeO FRAGOSOS (02649073) 98

FIGURA 37 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRO (02649074) 100

FIGURA 38 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHOBATTISTELLA (A862) 102

FIGURA 39 ndash ESTACcedilAtildeO LAPA (25474946) 104

FIGURA 40 ndash IMAGEM DE PRECIPITACcedilAtildeO DO SATEacuteLITE GOES 13 PARA A

REGIAtildeO SUL DO BRASIL NOS DIAS 7 (A) 8 (B) E 9 (C) DE JUNHO

DE 2014 105

FIGURA 41 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN - COTA (421500009H) 106

FIGURA 42 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 43 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 44 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE 2010 108

FIGURA 45 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE EM JUNHO DE 2014 108

FIGURA 46 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 47 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 48 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL

(1982-1984) 110

FIGURA 49 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 50 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 51 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO DE MAIO A

JULHO DE 2014 112

FIGURA 52 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE DE SETEMBRO DE 2009 A JUNHO DE 2010 113

FIGURA 53 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM MMDIA 114

FIGURA 54 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM Msup3S 115

FIGURA 55 ndash ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS ndash 03 E RIO NEGRO ndash 4ordf BACIAS

HIDROGRAacuteFICAS 116

FIGURA 56 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS VAZOtildeES DO RIO NEGRINHO 117

FIGURA 57 ndash VAZOtildeES DO RIO NEGRO A MONTANTE E A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 58 ndash VAZAtildeO ESTIMADA PARA O RIO NEGRO A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 59 ndash VAZOtildeES INCREMENTAIS NO RIO NEGRINHO E NO RIO NEGRO120

FIGURA 60 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

AUTOMAacuteTICAS 125

FIGURA 61 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2080 FAZENDA RUDNICK 127

FIGURA 62 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2079 FAZENDA SOUZA 127

FIGURA 63 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2081 RIO DOS BUGRES 128

FIGURA 64 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2083 PONTE DO LAGEADO 128

FIGURA 65 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2084 FOZ DO RIO NEGRINHO 129

FIGURA 66 ndash NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS E EM OPERACcedilAtildeO 129

FIGURA 67 ndash MAPA LOCALIZACcedilAtildeO NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS 130

FIGURA 68 ndash APRESENTACcedilAtildeO DO NOVO SISTEMA DE ESTACcedilOtildeES

HIDROLOacuteGICAS PARA UMA SALA DE SEGUNDO GRAU DO

COLEacuteGIO CENECISTA SAtildeO JOSEacute 131

FIGURA 69 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2079 ndash FAZENDA SOUZA 132

FIGURA 70 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2080 ndash FAZENDA RUDNICK 132

FIGURA 71 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2081 ndash RIO DOS BUGRES 133

FIGURA 72 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2083 ndash PONTE DO LAGEADO 133

FIGURA 73 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JANEIRO DE 2016 134

FIGURA 74 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM FEVEREIRO DE 2016 134

FIGURA 75 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MARCcedilO DE 2016 135

FIGURA 76 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM ABRIL DE 2016 135

FIGURA 77 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MAIO DE 2016 136

FIGURA 78 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JUNHO DE 2016 136

FIGURA 79 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JULHO DE 2016 137

FIGURA 80 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM AGOSTO DE 2016 137

FIGURA 81 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM SETEMBRO DE 2016 138

FIGURA 82 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM OUTUBRO DE 2016 138

FIGURA 83 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM NOVEMBRO DE 2016 139

FIGURA 84 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM DEZEMBRO DE 2016 139

FIGURA 85 ndash BATIMETRIA ADCP M-9 142

FIGURA 86 ndash RESULTADO DATOPOBATIMETRIA - SECcedilAtildeO TRANSVERSAL

PONTE COFERMACO 143

FIGURA 87 ndash GEORREFERENCIAMENTO E LEVANTAMENTO ALTIMEacuteTRICO

PONTE COFERMACO 144

FIGURA 88 ndash MAPA DE DOMIacuteNIOS DAS SECcedilOtildeES TOPOBATIMEacuteTRICAS 146

FIGURA 89 ndash MODELO DIGITAL DO TERRENO - MDT 147

FIGURA 90 ndash RESULTADO SIMULACcedilAtildeO REC-HAS 149

FIGURA 91 ndash LIXO NO RIO NEGRINHO (A) (B) E (C) FUNDOS DO COLEacuteGIO

SAtildeO JOSEacute ndash MARGEM ESQUERDA E EMPRESA

TRANSPORTADORA SEKA ndash MARGEM DIREITA (D) RESULTADO

DE CAMPANHA DE COLETA DE LIXO NO RIO NEGRINHO 153

FIGURA 92 ndash CAMPANHA DE LIMPEZA DO RIO NEGRINHO 154

FIGURA 93 ndash LIGACcedilOtildeES ESGOTO NO RIO NEGRINHO E NA DRENAGEM

PLUVIAL 156

FIGURA 94 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE 159

FIGURA 95 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 781 161

FIGURA 96 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 784 162

FIGURA 97 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 787 163

FIGURA 98 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 790 164

FIGURA 99 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 792 165

FIGURA 100 ndash SOBREPOSICcedilAtildeO DOS PERIacuteMETROS DAS MANCHAS DE

INUNDACcedilAtildeO COTAS 787 (CIANO) 790M (AZUL CLARO) E 792M

(AZUL ESCURO) 166

FIGURA 101 ndash DETALHE AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO

NEGRINHO 167

FIGURA 102 ndash AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO NEGRINHO168

FIGURA 103 ndash ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA A

EMERGEcircNCIAS EM FEVEREIRO DE 2017 170

FIGURA 104 ndash FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO DO PAE 174

FIGURA 105 ndash ESTRANGULAMENTO PONTE IGREJA MATRIZ ndash REDUCcedilAtildeO NA

LARGURA DA SECcedilAtildeO TRANSVERSAL DO RIO DE 1685M PARA

990M DA PONTE 177

FIGURA 106 ndash PAacuteGINA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO ndash SISTEMA DE

MONITORAMENTO 182

FIGURA 107 ndash GRUPOS DE WHATSAPP ndash DEFESA CIVIL RIO NEGRINHO 184

FIGURA 108 ndash PAacuteGINA DO FOacuteRUM DE DEBATES ndash DESASTRES NATURAIS 186

FIGURA 109 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 01 199

FIGURA 110 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 02 200

FIGURA 111 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 03 201

FIGURA 112 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO SAMAE 203

FIGURA 113 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO E PONTE SAMAE 204

FIGURA 114 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE I 205

FIGURA 115 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE II E III 206

FIGURA 116 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE III E

HELMUTH KRAMBECK 207

FIGURA 117 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS FERROVIA PONTE EVARISTO E

INCOPISA 208

FIGURA 118 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS INCOPISA E PONTE COLEacuteGIO SAtildeO

JOSEacute 209

FIGURA 119 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COL SAtildeO JOSEacute E SEKA 210

FIGURA 120 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS SEKA FUNDOS E PONTE

COFERMACO 211

FIGURA 121 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COFERMACO 212

FIGURA 122 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS ACIRNE E PONTE IGREJA MATRIZ 213

FIGURA 123 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTES IGREJA MATRIZ E PEcircNCIL

MINER 214

FIGURA 124 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE PEcircNCIL MINER E CASA

RONCONI 215

FIGURA 125 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CASA RONCONI E PREFEITURA

VELHA 216

FIGURA 126 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PREFEITURA VELHA CASA

RIGUETTO E PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 217

FIGURA 127 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA E

LAGOA DO BOI I 218

FIGURA 128 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI I E II 219

FIGURA 129 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI II E DEGAS 220

FIGURA 130 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DEGAS E RIO SERRINHA 221

FIGURA 131 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO SERRINHA E PONTE RODOVIA BR-

280 222

FIGURA 132 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 1 A 4 223

FIGURA 133 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 5 E 6 E MONTANTE FOZ

RIO NERGRINHO 1 E 2 224

FIGURA 134 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS MONTANTE FOZ RIO NERGRINHO 3 A

6 225

FIGURA 135 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO NEGRO ndash PONTE LAGEADO -

ESTACcedilAtildeO MONITORAMENTO 2083 ndash 1 A 5 226

FIGURA 136 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DORIO NEGRINHO - I 228

FIGURA 137 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO - II 228

FIGURA 138 ndashPLANTA BAIXA PONTE IPIRANGA 231

FIGURA 139 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IPIRANGA 232

FIGURA 140 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IPIRANGA 233

FIGURA 141 ndashPLANTA BAIXA PONTE EVARISTO 234

FIGURA 142 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE EVARISTO 235

FIGURA 143 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE EVARISTO 236

FIGURA 144 ndashPLANTA BAIXA PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 237

FIGURA 145 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 238

FIGURA 146 ndashSECcedilAtildeOTRANSVERSAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 239

FIGURA 147 ndashPLANTA BAIXA PONTE COFERMACO 240

FIGURA 148 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COFERMACO 241

FIGURA 149 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE COFERMACO 242

FIGURA 150 ndashPLANTA BAIXA PONTE IGREJA MATRIZ 243

FIGURA 151 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IGREJA MATRIZ 244

FIGURA 152 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IGREJA MATRIZ 245

FIGURA 153 ndashPLANTA BAIXA PONTE PEcircNCIL MINER 246

FIGURA 154 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE PEcircNCIL MINER 247

FIGURA 155 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE PEcircNCIL MINER 248

FIGURA 156 ndashPLANTA BAIXA PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 249

FIGURA 157 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 250

FIGURA 158 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 251

FIGURA 159 ndashPLANTA BAIXA PONTE RODOVIA BR 280 252

FIGURA 160 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE RODOVIA BR 280 253

FIGURA 161 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE RODOVIA BR 280 254

FIGURA 162 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-19 2014 262

FIGURA 163 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-29 2014 263

FIGURA 164 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-39 2014 264

FIGURA 165 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-49 2014 265

FIGURA 166 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-59 2014 266

FIGURA 167 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-69 2014 267

FIGURA 168 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-79 2014 268

FIGURA 169 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-89 2014 269

FIGURA 170 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-99 2014 270

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS DAS INUNDACcedilOtildeES DE RIO

NEGRINHOSC 70

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO 76

TABELA 3 ndash ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS E METEOROLOacuteGICAS 93

TABELA 4 ndash HIDROGRAMAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS (65090000) E RIO

NEGRINHO MONTANTE (65093000) 114

TABELA 5 ndash VAZOtildeES USADAS NA SIMULACcedilAtildeO NUMEacuteRICA ndash JUNHO 2014 118

TABELA 6 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 122

TABELA 7 - VALORES DE COEFICIENTES DE RUGOSIDADE (119899) DE MANNING

PARA CANAIS NATURAIS (VEN TE CHOW 1959) 148

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 257

SIGLAS

ANA Agecircncia Nacional de Aacuteguas ACIRNE BWDB

Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho Bangladesh Water Development Board

CEHPAR Centro de Hidraacuteulica e Hidrologia Prof Parigot de Souza CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais CEMIG CENAD

Companhia Energeacutetica de Minas Gerais Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CEPED Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CESEC Centro de Estudos de Engenharia Civil CIRAM Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidrometeorologia de Santa Catarina CPRM Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil CTH Curso Teacutecnico de Hidrologia DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral DTM EMBRAPA

Digital Terrain Model Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

EPAGRI EPI

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

EPP FFWC

Empresa de Pequeno Porte Flood Forecasting and Warning Center

FIDE Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre FLU Estaccedilatildeo Fluviomeacutetrica GPDEN Grupo de Pesquisaem Desastres Naturais HECRAS Hydrologic Engineering Center River Analysis System INMET INPE

Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC Painel Internacional de Mudanccedilas Climaticas IPH Instituto de Pesquisas Hidraacuteulicas LACTEC Institutos Lactec MDT Modelo Digital de Terreno ME MNT NASA

Micro Empresa Modelo Numeacuterico do Terreno National Aeronautics and Space Administration

NOAA National Oceanic amp Atmospheric Administration NUPDECS Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil PAE Plano de Accedilatildeo Emergencial PCD Plataforma de Coleta de Dados PGR Programa de Gerenciamento de Riscos PLU Estaccedilatildeo Pluviomeacutetrica PMRN PNPDEC

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil

RCC Regimento de Carros de Combate REMO RN

Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo Oceanograacutefica Referecircncia de Niacutevel

SAMAE Serviccedilo AutocircnomoMunicipal de Saneamento Baacutesico

SEPLAN Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

SIMEPAR Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute SMS Short Message Service Serviccedilo de Mensagens Curtas SUDERHSA Superintedecircncia de Desenvolvimento de Recursos Hiacutedricos e

Saneamento Ambiemtal TIN Triangulated Irregular Network UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul USEPA VMB

United States Environmental Protection Agency Voice Message Broadcast

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 25

11 OBJETIVOS 29

111 Objetivo Geral 29

112 Objetivos Especiacuteficos 29

12 ESTRUTURA DO TRABALHO 30

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 34

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA 34

211 - O fenocircmeno dos rios voadores 36

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea 38

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 39

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO 42

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie 43

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA 44

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS 45

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional 45

252 Modelagem Hidrodinacircmica 48

2521 Escoamento Permanente 48

2522 Escoamento Natildeo Permanente 48

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis

System) 49

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica 51

253 Modelo Hidroloacutegico 52

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 53

3 O ESTADO DA ARTE 57

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E

GEOGRAacuteFICAS 61

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO 61

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 71

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA 73

44 RELEVO 76

45 VEGETACcedilAtildeO 86

46 CLIMA 87

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO 87

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS 89

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS 91

511 Anaacutelise dos dados de chuva 94

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria 94

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica 95

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 97

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 99

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos 101

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 103

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo 106

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 121

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA 121

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA

ESTACcedilAtildeO 122

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados 123

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos 123

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM 124

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral 124

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 124

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo 125

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 125

628 Mediccedilotildees Realizadas 131

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO 140

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO 142

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO 142

711 Coleta de Dados 142

7111 Geoprocessamento dos Dados 143

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT 144

721 Coleta de Dados 145

722 Elaboraccedilatildeo do MDT 145

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS 148

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE

ESGOTO NO RIO 151

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS 151

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE

PLUVIAL 154

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO 157

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO 157

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo 160

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE 169

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial 171

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador 171

915 Fluxograma de Acionamento do PAE 173

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias 175

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias 176

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

de Rio NegrinhoSC 177

92 RECOMENDACcedilOtildeES 178

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES 180

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET 180

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN 180

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom 181

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL 181

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM 181

102 GRUPOS DE WHATSAPP 182

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS 185

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES 187

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS 188

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo 188

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES 189

REFEREcircNCIAS 190

APEcircNDICES 197

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO 198

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO 202

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO 227

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO 230

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES DE

UMA INUNDACcedilAtildeO 255

ANEXOS 260

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE -

INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014 261

25

1 INTRODUCcedilAtildeO

A fixaccedilatildeo de pequenas comunidades e a implantaccedilatildeo das cidades proacuteximas

ao leitos dos rios que facilitou num primeiro momento a utilizaccedilatildeo da aacutegua como

recurso para abastecimento e navegaccedilatildeo deixou parte destas mesmas cidades e da

populaccedilatildeo expostas aos problemas relacionados com as enchentes e as

inundaccedilotildees

Segundo Goerl e Kobiyama (2005) ldquoas palavras cheia e enchente tecircm como

origem o verbo encher do Latin Implere que significa ocupar o vatildeo a capacidade

ou a superfiacutecie de tornar cheio ou repletordquo Assim o termo enchente se aplica a

situaccedilatildeo em que o rio tem o seu volume de aacutegua aumentadomas ainda alcanccedilando

suas margens ou os limites da calha do rio Jaacute o termo inundaccedilatildeo eacute de adequada

utilizaccedilatildeo para a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento

Inundaccedilotildees fazem parte da histoacuteria da humanidade O desenvolvimento das

cidades o processo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo do solo

tecircm acarretado mudanccedilas extremas no comportamento dos canais naturais

principalmente os que cortam as cidades

O modelo de gestatildeo poliacutetico-administrativa brasileira associado a um

sistema de divisatildeo da arrecadaccedilatildeo tributaacuteria que concentra recursos na uniatildeo e nos

estados e transfere as obrigaccedilotildees de atendimento das demandas sociais e de

atendimento de infraestrutura para os municiacutepios dificulta o atendimento agrave

populaccedilatildeo de todo o paiacutes Na ausecircncia de poliacuteticas que integrem o desenvolvimento

dos municiacutepios e que extrapolem seus limites poliacutetico-administrativos o processo de

ocupaccedilatildeo de aacutereas inadequadas(inundaacuteveis) surge com forccedila criando grandes

impactos ambientais e sociais (GROSTEIN 2001)

Associando a ocupaccedilatildeo histoacuterica de formaccedilatildeo de cidades agrave ocupaccedilatildeo

desordenada pela ausecircncia de poliacuteticas e do monitoramento do estado a fenocircmenos

naturais no Brasil um dos fenocircmenos naturais que mais provocaram perdas

humanas no periacuteodo de 1948 a 2004 foram as inundaccedilotildees (KOBIYAMA et al

2004) adicionadas a muitas perdas materiais

O Sul do Brasil especialmente o Estado de Santa Catarina tem sido um dos

mais atingidos por desastres gerados por esses fenocircmenos O municiacutepio de Rio

Negrinho localizado no norte de Santa Catarina eacute um exemplo jaacute que em sua

26

histoacuteria tem padecido com inundaccedilotildees frequentes Somente no periacuteodo de 1891

ateacute 2010 o municiacutepio sofreu 22 inundaccedilotildees sendo em 1891 1911 1913 1920

1925 1926 1937 1946 1983 1984 1992 1995 1997 1998 1999 2004 2005

2007 2008 2009 e duas em 2010 (GIGLIO amp KOBIYAMA 2011) Aleacutem dessas

pode-se acrescentar a grande inundaccedilatildeo de 2014 e as inundaccedilotildees de outubro de

2015

A inundaccedilatildeo de 1911 serviu de referecircncia de niacutevel para a construccedilatildeo da

ferrovia que corta a aacuterea urbana do municiacutepio poreacutem o lapso temporal de 72 anos

entre aquela grande inundaccedilatildeo e a grande inundaccedilatildeo seguinte em 1983 fez com

que a comunidade ocupasse aleacutem da planiacutecie de inundaccedilatildeo tambeacutem o leito maior

do Rio Negrinho Esse mesmo histoacuterico eacute uma repeticcedilatildeo do que ocorreu na cidade

de BlumenauSC (PMRN 2014)

As inundaccedilotildees na cidade de Rio Negrinho atigem a aacuterea urbana do

municiacutepio e de forma especial a aacuterea central onde se concentram o comeacutercio e a

administraccedilatildeo municipal aleacutem de edificaccedilotildees residenciais nas ruas Jorge Zipperer

Senador Nereu Ramos Avenida dos Imigrantes e Rua Willy Jung (PMRN 2014)

O rio dos Bugres inunda os bairros Quitandinha e Jardim Hantchel nas ruas

localizadas na parte mais baixa desses bairros Rua Paulo Tureck Estrada Dona

Francisca Rua Herbert Tureck e Vila Telma com predominacircncia residencial (PMRN

2014)

O rio Serrinha inunda os bairros Vila Nova e Centro nas rua 13 de

Dezembro Carlos Ruckl e Alfredo Greipel aleacutem da Rodovia BR-280 tambeacutem com

predomiacutenio deedificaccedilotildees residenciais (PMRN 2014)

O rio Negro inunda a parte baixa da Rua Sebastiatildeo Ferreira da Veiga no

bairro Campo Lenccedilol atingindo essencialmente edificaccedilotildees residenciais

Dessas inundaccedilotildees as que aconteceram nos anos de 1983 1992 e 2014

foram as que causaram os maiores prejuiacutezos Esta uacuteltima associou trecircs condiccedilotildees

que dificultaram accedilotildees que pudessem minimizar danos

1 - O evento ocorreu num final de semana com muitos proprietaacuterios em

viagem Esses imoacuteveis foram inundados sem que os bens moacuteveis pudessem ter sido

removidos previamente resultando em prejuiacutezos de grande monta

2 - O evento teve sua maior evoluccedilatildeo durante a noite de sexta para saacutebado

No periacuteodo noturno a operaccedilatildeo de retirada de bens moacuteveis eacute mais complexa o que

aumenta os danos e as perdas

27

3 - O niacutevel das aacuteguas subiu muito rapidamente

Nesses 3 eventos o niacutevel das aacuteguas do Rio Negrinho principal rio que corta

a cidade ultrapassou em 93m o normal Essas inundaccedilotildees provocaram inuacutemeros

danos ao comeacutercio agrave induacutestria agrave agropecuaacuteria e ao sistema viaacuterio Muitas

localidades foram afetadas e ficaram isoladas muitas residecircncias foram danificadas

350 e 778 em 1983 e 1992 respectivamente outras 120 e 27 foram destruiacutedas

respectivamente nos referidos anos 6090 e 10000 habitantes desabrigados nos

respectivos anos e na de 1992 houve uma viacutetima fatal (GIGLIO amp KOBIYAMA

2011) Em 2014 1500 edificaccedilotildees foram atingidas sendo 974 residecircncias e 526

edificaccedilotildees comerciais com prejuiacutezo total para o municiacutepio de R$ 9827610000

(Noventa e oito milhotildees duzentos e setenta e seis mil e cem reais) conforme

estudos apresentados no Apecircndice V

Em 2015 novamente dois eventos sucessivos na segunda e quarta

semanas de outubro O primeiro atingiu a marca de 446 metros acima do niacutevel

normal O segundo que iniciou na quinta-feira dia 22 atingiu no dia seguinte a

marca de 551 metros acima do niacutevel normal deixando 42 famiacutelias desalojadas e 8

desabrigadas Foram bloqueadas pelas aacuteguas 22 ruas e 32 edificaccedilotildees comerciais

foram atingidas

Para compreender melhor esses fenocircmenos e aplicar modelos matemaacuteticos

que permitam entender o funcionamento do sistema da bacia superior do Alto Rio

Negro do qual faz parte a bacia do Rio Negrinho eacute necessaacuterio estudar a relaccedilatildeo

chuva-vazatildeo bem como as caracteriacutesticas das chuvas que causam inundaccedilotildees

O processo que envolve o ciclo hidroloacutegico e a quantificaccedilatildeo da chuva sobre

uma bacia eacute um problema complexo que envolve muitas variaacuteveis o que aumenta o

grau de dificuldade na reproduccedilatildeo do comportamento do fluxo de aacutegua que chega

nos rios e a propagaccedilatildeo da sua onda de cheia

Satildeo condiccedilotildees essenciais para que as estimativas de chuva-vazatildeo sejam

representativas da bacia do rio Negrinho a obtenccedilatildeo de dados de mediccedilatildeo e seacuteries

histoacutericas

O uso de computadores softwares leitores e coletores de dados eletrocircnicos

(data loggers) estaccedilotildees hidroloacutegicas instrumentos versaacuteteis que podem operar em

locais remotos e sem rede de energia eleacutetrica contribui para a obtenccedilatildeo de algumas

soluccedilotildees para o problema de inundaccedilotildees Ainda algumas aproximaccedilotildees e

28

simplificaccedilotildees satildeo feitas para contornar as limitaccedilotildees das formulaccedilotildees matemaacuteticas

para representar um comportamento real

A modelagem matemaacutetica desses fenocircmenos objetiva estabelecer uma

relaccedilatildeo entre chuvas e niacuteveis de inundaccedilatildeo nas cidades com uma margem de

tempo razoaacutevel de forma a permitir que as accedilotildees dos governos oacutergatildeos de defesa

civil e habitantes minimizem os prejuiacutezos e principalmente preservem as vidas

Desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo nas margens do rio Negrinho haacute registros de

inundaccedilotildees Ainda assim o municiacutepio desenvolveu seu centro urbano muito proacuteximo

agraves suas margens e de seus afluentes dos Bugres e Serrinha Agora que o centro

urbano jaacute estaacute instalado eacute necessaacuterio caracterizar as aacutereas inundaacuteveis para

possibilitar uma adequada gestatildeo do municiacutepio reduzir o risco de futuro desastre e

minimizar prejuiacutezos da populaccedilatildeo Assim como outras cidades que se formaram agraves

margens de rios a dificuldade de mover essa populaccedilatildeo para aacutereas seguras eacute

enorme por duas razotildees principais os custos envolvidos nessa operaccedilatildeo e o valor

sentimental desses imoacuteveis nos quais geraccedilotildees de famiacutelias escreveram suas

histoacuterias Nesse contexto o presente trabalho caracterizou as aacutereas de inundaccedilatildeo

urbana de Rio NegrinhoSC como forma de subsidiar o monitoramento e a

mitigaccedilatildeo das inundaccedilotildees

A anaacutelise desses eventos deixa muito claro que o ldquoDesastre Naturalrdquo ou o

ldquoDesastre Ambientalrdquo natildeo eacute o comportamento hidroloacutegico e hidrodinacircmico do rio O

ldquoDesastre Naturalrdquo estaacute efetivamente na ocupaccedilatildeo inadequada do seu leito maior e

da sua planiacutecie de inundaccedilatildeo

Conforme mostrou a anaacutelise do prejuiacutezo econocircmico realizado Apendice V o

o montante do prejuiacutezo eacute muito elevado o que justifica toda e qualquer accedilatildeo que

possa mitigar

29

11 OBJETIVOS

111 Objetivo Geral

Analisar e avaliar os problemas de inundaccedilatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC

para o entendimento do fenocircmeno e elaborar um piloto de Plano de Accedilatildeo de

Emergecircncia buscando compreender para mitigar

112 Objetivos Especiacuteficos

Implantar sistema de monitoramento de chuva e vazatildeo com a

instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo de estaccedilotildees hidroloacutegicas para melhorar o

sistema de previsatildeo e alerta de inundaccedilatildeo

Desenvolver uma paacutegina na internet para a Defesa Civil do Municiacutepio

de Rio Negrinho disponibilizando informaccedilotildees referentes aos niacuteveis

dos rios volumes de chuva acumulados e previsotildees do tempo

Desenvolver um foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais

ndash wwwdesastresnaturaiscombr

Montar grupos de WhatsApp e SMS para a Defesa Civil de Rio

Negrinho como forma de repassar rapidamente informaccedilotildees relativas

agrave previsatildeo do tempo niacuteveis dos rios e alertas

Desenvolver procedimentos para eliminar lixo e esgotamento sanitaacuterio

do corpo hiacutedrico

Implementar e simular a hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para

situaccedilotildees de inundaccedilotildees atraveacutes do modelo HEC-RAS

30

12 ESTRUTURA DO TRABALHO

A FIGURA 1 mostra as principais atividadesassuntos desta dissertaccedilatildeo O

ponto de partida satildeo os problemas de inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC sob

os aspectos dos fenocircmenos da natureza das caracteriacutesticas geograacuteficas da aacuterea de

estudo da accedilatildeo antroacutepica e dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros causados

pelas inundaccedilotildees Na sequecircncia eacute descrita a localizaccedilatildeo de cada atividadeassunto

dentro da dissertaccedilatildeo buscando a capacidade de lidar com situaccedilotildees de inundaccedilatildeo

Inicialmente tem-se a introduccedilatildeo apresentando a problemaacutetica do tema que

eacute a inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC e dentro desta apresentaccedilatildeo encontra-

se a justificativa e a motivaccedilatildeo que deram origem a este estudo Juntamente estatildeo

apontados os objetivos geral e especiacutefico e a estruturaccedilatildeo deste trabalho Todos

esses pontos satildeo abordados neste Capiacutetulo 1

Na sequecircncia no Capiacutetulo 2 ndash Revisatildeo de Literatura satildeo feitos o

levantamento dos trabalhos e estudos relacionados ao tema inundaccedilotildees onde se

encontram a descriccedilatildeo dos fenocircmenos da natureza sob os aspectos hidroloacutegicos e

meteoroloacutegicos com ecircnfase nas inundaccedilotildees e tambeacutem as estaccedilotildees hidro

meteoroloacutegicas e sua importacircncia bacias hidrograacuteficas como divisor das chuvas e

formaccedilatildeo das vazotildees nos rios a hidrodinacircmica dos corpos hiacutedricos para entender as

inundaccedilotildees e Planos de Accedilatildeo de Emergecircncia para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo no

contexto de salvaguardar vidas e bens materiais

No Capiacutetulo 3 ndash O Estado da Arte que se relaciona com a Revisatildeo de

Literatura tem-se uma das questotildees relevantes que consiste em verificar as

pesquisas e os estudos inovadores realizados na atualidade buscando formatar a

fronteira do conhecimento em que se encontra o fenocircmeno causador das

inundaccedilotildees associando agraves teacutecnicas para prevenccedilatildeo eou mitigaccedilatildeo de danos

Nos Capiacutetulos 4 e 5 satildeo descritos os levantamentos as anaacutelises e as

avaliaccedilotildees das caracteriacutesticas histoacutericas e geograacuteficas da aacuterea de estudo e das

seacuteries hidroloacutegicas respectivamente realizados Ainda no Capiacutetulo 5 encontram-se

os estudos hidro meteoroloacutegicos da regiatildeo onde se mostra a necessidade de

melhorar as observaccedilotildees de dados hidroloacutegicos para prevenir e mitigar os

problemas causados pelas inundaccedilotildees (Capiacutetulo 6)

31

FIGURA 1 ndash Estrutura do Trabalho (Autor 2017)

32

A partir da caracterizaccedilatildeo geograacutefica e a localizaccedilatildeo da aacuterea urbana de

atingimento das inundaccedilotildees mais frequentes definiu-se o trecho do rio a ser

estudado com modelo hidrodinacircmico e os levantamentos topobatimeacutetricos que foram

realizados Os mesmos estatildeo descritos no Capiacutetulo 7 onde se encontraram os

trabalhos realizados para geraccedilatildeo do modelo digital do terreno Apecircndices I II e III

No Apecircndice IV foram analisados os efeitos da accedilatildeo antroacutepica decorrentes do

processo de urbanizaccedilatildeo que engloba a impermeabilizaccedilatildeo do solo provocada

pelas edificaccedilotildees e pavimentaccedilotildees o dimensionamento inadequado dos sistemas

de drenagem as obras civis em especial pontes e bueiros como pontos de

estrangulamento de rios e coacuterregos e sua interferecircncia no fluxo das aacuteguas o

saneamento e a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Durante a execuccedilatildeo dos levantamentos efetuados no rio Negrinho Serrinha

e dos Bugres contatou-se enorme quantidade de lixo e esgoto despejados no leito e

nas margens desses rios que interferem na inundaccedilatildeo Para solucionar esses

problemas no Capiacutetulo 8 foram relacionados procedimentos para o recolhimento

desse lixo e para a eliminaccedilatildeo do lanccedilamento de esgotos conciliando com a

implantaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio

O Capiacutetulo 9 apresenta um piloto de PAE ndash Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

para Inundaccedilotildees elaborado com base na literatura e nos dados levantados neste

trabalho bem como na estrutura municipal e na experiecircncia do autor junto a Defesa

Civil de Rio Negrinho nas trecircs uacuteltimas inundaccedilotildees de 1983 1992 e 2014 O

levantamento e a avaliaccedilatildeo dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros que ocorrem

numa cidade do porte de Rio Negrinho tendo por referecircncia a uacuteltima grande

inundaccedilatildeo de 2014 foram elaborados no Apecircndice V para justificar a necessidade

da implantaccedilatildeo de um PAE

Para melhor funcionamento do PAE foram desenvolvidos sistemas de

informaccedilotildees que estatildeo descritas no Capiacutetulo 10 Uma nova paacutegina na internet foi

desenvolvida para Defesa Civil de Rio Negrinho e foi criado um grupo de Whatsapp

e SMS com o objetivo principal de aproveitar as novas miacutedias e facilitar o acesso de

todos os muniacutecioes agraves informaccedilotildees de forma especial aos que tecircm imoacuteveis em

aacutereas alagaacuteveis Com o mesmo objetivo poreacutem de forma mais ampla foi criado um

foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais objetivando reunir

pesquisadores para se manifestarem sobre eventos de desastres naturais sendo o

seu foco a inundaccedilatildeo

33

Concluindo a dissertaccedilatildeo o Capiacutetulo 11 trata da mitigaccedilatildeo das perdas e

danos dos eventos de inundaccedilatildeo e de como lidar com eles considerando que a

remoccedilatildeo da cidade das aacutereas inundaacuteveis seria uma operaccedilatildeo que atingiria valores

que a torna inviaacutevel aleacutem da resistecircncia natural de cunho emocional dos moradores

ribeirinhos

34

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA

Sob o ponto de vista da hidrologia toda aacutegua proveniente do meio

atmosfeacuterico que atinge a superfiacutecie terrestre eacute entendida como precipitaccedilatildeo A

precipitaccedilatildeo pode vir sobre a forma de neblina granizo saraiva orvalho geada

neve e chuva O estado em que a aacutegua se encontra eacute o que diferencia essas formas

de precipitaccedilatildeo (TUCCI 1993)

No caso da chuva a determinaccedilatildeo da intensidade eacute importante para o

controle de inundaccedilatildeo e de erosatildeo do solo A chuva eacute o tipo de precipitaccedilatildeo mais

importante para a hidrologia por sua capacidade de produzir escoamento (TUCCI

1993)

Chuva eacute uma precipitaccedilatildeo formada por gotas de aacutegua maiores que 05mm

Elas podem ser classificadas como ldquochuva fracardquo quando a intensidade eacute menor que

25mmhora moderada quando estaacute entre 25 e 75mmhora e forte (pesada)

quando excede a 75mmhora (BRUTSAERT 2005)

O volume total a duraccedilatildeo e as distribuiccedilotildees temporal e espacial satildeo as

principais caracteriacutesticas da precipitaccedilatildeo Um volume acumulado total de

precipitaccedilatildeo natildeo tem significado se natildeo estiver relacionado a uma duraccedilatildeo Uma

chuva de 100mm num mecircs pode ser pouco mas eacute muito se ocorrer num dia e mais

ainda se ocorrer numa hora Natildeo existe como determinar chuva com grande

antecedecircncia por se tratar de um processo aleatoacuterio O tratamento de dados de

pricipitaccedilatildeo na forma chuva para a grande maioria dos problemas dela decorrentes

eacute estatiacutestico (TUCCI 1993)

A ocorrecircncia de precipitaccedilotildees sob a forma de chuva deriva da condensaccedilatildeo

do vapor de aacutegua contido na atmosfera Sob certas condiccedilotildees as gotiacuteculas que

formam as nuvens datildeo origem agraves precipitaccedilotildees Haacute nuvens que natildeo produzem

chuvas necessitando de outros processos que desencadeiem a precipitaccedilatildeo

(TUCCI 1993)

Para que ocorra a chuva as gotiacuteculas precisam ter um volume de tal forma

que seu peso supere as forccedilas que as mantecircm em suspensatildeoEacute preciso que atinjam

uma velocidade de queda maior que as componentes verticais de ascensatildeo dos

movimentos atmosfeacutericos (TUCCI 1993)

35

Conforme Tucci (1993) de acordo com o mecanismo pelo qual ocorre a

ascensatildeo do ar uacutemido as precipitaccedilotildees podem ser classificadas em

Convectivas quando o ar uacutemido em tempo calmo eacute aquecido proacuteximo ao solo

criando camadas de ar que se mantecircm em equiliacutebrio instaacutevel Alterado esse

equiliacutebrio ocorre uma brusca ascenccedilatildeo local de ar menos denso que iraacute condensar

formando nuvens e em muitos casos chuvas Satildeo as chuvas convectivas que

ocorrem frequentemente nas regiotildees equatoriais onde os ventos natildeo satildeo fortes e os

movimentos de ar satildeo predominantemente verticais podendo ocorrer tambeacutem em

regiotildees temperadas no veratildeo Eventualmente tempestades violentas Satildeo

predominantemente chuvas de grande intensidade e curta duraccedilatildeo que ocorrem em

aacutereas de menor dimensatildeo Podem provocar grandes inundaccedilotildees em pequenas

bacias (TUCCI 1993)

Orograacuteficas ocorrem quando ventos quentes e uacutemidos geralmente se deslocando

do oceano para o continente encontram uma regiatildeo montanhosa que os faz subir

resfriar-se condensando o vapor formando nuvens e precipitando-se sob a forma

de chuva Normalmente satildeo chuvas de grande duraccedilatildeo e pequena intensidade

sobre pequenas aacutereas (TUCCI 1993)

Frontais ou Ciclocircnicas se formam do encontro de massas de ar quente e frio Nas

regiotildees de convergecircncia da atmosfera o ar quente e uacutemido sobe violentamente

sendo resfriado onde ocorre a condensaccedilatildeo produzindo chuvas Satildeo chuvas que

atingem grandes aacutereas com intensidade meacutedia e de grande duraccedilatildeo Essas chuvas

eventualmente satildeo acompanhadas de ventos fortes com circulaccedilatildeo ciclocircnica

podendo produzir inundaccedilotildees em grandes bacias (TUCCI 1993)

A seguir satildeo apresentadas as definiccedilotildees de algumas terminologias utilizadas

nesta dissertaccedilatildeo

Iacutendice Pluviomeacutetrico

Para poder acompanhar a quantidade de chuvas numa determinada regiatildeo

os pesquisadores climaacuteticos criaram o iacutendice pluviomeacutetrico (medido em miliacutemetros)

Este eacute calculado da seguinte forma as estaccedilotildees meteoroloacutegicas marcam um espaccedilo

36

no terreno de uma determinada regiatildeo Medem e acompanham a quantidade de

chuva que cai ali durante o ano Este iacutendice eacute uma boa referecircncia para se conhecer

o clima de uma regiatildeo

Temporais

Muitas vezes as chuvas ocorrem em forma de temporais Estas se

caracterizam pelos ventos fortes trovoadas e relacircmpagos Os relacircmpagos satildeo

descargas eleacutetricas provocadas pelo choque entre nuvens carregadas com muita

aacutegua e energia Jaacute o trovatildeo eacute o som provocado por este choque

Previsatildeo de Chuvas

As estaccedilotildees meteoroloacutegicas conseguem prever as chuvas pois observam as

imagens de sateacutelites que mostram a posiccedilatildeo e o deslocamento das massas de ar

Com dados de outros fatores (umidade ventos temperaturas) conseguem prever

com razoaacutevel precisatildeo o horaacuterio e quantidade de chuvas

211 - O fenocircmeno dos rios voadores

Os rios voadores satildeo ldquocursos de aacutegua atmosfeacutericosrdquo compostos de massas

de ar carregadas de vapor drsquoaacutegua acompanhados ou natildeo por nuvens e movidos

pelos ventos Inviacutesiacuteveis essas correntes de ar passam sobre noacutes carregando

umidade da Bacia Amazocircnica para as regiotildees Centro-Oeste Sudeste e Sul do

Brasil

Em contato com as frentes frias que vem do sul essa umidade se tranforma

em chuva Recebem o nome de rios voadores as enormes quantidades de vapor

drsquoaacutegua transportadas pelas correntes aeacutereas Trata-se de um fenocircmeno que tem

impacto nas inundaccedilotildees da regiatildeo sul

Como uma bomba de succcedilatildeo segundo Petrobraacutes (2017) a floresta

amazocircnica puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano

Atlacircntico e carregada pelos ventos aliacuteseos Essa umidade cai sob a forma de chuva

sobre a floresta Sob a forma de vapor drsquoaacutegua a floresta devolve a aacutegua da chuva

para a atmosfera pela evapotranspiraccedilatildeo Assim o ar eacute recarregado com mais

umidade e segue sendo transportado em direccedilatildeo ao oeste para cair novamente

como chuva mais a frente

37

Nesse processo contiacutenuo seguindo em direccedilatildeo oeste recarregados com a

umidade da floresta os rios voadores (massas de ar) encontram a Cordilheira dos

Andes que forma uma barreira natural Parte dessa umidade se precipita nas

encostas dessa barreira formando as nascentes dos rios amazocircnicos A porccedilatildeo dos

rios voadores que natildeo se precipita faz uma curva em direccedilatildeo ao sul regiotildees Centro-

Oeste Sudeste e Sul do Brasil e paiacutees vizinhos FIGURA 2

Dessa forma os rios voadores a floresta amazotildenica e a Cordilheira dos

Andes interferem no nosso regime de chuvas no clima e nas nossas inundaccedilotildees

(PETROBRAacuteS 2017)

FIGURA 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica fenocircmeno dos rios voadores (PETROBRAacuteS 2017)

38

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea

O sistema climaacutetico da terra eacute composto por diversos componentes A

interaccedilatildeo entre a superfiacutecie dos oceanos e a baixa atmosfera proacutexima a ela eacute uma

delas As trocas de energia e umidade podem afetar o clima regional e global

Ao fenocircmeno do aquecimento anormal das aacuteguas superficiais e sub-

superficiais do Oceano Paciacutefico Equatorial daacute-se o nome de El Nintildeo FIGURA 3

Nome em espanhol refere-se agraves aacuteguas quentes que aparecem na costa do Peru na

eacutepoca do Natal Pescadores a chamam de ldquoCorriente de El Nintildeo em referecircncia ao

Menino Jesus

Consideradas anomalias do sistema climaacutetico tanto o El Nintildeo quanto o La

Nintildea representam alteraccedilotildees no sistema oceano-atmosfera encontradas no oceano

Paciacutefico tropical com consequecircncias no clima em todo o planeta Natildeo eacute apenas a

presenccedila de aacuteguas quentes do El Nintildeo mas as alteraccedilotildees na atmosfera proacutexima a

superfiacutecie do oceano interferindo nos ventos aliacutesios (leste para oeste) na regiatildeo

equatorial O enfraquecimento dos ventos e o aquecimento do oceano promovem

mudanccedilas na circulaccedilatildeo entre os niacuteveis baixos e altos da atmosfera tendo como

consequecircncia alteraccedilotildees no transporte de umidade e mudanccedilas na distribuiccedilatildeo das

chuvas em regiotildees tropicais e de latitudes meacutedias e altas Tambeacutem satildeo observados

aumento ou queda de temperatura em algumas regiotildees do globo

O fenocircmeno La Nintildea eacute o oposto do El Nintildeo e eacute tembeacutem chamado de

episoacutedio frio onde os ventos aliacutesios mais intensos empurram as aacuteguas do Oceano

Paciacutefico para o lado oposto onde ficaratildeo ldquorepresadasrdquo no Paciacutefico Equatorial Oeste

aumentando o desniacutevel entre o Paciacutefico Ocidental e Oriental As aacuteguas mais quentes

represadas a oeste geram evaporaccedilatildeo e consequentemente movimentos

ascendentes que por sua vez geram nuvens de chuva A regiatildeo atingida por este

fenocircmeno eacute a do nordeste do Oceano Iacutendico agrave oeste do Oceano Paciacutefico passando

pela indoneacutesia (INPE 2017)

39

FIGURA 3 ndash El Nintildeo em atividade (NASA 2017)

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A seguir satildeo descritas algumas das definiccedilotildees encontradas na literatura para

inundaccedilotildees

Inicialmente como jaacute mencionado na introduccedilatildeo o termo inundaccedilatildeo adotado

neste estudo eacute a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento para planiacutecie de inundaccedilatildeo

(GOERL e KOBIYANA 2005)

Segundo Magalhatildees (1970 p93) eacute ldquoa cheia de um rio cujas aacuteguas

crescendo de volume transbordam alagando os territoacuterios circunjacentes A

inundaccedilatildeo eacute causada pela abundante precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica aliada a causas

fisiograacuteficas tais como a configuraccedilatildeo especial das zonas ribeirinhas a largura e a

profundidade dos leitos dos rios bem como a estrutura da barra ou a

desembocadura das correntes Os prejuiacutezos econocircmicos estatildeo associados agrave

ocupaccedilatildeo humanardquo

Para Tucci (1993 p 621) a inundaccedilatildeo eacute o fenocircmeno que ocorre ldquoquando a

aacutegua que chega ao rio eacute superior agrave capacidade de drenagem de sua calha normal

as aacuteguas transbordam o leito normal e ocupam a planiacutecie de inundaccedilatildeordquo A

ocorrecircncia de inundaccedilotildees depende das caracteriacutesticas fiacutesicas e climatoloacutegicas da

bacia hidrograacutefica ndash especialmente a distribuiccedilatildeo espacial e temporal da chuva

Leopold (1994 p 113) definiu a inundaccedilatildeo como sendo a ocorrecircncia de um

fluxo de tal magnitude que transborda os bancos naturais ou artificiais em um trecho

40

de um rio Onde existe uma planiacutecie de inundaccedilatildeo inundaccedilatildeo eacute qualquer fluxo que

se espalha por essa planiacutecie

Segundo Guerra amp Guerra (1997 p220) a inundaccedilatildeo eacute o mesmo que

alagado ie ldquoaacuterea alagadiccedila apoacutes a enchenterdquo lsquoEnchentesrsquo satildeo grandes chuvas que

ocorrem nos rios e geralmente provocam verdadeiros desastres causando perdas

na agricultura pecuaacuteria cidades proacuteximas etc O que as caracteriza eacute a sua

irregularidade isto eacute que natildeo ocorrem todos os anos

Inundaccedilotildees segundo Below et al (2009 p 6) estatildeo inseridas no grupo de

desastres hidroloacutegicos ou seja relacionados a desvios no ciclo hidroloacutegico As

inundaccedilotildees satildeo subdivididas em inundaccedilotildees ribeirinhas bruscas e costeiras

Apoacutes passar pela experiecircncia das inundaccedilotildees a populaccedilatildeo comeccedilou a

procurar habitar aacutereas mais altas menos frequentemente inundadas (TUCCI 1993

PLATE 2002) Mas com o aumento da urbanizaccedilatildeo as planiacutecies inundaacuteveis

tambeacutem foram ocupadas principalmente pela populaccedilatildeo de baixa renda gerando

problemas sociais que se repetem a cada inundaccedilatildeo (TUCCI 1993) Magalhatildees

(1970) e Leopold (1994) concordam que os danos causados pelas inundaccedilotildees satildeo

consequecircncia da ocupaccedilatildeo humana das planiacutecies inundaacuteveis Comprovando essa

ideacuteia Silveira et al (2009) mostraram que os desastres das inundaccedilotildees em Joinville

SC estatildeo mais relacionadas com o avanccedilo da ocupaccedilatildeo das planiacutecies de inundaccedilatildeo

do que com o comportamento das chuvas e portanto satildeo desastres mais humanos

que naturais Flemming (2002) relembra que as inundaccedilotildees satildeo fenocircmenos naturais

que natildeo podem ser evitados mas seus danos podem ser mitigados Para essa

tarefa ressalta a importacircncia da elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo

As inundaccedilotildees tecircm dinacircmicas diferentes que estatildeo relacionadas

principalmente com as caracteriacutesticas das bacias hidrograacuteficas Segundo Castro

(2003) a evoluccedilatildeo das inundaccedilotildees pode se dar de forma brusca com aumento

raacutepido e intenso do volume de aacutegua do canal ou gradual com a subida e a descida

das aacuteguas de um rio de forma lenta

Em Rio Negrinho houve inundaccedilotildees que podem ser enquadradas nas duas

modalidades descritas

As inundaccedilotildees de acordo com Amaral e Ribeiro (2012 p41) ldquosatildeo eventos

naturais que ocorrem com periodicidade nos cursos drsquoaacutegua frequentemente

deflagrados por chuvas fortes e raacutepidas ou chuvas de longa duraccedilatildeordquo Segundo

Tucci (2005 p42) ldquoeste eacute um processo natural que ocorre quando a precipitaccedilatildeo eacute

41

intensa causada por eventos chuvosos em que o solo perde a capacidade de

infiltraccedilatildeo aumentando o escoamento superficial que rapidamente alcanccedila os

cursos drsquoaacuteguardquo

Quando a inundaccedilatildeo se estabelece as aacuteguas do rio ocupam as aacutereas da

planiacutecie fluvial que eacute composta pela planiacutecie de inundaccedilatildeo leito maior e leito menor

do rio Zancopeacute (2012) define que ldquoas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo aacutereas dos vales

fluviais que sofrem inundaccedilotildees por cheias de determinadas magnitudes e intervalos

de recorrecircncia e as planiacutecies fluviais satildeo aacutereas dos vales fluviais marginais aos

cursos drsquoaacutegua parcialmente alagadas por transbordamentos perioacutedicos oriundos dos

rios e limitadas lateralmente pelas bases de vertentes dos valesrdquo

Segundo Tucci (2005 p29) o leito menor eacute caracterizado pelos locais onde

a aacutegua escoa normalmente a maior parte do tempo jaacute o leito maior eacute caracterizado

pelos locais em que o rio alcanccedila quando atinge niacuteveis superiores de volume drsquoaacutegua

(FIGURA 4) Tucci (2005 p29) comenta ainda que esse tipo de inundaccedilatildeo quando

as aacuteguas atingem o leito maior do rio geralmente ocorre em bacias hidrograacuteficas

meacutedias e grandes (gt100kmsup2) e que esse processo eacute natural como consequecircncia do

ciclo hidroloacutegico e assim eacute denominada inundaccedilatildeo de aacutereas ribeirinhas As aacutereas de

planiacutecie de inundaccedilatildeo satildeo locais que periodicamente seratildeo atingidos pelo

transbordamento dos cursos de aacuteguas faz parte da dinacircmica natural dos rios

(AMARAL e RIBEIRO 2012)

42

FIGURA 4 - Ocupaccedilatildeo indevida da margem dos rios (CPRM 2016)

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO

Eacute o conjunto de sistemas para o monitoramento de variaacuteveis ambientais

composto de coleta tratamento armazenamento transmissatildeo e disponibilizaccedilatildeo de

seacuteries histoacutericas

Os principais dados monitorados satildeo duraccedilatildeo quantidade e intensidade das

chuvas niacuteveis dos rios temperatura do ar umidade do ar velocidade e direccedilatildeo dos

ventos pressatildeo atmosfeacuterica e radiaccedilatildeo solar

A Hidrometeorologia eacute a parte da ciecircncia que trata da aacutegua na atmosfera

(TUCCI 1993) Bruce e Clark (1980 p 1) mencionam a importacircncia da meteorologia

no desenvolvimento de estudos hiacutedricos e no controle de inundaccedilotildees indicando a

necessidade do monitoramento meteoroloacutegico para as soluccedilotildees de gestatildeo de aacuteguas

superficiais e subterracircneos O termo hidrometeorologia eacute utilizado por eles como

43

sendo a aplicaccedilatildeo da meteorologia para a soluccedilatildeo dos problemas hidroloacutegicos

diferindo da definiccedilatildeo que trata como um problema de fronteira entre meteorologia e

hidrologia Segundo eles a dificuldade na aplicaccedilatildeo dessa uacuteltima reside na largura

da fronteira que varia de acordo com o ponto de vista da pessoa que o usa Na

praacutetica a largura varia do campo de estudos das condiccedilotildees meteoroloacutegicas criacuteticas

para uso na estimativa de fluxos maacuteximos de inundaccedilatildeo

No Brasil em diversos estudos esse termo eacute utilizado como a soma dos

termos hidroloacutegico e meteoroloacutegico

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie

As estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas de superfiacutecie podem ser

convencionais ou automaacuteticas (telemeacutetricas) As estaccedilotildees automaacuteticas foram

implantadas na deacutecada de 90 substituindo ou monitorando em conjunto com as

convencionais

Nessas estaccedilotildees um teacutecnico em meteorologia vai ateacute a estaccedilatildeo anotar

manualmente cada dado quatro vezes por dia sempre agraves 00 06 12 e 18 UTC (3

horas a menos do horaacuterio de Brasiacutelia)

Os instrumentos de uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional medem a

temperatura e a umidade do ar a direccedilatildeo e velocidade do vento a chuva

acumulada o tempo de insolaccedilatildeo evaporaccedilatildeo intensidade da radiaccedilatildeo solar e a

pressatildeo

Ainda na estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional o teacutecnico tambeacutem faz a

observaccedilatildeo visual das nuvens e da visibilidade Nos horaacuterios de observaccedilatildeo ele

avalia o ceacuteu como um todo quantifica e classifica as nuvens daquele momento

observando a ocorrecircncia de neacutevoa ou nevoeiro (Climatempo 2017)

Segundo Barth et al (1987 p 111) o estudo do regime hidroloacutegico de um

curso de aacutegua exige o conhecimento da variaccedilatildeo de sua vazatildeo ao longo do tempo

Numa estaccedilatildeo convencional a avaliaccedilatildeo diaacuteria dessa vazatildeo se daacute por um processo

direto pelo registro diaacuterio duas vezes ao dia atraveacutes da leitura do niacutevel da aacutegua na

reacutegua ou pelo registro contiacutenuo atraveacutes de hidroacutegrafas onde o niacutevel de aacutegua eacute

registrado Esses niacuteveis ou cotas determinam as vazotildees usando a curva-chave ou

curva cota-vazatildeo

44

A obtenccedilatildeo mais comum da vazatildeo se daacute pela mediccedilatildeo do niacutevel da aacutegua por

meio de liniacutemetros mais comumente chamados de reacuteguas linimeacutetricas e liniacutegrafos

Uma reacutegua linimeacutetrica nada mais eacute do que uma escala graduada de madeira ou

metal esmaltada ou natildeo ou mesmo pintada sobre uma superfiacutecie vertical de

concreto cuja extremidade inferior denominada ldquozero da reacuteguardquo estaacute na medida do

possiacutevel sempre mergulhada na aacutegua mesmo nas estiagens mais severas Isso

evita a necessidade de leituras negativas que satildeo tradicionalmente uma fonte de

erros (BARTHet al 1987 p 111)

A grande maiorias das estaccedilotildees hidromeacutetricas convencionais brasileiras

conta com simples reacuteguas linimeacutetricas O grau de confianccedila de seus registros eacute

portanto diretamente dependente do encarregado da leitura A localizaccedilatildeo do posto

hidromeacutetrico eacute estabelecida de modo a permitir um acesso faacutecil e permanente ao

local quaisquer que sejam as condiccedilotildees climaacuteticas e o niacutevel das aacuteguas inclusive

nas maiores inundaccedilotildees (PINTO et al 1976 p 185)

Uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie automaacutetica eacute composta por uma

unidade de memoacuteria central (ldquodata loggerrdquo) ligada a vaacuterios sensores dos paracircmetros

meteoroloacutegicos (pressatildeo atmosfeacuterica temperatura e umidade relativa do ar

precipitaccedilatildeo radiaccedilatildeo solar direccedilatildeo e velocidade do vento) que integra os valores

observados minuto a minuto e os disponibiliza automaticamente a cada 15 minutos

ou a cada hora (INMET 2017)

A estaccedilatildeo hidroloacutegica automaacutetica eacute composta por um data logger um sensor

de pressatildeo para mediccedilatildeo de cota (niacutevel da aacutegua) e um pluviocircmetro de baacutescula para

mediccedilatildeo de chuva acumulada num intervalo de tempo

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA

Segundo Viessman et al (1972) bacia hidrograacutefica eacute uma aacuterea definida

topograficamente drenada por um curso drsquo aacutegua ou um sistema conectado de

cursos drsquo aacutegua dispondo de uma simples saiacuteda para que toda vazatildeo efluente seja

descarregada

Tambeacutem pode-se definir a bacia hidrograacutefica como sendo uma aacuterea onde a

aacutegua da precipitaccedilatildeo eacute captada naturalmente fazendo com que seu escoamento

seja conduzido para um uacutenico ponto de saiacuteda seu exutoacuterio A bacia hidrograacutefica eacute

45

composta de um conjunto de superfiacutecies vertentes e de uma rede de drenagem

formada por cursos de aacutegua que confluem ateacute resultar num leito uacutenico no exutoacuterio

De forma geral a chuva que cai sobre as vertentes infiltra-se nos solos ateacute

a saturaccedilatildeo destes momento em que diminuem as taxas de infiltraccedilatildeo e comeccedilam a

surgir os escoamentos superficiais na condiccedilatildeo de persisitecircncia da precipitaccedilatildeo O

escoamento superficial gerado nas vertentes da bacia hidrograacutefica pode ser

entendido como ldquoproduccedilatildeordquo de aacutegua de escoamento raacutepido Com essa interpretaccedilatildeo

a aacutegua produzida pelas vertentes tem como destino imediato a rede de drenagem

que iraacute conduziacute-la agrave seccedilatildeo de saiacuteda da bacia No leito maior dos rios (zona de

inundaccedilatildeo) o comportamento eacute duacutebio ora de produccedilatildeo quando os niacuteveis de aacutegua

dos rios estatildeo inicialmente baixos funcionando esta zona como vertente ora de

transporte quando os niacuteveis dos rios estatildeo elevados com a zona de inundaccedilatildeo

usada para escoamento (TUCCI 1993)

A bacia hidrograacutefica pode ser descrita como um sistema fiacutesico onde o

volume de aacutegua precipitado compotildee a entrada e o volume de aacutegua que sai pelo

exutoacuterio eacute a saiacuteda tendo como perdas intermediaacuterias os volumes da evaporaccedilatildeo da

evapotranspiraccedilatildeo e os volumes de infiltraccedilatildeo profunda Em eventos isolados essas

perdas podem ser desconsideradas (TUCCI 1993)

A funccedilatildeo hidroloacutegica da bacia hidrograacutefica eacute transformar uma entrada

precipitaccedilatildeo de volume concentrada no tempo em uma saiacuteda escoamento de

forma mais distribuiacuteda no tempo (TUCCI 1993)

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS

Neste estudo a hidrodinacircmica eacute o movimento da aacutegua ao longo do rio e o

comportamento deste movimento eacute determinado pelos modelos hidrodinacircmicos

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional

Segundo Campos (2009) modelo eacute um grupo ordenado de suposiccedilotildees que

se propotildeem a explanar as propriedades de um sistema sem necessariamente

manter todas as suas particularidades Para Christofoletti (1999) define-se um

modelo como uma reproduccedilatildeo assingelada do que ocorre de fato em funccedilatildeo da

complexidade de maneira que seja possiacutevel fazer uma reconstituiccedilatildeo muito proacutexima

46

da realidade fazer simulaccedilotildees previsotildees alteraccedilotildees e evoluccedilotildees Para este autor

um modelo que busca reproduzir um sistema ambiental exprimindo uma hipoacutetese

cientiacutefica precisa ser analisado e testado para diferentes suposiccedilotildees

Assim os modelos satildeo um elo entre o que eacute obervado na praacutetica e as

suposiccedilotildees teoacutericas Devem ser construiacutedos de forma a atingir ao que se propotildeem

devendo tambeacutem ficar claros os limites de sua capacidade de fazer previsotildees

Importante destacar as suas aplicabilidades como ferramentas de planejamento

(CHRISTOFOLETTI 1999)

Na primeira metade do seacuteculo passado o uso da modelagem matemaacutetica

era limitada devido agrave dificuldade de encontrar soluccedilotildees analiacuteticas para resolver os

sistemas natildeo lineares de equaccedilotildees diferenciais ordinaacuterias e parciais da

hidrodinacircmica restringindo-se aos modelos lineares ou linearizados atraveacutes de

simplificaccedilotildees algeacutebricas Chapra (1997) menciona que o movimento do fluido

dentro de canais ou calhas era descrito com base em geometria simples como

exemplo retacircngulo trapeacutezio ou triacircngulo e condiccedilotildees de equiliacutebrio dinacircmico

Somente na segunda metade do seacuteculo passado com o desenvolvimento dos

computadores e a utilizaccedilatildeo de meacutetodos numeacutericos foi possiacutevel obter soluccedilotildees para

as equaccedilotildees que representam os processos hidrodinacircmicos mais proacuteximas das

caracteriacutesticas geomorfoloacutegicas das calhas do rios Essas soluccedilotildees satildeo chamadas

soluccedilotildees numeacutericas de equaccedilotildees diferenciais parciais e natildeo lineares permitindo

desta forma a simulaccedilatildeo da movimentaccedilatildeo da aacutegua mais especificamente neste

estudo da onda de cheia responsaacuteveis pelas inundaccedilotildees

Essas inundaccedilotildees satildeo sempre transientes variam no espaccedilo e no tempo

Esses movimentos natildeo-permanentes os quais satildeo regidos pelas equaccedilotildees

desenvolvidas pelos matemaacuteticos Laplace e Lagrange e satildeo considerados os

primeiros a caracterizar o movimento das ondas em canais (Marmood e Yevjevich

1975 apud Silva 2015) Na praacutetica muitas vezes pela dificuldade de se obter

hidrogramas de cheias representam-se as cheias usando vazotildees maacuteximas

invariantes no tempo para delimitar a cota de atingimento da mesma que satildeo

utilizadas para confecccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo sem levar em conta o tempo de

propagaccedilatildeo

Segundo Tucci (1998) a modelagem hidrodinacircmica computacional utiliza as

equaccedilotildees do escoamento unidimensional em rios e canais e suas simplificaccedilotildees Em

geral os processos computacionais envolvem grande quantidade de dados e

47

procuram representar mais precisamente o sistema fiacutesico observado no escoamento

em rios No caso do estudo de inundaccedilotildees esse escoamento depende

essencialmente da declividade da bacia da estrutura da rede de drenagem e da

cobertura vegetal existentes no leito e margens dos rios O ponto inicial da

modelagem hidrodinacircmica eacute a construccedilatildeo da geometria do canal ou canais Para

isso vaacuterios meacutetodos satildeo usados entre eles os mecanismos que utilizam modelos

digitais de terreno em programas de geoprocessamento

Silva (2015) menciona que Chien e Tan (2011) apresentaram um experimento

usando Google Earth para gerar a geometria necessaacuteria agrave simulaccedilatildeo com o modelo

hidrodinacircmico 2D e Gichamo et al (2012) verificaram a aplicabilidade do MDT

ASTER GDEM (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer

Global Digital Elevation Model) com um poacutes-processamento para correccedilatildeo de

tendecircncias (bias) para simulaccedilatildeo de eventos de enchentes usando o modelo

hidrodinacircmico HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center ndash River Analysis System)

escolhido dentre os modelos existentes pela familiaridade do autor Foi feito o

levantamento da calha do rio (batimetria) para precisatildeo da cota de inundaccedilatildeo e

junccedilatildeo com o levantamento aerofotogrameacutetrico existente na Prefeitura Municipal de

Rio Negrinho

Pontes (2011) realizou uma comparaccedilatildeo entre modelos hidrodinacircmicos

simplificados e completo testando os modelos de Muskingum-Cunge linear

Muskingum natildeo linear e modificado por Todini e IPHS com o HEC-RAS O resultado

mostrou que o Muskingum modificado foi promissor indicando que o HEC-RAS eacute um

modelo completo e usado como base para os demais Esse modelo vem sendo

amplamente utilizado e que tem apresentado resultados satisfatoacuterios (Souza et al

2007 Santillan et al 2012 Hasani 2013 Sharkey 2014 entre outros)

Em 2002 Wheater apud Silva (2015) fez uma revisatildeo sobre as perspectivas

da modelagem hidrodinacircmica na simulaccedilatildeo de enchentes apresentando a

importacircncia da distribuiccedilatildeo da chuva para qualidade dos resultados da simulaccedilatildeo

bem como cenaacuterios usando como base as chuvas estimadas considerando as

mudanccedilas climaacuteticas aleacutem do incremento na capacidade de simulaccedilatildeo em bacias

sem estaccedilotildees de coleta de dados

48

252 Modelagem Hidrodinacircmica

A modelaccedilatildeo hidraacuteulica pode apresentar o escoamento permanente ou natildeo

permanente

2521 Escoamento Permanente

Quando a velocidade local em um ponto natildeo muda com o tempo o

escoamento eacute definido como permanente Como consequecircncia outras condiccedilotildees de

contorno como vazatildeo profundidade raio hidraacuteulico entre outros seratildeo invariaacuteveis

Escoamento uniforme eacute aquele no qual a declividade a velocidade e as

caracteriacutesticas geomeacutetricas do canal coacuterrego ou rio natildeo variam ao longo da sua

extensatildeo supondo-se com linhas de fluxo paralelas e retas (PORTO 2006) Esta

simplificaccedilatildeo eacute usualmente utilizada no dimensionamento e verificaccedilatildeo da

capacidade de vazatildeo de canais pelas facilidade do seu equacionamento utilizando

as equaccedilotildees de Cheacutezy e Manning que consideram a resistecircncia do contorno do

canal (CANHOLI 2005)

Os princiacutepios da conservaccedilatildeo de energia constante na foacutermula de Bernoulli

e da conservaccedilatildeo de massa desempenhado pela equaccedilatildeo da continuidade

fundamentam os modelos que adotam o escoamento permanente (GRACIOSA

2010) Seus usos mais frequentes satildeo a anaacutelise do perfil de cheias o caacutelculo do

remanso de rios o dimencionamento de obras hidraacuteulicas e o escoamento em

estiagem entre outras utilizaccedilotildees (TUCCI 1998)

2522 Escoamento Natildeo Permanente

Quando a velocidade do fluxo em determinado ponto se modifica com o

tempo tem-se o escoamento natildeo permanente Satildeo as coordenadas espaciais do

ponto e do tempo que definem essa condiccedilatildeo A passagem de uma onda de cheia

eacute um exemplo de onde esse regime ocorre fato este que acontece na maioria dos

problemas hidroloacutegicos de escoamento superficial de canais (PORTO 2006 TUCCI

1998)

As equaccedilotildees da continuidade e da quantidade de movimento reproduzem

esse tipo de escoamento e quando associadas satildeo chamadas de equaccedilotildees de

Saint Veacutenant Eacute comum o uso de simplificaccedilotildees que facilitam o uso desse conjunto

49

de equaccedilotildees Um exemplo eacute o tratamento unidirecional do escoamento natildeo

levando em consideraccedilatildeo as variaccedilotildees de velocidade nas direccedilotildees horizontal

(lateral) e vertical (profundidade) Quando os modelos satildeo mais complexos por

considerarem todos os elementos das equaccedilotildees de Saint Veacutenant (pressatildeo e ineacutercia

do fluxo atrito e gravidade) passam a ser chamados de modelos hidrodinacircmicos O

sistema de equaccedilotildees que se forma para representar este escoamento somente

pode ser solucionado por meacutetodos numeacutericos que permitem a discretizaccedilatildeo do rio

em seccedilotildees Meacutetodos analiacuteticos natildeo resolvem os sistemas de equaccedilotildees resultantes

desse tipo de escoamento (TUCCI 1998)

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis System)

Software livre do Corpo de Engenheiros do Exeacutercito dos Estados Unidos da

Ameacuterica (US Army Corps of Engineers) eacute um programa de modelaccedilatildeo hidraacuteulica

unidirecional para uma rede de rios e canais Aleacutem do escoamento permanente ele

modela o escoamento natildeo permanente o transporte de sedimentos e modela

tambeacutem anaacutelises de qualidade de aacutegua (USACE 2010)

O caacutelculo da lacircmina daacutegua nos canais considerando fluxo uniforme

gradualmente variado ou bruscamente variado para regimes de escoamento

supercriacutetico e sub criacutetico satildeo funccedilotildees da modelaccedilatildeo do escoamento permanente

Pela equaccedilatildeo de Manning e pela utilizaccedilatildeo de coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo

satildeo calculadas as perdas de energia A equaccedilatildeo da quantidade de movimento eacute

utilizada em situaccedilotildees onde a variaccedilatildeo do niacutevel daacutegua ocorre rapidamente (USACE

2010)

Um meacutetodo hidrodinacircmico com a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees completas de

Saint Veacutenant possibilita a modelaccedilatildeo do escoamento natildeo permanente Regimes de

escoamento subcriacutetico ou supercriacutetico ou ambos podem ser analisados nesse

modelo Os caacutelculos hidraacuteulicos de pontes bueiro e outras estruturas tambeacutem satildeo

incorporados para o componente de escoamento permanente (USACE 2010)

A geometria de cada uma das seccedilotildees consideradas do canal condiccedilotildees de

contorno e valores do coeficiente (n) de rugosidade de Manning para o canal e

planiacutecie de inundaccedilatildeo aleacutem da vazatildeo utilizada para a modelaccedilatildeo (valores fixos para

50

o escoamento permanente e hidrogramas para o natildeo permanente) satildeo os principais

dados de entrada para o software

A interaccedilatildeo entre o HEC-RAS e um SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Geograacuteficas) se daacute atraveacutes da plataforma HEC-GeoRAS Satildeo ferramentas para

softwares tipo ArcGIS ou Quantum GIS que manipulam os dados geograacuteficos que

seratildeo utilizados no HEC-RAS Gera-se um modelo digital de terreno (MDT) que eacute

importado para o HEC-RAS Realizada a modelaccedilatildeo hidraacuteulica um novo arquivo eacute

gerado Este pode ser exportado novamente para o ArcGIS ou o Quantum GIS

permitindo uma anaacutelise espacial da planiacutecie de inundaccedilatildeo modelada FIGURA 5

(USACE 2010)

FIGURA 5 ndash Modelaccedilatildeo Hidraacuteulica HEC-RAS (USACE-US Army Corps of Engineers 2010)

51

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica

Os softwares descritos anteriormente satildeo amplamente utilizados no meio

acadecircmico Mulungo (2012) desenvolveu um modelo para a bacia hidrograacutefica do

Campus da UFSC em FlorianoacutepolisSC com o objetivo geral de analisar as

inundaccedilotildees da bacia hidrograacutefica daquele campus por meio do modelo hidroloacutegico

de chuva-vazatildeo (HEC-HMS) e hidrodinacircmico (HEC-RAS) Como objetivos

especiacuteficos o trabalho avaliou a vazatildeo com base na chuva de projeto para

diferentes periacuteodos de retorno verificou as mudanccedilas no uso da cobertura do solo

da bacia e analisou suas consequecircncias na vazatildeo do rio do Meio Verificou-se a

aacuterea inundada e as respectivas cotas

A anaacutelise dos resultados permitiu apresentar algumas conclusotildees entre

elas que entre 1998 e 2007 houve um acreacutescimo de 15 de aacuterea construiacuteda da

bacia do Campus da UFSC aumentando em 27 na vazatildeo de piso e de 26 no

volume escoado Foram feitas anaacutelises da capacidade maacutexima de escoamento sem

transbordamento causado por uma ponte e simulaccedilotildees de manchas de inundaccedilatildeo

FIGURA 6

Ele recomendou que fosse feito o planejamento e a regulamentaccedilatildeo

urgentes do uso e ocupaccedilatildeo de solo da bacia tendo em vista a existecircncia de um

processo contiacutenuo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo podendo

acarretar graves problemas ao sistema de drenagem favorecendo a ocorrecircncia de

inundaccedilotildees

52

FIGURA 6 ndash Mancha de Inundaccedilatildeo observada (MO) e simulada (MS) para 1995 na fase de calibraccedilatildeo do HEC-RAS da bacia hidrograacutefica do Campus da UFSC

(MULUNGO 2012)

253 Modelo Hidroloacutegico

O comportamento de uma bacia hidrograacutefica ainda que composto por

fenocircmenos naturais como evaporaccedilatildeo precipitaccedilatildeo infiltraccedilatildeo e escoamento de

rios pode ser simulado pela elaboraccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos Os modelos tecircm

por objetivo reproduzir e facilitar o entendimento de como funcionam os fenocircmenos

e possibilitando a elaboraccedilatildeo de previsotildees Funccedilotildees matemaacuteticas experimentais e

conceituais satildeo a base do funcionamento de diversos tipos de modelo incluindo os

modelos que representam o ciclo hidroloacutegico (TUCCI 1998)

Eacute importante mencionar que os modelos hidroloacutegicos apresentam limitaccedilotildees

que devem ser levadas em consideraccedilatildeo tanto na escolha do modelo quanto na

expectativa de objetivos e resultados Os modelos satildeo ainda dependentes de outros

53

fatores que tambeacutem interferem na sua definiccedilatildeo como a heterogeneidade fiacutesica da

bacia a diversidade dos processos envolvidos a quantidade e qualidade dos dados

hidroloacutegicos disponiacuteveis representaccedilatildeo espacial de variaacuteveis e fenocircmenos

simplificaccedilotildees entre outros (TUCCI 1998)

Neste trabalho natildeo foram realizados os estudos de chuva-vazatildeo por falta de

mediccedilotildees das curvas chave Quando tiverem sido feitos os levantamentos das

curvas-chave nas estaccedilotildees fluviomeacutetricas implantadas seraacute possiacutevel fazer esse

estudo

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A Secretaria Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil vinculada ao Ministeacuterio da

Integraccedilatildeo Nacional estabeleceu a Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil -

PNPDEC instituiacuteda pela Lei nordm 12608 de 10 de abril de 2012 publicada no Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo nordm 70 de 11 de abril de 2012 traz os princiacutepios os objetivos e

instrumentos de como a gestatildeo de riscos de desastres e a gestatildeo de desastres

seratildeo implementadas no Brasil com o propoacutesito de assegurar condiccedilotildees sociais

econocircmicas e ambientais adequadas para garantir a dignidade da populaccedilatildeo e

garantir a promoccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

Aleacutem da PNPDEC a Secretaria Nacional controla o CENAD ndash Centro

Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres manteacutem o Sistema Integrado de

Informaccedilotildees sobre Desastres ndash S2ID possue programas e accedilotildees para aprimorar a

coordenaccedilatildeo e a gestatildeo das accedilotildees de preparaccedilatildeo prevenccedilatildeo mitigaccedilatildeo resposta e

recuperaccedilatildeo para a proteccedilatildeo e defesa civil estabelece as regras e condiccedilotildees para a

decretaccedilatildeo de Situaccedilatildeo de Emergecircncia ou Estado de Calamidade Puacuteblica e

disponibiliza modalizades de transferecircncia de recursos para accedilotildees de prevenccedilatildeo

resposta e recuperaccedilatildeo Possui ainda programas como o ldquoConstruindo Cidades

Resilientesrdquo por meio da definiccedilatildeo de accedilotildees e prioridades na aacuterea de gestatildeo do

risco de desastres em cada localidade

A Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina possui uma

estrutura voltada especialmente para a prevenccedilatildeo mas tambeacutem para respostas

Tem feito investimentos significativos na implantaccedilatildeo de radares meteoroloacutegicos na

construccedilatildeo de barragens para a contenccedilatildeo de cheias e na qualificaccedilatildeo da estrutura

fiacutesica e de pessoal da secretaria

54

Muitas satildeo as atribuiccedilotildees definidas a Secretaria Estadual entrele elas

destacamos a prevenccedilatildeo e preparaccedilatildeo para desastres a assistecircncia e socorro agraves

viacutetimas das calamidades o restabelecimento de serviccedilos essenciais a reconstruccedilatildeo

realizar estudos e pesquisas sobre riscos e desastres elaborar e implementar

diretrizes planos programas e projetos para prevenccedilatildeo minimizaccedilatildeo e respostas a

desastres causados por accedilatildeo da natureza eou do homem no acircmbito do Estado

coordenar a elaboraccedilatildeo do plano de contingecircncia estadual e fomentar a elaboraccedilatildeo

dos planos de contingecircncia municipais (ou planos de accedilatildeo de emergecircncia) e

mobilizar recursos para prevenccedilatildeo e minimizaccedilatildeo dos desastres

O Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ou Plano de Accedilatildeo Emergencial ou Plano de

Accedilotildees Emergenciais (PAE) ou Plano de Contingecircncia Municipal determina as

accedilotildees de resposta do empreendedor eou autoridades puacuteblicas durante

emergecircncias tais como vazamentos explosotildees incecircndios desastres naturais

como terremotos tempestades inundaccedilotildees furacotildees dentre outros (CONSEIL

POUR LA REacuteDUCTION DEcircS ACCIDENTS INDUSTRIEL MAJEURS 2002 apud

YOGUI amp MACEDO 2012)

Em 2005 pelo Comitecirc de Gerenciamento da Bacia Hidrograacutefica do Rio

Cubatatildeo JoinvilleSC (CCJ 2005) um Plano de Alerta e Atendimento a

Emergecircncias de inundaccedilatildeo do rio Cubatatildeo do Norte foi apresentado Nele satildeo

descritas medidas a serem tomadas em situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo com intuito de

mitigar danos facilitar a implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo do plano com foco em dar

resposta raacutepida agrave comunidade A inundaccedilatildeo que mais causou danos agrave comunidade

aconteceu em 1995 com o rompimento da barragem do Rio Cubatatildeo na Bacia

Hidrograacutefica do Rio Cubatatildeo do Norte

Em geral as mais graves inundaccedilotildees estatildeo associadas ao rompimento de

barragens causadas por eventos de cheia extremas Na literatura tem-se estudos

de PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilotildees causadas por ruptura de barragem para

atender a Lei n 123342010 conforme a Poliacutetica Nacional de Seguranccedila de

Barragens (CARDIA et al 2015) Essas inundaccedilotildees satildeo bruscas com elevaccedilatildeo do

niacutevel da aacutegua em intervalo de tempo muito menor que as cheias naturais Balbi

(2008) apresentou metodologias para a elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees

emergenciais para inundaccedilotildees induzidas por rompimento de barragens tendo como

estudo de caso a barragem de Peti em Minas Gerais O foco do seu estudo foi

preparar planos de accedilatildeo emergencial (PAE) para evitar ou reduzir os danos

55

causados pela ruptura de barragens a partir da revisatildeo de metodologias nacionais e

internacionais

Decina (2012) analisou medidas de controle de inundaccedilotildees com base na

avaliaccedilatildeo de cenaacuterios de uso e ocupaccedilatildeo desorganizada do solo pela urbanizaccedilatildeo

na bacia do Coacuterrego do Gregoacuterio em Satildeo CarlosSP Em eventos de chuva as

inundaccedilotildees satildeo deflagradas e prejuiacutezos satildeo causados e com intuito de mitigar

esses prejuiacutezos fez simulaccedilotildees computacionais de diferentes cenaacuterios utilizando

softwares HEC-HMS (modelo hidroloacutegico) e HEC-RAS (modelo hidrodinacircmico)

Essa mesma anaacutelise foi feita por Ali et al (2011) no Paquistatildeo Segundo Ali et al

essa metodologia possibilitou a melhoria no procedimento de accedilotildees futuras em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees

Outro fator que mostra a importacircncia da elaboraccedilatildeo do PAE aleacutem das

mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo satildeo as mudanccedilas climaacuteticas Os modelos

globais tecircm mostrado que essa regiatildeo teraacute um aumento de chuvas acompanhada

dos eventos de extremos (MILLY et al 2005 MARENGO et al 2007 Groisman et

al 2005) o que iraacute acarretar em eventos de inundaccedilatildeo frequentes e mais severas

A FIGURA 7 mostra que a regiatildeo de estudo poderaacute sofrer aumento na vazatildeo com

tendecircncia de acreacutescimo de aproximadamente 40 para o periacuteodo entre 2041-2060

Eventos extremos tanto de seca como de inundaccedilotildees vecircm se mostrando

frequentes em todo territoacuterio nacional com amplitudes cada vez maiores

(MARENGO 2014) e aumentando as aacutereas vulneraacuteveis agraves inundaccedilotildees

56

FIGURA 7 - Mudanccedila relativa em das vazotildees simuladas para o periacuteodo 1971-2000 com base nos dados de 1900-1970 (A) e para o periacuteodo 2041-2060 com base nos dados de 1900-1998 (B) baseado em cenaacuterios construiacutedos pelo IPCC (Painel

Internacional de Mudanccedilas Climaacuteticas) (FONTE Milly et al 2005)

Amaral e Ribeiro (2009) apresentaram accedilotildees para reduccedilatildeo de perdas em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees que foram baseados nos trabalhos de Kobiyama et al

(2004 e 2006) Essas accedilotildees satildeo identificar as aacutereas de risco e natildeo ocupaacute-las

respeitando as aacutereas de APP (Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente) aliadas agrave

educaccedilatildeo ambiental Em caso de situaccedilatildeo emergencial eacute imprescindiacutevel a

transmissatildeo atraveacutes da miacutedia de informaccedilotildees sobre a previsatildeo e a ocorrecircncia de

chuvas intensas e tambeacutem o seu acompanhamento durante o evento

Em 2012 foi elaborada uma cartilha sobre prevenccedilatildeo de risco de desastres

pela equipe do CEPED (Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre

Desastres) onde satildeo apresentadas as definiccedilotildees sobre desastres sua

caracterizaccedilatildeo e classificaccedilatildeo prejuiacutezos ocasionados acionamento de planos de

contingecircncias e de risco e medidas de prevenccedilatildeo e treinamento para lidar com

eventos extremos para fortalecimento das comunidades mais vulneraacuteveis que satildeo

utilizados na elaboraccedilatildeo do PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo em Rio NegrinhoSC

57

3 O ESTADO DA ARTE

A Deltares instituto holandecircs independente referecircncia mundial em

pesquisas aplicadas relacionadas aos recursos hiacutedricos vem implementando a

capacidade de previsatildeo do niacutevel de aacutegua alturas de ondas e erosatildeo atraveacutes do

desenvolvimento de um sistema integrador informatizado e em tempo real Delft-

FEWS (WERNERet al 2013 GIJSBERS 2010) capaz de utilizar diferentes

programas computacionais e resultados de simulaccedilotildees interna do sistema bem

como simulaccedilotildees realizadas em outras plataformas com intuito de diminuir o risco

de inundaccedilotildees e de rompimento de diques de proteccedilatildeo e barragens

Implementado em mais de 35 paiacuteses (EUA Inglaterra Paiacutes de Gales e

Holanda entre outros) o Delft-FEWS eacute o sistema nacional oficial de previsatildeo de

cheias da Holanda Sistemas de previsatildeo de inundaccedilotildees satildeo tambeacutem

desenvolvidos pela empresa prevendo vazotildees e niacuteveis de aacutegua A ferramenta DAM

Live eacute utilizada para avaliar a resistecircncia e estabilidade das barragens e diques para

proteccedilatildeo contra inundaccedilotildees encontra-se implementada nos Paiacuteses Baixos e na

China (DELTARES 2017) Esse sistema tambeacutem tem sido utilizado pelo Sistema

Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees do Reino Unido (UK National Flood Forecasting

System ndash NFFS) (LEEDAL et al 2012) No Brasil segundo Pinto (2003) o sistema

integrador pode ajudar os operadores e tomadores de decisatildeo em situaccedilotildees

emergenciais de cheias

O Sistema Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees (NFFS) eacute responsaacutevel pela

previsatildeo de inundaccedilotildees fluviais e costeiras da Agecircncia Ambiental da Inglaterra e do

Paiacutes de Gales O NFFS foi desenvolvido pela antiga WL | Delft Hydraulics (agora

Deltares) com a subcontratada Tessella Scientific Software Solutions do Reino Unido

(UK) Desde 2006 o NFFS estaacute totalmente operacional em todas as regiotildees

operadas pela Agecircncia Ambiental inglesa eacute o principal sistema de previsatildeo de

inundaccedilotildees (DELTARES 2017)

Outro software o Delft3D Flexible Mesh Suite FIGURA 8 simula tsunamis

furacotildees tempestades ondas fluxos e niacuteveis de aacutegua detalhados transporte e

morfologia de sedimentos qualidade da aacutegua e tambeacutem suas interaccedilotildees

(DELTARES 2017)

58

FIGURA 8 ndash Tela Ilustrativa do Delft3D Flexible Mesh Suite (Delft3D FM) (DELTARES 2017)

No caso de Bangladesh paiacutes assolado por inundaccedilotildees frequentes

necessitava de um sistema eficaz para previsatildeo como tambeacutem para alertas junto agrave

comunidade de prementes inundaccedilotildees O Sistema Integrado de Alerta Multi-Perigo

(RIMES) foi desenvolvido para atender a essa necessidade A comunicaccedilatildeo do

sistema eacute baseado na utilizaccedilatildeo do serviccedilo moacutevel tornando-o financeiramente

sustentaacutevel (DELTARES 2017)

Dois meacutetodos foram escolhidos para a divulgaccedilatildeo de mensagens de voz I) O

Voice Message Broadcast (VMB) para o envio de avisos de oacutergatildeos nacionais de

hierarquia superior avisos regionais e avisos locais II) Short Message System

(SMS) para o envio de dados de niacutevel de aacutegua e outras informaccedilotildees locais Aleacutem

disso voluntaacuterios foram treinados juntamente com a equipe teacutecnica e os funcionaacuterios

do governo sendo capacitados para entender e reagir em situaccedilatildeo emergencial

Essas inovaccedilotildees foram testadas na temporada de inundaccedilotildees de 2014 enviando

diariamente alertas de 300 VMB com total apoio governamental do Centro de

Previsatildeo e Prevenccedilatildeo de Inundaccedilotildees (Flood Forecasting and Warning Center-

FFWC) e do Conselho de Desenvolvimento de Aacutegua de Bangladesh (Bangladesh

Water Developement Board - BWDB) A avaliaccedilatildeo apoacutes os eventos de inundaccedilatildeo de

2014 mostrou o sucesso do projeto onde as pessoas da comunidade receberam

59

entenderam e confiaram nas informaccedilotildees vindas do VMB transformando-as

emaccedilotildees para proteger suas vidas e seus bens (DELTARES 2017)

No Brasil a pedido da Marinha Brasileira a Deltares criou um sistema de

previsatildeo costeira em tempo real para a Baiacutea de Guanabara FEWS-Guanabara

Essa baiacutea eacute um dos estuaacuterios mais movimentados da Ameacuterica do Sul em termos de

navegaccedilatildeo e atividades recreativas O FEWS-Guanabara processa e aplica os

dados disponiacuteveis de mediccedilatildeo da Marinha e do INMET (Instituto Nacional de

Meteorologia) bem como previsotildees meteoroloacutegicas do INPE (Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais) da NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration)

e previsotildees de onda da REMO (Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo

Oceanograacutefica) gerando previsotildees da hidrodinacircmica na baiacutea usando modelos

digitais do terreno (MDT) O sistema tambeacutem aplica os dados de mediccedilatildeo para

validaccedilatildeo sistemaacutetica do modelo (DELTARES 2017)

A CEMIG (Companhia Energeacutetica de Minas Gerais) finalizou em 2016 um

projeto do desenvolvimento de um sistema integrador que permitiu o acoplamento

dos vaacuterios modelos meteoroloacutegicos hidroloacutegicos e estatiacutesticos agregando tambeacutem

dados e informaccedilotildees operacionais de seus reservatoacuterios modelos digitais de terreno

e informaccedilotildees georreferenciadas para melhorar a capacidade de previsatildeo de

inundaccedilotildees (CEMIG 2017)

Outra instituiccedilatildeo de renome eacute a Agecircncia de Protenccedilatildeo Ambiental dos

Estados Unidos (USEPA) Ela disponibiliza uma variedade de ferramentas

computacionais orientaccedilotildees e procedimentos em resposta agraves diferentes situaccedilotildees

emergecircncias sendo uma delas a de inundaccedilatildeo

A USEPA disponibiliza prcedimentos para elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees de

emergecircncia mitigaccedilatildeo de cataacutestrofes sistemas de comunicaccedilatildeo de risco

planejamento de emergecircncia protocolos de resposta procedimentos de preparaccedilatildeo

para a inundaccedilatildeo procedimentos durante a inundaccedilatildeo e procedimentos de

recuperaccedilatildeo poacutes inundaccedilatildeo (EPA 2017)

Os Institutos Lactec de CuritibaPR utilizando os modelos desenvolvidos

pela Deltares USEPA e outros vem desenvolvendo estudos hidroloacutegicos e

hidrodinacircmicos utilizando mapeamento a laser de territoacuterios com geraccedilatildeo de

produtos cartograacuteficos de alta resoluccedilatildeo e precisatildeo medida em centiacutemetros

associados a teacutecnicas de realidade virtual tendo como um dos produtos finais a

simulaccedilatildeo virtual de inundaccedilatildeo (LACTEC 2017)

60

O CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres

Naturais no Brasil aleacutem de possuir redede monitoramento proacutepria desenvolve

diversas linhas de pesquisa sobre o tema entre as quais cabe destacar

- Investigaccedilatildeo das caracteriacutesticas dos veranicos na Regiatildeo Sudeste do Brasil e

potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees

- Extremos de chuva deflagradores de desastres naturais no Brasil

- Desenvolvimento de potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees de veranicos extremos

- Variabilidade subsazonal da precipitaccedilatildeo no semiaacuterido

- Modelagem hidrodinacircmica para o desenvolvimento de sistemas de alerta de

inundaccedilatildeo

- Sistema de previsatildeo hidroloacutegica de longo e curto prazo usando diferentes fontes de

dados pluviomeacutetricos

- Desenvolvimento de sistema de previsatildeo hidroloacutegica para a bacia do Rio Satildeo

Mateus e bacias da Regiatildeo Serrana do Estado do Rio de Janeiro

- Aplicaccedilatildeo de inteligecircncia computacional em mineraccedilatildeo e modelagem para previsatildeo

de niacutevel de rios em bacias hidrograacuteficas de resposta raacutepida

- Impactos potenciais de inundaccedilotildees em infraestruturas de transporte e mobilidade

urbana

- Modelagem de dados hidrometeoroloacutegicos com teacutecnicas de inteligecircncia

computacional aplicada agrave previsatildeo de curto prazo de inundaccedilotildees

- Geoprocessamento aplicado a anaacutelise dinacircmica de Impactos potenciais de

inundaccedilotildees em mobilidade urbana

A Secretaria de Estado de Defesa Civil de Santa Catarina tem seu maiores

investimentos em estruturaccedilatildeo monitoramento e alerta O territoacuterio catarinense teraacute

100 de cobertura por radares meteoroloacutegicos ainda neste ano resultado da

compra de dois novos equipamentos um para a regiatildeo oeste do estado em

Chapecoacute e outro para o Sul em Araranguaacute que assosiados ao de Lontras

completaratildeo o sistema

Este estudo visa apresentar soluccedilotildees com sistemas de baixo custo nas

aacutereas de monitoramento preparaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de cidades em resposta aos

problemas decorrentes das inundaccedilotildees tendo como paracircmetro o estudo de caso na

cidade de Rio NegrinhoSC

61

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E GEOGRAacuteFICAS

O foco deste estudo eacute a aacuterea de inundaccedilatildeo da cidade de Rio Negrinho

contudo o estudo abrange toda a bacia do rio Negrinho

Os dados e informaccedilotildees histoacutericas e geograacuteficos do municiacutepio e da bacia do

rio Negrinho e seu entorno foram obtidos em sites e em literatura

A restituiccedilatildeo do levantamento aerofotogrameacutetrico realizado em 2004 pela

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho foi utilizado neste estudo em conjunto com as

informaccedilotildees provenientes do levantamento aerofotogrameacutetrico do Estado de Santa

Catarina realizado em 2011 pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel e

disponibilizado aos municiacutepios em 2013

Outras fontes utilizadas foram as publicaccedilotildees do DNPM ndash Departamento

Nacional de Produccedilatildeo Mineral CPRM ndash Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil EPAGRI -

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA

Secretarias do Estado de Santa Catarina e Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO

Na cidade de Rio Negrinho a grande inundaccedilatildeo de 1983 ficou marcada

pelo despreparo da comunidade e da estrutura puacuteblica O lapso temporal de 72 anos

desde a grande inundaccedilatildeo de 1911 a falta de registros histoacutericos e de preparaccedilatildeo

para eventos dessa natureza fez com que a comunidade natildeo tivesse consciecircncia

dos danos que um evento dessa magnitude poderia causar (PMRN 1983)

A FIGURA 9 e a FIGURA 10 mostram a cidade tomada pelas aacuteguas

naquele ano

Em 1992 nove anos mais tarde o evento de grandes proporccedilotildees se repete

FIGURA 11 e FIGURA 12 As perdas novamente foram enormes A estrutura puacuteblica

administrativa ainda estava toda ela na aacuterea de inundaccedilatildeo Prefeitura Municipal

Corpo de Bombeiros Poliacutecia Militar e a situaccedilatildeo mais criacutetica de todas a Fundaccedilatildeo

Hospitalar (PMRN 1992)

Histoacuterias de pacientes sendo retirados pela janela do segundo piso do antigo

preacutedio da Fundaccedilatildeo Hospitalar bem como enterros sendo realizados com canoas

62

em parte do trajeto ateacute o cemiteacuterio fazem parte de cada uma dessas grandes

inundaccedilotildees (PMRN 1992)

FIGURA 9 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho em 1983 ndash Vista Hotel Pousada Joatildeo de Barro (PMRN 1983)

FIGURA 10 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1983 ndash Vista da Rua Jorge Zipperer e da Igreja Matriz

(PMRN 1983)

63

FIGURA 11 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Rua Satildeo Paulo (PMRN 1992)

FIGURA 12 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Antiga Cacircmara de Vereadores

(PMRN 1992)

A grande inundaccedilatildeo de 1992 foi muito marcante para o muacuteniciacutepio de Rio

Negrinho porque ocorreu depois de um periacuteodo relativamente curto apoacutes a grande

inundaccedilatildeo de 1983 A partir dela a comunidade entendeu que o evento vai se repetir

e que eacute preciso ou sair da aacuterea de inundaccedilatildeo ou estar preparado para ela

64

Mudanccedilas significativas ocorreram na estrutura do municiacutepio A Prefeitura

Municipal o Corpo de Bombeiros e a Poliacutecia Militar foram deslocados para novas

estruturas fiacutesicas fora da aacuterea de inundaccedilatildeo Num trabalho conjunto entre poder

puacuteblico entidades sem fins lucrativos e a comunidade o municiacutepio construiu um

novo hospital numa regiatildeo central poreacutem elevada

O sistema de abastecimento de aacutegua foi modificado de forma a minimizar o

impacto da falta de aacutegua durante as inundaccedilotildees O sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica foi todo modificado com a elevaccedilatildeo de redes e o reposicionamento

de ramais principais de fornecimento de energia

Na grande inundaccedilatildeo de 2014 FIGURA 13 e FIGURA 14 constatou-se que

apesar das mudanccedilas efetuadas na estrutura do municiacutepio a preparaccedilatildeo para

administrar eventos dessa natureza ainda eacute muito deficiente especialmente no que

se refere a organizaccedilatildeo da comunidade repasse de informaccedilotildees e monitoramento

das chuvas e dos rios

Os prejuiacutezos foram enormes Muitos que tentaram salvar seus bens

moacuteveis elevando-os num primeiro momento acreditando que a aacutegua natildeo atingiria

niacuteveis tatildeo elevados sem remover dos locais atingidos perderam esse esforccedilo e os

bens

FIGURA 13 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

65

FIGURA 14 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

Ainda assim a experiecircncia das duas inundaccedilotildees de 1983 e 1992 serviu

como referecircncia para o gerenciamento durante e apoacutes o evento Obteve-se o apoio

da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina do 5ordm Regimento de Carros de

Combate de Rio Negro ndash 5ordm RCC aleacutem de um nuacutemero significativo de entidades da

cidade e de cidades vizinhas

As grandes inundaccedilotildees sempre representam para o municiacutepio atraso ao seu

desenvolvimento poreacutem na inundaccedilatildeo de 2014 constatou-se que algumas

edificaccedilotildees especialmente comerciais e escolares jaacute possuem seus planos de

emergecircncia ainda que natildeo escritos com organizada retirada de bens locais para

depoacutesito limpeza e recuperaccedilatildeo da estrutura apoacutes as aacuteguas baixarem conseguindo

retornar agraves suas atividades no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

66

Em 2014 pelos registros da Defesa Civil 1500 edificaccedilotildees foram atingidas

sendo 526 comerciais e 974 residenciais FIGURA 15 a FIGURA 17

Nesse cenaacuterio surgiu um conjunto de problemas para serem administrados

que incluem aleacutem da hospedagem e alimentaccedilatildeo dos desabrigados questotildees de

seguranccedila puacuteblica informaccedilotildees recebidas e transmitidas tracircnsito abastecimento de

aacutegua fornecimento de energia eleacutetrica atendimentos de sauacutede deslocamentos em

seguranccedila locais isolados pelas aacuteguas reivindiccedilatildeo de recursos junto aos oacutergatildeos

estaduais e federais levantamento de dados quantificaccedilatildeo de prejuiacutezos

funcionamento de escolas retirada de entulhos disposiccedilatildeo e destino final de

entulhos cadastro de desabrigados fornecimento de materiais de limpeza

distribuiccedilatildeo de colchotildees cobertores e alimentos etc

67

FIGURA 15 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (c) Rua Jorge Zipperer (b) (d) e (e) Rua Senador Nereu Ramos (f) Rua Carlos Weber

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

68

FIGURA 16 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (b) e (d) Rua Carlos Weber (c) Rua Luiz Scholz (e) Rua

Jorge Zipperer (PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

69

FIGURA 17 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) (b) (d) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (c) Rua Carlos Ruckl (e) Travessa Eugecircnio Ferreira de Lima

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

70

A TABELA 1 apresenta o resultado da compilaccedilatildeo dos principais

registros histoacutericos obtidos neste trabalho relacionados aos eventos das grandes

inundaccedilotildees em Rio NegrinhoSC

TABELA 1 ndash Registros Histoacutericos das Inundaccedilotildees de Rio NegrinhoSC

(Autor 2017)

71

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho estaacute localizada no norte do estado de

Santa Catarina proacutexima agrave divisa com o estado do Paranaacute conforme mostra a

FIGURA 18 Essa bacia estaacute inserida na bacia do alto rio Negro e tem sua maior

porccedilatildeo dentro do municiacutepio de Rio Negrinho e parte no municiacutepio de Satildeo Bento do

Sul Sua nascente estaacute localizada na divisa entre os municiacutepios de Rio Negrinho e

Corupaacute

72

FIGURA 18 ndash Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho (a) no Estado de Santa Catarina (b) nos municiacutepios de Rio Negrinho e Satildeo Bento do Sul (hachurado)

e (c) afluentes do rio Negrinho (Autor 2017)

73

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 19 possui aproximadamente

302 kmsup2 Os principais afluentes satildeo o rio dos Banhados o rio do Salto o rio

Serrinha e o rio dos Bugres No baixo curso do rio Negrinho proacuteximo a sua foz no

rio Negro estaacute localizada a aacuterea urbana do municiacutepio de Rio Negrinho

FIGURA 19 ndash Subbacias do rio Negrinho (Autor 2016)

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA

A aacuterea de estudo estaacute inserida na Formaccedilatildeo Rio Bonito pertencente ao

Grupo Guataacute e nas Formaccedilotildees Rio do Sul e Mafra pertencentes ao Grupo Itarareacute

Ambos os grupos estatildeo inseridos em substrato sedimentar pertencente ao Super

Grupo Tubaratildeo (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio Bonito eacute constituiacuteda de depoacutesitos

fluacutevio-deltaacuteicos compreendendo arenitos imaturos (arcoacuteseos e subarcoacuteseos)

esbranquiccedilados finos a meacutedios localmente grosseiros argilosos micaacuteceos e

secundariamente arenitos muito finos siltitos argilitos folhelhos carbonososleitos

de carvatildeo e conglomerados (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio do Sul eacute constituiacuteda de

74

folhelhos e argilitos cinza-escuros na porccedilatildeo inferior diamicitos acinzentados com

matriz arenosa intercalados com arenitos muito finos na porccedilatildeo intermediaacuteria e

folhelhos normalmente vaacutervicos argilitos ritmitos e siltitos na porccedilatildeo superior A

Formaccedilatildeo Mafra eacute constituiacuteda por sequecircncia fluacutevio-marinha com predomiacutenio de

arenitos esbranquiccedilados amarelados e avermelhados finos a grosseiros ocorrendo

tambeacutem diamicitos ritmitos conglomerados argilitos e argilitos vaacutervicos e possuindo

uma aacuterea aflorante expressiva especialmentena divisa com o Paranaacute (DNPM 1986

SILVA E BORTOLUZZI 1987)

Na FIGURA 20 tem-se o mapa geoloacutegico da bacia do Rio Negrinho

elaborado com base na carta SG22 ndash Curitiba disponibilizadas pelo Serviccedilo

Geoloacutegido Brasil (CPRM) atraveacutes dos projetos GIS Brasil 11000000 e GEOBANK

Observa-se que a principal litologia encontrada na bacia satildeo os arenitos e folhelhos

ocupando 93 da aacuterea total da bacia seguidos de Gnaisse Granulito e Gnaisse

Granuliacutetico com 57

A intemperizaccedilatildeo desses arenitos e folhelhos deu origem ao Cambissolo

principal tipo de solo encontrado na bacia do rio Negrinho O Cambissolo segundo a

Embrapa (1998 2006) compreende solos minerais natildeo hidromoacuterficos com

horizonte B (FIGURA 21 e TABELA 2) incipiente e bastante heterogecircneo tanto no

que se refere a cor espessura e textura quanto no que diz respeito agrave atividade

quiacutemica da fraccedilatildeo argila e saturaccedilatildeo por bases Este horizonte situa-se

imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A exceto o fraco ou sob

horizonte H turfoso Satildeo derivados de materiais relacionados a rochas de

composiccedilatildeo e natureza bastante variaacuteveis desde as mais antigas que constituem o

embasamento do Complexo Brasileiro ateacute as de origem recente passando pelas

metamoacuterficas do complexo Brusque pelas intrusivas graniacuteticas referidas ao Eo-

Paleozoacuteico pelas sedimentares do Paleozoacuteico pelo arenito Botucatu e pelas

efusivas da Formaccedilatildeo Serra Geral

Os cambissolos satildeo solos em geral aacutecidos de difiacutecil penetraccedilatildeo de aacutegua e

encontrados em relevos mais ondulados como eacute o caso da bacia hidrograacutefica do rio

Negrinho e superfiacutecies mais jovens Satildeo solos rasos com pouca capacidade de

armazenamento de aacutegua baixa porosidade e alta permeabilidade As precipitaccedilotildees

sobre essas aacutereas tendem a gerar vazotildees mais rapidamente causando picos mais

elevados de ondas de cheia

75

FIGURA 20 ndash Mapa geoloacutegico da bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

76

FIGURA 21 ndash (a) Formaccedilatildeo de solos e (b) Perfil de solo

(a) Formaccedilatildeo de solos (LEPSCH 2002)

(b) Perfil do solo (EMBRAPA 2017)

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO (EMBRAPA 2008)

Horizonte Descriccedilatildeo

O H

O ndash Camada orgacircnica superficial pouco ou natildeo decomposta (serrapilheira) H- Camada superficial ou natildeo constituiacuteda de material orgacircnico residuos vegetais depositados sob condiccedilotildees de baixa aeraccedilatildeo e saturado (hidromorfismo)

A Horizonte mineral de coloraccedilatildeo escura (melanizaccedilatildeo) composta por material orgacircnico e presenccedila de atividade bioloacutegica

B Horizonte de maior desenvolvimento pedogeneacutetico com maior concentraccedilatildeo de composto de ferro e argilo-minerais e menor quantidade de mateacuteria orgacircnica do que o horizonte A

C Horizonte com pouca interferecircncia dos processos pedogeneacuteticos e com caracteriacutesticas morfoloacutegicas herdadas do material de origem

44 RELEVO

Nas FIGURA 22 a FIGURA 24 satildeo apresentados os perfis topograacuteficos do

rio Negrinho do rio dos Bugres e do rio Serinha O rio Serrinha eacute o que possui o

menor comprimento e a menor amplitude altimeacutetrica variando 121 metros em 13

quilocircmetros de distacircncia apresentando a declividade meacutedia de 09 O rio dos

Bugres varia 177 metros em seus 29 quilocircmetros com a declividade meacutedia de 06

O rio Negrinho por sua vez varia 180 metros ao longo dos seus 38 quilocircmetros

apresentando a menor declividade meacutedia cerca de 04 Observa-se nos perfis que

77

haacute uma raacutepida variaccedilatildeo altimeacutetrica proacuteximo agraves cabeceiras especialmente no rio

Negrinho e rio dos Bugres Apoacutes issoos trecircs rios correm em mais de 50 de seu

curso sobre uma mesma cota com pouca variaccedilatildeo altimeacutetrica no meacutedio e baixo

curso sendo a cota de 800 metros para o Serrinha e o Negrinho e 820 metros para

o Bugres

FIGURA 22 ndash Perfil topograacutefico do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

FIGURA 23 ndash Perfil topograacutefico do rio dos Bugres (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

78

FIGURA 24 ndash Perfil topograacutefico do rio Serrinha (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

A FIGURA 25 a seguir conteacutem o mapa das declividades de toda a extensatildeo

territorial do municiacutepio de Rio Negrinho Verifica-se o predomiacutenio das carcateriacutesticas

do territoacuterio como bastante acidentado com ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

Na mesma figura observa-se o rio Negrinho e seus afluentes na regiatildeo

nordeste Na regiatildeo central do municiacutepio mais ao sul a Represa da Volta Grande e

o rio Preto aleacutem do seu maior afluente (ao Leste) o rio Corredeiras O rio Preto

segue em direccedilatildeo ao Norte ateacute encontrar o rio Negro a jusante da foz do rio

Negrinho tambeacutem no rio Negro natildeo interferindo assim diretamente nos problemas

com inundaccedilotildees na aacuterea urbana do municiacutepio

Na FIGURA 26 Mapa de Hipsometria de todo o territoacuterio municipal

constata-se altitudes mais elevadas ao sul e sudoeste em torno dos 950 a 1000

metros Jaacute na regiatildeo nordeste bacia do rio Negrinho e aacuterea urbana as altitudes que

predominam estatildeo em torno de 800 metros 850 e 900 metros nas cabeceiras do rio

dos Bugres

O mapa com o detalhamento das declividades na aacuterea urbana estaacute

representado na FIGURA 27 Manteacutem-se o predomiacutenio das caracteriacutesticas de relevo

bastante acidentado mantendo-se tambeacutem a ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

79

A FIGURA 28 apresenta um detalhamento maior da hipsometria na aacuterea

urbana do municiacutepio Nessa aacuterea a faixa de variaccedilatildeo vai de 750 a 900 metros com

predomiacutenio na faixa entre os 765 a 840 metros

Essas declividades interferem na velocidade dos escoamentos e na rapidez

com que as aacuteguas das chuvas chegam no leito dos rios Se associadas a periacuteodos

prolongados de precipitaccedilatildeo que aumentam aacutereas de saturaccedilatildeo do solo e diminuem

a capacidade de infiltraccedilatildeo e armazenamento ocasionando a raacutepida elevaccedilatildeo do

niacutevel de aacutegua do rio

80

FIGURA 25 ndash Declividades no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

81

FIGURA 26 ndash Hipsometria no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

82

FIGURA 27 ndash Declividades no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

83

FIGURA 28 ndash Hipsometria no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

84

Na FIGURA 29 tem-se o Modelo Digital de Terreno (MDT) construiacutedo com

base nas cartas planialtimeacutetricas disponibilizadas pela Empresa de Pesquisa

Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA ndash EPAGRI escala 150000

Nota-se uma variaccedilatildeo de 200 metros de altitude dentro da bacia sendo as altitudes

miacutenimas e maacuteximas 780 e 980 metros respectivamente As terras mais altas da

bacia encontram-se ao Sul especialmente nas cabeceiras do rio Negrinho e dos

Bugres

85

FIGURA 29 ndash Modelo Digital de Terreno da Bacia do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

86

45 VEGETACcedilAtildeO

A bacia estaacute localizada na regiatildeo de predominacircncia da Floresta de Araucaacuteria

denominada de Floresta Ombroacutefila Mista (Klein 1978) Essa floresta eacute caracterizada

por apresentar como espeacutecie dominante o pinheiro do Paranaacute (Araucaacuteria

angustifolia) Essa vegetaccedilatildeo natildeo constitui uma formaccedilatildeo homogecircnea e contiacutenua

mas eacute formada por diversos tipos de submatas constituiacutedas por aacutervores

carcateriacutesticas nas diferentes aacutereas de recorrecircncia

Mais especificamente a cobertura vegetal da regiatildeo estaacute inserida na

transiccedilatildeo entre as unidades fitogeograacuteficas da Floresta Ombroacutefila Mista (Floresta

com Araucaacuteria) e Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta Atlacircntica) ambas constituintes

do bioma Mata Atlacircntica A cobertura original da regiatildeo foi na sua maior parte

descaracterizada pela accedilatildeo antroacutepica que desde a colonizaccedilatildeo vinha sendo feita

principalmente pela exploraccedilatildeo das florestas para a extraccedilatildeo de madeiras bem

como pela implantaccedilatildeo de cultivos anuais e pelas pastagens para a criaccedilatildeo

extensiva de gado bovino (SANTA CATARINA 1986)

Na regiatildeo atualmente a cobertura vegetal predominante eacute de floresta

secundaacuteria em estaacutegio avanccedilado de regeneraccedilatildeo devido ao corte seletivo de

araucaacuteria (Araucaacuteria angustifolia) imbuia (Ocotea porosa) e cedro (Cedrella fissilis) e

ao corte raso que ocorreram nas deacutecadas de 1960 e 1970 Nessa eacutepoca a

cobertura original foi substituiacuteda por cultivos anuais pastagens e para a implantaccedilatildeo

de florestas plantadas com espeacutecies exoacuteticas como o pinus (Pinus taeda)

Hoje a economia da regiatildeo eacute movida pelo reflorestamento de pinus que

abastece principalmente a induacutestria moveleira (Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

2009)

As caracteriacutesticas de cobertura vegetal do solo indicam a capacidade de

amortecimento da velocidade de escoamento das aacuteguas que atingem o solo

diminuindo o pico da onda de cheia e aumentando o tempo de concentraccedilatildeo

Bacias com coberturas florestais bem preservadas e mantidas tendem a

minimizar os impactos de chuvas intensas Atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e

imagem do Google Earth FIGURA 30 pode-se dizer que a bacia do rio Negrinho

possui uma boa cobertura vegetal

87

FIGURA 30 ndash Cobertura vegetal da bacia do rio Negrinho (Google Earth 2017) Adaptado

46 CLIMA

O clima da regiatildeo eacute do tipo Cfb segundo Koumlppen ou seja clima temperado

constantemente uacutemido sem estaccedilatildeo seca com veratildeo fresco (temperatura meacutedia do

mecircs mais quente lt 22ordmC) A temperatura meacutedia anual varia entre 155 e 170degC A

temperatura meacutedia das maacuteximas varia de 266 a 240degC e das miacutenimas de 108 a

118degC A precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica total anual pode variar de 1360 a 1670 mm

com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias A umidade relativa do ar

pode variar de 800 a 862 (EPAGRICIRAM 1999 BENEZ 2002)

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO

Em funccedilatildeo do tamanho da bacia e da extensatildeo do Rio Negrinho 38 km o

objeto do estudo hidrodinacircmico foi definido como o trecho mais urbano do rio com

extensatildeo aproximada de 55 km

88

Este trecho inicia na captaccedilatildeo do SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de

Saneamento Baacutesico no Bairro Alegre e termina na foz do rio Negrinho

Aleacutem de ser o trecho mais urbano do rio este eacute tambeacutem o trecho que sofre o

maior impacto com as inundaccedilotildees especialmente se considerado pelo nuacutemero de

edificaccedilotildees atingidas bem como e por consequecircncia pelos prejuiacutezos totalizados a

cada evento

Neste trecho o rio passa sob oito pontes que interferem no seu

comportamento de forma diferenciada durante os diferentes niacuteveis das inundaccedilotildees

Todas as caracteriacutesticas descritas interferem no comportamento hidroloacutegico

da bacia e hidrodinacircmico dos rios

O relevo as declividades a geologia e a pedologia dos terrenos define a

rapidez com que a gota de aacutegua que cai no divisor de aacuteguas chega ao rio O tipo de

solo e a declividade tambeacutem definem as caracteriacutesticas planimeacutetricas do rio como

no caso do rio Negrinho com inuacutemeros meandros recortando o periacutemetro urbano

A vegetaccedilatildeo interfere no amortecimento e na velocidade da aacutegua da chuva

que chega agrave superfiacutecie na capacidade de armazenamento do solo assim como na

evaporaccedilatildeo e na evapotranspiraccedilatildeo

As condiccedilotildees do tempo da regiatildeo influenciadas pelos fenocircmenos de frente

fria e convectivos na atmosfera satildeo componentes importantes sobre o

comportamento dos rios bem como a frequecircncia a intensidade e a duraccedilatildeo das

chuvas como condicionantes no processo de inundaccedilotildees

Em funccedilatildeo dos estudos hidroloacutegicos e das primeiras simulaccedilotildees do

hidrodinacircmico a aacuterea de estudo foi ampliada ateacute a foz do rio Negrinho no rio Negro

e nesses doze quilocircmetros a montante ateacute a ponte do Lageado e um quilocircmetro

levando em consideraccedilatildeo o incremento proporcionado pelo rio dos Bugres

89

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS

Todos os dados e informaccedilotildees obtidos junto a oacutergatildeos governamentais ou de

pesquisa ou nos levantamentos em campo passaram por processos de anaacutelise

verificaccedilatildeo e validaccedilatildeo

Neste estudo foram obtidos os dados de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

O estudo hidroloacutegico compreende o levantamento e a anaacutelise das seacuteries

histoacutericas de mediccedilotildees de estaccedilotildees preferencialmente inseridas nas bacias

hidrograacuteficas que satildeo objeto de estudo

No presente caso da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho apenas a Estaccedilatildeo

Rio Negrinho Montante (Fazenda Souza) respeita essa condiccedilatildeo preferencial razatildeo

pela qual este projeto de dissertaccedilatildeo tem como um de seus objetivos a instalaccedilatildeo

de novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

Em razatildeo dessa deficiecircncia de dados na bacia do rio Negrinho foram

levantados os dados junto as seguintes estaccedilotildees na regiatildeo Estaccedilotildees Hidroloacutegicas

Convencionais de Corredeiras - 01 Rio Negrinho Montante - 02 Fragosos ndash 03 Rio

Preto do Sul ndash 04 e rio Negro ndash 4a (FIGURA 31) A estaccedilatildeo telemeacutetrica do

CEMADEN Rio Negrinho ndash 05 eacute uma estaccedilatildeo que mede chuva e vazatildeo em

intervalos de tempo natildeo regulares que podem variar de alguns minutos a uma hora e

estaacute em operaccedilatildeo desde agosto de 2014 depois da grande cheia de 2014

As localizaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas Fragosos - 06 e Rio

Negro - 07 utilizadas neste estudo bem como a localizaccedilatildeo das estaccedilotildees

meteoroloacutegicas telemeacutetricas Rio NegrinhoBattistela - 08 (INMET) e Lapa - 09

(SIMEPAR) estatildeo apresentadas na FIGURA 32 Satildeo utilizados somente os dados

de chuvas das estaccedilotildees meteoroloacutegicas

90

FIGURA 31 ndash Localizaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas na Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

91

FIGURA 32 ndash Localizaccedilatildeo Estaccedilotildees Telemeacutetricas Regiatildeo da Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS

Os dados referentes agraves estaccedilotildees utilizadas encontram-se na TABELA 3 e

nela estatildeo tipo coacutedigo e nome da estaccedilatildeo localizaccedilatildeo altitude aacuterea de drenagem

bacia hidrograacutefica fonte e periacuteodo de operaccedilatildeo Essas estaccedilotildees permitem o resgate

de seacuteries histoacutericas da bacia do rio Negrinho para avaliar o comportamento

hidroloacutegico da regiatildeo regime de chuvas e ondas de cheia

As estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas marcadas em amarelo na tabela

correspondentes aos nuacutemeros 10 11 12 13 e 14 satildeo as novas estaccedilotildees

implantadas em decorrecircncia da necessidade verificada neste estudo

A estrutura destas estaccedilotildees estaacute apresentada de forma resumida na

FIGURA 33 onde estatildeo o nome o coacutedigo e a variaacutevel As respectivas localizaccedilotildees

podem ser vistas na FIGURA 31 e na FIGURA 32

92

FIGURA 33 ndash Estaccedilotildees de Monitoramento (Autor 2017)

93

TABELA 3 ndash Estaccedilotildees Hidroloacutegicas e Meteoroloacutegicas (Autor 2017)

94

511 Anaacutelise dos dados de chuva

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Corredeiras estaacute localizada na bacia hidrograacutefica do rio Preto

fora da bacia do rio Negrinho no interior regiatildeo central do municiacutepio de Rio

Negrinho O rio Preto eacute um afluente do rio Negro e tem sua foz a jusante da foz do

rio Negrinho

Definiu-se pela plotagem da chuva acumulada diaacuteria de 2 dias de 5 dias e

de 10 dias para mostrar a importacircncia da anaacutelise sob o ponto de vista das

acumuladas mas sem estudos aprofundados No futuro seria interessante uma

anaacutelise estatiacutestica o que pode trazer novas informaccedilotildees sobre o nuacutemero de dias das

chuvas acumuladas que podem causar as inundaccedilotildees

A FIGURA 34 mostra o evento de chuvas intensas do dia 08062014 mas

as chuvas de 11071983 e 31051992 satildeo muito menores que a de 2014 no

acumulado diaacuterio Mas quando plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

nitidamente os picos de chuvas que ocasionaram as cheias de 1983 e 1992

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees Isso mostra a importacircncia da anaacutelise de diferentes periacuteodos de chuvas

acumuladas Em vermelho estatildeo indicadas as falhas de mediccedilatildeo que podem

coincidir com eventos de temporais

Observa-se que os acumulados que produzem as grandes inundaccedilotildees

ainda que associados a outras condiccedilotildees somam em torno de 300mm extrapolando

em 1983 os 350mm no acumulado de 10 dias

95

FIGURA 34 ndash Estaccedilatildeo Corredeiras (02649055)

(Autor 2017)

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica

Esta estaccedilatildeo pertence ao CEMADEN e estaacute localizada sobre a Ponte do

Ipiranga no rio Negrinho proacuteximo a estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do SAMAE bairro

96

Alegre Tem aproximadamente 2 anos e seis meses de mediccedilatildeo iniciadas no final

do mecircs de agosto de 2014 dois meses apoacutes a grande inundaccedilatildeo

Os dados de chuva e cota apresentam periodicidade natildeo uniforme de

mediccedilatildeo podendo ser menores que uma hora Para chuva foram calculadas as

acumuladas de 1 2 5 e 10 dias Durante o periacuteodo de mediccedilatildeo natildeo foi verificado

nenhum evento de chuvas intensas Mas pela FIGURA 35 pode-se verificar que na

data do dia 20082016 ocorreu a maacutexima chuva do periacuteodo monitorado

FIGURA 35 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN (421500009H) (Autor 2017)

97

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Fragosos situa-se na bacia do Rio Negro a montante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Sua operaccedilatildeo teve iniacutecio em 1998 Apesar da

proximidade apresenta caracteriacutesticas distintas e a chuva que deu origem agrave

inundaccedilatildeo de 2014 eacute percebida FIGURA 36 mas natildeo se destaca Isto mostra que

avaliar a chuva meacutedia de uma bacia com base em uma estaccedilatildeo pluviomeacutetrica pode

causar grandes distorccedilotildees na vazatildeo natildeo sendo representativos da chuva meacutedia da

bacia Os traccedilos em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

Na FIGURA 36 observa-se ainda a chuva diaacuteria pontualmente intensa ao

final de 2006 sem causar inundaccedilatildeo diferentemente da chuva de junho de 2014

que apesar de ser menor que a de 2006 causou uma grande inundaccedilatildeo Quando eacute

feita a anaacutelise das acumuladas de diferentes periacuteodos observa-se que a acumulada

de 5 dias conseguiu capturar chuvas intensas em 2009 2010 e 2014

correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram Aumentanto-se o periacuteodo para 10

dias aparecem picos que natildeo ocasionaram inundaccedilotildees Conclui-se que a chuva

acumulada de 5 dias pode fornecer indiacutecios de inundaccedilotildees

98

FIGURA 36 ndash Estaccedilatildeo Fragosos (02649073) (Autor 2017)

99

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Rio Negro FIGURA 37 estaacute instalada na aacuterea urbana e central do

municiacutepio de Rio NegroPR Situa-se na bacia do rio Negro a jusante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Apresenta caracteriacutesticas distintas e as chuvas que

deram origem agraves inundaccedilotildees foram percebidas mas natildeo se destacaram Os traccedilos

em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

As seacuteries histoacutericas obtidas iniciam em 1998 e vatildeo ateacute 2015 natildeo permitindo

uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nesta estaccedilatildeo observa-se chuvas pontualmente intensas acima de 100mm nos

anos de 2013 2014 e 2015 natildeo sendo esse um volume tatildeo significativo se

considerado de forma pontual Plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

chuvas intensas em 2010 e 2014 correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees

Observa-se que as chuvas acumuladas de 5 dias fornecem informaccedilotildees das

inundaccedilotildees

100

FIGURA 37 ndash Estaccedilatildeo Rio Negro (02649074) (Autor 2017)

101

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos

Esta estaccedilatildeo natildeo estaacute inserida na bacia do rio Negrinho mas estaacute muito

proacutexima a jusante da foz do rio Negrinho no rio Negro Apesar dessa proximidade

as chuvas que ocasionaram a inundaccedilatildeo de 2014 natildeo foram sentidas FIGURA 38

Poreacutem as chuvas de abril de 2010 nos acumulados de 5 e 10 dias ficam bem

niacutetidas permitindo a associaccedilatildeo com aquela inundaccedilatildeo

Novamente esses acumulados somaram em torno de 300mm de chuva

Para uma boa previsatildeo de chuvas haacute a necessidade de aumentar a

densidade de estaccedilotildees de monitoramento Quanto maior o nuacutemero melhor a

avaliaccedilatildeo espaccedilo-temporal de volumes e intensidades A densidade ideal depende

de cada regiatildeo e de criteacuterios natildeo claramente definidos

102

FIGURA 38 ndash Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (A862) (Autor 2017)

103

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

Nesta estaccedilatildeo FIGURA 39 o preenchimento de falhas foi feito com base na

estaccedilatildeo Lapa-IAPAR (02549091) que eacute uma estaccedilatildeo muito proacutexima por isso a

seacuterie natildeo apresenta falhas

Diante do nuacutemero reduzido de estaccedilotildees com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis

definiu-se pela utilizaccedilatildeo dos dados da Estaccedilatildeo Lapa ainda que um pouco distante

da bacia do rio Negrinho

As seacuteries histoacutericas de chuva obtidas iniciam em 2009 e vatildeo ateacute 2015 natildeo

permitindo uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nessa estaccedilatildeo natildeo se observa um volume de chuvas significativo em junho de

2014 Plotados os acumulados durante 2 5 e 10 dias percebe-se as chuvas

intensas em junho de 2014 correspondentes a inundaccedilatildeo que ocorreu em toda

bacia do rio Iguaccedilu

Observa-se novamente que em 2014 nos acumulados de 5 e 10 dias que as

chuvas somaram proacuteximo de 300mm

Essa chuva natildeo eacute pontual causada por celulas convectivas que ocorrem em

geral nos verotildees e sim ocasionadas por frente fria que ocorrem principalmente no

outono e inverno Diferentemente das chuvas convectivas que satildeo mais localizadas

em pequenas regiotildees ou bacias as frentes frias atingem grandes extensotildees de

aacutereas causando chuvas sobre essas aacutereas Esta estaccedilatildeo confirma a presenccedila do

fenocircmeno de frente fria de 08 de junho de 2014 que causou grandes danos em

diversas regiotildees da bacia do rio Iguaccediluacute incluindo a cidade de Rio NegrinhoSC

A FIGURA 40 mostra a grande chuva de 08062014 sobre a bacia do rio

Iguaccediluacute Esta figura mostra tambeacutem o iniacutecio da formaccedilatildeo das nuvens no dia 07 no

dia anterior ao evento e o seu deslocamento para o oceano Atlacircntico no dia 09 no

dia posterior ao evento

Esse periacuteodo do ano final da estaccedilatildeo de outono extendendo-se pelo

inverno eacute carcaterizado na regiatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC por chuvas mais

frequentes sejam elas convectivas ou ocasionadas por frentes frias o que manteacutem

o lenccedilol freaacutetico mais elevado e diminui a capacidade de armazenamento do solo

104

FIGURA 39 ndash Estaccedilatildeo Lapa (25474946) (Autor 2017)

105

FIGURA 40 ndash Imagem de precipitaccedilatildeo do sateacutelite GOES 13 para a regiatildeo sul do Brasil nos dias 7 (a) 8 (b) e 9 (c) de junho de 2014

fonte (httpsigmacptecinpebrprec_sat)

(a) (b) (c)

106

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo

Nesta anaacutelise de vazotildees as mesmas satildeo convertidas para mmdia para

uniformizar a grandeza buscando facilitar a comparaccedilatildeo entre mediccedilotildees em

diferentes estaccedilotildees fluviomeacutetricas

Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN ndash Telemeacutetrica

Quanto a vazatildeo ainda natildeo foi obtida a curva chave A FIGURA 41 mostra os

dados medidos nessa estaccedilatildeo A mediccedilatildeo eacute feita pelo sensor que mede a distacircncia

deste ao niacutevel da aacutegua Portanto quanto maior a distacircncia menor seraacute o niacutevel

drsquoaacutegua Com os dados de distacircncia eacute preciso obter as cotas equivalentes para

depois com o uso da curva chave determinar as vazotildees No momento natildeo eacute possiacutevel

obter nenhuma conclusatildeo

FIGURA 41 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN - Cota (421500009H) (Autor 2017)

Estaccedilotildees fluviomeacutetricas ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Fragosos estaacute localizada no rio Negro a montante da foz do rio

Negrinho no rio Negro Jaacute a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante localizada no rio

Negrinho estaacute a montante da aacuterea urbana mais exatamente na Fazenda Souza

A FIGURA 42 e FIGURA 43 apresentam a comparaccedilatildeo das vazotildees entre

essas estaccedilotildees Verifica-se comportamentos distintos poreacutem na FIGURA 42 nas

107

datas que coincidem com inundaccedilotildees 30092009 26042010 e 08062014 os

picos de vazatildeo satildeo semelhantes Pela FIGURA 43 eacute possiacutevel observar a existecircncia

de correlaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees atraveacutes do coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2)

FIGURA 42 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

FIGURA 43 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

Em 2010 os picos de vazatildeo refletem a inundaccedilatildeo ocorrida no final do mecircs

de abril daquele ano FIGURA 44

108

FIGURA 44 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante 2010 (Autor 2017)

Na comparaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees FIGURA 45 apesar da falha de

mediccedilatildeo na estaccedilatildeo do Rio Negrinho pode-se observar claramente as ondas de

cheia

A falha de mediccedilatildeo se deve ao fato de a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante ser

convencional e em grandes inundaccedilotildees o operador deixar de ter acesso agrave estaccedilatildeo

para efetuar as leituras

FIGURA 45 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014

(Autor 2017)

A FIGURA 46 e FIGURA 47 mostram a comparaccedilatildeo de vazatildeo entre a

estaccedilatildeo Fragosos e a estaccedilatildeo Rio Preto do Sul onde se observa o comportamento

109

semelhante das duas mediccedilotildees com os pontos de pico coincidindo com as

inundaccedilotildees de julho de 1983 e maio de 1992 Entretanto observa-se que a vazatildeo na

Estaccedilatildeo de Rio Preto do Sul eacute superior que na Estaccedilatildeo de Fragosos Pode ser que

os valores da Estaccedilatildeo Rio Preto do Sul estejam superestimados estando portanto

sujeitos a verificaccedilatildeo

FIGURA 46 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

FIGURA 47 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

110

Na FIGURA 48 verificam-se falhas provavelmente nos picos de vazatildeo

coincidindo com a inundaccedilatildeo de 11 de julho de 1983

Apesar dessas estaccedilotildees estarem em pontos distantes as mediccedilotildees tecircm

comportamentos muito semelhantes

FIGURA 48 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1982-1984) (Autor 2017)

A FIGURA 49 e FIGURA 50 mostram a comparaccedilatildeo entre as estaccedilotildees

Fragosos (65090000) e Rio Negro (65100000) A semelhanccedila dos hidrogramas com

destaque no pico de vazatildeo da cheia de 08062014 pode ser vista na FIGURA 51 As

unidades estatildeo em mmh para uniformizar as grandezas e com isso eacute possiacutevel

concluir que a chuva que gerou a vazatildeo de pico foi relativamente uniforme sobre a

bacia indo de encontro com as imagens de sateacutelite da FIGURA 40 O formato do

hidrograma ser mais estreito em Fragosos em comparaccedilatildeo com Rio Negro se

devem as caracteriacutesticas fiacutesicas da bacia sendo as principais a aacuterea e a declividade

da bacia

111

FIGURA 49 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014)

(Autor 2017)

FIGURA 50 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014) (Autor 2017)

112

FIGURA 51 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro de maio a julho de 2014 (Autor 2017)

As anaacutelises das seacuteries histoacutericas mostram que os picos de chuvas

acumuladas de 5 dias apresentam uma boa relaccedilatildeo com os picos de cheia quando

avaliada sob o aspecto cronoloacutegico (datas coincidentes) do periacuteodo chuvoso e

inundaccedilotildees

Observou-se que as chuvas que geram as grandes inundaccedilotildees natildeo satildeo

chuvas pontuais causadas por ceacutelulas convectivas Satildeo chuvas na maioria das

vezes ocasionadas por frentes frias que ocorrem principalmente no outono e no

inverno e atingem a regiatildeo como um todo (bacia do alto rio Negro)

Para se ter uma boa previsatildeo de cheia eacute necessaacuterio melhorar a densidade

de estaccedilotildees dentro da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho A busca de uma rede de

monitoramento capaz de fornecer informaccedilotildees que deem condiccedilotildees para estimar

chuvas verossiacutemeis sobre a bacia e prever a vazatildeo do rio Negrinho resultou na

aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas que estaacute abordada

no capiacutetulo que se segue

Aleacutem da intensidade e da duraccedilatildeo das chuvas essas inundaccedilotildees satildeo

precedidas de periacuteodos de pluviosidade acentuada que contribuem para a

saturaccedilatildeo das camadas do solo diminuindo sua capacidade de infiltraccedilatildeo e

armazenamento de aacutegua entre os vazios de solo acarretando maior escorrimento

superficial e para a elevaccedilatildeo do niacutevel do escoamento de base

No capiacutetulo 7 eacute feito o estudo hidrodinacircmico com o HEC-RAS como forma

de testar e avaliar a capacidade de simulaccedilatildeo das cheias usando modelos

113

computacionais Para a calibraccedilatildeo desse modelo e simular o fluxo da aacutegua no trecho

do rio Negrinho que atravessa a aacuterea urbana da cidade de Rio Negrinho adotou-se

a vazatildeo da cheia de 08062014 onde a falha eacute preenchida com a vazatildeo de

Fragosos (65090000) O criteacuterio de preenchimento da falha foi 1) observou-se os

maiores picos simultacircneos existentes entre as seacuteries em mmdia (FIGURA 52) 2)

calculou-se as razotildees entre as vazotildees de pico de Rio Negrinho Montante e

Fragosos Neste estudo foram utilizados os dois maiores picos da seacuterie 3)

determinou-se a razatildeo meacutedia resultando num valor aproximado de 15 4) aplicou-se

essa razatildeo nas mediccedilotildees de vazatildeo de Fragosos considerando o deslocamento

temporal existente O resultado do hidrograma estaacute apresentado na TABELA 4 e

FIGURA 53 em mmdia e na FIGURA 54 em msup3s Natildeo foi calculado o pico da vazatildeo

instantacircnea devido a caracteriacutestica da cheia ser lenta e durar vaacuterios dias

FIGURA 52 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante de setembro de 2009 a junho de 2010

(Autor 2017)

114

TABELA 4 ndash Hidrogramas Estaccedilotildees Fragosos (65090000) e Rio Negrinho Montante (65093000)

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (mmdia) Vazatildeo (m3s)

65090000 65093000 65090000 65093000

01062014 147 220 136 45

02062014 147 142 136 29

03062014 141 117 131 24

04062014 123 113 114 23

05062014 116 108 107 22

06062014 255 411 236 84

07062014 422 1864 391 381

08062014 1323 3041 1225 619

09062014 2027 2950 1877 601

10062014 1967 2642 1821 538

11062014 1761 2223 1631 453

12062014 1482 1706 1372 347

13062014 1137 1249 1053 254

14062014 833 902 771 184

15062014 602 748 557 152

16062014 499 548 462 112

17062014 430 548 398 112

18062014 367 499 340 102

19062014 367 470 340 96

FIGURA 53 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em mmdia

(Autor 2017)

115

FIGURA 54 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em msup3s

(Autor 2017)

O rio Negrinho sofre o remanso causado pelo rio Negro principalmente em

situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo onde as vaacuterzeas ficam completamente tomadas pelas aacuteguas

dificultando o escoamento e diminuindo a velocidade do fluxo Considerando essa

situaccedilatildeo estudou-se a vazatildeo do rio Negro A estaccedilatildeo Rio Preto do Sul (04 ndash

65095000) operou ateacute 2010 natildeo dispondo de dados para a cheia de junho de 2014

A jusante desta estaccedilatildeo tem-se a estaccedilatildeo Rio Negro (4a ndash 65100000) com dados

de junho de 2014 A FIGURA 55 mostra as estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash

4a com a localizaccedilatildeo da bacia do rio Negrinho

116

FIGURA 55 ndash Estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash 4ordf Bacias hidrograacuteficas (Uda P K et al 2013) Adaptado

Devido a falta de dados monitorados de eventos de cheia supocircs-se a

existecircncia de similaridade do comportanto das vazotildees em toda bacia do rio

Negrinho visto que as vazotildees entre Fragosos e Rio Negrinho Montante apesar da

distacircncia existente entre os pontos de mediccedilatildeo apresentam comportamentos

semelhantes durante os picos de cheias Com base nessa suposiccedilatildeo adotou-se

para o caacutelculo das vazotildees afluentes ao rio Negrinho no trecho de interesse a relaccedilatildeo

entre aacutereas e a vazatildeo de Rio Negrinho Montante resultando na configuraccedilatildeo

esquemaacutetica apresentada na FIGURA 56 O resultado obtido para as vazotildees usados

na simulaccedilatildeo numeacuterica encontra-se na

TABELA 5 A vazatildeo Q1 eacute a vazatildeo na estaccedilatildeo 05 ndash Rio Negrinho (421500009H) do

CEMADEN essa vazatildeo eacute a soma da contribuiccedilatildeo do rio Negrinho a montante desse

ponto que inclui a bacia do rio dos Banhados e da bacia rio do Salto Q2 eacute a

contribuiccedilatildeo da bacia do Serrinha Q3 eacute a do rio dos Bugres Q4 e Q5 satildeo as vazotildees

afluentes e defluentes respectivamente do rio Negro nas proximidades da foz do

Rio Negrinho A vazatildeo Q4 foi estimada com base na estaccedilatildeo Fragosos e Q5 foi

estimada empiricamente para atender a conservaccedilatildeo de massa (FIGURA 57)

117

considerando o volume de controle na foz do rio Negrinho A FIGURA 58 mostra a

vazatildeo estimada para o rio Negro a juzante da foz do rio Negrinho em conjunto com

as vazotildees monitoradas em Fragosos e Rio Negro No hidrograma do Rio Negro foi

realizado um ajuste na regiatildeo de pico indicado por tracejado verde A FIGURA 59

mostra as vazotildees da

TABELA 5 A vazatildeo incremental de contribuiccedilatildeo direta que foi estimada para ser

constante ao longo do trecho do rio Negrinho e variaacutevel no tempo No trecho do rio

Negro a vazatildeo incremental foi desprezada por se tratar de um trecho muito curto

FIGURA 56 ndash Configuraccedilatildeo das vazotildees do rio Negrinho (Autor 2017)

118

TABELA 5 ndash Vazotildees usadas na simulaccedilatildeo numeacuterica ndash junho 2014

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (m

3s)

Incremental (m

3skm)

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 q

01062014 486 056 188 2186 2728 0042

02062014 313 036 121 2186 2876 0027

03062014 259 030 100 2105 2698 0023

04062014 248 029 096 1832 2388 0022

05062014 238 028 092 1719 2215 0021

06062014 907 105 351 3793 3833 0079

07062014 4115 477 1594 6283 7203 0358

08062014 6713 778 2601 19686 22730 0585

09062014 6512 755 2523 30163 34643 0567

10062014 5832 676 2260 29263 37290 0508

11062014 4906 569 1901 26210 35820 0427

12062014 3765 436 1459 22048 31228 0328

13062014 2757 319 1068 16922 25867 0240

14062014 1992 231 772 12390 18748 0174

15062014 1652 191 640 8951 14790 0144

16062014 1210 140 469 7424 12517 0105

17062014 1210 140 469 6396 10702 0105

18062014 1102 128 427 5464 8946 0096

19062014 1037 120 402 5464 8009 0090

20062014 950 110 368 5351 7545 0083

21062014 832 096 322 5191 7028 0072

22062014 734 085 285 4628 6138 0064

23062014 680 079 264 3937 5157 0059

24062014 616 071 238 3503 4588 0054

25062014 626 073 243 3278 4232 0055

26062014 659 076 255 3182 4098 0057

27062014 994 115 385 3455 4529 0087

28062014 767 089 297 3519 4839 0067

119

FIGURA 57 ndash Vazotildees do rio Negro a montante e a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

FIGURA 58 ndash Vazatildeo estimada para o rio Negro a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

120

FIGURA 59 ndash Vazotildees incrementais no rio Negrinho e no rio Negro (Autor 2017)

121

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

A bacia do Rio Negrinho e as bacias dos seus afluentes natildeo possuem uma

rede de monitoramento hidroloacutegico Apenas uma estaccedilatildeo convencional das Aacuteguas

do Paranaacute localizada no rio Negrinho na Fazenda Souza Outras estaccedilotildees

hidroloacutegicas implantadas na regiatildeo e com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis cobrem as

bacias do Rio Preto (Corredeiras) e do Rio Negro (Fragosos)

Como decorrecircncia deste trabalho de mestrado e por ser um de seus

objetivos fez-se a gestatildeo junto agrave administraccedilatildeo puacuteblica para que o municiacutepio

adquirisse e implantasse um sistema que aleacutem de auxiliar no monitoramento dos

rios durante os eventos passasse a gerar seacuteries histoacutericas que permitam estudos

futuros

Obtido o apoio necessaacuterio da administraccedilatildeo puacuteblica bem como os recursos

necessaacuterios para da implantaccedilatildeo do novo sistema foi estabelecido contato com a

empresa EPAGRICIRAM ndash Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidro meteorologia de Santa Catarina para aquisiccedilatildeo dos equipamentos de

monitoramento hidroloacutegicos

Com as especificaccedilotildees dos equipamentos feitas pelos teacutecnicos da

EPAGRICIRAM vencidas as formalidades legais do processo licitatoacuterio e os prazos

de entrega nele estabelecidos os equipamentos comeccedilaram a ser montados em

outubro de 2015 (postes palafita reacuteguas linimeacutetricas tubulaccedilotildees caixas de

passagem as caixas ambientais com as PCDrsquos - Plataforma de Coleta de Dados

paineacuteis solares e pluviocircmetros) A conclusatildeo da montagem dos equipamentos

ocorreu no dia 27 de janeiro de 2016 A partir dessa data os dados puderam ser

acessados via internet na paacutegina da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr) sendo logo em seguida adicionados na paacutegina

da Defesa Civil de Rio Negrinho de forma a facilitar o acesso do cidadatildeo comum

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA

- Monitorar os volume de chuva e os niacuteveis dos rios em tempo quase real

- Estabelecer os limites de atenccedilatildeo alerta e emergecircncia para os niacuteveis dos

rios

122

- Constituir uma base de dados (seacuteries histoacutericas) para possibilitar accedilotildees

futuras

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA ESTACcedilAtildeO

Para a elaboraccedilatildeo do processo licitatoacuterio de aquisiccedilatildeo as especificaccedilotildees

dos equipamentos a serem instalados em cada estaccedilatildeo foram elaboradas pela

equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM e estatildeo apresentadas na TABELA 6

TABELA 6 ndash Configuraccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas (Autor 2017)

Pluviocircmetro Automaacutetico de baacutescula

Unidade de captaccedilatildeo de energia

Painel solar fotovoltaico com potecircncia de pico igual a vinte watts tensatildeo nominal de saiacuteda de 12v e cabo de comprimento miacutenimo de dois metros e isolamento em material resistente ao ambiente externo

Unidade de processamento armazenamento e transmissatildeo

Bateria chumboaacutecida selada de 12V 12Ah com dimensotildees maacuteximas de 155(C)x100(L)x105mm(A) peso maacuteximo de 45kg vaso em ABS

Controlador de carga para bateria12v 33ah potecircncia miacutenima de 60w desligamento automaacutetico por baixa tensatildeo (menor que 115v) e reconexatildeo da carga quando bateria com tensatildeo igual ou superior a 125v desligamento por sobretensatildeo proteccedilatildeo eletrocircnica contra curto circuito e corrente excessiva e inversatildeo de polaridade invoacutelucro com proteccedilatildeo miacutenima IP 22 sinalizaccedilatildeo de bateria carregada bateria com meia carga e bateria sem carga e possuir conectores KRE distintos para painel solar bateria e carga Bateria 12v nominal e 33ah

Datalogger com capacidade miacutenima de 512 kB de memoacuteria para dados capacidade miacutenima de 65 kB para sistema operacional e programa taxa de amostragem por evento possibilidade de programar esta taxa de 1seg ateacute 24 horas miacutenimo de 5 portas analoacutegicas de precisatildeo de 11 bits e range de 0 [V] a 25 [V] 2 portas de controle 1 portas de pulso 1 porta RS232 de configuraccedilatildeo do logger(via microcomputador) e interface entreperifeacutericos (modenstransmissores) pelo menos uma entrada muacuteltipla de comunicaccedilatildeo com sensores protocolo SDI12 fontes de tensatildeo programaacutevel de 25 [V] e 5 [V] Alimentaccedilatildeo 12 [V] DC precisatildeo do reloacutegio interno de 1 minutomecircs O equipamento deve estar em conformidade com a norma IEC613262002

Modem GSMGPRS para transmissatildeo de dados via GPRS e SMS suportando a linguagem de programaccedilatildeo JAVA porta serial RS232 para recebimento dos dados do datalogger Cabo com porta serial RS232 para conexatildeo agrave data logger Com capacidade para dois cartotildees de transmissatildeo de duas operadoras distintas Fornecido com acesso a antena externa ao moacutedulo atraveacutes de conector SMA de 50 ohms

Relecirc Descriccedilatildeo Alimentaccedilatildeo 5V e acionamento em niacutevel baixo Aplicaccedilatildeo CR510 CR10X CR1000

Componentes Q1 ndash 1 transistor BC327 R1 ndash 1 resistor de 2K2 Ω R2 ndash 1 resistor de 2K2 Ω D1 ndash 1 diodo 1N4001 D2 ndash 1 LED vermelho de 3mm RL1 ndash 1 Releacute de 5V do tipo AT1RC5V J1 ndash 1 conector KRE de 4 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 15450 J4 1 conector KRE de 3 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 153508

Sensor de niacutevel drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo Transdutor de pressatildeo

Cabo de comprimento miacutenimo de 50 metros em poliuretano com blindagem eleacutetrica com capilar interno para referecircncia de pressatildeo atmosfeacuterica

Interface420mA (2 fios) eou SDI12 Faixa de mediccedilatildeo de 0 a 20 mca (metros de coluna de aacutegua) Acuraacutecia le plusmn 01 em toda a escala para interface SDI12 e le plusmn 01 em toda a escala para

interface 420mA Resoluccedilatildeo igual ou inferior agrave 1 mm Erros de linearidade e histerese somados devem ser inferiores plusmn01 da leitura no final da

faixa nominal (FE) Compensaccedilatildeo da influecircncia de temperatura pelo menos na faixa de 10 a 45degC Corpo em accedilo inox ou liga de titacircnio Membrana ceracircmica (mediccedilatildeo de niacutevel atraveacutes de ceacutelula de pressatildeo tipo ceracircmica

capacitiva) Alimentaccedilatildeo 10 a 30 Vcc Possibilidade de uso de resistor de shunt de 100 Ohms para transformaccedilatildeo de corrente em

123

tensatildeo Sobrepressatildeo ateacute 3 vezes a faixa nominal (FE) de operaccedilatildeo Classe de proteccedilatildeo IP 68 Formato ciliacutendrico com dimensotildees compreendidas entre 2 cm e 5 cm de diacircmetro e entre

10 e 20 cm de comprimento (sem o cabo) Garantia e suporte teacutecnico de no miacutenimo 1 ano

Suporte metaacutelico do conjunto

Estrutura metaacutelica para suporte da estaccedilatildeo Agrometeoroloacutegica fabricada conforme instruccedilotildees abaixo

Suporte metaacutelico confeccionado de accedilo galvanizado tubular de 2 polegadas de diacircmetro externo parede interna de 3mm de espessura comprimento de 170 metros

Base de pluviocircmetro circular de 205mm de diacircmetro em chapa de accedilo galvanizado 2mm soldada na parte superior do tubo de duas polegadas com 3 furos de 6 mm de diacircmetro distribuiacutedos triangularmente na superfiacutecie e um furo central de 8mm de diacircmetro

Suporte para painel solar de 20 watts com inclinaccedilatildeo fixa de 30deg feito em chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm por 400mm de comprimento na projeccedilatildeo horizontal soldado na lateral do tubo de 2 polegadas na extremidade proacuteximo agrave base do pluviocircmetro Com 4 furos de 10mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo do painel

Suporte de caixa ambiental feito em 2 unidades de chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm e 380 mm de comprimento soldados no lado oposto ao suporte do painel solar Com 4 furos de 9mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo da caixa ambiental

Braccedilo para sensor de temperatura e umidade de 05 metro de comprimento feito em tubo de 20mm ou ateacute 1 polegada de diacircmetro externo e parede de 2mm de espessura em accedilo galvanizado Deve ser fixado acima do suporte da caixa ambiental por meio de uma base fixada no tubo de 2rdquo com no miacutenimo 2 parafusos M5 em inox para a fixaccedilatildeo Este braccedilo de ser removiacutevel para facilitar o transporte Obs Toda estrutura com pintura epoacutexi na cor branca

Reacutegua linimeacutetrica Perfil e Reacutegua metaacutelicos

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados

O sistema de transmissatildeo de dados das leituras via modem utiliza tecnologia

e sinal de celular

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos

O datalogger ndash Campbell ndash possui um programa em Crbasic que considera o

ID (coacutedigo da estaccedilatildeo por ex 2079) e o valor de offset para ajuste de niacutevel

igualando as mediccedilotildees dos sensores com as das reacuteguas linimeacutetricas No caso da

estaccedilatildeo 2084 ndash Foz do Rio Negrinho foi usado um sensor para 20 mca diferente

dos demais todos com 10 mca Isto eacute tambeacutem ajustado no programa

No banco de dados os dados lidos armazenados e enviados passam por 03

(trecircs) testes de consistecircncia no controle de qualidade O ldquosteprdquo o ldquorangerdquo e o

ldquopersistentrdquo Dados natildeo consistentes satildeo eliminados e deixam de ser fornecidos As

seacuteries histoacutericas jaacute consisitidas podem ser obtidas mediante solicitaccedilatildeo via site da

EPAGRICIRAM

124

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM

- Servidor de alta capacidade de armazenamento

- Atualmente possui 200 milhotildees de dados

- Recebe diariamente cerca de 50 mil dados

- Possui regras de seguranccedila

- Armazena dados de estaccedilotildees com mais de 100 anos

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral

A partir do dia 27 de janeiro de 2016 os dados medidos passaram a ser

diponibilizados para puacuteblico em geral na paacutegina da internet da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr)

Os dados medidos nas estaccedilotildees hidroloacutegicas apoacutes a leitura satildeo

transferidos automaticamente por sinal de celular para o servidor da EPAGRICIRAM

em Florianoacutepolis Passam por um algoritmo que verifica a sua consistecircncia e

retornam para o sistema sob a forma de figuras que facilitam a interpretaccedilatildeo Satildeo

essas figuras que atualizadas diariamente satildeo disponibilizados na paacutegina da

EPAGRCIRAM e podem ser acessadas pelo puacuteblico em geral

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A aquisiccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas foi feita atraveacutes do Processo

Licitatoacuterio nordm 0792015 na modalidade de Pregatildeo Presencial elaborado pelo autor e

lanccedilado em 06 de julho de 2015 pelo Departamento de Licitaccedilotildees da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho ndash SC

A partir da assinatura dos contratos as empresas passaram a entregar os

equipamentos sendo que os uacuteltimos a serem entregues foram os ldquosensores de niacutevel

drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo - transdutores de pressatildeordquo por serem

equipamentos importados Estes sensores foram entregues no final de novembro de

2015

Concluiacutedo o processo licitatoacuterio e a entrega dos equipamentos foram

iniciadas as tratativas com a equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM para a definiccedilatildeo

final dos locais e o iniacutecio do processo de instalaccedilatildeo

125

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo

Os sensores de mediccedilatildeo de chuva e vazatildeo passaram por uma calibraccedilatildeo

preacutevia executada pela equipe da EPAGRICIRAM Apoacutes a instalaccedilatildeo e as primeiras

mediccedilotildees novos ajustes entre os sensores e o software de leitura e transmissatildeo de

dados foram efetuados ajustando as cotas de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas

instaladas em cada seccedilatildeo de mediccedilatildeo das estaccedilotildees

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A definiccedilatildeo dos locais para a instalaccedilatildeo das cinco novas estaccedilotildees

hidroloacutegicas FIGURA 60 foi efetuada num primeiro momento pela escolha de locais

representativos nos quais pudessem ser avaliadas as vazotildees de entrada os

acreacutescimos e o incremento de afluentes Num segundo momento jaacute em campo

foram analisados os locais escolhidos em funccedilatildeo da intensidade miacutenima necessaacuteria

de sinal de celular para a transmissatildeo de dados e das cotas maacuteximas de inundaccedilatildeo

para que natildeo fossem interrompidas as seacuteries histoacutericas nas grandes cheias

FIGURA 60 ndash Localizaccedilatildeo das novas Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas (Autor e EPAGRICIRAM 2016)

126

Tambeacutem foi estabelecida a necessidade do monitoramento do rio dos

Bugres visto que ele corta a aacuterea urbana do municiacutepio e tem influecircncia significativa

nas grandes inundaccedilotildees A definiccedilatildeo pela implantaccedilatildeo de uma das estaccedilotildees no rio

Negro a montante da foz do rio Negrinho se deu pela intenccedilatildeo de avaliar a

influecircncia deste nas grandes inundaccedilotildees seja pelo represamento do rio Negrinho ou

pela contribuiccedilatildeo efetiva com o retorno das aacuteguas para a planiacutecie de inundaccedilatildeo

deste

No caso especiacutefico da instalaccedilatildeo de uma estaccedilatildeo na Fazenda Souza a

escolha do local se deu em funccedilatildeo da existecircncia da estaccedilatildeo convencional ldquoRio

Negrinho Montante 65093000-FLUrdquo das Aacuteguas Paranaacute de forma a permitir a

possibilidade de comparaccedilatildeo e continuidade das seacuteries histoacutericas ainda que a

instalaccedilatildeo dessa estaccedilatildeo tenha apresentado uma dificuldade adicional que obrigou

a construccedilatildeo de uma estrutura especial para elevar e receber a estaccedilatildeo

ultrapassando assim a cota maacutexima de inundaccedilatildeo registrada

A instalaccedilatildeo da primeira estaccedilatildeo ocorreu ainda em dezembro de 2015 na

Fazenda Rudnick estaccedilatildeo 2080 FIGURA 61 seguida da estaccedilatildeo Foz do Rio

Negrinho estaccedilatildeo 2084 FIGURA 65 As demais estaccedilotildees foram sendo instaladas a

partir de janeiro de 2016 A estaccedilatildeo Fazenda Souza 2079 estaacute mostrada na

FIGURA 62 Rio dos Bugres 2081 FIGURA 63 e Ponte do Lageado 2083 FIGURA

64

As estaccedilotildees Rio dos Bugres e Ponte do Lageado inicialmente natildeo tinham

pluviocircmetros os mesmos foram instalados somente em dezembro de 2016

127

FIGURA 61 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2080 Fazenda Rudnick (Autor 2017)

FIGURA 62 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2079 Fazenda Souza (Autor 2017)

128

FIGURA 63 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2081 Rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 64 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2083 Ponte do Lageado (Autor 2017)

129

FIGURA 65 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2084 Foz do Rio Negrinho (Autor 2017)

Instaladas as novas estaccedilotildees o conjunto de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas a estrutura ficou conforme a FIGURA 66

FIGURA 66 ndash Novas Estaccedilotildees Implantadas e em Operaccedilatildeo (Autor 2017)

130

A localizaccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas estaacute inserida no mapa onde

jaacute constam a localizaccedilatildeo da estaccedilotildees hidroloacutegicas existentes posicionadas em

relaccedilatildeo a bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 67

FIGURA 67 ndash Mapa Localizaccedilatildeo Novas Estaccedilotildees Implantadas (Autor 2017)

O novo sistema de estaccedilotildees hidroloacutegicas foi apresentado nas trecircs escolas

de segundo grau do municiacutepio Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute FIGURA 68 Coleacutegio

Caminho do Saber e Escola Estadual de Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega e agrave

comunidade numa audiecircncia puacuteblica na Cacircmara de Vereadores com o objetivo de

apresentar o sistema divulgar e informar o acesso a todas as informaccedilotildees que satildeo

disponibilizadas na internet e os caminhos para acessaacute-las treinando assim a

populaccedilatildeo para o uso das informaccedilotildees online em situaccedilatildeo de evento de chuvas

intensas com possibilidade de inundaccedilatildeo ou simplesmente acompanhamento

131

FIGURA 68 ndash Apresentaccedilatildeo do novo Sistema de Estaccedilotildees Hidroloacutegicas para uma sala de segundo grau do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

(Autor 2017)

628 Mediccedilotildees Realizadas

As mediccedilotildees com registro de niacutevel e chuva nas novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

do Sistema EPAGRICIRAM foram iniciadas no dia 27 de janeiro de 2016 com as

mediccedilotildees na Fazenda Souza e na Foz do Rio Negrinho FIGURA 69 a FIGURA 84

Os graacuteficos mostram os resultados dessas primeiras mediccedilotildees ateacute o iniacutecio

de Dezembro de 2016 Uacuteltimos dados obtidos junto a EPAGRICIRAM Neles

constam as mediccedilotildees de vazatildeo (niacuteveis) e as mediccedilotildees de chuva

As FIGURA 69 a FIGURA 72 mostram as chuvas acumuladas de 15

minutos de janeiro a dezembro de 2016 nas estaccedilotildees 2079 - Fazenda Souza 2080

ndash Fazenda Rudnick 2081 ndash rio dos Bugres e 2083 ndash Ponte do Lageado

As FIGURA 73 a FIGURA 84 mostram um comprativo de vazotildees (niacuteveis) do

rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro de janeiro a dezembro de 2016

132

FIGURA 69 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2079 ndash Fazenda Souza (Autor 2017)

FIGURA 70 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2080 ndash Fazenda Rudnick (Autor 2017)

133

FIGURA 71 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2081 ndash rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 72 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2083 ndash Ponte do Lageado (Autor 2017)

134

FIGURA 73 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em janeiro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 74 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em fevereiro de 2016

(Autor 2017)

135

FIGURA 75 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em marccedilo de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 76 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em abril de 2016

(Autor 2017)

136

FIGURA 77 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em maio de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 78 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em junho de 2016

(Autor 2017)

137

FIGURA 79 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em julho de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 80 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em agosto de 2016

(Autor 2017)

138

FIGURA 81 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em setembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 82 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em outubro de 2016

(Autor 2017)

139

FIGURA 83 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em novembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 84 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em dezembro de 2016

(Autor 2017)

lsquorsquo

140

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO

O sistema estaacute operando medindo e disponibilizando dados via internet para

toda a comunidade atraveacutes da paacutegina da EPAGRICIRAM e da paacutegina da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho httpwwwrionegrinhoscgovbr) na aba da Defesa

Civil

As meacutedias horaacuterias das mediccedilotildees de 15 minutos satildeo disponibilizadas na

paacutegina da internet

Falhas de mediccedilatildeo podem ser ocasionadas por problemas dos sensores

falta de energia eou problemas de transmissatildeo de dados (ausecircncia de sinal GPRS)

A eventual falta de energia se deve a capacidade das baterias ser de cinco dias em

condiccedilotildees nubladas Problemas na transmissatildeo de dados tambeacutem ocasionam

descarga nas baterias pois as PCDs ndash Plataformas de Coleta de Dados ficam

tentando enviar os dados e acabam ficando ligadas mais tempo do que seria

recomendado As falhas de mediccedilatildeo podem ser decorrentes da leitura de dados

inconsistentes que natildeo foram aprovados isto eacute foram rejeitados em um ou mais dos

testes de consistecircncia

Esses testes consideram a variaccedilatildeo do dado ao longo do tempo

comparando com os dados antecedentes e subsequentes dentro de uma margem

de erro Por exemplo um rio natildeo pode ter uma variaccedilatildeo abrupta significativa se natildeo

ocorreu chuva na regiatildeo Essas variaccedilotildees podem ser observadas nas primeiras

mediccedilotildees da Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick As mediccedilotildees deram saltos repentinos

Suspeitou-se num primeiro momento da alteraccedilatildeo da profundidade do sensor Mas

natildeo foi possiacutevel determinar a causa das falhas e os dados foram considerados como

erros de mediccedilatildeo Os dados monitorados no momento satildeo cotas de niacutevel em relaccedilatildeo

a um RN arbitraacuterio

Tambeacutem ocorreram ao longo do tempo ajustes de offset dos sensores de

mediccedilatildeo de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas implantadas nos rios o que pode

justificar variaccedilotildees repentinas dos dados monitorados Natildeo ocorreram vazotildees

negativas ou seja o sensor ter ficado fora da aacutegua Em maio de 2016 o sistema de

consistecircncia na EPAGRICIRAM em Florianoacutepolis ficou fora do ar e os dados

medidos na Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick natildeo foram consistidos causando duacutevidas e

suposiccedilotildees sobre a eventual ocorrecircncia de ruptura de alguma barragem (accedilude) a

montante Outra possibilidade levantada foi de ter ocorrido acuacutemulo de aacutegua na

141

tubulaccedilatildeo que protege o sensor e este ter medido uma coluna de aacutegua instantacircnea

formada dentro da tubulaccedilatildeo Ajustes ainda estatildeo sendo realizados melhorando a

qualidade dos dados monitorados calibrando as estaccedilotildees e minimizando os

problemas de mediccedilatildeo

Ateacute o momento satildeo monitorados a chuva e o niacutevel dos rios considerando

que ainda natildeo foram obtidas as curvas chave nas seccedilotildees fluviomeacutetricas

O periacuteodo de mediccedilotildees ainda eacute restrito Apenas um ano e parte delas com

falhas decorrentes dos ajustes e da calibraccedilatildeo das estaccedilotildees No entanto algumas

hipoacuteteses jaacute podem ser levantadas considerando os resultados obtidos A FIGURA

79 e FIGURA 80 apresentam respectivamente um comportamento muito proacuteximo

dos niacuteveis dos rios Negrinho na Estaccedilatildeo Foz do rio Negrinho e do rio Negro na

Estaccedilatildeo Ponte do Lageado nos eventos em julho e agosto de 2016 Isso leva a

supor o represamento do rio Negrinho pelo rio Negro (remanso) e a possibilidade de

transbordamento das aacuteguas do rio Negro para a planiacutecie de inundaccedilatildeo do rio

Negrinho A continuidade do monitoramento permitiraacute novos estudos e observaccedilotildees

e poderatildeo confirmar essas hipoacuteteses

142

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO

A batimetria nos rios Negrinho Serrinha e rio Negro foi realizada com a

utilizaccedilatildeo do Acoustic Doppler Current Profiler (ADCP) (Sontek modelo M9)

FIGURA 85 e APEcircNDICE I cedido pela SDS ndash Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econocircmico Sustentaacutevel Diretoria de Recursos Hiacutedricos composto

de dois conjuntos de transdutores para mediccedilotildees de velocidade um feixe acuacutestico

vertical de 050 MHz para mediccedilatildeo da profundidade e um sistema de GPS e RTK

acoplado para determinaccedilatildeo do posicionamento dos equipamentos (Sontek 2009)

No levantamento com o ADCP as seccedilotildees transversais satildeo preacute-definidas por

toda a extensatildeo do trecho objeto de estudo (Bezerra-Neto e Pinto-Coelho 2008)

sendo um condutor colocado em cada margem para guiar o deslocamento do

equipamento

FIGURA 85 ndash Batimetria ADCP M-9 (Autor 2016)

711 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das seccedilotildees transversais foi realizado o levantamento

topo batimeacutetrico na semana compreendendo o periacuteodo de 29 de agosto de 2016 a

10 de outubro de 2016 APEcircNDICE I Foram levantadas 29 seccedilotildees Em cada seccedilatildeo

143

transversal foram realizadas em meacutedia 40 mediccedilotildees dos paracircmetros profundidade

(m) largura (m) velocidade (ms) e vazatildeo (msup3s)

A anaacutelise do desvio padratildeo e do coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros

obtidos pelo ADCP foi realizada no programa SonTek River Surveyor sendo aceitas

as leituras que apresentassem um coeficiente de variaccedilatildeo de ateacute 5 (Sontek 2009)

Os valores dos paracircmetros foram obtidos a partir das meacutedias referentes agraves 40

mediccedilotildees

Como resultado da mediccedilatildeo das seccedilotildees transversais tem-se como exemplo

a imagem da FIGURA 86 que apresenta profundidades o periacutemetro molhado e as

velocidades As demais seccedilotildees satildeo apresentadas no APEcircNDICE II

FIGURA 86 ndash Resultado daTopobatimetria - Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

7111 Geoprocessamento dos Dados

O georreferenciamento das seccedilotildees transversais e das pontes estaacute

apresentado no APEcircNDICE III

O levantamento altimeacutetrico e o georreferenciamento das seccedilotildees transversais

e pontes foi feito com GPS Geodeacutesico (Zecircnite 2 modelo GTR-Z2) contendo dois

receptores geodeacutesicos de dupla frequecircncia L1L2 conforme metodologia proposta

pelo IBGE (2009) FIGURA 87

Os dados obtidos pelo GPS Geodeacutesico foram processados nos programas

computacionais GTR Processor e Topo EVN

Os dados coletados foram processados utilizando-se o programa

computacional SonTek River Surveyor Live sendo posteriormente exportados e

editados na planilha no Microsoft Excel para poacutes-processamento no programa

computacional ESRI ArcGis 10(r)

144

FIGURA 87 ndash Georreferenciamento e Levantamento Altimeacutetrico Ponte Cofermaco (Autor 2016)

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT

Um MNT (Modelo Numeacuterico do Terreno) ou MDT (Modelo Digital de

Terreno) (DTM = Digital Terrain Model) eacute uma representaccedilatildeo matemaacutetica da

distribuiccedilatildeo espacial da caracteriacutestica de um fenocircmeno vinculada a uma superfiacutecie

real A superfiacutecie eacute em geral contiacutenua e o fenocircmeno que representa pode ser

variado Dentre alguns usos do MDT pode-se citar (Burrough 1986)

- Armazenamento de dados de altimetria para mapas topograacuteficos

- Anaacutelises de corte-aterro para projeto de estradas e barragens

- Elaboraccedilatildeo de mapas de declividade e exposiccedilatildeo para apoio a anaacutelise de

geomorfologia e erodibilidade

- Anaacutelise de variaacuteveis geofiacutesicas e geoquiacutemicas

- Apresentaccedilatildeo tridimensional (em combinaccedilatildeo com outras variaacuteveis)

Para a representaccedilatildeo de uma superfiacutecie real no computador eacute indispensaacutevel

a criaccedilatildeo de um modelo digital podendo ser por equaccedilotildees analiacuteticas ou por uma

rede de pontos na forma de uma grade de pontos regulares e ou irregulares A partir

145

dos modelos pode-se calcular volumes aacutereas desenhar perfis e seccedilotildees

transversais gerar imagens sombreadas ou em niacuteveis de cinza gerar mapas de

declividade e exposiccedilatildeo gerar fatiamentos em intervalos desejados e perspectivas

tridimensionais

No processo de modelagem numeacuterica de terreno podemos distinguir trecircs

fases aquisiccedilatildeo dos dados geraccedilatildeo de grades e elaboraccedilatildeo de produtos

representando as informaccedilotildees obtidas

721 Coleta de Dados

Para a elaboraccedilatildeo do Modelo Digital do Terreno ndash MDT foi utilizado o

levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela empresa Agritec SA Agrimensura

Aerofotogrametria de Curitiba para a Prefeitura Municipal de Rio Negrinho no ano

de 2004 complementado com os dados do lado do Paranaacute do rio Negro obtidos

junto a Aacuteguas do Paranaacute COMEC COPEL EMATER ITAIPU MINEROPAR

SEAB PARANAacute CIDADE SANEPAR ANA LACTEC 2011

722 Elaboraccedilatildeo do MDT

A partir das curvas de niacutevel do terreno obtidas de trecircs fontes de dados

sendo curvas de 1m 5m e 10m conforme domiacutenios rosa verde e azul na FIGURA

88 os resultados foram integrados agraves seccedilotildees de batimetria realizadas na aacuterea de

estudo A integraccedilatildeo foi feita com o uso do software ArcGis 102 do qual obteve-se

uma rede irregular de triacircngulos (TIN - Triangulated Irregular Network) para

representar o terreno tanto a parte seca como a aacuterea molhada conforme resultado

grafico apresentado na FIGURA 89 As seccedilotildees nessas duas figuras natildeo foram

numeradas para natildeo poluir a imagem

146

FIGURA 88 ndash Mapa de domiacutenios das seccedilotildees topobatimeacutetricas (Autor 2017)

147

FIGURA 89 ndash Modelo Digital do Terreno - MDT

(Autor 2017)

148

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS

Para simulaccedilatildeo hidrodinacircmica no trecho do rio Negrinho e rio Negro as

seccedilotildees batimeacutetricas foram introduzidas no HEC-RAS

Os coeficientes de rugosidade (119899) adotados para as simulaccedilotildees da

hidrodinacircmica tendo em vista o tipo de cobertura das margens dos rios foram 006

no fundo e na parte lateral baseados nos valores apresentados na Tabela 7

considerando um canal pequeno em planiacutecies ainda que nas cheias as larguras se

tornam muito maiores

Tabela 7 - Valores de coeficientes de rugosidade (119899) de Manning para canais naturais (Ven Te Chow 1959)

As geometrias das pontes de acordo com o levantamento foram inseridas

O software HEC-RAS (USACE 2010a e 2010b) exige a adiccedilatildeo de duas seccedilotildees

transversais proacuteximas uma imediatamente a montante e outra imediatamente a

jusante da estrutura (da ponte) Nas seccedilotildees transversais de montante e jusante

foram considerados coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo respectivamente iguais a

030 e 050 que de acordo com o Manual Hidraacuteulico do software HEC-RAS

correspondem aos coeficientes aplicados a seccedilotildees tiacutepicas de pontes

Definida a geometria do problema estabeleceu-se o regime de simulaccedilatildeo

baseado no regime de escoamento natildeo-permanente

149

O desempenho do HEC-RAS mostrou-se insatisfatoacuterio para a quantidade de

seccedilotildees inseridas muito provavelmente devido a quantidade de meandros

Consequentemente mais testes precisaratildeo ser realizados A parte montante do

trecho rio Negrinho simulado foi simplificado considerando-se a inserccedilatildeo da vazatildeo e

supondo-se apenas uma seccedilatildeo a montante

Foram testados diferentes valores de rugosidade mas natildeo houve alteraccedilatildeo

significativa no niacutevel dacuteaacutegua

Os resultados do HEC-RAS utilizando as vazotildees estimadas produziram uma

inundaccedilatildeo na regiatildeo cuja cota meacutedia foi de 79307 m (FIGURA 90) bem acima dos

7918 m registrados na seccedilatildeo localizada na estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do

SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico Os fatores que

podem ter influenciado nessa discrepacircncia de valores podem ser

i) Devido agrave falta de dados de topobatimetria da regiatildeo da afluecircncia do rio

Negrinho no rio Negro foi utilizado uma estimativa da seccedilatildeo tranversal

considerando uma seccedilatildeo trapezoidal

ii) A vazatildeo diaacuteria estimada pode estar superestimada

iii) O eixo do escoamento baseada na calha principal do rio em codiccedilotildees

normais apresenta muita sinuosidade que em cheia passa a ter um

comportamento distinto

FIGURA 90 ndash Resultado Simulaccedilatildeo REC-HAS (Autor 2017)

150

Os resultados apresentados aqui satildeo apenas norteadores do potencial do

modelo HEC RAS nas atividades operacionais de previsatildeo de inundaccedilotildees devendo

o modelo ser ajustado calibrado e atualizado periodicamente

Em situaccedilotildees de inundaccedilatildeo o modelo mostrou que a inundaccedilatildeo do rio Negro

eacute um fator que influencia fortemente na inundaccedilatildeo do rio Negrinho Portando na

continuaccedilatildeo dos estudos de inundaccedilatildeo do rio Negrinho eacute imprescindiacutevel os estudos

do rio Negro

151

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NO RIO

Os resiacuteduos soacutelidos (lixos) interferem no escoamento das aacuteguas dos rios e

causam alagamentos e em situaccedilatildeo de inundaccedilotildees muitas vezes funcionam como

tamponamento afetando o niacutevel das aacuteguas que se elevam agravando o problema

Em conjunto os esgotos lanccedilados diretamente no rio e na drenagem pluvial podem

aumentar o nuacutemero de doenccedilas hiacutedricas durante os eventos de inundaccedilotildees

Neste capiacutetulo satildeo abordados os procedimentos para limpeza e eliminaccedilatildeo

desses problemas

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS

Foram desenvolvidos procedimentos para retirada de lixo do leito e das

margens dos rios para melhorar o fluxo das aacuteguas Muito do lixo encontrado poderia

ter sido tratado como resiacuteduo soacutelido sendo aproveitado no sistema produtivo desde

que tivesse tido a destinaccedilatildeo adequada apoacutes o uso

Durante os procedimentos de mediccedilatildeo especialmente das seccedilotildees

transversais foram percorridos aproximadamente 80 km de margens do rio

Negrinho rio Serrinha rio dos Bugres e rio Negro nos quais foram feitas algumas

constataccedilotildees tais como existecircncia de quantidade significativa de lixo nas margens

desses rios enroscados nas aacutervores ou flutuando sobre a aacutegua de onde se conclui

que haacute tambeacutem muito lixo submerso Encontrou-se desde vaso sanitaacuterio (proacuteximo a

captaccedilatildeo do SAMAE) sofaacute cama e ateacute pneu de trator (fundos da Escola Estadual de

Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega) Os materiais plaacutesticos de todos os tipos foram os

predominantes no cenaacuterio

Os procedimentos de limpeza foram precedidos de programas e campanhas

de conscientizaccedilatildeo bem como da aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo vigente uma vez que soacute

retirar o lixo do rio sem tratar da causa principal que eacute o comportamento dos

muniacutecipes natildeo resolve o problema Natildeo se trata apenas dos ribeirinhos mas

tambeacutem daqueles que moram nas regiotildees mais altas Todos satildeo cuacutemplices e

responsaacuteveis pelo que eacute jogado em local inadequado na rua nas galerias pluviais

em qualquer lugar que tem como destino final os rios O lixo encontrado no rio vem

152

de todos os bairros e natildeo apenas dos ribeirinhos A rede de drenagem pluvial eacute o

principal conduto para o transporte de lixo e esgoto ateacute o rio

Os problemas de mau funcionamento da rede de drenagem pluvial decorrem

do lixo que eacute jogado a ceacuteu aberto ou eacute inadequadamente disposto e que acaba indo

parar nas tubulaccedilotildees de aacuteguas pluviais O que natildeo causa entupimento e mau

funcionamento vai direto para os rios

Natildeo eacute somente o tamanho do lixo a xepa de cigarro o papel de bala e a lata

de cerveja ou refrigerante jogados em locais inapropriados accedilotildees ainda muito

comuns e vistas diariamente poluem os rios em conjunto com o vaso sanitaacuterio o

pneu de trator e demais lixos Eacute preciso entender que o barro do veiacuteculo lavado em

frente a casa segue pelas galerias pluviais e vai contribuir no assoriamento dos rios

O primeiro passo para resolver a questatildeo do lixo eacute parar com a sua

deposiccedilatildeo em locais inapropriados tratando a causa e natildeo o efeito Isso passa

necessariamente por campanhas de conscientizaccedilatildeo mas tambeacutem pela puniccedilatildeo aos

infratores Natildeo haacute sociedade organizada sem regras sendo cumpridas

Uma vez cessada a deposiccedilatildeo de lixo pode-se iniciar a retirada do lixo das

margens primeiramente aquele que estaacute enroscado em aacutervores e depois os que

estatildeo nos leitos maior e na planiacutecie de inundaccedilatildeo FIGURA 91

Todos esses trabalhos devem ser executados de montante para jusante em

etapas e com equipes treinadas e qualificadas com o uso de EPIacutes uma vez que

durante o processo de levantamento das seccedilotildees transversais verificou-se a

presenccedila de capivaras nas margens dos rios e com elas a presenccedila do Carrapato

Estrela da capivara que transmite a Febre Maculosa ou Febre do Carrapato

O planejamento que precede esses procedimentos de limpeza deve prever

os locais de amontoamento do lixo retirado nos quais o mesmo deveraacute permanecer

o menor tempo possiacutevel sendo encaminhado ao seu destino final seja ele a

reciclagem (quando possiacutevel) o aterro sanitaacuterio ou o aterro industrial

153

FIGURA 91 ndash Lixo no rio Negrinho (a) (b) e (c) fundos do Coleacutegio Satildeo Joseacute ndash margem esquerda e Empresa Transportadora Seka ndash margem direita (d) resultado

de campanha de coleta de lixo no rio Negrinho (Autor 2016)

Iniciativas como a do Nugravecleo de Meio Ambiente da Associaccedilatildeo Comercial e

Industrial de Rio Negrinho ndash ACIRNE FIGURA 92 satildeo extremamente vaacutelidas como

forma de conscientizaccedilatildeo Essa accedilotildees devem ser intensificadas procurando expor

os danos ambientais causados pelo comportamento inadequado dos muniacutecipes e

formando as novas geraccedilotildees de indiviacuteduos mais conscientes

Nesta campanha participaram aproximadamente 30 pessoas e o periacuteodo de

duraccedilatildeo foi de 4 horas coletando cerca 15 tonelada de lixo

154

FIGURA 92 ndash Campanha de Limpeza do Rio Negrinho (Nuacutecleo Meio Ambiente da ACIRNE 2017)

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE PLUVIAL

O desenvolvimento de procedimentos relativos agrave eliminaccedilatildeo do esgoto

despejado diretamente no sistema de drenagem pluvial e nos rios deve ser

considerado a partir da entrada em operaccedilatildeo do novo Sistema de Esgotamento

Sanitaacuterio da cidade que vem sendo implantado pela autarquia municipal SAMAE ndash

Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico

Noventa por cento das ruas da aacuterea urbana tem rede implantada Essa rede

natildeo estaacute toda em operaccedilatildeo uma vez que estaccedilotildees elevatoacuterias ainda estatildeo sendo

construiacutedas No entanto a ETE - Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgoto localizada no

Bairro Vista Alegre e quinze estaccedilotildees elevatoacuterias jaacute estatildeo em operaccedilatildeo A ligaccedilatildeo no

sistema ainda natildeo eacute obrigatoacuteria Da mesma forma o contribuinte natildeo estaacute fazendo

nenhum tipo de pagamento pela disponibilizaccedilatildeo do serviccedilo Tanto a obrigatoriedade

da ligaccedilatildeo quanto o pagamento deveratildeo ocorrer em breve

155

Verifica-se que haacute uma infinidade de tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio das

edificaccedilotildees despejando diretamente no leito dos rios Aleacutem destas haacute tambeacutem

muitas tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio e aacuteguas servidas que satildeo despejadas

diretamente nas redes de aacuteguas pluviais FIGURA 93 Isso explica porque eacute possiacutevel

perceber claramente a mudanccedila de cor e de odor da aacutegua dos rios agrave medida que

ela passa pela aacuterea urbana A aacutegua dos rios vai adquirindo a cor acinzentada

Outro procedimento bastante comum que contamina o lenccedilol freaacutetico e por

consequecircncia a aacutegua dos rios eacute o despejo de esgoto primaacuterio em antigos poccedilos que

foram desativados depois da implantaccedilatildeo da rede de aacutegua tratada transformando-

os em sumidouros Por fim a utilizaccedilatildeo bastante frequente de sumidouros sem a

utilizaccedilatildeo de tanques seacutepticos e filtros

A entrada em operaccedilatildeo da rede de esgotamento sanitaacuterio aleacutem de melhorar

significativamente a qualidade de vida e especialmente a sauacutede dos muniacutecipes eacute

uma oportunidade para solucionar todos esses problemas que sem duacutevida refletiratildeo

na qualidade das aacuteguas dos rios

Uma vez disponibilizada a rede salvo condiccedilotildees topograacuteficas impeditivas a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto de cada edificaccedilatildeo no sistema seraacute obrigatoacuteria tanto

quanto o pagamento pelos serviccedilos Condiccedilotildees e tarifas especiais podem ser

implementadas poreacutem uma vez disponibilizado o sistema tudo o que deixar de ser

encaminhado para ele configuraraacute crime ambiental

Novamente campanhas de conscientizaccedilatildeo seratildeo imprescindiacuteveis aleacutem do

apoio e da determinaccedilatildeo dos poderes constituiacutedos A fiscalizaccedilatildeo e a penalizaccedilatildeo

satildeo ferramentas que faratildeo parte desse processo A populaccedilatildeo precisa entender a

importacircncia de fazer sua ligaccedilatildeo no sistema Dos ganhos em relaccedilatildeo agrave sauacutede e do

meio ambiente

156

FIGURA 93 ndash Ligaccedilotildees esgoto no rio Negrinho e na drenagem pluvial (Autor 2016)

157

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO

As aacuteguas das chuvas produzem escoamento superficial subsuperficial e de

base e satildeo processos naturais que ocorrem com certa periodicidade podendo levar

algumas deacutecadas entre eventos de inundaccedilotildees A falta e a perda de lembranccedila dos

desastres passados aliado a expansatildeo imobiliaacuteria e falta de conhecimento dos

fenocircmenos envolvidos levaram as pessoas a ocupar as aacutereas sucetiacuteveis ao

transbordamento dos rios planiacutecies de inundaccedilatildeo Obras civiacutes foram erguidas

ficando sujeitas agraves inundaccedilotildees e aos consequentes prejuiacutezos

Com vista para mitigaccedilatildeo dos efeitos das inundaccedilotildees elaborou-se a

proposta do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ndash PAE

A Metodologia do PAE consiste em

1) Definir as caracteriacutesticas da chuva para ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

2) Delimitar a aacuterea de ocorrecircncia do problema a inundaccedilatildeo

3) Elaborar mapas de inundaccedilatildeo

4) Configurar a estrutura do PAE atraveacutes da definiccedilatildeo de procedimentos de

notificaccedilatildeo agrave Defesa Civil atribuiccedilotildees e responsabilidades

5) Definir as accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

6) Submeter o PAE aos teacutecnicos dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela defesa civil para

apreciaccedilatildeo e melhoria

7) Implementar um estudo de caso no Coleacutegio Satildeo Joseacute de Rio NegrinhoSC

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO

Desde 1983 no 5ordm Regimento de Carros de Combate do Exeacutercito Brasileiro

e a partir de 1992 na Secretaria Municipal de Reconstruccedilatildeo da Prefeitura Municipal

de Rio Negrinho o autor vem acompanhando os eventos de chuvas intensas e

inundaccedilotildees nessa regiatildeo e algumas caracteriacutesticas foram percebidas conforme

descritas a seguir

A chuva para ocasionar inundaccedilatildeo deve ser precedida por um periacuteodo de

chuvas intensas que possa elevar o niacutevel do lenccedilol freaacutetico minizando a capacidade

de infiltraccedilatildeo do solo por saturaccedilatildeo e aumentando o escoamento superficial e a

consequente ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

158

Aleacutem de intensidade elevada da chuva o seu tempo de duraccedilatildeo tambeacutem

deve ser longo Com relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo no espaccedilo essa chuva natildeo pode se

restringir somente agrave bacia do rio Negrinho Ela deve atingir toda a bacia do alto rio

Negro compreendendo tambeacutem a bacia do rio Negrinho seus afluentes bem como

o rio Preto e outros rios importantes e seus afluentes

Pela ausecircncia de monitoramento essas carcateriacutesticas observadas satildeo

apenas informaccedilotildees qualitativas

A aacuterea de abrangecircncia do PAE foi definida pela delimitaccedilatildeo do periacutemetro

urbano municipal e pelos locais de atingimento registrados na inundaccedilatildeo do ano de

1992 que teve como altitude maacutexima 792 m A mancha de inundaccedilatildeo de 1992 estaacute

apresentada na FIGURA 94

159

FIGURA 94 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE (PMRN 2014)

160

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo

Tendo por referecircncia os niacuteveis do levantamento aerofotogrameacutetrico

realizado em 2004 o Plano Diretor do municiacutepio e as imagens do Google Earth

foram gerados mapas de inundaccedilatildeo relacionados agraves cotas FIGURA 95 a

FIGURA 99

A FIGURA 100 apresenta a sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas

de Inundaccedilatildeo cotas 787 790m e 792m

Na comparaccedilatildeo das FIGURA 101 e FIGURA 102 se observa que os

mapas de inundaccedilatildeo produzidos pela equipe teacutecnica da prefeitura municipal

com base nos registros efetuados durante as maiores inundaccedilotildees tem muita

proximidade comas manchas de inundaccedilatildeo produzidas por GIGLIO (2010) para

o ano correspondente de 1992

As demais manchas de inundaccedilatildeo apresentadas por GIGLIO relativas

aos registros de inundaccedilotildees de menor cota maacutexima enfatizam que mesmo

nessas condiccedilotildees o atingimento na aacuterea urbana eacute significativo tendo como

consequecircncia muitos danos e prejuiacutezos

161

FIGURA 95 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 781 (PMRN 2014)

162

FIGURA 96 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 784 (PMRN 2014)

163

FIGURA 97 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 787 (PMRN 2014)

164

FIGURA 98 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 790 (PMRN 2014)

165

FIGURA 99 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 792 (PMRN 2014)

166

FIGURA 100 ndash Sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas de Inundaccedilatildeo cotas 787 (ciano) 790m (azul claro) e 792m (azul escuro)

(PMRN 2016)

167

FIGURA 101 ndash Detalhe aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho

(PMRN 2017)

168

FIGURA 102 ndash Aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho (Giglio 2010)

169

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE

O organograma da FIGURA 103 apresenta a estrutura do PAE Ele foi

elaborado tendo como referecircncias as experiecircncias nas grandes inundaccedilotildees de 1983

1992 2014 e 2015

Como se trata de um municiacutepio 40000 habitantes natildeo haacute a possibilidade

de se manter uma estrutura permanente Assim durante os eventos a estrutura

administrativa existente se adapta para assumir as funccedilotildees do PAE

Aleacutem da estrutura administrativa eacute essencial que a comunidade

especialmente aquela que estaacute em aacutereas inundaacuteveis esteja cada dia mais

preparada para esses eventos Nesse sentido eacute imprescindiacutevel que cada edificaccedilatildeo

localizada nessas aacutereas tenha o PAE Depois de trecircs grandes inundaccedilotildees muito

proacuteximas 1983 1992 e 2014 a maioria dos moradores sabe como agir em situaccedilatildeo

de emergecircncia com base na memoacuteria da uacuteltima inundaccedilatildeo

Os eventos apresentam caracteriacutesticas distintas entre si mas o atingimento

do niacutevel da aacutegua pode apresentar relaccedilotildees significativas entre a quantidade de

chuva e sua resposta Isto poderaacute ser estudado no futuro com os dados do novo

sistema de monitoramento hidroloacutegico a partir da obtenccedilatildeo de seacuteries hidroloacutegicas

suficientemente longas com eventos de cheia

Alteraccedilotildees no uso e ocupaccedilatildeo do solo e tambeacutem as mudanccedilas climaacuteticas

podem alterar as medidas de accedilotildees aqui propostas necessitando de avaliaccedilatildeo e

reformulaccedilatildeo peroacutedicas

Com a inundaccedilatildeo de 2014 aprendeu-se muito sobre a necessidade e a

importacircncia de levar a informaccedilatildeo qualificada e em tempo real a todos os muniacutecipes

Com os meios de comunicaccedilatildeo que dispomos hoje essa tarefa eacute muito facilitada

poreacutem natildeo pode ser negligenciada o que enfatiza a importacircncia da estrutura de

comunicaccedilatildeo durante esses eventos

Quanto mais organizados e melhor preparados menores seratildeo os danos e

os prejuiacutezos e mais raacutepido o restabelecimento da condiccedilatildeo de normalidade apoacutes o

abaixamento do niacutevel das aacuteguas

170

FIGURA 103 ndash Estrutura Organizacional de Resposta a Emergecircncias em Fevereiro de 2017

(Autor 2017)

171

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial

A equipe a ser acionada em situaccedilatildeo emergencial para tomada de decisotildees

durante todo o periacuteodo de inundaccedilatildeo desde o momento da identificaccedilatildeo da

ocorrecircncia ateacute a restauraccedilatildeo da normalidade eacute formada por

1) Supervisatildeo Geral do PAE - Prefeito Municipal e Vice Prefeito Municipal

2) Coordenaccedilatildeo Geral do PAE ndash Secretaacuteria de Planejamento e Meio Ambiente

3) Coordenaccedilatildeo Operacional do PAE ndash Coordenador Municipal da Defesa Civil e

Secretaacuterio de Accedilotildees Governamentais e Serviccedilos Puacuteblicos

4) Coordenaccedilatildeo de Apoio Operacional ndash Comandante do Corpo de Bombeiros

5) Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila ndash Comando da Poliacutecia Militar

6) Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico (Aacutegua e Esgoto) ndash Diretor Geral do

Samae

7) Coordenaccedilatildeo Energia Eleacutetrica ndash Diretor Escritoacuterio CELESC Rio Negrinho

8) Coordenaccedilatildeo de Sauacutede ndash Secretaacuteria de Sauacutede

9) Coordenaccedilatildeo de Infraestrutura Urbana ndash Secretaacuterio de Infraestrutura

10) Coordenaccedilatildeo de Assistecircncia Social ndash Secretaacuteria de Assistecircncia Social

11) Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo ndash Secretaacuteria de Educaccedilatildeo

12) Coordenaccedilatildeo do Distrito ndash Subprefeito do Distrito

13) Coordenaccedilatildeo de Financcedilas ndash Secretaacuterio de Financcedilas

14) Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo ndash Assessor de Comunicaccedilatildeo

15) Coordenaccedilatildeo de NUPDECS ndash Engenheiro Defesa Civil

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador

As Coordenaccedilotildees de Apoio Operacional Comando do Corpo de Bombeiros

e a Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila Comando da Poliacutecia Militar aleacutem das suas

atividades normais satildeo respectivamente responsaacuteveis nos resgates e no transporte

por barcos e na seguranccedila das edificaccedilotildees atingidas dos edifiacutecios puacuteblicos na

distribuiccedilatildeo de alimentos roupas e cobertores e nos locais de alojamento de

desabrigados

A Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico Diretor Geral do SAMAE que

controla esta autarquia municipal tem a atribuiccedilatildeo de manter o abastecimento de

172

aacutegua controlando os rompimentos de tubulaccedilatildeo sob a aacutegua de forma a manter o

abastecimento de aacutegua bem como gerenciar as estaccedilotildees elevatoacuterias do sistema de

esgotamento sanitaacuterio que ficam sob as aacuteguas Da mesma forma a Coordenaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica Gerente do escritoacuterio local da CELESC tem como funccedilatildeo a

manutenccedilatildeo do fornecimento de energia nas aacutereas natildeo atingidas bem como os

cortes e desligamentos nas aacutereas alagadas

A Coordenaccedilatildeo da Sauacutede secretaacuteria de sauacutede tem a atribuiccedilatildeo de manter o

atendimento nos postos de sauacutede aleacutem de todos os atendimentos emergenciais

decorrentes do evento

Ao Coordenador de Infraestrutura secretaacuterio de infraestrutura cabe a

manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo das vias puacuteblicas pontes e a drenagem pluvial na aacuterea

urbana aleacutem do transporte de pertences dos moradores que vatildeo sendo desalojados

Baixadas as aacuteguas a limpeza e a remoccedilatildeo e o transporte dos entulhos e bens

moacuteveis danificados pela inundaccedilatildeo

A Coordenaccedilatildeo de Assistencia Social secretaacuteria de assitencia social cabe a

funccedilatildeo de arrecadar receber organizar e distribuir alimentos roupas colchotildees e

cobertores A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo sempre contribui com este trabalho uma

vez que esses processos sempre acontecem nas escolas

Agrave Coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo secretaria de educaccedilatildeo cabe gerenciar o

funcionamento das escolas coordenando a utilizaccedilatildeo destas e dos ginaacutesios de

esportes como abrigos para desabrigados Auxilia a Coordenaccedilatildeo de Assitecircncia

Social na distribuiccedilatildeo de alimentos roupas conchotildees e cobertores

Cabe agrave Coordenccedilatildeo do Distrito da Volta Grande subprefeito da Volta

Grande ainda que natildeo existam aacutereas inundaacuteveis no distrito a recuperaccedilatildeo das

estradas e pontes do interior que normalmente ficam bastante prejudicadas em

funccedilatildeo dos periacuteodos prolongados de chuva que estatildeo associados agraves inundaccedilotildees

A Coordenaccedilatildeo de Financcedilas secretaacuterio de financcedilas tem como atribuiccedilatildeo a

obtenccedilatildeo de recursos onde conta com o apoio da Supervisatildeo Geral nas figuras do

prefeito e vice-prefeito para fazer frente agraves accedilotildees de recuperccedilatildeo do municiacutepio agrave

condiccedilatildeo de normalidade

A Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo assessoria de imprensa tem a funccedilatildeo

primordial de divulgar todos os boletins oficiais da defesa civil previsotildees do tempo

173

alertas chamadas e informaccedilotildees pertinentes Responde ainda por todos os tipos de

exclarecimentos muito necessaacuterios durante os eventos por conta de todo tipo de

informaccedilatildeo improcedente que acaba sendo divulgada

A Coordenaccedilatildeo dos NUPDECS Nuacutecleos de Prevenccedilatildeo e Defesa Civil

engenheiro da defesa civil tem atribuiccedilatildeo permanente de repassar as informaccedilotildees

efetuar treinamentos organizar os nuacutecleos existentes organizar a criaccedilatildeo de novos

nuacutecleos de forma que estejam cada vez mais preparados para os eventos e se

ajudem mutuamente

915 Fluxograma de Acionamento do PAE

O acionamento do PAE deve respeitar um sequecircncia loacutegica de

procedimentos e avaliaccedilotildees que levam em consideraccedilatildeo a estrutura organizacional

de respostas a emergecircncias utilizando-se de criteacuterios e informaccedilotildees teacutecnicas e de

campo FIGURA 104

174

FIGURA 104 ndash Fluxograma de Acionamento do PAE (Autor 2017)

175

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias

NORMAL

- Natildeo haacute indiacutecios de inundaccedilatildeo

- Natildeo houve um periacuteodo prolongado de chuva que pudesse reduzir a

capacidade de absorccedilatildeo do solo

- Quando a chuva prevista e o niacutevel monitorado estatildeo dentro da normalidade

- O niacutevel dos rios estaacute estabilizado

ATENCcedilAtildeO

- Quando houve um periacuteodo prolongado de chuvas e o solo estaacute com a sua

capacidade de absorccedilatildeo reduzida

- Quando houver previsatildeo de chuva intensa ou extrema que possa ocasionar

inundaccedilatildeo

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78600m e a cota de 300 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Os niacuteveis dos rios estatildeo subindo

- Acionamento do PAE coordenaccedilatildeo geral para uma avaliaccedilatildeo e possiacutevel

acionamento da estrutura operacional

ALERTA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ATENCcedilAtildeO

- Previsatildeo de chuvas de intensidade elevada e por periacuteodo prolongado

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78650m e a cota de 350 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Apoacutes avaliaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo geral e convocaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo

operacional e das demais coordenaccedilotildees

EMERGEcircNCIA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ALERTA

- Efetivaccedilatildeo de chuva igual ou maior ao previsto

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78700m e a cota de 400 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE a partir da qual extravasa o

seu leito e comeccedila a invadir ruas e imoacuteveis

- Coordenaccedilatildeo operacional e demais coordenccedilotildees do PAE iniciam suas

atividades e accedilotildees de preparaccedilatildeo da estrutura de atendimento e mitigaccedilatildeo da

inundaccedilatildeo

176

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

1 - A legislaccedilatildeo vigente no Plano Diretor veda a construccedilatildeo de edificaccedilotildees

residenciais abaixo da cota de niacutevel 79200m Essa vedaccedilatildeo pode ser estendida a

todas as edificaccedilotildees incluindo incentivos para a populaccedilatildeo atingida a procurar aacutereas

seguras

2 ndash Instituiccedilatildeo da obrigatoriedade de um Plano de Accedilotildees de Emergecircncia a

todas as edificaccedilotildees com o niacutevel teacuterreo abaixo da cota de niacutevel 79200m assim

como eacute obrigatoacuterio o projeto preventivo contra incecircndio para edificaccedilotildees comerciais

3 ndash Limpeza e desassoreamento da calha dos rios precedida por accedilotildees de

conscientizaccedilatildeo para que a populaccedilatildeo se conscientize de que o rio natildeo eacute lugar de

jogar resiacuteduos (lixo) e os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos devem ser coletados

adequadamente Primeiro eacute preciso tratar a causa para depois tratar o efeito

Enfatizar que os resiacuteduos deixados nas ruas podem ser arrastados pelas

enxurradas para os bueiros e leitos dos rios dificultando eou obstruindo a passagem

da aacutegua da chuva

4 - Eliminar pontos de estrangulamento nos leitos dos rios e coacuterregos como

pontes e bueiros mal dimensionados para melhorar o fluxo da aacutegua e minimizar a

elevaccedilatildeo do niacutevel da aacutegua

A ponte na Rua Jorge Zipperer FIGURA 105 proacutexima agrave Igreja Matriz eacute o

exemplo mais evidente disso onde haacute uma reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal

do rio Negrinho de 1685 metros para 990 metros

5 ndash Promover treinamentos atraveacutes de simulaccedilotildees e debates sobre os

problemas de inundaccedilatildeo para aperfeiccediloar o PAE do municiacutepio e os PAEs de cada

edificaccedilatildeo

6 ndash Ampliar a criaccedilatildeo de Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil ndash NUPDECS

estruturando e organizando esses grupos promovendo encontros e troca de

177

informaccedilotildees Os nuacutecleos satildeo uma forma de organizaccedilatildeo da comunidade que

incentiva a ajuda muacutetua e minimiza a dependecircncia da estrutura puacuteblica

FIGURA 105 ndash Estrangulamento Ponte Igreja Matriz ndash Reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal do rio de 1685m para 990m da ponte

(Autor 2017)

7 - Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS

associando diferentes grupos a cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no

MDT entre as cotas de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de

abandono do local e retirada de pertences

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de

Rio NegrinhoSC

Apoacutes a inundaccedilatildeo de 2014 a direccedilatildeo do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de Rio

NergrinhoSC solicitou auxiacutelio a Defesa Civil buscando se organizar e estruturar

178

melhor para futuros eventos dadas as dificuldades ocorridas e os prejuiacutezos enormes

a que a instituiccedilatildeo teve que arcar

Num primeiro momento o foco foi na limpeza e na recuperaccedilatildeo das

estruturas danificadas (alvenarias pisos instalaccedilotildees eleacutetricas e hidraacuteulicas) bem

como a substituiccedilatildeo da mobiacutelia e e dos equipamentos com a escolha de materiais

adequados considerando novos eventos

No momento seguinte redefiniu-se o layout da escola mudando a estrutura

administrativa e documental para niacuteveis superiores fora da cota maacutexima de

inundaccedilatildeo Os niacuteveis inferiores passaram a ser utilizados somente como salas de

aula com mobiacutelia adequada de faacutecil limpeza e recuperaccedilatildeo permitindo uma faacutecil

retirada dos equipamentos

Por fim formatou-se o PAE sob a forma de um documento definindo-se uma

cota e as condiccedilotildees de acionamento planilhando-se todos os contatos telefones e

atribuiccedilotildees desde o acionamento ateacute o restabelecimento das condiccedilotildees de

normalidade

Esse PAE foi testado e aperfeiccediloado nas duas inundaccedilotildees de outubro de

2015 ainda que tenham sido pequenas inundaccedilotildees

Do relato da direccedilatildeo da escola conclui-se que passar por esses eventos

sabendo previamente o que fazer aleacutem de minimizar danos e prejuiacutezos torna todo o

processo menos traumaacutetico e estressante

92 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se que o PAE deva ser testado analisado e avaliado em

situaccedilatildeo real de emergecircncia de inundaccedilatildeo Tanto o processo como um todo como

os procedimentos em separado devam ser aprimorados corrigindo falhas e

buscando melhorar o desempenho

Periodicamente o PAE deveraacute ser revisto principalmente pela dinacircmica do

comportamento das chuvas e da transformaccedilatildeo urbana bem como introduzir novas

tecnologias ou metodologias

A atualizaccedilatildeo da estrututura organizacional do PAE tambeacutem deve ser

constante por se tratar de um oacutergatildeo puacuteblico em que as atribuiccedilotildees e

179

responsabilidades estatildeo vinculadas a cargos que sofrem com relativa frequecircncia

substituiccedilatildeo nos seus ocupantes Cabe agrave coordenaccedilatildeo geral do PAE natildeo soacute a

atualizaccedilatildeo dos quadros mas tambeacutem o repasse das informaccedilotildees das atribuiccedilotildees e

das responsabilidades

180

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

Os sistemas de informaccedilotildees desenvolvidos neste trabalho visam falicitar o

acesso dos cidadatildeos agrave informaccedilatildeo oficial e qualificada durante todo o evento de

inundaccedilatildeo desde as primeiras informaccedilotildees relacionadas agraves previsotildees durante a

ocorrecircncia da inundaccedilatildeo e apoacutes no periacuteodo de recuperaccedilatildeo e retorno agrave condiccedilatildeo de

normalidade

Foram desenvolvidos os seguintes sistemas

i) Paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho na internet

ii) Grupos de WhatsApp

iii) Paacutegina Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais na Internet

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET

As grandes inundaccedilotildees em especial a grande inundaccedilatildeo de 2014 mostrou

que a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo eacute uma grande ferramenta a ser usada como forma

de minimizar os danos e prejuiacutezos causados por esses eventos

Foi verificada a necessidade de fazer chegar ao cidadatildeos de forma mais

faacutecil e acessiacutevel possiacutevel as informaccedilotildees de previsatildeo do tempo niacutevel dos rios que

possam auxiliar na tomada de decisotildees durante os eventos de cheias

Nesse sentido definiu-se pela criaccedilatildeo de 05 banners FIGURA 106 na

paacutegina inicial da Defesa Civil de Rio Negrinho com os principais links que datildeo

acesso agraves seguintes informaccedilotildees

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

- Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash COPEL

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET(Battistella)

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

A disponibilizaccedilatildeo das informaccedilotildees de niacutevel eacute feita atraveacutes de um link com o

site do CEMADEN Esse niacutevel eacute monitorado no rio Negrinho no local da Ponte do

181

Ipiranga entre as Ruas Martin Zipperer e Roberto Ferreira de Lima no Bairro Alegre

logo a jusante da captaccedilatildeo do SAMAE

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

A previsatildeo das condiccedilotildees do tempo eacute obtida no site wwwforecacom onde

se encontram disponiacuteveis informaccedilotildees das condiccedilotildees do tempo e dados da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica do Aeroporto Afonso Pena em Curitiba- PR

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL

Link com o site da COPEL no qual podem ser acessadas as estaccedilotildees

hidroloacutegicas que monitoram o rio Negro localizadas em Fragosos a montante de Rio

Negrinho e Rio Negro a jusante

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

O link no site da EPAGRICIRAM permite o acesso aos dados e

informaccedilotildees monitoradas nas seguintes estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Rudnick ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Souza ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Foz do Rio Negrinho (FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Ponte do Lageado ndash Rio Negro (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Rio dos Bugres (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio dos Bugres

- Temperatura Instantacircnea do Ar [ordmC]

- Total de chuva acumulada nas uacuteltimas 72 horas 100 [mm]

- Umidade Relativa Instantacircnea []

- Molhamento Foliar

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET (Battistella)

- Temperatura do Ar ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [ordmC]

- Umidade Relativa ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten []

- Ponto de Orvalho ndash Instantacircneo Maacutex e Miacuten [ordmC]

182

- Pressatildeo ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [hPa]

- Velocidade e direccedilatildeo do vento [ms]

- Radiaccedilatildeo Solar [kJmsup2]

- Precipitaccedilatildeo [mm]

FIGURA 106 ndash Paacutegina Defesa Civil de Rio Negrinho ndash Sistema de Monitoramento (Autor 2016)

102 GRUPOS DE WHATSAPP

Como forma de transmitir o mais raacutepido possiacutevel as informaccedilotildees repassadas

pelas Coordenadorias Regionais de Defesa Civil do Estado foram criados dois

grupos de WhatsApp FIGURA 107 que publicam diariamente o mesmo conteuacutedo

Previsatildeo do tempo alertas niacuteveis dos rios cotas de inundaccedilatildeo pontos de

183

alagamento e toda a informaccedilatildeo pertinante para prevenccedilatildeo durante os eventos e

fora deles

Diariamente satildeo publicados boletins de previsatildeo do tempo com informaccedilotildees

do Sistema EPAGRI-CIRAM e do SIMEPAR aleacutem de imagens de sateacutelites e do

Radar Meteoroloacutegico de Lontras A intenccedilatildeo aleacutem da informaccedilatildeo eacute familiarizar o

muniacutecipe que participa dos grupos com essas informaccedilotildees para que o mesmo

comece a fazer automaticamente a associaccedilatildeo entre as imagens a previsatildeo e o que

efetivamente vem a ocorrer Eacute um treiamento diaacuterio e constante

Durante os eventos de inundaccedilatildeo todo o tipo de informaccedilatildeo pertinente

circula pelos grupos desde a troca de informaccedilotildees quanto ao controle do niacutevel do

rio considerando que muitos moradores da margem tecircm reacuteguas de mediccedilatildeo

proacuteprias previsatildeo do tempo pedidos de socorro disponibilizaccedilatildeo de ajuda

seguranccedila compartilhada distritbuiccedilatildeo de alimentos e encaminhamento para

abrigos

184

FIGURA 107 ndash Grupos de WhatsApp ndash Defesa Civil Rio Negrinho (Autor 2017)

185

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS

A paacutegina Desastres Naturais na internet eacute

wwwdesastresnaturaiscombr

Em funccedilatildeo da realizaccedilatildeo de dois cursos de HEC-HMS e HEC-RAS e um

curso de Dam Break no Instituto de Engenharia do Paranaacute ndash IEP com a presenccedila

de profissionais de vaacuterias regiotildees do Brasil e tambeacutem do Paraguai definiu-se pela

criaccedilatildeo de um foacuterum de debates sobre o tema Desastres Naturais

Em parceria com o Departamento de Informaacutetica da Prefeitura do Municiacutepio

de Rio Negrinho e o patrociacutenio de empresas do Municiacutepio de Rio Negrinho iniciamos

a formataccedilatildeo de uma paacutegina e o registro de domiacutenio para a criaccedilatildeo desse foacuterum de

debates

O Desastres Naturais FIGURA 108 eacute uma comunidade (paacutegina em

desenvolvimento) e foacuterum para que profissionais possam interagir em temas

relacionados a todos os tipos de desastres naturais A plataforma digital inclui

diversas ferramentas de gerenciamento de uma comunidade online Eacute possiacutevel

postar projetos duacutevidas ou opiniotildees bem como eacute permitido comentar e votar nas

postagens

Os usuaacuterios podem criar perfis individuais com imagens e informaccedilotildees

baacutesicas Esses perfis tambeacutem oferecem estatiacutesticas do nuacutemero de comentaacuterios e

posts que cada pessoa fez

A plataforma eacute responsiva ou seja os usuaacuterios podem acessar do

computador tablet ou celular Isso possibilita que os usuaacuterios acompanhem e

comentem nas discussotildees de forma raacutepida de qualquer lugar atraveacutes de

dispositivos moacuteveis Aleacutem disso a plataforma utiliza as tecnologias mais modernas

em sua base como WordPress plataforma de gerenciamento de conteuacutedo que

alimenta o foacuterum O mesmo roda sobre tecnologia PHP com banco de dados

MySQL

186

FIGURA 108 ndash Paacutegina do Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais (Autor 2017)

187

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

A responsabilidade do desatre natural relacionado agrave inundaccedilatildeo de aacutereas

urbanas causado pelas ondas de cheias natildeo estaacute na elevaccedilatildeo do niacutevel das aacuteguas

de seus corpos hiacutedricos mas sim na invasatildeo ocupacional do leito maior e planiacutecies

de inundaccedilatildeo inicialmente por pequenas comunidades que ao longo do tempo

foram se desenvolvendo e formando cidades e metroacutepoles

As chuvas frentes frias e quentes rios voadores El Nintildeo La Nintildea satildeo

fenocircmenos da natureza que produzem eventos com os quais precisamos aprender a

conviver Desses eventos as inundaccedilotildees resultam em enormes danos e prejuiacutezos

Da avaliaccedilatildeo financeira conclui-se que os valores envolvidos satildeo de grande

monta e o impacto sobre as cidades atingidas satildeo enormes Qualquer accedilatildeo ou

medida mitigatoacuteria que possa reduzir esses valores deve ser necessariamente

implementada

A implantaccedilatildeo do sistema de monitoramento hidroloacutegico da bacia do rio

Negrinho eacute um dos resultados mais importantes deste trabalho Aleacutem de

disponibilizar informaccedilotildees em tempo real agrave comunidade que permitiratildeo orientar a

tomada de decisotildees durante os eventos de inundaccedilatildeo passou a gerar seacuteries

histoacutericas para futuros e melhores estudos hidroloacutegicos da bacia do rio Negrinho

A nova paacutegina de internet da Defesa Civil de Rio Negrinho desenvolvida a

partir de um dos objetivos deste estudo foi elaborada visando facilitar o acesso do

cidadatildeo comum ao novo sistema de monitoramento do rio Negrinho ao

monitoramento do rio Negro previsatildeo do tempo e aos iacutendices de pluviosidade das

estaccedilotildees da regiatildeo Ela eacute uma ferramenta de concentraccedilatildeo de informaccedilotildees

pertinentes num mesmo local e de facilitaccedilatildeo de acesso

A paacutegina na internet com o site ldquoDesastres Naturaisrdquo ainda em

desenvolvimento objetiva fomentar e divulgar foacuteruns debates e discussotildees de alto

niacutevel entre pesquisadores poreacutem com acesso ao puacuteblico permitindo a interaccedilatildeo

entre estes e aqueles tornando-se uma referecircncia de informaccedilatildeo qualificada

Os grupos de WhatsApp se tornaram uma ferramenta imprescindiacutevel de

comunicaccedilatildeo com a capacidade de levar informaccedilotildees quase que em tempo real a

toda comunidade fazendo com que os usuaacuterios se habituem com os alertas e as

imagens de sateacutelite e de radar meteoroloacutegico e as informaccedilotildees contidas tornando-

188

as capazes de relacionar essas imagens com os eventos de chuvas e ondas de

cheias

As campanhas e os procedimentos para eliminar o lixo e o esgoto dos

nossos rios satildeo importantes tendo sido realizados procedimentos e limpeza do rio

Negrinho O grande desafio poreacutem eacute a conscientizaccedilatildeo de toda populaccedilatildeo gerando

um novo comportamento social de proteccedilatildeo e preservaccedilatildeo do meio ambiente neste

estudo a aacutegua

A simulaccedilatildeo hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para a inundaccedilatildeo de

2014 atraveacutes do HEC-RAS permitiu uma anaacutelise do comportamento hidrodinacircmico

e pode possibilitar simulaccedilotildees de vazotildees maiores que as registradas para prevenccedilatildeo

e ajuste e atualizaccedilatildeo do PAE

O piloto de PAE desenvolvido neste trabalho a partir da experiecircncia

acumulada pelo autor em trecircs grandes inundaccedilotildees apoacutes testado e avaliado deve

ser complementado e atualizado constantemente A ideacuteia do PAE deve ser

propagada Cada edificaccedilatildeo na aacuterea inundaacutevel precisa ter o seu PAE

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS

A recomendaccedilatildeo mais eficaz eacute sair da aacuterea de inundaccedilatildeo Na

impossibilidade ou na opccedilatildeo de natildeo sair eacute preciso adaptar-se e aprender a conviver

com a inundaccedilatildeo

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo

- Implantaccedilatildeo do Plano de Accedilotildees de Emergecircncia no Municiacutepio

- Melhorar o sistema de comunicaccedilatildeo de forma que os muniacutecipes recebam o maacuteximo

de informaccedilatildeo possiacutevel e que seja compreensiva e efetiva O treinamento constante

e a incorporaccedilatildeo como atividade nas escolas devem ser implementados ateacute que se

torne rotina na vida do cidadatildeo

- Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS separados em

grupos por cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no MDT entre as cotas

189

de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de abandono do local e

retirada de pertences

- Obrigatoriedade de que cada imoacutevel que tenha seu piso teacuterreo localizado abaixo da

cota 792 (cota da maacutexima inundaccedilatildeo ocorrida) tenha um Plano de Accedilotildees de

Emergecircncia para Inundaccedilatildeo no qual devem estar definidos todos os procedimentos

de abandono do local e retirada de pertences bem como locais de armazenamento

permanecircncia e forma de transporte

- Recuperaccedilatildeo e limpeza (dragagem) dos rios precedida de campanhas de

conscientizaccedilatildeo para que a comunidade deixe de jogar lixo e esgoto nos rios e

drenagem pluvial

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES

Diante da impossibilidade de relocar uma cidade conviver com as

inundaccedilotildees eacute estar preparado para a certeza de que de tempos em tempos

(periacuteodos de recorrecircncia) as inundaccedilotildees retornaratildeo muito provavelmente com uma

frequecircncia maior

Os materiais uitlizados na reforma das edificaccedilotildees atingidas devem levar

em consideraccedilatildeo esses eventos com relaccedilatildeo a resistecircncia agraves inundaccedilotildees de forma

permitir o retorno a normalidade no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

Moacuteveis e objetos devem ser facilmente manipulaacuteveis e facilmente

transportaacuteveis Locais de armazenamento e veiacuteculos de transporte devem estar preacute-

definidos e disponiacuteveis

Devem ser definidos previamente procedimentos para todas essas

operaccedilotildees Isso tornaraacute a obrigatoriedade de conviver com as inundaccedilotildees menos

dolorosa e minimizaraacute danos e prejuiacutezos

Essas recomendaccedilotildees de alguma forma compotildeem o PAE que deve ser

utilizado pelos ocupantes das edificaccedilotildees abaixo da cota da maacutexima inundaccedilatildeo

ocorrida

190

REFEREcircNCIAS

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2016

197

APEcircNDICES

198

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

199

FIGURA 109 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 01 (Autor 2016)

(a) Estaccedilatildeo Fazenda Souza

(b) Ponte Ipiranga

(c) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(d) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(e) Ponte Cofermaco

(f) Ponte Igreja Matriz

200

FIGURA 110 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 02 (Autor 2016)

(a) Ponte Pecircncil Miner

(b) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(c) Ponte BR-280

(d) rio Serrinha

(e) Casa Ronconi

(f) Prefeitura Velha

201

FIGURA 111 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 03 (Autor 2016)

(a) Casa Riguetto

(b) Lagoa do Boi II

(c) Fundos Degas

(d) Tecircnis Clube

(e) Lagoa do Boi I

(f) Ferrovia

202

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO

203

FIGURA 112 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo SAMAE

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 2

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 3

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 4

204

FIGURA 113 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo e Ponte SAMAE (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 5

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 6

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 2

205

FIGURA 114 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 6

206

FIGURA 115 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante II e III (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante II 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante II 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 7

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 8

207

FIGURA 116 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante III e Helmuth Krambeck (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 9

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 1

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 2

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 3

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 4

208

FIGURA 117 ndashSeccedilotildees Transversais Ferrovia Ponte Evaristo e Incopisa (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 1

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 1

209

FIGURA 118 ndashSeccedilotildees Transversais Incopisa e Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 3

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

210

FIGURA 119 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Col Satildeo Joseacute e Seka (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 6

Seccedilatildeo Transversal Seka 1

Seccedilatildeo Transversal Seka 2

Seccedilatildeo Transversal Seka 3

211

FIGURA 120 ndashSeccedilotildees Transversais Seka Fundos e Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Seka 4

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 4

212

FIGURA 121 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 4

213

FIGURA 122 ndashSeccedilotildees Transversais ACIRNE e Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 1

o Transversal ACIRNE 2

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 3

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 1

214

FIGURA 123 ndashSeccedilotildees Transversais Pontes Igreja Matriz e Pecircncil Miner (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 2

215

FIGURA 124 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Pecircncil Miner e Casa Ronconi (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 5

216

FIGURA 125 ndashSeccedilotildees Transversais Casa Ronconi e Prefeitura Velha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 1

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 2

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 3

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 5

217

FIGURA 126 ndashSeccedilotildees Transversais Prefeitura Velha Casa Riguetto e Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 7

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 1

218

FIGURA 127 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Gibaco ndash Arte Caseira e Lagoa do Boi I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 5

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 7

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 1

219

FIGURA 128 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi I e II (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 4

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 1

220

FIGURA 129 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi II e Degas (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 4

Seccedilatildeo Transversal Degas 1

Seccedilatildeo Transversal Degas 2

221

FIGURA 130 ndashSeccedilotildees Transversais Degas e rio Serrinha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Degas 3

Seccedilatildeo Transversal Degas 4

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 1

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 2

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 3

222

FIGURA 131 ndashSeccedilotildees Transversais rio Serrinha e Ponte Rodovia BR-280 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 4

223

FIGURA 132 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 1 a 4 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 1

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 2

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 3

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 4

224

FIGURA 133 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 5 e 6 e Montante Foz Rio Nergrinho 1 e 2

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 5

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 6

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 1

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 2

225

FIGURA 134 ndashSeccedilotildees Transversais Montante Foz Rio Nergrinho 3 a 6 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 3

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 4

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 5

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 6

226

FIGURA 135 ndashSeccedilotildees Transversais Rio Negro ndash Ponte Lageado - Estaccedilatildeo Monitoramento 2083 ndash 1 a 5

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 1

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 2

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 3

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 4

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 5

227

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO

228

FIGURA 136 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria dorio Negrinho - I

(Autor 2016)

(a) Ponte Cofermaco

(b) Ponte Igreja Matriz

(c) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(d) Ponte BR-280

(e) Rua Helmuth Krambeck

(f) Fundos Musical - Incopisa

FIGURA 137 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria do rio Negrinho - II

229

(Autor 2016)

(b) Lagoa do Boi II

(b) Ponte SAMAE Jusante II

(c) Rua Hekmuth Krambeck

(d) Coacuterrego Rua Jorge Lacerda

(e) Ferrovia

(f) Rua Ponte SAMAE Jusante I

230

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO

IV 1 LEVANTAMENTO DE OBRAS CIVIS

Todas as obras civis que estatildeo na planiacutecie de inundaccedilatildeo e todas as outras

fora dela que afetam a impermeabilizaccedilatildeo do solo interferem no ciclo hidroloacutegico e

no comportamento dos rios satildeo importantes para o problema de inundaccedilotildees em

estudo O estudo considerou as pontes que tecircm uma influecircncia mais direta em

especial aquelas que reduzem agrave seccedilatildeo transversal dos rios

IV11 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das plantas dos perfis longitudinais e das seccedilotildees

transversais das pontes no trecho do Rio Negrinho foi realizada a seguinte

atividade mediccedilatildeo com trena Laser Leica e trena de matildeo nas semanas

compreendendo os dias 05 a 16 de setembro de 2016

Todas as partes que compotildeem cada uma das 08(oito) pontes levantadas foi

medida e representada graficamente em escala observando-se os vatildeos e vazios de

forma a traduzir a realidade o mais fidedignamente possiacutevel

IV12 Levantamento e Desenho em AutoCad das Obras Civis

As plantas baixas os perfis longitudinais das pontes e do terreno com as seccedilotildees

transversais dos rios bem como as seccedilotildees transversais das pontes foram

desenhadas em escala em AutoCAD FIGURA 138 a FIGURA 161

231

FIGURA 138 ndashPlanta Baixa Ponte Ipiranga

(Autor 2016)

232

FIGURA 139 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

233

FIGURA 140 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

234

FIGURA 141 ndashPlanta Baixa Ponte Evaristo (Autor 2016)

235

FIGURA 142 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Evaristo (Autor 2016)

236

FIGURA 143 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo (Autor 2016)

237

FIGURA 144 ndashPlanta Baixa Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

238

FIGURA 145 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

239

FIGURA 146 ndashSeccedilatildeoTransversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

240

FIGURA 147 ndashPlanta Baixa Ponte Cofermaco (Autor 2016)

241

FIGURA 148 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

242

FIGURA 149 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

243

FIGURA 150 ndashPlanta Baixa Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

244

FIGURA 151 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

245

FIGURA 152 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

246

FIGURA 153 ndashPlanta Baixa Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

I

247

FIGURA 154 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

248

FIGURA 155 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

249

FIGURA 156 ndashPlanta Baixa Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

250

FIGURA 157 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

251

FIGURA 158 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

252

FIGURA 159 ndashPlanta Baixa Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

253

FIGURA 160 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

254

FIGURA 161 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

255

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES

DE UMA INUNDACcedilAtildeO

Avaliaccedilatildeo financeira com o levantamento dos prejuiacutezos decorrentes de uma

inundaccedilatildeo tendo por referecircncia a inundaccedilatildeo de 2014

V1 METODOLOGIA DE AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA

O levantamento baseia-se na metodologia e formulaacuterios definidos pelo

SISTEMA NACIONAL DE PROTECcedilAtildeO E DEFESA CIVIL - SINPDEC utilizada para

o preenchimento do FIDE ndash Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre (ANEXO I)

elaborado no periacuteodo poacutes inundaccedilatildeo de 2014

Durante um evento todos dos danos e prejuiacutezos sejam eles privados ou

puacuteblicos devem ser registrados No caso dos prejuiacutezos puacuteblicos cada secretaria

municipal efetua os levantamento em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Tudo o que ocorre com

as escolas por exemplo desde as escolas efetivamente atingidas pela inundaccedilatildeo e

os prejuiacutezos decorrentes assim como as escolas utilizadas como abrigos e os

custos dessa operaccedilatildeo satildeo relacionados quantificados e orccedilados pela Secretaria

Municipal de Educaccedilatildeo

A Secretaria Municipal de Sauacutede da mesma forma relaciona quantifica e

orccedila todos os atendimentos que natildeo fazem parte das atividades consideradas

normais mas sim as decorrentes do evento inundaccedilatildeo como atendimentos

emergenciais montagem de postos em regiotildees isoladas com atendimento especial

aquisiccedilatildeo de medicamentos para o atendimento de doenccedilas associadas agraves

inundaccedilotildees

Cabe agrave Secretaria Municipal de Assistecircncia Social com o apoio do corpo

teacutecnico da Secretaria Muncipal de Planejamento e Meio Ambiente aleacutem dos teacutecnicos

da Defesa Civil o cadastramento o levantamento a quantificaccedilatildeo e o orccedilamento

dos danos e prejuiacutezos ocorridos nas edificaccedilotildees residenciais dos muniacutecipes

No interior os prejuiacutezos decorrentes de prolongados periacuteodos de chuva

associados agraves inundaccedilotildees que danificam estradas e acessos bem como pontes e

bueiros danificados ou arrancados pela forccedila das aacuteguas satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pela Secretaria Municipal de Agricultura No caso de Rio

256

NegrinhoSC para a elaboraccedilatildeo desses levantamentos conta-se ainda com o apoio

da Subprefeitura do Distrito de Volta Grande

No caso da Secretaria Municipal de Industria e Comeacutercio os levantamentos

recaem sobre a iniciativa privada em especial sobre as edificaccedilotildees industriais e

comerciais atingidas Nessa tarefa deve contar com o apoio e a avaliaccedilatildeo da

ACIRNE ndash Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho e o CDL ndash Clube de

Diretores Logistas de Rio Negrinho

A Secretaria Municipal de Infraestrutura executa essa tarefa na aacuterea urbana

do muniacuteciacutepio verificando os prejuiacutezos no sistema viaacuterio drenagens pluviais coleta

de lixo manutenccedilatildeo de parques e jardins

Os valores decorrentes dos danos causados ao sistema de abastecimento

de aacutegua e ao sistema de coleta e tratamento de esgotos satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pelo SAMAE autarquia municipal responsaacutevel pela

operaccedilatildeo desses sistemas Da mesma forma no que se refere ao fornecimento de

energia eleacutetrica pela CELESC escritoacuterio de Rio Negrinho

Agrave Secretaria Municipal de Financcedilas cabe a disponibilizaccedilatildeo dos recursos e

das dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias especiacuteficas para o enfrentamento desses prejuiacutesos

A tabulaccedilatildeo final cabe a Secretaria Municipal de Planejamento e Meio

Ambiente bem como a Coordenaccedilatildeo da Defesa Civil que faz os devidos relatoacuterios

entre eles o FIDE e os encaminhamentos para os oacutergatildeo estaduais e federais tanto

como justificativa para a obtenccedilatildeo de recursos como prestaccedilatildeo de contas aleacutem

disponibilizaccedilatildeo dessas informaccedilotildees a imprensa e ao puacuteblico em geral seguindo a

legislaccedilatildeo vigente e o princiacutepio da transparecircncia

V2 RESULTADOS

Os resultados do levantamento dos prejuiacutezos da inundaccedilatildeo de junho de

2014 FIGURA 14 estatildeo apresentados na Tabela 8 O montante do prejuiacutezo

causado por uma uacutenica inundaccedilatildeo eacute da ordem de 98 milhotildees de reais Cabe

ressaltar que primeiro satildeo valores estimados e segundo natildeo foram atualizados

desde o ano de 2014

257

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 (AUTOR 2017)

Danos Materiais Valores em R$

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Sauacutede 000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Ensino 22320000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas Prestadoras de Outros Serviccedilos 86000000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Uso Comunitaacuterio 33200000

Unidades Habitacionais 1870000000

Obras de Infra-Estrutura Puacuteblica 1430000000

Sub-total 3441520000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblico e Privados Serviccedilos Puacuteblicos Essenciais Prejudicados

Assistecircncia Meacutedica Sauacutede Puacuteblica e Atendimento de Emergecircncias Meacutedicas

12000000

Abastecimento de Aacutegua Potaacutevel 38000000

Esgoto de Aacuteguas Pluviais e Sistema de Esgotos Sanitaacuterios 55000000

Sub-total 105000000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

Sistema de Limpeza Urbana e de Recolhimento e destinaccedilatildeo de Lixo

90750000

Sistema de desinfestaccedilatildeo e e Desinfecccedilatildeo do Habitat e de Controle de Pragas e Vetores

15000000

Geraccedilatildeo e Distribuiccedilatildeo de Energia Eleacutetrica 45000000

Telecomunicaccedilotildees 10000000

Transportes Locais Regionais e de Longo Curso 1428000000

Distribuiccedilatildeo de Combustiacuteveis especialmente os de Uso Domeacutestico

000

Seguranccedila Puacuteblica 4500000

Ensino 44640000

Sub-total 1742890000

Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Agricultura 6000000

Pecuaacuteria 52200000

Induacutestria 1400000000

Serviccedilos e Comeacutercio 3080000000

Sub-total 4538200000

Valor Total de Prejuiacutezos referentes a Inundaccedilatildeo de 2014 9827610000

Obs Conforme Realatoacuterio FIDE ndash ANEXO I

V3 DESCRICcedilAtildeO DOS DANOS MATERIAIS

Entre as obras de infraestrutura danificadas muitas pontes tiveram

problemas Na aacuterea urbana 9 delas precisaram de reforccedilos especialmente nas

258

cabeceiras Na aacuterea rural 5 pontes foram totalmente destruiacutedas e quatro precisaram

de reparos

Das vias urbanas 3 foram destruiacutedas com deslizamentos e 119 foram

parcialmente danificadas aleacutem de canteiros de ajardinamento que tambeacutem foram

danificados Com relaccedilatildeo a vias rurais 22 tiveram que ser recuperadas

Para a avaliaccedilatildeo das unidade habitacionais destruiacutedas fez-se uma

estimativa de R$-4500000 (unidade padratildeo social) para reconstruccedilatildeo por unidade e

para unidades habitacionais danificadas R$-1000000 para reparos por unidade

Em unidades de ensino ocorreu um deslizamento com necessidade de

reparos no sistema de tratamento de esgotamento sanitaacuterio com valor estimado em

R$-4000000

Para materiais de consumo estoques diversos e mobiliaacuterio danificados

foram estimados um valor de R$-18320000

O Aterro Sanitaacuterio Municipal foi danificado pelo rompimento de tubulaccedilatildeo de

drenagem problemas nos volumes de cobertura de resiacuteduos criando dificuldades

para acessar as ceacutelulas aleacutem de danificar a zona de raiacutezes que teve que ser refeita

V31 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

O sistema de distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica teve prejuiacutezos da ordem de R$-

45000000 com a substituiccedilatildeo de medidores e recuperaccedilatildeo de padrotildees de entrada

de energia nas edificaccedilotildees que ficaram sob as aacuteguas A recuperaccedilatildeo das redes de

distribuiccedilatildeo de energia incluiacutedos aiacute a substituiccedilatildeo de transformadores somaram

prejuiacutedos no valor de R$-38000000

O sistema de transportes locais regionais e e de longo curso foi totalmente

prejudicado Os valores estimados somaram R$-380000000 sendo que somente a

reconstruccedilatildeo de uma ponte consumiu R$-120000000 Outras 3 pontes rurais que

tiveram a sua estrutura comprometida tiveram a sua recuperaccedilatildeo avaliada em R$-

145000000 As 9 pontes urbanas considerando recuperaccedilatildeo de estruturas

cabeceiras e vias de acesso foram orccediladas em R$-95000000

A estimativa de recuperaccedilatildeo de vias urbanas ficou em R$-500000000

enquanto a recuperaccedilatildeo de vias rurais em sua maioria estradas de chatildeo foi orccedilada

em 308000000

259

A distribuiccedilatildeo de combustiacuteveis especialmente os de uso domeacutestico GLP

natildeo tiveram dados contabilizados

V32 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Na agricultura a destruiccedilatildeo no cultivo de hortaliccedilas e alteraccedilatildeo na

expectativa de produccedilatildeo foram significativas Da mesma forma na pecuaacuteria

especialmente com a destruiccedilatildeo de granjas e perda de produccedilatildeo animal e derivados

As induacutestrias que foram atingidas diretamente sofreram com a perda de

maquinaacuterio mateacuteria-prima produccedilatildeo e estoques nun total avaliado em R$-

1400000000

No sertor de serviccedilos as perdas em equipamentos e mobiliaacuterio atingiram os

valores estimados de R$- 770000000 Da mesma forma o comeacutercio duramente

atingido na aacuterea central da cidade teve perdas em equipamentos mobiliaacuterio e

estoques estimados em R$-2310000000

V4 CONCLUSOtildeES

Os prejuiacutezos acumulados no evento de junho de 2014 satildeo elevados e os

recursos repassados pela Uniatildeo e o Estado ao municiacutepio para a recuperaccedilatildeo e

reconstruccedilatildeo causados pela inundaccedilatildeo natildeo chegaram a 5 do total o que fez com

que o municiacutepio tivesse enormes dificuldades para restabelecer a normalidade e

essa condiccedilatildeo somente foi atingida depois de um longo periacuteodo Uma ponte sobre o

rio Preto na localidade de Posto Castilho que foi levada pelas aacuteguas somente

agora foi concluiacuteda

Assim todas as accedilotildees que puderem ser feitas no sentido de prever

minimizar e mitigar danos e prejuiacutezos devem ser implementadas

260

ANEXOS

261

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE - INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014

262

FIGURA 162 ndashFormulaacuterio FIDE-19 2014 (Autor 2016)

263

FIGURA 163 ndashFormulaacuterio FIDE-29 2014 (Autor 2016)

264

FIGURA 164 ndashFormulaacuterio FIDE-39 2014 (Autor 2016)

265

FIGURA 165 ndashFormulaacuterio FIDE-49 2014 (Autor 2016)

266

FIGURA 166 ndashFormulaacuterio FIDE-59 2014 (Autor 2016)

267

FIGURA 167 ndashFormulaacuterio FIDE-69 2014 (Autor 2016)

268

FIGURA 168 ndashFormulaacuterio FIDE-79 2014 (Autor 2016)

269

FIGURA 169 ndashFormulaacuterio FIDE-89 2014 (Autor 2016)

270

FIGURA 170 ndashFormulaacuterio FIDE-99 2014 (Autor 2016)

Page 3: METODOLOGIA PARA MITIGAÇÃO DE PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO …

Bibliotecaacuteria Responsaacutevel Vacircnia Cristina Gracis Gonccedilalves CRB51465

M952m Muumlhlbauer Rubens

Metodologia para mitigaccedilatildeo de problemas de inundaccedilatildeo em

cidades ndash estudo de caso Rio Negrinho - SC Rubens Muumlhlbauer ndash

Curitiba 2017

270 f il 30 cm

Orientadora Prof Dra Akemi Kan

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Instituto de Tecnologia para o

Desenvolvimento Institutos Lactec ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Desenvolvimento de Tecnologia 2016

Inclui Referecircncias bibliograacuteficas

1Inundaccedilatildeo 2 Desastre Natural 3 Hidrologia 4 Hidrodinacircmica 5

Plano de accedilatildeo de emergecircncia I Kan Akemi II Instituto de Tecnologia

para o Desenvolvimento Institutos Lactec ndash Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Desenvolvimento de Tecnologia III Tiacutetulo

CDD 551589

Sobrenome Nome

Nome do trabalho nome do trabalho nome do trabalho nome do trabalho nome

do trabalho nome do trabalhondash Cidade ano

Nordm de paacuteginas

DEDICATOacuteRIA

A Rodrigo Senna Muumlhlbauer

e Tiago Senna Muumlhlbauer

meus coraccedilotildees fora de mim

A Drordf Akemi Kan natildeo soacute pela dedicaccedilatildeo e

pelas orientaccedilotildees mas por natildeo permitir que eu

desistisse nas inuacutemeras vezes que tentei fazecirc-lo

AGRADECIMENTOS

A Profordf Drordf Akemi Kan ndash SOLVERLACTECCEHPAR pela orientaccedilatildeo e pela

dedicaccedilatildeo

Aos Professores Dr Masato Kobiyama ndash CTHGPDENIPHUFRGS Dr Luiz

Alkimin de Lacerda ndash CESECLACTECUFPR Dr Renato de Arruda Penteado Neto

ndash LACTEC pelas correccedilotildees e orientaccedilotildees nas bancas de qualificaccedilatildeo e defesa final

A equipe da Visatildeo Engenharia Limitada Secretaacuteria Executiva Ketlyn Vicente

Antunes e Arquiteta Eloa Treml pelo apoio e auxiacutelio na elaboraccedilatildeo de mapas

Ao Sr Alcides Grohskopf ndash Prefeito de Rio Negrinho ndash SC gestatildeo 20122016

pelo apoio na aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia

do rio Negrinho

A Daniel Domingues da Silva ndash Coord Defesa Civil de Rio Negrinho ndash SC pela

dedicaccedilatildeo e auxilio na implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia do

rio Negrinho

A Fabiano Olsen - Departamento Informaacutetica ndash PMRN pela dedicaccedilatildeo e auxilio

na implantaccedilatildeo da nova paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho dos grupos de

Whats App e da paacutegina wwwdesastresnaturaiscombr

A equipe da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente da

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Marcia Terezinha Pscheidt - Secretaacuteria de

Planejamento Arq Betsy Beuther Arq Danielle Caroline da Silva Cantuaacuteria Arq

MSc Eloize Yoshiko Kamei Tec Meio Ambiente Eloah Talisse Kresko pelo auxiacutelio

na obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e confecccedilatildeo de mapas

Ao colega de mestrado Cont MSc Celso Ranchuka ndash LACTEC pelo auxiacutelio na

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees junto ao LACTEC e pelo apoio recebido

Ao Ten Marcelo Pereira ndash Comandante do Corpo Bombeiros de Rio Negrinho

ndash SC pelo apoio e auxilio recebido da Corporaccedilatildeo de Bombeiros de Rio Negrinho

nos levantamentos em campo e na implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas

priorizando a seguranccedila dos teacutecnicos e pesquisadores

Ao Eng Sanitarista Hugo Rodolfo Binder ndash Diretor SAMAE de Rio Negrinho

pela disponibilizaccedilatildeo de teacutecnicos e equipamentos para a instalaccedilatildeo das estaccedilotildees

hidroloacutegicas

A equipe do Sistema EPAGRICIRAM representados pelo Eng Agrocircnomo

MSc Carlos Alberto Rochenbach e pelo Eng Agrocircnomo Dr Hamilton Justino Vieira

parceiros no projeto de implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas e nas tratativas junto

ao Departamento de Recursos Hiacutedricos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento

Sustentaacutevel para a obtenccedilatildeo por empreacutestimo do ecobatiacutemetro

A equipe da Murara Engenharia Ltda Eng Florestal Joatildeo Vitor Daufembach

Matias e o Eng Florestal MSc Mauro Murara Junior pelo apoio e dedicaccedilatildeo no

Georreferenciamento e nivelamento das seccedilotildees transversais

A Profordf de Liacutengua Portuguesa Ana Maria Ricobom Costa ndash Revisora deste

trabalho

Ao meu amigo e colega de Departamento de Engenharia Tec Agrimensura

Joseacute Germano Schauer (in memorian) ndash SEPLANPMRN que muito me auxiliou nos

levantamentos em campo e que nos deixou prematuramente durante a fase de

conclusatildeo deste trabalho

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar os problemas das inundaccedilotildees da cidade de Rio NegrinhoSC buscando meios de preveniacute-los e mitigaacute-los Nesse contexto foram efetuados levantamentos das caracteriacutesticas geograacuteficas abordando a hidrografia o clima a geologia a pedologia o relevo e a vegetaccedilatildeo desse municiacutepio com ecircnfase na bacia hidrograacutefica do rio que tem o mesmo nome da cidade Os fenocircmenos da natureza e as seacuteries histoacutericas de dados hidrometeoroloacutegicos foram estudados constatando-se a necessidade da implantaccedilatildeo de uma nova rede de monitoramento hidroloacutegico de chuva e vazatildeo para auxiliar na identificaccedilatildeo das inundaccedilotildees bem como na implementaccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos e hidrodinacircmicos Essa rede foi efetivada com a implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas Associadas a essas informaccedilotildees elaborou-se um modelo digital do terreno da regiatildeo objeto de estudo com base em levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela Prefeitura Municipal e tambeacutem no levantamento topobatimeacutetrico do rio Negrinho e rio Serrinha realizado neste estudo Verificou-se a accedilatildeo antroacutepica decorrente do processo de impermeabilizaccedilatildeo causada pela urbanizaccedilatildeo que interfere no funcionamento do sistema de drenagem natural Tambeacutem verificou-se que as obras civis pontes e bueiros mal dimensionados interferem no fluxo dos rios Mediante vistoria do corpo hiacutedrico observou-se lanccedilamentos indevidos de resiacuteduos soacutelidos e liacutequidose por consequecircncia a necessidade de conscientizaccedilatildeo da comunidade resultando num procedimento e accedilatildeo pontual de limpeza do rio Aleacutem disso efetuou-se o levantamento dos prejuiacutezos financeiros com base na uacuteltima grande inundaccedilatildeo de 2014 que serviu de paracircmetro para justificar a importacircncia do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia As inundaccedilotildees causam desastres naturais devido a ocupaccedilatildeo inadequada da planiacutecie de inundaccedilatildeo e do leito maior do rio pela comunidade Este estudo busca atraveacutes de anaacutelise a avaliaccedilatildeo dos eventos passados minimizar perdas e prejuiacutezos em futuros eventos que certamente iratildeo ocorrer considerando que a remoccedilatildeo dos ocupantes das aacutereas atingidas eacute inviaacutevel sob o ponto de vista financeiro e emocional da populaccedilatildeo Palavras-Chave Inundaccedilatildeo Desastre Natural Hidrologia Hidrodinacircmica Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

ABSTRACT

This work has as purpose to study the problems of floods in the city of Rio Negrinho looking for ways to prevent or mitigate them In this way were made geographical characteristics surveys describing about hydrography climate geology type of soil hypsometry and vegetation of these region with emphasis in the watershed of the river that takes the name of the city The natural phenomena and the historical series of hydrometeorological data were studied where it was verified the necessity of the implantation of a new network of hydrological monitoring of rain and discharge to assist in the identification of the floods as well as in the implementation of hydrological and hydrodynamic models This network was effected with the implementation of five new hydrological stations In addition with this stations a digital model of the land of the studied region was elaborated based on aerial photogrammetric survey carried out by the City Hall and also on the topobatimetry survey of the rivers Rio Negrinho and Serrinha conducted in this study The anthropic action was verified due to the waterproofing process caused by the urbanization which interferes with the operation of the natural drainage system It has also been found that civil works bridges and drains poorly dimensioned interfere with the floods rivers Through an inspection of the rivers it was verified the existence of solid and liquid waste discharge and consequently it was verified of needs for a community awareness resulting in a punctual procedure and action to clean the river In addition financial losses were calculated based on the last great flood of 2014 which served as a parameter to justify the importance of the Emergency Action Plan Floods cause natural disasters due to inadequate occupation of the floodplain and the larger riverbed by the community This study seeks to analyze and evaluate the past events to minimize loss and damage in future events that will occur certainly considering that the removal of the people of the affected areas is not possible from the financial and emotional point of views of the population Keywords Flood Natural Disaster Hydrology Hydrodynamics Emergency Action Plan

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash ESTRUTURA DO TRABALHO 31

FIGURA 2 ndash REPRESENTACcedilAtildeO GRAacuteFICA FENOcircMENO DOS RIOS VOADORES 37

FIGURA 3 ndash EL NINtildeO EM ATIVIDADE 39

FIGURA 4 - OCUPACcedilAtildeO INDEVIDA DA MARGEM DOS RIOS 42

FIGURA 5 ndash MODELACcedilAtildeO HIDRAacuteULICA HEC-RAS 50

FIGURA 6 ndash MANCHA DE INUNDACcedilAtildeO OBSERVADA (MO) E SIMULADA (MS)

PARA 1995 NA FASE DE CALIBRACcedilAtildeO DO HEC-RAS DA BACIA

HIDROGRAacuteFICA DO CAMPUS DA UFSC 52

FIGURA 7 - MUDANCcedilA RELATIVA EM DAS VAZOtildeES SIMULADAS PARA O

PERIacuteODO 1971-2000 COM BASE NOS DADOS DE 1900-1970 (A) E

PARA O PERIacuteODO 2041-2060 COM BASE NOS DADOS DE 1900-

1998 (B) BASEADO EM CENAacuteRIOS CONSTRUIacuteDOS PELO IPCC

(PAINEL INTERNACIONAL DE MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS) 56

FIGURA 8 ndash TELA ILUSTRATIVA DO DELFT3D FLEXIBLE MESH

SUITE (DELFT3D FM) 58

FIGURA 9 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO EM 1983 ndash VISTA HOTEL

POUSADA JOAtildeO DE BARRO 62

FIGURA 10 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1983 ndash VISTA DA RUA

JORGE ZIPPERER E DA IGREJA MATRIZ 62

FIGURA 11 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA RUA

SAtildeO PAULO 63

FIGURA 12 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA

ANTIGA CAcircMARA DE VEREADORES 63

FIGURA 13 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 64

FIGURA 14 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 65

FIGURA 15 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (C)

RUA JORGE ZIPPERER (B) (D) E (E) RUA SENADOR NEREU

RAMOS (F) RUA CARLOS WEBER 67

FIGURA 16 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (F)

RUA SENADOR NEREU RAMOS (B) E (D) RUA CARLOS WEBER

(C) RUA LUIZ SCHOLZ (E) RUA JORGE ZIPPERER 68

FIGURA 17 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) (B)

(D) E (F) RUA SENADOR NEREU RAMOS (C) RUA CARLOS

RUCKL (E) TRAVESSA EUGEcircNIO FERREIRA DE LIMA 69

FIGURA 18 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO RIO NEGRINHO (A)

NO ESTADO DE SANTA CATARINA (B) NOS MUNICIacutePIOS DE RIO

NEGRINHO E SAtildeO BENTO DO SUL (HACHURADO) E (C)

AFLUENTES DO RIO NEGRINHO 72

FIGURA 19 ndash SUBBACIAS DO RIO NEGRINHO 73

FIGURA 20 ndash MAPA GEOLOacuteGICO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 75

FIGURA 21 ndash (A) FORMACcedilAtildeO DE SOLOS E (B) PERFIL DE SOLO 76

FIGURA 22 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO NEGRINHO 77

FIGURA 23 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO DOS BUGRES 77

FIGURA 24 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO SERRINHA 78

FIGURA 25 ndash DECLIVIDADES NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 80

FIGURA 26 ndash HIPSOMETRIA NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 81

FIGURA 27 ndash DECLIVIDADES NO PERIacuteMETRO URBANO 82

FIGURA 28 ndash HIPSOMETRIA NO PERIacuteMETRO URBANO 83

FIGURA 29 ndash MODELO DIGITAL DE TERRENO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 85

FIGURA 30 ndash COBERTURA VEGETAL DA BACIA DO RIO NEGRINHO 87

FIGURA 31 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS NA BACIA DO

RIO NEGRINHO 90

FIGURA 32 ndash LOCALIZACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES TELEMEacuteTRICAS REGIAtildeO DA BACIA

DO RIO NEGRINHO 91

FIGURA 33 ndash ESTACcedilOtildeES DE MONITORAMENTO 92

FIGURA 34 ndash ESTACcedilAtildeO CORREDEIRAS (02649055) 95

FIGURA 35 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN (421500009H) 96

FIGURA 36 ndash ESTACcedilAtildeO FRAGOSOS (02649073) 98

FIGURA 37 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRO (02649074) 100

FIGURA 38 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHOBATTISTELLA (A862) 102

FIGURA 39 ndash ESTACcedilAtildeO LAPA (25474946) 104

FIGURA 40 ndash IMAGEM DE PRECIPITACcedilAtildeO DO SATEacuteLITE GOES 13 PARA A

REGIAtildeO SUL DO BRASIL NOS DIAS 7 (A) 8 (B) E 9 (C) DE JUNHO

DE 2014 105

FIGURA 41 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN - COTA (421500009H) 106

FIGURA 42 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 43 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 44 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE 2010 108

FIGURA 45 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE EM JUNHO DE 2014 108

FIGURA 46 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 47 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 48 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL

(1982-1984) 110

FIGURA 49 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 50 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 51 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO DE MAIO A

JULHO DE 2014 112

FIGURA 52 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE DE SETEMBRO DE 2009 A JUNHO DE 2010 113

FIGURA 53 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM MMDIA 114

FIGURA 54 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM Msup3S 115

FIGURA 55 ndash ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS ndash 03 E RIO NEGRO ndash 4ordf BACIAS

HIDROGRAacuteFICAS 116

FIGURA 56 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS VAZOtildeES DO RIO NEGRINHO 117

FIGURA 57 ndash VAZOtildeES DO RIO NEGRO A MONTANTE E A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 58 ndash VAZAtildeO ESTIMADA PARA O RIO NEGRO A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 59 ndash VAZOtildeES INCREMENTAIS NO RIO NEGRINHO E NO RIO NEGRO120

FIGURA 60 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

AUTOMAacuteTICAS 125

FIGURA 61 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2080 FAZENDA RUDNICK 127

FIGURA 62 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2079 FAZENDA SOUZA 127

FIGURA 63 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2081 RIO DOS BUGRES 128

FIGURA 64 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2083 PONTE DO LAGEADO 128

FIGURA 65 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2084 FOZ DO RIO NEGRINHO 129

FIGURA 66 ndash NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS E EM OPERACcedilAtildeO 129

FIGURA 67 ndash MAPA LOCALIZACcedilAtildeO NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS 130

FIGURA 68 ndash APRESENTACcedilAtildeO DO NOVO SISTEMA DE ESTACcedilOtildeES

HIDROLOacuteGICAS PARA UMA SALA DE SEGUNDO GRAU DO

COLEacuteGIO CENECISTA SAtildeO JOSEacute 131

FIGURA 69 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2079 ndash FAZENDA SOUZA 132

FIGURA 70 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2080 ndash FAZENDA RUDNICK 132

FIGURA 71 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2081 ndash RIO DOS BUGRES 133

FIGURA 72 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2083 ndash PONTE DO LAGEADO 133

FIGURA 73 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JANEIRO DE 2016 134

FIGURA 74 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM FEVEREIRO DE 2016 134

FIGURA 75 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MARCcedilO DE 2016 135

FIGURA 76 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM ABRIL DE 2016 135

FIGURA 77 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MAIO DE 2016 136

FIGURA 78 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JUNHO DE 2016 136

FIGURA 79 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JULHO DE 2016 137

FIGURA 80 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM AGOSTO DE 2016 137

FIGURA 81 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM SETEMBRO DE 2016 138

FIGURA 82 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM OUTUBRO DE 2016 138

FIGURA 83 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM NOVEMBRO DE 2016 139

FIGURA 84 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM DEZEMBRO DE 2016 139

FIGURA 85 ndash BATIMETRIA ADCP M-9 142

FIGURA 86 ndash RESULTADO DATOPOBATIMETRIA - SECcedilAtildeO TRANSVERSAL

PONTE COFERMACO 143

FIGURA 87 ndash GEORREFERENCIAMENTO E LEVANTAMENTO ALTIMEacuteTRICO

PONTE COFERMACO 144

FIGURA 88 ndash MAPA DE DOMIacuteNIOS DAS SECcedilOtildeES TOPOBATIMEacuteTRICAS 146

FIGURA 89 ndash MODELO DIGITAL DO TERRENO - MDT 147

FIGURA 90 ndash RESULTADO SIMULACcedilAtildeO REC-HAS 149

FIGURA 91 ndash LIXO NO RIO NEGRINHO (A) (B) E (C) FUNDOS DO COLEacuteGIO

SAtildeO JOSEacute ndash MARGEM ESQUERDA E EMPRESA

TRANSPORTADORA SEKA ndash MARGEM DIREITA (D) RESULTADO

DE CAMPANHA DE COLETA DE LIXO NO RIO NEGRINHO 153

FIGURA 92 ndash CAMPANHA DE LIMPEZA DO RIO NEGRINHO 154

FIGURA 93 ndash LIGACcedilOtildeES ESGOTO NO RIO NEGRINHO E NA DRENAGEM

PLUVIAL 156

FIGURA 94 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE 159

FIGURA 95 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 781 161

FIGURA 96 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 784 162

FIGURA 97 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 787 163

FIGURA 98 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 790 164

FIGURA 99 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 792 165

FIGURA 100 ndash SOBREPOSICcedilAtildeO DOS PERIacuteMETROS DAS MANCHAS DE

INUNDACcedilAtildeO COTAS 787 (CIANO) 790M (AZUL CLARO) E 792M

(AZUL ESCURO) 166

FIGURA 101 ndash DETALHE AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO

NEGRINHO 167

FIGURA 102 ndash AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO NEGRINHO168

FIGURA 103 ndash ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA A

EMERGEcircNCIAS EM FEVEREIRO DE 2017 170

FIGURA 104 ndash FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO DO PAE 174

FIGURA 105 ndash ESTRANGULAMENTO PONTE IGREJA MATRIZ ndash REDUCcedilAtildeO NA

LARGURA DA SECcedilAtildeO TRANSVERSAL DO RIO DE 1685M PARA

990M DA PONTE 177

FIGURA 106 ndash PAacuteGINA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO ndash SISTEMA DE

MONITORAMENTO 182

FIGURA 107 ndash GRUPOS DE WHATSAPP ndash DEFESA CIVIL RIO NEGRINHO 184

FIGURA 108 ndash PAacuteGINA DO FOacuteRUM DE DEBATES ndash DESASTRES NATURAIS 186

FIGURA 109 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 01 199

FIGURA 110 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 02 200

FIGURA 111 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 03 201

FIGURA 112 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO SAMAE 203

FIGURA 113 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO E PONTE SAMAE 204

FIGURA 114 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE I 205

FIGURA 115 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE II E III 206

FIGURA 116 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE III E

HELMUTH KRAMBECK 207

FIGURA 117 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS FERROVIA PONTE EVARISTO E

INCOPISA 208

FIGURA 118 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS INCOPISA E PONTE COLEacuteGIO SAtildeO

JOSEacute 209

FIGURA 119 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COL SAtildeO JOSEacute E SEKA 210

FIGURA 120 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS SEKA FUNDOS E PONTE

COFERMACO 211

FIGURA 121 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COFERMACO 212

FIGURA 122 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS ACIRNE E PONTE IGREJA MATRIZ 213

FIGURA 123 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTES IGREJA MATRIZ E PEcircNCIL

MINER 214

FIGURA 124 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE PEcircNCIL MINER E CASA

RONCONI 215

FIGURA 125 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CASA RONCONI E PREFEITURA

VELHA 216

FIGURA 126 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PREFEITURA VELHA CASA

RIGUETTO E PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 217

FIGURA 127 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA E

LAGOA DO BOI I 218

FIGURA 128 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI I E II 219

FIGURA 129 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI II E DEGAS 220

FIGURA 130 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DEGAS E RIO SERRINHA 221

FIGURA 131 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO SERRINHA E PONTE RODOVIA BR-

280 222

FIGURA 132 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 1 A 4 223

FIGURA 133 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 5 E 6 E MONTANTE FOZ

RIO NERGRINHO 1 E 2 224

FIGURA 134 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS MONTANTE FOZ RIO NERGRINHO 3 A

6 225

FIGURA 135 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO NEGRO ndash PONTE LAGEADO -

ESTACcedilAtildeO MONITORAMENTO 2083 ndash 1 A 5 226

FIGURA 136 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DORIO NEGRINHO - I 228

FIGURA 137 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO - II 228

FIGURA 138 ndashPLANTA BAIXA PONTE IPIRANGA 231

FIGURA 139 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IPIRANGA 232

FIGURA 140 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IPIRANGA 233

FIGURA 141 ndashPLANTA BAIXA PONTE EVARISTO 234

FIGURA 142 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE EVARISTO 235

FIGURA 143 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE EVARISTO 236

FIGURA 144 ndashPLANTA BAIXA PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 237

FIGURA 145 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 238

FIGURA 146 ndashSECcedilAtildeOTRANSVERSAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 239

FIGURA 147 ndashPLANTA BAIXA PONTE COFERMACO 240

FIGURA 148 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COFERMACO 241

FIGURA 149 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE COFERMACO 242

FIGURA 150 ndashPLANTA BAIXA PONTE IGREJA MATRIZ 243

FIGURA 151 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IGREJA MATRIZ 244

FIGURA 152 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IGREJA MATRIZ 245

FIGURA 153 ndashPLANTA BAIXA PONTE PEcircNCIL MINER 246

FIGURA 154 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE PEcircNCIL MINER 247

FIGURA 155 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE PEcircNCIL MINER 248

FIGURA 156 ndashPLANTA BAIXA PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 249

FIGURA 157 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 250

FIGURA 158 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 251

FIGURA 159 ndashPLANTA BAIXA PONTE RODOVIA BR 280 252

FIGURA 160 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE RODOVIA BR 280 253

FIGURA 161 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE RODOVIA BR 280 254

FIGURA 162 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-19 2014 262

FIGURA 163 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-29 2014 263

FIGURA 164 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-39 2014 264

FIGURA 165 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-49 2014 265

FIGURA 166 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-59 2014 266

FIGURA 167 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-69 2014 267

FIGURA 168 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-79 2014 268

FIGURA 169 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-89 2014 269

FIGURA 170 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-99 2014 270

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS DAS INUNDACcedilOtildeES DE RIO

NEGRINHOSC 70

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO 76

TABELA 3 ndash ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS E METEOROLOacuteGICAS 93

TABELA 4 ndash HIDROGRAMAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS (65090000) E RIO

NEGRINHO MONTANTE (65093000) 114

TABELA 5 ndash VAZOtildeES USADAS NA SIMULACcedilAtildeO NUMEacuteRICA ndash JUNHO 2014 118

TABELA 6 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 122

TABELA 7 - VALORES DE COEFICIENTES DE RUGOSIDADE (119899) DE MANNING

PARA CANAIS NATURAIS (VEN TE CHOW 1959) 148

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 257

SIGLAS

ANA Agecircncia Nacional de Aacuteguas ACIRNE BWDB

Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho Bangladesh Water Development Board

CEHPAR Centro de Hidraacuteulica e Hidrologia Prof Parigot de Souza CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais CEMIG CENAD

Companhia Energeacutetica de Minas Gerais Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CEPED Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CESEC Centro de Estudos de Engenharia Civil CIRAM Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidrometeorologia de Santa Catarina CPRM Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil CTH Curso Teacutecnico de Hidrologia DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral DTM EMBRAPA

Digital Terrain Model Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

EPAGRI EPI

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

EPP FFWC

Empresa de Pequeno Porte Flood Forecasting and Warning Center

FIDE Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre FLU Estaccedilatildeo Fluviomeacutetrica GPDEN Grupo de Pesquisaem Desastres Naturais HECRAS Hydrologic Engineering Center River Analysis System INMET INPE

Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC Painel Internacional de Mudanccedilas Climaticas IPH Instituto de Pesquisas Hidraacuteulicas LACTEC Institutos Lactec MDT Modelo Digital de Terreno ME MNT NASA

Micro Empresa Modelo Numeacuterico do Terreno National Aeronautics and Space Administration

NOAA National Oceanic amp Atmospheric Administration NUPDECS Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil PAE Plano de Accedilatildeo Emergencial PCD Plataforma de Coleta de Dados PGR Programa de Gerenciamento de Riscos PLU Estaccedilatildeo Pluviomeacutetrica PMRN PNPDEC

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil

RCC Regimento de Carros de Combate REMO RN

Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo Oceanograacutefica Referecircncia de Niacutevel

SAMAE Serviccedilo AutocircnomoMunicipal de Saneamento Baacutesico

SEPLAN Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

SIMEPAR Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute SMS Short Message Service Serviccedilo de Mensagens Curtas SUDERHSA Superintedecircncia de Desenvolvimento de Recursos Hiacutedricos e

Saneamento Ambiemtal TIN Triangulated Irregular Network UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul USEPA VMB

United States Environmental Protection Agency Voice Message Broadcast

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 25

11 OBJETIVOS 29

111 Objetivo Geral 29

112 Objetivos Especiacuteficos 29

12 ESTRUTURA DO TRABALHO 30

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 34

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA 34

211 - O fenocircmeno dos rios voadores 36

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea 38

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 39

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO 42

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie 43

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA 44

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS 45

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional 45

252 Modelagem Hidrodinacircmica 48

2521 Escoamento Permanente 48

2522 Escoamento Natildeo Permanente 48

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis

System) 49

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica 51

253 Modelo Hidroloacutegico 52

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 53

3 O ESTADO DA ARTE 57

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E

GEOGRAacuteFICAS 61

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO 61

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 71

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA 73

44 RELEVO 76

45 VEGETACcedilAtildeO 86

46 CLIMA 87

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO 87

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS 89

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS 91

511 Anaacutelise dos dados de chuva 94

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria 94

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica 95

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 97

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 99

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos 101

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 103

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo 106

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 121

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA 121

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA

ESTACcedilAtildeO 122

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados 123

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos 123

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM 124

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral 124

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 124

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo 125

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 125

628 Mediccedilotildees Realizadas 131

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO 140

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO 142

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO 142

711 Coleta de Dados 142

7111 Geoprocessamento dos Dados 143

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT 144

721 Coleta de Dados 145

722 Elaboraccedilatildeo do MDT 145

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS 148

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE

ESGOTO NO RIO 151

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS 151

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE

PLUVIAL 154

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO 157

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO 157

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo 160

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE 169

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial 171

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador 171

915 Fluxograma de Acionamento do PAE 173

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias 175

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias 176

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

de Rio NegrinhoSC 177

92 RECOMENDACcedilOtildeES 178

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES 180

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET 180

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN 180

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom 181

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL 181

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM 181

102 GRUPOS DE WHATSAPP 182

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS 185

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES 187

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS 188

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo 188

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES 189

REFEREcircNCIAS 190

APEcircNDICES 197

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO 198

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO 202

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO 227

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO 230

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES DE

UMA INUNDACcedilAtildeO 255

ANEXOS 260

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE -

INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014 261

25

1 INTRODUCcedilAtildeO

A fixaccedilatildeo de pequenas comunidades e a implantaccedilatildeo das cidades proacuteximas

ao leitos dos rios que facilitou num primeiro momento a utilizaccedilatildeo da aacutegua como

recurso para abastecimento e navegaccedilatildeo deixou parte destas mesmas cidades e da

populaccedilatildeo expostas aos problemas relacionados com as enchentes e as

inundaccedilotildees

Segundo Goerl e Kobiyama (2005) ldquoas palavras cheia e enchente tecircm como

origem o verbo encher do Latin Implere que significa ocupar o vatildeo a capacidade

ou a superfiacutecie de tornar cheio ou repletordquo Assim o termo enchente se aplica a

situaccedilatildeo em que o rio tem o seu volume de aacutegua aumentadomas ainda alcanccedilando

suas margens ou os limites da calha do rio Jaacute o termo inundaccedilatildeo eacute de adequada

utilizaccedilatildeo para a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento

Inundaccedilotildees fazem parte da histoacuteria da humanidade O desenvolvimento das

cidades o processo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo do solo

tecircm acarretado mudanccedilas extremas no comportamento dos canais naturais

principalmente os que cortam as cidades

O modelo de gestatildeo poliacutetico-administrativa brasileira associado a um

sistema de divisatildeo da arrecadaccedilatildeo tributaacuteria que concentra recursos na uniatildeo e nos

estados e transfere as obrigaccedilotildees de atendimento das demandas sociais e de

atendimento de infraestrutura para os municiacutepios dificulta o atendimento agrave

populaccedilatildeo de todo o paiacutes Na ausecircncia de poliacuteticas que integrem o desenvolvimento

dos municiacutepios e que extrapolem seus limites poliacutetico-administrativos o processo de

ocupaccedilatildeo de aacutereas inadequadas(inundaacuteveis) surge com forccedila criando grandes

impactos ambientais e sociais (GROSTEIN 2001)

Associando a ocupaccedilatildeo histoacuterica de formaccedilatildeo de cidades agrave ocupaccedilatildeo

desordenada pela ausecircncia de poliacuteticas e do monitoramento do estado a fenocircmenos

naturais no Brasil um dos fenocircmenos naturais que mais provocaram perdas

humanas no periacuteodo de 1948 a 2004 foram as inundaccedilotildees (KOBIYAMA et al

2004) adicionadas a muitas perdas materiais

O Sul do Brasil especialmente o Estado de Santa Catarina tem sido um dos

mais atingidos por desastres gerados por esses fenocircmenos O municiacutepio de Rio

Negrinho localizado no norte de Santa Catarina eacute um exemplo jaacute que em sua

26

histoacuteria tem padecido com inundaccedilotildees frequentes Somente no periacuteodo de 1891

ateacute 2010 o municiacutepio sofreu 22 inundaccedilotildees sendo em 1891 1911 1913 1920

1925 1926 1937 1946 1983 1984 1992 1995 1997 1998 1999 2004 2005

2007 2008 2009 e duas em 2010 (GIGLIO amp KOBIYAMA 2011) Aleacutem dessas

pode-se acrescentar a grande inundaccedilatildeo de 2014 e as inundaccedilotildees de outubro de

2015

A inundaccedilatildeo de 1911 serviu de referecircncia de niacutevel para a construccedilatildeo da

ferrovia que corta a aacuterea urbana do municiacutepio poreacutem o lapso temporal de 72 anos

entre aquela grande inundaccedilatildeo e a grande inundaccedilatildeo seguinte em 1983 fez com

que a comunidade ocupasse aleacutem da planiacutecie de inundaccedilatildeo tambeacutem o leito maior

do Rio Negrinho Esse mesmo histoacuterico eacute uma repeticcedilatildeo do que ocorreu na cidade

de BlumenauSC (PMRN 2014)

As inundaccedilotildees na cidade de Rio Negrinho atigem a aacuterea urbana do

municiacutepio e de forma especial a aacuterea central onde se concentram o comeacutercio e a

administraccedilatildeo municipal aleacutem de edificaccedilotildees residenciais nas ruas Jorge Zipperer

Senador Nereu Ramos Avenida dos Imigrantes e Rua Willy Jung (PMRN 2014)

O rio dos Bugres inunda os bairros Quitandinha e Jardim Hantchel nas ruas

localizadas na parte mais baixa desses bairros Rua Paulo Tureck Estrada Dona

Francisca Rua Herbert Tureck e Vila Telma com predominacircncia residencial (PMRN

2014)

O rio Serrinha inunda os bairros Vila Nova e Centro nas rua 13 de

Dezembro Carlos Ruckl e Alfredo Greipel aleacutem da Rodovia BR-280 tambeacutem com

predomiacutenio deedificaccedilotildees residenciais (PMRN 2014)

O rio Negro inunda a parte baixa da Rua Sebastiatildeo Ferreira da Veiga no

bairro Campo Lenccedilol atingindo essencialmente edificaccedilotildees residenciais

Dessas inundaccedilotildees as que aconteceram nos anos de 1983 1992 e 2014

foram as que causaram os maiores prejuiacutezos Esta uacuteltima associou trecircs condiccedilotildees

que dificultaram accedilotildees que pudessem minimizar danos

1 - O evento ocorreu num final de semana com muitos proprietaacuterios em

viagem Esses imoacuteveis foram inundados sem que os bens moacuteveis pudessem ter sido

removidos previamente resultando em prejuiacutezos de grande monta

2 - O evento teve sua maior evoluccedilatildeo durante a noite de sexta para saacutebado

No periacuteodo noturno a operaccedilatildeo de retirada de bens moacuteveis eacute mais complexa o que

aumenta os danos e as perdas

27

3 - O niacutevel das aacuteguas subiu muito rapidamente

Nesses 3 eventos o niacutevel das aacuteguas do Rio Negrinho principal rio que corta

a cidade ultrapassou em 93m o normal Essas inundaccedilotildees provocaram inuacutemeros

danos ao comeacutercio agrave induacutestria agrave agropecuaacuteria e ao sistema viaacuterio Muitas

localidades foram afetadas e ficaram isoladas muitas residecircncias foram danificadas

350 e 778 em 1983 e 1992 respectivamente outras 120 e 27 foram destruiacutedas

respectivamente nos referidos anos 6090 e 10000 habitantes desabrigados nos

respectivos anos e na de 1992 houve uma viacutetima fatal (GIGLIO amp KOBIYAMA

2011) Em 2014 1500 edificaccedilotildees foram atingidas sendo 974 residecircncias e 526

edificaccedilotildees comerciais com prejuiacutezo total para o municiacutepio de R$ 9827610000

(Noventa e oito milhotildees duzentos e setenta e seis mil e cem reais) conforme

estudos apresentados no Apecircndice V

Em 2015 novamente dois eventos sucessivos na segunda e quarta

semanas de outubro O primeiro atingiu a marca de 446 metros acima do niacutevel

normal O segundo que iniciou na quinta-feira dia 22 atingiu no dia seguinte a

marca de 551 metros acima do niacutevel normal deixando 42 famiacutelias desalojadas e 8

desabrigadas Foram bloqueadas pelas aacuteguas 22 ruas e 32 edificaccedilotildees comerciais

foram atingidas

Para compreender melhor esses fenocircmenos e aplicar modelos matemaacuteticos

que permitam entender o funcionamento do sistema da bacia superior do Alto Rio

Negro do qual faz parte a bacia do Rio Negrinho eacute necessaacuterio estudar a relaccedilatildeo

chuva-vazatildeo bem como as caracteriacutesticas das chuvas que causam inundaccedilotildees

O processo que envolve o ciclo hidroloacutegico e a quantificaccedilatildeo da chuva sobre

uma bacia eacute um problema complexo que envolve muitas variaacuteveis o que aumenta o

grau de dificuldade na reproduccedilatildeo do comportamento do fluxo de aacutegua que chega

nos rios e a propagaccedilatildeo da sua onda de cheia

Satildeo condiccedilotildees essenciais para que as estimativas de chuva-vazatildeo sejam

representativas da bacia do rio Negrinho a obtenccedilatildeo de dados de mediccedilatildeo e seacuteries

histoacutericas

O uso de computadores softwares leitores e coletores de dados eletrocircnicos

(data loggers) estaccedilotildees hidroloacutegicas instrumentos versaacuteteis que podem operar em

locais remotos e sem rede de energia eleacutetrica contribui para a obtenccedilatildeo de algumas

soluccedilotildees para o problema de inundaccedilotildees Ainda algumas aproximaccedilotildees e

28

simplificaccedilotildees satildeo feitas para contornar as limitaccedilotildees das formulaccedilotildees matemaacuteticas

para representar um comportamento real

A modelagem matemaacutetica desses fenocircmenos objetiva estabelecer uma

relaccedilatildeo entre chuvas e niacuteveis de inundaccedilatildeo nas cidades com uma margem de

tempo razoaacutevel de forma a permitir que as accedilotildees dos governos oacutergatildeos de defesa

civil e habitantes minimizem os prejuiacutezos e principalmente preservem as vidas

Desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo nas margens do rio Negrinho haacute registros de

inundaccedilotildees Ainda assim o municiacutepio desenvolveu seu centro urbano muito proacuteximo

agraves suas margens e de seus afluentes dos Bugres e Serrinha Agora que o centro

urbano jaacute estaacute instalado eacute necessaacuterio caracterizar as aacutereas inundaacuteveis para

possibilitar uma adequada gestatildeo do municiacutepio reduzir o risco de futuro desastre e

minimizar prejuiacutezos da populaccedilatildeo Assim como outras cidades que se formaram agraves

margens de rios a dificuldade de mover essa populaccedilatildeo para aacutereas seguras eacute

enorme por duas razotildees principais os custos envolvidos nessa operaccedilatildeo e o valor

sentimental desses imoacuteveis nos quais geraccedilotildees de famiacutelias escreveram suas

histoacuterias Nesse contexto o presente trabalho caracterizou as aacutereas de inundaccedilatildeo

urbana de Rio NegrinhoSC como forma de subsidiar o monitoramento e a

mitigaccedilatildeo das inundaccedilotildees

A anaacutelise desses eventos deixa muito claro que o ldquoDesastre Naturalrdquo ou o

ldquoDesastre Ambientalrdquo natildeo eacute o comportamento hidroloacutegico e hidrodinacircmico do rio O

ldquoDesastre Naturalrdquo estaacute efetivamente na ocupaccedilatildeo inadequada do seu leito maior e

da sua planiacutecie de inundaccedilatildeo

Conforme mostrou a anaacutelise do prejuiacutezo econocircmico realizado Apendice V o

o montante do prejuiacutezo eacute muito elevado o que justifica toda e qualquer accedilatildeo que

possa mitigar

29

11 OBJETIVOS

111 Objetivo Geral

Analisar e avaliar os problemas de inundaccedilatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC

para o entendimento do fenocircmeno e elaborar um piloto de Plano de Accedilatildeo de

Emergecircncia buscando compreender para mitigar

112 Objetivos Especiacuteficos

Implantar sistema de monitoramento de chuva e vazatildeo com a

instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo de estaccedilotildees hidroloacutegicas para melhorar o

sistema de previsatildeo e alerta de inundaccedilatildeo

Desenvolver uma paacutegina na internet para a Defesa Civil do Municiacutepio

de Rio Negrinho disponibilizando informaccedilotildees referentes aos niacuteveis

dos rios volumes de chuva acumulados e previsotildees do tempo

Desenvolver um foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais

ndash wwwdesastresnaturaiscombr

Montar grupos de WhatsApp e SMS para a Defesa Civil de Rio

Negrinho como forma de repassar rapidamente informaccedilotildees relativas

agrave previsatildeo do tempo niacuteveis dos rios e alertas

Desenvolver procedimentos para eliminar lixo e esgotamento sanitaacuterio

do corpo hiacutedrico

Implementar e simular a hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para

situaccedilotildees de inundaccedilotildees atraveacutes do modelo HEC-RAS

30

12 ESTRUTURA DO TRABALHO

A FIGURA 1 mostra as principais atividadesassuntos desta dissertaccedilatildeo O

ponto de partida satildeo os problemas de inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC sob

os aspectos dos fenocircmenos da natureza das caracteriacutesticas geograacuteficas da aacuterea de

estudo da accedilatildeo antroacutepica e dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros causados

pelas inundaccedilotildees Na sequecircncia eacute descrita a localizaccedilatildeo de cada atividadeassunto

dentro da dissertaccedilatildeo buscando a capacidade de lidar com situaccedilotildees de inundaccedilatildeo

Inicialmente tem-se a introduccedilatildeo apresentando a problemaacutetica do tema que

eacute a inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC e dentro desta apresentaccedilatildeo encontra-

se a justificativa e a motivaccedilatildeo que deram origem a este estudo Juntamente estatildeo

apontados os objetivos geral e especiacutefico e a estruturaccedilatildeo deste trabalho Todos

esses pontos satildeo abordados neste Capiacutetulo 1

Na sequecircncia no Capiacutetulo 2 ndash Revisatildeo de Literatura satildeo feitos o

levantamento dos trabalhos e estudos relacionados ao tema inundaccedilotildees onde se

encontram a descriccedilatildeo dos fenocircmenos da natureza sob os aspectos hidroloacutegicos e

meteoroloacutegicos com ecircnfase nas inundaccedilotildees e tambeacutem as estaccedilotildees hidro

meteoroloacutegicas e sua importacircncia bacias hidrograacuteficas como divisor das chuvas e

formaccedilatildeo das vazotildees nos rios a hidrodinacircmica dos corpos hiacutedricos para entender as

inundaccedilotildees e Planos de Accedilatildeo de Emergecircncia para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo no

contexto de salvaguardar vidas e bens materiais

No Capiacutetulo 3 ndash O Estado da Arte que se relaciona com a Revisatildeo de

Literatura tem-se uma das questotildees relevantes que consiste em verificar as

pesquisas e os estudos inovadores realizados na atualidade buscando formatar a

fronteira do conhecimento em que se encontra o fenocircmeno causador das

inundaccedilotildees associando agraves teacutecnicas para prevenccedilatildeo eou mitigaccedilatildeo de danos

Nos Capiacutetulos 4 e 5 satildeo descritos os levantamentos as anaacutelises e as

avaliaccedilotildees das caracteriacutesticas histoacutericas e geograacuteficas da aacuterea de estudo e das

seacuteries hidroloacutegicas respectivamente realizados Ainda no Capiacutetulo 5 encontram-se

os estudos hidro meteoroloacutegicos da regiatildeo onde se mostra a necessidade de

melhorar as observaccedilotildees de dados hidroloacutegicos para prevenir e mitigar os

problemas causados pelas inundaccedilotildees (Capiacutetulo 6)

31

FIGURA 1 ndash Estrutura do Trabalho (Autor 2017)

32

A partir da caracterizaccedilatildeo geograacutefica e a localizaccedilatildeo da aacuterea urbana de

atingimento das inundaccedilotildees mais frequentes definiu-se o trecho do rio a ser

estudado com modelo hidrodinacircmico e os levantamentos topobatimeacutetricos que foram

realizados Os mesmos estatildeo descritos no Capiacutetulo 7 onde se encontraram os

trabalhos realizados para geraccedilatildeo do modelo digital do terreno Apecircndices I II e III

No Apecircndice IV foram analisados os efeitos da accedilatildeo antroacutepica decorrentes do

processo de urbanizaccedilatildeo que engloba a impermeabilizaccedilatildeo do solo provocada

pelas edificaccedilotildees e pavimentaccedilotildees o dimensionamento inadequado dos sistemas

de drenagem as obras civis em especial pontes e bueiros como pontos de

estrangulamento de rios e coacuterregos e sua interferecircncia no fluxo das aacuteguas o

saneamento e a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Durante a execuccedilatildeo dos levantamentos efetuados no rio Negrinho Serrinha

e dos Bugres contatou-se enorme quantidade de lixo e esgoto despejados no leito e

nas margens desses rios que interferem na inundaccedilatildeo Para solucionar esses

problemas no Capiacutetulo 8 foram relacionados procedimentos para o recolhimento

desse lixo e para a eliminaccedilatildeo do lanccedilamento de esgotos conciliando com a

implantaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio

O Capiacutetulo 9 apresenta um piloto de PAE ndash Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

para Inundaccedilotildees elaborado com base na literatura e nos dados levantados neste

trabalho bem como na estrutura municipal e na experiecircncia do autor junto a Defesa

Civil de Rio Negrinho nas trecircs uacuteltimas inundaccedilotildees de 1983 1992 e 2014 O

levantamento e a avaliaccedilatildeo dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros que ocorrem

numa cidade do porte de Rio Negrinho tendo por referecircncia a uacuteltima grande

inundaccedilatildeo de 2014 foram elaborados no Apecircndice V para justificar a necessidade

da implantaccedilatildeo de um PAE

Para melhor funcionamento do PAE foram desenvolvidos sistemas de

informaccedilotildees que estatildeo descritas no Capiacutetulo 10 Uma nova paacutegina na internet foi

desenvolvida para Defesa Civil de Rio Negrinho e foi criado um grupo de Whatsapp

e SMS com o objetivo principal de aproveitar as novas miacutedias e facilitar o acesso de

todos os muniacutecioes agraves informaccedilotildees de forma especial aos que tecircm imoacuteveis em

aacutereas alagaacuteveis Com o mesmo objetivo poreacutem de forma mais ampla foi criado um

foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais objetivando reunir

pesquisadores para se manifestarem sobre eventos de desastres naturais sendo o

seu foco a inundaccedilatildeo

33

Concluindo a dissertaccedilatildeo o Capiacutetulo 11 trata da mitigaccedilatildeo das perdas e

danos dos eventos de inundaccedilatildeo e de como lidar com eles considerando que a

remoccedilatildeo da cidade das aacutereas inundaacuteveis seria uma operaccedilatildeo que atingiria valores

que a torna inviaacutevel aleacutem da resistecircncia natural de cunho emocional dos moradores

ribeirinhos

34

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA

Sob o ponto de vista da hidrologia toda aacutegua proveniente do meio

atmosfeacuterico que atinge a superfiacutecie terrestre eacute entendida como precipitaccedilatildeo A

precipitaccedilatildeo pode vir sobre a forma de neblina granizo saraiva orvalho geada

neve e chuva O estado em que a aacutegua se encontra eacute o que diferencia essas formas

de precipitaccedilatildeo (TUCCI 1993)

No caso da chuva a determinaccedilatildeo da intensidade eacute importante para o

controle de inundaccedilatildeo e de erosatildeo do solo A chuva eacute o tipo de precipitaccedilatildeo mais

importante para a hidrologia por sua capacidade de produzir escoamento (TUCCI

1993)

Chuva eacute uma precipitaccedilatildeo formada por gotas de aacutegua maiores que 05mm

Elas podem ser classificadas como ldquochuva fracardquo quando a intensidade eacute menor que

25mmhora moderada quando estaacute entre 25 e 75mmhora e forte (pesada)

quando excede a 75mmhora (BRUTSAERT 2005)

O volume total a duraccedilatildeo e as distribuiccedilotildees temporal e espacial satildeo as

principais caracteriacutesticas da precipitaccedilatildeo Um volume acumulado total de

precipitaccedilatildeo natildeo tem significado se natildeo estiver relacionado a uma duraccedilatildeo Uma

chuva de 100mm num mecircs pode ser pouco mas eacute muito se ocorrer num dia e mais

ainda se ocorrer numa hora Natildeo existe como determinar chuva com grande

antecedecircncia por se tratar de um processo aleatoacuterio O tratamento de dados de

pricipitaccedilatildeo na forma chuva para a grande maioria dos problemas dela decorrentes

eacute estatiacutestico (TUCCI 1993)

A ocorrecircncia de precipitaccedilotildees sob a forma de chuva deriva da condensaccedilatildeo

do vapor de aacutegua contido na atmosfera Sob certas condiccedilotildees as gotiacuteculas que

formam as nuvens datildeo origem agraves precipitaccedilotildees Haacute nuvens que natildeo produzem

chuvas necessitando de outros processos que desencadeiem a precipitaccedilatildeo

(TUCCI 1993)

Para que ocorra a chuva as gotiacuteculas precisam ter um volume de tal forma

que seu peso supere as forccedilas que as mantecircm em suspensatildeoEacute preciso que atinjam

uma velocidade de queda maior que as componentes verticais de ascensatildeo dos

movimentos atmosfeacutericos (TUCCI 1993)

35

Conforme Tucci (1993) de acordo com o mecanismo pelo qual ocorre a

ascensatildeo do ar uacutemido as precipitaccedilotildees podem ser classificadas em

Convectivas quando o ar uacutemido em tempo calmo eacute aquecido proacuteximo ao solo

criando camadas de ar que se mantecircm em equiliacutebrio instaacutevel Alterado esse

equiliacutebrio ocorre uma brusca ascenccedilatildeo local de ar menos denso que iraacute condensar

formando nuvens e em muitos casos chuvas Satildeo as chuvas convectivas que

ocorrem frequentemente nas regiotildees equatoriais onde os ventos natildeo satildeo fortes e os

movimentos de ar satildeo predominantemente verticais podendo ocorrer tambeacutem em

regiotildees temperadas no veratildeo Eventualmente tempestades violentas Satildeo

predominantemente chuvas de grande intensidade e curta duraccedilatildeo que ocorrem em

aacutereas de menor dimensatildeo Podem provocar grandes inundaccedilotildees em pequenas

bacias (TUCCI 1993)

Orograacuteficas ocorrem quando ventos quentes e uacutemidos geralmente se deslocando

do oceano para o continente encontram uma regiatildeo montanhosa que os faz subir

resfriar-se condensando o vapor formando nuvens e precipitando-se sob a forma

de chuva Normalmente satildeo chuvas de grande duraccedilatildeo e pequena intensidade

sobre pequenas aacutereas (TUCCI 1993)

Frontais ou Ciclocircnicas se formam do encontro de massas de ar quente e frio Nas

regiotildees de convergecircncia da atmosfera o ar quente e uacutemido sobe violentamente

sendo resfriado onde ocorre a condensaccedilatildeo produzindo chuvas Satildeo chuvas que

atingem grandes aacutereas com intensidade meacutedia e de grande duraccedilatildeo Essas chuvas

eventualmente satildeo acompanhadas de ventos fortes com circulaccedilatildeo ciclocircnica

podendo produzir inundaccedilotildees em grandes bacias (TUCCI 1993)

A seguir satildeo apresentadas as definiccedilotildees de algumas terminologias utilizadas

nesta dissertaccedilatildeo

Iacutendice Pluviomeacutetrico

Para poder acompanhar a quantidade de chuvas numa determinada regiatildeo

os pesquisadores climaacuteticos criaram o iacutendice pluviomeacutetrico (medido em miliacutemetros)

Este eacute calculado da seguinte forma as estaccedilotildees meteoroloacutegicas marcam um espaccedilo

36

no terreno de uma determinada regiatildeo Medem e acompanham a quantidade de

chuva que cai ali durante o ano Este iacutendice eacute uma boa referecircncia para se conhecer

o clima de uma regiatildeo

Temporais

Muitas vezes as chuvas ocorrem em forma de temporais Estas se

caracterizam pelos ventos fortes trovoadas e relacircmpagos Os relacircmpagos satildeo

descargas eleacutetricas provocadas pelo choque entre nuvens carregadas com muita

aacutegua e energia Jaacute o trovatildeo eacute o som provocado por este choque

Previsatildeo de Chuvas

As estaccedilotildees meteoroloacutegicas conseguem prever as chuvas pois observam as

imagens de sateacutelites que mostram a posiccedilatildeo e o deslocamento das massas de ar

Com dados de outros fatores (umidade ventos temperaturas) conseguem prever

com razoaacutevel precisatildeo o horaacuterio e quantidade de chuvas

211 - O fenocircmeno dos rios voadores

Os rios voadores satildeo ldquocursos de aacutegua atmosfeacutericosrdquo compostos de massas

de ar carregadas de vapor drsquoaacutegua acompanhados ou natildeo por nuvens e movidos

pelos ventos Inviacutesiacuteveis essas correntes de ar passam sobre noacutes carregando

umidade da Bacia Amazocircnica para as regiotildees Centro-Oeste Sudeste e Sul do

Brasil

Em contato com as frentes frias que vem do sul essa umidade se tranforma

em chuva Recebem o nome de rios voadores as enormes quantidades de vapor

drsquoaacutegua transportadas pelas correntes aeacutereas Trata-se de um fenocircmeno que tem

impacto nas inundaccedilotildees da regiatildeo sul

Como uma bomba de succcedilatildeo segundo Petrobraacutes (2017) a floresta

amazocircnica puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano

Atlacircntico e carregada pelos ventos aliacuteseos Essa umidade cai sob a forma de chuva

sobre a floresta Sob a forma de vapor drsquoaacutegua a floresta devolve a aacutegua da chuva

para a atmosfera pela evapotranspiraccedilatildeo Assim o ar eacute recarregado com mais

umidade e segue sendo transportado em direccedilatildeo ao oeste para cair novamente

como chuva mais a frente

37

Nesse processo contiacutenuo seguindo em direccedilatildeo oeste recarregados com a

umidade da floresta os rios voadores (massas de ar) encontram a Cordilheira dos

Andes que forma uma barreira natural Parte dessa umidade se precipita nas

encostas dessa barreira formando as nascentes dos rios amazocircnicos A porccedilatildeo dos

rios voadores que natildeo se precipita faz uma curva em direccedilatildeo ao sul regiotildees Centro-

Oeste Sudeste e Sul do Brasil e paiacutees vizinhos FIGURA 2

Dessa forma os rios voadores a floresta amazotildenica e a Cordilheira dos

Andes interferem no nosso regime de chuvas no clima e nas nossas inundaccedilotildees

(PETROBRAacuteS 2017)

FIGURA 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica fenocircmeno dos rios voadores (PETROBRAacuteS 2017)

38

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea

O sistema climaacutetico da terra eacute composto por diversos componentes A

interaccedilatildeo entre a superfiacutecie dos oceanos e a baixa atmosfera proacutexima a ela eacute uma

delas As trocas de energia e umidade podem afetar o clima regional e global

Ao fenocircmeno do aquecimento anormal das aacuteguas superficiais e sub-

superficiais do Oceano Paciacutefico Equatorial daacute-se o nome de El Nintildeo FIGURA 3

Nome em espanhol refere-se agraves aacuteguas quentes que aparecem na costa do Peru na

eacutepoca do Natal Pescadores a chamam de ldquoCorriente de El Nintildeo em referecircncia ao

Menino Jesus

Consideradas anomalias do sistema climaacutetico tanto o El Nintildeo quanto o La

Nintildea representam alteraccedilotildees no sistema oceano-atmosfera encontradas no oceano

Paciacutefico tropical com consequecircncias no clima em todo o planeta Natildeo eacute apenas a

presenccedila de aacuteguas quentes do El Nintildeo mas as alteraccedilotildees na atmosfera proacutexima a

superfiacutecie do oceano interferindo nos ventos aliacutesios (leste para oeste) na regiatildeo

equatorial O enfraquecimento dos ventos e o aquecimento do oceano promovem

mudanccedilas na circulaccedilatildeo entre os niacuteveis baixos e altos da atmosfera tendo como

consequecircncia alteraccedilotildees no transporte de umidade e mudanccedilas na distribuiccedilatildeo das

chuvas em regiotildees tropicais e de latitudes meacutedias e altas Tambeacutem satildeo observados

aumento ou queda de temperatura em algumas regiotildees do globo

O fenocircmeno La Nintildea eacute o oposto do El Nintildeo e eacute tembeacutem chamado de

episoacutedio frio onde os ventos aliacutesios mais intensos empurram as aacuteguas do Oceano

Paciacutefico para o lado oposto onde ficaratildeo ldquorepresadasrdquo no Paciacutefico Equatorial Oeste

aumentando o desniacutevel entre o Paciacutefico Ocidental e Oriental As aacuteguas mais quentes

represadas a oeste geram evaporaccedilatildeo e consequentemente movimentos

ascendentes que por sua vez geram nuvens de chuva A regiatildeo atingida por este

fenocircmeno eacute a do nordeste do Oceano Iacutendico agrave oeste do Oceano Paciacutefico passando

pela indoneacutesia (INPE 2017)

39

FIGURA 3 ndash El Nintildeo em atividade (NASA 2017)

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A seguir satildeo descritas algumas das definiccedilotildees encontradas na literatura para

inundaccedilotildees

Inicialmente como jaacute mencionado na introduccedilatildeo o termo inundaccedilatildeo adotado

neste estudo eacute a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento para planiacutecie de inundaccedilatildeo

(GOERL e KOBIYANA 2005)

Segundo Magalhatildees (1970 p93) eacute ldquoa cheia de um rio cujas aacuteguas

crescendo de volume transbordam alagando os territoacuterios circunjacentes A

inundaccedilatildeo eacute causada pela abundante precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica aliada a causas

fisiograacuteficas tais como a configuraccedilatildeo especial das zonas ribeirinhas a largura e a

profundidade dos leitos dos rios bem como a estrutura da barra ou a

desembocadura das correntes Os prejuiacutezos econocircmicos estatildeo associados agrave

ocupaccedilatildeo humanardquo

Para Tucci (1993 p 621) a inundaccedilatildeo eacute o fenocircmeno que ocorre ldquoquando a

aacutegua que chega ao rio eacute superior agrave capacidade de drenagem de sua calha normal

as aacuteguas transbordam o leito normal e ocupam a planiacutecie de inundaccedilatildeordquo A

ocorrecircncia de inundaccedilotildees depende das caracteriacutesticas fiacutesicas e climatoloacutegicas da

bacia hidrograacutefica ndash especialmente a distribuiccedilatildeo espacial e temporal da chuva

Leopold (1994 p 113) definiu a inundaccedilatildeo como sendo a ocorrecircncia de um

fluxo de tal magnitude que transborda os bancos naturais ou artificiais em um trecho

40

de um rio Onde existe uma planiacutecie de inundaccedilatildeo inundaccedilatildeo eacute qualquer fluxo que

se espalha por essa planiacutecie

Segundo Guerra amp Guerra (1997 p220) a inundaccedilatildeo eacute o mesmo que

alagado ie ldquoaacuterea alagadiccedila apoacutes a enchenterdquo lsquoEnchentesrsquo satildeo grandes chuvas que

ocorrem nos rios e geralmente provocam verdadeiros desastres causando perdas

na agricultura pecuaacuteria cidades proacuteximas etc O que as caracteriza eacute a sua

irregularidade isto eacute que natildeo ocorrem todos os anos

Inundaccedilotildees segundo Below et al (2009 p 6) estatildeo inseridas no grupo de

desastres hidroloacutegicos ou seja relacionados a desvios no ciclo hidroloacutegico As

inundaccedilotildees satildeo subdivididas em inundaccedilotildees ribeirinhas bruscas e costeiras

Apoacutes passar pela experiecircncia das inundaccedilotildees a populaccedilatildeo comeccedilou a

procurar habitar aacutereas mais altas menos frequentemente inundadas (TUCCI 1993

PLATE 2002) Mas com o aumento da urbanizaccedilatildeo as planiacutecies inundaacuteveis

tambeacutem foram ocupadas principalmente pela populaccedilatildeo de baixa renda gerando

problemas sociais que se repetem a cada inundaccedilatildeo (TUCCI 1993) Magalhatildees

(1970) e Leopold (1994) concordam que os danos causados pelas inundaccedilotildees satildeo

consequecircncia da ocupaccedilatildeo humana das planiacutecies inundaacuteveis Comprovando essa

ideacuteia Silveira et al (2009) mostraram que os desastres das inundaccedilotildees em Joinville

SC estatildeo mais relacionadas com o avanccedilo da ocupaccedilatildeo das planiacutecies de inundaccedilatildeo

do que com o comportamento das chuvas e portanto satildeo desastres mais humanos

que naturais Flemming (2002) relembra que as inundaccedilotildees satildeo fenocircmenos naturais

que natildeo podem ser evitados mas seus danos podem ser mitigados Para essa

tarefa ressalta a importacircncia da elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo

As inundaccedilotildees tecircm dinacircmicas diferentes que estatildeo relacionadas

principalmente com as caracteriacutesticas das bacias hidrograacuteficas Segundo Castro

(2003) a evoluccedilatildeo das inundaccedilotildees pode se dar de forma brusca com aumento

raacutepido e intenso do volume de aacutegua do canal ou gradual com a subida e a descida

das aacuteguas de um rio de forma lenta

Em Rio Negrinho houve inundaccedilotildees que podem ser enquadradas nas duas

modalidades descritas

As inundaccedilotildees de acordo com Amaral e Ribeiro (2012 p41) ldquosatildeo eventos

naturais que ocorrem com periodicidade nos cursos drsquoaacutegua frequentemente

deflagrados por chuvas fortes e raacutepidas ou chuvas de longa duraccedilatildeordquo Segundo

Tucci (2005 p42) ldquoeste eacute um processo natural que ocorre quando a precipitaccedilatildeo eacute

41

intensa causada por eventos chuvosos em que o solo perde a capacidade de

infiltraccedilatildeo aumentando o escoamento superficial que rapidamente alcanccedila os

cursos drsquoaacuteguardquo

Quando a inundaccedilatildeo se estabelece as aacuteguas do rio ocupam as aacutereas da

planiacutecie fluvial que eacute composta pela planiacutecie de inundaccedilatildeo leito maior e leito menor

do rio Zancopeacute (2012) define que ldquoas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo aacutereas dos vales

fluviais que sofrem inundaccedilotildees por cheias de determinadas magnitudes e intervalos

de recorrecircncia e as planiacutecies fluviais satildeo aacutereas dos vales fluviais marginais aos

cursos drsquoaacutegua parcialmente alagadas por transbordamentos perioacutedicos oriundos dos

rios e limitadas lateralmente pelas bases de vertentes dos valesrdquo

Segundo Tucci (2005 p29) o leito menor eacute caracterizado pelos locais onde

a aacutegua escoa normalmente a maior parte do tempo jaacute o leito maior eacute caracterizado

pelos locais em que o rio alcanccedila quando atinge niacuteveis superiores de volume drsquoaacutegua

(FIGURA 4) Tucci (2005 p29) comenta ainda que esse tipo de inundaccedilatildeo quando

as aacuteguas atingem o leito maior do rio geralmente ocorre em bacias hidrograacuteficas

meacutedias e grandes (gt100kmsup2) e que esse processo eacute natural como consequecircncia do

ciclo hidroloacutegico e assim eacute denominada inundaccedilatildeo de aacutereas ribeirinhas As aacutereas de

planiacutecie de inundaccedilatildeo satildeo locais que periodicamente seratildeo atingidos pelo

transbordamento dos cursos de aacuteguas faz parte da dinacircmica natural dos rios

(AMARAL e RIBEIRO 2012)

42

FIGURA 4 - Ocupaccedilatildeo indevida da margem dos rios (CPRM 2016)

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO

Eacute o conjunto de sistemas para o monitoramento de variaacuteveis ambientais

composto de coleta tratamento armazenamento transmissatildeo e disponibilizaccedilatildeo de

seacuteries histoacutericas

Os principais dados monitorados satildeo duraccedilatildeo quantidade e intensidade das

chuvas niacuteveis dos rios temperatura do ar umidade do ar velocidade e direccedilatildeo dos

ventos pressatildeo atmosfeacuterica e radiaccedilatildeo solar

A Hidrometeorologia eacute a parte da ciecircncia que trata da aacutegua na atmosfera

(TUCCI 1993) Bruce e Clark (1980 p 1) mencionam a importacircncia da meteorologia

no desenvolvimento de estudos hiacutedricos e no controle de inundaccedilotildees indicando a

necessidade do monitoramento meteoroloacutegico para as soluccedilotildees de gestatildeo de aacuteguas

superficiais e subterracircneos O termo hidrometeorologia eacute utilizado por eles como

43

sendo a aplicaccedilatildeo da meteorologia para a soluccedilatildeo dos problemas hidroloacutegicos

diferindo da definiccedilatildeo que trata como um problema de fronteira entre meteorologia e

hidrologia Segundo eles a dificuldade na aplicaccedilatildeo dessa uacuteltima reside na largura

da fronteira que varia de acordo com o ponto de vista da pessoa que o usa Na

praacutetica a largura varia do campo de estudos das condiccedilotildees meteoroloacutegicas criacuteticas

para uso na estimativa de fluxos maacuteximos de inundaccedilatildeo

No Brasil em diversos estudos esse termo eacute utilizado como a soma dos

termos hidroloacutegico e meteoroloacutegico

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie

As estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas de superfiacutecie podem ser

convencionais ou automaacuteticas (telemeacutetricas) As estaccedilotildees automaacuteticas foram

implantadas na deacutecada de 90 substituindo ou monitorando em conjunto com as

convencionais

Nessas estaccedilotildees um teacutecnico em meteorologia vai ateacute a estaccedilatildeo anotar

manualmente cada dado quatro vezes por dia sempre agraves 00 06 12 e 18 UTC (3

horas a menos do horaacuterio de Brasiacutelia)

Os instrumentos de uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional medem a

temperatura e a umidade do ar a direccedilatildeo e velocidade do vento a chuva

acumulada o tempo de insolaccedilatildeo evaporaccedilatildeo intensidade da radiaccedilatildeo solar e a

pressatildeo

Ainda na estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional o teacutecnico tambeacutem faz a

observaccedilatildeo visual das nuvens e da visibilidade Nos horaacuterios de observaccedilatildeo ele

avalia o ceacuteu como um todo quantifica e classifica as nuvens daquele momento

observando a ocorrecircncia de neacutevoa ou nevoeiro (Climatempo 2017)

Segundo Barth et al (1987 p 111) o estudo do regime hidroloacutegico de um

curso de aacutegua exige o conhecimento da variaccedilatildeo de sua vazatildeo ao longo do tempo

Numa estaccedilatildeo convencional a avaliaccedilatildeo diaacuteria dessa vazatildeo se daacute por um processo

direto pelo registro diaacuterio duas vezes ao dia atraveacutes da leitura do niacutevel da aacutegua na

reacutegua ou pelo registro contiacutenuo atraveacutes de hidroacutegrafas onde o niacutevel de aacutegua eacute

registrado Esses niacuteveis ou cotas determinam as vazotildees usando a curva-chave ou

curva cota-vazatildeo

44

A obtenccedilatildeo mais comum da vazatildeo se daacute pela mediccedilatildeo do niacutevel da aacutegua por

meio de liniacutemetros mais comumente chamados de reacuteguas linimeacutetricas e liniacutegrafos

Uma reacutegua linimeacutetrica nada mais eacute do que uma escala graduada de madeira ou

metal esmaltada ou natildeo ou mesmo pintada sobre uma superfiacutecie vertical de

concreto cuja extremidade inferior denominada ldquozero da reacuteguardquo estaacute na medida do

possiacutevel sempre mergulhada na aacutegua mesmo nas estiagens mais severas Isso

evita a necessidade de leituras negativas que satildeo tradicionalmente uma fonte de

erros (BARTHet al 1987 p 111)

A grande maiorias das estaccedilotildees hidromeacutetricas convencionais brasileiras

conta com simples reacuteguas linimeacutetricas O grau de confianccedila de seus registros eacute

portanto diretamente dependente do encarregado da leitura A localizaccedilatildeo do posto

hidromeacutetrico eacute estabelecida de modo a permitir um acesso faacutecil e permanente ao

local quaisquer que sejam as condiccedilotildees climaacuteticas e o niacutevel das aacuteguas inclusive

nas maiores inundaccedilotildees (PINTO et al 1976 p 185)

Uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie automaacutetica eacute composta por uma

unidade de memoacuteria central (ldquodata loggerrdquo) ligada a vaacuterios sensores dos paracircmetros

meteoroloacutegicos (pressatildeo atmosfeacuterica temperatura e umidade relativa do ar

precipitaccedilatildeo radiaccedilatildeo solar direccedilatildeo e velocidade do vento) que integra os valores

observados minuto a minuto e os disponibiliza automaticamente a cada 15 minutos

ou a cada hora (INMET 2017)

A estaccedilatildeo hidroloacutegica automaacutetica eacute composta por um data logger um sensor

de pressatildeo para mediccedilatildeo de cota (niacutevel da aacutegua) e um pluviocircmetro de baacutescula para

mediccedilatildeo de chuva acumulada num intervalo de tempo

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA

Segundo Viessman et al (1972) bacia hidrograacutefica eacute uma aacuterea definida

topograficamente drenada por um curso drsquo aacutegua ou um sistema conectado de

cursos drsquo aacutegua dispondo de uma simples saiacuteda para que toda vazatildeo efluente seja

descarregada

Tambeacutem pode-se definir a bacia hidrograacutefica como sendo uma aacuterea onde a

aacutegua da precipitaccedilatildeo eacute captada naturalmente fazendo com que seu escoamento

seja conduzido para um uacutenico ponto de saiacuteda seu exutoacuterio A bacia hidrograacutefica eacute

45

composta de um conjunto de superfiacutecies vertentes e de uma rede de drenagem

formada por cursos de aacutegua que confluem ateacute resultar num leito uacutenico no exutoacuterio

De forma geral a chuva que cai sobre as vertentes infiltra-se nos solos ateacute

a saturaccedilatildeo destes momento em que diminuem as taxas de infiltraccedilatildeo e comeccedilam a

surgir os escoamentos superficiais na condiccedilatildeo de persisitecircncia da precipitaccedilatildeo O

escoamento superficial gerado nas vertentes da bacia hidrograacutefica pode ser

entendido como ldquoproduccedilatildeordquo de aacutegua de escoamento raacutepido Com essa interpretaccedilatildeo

a aacutegua produzida pelas vertentes tem como destino imediato a rede de drenagem

que iraacute conduziacute-la agrave seccedilatildeo de saiacuteda da bacia No leito maior dos rios (zona de

inundaccedilatildeo) o comportamento eacute duacutebio ora de produccedilatildeo quando os niacuteveis de aacutegua

dos rios estatildeo inicialmente baixos funcionando esta zona como vertente ora de

transporte quando os niacuteveis dos rios estatildeo elevados com a zona de inundaccedilatildeo

usada para escoamento (TUCCI 1993)

A bacia hidrograacutefica pode ser descrita como um sistema fiacutesico onde o

volume de aacutegua precipitado compotildee a entrada e o volume de aacutegua que sai pelo

exutoacuterio eacute a saiacuteda tendo como perdas intermediaacuterias os volumes da evaporaccedilatildeo da

evapotranspiraccedilatildeo e os volumes de infiltraccedilatildeo profunda Em eventos isolados essas

perdas podem ser desconsideradas (TUCCI 1993)

A funccedilatildeo hidroloacutegica da bacia hidrograacutefica eacute transformar uma entrada

precipitaccedilatildeo de volume concentrada no tempo em uma saiacuteda escoamento de

forma mais distribuiacuteda no tempo (TUCCI 1993)

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS

Neste estudo a hidrodinacircmica eacute o movimento da aacutegua ao longo do rio e o

comportamento deste movimento eacute determinado pelos modelos hidrodinacircmicos

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional

Segundo Campos (2009) modelo eacute um grupo ordenado de suposiccedilotildees que

se propotildeem a explanar as propriedades de um sistema sem necessariamente

manter todas as suas particularidades Para Christofoletti (1999) define-se um

modelo como uma reproduccedilatildeo assingelada do que ocorre de fato em funccedilatildeo da

complexidade de maneira que seja possiacutevel fazer uma reconstituiccedilatildeo muito proacutexima

46

da realidade fazer simulaccedilotildees previsotildees alteraccedilotildees e evoluccedilotildees Para este autor

um modelo que busca reproduzir um sistema ambiental exprimindo uma hipoacutetese

cientiacutefica precisa ser analisado e testado para diferentes suposiccedilotildees

Assim os modelos satildeo um elo entre o que eacute obervado na praacutetica e as

suposiccedilotildees teoacutericas Devem ser construiacutedos de forma a atingir ao que se propotildeem

devendo tambeacutem ficar claros os limites de sua capacidade de fazer previsotildees

Importante destacar as suas aplicabilidades como ferramentas de planejamento

(CHRISTOFOLETTI 1999)

Na primeira metade do seacuteculo passado o uso da modelagem matemaacutetica

era limitada devido agrave dificuldade de encontrar soluccedilotildees analiacuteticas para resolver os

sistemas natildeo lineares de equaccedilotildees diferenciais ordinaacuterias e parciais da

hidrodinacircmica restringindo-se aos modelos lineares ou linearizados atraveacutes de

simplificaccedilotildees algeacutebricas Chapra (1997) menciona que o movimento do fluido

dentro de canais ou calhas era descrito com base em geometria simples como

exemplo retacircngulo trapeacutezio ou triacircngulo e condiccedilotildees de equiliacutebrio dinacircmico

Somente na segunda metade do seacuteculo passado com o desenvolvimento dos

computadores e a utilizaccedilatildeo de meacutetodos numeacutericos foi possiacutevel obter soluccedilotildees para

as equaccedilotildees que representam os processos hidrodinacircmicos mais proacuteximas das

caracteriacutesticas geomorfoloacutegicas das calhas do rios Essas soluccedilotildees satildeo chamadas

soluccedilotildees numeacutericas de equaccedilotildees diferenciais parciais e natildeo lineares permitindo

desta forma a simulaccedilatildeo da movimentaccedilatildeo da aacutegua mais especificamente neste

estudo da onda de cheia responsaacuteveis pelas inundaccedilotildees

Essas inundaccedilotildees satildeo sempre transientes variam no espaccedilo e no tempo

Esses movimentos natildeo-permanentes os quais satildeo regidos pelas equaccedilotildees

desenvolvidas pelos matemaacuteticos Laplace e Lagrange e satildeo considerados os

primeiros a caracterizar o movimento das ondas em canais (Marmood e Yevjevich

1975 apud Silva 2015) Na praacutetica muitas vezes pela dificuldade de se obter

hidrogramas de cheias representam-se as cheias usando vazotildees maacuteximas

invariantes no tempo para delimitar a cota de atingimento da mesma que satildeo

utilizadas para confecccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo sem levar em conta o tempo de

propagaccedilatildeo

Segundo Tucci (1998) a modelagem hidrodinacircmica computacional utiliza as

equaccedilotildees do escoamento unidimensional em rios e canais e suas simplificaccedilotildees Em

geral os processos computacionais envolvem grande quantidade de dados e

47

procuram representar mais precisamente o sistema fiacutesico observado no escoamento

em rios No caso do estudo de inundaccedilotildees esse escoamento depende

essencialmente da declividade da bacia da estrutura da rede de drenagem e da

cobertura vegetal existentes no leito e margens dos rios O ponto inicial da

modelagem hidrodinacircmica eacute a construccedilatildeo da geometria do canal ou canais Para

isso vaacuterios meacutetodos satildeo usados entre eles os mecanismos que utilizam modelos

digitais de terreno em programas de geoprocessamento

Silva (2015) menciona que Chien e Tan (2011) apresentaram um experimento

usando Google Earth para gerar a geometria necessaacuteria agrave simulaccedilatildeo com o modelo

hidrodinacircmico 2D e Gichamo et al (2012) verificaram a aplicabilidade do MDT

ASTER GDEM (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer

Global Digital Elevation Model) com um poacutes-processamento para correccedilatildeo de

tendecircncias (bias) para simulaccedilatildeo de eventos de enchentes usando o modelo

hidrodinacircmico HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center ndash River Analysis System)

escolhido dentre os modelos existentes pela familiaridade do autor Foi feito o

levantamento da calha do rio (batimetria) para precisatildeo da cota de inundaccedilatildeo e

junccedilatildeo com o levantamento aerofotogrameacutetrico existente na Prefeitura Municipal de

Rio Negrinho

Pontes (2011) realizou uma comparaccedilatildeo entre modelos hidrodinacircmicos

simplificados e completo testando os modelos de Muskingum-Cunge linear

Muskingum natildeo linear e modificado por Todini e IPHS com o HEC-RAS O resultado

mostrou que o Muskingum modificado foi promissor indicando que o HEC-RAS eacute um

modelo completo e usado como base para os demais Esse modelo vem sendo

amplamente utilizado e que tem apresentado resultados satisfatoacuterios (Souza et al

2007 Santillan et al 2012 Hasani 2013 Sharkey 2014 entre outros)

Em 2002 Wheater apud Silva (2015) fez uma revisatildeo sobre as perspectivas

da modelagem hidrodinacircmica na simulaccedilatildeo de enchentes apresentando a

importacircncia da distribuiccedilatildeo da chuva para qualidade dos resultados da simulaccedilatildeo

bem como cenaacuterios usando como base as chuvas estimadas considerando as

mudanccedilas climaacuteticas aleacutem do incremento na capacidade de simulaccedilatildeo em bacias

sem estaccedilotildees de coleta de dados

48

252 Modelagem Hidrodinacircmica

A modelaccedilatildeo hidraacuteulica pode apresentar o escoamento permanente ou natildeo

permanente

2521 Escoamento Permanente

Quando a velocidade local em um ponto natildeo muda com o tempo o

escoamento eacute definido como permanente Como consequecircncia outras condiccedilotildees de

contorno como vazatildeo profundidade raio hidraacuteulico entre outros seratildeo invariaacuteveis

Escoamento uniforme eacute aquele no qual a declividade a velocidade e as

caracteriacutesticas geomeacutetricas do canal coacuterrego ou rio natildeo variam ao longo da sua

extensatildeo supondo-se com linhas de fluxo paralelas e retas (PORTO 2006) Esta

simplificaccedilatildeo eacute usualmente utilizada no dimensionamento e verificaccedilatildeo da

capacidade de vazatildeo de canais pelas facilidade do seu equacionamento utilizando

as equaccedilotildees de Cheacutezy e Manning que consideram a resistecircncia do contorno do

canal (CANHOLI 2005)

Os princiacutepios da conservaccedilatildeo de energia constante na foacutermula de Bernoulli

e da conservaccedilatildeo de massa desempenhado pela equaccedilatildeo da continuidade

fundamentam os modelos que adotam o escoamento permanente (GRACIOSA

2010) Seus usos mais frequentes satildeo a anaacutelise do perfil de cheias o caacutelculo do

remanso de rios o dimencionamento de obras hidraacuteulicas e o escoamento em

estiagem entre outras utilizaccedilotildees (TUCCI 1998)

2522 Escoamento Natildeo Permanente

Quando a velocidade do fluxo em determinado ponto se modifica com o

tempo tem-se o escoamento natildeo permanente Satildeo as coordenadas espaciais do

ponto e do tempo que definem essa condiccedilatildeo A passagem de uma onda de cheia

eacute um exemplo de onde esse regime ocorre fato este que acontece na maioria dos

problemas hidroloacutegicos de escoamento superficial de canais (PORTO 2006 TUCCI

1998)

As equaccedilotildees da continuidade e da quantidade de movimento reproduzem

esse tipo de escoamento e quando associadas satildeo chamadas de equaccedilotildees de

Saint Veacutenant Eacute comum o uso de simplificaccedilotildees que facilitam o uso desse conjunto

49

de equaccedilotildees Um exemplo eacute o tratamento unidirecional do escoamento natildeo

levando em consideraccedilatildeo as variaccedilotildees de velocidade nas direccedilotildees horizontal

(lateral) e vertical (profundidade) Quando os modelos satildeo mais complexos por

considerarem todos os elementos das equaccedilotildees de Saint Veacutenant (pressatildeo e ineacutercia

do fluxo atrito e gravidade) passam a ser chamados de modelos hidrodinacircmicos O

sistema de equaccedilotildees que se forma para representar este escoamento somente

pode ser solucionado por meacutetodos numeacutericos que permitem a discretizaccedilatildeo do rio

em seccedilotildees Meacutetodos analiacuteticos natildeo resolvem os sistemas de equaccedilotildees resultantes

desse tipo de escoamento (TUCCI 1998)

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis System)

Software livre do Corpo de Engenheiros do Exeacutercito dos Estados Unidos da

Ameacuterica (US Army Corps of Engineers) eacute um programa de modelaccedilatildeo hidraacuteulica

unidirecional para uma rede de rios e canais Aleacutem do escoamento permanente ele

modela o escoamento natildeo permanente o transporte de sedimentos e modela

tambeacutem anaacutelises de qualidade de aacutegua (USACE 2010)

O caacutelculo da lacircmina daacutegua nos canais considerando fluxo uniforme

gradualmente variado ou bruscamente variado para regimes de escoamento

supercriacutetico e sub criacutetico satildeo funccedilotildees da modelaccedilatildeo do escoamento permanente

Pela equaccedilatildeo de Manning e pela utilizaccedilatildeo de coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo

satildeo calculadas as perdas de energia A equaccedilatildeo da quantidade de movimento eacute

utilizada em situaccedilotildees onde a variaccedilatildeo do niacutevel daacutegua ocorre rapidamente (USACE

2010)

Um meacutetodo hidrodinacircmico com a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees completas de

Saint Veacutenant possibilita a modelaccedilatildeo do escoamento natildeo permanente Regimes de

escoamento subcriacutetico ou supercriacutetico ou ambos podem ser analisados nesse

modelo Os caacutelculos hidraacuteulicos de pontes bueiro e outras estruturas tambeacutem satildeo

incorporados para o componente de escoamento permanente (USACE 2010)

A geometria de cada uma das seccedilotildees consideradas do canal condiccedilotildees de

contorno e valores do coeficiente (n) de rugosidade de Manning para o canal e

planiacutecie de inundaccedilatildeo aleacutem da vazatildeo utilizada para a modelaccedilatildeo (valores fixos para

50

o escoamento permanente e hidrogramas para o natildeo permanente) satildeo os principais

dados de entrada para o software

A interaccedilatildeo entre o HEC-RAS e um SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Geograacuteficas) se daacute atraveacutes da plataforma HEC-GeoRAS Satildeo ferramentas para

softwares tipo ArcGIS ou Quantum GIS que manipulam os dados geograacuteficos que

seratildeo utilizados no HEC-RAS Gera-se um modelo digital de terreno (MDT) que eacute

importado para o HEC-RAS Realizada a modelaccedilatildeo hidraacuteulica um novo arquivo eacute

gerado Este pode ser exportado novamente para o ArcGIS ou o Quantum GIS

permitindo uma anaacutelise espacial da planiacutecie de inundaccedilatildeo modelada FIGURA 5

(USACE 2010)

FIGURA 5 ndash Modelaccedilatildeo Hidraacuteulica HEC-RAS (USACE-US Army Corps of Engineers 2010)

51

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica

Os softwares descritos anteriormente satildeo amplamente utilizados no meio

acadecircmico Mulungo (2012) desenvolveu um modelo para a bacia hidrograacutefica do

Campus da UFSC em FlorianoacutepolisSC com o objetivo geral de analisar as

inundaccedilotildees da bacia hidrograacutefica daquele campus por meio do modelo hidroloacutegico

de chuva-vazatildeo (HEC-HMS) e hidrodinacircmico (HEC-RAS) Como objetivos

especiacuteficos o trabalho avaliou a vazatildeo com base na chuva de projeto para

diferentes periacuteodos de retorno verificou as mudanccedilas no uso da cobertura do solo

da bacia e analisou suas consequecircncias na vazatildeo do rio do Meio Verificou-se a

aacuterea inundada e as respectivas cotas

A anaacutelise dos resultados permitiu apresentar algumas conclusotildees entre

elas que entre 1998 e 2007 houve um acreacutescimo de 15 de aacuterea construiacuteda da

bacia do Campus da UFSC aumentando em 27 na vazatildeo de piso e de 26 no

volume escoado Foram feitas anaacutelises da capacidade maacutexima de escoamento sem

transbordamento causado por uma ponte e simulaccedilotildees de manchas de inundaccedilatildeo

FIGURA 6

Ele recomendou que fosse feito o planejamento e a regulamentaccedilatildeo

urgentes do uso e ocupaccedilatildeo de solo da bacia tendo em vista a existecircncia de um

processo contiacutenuo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo podendo

acarretar graves problemas ao sistema de drenagem favorecendo a ocorrecircncia de

inundaccedilotildees

52

FIGURA 6 ndash Mancha de Inundaccedilatildeo observada (MO) e simulada (MS) para 1995 na fase de calibraccedilatildeo do HEC-RAS da bacia hidrograacutefica do Campus da UFSC

(MULUNGO 2012)

253 Modelo Hidroloacutegico

O comportamento de uma bacia hidrograacutefica ainda que composto por

fenocircmenos naturais como evaporaccedilatildeo precipitaccedilatildeo infiltraccedilatildeo e escoamento de

rios pode ser simulado pela elaboraccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos Os modelos tecircm

por objetivo reproduzir e facilitar o entendimento de como funcionam os fenocircmenos

e possibilitando a elaboraccedilatildeo de previsotildees Funccedilotildees matemaacuteticas experimentais e

conceituais satildeo a base do funcionamento de diversos tipos de modelo incluindo os

modelos que representam o ciclo hidroloacutegico (TUCCI 1998)

Eacute importante mencionar que os modelos hidroloacutegicos apresentam limitaccedilotildees

que devem ser levadas em consideraccedilatildeo tanto na escolha do modelo quanto na

expectativa de objetivos e resultados Os modelos satildeo ainda dependentes de outros

53

fatores que tambeacutem interferem na sua definiccedilatildeo como a heterogeneidade fiacutesica da

bacia a diversidade dos processos envolvidos a quantidade e qualidade dos dados

hidroloacutegicos disponiacuteveis representaccedilatildeo espacial de variaacuteveis e fenocircmenos

simplificaccedilotildees entre outros (TUCCI 1998)

Neste trabalho natildeo foram realizados os estudos de chuva-vazatildeo por falta de

mediccedilotildees das curvas chave Quando tiverem sido feitos os levantamentos das

curvas-chave nas estaccedilotildees fluviomeacutetricas implantadas seraacute possiacutevel fazer esse

estudo

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A Secretaria Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil vinculada ao Ministeacuterio da

Integraccedilatildeo Nacional estabeleceu a Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil -

PNPDEC instituiacuteda pela Lei nordm 12608 de 10 de abril de 2012 publicada no Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo nordm 70 de 11 de abril de 2012 traz os princiacutepios os objetivos e

instrumentos de como a gestatildeo de riscos de desastres e a gestatildeo de desastres

seratildeo implementadas no Brasil com o propoacutesito de assegurar condiccedilotildees sociais

econocircmicas e ambientais adequadas para garantir a dignidade da populaccedilatildeo e

garantir a promoccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

Aleacutem da PNPDEC a Secretaria Nacional controla o CENAD ndash Centro

Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres manteacutem o Sistema Integrado de

Informaccedilotildees sobre Desastres ndash S2ID possue programas e accedilotildees para aprimorar a

coordenaccedilatildeo e a gestatildeo das accedilotildees de preparaccedilatildeo prevenccedilatildeo mitigaccedilatildeo resposta e

recuperaccedilatildeo para a proteccedilatildeo e defesa civil estabelece as regras e condiccedilotildees para a

decretaccedilatildeo de Situaccedilatildeo de Emergecircncia ou Estado de Calamidade Puacuteblica e

disponibiliza modalizades de transferecircncia de recursos para accedilotildees de prevenccedilatildeo

resposta e recuperaccedilatildeo Possui ainda programas como o ldquoConstruindo Cidades

Resilientesrdquo por meio da definiccedilatildeo de accedilotildees e prioridades na aacuterea de gestatildeo do

risco de desastres em cada localidade

A Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina possui uma

estrutura voltada especialmente para a prevenccedilatildeo mas tambeacutem para respostas

Tem feito investimentos significativos na implantaccedilatildeo de radares meteoroloacutegicos na

construccedilatildeo de barragens para a contenccedilatildeo de cheias e na qualificaccedilatildeo da estrutura

fiacutesica e de pessoal da secretaria

54

Muitas satildeo as atribuiccedilotildees definidas a Secretaria Estadual entrele elas

destacamos a prevenccedilatildeo e preparaccedilatildeo para desastres a assistecircncia e socorro agraves

viacutetimas das calamidades o restabelecimento de serviccedilos essenciais a reconstruccedilatildeo

realizar estudos e pesquisas sobre riscos e desastres elaborar e implementar

diretrizes planos programas e projetos para prevenccedilatildeo minimizaccedilatildeo e respostas a

desastres causados por accedilatildeo da natureza eou do homem no acircmbito do Estado

coordenar a elaboraccedilatildeo do plano de contingecircncia estadual e fomentar a elaboraccedilatildeo

dos planos de contingecircncia municipais (ou planos de accedilatildeo de emergecircncia) e

mobilizar recursos para prevenccedilatildeo e minimizaccedilatildeo dos desastres

O Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ou Plano de Accedilatildeo Emergencial ou Plano de

Accedilotildees Emergenciais (PAE) ou Plano de Contingecircncia Municipal determina as

accedilotildees de resposta do empreendedor eou autoridades puacuteblicas durante

emergecircncias tais como vazamentos explosotildees incecircndios desastres naturais

como terremotos tempestades inundaccedilotildees furacotildees dentre outros (CONSEIL

POUR LA REacuteDUCTION DEcircS ACCIDENTS INDUSTRIEL MAJEURS 2002 apud

YOGUI amp MACEDO 2012)

Em 2005 pelo Comitecirc de Gerenciamento da Bacia Hidrograacutefica do Rio

Cubatatildeo JoinvilleSC (CCJ 2005) um Plano de Alerta e Atendimento a

Emergecircncias de inundaccedilatildeo do rio Cubatatildeo do Norte foi apresentado Nele satildeo

descritas medidas a serem tomadas em situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo com intuito de

mitigar danos facilitar a implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo do plano com foco em dar

resposta raacutepida agrave comunidade A inundaccedilatildeo que mais causou danos agrave comunidade

aconteceu em 1995 com o rompimento da barragem do Rio Cubatatildeo na Bacia

Hidrograacutefica do Rio Cubatatildeo do Norte

Em geral as mais graves inundaccedilotildees estatildeo associadas ao rompimento de

barragens causadas por eventos de cheia extremas Na literatura tem-se estudos

de PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilotildees causadas por ruptura de barragem para

atender a Lei n 123342010 conforme a Poliacutetica Nacional de Seguranccedila de

Barragens (CARDIA et al 2015) Essas inundaccedilotildees satildeo bruscas com elevaccedilatildeo do

niacutevel da aacutegua em intervalo de tempo muito menor que as cheias naturais Balbi

(2008) apresentou metodologias para a elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees

emergenciais para inundaccedilotildees induzidas por rompimento de barragens tendo como

estudo de caso a barragem de Peti em Minas Gerais O foco do seu estudo foi

preparar planos de accedilatildeo emergencial (PAE) para evitar ou reduzir os danos

55

causados pela ruptura de barragens a partir da revisatildeo de metodologias nacionais e

internacionais

Decina (2012) analisou medidas de controle de inundaccedilotildees com base na

avaliaccedilatildeo de cenaacuterios de uso e ocupaccedilatildeo desorganizada do solo pela urbanizaccedilatildeo

na bacia do Coacuterrego do Gregoacuterio em Satildeo CarlosSP Em eventos de chuva as

inundaccedilotildees satildeo deflagradas e prejuiacutezos satildeo causados e com intuito de mitigar

esses prejuiacutezos fez simulaccedilotildees computacionais de diferentes cenaacuterios utilizando

softwares HEC-HMS (modelo hidroloacutegico) e HEC-RAS (modelo hidrodinacircmico)

Essa mesma anaacutelise foi feita por Ali et al (2011) no Paquistatildeo Segundo Ali et al

essa metodologia possibilitou a melhoria no procedimento de accedilotildees futuras em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees

Outro fator que mostra a importacircncia da elaboraccedilatildeo do PAE aleacutem das

mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo satildeo as mudanccedilas climaacuteticas Os modelos

globais tecircm mostrado que essa regiatildeo teraacute um aumento de chuvas acompanhada

dos eventos de extremos (MILLY et al 2005 MARENGO et al 2007 Groisman et

al 2005) o que iraacute acarretar em eventos de inundaccedilatildeo frequentes e mais severas

A FIGURA 7 mostra que a regiatildeo de estudo poderaacute sofrer aumento na vazatildeo com

tendecircncia de acreacutescimo de aproximadamente 40 para o periacuteodo entre 2041-2060

Eventos extremos tanto de seca como de inundaccedilotildees vecircm se mostrando

frequentes em todo territoacuterio nacional com amplitudes cada vez maiores

(MARENGO 2014) e aumentando as aacutereas vulneraacuteveis agraves inundaccedilotildees

56

FIGURA 7 - Mudanccedila relativa em das vazotildees simuladas para o periacuteodo 1971-2000 com base nos dados de 1900-1970 (A) e para o periacuteodo 2041-2060 com base nos dados de 1900-1998 (B) baseado em cenaacuterios construiacutedos pelo IPCC (Painel

Internacional de Mudanccedilas Climaacuteticas) (FONTE Milly et al 2005)

Amaral e Ribeiro (2009) apresentaram accedilotildees para reduccedilatildeo de perdas em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees que foram baseados nos trabalhos de Kobiyama et al

(2004 e 2006) Essas accedilotildees satildeo identificar as aacutereas de risco e natildeo ocupaacute-las

respeitando as aacutereas de APP (Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente) aliadas agrave

educaccedilatildeo ambiental Em caso de situaccedilatildeo emergencial eacute imprescindiacutevel a

transmissatildeo atraveacutes da miacutedia de informaccedilotildees sobre a previsatildeo e a ocorrecircncia de

chuvas intensas e tambeacutem o seu acompanhamento durante o evento

Em 2012 foi elaborada uma cartilha sobre prevenccedilatildeo de risco de desastres

pela equipe do CEPED (Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre

Desastres) onde satildeo apresentadas as definiccedilotildees sobre desastres sua

caracterizaccedilatildeo e classificaccedilatildeo prejuiacutezos ocasionados acionamento de planos de

contingecircncias e de risco e medidas de prevenccedilatildeo e treinamento para lidar com

eventos extremos para fortalecimento das comunidades mais vulneraacuteveis que satildeo

utilizados na elaboraccedilatildeo do PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo em Rio NegrinhoSC

57

3 O ESTADO DA ARTE

A Deltares instituto holandecircs independente referecircncia mundial em

pesquisas aplicadas relacionadas aos recursos hiacutedricos vem implementando a

capacidade de previsatildeo do niacutevel de aacutegua alturas de ondas e erosatildeo atraveacutes do

desenvolvimento de um sistema integrador informatizado e em tempo real Delft-

FEWS (WERNERet al 2013 GIJSBERS 2010) capaz de utilizar diferentes

programas computacionais e resultados de simulaccedilotildees interna do sistema bem

como simulaccedilotildees realizadas em outras plataformas com intuito de diminuir o risco

de inundaccedilotildees e de rompimento de diques de proteccedilatildeo e barragens

Implementado em mais de 35 paiacuteses (EUA Inglaterra Paiacutes de Gales e

Holanda entre outros) o Delft-FEWS eacute o sistema nacional oficial de previsatildeo de

cheias da Holanda Sistemas de previsatildeo de inundaccedilotildees satildeo tambeacutem

desenvolvidos pela empresa prevendo vazotildees e niacuteveis de aacutegua A ferramenta DAM

Live eacute utilizada para avaliar a resistecircncia e estabilidade das barragens e diques para

proteccedilatildeo contra inundaccedilotildees encontra-se implementada nos Paiacuteses Baixos e na

China (DELTARES 2017) Esse sistema tambeacutem tem sido utilizado pelo Sistema

Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees do Reino Unido (UK National Flood Forecasting

System ndash NFFS) (LEEDAL et al 2012) No Brasil segundo Pinto (2003) o sistema

integrador pode ajudar os operadores e tomadores de decisatildeo em situaccedilotildees

emergenciais de cheias

O Sistema Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees (NFFS) eacute responsaacutevel pela

previsatildeo de inundaccedilotildees fluviais e costeiras da Agecircncia Ambiental da Inglaterra e do

Paiacutes de Gales O NFFS foi desenvolvido pela antiga WL | Delft Hydraulics (agora

Deltares) com a subcontratada Tessella Scientific Software Solutions do Reino Unido

(UK) Desde 2006 o NFFS estaacute totalmente operacional em todas as regiotildees

operadas pela Agecircncia Ambiental inglesa eacute o principal sistema de previsatildeo de

inundaccedilotildees (DELTARES 2017)

Outro software o Delft3D Flexible Mesh Suite FIGURA 8 simula tsunamis

furacotildees tempestades ondas fluxos e niacuteveis de aacutegua detalhados transporte e

morfologia de sedimentos qualidade da aacutegua e tambeacutem suas interaccedilotildees

(DELTARES 2017)

58

FIGURA 8 ndash Tela Ilustrativa do Delft3D Flexible Mesh Suite (Delft3D FM) (DELTARES 2017)

No caso de Bangladesh paiacutes assolado por inundaccedilotildees frequentes

necessitava de um sistema eficaz para previsatildeo como tambeacutem para alertas junto agrave

comunidade de prementes inundaccedilotildees O Sistema Integrado de Alerta Multi-Perigo

(RIMES) foi desenvolvido para atender a essa necessidade A comunicaccedilatildeo do

sistema eacute baseado na utilizaccedilatildeo do serviccedilo moacutevel tornando-o financeiramente

sustentaacutevel (DELTARES 2017)

Dois meacutetodos foram escolhidos para a divulgaccedilatildeo de mensagens de voz I) O

Voice Message Broadcast (VMB) para o envio de avisos de oacutergatildeos nacionais de

hierarquia superior avisos regionais e avisos locais II) Short Message System

(SMS) para o envio de dados de niacutevel de aacutegua e outras informaccedilotildees locais Aleacutem

disso voluntaacuterios foram treinados juntamente com a equipe teacutecnica e os funcionaacuterios

do governo sendo capacitados para entender e reagir em situaccedilatildeo emergencial

Essas inovaccedilotildees foram testadas na temporada de inundaccedilotildees de 2014 enviando

diariamente alertas de 300 VMB com total apoio governamental do Centro de

Previsatildeo e Prevenccedilatildeo de Inundaccedilotildees (Flood Forecasting and Warning Center-

FFWC) e do Conselho de Desenvolvimento de Aacutegua de Bangladesh (Bangladesh

Water Developement Board - BWDB) A avaliaccedilatildeo apoacutes os eventos de inundaccedilatildeo de

2014 mostrou o sucesso do projeto onde as pessoas da comunidade receberam

59

entenderam e confiaram nas informaccedilotildees vindas do VMB transformando-as

emaccedilotildees para proteger suas vidas e seus bens (DELTARES 2017)

No Brasil a pedido da Marinha Brasileira a Deltares criou um sistema de

previsatildeo costeira em tempo real para a Baiacutea de Guanabara FEWS-Guanabara

Essa baiacutea eacute um dos estuaacuterios mais movimentados da Ameacuterica do Sul em termos de

navegaccedilatildeo e atividades recreativas O FEWS-Guanabara processa e aplica os

dados disponiacuteveis de mediccedilatildeo da Marinha e do INMET (Instituto Nacional de

Meteorologia) bem como previsotildees meteoroloacutegicas do INPE (Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais) da NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration)

e previsotildees de onda da REMO (Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo

Oceanograacutefica) gerando previsotildees da hidrodinacircmica na baiacutea usando modelos

digitais do terreno (MDT) O sistema tambeacutem aplica os dados de mediccedilatildeo para

validaccedilatildeo sistemaacutetica do modelo (DELTARES 2017)

A CEMIG (Companhia Energeacutetica de Minas Gerais) finalizou em 2016 um

projeto do desenvolvimento de um sistema integrador que permitiu o acoplamento

dos vaacuterios modelos meteoroloacutegicos hidroloacutegicos e estatiacutesticos agregando tambeacutem

dados e informaccedilotildees operacionais de seus reservatoacuterios modelos digitais de terreno

e informaccedilotildees georreferenciadas para melhorar a capacidade de previsatildeo de

inundaccedilotildees (CEMIG 2017)

Outra instituiccedilatildeo de renome eacute a Agecircncia de Protenccedilatildeo Ambiental dos

Estados Unidos (USEPA) Ela disponibiliza uma variedade de ferramentas

computacionais orientaccedilotildees e procedimentos em resposta agraves diferentes situaccedilotildees

emergecircncias sendo uma delas a de inundaccedilatildeo

A USEPA disponibiliza prcedimentos para elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees de

emergecircncia mitigaccedilatildeo de cataacutestrofes sistemas de comunicaccedilatildeo de risco

planejamento de emergecircncia protocolos de resposta procedimentos de preparaccedilatildeo

para a inundaccedilatildeo procedimentos durante a inundaccedilatildeo e procedimentos de

recuperaccedilatildeo poacutes inundaccedilatildeo (EPA 2017)

Os Institutos Lactec de CuritibaPR utilizando os modelos desenvolvidos

pela Deltares USEPA e outros vem desenvolvendo estudos hidroloacutegicos e

hidrodinacircmicos utilizando mapeamento a laser de territoacuterios com geraccedilatildeo de

produtos cartograacuteficos de alta resoluccedilatildeo e precisatildeo medida em centiacutemetros

associados a teacutecnicas de realidade virtual tendo como um dos produtos finais a

simulaccedilatildeo virtual de inundaccedilatildeo (LACTEC 2017)

60

O CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres

Naturais no Brasil aleacutem de possuir redede monitoramento proacutepria desenvolve

diversas linhas de pesquisa sobre o tema entre as quais cabe destacar

- Investigaccedilatildeo das caracteriacutesticas dos veranicos na Regiatildeo Sudeste do Brasil e

potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees

- Extremos de chuva deflagradores de desastres naturais no Brasil

- Desenvolvimento de potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees de veranicos extremos

- Variabilidade subsazonal da precipitaccedilatildeo no semiaacuterido

- Modelagem hidrodinacircmica para o desenvolvimento de sistemas de alerta de

inundaccedilatildeo

- Sistema de previsatildeo hidroloacutegica de longo e curto prazo usando diferentes fontes de

dados pluviomeacutetricos

- Desenvolvimento de sistema de previsatildeo hidroloacutegica para a bacia do Rio Satildeo

Mateus e bacias da Regiatildeo Serrana do Estado do Rio de Janeiro

- Aplicaccedilatildeo de inteligecircncia computacional em mineraccedilatildeo e modelagem para previsatildeo

de niacutevel de rios em bacias hidrograacuteficas de resposta raacutepida

- Impactos potenciais de inundaccedilotildees em infraestruturas de transporte e mobilidade

urbana

- Modelagem de dados hidrometeoroloacutegicos com teacutecnicas de inteligecircncia

computacional aplicada agrave previsatildeo de curto prazo de inundaccedilotildees

- Geoprocessamento aplicado a anaacutelise dinacircmica de Impactos potenciais de

inundaccedilotildees em mobilidade urbana

A Secretaria de Estado de Defesa Civil de Santa Catarina tem seu maiores

investimentos em estruturaccedilatildeo monitoramento e alerta O territoacuterio catarinense teraacute

100 de cobertura por radares meteoroloacutegicos ainda neste ano resultado da

compra de dois novos equipamentos um para a regiatildeo oeste do estado em

Chapecoacute e outro para o Sul em Araranguaacute que assosiados ao de Lontras

completaratildeo o sistema

Este estudo visa apresentar soluccedilotildees com sistemas de baixo custo nas

aacutereas de monitoramento preparaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de cidades em resposta aos

problemas decorrentes das inundaccedilotildees tendo como paracircmetro o estudo de caso na

cidade de Rio NegrinhoSC

61

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E GEOGRAacuteFICAS

O foco deste estudo eacute a aacuterea de inundaccedilatildeo da cidade de Rio Negrinho

contudo o estudo abrange toda a bacia do rio Negrinho

Os dados e informaccedilotildees histoacutericas e geograacuteficos do municiacutepio e da bacia do

rio Negrinho e seu entorno foram obtidos em sites e em literatura

A restituiccedilatildeo do levantamento aerofotogrameacutetrico realizado em 2004 pela

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho foi utilizado neste estudo em conjunto com as

informaccedilotildees provenientes do levantamento aerofotogrameacutetrico do Estado de Santa

Catarina realizado em 2011 pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel e

disponibilizado aos municiacutepios em 2013

Outras fontes utilizadas foram as publicaccedilotildees do DNPM ndash Departamento

Nacional de Produccedilatildeo Mineral CPRM ndash Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil EPAGRI -

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA

Secretarias do Estado de Santa Catarina e Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO

Na cidade de Rio Negrinho a grande inundaccedilatildeo de 1983 ficou marcada

pelo despreparo da comunidade e da estrutura puacuteblica O lapso temporal de 72 anos

desde a grande inundaccedilatildeo de 1911 a falta de registros histoacutericos e de preparaccedilatildeo

para eventos dessa natureza fez com que a comunidade natildeo tivesse consciecircncia

dos danos que um evento dessa magnitude poderia causar (PMRN 1983)

A FIGURA 9 e a FIGURA 10 mostram a cidade tomada pelas aacuteguas

naquele ano

Em 1992 nove anos mais tarde o evento de grandes proporccedilotildees se repete

FIGURA 11 e FIGURA 12 As perdas novamente foram enormes A estrutura puacuteblica

administrativa ainda estava toda ela na aacuterea de inundaccedilatildeo Prefeitura Municipal

Corpo de Bombeiros Poliacutecia Militar e a situaccedilatildeo mais criacutetica de todas a Fundaccedilatildeo

Hospitalar (PMRN 1992)

Histoacuterias de pacientes sendo retirados pela janela do segundo piso do antigo

preacutedio da Fundaccedilatildeo Hospitalar bem como enterros sendo realizados com canoas

62

em parte do trajeto ateacute o cemiteacuterio fazem parte de cada uma dessas grandes

inundaccedilotildees (PMRN 1992)

FIGURA 9 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho em 1983 ndash Vista Hotel Pousada Joatildeo de Barro (PMRN 1983)

FIGURA 10 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1983 ndash Vista da Rua Jorge Zipperer e da Igreja Matriz

(PMRN 1983)

63

FIGURA 11 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Rua Satildeo Paulo (PMRN 1992)

FIGURA 12 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Antiga Cacircmara de Vereadores

(PMRN 1992)

A grande inundaccedilatildeo de 1992 foi muito marcante para o muacuteniciacutepio de Rio

Negrinho porque ocorreu depois de um periacuteodo relativamente curto apoacutes a grande

inundaccedilatildeo de 1983 A partir dela a comunidade entendeu que o evento vai se repetir

e que eacute preciso ou sair da aacuterea de inundaccedilatildeo ou estar preparado para ela

64

Mudanccedilas significativas ocorreram na estrutura do municiacutepio A Prefeitura

Municipal o Corpo de Bombeiros e a Poliacutecia Militar foram deslocados para novas

estruturas fiacutesicas fora da aacuterea de inundaccedilatildeo Num trabalho conjunto entre poder

puacuteblico entidades sem fins lucrativos e a comunidade o municiacutepio construiu um

novo hospital numa regiatildeo central poreacutem elevada

O sistema de abastecimento de aacutegua foi modificado de forma a minimizar o

impacto da falta de aacutegua durante as inundaccedilotildees O sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica foi todo modificado com a elevaccedilatildeo de redes e o reposicionamento

de ramais principais de fornecimento de energia

Na grande inundaccedilatildeo de 2014 FIGURA 13 e FIGURA 14 constatou-se que

apesar das mudanccedilas efetuadas na estrutura do municiacutepio a preparaccedilatildeo para

administrar eventos dessa natureza ainda eacute muito deficiente especialmente no que

se refere a organizaccedilatildeo da comunidade repasse de informaccedilotildees e monitoramento

das chuvas e dos rios

Os prejuiacutezos foram enormes Muitos que tentaram salvar seus bens

moacuteveis elevando-os num primeiro momento acreditando que a aacutegua natildeo atingiria

niacuteveis tatildeo elevados sem remover dos locais atingidos perderam esse esforccedilo e os

bens

FIGURA 13 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

65

FIGURA 14 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

Ainda assim a experiecircncia das duas inundaccedilotildees de 1983 e 1992 serviu

como referecircncia para o gerenciamento durante e apoacutes o evento Obteve-se o apoio

da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina do 5ordm Regimento de Carros de

Combate de Rio Negro ndash 5ordm RCC aleacutem de um nuacutemero significativo de entidades da

cidade e de cidades vizinhas

As grandes inundaccedilotildees sempre representam para o municiacutepio atraso ao seu

desenvolvimento poreacutem na inundaccedilatildeo de 2014 constatou-se que algumas

edificaccedilotildees especialmente comerciais e escolares jaacute possuem seus planos de

emergecircncia ainda que natildeo escritos com organizada retirada de bens locais para

depoacutesito limpeza e recuperaccedilatildeo da estrutura apoacutes as aacuteguas baixarem conseguindo

retornar agraves suas atividades no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

66

Em 2014 pelos registros da Defesa Civil 1500 edificaccedilotildees foram atingidas

sendo 526 comerciais e 974 residenciais FIGURA 15 a FIGURA 17

Nesse cenaacuterio surgiu um conjunto de problemas para serem administrados

que incluem aleacutem da hospedagem e alimentaccedilatildeo dos desabrigados questotildees de

seguranccedila puacuteblica informaccedilotildees recebidas e transmitidas tracircnsito abastecimento de

aacutegua fornecimento de energia eleacutetrica atendimentos de sauacutede deslocamentos em

seguranccedila locais isolados pelas aacuteguas reivindiccedilatildeo de recursos junto aos oacutergatildeos

estaduais e federais levantamento de dados quantificaccedilatildeo de prejuiacutezos

funcionamento de escolas retirada de entulhos disposiccedilatildeo e destino final de

entulhos cadastro de desabrigados fornecimento de materiais de limpeza

distribuiccedilatildeo de colchotildees cobertores e alimentos etc

67

FIGURA 15 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (c) Rua Jorge Zipperer (b) (d) e (e) Rua Senador Nereu Ramos (f) Rua Carlos Weber

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

68

FIGURA 16 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (b) e (d) Rua Carlos Weber (c) Rua Luiz Scholz (e) Rua

Jorge Zipperer (PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

69

FIGURA 17 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) (b) (d) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (c) Rua Carlos Ruckl (e) Travessa Eugecircnio Ferreira de Lima

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

70

A TABELA 1 apresenta o resultado da compilaccedilatildeo dos principais

registros histoacutericos obtidos neste trabalho relacionados aos eventos das grandes

inundaccedilotildees em Rio NegrinhoSC

TABELA 1 ndash Registros Histoacutericos das Inundaccedilotildees de Rio NegrinhoSC

(Autor 2017)

71

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho estaacute localizada no norte do estado de

Santa Catarina proacutexima agrave divisa com o estado do Paranaacute conforme mostra a

FIGURA 18 Essa bacia estaacute inserida na bacia do alto rio Negro e tem sua maior

porccedilatildeo dentro do municiacutepio de Rio Negrinho e parte no municiacutepio de Satildeo Bento do

Sul Sua nascente estaacute localizada na divisa entre os municiacutepios de Rio Negrinho e

Corupaacute

72

FIGURA 18 ndash Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho (a) no Estado de Santa Catarina (b) nos municiacutepios de Rio Negrinho e Satildeo Bento do Sul (hachurado)

e (c) afluentes do rio Negrinho (Autor 2017)

73

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 19 possui aproximadamente

302 kmsup2 Os principais afluentes satildeo o rio dos Banhados o rio do Salto o rio

Serrinha e o rio dos Bugres No baixo curso do rio Negrinho proacuteximo a sua foz no

rio Negro estaacute localizada a aacuterea urbana do municiacutepio de Rio Negrinho

FIGURA 19 ndash Subbacias do rio Negrinho (Autor 2016)

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA

A aacuterea de estudo estaacute inserida na Formaccedilatildeo Rio Bonito pertencente ao

Grupo Guataacute e nas Formaccedilotildees Rio do Sul e Mafra pertencentes ao Grupo Itarareacute

Ambos os grupos estatildeo inseridos em substrato sedimentar pertencente ao Super

Grupo Tubaratildeo (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio Bonito eacute constituiacuteda de depoacutesitos

fluacutevio-deltaacuteicos compreendendo arenitos imaturos (arcoacuteseos e subarcoacuteseos)

esbranquiccedilados finos a meacutedios localmente grosseiros argilosos micaacuteceos e

secundariamente arenitos muito finos siltitos argilitos folhelhos carbonososleitos

de carvatildeo e conglomerados (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio do Sul eacute constituiacuteda de

74

folhelhos e argilitos cinza-escuros na porccedilatildeo inferior diamicitos acinzentados com

matriz arenosa intercalados com arenitos muito finos na porccedilatildeo intermediaacuteria e

folhelhos normalmente vaacutervicos argilitos ritmitos e siltitos na porccedilatildeo superior A

Formaccedilatildeo Mafra eacute constituiacuteda por sequecircncia fluacutevio-marinha com predomiacutenio de

arenitos esbranquiccedilados amarelados e avermelhados finos a grosseiros ocorrendo

tambeacutem diamicitos ritmitos conglomerados argilitos e argilitos vaacutervicos e possuindo

uma aacuterea aflorante expressiva especialmentena divisa com o Paranaacute (DNPM 1986

SILVA E BORTOLUZZI 1987)

Na FIGURA 20 tem-se o mapa geoloacutegico da bacia do Rio Negrinho

elaborado com base na carta SG22 ndash Curitiba disponibilizadas pelo Serviccedilo

Geoloacutegido Brasil (CPRM) atraveacutes dos projetos GIS Brasil 11000000 e GEOBANK

Observa-se que a principal litologia encontrada na bacia satildeo os arenitos e folhelhos

ocupando 93 da aacuterea total da bacia seguidos de Gnaisse Granulito e Gnaisse

Granuliacutetico com 57

A intemperizaccedilatildeo desses arenitos e folhelhos deu origem ao Cambissolo

principal tipo de solo encontrado na bacia do rio Negrinho O Cambissolo segundo a

Embrapa (1998 2006) compreende solos minerais natildeo hidromoacuterficos com

horizonte B (FIGURA 21 e TABELA 2) incipiente e bastante heterogecircneo tanto no

que se refere a cor espessura e textura quanto no que diz respeito agrave atividade

quiacutemica da fraccedilatildeo argila e saturaccedilatildeo por bases Este horizonte situa-se

imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A exceto o fraco ou sob

horizonte H turfoso Satildeo derivados de materiais relacionados a rochas de

composiccedilatildeo e natureza bastante variaacuteveis desde as mais antigas que constituem o

embasamento do Complexo Brasileiro ateacute as de origem recente passando pelas

metamoacuterficas do complexo Brusque pelas intrusivas graniacuteticas referidas ao Eo-

Paleozoacuteico pelas sedimentares do Paleozoacuteico pelo arenito Botucatu e pelas

efusivas da Formaccedilatildeo Serra Geral

Os cambissolos satildeo solos em geral aacutecidos de difiacutecil penetraccedilatildeo de aacutegua e

encontrados em relevos mais ondulados como eacute o caso da bacia hidrograacutefica do rio

Negrinho e superfiacutecies mais jovens Satildeo solos rasos com pouca capacidade de

armazenamento de aacutegua baixa porosidade e alta permeabilidade As precipitaccedilotildees

sobre essas aacutereas tendem a gerar vazotildees mais rapidamente causando picos mais

elevados de ondas de cheia

75

FIGURA 20 ndash Mapa geoloacutegico da bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

76

FIGURA 21 ndash (a) Formaccedilatildeo de solos e (b) Perfil de solo

(a) Formaccedilatildeo de solos (LEPSCH 2002)

(b) Perfil do solo (EMBRAPA 2017)

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO (EMBRAPA 2008)

Horizonte Descriccedilatildeo

O H

O ndash Camada orgacircnica superficial pouco ou natildeo decomposta (serrapilheira) H- Camada superficial ou natildeo constituiacuteda de material orgacircnico residuos vegetais depositados sob condiccedilotildees de baixa aeraccedilatildeo e saturado (hidromorfismo)

A Horizonte mineral de coloraccedilatildeo escura (melanizaccedilatildeo) composta por material orgacircnico e presenccedila de atividade bioloacutegica

B Horizonte de maior desenvolvimento pedogeneacutetico com maior concentraccedilatildeo de composto de ferro e argilo-minerais e menor quantidade de mateacuteria orgacircnica do que o horizonte A

C Horizonte com pouca interferecircncia dos processos pedogeneacuteticos e com caracteriacutesticas morfoloacutegicas herdadas do material de origem

44 RELEVO

Nas FIGURA 22 a FIGURA 24 satildeo apresentados os perfis topograacuteficos do

rio Negrinho do rio dos Bugres e do rio Serinha O rio Serrinha eacute o que possui o

menor comprimento e a menor amplitude altimeacutetrica variando 121 metros em 13

quilocircmetros de distacircncia apresentando a declividade meacutedia de 09 O rio dos

Bugres varia 177 metros em seus 29 quilocircmetros com a declividade meacutedia de 06

O rio Negrinho por sua vez varia 180 metros ao longo dos seus 38 quilocircmetros

apresentando a menor declividade meacutedia cerca de 04 Observa-se nos perfis que

77

haacute uma raacutepida variaccedilatildeo altimeacutetrica proacuteximo agraves cabeceiras especialmente no rio

Negrinho e rio dos Bugres Apoacutes issoos trecircs rios correm em mais de 50 de seu

curso sobre uma mesma cota com pouca variaccedilatildeo altimeacutetrica no meacutedio e baixo

curso sendo a cota de 800 metros para o Serrinha e o Negrinho e 820 metros para

o Bugres

FIGURA 22 ndash Perfil topograacutefico do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

FIGURA 23 ndash Perfil topograacutefico do rio dos Bugres (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

78

FIGURA 24 ndash Perfil topograacutefico do rio Serrinha (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

A FIGURA 25 a seguir conteacutem o mapa das declividades de toda a extensatildeo

territorial do municiacutepio de Rio Negrinho Verifica-se o predomiacutenio das carcateriacutesticas

do territoacuterio como bastante acidentado com ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

Na mesma figura observa-se o rio Negrinho e seus afluentes na regiatildeo

nordeste Na regiatildeo central do municiacutepio mais ao sul a Represa da Volta Grande e

o rio Preto aleacutem do seu maior afluente (ao Leste) o rio Corredeiras O rio Preto

segue em direccedilatildeo ao Norte ateacute encontrar o rio Negro a jusante da foz do rio

Negrinho tambeacutem no rio Negro natildeo interferindo assim diretamente nos problemas

com inundaccedilotildees na aacuterea urbana do municiacutepio

Na FIGURA 26 Mapa de Hipsometria de todo o territoacuterio municipal

constata-se altitudes mais elevadas ao sul e sudoeste em torno dos 950 a 1000

metros Jaacute na regiatildeo nordeste bacia do rio Negrinho e aacuterea urbana as altitudes que

predominam estatildeo em torno de 800 metros 850 e 900 metros nas cabeceiras do rio

dos Bugres

O mapa com o detalhamento das declividades na aacuterea urbana estaacute

representado na FIGURA 27 Manteacutem-se o predomiacutenio das caracteriacutesticas de relevo

bastante acidentado mantendo-se tambeacutem a ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

79

A FIGURA 28 apresenta um detalhamento maior da hipsometria na aacuterea

urbana do municiacutepio Nessa aacuterea a faixa de variaccedilatildeo vai de 750 a 900 metros com

predomiacutenio na faixa entre os 765 a 840 metros

Essas declividades interferem na velocidade dos escoamentos e na rapidez

com que as aacuteguas das chuvas chegam no leito dos rios Se associadas a periacuteodos

prolongados de precipitaccedilatildeo que aumentam aacutereas de saturaccedilatildeo do solo e diminuem

a capacidade de infiltraccedilatildeo e armazenamento ocasionando a raacutepida elevaccedilatildeo do

niacutevel de aacutegua do rio

80

FIGURA 25 ndash Declividades no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

81

FIGURA 26 ndash Hipsometria no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

82

FIGURA 27 ndash Declividades no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

83

FIGURA 28 ndash Hipsometria no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

84

Na FIGURA 29 tem-se o Modelo Digital de Terreno (MDT) construiacutedo com

base nas cartas planialtimeacutetricas disponibilizadas pela Empresa de Pesquisa

Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA ndash EPAGRI escala 150000

Nota-se uma variaccedilatildeo de 200 metros de altitude dentro da bacia sendo as altitudes

miacutenimas e maacuteximas 780 e 980 metros respectivamente As terras mais altas da

bacia encontram-se ao Sul especialmente nas cabeceiras do rio Negrinho e dos

Bugres

85

FIGURA 29 ndash Modelo Digital de Terreno da Bacia do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

86

45 VEGETACcedilAtildeO

A bacia estaacute localizada na regiatildeo de predominacircncia da Floresta de Araucaacuteria

denominada de Floresta Ombroacutefila Mista (Klein 1978) Essa floresta eacute caracterizada

por apresentar como espeacutecie dominante o pinheiro do Paranaacute (Araucaacuteria

angustifolia) Essa vegetaccedilatildeo natildeo constitui uma formaccedilatildeo homogecircnea e contiacutenua

mas eacute formada por diversos tipos de submatas constituiacutedas por aacutervores

carcateriacutesticas nas diferentes aacutereas de recorrecircncia

Mais especificamente a cobertura vegetal da regiatildeo estaacute inserida na

transiccedilatildeo entre as unidades fitogeograacuteficas da Floresta Ombroacutefila Mista (Floresta

com Araucaacuteria) e Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta Atlacircntica) ambas constituintes

do bioma Mata Atlacircntica A cobertura original da regiatildeo foi na sua maior parte

descaracterizada pela accedilatildeo antroacutepica que desde a colonizaccedilatildeo vinha sendo feita

principalmente pela exploraccedilatildeo das florestas para a extraccedilatildeo de madeiras bem

como pela implantaccedilatildeo de cultivos anuais e pelas pastagens para a criaccedilatildeo

extensiva de gado bovino (SANTA CATARINA 1986)

Na regiatildeo atualmente a cobertura vegetal predominante eacute de floresta

secundaacuteria em estaacutegio avanccedilado de regeneraccedilatildeo devido ao corte seletivo de

araucaacuteria (Araucaacuteria angustifolia) imbuia (Ocotea porosa) e cedro (Cedrella fissilis) e

ao corte raso que ocorreram nas deacutecadas de 1960 e 1970 Nessa eacutepoca a

cobertura original foi substituiacuteda por cultivos anuais pastagens e para a implantaccedilatildeo

de florestas plantadas com espeacutecies exoacuteticas como o pinus (Pinus taeda)

Hoje a economia da regiatildeo eacute movida pelo reflorestamento de pinus que

abastece principalmente a induacutestria moveleira (Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

2009)

As caracteriacutesticas de cobertura vegetal do solo indicam a capacidade de

amortecimento da velocidade de escoamento das aacuteguas que atingem o solo

diminuindo o pico da onda de cheia e aumentando o tempo de concentraccedilatildeo

Bacias com coberturas florestais bem preservadas e mantidas tendem a

minimizar os impactos de chuvas intensas Atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e

imagem do Google Earth FIGURA 30 pode-se dizer que a bacia do rio Negrinho

possui uma boa cobertura vegetal

87

FIGURA 30 ndash Cobertura vegetal da bacia do rio Negrinho (Google Earth 2017) Adaptado

46 CLIMA

O clima da regiatildeo eacute do tipo Cfb segundo Koumlppen ou seja clima temperado

constantemente uacutemido sem estaccedilatildeo seca com veratildeo fresco (temperatura meacutedia do

mecircs mais quente lt 22ordmC) A temperatura meacutedia anual varia entre 155 e 170degC A

temperatura meacutedia das maacuteximas varia de 266 a 240degC e das miacutenimas de 108 a

118degC A precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica total anual pode variar de 1360 a 1670 mm

com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias A umidade relativa do ar

pode variar de 800 a 862 (EPAGRICIRAM 1999 BENEZ 2002)

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO

Em funccedilatildeo do tamanho da bacia e da extensatildeo do Rio Negrinho 38 km o

objeto do estudo hidrodinacircmico foi definido como o trecho mais urbano do rio com

extensatildeo aproximada de 55 km

88

Este trecho inicia na captaccedilatildeo do SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de

Saneamento Baacutesico no Bairro Alegre e termina na foz do rio Negrinho

Aleacutem de ser o trecho mais urbano do rio este eacute tambeacutem o trecho que sofre o

maior impacto com as inundaccedilotildees especialmente se considerado pelo nuacutemero de

edificaccedilotildees atingidas bem como e por consequecircncia pelos prejuiacutezos totalizados a

cada evento

Neste trecho o rio passa sob oito pontes que interferem no seu

comportamento de forma diferenciada durante os diferentes niacuteveis das inundaccedilotildees

Todas as caracteriacutesticas descritas interferem no comportamento hidroloacutegico

da bacia e hidrodinacircmico dos rios

O relevo as declividades a geologia e a pedologia dos terrenos define a

rapidez com que a gota de aacutegua que cai no divisor de aacuteguas chega ao rio O tipo de

solo e a declividade tambeacutem definem as caracteriacutesticas planimeacutetricas do rio como

no caso do rio Negrinho com inuacutemeros meandros recortando o periacutemetro urbano

A vegetaccedilatildeo interfere no amortecimento e na velocidade da aacutegua da chuva

que chega agrave superfiacutecie na capacidade de armazenamento do solo assim como na

evaporaccedilatildeo e na evapotranspiraccedilatildeo

As condiccedilotildees do tempo da regiatildeo influenciadas pelos fenocircmenos de frente

fria e convectivos na atmosfera satildeo componentes importantes sobre o

comportamento dos rios bem como a frequecircncia a intensidade e a duraccedilatildeo das

chuvas como condicionantes no processo de inundaccedilotildees

Em funccedilatildeo dos estudos hidroloacutegicos e das primeiras simulaccedilotildees do

hidrodinacircmico a aacuterea de estudo foi ampliada ateacute a foz do rio Negrinho no rio Negro

e nesses doze quilocircmetros a montante ateacute a ponte do Lageado e um quilocircmetro

levando em consideraccedilatildeo o incremento proporcionado pelo rio dos Bugres

89

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS

Todos os dados e informaccedilotildees obtidos junto a oacutergatildeos governamentais ou de

pesquisa ou nos levantamentos em campo passaram por processos de anaacutelise

verificaccedilatildeo e validaccedilatildeo

Neste estudo foram obtidos os dados de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

O estudo hidroloacutegico compreende o levantamento e a anaacutelise das seacuteries

histoacutericas de mediccedilotildees de estaccedilotildees preferencialmente inseridas nas bacias

hidrograacuteficas que satildeo objeto de estudo

No presente caso da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho apenas a Estaccedilatildeo

Rio Negrinho Montante (Fazenda Souza) respeita essa condiccedilatildeo preferencial razatildeo

pela qual este projeto de dissertaccedilatildeo tem como um de seus objetivos a instalaccedilatildeo

de novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

Em razatildeo dessa deficiecircncia de dados na bacia do rio Negrinho foram

levantados os dados junto as seguintes estaccedilotildees na regiatildeo Estaccedilotildees Hidroloacutegicas

Convencionais de Corredeiras - 01 Rio Negrinho Montante - 02 Fragosos ndash 03 Rio

Preto do Sul ndash 04 e rio Negro ndash 4a (FIGURA 31) A estaccedilatildeo telemeacutetrica do

CEMADEN Rio Negrinho ndash 05 eacute uma estaccedilatildeo que mede chuva e vazatildeo em

intervalos de tempo natildeo regulares que podem variar de alguns minutos a uma hora e

estaacute em operaccedilatildeo desde agosto de 2014 depois da grande cheia de 2014

As localizaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas Fragosos - 06 e Rio

Negro - 07 utilizadas neste estudo bem como a localizaccedilatildeo das estaccedilotildees

meteoroloacutegicas telemeacutetricas Rio NegrinhoBattistela - 08 (INMET) e Lapa - 09

(SIMEPAR) estatildeo apresentadas na FIGURA 32 Satildeo utilizados somente os dados

de chuvas das estaccedilotildees meteoroloacutegicas

90

FIGURA 31 ndash Localizaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas na Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

91

FIGURA 32 ndash Localizaccedilatildeo Estaccedilotildees Telemeacutetricas Regiatildeo da Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS

Os dados referentes agraves estaccedilotildees utilizadas encontram-se na TABELA 3 e

nela estatildeo tipo coacutedigo e nome da estaccedilatildeo localizaccedilatildeo altitude aacuterea de drenagem

bacia hidrograacutefica fonte e periacuteodo de operaccedilatildeo Essas estaccedilotildees permitem o resgate

de seacuteries histoacutericas da bacia do rio Negrinho para avaliar o comportamento

hidroloacutegico da regiatildeo regime de chuvas e ondas de cheia

As estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas marcadas em amarelo na tabela

correspondentes aos nuacutemeros 10 11 12 13 e 14 satildeo as novas estaccedilotildees

implantadas em decorrecircncia da necessidade verificada neste estudo

A estrutura destas estaccedilotildees estaacute apresentada de forma resumida na

FIGURA 33 onde estatildeo o nome o coacutedigo e a variaacutevel As respectivas localizaccedilotildees

podem ser vistas na FIGURA 31 e na FIGURA 32

92

FIGURA 33 ndash Estaccedilotildees de Monitoramento (Autor 2017)

93

TABELA 3 ndash Estaccedilotildees Hidroloacutegicas e Meteoroloacutegicas (Autor 2017)

94

511 Anaacutelise dos dados de chuva

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Corredeiras estaacute localizada na bacia hidrograacutefica do rio Preto

fora da bacia do rio Negrinho no interior regiatildeo central do municiacutepio de Rio

Negrinho O rio Preto eacute um afluente do rio Negro e tem sua foz a jusante da foz do

rio Negrinho

Definiu-se pela plotagem da chuva acumulada diaacuteria de 2 dias de 5 dias e

de 10 dias para mostrar a importacircncia da anaacutelise sob o ponto de vista das

acumuladas mas sem estudos aprofundados No futuro seria interessante uma

anaacutelise estatiacutestica o que pode trazer novas informaccedilotildees sobre o nuacutemero de dias das

chuvas acumuladas que podem causar as inundaccedilotildees

A FIGURA 34 mostra o evento de chuvas intensas do dia 08062014 mas

as chuvas de 11071983 e 31051992 satildeo muito menores que a de 2014 no

acumulado diaacuterio Mas quando plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

nitidamente os picos de chuvas que ocasionaram as cheias de 1983 e 1992

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees Isso mostra a importacircncia da anaacutelise de diferentes periacuteodos de chuvas

acumuladas Em vermelho estatildeo indicadas as falhas de mediccedilatildeo que podem

coincidir com eventos de temporais

Observa-se que os acumulados que produzem as grandes inundaccedilotildees

ainda que associados a outras condiccedilotildees somam em torno de 300mm extrapolando

em 1983 os 350mm no acumulado de 10 dias

95

FIGURA 34 ndash Estaccedilatildeo Corredeiras (02649055)

(Autor 2017)

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica

Esta estaccedilatildeo pertence ao CEMADEN e estaacute localizada sobre a Ponte do

Ipiranga no rio Negrinho proacuteximo a estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do SAMAE bairro

96

Alegre Tem aproximadamente 2 anos e seis meses de mediccedilatildeo iniciadas no final

do mecircs de agosto de 2014 dois meses apoacutes a grande inundaccedilatildeo

Os dados de chuva e cota apresentam periodicidade natildeo uniforme de

mediccedilatildeo podendo ser menores que uma hora Para chuva foram calculadas as

acumuladas de 1 2 5 e 10 dias Durante o periacuteodo de mediccedilatildeo natildeo foi verificado

nenhum evento de chuvas intensas Mas pela FIGURA 35 pode-se verificar que na

data do dia 20082016 ocorreu a maacutexima chuva do periacuteodo monitorado

FIGURA 35 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN (421500009H) (Autor 2017)

97

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Fragosos situa-se na bacia do Rio Negro a montante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Sua operaccedilatildeo teve iniacutecio em 1998 Apesar da

proximidade apresenta caracteriacutesticas distintas e a chuva que deu origem agrave

inundaccedilatildeo de 2014 eacute percebida FIGURA 36 mas natildeo se destaca Isto mostra que

avaliar a chuva meacutedia de uma bacia com base em uma estaccedilatildeo pluviomeacutetrica pode

causar grandes distorccedilotildees na vazatildeo natildeo sendo representativos da chuva meacutedia da

bacia Os traccedilos em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

Na FIGURA 36 observa-se ainda a chuva diaacuteria pontualmente intensa ao

final de 2006 sem causar inundaccedilatildeo diferentemente da chuva de junho de 2014

que apesar de ser menor que a de 2006 causou uma grande inundaccedilatildeo Quando eacute

feita a anaacutelise das acumuladas de diferentes periacuteodos observa-se que a acumulada

de 5 dias conseguiu capturar chuvas intensas em 2009 2010 e 2014

correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram Aumentanto-se o periacuteodo para 10

dias aparecem picos que natildeo ocasionaram inundaccedilotildees Conclui-se que a chuva

acumulada de 5 dias pode fornecer indiacutecios de inundaccedilotildees

98

FIGURA 36 ndash Estaccedilatildeo Fragosos (02649073) (Autor 2017)

99

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Rio Negro FIGURA 37 estaacute instalada na aacuterea urbana e central do

municiacutepio de Rio NegroPR Situa-se na bacia do rio Negro a jusante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Apresenta caracteriacutesticas distintas e as chuvas que

deram origem agraves inundaccedilotildees foram percebidas mas natildeo se destacaram Os traccedilos

em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

As seacuteries histoacutericas obtidas iniciam em 1998 e vatildeo ateacute 2015 natildeo permitindo

uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nesta estaccedilatildeo observa-se chuvas pontualmente intensas acima de 100mm nos

anos de 2013 2014 e 2015 natildeo sendo esse um volume tatildeo significativo se

considerado de forma pontual Plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

chuvas intensas em 2010 e 2014 correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees

Observa-se que as chuvas acumuladas de 5 dias fornecem informaccedilotildees das

inundaccedilotildees

100

FIGURA 37 ndash Estaccedilatildeo Rio Negro (02649074) (Autor 2017)

101

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos

Esta estaccedilatildeo natildeo estaacute inserida na bacia do rio Negrinho mas estaacute muito

proacutexima a jusante da foz do rio Negrinho no rio Negro Apesar dessa proximidade

as chuvas que ocasionaram a inundaccedilatildeo de 2014 natildeo foram sentidas FIGURA 38

Poreacutem as chuvas de abril de 2010 nos acumulados de 5 e 10 dias ficam bem

niacutetidas permitindo a associaccedilatildeo com aquela inundaccedilatildeo

Novamente esses acumulados somaram em torno de 300mm de chuva

Para uma boa previsatildeo de chuvas haacute a necessidade de aumentar a

densidade de estaccedilotildees de monitoramento Quanto maior o nuacutemero melhor a

avaliaccedilatildeo espaccedilo-temporal de volumes e intensidades A densidade ideal depende

de cada regiatildeo e de criteacuterios natildeo claramente definidos

102

FIGURA 38 ndash Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (A862) (Autor 2017)

103

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

Nesta estaccedilatildeo FIGURA 39 o preenchimento de falhas foi feito com base na

estaccedilatildeo Lapa-IAPAR (02549091) que eacute uma estaccedilatildeo muito proacutexima por isso a

seacuterie natildeo apresenta falhas

Diante do nuacutemero reduzido de estaccedilotildees com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis

definiu-se pela utilizaccedilatildeo dos dados da Estaccedilatildeo Lapa ainda que um pouco distante

da bacia do rio Negrinho

As seacuteries histoacutericas de chuva obtidas iniciam em 2009 e vatildeo ateacute 2015 natildeo

permitindo uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nessa estaccedilatildeo natildeo se observa um volume de chuvas significativo em junho de

2014 Plotados os acumulados durante 2 5 e 10 dias percebe-se as chuvas

intensas em junho de 2014 correspondentes a inundaccedilatildeo que ocorreu em toda

bacia do rio Iguaccedilu

Observa-se novamente que em 2014 nos acumulados de 5 e 10 dias que as

chuvas somaram proacuteximo de 300mm

Essa chuva natildeo eacute pontual causada por celulas convectivas que ocorrem em

geral nos verotildees e sim ocasionadas por frente fria que ocorrem principalmente no

outono e inverno Diferentemente das chuvas convectivas que satildeo mais localizadas

em pequenas regiotildees ou bacias as frentes frias atingem grandes extensotildees de

aacutereas causando chuvas sobre essas aacutereas Esta estaccedilatildeo confirma a presenccedila do

fenocircmeno de frente fria de 08 de junho de 2014 que causou grandes danos em

diversas regiotildees da bacia do rio Iguaccediluacute incluindo a cidade de Rio NegrinhoSC

A FIGURA 40 mostra a grande chuva de 08062014 sobre a bacia do rio

Iguaccediluacute Esta figura mostra tambeacutem o iniacutecio da formaccedilatildeo das nuvens no dia 07 no

dia anterior ao evento e o seu deslocamento para o oceano Atlacircntico no dia 09 no

dia posterior ao evento

Esse periacuteodo do ano final da estaccedilatildeo de outono extendendo-se pelo

inverno eacute carcaterizado na regiatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC por chuvas mais

frequentes sejam elas convectivas ou ocasionadas por frentes frias o que manteacutem

o lenccedilol freaacutetico mais elevado e diminui a capacidade de armazenamento do solo

104

FIGURA 39 ndash Estaccedilatildeo Lapa (25474946) (Autor 2017)

105

FIGURA 40 ndash Imagem de precipitaccedilatildeo do sateacutelite GOES 13 para a regiatildeo sul do Brasil nos dias 7 (a) 8 (b) e 9 (c) de junho de 2014

fonte (httpsigmacptecinpebrprec_sat)

(a) (b) (c)

106

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo

Nesta anaacutelise de vazotildees as mesmas satildeo convertidas para mmdia para

uniformizar a grandeza buscando facilitar a comparaccedilatildeo entre mediccedilotildees em

diferentes estaccedilotildees fluviomeacutetricas

Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN ndash Telemeacutetrica

Quanto a vazatildeo ainda natildeo foi obtida a curva chave A FIGURA 41 mostra os

dados medidos nessa estaccedilatildeo A mediccedilatildeo eacute feita pelo sensor que mede a distacircncia

deste ao niacutevel da aacutegua Portanto quanto maior a distacircncia menor seraacute o niacutevel

drsquoaacutegua Com os dados de distacircncia eacute preciso obter as cotas equivalentes para

depois com o uso da curva chave determinar as vazotildees No momento natildeo eacute possiacutevel

obter nenhuma conclusatildeo

FIGURA 41 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN - Cota (421500009H) (Autor 2017)

Estaccedilotildees fluviomeacutetricas ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Fragosos estaacute localizada no rio Negro a montante da foz do rio

Negrinho no rio Negro Jaacute a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante localizada no rio

Negrinho estaacute a montante da aacuterea urbana mais exatamente na Fazenda Souza

A FIGURA 42 e FIGURA 43 apresentam a comparaccedilatildeo das vazotildees entre

essas estaccedilotildees Verifica-se comportamentos distintos poreacutem na FIGURA 42 nas

107

datas que coincidem com inundaccedilotildees 30092009 26042010 e 08062014 os

picos de vazatildeo satildeo semelhantes Pela FIGURA 43 eacute possiacutevel observar a existecircncia

de correlaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees atraveacutes do coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2)

FIGURA 42 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

FIGURA 43 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

Em 2010 os picos de vazatildeo refletem a inundaccedilatildeo ocorrida no final do mecircs

de abril daquele ano FIGURA 44

108

FIGURA 44 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante 2010 (Autor 2017)

Na comparaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees FIGURA 45 apesar da falha de

mediccedilatildeo na estaccedilatildeo do Rio Negrinho pode-se observar claramente as ondas de

cheia

A falha de mediccedilatildeo se deve ao fato de a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante ser

convencional e em grandes inundaccedilotildees o operador deixar de ter acesso agrave estaccedilatildeo

para efetuar as leituras

FIGURA 45 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014

(Autor 2017)

A FIGURA 46 e FIGURA 47 mostram a comparaccedilatildeo de vazatildeo entre a

estaccedilatildeo Fragosos e a estaccedilatildeo Rio Preto do Sul onde se observa o comportamento

109

semelhante das duas mediccedilotildees com os pontos de pico coincidindo com as

inundaccedilotildees de julho de 1983 e maio de 1992 Entretanto observa-se que a vazatildeo na

Estaccedilatildeo de Rio Preto do Sul eacute superior que na Estaccedilatildeo de Fragosos Pode ser que

os valores da Estaccedilatildeo Rio Preto do Sul estejam superestimados estando portanto

sujeitos a verificaccedilatildeo

FIGURA 46 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

FIGURA 47 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

110

Na FIGURA 48 verificam-se falhas provavelmente nos picos de vazatildeo

coincidindo com a inundaccedilatildeo de 11 de julho de 1983

Apesar dessas estaccedilotildees estarem em pontos distantes as mediccedilotildees tecircm

comportamentos muito semelhantes

FIGURA 48 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1982-1984) (Autor 2017)

A FIGURA 49 e FIGURA 50 mostram a comparaccedilatildeo entre as estaccedilotildees

Fragosos (65090000) e Rio Negro (65100000) A semelhanccedila dos hidrogramas com

destaque no pico de vazatildeo da cheia de 08062014 pode ser vista na FIGURA 51 As

unidades estatildeo em mmh para uniformizar as grandezas e com isso eacute possiacutevel

concluir que a chuva que gerou a vazatildeo de pico foi relativamente uniforme sobre a

bacia indo de encontro com as imagens de sateacutelite da FIGURA 40 O formato do

hidrograma ser mais estreito em Fragosos em comparaccedilatildeo com Rio Negro se

devem as caracteriacutesticas fiacutesicas da bacia sendo as principais a aacuterea e a declividade

da bacia

111

FIGURA 49 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014)

(Autor 2017)

FIGURA 50 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014) (Autor 2017)

112

FIGURA 51 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro de maio a julho de 2014 (Autor 2017)

As anaacutelises das seacuteries histoacutericas mostram que os picos de chuvas

acumuladas de 5 dias apresentam uma boa relaccedilatildeo com os picos de cheia quando

avaliada sob o aspecto cronoloacutegico (datas coincidentes) do periacuteodo chuvoso e

inundaccedilotildees

Observou-se que as chuvas que geram as grandes inundaccedilotildees natildeo satildeo

chuvas pontuais causadas por ceacutelulas convectivas Satildeo chuvas na maioria das

vezes ocasionadas por frentes frias que ocorrem principalmente no outono e no

inverno e atingem a regiatildeo como um todo (bacia do alto rio Negro)

Para se ter uma boa previsatildeo de cheia eacute necessaacuterio melhorar a densidade

de estaccedilotildees dentro da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho A busca de uma rede de

monitoramento capaz de fornecer informaccedilotildees que deem condiccedilotildees para estimar

chuvas verossiacutemeis sobre a bacia e prever a vazatildeo do rio Negrinho resultou na

aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas que estaacute abordada

no capiacutetulo que se segue

Aleacutem da intensidade e da duraccedilatildeo das chuvas essas inundaccedilotildees satildeo

precedidas de periacuteodos de pluviosidade acentuada que contribuem para a

saturaccedilatildeo das camadas do solo diminuindo sua capacidade de infiltraccedilatildeo e

armazenamento de aacutegua entre os vazios de solo acarretando maior escorrimento

superficial e para a elevaccedilatildeo do niacutevel do escoamento de base

No capiacutetulo 7 eacute feito o estudo hidrodinacircmico com o HEC-RAS como forma

de testar e avaliar a capacidade de simulaccedilatildeo das cheias usando modelos

113

computacionais Para a calibraccedilatildeo desse modelo e simular o fluxo da aacutegua no trecho

do rio Negrinho que atravessa a aacuterea urbana da cidade de Rio Negrinho adotou-se

a vazatildeo da cheia de 08062014 onde a falha eacute preenchida com a vazatildeo de

Fragosos (65090000) O criteacuterio de preenchimento da falha foi 1) observou-se os

maiores picos simultacircneos existentes entre as seacuteries em mmdia (FIGURA 52) 2)

calculou-se as razotildees entre as vazotildees de pico de Rio Negrinho Montante e

Fragosos Neste estudo foram utilizados os dois maiores picos da seacuterie 3)

determinou-se a razatildeo meacutedia resultando num valor aproximado de 15 4) aplicou-se

essa razatildeo nas mediccedilotildees de vazatildeo de Fragosos considerando o deslocamento

temporal existente O resultado do hidrograma estaacute apresentado na TABELA 4 e

FIGURA 53 em mmdia e na FIGURA 54 em msup3s Natildeo foi calculado o pico da vazatildeo

instantacircnea devido a caracteriacutestica da cheia ser lenta e durar vaacuterios dias

FIGURA 52 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante de setembro de 2009 a junho de 2010

(Autor 2017)

114

TABELA 4 ndash Hidrogramas Estaccedilotildees Fragosos (65090000) e Rio Negrinho Montante (65093000)

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (mmdia) Vazatildeo (m3s)

65090000 65093000 65090000 65093000

01062014 147 220 136 45

02062014 147 142 136 29

03062014 141 117 131 24

04062014 123 113 114 23

05062014 116 108 107 22

06062014 255 411 236 84

07062014 422 1864 391 381

08062014 1323 3041 1225 619

09062014 2027 2950 1877 601

10062014 1967 2642 1821 538

11062014 1761 2223 1631 453

12062014 1482 1706 1372 347

13062014 1137 1249 1053 254

14062014 833 902 771 184

15062014 602 748 557 152

16062014 499 548 462 112

17062014 430 548 398 112

18062014 367 499 340 102

19062014 367 470 340 96

FIGURA 53 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em mmdia

(Autor 2017)

115

FIGURA 54 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em msup3s

(Autor 2017)

O rio Negrinho sofre o remanso causado pelo rio Negro principalmente em

situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo onde as vaacuterzeas ficam completamente tomadas pelas aacuteguas

dificultando o escoamento e diminuindo a velocidade do fluxo Considerando essa

situaccedilatildeo estudou-se a vazatildeo do rio Negro A estaccedilatildeo Rio Preto do Sul (04 ndash

65095000) operou ateacute 2010 natildeo dispondo de dados para a cheia de junho de 2014

A jusante desta estaccedilatildeo tem-se a estaccedilatildeo Rio Negro (4a ndash 65100000) com dados

de junho de 2014 A FIGURA 55 mostra as estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash

4a com a localizaccedilatildeo da bacia do rio Negrinho

116

FIGURA 55 ndash Estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash 4ordf Bacias hidrograacuteficas (Uda P K et al 2013) Adaptado

Devido a falta de dados monitorados de eventos de cheia supocircs-se a

existecircncia de similaridade do comportanto das vazotildees em toda bacia do rio

Negrinho visto que as vazotildees entre Fragosos e Rio Negrinho Montante apesar da

distacircncia existente entre os pontos de mediccedilatildeo apresentam comportamentos

semelhantes durante os picos de cheias Com base nessa suposiccedilatildeo adotou-se

para o caacutelculo das vazotildees afluentes ao rio Negrinho no trecho de interesse a relaccedilatildeo

entre aacutereas e a vazatildeo de Rio Negrinho Montante resultando na configuraccedilatildeo

esquemaacutetica apresentada na FIGURA 56 O resultado obtido para as vazotildees usados

na simulaccedilatildeo numeacuterica encontra-se na

TABELA 5 A vazatildeo Q1 eacute a vazatildeo na estaccedilatildeo 05 ndash Rio Negrinho (421500009H) do

CEMADEN essa vazatildeo eacute a soma da contribuiccedilatildeo do rio Negrinho a montante desse

ponto que inclui a bacia do rio dos Banhados e da bacia rio do Salto Q2 eacute a

contribuiccedilatildeo da bacia do Serrinha Q3 eacute a do rio dos Bugres Q4 e Q5 satildeo as vazotildees

afluentes e defluentes respectivamente do rio Negro nas proximidades da foz do

Rio Negrinho A vazatildeo Q4 foi estimada com base na estaccedilatildeo Fragosos e Q5 foi

estimada empiricamente para atender a conservaccedilatildeo de massa (FIGURA 57)

117

considerando o volume de controle na foz do rio Negrinho A FIGURA 58 mostra a

vazatildeo estimada para o rio Negro a juzante da foz do rio Negrinho em conjunto com

as vazotildees monitoradas em Fragosos e Rio Negro No hidrograma do Rio Negro foi

realizado um ajuste na regiatildeo de pico indicado por tracejado verde A FIGURA 59

mostra as vazotildees da

TABELA 5 A vazatildeo incremental de contribuiccedilatildeo direta que foi estimada para ser

constante ao longo do trecho do rio Negrinho e variaacutevel no tempo No trecho do rio

Negro a vazatildeo incremental foi desprezada por se tratar de um trecho muito curto

FIGURA 56 ndash Configuraccedilatildeo das vazotildees do rio Negrinho (Autor 2017)

118

TABELA 5 ndash Vazotildees usadas na simulaccedilatildeo numeacuterica ndash junho 2014

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (m

3s)

Incremental (m

3skm)

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 q

01062014 486 056 188 2186 2728 0042

02062014 313 036 121 2186 2876 0027

03062014 259 030 100 2105 2698 0023

04062014 248 029 096 1832 2388 0022

05062014 238 028 092 1719 2215 0021

06062014 907 105 351 3793 3833 0079

07062014 4115 477 1594 6283 7203 0358

08062014 6713 778 2601 19686 22730 0585

09062014 6512 755 2523 30163 34643 0567

10062014 5832 676 2260 29263 37290 0508

11062014 4906 569 1901 26210 35820 0427

12062014 3765 436 1459 22048 31228 0328

13062014 2757 319 1068 16922 25867 0240

14062014 1992 231 772 12390 18748 0174

15062014 1652 191 640 8951 14790 0144

16062014 1210 140 469 7424 12517 0105

17062014 1210 140 469 6396 10702 0105

18062014 1102 128 427 5464 8946 0096

19062014 1037 120 402 5464 8009 0090

20062014 950 110 368 5351 7545 0083

21062014 832 096 322 5191 7028 0072

22062014 734 085 285 4628 6138 0064

23062014 680 079 264 3937 5157 0059

24062014 616 071 238 3503 4588 0054

25062014 626 073 243 3278 4232 0055

26062014 659 076 255 3182 4098 0057

27062014 994 115 385 3455 4529 0087

28062014 767 089 297 3519 4839 0067

119

FIGURA 57 ndash Vazotildees do rio Negro a montante e a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

FIGURA 58 ndash Vazatildeo estimada para o rio Negro a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

120

FIGURA 59 ndash Vazotildees incrementais no rio Negrinho e no rio Negro (Autor 2017)

121

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

A bacia do Rio Negrinho e as bacias dos seus afluentes natildeo possuem uma

rede de monitoramento hidroloacutegico Apenas uma estaccedilatildeo convencional das Aacuteguas

do Paranaacute localizada no rio Negrinho na Fazenda Souza Outras estaccedilotildees

hidroloacutegicas implantadas na regiatildeo e com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis cobrem as

bacias do Rio Preto (Corredeiras) e do Rio Negro (Fragosos)

Como decorrecircncia deste trabalho de mestrado e por ser um de seus

objetivos fez-se a gestatildeo junto agrave administraccedilatildeo puacuteblica para que o municiacutepio

adquirisse e implantasse um sistema que aleacutem de auxiliar no monitoramento dos

rios durante os eventos passasse a gerar seacuteries histoacutericas que permitam estudos

futuros

Obtido o apoio necessaacuterio da administraccedilatildeo puacuteblica bem como os recursos

necessaacuterios para da implantaccedilatildeo do novo sistema foi estabelecido contato com a

empresa EPAGRICIRAM ndash Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidro meteorologia de Santa Catarina para aquisiccedilatildeo dos equipamentos de

monitoramento hidroloacutegicos

Com as especificaccedilotildees dos equipamentos feitas pelos teacutecnicos da

EPAGRICIRAM vencidas as formalidades legais do processo licitatoacuterio e os prazos

de entrega nele estabelecidos os equipamentos comeccedilaram a ser montados em

outubro de 2015 (postes palafita reacuteguas linimeacutetricas tubulaccedilotildees caixas de

passagem as caixas ambientais com as PCDrsquos - Plataforma de Coleta de Dados

paineacuteis solares e pluviocircmetros) A conclusatildeo da montagem dos equipamentos

ocorreu no dia 27 de janeiro de 2016 A partir dessa data os dados puderam ser

acessados via internet na paacutegina da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr) sendo logo em seguida adicionados na paacutegina

da Defesa Civil de Rio Negrinho de forma a facilitar o acesso do cidadatildeo comum

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA

- Monitorar os volume de chuva e os niacuteveis dos rios em tempo quase real

- Estabelecer os limites de atenccedilatildeo alerta e emergecircncia para os niacuteveis dos

rios

122

- Constituir uma base de dados (seacuteries histoacutericas) para possibilitar accedilotildees

futuras

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA ESTACcedilAtildeO

Para a elaboraccedilatildeo do processo licitatoacuterio de aquisiccedilatildeo as especificaccedilotildees

dos equipamentos a serem instalados em cada estaccedilatildeo foram elaboradas pela

equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM e estatildeo apresentadas na TABELA 6

TABELA 6 ndash Configuraccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas (Autor 2017)

Pluviocircmetro Automaacutetico de baacutescula

Unidade de captaccedilatildeo de energia

Painel solar fotovoltaico com potecircncia de pico igual a vinte watts tensatildeo nominal de saiacuteda de 12v e cabo de comprimento miacutenimo de dois metros e isolamento em material resistente ao ambiente externo

Unidade de processamento armazenamento e transmissatildeo

Bateria chumboaacutecida selada de 12V 12Ah com dimensotildees maacuteximas de 155(C)x100(L)x105mm(A) peso maacuteximo de 45kg vaso em ABS

Controlador de carga para bateria12v 33ah potecircncia miacutenima de 60w desligamento automaacutetico por baixa tensatildeo (menor que 115v) e reconexatildeo da carga quando bateria com tensatildeo igual ou superior a 125v desligamento por sobretensatildeo proteccedilatildeo eletrocircnica contra curto circuito e corrente excessiva e inversatildeo de polaridade invoacutelucro com proteccedilatildeo miacutenima IP 22 sinalizaccedilatildeo de bateria carregada bateria com meia carga e bateria sem carga e possuir conectores KRE distintos para painel solar bateria e carga Bateria 12v nominal e 33ah

Datalogger com capacidade miacutenima de 512 kB de memoacuteria para dados capacidade miacutenima de 65 kB para sistema operacional e programa taxa de amostragem por evento possibilidade de programar esta taxa de 1seg ateacute 24 horas miacutenimo de 5 portas analoacutegicas de precisatildeo de 11 bits e range de 0 [V] a 25 [V] 2 portas de controle 1 portas de pulso 1 porta RS232 de configuraccedilatildeo do logger(via microcomputador) e interface entreperifeacutericos (modenstransmissores) pelo menos uma entrada muacuteltipla de comunicaccedilatildeo com sensores protocolo SDI12 fontes de tensatildeo programaacutevel de 25 [V] e 5 [V] Alimentaccedilatildeo 12 [V] DC precisatildeo do reloacutegio interno de 1 minutomecircs O equipamento deve estar em conformidade com a norma IEC613262002

Modem GSMGPRS para transmissatildeo de dados via GPRS e SMS suportando a linguagem de programaccedilatildeo JAVA porta serial RS232 para recebimento dos dados do datalogger Cabo com porta serial RS232 para conexatildeo agrave data logger Com capacidade para dois cartotildees de transmissatildeo de duas operadoras distintas Fornecido com acesso a antena externa ao moacutedulo atraveacutes de conector SMA de 50 ohms

Relecirc Descriccedilatildeo Alimentaccedilatildeo 5V e acionamento em niacutevel baixo Aplicaccedilatildeo CR510 CR10X CR1000

Componentes Q1 ndash 1 transistor BC327 R1 ndash 1 resistor de 2K2 Ω R2 ndash 1 resistor de 2K2 Ω D1 ndash 1 diodo 1N4001 D2 ndash 1 LED vermelho de 3mm RL1 ndash 1 Releacute de 5V do tipo AT1RC5V J1 ndash 1 conector KRE de 4 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 15450 J4 1 conector KRE de 3 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 153508

Sensor de niacutevel drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo Transdutor de pressatildeo

Cabo de comprimento miacutenimo de 50 metros em poliuretano com blindagem eleacutetrica com capilar interno para referecircncia de pressatildeo atmosfeacuterica

Interface420mA (2 fios) eou SDI12 Faixa de mediccedilatildeo de 0 a 20 mca (metros de coluna de aacutegua) Acuraacutecia le plusmn 01 em toda a escala para interface SDI12 e le plusmn 01 em toda a escala para

interface 420mA Resoluccedilatildeo igual ou inferior agrave 1 mm Erros de linearidade e histerese somados devem ser inferiores plusmn01 da leitura no final da

faixa nominal (FE) Compensaccedilatildeo da influecircncia de temperatura pelo menos na faixa de 10 a 45degC Corpo em accedilo inox ou liga de titacircnio Membrana ceracircmica (mediccedilatildeo de niacutevel atraveacutes de ceacutelula de pressatildeo tipo ceracircmica

capacitiva) Alimentaccedilatildeo 10 a 30 Vcc Possibilidade de uso de resistor de shunt de 100 Ohms para transformaccedilatildeo de corrente em

123

tensatildeo Sobrepressatildeo ateacute 3 vezes a faixa nominal (FE) de operaccedilatildeo Classe de proteccedilatildeo IP 68 Formato ciliacutendrico com dimensotildees compreendidas entre 2 cm e 5 cm de diacircmetro e entre

10 e 20 cm de comprimento (sem o cabo) Garantia e suporte teacutecnico de no miacutenimo 1 ano

Suporte metaacutelico do conjunto

Estrutura metaacutelica para suporte da estaccedilatildeo Agrometeoroloacutegica fabricada conforme instruccedilotildees abaixo

Suporte metaacutelico confeccionado de accedilo galvanizado tubular de 2 polegadas de diacircmetro externo parede interna de 3mm de espessura comprimento de 170 metros

Base de pluviocircmetro circular de 205mm de diacircmetro em chapa de accedilo galvanizado 2mm soldada na parte superior do tubo de duas polegadas com 3 furos de 6 mm de diacircmetro distribuiacutedos triangularmente na superfiacutecie e um furo central de 8mm de diacircmetro

Suporte para painel solar de 20 watts com inclinaccedilatildeo fixa de 30deg feito em chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm por 400mm de comprimento na projeccedilatildeo horizontal soldado na lateral do tubo de 2 polegadas na extremidade proacuteximo agrave base do pluviocircmetro Com 4 furos de 10mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo do painel

Suporte de caixa ambiental feito em 2 unidades de chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm e 380 mm de comprimento soldados no lado oposto ao suporte do painel solar Com 4 furos de 9mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo da caixa ambiental

Braccedilo para sensor de temperatura e umidade de 05 metro de comprimento feito em tubo de 20mm ou ateacute 1 polegada de diacircmetro externo e parede de 2mm de espessura em accedilo galvanizado Deve ser fixado acima do suporte da caixa ambiental por meio de uma base fixada no tubo de 2rdquo com no miacutenimo 2 parafusos M5 em inox para a fixaccedilatildeo Este braccedilo de ser removiacutevel para facilitar o transporte Obs Toda estrutura com pintura epoacutexi na cor branca

Reacutegua linimeacutetrica Perfil e Reacutegua metaacutelicos

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados

O sistema de transmissatildeo de dados das leituras via modem utiliza tecnologia

e sinal de celular

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos

O datalogger ndash Campbell ndash possui um programa em Crbasic que considera o

ID (coacutedigo da estaccedilatildeo por ex 2079) e o valor de offset para ajuste de niacutevel

igualando as mediccedilotildees dos sensores com as das reacuteguas linimeacutetricas No caso da

estaccedilatildeo 2084 ndash Foz do Rio Negrinho foi usado um sensor para 20 mca diferente

dos demais todos com 10 mca Isto eacute tambeacutem ajustado no programa

No banco de dados os dados lidos armazenados e enviados passam por 03

(trecircs) testes de consistecircncia no controle de qualidade O ldquosteprdquo o ldquorangerdquo e o

ldquopersistentrdquo Dados natildeo consistentes satildeo eliminados e deixam de ser fornecidos As

seacuteries histoacutericas jaacute consisitidas podem ser obtidas mediante solicitaccedilatildeo via site da

EPAGRICIRAM

124

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM

- Servidor de alta capacidade de armazenamento

- Atualmente possui 200 milhotildees de dados

- Recebe diariamente cerca de 50 mil dados

- Possui regras de seguranccedila

- Armazena dados de estaccedilotildees com mais de 100 anos

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral

A partir do dia 27 de janeiro de 2016 os dados medidos passaram a ser

diponibilizados para puacuteblico em geral na paacutegina da internet da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr)

Os dados medidos nas estaccedilotildees hidroloacutegicas apoacutes a leitura satildeo

transferidos automaticamente por sinal de celular para o servidor da EPAGRICIRAM

em Florianoacutepolis Passam por um algoritmo que verifica a sua consistecircncia e

retornam para o sistema sob a forma de figuras que facilitam a interpretaccedilatildeo Satildeo

essas figuras que atualizadas diariamente satildeo disponibilizados na paacutegina da

EPAGRCIRAM e podem ser acessadas pelo puacuteblico em geral

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A aquisiccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas foi feita atraveacutes do Processo

Licitatoacuterio nordm 0792015 na modalidade de Pregatildeo Presencial elaborado pelo autor e

lanccedilado em 06 de julho de 2015 pelo Departamento de Licitaccedilotildees da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho ndash SC

A partir da assinatura dos contratos as empresas passaram a entregar os

equipamentos sendo que os uacuteltimos a serem entregues foram os ldquosensores de niacutevel

drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo - transdutores de pressatildeordquo por serem

equipamentos importados Estes sensores foram entregues no final de novembro de

2015

Concluiacutedo o processo licitatoacuterio e a entrega dos equipamentos foram

iniciadas as tratativas com a equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM para a definiccedilatildeo

final dos locais e o iniacutecio do processo de instalaccedilatildeo

125

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo

Os sensores de mediccedilatildeo de chuva e vazatildeo passaram por uma calibraccedilatildeo

preacutevia executada pela equipe da EPAGRICIRAM Apoacutes a instalaccedilatildeo e as primeiras

mediccedilotildees novos ajustes entre os sensores e o software de leitura e transmissatildeo de

dados foram efetuados ajustando as cotas de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas

instaladas em cada seccedilatildeo de mediccedilatildeo das estaccedilotildees

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A definiccedilatildeo dos locais para a instalaccedilatildeo das cinco novas estaccedilotildees

hidroloacutegicas FIGURA 60 foi efetuada num primeiro momento pela escolha de locais

representativos nos quais pudessem ser avaliadas as vazotildees de entrada os

acreacutescimos e o incremento de afluentes Num segundo momento jaacute em campo

foram analisados os locais escolhidos em funccedilatildeo da intensidade miacutenima necessaacuteria

de sinal de celular para a transmissatildeo de dados e das cotas maacuteximas de inundaccedilatildeo

para que natildeo fossem interrompidas as seacuteries histoacutericas nas grandes cheias

FIGURA 60 ndash Localizaccedilatildeo das novas Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas (Autor e EPAGRICIRAM 2016)

126

Tambeacutem foi estabelecida a necessidade do monitoramento do rio dos

Bugres visto que ele corta a aacuterea urbana do municiacutepio e tem influecircncia significativa

nas grandes inundaccedilotildees A definiccedilatildeo pela implantaccedilatildeo de uma das estaccedilotildees no rio

Negro a montante da foz do rio Negrinho se deu pela intenccedilatildeo de avaliar a

influecircncia deste nas grandes inundaccedilotildees seja pelo represamento do rio Negrinho ou

pela contribuiccedilatildeo efetiva com o retorno das aacuteguas para a planiacutecie de inundaccedilatildeo

deste

No caso especiacutefico da instalaccedilatildeo de uma estaccedilatildeo na Fazenda Souza a

escolha do local se deu em funccedilatildeo da existecircncia da estaccedilatildeo convencional ldquoRio

Negrinho Montante 65093000-FLUrdquo das Aacuteguas Paranaacute de forma a permitir a

possibilidade de comparaccedilatildeo e continuidade das seacuteries histoacutericas ainda que a

instalaccedilatildeo dessa estaccedilatildeo tenha apresentado uma dificuldade adicional que obrigou

a construccedilatildeo de uma estrutura especial para elevar e receber a estaccedilatildeo

ultrapassando assim a cota maacutexima de inundaccedilatildeo registrada

A instalaccedilatildeo da primeira estaccedilatildeo ocorreu ainda em dezembro de 2015 na

Fazenda Rudnick estaccedilatildeo 2080 FIGURA 61 seguida da estaccedilatildeo Foz do Rio

Negrinho estaccedilatildeo 2084 FIGURA 65 As demais estaccedilotildees foram sendo instaladas a

partir de janeiro de 2016 A estaccedilatildeo Fazenda Souza 2079 estaacute mostrada na

FIGURA 62 Rio dos Bugres 2081 FIGURA 63 e Ponte do Lageado 2083 FIGURA

64

As estaccedilotildees Rio dos Bugres e Ponte do Lageado inicialmente natildeo tinham

pluviocircmetros os mesmos foram instalados somente em dezembro de 2016

127

FIGURA 61 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2080 Fazenda Rudnick (Autor 2017)

FIGURA 62 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2079 Fazenda Souza (Autor 2017)

128

FIGURA 63 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2081 Rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 64 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2083 Ponte do Lageado (Autor 2017)

129

FIGURA 65 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2084 Foz do Rio Negrinho (Autor 2017)

Instaladas as novas estaccedilotildees o conjunto de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas a estrutura ficou conforme a FIGURA 66

FIGURA 66 ndash Novas Estaccedilotildees Implantadas e em Operaccedilatildeo (Autor 2017)

130

A localizaccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas estaacute inserida no mapa onde

jaacute constam a localizaccedilatildeo da estaccedilotildees hidroloacutegicas existentes posicionadas em

relaccedilatildeo a bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 67

FIGURA 67 ndash Mapa Localizaccedilatildeo Novas Estaccedilotildees Implantadas (Autor 2017)

O novo sistema de estaccedilotildees hidroloacutegicas foi apresentado nas trecircs escolas

de segundo grau do municiacutepio Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute FIGURA 68 Coleacutegio

Caminho do Saber e Escola Estadual de Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega e agrave

comunidade numa audiecircncia puacuteblica na Cacircmara de Vereadores com o objetivo de

apresentar o sistema divulgar e informar o acesso a todas as informaccedilotildees que satildeo

disponibilizadas na internet e os caminhos para acessaacute-las treinando assim a

populaccedilatildeo para o uso das informaccedilotildees online em situaccedilatildeo de evento de chuvas

intensas com possibilidade de inundaccedilatildeo ou simplesmente acompanhamento

131

FIGURA 68 ndash Apresentaccedilatildeo do novo Sistema de Estaccedilotildees Hidroloacutegicas para uma sala de segundo grau do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

(Autor 2017)

628 Mediccedilotildees Realizadas

As mediccedilotildees com registro de niacutevel e chuva nas novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

do Sistema EPAGRICIRAM foram iniciadas no dia 27 de janeiro de 2016 com as

mediccedilotildees na Fazenda Souza e na Foz do Rio Negrinho FIGURA 69 a FIGURA 84

Os graacuteficos mostram os resultados dessas primeiras mediccedilotildees ateacute o iniacutecio

de Dezembro de 2016 Uacuteltimos dados obtidos junto a EPAGRICIRAM Neles

constam as mediccedilotildees de vazatildeo (niacuteveis) e as mediccedilotildees de chuva

As FIGURA 69 a FIGURA 72 mostram as chuvas acumuladas de 15

minutos de janeiro a dezembro de 2016 nas estaccedilotildees 2079 - Fazenda Souza 2080

ndash Fazenda Rudnick 2081 ndash rio dos Bugres e 2083 ndash Ponte do Lageado

As FIGURA 73 a FIGURA 84 mostram um comprativo de vazotildees (niacuteveis) do

rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro de janeiro a dezembro de 2016

132

FIGURA 69 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2079 ndash Fazenda Souza (Autor 2017)

FIGURA 70 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2080 ndash Fazenda Rudnick (Autor 2017)

133

FIGURA 71 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2081 ndash rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 72 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2083 ndash Ponte do Lageado (Autor 2017)

134

FIGURA 73 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em janeiro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 74 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em fevereiro de 2016

(Autor 2017)

135

FIGURA 75 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em marccedilo de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 76 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em abril de 2016

(Autor 2017)

136

FIGURA 77 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em maio de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 78 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em junho de 2016

(Autor 2017)

137

FIGURA 79 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em julho de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 80 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em agosto de 2016

(Autor 2017)

138

FIGURA 81 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em setembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 82 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em outubro de 2016

(Autor 2017)

139

FIGURA 83 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em novembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 84 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em dezembro de 2016

(Autor 2017)

lsquorsquo

140

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO

O sistema estaacute operando medindo e disponibilizando dados via internet para

toda a comunidade atraveacutes da paacutegina da EPAGRICIRAM e da paacutegina da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho httpwwwrionegrinhoscgovbr) na aba da Defesa

Civil

As meacutedias horaacuterias das mediccedilotildees de 15 minutos satildeo disponibilizadas na

paacutegina da internet

Falhas de mediccedilatildeo podem ser ocasionadas por problemas dos sensores

falta de energia eou problemas de transmissatildeo de dados (ausecircncia de sinal GPRS)

A eventual falta de energia se deve a capacidade das baterias ser de cinco dias em

condiccedilotildees nubladas Problemas na transmissatildeo de dados tambeacutem ocasionam

descarga nas baterias pois as PCDs ndash Plataformas de Coleta de Dados ficam

tentando enviar os dados e acabam ficando ligadas mais tempo do que seria

recomendado As falhas de mediccedilatildeo podem ser decorrentes da leitura de dados

inconsistentes que natildeo foram aprovados isto eacute foram rejeitados em um ou mais dos

testes de consistecircncia

Esses testes consideram a variaccedilatildeo do dado ao longo do tempo

comparando com os dados antecedentes e subsequentes dentro de uma margem

de erro Por exemplo um rio natildeo pode ter uma variaccedilatildeo abrupta significativa se natildeo

ocorreu chuva na regiatildeo Essas variaccedilotildees podem ser observadas nas primeiras

mediccedilotildees da Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick As mediccedilotildees deram saltos repentinos

Suspeitou-se num primeiro momento da alteraccedilatildeo da profundidade do sensor Mas

natildeo foi possiacutevel determinar a causa das falhas e os dados foram considerados como

erros de mediccedilatildeo Os dados monitorados no momento satildeo cotas de niacutevel em relaccedilatildeo

a um RN arbitraacuterio

Tambeacutem ocorreram ao longo do tempo ajustes de offset dos sensores de

mediccedilatildeo de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas implantadas nos rios o que pode

justificar variaccedilotildees repentinas dos dados monitorados Natildeo ocorreram vazotildees

negativas ou seja o sensor ter ficado fora da aacutegua Em maio de 2016 o sistema de

consistecircncia na EPAGRICIRAM em Florianoacutepolis ficou fora do ar e os dados

medidos na Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick natildeo foram consistidos causando duacutevidas e

suposiccedilotildees sobre a eventual ocorrecircncia de ruptura de alguma barragem (accedilude) a

montante Outra possibilidade levantada foi de ter ocorrido acuacutemulo de aacutegua na

141

tubulaccedilatildeo que protege o sensor e este ter medido uma coluna de aacutegua instantacircnea

formada dentro da tubulaccedilatildeo Ajustes ainda estatildeo sendo realizados melhorando a

qualidade dos dados monitorados calibrando as estaccedilotildees e minimizando os

problemas de mediccedilatildeo

Ateacute o momento satildeo monitorados a chuva e o niacutevel dos rios considerando

que ainda natildeo foram obtidas as curvas chave nas seccedilotildees fluviomeacutetricas

O periacuteodo de mediccedilotildees ainda eacute restrito Apenas um ano e parte delas com

falhas decorrentes dos ajustes e da calibraccedilatildeo das estaccedilotildees No entanto algumas

hipoacuteteses jaacute podem ser levantadas considerando os resultados obtidos A FIGURA

79 e FIGURA 80 apresentam respectivamente um comportamento muito proacuteximo

dos niacuteveis dos rios Negrinho na Estaccedilatildeo Foz do rio Negrinho e do rio Negro na

Estaccedilatildeo Ponte do Lageado nos eventos em julho e agosto de 2016 Isso leva a

supor o represamento do rio Negrinho pelo rio Negro (remanso) e a possibilidade de

transbordamento das aacuteguas do rio Negro para a planiacutecie de inundaccedilatildeo do rio

Negrinho A continuidade do monitoramento permitiraacute novos estudos e observaccedilotildees

e poderatildeo confirmar essas hipoacuteteses

142

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO

A batimetria nos rios Negrinho Serrinha e rio Negro foi realizada com a

utilizaccedilatildeo do Acoustic Doppler Current Profiler (ADCP) (Sontek modelo M9)

FIGURA 85 e APEcircNDICE I cedido pela SDS ndash Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econocircmico Sustentaacutevel Diretoria de Recursos Hiacutedricos composto

de dois conjuntos de transdutores para mediccedilotildees de velocidade um feixe acuacutestico

vertical de 050 MHz para mediccedilatildeo da profundidade e um sistema de GPS e RTK

acoplado para determinaccedilatildeo do posicionamento dos equipamentos (Sontek 2009)

No levantamento com o ADCP as seccedilotildees transversais satildeo preacute-definidas por

toda a extensatildeo do trecho objeto de estudo (Bezerra-Neto e Pinto-Coelho 2008)

sendo um condutor colocado em cada margem para guiar o deslocamento do

equipamento

FIGURA 85 ndash Batimetria ADCP M-9 (Autor 2016)

711 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das seccedilotildees transversais foi realizado o levantamento

topo batimeacutetrico na semana compreendendo o periacuteodo de 29 de agosto de 2016 a

10 de outubro de 2016 APEcircNDICE I Foram levantadas 29 seccedilotildees Em cada seccedilatildeo

143

transversal foram realizadas em meacutedia 40 mediccedilotildees dos paracircmetros profundidade

(m) largura (m) velocidade (ms) e vazatildeo (msup3s)

A anaacutelise do desvio padratildeo e do coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros

obtidos pelo ADCP foi realizada no programa SonTek River Surveyor sendo aceitas

as leituras que apresentassem um coeficiente de variaccedilatildeo de ateacute 5 (Sontek 2009)

Os valores dos paracircmetros foram obtidos a partir das meacutedias referentes agraves 40

mediccedilotildees

Como resultado da mediccedilatildeo das seccedilotildees transversais tem-se como exemplo

a imagem da FIGURA 86 que apresenta profundidades o periacutemetro molhado e as

velocidades As demais seccedilotildees satildeo apresentadas no APEcircNDICE II

FIGURA 86 ndash Resultado daTopobatimetria - Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

7111 Geoprocessamento dos Dados

O georreferenciamento das seccedilotildees transversais e das pontes estaacute

apresentado no APEcircNDICE III

O levantamento altimeacutetrico e o georreferenciamento das seccedilotildees transversais

e pontes foi feito com GPS Geodeacutesico (Zecircnite 2 modelo GTR-Z2) contendo dois

receptores geodeacutesicos de dupla frequecircncia L1L2 conforme metodologia proposta

pelo IBGE (2009) FIGURA 87

Os dados obtidos pelo GPS Geodeacutesico foram processados nos programas

computacionais GTR Processor e Topo EVN

Os dados coletados foram processados utilizando-se o programa

computacional SonTek River Surveyor Live sendo posteriormente exportados e

editados na planilha no Microsoft Excel para poacutes-processamento no programa

computacional ESRI ArcGis 10(r)

144

FIGURA 87 ndash Georreferenciamento e Levantamento Altimeacutetrico Ponte Cofermaco (Autor 2016)

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT

Um MNT (Modelo Numeacuterico do Terreno) ou MDT (Modelo Digital de

Terreno) (DTM = Digital Terrain Model) eacute uma representaccedilatildeo matemaacutetica da

distribuiccedilatildeo espacial da caracteriacutestica de um fenocircmeno vinculada a uma superfiacutecie

real A superfiacutecie eacute em geral contiacutenua e o fenocircmeno que representa pode ser

variado Dentre alguns usos do MDT pode-se citar (Burrough 1986)

- Armazenamento de dados de altimetria para mapas topograacuteficos

- Anaacutelises de corte-aterro para projeto de estradas e barragens

- Elaboraccedilatildeo de mapas de declividade e exposiccedilatildeo para apoio a anaacutelise de

geomorfologia e erodibilidade

- Anaacutelise de variaacuteveis geofiacutesicas e geoquiacutemicas

- Apresentaccedilatildeo tridimensional (em combinaccedilatildeo com outras variaacuteveis)

Para a representaccedilatildeo de uma superfiacutecie real no computador eacute indispensaacutevel

a criaccedilatildeo de um modelo digital podendo ser por equaccedilotildees analiacuteticas ou por uma

rede de pontos na forma de uma grade de pontos regulares e ou irregulares A partir

145

dos modelos pode-se calcular volumes aacutereas desenhar perfis e seccedilotildees

transversais gerar imagens sombreadas ou em niacuteveis de cinza gerar mapas de

declividade e exposiccedilatildeo gerar fatiamentos em intervalos desejados e perspectivas

tridimensionais

No processo de modelagem numeacuterica de terreno podemos distinguir trecircs

fases aquisiccedilatildeo dos dados geraccedilatildeo de grades e elaboraccedilatildeo de produtos

representando as informaccedilotildees obtidas

721 Coleta de Dados

Para a elaboraccedilatildeo do Modelo Digital do Terreno ndash MDT foi utilizado o

levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela empresa Agritec SA Agrimensura

Aerofotogrametria de Curitiba para a Prefeitura Municipal de Rio Negrinho no ano

de 2004 complementado com os dados do lado do Paranaacute do rio Negro obtidos

junto a Aacuteguas do Paranaacute COMEC COPEL EMATER ITAIPU MINEROPAR

SEAB PARANAacute CIDADE SANEPAR ANA LACTEC 2011

722 Elaboraccedilatildeo do MDT

A partir das curvas de niacutevel do terreno obtidas de trecircs fontes de dados

sendo curvas de 1m 5m e 10m conforme domiacutenios rosa verde e azul na FIGURA

88 os resultados foram integrados agraves seccedilotildees de batimetria realizadas na aacuterea de

estudo A integraccedilatildeo foi feita com o uso do software ArcGis 102 do qual obteve-se

uma rede irregular de triacircngulos (TIN - Triangulated Irregular Network) para

representar o terreno tanto a parte seca como a aacuterea molhada conforme resultado

grafico apresentado na FIGURA 89 As seccedilotildees nessas duas figuras natildeo foram

numeradas para natildeo poluir a imagem

146

FIGURA 88 ndash Mapa de domiacutenios das seccedilotildees topobatimeacutetricas (Autor 2017)

147

FIGURA 89 ndash Modelo Digital do Terreno - MDT

(Autor 2017)

148

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS

Para simulaccedilatildeo hidrodinacircmica no trecho do rio Negrinho e rio Negro as

seccedilotildees batimeacutetricas foram introduzidas no HEC-RAS

Os coeficientes de rugosidade (119899) adotados para as simulaccedilotildees da

hidrodinacircmica tendo em vista o tipo de cobertura das margens dos rios foram 006

no fundo e na parte lateral baseados nos valores apresentados na Tabela 7

considerando um canal pequeno em planiacutecies ainda que nas cheias as larguras se

tornam muito maiores

Tabela 7 - Valores de coeficientes de rugosidade (119899) de Manning para canais naturais (Ven Te Chow 1959)

As geometrias das pontes de acordo com o levantamento foram inseridas

O software HEC-RAS (USACE 2010a e 2010b) exige a adiccedilatildeo de duas seccedilotildees

transversais proacuteximas uma imediatamente a montante e outra imediatamente a

jusante da estrutura (da ponte) Nas seccedilotildees transversais de montante e jusante

foram considerados coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo respectivamente iguais a

030 e 050 que de acordo com o Manual Hidraacuteulico do software HEC-RAS

correspondem aos coeficientes aplicados a seccedilotildees tiacutepicas de pontes

Definida a geometria do problema estabeleceu-se o regime de simulaccedilatildeo

baseado no regime de escoamento natildeo-permanente

149

O desempenho do HEC-RAS mostrou-se insatisfatoacuterio para a quantidade de

seccedilotildees inseridas muito provavelmente devido a quantidade de meandros

Consequentemente mais testes precisaratildeo ser realizados A parte montante do

trecho rio Negrinho simulado foi simplificado considerando-se a inserccedilatildeo da vazatildeo e

supondo-se apenas uma seccedilatildeo a montante

Foram testados diferentes valores de rugosidade mas natildeo houve alteraccedilatildeo

significativa no niacutevel dacuteaacutegua

Os resultados do HEC-RAS utilizando as vazotildees estimadas produziram uma

inundaccedilatildeo na regiatildeo cuja cota meacutedia foi de 79307 m (FIGURA 90) bem acima dos

7918 m registrados na seccedilatildeo localizada na estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do

SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico Os fatores que

podem ter influenciado nessa discrepacircncia de valores podem ser

i) Devido agrave falta de dados de topobatimetria da regiatildeo da afluecircncia do rio

Negrinho no rio Negro foi utilizado uma estimativa da seccedilatildeo tranversal

considerando uma seccedilatildeo trapezoidal

ii) A vazatildeo diaacuteria estimada pode estar superestimada

iii) O eixo do escoamento baseada na calha principal do rio em codiccedilotildees

normais apresenta muita sinuosidade que em cheia passa a ter um

comportamento distinto

FIGURA 90 ndash Resultado Simulaccedilatildeo REC-HAS (Autor 2017)

150

Os resultados apresentados aqui satildeo apenas norteadores do potencial do

modelo HEC RAS nas atividades operacionais de previsatildeo de inundaccedilotildees devendo

o modelo ser ajustado calibrado e atualizado periodicamente

Em situaccedilotildees de inundaccedilatildeo o modelo mostrou que a inundaccedilatildeo do rio Negro

eacute um fator que influencia fortemente na inundaccedilatildeo do rio Negrinho Portando na

continuaccedilatildeo dos estudos de inundaccedilatildeo do rio Negrinho eacute imprescindiacutevel os estudos

do rio Negro

151

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NO RIO

Os resiacuteduos soacutelidos (lixos) interferem no escoamento das aacuteguas dos rios e

causam alagamentos e em situaccedilatildeo de inundaccedilotildees muitas vezes funcionam como

tamponamento afetando o niacutevel das aacuteguas que se elevam agravando o problema

Em conjunto os esgotos lanccedilados diretamente no rio e na drenagem pluvial podem

aumentar o nuacutemero de doenccedilas hiacutedricas durante os eventos de inundaccedilotildees

Neste capiacutetulo satildeo abordados os procedimentos para limpeza e eliminaccedilatildeo

desses problemas

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS

Foram desenvolvidos procedimentos para retirada de lixo do leito e das

margens dos rios para melhorar o fluxo das aacuteguas Muito do lixo encontrado poderia

ter sido tratado como resiacuteduo soacutelido sendo aproveitado no sistema produtivo desde

que tivesse tido a destinaccedilatildeo adequada apoacutes o uso

Durante os procedimentos de mediccedilatildeo especialmente das seccedilotildees

transversais foram percorridos aproximadamente 80 km de margens do rio

Negrinho rio Serrinha rio dos Bugres e rio Negro nos quais foram feitas algumas

constataccedilotildees tais como existecircncia de quantidade significativa de lixo nas margens

desses rios enroscados nas aacutervores ou flutuando sobre a aacutegua de onde se conclui

que haacute tambeacutem muito lixo submerso Encontrou-se desde vaso sanitaacuterio (proacuteximo a

captaccedilatildeo do SAMAE) sofaacute cama e ateacute pneu de trator (fundos da Escola Estadual de

Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega) Os materiais plaacutesticos de todos os tipos foram os

predominantes no cenaacuterio

Os procedimentos de limpeza foram precedidos de programas e campanhas

de conscientizaccedilatildeo bem como da aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo vigente uma vez que soacute

retirar o lixo do rio sem tratar da causa principal que eacute o comportamento dos

muniacutecipes natildeo resolve o problema Natildeo se trata apenas dos ribeirinhos mas

tambeacutem daqueles que moram nas regiotildees mais altas Todos satildeo cuacutemplices e

responsaacuteveis pelo que eacute jogado em local inadequado na rua nas galerias pluviais

em qualquer lugar que tem como destino final os rios O lixo encontrado no rio vem

152

de todos os bairros e natildeo apenas dos ribeirinhos A rede de drenagem pluvial eacute o

principal conduto para o transporte de lixo e esgoto ateacute o rio

Os problemas de mau funcionamento da rede de drenagem pluvial decorrem

do lixo que eacute jogado a ceacuteu aberto ou eacute inadequadamente disposto e que acaba indo

parar nas tubulaccedilotildees de aacuteguas pluviais O que natildeo causa entupimento e mau

funcionamento vai direto para os rios

Natildeo eacute somente o tamanho do lixo a xepa de cigarro o papel de bala e a lata

de cerveja ou refrigerante jogados em locais inapropriados accedilotildees ainda muito

comuns e vistas diariamente poluem os rios em conjunto com o vaso sanitaacuterio o

pneu de trator e demais lixos Eacute preciso entender que o barro do veiacuteculo lavado em

frente a casa segue pelas galerias pluviais e vai contribuir no assoriamento dos rios

O primeiro passo para resolver a questatildeo do lixo eacute parar com a sua

deposiccedilatildeo em locais inapropriados tratando a causa e natildeo o efeito Isso passa

necessariamente por campanhas de conscientizaccedilatildeo mas tambeacutem pela puniccedilatildeo aos

infratores Natildeo haacute sociedade organizada sem regras sendo cumpridas

Uma vez cessada a deposiccedilatildeo de lixo pode-se iniciar a retirada do lixo das

margens primeiramente aquele que estaacute enroscado em aacutervores e depois os que

estatildeo nos leitos maior e na planiacutecie de inundaccedilatildeo FIGURA 91

Todos esses trabalhos devem ser executados de montante para jusante em

etapas e com equipes treinadas e qualificadas com o uso de EPIacutes uma vez que

durante o processo de levantamento das seccedilotildees transversais verificou-se a

presenccedila de capivaras nas margens dos rios e com elas a presenccedila do Carrapato

Estrela da capivara que transmite a Febre Maculosa ou Febre do Carrapato

O planejamento que precede esses procedimentos de limpeza deve prever

os locais de amontoamento do lixo retirado nos quais o mesmo deveraacute permanecer

o menor tempo possiacutevel sendo encaminhado ao seu destino final seja ele a

reciclagem (quando possiacutevel) o aterro sanitaacuterio ou o aterro industrial

153

FIGURA 91 ndash Lixo no rio Negrinho (a) (b) e (c) fundos do Coleacutegio Satildeo Joseacute ndash margem esquerda e Empresa Transportadora Seka ndash margem direita (d) resultado

de campanha de coleta de lixo no rio Negrinho (Autor 2016)

Iniciativas como a do Nugravecleo de Meio Ambiente da Associaccedilatildeo Comercial e

Industrial de Rio Negrinho ndash ACIRNE FIGURA 92 satildeo extremamente vaacutelidas como

forma de conscientizaccedilatildeo Essa accedilotildees devem ser intensificadas procurando expor

os danos ambientais causados pelo comportamento inadequado dos muniacutecipes e

formando as novas geraccedilotildees de indiviacuteduos mais conscientes

Nesta campanha participaram aproximadamente 30 pessoas e o periacuteodo de

duraccedilatildeo foi de 4 horas coletando cerca 15 tonelada de lixo

154

FIGURA 92 ndash Campanha de Limpeza do Rio Negrinho (Nuacutecleo Meio Ambiente da ACIRNE 2017)

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE PLUVIAL

O desenvolvimento de procedimentos relativos agrave eliminaccedilatildeo do esgoto

despejado diretamente no sistema de drenagem pluvial e nos rios deve ser

considerado a partir da entrada em operaccedilatildeo do novo Sistema de Esgotamento

Sanitaacuterio da cidade que vem sendo implantado pela autarquia municipal SAMAE ndash

Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico

Noventa por cento das ruas da aacuterea urbana tem rede implantada Essa rede

natildeo estaacute toda em operaccedilatildeo uma vez que estaccedilotildees elevatoacuterias ainda estatildeo sendo

construiacutedas No entanto a ETE - Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgoto localizada no

Bairro Vista Alegre e quinze estaccedilotildees elevatoacuterias jaacute estatildeo em operaccedilatildeo A ligaccedilatildeo no

sistema ainda natildeo eacute obrigatoacuteria Da mesma forma o contribuinte natildeo estaacute fazendo

nenhum tipo de pagamento pela disponibilizaccedilatildeo do serviccedilo Tanto a obrigatoriedade

da ligaccedilatildeo quanto o pagamento deveratildeo ocorrer em breve

155

Verifica-se que haacute uma infinidade de tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio das

edificaccedilotildees despejando diretamente no leito dos rios Aleacutem destas haacute tambeacutem

muitas tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio e aacuteguas servidas que satildeo despejadas

diretamente nas redes de aacuteguas pluviais FIGURA 93 Isso explica porque eacute possiacutevel

perceber claramente a mudanccedila de cor e de odor da aacutegua dos rios agrave medida que

ela passa pela aacuterea urbana A aacutegua dos rios vai adquirindo a cor acinzentada

Outro procedimento bastante comum que contamina o lenccedilol freaacutetico e por

consequecircncia a aacutegua dos rios eacute o despejo de esgoto primaacuterio em antigos poccedilos que

foram desativados depois da implantaccedilatildeo da rede de aacutegua tratada transformando-

os em sumidouros Por fim a utilizaccedilatildeo bastante frequente de sumidouros sem a

utilizaccedilatildeo de tanques seacutepticos e filtros

A entrada em operaccedilatildeo da rede de esgotamento sanitaacuterio aleacutem de melhorar

significativamente a qualidade de vida e especialmente a sauacutede dos muniacutecipes eacute

uma oportunidade para solucionar todos esses problemas que sem duacutevida refletiratildeo

na qualidade das aacuteguas dos rios

Uma vez disponibilizada a rede salvo condiccedilotildees topograacuteficas impeditivas a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto de cada edificaccedilatildeo no sistema seraacute obrigatoacuteria tanto

quanto o pagamento pelos serviccedilos Condiccedilotildees e tarifas especiais podem ser

implementadas poreacutem uma vez disponibilizado o sistema tudo o que deixar de ser

encaminhado para ele configuraraacute crime ambiental

Novamente campanhas de conscientizaccedilatildeo seratildeo imprescindiacuteveis aleacutem do

apoio e da determinaccedilatildeo dos poderes constituiacutedos A fiscalizaccedilatildeo e a penalizaccedilatildeo

satildeo ferramentas que faratildeo parte desse processo A populaccedilatildeo precisa entender a

importacircncia de fazer sua ligaccedilatildeo no sistema Dos ganhos em relaccedilatildeo agrave sauacutede e do

meio ambiente

156

FIGURA 93 ndash Ligaccedilotildees esgoto no rio Negrinho e na drenagem pluvial (Autor 2016)

157

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO

As aacuteguas das chuvas produzem escoamento superficial subsuperficial e de

base e satildeo processos naturais que ocorrem com certa periodicidade podendo levar

algumas deacutecadas entre eventos de inundaccedilotildees A falta e a perda de lembranccedila dos

desastres passados aliado a expansatildeo imobiliaacuteria e falta de conhecimento dos

fenocircmenos envolvidos levaram as pessoas a ocupar as aacutereas sucetiacuteveis ao

transbordamento dos rios planiacutecies de inundaccedilatildeo Obras civiacutes foram erguidas

ficando sujeitas agraves inundaccedilotildees e aos consequentes prejuiacutezos

Com vista para mitigaccedilatildeo dos efeitos das inundaccedilotildees elaborou-se a

proposta do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ndash PAE

A Metodologia do PAE consiste em

1) Definir as caracteriacutesticas da chuva para ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

2) Delimitar a aacuterea de ocorrecircncia do problema a inundaccedilatildeo

3) Elaborar mapas de inundaccedilatildeo

4) Configurar a estrutura do PAE atraveacutes da definiccedilatildeo de procedimentos de

notificaccedilatildeo agrave Defesa Civil atribuiccedilotildees e responsabilidades

5) Definir as accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

6) Submeter o PAE aos teacutecnicos dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela defesa civil para

apreciaccedilatildeo e melhoria

7) Implementar um estudo de caso no Coleacutegio Satildeo Joseacute de Rio NegrinhoSC

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO

Desde 1983 no 5ordm Regimento de Carros de Combate do Exeacutercito Brasileiro

e a partir de 1992 na Secretaria Municipal de Reconstruccedilatildeo da Prefeitura Municipal

de Rio Negrinho o autor vem acompanhando os eventos de chuvas intensas e

inundaccedilotildees nessa regiatildeo e algumas caracteriacutesticas foram percebidas conforme

descritas a seguir

A chuva para ocasionar inundaccedilatildeo deve ser precedida por um periacuteodo de

chuvas intensas que possa elevar o niacutevel do lenccedilol freaacutetico minizando a capacidade

de infiltraccedilatildeo do solo por saturaccedilatildeo e aumentando o escoamento superficial e a

consequente ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

158

Aleacutem de intensidade elevada da chuva o seu tempo de duraccedilatildeo tambeacutem

deve ser longo Com relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo no espaccedilo essa chuva natildeo pode se

restringir somente agrave bacia do rio Negrinho Ela deve atingir toda a bacia do alto rio

Negro compreendendo tambeacutem a bacia do rio Negrinho seus afluentes bem como

o rio Preto e outros rios importantes e seus afluentes

Pela ausecircncia de monitoramento essas carcateriacutesticas observadas satildeo

apenas informaccedilotildees qualitativas

A aacuterea de abrangecircncia do PAE foi definida pela delimitaccedilatildeo do periacutemetro

urbano municipal e pelos locais de atingimento registrados na inundaccedilatildeo do ano de

1992 que teve como altitude maacutexima 792 m A mancha de inundaccedilatildeo de 1992 estaacute

apresentada na FIGURA 94

159

FIGURA 94 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE (PMRN 2014)

160

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo

Tendo por referecircncia os niacuteveis do levantamento aerofotogrameacutetrico

realizado em 2004 o Plano Diretor do municiacutepio e as imagens do Google Earth

foram gerados mapas de inundaccedilatildeo relacionados agraves cotas FIGURA 95 a

FIGURA 99

A FIGURA 100 apresenta a sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas

de Inundaccedilatildeo cotas 787 790m e 792m

Na comparaccedilatildeo das FIGURA 101 e FIGURA 102 se observa que os

mapas de inundaccedilatildeo produzidos pela equipe teacutecnica da prefeitura municipal

com base nos registros efetuados durante as maiores inundaccedilotildees tem muita

proximidade comas manchas de inundaccedilatildeo produzidas por GIGLIO (2010) para

o ano correspondente de 1992

As demais manchas de inundaccedilatildeo apresentadas por GIGLIO relativas

aos registros de inundaccedilotildees de menor cota maacutexima enfatizam que mesmo

nessas condiccedilotildees o atingimento na aacuterea urbana eacute significativo tendo como

consequecircncia muitos danos e prejuiacutezos

161

FIGURA 95 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 781 (PMRN 2014)

162

FIGURA 96 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 784 (PMRN 2014)

163

FIGURA 97 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 787 (PMRN 2014)

164

FIGURA 98 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 790 (PMRN 2014)

165

FIGURA 99 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 792 (PMRN 2014)

166

FIGURA 100 ndash Sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas de Inundaccedilatildeo cotas 787 (ciano) 790m (azul claro) e 792m (azul escuro)

(PMRN 2016)

167

FIGURA 101 ndash Detalhe aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho

(PMRN 2017)

168

FIGURA 102 ndash Aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho (Giglio 2010)

169

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE

O organograma da FIGURA 103 apresenta a estrutura do PAE Ele foi

elaborado tendo como referecircncias as experiecircncias nas grandes inundaccedilotildees de 1983

1992 2014 e 2015

Como se trata de um municiacutepio 40000 habitantes natildeo haacute a possibilidade

de se manter uma estrutura permanente Assim durante os eventos a estrutura

administrativa existente se adapta para assumir as funccedilotildees do PAE

Aleacutem da estrutura administrativa eacute essencial que a comunidade

especialmente aquela que estaacute em aacutereas inundaacuteveis esteja cada dia mais

preparada para esses eventos Nesse sentido eacute imprescindiacutevel que cada edificaccedilatildeo

localizada nessas aacutereas tenha o PAE Depois de trecircs grandes inundaccedilotildees muito

proacuteximas 1983 1992 e 2014 a maioria dos moradores sabe como agir em situaccedilatildeo

de emergecircncia com base na memoacuteria da uacuteltima inundaccedilatildeo

Os eventos apresentam caracteriacutesticas distintas entre si mas o atingimento

do niacutevel da aacutegua pode apresentar relaccedilotildees significativas entre a quantidade de

chuva e sua resposta Isto poderaacute ser estudado no futuro com os dados do novo

sistema de monitoramento hidroloacutegico a partir da obtenccedilatildeo de seacuteries hidroloacutegicas

suficientemente longas com eventos de cheia

Alteraccedilotildees no uso e ocupaccedilatildeo do solo e tambeacutem as mudanccedilas climaacuteticas

podem alterar as medidas de accedilotildees aqui propostas necessitando de avaliaccedilatildeo e

reformulaccedilatildeo peroacutedicas

Com a inundaccedilatildeo de 2014 aprendeu-se muito sobre a necessidade e a

importacircncia de levar a informaccedilatildeo qualificada e em tempo real a todos os muniacutecipes

Com os meios de comunicaccedilatildeo que dispomos hoje essa tarefa eacute muito facilitada

poreacutem natildeo pode ser negligenciada o que enfatiza a importacircncia da estrutura de

comunicaccedilatildeo durante esses eventos

Quanto mais organizados e melhor preparados menores seratildeo os danos e

os prejuiacutezos e mais raacutepido o restabelecimento da condiccedilatildeo de normalidade apoacutes o

abaixamento do niacutevel das aacuteguas

170

FIGURA 103 ndash Estrutura Organizacional de Resposta a Emergecircncias em Fevereiro de 2017

(Autor 2017)

171

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial

A equipe a ser acionada em situaccedilatildeo emergencial para tomada de decisotildees

durante todo o periacuteodo de inundaccedilatildeo desde o momento da identificaccedilatildeo da

ocorrecircncia ateacute a restauraccedilatildeo da normalidade eacute formada por

1) Supervisatildeo Geral do PAE - Prefeito Municipal e Vice Prefeito Municipal

2) Coordenaccedilatildeo Geral do PAE ndash Secretaacuteria de Planejamento e Meio Ambiente

3) Coordenaccedilatildeo Operacional do PAE ndash Coordenador Municipal da Defesa Civil e

Secretaacuterio de Accedilotildees Governamentais e Serviccedilos Puacuteblicos

4) Coordenaccedilatildeo de Apoio Operacional ndash Comandante do Corpo de Bombeiros

5) Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila ndash Comando da Poliacutecia Militar

6) Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico (Aacutegua e Esgoto) ndash Diretor Geral do

Samae

7) Coordenaccedilatildeo Energia Eleacutetrica ndash Diretor Escritoacuterio CELESC Rio Negrinho

8) Coordenaccedilatildeo de Sauacutede ndash Secretaacuteria de Sauacutede

9) Coordenaccedilatildeo de Infraestrutura Urbana ndash Secretaacuterio de Infraestrutura

10) Coordenaccedilatildeo de Assistecircncia Social ndash Secretaacuteria de Assistecircncia Social

11) Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo ndash Secretaacuteria de Educaccedilatildeo

12) Coordenaccedilatildeo do Distrito ndash Subprefeito do Distrito

13) Coordenaccedilatildeo de Financcedilas ndash Secretaacuterio de Financcedilas

14) Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo ndash Assessor de Comunicaccedilatildeo

15) Coordenaccedilatildeo de NUPDECS ndash Engenheiro Defesa Civil

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador

As Coordenaccedilotildees de Apoio Operacional Comando do Corpo de Bombeiros

e a Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila Comando da Poliacutecia Militar aleacutem das suas

atividades normais satildeo respectivamente responsaacuteveis nos resgates e no transporte

por barcos e na seguranccedila das edificaccedilotildees atingidas dos edifiacutecios puacuteblicos na

distribuiccedilatildeo de alimentos roupas e cobertores e nos locais de alojamento de

desabrigados

A Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico Diretor Geral do SAMAE que

controla esta autarquia municipal tem a atribuiccedilatildeo de manter o abastecimento de

172

aacutegua controlando os rompimentos de tubulaccedilatildeo sob a aacutegua de forma a manter o

abastecimento de aacutegua bem como gerenciar as estaccedilotildees elevatoacuterias do sistema de

esgotamento sanitaacuterio que ficam sob as aacuteguas Da mesma forma a Coordenaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica Gerente do escritoacuterio local da CELESC tem como funccedilatildeo a

manutenccedilatildeo do fornecimento de energia nas aacutereas natildeo atingidas bem como os

cortes e desligamentos nas aacutereas alagadas

A Coordenaccedilatildeo da Sauacutede secretaacuteria de sauacutede tem a atribuiccedilatildeo de manter o

atendimento nos postos de sauacutede aleacutem de todos os atendimentos emergenciais

decorrentes do evento

Ao Coordenador de Infraestrutura secretaacuterio de infraestrutura cabe a

manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo das vias puacuteblicas pontes e a drenagem pluvial na aacuterea

urbana aleacutem do transporte de pertences dos moradores que vatildeo sendo desalojados

Baixadas as aacuteguas a limpeza e a remoccedilatildeo e o transporte dos entulhos e bens

moacuteveis danificados pela inundaccedilatildeo

A Coordenaccedilatildeo de Assistencia Social secretaacuteria de assitencia social cabe a

funccedilatildeo de arrecadar receber organizar e distribuir alimentos roupas colchotildees e

cobertores A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo sempre contribui com este trabalho uma

vez que esses processos sempre acontecem nas escolas

Agrave Coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo secretaria de educaccedilatildeo cabe gerenciar o

funcionamento das escolas coordenando a utilizaccedilatildeo destas e dos ginaacutesios de

esportes como abrigos para desabrigados Auxilia a Coordenaccedilatildeo de Assitecircncia

Social na distribuiccedilatildeo de alimentos roupas conchotildees e cobertores

Cabe agrave Coordenccedilatildeo do Distrito da Volta Grande subprefeito da Volta

Grande ainda que natildeo existam aacutereas inundaacuteveis no distrito a recuperaccedilatildeo das

estradas e pontes do interior que normalmente ficam bastante prejudicadas em

funccedilatildeo dos periacuteodos prolongados de chuva que estatildeo associados agraves inundaccedilotildees

A Coordenaccedilatildeo de Financcedilas secretaacuterio de financcedilas tem como atribuiccedilatildeo a

obtenccedilatildeo de recursos onde conta com o apoio da Supervisatildeo Geral nas figuras do

prefeito e vice-prefeito para fazer frente agraves accedilotildees de recuperccedilatildeo do municiacutepio agrave

condiccedilatildeo de normalidade

A Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo assessoria de imprensa tem a funccedilatildeo

primordial de divulgar todos os boletins oficiais da defesa civil previsotildees do tempo

173

alertas chamadas e informaccedilotildees pertinentes Responde ainda por todos os tipos de

exclarecimentos muito necessaacuterios durante os eventos por conta de todo tipo de

informaccedilatildeo improcedente que acaba sendo divulgada

A Coordenaccedilatildeo dos NUPDECS Nuacutecleos de Prevenccedilatildeo e Defesa Civil

engenheiro da defesa civil tem atribuiccedilatildeo permanente de repassar as informaccedilotildees

efetuar treinamentos organizar os nuacutecleos existentes organizar a criaccedilatildeo de novos

nuacutecleos de forma que estejam cada vez mais preparados para os eventos e se

ajudem mutuamente

915 Fluxograma de Acionamento do PAE

O acionamento do PAE deve respeitar um sequecircncia loacutegica de

procedimentos e avaliaccedilotildees que levam em consideraccedilatildeo a estrutura organizacional

de respostas a emergecircncias utilizando-se de criteacuterios e informaccedilotildees teacutecnicas e de

campo FIGURA 104

174

FIGURA 104 ndash Fluxograma de Acionamento do PAE (Autor 2017)

175

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias

NORMAL

- Natildeo haacute indiacutecios de inundaccedilatildeo

- Natildeo houve um periacuteodo prolongado de chuva que pudesse reduzir a

capacidade de absorccedilatildeo do solo

- Quando a chuva prevista e o niacutevel monitorado estatildeo dentro da normalidade

- O niacutevel dos rios estaacute estabilizado

ATENCcedilAtildeO

- Quando houve um periacuteodo prolongado de chuvas e o solo estaacute com a sua

capacidade de absorccedilatildeo reduzida

- Quando houver previsatildeo de chuva intensa ou extrema que possa ocasionar

inundaccedilatildeo

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78600m e a cota de 300 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Os niacuteveis dos rios estatildeo subindo

- Acionamento do PAE coordenaccedilatildeo geral para uma avaliaccedilatildeo e possiacutevel

acionamento da estrutura operacional

ALERTA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ATENCcedilAtildeO

- Previsatildeo de chuvas de intensidade elevada e por periacuteodo prolongado

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78650m e a cota de 350 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Apoacutes avaliaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo geral e convocaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo

operacional e das demais coordenaccedilotildees

EMERGEcircNCIA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ALERTA

- Efetivaccedilatildeo de chuva igual ou maior ao previsto

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78700m e a cota de 400 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE a partir da qual extravasa o

seu leito e comeccedila a invadir ruas e imoacuteveis

- Coordenaccedilatildeo operacional e demais coordenccedilotildees do PAE iniciam suas

atividades e accedilotildees de preparaccedilatildeo da estrutura de atendimento e mitigaccedilatildeo da

inundaccedilatildeo

176

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

1 - A legislaccedilatildeo vigente no Plano Diretor veda a construccedilatildeo de edificaccedilotildees

residenciais abaixo da cota de niacutevel 79200m Essa vedaccedilatildeo pode ser estendida a

todas as edificaccedilotildees incluindo incentivos para a populaccedilatildeo atingida a procurar aacutereas

seguras

2 ndash Instituiccedilatildeo da obrigatoriedade de um Plano de Accedilotildees de Emergecircncia a

todas as edificaccedilotildees com o niacutevel teacuterreo abaixo da cota de niacutevel 79200m assim

como eacute obrigatoacuterio o projeto preventivo contra incecircndio para edificaccedilotildees comerciais

3 ndash Limpeza e desassoreamento da calha dos rios precedida por accedilotildees de

conscientizaccedilatildeo para que a populaccedilatildeo se conscientize de que o rio natildeo eacute lugar de

jogar resiacuteduos (lixo) e os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos devem ser coletados

adequadamente Primeiro eacute preciso tratar a causa para depois tratar o efeito

Enfatizar que os resiacuteduos deixados nas ruas podem ser arrastados pelas

enxurradas para os bueiros e leitos dos rios dificultando eou obstruindo a passagem

da aacutegua da chuva

4 - Eliminar pontos de estrangulamento nos leitos dos rios e coacuterregos como

pontes e bueiros mal dimensionados para melhorar o fluxo da aacutegua e minimizar a

elevaccedilatildeo do niacutevel da aacutegua

A ponte na Rua Jorge Zipperer FIGURA 105 proacutexima agrave Igreja Matriz eacute o

exemplo mais evidente disso onde haacute uma reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal

do rio Negrinho de 1685 metros para 990 metros

5 ndash Promover treinamentos atraveacutes de simulaccedilotildees e debates sobre os

problemas de inundaccedilatildeo para aperfeiccediloar o PAE do municiacutepio e os PAEs de cada

edificaccedilatildeo

6 ndash Ampliar a criaccedilatildeo de Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil ndash NUPDECS

estruturando e organizando esses grupos promovendo encontros e troca de

177

informaccedilotildees Os nuacutecleos satildeo uma forma de organizaccedilatildeo da comunidade que

incentiva a ajuda muacutetua e minimiza a dependecircncia da estrutura puacuteblica

FIGURA 105 ndash Estrangulamento Ponte Igreja Matriz ndash Reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal do rio de 1685m para 990m da ponte

(Autor 2017)

7 - Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS

associando diferentes grupos a cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no

MDT entre as cotas de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de

abandono do local e retirada de pertences

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de

Rio NegrinhoSC

Apoacutes a inundaccedilatildeo de 2014 a direccedilatildeo do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de Rio

NergrinhoSC solicitou auxiacutelio a Defesa Civil buscando se organizar e estruturar

178

melhor para futuros eventos dadas as dificuldades ocorridas e os prejuiacutezos enormes

a que a instituiccedilatildeo teve que arcar

Num primeiro momento o foco foi na limpeza e na recuperaccedilatildeo das

estruturas danificadas (alvenarias pisos instalaccedilotildees eleacutetricas e hidraacuteulicas) bem

como a substituiccedilatildeo da mobiacutelia e e dos equipamentos com a escolha de materiais

adequados considerando novos eventos

No momento seguinte redefiniu-se o layout da escola mudando a estrutura

administrativa e documental para niacuteveis superiores fora da cota maacutexima de

inundaccedilatildeo Os niacuteveis inferiores passaram a ser utilizados somente como salas de

aula com mobiacutelia adequada de faacutecil limpeza e recuperaccedilatildeo permitindo uma faacutecil

retirada dos equipamentos

Por fim formatou-se o PAE sob a forma de um documento definindo-se uma

cota e as condiccedilotildees de acionamento planilhando-se todos os contatos telefones e

atribuiccedilotildees desde o acionamento ateacute o restabelecimento das condiccedilotildees de

normalidade

Esse PAE foi testado e aperfeiccediloado nas duas inundaccedilotildees de outubro de

2015 ainda que tenham sido pequenas inundaccedilotildees

Do relato da direccedilatildeo da escola conclui-se que passar por esses eventos

sabendo previamente o que fazer aleacutem de minimizar danos e prejuiacutezos torna todo o

processo menos traumaacutetico e estressante

92 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se que o PAE deva ser testado analisado e avaliado em

situaccedilatildeo real de emergecircncia de inundaccedilatildeo Tanto o processo como um todo como

os procedimentos em separado devam ser aprimorados corrigindo falhas e

buscando melhorar o desempenho

Periodicamente o PAE deveraacute ser revisto principalmente pela dinacircmica do

comportamento das chuvas e da transformaccedilatildeo urbana bem como introduzir novas

tecnologias ou metodologias

A atualizaccedilatildeo da estrututura organizacional do PAE tambeacutem deve ser

constante por se tratar de um oacutergatildeo puacuteblico em que as atribuiccedilotildees e

179

responsabilidades estatildeo vinculadas a cargos que sofrem com relativa frequecircncia

substituiccedilatildeo nos seus ocupantes Cabe agrave coordenaccedilatildeo geral do PAE natildeo soacute a

atualizaccedilatildeo dos quadros mas tambeacutem o repasse das informaccedilotildees das atribuiccedilotildees e

das responsabilidades

180

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

Os sistemas de informaccedilotildees desenvolvidos neste trabalho visam falicitar o

acesso dos cidadatildeos agrave informaccedilatildeo oficial e qualificada durante todo o evento de

inundaccedilatildeo desde as primeiras informaccedilotildees relacionadas agraves previsotildees durante a

ocorrecircncia da inundaccedilatildeo e apoacutes no periacuteodo de recuperaccedilatildeo e retorno agrave condiccedilatildeo de

normalidade

Foram desenvolvidos os seguintes sistemas

i) Paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho na internet

ii) Grupos de WhatsApp

iii) Paacutegina Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais na Internet

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET

As grandes inundaccedilotildees em especial a grande inundaccedilatildeo de 2014 mostrou

que a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo eacute uma grande ferramenta a ser usada como forma

de minimizar os danos e prejuiacutezos causados por esses eventos

Foi verificada a necessidade de fazer chegar ao cidadatildeos de forma mais

faacutecil e acessiacutevel possiacutevel as informaccedilotildees de previsatildeo do tempo niacutevel dos rios que

possam auxiliar na tomada de decisotildees durante os eventos de cheias

Nesse sentido definiu-se pela criaccedilatildeo de 05 banners FIGURA 106 na

paacutegina inicial da Defesa Civil de Rio Negrinho com os principais links que datildeo

acesso agraves seguintes informaccedilotildees

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

- Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash COPEL

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET(Battistella)

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

A disponibilizaccedilatildeo das informaccedilotildees de niacutevel eacute feita atraveacutes de um link com o

site do CEMADEN Esse niacutevel eacute monitorado no rio Negrinho no local da Ponte do

181

Ipiranga entre as Ruas Martin Zipperer e Roberto Ferreira de Lima no Bairro Alegre

logo a jusante da captaccedilatildeo do SAMAE

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

A previsatildeo das condiccedilotildees do tempo eacute obtida no site wwwforecacom onde

se encontram disponiacuteveis informaccedilotildees das condiccedilotildees do tempo e dados da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica do Aeroporto Afonso Pena em Curitiba- PR

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL

Link com o site da COPEL no qual podem ser acessadas as estaccedilotildees

hidroloacutegicas que monitoram o rio Negro localizadas em Fragosos a montante de Rio

Negrinho e Rio Negro a jusante

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

O link no site da EPAGRICIRAM permite o acesso aos dados e

informaccedilotildees monitoradas nas seguintes estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Rudnick ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Souza ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Foz do Rio Negrinho (FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Ponte do Lageado ndash Rio Negro (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Rio dos Bugres (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio dos Bugres

- Temperatura Instantacircnea do Ar [ordmC]

- Total de chuva acumulada nas uacuteltimas 72 horas 100 [mm]

- Umidade Relativa Instantacircnea []

- Molhamento Foliar

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET (Battistella)

- Temperatura do Ar ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [ordmC]

- Umidade Relativa ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten []

- Ponto de Orvalho ndash Instantacircneo Maacutex e Miacuten [ordmC]

182

- Pressatildeo ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [hPa]

- Velocidade e direccedilatildeo do vento [ms]

- Radiaccedilatildeo Solar [kJmsup2]

- Precipitaccedilatildeo [mm]

FIGURA 106 ndash Paacutegina Defesa Civil de Rio Negrinho ndash Sistema de Monitoramento (Autor 2016)

102 GRUPOS DE WHATSAPP

Como forma de transmitir o mais raacutepido possiacutevel as informaccedilotildees repassadas

pelas Coordenadorias Regionais de Defesa Civil do Estado foram criados dois

grupos de WhatsApp FIGURA 107 que publicam diariamente o mesmo conteuacutedo

Previsatildeo do tempo alertas niacuteveis dos rios cotas de inundaccedilatildeo pontos de

183

alagamento e toda a informaccedilatildeo pertinante para prevenccedilatildeo durante os eventos e

fora deles

Diariamente satildeo publicados boletins de previsatildeo do tempo com informaccedilotildees

do Sistema EPAGRI-CIRAM e do SIMEPAR aleacutem de imagens de sateacutelites e do

Radar Meteoroloacutegico de Lontras A intenccedilatildeo aleacutem da informaccedilatildeo eacute familiarizar o

muniacutecipe que participa dos grupos com essas informaccedilotildees para que o mesmo

comece a fazer automaticamente a associaccedilatildeo entre as imagens a previsatildeo e o que

efetivamente vem a ocorrer Eacute um treiamento diaacuterio e constante

Durante os eventos de inundaccedilatildeo todo o tipo de informaccedilatildeo pertinente

circula pelos grupos desde a troca de informaccedilotildees quanto ao controle do niacutevel do

rio considerando que muitos moradores da margem tecircm reacuteguas de mediccedilatildeo

proacuteprias previsatildeo do tempo pedidos de socorro disponibilizaccedilatildeo de ajuda

seguranccedila compartilhada distritbuiccedilatildeo de alimentos e encaminhamento para

abrigos

184

FIGURA 107 ndash Grupos de WhatsApp ndash Defesa Civil Rio Negrinho (Autor 2017)

185

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS

A paacutegina Desastres Naturais na internet eacute

wwwdesastresnaturaiscombr

Em funccedilatildeo da realizaccedilatildeo de dois cursos de HEC-HMS e HEC-RAS e um

curso de Dam Break no Instituto de Engenharia do Paranaacute ndash IEP com a presenccedila

de profissionais de vaacuterias regiotildees do Brasil e tambeacutem do Paraguai definiu-se pela

criaccedilatildeo de um foacuterum de debates sobre o tema Desastres Naturais

Em parceria com o Departamento de Informaacutetica da Prefeitura do Municiacutepio

de Rio Negrinho e o patrociacutenio de empresas do Municiacutepio de Rio Negrinho iniciamos

a formataccedilatildeo de uma paacutegina e o registro de domiacutenio para a criaccedilatildeo desse foacuterum de

debates

O Desastres Naturais FIGURA 108 eacute uma comunidade (paacutegina em

desenvolvimento) e foacuterum para que profissionais possam interagir em temas

relacionados a todos os tipos de desastres naturais A plataforma digital inclui

diversas ferramentas de gerenciamento de uma comunidade online Eacute possiacutevel

postar projetos duacutevidas ou opiniotildees bem como eacute permitido comentar e votar nas

postagens

Os usuaacuterios podem criar perfis individuais com imagens e informaccedilotildees

baacutesicas Esses perfis tambeacutem oferecem estatiacutesticas do nuacutemero de comentaacuterios e

posts que cada pessoa fez

A plataforma eacute responsiva ou seja os usuaacuterios podem acessar do

computador tablet ou celular Isso possibilita que os usuaacuterios acompanhem e

comentem nas discussotildees de forma raacutepida de qualquer lugar atraveacutes de

dispositivos moacuteveis Aleacutem disso a plataforma utiliza as tecnologias mais modernas

em sua base como WordPress plataforma de gerenciamento de conteuacutedo que

alimenta o foacuterum O mesmo roda sobre tecnologia PHP com banco de dados

MySQL

186

FIGURA 108 ndash Paacutegina do Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais (Autor 2017)

187

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

A responsabilidade do desatre natural relacionado agrave inundaccedilatildeo de aacutereas

urbanas causado pelas ondas de cheias natildeo estaacute na elevaccedilatildeo do niacutevel das aacuteguas

de seus corpos hiacutedricos mas sim na invasatildeo ocupacional do leito maior e planiacutecies

de inundaccedilatildeo inicialmente por pequenas comunidades que ao longo do tempo

foram se desenvolvendo e formando cidades e metroacutepoles

As chuvas frentes frias e quentes rios voadores El Nintildeo La Nintildea satildeo

fenocircmenos da natureza que produzem eventos com os quais precisamos aprender a

conviver Desses eventos as inundaccedilotildees resultam em enormes danos e prejuiacutezos

Da avaliaccedilatildeo financeira conclui-se que os valores envolvidos satildeo de grande

monta e o impacto sobre as cidades atingidas satildeo enormes Qualquer accedilatildeo ou

medida mitigatoacuteria que possa reduzir esses valores deve ser necessariamente

implementada

A implantaccedilatildeo do sistema de monitoramento hidroloacutegico da bacia do rio

Negrinho eacute um dos resultados mais importantes deste trabalho Aleacutem de

disponibilizar informaccedilotildees em tempo real agrave comunidade que permitiratildeo orientar a

tomada de decisotildees durante os eventos de inundaccedilatildeo passou a gerar seacuteries

histoacutericas para futuros e melhores estudos hidroloacutegicos da bacia do rio Negrinho

A nova paacutegina de internet da Defesa Civil de Rio Negrinho desenvolvida a

partir de um dos objetivos deste estudo foi elaborada visando facilitar o acesso do

cidadatildeo comum ao novo sistema de monitoramento do rio Negrinho ao

monitoramento do rio Negro previsatildeo do tempo e aos iacutendices de pluviosidade das

estaccedilotildees da regiatildeo Ela eacute uma ferramenta de concentraccedilatildeo de informaccedilotildees

pertinentes num mesmo local e de facilitaccedilatildeo de acesso

A paacutegina na internet com o site ldquoDesastres Naturaisrdquo ainda em

desenvolvimento objetiva fomentar e divulgar foacuteruns debates e discussotildees de alto

niacutevel entre pesquisadores poreacutem com acesso ao puacuteblico permitindo a interaccedilatildeo

entre estes e aqueles tornando-se uma referecircncia de informaccedilatildeo qualificada

Os grupos de WhatsApp se tornaram uma ferramenta imprescindiacutevel de

comunicaccedilatildeo com a capacidade de levar informaccedilotildees quase que em tempo real a

toda comunidade fazendo com que os usuaacuterios se habituem com os alertas e as

imagens de sateacutelite e de radar meteoroloacutegico e as informaccedilotildees contidas tornando-

188

as capazes de relacionar essas imagens com os eventos de chuvas e ondas de

cheias

As campanhas e os procedimentos para eliminar o lixo e o esgoto dos

nossos rios satildeo importantes tendo sido realizados procedimentos e limpeza do rio

Negrinho O grande desafio poreacutem eacute a conscientizaccedilatildeo de toda populaccedilatildeo gerando

um novo comportamento social de proteccedilatildeo e preservaccedilatildeo do meio ambiente neste

estudo a aacutegua

A simulaccedilatildeo hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para a inundaccedilatildeo de

2014 atraveacutes do HEC-RAS permitiu uma anaacutelise do comportamento hidrodinacircmico

e pode possibilitar simulaccedilotildees de vazotildees maiores que as registradas para prevenccedilatildeo

e ajuste e atualizaccedilatildeo do PAE

O piloto de PAE desenvolvido neste trabalho a partir da experiecircncia

acumulada pelo autor em trecircs grandes inundaccedilotildees apoacutes testado e avaliado deve

ser complementado e atualizado constantemente A ideacuteia do PAE deve ser

propagada Cada edificaccedilatildeo na aacuterea inundaacutevel precisa ter o seu PAE

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS

A recomendaccedilatildeo mais eficaz eacute sair da aacuterea de inundaccedilatildeo Na

impossibilidade ou na opccedilatildeo de natildeo sair eacute preciso adaptar-se e aprender a conviver

com a inundaccedilatildeo

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo

- Implantaccedilatildeo do Plano de Accedilotildees de Emergecircncia no Municiacutepio

- Melhorar o sistema de comunicaccedilatildeo de forma que os muniacutecipes recebam o maacuteximo

de informaccedilatildeo possiacutevel e que seja compreensiva e efetiva O treinamento constante

e a incorporaccedilatildeo como atividade nas escolas devem ser implementados ateacute que se

torne rotina na vida do cidadatildeo

- Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS separados em

grupos por cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no MDT entre as cotas

189

de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de abandono do local e

retirada de pertences

- Obrigatoriedade de que cada imoacutevel que tenha seu piso teacuterreo localizado abaixo da

cota 792 (cota da maacutexima inundaccedilatildeo ocorrida) tenha um Plano de Accedilotildees de

Emergecircncia para Inundaccedilatildeo no qual devem estar definidos todos os procedimentos

de abandono do local e retirada de pertences bem como locais de armazenamento

permanecircncia e forma de transporte

- Recuperaccedilatildeo e limpeza (dragagem) dos rios precedida de campanhas de

conscientizaccedilatildeo para que a comunidade deixe de jogar lixo e esgoto nos rios e

drenagem pluvial

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES

Diante da impossibilidade de relocar uma cidade conviver com as

inundaccedilotildees eacute estar preparado para a certeza de que de tempos em tempos

(periacuteodos de recorrecircncia) as inundaccedilotildees retornaratildeo muito provavelmente com uma

frequecircncia maior

Os materiais uitlizados na reforma das edificaccedilotildees atingidas devem levar

em consideraccedilatildeo esses eventos com relaccedilatildeo a resistecircncia agraves inundaccedilotildees de forma

permitir o retorno a normalidade no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

Moacuteveis e objetos devem ser facilmente manipulaacuteveis e facilmente

transportaacuteveis Locais de armazenamento e veiacuteculos de transporte devem estar preacute-

definidos e disponiacuteveis

Devem ser definidos previamente procedimentos para todas essas

operaccedilotildees Isso tornaraacute a obrigatoriedade de conviver com as inundaccedilotildees menos

dolorosa e minimizaraacute danos e prejuiacutezos

Essas recomendaccedilotildees de alguma forma compotildeem o PAE que deve ser

utilizado pelos ocupantes das edificaccedilotildees abaixo da cota da maacutexima inundaccedilatildeo

ocorrida

190

REFEREcircNCIAS

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2016

197

APEcircNDICES

198

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

199

FIGURA 109 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 01 (Autor 2016)

(a) Estaccedilatildeo Fazenda Souza

(b) Ponte Ipiranga

(c) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(d) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(e) Ponte Cofermaco

(f) Ponte Igreja Matriz

200

FIGURA 110 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 02 (Autor 2016)

(a) Ponte Pecircncil Miner

(b) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(c) Ponte BR-280

(d) rio Serrinha

(e) Casa Ronconi

(f) Prefeitura Velha

201

FIGURA 111 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 03 (Autor 2016)

(a) Casa Riguetto

(b) Lagoa do Boi II

(c) Fundos Degas

(d) Tecircnis Clube

(e) Lagoa do Boi I

(f) Ferrovia

202

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO

203

FIGURA 112 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo SAMAE

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 2

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 3

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 4

204

FIGURA 113 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo e Ponte SAMAE (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 5

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 6

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 2

205

FIGURA 114 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 6

206

FIGURA 115 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante II e III (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante II 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante II 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 7

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 8

207

FIGURA 116 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante III e Helmuth Krambeck (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 9

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 1

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 2

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 3

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 4

208

FIGURA 117 ndashSeccedilotildees Transversais Ferrovia Ponte Evaristo e Incopisa (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 1

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 1

209

FIGURA 118 ndashSeccedilotildees Transversais Incopisa e Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 3

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

210

FIGURA 119 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Col Satildeo Joseacute e Seka (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 6

Seccedilatildeo Transversal Seka 1

Seccedilatildeo Transversal Seka 2

Seccedilatildeo Transversal Seka 3

211

FIGURA 120 ndashSeccedilotildees Transversais Seka Fundos e Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Seka 4

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 4

212

FIGURA 121 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 4

213

FIGURA 122 ndashSeccedilotildees Transversais ACIRNE e Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 1

o Transversal ACIRNE 2

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 3

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 1

214

FIGURA 123 ndashSeccedilotildees Transversais Pontes Igreja Matriz e Pecircncil Miner (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 2

215

FIGURA 124 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Pecircncil Miner e Casa Ronconi (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 5

216

FIGURA 125 ndashSeccedilotildees Transversais Casa Ronconi e Prefeitura Velha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 1

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 2

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 3

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 5

217

FIGURA 126 ndashSeccedilotildees Transversais Prefeitura Velha Casa Riguetto e Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 7

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 1

218

FIGURA 127 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Gibaco ndash Arte Caseira e Lagoa do Boi I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 5

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 7

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 1

219

FIGURA 128 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi I e II (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 4

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 1

220

FIGURA 129 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi II e Degas (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 4

Seccedilatildeo Transversal Degas 1

Seccedilatildeo Transversal Degas 2

221

FIGURA 130 ndashSeccedilotildees Transversais Degas e rio Serrinha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Degas 3

Seccedilatildeo Transversal Degas 4

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 1

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 2

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 3

222

FIGURA 131 ndashSeccedilotildees Transversais rio Serrinha e Ponte Rodovia BR-280 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 4

223

FIGURA 132 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 1 a 4 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 1

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 2

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 3

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 4

224

FIGURA 133 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 5 e 6 e Montante Foz Rio Nergrinho 1 e 2

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 5

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 6

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 1

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 2

225

FIGURA 134 ndashSeccedilotildees Transversais Montante Foz Rio Nergrinho 3 a 6 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 3

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 4

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 5

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 6

226

FIGURA 135 ndashSeccedilotildees Transversais Rio Negro ndash Ponte Lageado - Estaccedilatildeo Monitoramento 2083 ndash 1 a 5

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 1

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 2

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 3

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 4

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 5

227

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO

228

FIGURA 136 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria dorio Negrinho - I

(Autor 2016)

(a) Ponte Cofermaco

(b) Ponte Igreja Matriz

(c) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(d) Ponte BR-280

(e) Rua Helmuth Krambeck

(f) Fundos Musical - Incopisa

FIGURA 137 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria do rio Negrinho - II

229

(Autor 2016)

(b) Lagoa do Boi II

(b) Ponte SAMAE Jusante II

(c) Rua Hekmuth Krambeck

(d) Coacuterrego Rua Jorge Lacerda

(e) Ferrovia

(f) Rua Ponte SAMAE Jusante I

230

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO

IV 1 LEVANTAMENTO DE OBRAS CIVIS

Todas as obras civis que estatildeo na planiacutecie de inundaccedilatildeo e todas as outras

fora dela que afetam a impermeabilizaccedilatildeo do solo interferem no ciclo hidroloacutegico e

no comportamento dos rios satildeo importantes para o problema de inundaccedilotildees em

estudo O estudo considerou as pontes que tecircm uma influecircncia mais direta em

especial aquelas que reduzem agrave seccedilatildeo transversal dos rios

IV11 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das plantas dos perfis longitudinais e das seccedilotildees

transversais das pontes no trecho do Rio Negrinho foi realizada a seguinte

atividade mediccedilatildeo com trena Laser Leica e trena de matildeo nas semanas

compreendendo os dias 05 a 16 de setembro de 2016

Todas as partes que compotildeem cada uma das 08(oito) pontes levantadas foi

medida e representada graficamente em escala observando-se os vatildeos e vazios de

forma a traduzir a realidade o mais fidedignamente possiacutevel

IV12 Levantamento e Desenho em AutoCad das Obras Civis

As plantas baixas os perfis longitudinais das pontes e do terreno com as seccedilotildees

transversais dos rios bem como as seccedilotildees transversais das pontes foram

desenhadas em escala em AutoCAD FIGURA 138 a FIGURA 161

231

FIGURA 138 ndashPlanta Baixa Ponte Ipiranga

(Autor 2016)

232

FIGURA 139 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

233

FIGURA 140 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

234

FIGURA 141 ndashPlanta Baixa Ponte Evaristo (Autor 2016)

235

FIGURA 142 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Evaristo (Autor 2016)

236

FIGURA 143 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo (Autor 2016)

237

FIGURA 144 ndashPlanta Baixa Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

238

FIGURA 145 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

239

FIGURA 146 ndashSeccedilatildeoTransversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

240

FIGURA 147 ndashPlanta Baixa Ponte Cofermaco (Autor 2016)

241

FIGURA 148 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

242

FIGURA 149 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

243

FIGURA 150 ndashPlanta Baixa Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

244

FIGURA 151 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

245

FIGURA 152 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

246

FIGURA 153 ndashPlanta Baixa Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

I

247

FIGURA 154 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

248

FIGURA 155 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

249

FIGURA 156 ndashPlanta Baixa Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

250

FIGURA 157 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

251

FIGURA 158 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

252

FIGURA 159 ndashPlanta Baixa Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

253

FIGURA 160 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

254

FIGURA 161 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

255

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES

DE UMA INUNDACcedilAtildeO

Avaliaccedilatildeo financeira com o levantamento dos prejuiacutezos decorrentes de uma

inundaccedilatildeo tendo por referecircncia a inundaccedilatildeo de 2014

V1 METODOLOGIA DE AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA

O levantamento baseia-se na metodologia e formulaacuterios definidos pelo

SISTEMA NACIONAL DE PROTECcedilAtildeO E DEFESA CIVIL - SINPDEC utilizada para

o preenchimento do FIDE ndash Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre (ANEXO I)

elaborado no periacuteodo poacutes inundaccedilatildeo de 2014

Durante um evento todos dos danos e prejuiacutezos sejam eles privados ou

puacuteblicos devem ser registrados No caso dos prejuiacutezos puacuteblicos cada secretaria

municipal efetua os levantamento em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Tudo o que ocorre com

as escolas por exemplo desde as escolas efetivamente atingidas pela inundaccedilatildeo e

os prejuiacutezos decorrentes assim como as escolas utilizadas como abrigos e os

custos dessa operaccedilatildeo satildeo relacionados quantificados e orccedilados pela Secretaria

Municipal de Educaccedilatildeo

A Secretaria Municipal de Sauacutede da mesma forma relaciona quantifica e

orccedila todos os atendimentos que natildeo fazem parte das atividades consideradas

normais mas sim as decorrentes do evento inundaccedilatildeo como atendimentos

emergenciais montagem de postos em regiotildees isoladas com atendimento especial

aquisiccedilatildeo de medicamentos para o atendimento de doenccedilas associadas agraves

inundaccedilotildees

Cabe agrave Secretaria Municipal de Assistecircncia Social com o apoio do corpo

teacutecnico da Secretaria Muncipal de Planejamento e Meio Ambiente aleacutem dos teacutecnicos

da Defesa Civil o cadastramento o levantamento a quantificaccedilatildeo e o orccedilamento

dos danos e prejuiacutezos ocorridos nas edificaccedilotildees residenciais dos muniacutecipes

No interior os prejuiacutezos decorrentes de prolongados periacuteodos de chuva

associados agraves inundaccedilotildees que danificam estradas e acessos bem como pontes e

bueiros danificados ou arrancados pela forccedila das aacuteguas satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pela Secretaria Municipal de Agricultura No caso de Rio

256

NegrinhoSC para a elaboraccedilatildeo desses levantamentos conta-se ainda com o apoio

da Subprefeitura do Distrito de Volta Grande

No caso da Secretaria Municipal de Industria e Comeacutercio os levantamentos

recaem sobre a iniciativa privada em especial sobre as edificaccedilotildees industriais e

comerciais atingidas Nessa tarefa deve contar com o apoio e a avaliaccedilatildeo da

ACIRNE ndash Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho e o CDL ndash Clube de

Diretores Logistas de Rio Negrinho

A Secretaria Municipal de Infraestrutura executa essa tarefa na aacuterea urbana

do muniacuteciacutepio verificando os prejuiacutezos no sistema viaacuterio drenagens pluviais coleta

de lixo manutenccedilatildeo de parques e jardins

Os valores decorrentes dos danos causados ao sistema de abastecimento

de aacutegua e ao sistema de coleta e tratamento de esgotos satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pelo SAMAE autarquia municipal responsaacutevel pela

operaccedilatildeo desses sistemas Da mesma forma no que se refere ao fornecimento de

energia eleacutetrica pela CELESC escritoacuterio de Rio Negrinho

Agrave Secretaria Municipal de Financcedilas cabe a disponibilizaccedilatildeo dos recursos e

das dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias especiacuteficas para o enfrentamento desses prejuiacutesos

A tabulaccedilatildeo final cabe a Secretaria Municipal de Planejamento e Meio

Ambiente bem como a Coordenaccedilatildeo da Defesa Civil que faz os devidos relatoacuterios

entre eles o FIDE e os encaminhamentos para os oacutergatildeo estaduais e federais tanto

como justificativa para a obtenccedilatildeo de recursos como prestaccedilatildeo de contas aleacutem

disponibilizaccedilatildeo dessas informaccedilotildees a imprensa e ao puacuteblico em geral seguindo a

legislaccedilatildeo vigente e o princiacutepio da transparecircncia

V2 RESULTADOS

Os resultados do levantamento dos prejuiacutezos da inundaccedilatildeo de junho de

2014 FIGURA 14 estatildeo apresentados na Tabela 8 O montante do prejuiacutezo

causado por uma uacutenica inundaccedilatildeo eacute da ordem de 98 milhotildees de reais Cabe

ressaltar que primeiro satildeo valores estimados e segundo natildeo foram atualizados

desde o ano de 2014

257

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 (AUTOR 2017)

Danos Materiais Valores em R$

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Sauacutede 000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Ensino 22320000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas Prestadoras de Outros Serviccedilos 86000000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Uso Comunitaacuterio 33200000

Unidades Habitacionais 1870000000

Obras de Infra-Estrutura Puacuteblica 1430000000

Sub-total 3441520000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblico e Privados Serviccedilos Puacuteblicos Essenciais Prejudicados

Assistecircncia Meacutedica Sauacutede Puacuteblica e Atendimento de Emergecircncias Meacutedicas

12000000

Abastecimento de Aacutegua Potaacutevel 38000000

Esgoto de Aacuteguas Pluviais e Sistema de Esgotos Sanitaacuterios 55000000

Sub-total 105000000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

Sistema de Limpeza Urbana e de Recolhimento e destinaccedilatildeo de Lixo

90750000

Sistema de desinfestaccedilatildeo e e Desinfecccedilatildeo do Habitat e de Controle de Pragas e Vetores

15000000

Geraccedilatildeo e Distribuiccedilatildeo de Energia Eleacutetrica 45000000

Telecomunicaccedilotildees 10000000

Transportes Locais Regionais e de Longo Curso 1428000000

Distribuiccedilatildeo de Combustiacuteveis especialmente os de Uso Domeacutestico

000

Seguranccedila Puacuteblica 4500000

Ensino 44640000

Sub-total 1742890000

Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Agricultura 6000000

Pecuaacuteria 52200000

Induacutestria 1400000000

Serviccedilos e Comeacutercio 3080000000

Sub-total 4538200000

Valor Total de Prejuiacutezos referentes a Inundaccedilatildeo de 2014 9827610000

Obs Conforme Realatoacuterio FIDE ndash ANEXO I

V3 DESCRICcedilAtildeO DOS DANOS MATERIAIS

Entre as obras de infraestrutura danificadas muitas pontes tiveram

problemas Na aacuterea urbana 9 delas precisaram de reforccedilos especialmente nas

258

cabeceiras Na aacuterea rural 5 pontes foram totalmente destruiacutedas e quatro precisaram

de reparos

Das vias urbanas 3 foram destruiacutedas com deslizamentos e 119 foram

parcialmente danificadas aleacutem de canteiros de ajardinamento que tambeacutem foram

danificados Com relaccedilatildeo a vias rurais 22 tiveram que ser recuperadas

Para a avaliaccedilatildeo das unidade habitacionais destruiacutedas fez-se uma

estimativa de R$-4500000 (unidade padratildeo social) para reconstruccedilatildeo por unidade e

para unidades habitacionais danificadas R$-1000000 para reparos por unidade

Em unidades de ensino ocorreu um deslizamento com necessidade de

reparos no sistema de tratamento de esgotamento sanitaacuterio com valor estimado em

R$-4000000

Para materiais de consumo estoques diversos e mobiliaacuterio danificados

foram estimados um valor de R$-18320000

O Aterro Sanitaacuterio Municipal foi danificado pelo rompimento de tubulaccedilatildeo de

drenagem problemas nos volumes de cobertura de resiacuteduos criando dificuldades

para acessar as ceacutelulas aleacutem de danificar a zona de raiacutezes que teve que ser refeita

V31 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

O sistema de distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica teve prejuiacutezos da ordem de R$-

45000000 com a substituiccedilatildeo de medidores e recuperaccedilatildeo de padrotildees de entrada

de energia nas edificaccedilotildees que ficaram sob as aacuteguas A recuperaccedilatildeo das redes de

distribuiccedilatildeo de energia incluiacutedos aiacute a substituiccedilatildeo de transformadores somaram

prejuiacutedos no valor de R$-38000000

O sistema de transportes locais regionais e e de longo curso foi totalmente

prejudicado Os valores estimados somaram R$-380000000 sendo que somente a

reconstruccedilatildeo de uma ponte consumiu R$-120000000 Outras 3 pontes rurais que

tiveram a sua estrutura comprometida tiveram a sua recuperaccedilatildeo avaliada em R$-

145000000 As 9 pontes urbanas considerando recuperaccedilatildeo de estruturas

cabeceiras e vias de acesso foram orccediladas em R$-95000000

A estimativa de recuperaccedilatildeo de vias urbanas ficou em R$-500000000

enquanto a recuperaccedilatildeo de vias rurais em sua maioria estradas de chatildeo foi orccedilada

em 308000000

259

A distribuiccedilatildeo de combustiacuteveis especialmente os de uso domeacutestico GLP

natildeo tiveram dados contabilizados

V32 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Na agricultura a destruiccedilatildeo no cultivo de hortaliccedilas e alteraccedilatildeo na

expectativa de produccedilatildeo foram significativas Da mesma forma na pecuaacuteria

especialmente com a destruiccedilatildeo de granjas e perda de produccedilatildeo animal e derivados

As induacutestrias que foram atingidas diretamente sofreram com a perda de

maquinaacuterio mateacuteria-prima produccedilatildeo e estoques nun total avaliado em R$-

1400000000

No sertor de serviccedilos as perdas em equipamentos e mobiliaacuterio atingiram os

valores estimados de R$- 770000000 Da mesma forma o comeacutercio duramente

atingido na aacuterea central da cidade teve perdas em equipamentos mobiliaacuterio e

estoques estimados em R$-2310000000

V4 CONCLUSOtildeES

Os prejuiacutezos acumulados no evento de junho de 2014 satildeo elevados e os

recursos repassados pela Uniatildeo e o Estado ao municiacutepio para a recuperaccedilatildeo e

reconstruccedilatildeo causados pela inundaccedilatildeo natildeo chegaram a 5 do total o que fez com

que o municiacutepio tivesse enormes dificuldades para restabelecer a normalidade e

essa condiccedilatildeo somente foi atingida depois de um longo periacuteodo Uma ponte sobre o

rio Preto na localidade de Posto Castilho que foi levada pelas aacuteguas somente

agora foi concluiacuteda

Assim todas as accedilotildees que puderem ser feitas no sentido de prever

minimizar e mitigar danos e prejuiacutezos devem ser implementadas

260

ANEXOS

261

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE - INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014

262

FIGURA 162 ndashFormulaacuterio FIDE-19 2014 (Autor 2016)

263

FIGURA 163 ndashFormulaacuterio FIDE-29 2014 (Autor 2016)

264

FIGURA 164 ndashFormulaacuterio FIDE-39 2014 (Autor 2016)

265

FIGURA 165 ndashFormulaacuterio FIDE-49 2014 (Autor 2016)

266

FIGURA 166 ndashFormulaacuterio FIDE-59 2014 (Autor 2016)

267

FIGURA 167 ndashFormulaacuterio FIDE-69 2014 (Autor 2016)

268

FIGURA 168 ndashFormulaacuterio FIDE-79 2014 (Autor 2016)

269

FIGURA 169 ndashFormulaacuterio FIDE-89 2014 (Autor 2016)

270

FIGURA 170 ndashFormulaacuterio FIDE-99 2014 (Autor 2016)

Page 4: METODOLOGIA PARA MITIGAÇÃO DE PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO …

DEDICATOacuteRIA

A Rodrigo Senna Muumlhlbauer

e Tiago Senna Muumlhlbauer

meus coraccedilotildees fora de mim

A Drordf Akemi Kan natildeo soacute pela dedicaccedilatildeo e

pelas orientaccedilotildees mas por natildeo permitir que eu

desistisse nas inuacutemeras vezes que tentei fazecirc-lo

AGRADECIMENTOS

A Profordf Drordf Akemi Kan ndash SOLVERLACTECCEHPAR pela orientaccedilatildeo e pela

dedicaccedilatildeo

Aos Professores Dr Masato Kobiyama ndash CTHGPDENIPHUFRGS Dr Luiz

Alkimin de Lacerda ndash CESECLACTECUFPR Dr Renato de Arruda Penteado Neto

ndash LACTEC pelas correccedilotildees e orientaccedilotildees nas bancas de qualificaccedilatildeo e defesa final

A equipe da Visatildeo Engenharia Limitada Secretaacuteria Executiva Ketlyn Vicente

Antunes e Arquiteta Eloa Treml pelo apoio e auxiacutelio na elaboraccedilatildeo de mapas

Ao Sr Alcides Grohskopf ndash Prefeito de Rio Negrinho ndash SC gestatildeo 20122016

pelo apoio na aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia

do rio Negrinho

A Daniel Domingues da Silva ndash Coord Defesa Civil de Rio Negrinho ndash SC pela

dedicaccedilatildeo e auxilio na implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia do

rio Negrinho

A Fabiano Olsen - Departamento Informaacutetica ndash PMRN pela dedicaccedilatildeo e auxilio

na implantaccedilatildeo da nova paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho dos grupos de

Whats App e da paacutegina wwwdesastresnaturaiscombr

A equipe da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente da

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Marcia Terezinha Pscheidt - Secretaacuteria de

Planejamento Arq Betsy Beuther Arq Danielle Caroline da Silva Cantuaacuteria Arq

MSc Eloize Yoshiko Kamei Tec Meio Ambiente Eloah Talisse Kresko pelo auxiacutelio

na obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e confecccedilatildeo de mapas

Ao colega de mestrado Cont MSc Celso Ranchuka ndash LACTEC pelo auxiacutelio na

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees junto ao LACTEC e pelo apoio recebido

Ao Ten Marcelo Pereira ndash Comandante do Corpo Bombeiros de Rio Negrinho

ndash SC pelo apoio e auxilio recebido da Corporaccedilatildeo de Bombeiros de Rio Negrinho

nos levantamentos em campo e na implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas

priorizando a seguranccedila dos teacutecnicos e pesquisadores

Ao Eng Sanitarista Hugo Rodolfo Binder ndash Diretor SAMAE de Rio Negrinho

pela disponibilizaccedilatildeo de teacutecnicos e equipamentos para a instalaccedilatildeo das estaccedilotildees

hidroloacutegicas

A equipe do Sistema EPAGRICIRAM representados pelo Eng Agrocircnomo

MSc Carlos Alberto Rochenbach e pelo Eng Agrocircnomo Dr Hamilton Justino Vieira

parceiros no projeto de implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas e nas tratativas junto

ao Departamento de Recursos Hiacutedricos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento

Sustentaacutevel para a obtenccedilatildeo por empreacutestimo do ecobatiacutemetro

A equipe da Murara Engenharia Ltda Eng Florestal Joatildeo Vitor Daufembach

Matias e o Eng Florestal MSc Mauro Murara Junior pelo apoio e dedicaccedilatildeo no

Georreferenciamento e nivelamento das seccedilotildees transversais

A Profordf de Liacutengua Portuguesa Ana Maria Ricobom Costa ndash Revisora deste

trabalho

Ao meu amigo e colega de Departamento de Engenharia Tec Agrimensura

Joseacute Germano Schauer (in memorian) ndash SEPLANPMRN que muito me auxiliou nos

levantamentos em campo e que nos deixou prematuramente durante a fase de

conclusatildeo deste trabalho

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar os problemas das inundaccedilotildees da cidade de Rio NegrinhoSC buscando meios de preveniacute-los e mitigaacute-los Nesse contexto foram efetuados levantamentos das caracteriacutesticas geograacuteficas abordando a hidrografia o clima a geologia a pedologia o relevo e a vegetaccedilatildeo desse municiacutepio com ecircnfase na bacia hidrograacutefica do rio que tem o mesmo nome da cidade Os fenocircmenos da natureza e as seacuteries histoacutericas de dados hidrometeoroloacutegicos foram estudados constatando-se a necessidade da implantaccedilatildeo de uma nova rede de monitoramento hidroloacutegico de chuva e vazatildeo para auxiliar na identificaccedilatildeo das inundaccedilotildees bem como na implementaccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos e hidrodinacircmicos Essa rede foi efetivada com a implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas Associadas a essas informaccedilotildees elaborou-se um modelo digital do terreno da regiatildeo objeto de estudo com base em levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela Prefeitura Municipal e tambeacutem no levantamento topobatimeacutetrico do rio Negrinho e rio Serrinha realizado neste estudo Verificou-se a accedilatildeo antroacutepica decorrente do processo de impermeabilizaccedilatildeo causada pela urbanizaccedilatildeo que interfere no funcionamento do sistema de drenagem natural Tambeacutem verificou-se que as obras civis pontes e bueiros mal dimensionados interferem no fluxo dos rios Mediante vistoria do corpo hiacutedrico observou-se lanccedilamentos indevidos de resiacuteduos soacutelidos e liacutequidose por consequecircncia a necessidade de conscientizaccedilatildeo da comunidade resultando num procedimento e accedilatildeo pontual de limpeza do rio Aleacutem disso efetuou-se o levantamento dos prejuiacutezos financeiros com base na uacuteltima grande inundaccedilatildeo de 2014 que serviu de paracircmetro para justificar a importacircncia do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia As inundaccedilotildees causam desastres naturais devido a ocupaccedilatildeo inadequada da planiacutecie de inundaccedilatildeo e do leito maior do rio pela comunidade Este estudo busca atraveacutes de anaacutelise a avaliaccedilatildeo dos eventos passados minimizar perdas e prejuiacutezos em futuros eventos que certamente iratildeo ocorrer considerando que a remoccedilatildeo dos ocupantes das aacutereas atingidas eacute inviaacutevel sob o ponto de vista financeiro e emocional da populaccedilatildeo Palavras-Chave Inundaccedilatildeo Desastre Natural Hidrologia Hidrodinacircmica Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

ABSTRACT

This work has as purpose to study the problems of floods in the city of Rio Negrinho looking for ways to prevent or mitigate them In this way were made geographical characteristics surveys describing about hydrography climate geology type of soil hypsometry and vegetation of these region with emphasis in the watershed of the river that takes the name of the city The natural phenomena and the historical series of hydrometeorological data were studied where it was verified the necessity of the implantation of a new network of hydrological monitoring of rain and discharge to assist in the identification of the floods as well as in the implementation of hydrological and hydrodynamic models This network was effected with the implementation of five new hydrological stations In addition with this stations a digital model of the land of the studied region was elaborated based on aerial photogrammetric survey carried out by the City Hall and also on the topobatimetry survey of the rivers Rio Negrinho and Serrinha conducted in this study The anthropic action was verified due to the waterproofing process caused by the urbanization which interferes with the operation of the natural drainage system It has also been found that civil works bridges and drains poorly dimensioned interfere with the floods rivers Through an inspection of the rivers it was verified the existence of solid and liquid waste discharge and consequently it was verified of needs for a community awareness resulting in a punctual procedure and action to clean the river In addition financial losses were calculated based on the last great flood of 2014 which served as a parameter to justify the importance of the Emergency Action Plan Floods cause natural disasters due to inadequate occupation of the floodplain and the larger riverbed by the community This study seeks to analyze and evaluate the past events to minimize loss and damage in future events that will occur certainly considering that the removal of the people of the affected areas is not possible from the financial and emotional point of views of the population Keywords Flood Natural Disaster Hydrology Hydrodynamics Emergency Action Plan

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash ESTRUTURA DO TRABALHO 31

FIGURA 2 ndash REPRESENTACcedilAtildeO GRAacuteFICA FENOcircMENO DOS RIOS VOADORES 37

FIGURA 3 ndash EL NINtildeO EM ATIVIDADE 39

FIGURA 4 - OCUPACcedilAtildeO INDEVIDA DA MARGEM DOS RIOS 42

FIGURA 5 ndash MODELACcedilAtildeO HIDRAacuteULICA HEC-RAS 50

FIGURA 6 ndash MANCHA DE INUNDACcedilAtildeO OBSERVADA (MO) E SIMULADA (MS)

PARA 1995 NA FASE DE CALIBRACcedilAtildeO DO HEC-RAS DA BACIA

HIDROGRAacuteFICA DO CAMPUS DA UFSC 52

FIGURA 7 - MUDANCcedilA RELATIVA EM DAS VAZOtildeES SIMULADAS PARA O

PERIacuteODO 1971-2000 COM BASE NOS DADOS DE 1900-1970 (A) E

PARA O PERIacuteODO 2041-2060 COM BASE NOS DADOS DE 1900-

1998 (B) BASEADO EM CENAacuteRIOS CONSTRUIacuteDOS PELO IPCC

(PAINEL INTERNACIONAL DE MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS) 56

FIGURA 8 ndash TELA ILUSTRATIVA DO DELFT3D FLEXIBLE MESH

SUITE (DELFT3D FM) 58

FIGURA 9 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO EM 1983 ndash VISTA HOTEL

POUSADA JOAtildeO DE BARRO 62

FIGURA 10 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1983 ndash VISTA DA RUA

JORGE ZIPPERER E DA IGREJA MATRIZ 62

FIGURA 11 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA RUA

SAtildeO PAULO 63

FIGURA 12 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA

ANTIGA CAcircMARA DE VEREADORES 63

FIGURA 13 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 64

FIGURA 14 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 65

FIGURA 15 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (C)

RUA JORGE ZIPPERER (B) (D) E (E) RUA SENADOR NEREU

RAMOS (F) RUA CARLOS WEBER 67

FIGURA 16 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (F)

RUA SENADOR NEREU RAMOS (B) E (D) RUA CARLOS WEBER

(C) RUA LUIZ SCHOLZ (E) RUA JORGE ZIPPERER 68

FIGURA 17 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) (B)

(D) E (F) RUA SENADOR NEREU RAMOS (C) RUA CARLOS

RUCKL (E) TRAVESSA EUGEcircNIO FERREIRA DE LIMA 69

FIGURA 18 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO RIO NEGRINHO (A)

NO ESTADO DE SANTA CATARINA (B) NOS MUNICIacutePIOS DE RIO

NEGRINHO E SAtildeO BENTO DO SUL (HACHURADO) E (C)

AFLUENTES DO RIO NEGRINHO 72

FIGURA 19 ndash SUBBACIAS DO RIO NEGRINHO 73

FIGURA 20 ndash MAPA GEOLOacuteGICO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 75

FIGURA 21 ndash (A) FORMACcedilAtildeO DE SOLOS E (B) PERFIL DE SOLO 76

FIGURA 22 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO NEGRINHO 77

FIGURA 23 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO DOS BUGRES 77

FIGURA 24 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO SERRINHA 78

FIGURA 25 ndash DECLIVIDADES NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 80

FIGURA 26 ndash HIPSOMETRIA NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 81

FIGURA 27 ndash DECLIVIDADES NO PERIacuteMETRO URBANO 82

FIGURA 28 ndash HIPSOMETRIA NO PERIacuteMETRO URBANO 83

FIGURA 29 ndash MODELO DIGITAL DE TERRENO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 85

FIGURA 30 ndash COBERTURA VEGETAL DA BACIA DO RIO NEGRINHO 87

FIGURA 31 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS NA BACIA DO

RIO NEGRINHO 90

FIGURA 32 ndash LOCALIZACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES TELEMEacuteTRICAS REGIAtildeO DA BACIA

DO RIO NEGRINHO 91

FIGURA 33 ndash ESTACcedilOtildeES DE MONITORAMENTO 92

FIGURA 34 ndash ESTACcedilAtildeO CORREDEIRAS (02649055) 95

FIGURA 35 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN (421500009H) 96

FIGURA 36 ndash ESTACcedilAtildeO FRAGOSOS (02649073) 98

FIGURA 37 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRO (02649074) 100

FIGURA 38 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHOBATTISTELLA (A862) 102

FIGURA 39 ndash ESTACcedilAtildeO LAPA (25474946) 104

FIGURA 40 ndash IMAGEM DE PRECIPITACcedilAtildeO DO SATEacuteLITE GOES 13 PARA A

REGIAtildeO SUL DO BRASIL NOS DIAS 7 (A) 8 (B) E 9 (C) DE JUNHO

DE 2014 105

FIGURA 41 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN - COTA (421500009H) 106

FIGURA 42 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 43 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 44 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE 2010 108

FIGURA 45 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE EM JUNHO DE 2014 108

FIGURA 46 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 47 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 48 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL

(1982-1984) 110

FIGURA 49 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 50 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 51 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO DE MAIO A

JULHO DE 2014 112

FIGURA 52 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE DE SETEMBRO DE 2009 A JUNHO DE 2010 113

FIGURA 53 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM MMDIA 114

FIGURA 54 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM Msup3S 115

FIGURA 55 ndash ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS ndash 03 E RIO NEGRO ndash 4ordf BACIAS

HIDROGRAacuteFICAS 116

FIGURA 56 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS VAZOtildeES DO RIO NEGRINHO 117

FIGURA 57 ndash VAZOtildeES DO RIO NEGRO A MONTANTE E A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 58 ndash VAZAtildeO ESTIMADA PARA O RIO NEGRO A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 59 ndash VAZOtildeES INCREMENTAIS NO RIO NEGRINHO E NO RIO NEGRO120

FIGURA 60 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

AUTOMAacuteTICAS 125

FIGURA 61 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2080 FAZENDA RUDNICK 127

FIGURA 62 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2079 FAZENDA SOUZA 127

FIGURA 63 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2081 RIO DOS BUGRES 128

FIGURA 64 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2083 PONTE DO LAGEADO 128

FIGURA 65 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2084 FOZ DO RIO NEGRINHO 129

FIGURA 66 ndash NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS E EM OPERACcedilAtildeO 129

FIGURA 67 ndash MAPA LOCALIZACcedilAtildeO NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS 130

FIGURA 68 ndash APRESENTACcedilAtildeO DO NOVO SISTEMA DE ESTACcedilOtildeES

HIDROLOacuteGICAS PARA UMA SALA DE SEGUNDO GRAU DO

COLEacuteGIO CENECISTA SAtildeO JOSEacute 131

FIGURA 69 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2079 ndash FAZENDA SOUZA 132

FIGURA 70 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2080 ndash FAZENDA RUDNICK 132

FIGURA 71 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2081 ndash RIO DOS BUGRES 133

FIGURA 72 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2083 ndash PONTE DO LAGEADO 133

FIGURA 73 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JANEIRO DE 2016 134

FIGURA 74 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM FEVEREIRO DE 2016 134

FIGURA 75 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MARCcedilO DE 2016 135

FIGURA 76 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM ABRIL DE 2016 135

FIGURA 77 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MAIO DE 2016 136

FIGURA 78 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JUNHO DE 2016 136

FIGURA 79 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JULHO DE 2016 137

FIGURA 80 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM AGOSTO DE 2016 137

FIGURA 81 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM SETEMBRO DE 2016 138

FIGURA 82 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM OUTUBRO DE 2016 138

FIGURA 83 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM NOVEMBRO DE 2016 139

FIGURA 84 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM DEZEMBRO DE 2016 139

FIGURA 85 ndash BATIMETRIA ADCP M-9 142

FIGURA 86 ndash RESULTADO DATOPOBATIMETRIA - SECcedilAtildeO TRANSVERSAL

PONTE COFERMACO 143

FIGURA 87 ndash GEORREFERENCIAMENTO E LEVANTAMENTO ALTIMEacuteTRICO

PONTE COFERMACO 144

FIGURA 88 ndash MAPA DE DOMIacuteNIOS DAS SECcedilOtildeES TOPOBATIMEacuteTRICAS 146

FIGURA 89 ndash MODELO DIGITAL DO TERRENO - MDT 147

FIGURA 90 ndash RESULTADO SIMULACcedilAtildeO REC-HAS 149

FIGURA 91 ndash LIXO NO RIO NEGRINHO (A) (B) E (C) FUNDOS DO COLEacuteGIO

SAtildeO JOSEacute ndash MARGEM ESQUERDA E EMPRESA

TRANSPORTADORA SEKA ndash MARGEM DIREITA (D) RESULTADO

DE CAMPANHA DE COLETA DE LIXO NO RIO NEGRINHO 153

FIGURA 92 ndash CAMPANHA DE LIMPEZA DO RIO NEGRINHO 154

FIGURA 93 ndash LIGACcedilOtildeES ESGOTO NO RIO NEGRINHO E NA DRENAGEM

PLUVIAL 156

FIGURA 94 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE 159

FIGURA 95 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 781 161

FIGURA 96 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 784 162

FIGURA 97 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 787 163

FIGURA 98 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 790 164

FIGURA 99 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 792 165

FIGURA 100 ndash SOBREPOSICcedilAtildeO DOS PERIacuteMETROS DAS MANCHAS DE

INUNDACcedilAtildeO COTAS 787 (CIANO) 790M (AZUL CLARO) E 792M

(AZUL ESCURO) 166

FIGURA 101 ndash DETALHE AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO

NEGRINHO 167

FIGURA 102 ndash AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO NEGRINHO168

FIGURA 103 ndash ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA A

EMERGEcircNCIAS EM FEVEREIRO DE 2017 170

FIGURA 104 ndash FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO DO PAE 174

FIGURA 105 ndash ESTRANGULAMENTO PONTE IGREJA MATRIZ ndash REDUCcedilAtildeO NA

LARGURA DA SECcedilAtildeO TRANSVERSAL DO RIO DE 1685M PARA

990M DA PONTE 177

FIGURA 106 ndash PAacuteGINA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO ndash SISTEMA DE

MONITORAMENTO 182

FIGURA 107 ndash GRUPOS DE WHATSAPP ndash DEFESA CIVIL RIO NEGRINHO 184

FIGURA 108 ndash PAacuteGINA DO FOacuteRUM DE DEBATES ndash DESASTRES NATURAIS 186

FIGURA 109 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 01 199

FIGURA 110 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 02 200

FIGURA 111 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 03 201

FIGURA 112 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO SAMAE 203

FIGURA 113 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO E PONTE SAMAE 204

FIGURA 114 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE I 205

FIGURA 115 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE II E III 206

FIGURA 116 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE III E

HELMUTH KRAMBECK 207

FIGURA 117 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS FERROVIA PONTE EVARISTO E

INCOPISA 208

FIGURA 118 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS INCOPISA E PONTE COLEacuteGIO SAtildeO

JOSEacute 209

FIGURA 119 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COL SAtildeO JOSEacute E SEKA 210

FIGURA 120 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS SEKA FUNDOS E PONTE

COFERMACO 211

FIGURA 121 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COFERMACO 212

FIGURA 122 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS ACIRNE E PONTE IGREJA MATRIZ 213

FIGURA 123 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTES IGREJA MATRIZ E PEcircNCIL

MINER 214

FIGURA 124 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE PEcircNCIL MINER E CASA

RONCONI 215

FIGURA 125 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CASA RONCONI E PREFEITURA

VELHA 216

FIGURA 126 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PREFEITURA VELHA CASA

RIGUETTO E PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 217

FIGURA 127 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA E

LAGOA DO BOI I 218

FIGURA 128 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI I E II 219

FIGURA 129 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI II E DEGAS 220

FIGURA 130 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DEGAS E RIO SERRINHA 221

FIGURA 131 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO SERRINHA E PONTE RODOVIA BR-

280 222

FIGURA 132 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 1 A 4 223

FIGURA 133 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 5 E 6 E MONTANTE FOZ

RIO NERGRINHO 1 E 2 224

FIGURA 134 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS MONTANTE FOZ RIO NERGRINHO 3 A

6 225

FIGURA 135 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO NEGRO ndash PONTE LAGEADO -

ESTACcedilAtildeO MONITORAMENTO 2083 ndash 1 A 5 226

FIGURA 136 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DORIO NEGRINHO - I 228

FIGURA 137 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO - II 228

FIGURA 138 ndashPLANTA BAIXA PONTE IPIRANGA 231

FIGURA 139 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IPIRANGA 232

FIGURA 140 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IPIRANGA 233

FIGURA 141 ndashPLANTA BAIXA PONTE EVARISTO 234

FIGURA 142 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE EVARISTO 235

FIGURA 143 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE EVARISTO 236

FIGURA 144 ndashPLANTA BAIXA PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 237

FIGURA 145 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 238

FIGURA 146 ndashSECcedilAtildeOTRANSVERSAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 239

FIGURA 147 ndashPLANTA BAIXA PONTE COFERMACO 240

FIGURA 148 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COFERMACO 241

FIGURA 149 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE COFERMACO 242

FIGURA 150 ndashPLANTA BAIXA PONTE IGREJA MATRIZ 243

FIGURA 151 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IGREJA MATRIZ 244

FIGURA 152 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IGREJA MATRIZ 245

FIGURA 153 ndashPLANTA BAIXA PONTE PEcircNCIL MINER 246

FIGURA 154 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE PEcircNCIL MINER 247

FIGURA 155 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE PEcircNCIL MINER 248

FIGURA 156 ndashPLANTA BAIXA PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 249

FIGURA 157 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 250

FIGURA 158 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 251

FIGURA 159 ndashPLANTA BAIXA PONTE RODOVIA BR 280 252

FIGURA 160 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE RODOVIA BR 280 253

FIGURA 161 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE RODOVIA BR 280 254

FIGURA 162 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-19 2014 262

FIGURA 163 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-29 2014 263

FIGURA 164 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-39 2014 264

FIGURA 165 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-49 2014 265

FIGURA 166 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-59 2014 266

FIGURA 167 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-69 2014 267

FIGURA 168 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-79 2014 268

FIGURA 169 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-89 2014 269

FIGURA 170 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-99 2014 270

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS DAS INUNDACcedilOtildeES DE RIO

NEGRINHOSC 70

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO 76

TABELA 3 ndash ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS E METEOROLOacuteGICAS 93

TABELA 4 ndash HIDROGRAMAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS (65090000) E RIO

NEGRINHO MONTANTE (65093000) 114

TABELA 5 ndash VAZOtildeES USADAS NA SIMULACcedilAtildeO NUMEacuteRICA ndash JUNHO 2014 118

TABELA 6 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 122

TABELA 7 - VALORES DE COEFICIENTES DE RUGOSIDADE (119899) DE MANNING

PARA CANAIS NATURAIS (VEN TE CHOW 1959) 148

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 257

SIGLAS

ANA Agecircncia Nacional de Aacuteguas ACIRNE BWDB

Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho Bangladesh Water Development Board

CEHPAR Centro de Hidraacuteulica e Hidrologia Prof Parigot de Souza CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais CEMIG CENAD

Companhia Energeacutetica de Minas Gerais Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CEPED Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CESEC Centro de Estudos de Engenharia Civil CIRAM Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidrometeorologia de Santa Catarina CPRM Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil CTH Curso Teacutecnico de Hidrologia DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral DTM EMBRAPA

Digital Terrain Model Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

EPAGRI EPI

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

EPP FFWC

Empresa de Pequeno Porte Flood Forecasting and Warning Center

FIDE Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre FLU Estaccedilatildeo Fluviomeacutetrica GPDEN Grupo de Pesquisaem Desastres Naturais HECRAS Hydrologic Engineering Center River Analysis System INMET INPE

Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC Painel Internacional de Mudanccedilas Climaticas IPH Instituto de Pesquisas Hidraacuteulicas LACTEC Institutos Lactec MDT Modelo Digital de Terreno ME MNT NASA

Micro Empresa Modelo Numeacuterico do Terreno National Aeronautics and Space Administration

NOAA National Oceanic amp Atmospheric Administration NUPDECS Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil PAE Plano de Accedilatildeo Emergencial PCD Plataforma de Coleta de Dados PGR Programa de Gerenciamento de Riscos PLU Estaccedilatildeo Pluviomeacutetrica PMRN PNPDEC

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil

RCC Regimento de Carros de Combate REMO RN

Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo Oceanograacutefica Referecircncia de Niacutevel

SAMAE Serviccedilo AutocircnomoMunicipal de Saneamento Baacutesico

SEPLAN Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

SIMEPAR Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute SMS Short Message Service Serviccedilo de Mensagens Curtas SUDERHSA Superintedecircncia de Desenvolvimento de Recursos Hiacutedricos e

Saneamento Ambiemtal TIN Triangulated Irregular Network UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul USEPA VMB

United States Environmental Protection Agency Voice Message Broadcast

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 25

11 OBJETIVOS 29

111 Objetivo Geral 29

112 Objetivos Especiacuteficos 29

12 ESTRUTURA DO TRABALHO 30

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 34

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA 34

211 - O fenocircmeno dos rios voadores 36

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea 38

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 39

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO 42

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie 43

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA 44

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS 45

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional 45

252 Modelagem Hidrodinacircmica 48

2521 Escoamento Permanente 48

2522 Escoamento Natildeo Permanente 48

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis

System) 49

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica 51

253 Modelo Hidroloacutegico 52

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 53

3 O ESTADO DA ARTE 57

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E

GEOGRAacuteFICAS 61

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO 61

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 71

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA 73

44 RELEVO 76

45 VEGETACcedilAtildeO 86

46 CLIMA 87

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO 87

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS 89

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS 91

511 Anaacutelise dos dados de chuva 94

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria 94

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica 95

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 97

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 99

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos 101

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 103

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo 106

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 121

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA 121

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA

ESTACcedilAtildeO 122

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados 123

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos 123

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM 124

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral 124

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 124

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo 125

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 125

628 Mediccedilotildees Realizadas 131

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO 140

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO 142

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO 142

711 Coleta de Dados 142

7111 Geoprocessamento dos Dados 143

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT 144

721 Coleta de Dados 145

722 Elaboraccedilatildeo do MDT 145

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS 148

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE

ESGOTO NO RIO 151

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS 151

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE

PLUVIAL 154

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO 157

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO 157

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo 160

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE 169

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial 171

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador 171

915 Fluxograma de Acionamento do PAE 173

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias 175

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias 176

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

de Rio NegrinhoSC 177

92 RECOMENDACcedilOtildeES 178

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES 180

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET 180

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN 180

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom 181

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL 181

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM 181

102 GRUPOS DE WHATSAPP 182

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS 185

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES 187

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS 188

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo 188

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES 189

REFEREcircNCIAS 190

APEcircNDICES 197

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO 198

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO 202

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO 227

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO 230

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES DE

UMA INUNDACcedilAtildeO 255

ANEXOS 260

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE -

INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014 261

25

1 INTRODUCcedilAtildeO

A fixaccedilatildeo de pequenas comunidades e a implantaccedilatildeo das cidades proacuteximas

ao leitos dos rios que facilitou num primeiro momento a utilizaccedilatildeo da aacutegua como

recurso para abastecimento e navegaccedilatildeo deixou parte destas mesmas cidades e da

populaccedilatildeo expostas aos problemas relacionados com as enchentes e as

inundaccedilotildees

Segundo Goerl e Kobiyama (2005) ldquoas palavras cheia e enchente tecircm como

origem o verbo encher do Latin Implere que significa ocupar o vatildeo a capacidade

ou a superfiacutecie de tornar cheio ou repletordquo Assim o termo enchente se aplica a

situaccedilatildeo em que o rio tem o seu volume de aacutegua aumentadomas ainda alcanccedilando

suas margens ou os limites da calha do rio Jaacute o termo inundaccedilatildeo eacute de adequada

utilizaccedilatildeo para a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento

Inundaccedilotildees fazem parte da histoacuteria da humanidade O desenvolvimento das

cidades o processo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo do solo

tecircm acarretado mudanccedilas extremas no comportamento dos canais naturais

principalmente os que cortam as cidades

O modelo de gestatildeo poliacutetico-administrativa brasileira associado a um

sistema de divisatildeo da arrecadaccedilatildeo tributaacuteria que concentra recursos na uniatildeo e nos

estados e transfere as obrigaccedilotildees de atendimento das demandas sociais e de

atendimento de infraestrutura para os municiacutepios dificulta o atendimento agrave

populaccedilatildeo de todo o paiacutes Na ausecircncia de poliacuteticas que integrem o desenvolvimento

dos municiacutepios e que extrapolem seus limites poliacutetico-administrativos o processo de

ocupaccedilatildeo de aacutereas inadequadas(inundaacuteveis) surge com forccedila criando grandes

impactos ambientais e sociais (GROSTEIN 2001)

Associando a ocupaccedilatildeo histoacuterica de formaccedilatildeo de cidades agrave ocupaccedilatildeo

desordenada pela ausecircncia de poliacuteticas e do monitoramento do estado a fenocircmenos

naturais no Brasil um dos fenocircmenos naturais que mais provocaram perdas

humanas no periacuteodo de 1948 a 2004 foram as inundaccedilotildees (KOBIYAMA et al

2004) adicionadas a muitas perdas materiais

O Sul do Brasil especialmente o Estado de Santa Catarina tem sido um dos

mais atingidos por desastres gerados por esses fenocircmenos O municiacutepio de Rio

Negrinho localizado no norte de Santa Catarina eacute um exemplo jaacute que em sua

26

histoacuteria tem padecido com inundaccedilotildees frequentes Somente no periacuteodo de 1891

ateacute 2010 o municiacutepio sofreu 22 inundaccedilotildees sendo em 1891 1911 1913 1920

1925 1926 1937 1946 1983 1984 1992 1995 1997 1998 1999 2004 2005

2007 2008 2009 e duas em 2010 (GIGLIO amp KOBIYAMA 2011) Aleacutem dessas

pode-se acrescentar a grande inundaccedilatildeo de 2014 e as inundaccedilotildees de outubro de

2015

A inundaccedilatildeo de 1911 serviu de referecircncia de niacutevel para a construccedilatildeo da

ferrovia que corta a aacuterea urbana do municiacutepio poreacutem o lapso temporal de 72 anos

entre aquela grande inundaccedilatildeo e a grande inundaccedilatildeo seguinte em 1983 fez com

que a comunidade ocupasse aleacutem da planiacutecie de inundaccedilatildeo tambeacutem o leito maior

do Rio Negrinho Esse mesmo histoacuterico eacute uma repeticcedilatildeo do que ocorreu na cidade

de BlumenauSC (PMRN 2014)

As inundaccedilotildees na cidade de Rio Negrinho atigem a aacuterea urbana do

municiacutepio e de forma especial a aacuterea central onde se concentram o comeacutercio e a

administraccedilatildeo municipal aleacutem de edificaccedilotildees residenciais nas ruas Jorge Zipperer

Senador Nereu Ramos Avenida dos Imigrantes e Rua Willy Jung (PMRN 2014)

O rio dos Bugres inunda os bairros Quitandinha e Jardim Hantchel nas ruas

localizadas na parte mais baixa desses bairros Rua Paulo Tureck Estrada Dona

Francisca Rua Herbert Tureck e Vila Telma com predominacircncia residencial (PMRN

2014)

O rio Serrinha inunda os bairros Vila Nova e Centro nas rua 13 de

Dezembro Carlos Ruckl e Alfredo Greipel aleacutem da Rodovia BR-280 tambeacutem com

predomiacutenio deedificaccedilotildees residenciais (PMRN 2014)

O rio Negro inunda a parte baixa da Rua Sebastiatildeo Ferreira da Veiga no

bairro Campo Lenccedilol atingindo essencialmente edificaccedilotildees residenciais

Dessas inundaccedilotildees as que aconteceram nos anos de 1983 1992 e 2014

foram as que causaram os maiores prejuiacutezos Esta uacuteltima associou trecircs condiccedilotildees

que dificultaram accedilotildees que pudessem minimizar danos

1 - O evento ocorreu num final de semana com muitos proprietaacuterios em

viagem Esses imoacuteveis foram inundados sem que os bens moacuteveis pudessem ter sido

removidos previamente resultando em prejuiacutezos de grande monta

2 - O evento teve sua maior evoluccedilatildeo durante a noite de sexta para saacutebado

No periacuteodo noturno a operaccedilatildeo de retirada de bens moacuteveis eacute mais complexa o que

aumenta os danos e as perdas

27

3 - O niacutevel das aacuteguas subiu muito rapidamente

Nesses 3 eventos o niacutevel das aacuteguas do Rio Negrinho principal rio que corta

a cidade ultrapassou em 93m o normal Essas inundaccedilotildees provocaram inuacutemeros

danos ao comeacutercio agrave induacutestria agrave agropecuaacuteria e ao sistema viaacuterio Muitas

localidades foram afetadas e ficaram isoladas muitas residecircncias foram danificadas

350 e 778 em 1983 e 1992 respectivamente outras 120 e 27 foram destruiacutedas

respectivamente nos referidos anos 6090 e 10000 habitantes desabrigados nos

respectivos anos e na de 1992 houve uma viacutetima fatal (GIGLIO amp KOBIYAMA

2011) Em 2014 1500 edificaccedilotildees foram atingidas sendo 974 residecircncias e 526

edificaccedilotildees comerciais com prejuiacutezo total para o municiacutepio de R$ 9827610000

(Noventa e oito milhotildees duzentos e setenta e seis mil e cem reais) conforme

estudos apresentados no Apecircndice V

Em 2015 novamente dois eventos sucessivos na segunda e quarta

semanas de outubro O primeiro atingiu a marca de 446 metros acima do niacutevel

normal O segundo que iniciou na quinta-feira dia 22 atingiu no dia seguinte a

marca de 551 metros acima do niacutevel normal deixando 42 famiacutelias desalojadas e 8

desabrigadas Foram bloqueadas pelas aacuteguas 22 ruas e 32 edificaccedilotildees comerciais

foram atingidas

Para compreender melhor esses fenocircmenos e aplicar modelos matemaacuteticos

que permitam entender o funcionamento do sistema da bacia superior do Alto Rio

Negro do qual faz parte a bacia do Rio Negrinho eacute necessaacuterio estudar a relaccedilatildeo

chuva-vazatildeo bem como as caracteriacutesticas das chuvas que causam inundaccedilotildees

O processo que envolve o ciclo hidroloacutegico e a quantificaccedilatildeo da chuva sobre

uma bacia eacute um problema complexo que envolve muitas variaacuteveis o que aumenta o

grau de dificuldade na reproduccedilatildeo do comportamento do fluxo de aacutegua que chega

nos rios e a propagaccedilatildeo da sua onda de cheia

Satildeo condiccedilotildees essenciais para que as estimativas de chuva-vazatildeo sejam

representativas da bacia do rio Negrinho a obtenccedilatildeo de dados de mediccedilatildeo e seacuteries

histoacutericas

O uso de computadores softwares leitores e coletores de dados eletrocircnicos

(data loggers) estaccedilotildees hidroloacutegicas instrumentos versaacuteteis que podem operar em

locais remotos e sem rede de energia eleacutetrica contribui para a obtenccedilatildeo de algumas

soluccedilotildees para o problema de inundaccedilotildees Ainda algumas aproximaccedilotildees e

28

simplificaccedilotildees satildeo feitas para contornar as limitaccedilotildees das formulaccedilotildees matemaacuteticas

para representar um comportamento real

A modelagem matemaacutetica desses fenocircmenos objetiva estabelecer uma

relaccedilatildeo entre chuvas e niacuteveis de inundaccedilatildeo nas cidades com uma margem de

tempo razoaacutevel de forma a permitir que as accedilotildees dos governos oacutergatildeos de defesa

civil e habitantes minimizem os prejuiacutezos e principalmente preservem as vidas

Desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo nas margens do rio Negrinho haacute registros de

inundaccedilotildees Ainda assim o municiacutepio desenvolveu seu centro urbano muito proacuteximo

agraves suas margens e de seus afluentes dos Bugres e Serrinha Agora que o centro

urbano jaacute estaacute instalado eacute necessaacuterio caracterizar as aacutereas inundaacuteveis para

possibilitar uma adequada gestatildeo do municiacutepio reduzir o risco de futuro desastre e

minimizar prejuiacutezos da populaccedilatildeo Assim como outras cidades que se formaram agraves

margens de rios a dificuldade de mover essa populaccedilatildeo para aacutereas seguras eacute

enorme por duas razotildees principais os custos envolvidos nessa operaccedilatildeo e o valor

sentimental desses imoacuteveis nos quais geraccedilotildees de famiacutelias escreveram suas

histoacuterias Nesse contexto o presente trabalho caracterizou as aacutereas de inundaccedilatildeo

urbana de Rio NegrinhoSC como forma de subsidiar o monitoramento e a

mitigaccedilatildeo das inundaccedilotildees

A anaacutelise desses eventos deixa muito claro que o ldquoDesastre Naturalrdquo ou o

ldquoDesastre Ambientalrdquo natildeo eacute o comportamento hidroloacutegico e hidrodinacircmico do rio O

ldquoDesastre Naturalrdquo estaacute efetivamente na ocupaccedilatildeo inadequada do seu leito maior e

da sua planiacutecie de inundaccedilatildeo

Conforme mostrou a anaacutelise do prejuiacutezo econocircmico realizado Apendice V o

o montante do prejuiacutezo eacute muito elevado o que justifica toda e qualquer accedilatildeo que

possa mitigar

29

11 OBJETIVOS

111 Objetivo Geral

Analisar e avaliar os problemas de inundaccedilatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC

para o entendimento do fenocircmeno e elaborar um piloto de Plano de Accedilatildeo de

Emergecircncia buscando compreender para mitigar

112 Objetivos Especiacuteficos

Implantar sistema de monitoramento de chuva e vazatildeo com a

instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo de estaccedilotildees hidroloacutegicas para melhorar o

sistema de previsatildeo e alerta de inundaccedilatildeo

Desenvolver uma paacutegina na internet para a Defesa Civil do Municiacutepio

de Rio Negrinho disponibilizando informaccedilotildees referentes aos niacuteveis

dos rios volumes de chuva acumulados e previsotildees do tempo

Desenvolver um foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais

ndash wwwdesastresnaturaiscombr

Montar grupos de WhatsApp e SMS para a Defesa Civil de Rio

Negrinho como forma de repassar rapidamente informaccedilotildees relativas

agrave previsatildeo do tempo niacuteveis dos rios e alertas

Desenvolver procedimentos para eliminar lixo e esgotamento sanitaacuterio

do corpo hiacutedrico

Implementar e simular a hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para

situaccedilotildees de inundaccedilotildees atraveacutes do modelo HEC-RAS

30

12 ESTRUTURA DO TRABALHO

A FIGURA 1 mostra as principais atividadesassuntos desta dissertaccedilatildeo O

ponto de partida satildeo os problemas de inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC sob

os aspectos dos fenocircmenos da natureza das caracteriacutesticas geograacuteficas da aacuterea de

estudo da accedilatildeo antroacutepica e dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros causados

pelas inundaccedilotildees Na sequecircncia eacute descrita a localizaccedilatildeo de cada atividadeassunto

dentro da dissertaccedilatildeo buscando a capacidade de lidar com situaccedilotildees de inundaccedilatildeo

Inicialmente tem-se a introduccedilatildeo apresentando a problemaacutetica do tema que

eacute a inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC e dentro desta apresentaccedilatildeo encontra-

se a justificativa e a motivaccedilatildeo que deram origem a este estudo Juntamente estatildeo

apontados os objetivos geral e especiacutefico e a estruturaccedilatildeo deste trabalho Todos

esses pontos satildeo abordados neste Capiacutetulo 1

Na sequecircncia no Capiacutetulo 2 ndash Revisatildeo de Literatura satildeo feitos o

levantamento dos trabalhos e estudos relacionados ao tema inundaccedilotildees onde se

encontram a descriccedilatildeo dos fenocircmenos da natureza sob os aspectos hidroloacutegicos e

meteoroloacutegicos com ecircnfase nas inundaccedilotildees e tambeacutem as estaccedilotildees hidro

meteoroloacutegicas e sua importacircncia bacias hidrograacuteficas como divisor das chuvas e

formaccedilatildeo das vazotildees nos rios a hidrodinacircmica dos corpos hiacutedricos para entender as

inundaccedilotildees e Planos de Accedilatildeo de Emergecircncia para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo no

contexto de salvaguardar vidas e bens materiais

No Capiacutetulo 3 ndash O Estado da Arte que se relaciona com a Revisatildeo de

Literatura tem-se uma das questotildees relevantes que consiste em verificar as

pesquisas e os estudos inovadores realizados na atualidade buscando formatar a

fronteira do conhecimento em que se encontra o fenocircmeno causador das

inundaccedilotildees associando agraves teacutecnicas para prevenccedilatildeo eou mitigaccedilatildeo de danos

Nos Capiacutetulos 4 e 5 satildeo descritos os levantamentos as anaacutelises e as

avaliaccedilotildees das caracteriacutesticas histoacutericas e geograacuteficas da aacuterea de estudo e das

seacuteries hidroloacutegicas respectivamente realizados Ainda no Capiacutetulo 5 encontram-se

os estudos hidro meteoroloacutegicos da regiatildeo onde se mostra a necessidade de

melhorar as observaccedilotildees de dados hidroloacutegicos para prevenir e mitigar os

problemas causados pelas inundaccedilotildees (Capiacutetulo 6)

31

FIGURA 1 ndash Estrutura do Trabalho (Autor 2017)

32

A partir da caracterizaccedilatildeo geograacutefica e a localizaccedilatildeo da aacuterea urbana de

atingimento das inundaccedilotildees mais frequentes definiu-se o trecho do rio a ser

estudado com modelo hidrodinacircmico e os levantamentos topobatimeacutetricos que foram

realizados Os mesmos estatildeo descritos no Capiacutetulo 7 onde se encontraram os

trabalhos realizados para geraccedilatildeo do modelo digital do terreno Apecircndices I II e III

No Apecircndice IV foram analisados os efeitos da accedilatildeo antroacutepica decorrentes do

processo de urbanizaccedilatildeo que engloba a impermeabilizaccedilatildeo do solo provocada

pelas edificaccedilotildees e pavimentaccedilotildees o dimensionamento inadequado dos sistemas

de drenagem as obras civis em especial pontes e bueiros como pontos de

estrangulamento de rios e coacuterregos e sua interferecircncia no fluxo das aacuteguas o

saneamento e a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Durante a execuccedilatildeo dos levantamentos efetuados no rio Negrinho Serrinha

e dos Bugres contatou-se enorme quantidade de lixo e esgoto despejados no leito e

nas margens desses rios que interferem na inundaccedilatildeo Para solucionar esses

problemas no Capiacutetulo 8 foram relacionados procedimentos para o recolhimento

desse lixo e para a eliminaccedilatildeo do lanccedilamento de esgotos conciliando com a

implantaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio

O Capiacutetulo 9 apresenta um piloto de PAE ndash Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

para Inundaccedilotildees elaborado com base na literatura e nos dados levantados neste

trabalho bem como na estrutura municipal e na experiecircncia do autor junto a Defesa

Civil de Rio Negrinho nas trecircs uacuteltimas inundaccedilotildees de 1983 1992 e 2014 O

levantamento e a avaliaccedilatildeo dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros que ocorrem

numa cidade do porte de Rio Negrinho tendo por referecircncia a uacuteltima grande

inundaccedilatildeo de 2014 foram elaborados no Apecircndice V para justificar a necessidade

da implantaccedilatildeo de um PAE

Para melhor funcionamento do PAE foram desenvolvidos sistemas de

informaccedilotildees que estatildeo descritas no Capiacutetulo 10 Uma nova paacutegina na internet foi

desenvolvida para Defesa Civil de Rio Negrinho e foi criado um grupo de Whatsapp

e SMS com o objetivo principal de aproveitar as novas miacutedias e facilitar o acesso de

todos os muniacutecioes agraves informaccedilotildees de forma especial aos que tecircm imoacuteveis em

aacutereas alagaacuteveis Com o mesmo objetivo poreacutem de forma mais ampla foi criado um

foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais objetivando reunir

pesquisadores para se manifestarem sobre eventos de desastres naturais sendo o

seu foco a inundaccedilatildeo

33

Concluindo a dissertaccedilatildeo o Capiacutetulo 11 trata da mitigaccedilatildeo das perdas e

danos dos eventos de inundaccedilatildeo e de como lidar com eles considerando que a

remoccedilatildeo da cidade das aacutereas inundaacuteveis seria uma operaccedilatildeo que atingiria valores

que a torna inviaacutevel aleacutem da resistecircncia natural de cunho emocional dos moradores

ribeirinhos

34

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA

Sob o ponto de vista da hidrologia toda aacutegua proveniente do meio

atmosfeacuterico que atinge a superfiacutecie terrestre eacute entendida como precipitaccedilatildeo A

precipitaccedilatildeo pode vir sobre a forma de neblina granizo saraiva orvalho geada

neve e chuva O estado em que a aacutegua se encontra eacute o que diferencia essas formas

de precipitaccedilatildeo (TUCCI 1993)

No caso da chuva a determinaccedilatildeo da intensidade eacute importante para o

controle de inundaccedilatildeo e de erosatildeo do solo A chuva eacute o tipo de precipitaccedilatildeo mais

importante para a hidrologia por sua capacidade de produzir escoamento (TUCCI

1993)

Chuva eacute uma precipitaccedilatildeo formada por gotas de aacutegua maiores que 05mm

Elas podem ser classificadas como ldquochuva fracardquo quando a intensidade eacute menor que

25mmhora moderada quando estaacute entre 25 e 75mmhora e forte (pesada)

quando excede a 75mmhora (BRUTSAERT 2005)

O volume total a duraccedilatildeo e as distribuiccedilotildees temporal e espacial satildeo as

principais caracteriacutesticas da precipitaccedilatildeo Um volume acumulado total de

precipitaccedilatildeo natildeo tem significado se natildeo estiver relacionado a uma duraccedilatildeo Uma

chuva de 100mm num mecircs pode ser pouco mas eacute muito se ocorrer num dia e mais

ainda se ocorrer numa hora Natildeo existe como determinar chuva com grande

antecedecircncia por se tratar de um processo aleatoacuterio O tratamento de dados de

pricipitaccedilatildeo na forma chuva para a grande maioria dos problemas dela decorrentes

eacute estatiacutestico (TUCCI 1993)

A ocorrecircncia de precipitaccedilotildees sob a forma de chuva deriva da condensaccedilatildeo

do vapor de aacutegua contido na atmosfera Sob certas condiccedilotildees as gotiacuteculas que

formam as nuvens datildeo origem agraves precipitaccedilotildees Haacute nuvens que natildeo produzem

chuvas necessitando de outros processos que desencadeiem a precipitaccedilatildeo

(TUCCI 1993)

Para que ocorra a chuva as gotiacuteculas precisam ter um volume de tal forma

que seu peso supere as forccedilas que as mantecircm em suspensatildeoEacute preciso que atinjam

uma velocidade de queda maior que as componentes verticais de ascensatildeo dos

movimentos atmosfeacutericos (TUCCI 1993)

35

Conforme Tucci (1993) de acordo com o mecanismo pelo qual ocorre a

ascensatildeo do ar uacutemido as precipitaccedilotildees podem ser classificadas em

Convectivas quando o ar uacutemido em tempo calmo eacute aquecido proacuteximo ao solo

criando camadas de ar que se mantecircm em equiliacutebrio instaacutevel Alterado esse

equiliacutebrio ocorre uma brusca ascenccedilatildeo local de ar menos denso que iraacute condensar

formando nuvens e em muitos casos chuvas Satildeo as chuvas convectivas que

ocorrem frequentemente nas regiotildees equatoriais onde os ventos natildeo satildeo fortes e os

movimentos de ar satildeo predominantemente verticais podendo ocorrer tambeacutem em

regiotildees temperadas no veratildeo Eventualmente tempestades violentas Satildeo

predominantemente chuvas de grande intensidade e curta duraccedilatildeo que ocorrem em

aacutereas de menor dimensatildeo Podem provocar grandes inundaccedilotildees em pequenas

bacias (TUCCI 1993)

Orograacuteficas ocorrem quando ventos quentes e uacutemidos geralmente se deslocando

do oceano para o continente encontram uma regiatildeo montanhosa que os faz subir

resfriar-se condensando o vapor formando nuvens e precipitando-se sob a forma

de chuva Normalmente satildeo chuvas de grande duraccedilatildeo e pequena intensidade

sobre pequenas aacutereas (TUCCI 1993)

Frontais ou Ciclocircnicas se formam do encontro de massas de ar quente e frio Nas

regiotildees de convergecircncia da atmosfera o ar quente e uacutemido sobe violentamente

sendo resfriado onde ocorre a condensaccedilatildeo produzindo chuvas Satildeo chuvas que

atingem grandes aacutereas com intensidade meacutedia e de grande duraccedilatildeo Essas chuvas

eventualmente satildeo acompanhadas de ventos fortes com circulaccedilatildeo ciclocircnica

podendo produzir inundaccedilotildees em grandes bacias (TUCCI 1993)

A seguir satildeo apresentadas as definiccedilotildees de algumas terminologias utilizadas

nesta dissertaccedilatildeo

Iacutendice Pluviomeacutetrico

Para poder acompanhar a quantidade de chuvas numa determinada regiatildeo

os pesquisadores climaacuteticos criaram o iacutendice pluviomeacutetrico (medido em miliacutemetros)

Este eacute calculado da seguinte forma as estaccedilotildees meteoroloacutegicas marcam um espaccedilo

36

no terreno de uma determinada regiatildeo Medem e acompanham a quantidade de

chuva que cai ali durante o ano Este iacutendice eacute uma boa referecircncia para se conhecer

o clima de uma regiatildeo

Temporais

Muitas vezes as chuvas ocorrem em forma de temporais Estas se

caracterizam pelos ventos fortes trovoadas e relacircmpagos Os relacircmpagos satildeo

descargas eleacutetricas provocadas pelo choque entre nuvens carregadas com muita

aacutegua e energia Jaacute o trovatildeo eacute o som provocado por este choque

Previsatildeo de Chuvas

As estaccedilotildees meteoroloacutegicas conseguem prever as chuvas pois observam as

imagens de sateacutelites que mostram a posiccedilatildeo e o deslocamento das massas de ar

Com dados de outros fatores (umidade ventos temperaturas) conseguem prever

com razoaacutevel precisatildeo o horaacuterio e quantidade de chuvas

211 - O fenocircmeno dos rios voadores

Os rios voadores satildeo ldquocursos de aacutegua atmosfeacutericosrdquo compostos de massas

de ar carregadas de vapor drsquoaacutegua acompanhados ou natildeo por nuvens e movidos

pelos ventos Inviacutesiacuteveis essas correntes de ar passam sobre noacutes carregando

umidade da Bacia Amazocircnica para as regiotildees Centro-Oeste Sudeste e Sul do

Brasil

Em contato com as frentes frias que vem do sul essa umidade se tranforma

em chuva Recebem o nome de rios voadores as enormes quantidades de vapor

drsquoaacutegua transportadas pelas correntes aeacutereas Trata-se de um fenocircmeno que tem

impacto nas inundaccedilotildees da regiatildeo sul

Como uma bomba de succcedilatildeo segundo Petrobraacutes (2017) a floresta

amazocircnica puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano

Atlacircntico e carregada pelos ventos aliacuteseos Essa umidade cai sob a forma de chuva

sobre a floresta Sob a forma de vapor drsquoaacutegua a floresta devolve a aacutegua da chuva

para a atmosfera pela evapotranspiraccedilatildeo Assim o ar eacute recarregado com mais

umidade e segue sendo transportado em direccedilatildeo ao oeste para cair novamente

como chuva mais a frente

37

Nesse processo contiacutenuo seguindo em direccedilatildeo oeste recarregados com a

umidade da floresta os rios voadores (massas de ar) encontram a Cordilheira dos

Andes que forma uma barreira natural Parte dessa umidade se precipita nas

encostas dessa barreira formando as nascentes dos rios amazocircnicos A porccedilatildeo dos

rios voadores que natildeo se precipita faz uma curva em direccedilatildeo ao sul regiotildees Centro-

Oeste Sudeste e Sul do Brasil e paiacutees vizinhos FIGURA 2

Dessa forma os rios voadores a floresta amazotildenica e a Cordilheira dos

Andes interferem no nosso regime de chuvas no clima e nas nossas inundaccedilotildees

(PETROBRAacuteS 2017)

FIGURA 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica fenocircmeno dos rios voadores (PETROBRAacuteS 2017)

38

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea

O sistema climaacutetico da terra eacute composto por diversos componentes A

interaccedilatildeo entre a superfiacutecie dos oceanos e a baixa atmosfera proacutexima a ela eacute uma

delas As trocas de energia e umidade podem afetar o clima regional e global

Ao fenocircmeno do aquecimento anormal das aacuteguas superficiais e sub-

superficiais do Oceano Paciacutefico Equatorial daacute-se o nome de El Nintildeo FIGURA 3

Nome em espanhol refere-se agraves aacuteguas quentes que aparecem na costa do Peru na

eacutepoca do Natal Pescadores a chamam de ldquoCorriente de El Nintildeo em referecircncia ao

Menino Jesus

Consideradas anomalias do sistema climaacutetico tanto o El Nintildeo quanto o La

Nintildea representam alteraccedilotildees no sistema oceano-atmosfera encontradas no oceano

Paciacutefico tropical com consequecircncias no clima em todo o planeta Natildeo eacute apenas a

presenccedila de aacuteguas quentes do El Nintildeo mas as alteraccedilotildees na atmosfera proacutexima a

superfiacutecie do oceano interferindo nos ventos aliacutesios (leste para oeste) na regiatildeo

equatorial O enfraquecimento dos ventos e o aquecimento do oceano promovem

mudanccedilas na circulaccedilatildeo entre os niacuteveis baixos e altos da atmosfera tendo como

consequecircncia alteraccedilotildees no transporte de umidade e mudanccedilas na distribuiccedilatildeo das

chuvas em regiotildees tropicais e de latitudes meacutedias e altas Tambeacutem satildeo observados

aumento ou queda de temperatura em algumas regiotildees do globo

O fenocircmeno La Nintildea eacute o oposto do El Nintildeo e eacute tembeacutem chamado de

episoacutedio frio onde os ventos aliacutesios mais intensos empurram as aacuteguas do Oceano

Paciacutefico para o lado oposto onde ficaratildeo ldquorepresadasrdquo no Paciacutefico Equatorial Oeste

aumentando o desniacutevel entre o Paciacutefico Ocidental e Oriental As aacuteguas mais quentes

represadas a oeste geram evaporaccedilatildeo e consequentemente movimentos

ascendentes que por sua vez geram nuvens de chuva A regiatildeo atingida por este

fenocircmeno eacute a do nordeste do Oceano Iacutendico agrave oeste do Oceano Paciacutefico passando

pela indoneacutesia (INPE 2017)

39

FIGURA 3 ndash El Nintildeo em atividade (NASA 2017)

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A seguir satildeo descritas algumas das definiccedilotildees encontradas na literatura para

inundaccedilotildees

Inicialmente como jaacute mencionado na introduccedilatildeo o termo inundaccedilatildeo adotado

neste estudo eacute a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento para planiacutecie de inundaccedilatildeo

(GOERL e KOBIYANA 2005)

Segundo Magalhatildees (1970 p93) eacute ldquoa cheia de um rio cujas aacuteguas

crescendo de volume transbordam alagando os territoacuterios circunjacentes A

inundaccedilatildeo eacute causada pela abundante precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica aliada a causas

fisiograacuteficas tais como a configuraccedilatildeo especial das zonas ribeirinhas a largura e a

profundidade dos leitos dos rios bem como a estrutura da barra ou a

desembocadura das correntes Os prejuiacutezos econocircmicos estatildeo associados agrave

ocupaccedilatildeo humanardquo

Para Tucci (1993 p 621) a inundaccedilatildeo eacute o fenocircmeno que ocorre ldquoquando a

aacutegua que chega ao rio eacute superior agrave capacidade de drenagem de sua calha normal

as aacuteguas transbordam o leito normal e ocupam a planiacutecie de inundaccedilatildeordquo A

ocorrecircncia de inundaccedilotildees depende das caracteriacutesticas fiacutesicas e climatoloacutegicas da

bacia hidrograacutefica ndash especialmente a distribuiccedilatildeo espacial e temporal da chuva

Leopold (1994 p 113) definiu a inundaccedilatildeo como sendo a ocorrecircncia de um

fluxo de tal magnitude que transborda os bancos naturais ou artificiais em um trecho

40

de um rio Onde existe uma planiacutecie de inundaccedilatildeo inundaccedilatildeo eacute qualquer fluxo que

se espalha por essa planiacutecie

Segundo Guerra amp Guerra (1997 p220) a inundaccedilatildeo eacute o mesmo que

alagado ie ldquoaacuterea alagadiccedila apoacutes a enchenterdquo lsquoEnchentesrsquo satildeo grandes chuvas que

ocorrem nos rios e geralmente provocam verdadeiros desastres causando perdas

na agricultura pecuaacuteria cidades proacuteximas etc O que as caracteriza eacute a sua

irregularidade isto eacute que natildeo ocorrem todos os anos

Inundaccedilotildees segundo Below et al (2009 p 6) estatildeo inseridas no grupo de

desastres hidroloacutegicos ou seja relacionados a desvios no ciclo hidroloacutegico As

inundaccedilotildees satildeo subdivididas em inundaccedilotildees ribeirinhas bruscas e costeiras

Apoacutes passar pela experiecircncia das inundaccedilotildees a populaccedilatildeo comeccedilou a

procurar habitar aacutereas mais altas menos frequentemente inundadas (TUCCI 1993

PLATE 2002) Mas com o aumento da urbanizaccedilatildeo as planiacutecies inundaacuteveis

tambeacutem foram ocupadas principalmente pela populaccedilatildeo de baixa renda gerando

problemas sociais que se repetem a cada inundaccedilatildeo (TUCCI 1993) Magalhatildees

(1970) e Leopold (1994) concordam que os danos causados pelas inundaccedilotildees satildeo

consequecircncia da ocupaccedilatildeo humana das planiacutecies inundaacuteveis Comprovando essa

ideacuteia Silveira et al (2009) mostraram que os desastres das inundaccedilotildees em Joinville

SC estatildeo mais relacionadas com o avanccedilo da ocupaccedilatildeo das planiacutecies de inundaccedilatildeo

do que com o comportamento das chuvas e portanto satildeo desastres mais humanos

que naturais Flemming (2002) relembra que as inundaccedilotildees satildeo fenocircmenos naturais

que natildeo podem ser evitados mas seus danos podem ser mitigados Para essa

tarefa ressalta a importacircncia da elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo

As inundaccedilotildees tecircm dinacircmicas diferentes que estatildeo relacionadas

principalmente com as caracteriacutesticas das bacias hidrograacuteficas Segundo Castro

(2003) a evoluccedilatildeo das inundaccedilotildees pode se dar de forma brusca com aumento

raacutepido e intenso do volume de aacutegua do canal ou gradual com a subida e a descida

das aacuteguas de um rio de forma lenta

Em Rio Negrinho houve inundaccedilotildees que podem ser enquadradas nas duas

modalidades descritas

As inundaccedilotildees de acordo com Amaral e Ribeiro (2012 p41) ldquosatildeo eventos

naturais que ocorrem com periodicidade nos cursos drsquoaacutegua frequentemente

deflagrados por chuvas fortes e raacutepidas ou chuvas de longa duraccedilatildeordquo Segundo

Tucci (2005 p42) ldquoeste eacute um processo natural que ocorre quando a precipitaccedilatildeo eacute

41

intensa causada por eventos chuvosos em que o solo perde a capacidade de

infiltraccedilatildeo aumentando o escoamento superficial que rapidamente alcanccedila os

cursos drsquoaacuteguardquo

Quando a inundaccedilatildeo se estabelece as aacuteguas do rio ocupam as aacutereas da

planiacutecie fluvial que eacute composta pela planiacutecie de inundaccedilatildeo leito maior e leito menor

do rio Zancopeacute (2012) define que ldquoas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo aacutereas dos vales

fluviais que sofrem inundaccedilotildees por cheias de determinadas magnitudes e intervalos

de recorrecircncia e as planiacutecies fluviais satildeo aacutereas dos vales fluviais marginais aos

cursos drsquoaacutegua parcialmente alagadas por transbordamentos perioacutedicos oriundos dos

rios e limitadas lateralmente pelas bases de vertentes dos valesrdquo

Segundo Tucci (2005 p29) o leito menor eacute caracterizado pelos locais onde

a aacutegua escoa normalmente a maior parte do tempo jaacute o leito maior eacute caracterizado

pelos locais em que o rio alcanccedila quando atinge niacuteveis superiores de volume drsquoaacutegua

(FIGURA 4) Tucci (2005 p29) comenta ainda que esse tipo de inundaccedilatildeo quando

as aacuteguas atingem o leito maior do rio geralmente ocorre em bacias hidrograacuteficas

meacutedias e grandes (gt100kmsup2) e que esse processo eacute natural como consequecircncia do

ciclo hidroloacutegico e assim eacute denominada inundaccedilatildeo de aacutereas ribeirinhas As aacutereas de

planiacutecie de inundaccedilatildeo satildeo locais que periodicamente seratildeo atingidos pelo

transbordamento dos cursos de aacuteguas faz parte da dinacircmica natural dos rios

(AMARAL e RIBEIRO 2012)

42

FIGURA 4 - Ocupaccedilatildeo indevida da margem dos rios (CPRM 2016)

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO

Eacute o conjunto de sistemas para o monitoramento de variaacuteveis ambientais

composto de coleta tratamento armazenamento transmissatildeo e disponibilizaccedilatildeo de

seacuteries histoacutericas

Os principais dados monitorados satildeo duraccedilatildeo quantidade e intensidade das

chuvas niacuteveis dos rios temperatura do ar umidade do ar velocidade e direccedilatildeo dos

ventos pressatildeo atmosfeacuterica e radiaccedilatildeo solar

A Hidrometeorologia eacute a parte da ciecircncia que trata da aacutegua na atmosfera

(TUCCI 1993) Bruce e Clark (1980 p 1) mencionam a importacircncia da meteorologia

no desenvolvimento de estudos hiacutedricos e no controle de inundaccedilotildees indicando a

necessidade do monitoramento meteoroloacutegico para as soluccedilotildees de gestatildeo de aacuteguas

superficiais e subterracircneos O termo hidrometeorologia eacute utilizado por eles como

43

sendo a aplicaccedilatildeo da meteorologia para a soluccedilatildeo dos problemas hidroloacutegicos

diferindo da definiccedilatildeo que trata como um problema de fronteira entre meteorologia e

hidrologia Segundo eles a dificuldade na aplicaccedilatildeo dessa uacuteltima reside na largura

da fronteira que varia de acordo com o ponto de vista da pessoa que o usa Na

praacutetica a largura varia do campo de estudos das condiccedilotildees meteoroloacutegicas criacuteticas

para uso na estimativa de fluxos maacuteximos de inundaccedilatildeo

No Brasil em diversos estudos esse termo eacute utilizado como a soma dos

termos hidroloacutegico e meteoroloacutegico

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie

As estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas de superfiacutecie podem ser

convencionais ou automaacuteticas (telemeacutetricas) As estaccedilotildees automaacuteticas foram

implantadas na deacutecada de 90 substituindo ou monitorando em conjunto com as

convencionais

Nessas estaccedilotildees um teacutecnico em meteorologia vai ateacute a estaccedilatildeo anotar

manualmente cada dado quatro vezes por dia sempre agraves 00 06 12 e 18 UTC (3

horas a menos do horaacuterio de Brasiacutelia)

Os instrumentos de uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional medem a

temperatura e a umidade do ar a direccedilatildeo e velocidade do vento a chuva

acumulada o tempo de insolaccedilatildeo evaporaccedilatildeo intensidade da radiaccedilatildeo solar e a

pressatildeo

Ainda na estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional o teacutecnico tambeacutem faz a

observaccedilatildeo visual das nuvens e da visibilidade Nos horaacuterios de observaccedilatildeo ele

avalia o ceacuteu como um todo quantifica e classifica as nuvens daquele momento

observando a ocorrecircncia de neacutevoa ou nevoeiro (Climatempo 2017)

Segundo Barth et al (1987 p 111) o estudo do regime hidroloacutegico de um

curso de aacutegua exige o conhecimento da variaccedilatildeo de sua vazatildeo ao longo do tempo

Numa estaccedilatildeo convencional a avaliaccedilatildeo diaacuteria dessa vazatildeo se daacute por um processo

direto pelo registro diaacuterio duas vezes ao dia atraveacutes da leitura do niacutevel da aacutegua na

reacutegua ou pelo registro contiacutenuo atraveacutes de hidroacutegrafas onde o niacutevel de aacutegua eacute

registrado Esses niacuteveis ou cotas determinam as vazotildees usando a curva-chave ou

curva cota-vazatildeo

44

A obtenccedilatildeo mais comum da vazatildeo se daacute pela mediccedilatildeo do niacutevel da aacutegua por

meio de liniacutemetros mais comumente chamados de reacuteguas linimeacutetricas e liniacutegrafos

Uma reacutegua linimeacutetrica nada mais eacute do que uma escala graduada de madeira ou

metal esmaltada ou natildeo ou mesmo pintada sobre uma superfiacutecie vertical de

concreto cuja extremidade inferior denominada ldquozero da reacuteguardquo estaacute na medida do

possiacutevel sempre mergulhada na aacutegua mesmo nas estiagens mais severas Isso

evita a necessidade de leituras negativas que satildeo tradicionalmente uma fonte de

erros (BARTHet al 1987 p 111)

A grande maiorias das estaccedilotildees hidromeacutetricas convencionais brasileiras

conta com simples reacuteguas linimeacutetricas O grau de confianccedila de seus registros eacute

portanto diretamente dependente do encarregado da leitura A localizaccedilatildeo do posto

hidromeacutetrico eacute estabelecida de modo a permitir um acesso faacutecil e permanente ao

local quaisquer que sejam as condiccedilotildees climaacuteticas e o niacutevel das aacuteguas inclusive

nas maiores inundaccedilotildees (PINTO et al 1976 p 185)

Uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie automaacutetica eacute composta por uma

unidade de memoacuteria central (ldquodata loggerrdquo) ligada a vaacuterios sensores dos paracircmetros

meteoroloacutegicos (pressatildeo atmosfeacuterica temperatura e umidade relativa do ar

precipitaccedilatildeo radiaccedilatildeo solar direccedilatildeo e velocidade do vento) que integra os valores

observados minuto a minuto e os disponibiliza automaticamente a cada 15 minutos

ou a cada hora (INMET 2017)

A estaccedilatildeo hidroloacutegica automaacutetica eacute composta por um data logger um sensor

de pressatildeo para mediccedilatildeo de cota (niacutevel da aacutegua) e um pluviocircmetro de baacutescula para

mediccedilatildeo de chuva acumulada num intervalo de tempo

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA

Segundo Viessman et al (1972) bacia hidrograacutefica eacute uma aacuterea definida

topograficamente drenada por um curso drsquo aacutegua ou um sistema conectado de

cursos drsquo aacutegua dispondo de uma simples saiacuteda para que toda vazatildeo efluente seja

descarregada

Tambeacutem pode-se definir a bacia hidrograacutefica como sendo uma aacuterea onde a

aacutegua da precipitaccedilatildeo eacute captada naturalmente fazendo com que seu escoamento

seja conduzido para um uacutenico ponto de saiacuteda seu exutoacuterio A bacia hidrograacutefica eacute

45

composta de um conjunto de superfiacutecies vertentes e de uma rede de drenagem

formada por cursos de aacutegua que confluem ateacute resultar num leito uacutenico no exutoacuterio

De forma geral a chuva que cai sobre as vertentes infiltra-se nos solos ateacute

a saturaccedilatildeo destes momento em que diminuem as taxas de infiltraccedilatildeo e comeccedilam a

surgir os escoamentos superficiais na condiccedilatildeo de persisitecircncia da precipitaccedilatildeo O

escoamento superficial gerado nas vertentes da bacia hidrograacutefica pode ser

entendido como ldquoproduccedilatildeordquo de aacutegua de escoamento raacutepido Com essa interpretaccedilatildeo

a aacutegua produzida pelas vertentes tem como destino imediato a rede de drenagem

que iraacute conduziacute-la agrave seccedilatildeo de saiacuteda da bacia No leito maior dos rios (zona de

inundaccedilatildeo) o comportamento eacute duacutebio ora de produccedilatildeo quando os niacuteveis de aacutegua

dos rios estatildeo inicialmente baixos funcionando esta zona como vertente ora de

transporte quando os niacuteveis dos rios estatildeo elevados com a zona de inundaccedilatildeo

usada para escoamento (TUCCI 1993)

A bacia hidrograacutefica pode ser descrita como um sistema fiacutesico onde o

volume de aacutegua precipitado compotildee a entrada e o volume de aacutegua que sai pelo

exutoacuterio eacute a saiacuteda tendo como perdas intermediaacuterias os volumes da evaporaccedilatildeo da

evapotranspiraccedilatildeo e os volumes de infiltraccedilatildeo profunda Em eventos isolados essas

perdas podem ser desconsideradas (TUCCI 1993)

A funccedilatildeo hidroloacutegica da bacia hidrograacutefica eacute transformar uma entrada

precipitaccedilatildeo de volume concentrada no tempo em uma saiacuteda escoamento de

forma mais distribuiacuteda no tempo (TUCCI 1993)

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS

Neste estudo a hidrodinacircmica eacute o movimento da aacutegua ao longo do rio e o

comportamento deste movimento eacute determinado pelos modelos hidrodinacircmicos

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional

Segundo Campos (2009) modelo eacute um grupo ordenado de suposiccedilotildees que

se propotildeem a explanar as propriedades de um sistema sem necessariamente

manter todas as suas particularidades Para Christofoletti (1999) define-se um

modelo como uma reproduccedilatildeo assingelada do que ocorre de fato em funccedilatildeo da

complexidade de maneira que seja possiacutevel fazer uma reconstituiccedilatildeo muito proacutexima

46

da realidade fazer simulaccedilotildees previsotildees alteraccedilotildees e evoluccedilotildees Para este autor

um modelo que busca reproduzir um sistema ambiental exprimindo uma hipoacutetese

cientiacutefica precisa ser analisado e testado para diferentes suposiccedilotildees

Assim os modelos satildeo um elo entre o que eacute obervado na praacutetica e as

suposiccedilotildees teoacutericas Devem ser construiacutedos de forma a atingir ao que se propotildeem

devendo tambeacutem ficar claros os limites de sua capacidade de fazer previsotildees

Importante destacar as suas aplicabilidades como ferramentas de planejamento

(CHRISTOFOLETTI 1999)

Na primeira metade do seacuteculo passado o uso da modelagem matemaacutetica

era limitada devido agrave dificuldade de encontrar soluccedilotildees analiacuteticas para resolver os

sistemas natildeo lineares de equaccedilotildees diferenciais ordinaacuterias e parciais da

hidrodinacircmica restringindo-se aos modelos lineares ou linearizados atraveacutes de

simplificaccedilotildees algeacutebricas Chapra (1997) menciona que o movimento do fluido

dentro de canais ou calhas era descrito com base em geometria simples como

exemplo retacircngulo trapeacutezio ou triacircngulo e condiccedilotildees de equiliacutebrio dinacircmico

Somente na segunda metade do seacuteculo passado com o desenvolvimento dos

computadores e a utilizaccedilatildeo de meacutetodos numeacutericos foi possiacutevel obter soluccedilotildees para

as equaccedilotildees que representam os processos hidrodinacircmicos mais proacuteximas das

caracteriacutesticas geomorfoloacutegicas das calhas do rios Essas soluccedilotildees satildeo chamadas

soluccedilotildees numeacutericas de equaccedilotildees diferenciais parciais e natildeo lineares permitindo

desta forma a simulaccedilatildeo da movimentaccedilatildeo da aacutegua mais especificamente neste

estudo da onda de cheia responsaacuteveis pelas inundaccedilotildees

Essas inundaccedilotildees satildeo sempre transientes variam no espaccedilo e no tempo

Esses movimentos natildeo-permanentes os quais satildeo regidos pelas equaccedilotildees

desenvolvidas pelos matemaacuteticos Laplace e Lagrange e satildeo considerados os

primeiros a caracterizar o movimento das ondas em canais (Marmood e Yevjevich

1975 apud Silva 2015) Na praacutetica muitas vezes pela dificuldade de se obter

hidrogramas de cheias representam-se as cheias usando vazotildees maacuteximas

invariantes no tempo para delimitar a cota de atingimento da mesma que satildeo

utilizadas para confecccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo sem levar em conta o tempo de

propagaccedilatildeo

Segundo Tucci (1998) a modelagem hidrodinacircmica computacional utiliza as

equaccedilotildees do escoamento unidimensional em rios e canais e suas simplificaccedilotildees Em

geral os processos computacionais envolvem grande quantidade de dados e

47

procuram representar mais precisamente o sistema fiacutesico observado no escoamento

em rios No caso do estudo de inundaccedilotildees esse escoamento depende

essencialmente da declividade da bacia da estrutura da rede de drenagem e da

cobertura vegetal existentes no leito e margens dos rios O ponto inicial da

modelagem hidrodinacircmica eacute a construccedilatildeo da geometria do canal ou canais Para

isso vaacuterios meacutetodos satildeo usados entre eles os mecanismos que utilizam modelos

digitais de terreno em programas de geoprocessamento

Silva (2015) menciona que Chien e Tan (2011) apresentaram um experimento

usando Google Earth para gerar a geometria necessaacuteria agrave simulaccedilatildeo com o modelo

hidrodinacircmico 2D e Gichamo et al (2012) verificaram a aplicabilidade do MDT

ASTER GDEM (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer

Global Digital Elevation Model) com um poacutes-processamento para correccedilatildeo de

tendecircncias (bias) para simulaccedilatildeo de eventos de enchentes usando o modelo

hidrodinacircmico HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center ndash River Analysis System)

escolhido dentre os modelos existentes pela familiaridade do autor Foi feito o

levantamento da calha do rio (batimetria) para precisatildeo da cota de inundaccedilatildeo e

junccedilatildeo com o levantamento aerofotogrameacutetrico existente na Prefeitura Municipal de

Rio Negrinho

Pontes (2011) realizou uma comparaccedilatildeo entre modelos hidrodinacircmicos

simplificados e completo testando os modelos de Muskingum-Cunge linear

Muskingum natildeo linear e modificado por Todini e IPHS com o HEC-RAS O resultado

mostrou que o Muskingum modificado foi promissor indicando que o HEC-RAS eacute um

modelo completo e usado como base para os demais Esse modelo vem sendo

amplamente utilizado e que tem apresentado resultados satisfatoacuterios (Souza et al

2007 Santillan et al 2012 Hasani 2013 Sharkey 2014 entre outros)

Em 2002 Wheater apud Silva (2015) fez uma revisatildeo sobre as perspectivas

da modelagem hidrodinacircmica na simulaccedilatildeo de enchentes apresentando a

importacircncia da distribuiccedilatildeo da chuva para qualidade dos resultados da simulaccedilatildeo

bem como cenaacuterios usando como base as chuvas estimadas considerando as

mudanccedilas climaacuteticas aleacutem do incremento na capacidade de simulaccedilatildeo em bacias

sem estaccedilotildees de coleta de dados

48

252 Modelagem Hidrodinacircmica

A modelaccedilatildeo hidraacuteulica pode apresentar o escoamento permanente ou natildeo

permanente

2521 Escoamento Permanente

Quando a velocidade local em um ponto natildeo muda com o tempo o

escoamento eacute definido como permanente Como consequecircncia outras condiccedilotildees de

contorno como vazatildeo profundidade raio hidraacuteulico entre outros seratildeo invariaacuteveis

Escoamento uniforme eacute aquele no qual a declividade a velocidade e as

caracteriacutesticas geomeacutetricas do canal coacuterrego ou rio natildeo variam ao longo da sua

extensatildeo supondo-se com linhas de fluxo paralelas e retas (PORTO 2006) Esta

simplificaccedilatildeo eacute usualmente utilizada no dimensionamento e verificaccedilatildeo da

capacidade de vazatildeo de canais pelas facilidade do seu equacionamento utilizando

as equaccedilotildees de Cheacutezy e Manning que consideram a resistecircncia do contorno do

canal (CANHOLI 2005)

Os princiacutepios da conservaccedilatildeo de energia constante na foacutermula de Bernoulli

e da conservaccedilatildeo de massa desempenhado pela equaccedilatildeo da continuidade

fundamentam os modelos que adotam o escoamento permanente (GRACIOSA

2010) Seus usos mais frequentes satildeo a anaacutelise do perfil de cheias o caacutelculo do

remanso de rios o dimencionamento de obras hidraacuteulicas e o escoamento em

estiagem entre outras utilizaccedilotildees (TUCCI 1998)

2522 Escoamento Natildeo Permanente

Quando a velocidade do fluxo em determinado ponto se modifica com o

tempo tem-se o escoamento natildeo permanente Satildeo as coordenadas espaciais do

ponto e do tempo que definem essa condiccedilatildeo A passagem de uma onda de cheia

eacute um exemplo de onde esse regime ocorre fato este que acontece na maioria dos

problemas hidroloacutegicos de escoamento superficial de canais (PORTO 2006 TUCCI

1998)

As equaccedilotildees da continuidade e da quantidade de movimento reproduzem

esse tipo de escoamento e quando associadas satildeo chamadas de equaccedilotildees de

Saint Veacutenant Eacute comum o uso de simplificaccedilotildees que facilitam o uso desse conjunto

49

de equaccedilotildees Um exemplo eacute o tratamento unidirecional do escoamento natildeo

levando em consideraccedilatildeo as variaccedilotildees de velocidade nas direccedilotildees horizontal

(lateral) e vertical (profundidade) Quando os modelos satildeo mais complexos por

considerarem todos os elementos das equaccedilotildees de Saint Veacutenant (pressatildeo e ineacutercia

do fluxo atrito e gravidade) passam a ser chamados de modelos hidrodinacircmicos O

sistema de equaccedilotildees que se forma para representar este escoamento somente

pode ser solucionado por meacutetodos numeacutericos que permitem a discretizaccedilatildeo do rio

em seccedilotildees Meacutetodos analiacuteticos natildeo resolvem os sistemas de equaccedilotildees resultantes

desse tipo de escoamento (TUCCI 1998)

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis System)

Software livre do Corpo de Engenheiros do Exeacutercito dos Estados Unidos da

Ameacuterica (US Army Corps of Engineers) eacute um programa de modelaccedilatildeo hidraacuteulica

unidirecional para uma rede de rios e canais Aleacutem do escoamento permanente ele

modela o escoamento natildeo permanente o transporte de sedimentos e modela

tambeacutem anaacutelises de qualidade de aacutegua (USACE 2010)

O caacutelculo da lacircmina daacutegua nos canais considerando fluxo uniforme

gradualmente variado ou bruscamente variado para regimes de escoamento

supercriacutetico e sub criacutetico satildeo funccedilotildees da modelaccedilatildeo do escoamento permanente

Pela equaccedilatildeo de Manning e pela utilizaccedilatildeo de coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo

satildeo calculadas as perdas de energia A equaccedilatildeo da quantidade de movimento eacute

utilizada em situaccedilotildees onde a variaccedilatildeo do niacutevel daacutegua ocorre rapidamente (USACE

2010)

Um meacutetodo hidrodinacircmico com a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees completas de

Saint Veacutenant possibilita a modelaccedilatildeo do escoamento natildeo permanente Regimes de

escoamento subcriacutetico ou supercriacutetico ou ambos podem ser analisados nesse

modelo Os caacutelculos hidraacuteulicos de pontes bueiro e outras estruturas tambeacutem satildeo

incorporados para o componente de escoamento permanente (USACE 2010)

A geometria de cada uma das seccedilotildees consideradas do canal condiccedilotildees de

contorno e valores do coeficiente (n) de rugosidade de Manning para o canal e

planiacutecie de inundaccedilatildeo aleacutem da vazatildeo utilizada para a modelaccedilatildeo (valores fixos para

50

o escoamento permanente e hidrogramas para o natildeo permanente) satildeo os principais

dados de entrada para o software

A interaccedilatildeo entre o HEC-RAS e um SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Geograacuteficas) se daacute atraveacutes da plataforma HEC-GeoRAS Satildeo ferramentas para

softwares tipo ArcGIS ou Quantum GIS que manipulam os dados geograacuteficos que

seratildeo utilizados no HEC-RAS Gera-se um modelo digital de terreno (MDT) que eacute

importado para o HEC-RAS Realizada a modelaccedilatildeo hidraacuteulica um novo arquivo eacute

gerado Este pode ser exportado novamente para o ArcGIS ou o Quantum GIS

permitindo uma anaacutelise espacial da planiacutecie de inundaccedilatildeo modelada FIGURA 5

(USACE 2010)

FIGURA 5 ndash Modelaccedilatildeo Hidraacuteulica HEC-RAS (USACE-US Army Corps of Engineers 2010)

51

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica

Os softwares descritos anteriormente satildeo amplamente utilizados no meio

acadecircmico Mulungo (2012) desenvolveu um modelo para a bacia hidrograacutefica do

Campus da UFSC em FlorianoacutepolisSC com o objetivo geral de analisar as

inundaccedilotildees da bacia hidrograacutefica daquele campus por meio do modelo hidroloacutegico

de chuva-vazatildeo (HEC-HMS) e hidrodinacircmico (HEC-RAS) Como objetivos

especiacuteficos o trabalho avaliou a vazatildeo com base na chuva de projeto para

diferentes periacuteodos de retorno verificou as mudanccedilas no uso da cobertura do solo

da bacia e analisou suas consequecircncias na vazatildeo do rio do Meio Verificou-se a

aacuterea inundada e as respectivas cotas

A anaacutelise dos resultados permitiu apresentar algumas conclusotildees entre

elas que entre 1998 e 2007 houve um acreacutescimo de 15 de aacuterea construiacuteda da

bacia do Campus da UFSC aumentando em 27 na vazatildeo de piso e de 26 no

volume escoado Foram feitas anaacutelises da capacidade maacutexima de escoamento sem

transbordamento causado por uma ponte e simulaccedilotildees de manchas de inundaccedilatildeo

FIGURA 6

Ele recomendou que fosse feito o planejamento e a regulamentaccedilatildeo

urgentes do uso e ocupaccedilatildeo de solo da bacia tendo em vista a existecircncia de um

processo contiacutenuo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo podendo

acarretar graves problemas ao sistema de drenagem favorecendo a ocorrecircncia de

inundaccedilotildees

52

FIGURA 6 ndash Mancha de Inundaccedilatildeo observada (MO) e simulada (MS) para 1995 na fase de calibraccedilatildeo do HEC-RAS da bacia hidrograacutefica do Campus da UFSC

(MULUNGO 2012)

253 Modelo Hidroloacutegico

O comportamento de uma bacia hidrograacutefica ainda que composto por

fenocircmenos naturais como evaporaccedilatildeo precipitaccedilatildeo infiltraccedilatildeo e escoamento de

rios pode ser simulado pela elaboraccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos Os modelos tecircm

por objetivo reproduzir e facilitar o entendimento de como funcionam os fenocircmenos

e possibilitando a elaboraccedilatildeo de previsotildees Funccedilotildees matemaacuteticas experimentais e

conceituais satildeo a base do funcionamento de diversos tipos de modelo incluindo os

modelos que representam o ciclo hidroloacutegico (TUCCI 1998)

Eacute importante mencionar que os modelos hidroloacutegicos apresentam limitaccedilotildees

que devem ser levadas em consideraccedilatildeo tanto na escolha do modelo quanto na

expectativa de objetivos e resultados Os modelos satildeo ainda dependentes de outros

53

fatores que tambeacutem interferem na sua definiccedilatildeo como a heterogeneidade fiacutesica da

bacia a diversidade dos processos envolvidos a quantidade e qualidade dos dados

hidroloacutegicos disponiacuteveis representaccedilatildeo espacial de variaacuteveis e fenocircmenos

simplificaccedilotildees entre outros (TUCCI 1998)

Neste trabalho natildeo foram realizados os estudos de chuva-vazatildeo por falta de

mediccedilotildees das curvas chave Quando tiverem sido feitos os levantamentos das

curvas-chave nas estaccedilotildees fluviomeacutetricas implantadas seraacute possiacutevel fazer esse

estudo

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A Secretaria Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil vinculada ao Ministeacuterio da

Integraccedilatildeo Nacional estabeleceu a Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil -

PNPDEC instituiacuteda pela Lei nordm 12608 de 10 de abril de 2012 publicada no Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo nordm 70 de 11 de abril de 2012 traz os princiacutepios os objetivos e

instrumentos de como a gestatildeo de riscos de desastres e a gestatildeo de desastres

seratildeo implementadas no Brasil com o propoacutesito de assegurar condiccedilotildees sociais

econocircmicas e ambientais adequadas para garantir a dignidade da populaccedilatildeo e

garantir a promoccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

Aleacutem da PNPDEC a Secretaria Nacional controla o CENAD ndash Centro

Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres manteacutem o Sistema Integrado de

Informaccedilotildees sobre Desastres ndash S2ID possue programas e accedilotildees para aprimorar a

coordenaccedilatildeo e a gestatildeo das accedilotildees de preparaccedilatildeo prevenccedilatildeo mitigaccedilatildeo resposta e

recuperaccedilatildeo para a proteccedilatildeo e defesa civil estabelece as regras e condiccedilotildees para a

decretaccedilatildeo de Situaccedilatildeo de Emergecircncia ou Estado de Calamidade Puacuteblica e

disponibiliza modalizades de transferecircncia de recursos para accedilotildees de prevenccedilatildeo

resposta e recuperaccedilatildeo Possui ainda programas como o ldquoConstruindo Cidades

Resilientesrdquo por meio da definiccedilatildeo de accedilotildees e prioridades na aacuterea de gestatildeo do

risco de desastres em cada localidade

A Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina possui uma

estrutura voltada especialmente para a prevenccedilatildeo mas tambeacutem para respostas

Tem feito investimentos significativos na implantaccedilatildeo de radares meteoroloacutegicos na

construccedilatildeo de barragens para a contenccedilatildeo de cheias e na qualificaccedilatildeo da estrutura

fiacutesica e de pessoal da secretaria

54

Muitas satildeo as atribuiccedilotildees definidas a Secretaria Estadual entrele elas

destacamos a prevenccedilatildeo e preparaccedilatildeo para desastres a assistecircncia e socorro agraves

viacutetimas das calamidades o restabelecimento de serviccedilos essenciais a reconstruccedilatildeo

realizar estudos e pesquisas sobre riscos e desastres elaborar e implementar

diretrizes planos programas e projetos para prevenccedilatildeo minimizaccedilatildeo e respostas a

desastres causados por accedilatildeo da natureza eou do homem no acircmbito do Estado

coordenar a elaboraccedilatildeo do plano de contingecircncia estadual e fomentar a elaboraccedilatildeo

dos planos de contingecircncia municipais (ou planos de accedilatildeo de emergecircncia) e

mobilizar recursos para prevenccedilatildeo e minimizaccedilatildeo dos desastres

O Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ou Plano de Accedilatildeo Emergencial ou Plano de

Accedilotildees Emergenciais (PAE) ou Plano de Contingecircncia Municipal determina as

accedilotildees de resposta do empreendedor eou autoridades puacuteblicas durante

emergecircncias tais como vazamentos explosotildees incecircndios desastres naturais

como terremotos tempestades inundaccedilotildees furacotildees dentre outros (CONSEIL

POUR LA REacuteDUCTION DEcircS ACCIDENTS INDUSTRIEL MAJEURS 2002 apud

YOGUI amp MACEDO 2012)

Em 2005 pelo Comitecirc de Gerenciamento da Bacia Hidrograacutefica do Rio

Cubatatildeo JoinvilleSC (CCJ 2005) um Plano de Alerta e Atendimento a

Emergecircncias de inundaccedilatildeo do rio Cubatatildeo do Norte foi apresentado Nele satildeo

descritas medidas a serem tomadas em situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo com intuito de

mitigar danos facilitar a implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo do plano com foco em dar

resposta raacutepida agrave comunidade A inundaccedilatildeo que mais causou danos agrave comunidade

aconteceu em 1995 com o rompimento da barragem do Rio Cubatatildeo na Bacia

Hidrograacutefica do Rio Cubatatildeo do Norte

Em geral as mais graves inundaccedilotildees estatildeo associadas ao rompimento de

barragens causadas por eventos de cheia extremas Na literatura tem-se estudos

de PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilotildees causadas por ruptura de barragem para

atender a Lei n 123342010 conforme a Poliacutetica Nacional de Seguranccedila de

Barragens (CARDIA et al 2015) Essas inundaccedilotildees satildeo bruscas com elevaccedilatildeo do

niacutevel da aacutegua em intervalo de tempo muito menor que as cheias naturais Balbi

(2008) apresentou metodologias para a elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees

emergenciais para inundaccedilotildees induzidas por rompimento de barragens tendo como

estudo de caso a barragem de Peti em Minas Gerais O foco do seu estudo foi

preparar planos de accedilatildeo emergencial (PAE) para evitar ou reduzir os danos

55

causados pela ruptura de barragens a partir da revisatildeo de metodologias nacionais e

internacionais

Decina (2012) analisou medidas de controle de inundaccedilotildees com base na

avaliaccedilatildeo de cenaacuterios de uso e ocupaccedilatildeo desorganizada do solo pela urbanizaccedilatildeo

na bacia do Coacuterrego do Gregoacuterio em Satildeo CarlosSP Em eventos de chuva as

inundaccedilotildees satildeo deflagradas e prejuiacutezos satildeo causados e com intuito de mitigar

esses prejuiacutezos fez simulaccedilotildees computacionais de diferentes cenaacuterios utilizando

softwares HEC-HMS (modelo hidroloacutegico) e HEC-RAS (modelo hidrodinacircmico)

Essa mesma anaacutelise foi feita por Ali et al (2011) no Paquistatildeo Segundo Ali et al

essa metodologia possibilitou a melhoria no procedimento de accedilotildees futuras em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees

Outro fator que mostra a importacircncia da elaboraccedilatildeo do PAE aleacutem das

mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo satildeo as mudanccedilas climaacuteticas Os modelos

globais tecircm mostrado que essa regiatildeo teraacute um aumento de chuvas acompanhada

dos eventos de extremos (MILLY et al 2005 MARENGO et al 2007 Groisman et

al 2005) o que iraacute acarretar em eventos de inundaccedilatildeo frequentes e mais severas

A FIGURA 7 mostra que a regiatildeo de estudo poderaacute sofrer aumento na vazatildeo com

tendecircncia de acreacutescimo de aproximadamente 40 para o periacuteodo entre 2041-2060

Eventos extremos tanto de seca como de inundaccedilotildees vecircm se mostrando

frequentes em todo territoacuterio nacional com amplitudes cada vez maiores

(MARENGO 2014) e aumentando as aacutereas vulneraacuteveis agraves inundaccedilotildees

56

FIGURA 7 - Mudanccedila relativa em das vazotildees simuladas para o periacuteodo 1971-2000 com base nos dados de 1900-1970 (A) e para o periacuteodo 2041-2060 com base nos dados de 1900-1998 (B) baseado em cenaacuterios construiacutedos pelo IPCC (Painel

Internacional de Mudanccedilas Climaacuteticas) (FONTE Milly et al 2005)

Amaral e Ribeiro (2009) apresentaram accedilotildees para reduccedilatildeo de perdas em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees que foram baseados nos trabalhos de Kobiyama et al

(2004 e 2006) Essas accedilotildees satildeo identificar as aacutereas de risco e natildeo ocupaacute-las

respeitando as aacutereas de APP (Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente) aliadas agrave

educaccedilatildeo ambiental Em caso de situaccedilatildeo emergencial eacute imprescindiacutevel a

transmissatildeo atraveacutes da miacutedia de informaccedilotildees sobre a previsatildeo e a ocorrecircncia de

chuvas intensas e tambeacutem o seu acompanhamento durante o evento

Em 2012 foi elaborada uma cartilha sobre prevenccedilatildeo de risco de desastres

pela equipe do CEPED (Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre

Desastres) onde satildeo apresentadas as definiccedilotildees sobre desastres sua

caracterizaccedilatildeo e classificaccedilatildeo prejuiacutezos ocasionados acionamento de planos de

contingecircncias e de risco e medidas de prevenccedilatildeo e treinamento para lidar com

eventos extremos para fortalecimento das comunidades mais vulneraacuteveis que satildeo

utilizados na elaboraccedilatildeo do PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo em Rio NegrinhoSC

57

3 O ESTADO DA ARTE

A Deltares instituto holandecircs independente referecircncia mundial em

pesquisas aplicadas relacionadas aos recursos hiacutedricos vem implementando a

capacidade de previsatildeo do niacutevel de aacutegua alturas de ondas e erosatildeo atraveacutes do

desenvolvimento de um sistema integrador informatizado e em tempo real Delft-

FEWS (WERNERet al 2013 GIJSBERS 2010) capaz de utilizar diferentes

programas computacionais e resultados de simulaccedilotildees interna do sistema bem

como simulaccedilotildees realizadas em outras plataformas com intuito de diminuir o risco

de inundaccedilotildees e de rompimento de diques de proteccedilatildeo e barragens

Implementado em mais de 35 paiacuteses (EUA Inglaterra Paiacutes de Gales e

Holanda entre outros) o Delft-FEWS eacute o sistema nacional oficial de previsatildeo de

cheias da Holanda Sistemas de previsatildeo de inundaccedilotildees satildeo tambeacutem

desenvolvidos pela empresa prevendo vazotildees e niacuteveis de aacutegua A ferramenta DAM

Live eacute utilizada para avaliar a resistecircncia e estabilidade das barragens e diques para

proteccedilatildeo contra inundaccedilotildees encontra-se implementada nos Paiacuteses Baixos e na

China (DELTARES 2017) Esse sistema tambeacutem tem sido utilizado pelo Sistema

Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees do Reino Unido (UK National Flood Forecasting

System ndash NFFS) (LEEDAL et al 2012) No Brasil segundo Pinto (2003) o sistema

integrador pode ajudar os operadores e tomadores de decisatildeo em situaccedilotildees

emergenciais de cheias

O Sistema Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees (NFFS) eacute responsaacutevel pela

previsatildeo de inundaccedilotildees fluviais e costeiras da Agecircncia Ambiental da Inglaterra e do

Paiacutes de Gales O NFFS foi desenvolvido pela antiga WL | Delft Hydraulics (agora

Deltares) com a subcontratada Tessella Scientific Software Solutions do Reino Unido

(UK) Desde 2006 o NFFS estaacute totalmente operacional em todas as regiotildees

operadas pela Agecircncia Ambiental inglesa eacute o principal sistema de previsatildeo de

inundaccedilotildees (DELTARES 2017)

Outro software o Delft3D Flexible Mesh Suite FIGURA 8 simula tsunamis

furacotildees tempestades ondas fluxos e niacuteveis de aacutegua detalhados transporte e

morfologia de sedimentos qualidade da aacutegua e tambeacutem suas interaccedilotildees

(DELTARES 2017)

58

FIGURA 8 ndash Tela Ilustrativa do Delft3D Flexible Mesh Suite (Delft3D FM) (DELTARES 2017)

No caso de Bangladesh paiacutes assolado por inundaccedilotildees frequentes

necessitava de um sistema eficaz para previsatildeo como tambeacutem para alertas junto agrave

comunidade de prementes inundaccedilotildees O Sistema Integrado de Alerta Multi-Perigo

(RIMES) foi desenvolvido para atender a essa necessidade A comunicaccedilatildeo do

sistema eacute baseado na utilizaccedilatildeo do serviccedilo moacutevel tornando-o financeiramente

sustentaacutevel (DELTARES 2017)

Dois meacutetodos foram escolhidos para a divulgaccedilatildeo de mensagens de voz I) O

Voice Message Broadcast (VMB) para o envio de avisos de oacutergatildeos nacionais de

hierarquia superior avisos regionais e avisos locais II) Short Message System

(SMS) para o envio de dados de niacutevel de aacutegua e outras informaccedilotildees locais Aleacutem

disso voluntaacuterios foram treinados juntamente com a equipe teacutecnica e os funcionaacuterios

do governo sendo capacitados para entender e reagir em situaccedilatildeo emergencial

Essas inovaccedilotildees foram testadas na temporada de inundaccedilotildees de 2014 enviando

diariamente alertas de 300 VMB com total apoio governamental do Centro de

Previsatildeo e Prevenccedilatildeo de Inundaccedilotildees (Flood Forecasting and Warning Center-

FFWC) e do Conselho de Desenvolvimento de Aacutegua de Bangladesh (Bangladesh

Water Developement Board - BWDB) A avaliaccedilatildeo apoacutes os eventos de inundaccedilatildeo de

2014 mostrou o sucesso do projeto onde as pessoas da comunidade receberam

59

entenderam e confiaram nas informaccedilotildees vindas do VMB transformando-as

emaccedilotildees para proteger suas vidas e seus bens (DELTARES 2017)

No Brasil a pedido da Marinha Brasileira a Deltares criou um sistema de

previsatildeo costeira em tempo real para a Baiacutea de Guanabara FEWS-Guanabara

Essa baiacutea eacute um dos estuaacuterios mais movimentados da Ameacuterica do Sul em termos de

navegaccedilatildeo e atividades recreativas O FEWS-Guanabara processa e aplica os

dados disponiacuteveis de mediccedilatildeo da Marinha e do INMET (Instituto Nacional de

Meteorologia) bem como previsotildees meteoroloacutegicas do INPE (Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais) da NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration)

e previsotildees de onda da REMO (Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo

Oceanograacutefica) gerando previsotildees da hidrodinacircmica na baiacutea usando modelos

digitais do terreno (MDT) O sistema tambeacutem aplica os dados de mediccedilatildeo para

validaccedilatildeo sistemaacutetica do modelo (DELTARES 2017)

A CEMIG (Companhia Energeacutetica de Minas Gerais) finalizou em 2016 um

projeto do desenvolvimento de um sistema integrador que permitiu o acoplamento

dos vaacuterios modelos meteoroloacutegicos hidroloacutegicos e estatiacutesticos agregando tambeacutem

dados e informaccedilotildees operacionais de seus reservatoacuterios modelos digitais de terreno

e informaccedilotildees georreferenciadas para melhorar a capacidade de previsatildeo de

inundaccedilotildees (CEMIG 2017)

Outra instituiccedilatildeo de renome eacute a Agecircncia de Protenccedilatildeo Ambiental dos

Estados Unidos (USEPA) Ela disponibiliza uma variedade de ferramentas

computacionais orientaccedilotildees e procedimentos em resposta agraves diferentes situaccedilotildees

emergecircncias sendo uma delas a de inundaccedilatildeo

A USEPA disponibiliza prcedimentos para elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees de

emergecircncia mitigaccedilatildeo de cataacutestrofes sistemas de comunicaccedilatildeo de risco

planejamento de emergecircncia protocolos de resposta procedimentos de preparaccedilatildeo

para a inundaccedilatildeo procedimentos durante a inundaccedilatildeo e procedimentos de

recuperaccedilatildeo poacutes inundaccedilatildeo (EPA 2017)

Os Institutos Lactec de CuritibaPR utilizando os modelos desenvolvidos

pela Deltares USEPA e outros vem desenvolvendo estudos hidroloacutegicos e

hidrodinacircmicos utilizando mapeamento a laser de territoacuterios com geraccedilatildeo de

produtos cartograacuteficos de alta resoluccedilatildeo e precisatildeo medida em centiacutemetros

associados a teacutecnicas de realidade virtual tendo como um dos produtos finais a

simulaccedilatildeo virtual de inundaccedilatildeo (LACTEC 2017)

60

O CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres

Naturais no Brasil aleacutem de possuir redede monitoramento proacutepria desenvolve

diversas linhas de pesquisa sobre o tema entre as quais cabe destacar

- Investigaccedilatildeo das caracteriacutesticas dos veranicos na Regiatildeo Sudeste do Brasil e

potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees

- Extremos de chuva deflagradores de desastres naturais no Brasil

- Desenvolvimento de potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees de veranicos extremos

- Variabilidade subsazonal da precipitaccedilatildeo no semiaacuterido

- Modelagem hidrodinacircmica para o desenvolvimento de sistemas de alerta de

inundaccedilatildeo

- Sistema de previsatildeo hidroloacutegica de longo e curto prazo usando diferentes fontes de

dados pluviomeacutetricos

- Desenvolvimento de sistema de previsatildeo hidroloacutegica para a bacia do Rio Satildeo

Mateus e bacias da Regiatildeo Serrana do Estado do Rio de Janeiro

- Aplicaccedilatildeo de inteligecircncia computacional em mineraccedilatildeo e modelagem para previsatildeo

de niacutevel de rios em bacias hidrograacuteficas de resposta raacutepida

- Impactos potenciais de inundaccedilotildees em infraestruturas de transporte e mobilidade

urbana

- Modelagem de dados hidrometeoroloacutegicos com teacutecnicas de inteligecircncia

computacional aplicada agrave previsatildeo de curto prazo de inundaccedilotildees

- Geoprocessamento aplicado a anaacutelise dinacircmica de Impactos potenciais de

inundaccedilotildees em mobilidade urbana

A Secretaria de Estado de Defesa Civil de Santa Catarina tem seu maiores

investimentos em estruturaccedilatildeo monitoramento e alerta O territoacuterio catarinense teraacute

100 de cobertura por radares meteoroloacutegicos ainda neste ano resultado da

compra de dois novos equipamentos um para a regiatildeo oeste do estado em

Chapecoacute e outro para o Sul em Araranguaacute que assosiados ao de Lontras

completaratildeo o sistema

Este estudo visa apresentar soluccedilotildees com sistemas de baixo custo nas

aacutereas de monitoramento preparaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de cidades em resposta aos

problemas decorrentes das inundaccedilotildees tendo como paracircmetro o estudo de caso na

cidade de Rio NegrinhoSC

61

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E GEOGRAacuteFICAS

O foco deste estudo eacute a aacuterea de inundaccedilatildeo da cidade de Rio Negrinho

contudo o estudo abrange toda a bacia do rio Negrinho

Os dados e informaccedilotildees histoacutericas e geograacuteficos do municiacutepio e da bacia do

rio Negrinho e seu entorno foram obtidos em sites e em literatura

A restituiccedilatildeo do levantamento aerofotogrameacutetrico realizado em 2004 pela

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho foi utilizado neste estudo em conjunto com as

informaccedilotildees provenientes do levantamento aerofotogrameacutetrico do Estado de Santa

Catarina realizado em 2011 pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel e

disponibilizado aos municiacutepios em 2013

Outras fontes utilizadas foram as publicaccedilotildees do DNPM ndash Departamento

Nacional de Produccedilatildeo Mineral CPRM ndash Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil EPAGRI -

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA

Secretarias do Estado de Santa Catarina e Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO

Na cidade de Rio Negrinho a grande inundaccedilatildeo de 1983 ficou marcada

pelo despreparo da comunidade e da estrutura puacuteblica O lapso temporal de 72 anos

desde a grande inundaccedilatildeo de 1911 a falta de registros histoacutericos e de preparaccedilatildeo

para eventos dessa natureza fez com que a comunidade natildeo tivesse consciecircncia

dos danos que um evento dessa magnitude poderia causar (PMRN 1983)

A FIGURA 9 e a FIGURA 10 mostram a cidade tomada pelas aacuteguas

naquele ano

Em 1992 nove anos mais tarde o evento de grandes proporccedilotildees se repete

FIGURA 11 e FIGURA 12 As perdas novamente foram enormes A estrutura puacuteblica

administrativa ainda estava toda ela na aacuterea de inundaccedilatildeo Prefeitura Municipal

Corpo de Bombeiros Poliacutecia Militar e a situaccedilatildeo mais criacutetica de todas a Fundaccedilatildeo

Hospitalar (PMRN 1992)

Histoacuterias de pacientes sendo retirados pela janela do segundo piso do antigo

preacutedio da Fundaccedilatildeo Hospitalar bem como enterros sendo realizados com canoas

62

em parte do trajeto ateacute o cemiteacuterio fazem parte de cada uma dessas grandes

inundaccedilotildees (PMRN 1992)

FIGURA 9 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho em 1983 ndash Vista Hotel Pousada Joatildeo de Barro (PMRN 1983)

FIGURA 10 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1983 ndash Vista da Rua Jorge Zipperer e da Igreja Matriz

(PMRN 1983)

63

FIGURA 11 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Rua Satildeo Paulo (PMRN 1992)

FIGURA 12 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Antiga Cacircmara de Vereadores

(PMRN 1992)

A grande inundaccedilatildeo de 1992 foi muito marcante para o muacuteniciacutepio de Rio

Negrinho porque ocorreu depois de um periacuteodo relativamente curto apoacutes a grande

inundaccedilatildeo de 1983 A partir dela a comunidade entendeu que o evento vai se repetir

e que eacute preciso ou sair da aacuterea de inundaccedilatildeo ou estar preparado para ela

64

Mudanccedilas significativas ocorreram na estrutura do municiacutepio A Prefeitura

Municipal o Corpo de Bombeiros e a Poliacutecia Militar foram deslocados para novas

estruturas fiacutesicas fora da aacuterea de inundaccedilatildeo Num trabalho conjunto entre poder

puacuteblico entidades sem fins lucrativos e a comunidade o municiacutepio construiu um

novo hospital numa regiatildeo central poreacutem elevada

O sistema de abastecimento de aacutegua foi modificado de forma a minimizar o

impacto da falta de aacutegua durante as inundaccedilotildees O sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica foi todo modificado com a elevaccedilatildeo de redes e o reposicionamento

de ramais principais de fornecimento de energia

Na grande inundaccedilatildeo de 2014 FIGURA 13 e FIGURA 14 constatou-se que

apesar das mudanccedilas efetuadas na estrutura do municiacutepio a preparaccedilatildeo para

administrar eventos dessa natureza ainda eacute muito deficiente especialmente no que

se refere a organizaccedilatildeo da comunidade repasse de informaccedilotildees e monitoramento

das chuvas e dos rios

Os prejuiacutezos foram enormes Muitos que tentaram salvar seus bens

moacuteveis elevando-os num primeiro momento acreditando que a aacutegua natildeo atingiria

niacuteveis tatildeo elevados sem remover dos locais atingidos perderam esse esforccedilo e os

bens

FIGURA 13 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

65

FIGURA 14 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

Ainda assim a experiecircncia das duas inundaccedilotildees de 1983 e 1992 serviu

como referecircncia para o gerenciamento durante e apoacutes o evento Obteve-se o apoio

da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina do 5ordm Regimento de Carros de

Combate de Rio Negro ndash 5ordm RCC aleacutem de um nuacutemero significativo de entidades da

cidade e de cidades vizinhas

As grandes inundaccedilotildees sempre representam para o municiacutepio atraso ao seu

desenvolvimento poreacutem na inundaccedilatildeo de 2014 constatou-se que algumas

edificaccedilotildees especialmente comerciais e escolares jaacute possuem seus planos de

emergecircncia ainda que natildeo escritos com organizada retirada de bens locais para

depoacutesito limpeza e recuperaccedilatildeo da estrutura apoacutes as aacuteguas baixarem conseguindo

retornar agraves suas atividades no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

66

Em 2014 pelos registros da Defesa Civil 1500 edificaccedilotildees foram atingidas

sendo 526 comerciais e 974 residenciais FIGURA 15 a FIGURA 17

Nesse cenaacuterio surgiu um conjunto de problemas para serem administrados

que incluem aleacutem da hospedagem e alimentaccedilatildeo dos desabrigados questotildees de

seguranccedila puacuteblica informaccedilotildees recebidas e transmitidas tracircnsito abastecimento de

aacutegua fornecimento de energia eleacutetrica atendimentos de sauacutede deslocamentos em

seguranccedila locais isolados pelas aacuteguas reivindiccedilatildeo de recursos junto aos oacutergatildeos

estaduais e federais levantamento de dados quantificaccedilatildeo de prejuiacutezos

funcionamento de escolas retirada de entulhos disposiccedilatildeo e destino final de

entulhos cadastro de desabrigados fornecimento de materiais de limpeza

distribuiccedilatildeo de colchotildees cobertores e alimentos etc

67

FIGURA 15 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (c) Rua Jorge Zipperer (b) (d) e (e) Rua Senador Nereu Ramos (f) Rua Carlos Weber

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

68

FIGURA 16 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (b) e (d) Rua Carlos Weber (c) Rua Luiz Scholz (e) Rua

Jorge Zipperer (PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

69

FIGURA 17 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) (b) (d) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (c) Rua Carlos Ruckl (e) Travessa Eugecircnio Ferreira de Lima

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

70

A TABELA 1 apresenta o resultado da compilaccedilatildeo dos principais

registros histoacutericos obtidos neste trabalho relacionados aos eventos das grandes

inundaccedilotildees em Rio NegrinhoSC

TABELA 1 ndash Registros Histoacutericos das Inundaccedilotildees de Rio NegrinhoSC

(Autor 2017)

71

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho estaacute localizada no norte do estado de

Santa Catarina proacutexima agrave divisa com o estado do Paranaacute conforme mostra a

FIGURA 18 Essa bacia estaacute inserida na bacia do alto rio Negro e tem sua maior

porccedilatildeo dentro do municiacutepio de Rio Negrinho e parte no municiacutepio de Satildeo Bento do

Sul Sua nascente estaacute localizada na divisa entre os municiacutepios de Rio Negrinho e

Corupaacute

72

FIGURA 18 ndash Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho (a) no Estado de Santa Catarina (b) nos municiacutepios de Rio Negrinho e Satildeo Bento do Sul (hachurado)

e (c) afluentes do rio Negrinho (Autor 2017)

73

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 19 possui aproximadamente

302 kmsup2 Os principais afluentes satildeo o rio dos Banhados o rio do Salto o rio

Serrinha e o rio dos Bugres No baixo curso do rio Negrinho proacuteximo a sua foz no

rio Negro estaacute localizada a aacuterea urbana do municiacutepio de Rio Negrinho

FIGURA 19 ndash Subbacias do rio Negrinho (Autor 2016)

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA

A aacuterea de estudo estaacute inserida na Formaccedilatildeo Rio Bonito pertencente ao

Grupo Guataacute e nas Formaccedilotildees Rio do Sul e Mafra pertencentes ao Grupo Itarareacute

Ambos os grupos estatildeo inseridos em substrato sedimentar pertencente ao Super

Grupo Tubaratildeo (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio Bonito eacute constituiacuteda de depoacutesitos

fluacutevio-deltaacuteicos compreendendo arenitos imaturos (arcoacuteseos e subarcoacuteseos)

esbranquiccedilados finos a meacutedios localmente grosseiros argilosos micaacuteceos e

secundariamente arenitos muito finos siltitos argilitos folhelhos carbonososleitos

de carvatildeo e conglomerados (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio do Sul eacute constituiacuteda de

74

folhelhos e argilitos cinza-escuros na porccedilatildeo inferior diamicitos acinzentados com

matriz arenosa intercalados com arenitos muito finos na porccedilatildeo intermediaacuteria e

folhelhos normalmente vaacutervicos argilitos ritmitos e siltitos na porccedilatildeo superior A

Formaccedilatildeo Mafra eacute constituiacuteda por sequecircncia fluacutevio-marinha com predomiacutenio de

arenitos esbranquiccedilados amarelados e avermelhados finos a grosseiros ocorrendo

tambeacutem diamicitos ritmitos conglomerados argilitos e argilitos vaacutervicos e possuindo

uma aacuterea aflorante expressiva especialmentena divisa com o Paranaacute (DNPM 1986

SILVA E BORTOLUZZI 1987)

Na FIGURA 20 tem-se o mapa geoloacutegico da bacia do Rio Negrinho

elaborado com base na carta SG22 ndash Curitiba disponibilizadas pelo Serviccedilo

Geoloacutegido Brasil (CPRM) atraveacutes dos projetos GIS Brasil 11000000 e GEOBANK

Observa-se que a principal litologia encontrada na bacia satildeo os arenitos e folhelhos

ocupando 93 da aacuterea total da bacia seguidos de Gnaisse Granulito e Gnaisse

Granuliacutetico com 57

A intemperizaccedilatildeo desses arenitos e folhelhos deu origem ao Cambissolo

principal tipo de solo encontrado na bacia do rio Negrinho O Cambissolo segundo a

Embrapa (1998 2006) compreende solos minerais natildeo hidromoacuterficos com

horizonte B (FIGURA 21 e TABELA 2) incipiente e bastante heterogecircneo tanto no

que se refere a cor espessura e textura quanto no que diz respeito agrave atividade

quiacutemica da fraccedilatildeo argila e saturaccedilatildeo por bases Este horizonte situa-se

imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A exceto o fraco ou sob

horizonte H turfoso Satildeo derivados de materiais relacionados a rochas de

composiccedilatildeo e natureza bastante variaacuteveis desde as mais antigas que constituem o

embasamento do Complexo Brasileiro ateacute as de origem recente passando pelas

metamoacuterficas do complexo Brusque pelas intrusivas graniacuteticas referidas ao Eo-

Paleozoacuteico pelas sedimentares do Paleozoacuteico pelo arenito Botucatu e pelas

efusivas da Formaccedilatildeo Serra Geral

Os cambissolos satildeo solos em geral aacutecidos de difiacutecil penetraccedilatildeo de aacutegua e

encontrados em relevos mais ondulados como eacute o caso da bacia hidrograacutefica do rio

Negrinho e superfiacutecies mais jovens Satildeo solos rasos com pouca capacidade de

armazenamento de aacutegua baixa porosidade e alta permeabilidade As precipitaccedilotildees

sobre essas aacutereas tendem a gerar vazotildees mais rapidamente causando picos mais

elevados de ondas de cheia

75

FIGURA 20 ndash Mapa geoloacutegico da bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

76

FIGURA 21 ndash (a) Formaccedilatildeo de solos e (b) Perfil de solo

(a) Formaccedilatildeo de solos (LEPSCH 2002)

(b) Perfil do solo (EMBRAPA 2017)

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO (EMBRAPA 2008)

Horizonte Descriccedilatildeo

O H

O ndash Camada orgacircnica superficial pouco ou natildeo decomposta (serrapilheira) H- Camada superficial ou natildeo constituiacuteda de material orgacircnico residuos vegetais depositados sob condiccedilotildees de baixa aeraccedilatildeo e saturado (hidromorfismo)

A Horizonte mineral de coloraccedilatildeo escura (melanizaccedilatildeo) composta por material orgacircnico e presenccedila de atividade bioloacutegica

B Horizonte de maior desenvolvimento pedogeneacutetico com maior concentraccedilatildeo de composto de ferro e argilo-minerais e menor quantidade de mateacuteria orgacircnica do que o horizonte A

C Horizonte com pouca interferecircncia dos processos pedogeneacuteticos e com caracteriacutesticas morfoloacutegicas herdadas do material de origem

44 RELEVO

Nas FIGURA 22 a FIGURA 24 satildeo apresentados os perfis topograacuteficos do

rio Negrinho do rio dos Bugres e do rio Serinha O rio Serrinha eacute o que possui o

menor comprimento e a menor amplitude altimeacutetrica variando 121 metros em 13

quilocircmetros de distacircncia apresentando a declividade meacutedia de 09 O rio dos

Bugres varia 177 metros em seus 29 quilocircmetros com a declividade meacutedia de 06

O rio Negrinho por sua vez varia 180 metros ao longo dos seus 38 quilocircmetros

apresentando a menor declividade meacutedia cerca de 04 Observa-se nos perfis que

77

haacute uma raacutepida variaccedilatildeo altimeacutetrica proacuteximo agraves cabeceiras especialmente no rio

Negrinho e rio dos Bugres Apoacutes issoos trecircs rios correm em mais de 50 de seu

curso sobre uma mesma cota com pouca variaccedilatildeo altimeacutetrica no meacutedio e baixo

curso sendo a cota de 800 metros para o Serrinha e o Negrinho e 820 metros para

o Bugres

FIGURA 22 ndash Perfil topograacutefico do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

FIGURA 23 ndash Perfil topograacutefico do rio dos Bugres (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

78

FIGURA 24 ndash Perfil topograacutefico do rio Serrinha (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

A FIGURA 25 a seguir conteacutem o mapa das declividades de toda a extensatildeo

territorial do municiacutepio de Rio Negrinho Verifica-se o predomiacutenio das carcateriacutesticas

do territoacuterio como bastante acidentado com ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

Na mesma figura observa-se o rio Negrinho e seus afluentes na regiatildeo

nordeste Na regiatildeo central do municiacutepio mais ao sul a Represa da Volta Grande e

o rio Preto aleacutem do seu maior afluente (ao Leste) o rio Corredeiras O rio Preto

segue em direccedilatildeo ao Norte ateacute encontrar o rio Negro a jusante da foz do rio

Negrinho tambeacutem no rio Negro natildeo interferindo assim diretamente nos problemas

com inundaccedilotildees na aacuterea urbana do municiacutepio

Na FIGURA 26 Mapa de Hipsometria de todo o territoacuterio municipal

constata-se altitudes mais elevadas ao sul e sudoeste em torno dos 950 a 1000

metros Jaacute na regiatildeo nordeste bacia do rio Negrinho e aacuterea urbana as altitudes que

predominam estatildeo em torno de 800 metros 850 e 900 metros nas cabeceiras do rio

dos Bugres

O mapa com o detalhamento das declividades na aacuterea urbana estaacute

representado na FIGURA 27 Manteacutem-se o predomiacutenio das caracteriacutesticas de relevo

bastante acidentado mantendo-se tambeacutem a ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

79

A FIGURA 28 apresenta um detalhamento maior da hipsometria na aacuterea

urbana do municiacutepio Nessa aacuterea a faixa de variaccedilatildeo vai de 750 a 900 metros com

predomiacutenio na faixa entre os 765 a 840 metros

Essas declividades interferem na velocidade dos escoamentos e na rapidez

com que as aacuteguas das chuvas chegam no leito dos rios Se associadas a periacuteodos

prolongados de precipitaccedilatildeo que aumentam aacutereas de saturaccedilatildeo do solo e diminuem

a capacidade de infiltraccedilatildeo e armazenamento ocasionando a raacutepida elevaccedilatildeo do

niacutevel de aacutegua do rio

80

FIGURA 25 ndash Declividades no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

81

FIGURA 26 ndash Hipsometria no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

82

FIGURA 27 ndash Declividades no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

83

FIGURA 28 ndash Hipsometria no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

84

Na FIGURA 29 tem-se o Modelo Digital de Terreno (MDT) construiacutedo com

base nas cartas planialtimeacutetricas disponibilizadas pela Empresa de Pesquisa

Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA ndash EPAGRI escala 150000

Nota-se uma variaccedilatildeo de 200 metros de altitude dentro da bacia sendo as altitudes

miacutenimas e maacuteximas 780 e 980 metros respectivamente As terras mais altas da

bacia encontram-se ao Sul especialmente nas cabeceiras do rio Negrinho e dos

Bugres

85

FIGURA 29 ndash Modelo Digital de Terreno da Bacia do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

86

45 VEGETACcedilAtildeO

A bacia estaacute localizada na regiatildeo de predominacircncia da Floresta de Araucaacuteria

denominada de Floresta Ombroacutefila Mista (Klein 1978) Essa floresta eacute caracterizada

por apresentar como espeacutecie dominante o pinheiro do Paranaacute (Araucaacuteria

angustifolia) Essa vegetaccedilatildeo natildeo constitui uma formaccedilatildeo homogecircnea e contiacutenua

mas eacute formada por diversos tipos de submatas constituiacutedas por aacutervores

carcateriacutesticas nas diferentes aacutereas de recorrecircncia

Mais especificamente a cobertura vegetal da regiatildeo estaacute inserida na

transiccedilatildeo entre as unidades fitogeograacuteficas da Floresta Ombroacutefila Mista (Floresta

com Araucaacuteria) e Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta Atlacircntica) ambas constituintes

do bioma Mata Atlacircntica A cobertura original da regiatildeo foi na sua maior parte

descaracterizada pela accedilatildeo antroacutepica que desde a colonizaccedilatildeo vinha sendo feita

principalmente pela exploraccedilatildeo das florestas para a extraccedilatildeo de madeiras bem

como pela implantaccedilatildeo de cultivos anuais e pelas pastagens para a criaccedilatildeo

extensiva de gado bovino (SANTA CATARINA 1986)

Na regiatildeo atualmente a cobertura vegetal predominante eacute de floresta

secundaacuteria em estaacutegio avanccedilado de regeneraccedilatildeo devido ao corte seletivo de

araucaacuteria (Araucaacuteria angustifolia) imbuia (Ocotea porosa) e cedro (Cedrella fissilis) e

ao corte raso que ocorreram nas deacutecadas de 1960 e 1970 Nessa eacutepoca a

cobertura original foi substituiacuteda por cultivos anuais pastagens e para a implantaccedilatildeo

de florestas plantadas com espeacutecies exoacuteticas como o pinus (Pinus taeda)

Hoje a economia da regiatildeo eacute movida pelo reflorestamento de pinus que

abastece principalmente a induacutestria moveleira (Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

2009)

As caracteriacutesticas de cobertura vegetal do solo indicam a capacidade de

amortecimento da velocidade de escoamento das aacuteguas que atingem o solo

diminuindo o pico da onda de cheia e aumentando o tempo de concentraccedilatildeo

Bacias com coberturas florestais bem preservadas e mantidas tendem a

minimizar os impactos de chuvas intensas Atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e

imagem do Google Earth FIGURA 30 pode-se dizer que a bacia do rio Negrinho

possui uma boa cobertura vegetal

87

FIGURA 30 ndash Cobertura vegetal da bacia do rio Negrinho (Google Earth 2017) Adaptado

46 CLIMA

O clima da regiatildeo eacute do tipo Cfb segundo Koumlppen ou seja clima temperado

constantemente uacutemido sem estaccedilatildeo seca com veratildeo fresco (temperatura meacutedia do

mecircs mais quente lt 22ordmC) A temperatura meacutedia anual varia entre 155 e 170degC A

temperatura meacutedia das maacuteximas varia de 266 a 240degC e das miacutenimas de 108 a

118degC A precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica total anual pode variar de 1360 a 1670 mm

com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias A umidade relativa do ar

pode variar de 800 a 862 (EPAGRICIRAM 1999 BENEZ 2002)

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO

Em funccedilatildeo do tamanho da bacia e da extensatildeo do Rio Negrinho 38 km o

objeto do estudo hidrodinacircmico foi definido como o trecho mais urbano do rio com

extensatildeo aproximada de 55 km

88

Este trecho inicia na captaccedilatildeo do SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de

Saneamento Baacutesico no Bairro Alegre e termina na foz do rio Negrinho

Aleacutem de ser o trecho mais urbano do rio este eacute tambeacutem o trecho que sofre o

maior impacto com as inundaccedilotildees especialmente se considerado pelo nuacutemero de

edificaccedilotildees atingidas bem como e por consequecircncia pelos prejuiacutezos totalizados a

cada evento

Neste trecho o rio passa sob oito pontes que interferem no seu

comportamento de forma diferenciada durante os diferentes niacuteveis das inundaccedilotildees

Todas as caracteriacutesticas descritas interferem no comportamento hidroloacutegico

da bacia e hidrodinacircmico dos rios

O relevo as declividades a geologia e a pedologia dos terrenos define a

rapidez com que a gota de aacutegua que cai no divisor de aacuteguas chega ao rio O tipo de

solo e a declividade tambeacutem definem as caracteriacutesticas planimeacutetricas do rio como

no caso do rio Negrinho com inuacutemeros meandros recortando o periacutemetro urbano

A vegetaccedilatildeo interfere no amortecimento e na velocidade da aacutegua da chuva

que chega agrave superfiacutecie na capacidade de armazenamento do solo assim como na

evaporaccedilatildeo e na evapotranspiraccedilatildeo

As condiccedilotildees do tempo da regiatildeo influenciadas pelos fenocircmenos de frente

fria e convectivos na atmosfera satildeo componentes importantes sobre o

comportamento dos rios bem como a frequecircncia a intensidade e a duraccedilatildeo das

chuvas como condicionantes no processo de inundaccedilotildees

Em funccedilatildeo dos estudos hidroloacutegicos e das primeiras simulaccedilotildees do

hidrodinacircmico a aacuterea de estudo foi ampliada ateacute a foz do rio Negrinho no rio Negro

e nesses doze quilocircmetros a montante ateacute a ponte do Lageado e um quilocircmetro

levando em consideraccedilatildeo o incremento proporcionado pelo rio dos Bugres

89

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS

Todos os dados e informaccedilotildees obtidos junto a oacutergatildeos governamentais ou de

pesquisa ou nos levantamentos em campo passaram por processos de anaacutelise

verificaccedilatildeo e validaccedilatildeo

Neste estudo foram obtidos os dados de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

O estudo hidroloacutegico compreende o levantamento e a anaacutelise das seacuteries

histoacutericas de mediccedilotildees de estaccedilotildees preferencialmente inseridas nas bacias

hidrograacuteficas que satildeo objeto de estudo

No presente caso da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho apenas a Estaccedilatildeo

Rio Negrinho Montante (Fazenda Souza) respeita essa condiccedilatildeo preferencial razatildeo

pela qual este projeto de dissertaccedilatildeo tem como um de seus objetivos a instalaccedilatildeo

de novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

Em razatildeo dessa deficiecircncia de dados na bacia do rio Negrinho foram

levantados os dados junto as seguintes estaccedilotildees na regiatildeo Estaccedilotildees Hidroloacutegicas

Convencionais de Corredeiras - 01 Rio Negrinho Montante - 02 Fragosos ndash 03 Rio

Preto do Sul ndash 04 e rio Negro ndash 4a (FIGURA 31) A estaccedilatildeo telemeacutetrica do

CEMADEN Rio Negrinho ndash 05 eacute uma estaccedilatildeo que mede chuva e vazatildeo em

intervalos de tempo natildeo regulares que podem variar de alguns minutos a uma hora e

estaacute em operaccedilatildeo desde agosto de 2014 depois da grande cheia de 2014

As localizaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas Fragosos - 06 e Rio

Negro - 07 utilizadas neste estudo bem como a localizaccedilatildeo das estaccedilotildees

meteoroloacutegicas telemeacutetricas Rio NegrinhoBattistela - 08 (INMET) e Lapa - 09

(SIMEPAR) estatildeo apresentadas na FIGURA 32 Satildeo utilizados somente os dados

de chuvas das estaccedilotildees meteoroloacutegicas

90

FIGURA 31 ndash Localizaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas na Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

91

FIGURA 32 ndash Localizaccedilatildeo Estaccedilotildees Telemeacutetricas Regiatildeo da Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS

Os dados referentes agraves estaccedilotildees utilizadas encontram-se na TABELA 3 e

nela estatildeo tipo coacutedigo e nome da estaccedilatildeo localizaccedilatildeo altitude aacuterea de drenagem

bacia hidrograacutefica fonte e periacuteodo de operaccedilatildeo Essas estaccedilotildees permitem o resgate

de seacuteries histoacutericas da bacia do rio Negrinho para avaliar o comportamento

hidroloacutegico da regiatildeo regime de chuvas e ondas de cheia

As estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas marcadas em amarelo na tabela

correspondentes aos nuacutemeros 10 11 12 13 e 14 satildeo as novas estaccedilotildees

implantadas em decorrecircncia da necessidade verificada neste estudo

A estrutura destas estaccedilotildees estaacute apresentada de forma resumida na

FIGURA 33 onde estatildeo o nome o coacutedigo e a variaacutevel As respectivas localizaccedilotildees

podem ser vistas na FIGURA 31 e na FIGURA 32

92

FIGURA 33 ndash Estaccedilotildees de Monitoramento (Autor 2017)

93

TABELA 3 ndash Estaccedilotildees Hidroloacutegicas e Meteoroloacutegicas (Autor 2017)

94

511 Anaacutelise dos dados de chuva

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Corredeiras estaacute localizada na bacia hidrograacutefica do rio Preto

fora da bacia do rio Negrinho no interior regiatildeo central do municiacutepio de Rio

Negrinho O rio Preto eacute um afluente do rio Negro e tem sua foz a jusante da foz do

rio Negrinho

Definiu-se pela plotagem da chuva acumulada diaacuteria de 2 dias de 5 dias e

de 10 dias para mostrar a importacircncia da anaacutelise sob o ponto de vista das

acumuladas mas sem estudos aprofundados No futuro seria interessante uma

anaacutelise estatiacutestica o que pode trazer novas informaccedilotildees sobre o nuacutemero de dias das

chuvas acumuladas que podem causar as inundaccedilotildees

A FIGURA 34 mostra o evento de chuvas intensas do dia 08062014 mas

as chuvas de 11071983 e 31051992 satildeo muito menores que a de 2014 no

acumulado diaacuterio Mas quando plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

nitidamente os picos de chuvas que ocasionaram as cheias de 1983 e 1992

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees Isso mostra a importacircncia da anaacutelise de diferentes periacuteodos de chuvas

acumuladas Em vermelho estatildeo indicadas as falhas de mediccedilatildeo que podem

coincidir com eventos de temporais

Observa-se que os acumulados que produzem as grandes inundaccedilotildees

ainda que associados a outras condiccedilotildees somam em torno de 300mm extrapolando

em 1983 os 350mm no acumulado de 10 dias

95

FIGURA 34 ndash Estaccedilatildeo Corredeiras (02649055)

(Autor 2017)

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica

Esta estaccedilatildeo pertence ao CEMADEN e estaacute localizada sobre a Ponte do

Ipiranga no rio Negrinho proacuteximo a estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do SAMAE bairro

96

Alegre Tem aproximadamente 2 anos e seis meses de mediccedilatildeo iniciadas no final

do mecircs de agosto de 2014 dois meses apoacutes a grande inundaccedilatildeo

Os dados de chuva e cota apresentam periodicidade natildeo uniforme de

mediccedilatildeo podendo ser menores que uma hora Para chuva foram calculadas as

acumuladas de 1 2 5 e 10 dias Durante o periacuteodo de mediccedilatildeo natildeo foi verificado

nenhum evento de chuvas intensas Mas pela FIGURA 35 pode-se verificar que na

data do dia 20082016 ocorreu a maacutexima chuva do periacuteodo monitorado

FIGURA 35 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN (421500009H) (Autor 2017)

97

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Fragosos situa-se na bacia do Rio Negro a montante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Sua operaccedilatildeo teve iniacutecio em 1998 Apesar da

proximidade apresenta caracteriacutesticas distintas e a chuva que deu origem agrave

inundaccedilatildeo de 2014 eacute percebida FIGURA 36 mas natildeo se destaca Isto mostra que

avaliar a chuva meacutedia de uma bacia com base em uma estaccedilatildeo pluviomeacutetrica pode

causar grandes distorccedilotildees na vazatildeo natildeo sendo representativos da chuva meacutedia da

bacia Os traccedilos em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

Na FIGURA 36 observa-se ainda a chuva diaacuteria pontualmente intensa ao

final de 2006 sem causar inundaccedilatildeo diferentemente da chuva de junho de 2014

que apesar de ser menor que a de 2006 causou uma grande inundaccedilatildeo Quando eacute

feita a anaacutelise das acumuladas de diferentes periacuteodos observa-se que a acumulada

de 5 dias conseguiu capturar chuvas intensas em 2009 2010 e 2014

correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram Aumentanto-se o periacuteodo para 10

dias aparecem picos que natildeo ocasionaram inundaccedilotildees Conclui-se que a chuva

acumulada de 5 dias pode fornecer indiacutecios de inundaccedilotildees

98

FIGURA 36 ndash Estaccedilatildeo Fragosos (02649073) (Autor 2017)

99

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Rio Negro FIGURA 37 estaacute instalada na aacuterea urbana e central do

municiacutepio de Rio NegroPR Situa-se na bacia do rio Negro a jusante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Apresenta caracteriacutesticas distintas e as chuvas que

deram origem agraves inundaccedilotildees foram percebidas mas natildeo se destacaram Os traccedilos

em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

As seacuteries histoacutericas obtidas iniciam em 1998 e vatildeo ateacute 2015 natildeo permitindo

uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nesta estaccedilatildeo observa-se chuvas pontualmente intensas acima de 100mm nos

anos de 2013 2014 e 2015 natildeo sendo esse um volume tatildeo significativo se

considerado de forma pontual Plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

chuvas intensas em 2010 e 2014 correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees

Observa-se que as chuvas acumuladas de 5 dias fornecem informaccedilotildees das

inundaccedilotildees

100

FIGURA 37 ndash Estaccedilatildeo Rio Negro (02649074) (Autor 2017)

101

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos

Esta estaccedilatildeo natildeo estaacute inserida na bacia do rio Negrinho mas estaacute muito

proacutexima a jusante da foz do rio Negrinho no rio Negro Apesar dessa proximidade

as chuvas que ocasionaram a inundaccedilatildeo de 2014 natildeo foram sentidas FIGURA 38

Poreacutem as chuvas de abril de 2010 nos acumulados de 5 e 10 dias ficam bem

niacutetidas permitindo a associaccedilatildeo com aquela inundaccedilatildeo

Novamente esses acumulados somaram em torno de 300mm de chuva

Para uma boa previsatildeo de chuvas haacute a necessidade de aumentar a

densidade de estaccedilotildees de monitoramento Quanto maior o nuacutemero melhor a

avaliaccedilatildeo espaccedilo-temporal de volumes e intensidades A densidade ideal depende

de cada regiatildeo e de criteacuterios natildeo claramente definidos

102

FIGURA 38 ndash Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (A862) (Autor 2017)

103

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

Nesta estaccedilatildeo FIGURA 39 o preenchimento de falhas foi feito com base na

estaccedilatildeo Lapa-IAPAR (02549091) que eacute uma estaccedilatildeo muito proacutexima por isso a

seacuterie natildeo apresenta falhas

Diante do nuacutemero reduzido de estaccedilotildees com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis

definiu-se pela utilizaccedilatildeo dos dados da Estaccedilatildeo Lapa ainda que um pouco distante

da bacia do rio Negrinho

As seacuteries histoacutericas de chuva obtidas iniciam em 2009 e vatildeo ateacute 2015 natildeo

permitindo uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nessa estaccedilatildeo natildeo se observa um volume de chuvas significativo em junho de

2014 Plotados os acumulados durante 2 5 e 10 dias percebe-se as chuvas

intensas em junho de 2014 correspondentes a inundaccedilatildeo que ocorreu em toda

bacia do rio Iguaccedilu

Observa-se novamente que em 2014 nos acumulados de 5 e 10 dias que as

chuvas somaram proacuteximo de 300mm

Essa chuva natildeo eacute pontual causada por celulas convectivas que ocorrem em

geral nos verotildees e sim ocasionadas por frente fria que ocorrem principalmente no

outono e inverno Diferentemente das chuvas convectivas que satildeo mais localizadas

em pequenas regiotildees ou bacias as frentes frias atingem grandes extensotildees de

aacutereas causando chuvas sobre essas aacutereas Esta estaccedilatildeo confirma a presenccedila do

fenocircmeno de frente fria de 08 de junho de 2014 que causou grandes danos em

diversas regiotildees da bacia do rio Iguaccediluacute incluindo a cidade de Rio NegrinhoSC

A FIGURA 40 mostra a grande chuva de 08062014 sobre a bacia do rio

Iguaccediluacute Esta figura mostra tambeacutem o iniacutecio da formaccedilatildeo das nuvens no dia 07 no

dia anterior ao evento e o seu deslocamento para o oceano Atlacircntico no dia 09 no

dia posterior ao evento

Esse periacuteodo do ano final da estaccedilatildeo de outono extendendo-se pelo

inverno eacute carcaterizado na regiatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC por chuvas mais

frequentes sejam elas convectivas ou ocasionadas por frentes frias o que manteacutem

o lenccedilol freaacutetico mais elevado e diminui a capacidade de armazenamento do solo

104

FIGURA 39 ndash Estaccedilatildeo Lapa (25474946) (Autor 2017)

105

FIGURA 40 ndash Imagem de precipitaccedilatildeo do sateacutelite GOES 13 para a regiatildeo sul do Brasil nos dias 7 (a) 8 (b) e 9 (c) de junho de 2014

fonte (httpsigmacptecinpebrprec_sat)

(a) (b) (c)

106

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo

Nesta anaacutelise de vazotildees as mesmas satildeo convertidas para mmdia para

uniformizar a grandeza buscando facilitar a comparaccedilatildeo entre mediccedilotildees em

diferentes estaccedilotildees fluviomeacutetricas

Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN ndash Telemeacutetrica

Quanto a vazatildeo ainda natildeo foi obtida a curva chave A FIGURA 41 mostra os

dados medidos nessa estaccedilatildeo A mediccedilatildeo eacute feita pelo sensor que mede a distacircncia

deste ao niacutevel da aacutegua Portanto quanto maior a distacircncia menor seraacute o niacutevel

drsquoaacutegua Com os dados de distacircncia eacute preciso obter as cotas equivalentes para

depois com o uso da curva chave determinar as vazotildees No momento natildeo eacute possiacutevel

obter nenhuma conclusatildeo

FIGURA 41 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN - Cota (421500009H) (Autor 2017)

Estaccedilotildees fluviomeacutetricas ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Fragosos estaacute localizada no rio Negro a montante da foz do rio

Negrinho no rio Negro Jaacute a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante localizada no rio

Negrinho estaacute a montante da aacuterea urbana mais exatamente na Fazenda Souza

A FIGURA 42 e FIGURA 43 apresentam a comparaccedilatildeo das vazotildees entre

essas estaccedilotildees Verifica-se comportamentos distintos poreacutem na FIGURA 42 nas

107

datas que coincidem com inundaccedilotildees 30092009 26042010 e 08062014 os

picos de vazatildeo satildeo semelhantes Pela FIGURA 43 eacute possiacutevel observar a existecircncia

de correlaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees atraveacutes do coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2)

FIGURA 42 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

FIGURA 43 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

Em 2010 os picos de vazatildeo refletem a inundaccedilatildeo ocorrida no final do mecircs

de abril daquele ano FIGURA 44

108

FIGURA 44 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante 2010 (Autor 2017)

Na comparaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees FIGURA 45 apesar da falha de

mediccedilatildeo na estaccedilatildeo do Rio Negrinho pode-se observar claramente as ondas de

cheia

A falha de mediccedilatildeo se deve ao fato de a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante ser

convencional e em grandes inundaccedilotildees o operador deixar de ter acesso agrave estaccedilatildeo

para efetuar as leituras

FIGURA 45 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014

(Autor 2017)

A FIGURA 46 e FIGURA 47 mostram a comparaccedilatildeo de vazatildeo entre a

estaccedilatildeo Fragosos e a estaccedilatildeo Rio Preto do Sul onde se observa o comportamento

109

semelhante das duas mediccedilotildees com os pontos de pico coincidindo com as

inundaccedilotildees de julho de 1983 e maio de 1992 Entretanto observa-se que a vazatildeo na

Estaccedilatildeo de Rio Preto do Sul eacute superior que na Estaccedilatildeo de Fragosos Pode ser que

os valores da Estaccedilatildeo Rio Preto do Sul estejam superestimados estando portanto

sujeitos a verificaccedilatildeo

FIGURA 46 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

FIGURA 47 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

110

Na FIGURA 48 verificam-se falhas provavelmente nos picos de vazatildeo

coincidindo com a inundaccedilatildeo de 11 de julho de 1983

Apesar dessas estaccedilotildees estarem em pontos distantes as mediccedilotildees tecircm

comportamentos muito semelhantes

FIGURA 48 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1982-1984) (Autor 2017)

A FIGURA 49 e FIGURA 50 mostram a comparaccedilatildeo entre as estaccedilotildees

Fragosos (65090000) e Rio Negro (65100000) A semelhanccedila dos hidrogramas com

destaque no pico de vazatildeo da cheia de 08062014 pode ser vista na FIGURA 51 As

unidades estatildeo em mmh para uniformizar as grandezas e com isso eacute possiacutevel

concluir que a chuva que gerou a vazatildeo de pico foi relativamente uniforme sobre a

bacia indo de encontro com as imagens de sateacutelite da FIGURA 40 O formato do

hidrograma ser mais estreito em Fragosos em comparaccedilatildeo com Rio Negro se

devem as caracteriacutesticas fiacutesicas da bacia sendo as principais a aacuterea e a declividade

da bacia

111

FIGURA 49 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014)

(Autor 2017)

FIGURA 50 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014) (Autor 2017)

112

FIGURA 51 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro de maio a julho de 2014 (Autor 2017)

As anaacutelises das seacuteries histoacutericas mostram que os picos de chuvas

acumuladas de 5 dias apresentam uma boa relaccedilatildeo com os picos de cheia quando

avaliada sob o aspecto cronoloacutegico (datas coincidentes) do periacuteodo chuvoso e

inundaccedilotildees

Observou-se que as chuvas que geram as grandes inundaccedilotildees natildeo satildeo

chuvas pontuais causadas por ceacutelulas convectivas Satildeo chuvas na maioria das

vezes ocasionadas por frentes frias que ocorrem principalmente no outono e no

inverno e atingem a regiatildeo como um todo (bacia do alto rio Negro)

Para se ter uma boa previsatildeo de cheia eacute necessaacuterio melhorar a densidade

de estaccedilotildees dentro da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho A busca de uma rede de

monitoramento capaz de fornecer informaccedilotildees que deem condiccedilotildees para estimar

chuvas verossiacutemeis sobre a bacia e prever a vazatildeo do rio Negrinho resultou na

aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas que estaacute abordada

no capiacutetulo que se segue

Aleacutem da intensidade e da duraccedilatildeo das chuvas essas inundaccedilotildees satildeo

precedidas de periacuteodos de pluviosidade acentuada que contribuem para a

saturaccedilatildeo das camadas do solo diminuindo sua capacidade de infiltraccedilatildeo e

armazenamento de aacutegua entre os vazios de solo acarretando maior escorrimento

superficial e para a elevaccedilatildeo do niacutevel do escoamento de base

No capiacutetulo 7 eacute feito o estudo hidrodinacircmico com o HEC-RAS como forma

de testar e avaliar a capacidade de simulaccedilatildeo das cheias usando modelos

113

computacionais Para a calibraccedilatildeo desse modelo e simular o fluxo da aacutegua no trecho

do rio Negrinho que atravessa a aacuterea urbana da cidade de Rio Negrinho adotou-se

a vazatildeo da cheia de 08062014 onde a falha eacute preenchida com a vazatildeo de

Fragosos (65090000) O criteacuterio de preenchimento da falha foi 1) observou-se os

maiores picos simultacircneos existentes entre as seacuteries em mmdia (FIGURA 52) 2)

calculou-se as razotildees entre as vazotildees de pico de Rio Negrinho Montante e

Fragosos Neste estudo foram utilizados os dois maiores picos da seacuterie 3)

determinou-se a razatildeo meacutedia resultando num valor aproximado de 15 4) aplicou-se

essa razatildeo nas mediccedilotildees de vazatildeo de Fragosos considerando o deslocamento

temporal existente O resultado do hidrograma estaacute apresentado na TABELA 4 e

FIGURA 53 em mmdia e na FIGURA 54 em msup3s Natildeo foi calculado o pico da vazatildeo

instantacircnea devido a caracteriacutestica da cheia ser lenta e durar vaacuterios dias

FIGURA 52 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante de setembro de 2009 a junho de 2010

(Autor 2017)

114

TABELA 4 ndash Hidrogramas Estaccedilotildees Fragosos (65090000) e Rio Negrinho Montante (65093000)

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (mmdia) Vazatildeo (m3s)

65090000 65093000 65090000 65093000

01062014 147 220 136 45

02062014 147 142 136 29

03062014 141 117 131 24

04062014 123 113 114 23

05062014 116 108 107 22

06062014 255 411 236 84

07062014 422 1864 391 381

08062014 1323 3041 1225 619

09062014 2027 2950 1877 601

10062014 1967 2642 1821 538

11062014 1761 2223 1631 453

12062014 1482 1706 1372 347

13062014 1137 1249 1053 254

14062014 833 902 771 184

15062014 602 748 557 152

16062014 499 548 462 112

17062014 430 548 398 112

18062014 367 499 340 102

19062014 367 470 340 96

FIGURA 53 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em mmdia

(Autor 2017)

115

FIGURA 54 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em msup3s

(Autor 2017)

O rio Negrinho sofre o remanso causado pelo rio Negro principalmente em

situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo onde as vaacuterzeas ficam completamente tomadas pelas aacuteguas

dificultando o escoamento e diminuindo a velocidade do fluxo Considerando essa

situaccedilatildeo estudou-se a vazatildeo do rio Negro A estaccedilatildeo Rio Preto do Sul (04 ndash

65095000) operou ateacute 2010 natildeo dispondo de dados para a cheia de junho de 2014

A jusante desta estaccedilatildeo tem-se a estaccedilatildeo Rio Negro (4a ndash 65100000) com dados

de junho de 2014 A FIGURA 55 mostra as estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash

4a com a localizaccedilatildeo da bacia do rio Negrinho

116

FIGURA 55 ndash Estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash 4ordf Bacias hidrograacuteficas (Uda P K et al 2013) Adaptado

Devido a falta de dados monitorados de eventos de cheia supocircs-se a

existecircncia de similaridade do comportanto das vazotildees em toda bacia do rio

Negrinho visto que as vazotildees entre Fragosos e Rio Negrinho Montante apesar da

distacircncia existente entre os pontos de mediccedilatildeo apresentam comportamentos

semelhantes durante os picos de cheias Com base nessa suposiccedilatildeo adotou-se

para o caacutelculo das vazotildees afluentes ao rio Negrinho no trecho de interesse a relaccedilatildeo

entre aacutereas e a vazatildeo de Rio Negrinho Montante resultando na configuraccedilatildeo

esquemaacutetica apresentada na FIGURA 56 O resultado obtido para as vazotildees usados

na simulaccedilatildeo numeacuterica encontra-se na

TABELA 5 A vazatildeo Q1 eacute a vazatildeo na estaccedilatildeo 05 ndash Rio Negrinho (421500009H) do

CEMADEN essa vazatildeo eacute a soma da contribuiccedilatildeo do rio Negrinho a montante desse

ponto que inclui a bacia do rio dos Banhados e da bacia rio do Salto Q2 eacute a

contribuiccedilatildeo da bacia do Serrinha Q3 eacute a do rio dos Bugres Q4 e Q5 satildeo as vazotildees

afluentes e defluentes respectivamente do rio Negro nas proximidades da foz do

Rio Negrinho A vazatildeo Q4 foi estimada com base na estaccedilatildeo Fragosos e Q5 foi

estimada empiricamente para atender a conservaccedilatildeo de massa (FIGURA 57)

117

considerando o volume de controle na foz do rio Negrinho A FIGURA 58 mostra a

vazatildeo estimada para o rio Negro a juzante da foz do rio Negrinho em conjunto com

as vazotildees monitoradas em Fragosos e Rio Negro No hidrograma do Rio Negro foi

realizado um ajuste na regiatildeo de pico indicado por tracejado verde A FIGURA 59

mostra as vazotildees da

TABELA 5 A vazatildeo incremental de contribuiccedilatildeo direta que foi estimada para ser

constante ao longo do trecho do rio Negrinho e variaacutevel no tempo No trecho do rio

Negro a vazatildeo incremental foi desprezada por se tratar de um trecho muito curto

FIGURA 56 ndash Configuraccedilatildeo das vazotildees do rio Negrinho (Autor 2017)

118

TABELA 5 ndash Vazotildees usadas na simulaccedilatildeo numeacuterica ndash junho 2014

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (m

3s)

Incremental (m

3skm)

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 q

01062014 486 056 188 2186 2728 0042

02062014 313 036 121 2186 2876 0027

03062014 259 030 100 2105 2698 0023

04062014 248 029 096 1832 2388 0022

05062014 238 028 092 1719 2215 0021

06062014 907 105 351 3793 3833 0079

07062014 4115 477 1594 6283 7203 0358

08062014 6713 778 2601 19686 22730 0585

09062014 6512 755 2523 30163 34643 0567

10062014 5832 676 2260 29263 37290 0508

11062014 4906 569 1901 26210 35820 0427

12062014 3765 436 1459 22048 31228 0328

13062014 2757 319 1068 16922 25867 0240

14062014 1992 231 772 12390 18748 0174

15062014 1652 191 640 8951 14790 0144

16062014 1210 140 469 7424 12517 0105

17062014 1210 140 469 6396 10702 0105

18062014 1102 128 427 5464 8946 0096

19062014 1037 120 402 5464 8009 0090

20062014 950 110 368 5351 7545 0083

21062014 832 096 322 5191 7028 0072

22062014 734 085 285 4628 6138 0064

23062014 680 079 264 3937 5157 0059

24062014 616 071 238 3503 4588 0054

25062014 626 073 243 3278 4232 0055

26062014 659 076 255 3182 4098 0057

27062014 994 115 385 3455 4529 0087

28062014 767 089 297 3519 4839 0067

119

FIGURA 57 ndash Vazotildees do rio Negro a montante e a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

FIGURA 58 ndash Vazatildeo estimada para o rio Negro a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

120

FIGURA 59 ndash Vazotildees incrementais no rio Negrinho e no rio Negro (Autor 2017)

121

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

A bacia do Rio Negrinho e as bacias dos seus afluentes natildeo possuem uma

rede de monitoramento hidroloacutegico Apenas uma estaccedilatildeo convencional das Aacuteguas

do Paranaacute localizada no rio Negrinho na Fazenda Souza Outras estaccedilotildees

hidroloacutegicas implantadas na regiatildeo e com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis cobrem as

bacias do Rio Preto (Corredeiras) e do Rio Negro (Fragosos)

Como decorrecircncia deste trabalho de mestrado e por ser um de seus

objetivos fez-se a gestatildeo junto agrave administraccedilatildeo puacuteblica para que o municiacutepio

adquirisse e implantasse um sistema que aleacutem de auxiliar no monitoramento dos

rios durante os eventos passasse a gerar seacuteries histoacutericas que permitam estudos

futuros

Obtido o apoio necessaacuterio da administraccedilatildeo puacuteblica bem como os recursos

necessaacuterios para da implantaccedilatildeo do novo sistema foi estabelecido contato com a

empresa EPAGRICIRAM ndash Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidro meteorologia de Santa Catarina para aquisiccedilatildeo dos equipamentos de

monitoramento hidroloacutegicos

Com as especificaccedilotildees dos equipamentos feitas pelos teacutecnicos da

EPAGRICIRAM vencidas as formalidades legais do processo licitatoacuterio e os prazos

de entrega nele estabelecidos os equipamentos comeccedilaram a ser montados em

outubro de 2015 (postes palafita reacuteguas linimeacutetricas tubulaccedilotildees caixas de

passagem as caixas ambientais com as PCDrsquos - Plataforma de Coleta de Dados

paineacuteis solares e pluviocircmetros) A conclusatildeo da montagem dos equipamentos

ocorreu no dia 27 de janeiro de 2016 A partir dessa data os dados puderam ser

acessados via internet na paacutegina da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr) sendo logo em seguida adicionados na paacutegina

da Defesa Civil de Rio Negrinho de forma a facilitar o acesso do cidadatildeo comum

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA

- Monitorar os volume de chuva e os niacuteveis dos rios em tempo quase real

- Estabelecer os limites de atenccedilatildeo alerta e emergecircncia para os niacuteveis dos

rios

122

- Constituir uma base de dados (seacuteries histoacutericas) para possibilitar accedilotildees

futuras

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA ESTACcedilAtildeO

Para a elaboraccedilatildeo do processo licitatoacuterio de aquisiccedilatildeo as especificaccedilotildees

dos equipamentos a serem instalados em cada estaccedilatildeo foram elaboradas pela

equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM e estatildeo apresentadas na TABELA 6

TABELA 6 ndash Configuraccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas (Autor 2017)

Pluviocircmetro Automaacutetico de baacutescula

Unidade de captaccedilatildeo de energia

Painel solar fotovoltaico com potecircncia de pico igual a vinte watts tensatildeo nominal de saiacuteda de 12v e cabo de comprimento miacutenimo de dois metros e isolamento em material resistente ao ambiente externo

Unidade de processamento armazenamento e transmissatildeo

Bateria chumboaacutecida selada de 12V 12Ah com dimensotildees maacuteximas de 155(C)x100(L)x105mm(A) peso maacuteximo de 45kg vaso em ABS

Controlador de carga para bateria12v 33ah potecircncia miacutenima de 60w desligamento automaacutetico por baixa tensatildeo (menor que 115v) e reconexatildeo da carga quando bateria com tensatildeo igual ou superior a 125v desligamento por sobretensatildeo proteccedilatildeo eletrocircnica contra curto circuito e corrente excessiva e inversatildeo de polaridade invoacutelucro com proteccedilatildeo miacutenima IP 22 sinalizaccedilatildeo de bateria carregada bateria com meia carga e bateria sem carga e possuir conectores KRE distintos para painel solar bateria e carga Bateria 12v nominal e 33ah

Datalogger com capacidade miacutenima de 512 kB de memoacuteria para dados capacidade miacutenima de 65 kB para sistema operacional e programa taxa de amostragem por evento possibilidade de programar esta taxa de 1seg ateacute 24 horas miacutenimo de 5 portas analoacutegicas de precisatildeo de 11 bits e range de 0 [V] a 25 [V] 2 portas de controle 1 portas de pulso 1 porta RS232 de configuraccedilatildeo do logger(via microcomputador) e interface entreperifeacutericos (modenstransmissores) pelo menos uma entrada muacuteltipla de comunicaccedilatildeo com sensores protocolo SDI12 fontes de tensatildeo programaacutevel de 25 [V] e 5 [V] Alimentaccedilatildeo 12 [V] DC precisatildeo do reloacutegio interno de 1 minutomecircs O equipamento deve estar em conformidade com a norma IEC613262002

Modem GSMGPRS para transmissatildeo de dados via GPRS e SMS suportando a linguagem de programaccedilatildeo JAVA porta serial RS232 para recebimento dos dados do datalogger Cabo com porta serial RS232 para conexatildeo agrave data logger Com capacidade para dois cartotildees de transmissatildeo de duas operadoras distintas Fornecido com acesso a antena externa ao moacutedulo atraveacutes de conector SMA de 50 ohms

Relecirc Descriccedilatildeo Alimentaccedilatildeo 5V e acionamento em niacutevel baixo Aplicaccedilatildeo CR510 CR10X CR1000

Componentes Q1 ndash 1 transistor BC327 R1 ndash 1 resistor de 2K2 Ω R2 ndash 1 resistor de 2K2 Ω D1 ndash 1 diodo 1N4001 D2 ndash 1 LED vermelho de 3mm RL1 ndash 1 Releacute de 5V do tipo AT1RC5V J1 ndash 1 conector KRE de 4 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 15450 J4 1 conector KRE de 3 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 153508

Sensor de niacutevel drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo Transdutor de pressatildeo

Cabo de comprimento miacutenimo de 50 metros em poliuretano com blindagem eleacutetrica com capilar interno para referecircncia de pressatildeo atmosfeacuterica

Interface420mA (2 fios) eou SDI12 Faixa de mediccedilatildeo de 0 a 20 mca (metros de coluna de aacutegua) Acuraacutecia le plusmn 01 em toda a escala para interface SDI12 e le plusmn 01 em toda a escala para

interface 420mA Resoluccedilatildeo igual ou inferior agrave 1 mm Erros de linearidade e histerese somados devem ser inferiores plusmn01 da leitura no final da

faixa nominal (FE) Compensaccedilatildeo da influecircncia de temperatura pelo menos na faixa de 10 a 45degC Corpo em accedilo inox ou liga de titacircnio Membrana ceracircmica (mediccedilatildeo de niacutevel atraveacutes de ceacutelula de pressatildeo tipo ceracircmica

capacitiva) Alimentaccedilatildeo 10 a 30 Vcc Possibilidade de uso de resistor de shunt de 100 Ohms para transformaccedilatildeo de corrente em

123

tensatildeo Sobrepressatildeo ateacute 3 vezes a faixa nominal (FE) de operaccedilatildeo Classe de proteccedilatildeo IP 68 Formato ciliacutendrico com dimensotildees compreendidas entre 2 cm e 5 cm de diacircmetro e entre

10 e 20 cm de comprimento (sem o cabo) Garantia e suporte teacutecnico de no miacutenimo 1 ano

Suporte metaacutelico do conjunto

Estrutura metaacutelica para suporte da estaccedilatildeo Agrometeoroloacutegica fabricada conforme instruccedilotildees abaixo

Suporte metaacutelico confeccionado de accedilo galvanizado tubular de 2 polegadas de diacircmetro externo parede interna de 3mm de espessura comprimento de 170 metros

Base de pluviocircmetro circular de 205mm de diacircmetro em chapa de accedilo galvanizado 2mm soldada na parte superior do tubo de duas polegadas com 3 furos de 6 mm de diacircmetro distribuiacutedos triangularmente na superfiacutecie e um furo central de 8mm de diacircmetro

Suporte para painel solar de 20 watts com inclinaccedilatildeo fixa de 30deg feito em chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm por 400mm de comprimento na projeccedilatildeo horizontal soldado na lateral do tubo de 2 polegadas na extremidade proacuteximo agrave base do pluviocircmetro Com 4 furos de 10mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo do painel

Suporte de caixa ambiental feito em 2 unidades de chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm e 380 mm de comprimento soldados no lado oposto ao suporte do painel solar Com 4 furos de 9mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo da caixa ambiental

Braccedilo para sensor de temperatura e umidade de 05 metro de comprimento feito em tubo de 20mm ou ateacute 1 polegada de diacircmetro externo e parede de 2mm de espessura em accedilo galvanizado Deve ser fixado acima do suporte da caixa ambiental por meio de uma base fixada no tubo de 2rdquo com no miacutenimo 2 parafusos M5 em inox para a fixaccedilatildeo Este braccedilo de ser removiacutevel para facilitar o transporte Obs Toda estrutura com pintura epoacutexi na cor branca

Reacutegua linimeacutetrica Perfil e Reacutegua metaacutelicos

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados

O sistema de transmissatildeo de dados das leituras via modem utiliza tecnologia

e sinal de celular

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos

O datalogger ndash Campbell ndash possui um programa em Crbasic que considera o

ID (coacutedigo da estaccedilatildeo por ex 2079) e o valor de offset para ajuste de niacutevel

igualando as mediccedilotildees dos sensores com as das reacuteguas linimeacutetricas No caso da

estaccedilatildeo 2084 ndash Foz do Rio Negrinho foi usado um sensor para 20 mca diferente

dos demais todos com 10 mca Isto eacute tambeacutem ajustado no programa

No banco de dados os dados lidos armazenados e enviados passam por 03

(trecircs) testes de consistecircncia no controle de qualidade O ldquosteprdquo o ldquorangerdquo e o

ldquopersistentrdquo Dados natildeo consistentes satildeo eliminados e deixam de ser fornecidos As

seacuteries histoacutericas jaacute consisitidas podem ser obtidas mediante solicitaccedilatildeo via site da

EPAGRICIRAM

124

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM

- Servidor de alta capacidade de armazenamento

- Atualmente possui 200 milhotildees de dados

- Recebe diariamente cerca de 50 mil dados

- Possui regras de seguranccedila

- Armazena dados de estaccedilotildees com mais de 100 anos

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral

A partir do dia 27 de janeiro de 2016 os dados medidos passaram a ser

diponibilizados para puacuteblico em geral na paacutegina da internet da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr)

Os dados medidos nas estaccedilotildees hidroloacutegicas apoacutes a leitura satildeo

transferidos automaticamente por sinal de celular para o servidor da EPAGRICIRAM

em Florianoacutepolis Passam por um algoritmo que verifica a sua consistecircncia e

retornam para o sistema sob a forma de figuras que facilitam a interpretaccedilatildeo Satildeo

essas figuras que atualizadas diariamente satildeo disponibilizados na paacutegina da

EPAGRCIRAM e podem ser acessadas pelo puacuteblico em geral

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A aquisiccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas foi feita atraveacutes do Processo

Licitatoacuterio nordm 0792015 na modalidade de Pregatildeo Presencial elaborado pelo autor e

lanccedilado em 06 de julho de 2015 pelo Departamento de Licitaccedilotildees da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho ndash SC

A partir da assinatura dos contratos as empresas passaram a entregar os

equipamentos sendo que os uacuteltimos a serem entregues foram os ldquosensores de niacutevel

drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo - transdutores de pressatildeordquo por serem

equipamentos importados Estes sensores foram entregues no final de novembro de

2015

Concluiacutedo o processo licitatoacuterio e a entrega dos equipamentos foram

iniciadas as tratativas com a equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM para a definiccedilatildeo

final dos locais e o iniacutecio do processo de instalaccedilatildeo

125

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo

Os sensores de mediccedilatildeo de chuva e vazatildeo passaram por uma calibraccedilatildeo

preacutevia executada pela equipe da EPAGRICIRAM Apoacutes a instalaccedilatildeo e as primeiras

mediccedilotildees novos ajustes entre os sensores e o software de leitura e transmissatildeo de

dados foram efetuados ajustando as cotas de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas

instaladas em cada seccedilatildeo de mediccedilatildeo das estaccedilotildees

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A definiccedilatildeo dos locais para a instalaccedilatildeo das cinco novas estaccedilotildees

hidroloacutegicas FIGURA 60 foi efetuada num primeiro momento pela escolha de locais

representativos nos quais pudessem ser avaliadas as vazotildees de entrada os

acreacutescimos e o incremento de afluentes Num segundo momento jaacute em campo

foram analisados os locais escolhidos em funccedilatildeo da intensidade miacutenima necessaacuteria

de sinal de celular para a transmissatildeo de dados e das cotas maacuteximas de inundaccedilatildeo

para que natildeo fossem interrompidas as seacuteries histoacutericas nas grandes cheias

FIGURA 60 ndash Localizaccedilatildeo das novas Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas (Autor e EPAGRICIRAM 2016)

126

Tambeacutem foi estabelecida a necessidade do monitoramento do rio dos

Bugres visto que ele corta a aacuterea urbana do municiacutepio e tem influecircncia significativa

nas grandes inundaccedilotildees A definiccedilatildeo pela implantaccedilatildeo de uma das estaccedilotildees no rio

Negro a montante da foz do rio Negrinho se deu pela intenccedilatildeo de avaliar a

influecircncia deste nas grandes inundaccedilotildees seja pelo represamento do rio Negrinho ou

pela contribuiccedilatildeo efetiva com o retorno das aacuteguas para a planiacutecie de inundaccedilatildeo

deste

No caso especiacutefico da instalaccedilatildeo de uma estaccedilatildeo na Fazenda Souza a

escolha do local se deu em funccedilatildeo da existecircncia da estaccedilatildeo convencional ldquoRio

Negrinho Montante 65093000-FLUrdquo das Aacuteguas Paranaacute de forma a permitir a

possibilidade de comparaccedilatildeo e continuidade das seacuteries histoacutericas ainda que a

instalaccedilatildeo dessa estaccedilatildeo tenha apresentado uma dificuldade adicional que obrigou

a construccedilatildeo de uma estrutura especial para elevar e receber a estaccedilatildeo

ultrapassando assim a cota maacutexima de inundaccedilatildeo registrada

A instalaccedilatildeo da primeira estaccedilatildeo ocorreu ainda em dezembro de 2015 na

Fazenda Rudnick estaccedilatildeo 2080 FIGURA 61 seguida da estaccedilatildeo Foz do Rio

Negrinho estaccedilatildeo 2084 FIGURA 65 As demais estaccedilotildees foram sendo instaladas a

partir de janeiro de 2016 A estaccedilatildeo Fazenda Souza 2079 estaacute mostrada na

FIGURA 62 Rio dos Bugres 2081 FIGURA 63 e Ponte do Lageado 2083 FIGURA

64

As estaccedilotildees Rio dos Bugres e Ponte do Lageado inicialmente natildeo tinham

pluviocircmetros os mesmos foram instalados somente em dezembro de 2016

127

FIGURA 61 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2080 Fazenda Rudnick (Autor 2017)

FIGURA 62 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2079 Fazenda Souza (Autor 2017)

128

FIGURA 63 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2081 Rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 64 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2083 Ponte do Lageado (Autor 2017)

129

FIGURA 65 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2084 Foz do Rio Negrinho (Autor 2017)

Instaladas as novas estaccedilotildees o conjunto de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas a estrutura ficou conforme a FIGURA 66

FIGURA 66 ndash Novas Estaccedilotildees Implantadas e em Operaccedilatildeo (Autor 2017)

130

A localizaccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas estaacute inserida no mapa onde

jaacute constam a localizaccedilatildeo da estaccedilotildees hidroloacutegicas existentes posicionadas em

relaccedilatildeo a bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 67

FIGURA 67 ndash Mapa Localizaccedilatildeo Novas Estaccedilotildees Implantadas (Autor 2017)

O novo sistema de estaccedilotildees hidroloacutegicas foi apresentado nas trecircs escolas

de segundo grau do municiacutepio Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute FIGURA 68 Coleacutegio

Caminho do Saber e Escola Estadual de Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega e agrave

comunidade numa audiecircncia puacuteblica na Cacircmara de Vereadores com o objetivo de

apresentar o sistema divulgar e informar o acesso a todas as informaccedilotildees que satildeo

disponibilizadas na internet e os caminhos para acessaacute-las treinando assim a

populaccedilatildeo para o uso das informaccedilotildees online em situaccedilatildeo de evento de chuvas

intensas com possibilidade de inundaccedilatildeo ou simplesmente acompanhamento

131

FIGURA 68 ndash Apresentaccedilatildeo do novo Sistema de Estaccedilotildees Hidroloacutegicas para uma sala de segundo grau do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

(Autor 2017)

628 Mediccedilotildees Realizadas

As mediccedilotildees com registro de niacutevel e chuva nas novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

do Sistema EPAGRICIRAM foram iniciadas no dia 27 de janeiro de 2016 com as

mediccedilotildees na Fazenda Souza e na Foz do Rio Negrinho FIGURA 69 a FIGURA 84

Os graacuteficos mostram os resultados dessas primeiras mediccedilotildees ateacute o iniacutecio

de Dezembro de 2016 Uacuteltimos dados obtidos junto a EPAGRICIRAM Neles

constam as mediccedilotildees de vazatildeo (niacuteveis) e as mediccedilotildees de chuva

As FIGURA 69 a FIGURA 72 mostram as chuvas acumuladas de 15

minutos de janeiro a dezembro de 2016 nas estaccedilotildees 2079 - Fazenda Souza 2080

ndash Fazenda Rudnick 2081 ndash rio dos Bugres e 2083 ndash Ponte do Lageado

As FIGURA 73 a FIGURA 84 mostram um comprativo de vazotildees (niacuteveis) do

rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro de janeiro a dezembro de 2016

132

FIGURA 69 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2079 ndash Fazenda Souza (Autor 2017)

FIGURA 70 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2080 ndash Fazenda Rudnick (Autor 2017)

133

FIGURA 71 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2081 ndash rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 72 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2083 ndash Ponte do Lageado (Autor 2017)

134

FIGURA 73 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em janeiro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 74 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em fevereiro de 2016

(Autor 2017)

135

FIGURA 75 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em marccedilo de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 76 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em abril de 2016

(Autor 2017)

136

FIGURA 77 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em maio de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 78 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em junho de 2016

(Autor 2017)

137

FIGURA 79 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em julho de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 80 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em agosto de 2016

(Autor 2017)

138

FIGURA 81 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em setembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 82 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em outubro de 2016

(Autor 2017)

139

FIGURA 83 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em novembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 84 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em dezembro de 2016

(Autor 2017)

lsquorsquo

140

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO

O sistema estaacute operando medindo e disponibilizando dados via internet para

toda a comunidade atraveacutes da paacutegina da EPAGRICIRAM e da paacutegina da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho httpwwwrionegrinhoscgovbr) na aba da Defesa

Civil

As meacutedias horaacuterias das mediccedilotildees de 15 minutos satildeo disponibilizadas na

paacutegina da internet

Falhas de mediccedilatildeo podem ser ocasionadas por problemas dos sensores

falta de energia eou problemas de transmissatildeo de dados (ausecircncia de sinal GPRS)

A eventual falta de energia se deve a capacidade das baterias ser de cinco dias em

condiccedilotildees nubladas Problemas na transmissatildeo de dados tambeacutem ocasionam

descarga nas baterias pois as PCDs ndash Plataformas de Coleta de Dados ficam

tentando enviar os dados e acabam ficando ligadas mais tempo do que seria

recomendado As falhas de mediccedilatildeo podem ser decorrentes da leitura de dados

inconsistentes que natildeo foram aprovados isto eacute foram rejeitados em um ou mais dos

testes de consistecircncia

Esses testes consideram a variaccedilatildeo do dado ao longo do tempo

comparando com os dados antecedentes e subsequentes dentro de uma margem

de erro Por exemplo um rio natildeo pode ter uma variaccedilatildeo abrupta significativa se natildeo

ocorreu chuva na regiatildeo Essas variaccedilotildees podem ser observadas nas primeiras

mediccedilotildees da Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick As mediccedilotildees deram saltos repentinos

Suspeitou-se num primeiro momento da alteraccedilatildeo da profundidade do sensor Mas

natildeo foi possiacutevel determinar a causa das falhas e os dados foram considerados como

erros de mediccedilatildeo Os dados monitorados no momento satildeo cotas de niacutevel em relaccedilatildeo

a um RN arbitraacuterio

Tambeacutem ocorreram ao longo do tempo ajustes de offset dos sensores de

mediccedilatildeo de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas implantadas nos rios o que pode

justificar variaccedilotildees repentinas dos dados monitorados Natildeo ocorreram vazotildees

negativas ou seja o sensor ter ficado fora da aacutegua Em maio de 2016 o sistema de

consistecircncia na EPAGRICIRAM em Florianoacutepolis ficou fora do ar e os dados

medidos na Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick natildeo foram consistidos causando duacutevidas e

suposiccedilotildees sobre a eventual ocorrecircncia de ruptura de alguma barragem (accedilude) a

montante Outra possibilidade levantada foi de ter ocorrido acuacutemulo de aacutegua na

141

tubulaccedilatildeo que protege o sensor e este ter medido uma coluna de aacutegua instantacircnea

formada dentro da tubulaccedilatildeo Ajustes ainda estatildeo sendo realizados melhorando a

qualidade dos dados monitorados calibrando as estaccedilotildees e minimizando os

problemas de mediccedilatildeo

Ateacute o momento satildeo monitorados a chuva e o niacutevel dos rios considerando

que ainda natildeo foram obtidas as curvas chave nas seccedilotildees fluviomeacutetricas

O periacuteodo de mediccedilotildees ainda eacute restrito Apenas um ano e parte delas com

falhas decorrentes dos ajustes e da calibraccedilatildeo das estaccedilotildees No entanto algumas

hipoacuteteses jaacute podem ser levantadas considerando os resultados obtidos A FIGURA

79 e FIGURA 80 apresentam respectivamente um comportamento muito proacuteximo

dos niacuteveis dos rios Negrinho na Estaccedilatildeo Foz do rio Negrinho e do rio Negro na

Estaccedilatildeo Ponte do Lageado nos eventos em julho e agosto de 2016 Isso leva a

supor o represamento do rio Negrinho pelo rio Negro (remanso) e a possibilidade de

transbordamento das aacuteguas do rio Negro para a planiacutecie de inundaccedilatildeo do rio

Negrinho A continuidade do monitoramento permitiraacute novos estudos e observaccedilotildees

e poderatildeo confirmar essas hipoacuteteses

142

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO

A batimetria nos rios Negrinho Serrinha e rio Negro foi realizada com a

utilizaccedilatildeo do Acoustic Doppler Current Profiler (ADCP) (Sontek modelo M9)

FIGURA 85 e APEcircNDICE I cedido pela SDS ndash Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econocircmico Sustentaacutevel Diretoria de Recursos Hiacutedricos composto

de dois conjuntos de transdutores para mediccedilotildees de velocidade um feixe acuacutestico

vertical de 050 MHz para mediccedilatildeo da profundidade e um sistema de GPS e RTK

acoplado para determinaccedilatildeo do posicionamento dos equipamentos (Sontek 2009)

No levantamento com o ADCP as seccedilotildees transversais satildeo preacute-definidas por

toda a extensatildeo do trecho objeto de estudo (Bezerra-Neto e Pinto-Coelho 2008)

sendo um condutor colocado em cada margem para guiar o deslocamento do

equipamento

FIGURA 85 ndash Batimetria ADCP M-9 (Autor 2016)

711 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das seccedilotildees transversais foi realizado o levantamento

topo batimeacutetrico na semana compreendendo o periacuteodo de 29 de agosto de 2016 a

10 de outubro de 2016 APEcircNDICE I Foram levantadas 29 seccedilotildees Em cada seccedilatildeo

143

transversal foram realizadas em meacutedia 40 mediccedilotildees dos paracircmetros profundidade

(m) largura (m) velocidade (ms) e vazatildeo (msup3s)

A anaacutelise do desvio padratildeo e do coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros

obtidos pelo ADCP foi realizada no programa SonTek River Surveyor sendo aceitas

as leituras que apresentassem um coeficiente de variaccedilatildeo de ateacute 5 (Sontek 2009)

Os valores dos paracircmetros foram obtidos a partir das meacutedias referentes agraves 40

mediccedilotildees

Como resultado da mediccedilatildeo das seccedilotildees transversais tem-se como exemplo

a imagem da FIGURA 86 que apresenta profundidades o periacutemetro molhado e as

velocidades As demais seccedilotildees satildeo apresentadas no APEcircNDICE II

FIGURA 86 ndash Resultado daTopobatimetria - Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

7111 Geoprocessamento dos Dados

O georreferenciamento das seccedilotildees transversais e das pontes estaacute

apresentado no APEcircNDICE III

O levantamento altimeacutetrico e o georreferenciamento das seccedilotildees transversais

e pontes foi feito com GPS Geodeacutesico (Zecircnite 2 modelo GTR-Z2) contendo dois

receptores geodeacutesicos de dupla frequecircncia L1L2 conforme metodologia proposta

pelo IBGE (2009) FIGURA 87

Os dados obtidos pelo GPS Geodeacutesico foram processados nos programas

computacionais GTR Processor e Topo EVN

Os dados coletados foram processados utilizando-se o programa

computacional SonTek River Surveyor Live sendo posteriormente exportados e

editados na planilha no Microsoft Excel para poacutes-processamento no programa

computacional ESRI ArcGis 10(r)

144

FIGURA 87 ndash Georreferenciamento e Levantamento Altimeacutetrico Ponte Cofermaco (Autor 2016)

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT

Um MNT (Modelo Numeacuterico do Terreno) ou MDT (Modelo Digital de

Terreno) (DTM = Digital Terrain Model) eacute uma representaccedilatildeo matemaacutetica da

distribuiccedilatildeo espacial da caracteriacutestica de um fenocircmeno vinculada a uma superfiacutecie

real A superfiacutecie eacute em geral contiacutenua e o fenocircmeno que representa pode ser

variado Dentre alguns usos do MDT pode-se citar (Burrough 1986)

- Armazenamento de dados de altimetria para mapas topograacuteficos

- Anaacutelises de corte-aterro para projeto de estradas e barragens

- Elaboraccedilatildeo de mapas de declividade e exposiccedilatildeo para apoio a anaacutelise de

geomorfologia e erodibilidade

- Anaacutelise de variaacuteveis geofiacutesicas e geoquiacutemicas

- Apresentaccedilatildeo tridimensional (em combinaccedilatildeo com outras variaacuteveis)

Para a representaccedilatildeo de uma superfiacutecie real no computador eacute indispensaacutevel

a criaccedilatildeo de um modelo digital podendo ser por equaccedilotildees analiacuteticas ou por uma

rede de pontos na forma de uma grade de pontos regulares e ou irregulares A partir

145

dos modelos pode-se calcular volumes aacutereas desenhar perfis e seccedilotildees

transversais gerar imagens sombreadas ou em niacuteveis de cinza gerar mapas de

declividade e exposiccedilatildeo gerar fatiamentos em intervalos desejados e perspectivas

tridimensionais

No processo de modelagem numeacuterica de terreno podemos distinguir trecircs

fases aquisiccedilatildeo dos dados geraccedilatildeo de grades e elaboraccedilatildeo de produtos

representando as informaccedilotildees obtidas

721 Coleta de Dados

Para a elaboraccedilatildeo do Modelo Digital do Terreno ndash MDT foi utilizado o

levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela empresa Agritec SA Agrimensura

Aerofotogrametria de Curitiba para a Prefeitura Municipal de Rio Negrinho no ano

de 2004 complementado com os dados do lado do Paranaacute do rio Negro obtidos

junto a Aacuteguas do Paranaacute COMEC COPEL EMATER ITAIPU MINEROPAR

SEAB PARANAacute CIDADE SANEPAR ANA LACTEC 2011

722 Elaboraccedilatildeo do MDT

A partir das curvas de niacutevel do terreno obtidas de trecircs fontes de dados

sendo curvas de 1m 5m e 10m conforme domiacutenios rosa verde e azul na FIGURA

88 os resultados foram integrados agraves seccedilotildees de batimetria realizadas na aacuterea de

estudo A integraccedilatildeo foi feita com o uso do software ArcGis 102 do qual obteve-se

uma rede irregular de triacircngulos (TIN - Triangulated Irregular Network) para

representar o terreno tanto a parte seca como a aacuterea molhada conforme resultado

grafico apresentado na FIGURA 89 As seccedilotildees nessas duas figuras natildeo foram

numeradas para natildeo poluir a imagem

146

FIGURA 88 ndash Mapa de domiacutenios das seccedilotildees topobatimeacutetricas (Autor 2017)

147

FIGURA 89 ndash Modelo Digital do Terreno - MDT

(Autor 2017)

148

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS

Para simulaccedilatildeo hidrodinacircmica no trecho do rio Negrinho e rio Negro as

seccedilotildees batimeacutetricas foram introduzidas no HEC-RAS

Os coeficientes de rugosidade (119899) adotados para as simulaccedilotildees da

hidrodinacircmica tendo em vista o tipo de cobertura das margens dos rios foram 006

no fundo e na parte lateral baseados nos valores apresentados na Tabela 7

considerando um canal pequeno em planiacutecies ainda que nas cheias as larguras se

tornam muito maiores

Tabela 7 - Valores de coeficientes de rugosidade (119899) de Manning para canais naturais (Ven Te Chow 1959)

As geometrias das pontes de acordo com o levantamento foram inseridas

O software HEC-RAS (USACE 2010a e 2010b) exige a adiccedilatildeo de duas seccedilotildees

transversais proacuteximas uma imediatamente a montante e outra imediatamente a

jusante da estrutura (da ponte) Nas seccedilotildees transversais de montante e jusante

foram considerados coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo respectivamente iguais a

030 e 050 que de acordo com o Manual Hidraacuteulico do software HEC-RAS

correspondem aos coeficientes aplicados a seccedilotildees tiacutepicas de pontes

Definida a geometria do problema estabeleceu-se o regime de simulaccedilatildeo

baseado no regime de escoamento natildeo-permanente

149

O desempenho do HEC-RAS mostrou-se insatisfatoacuterio para a quantidade de

seccedilotildees inseridas muito provavelmente devido a quantidade de meandros

Consequentemente mais testes precisaratildeo ser realizados A parte montante do

trecho rio Negrinho simulado foi simplificado considerando-se a inserccedilatildeo da vazatildeo e

supondo-se apenas uma seccedilatildeo a montante

Foram testados diferentes valores de rugosidade mas natildeo houve alteraccedilatildeo

significativa no niacutevel dacuteaacutegua

Os resultados do HEC-RAS utilizando as vazotildees estimadas produziram uma

inundaccedilatildeo na regiatildeo cuja cota meacutedia foi de 79307 m (FIGURA 90) bem acima dos

7918 m registrados na seccedilatildeo localizada na estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do

SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico Os fatores que

podem ter influenciado nessa discrepacircncia de valores podem ser

i) Devido agrave falta de dados de topobatimetria da regiatildeo da afluecircncia do rio

Negrinho no rio Negro foi utilizado uma estimativa da seccedilatildeo tranversal

considerando uma seccedilatildeo trapezoidal

ii) A vazatildeo diaacuteria estimada pode estar superestimada

iii) O eixo do escoamento baseada na calha principal do rio em codiccedilotildees

normais apresenta muita sinuosidade que em cheia passa a ter um

comportamento distinto

FIGURA 90 ndash Resultado Simulaccedilatildeo REC-HAS (Autor 2017)

150

Os resultados apresentados aqui satildeo apenas norteadores do potencial do

modelo HEC RAS nas atividades operacionais de previsatildeo de inundaccedilotildees devendo

o modelo ser ajustado calibrado e atualizado periodicamente

Em situaccedilotildees de inundaccedilatildeo o modelo mostrou que a inundaccedilatildeo do rio Negro

eacute um fator que influencia fortemente na inundaccedilatildeo do rio Negrinho Portando na

continuaccedilatildeo dos estudos de inundaccedilatildeo do rio Negrinho eacute imprescindiacutevel os estudos

do rio Negro

151

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NO RIO

Os resiacuteduos soacutelidos (lixos) interferem no escoamento das aacuteguas dos rios e

causam alagamentos e em situaccedilatildeo de inundaccedilotildees muitas vezes funcionam como

tamponamento afetando o niacutevel das aacuteguas que se elevam agravando o problema

Em conjunto os esgotos lanccedilados diretamente no rio e na drenagem pluvial podem

aumentar o nuacutemero de doenccedilas hiacutedricas durante os eventos de inundaccedilotildees

Neste capiacutetulo satildeo abordados os procedimentos para limpeza e eliminaccedilatildeo

desses problemas

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS

Foram desenvolvidos procedimentos para retirada de lixo do leito e das

margens dos rios para melhorar o fluxo das aacuteguas Muito do lixo encontrado poderia

ter sido tratado como resiacuteduo soacutelido sendo aproveitado no sistema produtivo desde

que tivesse tido a destinaccedilatildeo adequada apoacutes o uso

Durante os procedimentos de mediccedilatildeo especialmente das seccedilotildees

transversais foram percorridos aproximadamente 80 km de margens do rio

Negrinho rio Serrinha rio dos Bugres e rio Negro nos quais foram feitas algumas

constataccedilotildees tais como existecircncia de quantidade significativa de lixo nas margens

desses rios enroscados nas aacutervores ou flutuando sobre a aacutegua de onde se conclui

que haacute tambeacutem muito lixo submerso Encontrou-se desde vaso sanitaacuterio (proacuteximo a

captaccedilatildeo do SAMAE) sofaacute cama e ateacute pneu de trator (fundos da Escola Estadual de

Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega) Os materiais plaacutesticos de todos os tipos foram os

predominantes no cenaacuterio

Os procedimentos de limpeza foram precedidos de programas e campanhas

de conscientizaccedilatildeo bem como da aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo vigente uma vez que soacute

retirar o lixo do rio sem tratar da causa principal que eacute o comportamento dos

muniacutecipes natildeo resolve o problema Natildeo se trata apenas dos ribeirinhos mas

tambeacutem daqueles que moram nas regiotildees mais altas Todos satildeo cuacutemplices e

responsaacuteveis pelo que eacute jogado em local inadequado na rua nas galerias pluviais

em qualquer lugar que tem como destino final os rios O lixo encontrado no rio vem

152

de todos os bairros e natildeo apenas dos ribeirinhos A rede de drenagem pluvial eacute o

principal conduto para o transporte de lixo e esgoto ateacute o rio

Os problemas de mau funcionamento da rede de drenagem pluvial decorrem

do lixo que eacute jogado a ceacuteu aberto ou eacute inadequadamente disposto e que acaba indo

parar nas tubulaccedilotildees de aacuteguas pluviais O que natildeo causa entupimento e mau

funcionamento vai direto para os rios

Natildeo eacute somente o tamanho do lixo a xepa de cigarro o papel de bala e a lata

de cerveja ou refrigerante jogados em locais inapropriados accedilotildees ainda muito

comuns e vistas diariamente poluem os rios em conjunto com o vaso sanitaacuterio o

pneu de trator e demais lixos Eacute preciso entender que o barro do veiacuteculo lavado em

frente a casa segue pelas galerias pluviais e vai contribuir no assoriamento dos rios

O primeiro passo para resolver a questatildeo do lixo eacute parar com a sua

deposiccedilatildeo em locais inapropriados tratando a causa e natildeo o efeito Isso passa

necessariamente por campanhas de conscientizaccedilatildeo mas tambeacutem pela puniccedilatildeo aos

infratores Natildeo haacute sociedade organizada sem regras sendo cumpridas

Uma vez cessada a deposiccedilatildeo de lixo pode-se iniciar a retirada do lixo das

margens primeiramente aquele que estaacute enroscado em aacutervores e depois os que

estatildeo nos leitos maior e na planiacutecie de inundaccedilatildeo FIGURA 91

Todos esses trabalhos devem ser executados de montante para jusante em

etapas e com equipes treinadas e qualificadas com o uso de EPIacutes uma vez que

durante o processo de levantamento das seccedilotildees transversais verificou-se a

presenccedila de capivaras nas margens dos rios e com elas a presenccedila do Carrapato

Estrela da capivara que transmite a Febre Maculosa ou Febre do Carrapato

O planejamento que precede esses procedimentos de limpeza deve prever

os locais de amontoamento do lixo retirado nos quais o mesmo deveraacute permanecer

o menor tempo possiacutevel sendo encaminhado ao seu destino final seja ele a

reciclagem (quando possiacutevel) o aterro sanitaacuterio ou o aterro industrial

153

FIGURA 91 ndash Lixo no rio Negrinho (a) (b) e (c) fundos do Coleacutegio Satildeo Joseacute ndash margem esquerda e Empresa Transportadora Seka ndash margem direita (d) resultado

de campanha de coleta de lixo no rio Negrinho (Autor 2016)

Iniciativas como a do Nugravecleo de Meio Ambiente da Associaccedilatildeo Comercial e

Industrial de Rio Negrinho ndash ACIRNE FIGURA 92 satildeo extremamente vaacutelidas como

forma de conscientizaccedilatildeo Essa accedilotildees devem ser intensificadas procurando expor

os danos ambientais causados pelo comportamento inadequado dos muniacutecipes e

formando as novas geraccedilotildees de indiviacuteduos mais conscientes

Nesta campanha participaram aproximadamente 30 pessoas e o periacuteodo de

duraccedilatildeo foi de 4 horas coletando cerca 15 tonelada de lixo

154

FIGURA 92 ndash Campanha de Limpeza do Rio Negrinho (Nuacutecleo Meio Ambiente da ACIRNE 2017)

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE PLUVIAL

O desenvolvimento de procedimentos relativos agrave eliminaccedilatildeo do esgoto

despejado diretamente no sistema de drenagem pluvial e nos rios deve ser

considerado a partir da entrada em operaccedilatildeo do novo Sistema de Esgotamento

Sanitaacuterio da cidade que vem sendo implantado pela autarquia municipal SAMAE ndash

Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico

Noventa por cento das ruas da aacuterea urbana tem rede implantada Essa rede

natildeo estaacute toda em operaccedilatildeo uma vez que estaccedilotildees elevatoacuterias ainda estatildeo sendo

construiacutedas No entanto a ETE - Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgoto localizada no

Bairro Vista Alegre e quinze estaccedilotildees elevatoacuterias jaacute estatildeo em operaccedilatildeo A ligaccedilatildeo no

sistema ainda natildeo eacute obrigatoacuteria Da mesma forma o contribuinte natildeo estaacute fazendo

nenhum tipo de pagamento pela disponibilizaccedilatildeo do serviccedilo Tanto a obrigatoriedade

da ligaccedilatildeo quanto o pagamento deveratildeo ocorrer em breve

155

Verifica-se que haacute uma infinidade de tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio das

edificaccedilotildees despejando diretamente no leito dos rios Aleacutem destas haacute tambeacutem

muitas tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio e aacuteguas servidas que satildeo despejadas

diretamente nas redes de aacuteguas pluviais FIGURA 93 Isso explica porque eacute possiacutevel

perceber claramente a mudanccedila de cor e de odor da aacutegua dos rios agrave medida que

ela passa pela aacuterea urbana A aacutegua dos rios vai adquirindo a cor acinzentada

Outro procedimento bastante comum que contamina o lenccedilol freaacutetico e por

consequecircncia a aacutegua dos rios eacute o despejo de esgoto primaacuterio em antigos poccedilos que

foram desativados depois da implantaccedilatildeo da rede de aacutegua tratada transformando-

os em sumidouros Por fim a utilizaccedilatildeo bastante frequente de sumidouros sem a

utilizaccedilatildeo de tanques seacutepticos e filtros

A entrada em operaccedilatildeo da rede de esgotamento sanitaacuterio aleacutem de melhorar

significativamente a qualidade de vida e especialmente a sauacutede dos muniacutecipes eacute

uma oportunidade para solucionar todos esses problemas que sem duacutevida refletiratildeo

na qualidade das aacuteguas dos rios

Uma vez disponibilizada a rede salvo condiccedilotildees topograacuteficas impeditivas a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto de cada edificaccedilatildeo no sistema seraacute obrigatoacuteria tanto

quanto o pagamento pelos serviccedilos Condiccedilotildees e tarifas especiais podem ser

implementadas poreacutem uma vez disponibilizado o sistema tudo o que deixar de ser

encaminhado para ele configuraraacute crime ambiental

Novamente campanhas de conscientizaccedilatildeo seratildeo imprescindiacuteveis aleacutem do

apoio e da determinaccedilatildeo dos poderes constituiacutedos A fiscalizaccedilatildeo e a penalizaccedilatildeo

satildeo ferramentas que faratildeo parte desse processo A populaccedilatildeo precisa entender a

importacircncia de fazer sua ligaccedilatildeo no sistema Dos ganhos em relaccedilatildeo agrave sauacutede e do

meio ambiente

156

FIGURA 93 ndash Ligaccedilotildees esgoto no rio Negrinho e na drenagem pluvial (Autor 2016)

157

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO

As aacuteguas das chuvas produzem escoamento superficial subsuperficial e de

base e satildeo processos naturais que ocorrem com certa periodicidade podendo levar

algumas deacutecadas entre eventos de inundaccedilotildees A falta e a perda de lembranccedila dos

desastres passados aliado a expansatildeo imobiliaacuteria e falta de conhecimento dos

fenocircmenos envolvidos levaram as pessoas a ocupar as aacutereas sucetiacuteveis ao

transbordamento dos rios planiacutecies de inundaccedilatildeo Obras civiacutes foram erguidas

ficando sujeitas agraves inundaccedilotildees e aos consequentes prejuiacutezos

Com vista para mitigaccedilatildeo dos efeitos das inundaccedilotildees elaborou-se a

proposta do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ndash PAE

A Metodologia do PAE consiste em

1) Definir as caracteriacutesticas da chuva para ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

2) Delimitar a aacuterea de ocorrecircncia do problema a inundaccedilatildeo

3) Elaborar mapas de inundaccedilatildeo

4) Configurar a estrutura do PAE atraveacutes da definiccedilatildeo de procedimentos de

notificaccedilatildeo agrave Defesa Civil atribuiccedilotildees e responsabilidades

5) Definir as accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

6) Submeter o PAE aos teacutecnicos dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela defesa civil para

apreciaccedilatildeo e melhoria

7) Implementar um estudo de caso no Coleacutegio Satildeo Joseacute de Rio NegrinhoSC

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO

Desde 1983 no 5ordm Regimento de Carros de Combate do Exeacutercito Brasileiro

e a partir de 1992 na Secretaria Municipal de Reconstruccedilatildeo da Prefeitura Municipal

de Rio Negrinho o autor vem acompanhando os eventos de chuvas intensas e

inundaccedilotildees nessa regiatildeo e algumas caracteriacutesticas foram percebidas conforme

descritas a seguir

A chuva para ocasionar inundaccedilatildeo deve ser precedida por um periacuteodo de

chuvas intensas que possa elevar o niacutevel do lenccedilol freaacutetico minizando a capacidade

de infiltraccedilatildeo do solo por saturaccedilatildeo e aumentando o escoamento superficial e a

consequente ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

158

Aleacutem de intensidade elevada da chuva o seu tempo de duraccedilatildeo tambeacutem

deve ser longo Com relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo no espaccedilo essa chuva natildeo pode se

restringir somente agrave bacia do rio Negrinho Ela deve atingir toda a bacia do alto rio

Negro compreendendo tambeacutem a bacia do rio Negrinho seus afluentes bem como

o rio Preto e outros rios importantes e seus afluentes

Pela ausecircncia de monitoramento essas carcateriacutesticas observadas satildeo

apenas informaccedilotildees qualitativas

A aacuterea de abrangecircncia do PAE foi definida pela delimitaccedilatildeo do periacutemetro

urbano municipal e pelos locais de atingimento registrados na inundaccedilatildeo do ano de

1992 que teve como altitude maacutexima 792 m A mancha de inundaccedilatildeo de 1992 estaacute

apresentada na FIGURA 94

159

FIGURA 94 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE (PMRN 2014)

160

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo

Tendo por referecircncia os niacuteveis do levantamento aerofotogrameacutetrico

realizado em 2004 o Plano Diretor do municiacutepio e as imagens do Google Earth

foram gerados mapas de inundaccedilatildeo relacionados agraves cotas FIGURA 95 a

FIGURA 99

A FIGURA 100 apresenta a sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas

de Inundaccedilatildeo cotas 787 790m e 792m

Na comparaccedilatildeo das FIGURA 101 e FIGURA 102 se observa que os

mapas de inundaccedilatildeo produzidos pela equipe teacutecnica da prefeitura municipal

com base nos registros efetuados durante as maiores inundaccedilotildees tem muita

proximidade comas manchas de inundaccedilatildeo produzidas por GIGLIO (2010) para

o ano correspondente de 1992

As demais manchas de inundaccedilatildeo apresentadas por GIGLIO relativas

aos registros de inundaccedilotildees de menor cota maacutexima enfatizam que mesmo

nessas condiccedilotildees o atingimento na aacuterea urbana eacute significativo tendo como

consequecircncia muitos danos e prejuiacutezos

161

FIGURA 95 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 781 (PMRN 2014)

162

FIGURA 96 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 784 (PMRN 2014)

163

FIGURA 97 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 787 (PMRN 2014)

164

FIGURA 98 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 790 (PMRN 2014)

165

FIGURA 99 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 792 (PMRN 2014)

166

FIGURA 100 ndash Sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas de Inundaccedilatildeo cotas 787 (ciano) 790m (azul claro) e 792m (azul escuro)

(PMRN 2016)

167

FIGURA 101 ndash Detalhe aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho

(PMRN 2017)

168

FIGURA 102 ndash Aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho (Giglio 2010)

169

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE

O organograma da FIGURA 103 apresenta a estrutura do PAE Ele foi

elaborado tendo como referecircncias as experiecircncias nas grandes inundaccedilotildees de 1983

1992 2014 e 2015

Como se trata de um municiacutepio 40000 habitantes natildeo haacute a possibilidade

de se manter uma estrutura permanente Assim durante os eventos a estrutura

administrativa existente se adapta para assumir as funccedilotildees do PAE

Aleacutem da estrutura administrativa eacute essencial que a comunidade

especialmente aquela que estaacute em aacutereas inundaacuteveis esteja cada dia mais

preparada para esses eventos Nesse sentido eacute imprescindiacutevel que cada edificaccedilatildeo

localizada nessas aacutereas tenha o PAE Depois de trecircs grandes inundaccedilotildees muito

proacuteximas 1983 1992 e 2014 a maioria dos moradores sabe como agir em situaccedilatildeo

de emergecircncia com base na memoacuteria da uacuteltima inundaccedilatildeo

Os eventos apresentam caracteriacutesticas distintas entre si mas o atingimento

do niacutevel da aacutegua pode apresentar relaccedilotildees significativas entre a quantidade de

chuva e sua resposta Isto poderaacute ser estudado no futuro com os dados do novo

sistema de monitoramento hidroloacutegico a partir da obtenccedilatildeo de seacuteries hidroloacutegicas

suficientemente longas com eventos de cheia

Alteraccedilotildees no uso e ocupaccedilatildeo do solo e tambeacutem as mudanccedilas climaacuteticas

podem alterar as medidas de accedilotildees aqui propostas necessitando de avaliaccedilatildeo e

reformulaccedilatildeo peroacutedicas

Com a inundaccedilatildeo de 2014 aprendeu-se muito sobre a necessidade e a

importacircncia de levar a informaccedilatildeo qualificada e em tempo real a todos os muniacutecipes

Com os meios de comunicaccedilatildeo que dispomos hoje essa tarefa eacute muito facilitada

poreacutem natildeo pode ser negligenciada o que enfatiza a importacircncia da estrutura de

comunicaccedilatildeo durante esses eventos

Quanto mais organizados e melhor preparados menores seratildeo os danos e

os prejuiacutezos e mais raacutepido o restabelecimento da condiccedilatildeo de normalidade apoacutes o

abaixamento do niacutevel das aacuteguas

170

FIGURA 103 ndash Estrutura Organizacional de Resposta a Emergecircncias em Fevereiro de 2017

(Autor 2017)

171

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial

A equipe a ser acionada em situaccedilatildeo emergencial para tomada de decisotildees

durante todo o periacuteodo de inundaccedilatildeo desde o momento da identificaccedilatildeo da

ocorrecircncia ateacute a restauraccedilatildeo da normalidade eacute formada por

1) Supervisatildeo Geral do PAE - Prefeito Municipal e Vice Prefeito Municipal

2) Coordenaccedilatildeo Geral do PAE ndash Secretaacuteria de Planejamento e Meio Ambiente

3) Coordenaccedilatildeo Operacional do PAE ndash Coordenador Municipal da Defesa Civil e

Secretaacuterio de Accedilotildees Governamentais e Serviccedilos Puacuteblicos

4) Coordenaccedilatildeo de Apoio Operacional ndash Comandante do Corpo de Bombeiros

5) Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila ndash Comando da Poliacutecia Militar

6) Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico (Aacutegua e Esgoto) ndash Diretor Geral do

Samae

7) Coordenaccedilatildeo Energia Eleacutetrica ndash Diretor Escritoacuterio CELESC Rio Negrinho

8) Coordenaccedilatildeo de Sauacutede ndash Secretaacuteria de Sauacutede

9) Coordenaccedilatildeo de Infraestrutura Urbana ndash Secretaacuterio de Infraestrutura

10) Coordenaccedilatildeo de Assistecircncia Social ndash Secretaacuteria de Assistecircncia Social

11) Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo ndash Secretaacuteria de Educaccedilatildeo

12) Coordenaccedilatildeo do Distrito ndash Subprefeito do Distrito

13) Coordenaccedilatildeo de Financcedilas ndash Secretaacuterio de Financcedilas

14) Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo ndash Assessor de Comunicaccedilatildeo

15) Coordenaccedilatildeo de NUPDECS ndash Engenheiro Defesa Civil

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador

As Coordenaccedilotildees de Apoio Operacional Comando do Corpo de Bombeiros

e a Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila Comando da Poliacutecia Militar aleacutem das suas

atividades normais satildeo respectivamente responsaacuteveis nos resgates e no transporte

por barcos e na seguranccedila das edificaccedilotildees atingidas dos edifiacutecios puacuteblicos na

distribuiccedilatildeo de alimentos roupas e cobertores e nos locais de alojamento de

desabrigados

A Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico Diretor Geral do SAMAE que

controla esta autarquia municipal tem a atribuiccedilatildeo de manter o abastecimento de

172

aacutegua controlando os rompimentos de tubulaccedilatildeo sob a aacutegua de forma a manter o

abastecimento de aacutegua bem como gerenciar as estaccedilotildees elevatoacuterias do sistema de

esgotamento sanitaacuterio que ficam sob as aacuteguas Da mesma forma a Coordenaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica Gerente do escritoacuterio local da CELESC tem como funccedilatildeo a

manutenccedilatildeo do fornecimento de energia nas aacutereas natildeo atingidas bem como os

cortes e desligamentos nas aacutereas alagadas

A Coordenaccedilatildeo da Sauacutede secretaacuteria de sauacutede tem a atribuiccedilatildeo de manter o

atendimento nos postos de sauacutede aleacutem de todos os atendimentos emergenciais

decorrentes do evento

Ao Coordenador de Infraestrutura secretaacuterio de infraestrutura cabe a

manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo das vias puacuteblicas pontes e a drenagem pluvial na aacuterea

urbana aleacutem do transporte de pertences dos moradores que vatildeo sendo desalojados

Baixadas as aacuteguas a limpeza e a remoccedilatildeo e o transporte dos entulhos e bens

moacuteveis danificados pela inundaccedilatildeo

A Coordenaccedilatildeo de Assistencia Social secretaacuteria de assitencia social cabe a

funccedilatildeo de arrecadar receber organizar e distribuir alimentos roupas colchotildees e

cobertores A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo sempre contribui com este trabalho uma

vez que esses processos sempre acontecem nas escolas

Agrave Coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo secretaria de educaccedilatildeo cabe gerenciar o

funcionamento das escolas coordenando a utilizaccedilatildeo destas e dos ginaacutesios de

esportes como abrigos para desabrigados Auxilia a Coordenaccedilatildeo de Assitecircncia

Social na distribuiccedilatildeo de alimentos roupas conchotildees e cobertores

Cabe agrave Coordenccedilatildeo do Distrito da Volta Grande subprefeito da Volta

Grande ainda que natildeo existam aacutereas inundaacuteveis no distrito a recuperaccedilatildeo das

estradas e pontes do interior que normalmente ficam bastante prejudicadas em

funccedilatildeo dos periacuteodos prolongados de chuva que estatildeo associados agraves inundaccedilotildees

A Coordenaccedilatildeo de Financcedilas secretaacuterio de financcedilas tem como atribuiccedilatildeo a

obtenccedilatildeo de recursos onde conta com o apoio da Supervisatildeo Geral nas figuras do

prefeito e vice-prefeito para fazer frente agraves accedilotildees de recuperccedilatildeo do municiacutepio agrave

condiccedilatildeo de normalidade

A Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo assessoria de imprensa tem a funccedilatildeo

primordial de divulgar todos os boletins oficiais da defesa civil previsotildees do tempo

173

alertas chamadas e informaccedilotildees pertinentes Responde ainda por todos os tipos de

exclarecimentos muito necessaacuterios durante os eventos por conta de todo tipo de

informaccedilatildeo improcedente que acaba sendo divulgada

A Coordenaccedilatildeo dos NUPDECS Nuacutecleos de Prevenccedilatildeo e Defesa Civil

engenheiro da defesa civil tem atribuiccedilatildeo permanente de repassar as informaccedilotildees

efetuar treinamentos organizar os nuacutecleos existentes organizar a criaccedilatildeo de novos

nuacutecleos de forma que estejam cada vez mais preparados para os eventos e se

ajudem mutuamente

915 Fluxograma de Acionamento do PAE

O acionamento do PAE deve respeitar um sequecircncia loacutegica de

procedimentos e avaliaccedilotildees que levam em consideraccedilatildeo a estrutura organizacional

de respostas a emergecircncias utilizando-se de criteacuterios e informaccedilotildees teacutecnicas e de

campo FIGURA 104

174

FIGURA 104 ndash Fluxograma de Acionamento do PAE (Autor 2017)

175

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias

NORMAL

- Natildeo haacute indiacutecios de inundaccedilatildeo

- Natildeo houve um periacuteodo prolongado de chuva que pudesse reduzir a

capacidade de absorccedilatildeo do solo

- Quando a chuva prevista e o niacutevel monitorado estatildeo dentro da normalidade

- O niacutevel dos rios estaacute estabilizado

ATENCcedilAtildeO

- Quando houve um periacuteodo prolongado de chuvas e o solo estaacute com a sua

capacidade de absorccedilatildeo reduzida

- Quando houver previsatildeo de chuva intensa ou extrema que possa ocasionar

inundaccedilatildeo

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78600m e a cota de 300 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Os niacuteveis dos rios estatildeo subindo

- Acionamento do PAE coordenaccedilatildeo geral para uma avaliaccedilatildeo e possiacutevel

acionamento da estrutura operacional

ALERTA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ATENCcedilAtildeO

- Previsatildeo de chuvas de intensidade elevada e por periacuteodo prolongado

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78650m e a cota de 350 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Apoacutes avaliaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo geral e convocaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo

operacional e das demais coordenaccedilotildees

EMERGEcircNCIA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ALERTA

- Efetivaccedilatildeo de chuva igual ou maior ao previsto

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78700m e a cota de 400 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE a partir da qual extravasa o

seu leito e comeccedila a invadir ruas e imoacuteveis

- Coordenaccedilatildeo operacional e demais coordenccedilotildees do PAE iniciam suas

atividades e accedilotildees de preparaccedilatildeo da estrutura de atendimento e mitigaccedilatildeo da

inundaccedilatildeo

176

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

1 - A legislaccedilatildeo vigente no Plano Diretor veda a construccedilatildeo de edificaccedilotildees

residenciais abaixo da cota de niacutevel 79200m Essa vedaccedilatildeo pode ser estendida a

todas as edificaccedilotildees incluindo incentivos para a populaccedilatildeo atingida a procurar aacutereas

seguras

2 ndash Instituiccedilatildeo da obrigatoriedade de um Plano de Accedilotildees de Emergecircncia a

todas as edificaccedilotildees com o niacutevel teacuterreo abaixo da cota de niacutevel 79200m assim

como eacute obrigatoacuterio o projeto preventivo contra incecircndio para edificaccedilotildees comerciais

3 ndash Limpeza e desassoreamento da calha dos rios precedida por accedilotildees de

conscientizaccedilatildeo para que a populaccedilatildeo se conscientize de que o rio natildeo eacute lugar de

jogar resiacuteduos (lixo) e os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos devem ser coletados

adequadamente Primeiro eacute preciso tratar a causa para depois tratar o efeito

Enfatizar que os resiacuteduos deixados nas ruas podem ser arrastados pelas

enxurradas para os bueiros e leitos dos rios dificultando eou obstruindo a passagem

da aacutegua da chuva

4 - Eliminar pontos de estrangulamento nos leitos dos rios e coacuterregos como

pontes e bueiros mal dimensionados para melhorar o fluxo da aacutegua e minimizar a

elevaccedilatildeo do niacutevel da aacutegua

A ponte na Rua Jorge Zipperer FIGURA 105 proacutexima agrave Igreja Matriz eacute o

exemplo mais evidente disso onde haacute uma reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal

do rio Negrinho de 1685 metros para 990 metros

5 ndash Promover treinamentos atraveacutes de simulaccedilotildees e debates sobre os

problemas de inundaccedilatildeo para aperfeiccediloar o PAE do municiacutepio e os PAEs de cada

edificaccedilatildeo

6 ndash Ampliar a criaccedilatildeo de Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil ndash NUPDECS

estruturando e organizando esses grupos promovendo encontros e troca de

177

informaccedilotildees Os nuacutecleos satildeo uma forma de organizaccedilatildeo da comunidade que

incentiva a ajuda muacutetua e minimiza a dependecircncia da estrutura puacuteblica

FIGURA 105 ndash Estrangulamento Ponte Igreja Matriz ndash Reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal do rio de 1685m para 990m da ponte

(Autor 2017)

7 - Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS

associando diferentes grupos a cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no

MDT entre as cotas de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de

abandono do local e retirada de pertences

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de

Rio NegrinhoSC

Apoacutes a inundaccedilatildeo de 2014 a direccedilatildeo do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de Rio

NergrinhoSC solicitou auxiacutelio a Defesa Civil buscando se organizar e estruturar

178

melhor para futuros eventos dadas as dificuldades ocorridas e os prejuiacutezos enormes

a que a instituiccedilatildeo teve que arcar

Num primeiro momento o foco foi na limpeza e na recuperaccedilatildeo das

estruturas danificadas (alvenarias pisos instalaccedilotildees eleacutetricas e hidraacuteulicas) bem

como a substituiccedilatildeo da mobiacutelia e e dos equipamentos com a escolha de materiais

adequados considerando novos eventos

No momento seguinte redefiniu-se o layout da escola mudando a estrutura

administrativa e documental para niacuteveis superiores fora da cota maacutexima de

inundaccedilatildeo Os niacuteveis inferiores passaram a ser utilizados somente como salas de

aula com mobiacutelia adequada de faacutecil limpeza e recuperaccedilatildeo permitindo uma faacutecil

retirada dos equipamentos

Por fim formatou-se o PAE sob a forma de um documento definindo-se uma

cota e as condiccedilotildees de acionamento planilhando-se todos os contatos telefones e

atribuiccedilotildees desde o acionamento ateacute o restabelecimento das condiccedilotildees de

normalidade

Esse PAE foi testado e aperfeiccediloado nas duas inundaccedilotildees de outubro de

2015 ainda que tenham sido pequenas inundaccedilotildees

Do relato da direccedilatildeo da escola conclui-se que passar por esses eventos

sabendo previamente o que fazer aleacutem de minimizar danos e prejuiacutezos torna todo o

processo menos traumaacutetico e estressante

92 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se que o PAE deva ser testado analisado e avaliado em

situaccedilatildeo real de emergecircncia de inundaccedilatildeo Tanto o processo como um todo como

os procedimentos em separado devam ser aprimorados corrigindo falhas e

buscando melhorar o desempenho

Periodicamente o PAE deveraacute ser revisto principalmente pela dinacircmica do

comportamento das chuvas e da transformaccedilatildeo urbana bem como introduzir novas

tecnologias ou metodologias

A atualizaccedilatildeo da estrututura organizacional do PAE tambeacutem deve ser

constante por se tratar de um oacutergatildeo puacuteblico em que as atribuiccedilotildees e

179

responsabilidades estatildeo vinculadas a cargos que sofrem com relativa frequecircncia

substituiccedilatildeo nos seus ocupantes Cabe agrave coordenaccedilatildeo geral do PAE natildeo soacute a

atualizaccedilatildeo dos quadros mas tambeacutem o repasse das informaccedilotildees das atribuiccedilotildees e

das responsabilidades

180

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

Os sistemas de informaccedilotildees desenvolvidos neste trabalho visam falicitar o

acesso dos cidadatildeos agrave informaccedilatildeo oficial e qualificada durante todo o evento de

inundaccedilatildeo desde as primeiras informaccedilotildees relacionadas agraves previsotildees durante a

ocorrecircncia da inundaccedilatildeo e apoacutes no periacuteodo de recuperaccedilatildeo e retorno agrave condiccedilatildeo de

normalidade

Foram desenvolvidos os seguintes sistemas

i) Paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho na internet

ii) Grupos de WhatsApp

iii) Paacutegina Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais na Internet

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET

As grandes inundaccedilotildees em especial a grande inundaccedilatildeo de 2014 mostrou

que a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo eacute uma grande ferramenta a ser usada como forma

de minimizar os danos e prejuiacutezos causados por esses eventos

Foi verificada a necessidade de fazer chegar ao cidadatildeos de forma mais

faacutecil e acessiacutevel possiacutevel as informaccedilotildees de previsatildeo do tempo niacutevel dos rios que

possam auxiliar na tomada de decisotildees durante os eventos de cheias

Nesse sentido definiu-se pela criaccedilatildeo de 05 banners FIGURA 106 na

paacutegina inicial da Defesa Civil de Rio Negrinho com os principais links que datildeo

acesso agraves seguintes informaccedilotildees

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

- Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash COPEL

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET(Battistella)

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

A disponibilizaccedilatildeo das informaccedilotildees de niacutevel eacute feita atraveacutes de um link com o

site do CEMADEN Esse niacutevel eacute monitorado no rio Negrinho no local da Ponte do

181

Ipiranga entre as Ruas Martin Zipperer e Roberto Ferreira de Lima no Bairro Alegre

logo a jusante da captaccedilatildeo do SAMAE

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

A previsatildeo das condiccedilotildees do tempo eacute obtida no site wwwforecacom onde

se encontram disponiacuteveis informaccedilotildees das condiccedilotildees do tempo e dados da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica do Aeroporto Afonso Pena em Curitiba- PR

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL

Link com o site da COPEL no qual podem ser acessadas as estaccedilotildees

hidroloacutegicas que monitoram o rio Negro localizadas em Fragosos a montante de Rio

Negrinho e Rio Negro a jusante

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

O link no site da EPAGRICIRAM permite o acesso aos dados e

informaccedilotildees monitoradas nas seguintes estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Rudnick ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Souza ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Foz do Rio Negrinho (FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Ponte do Lageado ndash Rio Negro (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Rio dos Bugres (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio dos Bugres

- Temperatura Instantacircnea do Ar [ordmC]

- Total de chuva acumulada nas uacuteltimas 72 horas 100 [mm]

- Umidade Relativa Instantacircnea []

- Molhamento Foliar

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET (Battistella)

- Temperatura do Ar ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [ordmC]

- Umidade Relativa ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten []

- Ponto de Orvalho ndash Instantacircneo Maacutex e Miacuten [ordmC]

182

- Pressatildeo ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [hPa]

- Velocidade e direccedilatildeo do vento [ms]

- Radiaccedilatildeo Solar [kJmsup2]

- Precipitaccedilatildeo [mm]

FIGURA 106 ndash Paacutegina Defesa Civil de Rio Negrinho ndash Sistema de Monitoramento (Autor 2016)

102 GRUPOS DE WHATSAPP

Como forma de transmitir o mais raacutepido possiacutevel as informaccedilotildees repassadas

pelas Coordenadorias Regionais de Defesa Civil do Estado foram criados dois

grupos de WhatsApp FIGURA 107 que publicam diariamente o mesmo conteuacutedo

Previsatildeo do tempo alertas niacuteveis dos rios cotas de inundaccedilatildeo pontos de

183

alagamento e toda a informaccedilatildeo pertinante para prevenccedilatildeo durante os eventos e

fora deles

Diariamente satildeo publicados boletins de previsatildeo do tempo com informaccedilotildees

do Sistema EPAGRI-CIRAM e do SIMEPAR aleacutem de imagens de sateacutelites e do

Radar Meteoroloacutegico de Lontras A intenccedilatildeo aleacutem da informaccedilatildeo eacute familiarizar o

muniacutecipe que participa dos grupos com essas informaccedilotildees para que o mesmo

comece a fazer automaticamente a associaccedilatildeo entre as imagens a previsatildeo e o que

efetivamente vem a ocorrer Eacute um treiamento diaacuterio e constante

Durante os eventos de inundaccedilatildeo todo o tipo de informaccedilatildeo pertinente

circula pelos grupos desde a troca de informaccedilotildees quanto ao controle do niacutevel do

rio considerando que muitos moradores da margem tecircm reacuteguas de mediccedilatildeo

proacuteprias previsatildeo do tempo pedidos de socorro disponibilizaccedilatildeo de ajuda

seguranccedila compartilhada distritbuiccedilatildeo de alimentos e encaminhamento para

abrigos

184

FIGURA 107 ndash Grupos de WhatsApp ndash Defesa Civil Rio Negrinho (Autor 2017)

185

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS

A paacutegina Desastres Naturais na internet eacute

wwwdesastresnaturaiscombr

Em funccedilatildeo da realizaccedilatildeo de dois cursos de HEC-HMS e HEC-RAS e um

curso de Dam Break no Instituto de Engenharia do Paranaacute ndash IEP com a presenccedila

de profissionais de vaacuterias regiotildees do Brasil e tambeacutem do Paraguai definiu-se pela

criaccedilatildeo de um foacuterum de debates sobre o tema Desastres Naturais

Em parceria com o Departamento de Informaacutetica da Prefeitura do Municiacutepio

de Rio Negrinho e o patrociacutenio de empresas do Municiacutepio de Rio Negrinho iniciamos

a formataccedilatildeo de uma paacutegina e o registro de domiacutenio para a criaccedilatildeo desse foacuterum de

debates

O Desastres Naturais FIGURA 108 eacute uma comunidade (paacutegina em

desenvolvimento) e foacuterum para que profissionais possam interagir em temas

relacionados a todos os tipos de desastres naturais A plataforma digital inclui

diversas ferramentas de gerenciamento de uma comunidade online Eacute possiacutevel

postar projetos duacutevidas ou opiniotildees bem como eacute permitido comentar e votar nas

postagens

Os usuaacuterios podem criar perfis individuais com imagens e informaccedilotildees

baacutesicas Esses perfis tambeacutem oferecem estatiacutesticas do nuacutemero de comentaacuterios e

posts que cada pessoa fez

A plataforma eacute responsiva ou seja os usuaacuterios podem acessar do

computador tablet ou celular Isso possibilita que os usuaacuterios acompanhem e

comentem nas discussotildees de forma raacutepida de qualquer lugar atraveacutes de

dispositivos moacuteveis Aleacutem disso a plataforma utiliza as tecnologias mais modernas

em sua base como WordPress plataforma de gerenciamento de conteuacutedo que

alimenta o foacuterum O mesmo roda sobre tecnologia PHP com banco de dados

MySQL

186

FIGURA 108 ndash Paacutegina do Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais (Autor 2017)

187

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

A responsabilidade do desatre natural relacionado agrave inundaccedilatildeo de aacutereas

urbanas causado pelas ondas de cheias natildeo estaacute na elevaccedilatildeo do niacutevel das aacuteguas

de seus corpos hiacutedricos mas sim na invasatildeo ocupacional do leito maior e planiacutecies

de inundaccedilatildeo inicialmente por pequenas comunidades que ao longo do tempo

foram se desenvolvendo e formando cidades e metroacutepoles

As chuvas frentes frias e quentes rios voadores El Nintildeo La Nintildea satildeo

fenocircmenos da natureza que produzem eventos com os quais precisamos aprender a

conviver Desses eventos as inundaccedilotildees resultam em enormes danos e prejuiacutezos

Da avaliaccedilatildeo financeira conclui-se que os valores envolvidos satildeo de grande

monta e o impacto sobre as cidades atingidas satildeo enormes Qualquer accedilatildeo ou

medida mitigatoacuteria que possa reduzir esses valores deve ser necessariamente

implementada

A implantaccedilatildeo do sistema de monitoramento hidroloacutegico da bacia do rio

Negrinho eacute um dos resultados mais importantes deste trabalho Aleacutem de

disponibilizar informaccedilotildees em tempo real agrave comunidade que permitiratildeo orientar a

tomada de decisotildees durante os eventos de inundaccedilatildeo passou a gerar seacuteries

histoacutericas para futuros e melhores estudos hidroloacutegicos da bacia do rio Negrinho

A nova paacutegina de internet da Defesa Civil de Rio Negrinho desenvolvida a

partir de um dos objetivos deste estudo foi elaborada visando facilitar o acesso do

cidadatildeo comum ao novo sistema de monitoramento do rio Negrinho ao

monitoramento do rio Negro previsatildeo do tempo e aos iacutendices de pluviosidade das

estaccedilotildees da regiatildeo Ela eacute uma ferramenta de concentraccedilatildeo de informaccedilotildees

pertinentes num mesmo local e de facilitaccedilatildeo de acesso

A paacutegina na internet com o site ldquoDesastres Naturaisrdquo ainda em

desenvolvimento objetiva fomentar e divulgar foacuteruns debates e discussotildees de alto

niacutevel entre pesquisadores poreacutem com acesso ao puacuteblico permitindo a interaccedilatildeo

entre estes e aqueles tornando-se uma referecircncia de informaccedilatildeo qualificada

Os grupos de WhatsApp se tornaram uma ferramenta imprescindiacutevel de

comunicaccedilatildeo com a capacidade de levar informaccedilotildees quase que em tempo real a

toda comunidade fazendo com que os usuaacuterios se habituem com os alertas e as

imagens de sateacutelite e de radar meteoroloacutegico e as informaccedilotildees contidas tornando-

188

as capazes de relacionar essas imagens com os eventos de chuvas e ondas de

cheias

As campanhas e os procedimentos para eliminar o lixo e o esgoto dos

nossos rios satildeo importantes tendo sido realizados procedimentos e limpeza do rio

Negrinho O grande desafio poreacutem eacute a conscientizaccedilatildeo de toda populaccedilatildeo gerando

um novo comportamento social de proteccedilatildeo e preservaccedilatildeo do meio ambiente neste

estudo a aacutegua

A simulaccedilatildeo hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para a inundaccedilatildeo de

2014 atraveacutes do HEC-RAS permitiu uma anaacutelise do comportamento hidrodinacircmico

e pode possibilitar simulaccedilotildees de vazotildees maiores que as registradas para prevenccedilatildeo

e ajuste e atualizaccedilatildeo do PAE

O piloto de PAE desenvolvido neste trabalho a partir da experiecircncia

acumulada pelo autor em trecircs grandes inundaccedilotildees apoacutes testado e avaliado deve

ser complementado e atualizado constantemente A ideacuteia do PAE deve ser

propagada Cada edificaccedilatildeo na aacuterea inundaacutevel precisa ter o seu PAE

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS

A recomendaccedilatildeo mais eficaz eacute sair da aacuterea de inundaccedilatildeo Na

impossibilidade ou na opccedilatildeo de natildeo sair eacute preciso adaptar-se e aprender a conviver

com a inundaccedilatildeo

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo

- Implantaccedilatildeo do Plano de Accedilotildees de Emergecircncia no Municiacutepio

- Melhorar o sistema de comunicaccedilatildeo de forma que os muniacutecipes recebam o maacuteximo

de informaccedilatildeo possiacutevel e que seja compreensiva e efetiva O treinamento constante

e a incorporaccedilatildeo como atividade nas escolas devem ser implementados ateacute que se

torne rotina na vida do cidadatildeo

- Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS separados em

grupos por cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no MDT entre as cotas

189

de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de abandono do local e

retirada de pertences

- Obrigatoriedade de que cada imoacutevel que tenha seu piso teacuterreo localizado abaixo da

cota 792 (cota da maacutexima inundaccedilatildeo ocorrida) tenha um Plano de Accedilotildees de

Emergecircncia para Inundaccedilatildeo no qual devem estar definidos todos os procedimentos

de abandono do local e retirada de pertences bem como locais de armazenamento

permanecircncia e forma de transporte

- Recuperaccedilatildeo e limpeza (dragagem) dos rios precedida de campanhas de

conscientizaccedilatildeo para que a comunidade deixe de jogar lixo e esgoto nos rios e

drenagem pluvial

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES

Diante da impossibilidade de relocar uma cidade conviver com as

inundaccedilotildees eacute estar preparado para a certeza de que de tempos em tempos

(periacuteodos de recorrecircncia) as inundaccedilotildees retornaratildeo muito provavelmente com uma

frequecircncia maior

Os materiais uitlizados na reforma das edificaccedilotildees atingidas devem levar

em consideraccedilatildeo esses eventos com relaccedilatildeo a resistecircncia agraves inundaccedilotildees de forma

permitir o retorno a normalidade no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

Moacuteveis e objetos devem ser facilmente manipulaacuteveis e facilmente

transportaacuteveis Locais de armazenamento e veiacuteculos de transporte devem estar preacute-

definidos e disponiacuteveis

Devem ser definidos previamente procedimentos para todas essas

operaccedilotildees Isso tornaraacute a obrigatoriedade de conviver com as inundaccedilotildees menos

dolorosa e minimizaraacute danos e prejuiacutezos

Essas recomendaccedilotildees de alguma forma compotildeem o PAE que deve ser

utilizado pelos ocupantes das edificaccedilotildees abaixo da cota da maacutexima inundaccedilatildeo

ocorrida

190

REFEREcircNCIAS

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2016

197

APEcircNDICES

198

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

199

FIGURA 109 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 01 (Autor 2016)

(a) Estaccedilatildeo Fazenda Souza

(b) Ponte Ipiranga

(c) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(d) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(e) Ponte Cofermaco

(f) Ponte Igreja Matriz

200

FIGURA 110 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 02 (Autor 2016)

(a) Ponte Pecircncil Miner

(b) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(c) Ponte BR-280

(d) rio Serrinha

(e) Casa Ronconi

(f) Prefeitura Velha

201

FIGURA 111 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 03 (Autor 2016)

(a) Casa Riguetto

(b) Lagoa do Boi II

(c) Fundos Degas

(d) Tecircnis Clube

(e) Lagoa do Boi I

(f) Ferrovia

202

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO

203

FIGURA 112 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo SAMAE

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 2

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 3

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 4

204

FIGURA 113 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo e Ponte SAMAE (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 5

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 6

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 2

205

FIGURA 114 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 6

206

FIGURA 115 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante II e III (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante II 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante II 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 7

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 8

207

FIGURA 116 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante III e Helmuth Krambeck (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 9

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 1

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 2

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 3

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 4

208

FIGURA 117 ndashSeccedilotildees Transversais Ferrovia Ponte Evaristo e Incopisa (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 1

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 1

209

FIGURA 118 ndashSeccedilotildees Transversais Incopisa e Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 3

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

210

FIGURA 119 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Col Satildeo Joseacute e Seka (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 6

Seccedilatildeo Transversal Seka 1

Seccedilatildeo Transversal Seka 2

Seccedilatildeo Transversal Seka 3

211

FIGURA 120 ndashSeccedilotildees Transversais Seka Fundos e Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Seka 4

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 4

212

FIGURA 121 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 4

213

FIGURA 122 ndashSeccedilotildees Transversais ACIRNE e Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 1

o Transversal ACIRNE 2

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 3

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 1

214

FIGURA 123 ndashSeccedilotildees Transversais Pontes Igreja Matriz e Pecircncil Miner (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 2

215

FIGURA 124 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Pecircncil Miner e Casa Ronconi (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 5

216

FIGURA 125 ndashSeccedilotildees Transversais Casa Ronconi e Prefeitura Velha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 1

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 2

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 3

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 5

217

FIGURA 126 ndashSeccedilotildees Transversais Prefeitura Velha Casa Riguetto e Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 7

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 1

218

FIGURA 127 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Gibaco ndash Arte Caseira e Lagoa do Boi I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 5

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 7

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 1

219

FIGURA 128 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi I e II (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 4

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 1

220

FIGURA 129 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi II e Degas (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 4

Seccedilatildeo Transversal Degas 1

Seccedilatildeo Transversal Degas 2

221

FIGURA 130 ndashSeccedilotildees Transversais Degas e rio Serrinha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Degas 3

Seccedilatildeo Transversal Degas 4

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 1

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 2

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 3

222

FIGURA 131 ndashSeccedilotildees Transversais rio Serrinha e Ponte Rodovia BR-280 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 4

223

FIGURA 132 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 1 a 4 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 1

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 2

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 3

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 4

224

FIGURA 133 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 5 e 6 e Montante Foz Rio Nergrinho 1 e 2

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 5

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 6

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 1

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 2

225

FIGURA 134 ndashSeccedilotildees Transversais Montante Foz Rio Nergrinho 3 a 6 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 3

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 4

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 5

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 6

226

FIGURA 135 ndashSeccedilotildees Transversais Rio Negro ndash Ponte Lageado - Estaccedilatildeo Monitoramento 2083 ndash 1 a 5

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 1

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 2

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 3

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 4

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 5

227

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO

228

FIGURA 136 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria dorio Negrinho - I

(Autor 2016)

(a) Ponte Cofermaco

(b) Ponte Igreja Matriz

(c) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(d) Ponte BR-280

(e) Rua Helmuth Krambeck

(f) Fundos Musical - Incopisa

FIGURA 137 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria do rio Negrinho - II

229

(Autor 2016)

(b) Lagoa do Boi II

(b) Ponte SAMAE Jusante II

(c) Rua Hekmuth Krambeck

(d) Coacuterrego Rua Jorge Lacerda

(e) Ferrovia

(f) Rua Ponte SAMAE Jusante I

230

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO

IV 1 LEVANTAMENTO DE OBRAS CIVIS

Todas as obras civis que estatildeo na planiacutecie de inundaccedilatildeo e todas as outras

fora dela que afetam a impermeabilizaccedilatildeo do solo interferem no ciclo hidroloacutegico e

no comportamento dos rios satildeo importantes para o problema de inundaccedilotildees em

estudo O estudo considerou as pontes que tecircm uma influecircncia mais direta em

especial aquelas que reduzem agrave seccedilatildeo transversal dos rios

IV11 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das plantas dos perfis longitudinais e das seccedilotildees

transversais das pontes no trecho do Rio Negrinho foi realizada a seguinte

atividade mediccedilatildeo com trena Laser Leica e trena de matildeo nas semanas

compreendendo os dias 05 a 16 de setembro de 2016

Todas as partes que compotildeem cada uma das 08(oito) pontes levantadas foi

medida e representada graficamente em escala observando-se os vatildeos e vazios de

forma a traduzir a realidade o mais fidedignamente possiacutevel

IV12 Levantamento e Desenho em AutoCad das Obras Civis

As plantas baixas os perfis longitudinais das pontes e do terreno com as seccedilotildees

transversais dos rios bem como as seccedilotildees transversais das pontes foram

desenhadas em escala em AutoCAD FIGURA 138 a FIGURA 161

231

FIGURA 138 ndashPlanta Baixa Ponte Ipiranga

(Autor 2016)

232

FIGURA 139 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

233

FIGURA 140 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

234

FIGURA 141 ndashPlanta Baixa Ponte Evaristo (Autor 2016)

235

FIGURA 142 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Evaristo (Autor 2016)

236

FIGURA 143 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo (Autor 2016)

237

FIGURA 144 ndashPlanta Baixa Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

238

FIGURA 145 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

239

FIGURA 146 ndashSeccedilatildeoTransversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

240

FIGURA 147 ndashPlanta Baixa Ponte Cofermaco (Autor 2016)

241

FIGURA 148 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

242

FIGURA 149 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

243

FIGURA 150 ndashPlanta Baixa Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

244

FIGURA 151 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

245

FIGURA 152 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

246

FIGURA 153 ndashPlanta Baixa Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

I

247

FIGURA 154 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

248

FIGURA 155 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

249

FIGURA 156 ndashPlanta Baixa Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

250

FIGURA 157 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

251

FIGURA 158 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

252

FIGURA 159 ndashPlanta Baixa Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

253

FIGURA 160 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

254

FIGURA 161 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

255

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES

DE UMA INUNDACcedilAtildeO

Avaliaccedilatildeo financeira com o levantamento dos prejuiacutezos decorrentes de uma

inundaccedilatildeo tendo por referecircncia a inundaccedilatildeo de 2014

V1 METODOLOGIA DE AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA

O levantamento baseia-se na metodologia e formulaacuterios definidos pelo

SISTEMA NACIONAL DE PROTECcedilAtildeO E DEFESA CIVIL - SINPDEC utilizada para

o preenchimento do FIDE ndash Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre (ANEXO I)

elaborado no periacuteodo poacutes inundaccedilatildeo de 2014

Durante um evento todos dos danos e prejuiacutezos sejam eles privados ou

puacuteblicos devem ser registrados No caso dos prejuiacutezos puacuteblicos cada secretaria

municipal efetua os levantamento em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Tudo o que ocorre com

as escolas por exemplo desde as escolas efetivamente atingidas pela inundaccedilatildeo e

os prejuiacutezos decorrentes assim como as escolas utilizadas como abrigos e os

custos dessa operaccedilatildeo satildeo relacionados quantificados e orccedilados pela Secretaria

Municipal de Educaccedilatildeo

A Secretaria Municipal de Sauacutede da mesma forma relaciona quantifica e

orccedila todos os atendimentos que natildeo fazem parte das atividades consideradas

normais mas sim as decorrentes do evento inundaccedilatildeo como atendimentos

emergenciais montagem de postos em regiotildees isoladas com atendimento especial

aquisiccedilatildeo de medicamentos para o atendimento de doenccedilas associadas agraves

inundaccedilotildees

Cabe agrave Secretaria Municipal de Assistecircncia Social com o apoio do corpo

teacutecnico da Secretaria Muncipal de Planejamento e Meio Ambiente aleacutem dos teacutecnicos

da Defesa Civil o cadastramento o levantamento a quantificaccedilatildeo e o orccedilamento

dos danos e prejuiacutezos ocorridos nas edificaccedilotildees residenciais dos muniacutecipes

No interior os prejuiacutezos decorrentes de prolongados periacuteodos de chuva

associados agraves inundaccedilotildees que danificam estradas e acessos bem como pontes e

bueiros danificados ou arrancados pela forccedila das aacuteguas satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pela Secretaria Municipal de Agricultura No caso de Rio

256

NegrinhoSC para a elaboraccedilatildeo desses levantamentos conta-se ainda com o apoio

da Subprefeitura do Distrito de Volta Grande

No caso da Secretaria Municipal de Industria e Comeacutercio os levantamentos

recaem sobre a iniciativa privada em especial sobre as edificaccedilotildees industriais e

comerciais atingidas Nessa tarefa deve contar com o apoio e a avaliaccedilatildeo da

ACIRNE ndash Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho e o CDL ndash Clube de

Diretores Logistas de Rio Negrinho

A Secretaria Municipal de Infraestrutura executa essa tarefa na aacuterea urbana

do muniacuteciacutepio verificando os prejuiacutezos no sistema viaacuterio drenagens pluviais coleta

de lixo manutenccedilatildeo de parques e jardins

Os valores decorrentes dos danos causados ao sistema de abastecimento

de aacutegua e ao sistema de coleta e tratamento de esgotos satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pelo SAMAE autarquia municipal responsaacutevel pela

operaccedilatildeo desses sistemas Da mesma forma no que se refere ao fornecimento de

energia eleacutetrica pela CELESC escritoacuterio de Rio Negrinho

Agrave Secretaria Municipal de Financcedilas cabe a disponibilizaccedilatildeo dos recursos e

das dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias especiacuteficas para o enfrentamento desses prejuiacutesos

A tabulaccedilatildeo final cabe a Secretaria Municipal de Planejamento e Meio

Ambiente bem como a Coordenaccedilatildeo da Defesa Civil que faz os devidos relatoacuterios

entre eles o FIDE e os encaminhamentos para os oacutergatildeo estaduais e federais tanto

como justificativa para a obtenccedilatildeo de recursos como prestaccedilatildeo de contas aleacutem

disponibilizaccedilatildeo dessas informaccedilotildees a imprensa e ao puacuteblico em geral seguindo a

legislaccedilatildeo vigente e o princiacutepio da transparecircncia

V2 RESULTADOS

Os resultados do levantamento dos prejuiacutezos da inundaccedilatildeo de junho de

2014 FIGURA 14 estatildeo apresentados na Tabela 8 O montante do prejuiacutezo

causado por uma uacutenica inundaccedilatildeo eacute da ordem de 98 milhotildees de reais Cabe

ressaltar que primeiro satildeo valores estimados e segundo natildeo foram atualizados

desde o ano de 2014

257

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 (AUTOR 2017)

Danos Materiais Valores em R$

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Sauacutede 000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Ensino 22320000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas Prestadoras de Outros Serviccedilos 86000000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Uso Comunitaacuterio 33200000

Unidades Habitacionais 1870000000

Obras de Infra-Estrutura Puacuteblica 1430000000

Sub-total 3441520000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblico e Privados Serviccedilos Puacuteblicos Essenciais Prejudicados

Assistecircncia Meacutedica Sauacutede Puacuteblica e Atendimento de Emergecircncias Meacutedicas

12000000

Abastecimento de Aacutegua Potaacutevel 38000000

Esgoto de Aacuteguas Pluviais e Sistema de Esgotos Sanitaacuterios 55000000

Sub-total 105000000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

Sistema de Limpeza Urbana e de Recolhimento e destinaccedilatildeo de Lixo

90750000

Sistema de desinfestaccedilatildeo e e Desinfecccedilatildeo do Habitat e de Controle de Pragas e Vetores

15000000

Geraccedilatildeo e Distribuiccedilatildeo de Energia Eleacutetrica 45000000

Telecomunicaccedilotildees 10000000

Transportes Locais Regionais e de Longo Curso 1428000000

Distribuiccedilatildeo de Combustiacuteveis especialmente os de Uso Domeacutestico

000

Seguranccedila Puacuteblica 4500000

Ensino 44640000

Sub-total 1742890000

Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Agricultura 6000000

Pecuaacuteria 52200000

Induacutestria 1400000000

Serviccedilos e Comeacutercio 3080000000

Sub-total 4538200000

Valor Total de Prejuiacutezos referentes a Inundaccedilatildeo de 2014 9827610000

Obs Conforme Realatoacuterio FIDE ndash ANEXO I

V3 DESCRICcedilAtildeO DOS DANOS MATERIAIS

Entre as obras de infraestrutura danificadas muitas pontes tiveram

problemas Na aacuterea urbana 9 delas precisaram de reforccedilos especialmente nas

258

cabeceiras Na aacuterea rural 5 pontes foram totalmente destruiacutedas e quatro precisaram

de reparos

Das vias urbanas 3 foram destruiacutedas com deslizamentos e 119 foram

parcialmente danificadas aleacutem de canteiros de ajardinamento que tambeacutem foram

danificados Com relaccedilatildeo a vias rurais 22 tiveram que ser recuperadas

Para a avaliaccedilatildeo das unidade habitacionais destruiacutedas fez-se uma

estimativa de R$-4500000 (unidade padratildeo social) para reconstruccedilatildeo por unidade e

para unidades habitacionais danificadas R$-1000000 para reparos por unidade

Em unidades de ensino ocorreu um deslizamento com necessidade de

reparos no sistema de tratamento de esgotamento sanitaacuterio com valor estimado em

R$-4000000

Para materiais de consumo estoques diversos e mobiliaacuterio danificados

foram estimados um valor de R$-18320000

O Aterro Sanitaacuterio Municipal foi danificado pelo rompimento de tubulaccedilatildeo de

drenagem problemas nos volumes de cobertura de resiacuteduos criando dificuldades

para acessar as ceacutelulas aleacutem de danificar a zona de raiacutezes que teve que ser refeita

V31 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

O sistema de distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica teve prejuiacutezos da ordem de R$-

45000000 com a substituiccedilatildeo de medidores e recuperaccedilatildeo de padrotildees de entrada

de energia nas edificaccedilotildees que ficaram sob as aacuteguas A recuperaccedilatildeo das redes de

distribuiccedilatildeo de energia incluiacutedos aiacute a substituiccedilatildeo de transformadores somaram

prejuiacutedos no valor de R$-38000000

O sistema de transportes locais regionais e e de longo curso foi totalmente

prejudicado Os valores estimados somaram R$-380000000 sendo que somente a

reconstruccedilatildeo de uma ponte consumiu R$-120000000 Outras 3 pontes rurais que

tiveram a sua estrutura comprometida tiveram a sua recuperaccedilatildeo avaliada em R$-

145000000 As 9 pontes urbanas considerando recuperaccedilatildeo de estruturas

cabeceiras e vias de acesso foram orccediladas em R$-95000000

A estimativa de recuperaccedilatildeo de vias urbanas ficou em R$-500000000

enquanto a recuperaccedilatildeo de vias rurais em sua maioria estradas de chatildeo foi orccedilada

em 308000000

259

A distribuiccedilatildeo de combustiacuteveis especialmente os de uso domeacutestico GLP

natildeo tiveram dados contabilizados

V32 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Na agricultura a destruiccedilatildeo no cultivo de hortaliccedilas e alteraccedilatildeo na

expectativa de produccedilatildeo foram significativas Da mesma forma na pecuaacuteria

especialmente com a destruiccedilatildeo de granjas e perda de produccedilatildeo animal e derivados

As induacutestrias que foram atingidas diretamente sofreram com a perda de

maquinaacuterio mateacuteria-prima produccedilatildeo e estoques nun total avaliado em R$-

1400000000

No sertor de serviccedilos as perdas em equipamentos e mobiliaacuterio atingiram os

valores estimados de R$- 770000000 Da mesma forma o comeacutercio duramente

atingido na aacuterea central da cidade teve perdas em equipamentos mobiliaacuterio e

estoques estimados em R$-2310000000

V4 CONCLUSOtildeES

Os prejuiacutezos acumulados no evento de junho de 2014 satildeo elevados e os

recursos repassados pela Uniatildeo e o Estado ao municiacutepio para a recuperaccedilatildeo e

reconstruccedilatildeo causados pela inundaccedilatildeo natildeo chegaram a 5 do total o que fez com

que o municiacutepio tivesse enormes dificuldades para restabelecer a normalidade e

essa condiccedilatildeo somente foi atingida depois de um longo periacuteodo Uma ponte sobre o

rio Preto na localidade de Posto Castilho que foi levada pelas aacuteguas somente

agora foi concluiacuteda

Assim todas as accedilotildees que puderem ser feitas no sentido de prever

minimizar e mitigar danos e prejuiacutezos devem ser implementadas

260

ANEXOS

261

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE - INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014

262

FIGURA 162 ndashFormulaacuterio FIDE-19 2014 (Autor 2016)

263

FIGURA 163 ndashFormulaacuterio FIDE-29 2014 (Autor 2016)

264

FIGURA 164 ndashFormulaacuterio FIDE-39 2014 (Autor 2016)

265

FIGURA 165 ndashFormulaacuterio FIDE-49 2014 (Autor 2016)

266

FIGURA 166 ndashFormulaacuterio FIDE-59 2014 (Autor 2016)

267

FIGURA 167 ndashFormulaacuterio FIDE-69 2014 (Autor 2016)

268

FIGURA 168 ndashFormulaacuterio FIDE-79 2014 (Autor 2016)

269

FIGURA 169 ndashFormulaacuterio FIDE-89 2014 (Autor 2016)

270

FIGURA 170 ndashFormulaacuterio FIDE-99 2014 (Autor 2016)

Page 5: METODOLOGIA PARA MITIGAÇÃO DE PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO …

AGRADECIMENTOS

A Profordf Drordf Akemi Kan ndash SOLVERLACTECCEHPAR pela orientaccedilatildeo e pela

dedicaccedilatildeo

Aos Professores Dr Masato Kobiyama ndash CTHGPDENIPHUFRGS Dr Luiz

Alkimin de Lacerda ndash CESECLACTECUFPR Dr Renato de Arruda Penteado Neto

ndash LACTEC pelas correccedilotildees e orientaccedilotildees nas bancas de qualificaccedilatildeo e defesa final

A equipe da Visatildeo Engenharia Limitada Secretaacuteria Executiva Ketlyn Vicente

Antunes e Arquiteta Eloa Treml pelo apoio e auxiacutelio na elaboraccedilatildeo de mapas

Ao Sr Alcides Grohskopf ndash Prefeito de Rio Negrinho ndash SC gestatildeo 20122016

pelo apoio na aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia

do rio Negrinho

A Daniel Domingues da Silva ndash Coord Defesa Civil de Rio Negrinho ndash SC pela

dedicaccedilatildeo e auxilio na implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia do

rio Negrinho

A Fabiano Olsen - Departamento Informaacutetica ndash PMRN pela dedicaccedilatildeo e auxilio

na implantaccedilatildeo da nova paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho dos grupos de

Whats App e da paacutegina wwwdesastresnaturaiscombr

A equipe da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente da

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Marcia Terezinha Pscheidt - Secretaacuteria de

Planejamento Arq Betsy Beuther Arq Danielle Caroline da Silva Cantuaacuteria Arq

MSc Eloize Yoshiko Kamei Tec Meio Ambiente Eloah Talisse Kresko pelo auxiacutelio

na obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e confecccedilatildeo de mapas

Ao colega de mestrado Cont MSc Celso Ranchuka ndash LACTEC pelo auxiacutelio na

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees junto ao LACTEC e pelo apoio recebido

Ao Ten Marcelo Pereira ndash Comandante do Corpo Bombeiros de Rio Negrinho

ndash SC pelo apoio e auxilio recebido da Corporaccedilatildeo de Bombeiros de Rio Negrinho

nos levantamentos em campo e na implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas

priorizando a seguranccedila dos teacutecnicos e pesquisadores

Ao Eng Sanitarista Hugo Rodolfo Binder ndash Diretor SAMAE de Rio Negrinho

pela disponibilizaccedilatildeo de teacutecnicos e equipamentos para a instalaccedilatildeo das estaccedilotildees

hidroloacutegicas

A equipe do Sistema EPAGRICIRAM representados pelo Eng Agrocircnomo

MSc Carlos Alberto Rochenbach e pelo Eng Agrocircnomo Dr Hamilton Justino Vieira

parceiros no projeto de implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas e nas tratativas junto

ao Departamento de Recursos Hiacutedricos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento

Sustentaacutevel para a obtenccedilatildeo por empreacutestimo do ecobatiacutemetro

A equipe da Murara Engenharia Ltda Eng Florestal Joatildeo Vitor Daufembach

Matias e o Eng Florestal MSc Mauro Murara Junior pelo apoio e dedicaccedilatildeo no

Georreferenciamento e nivelamento das seccedilotildees transversais

A Profordf de Liacutengua Portuguesa Ana Maria Ricobom Costa ndash Revisora deste

trabalho

Ao meu amigo e colega de Departamento de Engenharia Tec Agrimensura

Joseacute Germano Schauer (in memorian) ndash SEPLANPMRN que muito me auxiliou nos

levantamentos em campo e que nos deixou prematuramente durante a fase de

conclusatildeo deste trabalho

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar os problemas das inundaccedilotildees da cidade de Rio NegrinhoSC buscando meios de preveniacute-los e mitigaacute-los Nesse contexto foram efetuados levantamentos das caracteriacutesticas geograacuteficas abordando a hidrografia o clima a geologia a pedologia o relevo e a vegetaccedilatildeo desse municiacutepio com ecircnfase na bacia hidrograacutefica do rio que tem o mesmo nome da cidade Os fenocircmenos da natureza e as seacuteries histoacutericas de dados hidrometeoroloacutegicos foram estudados constatando-se a necessidade da implantaccedilatildeo de uma nova rede de monitoramento hidroloacutegico de chuva e vazatildeo para auxiliar na identificaccedilatildeo das inundaccedilotildees bem como na implementaccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos e hidrodinacircmicos Essa rede foi efetivada com a implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas Associadas a essas informaccedilotildees elaborou-se um modelo digital do terreno da regiatildeo objeto de estudo com base em levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela Prefeitura Municipal e tambeacutem no levantamento topobatimeacutetrico do rio Negrinho e rio Serrinha realizado neste estudo Verificou-se a accedilatildeo antroacutepica decorrente do processo de impermeabilizaccedilatildeo causada pela urbanizaccedilatildeo que interfere no funcionamento do sistema de drenagem natural Tambeacutem verificou-se que as obras civis pontes e bueiros mal dimensionados interferem no fluxo dos rios Mediante vistoria do corpo hiacutedrico observou-se lanccedilamentos indevidos de resiacuteduos soacutelidos e liacutequidose por consequecircncia a necessidade de conscientizaccedilatildeo da comunidade resultando num procedimento e accedilatildeo pontual de limpeza do rio Aleacutem disso efetuou-se o levantamento dos prejuiacutezos financeiros com base na uacuteltima grande inundaccedilatildeo de 2014 que serviu de paracircmetro para justificar a importacircncia do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia As inundaccedilotildees causam desastres naturais devido a ocupaccedilatildeo inadequada da planiacutecie de inundaccedilatildeo e do leito maior do rio pela comunidade Este estudo busca atraveacutes de anaacutelise a avaliaccedilatildeo dos eventos passados minimizar perdas e prejuiacutezos em futuros eventos que certamente iratildeo ocorrer considerando que a remoccedilatildeo dos ocupantes das aacutereas atingidas eacute inviaacutevel sob o ponto de vista financeiro e emocional da populaccedilatildeo Palavras-Chave Inundaccedilatildeo Desastre Natural Hidrologia Hidrodinacircmica Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

ABSTRACT

This work has as purpose to study the problems of floods in the city of Rio Negrinho looking for ways to prevent or mitigate them In this way were made geographical characteristics surveys describing about hydrography climate geology type of soil hypsometry and vegetation of these region with emphasis in the watershed of the river that takes the name of the city The natural phenomena and the historical series of hydrometeorological data were studied where it was verified the necessity of the implantation of a new network of hydrological monitoring of rain and discharge to assist in the identification of the floods as well as in the implementation of hydrological and hydrodynamic models This network was effected with the implementation of five new hydrological stations In addition with this stations a digital model of the land of the studied region was elaborated based on aerial photogrammetric survey carried out by the City Hall and also on the topobatimetry survey of the rivers Rio Negrinho and Serrinha conducted in this study The anthropic action was verified due to the waterproofing process caused by the urbanization which interferes with the operation of the natural drainage system It has also been found that civil works bridges and drains poorly dimensioned interfere with the floods rivers Through an inspection of the rivers it was verified the existence of solid and liquid waste discharge and consequently it was verified of needs for a community awareness resulting in a punctual procedure and action to clean the river In addition financial losses were calculated based on the last great flood of 2014 which served as a parameter to justify the importance of the Emergency Action Plan Floods cause natural disasters due to inadequate occupation of the floodplain and the larger riverbed by the community This study seeks to analyze and evaluate the past events to minimize loss and damage in future events that will occur certainly considering that the removal of the people of the affected areas is not possible from the financial and emotional point of views of the population Keywords Flood Natural Disaster Hydrology Hydrodynamics Emergency Action Plan

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash ESTRUTURA DO TRABALHO 31

FIGURA 2 ndash REPRESENTACcedilAtildeO GRAacuteFICA FENOcircMENO DOS RIOS VOADORES 37

FIGURA 3 ndash EL NINtildeO EM ATIVIDADE 39

FIGURA 4 - OCUPACcedilAtildeO INDEVIDA DA MARGEM DOS RIOS 42

FIGURA 5 ndash MODELACcedilAtildeO HIDRAacuteULICA HEC-RAS 50

FIGURA 6 ndash MANCHA DE INUNDACcedilAtildeO OBSERVADA (MO) E SIMULADA (MS)

PARA 1995 NA FASE DE CALIBRACcedilAtildeO DO HEC-RAS DA BACIA

HIDROGRAacuteFICA DO CAMPUS DA UFSC 52

FIGURA 7 - MUDANCcedilA RELATIVA EM DAS VAZOtildeES SIMULADAS PARA O

PERIacuteODO 1971-2000 COM BASE NOS DADOS DE 1900-1970 (A) E

PARA O PERIacuteODO 2041-2060 COM BASE NOS DADOS DE 1900-

1998 (B) BASEADO EM CENAacuteRIOS CONSTRUIacuteDOS PELO IPCC

(PAINEL INTERNACIONAL DE MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS) 56

FIGURA 8 ndash TELA ILUSTRATIVA DO DELFT3D FLEXIBLE MESH

SUITE (DELFT3D FM) 58

FIGURA 9 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO EM 1983 ndash VISTA HOTEL

POUSADA JOAtildeO DE BARRO 62

FIGURA 10 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1983 ndash VISTA DA RUA

JORGE ZIPPERER E DA IGREJA MATRIZ 62

FIGURA 11 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA RUA

SAtildeO PAULO 63

FIGURA 12 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA

ANTIGA CAcircMARA DE VEREADORES 63

FIGURA 13 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 64

FIGURA 14 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 65

FIGURA 15 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (C)

RUA JORGE ZIPPERER (B) (D) E (E) RUA SENADOR NEREU

RAMOS (F) RUA CARLOS WEBER 67

FIGURA 16 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (F)

RUA SENADOR NEREU RAMOS (B) E (D) RUA CARLOS WEBER

(C) RUA LUIZ SCHOLZ (E) RUA JORGE ZIPPERER 68

FIGURA 17 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) (B)

(D) E (F) RUA SENADOR NEREU RAMOS (C) RUA CARLOS

RUCKL (E) TRAVESSA EUGEcircNIO FERREIRA DE LIMA 69

FIGURA 18 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO RIO NEGRINHO (A)

NO ESTADO DE SANTA CATARINA (B) NOS MUNICIacutePIOS DE RIO

NEGRINHO E SAtildeO BENTO DO SUL (HACHURADO) E (C)

AFLUENTES DO RIO NEGRINHO 72

FIGURA 19 ndash SUBBACIAS DO RIO NEGRINHO 73

FIGURA 20 ndash MAPA GEOLOacuteGICO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 75

FIGURA 21 ndash (A) FORMACcedilAtildeO DE SOLOS E (B) PERFIL DE SOLO 76

FIGURA 22 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO NEGRINHO 77

FIGURA 23 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO DOS BUGRES 77

FIGURA 24 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO SERRINHA 78

FIGURA 25 ndash DECLIVIDADES NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 80

FIGURA 26 ndash HIPSOMETRIA NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 81

FIGURA 27 ndash DECLIVIDADES NO PERIacuteMETRO URBANO 82

FIGURA 28 ndash HIPSOMETRIA NO PERIacuteMETRO URBANO 83

FIGURA 29 ndash MODELO DIGITAL DE TERRENO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 85

FIGURA 30 ndash COBERTURA VEGETAL DA BACIA DO RIO NEGRINHO 87

FIGURA 31 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS NA BACIA DO

RIO NEGRINHO 90

FIGURA 32 ndash LOCALIZACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES TELEMEacuteTRICAS REGIAtildeO DA BACIA

DO RIO NEGRINHO 91

FIGURA 33 ndash ESTACcedilOtildeES DE MONITORAMENTO 92

FIGURA 34 ndash ESTACcedilAtildeO CORREDEIRAS (02649055) 95

FIGURA 35 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN (421500009H) 96

FIGURA 36 ndash ESTACcedilAtildeO FRAGOSOS (02649073) 98

FIGURA 37 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRO (02649074) 100

FIGURA 38 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHOBATTISTELLA (A862) 102

FIGURA 39 ndash ESTACcedilAtildeO LAPA (25474946) 104

FIGURA 40 ndash IMAGEM DE PRECIPITACcedilAtildeO DO SATEacuteLITE GOES 13 PARA A

REGIAtildeO SUL DO BRASIL NOS DIAS 7 (A) 8 (B) E 9 (C) DE JUNHO

DE 2014 105

FIGURA 41 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN - COTA (421500009H) 106

FIGURA 42 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 43 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 44 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE 2010 108

FIGURA 45 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE EM JUNHO DE 2014 108

FIGURA 46 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 47 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 48 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL

(1982-1984) 110

FIGURA 49 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 50 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 51 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO DE MAIO A

JULHO DE 2014 112

FIGURA 52 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE DE SETEMBRO DE 2009 A JUNHO DE 2010 113

FIGURA 53 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM MMDIA 114

FIGURA 54 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM Msup3S 115

FIGURA 55 ndash ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS ndash 03 E RIO NEGRO ndash 4ordf BACIAS

HIDROGRAacuteFICAS 116

FIGURA 56 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS VAZOtildeES DO RIO NEGRINHO 117

FIGURA 57 ndash VAZOtildeES DO RIO NEGRO A MONTANTE E A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 58 ndash VAZAtildeO ESTIMADA PARA O RIO NEGRO A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 59 ndash VAZOtildeES INCREMENTAIS NO RIO NEGRINHO E NO RIO NEGRO120

FIGURA 60 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

AUTOMAacuteTICAS 125

FIGURA 61 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2080 FAZENDA RUDNICK 127

FIGURA 62 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2079 FAZENDA SOUZA 127

FIGURA 63 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2081 RIO DOS BUGRES 128

FIGURA 64 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2083 PONTE DO LAGEADO 128

FIGURA 65 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2084 FOZ DO RIO NEGRINHO 129

FIGURA 66 ndash NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS E EM OPERACcedilAtildeO 129

FIGURA 67 ndash MAPA LOCALIZACcedilAtildeO NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS 130

FIGURA 68 ndash APRESENTACcedilAtildeO DO NOVO SISTEMA DE ESTACcedilOtildeES

HIDROLOacuteGICAS PARA UMA SALA DE SEGUNDO GRAU DO

COLEacuteGIO CENECISTA SAtildeO JOSEacute 131

FIGURA 69 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2079 ndash FAZENDA SOUZA 132

FIGURA 70 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2080 ndash FAZENDA RUDNICK 132

FIGURA 71 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2081 ndash RIO DOS BUGRES 133

FIGURA 72 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2083 ndash PONTE DO LAGEADO 133

FIGURA 73 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JANEIRO DE 2016 134

FIGURA 74 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM FEVEREIRO DE 2016 134

FIGURA 75 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MARCcedilO DE 2016 135

FIGURA 76 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM ABRIL DE 2016 135

FIGURA 77 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MAIO DE 2016 136

FIGURA 78 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JUNHO DE 2016 136

FIGURA 79 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JULHO DE 2016 137

FIGURA 80 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM AGOSTO DE 2016 137

FIGURA 81 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM SETEMBRO DE 2016 138

FIGURA 82 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM OUTUBRO DE 2016 138

FIGURA 83 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM NOVEMBRO DE 2016 139

FIGURA 84 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM DEZEMBRO DE 2016 139

FIGURA 85 ndash BATIMETRIA ADCP M-9 142

FIGURA 86 ndash RESULTADO DATOPOBATIMETRIA - SECcedilAtildeO TRANSVERSAL

PONTE COFERMACO 143

FIGURA 87 ndash GEORREFERENCIAMENTO E LEVANTAMENTO ALTIMEacuteTRICO

PONTE COFERMACO 144

FIGURA 88 ndash MAPA DE DOMIacuteNIOS DAS SECcedilOtildeES TOPOBATIMEacuteTRICAS 146

FIGURA 89 ndash MODELO DIGITAL DO TERRENO - MDT 147

FIGURA 90 ndash RESULTADO SIMULACcedilAtildeO REC-HAS 149

FIGURA 91 ndash LIXO NO RIO NEGRINHO (A) (B) E (C) FUNDOS DO COLEacuteGIO

SAtildeO JOSEacute ndash MARGEM ESQUERDA E EMPRESA

TRANSPORTADORA SEKA ndash MARGEM DIREITA (D) RESULTADO

DE CAMPANHA DE COLETA DE LIXO NO RIO NEGRINHO 153

FIGURA 92 ndash CAMPANHA DE LIMPEZA DO RIO NEGRINHO 154

FIGURA 93 ndash LIGACcedilOtildeES ESGOTO NO RIO NEGRINHO E NA DRENAGEM

PLUVIAL 156

FIGURA 94 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE 159

FIGURA 95 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 781 161

FIGURA 96 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 784 162

FIGURA 97 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 787 163

FIGURA 98 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 790 164

FIGURA 99 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 792 165

FIGURA 100 ndash SOBREPOSICcedilAtildeO DOS PERIacuteMETROS DAS MANCHAS DE

INUNDACcedilAtildeO COTAS 787 (CIANO) 790M (AZUL CLARO) E 792M

(AZUL ESCURO) 166

FIGURA 101 ndash DETALHE AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO

NEGRINHO 167

FIGURA 102 ndash AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO NEGRINHO168

FIGURA 103 ndash ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA A

EMERGEcircNCIAS EM FEVEREIRO DE 2017 170

FIGURA 104 ndash FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO DO PAE 174

FIGURA 105 ndash ESTRANGULAMENTO PONTE IGREJA MATRIZ ndash REDUCcedilAtildeO NA

LARGURA DA SECcedilAtildeO TRANSVERSAL DO RIO DE 1685M PARA

990M DA PONTE 177

FIGURA 106 ndash PAacuteGINA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO ndash SISTEMA DE

MONITORAMENTO 182

FIGURA 107 ndash GRUPOS DE WHATSAPP ndash DEFESA CIVIL RIO NEGRINHO 184

FIGURA 108 ndash PAacuteGINA DO FOacuteRUM DE DEBATES ndash DESASTRES NATURAIS 186

FIGURA 109 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 01 199

FIGURA 110 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 02 200

FIGURA 111 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 03 201

FIGURA 112 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO SAMAE 203

FIGURA 113 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO E PONTE SAMAE 204

FIGURA 114 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE I 205

FIGURA 115 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE II E III 206

FIGURA 116 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE III E

HELMUTH KRAMBECK 207

FIGURA 117 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS FERROVIA PONTE EVARISTO E

INCOPISA 208

FIGURA 118 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS INCOPISA E PONTE COLEacuteGIO SAtildeO

JOSEacute 209

FIGURA 119 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COL SAtildeO JOSEacute E SEKA 210

FIGURA 120 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS SEKA FUNDOS E PONTE

COFERMACO 211

FIGURA 121 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COFERMACO 212

FIGURA 122 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS ACIRNE E PONTE IGREJA MATRIZ 213

FIGURA 123 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTES IGREJA MATRIZ E PEcircNCIL

MINER 214

FIGURA 124 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE PEcircNCIL MINER E CASA

RONCONI 215

FIGURA 125 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CASA RONCONI E PREFEITURA

VELHA 216

FIGURA 126 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PREFEITURA VELHA CASA

RIGUETTO E PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 217

FIGURA 127 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA E

LAGOA DO BOI I 218

FIGURA 128 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI I E II 219

FIGURA 129 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI II E DEGAS 220

FIGURA 130 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DEGAS E RIO SERRINHA 221

FIGURA 131 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO SERRINHA E PONTE RODOVIA BR-

280 222

FIGURA 132 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 1 A 4 223

FIGURA 133 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 5 E 6 E MONTANTE FOZ

RIO NERGRINHO 1 E 2 224

FIGURA 134 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS MONTANTE FOZ RIO NERGRINHO 3 A

6 225

FIGURA 135 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO NEGRO ndash PONTE LAGEADO -

ESTACcedilAtildeO MONITORAMENTO 2083 ndash 1 A 5 226

FIGURA 136 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DORIO NEGRINHO - I 228

FIGURA 137 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO - II 228

FIGURA 138 ndashPLANTA BAIXA PONTE IPIRANGA 231

FIGURA 139 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IPIRANGA 232

FIGURA 140 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IPIRANGA 233

FIGURA 141 ndashPLANTA BAIXA PONTE EVARISTO 234

FIGURA 142 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE EVARISTO 235

FIGURA 143 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE EVARISTO 236

FIGURA 144 ndashPLANTA BAIXA PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 237

FIGURA 145 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 238

FIGURA 146 ndashSECcedilAtildeOTRANSVERSAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 239

FIGURA 147 ndashPLANTA BAIXA PONTE COFERMACO 240

FIGURA 148 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COFERMACO 241

FIGURA 149 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE COFERMACO 242

FIGURA 150 ndashPLANTA BAIXA PONTE IGREJA MATRIZ 243

FIGURA 151 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IGREJA MATRIZ 244

FIGURA 152 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IGREJA MATRIZ 245

FIGURA 153 ndashPLANTA BAIXA PONTE PEcircNCIL MINER 246

FIGURA 154 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE PEcircNCIL MINER 247

FIGURA 155 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE PEcircNCIL MINER 248

FIGURA 156 ndashPLANTA BAIXA PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 249

FIGURA 157 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 250

FIGURA 158 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 251

FIGURA 159 ndashPLANTA BAIXA PONTE RODOVIA BR 280 252

FIGURA 160 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE RODOVIA BR 280 253

FIGURA 161 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE RODOVIA BR 280 254

FIGURA 162 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-19 2014 262

FIGURA 163 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-29 2014 263

FIGURA 164 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-39 2014 264

FIGURA 165 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-49 2014 265

FIGURA 166 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-59 2014 266

FIGURA 167 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-69 2014 267

FIGURA 168 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-79 2014 268

FIGURA 169 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-89 2014 269

FIGURA 170 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-99 2014 270

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS DAS INUNDACcedilOtildeES DE RIO

NEGRINHOSC 70

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO 76

TABELA 3 ndash ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS E METEOROLOacuteGICAS 93

TABELA 4 ndash HIDROGRAMAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS (65090000) E RIO

NEGRINHO MONTANTE (65093000) 114

TABELA 5 ndash VAZOtildeES USADAS NA SIMULACcedilAtildeO NUMEacuteRICA ndash JUNHO 2014 118

TABELA 6 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 122

TABELA 7 - VALORES DE COEFICIENTES DE RUGOSIDADE (119899) DE MANNING

PARA CANAIS NATURAIS (VEN TE CHOW 1959) 148

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 257

SIGLAS

ANA Agecircncia Nacional de Aacuteguas ACIRNE BWDB

Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho Bangladesh Water Development Board

CEHPAR Centro de Hidraacuteulica e Hidrologia Prof Parigot de Souza CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais CEMIG CENAD

Companhia Energeacutetica de Minas Gerais Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CEPED Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CESEC Centro de Estudos de Engenharia Civil CIRAM Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidrometeorologia de Santa Catarina CPRM Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil CTH Curso Teacutecnico de Hidrologia DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral DTM EMBRAPA

Digital Terrain Model Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

EPAGRI EPI

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

EPP FFWC

Empresa de Pequeno Porte Flood Forecasting and Warning Center

FIDE Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre FLU Estaccedilatildeo Fluviomeacutetrica GPDEN Grupo de Pesquisaem Desastres Naturais HECRAS Hydrologic Engineering Center River Analysis System INMET INPE

Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC Painel Internacional de Mudanccedilas Climaticas IPH Instituto de Pesquisas Hidraacuteulicas LACTEC Institutos Lactec MDT Modelo Digital de Terreno ME MNT NASA

Micro Empresa Modelo Numeacuterico do Terreno National Aeronautics and Space Administration

NOAA National Oceanic amp Atmospheric Administration NUPDECS Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil PAE Plano de Accedilatildeo Emergencial PCD Plataforma de Coleta de Dados PGR Programa de Gerenciamento de Riscos PLU Estaccedilatildeo Pluviomeacutetrica PMRN PNPDEC

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil

RCC Regimento de Carros de Combate REMO RN

Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo Oceanograacutefica Referecircncia de Niacutevel

SAMAE Serviccedilo AutocircnomoMunicipal de Saneamento Baacutesico

SEPLAN Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

SIMEPAR Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute SMS Short Message Service Serviccedilo de Mensagens Curtas SUDERHSA Superintedecircncia de Desenvolvimento de Recursos Hiacutedricos e

Saneamento Ambiemtal TIN Triangulated Irregular Network UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul USEPA VMB

United States Environmental Protection Agency Voice Message Broadcast

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 25

11 OBJETIVOS 29

111 Objetivo Geral 29

112 Objetivos Especiacuteficos 29

12 ESTRUTURA DO TRABALHO 30

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 34

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA 34

211 - O fenocircmeno dos rios voadores 36

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea 38

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 39

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO 42

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie 43

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA 44

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS 45

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional 45

252 Modelagem Hidrodinacircmica 48

2521 Escoamento Permanente 48

2522 Escoamento Natildeo Permanente 48

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis

System) 49

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica 51

253 Modelo Hidroloacutegico 52

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 53

3 O ESTADO DA ARTE 57

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E

GEOGRAacuteFICAS 61

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO 61

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 71

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA 73

44 RELEVO 76

45 VEGETACcedilAtildeO 86

46 CLIMA 87

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO 87

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS 89

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS 91

511 Anaacutelise dos dados de chuva 94

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria 94

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica 95

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 97

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 99

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos 101

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 103

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo 106

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 121

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA 121

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA

ESTACcedilAtildeO 122

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados 123

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos 123

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM 124

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral 124

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 124

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo 125

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 125

628 Mediccedilotildees Realizadas 131

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO 140

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO 142

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO 142

711 Coleta de Dados 142

7111 Geoprocessamento dos Dados 143

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT 144

721 Coleta de Dados 145

722 Elaboraccedilatildeo do MDT 145

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS 148

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE

ESGOTO NO RIO 151

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS 151

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE

PLUVIAL 154

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO 157

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO 157

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo 160

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE 169

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial 171

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador 171

915 Fluxograma de Acionamento do PAE 173

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias 175

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias 176

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

de Rio NegrinhoSC 177

92 RECOMENDACcedilOtildeES 178

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES 180

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET 180

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN 180

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom 181

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL 181

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM 181

102 GRUPOS DE WHATSAPP 182

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS 185

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES 187

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS 188

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo 188

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES 189

REFEREcircNCIAS 190

APEcircNDICES 197

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO 198

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO 202

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO 227

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO 230

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES DE

UMA INUNDACcedilAtildeO 255

ANEXOS 260

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE -

INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014 261

25

1 INTRODUCcedilAtildeO

A fixaccedilatildeo de pequenas comunidades e a implantaccedilatildeo das cidades proacuteximas

ao leitos dos rios que facilitou num primeiro momento a utilizaccedilatildeo da aacutegua como

recurso para abastecimento e navegaccedilatildeo deixou parte destas mesmas cidades e da

populaccedilatildeo expostas aos problemas relacionados com as enchentes e as

inundaccedilotildees

Segundo Goerl e Kobiyama (2005) ldquoas palavras cheia e enchente tecircm como

origem o verbo encher do Latin Implere que significa ocupar o vatildeo a capacidade

ou a superfiacutecie de tornar cheio ou repletordquo Assim o termo enchente se aplica a

situaccedilatildeo em que o rio tem o seu volume de aacutegua aumentadomas ainda alcanccedilando

suas margens ou os limites da calha do rio Jaacute o termo inundaccedilatildeo eacute de adequada

utilizaccedilatildeo para a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento

Inundaccedilotildees fazem parte da histoacuteria da humanidade O desenvolvimento das

cidades o processo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo do solo

tecircm acarretado mudanccedilas extremas no comportamento dos canais naturais

principalmente os que cortam as cidades

O modelo de gestatildeo poliacutetico-administrativa brasileira associado a um

sistema de divisatildeo da arrecadaccedilatildeo tributaacuteria que concentra recursos na uniatildeo e nos

estados e transfere as obrigaccedilotildees de atendimento das demandas sociais e de

atendimento de infraestrutura para os municiacutepios dificulta o atendimento agrave

populaccedilatildeo de todo o paiacutes Na ausecircncia de poliacuteticas que integrem o desenvolvimento

dos municiacutepios e que extrapolem seus limites poliacutetico-administrativos o processo de

ocupaccedilatildeo de aacutereas inadequadas(inundaacuteveis) surge com forccedila criando grandes

impactos ambientais e sociais (GROSTEIN 2001)

Associando a ocupaccedilatildeo histoacuterica de formaccedilatildeo de cidades agrave ocupaccedilatildeo

desordenada pela ausecircncia de poliacuteticas e do monitoramento do estado a fenocircmenos

naturais no Brasil um dos fenocircmenos naturais que mais provocaram perdas

humanas no periacuteodo de 1948 a 2004 foram as inundaccedilotildees (KOBIYAMA et al

2004) adicionadas a muitas perdas materiais

O Sul do Brasil especialmente o Estado de Santa Catarina tem sido um dos

mais atingidos por desastres gerados por esses fenocircmenos O municiacutepio de Rio

Negrinho localizado no norte de Santa Catarina eacute um exemplo jaacute que em sua

26

histoacuteria tem padecido com inundaccedilotildees frequentes Somente no periacuteodo de 1891

ateacute 2010 o municiacutepio sofreu 22 inundaccedilotildees sendo em 1891 1911 1913 1920

1925 1926 1937 1946 1983 1984 1992 1995 1997 1998 1999 2004 2005

2007 2008 2009 e duas em 2010 (GIGLIO amp KOBIYAMA 2011) Aleacutem dessas

pode-se acrescentar a grande inundaccedilatildeo de 2014 e as inundaccedilotildees de outubro de

2015

A inundaccedilatildeo de 1911 serviu de referecircncia de niacutevel para a construccedilatildeo da

ferrovia que corta a aacuterea urbana do municiacutepio poreacutem o lapso temporal de 72 anos

entre aquela grande inundaccedilatildeo e a grande inundaccedilatildeo seguinte em 1983 fez com

que a comunidade ocupasse aleacutem da planiacutecie de inundaccedilatildeo tambeacutem o leito maior

do Rio Negrinho Esse mesmo histoacuterico eacute uma repeticcedilatildeo do que ocorreu na cidade

de BlumenauSC (PMRN 2014)

As inundaccedilotildees na cidade de Rio Negrinho atigem a aacuterea urbana do

municiacutepio e de forma especial a aacuterea central onde se concentram o comeacutercio e a

administraccedilatildeo municipal aleacutem de edificaccedilotildees residenciais nas ruas Jorge Zipperer

Senador Nereu Ramos Avenida dos Imigrantes e Rua Willy Jung (PMRN 2014)

O rio dos Bugres inunda os bairros Quitandinha e Jardim Hantchel nas ruas

localizadas na parte mais baixa desses bairros Rua Paulo Tureck Estrada Dona

Francisca Rua Herbert Tureck e Vila Telma com predominacircncia residencial (PMRN

2014)

O rio Serrinha inunda os bairros Vila Nova e Centro nas rua 13 de

Dezembro Carlos Ruckl e Alfredo Greipel aleacutem da Rodovia BR-280 tambeacutem com

predomiacutenio deedificaccedilotildees residenciais (PMRN 2014)

O rio Negro inunda a parte baixa da Rua Sebastiatildeo Ferreira da Veiga no

bairro Campo Lenccedilol atingindo essencialmente edificaccedilotildees residenciais

Dessas inundaccedilotildees as que aconteceram nos anos de 1983 1992 e 2014

foram as que causaram os maiores prejuiacutezos Esta uacuteltima associou trecircs condiccedilotildees

que dificultaram accedilotildees que pudessem minimizar danos

1 - O evento ocorreu num final de semana com muitos proprietaacuterios em

viagem Esses imoacuteveis foram inundados sem que os bens moacuteveis pudessem ter sido

removidos previamente resultando em prejuiacutezos de grande monta

2 - O evento teve sua maior evoluccedilatildeo durante a noite de sexta para saacutebado

No periacuteodo noturno a operaccedilatildeo de retirada de bens moacuteveis eacute mais complexa o que

aumenta os danos e as perdas

27

3 - O niacutevel das aacuteguas subiu muito rapidamente

Nesses 3 eventos o niacutevel das aacuteguas do Rio Negrinho principal rio que corta

a cidade ultrapassou em 93m o normal Essas inundaccedilotildees provocaram inuacutemeros

danos ao comeacutercio agrave induacutestria agrave agropecuaacuteria e ao sistema viaacuterio Muitas

localidades foram afetadas e ficaram isoladas muitas residecircncias foram danificadas

350 e 778 em 1983 e 1992 respectivamente outras 120 e 27 foram destruiacutedas

respectivamente nos referidos anos 6090 e 10000 habitantes desabrigados nos

respectivos anos e na de 1992 houve uma viacutetima fatal (GIGLIO amp KOBIYAMA

2011) Em 2014 1500 edificaccedilotildees foram atingidas sendo 974 residecircncias e 526

edificaccedilotildees comerciais com prejuiacutezo total para o municiacutepio de R$ 9827610000

(Noventa e oito milhotildees duzentos e setenta e seis mil e cem reais) conforme

estudos apresentados no Apecircndice V

Em 2015 novamente dois eventos sucessivos na segunda e quarta

semanas de outubro O primeiro atingiu a marca de 446 metros acima do niacutevel

normal O segundo que iniciou na quinta-feira dia 22 atingiu no dia seguinte a

marca de 551 metros acima do niacutevel normal deixando 42 famiacutelias desalojadas e 8

desabrigadas Foram bloqueadas pelas aacuteguas 22 ruas e 32 edificaccedilotildees comerciais

foram atingidas

Para compreender melhor esses fenocircmenos e aplicar modelos matemaacuteticos

que permitam entender o funcionamento do sistema da bacia superior do Alto Rio

Negro do qual faz parte a bacia do Rio Negrinho eacute necessaacuterio estudar a relaccedilatildeo

chuva-vazatildeo bem como as caracteriacutesticas das chuvas que causam inundaccedilotildees

O processo que envolve o ciclo hidroloacutegico e a quantificaccedilatildeo da chuva sobre

uma bacia eacute um problema complexo que envolve muitas variaacuteveis o que aumenta o

grau de dificuldade na reproduccedilatildeo do comportamento do fluxo de aacutegua que chega

nos rios e a propagaccedilatildeo da sua onda de cheia

Satildeo condiccedilotildees essenciais para que as estimativas de chuva-vazatildeo sejam

representativas da bacia do rio Negrinho a obtenccedilatildeo de dados de mediccedilatildeo e seacuteries

histoacutericas

O uso de computadores softwares leitores e coletores de dados eletrocircnicos

(data loggers) estaccedilotildees hidroloacutegicas instrumentos versaacuteteis que podem operar em

locais remotos e sem rede de energia eleacutetrica contribui para a obtenccedilatildeo de algumas

soluccedilotildees para o problema de inundaccedilotildees Ainda algumas aproximaccedilotildees e

28

simplificaccedilotildees satildeo feitas para contornar as limitaccedilotildees das formulaccedilotildees matemaacuteticas

para representar um comportamento real

A modelagem matemaacutetica desses fenocircmenos objetiva estabelecer uma

relaccedilatildeo entre chuvas e niacuteveis de inundaccedilatildeo nas cidades com uma margem de

tempo razoaacutevel de forma a permitir que as accedilotildees dos governos oacutergatildeos de defesa

civil e habitantes minimizem os prejuiacutezos e principalmente preservem as vidas

Desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo nas margens do rio Negrinho haacute registros de

inundaccedilotildees Ainda assim o municiacutepio desenvolveu seu centro urbano muito proacuteximo

agraves suas margens e de seus afluentes dos Bugres e Serrinha Agora que o centro

urbano jaacute estaacute instalado eacute necessaacuterio caracterizar as aacutereas inundaacuteveis para

possibilitar uma adequada gestatildeo do municiacutepio reduzir o risco de futuro desastre e

minimizar prejuiacutezos da populaccedilatildeo Assim como outras cidades que se formaram agraves

margens de rios a dificuldade de mover essa populaccedilatildeo para aacutereas seguras eacute

enorme por duas razotildees principais os custos envolvidos nessa operaccedilatildeo e o valor

sentimental desses imoacuteveis nos quais geraccedilotildees de famiacutelias escreveram suas

histoacuterias Nesse contexto o presente trabalho caracterizou as aacutereas de inundaccedilatildeo

urbana de Rio NegrinhoSC como forma de subsidiar o monitoramento e a

mitigaccedilatildeo das inundaccedilotildees

A anaacutelise desses eventos deixa muito claro que o ldquoDesastre Naturalrdquo ou o

ldquoDesastre Ambientalrdquo natildeo eacute o comportamento hidroloacutegico e hidrodinacircmico do rio O

ldquoDesastre Naturalrdquo estaacute efetivamente na ocupaccedilatildeo inadequada do seu leito maior e

da sua planiacutecie de inundaccedilatildeo

Conforme mostrou a anaacutelise do prejuiacutezo econocircmico realizado Apendice V o

o montante do prejuiacutezo eacute muito elevado o que justifica toda e qualquer accedilatildeo que

possa mitigar

29

11 OBJETIVOS

111 Objetivo Geral

Analisar e avaliar os problemas de inundaccedilatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC

para o entendimento do fenocircmeno e elaborar um piloto de Plano de Accedilatildeo de

Emergecircncia buscando compreender para mitigar

112 Objetivos Especiacuteficos

Implantar sistema de monitoramento de chuva e vazatildeo com a

instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo de estaccedilotildees hidroloacutegicas para melhorar o

sistema de previsatildeo e alerta de inundaccedilatildeo

Desenvolver uma paacutegina na internet para a Defesa Civil do Municiacutepio

de Rio Negrinho disponibilizando informaccedilotildees referentes aos niacuteveis

dos rios volumes de chuva acumulados e previsotildees do tempo

Desenvolver um foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais

ndash wwwdesastresnaturaiscombr

Montar grupos de WhatsApp e SMS para a Defesa Civil de Rio

Negrinho como forma de repassar rapidamente informaccedilotildees relativas

agrave previsatildeo do tempo niacuteveis dos rios e alertas

Desenvolver procedimentos para eliminar lixo e esgotamento sanitaacuterio

do corpo hiacutedrico

Implementar e simular a hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para

situaccedilotildees de inundaccedilotildees atraveacutes do modelo HEC-RAS

30

12 ESTRUTURA DO TRABALHO

A FIGURA 1 mostra as principais atividadesassuntos desta dissertaccedilatildeo O

ponto de partida satildeo os problemas de inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC sob

os aspectos dos fenocircmenos da natureza das caracteriacutesticas geograacuteficas da aacuterea de

estudo da accedilatildeo antroacutepica e dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros causados

pelas inundaccedilotildees Na sequecircncia eacute descrita a localizaccedilatildeo de cada atividadeassunto

dentro da dissertaccedilatildeo buscando a capacidade de lidar com situaccedilotildees de inundaccedilatildeo

Inicialmente tem-se a introduccedilatildeo apresentando a problemaacutetica do tema que

eacute a inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC e dentro desta apresentaccedilatildeo encontra-

se a justificativa e a motivaccedilatildeo que deram origem a este estudo Juntamente estatildeo

apontados os objetivos geral e especiacutefico e a estruturaccedilatildeo deste trabalho Todos

esses pontos satildeo abordados neste Capiacutetulo 1

Na sequecircncia no Capiacutetulo 2 ndash Revisatildeo de Literatura satildeo feitos o

levantamento dos trabalhos e estudos relacionados ao tema inundaccedilotildees onde se

encontram a descriccedilatildeo dos fenocircmenos da natureza sob os aspectos hidroloacutegicos e

meteoroloacutegicos com ecircnfase nas inundaccedilotildees e tambeacutem as estaccedilotildees hidro

meteoroloacutegicas e sua importacircncia bacias hidrograacuteficas como divisor das chuvas e

formaccedilatildeo das vazotildees nos rios a hidrodinacircmica dos corpos hiacutedricos para entender as

inundaccedilotildees e Planos de Accedilatildeo de Emergecircncia para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo no

contexto de salvaguardar vidas e bens materiais

No Capiacutetulo 3 ndash O Estado da Arte que se relaciona com a Revisatildeo de

Literatura tem-se uma das questotildees relevantes que consiste em verificar as

pesquisas e os estudos inovadores realizados na atualidade buscando formatar a

fronteira do conhecimento em que se encontra o fenocircmeno causador das

inundaccedilotildees associando agraves teacutecnicas para prevenccedilatildeo eou mitigaccedilatildeo de danos

Nos Capiacutetulos 4 e 5 satildeo descritos os levantamentos as anaacutelises e as

avaliaccedilotildees das caracteriacutesticas histoacutericas e geograacuteficas da aacuterea de estudo e das

seacuteries hidroloacutegicas respectivamente realizados Ainda no Capiacutetulo 5 encontram-se

os estudos hidro meteoroloacutegicos da regiatildeo onde se mostra a necessidade de

melhorar as observaccedilotildees de dados hidroloacutegicos para prevenir e mitigar os

problemas causados pelas inundaccedilotildees (Capiacutetulo 6)

31

FIGURA 1 ndash Estrutura do Trabalho (Autor 2017)

32

A partir da caracterizaccedilatildeo geograacutefica e a localizaccedilatildeo da aacuterea urbana de

atingimento das inundaccedilotildees mais frequentes definiu-se o trecho do rio a ser

estudado com modelo hidrodinacircmico e os levantamentos topobatimeacutetricos que foram

realizados Os mesmos estatildeo descritos no Capiacutetulo 7 onde se encontraram os

trabalhos realizados para geraccedilatildeo do modelo digital do terreno Apecircndices I II e III

No Apecircndice IV foram analisados os efeitos da accedilatildeo antroacutepica decorrentes do

processo de urbanizaccedilatildeo que engloba a impermeabilizaccedilatildeo do solo provocada

pelas edificaccedilotildees e pavimentaccedilotildees o dimensionamento inadequado dos sistemas

de drenagem as obras civis em especial pontes e bueiros como pontos de

estrangulamento de rios e coacuterregos e sua interferecircncia no fluxo das aacuteguas o

saneamento e a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Durante a execuccedilatildeo dos levantamentos efetuados no rio Negrinho Serrinha

e dos Bugres contatou-se enorme quantidade de lixo e esgoto despejados no leito e

nas margens desses rios que interferem na inundaccedilatildeo Para solucionar esses

problemas no Capiacutetulo 8 foram relacionados procedimentos para o recolhimento

desse lixo e para a eliminaccedilatildeo do lanccedilamento de esgotos conciliando com a

implantaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio

O Capiacutetulo 9 apresenta um piloto de PAE ndash Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

para Inundaccedilotildees elaborado com base na literatura e nos dados levantados neste

trabalho bem como na estrutura municipal e na experiecircncia do autor junto a Defesa

Civil de Rio Negrinho nas trecircs uacuteltimas inundaccedilotildees de 1983 1992 e 2014 O

levantamento e a avaliaccedilatildeo dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros que ocorrem

numa cidade do porte de Rio Negrinho tendo por referecircncia a uacuteltima grande

inundaccedilatildeo de 2014 foram elaborados no Apecircndice V para justificar a necessidade

da implantaccedilatildeo de um PAE

Para melhor funcionamento do PAE foram desenvolvidos sistemas de

informaccedilotildees que estatildeo descritas no Capiacutetulo 10 Uma nova paacutegina na internet foi

desenvolvida para Defesa Civil de Rio Negrinho e foi criado um grupo de Whatsapp

e SMS com o objetivo principal de aproveitar as novas miacutedias e facilitar o acesso de

todos os muniacutecioes agraves informaccedilotildees de forma especial aos que tecircm imoacuteveis em

aacutereas alagaacuteveis Com o mesmo objetivo poreacutem de forma mais ampla foi criado um

foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais objetivando reunir

pesquisadores para se manifestarem sobre eventos de desastres naturais sendo o

seu foco a inundaccedilatildeo

33

Concluindo a dissertaccedilatildeo o Capiacutetulo 11 trata da mitigaccedilatildeo das perdas e

danos dos eventos de inundaccedilatildeo e de como lidar com eles considerando que a

remoccedilatildeo da cidade das aacutereas inundaacuteveis seria uma operaccedilatildeo que atingiria valores

que a torna inviaacutevel aleacutem da resistecircncia natural de cunho emocional dos moradores

ribeirinhos

34

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA

Sob o ponto de vista da hidrologia toda aacutegua proveniente do meio

atmosfeacuterico que atinge a superfiacutecie terrestre eacute entendida como precipitaccedilatildeo A

precipitaccedilatildeo pode vir sobre a forma de neblina granizo saraiva orvalho geada

neve e chuva O estado em que a aacutegua se encontra eacute o que diferencia essas formas

de precipitaccedilatildeo (TUCCI 1993)

No caso da chuva a determinaccedilatildeo da intensidade eacute importante para o

controle de inundaccedilatildeo e de erosatildeo do solo A chuva eacute o tipo de precipitaccedilatildeo mais

importante para a hidrologia por sua capacidade de produzir escoamento (TUCCI

1993)

Chuva eacute uma precipitaccedilatildeo formada por gotas de aacutegua maiores que 05mm

Elas podem ser classificadas como ldquochuva fracardquo quando a intensidade eacute menor que

25mmhora moderada quando estaacute entre 25 e 75mmhora e forte (pesada)

quando excede a 75mmhora (BRUTSAERT 2005)

O volume total a duraccedilatildeo e as distribuiccedilotildees temporal e espacial satildeo as

principais caracteriacutesticas da precipitaccedilatildeo Um volume acumulado total de

precipitaccedilatildeo natildeo tem significado se natildeo estiver relacionado a uma duraccedilatildeo Uma

chuva de 100mm num mecircs pode ser pouco mas eacute muito se ocorrer num dia e mais

ainda se ocorrer numa hora Natildeo existe como determinar chuva com grande

antecedecircncia por se tratar de um processo aleatoacuterio O tratamento de dados de

pricipitaccedilatildeo na forma chuva para a grande maioria dos problemas dela decorrentes

eacute estatiacutestico (TUCCI 1993)

A ocorrecircncia de precipitaccedilotildees sob a forma de chuva deriva da condensaccedilatildeo

do vapor de aacutegua contido na atmosfera Sob certas condiccedilotildees as gotiacuteculas que

formam as nuvens datildeo origem agraves precipitaccedilotildees Haacute nuvens que natildeo produzem

chuvas necessitando de outros processos que desencadeiem a precipitaccedilatildeo

(TUCCI 1993)

Para que ocorra a chuva as gotiacuteculas precisam ter um volume de tal forma

que seu peso supere as forccedilas que as mantecircm em suspensatildeoEacute preciso que atinjam

uma velocidade de queda maior que as componentes verticais de ascensatildeo dos

movimentos atmosfeacutericos (TUCCI 1993)

35

Conforme Tucci (1993) de acordo com o mecanismo pelo qual ocorre a

ascensatildeo do ar uacutemido as precipitaccedilotildees podem ser classificadas em

Convectivas quando o ar uacutemido em tempo calmo eacute aquecido proacuteximo ao solo

criando camadas de ar que se mantecircm em equiliacutebrio instaacutevel Alterado esse

equiliacutebrio ocorre uma brusca ascenccedilatildeo local de ar menos denso que iraacute condensar

formando nuvens e em muitos casos chuvas Satildeo as chuvas convectivas que

ocorrem frequentemente nas regiotildees equatoriais onde os ventos natildeo satildeo fortes e os

movimentos de ar satildeo predominantemente verticais podendo ocorrer tambeacutem em

regiotildees temperadas no veratildeo Eventualmente tempestades violentas Satildeo

predominantemente chuvas de grande intensidade e curta duraccedilatildeo que ocorrem em

aacutereas de menor dimensatildeo Podem provocar grandes inundaccedilotildees em pequenas

bacias (TUCCI 1993)

Orograacuteficas ocorrem quando ventos quentes e uacutemidos geralmente se deslocando

do oceano para o continente encontram uma regiatildeo montanhosa que os faz subir

resfriar-se condensando o vapor formando nuvens e precipitando-se sob a forma

de chuva Normalmente satildeo chuvas de grande duraccedilatildeo e pequena intensidade

sobre pequenas aacutereas (TUCCI 1993)

Frontais ou Ciclocircnicas se formam do encontro de massas de ar quente e frio Nas

regiotildees de convergecircncia da atmosfera o ar quente e uacutemido sobe violentamente

sendo resfriado onde ocorre a condensaccedilatildeo produzindo chuvas Satildeo chuvas que

atingem grandes aacutereas com intensidade meacutedia e de grande duraccedilatildeo Essas chuvas

eventualmente satildeo acompanhadas de ventos fortes com circulaccedilatildeo ciclocircnica

podendo produzir inundaccedilotildees em grandes bacias (TUCCI 1993)

A seguir satildeo apresentadas as definiccedilotildees de algumas terminologias utilizadas

nesta dissertaccedilatildeo

Iacutendice Pluviomeacutetrico

Para poder acompanhar a quantidade de chuvas numa determinada regiatildeo

os pesquisadores climaacuteticos criaram o iacutendice pluviomeacutetrico (medido em miliacutemetros)

Este eacute calculado da seguinte forma as estaccedilotildees meteoroloacutegicas marcam um espaccedilo

36

no terreno de uma determinada regiatildeo Medem e acompanham a quantidade de

chuva que cai ali durante o ano Este iacutendice eacute uma boa referecircncia para se conhecer

o clima de uma regiatildeo

Temporais

Muitas vezes as chuvas ocorrem em forma de temporais Estas se

caracterizam pelos ventos fortes trovoadas e relacircmpagos Os relacircmpagos satildeo

descargas eleacutetricas provocadas pelo choque entre nuvens carregadas com muita

aacutegua e energia Jaacute o trovatildeo eacute o som provocado por este choque

Previsatildeo de Chuvas

As estaccedilotildees meteoroloacutegicas conseguem prever as chuvas pois observam as

imagens de sateacutelites que mostram a posiccedilatildeo e o deslocamento das massas de ar

Com dados de outros fatores (umidade ventos temperaturas) conseguem prever

com razoaacutevel precisatildeo o horaacuterio e quantidade de chuvas

211 - O fenocircmeno dos rios voadores

Os rios voadores satildeo ldquocursos de aacutegua atmosfeacutericosrdquo compostos de massas

de ar carregadas de vapor drsquoaacutegua acompanhados ou natildeo por nuvens e movidos

pelos ventos Inviacutesiacuteveis essas correntes de ar passam sobre noacutes carregando

umidade da Bacia Amazocircnica para as regiotildees Centro-Oeste Sudeste e Sul do

Brasil

Em contato com as frentes frias que vem do sul essa umidade se tranforma

em chuva Recebem o nome de rios voadores as enormes quantidades de vapor

drsquoaacutegua transportadas pelas correntes aeacutereas Trata-se de um fenocircmeno que tem

impacto nas inundaccedilotildees da regiatildeo sul

Como uma bomba de succcedilatildeo segundo Petrobraacutes (2017) a floresta

amazocircnica puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano

Atlacircntico e carregada pelos ventos aliacuteseos Essa umidade cai sob a forma de chuva

sobre a floresta Sob a forma de vapor drsquoaacutegua a floresta devolve a aacutegua da chuva

para a atmosfera pela evapotranspiraccedilatildeo Assim o ar eacute recarregado com mais

umidade e segue sendo transportado em direccedilatildeo ao oeste para cair novamente

como chuva mais a frente

37

Nesse processo contiacutenuo seguindo em direccedilatildeo oeste recarregados com a

umidade da floresta os rios voadores (massas de ar) encontram a Cordilheira dos

Andes que forma uma barreira natural Parte dessa umidade se precipita nas

encostas dessa barreira formando as nascentes dos rios amazocircnicos A porccedilatildeo dos

rios voadores que natildeo se precipita faz uma curva em direccedilatildeo ao sul regiotildees Centro-

Oeste Sudeste e Sul do Brasil e paiacutees vizinhos FIGURA 2

Dessa forma os rios voadores a floresta amazotildenica e a Cordilheira dos

Andes interferem no nosso regime de chuvas no clima e nas nossas inundaccedilotildees

(PETROBRAacuteS 2017)

FIGURA 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica fenocircmeno dos rios voadores (PETROBRAacuteS 2017)

38

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea

O sistema climaacutetico da terra eacute composto por diversos componentes A

interaccedilatildeo entre a superfiacutecie dos oceanos e a baixa atmosfera proacutexima a ela eacute uma

delas As trocas de energia e umidade podem afetar o clima regional e global

Ao fenocircmeno do aquecimento anormal das aacuteguas superficiais e sub-

superficiais do Oceano Paciacutefico Equatorial daacute-se o nome de El Nintildeo FIGURA 3

Nome em espanhol refere-se agraves aacuteguas quentes que aparecem na costa do Peru na

eacutepoca do Natal Pescadores a chamam de ldquoCorriente de El Nintildeo em referecircncia ao

Menino Jesus

Consideradas anomalias do sistema climaacutetico tanto o El Nintildeo quanto o La

Nintildea representam alteraccedilotildees no sistema oceano-atmosfera encontradas no oceano

Paciacutefico tropical com consequecircncias no clima em todo o planeta Natildeo eacute apenas a

presenccedila de aacuteguas quentes do El Nintildeo mas as alteraccedilotildees na atmosfera proacutexima a

superfiacutecie do oceano interferindo nos ventos aliacutesios (leste para oeste) na regiatildeo

equatorial O enfraquecimento dos ventos e o aquecimento do oceano promovem

mudanccedilas na circulaccedilatildeo entre os niacuteveis baixos e altos da atmosfera tendo como

consequecircncia alteraccedilotildees no transporte de umidade e mudanccedilas na distribuiccedilatildeo das

chuvas em regiotildees tropicais e de latitudes meacutedias e altas Tambeacutem satildeo observados

aumento ou queda de temperatura em algumas regiotildees do globo

O fenocircmeno La Nintildea eacute o oposto do El Nintildeo e eacute tembeacutem chamado de

episoacutedio frio onde os ventos aliacutesios mais intensos empurram as aacuteguas do Oceano

Paciacutefico para o lado oposto onde ficaratildeo ldquorepresadasrdquo no Paciacutefico Equatorial Oeste

aumentando o desniacutevel entre o Paciacutefico Ocidental e Oriental As aacuteguas mais quentes

represadas a oeste geram evaporaccedilatildeo e consequentemente movimentos

ascendentes que por sua vez geram nuvens de chuva A regiatildeo atingida por este

fenocircmeno eacute a do nordeste do Oceano Iacutendico agrave oeste do Oceano Paciacutefico passando

pela indoneacutesia (INPE 2017)

39

FIGURA 3 ndash El Nintildeo em atividade (NASA 2017)

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A seguir satildeo descritas algumas das definiccedilotildees encontradas na literatura para

inundaccedilotildees

Inicialmente como jaacute mencionado na introduccedilatildeo o termo inundaccedilatildeo adotado

neste estudo eacute a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento para planiacutecie de inundaccedilatildeo

(GOERL e KOBIYANA 2005)

Segundo Magalhatildees (1970 p93) eacute ldquoa cheia de um rio cujas aacuteguas

crescendo de volume transbordam alagando os territoacuterios circunjacentes A

inundaccedilatildeo eacute causada pela abundante precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica aliada a causas

fisiograacuteficas tais como a configuraccedilatildeo especial das zonas ribeirinhas a largura e a

profundidade dos leitos dos rios bem como a estrutura da barra ou a

desembocadura das correntes Os prejuiacutezos econocircmicos estatildeo associados agrave

ocupaccedilatildeo humanardquo

Para Tucci (1993 p 621) a inundaccedilatildeo eacute o fenocircmeno que ocorre ldquoquando a

aacutegua que chega ao rio eacute superior agrave capacidade de drenagem de sua calha normal

as aacuteguas transbordam o leito normal e ocupam a planiacutecie de inundaccedilatildeordquo A

ocorrecircncia de inundaccedilotildees depende das caracteriacutesticas fiacutesicas e climatoloacutegicas da

bacia hidrograacutefica ndash especialmente a distribuiccedilatildeo espacial e temporal da chuva

Leopold (1994 p 113) definiu a inundaccedilatildeo como sendo a ocorrecircncia de um

fluxo de tal magnitude que transborda os bancos naturais ou artificiais em um trecho

40

de um rio Onde existe uma planiacutecie de inundaccedilatildeo inundaccedilatildeo eacute qualquer fluxo que

se espalha por essa planiacutecie

Segundo Guerra amp Guerra (1997 p220) a inundaccedilatildeo eacute o mesmo que

alagado ie ldquoaacuterea alagadiccedila apoacutes a enchenterdquo lsquoEnchentesrsquo satildeo grandes chuvas que

ocorrem nos rios e geralmente provocam verdadeiros desastres causando perdas

na agricultura pecuaacuteria cidades proacuteximas etc O que as caracteriza eacute a sua

irregularidade isto eacute que natildeo ocorrem todos os anos

Inundaccedilotildees segundo Below et al (2009 p 6) estatildeo inseridas no grupo de

desastres hidroloacutegicos ou seja relacionados a desvios no ciclo hidroloacutegico As

inundaccedilotildees satildeo subdivididas em inundaccedilotildees ribeirinhas bruscas e costeiras

Apoacutes passar pela experiecircncia das inundaccedilotildees a populaccedilatildeo comeccedilou a

procurar habitar aacutereas mais altas menos frequentemente inundadas (TUCCI 1993

PLATE 2002) Mas com o aumento da urbanizaccedilatildeo as planiacutecies inundaacuteveis

tambeacutem foram ocupadas principalmente pela populaccedilatildeo de baixa renda gerando

problemas sociais que se repetem a cada inundaccedilatildeo (TUCCI 1993) Magalhatildees

(1970) e Leopold (1994) concordam que os danos causados pelas inundaccedilotildees satildeo

consequecircncia da ocupaccedilatildeo humana das planiacutecies inundaacuteveis Comprovando essa

ideacuteia Silveira et al (2009) mostraram que os desastres das inundaccedilotildees em Joinville

SC estatildeo mais relacionadas com o avanccedilo da ocupaccedilatildeo das planiacutecies de inundaccedilatildeo

do que com o comportamento das chuvas e portanto satildeo desastres mais humanos

que naturais Flemming (2002) relembra que as inundaccedilotildees satildeo fenocircmenos naturais

que natildeo podem ser evitados mas seus danos podem ser mitigados Para essa

tarefa ressalta a importacircncia da elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo

As inundaccedilotildees tecircm dinacircmicas diferentes que estatildeo relacionadas

principalmente com as caracteriacutesticas das bacias hidrograacuteficas Segundo Castro

(2003) a evoluccedilatildeo das inundaccedilotildees pode se dar de forma brusca com aumento

raacutepido e intenso do volume de aacutegua do canal ou gradual com a subida e a descida

das aacuteguas de um rio de forma lenta

Em Rio Negrinho houve inundaccedilotildees que podem ser enquadradas nas duas

modalidades descritas

As inundaccedilotildees de acordo com Amaral e Ribeiro (2012 p41) ldquosatildeo eventos

naturais que ocorrem com periodicidade nos cursos drsquoaacutegua frequentemente

deflagrados por chuvas fortes e raacutepidas ou chuvas de longa duraccedilatildeordquo Segundo

Tucci (2005 p42) ldquoeste eacute um processo natural que ocorre quando a precipitaccedilatildeo eacute

41

intensa causada por eventos chuvosos em que o solo perde a capacidade de

infiltraccedilatildeo aumentando o escoamento superficial que rapidamente alcanccedila os

cursos drsquoaacuteguardquo

Quando a inundaccedilatildeo se estabelece as aacuteguas do rio ocupam as aacutereas da

planiacutecie fluvial que eacute composta pela planiacutecie de inundaccedilatildeo leito maior e leito menor

do rio Zancopeacute (2012) define que ldquoas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo aacutereas dos vales

fluviais que sofrem inundaccedilotildees por cheias de determinadas magnitudes e intervalos

de recorrecircncia e as planiacutecies fluviais satildeo aacutereas dos vales fluviais marginais aos

cursos drsquoaacutegua parcialmente alagadas por transbordamentos perioacutedicos oriundos dos

rios e limitadas lateralmente pelas bases de vertentes dos valesrdquo

Segundo Tucci (2005 p29) o leito menor eacute caracterizado pelos locais onde

a aacutegua escoa normalmente a maior parte do tempo jaacute o leito maior eacute caracterizado

pelos locais em que o rio alcanccedila quando atinge niacuteveis superiores de volume drsquoaacutegua

(FIGURA 4) Tucci (2005 p29) comenta ainda que esse tipo de inundaccedilatildeo quando

as aacuteguas atingem o leito maior do rio geralmente ocorre em bacias hidrograacuteficas

meacutedias e grandes (gt100kmsup2) e que esse processo eacute natural como consequecircncia do

ciclo hidroloacutegico e assim eacute denominada inundaccedilatildeo de aacutereas ribeirinhas As aacutereas de

planiacutecie de inundaccedilatildeo satildeo locais que periodicamente seratildeo atingidos pelo

transbordamento dos cursos de aacuteguas faz parte da dinacircmica natural dos rios

(AMARAL e RIBEIRO 2012)

42

FIGURA 4 - Ocupaccedilatildeo indevida da margem dos rios (CPRM 2016)

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO

Eacute o conjunto de sistemas para o monitoramento de variaacuteveis ambientais

composto de coleta tratamento armazenamento transmissatildeo e disponibilizaccedilatildeo de

seacuteries histoacutericas

Os principais dados monitorados satildeo duraccedilatildeo quantidade e intensidade das

chuvas niacuteveis dos rios temperatura do ar umidade do ar velocidade e direccedilatildeo dos

ventos pressatildeo atmosfeacuterica e radiaccedilatildeo solar

A Hidrometeorologia eacute a parte da ciecircncia que trata da aacutegua na atmosfera

(TUCCI 1993) Bruce e Clark (1980 p 1) mencionam a importacircncia da meteorologia

no desenvolvimento de estudos hiacutedricos e no controle de inundaccedilotildees indicando a

necessidade do monitoramento meteoroloacutegico para as soluccedilotildees de gestatildeo de aacuteguas

superficiais e subterracircneos O termo hidrometeorologia eacute utilizado por eles como

43

sendo a aplicaccedilatildeo da meteorologia para a soluccedilatildeo dos problemas hidroloacutegicos

diferindo da definiccedilatildeo que trata como um problema de fronteira entre meteorologia e

hidrologia Segundo eles a dificuldade na aplicaccedilatildeo dessa uacuteltima reside na largura

da fronteira que varia de acordo com o ponto de vista da pessoa que o usa Na

praacutetica a largura varia do campo de estudos das condiccedilotildees meteoroloacutegicas criacuteticas

para uso na estimativa de fluxos maacuteximos de inundaccedilatildeo

No Brasil em diversos estudos esse termo eacute utilizado como a soma dos

termos hidroloacutegico e meteoroloacutegico

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie

As estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas de superfiacutecie podem ser

convencionais ou automaacuteticas (telemeacutetricas) As estaccedilotildees automaacuteticas foram

implantadas na deacutecada de 90 substituindo ou monitorando em conjunto com as

convencionais

Nessas estaccedilotildees um teacutecnico em meteorologia vai ateacute a estaccedilatildeo anotar

manualmente cada dado quatro vezes por dia sempre agraves 00 06 12 e 18 UTC (3

horas a menos do horaacuterio de Brasiacutelia)

Os instrumentos de uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional medem a

temperatura e a umidade do ar a direccedilatildeo e velocidade do vento a chuva

acumulada o tempo de insolaccedilatildeo evaporaccedilatildeo intensidade da radiaccedilatildeo solar e a

pressatildeo

Ainda na estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional o teacutecnico tambeacutem faz a

observaccedilatildeo visual das nuvens e da visibilidade Nos horaacuterios de observaccedilatildeo ele

avalia o ceacuteu como um todo quantifica e classifica as nuvens daquele momento

observando a ocorrecircncia de neacutevoa ou nevoeiro (Climatempo 2017)

Segundo Barth et al (1987 p 111) o estudo do regime hidroloacutegico de um

curso de aacutegua exige o conhecimento da variaccedilatildeo de sua vazatildeo ao longo do tempo

Numa estaccedilatildeo convencional a avaliaccedilatildeo diaacuteria dessa vazatildeo se daacute por um processo

direto pelo registro diaacuterio duas vezes ao dia atraveacutes da leitura do niacutevel da aacutegua na

reacutegua ou pelo registro contiacutenuo atraveacutes de hidroacutegrafas onde o niacutevel de aacutegua eacute

registrado Esses niacuteveis ou cotas determinam as vazotildees usando a curva-chave ou

curva cota-vazatildeo

44

A obtenccedilatildeo mais comum da vazatildeo se daacute pela mediccedilatildeo do niacutevel da aacutegua por

meio de liniacutemetros mais comumente chamados de reacuteguas linimeacutetricas e liniacutegrafos

Uma reacutegua linimeacutetrica nada mais eacute do que uma escala graduada de madeira ou

metal esmaltada ou natildeo ou mesmo pintada sobre uma superfiacutecie vertical de

concreto cuja extremidade inferior denominada ldquozero da reacuteguardquo estaacute na medida do

possiacutevel sempre mergulhada na aacutegua mesmo nas estiagens mais severas Isso

evita a necessidade de leituras negativas que satildeo tradicionalmente uma fonte de

erros (BARTHet al 1987 p 111)

A grande maiorias das estaccedilotildees hidromeacutetricas convencionais brasileiras

conta com simples reacuteguas linimeacutetricas O grau de confianccedila de seus registros eacute

portanto diretamente dependente do encarregado da leitura A localizaccedilatildeo do posto

hidromeacutetrico eacute estabelecida de modo a permitir um acesso faacutecil e permanente ao

local quaisquer que sejam as condiccedilotildees climaacuteticas e o niacutevel das aacuteguas inclusive

nas maiores inundaccedilotildees (PINTO et al 1976 p 185)

Uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie automaacutetica eacute composta por uma

unidade de memoacuteria central (ldquodata loggerrdquo) ligada a vaacuterios sensores dos paracircmetros

meteoroloacutegicos (pressatildeo atmosfeacuterica temperatura e umidade relativa do ar

precipitaccedilatildeo radiaccedilatildeo solar direccedilatildeo e velocidade do vento) que integra os valores

observados minuto a minuto e os disponibiliza automaticamente a cada 15 minutos

ou a cada hora (INMET 2017)

A estaccedilatildeo hidroloacutegica automaacutetica eacute composta por um data logger um sensor

de pressatildeo para mediccedilatildeo de cota (niacutevel da aacutegua) e um pluviocircmetro de baacutescula para

mediccedilatildeo de chuva acumulada num intervalo de tempo

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA

Segundo Viessman et al (1972) bacia hidrograacutefica eacute uma aacuterea definida

topograficamente drenada por um curso drsquo aacutegua ou um sistema conectado de

cursos drsquo aacutegua dispondo de uma simples saiacuteda para que toda vazatildeo efluente seja

descarregada

Tambeacutem pode-se definir a bacia hidrograacutefica como sendo uma aacuterea onde a

aacutegua da precipitaccedilatildeo eacute captada naturalmente fazendo com que seu escoamento

seja conduzido para um uacutenico ponto de saiacuteda seu exutoacuterio A bacia hidrograacutefica eacute

45

composta de um conjunto de superfiacutecies vertentes e de uma rede de drenagem

formada por cursos de aacutegua que confluem ateacute resultar num leito uacutenico no exutoacuterio

De forma geral a chuva que cai sobre as vertentes infiltra-se nos solos ateacute

a saturaccedilatildeo destes momento em que diminuem as taxas de infiltraccedilatildeo e comeccedilam a

surgir os escoamentos superficiais na condiccedilatildeo de persisitecircncia da precipitaccedilatildeo O

escoamento superficial gerado nas vertentes da bacia hidrograacutefica pode ser

entendido como ldquoproduccedilatildeordquo de aacutegua de escoamento raacutepido Com essa interpretaccedilatildeo

a aacutegua produzida pelas vertentes tem como destino imediato a rede de drenagem

que iraacute conduziacute-la agrave seccedilatildeo de saiacuteda da bacia No leito maior dos rios (zona de

inundaccedilatildeo) o comportamento eacute duacutebio ora de produccedilatildeo quando os niacuteveis de aacutegua

dos rios estatildeo inicialmente baixos funcionando esta zona como vertente ora de

transporte quando os niacuteveis dos rios estatildeo elevados com a zona de inundaccedilatildeo

usada para escoamento (TUCCI 1993)

A bacia hidrograacutefica pode ser descrita como um sistema fiacutesico onde o

volume de aacutegua precipitado compotildee a entrada e o volume de aacutegua que sai pelo

exutoacuterio eacute a saiacuteda tendo como perdas intermediaacuterias os volumes da evaporaccedilatildeo da

evapotranspiraccedilatildeo e os volumes de infiltraccedilatildeo profunda Em eventos isolados essas

perdas podem ser desconsideradas (TUCCI 1993)

A funccedilatildeo hidroloacutegica da bacia hidrograacutefica eacute transformar uma entrada

precipitaccedilatildeo de volume concentrada no tempo em uma saiacuteda escoamento de

forma mais distribuiacuteda no tempo (TUCCI 1993)

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS

Neste estudo a hidrodinacircmica eacute o movimento da aacutegua ao longo do rio e o

comportamento deste movimento eacute determinado pelos modelos hidrodinacircmicos

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional

Segundo Campos (2009) modelo eacute um grupo ordenado de suposiccedilotildees que

se propotildeem a explanar as propriedades de um sistema sem necessariamente

manter todas as suas particularidades Para Christofoletti (1999) define-se um

modelo como uma reproduccedilatildeo assingelada do que ocorre de fato em funccedilatildeo da

complexidade de maneira que seja possiacutevel fazer uma reconstituiccedilatildeo muito proacutexima

46

da realidade fazer simulaccedilotildees previsotildees alteraccedilotildees e evoluccedilotildees Para este autor

um modelo que busca reproduzir um sistema ambiental exprimindo uma hipoacutetese

cientiacutefica precisa ser analisado e testado para diferentes suposiccedilotildees

Assim os modelos satildeo um elo entre o que eacute obervado na praacutetica e as

suposiccedilotildees teoacutericas Devem ser construiacutedos de forma a atingir ao que se propotildeem

devendo tambeacutem ficar claros os limites de sua capacidade de fazer previsotildees

Importante destacar as suas aplicabilidades como ferramentas de planejamento

(CHRISTOFOLETTI 1999)

Na primeira metade do seacuteculo passado o uso da modelagem matemaacutetica

era limitada devido agrave dificuldade de encontrar soluccedilotildees analiacuteticas para resolver os

sistemas natildeo lineares de equaccedilotildees diferenciais ordinaacuterias e parciais da

hidrodinacircmica restringindo-se aos modelos lineares ou linearizados atraveacutes de

simplificaccedilotildees algeacutebricas Chapra (1997) menciona que o movimento do fluido

dentro de canais ou calhas era descrito com base em geometria simples como

exemplo retacircngulo trapeacutezio ou triacircngulo e condiccedilotildees de equiliacutebrio dinacircmico

Somente na segunda metade do seacuteculo passado com o desenvolvimento dos

computadores e a utilizaccedilatildeo de meacutetodos numeacutericos foi possiacutevel obter soluccedilotildees para

as equaccedilotildees que representam os processos hidrodinacircmicos mais proacuteximas das

caracteriacutesticas geomorfoloacutegicas das calhas do rios Essas soluccedilotildees satildeo chamadas

soluccedilotildees numeacutericas de equaccedilotildees diferenciais parciais e natildeo lineares permitindo

desta forma a simulaccedilatildeo da movimentaccedilatildeo da aacutegua mais especificamente neste

estudo da onda de cheia responsaacuteveis pelas inundaccedilotildees

Essas inundaccedilotildees satildeo sempre transientes variam no espaccedilo e no tempo

Esses movimentos natildeo-permanentes os quais satildeo regidos pelas equaccedilotildees

desenvolvidas pelos matemaacuteticos Laplace e Lagrange e satildeo considerados os

primeiros a caracterizar o movimento das ondas em canais (Marmood e Yevjevich

1975 apud Silva 2015) Na praacutetica muitas vezes pela dificuldade de se obter

hidrogramas de cheias representam-se as cheias usando vazotildees maacuteximas

invariantes no tempo para delimitar a cota de atingimento da mesma que satildeo

utilizadas para confecccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo sem levar em conta o tempo de

propagaccedilatildeo

Segundo Tucci (1998) a modelagem hidrodinacircmica computacional utiliza as

equaccedilotildees do escoamento unidimensional em rios e canais e suas simplificaccedilotildees Em

geral os processos computacionais envolvem grande quantidade de dados e

47

procuram representar mais precisamente o sistema fiacutesico observado no escoamento

em rios No caso do estudo de inundaccedilotildees esse escoamento depende

essencialmente da declividade da bacia da estrutura da rede de drenagem e da

cobertura vegetal existentes no leito e margens dos rios O ponto inicial da

modelagem hidrodinacircmica eacute a construccedilatildeo da geometria do canal ou canais Para

isso vaacuterios meacutetodos satildeo usados entre eles os mecanismos que utilizam modelos

digitais de terreno em programas de geoprocessamento

Silva (2015) menciona que Chien e Tan (2011) apresentaram um experimento

usando Google Earth para gerar a geometria necessaacuteria agrave simulaccedilatildeo com o modelo

hidrodinacircmico 2D e Gichamo et al (2012) verificaram a aplicabilidade do MDT

ASTER GDEM (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer

Global Digital Elevation Model) com um poacutes-processamento para correccedilatildeo de

tendecircncias (bias) para simulaccedilatildeo de eventos de enchentes usando o modelo

hidrodinacircmico HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center ndash River Analysis System)

escolhido dentre os modelos existentes pela familiaridade do autor Foi feito o

levantamento da calha do rio (batimetria) para precisatildeo da cota de inundaccedilatildeo e

junccedilatildeo com o levantamento aerofotogrameacutetrico existente na Prefeitura Municipal de

Rio Negrinho

Pontes (2011) realizou uma comparaccedilatildeo entre modelos hidrodinacircmicos

simplificados e completo testando os modelos de Muskingum-Cunge linear

Muskingum natildeo linear e modificado por Todini e IPHS com o HEC-RAS O resultado

mostrou que o Muskingum modificado foi promissor indicando que o HEC-RAS eacute um

modelo completo e usado como base para os demais Esse modelo vem sendo

amplamente utilizado e que tem apresentado resultados satisfatoacuterios (Souza et al

2007 Santillan et al 2012 Hasani 2013 Sharkey 2014 entre outros)

Em 2002 Wheater apud Silva (2015) fez uma revisatildeo sobre as perspectivas

da modelagem hidrodinacircmica na simulaccedilatildeo de enchentes apresentando a

importacircncia da distribuiccedilatildeo da chuva para qualidade dos resultados da simulaccedilatildeo

bem como cenaacuterios usando como base as chuvas estimadas considerando as

mudanccedilas climaacuteticas aleacutem do incremento na capacidade de simulaccedilatildeo em bacias

sem estaccedilotildees de coleta de dados

48

252 Modelagem Hidrodinacircmica

A modelaccedilatildeo hidraacuteulica pode apresentar o escoamento permanente ou natildeo

permanente

2521 Escoamento Permanente

Quando a velocidade local em um ponto natildeo muda com o tempo o

escoamento eacute definido como permanente Como consequecircncia outras condiccedilotildees de

contorno como vazatildeo profundidade raio hidraacuteulico entre outros seratildeo invariaacuteveis

Escoamento uniforme eacute aquele no qual a declividade a velocidade e as

caracteriacutesticas geomeacutetricas do canal coacuterrego ou rio natildeo variam ao longo da sua

extensatildeo supondo-se com linhas de fluxo paralelas e retas (PORTO 2006) Esta

simplificaccedilatildeo eacute usualmente utilizada no dimensionamento e verificaccedilatildeo da

capacidade de vazatildeo de canais pelas facilidade do seu equacionamento utilizando

as equaccedilotildees de Cheacutezy e Manning que consideram a resistecircncia do contorno do

canal (CANHOLI 2005)

Os princiacutepios da conservaccedilatildeo de energia constante na foacutermula de Bernoulli

e da conservaccedilatildeo de massa desempenhado pela equaccedilatildeo da continuidade

fundamentam os modelos que adotam o escoamento permanente (GRACIOSA

2010) Seus usos mais frequentes satildeo a anaacutelise do perfil de cheias o caacutelculo do

remanso de rios o dimencionamento de obras hidraacuteulicas e o escoamento em

estiagem entre outras utilizaccedilotildees (TUCCI 1998)

2522 Escoamento Natildeo Permanente

Quando a velocidade do fluxo em determinado ponto se modifica com o

tempo tem-se o escoamento natildeo permanente Satildeo as coordenadas espaciais do

ponto e do tempo que definem essa condiccedilatildeo A passagem de uma onda de cheia

eacute um exemplo de onde esse regime ocorre fato este que acontece na maioria dos

problemas hidroloacutegicos de escoamento superficial de canais (PORTO 2006 TUCCI

1998)

As equaccedilotildees da continuidade e da quantidade de movimento reproduzem

esse tipo de escoamento e quando associadas satildeo chamadas de equaccedilotildees de

Saint Veacutenant Eacute comum o uso de simplificaccedilotildees que facilitam o uso desse conjunto

49

de equaccedilotildees Um exemplo eacute o tratamento unidirecional do escoamento natildeo

levando em consideraccedilatildeo as variaccedilotildees de velocidade nas direccedilotildees horizontal

(lateral) e vertical (profundidade) Quando os modelos satildeo mais complexos por

considerarem todos os elementos das equaccedilotildees de Saint Veacutenant (pressatildeo e ineacutercia

do fluxo atrito e gravidade) passam a ser chamados de modelos hidrodinacircmicos O

sistema de equaccedilotildees que se forma para representar este escoamento somente

pode ser solucionado por meacutetodos numeacutericos que permitem a discretizaccedilatildeo do rio

em seccedilotildees Meacutetodos analiacuteticos natildeo resolvem os sistemas de equaccedilotildees resultantes

desse tipo de escoamento (TUCCI 1998)

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis System)

Software livre do Corpo de Engenheiros do Exeacutercito dos Estados Unidos da

Ameacuterica (US Army Corps of Engineers) eacute um programa de modelaccedilatildeo hidraacuteulica

unidirecional para uma rede de rios e canais Aleacutem do escoamento permanente ele

modela o escoamento natildeo permanente o transporte de sedimentos e modela

tambeacutem anaacutelises de qualidade de aacutegua (USACE 2010)

O caacutelculo da lacircmina daacutegua nos canais considerando fluxo uniforme

gradualmente variado ou bruscamente variado para regimes de escoamento

supercriacutetico e sub criacutetico satildeo funccedilotildees da modelaccedilatildeo do escoamento permanente

Pela equaccedilatildeo de Manning e pela utilizaccedilatildeo de coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo

satildeo calculadas as perdas de energia A equaccedilatildeo da quantidade de movimento eacute

utilizada em situaccedilotildees onde a variaccedilatildeo do niacutevel daacutegua ocorre rapidamente (USACE

2010)

Um meacutetodo hidrodinacircmico com a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees completas de

Saint Veacutenant possibilita a modelaccedilatildeo do escoamento natildeo permanente Regimes de

escoamento subcriacutetico ou supercriacutetico ou ambos podem ser analisados nesse

modelo Os caacutelculos hidraacuteulicos de pontes bueiro e outras estruturas tambeacutem satildeo

incorporados para o componente de escoamento permanente (USACE 2010)

A geometria de cada uma das seccedilotildees consideradas do canal condiccedilotildees de

contorno e valores do coeficiente (n) de rugosidade de Manning para o canal e

planiacutecie de inundaccedilatildeo aleacutem da vazatildeo utilizada para a modelaccedilatildeo (valores fixos para

50

o escoamento permanente e hidrogramas para o natildeo permanente) satildeo os principais

dados de entrada para o software

A interaccedilatildeo entre o HEC-RAS e um SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Geograacuteficas) se daacute atraveacutes da plataforma HEC-GeoRAS Satildeo ferramentas para

softwares tipo ArcGIS ou Quantum GIS que manipulam os dados geograacuteficos que

seratildeo utilizados no HEC-RAS Gera-se um modelo digital de terreno (MDT) que eacute

importado para o HEC-RAS Realizada a modelaccedilatildeo hidraacuteulica um novo arquivo eacute

gerado Este pode ser exportado novamente para o ArcGIS ou o Quantum GIS

permitindo uma anaacutelise espacial da planiacutecie de inundaccedilatildeo modelada FIGURA 5

(USACE 2010)

FIGURA 5 ndash Modelaccedilatildeo Hidraacuteulica HEC-RAS (USACE-US Army Corps of Engineers 2010)

51

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica

Os softwares descritos anteriormente satildeo amplamente utilizados no meio

acadecircmico Mulungo (2012) desenvolveu um modelo para a bacia hidrograacutefica do

Campus da UFSC em FlorianoacutepolisSC com o objetivo geral de analisar as

inundaccedilotildees da bacia hidrograacutefica daquele campus por meio do modelo hidroloacutegico

de chuva-vazatildeo (HEC-HMS) e hidrodinacircmico (HEC-RAS) Como objetivos

especiacuteficos o trabalho avaliou a vazatildeo com base na chuva de projeto para

diferentes periacuteodos de retorno verificou as mudanccedilas no uso da cobertura do solo

da bacia e analisou suas consequecircncias na vazatildeo do rio do Meio Verificou-se a

aacuterea inundada e as respectivas cotas

A anaacutelise dos resultados permitiu apresentar algumas conclusotildees entre

elas que entre 1998 e 2007 houve um acreacutescimo de 15 de aacuterea construiacuteda da

bacia do Campus da UFSC aumentando em 27 na vazatildeo de piso e de 26 no

volume escoado Foram feitas anaacutelises da capacidade maacutexima de escoamento sem

transbordamento causado por uma ponte e simulaccedilotildees de manchas de inundaccedilatildeo

FIGURA 6

Ele recomendou que fosse feito o planejamento e a regulamentaccedilatildeo

urgentes do uso e ocupaccedilatildeo de solo da bacia tendo em vista a existecircncia de um

processo contiacutenuo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo podendo

acarretar graves problemas ao sistema de drenagem favorecendo a ocorrecircncia de

inundaccedilotildees

52

FIGURA 6 ndash Mancha de Inundaccedilatildeo observada (MO) e simulada (MS) para 1995 na fase de calibraccedilatildeo do HEC-RAS da bacia hidrograacutefica do Campus da UFSC

(MULUNGO 2012)

253 Modelo Hidroloacutegico

O comportamento de uma bacia hidrograacutefica ainda que composto por

fenocircmenos naturais como evaporaccedilatildeo precipitaccedilatildeo infiltraccedilatildeo e escoamento de

rios pode ser simulado pela elaboraccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos Os modelos tecircm

por objetivo reproduzir e facilitar o entendimento de como funcionam os fenocircmenos

e possibilitando a elaboraccedilatildeo de previsotildees Funccedilotildees matemaacuteticas experimentais e

conceituais satildeo a base do funcionamento de diversos tipos de modelo incluindo os

modelos que representam o ciclo hidroloacutegico (TUCCI 1998)

Eacute importante mencionar que os modelos hidroloacutegicos apresentam limitaccedilotildees

que devem ser levadas em consideraccedilatildeo tanto na escolha do modelo quanto na

expectativa de objetivos e resultados Os modelos satildeo ainda dependentes de outros

53

fatores que tambeacutem interferem na sua definiccedilatildeo como a heterogeneidade fiacutesica da

bacia a diversidade dos processos envolvidos a quantidade e qualidade dos dados

hidroloacutegicos disponiacuteveis representaccedilatildeo espacial de variaacuteveis e fenocircmenos

simplificaccedilotildees entre outros (TUCCI 1998)

Neste trabalho natildeo foram realizados os estudos de chuva-vazatildeo por falta de

mediccedilotildees das curvas chave Quando tiverem sido feitos os levantamentos das

curvas-chave nas estaccedilotildees fluviomeacutetricas implantadas seraacute possiacutevel fazer esse

estudo

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A Secretaria Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil vinculada ao Ministeacuterio da

Integraccedilatildeo Nacional estabeleceu a Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil -

PNPDEC instituiacuteda pela Lei nordm 12608 de 10 de abril de 2012 publicada no Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo nordm 70 de 11 de abril de 2012 traz os princiacutepios os objetivos e

instrumentos de como a gestatildeo de riscos de desastres e a gestatildeo de desastres

seratildeo implementadas no Brasil com o propoacutesito de assegurar condiccedilotildees sociais

econocircmicas e ambientais adequadas para garantir a dignidade da populaccedilatildeo e

garantir a promoccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

Aleacutem da PNPDEC a Secretaria Nacional controla o CENAD ndash Centro

Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres manteacutem o Sistema Integrado de

Informaccedilotildees sobre Desastres ndash S2ID possue programas e accedilotildees para aprimorar a

coordenaccedilatildeo e a gestatildeo das accedilotildees de preparaccedilatildeo prevenccedilatildeo mitigaccedilatildeo resposta e

recuperaccedilatildeo para a proteccedilatildeo e defesa civil estabelece as regras e condiccedilotildees para a

decretaccedilatildeo de Situaccedilatildeo de Emergecircncia ou Estado de Calamidade Puacuteblica e

disponibiliza modalizades de transferecircncia de recursos para accedilotildees de prevenccedilatildeo

resposta e recuperaccedilatildeo Possui ainda programas como o ldquoConstruindo Cidades

Resilientesrdquo por meio da definiccedilatildeo de accedilotildees e prioridades na aacuterea de gestatildeo do

risco de desastres em cada localidade

A Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina possui uma

estrutura voltada especialmente para a prevenccedilatildeo mas tambeacutem para respostas

Tem feito investimentos significativos na implantaccedilatildeo de radares meteoroloacutegicos na

construccedilatildeo de barragens para a contenccedilatildeo de cheias e na qualificaccedilatildeo da estrutura

fiacutesica e de pessoal da secretaria

54

Muitas satildeo as atribuiccedilotildees definidas a Secretaria Estadual entrele elas

destacamos a prevenccedilatildeo e preparaccedilatildeo para desastres a assistecircncia e socorro agraves

viacutetimas das calamidades o restabelecimento de serviccedilos essenciais a reconstruccedilatildeo

realizar estudos e pesquisas sobre riscos e desastres elaborar e implementar

diretrizes planos programas e projetos para prevenccedilatildeo minimizaccedilatildeo e respostas a

desastres causados por accedilatildeo da natureza eou do homem no acircmbito do Estado

coordenar a elaboraccedilatildeo do plano de contingecircncia estadual e fomentar a elaboraccedilatildeo

dos planos de contingecircncia municipais (ou planos de accedilatildeo de emergecircncia) e

mobilizar recursos para prevenccedilatildeo e minimizaccedilatildeo dos desastres

O Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ou Plano de Accedilatildeo Emergencial ou Plano de

Accedilotildees Emergenciais (PAE) ou Plano de Contingecircncia Municipal determina as

accedilotildees de resposta do empreendedor eou autoridades puacuteblicas durante

emergecircncias tais como vazamentos explosotildees incecircndios desastres naturais

como terremotos tempestades inundaccedilotildees furacotildees dentre outros (CONSEIL

POUR LA REacuteDUCTION DEcircS ACCIDENTS INDUSTRIEL MAJEURS 2002 apud

YOGUI amp MACEDO 2012)

Em 2005 pelo Comitecirc de Gerenciamento da Bacia Hidrograacutefica do Rio

Cubatatildeo JoinvilleSC (CCJ 2005) um Plano de Alerta e Atendimento a

Emergecircncias de inundaccedilatildeo do rio Cubatatildeo do Norte foi apresentado Nele satildeo

descritas medidas a serem tomadas em situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo com intuito de

mitigar danos facilitar a implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo do plano com foco em dar

resposta raacutepida agrave comunidade A inundaccedilatildeo que mais causou danos agrave comunidade

aconteceu em 1995 com o rompimento da barragem do Rio Cubatatildeo na Bacia

Hidrograacutefica do Rio Cubatatildeo do Norte

Em geral as mais graves inundaccedilotildees estatildeo associadas ao rompimento de

barragens causadas por eventos de cheia extremas Na literatura tem-se estudos

de PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilotildees causadas por ruptura de barragem para

atender a Lei n 123342010 conforme a Poliacutetica Nacional de Seguranccedila de

Barragens (CARDIA et al 2015) Essas inundaccedilotildees satildeo bruscas com elevaccedilatildeo do

niacutevel da aacutegua em intervalo de tempo muito menor que as cheias naturais Balbi

(2008) apresentou metodologias para a elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees

emergenciais para inundaccedilotildees induzidas por rompimento de barragens tendo como

estudo de caso a barragem de Peti em Minas Gerais O foco do seu estudo foi

preparar planos de accedilatildeo emergencial (PAE) para evitar ou reduzir os danos

55

causados pela ruptura de barragens a partir da revisatildeo de metodologias nacionais e

internacionais

Decina (2012) analisou medidas de controle de inundaccedilotildees com base na

avaliaccedilatildeo de cenaacuterios de uso e ocupaccedilatildeo desorganizada do solo pela urbanizaccedilatildeo

na bacia do Coacuterrego do Gregoacuterio em Satildeo CarlosSP Em eventos de chuva as

inundaccedilotildees satildeo deflagradas e prejuiacutezos satildeo causados e com intuito de mitigar

esses prejuiacutezos fez simulaccedilotildees computacionais de diferentes cenaacuterios utilizando

softwares HEC-HMS (modelo hidroloacutegico) e HEC-RAS (modelo hidrodinacircmico)

Essa mesma anaacutelise foi feita por Ali et al (2011) no Paquistatildeo Segundo Ali et al

essa metodologia possibilitou a melhoria no procedimento de accedilotildees futuras em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees

Outro fator que mostra a importacircncia da elaboraccedilatildeo do PAE aleacutem das

mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo satildeo as mudanccedilas climaacuteticas Os modelos

globais tecircm mostrado que essa regiatildeo teraacute um aumento de chuvas acompanhada

dos eventos de extremos (MILLY et al 2005 MARENGO et al 2007 Groisman et

al 2005) o que iraacute acarretar em eventos de inundaccedilatildeo frequentes e mais severas

A FIGURA 7 mostra que a regiatildeo de estudo poderaacute sofrer aumento na vazatildeo com

tendecircncia de acreacutescimo de aproximadamente 40 para o periacuteodo entre 2041-2060

Eventos extremos tanto de seca como de inundaccedilotildees vecircm se mostrando

frequentes em todo territoacuterio nacional com amplitudes cada vez maiores

(MARENGO 2014) e aumentando as aacutereas vulneraacuteveis agraves inundaccedilotildees

56

FIGURA 7 - Mudanccedila relativa em das vazotildees simuladas para o periacuteodo 1971-2000 com base nos dados de 1900-1970 (A) e para o periacuteodo 2041-2060 com base nos dados de 1900-1998 (B) baseado em cenaacuterios construiacutedos pelo IPCC (Painel

Internacional de Mudanccedilas Climaacuteticas) (FONTE Milly et al 2005)

Amaral e Ribeiro (2009) apresentaram accedilotildees para reduccedilatildeo de perdas em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees que foram baseados nos trabalhos de Kobiyama et al

(2004 e 2006) Essas accedilotildees satildeo identificar as aacutereas de risco e natildeo ocupaacute-las

respeitando as aacutereas de APP (Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente) aliadas agrave

educaccedilatildeo ambiental Em caso de situaccedilatildeo emergencial eacute imprescindiacutevel a

transmissatildeo atraveacutes da miacutedia de informaccedilotildees sobre a previsatildeo e a ocorrecircncia de

chuvas intensas e tambeacutem o seu acompanhamento durante o evento

Em 2012 foi elaborada uma cartilha sobre prevenccedilatildeo de risco de desastres

pela equipe do CEPED (Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre

Desastres) onde satildeo apresentadas as definiccedilotildees sobre desastres sua

caracterizaccedilatildeo e classificaccedilatildeo prejuiacutezos ocasionados acionamento de planos de

contingecircncias e de risco e medidas de prevenccedilatildeo e treinamento para lidar com

eventos extremos para fortalecimento das comunidades mais vulneraacuteveis que satildeo

utilizados na elaboraccedilatildeo do PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo em Rio NegrinhoSC

57

3 O ESTADO DA ARTE

A Deltares instituto holandecircs independente referecircncia mundial em

pesquisas aplicadas relacionadas aos recursos hiacutedricos vem implementando a

capacidade de previsatildeo do niacutevel de aacutegua alturas de ondas e erosatildeo atraveacutes do

desenvolvimento de um sistema integrador informatizado e em tempo real Delft-

FEWS (WERNERet al 2013 GIJSBERS 2010) capaz de utilizar diferentes

programas computacionais e resultados de simulaccedilotildees interna do sistema bem

como simulaccedilotildees realizadas em outras plataformas com intuito de diminuir o risco

de inundaccedilotildees e de rompimento de diques de proteccedilatildeo e barragens

Implementado em mais de 35 paiacuteses (EUA Inglaterra Paiacutes de Gales e

Holanda entre outros) o Delft-FEWS eacute o sistema nacional oficial de previsatildeo de

cheias da Holanda Sistemas de previsatildeo de inundaccedilotildees satildeo tambeacutem

desenvolvidos pela empresa prevendo vazotildees e niacuteveis de aacutegua A ferramenta DAM

Live eacute utilizada para avaliar a resistecircncia e estabilidade das barragens e diques para

proteccedilatildeo contra inundaccedilotildees encontra-se implementada nos Paiacuteses Baixos e na

China (DELTARES 2017) Esse sistema tambeacutem tem sido utilizado pelo Sistema

Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees do Reino Unido (UK National Flood Forecasting

System ndash NFFS) (LEEDAL et al 2012) No Brasil segundo Pinto (2003) o sistema

integrador pode ajudar os operadores e tomadores de decisatildeo em situaccedilotildees

emergenciais de cheias

O Sistema Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees (NFFS) eacute responsaacutevel pela

previsatildeo de inundaccedilotildees fluviais e costeiras da Agecircncia Ambiental da Inglaterra e do

Paiacutes de Gales O NFFS foi desenvolvido pela antiga WL | Delft Hydraulics (agora

Deltares) com a subcontratada Tessella Scientific Software Solutions do Reino Unido

(UK) Desde 2006 o NFFS estaacute totalmente operacional em todas as regiotildees

operadas pela Agecircncia Ambiental inglesa eacute o principal sistema de previsatildeo de

inundaccedilotildees (DELTARES 2017)

Outro software o Delft3D Flexible Mesh Suite FIGURA 8 simula tsunamis

furacotildees tempestades ondas fluxos e niacuteveis de aacutegua detalhados transporte e

morfologia de sedimentos qualidade da aacutegua e tambeacutem suas interaccedilotildees

(DELTARES 2017)

58

FIGURA 8 ndash Tela Ilustrativa do Delft3D Flexible Mesh Suite (Delft3D FM) (DELTARES 2017)

No caso de Bangladesh paiacutes assolado por inundaccedilotildees frequentes

necessitava de um sistema eficaz para previsatildeo como tambeacutem para alertas junto agrave

comunidade de prementes inundaccedilotildees O Sistema Integrado de Alerta Multi-Perigo

(RIMES) foi desenvolvido para atender a essa necessidade A comunicaccedilatildeo do

sistema eacute baseado na utilizaccedilatildeo do serviccedilo moacutevel tornando-o financeiramente

sustentaacutevel (DELTARES 2017)

Dois meacutetodos foram escolhidos para a divulgaccedilatildeo de mensagens de voz I) O

Voice Message Broadcast (VMB) para o envio de avisos de oacutergatildeos nacionais de

hierarquia superior avisos regionais e avisos locais II) Short Message System

(SMS) para o envio de dados de niacutevel de aacutegua e outras informaccedilotildees locais Aleacutem

disso voluntaacuterios foram treinados juntamente com a equipe teacutecnica e os funcionaacuterios

do governo sendo capacitados para entender e reagir em situaccedilatildeo emergencial

Essas inovaccedilotildees foram testadas na temporada de inundaccedilotildees de 2014 enviando

diariamente alertas de 300 VMB com total apoio governamental do Centro de

Previsatildeo e Prevenccedilatildeo de Inundaccedilotildees (Flood Forecasting and Warning Center-

FFWC) e do Conselho de Desenvolvimento de Aacutegua de Bangladesh (Bangladesh

Water Developement Board - BWDB) A avaliaccedilatildeo apoacutes os eventos de inundaccedilatildeo de

2014 mostrou o sucesso do projeto onde as pessoas da comunidade receberam

59

entenderam e confiaram nas informaccedilotildees vindas do VMB transformando-as

emaccedilotildees para proteger suas vidas e seus bens (DELTARES 2017)

No Brasil a pedido da Marinha Brasileira a Deltares criou um sistema de

previsatildeo costeira em tempo real para a Baiacutea de Guanabara FEWS-Guanabara

Essa baiacutea eacute um dos estuaacuterios mais movimentados da Ameacuterica do Sul em termos de

navegaccedilatildeo e atividades recreativas O FEWS-Guanabara processa e aplica os

dados disponiacuteveis de mediccedilatildeo da Marinha e do INMET (Instituto Nacional de

Meteorologia) bem como previsotildees meteoroloacutegicas do INPE (Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais) da NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration)

e previsotildees de onda da REMO (Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo

Oceanograacutefica) gerando previsotildees da hidrodinacircmica na baiacutea usando modelos

digitais do terreno (MDT) O sistema tambeacutem aplica os dados de mediccedilatildeo para

validaccedilatildeo sistemaacutetica do modelo (DELTARES 2017)

A CEMIG (Companhia Energeacutetica de Minas Gerais) finalizou em 2016 um

projeto do desenvolvimento de um sistema integrador que permitiu o acoplamento

dos vaacuterios modelos meteoroloacutegicos hidroloacutegicos e estatiacutesticos agregando tambeacutem

dados e informaccedilotildees operacionais de seus reservatoacuterios modelos digitais de terreno

e informaccedilotildees georreferenciadas para melhorar a capacidade de previsatildeo de

inundaccedilotildees (CEMIG 2017)

Outra instituiccedilatildeo de renome eacute a Agecircncia de Protenccedilatildeo Ambiental dos

Estados Unidos (USEPA) Ela disponibiliza uma variedade de ferramentas

computacionais orientaccedilotildees e procedimentos em resposta agraves diferentes situaccedilotildees

emergecircncias sendo uma delas a de inundaccedilatildeo

A USEPA disponibiliza prcedimentos para elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees de

emergecircncia mitigaccedilatildeo de cataacutestrofes sistemas de comunicaccedilatildeo de risco

planejamento de emergecircncia protocolos de resposta procedimentos de preparaccedilatildeo

para a inundaccedilatildeo procedimentos durante a inundaccedilatildeo e procedimentos de

recuperaccedilatildeo poacutes inundaccedilatildeo (EPA 2017)

Os Institutos Lactec de CuritibaPR utilizando os modelos desenvolvidos

pela Deltares USEPA e outros vem desenvolvendo estudos hidroloacutegicos e

hidrodinacircmicos utilizando mapeamento a laser de territoacuterios com geraccedilatildeo de

produtos cartograacuteficos de alta resoluccedilatildeo e precisatildeo medida em centiacutemetros

associados a teacutecnicas de realidade virtual tendo como um dos produtos finais a

simulaccedilatildeo virtual de inundaccedilatildeo (LACTEC 2017)

60

O CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres

Naturais no Brasil aleacutem de possuir redede monitoramento proacutepria desenvolve

diversas linhas de pesquisa sobre o tema entre as quais cabe destacar

- Investigaccedilatildeo das caracteriacutesticas dos veranicos na Regiatildeo Sudeste do Brasil e

potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees

- Extremos de chuva deflagradores de desastres naturais no Brasil

- Desenvolvimento de potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees de veranicos extremos

- Variabilidade subsazonal da precipitaccedilatildeo no semiaacuterido

- Modelagem hidrodinacircmica para o desenvolvimento de sistemas de alerta de

inundaccedilatildeo

- Sistema de previsatildeo hidroloacutegica de longo e curto prazo usando diferentes fontes de

dados pluviomeacutetricos

- Desenvolvimento de sistema de previsatildeo hidroloacutegica para a bacia do Rio Satildeo

Mateus e bacias da Regiatildeo Serrana do Estado do Rio de Janeiro

- Aplicaccedilatildeo de inteligecircncia computacional em mineraccedilatildeo e modelagem para previsatildeo

de niacutevel de rios em bacias hidrograacuteficas de resposta raacutepida

- Impactos potenciais de inundaccedilotildees em infraestruturas de transporte e mobilidade

urbana

- Modelagem de dados hidrometeoroloacutegicos com teacutecnicas de inteligecircncia

computacional aplicada agrave previsatildeo de curto prazo de inundaccedilotildees

- Geoprocessamento aplicado a anaacutelise dinacircmica de Impactos potenciais de

inundaccedilotildees em mobilidade urbana

A Secretaria de Estado de Defesa Civil de Santa Catarina tem seu maiores

investimentos em estruturaccedilatildeo monitoramento e alerta O territoacuterio catarinense teraacute

100 de cobertura por radares meteoroloacutegicos ainda neste ano resultado da

compra de dois novos equipamentos um para a regiatildeo oeste do estado em

Chapecoacute e outro para o Sul em Araranguaacute que assosiados ao de Lontras

completaratildeo o sistema

Este estudo visa apresentar soluccedilotildees com sistemas de baixo custo nas

aacutereas de monitoramento preparaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de cidades em resposta aos

problemas decorrentes das inundaccedilotildees tendo como paracircmetro o estudo de caso na

cidade de Rio NegrinhoSC

61

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E GEOGRAacuteFICAS

O foco deste estudo eacute a aacuterea de inundaccedilatildeo da cidade de Rio Negrinho

contudo o estudo abrange toda a bacia do rio Negrinho

Os dados e informaccedilotildees histoacutericas e geograacuteficos do municiacutepio e da bacia do

rio Negrinho e seu entorno foram obtidos em sites e em literatura

A restituiccedilatildeo do levantamento aerofotogrameacutetrico realizado em 2004 pela

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho foi utilizado neste estudo em conjunto com as

informaccedilotildees provenientes do levantamento aerofotogrameacutetrico do Estado de Santa

Catarina realizado em 2011 pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel e

disponibilizado aos municiacutepios em 2013

Outras fontes utilizadas foram as publicaccedilotildees do DNPM ndash Departamento

Nacional de Produccedilatildeo Mineral CPRM ndash Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil EPAGRI -

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA

Secretarias do Estado de Santa Catarina e Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO

Na cidade de Rio Negrinho a grande inundaccedilatildeo de 1983 ficou marcada

pelo despreparo da comunidade e da estrutura puacuteblica O lapso temporal de 72 anos

desde a grande inundaccedilatildeo de 1911 a falta de registros histoacutericos e de preparaccedilatildeo

para eventos dessa natureza fez com que a comunidade natildeo tivesse consciecircncia

dos danos que um evento dessa magnitude poderia causar (PMRN 1983)

A FIGURA 9 e a FIGURA 10 mostram a cidade tomada pelas aacuteguas

naquele ano

Em 1992 nove anos mais tarde o evento de grandes proporccedilotildees se repete

FIGURA 11 e FIGURA 12 As perdas novamente foram enormes A estrutura puacuteblica

administrativa ainda estava toda ela na aacuterea de inundaccedilatildeo Prefeitura Municipal

Corpo de Bombeiros Poliacutecia Militar e a situaccedilatildeo mais criacutetica de todas a Fundaccedilatildeo

Hospitalar (PMRN 1992)

Histoacuterias de pacientes sendo retirados pela janela do segundo piso do antigo

preacutedio da Fundaccedilatildeo Hospitalar bem como enterros sendo realizados com canoas

62

em parte do trajeto ateacute o cemiteacuterio fazem parte de cada uma dessas grandes

inundaccedilotildees (PMRN 1992)

FIGURA 9 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho em 1983 ndash Vista Hotel Pousada Joatildeo de Barro (PMRN 1983)

FIGURA 10 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1983 ndash Vista da Rua Jorge Zipperer e da Igreja Matriz

(PMRN 1983)

63

FIGURA 11 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Rua Satildeo Paulo (PMRN 1992)

FIGURA 12 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Antiga Cacircmara de Vereadores

(PMRN 1992)

A grande inundaccedilatildeo de 1992 foi muito marcante para o muacuteniciacutepio de Rio

Negrinho porque ocorreu depois de um periacuteodo relativamente curto apoacutes a grande

inundaccedilatildeo de 1983 A partir dela a comunidade entendeu que o evento vai se repetir

e que eacute preciso ou sair da aacuterea de inundaccedilatildeo ou estar preparado para ela

64

Mudanccedilas significativas ocorreram na estrutura do municiacutepio A Prefeitura

Municipal o Corpo de Bombeiros e a Poliacutecia Militar foram deslocados para novas

estruturas fiacutesicas fora da aacuterea de inundaccedilatildeo Num trabalho conjunto entre poder

puacuteblico entidades sem fins lucrativos e a comunidade o municiacutepio construiu um

novo hospital numa regiatildeo central poreacutem elevada

O sistema de abastecimento de aacutegua foi modificado de forma a minimizar o

impacto da falta de aacutegua durante as inundaccedilotildees O sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica foi todo modificado com a elevaccedilatildeo de redes e o reposicionamento

de ramais principais de fornecimento de energia

Na grande inundaccedilatildeo de 2014 FIGURA 13 e FIGURA 14 constatou-se que

apesar das mudanccedilas efetuadas na estrutura do municiacutepio a preparaccedilatildeo para

administrar eventos dessa natureza ainda eacute muito deficiente especialmente no que

se refere a organizaccedilatildeo da comunidade repasse de informaccedilotildees e monitoramento

das chuvas e dos rios

Os prejuiacutezos foram enormes Muitos que tentaram salvar seus bens

moacuteveis elevando-os num primeiro momento acreditando que a aacutegua natildeo atingiria

niacuteveis tatildeo elevados sem remover dos locais atingidos perderam esse esforccedilo e os

bens

FIGURA 13 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

65

FIGURA 14 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

Ainda assim a experiecircncia das duas inundaccedilotildees de 1983 e 1992 serviu

como referecircncia para o gerenciamento durante e apoacutes o evento Obteve-se o apoio

da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina do 5ordm Regimento de Carros de

Combate de Rio Negro ndash 5ordm RCC aleacutem de um nuacutemero significativo de entidades da

cidade e de cidades vizinhas

As grandes inundaccedilotildees sempre representam para o municiacutepio atraso ao seu

desenvolvimento poreacutem na inundaccedilatildeo de 2014 constatou-se que algumas

edificaccedilotildees especialmente comerciais e escolares jaacute possuem seus planos de

emergecircncia ainda que natildeo escritos com organizada retirada de bens locais para

depoacutesito limpeza e recuperaccedilatildeo da estrutura apoacutes as aacuteguas baixarem conseguindo

retornar agraves suas atividades no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

66

Em 2014 pelos registros da Defesa Civil 1500 edificaccedilotildees foram atingidas

sendo 526 comerciais e 974 residenciais FIGURA 15 a FIGURA 17

Nesse cenaacuterio surgiu um conjunto de problemas para serem administrados

que incluem aleacutem da hospedagem e alimentaccedilatildeo dos desabrigados questotildees de

seguranccedila puacuteblica informaccedilotildees recebidas e transmitidas tracircnsito abastecimento de

aacutegua fornecimento de energia eleacutetrica atendimentos de sauacutede deslocamentos em

seguranccedila locais isolados pelas aacuteguas reivindiccedilatildeo de recursos junto aos oacutergatildeos

estaduais e federais levantamento de dados quantificaccedilatildeo de prejuiacutezos

funcionamento de escolas retirada de entulhos disposiccedilatildeo e destino final de

entulhos cadastro de desabrigados fornecimento de materiais de limpeza

distribuiccedilatildeo de colchotildees cobertores e alimentos etc

67

FIGURA 15 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (c) Rua Jorge Zipperer (b) (d) e (e) Rua Senador Nereu Ramos (f) Rua Carlos Weber

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

68

FIGURA 16 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (b) e (d) Rua Carlos Weber (c) Rua Luiz Scholz (e) Rua

Jorge Zipperer (PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

69

FIGURA 17 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) (b) (d) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (c) Rua Carlos Ruckl (e) Travessa Eugecircnio Ferreira de Lima

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

70

A TABELA 1 apresenta o resultado da compilaccedilatildeo dos principais

registros histoacutericos obtidos neste trabalho relacionados aos eventos das grandes

inundaccedilotildees em Rio NegrinhoSC

TABELA 1 ndash Registros Histoacutericos das Inundaccedilotildees de Rio NegrinhoSC

(Autor 2017)

71

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho estaacute localizada no norte do estado de

Santa Catarina proacutexima agrave divisa com o estado do Paranaacute conforme mostra a

FIGURA 18 Essa bacia estaacute inserida na bacia do alto rio Negro e tem sua maior

porccedilatildeo dentro do municiacutepio de Rio Negrinho e parte no municiacutepio de Satildeo Bento do

Sul Sua nascente estaacute localizada na divisa entre os municiacutepios de Rio Negrinho e

Corupaacute

72

FIGURA 18 ndash Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho (a) no Estado de Santa Catarina (b) nos municiacutepios de Rio Negrinho e Satildeo Bento do Sul (hachurado)

e (c) afluentes do rio Negrinho (Autor 2017)

73

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 19 possui aproximadamente

302 kmsup2 Os principais afluentes satildeo o rio dos Banhados o rio do Salto o rio

Serrinha e o rio dos Bugres No baixo curso do rio Negrinho proacuteximo a sua foz no

rio Negro estaacute localizada a aacuterea urbana do municiacutepio de Rio Negrinho

FIGURA 19 ndash Subbacias do rio Negrinho (Autor 2016)

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA

A aacuterea de estudo estaacute inserida na Formaccedilatildeo Rio Bonito pertencente ao

Grupo Guataacute e nas Formaccedilotildees Rio do Sul e Mafra pertencentes ao Grupo Itarareacute

Ambos os grupos estatildeo inseridos em substrato sedimentar pertencente ao Super

Grupo Tubaratildeo (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio Bonito eacute constituiacuteda de depoacutesitos

fluacutevio-deltaacuteicos compreendendo arenitos imaturos (arcoacuteseos e subarcoacuteseos)

esbranquiccedilados finos a meacutedios localmente grosseiros argilosos micaacuteceos e

secundariamente arenitos muito finos siltitos argilitos folhelhos carbonososleitos

de carvatildeo e conglomerados (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio do Sul eacute constituiacuteda de

74

folhelhos e argilitos cinza-escuros na porccedilatildeo inferior diamicitos acinzentados com

matriz arenosa intercalados com arenitos muito finos na porccedilatildeo intermediaacuteria e

folhelhos normalmente vaacutervicos argilitos ritmitos e siltitos na porccedilatildeo superior A

Formaccedilatildeo Mafra eacute constituiacuteda por sequecircncia fluacutevio-marinha com predomiacutenio de

arenitos esbranquiccedilados amarelados e avermelhados finos a grosseiros ocorrendo

tambeacutem diamicitos ritmitos conglomerados argilitos e argilitos vaacutervicos e possuindo

uma aacuterea aflorante expressiva especialmentena divisa com o Paranaacute (DNPM 1986

SILVA E BORTOLUZZI 1987)

Na FIGURA 20 tem-se o mapa geoloacutegico da bacia do Rio Negrinho

elaborado com base na carta SG22 ndash Curitiba disponibilizadas pelo Serviccedilo

Geoloacutegido Brasil (CPRM) atraveacutes dos projetos GIS Brasil 11000000 e GEOBANK

Observa-se que a principal litologia encontrada na bacia satildeo os arenitos e folhelhos

ocupando 93 da aacuterea total da bacia seguidos de Gnaisse Granulito e Gnaisse

Granuliacutetico com 57

A intemperizaccedilatildeo desses arenitos e folhelhos deu origem ao Cambissolo

principal tipo de solo encontrado na bacia do rio Negrinho O Cambissolo segundo a

Embrapa (1998 2006) compreende solos minerais natildeo hidromoacuterficos com

horizonte B (FIGURA 21 e TABELA 2) incipiente e bastante heterogecircneo tanto no

que se refere a cor espessura e textura quanto no que diz respeito agrave atividade

quiacutemica da fraccedilatildeo argila e saturaccedilatildeo por bases Este horizonte situa-se

imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A exceto o fraco ou sob

horizonte H turfoso Satildeo derivados de materiais relacionados a rochas de

composiccedilatildeo e natureza bastante variaacuteveis desde as mais antigas que constituem o

embasamento do Complexo Brasileiro ateacute as de origem recente passando pelas

metamoacuterficas do complexo Brusque pelas intrusivas graniacuteticas referidas ao Eo-

Paleozoacuteico pelas sedimentares do Paleozoacuteico pelo arenito Botucatu e pelas

efusivas da Formaccedilatildeo Serra Geral

Os cambissolos satildeo solos em geral aacutecidos de difiacutecil penetraccedilatildeo de aacutegua e

encontrados em relevos mais ondulados como eacute o caso da bacia hidrograacutefica do rio

Negrinho e superfiacutecies mais jovens Satildeo solos rasos com pouca capacidade de

armazenamento de aacutegua baixa porosidade e alta permeabilidade As precipitaccedilotildees

sobre essas aacutereas tendem a gerar vazotildees mais rapidamente causando picos mais

elevados de ondas de cheia

75

FIGURA 20 ndash Mapa geoloacutegico da bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

76

FIGURA 21 ndash (a) Formaccedilatildeo de solos e (b) Perfil de solo

(a) Formaccedilatildeo de solos (LEPSCH 2002)

(b) Perfil do solo (EMBRAPA 2017)

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO (EMBRAPA 2008)

Horizonte Descriccedilatildeo

O H

O ndash Camada orgacircnica superficial pouco ou natildeo decomposta (serrapilheira) H- Camada superficial ou natildeo constituiacuteda de material orgacircnico residuos vegetais depositados sob condiccedilotildees de baixa aeraccedilatildeo e saturado (hidromorfismo)

A Horizonte mineral de coloraccedilatildeo escura (melanizaccedilatildeo) composta por material orgacircnico e presenccedila de atividade bioloacutegica

B Horizonte de maior desenvolvimento pedogeneacutetico com maior concentraccedilatildeo de composto de ferro e argilo-minerais e menor quantidade de mateacuteria orgacircnica do que o horizonte A

C Horizonte com pouca interferecircncia dos processos pedogeneacuteticos e com caracteriacutesticas morfoloacutegicas herdadas do material de origem

44 RELEVO

Nas FIGURA 22 a FIGURA 24 satildeo apresentados os perfis topograacuteficos do

rio Negrinho do rio dos Bugres e do rio Serinha O rio Serrinha eacute o que possui o

menor comprimento e a menor amplitude altimeacutetrica variando 121 metros em 13

quilocircmetros de distacircncia apresentando a declividade meacutedia de 09 O rio dos

Bugres varia 177 metros em seus 29 quilocircmetros com a declividade meacutedia de 06

O rio Negrinho por sua vez varia 180 metros ao longo dos seus 38 quilocircmetros

apresentando a menor declividade meacutedia cerca de 04 Observa-se nos perfis que

77

haacute uma raacutepida variaccedilatildeo altimeacutetrica proacuteximo agraves cabeceiras especialmente no rio

Negrinho e rio dos Bugres Apoacutes issoos trecircs rios correm em mais de 50 de seu

curso sobre uma mesma cota com pouca variaccedilatildeo altimeacutetrica no meacutedio e baixo

curso sendo a cota de 800 metros para o Serrinha e o Negrinho e 820 metros para

o Bugres

FIGURA 22 ndash Perfil topograacutefico do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

FIGURA 23 ndash Perfil topograacutefico do rio dos Bugres (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

78

FIGURA 24 ndash Perfil topograacutefico do rio Serrinha (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

A FIGURA 25 a seguir conteacutem o mapa das declividades de toda a extensatildeo

territorial do municiacutepio de Rio Negrinho Verifica-se o predomiacutenio das carcateriacutesticas

do territoacuterio como bastante acidentado com ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

Na mesma figura observa-se o rio Negrinho e seus afluentes na regiatildeo

nordeste Na regiatildeo central do municiacutepio mais ao sul a Represa da Volta Grande e

o rio Preto aleacutem do seu maior afluente (ao Leste) o rio Corredeiras O rio Preto

segue em direccedilatildeo ao Norte ateacute encontrar o rio Negro a jusante da foz do rio

Negrinho tambeacutem no rio Negro natildeo interferindo assim diretamente nos problemas

com inundaccedilotildees na aacuterea urbana do municiacutepio

Na FIGURA 26 Mapa de Hipsometria de todo o territoacuterio municipal

constata-se altitudes mais elevadas ao sul e sudoeste em torno dos 950 a 1000

metros Jaacute na regiatildeo nordeste bacia do rio Negrinho e aacuterea urbana as altitudes que

predominam estatildeo em torno de 800 metros 850 e 900 metros nas cabeceiras do rio

dos Bugres

O mapa com o detalhamento das declividades na aacuterea urbana estaacute

representado na FIGURA 27 Manteacutem-se o predomiacutenio das caracteriacutesticas de relevo

bastante acidentado mantendo-se tambeacutem a ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

79

A FIGURA 28 apresenta um detalhamento maior da hipsometria na aacuterea

urbana do municiacutepio Nessa aacuterea a faixa de variaccedilatildeo vai de 750 a 900 metros com

predomiacutenio na faixa entre os 765 a 840 metros

Essas declividades interferem na velocidade dos escoamentos e na rapidez

com que as aacuteguas das chuvas chegam no leito dos rios Se associadas a periacuteodos

prolongados de precipitaccedilatildeo que aumentam aacutereas de saturaccedilatildeo do solo e diminuem

a capacidade de infiltraccedilatildeo e armazenamento ocasionando a raacutepida elevaccedilatildeo do

niacutevel de aacutegua do rio

80

FIGURA 25 ndash Declividades no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

81

FIGURA 26 ndash Hipsometria no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

82

FIGURA 27 ndash Declividades no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

83

FIGURA 28 ndash Hipsometria no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

84

Na FIGURA 29 tem-se o Modelo Digital de Terreno (MDT) construiacutedo com

base nas cartas planialtimeacutetricas disponibilizadas pela Empresa de Pesquisa

Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA ndash EPAGRI escala 150000

Nota-se uma variaccedilatildeo de 200 metros de altitude dentro da bacia sendo as altitudes

miacutenimas e maacuteximas 780 e 980 metros respectivamente As terras mais altas da

bacia encontram-se ao Sul especialmente nas cabeceiras do rio Negrinho e dos

Bugres

85

FIGURA 29 ndash Modelo Digital de Terreno da Bacia do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

86

45 VEGETACcedilAtildeO

A bacia estaacute localizada na regiatildeo de predominacircncia da Floresta de Araucaacuteria

denominada de Floresta Ombroacutefila Mista (Klein 1978) Essa floresta eacute caracterizada

por apresentar como espeacutecie dominante o pinheiro do Paranaacute (Araucaacuteria

angustifolia) Essa vegetaccedilatildeo natildeo constitui uma formaccedilatildeo homogecircnea e contiacutenua

mas eacute formada por diversos tipos de submatas constituiacutedas por aacutervores

carcateriacutesticas nas diferentes aacutereas de recorrecircncia

Mais especificamente a cobertura vegetal da regiatildeo estaacute inserida na

transiccedilatildeo entre as unidades fitogeograacuteficas da Floresta Ombroacutefila Mista (Floresta

com Araucaacuteria) e Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta Atlacircntica) ambas constituintes

do bioma Mata Atlacircntica A cobertura original da regiatildeo foi na sua maior parte

descaracterizada pela accedilatildeo antroacutepica que desde a colonizaccedilatildeo vinha sendo feita

principalmente pela exploraccedilatildeo das florestas para a extraccedilatildeo de madeiras bem

como pela implantaccedilatildeo de cultivos anuais e pelas pastagens para a criaccedilatildeo

extensiva de gado bovino (SANTA CATARINA 1986)

Na regiatildeo atualmente a cobertura vegetal predominante eacute de floresta

secundaacuteria em estaacutegio avanccedilado de regeneraccedilatildeo devido ao corte seletivo de

araucaacuteria (Araucaacuteria angustifolia) imbuia (Ocotea porosa) e cedro (Cedrella fissilis) e

ao corte raso que ocorreram nas deacutecadas de 1960 e 1970 Nessa eacutepoca a

cobertura original foi substituiacuteda por cultivos anuais pastagens e para a implantaccedilatildeo

de florestas plantadas com espeacutecies exoacuteticas como o pinus (Pinus taeda)

Hoje a economia da regiatildeo eacute movida pelo reflorestamento de pinus que

abastece principalmente a induacutestria moveleira (Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

2009)

As caracteriacutesticas de cobertura vegetal do solo indicam a capacidade de

amortecimento da velocidade de escoamento das aacuteguas que atingem o solo

diminuindo o pico da onda de cheia e aumentando o tempo de concentraccedilatildeo

Bacias com coberturas florestais bem preservadas e mantidas tendem a

minimizar os impactos de chuvas intensas Atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e

imagem do Google Earth FIGURA 30 pode-se dizer que a bacia do rio Negrinho

possui uma boa cobertura vegetal

87

FIGURA 30 ndash Cobertura vegetal da bacia do rio Negrinho (Google Earth 2017) Adaptado

46 CLIMA

O clima da regiatildeo eacute do tipo Cfb segundo Koumlppen ou seja clima temperado

constantemente uacutemido sem estaccedilatildeo seca com veratildeo fresco (temperatura meacutedia do

mecircs mais quente lt 22ordmC) A temperatura meacutedia anual varia entre 155 e 170degC A

temperatura meacutedia das maacuteximas varia de 266 a 240degC e das miacutenimas de 108 a

118degC A precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica total anual pode variar de 1360 a 1670 mm

com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias A umidade relativa do ar

pode variar de 800 a 862 (EPAGRICIRAM 1999 BENEZ 2002)

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO

Em funccedilatildeo do tamanho da bacia e da extensatildeo do Rio Negrinho 38 km o

objeto do estudo hidrodinacircmico foi definido como o trecho mais urbano do rio com

extensatildeo aproximada de 55 km

88

Este trecho inicia na captaccedilatildeo do SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de

Saneamento Baacutesico no Bairro Alegre e termina na foz do rio Negrinho

Aleacutem de ser o trecho mais urbano do rio este eacute tambeacutem o trecho que sofre o

maior impacto com as inundaccedilotildees especialmente se considerado pelo nuacutemero de

edificaccedilotildees atingidas bem como e por consequecircncia pelos prejuiacutezos totalizados a

cada evento

Neste trecho o rio passa sob oito pontes que interferem no seu

comportamento de forma diferenciada durante os diferentes niacuteveis das inundaccedilotildees

Todas as caracteriacutesticas descritas interferem no comportamento hidroloacutegico

da bacia e hidrodinacircmico dos rios

O relevo as declividades a geologia e a pedologia dos terrenos define a

rapidez com que a gota de aacutegua que cai no divisor de aacuteguas chega ao rio O tipo de

solo e a declividade tambeacutem definem as caracteriacutesticas planimeacutetricas do rio como

no caso do rio Negrinho com inuacutemeros meandros recortando o periacutemetro urbano

A vegetaccedilatildeo interfere no amortecimento e na velocidade da aacutegua da chuva

que chega agrave superfiacutecie na capacidade de armazenamento do solo assim como na

evaporaccedilatildeo e na evapotranspiraccedilatildeo

As condiccedilotildees do tempo da regiatildeo influenciadas pelos fenocircmenos de frente

fria e convectivos na atmosfera satildeo componentes importantes sobre o

comportamento dos rios bem como a frequecircncia a intensidade e a duraccedilatildeo das

chuvas como condicionantes no processo de inundaccedilotildees

Em funccedilatildeo dos estudos hidroloacutegicos e das primeiras simulaccedilotildees do

hidrodinacircmico a aacuterea de estudo foi ampliada ateacute a foz do rio Negrinho no rio Negro

e nesses doze quilocircmetros a montante ateacute a ponte do Lageado e um quilocircmetro

levando em consideraccedilatildeo o incremento proporcionado pelo rio dos Bugres

89

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS

Todos os dados e informaccedilotildees obtidos junto a oacutergatildeos governamentais ou de

pesquisa ou nos levantamentos em campo passaram por processos de anaacutelise

verificaccedilatildeo e validaccedilatildeo

Neste estudo foram obtidos os dados de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

O estudo hidroloacutegico compreende o levantamento e a anaacutelise das seacuteries

histoacutericas de mediccedilotildees de estaccedilotildees preferencialmente inseridas nas bacias

hidrograacuteficas que satildeo objeto de estudo

No presente caso da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho apenas a Estaccedilatildeo

Rio Negrinho Montante (Fazenda Souza) respeita essa condiccedilatildeo preferencial razatildeo

pela qual este projeto de dissertaccedilatildeo tem como um de seus objetivos a instalaccedilatildeo

de novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

Em razatildeo dessa deficiecircncia de dados na bacia do rio Negrinho foram

levantados os dados junto as seguintes estaccedilotildees na regiatildeo Estaccedilotildees Hidroloacutegicas

Convencionais de Corredeiras - 01 Rio Negrinho Montante - 02 Fragosos ndash 03 Rio

Preto do Sul ndash 04 e rio Negro ndash 4a (FIGURA 31) A estaccedilatildeo telemeacutetrica do

CEMADEN Rio Negrinho ndash 05 eacute uma estaccedilatildeo que mede chuva e vazatildeo em

intervalos de tempo natildeo regulares que podem variar de alguns minutos a uma hora e

estaacute em operaccedilatildeo desde agosto de 2014 depois da grande cheia de 2014

As localizaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas Fragosos - 06 e Rio

Negro - 07 utilizadas neste estudo bem como a localizaccedilatildeo das estaccedilotildees

meteoroloacutegicas telemeacutetricas Rio NegrinhoBattistela - 08 (INMET) e Lapa - 09

(SIMEPAR) estatildeo apresentadas na FIGURA 32 Satildeo utilizados somente os dados

de chuvas das estaccedilotildees meteoroloacutegicas

90

FIGURA 31 ndash Localizaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas na Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

91

FIGURA 32 ndash Localizaccedilatildeo Estaccedilotildees Telemeacutetricas Regiatildeo da Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS

Os dados referentes agraves estaccedilotildees utilizadas encontram-se na TABELA 3 e

nela estatildeo tipo coacutedigo e nome da estaccedilatildeo localizaccedilatildeo altitude aacuterea de drenagem

bacia hidrograacutefica fonte e periacuteodo de operaccedilatildeo Essas estaccedilotildees permitem o resgate

de seacuteries histoacutericas da bacia do rio Negrinho para avaliar o comportamento

hidroloacutegico da regiatildeo regime de chuvas e ondas de cheia

As estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas marcadas em amarelo na tabela

correspondentes aos nuacutemeros 10 11 12 13 e 14 satildeo as novas estaccedilotildees

implantadas em decorrecircncia da necessidade verificada neste estudo

A estrutura destas estaccedilotildees estaacute apresentada de forma resumida na

FIGURA 33 onde estatildeo o nome o coacutedigo e a variaacutevel As respectivas localizaccedilotildees

podem ser vistas na FIGURA 31 e na FIGURA 32

92

FIGURA 33 ndash Estaccedilotildees de Monitoramento (Autor 2017)

93

TABELA 3 ndash Estaccedilotildees Hidroloacutegicas e Meteoroloacutegicas (Autor 2017)

94

511 Anaacutelise dos dados de chuva

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Corredeiras estaacute localizada na bacia hidrograacutefica do rio Preto

fora da bacia do rio Negrinho no interior regiatildeo central do municiacutepio de Rio

Negrinho O rio Preto eacute um afluente do rio Negro e tem sua foz a jusante da foz do

rio Negrinho

Definiu-se pela plotagem da chuva acumulada diaacuteria de 2 dias de 5 dias e

de 10 dias para mostrar a importacircncia da anaacutelise sob o ponto de vista das

acumuladas mas sem estudos aprofundados No futuro seria interessante uma

anaacutelise estatiacutestica o que pode trazer novas informaccedilotildees sobre o nuacutemero de dias das

chuvas acumuladas que podem causar as inundaccedilotildees

A FIGURA 34 mostra o evento de chuvas intensas do dia 08062014 mas

as chuvas de 11071983 e 31051992 satildeo muito menores que a de 2014 no

acumulado diaacuterio Mas quando plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

nitidamente os picos de chuvas que ocasionaram as cheias de 1983 e 1992

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees Isso mostra a importacircncia da anaacutelise de diferentes periacuteodos de chuvas

acumuladas Em vermelho estatildeo indicadas as falhas de mediccedilatildeo que podem

coincidir com eventos de temporais

Observa-se que os acumulados que produzem as grandes inundaccedilotildees

ainda que associados a outras condiccedilotildees somam em torno de 300mm extrapolando

em 1983 os 350mm no acumulado de 10 dias

95

FIGURA 34 ndash Estaccedilatildeo Corredeiras (02649055)

(Autor 2017)

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica

Esta estaccedilatildeo pertence ao CEMADEN e estaacute localizada sobre a Ponte do

Ipiranga no rio Negrinho proacuteximo a estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do SAMAE bairro

96

Alegre Tem aproximadamente 2 anos e seis meses de mediccedilatildeo iniciadas no final

do mecircs de agosto de 2014 dois meses apoacutes a grande inundaccedilatildeo

Os dados de chuva e cota apresentam periodicidade natildeo uniforme de

mediccedilatildeo podendo ser menores que uma hora Para chuva foram calculadas as

acumuladas de 1 2 5 e 10 dias Durante o periacuteodo de mediccedilatildeo natildeo foi verificado

nenhum evento de chuvas intensas Mas pela FIGURA 35 pode-se verificar que na

data do dia 20082016 ocorreu a maacutexima chuva do periacuteodo monitorado

FIGURA 35 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN (421500009H) (Autor 2017)

97

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Fragosos situa-se na bacia do Rio Negro a montante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Sua operaccedilatildeo teve iniacutecio em 1998 Apesar da

proximidade apresenta caracteriacutesticas distintas e a chuva que deu origem agrave

inundaccedilatildeo de 2014 eacute percebida FIGURA 36 mas natildeo se destaca Isto mostra que

avaliar a chuva meacutedia de uma bacia com base em uma estaccedilatildeo pluviomeacutetrica pode

causar grandes distorccedilotildees na vazatildeo natildeo sendo representativos da chuva meacutedia da

bacia Os traccedilos em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

Na FIGURA 36 observa-se ainda a chuva diaacuteria pontualmente intensa ao

final de 2006 sem causar inundaccedilatildeo diferentemente da chuva de junho de 2014

que apesar de ser menor que a de 2006 causou uma grande inundaccedilatildeo Quando eacute

feita a anaacutelise das acumuladas de diferentes periacuteodos observa-se que a acumulada

de 5 dias conseguiu capturar chuvas intensas em 2009 2010 e 2014

correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram Aumentanto-se o periacuteodo para 10

dias aparecem picos que natildeo ocasionaram inundaccedilotildees Conclui-se que a chuva

acumulada de 5 dias pode fornecer indiacutecios de inundaccedilotildees

98

FIGURA 36 ndash Estaccedilatildeo Fragosos (02649073) (Autor 2017)

99

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Rio Negro FIGURA 37 estaacute instalada na aacuterea urbana e central do

municiacutepio de Rio NegroPR Situa-se na bacia do rio Negro a jusante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Apresenta caracteriacutesticas distintas e as chuvas que

deram origem agraves inundaccedilotildees foram percebidas mas natildeo se destacaram Os traccedilos

em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

As seacuteries histoacutericas obtidas iniciam em 1998 e vatildeo ateacute 2015 natildeo permitindo

uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nesta estaccedilatildeo observa-se chuvas pontualmente intensas acima de 100mm nos

anos de 2013 2014 e 2015 natildeo sendo esse um volume tatildeo significativo se

considerado de forma pontual Plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

chuvas intensas em 2010 e 2014 correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees

Observa-se que as chuvas acumuladas de 5 dias fornecem informaccedilotildees das

inundaccedilotildees

100

FIGURA 37 ndash Estaccedilatildeo Rio Negro (02649074) (Autor 2017)

101

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos

Esta estaccedilatildeo natildeo estaacute inserida na bacia do rio Negrinho mas estaacute muito

proacutexima a jusante da foz do rio Negrinho no rio Negro Apesar dessa proximidade

as chuvas que ocasionaram a inundaccedilatildeo de 2014 natildeo foram sentidas FIGURA 38

Poreacutem as chuvas de abril de 2010 nos acumulados de 5 e 10 dias ficam bem

niacutetidas permitindo a associaccedilatildeo com aquela inundaccedilatildeo

Novamente esses acumulados somaram em torno de 300mm de chuva

Para uma boa previsatildeo de chuvas haacute a necessidade de aumentar a

densidade de estaccedilotildees de monitoramento Quanto maior o nuacutemero melhor a

avaliaccedilatildeo espaccedilo-temporal de volumes e intensidades A densidade ideal depende

de cada regiatildeo e de criteacuterios natildeo claramente definidos

102

FIGURA 38 ndash Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (A862) (Autor 2017)

103

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

Nesta estaccedilatildeo FIGURA 39 o preenchimento de falhas foi feito com base na

estaccedilatildeo Lapa-IAPAR (02549091) que eacute uma estaccedilatildeo muito proacutexima por isso a

seacuterie natildeo apresenta falhas

Diante do nuacutemero reduzido de estaccedilotildees com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis

definiu-se pela utilizaccedilatildeo dos dados da Estaccedilatildeo Lapa ainda que um pouco distante

da bacia do rio Negrinho

As seacuteries histoacutericas de chuva obtidas iniciam em 2009 e vatildeo ateacute 2015 natildeo

permitindo uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nessa estaccedilatildeo natildeo se observa um volume de chuvas significativo em junho de

2014 Plotados os acumulados durante 2 5 e 10 dias percebe-se as chuvas

intensas em junho de 2014 correspondentes a inundaccedilatildeo que ocorreu em toda

bacia do rio Iguaccedilu

Observa-se novamente que em 2014 nos acumulados de 5 e 10 dias que as

chuvas somaram proacuteximo de 300mm

Essa chuva natildeo eacute pontual causada por celulas convectivas que ocorrem em

geral nos verotildees e sim ocasionadas por frente fria que ocorrem principalmente no

outono e inverno Diferentemente das chuvas convectivas que satildeo mais localizadas

em pequenas regiotildees ou bacias as frentes frias atingem grandes extensotildees de

aacutereas causando chuvas sobre essas aacutereas Esta estaccedilatildeo confirma a presenccedila do

fenocircmeno de frente fria de 08 de junho de 2014 que causou grandes danos em

diversas regiotildees da bacia do rio Iguaccediluacute incluindo a cidade de Rio NegrinhoSC

A FIGURA 40 mostra a grande chuva de 08062014 sobre a bacia do rio

Iguaccediluacute Esta figura mostra tambeacutem o iniacutecio da formaccedilatildeo das nuvens no dia 07 no

dia anterior ao evento e o seu deslocamento para o oceano Atlacircntico no dia 09 no

dia posterior ao evento

Esse periacuteodo do ano final da estaccedilatildeo de outono extendendo-se pelo

inverno eacute carcaterizado na regiatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC por chuvas mais

frequentes sejam elas convectivas ou ocasionadas por frentes frias o que manteacutem

o lenccedilol freaacutetico mais elevado e diminui a capacidade de armazenamento do solo

104

FIGURA 39 ndash Estaccedilatildeo Lapa (25474946) (Autor 2017)

105

FIGURA 40 ndash Imagem de precipitaccedilatildeo do sateacutelite GOES 13 para a regiatildeo sul do Brasil nos dias 7 (a) 8 (b) e 9 (c) de junho de 2014

fonte (httpsigmacptecinpebrprec_sat)

(a) (b) (c)

106

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo

Nesta anaacutelise de vazotildees as mesmas satildeo convertidas para mmdia para

uniformizar a grandeza buscando facilitar a comparaccedilatildeo entre mediccedilotildees em

diferentes estaccedilotildees fluviomeacutetricas

Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN ndash Telemeacutetrica

Quanto a vazatildeo ainda natildeo foi obtida a curva chave A FIGURA 41 mostra os

dados medidos nessa estaccedilatildeo A mediccedilatildeo eacute feita pelo sensor que mede a distacircncia

deste ao niacutevel da aacutegua Portanto quanto maior a distacircncia menor seraacute o niacutevel

drsquoaacutegua Com os dados de distacircncia eacute preciso obter as cotas equivalentes para

depois com o uso da curva chave determinar as vazotildees No momento natildeo eacute possiacutevel

obter nenhuma conclusatildeo

FIGURA 41 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN - Cota (421500009H) (Autor 2017)

Estaccedilotildees fluviomeacutetricas ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Fragosos estaacute localizada no rio Negro a montante da foz do rio

Negrinho no rio Negro Jaacute a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante localizada no rio

Negrinho estaacute a montante da aacuterea urbana mais exatamente na Fazenda Souza

A FIGURA 42 e FIGURA 43 apresentam a comparaccedilatildeo das vazotildees entre

essas estaccedilotildees Verifica-se comportamentos distintos poreacutem na FIGURA 42 nas

107

datas que coincidem com inundaccedilotildees 30092009 26042010 e 08062014 os

picos de vazatildeo satildeo semelhantes Pela FIGURA 43 eacute possiacutevel observar a existecircncia

de correlaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees atraveacutes do coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2)

FIGURA 42 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

FIGURA 43 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

Em 2010 os picos de vazatildeo refletem a inundaccedilatildeo ocorrida no final do mecircs

de abril daquele ano FIGURA 44

108

FIGURA 44 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante 2010 (Autor 2017)

Na comparaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees FIGURA 45 apesar da falha de

mediccedilatildeo na estaccedilatildeo do Rio Negrinho pode-se observar claramente as ondas de

cheia

A falha de mediccedilatildeo se deve ao fato de a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante ser

convencional e em grandes inundaccedilotildees o operador deixar de ter acesso agrave estaccedilatildeo

para efetuar as leituras

FIGURA 45 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014

(Autor 2017)

A FIGURA 46 e FIGURA 47 mostram a comparaccedilatildeo de vazatildeo entre a

estaccedilatildeo Fragosos e a estaccedilatildeo Rio Preto do Sul onde se observa o comportamento

109

semelhante das duas mediccedilotildees com os pontos de pico coincidindo com as

inundaccedilotildees de julho de 1983 e maio de 1992 Entretanto observa-se que a vazatildeo na

Estaccedilatildeo de Rio Preto do Sul eacute superior que na Estaccedilatildeo de Fragosos Pode ser que

os valores da Estaccedilatildeo Rio Preto do Sul estejam superestimados estando portanto

sujeitos a verificaccedilatildeo

FIGURA 46 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

FIGURA 47 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

110

Na FIGURA 48 verificam-se falhas provavelmente nos picos de vazatildeo

coincidindo com a inundaccedilatildeo de 11 de julho de 1983

Apesar dessas estaccedilotildees estarem em pontos distantes as mediccedilotildees tecircm

comportamentos muito semelhantes

FIGURA 48 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1982-1984) (Autor 2017)

A FIGURA 49 e FIGURA 50 mostram a comparaccedilatildeo entre as estaccedilotildees

Fragosos (65090000) e Rio Negro (65100000) A semelhanccedila dos hidrogramas com

destaque no pico de vazatildeo da cheia de 08062014 pode ser vista na FIGURA 51 As

unidades estatildeo em mmh para uniformizar as grandezas e com isso eacute possiacutevel

concluir que a chuva que gerou a vazatildeo de pico foi relativamente uniforme sobre a

bacia indo de encontro com as imagens de sateacutelite da FIGURA 40 O formato do

hidrograma ser mais estreito em Fragosos em comparaccedilatildeo com Rio Negro se

devem as caracteriacutesticas fiacutesicas da bacia sendo as principais a aacuterea e a declividade

da bacia

111

FIGURA 49 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014)

(Autor 2017)

FIGURA 50 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014) (Autor 2017)

112

FIGURA 51 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro de maio a julho de 2014 (Autor 2017)

As anaacutelises das seacuteries histoacutericas mostram que os picos de chuvas

acumuladas de 5 dias apresentam uma boa relaccedilatildeo com os picos de cheia quando

avaliada sob o aspecto cronoloacutegico (datas coincidentes) do periacuteodo chuvoso e

inundaccedilotildees

Observou-se que as chuvas que geram as grandes inundaccedilotildees natildeo satildeo

chuvas pontuais causadas por ceacutelulas convectivas Satildeo chuvas na maioria das

vezes ocasionadas por frentes frias que ocorrem principalmente no outono e no

inverno e atingem a regiatildeo como um todo (bacia do alto rio Negro)

Para se ter uma boa previsatildeo de cheia eacute necessaacuterio melhorar a densidade

de estaccedilotildees dentro da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho A busca de uma rede de

monitoramento capaz de fornecer informaccedilotildees que deem condiccedilotildees para estimar

chuvas verossiacutemeis sobre a bacia e prever a vazatildeo do rio Negrinho resultou na

aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas que estaacute abordada

no capiacutetulo que se segue

Aleacutem da intensidade e da duraccedilatildeo das chuvas essas inundaccedilotildees satildeo

precedidas de periacuteodos de pluviosidade acentuada que contribuem para a

saturaccedilatildeo das camadas do solo diminuindo sua capacidade de infiltraccedilatildeo e

armazenamento de aacutegua entre os vazios de solo acarretando maior escorrimento

superficial e para a elevaccedilatildeo do niacutevel do escoamento de base

No capiacutetulo 7 eacute feito o estudo hidrodinacircmico com o HEC-RAS como forma

de testar e avaliar a capacidade de simulaccedilatildeo das cheias usando modelos

113

computacionais Para a calibraccedilatildeo desse modelo e simular o fluxo da aacutegua no trecho

do rio Negrinho que atravessa a aacuterea urbana da cidade de Rio Negrinho adotou-se

a vazatildeo da cheia de 08062014 onde a falha eacute preenchida com a vazatildeo de

Fragosos (65090000) O criteacuterio de preenchimento da falha foi 1) observou-se os

maiores picos simultacircneos existentes entre as seacuteries em mmdia (FIGURA 52) 2)

calculou-se as razotildees entre as vazotildees de pico de Rio Negrinho Montante e

Fragosos Neste estudo foram utilizados os dois maiores picos da seacuterie 3)

determinou-se a razatildeo meacutedia resultando num valor aproximado de 15 4) aplicou-se

essa razatildeo nas mediccedilotildees de vazatildeo de Fragosos considerando o deslocamento

temporal existente O resultado do hidrograma estaacute apresentado na TABELA 4 e

FIGURA 53 em mmdia e na FIGURA 54 em msup3s Natildeo foi calculado o pico da vazatildeo

instantacircnea devido a caracteriacutestica da cheia ser lenta e durar vaacuterios dias

FIGURA 52 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante de setembro de 2009 a junho de 2010

(Autor 2017)

114

TABELA 4 ndash Hidrogramas Estaccedilotildees Fragosos (65090000) e Rio Negrinho Montante (65093000)

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (mmdia) Vazatildeo (m3s)

65090000 65093000 65090000 65093000

01062014 147 220 136 45

02062014 147 142 136 29

03062014 141 117 131 24

04062014 123 113 114 23

05062014 116 108 107 22

06062014 255 411 236 84

07062014 422 1864 391 381

08062014 1323 3041 1225 619

09062014 2027 2950 1877 601

10062014 1967 2642 1821 538

11062014 1761 2223 1631 453

12062014 1482 1706 1372 347

13062014 1137 1249 1053 254

14062014 833 902 771 184

15062014 602 748 557 152

16062014 499 548 462 112

17062014 430 548 398 112

18062014 367 499 340 102

19062014 367 470 340 96

FIGURA 53 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em mmdia

(Autor 2017)

115

FIGURA 54 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em msup3s

(Autor 2017)

O rio Negrinho sofre o remanso causado pelo rio Negro principalmente em

situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo onde as vaacuterzeas ficam completamente tomadas pelas aacuteguas

dificultando o escoamento e diminuindo a velocidade do fluxo Considerando essa

situaccedilatildeo estudou-se a vazatildeo do rio Negro A estaccedilatildeo Rio Preto do Sul (04 ndash

65095000) operou ateacute 2010 natildeo dispondo de dados para a cheia de junho de 2014

A jusante desta estaccedilatildeo tem-se a estaccedilatildeo Rio Negro (4a ndash 65100000) com dados

de junho de 2014 A FIGURA 55 mostra as estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash

4a com a localizaccedilatildeo da bacia do rio Negrinho

116

FIGURA 55 ndash Estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash 4ordf Bacias hidrograacuteficas (Uda P K et al 2013) Adaptado

Devido a falta de dados monitorados de eventos de cheia supocircs-se a

existecircncia de similaridade do comportanto das vazotildees em toda bacia do rio

Negrinho visto que as vazotildees entre Fragosos e Rio Negrinho Montante apesar da

distacircncia existente entre os pontos de mediccedilatildeo apresentam comportamentos

semelhantes durante os picos de cheias Com base nessa suposiccedilatildeo adotou-se

para o caacutelculo das vazotildees afluentes ao rio Negrinho no trecho de interesse a relaccedilatildeo

entre aacutereas e a vazatildeo de Rio Negrinho Montante resultando na configuraccedilatildeo

esquemaacutetica apresentada na FIGURA 56 O resultado obtido para as vazotildees usados

na simulaccedilatildeo numeacuterica encontra-se na

TABELA 5 A vazatildeo Q1 eacute a vazatildeo na estaccedilatildeo 05 ndash Rio Negrinho (421500009H) do

CEMADEN essa vazatildeo eacute a soma da contribuiccedilatildeo do rio Negrinho a montante desse

ponto que inclui a bacia do rio dos Banhados e da bacia rio do Salto Q2 eacute a

contribuiccedilatildeo da bacia do Serrinha Q3 eacute a do rio dos Bugres Q4 e Q5 satildeo as vazotildees

afluentes e defluentes respectivamente do rio Negro nas proximidades da foz do

Rio Negrinho A vazatildeo Q4 foi estimada com base na estaccedilatildeo Fragosos e Q5 foi

estimada empiricamente para atender a conservaccedilatildeo de massa (FIGURA 57)

117

considerando o volume de controle na foz do rio Negrinho A FIGURA 58 mostra a

vazatildeo estimada para o rio Negro a juzante da foz do rio Negrinho em conjunto com

as vazotildees monitoradas em Fragosos e Rio Negro No hidrograma do Rio Negro foi

realizado um ajuste na regiatildeo de pico indicado por tracejado verde A FIGURA 59

mostra as vazotildees da

TABELA 5 A vazatildeo incremental de contribuiccedilatildeo direta que foi estimada para ser

constante ao longo do trecho do rio Negrinho e variaacutevel no tempo No trecho do rio

Negro a vazatildeo incremental foi desprezada por se tratar de um trecho muito curto

FIGURA 56 ndash Configuraccedilatildeo das vazotildees do rio Negrinho (Autor 2017)

118

TABELA 5 ndash Vazotildees usadas na simulaccedilatildeo numeacuterica ndash junho 2014

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (m

3s)

Incremental (m

3skm)

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 q

01062014 486 056 188 2186 2728 0042

02062014 313 036 121 2186 2876 0027

03062014 259 030 100 2105 2698 0023

04062014 248 029 096 1832 2388 0022

05062014 238 028 092 1719 2215 0021

06062014 907 105 351 3793 3833 0079

07062014 4115 477 1594 6283 7203 0358

08062014 6713 778 2601 19686 22730 0585

09062014 6512 755 2523 30163 34643 0567

10062014 5832 676 2260 29263 37290 0508

11062014 4906 569 1901 26210 35820 0427

12062014 3765 436 1459 22048 31228 0328

13062014 2757 319 1068 16922 25867 0240

14062014 1992 231 772 12390 18748 0174

15062014 1652 191 640 8951 14790 0144

16062014 1210 140 469 7424 12517 0105

17062014 1210 140 469 6396 10702 0105

18062014 1102 128 427 5464 8946 0096

19062014 1037 120 402 5464 8009 0090

20062014 950 110 368 5351 7545 0083

21062014 832 096 322 5191 7028 0072

22062014 734 085 285 4628 6138 0064

23062014 680 079 264 3937 5157 0059

24062014 616 071 238 3503 4588 0054

25062014 626 073 243 3278 4232 0055

26062014 659 076 255 3182 4098 0057

27062014 994 115 385 3455 4529 0087

28062014 767 089 297 3519 4839 0067

119

FIGURA 57 ndash Vazotildees do rio Negro a montante e a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

FIGURA 58 ndash Vazatildeo estimada para o rio Negro a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

120

FIGURA 59 ndash Vazotildees incrementais no rio Negrinho e no rio Negro (Autor 2017)

121

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

A bacia do Rio Negrinho e as bacias dos seus afluentes natildeo possuem uma

rede de monitoramento hidroloacutegico Apenas uma estaccedilatildeo convencional das Aacuteguas

do Paranaacute localizada no rio Negrinho na Fazenda Souza Outras estaccedilotildees

hidroloacutegicas implantadas na regiatildeo e com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis cobrem as

bacias do Rio Preto (Corredeiras) e do Rio Negro (Fragosos)

Como decorrecircncia deste trabalho de mestrado e por ser um de seus

objetivos fez-se a gestatildeo junto agrave administraccedilatildeo puacuteblica para que o municiacutepio

adquirisse e implantasse um sistema que aleacutem de auxiliar no monitoramento dos

rios durante os eventos passasse a gerar seacuteries histoacutericas que permitam estudos

futuros

Obtido o apoio necessaacuterio da administraccedilatildeo puacuteblica bem como os recursos

necessaacuterios para da implantaccedilatildeo do novo sistema foi estabelecido contato com a

empresa EPAGRICIRAM ndash Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidro meteorologia de Santa Catarina para aquisiccedilatildeo dos equipamentos de

monitoramento hidroloacutegicos

Com as especificaccedilotildees dos equipamentos feitas pelos teacutecnicos da

EPAGRICIRAM vencidas as formalidades legais do processo licitatoacuterio e os prazos

de entrega nele estabelecidos os equipamentos comeccedilaram a ser montados em

outubro de 2015 (postes palafita reacuteguas linimeacutetricas tubulaccedilotildees caixas de

passagem as caixas ambientais com as PCDrsquos - Plataforma de Coleta de Dados

paineacuteis solares e pluviocircmetros) A conclusatildeo da montagem dos equipamentos

ocorreu no dia 27 de janeiro de 2016 A partir dessa data os dados puderam ser

acessados via internet na paacutegina da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr) sendo logo em seguida adicionados na paacutegina

da Defesa Civil de Rio Negrinho de forma a facilitar o acesso do cidadatildeo comum

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA

- Monitorar os volume de chuva e os niacuteveis dos rios em tempo quase real

- Estabelecer os limites de atenccedilatildeo alerta e emergecircncia para os niacuteveis dos

rios

122

- Constituir uma base de dados (seacuteries histoacutericas) para possibilitar accedilotildees

futuras

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA ESTACcedilAtildeO

Para a elaboraccedilatildeo do processo licitatoacuterio de aquisiccedilatildeo as especificaccedilotildees

dos equipamentos a serem instalados em cada estaccedilatildeo foram elaboradas pela

equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM e estatildeo apresentadas na TABELA 6

TABELA 6 ndash Configuraccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas (Autor 2017)

Pluviocircmetro Automaacutetico de baacutescula

Unidade de captaccedilatildeo de energia

Painel solar fotovoltaico com potecircncia de pico igual a vinte watts tensatildeo nominal de saiacuteda de 12v e cabo de comprimento miacutenimo de dois metros e isolamento em material resistente ao ambiente externo

Unidade de processamento armazenamento e transmissatildeo

Bateria chumboaacutecida selada de 12V 12Ah com dimensotildees maacuteximas de 155(C)x100(L)x105mm(A) peso maacuteximo de 45kg vaso em ABS

Controlador de carga para bateria12v 33ah potecircncia miacutenima de 60w desligamento automaacutetico por baixa tensatildeo (menor que 115v) e reconexatildeo da carga quando bateria com tensatildeo igual ou superior a 125v desligamento por sobretensatildeo proteccedilatildeo eletrocircnica contra curto circuito e corrente excessiva e inversatildeo de polaridade invoacutelucro com proteccedilatildeo miacutenima IP 22 sinalizaccedilatildeo de bateria carregada bateria com meia carga e bateria sem carga e possuir conectores KRE distintos para painel solar bateria e carga Bateria 12v nominal e 33ah

Datalogger com capacidade miacutenima de 512 kB de memoacuteria para dados capacidade miacutenima de 65 kB para sistema operacional e programa taxa de amostragem por evento possibilidade de programar esta taxa de 1seg ateacute 24 horas miacutenimo de 5 portas analoacutegicas de precisatildeo de 11 bits e range de 0 [V] a 25 [V] 2 portas de controle 1 portas de pulso 1 porta RS232 de configuraccedilatildeo do logger(via microcomputador) e interface entreperifeacutericos (modenstransmissores) pelo menos uma entrada muacuteltipla de comunicaccedilatildeo com sensores protocolo SDI12 fontes de tensatildeo programaacutevel de 25 [V] e 5 [V] Alimentaccedilatildeo 12 [V] DC precisatildeo do reloacutegio interno de 1 minutomecircs O equipamento deve estar em conformidade com a norma IEC613262002

Modem GSMGPRS para transmissatildeo de dados via GPRS e SMS suportando a linguagem de programaccedilatildeo JAVA porta serial RS232 para recebimento dos dados do datalogger Cabo com porta serial RS232 para conexatildeo agrave data logger Com capacidade para dois cartotildees de transmissatildeo de duas operadoras distintas Fornecido com acesso a antena externa ao moacutedulo atraveacutes de conector SMA de 50 ohms

Relecirc Descriccedilatildeo Alimentaccedilatildeo 5V e acionamento em niacutevel baixo Aplicaccedilatildeo CR510 CR10X CR1000

Componentes Q1 ndash 1 transistor BC327 R1 ndash 1 resistor de 2K2 Ω R2 ndash 1 resistor de 2K2 Ω D1 ndash 1 diodo 1N4001 D2 ndash 1 LED vermelho de 3mm RL1 ndash 1 Releacute de 5V do tipo AT1RC5V J1 ndash 1 conector KRE de 4 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 15450 J4 1 conector KRE de 3 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 153508

Sensor de niacutevel drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo Transdutor de pressatildeo

Cabo de comprimento miacutenimo de 50 metros em poliuretano com blindagem eleacutetrica com capilar interno para referecircncia de pressatildeo atmosfeacuterica

Interface420mA (2 fios) eou SDI12 Faixa de mediccedilatildeo de 0 a 20 mca (metros de coluna de aacutegua) Acuraacutecia le plusmn 01 em toda a escala para interface SDI12 e le plusmn 01 em toda a escala para

interface 420mA Resoluccedilatildeo igual ou inferior agrave 1 mm Erros de linearidade e histerese somados devem ser inferiores plusmn01 da leitura no final da

faixa nominal (FE) Compensaccedilatildeo da influecircncia de temperatura pelo menos na faixa de 10 a 45degC Corpo em accedilo inox ou liga de titacircnio Membrana ceracircmica (mediccedilatildeo de niacutevel atraveacutes de ceacutelula de pressatildeo tipo ceracircmica

capacitiva) Alimentaccedilatildeo 10 a 30 Vcc Possibilidade de uso de resistor de shunt de 100 Ohms para transformaccedilatildeo de corrente em

123

tensatildeo Sobrepressatildeo ateacute 3 vezes a faixa nominal (FE) de operaccedilatildeo Classe de proteccedilatildeo IP 68 Formato ciliacutendrico com dimensotildees compreendidas entre 2 cm e 5 cm de diacircmetro e entre

10 e 20 cm de comprimento (sem o cabo) Garantia e suporte teacutecnico de no miacutenimo 1 ano

Suporte metaacutelico do conjunto

Estrutura metaacutelica para suporte da estaccedilatildeo Agrometeoroloacutegica fabricada conforme instruccedilotildees abaixo

Suporte metaacutelico confeccionado de accedilo galvanizado tubular de 2 polegadas de diacircmetro externo parede interna de 3mm de espessura comprimento de 170 metros

Base de pluviocircmetro circular de 205mm de diacircmetro em chapa de accedilo galvanizado 2mm soldada na parte superior do tubo de duas polegadas com 3 furos de 6 mm de diacircmetro distribuiacutedos triangularmente na superfiacutecie e um furo central de 8mm de diacircmetro

Suporte para painel solar de 20 watts com inclinaccedilatildeo fixa de 30deg feito em chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm por 400mm de comprimento na projeccedilatildeo horizontal soldado na lateral do tubo de 2 polegadas na extremidade proacuteximo agrave base do pluviocircmetro Com 4 furos de 10mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo do painel

Suporte de caixa ambiental feito em 2 unidades de chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm e 380 mm de comprimento soldados no lado oposto ao suporte do painel solar Com 4 furos de 9mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo da caixa ambiental

Braccedilo para sensor de temperatura e umidade de 05 metro de comprimento feito em tubo de 20mm ou ateacute 1 polegada de diacircmetro externo e parede de 2mm de espessura em accedilo galvanizado Deve ser fixado acima do suporte da caixa ambiental por meio de uma base fixada no tubo de 2rdquo com no miacutenimo 2 parafusos M5 em inox para a fixaccedilatildeo Este braccedilo de ser removiacutevel para facilitar o transporte Obs Toda estrutura com pintura epoacutexi na cor branca

Reacutegua linimeacutetrica Perfil e Reacutegua metaacutelicos

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados

O sistema de transmissatildeo de dados das leituras via modem utiliza tecnologia

e sinal de celular

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos

O datalogger ndash Campbell ndash possui um programa em Crbasic que considera o

ID (coacutedigo da estaccedilatildeo por ex 2079) e o valor de offset para ajuste de niacutevel

igualando as mediccedilotildees dos sensores com as das reacuteguas linimeacutetricas No caso da

estaccedilatildeo 2084 ndash Foz do Rio Negrinho foi usado um sensor para 20 mca diferente

dos demais todos com 10 mca Isto eacute tambeacutem ajustado no programa

No banco de dados os dados lidos armazenados e enviados passam por 03

(trecircs) testes de consistecircncia no controle de qualidade O ldquosteprdquo o ldquorangerdquo e o

ldquopersistentrdquo Dados natildeo consistentes satildeo eliminados e deixam de ser fornecidos As

seacuteries histoacutericas jaacute consisitidas podem ser obtidas mediante solicitaccedilatildeo via site da

EPAGRICIRAM

124

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM

- Servidor de alta capacidade de armazenamento

- Atualmente possui 200 milhotildees de dados

- Recebe diariamente cerca de 50 mil dados

- Possui regras de seguranccedila

- Armazena dados de estaccedilotildees com mais de 100 anos

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral

A partir do dia 27 de janeiro de 2016 os dados medidos passaram a ser

diponibilizados para puacuteblico em geral na paacutegina da internet da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr)

Os dados medidos nas estaccedilotildees hidroloacutegicas apoacutes a leitura satildeo

transferidos automaticamente por sinal de celular para o servidor da EPAGRICIRAM

em Florianoacutepolis Passam por um algoritmo que verifica a sua consistecircncia e

retornam para o sistema sob a forma de figuras que facilitam a interpretaccedilatildeo Satildeo

essas figuras que atualizadas diariamente satildeo disponibilizados na paacutegina da

EPAGRCIRAM e podem ser acessadas pelo puacuteblico em geral

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A aquisiccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas foi feita atraveacutes do Processo

Licitatoacuterio nordm 0792015 na modalidade de Pregatildeo Presencial elaborado pelo autor e

lanccedilado em 06 de julho de 2015 pelo Departamento de Licitaccedilotildees da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho ndash SC

A partir da assinatura dos contratos as empresas passaram a entregar os

equipamentos sendo que os uacuteltimos a serem entregues foram os ldquosensores de niacutevel

drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo - transdutores de pressatildeordquo por serem

equipamentos importados Estes sensores foram entregues no final de novembro de

2015

Concluiacutedo o processo licitatoacuterio e a entrega dos equipamentos foram

iniciadas as tratativas com a equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM para a definiccedilatildeo

final dos locais e o iniacutecio do processo de instalaccedilatildeo

125

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo

Os sensores de mediccedilatildeo de chuva e vazatildeo passaram por uma calibraccedilatildeo

preacutevia executada pela equipe da EPAGRICIRAM Apoacutes a instalaccedilatildeo e as primeiras

mediccedilotildees novos ajustes entre os sensores e o software de leitura e transmissatildeo de

dados foram efetuados ajustando as cotas de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas

instaladas em cada seccedilatildeo de mediccedilatildeo das estaccedilotildees

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A definiccedilatildeo dos locais para a instalaccedilatildeo das cinco novas estaccedilotildees

hidroloacutegicas FIGURA 60 foi efetuada num primeiro momento pela escolha de locais

representativos nos quais pudessem ser avaliadas as vazotildees de entrada os

acreacutescimos e o incremento de afluentes Num segundo momento jaacute em campo

foram analisados os locais escolhidos em funccedilatildeo da intensidade miacutenima necessaacuteria

de sinal de celular para a transmissatildeo de dados e das cotas maacuteximas de inundaccedilatildeo

para que natildeo fossem interrompidas as seacuteries histoacutericas nas grandes cheias

FIGURA 60 ndash Localizaccedilatildeo das novas Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas (Autor e EPAGRICIRAM 2016)

126

Tambeacutem foi estabelecida a necessidade do monitoramento do rio dos

Bugres visto que ele corta a aacuterea urbana do municiacutepio e tem influecircncia significativa

nas grandes inundaccedilotildees A definiccedilatildeo pela implantaccedilatildeo de uma das estaccedilotildees no rio

Negro a montante da foz do rio Negrinho se deu pela intenccedilatildeo de avaliar a

influecircncia deste nas grandes inundaccedilotildees seja pelo represamento do rio Negrinho ou

pela contribuiccedilatildeo efetiva com o retorno das aacuteguas para a planiacutecie de inundaccedilatildeo

deste

No caso especiacutefico da instalaccedilatildeo de uma estaccedilatildeo na Fazenda Souza a

escolha do local se deu em funccedilatildeo da existecircncia da estaccedilatildeo convencional ldquoRio

Negrinho Montante 65093000-FLUrdquo das Aacuteguas Paranaacute de forma a permitir a

possibilidade de comparaccedilatildeo e continuidade das seacuteries histoacutericas ainda que a

instalaccedilatildeo dessa estaccedilatildeo tenha apresentado uma dificuldade adicional que obrigou

a construccedilatildeo de uma estrutura especial para elevar e receber a estaccedilatildeo

ultrapassando assim a cota maacutexima de inundaccedilatildeo registrada

A instalaccedilatildeo da primeira estaccedilatildeo ocorreu ainda em dezembro de 2015 na

Fazenda Rudnick estaccedilatildeo 2080 FIGURA 61 seguida da estaccedilatildeo Foz do Rio

Negrinho estaccedilatildeo 2084 FIGURA 65 As demais estaccedilotildees foram sendo instaladas a

partir de janeiro de 2016 A estaccedilatildeo Fazenda Souza 2079 estaacute mostrada na

FIGURA 62 Rio dos Bugres 2081 FIGURA 63 e Ponte do Lageado 2083 FIGURA

64

As estaccedilotildees Rio dos Bugres e Ponte do Lageado inicialmente natildeo tinham

pluviocircmetros os mesmos foram instalados somente em dezembro de 2016

127

FIGURA 61 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2080 Fazenda Rudnick (Autor 2017)

FIGURA 62 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2079 Fazenda Souza (Autor 2017)

128

FIGURA 63 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2081 Rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 64 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2083 Ponte do Lageado (Autor 2017)

129

FIGURA 65 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2084 Foz do Rio Negrinho (Autor 2017)

Instaladas as novas estaccedilotildees o conjunto de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas a estrutura ficou conforme a FIGURA 66

FIGURA 66 ndash Novas Estaccedilotildees Implantadas e em Operaccedilatildeo (Autor 2017)

130

A localizaccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas estaacute inserida no mapa onde

jaacute constam a localizaccedilatildeo da estaccedilotildees hidroloacutegicas existentes posicionadas em

relaccedilatildeo a bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 67

FIGURA 67 ndash Mapa Localizaccedilatildeo Novas Estaccedilotildees Implantadas (Autor 2017)

O novo sistema de estaccedilotildees hidroloacutegicas foi apresentado nas trecircs escolas

de segundo grau do municiacutepio Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute FIGURA 68 Coleacutegio

Caminho do Saber e Escola Estadual de Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega e agrave

comunidade numa audiecircncia puacuteblica na Cacircmara de Vereadores com o objetivo de

apresentar o sistema divulgar e informar o acesso a todas as informaccedilotildees que satildeo

disponibilizadas na internet e os caminhos para acessaacute-las treinando assim a

populaccedilatildeo para o uso das informaccedilotildees online em situaccedilatildeo de evento de chuvas

intensas com possibilidade de inundaccedilatildeo ou simplesmente acompanhamento

131

FIGURA 68 ndash Apresentaccedilatildeo do novo Sistema de Estaccedilotildees Hidroloacutegicas para uma sala de segundo grau do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

(Autor 2017)

628 Mediccedilotildees Realizadas

As mediccedilotildees com registro de niacutevel e chuva nas novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

do Sistema EPAGRICIRAM foram iniciadas no dia 27 de janeiro de 2016 com as

mediccedilotildees na Fazenda Souza e na Foz do Rio Negrinho FIGURA 69 a FIGURA 84

Os graacuteficos mostram os resultados dessas primeiras mediccedilotildees ateacute o iniacutecio

de Dezembro de 2016 Uacuteltimos dados obtidos junto a EPAGRICIRAM Neles

constam as mediccedilotildees de vazatildeo (niacuteveis) e as mediccedilotildees de chuva

As FIGURA 69 a FIGURA 72 mostram as chuvas acumuladas de 15

minutos de janeiro a dezembro de 2016 nas estaccedilotildees 2079 - Fazenda Souza 2080

ndash Fazenda Rudnick 2081 ndash rio dos Bugres e 2083 ndash Ponte do Lageado

As FIGURA 73 a FIGURA 84 mostram um comprativo de vazotildees (niacuteveis) do

rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro de janeiro a dezembro de 2016

132

FIGURA 69 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2079 ndash Fazenda Souza (Autor 2017)

FIGURA 70 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2080 ndash Fazenda Rudnick (Autor 2017)

133

FIGURA 71 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2081 ndash rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 72 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2083 ndash Ponte do Lageado (Autor 2017)

134

FIGURA 73 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em janeiro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 74 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em fevereiro de 2016

(Autor 2017)

135

FIGURA 75 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em marccedilo de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 76 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em abril de 2016

(Autor 2017)

136

FIGURA 77 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em maio de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 78 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em junho de 2016

(Autor 2017)

137

FIGURA 79 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em julho de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 80 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em agosto de 2016

(Autor 2017)

138

FIGURA 81 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em setembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 82 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em outubro de 2016

(Autor 2017)

139

FIGURA 83 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em novembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 84 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em dezembro de 2016

(Autor 2017)

lsquorsquo

140

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO

O sistema estaacute operando medindo e disponibilizando dados via internet para

toda a comunidade atraveacutes da paacutegina da EPAGRICIRAM e da paacutegina da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho httpwwwrionegrinhoscgovbr) na aba da Defesa

Civil

As meacutedias horaacuterias das mediccedilotildees de 15 minutos satildeo disponibilizadas na

paacutegina da internet

Falhas de mediccedilatildeo podem ser ocasionadas por problemas dos sensores

falta de energia eou problemas de transmissatildeo de dados (ausecircncia de sinal GPRS)

A eventual falta de energia se deve a capacidade das baterias ser de cinco dias em

condiccedilotildees nubladas Problemas na transmissatildeo de dados tambeacutem ocasionam

descarga nas baterias pois as PCDs ndash Plataformas de Coleta de Dados ficam

tentando enviar os dados e acabam ficando ligadas mais tempo do que seria

recomendado As falhas de mediccedilatildeo podem ser decorrentes da leitura de dados

inconsistentes que natildeo foram aprovados isto eacute foram rejeitados em um ou mais dos

testes de consistecircncia

Esses testes consideram a variaccedilatildeo do dado ao longo do tempo

comparando com os dados antecedentes e subsequentes dentro de uma margem

de erro Por exemplo um rio natildeo pode ter uma variaccedilatildeo abrupta significativa se natildeo

ocorreu chuva na regiatildeo Essas variaccedilotildees podem ser observadas nas primeiras

mediccedilotildees da Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick As mediccedilotildees deram saltos repentinos

Suspeitou-se num primeiro momento da alteraccedilatildeo da profundidade do sensor Mas

natildeo foi possiacutevel determinar a causa das falhas e os dados foram considerados como

erros de mediccedilatildeo Os dados monitorados no momento satildeo cotas de niacutevel em relaccedilatildeo

a um RN arbitraacuterio

Tambeacutem ocorreram ao longo do tempo ajustes de offset dos sensores de

mediccedilatildeo de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas implantadas nos rios o que pode

justificar variaccedilotildees repentinas dos dados monitorados Natildeo ocorreram vazotildees

negativas ou seja o sensor ter ficado fora da aacutegua Em maio de 2016 o sistema de

consistecircncia na EPAGRICIRAM em Florianoacutepolis ficou fora do ar e os dados

medidos na Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick natildeo foram consistidos causando duacutevidas e

suposiccedilotildees sobre a eventual ocorrecircncia de ruptura de alguma barragem (accedilude) a

montante Outra possibilidade levantada foi de ter ocorrido acuacutemulo de aacutegua na

141

tubulaccedilatildeo que protege o sensor e este ter medido uma coluna de aacutegua instantacircnea

formada dentro da tubulaccedilatildeo Ajustes ainda estatildeo sendo realizados melhorando a

qualidade dos dados monitorados calibrando as estaccedilotildees e minimizando os

problemas de mediccedilatildeo

Ateacute o momento satildeo monitorados a chuva e o niacutevel dos rios considerando

que ainda natildeo foram obtidas as curvas chave nas seccedilotildees fluviomeacutetricas

O periacuteodo de mediccedilotildees ainda eacute restrito Apenas um ano e parte delas com

falhas decorrentes dos ajustes e da calibraccedilatildeo das estaccedilotildees No entanto algumas

hipoacuteteses jaacute podem ser levantadas considerando os resultados obtidos A FIGURA

79 e FIGURA 80 apresentam respectivamente um comportamento muito proacuteximo

dos niacuteveis dos rios Negrinho na Estaccedilatildeo Foz do rio Negrinho e do rio Negro na

Estaccedilatildeo Ponte do Lageado nos eventos em julho e agosto de 2016 Isso leva a

supor o represamento do rio Negrinho pelo rio Negro (remanso) e a possibilidade de

transbordamento das aacuteguas do rio Negro para a planiacutecie de inundaccedilatildeo do rio

Negrinho A continuidade do monitoramento permitiraacute novos estudos e observaccedilotildees

e poderatildeo confirmar essas hipoacuteteses

142

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO

A batimetria nos rios Negrinho Serrinha e rio Negro foi realizada com a

utilizaccedilatildeo do Acoustic Doppler Current Profiler (ADCP) (Sontek modelo M9)

FIGURA 85 e APEcircNDICE I cedido pela SDS ndash Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econocircmico Sustentaacutevel Diretoria de Recursos Hiacutedricos composto

de dois conjuntos de transdutores para mediccedilotildees de velocidade um feixe acuacutestico

vertical de 050 MHz para mediccedilatildeo da profundidade e um sistema de GPS e RTK

acoplado para determinaccedilatildeo do posicionamento dos equipamentos (Sontek 2009)

No levantamento com o ADCP as seccedilotildees transversais satildeo preacute-definidas por

toda a extensatildeo do trecho objeto de estudo (Bezerra-Neto e Pinto-Coelho 2008)

sendo um condutor colocado em cada margem para guiar o deslocamento do

equipamento

FIGURA 85 ndash Batimetria ADCP M-9 (Autor 2016)

711 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das seccedilotildees transversais foi realizado o levantamento

topo batimeacutetrico na semana compreendendo o periacuteodo de 29 de agosto de 2016 a

10 de outubro de 2016 APEcircNDICE I Foram levantadas 29 seccedilotildees Em cada seccedilatildeo

143

transversal foram realizadas em meacutedia 40 mediccedilotildees dos paracircmetros profundidade

(m) largura (m) velocidade (ms) e vazatildeo (msup3s)

A anaacutelise do desvio padratildeo e do coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros

obtidos pelo ADCP foi realizada no programa SonTek River Surveyor sendo aceitas

as leituras que apresentassem um coeficiente de variaccedilatildeo de ateacute 5 (Sontek 2009)

Os valores dos paracircmetros foram obtidos a partir das meacutedias referentes agraves 40

mediccedilotildees

Como resultado da mediccedilatildeo das seccedilotildees transversais tem-se como exemplo

a imagem da FIGURA 86 que apresenta profundidades o periacutemetro molhado e as

velocidades As demais seccedilotildees satildeo apresentadas no APEcircNDICE II

FIGURA 86 ndash Resultado daTopobatimetria - Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

7111 Geoprocessamento dos Dados

O georreferenciamento das seccedilotildees transversais e das pontes estaacute

apresentado no APEcircNDICE III

O levantamento altimeacutetrico e o georreferenciamento das seccedilotildees transversais

e pontes foi feito com GPS Geodeacutesico (Zecircnite 2 modelo GTR-Z2) contendo dois

receptores geodeacutesicos de dupla frequecircncia L1L2 conforme metodologia proposta

pelo IBGE (2009) FIGURA 87

Os dados obtidos pelo GPS Geodeacutesico foram processados nos programas

computacionais GTR Processor e Topo EVN

Os dados coletados foram processados utilizando-se o programa

computacional SonTek River Surveyor Live sendo posteriormente exportados e

editados na planilha no Microsoft Excel para poacutes-processamento no programa

computacional ESRI ArcGis 10(r)

144

FIGURA 87 ndash Georreferenciamento e Levantamento Altimeacutetrico Ponte Cofermaco (Autor 2016)

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT

Um MNT (Modelo Numeacuterico do Terreno) ou MDT (Modelo Digital de

Terreno) (DTM = Digital Terrain Model) eacute uma representaccedilatildeo matemaacutetica da

distribuiccedilatildeo espacial da caracteriacutestica de um fenocircmeno vinculada a uma superfiacutecie

real A superfiacutecie eacute em geral contiacutenua e o fenocircmeno que representa pode ser

variado Dentre alguns usos do MDT pode-se citar (Burrough 1986)

- Armazenamento de dados de altimetria para mapas topograacuteficos

- Anaacutelises de corte-aterro para projeto de estradas e barragens

- Elaboraccedilatildeo de mapas de declividade e exposiccedilatildeo para apoio a anaacutelise de

geomorfologia e erodibilidade

- Anaacutelise de variaacuteveis geofiacutesicas e geoquiacutemicas

- Apresentaccedilatildeo tridimensional (em combinaccedilatildeo com outras variaacuteveis)

Para a representaccedilatildeo de uma superfiacutecie real no computador eacute indispensaacutevel

a criaccedilatildeo de um modelo digital podendo ser por equaccedilotildees analiacuteticas ou por uma

rede de pontos na forma de uma grade de pontos regulares e ou irregulares A partir

145

dos modelos pode-se calcular volumes aacutereas desenhar perfis e seccedilotildees

transversais gerar imagens sombreadas ou em niacuteveis de cinza gerar mapas de

declividade e exposiccedilatildeo gerar fatiamentos em intervalos desejados e perspectivas

tridimensionais

No processo de modelagem numeacuterica de terreno podemos distinguir trecircs

fases aquisiccedilatildeo dos dados geraccedilatildeo de grades e elaboraccedilatildeo de produtos

representando as informaccedilotildees obtidas

721 Coleta de Dados

Para a elaboraccedilatildeo do Modelo Digital do Terreno ndash MDT foi utilizado o

levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela empresa Agritec SA Agrimensura

Aerofotogrametria de Curitiba para a Prefeitura Municipal de Rio Negrinho no ano

de 2004 complementado com os dados do lado do Paranaacute do rio Negro obtidos

junto a Aacuteguas do Paranaacute COMEC COPEL EMATER ITAIPU MINEROPAR

SEAB PARANAacute CIDADE SANEPAR ANA LACTEC 2011

722 Elaboraccedilatildeo do MDT

A partir das curvas de niacutevel do terreno obtidas de trecircs fontes de dados

sendo curvas de 1m 5m e 10m conforme domiacutenios rosa verde e azul na FIGURA

88 os resultados foram integrados agraves seccedilotildees de batimetria realizadas na aacuterea de

estudo A integraccedilatildeo foi feita com o uso do software ArcGis 102 do qual obteve-se

uma rede irregular de triacircngulos (TIN - Triangulated Irregular Network) para

representar o terreno tanto a parte seca como a aacuterea molhada conforme resultado

grafico apresentado na FIGURA 89 As seccedilotildees nessas duas figuras natildeo foram

numeradas para natildeo poluir a imagem

146

FIGURA 88 ndash Mapa de domiacutenios das seccedilotildees topobatimeacutetricas (Autor 2017)

147

FIGURA 89 ndash Modelo Digital do Terreno - MDT

(Autor 2017)

148

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS

Para simulaccedilatildeo hidrodinacircmica no trecho do rio Negrinho e rio Negro as

seccedilotildees batimeacutetricas foram introduzidas no HEC-RAS

Os coeficientes de rugosidade (119899) adotados para as simulaccedilotildees da

hidrodinacircmica tendo em vista o tipo de cobertura das margens dos rios foram 006

no fundo e na parte lateral baseados nos valores apresentados na Tabela 7

considerando um canal pequeno em planiacutecies ainda que nas cheias as larguras se

tornam muito maiores

Tabela 7 - Valores de coeficientes de rugosidade (119899) de Manning para canais naturais (Ven Te Chow 1959)

As geometrias das pontes de acordo com o levantamento foram inseridas

O software HEC-RAS (USACE 2010a e 2010b) exige a adiccedilatildeo de duas seccedilotildees

transversais proacuteximas uma imediatamente a montante e outra imediatamente a

jusante da estrutura (da ponte) Nas seccedilotildees transversais de montante e jusante

foram considerados coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo respectivamente iguais a

030 e 050 que de acordo com o Manual Hidraacuteulico do software HEC-RAS

correspondem aos coeficientes aplicados a seccedilotildees tiacutepicas de pontes

Definida a geometria do problema estabeleceu-se o regime de simulaccedilatildeo

baseado no regime de escoamento natildeo-permanente

149

O desempenho do HEC-RAS mostrou-se insatisfatoacuterio para a quantidade de

seccedilotildees inseridas muito provavelmente devido a quantidade de meandros

Consequentemente mais testes precisaratildeo ser realizados A parte montante do

trecho rio Negrinho simulado foi simplificado considerando-se a inserccedilatildeo da vazatildeo e

supondo-se apenas uma seccedilatildeo a montante

Foram testados diferentes valores de rugosidade mas natildeo houve alteraccedilatildeo

significativa no niacutevel dacuteaacutegua

Os resultados do HEC-RAS utilizando as vazotildees estimadas produziram uma

inundaccedilatildeo na regiatildeo cuja cota meacutedia foi de 79307 m (FIGURA 90) bem acima dos

7918 m registrados na seccedilatildeo localizada na estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do

SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico Os fatores que

podem ter influenciado nessa discrepacircncia de valores podem ser

i) Devido agrave falta de dados de topobatimetria da regiatildeo da afluecircncia do rio

Negrinho no rio Negro foi utilizado uma estimativa da seccedilatildeo tranversal

considerando uma seccedilatildeo trapezoidal

ii) A vazatildeo diaacuteria estimada pode estar superestimada

iii) O eixo do escoamento baseada na calha principal do rio em codiccedilotildees

normais apresenta muita sinuosidade que em cheia passa a ter um

comportamento distinto

FIGURA 90 ndash Resultado Simulaccedilatildeo REC-HAS (Autor 2017)

150

Os resultados apresentados aqui satildeo apenas norteadores do potencial do

modelo HEC RAS nas atividades operacionais de previsatildeo de inundaccedilotildees devendo

o modelo ser ajustado calibrado e atualizado periodicamente

Em situaccedilotildees de inundaccedilatildeo o modelo mostrou que a inundaccedilatildeo do rio Negro

eacute um fator que influencia fortemente na inundaccedilatildeo do rio Negrinho Portando na

continuaccedilatildeo dos estudos de inundaccedilatildeo do rio Negrinho eacute imprescindiacutevel os estudos

do rio Negro

151

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NO RIO

Os resiacuteduos soacutelidos (lixos) interferem no escoamento das aacuteguas dos rios e

causam alagamentos e em situaccedilatildeo de inundaccedilotildees muitas vezes funcionam como

tamponamento afetando o niacutevel das aacuteguas que se elevam agravando o problema

Em conjunto os esgotos lanccedilados diretamente no rio e na drenagem pluvial podem

aumentar o nuacutemero de doenccedilas hiacutedricas durante os eventos de inundaccedilotildees

Neste capiacutetulo satildeo abordados os procedimentos para limpeza e eliminaccedilatildeo

desses problemas

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS

Foram desenvolvidos procedimentos para retirada de lixo do leito e das

margens dos rios para melhorar o fluxo das aacuteguas Muito do lixo encontrado poderia

ter sido tratado como resiacuteduo soacutelido sendo aproveitado no sistema produtivo desde

que tivesse tido a destinaccedilatildeo adequada apoacutes o uso

Durante os procedimentos de mediccedilatildeo especialmente das seccedilotildees

transversais foram percorridos aproximadamente 80 km de margens do rio

Negrinho rio Serrinha rio dos Bugres e rio Negro nos quais foram feitas algumas

constataccedilotildees tais como existecircncia de quantidade significativa de lixo nas margens

desses rios enroscados nas aacutervores ou flutuando sobre a aacutegua de onde se conclui

que haacute tambeacutem muito lixo submerso Encontrou-se desde vaso sanitaacuterio (proacuteximo a

captaccedilatildeo do SAMAE) sofaacute cama e ateacute pneu de trator (fundos da Escola Estadual de

Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega) Os materiais plaacutesticos de todos os tipos foram os

predominantes no cenaacuterio

Os procedimentos de limpeza foram precedidos de programas e campanhas

de conscientizaccedilatildeo bem como da aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo vigente uma vez que soacute

retirar o lixo do rio sem tratar da causa principal que eacute o comportamento dos

muniacutecipes natildeo resolve o problema Natildeo se trata apenas dos ribeirinhos mas

tambeacutem daqueles que moram nas regiotildees mais altas Todos satildeo cuacutemplices e

responsaacuteveis pelo que eacute jogado em local inadequado na rua nas galerias pluviais

em qualquer lugar que tem como destino final os rios O lixo encontrado no rio vem

152

de todos os bairros e natildeo apenas dos ribeirinhos A rede de drenagem pluvial eacute o

principal conduto para o transporte de lixo e esgoto ateacute o rio

Os problemas de mau funcionamento da rede de drenagem pluvial decorrem

do lixo que eacute jogado a ceacuteu aberto ou eacute inadequadamente disposto e que acaba indo

parar nas tubulaccedilotildees de aacuteguas pluviais O que natildeo causa entupimento e mau

funcionamento vai direto para os rios

Natildeo eacute somente o tamanho do lixo a xepa de cigarro o papel de bala e a lata

de cerveja ou refrigerante jogados em locais inapropriados accedilotildees ainda muito

comuns e vistas diariamente poluem os rios em conjunto com o vaso sanitaacuterio o

pneu de trator e demais lixos Eacute preciso entender que o barro do veiacuteculo lavado em

frente a casa segue pelas galerias pluviais e vai contribuir no assoriamento dos rios

O primeiro passo para resolver a questatildeo do lixo eacute parar com a sua

deposiccedilatildeo em locais inapropriados tratando a causa e natildeo o efeito Isso passa

necessariamente por campanhas de conscientizaccedilatildeo mas tambeacutem pela puniccedilatildeo aos

infratores Natildeo haacute sociedade organizada sem regras sendo cumpridas

Uma vez cessada a deposiccedilatildeo de lixo pode-se iniciar a retirada do lixo das

margens primeiramente aquele que estaacute enroscado em aacutervores e depois os que

estatildeo nos leitos maior e na planiacutecie de inundaccedilatildeo FIGURA 91

Todos esses trabalhos devem ser executados de montante para jusante em

etapas e com equipes treinadas e qualificadas com o uso de EPIacutes uma vez que

durante o processo de levantamento das seccedilotildees transversais verificou-se a

presenccedila de capivaras nas margens dos rios e com elas a presenccedila do Carrapato

Estrela da capivara que transmite a Febre Maculosa ou Febre do Carrapato

O planejamento que precede esses procedimentos de limpeza deve prever

os locais de amontoamento do lixo retirado nos quais o mesmo deveraacute permanecer

o menor tempo possiacutevel sendo encaminhado ao seu destino final seja ele a

reciclagem (quando possiacutevel) o aterro sanitaacuterio ou o aterro industrial

153

FIGURA 91 ndash Lixo no rio Negrinho (a) (b) e (c) fundos do Coleacutegio Satildeo Joseacute ndash margem esquerda e Empresa Transportadora Seka ndash margem direita (d) resultado

de campanha de coleta de lixo no rio Negrinho (Autor 2016)

Iniciativas como a do Nugravecleo de Meio Ambiente da Associaccedilatildeo Comercial e

Industrial de Rio Negrinho ndash ACIRNE FIGURA 92 satildeo extremamente vaacutelidas como

forma de conscientizaccedilatildeo Essa accedilotildees devem ser intensificadas procurando expor

os danos ambientais causados pelo comportamento inadequado dos muniacutecipes e

formando as novas geraccedilotildees de indiviacuteduos mais conscientes

Nesta campanha participaram aproximadamente 30 pessoas e o periacuteodo de

duraccedilatildeo foi de 4 horas coletando cerca 15 tonelada de lixo

154

FIGURA 92 ndash Campanha de Limpeza do Rio Negrinho (Nuacutecleo Meio Ambiente da ACIRNE 2017)

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE PLUVIAL

O desenvolvimento de procedimentos relativos agrave eliminaccedilatildeo do esgoto

despejado diretamente no sistema de drenagem pluvial e nos rios deve ser

considerado a partir da entrada em operaccedilatildeo do novo Sistema de Esgotamento

Sanitaacuterio da cidade que vem sendo implantado pela autarquia municipal SAMAE ndash

Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico

Noventa por cento das ruas da aacuterea urbana tem rede implantada Essa rede

natildeo estaacute toda em operaccedilatildeo uma vez que estaccedilotildees elevatoacuterias ainda estatildeo sendo

construiacutedas No entanto a ETE - Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgoto localizada no

Bairro Vista Alegre e quinze estaccedilotildees elevatoacuterias jaacute estatildeo em operaccedilatildeo A ligaccedilatildeo no

sistema ainda natildeo eacute obrigatoacuteria Da mesma forma o contribuinte natildeo estaacute fazendo

nenhum tipo de pagamento pela disponibilizaccedilatildeo do serviccedilo Tanto a obrigatoriedade

da ligaccedilatildeo quanto o pagamento deveratildeo ocorrer em breve

155

Verifica-se que haacute uma infinidade de tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio das

edificaccedilotildees despejando diretamente no leito dos rios Aleacutem destas haacute tambeacutem

muitas tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio e aacuteguas servidas que satildeo despejadas

diretamente nas redes de aacuteguas pluviais FIGURA 93 Isso explica porque eacute possiacutevel

perceber claramente a mudanccedila de cor e de odor da aacutegua dos rios agrave medida que

ela passa pela aacuterea urbana A aacutegua dos rios vai adquirindo a cor acinzentada

Outro procedimento bastante comum que contamina o lenccedilol freaacutetico e por

consequecircncia a aacutegua dos rios eacute o despejo de esgoto primaacuterio em antigos poccedilos que

foram desativados depois da implantaccedilatildeo da rede de aacutegua tratada transformando-

os em sumidouros Por fim a utilizaccedilatildeo bastante frequente de sumidouros sem a

utilizaccedilatildeo de tanques seacutepticos e filtros

A entrada em operaccedilatildeo da rede de esgotamento sanitaacuterio aleacutem de melhorar

significativamente a qualidade de vida e especialmente a sauacutede dos muniacutecipes eacute

uma oportunidade para solucionar todos esses problemas que sem duacutevida refletiratildeo

na qualidade das aacuteguas dos rios

Uma vez disponibilizada a rede salvo condiccedilotildees topograacuteficas impeditivas a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto de cada edificaccedilatildeo no sistema seraacute obrigatoacuteria tanto

quanto o pagamento pelos serviccedilos Condiccedilotildees e tarifas especiais podem ser

implementadas poreacutem uma vez disponibilizado o sistema tudo o que deixar de ser

encaminhado para ele configuraraacute crime ambiental

Novamente campanhas de conscientizaccedilatildeo seratildeo imprescindiacuteveis aleacutem do

apoio e da determinaccedilatildeo dos poderes constituiacutedos A fiscalizaccedilatildeo e a penalizaccedilatildeo

satildeo ferramentas que faratildeo parte desse processo A populaccedilatildeo precisa entender a

importacircncia de fazer sua ligaccedilatildeo no sistema Dos ganhos em relaccedilatildeo agrave sauacutede e do

meio ambiente

156

FIGURA 93 ndash Ligaccedilotildees esgoto no rio Negrinho e na drenagem pluvial (Autor 2016)

157

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO

As aacuteguas das chuvas produzem escoamento superficial subsuperficial e de

base e satildeo processos naturais que ocorrem com certa periodicidade podendo levar

algumas deacutecadas entre eventos de inundaccedilotildees A falta e a perda de lembranccedila dos

desastres passados aliado a expansatildeo imobiliaacuteria e falta de conhecimento dos

fenocircmenos envolvidos levaram as pessoas a ocupar as aacutereas sucetiacuteveis ao

transbordamento dos rios planiacutecies de inundaccedilatildeo Obras civiacutes foram erguidas

ficando sujeitas agraves inundaccedilotildees e aos consequentes prejuiacutezos

Com vista para mitigaccedilatildeo dos efeitos das inundaccedilotildees elaborou-se a

proposta do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ndash PAE

A Metodologia do PAE consiste em

1) Definir as caracteriacutesticas da chuva para ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

2) Delimitar a aacuterea de ocorrecircncia do problema a inundaccedilatildeo

3) Elaborar mapas de inundaccedilatildeo

4) Configurar a estrutura do PAE atraveacutes da definiccedilatildeo de procedimentos de

notificaccedilatildeo agrave Defesa Civil atribuiccedilotildees e responsabilidades

5) Definir as accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

6) Submeter o PAE aos teacutecnicos dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela defesa civil para

apreciaccedilatildeo e melhoria

7) Implementar um estudo de caso no Coleacutegio Satildeo Joseacute de Rio NegrinhoSC

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO

Desde 1983 no 5ordm Regimento de Carros de Combate do Exeacutercito Brasileiro

e a partir de 1992 na Secretaria Municipal de Reconstruccedilatildeo da Prefeitura Municipal

de Rio Negrinho o autor vem acompanhando os eventos de chuvas intensas e

inundaccedilotildees nessa regiatildeo e algumas caracteriacutesticas foram percebidas conforme

descritas a seguir

A chuva para ocasionar inundaccedilatildeo deve ser precedida por um periacuteodo de

chuvas intensas que possa elevar o niacutevel do lenccedilol freaacutetico minizando a capacidade

de infiltraccedilatildeo do solo por saturaccedilatildeo e aumentando o escoamento superficial e a

consequente ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

158

Aleacutem de intensidade elevada da chuva o seu tempo de duraccedilatildeo tambeacutem

deve ser longo Com relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo no espaccedilo essa chuva natildeo pode se

restringir somente agrave bacia do rio Negrinho Ela deve atingir toda a bacia do alto rio

Negro compreendendo tambeacutem a bacia do rio Negrinho seus afluentes bem como

o rio Preto e outros rios importantes e seus afluentes

Pela ausecircncia de monitoramento essas carcateriacutesticas observadas satildeo

apenas informaccedilotildees qualitativas

A aacuterea de abrangecircncia do PAE foi definida pela delimitaccedilatildeo do periacutemetro

urbano municipal e pelos locais de atingimento registrados na inundaccedilatildeo do ano de

1992 que teve como altitude maacutexima 792 m A mancha de inundaccedilatildeo de 1992 estaacute

apresentada na FIGURA 94

159

FIGURA 94 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE (PMRN 2014)

160

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo

Tendo por referecircncia os niacuteveis do levantamento aerofotogrameacutetrico

realizado em 2004 o Plano Diretor do municiacutepio e as imagens do Google Earth

foram gerados mapas de inundaccedilatildeo relacionados agraves cotas FIGURA 95 a

FIGURA 99

A FIGURA 100 apresenta a sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas

de Inundaccedilatildeo cotas 787 790m e 792m

Na comparaccedilatildeo das FIGURA 101 e FIGURA 102 se observa que os

mapas de inundaccedilatildeo produzidos pela equipe teacutecnica da prefeitura municipal

com base nos registros efetuados durante as maiores inundaccedilotildees tem muita

proximidade comas manchas de inundaccedilatildeo produzidas por GIGLIO (2010) para

o ano correspondente de 1992

As demais manchas de inundaccedilatildeo apresentadas por GIGLIO relativas

aos registros de inundaccedilotildees de menor cota maacutexima enfatizam que mesmo

nessas condiccedilotildees o atingimento na aacuterea urbana eacute significativo tendo como

consequecircncia muitos danos e prejuiacutezos

161

FIGURA 95 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 781 (PMRN 2014)

162

FIGURA 96 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 784 (PMRN 2014)

163

FIGURA 97 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 787 (PMRN 2014)

164

FIGURA 98 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 790 (PMRN 2014)

165

FIGURA 99 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 792 (PMRN 2014)

166

FIGURA 100 ndash Sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas de Inundaccedilatildeo cotas 787 (ciano) 790m (azul claro) e 792m (azul escuro)

(PMRN 2016)

167

FIGURA 101 ndash Detalhe aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho

(PMRN 2017)

168

FIGURA 102 ndash Aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho (Giglio 2010)

169

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE

O organograma da FIGURA 103 apresenta a estrutura do PAE Ele foi

elaborado tendo como referecircncias as experiecircncias nas grandes inundaccedilotildees de 1983

1992 2014 e 2015

Como se trata de um municiacutepio 40000 habitantes natildeo haacute a possibilidade

de se manter uma estrutura permanente Assim durante os eventos a estrutura

administrativa existente se adapta para assumir as funccedilotildees do PAE

Aleacutem da estrutura administrativa eacute essencial que a comunidade

especialmente aquela que estaacute em aacutereas inundaacuteveis esteja cada dia mais

preparada para esses eventos Nesse sentido eacute imprescindiacutevel que cada edificaccedilatildeo

localizada nessas aacutereas tenha o PAE Depois de trecircs grandes inundaccedilotildees muito

proacuteximas 1983 1992 e 2014 a maioria dos moradores sabe como agir em situaccedilatildeo

de emergecircncia com base na memoacuteria da uacuteltima inundaccedilatildeo

Os eventos apresentam caracteriacutesticas distintas entre si mas o atingimento

do niacutevel da aacutegua pode apresentar relaccedilotildees significativas entre a quantidade de

chuva e sua resposta Isto poderaacute ser estudado no futuro com os dados do novo

sistema de monitoramento hidroloacutegico a partir da obtenccedilatildeo de seacuteries hidroloacutegicas

suficientemente longas com eventos de cheia

Alteraccedilotildees no uso e ocupaccedilatildeo do solo e tambeacutem as mudanccedilas climaacuteticas

podem alterar as medidas de accedilotildees aqui propostas necessitando de avaliaccedilatildeo e

reformulaccedilatildeo peroacutedicas

Com a inundaccedilatildeo de 2014 aprendeu-se muito sobre a necessidade e a

importacircncia de levar a informaccedilatildeo qualificada e em tempo real a todos os muniacutecipes

Com os meios de comunicaccedilatildeo que dispomos hoje essa tarefa eacute muito facilitada

poreacutem natildeo pode ser negligenciada o que enfatiza a importacircncia da estrutura de

comunicaccedilatildeo durante esses eventos

Quanto mais organizados e melhor preparados menores seratildeo os danos e

os prejuiacutezos e mais raacutepido o restabelecimento da condiccedilatildeo de normalidade apoacutes o

abaixamento do niacutevel das aacuteguas

170

FIGURA 103 ndash Estrutura Organizacional de Resposta a Emergecircncias em Fevereiro de 2017

(Autor 2017)

171

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial

A equipe a ser acionada em situaccedilatildeo emergencial para tomada de decisotildees

durante todo o periacuteodo de inundaccedilatildeo desde o momento da identificaccedilatildeo da

ocorrecircncia ateacute a restauraccedilatildeo da normalidade eacute formada por

1) Supervisatildeo Geral do PAE - Prefeito Municipal e Vice Prefeito Municipal

2) Coordenaccedilatildeo Geral do PAE ndash Secretaacuteria de Planejamento e Meio Ambiente

3) Coordenaccedilatildeo Operacional do PAE ndash Coordenador Municipal da Defesa Civil e

Secretaacuterio de Accedilotildees Governamentais e Serviccedilos Puacuteblicos

4) Coordenaccedilatildeo de Apoio Operacional ndash Comandante do Corpo de Bombeiros

5) Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila ndash Comando da Poliacutecia Militar

6) Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico (Aacutegua e Esgoto) ndash Diretor Geral do

Samae

7) Coordenaccedilatildeo Energia Eleacutetrica ndash Diretor Escritoacuterio CELESC Rio Negrinho

8) Coordenaccedilatildeo de Sauacutede ndash Secretaacuteria de Sauacutede

9) Coordenaccedilatildeo de Infraestrutura Urbana ndash Secretaacuterio de Infraestrutura

10) Coordenaccedilatildeo de Assistecircncia Social ndash Secretaacuteria de Assistecircncia Social

11) Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo ndash Secretaacuteria de Educaccedilatildeo

12) Coordenaccedilatildeo do Distrito ndash Subprefeito do Distrito

13) Coordenaccedilatildeo de Financcedilas ndash Secretaacuterio de Financcedilas

14) Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo ndash Assessor de Comunicaccedilatildeo

15) Coordenaccedilatildeo de NUPDECS ndash Engenheiro Defesa Civil

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador

As Coordenaccedilotildees de Apoio Operacional Comando do Corpo de Bombeiros

e a Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila Comando da Poliacutecia Militar aleacutem das suas

atividades normais satildeo respectivamente responsaacuteveis nos resgates e no transporte

por barcos e na seguranccedila das edificaccedilotildees atingidas dos edifiacutecios puacuteblicos na

distribuiccedilatildeo de alimentos roupas e cobertores e nos locais de alojamento de

desabrigados

A Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico Diretor Geral do SAMAE que

controla esta autarquia municipal tem a atribuiccedilatildeo de manter o abastecimento de

172

aacutegua controlando os rompimentos de tubulaccedilatildeo sob a aacutegua de forma a manter o

abastecimento de aacutegua bem como gerenciar as estaccedilotildees elevatoacuterias do sistema de

esgotamento sanitaacuterio que ficam sob as aacuteguas Da mesma forma a Coordenaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica Gerente do escritoacuterio local da CELESC tem como funccedilatildeo a

manutenccedilatildeo do fornecimento de energia nas aacutereas natildeo atingidas bem como os

cortes e desligamentos nas aacutereas alagadas

A Coordenaccedilatildeo da Sauacutede secretaacuteria de sauacutede tem a atribuiccedilatildeo de manter o

atendimento nos postos de sauacutede aleacutem de todos os atendimentos emergenciais

decorrentes do evento

Ao Coordenador de Infraestrutura secretaacuterio de infraestrutura cabe a

manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo das vias puacuteblicas pontes e a drenagem pluvial na aacuterea

urbana aleacutem do transporte de pertences dos moradores que vatildeo sendo desalojados

Baixadas as aacuteguas a limpeza e a remoccedilatildeo e o transporte dos entulhos e bens

moacuteveis danificados pela inundaccedilatildeo

A Coordenaccedilatildeo de Assistencia Social secretaacuteria de assitencia social cabe a

funccedilatildeo de arrecadar receber organizar e distribuir alimentos roupas colchotildees e

cobertores A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo sempre contribui com este trabalho uma

vez que esses processos sempre acontecem nas escolas

Agrave Coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo secretaria de educaccedilatildeo cabe gerenciar o

funcionamento das escolas coordenando a utilizaccedilatildeo destas e dos ginaacutesios de

esportes como abrigos para desabrigados Auxilia a Coordenaccedilatildeo de Assitecircncia

Social na distribuiccedilatildeo de alimentos roupas conchotildees e cobertores

Cabe agrave Coordenccedilatildeo do Distrito da Volta Grande subprefeito da Volta

Grande ainda que natildeo existam aacutereas inundaacuteveis no distrito a recuperaccedilatildeo das

estradas e pontes do interior que normalmente ficam bastante prejudicadas em

funccedilatildeo dos periacuteodos prolongados de chuva que estatildeo associados agraves inundaccedilotildees

A Coordenaccedilatildeo de Financcedilas secretaacuterio de financcedilas tem como atribuiccedilatildeo a

obtenccedilatildeo de recursos onde conta com o apoio da Supervisatildeo Geral nas figuras do

prefeito e vice-prefeito para fazer frente agraves accedilotildees de recuperccedilatildeo do municiacutepio agrave

condiccedilatildeo de normalidade

A Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo assessoria de imprensa tem a funccedilatildeo

primordial de divulgar todos os boletins oficiais da defesa civil previsotildees do tempo

173

alertas chamadas e informaccedilotildees pertinentes Responde ainda por todos os tipos de

exclarecimentos muito necessaacuterios durante os eventos por conta de todo tipo de

informaccedilatildeo improcedente que acaba sendo divulgada

A Coordenaccedilatildeo dos NUPDECS Nuacutecleos de Prevenccedilatildeo e Defesa Civil

engenheiro da defesa civil tem atribuiccedilatildeo permanente de repassar as informaccedilotildees

efetuar treinamentos organizar os nuacutecleos existentes organizar a criaccedilatildeo de novos

nuacutecleos de forma que estejam cada vez mais preparados para os eventos e se

ajudem mutuamente

915 Fluxograma de Acionamento do PAE

O acionamento do PAE deve respeitar um sequecircncia loacutegica de

procedimentos e avaliaccedilotildees que levam em consideraccedilatildeo a estrutura organizacional

de respostas a emergecircncias utilizando-se de criteacuterios e informaccedilotildees teacutecnicas e de

campo FIGURA 104

174

FIGURA 104 ndash Fluxograma de Acionamento do PAE (Autor 2017)

175

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias

NORMAL

- Natildeo haacute indiacutecios de inundaccedilatildeo

- Natildeo houve um periacuteodo prolongado de chuva que pudesse reduzir a

capacidade de absorccedilatildeo do solo

- Quando a chuva prevista e o niacutevel monitorado estatildeo dentro da normalidade

- O niacutevel dos rios estaacute estabilizado

ATENCcedilAtildeO

- Quando houve um periacuteodo prolongado de chuvas e o solo estaacute com a sua

capacidade de absorccedilatildeo reduzida

- Quando houver previsatildeo de chuva intensa ou extrema que possa ocasionar

inundaccedilatildeo

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78600m e a cota de 300 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Os niacuteveis dos rios estatildeo subindo

- Acionamento do PAE coordenaccedilatildeo geral para uma avaliaccedilatildeo e possiacutevel

acionamento da estrutura operacional

ALERTA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ATENCcedilAtildeO

- Previsatildeo de chuvas de intensidade elevada e por periacuteodo prolongado

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78650m e a cota de 350 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Apoacutes avaliaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo geral e convocaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo

operacional e das demais coordenaccedilotildees

EMERGEcircNCIA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ALERTA

- Efetivaccedilatildeo de chuva igual ou maior ao previsto

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78700m e a cota de 400 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE a partir da qual extravasa o

seu leito e comeccedila a invadir ruas e imoacuteveis

- Coordenaccedilatildeo operacional e demais coordenccedilotildees do PAE iniciam suas

atividades e accedilotildees de preparaccedilatildeo da estrutura de atendimento e mitigaccedilatildeo da

inundaccedilatildeo

176

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

1 - A legislaccedilatildeo vigente no Plano Diretor veda a construccedilatildeo de edificaccedilotildees

residenciais abaixo da cota de niacutevel 79200m Essa vedaccedilatildeo pode ser estendida a

todas as edificaccedilotildees incluindo incentivos para a populaccedilatildeo atingida a procurar aacutereas

seguras

2 ndash Instituiccedilatildeo da obrigatoriedade de um Plano de Accedilotildees de Emergecircncia a

todas as edificaccedilotildees com o niacutevel teacuterreo abaixo da cota de niacutevel 79200m assim

como eacute obrigatoacuterio o projeto preventivo contra incecircndio para edificaccedilotildees comerciais

3 ndash Limpeza e desassoreamento da calha dos rios precedida por accedilotildees de

conscientizaccedilatildeo para que a populaccedilatildeo se conscientize de que o rio natildeo eacute lugar de

jogar resiacuteduos (lixo) e os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos devem ser coletados

adequadamente Primeiro eacute preciso tratar a causa para depois tratar o efeito

Enfatizar que os resiacuteduos deixados nas ruas podem ser arrastados pelas

enxurradas para os bueiros e leitos dos rios dificultando eou obstruindo a passagem

da aacutegua da chuva

4 - Eliminar pontos de estrangulamento nos leitos dos rios e coacuterregos como

pontes e bueiros mal dimensionados para melhorar o fluxo da aacutegua e minimizar a

elevaccedilatildeo do niacutevel da aacutegua

A ponte na Rua Jorge Zipperer FIGURA 105 proacutexima agrave Igreja Matriz eacute o

exemplo mais evidente disso onde haacute uma reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal

do rio Negrinho de 1685 metros para 990 metros

5 ndash Promover treinamentos atraveacutes de simulaccedilotildees e debates sobre os

problemas de inundaccedilatildeo para aperfeiccediloar o PAE do municiacutepio e os PAEs de cada

edificaccedilatildeo

6 ndash Ampliar a criaccedilatildeo de Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil ndash NUPDECS

estruturando e organizando esses grupos promovendo encontros e troca de

177

informaccedilotildees Os nuacutecleos satildeo uma forma de organizaccedilatildeo da comunidade que

incentiva a ajuda muacutetua e minimiza a dependecircncia da estrutura puacuteblica

FIGURA 105 ndash Estrangulamento Ponte Igreja Matriz ndash Reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal do rio de 1685m para 990m da ponte

(Autor 2017)

7 - Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS

associando diferentes grupos a cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no

MDT entre as cotas de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de

abandono do local e retirada de pertences

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de

Rio NegrinhoSC

Apoacutes a inundaccedilatildeo de 2014 a direccedilatildeo do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de Rio

NergrinhoSC solicitou auxiacutelio a Defesa Civil buscando se organizar e estruturar

178

melhor para futuros eventos dadas as dificuldades ocorridas e os prejuiacutezos enormes

a que a instituiccedilatildeo teve que arcar

Num primeiro momento o foco foi na limpeza e na recuperaccedilatildeo das

estruturas danificadas (alvenarias pisos instalaccedilotildees eleacutetricas e hidraacuteulicas) bem

como a substituiccedilatildeo da mobiacutelia e e dos equipamentos com a escolha de materiais

adequados considerando novos eventos

No momento seguinte redefiniu-se o layout da escola mudando a estrutura

administrativa e documental para niacuteveis superiores fora da cota maacutexima de

inundaccedilatildeo Os niacuteveis inferiores passaram a ser utilizados somente como salas de

aula com mobiacutelia adequada de faacutecil limpeza e recuperaccedilatildeo permitindo uma faacutecil

retirada dos equipamentos

Por fim formatou-se o PAE sob a forma de um documento definindo-se uma

cota e as condiccedilotildees de acionamento planilhando-se todos os contatos telefones e

atribuiccedilotildees desde o acionamento ateacute o restabelecimento das condiccedilotildees de

normalidade

Esse PAE foi testado e aperfeiccediloado nas duas inundaccedilotildees de outubro de

2015 ainda que tenham sido pequenas inundaccedilotildees

Do relato da direccedilatildeo da escola conclui-se que passar por esses eventos

sabendo previamente o que fazer aleacutem de minimizar danos e prejuiacutezos torna todo o

processo menos traumaacutetico e estressante

92 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se que o PAE deva ser testado analisado e avaliado em

situaccedilatildeo real de emergecircncia de inundaccedilatildeo Tanto o processo como um todo como

os procedimentos em separado devam ser aprimorados corrigindo falhas e

buscando melhorar o desempenho

Periodicamente o PAE deveraacute ser revisto principalmente pela dinacircmica do

comportamento das chuvas e da transformaccedilatildeo urbana bem como introduzir novas

tecnologias ou metodologias

A atualizaccedilatildeo da estrututura organizacional do PAE tambeacutem deve ser

constante por se tratar de um oacutergatildeo puacuteblico em que as atribuiccedilotildees e

179

responsabilidades estatildeo vinculadas a cargos que sofrem com relativa frequecircncia

substituiccedilatildeo nos seus ocupantes Cabe agrave coordenaccedilatildeo geral do PAE natildeo soacute a

atualizaccedilatildeo dos quadros mas tambeacutem o repasse das informaccedilotildees das atribuiccedilotildees e

das responsabilidades

180

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

Os sistemas de informaccedilotildees desenvolvidos neste trabalho visam falicitar o

acesso dos cidadatildeos agrave informaccedilatildeo oficial e qualificada durante todo o evento de

inundaccedilatildeo desde as primeiras informaccedilotildees relacionadas agraves previsotildees durante a

ocorrecircncia da inundaccedilatildeo e apoacutes no periacuteodo de recuperaccedilatildeo e retorno agrave condiccedilatildeo de

normalidade

Foram desenvolvidos os seguintes sistemas

i) Paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho na internet

ii) Grupos de WhatsApp

iii) Paacutegina Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais na Internet

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET

As grandes inundaccedilotildees em especial a grande inundaccedilatildeo de 2014 mostrou

que a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo eacute uma grande ferramenta a ser usada como forma

de minimizar os danos e prejuiacutezos causados por esses eventos

Foi verificada a necessidade de fazer chegar ao cidadatildeos de forma mais

faacutecil e acessiacutevel possiacutevel as informaccedilotildees de previsatildeo do tempo niacutevel dos rios que

possam auxiliar na tomada de decisotildees durante os eventos de cheias

Nesse sentido definiu-se pela criaccedilatildeo de 05 banners FIGURA 106 na

paacutegina inicial da Defesa Civil de Rio Negrinho com os principais links que datildeo

acesso agraves seguintes informaccedilotildees

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

- Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash COPEL

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET(Battistella)

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

A disponibilizaccedilatildeo das informaccedilotildees de niacutevel eacute feita atraveacutes de um link com o

site do CEMADEN Esse niacutevel eacute monitorado no rio Negrinho no local da Ponte do

181

Ipiranga entre as Ruas Martin Zipperer e Roberto Ferreira de Lima no Bairro Alegre

logo a jusante da captaccedilatildeo do SAMAE

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

A previsatildeo das condiccedilotildees do tempo eacute obtida no site wwwforecacom onde

se encontram disponiacuteveis informaccedilotildees das condiccedilotildees do tempo e dados da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica do Aeroporto Afonso Pena em Curitiba- PR

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL

Link com o site da COPEL no qual podem ser acessadas as estaccedilotildees

hidroloacutegicas que monitoram o rio Negro localizadas em Fragosos a montante de Rio

Negrinho e Rio Negro a jusante

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

O link no site da EPAGRICIRAM permite o acesso aos dados e

informaccedilotildees monitoradas nas seguintes estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Rudnick ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Souza ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Foz do Rio Negrinho (FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Ponte do Lageado ndash Rio Negro (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Rio dos Bugres (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio dos Bugres

- Temperatura Instantacircnea do Ar [ordmC]

- Total de chuva acumulada nas uacuteltimas 72 horas 100 [mm]

- Umidade Relativa Instantacircnea []

- Molhamento Foliar

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET (Battistella)

- Temperatura do Ar ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [ordmC]

- Umidade Relativa ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten []

- Ponto de Orvalho ndash Instantacircneo Maacutex e Miacuten [ordmC]

182

- Pressatildeo ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [hPa]

- Velocidade e direccedilatildeo do vento [ms]

- Radiaccedilatildeo Solar [kJmsup2]

- Precipitaccedilatildeo [mm]

FIGURA 106 ndash Paacutegina Defesa Civil de Rio Negrinho ndash Sistema de Monitoramento (Autor 2016)

102 GRUPOS DE WHATSAPP

Como forma de transmitir o mais raacutepido possiacutevel as informaccedilotildees repassadas

pelas Coordenadorias Regionais de Defesa Civil do Estado foram criados dois

grupos de WhatsApp FIGURA 107 que publicam diariamente o mesmo conteuacutedo

Previsatildeo do tempo alertas niacuteveis dos rios cotas de inundaccedilatildeo pontos de

183

alagamento e toda a informaccedilatildeo pertinante para prevenccedilatildeo durante os eventos e

fora deles

Diariamente satildeo publicados boletins de previsatildeo do tempo com informaccedilotildees

do Sistema EPAGRI-CIRAM e do SIMEPAR aleacutem de imagens de sateacutelites e do

Radar Meteoroloacutegico de Lontras A intenccedilatildeo aleacutem da informaccedilatildeo eacute familiarizar o

muniacutecipe que participa dos grupos com essas informaccedilotildees para que o mesmo

comece a fazer automaticamente a associaccedilatildeo entre as imagens a previsatildeo e o que

efetivamente vem a ocorrer Eacute um treiamento diaacuterio e constante

Durante os eventos de inundaccedilatildeo todo o tipo de informaccedilatildeo pertinente

circula pelos grupos desde a troca de informaccedilotildees quanto ao controle do niacutevel do

rio considerando que muitos moradores da margem tecircm reacuteguas de mediccedilatildeo

proacuteprias previsatildeo do tempo pedidos de socorro disponibilizaccedilatildeo de ajuda

seguranccedila compartilhada distritbuiccedilatildeo de alimentos e encaminhamento para

abrigos

184

FIGURA 107 ndash Grupos de WhatsApp ndash Defesa Civil Rio Negrinho (Autor 2017)

185

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS

A paacutegina Desastres Naturais na internet eacute

wwwdesastresnaturaiscombr

Em funccedilatildeo da realizaccedilatildeo de dois cursos de HEC-HMS e HEC-RAS e um

curso de Dam Break no Instituto de Engenharia do Paranaacute ndash IEP com a presenccedila

de profissionais de vaacuterias regiotildees do Brasil e tambeacutem do Paraguai definiu-se pela

criaccedilatildeo de um foacuterum de debates sobre o tema Desastres Naturais

Em parceria com o Departamento de Informaacutetica da Prefeitura do Municiacutepio

de Rio Negrinho e o patrociacutenio de empresas do Municiacutepio de Rio Negrinho iniciamos

a formataccedilatildeo de uma paacutegina e o registro de domiacutenio para a criaccedilatildeo desse foacuterum de

debates

O Desastres Naturais FIGURA 108 eacute uma comunidade (paacutegina em

desenvolvimento) e foacuterum para que profissionais possam interagir em temas

relacionados a todos os tipos de desastres naturais A plataforma digital inclui

diversas ferramentas de gerenciamento de uma comunidade online Eacute possiacutevel

postar projetos duacutevidas ou opiniotildees bem como eacute permitido comentar e votar nas

postagens

Os usuaacuterios podem criar perfis individuais com imagens e informaccedilotildees

baacutesicas Esses perfis tambeacutem oferecem estatiacutesticas do nuacutemero de comentaacuterios e

posts que cada pessoa fez

A plataforma eacute responsiva ou seja os usuaacuterios podem acessar do

computador tablet ou celular Isso possibilita que os usuaacuterios acompanhem e

comentem nas discussotildees de forma raacutepida de qualquer lugar atraveacutes de

dispositivos moacuteveis Aleacutem disso a plataforma utiliza as tecnologias mais modernas

em sua base como WordPress plataforma de gerenciamento de conteuacutedo que

alimenta o foacuterum O mesmo roda sobre tecnologia PHP com banco de dados

MySQL

186

FIGURA 108 ndash Paacutegina do Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais (Autor 2017)

187

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

A responsabilidade do desatre natural relacionado agrave inundaccedilatildeo de aacutereas

urbanas causado pelas ondas de cheias natildeo estaacute na elevaccedilatildeo do niacutevel das aacuteguas

de seus corpos hiacutedricos mas sim na invasatildeo ocupacional do leito maior e planiacutecies

de inundaccedilatildeo inicialmente por pequenas comunidades que ao longo do tempo

foram se desenvolvendo e formando cidades e metroacutepoles

As chuvas frentes frias e quentes rios voadores El Nintildeo La Nintildea satildeo

fenocircmenos da natureza que produzem eventos com os quais precisamos aprender a

conviver Desses eventos as inundaccedilotildees resultam em enormes danos e prejuiacutezos

Da avaliaccedilatildeo financeira conclui-se que os valores envolvidos satildeo de grande

monta e o impacto sobre as cidades atingidas satildeo enormes Qualquer accedilatildeo ou

medida mitigatoacuteria que possa reduzir esses valores deve ser necessariamente

implementada

A implantaccedilatildeo do sistema de monitoramento hidroloacutegico da bacia do rio

Negrinho eacute um dos resultados mais importantes deste trabalho Aleacutem de

disponibilizar informaccedilotildees em tempo real agrave comunidade que permitiratildeo orientar a

tomada de decisotildees durante os eventos de inundaccedilatildeo passou a gerar seacuteries

histoacutericas para futuros e melhores estudos hidroloacutegicos da bacia do rio Negrinho

A nova paacutegina de internet da Defesa Civil de Rio Negrinho desenvolvida a

partir de um dos objetivos deste estudo foi elaborada visando facilitar o acesso do

cidadatildeo comum ao novo sistema de monitoramento do rio Negrinho ao

monitoramento do rio Negro previsatildeo do tempo e aos iacutendices de pluviosidade das

estaccedilotildees da regiatildeo Ela eacute uma ferramenta de concentraccedilatildeo de informaccedilotildees

pertinentes num mesmo local e de facilitaccedilatildeo de acesso

A paacutegina na internet com o site ldquoDesastres Naturaisrdquo ainda em

desenvolvimento objetiva fomentar e divulgar foacuteruns debates e discussotildees de alto

niacutevel entre pesquisadores poreacutem com acesso ao puacuteblico permitindo a interaccedilatildeo

entre estes e aqueles tornando-se uma referecircncia de informaccedilatildeo qualificada

Os grupos de WhatsApp se tornaram uma ferramenta imprescindiacutevel de

comunicaccedilatildeo com a capacidade de levar informaccedilotildees quase que em tempo real a

toda comunidade fazendo com que os usuaacuterios se habituem com os alertas e as

imagens de sateacutelite e de radar meteoroloacutegico e as informaccedilotildees contidas tornando-

188

as capazes de relacionar essas imagens com os eventos de chuvas e ondas de

cheias

As campanhas e os procedimentos para eliminar o lixo e o esgoto dos

nossos rios satildeo importantes tendo sido realizados procedimentos e limpeza do rio

Negrinho O grande desafio poreacutem eacute a conscientizaccedilatildeo de toda populaccedilatildeo gerando

um novo comportamento social de proteccedilatildeo e preservaccedilatildeo do meio ambiente neste

estudo a aacutegua

A simulaccedilatildeo hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para a inundaccedilatildeo de

2014 atraveacutes do HEC-RAS permitiu uma anaacutelise do comportamento hidrodinacircmico

e pode possibilitar simulaccedilotildees de vazotildees maiores que as registradas para prevenccedilatildeo

e ajuste e atualizaccedilatildeo do PAE

O piloto de PAE desenvolvido neste trabalho a partir da experiecircncia

acumulada pelo autor em trecircs grandes inundaccedilotildees apoacutes testado e avaliado deve

ser complementado e atualizado constantemente A ideacuteia do PAE deve ser

propagada Cada edificaccedilatildeo na aacuterea inundaacutevel precisa ter o seu PAE

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS

A recomendaccedilatildeo mais eficaz eacute sair da aacuterea de inundaccedilatildeo Na

impossibilidade ou na opccedilatildeo de natildeo sair eacute preciso adaptar-se e aprender a conviver

com a inundaccedilatildeo

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo

- Implantaccedilatildeo do Plano de Accedilotildees de Emergecircncia no Municiacutepio

- Melhorar o sistema de comunicaccedilatildeo de forma que os muniacutecipes recebam o maacuteximo

de informaccedilatildeo possiacutevel e que seja compreensiva e efetiva O treinamento constante

e a incorporaccedilatildeo como atividade nas escolas devem ser implementados ateacute que se

torne rotina na vida do cidadatildeo

- Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS separados em

grupos por cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no MDT entre as cotas

189

de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de abandono do local e

retirada de pertences

- Obrigatoriedade de que cada imoacutevel que tenha seu piso teacuterreo localizado abaixo da

cota 792 (cota da maacutexima inundaccedilatildeo ocorrida) tenha um Plano de Accedilotildees de

Emergecircncia para Inundaccedilatildeo no qual devem estar definidos todos os procedimentos

de abandono do local e retirada de pertences bem como locais de armazenamento

permanecircncia e forma de transporte

- Recuperaccedilatildeo e limpeza (dragagem) dos rios precedida de campanhas de

conscientizaccedilatildeo para que a comunidade deixe de jogar lixo e esgoto nos rios e

drenagem pluvial

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES

Diante da impossibilidade de relocar uma cidade conviver com as

inundaccedilotildees eacute estar preparado para a certeza de que de tempos em tempos

(periacuteodos de recorrecircncia) as inundaccedilotildees retornaratildeo muito provavelmente com uma

frequecircncia maior

Os materiais uitlizados na reforma das edificaccedilotildees atingidas devem levar

em consideraccedilatildeo esses eventos com relaccedilatildeo a resistecircncia agraves inundaccedilotildees de forma

permitir o retorno a normalidade no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

Moacuteveis e objetos devem ser facilmente manipulaacuteveis e facilmente

transportaacuteveis Locais de armazenamento e veiacuteculos de transporte devem estar preacute-

definidos e disponiacuteveis

Devem ser definidos previamente procedimentos para todas essas

operaccedilotildees Isso tornaraacute a obrigatoriedade de conviver com as inundaccedilotildees menos

dolorosa e minimizaraacute danos e prejuiacutezos

Essas recomendaccedilotildees de alguma forma compotildeem o PAE que deve ser

utilizado pelos ocupantes das edificaccedilotildees abaixo da cota da maacutexima inundaccedilatildeo

ocorrida

190

REFEREcircNCIAS

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2016

197

APEcircNDICES

198

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

199

FIGURA 109 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 01 (Autor 2016)

(a) Estaccedilatildeo Fazenda Souza

(b) Ponte Ipiranga

(c) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(d) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(e) Ponte Cofermaco

(f) Ponte Igreja Matriz

200

FIGURA 110 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 02 (Autor 2016)

(a) Ponte Pecircncil Miner

(b) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(c) Ponte BR-280

(d) rio Serrinha

(e) Casa Ronconi

(f) Prefeitura Velha

201

FIGURA 111 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 03 (Autor 2016)

(a) Casa Riguetto

(b) Lagoa do Boi II

(c) Fundos Degas

(d) Tecircnis Clube

(e) Lagoa do Boi I

(f) Ferrovia

202

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO

203

FIGURA 112 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo SAMAE

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 2

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 3

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 4

204

FIGURA 113 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo e Ponte SAMAE (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 5

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 6

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 2

205

FIGURA 114 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 6

206

FIGURA 115 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante II e III (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante II 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante II 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 7

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 8

207

FIGURA 116 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante III e Helmuth Krambeck (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 9

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 1

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 2

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 3

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 4

208

FIGURA 117 ndashSeccedilotildees Transversais Ferrovia Ponte Evaristo e Incopisa (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 1

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 1

209

FIGURA 118 ndashSeccedilotildees Transversais Incopisa e Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 3

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

210

FIGURA 119 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Col Satildeo Joseacute e Seka (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 6

Seccedilatildeo Transversal Seka 1

Seccedilatildeo Transversal Seka 2

Seccedilatildeo Transversal Seka 3

211

FIGURA 120 ndashSeccedilotildees Transversais Seka Fundos e Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Seka 4

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 4

212

FIGURA 121 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 4

213

FIGURA 122 ndashSeccedilotildees Transversais ACIRNE e Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 1

o Transversal ACIRNE 2

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 3

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 1

214

FIGURA 123 ndashSeccedilotildees Transversais Pontes Igreja Matriz e Pecircncil Miner (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 2

215

FIGURA 124 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Pecircncil Miner e Casa Ronconi (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 5

216

FIGURA 125 ndashSeccedilotildees Transversais Casa Ronconi e Prefeitura Velha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 1

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 2

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 3

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 5

217

FIGURA 126 ndashSeccedilotildees Transversais Prefeitura Velha Casa Riguetto e Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 7

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 1

218

FIGURA 127 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Gibaco ndash Arte Caseira e Lagoa do Boi I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 5

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 7

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 1

219

FIGURA 128 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi I e II (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 4

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 1

220

FIGURA 129 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi II e Degas (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 4

Seccedilatildeo Transversal Degas 1

Seccedilatildeo Transversal Degas 2

221

FIGURA 130 ndashSeccedilotildees Transversais Degas e rio Serrinha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Degas 3

Seccedilatildeo Transversal Degas 4

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 1

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 2

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 3

222

FIGURA 131 ndashSeccedilotildees Transversais rio Serrinha e Ponte Rodovia BR-280 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 4

223

FIGURA 132 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 1 a 4 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 1

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 2

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 3

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 4

224

FIGURA 133 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 5 e 6 e Montante Foz Rio Nergrinho 1 e 2

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 5

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 6

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 1

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 2

225

FIGURA 134 ndashSeccedilotildees Transversais Montante Foz Rio Nergrinho 3 a 6 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 3

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 4

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 5

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 6

226

FIGURA 135 ndashSeccedilotildees Transversais Rio Negro ndash Ponte Lageado - Estaccedilatildeo Monitoramento 2083 ndash 1 a 5

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 1

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 2

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 3

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 4

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 5

227

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO

228

FIGURA 136 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria dorio Negrinho - I

(Autor 2016)

(a) Ponte Cofermaco

(b) Ponte Igreja Matriz

(c) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(d) Ponte BR-280

(e) Rua Helmuth Krambeck

(f) Fundos Musical - Incopisa

FIGURA 137 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria do rio Negrinho - II

229

(Autor 2016)

(b) Lagoa do Boi II

(b) Ponte SAMAE Jusante II

(c) Rua Hekmuth Krambeck

(d) Coacuterrego Rua Jorge Lacerda

(e) Ferrovia

(f) Rua Ponte SAMAE Jusante I

230

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO

IV 1 LEVANTAMENTO DE OBRAS CIVIS

Todas as obras civis que estatildeo na planiacutecie de inundaccedilatildeo e todas as outras

fora dela que afetam a impermeabilizaccedilatildeo do solo interferem no ciclo hidroloacutegico e

no comportamento dos rios satildeo importantes para o problema de inundaccedilotildees em

estudo O estudo considerou as pontes que tecircm uma influecircncia mais direta em

especial aquelas que reduzem agrave seccedilatildeo transversal dos rios

IV11 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das plantas dos perfis longitudinais e das seccedilotildees

transversais das pontes no trecho do Rio Negrinho foi realizada a seguinte

atividade mediccedilatildeo com trena Laser Leica e trena de matildeo nas semanas

compreendendo os dias 05 a 16 de setembro de 2016

Todas as partes que compotildeem cada uma das 08(oito) pontes levantadas foi

medida e representada graficamente em escala observando-se os vatildeos e vazios de

forma a traduzir a realidade o mais fidedignamente possiacutevel

IV12 Levantamento e Desenho em AutoCad das Obras Civis

As plantas baixas os perfis longitudinais das pontes e do terreno com as seccedilotildees

transversais dos rios bem como as seccedilotildees transversais das pontes foram

desenhadas em escala em AutoCAD FIGURA 138 a FIGURA 161

231

FIGURA 138 ndashPlanta Baixa Ponte Ipiranga

(Autor 2016)

232

FIGURA 139 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

233

FIGURA 140 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

234

FIGURA 141 ndashPlanta Baixa Ponte Evaristo (Autor 2016)

235

FIGURA 142 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Evaristo (Autor 2016)

236

FIGURA 143 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo (Autor 2016)

237

FIGURA 144 ndashPlanta Baixa Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

238

FIGURA 145 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

239

FIGURA 146 ndashSeccedilatildeoTransversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

240

FIGURA 147 ndashPlanta Baixa Ponte Cofermaco (Autor 2016)

241

FIGURA 148 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

242

FIGURA 149 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

243

FIGURA 150 ndashPlanta Baixa Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

244

FIGURA 151 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

245

FIGURA 152 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

246

FIGURA 153 ndashPlanta Baixa Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

I

247

FIGURA 154 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

248

FIGURA 155 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

249

FIGURA 156 ndashPlanta Baixa Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

250

FIGURA 157 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

251

FIGURA 158 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

252

FIGURA 159 ndashPlanta Baixa Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

253

FIGURA 160 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

254

FIGURA 161 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

255

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES

DE UMA INUNDACcedilAtildeO

Avaliaccedilatildeo financeira com o levantamento dos prejuiacutezos decorrentes de uma

inundaccedilatildeo tendo por referecircncia a inundaccedilatildeo de 2014

V1 METODOLOGIA DE AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA

O levantamento baseia-se na metodologia e formulaacuterios definidos pelo

SISTEMA NACIONAL DE PROTECcedilAtildeO E DEFESA CIVIL - SINPDEC utilizada para

o preenchimento do FIDE ndash Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre (ANEXO I)

elaborado no periacuteodo poacutes inundaccedilatildeo de 2014

Durante um evento todos dos danos e prejuiacutezos sejam eles privados ou

puacuteblicos devem ser registrados No caso dos prejuiacutezos puacuteblicos cada secretaria

municipal efetua os levantamento em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Tudo o que ocorre com

as escolas por exemplo desde as escolas efetivamente atingidas pela inundaccedilatildeo e

os prejuiacutezos decorrentes assim como as escolas utilizadas como abrigos e os

custos dessa operaccedilatildeo satildeo relacionados quantificados e orccedilados pela Secretaria

Municipal de Educaccedilatildeo

A Secretaria Municipal de Sauacutede da mesma forma relaciona quantifica e

orccedila todos os atendimentos que natildeo fazem parte das atividades consideradas

normais mas sim as decorrentes do evento inundaccedilatildeo como atendimentos

emergenciais montagem de postos em regiotildees isoladas com atendimento especial

aquisiccedilatildeo de medicamentos para o atendimento de doenccedilas associadas agraves

inundaccedilotildees

Cabe agrave Secretaria Municipal de Assistecircncia Social com o apoio do corpo

teacutecnico da Secretaria Muncipal de Planejamento e Meio Ambiente aleacutem dos teacutecnicos

da Defesa Civil o cadastramento o levantamento a quantificaccedilatildeo e o orccedilamento

dos danos e prejuiacutezos ocorridos nas edificaccedilotildees residenciais dos muniacutecipes

No interior os prejuiacutezos decorrentes de prolongados periacuteodos de chuva

associados agraves inundaccedilotildees que danificam estradas e acessos bem como pontes e

bueiros danificados ou arrancados pela forccedila das aacuteguas satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pela Secretaria Municipal de Agricultura No caso de Rio

256

NegrinhoSC para a elaboraccedilatildeo desses levantamentos conta-se ainda com o apoio

da Subprefeitura do Distrito de Volta Grande

No caso da Secretaria Municipal de Industria e Comeacutercio os levantamentos

recaem sobre a iniciativa privada em especial sobre as edificaccedilotildees industriais e

comerciais atingidas Nessa tarefa deve contar com o apoio e a avaliaccedilatildeo da

ACIRNE ndash Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho e o CDL ndash Clube de

Diretores Logistas de Rio Negrinho

A Secretaria Municipal de Infraestrutura executa essa tarefa na aacuterea urbana

do muniacuteciacutepio verificando os prejuiacutezos no sistema viaacuterio drenagens pluviais coleta

de lixo manutenccedilatildeo de parques e jardins

Os valores decorrentes dos danos causados ao sistema de abastecimento

de aacutegua e ao sistema de coleta e tratamento de esgotos satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pelo SAMAE autarquia municipal responsaacutevel pela

operaccedilatildeo desses sistemas Da mesma forma no que se refere ao fornecimento de

energia eleacutetrica pela CELESC escritoacuterio de Rio Negrinho

Agrave Secretaria Municipal de Financcedilas cabe a disponibilizaccedilatildeo dos recursos e

das dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias especiacuteficas para o enfrentamento desses prejuiacutesos

A tabulaccedilatildeo final cabe a Secretaria Municipal de Planejamento e Meio

Ambiente bem como a Coordenaccedilatildeo da Defesa Civil que faz os devidos relatoacuterios

entre eles o FIDE e os encaminhamentos para os oacutergatildeo estaduais e federais tanto

como justificativa para a obtenccedilatildeo de recursos como prestaccedilatildeo de contas aleacutem

disponibilizaccedilatildeo dessas informaccedilotildees a imprensa e ao puacuteblico em geral seguindo a

legislaccedilatildeo vigente e o princiacutepio da transparecircncia

V2 RESULTADOS

Os resultados do levantamento dos prejuiacutezos da inundaccedilatildeo de junho de

2014 FIGURA 14 estatildeo apresentados na Tabela 8 O montante do prejuiacutezo

causado por uma uacutenica inundaccedilatildeo eacute da ordem de 98 milhotildees de reais Cabe

ressaltar que primeiro satildeo valores estimados e segundo natildeo foram atualizados

desde o ano de 2014

257

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 (AUTOR 2017)

Danos Materiais Valores em R$

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Sauacutede 000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Ensino 22320000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas Prestadoras de Outros Serviccedilos 86000000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Uso Comunitaacuterio 33200000

Unidades Habitacionais 1870000000

Obras de Infra-Estrutura Puacuteblica 1430000000

Sub-total 3441520000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblico e Privados Serviccedilos Puacuteblicos Essenciais Prejudicados

Assistecircncia Meacutedica Sauacutede Puacuteblica e Atendimento de Emergecircncias Meacutedicas

12000000

Abastecimento de Aacutegua Potaacutevel 38000000

Esgoto de Aacuteguas Pluviais e Sistema de Esgotos Sanitaacuterios 55000000

Sub-total 105000000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

Sistema de Limpeza Urbana e de Recolhimento e destinaccedilatildeo de Lixo

90750000

Sistema de desinfestaccedilatildeo e e Desinfecccedilatildeo do Habitat e de Controle de Pragas e Vetores

15000000

Geraccedilatildeo e Distribuiccedilatildeo de Energia Eleacutetrica 45000000

Telecomunicaccedilotildees 10000000

Transportes Locais Regionais e de Longo Curso 1428000000

Distribuiccedilatildeo de Combustiacuteveis especialmente os de Uso Domeacutestico

000

Seguranccedila Puacuteblica 4500000

Ensino 44640000

Sub-total 1742890000

Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Agricultura 6000000

Pecuaacuteria 52200000

Induacutestria 1400000000

Serviccedilos e Comeacutercio 3080000000

Sub-total 4538200000

Valor Total de Prejuiacutezos referentes a Inundaccedilatildeo de 2014 9827610000

Obs Conforme Realatoacuterio FIDE ndash ANEXO I

V3 DESCRICcedilAtildeO DOS DANOS MATERIAIS

Entre as obras de infraestrutura danificadas muitas pontes tiveram

problemas Na aacuterea urbana 9 delas precisaram de reforccedilos especialmente nas

258

cabeceiras Na aacuterea rural 5 pontes foram totalmente destruiacutedas e quatro precisaram

de reparos

Das vias urbanas 3 foram destruiacutedas com deslizamentos e 119 foram

parcialmente danificadas aleacutem de canteiros de ajardinamento que tambeacutem foram

danificados Com relaccedilatildeo a vias rurais 22 tiveram que ser recuperadas

Para a avaliaccedilatildeo das unidade habitacionais destruiacutedas fez-se uma

estimativa de R$-4500000 (unidade padratildeo social) para reconstruccedilatildeo por unidade e

para unidades habitacionais danificadas R$-1000000 para reparos por unidade

Em unidades de ensino ocorreu um deslizamento com necessidade de

reparos no sistema de tratamento de esgotamento sanitaacuterio com valor estimado em

R$-4000000

Para materiais de consumo estoques diversos e mobiliaacuterio danificados

foram estimados um valor de R$-18320000

O Aterro Sanitaacuterio Municipal foi danificado pelo rompimento de tubulaccedilatildeo de

drenagem problemas nos volumes de cobertura de resiacuteduos criando dificuldades

para acessar as ceacutelulas aleacutem de danificar a zona de raiacutezes que teve que ser refeita

V31 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

O sistema de distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica teve prejuiacutezos da ordem de R$-

45000000 com a substituiccedilatildeo de medidores e recuperaccedilatildeo de padrotildees de entrada

de energia nas edificaccedilotildees que ficaram sob as aacuteguas A recuperaccedilatildeo das redes de

distribuiccedilatildeo de energia incluiacutedos aiacute a substituiccedilatildeo de transformadores somaram

prejuiacutedos no valor de R$-38000000

O sistema de transportes locais regionais e e de longo curso foi totalmente

prejudicado Os valores estimados somaram R$-380000000 sendo que somente a

reconstruccedilatildeo de uma ponte consumiu R$-120000000 Outras 3 pontes rurais que

tiveram a sua estrutura comprometida tiveram a sua recuperaccedilatildeo avaliada em R$-

145000000 As 9 pontes urbanas considerando recuperaccedilatildeo de estruturas

cabeceiras e vias de acesso foram orccediladas em R$-95000000

A estimativa de recuperaccedilatildeo de vias urbanas ficou em R$-500000000

enquanto a recuperaccedilatildeo de vias rurais em sua maioria estradas de chatildeo foi orccedilada

em 308000000

259

A distribuiccedilatildeo de combustiacuteveis especialmente os de uso domeacutestico GLP

natildeo tiveram dados contabilizados

V32 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Na agricultura a destruiccedilatildeo no cultivo de hortaliccedilas e alteraccedilatildeo na

expectativa de produccedilatildeo foram significativas Da mesma forma na pecuaacuteria

especialmente com a destruiccedilatildeo de granjas e perda de produccedilatildeo animal e derivados

As induacutestrias que foram atingidas diretamente sofreram com a perda de

maquinaacuterio mateacuteria-prima produccedilatildeo e estoques nun total avaliado em R$-

1400000000

No sertor de serviccedilos as perdas em equipamentos e mobiliaacuterio atingiram os

valores estimados de R$- 770000000 Da mesma forma o comeacutercio duramente

atingido na aacuterea central da cidade teve perdas em equipamentos mobiliaacuterio e

estoques estimados em R$-2310000000

V4 CONCLUSOtildeES

Os prejuiacutezos acumulados no evento de junho de 2014 satildeo elevados e os

recursos repassados pela Uniatildeo e o Estado ao municiacutepio para a recuperaccedilatildeo e

reconstruccedilatildeo causados pela inundaccedilatildeo natildeo chegaram a 5 do total o que fez com

que o municiacutepio tivesse enormes dificuldades para restabelecer a normalidade e

essa condiccedilatildeo somente foi atingida depois de um longo periacuteodo Uma ponte sobre o

rio Preto na localidade de Posto Castilho que foi levada pelas aacuteguas somente

agora foi concluiacuteda

Assim todas as accedilotildees que puderem ser feitas no sentido de prever

minimizar e mitigar danos e prejuiacutezos devem ser implementadas

260

ANEXOS

261

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE - INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014

262

FIGURA 162 ndashFormulaacuterio FIDE-19 2014 (Autor 2016)

263

FIGURA 163 ndashFormulaacuterio FIDE-29 2014 (Autor 2016)

264

FIGURA 164 ndashFormulaacuterio FIDE-39 2014 (Autor 2016)

265

FIGURA 165 ndashFormulaacuterio FIDE-49 2014 (Autor 2016)

266

FIGURA 166 ndashFormulaacuterio FIDE-59 2014 (Autor 2016)

267

FIGURA 167 ndashFormulaacuterio FIDE-69 2014 (Autor 2016)

268

FIGURA 168 ndashFormulaacuterio FIDE-79 2014 (Autor 2016)

269

FIGURA 169 ndashFormulaacuterio FIDE-89 2014 (Autor 2016)

270

FIGURA 170 ndashFormulaacuterio FIDE-99 2014 (Autor 2016)

Page 6: METODOLOGIA PARA MITIGAÇÃO DE PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO …

Ao Ten Marcelo Pereira ndash Comandante do Corpo Bombeiros de Rio Negrinho

ndash SC pelo apoio e auxilio recebido da Corporaccedilatildeo de Bombeiros de Rio Negrinho

nos levantamentos em campo e na implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas

priorizando a seguranccedila dos teacutecnicos e pesquisadores

Ao Eng Sanitarista Hugo Rodolfo Binder ndash Diretor SAMAE de Rio Negrinho

pela disponibilizaccedilatildeo de teacutecnicos e equipamentos para a instalaccedilatildeo das estaccedilotildees

hidroloacutegicas

A equipe do Sistema EPAGRICIRAM representados pelo Eng Agrocircnomo

MSc Carlos Alberto Rochenbach e pelo Eng Agrocircnomo Dr Hamilton Justino Vieira

parceiros no projeto de implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas e nas tratativas junto

ao Departamento de Recursos Hiacutedricos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento

Sustentaacutevel para a obtenccedilatildeo por empreacutestimo do ecobatiacutemetro

A equipe da Murara Engenharia Ltda Eng Florestal Joatildeo Vitor Daufembach

Matias e o Eng Florestal MSc Mauro Murara Junior pelo apoio e dedicaccedilatildeo no

Georreferenciamento e nivelamento das seccedilotildees transversais

A Profordf de Liacutengua Portuguesa Ana Maria Ricobom Costa ndash Revisora deste

trabalho

Ao meu amigo e colega de Departamento de Engenharia Tec Agrimensura

Joseacute Germano Schauer (in memorian) ndash SEPLANPMRN que muito me auxiliou nos

levantamentos em campo e que nos deixou prematuramente durante a fase de

conclusatildeo deste trabalho

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar os problemas das inundaccedilotildees da cidade de Rio NegrinhoSC buscando meios de preveniacute-los e mitigaacute-los Nesse contexto foram efetuados levantamentos das caracteriacutesticas geograacuteficas abordando a hidrografia o clima a geologia a pedologia o relevo e a vegetaccedilatildeo desse municiacutepio com ecircnfase na bacia hidrograacutefica do rio que tem o mesmo nome da cidade Os fenocircmenos da natureza e as seacuteries histoacutericas de dados hidrometeoroloacutegicos foram estudados constatando-se a necessidade da implantaccedilatildeo de uma nova rede de monitoramento hidroloacutegico de chuva e vazatildeo para auxiliar na identificaccedilatildeo das inundaccedilotildees bem como na implementaccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos e hidrodinacircmicos Essa rede foi efetivada com a implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas Associadas a essas informaccedilotildees elaborou-se um modelo digital do terreno da regiatildeo objeto de estudo com base em levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela Prefeitura Municipal e tambeacutem no levantamento topobatimeacutetrico do rio Negrinho e rio Serrinha realizado neste estudo Verificou-se a accedilatildeo antroacutepica decorrente do processo de impermeabilizaccedilatildeo causada pela urbanizaccedilatildeo que interfere no funcionamento do sistema de drenagem natural Tambeacutem verificou-se que as obras civis pontes e bueiros mal dimensionados interferem no fluxo dos rios Mediante vistoria do corpo hiacutedrico observou-se lanccedilamentos indevidos de resiacuteduos soacutelidos e liacutequidose por consequecircncia a necessidade de conscientizaccedilatildeo da comunidade resultando num procedimento e accedilatildeo pontual de limpeza do rio Aleacutem disso efetuou-se o levantamento dos prejuiacutezos financeiros com base na uacuteltima grande inundaccedilatildeo de 2014 que serviu de paracircmetro para justificar a importacircncia do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia As inundaccedilotildees causam desastres naturais devido a ocupaccedilatildeo inadequada da planiacutecie de inundaccedilatildeo e do leito maior do rio pela comunidade Este estudo busca atraveacutes de anaacutelise a avaliaccedilatildeo dos eventos passados minimizar perdas e prejuiacutezos em futuros eventos que certamente iratildeo ocorrer considerando que a remoccedilatildeo dos ocupantes das aacutereas atingidas eacute inviaacutevel sob o ponto de vista financeiro e emocional da populaccedilatildeo Palavras-Chave Inundaccedilatildeo Desastre Natural Hidrologia Hidrodinacircmica Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

ABSTRACT

This work has as purpose to study the problems of floods in the city of Rio Negrinho looking for ways to prevent or mitigate them In this way were made geographical characteristics surveys describing about hydrography climate geology type of soil hypsometry and vegetation of these region with emphasis in the watershed of the river that takes the name of the city The natural phenomena and the historical series of hydrometeorological data were studied where it was verified the necessity of the implantation of a new network of hydrological monitoring of rain and discharge to assist in the identification of the floods as well as in the implementation of hydrological and hydrodynamic models This network was effected with the implementation of five new hydrological stations In addition with this stations a digital model of the land of the studied region was elaborated based on aerial photogrammetric survey carried out by the City Hall and also on the topobatimetry survey of the rivers Rio Negrinho and Serrinha conducted in this study The anthropic action was verified due to the waterproofing process caused by the urbanization which interferes with the operation of the natural drainage system It has also been found that civil works bridges and drains poorly dimensioned interfere with the floods rivers Through an inspection of the rivers it was verified the existence of solid and liquid waste discharge and consequently it was verified of needs for a community awareness resulting in a punctual procedure and action to clean the river In addition financial losses were calculated based on the last great flood of 2014 which served as a parameter to justify the importance of the Emergency Action Plan Floods cause natural disasters due to inadequate occupation of the floodplain and the larger riverbed by the community This study seeks to analyze and evaluate the past events to minimize loss and damage in future events that will occur certainly considering that the removal of the people of the affected areas is not possible from the financial and emotional point of views of the population Keywords Flood Natural Disaster Hydrology Hydrodynamics Emergency Action Plan

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash ESTRUTURA DO TRABALHO 31

FIGURA 2 ndash REPRESENTACcedilAtildeO GRAacuteFICA FENOcircMENO DOS RIOS VOADORES 37

FIGURA 3 ndash EL NINtildeO EM ATIVIDADE 39

FIGURA 4 - OCUPACcedilAtildeO INDEVIDA DA MARGEM DOS RIOS 42

FIGURA 5 ndash MODELACcedilAtildeO HIDRAacuteULICA HEC-RAS 50

FIGURA 6 ndash MANCHA DE INUNDACcedilAtildeO OBSERVADA (MO) E SIMULADA (MS)

PARA 1995 NA FASE DE CALIBRACcedilAtildeO DO HEC-RAS DA BACIA

HIDROGRAacuteFICA DO CAMPUS DA UFSC 52

FIGURA 7 - MUDANCcedilA RELATIVA EM DAS VAZOtildeES SIMULADAS PARA O

PERIacuteODO 1971-2000 COM BASE NOS DADOS DE 1900-1970 (A) E

PARA O PERIacuteODO 2041-2060 COM BASE NOS DADOS DE 1900-

1998 (B) BASEADO EM CENAacuteRIOS CONSTRUIacuteDOS PELO IPCC

(PAINEL INTERNACIONAL DE MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS) 56

FIGURA 8 ndash TELA ILUSTRATIVA DO DELFT3D FLEXIBLE MESH

SUITE (DELFT3D FM) 58

FIGURA 9 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO EM 1983 ndash VISTA HOTEL

POUSADA JOAtildeO DE BARRO 62

FIGURA 10 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1983 ndash VISTA DA RUA

JORGE ZIPPERER E DA IGREJA MATRIZ 62

FIGURA 11 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA RUA

SAtildeO PAULO 63

FIGURA 12 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA

ANTIGA CAcircMARA DE VEREADORES 63

FIGURA 13 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 64

FIGURA 14 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 65

FIGURA 15 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (C)

RUA JORGE ZIPPERER (B) (D) E (E) RUA SENADOR NEREU

RAMOS (F) RUA CARLOS WEBER 67

FIGURA 16 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (F)

RUA SENADOR NEREU RAMOS (B) E (D) RUA CARLOS WEBER

(C) RUA LUIZ SCHOLZ (E) RUA JORGE ZIPPERER 68

FIGURA 17 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) (B)

(D) E (F) RUA SENADOR NEREU RAMOS (C) RUA CARLOS

RUCKL (E) TRAVESSA EUGEcircNIO FERREIRA DE LIMA 69

FIGURA 18 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO RIO NEGRINHO (A)

NO ESTADO DE SANTA CATARINA (B) NOS MUNICIacutePIOS DE RIO

NEGRINHO E SAtildeO BENTO DO SUL (HACHURADO) E (C)

AFLUENTES DO RIO NEGRINHO 72

FIGURA 19 ndash SUBBACIAS DO RIO NEGRINHO 73

FIGURA 20 ndash MAPA GEOLOacuteGICO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 75

FIGURA 21 ndash (A) FORMACcedilAtildeO DE SOLOS E (B) PERFIL DE SOLO 76

FIGURA 22 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO NEGRINHO 77

FIGURA 23 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO DOS BUGRES 77

FIGURA 24 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO SERRINHA 78

FIGURA 25 ndash DECLIVIDADES NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 80

FIGURA 26 ndash HIPSOMETRIA NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 81

FIGURA 27 ndash DECLIVIDADES NO PERIacuteMETRO URBANO 82

FIGURA 28 ndash HIPSOMETRIA NO PERIacuteMETRO URBANO 83

FIGURA 29 ndash MODELO DIGITAL DE TERRENO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 85

FIGURA 30 ndash COBERTURA VEGETAL DA BACIA DO RIO NEGRINHO 87

FIGURA 31 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS NA BACIA DO

RIO NEGRINHO 90

FIGURA 32 ndash LOCALIZACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES TELEMEacuteTRICAS REGIAtildeO DA BACIA

DO RIO NEGRINHO 91

FIGURA 33 ndash ESTACcedilOtildeES DE MONITORAMENTO 92

FIGURA 34 ndash ESTACcedilAtildeO CORREDEIRAS (02649055) 95

FIGURA 35 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN (421500009H) 96

FIGURA 36 ndash ESTACcedilAtildeO FRAGOSOS (02649073) 98

FIGURA 37 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRO (02649074) 100

FIGURA 38 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHOBATTISTELLA (A862) 102

FIGURA 39 ndash ESTACcedilAtildeO LAPA (25474946) 104

FIGURA 40 ndash IMAGEM DE PRECIPITACcedilAtildeO DO SATEacuteLITE GOES 13 PARA A

REGIAtildeO SUL DO BRASIL NOS DIAS 7 (A) 8 (B) E 9 (C) DE JUNHO

DE 2014 105

FIGURA 41 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN - COTA (421500009H) 106

FIGURA 42 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 43 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 44 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE 2010 108

FIGURA 45 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE EM JUNHO DE 2014 108

FIGURA 46 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 47 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 48 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL

(1982-1984) 110

FIGURA 49 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 50 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 51 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO DE MAIO A

JULHO DE 2014 112

FIGURA 52 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE DE SETEMBRO DE 2009 A JUNHO DE 2010 113

FIGURA 53 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM MMDIA 114

FIGURA 54 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM Msup3S 115

FIGURA 55 ndash ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS ndash 03 E RIO NEGRO ndash 4ordf BACIAS

HIDROGRAacuteFICAS 116

FIGURA 56 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS VAZOtildeES DO RIO NEGRINHO 117

FIGURA 57 ndash VAZOtildeES DO RIO NEGRO A MONTANTE E A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 58 ndash VAZAtildeO ESTIMADA PARA O RIO NEGRO A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 59 ndash VAZOtildeES INCREMENTAIS NO RIO NEGRINHO E NO RIO NEGRO120

FIGURA 60 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

AUTOMAacuteTICAS 125

FIGURA 61 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2080 FAZENDA RUDNICK 127

FIGURA 62 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2079 FAZENDA SOUZA 127

FIGURA 63 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2081 RIO DOS BUGRES 128

FIGURA 64 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2083 PONTE DO LAGEADO 128

FIGURA 65 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2084 FOZ DO RIO NEGRINHO 129

FIGURA 66 ndash NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS E EM OPERACcedilAtildeO 129

FIGURA 67 ndash MAPA LOCALIZACcedilAtildeO NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS 130

FIGURA 68 ndash APRESENTACcedilAtildeO DO NOVO SISTEMA DE ESTACcedilOtildeES

HIDROLOacuteGICAS PARA UMA SALA DE SEGUNDO GRAU DO

COLEacuteGIO CENECISTA SAtildeO JOSEacute 131

FIGURA 69 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2079 ndash FAZENDA SOUZA 132

FIGURA 70 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2080 ndash FAZENDA RUDNICK 132

FIGURA 71 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2081 ndash RIO DOS BUGRES 133

FIGURA 72 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2083 ndash PONTE DO LAGEADO 133

FIGURA 73 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JANEIRO DE 2016 134

FIGURA 74 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM FEVEREIRO DE 2016 134

FIGURA 75 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MARCcedilO DE 2016 135

FIGURA 76 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM ABRIL DE 2016 135

FIGURA 77 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MAIO DE 2016 136

FIGURA 78 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JUNHO DE 2016 136

FIGURA 79 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JULHO DE 2016 137

FIGURA 80 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM AGOSTO DE 2016 137

FIGURA 81 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM SETEMBRO DE 2016 138

FIGURA 82 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM OUTUBRO DE 2016 138

FIGURA 83 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM NOVEMBRO DE 2016 139

FIGURA 84 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM DEZEMBRO DE 2016 139

FIGURA 85 ndash BATIMETRIA ADCP M-9 142

FIGURA 86 ndash RESULTADO DATOPOBATIMETRIA - SECcedilAtildeO TRANSVERSAL

PONTE COFERMACO 143

FIGURA 87 ndash GEORREFERENCIAMENTO E LEVANTAMENTO ALTIMEacuteTRICO

PONTE COFERMACO 144

FIGURA 88 ndash MAPA DE DOMIacuteNIOS DAS SECcedilOtildeES TOPOBATIMEacuteTRICAS 146

FIGURA 89 ndash MODELO DIGITAL DO TERRENO - MDT 147

FIGURA 90 ndash RESULTADO SIMULACcedilAtildeO REC-HAS 149

FIGURA 91 ndash LIXO NO RIO NEGRINHO (A) (B) E (C) FUNDOS DO COLEacuteGIO

SAtildeO JOSEacute ndash MARGEM ESQUERDA E EMPRESA

TRANSPORTADORA SEKA ndash MARGEM DIREITA (D) RESULTADO

DE CAMPANHA DE COLETA DE LIXO NO RIO NEGRINHO 153

FIGURA 92 ndash CAMPANHA DE LIMPEZA DO RIO NEGRINHO 154

FIGURA 93 ndash LIGACcedilOtildeES ESGOTO NO RIO NEGRINHO E NA DRENAGEM

PLUVIAL 156

FIGURA 94 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE 159

FIGURA 95 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 781 161

FIGURA 96 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 784 162

FIGURA 97 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 787 163

FIGURA 98 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 790 164

FIGURA 99 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 792 165

FIGURA 100 ndash SOBREPOSICcedilAtildeO DOS PERIacuteMETROS DAS MANCHAS DE

INUNDACcedilAtildeO COTAS 787 (CIANO) 790M (AZUL CLARO) E 792M

(AZUL ESCURO) 166

FIGURA 101 ndash DETALHE AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO

NEGRINHO 167

FIGURA 102 ndash AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO NEGRINHO168

FIGURA 103 ndash ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA A

EMERGEcircNCIAS EM FEVEREIRO DE 2017 170

FIGURA 104 ndash FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO DO PAE 174

FIGURA 105 ndash ESTRANGULAMENTO PONTE IGREJA MATRIZ ndash REDUCcedilAtildeO NA

LARGURA DA SECcedilAtildeO TRANSVERSAL DO RIO DE 1685M PARA

990M DA PONTE 177

FIGURA 106 ndash PAacuteGINA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO ndash SISTEMA DE

MONITORAMENTO 182

FIGURA 107 ndash GRUPOS DE WHATSAPP ndash DEFESA CIVIL RIO NEGRINHO 184

FIGURA 108 ndash PAacuteGINA DO FOacuteRUM DE DEBATES ndash DESASTRES NATURAIS 186

FIGURA 109 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 01 199

FIGURA 110 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 02 200

FIGURA 111 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 03 201

FIGURA 112 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO SAMAE 203

FIGURA 113 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO E PONTE SAMAE 204

FIGURA 114 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE I 205

FIGURA 115 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE II E III 206

FIGURA 116 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE III E

HELMUTH KRAMBECK 207

FIGURA 117 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS FERROVIA PONTE EVARISTO E

INCOPISA 208

FIGURA 118 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS INCOPISA E PONTE COLEacuteGIO SAtildeO

JOSEacute 209

FIGURA 119 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COL SAtildeO JOSEacute E SEKA 210

FIGURA 120 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS SEKA FUNDOS E PONTE

COFERMACO 211

FIGURA 121 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COFERMACO 212

FIGURA 122 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS ACIRNE E PONTE IGREJA MATRIZ 213

FIGURA 123 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTES IGREJA MATRIZ E PEcircNCIL

MINER 214

FIGURA 124 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE PEcircNCIL MINER E CASA

RONCONI 215

FIGURA 125 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CASA RONCONI E PREFEITURA

VELHA 216

FIGURA 126 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PREFEITURA VELHA CASA

RIGUETTO E PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 217

FIGURA 127 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA E

LAGOA DO BOI I 218

FIGURA 128 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI I E II 219

FIGURA 129 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI II E DEGAS 220

FIGURA 130 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DEGAS E RIO SERRINHA 221

FIGURA 131 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO SERRINHA E PONTE RODOVIA BR-

280 222

FIGURA 132 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 1 A 4 223

FIGURA 133 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 5 E 6 E MONTANTE FOZ

RIO NERGRINHO 1 E 2 224

FIGURA 134 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS MONTANTE FOZ RIO NERGRINHO 3 A

6 225

FIGURA 135 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO NEGRO ndash PONTE LAGEADO -

ESTACcedilAtildeO MONITORAMENTO 2083 ndash 1 A 5 226

FIGURA 136 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DORIO NEGRINHO - I 228

FIGURA 137 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO - II 228

FIGURA 138 ndashPLANTA BAIXA PONTE IPIRANGA 231

FIGURA 139 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IPIRANGA 232

FIGURA 140 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IPIRANGA 233

FIGURA 141 ndashPLANTA BAIXA PONTE EVARISTO 234

FIGURA 142 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE EVARISTO 235

FIGURA 143 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE EVARISTO 236

FIGURA 144 ndashPLANTA BAIXA PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 237

FIGURA 145 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 238

FIGURA 146 ndashSECcedilAtildeOTRANSVERSAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 239

FIGURA 147 ndashPLANTA BAIXA PONTE COFERMACO 240

FIGURA 148 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COFERMACO 241

FIGURA 149 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE COFERMACO 242

FIGURA 150 ndashPLANTA BAIXA PONTE IGREJA MATRIZ 243

FIGURA 151 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IGREJA MATRIZ 244

FIGURA 152 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IGREJA MATRIZ 245

FIGURA 153 ndashPLANTA BAIXA PONTE PEcircNCIL MINER 246

FIGURA 154 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE PEcircNCIL MINER 247

FIGURA 155 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE PEcircNCIL MINER 248

FIGURA 156 ndashPLANTA BAIXA PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 249

FIGURA 157 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 250

FIGURA 158 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 251

FIGURA 159 ndashPLANTA BAIXA PONTE RODOVIA BR 280 252

FIGURA 160 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE RODOVIA BR 280 253

FIGURA 161 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE RODOVIA BR 280 254

FIGURA 162 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-19 2014 262

FIGURA 163 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-29 2014 263

FIGURA 164 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-39 2014 264

FIGURA 165 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-49 2014 265

FIGURA 166 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-59 2014 266

FIGURA 167 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-69 2014 267

FIGURA 168 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-79 2014 268

FIGURA 169 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-89 2014 269

FIGURA 170 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-99 2014 270

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS DAS INUNDACcedilOtildeES DE RIO

NEGRINHOSC 70

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO 76

TABELA 3 ndash ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS E METEOROLOacuteGICAS 93

TABELA 4 ndash HIDROGRAMAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS (65090000) E RIO

NEGRINHO MONTANTE (65093000) 114

TABELA 5 ndash VAZOtildeES USADAS NA SIMULACcedilAtildeO NUMEacuteRICA ndash JUNHO 2014 118

TABELA 6 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 122

TABELA 7 - VALORES DE COEFICIENTES DE RUGOSIDADE (119899) DE MANNING

PARA CANAIS NATURAIS (VEN TE CHOW 1959) 148

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 257

SIGLAS

ANA Agecircncia Nacional de Aacuteguas ACIRNE BWDB

Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho Bangladesh Water Development Board

CEHPAR Centro de Hidraacuteulica e Hidrologia Prof Parigot de Souza CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais CEMIG CENAD

Companhia Energeacutetica de Minas Gerais Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CEPED Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CESEC Centro de Estudos de Engenharia Civil CIRAM Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidrometeorologia de Santa Catarina CPRM Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil CTH Curso Teacutecnico de Hidrologia DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral DTM EMBRAPA

Digital Terrain Model Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

EPAGRI EPI

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

EPP FFWC

Empresa de Pequeno Porte Flood Forecasting and Warning Center

FIDE Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre FLU Estaccedilatildeo Fluviomeacutetrica GPDEN Grupo de Pesquisaem Desastres Naturais HECRAS Hydrologic Engineering Center River Analysis System INMET INPE

Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC Painel Internacional de Mudanccedilas Climaticas IPH Instituto de Pesquisas Hidraacuteulicas LACTEC Institutos Lactec MDT Modelo Digital de Terreno ME MNT NASA

Micro Empresa Modelo Numeacuterico do Terreno National Aeronautics and Space Administration

NOAA National Oceanic amp Atmospheric Administration NUPDECS Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil PAE Plano de Accedilatildeo Emergencial PCD Plataforma de Coleta de Dados PGR Programa de Gerenciamento de Riscos PLU Estaccedilatildeo Pluviomeacutetrica PMRN PNPDEC

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil

RCC Regimento de Carros de Combate REMO RN

Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo Oceanograacutefica Referecircncia de Niacutevel

SAMAE Serviccedilo AutocircnomoMunicipal de Saneamento Baacutesico

SEPLAN Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

SIMEPAR Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute SMS Short Message Service Serviccedilo de Mensagens Curtas SUDERHSA Superintedecircncia de Desenvolvimento de Recursos Hiacutedricos e

Saneamento Ambiemtal TIN Triangulated Irregular Network UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul USEPA VMB

United States Environmental Protection Agency Voice Message Broadcast

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 25

11 OBJETIVOS 29

111 Objetivo Geral 29

112 Objetivos Especiacuteficos 29

12 ESTRUTURA DO TRABALHO 30

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 34

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA 34

211 - O fenocircmeno dos rios voadores 36

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea 38

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 39

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO 42

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie 43

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA 44

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS 45

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional 45

252 Modelagem Hidrodinacircmica 48

2521 Escoamento Permanente 48

2522 Escoamento Natildeo Permanente 48

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis

System) 49

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica 51

253 Modelo Hidroloacutegico 52

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 53

3 O ESTADO DA ARTE 57

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E

GEOGRAacuteFICAS 61

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO 61

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 71

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA 73

44 RELEVO 76

45 VEGETACcedilAtildeO 86

46 CLIMA 87

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO 87

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS 89

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS 91

511 Anaacutelise dos dados de chuva 94

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria 94

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica 95

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 97

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 99

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos 101

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 103

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo 106

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 121

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA 121

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA

ESTACcedilAtildeO 122

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados 123

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos 123

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM 124

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral 124

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 124

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo 125

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 125

628 Mediccedilotildees Realizadas 131

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO 140

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO 142

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO 142

711 Coleta de Dados 142

7111 Geoprocessamento dos Dados 143

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT 144

721 Coleta de Dados 145

722 Elaboraccedilatildeo do MDT 145

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS 148

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE

ESGOTO NO RIO 151

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS 151

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE

PLUVIAL 154

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO 157

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO 157

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo 160

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE 169

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial 171

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador 171

915 Fluxograma de Acionamento do PAE 173

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias 175

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias 176

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

de Rio NegrinhoSC 177

92 RECOMENDACcedilOtildeES 178

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES 180

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET 180

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN 180

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom 181

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL 181

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM 181

102 GRUPOS DE WHATSAPP 182

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS 185

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES 187

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS 188

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo 188

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES 189

REFEREcircNCIAS 190

APEcircNDICES 197

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO 198

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO 202

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO 227

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO 230

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES DE

UMA INUNDACcedilAtildeO 255

ANEXOS 260

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE -

INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014 261

25

1 INTRODUCcedilAtildeO

A fixaccedilatildeo de pequenas comunidades e a implantaccedilatildeo das cidades proacuteximas

ao leitos dos rios que facilitou num primeiro momento a utilizaccedilatildeo da aacutegua como

recurso para abastecimento e navegaccedilatildeo deixou parte destas mesmas cidades e da

populaccedilatildeo expostas aos problemas relacionados com as enchentes e as

inundaccedilotildees

Segundo Goerl e Kobiyama (2005) ldquoas palavras cheia e enchente tecircm como

origem o verbo encher do Latin Implere que significa ocupar o vatildeo a capacidade

ou a superfiacutecie de tornar cheio ou repletordquo Assim o termo enchente se aplica a

situaccedilatildeo em que o rio tem o seu volume de aacutegua aumentadomas ainda alcanccedilando

suas margens ou os limites da calha do rio Jaacute o termo inundaccedilatildeo eacute de adequada

utilizaccedilatildeo para a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento

Inundaccedilotildees fazem parte da histoacuteria da humanidade O desenvolvimento das

cidades o processo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo do solo

tecircm acarretado mudanccedilas extremas no comportamento dos canais naturais

principalmente os que cortam as cidades

O modelo de gestatildeo poliacutetico-administrativa brasileira associado a um

sistema de divisatildeo da arrecadaccedilatildeo tributaacuteria que concentra recursos na uniatildeo e nos

estados e transfere as obrigaccedilotildees de atendimento das demandas sociais e de

atendimento de infraestrutura para os municiacutepios dificulta o atendimento agrave

populaccedilatildeo de todo o paiacutes Na ausecircncia de poliacuteticas que integrem o desenvolvimento

dos municiacutepios e que extrapolem seus limites poliacutetico-administrativos o processo de

ocupaccedilatildeo de aacutereas inadequadas(inundaacuteveis) surge com forccedila criando grandes

impactos ambientais e sociais (GROSTEIN 2001)

Associando a ocupaccedilatildeo histoacuterica de formaccedilatildeo de cidades agrave ocupaccedilatildeo

desordenada pela ausecircncia de poliacuteticas e do monitoramento do estado a fenocircmenos

naturais no Brasil um dos fenocircmenos naturais que mais provocaram perdas

humanas no periacuteodo de 1948 a 2004 foram as inundaccedilotildees (KOBIYAMA et al

2004) adicionadas a muitas perdas materiais

O Sul do Brasil especialmente o Estado de Santa Catarina tem sido um dos

mais atingidos por desastres gerados por esses fenocircmenos O municiacutepio de Rio

Negrinho localizado no norte de Santa Catarina eacute um exemplo jaacute que em sua

26

histoacuteria tem padecido com inundaccedilotildees frequentes Somente no periacuteodo de 1891

ateacute 2010 o municiacutepio sofreu 22 inundaccedilotildees sendo em 1891 1911 1913 1920

1925 1926 1937 1946 1983 1984 1992 1995 1997 1998 1999 2004 2005

2007 2008 2009 e duas em 2010 (GIGLIO amp KOBIYAMA 2011) Aleacutem dessas

pode-se acrescentar a grande inundaccedilatildeo de 2014 e as inundaccedilotildees de outubro de

2015

A inundaccedilatildeo de 1911 serviu de referecircncia de niacutevel para a construccedilatildeo da

ferrovia que corta a aacuterea urbana do municiacutepio poreacutem o lapso temporal de 72 anos

entre aquela grande inundaccedilatildeo e a grande inundaccedilatildeo seguinte em 1983 fez com

que a comunidade ocupasse aleacutem da planiacutecie de inundaccedilatildeo tambeacutem o leito maior

do Rio Negrinho Esse mesmo histoacuterico eacute uma repeticcedilatildeo do que ocorreu na cidade

de BlumenauSC (PMRN 2014)

As inundaccedilotildees na cidade de Rio Negrinho atigem a aacuterea urbana do

municiacutepio e de forma especial a aacuterea central onde se concentram o comeacutercio e a

administraccedilatildeo municipal aleacutem de edificaccedilotildees residenciais nas ruas Jorge Zipperer

Senador Nereu Ramos Avenida dos Imigrantes e Rua Willy Jung (PMRN 2014)

O rio dos Bugres inunda os bairros Quitandinha e Jardim Hantchel nas ruas

localizadas na parte mais baixa desses bairros Rua Paulo Tureck Estrada Dona

Francisca Rua Herbert Tureck e Vila Telma com predominacircncia residencial (PMRN

2014)

O rio Serrinha inunda os bairros Vila Nova e Centro nas rua 13 de

Dezembro Carlos Ruckl e Alfredo Greipel aleacutem da Rodovia BR-280 tambeacutem com

predomiacutenio deedificaccedilotildees residenciais (PMRN 2014)

O rio Negro inunda a parte baixa da Rua Sebastiatildeo Ferreira da Veiga no

bairro Campo Lenccedilol atingindo essencialmente edificaccedilotildees residenciais

Dessas inundaccedilotildees as que aconteceram nos anos de 1983 1992 e 2014

foram as que causaram os maiores prejuiacutezos Esta uacuteltima associou trecircs condiccedilotildees

que dificultaram accedilotildees que pudessem minimizar danos

1 - O evento ocorreu num final de semana com muitos proprietaacuterios em

viagem Esses imoacuteveis foram inundados sem que os bens moacuteveis pudessem ter sido

removidos previamente resultando em prejuiacutezos de grande monta

2 - O evento teve sua maior evoluccedilatildeo durante a noite de sexta para saacutebado

No periacuteodo noturno a operaccedilatildeo de retirada de bens moacuteveis eacute mais complexa o que

aumenta os danos e as perdas

27

3 - O niacutevel das aacuteguas subiu muito rapidamente

Nesses 3 eventos o niacutevel das aacuteguas do Rio Negrinho principal rio que corta

a cidade ultrapassou em 93m o normal Essas inundaccedilotildees provocaram inuacutemeros

danos ao comeacutercio agrave induacutestria agrave agropecuaacuteria e ao sistema viaacuterio Muitas

localidades foram afetadas e ficaram isoladas muitas residecircncias foram danificadas

350 e 778 em 1983 e 1992 respectivamente outras 120 e 27 foram destruiacutedas

respectivamente nos referidos anos 6090 e 10000 habitantes desabrigados nos

respectivos anos e na de 1992 houve uma viacutetima fatal (GIGLIO amp KOBIYAMA

2011) Em 2014 1500 edificaccedilotildees foram atingidas sendo 974 residecircncias e 526

edificaccedilotildees comerciais com prejuiacutezo total para o municiacutepio de R$ 9827610000

(Noventa e oito milhotildees duzentos e setenta e seis mil e cem reais) conforme

estudos apresentados no Apecircndice V

Em 2015 novamente dois eventos sucessivos na segunda e quarta

semanas de outubro O primeiro atingiu a marca de 446 metros acima do niacutevel

normal O segundo que iniciou na quinta-feira dia 22 atingiu no dia seguinte a

marca de 551 metros acima do niacutevel normal deixando 42 famiacutelias desalojadas e 8

desabrigadas Foram bloqueadas pelas aacuteguas 22 ruas e 32 edificaccedilotildees comerciais

foram atingidas

Para compreender melhor esses fenocircmenos e aplicar modelos matemaacuteticos

que permitam entender o funcionamento do sistema da bacia superior do Alto Rio

Negro do qual faz parte a bacia do Rio Negrinho eacute necessaacuterio estudar a relaccedilatildeo

chuva-vazatildeo bem como as caracteriacutesticas das chuvas que causam inundaccedilotildees

O processo que envolve o ciclo hidroloacutegico e a quantificaccedilatildeo da chuva sobre

uma bacia eacute um problema complexo que envolve muitas variaacuteveis o que aumenta o

grau de dificuldade na reproduccedilatildeo do comportamento do fluxo de aacutegua que chega

nos rios e a propagaccedilatildeo da sua onda de cheia

Satildeo condiccedilotildees essenciais para que as estimativas de chuva-vazatildeo sejam

representativas da bacia do rio Negrinho a obtenccedilatildeo de dados de mediccedilatildeo e seacuteries

histoacutericas

O uso de computadores softwares leitores e coletores de dados eletrocircnicos

(data loggers) estaccedilotildees hidroloacutegicas instrumentos versaacuteteis que podem operar em

locais remotos e sem rede de energia eleacutetrica contribui para a obtenccedilatildeo de algumas

soluccedilotildees para o problema de inundaccedilotildees Ainda algumas aproximaccedilotildees e

28

simplificaccedilotildees satildeo feitas para contornar as limitaccedilotildees das formulaccedilotildees matemaacuteticas

para representar um comportamento real

A modelagem matemaacutetica desses fenocircmenos objetiva estabelecer uma

relaccedilatildeo entre chuvas e niacuteveis de inundaccedilatildeo nas cidades com uma margem de

tempo razoaacutevel de forma a permitir que as accedilotildees dos governos oacutergatildeos de defesa

civil e habitantes minimizem os prejuiacutezos e principalmente preservem as vidas

Desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo nas margens do rio Negrinho haacute registros de

inundaccedilotildees Ainda assim o municiacutepio desenvolveu seu centro urbano muito proacuteximo

agraves suas margens e de seus afluentes dos Bugres e Serrinha Agora que o centro

urbano jaacute estaacute instalado eacute necessaacuterio caracterizar as aacutereas inundaacuteveis para

possibilitar uma adequada gestatildeo do municiacutepio reduzir o risco de futuro desastre e

minimizar prejuiacutezos da populaccedilatildeo Assim como outras cidades que se formaram agraves

margens de rios a dificuldade de mover essa populaccedilatildeo para aacutereas seguras eacute

enorme por duas razotildees principais os custos envolvidos nessa operaccedilatildeo e o valor

sentimental desses imoacuteveis nos quais geraccedilotildees de famiacutelias escreveram suas

histoacuterias Nesse contexto o presente trabalho caracterizou as aacutereas de inundaccedilatildeo

urbana de Rio NegrinhoSC como forma de subsidiar o monitoramento e a

mitigaccedilatildeo das inundaccedilotildees

A anaacutelise desses eventos deixa muito claro que o ldquoDesastre Naturalrdquo ou o

ldquoDesastre Ambientalrdquo natildeo eacute o comportamento hidroloacutegico e hidrodinacircmico do rio O

ldquoDesastre Naturalrdquo estaacute efetivamente na ocupaccedilatildeo inadequada do seu leito maior e

da sua planiacutecie de inundaccedilatildeo

Conforme mostrou a anaacutelise do prejuiacutezo econocircmico realizado Apendice V o

o montante do prejuiacutezo eacute muito elevado o que justifica toda e qualquer accedilatildeo que

possa mitigar

29

11 OBJETIVOS

111 Objetivo Geral

Analisar e avaliar os problemas de inundaccedilatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC

para o entendimento do fenocircmeno e elaborar um piloto de Plano de Accedilatildeo de

Emergecircncia buscando compreender para mitigar

112 Objetivos Especiacuteficos

Implantar sistema de monitoramento de chuva e vazatildeo com a

instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo de estaccedilotildees hidroloacutegicas para melhorar o

sistema de previsatildeo e alerta de inundaccedilatildeo

Desenvolver uma paacutegina na internet para a Defesa Civil do Municiacutepio

de Rio Negrinho disponibilizando informaccedilotildees referentes aos niacuteveis

dos rios volumes de chuva acumulados e previsotildees do tempo

Desenvolver um foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais

ndash wwwdesastresnaturaiscombr

Montar grupos de WhatsApp e SMS para a Defesa Civil de Rio

Negrinho como forma de repassar rapidamente informaccedilotildees relativas

agrave previsatildeo do tempo niacuteveis dos rios e alertas

Desenvolver procedimentos para eliminar lixo e esgotamento sanitaacuterio

do corpo hiacutedrico

Implementar e simular a hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para

situaccedilotildees de inundaccedilotildees atraveacutes do modelo HEC-RAS

30

12 ESTRUTURA DO TRABALHO

A FIGURA 1 mostra as principais atividadesassuntos desta dissertaccedilatildeo O

ponto de partida satildeo os problemas de inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC sob

os aspectos dos fenocircmenos da natureza das caracteriacutesticas geograacuteficas da aacuterea de

estudo da accedilatildeo antroacutepica e dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros causados

pelas inundaccedilotildees Na sequecircncia eacute descrita a localizaccedilatildeo de cada atividadeassunto

dentro da dissertaccedilatildeo buscando a capacidade de lidar com situaccedilotildees de inundaccedilatildeo

Inicialmente tem-se a introduccedilatildeo apresentando a problemaacutetica do tema que

eacute a inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC e dentro desta apresentaccedilatildeo encontra-

se a justificativa e a motivaccedilatildeo que deram origem a este estudo Juntamente estatildeo

apontados os objetivos geral e especiacutefico e a estruturaccedilatildeo deste trabalho Todos

esses pontos satildeo abordados neste Capiacutetulo 1

Na sequecircncia no Capiacutetulo 2 ndash Revisatildeo de Literatura satildeo feitos o

levantamento dos trabalhos e estudos relacionados ao tema inundaccedilotildees onde se

encontram a descriccedilatildeo dos fenocircmenos da natureza sob os aspectos hidroloacutegicos e

meteoroloacutegicos com ecircnfase nas inundaccedilotildees e tambeacutem as estaccedilotildees hidro

meteoroloacutegicas e sua importacircncia bacias hidrograacuteficas como divisor das chuvas e

formaccedilatildeo das vazotildees nos rios a hidrodinacircmica dos corpos hiacutedricos para entender as

inundaccedilotildees e Planos de Accedilatildeo de Emergecircncia para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo no

contexto de salvaguardar vidas e bens materiais

No Capiacutetulo 3 ndash O Estado da Arte que se relaciona com a Revisatildeo de

Literatura tem-se uma das questotildees relevantes que consiste em verificar as

pesquisas e os estudos inovadores realizados na atualidade buscando formatar a

fronteira do conhecimento em que se encontra o fenocircmeno causador das

inundaccedilotildees associando agraves teacutecnicas para prevenccedilatildeo eou mitigaccedilatildeo de danos

Nos Capiacutetulos 4 e 5 satildeo descritos os levantamentos as anaacutelises e as

avaliaccedilotildees das caracteriacutesticas histoacutericas e geograacuteficas da aacuterea de estudo e das

seacuteries hidroloacutegicas respectivamente realizados Ainda no Capiacutetulo 5 encontram-se

os estudos hidro meteoroloacutegicos da regiatildeo onde se mostra a necessidade de

melhorar as observaccedilotildees de dados hidroloacutegicos para prevenir e mitigar os

problemas causados pelas inundaccedilotildees (Capiacutetulo 6)

31

FIGURA 1 ndash Estrutura do Trabalho (Autor 2017)

32

A partir da caracterizaccedilatildeo geograacutefica e a localizaccedilatildeo da aacuterea urbana de

atingimento das inundaccedilotildees mais frequentes definiu-se o trecho do rio a ser

estudado com modelo hidrodinacircmico e os levantamentos topobatimeacutetricos que foram

realizados Os mesmos estatildeo descritos no Capiacutetulo 7 onde se encontraram os

trabalhos realizados para geraccedilatildeo do modelo digital do terreno Apecircndices I II e III

No Apecircndice IV foram analisados os efeitos da accedilatildeo antroacutepica decorrentes do

processo de urbanizaccedilatildeo que engloba a impermeabilizaccedilatildeo do solo provocada

pelas edificaccedilotildees e pavimentaccedilotildees o dimensionamento inadequado dos sistemas

de drenagem as obras civis em especial pontes e bueiros como pontos de

estrangulamento de rios e coacuterregos e sua interferecircncia no fluxo das aacuteguas o

saneamento e a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Durante a execuccedilatildeo dos levantamentos efetuados no rio Negrinho Serrinha

e dos Bugres contatou-se enorme quantidade de lixo e esgoto despejados no leito e

nas margens desses rios que interferem na inundaccedilatildeo Para solucionar esses

problemas no Capiacutetulo 8 foram relacionados procedimentos para o recolhimento

desse lixo e para a eliminaccedilatildeo do lanccedilamento de esgotos conciliando com a

implantaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio

O Capiacutetulo 9 apresenta um piloto de PAE ndash Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

para Inundaccedilotildees elaborado com base na literatura e nos dados levantados neste

trabalho bem como na estrutura municipal e na experiecircncia do autor junto a Defesa

Civil de Rio Negrinho nas trecircs uacuteltimas inundaccedilotildees de 1983 1992 e 2014 O

levantamento e a avaliaccedilatildeo dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros que ocorrem

numa cidade do porte de Rio Negrinho tendo por referecircncia a uacuteltima grande

inundaccedilatildeo de 2014 foram elaborados no Apecircndice V para justificar a necessidade

da implantaccedilatildeo de um PAE

Para melhor funcionamento do PAE foram desenvolvidos sistemas de

informaccedilotildees que estatildeo descritas no Capiacutetulo 10 Uma nova paacutegina na internet foi

desenvolvida para Defesa Civil de Rio Negrinho e foi criado um grupo de Whatsapp

e SMS com o objetivo principal de aproveitar as novas miacutedias e facilitar o acesso de

todos os muniacutecioes agraves informaccedilotildees de forma especial aos que tecircm imoacuteveis em

aacutereas alagaacuteveis Com o mesmo objetivo poreacutem de forma mais ampla foi criado um

foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais objetivando reunir

pesquisadores para se manifestarem sobre eventos de desastres naturais sendo o

seu foco a inundaccedilatildeo

33

Concluindo a dissertaccedilatildeo o Capiacutetulo 11 trata da mitigaccedilatildeo das perdas e

danos dos eventos de inundaccedilatildeo e de como lidar com eles considerando que a

remoccedilatildeo da cidade das aacutereas inundaacuteveis seria uma operaccedilatildeo que atingiria valores

que a torna inviaacutevel aleacutem da resistecircncia natural de cunho emocional dos moradores

ribeirinhos

34

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA

Sob o ponto de vista da hidrologia toda aacutegua proveniente do meio

atmosfeacuterico que atinge a superfiacutecie terrestre eacute entendida como precipitaccedilatildeo A

precipitaccedilatildeo pode vir sobre a forma de neblina granizo saraiva orvalho geada

neve e chuva O estado em que a aacutegua se encontra eacute o que diferencia essas formas

de precipitaccedilatildeo (TUCCI 1993)

No caso da chuva a determinaccedilatildeo da intensidade eacute importante para o

controle de inundaccedilatildeo e de erosatildeo do solo A chuva eacute o tipo de precipitaccedilatildeo mais

importante para a hidrologia por sua capacidade de produzir escoamento (TUCCI

1993)

Chuva eacute uma precipitaccedilatildeo formada por gotas de aacutegua maiores que 05mm

Elas podem ser classificadas como ldquochuva fracardquo quando a intensidade eacute menor que

25mmhora moderada quando estaacute entre 25 e 75mmhora e forte (pesada)

quando excede a 75mmhora (BRUTSAERT 2005)

O volume total a duraccedilatildeo e as distribuiccedilotildees temporal e espacial satildeo as

principais caracteriacutesticas da precipitaccedilatildeo Um volume acumulado total de

precipitaccedilatildeo natildeo tem significado se natildeo estiver relacionado a uma duraccedilatildeo Uma

chuva de 100mm num mecircs pode ser pouco mas eacute muito se ocorrer num dia e mais

ainda se ocorrer numa hora Natildeo existe como determinar chuva com grande

antecedecircncia por se tratar de um processo aleatoacuterio O tratamento de dados de

pricipitaccedilatildeo na forma chuva para a grande maioria dos problemas dela decorrentes

eacute estatiacutestico (TUCCI 1993)

A ocorrecircncia de precipitaccedilotildees sob a forma de chuva deriva da condensaccedilatildeo

do vapor de aacutegua contido na atmosfera Sob certas condiccedilotildees as gotiacuteculas que

formam as nuvens datildeo origem agraves precipitaccedilotildees Haacute nuvens que natildeo produzem

chuvas necessitando de outros processos que desencadeiem a precipitaccedilatildeo

(TUCCI 1993)

Para que ocorra a chuva as gotiacuteculas precisam ter um volume de tal forma

que seu peso supere as forccedilas que as mantecircm em suspensatildeoEacute preciso que atinjam

uma velocidade de queda maior que as componentes verticais de ascensatildeo dos

movimentos atmosfeacutericos (TUCCI 1993)

35

Conforme Tucci (1993) de acordo com o mecanismo pelo qual ocorre a

ascensatildeo do ar uacutemido as precipitaccedilotildees podem ser classificadas em

Convectivas quando o ar uacutemido em tempo calmo eacute aquecido proacuteximo ao solo

criando camadas de ar que se mantecircm em equiliacutebrio instaacutevel Alterado esse

equiliacutebrio ocorre uma brusca ascenccedilatildeo local de ar menos denso que iraacute condensar

formando nuvens e em muitos casos chuvas Satildeo as chuvas convectivas que

ocorrem frequentemente nas regiotildees equatoriais onde os ventos natildeo satildeo fortes e os

movimentos de ar satildeo predominantemente verticais podendo ocorrer tambeacutem em

regiotildees temperadas no veratildeo Eventualmente tempestades violentas Satildeo

predominantemente chuvas de grande intensidade e curta duraccedilatildeo que ocorrem em

aacutereas de menor dimensatildeo Podem provocar grandes inundaccedilotildees em pequenas

bacias (TUCCI 1993)

Orograacuteficas ocorrem quando ventos quentes e uacutemidos geralmente se deslocando

do oceano para o continente encontram uma regiatildeo montanhosa que os faz subir

resfriar-se condensando o vapor formando nuvens e precipitando-se sob a forma

de chuva Normalmente satildeo chuvas de grande duraccedilatildeo e pequena intensidade

sobre pequenas aacutereas (TUCCI 1993)

Frontais ou Ciclocircnicas se formam do encontro de massas de ar quente e frio Nas

regiotildees de convergecircncia da atmosfera o ar quente e uacutemido sobe violentamente

sendo resfriado onde ocorre a condensaccedilatildeo produzindo chuvas Satildeo chuvas que

atingem grandes aacutereas com intensidade meacutedia e de grande duraccedilatildeo Essas chuvas

eventualmente satildeo acompanhadas de ventos fortes com circulaccedilatildeo ciclocircnica

podendo produzir inundaccedilotildees em grandes bacias (TUCCI 1993)

A seguir satildeo apresentadas as definiccedilotildees de algumas terminologias utilizadas

nesta dissertaccedilatildeo

Iacutendice Pluviomeacutetrico

Para poder acompanhar a quantidade de chuvas numa determinada regiatildeo

os pesquisadores climaacuteticos criaram o iacutendice pluviomeacutetrico (medido em miliacutemetros)

Este eacute calculado da seguinte forma as estaccedilotildees meteoroloacutegicas marcam um espaccedilo

36

no terreno de uma determinada regiatildeo Medem e acompanham a quantidade de

chuva que cai ali durante o ano Este iacutendice eacute uma boa referecircncia para se conhecer

o clima de uma regiatildeo

Temporais

Muitas vezes as chuvas ocorrem em forma de temporais Estas se

caracterizam pelos ventos fortes trovoadas e relacircmpagos Os relacircmpagos satildeo

descargas eleacutetricas provocadas pelo choque entre nuvens carregadas com muita

aacutegua e energia Jaacute o trovatildeo eacute o som provocado por este choque

Previsatildeo de Chuvas

As estaccedilotildees meteoroloacutegicas conseguem prever as chuvas pois observam as

imagens de sateacutelites que mostram a posiccedilatildeo e o deslocamento das massas de ar

Com dados de outros fatores (umidade ventos temperaturas) conseguem prever

com razoaacutevel precisatildeo o horaacuterio e quantidade de chuvas

211 - O fenocircmeno dos rios voadores

Os rios voadores satildeo ldquocursos de aacutegua atmosfeacutericosrdquo compostos de massas

de ar carregadas de vapor drsquoaacutegua acompanhados ou natildeo por nuvens e movidos

pelos ventos Inviacutesiacuteveis essas correntes de ar passam sobre noacutes carregando

umidade da Bacia Amazocircnica para as regiotildees Centro-Oeste Sudeste e Sul do

Brasil

Em contato com as frentes frias que vem do sul essa umidade se tranforma

em chuva Recebem o nome de rios voadores as enormes quantidades de vapor

drsquoaacutegua transportadas pelas correntes aeacutereas Trata-se de um fenocircmeno que tem

impacto nas inundaccedilotildees da regiatildeo sul

Como uma bomba de succcedilatildeo segundo Petrobraacutes (2017) a floresta

amazocircnica puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano

Atlacircntico e carregada pelos ventos aliacuteseos Essa umidade cai sob a forma de chuva

sobre a floresta Sob a forma de vapor drsquoaacutegua a floresta devolve a aacutegua da chuva

para a atmosfera pela evapotranspiraccedilatildeo Assim o ar eacute recarregado com mais

umidade e segue sendo transportado em direccedilatildeo ao oeste para cair novamente

como chuva mais a frente

37

Nesse processo contiacutenuo seguindo em direccedilatildeo oeste recarregados com a

umidade da floresta os rios voadores (massas de ar) encontram a Cordilheira dos

Andes que forma uma barreira natural Parte dessa umidade se precipita nas

encostas dessa barreira formando as nascentes dos rios amazocircnicos A porccedilatildeo dos

rios voadores que natildeo se precipita faz uma curva em direccedilatildeo ao sul regiotildees Centro-

Oeste Sudeste e Sul do Brasil e paiacutees vizinhos FIGURA 2

Dessa forma os rios voadores a floresta amazotildenica e a Cordilheira dos

Andes interferem no nosso regime de chuvas no clima e nas nossas inundaccedilotildees

(PETROBRAacuteS 2017)

FIGURA 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica fenocircmeno dos rios voadores (PETROBRAacuteS 2017)

38

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea

O sistema climaacutetico da terra eacute composto por diversos componentes A

interaccedilatildeo entre a superfiacutecie dos oceanos e a baixa atmosfera proacutexima a ela eacute uma

delas As trocas de energia e umidade podem afetar o clima regional e global

Ao fenocircmeno do aquecimento anormal das aacuteguas superficiais e sub-

superficiais do Oceano Paciacutefico Equatorial daacute-se o nome de El Nintildeo FIGURA 3

Nome em espanhol refere-se agraves aacuteguas quentes que aparecem na costa do Peru na

eacutepoca do Natal Pescadores a chamam de ldquoCorriente de El Nintildeo em referecircncia ao

Menino Jesus

Consideradas anomalias do sistema climaacutetico tanto o El Nintildeo quanto o La

Nintildea representam alteraccedilotildees no sistema oceano-atmosfera encontradas no oceano

Paciacutefico tropical com consequecircncias no clima em todo o planeta Natildeo eacute apenas a

presenccedila de aacuteguas quentes do El Nintildeo mas as alteraccedilotildees na atmosfera proacutexima a

superfiacutecie do oceano interferindo nos ventos aliacutesios (leste para oeste) na regiatildeo

equatorial O enfraquecimento dos ventos e o aquecimento do oceano promovem

mudanccedilas na circulaccedilatildeo entre os niacuteveis baixos e altos da atmosfera tendo como

consequecircncia alteraccedilotildees no transporte de umidade e mudanccedilas na distribuiccedilatildeo das

chuvas em regiotildees tropicais e de latitudes meacutedias e altas Tambeacutem satildeo observados

aumento ou queda de temperatura em algumas regiotildees do globo

O fenocircmeno La Nintildea eacute o oposto do El Nintildeo e eacute tembeacutem chamado de

episoacutedio frio onde os ventos aliacutesios mais intensos empurram as aacuteguas do Oceano

Paciacutefico para o lado oposto onde ficaratildeo ldquorepresadasrdquo no Paciacutefico Equatorial Oeste

aumentando o desniacutevel entre o Paciacutefico Ocidental e Oriental As aacuteguas mais quentes

represadas a oeste geram evaporaccedilatildeo e consequentemente movimentos

ascendentes que por sua vez geram nuvens de chuva A regiatildeo atingida por este

fenocircmeno eacute a do nordeste do Oceano Iacutendico agrave oeste do Oceano Paciacutefico passando

pela indoneacutesia (INPE 2017)

39

FIGURA 3 ndash El Nintildeo em atividade (NASA 2017)

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A seguir satildeo descritas algumas das definiccedilotildees encontradas na literatura para

inundaccedilotildees

Inicialmente como jaacute mencionado na introduccedilatildeo o termo inundaccedilatildeo adotado

neste estudo eacute a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento para planiacutecie de inundaccedilatildeo

(GOERL e KOBIYANA 2005)

Segundo Magalhatildees (1970 p93) eacute ldquoa cheia de um rio cujas aacuteguas

crescendo de volume transbordam alagando os territoacuterios circunjacentes A

inundaccedilatildeo eacute causada pela abundante precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica aliada a causas

fisiograacuteficas tais como a configuraccedilatildeo especial das zonas ribeirinhas a largura e a

profundidade dos leitos dos rios bem como a estrutura da barra ou a

desembocadura das correntes Os prejuiacutezos econocircmicos estatildeo associados agrave

ocupaccedilatildeo humanardquo

Para Tucci (1993 p 621) a inundaccedilatildeo eacute o fenocircmeno que ocorre ldquoquando a

aacutegua que chega ao rio eacute superior agrave capacidade de drenagem de sua calha normal

as aacuteguas transbordam o leito normal e ocupam a planiacutecie de inundaccedilatildeordquo A

ocorrecircncia de inundaccedilotildees depende das caracteriacutesticas fiacutesicas e climatoloacutegicas da

bacia hidrograacutefica ndash especialmente a distribuiccedilatildeo espacial e temporal da chuva

Leopold (1994 p 113) definiu a inundaccedilatildeo como sendo a ocorrecircncia de um

fluxo de tal magnitude que transborda os bancos naturais ou artificiais em um trecho

40

de um rio Onde existe uma planiacutecie de inundaccedilatildeo inundaccedilatildeo eacute qualquer fluxo que

se espalha por essa planiacutecie

Segundo Guerra amp Guerra (1997 p220) a inundaccedilatildeo eacute o mesmo que

alagado ie ldquoaacuterea alagadiccedila apoacutes a enchenterdquo lsquoEnchentesrsquo satildeo grandes chuvas que

ocorrem nos rios e geralmente provocam verdadeiros desastres causando perdas

na agricultura pecuaacuteria cidades proacuteximas etc O que as caracteriza eacute a sua

irregularidade isto eacute que natildeo ocorrem todos os anos

Inundaccedilotildees segundo Below et al (2009 p 6) estatildeo inseridas no grupo de

desastres hidroloacutegicos ou seja relacionados a desvios no ciclo hidroloacutegico As

inundaccedilotildees satildeo subdivididas em inundaccedilotildees ribeirinhas bruscas e costeiras

Apoacutes passar pela experiecircncia das inundaccedilotildees a populaccedilatildeo comeccedilou a

procurar habitar aacutereas mais altas menos frequentemente inundadas (TUCCI 1993

PLATE 2002) Mas com o aumento da urbanizaccedilatildeo as planiacutecies inundaacuteveis

tambeacutem foram ocupadas principalmente pela populaccedilatildeo de baixa renda gerando

problemas sociais que se repetem a cada inundaccedilatildeo (TUCCI 1993) Magalhatildees

(1970) e Leopold (1994) concordam que os danos causados pelas inundaccedilotildees satildeo

consequecircncia da ocupaccedilatildeo humana das planiacutecies inundaacuteveis Comprovando essa

ideacuteia Silveira et al (2009) mostraram que os desastres das inundaccedilotildees em Joinville

SC estatildeo mais relacionadas com o avanccedilo da ocupaccedilatildeo das planiacutecies de inundaccedilatildeo

do que com o comportamento das chuvas e portanto satildeo desastres mais humanos

que naturais Flemming (2002) relembra que as inundaccedilotildees satildeo fenocircmenos naturais

que natildeo podem ser evitados mas seus danos podem ser mitigados Para essa

tarefa ressalta a importacircncia da elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo

As inundaccedilotildees tecircm dinacircmicas diferentes que estatildeo relacionadas

principalmente com as caracteriacutesticas das bacias hidrograacuteficas Segundo Castro

(2003) a evoluccedilatildeo das inundaccedilotildees pode se dar de forma brusca com aumento

raacutepido e intenso do volume de aacutegua do canal ou gradual com a subida e a descida

das aacuteguas de um rio de forma lenta

Em Rio Negrinho houve inundaccedilotildees que podem ser enquadradas nas duas

modalidades descritas

As inundaccedilotildees de acordo com Amaral e Ribeiro (2012 p41) ldquosatildeo eventos

naturais que ocorrem com periodicidade nos cursos drsquoaacutegua frequentemente

deflagrados por chuvas fortes e raacutepidas ou chuvas de longa duraccedilatildeordquo Segundo

Tucci (2005 p42) ldquoeste eacute um processo natural que ocorre quando a precipitaccedilatildeo eacute

41

intensa causada por eventos chuvosos em que o solo perde a capacidade de

infiltraccedilatildeo aumentando o escoamento superficial que rapidamente alcanccedila os

cursos drsquoaacuteguardquo

Quando a inundaccedilatildeo se estabelece as aacuteguas do rio ocupam as aacutereas da

planiacutecie fluvial que eacute composta pela planiacutecie de inundaccedilatildeo leito maior e leito menor

do rio Zancopeacute (2012) define que ldquoas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo aacutereas dos vales

fluviais que sofrem inundaccedilotildees por cheias de determinadas magnitudes e intervalos

de recorrecircncia e as planiacutecies fluviais satildeo aacutereas dos vales fluviais marginais aos

cursos drsquoaacutegua parcialmente alagadas por transbordamentos perioacutedicos oriundos dos

rios e limitadas lateralmente pelas bases de vertentes dos valesrdquo

Segundo Tucci (2005 p29) o leito menor eacute caracterizado pelos locais onde

a aacutegua escoa normalmente a maior parte do tempo jaacute o leito maior eacute caracterizado

pelos locais em que o rio alcanccedila quando atinge niacuteveis superiores de volume drsquoaacutegua

(FIGURA 4) Tucci (2005 p29) comenta ainda que esse tipo de inundaccedilatildeo quando

as aacuteguas atingem o leito maior do rio geralmente ocorre em bacias hidrograacuteficas

meacutedias e grandes (gt100kmsup2) e que esse processo eacute natural como consequecircncia do

ciclo hidroloacutegico e assim eacute denominada inundaccedilatildeo de aacutereas ribeirinhas As aacutereas de

planiacutecie de inundaccedilatildeo satildeo locais que periodicamente seratildeo atingidos pelo

transbordamento dos cursos de aacuteguas faz parte da dinacircmica natural dos rios

(AMARAL e RIBEIRO 2012)

42

FIGURA 4 - Ocupaccedilatildeo indevida da margem dos rios (CPRM 2016)

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO

Eacute o conjunto de sistemas para o monitoramento de variaacuteveis ambientais

composto de coleta tratamento armazenamento transmissatildeo e disponibilizaccedilatildeo de

seacuteries histoacutericas

Os principais dados monitorados satildeo duraccedilatildeo quantidade e intensidade das

chuvas niacuteveis dos rios temperatura do ar umidade do ar velocidade e direccedilatildeo dos

ventos pressatildeo atmosfeacuterica e radiaccedilatildeo solar

A Hidrometeorologia eacute a parte da ciecircncia que trata da aacutegua na atmosfera

(TUCCI 1993) Bruce e Clark (1980 p 1) mencionam a importacircncia da meteorologia

no desenvolvimento de estudos hiacutedricos e no controle de inundaccedilotildees indicando a

necessidade do monitoramento meteoroloacutegico para as soluccedilotildees de gestatildeo de aacuteguas

superficiais e subterracircneos O termo hidrometeorologia eacute utilizado por eles como

43

sendo a aplicaccedilatildeo da meteorologia para a soluccedilatildeo dos problemas hidroloacutegicos

diferindo da definiccedilatildeo que trata como um problema de fronteira entre meteorologia e

hidrologia Segundo eles a dificuldade na aplicaccedilatildeo dessa uacuteltima reside na largura

da fronteira que varia de acordo com o ponto de vista da pessoa que o usa Na

praacutetica a largura varia do campo de estudos das condiccedilotildees meteoroloacutegicas criacuteticas

para uso na estimativa de fluxos maacuteximos de inundaccedilatildeo

No Brasil em diversos estudos esse termo eacute utilizado como a soma dos

termos hidroloacutegico e meteoroloacutegico

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie

As estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas de superfiacutecie podem ser

convencionais ou automaacuteticas (telemeacutetricas) As estaccedilotildees automaacuteticas foram

implantadas na deacutecada de 90 substituindo ou monitorando em conjunto com as

convencionais

Nessas estaccedilotildees um teacutecnico em meteorologia vai ateacute a estaccedilatildeo anotar

manualmente cada dado quatro vezes por dia sempre agraves 00 06 12 e 18 UTC (3

horas a menos do horaacuterio de Brasiacutelia)

Os instrumentos de uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional medem a

temperatura e a umidade do ar a direccedilatildeo e velocidade do vento a chuva

acumulada o tempo de insolaccedilatildeo evaporaccedilatildeo intensidade da radiaccedilatildeo solar e a

pressatildeo

Ainda na estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional o teacutecnico tambeacutem faz a

observaccedilatildeo visual das nuvens e da visibilidade Nos horaacuterios de observaccedilatildeo ele

avalia o ceacuteu como um todo quantifica e classifica as nuvens daquele momento

observando a ocorrecircncia de neacutevoa ou nevoeiro (Climatempo 2017)

Segundo Barth et al (1987 p 111) o estudo do regime hidroloacutegico de um

curso de aacutegua exige o conhecimento da variaccedilatildeo de sua vazatildeo ao longo do tempo

Numa estaccedilatildeo convencional a avaliaccedilatildeo diaacuteria dessa vazatildeo se daacute por um processo

direto pelo registro diaacuterio duas vezes ao dia atraveacutes da leitura do niacutevel da aacutegua na

reacutegua ou pelo registro contiacutenuo atraveacutes de hidroacutegrafas onde o niacutevel de aacutegua eacute

registrado Esses niacuteveis ou cotas determinam as vazotildees usando a curva-chave ou

curva cota-vazatildeo

44

A obtenccedilatildeo mais comum da vazatildeo se daacute pela mediccedilatildeo do niacutevel da aacutegua por

meio de liniacutemetros mais comumente chamados de reacuteguas linimeacutetricas e liniacutegrafos

Uma reacutegua linimeacutetrica nada mais eacute do que uma escala graduada de madeira ou

metal esmaltada ou natildeo ou mesmo pintada sobre uma superfiacutecie vertical de

concreto cuja extremidade inferior denominada ldquozero da reacuteguardquo estaacute na medida do

possiacutevel sempre mergulhada na aacutegua mesmo nas estiagens mais severas Isso

evita a necessidade de leituras negativas que satildeo tradicionalmente uma fonte de

erros (BARTHet al 1987 p 111)

A grande maiorias das estaccedilotildees hidromeacutetricas convencionais brasileiras

conta com simples reacuteguas linimeacutetricas O grau de confianccedila de seus registros eacute

portanto diretamente dependente do encarregado da leitura A localizaccedilatildeo do posto

hidromeacutetrico eacute estabelecida de modo a permitir um acesso faacutecil e permanente ao

local quaisquer que sejam as condiccedilotildees climaacuteticas e o niacutevel das aacuteguas inclusive

nas maiores inundaccedilotildees (PINTO et al 1976 p 185)

Uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie automaacutetica eacute composta por uma

unidade de memoacuteria central (ldquodata loggerrdquo) ligada a vaacuterios sensores dos paracircmetros

meteoroloacutegicos (pressatildeo atmosfeacuterica temperatura e umidade relativa do ar

precipitaccedilatildeo radiaccedilatildeo solar direccedilatildeo e velocidade do vento) que integra os valores

observados minuto a minuto e os disponibiliza automaticamente a cada 15 minutos

ou a cada hora (INMET 2017)

A estaccedilatildeo hidroloacutegica automaacutetica eacute composta por um data logger um sensor

de pressatildeo para mediccedilatildeo de cota (niacutevel da aacutegua) e um pluviocircmetro de baacutescula para

mediccedilatildeo de chuva acumulada num intervalo de tempo

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA

Segundo Viessman et al (1972) bacia hidrograacutefica eacute uma aacuterea definida

topograficamente drenada por um curso drsquo aacutegua ou um sistema conectado de

cursos drsquo aacutegua dispondo de uma simples saiacuteda para que toda vazatildeo efluente seja

descarregada

Tambeacutem pode-se definir a bacia hidrograacutefica como sendo uma aacuterea onde a

aacutegua da precipitaccedilatildeo eacute captada naturalmente fazendo com que seu escoamento

seja conduzido para um uacutenico ponto de saiacuteda seu exutoacuterio A bacia hidrograacutefica eacute

45

composta de um conjunto de superfiacutecies vertentes e de uma rede de drenagem

formada por cursos de aacutegua que confluem ateacute resultar num leito uacutenico no exutoacuterio

De forma geral a chuva que cai sobre as vertentes infiltra-se nos solos ateacute

a saturaccedilatildeo destes momento em que diminuem as taxas de infiltraccedilatildeo e comeccedilam a

surgir os escoamentos superficiais na condiccedilatildeo de persisitecircncia da precipitaccedilatildeo O

escoamento superficial gerado nas vertentes da bacia hidrograacutefica pode ser

entendido como ldquoproduccedilatildeordquo de aacutegua de escoamento raacutepido Com essa interpretaccedilatildeo

a aacutegua produzida pelas vertentes tem como destino imediato a rede de drenagem

que iraacute conduziacute-la agrave seccedilatildeo de saiacuteda da bacia No leito maior dos rios (zona de

inundaccedilatildeo) o comportamento eacute duacutebio ora de produccedilatildeo quando os niacuteveis de aacutegua

dos rios estatildeo inicialmente baixos funcionando esta zona como vertente ora de

transporte quando os niacuteveis dos rios estatildeo elevados com a zona de inundaccedilatildeo

usada para escoamento (TUCCI 1993)

A bacia hidrograacutefica pode ser descrita como um sistema fiacutesico onde o

volume de aacutegua precipitado compotildee a entrada e o volume de aacutegua que sai pelo

exutoacuterio eacute a saiacuteda tendo como perdas intermediaacuterias os volumes da evaporaccedilatildeo da

evapotranspiraccedilatildeo e os volumes de infiltraccedilatildeo profunda Em eventos isolados essas

perdas podem ser desconsideradas (TUCCI 1993)

A funccedilatildeo hidroloacutegica da bacia hidrograacutefica eacute transformar uma entrada

precipitaccedilatildeo de volume concentrada no tempo em uma saiacuteda escoamento de

forma mais distribuiacuteda no tempo (TUCCI 1993)

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS

Neste estudo a hidrodinacircmica eacute o movimento da aacutegua ao longo do rio e o

comportamento deste movimento eacute determinado pelos modelos hidrodinacircmicos

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional

Segundo Campos (2009) modelo eacute um grupo ordenado de suposiccedilotildees que

se propotildeem a explanar as propriedades de um sistema sem necessariamente

manter todas as suas particularidades Para Christofoletti (1999) define-se um

modelo como uma reproduccedilatildeo assingelada do que ocorre de fato em funccedilatildeo da

complexidade de maneira que seja possiacutevel fazer uma reconstituiccedilatildeo muito proacutexima

46

da realidade fazer simulaccedilotildees previsotildees alteraccedilotildees e evoluccedilotildees Para este autor

um modelo que busca reproduzir um sistema ambiental exprimindo uma hipoacutetese

cientiacutefica precisa ser analisado e testado para diferentes suposiccedilotildees

Assim os modelos satildeo um elo entre o que eacute obervado na praacutetica e as

suposiccedilotildees teoacutericas Devem ser construiacutedos de forma a atingir ao que se propotildeem

devendo tambeacutem ficar claros os limites de sua capacidade de fazer previsotildees

Importante destacar as suas aplicabilidades como ferramentas de planejamento

(CHRISTOFOLETTI 1999)

Na primeira metade do seacuteculo passado o uso da modelagem matemaacutetica

era limitada devido agrave dificuldade de encontrar soluccedilotildees analiacuteticas para resolver os

sistemas natildeo lineares de equaccedilotildees diferenciais ordinaacuterias e parciais da

hidrodinacircmica restringindo-se aos modelos lineares ou linearizados atraveacutes de

simplificaccedilotildees algeacutebricas Chapra (1997) menciona que o movimento do fluido

dentro de canais ou calhas era descrito com base em geometria simples como

exemplo retacircngulo trapeacutezio ou triacircngulo e condiccedilotildees de equiliacutebrio dinacircmico

Somente na segunda metade do seacuteculo passado com o desenvolvimento dos

computadores e a utilizaccedilatildeo de meacutetodos numeacutericos foi possiacutevel obter soluccedilotildees para

as equaccedilotildees que representam os processos hidrodinacircmicos mais proacuteximas das

caracteriacutesticas geomorfoloacutegicas das calhas do rios Essas soluccedilotildees satildeo chamadas

soluccedilotildees numeacutericas de equaccedilotildees diferenciais parciais e natildeo lineares permitindo

desta forma a simulaccedilatildeo da movimentaccedilatildeo da aacutegua mais especificamente neste

estudo da onda de cheia responsaacuteveis pelas inundaccedilotildees

Essas inundaccedilotildees satildeo sempre transientes variam no espaccedilo e no tempo

Esses movimentos natildeo-permanentes os quais satildeo regidos pelas equaccedilotildees

desenvolvidas pelos matemaacuteticos Laplace e Lagrange e satildeo considerados os

primeiros a caracterizar o movimento das ondas em canais (Marmood e Yevjevich

1975 apud Silva 2015) Na praacutetica muitas vezes pela dificuldade de se obter

hidrogramas de cheias representam-se as cheias usando vazotildees maacuteximas

invariantes no tempo para delimitar a cota de atingimento da mesma que satildeo

utilizadas para confecccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo sem levar em conta o tempo de

propagaccedilatildeo

Segundo Tucci (1998) a modelagem hidrodinacircmica computacional utiliza as

equaccedilotildees do escoamento unidimensional em rios e canais e suas simplificaccedilotildees Em

geral os processos computacionais envolvem grande quantidade de dados e

47

procuram representar mais precisamente o sistema fiacutesico observado no escoamento

em rios No caso do estudo de inundaccedilotildees esse escoamento depende

essencialmente da declividade da bacia da estrutura da rede de drenagem e da

cobertura vegetal existentes no leito e margens dos rios O ponto inicial da

modelagem hidrodinacircmica eacute a construccedilatildeo da geometria do canal ou canais Para

isso vaacuterios meacutetodos satildeo usados entre eles os mecanismos que utilizam modelos

digitais de terreno em programas de geoprocessamento

Silva (2015) menciona que Chien e Tan (2011) apresentaram um experimento

usando Google Earth para gerar a geometria necessaacuteria agrave simulaccedilatildeo com o modelo

hidrodinacircmico 2D e Gichamo et al (2012) verificaram a aplicabilidade do MDT

ASTER GDEM (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer

Global Digital Elevation Model) com um poacutes-processamento para correccedilatildeo de

tendecircncias (bias) para simulaccedilatildeo de eventos de enchentes usando o modelo

hidrodinacircmico HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center ndash River Analysis System)

escolhido dentre os modelos existentes pela familiaridade do autor Foi feito o

levantamento da calha do rio (batimetria) para precisatildeo da cota de inundaccedilatildeo e

junccedilatildeo com o levantamento aerofotogrameacutetrico existente na Prefeitura Municipal de

Rio Negrinho

Pontes (2011) realizou uma comparaccedilatildeo entre modelos hidrodinacircmicos

simplificados e completo testando os modelos de Muskingum-Cunge linear

Muskingum natildeo linear e modificado por Todini e IPHS com o HEC-RAS O resultado

mostrou que o Muskingum modificado foi promissor indicando que o HEC-RAS eacute um

modelo completo e usado como base para os demais Esse modelo vem sendo

amplamente utilizado e que tem apresentado resultados satisfatoacuterios (Souza et al

2007 Santillan et al 2012 Hasani 2013 Sharkey 2014 entre outros)

Em 2002 Wheater apud Silva (2015) fez uma revisatildeo sobre as perspectivas

da modelagem hidrodinacircmica na simulaccedilatildeo de enchentes apresentando a

importacircncia da distribuiccedilatildeo da chuva para qualidade dos resultados da simulaccedilatildeo

bem como cenaacuterios usando como base as chuvas estimadas considerando as

mudanccedilas climaacuteticas aleacutem do incremento na capacidade de simulaccedilatildeo em bacias

sem estaccedilotildees de coleta de dados

48

252 Modelagem Hidrodinacircmica

A modelaccedilatildeo hidraacuteulica pode apresentar o escoamento permanente ou natildeo

permanente

2521 Escoamento Permanente

Quando a velocidade local em um ponto natildeo muda com o tempo o

escoamento eacute definido como permanente Como consequecircncia outras condiccedilotildees de

contorno como vazatildeo profundidade raio hidraacuteulico entre outros seratildeo invariaacuteveis

Escoamento uniforme eacute aquele no qual a declividade a velocidade e as

caracteriacutesticas geomeacutetricas do canal coacuterrego ou rio natildeo variam ao longo da sua

extensatildeo supondo-se com linhas de fluxo paralelas e retas (PORTO 2006) Esta

simplificaccedilatildeo eacute usualmente utilizada no dimensionamento e verificaccedilatildeo da

capacidade de vazatildeo de canais pelas facilidade do seu equacionamento utilizando

as equaccedilotildees de Cheacutezy e Manning que consideram a resistecircncia do contorno do

canal (CANHOLI 2005)

Os princiacutepios da conservaccedilatildeo de energia constante na foacutermula de Bernoulli

e da conservaccedilatildeo de massa desempenhado pela equaccedilatildeo da continuidade

fundamentam os modelos que adotam o escoamento permanente (GRACIOSA

2010) Seus usos mais frequentes satildeo a anaacutelise do perfil de cheias o caacutelculo do

remanso de rios o dimencionamento de obras hidraacuteulicas e o escoamento em

estiagem entre outras utilizaccedilotildees (TUCCI 1998)

2522 Escoamento Natildeo Permanente

Quando a velocidade do fluxo em determinado ponto se modifica com o

tempo tem-se o escoamento natildeo permanente Satildeo as coordenadas espaciais do

ponto e do tempo que definem essa condiccedilatildeo A passagem de uma onda de cheia

eacute um exemplo de onde esse regime ocorre fato este que acontece na maioria dos

problemas hidroloacutegicos de escoamento superficial de canais (PORTO 2006 TUCCI

1998)

As equaccedilotildees da continuidade e da quantidade de movimento reproduzem

esse tipo de escoamento e quando associadas satildeo chamadas de equaccedilotildees de

Saint Veacutenant Eacute comum o uso de simplificaccedilotildees que facilitam o uso desse conjunto

49

de equaccedilotildees Um exemplo eacute o tratamento unidirecional do escoamento natildeo

levando em consideraccedilatildeo as variaccedilotildees de velocidade nas direccedilotildees horizontal

(lateral) e vertical (profundidade) Quando os modelos satildeo mais complexos por

considerarem todos os elementos das equaccedilotildees de Saint Veacutenant (pressatildeo e ineacutercia

do fluxo atrito e gravidade) passam a ser chamados de modelos hidrodinacircmicos O

sistema de equaccedilotildees que se forma para representar este escoamento somente

pode ser solucionado por meacutetodos numeacutericos que permitem a discretizaccedilatildeo do rio

em seccedilotildees Meacutetodos analiacuteticos natildeo resolvem os sistemas de equaccedilotildees resultantes

desse tipo de escoamento (TUCCI 1998)

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis System)

Software livre do Corpo de Engenheiros do Exeacutercito dos Estados Unidos da

Ameacuterica (US Army Corps of Engineers) eacute um programa de modelaccedilatildeo hidraacuteulica

unidirecional para uma rede de rios e canais Aleacutem do escoamento permanente ele

modela o escoamento natildeo permanente o transporte de sedimentos e modela

tambeacutem anaacutelises de qualidade de aacutegua (USACE 2010)

O caacutelculo da lacircmina daacutegua nos canais considerando fluxo uniforme

gradualmente variado ou bruscamente variado para regimes de escoamento

supercriacutetico e sub criacutetico satildeo funccedilotildees da modelaccedilatildeo do escoamento permanente

Pela equaccedilatildeo de Manning e pela utilizaccedilatildeo de coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo

satildeo calculadas as perdas de energia A equaccedilatildeo da quantidade de movimento eacute

utilizada em situaccedilotildees onde a variaccedilatildeo do niacutevel daacutegua ocorre rapidamente (USACE

2010)

Um meacutetodo hidrodinacircmico com a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees completas de

Saint Veacutenant possibilita a modelaccedilatildeo do escoamento natildeo permanente Regimes de

escoamento subcriacutetico ou supercriacutetico ou ambos podem ser analisados nesse

modelo Os caacutelculos hidraacuteulicos de pontes bueiro e outras estruturas tambeacutem satildeo

incorporados para o componente de escoamento permanente (USACE 2010)

A geometria de cada uma das seccedilotildees consideradas do canal condiccedilotildees de

contorno e valores do coeficiente (n) de rugosidade de Manning para o canal e

planiacutecie de inundaccedilatildeo aleacutem da vazatildeo utilizada para a modelaccedilatildeo (valores fixos para

50

o escoamento permanente e hidrogramas para o natildeo permanente) satildeo os principais

dados de entrada para o software

A interaccedilatildeo entre o HEC-RAS e um SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Geograacuteficas) se daacute atraveacutes da plataforma HEC-GeoRAS Satildeo ferramentas para

softwares tipo ArcGIS ou Quantum GIS que manipulam os dados geograacuteficos que

seratildeo utilizados no HEC-RAS Gera-se um modelo digital de terreno (MDT) que eacute

importado para o HEC-RAS Realizada a modelaccedilatildeo hidraacuteulica um novo arquivo eacute

gerado Este pode ser exportado novamente para o ArcGIS ou o Quantum GIS

permitindo uma anaacutelise espacial da planiacutecie de inundaccedilatildeo modelada FIGURA 5

(USACE 2010)

FIGURA 5 ndash Modelaccedilatildeo Hidraacuteulica HEC-RAS (USACE-US Army Corps of Engineers 2010)

51

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica

Os softwares descritos anteriormente satildeo amplamente utilizados no meio

acadecircmico Mulungo (2012) desenvolveu um modelo para a bacia hidrograacutefica do

Campus da UFSC em FlorianoacutepolisSC com o objetivo geral de analisar as

inundaccedilotildees da bacia hidrograacutefica daquele campus por meio do modelo hidroloacutegico

de chuva-vazatildeo (HEC-HMS) e hidrodinacircmico (HEC-RAS) Como objetivos

especiacuteficos o trabalho avaliou a vazatildeo com base na chuva de projeto para

diferentes periacuteodos de retorno verificou as mudanccedilas no uso da cobertura do solo

da bacia e analisou suas consequecircncias na vazatildeo do rio do Meio Verificou-se a

aacuterea inundada e as respectivas cotas

A anaacutelise dos resultados permitiu apresentar algumas conclusotildees entre

elas que entre 1998 e 2007 houve um acreacutescimo de 15 de aacuterea construiacuteda da

bacia do Campus da UFSC aumentando em 27 na vazatildeo de piso e de 26 no

volume escoado Foram feitas anaacutelises da capacidade maacutexima de escoamento sem

transbordamento causado por uma ponte e simulaccedilotildees de manchas de inundaccedilatildeo

FIGURA 6

Ele recomendou que fosse feito o planejamento e a regulamentaccedilatildeo

urgentes do uso e ocupaccedilatildeo de solo da bacia tendo em vista a existecircncia de um

processo contiacutenuo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo podendo

acarretar graves problemas ao sistema de drenagem favorecendo a ocorrecircncia de

inundaccedilotildees

52

FIGURA 6 ndash Mancha de Inundaccedilatildeo observada (MO) e simulada (MS) para 1995 na fase de calibraccedilatildeo do HEC-RAS da bacia hidrograacutefica do Campus da UFSC

(MULUNGO 2012)

253 Modelo Hidroloacutegico

O comportamento de uma bacia hidrograacutefica ainda que composto por

fenocircmenos naturais como evaporaccedilatildeo precipitaccedilatildeo infiltraccedilatildeo e escoamento de

rios pode ser simulado pela elaboraccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos Os modelos tecircm

por objetivo reproduzir e facilitar o entendimento de como funcionam os fenocircmenos

e possibilitando a elaboraccedilatildeo de previsotildees Funccedilotildees matemaacuteticas experimentais e

conceituais satildeo a base do funcionamento de diversos tipos de modelo incluindo os

modelos que representam o ciclo hidroloacutegico (TUCCI 1998)

Eacute importante mencionar que os modelos hidroloacutegicos apresentam limitaccedilotildees

que devem ser levadas em consideraccedilatildeo tanto na escolha do modelo quanto na

expectativa de objetivos e resultados Os modelos satildeo ainda dependentes de outros

53

fatores que tambeacutem interferem na sua definiccedilatildeo como a heterogeneidade fiacutesica da

bacia a diversidade dos processos envolvidos a quantidade e qualidade dos dados

hidroloacutegicos disponiacuteveis representaccedilatildeo espacial de variaacuteveis e fenocircmenos

simplificaccedilotildees entre outros (TUCCI 1998)

Neste trabalho natildeo foram realizados os estudos de chuva-vazatildeo por falta de

mediccedilotildees das curvas chave Quando tiverem sido feitos os levantamentos das

curvas-chave nas estaccedilotildees fluviomeacutetricas implantadas seraacute possiacutevel fazer esse

estudo

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A Secretaria Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil vinculada ao Ministeacuterio da

Integraccedilatildeo Nacional estabeleceu a Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil -

PNPDEC instituiacuteda pela Lei nordm 12608 de 10 de abril de 2012 publicada no Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo nordm 70 de 11 de abril de 2012 traz os princiacutepios os objetivos e

instrumentos de como a gestatildeo de riscos de desastres e a gestatildeo de desastres

seratildeo implementadas no Brasil com o propoacutesito de assegurar condiccedilotildees sociais

econocircmicas e ambientais adequadas para garantir a dignidade da populaccedilatildeo e

garantir a promoccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

Aleacutem da PNPDEC a Secretaria Nacional controla o CENAD ndash Centro

Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres manteacutem o Sistema Integrado de

Informaccedilotildees sobre Desastres ndash S2ID possue programas e accedilotildees para aprimorar a

coordenaccedilatildeo e a gestatildeo das accedilotildees de preparaccedilatildeo prevenccedilatildeo mitigaccedilatildeo resposta e

recuperaccedilatildeo para a proteccedilatildeo e defesa civil estabelece as regras e condiccedilotildees para a

decretaccedilatildeo de Situaccedilatildeo de Emergecircncia ou Estado de Calamidade Puacuteblica e

disponibiliza modalizades de transferecircncia de recursos para accedilotildees de prevenccedilatildeo

resposta e recuperaccedilatildeo Possui ainda programas como o ldquoConstruindo Cidades

Resilientesrdquo por meio da definiccedilatildeo de accedilotildees e prioridades na aacuterea de gestatildeo do

risco de desastres em cada localidade

A Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina possui uma

estrutura voltada especialmente para a prevenccedilatildeo mas tambeacutem para respostas

Tem feito investimentos significativos na implantaccedilatildeo de radares meteoroloacutegicos na

construccedilatildeo de barragens para a contenccedilatildeo de cheias e na qualificaccedilatildeo da estrutura

fiacutesica e de pessoal da secretaria

54

Muitas satildeo as atribuiccedilotildees definidas a Secretaria Estadual entrele elas

destacamos a prevenccedilatildeo e preparaccedilatildeo para desastres a assistecircncia e socorro agraves

viacutetimas das calamidades o restabelecimento de serviccedilos essenciais a reconstruccedilatildeo

realizar estudos e pesquisas sobre riscos e desastres elaborar e implementar

diretrizes planos programas e projetos para prevenccedilatildeo minimizaccedilatildeo e respostas a

desastres causados por accedilatildeo da natureza eou do homem no acircmbito do Estado

coordenar a elaboraccedilatildeo do plano de contingecircncia estadual e fomentar a elaboraccedilatildeo

dos planos de contingecircncia municipais (ou planos de accedilatildeo de emergecircncia) e

mobilizar recursos para prevenccedilatildeo e minimizaccedilatildeo dos desastres

O Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ou Plano de Accedilatildeo Emergencial ou Plano de

Accedilotildees Emergenciais (PAE) ou Plano de Contingecircncia Municipal determina as

accedilotildees de resposta do empreendedor eou autoridades puacuteblicas durante

emergecircncias tais como vazamentos explosotildees incecircndios desastres naturais

como terremotos tempestades inundaccedilotildees furacotildees dentre outros (CONSEIL

POUR LA REacuteDUCTION DEcircS ACCIDENTS INDUSTRIEL MAJEURS 2002 apud

YOGUI amp MACEDO 2012)

Em 2005 pelo Comitecirc de Gerenciamento da Bacia Hidrograacutefica do Rio

Cubatatildeo JoinvilleSC (CCJ 2005) um Plano de Alerta e Atendimento a

Emergecircncias de inundaccedilatildeo do rio Cubatatildeo do Norte foi apresentado Nele satildeo

descritas medidas a serem tomadas em situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo com intuito de

mitigar danos facilitar a implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo do plano com foco em dar

resposta raacutepida agrave comunidade A inundaccedilatildeo que mais causou danos agrave comunidade

aconteceu em 1995 com o rompimento da barragem do Rio Cubatatildeo na Bacia

Hidrograacutefica do Rio Cubatatildeo do Norte

Em geral as mais graves inundaccedilotildees estatildeo associadas ao rompimento de

barragens causadas por eventos de cheia extremas Na literatura tem-se estudos

de PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilotildees causadas por ruptura de barragem para

atender a Lei n 123342010 conforme a Poliacutetica Nacional de Seguranccedila de

Barragens (CARDIA et al 2015) Essas inundaccedilotildees satildeo bruscas com elevaccedilatildeo do

niacutevel da aacutegua em intervalo de tempo muito menor que as cheias naturais Balbi

(2008) apresentou metodologias para a elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees

emergenciais para inundaccedilotildees induzidas por rompimento de barragens tendo como

estudo de caso a barragem de Peti em Minas Gerais O foco do seu estudo foi

preparar planos de accedilatildeo emergencial (PAE) para evitar ou reduzir os danos

55

causados pela ruptura de barragens a partir da revisatildeo de metodologias nacionais e

internacionais

Decina (2012) analisou medidas de controle de inundaccedilotildees com base na

avaliaccedilatildeo de cenaacuterios de uso e ocupaccedilatildeo desorganizada do solo pela urbanizaccedilatildeo

na bacia do Coacuterrego do Gregoacuterio em Satildeo CarlosSP Em eventos de chuva as

inundaccedilotildees satildeo deflagradas e prejuiacutezos satildeo causados e com intuito de mitigar

esses prejuiacutezos fez simulaccedilotildees computacionais de diferentes cenaacuterios utilizando

softwares HEC-HMS (modelo hidroloacutegico) e HEC-RAS (modelo hidrodinacircmico)

Essa mesma anaacutelise foi feita por Ali et al (2011) no Paquistatildeo Segundo Ali et al

essa metodologia possibilitou a melhoria no procedimento de accedilotildees futuras em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees

Outro fator que mostra a importacircncia da elaboraccedilatildeo do PAE aleacutem das

mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo satildeo as mudanccedilas climaacuteticas Os modelos

globais tecircm mostrado que essa regiatildeo teraacute um aumento de chuvas acompanhada

dos eventos de extremos (MILLY et al 2005 MARENGO et al 2007 Groisman et

al 2005) o que iraacute acarretar em eventos de inundaccedilatildeo frequentes e mais severas

A FIGURA 7 mostra que a regiatildeo de estudo poderaacute sofrer aumento na vazatildeo com

tendecircncia de acreacutescimo de aproximadamente 40 para o periacuteodo entre 2041-2060

Eventos extremos tanto de seca como de inundaccedilotildees vecircm se mostrando

frequentes em todo territoacuterio nacional com amplitudes cada vez maiores

(MARENGO 2014) e aumentando as aacutereas vulneraacuteveis agraves inundaccedilotildees

56

FIGURA 7 - Mudanccedila relativa em das vazotildees simuladas para o periacuteodo 1971-2000 com base nos dados de 1900-1970 (A) e para o periacuteodo 2041-2060 com base nos dados de 1900-1998 (B) baseado em cenaacuterios construiacutedos pelo IPCC (Painel

Internacional de Mudanccedilas Climaacuteticas) (FONTE Milly et al 2005)

Amaral e Ribeiro (2009) apresentaram accedilotildees para reduccedilatildeo de perdas em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees que foram baseados nos trabalhos de Kobiyama et al

(2004 e 2006) Essas accedilotildees satildeo identificar as aacutereas de risco e natildeo ocupaacute-las

respeitando as aacutereas de APP (Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente) aliadas agrave

educaccedilatildeo ambiental Em caso de situaccedilatildeo emergencial eacute imprescindiacutevel a

transmissatildeo atraveacutes da miacutedia de informaccedilotildees sobre a previsatildeo e a ocorrecircncia de

chuvas intensas e tambeacutem o seu acompanhamento durante o evento

Em 2012 foi elaborada uma cartilha sobre prevenccedilatildeo de risco de desastres

pela equipe do CEPED (Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre

Desastres) onde satildeo apresentadas as definiccedilotildees sobre desastres sua

caracterizaccedilatildeo e classificaccedilatildeo prejuiacutezos ocasionados acionamento de planos de

contingecircncias e de risco e medidas de prevenccedilatildeo e treinamento para lidar com

eventos extremos para fortalecimento das comunidades mais vulneraacuteveis que satildeo

utilizados na elaboraccedilatildeo do PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo em Rio NegrinhoSC

57

3 O ESTADO DA ARTE

A Deltares instituto holandecircs independente referecircncia mundial em

pesquisas aplicadas relacionadas aos recursos hiacutedricos vem implementando a

capacidade de previsatildeo do niacutevel de aacutegua alturas de ondas e erosatildeo atraveacutes do

desenvolvimento de um sistema integrador informatizado e em tempo real Delft-

FEWS (WERNERet al 2013 GIJSBERS 2010) capaz de utilizar diferentes

programas computacionais e resultados de simulaccedilotildees interna do sistema bem

como simulaccedilotildees realizadas em outras plataformas com intuito de diminuir o risco

de inundaccedilotildees e de rompimento de diques de proteccedilatildeo e barragens

Implementado em mais de 35 paiacuteses (EUA Inglaterra Paiacutes de Gales e

Holanda entre outros) o Delft-FEWS eacute o sistema nacional oficial de previsatildeo de

cheias da Holanda Sistemas de previsatildeo de inundaccedilotildees satildeo tambeacutem

desenvolvidos pela empresa prevendo vazotildees e niacuteveis de aacutegua A ferramenta DAM

Live eacute utilizada para avaliar a resistecircncia e estabilidade das barragens e diques para

proteccedilatildeo contra inundaccedilotildees encontra-se implementada nos Paiacuteses Baixos e na

China (DELTARES 2017) Esse sistema tambeacutem tem sido utilizado pelo Sistema

Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees do Reino Unido (UK National Flood Forecasting

System ndash NFFS) (LEEDAL et al 2012) No Brasil segundo Pinto (2003) o sistema

integrador pode ajudar os operadores e tomadores de decisatildeo em situaccedilotildees

emergenciais de cheias

O Sistema Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees (NFFS) eacute responsaacutevel pela

previsatildeo de inundaccedilotildees fluviais e costeiras da Agecircncia Ambiental da Inglaterra e do

Paiacutes de Gales O NFFS foi desenvolvido pela antiga WL | Delft Hydraulics (agora

Deltares) com a subcontratada Tessella Scientific Software Solutions do Reino Unido

(UK) Desde 2006 o NFFS estaacute totalmente operacional em todas as regiotildees

operadas pela Agecircncia Ambiental inglesa eacute o principal sistema de previsatildeo de

inundaccedilotildees (DELTARES 2017)

Outro software o Delft3D Flexible Mesh Suite FIGURA 8 simula tsunamis

furacotildees tempestades ondas fluxos e niacuteveis de aacutegua detalhados transporte e

morfologia de sedimentos qualidade da aacutegua e tambeacutem suas interaccedilotildees

(DELTARES 2017)

58

FIGURA 8 ndash Tela Ilustrativa do Delft3D Flexible Mesh Suite (Delft3D FM) (DELTARES 2017)

No caso de Bangladesh paiacutes assolado por inundaccedilotildees frequentes

necessitava de um sistema eficaz para previsatildeo como tambeacutem para alertas junto agrave

comunidade de prementes inundaccedilotildees O Sistema Integrado de Alerta Multi-Perigo

(RIMES) foi desenvolvido para atender a essa necessidade A comunicaccedilatildeo do

sistema eacute baseado na utilizaccedilatildeo do serviccedilo moacutevel tornando-o financeiramente

sustentaacutevel (DELTARES 2017)

Dois meacutetodos foram escolhidos para a divulgaccedilatildeo de mensagens de voz I) O

Voice Message Broadcast (VMB) para o envio de avisos de oacutergatildeos nacionais de

hierarquia superior avisos regionais e avisos locais II) Short Message System

(SMS) para o envio de dados de niacutevel de aacutegua e outras informaccedilotildees locais Aleacutem

disso voluntaacuterios foram treinados juntamente com a equipe teacutecnica e os funcionaacuterios

do governo sendo capacitados para entender e reagir em situaccedilatildeo emergencial

Essas inovaccedilotildees foram testadas na temporada de inundaccedilotildees de 2014 enviando

diariamente alertas de 300 VMB com total apoio governamental do Centro de

Previsatildeo e Prevenccedilatildeo de Inundaccedilotildees (Flood Forecasting and Warning Center-

FFWC) e do Conselho de Desenvolvimento de Aacutegua de Bangladesh (Bangladesh

Water Developement Board - BWDB) A avaliaccedilatildeo apoacutes os eventos de inundaccedilatildeo de

2014 mostrou o sucesso do projeto onde as pessoas da comunidade receberam

59

entenderam e confiaram nas informaccedilotildees vindas do VMB transformando-as

emaccedilotildees para proteger suas vidas e seus bens (DELTARES 2017)

No Brasil a pedido da Marinha Brasileira a Deltares criou um sistema de

previsatildeo costeira em tempo real para a Baiacutea de Guanabara FEWS-Guanabara

Essa baiacutea eacute um dos estuaacuterios mais movimentados da Ameacuterica do Sul em termos de

navegaccedilatildeo e atividades recreativas O FEWS-Guanabara processa e aplica os

dados disponiacuteveis de mediccedilatildeo da Marinha e do INMET (Instituto Nacional de

Meteorologia) bem como previsotildees meteoroloacutegicas do INPE (Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais) da NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration)

e previsotildees de onda da REMO (Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo

Oceanograacutefica) gerando previsotildees da hidrodinacircmica na baiacutea usando modelos

digitais do terreno (MDT) O sistema tambeacutem aplica os dados de mediccedilatildeo para

validaccedilatildeo sistemaacutetica do modelo (DELTARES 2017)

A CEMIG (Companhia Energeacutetica de Minas Gerais) finalizou em 2016 um

projeto do desenvolvimento de um sistema integrador que permitiu o acoplamento

dos vaacuterios modelos meteoroloacutegicos hidroloacutegicos e estatiacutesticos agregando tambeacutem

dados e informaccedilotildees operacionais de seus reservatoacuterios modelos digitais de terreno

e informaccedilotildees georreferenciadas para melhorar a capacidade de previsatildeo de

inundaccedilotildees (CEMIG 2017)

Outra instituiccedilatildeo de renome eacute a Agecircncia de Protenccedilatildeo Ambiental dos

Estados Unidos (USEPA) Ela disponibiliza uma variedade de ferramentas

computacionais orientaccedilotildees e procedimentos em resposta agraves diferentes situaccedilotildees

emergecircncias sendo uma delas a de inundaccedilatildeo

A USEPA disponibiliza prcedimentos para elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees de

emergecircncia mitigaccedilatildeo de cataacutestrofes sistemas de comunicaccedilatildeo de risco

planejamento de emergecircncia protocolos de resposta procedimentos de preparaccedilatildeo

para a inundaccedilatildeo procedimentos durante a inundaccedilatildeo e procedimentos de

recuperaccedilatildeo poacutes inundaccedilatildeo (EPA 2017)

Os Institutos Lactec de CuritibaPR utilizando os modelos desenvolvidos

pela Deltares USEPA e outros vem desenvolvendo estudos hidroloacutegicos e

hidrodinacircmicos utilizando mapeamento a laser de territoacuterios com geraccedilatildeo de

produtos cartograacuteficos de alta resoluccedilatildeo e precisatildeo medida em centiacutemetros

associados a teacutecnicas de realidade virtual tendo como um dos produtos finais a

simulaccedilatildeo virtual de inundaccedilatildeo (LACTEC 2017)

60

O CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres

Naturais no Brasil aleacutem de possuir redede monitoramento proacutepria desenvolve

diversas linhas de pesquisa sobre o tema entre as quais cabe destacar

- Investigaccedilatildeo das caracteriacutesticas dos veranicos na Regiatildeo Sudeste do Brasil e

potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees

- Extremos de chuva deflagradores de desastres naturais no Brasil

- Desenvolvimento de potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees de veranicos extremos

- Variabilidade subsazonal da precipitaccedilatildeo no semiaacuterido

- Modelagem hidrodinacircmica para o desenvolvimento de sistemas de alerta de

inundaccedilatildeo

- Sistema de previsatildeo hidroloacutegica de longo e curto prazo usando diferentes fontes de

dados pluviomeacutetricos

- Desenvolvimento de sistema de previsatildeo hidroloacutegica para a bacia do Rio Satildeo

Mateus e bacias da Regiatildeo Serrana do Estado do Rio de Janeiro

- Aplicaccedilatildeo de inteligecircncia computacional em mineraccedilatildeo e modelagem para previsatildeo

de niacutevel de rios em bacias hidrograacuteficas de resposta raacutepida

- Impactos potenciais de inundaccedilotildees em infraestruturas de transporte e mobilidade

urbana

- Modelagem de dados hidrometeoroloacutegicos com teacutecnicas de inteligecircncia

computacional aplicada agrave previsatildeo de curto prazo de inundaccedilotildees

- Geoprocessamento aplicado a anaacutelise dinacircmica de Impactos potenciais de

inundaccedilotildees em mobilidade urbana

A Secretaria de Estado de Defesa Civil de Santa Catarina tem seu maiores

investimentos em estruturaccedilatildeo monitoramento e alerta O territoacuterio catarinense teraacute

100 de cobertura por radares meteoroloacutegicos ainda neste ano resultado da

compra de dois novos equipamentos um para a regiatildeo oeste do estado em

Chapecoacute e outro para o Sul em Araranguaacute que assosiados ao de Lontras

completaratildeo o sistema

Este estudo visa apresentar soluccedilotildees com sistemas de baixo custo nas

aacutereas de monitoramento preparaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de cidades em resposta aos

problemas decorrentes das inundaccedilotildees tendo como paracircmetro o estudo de caso na

cidade de Rio NegrinhoSC

61

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E GEOGRAacuteFICAS

O foco deste estudo eacute a aacuterea de inundaccedilatildeo da cidade de Rio Negrinho

contudo o estudo abrange toda a bacia do rio Negrinho

Os dados e informaccedilotildees histoacutericas e geograacuteficos do municiacutepio e da bacia do

rio Negrinho e seu entorno foram obtidos em sites e em literatura

A restituiccedilatildeo do levantamento aerofotogrameacutetrico realizado em 2004 pela

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho foi utilizado neste estudo em conjunto com as

informaccedilotildees provenientes do levantamento aerofotogrameacutetrico do Estado de Santa

Catarina realizado em 2011 pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel e

disponibilizado aos municiacutepios em 2013

Outras fontes utilizadas foram as publicaccedilotildees do DNPM ndash Departamento

Nacional de Produccedilatildeo Mineral CPRM ndash Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil EPAGRI -

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA

Secretarias do Estado de Santa Catarina e Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO

Na cidade de Rio Negrinho a grande inundaccedilatildeo de 1983 ficou marcada

pelo despreparo da comunidade e da estrutura puacuteblica O lapso temporal de 72 anos

desde a grande inundaccedilatildeo de 1911 a falta de registros histoacutericos e de preparaccedilatildeo

para eventos dessa natureza fez com que a comunidade natildeo tivesse consciecircncia

dos danos que um evento dessa magnitude poderia causar (PMRN 1983)

A FIGURA 9 e a FIGURA 10 mostram a cidade tomada pelas aacuteguas

naquele ano

Em 1992 nove anos mais tarde o evento de grandes proporccedilotildees se repete

FIGURA 11 e FIGURA 12 As perdas novamente foram enormes A estrutura puacuteblica

administrativa ainda estava toda ela na aacuterea de inundaccedilatildeo Prefeitura Municipal

Corpo de Bombeiros Poliacutecia Militar e a situaccedilatildeo mais criacutetica de todas a Fundaccedilatildeo

Hospitalar (PMRN 1992)

Histoacuterias de pacientes sendo retirados pela janela do segundo piso do antigo

preacutedio da Fundaccedilatildeo Hospitalar bem como enterros sendo realizados com canoas

62

em parte do trajeto ateacute o cemiteacuterio fazem parte de cada uma dessas grandes

inundaccedilotildees (PMRN 1992)

FIGURA 9 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho em 1983 ndash Vista Hotel Pousada Joatildeo de Barro (PMRN 1983)

FIGURA 10 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1983 ndash Vista da Rua Jorge Zipperer e da Igreja Matriz

(PMRN 1983)

63

FIGURA 11 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Rua Satildeo Paulo (PMRN 1992)

FIGURA 12 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Antiga Cacircmara de Vereadores

(PMRN 1992)

A grande inundaccedilatildeo de 1992 foi muito marcante para o muacuteniciacutepio de Rio

Negrinho porque ocorreu depois de um periacuteodo relativamente curto apoacutes a grande

inundaccedilatildeo de 1983 A partir dela a comunidade entendeu que o evento vai se repetir

e que eacute preciso ou sair da aacuterea de inundaccedilatildeo ou estar preparado para ela

64

Mudanccedilas significativas ocorreram na estrutura do municiacutepio A Prefeitura

Municipal o Corpo de Bombeiros e a Poliacutecia Militar foram deslocados para novas

estruturas fiacutesicas fora da aacuterea de inundaccedilatildeo Num trabalho conjunto entre poder

puacuteblico entidades sem fins lucrativos e a comunidade o municiacutepio construiu um

novo hospital numa regiatildeo central poreacutem elevada

O sistema de abastecimento de aacutegua foi modificado de forma a minimizar o

impacto da falta de aacutegua durante as inundaccedilotildees O sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica foi todo modificado com a elevaccedilatildeo de redes e o reposicionamento

de ramais principais de fornecimento de energia

Na grande inundaccedilatildeo de 2014 FIGURA 13 e FIGURA 14 constatou-se que

apesar das mudanccedilas efetuadas na estrutura do municiacutepio a preparaccedilatildeo para

administrar eventos dessa natureza ainda eacute muito deficiente especialmente no que

se refere a organizaccedilatildeo da comunidade repasse de informaccedilotildees e monitoramento

das chuvas e dos rios

Os prejuiacutezos foram enormes Muitos que tentaram salvar seus bens

moacuteveis elevando-os num primeiro momento acreditando que a aacutegua natildeo atingiria

niacuteveis tatildeo elevados sem remover dos locais atingidos perderam esse esforccedilo e os

bens

FIGURA 13 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

65

FIGURA 14 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

Ainda assim a experiecircncia das duas inundaccedilotildees de 1983 e 1992 serviu

como referecircncia para o gerenciamento durante e apoacutes o evento Obteve-se o apoio

da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina do 5ordm Regimento de Carros de

Combate de Rio Negro ndash 5ordm RCC aleacutem de um nuacutemero significativo de entidades da

cidade e de cidades vizinhas

As grandes inundaccedilotildees sempre representam para o municiacutepio atraso ao seu

desenvolvimento poreacutem na inundaccedilatildeo de 2014 constatou-se que algumas

edificaccedilotildees especialmente comerciais e escolares jaacute possuem seus planos de

emergecircncia ainda que natildeo escritos com organizada retirada de bens locais para

depoacutesito limpeza e recuperaccedilatildeo da estrutura apoacutes as aacuteguas baixarem conseguindo

retornar agraves suas atividades no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

66

Em 2014 pelos registros da Defesa Civil 1500 edificaccedilotildees foram atingidas

sendo 526 comerciais e 974 residenciais FIGURA 15 a FIGURA 17

Nesse cenaacuterio surgiu um conjunto de problemas para serem administrados

que incluem aleacutem da hospedagem e alimentaccedilatildeo dos desabrigados questotildees de

seguranccedila puacuteblica informaccedilotildees recebidas e transmitidas tracircnsito abastecimento de

aacutegua fornecimento de energia eleacutetrica atendimentos de sauacutede deslocamentos em

seguranccedila locais isolados pelas aacuteguas reivindiccedilatildeo de recursos junto aos oacutergatildeos

estaduais e federais levantamento de dados quantificaccedilatildeo de prejuiacutezos

funcionamento de escolas retirada de entulhos disposiccedilatildeo e destino final de

entulhos cadastro de desabrigados fornecimento de materiais de limpeza

distribuiccedilatildeo de colchotildees cobertores e alimentos etc

67

FIGURA 15 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (c) Rua Jorge Zipperer (b) (d) e (e) Rua Senador Nereu Ramos (f) Rua Carlos Weber

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

68

FIGURA 16 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (b) e (d) Rua Carlos Weber (c) Rua Luiz Scholz (e) Rua

Jorge Zipperer (PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

69

FIGURA 17 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) (b) (d) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (c) Rua Carlos Ruckl (e) Travessa Eugecircnio Ferreira de Lima

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

70

A TABELA 1 apresenta o resultado da compilaccedilatildeo dos principais

registros histoacutericos obtidos neste trabalho relacionados aos eventos das grandes

inundaccedilotildees em Rio NegrinhoSC

TABELA 1 ndash Registros Histoacutericos das Inundaccedilotildees de Rio NegrinhoSC

(Autor 2017)

71

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho estaacute localizada no norte do estado de

Santa Catarina proacutexima agrave divisa com o estado do Paranaacute conforme mostra a

FIGURA 18 Essa bacia estaacute inserida na bacia do alto rio Negro e tem sua maior

porccedilatildeo dentro do municiacutepio de Rio Negrinho e parte no municiacutepio de Satildeo Bento do

Sul Sua nascente estaacute localizada na divisa entre os municiacutepios de Rio Negrinho e

Corupaacute

72

FIGURA 18 ndash Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho (a) no Estado de Santa Catarina (b) nos municiacutepios de Rio Negrinho e Satildeo Bento do Sul (hachurado)

e (c) afluentes do rio Negrinho (Autor 2017)

73

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 19 possui aproximadamente

302 kmsup2 Os principais afluentes satildeo o rio dos Banhados o rio do Salto o rio

Serrinha e o rio dos Bugres No baixo curso do rio Negrinho proacuteximo a sua foz no

rio Negro estaacute localizada a aacuterea urbana do municiacutepio de Rio Negrinho

FIGURA 19 ndash Subbacias do rio Negrinho (Autor 2016)

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA

A aacuterea de estudo estaacute inserida na Formaccedilatildeo Rio Bonito pertencente ao

Grupo Guataacute e nas Formaccedilotildees Rio do Sul e Mafra pertencentes ao Grupo Itarareacute

Ambos os grupos estatildeo inseridos em substrato sedimentar pertencente ao Super

Grupo Tubaratildeo (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio Bonito eacute constituiacuteda de depoacutesitos

fluacutevio-deltaacuteicos compreendendo arenitos imaturos (arcoacuteseos e subarcoacuteseos)

esbranquiccedilados finos a meacutedios localmente grosseiros argilosos micaacuteceos e

secundariamente arenitos muito finos siltitos argilitos folhelhos carbonososleitos

de carvatildeo e conglomerados (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio do Sul eacute constituiacuteda de

74

folhelhos e argilitos cinza-escuros na porccedilatildeo inferior diamicitos acinzentados com

matriz arenosa intercalados com arenitos muito finos na porccedilatildeo intermediaacuteria e

folhelhos normalmente vaacutervicos argilitos ritmitos e siltitos na porccedilatildeo superior A

Formaccedilatildeo Mafra eacute constituiacuteda por sequecircncia fluacutevio-marinha com predomiacutenio de

arenitos esbranquiccedilados amarelados e avermelhados finos a grosseiros ocorrendo

tambeacutem diamicitos ritmitos conglomerados argilitos e argilitos vaacutervicos e possuindo

uma aacuterea aflorante expressiva especialmentena divisa com o Paranaacute (DNPM 1986

SILVA E BORTOLUZZI 1987)

Na FIGURA 20 tem-se o mapa geoloacutegico da bacia do Rio Negrinho

elaborado com base na carta SG22 ndash Curitiba disponibilizadas pelo Serviccedilo

Geoloacutegido Brasil (CPRM) atraveacutes dos projetos GIS Brasil 11000000 e GEOBANK

Observa-se que a principal litologia encontrada na bacia satildeo os arenitos e folhelhos

ocupando 93 da aacuterea total da bacia seguidos de Gnaisse Granulito e Gnaisse

Granuliacutetico com 57

A intemperizaccedilatildeo desses arenitos e folhelhos deu origem ao Cambissolo

principal tipo de solo encontrado na bacia do rio Negrinho O Cambissolo segundo a

Embrapa (1998 2006) compreende solos minerais natildeo hidromoacuterficos com

horizonte B (FIGURA 21 e TABELA 2) incipiente e bastante heterogecircneo tanto no

que se refere a cor espessura e textura quanto no que diz respeito agrave atividade

quiacutemica da fraccedilatildeo argila e saturaccedilatildeo por bases Este horizonte situa-se

imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A exceto o fraco ou sob

horizonte H turfoso Satildeo derivados de materiais relacionados a rochas de

composiccedilatildeo e natureza bastante variaacuteveis desde as mais antigas que constituem o

embasamento do Complexo Brasileiro ateacute as de origem recente passando pelas

metamoacuterficas do complexo Brusque pelas intrusivas graniacuteticas referidas ao Eo-

Paleozoacuteico pelas sedimentares do Paleozoacuteico pelo arenito Botucatu e pelas

efusivas da Formaccedilatildeo Serra Geral

Os cambissolos satildeo solos em geral aacutecidos de difiacutecil penetraccedilatildeo de aacutegua e

encontrados em relevos mais ondulados como eacute o caso da bacia hidrograacutefica do rio

Negrinho e superfiacutecies mais jovens Satildeo solos rasos com pouca capacidade de

armazenamento de aacutegua baixa porosidade e alta permeabilidade As precipitaccedilotildees

sobre essas aacutereas tendem a gerar vazotildees mais rapidamente causando picos mais

elevados de ondas de cheia

75

FIGURA 20 ndash Mapa geoloacutegico da bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

76

FIGURA 21 ndash (a) Formaccedilatildeo de solos e (b) Perfil de solo

(a) Formaccedilatildeo de solos (LEPSCH 2002)

(b) Perfil do solo (EMBRAPA 2017)

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO (EMBRAPA 2008)

Horizonte Descriccedilatildeo

O H

O ndash Camada orgacircnica superficial pouco ou natildeo decomposta (serrapilheira) H- Camada superficial ou natildeo constituiacuteda de material orgacircnico residuos vegetais depositados sob condiccedilotildees de baixa aeraccedilatildeo e saturado (hidromorfismo)

A Horizonte mineral de coloraccedilatildeo escura (melanizaccedilatildeo) composta por material orgacircnico e presenccedila de atividade bioloacutegica

B Horizonte de maior desenvolvimento pedogeneacutetico com maior concentraccedilatildeo de composto de ferro e argilo-minerais e menor quantidade de mateacuteria orgacircnica do que o horizonte A

C Horizonte com pouca interferecircncia dos processos pedogeneacuteticos e com caracteriacutesticas morfoloacutegicas herdadas do material de origem

44 RELEVO

Nas FIGURA 22 a FIGURA 24 satildeo apresentados os perfis topograacuteficos do

rio Negrinho do rio dos Bugres e do rio Serinha O rio Serrinha eacute o que possui o

menor comprimento e a menor amplitude altimeacutetrica variando 121 metros em 13

quilocircmetros de distacircncia apresentando a declividade meacutedia de 09 O rio dos

Bugres varia 177 metros em seus 29 quilocircmetros com a declividade meacutedia de 06

O rio Negrinho por sua vez varia 180 metros ao longo dos seus 38 quilocircmetros

apresentando a menor declividade meacutedia cerca de 04 Observa-se nos perfis que

77

haacute uma raacutepida variaccedilatildeo altimeacutetrica proacuteximo agraves cabeceiras especialmente no rio

Negrinho e rio dos Bugres Apoacutes issoos trecircs rios correm em mais de 50 de seu

curso sobre uma mesma cota com pouca variaccedilatildeo altimeacutetrica no meacutedio e baixo

curso sendo a cota de 800 metros para o Serrinha e o Negrinho e 820 metros para

o Bugres

FIGURA 22 ndash Perfil topograacutefico do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

FIGURA 23 ndash Perfil topograacutefico do rio dos Bugres (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

78

FIGURA 24 ndash Perfil topograacutefico do rio Serrinha (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

A FIGURA 25 a seguir conteacutem o mapa das declividades de toda a extensatildeo

territorial do municiacutepio de Rio Negrinho Verifica-se o predomiacutenio das carcateriacutesticas

do territoacuterio como bastante acidentado com ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

Na mesma figura observa-se o rio Negrinho e seus afluentes na regiatildeo

nordeste Na regiatildeo central do municiacutepio mais ao sul a Represa da Volta Grande e

o rio Preto aleacutem do seu maior afluente (ao Leste) o rio Corredeiras O rio Preto

segue em direccedilatildeo ao Norte ateacute encontrar o rio Negro a jusante da foz do rio

Negrinho tambeacutem no rio Negro natildeo interferindo assim diretamente nos problemas

com inundaccedilotildees na aacuterea urbana do municiacutepio

Na FIGURA 26 Mapa de Hipsometria de todo o territoacuterio municipal

constata-se altitudes mais elevadas ao sul e sudoeste em torno dos 950 a 1000

metros Jaacute na regiatildeo nordeste bacia do rio Negrinho e aacuterea urbana as altitudes que

predominam estatildeo em torno de 800 metros 850 e 900 metros nas cabeceiras do rio

dos Bugres

O mapa com o detalhamento das declividades na aacuterea urbana estaacute

representado na FIGURA 27 Manteacutem-se o predomiacutenio das caracteriacutesticas de relevo

bastante acidentado mantendo-se tambeacutem a ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

79

A FIGURA 28 apresenta um detalhamento maior da hipsometria na aacuterea

urbana do municiacutepio Nessa aacuterea a faixa de variaccedilatildeo vai de 750 a 900 metros com

predomiacutenio na faixa entre os 765 a 840 metros

Essas declividades interferem na velocidade dos escoamentos e na rapidez

com que as aacuteguas das chuvas chegam no leito dos rios Se associadas a periacuteodos

prolongados de precipitaccedilatildeo que aumentam aacutereas de saturaccedilatildeo do solo e diminuem

a capacidade de infiltraccedilatildeo e armazenamento ocasionando a raacutepida elevaccedilatildeo do

niacutevel de aacutegua do rio

80

FIGURA 25 ndash Declividades no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

81

FIGURA 26 ndash Hipsometria no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

82

FIGURA 27 ndash Declividades no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

83

FIGURA 28 ndash Hipsometria no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

84

Na FIGURA 29 tem-se o Modelo Digital de Terreno (MDT) construiacutedo com

base nas cartas planialtimeacutetricas disponibilizadas pela Empresa de Pesquisa

Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA ndash EPAGRI escala 150000

Nota-se uma variaccedilatildeo de 200 metros de altitude dentro da bacia sendo as altitudes

miacutenimas e maacuteximas 780 e 980 metros respectivamente As terras mais altas da

bacia encontram-se ao Sul especialmente nas cabeceiras do rio Negrinho e dos

Bugres

85

FIGURA 29 ndash Modelo Digital de Terreno da Bacia do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

86

45 VEGETACcedilAtildeO

A bacia estaacute localizada na regiatildeo de predominacircncia da Floresta de Araucaacuteria

denominada de Floresta Ombroacutefila Mista (Klein 1978) Essa floresta eacute caracterizada

por apresentar como espeacutecie dominante o pinheiro do Paranaacute (Araucaacuteria

angustifolia) Essa vegetaccedilatildeo natildeo constitui uma formaccedilatildeo homogecircnea e contiacutenua

mas eacute formada por diversos tipos de submatas constituiacutedas por aacutervores

carcateriacutesticas nas diferentes aacutereas de recorrecircncia

Mais especificamente a cobertura vegetal da regiatildeo estaacute inserida na

transiccedilatildeo entre as unidades fitogeograacuteficas da Floresta Ombroacutefila Mista (Floresta

com Araucaacuteria) e Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta Atlacircntica) ambas constituintes

do bioma Mata Atlacircntica A cobertura original da regiatildeo foi na sua maior parte

descaracterizada pela accedilatildeo antroacutepica que desde a colonizaccedilatildeo vinha sendo feita

principalmente pela exploraccedilatildeo das florestas para a extraccedilatildeo de madeiras bem

como pela implantaccedilatildeo de cultivos anuais e pelas pastagens para a criaccedilatildeo

extensiva de gado bovino (SANTA CATARINA 1986)

Na regiatildeo atualmente a cobertura vegetal predominante eacute de floresta

secundaacuteria em estaacutegio avanccedilado de regeneraccedilatildeo devido ao corte seletivo de

araucaacuteria (Araucaacuteria angustifolia) imbuia (Ocotea porosa) e cedro (Cedrella fissilis) e

ao corte raso que ocorreram nas deacutecadas de 1960 e 1970 Nessa eacutepoca a

cobertura original foi substituiacuteda por cultivos anuais pastagens e para a implantaccedilatildeo

de florestas plantadas com espeacutecies exoacuteticas como o pinus (Pinus taeda)

Hoje a economia da regiatildeo eacute movida pelo reflorestamento de pinus que

abastece principalmente a induacutestria moveleira (Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

2009)

As caracteriacutesticas de cobertura vegetal do solo indicam a capacidade de

amortecimento da velocidade de escoamento das aacuteguas que atingem o solo

diminuindo o pico da onda de cheia e aumentando o tempo de concentraccedilatildeo

Bacias com coberturas florestais bem preservadas e mantidas tendem a

minimizar os impactos de chuvas intensas Atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e

imagem do Google Earth FIGURA 30 pode-se dizer que a bacia do rio Negrinho

possui uma boa cobertura vegetal

87

FIGURA 30 ndash Cobertura vegetal da bacia do rio Negrinho (Google Earth 2017) Adaptado

46 CLIMA

O clima da regiatildeo eacute do tipo Cfb segundo Koumlppen ou seja clima temperado

constantemente uacutemido sem estaccedilatildeo seca com veratildeo fresco (temperatura meacutedia do

mecircs mais quente lt 22ordmC) A temperatura meacutedia anual varia entre 155 e 170degC A

temperatura meacutedia das maacuteximas varia de 266 a 240degC e das miacutenimas de 108 a

118degC A precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica total anual pode variar de 1360 a 1670 mm

com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias A umidade relativa do ar

pode variar de 800 a 862 (EPAGRICIRAM 1999 BENEZ 2002)

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO

Em funccedilatildeo do tamanho da bacia e da extensatildeo do Rio Negrinho 38 km o

objeto do estudo hidrodinacircmico foi definido como o trecho mais urbano do rio com

extensatildeo aproximada de 55 km

88

Este trecho inicia na captaccedilatildeo do SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de

Saneamento Baacutesico no Bairro Alegre e termina na foz do rio Negrinho

Aleacutem de ser o trecho mais urbano do rio este eacute tambeacutem o trecho que sofre o

maior impacto com as inundaccedilotildees especialmente se considerado pelo nuacutemero de

edificaccedilotildees atingidas bem como e por consequecircncia pelos prejuiacutezos totalizados a

cada evento

Neste trecho o rio passa sob oito pontes que interferem no seu

comportamento de forma diferenciada durante os diferentes niacuteveis das inundaccedilotildees

Todas as caracteriacutesticas descritas interferem no comportamento hidroloacutegico

da bacia e hidrodinacircmico dos rios

O relevo as declividades a geologia e a pedologia dos terrenos define a

rapidez com que a gota de aacutegua que cai no divisor de aacuteguas chega ao rio O tipo de

solo e a declividade tambeacutem definem as caracteriacutesticas planimeacutetricas do rio como

no caso do rio Negrinho com inuacutemeros meandros recortando o periacutemetro urbano

A vegetaccedilatildeo interfere no amortecimento e na velocidade da aacutegua da chuva

que chega agrave superfiacutecie na capacidade de armazenamento do solo assim como na

evaporaccedilatildeo e na evapotranspiraccedilatildeo

As condiccedilotildees do tempo da regiatildeo influenciadas pelos fenocircmenos de frente

fria e convectivos na atmosfera satildeo componentes importantes sobre o

comportamento dos rios bem como a frequecircncia a intensidade e a duraccedilatildeo das

chuvas como condicionantes no processo de inundaccedilotildees

Em funccedilatildeo dos estudos hidroloacutegicos e das primeiras simulaccedilotildees do

hidrodinacircmico a aacuterea de estudo foi ampliada ateacute a foz do rio Negrinho no rio Negro

e nesses doze quilocircmetros a montante ateacute a ponte do Lageado e um quilocircmetro

levando em consideraccedilatildeo o incremento proporcionado pelo rio dos Bugres

89

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS

Todos os dados e informaccedilotildees obtidos junto a oacutergatildeos governamentais ou de

pesquisa ou nos levantamentos em campo passaram por processos de anaacutelise

verificaccedilatildeo e validaccedilatildeo

Neste estudo foram obtidos os dados de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

O estudo hidroloacutegico compreende o levantamento e a anaacutelise das seacuteries

histoacutericas de mediccedilotildees de estaccedilotildees preferencialmente inseridas nas bacias

hidrograacuteficas que satildeo objeto de estudo

No presente caso da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho apenas a Estaccedilatildeo

Rio Negrinho Montante (Fazenda Souza) respeita essa condiccedilatildeo preferencial razatildeo

pela qual este projeto de dissertaccedilatildeo tem como um de seus objetivos a instalaccedilatildeo

de novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

Em razatildeo dessa deficiecircncia de dados na bacia do rio Negrinho foram

levantados os dados junto as seguintes estaccedilotildees na regiatildeo Estaccedilotildees Hidroloacutegicas

Convencionais de Corredeiras - 01 Rio Negrinho Montante - 02 Fragosos ndash 03 Rio

Preto do Sul ndash 04 e rio Negro ndash 4a (FIGURA 31) A estaccedilatildeo telemeacutetrica do

CEMADEN Rio Negrinho ndash 05 eacute uma estaccedilatildeo que mede chuva e vazatildeo em

intervalos de tempo natildeo regulares que podem variar de alguns minutos a uma hora e

estaacute em operaccedilatildeo desde agosto de 2014 depois da grande cheia de 2014

As localizaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas Fragosos - 06 e Rio

Negro - 07 utilizadas neste estudo bem como a localizaccedilatildeo das estaccedilotildees

meteoroloacutegicas telemeacutetricas Rio NegrinhoBattistela - 08 (INMET) e Lapa - 09

(SIMEPAR) estatildeo apresentadas na FIGURA 32 Satildeo utilizados somente os dados

de chuvas das estaccedilotildees meteoroloacutegicas

90

FIGURA 31 ndash Localizaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas na Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

91

FIGURA 32 ndash Localizaccedilatildeo Estaccedilotildees Telemeacutetricas Regiatildeo da Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS

Os dados referentes agraves estaccedilotildees utilizadas encontram-se na TABELA 3 e

nela estatildeo tipo coacutedigo e nome da estaccedilatildeo localizaccedilatildeo altitude aacuterea de drenagem

bacia hidrograacutefica fonte e periacuteodo de operaccedilatildeo Essas estaccedilotildees permitem o resgate

de seacuteries histoacutericas da bacia do rio Negrinho para avaliar o comportamento

hidroloacutegico da regiatildeo regime de chuvas e ondas de cheia

As estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas marcadas em amarelo na tabela

correspondentes aos nuacutemeros 10 11 12 13 e 14 satildeo as novas estaccedilotildees

implantadas em decorrecircncia da necessidade verificada neste estudo

A estrutura destas estaccedilotildees estaacute apresentada de forma resumida na

FIGURA 33 onde estatildeo o nome o coacutedigo e a variaacutevel As respectivas localizaccedilotildees

podem ser vistas na FIGURA 31 e na FIGURA 32

92

FIGURA 33 ndash Estaccedilotildees de Monitoramento (Autor 2017)

93

TABELA 3 ndash Estaccedilotildees Hidroloacutegicas e Meteoroloacutegicas (Autor 2017)

94

511 Anaacutelise dos dados de chuva

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Corredeiras estaacute localizada na bacia hidrograacutefica do rio Preto

fora da bacia do rio Negrinho no interior regiatildeo central do municiacutepio de Rio

Negrinho O rio Preto eacute um afluente do rio Negro e tem sua foz a jusante da foz do

rio Negrinho

Definiu-se pela plotagem da chuva acumulada diaacuteria de 2 dias de 5 dias e

de 10 dias para mostrar a importacircncia da anaacutelise sob o ponto de vista das

acumuladas mas sem estudos aprofundados No futuro seria interessante uma

anaacutelise estatiacutestica o que pode trazer novas informaccedilotildees sobre o nuacutemero de dias das

chuvas acumuladas que podem causar as inundaccedilotildees

A FIGURA 34 mostra o evento de chuvas intensas do dia 08062014 mas

as chuvas de 11071983 e 31051992 satildeo muito menores que a de 2014 no

acumulado diaacuterio Mas quando plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

nitidamente os picos de chuvas que ocasionaram as cheias de 1983 e 1992

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees Isso mostra a importacircncia da anaacutelise de diferentes periacuteodos de chuvas

acumuladas Em vermelho estatildeo indicadas as falhas de mediccedilatildeo que podem

coincidir com eventos de temporais

Observa-se que os acumulados que produzem as grandes inundaccedilotildees

ainda que associados a outras condiccedilotildees somam em torno de 300mm extrapolando

em 1983 os 350mm no acumulado de 10 dias

95

FIGURA 34 ndash Estaccedilatildeo Corredeiras (02649055)

(Autor 2017)

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica

Esta estaccedilatildeo pertence ao CEMADEN e estaacute localizada sobre a Ponte do

Ipiranga no rio Negrinho proacuteximo a estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do SAMAE bairro

96

Alegre Tem aproximadamente 2 anos e seis meses de mediccedilatildeo iniciadas no final

do mecircs de agosto de 2014 dois meses apoacutes a grande inundaccedilatildeo

Os dados de chuva e cota apresentam periodicidade natildeo uniforme de

mediccedilatildeo podendo ser menores que uma hora Para chuva foram calculadas as

acumuladas de 1 2 5 e 10 dias Durante o periacuteodo de mediccedilatildeo natildeo foi verificado

nenhum evento de chuvas intensas Mas pela FIGURA 35 pode-se verificar que na

data do dia 20082016 ocorreu a maacutexima chuva do periacuteodo monitorado

FIGURA 35 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN (421500009H) (Autor 2017)

97

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Fragosos situa-se na bacia do Rio Negro a montante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Sua operaccedilatildeo teve iniacutecio em 1998 Apesar da

proximidade apresenta caracteriacutesticas distintas e a chuva que deu origem agrave

inundaccedilatildeo de 2014 eacute percebida FIGURA 36 mas natildeo se destaca Isto mostra que

avaliar a chuva meacutedia de uma bacia com base em uma estaccedilatildeo pluviomeacutetrica pode

causar grandes distorccedilotildees na vazatildeo natildeo sendo representativos da chuva meacutedia da

bacia Os traccedilos em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

Na FIGURA 36 observa-se ainda a chuva diaacuteria pontualmente intensa ao

final de 2006 sem causar inundaccedilatildeo diferentemente da chuva de junho de 2014

que apesar de ser menor que a de 2006 causou uma grande inundaccedilatildeo Quando eacute

feita a anaacutelise das acumuladas de diferentes periacuteodos observa-se que a acumulada

de 5 dias conseguiu capturar chuvas intensas em 2009 2010 e 2014

correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram Aumentanto-se o periacuteodo para 10

dias aparecem picos que natildeo ocasionaram inundaccedilotildees Conclui-se que a chuva

acumulada de 5 dias pode fornecer indiacutecios de inundaccedilotildees

98

FIGURA 36 ndash Estaccedilatildeo Fragosos (02649073) (Autor 2017)

99

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Rio Negro FIGURA 37 estaacute instalada na aacuterea urbana e central do

municiacutepio de Rio NegroPR Situa-se na bacia do rio Negro a jusante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Apresenta caracteriacutesticas distintas e as chuvas que

deram origem agraves inundaccedilotildees foram percebidas mas natildeo se destacaram Os traccedilos

em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

As seacuteries histoacutericas obtidas iniciam em 1998 e vatildeo ateacute 2015 natildeo permitindo

uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nesta estaccedilatildeo observa-se chuvas pontualmente intensas acima de 100mm nos

anos de 2013 2014 e 2015 natildeo sendo esse um volume tatildeo significativo se

considerado de forma pontual Plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

chuvas intensas em 2010 e 2014 correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees

Observa-se que as chuvas acumuladas de 5 dias fornecem informaccedilotildees das

inundaccedilotildees

100

FIGURA 37 ndash Estaccedilatildeo Rio Negro (02649074) (Autor 2017)

101

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos

Esta estaccedilatildeo natildeo estaacute inserida na bacia do rio Negrinho mas estaacute muito

proacutexima a jusante da foz do rio Negrinho no rio Negro Apesar dessa proximidade

as chuvas que ocasionaram a inundaccedilatildeo de 2014 natildeo foram sentidas FIGURA 38

Poreacutem as chuvas de abril de 2010 nos acumulados de 5 e 10 dias ficam bem

niacutetidas permitindo a associaccedilatildeo com aquela inundaccedilatildeo

Novamente esses acumulados somaram em torno de 300mm de chuva

Para uma boa previsatildeo de chuvas haacute a necessidade de aumentar a

densidade de estaccedilotildees de monitoramento Quanto maior o nuacutemero melhor a

avaliaccedilatildeo espaccedilo-temporal de volumes e intensidades A densidade ideal depende

de cada regiatildeo e de criteacuterios natildeo claramente definidos

102

FIGURA 38 ndash Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (A862) (Autor 2017)

103

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

Nesta estaccedilatildeo FIGURA 39 o preenchimento de falhas foi feito com base na

estaccedilatildeo Lapa-IAPAR (02549091) que eacute uma estaccedilatildeo muito proacutexima por isso a

seacuterie natildeo apresenta falhas

Diante do nuacutemero reduzido de estaccedilotildees com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis

definiu-se pela utilizaccedilatildeo dos dados da Estaccedilatildeo Lapa ainda que um pouco distante

da bacia do rio Negrinho

As seacuteries histoacutericas de chuva obtidas iniciam em 2009 e vatildeo ateacute 2015 natildeo

permitindo uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nessa estaccedilatildeo natildeo se observa um volume de chuvas significativo em junho de

2014 Plotados os acumulados durante 2 5 e 10 dias percebe-se as chuvas

intensas em junho de 2014 correspondentes a inundaccedilatildeo que ocorreu em toda

bacia do rio Iguaccedilu

Observa-se novamente que em 2014 nos acumulados de 5 e 10 dias que as

chuvas somaram proacuteximo de 300mm

Essa chuva natildeo eacute pontual causada por celulas convectivas que ocorrem em

geral nos verotildees e sim ocasionadas por frente fria que ocorrem principalmente no

outono e inverno Diferentemente das chuvas convectivas que satildeo mais localizadas

em pequenas regiotildees ou bacias as frentes frias atingem grandes extensotildees de

aacutereas causando chuvas sobre essas aacutereas Esta estaccedilatildeo confirma a presenccedila do

fenocircmeno de frente fria de 08 de junho de 2014 que causou grandes danos em

diversas regiotildees da bacia do rio Iguaccediluacute incluindo a cidade de Rio NegrinhoSC

A FIGURA 40 mostra a grande chuva de 08062014 sobre a bacia do rio

Iguaccediluacute Esta figura mostra tambeacutem o iniacutecio da formaccedilatildeo das nuvens no dia 07 no

dia anterior ao evento e o seu deslocamento para o oceano Atlacircntico no dia 09 no

dia posterior ao evento

Esse periacuteodo do ano final da estaccedilatildeo de outono extendendo-se pelo

inverno eacute carcaterizado na regiatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC por chuvas mais

frequentes sejam elas convectivas ou ocasionadas por frentes frias o que manteacutem

o lenccedilol freaacutetico mais elevado e diminui a capacidade de armazenamento do solo

104

FIGURA 39 ndash Estaccedilatildeo Lapa (25474946) (Autor 2017)

105

FIGURA 40 ndash Imagem de precipitaccedilatildeo do sateacutelite GOES 13 para a regiatildeo sul do Brasil nos dias 7 (a) 8 (b) e 9 (c) de junho de 2014

fonte (httpsigmacptecinpebrprec_sat)

(a) (b) (c)

106

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo

Nesta anaacutelise de vazotildees as mesmas satildeo convertidas para mmdia para

uniformizar a grandeza buscando facilitar a comparaccedilatildeo entre mediccedilotildees em

diferentes estaccedilotildees fluviomeacutetricas

Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN ndash Telemeacutetrica

Quanto a vazatildeo ainda natildeo foi obtida a curva chave A FIGURA 41 mostra os

dados medidos nessa estaccedilatildeo A mediccedilatildeo eacute feita pelo sensor que mede a distacircncia

deste ao niacutevel da aacutegua Portanto quanto maior a distacircncia menor seraacute o niacutevel

drsquoaacutegua Com os dados de distacircncia eacute preciso obter as cotas equivalentes para

depois com o uso da curva chave determinar as vazotildees No momento natildeo eacute possiacutevel

obter nenhuma conclusatildeo

FIGURA 41 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN - Cota (421500009H) (Autor 2017)

Estaccedilotildees fluviomeacutetricas ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Fragosos estaacute localizada no rio Negro a montante da foz do rio

Negrinho no rio Negro Jaacute a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante localizada no rio

Negrinho estaacute a montante da aacuterea urbana mais exatamente na Fazenda Souza

A FIGURA 42 e FIGURA 43 apresentam a comparaccedilatildeo das vazotildees entre

essas estaccedilotildees Verifica-se comportamentos distintos poreacutem na FIGURA 42 nas

107

datas que coincidem com inundaccedilotildees 30092009 26042010 e 08062014 os

picos de vazatildeo satildeo semelhantes Pela FIGURA 43 eacute possiacutevel observar a existecircncia

de correlaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees atraveacutes do coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2)

FIGURA 42 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

FIGURA 43 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

Em 2010 os picos de vazatildeo refletem a inundaccedilatildeo ocorrida no final do mecircs

de abril daquele ano FIGURA 44

108

FIGURA 44 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante 2010 (Autor 2017)

Na comparaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees FIGURA 45 apesar da falha de

mediccedilatildeo na estaccedilatildeo do Rio Negrinho pode-se observar claramente as ondas de

cheia

A falha de mediccedilatildeo se deve ao fato de a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante ser

convencional e em grandes inundaccedilotildees o operador deixar de ter acesso agrave estaccedilatildeo

para efetuar as leituras

FIGURA 45 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014

(Autor 2017)

A FIGURA 46 e FIGURA 47 mostram a comparaccedilatildeo de vazatildeo entre a

estaccedilatildeo Fragosos e a estaccedilatildeo Rio Preto do Sul onde se observa o comportamento

109

semelhante das duas mediccedilotildees com os pontos de pico coincidindo com as

inundaccedilotildees de julho de 1983 e maio de 1992 Entretanto observa-se que a vazatildeo na

Estaccedilatildeo de Rio Preto do Sul eacute superior que na Estaccedilatildeo de Fragosos Pode ser que

os valores da Estaccedilatildeo Rio Preto do Sul estejam superestimados estando portanto

sujeitos a verificaccedilatildeo

FIGURA 46 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

FIGURA 47 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

110

Na FIGURA 48 verificam-se falhas provavelmente nos picos de vazatildeo

coincidindo com a inundaccedilatildeo de 11 de julho de 1983

Apesar dessas estaccedilotildees estarem em pontos distantes as mediccedilotildees tecircm

comportamentos muito semelhantes

FIGURA 48 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1982-1984) (Autor 2017)

A FIGURA 49 e FIGURA 50 mostram a comparaccedilatildeo entre as estaccedilotildees

Fragosos (65090000) e Rio Negro (65100000) A semelhanccedila dos hidrogramas com

destaque no pico de vazatildeo da cheia de 08062014 pode ser vista na FIGURA 51 As

unidades estatildeo em mmh para uniformizar as grandezas e com isso eacute possiacutevel

concluir que a chuva que gerou a vazatildeo de pico foi relativamente uniforme sobre a

bacia indo de encontro com as imagens de sateacutelite da FIGURA 40 O formato do

hidrograma ser mais estreito em Fragosos em comparaccedilatildeo com Rio Negro se

devem as caracteriacutesticas fiacutesicas da bacia sendo as principais a aacuterea e a declividade

da bacia

111

FIGURA 49 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014)

(Autor 2017)

FIGURA 50 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014) (Autor 2017)

112

FIGURA 51 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro de maio a julho de 2014 (Autor 2017)

As anaacutelises das seacuteries histoacutericas mostram que os picos de chuvas

acumuladas de 5 dias apresentam uma boa relaccedilatildeo com os picos de cheia quando

avaliada sob o aspecto cronoloacutegico (datas coincidentes) do periacuteodo chuvoso e

inundaccedilotildees

Observou-se que as chuvas que geram as grandes inundaccedilotildees natildeo satildeo

chuvas pontuais causadas por ceacutelulas convectivas Satildeo chuvas na maioria das

vezes ocasionadas por frentes frias que ocorrem principalmente no outono e no

inverno e atingem a regiatildeo como um todo (bacia do alto rio Negro)

Para se ter uma boa previsatildeo de cheia eacute necessaacuterio melhorar a densidade

de estaccedilotildees dentro da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho A busca de uma rede de

monitoramento capaz de fornecer informaccedilotildees que deem condiccedilotildees para estimar

chuvas verossiacutemeis sobre a bacia e prever a vazatildeo do rio Negrinho resultou na

aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas que estaacute abordada

no capiacutetulo que se segue

Aleacutem da intensidade e da duraccedilatildeo das chuvas essas inundaccedilotildees satildeo

precedidas de periacuteodos de pluviosidade acentuada que contribuem para a

saturaccedilatildeo das camadas do solo diminuindo sua capacidade de infiltraccedilatildeo e

armazenamento de aacutegua entre os vazios de solo acarretando maior escorrimento

superficial e para a elevaccedilatildeo do niacutevel do escoamento de base

No capiacutetulo 7 eacute feito o estudo hidrodinacircmico com o HEC-RAS como forma

de testar e avaliar a capacidade de simulaccedilatildeo das cheias usando modelos

113

computacionais Para a calibraccedilatildeo desse modelo e simular o fluxo da aacutegua no trecho

do rio Negrinho que atravessa a aacuterea urbana da cidade de Rio Negrinho adotou-se

a vazatildeo da cheia de 08062014 onde a falha eacute preenchida com a vazatildeo de

Fragosos (65090000) O criteacuterio de preenchimento da falha foi 1) observou-se os

maiores picos simultacircneos existentes entre as seacuteries em mmdia (FIGURA 52) 2)

calculou-se as razotildees entre as vazotildees de pico de Rio Negrinho Montante e

Fragosos Neste estudo foram utilizados os dois maiores picos da seacuterie 3)

determinou-se a razatildeo meacutedia resultando num valor aproximado de 15 4) aplicou-se

essa razatildeo nas mediccedilotildees de vazatildeo de Fragosos considerando o deslocamento

temporal existente O resultado do hidrograma estaacute apresentado na TABELA 4 e

FIGURA 53 em mmdia e na FIGURA 54 em msup3s Natildeo foi calculado o pico da vazatildeo

instantacircnea devido a caracteriacutestica da cheia ser lenta e durar vaacuterios dias

FIGURA 52 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante de setembro de 2009 a junho de 2010

(Autor 2017)

114

TABELA 4 ndash Hidrogramas Estaccedilotildees Fragosos (65090000) e Rio Negrinho Montante (65093000)

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (mmdia) Vazatildeo (m3s)

65090000 65093000 65090000 65093000

01062014 147 220 136 45

02062014 147 142 136 29

03062014 141 117 131 24

04062014 123 113 114 23

05062014 116 108 107 22

06062014 255 411 236 84

07062014 422 1864 391 381

08062014 1323 3041 1225 619

09062014 2027 2950 1877 601

10062014 1967 2642 1821 538

11062014 1761 2223 1631 453

12062014 1482 1706 1372 347

13062014 1137 1249 1053 254

14062014 833 902 771 184

15062014 602 748 557 152

16062014 499 548 462 112

17062014 430 548 398 112

18062014 367 499 340 102

19062014 367 470 340 96

FIGURA 53 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em mmdia

(Autor 2017)

115

FIGURA 54 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em msup3s

(Autor 2017)

O rio Negrinho sofre o remanso causado pelo rio Negro principalmente em

situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo onde as vaacuterzeas ficam completamente tomadas pelas aacuteguas

dificultando o escoamento e diminuindo a velocidade do fluxo Considerando essa

situaccedilatildeo estudou-se a vazatildeo do rio Negro A estaccedilatildeo Rio Preto do Sul (04 ndash

65095000) operou ateacute 2010 natildeo dispondo de dados para a cheia de junho de 2014

A jusante desta estaccedilatildeo tem-se a estaccedilatildeo Rio Negro (4a ndash 65100000) com dados

de junho de 2014 A FIGURA 55 mostra as estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash

4a com a localizaccedilatildeo da bacia do rio Negrinho

116

FIGURA 55 ndash Estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash 4ordf Bacias hidrograacuteficas (Uda P K et al 2013) Adaptado

Devido a falta de dados monitorados de eventos de cheia supocircs-se a

existecircncia de similaridade do comportanto das vazotildees em toda bacia do rio

Negrinho visto que as vazotildees entre Fragosos e Rio Negrinho Montante apesar da

distacircncia existente entre os pontos de mediccedilatildeo apresentam comportamentos

semelhantes durante os picos de cheias Com base nessa suposiccedilatildeo adotou-se

para o caacutelculo das vazotildees afluentes ao rio Negrinho no trecho de interesse a relaccedilatildeo

entre aacutereas e a vazatildeo de Rio Negrinho Montante resultando na configuraccedilatildeo

esquemaacutetica apresentada na FIGURA 56 O resultado obtido para as vazotildees usados

na simulaccedilatildeo numeacuterica encontra-se na

TABELA 5 A vazatildeo Q1 eacute a vazatildeo na estaccedilatildeo 05 ndash Rio Negrinho (421500009H) do

CEMADEN essa vazatildeo eacute a soma da contribuiccedilatildeo do rio Negrinho a montante desse

ponto que inclui a bacia do rio dos Banhados e da bacia rio do Salto Q2 eacute a

contribuiccedilatildeo da bacia do Serrinha Q3 eacute a do rio dos Bugres Q4 e Q5 satildeo as vazotildees

afluentes e defluentes respectivamente do rio Negro nas proximidades da foz do

Rio Negrinho A vazatildeo Q4 foi estimada com base na estaccedilatildeo Fragosos e Q5 foi

estimada empiricamente para atender a conservaccedilatildeo de massa (FIGURA 57)

117

considerando o volume de controle na foz do rio Negrinho A FIGURA 58 mostra a

vazatildeo estimada para o rio Negro a juzante da foz do rio Negrinho em conjunto com

as vazotildees monitoradas em Fragosos e Rio Negro No hidrograma do Rio Negro foi

realizado um ajuste na regiatildeo de pico indicado por tracejado verde A FIGURA 59

mostra as vazotildees da

TABELA 5 A vazatildeo incremental de contribuiccedilatildeo direta que foi estimada para ser

constante ao longo do trecho do rio Negrinho e variaacutevel no tempo No trecho do rio

Negro a vazatildeo incremental foi desprezada por se tratar de um trecho muito curto

FIGURA 56 ndash Configuraccedilatildeo das vazotildees do rio Negrinho (Autor 2017)

118

TABELA 5 ndash Vazotildees usadas na simulaccedilatildeo numeacuterica ndash junho 2014

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (m

3s)

Incremental (m

3skm)

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 q

01062014 486 056 188 2186 2728 0042

02062014 313 036 121 2186 2876 0027

03062014 259 030 100 2105 2698 0023

04062014 248 029 096 1832 2388 0022

05062014 238 028 092 1719 2215 0021

06062014 907 105 351 3793 3833 0079

07062014 4115 477 1594 6283 7203 0358

08062014 6713 778 2601 19686 22730 0585

09062014 6512 755 2523 30163 34643 0567

10062014 5832 676 2260 29263 37290 0508

11062014 4906 569 1901 26210 35820 0427

12062014 3765 436 1459 22048 31228 0328

13062014 2757 319 1068 16922 25867 0240

14062014 1992 231 772 12390 18748 0174

15062014 1652 191 640 8951 14790 0144

16062014 1210 140 469 7424 12517 0105

17062014 1210 140 469 6396 10702 0105

18062014 1102 128 427 5464 8946 0096

19062014 1037 120 402 5464 8009 0090

20062014 950 110 368 5351 7545 0083

21062014 832 096 322 5191 7028 0072

22062014 734 085 285 4628 6138 0064

23062014 680 079 264 3937 5157 0059

24062014 616 071 238 3503 4588 0054

25062014 626 073 243 3278 4232 0055

26062014 659 076 255 3182 4098 0057

27062014 994 115 385 3455 4529 0087

28062014 767 089 297 3519 4839 0067

119

FIGURA 57 ndash Vazotildees do rio Negro a montante e a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

FIGURA 58 ndash Vazatildeo estimada para o rio Negro a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

120

FIGURA 59 ndash Vazotildees incrementais no rio Negrinho e no rio Negro (Autor 2017)

121

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

A bacia do Rio Negrinho e as bacias dos seus afluentes natildeo possuem uma

rede de monitoramento hidroloacutegico Apenas uma estaccedilatildeo convencional das Aacuteguas

do Paranaacute localizada no rio Negrinho na Fazenda Souza Outras estaccedilotildees

hidroloacutegicas implantadas na regiatildeo e com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis cobrem as

bacias do Rio Preto (Corredeiras) e do Rio Negro (Fragosos)

Como decorrecircncia deste trabalho de mestrado e por ser um de seus

objetivos fez-se a gestatildeo junto agrave administraccedilatildeo puacuteblica para que o municiacutepio

adquirisse e implantasse um sistema que aleacutem de auxiliar no monitoramento dos

rios durante os eventos passasse a gerar seacuteries histoacutericas que permitam estudos

futuros

Obtido o apoio necessaacuterio da administraccedilatildeo puacuteblica bem como os recursos

necessaacuterios para da implantaccedilatildeo do novo sistema foi estabelecido contato com a

empresa EPAGRICIRAM ndash Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidro meteorologia de Santa Catarina para aquisiccedilatildeo dos equipamentos de

monitoramento hidroloacutegicos

Com as especificaccedilotildees dos equipamentos feitas pelos teacutecnicos da

EPAGRICIRAM vencidas as formalidades legais do processo licitatoacuterio e os prazos

de entrega nele estabelecidos os equipamentos comeccedilaram a ser montados em

outubro de 2015 (postes palafita reacuteguas linimeacutetricas tubulaccedilotildees caixas de

passagem as caixas ambientais com as PCDrsquos - Plataforma de Coleta de Dados

paineacuteis solares e pluviocircmetros) A conclusatildeo da montagem dos equipamentos

ocorreu no dia 27 de janeiro de 2016 A partir dessa data os dados puderam ser

acessados via internet na paacutegina da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr) sendo logo em seguida adicionados na paacutegina

da Defesa Civil de Rio Negrinho de forma a facilitar o acesso do cidadatildeo comum

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA

- Monitorar os volume de chuva e os niacuteveis dos rios em tempo quase real

- Estabelecer os limites de atenccedilatildeo alerta e emergecircncia para os niacuteveis dos

rios

122

- Constituir uma base de dados (seacuteries histoacutericas) para possibilitar accedilotildees

futuras

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA ESTACcedilAtildeO

Para a elaboraccedilatildeo do processo licitatoacuterio de aquisiccedilatildeo as especificaccedilotildees

dos equipamentos a serem instalados em cada estaccedilatildeo foram elaboradas pela

equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM e estatildeo apresentadas na TABELA 6

TABELA 6 ndash Configuraccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas (Autor 2017)

Pluviocircmetro Automaacutetico de baacutescula

Unidade de captaccedilatildeo de energia

Painel solar fotovoltaico com potecircncia de pico igual a vinte watts tensatildeo nominal de saiacuteda de 12v e cabo de comprimento miacutenimo de dois metros e isolamento em material resistente ao ambiente externo

Unidade de processamento armazenamento e transmissatildeo

Bateria chumboaacutecida selada de 12V 12Ah com dimensotildees maacuteximas de 155(C)x100(L)x105mm(A) peso maacuteximo de 45kg vaso em ABS

Controlador de carga para bateria12v 33ah potecircncia miacutenima de 60w desligamento automaacutetico por baixa tensatildeo (menor que 115v) e reconexatildeo da carga quando bateria com tensatildeo igual ou superior a 125v desligamento por sobretensatildeo proteccedilatildeo eletrocircnica contra curto circuito e corrente excessiva e inversatildeo de polaridade invoacutelucro com proteccedilatildeo miacutenima IP 22 sinalizaccedilatildeo de bateria carregada bateria com meia carga e bateria sem carga e possuir conectores KRE distintos para painel solar bateria e carga Bateria 12v nominal e 33ah

Datalogger com capacidade miacutenima de 512 kB de memoacuteria para dados capacidade miacutenima de 65 kB para sistema operacional e programa taxa de amostragem por evento possibilidade de programar esta taxa de 1seg ateacute 24 horas miacutenimo de 5 portas analoacutegicas de precisatildeo de 11 bits e range de 0 [V] a 25 [V] 2 portas de controle 1 portas de pulso 1 porta RS232 de configuraccedilatildeo do logger(via microcomputador) e interface entreperifeacutericos (modenstransmissores) pelo menos uma entrada muacuteltipla de comunicaccedilatildeo com sensores protocolo SDI12 fontes de tensatildeo programaacutevel de 25 [V] e 5 [V] Alimentaccedilatildeo 12 [V] DC precisatildeo do reloacutegio interno de 1 minutomecircs O equipamento deve estar em conformidade com a norma IEC613262002

Modem GSMGPRS para transmissatildeo de dados via GPRS e SMS suportando a linguagem de programaccedilatildeo JAVA porta serial RS232 para recebimento dos dados do datalogger Cabo com porta serial RS232 para conexatildeo agrave data logger Com capacidade para dois cartotildees de transmissatildeo de duas operadoras distintas Fornecido com acesso a antena externa ao moacutedulo atraveacutes de conector SMA de 50 ohms

Relecirc Descriccedilatildeo Alimentaccedilatildeo 5V e acionamento em niacutevel baixo Aplicaccedilatildeo CR510 CR10X CR1000

Componentes Q1 ndash 1 transistor BC327 R1 ndash 1 resistor de 2K2 Ω R2 ndash 1 resistor de 2K2 Ω D1 ndash 1 diodo 1N4001 D2 ndash 1 LED vermelho de 3mm RL1 ndash 1 Releacute de 5V do tipo AT1RC5V J1 ndash 1 conector KRE de 4 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 15450 J4 1 conector KRE de 3 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 153508

Sensor de niacutevel drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo Transdutor de pressatildeo

Cabo de comprimento miacutenimo de 50 metros em poliuretano com blindagem eleacutetrica com capilar interno para referecircncia de pressatildeo atmosfeacuterica

Interface420mA (2 fios) eou SDI12 Faixa de mediccedilatildeo de 0 a 20 mca (metros de coluna de aacutegua) Acuraacutecia le plusmn 01 em toda a escala para interface SDI12 e le plusmn 01 em toda a escala para

interface 420mA Resoluccedilatildeo igual ou inferior agrave 1 mm Erros de linearidade e histerese somados devem ser inferiores plusmn01 da leitura no final da

faixa nominal (FE) Compensaccedilatildeo da influecircncia de temperatura pelo menos na faixa de 10 a 45degC Corpo em accedilo inox ou liga de titacircnio Membrana ceracircmica (mediccedilatildeo de niacutevel atraveacutes de ceacutelula de pressatildeo tipo ceracircmica

capacitiva) Alimentaccedilatildeo 10 a 30 Vcc Possibilidade de uso de resistor de shunt de 100 Ohms para transformaccedilatildeo de corrente em

123

tensatildeo Sobrepressatildeo ateacute 3 vezes a faixa nominal (FE) de operaccedilatildeo Classe de proteccedilatildeo IP 68 Formato ciliacutendrico com dimensotildees compreendidas entre 2 cm e 5 cm de diacircmetro e entre

10 e 20 cm de comprimento (sem o cabo) Garantia e suporte teacutecnico de no miacutenimo 1 ano

Suporte metaacutelico do conjunto

Estrutura metaacutelica para suporte da estaccedilatildeo Agrometeoroloacutegica fabricada conforme instruccedilotildees abaixo

Suporte metaacutelico confeccionado de accedilo galvanizado tubular de 2 polegadas de diacircmetro externo parede interna de 3mm de espessura comprimento de 170 metros

Base de pluviocircmetro circular de 205mm de diacircmetro em chapa de accedilo galvanizado 2mm soldada na parte superior do tubo de duas polegadas com 3 furos de 6 mm de diacircmetro distribuiacutedos triangularmente na superfiacutecie e um furo central de 8mm de diacircmetro

Suporte para painel solar de 20 watts com inclinaccedilatildeo fixa de 30deg feito em chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm por 400mm de comprimento na projeccedilatildeo horizontal soldado na lateral do tubo de 2 polegadas na extremidade proacuteximo agrave base do pluviocircmetro Com 4 furos de 10mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo do painel

Suporte de caixa ambiental feito em 2 unidades de chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm e 380 mm de comprimento soldados no lado oposto ao suporte do painel solar Com 4 furos de 9mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo da caixa ambiental

Braccedilo para sensor de temperatura e umidade de 05 metro de comprimento feito em tubo de 20mm ou ateacute 1 polegada de diacircmetro externo e parede de 2mm de espessura em accedilo galvanizado Deve ser fixado acima do suporte da caixa ambiental por meio de uma base fixada no tubo de 2rdquo com no miacutenimo 2 parafusos M5 em inox para a fixaccedilatildeo Este braccedilo de ser removiacutevel para facilitar o transporte Obs Toda estrutura com pintura epoacutexi na cor branca

Reacutegua linimeacutetrica Perfil e Reacutegua metaacutelicos

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados

O sistema de transmissatildeo de dados das leituras via modem utiliza tecnologia

e sinal de celular

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos

O datalogger ndash Campbell ndash possui um programa em Crbasic que considera o

ID (coacutedigo da estaccedilatildeo por ex 2079) e o valor de offset para ajuste de niacutevel

igualando as mediccedilotildees dos sensores com as das reacuteguas linimeacutetricas No caso da

estaccedilatildeo 2084 ndash Foz do Rio Negrinho foi usado um sensor para 20 mca diferente

dos demais todos com 10 mca Isto eacute tambeacutem ajustado no programa

No banco de dados os dados lidos armazenados e enviados passam por 03

(trecircs) testes de consistecircncia no controle de qualidade O ldquosteprdquo o ldquorangerdquo e o

ldquopersistentrdquo Dados natildeo consistentes satildeo eliminados e deixam de ser fornecidos As

seacuteries histoacutericas jaacute consisitidas podem ser obtidas mediante solicitaccedilatildeo via site da

EPAGRICIRAM

124

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM

- Servidor de alta capacidade de armazenamento

- Atualmente possui 200 milhotildees de dados

- Recebe diariamente cerca de 50 mil dados

- Possui regras de seguranccedila

- Armazena dados de estaccedilotildees com mais de 100 anos

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral

A partir do dia 27 de janeiro de 2016 os dados medidos passaram a ser

diponibilizados para puacuteblico em geral na paacutegina da internet da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr)

Os dados medidos nas estaccedilotildees hidroloacutegicas apoacutes a leitura satildeo

transferidos automaticamente por sinal de celular para o servidor da EPAGRICIRAM

em Florianoacutepolis Passam por um algoritmo que verifica a sua consistecircncia e

retornam para o sistema sob a forma de figuras que facilitam a interpretaccedilatildeo Satildeo

essas figuras que atualizadas diariamente satildeo disponibilizados na paacutegina da

EPAGRCIRAM e podem ser acessadas pelo puacuteblico em geral

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A aquisiccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas foi feita atraveacutes do Processo

Licitatoacuterio nordm 0792015 na modalidade de Pregatildeo Presencial elaborado pelo autor e

lanccedilado em 06 de julho de 2015 pelo Departamento de Licitaccedilotildees da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho ndash SC

A partir da assinatura dos contratos as empresas passaram a entregar os

equipamentos sendo que os uacuteltimos a serem entregues foram os ldquosensores de niacutevel

drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo - transdutores de pressatildeordquo por serem

equipamentos importados Estes sensores foram entregues no final de novembro de

2015

Concluiacutedo o processo licitatoacuterio e a entrega dos equipamentos foram

iniciadas as tratativas com a equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM para a definiccedilatildeo

final dos locais e o iniacutecio do processo de instalaccedilatildeo

125

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo

Os sensores de mediccedilatildeo de chuva e vazatildeo passaram por uma calibraccedilatildeo

preacutevia executada pela equipe da EPAGRICIRAM Apoacutes a instalaccedilatildeo e as primeiras

mediccedilotildees novos ajustes entre os sensores e o software de leitura e transmissatildeo de

dados foram efetuados ajustando as cotas de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas

instaladas em cada seccedilatildeo de mediccedilatildeo das estaccedilotildees

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A definiccedilatildeo dos locais para a instalaccedilatildeo das cinco novas estaccedilotildees

hidroloacutegicas FIGURA 60 foi efetuada num primeiro momento pela escolha de locais

representativos nos quais pudessem ser avaliadas as vazotildees de entrada os

acreacutescimos e o incremento de afluentes Num segundo momento jaacute em campo

foram analisados os locais escolhidos em funccedilatildeo da intensidade miacutenima necessaacuteria

de sinal de celular para a transmissatildeo de dados e das cotas maacuteximas de inundaccedilatildeo

para que natildeo fossem interrompidas as seacuteries histoacutericas nas grandes cheias

FIGURA 60 ndash Localizaccedilatildeo das novas Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas (Autor e EPAGRICIRAM 2016)

126

Tambeacutem foi estabelecida a necessidade do monitoramento do rio dos

Bugres visto que ele corta a aacuterea urbana do municiacutepio e tem influecircncia significativa

nas grandes inundaccedilotildees A definiccedilatildeo pela implantaccedilatildeo de uma das estaccedilotildees no rio

Negro a montante da foz do rio Negrinho se deu pela intenccedilatildeo de avaliar a

influecircncia deste nas grandes inundaccedilotildees seja pelo represamento do rio Negrinho ou

pela contribuiccedilatildeo efetiva com o retorno das aacuteguas para a planiacutecie de inundaccedilatildeo

deste

No caso especiacutefico da instalaccedilatildeo de uma estaccedilatildeo na Fazenda Souza a

escolha do local se deu em funccedilatildeo da existecircncia da estaccedilatildeo convencional ldquoRio

Negrinho Montante 65093000-FLUrdquo das Aacuteguas Paranaacute de forma a permitir a

possibilidade de comparaccedilatildeo e continuidade das seacuteries histoacutericas ainda que a

instalaccedilatildeo dessa estaccedilatildeo tenha apresentado uma dificuldade adicional que obrigou

a construccedilatildeo de uma estrutura especial para elevar e receber a estaccedilatildeo

ultrapassando assim a cota maacutexima de inundaccedilatildeo registrada

A instalaccedilatildeo da primeira estaccedilatildeo ocorreu ainda em dezembro de 2015 na

Fazenda Rudnick estaccedilatildeo 2080 FIGURA 61 seguida da estaccedilatildeo Foz do Rio

Negrinho estaccedilatildeo 2084 FIGURA 65 As demais estaccedilotildees foram sendo instaladas a

partir de janeiro de 2016 A estaccedilatildeo Fazenda Souza 2079 estaacute mostrada na

FIGURA 62 Rio dos Bugres 2081 FIGURA 63 e Ponte do Lageado 2083 FIGURA

64

As estaccedilotildees Rio dos Bugres e Ponte do Lageado inicialmente natildeo tinham

pluviocircmetros os mesmos foram instalados somente em dezembro de 2016

127

FIGURA 61 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2080 Fazenda Rudnick (Autor 2017)

FIGURA 62 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2079 Fazenda Souza (Autor 2017)

128

FIGURA 63 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2081 Rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 64 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2083 Ponte do Lageado (Autor 2017)

129

FIGURA 65 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2084 Foz do Rio Negrinho (Autor 2017)

Instaladas as novas estaccedilotildees o conjunto de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas a estrutura ficou conforme a FIGURA 66

FIGURA 66 ndash Novas Estaccedilotildees Implantadas e em Operaccedilatildeo (Autor 2017)

130

A localizaccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas estaacute inserida no mapa onde

jaacute constam a localizaccedilatildeo da estaccedilotildees hidroloacutegicas existentes posicionadas em

relaccedilatildeo a bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 67

FIGURA 67 ndash Mapa Localizaccedilatildeo Novas Estaccedilotildees Implantadas (Autor 2017)

O novo sistema de estaccedilotildees hidroloacutegicas foi apresentado nas trecircs escolas

de segundo grau do municiacutepio Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute FIGURA 68 Coleacutegio

Caminho do Saber e Escola Estadual de Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega e agrave

comunidade numa audiecircncia puacuteblica na Cacircmara de Vereadores com o objetivo de

apresentar o sistema divulgar e informar o acesso a todas as informaccedilotildees que satildeo

disponibilizadas na internet e os caminhos para acessaacute-las treinando assim a

populaccedilatildeo para o uso das informaccedilotildees online em situaccedilatildeo de evento de chuvas

intensas com possibilidade de inundaccedilatildeo ou simplesmente acompanhamento

131

FIGURA 68 ndash Apresentaccedilatildeo do novo Sistema de Estaccedilotildees Hidroloacutegicas para uma sala de segundo grau do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

(Autor 2017)

628 Mediccedilotildees Realizadas

As mediccedilotildees com registro de niacutevel e chuva nas novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

do Sistema EPAGRICIRAM foram iniciadas no dia 27 de janeiro de 2016 com as

mediccedilotildees na Fazenda Souza e na Foz do Rio Negrinho FIGURA 69 a FIGURA 84

Os graacuteficos mostram os resultados dessas primeiras mediccedilotildees ateacute o iniacutecio

de Dezembro de 2016 Uacuteltimos dados obtidos junto a EPAGRICIRAM Neles

constam as mediccedilotildees de vazatildeo (niacuteveis) e as mediccedilotildees de chuva

As FIGURA 69 a FIGURA 72 mostram as chuvas acumuladas de 15

minutos de janeiro a dezembro de 2016 nas estaccedilotildees 2079 - Fazenda Souza 2080

ndash Fazenda Rudnick 2081 ndash rio dos Bugres e 2083 ndash Ponte do Lageado

As FIGURA 73 a FIGURA 84 mostram um comprativo de vazotildees (niacuteveis) do

rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro de janeiro a dezembro de 2016

132

FIGURA 69 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2079 ndash Fazenda Souza (Autor 2017)

FIGURA 70 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2080 ndash Fazenda Rudnick (Autor 2017)

133

FIGURA 71 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2081 ndash rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 72 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2083 ndash Ponte do Lageado (Autor 2017)

134

FIGURA 73 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em janeiro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 74 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em fevereiro de 2016

(Autor 2017)

135

FIGURA 75 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em marccedilo de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 76 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em abril de 2016

(Autor 2017)

136

FIGURA 77 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em maio de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 78 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em junho de 2016

(Autor 2017)

137

FIGURA 79 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em julho de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 80 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em agosto de 2016

(Autor 2017)

138

FIGURA 81 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em setembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 82 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em outubro de 2016

(Autor 2017)

139

FIGURA 83 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em novembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 84 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em dezembro de 2016

(Autor 2017)

lsquorsquo

140

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO

O sistema estaacute operando medindo e disponibilizando dados via internet para

toda a comunidade atraveacutes da paacutegina da EPAGRICIRAM e da paacutegina da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho httpwwwrionegrinhoscgovbr) na aba da Defesa

Civil

As meacutedias horaacuterias das mediccedilotildees de 15 minutos satildeo disponibilizadas na

paacutegina da internet

Falhas de mediccedilatildeo podem ser ocasionadas por problemas dos sensores

falta de energia eou problemas de transmissatildeo de dados (ausecircncia de sinal GPRS)

A eventual falta de energia se deve a capacidade das baterias ser de cinco dias em

condiccedilotildees nubladas Problemas na transmissatildeo de dados tambeacutem ocasionam

descarga nas baterias pois as PCDs ndash Plataformas de Coleta de Dados ficam

tentando enviar os dados e acabam ficando ligadas mais tempo do que seria

recomendado As falhas de mediccedilatildeo podem ser decorrentes da leitura de dados

inconsistentes que natildeo foram aprovados isto eacute foram rejeitados em um ou mais dos

testes de consistecircncia

Esses testes consideram a variaccedilatildeo do dado ao longo do tempo

comparando com os dados antecedentes e subsequentes dentro de uma margem

de erro Por exemplo um rio natildeo pode ter uma variaccedilatildeo abrupta significativa se natildeo

ocorreu chuva na regiatildeo Essas variaccedilotildees podem ser observadas nas primeiras

mediccedilotildees da Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick As mediccedilotildees deram saltos repentinos

Suspeitou-se num primeiro momento da alteraccedilatildeo da profundidade do sensor Mas

natildeo foi possiacutevel determinar a causa das falhas e os dados foram considerados como

erros de mediccedilatildeo Os dados monitorados no momento satildeo cotas de niacutevel em relaccedilatildeo

a um RN arbitraacuterio

Tambeacutem ocorreram ao longo do tempo ajustes de offset dos sensores de

mediccedilatildeo de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas implantadas nos rios o que pode

justificar variaccedilotildees repentinas dos dados monitorados Natildeo ocorreram vazotildees

negativas ou seja o sensor ter ficado fora da aacutegua Em maio de 2016 o sistema de

consistecircncia na EPAGRICIRAM em Florianoacutepolis ficou fora do ar e os dados

medidos na Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick natildeo foram consistidos causando duacutevidas e

suposiccedilotildees sobre a eventual ocorrecircncia de ruptura de alguma barragem (accedilude) a

montante Outra possibilidade levantada foi de ter ocorrido acuacutemulo de aacutegua na

141

tubulaccedilatildeo que protege o sensor e este ter medido uma coluna de aacutegua instantacircnea

formada dentro da tubulaccedilatildeo Ajustes ainda estatildeo sendo realizados melhorando a

qualidade dos dados monitorados calibrando as estaccedilotildees e minimizando os

problemas de mediccedilatildeo

Ateacute o momento satildeo monitorados a chuva e o niacutevel dos rios considerando

que ainda natildeo foram obtidas as curvas chave nas seccedilotildees fluviomeacutetricas

O periacuteodo de mediccedilotildees ainda eacute restrito Apenas um ano e parte delas com

falhas decorrentes dos ajustes e da calibraccedilatildeo das estaccedilotildees No entanto algumas

hipoacuteteses jaacute podem ser levantadas considerando os resultados obtidos A FIGURA

79 e FIGURA 80 apresentam respectivamente um comportamento muito proacuteximo

dos niacuteveis dos rios Negrinho na Estaccedilatildeo Foz do rio Negrinho e do rio Negro na

Estaccedilatildeo Ponte do Lageado nos eventos em julho e agosto de 2016 Isso leva a

supor o represamento do rio Negrinho pelo rio Negro (remanso) e a possibilidade de

transbordamento das aacuteguas do rio Negro para a planiacutecie de inundaccedilatildeo do rio

Negrinho A continuidade do monitoramento permitiraacute novos estudos e observaccedilotildees

e poderatildeo confirmar essas hipoacuteteses

142

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO

A batimetria nos rios Negrinho Serrinha e rio Negro foi realizada com a

utilizaccedilatildeo do Acoustic Doppler Current Profiler (ADCP) (Sontek modelo M9)

FIGURA 85 e APEcircNDICE I cedido pela SDS ndash Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econocircmico Sustentaacutevel Diretoria de Recursos Hiacutedricos composto

de dois conjuntos de transdutores para mediccedilotildees de velocidade um feixe acuacutestico

vertical de 050 MHz para mediccedilatildeo da profundidade e um sistema de GPS e RTK

acoplado para determinaccedilatildeo do posicionamento dos equipamentos (Sontek 2009)

No levantamento com o ADCP as seccedilotildees transversais satildeo preacute-definidas por

toda a extensatildeo do trecho objeto de estudo (Bezerra-Neto e Pinto-Coelho 2008)

sendo um condutor colocado em cada margem para guiar o deslocamento do

equipamento

FIGURA 85 ndash Batimetria ADCP M-9 (Autor 2016)

711 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das seccedilotildees transversais foi realizado o levantamento

topo batimeacutetrico na semana compreendendo o periacuteodo de 29 de agosto de 2016 a

10 de outubro de 2016 APEcircNDICE I Foram levantadas 29 seccedilotildees Em cada seccedilatildeo

143

transversal foram realizadas em meacutedia 40 mediccedilotildees dos paracircmetros profundidade

(m) largura (m) velocidade (ms) e vazatildeo (msup3s)

A anaacutelise do desvio padratildeo e do coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros

obtidos pelo ADCP foi realizada no programa SonTek River Surveyor sendo aceitas

as leituras que apresentassem um coeficiente de variaccedilatildeo de ateacute 5 (Sontek 2009)

Os valores dos paracircmetros foram obtidos a partir das meacutedias referentes agraves 40

mediccedilotildees

Como resultado da mediccedilatildeo das seccedilotildees transversais tem-se como exemplo

a imagem da FIGURA 86 que apresenta profundidades o periacutemetro molhado e as

velocidades As demais seccedilotildees satildeo apresentadas no APEcircNDICE II

FIGURA 86 ndash Resultado daTopobatimetria - Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

7111 Geoprocessamento dos Dados

O georreferenciamento das seccedilotildees transversais e das pontes estaacute

apresentado no APEcircNDICE III

O levantamento altimeacutetrico e o georreferenciamento das seccedilotildees transversais

e pontes foi feito com GPS Geodeacutesico (Zecircnite 2 modelo GTR-Z2) contendo dois

receptores geodeacutesicos de dupla frequecircncia L1L2 conforme metodologia proposta

pelo IBGE (2009) FIGURA 87

Os dados obtidos pelo GPS Geodeacutesico foram processados nos programas

computacionais GTR Processor e Topo EVN

Os dados coletados foram processados utilizando-se o programa

computacional SonTek River Surveyor Live sendo posteriormente exportados e

editados na planilha no Microsoft Excel para poacutes-processamento no programa

computacional ESRI ArcGis 10(r)

144

FIGURA 87 ndash Georreferenciamento e Levantamento Altimeacutetrico Ponte Cofermaco (Autor 2016)

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT

Um MNT (Modelo Numeacuterico do Terreno) ou MDT (Modelo Digital de

Terreno) (DTM = Digital Terrain Model) eacute uma representaccedilatildeo matemaacutetica da

distribuiccedilatildeo espacial da caracteriacutestica de um fenocircmeno vinculada a uma superfiacutecie

real A superfiacutecie eacute em geral contiacutenua e o fenocircmeno que representa pode ser

variado Dentre alguns usos do MDT pode-se citar (Burrough 1986)

- Armazenamento de dados de altimetria para mapas topograacuteficos

- Anaacutelises de corte-aterro para projeto de estradas e barragens

- Elaboraccedilatildeo de mapas de declividade e exposiccedilatildeo para apoio a anaacutelise de

geomorfologia e erodibilidade

- Anaacutelise de variaacuteveis geofiacutesicas e geoquiacutemicas

- Apresentaccedilatildeo tridimensional (em combinaccedilatildeo com outras variaacuteveis)

Para a representaccedilatildeo de uma superfiacutecie real no computador eacute indispensaacutevel

a criaccedilatildeo de um modelo digital podendo ser por equaccedilotildees analiacuteticas ou por uma

rede de pontos na forma de uma grade de pontos regulares e ou irregulares A partir

145

dos modelos pode-se calcular volumes aacutereas desenhar perfis e seccedilotildees

transversais gerar imagens sombreadas ou em niacuteveis de cinza gerar mapas de

declividade e exposiccedilatildeo gerar fatiamentos em intervalos desejados e perspectivas

tridimensionais

No processo de modelagem numeacuterica de terreno podemos distinguir trecircs

fases aquisiccedilatildeo dos dados geraccedilatildeo de grades e elaboraccedilatildeo de produtos

representando as informaccedilotildees obtidas

721 Coleta de Dados

Para a elaboraccedilatildeo do Modelo Digital do Terreno ndash MDT foi utilizado o

levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela empresa Agritec SA Agrimensura

Aerofotogrametria de Curitiba para a Prefeitura Municipal de Rio Negrinho no ano

de 2004 complementado com os dados do lado do Paranaacute do rio Negro obtidos

junto a Aacuteguas do Paranaacute COMEC COPEL EMATER ITAIPU MINEROPAR

SEAB PARANAacute CIDADE SANEPAR ANA LACTEC 2011

722 Elaboraccedilatildeo do MDT

A partir das curvas de niacutevel do terreno obtidas de trecircs fontes de dados

sendo curvas de 1m 5m e 10m conforme domiacutenios rosa verde e azul na FIGURA

88 os resultados foram integrados agraves seccedilotildees de batimetria realizadas na aacuterea de

estudo A integraccedilatildeo foi feita com o uso do software ArcGis 102 do qual obteve-se

uma rede irregular de triacircngulos (TIN - Triangulated Irregular Network) para

representar o terreno tanto a parte seca como a aacuterea molhada conforme resultado

grafico apresentado na FIGURA 89 As seccedilotildees nessas duas figuras natildeo foram

numeradas para natildeo poluir a imagem

146

FIGURA 88 ndash Mapa de domiacutenios das seccedilotildees topobatimeacutetricas (Autor 2017)

147

FIGURA 89 ndash Modelo Digital do Terreno - MDT

(Autor 2017)

148

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS

Para simulaccedilatildeo hidrodinacircmica no trecho do rio Negrinho e rio Negro as

seccedilotildees batimeacutetricas foram introduzidas no HEC-RAS

Os coeficientes de rugosidade (119899) adotados para as simulaccedilotildees da

hidrodinacircmica tendo em vista o tipo de cobertura das margens dos rios foram 006

no fundo e na parte lateral baseados nos valores apresentados na Tabela 7

considerando um canal pequeno em planiacutecies ainda que nas cheias as larguras se

tornam muito maiores

Tabela 7 - Valores de coeficientes de rugosidade (119899) de Manning para canais naturais (Ven Te Chow 1959)

As geometrias das pontes de acordo com o levantamento foram inseridas

O software HEC-RAS (USACE 2010a e 2010b) exige a adiccedilatildeo de duas seccedilotildees

transversais proacuteximas uma imediatamente a montante e outra imediatamente a

jusante da estrutura (da ponte) Nas seccedilotildees transversais de montante e jusante

foram considerados coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo respectivamente iguais a

030 e 050 que de acordo com o Manual Hidraacuteulico do software HEC-RAS

correspondem aos coeficientes aplicados a seccedilotildees tiacutepicas de pontes

Definida a geometria do problema estabeleceu-se o regime de simulaccedilatildeo

baseado no regime de escoamento natildeo-permanente

149

O desempenho do HEC-RAS mostrou-se insatisfatoacuterio para a quantidade de

seccedilotildees inseridas muito provavelmente devido a quantidade de meandros

Consequentemente mais testes precisaratildeo ser realizados A parte montante do

trecho rio Negrinho simulado foi simplificado considerando-se a inserccedilatildeo da vazatildeo e

supondo-se apenas uma seccedilatildeo a montante

Foram testados diferentes valores de rugosidade mas natildeo houve alteraccedilatildeo

significativa no niacutevel dacuteaacutegua

Os resultados do HEC-RAS utilizando as vazotildees estimadas produziram uma

inundaccedilatildeo na regiatildeo cuja cota meacutedia foi de 79307 m (FIGURA 90) bem acima dos

7918 m registrados na seccedilatildeo localizada na estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do

SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico Os fatores que

podem ter influenciado nessa discrepacircncia de valores podem ser

i) Devido agrave falta de dados de topobatimetria da regiatildeo da afluecircncia do rio

Negrinho no rio Negro foi utilizado uma estimativa da seccedilatildeo tranversal

considerando uma seccedilatildeo trapezoidal

ii) A vazatildeo diaacuteria estimada pode estar superestimada

iii) O eixo do escoamento baseada na calha principal do rio em codiccedilotildees

normais apresenta muita sinuosidade que em cheia passa a ter um

comportamento distinto

FIGURA 90 ndash Resultado Simulaccedilatildeo REC-HAS (Autor 2017)

150

Os resultados apresentados aqui satildeo apenas norteadores do potencial do

modelo HEC RAS nas atividades operacionais de previsatildeo de inundaccedilotildees devendo

o modelo ser ajustado calibrado e atualizado periodicamente

Em situaccedilotildees de inundaccedilatildeo o modelo mostrou que a inundaccedilatildeo do rio Negro

eacute um fator que influencia fortemente na inundaccedilatildeo do rio Negrinho Portando na

continuaccedilatildeo dos estudos de inundaccedilatildeo do rio Negrinho eacute imprescindiacutevel os estudos

do rio Negro

151

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NO RIO

Os resiacuteduos soacutelidos (lixos) interferem no escoamento das aacuteguas dos rios e

causam alagamentos e em situaccedilatildeo de inundaccedilotildees muitas vezes funcionam como

tamponamento afetando o niacutevel das aacuteguas que se elevam agravando o problema

Em conjunto os esgotos lanccedilados diretamente no rio e na drenagem pluvial podem

aumentar o nuacutemero de doenccedilas hiacutedricas durante os eventos de inundaccedilotildees

Neste capiacutetulo satildeo abordados os procedimentos para limpeza e eliminaccedilatildeo

desses problemas

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS

Foram desenvolvidos procedimentos para retirada de lixo do leito e das

margens dos rios para melhorar o fluxo das aacuteguas Muito do lixo encontrado poderia

ter sido tratado como resiacuteduo soacutelido sendo aproveitado no sistema produtivo desde

que tivesse tido a destinaccedilatildeo adequada apoacutes o uso

Durante os procedimentos de mediccedilatildeo especialmente das seccedilotildees

transversais foram percorridos aproximadamente 80 km de margens do rio

Negrinho rio Serrinha rio dos Bugres e rio Negro nos quais foram feitas algumas

constataccedilotildees tais como existecircncia de quantidade significativa de lixo nas margens

desses rios enroscados nas aacutervores ou flutuando sobre a aacutegua de onde se conclui

que haacute tambeacutem muito lixo submerso Encontrou-se desde vaso sanitaacuterio (proacuteximo a

captaccedilatildeo do SAMAE) sofaacute cama e ateacute pneu de trator (fundos da Escola Estadual de

Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega) Os materiais plaacutesticos de todos os tipos foram os

predominantes no cenaacuterio

Os procedimentos de limpeza foram precedidos de programas e campanhas

de conscientizaccedilatildeo bem como da aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo vigente uma vez que soacute

retirar o lixo do rio sem tratar da causa principal que eacute o comportamento dos

muniacutecipes natildeo resolve o problema Natildeo se trata apenas dos ribeirinhos mas

tambeacutem daqueles que moram nas regiotildees mais altas Todos satildeo cuacutemplices e

responsaacuteveis pelo que eacute jogado em local inadequado na rua nas galerias pluviais

em qualquer lugar que tem como destino final os rios O lixo encontrado no rio vem

152

de todos os bairros e natildeo apenas dos ribeirinhos A rede de drenagem pluvial eacute o

principal conduto para o transporte de lixo e esgoto ateacute o rio

Os problemas de mau funcionamento da rede de drenagem pluvial decorrem

do lixo que eacute jogado a ceacuteu aberto ou eacute inadequadamente disposto e que acaba indo

parar nas tubulaccedilotildees de aacuteguas pluviais O que natildeo causa entupimento e mau

funcionamento vai direto para os rios

Natildeo eacute somente o tamanho do lixo a xepa de cigarro o papel de bala e a lata

de cerveja ou refrigerante jogados em locais inapropriados accedilotildees ainda muito

comuns e vistas diariamente poluem os rios em conjunto com o vaso sanitaacuterio o

pneu de trator e demais lixos Eacute preciso entender que o barro do veiacuteculo lavado em

frente a casa segue pelas galerias pluviais e vai contribuir no assoriamento dos rios

O primeiro passo para resolver a questatildeo do lixo eacute parar com a sua

deposiccedilatildeo em locais inapropriados tratando a causa e natildeo o efeito Isso passa

necessariamente por campanhas de conscientizaccedilatildeo mas tambeacutem pela puniccedilatildeo aos

infratores Natildeo haacute sociedade organizada sem regras sendo cumpridas

Uma vez cessada a deposiccedilatildeo de lixo pode-se iniciar a retirada do lixo das

margens primeiramente aquele que estaacute enroscado em aacutervores e depois os que

estatildeo nos leitos maior e na planiacutecie de inundaccedilatildeo FIGURA 91

Todos esses trabalhos devem ser executados de montante para jusante em

etapas e com equipes treinadas e qualificadas com o uso de EPIacutes uma vez que

durante o processo de levantamento das seccedilotildees transversais verificou-se a

presenccedila de capivaras nas margens dos rios e com elas a presenccedila do Carrapato

Estrela da capivara que transmite a Febre Maculosa ou Febre do Carrapato

O planejamento que precede esses procedimentos de limpeza deve prever

os locais de amontoamento do lixo retirado nos quais o mesmo deveraacute permanecer

o menor tempo possiacutevel sendo encaminhado ao seu destino final seja ele a

reciclagem (quando possiacutevel) o aterro sanitaacuterio ou o aterro industrial

153

FIGURA 91 ndash Lixo no rio Negrinho (a) (b) e (c) fundos do Coleacutegio Satildeo Joseacute ndash margem esquerda e Empresa Transportadora Seka ndash margem direita (d) resultado

de campanha de coleta de lixo no rio Negrinho (Autor 2016)

Iniciativas como a do Nugravecleo de Meio Ambiente da Associaccedilatildeo Comercial e

Industrial de Rio Negrinho ndash ACIRNE FIGURA 92 satildeo extremamente vaacutelidas como

forma de conscientizaccedilatildeo Essa accedilotildees devem ser intensificadas procurando expor

os danos ambientais causados pelo comportamento inadequado dos muniacutecipes e

formando as novas geraccedilotildees de indiviacuteduos mais conscientes

Nesta campanha participaram aproximadamente 30 pessoas e o periacuteodo de

duraccedilatildeo foi de 4 horas coletando cerca 15 tonelada de lixo

154

FIGURA 92 ndash Campanha de Limpeza do Rio Negrinho (Nuacutecleo Meio Ambiente da ACIRNE 2017)

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE PLUVIAL

O desenvolvimento de procedimentos relativos agrave eliminaccedilatildeo do esgoto

despejado diretamente no sistema de drenagem pluvial e nos rios deve ser

considerado a partir da entrada em operaccedilatildeo do novo Sistema de Esgotamento

Sanitaacuterio da cidade que vem sendo implantado pela autarquia municipal SAMAE ndash

Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico

Noventa por cento das ruas da aacuterea urbana tem rede implantada Essa rede

natildeo estaacute toda em operaccedilatildeo uma vez que estaccedilotildees elevatoacuterias ainda estatildeo sendo

construiacutedas No entanto a ETE - Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgoto localizada no

Bairro Vista Alegre e quinze estaccedilotildees elevatoacuterias jaacute estatildeo em operaccedilatildeo A ligaccedilatildeo no

sistema ainda natildeo eacute obrigatoacuteria Da mesma forma o contribuinte natildeo estaacute fazendo

nenhum tipo de pagamento pela disponibilizaccedilatildeo do serviccedilo Tanto a obrigatoriedade

da ligaccedilatildeo quanto o pagamento deveratildeo ocorrer em breve

155

Verifica-se que haacute uma infinidade de tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio das

edificaccedilotildees despejando diretamente no leito dos rios Aleacutem destas haacute tambeacutem

muitas tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio e aacuteguas servidas que satildeo despejadas

diretamente nas redes de aacuteguas pluviais FIGURA 93 Isso explica porque eacute possiacutevel

perceber claramente a mudanccedila de cor e de odor da aacutegua dos rios agrave medida que

ela passa pela aacuterea urbana A aacutegua dos rios vai adquirindo a cor acinzentada

Outro procedimento bastante comum que contamina o lenccedilol freaacutetico e por

consequecircncia a aacutegua dos rios eacute o despejo de esgoto primaacuterio em antigos poccedilos que

foram desativados depois da implantaccedilatildeo da rede de aacutegua tratada transformando-

os em sumidouros Por fim a utilizaccedilatildeo bastante frequente de sumidouros sem a

utilizaccedilatildeo de tanques seacutepticos e filtros

A entrada em operaccedilatildeo da rede de esgotamento sanitaacuterio aleacutem de melhorar

significativamente a qualidade de vida e especialmente a sauacutede dos muniacutecipes eacute

uma oportunidade para solucionar todos esses problemas que sem duacutevida refletiratildeo

na qualidade das aacuteguas dos rios

Uma vez disponibilizada a rede salvo condiccedilotildees topograacuteficas impeditivas a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto de cada edificaccedilatildeo no sistema seraacute obrigatoacuteria tanto

quanto o pagamento pelos serviccedilos Condiccedilotildees e tarifas especiais podem ser

implementadas poreacutem uma vez disponibilizado o sistema tudo o que deixar de ser

encaminhado para ele configuraraacute crime ambiental

Novamente campanhas de conscientizaccedilatildeo seratildeo imprescindiacuteveis aleacutem do

apoio e da determinaccedilatildeo dos poderes constituiacutedos A fiscalizaccedilatildeo e a penalizaccedilatildeo

satildeo ferramentas que faratildeo parte desse processo A populaccedilatildeo precisa entender a

importacircncia de fazer sua ligaccedilatildeo no sistema Dos ganhos em relaccedilatildeo agrave sauacutede e do

meio ambiente

156

FIGURA 93 ndash Ligaccedilotildees esgoto no rio Negrinho e na drenagem pluvial (Autor 2016)

157

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO

As aacuteguas das chuvas produzem escoamento superficial subsuperficial e de

base e satildeo processos naturais que ocorrem com certa periodicidade podendo levar

algumas deacutecadas entre eventos de inundaccedilotildees A falta e a perda de lembranccedila dos

desastres passados aliado a expansatildeo imobiliaacuteria e falta de conhecimento dos

fenocircmenos envolvidos levaram as pessoas a ocupar as aacutereas sucetiacuteveis ao

transbordamento dos rios planiacutecies de inundaccedilatildeo Obras civiacutes foram erguidas

ficando sujeitas agraves inundaccedilotildees e aos consequentes prejuiacutezos

Com vista para mitigaccedilatildeo dos efeitos das inundaccedilotildees elaborou-se a

proposta do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ndash PAE

A Metodologia do PAE consiste em

1) Definir as caracteriacutesticas da chuva para ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

2) Delimitar a aacuterea de ocorrecircncia do problema a inundaccedilatildeo

3) Elaborar mapas de inundaccedilatildeo

4) Configurar a estrutura do PAE atraveacutes da definiccedilatildeo de procedimentos de

notificaccedilatildeo agrave Defesa Civil atribuiccedilotildees e responsabilidades

5) Definir as accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

6) Submeter o PAE aos teacutecnicos dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela defesa civil para

apreciaccedilatildeo e melhoria

7) Implementar um estudo de caso no Coleacutegio Satildeo Joseacute de Rio NegrinhoSC

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO

Desde 1983 no 5ordm Regimento de Carros de Combate do Exeacutercito Brasileiro

e a partir de 1992 na Secretaria Municipal de Reconstruccedilatildeo da Prefeitura Municipal

de Rio Negrinho o autor vem acompanhando os eventos de chuvas intensas e

inundaccedilotildees nessa regiatildeo e algumas caracteriacutesticas foram percebidas conforme

descritas a seguir

A chuva para ocasionar inundaccedilatildeo deve ser precedida por um periacuteodo de

chuvas intensas que possa elevar o niacutevel do lenccedilol freaacutetico minizando a capacidade

de infiltraccedilatildeo do solo por saturaccedilatildeo e aumentando o escoamento superficial e a

consequente ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

158

Aleacutem de intensidade elevada da chuva o seu tempo de duraccedilatildeo tambeacutem

deve ser longo Com relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo no espaccedilo essa chuva natildeo pode se

restringir somente agrave bacia do rio Negrinho Ela deve atingir toda a bacia do alto rio

Negro compreendendo tambeacutem a bacia do rio Negrinho seus afluentes bem como

o rio Preto e outros rios importantes e seus afluentes

Pela ausecircncia de monitoramento essas carcateriacutesticas observadas satildeo

apenas informaccedilotildees qualitativas

A aacuterea de abrangecircncia do PAE foi definida pela delimitaccedilatildeo do periacutemetro

urbano municipal e pelos locais de atingimento registrados na inundaccedilatildeo do ano de

1992 que teve como altitude maacutexima 792 m A mancha de inundaccedilatildeo de 1992 estaacute

apresentada na FIGURA 94

159

FIGURA 94 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE (PMRN 2014)

160

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo

Tendo por referecircncia os niacuteveis do levantamento aerofotogrameacutetrico

realizado em 2004 o Plano Diretor do municiacutepio e as imagens do Google Earth

foram gerados mapas de inundaccedilatildeo relacionados agraves cotas FIGURA 95 a

FIGURA 99

A FIGURA 100 apresenta a sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas

de Inundaccedilatildeo cotas 787 790m e 792m

Na comparaccedilatildeo das FIGURA 101 e FIGURA 102 se observa que os

mapas de inundaccedilatildeo produzidos pela equipe teacutecnica da prefeitura municipal

com base nos registros efetuados durante as maiores inundaccedilotildees tem muita

proximidade comas manchas de inundaccedilatildeo produzidas por GIGLIO (2010) para

o ano correspondente de 1992

As demais manchas de inundaccedilatildeo apresentadas por GIGLIO relativas

aos registros de inundaccedilotildees de menor cota maacutexima enfatizam que mesmo

nessas condiccedilotildees o atingimento na aacuterea urbana eacute significativo tendo como

consequecircncia muitos danos e prejuiacutezos

161

FIGURA 95 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 781 (PMRN 2014)

162

FIGURA 96 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 784 (PMRN 2014)

163

FIGURA 97 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 787 (PMRN 2014)

164

FIGURA 98 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 790 (PMRN 2014)

165

FIGURA 99 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 792 (PMRN 2014)

166

FIGURA 100 ndash Sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas de Inundaccedilatildeo cotas 787 (ciano) 790m (azul claro) e 792m (azul escuro)

(PMRN 2016)

167

FIGURA 101 ndash Detalhe aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho

(PMRN 2017)

168

FIGURA 102 ndash Aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho (Giglio 2010)

169

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE

O organograma da FIGURA 103 apresenta a estrutura do PAE Ele foi

elaborado tendo como referecircncias as experiecircncias nas grandes inundaccedilotildees de 1983

1992 2014 e 2015

Como se trata de um municiacutepio 40000 habitantes natildeo haacute a possibilidade

de se manter uma estrutura permanente Assim durante os eventos a estrutura

administrativa existente se adapta para assumir as funccedilotildees do PAE

Aleacutem da estrutura administrativa eacute essencial que a comunidade

especialmente aquela que estaacute em aacutereas inundaacuteveis esteja cada dia mais

preparada para esses eventos Nesse sentido eacute imprescindiacutevel que cada edificaccedilatildeo

localizada nessas aacutereas tenha o PAE Depois de trecircs grandes inundaccedilotildees muito

proacuteximas 1983 1992 e 2014 a maioria dos moradores sabe como agir em situaccedilatildeo

de emergecircncia com base na memoacuteria da uacuteltima inundaccedilatildeo

Os eventos apresentam caracteriacutesticas distintas entre si mas o atingimento

do niacutevel da aacutegua pode apresentar relaccedilotildees significativas entre a quantidade de

chuva e sua resposta Isto poderaacute ser estudado no futuro com os dados do novo

sistema de monitoramento hidroloacutegico a partir da obtenccedilatildeo de seacuteries hidroloacutegicas

suficientemente longas com eventos de cheia

Alteraccedilotildees no uso e ocupaccedilatildeo do solo e tambeacutem as mudanccedilas climaacuteticas

podem alterar as medidas de accedilotildees aqui propostas necessitando de avaliaccedilatildeo e

reformulaccedilatildeo peroacutedicas

Com a inundaccedilatildeo de 2014 aprendeu-se muito sobre a necessidade e a

importacircncia de levar a informaccedilatildeo qualificada e em tempo real a todos os muniacutecipes

Com os meios de comunicaccedilatildeo que dispomos hoje essa tarefa eacute muito facilitada

poreacutem natildeo pode ser negligenciada o que enfatiza a importacircncia da estrutura de

comunicaccedilatildeo durante esses eventos

Quanto mais organizados e melhor preparados menores seratildeo os danos e

os prejuiacutezos e mais raacutepido o restabelecimento da condiccedilatildeo de normalidade apoacutes o

abaixamento do niacutevel das aacuteguas

170

FIGURA 103 ndash Estrutura Organizacional de Resposta a Emergecircncias em Fevereiro de 2017

(Autor 2017)

171

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial

A equipe a ser acionada em situaccedilatildeo emergencial para tomada de decisotildees

durante todo o periacuteodo de inundaccedilatildeo desde o momento da identificaccedilatildeo da

ocorrecircncia ateacute a restauraccedilatildeo da normalidade eacute formada por

1) Supervisatildeo Geral do PAE - Prefeito Municipal e Vice Prefeito Municipal

2) Coordenaccedilatildeo Geral do PAE ndash Secretaacuteria de Planejamento e Meio Ambiente

3) Coordenaccedilatildeo Operacional do PAE ndash Coordenador Municipal da Defesa Civil e

Secretaacuterio de Accedilotildees Governamentais e Serviccedilos Puacuteblicos

4) Coordenaccedilatildeo de Apoio Operacional ndash Comandante do Corpo de Bombeiros

5) Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila ndash Comando da Poliacutecia Militar

6) Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico (Aacutegua e Esgoto) ndash Diretor Geral do

Samae

7) Coordenaccedilatildeo Energia Eleacutetrica ndash Diretor Escritoacuterio CELESC Rio Negrinho

8) Coordenaccedilatildeo de Sauacutede ndash Secretaacuteria de Sauacutede

9) Coordenaccedilatildeo de Infraestrutura Urbana ndash Secretaacuterio de Infraestrutura

10) Coordenaccedilatildeo de Assistecircncia Social ndash Secretaacuteria de Assistecircncia Social

11) Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo ndash Secretaacuteria de Educaccedilatildeo

12) Coordenaccedilatildeo do Distrito ndash Subprefeito do Distrito

13) Coordenaccedilatildeo de Financcedilas ndash Secretaacuterio de Financcedilas

14) Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo ndash Assessor de Comunicaccedilatildeo

15) Coordenaccedilatildeo de NUPDECS ndash Engenheiro Defesa Civil

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador

As Coordenaccedilotildees de Apoio Operacional Comando do Corpo de Bombeiros

e a Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila Comando da Poliacutecia Militar aleacutem das suas

atividades normais satildeo respectivamente responsaacuteveis nos resgates e no transporte

por barcos e na seguranccedila das edificaccedilotildees atingidas dos edifiacutecios puacuteblicos na

distribuiccedilatildeo de alimentos roupas e cobertores e nos locais de alojamento de

desabrigados

A Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico Diretor Geral do SAMAE que

controla esta autarquia municipal tem a atribuiccedilatildeo de manter o abastecimento de

172

aacutegua controlando os rompimentos de tubulaccedilatildeo sob a aacutegua de forma a manter o

abastecimento de aacutegua bem como gerenciar as estaccedilotildees elevatoacuterias do sistema de

esgotamento sanitaacuterio que ficam sob as aacuteguas Da mesma forma a Coordenaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica Gerente do escritoacuterio local da CELESC tem como funccedilatildeo a

manutenccedilatildeo do fornecimento de energia nas aacutereas natildeo atingidas bem como os

cortes e desligamentos nas aacutereas alagadas

A Coordenaccedilatildeo da Sauacutede secretaacuteria de sauacutede tem a atribuiccedilatildeo de manter o

atendimento nos postos de sauacutede aleacutem de todos os atendimentos emergenciais

decorrentes do evento

Ao Coordenador de Infraestrutura secretaacuterio de infraestrutura cabe a

manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo das vias puacuteblicas pontes e a drenagem pluvial na aacuterea

urbana aleacutem do transporte de pertences dos moradores que vatildeo sendo desalojados

Baixadas as aacuteguas a limpeza e a remoccedilatildeo e o transporte dos entulhos e bens

moacuteveis danificados pela inundaccedilatildeo

A Coordenaccedilatildeo de Assistencia Social secretaacuteria de assitencia social cabe a

funccedilatildeo de arrecadar receber organizar e distribuir alimentos roupas colchotildees e

cobertores A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo sempre contribui com este trabalho uma

vez que esses processos sempre acontecem nas escolas

Agrave Coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo secretaria de educaccedilatildeo cabe gerenciar o

funcionamento das escolas coordenando a utilizaccedilatildeo destas e dos ginaacutesios de

esportes como abrigos para desabrigados Auxilia a Coordenaccedilatildeo de Assitecircncia

Social na distribuiccedilatildeo de alimentos roupas conchotildees e cobertores

Cabe agrave Coordenccedilatildeo do Distrito da Volta Grande subprefeito da Volta

Grande ainda que natildeo existam aacutereas inundaacuteveis no distrito a recuperaccedilatildeo das

estradas e pontes do interior que normalmente ficam bastante prejudicadas em

funccedilatildeo dos periacuteodos prolongados de chuva que estatildeo associados agraves inundaccedilotildees

A Coordenaccedilatildeo de Financcedilas secretaacuterio de financcedilas tem como atribuiccedilatildeo a

obtenccedilatildeo de recursos onde conta com o apoio da Supervisatildeo Geral nas figuras do

prefeito e vice-prefeito para fazer frente agraves accedilotildees de recuperccedilatildeo do municiacutepio agrave

condiccedilatildeo de normalidade

A Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo assessoria de imprensa tem a funccedilatildeo

primordial de divulgar todos os boletins oficiais da defesa civil previsotildees do tempo

173

alertas chamadas e informaccedilotildees pertinentes Responde ainda por todos os tipos de

exclarecimentos muito necessaacuterios durante os eventos por conta de todo tipo de

informaccedilatildeo improcedente que acaba sendo divulgada

A Coordenaccedilatildeo dos NUPDECS Nuacutecleos de Prevenccedilatildeo e Defesa Civil

engenheiro da defesa civil tem atribuiccedilatildeo permanente de repassar as informaccedilotildees

efetuar treinamentos organizar os nuacutecleos existentes organizar a criaccedilatildeo de novos

nuacutecleos de forma que estejam cada vez mais preparados para os eventos e se

ajudem mutuamente

915 Fluxograma de Acionamento do PAE

O acionamento do PAE deve respeitar um sequecircncia loacutegica de

procedimentos e avaliaccedilotildees que levam em consideraccedilatildeo a estrutura organizacional

de respostas a emergecircncias utilizando-se de criteacuterios e informaccedilotildees teacutecnicas e de

campo FIGURA 104

174

FIGURA 104 ndash Fluxograma de Acionamento do PAE (Autor 2017)

175

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias

NORMAL

- Natildeo haacute indiacutecios de inundaccedilatildeo

- Natildeo houve um periacuteodo prolongado de chuva que pudesse reduzir a

capacidade de absorccedilatildeo do solo

- Quando a chuva prevista e o niacutevel monitorado estatildeo dentro da normalidade

- O niacutevel dos rios estaacute estabilizado

ATENCcedilAtildeO

- Quando houve um periacuteodo prolongado de chuvas e o solo estaacute com a sua

capacidade de absorccedilatildeo reduzida

- Quando houver previsatildeo de chuva intensa ou extrema que possa ocasionar

inundaccedilatildeo

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78600m e a cota de 300 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Os niacuteveis dos rios estatildeo subindo

- Acionamento do PAE coordenaccedilatildeo geral para uma avaliaccedilatildeo e possiacutevel

acionamento da estrutura operacional

ALERTA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ATENCcedilAtildeO

- Previsatildeo de chuvas de intensidade elevada e por periacuteodo prolongado

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78650m e a cota de 350 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Apoacutes avaliaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo geral e convocaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo

operacional e das demais coordenaccedilotildees

EMERGEcircNCIA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ALERTA

- Efetivaccedilatildeo de chuva igual ou maior ao previsto

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78700m e a cota de 400 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE a partir da qual extravasa o

seu leito e comeccedila a invadir ruas e imoacuteveis

- Coordenaccedilatildeo operacional e demais coordenccedilotildees do PAE iniciam suas

atividades e accedilotildees de preparaccedilatildeo da estrutura de atendimento e mitigaccedilatildeo da

inundaccedilatildeo

176

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

1 - A legislaccedilatildeo vigente no Plano Diretor veda a construccedilatildeo de edificaccedilotildees

residenciais abaixo da cota de niacutevel 79200m Essa vedaccedilatildeo pode ser estendida a

todas as edificaccedilotildees incluindo incentivos para a populaccedilatildeo atingida a procurar aacutereas

seguras

2 ndash Instituiccedilatildeo da obrigatoriedade de um Plano de Accedilotildees de Emergecircncia a

todas as edificaccedilotildees com o niacutevel teacuterreo abaixo da cota de niacutevel 79200m assim

como eacute obrigatoacuterio o projeto preventivo contra incecircndio para edificaccedilotildees comerciais

3 ndash Limpeza e desassoreamento da calha dos rios precedida por accedilotildees de

conscientizaccedilatildeo para que a populaccedilatildeo se conscientize de que o rio natildeo eacute lugar de

jogar resiacuteduos (lixo) e os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos devem ser coletados

adequadamente Primeiro eacute preciso tratar a causa para depois tratar o efeito

Enfatizar que os resiacuteduos deixados nas ruas podem ser arrastados pelas

enxurradas para os bueiros e leitos dos rios dificultando eou obstruindo a passagem

da aacutegua da chuva

4 - Eliminar pontos de estrangulamento nos leitos dos rios e coacuterregos como

pontes e bueiros mal dimensionados para melhorar o fluxo da aacutegua e minimizar a

elevaccedilatildeo do niacutevel da aacutegua

A ponte na Rua Jorge Zipperer FIGURA 105 proacutexima agrave Igreja Matriz eacute o

exemplo mais evidente disso onde haacute uma reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal

do rio Negrinho de 1685 metros para 990 metros

5 ndash Promover treinamentos atraveacutes de simulaccedilotildees e debates sobre os

problemas de inundaccedilatildeo para aperfeiccediloar o PAE do municiacutepio e os PAEs de cada

edificaccedilatildeo

6 ndash Ampliar a criaccedilatildeo de Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil ndash NUPDECS

estruturando e organizando esses grupos promovendo encontros e troca de

177

informaccedilotildees Os nuacutecleos satildeo uma forma de organizaccedilatildeo da comunidade que

incentiva a ajuda muacutetua e minimiza a dependecircncia da estrutura puacuteblica

FIGURA 105 ndash Estrangulamento Ponte Igreja Matriz ndash Reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal do rio de 1685m para 990m da ponte

(Autor 2017)

7 - Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS

associando diferentes grupos a cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no

MDT entre as cotas de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de

abandono do local e retirada de pertences

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de

Rio NegrinhoSC

Apoacutes a inundaccedilatildeo de 2014 a direccedilatildeo do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de Rio

NergrinhoSC solicitou auxiacutelio a Defesa Civil buscando se organizar e estruturar

178

melhor para futuros eventos dadas as dificuldades ocorridas e os prejuiacutezos enormes

a que a instituiccedilatildeo teve que arcar

Num primeiro momento o foco foi na limpeza e na recuperaccedilatildeo das

estruturas danificadas (alvenarias pisos instalaccedilotildees eleacutetricas e hidraacuteulicas) bem

como a substituiccedilatildeo da mobiacutelia e e dos equipamentos com a escolha de materiais

adequados considerando novos eventos

No momento seguinte redefiniu-se o layout da escola mudando a estrutura

administrativa e documental para niacuteveis superiores fora da cota maacutexima de

inundaccedilatildeo Os niacuteveis inferiores passaram a ser utilizados somente como salas de

aula com mobiacutelia adequada de faacutecil limpeza e recuperaccedilatildeo permitindo uma faacutecil

retirada dos equipamentos

Por fim formatou-se o PAE sob a forma de um documento definindo-se uma

cota e as condiccedilotildees de acionamento planilhando-se todos os contatos telefones e

atribuiccedilotildees desde o acionamento ateacute o restabelecimento das condiccedilotildees de

normalidade

Esse PAE foi testado e aperfeiccediloado nas duas inundaccedilotildees de outubro de

2015 ainda que tenham sido pequenas inundaccedilotildees

Do relato da direccedilatildeo da escola conclui-se que passar por esses eventos

sabendo previamente o que fazer aleacutem de minimizar danos e prejuiacutezos torna todo o

processo menos traumaacutetico e estressante

92 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se que o PAE deva ser testado analisado e avaliado em

situaccedilatildeo real de emergecircncia de inundaccedilatildeo Tanto o processo como um todo como

os procedimentos em separado devam ser aprimorados corrigindo falhas e

buscando melhorar o desempenho

Periodicamente o PAE deveraacute ser revisto principalmente pela dinacircmica do

comportamento das chuvas e da transformaccedilatildeo urbana bem como introduzir novas

tecnologias ou metodologias

A atualizaccedilatildeo da estrututura organizacional do PAE tambeacutem deve ser

constante por se tratar de um oacutergatildeo puacuteblico em que as atribuiccedilotildees e

179

responsabilidades estatildeo vinculadas a cargos que sofrem com relativa frequecircncia

substituiccedilatildeo nos seus ocupantes Cabe agrave coordenaccedilatildeo geral do PAE natildeo soacute a

atualizaccedilatildeo dos quadros mas tambeacutem o repasse das informaccedilotildees das atribuiccedilotildees e

das responsabilidades

180

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

Os sistemas de informaccedilotildees desenvolvidos neste trabalho visam falicitar o

acesso dos cidadatildeos agrave informaccedilatildeo oficial e qualificada durante todo o evento de

inundaccedilatildeo desde as primeiras informaccedilotildees relacionadas agraves previsotildees durante a

ocorrecircncia da inundaccedilatildeo e apoacutes no periacuteodo de recuperaccedilatildeo e retorno agrave condiccedilatildeo de

normalidade

Foram desenvolvidos os seguintes sistemas

i) Paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho na internet

ii) Grupos de WhatsApp

iii) Paacutegina Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais na Internet

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET

As grandes inundaccedilotildees em especial a grande inundaccedilatildeo de 2014 mostrou

que a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo eacute uma grande ferramenta a ser usada como forma

de minimizar os danos e prejuiacutezos causados por esses eventos

Foi verificada a necessidade de fazer chegar ao cidadatildeos de forma mais

faacutecil e acessiacutevel possiacutevel as informaccedilotildees de previsatildeo do tempo niacutevel dos rios que

possam auxiliar na tomada de decisotildees durante os eventos de cheias

Nesse sentido definiu-se pela criaccedilatildeo de 05 banners FIGURA 106 na

paacutegina inicial da Defesa Civil de Rio Negrinho com os principais links que datildeo

acesso agraves seguintes informaccedilotildees

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

- Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash COPEL

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET(Battistella)

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

A disponibilizaccedilatildeo das informaccedilotildees de niacutevel eacute feita atraveacutes de um link com o

site do CEMADEN Esse niacutevel eacute monitorado no rio Negrinho no local da Ponte do

181

Ipiranga entre as Ruas Martin Zipperer e Roberto Ferreira de Lima no Bairro Alegre

logo a jusante da captaccedilatildeo do SAMAE

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

A previsatildeo das condiccedilotildees do tempo eacute obtida no site wwwforecacom onde

se encontram disponiacuteveis informaccedilotildees das condiccedilotildees do tempo e dados da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica do Aeroporto Afonso Pena em Curitiba- PR

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL

Link com o site da COPEL no qual podem ser acessadas as estaccedilotildees

hidroloacutegicas que monitoram o rio Negro localizadas em Fragosos a montante de Rio

Negrinho e Rio Negro a jusante

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

O link no site da EPAGRICIRAM permite o acesso aos dados e

informaccedilotildees monitoradas nas seguintes estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Rudnick ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Souza ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Foz do Rio Negrinho (FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Ponte do Lageado ndash Rio Negro (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Rio dos Bugres (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio dos Bugres

- Temperatura Instantacircnea do Ar [ordmC]

- Total de chuva acumulada nas uacuteltimas 72 horas 100 [mm]

- Umidade Relativa Instantacircnea []

- Molhamento Foliar

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET (Battistella)

- Temperatura do Ar ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [ordmC]

- Umidade Relativa ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten []

- Ponto de Orvalho ndash Instantacircneo Maacutex e Miacuten [ordmC]

182

- Pressatildeo ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [hPa]

- Velocidade e direccedilatildeo do vento [ms]

- Radiaccedilatildeo Solar [kJmsup2]

- Precipitaccedilatildeo [mm]

FIGURA 106 ndash Paacutegina Defesa Civil de Rio Negrinho ndash Sistema de Monitoramento (Autor 2016)

102 GRUPOS DE WHATSAPP

Como forma de transmitir o mais raacutepido possiacutevel as informaccedilotildees repassadas

pelas Coordenadorias Regionais de Defesa Civil do Estado foram criados dois

grupos de WhatsApp FIGURA 107 que publicam diariamente o mesmo conteuacutedo

Previsatildeo do tempo alertas niacuteveis dos rios cotas de inundaccedilatildeo pontos de

183

alagamento e toda a informaccedilatildeo pertinante para prevenccedilatildeo durante os eventos e

fora deles

Diariamente satildeo publicados boletins de previsatildeo do tempo com informaccedilotildees

do Sistema EPAGRI-CIRAM e do SIMEPAR aleacutem de imagens de sateacutelites e do

Radar Meteoroloacutegico de Lontras A intenccedilatildeo aleacutem da informaccedilatildeo eacute familiarizar o

muniacutecipe que participa dos grupos com essas informaccedilotildees para que o mesmo

comece a fazer automaticamente a associaccedilatildeo entre as imagens a previsatildeo e o que

efetivamente vem a ocorrer Eacute um treiamento diaacuterio e constante

Durante os eventos de inundaccedilatildeo todo o tipo de informaccedilatildeo pertinente

circula pelos grupos desde a troca de informaccedilotildees quanto ao controle do niacutevel do

rio considerando que muitos moradores da margem tecircm reacuteguas de mediccedilatildeo

proacuteprias previsatildeo do tempo pedidos de socorro disponibilizaccedilatildeo de ajuda

seguranccedila compartilhada distritbuiccedilatildeo de alimentos e encaminhamento para

abrigos

184

FIGURA 107 ndash Grupos de WhatsApp ndash Defesa Civil Rio Negrinho (Autor 2017)

185

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS

A paacutegina Desastres Naturais na internet eacute

wwwdesastresnaturaiscombr

Em funccedilatildeo da realizaccedilatildeo de dois cursos de HEC-HMS e HEC-RAS e um

curso de Dam Break no Instituto de Engenharia do Paranaacute ndash IEP com a presenccedila

de profissionais de vaacuterias regiotildees do Brasil e tambeacutem do Paraguai definiu-se pela

criaccedilatildeo de um foacuterum de debates sobre o tema Desastres Naturais

Em parceria com o Departamento de Informaacutetica da Prefeitura do Municiacutepio

de Rio Negrinho e o patrociacutenio de empresas do Municiacutepio de Rio Negrinho iniciamos

a formataccedilatildeo de uma paacutegina e o registro de domiacutenio para a criaccedilatildeo desse foacuterum de

debates

O Desastres Naturais FIGURA 108 eacute uma comunidade (paacutegina em

desenvolvimento) e foacuterum para que profissionais possam interagir em temas

relacionados a todos os tipos de desastres naturais A plataforma digital inclui

diversas ferramentas de gerenciamento de uma comunidade online Eacute possiacutevel

postar projetos duacutevidas ou opiniotildees bem como eacute permitido comentar e votar nas

postagens

Os usuaacuterios podem criar perfis individuais com imagens e informaccedilotildees

baacutesicas Esses perfis tambeacutem oferecem estatiacutesticas do nuacutemero de comentaacuterios e

posts que cada pessoa fez

A plataforma eacute responsiva ou seja os usuaacuterios podem acessar do

computador tablet ou celular Isso possibilita que os usuaacuterios acompanhem e

comentem nas discussotildees de forma raacutepida de qualquer lugar atraveacutes de

dispositivos moacuteveis Aleacutem disso a plataforma utiliza as tecnologias mais modernas

em sua base como WordPress plataforma de gerenciamento de conteuacutedo que

alimenta o foacuterum O mesmo roda sobre tecnologia PHP com banco de dados

MySQL

186

FIGURA 108 ndash Paacutegina do Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais (Autor 2017)

187

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

A responsabilidade do desatre natural relacionado agrave inundaccedilatildeo de aacutereas

urbanas causado pelas ondas de cheias natildeo estaacute na elevaccedilatildeo do niacutevel das aacuteguas

de seus corpos hiacutedricos mas sim na invasatildeo ocupacional do leito maior e planiacutecies

de inundaccedilatildeo inicialmente por pequenas comunidades que ao longo do tempo

foram se desenvolvendo e formando cidades e metroacutepoles

As chuvas frentes frias e quentes rios voadores El Nintildeo La Nintildea satildeo

fenocircmenos da natureza que produzem eventos com os quais precisamos aprender a

conviver Desses eventos as inundaccedilotildees resultam em enormes danos e prejuiacutezos

Da avaliaccedilatildeo financeira conclui-se que os valores envolvidos satildeo de grande

monta e o impacto sobre as cidades atingidas satildeo enormes Qualquer accedilatildeo ou

medida mitigatoacuteria que possa reduzir esses valores deve ser necessariamente

implementada

A implantaccedilatildeo do sistema de monitoramento hidroloacutegico da bacia do rio

Negrinho eacute um dos resultados mais importantes deste trabalho Aleacutem de

disponibilizar informaccedilotildees em tempo real agrave comunidade que permitiratildeo orientar a

tomada de decisotildees durante os eventos de inundaccedilatildeo passou a gerar seacuteries

histoacutericas para futuros e melhores estudos hidroloacutegicos da bacia do rio Negrinho

A nova paacutegina de internet da Defesa Civil de Rio Negrinho desenvolvida a

partir de um dos objetivos deste estudo foi elaborada visando facilitar o acesso do

cidadatildeo comum ao novo sistema de monitoramento do rio Negrinho ao

monitoramento do rio Negro previsatildeo do tempo e aos iacutendices de pluviosidade das

estaccedilotildees da regiatildeo Ela eacute uma ferramenta de concentraccedilatildeo de informaccedilotildees

pertinentes num mesmo local e de facilitaccedilatildeo de acesso

A paacutegina na internet com o site ldquoDesastres Naturaisrdquo ainda em

desenvolvimento objetiva fomentar e divulgar foacuteruns debates e discussotildees de alto

niacutevel entre pesquisadores poreacutem com acesso ao puacuteblico permitindo a interaccedilatildeo

entre estes e aqueles tornando-se uma referecircncia de informaccedilatildeo qualificada

Os grupos de WhatsApp se tornaram uma ferramenta imprescindiacutevel de

comunicaccedilatildeo com a capacidade de levar informaccedilotildees quase que em tempo real a

toda comunidade fazendo com que os usuaacuterios se habituem com os alertas e as

imagens de sateacutelite e de radar meteoroloacutegico e as informaccedilotildees contidas tornando-

188

as capazes de relacionar essas imagens com os eventos de chuvas e ondas de

cheias

As campanhas e os procedimentos para eliminar o lixo e o esgoto dos

nossos rios satildeo importantes tendo sido realizados procedimentos e limpeza do rio

Negrinho O grande desafio poreacutem eacute a conscientizaccedilatildeo de toda populaccedilatildeo gerando

um novo comportamento social de proteccedilatildeo e preservaccedilatildeo do meio ambiente neste

estudo a aacutegua

A simulaccedilatildeo hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para a inundaccedilatildeo de

2014 atraveacutes do HEC-RAS permitiu uma anaacutelise do comportamento hidrodinacircmico

e pode possibilitar simulaccedilotildees de vazotildees maiores que as registradas para prevenccedilatildeo

e ajuste e atualizaccedilatildeo do PAE

O piloto de PAE desenvolvido neste trabalho a partir da experiecircncia

acumulada pelo autor em trecircs grandes inundaccedilotildees apoacutes testado e avaliado deve

ser complementado e atualizado constantemente A ideacuteia do PAE deve ser

propagada Cada edificaccedilatildeo na aacuterea inundaacutevel precisa ter o seu PAE

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS

A recomendaccedilatildeo mais eficaz eacute sair da aacuterea de inundaccedilatildeo Na

impossibilidade ou na opccedilatildeo de natildeo sair eacute preciso adaptar-se e aprender a conviver

com a inundaccedilatildeo

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo

- Implantaccedilatildeo do Plano de Accedilotildees de Emergecircncia no Municiacutepio

- Melhorar o sistema de comunicaccedilatildeo de forma que os muniacutecipes recebam o maacuteximo

de informaccedilatildeo possiacutevel e que seja compreensiva e efetiva O treinamento constante

e a incorporaccedilatildeo como atividade nas escolas devem ser implementados ateacute que se

torne rotina na vida do cidadatildeo

- Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS separados em

grupos por cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no MDT entre as cotas

189

de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de abandono do local e

retirada de pertences

- Obrigatoriedade de que cada imoacutevel que tenha seu piso teacuterreo localizado abaixo da

cota 792 (cota da maacutexima inundaccedilatildeo ocorrida) tenha um Plano de Accedilotildees de

Emergecircncia para Inundaccedilatildeo no qual devem estar definidos todos os procedimentos

de abandono do local e retirada de pertences bem como locais de armazenamento

permanecircncia e forma de transporte

- Recuperaccedilatildeo e limpeza (dragagem) dos rios precedida de campanhas de

conscientizaccedilatildeo para que a comunidade deixe de jogar lixo e esgoto nos rios e

drenagem pluvial

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES

Diante da impossibilidade de relocar uma cidade conviver com as

inundaccedilotildees eacute estar preparado para a certeza de que de tempos em tempos

(periacuteodos de recorrecircncia) as inundaccedilotildees retornaratildeo muito provavelmente com uma

frequecircncia maior

Os materiais uitlizados na reforma das edificaccedilotildees atingidas devem levar

em consideraccedilatildeo esses eventos com relaccedilatildeo a resistecircncia agraves inundaccedilotildees de forma

permitir o retorno a normalidade no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

Moacuteveis e objetos devem ser facilmente manipulaacuteveis e facilmente

transportaacuteveis Locais de armazenamento e veiacuteculos de transporte devem estar preacute-

definidos e disponiacuteveis

Devem ser definidos previamente procedimentos para todas essas

operaccedilotildees Isso tornaraacute a obrigatoriedade de conviver com as inundaccedilotildees menos

dolorosa e minimizaraacute danos e prejuiacutezos

Essas recomendaccedilotildees de alguma forma compotildeem o PAE que deve ser

utilizado pelos ocupantes das edificaccedilotildees abaixo da cota da maacutexima inundaccedilatildeo

ocorrida

190

REFEREcircNCIAS

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2016

197

APEcircNDICES

198

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

199

FIGURA 109 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 01 (Autor 2016)

(a) Estaccedilatildeo Fazenda Souza

(b) Ponte Ipiranga

(c) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(d) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(e) Ponte Cofermaco

(f) Ponte Igreja Matriz

200

FIGURA 110 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 02 (Autor 2016)

(a) Ponte Pecircncil Miner

(b) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(c) Ponte BR-280

(d) rio Serrinha

(e) Casa Ronconi

(f) Prefeitura Velha

201

FIGURA 111 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 03 (Autor 2016)

(a) Casa Riguetto

(b) Lagoa do Boi II

(c) Fundos Degas

(d) Tecircnis Clube

(e) Lagoa do Boi I

(f) Ferrovia

202

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO

203

FIGURA 112 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo SAMAE

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 2

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 3

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 4

204

FIGURA 113 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo e Ponte SAMAE (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 5

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 6

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 2

205

FIGURA 114 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 6

206

FIGURA 115 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante II e III (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante II 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante II 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 7

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 8

207

FIGURA 116 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante III e Helmuth Krambeck (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 9

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 1

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 2

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 3

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 4

208

FIGURA 117 ndashSeccedilotildees Transversais Ferrovia Ponte Evaristo e Incopisa (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 1

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 1

209

FIGURA 118 ndashSeccedilotildees Transversais Incopisa e Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 3

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

210

FIGURA 119 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Col Satildeo Joseacute e Seka (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 6

Seccedilatildeo Transversal Seka 1

Seccedilatildeo Transversal Seka 2

Seccedilatildeo Transversal Seka 3

211

FIGURA 120 ndashSeccedilotildees Transversais Seka Fundos e Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Seka 4

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 4

212

FIGURA 121 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 4

213

FIGURA 122 ndashSeccedilotildees Transversais ACIRNE e Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 1

o Transversal ACIRNE 2

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 3

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 1

214

FIGURA 123 ndashSeccedilotildees Transversais Pontes Igreja Matriz e Pecircncil Miner (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 2

215

FIGURA 124 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Pecircncil Miner e Casa Ronconi (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 5

216

FIGURA 125 ndashSeccedilotildees Transversais Casa Ronconi e Prefeitura Velha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 1

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 2

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 3

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 5

217

FIGURA 126 ndashSeccedilotildees Transversais Prefeitura Velha Casa Riguetto e Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 7

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 1

218

FIGURA 127 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Gibaco ndash Arte Caseira e Lagoa do Boi I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 5

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 7

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 1

219

FIGURA 128 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi I e II (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 4

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 1

220

FIGURA 129 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi II e Degas (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 4

Seccedilatildeo Transversal Degas 1

Seccedilatildeo Transversal Degas 2

221

FIGURA 130 ndashSeccedilotildees Transversais Degas e rio Serrinha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Degas 3

Seccedilatildeo Transversal Degas 4

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 1

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 2

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 3

222

FIGURA 131 ndashSeccedilotildees Transversais rio Serrinha e Ponte Rodovia BR-280 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 4

223

FIGURA 132 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 1 a 4 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 1

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 2

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 3

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 4

224

FIGURA 133 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 5 e 6 e Montante Foz Rio Nergrinho 1 e 2

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 5

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 6

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 1

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 2

225

FIGURA 134 ndashSeccedilotildees Transversais Montante Foz Rio Nergrinho 3 a 6 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 3

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 4

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 5

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 6

226

FIGURA 135 ndashSeccedilotildees Transversais Rio Negro ndash Ponte Lageado - Estaccedilatildeo Monitoramento 2083 ndash 1 a 5

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 1

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 2

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 3

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 4

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 5

227

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO

228

FIGURA 136 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria dorio Negrinho - I

(Autor 2016)

(a) Ponte Cofermaco

(b) Ponte Igreja Matriz

(c) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(d) Ponte BR-280

(e) Rua Helmuth Krambeck

(f) Fundos Musical - Incopisa

FIGURA 137 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria do rio Negrinho - II

229

(Autor 2016)

(b) Lagoa do Boi II

(b) Ponte SAMAE Jusante II

(c) Rua Hekmuth Krambeck

(d) Coacuterrego Rua Jorge Lacerda

(e) Ferrovia

(f) Rua Ponte SAMAE Jusante I

230

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO

IV 1 LEVANTAMENTO DE OBRAS CIVIS

Todas as obras civis que estatildeo na planiacutecie de inundaccedilatildeo e todas as outras

fora dela que afetam a impermeabilizaccedilatildeo do solo interferem no ciclo hidroloacutegico e

no comportamento dos rios satildeo importantes para o problema de inundaccedilotildees em

estudo O estudo considerou as pontes que tecircm uma influecircncia mais direta em

especial aquelas que reduzem agrave seccedilatildeo transversal dos rios

IV11 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das plantas dos perfis longitudinais e das seccedilotildees

transversais das pontes no trecho do Rio Negrinho foi realizada a seguinte

atividade mediccedilatildeo com trena Laser Leica e trena de matildeo nas semanas

compreendendo os dias 05 a 16 de setembro de 2016

Todas as partes que compotildeem cada uma das 08(oito) pontes levantadas foi

medida e representada graficamente em escala observando-se os vatildeos e vazios de

forma a traduzir a realidade o mais fidedignamente possiacutevel

IV12 Levantamento e Desenho em AutoCad das Obras Civis

As plantas baixas os perfis longitudinais das pontes e do terreno com as seccedilotildees

transversais dos rios bem como as seccedilotildees transversais das pontes foram

desenhadas em escala em AutoCAD FIGURA 138 a FIGURA 161

231

FIGURA 138 ndashPlanta Baixa Ponte Ipiranga

(Autor 2016)

232

FIGURA 139 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

233

FIGURA 140 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

234

FIGURA 141 ndashPlanta Baixa Ponte Evaristo (Autor 2016)

235

FIGURA 142 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Evaristo (Autor 2016)

236

FIGURA 143 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo (Autor 2016)

237

FIGURA 144 ndashPlanta Baixa Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

238

FIGURA 145 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

239

FIGURA 146 ndashSeccedilatildeoTransversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

240

FIGURA 147 ndashPlanta Baixa Ponte Cofermaco (Autor 2016)

241

FIGURA 148 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

242

FIGURA 149 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

243

FIGURA 150 ndashPlanta Baixa Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

244

FIGURA 151 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

245

FIGURA 152 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

246

FIGURA 153 ndashPlanta Baixa Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

I

247

FIGURA 154 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

248

FIGURA 155 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

249

FIGURA 156 ndashPlanta Baixa Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

250

FIGURA 157 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

251

FIGURA 158 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

252

FIGURA 159 ndashPlanta Baixa Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

253

FIGURA 160 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

254

FIGURA 161 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

255

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES

DE UMA INUNDACcedilAtildeO

Avaliaccedilatildeo financeira com o levantamento dos prejuiacutezos decorrentes de uma

inundaccedilatildeo tendo por referecircncia a inundaccedilatildeo de 2014

V1 METODOLOGIA DE AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA

O levantamento baseia-se na metodologia e formulaacuterios definidos pelo

SISTEMA NACIONAL DE PROTECcedilAtildeO E DEFESA CIVIL - SINPDEC utilizada para

o preenchimento do FIDE ndash Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre (ANEXO I)

elaborado no periacuteodo poacutes inundaccedilatildeo de 2014

Durante um evento todos dos danos e prejuiacutezos sejam eles privados ou

puacuteblicos devem ser registrados No caso dos prejuiacutezos puacuteblicos cada secretaria

municipal efetua os levantamento em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Tudo o que ocorre com

as escolas por exemplo desde as escolas efetivamente atingidas pela inundaccedilatildeo e

os prejuiacutezos decorrentes assim como as escolas utilizadas como abrigos e os

custos dessa operaccedilatildeo satildeo relacionados quantificados e orccedilados pela Secretaria

Municipal de Educaccedilatildeo

A Secretaria Municipal de Sauacutede da mesma forma relaciona quantifica e

orccedila todos os atendimentos que natildeo fazem parte das atividades consideradas

normais mas sim as decorrentes do evento inundaccedilatildeo como atendimentos

emergenciais montagem de postos em regiotildees isoladas com atendimento especial

aquisiccedilatildeo de medicamentos para o atendimento de doenccedilas associadas agraves

inundaccedilotildees

Cabe agrave Secretaria Municipal de Assistecircncia Social com o apoio do corpo

teacutecnico da Secretaria Muncipal de Planejamento e Meio Ambiente aleacutem dos teacutecnicos

da Defesa Civil o cadastramento o levantamento a quantificaccedilatildeo e o orccedilamento

dos danos e prejuiacutezos ocorridos nas edificaccedilotildees residenciais dos muniacutecipes

No interior os prejuiacutezos decorrentes de prolongados periacuteodos de chuva

associados agraves inundaccedilotildees que danificam estradas e acessos bem como pontes e

bueiros danificados ou arrancados pela forccedila das aacuteguas satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pela Secretaria Municipal de Agricultura No caso de Rio

256

NegrinhoSC para a elaboraccedilatildeo desses levantamentos conta-se ainda com o apoio

da Subprefeitura do Distrito de Volta Grande

No caso da Secretaria Municipal de Industria e Comeacutercio os levantamentos

recaem sobre a iniciativa privada em especial sobre as edificaccedilotildees industriais e

comerciais atingidas Nessa tarefa deve contar com o apoio e a avaliaccedilatildeo da

ACIRNE ndash Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho e o CDL ndash Clube de

Diretores Logistas de Rio Negrinho

A Secretaria Municipal de Infraestrutura executa essa tarefa na aacuterea urbana

do muniacuteciacutepio verificando os prejuiacutezos no sistema viaacuterio drenagens pluviais coleta

de lixo manutenccedilatildeo de parques e jardins

Os valores decorrentes dos danos causados ao sistema de abastecimento

de aacutegua e ao sistema de coleta e tratamento de esgotos satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pelo SAMAE autarquia municipal responsaacutevel pela

operaccedilatildeo desses sistemas Da mesma forma no que se refere ao fornecimento de

energia eleacutetrica pela CELESC escritoacuterio de Rio Negrinho

Agrave Secretaria Municipal de Financcedilas cabe a disponibilizaccedilatildeo dos recursos e

das dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias especiacuteficas para o enfrentamento desses prejuiacutesos

A tabulaccedilatildeo final cabe a Secretaria Municipal de Planejamento e Meio

Ambiente bem como a Coordenaccedilatildeo da Defesa Civil que faz os devidos relatoacuterios

entre eles o FIDE e os encaminhamentos para os oacutergatildeo estaduais e federais tanto

como justificativa para a obtenccedilatildeo de recursos como prestaccedilatildeo de contas aleacutem

disponibilizaccedilatildeo dessas informaccedilotildees a imprensa e ao puacuteblico em geral seguindo a

legislaccedilatildeo vigente e o princiacutepio da transparecircncia

V2 RESULTADOS

Os resultados do levantamento dos prejuiacutezos da inundaccedilatildeo de junho de

2014 FIGURA 14 estatildeo apresentados na Tabela 8 O montante do prejuiacutezo

causado por uma uacutenica inundaccedilatildeo eacute da ordem de 98 milhotildees de reais Cabe

ressaltar que primeiro satildeo valores estimados e segundo natildeo foram atualizados

desde o ano de 2014

257

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 (AUTOR 2017)

Danos Materiais Valores em R$

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Sauacutede 000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Ensino 22320000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas Prestadoras de Outros Serviccedilos 86000000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Uso Comunitaacuterio 33200000

Unidades Habitacionais 1870000000

Obras de Infra-Estrutura Puacuteblica 1430000000

Sub-total 3441520000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblico e Privados Serviccedilos Puacuteblicos Essenciais Prejudicados

Assistecircncia Meacutedica Sauacutede Puacuteblica e Atendimento de Emergecircncias Meacutedicas

12000000

Abastecimento de Aacutegua Potaacutevel 38000000

Esgoto de Aacuteguas Pluviais e Sistema de Esgotos Sanitaacuterios 55000000

Sub-total 105000000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

Sistema de Limpeza Urbana e de Recolhimento e destinaccedilatildeo de Lixo

90750000

Sistema de desinfestaccedilatildeo e e Desinfecccedilatildeo do Habitat e de Controle de Pragas e Vetores

15000000

Geraccedilatildeo e Distribuiccedilatildeo de Energia Eleacutetrica 45000000

Telecomunicaccedilotildees 10000000

Transportes Locais Regionais e de Longo Curso 1428000000

Distribuiccedilatildeo de Combustiacuteveis especialmente os de Uso Domeacutestico

000

Seguranccedila Puacuteblica 4500000

Ensino 44640000

Sub-total 1742890000

Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Agricultura 6000000

Pecuaacuteria 52200000

Induacutestria 1400000000

Serviccedilos e Comeacutercio 3080000000

Sub-total 4538200000

Valor Total de Prejuiacutezos referentes a Inundaccedilatildeo de 2014 9827610000

Obs Conforme Realatoacuterio FIDE ndash ANEXO I

V3 DESCRICcedilAtildeO DOS DANOS MATERIAIS

Entre as obras de infraestrutura danificadas muitas pontes tiveram

problemas Na aacuterea urbana 9 delas precisaram de reforccedilos especialmente nas

258

cabeceiras Na aacuterea rural 5 pontes foram totalmente destruiacutedas e quatro precisaram

de reparos

Das vias urbanas 3 foram destruiacutedas com deslizamentos e 119 foram

parcialmente danificadas aleacutem de canteiros de ajardinamento que tambeacutem foram

danificados Com relaccedilatildeo a vias rurais 22 tiveram que ser recuperadas

Para a avaliaccedilatildeo das unidade habitacionais destruiacutedas fez-se uma

estimativa de R$-4500000 (unidade padratildeo social) para reconstruccedilatildeo por unidade e

para unidades habitacionais danificadas R$-1000000 para reparos por unidade

Em unidades de ensino ocorreu um deslizamento com necessidade de

reparos no sistema de tratamento de esgotamento sanitaacuterio com valor estimado em

R$-4000000

Para materiais de consumo estoques diversos e mobiliaacuterio danificados

foram estimados um valor de R$-18320000

O Aterro Sanitaacuterio Municipal foi danificado pelo rompimento de tubulaccedilatildeo de

drenagem problemas nos volumes de cobertura de resiacuteduos criando dificuldades

para acessar as ceacutelulas aleacutem de danificar a zona de raiacutezes que teve que ser refeita

V31 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

O sistema de distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica teve prejuiacutezos da ordem de R$-

45000000 com a substituiccedilatildeo de medidores e recuperaccedilatildeo de padrotildees de entrada

de energia nas edificaccedilotildees que ficaram sob as aacuteguas A recuperaccedilatildeo das redes de

distribuiccedilatildeo de energia incluiacutedos aiacute a substituiccedilatildeo de transformadores somaram

prejuiacutedos no valor de R$-38000000

O sistema de transportes locais regionais e e de longo curso foi totalmente

prejudicado Os valores estimados somaram R$-380000000 sendo que somente a

reconstruccedilatildeo de uma ponte consumiu R$-120000000 Outras 3 pontes rurais que

tiveram a sua estrutura comprometida tiveram a sua recuperaccedilatildeo avaliada em R$-

145000000 As 9 pontes urbanas considerando recuperaccedilatildeo de estruturas

cabeceiras e vias de acesso foram orccediladas em R$-95000000

A estimativa de recuperaccedilatildeo de vias urbanas ficou em R$-500000000

enquanto a recuperaccedilatildeo de vias rurais em sua maioria estradas de chatildeo foi orccedilada

em 308000000

259

A distribuiccedilatildeo de combustiacuteveis especialmente os de uso domeacutestico GLP

natildeo tiveram dados contabilizados

V32 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Na agricultura a destruiccedilatildeo no cultivo de hortaliccedilas e alteraccedilatildeo na

expectativa de produccedilatildeo foram significativas Da mesma forma na pecuaacuteria

especialmente com a destruiccedilatildeo de granjas e perda de produccedilatildeo animal e derivados

As induacutestrias que foram atingidas diretamente sofreram com a perda de

maquinaacuterio mateacuteria-prima produccedilatildeo e estoques nun total avaliado em R$-

1400000000

No sertor de serviccedilos as perdas em equipamentos e mobiliaacuterio atingiram os

valores estimados de R$- 770000000 Da mesma forma o comeacutercio duramente

atingido na aacuterea central da cidade teve perdas em equipamentos mobiliaacuterio e

estoques estimados em R$-2310000000

V4 CONCLUSOtildeES

Os prejuiacutezos acumulados no evento de junho de 2014 satildeo elevados e os

recursos repassados pela Uniatildeo e o Estado ao municiacutepio para a recuperaccedilatildeo e

reconstruccedilatildeo causados pela inundaccedilatildeo natildeo chegaram a 5 do total o que fez com

que o municiacutepio tivesse enormes dificuldades para restabelecer a normalidade e

essa condiccedilatildeo somente foi atingida depois de um longo periacuteodo Uma ponte sobre o

rio Preto na localidade de Posto Castilho que foi levada pelas aacuteguas somente

agora foi concluiacuteda

Assim todas as accedilotildees que puderem ser feitas no sentido de prever

minimizar e mitigar danos e prejuiacutezos devem ser implementadas

260

ANEXOS

261

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE - INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014

262

FIGURA 162 ndashFormulaacuterio FIDE-19 2014 (Autor 2016)

263

FIGURA 163 ndashFormulaacuterio FIDE-29 2014 (Autor 2016)

264

FIGURA 164 ndashFormulaacuterio FIDE-39 2014 (Autor 2016)

265

FIGURA 165 ndashFormulaacuterio FIDE-49 2014 (Autor 2016)

266

FIGURA 166 ndashFormulaacuterio FIDE-59 2014 (Autor 2016)

267

FIGURA 167 ndashFormulaacuterio FIDE-69 2014 (Autor 2016)

268

FIGURA 168 ndashFormulaacuterio FIDE-79 2014 (Autor 2016)

269

FIGURA 169 ndashFormulaacuterio FIDE-89 2014 (Autor 2016)

270

FIGURA 170 ndashFormulaacuterio FIDE-99 2014 (Autor 2016)

Page 7: METODOLOGIA PARA MITIGAÇÃO DE PROBLEMAS DE INUNDAÇÃO …

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estudar os problemas das inundaccedilotildees da cidade de Rio NegrinhoSC buscando meios de preveniacute-los e mitigaacute-los Nesse contexto foram efetuados levantamentos das caracteriacutesticas geograacuteficas abordando a hidrografia o clima a geologia a pedologia o relevo e a vegetaccedilatildeo desse municiacutepio com ecircnfase na bacia hidrograacutefica do rio que tem o mesmo nome da cidade Os fenocircmenos da natureza e as seacuteries histoacutericas de dados hidrometeoroloacutegicos foram estudados constatando-se a necessidade da implantaccedilatildeo de uma nova rede de monitoramento hidroloacutegico de chuva e vazatildeo para auxiliar na identificaccedilatildeo das inundaccedilotildees bem como na implementaccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos e hidrodinacircmicos Essa rede foi efetivada com a implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas Associadas a essas informaccedilotildees elaborou-se um modelo digital do terreno da regiatildeo objeto de estudo com base em levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela Prefeitura Municipal e tambeacutem no levantamento topobatimeacutetrico do rio Negrinho e rio Serrinha realizado neste estudo Verificou-se a accedilatildeo antroacutepica decorrente do processo de impermeabilizaccedilatildeo causada pela urbanizaccedilatildeo que interfere no funcionamento do sistema de drenagem natural Tambeacutem verificou-se que as obras civis pontes e bueiros mal dimensionados interferem no fluxo dos rios Mediante vistoria do corpo hiacutedrico observou-se lanccedilamentos indevidos de resiacuteduos soacutelidos e liacutequidose por consequecircncia a necessidade de conscientizaccedilatildeo da comunidade resultando num procedimento e accedilatildeo pontual de limpeza do rio Aleacutem disso efetuou-se o levantamento dos prejuiacutezos financeiros com base na uacuteltima grande inundaccedilatildeo de 2014 que serviu de paracircmetro para justificar a importacircncia do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia As inundaccedilotildees causam desastres naturais devido a ocupaccedilatildeo inadequada da planiacutecie de inundaccedilatildeo e do leito maior do rio pela comunidade Este estudo busca atraveacutes de anaacutelise a avaliaccedilatildeo dos eventos passados minimizar perdas e prejuiacutezos em futuros eventos que certamente iratildeo ocorrer considerando que a remoccedilatildeo dos ocupantes das aacutereas atingidas eacute inviaacutevel sob o ponto de vista financeiro e emocional da populaccedilatildeo Palavras-Chave Inundaccedilatildeo Desastre Natural Hidrologia Hidrodinacircmica Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

ABSTRACT

This work has as purpose to study the problems of floods in the city of Rio Negrinho looking for ways to prevent or mitigate them In this way were made geographical characteristics surveys describing about hydrography climate geology type of soil hypsometry and vegetation of these region with emphasis in the watershed of the river that takes the name of the city The natural phenomena and the historical series of hydrometeorological data were studied where it was verified the necessity of the implantation of a new network of hydrological monitoring of rain and discharge to assist in the identification of the floods as well as in the implementation of hydrological and hydrodynamic models This network was effected with the implementation of five new hydrological stations In addition with this stations a digital model of the land of the studied region was elaborated based on aerial photogrammetric survey carried out by the City Hall and also on the topobatimetry survey of the rivers Rio Negrinho and Serrinha conducted in this study The anthropic action was verified due to the waterproofing process caused by the urbanization which interferes with the operation of the natural drainage system It has also been found that civil works bridges and drains poorly dimensioned interfere with the floods rivers Through an inspection of the rivers it was verified the existence of solid and liquid waste discharge and consequently it was verified of needs for a community awareness resulting in a punctual procedure and action to clean the river In addition financial losses were calculated based on the last great flood of 2014 which served as a parameter to justify the importance of the Emergency Action Plan Floods cause natural disasters due to inadequate occupation of the floodplain and the larger riverbed by the community This study seeks to analyze and evaluate the past events to minimize loss and damage in future events that will occur certainly considering that the removal of the people of the affected areas is not possible from the financial and emotional point of views of the population Keywords Flood Natural Disaster Hydrology Hydrodynamics Emergency Action Plan

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ndash ESTRUTURA DO TRABALHO 31

FIGURA 2 ndash REPRESENTACcedilAtildeO GRAacuteFICA FENOcircMENO DOS RIOS VOADORES 37

FIGURA 3 ndash EL NINtildeO EM ATIVIDADE 39

FIGURA 4 - OCUPACcedilAtildeO INDEVIDA DA MARGEM DOS RIOS 42

FIGURA 5 ndash MODELACcedilAtildeO HIDRAacuteULICA HEC-RAS 50

FIGURA 6 ndash MANCHA DE INUNDACcedilAtildeO OBSERVADA (MO) E SIMULADA (MS)

PARA 1995 NA FASE DE CALIBRACcedilAtildeO DO HEC-RAS DA BACIA

HIDROGRAacuteFICA DO CAMPUS DA UFSC 52

FIGURA 7 - MUDANCcedilA RELATIVA EM DAS VAZOtildeES SIMULADAS PARA O

PERIacuteODO 1971-2000 COM BASE NOS DADOS DE 1900-1970 (A) E

PARA O PERIacuteODO 2041-2060 COM BASE NOS DADOS DE 1900-

1998 (B) BASEADO EM CENAacuteRIOS CONSTRUIacuteDOS PELO IPCC

(PAINEL INTERNACIONAL DE MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS) 56

FIGURA 8 ndash TELA ILUSTRATIVA DO DELFT3D FLEXIBLE MESH

SUITE (DELFT3D FM) 58

FIGURA 9 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO EM 1983 ndash VISTA HOTEL

POUSADA JOAtildeO DE BARRO 62

FIGURA 10 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1983 ndash VISTA DA RUA

JORGE ZIPPERER E DA IGREJA MATRIZ 62

FIGURA 11 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA RUA

SAtildeO PAULO 63

FIGURA 12 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA

ANTIGA CAcircMARA DE VEREADORES 63

FIGURA 13 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 64

FIGURA 14 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 65

FIGURA 15 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (C)

RUA JORGE ZIPPERER (B) (D) E (E) RUA SENADOR NEREU

RAMOS (F) RUA CARLOS WEBER 67

FIGURA 16 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (F)

RUA SENADOR NEREU RAMOS (B) E (D) RUA CARLOS WEBER

(C) RUA LUIZ SCHOLZ (E) RUA JORGE ZIPPERER 68

FIGURA 17 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) (B)

(D) E (F) RUA SENADOR NEREU RAMOS (C) RUA CARLOS

RUCKL (E) TRAVESSA EUGEcircNIO FERREIRA DE LIMA 69

FIGURA 18 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO RIO NEGRINHO (A)

NO ESTADO DE SANTA CATARINA (B) NOS MUNICIacutePIOS DE RIO

NEGRINHO E SAtildeO BENTO DO SUL (HACHURADO) E (C)

AFLUENTES DO RIO NEGRINHO 72

FIGURA 19 ndash SUBBACIAS DO RIO NEGRINHO 73

FIGURA 20 ndash MAPA GEOLOacuteGICO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 75

FIGURA 21 ndash (A) FORMACcedilAtildeO DE SOLOS E (B) PERFIL DE SOLO 76

FIGURA 22 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO NEGRINHO 77

FIGURA 23 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO DOS BUGRES 77

FIGURA 24 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO SERRINHA 78

FIGURA 25 ndash DECLIVIDADES NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 80

FIGURA 26 ndash HIPSOMETRIA NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 81

FIGURA 27 ndash DECLIVIDADES NO PERIacuteMETRO URBANO 82

FIGURA 28 ndash HIPSOMETRIA NO PERIacuteMETRO URBANO 83

FIGURA 29 ndash MODELO DIGITAL DE TERRENO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 85

FIGURA 30 ndash COBERTURA VEGETAL DA BACIA DO RIO NEGRINHO 87

FIGURA 31 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS NA BACIA DO

RIO NEGRINHO 90

FIGURA 32 ndash LOCALIZACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES TELEMEacuteTRICAS REGIAtildeO DA BACIA

DO RIO NEGRINHO 91

FIGURA 33 ndash ESTACcedilOtildeES DE MONITORAMENTO 92

FIGURA 34 ndash ESTACcedilAtildeO CORREDEIRAS (02649055) 95

FIGURA 35 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN (421500009H) 96

FIGURA 36 ndash ESTACcedilAtildeO FRAGOSOS (02649073) 98

FIGURA 37 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRO (02649074) 100

FIGURA 38 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHOBATTISTELLA (A862) 102

FIGURA 39 ndash ESTACcedilAtildeO LAPA (25474946) 104

FIGURA 40 ndash IMAGEM DE PRECIPITACcedilAtildeO DO SATEacuteLITE GOES 13 PARA A

REGIAtildeO SUL DO BRASIL NOS DIAS 7 (A) 8 (B) E 9 (C) DE JUNHO

DE 2014 105

FIGURA 41 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN - COTA (421500009H) 106

FIGURA 42 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 43 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE 107

FIGURA 44 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE 2010 108

FIGURA 45 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE EM JUNHO DE 2014 108

FIGURA 46 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 47 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109

FIGURA 48 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL

(1982-1984) 110

FIGURA 49 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS

ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 50 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRO (2002-2014) 111

FIGURA 51 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO DE MAIO A

JULHO DE 2014 112

FIGURA 52 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO

MONTANTE DE SETEMBRO DE 2009 A JUNHO DE 2010 113

FIGURA 53 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM MMDIA 114

FIGURA 54 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS

E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM Msup3S 115

FIGURA 55 ndash ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS ndash 03 E RIO NEGRO ndash 4ordf BACIAS

HIDROGRAacuteFICAS 116

FIGURA 56 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS VAZOtildeES DO RIO NEGRINHO 117

FIGURA 57 ndash VAZOtildeES DO RIO NEGRO A MONTANTE E A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 58 ndash VAZAtildeO ESTIMADA PARA O RIO NEGRO A JUSANTE DA FOZ DO

RIO NEGRINHO 119

FIGURA 59 ndash VAZOtildeES INCREMENTAIS NO RIO NEGRINHO E NO RIO NEGRO120

FIGURA 60 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

AUTOMAacuteTICAS 125

FIGURA 61 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2080 FAZENDA RUDNICK 127

FIGURA 62 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2079 FAZENDA SOUZA 127

FIGURA 63 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2081 RIO DOS BUGRES 128

FIGURA 64 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2083 PONTE DO LAGEADO 128

FIGURA 65 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2084 FOZ DO RIO NEGRINHO 129

FIGURA 66 ndash NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS E EM OPERACcedilAtildeO 129

FIGURA 67 ndash MAPA LOCALIZACcedilAtildeO NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS 130

FIGURA 68 ndash APRESENTACcedilAtildeO DO NOVO SISTEMA DE ESTACcedilOtildeES

HIDROLOacuteGICAS PARA UMA SALA DE SEGUNDO GRAU DO

COLEacuteGIO CENECISTA SAtildeO JOSEacute 131

FIGURA 69 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2079 ndash FAZENDA SOUZA 132

FIGURA 70 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2080 ndash FAZENDA RUDNICK 132

FIGURA 71 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2081 ndash RIO DOS BUGRES 133

FIGURA 72 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2083 ndash PONTE DO LAGEADO 133

FIGURA 73 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JANEIRO DE 2016 134

FIGURA 74 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM FEVEREIRO DE 2016 134

FIGURA 75 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MARCcedilO DE 2016 135

FIGURA 76 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM ABRIL DE 2016 135

FIGURA 77 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM MAIO DE 2016 136

FIGURA 78 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JUNHO DE 2016 136

FIGURA 79 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM JULHO DE 2016 137

FIGURA 80 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM AGOSTO DE 2016 137

FIGURA 81 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM SETEMBRO DE 2016 138

FIGURA 82 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM OUTUBRO DE 2016 138

FIGURA 83 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM NOVEMBRO DE 2016 139

FIGURA 84 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS

BUGRES E RIO NEGRO EM DEZEMBRO DE 2016 139

FIGURA 85 ndash BATIMETRIA ADCP M-9 142

FIGURA 86 ndash RESULTADO DATOPOBATIMETRIA - SECcedilAtildeO TRANSVERSAL

PONTE COFERMACO 143

FIGURA 87 ndash GEORREFERENCIAMENTO E LEVANTAMENTO ALTIMEacuteTRICO

PONTE COFERMACO 144

FIGURA 88 ndash MAPA DE DOMIacuteNIOS DAS SECcedilOtildeES TOPOBATIMEacuteTRICAS 146

FIGURA 89 ndash MODELO DIGITAL DO TERRENO - MDT 147

FIGURA 90 ndash RESULTADO SIMULACcedilAtildeO REC-HAS 149

FIGURA 91 ndash LIXO NO RIO NEGRINHO (A) (B) E (C) FUNDOS DO COLEacuteGIO

SAtildeO JOSEacute ndash MARGEM ESQUERDA E EMPRESA

TRANSPORTADORA SEKA ndash MARGEM DIREITA (D) RESULTADO

DE CAMPANHA DE COLETA DE LIXO NO RIO NEGRINHO 153

FIGURA 92 ndash CAMPANHA DE LIMPEZA DO RIO NEGRINHO 154

FIGURA 93 ndash LIGACcedilOtildeES ESGOTO NO RIO NEGRINHO E NA DRENAGEM

PLUVIAL 156

FIGURA 94 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE 159

FIGURA 95 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 781 161

FIGURA 96 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 784 162

FIGURA 97 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 787 163

FIGURA 98 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 790 164

FIGURA 99 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 792 165

FIGURA 100 ndash SOBREPOSICcedilAtildeO DOS PERIacuteMETROS DAS MANCHAS DE

INUNDACcedilAtildeO COTAS 787 (CIANO) 790M (AZUL CLARO) E 792M

(AZUL ESCURO) 166

FIGURA 101 ndash DETALHE AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO

NEGRINHO 167

FIGURA 102 ndash AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO NEGRINHO168

FIGURA 103 ndash ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA A

EMERGEcircNCIAS EM FEVEREIRO DE 2017 170

FIGURA 104 ndash FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO DO PAE 174

FIGURA 105 ndash ESTRANGULAMENTO PONTE IGREJA MATRIZ ndash REDUCcedilAtildeO NA

LARGURA DA SECcedilAtildeO TRANSVERSAL DO RIO DE 1685M PARA

990M DA PONTE 177

FIGURA 106 ndash PAacuteGINA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO ndash SISTEMA DE

MONITORAMENTO 182

FIGURA 107 ndash GRUPOS DE WHATSAPP ndash DEFESA CIVIL RIO NEGRINHO 184

FIGURA 108 ndash PAacuteGINA DO FOacuteRUM DE DEBATES ndash DESASTRES NATURAIS 186

FIGURA 109 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 01 199

FIGURA 110 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 02 200

FIGURA 111 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

IMAGENS 03 201

FIGURA 112 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO SAMAE 203

FIGURA 113 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO E PONTE SAMAE 204

FIGURA 114 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE I 205

FIGURA 115 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE II E III 206

FIGURA 116 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE III E

HELMUTH KRAMBECK 207

FIGURA 117 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS FERROVIA PONTE EVARISTO E

INCOPISA 208

FIGURA 118 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS INCOPISA E PONTE COLEacuteGIO SAtildeO

JOSEacute 209

FIGURA 119 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COL SAtildeO JOSEacute E SEKA 210

FIGURA 120 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS SEKA FUNDOS E PONTE

COFERMACO 211

FIGURA 121 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COFERMACO 212

FIGURA 122 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS ACIRNE E PONTE IGREJA MATRIZ 213

FIGURA 123 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTES IGREJA MATRIZ E PEcircNCIL

MINER 214

FIGURA 124 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE PEcircNCIL MINER E CASA

RONCONI 215

FIGURA 125 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CASA RONCONI E PREFEITURA

VELHA 216

FIGURA 126 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PREFEITURA VELHA CASA

RIGUETTO E PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 217

FIGURA 127 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA E

LAGOA DO BOI I 218

FIGURA 128 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI I E II 219

FIGURA 129 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI II E DEGAS 220

FIGURA 130 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DEGAS E RIO SERRINHA 221

FIGURA 131 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO SERRINHA E PONTE RODOVIA BR-

280 222

FIGURA 132 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 1 A 4 223

FIGURA 133 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 5 E 6 E MONTANTE FOZ

RIO NERGRINHO 1 E 2 224

FIGURA 134 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS MONTANTE FOZ RIO NERGRINHO 3 A

6 225

FIGURA 135 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO NEGRO ndash PONTE LAGEADO -

ESTACcedilAtildeO MONITORAMENTO 2083 ndash 1 A 5 226

FIGURA 136 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DORIO NEGRINHO - I 228

FIGURA 137 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO - II 228

FIGURA 138 ndashPLANTA BAIXA PONTE IPIRANGA 231

FIGURA 139 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IPIRANGA 232

FIGURA 140 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IPIRANGA 233

FIGURA 141 ndashPLANTA BAIXA PONTE EVARISTO 234

FIGURA 142 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE EVARISTO 235

FIGURA 143 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE EVARISTO 236

FIGURA 144 ndashPLANTA BAIXA PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 237

FIGURA 145 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 238

FIGURA 146 ndashSECcedilAtildeOTRANSVERSAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 239

FIGURA 147 ndashPLANTA BAIXA PONTE COFERMACO 240

FIGURA 148 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COFERMACO 241

FIGURA 149 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE COFERMACO 242

FIGURA 150 ndashPLANTA BAIXA PONTE IGREJA MATRIZ 243

FIGURA 151 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IGREJA MATRIZ 244

FIGURA 152 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IGREJA MATRIZ 245

FIGURA 153 ndashPLANTA BAIXA PONTE PEcircNCIL MINER 246

FIGURA 154 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE PEcircNCIL MINER 247

FIGURA 155 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE PEcircNCIL MINER 248

FIGURA 156 ndashPLANTA BAIXA PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 249

FIGURA 157 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 250

FIGURA 158 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 251

FIGURA 159 ndashPLANTA BAIXA PONTE RODOVIA BR 280 252

FIGURA 160 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE RODOVIA BR 280 253

FIGURA 161 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE RODOVIA BR 280 254

FIGURA 162 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-19 2014 262

FIGURA 163 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-29 2014 263

FIGURA 164 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-39 2014 264

FIGURA 165 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-49 2014 265

FIGURA 166 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-59 2014 266

FIGURA 167 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-69 2014 267

FIGURA 168 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-79 2014 268

FIGURA 169 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-89 2014 269

FIGURA 170 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-99 2014 270

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS DAS INUNDACcedilOtildeES DE RIO

NEGRINHOSC 70

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO 76

TABELA 3 ndash ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS E METEOROLOacuteGICAS 93

TABELA 4 ndash HIDROGRAMAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS (65090000) E RIO

NEGRINHO MONTANTE (65093000) 114

TABELA 5 ndash VAZOtildeES USADAS NA SIMULACcedilAtildeO NUMEacuteRICA ndash JUNHO 2014 118

TABELA 6 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 122

TABELA 7 - VALORES DE COEFICIENTES DE RUGOSIDADE (119899) DE MANNING

PARA CANAIS NATURAIS (VEN TE CHOW 1959) 148

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 257

SIGLAS

ANA Agecircncia Nacional de Aacuteguas ACIRNE BWDB

Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho Bangladesh Water Development Board

CEHPAR Centro de Hidraacuteulica e Hidrologia Prof Parigot de Souza CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais CEMIG CENAD

Companhia Energeacutetica de Minas Gerais Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CEPED Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CESEC Centro de Estudos de Engenharia Civil CIRAM Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidrometeorologia de Santa Catarina CPRM Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil CTH Curso Teacutecnico de Hidrologia DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral DTM EMBRAPA

Digital Terrain Model Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

EPAGRI EPI

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

EPP FFWC

Empresa de Pequeno Porte Flood Forecasting and Warning Center

FIDE Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre FLU Estaccedilatildeo Fluviomeacutetrica GPDEN Grupo de Pesquisaem Desastres Naturais HECRAS Hydrologic Engineering Center River Analysis System INMET INPE

Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC Painel Internacional de Mudanccedilas Climaticas IPH Instituto de Pesquisas Hidraacuteulicas LACTEC Institutos Lactec MDT Modelo Digital de Terreno ME MNT NASA

Micro Empresa Modelo Numeacuterico do Terreno National Aeronautics and Space Administration

NOAA National Oceanic amp Atmospheric Administration NUPDECS Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil PAE Plano de Accedilatildeo Emergencial PCD Plataforma de Coleta de Dados PGR Programa de Gerenciamento de Riscos PLU Estaccedilatildeo Pluviomeacutetrica PMRN PNPDEC

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil

RCC Regimento de Carros de Combate REMO RN

Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo Oceanograacutefica Referecircncia de Niacutevel

SAMAE Serviccedilo AutocircnomoMunicipal de Saneamento Baacutesico

SEPLAN Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

SIMEPAR Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute SMS Short Message Service Serviccedilo de Mensagens Curtas SUDERHSA Superintedecircncia de Desenvolvimento de Recursos Hiacutedricos e

Saneamento Ambiemtal TIN Triangulated Irregular Network UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul USEPA VMB

United States Environmental Protection Agency Voice Message Broadcast

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 25

11 OBJETIVOS 29

111 Objetivo Geral 29

112 Objetivos Especiacuteficos 29

12 ESTRUTURA DO TRABALHO 30

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 34

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA 34

211 - O fenocircmeno dos rios voadores 36

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea 38

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 39

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO 42

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie 43

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA 44

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS 45

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional 45

252 Modelagem Hidrodinacircmica 48

2521 Escoamento Permanente 48

2522 Escoamento Natildeo Permanente 48

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis

System) 49

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica 51

253 Modelo Hidroloacutegico 52

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 53

3 O ESTADO DA ARTE 57

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E

GEOGRAacuteFICAS 61

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO 61

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 71

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA 73

44 RELEVO 76

45 VEGETACcedilAtildeO 86

46 CLIMA 87

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO 87

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS 89

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS 91

511 Anaacutelise dos dados de chuva 94

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria 94

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica 95

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 97

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 99

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos 101

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 103

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo 106

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 121

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA 121

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA

ESTACcedilAtildeO 122

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados 123

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos 123

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM 124

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral 124

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 124

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo 125

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 125

628 Mediccedilotildees Realizadas 131

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO 140

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO 142

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO 142

711 Coleta de Dados 142

7111 Geoprocessamento dos Dados 143

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT 144

721 Coleta de Dados 145

722 Elaboraccedilatildeo do MDT 145

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS 148

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE

ESGOTO NO RIO 151

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS 151

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE

PLUVIAL 154

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO 157

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO 157

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo 160

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE 169

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial 171

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador 171

915 Fluxograma de Acionamento do PAE 173

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias 175

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias 176

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

de Rio NegrinhoSC 177

92 RECOMENDACcedilOtildeES 178

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES 180

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET 180

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN 180

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom 181

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL 181

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM 181

102 GRUPOS DE WHATSAPP 182

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS 185

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES 187

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS 188

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo 188

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES 189

REFEREcircNCIAS 190

APEcircNDICES 197

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO 198

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO 202

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO 227

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO 230

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES DE

UMA INUNDACcedilAtildeO 255

ANEXOS 260

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE -

INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014 261

25

1 INTRODUCcedilAtildeO

A fixaccedilatildeo de pequenas comunidades e a implantaccedilatildeo das cidades proacuteximas

ao leitos dos rios que facilitou num primeiro momento a utilizaccedilatildeo da aacutegua como

recurso para abastecimento e navegaccedilatildeo deixou parte destas mesmas cidades e da

populaccedilatildeo expostas aos problemas relacionados com as enchentes e as

inundaccedilotildees

Segundo Goerl e Kobiyama (2005) ldquoas palavras cheia e enchente tecircm como

origem o verbo encher do Latin Implere que significa ocupar o vatildeo a capacidade

ou a superfiacutecie de tornar cheio ou repletordquo Assim o termo enchente se aplica a

situaccedilatildeo em que o rio tem o seu volume de aacutegua aumentadomas ainda alcanccedilando

suas margens ou os limites da calha do rio Jaacute o termo inundaccedilatildeo eacute de adequada

utilizaccedilatildeo para a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento

Inundaccedilotildees fazem parte da histoacuteria da humanidade O desenvolvimento das

cidades o processo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo do solo

tecircm acarretado mudanccedilas extremas no comportamento dos canais naturais

principalmente os que cortam as cidades

O modelo de gestatildeo poliacutetico-administrativa brasileira associado a um

sistema de divisatildeo da arrecadaccedilatildeo tributaacuteria que concentra recursos na uniatildeo e nos

estados e transfere as obrigaccedilotildees de atendimento das demandas sociais e de

atendimento de infraestrutura para os municiacutepios dificulta o atendimento agrave

populaccedilatildeo de todo o paiacutes Na ausecircncia de poliacuteticas que integrem o desenvolvimento

dos municiacutepios e que extrapolem seus limites poliacutetico-administrativos o processo de

ocupaccedilatildeo de aacutereas inadequadas(inundaacuteveis) surge com forccedila criando grandes

impactos ambientais e sociais (GROSTEIN 2001)

Associando a ocupaccedilatildeo histoacuterica de formaccedilatildeo de cidades agrave ocupaccedilatildeo

desordenada pela ausecircncia de poliacuteticas e do monitoramento do estado a fenocircmenos

naturais no Brasil um dos fenocircmenos naturais que mais provocaram perdas

humanas no periacuteodo de 1948 a 2004 foram as inundaccedilotildees (KOBIYAMA et al

2004) adicionadas a muitas perdas materiais

O Sul do Brasil especialmente o Estado de Santa Catarina tem sido um dos

mais atingidos por desastres gerados por esses fenocircmenos O municiacutepio de Rio

Negrinho localizado no norte de Santa Catarina eacute um exemplo jaacute que em sua

26

histoacuteria tem padecido com inundaccedilotildees frequentes Somente no periacuteodo de 1891

ateacute 2010 o municiacutepio sofreu 22 inundaccedilotildees sendo em 1891 1911 1913 1920

1925 1926 1937 1946 1983 1984 1992 1995 1997 1998 1999 2004 2005

2007 2008 2009 e duas em 2010 (GIGLIO amp KOBIYAMA 2011) Aleacutem dessas

pode-se acrescentar a grande inundaccedilatildeo de 2014 e as inundaccedilotildees de outubro de

2015

A inundaccedilatildeo de 1911 serviu de referecircncia de niacutevel para a construccedilatildeo da

ferrovia que corta a aacuterea urbana do municiacutepio poreacutem o lapso temporal de 72 anos

entre aquela grande inundaccedilatildeo e a grande inundaccedilatildeo seguinte em 1983 fez com

que a comunidade ocupasse aleacutem da planiacutecie de inundaccedilatildeo tambeacutem o leito maior

do Rio Negrinho Esse mesmo histoacuterico eacute uma repeticcedilatildeo do que ocorreu na cidade

de BlumenauSC (PMRN 2014)

As inundaccedilotildees na cidade de Rio Negrinho atigem a aacuterea urbana do

municiacutepio e de forma especial a aacuterea central onde se concentram o comeacutercio e a

administraccedilatildeo municipal aleacutem de edificaccedilotildees residenciais nas ruas Jorge Zipperer

Senador Nereu Ramos Avenida dos Imigrantes e Rua Willy Jung (PMRN 2014)

O rio dos Bugres inunda os bairros Quitandinha e Jardim Hantchel nas ruas

localizadas na parte mais baixa desses bairros Rua Paulo Tureck Estrada Dona

Francisca Rua Herbert Tureck e Vila Telma com predominacircncia residencial (PMRN

2014)

O rio Serrinha inunda os bairros Vila Nova e Centro nas rua 13 de

Dezembro Carlos Ruckl e Alfredo Greipel aleacutem da Rodovia BR-280 tambeacutem com

predomiacutenio deedificaccedilotildees residenciais (PMRN 2014)

O rio Negro inunda a parte baixa da Rua Sebastiatildeo Ferreira da Veiga no

bairro Campo Lenccedilol atingindo essencialmente edificaccedilotildees residenciais

Dessas inundaccedilotildees as que aconteceram nos anos de 1983 1992 e 2014

foram as que causaram os maiores prejuiacutezos Esta uacuteltima associou trecircs condiccedilotildees

que dificultaram accedilotildees que pudessem minimizar danos

1 - O evento ocorreu num final de semana com muitos proprietaacuterios em

viagem Esses imoacuteveis foram inundados sem que os bens moacuteveis pudessem ter sido

removidos previamente resultando em prejuiacutezos de grande monta

2 - O evento teve sua maior evoluccedilatildeo durante a noite de sexta para saacutebado

No periacuteodo noturno a operaccedilatildeo de retirada de bens moacuteveis eacute mais complexa o que

aumenta os danos e as perdas

27

3 - O niacutevel das aacuteguas subiu muito rapidamente

Nesses 3 eventos o niacutevel das aacuteguas do Rio Negrinho principal rio que corta

a cidade ultrapassou em 93m o normal Essas inundaccedilotildees provocaram inuacutemeros

danos ao comeacutercio agrave induacutestria agrave agropecuaacuteria e ao sistema viaacuterio Muitas

localidades foram afetadas e ficaram isoladas muitas residecircncias foram danificadas

350 e 778 em 1983 e 1992 respectivamente outras 120 e 27 foram destruiacutedas

respectivamente nos referidos anos 6090 e 10000 habitantes desabrigados nos

respectivos anos e na de 1992 houve uma viacutetima fatal (GIGLIO amp KOBIYAMA

2011) Em 2014 1500 edificaccedilotildees foram atingidas sendo 974 residecircncias e 526

edificaccedilotildees comerciais com prejuiacutezo total para o municiacutepio de R$ 9827610000

(Noventa e oito milhotildees duzentos e setenta e seis mil e cem reais) conforme

estudos apresentados no Apecircndice V

Em 2015 novamente dois eventos sucessivos na segunda e quarta

semanas de outubro O primeiro atingiu a marca de 446 metros acima do niacutevel

normal O segundo que iniciou na quinta-feira dia 22 atingiu no dia seguinte a

marca de 551 metros acima do niacutevel normal deixando 42 famiacutelias desalojadas e 8

desabrigadas Foram bloqueadas pelas aacuteguas 22 ruas e 32 edificaccedilotildees comerciais

foram atingidas

Para compreender melhor esses fenocircmenos e aplicar modelos matemaacuteticos

que permitam entender o funcionamento do sistema da bacia superior do Alto Rio

Negro do qual faz parte a bacia do Rio Negrinho eacute necessaacuterio estudar a relaccedilatildeo

chuva-vazatildeo bem como as caracteriacutesticas das chuvas que causam inundaccedilotildees

O processo que envolve o ciclo hidroloacutegico e a quantificaccedilatildeo da chuva sobre

uma bacia eacute um problema complexo que envolve muitas variaacuteveis o que aumenta o

grau de dificuldade na reproduccedilatildeo do comportamento do fluxo de aacutegua que chega

nos rios e a propagaccedilatildeo da sua onda de cheia

Satildeo condiccedilotildees essenciais para que as estimativas de chuva-vazatildeo sejam

representativas da bacia do rio Negrinho a obtenccedilatildeo de dados de mediccedilatildeo e seacuteries

histoacutericas

O uso de computadores softwares leitores e coletores de dados eletrocircnicos

(data loggers) estaccedilotildees hidroloacutegicas instrumentos versaacuteteis que podem operar em

locais remotos e sem rede de energia eleacutetrica contribui para a obtenccedilatildeo de algumas

soluccedilotildees para o problema de inundaccedilotildees Ainda algumas aproximaccedilotildees e

28

simplificaccedilotildees satildeo feitas para contornar as limitaccedilotildees das formulaccedilotildees matemaacuteticas

para representar um comportamento real

A modelagem matemaacutetica desses fenocircmenos objetiva estabelecer uma

relaccedilatildeo entre chuvas e niacuteveis de inundaccedilatildeo nas cidades com uma margem de

tempo razoaacutevel de forma a permitir que as accedilotildees dos governos oacutergatildeos de defesa

civil e habitantes minimizem os prejuiacutezos e principalmente preservem as vidas

Desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo nas margens do rio Negrinho haacute registros de

inundaccedilotildees Ainda assim o municiacutepio desenvolveu seu centro urbano muito proacuteximo

agraves suas margens e de seus afluentes dos Bugres e Serrinha Agora que o centro

urbano jaacute estaacute instalado eacute necessaacuterio caracterizar as aacutereas inundaacuteveis para

possibilitar uma adequada gestatildeo do municiacutepio reduzir o risco de futuro desastre e

minimizar prejuiacutezos da populaccedilatildeo Assim como outras cidades que se formaram agraves

margens de rios a dificuldade de mover essa populaccedilatildeo para aacutereas seguras eacute

enorme por duas razotildees principais os custos envolvidos nessa operaccedilatildeo e o valor

sentimental desses imoacuteveis nos quais geraccedilotildees de famiacutelias escreveram suas

histoacuterias Nesse contexto o presente trabalho caracterizou as aacutereas de inundaccedilatildeo

urbana de Rio NegrinhoSC como forma de subsidiar o monitoramento e a

mitigaccedilatildeo das inundaccedilotildees

A anaacutelise desses eventos deixa muito claro que o ldquoDesastre Naturalrdquo ou o

ldquoDesastre Ambientalrdquo natildeo eacute o comportamento hidroloacutegico e hidrodinacircmico do rio O

ldquoDesastre Naturalrdquo estaacute efetivamente na ocupaccedilatildeo inadequada do seu leito maior e

da sua planiacutecie de inundaccedilatildeo

Conforme mostrou a anaacutelise do prejuiacutezo econocircmico realizado Apendice V o

o montante do prejuiacutezo eacute muito elevado o que justifica toda e qualquer accedilatildeo que

possa mitigar

29

11 OBJETIVOS

111 Objetivo Geral

Analisar e avaliar os problemas de inundaccedilatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC

para o entendimento do fenocircmeno e elaborar um piloto de Plano de Accedilatildeo de

Emergecircncia buscando compreender para mitigar

112 Objetivos Especiacuteficos

Implantar sistema de monitoramento de chuva e vazatildeo com a

instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo de estaccedilotildees hidroloacutegicas para melhorar o

sistema de previsatildeo e alerta de inundaccedilatildeo

Desenvolver uma paacutegina na internet para a Defesa Civil do Municiacutepio

de Rio Negrinho disponibilizando informaccedilotildees referentes aos niacuteveis

dos rios volumes de chuva acumulados e previsotildees do tempo

Desenvolver um foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais

ndash wwwdesastresnaturaiscombr

Montar grupos de WhatsApp e SMS para a Defesa Civil de Rio

Negrinho como forma de repassar rapidamente informaccedilotildees relativas

agrave previsatildeo do tempo niacuteveis dos rios e alertas

Desenvolver procedimentos para eliminar lixo e esgotamento sanitaacuterio

do corpo hiacutedrico

Implementar e simular a hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para

situaccedilotildees de inundaccedilotildees atraveacutes do modelo HEC-RAS

30

12 ESTRUTURA DO TRABALHO

A FIGURA 1 mostra as principais atividadesassuntos desta dissertaccedilatildeo O

ponto de partida satildeo os problemas de inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC sob

os aspectos dos fenocircmenos da natureza das caracteriacutesticas geograacuteficas da aacuterea de

estudo da accedilatildeo antroacutepica e dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros causados

pelas inundaccedilotildees Na sequecircncia eacute descrita a localizaccedilatildeo de cada atividadeassunto

dentro da dissertaccedilatildeo buscando a capacidade de lidar com situaccedilotildees de inundaccedilatildeo

Inicialmente tem-se a introduccedilatildeo apresentando a problemaacutetica do tema que

eacute a inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC e dentro desta apresentaccedilatildeo encontra-

se a justificativa e a motivaccedilatildeo que deram origem a este estudo Juntamente estatildeo

apontados os objetivos geral e especiacutefico e a estruturaccedilatildeo deste trabalho Todos

esses pontos satildeo abordados neste Capiacutetulo 1

Na sequecircncia no Capiacutetulo 2 ndash Revisatildeo de Literatura satildeo feitos o

levantamento dos trabalhos e estudos relacionados ao tema inundaccedilotildees onde se

encontram a descriccedilatildeo dos fenocircmenos da natureza sob os aspectos hidroloacutegicos e

meteoroloacutegicos com ecircnfase nas inundaccedilotildees e tambeacutem as estaccedilotildees hidro

meteoroloacutegicas e sua importacircncia bacias hidrograacuteficas como divisor das chuvas e

formaccedilatildeo das vazotildees nos rios a hidrodinacircmica dos corpos hiacutedricos para entender as

inundaccedilotildees e Planos de Accedilatildeo de Emergecircncia para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo no

contexto de salvaguardar vidas e bens materiais

No Capiacutetulo 3 ndash O Estado da Arte que se relaciona com a Revisatildeo de

Literatura tem-se uma das questotildees relevantes que consiste em verificar as

pesquisas e os estudos inovadores realizados na atualidade buscando formatar a

fronteira do conhecimento em que se encontra o fenocircmeno causador das

inundaccedilotildees associando agraves teacutecnicas para prevenccedilatildeo eou mitigaccedilatildeo de danos

Nos Capiacutetulos 4 e 5 satildeo descritos os levantamentos as anaacutelises e as

avaliaccedilotildees das caracteriacutesticas histoacutericas e geograacuteficas da aacuterea de estudo e das

seacuteries hidroloacutegicas respectivamente realizados Ainda no Capiacutetulo 5 encontram-se

os estudos hidro meteoroloacutegicos da regiatildeo onde se mostra a necessidade de

melhorar as observaccedilotildees de dados hidroloacutegicos para prevenir e mitigar os

problemas causados pelas inundaccedilotildees (Capiacutetulo 6)

31

FIGURA 1 ndash Estrutura do Trabalho (Autor 2017)

32

A partir da caracterizaccedilatildeo geograacutefica e a localizaccedilatildeo da aacuterea urbana de

atingimento das inundaccedilotildees mais frequentes definiu-se o trecho do rio a ser

estudado com modelo hidrodinacircmico e os levantamentos topobatimeacutetricos que foram

realizados Os mesmos estatildeo descritos no Capiacutetulo 7 onde se encontraram os

trabalhos realizados para geraccedilatildeo do modelo digital do terreno Apecircndices I II e III

No Apecircndice IV foram analisados os efeitos da accedilatildeo antroacutepica decorrentes do

processo de urbanizaccedilatildeo que engloba a impermeabilizaccedilatildeo do solo provocada

pelas edificaccedilotildees e pavimentaccedilotildees o dimensionamento inadequado dos sistemas

de drenagem as obras civis em especial pontes e bueiros como pontos de

estrangulamento de rios e coacuterregos e sua interferecircncia no fluxo das aacuteguas o

saneamento e a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo

Durante a execuccedilatildeo dos levantamentos efetuados no rio Negrinho Serrinha

e dos Bugres contatou-se enorme quantidade de lixo e esgoto despejados no leito e

nas margens desses rios que interferem na inundaccedilatildeo Para solucionar esses

problemas no Capiacutetulo 8 foram relacionados procedimentos para o recolhimento

desse lixo e para a eliminaccedilatildeo do lanccedilamento de esgotos conciliando com a

implantaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio

O Capiacutetulo 9 apresenta um piloto de PAE ndash Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia

para Inundaccedilotildees elaborado com base na literatura e nos dados levantados neste

trabalho bem como na estrutura municipal e na experiecircncia do autor junto a Defesa

Civil de Rio Negrinho nas trecircs uacuteltimas inundaccedilotildees de 1983 1992 e 2014 O

levantamento e a avaliaccedilatildeo dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros que ocorrem

numa cidade do porte de Rio Negrinho tendo por referecircncia a uacuteltima grande

inundaccedilatildeo de 2014 foram elaborados no Apecircndice V para justificar a necessidade

da implantaccedilatildeo de um PAE

Para melhor funcionamento do PAE foram desenvolvidos sistemas de

informaccedilotildees que estatildeo descritas no Capiacutetulo 10 Uma nova paacutegina na internet foi

desenvolvida para Defesa Civil de Rio Negrinho e foi criado um grupo de Whatsapp

e SMS com o objetivo principal de aproveitar as novas miacutedias e facilitar o acesso de

todos os muniacutecioes agraves informaccedilotildees de forma especial aos que tecircm imoacuteveis em

aacutereas alagaacuteveis Com o mesmo objetivo poreacutem de forma mais ampla foi criado um

foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais objetivando reunir

pesquisadores para se manifestarem sobre eventos de desastres naturais sendo o

seu foco a inundaccedilatildeo

33

Concluindo a dissertaccedilatildeo o Capiacutetulo 11 trata da mitigaccedilatildeo das perdas e

danos dos eventos de inundaccedilatildeo e de como lidar com eles considerando que a

remoccedilatildeo da cidade das aacutereas inundaacuteveis seria uma operaccedilatildeo que atingiria valores

que a torna inviaacutevel aleacutem da resistecircncia natural de cunho emocional dos moradores

ribeirinhos

34

2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 FENOcircMENOS DA NATUREZA

Sob o ponto de vista da hidrologia toda aacutegua proveniente do meio

atmosfeacuterico que atinge a superfiacutecie terrestre eacute entendida como precipitaccedilatildeo A

precipitaccedilatildeo pode vir sobre a forma de neblina granizo saraiva orvalho geada

neve e chuva O estado em que a aacutegua se encontra eacute o que diferencia essas formas

de precipitaccedilatildeo (TUCCI 1993)

No caso da chuva a determinaccedilatildeo da intensidade eacute importante para o

controle de inundaccedilatildeo e de erosatildeo do solo A chuva eacute o tipo de precipitaccedilatildeo mais

importante para a hidrologia por sua capacidade de produzir escoamento (TUCCI

1993)

Chuva eacute uma precipitaccedilatildeo formada por gotas de aacutegua maiores que 05mm

Elas podem ser classificadas como ldquochuva fracardquo quando a intensidade eacute menor que

25mmhora moderada quando estaacute entre 25 e 75mmhora e forte (pesada)

quando excede a 75mmhora (BRUTSAERT 2005)

O volume total a duraccedilatildeo e as distribuiccedilotildees temporal e espacial satildeo as

principais caracteriacutesticas da precipitaccedilatildeo Um volume acumulado total de

precipitaccedilatildeo natildeo tem significado se natildeo estiver relacionado a uma duraccedilatildeo Uma

chuva de 100mm num mecircs pode ser pouco mas eacute muito se ocorrer num dia e mais

ainda se ocorrer numa hora Natildeo existe como determinar chuva com grande

antecedecircncia por se tratar de um processo aleatoacuterio O tratamento de dados de

pricipitaccedilatildeo na forma chuva para a grande maioria dos problemas dela decorrentes

eacute estatiacutestico (TUCCI 1993)

A ocorrecircncia de precipitaccedilotildees sob a forma de chuva deriva da condensaccedilatildeo

do vapor de aacutegua contido na atmosfera Sob certas condiccedilotildees as gotiacuteculas que

formam as nuvens datildeo origem agraves precipitaccedilotildees Haacute nuvens que natildeo produzem

chuvas necessitando de outros processos que desencadeiem a precipitaccedilatildeo

(TUCCI 1993)

Para que ocorra a chuva as gotiacuteculas precisam ter um volume de tal forma

que seu peso supere as forccedilas que as mantecircm em suspensatildeoEacute preciso que atinjam

uma velocidade de queda maior que as componentes verticais de ascensatildeo dos

movimentos atmosfeacutericos (TUCCI 1993)

35

Conforme Tucci (1993) de acordo com o mecanismo pelo qual ocorre a

ascensatildeo do ar uacutemido as precipitaccedilotildees podem ser classificadas em

Convectivas quando o ar uacutemido em tempo calmo eacute aquecido proacuteximo ao solo

criando camadas de ar que se mantecircm em equiliacutebrio instaacutevel Alterado esse

equiliacutebrio ocorre uma brusca ascenccedilatildeo local de ar menos denso que iraacute condensar

formando nuvens e em muitos casos chuvas Satildeo as chuvas convectivas que

ocorrem frequentemente nas regiotildees equatoriais onde os ventos natildeo satildeo fortes e os

movimentos de ar satildeo predominantemente verticais podendo ocorrer tambeacutem em

regiotildees temperadas no veratildeo Eventualmente tempestades violentas Satildeo

predominantemente chuvas de grande intensidade e curta duraccedilatildeo que ocorrem em

aacutereas de menor dimensatildeo Podem provocar grandes inundaccedilotildees em pequenas

bacias (TUCCI 1993)

Orograacuteficas ocorrem quando ventos quentes e uacutemidos geralmente se deslocando

do oceano para o continente encontram uma regiatildeo montanhosa que os faz subir

resfriar-se condensando o vapor formando nuvens e precipitando-se sob a forma

de chuva Normalmente satildeo chuvas de grande duraccedilatildeo e pequena intensidade

sobre pequenas aacutereas (TUCCI 1993)

Frontais ou Ciclocircnicas se formam do encontro de massas de ar quente e frio Nas

regiotildees de convergecircncia da atmosfera o ar quente e uacutemido sobe violentamente

sendo resfriado onde ocorre a condensaccedilatildeo produzindo chuvas Satildeo chuvas que

atingem grandes aacutereas com intensidade meacutedia e de grande duraccedilatildeo Essas chuvas

eventualmente satildeo acompanhadas de ventos fortes com circulaccedilatildeo ciclocircnica

podendo produzir inundaccedilotildees em grandes bacias (TUCCI 1993)

A seguir satildeo apresentadas as definiccedilotildees de algumas terminologias utilizadas

nesta dissertaccedilatildeo

Iacutendice Pluviomeacutetrico

Para poder acompanhar a quantidade de chuvas numa determinada regiatildeo

os pesquisadores climaacuteticos criaram o iacutendice pluviomeacutetrico (medido em miliacutemetros)

Este eacute calculado da seguinte forma as estaccedilotildees meteoroloacutegicas marcam um espaccedilo

36

no terreno de uma determinada regiatildeo Medem e acompanham a quantidade de

chuva que cai ali durante o ano Este iacutendice eacute uma boa referecircncia para se conhecer

o clima de uma regiatildeo

Temporais

Muitas vezes as chuvas ocorrem em forma de temporais Estas se

caracterizam pelos ventos fortes trovoadas e relacircmpagos Os relacircmpagos satildeo

descargas eleacutetricas provocadas pelo choque entre nuvens carregadas com muita

aacutegua e energia Jaacute o trovatildeo eacute o som provocado por este choque

Previsatildeo de Chuvas

As estaccedilotildees meteoroloacutegicas conseguem prever as chuvas pois observam as

imagens de sateacutelites que mostram a posiccedilatildeo e o deslocamento das massas de ar

Com dados de outros fatores (umidade ventos temperaturas) conseguem prever

com razoaacutevel precisatildeo o horaacuterio e quantidade de chuvas

211 - O fenocircmeno dos rios voadores

Os rios voadores satildeo ldquocursos de aacutegua atmosfeacutericosrdquo compostos de massas

de ar carregadas de vapor drsquoaacutegua acompanhados ou natildeo por nuvens e movidos

pelos ventos Inviacutesiacuteveis essas correntes de ar passam sobre noacutes carregando

umidade da Bacia Amazocircnica para as regiotildees Centro-Oeste Sudeste e Sul do

Brasil

Em contato com as frentes frias que vem do sul essa umidade se tranforma

em chuva Recebem o nome de rios voadores as enormes quantidades de vapor

drsquoaacutegua transportadas pelas correntes aeacutereas Trata-se de um fenocircmeno que tem

impacto nas inundaccedilotildees da regiatildeo sul

Como uma bomba de succcedilatildeo segundo Petrobraacutes (2017) a floresta

amazocircnica puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano

Atlacircntico e carregada pelos ventos aliacuteseos Essa umidade cai sob a forma de chuva

sobre a floresta Sob a forma de vapor drsquoaacutegua a floresta devolve a aacutegua da chuva

para a atmosfera pela evapotranspiraccedilatildeo Assim o ar eacute recarregado com mais

umidade e segue sendo transportado em direccedilatildeo ao oeste para cair novamente

como chuva mais a frente

37

Nesse processo contiacutenuo seguindo em direccedilatildeo oeste recarregados com a

umidade da floresta os rios voadores (massas de ar) encontram a Cordilheira dos

Andes que forma uma barreira natural Parte dessa umidade se precipita nas

encostas dessa barreira formando as nascentes dos rios amazocircnicos A porccedilatildeo dos

rios voadores que natildeo se precipita faz uma curva em direccedilatildeo ao sul regiotildees Centro-

Oeste Sudeste e Sul do Brasil e paiacutees vizinhos FIGURA 2

Dessa forma os rios voadores a floresta amazotildenica e a Cordilheira dos

Andes interferem no nosso regime de chuvas no clima e nas nossas inundaccedilotildees

(PETROBRAacuteS 2017)

FIGURA 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica fenocircmeno dos rios voadores (PETROBRAacuteS 2017)

38

212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea

O sistema climaacutetico da terra eacute composto por diversos componentes A

interaccedilatildeo entre a superfiacutecie dos oceanos e a baixa atmosfera proacutexima a ela eacute uma

delas As trocas de energia e umidade podem afetar o clima regional e global

Ao fenocircmeno do aquecimento anormal das aacuteguas superficiais e sub-

superficiais do Oceano Paciacutefico Equatorial daacute-se o nome de El Nintildeo FIGURA 3

Nome em espanhol refere-se agraves aacuteguas quentes que aparecem na costa do Peru na

eacutepoca do Natal Pescadores a chamam de ldquoCorriente de El Nintildeo em referecircncia ao

Menino Jesus

Consideradas anomalias do sistema climaacutetico tanto o El Nintildeo quanto o La

Nintildea representam alteraccedilotildees no sistema oceano-atmosfera encontradas no oceano

Paciacutefico tropical com consequecircncias no clima em todo o planeta Natildeo eacute apenas a

presenccedila de aacuteguas quentes do El Nintildeo mas as alteraccedilotildees na atmosfera proacutexima a

superfiacutecie do oceano interferindo nos ventos aliacutesios (leste para oeste) na regiatildeo

equatorial O enfraquecimento dos ventos e o aquecimento do oceano promovem

mudanccedilas na circulaccedilatildeo entre os niacuteveis baixos e altos da atmosfera tendo como

consequecircncia alteraccedilotildees no transporte de umidade e mudanccedilas na distribuiccedilatildeo das

chuvas em regiotildees tropicais e de latitudes meacutedias e altas Tambeacutem satildeo observados

aumento ou queda de temperatura em algumas regiotildees do globo

O fenocircmeno La Nintildea eacute o oposto do El Nintildeo e eacute tembeacutem chamado de

episoacutedio frio onde os ventos aliacutesios mais intensos empurram as aacuteguas do Oceano

Paciacutefico para o lado oposto onde ficaratildeo ldquorepresadasrdquo no Paciacutefico Equatorial Oeste

aumentando o desniacutevel entre o Paciacutefico Ocidental e Oriental As aacuteguas mais quentes

represadas a oeste geram evaporaccedilatildeo e consequentemente movimentos

ascendentes que por sua vez geram nuvens de chuva A regiatildeo atingida por este

fenocircmeno eacute a do nordeste do Oceano Iacutendico agrave oeste do Oceano Paciacutefico passando

pela indoneacutesia (INPE 2017)

39

FIGURA 3 ndash El Nintildeo em atividade (NASA 2017)

22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A seguir satildeo descritas algumas das definiccedilotildees encontradas na literatura para

inundaccedilotildees

Inicialmente como jaacute mencionado na introduccedilatildeo o termo inundaccedilatildeo adotado

neste estudo eacute a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas

margens ou sua calha e ocorre um transbordamento para planiacutecie de inundaccedilatildeo

(GOERL e KOBIYANA 2005)

Segundo Magalhatildees (1970 p93) eacute ldquoa cheia de um rio cujas aacuteguas

crescendo de volume transbordam alagando os territoacuterios circunjacentes A

inundaccedilatildeo eacute causada pela abundante precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica aliada a causas

fisiograacuteficas tais como a configuraccedilatildeo especial das zonas ribeirinhas a largura e a

profundidade dos leitos dos rios bem como a estrutura da barra ou a

desembocadura das correntes Os prejuiacutezos econocircmicos estatildeo associados agrave

ocupaccedilatildeo humanardquo

Para Tucci (1993 p 621) a inundaccedilatildeo eacute o fenocircmeno que ocorre ldquoquando a

aacutegua que chega ao rio eacute superior agrave capacidade de drenagem de sua calha normal

as aacuteguas transbordam o leito normal e ocupam a planiacutecie de inundaccedilatildeordquo A

ocorrecircncia de inundaccedilotildees depende das caracteriacutesticas fiacutesicas e climatoloacutegicas da

bacia hidrograacutefica ndash especialmente a distribuiccedilatildeo espacial e temporal da chuva

Leopold (1994 p 113) definiu a inundaccedilatildeo como sendo a ocorrecircncia de um

fluxo de tal magnitude que transborda os bancos naturais ou artificiais em um trecho

40

de um rio Onde existe uma planiacutecie de inundaccedilatildeo inundaccedilatildeo eacute qualquer fluxo que

se espalha por essa planiacutecie

Segundo Guerra amp Guerra (1997 p220) a inundaccedilatildeo eacute o mesmo que

alagado ie ldquoaacuterea alagadiccedila apoacutes a enchenterdquo lsquoEnchentesrsquo satildeo grandes chuvas que

ocorrem nos rios e geralmente provocam verdadeiros desastres causando perdas

na agricultura pecuaacuteria cidades proacuteximas etc O que as caracteriza eacute a sua

irregularidade isto eacute que natildeo ocorrem todos os anos

Inundaccedilotildees segundo Below et al (2009 p 6) estatildeo inseridas no grupo de

desastres hidroloacutegicos ou seja relacionados a desvios no ciclo hidroloacutegico As

inundaccedilotildees satildeo subdivididas em inundaccedilotildees ribeirinhas bruscas e costeiras

Apoacutes passar pela experiecircncia das inundaccedilotildees a populaccedilatildeo comeccedilou a

procurar habitar aacutereas mais altas menos frequentemente inundadas (TUCCI 1993

PLATE 2002) Mas com o aumento da urbanizaccedilatildeo as planiacutecies inundaacuteveis

tambeacutem foram ocupadas principalmente pela populaccedilatildeo de baixa renda gerando

problemas sociais que se repetem a cada inundaccedilatildeo (TUCCI 1993) Magalhatildees

(1970) e Leopold (1994) concordam que os danos causados pelas inundaccedilotildees satildeo

consequecircncia da ocupaccedilatildeo humana das planiacutecies inundaacuteveis Comprovando essa

ideacuteia Silveira et al (2009) mostraram que os desastres das inundaccedilotildees em Joinville

SC estatildeo mais relacionadas com o avanccedilo da ocupaccedilatildeo das planiacutecies de inundaccedilatildeo

do que com o comportamento das chuvas e portanto satildeo desastres mais humanos

que naturais Flemming (2002) relembra que as inundaccedilotildees satildeo fenocircmenos naturais

que natildeo podem ser evitados mas seus danos podem ser mitigados Para essa

tarefa ressalta a importacircncia da elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo

As inundaccedilotildees tecircm dinacircmicas diferentes que estatildeo relacionadas

principalmente com as caracteriacutesticas das bacias hidrograacuteficas Segundo Castro

(2003) a evoluccedilatildeo das inundaccedilotildees pode se dar de forma brusca com aumento

raacutepido e intenso do volume de aacutegua do canal ou gradual com a subida e a descida

das aacuteguas de um rio de forma lenta

Em Rio Negrinho houve inundaccedilotildees que podem ser enquadradas nas duas

modalidades descritas

As inundaccedilotildees de acordo com Amaral e Ribeiro (2012 p41) ldquosatildeo eventos

naturais que ocorrem com periodicidade nos cursos drsquoaacutegua frequentemente

deflagrados por chuvas fortes e raacutepidas ou chuvas de longa duraccedilatildeordquo Segundo

Tucci (2005 p42) ldquoeste eacute um processo natural que ocorre quando a precipitaccedilatildeo eacute

41

intensa causada por eventos chuvosos em que o solo perde a capacidade de

infiltraccedilatildeo aumentando o escoamento superficial que rapidamente alcanccedila os

cursos drsquoaacuteguardquo

Quando a inundaccedilatildeo se estabelece as aacuteguas do rio ocupam as aacutereas da

planiacutecie fluvial que eacute composta pela planiacutecie de inundaccedilatildeo leito maior e leito menor

do rio Zancopeacute (2012) define que ldquoas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo aacutereas dos vales

fluviais que sofrem inundaccedilotildees por cheias de determinadas magnitudes e intervalos

de recorrecircncia e as planiacutecies fluviais satildeo aacutereas dos vales fluviais marginais aos

cursos drsquoaacutegua parcialmente alagadas por transbordamentos perioacutedicos oriundos dos

rios e limitadas lateralmente pelas bases de vertentes dos valesrdquo

Segundo Tucci (2005 p29) o leito menor eacute caracterizado pelos locais onde

a aacutegua escoa normalmente a maior parte do tempo jaacute o leito maior eacute caracterizado

pelos locais em que o rio alcanccedila quando atinge niacuteveis superiores de volume drsquoaacutegua

(FIGURA 4) Tucci (2005 p29) comenta ainda que esse tipo de inundaccedilatildeo quando

as aacuteguas atingem o leito maior do rio geralmente ocorre em bacias hidrograacuteficas

meacutedias e grandes (gt100kmsup2) e que esse processo eacute natural como consequecircncia do

ciclo hidroloacutegico e assim eacute denominada inundaccedilatildeo de aacutereas ribeirinhas As aacutereas de

planiacutecie de inundaccedilatildeo satildeo locais que periodicamente seratildeo atingidos pelo

transbordamento dos cursos de aacuteguas faz parte da dinacircmica natural dos rios

(AMARAL e RIBEIRO 2012)

42

FIGURA 4 - Ocupaccedilatildeo indevida da margem dos rios (CPRM 2016)

23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO

Eacute o conjunto de sistemas para o monitoramento de variaacuteveis ambientais

composto de coleta tratamento armazenamento transmissatildeo e disponibilizaccedilatildeo de

seacuteries histoacutericas

Os principais dados monitorados satildeo duraccedilatildeo quantidade e intensidade das

chuvas niacuteveis dos rios temperatura do ar umidade do ar velocidade e direccedilatildeo dos

ventos pressatildeo atmosfeacuterica e radiaccedilatildeo solar

A Hidrometeorologia eacute a parte da ciecircncia que trata da aacutegua na atmosfera

(TUCCI 1993) Bruce e Clark (1980 p 1) mencionam a importacircncia da meteorologia

no desenvolvimento de estudos hiacutedricos e no controle de inundaccedilotildees indicando a

necessidade do monitoramento meteoroloacutegico para as soluccedilotildees de gestatildeo de aacuteguas

superficiais e subterracircneos O termo hidrometeorologia eacute utilizado por eles como

43

sendo a aplicaccedilatildeo da meteorologia para a soluccedilatildeo dos problemas hidroloacutegicos

diferindo da definiccedilatildeo que trata como um problema de fronteira entre meteorologia e

hidrologia Segundo eles a dificuldade na aplicaccedilatildeo dessa uacuteltima reside na largura

da fronteira que varia de acordo com o ponto de vista da pessoa que o usa Na

praacutetica a largura varia do campo de estudos das condiccedilotildees meteoroloacutegicas criacuteticas

para uso na estimativa de fluxos maacuteximos de inundaccedilatildeo

No Brasil em diversos estudos esse termo eacute utilizado como a soma dos

termos hidroloacutegico e meteoroloacutegico

231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie

As estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas de superfiacutecie podem ser

convencionais ou automaacuteticas (telemeacutetricas) As estaccedilotildees automaacuteticas foram

implantadas na deacutecada de 90 substituindo ou monitorando em conjunto com as

convencionais

Nessas estaccedilotildees um teacutecnico em meteorologia vai ateacute a estaccedilatildeo anotar

manualmente cada dado quatro vezes por dia sempre agraves 00 06 12 e 18 UTC (3

horas a menos do horaacuterio de Brasiacutelia)

Os instrumentos de uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional medem a

temperatura e a umidade do ar a direccedilatildeo e velocidade do vento a chuva

acumulada o tempo de insolaccedilatildeo evaporaccedilatildeo intensidade da radiaccedilatildeo solar e a

pressatildeo

Ainda na estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional o teacutecnico tambeacutem faz a

observaccedilatildeo visual das nuvens e da visibilidade Nos horaacuterios de observaccedilatildeo ele

avalia o ceacuteu como um todo quantifica e classifica as nuvens daquele momento

observando a ocorrecircncia de neacutevoa ou nevoeiro (Climatempo 2017)

Segundo Barth et al (1987 p 111) o estudo do regime hidroloacutegico de um

curso de aacutegua exige o conhecimento da variaccedilatildeo de sua vazatildeo ao longo do tempo

Numa estaccedilatildeo convencional a avaliaccedilatildeo diaacuteria dessa vazatildeo se daacute por um processo

direto pelo registro diaacuterio duas vezes ao dia atraveacutes da leitura do niacutevel da aacutegua na

reacutegua ou pelo registro contiacutenuo atraveacutes de hidroacutegrafas onde o niacutevel de aacutegua eacute

registrado Esses niacuteveis ou cotas determinam as vazotildees usando a curva-chave ou

curva cota-vazatildeo

44

A obtenccedilatildeo mais comum da vazatildeo se daacute pela mediccedilatildeo do niacutevel da aacutegua por

meio de liniacutemetros mais comumente chamados de reacuteguas linimeacutetricas e liniacutegrafos

Uma reacutegua linimeacutetrica nada mais eacute do que uma escala graduada de madeira ou

metal esmaltada ou natildeo ou mesmo pintada sobre uma superfiacutecie vertical de

concreto cuja extremidade inferior denominada ldquozero da reacuteguardquo estaacute na medida do

possiacutevel sempre mergulhada na aacutegua mesmo nas estiagens mais severas Isso

evita a necessidade de leituras negativas que satildeo tradicionalmente uma fonte de

erros (BARTHet al 1987 p 111)

A grande maiorias das estaccedilotildees hidromeacutetricas convencionais brasileiras

conta com simples reacuteguas linimeacutetricas O grau de confianccedila de seus registros eacute

portanto diretamente dependente do encarregado da leitura A localizaccedilatildeo do posto

hidromeacutetrico eacute estabelecida de modo a permitir um acesso faacutecil e permanente ao

local quaisquer que sejam as condiccedilotildees climaacuteticas e o niacutevel das aacuteguas inclusive

nas maiores inundaccedilotildees (PINTO et al 1976 p 185)

Uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie automaacutetica eacute composta por uma

unidade de memoacuteria central (ldquodata loggerrdquo) ligada a vaacuterios sensores dos paracircmetros

meteoroloacutegicos (pressatildeo atmosfeacuterica temperatura e umidade relativa do ar

precipitaccedilatildeo radiaccedilatildeo solar direccedilatildeo e velocidade do vento) que integra os valores

observados minuto a minuto e os disponibiliza automaticamente a cada 15 minutos

ou a cada hora (INMET 2017)

A estaccedilatildeo hidroloacutegica automaacutetica eacute composta por um data logger um sensor

de pressatildeo para mediccedilatildeo de cota (niacutevel da aacutegua) e um pluviocircmetro de baacutescula para

mediccedilatildeo de chuva acumulada num intervalo de tempo

24 BACIA HIDROGRAacuteFICA

Segundo Viessman et al (1972) bacia hidrograacutefica eacute uma aacuterea definida

topograficamente drenada por um curso drsquo aacutegua ou um sistema conectado de

cursos drsquo aacutegua dispondo de uma simples saiacuteda para que toda vazatildeo efluente seja

descarregada

Tambeacutem pode-se definir a bacia hidrograacutefica como sendo uma aacuterea onde a

aacutegua da precipitaccedilatildeo eacute captada naturalmente fazendo com que seu escoamento

seja conduzido para um uacutenico ponto de saiacuteda seu exutoacuterio A bacia hidrograacutefica eacute

45

composta de um conjunto de superfiacutecies vertentes e de uma rede de drenagem

formada por cursos de aacutegua que confluem ateacute resultar num leito uacutenico no exutoacuterio

De forma geral a chuva que cai sobre as vertentes infiltra-se nos solos ateacute

a saturaccedilatildeo destes momento em que diminuem as taxas de infiltraccedilatildeo e comeccedilam a

surgir os escoamentos superficiais na condiccedilatildeo de persisitecircncia da precipitaccedilatildeo O

escoamento superficial gerado nas vertentes da bacia hidrograacutefica pode ser

entendido como ldquoproduccedilatildeordquo de aacutegua de escoamento raacutepido Com essa interpretaccedilatildeo

a aacutegua produzida pelas vertentes tem como destino imediato a rede de drenagem

que iraacute conduziacute-la agrave seccedilatildeo de saiacuteda da bacia No leito maior dos rios (zona de

inundaccedilatildeo) o comportamento eacute duacutebio ora de produccedilatildeo quando os niacuteveis de aacutegua

dos rios estatildeo inicialmente baixos funcionando esta zona como vertente ora de

transporte quando os niacuteveis dos rios estatildeo elevados com a zona de inundaccedilatildeo

usada para escoamento (TUCCI 1993)

A bacia hidrograacutefica pode ser descrita como um sistema fiacutesico onde o

volume de aacutegua precipitado compotildee a entrada e o volume de aacutegua que sai pelo

exutoacuterio eacute a saiacuteda tendo como perdas intermediaacuterias os volumes da evaporaccedilatildeo da

evapotranspiraccedilatildeo e os volumes de infiltraccedilatildeo profunda Em eventos isolados essas

perdas podem ser desconsideradas (TUCCI 1993)

A funccedilatildeo hidroloacutegica da bacia hidrograacutefica eacute transformar uma entrada

precipitaccedilatildeo de volume concentrada no tempo em uma saiacuteda escoamento de

forma mais distribuiacuteda no tempo (TUCCI 1993)

25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS

Neste estudo a hidrodinacircmica eacute o movimento da aacutegua ao longo do rio e o

comportamento deste movimento eacute determinado pelos modelos hidrodinacircmicos

251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional

Segundo Campos (2009) modelo eacute um grupo ordenado de suposiccedilotildees que

se propotildeem a explanar as propriedades de um sistema sem necessariamente

manter todas as suas particularidades Para Christofoletti (1999) define-se um

modelo como uma reproduccedilatildeo assingelada do que ocorre de fato em funccedilatildeo da

complexidade de maneira que seja possiacutevel fazer uma reconstituiccedilatildeo muito proacutexima

46

da realidade fazer simulaccedilotildees previsotildees alteraccedilotildees e evoluccedilotildees Para este autor

um modelo que busca reproduzir um sistema ambiental exprimindo uma hipoacutetese

cientiacutefica precisa ser analisado e testado para diferentes suposiccedilotildees

Assim os modelos satildeo um elo entre o que eacute obervado na praacutetica e as

suposiccedilotildees teoacutericas Devem ser construiacutedos de forma a atingir ao que se propotildeem

devendo tambeacutem ficar claros os limites de sua capacidade de fazer previsotildees

Importante destacar as suas aplicabilidades como ferramentas de planejamento

(CHRISTOFOLETTI 1999)

Na primeira metade do seacuteculo passado o uso da modelagem matemaacutetica

era limitada devido agrave dificuldade de encontrar soluccedilotildees analiacuteticas para resolver os

sistemas natildeo lineares de equaccedilotildees diferenciais ordinaacuterias e parciais da

hidrodinacircmica restringindo-se aos modelos lineares ou linearizados atraveacutes de

simplificaccedilotildees algeacutebricas Chapra (1997) menciona que o movimento do fluido

dentro de canais ou calhas era descrito com base em geometria simples como

exemplo retacircngulo trapeacutezio ou triacircngulo e condiccedilotildees de equiliacutebrio dinacircmico

Somente na segunda metade do seacuteculo passado com o desenvolvimento dos

computadores e a utilizaccedilatildeo de meacutetodos numeacutericos foi possiacutevel obter soluccedilotildees para

as equaccedilotildees que representam os processos hidrodinacircmicos mais proacuteximas das

caracteriacutesticas geomorfoloacutegicas das calhas do rios Essas soluccedilotildees satildeo chamadas

soluccedilotildees numeacutericas de equaccedilotildees diferenciais parciais e natildeo lineares permitindo

desta forma a simulaccedilatildeo da movimentaccedilatildeo da aacutegua mais especificamente neste

estudo da onda de cheia responsaacuteveis pelas inundaccedilotildees

Essas inundaccedilotildees satildeo sempre transientes variam no espaccedilo e no tempo

Esses movimentos natildeo-permanentes os quais satildeo regidos pelas equaccedilotildees

desenvolvidas pelos matemaacuteticos Laplace e Lagrange e satildeo considerados os

primeiros a caracterizar o movimento das ondas em canais (Marmood e Yevjevich

1975 apud Silva 2015) Na praacutetica muitas vezes pela dificuldade de se obter

hidrogramas de cheias representam-se as cheias usando vazotildees maacuteximas

invariantes no tempo para delimitar a cota de atingimento da mesma que satildeo

utilizadas para confecccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo sem levar em conta o tempo de

propagaccedilatildeo

Segundo Tucci (1998) a modelagem hidrodinacircmica computacional utiliza as

equaccedilotildees do escoamento unidimensional em rios e canais e suas simplificaccedilotildees Em

geral os processos computacionais envolvem grande quantidade de dados e

47

procuram representar mais precisamente o sistema fiacutesico observado no escoamento

em rios No caso do estudo de inundaccedilotildees esse escoamento depende

essencialmente da declividade da bacia da estrutura da rede de drenagem e da

cobertura vegetal existentes no leito e margens dos rios O ponto inicial da

modelagem hidrodinacircmica eacute a construccedilatildeo da geometria do canal ou canais Para

isso vaacuterios meacutetodos satildeo usados entre eles os mecanismos que utilizam modelos

digitais de terreno em programas de geoprocessamento

Silva (2015) menciona que Chien e Tan (2011) apresentaram um experimento

usando Google Earth para gerar a geometria necessaacuteria agrave simulaccedilatildeo com o modelo

hidrodinacircmico 2D e Gichamo et al (2012) verificaram a aplicabilidade do MDT

ASTER GDEM (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer

Global Digital Elevation Model) com um poacutes-processamento para correccedilatildeo de

tendecircncias (bias) para simulaccedilatildeo de eventos de enchentes usando o modelo

hidrodinacircmico HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center ndash River Analysis System)

escolhido dentre os modelos existentes pela familiaridade do autor Foi feito o

levantamento da calha do rio (batimetria) para precisatildeo da cota de inundaccedilatildeo e

junccedilatildeo com o levantamento aerofotogrameacutetrico existente na Prefeitura Municipal de

Rio Negrinho

Pontes (2011) realizou uma comparaccedilatildeo entre modelos hidrodinacircmicos

simplificados e completo testando os modelos de Muskingum-Cunge linear

Muskingum natildeo linear e modificado por Todini e IPHS com o HEC-RAS O resultado

mostrou que o Muskingum modificado foi promissor indicando que o HEC-RAS eacute um

modelo completo e usado como base para os demais Esse modelo vem sendo

amplamente utilizado e que tem apresentado resultados satisfatoacuterios (Souza et al

2007 Santillan et al 2012 Hasani 2013 Sharkey 2014 entre outros)

Em 2002 Wheater apud Silva (2015) fez uma revisatildeo sobre as perspectivas

da modelagem hidrodinacircmica na simulaccedilatildeo de enchentes apresentando a

importacircncia da distribuiccedilatildeo da chuva para qualidade dos resultados da simulaccedilatildeo

bem como cenaacuterios usando como base as chuvas estimadas considerando as

mudanccedilas climaacuteticas aleacutem do incremento na capacidade de simulaccedilatildeo em bacias

sem estaccedilotildees de coleta de dados

48

252 Modelagem Hidrodinacircmica

A modelaccedilatildeo hidraacuteulica pode apresentar o escoamento permanente ou natildeo

permanente

2521 Escoamento Permanente

Quando a velocidade local em um ponto natildeo muda com o tempo o

escoamento eacute definido como permanente Como consequecircncia outras condiccedilotildees de

contorno como vazatildeo profundidade raio hidraacuteulico entre outros seratildeo invariaacuteveis

Escoamento uniforme eacute aquele no qual a declividade a velocidade e as

caracteriacutesticas geomeacutetricas do canal coacuterrego ou rio natildeo variam ao longo da sua

extensatildeo supondo-se com linhas de fluxo paralelas e retas (PORTO 2006) Esta

simplificaccedilatildeo eacute usualmente utilizada no dimensionamento e verificaccedilatildeo da

capacidade de vazatildeo de canais pelas facilidade do seu equacionamento utilizando

as equaccedilotildees de Cheacutezy e Manning que consideram a resistecircncia do contorno do

canal (CANHOLI 2005)

Os princiacutepios da conservaccedilatildeo de energia constante na foacutermula de Bernoulli

e da conservaccedilatildeo de massa desempenhado pela equaccedilatildeo da continuidade

fundamentam os modelos que adotam o escoamento permanente (GRACIOSA

2010) Seus usos mais frequentes satildeo a anaacutelise do perfil de cheias o caacutelculo do

remanso de rios o dimencionamento de obras hidraacuteulicas e o escoamento em

estiagem entre outras utilizaccedilotildees (TUCCI 1998)

2522 Escoamento Natildeo Permanente

Quando a velocidade do fluxo em determinado ponto se modifica com o

tempo tem-se o escoamento natildeo permanente Satildeo as coordenadas espaciais do

ponto e do tempo que definem essa condiccedilatildeo A passagem de uma onda de cheia

eacute um exemplo de onde esse regime ocorre fato este que acontece na maioria dos

problemas hidroloacutegicos de escoamento superficial de canais (PORTO 2006 TUCCI

1998)

As equaccedilotildees da continuidade e da quantidade de movimento reproduzem

esse tipo de escoamento e quando associadas satildeo chamadas de equaccedilotildees de

Saint Veacutenant Eacute comum o uso de simplificaccedilotildees que facilitam o uso desse conjunto

49

de equaccedilotildees Um exemplo eacute o tratamento unidirecional do escoamento natildeo

levando em consideraccedilatildeo as variaccedilotildees de velocidade nas direccedilotildees horizontal

(lateral) e vertical (profundidade) Quando os modelos satildeo mais complexos por

considerarem todos os elementos das equaccedilotildees de Saint Veacutenant (pressatildeo e ineacutercia

do fluxo atrito e gravidade) passam a ser chamados de modelos hidrodinacircmicos O

sistema de equaccedilotildees que se forma para representar este escoamento somente

pode ser solucionado por meacutetodos numeacutericos que permitem a discretizaccedilatildeo do rio

em seccedilotildees Meacutetodos analiacuteticos natildeo resolvem os sistemas de equaccedilotildees resultantes

desse tipo de escoamento (TUCCI 1998)

2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis System)

Software livre do Corpo de Engenheiros do Exeacutercito dos Estados Unidos da

Ameacuterica (US Army Corps of Engineers) eacute um programa de modelaccedilatildeo hidraacuteulica

unidirecional para uma rede de rios e canais Aleacutem do escoamento permanente ele

modela o escoamento natildeo permanente o transporte de sedimentos e modela

tambeacutem anaacutelises de qualidade de aacutegua (USACE 2010)

O caacutelculo da lacircmina daacutegua nos canais considerando fluxo uniforme

gradualmente variado ou bruscamente variado para regimes de escoamento

supercriacutetico e sub criacutetico satildeo funccedilotildees da modelaccedilatildeo do escoamento permanente

Pela equaccedilatildeo de Manning e pela utilizaccedilatildeo de coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo

satildeo calculadas as perdas de energia A equaccedilatildeo da quantidade de movimento eacute

utilizada em situaccedilotildees onde a variaccedilatildeo do niacutevel daacutegua ocorre rapidamente (USACE

2010)

Um meacutetodo hidrodinacircmico com a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees completas de

Saint Veacutenant possibilita a modelaccedilatildeo do escoamento natildeo permanente Regimes de

escoamento subcriacutetico ou supercriacutetico ou ambos podem ser analisados nesse

modelo Os caacutelculos hidraacuteulicos de pontes bueiro e outras estruturas tambeacutem satildeo

incorporados para o componente de escoamento permanente (USACE 2010)

A geometria de cada uma das seccedilotildees consideradas do canal condiccedilotildees de

contorno e valores do coeficiente (n) de rugosidade de Manning para o canal e

planiacutecie de inundaccedilatildeo aleacutem da vazatildeo utilizada para a modelaccedilatildeo (valores fixos para

50

o escoamento permanente e hidrogramas para o natildeo permanente) satildeo os principais

dados de entrada para o software

A interaccedilatildeo entre o HEC-RAS e um SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Geograacuteficas) se daacute atraveacutes da plataforma HEC-GeoRAS Satildeo ferramentas para

softwares tipo ArcGIS ou Quantum GIS que manipulam os dados geograacuteficos que

seratildeo utilizados no HEC-RAS Gera-se um modelo digital de terreno (MDT) que eacute

importado para o HEC-RAS Realizada a modelaccedilatildeo hidraacuteulica um novo arquivo eacute

gerado Este pode ser exportado novamente para o ArcGIS ou o Quantum GIS

permitindo uma anaacutelise espacial da planiacutecie de inundaccedilatildeo modelada FIGURA 5

(USACE 2010)

FIGURA 5 ndash Modelaccedilatildeo Hidraacuteulica HEC-RAS (USACE-US Army Corps of Engineers 2010)

51

2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica

Os softwares descritos anteriormente satildeo amplamente utilizados no meio

acadecircmico Mulungo (2012) desenvolveu um modelo para a bacia hidrograacutefica do

Campus da UFSC em FlorianoacutepolisSC com o objetivo geral de analisar as

inundaccedilotildees da bacia hidrograacutefica daquele campus por meio do modelo hidroloacutegico

de chuva-vazatildeo (HEC-HMS) e hidrodinacircmico (HEC-RAS) Como objetivos

especiacuteficos o trabalho avaliou a vazatildeo com base na chuva de projeto para

diferentes periacuteodos de retorno verificou as mudanccedilas no uso da cobertura do solo

da bacia e analisou suas consequecircncias na vazatildeo do rio do Meio Verificou-se a

aacuterea inundada e as respectivas cotas

A anaacutelise dos resultados permitiu apresentar algumas conclusotildees entre

elas que entre 1998 e 2007 houve um acreacutescimo de 15 de aacuterea construiacuteda da

bacia do Campus da UFSC aumentando em 27 na vazatildeo de piso e de 26 no

volume escoado Foram feitas anaacutelises da capacidade maacutexima de escoamento sem

transbordamento causado por uma ponte e simulaccedilotildees de manchas de inundaccedilatildeo

FIGURA 6

Ele recomendou que fosse feito o planejamento e a regulamentaccedilatildeo

urgentes do uso e ocupaccedilatildeo de solo da bacia tendo em vista a existecircncia de um

processo contiacutenuo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo podendo

acarretar graves problemas ao sistema de drenagem favorecendo a ocorrecircncia de

inundaccedilotildees

52

FIGURA 6 ndash Mancha de Inundaccedilatildeo observada (MO) e simulada (MS) para 1995 na fase de calibraccedilatildeo do HEC-RAS da bacia hidrograacutefica do Campus da UFSC

(MULUNGO 2012)

253 Modelo Hidroloacutegico

O comportamento de uma bacia hidrograacutefica ainda que composto por

fenocircmenos naturais como evaporaccedilatildeo precipitaccedilatildeo infiltraccedilatildeo e escoamento de

rios pode ser simulado pela elaboraccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos Os modelos tecircm

por objetivo reproduzir e facilitar o entendimento de como funcionam os fenocircmenos

e possibilitando a elaboraccedilatildeo de previsotildees Funccedilotildees matemaacuteticas experimentais e

conceituais satildeo a base do funcionamento de diversos tipos de modelo incluindo os

modelos que representam o ciclo hidroloacutegico (TUCCI 1998)

Eacute importante mencionar que os modelos hidroloacutegicos apresentam limitaccedilotildees

que devem ser levadas em consideraccedilatildeo tanto na escolha do modelo quanto na

expectativa de objetivos e resultados Os modelos satildeo ainda dependentes de outros

53

fatores que tambeacutem interferem na sua definiccedilatildeo como a heterogeneidade fiacutesica da

bacia a diversidade dos processos envolvidos a quantidade e qualidade dos dados

hidroloacutegicos disponiacuteveis representaccedilatildeo espacial de variaacuteveis e fenocircmenos

simplificaccedilotildees entre outros (TUCCI 1998)

Neste trabalho natildeo foram realizados os estudos de chuva-vazatildeo por falta de

mediccedilotildees das curvas chave Quando tiverem sido feitos os levantamentos das

curvas-chave nas estaccedilotildees fluviomeacutetricas implantadas seraacute possiacutevel fazer esse

estudo

26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO

A Secretaria Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil vinculada ao Ministeacuterio da

Integraccedilatildeo Nacional estabeleceu a Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil -

PNPDEC instituiacuteda pela Lei nordm 12608 de 10 de abril de 2012 publicada no Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo nordm 70 de 11 de abril de 2012 traz os princiacutepios os objetivos e

instrumentos de como a gestatildeo de riscos de desastres e a gestatildeo de desastres

seratildeo implementadas no Brasil com o propoacutesito de assegurar condiccedilotildees sociais

econocircmicas e ambientais adequadas para garantir a dignidade da populaccedilatildeo e

garantir a promoccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel

Aleacutem da PNPDEC a Secretaria Nacional controla o CENAD ndash Centro

Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres manteacutem o Sistema Integrado de

Informaccedilotildees sobre Desastres ndash S2ID possue programas e accedilotildees para aprimorar a

coordenaccedilatildeo e a gestatildeo das accedilotildees de preparaccedilatildeo prevenccedilatildeo mitigaccedilatildeo resposta e

recuperaccedilatildeo para a proteccedilatildeo e defesa civil estabelece as regras e condiccedilotildees para a

decretaccedilatildeo de Situaccedilatildeo de Emergecircncia ou Estado de Calamidade Puacuteblica e

disponibiliza modalizades de transferecircncia de recursos para accedilotildees de prevenccedilatildeo

resposta e recuperaccedilatildeo Possui ainda programas como o ldquoConstruindo Cidades

Resilientesrdquo por meio da definiccedilatildeo de accedilotildees e prioridades na aacuterea de gestatildeo do

risco de desastres em cada localidade

A Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina possui uma

estrutura voltada especialmente para a prevenccedilatildeo mas tambeacutem para respostas

Tem feito investimentos significativos na implantaccedilatildeo de radares meteoroloacutegicos na

construccedilatildeo de barragens para a contenccedilatildeo de cheias e na qualificaccedilatildeo da estrutura

fiacutesica e de pessoal da secretaria

54

Muitas satildeo as atribuiccedilotildees definidas a Secretaria Estadual entrele elas

destacamos a prevenccedilatildeo e preparaccedilatildeo para desastres a assistecircncia e socorro agraves

viacutetimas das calamidades o restabelecimento de serviccedilos essenciais a reconstruccedilatildeo

realizar estudos e pesquisas sobre riscos e desastres elaborar e implementar

diretrizes planos programas e projetos para prevenccedilatildeo minimizaccedilatildeo e respostas a

desastres causados por accedilatildeo da natureza eou do homem no acircmbito do Estado

coordenar a elaboraccedilatildeo do plano de contingecircncia estadual e fomentar a elaboraccedilatildeo

dos planos de contingecircncia municipais (ou planos de accedilatildeo de emergecircncia) e

mobilizar recursos para prevenccedilatildeo e minimizaccedilatildeo dos desastres

O Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ou Plano de Accedilatildeo Emergencial ou Plano de

Accedilotildees Emergenciais (PAE) ou Plano de Contingecircncia Municipal determina as

accedilotildees de resposta do empreendedor eou autoridades puacuteblicas durante

emergecircncias tais como vazamentos explosotildees incecircndios desastres naturais

como terremotos tempestades inundaccedilotildees furacotildees dentre outros (CONSEIL

POUR LA REacuteDUCTION DEcircS ACCIDENTS INDUSTRIEL MAJEURS 2002 apud

YOGUI amp MACEDO 2012)

Em 2005 pelo Comitecirc de Gerenciamento da Bacia Hidrograacutefica do Rio

Cubatatildeo JoinvilleSC (CCJ 2005) um Plano de Alerta e Atendimento a

Emergecircncias de inundaccedilatildeo do rio Cubatatildeo do Norte foi apresentado Nele satildeo

descritas medidas a serem tomadas em situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo com intuito de

mitigar danos facilitar a implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo do plano com foco em dar

resposta raacutepida agrave comunidade A inundaccedilatildeo que mais causou danos agrave comunidade

aconteceu em 1995 com o rompimento da barragem do Rio Cubatatildeo na Bacia

Hidrograacutefica do Rio Cubatatildeo do Norte

Em geral as mais graves inundaccedilotildees estatildeo associadas ao rompimento de

barragens causadas por eventos de cheia extremas Na literatura tem-se estudos

de PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilotildees causadas por ruptura de barragem para

atender a Lei n 123342010 conforme a Poliacutetica Nacional de Seguranccedila de

Barragens (CARDIA et al 2015) Essas inundaccedilotildees satildeo bruscas com elevaccedilatildeo do

niacutevel da aacutegua em intervalo de tempo muito menor que as cheias naturais Balbi

(2008) apresentou metodologias para a elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees

emergenciais para inundaccedilotildees induzidas por rompimento de barragens tendo como

estudo de caso a barragem de Peti em Minas Gerais O foco do seu estudo foi

preparar planos de accedilatildeo emergencial (PAE) para evitar ou reduzir os danos

55

causados pela ruptura de barragens a partir da revisatildeo de metodologias nacionais e

internacionais

Decina (2012) analisou medidas de controle de inundaccedilotildees com base na

avaliaccedilatildeo de cenaacuterios de uso e ocupaccedilatildeo desorganizada do solo pela urbanizaccedilatildeo

na bacia do Coacuterrego do Gregoacuterio em Satildeo CarlosSP Em eventos de chuva as

inundaccedilotildees satildeo deflagradas e prejuiacutezos satildeo causados e com intuito de mitigar

esses prejuiacutezos fez simulaccedilotildees computacionais de diferentes cenaacuterios utilizando

softwares HEC-HMS (modelo hidroloacutegico) e HEC-RAS (modelo hidrodinacircmico)

Essa mesma anaacutelise foi feita por Ali et al (2011) no Paquistatildeo Segundo Ali et al

essa metodologia possibilitou a melhoria no procedimento de accedilotildees futuras em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees

Outro fator que mostra a importacircncia da elaboraccedilatildeo do PAE aleacutem das

mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo satildeo as mudanccedilas climaacuteticas Os modelos

globais tecircm mostrado que essa regiatildeo teraacute um aumento de chuvas acompanhada

dos eventos de extremos (MILLY et al 2005 MARENGO et al 2007 Groisman et

al 2005) o que iraacute acarretar em eventos de inundaccedilatildeo frequentes e mais severas

A FIGURA 7 mostra que a regiatildeo de estudo poderaacute sofrer aumento na vazatildeo com

tendecircncia de acreacutescimo de aproximadamente 40 para o periacuteodo entre 2041-2060

Eventos extremos tanto de seca como de inundaccedilotildees vecircm se mostrando

frequentes em todo territoacuterio nacional com amplitudes cada vez maiores

(MARENGO 2014) e aumentando as aacutereas vulneraacuteveis agraves inundaccedilotildees

56

FIGURA 7 - Mudanccedila relativa em das vazotildees simuladas para o periacuteodo 1971-2000 com base nos dados de 1900-1970 (A) e para o periacuteodo 2041-2060 com base nos dados de 1900-1998 (B) baseado em cenaacuterios construiacutedos pelo IPCC (Painel

Internacional de Mudanccedilas Climaacuteticas) (FONTE Milly et al 2005)

Amaral e Ribeiro (2009) apresentaram accedilotildees para reduccedilatildeo de perdas em

situaccedilotildees de inundaccedilotildees que foram baseados nos trabalhos de Kobiyama et al

(2004 e 2006) Essas accedilotildees satildeo identificar as aacutereas de risco e natildeo ocupaacute-las

respeitando as aacutereas de APP (Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente) aliadas agrave

educaccedilatildeo ambiental Em caso de situaccedilatildeo emergencial eacute imprescindiacutevel a

transmissatildeo atraveacutes da miacutedia de informaccedilotildees sobre a previsatildeo e a ocorrecircncia de

chuvas intensas e tambeacutem o seu acompanhamento durante o evento

Em 2012 foi elaborada uma cartilha sobre prevenccedilatildeo de risco de desastres

pela equipe do CEPED (Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre

Desastres) onde satildeo apresentadas as definiccedilotildees sobre desastres sua

caracterizaccedilatildeo e classificaccedilatildeo prejuiacutezos ocasionados acionamento de planos de

contingecircncias e de risco e medidas de prevenccedilatildeo e treinamento para lidar com

eventos extremos para fortalecimento das comunidades mais vulneraacuteveis que satildeo

utilizados na elaboraccedilatildeo do PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo em Rio NegrinhoSC

57

3 O ESTADO DA ARTE

A Deltares instituto holandecircs independente referecircncia mundial em

pesquisas aplicadas relacionadas aos recursos hiacutedricos vem implementando a

capacidade de previsatildeo do niacutevel de aacutegua alturas de ondas e erosatildeo atraveacutes do

desenvolvimento de um sistema integrador informatizado e em tempo real Delft-

FEWS (WERNERet al 2013 GIJSBERS 2010) capaz de utilizar diferentes

programas computacionais e resultados de simulaccedilotildees interna do sistema bem

como simulaccedilotildees realizadas em outras plataformas com intuito de diminuir o risco

de inundaccedilotildees e de rompimento de diques de proteccedilatildeo e barragens

Implementado em mais de 35 paiacuteses (EUA Inglaterra Paiacutes de Gales e

Holanda entre outros) o Delft-FEWS eacute o sistema nacional oficial de previsatildeo de

cheias da Holanda Sistemas de previsatildeo de inundaccedilotildees satildeo tambeacutem

desenvolvidos pela empresa prevendo vazotildees e niacuteveis de aacutegua A ferramenta DAM

Live eacute utilizada para avaliar a resistecircncia e estabilidade das barragens e diques para

proteccedilatildeo contra inundaccedilotildees encontra-se implementada nos Paiacuteses Baixos e na

China (DELTARES 2017) Esse sistema tambeacutem tem sido utilizado pelo Sistema

Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees do Reino Unido (UK National Flood Forecasting

System ndash NFFS) (LEEDAL et al 2012) No Brasil segundo Pinto (2003) o sistema

integrador pode ajudar os operadores e tomadores de decisatildeo em situaccedilotildees

emergenciais de cheias

O Sistema Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees (NFFS) eacute responsaacutevel pela

previsatildeo de inundaccedilotildees fluviais e costeiras da Agecircncia Ambiental da Inglaterra e do

Paiacutes de Gales O NFFS foi desenvolvido pela antiga WL | Delft Hydraulics (agora

Deltares) com a subcontratada Tessella Scientific Software Solutions do Reino Unido

(UK) Desde 2006 o NFFS estaacute totalmente operacional em todas as regiotildees

operadas pela Agecircncia Ambiental inglesa eacute o principal sistema de previsatildeo de

inundaccedilotildees (DELTARES 2017)

Outro software o Delft3D Flexible Mesh Suite FIGURA 8 simula tsunamis

furacotildees tempestades ondas fluxos e niacuteveis de aacutegua detalhados transporte e

morfologia de sedimentos qualidade da aacutegua e tambeacutem suas interaccedilotildees

(DELTARES 2017)

58

FIGURA 8 ndash Tela Ilustrativa do Delft3D Flexible Mesh Suite (Delft3D FM) (DELTARES 2017)

No caso de Bangladesh paiacutes assolado por inundaccedilotildees frequentes

necessitava de um sistema eficaz para previsatildeo como tambeacutem para alertas junto agrave

comunidade de prementes inundaccedilotildees O Sistema Integrado de Alerta Multi-Perigo

(RIMES) foi desenvolvido para atender a essa necessidade A comunicaccedilatildeo do

sistema eacute baseado na utilizaccedilatildeo do serviccedilo moacutevel tornando-o financeiramente

sustentaacutevel (DELTARES 2017)

Dois meacutetodos foram escolhidos para a divulgaccedilatildeo de mensagens de voz I) O

Voice Message Broadcast (VMB) para o envio de avisos de oacutergatildeos nacionais de

hierarquia superior avisos regionais e avisos locais II) Short Message System

(SMS) para o envio de dados de niacutevel de aacutegua e outras informaccedilotildees locais Aleacutem

disso voluntaacuterios foram treinados juntamente com a equipe teacutecnica e os funcionaacuterios

do governo sendo capacitados para entender e reagir em situaccedilatildeo emergencial

Essas inovaccedilotildees foram testadas na temporada de inundaccedilotildees de 2014 enviando

diariamente alertas de 300 VMB com total apoio governamental do Centro de

Previsatildeo e Prevenccedilatildeo de Inundaccedilotildees (Flood Forecasting and Warning Center-

FFWC) e do Conselho de Desenvolvimento de Aacutegua de Bangladesh (Bangladesh

Water Developement Board - BWDB) A avaliaccedilatildeo apoacutes os eventos de inundaccedilatildeo de

2014 mostrou o sucesso do projeto onde as pessoas da comunidade receberam

59

entenderam e confiaram nas informaccedilotildees vindas do VMB transformando-as

emaccedilotildees para proteger suas vidas e seus bens (DELTARES 2017)

No Brasil a pedido da Marinha Brasileira a Deltares criou um sistema de

previsatildeo costeira em tempo real para a Baiacutea de Guanabara FEWS-Guanabara

Essa baiacutea eacute um dos estuaacuterios mais movimentados da Ameacuterica do Sul em termos de

navegaccedilatildeo e atividades recreativas O FEWS-Guanabara processa e aplica os

dados disponiacuteveis de mediccedilatildeo da Marinha e do INMET (Instituto Nacional de

Meteorologia) bem como previsotildees meteoroloacutegicas do INPE (Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais) da NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration)

e previsotildees de onda da REMO (Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo

Oceanograacutefica) gerando previsotildees da hidrodinacircmica na baiacutea usando modelos

digitais do terreno (MDT) O sistema tambeacutem aplica os dados de mediccedilatildeo para

validaccedilatildeo sistemaacutetica do modelo (DELTARES 2017)

A CEMIG (Companhia Energeacutetica de Minas Gerais) finalizou em 2016 um

projeto do desenvolvimento de um sistema integrador que permitiu o acoplamento

dos vaacuterios modelos meteoroloacutegicos hidroloacutegicos e estatiacutesticos agregando tambeacutem

dados e informaccedilotildees operacionais de seus reservatoacuterios modelos digitais de terreno

e informaccedilotildees georreferenciadas para melhorar a capacidade de previsatildeo de

inundaccedilotildees (CEMIG 2017)

Outra instituiccedilatildeo de renome eacute a Agecircncia de Protenccedilatildeo Ambiental dos

Estados Unidos (USEPA) Ela disponibiliza uma variedade de ferramentas

computacionais orientaccedilotildees e procedimentos em resposta agraves diferentes situaccedilotildees

emergecircncias sendo uma delas a de inundaccedilatildeo

A USEPA disponibiliza prcedimentos para elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees de

emergecircncia mitigaccedilatildeo de cataacutestrofes sistemas de comunicaccedilatildeo de risco

planejamento de emergecircncia protocolos de resposta procedimentos de preparaccedilatildeo

para a inundaccedilatildeo procedimentos durante a inundaccedilatildeo e procedimentos de

recuperaccedilatildeo poacutes inundaccedilatildeo (EPA 2017)

Os Institutos Lactec de CuritibaPR utilizando os modelos desenvolvidos

pela Deltares USEPA e outros vem desenvolvendo estudos hidroloacutegicos e

hidrodinacircmicos utilizando mapeamento a laser de territoacuterios com geraccedilatildeo de

produtos cartograacuteficos de alta resoluccedilatildeo e precisatildeo medida em centiacutemetros

associados a teacutecnicas de realidade virtual tendo como um dos produtos finais a

simulaccedilatildeo virtual de inundaccedilatildeo (LACTEC 2017)

60

O CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres

Naturais no Brasil aleacutem de possuir redede monitoramento proacutepria desenvolve

diversas linhas de pesquisa sobre o tema entre as quais cabe destacar

- Investigaccedilatildeo das caracteriacutesticas dos veranicos na Regiatildeo Sudeste do Brasil e

potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees

- Extremos de chuva deflagradores de desastres naturais no Brasil

- Desenvolvimento de potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees de veranicos extremos

- Variabilidade subsazonal da precipitaccedilatildeo no semiaacuterido

- Modelagem hidrodinacircmica para o desenvolvimento de sistemas de alerta de

inundaccedilatildeo

- Sistema de previsatildeo hidroloacutegica de longo e curto prazo usando diferentes fontes de

dados pluviomeacutetricos

- Desenvolvimento de sistema de previsatildeo hidroloacutegica para a bacia do Rio Satildeo

Mateus e bacias da Regiatildeo Serrana do Estado do Rio de Janeiro

- Aplicaccedilatildeo de inteligecircncia computacional em mineraccedilatildeo e modelagem para previsatildeo

de niacutevel de rios em bacias hidrograacuteficas de resposta raacutepida

- Impactos potenciais de inundaccedilotildees em infraestruturas de transporte e mobilidade

urbana

- Modelagem de dados hidrometeoroloacutegicos com teacutecnicas de inteligecircncia

computacional aplicada agrave previsatildeo de curto prazo de inundaccedilotildees

- Geoprocessamento aplicado a anaacutelise dinacircmica de Impactos potenciais de

inundaccedilotildees em mobilidade urbana

A Secretaria de Estado de Defesa Civil de Santa Catarina tem seu maiores

investimentos em estruturaccedilatildeo monitoramento e alerta O territoacuterio catarinense teraacute

100 de cobertura por radares meteoroloacutegicos ainda neste ano resultado da

compra de dois novos equipamentos um para a regiatildeo oeste do estado em

Chapecoacute e outro para o Sul em Araranguaacute que assosiados ao de Lontras

completaratildeo o sistema

Este estudo visa apresentar soluccedilotildees com sistemas de baixo custo nas

aacutereas de monitoramento preparaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de cidades em resposta aos

problemas decorrentes das inundaccedilotildees tendo como paracircmetro o estudo de caso na

cidade de Rio NegrinhoSC

61

4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E GEOGRAacuteFICAS

O foco deste estudo eacute a aacuterea de inundaccedilatildeo da cidade de Rio Negrinho

contudo o estudo abrange toda a bacia do rio Negrinho

Os dados e informaccedilotildees histoacutericas e geograacuteficos do municiacutepio e da bacia do

rio Negrinho e seu entorno foram obtidos em sites e em literatura

A restituiccedilatildeo do levantamento aerofotogrameacutetrico realizado em 2004 pela

Prefeitura Municipal de Rio Negrinho foi utilizado neste estudo em conjunto com as

informaccedilotildees provenientes do levantamento aerofotogrameacutetrico do Estado de Santa

Catarina realizado em 2011 pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel e

disponibilizado aos municiacutepios em 2013

Outras fontes utilizadas foram as publicaccedilotildees do DNPM ndash Departamento

Nacional de Produccedilatildeo Mineral CPRM ndash Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil EPAGRI -

Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA

Secretarias do Estado de Santa Catarina e Secretaria de Planejamento e Meio

Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO

Na cidade de Rio Negrinho a grande inundaccedilatildeo de 1983 ficou marcada

pelo despreparo da comunidade e da estrutura puacuteblica O lapso temporal de 72 anos

desde a grande inundaccedilatildeo de 1911 a falta de registros histoacutericos e de preparaccedilatildeo

para eventos dessa natureza fez com que a comunidade natildeo tivesse consciecircncia

dos danos que um evento dessa magnitude poderia causar (PMRN 1983)

A FIGURA 9 e a FIGURA 10 mostram a cidade tomada pelas aacuteguas

naquele ano

Em 1992 nove anos mais tarde o evento de grandes proporccedilotildees se repete

FIGURA 11 e FIGURA 12 As perdas novamente foram enormes A estrutura puacuteblica

administrativa ainda estava toda ela na aacuterea de inundaccedilatildeo Prefeitura Municipal

Corpo de Bombeiros Poliacutecia Militar e a situaccedilatildeo mais criacutetica de todas a Fundaccedilatildeo

Hospitalar (PMRN 1992)

Histoacuterias de pacientes sendo retirados pela janela do segundo piso do antigo

preacutedio da Fundaccedilatildeo Hospitalar bem como enterros sendo realizados com canoas

62

em parte do trajeto ateacute o cemiteacuterio fazem parte de cada uma dessas grandes

inundaccedilotildees (PMRN 1992)

FIGURA 9 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho em 1983 ndash Vista Hotel Pousada Joatildeo de Barro (PMRN 1983)

FIGURA 10 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1983 ndash Vista da Rua Jorge Zipperer e da Igreja Matriz

(PMRN 1983)

63

FIGURA 11 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Rua Satildeo Paulo (PMRN 1992)

FIGURA 12 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Antiga Cacircmara de Vereadores

(PMRN 1992)

A grande inundaccedilatildeo de 1992 foi muito marcante para o muacuteniciacutepio de Rio

Negrinho porque ocorreu depois de um periacuteodo relativamente curto apoacutes a grande

inundaccedilatildeo de 1983 A partir dela a comunidade entendeu que o evento vai se repetir

e que eacute preciso ou sair da aacuterea de inundaccedilatildeo ou estar preparado para ela

64

Mudanccedilas significativas ocorreram na estrutura do municiacutepio A Prefeitura

Municipal o Corpo de Bombeiros e a Poliacutecia Militar foram deslocados para novas

estruturas fiacutesicas fora da aacuterea de inundaccedilatildeo Num trabalho conjunto entre poder

puacuteblico entidades sem fins lucrativos e a comunidade o municiacutepio construiu um

novo hospital numa regiatildeo central poreacutem elevada

O sistema de abastecimento de aacutegua foi modificado de forma a minimizar o

impacto da falta de aacutegua durante as inundaccedilotildees O sistema de abastecimento de

energia eleacutetrica foi todo modificado com a elevaccedilatildeo de redes e o reposicionamento

de ramais principais de fornecimento de energia

Na grande inundaccedilatildeo de 2014 FIGURA 13 e FIGURA 14 constatou-se que

apesar das mudanccedilas efetuadas na estrutura do municiacutepio a preparaccedilatildeo para

administrar eventos dessa natureza ainda eacute muito deficiente especialmente no que

se refere a organizaccedilatildeo da comunidade repasse de informaccedilotildees e monitoramento

das chuvas e dos rios

Os prejuiacutezos foram enormes Muitos que tentaram salvar seus bens

moacuteveis elevando-os num primeiro momento acreditando que a aacutegua natildeo atingiria

niacuteveis tatildeo elevados sem remover dos locais atingidos perderam esse esforccedilo e os

bens

FIGURA 13 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

65

FIGURA 14 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)

Ainda assim a experiecircncia das duas inundaccedilotildees de 1983 e 1992 serviu

como referecircncia para o gerenciamento durante e apoacutes o evento Obteve-se o apoio

da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina do 5ordm Regimento de Carros de

Combate de Rio Negro ndash 5ordm RCC aleacutem de um nuacutemero significativo de entidades da

cidade e de cidades vizinhas

As grandes inundaccedilotildees sempre representam para o municiacutepio atraso ao seu

desenvolvimento poreacutem na inundaccedilatildeo de 2014 constatou-se que algumas

edificaccedilotildees especialmente comerciais e escolares jaacute possuem seus planos de

emergecircncia ainda que natildeo escritos com organizada retirada de bens locais para

depoacutesito limpeza e recuperaccedilatildeo da estrutura apoacutes as aacuteguas baixarem conseguindo

retornar agraves suas atividades no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

66

Em 2014 pelos registros da Defesa Civil 1500 edificaccedilotildees foram atingidas

sendo 526 comerciais e 974 residenciais FIGURA 15 a FIGURA 17

Nesse cenaacuterio surgiu um conjunto de problemas para serem administrados

que incluem aleacutem da hospedagem e alimentaccedilatildeo dos desabrigados questotildees de

seguranccedila puacuteblica informaccedilotildees recebidas e transmitidas tracircnsito abastecimento de

aacutegua fornecimento de energia eleacutetrica atendimentos de sauacutede deslocamentos em

seguranccedila locais isolados pelas aacuteguas reivindiccedilatildeo de recursos junto aos oacutergatildeos

estaduais e federais levantamento de dados quantificaccedilatildeo de prejuiacutezos

funcionamento de escolas retirada de entulhos disposiccedilatildeo e destino final de

entulhos cadastro de desabrigados fornecimento de materiais de limpeza

distribuiccedilatildeo de colchotildees cobertores e alimentos etc

67

FIGURA 15 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (c) Rua Jorge Zipperer (b) (d) e (e) Rua Senador Nereu Ramos (f) Rua Carlos Weber

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

68

FIGURA 16 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (b) e (d) Rua Carlos Weber (c) Rua Luiz Scholz (e) Rua

Jorge Zipperer (PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

69

FIGURA 17 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) (b) (d) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (c) Rua Carlos Ruckl (e) Travessa Eugecircnio Ferreira de Lima

(PMRN 2014)

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f)

70

A TABELA 1 apresenta o resultado da compilaccedilatildeo dos principais

registros histoacutericos obtidos neste trabalho relacionados aos eventos das grandes

inundaccedilotildees em Rio NegrinhoSC

TABELA 1 ndash Registros Histoacutericos das Inundaccedilotildees de Rio NegrinhoSC

(Autor 2017)

71

42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho estaacute localizada no norte do estado de

Santa Catarina proacutexima agrave divisa com o estado do Paranaacute conforme mostra a

FIGURA 18 Essa bacia estaacute inserida na bacia do alto rio Negro e tem sua maior

porccedilatildeo dentro do municiacutepio de Rio Negrinho e parte no municiacutepio de Satildeo Bento do

Sul Sua nascente estaacute localizada na divisa entre os municiacutepios de Rio Negrinho e

Corupaacute

72

FIGURA 18 ndash Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho (a) no Estado de Santa Catarina (b) nos municiacutepios de Rio Negrinho e Satildeo Bento do Sul (hachurado)

e (c) afluentes do rio Negrinho (Autor 2017)

73

A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 19 possui aproximadamente

302 kmsup2 Os principais afluentes satildeo o rio dos Banhados o rio do Salto o rio

Serrinha e o rio dos Bugres No baixo curso do rio Negrinho proacuteximo a sua foz no

rio Negro estaacute localizada a aacuterea urbana do municiacutepio de Rio Negrinho

FIGURA 19 ndash Subbacias do rio Negrinho (Autor 2016)

43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA

A aacuterea de estudo estaacute inserida na Formaccedilatildeo Rio Bonito pertencente ao

Grupo Guataacute e nas Formaccedilotildees Rio do Sul e Mafra pertencentes ao Grupo Itarareacute

Ambos os grupos estatildeo inseridos em substrato sedimentar pertencente ao Super

Grupo Tubaratildeo (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio Bonito eacute constituiacuteda de depoacutesitos

fluacutevio-deltaacuteicos compreendendo arenitos imaturos (arcoacuteseos e subarcoacuteseos)

esbranquiccedilados finos a meacutedios localmente grosseiros argilosos micaacuteceos e

secundariamente arenitos muito finos siltitos argilitos folhelhos carbonososleitos

de carvatildeo e conglomerados (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio do Sul eacute constituiacuteda de

74

folhelhos e argilitos cinza-escuros na porccedilatildeo inferior diamicitos acinzentados com

matriz arenosa intercalados com arenitos muito finos na porccedilatildeo intermediaacuteria e

folhelhos normalmente vaacutervicos argilitos ritmitos e siltitos na porccedilatildeo superior A

Formaccedilatildeo Mafra eacute constituiacuteda por sequecircncia fluacutevio-marinha com predomiacutenio de

arenitos esbranquiccedilados amarelados e avermelhados finos a grosseiros ocorrendo

tambeacutem diamicitos ritmitos conglomerados argilitos e argilitos vaacutervicos e possuindo

uma aacuterea aflorante expressiva especialmentena divisa com o Paranaacute (DNPM 1986

SILVA E BORTOLUZZI 1987)

Na FIGURA 20 tem-se o mapa geoloacutegico da bacia do Rio Negrinho

elaborado com base na carta SG22 ndash Curitiba disponibilizadas pelo Serviccedilo

Geoloacutegido Brasil (CPRM) atraveacutes dos projetos GIS Brasil 11000000 e GEOBANK

Observa-se que a principal litologia encontrada na bacia satildeo os arenitos e folhelhos

ocupando 93 da aacuterea total da bacia seguidos de Gnaisse Granulito e Gnaisse

Granuliacutetico com 57

A intemperizaccedilatildeo desses arenitos e folhelhos deu origem ao Cambissolo

principal tipo de solo encontrado na bacia do rio Negrinho O Cambissolo segundo a

Embrapa (1998 2006) compreende solos minerais natildeo hidromoacuterficos com

horizonte B (FIGURA 21 e TABELA 2) incipiente e bastante heterogecircneo tanto no

que se refere a cor espessura e textura quanto no que diz respeito agrave atividade

quiacutemica da fraccedilatildeo argila e saturaccedilatildeo por bases Este horizonte situa-se

imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A exceto o fraco ou sob

horizonte H turfoso Satildeo derivados de materiais relacionados a rochas de

composiccedilatildeo e natureza bastante variaacuteveis desde as mais antigas que constituem o

embasamento do Complexo Brasileiro ateacute as de origem recente passando pelas

metamoacuterficas do complexo Brusque pelas intrusivas graniacuteticas referidas ao Eo-

Paleozoacuteico pelas sedimentares do Paleozoacuteico pelo arenito Botucatu e pelas

efusivas da Formaccedilatildeo Serra Geral

Os cambissolos satildeo solos em geral aacutecidos de difiacutecil penetraccedilatildeo de aacutegua e

encontrados em relevos mais ondulados como eacute o caso da bacia hidrograacutefica do rio

Negrinho e superfiacutecies mais jovens Satildeo solos rasos com pouca capacidade de

armazenamento de aacutegua baixa porosidade e alta permeabilidade As precipitaccedilotildees

sobre essas aacutereas tendem a gerar vazotildees mais rapidamente causando picos mais

elevados de ondas de cheia

75

FIGURA 20 ndash Mapa geoloacutegico da bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

76

FIGURA 21 ndash (a) Formaccedilatildeo de solos e (b) Perfil de solo

(a) Formaccedilatildeo de solos (LEPSCH 2002)

(b) Perfil do solo (EMBRAPA 2017)

TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO (EMBRAPA 2008)

Horizonte Descriccedilatildeo

O H

O ndash Camada orgacircnica superficial pouco ou natildeo decomposta (serrapilheira) H- Camada superficial ou natildeo constituiacuteda de material orgacircnico residuos vegetais depositados sob condiccedilotildees de baixa aeraccedilatildeo e saturado (hidromorfismo)

A Horizonte mineral de coloraccedilatildeo escura (melanizaccedilatildeo) composta por material orgacircnico e presenccedila de atividade bioloacutegica

B Horizonte de maior desenvolvimento pedogeneacutetico com maior concentraccedilatildeo de composto de ferro e argilo-minerais e menor quantidade de mateacuteria orgacircnica do que o horizonte A

C Horizonte com pouca interferecircncia dos processos pedogeneacuteticos e com caracteriacutesticas morfoloacutegicas herdadas do material de origem

44 RELEVO

Nas FIGURA 22 a FIGURA 24 satildeo apresentados os perfis topograacuteficos do

rio Negrinho do rio dos Bugres e do rio Serinha O rio Serrinha eacute o que possui o

menor comprimento e a menor amplitude altimeacutetrica variando 121 metros em 13

quilocircmetros de distacircncia apresentando a declividade meacutedia de 09 O rio dos

Bugres varia 177 metros em seus 29 quilocircmetros com a declividade meacutedia de 06

O rio Negrinho por sua vez varia 180 metros ao longo dos seus 38 quilocircmetros

apresentando a menor declividade meacutedia cerca de 04 Observa-se nos perfis que

77

haacute uma raacutepida variaccedilatildeo altimeacutetrica proacuteximo agraves cabeceiras especialmente no rio

Negrinho e rio dos Bugres Apoacutes issoos trecircs rios correm em mais de 50 de seu

curso sobre uma mesma cota com pouca variaccedilatildeo altimeacutetrica no meacutedio e baixo

curso sendo a cota de 800 metros para o Serrinha e o Negrinho e 820 metros para

o Bugres

FIGURA 22 ndash Perfil topograacutefico do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

FIGURA 23 ndash Perfil topograacutefico do rio dos Bugres (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

78

FIGURA 24 ndash Perfil topograacutefico do rio Serrinha (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

A FIGURA 25 a seguir conteacutem o mapa das declividades de toda a extensatildeo

territorial do municiacutepio de Rio Negrinho Verifica-se o predomiacutenio das carcateriacutesticas

do territoacuterio como bastante acidentado com ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

Na mesma figura observa-se o rio Negrinho e seus afluentes na regiatildeo

nordeste Na regiatildeo central do municiacutepio mais ao sul a Represa da Volta Grande e

o rio Preto aleacutem do seu maior afluente (ao Leste) o rio Corredeiras O rio Preto

segue em direccedilatildeo ao Norte ateacute encontrar o rio Negro a jusante da foz do rio

Negrinho tambeacutem no rio Negro natildeo interferindo assim diretamente nos problemas

com inundaccedilotildees na aacuterea urbana do municiacutepio

Na FIGURA 26 Mapa de Hipsometria de todo o territoacuterio municipal

constata-se altitudes mais elevadas ao sul e sudoeste em torno dos 950 a 1000

metros Jaacute na regiatildeo nordeste bacia do rio Negrinho e aacuterea urbana as altitudes que

predominam estatildeo em torno de 800 metros 850 e 900 metros nas cabeceiras do rio

dos Bugres

O mapa com o detalhamento das declividades na aacuterea urbana estaacute

representado na FIGURA 27 Manteacutem-se o predomiacutenio das caracteriacutesticas de relevo

bastante acidentado mantendo-se tambeacutem a ecircnfase no Moderadamente Ondulado

Ondulado e Forte Ondulado

79

A FIGURA 28 apresenta um detalhamento maior da hipsometria na aacuterea

urbana do municiacutepio Nessa aacuterea a faixa de variaccedilatildeo vai de 750 a 900 metros com

predomiacutenio na faixa entre os 765 a 840 metros

Essas declividades interferem na velocidade dos escoamentos e na rapidez

com que as aacuteguas das chuvas chegam no leito dos rios Se associadas a periacuteodos

prolongados de precipitaccedilatildeo que aumentam aacutereas de saturaccedilatildeo do solo e diminuem

a capacidade de infiltraccedilatildeo e armazenamento ocasionando a raacutepida elevaccedilatildeo do

niacutevel de aacutegua do rio

80

FIGURA 25 ndash Declividades no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

81

FIGURA 26 ndash Hipsometria no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)

82

FIGURA 27 ndash Declividades no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

83

FIGURA 28 ndash Hipsometria no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)

84

Na FIGURA 29 tem-se o Modelo Digital de Terreno (MDT) construiacutedo com

base nas cartas planialtimeacutetricas disponibilizadas pela Empresa de Pesquisa

Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA ndash EPAGRI escala 150000

Nota-se uma variaccedilatildeo de 200 metros de altitude dentro da bacia sendo as altitudes

miacutenimas e maacuteximas 780 e 980 metros respectivamente As terras mais altas da

bacia encontram-se ao Sul especialmente nas cabeceiras do rio Negrinho e dos

Bugres

85

FIGURA 29 ndash Modelo Digital de Terreno da Bacia do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado

86

45 VEGETACcedilAtildeO

A bacia estaacute localizada na regiatildeo de predominacircncia da Floresta de Araucaacuteria

denominada de Floresta Ombroacutefila Mista (Klein 1978) Essa floresta eacute caracterizada

por apresentar como espeacutecie dominante o pinheiro do Paranaacute (Araucaacuteria

angustifolia) Essa vegetaccedilatildeo natildeo constitui uma formaccedilatildeo homogecircnea e contiacutenua

mas eacute formada por diversos tipos de submatas constituiacutedas por aacutervores

carcateriacutesticas nas diferentes aacutereas de recorrecircncia

Mais especificamente a cobertura vegetal da regiatildeo estaacute inserida na

transiccedilatildeo entre as unidades fitogeograacuteficas da Floresta Ombroacutefila Mista (Floresta

com Araucaacuteria) e Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta Atlacircntica) ambas constituintes

do bioma Mata Atlacircntica A cobertura original da regiatildeo foi na sua maior parte

descaracterizada pela accedilatildeo antroacutepica que desde a colonizaccedilatildeo vinha sendo feita

principalmente pela exploraccedilatildeo das florestas para a extraccedilatildeo de madeiras bem

como pela implantaccedilatildeo de cultivos anuais e pelas pastagens para a criaccedilatildeo

extensiva de gado bovino (SANTA CATARINA 1986)

Na regiatildeo atualmente a cobertura vegetal predominante eacute de floresta

secundaacuteria em estaacutegio avanccedilado de regeneraccedilatildeo devido ao corte seletivo de

araucaacuteria (Araucaacuteria angustifolia) imbuia (Ocotea porosa) e cedro (Cedrella fissilis) e

ao corte raso que ocorreram nas deacutecadas de 1960 e 1970 Nessa eacutepoca a

cobertura original foi substituiacuteda por cultivos anuais pastagens e para a implantaccedilatildeo

de florestas plantadas com espeacutecies exoacuteticas como o pinus (Pinus taeda)

Hoje a economia da regiatildeo eacute movida pelo reflorestamento de pinus que

abastece principalmente a induacutestria moveleira (Prefeitura Municipal de Rio Negrinho

2009)

As caracteriacutesticas de cobertura vegetal do solo indicam a capacidade de

amortecimento da velocidade de escoamento das aacuteguas que atingem o solo

diminuindo o pico da onda de cheia e aumentando o tempo de concentraccedilatildeo

Bacias com coberturas florestais bem preservadas e mantidas tendem a

minimizar os impactos de chuvas intensas Atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e

imagem do Google Earth FIGURA 30 pode-se dizer que a bacia do rio Negrinho

possui uma boa cobertura vegetal

87

FIGURA 30 ndash Cobertura vegetal da bacia do rio Negrinho (Google Earth 2017) Adaptado

46 CLIMA

O clima da regiatildeo eacute do tipo Cfb segundo Koumlppen ou seja clima temperado

constantemente uacutemido sem estaccedilatildeo seca com veratildeo fresco (temperatura meacutedia do

mecircs mais quente lt 22ordmC) A temperatura meacutedia anual varia entre 155 e 170degC A

temperatura meacutedia das maacuteximas varia de 266 a 240degC e das miacutenimas de 108 a

118degC A precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica total anual pode variar de 1360 a 1670 mm

com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias A umidade relativa do ar

pode variar de 800 a 862 (EPAGRICIRAM 1999 BENEZ 2002)

47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO

Em funccedilatildeo do tamanho da bacia e da extensatildeo do Rio Negrinho 38 km o

objeto do estudo hidrodinacircmico foi definido como o trecho mais urbano do rio com

extensatildeo aproximada de 55 km

88

Este trecho inicia na captaccedilatildeo do SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de

Saneamento Baacutesico no Bairro Alegre e termina na foz do rio Negrinho

Aleacutem de ser o trecho mais urbano do rio este eacute tambeacutem o trecho que sofre o

maior impacto com as inundaccedilotildees especialmente se considerado pelo nuacutemero de

edificaccedilotildees atingidas bem como e por consequecircncia pelos prejuiacutezos totalizados a

cada evento

Neste trecho o rio passa sob oito pontes que interferem no seu

comportamento de forma diferenciada durante os diferentes niacuteveis das inundaccedilotildees

Todas as caracteriacutesticas descritas interferem no comportamento hidroloacutegico

da bacia e hidrodinacircmico dos rios

O relevo as declividades a geologia e a pedologia dos terrenos define a

rapidez com que a gota de aacutegua que cai no divisor de aacuteguas chega ao rio O tipo de

solo e a declividade tambeacutem definem as caracteriacutesticas planimeacutetricas do rio como

no caso do rio Negrinho com inuacutemeros meandros recortando o periacutemetro urbano

A vegetaccedilatildeo interfere no amortecimento e na velocidade da aacutegua da chuva

que chega agrave superfiacutecie na capacidade de armazenamento do solo assim como na

evaporaccedilatildeo e na evapotranspiraccedilatildeo

As condiccedilotildees do tempo da regiatildeo influenciadas pelos fenocircmenos de frente

fria e convectivos na atmosfera satildeo componentes importantes sobre o

comportamento dos rios bem como a frequecircncia a intensidade e a duraccedilatildeo das

chuvas como condicionantes no processo de inundaccedilotildees

Em funccedilatildeo dos estudos hidroloacutegicos e das primeiras simulaccedilotildees do

hidrodinacircmico a aacuterea de estudo foi ampliada ateacute a foz do rio Negrinho no rio Negro

e nesses doze quilocircmetros a montante ateacute a ponte do Lageado e um quilocircmetro

levando em consideraccedilatildeo o incremento proporcionado pelo rio dos Bugres

89

5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS

Todos os dados e informaccedilotildees obtidos junto a oacutergatildeos governamentais ou de

pesquisa ou nos levantamentos em campo passaram por processos de anaacutelise

verificaccedilatildeo e validaccedilatildeo

Neste estudo foram obtidos os dados de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

O estudo hidroloacutegico compreende o levantamento e a anaacutelise das seacuteries

histoacutericas de mediccedilotildees de estaccedilotildees preferencialmente inseridas nas bacias

hidrograacuteficas que satildeo objeto de estudo

No presente caso da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho apenas a Estaccedilatildeo

Rio Negrinho Montante (Fazenda Souza) respeita essa condiccedilatildeo preferencial razatildeo

pela qual este projeto de dissertaccedilatildeo tem como um de seus objetivos a instalaccedilatildeo

de novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

Em razatildeo dessa deficiecircncia de dados na bacia do rio Negrinho foram

levantados os dados junto as seguintes estaccedilotildees na regiatildeo Estaccedilotildees Hidroloacutegicas

Convencionais de Corredeiras - 01 Rio Negrinho Montante - 02 Fragosos ndash 03 Rio

Preto do Sul ndash 04 e rio Negro ndash 4a (FIGURA 31) A estaccedilatildeo telemeacutetrica do

CEMADEN Rio Negrinho ndash 05 eacute uma estaccedilatildeo que mede chuva e vazatildeo em

intervalos de tempo natildeo regulares que podem variar de alguns minutos a uma hora e

estaacute em operaccedilatildeo desde agosto de 2014 depois da grande cheia de 2014

As localizaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas Fragosos - 06 e Rio

Negro - 07 utilizadas neste estudo bem como a localizaccedilatildeo das estaccedilotildees

meteoroloacutegicas telemeacutetricas Rio NegrinhoBattistela - 08 (INMET) e Lapa - 09

(SIMEPAR) estatildeo apresentadas na FIGURA 32 Satildeo utilizados somente os dados

de chuvas das estaccedilotildees meteoroloacutegicas

90

FIGURA 31 ndash Localizaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas na Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

91

FIGURA 32 ndash Localizaccedilatildeo Estaccedilotildees Telemeacutetricas Regiatildeo da Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)

51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS

Os dados referentes agraves estaccedilotildees utilizadas encontram-se na TABELA 3 e

nela estatildeo tipo coacutedigo e nome da estaccedilatildeo localizaccedilatildeo altitude aacuterea de drenagem

bacia hidrograacutefica fonte e periacuteodo de operaccedilatildeo Essas estaccedilotildees permitem o resgate

de seacuteries histoacutericas da bacia do rio Negrinho para avaliar o comportamento

hidroloacutegico da regiatildeo regime de chuvas e ondas de cheia

As estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas marcadas em amarelo na tabela

correspondentes aos nuacutemeros 10 11 12 13 e 14 satildeo as novas estaccedilotildees

implantadas em decorrecircncia da necessidade verificada neste estudo

A estrutura destas estaccedilotildees estaacute apresentada de forma resumida na

FIGURA 33 onde estatildeo o nome o coacutedigo e a variaacutevel As respectivas localizaccedilotildees

podem ser vistas na FIGURA 31 e na FIGURA 32

92

FIGURA 33 ndash Estaccedilotildees de Monitoramento (Autor 2017)

93

TABELA 3 ndash Estaccedilotildees Hidroloacutegicas e Meteoroloacutegicas (Autor 2017)

94

511 Anaacutelise dos dados de chuva

5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Corredeiras estaacute localizada na bacia hidrograacutefica do rio Preto

fora da bacia do rio Negrinho no interior regiatildeo central do municiacutepio de Rio

Negrinho O rio Preto eacute um afluente do rio Negro e tem sua foz a jusante da foz do

rio Negrinho

Definiu-se pela plotagem da chuva acumulada diaacuteria de 2 dias de 5 dias e

de 10 dias para mostrar a importacircncia da anaacutelise sob o ponto de vista das

acumuladas mas sem estudos aprofundados No futuro seria interessante uma

anaacutelise estatiacutestica o que pode trazer novas informaccedilotildees sobre o nuacutemero de dias das

chuvas acumuladas que podem causar as inundaccedilotildees

A FIGURA 34 mostra o evento de chuvas intensas do dia 08062014 mas

as chuvas de 11071983 e 31051992 satildeo muito menores que a de 2014 no

acumulado diaacuterio Mas quando plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

nitidamente os picos de chuvas que ocasionaram as cheias de 1983 e 1992

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees Isso mostra a importacircncia da anaacutelise de diferentes periacuteodos de chuvas

acumuladas Em vermelho estatildeo indicadas as falhas de mediccedilatildeo que podem

coincidir com eventos de temporais

Observa-se que os acumulados que produzem as grandes inundaccedilotildees

ainda que associados a outras condiccedilotildees somam em torno de 300mm extrapolando

em 1983 os 350mm no acumulado de 10 dias

95

FIGURA 34 ndash Estaccedilatildeo Corredeiras (02649055)

(Autor 2017)

5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica

Esta estaccedilatildeo pertence ao CEMADEN e estaacute localizada sobre a Ponte do

Ipiranga no rio Negrinho proacuteximo a estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do SAMAE bairro

96

Alegre Tem aproximadamente 2 anos e seis meses de mediccedilatildeo iniciadas no final

do mecircs de agosto de 2014 dois meses apoacutes a grande inundaccedilatildeo

Os dados de chuva e cota apresentam periodicidade natildeo uniforme de

mediccedilatildeo podendo ser menores que uma hora Para chuva foram calculadas as

acumuladas de 1 2 5 e 10 dias Durante o periacuteodo de mediccedilatildeo natildeo foi verificado

nenhum evento de chuvas intensas Mas pela FIGURA 35 pode-se verificar que na

data do dia 20082016 ocorreu a maacutexima chuva do periacuteodo monitorado

FIGURA 35 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN (421500009H) (Autor 2017)

97

5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Fragosos situa-se na bacia do Rio Negro a montante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Sua operaccedilatildeo teve iniacutecio em 1998 Apesar da

proximidade apresenta caracteriacutesticas distintas e a chuva que deu origem agrave

inundaccedilatildeo de 2014 eacute percebida FIGURA 36 mas natildeo se destaca Isto mostra que

avaliar a chuva meacutedia de uma bacia com base em uma estaccedilatildeo pluviomeacutetrica pode

causar grandes distorccedilotildees na vazatildeo natildeo sendo representativos da chuva meacutedia da

bacia Os traccedilos em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

Na FIGURA 36 observa-se ainda a chuva diaacuteria pontualmente intensa ao

final de 2006 sem causar inundaccedilatildeo diferentemente da chuva de junho de 2014

que apesar de ser menor que a de 2006 causou uma grande inundaccedilatildeo Quando eacute

feita a anaacutelise das acumuladas de diferentes periacuteodos observa-se que a acumulada

de 5 dias conseguiu capturar chuvas intensas em 2009 2010 e 2014

correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram Aumentanto-se o periacuteodo para 10

dias aparecem picos que natildeo ocasionaram inundaccedilotildees Conclui-se que a chuva

acumulada de 5 dias pode fornecer indiacutecios de inundaccedilotildees

98

FIGURA 36 ndash Estaccedilatildeo Fragosos (02649073) (Autor 2017)

99

5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

A estaccedilatildeo Rio Negro FIGURA 37 estaacute instalada na aacuterea urbana e central do

municiacutepio de Rio NegroPR Situa-se na bacia do rio Negro a jusante da afluecircncia

do rio Negrinho ao rio Negro Apresenta caracteriacutesticas distintas e as chuvas que

deram origem agraves inundaccedilotildees foram percebidas mas natildeo se destacaram Os traccedilos

em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo

As seacuteries histoacutericas obtidas iniciam em 1998 e vatildeo ateacute 2015 natildeo permitindo

uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nesta estaccedilatildeo observa-se chuvas pontualmente intensas acima de 100mm nos

anos de 2013 2014 e 2015 natildeo sendo esse um volume tatildeo significativo se

considerado de forma pontual Plotados os acumulados de 5 dias percebe-se

chuvas intensas em 2010 e 2014 correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram

Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram

inundaccedilotildees

Observa-se que as chuvas acumuladas de 5 dias fornecem informaccedilotildees das

inundaccedilotildees

100

FIGURA 37 ndash Estaccedilatildeo Rio Negro (02649074) (Autor 2017)

101

5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15

minutos

Esta estaccedilatildeo natildeo estaacute inserida na bacia do rio Negrinho mas estaacute muito

proacutexima a jusante da foz do rio Negrinho no rio Negro Apesar dessa proximidade

as chuvas que ocasionaram a inundaccedilatildeo de 2014 natildeo foram sentidas FIGURA 38

Poreacutem as chuvas de abril de 2010 nos acumulados de 5 e 10 dias ficam bem

niacutetidas permitindo a associaccedilatildeo com aquela inundaccedilatildeo

Novamente esses acumulados somaram em torno de 300mm de chuva

Para uma boa previsatildeo de chuvas haacute a necessidade de aumentar a

densidade de estaccedilotildees de monitoramento Quanto maior o nuacutemero melhor a

avaliaccedilatildeo espaccedilo-temporal de volumes e intensidades A densidade ideal depende

de cada regiatildeo e de criteacuterios natildeo claramente definidos

102

FIGURA 38 ndash Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (A862) (Autor 2017)

103

5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos

Nesta estaccedilatildeo FIGURA 39 o preenchimento de falhas foi feito com base na

estaccedilatildeo Lapa-IAPAR (02549091) que eacute uma estaccedilatildeo muito proacutexima por isso a

seacuterie natildeo apresenta falhas

Diante do nuacutemero reduzido de estaccedilotildees com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis

definiu-se pela utilizaccedilatildeo dos dados da Estaccedilatildeo Lapa ainda que um pouco distante

da bacia do rio Negrinho

As seacuteries histoacutericas de chuva obtidas iniciam em 2009 e vatildeo ateacute 2015 natildeo

permitindo uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992

Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio

nessa estaccedilatildeo natildeo se observa um volume de chuvas significativo em junho de

2014 Plotados os acumulados durante 2 5 e 10 dias percebe-se as chuvas

intensas em junho de 2014 correspondentes a inundaccedilatildeo que ocorreu em toda

bacia do rio Iguaccedilu

Observa-se novamente que em 2014 nos acumulados de 5 e 10 dias que as

chuvas somaram proacuteximo de 300mm

Essa chuva natildeo eacute pontual causada por celulas convectivas que ocorrem em

geral nos verotildees e sim ocasionadas por frente fria que ocorrem principalmente no

outono e inverno Diferentemente das chuvas convectivas que satildeo mais localizadas

em pequenas regiotildees ou bacias as frentes frias atingem grandes extensotildees de

aacutereas causando chuvas sobre essas aacutereas Esta estaccedilatildeo confirma a presenccedila do

fenocircmeno de frente fria de 08 de junho de 2014 que causou grandes danos em

diversas regiotildees da bacia do rio Iguaccediluacute incluindo a cidade de Rio NegrinhoSC

A FIGURA 40 mostra a grande chuva de 08062014 sobre a bacia do rio

Iguaccediluacute Esta figura mostra tambeacutem o iniacutecio da formaccedilatildeo das nuvens no dia 07 no

dia anterior ao evento e o seu deslocamento para o oceano Atlacircntico no dia 09 no

dia posterior ao evento

Esse periacuteodo do ano final da estaccedilatildeo de outono extendendo-se pelo

inverno eacute carcaterizado na regiatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC por chuvas mais

frequentes sejam elas convectivas ou ocasionadas por frentes frias o que manteacutem

o lenccedilol freaacutetico mais elevado e diminui a capacidade de armazenamento do solo

104

FIGURA 39 ndash Estaccedilatildeo Lapa (25474946) (Autor 2017)

105

FIGURA 40 ndash Imagem de precipitaccedilatildeo do sateacutelite GOES 13 para a regiatildeo sul do Brasil nos dias 7 (a) 8 (b) e 9 (c) de junho de 2014

fonte (httpsigmacptecinpebrprec_sat)

(a) (b) (c)

106

512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo

Nesta anaacutelise de vazotildees as mesmas satildeo convertidas para mmdia para

uniformizar a grandeza buscando facilitar a comparaccedilatildeo entre mediccedilotildees em

diferentes estaccedilotildees fluviomeacutetricas

Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN ndash Telemeacutetrica

Quanto a vazatildeo ainda natildeo foi obtida a curva chave A FIGURA 41 mostra os

dados medidos nessa estaccedilatildeo A mediccedilatildeo eacute feita pelo sensor que mede a distacircncia

deste ao niacutevel da aacutegua Portanto quanto maior a distacircncia menor seraacute o niacutevel

drsquoaacutegua Com os dados de distacircncia eacute preciso obter as cotas equivalentes para

depois com o uso da curva chave determinar as vazotildees No momento natildeo eacute possiacutevel

obter nenhuma conclusatildeo

FIGURA 41 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN - Cota (421500009H) (Autor 2017)

Estaccedilotildees fluviomeacutetricas ndash Convencional Diaacuteria

A estaccedilatildeo Fragosos estaacute localizada no rio Negro a montante da foz do rio

Negrinho no rio Negro Jaacute a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante localizada no rio

Negrinho estaacute a montante da aacuterea urbana mais exatamente na Fazenda Souza

A FIGURA 42 e FIGURA 43 apresentam a comparaccedilatildeo das vazotildees entre

essas estaccedilotildees Verifica-se comportamentos distintos poreacutem na FIGURA 42 nas

107

datas que coincidem com inundaccedilotildees 30092009 26042010 e 08062014 os

picos de vazatildeo satildeo semelhantes Pela FIGURA 43 eacute possiacutevel observar a existecircncia

de correlaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees atraveacutes do coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2)

FIGURA 42 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

FIGURA 43 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante

(Autor 2017)

Em 2010 os picos de vazatildeo refletem a inundaccedilatildeo ocorrida no final do mecircs

de abril daquele ano FIGURA 44

108

FIGURA 44 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante 2010 (Autor 2017)

Na comparaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees FIGURA 45 apesar da falha de

mediccedilatildeo na estaccedilatildeo do Rio Negrinho pode-se observar claramente as ondas de

cheia

A falha de mediccedilatildeo se deve ao fato de a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante ser

convencional e em grandes inundaccedilotildees o operador deixar de ter acesso agrave estaccedilatildeo

para efetuar as leituras

FIGURA 45 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014

(Autor 2017)

A FIGURA 46 e FIGURA 47 mostram a comparaccedilatildeo de vazatildeo entre a

estaccedilatildeo Fragosos e a estaccedilatildeo Rio Preto do Sul onde se observa o comportamento

109

semelhante das duas mediccedilotildees com os pontos de pico coincidindo com as

inundaccedilotildees de julho de 1983 e maio de 1992 Entretanto observa-se que a vazatildeo na

Estaccedilatildeo de Rio Preto do Sul eacute superior que na Estaccedilatildeo de Fragosos Pode ser que

os valores da Estaccedilatildeo Rio Preto do Sul estejam superestimados estando portanto

sujeitos a verificaccedilatildeo

FIGURA 46 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

FIGURA 47 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)

(Autor 2017)

110

Na FIGURA 48 verificam-se falhas provavelmente nos picos de vazatildeo

coincidindo com a inundaccedilatildeo de 11 de julho de 1983

Apesar dessas estaccedilotildees estarem em pontos distantes as mediccedilotildees tecircm

comportamentos muito semelhantes

FIGURA 48 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1982-1984) (Autor 2017)

A FIGURA 49 e FIGURA 50 mostram a comparaccedilatildeo entre as estaccedilotildees

Fragosos (65090000) e Rio Negro (65100000) A semelhanccedila dos hidrogramas com

destaque no pico de vazatildeo da cheia de 08062014 pode ser vista na FIGURA 51 As

unidades estatildeo em mmh para uniformizar as grandezas e com isso eacute possiacutevel

concluir que a chuva que gerou a vazatildeo de pico foi relativamente uniforme sobre a

bacia indo de encontro com as imagens de sateacutelite da FIGURA 40 O formato do

hidrograma ser mais estreito em Fragosos em comparaccedilatildeo com Rio Negro se

devem as caracteriacutesticas fiacutesicas da bacia sendo as principais a aacuterea e a declividade

da bacia

111

FIGURA 49 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014)

(Autor 2017)

FIGURA 50 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014) (Autor 2017)

112

FIGURA 51 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro de maio a julho de 2014 (Autor 2017)

As anaacutelises das seacuteries histoacutericas mostram que os picos de chuvas

acumuladas de 5 dias apresentam uma boa relaccedilatildeo com os picos de cheia quando

avaliada sob o aspecto cronoloacutegico (datas coincidentes) do periacuteodo chuvoso e

inundaccedilotildees

Observou-se que as chuvas que geram as grandes inundaccedilotildees natildeo satildeo

chuvas pontuais causadas por ceacutelulas convectivas Satildeo chuvas na maioria das

vezes ocasionadas por frentes frias que ocorrem principalmente no outono e no

inverno e atingem a regiatildeo como um todo (bacia do alto rio Negro)

Para se ter uma boa previsatildeo de cheia eacute necessaacuterio melhorar a densidade

de estaccedilotildees dentro da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho A busca de uma rede de

monitoramento capaz de fornecer informaccedilotildees que deem condiccedilotildees para estimar

chuvas verossiacutemeis sobre a bacia e prever a vazatildeo do rio Negrinho resultou na

aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas que estaacute abordada

no capiacutetulo que se segue

Aleacutem da intensidade e da duraccedilatildeo das chuvas essas inundaccedilotildees satildeo

precedidas de periacuteodos de pluviosidade acentuada que contribuem para a

saturaccedilatildeo das camadas do solo diminuindo sua capacidade de infiltraccedilatildeo e

armazenamento de aacutegua entre os vazios de solo acarretando maior escorrimento

superficial e para a elevaccedilatildeo do niacutevel do escoamento de base

No capiacutetulo 7 eacute feito o estudo hidrodinacircmico com o HEC-RAS como forma

de testar e avaliar a capacidade de simulaccedilatildeo das cheias usando modelos

113

computacionais Para a calibraccedilatildeo desse modelo e simular o fluxo da aacutegua no trecho

do rio Negrinho que atravessa a aacuterea urbana da cidade de Rio Negrinho adotou-se

a vazatildeo da cheia de 08062014 onde a falha eacute preenchida com a vazatildeo de

Fragosos (65090000) O criteacuterio de preenchimento da falha foi 1) observou-se os

maiores picos simultacircneos existentes entre as seacuteries em mmdia (FIGURA 52) 2)

calculou-se as razotildees entre as vazotildees de pico de Rio Negrinho Montante e

Fragosos Neste estudo foram utilizados os dois maiores picos da seacuterie 3)

determinou-se a razatildeo meacutedia resultando num valor aproximado de 15 4) aplicou-se

essa razatildeo nas mediccedilotildees de vazatildeo de Fragosos considerando o deslocamento

temporal existente O resultado do hidrograma estaacute apresentado na TABELA 4 e

FIGURA 53 em mmdia e na FIGURA 54 em msup3s Natildeo foi calculado o pico da vazatildeo

instantacircnea devido a caracteriacutestica da cheia ser lenta e durar vaacuterios dias

FIGURA 52 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante de setembro de 2009 a junho de 2010

(Autor 2017)

114

TABELA 4 ndash Hidrogramas Estaccedilotildees Fragosos (65090000) e Rio Negrinho Montante (65093000)

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (mmdia) Vazatildeo (m3s)

65090000 65093000 65090000 65093000

01062014 147 220 136 45

02062014 147 142 136 29

03062014 141 117 131 24

04062014 123 113 114 23

05062014 116 108 107 22

06062014 255 411 236 84

07062014 422 1864 391 381

08062014 1323 3041 1225 619

09062014 2027 2950 1877 601

10062014 1967 2642 1821 538

11062014 1761 2223 1631 453

12062014 1482 1706 1372 347

13062014 1137 1249 1053 254

14062014 833 902 771 184

15062014 602 748 557 152

16062014 499 548 462 112

17062014 430 548 398 112

18062014 367 499 340 102

19062014 367 470 340 96

FIGURA 53 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em mmdia

(Autor 2017)

115

FIGURA 54 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em msup3s

(Autor 2017)

O rio Negrinho sofre o remanso causado pelo rio Negro principalmente em

situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo onde as vaacuterzeas ficam completamente tomadas pelas aacuteguas

dificultando o escoamento e diminuindo a velocidade do fluxo Considerando essa

situaccedilatildeo estudou-se a vazatildeo do rio Negro A estaccedilatildeo Rio Preto do Sul (04 ndash

65095000) operou ateacute 2010 natildeo dispondo de dados para a cheia de junho de 2014

A jusante desta estaccedilatildeo tem-se a estaccedilatildeo Rio Negro (4a ndash 65100000) com dados

de junho de 2014 A FIGURA 55 mostra as estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash

4a com a localizaccedilatildeo da bacia do rio Negrinho

116

FIGURA 55 ndash Estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash 4ordf Bacias hidrograacuteficas (Uda P K et al 2013) Adaptado

Devido a falta de dados monitorados de eventos de cheia supocircs-se a

existecircncia de similaridade do comportanto das vazotildees em toda bacia do rio

Negrinho visto que as vazotildees entre Fragosos e Rio Negrinho Montante apesar da

distacircncia existente entre os pontos de mediccedilatildeo apresentam comportamentos

semelhantes durante os picos de cheias Com base nessa suposiccedilatildeo adotou-se

para o caacutelculo das vazotildees afluentes ao rio Negrinho no trecho de interesse a relaccedilatildeo

entre aacutereas e a vazatildeo de Rio Negrinho Montante resultando na configuraccedilatildeo

esquemaacutetica apresentada na FIGURA 56 O resultado obtido para as vazotildees usados

na simulaccedilatildeo numeacuterica encontra-se na

TABELA 5 A vazatildeo Q1 eacute a vazatildeo na estaccedilatildeo 05 ndash Rio Negrinho (421500009H) do

CEMADEN essa vazatildeo eacute a soma da contribuiccedilatildeo do rio Negrinho a montante desse

ponto que inclui a bacia do rio dos Banhados e da bacia rio do Salto Q2 eacute a

contribuiccedilatildeo da bacia do Serrinha Q3 eacute a do rio dos Bugres Q4 e Q5 satildeo as vazotildees

afluentes e defluentes respectivamente do rio Negro nas proximidades da foz do

Rio Negrinho A vazatildeo Q4 foi estimada com base na estaccedilatildeo Fragosos e Q5 foi

estimada empiricamente para atender a conservaccedilatildeo de massa (FIGURA 57)

117

considerando o volume de controle na foz do rio Negrinho A FIGURA 58 mostra a

vazatildeo estimada para o rio Negro a juzante da foz do rio Negrinho em conjunto com

as vazotildees monitoradas em Fragosos e Rio Negro No hidrograma do Rio Negro foi

realizado um ajuste na regiatildeo de pico indicado por tracejado verde A FIGURA 59

mostra as vazotildees da

TABELA 5 A vazatildeo incremental de contribuiccedilatildeo direta que foi estimada para ser

constante ao longo do trecho do rio Negrinho e variaacutevel no tempo No trecho do rio

Negro a vazatildeo incremental foi desprezada por se tratar de um trecho muito curto

FIGURA 56 ndash Configuraccedilatildeo das vazotildees do rio Negrinho (Autor 2017)

118

TABELA 5 ndash Vazotildees usadas na simulaccedilatildeo numeacuterica ndash junho 2014

(Autor 2017)

Data Vazatildeo (m

3s)

Incremental (m

3skm)

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 q

01062014 486 056 188 2186 2728 0042

02062014 313 036 121 2186 2876 0027

03062014 259 030 100 2105 2698 0023

04062014 248 029 096 1832 2388 0022

05062014 238 028 092 1719 2215 0021

06062014 907 105 351 3793 3833 0079

07062014 4115 477 1594 6283 7203 0358

08062014 6713 778 2601 19686 22730 0585

09062014 6512 755 2523 30163 34643 0567

10062014 5832 676 2260 29263 37290 0508

11062014 4906 569 1901 26210 35820 0427

12062014 3765 436 1459 22048 31228 0328

13062014 2757 319 1068 16922 25867 0240

14062014 1992 231 772 12390 18748 0174

15062014 1652 191 640 8951 14790 0144

16062014 1210 140 469 7424 12517 0105

17062014 1210 140 469 6396 10702 0105

18062014 1102 128 427 5464 8946 0096

19062014 1037 120 402 5464 8009 0090

20062014 950 110 368 5351 7545 0083

21062014 832 096 322 5191 7028 0072

22062014 734 085 285 4628 6138 0064

23062014 680 079 264 3937 5157 0059

24062014 616 071 238 3503 4588 0054

25062014 626 073 243 3278 4232 0055

26062014 659 076 255 3182 4098 0057

27062014 994 115 385 3455 4529 0087

28062014 767 089 297 3519 4839 0067

119

FIGURA 57 ndash Vazotildees do rio Negro a montante e a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

FIGURA 58 ndash Vazatildeo estimada para o rio Negro a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)

120

FIGURA 59 ndash Vazotildees incrementais no rio Negrinho e no rio Negro (Autor 2017)

121

6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS

A bacia do Rio Negrinho e as bacias dos seus afluentes natildeo possuem uma

rede de monitoramento hidroloacutegico Apenas uma estaccedilatildeo convencional das Aacuteguas

do Paranaacute localizada no rio Negrinho na Fazenda Souza Outras estaccedilotildees

hidroloacutegicas implantadas na regiatildeo e com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis cobrem as

bacias do Rio Preto (Corredeiras) e do Rio Negro (Fragosos)

Como decorrecircncia deste trabalho de mestrado e por ser um de seus

objetivos fez-se a gestatildeo junto agrave administraccedilatildeo puacuteblica para que o municiacutepio

adquirisse e implantasse um sistema que aleacutem de auxiliar no monitoramento dos

rios durante os eventos passasse a gerar seacuteries histoacutericas que permitam estudos

futuros

Obtido o apoio necessaacuterio da administraccedilatildeo puacuteblica bem como os recursos

necessaacuterios para da implantaccedilatildeo do novo sistema foi estabelecido contato com a

empresa EPAGRICIRAM ndash Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de

Hidro meteorologia de Santa Catarina para aquisiccedilatildeo dos equipamentos de

monitoramento hidroloacutegicos

Com as especificaccedilotildees dos equipamentos feitas pelos teacutecnicos da

EPAGRICIRAM vencidas as formalidades legais do processo licitatoacuterio e os prazos

de entrega nele estabelecidos os equipamentos comeccedilaram a ser montados em

outubro de 2015 (postes palafita reacuteguas linimeacutetricas tubulaccedilotildees caixas de

passagem as caixas ambientais com as PCDrsquos - Plataforma de Coleta de Dados

paineacuteis solares e pluviocircmetros) A conclusatildeo da montagem dos equipamentos

ocorreu no dia 27 de janeiro de 2016 A partir dessa data os dados puderam ser

acessados via internet na paacutegina da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr) sendo logo em seguida adicionados na paacutegina

da Defesa Civil de Rio Negrinho de forma a facilitar o acesso do cidadatildeo comum

61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA

- Monitorar os volume de chuva e os niacuteveis dos rios em tempo quase real

- Estabelecer os limites de atenccedilatildeo alerta e emergecircncia para os niacuteveis dos

rios

122

- Constituir uma base de dados (seacuteries histoacutericas) para possibilitar accedilotildees

futuras

62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA ESTACcedilAtildeO

Para a elaboraccedilatildeo do processo licitatoacuterio de aquisiccedilatildeo as especificaccedilotildees

dos equipamentos a serem instalados em cada estaccedilatildeo foram elaboradas pela

equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM e estatildeo apresentadas na TABELA 6

TABELA 6 ndash Configuraccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas (Autor 2017)

Pluviocircmetro Automaacutetico de baacutescula

Unidade de captaccedilatildeo de energia

Painel solar fotovoltaico com potecircncia de pico igual a vinte watts tensatildeo nominal de saiacuteda de 12v e cabo de comprimento miacutenimo de dois metros e isolamento em material resistente ao ambiente externo

Unidade de processamento armazenamento e transmissatildeo

Bateria chumboaacutecida selada de 12V 12Ah com dimensotildees maacuteximas de 155(C)x100(L)x105mm(A) peso maacuteximo de 45kg vaso em ABS

Controlador de carga para bateria12v 33ah potecircncia miacutenima de 60w desligamento automaacutetico por baixa tensatildeo (menor que 115v) e reconexatildeo da carga quando bateria com tensatildeo igual ou superior a 125v desligamento por sobretensatildeo proteccedilatildeo eletrocircnica contra curto circuito e corrente excessiva e inversatildeo de polaridade invoacutelucro com proteccedilatildeo miacutenima IP 22 sinalizaccedilatildeo de bateria carregada bateria com meia carga e bateria sem carga e possuir conectores KRE distintos para painel solar bateria e carga Bateria 12v nominal e 33ah

Datalogger com capacidade miacutenima de 512 kB de memoacuteria para dados capacidade miacutenima de 65 kB para sistema operacional e programa taxa de amostragem por evento possibilidade de programar esta taxa de 1seg ateacute 24 horas miacutenimo de 5 portas analoacutegicas de precisatildeo de 11 bits e range de 0 [V] a 25 [V] 2 portas de controle 1 portas de pulso 1 porta RS232 de configuraccedilatildeo do logger(via microcomputador) e interface entreperifeacutericos (modenstransmissores) pelo menos uma entrada muacuteltipla de comunicaccedilatildeo com sensores protocolo SDI12 fontes de tensatildeo programaacutevel de 25 [V] e 5 [V] Alimentaccedilatildeo 12 [V] DC precisatildeo do reloacutegio interno de 1 minutomecircs O equipamento deve estar em conformidade com a norma IEC613262002

Modem GSMGPRS para transmissatildeo de dados via GPRS e SMS suportando a linguagem de programaccedilatildeo JAVA porta serial RS232 para recebimento dos dados do datalogger Cabo com porta serial RS232 para conexatildeo agrave data logger Com capacidade para dois cartotildees de transmissatildeo de duas operadoras distintas Fornecido com acesso a antena externa ao moacutedulo atraveacutes de conector SMA de 50 ohms

Relecirc Descriccedilatildeo Alimentaccedilatildeo 5V e acionamento em niacutevel baixo Aplicaccedilatildeo CR510 CR10X CR1000

Componentes Q1 ndash 1 transistor BC327 R1 ndash 1 resistor de 2K2 Ω R2 ndash 1 resistor de 2K2 Ω D1 ndash 1 diodo 1N4001 D2 ndash 1 LED vermelho de 3mm RL1 ndash 1 Releacute de 5V do tipo AT1RC5V J1 ndash 1 conector KRE de 4 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 15450 J4 1 conector KRE de 3 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 153508

Sensor de niacutevel drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo Transdutor de pressatildeo

Cabo de comprimento miacutenimo de 50 metros em poliuretano com blindagem eleacutetrica com capilar interno para referecircncia de pressatildeo atmosfeacuterica

Interface420mA (2 fios) eou SDI12 Faixa de mediccedilatildeo de 0 a 20 mca (metros de coluna de aacutegua) Acuraacutecia le plusmn 01 em toda a escala para interface SDI12 e le plusmn 01 em toda a escala para

interface 420mA Resoluccedilatildeo igual ou inferior agrave 1 mm Erros de linearidade e histerese somados devem ser inferiores plusmn01 da leitura no final da

faixa nominal (FE) Compensaccedilatildeo da influecircncia de temperatura pelo menos na faixa de 10 a 45degC Corpo em accedilo inox ou liga de titacircnio Membrana ceracircmica (mediccedilatildeo de niacutevel atraveacutes de ceacutelula de pressatildeo tipo ceracircmica

capacitiva) Alimentaccedilatildeo 10 a 30 Vcc Possibilidade de uso de resistor de shunt de 100 Ohms para transformaccedilatildeo de corrente em

123

tensatildeo Sobrepressatildeo ateacute 3 vezes a faixa nominal (FE) de operaccedilatildeo Classe de proteccedilatildeo IP 68 Formato ciliacutendrico com dimensotildees compreendidas entre 2 cm e 5 cm de diacircmetro e entre

10 e 20 cm de comprimento (sem o cabo) Garantia e suporte teacutecnico de no miacutenimo 1 ano

Suporte metaacutelico do conjunto

Estrutura metaacutelica para suporte da estaccedilatildeo Agrometeoroloacutegica fabricada conforme instruccedilotildees abaixo

Suporte metaacutelico confeccionado de accedilo galvanizado tubular de 2 polegadas de diacircmetro externo parede interna de 3mm de espessura comprimento de 170 metros

Base de pluviocircmetro circular de 205mm de diacircmetro em chapa de accedilo galvanizado 2mm soldada na parte superior do tubo de duas polegadas com 3 furos de 6 mm de diacircmetro distribuiacutedos triangularmente na superfiacutecie e um furo central de 8mm de diacircmetro

Suporte para painel solar de 20 watts com inclinaccedilatildeo fixa de 30deg feito em chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm por 400mm de comprimento na projeccedilatildeo horizontal soldado na lateral do tubo de 2 polegadas na extremidade proacuteximo agrave base do pluviocircmetro Com 4 furos de 10mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo do painel

Suporte de caixa ambiental feito em 2 unidades de chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm e 380 mm de comprimento soldados no lado oposto ao suporte do painel solar Com 4 furos de 9mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo da caixa ambiental

Braccedilo para sensor de temperatura e umidade de 05 metro de comprimento feito em tubo de 20mm ou ateacute 1 polegada de diacircmetro externo e parede de 2mm de espessura em accedilo galvanizado Deve ser fixado acima do suporte da caixa ambiental por meio de uma base fixada no tubo de 2rdquo com no miacutenimo 2 parafusos M5 em inox para a fixaccedilatildeo Este braccedilo de ser removiacutevel para facilitar o transporte Obs Toda estrutura com pintura epoacutexi na cor branca

Reacutegua linimeacutetrica Perfil e Reacutegua metaacutelicos

621 Sistema de Transmissatildeo de Dados

O sistema de transmissatildeo de dados das leituras via modem utiliza tecnologia

e sinal de celular

622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos

O datalogger ndash Campbell ndash possui um programa em Crbasic que considera o

ID (coacutedigo da estaccedilatildeo por ex 2079) e o valor de offset para ajuste de niacutevel

igualando as mediccedilotildees dos sensores com as das reacuteguas linimeacutetricas No caso da

estaccedilatildeo 2084 ndash Foz do Rio Negrinho foi usado um sensor para 20 mca diferente

dos demais todos com 10 mca Isto eacute tambeacutem ajustado no programa

No banco de dados os dados lidos armazenados e enviados passam por 03

(trecircs) testes de consistecircncia no controle de qualidade O ldquosteprdquo o ldquorangerdquo e o

ldquopersistentrdquo Dados natildeo consistentes satildeo eliminados e deixam de ser fornecidos As

seacuteries histoacutericas jaacute consisitidas podem ser obtidas mediante solicitaccedilatildeo via site da

EPAGRICIRAM

124

623 Banco de Dados EPAGRICIRAM

- Servidor de alta capacidade de armazenamento

- Atualmente possui 200 milhotildees de dados

- Recebe diariamente cerca de 50 mil dados

- Possui regras de seguranccedila

- Armazena dados de estaccedilotildees com mais de 100 anos

624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral

A partir do dia 27 de janeiro de 2016 os dados medidos passaram a ser

diponibilizados para puacuteblico em geral na paacutegina da internet da EPAGRICIRAM

(httpwwwciramepagriscgovbr)

Os dados medidos nas estaccedilotildees hidroloacutegicas apoacutes a leitura satildeo

transferidos automaticamente por sinal de celular para o servidor da EPAGRICIRAM

em Florianoacutepolis Passam por um algoritmo que verifica a sua consistecircncia e

retornam para o sistema sob a forma de figuras que facilitam a interpretaccedilatildeo Satildeo

essas figuras que atualizadas diariamente satildeo disponibilizados na paacutegina da

EPAGRCIRAM e podem ser acessadas pelo puacuteblico em geral

625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A aquisiccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas foi feita atraveacutes do Processo

Licitatoacuterio nordm 0792015 na modalidade de Pregatildeo Presencial elaborado pelo autor e

lanccedilado em 06 de julho de 2015 pelo Departamento de Licitaccedilotildees da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho ndash SC

A partir da assinatura dos contratos as empresas passaram a entregar os

equipamentos sendo que os uacuteltimos a serem entregues foram os ldquosensores de niacutevel

drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo - transdutores de pressatildeordquo por serem

equipamentos importados Estes sensores foram entregues no final de novembro de

2015

Concluiacutedo o processo licitatoacuterio e a entrega dos equipamentos foram

iniciadas as tratativas com a equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM para a definiccedilatildeo

final dos locais e o iniacutecio do processo de instalaccedilatildeo

125

626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo

Os sensores de mediccedilatildeo de chuva e vazatildeo passaram por uma calibraccedilatildeo

preacutevia executada pela equipe da EPAGRICIRAM Apoacutes a instalaccedilatildeo e as primeiras

mediccedilotildees novos ajustes entre os sensores e o software de leitura e transmissatildeo de

dados foram efetuados ajustando as cotas de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas

instaladas em cada seccedilatildeo de mediccedilatildeo das estaccedilotildees

627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas

A definiccedilatildeo dos locais para a instalaccedilatildeo das cinco novas estaccedilotildees

hidroloacutegicas FIGURA 60 foi efetuada num primeiro momento pela escolha de locais

representativos nos quais pudessem ser avaliadas as vazotildees de entrada os

acreacutescimos e o incremento de afluentes Num segundo momento jaacute em campo

foram analisados os locais escolhidos em funccedilatildeo da intensidade miacutenima necessaacuteria

de sinal de celular para a transmissatildeo de dados e das cotas maacuteximas de inundaccedilatildeo

para que natildeo fossem interrompidas as seacuteries histoacutericas nas grandes cheias

FIGURA 60 ndash Localizaccedilatildeo das novas Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas (Autor e EPAGRICIRAM 2016)

126

Tambeacutem foi estabelecida a necessidade do monitoramento do rio dos

Bugres visto que ele corta a aacuterea urbana do municiacutepio e tem influecircncia significativa

nas grandes inundaccedilotildees A definiccedilatildeo pela implantaccedilatildeo de uma das estaccedilotildees no rio

Negro a montante da foz do rio Negrinho se deu pela intenccedilatildeo de avaliar a

influecircncia deste nas grandes inundaccedilotildees seja pelo represamento do rio Negrinho ou

pela contribuiccedilatildeo efetiva com o retorno das aacuteguas para a planiacutecie de inundaccedilatildeo

deste

No caso especiacutefico da instalaccedilatildeo de uma estaccedilatildeo na Fazenda Souza a

escolha do local se deu em funccedilatildeo da existecircncia da estaccedilatildeo convencional ldquoRio

Negrinho Montante 65093000-FLUrdquo das Aacuteguas Paranaacute de forma a permitir a

possibilidade de comparaccedilatildeo e continuidade das seacuteries histoacutericas ainda que a

instalaccedilatildeo dessa estaccedilatildeo tenha apresentado uma dificuldade adicional que obrigou

a construccedilatildeo de uma estrutura especial para elevar e receber a estaccedilatildeo

ultrapassando assim a cota maacutexima de inundaccedilatildeo registrada

A instalaccedilatildeo da primeira estaccedilatildeo ocorreu ainda em dezembro de 2015 na

Fazenda Rudnick estaccedilatildeo 2080 FIGURA 61 seguida da estaccedilatildeo Foz do Rio

Negrinho estaccedilatildeo 2084 FIGURA 65 As demais estaccedilotildees foram sendo instaladas a

partir de janeiro de 2016 A estaccedilatildeo Fazenda Souza 2079 estaacute mostrada na

FIGURA 62 Rio dos Bugres 2081 FIGURA 63 e Ponte do Lageado 2083 FIGURA

64

As estaccedilotildees Rio dos Bugres e Ponte do Lageado inicialmente natildeo tinham

pluviocircmetros os mesmos foram instalados somente em dezembro de 2016

127

FIGURA 61 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2080 Fazenda Rudnick (Autor 2017)

FIGURA 62 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2079 Fazenda Souza (Autor 2017)

128

FIGURA 63 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2081 Rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 64 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2083 Ponte do Lageado (Autor 2017)

129

FIGURA 65 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2084 Foz do Rio Negrinho (Autor 2017)

Instaladas as novas estaccedilotildees o conjunto de estaccedilotildees de monitoramento

hidroloacutegicas a estrutura ficou conforme a FIGURA 66

FIGURA 66 ndash Novas Estaccedilotildees Implantadas e em Operaccedilatildeo (Autor 2017)

130

A localizaccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas estaacute inserida no mapa onde

jaacute constam a localizaccedilatildeo da estaccedilotildees hidroloacutegicas existentes posicionadas em

relaccedilatildeo a bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 67

FIGURA 67 ndash Mapa Localizaccedilatildeo Novas Estaccedilotildees Implantadas (Autor 2017)

O novo sistema de estaccedilotildees hidroloacutegicas foi apresentado nas trecircs escolas

de segundo grau do municiacutepio Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute FIGURA 68 Coleacutegio

Caminho do Saber e Escola Estadual de Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega e agrave

comunidade numa audiecircncia puacuteblica na Cacircmara de Vereadores com o objetivo de

apresentar o sistema divulgar e informar o acesso a todas as informaccedilotildees que satildeo

disponibilizadas na internet e os caminhos para acessaacute-las treinando assim a

populaccedilatildeo para o uso das informaccedilotildees online em situaccedilatildeo de evento de chuvas

intensas com possibilidade de inundaccedilatildeo ou simplesmente acompanhamento

131

FIGURA 68 ndash Apresentaccedilatildeo do novo Sistema de Estaccedilotildees Hidroloacutegicas para uma sala de segundo grau do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute

(Autor 2017)

628 Mediccedilotildees Realizadas

As mediccedilotildees com registro de niacutevel e chuva nas novas estaccedilotildees hidroloacutegicas

do Sistema EPAGRICIRAM foram iniciadas no dia 27 de janeiro de 2016 com as

mediccedilotildees na Fazenda Souza e na Foz do Rio Negrinho FIGURA 69 a FIGURA 84

Os graacuteficos mostram os resultados dessas primeiras mediccedilotildees ateacute o iniacutecio

de Dezembro de 2016 Uacuteltimos dados obtidos junto a EPAGRICIRAM Neles

constam as mediccedilotildees de vazatildeo (niacuteveis) e as mediccedilotildees de chuva

As FIGURA 69 a FIGURA 72 mostram as chuvas acumuladas de 15

minutos de janeiro a dezembro de 2016 nas estaccedilotildees 2079 - Fazenda Souza 2080

ndash Fazenda Rudnick 2081 ndash rio dos Bugres e 2083 ndash Ponte do Lageado

As FIGURA 73 a FIGURA 84 mostram um comprativo de vazotildees (niacuteveis) do

rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro de janeiro a dezembro de 2016

132

FIGURA 69 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2079 ndash Fazenda Souza (Autor 2017)

FIGURA 70 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2080 ndash Fazenda Rudnick (Autor 2017)

133

FIGURA 71 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2081 ndash rio dos Bugres (Autor 2017)

FIGURA 72 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2083 ndash Ponte do Lageado (Autor 2017)

134

FIGURA 73 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em janeiro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 74 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em fevereiro de 2016

(Autor 2017)

135

FIGURA 75 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em marccedilo de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 76 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em abril de 2016

(Autor 2017)

136

FIGURA 77 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em maio de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 78 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em junho de 2016

(Autor 2017)

137

FIGURA 79 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em julho de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 80 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em agosto de 2016

(Autor 2017)

138

FIGURA 81 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em setembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 82 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em outubro de 2016

(Autor 2017)

139

FIGURA 83 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em novembro de 2016

(Autor 2017)

FIGURA 84 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em dezembro de 2016

(Autor 2017)

lsquorsquo

140

63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO

O sistema estaacute operando medindo e disponibilizando dados via internet para

toda a comunidade atraveacutes da paacutegina da EPAGRICIRAM e da paacutegina da Prefeitura

Municipal de Rio Negrinho httpwwwrionegrinhoscgovbr) na aba da Defesa

Civil

As meacutedias horaacuterias das mediccedilotildees de 15 minutos satildeo disponibilizadas na

paacutegina da internet

Falhas de mediccedilatildeo podem ser ocasionadas por problemas dos sensores

falta de energia eou problemas de transmissatildeo de dados (ausecircncia de sinal GPRS)

A eventual falta de energia se deve a capacidade das baterias ser de cinco dias em

condiccedilotildees nubladas Problemas na transmissatildeo de dados tambeacutem ocasionam

descarga nas baterias pois as PCDs ndash Plataformas de Coleta de Dados ficam

tentando enviar os dados e acabam ficando ligadas mais tempo do que seria

recomendado As falhas de mediccedilatildeo podem ser decorrentes da leitura de dados

inconsistentes que natildeo foram aprovados isto eacute foram rejeitados em um ou mais dos

testes de consistecircncia

Esses testes consideram a variaccedilatildeo do dado ao longo do tempo

comparando com os dados antecedentes e subsequentes dentro de uma margem

de erro Por exemplo um rio natildeo pode ter uma variaccedilatildeo abrupta significativa se natildeo

ocorreu chuva na regiatildeo Essas variaccedilotildees podem ser observadas nas primeiras

mediccedilotildees da Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick As mediccedilotildees deram saltos repentinos

Suspeitou-se num primeiro momento da alteraccedilatildeo da profundidade do sensor Mas

natildeo foi possiacutevel determinar a causa das falhas e os dados foram considerados como

erros de mediccedilatildeo Os dados monitorados no momento satildeo cotas de niacutevel em relaccedilatildeo

a um RN arbitraacuterio

Tambeacutem ocorreram ao longo do tempo ajustes de offset dos sensores de

mediccedilatildeo de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas implantadas nos rios o que pode

justificar variaccedilotildees repentinas dos dados monitorados Natildeo ocorreram vazotildees

negativas ou seja o sensor ter ficado fora da aacutegua Em maio de 2016 o sistema de

consistecircncia na EPAGRICIRAM em Florianoacutepolis ficou fora do ar e os dados

medidos na Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick natildeo foram consistidos causando duacutevidas e

suposiccedilotildees sobre a eventual ocorrecircncia de ruptura de alguma barragem (accedilude) a

montante Outra possibilidade levantada foi de ter ocorrido acuacutemulo de aacutegua na

141

tubulaccedilatildeo que protege o sensor e este ter medido uma coluna de aacutegua instantacircnea

formada dentro da tubulaccedilatildeo Ajustes ainda estatildeo sendo realizados melhorando a

qualidade dos dados monitorados calibrando as estaccedilotildees e minimizando os

problemas de mediccedilatildeo

Ateacute o momento satildeo monitorados a chuva e o niacutevel dos rios considerando

que ainda natildeo foram obtidas as curvas chave nas seccedilotildees fluviomeacutetricas

O periacuteodo de mediccedilotildees ainda eacute restrito Apenas um ano e parte delas com

falhas decorrentes dos ajustes e da calibraccedilatildeo das estaccedilotildees No entanto algumas

hipoacuteteses jaacute podem ser levantadas considerando os resultados obtidos A FIGURA

79 e FIGURA 80 apresentam respectivamente um comportamento muito proacuteximo

dos niacuteveis dos rios Negrinho na Estaccedilatildeo Foz do rio Negrinho e do rio Negro na

Estaccedilatildeo Ponte do Lageado nos eventos em julho e agosto de 2016 Isso leva a

supor o represamento do rio Negrinho pelo rio Negro (remanso) e a possibilidade de

transbordamento das aacuteguas do rio Negro para a planiacutecie de inundaccedilatildeo do rio

Negrinho A continuidade do monitoramento permitiraacute novos estudos e observaccedilotildees

e poderatildeo confirmar essas hipoacuteteses

142

7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO

71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO

A batimetria nos rios Negrinho Serrinha e rio Negro foi realizada com a

utilizaccedilatildeo do Acoustic Doppler Current Profiler (ADCP) (Sontek modelo M9)

FIGURA 85 e APEcircNDICE I cedido pela SDS ndash Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econocircmico Sustentaacutevel Diretoria de Recursos Hiacutedricos composto

de dois conjuntos de transdutores para mediccedilotildees de velocidade um feixe acuacutestico

vertical de 050 MHz para mediccedilatildeo da profundidade e um sistema de GPS e RTK

acoplado para determinaccedilatildeo do posicionamento dos equipamentos (Sontek 2009)

No levantamento com o ADCP as seccedilotildees transversais satildeo preacute-definidas por

toda a extensatildeo do trecho objeto de estudo (Bezerra-Neto e Pinto-Coelho 2008)

sendo um condutor colocado em cada margem para guiar o deslocamento do

equipamento

FIGURA 85 ndash Batimetria ADCP M-9 (Autor 2016)

711 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das seccedilotildees transversais foi realizado o levantamento

topo batimeacutetrico na semana compreendendo o periacuteodo de 29 de agosto de 2016 a

10 de outubro de 2016 APEcircNDICE I Foram levantadas 29 seccedilotildees Em cada seccedilatildeo

143

transversal foram realizadas em meacutedia 40 mediccedilotildees dos paracircmetros profundidade

(m) largura (m) velocidade (ms) e vazatildeo (msup3s)

A anaacutelise do desvio padratildeo e do coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros

obtidos pelo ADCP foi realizada no programa SonTek River Surveyor sendo aceitas

as leituras que apresentassem um coeficiente de variaccedilatildeo de ateacute 5 (Sontek 2009)

Os valores dos paracircmetros foram obtidos a partir das meacutedias referentes agraves 40

mediccedilotildees

Como resultado da mediccedilatildeo das seccedilotildees transversais tem-se como exemplo

a imagem da FIGURA 86 que apresenta profundidades o periacutemetro molhado e as

velocidades As demais seccedilotildees satildeo apresentadas no APEcircNDICE II

FIGURA 86 ndash Resultado daTopobatimetria - Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

7111 Geoprocessamento dos Dados

O georreferenciamento das seccedilotildees transversais e das pontes estaacute

apresentado no APEcircNDICE III

O levantamento altimeacutetrico e o georreferenciamento das seccedilotildees transversais

e pontes foi feito com GPS Geodeacutesico (Zecircnite 2 modelo GTR-Z2) contendo dois

receptores geodeacutesicos de dupla frequecircncia L1L2 conforme metodologia proposta

pelo IBGE (2009) FIGURA 87

Os dados obtidos pelo GPS Geodeacutesico foram processados nos programas

computacionais GTR Processor e Topo EVN

Os dados coletados foram processados utilizando-se o programa

computacional SonTek River Surveyor Live sendo posteriormente exportados e

editados na planilha no Microsoft Excel para poacutes-processamento no programa

computacional ESRI ArcGis 10(r)

144

FIGURA 87 ndash Georreferenciamento e Levantamento Altimeacutetrico Ponte Cofermaco (Autor 2016)

72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT

Um MNT (Modelo Numeacuterico do Terreno) ou MDT (Modelo Digital de

Terreno) (DTM = Digital Terrain Model) eacute uma representaccedilatildeo matemaacutetica da

distribuiccedilatildeo espacial da caracteriacutestica de um fenocircmeno vinculada a uma superfiacutecie

real A superfiacutecie eacute em geral contiacutenua e o fenocircmeno que representa pode ser

variado Dentre alguns usos do MDT pode-se citar (Burrough 1986)

- Armazenamento de dados de altimetria para mapas topograacuteficos

- Anaacutelises de corte-aterro para projeto de estradas e barragens

- Elaboraccedilatildeo de mapas de declividade e exposiccedilatildeo para apoio a anaacutelise de

geomorfologia e erodibilidade

- Anaacutelise de variaacuteveis geofiacutesicas e geoquiacutemicas

- Apresentaccedilatildeo tridimensional (em combinaccedilatildeo com outras variaacuteveis)

Para a representaccedilatildeo de uma superfiacutecie real no computador eacute indispensaacutevel

a criaccedilatildeo de um modelo digital podendo ser por equaccedilotildees analiacuteticas ou por uma

rede de pontos na forma de uma grade de pontos regulares e ou irregulares A partir

145

dos modelos pode-se calcular volumes aacutereas desenhar perfis e seccedilotildees

transversais gerar imagens sombreadas ou em niacuteveis de cinza gerar mapas de

declividade e exposiccedilatildeo gerar fatiamentos em intervalos desejados e perspectivas

tridimensionais

No processo de modelagem numeacuterica de terreno podemos distinguir trecircs

fases aquisiccedilatildeo dos dados geraccedilatildeo de grades e elaboraccedilatildeo de produtos

representando as informaccedilotildees obtidas

721 Coleta de Dados

Para a elaboraccedilatildeo do Modelo Digital do Terreno ndash MDT foi utilizado o

levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela empresa Agritec SA Agrimensura

Aerofotogrametria de Curitiba para a Prefeitura Municipal de Rio Negrinho no ano

de 2004 complementado com os dados do lado do Paranaacute do rio Negro obtidos

junto a Aacuteguas do Paranaacute COMEC COPEL EMATER ITAIPU MINEROPAR

SEAB PARANAacute CIDADE SANEPAR ANA LACTEC 2011

722 Elaboraccedilatildeo do MDT

A partir das curvas de niacutevel do terreno obtidas de trecircs fontes de dados

sendo curvas de 1m 5m e 10m conforme domiacutenios rosa verde e azul na FIGURA

88 os resultados foram integrados agraves seccedilotildees de batimetria realizadas na aacuterea de

estudo A integraccedilatildeo foi feita com o uso do software ArcGis 102 do qual obteve-se

uma rede irregular de triacircngulos (TIN - Triangulated Irregular Network) para

representar o terreno tanto a parte seca como a aacuterea molhada conforme resultado

grafico apresentado na FIGURA 89 As seccedilotildees nessas duas figuras natildeo foram

numeradas para natildeo poluir a imagem

146

FIGURA 88 ndash Mapa de domiacutenios das seccedilotildees topobatimeacutetricas (Autor 2017)

147

FIGURA 89 ndash Modelo Digital do Terreno - MDT

(Autor 2017)

148

73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS

Para simulaccedilatildeo hidrodinacircmica no trecho do rio Negrinho e rio Negro as

seccedilotildees batimeacutetricas foram introduzidas no HEC-RAS

Os coeficientes de rugosidade (119899) adotados para as simulaccedilotildees da

hidrodinacircmica tendo em vista o tipo de cobertura das margens dos rios foram 006

no fundo e na parte lateral baseados nos valores apresentados na Tabela 7

considerando um canal pequeno em planiacutecies ainda que nas cheias as larguras se

tornam muito maiores

Tabela 7 - Valores de coeficientes de rugosidade (119899) de Manning para canais naturais (Ven Te Chow 1959)

As geometrias das pontes de acordo com o levantamento foram inseridas

O software HEC-RAS (USACE 2010a e 2010b) exige a adiccedilatildeo de duas seccedilotildees

transversais proacuteximas uma imediatamente a montante e outra imediatamente a

jusante da estrutura (da ponte) Nas seccedilotildees transversais de montante e jusante

foram considerados coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo respectivamente iguais a

030 e 050 que de acordo com o Manual Hidraacuteulico do software HEC-RAS

correspondem aos coeficientes aplicados a seccedilotildees tiacutepicas de pontes

Definida a geometria do problema estabeleceu-se o regime de simulaccedilatildeo

baseado no regime de escoamento natildeo-permanente

149

O desempenho do HEC-RAS mostrou-se insatisfatoacuterio para a quantidade de

seccedilotildees inseridas muito provavelmente devido a quantidade de meandros

Consequentemente mais testes precisaratildeo ser realizados A parte montante do

trecho rio Negrinho simulado foi simplificado considerando-se a inserccedilatildeo da vazatildeo e

supondo-se apenas uma seccedilatildeo a montante

Foram testados diferentes valores de rugosidade mas natildeo houve alteraccedilatildeo

significativa no niacutevel dacuteaacutegua

Os resultados do HEC-RAS utilizando as vazotildees estimadas produziram uma

inundaccedilatildeo na regiatildeo cuja cota meacutedia foi de 79307 m (FIGURA 90) bem acima dos

7918 m registrados na seccedilatildeo localizada na estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do

SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico Os fatores que

podem ter influenciado nessa discrepacircncia de valores podem ser

i) Devido agrave falta de dados de topobatimetria da regiatildeo da afluecircncia do rio

Negrinho no rio Negro foi utilizado uma estimativa da seccedilatildeo tranversal

considerando uma seccedilatildeo trapezoidal

ii) A vazatildeo diaacuteria estimada pode estar superestimada

iii) O eixo do escoamento baseada na calha principal do rio em codiccedilotildees

normais apresenta muita sinuosidade que em cheia passa a ter um

comportamento distinto

FIGURA 90 ndash Resultado Simulaccedilatildeo REC-HAS (Autor 2017)

150

Os resultados apresentados aqui satildeo apenas norteadores do potencial do

modelo HEC RAS nas atividades operacionais de previsatildeo de inundaccedilotildees devendo

o modelo ser ajustado calibrado e atualizado periodicamente

Em situaccedilotildees de inundaccedilatildeo o modelo mostrou que a inundaccedilatildeo do rio Negro

eacute um fator que influencia fortemente na inundaccedilatildeo do rio Negrinho Portando na

continuaccedilatildeo dos estudos de inundaccedilatildeo do rio Negrinho eacute imprescindiacutevel os estudos

do rio Negro

151

8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NO RIO

Os resiacuteduos soacutelidos (lixos) interferem no escoamento das aacuteguas dos rios e

causam alagamentos e em situaccedilatildeo de inundaccedilotildees muitas vezes funcionam como

tamponamento afetando o niacutevel das aacuteguas que se elevam agravando o problema

Em conjunto os esgotos lanccedilados diretamente no rio e na drenagem pluvial podem

aumentar o nuacutemero de doenccedilas hiacutedricas durante os eventos de inundaccedilotildees

Neste capiacutetulo satildeo abordados os procedimentos para limpeza e eliminaccedilatildeo

desses problemas

81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS

Foram desenvolvidos procedimentos para retirada de lixo do leito e das

margens dos rios para melhorar o fluxo das aacuteguas Muito do lixo encontrado poderia

ter sido tratado como resiacuteduo soacutelido sendo aproveitado no sistema produtivo desde

que tivesse tido a destinaccedilatildeo adequada apoacutes o uso

Durante os procedimentos de mediccedilatildeo especialmente das seccedilotildees

transversais foram percorridos aproximadamente 80 km de margens do rio

Negrinho rio Serrinha rio dos Bugres e rio Negro nos quais foram feitas algumas

constataccedilotildees tais como existecircncia de quantidade significativa de lixo nas margens

desses rios enroscados nas aacutervores ou flutuando sobre a aacutegua de onde se conclui

que haacute tambeacutem muito lixo submerso Encontrou-se desde vaso sanitaacuterio (proacuteximo a

captaccedilatildeo do SAMAE) sofaacute cama e ateacute pneu de trator (fundos da Escola Estadual de

Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega) Os materiais plaacutesticos de todos os tipos foram os

predominantes no cenaacuterio

Os procedimentos de limpeza foram precedidos de programas e campanhas

de conscientizaccedilatildeo bem como da aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo vigente uma vez que soacute

retirar o lixo do rio sem tratar da causa principal que eacute o comportamento dos

muniacutecipes natildeo resolve o problema Natildeo se trata apenas dos ribeirinhos mas

tambeacutem daqueles que moram nas regiotildees mais altas Todos satildeo cuacutemplices e

responsaacuteveis pelo que eacute jogado em local inadequado na rua nas galerias pluviais

em qualquer lugar que tem como destino final os rios O lixo encontrado no rio vem

152

de todos os bairros e natildeo apenas dos ribeirinhos A rede de drenagem pluvial eacute o

principal conduto para o transporte de lixo e esgoto ateacute o rio

Os problemas de mau funcionamento da rede de drenagem pluvial decorrem

do lixo que eacute jogado a ceacuteu aberto ou eacute inadequadamente disposto e que acaba indo

parar nas tubulaccedilotildees de aacuteguas pluviais O que natildeo causa entupimento e mau

funcionamento vai direto para os rios

Natildeo eacute somente o tamanho do lixo a xepa de cigarro o papel de bala e a lata

de cerveja ou refrigerante jogados em locais inapropriados accedilotildees ainda muito

comuns e vistas diariamente poluem os rios em conjunto com o vaso sanitaacuterio o

pneu de trator e demais lixos Eacute preciso entender que o barro do veiacuteculo lavado em

frente a casa segue pelas galerias pluviais e vai contribuir no assoriamento dos rios

O primeiro passo para resolver a questatildeo do lixo eacute parar com a sua

deposiccedilatildeo em locais inapropriados tratando a causa e natildeo o efeito Isso passa

necessariamente por campanhas de conscientizaccedilatildeo mas tambeacutem pela puniccedilatildeo aos

infratores Natildeo haacute sociedade organizada sem regras sendo cumpridas

Uma vez cessada a deposiccedilatildeo de lixo pode-se iniciar a retirada do lixo das

margens primeiramente aquele que estaacute enroscado em aacutervores e depois os que

estatildeo nos leitos maior e na planiacutecie de inundaccedilatildeo FIGURA 91

Todos esses trabalhos devem ser executados de montante para jusante em

etapas e com equipes treinadas e qualificadas com o uso de EPIacutes uma vez que

durante o processo de levantamento das seccedilotildees transversais verificou-se a

presenccedila de capivaras nas margens dos rios e com elas a presenccedila do Carrapato

Estrela da capivara que transmite a Febre Maculosa ou Febre do Carrapato

O planejamento que precede esses procedimentos de limpeza deve prever

os locais de amontoamento do lixo retirado nos quais o mesmo deveraacute permanecer

o menor tempo possiacutevel sendo encaminhado ao seu destino final seja ele a

reciclagem (quando possiacutevel) o aterro sanitaacuterio ou o aterro industrial

153

FIGURA 91 ndash Lixo no rio Negrinho (a) (b) e (c) fundos do Coleacutegio Satildeo Joseacute ndash margem esquerda e Empresa Transportadora Seka ndash margem direita (d) resultado

de campanha de coleta de lixo no rio Negrinho (Autor 2016)

Iniciativas como a do Nugravecleo de Meio Ambiente da Associaccedilatildeo Comercial e

Industrial de Rio Negrinho ndash ACIRNE FIGURA 92 satildeo extremamente vaacutelidas como

forma de conscientizaccedilatildeo Essa accedilotildees devem ser intensificadas procurando expor

os danos ambientais causados pelo comportamento inadequado dos muniacutecipes e

formando as novas geraccedilotildees de indiviacuteduos mais conscientes

Nesta campanha participaram aproximadamente 30 pessoas e o periacuteodo de

duraccedilatildeo foi de 4 horas coletando cerca 15 tonelada de lixo

154

FIGURA 92 ndash Campanha de Limpeza do Rio Negrinho (Nuacutecleo Meio Ambiente da ACIRNE 2017)

82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE PLUVIAL

O desenvolvimento de procedimentos relativos agrave eliminaccedilatildeo do esgoto

despejado diretamente no sistema de drenagem pluvial e nos rios deve ser

considerado a partir da entrada em operaccedilatildeo do novo Sistema de Esgotamento

Sanitaacuterio da cidade que vem sendo implantado pela autarquia municipal SAMAE ndash

Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico

Noventa por cento das ruas da aacuterea urbana tem rede implantada Essa rede

natildeo estaacute toda em operaccedilatildeo uma vez que estaccedilotildees elevatoacuterias ainda estatildeo sendo

construiacutedas No entanto a ETE - Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgoto localizada no

Bairro Vista Alegre e quinze estaccedilotildees elevatoacuterias jaacute estatildeo em operaccedilatildeo A ligaccedilatildeo no

sistema ainda natildeo eacute obrigatoacuteria Da mesma forma o contribuinte natildeo estaacute fazendo

nenhum tipo de pagamento pela disponibilizaccedilatildeo do serviccedilo Tanto a obrigatoriedade

da ligaccedilatildeo quanto o pagamento deveratildeo ocorrer em breve

155

Verifica-se que haacute uma infinidade de tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio das

edificaccedilotildees despejando diretamente no leito dos rios Aleacutem destas haacute tambeacutem

muitas tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio e aacuteguas servidas que satildeo despejadas

diretamente nas redes de aacuteguas pluviais FIGURA 93 Isso explica porque eacute possiacutevel

perceber claramente a mudanccedila de cor e de odor da aacutegua dos rios agrave medida que

ela passa pela aacuterea urbana A aacutegua dos rios vai adquirindo a cor acinzentada

Outro procedimento bastante comum que contamina o lenccedilol freaacutetico e por

consequecircncia a aacutegua dos rios eacute o despejo de esgoto primaacuterio em antigos poccedilos que

foram desativados depois da implantaccedilatildeo da rede de aacutegua tratada transformando-

os em sumidouros Por fim a utilizaccedilatildeo bastante frequente de sumidouros sem a

utilizaccedilatildeo de tanques seacutepticos e filtros

A entrada em operaccedilatildeo da rede de esgotamento sanitaacuterio aleacutem de melhorar

significativamente a qualidade de vida e especialmente a sauacutede dos muniacutecipes eacute

uma oportunidade para solucionar todos esses problemas que sem duacutevida refletiratildeo

na qualidade das aacuteguas dos rios

Uma vez disponibilizada a rede salvo condiccedilotildees topograacuteficas impeditivas a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto de cada edificaccedilatildeo no sistema seraacute obrigatoacuteria tanto

quanto o pagamento pelos serviccedilos Condiccedilotildees e tarifas especiais podem ser

implementadas poreacutem uma vez disponibilizado o sistema tudo o que deixar de ser

encaminhado para ele configuraraacute crime ambiental

Novamente campanhas de conscientizaccedilatildeo seratildeo imprescindiacuteveis aleacutem do

apoio e da determinaccedilatildeo dos poderes constituiacutedos A fiscalizaccedilatildeo e a penalizaccedilatildeo

satildeo ferramentas que faratildeo parte desse processo A populaccedilatildeo precisa entender a

importacircncia de fazer sua ligaccedilatildeo no sistema Dos ganhos em relaccedilatildeo agrave sauacutede e do

meio ambiente

156

FIGURA 93 ndash Ligaccedilotildees esgoto no rio Negrinho e na drenagem pluvial (Autor 2016)

157

9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO

As aacuteguas das chuvas produzem escoamento superficial subsuperficial e de

base e satildeo processos naturais que ocorrem com certa periodicidade podendo levar

algumas deacutecadas entre eventos de inundaccedilotildees A falta e a perda de lembranccedila dos

desastres passados aliado a expansatildeo imobiliaacuteria e falta de conhecimento dos

fenocircmenos envolvidos levaram as pessoas a ocupar as aacutereas sucetiacuteveis ao

transbordamento dos rios planiacutecies de inundaccedilatildeo Obras civiacutes foram erguidas

ficando sujeitas agraves inundaccedilotildees e aos consequentes prejuiacutezos

Com vista para mitigaccedilatildeo dos efeitos das inundaccedilotildees elaborou-se a

proposta do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ndash PAE

A Metodologia do PAE consiste em

1) Definir as caracteriacutesticas da chuva para ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

2) Delimitar a aacuterea de ocorrecircncia do problema a inundaccedilatildeo

3) Elaborar mapas de inundaccedilatildeo

4) Configurar a estrutura do PAE atraveacutes da definiccedilatildeo de procedimentos de

notificaccedilatildeo agrave Defesa Civil atribuiccedilotildees e responsabilidades

5) Definir as accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

6) Submeter o PAE aos teacutecnicos dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela defesa civil para

apreciaccedilatildeo e melhoria

7) Implementar um estudo de caso no Coleacutegio Satildeo Joseacute de Rio NegrinhoSC

91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO

Desde 1983 no 5ordm Regimento de Carros de Combate do Exeacutercito Brasileiro

e a partir de 1992 na Secretaria Municipal de Reconstruccedilatildeo da Prefeitura Municipal

de Rio Negrinho o autor vem acompanhando os eventos de chuvas intensas e

inundaccedilotildees nessa regiatildeo e algumas caracteriacutesticas foram percebidas conforme

descritas a seguir

A chuva para ocasionar inundaccedilatildeo deve ser precedida por um periacuteodo de

chuvas intensas que possa elevar o niacutevel do lenccedilol freaacutetico minizando a capacidade

de infiltraccedilatildeo do solo por saturaccedilatildeo e aumentando o escoamento superficial e a

consequente ocorrecircncia de inundaccedilatildeo

158

Aleacutem de intensidade elevada da chuva o seu tempo de duraccedilatildeo tambeacutem

deve ser longo Com relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo no espaccedilo essa chuva natildeo pode se

restringir somente agrave bacia do rio Negrinho Ela deve atingir toda a bacia do alto rio

Negro compreendendo tambeacutem a bacia do rio Negrinho seus afluentes bem como

o rio Preto e outros rios importantes e seus afluentes

Pela ausecircncia de monitoramento essas carcateriacutesticas observadas satildeo

apenas informaccedilotildees qualitativas

A aacuterea de abrangecircncia do PAE foi definida pela delimitaccedilatildeo do periacutemetro

urbano municipal e pelos locais de atingimento registrados na inundaccedilatildeo do ano de

1992 que teve como altitude maacutexima 792 m A mancha de inundaccedilatildeo de 1992 estaacute

apresentada na FIGURA 94

159

FIGURA 94 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE (PMRN 2014)

160

911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo

Tendo por referecircncia os niacuteveis do levantamento aerofotogrameacutetrico

realizado em 2004 o Plano Diretor do municiacutepio e as imagens do Google Earth

foram gerados mapas de inundaccedilatildeo relacionados agraves cotas FIGURA 95 a

FIGURA 99

A FIGURA 100 apresenta a sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas

de Inundaccedilatildeo cotas 787 790m e 792m

Na comparaccedilatildeo das FIGURA 101 e FIGURA 102 se observa que os

mapas de inundaccedilatildeo produzidos pela equipe teacutecnica da prefeitura municipal

com base nos registros efetuados durante as maiores inundaccedilotildees tem muita

proximidade comas manchas de inundaccedilatildeo produzidas por GIGLIO (2010) para

o ano correspondente de 1992

As demais manchas de inundaccedilatildeo apresentadas por GIGLIO relativas

aos registros de inundaccedilotildees de menor cota maacutexima enfatizam que mesmo

nessas condiccedilotildees o atingimento na aacuterea urbana eacute significativo tendo como

consequecircncia muitos danos e prejuiacutezos

161

FIGURA 95 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 781 (PMRN 2014)

162

FIGURA 96 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 784 (PMRN 2014)

163

FIGURA 97 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 787 (PMRN 2014)

164

FIGURA 98 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 790 (PMRN 2014)

165

FIGURA 99 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 792 (PMRN 2014)

166

FIGURA 100 ndash Sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas de Inundaccedilatildeo cotas 787 (ciano) 790m (azul claro) e 792m (azul escuro)

(PMRN 2016)

167

FIGURA 101 ndash Detalhe aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho

(PMRN 2017)

168

FIGURA 102 ndash Aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho (Giglio 2010)

169

912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE

O organograma da FIGURA 103 apresenta a estrutura do PAE Ele foi

elaborado tendo como referecircncias as experiecircncias nas grandes inundaccedilotildees de 1983

1992 2014 e 2015

Como se trata de um municiacutepio 40000 habitantes natildeo haacute a possibilidade

de se manter uma estrutura permanente Assim durante os eventos a estrutura

administrativa existente se adapta para assumir as funccedilotildees do PAE

Aleacutem da estrutura administrativa eacute essencial que a comunidade

especialmente aquela que estaacute em aacutereas inundaacuteveis esteja cada dia mais

preparada para esses eventos Nesse sentido eacute imprescindiacutevel que cada edificaccedilatildeo

localizada nessas aacutereas tenha o PAE Depois de trecircs grandes inundaccedilotildees muito

proacuteximas 1983 1992 e 2014 a maioria dos moradores sabe como agir em situaccedilatildeo

de emergecircncia com base na memoacuteria da uacuteltima inundaccedilatildeo

Os eventos apresentam caracteriacutesticas distintas entre si mas o atingimento

do niacutevel da aacutegua pode apresentar relaccedilotildees significativas entre a quantidade de

chuva e sua resposta Isto poderaacute ser estudado no futuro com os dados do novo

sistema de monitoramento hidroloacutegico a partir da obtenccedilatildeo de seacuteries hidroloacutegicas

suficientemente longas com eventos de cheia

Alteraccedilotildees no uso e ocupaccedilatildeo do solo e tambeacutem as mudanccedilas climaacuteticas

podem alterar as medidas de accedilotildees aqui propostas necessitando de avaliaccedilatildeo e

reformulaccedilatildeo peroacutedicas

Com a inundaccedilatildeo de 2014 aprendeu-se muito sobre a necessidade e a

importacircncia de levar a informaccedilatildeo qualificada e em tempo real a todos os muniacutecipes

Com os meios de comunicaccedilatildeo que dispomos hoje essa tarefa eacute muito facilitada

poreacutem natildeo pode ser negligenciada o que enfatiza a importacircncia da estrutura de

comunicaccedilatildeo durante esses eventos

Quanto mais organizados e melhor preparados menores seratildeo os danos e

os prejuiacutezos e mais raacutepido o restabelecimento da condiccedilatildeo de normalidade apoacutes o

abaixamento do niacutevel das aacuteguas

170

FIGURA 103 ndash Estrutura Organizacional de Resposta a Emergecircncias em Fevereiro de 2017

(Autor 2017)

171

913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial

A equipe a ser acionada em situaccedilatildeo emergencial para tomada de decisotildees

durante todo o periacuteodo de inundaccedilatildeo desde o momento da identificaccedilatildeo da

ocorrecircncia ateacute a restauraccedilatildeo da normalidade eacute formada por

1) Supervisatildeo Geral do PAE - Prefeito Municipal e Vice Prefeito Municipal

2) Coordenaccedilatildeo Geral do PAE ndash Secretaacuteria de Planejamento e Meio Ambiente

3) Coordenaccedilatildeo Operacional do PAE ndash Coordenador Municipal da Defesa Civil e

Secretaacuterio de Accedilotildees Governamentais e Serviccedilos Puacuteblicos

4) Coordenaccedilatildeo de Apoio Operacional ndash Comandante do Corpo de Bombeiros

5) Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila ndash Comando da Poliacutecia Militar

6) Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico (Aacutegua e Esgoto) ndash Diretor Geral do

Samae

7) Coordenaccedilatildeo Energia Eleacutetrica ndash Diretor Escritoacuterio CELESC Rio Negrinho

8) Coordenaccedilatildeo de Sauacutede ndash Secretaacuteria de Sauacutede

9) Coordenaccedilatildeo de Infraestrutura Urbana ndash Secretaacuterio de Infraestrutura

10) Coordenaccedilatildeo de Assistecircncia Social ndash Secretaacuteria de Assistecircncia Social

11) Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo ndash Secretaacuteria de Educaccedilatildeo

12) Coordenaccedilatildeo do Distrito ndash Subprefeito do Distrito

13) Coordenaccedilatildeo de Financcedilas ndash Secretaacuterio de Financcedilas

14) Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo ndash Assessor de Comunicaccedilatildeo

15) Coordenaccedilatildeo de NUPDECS ndash Engenheiro Defesa Civil

914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador

As Coordenaccedilotildees de Apoio Operacional Comando do Corpo de Bombeiros

e a Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila Comando da Poliacutecia Militar aleacutem das suas

atividades normais satildeo respectivamente responsaacuteveis nos resgates e no transporte

por barcos e na seguranccedila das edificaccedilotildees atingidas dos edifiacutecios puacuteblicos na

distribuiccedilatildeo de alimentos roupas e cobertores e nos locais de alojamento de

desabrigados

A Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico Diretor Geral do SAMAE que

controla esta autarquia municipal tem a atribuiccedilatildeo de manter o abastecimento de

172

aacutegua controlando os rompimentos de tubulaccedilatildeo sob a aacutegua de forma a manter o

abastecimento de aacutegua bem como gerenciar as estaccedilotildees elevatoacuterias do sistema de

esgotamento sanitaacuterio que ficam sob as aacuteguas Da mesma forma a Coordenaccedilatildeo de

Energia Eleacutetrica Gerente do escritoacuterio local da CELESC tem como funccedilatildeo a

manutenccedilatildeo do fornecimento de energia nas aacutereas natildeo atingidas bem como os

cortes e desligamentos nas aacutereas alagadas

A Coordenaccedilatildeo da Sauacutede secretaacuteria de sauacutede tem a atribuiccedilatildeo de manter o

atendimento nos postos de sauacutede aleacutem de todos os atendimentos emergenciais

decorrentes do evento

Ao Coordenador de Infraestrutura secretaacuterio de infraestrutura cabe a

manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo das vias puacuteblicas pontes e a drenagem pluvial na aacuterea

urbana aleacutem do transporte de pertences dos moradores que vatildeo sendo desalojados

Baixadas as aacuteguas a limpeza e a remoccedilatildeo e o transporte dos entulhos e bens

moacuteveis danificados pela inundaccedilatildeo

A Coordenaccedilatildeo de Assistencia Social secretaacuteria de assitencia social cabe a

funccedilatildeo de arrecadar receber organizar e distribuir alimentos roupas colchotildees e

cobertores A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo sempre contribui com este trabalho uma

vez que esses processos sempre acontecem nas escolas

Agrave Coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo secretaria de educaccedilatildeo cabe gerenciar o

funcionamento das escolas coordenando a utilizaccedilatildeo destas e dos ginaacutesios de

esportes como abrigos para desabrigados Auxilia a Coordenaccedilatildeo de Assitecircncia

Social na distribuiccedilatildeo de alimentos roupas conchotildees e cobertores

Cabe agrave Coordenccedilatildeo do Distrito da Volta Grande subprefeito da Volta

Grande ainda que natildeo existam aacutereas inundaacuteveis no distrito a recuperaccedilatildeo das

estradas e pontes do interior que normalmente ficam bastante prejudicadas em

funccedilatildeo dos periacuteodos prolongados de chuva que estatildeo associados agraves inundaccedilotildees

A Coordenaccedilatildeo de Financcedilas secretaacuterio de financcedilas tem como atribuiccedilatildeo a

obtenccedilatildeo de recursos onde conta com o apoio da Supervisatildeo Geral nas figuras do

prefeito e vice-prefeito para fazer frente agraves accedilotildees de recuperccedilatildeo do municiacutepio agrave

condiccedilatildeo de normalidade

A Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo assessoria de imprensa tem a funccedilatildeo

primordial de divulgar todos os boletins oficiais da defesa civil previsotildees do tempo

173

alertas chamadas e informaccedilotildees pertinentes Responde ainda por todos os tipos de

exclarecimentos muito necessaacuterios durante os eventos por conta de todo tipo de

informaccedilatildeo improcedente que acaba sendo divulgada

A Coordenaccedilatildeo dos NUPDECS Nuacutecleos de Prevenccedilatildeo e Defesa Civil

engenheiro da defesa civil tem atribuiccedilatildeo permanente de repassar as informaccedilotildees

efetuar treinamentos organizar os nuacutecleos existentes organizar a criaccedilatildeo de novos

nuacutecleos de forma que estejam cada vez mais preparados para os eventos e se

ajudem mutuamente

915 Fluxograma de Acionamento do PAE

O acionamento do PAE deve respeitar um sequecircncia loacutegica de

procedimentos e avaliaccedilotildees que levam em consideraccedilatildeo a estrutura organizacional

de respostas a emergecircncias utilizando-se de criteacuterios e informaccedilotildees teacutecnicas e de

campo FIGURA 104

174

FIGURA 104 ndash Fluxograma de Acionamento do PAE (Autor 2017)

175

916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias

NORMAL

- Natildeo haacute indiacutecios de inundaccedilatildeo

- Natildeo houve um periacuteodo prolongado de chuva que pudesse reduzir a

capacidade de absorccedilatildeo do solo

- Quando a chuva prevista e o niacutevel monitorado estatildeo dentro da normalidade

- O niacutevel dos rios estaacute estabilizado

ATENCcedilAtildeO

- Quando houve um periacuteodo prolongado de chuvas e o solo estaacute com a sua

capacidade de absorccedilatildeo reduzida

- Quando houver previsatildeo de chuva intensa ou extrema que possa ocasionar

inundaccedilatildeo

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78600m e a cota de 300 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Os niacuteveis dos rios estatildeo subindo

- Acionamento do PAE coordenaccedilatildeo geral para uma avaliaccedilatildeo e possiacutevel

acionamento da estrutura operacional

ALERTA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ATENCcedilAtildeO

- Previsatildeo de chuvas de intensidade elevada e por periacuteodo prolongado

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78650m e a cota de 350 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE

- Apoacutes avaliaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo geral e convocaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo

operacional e das demais coordenaccedilotildees

EMERGEcircNCIA

- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ALERTA

- Efetivaccedilatildeo de chuva igual ou maior ao previsto

- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78700m e a cota de 400 metros na reacutegua

instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE a partir da qual extravasa o

seu leito e comeccedila a invadir ruas e imoacuteveis

- Coordenaccedilatildeo operacional e demais coordenccedilotildees do PAE iniciam suas

atividades e accedilotildees de preparaccedilatildeo da estrutura de atendimento e mitigaccedilatildeo da

inundaccedilatildeo

176

917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias

1 - A legislaccedilatildeo vigente no Plano Diretor veda a construccedilatildeo de edificaccedilotildees

residenciais abaixo da cota de niacutevel 79200m Essa vedaccedilatildeo pode ser estendida a

todas as edificaccedilotildees incluindo incentivos para a populaccedilatildeo atingida a procurar aacutereas

seguras

2 ndash Instituiccedilatildeo da obrigatoriedade de um Plano de Accedilotildees de Emergecircncia a

todas as edificaccedilotildees com o niacutevel teacuterreo abaixo da cota de niacutevel 79200m assim

como eacute obrigatoacuterio o projeto preventivo contra incecircndio para edificaccedilotildees comerciais

3 ndash Limpeza e desassoreamento da calha dos rios precedida por accedilotildees de

conscientizaccedilatildeo para que a populaccedilatildeo se conscientize de que o rio natildeo eacute lugar de

jogar resiacuteduos (lixo) e os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos devem ser coletados

adequadamente Primeiro eacute preciso tratar a causa para depois tratar o efeito

Enfatizar que os resiacuteduos deixados nas ruas podem ser arrastados pelas

enxurradas para os bueiros e leitos dos rios dificultando eou obstruindo a passagem

da aacutegua da chuva

4 - Eliminar pontos de estrangulamento nos leitos dos rios e coacuterregos como

pontes e bueiros mal dimensionados para melhorar o fluxo da aacutegua e minimizar a

elevaccedilatildeo do niacutevel da aacutegua

A ponte na Rua Jorge Zipperer FIGURA 105 proacutexima agrave Igreja Matriz eacute o

exemplo mais evidente disso onde haacute uma reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal

do rio Negrinho de 1685 metros para 990 metros

5 ndash Promover treinamentos atraveacutes de simulaccedilotildees e debates sobre os

problemas de inundaccedilatildeo para aperfeiccediloar o PAE do municiacutepio e os PAEs de cada

edificaccedilatildeo

6 ndash Ampliar a criaccedilatildeo de Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil ndash NUPDECS

estruturando e organizando esses grupos promovendo encontros e troca de

177

informaccedilotildees Os nuacutecleos satildeo uma forma de organizaccedilatildeo da comunidade que

incentiva a ajuda muacutetua e minimiza a dependecircncia da estrutura puacuteblica

FIGURA 105 ndash Estrangulamento Ponte Igreja Matriz ndash Reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal do rio de 1685m para 990m da ponte

(Autor 2017)

7 - Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS

associando diferentes grupos a cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no

MDT entre as cotas de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de

abandono do local e retirada de pertences

918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de

Rio NegrinhoSC

Apoacutes a inundaccedilatildeo de 2014 a direccedilatildeo do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de Rio

NergrinhoSC solicitou auxiacutelio a Defesa Civil buscando se organizar e estruturar

178

melhor para futuros eventos dadas as dificuldades ocorridas e os prejuiacutezos enormes

a que a instituiccedilatildeo teve que arcar

Num primeiro momento o foco foi na limpeza e na recuperaccedilatildeo das

estruturas danificadas (alvenarias pisos instalaccedilotildees eleacutetricas e hidraacuteulicas) bem

como a substituiccedilatildeo da mobiacutelia e e dos equipamentos com a escolha de materiais

adequados considerando novos eventos

No momento seguinte redefiniu-se o layout da escola mudando a estrutura

administrativa e documental para niacuteveis superiores fora da cota maacutexima de

inundaccedilatildeo Os niacuteveis inferiores passaram a ser utilizados somente como salas de

aula com mobiacutelia adequada de faacutecil limpeza e recuperaccedilatildeo permitindo uma faacutecil

retirada dos equipamentos

Por fim formatou-se o PAE sob a forma de um documento definindo-se uma

cota e as condiccedilotildees de acionamento planilhando-se todos os contatos telefones e

atribuiccedilotildees desde o acionamento ateacute o restabelecimento das condiccedilotildees de

normalidade

Esse PAE foi testado e aperfeiccediloado nas duas inundaccedilotildees de outubro de

2015 ainda que tenham sido pequenas inundaccedilotildees

Do relato da direccedilatildeo da escola conclui-se que passar por esses eventos

sabendo previamente o que fazer aleacutem de minimizar danos e prejuiacutezos torna todo o

processo menos traumaacutetico e estressante

92 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se que o PAE deva ser testado analisado e avaliado em

situaccedilatildeo real de emergecircncia de inundaccedilatildeo Tanto o processo como um todo como

os procedimentos em separado devam ser aprimorados corrigindo falhas e

buscando melhorar o desempenho

Periodicamente o PAE deveraacute ser revisto principalmente pela dinacircmica do

comportamento das chuvas e da transformaccedilatildeo urbana bem como introduzir novas

tecnologias ou metodologias

A atualizaccedilatildeo da estrututura organizacional do PAE tambeacutem deve ser

constante por se tratar de um oacutergatildeo puacuteblico em que as atribuiccedilotildees e

179

responsabilidades estatildeo vinculadas a cargos que sofrem com relativa frequecircncia

substituiccedilatildeo nos seus ocupantes Cabe agrave coordenaccedilatildeo geral do PAE natildeo soacute a

atualizaccedilatildeo dos quadros mas tambeacutem o repasse das informaccedilotildees das atribuiccedilotildees e

das responsabilidades

180

10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES

Os sistemas de informaccedilotildees desenvolvidos neste trabalho visam falicitar o

acesso dos cidadatildeos agrave informaccedilatildeo oficial e qualificada durante todo o evento de

inundaccedilatildeo desde as primeiras informaccedilotildees relacionadas agraves previsotildees durante a

ocorrecircncia da inundaccedilatildeo e apoacutes no periacuteodo de recuperaccedilatildeo e retorno agrave condiccedilatildeo de

normalidade

Foram desenvolvidos os seguintes sistemas

i) Paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho na internet

ii) Grupos de WhatsApp

iii) Paacutegina Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais na Internet

101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET

As grandes inundaccedilotildees em especial a grande inundaccedilatildeo de 2014 mostrou

que a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo eacute uma grande ferramenta a ser usada como forma

de minimizar os danos e prejuiacutezos causados por esses eventos

Foi verificada a necessidade de fazer chegar ao cidadatildeos de forma mais

faacutecil e acessiacutevel possiacutevel as informaccedilotildees de previsatildeo do tempo niacutevel dos rios que

possam auxiliar na tomada de decisotildees durante os eventos de cheias

Nesse sentido definiu-se pela criaccedilatildeo de 05 banners FIGURA 106 na

paacutegina inicial da Defesa Civil de Rio Negrinho com os principais links que datildeo

acesso agraves seguintes informaccedilotildees

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

- Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash COPEL

- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET(Battistella)

1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN

A disponibilizaccedilatildeo das informaccedilotildees de niacutevel eacute feita atraveacutes de um link com o

site do CEMADEN Esse niacutevel eacute monitorado no rio Negrinho no local da Ponte do

181

Ipiranga entre as Ruas Martin Zipperer e Roberto Ferreira de Lima no Bairro Alegre

logo a jusante da captaccedilatildeo do SAMAE

1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom

A previsatildeo das condiccedilotildees do tempo eacute obtida no site wwwforecacom onde

se encontram disponiacuteveis informaccedilotildees das condiccedilotildees do tempo e dados da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica do Aeroporto Afonso Pena em Curitiba- PR

1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL

Link com o site da COPEL no qual podem ser acessadas as estaccedilotildees

hidroloacutegicas que monitoram o rio Negro localizadas em Fragosos a montante de Rio

Negrinho e Rio Negro a jusante

1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM

O link no site da EPAGRICIRAM permite o acesso aos dados e

informaccedilotildees monitoradas nas seguintes estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Rudnick ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Souza ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Foz do Rio Negrinho (FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Ponte do Lageado ndash Rio Negro (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Rio dos Bugres (PLU e FLU)

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio dos Bugres

- Temperatura Instantacircnea do Ar [ordmC]

- Total de chuva acumulada nas uacuteltimas 72 horas 100 [mm]

- Umidade Relativa Instantacircnea []

- Molhamento Foliar

- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET (Battistella)

- Temperatura do Ar ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [ordmC]

- Umidade Relativa ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten []

- Ponto de Orvalho ndash Instantacircneo Maacutex e Miacuten [ordmC]

182

- Pressatildeo ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [hPa]

- Velocidade e direccedilatildeo do vento [ms]

- Radiaccedilatildeo Solar [kJmsup2]

- Precipitaccedilatildeo [mm]

FIGURA 106 ndash Paacutegina Defesa Civil de Rio Negrinho ndash Sistema de Monitoramento (Autor 2016)

102 GRUPOS DE WHATSAPP

Como forma de transmitir o mais raacutepido possiacutevel as informaccedilotildees repassadas

pelas Coordenadorias Regionais de Defesa Civil do Estado foram criados dois

grupos de WhatsApp FIGURA 107 que publicam diariamente o mesmo conteuacutedo

Previsatildeo do tempo alertas niacuteveis dos rios cotas de inundaccedilatildeo pontos de

183

alagamento e toda a informaccedilatildeo pertinante para prevenccedilatildeo durante os eventos e

fora deles

Diariamente satildeo publicados boletins de previsatildeo do tempo com informaccedilotildees

do Sistema EPAGRI-CIRAM e do SIMEPAR aleacutem de imagens de sateacutelites e do

Radar Meteoroloacutegico de Lontras A intenccedilatildeo aleacutem da informaccedilatildeo eacute familiarizar o

muniacutecipe que participa dos grupos com essas informaccedilotildees para que o mesmo

comece a fazer automaticamente a associaccedilatildeo entre as imagens a previsatildeo e o que

efetivamente vem a ocorrer Eacute um treiamento diaacuterio e constante

Durante os eventos de inundaccedilatildeo todo o tipo de informaccedilatildeo pertinente

circula pelos grupos desde a troca de informaccedilotildees quanto ao controle do niacutevel do

rio considerando que muitos moradores da margem tecircm reacuteguas de mediccedilatildeo

proacuteprias previsatildeo do tempo pedidos de socorro disponibilizaccedilatildeo de ajuda

seguranccedila compartilhada distritbuiccedilatildeo de alimentos e encaminhamento para

abrigos

184

FIGURA 107 ndash Grupos de WhatsApp ndash Defesa Civil Rio Negrinho (Autor 2017)

185

103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS

A paacutegina Desastres Naturais na internet eacute

wwwdesastresnaturaiscombr

Em funccedilatildeo da realizaccedilatildeo de dois cursos de HEC-HMS e HEC-RAS e um

curso de Dam Break no Instituto de Engenharia do Paranaacute ndash IEP com a presenccedila

de profissionais de vaacuterias regiotildees do Brasil e tambeacutem do Paraguai definiu-se pela

criaccedilatildeo de um foacuterum de debates sobre o tema Desastres Naturais

Em parceria com o Departamento de Informaacutetica da Prefeitura do Municiacutepio

de Rio Negrinho e o patrociacutenio de empresas do Municiacutepio de Rio Negrinho iniciamos

a formataccedilatildeo de uma paacutegina e o registro de domiacutenio para a criaccedilatildeo desse foacuterum de

debates

O Desastres Naturais FIGURA 108 eacute uma comunidade (paacutegina em

desenvolvimento) e foacuterum para que profissionais possam interagir em temas

relacionados a todos os tipos de desastres naturais A plataforma digital inclui

diversas ferramentas de gerenciamento de uma comunidade online Eacute possiacutevel

postar projetos duacutevidas ou opiniotildees bem como eacute permitido comentar e votar nas

postagens

Os usuaacuterios podem criar perfis individuais com imagens e informaccedilotildees

baacutesicas Esses perfis tambeacutem oferecem estatiacutesticas do nuacutemero de comentaacuterios e

posts que cada pessoa fez

A plataforma eacute responsiva ou seja os usuaacuterios podem acessar do

computador tablet ou celular Isso possibilita que os usuaacuterios acompanhem e

comentem nas discussotildees de forma raacutepida de qualquer lugar atraveacutes de

dispositivos moacuteveis Aleacutem disso a plataforma utiliza as tecnologias mais modernas

em sua base como WordPress plataforma de gerenciamento de conteuacutedo que

alimenta o foacuterum O mesmo roda sobre tecnologia PHP com banco de dados

MySQL

186

FIGURA 108 ndash Paacutegina do Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais (Autor 2017)

187

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

A responsabilidade do desatre natural relacionado agrave inundaccedilatildeo de aacutereas

urbanas causado pelas ondas de cheias natildeo estaacute na elevaccedilatildeo do niacutevel das aacuteguas

de seus corpos hiacutedricos mas sim na invasatildeo ocupacional do leito maior e planiacutecies

de inundaccedilatildeo inicialmente por pequenas comunidades que ao longo do tempo

foram se desenvolvendo e formando cidades e metroacutepoles

As chuvas frentes frias e quentes rios voadores El Nintildeo La Nintildea satildeo

fenocircmenos da natureza que produzem eventos com os quais precisamos aprender a

conviver Desses eventos as inundaccedilotildees resultam em enormes danos e prejuiacutezos

Da avaliaccedilatildeo financeira conclui-se que os valores envolvidos satildeo de grande

monta e o impacto sobre as cidades atingidas satildeo enormes Qualquer accedilatildeo ou

medida mitigatoacuteria que possa reduzir esses valores deve ser necessariamente

implementada

A implantaccedilatildeo do sistema de monitoramento hidroloacutegico da bacia do rio

Negrinho eacute um dos resultados mais importantes deste trabalho Aleacutem de

disponibilizar informaccedilotildees em tempo real agrave comunidade que permitiratildeo orientar a

tomada de decisotildees durante os eventos de inundaccedilatildeo passou a gerar seacuteries

histoacutericas para futuros e melhores estudos hidroloacutegicos da bacia do rio Negrinho

A nova paacutegina de internet da Defesa Civil de Rio Negrinho desenvolvida a

partir de um dos objetivos deste estudo foi elaborada visando facilitar o acesso do

cidadatildeo comum ao novo sistema de monitoramento do rio Negrinho ao

monitoramento do rio Negro previsatildeo do tempo e aos iacutendices de pluviosidade das

estaccedilotildees da regiatildeo Ela eacute uma ferramenta de concentraccedilatildeo de informaccedilotildees

pertinentes num mesmo local e de facilitaccedilatildeo de acesso

A paacutegina na internet com o site ldquoDesastres Naturaisrdquo ainda em

desenvolvimento objetiva fomentar e divulgar foacuteruns debates e discussotildees de alto

niacutevel entre pesquisadores poreacutem com acesso ao puacuteblico permitindo a interaccedilatildeo

entre estes e aqueles tornando-se uma referecircncia de informaccedilatildeo qualificada

Os grupos de WhatsApp se tornaram uma ferramenta imprescindiacutevel de

comunicaccedilatildeo com a capacidade de levar informaccedilotildees quase que em tempo real a

toda comunidade fazendo com que os usuaacuterios se habituem com os alertas e as

imagens de sateacutelite e de radar meteoroloacutegico e as informaccedilotildees contidas tornando-

188

as capazes de relacionar essas imagens com os eventos de chuvas e ondas de

cheias

As campanhas e os procedimentos para eliminar o lixo e o esgoto dos

nossos rios satildeo importantes tendo sido realizados procedimentos e limpeza do rio

Negrinho O grande desafio poreacutem eacute a conscientizaccedilatildeo de toda populaccedilatildeo gerando

um novo comportamento social de proteccedilatildeo e preservaccedilatildeo do meio ambiente neste

estudo a aacutegua

A simulaccedilatildeo hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para a inundaccedilatildeo de

2014 atraveacutes do HEC-RAS permitiu uma anaacutelise do comportamento hidrodinacircmico

e pode possibilitar simulaccedilotildees de vazotildees maiores que as registradas para prevenccedilatildeo

e ajuste e atualizaccedilatildeo do PAE

O piloto de PAE desenvolvido neste trabalho a partir da experiecircncia

acumulada pelo autor em trecircs grandes inundaccedilotildees apoacutes testado e avaliado deve

ser complementado e atualizado constantemente A ideacuteia do PAE deve ser

propagada Cada edificaccedilatildeo na aacuterea inundaacutevel precisa ter o seu PAE

111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS

A recomendaccedilatildeo mais eficaz eacute sair da aacuterea de inundaccedilatildeo Na

impossibilidade ou na opccedilatildeo de natildeo sair eacute preciso adaptar-se e aprender a conviver

com a inundaccedilatildeo

1111 Propostas de mitigaccedilatildeo

- Implantaccedilatildeo do Plano de Accedilotildees de Emergecircncia no Municiacutepio

- Melhorar o sistema de comunicaccedilatildeo de forma que os muniacutecipes recebam o maacuteximo

de informaccedilatildeo possiacutevel e que seja compreensiva e efetiva O treinamento constante

e a incorporaccedilatildeo como atividade nas escolas devem ser implementados ateacute que se

torne rotina na vida do cidadatildeo

- Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS separados em

grupos por cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no MDT entre as cotas

189

de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de abandono do local e

retirada de pertences

- Obrigatoriedade de que cada imoacutevel que tenha seu piso teacuterreo localizado abaixo da

cota 792 (cota da maacutexima inundaccedilatildeo ocorrida) tenha um Plano de Accedilotildees de

Emergecircncia para Inundaccedilatildeo no qual devem estar definidos todos os procedimentos

de abandono do local e retirada de pertences bem como locais de armazenamento

permanecircncia e forma de transporte

- Recuperaccedilatildeo e limpeza (dragagem) dos rios precedida de campanhas de

conscientizaccedilatildeo para que a comunidade deixe de jogar lixo e esgoto nos rios e

drenagem pluvial

112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES

Diante da impossibilidade de relocar uma cidade conviver com as

inundaccedilotildees eacute estar preparado para a certeza de que de tempos em tempos

(periacuteodos de recorrecircncia) as inundaccedilotildees retornaratildeo muito provavelmente com uma

frequecircncia maior

Os materiais uitlizados na reforma das edificaccedilotildees atingidas devem levar

em consideraccedilatildeo esses eventos com relaccedilatildeo a resistecircncia agraves inundaccedilotildees de forma

permitir o retorno a normalidade no menor espaccedilo de tempo possiacutevel

Moacuteveis e objetos devem ser facilmente manipulaacuteveis e facilmente

transportaacuteveis Locais de armazenamento e veiacuteculos de transporte devem estar preacute-

definidos e disponiacuteveis

Devem ser definidos previamente procedimentos para todas essas

operaccedilotildees Isso tornaraacute a obrigatoriedade de conviver com as inundaccedilotildees menos

dolorosa e minimizaraacute danos e prejuiacutezos

Essas recomendaccedilotildees de alguma forma compotildeem o PAE que deve ser

utilizado pelos ocupantes das edificaccedilotildees abaixo da cota da maacutexima inundaccedilatildeo

ocorrida

190

REFEREcircNCIAS

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2016

197

APEcircNDICES

198

APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO

199

FIGURA 109 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 01 (Autor 2016)

(a) Estaccedilatildeo Fazenda Souza

(b) Ponte Ipiranga

(c) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(d) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho

(e) Ponte Cofermaco

(f) Ponte Igreja Matriz

200

FIGURA 110 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 02 (Autor 2016)

(a) Ponte Pecircncil Miner

(b) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(c) Ponte BR-280

(d) rio Serrinha

(e) Casa Ronconi

(f) Prefeitura Velha

201

FIGURA 111 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 03 (Autor 2016)

(a) Casa Riguetto

(b) Lagoa do Boi II

(c) Fundos Degas

(d) Tecircnis Clube

(e) Lagoa do Boi I

(f) Ferrovia

202

APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO

NEGRINHO

203

FIGURA 112 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo SAMAE

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 2

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 3

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 4

204

FIGURA 113 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo e Ponte SAMAE (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 5

Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 6

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 2

205

FIGURA 114 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 6

206

FIGURA 115 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante II e III (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante II 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante II 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 7

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 8

207

FIGURA 116 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante III e Helmuth Krambeck (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 9

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 1

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 2

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 3

Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 4

208

FIGURA 117 ndashSeccedilotildees Transversais Ferrovia Ponte Evaristo e Incopisa (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 1

Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 1

209

FIGURA 118 ndashSeccedilotildees Transversais Incopisa e Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 2

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 3

Seccedilatildeo Transversal Incopisa 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

210

FIGURA 119 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Col Satildeo Joseacute e Seka (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 6

Seccedilatildeo Transversal Seka 1

Seccedilatildeo Transversal Seka 2

Seccedilatildeo Transversal Seka 3

211

FIGURA 120 ndashSeccedilotildees Transversais Seka Fundos e Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Seka 4

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 4

212

FIGURA 121 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Cofermaco (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 4

213

FIGURA 122 ndashSeccedilotildees Transversais ACIRNE e Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 1

o Transversal ACIRNE 2

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 3

Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 1

214

FIGURA 123 ndashSeccedilotildees Transversais Pontes Igreja Matriz e Pecircncil Miner (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 2

215

FIGURA 124 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Pecircncil Miner e Casa Ronconi (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 4

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 5

216

FIGURA 125 ndashSeccedilotildees Transversais Casa Ronconi e Prefeitura Velha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 1

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 2

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 3

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 5

217

FIGURA 126 ndashSeccedilotildees Transversais Prefeitura Velha Casa Riguetto e Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 6

Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 7

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 1

Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 1

218

FIGURA 127 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Gibaco ndash Arte Caseira e Lagoa do Boi I (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 5

Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 7

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 1

219

FIGURA 128 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi I e II (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 4

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 1

220

FIGURA 129 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi II e Degas (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 2

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 3

Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 4

Seccedilatildeo Transversal Degas 1

Seccedilatildeo Transversal Degas 2

221

FIGURA 130 ndashSeccedilotildees Transversais Degas e rio Serrinha (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Degas 3

Seccedilatildeo Transversal Degas 4

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 1

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 2

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 3

222

FIGURA 131 ndashSeccedilotildees Transversais rio Serrinha e Ponte Rodovia BR-280 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 4

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 1

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 2

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 3

Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 4

223

FIGURA 132 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 1 a 4 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 1

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 2

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 3

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 4

224

FIGURA 133 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 5 e 6 e Montante Foz Rio Nergrinho 1 e 2

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 5

Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 6

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 1

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 2

225

FIGURA 134 ndashSeccedilotildees Transversais Montante Foz Rio Nergrinho 3 a 6 (Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 3

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 4

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 5

Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 6

226

FIGURA 135 ndashSeccedilotildees Transversais Rio Negro ndash Ponte Lageado - Estaccedilatildeo Monitoramento 2083 ndash 1 a 5

(Autor 2016)

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 1

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 2

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 3

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 4

Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 5

227

APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES

TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO

228

FIGURA 136 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria dorio Negrinho - I

(Autor 2016)

(a) Ponte Cofermaco

(b) Ponte Igreja Matriz

(c) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira

(d) Ponte BR-280

(e) Rua Helmuth Krambeck

(f) Fundos Musical - Incopisa

FIGURA 137 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria do rio Negrinho - II

229

(Autor 2016)

(b) Lagoa do Boi II

(b) Ponte SAMAE Jusante II

(c) Rua Hekmuth Krambeck

(d) Coacuterrego Rua Jorge Lacerda

(e) Ferrovia

(f) Rua Ponte SAMAE Jusante I

230

APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO

IV 1 LEVANTAMENTO DE OBRAS CIVIS

Todas as obras civis que estatildeo na planiacutecie de inundaccedilatildeo e todas as outras

fora dela que afetam a impermeabilizaccedilatildeo do solo interferem no ciclo hidroloacutegico e

no comportamento dos rios satildeo importantes para o problema de inundaccedilotildees em

estudo O estudo considerou as pontes que tecircm uma influecircncia mais direta em

especial aquelas que reduzem agrave seccedilatildeo transversal dos rios

IV11 Coleta de Dados

Para caracterizaccedilatildeo das plantas dos perfis longitudinais e das seccedilotildees

transversais das pontes no trecho do Rio Negrinho foi realizada a seguinte

atividade mediccedilatildeo com trena Laser Leica e trena de matildeo nas semanas

compreendendo os dias 05 a 16 de setembro de 2016

Todas as partes que compotildeem cada uma das 08(oito) pontes levantadas foi

medida e representada graficamente em escala observando-se os vatildeos e vazios de

forma a traduzir a realidade o mais fidedignamente possiacutevel

IV12 Levantamento e Desenho em AutoCad das Obras Civis

As plantas baixas os perfis longitudinais das pontes e do terreno com as seccedilotildees

transversais dos rios bem como as seccedilotildees transversais das pontes foram

desenhadas em escala em AutoCAD FIGURA 138 a FIGURA 161

231

FIGURA 138 ndashPlanta Baixa Ponte Ipiranga

(Autor 2016)

232

FIGURA 139 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

233

FIGURA 140 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Ipiranga (Autor 2016)

234

FIGURA 141 ndashPlanta Baixa Ponte Evaristo (Autor 2016)

235

FIGURA 142 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Evaristo (Autor 2016)

236

FIGURA 143 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo (Autor 2016)

237

FIGURA 144 ndashPlanta Baixa Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

238

FIGURA 145 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

239

FIGURA 146 ndashSeccedilatildeoTransversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)

240

FIGURA 147 ndashPlanta Baixa Ponte Cofermaco (Autor 2016)

241

FIGURA 148 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

242

FIGURA 149 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)

243

FIGURA 150 ndashPlanta Baixa Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

244

FIGURA 151 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

245

FIGURA 152 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)

246

FIGURA 153 ndashPlanta Baixa Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

I

247

FIGURA 154 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

248

FIGURA 155 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)

249

FIGURA 156 ndashPlanta Baixa Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

250

FIGURA 157 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

251

FIGURA 158 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)

252

FIGURA 159 ndashPlanta Baixa Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

253

FIGURA 160 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

254

FIGURA 161 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR 280 (Autor 2016)

255

APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES

DE UMA INUNDACcedilAtildeO

Avaliaccedilatildeo financeira com o levantamento dos prejuiacutezos decorrentes de uma

inundaccedilatildeo tendo por referecircncia a inundaccedilatildeo de 2014

V1 METODOLOGIA DE AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA

O levantamento baseia-se na metodologia e formulaacuterios definidos pelo

SISTEMA NACIONAL DE PROTECcedilAtildeO E DEFESA CIVIL - SINPDEC utilizada para

o preenchimento do FIDE ndash Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre (ANEXO I)

elaborado no periacuteodo poacutes inundaccedilatildeo de 2014

Durante um evento todos dos danos e prejuiacutezos sejam eles privados ou

puacuteblicos devem ser registrados No caso dos prejuiacutezos puacuteblicos cada secretaria

municipal efetua os levantamento em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Tudo o que ocorre com

as escolas por exemplo desde as escolas efetivamente atingidas pela inundaccedilatildeo e

os prejuiacutezos decorrentes assim como as escolas utilizadas como abrigos e os

custos dessa operaccedilatildeo satildeo relacionados quantificados e orccedilados pela Secretaria

Municipal de Educaccedilatildeo

A Secretaria Municipal de Sauacutede da mesma forma relaciona quantifica e

orccedila todos os atendimentos que natildeo fazem parte das atividades consideradas

normais mas sim as decorrentes do evento inundaccedilatildeo como atendimentos

emergenciais montagem de postos em regiotildees isoladas com atendimento especial

aquisiccedilatildeo de medicamentos para o atendimento de doenccedilas associadas agraves

inundaccedilotildees

Cabe agrave Secretaria Municipal de Assistecircncia Social com o apoio do corpo

teacutecnico da Secretaria Muncipal de Planejamento e Meio Ambiente aleacutem dos teacutecnicos

da Defesa Civil o cadastramento o levantamento a quantificaccedilatildeo e o orccedilamento

dos danos e prejuiacutezos ocorridos nas edificaccedilotildees residenciais dos muniacutecipes

No interior os prejuiacutezos decorrentes de prolongados periacuteodos de chuva

associados agraves inundaccedilotildees que danificam estradas e acessos bem como pontes e

bueiros danificados ou arrancados pela forccedila das aacuteguas satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pela Secretaria Municipal de Agricultura No caso de Rio

256

NegrinhoSC para a elaboraccedilatildeo desses levantamentos conta-se ainda com o apoio

da Subprefeitura do Distrito de Volta Grande

No caso da Secretaria Municipal de Industria e Comeacutercio os levantamentos

recaem sobre a iniciativa privada em especial sobre as edificaccedilotildees industriais e

comerciais atingidas Nessa tarefa deve contar com o apoio e a avaliaccedilatildeo da

ACIRNE ndash Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho e o CDL ndash Clube de

Diretores Logistas de Rio Negrinho

A Secretaria Municipal de Infraestrutura executa essa tarefa na aacuterea urbana

do muniacuteciacutepio verificando os prejuiacutezos no sistema viaacuterio drenagens pluviais coleta

de lixo manutenccedilatildeo de parques e jardins

Os valores decorrentes dos danos causados ao sistema de abastecimento

de aacutegua e ao sistema de coleta e tratamento de esgotos satildeo relacionados

quantificados e orccedilados pelo SAMAE autarquia municipal responsaacutevel pela

operaccedilatildeo desses sistemas Da mesma forma no que se refere ao fornecimento de

energia eleacutetrica pela CELESC escritoacuterio de Rio Negrinho

Agrave Secretaria Municipal de Financcedilas cabe a disponibilizaccedilatildeo dos recursos e

das dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias especiacuteficas para o enfrentamento desses prejuiacutesos

A tabulaccedilatildeo final cabe a Secretaria Municipal de Planejamento e Meio

Ambiente bem como a Coordenaccedilatildeo da Defesa Civil que faz os devidos relatoacuterios

entre eles o FIDE e os encaminhamentos para os oacutergatildeo estaduais e federais tanto

como justificativa para a obtenccedilatildeo de recursos como prestaccedilatildeo de contas aleacutem

disponibilizaccedilatildeo dessas informaccedilotildees a imprensa e ao puacuteblico em geral seguindo a

legislaccedilatildeo vigente e o princiacutepio da transparecircncia

V2 RESULTADOS

Os resultados do levantamento dos prejuiacutezos da inundaccedilatildeo de junho de

2014 FIGURA 14 estatildeo apresentados na Tabela 8 O montante do prejuiacutezo

causado por uma uacutenica inundaccedilatildeo eacute da ordem de 98 milhotildees de reais Cabe

ressaltar que primeiro satildeo valores estimados e segundo natildeo foram atualizados

desde o ano de 2014

257

TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 (AUTOR 2017)

Danos Materiais Valores em R$

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Sauacutede 000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Ensino 22320000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas Prestadoras de Outros Serviccedilos 86000000

Instalaccedilotildees Puacuteblicas de Uso Comunitaacuterio 33200000

Unidades Habitacionais 1870000000

Obras de Infra-Estrutura Puacuteblica 1430000000

Sub-total 3441520000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblico e Privados Serviccedilos Puacuteblicos Essenciais Prejudicados

Assistecircncia Meacutedica Sauacutede Puacuteblica e Atendimento de Emergecircncias Meacutedicas

12000000

Abastecimento de Aacutegua Potaacutevel 38000000

Esgoto de Aacuteguas Pluviais e Sistema de Esgotos Sanitaacuterios 55000000

Sub-total 105000000

Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

Sistema de Limpeza Urbana e de Recolhimento e destinaccedilatildeo de Lixo

90750000

Sistema de desinfestaccedilatildeo e e Desinfecccedilatildeo do Habitat e de Controle de Pragas e Vetores

15000000

Geraccedilatildeo e Distribuiccedilatildeo de Energia Eleacutetrica 45000000

Telecomunicaccedilotildees 10000000

Transportes Locais Regionais e de Longo Curso 1428000000

Distribuiccedilatildeo de Combustiacuteveis especialmente os de Uso Domeacutestico

000

Seguranccedila Puacuteblica 4500000

Ensino 44640000

Sub-total 1742890000

Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Agricultura 6000000

Pecuaacuteria 52200000

Induacutestria 1400000000

Serviccedilos e Comeacutercio 3080000000

Sub-total 4538200000

Valor Total de Prejuiacutezos referentes a Inundaccedilatildeo de 2014 9827610000

Obs Conforme Realatoacuterio FIDE ndash ANEXO I

V3 DESCRICcedilAtildeO DOS DANOS MATERIAIS

Entre as obras de infraestrutura danificadas muitas pontes tiveram

problemas Na aacuterea urbana 9 delas precisaram de reforccedilos especialmente nas

258

cabeceiras Na aacuterea rural 5 pontes foram totalmente destruiacutedas e quatro precisaram

de reparos

Das vias urbanas 3 foram destruiacutedas com deslizamentos e 119 foram

parcialmente danificadas aleacutem de canteiros de ajardinamento que tambeacutem foram

danificados Com relaccedilatildeo a vias rurais 22 tiveram que ser recuperadas

Para a avaliaccedilatildeo das unidade habitacionais destruiacutedas fez-se uma

estimativa de R$-4500000 (unidade padratildeo social) para reconstruccedilatildeo por unidade e

para unidades habitacionais danificadas R$-1000000 para reparos por unidade

Em unidades de ensino ocorreu um deslizamento com necessidade de

reparos no sistema de tratamento de esgotamento sanitaacuterio com valor estimado em

R$-4000000

Para materiais de consumo estoques diversos e mobiliaacuterio danificados

foram estimados um valor de R$-18320000

O Aterro Sanitaacuterio Municipal foi danificado pelo rompimento de tubulaccedilatildeo de

drenagem problemas nos volumes de cobertura de resiacuteduos criando dificuldades

para acessar as ceacutelulas aleacutem de danificar a zona de raiacutezes que teve que ser refeita

V31 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Puacuteblicos

O sistema de distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica teve prejuiacutezos da ordem de R$-

45000000 com a substituiccedilatildeo de medidores e recuperaccedilatildeo de padrotildees de entrada

de energia nas edificaccedilotildees que ficaram sob as aacuteguas A recuperaccedilatildeo das redes de

distribuiccedilatildeo de energia incluiacutedos aiacute a substituiccedilatildeo de transformadores somaram

prejuiacutedos no valor de R$-38000000

O sistema de transportes locais regionais e e de longo curso foi totalmente

prejudicado Os valores estimados somaram R$-380000000 sendo que somente a

reconstruccedilatildeo de uma ponte consumiu R$-120000000 Outras 3 pontes rurais que

tiveram a sua estrutura comprometida tiveram a sua recuperaccedilatildeo avaliada em R$-

145000000 As 9 pontes urbanas considerando recuperaccedilatildeo de estruturas

cabeceiras e vias de acesso foram orccediladas em R$-95000000

A estimativa de recuperaccedilatildeo de vias urbanas ficou em R$-500000000

enquanto a recuperaccedilatildeo de vias rurais em sua maioria estradas de chatildeo foi orccedilada

em 308000000

259

A distribuiccedilatildeo de combustiacuteveis especialmente os de uso domeacutestico GLP

natildeo tiveram dados contabilizados

V32 Descriccedilatildeo dos Prejuiacutezos Econocircmicos Privados

Na agricultura a destruiccedilatildeo no cultivo de hortaliccedilas e alteraccedilatildeo na

expectativa de produccedilatildeo foram significativas Da mesma forma na pecuaacuteria

especialmente com a destruiccedilatildeo de granjas e perda de produccedilatildeo animal e derivados

As induacutestrias que foram atingidas diretamente sofreram com a perda de

maquinaacuterio mateacuteria-prima produccedilatildeo e estoques nun total avaliado em R$-

1400000000

No sertor de serviccedilos as perdas em equipamentos e mobiliaacuterio atingiram os

valores estimados de R$- 770000000 Da mesma forma o comeacutercio duramente

atingido na aacuterea central da cidade teve perdas em equipamentos mobiliaacuterio e

estoques estimados em R$-2310000000

V4 CONCLUSOtildeES

Os prejuiacutezos acumulados no evento de junho de 2014 satildeo elevados e os

recursos repassados pela Uniatildeo e o Estado ao municiacutepio para a recuperaccedilatildeo e

reconstruccedilatildeo causados pela inundaccedilatildeo natildeo chegaram a 5 do total o que fez com

que o municiacutepio tivesse enormes dificuldades para restabelecer a normalidade e

essa condiccedilatildeo somente foi atingida depois de um longo periacuteodo Uma ponte sobre o

rio Preto na localidade de Posto Castilho que foi levada pelas aacuteguas somente

agora foi concluiacuteda

Assim todas as accedilotildees que puderem ser feitas no sentido de prever

minimizar e mitigar danos e prejuiacutezos devem ser implementadas

260

ANEXOS

261

ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE - INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014

262

FIGURA 162 ndashFormulaacuterio FIDE-19 2014 (Autor 2016)

263

FIGURA 163 ndashFormulaacuterio FIDE-29 2014 (Autor 2016)

264

FIGURA 164 ndashFormulaacuterio FIDE-39 2014 (Autor 2016)

265

FIGURA 165 ndashFormulaacuterio FIDE-49 2014 (Autor 2016)

266

FIGURA 166 ndashFormulaacuterio FIDE-59 2014 (Autor 2016)

267

FIGURA 167 ndashFormulaacuterio FIDE-69 2014 (Autor 2016)

268

FIGURA 168 ndashFormulaacuterio FIDE-79 2014 (Autor 2016)

269

FIGURA 169 ndashFormulaacuterio FIDE-89 2014 (Autor 2016)

270

FIGURA 170 ndashFormulaacuterio FIDE-99 2014 (Autor 2016)

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