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METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DE CURVA GRANULOMÉTRICA DE ROM Christiane Ribeiro Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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METODOLOGIA PARA

DETERMINAÇÃO DE CURVA

GRANULOMÉTRICA DE ROM

Christiane Ribeiro

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

AUTORES

o Christiane Ribeiro

• Mestranda em Engenharia de Minas/UFRGS

o Profa. Dra. Vládia Cristina G. de Souza

• Professora do DEMIN/UFRGS

o Prof. Dr. Jair Carlos Koppe• Professor Titular PPGEM/UFRGS

SUMÁRIO

o Introdução;

o Objetivo;

o Justificativas;

o Metodologia;

o Resultados;

o Conclusões;

o Referências.

INTRODUÇÃO

o O ponto de partida para desenvolvimento da metodologia

deste trabalho partiu dos estudos sobre conceitos de

amostragem de Gy, Napier-Mun, Pittard e Minnitt;

o De acordo com Gy, a amostragem é importante sob diversos aspectos,

tanto para determinação de teores quanto para granulometria. Amostragem

granulométrica sem controle de representatividade, viés e precisão não é

passível de ser validada;

o Este trabalho aplica a teoria, no entanto as amostragens foram feitas com

a utilização de análise de imagens e não por análise granulométrica

convencional (peneiramento).

o A técnica de análise de imagens consistiu em fotografar os blocos

grandes que não podiam ser peneirados;

INTRODUÇÃO

o Tanto a técnica de análise de imagens quanto o esquema

de amostragem utilizados neste trabalho são novos;

o Circuitos de britagem e peneiramento são desenvolvidos com o objetivo

de adequar a granulometria do minério de interesse;

o O ROM amostrado alimenta (basculamento direto) uma usina de

britagem constituída por três estágios iniciais, podendo chegar a cinco. Os

britadores primários são do tipo giratórios de 89”x69”, com abertura de

~2m;

o O produto final da britagem encontra-se em torno de 32mm.

OBJETIVO

o Desenvolvimento de uma metodologia para determinar

a granulometria de ROM in situ, baseado na amostragem

de uma frente de lavra de itabiritos friáveis para avaliar o

desempenho dos britadores primários inicialmente.

JUSTIFICATIVAS

o Dificuldade para coletar grandes quantidades de

amostras e analisá-las via peneiramento;

o Curvas de distribuição granulométrica são utilizadas na

modelagem de equipamentos (simuladores que auxiliam no

controle dos processos);

o Conhecimento da granulometria do material: com o

aprofundamento da cava está previsto aumento de

compactos (geração de blocos maiores que um metro);

METODOLOGIA

Determinação das curvas granulométricas e seus resultados

Análise e tratamentos dos dados obtidos (análise de imagens e peneiramento)

Segregação dos blocos maiores para análise e mensuração via imagens e formação da pilha para quarteamento e posterior peneiramento

Basculamento de uma carga da bancada desmontada em local previamente determinado

Identificação da bancada de trabalho para análise de ROM (pós desmonte)

METODOLOGIA

o Basculamento da carga:

• Massa de 259t;

• Local seguro e sinalizado;

• Duração do trabalho em campo: 3 dias;

• Equipe: 3 a 4 pessoas.

METODOLOGIA

o Segregação dos blocos maiores que 50cm (BM1):

• A escavadeira fez com que o material basculado fosse

revolvido e aos poucos achatado para que a divisão em

pilhas fosse iniciada.

METODOLOGIA

o Mensuração dos BM1:

• Software Fiji (livre);

• Escalonamento da imagem;

• Dimensões dos blocos;

• Comando Analyse > Measure;

• Tabela Excel.

METODOLOGIA

o Quarteamento da pilha original:

• Formação das 4 primeiras pilhas (1/4 da massa

original);

• Determinação das pilhas gêmeas;

• Homogeneização e achatamento das pilhas

gêmeas;

• Redução de massa máxima = 1/32.

METODOLOGIA

o Razão de redução de massa:

o Protocolo de amostragem:

METODOLOGIA

o Segregação dos blocos maiores que restaram e

esgotamento das pilhas gêmeas:• Tamanho dos blocos remanescentes: menores que

50cm e maiores que 2,50cm (BM2);

• O material foi despejado diretamente pela caçamba

da escavadeira sobre uma peneira retangular de 25mm

(peneira de alívio);

• Todos os BM2 foram fotografados e mensurados.

METODOLOGIA

o Mensuração dos BM2:

• Software Fiji (livre);

• Escalonamento da imagem;

• Áreas dos blocos (polylines);

• Comando Analyse > Measure;

• Tabela Excel.

Simulação de peneiramento: um bloco com área

de 600cm²:

• passante em uma malha de 40x40

(1.600cm²) ;

• retido em uma malha de 20x20cm

(400cm²).

METODOLOGIA

o Encerramento do processo em campo:• Material novamente peneirado em 10mm (pilha “A”

massa=60kg e pilha “B” massa=65kg);

• Amostras acondicionadas em sacos plásticos duplos,

identificados: código da pilha de origem, data da coleta e

número da bancada;

• Cada saco ~30kg (dois sacos/pilha = um par de duplicatas);

Verificação da reprodutibilidade!

o Laboratório:• Homogeneização;

• Peneiramento: faixa de 6,3mm até passante em 4,5μm.

RESULTADOS

o BM1:

• classificados como passante e retido em malhas desde

160cmx80cm até 50x40cm;

• 22 blocos.

o BM2:

• classificados nas malhas: 40cmx20cm; 20cmx10cm; 10cmx5cm e

5cmx2,5cm;

• 279 blocos para a pilha “A” e 278 blocos para a pilha “B”.

o Laboratório:

• classificados nas malhas: 6,3mm a -0,045mm;

• cálculo das médias aritméticas das frações retidas dos pares das

amostras.

RESULTADOS

o Adoção de fórmula de volume para conversão dos blocos em

volume:

• Malha passante x malha retida x tamanho médio

aritmético das malhas x número de blocos por classe de

tamanho.

Exemplo: classe de tamanho 1,60mx0,80m dos blocos

BM1 possui volume equivalente a:

1,60m x 0,80m x {[(1,60 + 0,80)/2]m} x 2 = 3,07m³;

• Pemite o cálculo da massa retida em cada classe de

tamanho (adoção de uma constante de densidade média

do minério de 3t/m³).

Compositar os resultados em uma

única curva!

RESULTADOS

o Massa do lote de cada classe de tamanho dos BM1 é igual à

massa da amostra.

• Massa ~ 22t.

o Massa do lote de cada classe de tamanho dos BM2 tem de

ser igual à massa da amostra multiplicado por 32 (a massa

final de cada pilha gêmea equivale 1/32 da massa da pilha

original);

• Massa pilha “A” = 79,5t;

• Massa pilha “B” = 74t.

RESULTADOS

o Massa do lote de cada classe de tamanho analisada em

laboratório teve de ser recalculada da seguinte forma:

• Massa total da pilha inicial (basculada, balança caminhão) = 259t

• Massa total dos blocos BM1 = 22t

• Massa total dos blocos BM2”A” = 79,5t e BM2”B” = 74t

• Massa total do lote do laboratório da pilha “A” =

= 259t - 22t - 79,5t = 157,5t

• Massa total do lote do laboratório da pilha “B” =

= 259t - 22t - 74t = 163t

• Massa retrocalculada do lote para classe de tamanho

Exemplo: para 4mm da pilha “A” =

= 1,65% (média) x 157,50 / 100 = 2,60t

RESULTADOS

o Diferença absoluta:• Calculada com base no valor retido de cada classe da pilha

“A” menos o valor retido de cada classe da pilha “B”;

• Não ultrapassaram o valor de ±2% (para o intervalo de

confiança de 100%).

Reprodutibilidade do método!

Embora fossem esperados erros maiores, pois as etapas de amostragem em

campo (homogeneização, divisão, análise de imagens) são muitas e envolvem

um considerável grau de dificuldade...

o Diferença relativa:• Calculada com base na diferença absoluta dividida pela média do

retido das pilhas “A” e ”B”.

• As diferenças relativas foram de ±1%.

RESULTADOS

o Protocolo de amostragem:

RESULTADOS

APF APA

o APA: abertura posição aberta do britador

o APF: abertura posição fechada do britador (menor abertura)

CONCLUSÕES

o Metodologia bastante laboriosa e protocolo amostral apresenta

taxas de redução de massa elevadas;

o Desenvolvida para análise de materiais mais resistentes à quebra

e de maior granulometria (ex. itabiritos compactos);

o Permitiu estabelecer uma curva granulométrica com

reprodutibilidade (utilizando-se da técnica de análise de imagens dos

blocos maiores);

o Apesar de envolver muitas etapas de homogeneização e divisão,

os erros de viés e precisão (relativa = ±1%) resultantes frente à

massa do lote retrocalculado de 259t foram desprezíveis;

o O tamanho máximo dos blocos atende ao dimensionamento dos

equipamentos de britagem primária (apenas 5% retido em 1m);

CONCLUSÕES

o Para APA (20cm) e APF (14cm), as curvas mostram retidos de

cerca de 35% e 39% respectivamente: 4% do material ficou restrita

a esta faixa de tamanho e 65% do material retido em 20cm (APA);

o De 0,4cm a 20cm a curva mostra um platô: pouca opção com

respeito à configuração deste parâmetro com vistas à modificação

da granulometria do produto;

o Necessidade de verificação de parâmetros tais como, geometria

da câmara, excentricidade e peças de desgaste se desejado um

produto mais fino na britagem primária;

o Possibilidade de aplicar a metodologia para os demais estágios

de cominuição (auxílio na manutenção corretiva de equipamentos e

conhecimento da granulometria para planos de fogo).

REFERÊNCIAS

o CHAVES, A.P. & PERES A.E.C. Teoria e Prática do Tratamento de minérios: Britagem,

Peneiramento e Moagem, Vol. 3, Signus editora, 2002, 142 p.

o Gy, P.M. Errors committed in size distribution. Congress of Jamshedpur, Indian Mining J.,

India, February, 1957.

o Gy, P.M. Sampling of particulate materials: Theory and practice, 2nd ed., Elsevier,

Amsterdam, 1982.

o KING, R.P. Modeling and Simulation of Mineral Processing Systems. Butterworth-

Heinemann, 2001, 403 p.

o MINNITT, R.C.A. et al. Part 1: Understanding the components of the fundamental sampling

error: a key to good sampling practice. The Journal of the Southern African Institute of

Mining and Metallurgy, vol.107, pp. 505-511, 2007.

o NAPIER-MUNN, T.J. et al. Mineral Comminution Circuits: Their Operation and Optimisation,

Julius Kruttschnitt Mineral Research Centre, The University of Queensland, 1996, 413 p.

o PITTARD, F.F. Pierre Gy's sampling theory and sampling practice: Heterogeneity,

sampling correctness, and statistical process control, 2nd ed., CRC Press, 1993, 488 p.

AGRADECIMENTOS

OBRIGADA!

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