metodologia de ensino - parte da av3 integrada 5º semestre - uninove - grupo: carolina fioravanti,...

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10 Análise da Disciplina: Metodologia de Ensino AVALIAÇÃO CRÍTICA DO CAPÍTULO História O Mundo por um fio: do século XX ao XXI. Vol. 3 Ensino Médio. PNLD 2012 / 2013 / 2014. Editora Saraiva. Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira, Georgina dos Santos (orgs). Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira e Georgina dos Santos todos eles formados pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Sendo que a Georgina obteve a licenciatura e o mestrado em História por essa Instituição, e o doutorado em História Social pela USP, com a tese Ofício e Sangue. Ronaldo Vainfas formou-se em História pela (UFF) em 1978, e no mesmo ano ingressou como professor nesta Universidade lecionando história da América, sobretudo colonial, obteve seu mestrado na própria Instituição com o trabalho Ideologia e Escravidão e fez doutorado na USP. Sheila de Castro leciona também na (UFF), onde se se graduou e concluiu mestrado e doutorado, elaborou vários livros paradidáticos entre eles A Economia Brasileira e finalmente Jorge Ferreira que também se graduou em História pela (UFF), fez mestrado na mesma Instituição e na USP obteve o título de doutor em História Social, é professor também na (UFF). Estamos apresentando os autores, pois achamos pertinente para análise do livro, embora todos tenham títulos acadêmicos, queremos chamar a atenção que nenhum dos autores lecionou em escola pública. Iniciaram suas carreiras como docentes na universidade. Com essa apresentação começaremos a análise do capitulo intitulado por: América Latina: Nacionalismo e desenvolvimentismo, embora esse capitulo esteja dividido em cinco partes, vamos nos concentrar especificamente nos textos que correspondem a ditadura no Chile e Argentina e ainda mais especificamente na Argentina por questões de exigências disciplinar. Observamos que cada texto tem aproximadamente duas folhas parece-nos insuficiente para discorrer sobre períodos tão complexos.

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Page 1: Metodologia de Ensino - Parte da av3 integrada 5º semestre - UNINOVE - Grupo: Carolina Fioravanti, Elaine Aprígio, Emerson Mathias, Priscila Cassanti e Rosimeire Hilário

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Análise da Disciplina: Metodologia de Ensino

AVALIAÇÃO CRÍTICA DO CAPÍTULO

História – O Mundo por um fio: do século XX ao XXI. Vol. 3 – Ensino Médio. PNLD –

2012 / 2013 / 2014. Editora Saraiva. Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge

Ferreira, Georgina dos Santos (orgs).

Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira e Georgina dos Santos todos

eles formados pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Sendo que a Georgina

obteve a licenciatura e o mestrado em História por essa Instituição, e o doutorado em

História Social pela USP, com a tese Ofício e Sangue. Ronaldo Vainfas formou-se em

História pela (UFF) em 1978, e no mesmo ano ingressou como professor nesta

Universidade lecionando história da América, sobretudo colonial, obteve seu mestrado

na própria Instituição com o trabalho Ideologia e Escravidão e fez doutorado na USP.

Sheila de Castro leciona também na (UFF), onde se se graduou e concluiu mestrado e

doutorado, elaborou vários livros paradidáticos entre eles A Economia Brasileira e

finalmente Jorge Ferreira que também se graduou em História pela (UFF), fez mestrado

na mesma Instituição e na USP obteve o título de doutor em História Social, é professor

também na (UFF).

Estamos apresentando os autores, pois achamos pertinente para análise do livro, embora

todos tenham títulos acadêmicos, queremos chamar a atenção que nenhum dos autores

lecionou em escola pública. Iniciaram suas carreiras como docentes na universidade.

Com essa apresentação começaremos a análise do capitulo intitulado por: América

Latina: Nacionalismo e desenvolvimentismo, embora esse capitulo esteja dividido em

cinco partes, vamos nos concentrar especificamente nos textos que correspondem a

ditadura no Chile e Argentina e ainda mais especificamente na Argentina por questões

de exigências disciplinar.

Observamos que cada texto tem aproximadamente duas folhas parece-nos insuficiente

para discorrer sobre períodos tão complexos.

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Porém se faz pertinente à observação nas primeiras páginas na parte superior a

“Cronologia deste capitulo”, onde se faz uma leitura mais ampla sobre o período das

ditaduras na América Latina, ou seja, na Argentina, Peru, Chile e Nicarágua. Essa

leitura é importante para a compreensão do aluno, levando-os a perceberem que as

histórias são processos e que estão acontecendo em qualquer lugar e ao mesmo tempo,

pois por vezes percebemos alunos que pensam, por exemplo, que a ditadura foi uma

realidade só do Brasil, e ainda assim evidentemente por não se tratar do seu tempo, mais

de um tempo passado nem se quer conseguem entender essa realidade acaba não

percebendo esses acontecimentos em outros contextos levando-os a pensar em uma

História estanque, como bloco, que começa e morre em um único lugar sem conexão

com outros países/continentes.

Assim sendo no texto: “No Chile, o governo de Allende” o recorte feito pelos autores

se dá nas eleições presidenciais no Chile de 1970, onde Allende vence as eleições. Os

autores fazem uma narrativa dos fatos sem focar acontecimentos que se faz necessário

para a contextualização do aluno, acreditamos que seria importante ainda que por meio

de tópicos a apresentação das massas e como se deu sua entrada na política, que a nosso

ver foram os grandes movimentadores desse contexto, mostrar realmente a participação

da igreja e os interesses essenciais dos países estrangeiros e deixar claro que o Chile foi

o país pioneiro em fazer eleições para o sistema Socialista.

Sobre o texto: “Argentina dividida” Inicia-se com a posse de Juan Domingo Perón à

Presidência da República em 1946 – o capítulo traz uma explicação da política

peronista e do antiperonismo. Como já citado anteriormente os textos do livro não

passam de duas folhas, os autores não trazem questões fundamentais do contexto

histórico antes do peronismo e abordam pouco a fase da redemocratização,

principalmente sobre as Mães e Avós da Praça de Maio, acreditamos que essas

informações seriam vitais e pertinentes para uma maior compreensão da temporalidade,

da sociedade, economia, cultura e política dentro do contexto histórico da ditadura

argentina. Percebemos que o texto é meramente informativo sem maior preocupação em

contextualizar e tratar os conceitos históricos pertinentes à época, não criando no aluno

condições para que ele perceba os agentes e processos do período estudado.

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No texto O Livro Didático de história hoje: um panorama a partir do PNLD as autoras

Miranda/Luca citam Keith Jenkis que diz: “uma coisa é o recorte do tempo em que algo

se passou, outra coisa é a narrativa construída sobre esse recorte, cuja lógica é

diretamente pertinente ao tempo de sua produção enquanto narrativa e não ao tempo

original do acontecimento”. (p.135)

Citando ainda as autoras Miranda/Luca a partir de um olhar sobre o conjunto dos

manuais didáticos avaliados no PNLD 2005, que sobre aspectos de ambiguidade

distinguiram-se três possibilidades de abordagem, o que para nós interessa essa: ”outro

grupo cuja seleção de conteúdos, cronologia e textos é feita segundo uma visão mais

informativa acerca da narrativa acontecimental do passado e que, nesse sentido, prioriza

aquela dimensão que Vilar nos aponta como “Conhecimento de uma matéria””; (p.153)

O Autores não fazem nenhuma problematização para levar o aluno a refletir, a

questionar sobre os períodos das ditaduras na Argentina/Chile apresentando realmente

uma narrativa/informativa dos fatos empobrecendo de certa forma os contextos daqueles

momentos.

Para entendermos as ditaduras, pensamos que deveríamos voltar um pouco atrás no

recorte e mostrar os antecedentes dessas ditaduras (usando a ideia de Capelato de um

dos seus subtítulos da Clio Revista de Pesquisa Histórica-n.24, 2006 - o original é: Os

antecedentes da ditadura argentina e suas caracterizações)

Ou seja, no caso da Argentina/Chile, os movimentos operários e camponeses, que por si

só já dariam um bom entendimento dos aspectos sociais desses grupos, e através de suas

histórias vamos entendendo suas revoltas e manifestações, a criação de movimentos

sociais de luta. A influência dos Estados Unidos, causando miséria, injustiça, má

distribuição de renda entre outros. Assim pensamos que seria pertinente neste capítulo o

estudo desses processos, como as formações de partidos e sindicados, a participação da

Igreja, e como já citado As Mães e Avós da Praça de Maio no caso da Argentina um

movimento de resistência muito importante e atuante até hoje. “Os protestos das mães

da Praça de Maio foram também, de importância vital, simbolizando a resistência ás

atrocidades do regime e a esperança de uma sociedade melhor no futuro.” (In: ditadura e

Repressão: o autoritarismo e o estado de direito no Brasil, no Chile e na Argentina.

PEREIRA, Anthony W. – São Paulo: Paz e terra, 2010 p.204).

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Os autores, poderiam ter dado maior ênfase para as Mães e Avós da Praça de Maio,

principalmente no final do capítulo, ou seja, a partir da redemocratização.

Os autores se detêm a narrar sobre o Presidente Perón levando a entender que só houve

esse presidente e sua esposa Isabel Perón (a Isabelita), narra o golpe de 1966 sem levar

em conta que com esse golpe se instaura efetivamente a ditadura militar na argentina e

sequer fala que foi pelo General Organi, não que devemos valorizar esse ou aquele

nome, mas para entender e explicar certos acontecimentos para os alunos é pertinente o

uso cronológico para maior compreensão dos sujeitos históricos e da temporalidade.

O capítulo não apresente nenhum documento histórico e imagens iconográficas são

pouco exploradas (o capítulo Argentina dividida possui apenas três imagens). As

imagens iconográficas fazem alusão aos momentos de posse de Peron e Videla, não

agrega valor ao texto, pois não trazem nenhum questionamento aos alunos. Já a

iconografia das Mães e Avós de Maio (página 298), ajudam os alunos a perceberem

como se davam os movimentos sociais populares, ou seja, agregam ao texto uma

informação importante e pertinente do processo de resistência contra a ditadura. As

imagens ajudam na reflexão, para imaginar aquele momento, porém não devemos

esquecer de lembrar os alunos que as imagens são apenas uma representação da

realidade e não uma verdade absoluta.

Entendemos que por se tratar de um tema importante para a América Latina, os autores

deveriam ter levado em consideração o uso de documentos históricos sobre a ditadura

argentina, que existe em boa quantidade.

Existem muitos conceitos para serem tratados neste capítulo, porém os autores abordam

apenas o peronismo e democracia (página 300), intitulada Roteiro de Estudos, quadro

Reflexões – Ditadura. Neste exercício os autores fazem um resumo sobre os dois

conceitos e posteriormente pedem que os alunos façam um texto para definir ditadura

em contraposição à democracia. Porém não informam como se formou o conceito

peronista. Seria pertinente esta informação para que os alunos pudessem perceber o

conceito dentro do tempo histórico que se deu este processo.

“Peronismo é a denominação dada genericamente ao movimento nacional justicialista,

criado e liderado a partir do pensamento de Juan Domingo Perón, militar e estadista

argentino, presidente daquele país em 1946, 1951 e 1973. O Movimento Justicialista

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transformou-se, mais tarde em Partido Justicialista, que é a força política majoritária na

Argentina.1

“Aquilo que se escreve sobre uma pessoa ou acontecimento é mera interpretação, do

mesmo modo que o são os depoimentos visuais criados por artistas, como pinturas e

desenhos. A fotografia aparentemente não constitui depoimento sobre o mundo, mas

fragmento desse, miniatura de uma realidade que todos podemos construir ou adquirir”

(SONTAG,Susan. Ensaios sobre fotografia/Susan Sontag; {tradução de} Joaquim

Paiva. – Rio de Janeiro: Arbor, 1981. p.04)

Nas páginas 286 (Chile) e 299 (Argentina), respectivamente o primeiro intitulado como

“Documento”, onde trás o último discurso de Salvador Allende na manhã de 11 de

setembro de 1973 e “Conversa de historiador” e fala sobre o “Terrorismo do Estado”

no contexto da Argentina. Vimos esses paradidáticos como positivo por colocar o aluno

enfrente a novas visões da história e apresentar outros historiadores e

consequentemente mostrar documentos. Queremos ressaltar um dos trechos do

Historiador Luis Alberto Romero em “Conversa de historiador” que fala sobre as

mães que foram separadas dos seus filhos ainda na prisão onde deram a luz, muitas

dessas crianças foram criadas pelos algozes de seus pais e em relação a isso podemos

citar o filme História Oficial até como exercício para que eles (alunos) consigam ter

maior percepção do que foi aquele momento.

Nas páginas 300 e 301 inicia-se a parte dos exercícios com o “Roteiro de Estudos”

com o item “Para organizar” onde os autores elencam cinco questões envolvendo os

outros países da América Latina, levando o aluno a observar, relacionar e comparar

esses contextos para responder as questões, analisamos de maneira muito positiva esse

exercício. Logo abaixo tem o item “Reflexão” onde os autores discorrem sobre o que

vem a ser o significado da palavra ditadura, onde também notamos ser positivo, pois

eles falam da ditadura no contexto desses países da América Latina já citado no inicio

desse texto, portanto pertinente para que o aluno consiga realmente entender as

ditaduras em seus respectivos contextos. Em seguida fazem uma pergunta que o aluno

atendo pode responder de pronto, não levando a uma problematização ou reflexão. Na

1 Hélgio Trindade. "IntegralismoTeoria e Práxis política nos anos 30". In : História Geral da Civilização

Brasileira. Brasil Republicano, T. 3, São Paulo : Difel, 1981, p. 297-335; Hélgio Trindade. Integralismo.

Op. cif, p. 129-277

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página ao lado 301 “Vamos testar” traz 03 questões sobre vestibulares, consideramos

válidas para alunos de ensino médio que estão quase saindo da escola e que pretendem

continuar os estudos em nível universitário, para que familiarizarem-se com questões

do gênero, o outro exercício “Para fechar” coloca as imagens de Allende e Pinochet

para que os alunos pesquisem sobre a biografia e a maneira de governo de cada um no

Chile, a sugestão do exercício em usar imagens é interessante e se faz necessário,

porem poderíamos trabalhar também com outras imagens, ou até usar uma imagem e

um documento já que o texto sobre o Chile trás esse documento como já citamos

anteriormente enfim podem-se criar outras possibilidades.

CONCLUSÃO

Concluímos que o capítulo poderia ser melhor trabalhado nos aspectos da

temporalidade, buscando dados anteriores ao regime militar argentino que pudesse

inserir o aluno em um contexto mais amplo sobre os conceitos e as concepções dos

sujeitos históricos. Seria pertinente dar mais ênfase as sociedades, ou seja, aos grupos

populares, revolucionários que se formaram e lutaram por seus direitos, constituídos

pelos operários, camponeses, entre outros. Sentimos essa deficiência nos textos, pois

não há um aprofundamento sobre os movimentos populares que foram e ainda são

fundamentais na luta contra a ditadura. A narrativa histórica parece-nos como mera

informação, dificultando a compreensão do aluno. Notamos que não há nenhum mapa

que os levem a imaginar os espaços, refletir pensar em lugares e perceber seu próprio

espaço geográfico e com isso também estaremos atendendo aos Parâmetros

Curriculares Nacionais 2000 (Ensino Médio) que na área de Ciências Humanas e suas

tecnologias diz: “A aprendizagem nessa área deve desenvolver competências e

habilidades para que o aluno entenda a sociedade em que vive como uma construção

humana, que se reconstrói constantemente ao longo de gerações (...); para que se

construa a si próprio como um agente social que intervém na sociedade; (...)”

(PCN/2000-p.21)

E lembrando novamente o PCN, abrir caminhos para trabalhar com a

interdisciplinaridade: “Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade não tem a

pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas utilizar os conhecimentos de várias

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disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado

fenômeno sob diferentes pontos de vistas” (PCN/2000-p.21)

RECRIAÇÃO DO CAPÍTULO

Introduziríamos no capítulo um texto explicando processos anteriores ao peronismo,

principalmente do processo de independência argentina, consideramos essas

informações pertinentes para que o aluno perceba a temporalidade e os conceitos que

serão tratados no decorrer do capítulo, ou seja, a ditadura militar. Colocaríamos o

seguinte texto antes de abordarmos a posse de Peron em 1946, que está na página 296.

Mais do que outros países do continente, a Argentina enfrentou

uma prolongada luta pela independência. Mal tinham

conseguido se livrar do domínio espanhol, na primeira metade

do século XIX, os argentinos tiveram de enfrentar as forças da

Inglaterra e da França, que tentavam se instalar no país com o

objetivo de controlar o mercado do couro e impor a venda de

manufaturados ingleses e franceses. O general José de San

Martín liderou a guerra de libertação, que terminou com a

derrota dos espanhóis e de seus aliados locais. A independência

foi conquistada em 1816. Em 1829, o general Juan Manuel

Rosas tomou o poder e teve papel decisivo na expulsão das

forças inglesas e francesas, que chegaram a bloquear o Porto de

Buenos Aires. De Rosas transformou-se num ditador e ficou

vinte anos no poder, até ser deposto por outro general, José de

Urquiza, em 1852. (RIBEIRO, 2012:164)

Junto a esse texto colocaríamos um documento histórico, para que o aluno perceba que

este ato é um processo político e econômico. Neste caso utilizaríamos a ata de

Independência Argentina.

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Obs.: Faríamos aqui uma tradução para português dos principais pontos da ata de

independência. Na sessão Roteiro de estudos (página 300) proporíamos uma

pesquisa bibliográfica (bibliotecas, internet, arquivos públicos) sobre o processo

político e econômico que levou a independência. Solicitando aos alunos um texto

sobre o que foi pesquisado referente ao proposto.

Na página 298, que trata sobre a resistência ao regime, introduziríamos o texto e a

imagem abaixo.

Sobre a Guerra das Malvinas:

(...) Com o país mergulhado no caos social e econômico e

diante da explosão de revelações sobre torturas, assassinatos e

desaparecimentos, Galtieri achou que era preciso arranjar um

inimigo externo para desviar a atenção. Em 2 de abril de 1982,

lançou o país numa desastrada aventura ao ordenar o

desembarque de tropas nas Ilhas Malvinas, Falkland para os

ingleses. A guerra durou menos de três meses. A Inglaterra,

então governada pela primeira-dama Margaret Thatcher,

mobilizou um imenso poder de fogo contra os argentinos, que

foram esmagados rapidamente. O conflito deixou mais de mil

mortos, a maioria argentinos. Em 15 de junho, a Argentina se

rendeu. A imagem de soldados argentinos humilhados,

abandonando as ilhas, abateu profundamente o país. Dois dias

após a rendição, Galtieri renunciou. (RIBEIRO, 2012:155-6)

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Fonte:http://www.google.com.br/#sclient=psy-

Fonte:http://www.google.com.br/#sclient=psy-

A esquerda soldados argentinos / A direita soldados ingleses nas ilhas Malvinas ou

Falkland

A proposta com este mapa é localizarmos para os alunos geograficamente onde se

localiza as Ilhas Malvinas ou Falkland, fundamental para o processo de aprendizagem.

Além de podermos localizar a proximidade geográfica do Brasil e a distância da

Inglaterra (Europa). Junto com as imagens dos soldados na Guerra das Malvinas, e

utilizando o texto sobre as Malvinas, proporíamos no Roteiro de Estudos, uma

pesquisa (grupo de cinco alunos), sobre quais os motivos políticos e econômicos que

levaram a Argentina declarar Guerra contra a Inglaterra. Como se encontrava o contexto

social da Argentina antes da Guerra das Malvinas. Após essa pesquisa, faríamos um

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debate em sala de aula e os grupos entregariam um relatório sobre o que foi pesquisado

e as fontes usadas.

Para finalizar focaríamos nas Mães e Avós da Praça de Maio e o processo de

redemocratização.

(...) Calcula-se que por ali passaram cerca de 5 mil pessoas,

incluindo políticos das mais diversas filiações, sindicalistas,

professores, estudantes, artistas e religiosos, suspeitos de

atividades contra o regime. Poucos sobreviveram. A maioria

morreu durante as sessões de tortura e espancamento. Os que

sobreviviam, em geral com ossos quebrados, órgãos internos

lesados, dentes arrebentados e olhos ou ouvidos perfurados,

eram colocados em aviões da Marinha argentina e lançados em

alto-mar. Também passaram pela Esma e por dependências do

Exército mulheres de presos políticos ou elas próprias

militantes de algum grupo ou partido que estavam grávidas no

momento da prisão. Dezenas ou centenas de bebês nasceram

nas prisões e foram distribuídos entre os próprios militares, que

se encarregavam de falsificar papéis de adoção. Esse número

nunca foi apurado. (RIBEIRO, 2012:156)

As Mães e Avós da Praça de Maio. “(...) Um segundo tipo de grupo coordenava as

ações dos familiares dos mortos e desaparecidos, dentre os quais os mais importantes

eram as Mães da Praça de Maio, as Avós da Praça de Maio e os Familiares dos Detidos

e Desaparecidos por Razões Políticas.” (PEREIRA, 2010:204).

No Roteiro de Estudos, utilizaríamos trechos do filme A História Oficial de Luiz

Puenzo. As cenas em que a personagem central Alicia conversa com uma das Avós da

Praça de Maio, bem como as cenas que tratam dos desaparecidos, para aprofundarmos o

tema sobre os grupos e movimentos populares de resistência. Junto com os textos

inseridos no capítulo, em sala de aula, faríamos debates sobre as impressões dos alunos,

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sobre o que já estudaram desde o início do capítulo e o que podem relacionar sobre o

tema estudado.

CONCLUSÃO

Pretendemos com isso ampliar os conceitos, a temporalidade e a compreensão dos

sujeitos históricos referente a ditadura argentina. É pertinente e fundamental que o aluno

conheça a fase anterior e posterior ao regime argentino para entender e contextualizar

esse período e conseguir criar um elo com a contemporaneidade. Enfim, levar o aluno a

perceber as permanências e transformações históricas. Criando um pensamento crítico

sobre a condição política, econômica, cultural e social nos dias atuais.

BIBLIOGRAFIA

PEREIRA, Anthony W. Ditadura e Repressão: o Autoritarismo e o Estado de direito no

Brasil, no Chile e na Argentina. São Paulo: Paz e Terra, 2010.

RIBEIRO. Taquari Carlos. Tiranos e Tiranetes: A Ascensão e Queda dos Ditadores

Latino Americanos e Sua Vocação Para o Ridículo e o Absurdo. Civilização Brasileira.

São Paulo. 2012.

TRINDADE, Hélgio. IntegralismoTeoria e Práxis política nos anos 30". In : História

Geral da Civilização Brasileira. Brasil Republicano, T. 3, São Paulo : Difel, 1981, p.

297-335; Hélgio Trindade. Integralismo. Op. cif, p. 129-277

SITES

Fonte:http://www.google.com.br/#sclient=psy-

http://www.linguee.com.br/espanhol-portugues/traducao/acta+de+independencia.html