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    METODOLOGIA DA ALFABETIZAO: DIALOGANDO NAS PERSPECTIVAS

    DO DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA NA CRIANA E SUAS RELAES1

    Daniele Santiago Santos2

    Olivia Margarete Machado Queiroz Souza3

    Resumo: Este artigo consequncia de uma pesquisa de campo feita na disciplina Metodologia da

    Alfabetizao 2012.1, turma de Pedagogia, VI semestre, na UESB. Essa pesquisa tem como objetivo aanalisar atividades desenvolvidas por trs crianas de quatro anos de idade, identificando assim, onvel de desenvolvimento da escrita das crianas. O artigo aborda tambm algumas discusses nasperspectivas do desenvolvimento da escrita na criana e suas relaes, acerca do letramento,alfabetizao e escolarizao e aspectos que influenciam na alfabetizao, apontando tambm odesenvolvimento das hipteses elaboradas pelas crianas com base nas reflexes de Ferreiro eTeberosky,(1995) incluindo uma anlise dos dados, resultados da pesquisa e as consideraes finais.

    Palavras-Chaves: Alfabetizao, letramento, criana.

    1Pesquisa de campo orientada pelo professor Alfrncio Ferreira Dias, ministrante da disciplina Metodologia daAlfabetizao 2012.1, turma de Pedagogia, VI semestre, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.2Graduanda do VII semestre de Pedagogia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB

    Departamento de Cincias Humanas e Letras DCHL e bolsistas do Programa Institucional de Bolsa deIniciao Docncia - PIBID/UESB, campus de JequiBA, email: [email protected] de Pedagogia de Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- [email protected]

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    Introduo

    Este artigo fruto de uma pesquisa na disciplina Metodologia da Alfabetizao

    2012.1, turma de Pedagogia, VI semestre, na UESB. Essa pesquisa tem como base, a anlise

    de atividades desenvolvidas por trs crianas de quatro anos de idade, da sala do grupo C. A

    turma composta por dez crianas, entre 3 e 4 anos de idade, entre elas, trs alunos com

    quatro anos e sete alunos com trs anos. A turma composta em sua maioria por meninos.

    Analisamos 03 (trs) atividades de cada aluno, onde podemos observar que estes esto no

    processo de desenvolvimento da escrita.

    Foram realizadas duas visitas: a primeira com o objetivo de solicitar uma autorizao

    para que fosse feita a pesquisa, e a segunda, foi para que com o auxlio da professora, fossem

    escolhidas atividades de alguns alunos para serem analisadas.

    A pesquisa foi realizada com alunos do Centro de Convivncia Infantil Casinha do Sol

    C. C. I. Localizada na Avenida Lyons Clube, s/n, bairro Jequiezinho. O corpo docente

    formado por 5 professoras e 3 estagirias.Trata-se de uma instituio universitria que atende

    no total de 44 crianas no diurno, crianas de classe mdia. Esse pblico composto porfilhos de funcionrios, professores e estudantes da UESB. O centro composto por trs salas

    de aula, cozinha, refeitrios e banheiros adaptados para crianas, sala de reunio, uma

    construo da brinquedoteca e na rea externa h um parquinho com diversos brinquedos. O

    objetivo desse artigo analisar a evoluo dos nveis da escrita da criana, com base nas

    concepes de Emlia Ferreiro e Ana Teberosky. As anlises das atividades sero

    desenvolvidas de acordo com o planejamento da professora da classe dos referidos alunos.

    Diante do tema abordado, existe uma necessidade de repensar alfabetizao. Segundo

    Tfouni (2010), a alfabetizao, a escrita e o letramento no podem ser analisados de formas

    separadas, elas esto relacionadas entre si, porque no processo de alfabetizao so

    desenvolvidas habilidades da escrita e letramento, sendo que este envolve a prtica social da

    leitura.

    Para iniciarmos a discusso, importante fazer algumas reflexes voltadas para o

    surgimento da escrita e o objetivo da escrita em diferentes sociedades e contextos histricos.

    Em muitas sociedades, saber ler e escrever fazia parte de uma relao de poder, dominao,

    alienao e subservincia dentre outras formas que oprimem uma determinada classe social, j

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    em outros momentos, a escrita contribuiu para o avano das cincias. As prticas da escrita

    variam de acordo a poca e a sociedade, pois cada uma possui suas especificidades. O

    processo cultural tambm interfere na escrita, que est diretamente interligado. Quanto mais a

    sociedade desenvolve a escrita, tambm passa a se desenvolver, incidindo assim, por um

    processo cultural para nos aproximarmos da escrita que existe hoje.

    Metodologia da Alfabetizao: Dialogando nas perspectivas do desenvolvimento da

    escrita na criana e suas relaes

    Diante do tema proposto no artigo, de fundamental importncia abordarmos discusses

    acerca do letramento, alfabetizao, escolarizao dentre outros aspectos que influenciam na

    alfabetizao e o desenvolvimento das hipteses elaboradas pelas crianas.

    Uma breve discusso acerca do letramento, alfabetizao e escolarizao

    O letramento, a alfabetizao, a escolarizao e a educao esto inter-relacionados,

    ou seja, bem prximos um dos outros, apesar de terem significados diferenciados. Neste

    sentido importante compreender o letramento de ensinar que so os objetivos e as prticas e

    a introduo do ensinar no contexto escolar, o letramento ensinado que repensar as prticas

    no componente curricular abrangendo tudo que acontece no desenvolvimento da aula e do

    letramento adquirido, que so os conhecimentos que a criana conseguiu aprender durante as

    aulas e que vai levar para toda vida. Existe o letramento escolar que acontece dentro do

    espao escolar e o no escolar que construdo nas relaes sociais. Essas so algumasrelaes que podemos fazer da perspectiva do letramento e da educao.

    Tfouni (2010) apresenta duas concepes de alfabetizao. A primeira um conceito

    muito simples relacionado s com o processo de aquisio individual, com uma definio

    seca e mecnica, separando alfabetizao da escolarizao, onde na verdade esses processos

    no podem ser separados, pois alfabetizar algo mais pontual, j a escolarizao um

    processo continuo, o avano aps o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, por

    isso, eles no devem ser vistos de forma separada. Nesse sentido no devemos nos preocupar

    com os conceitos de alfabetizao, mas com os problemas da alfabetizao nas escolas, para

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    Aspectos que influenciam na alfabetizao

    No podemos deixar de mencionar o interacionismo, como por exemplo, a interao

    do brinquedo para o desenvolvimento da escrita, porque em qualquer jogo h sempre uma

    situao imaginaria,

    De acordo com os tericos de corrente histrico- cultural, o jogo a atividadeprincipal da criana pr-escolar, ou seja, o mediador por excelncia das principaistransformaes que definem seu desenvolvimento. Fundamentar a educao infantilna ludicidade significa um saber-fazer reflexivo para que o jogo seja constituinte dezonas de desenvolvimento proximal. Independentemente de resultados, o interessepela brincadeira mantm-se pelo processo de brincar, o que no significa a

    existncia de um novo objetivo. O jogo tem por objetivo exercitar e desenvolvertodas as foras reais e embrionrias que nele existem. (VYGOTSKY, 1996, p.79)

    A funo simblica da criana e relaciona com o significado que a criana d ao brinquedo na

    forma como ela atribui sentido s coisas, neste sentido a criana se preocupa mais com o

    smbolo do que como natural. atravs da linguagem falada que a escrita vai desenvolver, no

    brincar a criana cria situaes, por isso, importante o estimulo da criana para desenho.

    Sendo assim, cabe Pedagogia desenvolver atividades que proporcione o desenvolvimento da

    escrita, com prticas pedaggicas onde o mediador devera provocar experincias para as

    crianas com o ambiente rico e vivo, para que possam trabalhar com o imaginrio. Essas

    prticas devem estar inseridas no contexto social da criana, ou seja, os smbolos devem estar

    inseridos no mundo dela, para que ocorra uma aprendizagem significativa, envolvendo a

    ludicidade.

    Antes de entrar na escola a criana j traz consigo as habilidades da escrita, mas essa

    escrita que representada no instrumentada, ela serve para que a criana possa organizar o

    seu mundo, mesmo que o adulto no compreenda o que a criana escreveu, ela entende o que

    est escrito. A criana brinca quando escreve, sendo assim os interacionistas como Vygotsky

    (1996) explicam que, para que a criana aprenda preciso de motivao assim, entendemos

    que a motivao importante para despertar e intensificar o desejo de aprender e levar o

    indivduo ao. Ela compe a energia vital para o exerccio de atividades, ou seja, o

    interesse e a vontade que funcionam como impulsores da conduta humana.Nesse sentido:

    [...] Sabendo-se que para aprender necessrio agir e, por outrolado, que a atividade se inicia graas atuao de um ou vriosmotivos, conclui-se que a educao no pode prescindir damotivao. (CAMPOS, 1987, p.108)

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    Os smbolos devem ser comuns ao seu cotidiano para que a criana sinta interesse de

    escrever. importante que o professor das sries iniciais compreenda o processo de escrita dacriana, para que ele possa contribuir de maneira significativa para um bom desenvolvimento

    da escrita.

    Desenvolvimento das hipteses elaboradas pelas crianas

    A partir das anlises das atividades observamos que as crianas trazem as hipteses

    que usam para ler e escrever. Na leitura sem imagem,segundo (FERREIRO E

    TEBEROSKY,1985,) a criana precisa entender o sentido da palavra para compreender o

    texto, a entonao de voz influencia na forma de como a criana vai entender a frase. Na

    leitura sem imagem cria-se hiptese para a leitura no processo de deduo e decifrado.

    importante nesse processo de desenvolvimento a utilizao das letras de impressa porque a

    criana j desenha, sendo assim, fica mais fcil o desenho da letra, j a letra cursiva no

    acontece o mesmo, porque j desenhada.

    A criana no incio do desenvolvimento no considera as palavras com menos de trs

    caracteres, nem os artigos. Na hora da leitura importante que o professor indique a direo

    de onde est comeando e terminando a frase. A entonao vai ajudar a criana criar hiptese,

    a partir da sua maturao que ela vai desenvolver a identificao das palavras sem imagens.

    J nas leituras com imagem baseados nas pesquisas de Ferreiro e Teberosky (1985),

    elas abordam o processo de desenvolvimento da criana. Essa pesquisa foi desenvolvida como objetivo de descobrir quais so as hipteses das crianas em relao escrita quando esta

    vem acompanhada de uma imagem, assim, aescrita tambm um objeto simblico, um

    substituto (significante) que representa algo. Desenho e escrita substitutos materiais de algo

    evocado, so manifestaes posteriores da funo semitica mais gerais. No entanto diferem.

    [...](FERREIRO E TEBEROSKY. 1985, p, 64). A comprovao das pesquisas traz o que as

    crianas esperam encontrar no texto, o nome do objeto. Analisando as hipteses das crianas

    na leitura do texto com imagem, no primeiro momento, texto e desenho, para criana, formamuma s unidade, depois o texto representa a etiquetagem, ou seja, o nome do desenho. Um dos

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    primeiros ndices de referncia do texto acontece quando a criana pega o livro por imitao,

    [...] a influncia do fator social est em relao direta com o contato com objeto cultural

    escrita. evidente que a presena de livros, escritores e leitores maior na classe mdia do

    que na classe baixa. [...] (FERREIRO E TEBEROSKY.1985, p, 96).

    preciso que a criana tenha exemplos dos quais ela possa imitar, ou que tenha lido

    histrias para ela. Neste sentido as metodologias usadas nas aulas devem se apropriar de

    imagens que fazem parte do cotidiano da criana, facilitando a identificao dos desenhos,

    conseqentemente isto resulta em um bom desenvolvimento.

    A partir das anlises das atividades destacadas, importante fazer uma reflexo da

    pesquisa desenvolvida por Ferreiro e Teberosky (1985), pois esta representa as hipteses dascrianas relacionadas com as diferenas e as relaes que a criana faz perante o

    reconhecimento das letras, dos nmeros e sinais de pontuao no desenvolvimento da escrita.

    No primeiro momento as crianas confundem os nmeros com letras, depois ocorre uma

    distino entre elas e por ltimo a reintroduo do conflito. As primeiras tentativas de escrita

    das crianas, onde estas diferenciam das tentativas em desenhar de duas formas: traos

    ondulados contnuos, que retratam a continuidade da letra manuscrita, ou de uma srie de

    pequenos crculos e linhas verticais que representam a descontinuidade da letra de imprensa.Neste sentido os materiais utilizados nas aulas e as metodologias, faro a diferena no

    aprendizado, pois quanto maior for interao, melhor o desenvolvimento do abstrato para o

    concreto na criana, contribuindo para uma boa evoluo da escrita na criana.

    Ferreiro e Teberosky (1985) explicam cinco nveis sucessivos de evoluo da escrita

    da criana,estes nveis so resultados de uma pesquisa que as autoras fizeram com crianas

    dos 4 a 6 de idade.

    No nvel um, o pr-silbico, a criana usa o desenho, as garatujas para representar as

    letras, ela no domina a escrita. A criana reproduz os traos tpicos da escrita que so

    identificados como forma bsica. Neste nvel a compreenso da escrita no est relacionada

    com as diferenas objetivas do resultado, visto que as escritas so semelhantes umas das

    outras, mas com a inteno de quem escreve. Sendo que a partir dessa anlise, somente a

    prpria criana consegue interpretar a sua escrita.

    O nvel dois, o pr-silbico, ocorre o abandono do desenho para as letras, a crianacomea atribuir o grafismo para mostrar as letras. Esse nivel caracterizado atravs da

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    atribuio de significados diferentes das escritas, as grafias so cada vez mais prximas s

    letras e segue-se com ideia de que necessrio uma quantidade mnima de grafismos variados

    para escrever algo. Em algumas crianas a disponibilidade de formas grficas ainda limitada

    e a nica maneira para responder a todas as exigncias que a escrita lhe coloca, mudar a

    posio dos mesmos na ordem linear. Assim, passam a usar as mesmas letras, que fazem parte

    do seu conhecimento, variando as posies e os tamanhos para dizer coisas diferentes.

    Descobrir que duas ordens diferentes dos mesmos elementos resultam em duas totalidades

    diferentes, uma aquisio cognitiva notvel.

    O nvel trs o silbico a criana d valor sonoro s letras, ela distribui as letras de

    acordo a quantidade de som, ou seja, entende a palavra a partir do som e atribui uma letra para

    cada som, geralmente ela escreve as letras que j conhece. Nesse estgio ainda, s a criana

    entende o que ela escreveu. Se caractetriza atravs da tentativa de dar um valor sonoro a cada

    uma das letras que compem a escrita. A partir dessa tentativa a criana passa por um perodo

    evolutivo importante que a hiptese silbica, em que cada letra ou grafia representada vale

    pelo som de uma slaba do nome. Ao usar a hiptese silbica, duas das caractersticas da

    escrita anterior tendem a desaparecer por um tempo: as exigncias de variedade e quantidade

    mnima de caracteres. A hiptese silbica uma construo que a criana faz e que pode

    existir ao mesmo tempo com formas estveis aprendidas como um todo. Porm, quando se

    trata de uma frase, importante destacar que cada letra a criana relaciona s palavras que a

    compe e no s slabas.

    No nvel quatro, denominado hiptese silbico-alfabtico, as pessoas entendem o que

    a criana escreveu, neste sentido ela deve ser estimulada para mudar os nveis. Esse nivel

    descrito atravsdas divergncias que resulta da mudana da hiptese silbica para a alfabtica.

    At ento, a criana havia construdo dois conceitos que insiste em no desprezar: que necessrio certo nmero de letras para que algo possa ser lido e que cada letra representa uma

    das slabas que compem o nome. Pela divergncia que encontra entre a hiptese silbica e a

    exigncia da quantidade mnima de grafias e entre as formas grficas que o meio lhe prope e

    a leitura dessas formas em termos de hiptese silbica, a criana sente dificuldades em

    sistematizar as variadas hipteses que foi construindo, e por isso, ela comea a sentir

    necessidade de avanar. A escolha das letras para representar os sons das palavras que ouve,

    passa a ser significativa e a escrita inicial no mais s uma representao da slaba, apesar

    de no conseguirem representar todos os sons da palavra. assim que a criana passa para o

    nvel seguinte.

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    Por fim o nvel cinco que o alfabtico o final da evoluo, a criana est

    alfabetizada, mas no domina as questes ortogrficas, este estgio um coroamento dos

    nveis. nesse nvel, onde a criana j compreende que a cada grafema corresponde a um

    fonema, mesmo que no saiba como esse grafema se desenha. A partir dessa fase a criana se

    confrontar somente com as dificuldades prprias da ortografia. E nas grafias que

    correspondem a vrios valores sonoros ou nas distintas grafias que correspondem a um

    mesmo valor sonoro. importante que o professor entenda de que ao atingir a escrita

    alfabtica, a criana j superou muitas dificuldades e que a questo da ortografia, no

    propriamente problema da escrita.

    Anlise dos dados

    Diante desse planejamento da pesquisa realizamos anlises acerca da evoluo da

    escrita na criana tendo como referncia a pesquisa desenvolvida por Ferreiro e Teberosky

    (1985). A partir dos exemplos citados abaixo, podemos observar as fases do desenvolvimento

    das crianas.

    Na primeira atividade desenvolvida, o objetivo da professora foi trabalhar conversasinformais, apresentao dos nmeros e quantidades, abrangendo os eixos da Linguagem oral,

    escrita, conhecimento social e o numeral 1, com as seguintes estratgias: depois de conversar

    sobre o projeto ela props trabalhar com eles os nmeros, com uma corrida dos nmeros e em

    seguida as crianas iriam escrever o que foi mais importante.

    A criana N (4 anos4) desenhou aleatoriamente e incluiu a primeira letra de seu nome,este

    desenho foi construdo a partir da conversa informal. A professora atribuiu nomes ao desenho

    porque nesse nvel, o pr-silbico, ele tem uma inteno de escrita.

    Criana N (4 anos), nvel 1.

    4Nesta pesquisa foram utilizadas as letras iniciais dos nomes das crianas, a fim de manter o anonimato.

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    Atividade: O numeral 1 a noo de quantidade

    Fonte: Esta atividade foi realizada no Centro Convivncia Casinha do Sol- UESB

    J a criana F(4 anos), escreve as letras do seu nome,esquecendo-se da consoante L,neste

    sentido ela tenta dar um valor sonoro a cada letra do seu nome, caracterstica do momento

    silbico do desenvolvimento. (Anexo 2, nvel3).

    Criana F (4 anos).

    Atividade: Os nomes com a chamada.

    Fonte: Esta atividade foi realizada no Centro Convivncia Casinha do Sol- UESB

    O aluno R (4 anos),consegue alcanar a proposta da professora escrevendo o numeral,

    apresentando tambm desenhos relacionados conversa informal. Sendo assim o desenho

    limitado, por isso ele muda de posio e tamanhos da escrita para cumprir o objetivo

    proposto. ( nvel 2).

    Criana R (4 anos) nvel 2.

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    Atividade: O numeral 1 e a quantidade.

    Fonte: Esta atividade foi realizada no Centro Convivncia Casinha do Sol- UESB

    A segunda atividade tinha como objetivo favorecer a construo de conhecimento

    sobre o tema do projeto. Os eixos abordados foram linguagem oral, conhecimento social. E os

    contedos: leitura de imagens, conversas informais, leituras dos livros sobre animais,

    produo livre de desenho e escrita. O procedimento usado na aula envolveu o acolhimento

    das crianas com uma msica com o tema sobre os animais. A atividade pedaggica

    desenvolvidas incluiu a conversa informal e rodinhas de msicas, logo em seguida as crianas

    foram levadas para a rea externa a fim de participarem do piquenique e fazerem atividades

    de escrita, que se dividiam em atividade externa: parque, e atividade motora: brincar.

    A criana R (4 anos),fez um desenho livre que representa o cotidiano dele, e reconta a historiaatravs do desenho, caractersticas estas que so identificados como forma bsica da escrita

    no pr-silbico. (Ver anexo 4, nvel 1, ).

    Criana R (4 anos), nvel 1.

    Atividade: Fazer uma historia infantil e o que eles mais gostam.

    Fonte: Esta atividade foi realizada no Centro Convivncia Casinha do Sol- UESB

    O aluno N (4 anos), reconta a histria atravs de desenho trazendo elementos do seu

    cotidiano.Podemos observar queas grafias so cada vez mais prximas s letras e segue-se

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    com ideia de que necessria uma quantidade mnima de grafismos variados para escrever

    algo.

    Criana N (4 anos), nvel 2.

    Atividade: Fazer uma historia infantil e o que eles mais gostam.

    Fonte: Esta atividade foi realizada no Centro Convivncia Casinha do Sol- UESB

    A criana F (4 anos) escreve algumas letras do alfabeto e tambm escreve as

    letras iniciais do seu nome e dos seus colegas, atribuindo caractersticas diferentespara as escritas.Criana F (4 anos), nvel 3.

    Atividade: Fazer uma historia infantil e o que eles mais gostam.

    Fonte: Esta atividade foi realizada no Centro Convivncia Casinha do Sol- UESB

    A terceira atividade traz como objetivo, a construo de fazer um cartaz com algumas

    imagens da natureza. Os eixos da rea trabalhados foram linguagem oral e conhecimento

    social e os contedos se definem em leitura de imagens e conversas informais. O

    procedimento usado nessa atividade foi construo de um cartaz. As atividades

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    proporcionadas foram conversa informal, rodinhas de msicas, logo em seguida as crianas

    sentaram-se no cho para construrem um cartaz que traduzia tudo que foi exposto e o novo

    conhecimento que foi construdo durante a semana incluindo atividade de escrita. Estas

    atividades se subdividem em atividade externa: parque, e atividade motora: brincar.

    A criana N (4 anos) escreve corretamente as letras do seu nome e interessante que

    ela consegue escrever o nome do seu colega R, atribuindo assim, valor sonoro as letras, no s

    a letra inicial do prprio nome, mas tambm a do colega. Faz ainda alguns desenhos

    provavelmente relacionados com o ambiente da creche.

    Criana N (4 anos) nvel 3.

    Atividade: Escrever o nome dos colegas e o deles.

    Fonte: Esta atividade foi realizada no Centro Convivncia Casinha do Sol- UESB

    O aluno R (4 anos), consegue escrever as letras do seu nome, atribuindo sonoridade as

    letras. Assim, percebemos que atravs dessa escrita o aluno demonstra o surgimento da

    hiptese silbica.

    Criana R (4 anos), nvel 3.

    Atividade: Escrever o nome dos colegas e o deles.

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    Fonte: Esta atividade foi realizada no Centro convivncia Casinha do Sol- UESB

    A criana F (4 anos), tambm j consegue escrever nitidamente seu nome, atribuindovalor sonoro s letras, os rabiscos apresentados mostram que a criana perdeu o interesse pela

    atividade e comea atribuir alguns rabiscos. Essa escrita demonstra claramente o surgimento

    da hiptese silbica.

    Criana F (4 anos), nvel 3.

    Atividade: Escrever o nome dos colegas e o deles.

    Fonte: Esta atividade foi realizada no Centro Convivncia Casinha do Sol- UESB

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    Consideraes Finais

    A partir das anlises, observamos que as crianas esto em diferentes fases e que

    desenvolvem diferentes hipteses independentes do nvel em que se encontram. Os alunos nas

    primeiras e segundas atividades oscilam de nveis, j nas terceiras atividades elas esto no

    mesmo nvel, o silbico. Nas anlises das atividades conseguimos unir teoria e prtica e

    compreender melhor esses estgios.

    Podemos concluir com o trabalho desenvolvido que ao observamos na prtica as

    hipteses elaboradas pelas crianas, percebemos que na medida em que a criana se

    desenvolve as hipteses tambm vo se desenvolvendo. Diante disso, podemos confirmar a

    pesquisa e a teoria desenvolvida por Emlia Ferreiro e Ana Taberosky. A pesquisa e as outras

    bibliografias estudadas nos possibilitaram ter uma grande compreenso do desenvolvimento

    da criana, alm de ser de grande relevncia para a prtica pedaggica. importante destacar

    tambm que nesse processo de desenvolvimento, preciso que o professor entenda as fases

    evolutivas de leitura e escrita da criana, para que possa fazer as intervenes necessrias,

    criando assim, meios para que elas desenvolvam suas habilidades, possibilitando uma

    aprendizagem significativa.

    8 Referncias

    CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da aprendizagem. Petrpolis:

    Vozes, 1987.

    FERREIRO, Emlia; TABEROSK, Ana. A Psicognese de Lngua Escrita. Porto

    Alegre: Artes Mdicas 1985.

    TFOUNI, Leda Verdiani. In: Escrita,alfabetizao e letramento. Letramento e

    Alfabetizao. 9. ed.So Paulo:Cortez,2010.

    VALSINER, J.; VAN DER VEER, R.Vygotsky,L. Uma Sntese. So Paulo: Loyola,

    1996.