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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO TECNOLÓGICO MESTRADO PROFISSIONAL DE SISTEMAS DE GESTÃOMÁRCIO ANTONIO MIRANDA DO REGOMETODOLOGIA QUALITATIVA DE GESTÃO DE RISCOS OPERACIONAIS DE SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE OCUPACIONAL: UMA CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE SEGURANÇA DE PROCESSOSNiterói 2005MÁRCIO ANTONIO MIRANDA DO REGOMETODOLOGIA QUALITATIVA DE GESTÃO DE RISCOS OPERACIONAIS DE SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE OCUPACIONAL: UMA CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE SEGURANÇA DE PROCESSOSD

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO TECNOLGICO MESTRADO PROFISSIONAL DE SISTEMAS DE GESTO

MRCIO ANTONIO MIRANDA DO REGO

METODOLOGIA QUALITATIVA DE GESTO DE RISCOS OPERACIONAIS DE SEGURANA, MEIO AMBIENTE E SADE OCUPACIONAL: UMA CONTRIBUIO AO PROGRAMA DE SEGURANA DE PROCESSOS

Niteri 2005

MRCIO ANTONIO MIRANDA DO REGO

METODOLOGIA QUALITATIVA DE GESTO DE RISCOS OPERACIONAIS DE SEGURANA, MEIO AMBIENTE E SADE OCUPACIONAL: UMA CONTRIBUIO AO PROGRAMA DE SEGURANA DE PROCESSOS

Dissertao apresentada ao Curso de Mestrado em Sistema de Gesto da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obteno do Grau de Mestre em Sistemas de Gesto. rea de Concentrao: Segurana do Trabalho.

Orientador: Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc.

Niteri 2005

MRCIO ANTONIO MIRANDA DO REGO

METODOLOGIA QUALITATIVA DE GESTO DE RISCOS OPERACIONAIS DE SEGURANA, MEIO AMBIENTE E SADE OCUPACIONAL: UMA CONTRIBUIO AO PROGRAMA DE SEGURANA DE PROCESSOS

Dissertao apresentada ao Curso de Mestrado em Sistema de Gesto da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obteno do Grau de Mestre em Sistemas de Gesto. rea de Concentrao: Segurana do Trabalho.

Aprovada em maro de 2005.

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________________ Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc. - Orientador Universidade Federal Fluminense

_________________________________________ Prof. Fernando Toledo Ferraz, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

_________________________________________ Prof. Paulo Jos Adissi, D.Sc. Universidade Federal da Paraba

Dedico este trabalho

minha me, Dilma Carvalho de Miranda e aos meus padrinhos, in memorium, Alfredo Gabriel de Miranda e Cinira Paula de Carvalho, pelos exemplos de dignidade, responsabilidade, religiosidade, tica, trabalho e perseverana, valores estes que me foram

passados com muito amor e carinho, e que atravs de seus ensinamentos fazem hoje parte da minha cultura e prtica de vida. minha companheira amada Beatriz, pelo tempo de abdicao dos muitos momentos no compartilhados, vividos frente de livros, papers, apostila, palestras, cursos e principalmente, de um teclado de computador, buscando alcanar a realizao de um trabalho acadmico e acima de tudo, de um grande sonho pessoal.

AGRADECIMENTOS

A DEUS,

Pela minha sade fsica e mental, pelas experincias vividas, pelas possibilidades e caminhos que me ofereceu, pelas inmeras oportunidades no campo pessoal e profissional e por tudo que ainda h por vir.

Ao meu orientador, professor Gilson Brito Alves Lima, que me possibilitou atravs de seus ensinamentos o incentivo necessrio para a escalada de inmeros caminhos profissionais.

Em especial ao Engenheiro Guilherme Naegeli, parecerista, em funo de seus comentrios e contribuies, no campo da aplicao prtica do trabalho que, enriqueceram sobremaneira o contedo e aplicabilidade do mesmo.

Ao Engenheiro Leandro Erthal, pela oportunidade que me foi concedida na busca pelo conhecimento e melhoria contnua profissional e pessoal.

Ao Engenheiro Marco Aurlio Bobsin e aos meus companheiros de trabalho do CENPES, pela confiana, apoio e pelos inmeros compromissos que tive que assumir para entender e poder realizar este trabalho.

Em especial aos companheiros de trabalho, Engenheiro Joaquim Taveira e Engenheiro Guilherme Naegeli, que para mim representaram o despertar nesta rea profissional, e pelos quais tenho muita satisfao e respeito.

A verdadeira viagem do descobrimento consiste no em ver novas terras, mas em ver com novos olhos. Proust

RESUMO

Embora o conceito de risco esteja ainda bastante associado a perigos e impactos negativos, cresce a necessidade das empresas de buscarem atravs de um controle de perdas a transformao dos riscos em ganhos potenciais para a organizao. Nesses ltimos anos, est se despertando a conscincia de se obter como boa prtica de gesto empresarial, um elemento essencial na desenvoltura da Governana Corporativa: um planejamento adequado para gerir os riscos que ameaam a corporao. Em meio a um conjunto de normas certificveis e outras que contribuem para a gesto de aspectos relativos qualidade, segurana, meio ambiente e sade, de fundamental importncia o tratamento especfico dos riscos de processo, atravs de um sistema de gesto, de forma que este no somente venha subsidiar os demais sistemas de gesto corporativos , bem como manter a interao entre eles. Neste aspecto, a proposta ora apresentada, est fundamentada em prticas internacionais e em recomendaes tcnicas vigentes, sendo que os maiores enfoques foram dados: a API RP 750 (Recommended Practice 750 do American Petroleum Institute): Management of Process Hazards , a AS/NZS 4360 (Standards Austrlia and Standards New Zealand, a BS 8800 (British Standard 8800), a ISO 14001 e a OHSAS 18001 e, atravs de seus elementos estruturais, objetiva contribuir , no sentido de organizar e gerir as respectivas aes necessrias preveno de eventos indesejados e reduo de suas conseqncias, no contexto de um processo estruturado. Como resultado do estudo apresentado uma proposta de metodologia qualitativa para subsdio Gesto de Riscos Operacionais de Segurana, Meio Ambiente e Sade (SMS).

Palavras-chave: Gesto de Riscos, SMS, Programa de Segurana de Processo.

ABSTRACT

Although the concept of risk is closely associated with hazards and negative impacts, the necessity of the companies in searching for the transformation of the risks into potential gains, through a loss control, has increased. Lately has been arousing the conscience in obtaining , as a good practice of business management, an essential element in the Corporative Govern self-confidence: a suitable planning to run the risks that have threatened the corporation. Among a group of certified rules and other ones that contribute to the management of aspects relating to quality, security, environment and health, it is extremely important the specific treatment of the risks of the process, by a management system, not aiming only the other corporative management systems, but keeping the interaction among them. On this aspect, the proposal however presented, is based on practical international and recommendations effective techniques , being that the biggest approaches had been given: API RP 750 (Recommended Practice 750 of the American Petroleum Institute): Management of Process Hazards, the AS/NZS 4360 (Standards Australia and Standards New Zealand, BS 8800 (Standard British 8800), the ISO 14001 and 18001 OHSAS e, through its structural elements, objective to contribute, in the direction to organize and to manage the respective necessary actions to the prevention of undesired events and the reduction of its consequences, in the context of a structuralized process. As result of the study is presented a proposal of qualitative methodology for subsidy to the Management of Operational Risks of Security, Environment and Health (SEH).

Word-key: Management of Risks, SEH, Process Security Program

LISTA DE ILUSTRAES

Quadro 1 Quadro 2

Anlise Crtica de Aderncia Diretriz Corporativas de SMS n 3 Resumo qualitativo da Anlise Crtica de Aderncia Corporativas de SMS n 3

19

20 29 30

Figura 1 Figura 2 Quadro 3

Modelo de Reason Acidentes industriais Classes para avaliao qualitativa da freqncia de ocorrncia dos perigos identificados

34

Quadro 4

Classes para avaliao qualitativa da severidade dos perigos identificados 34 35 37 40 44 46 57 58 59 62 62 64 66 76

Quadro 5 Figura 3: Figura 4 Figura 5 Quadro 6 Figura 6 Quadro 7 Figura 7 Figura 8 Quadro 8 Figura 9 Quadro 9 Quadro 10

Tabela de classificao do risco dos perigos identificados Tratamento de riscos A Empresa Industrial e seus riscos Ciclo PDCA Quadro comparativo dos Sistemas de Gesto e seus elementos Interao dos Sistemas Elementos Bsicos do SGR Modelo do Sistema de Gesto de Riscos Estrutura de Gesto de SMS da PETROBRAS Matriz de responsabilidades Estrutura de Avaliao do Risco Caracterizao dos Aspectos/Impactos quanto a Situao Operacional Matriz GUTIF

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 -

Matriz para avaliao qualitativa de risco dos perigos identificados Freqncia de exposio para situaes normais Freqncia de exposio para situaes de emergncia Controle associado aos aspectos/perigos Percepo de risco associado aos aspectos/perigos Efeito do impacto Mitigao aplicada aos impactos/danos Repercusso relativa aos impactos/danos Matriz de classificao do risco

35 67 68 69 69 70 71 72 72 73 73 90 91 91 92

Tabela 10 - Classificao de significncia do risco Tabela 11 Tabela 12 Tabela 9 Tabela 10 Tabela 13Resumo dos fatores de avaliao de risco Identificao de Aspectos/Impactos Matriz de classificao do risco Classificao de significncia do risco Clculo do ndice de risco significativo (IRS)

LISTA DE SIGLAS

ABNT AN API APR AQR ARP BLEVE CENPES

Associao Brasileira de Normas Tcnicas rea de Negcios American Petroleum Institute Anlise Preliminar de Riscos Anlise Quantitativa de Riscos Anlise de Riscos de Processo Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello

CFR EPA EPI EUA FISPQ

Code of Federal Regulations Environmental Protection Agency Equipamento de Proteo Individual Estados Unidos da Amrica Ficha de Informaes de Segurana de Produtos Qumicos

FMEA/ FMECA Failure Modes and Effects Analysis / Failure Modes, Effects and Criticality Analysis FTA GLP HAZOP HSE ISO MSDS NFPA OHSAS OSHA ONU PDCA PSM RAL RG Fault Tree Analysis Gs Liquefeito de Petrleo Hazard and Operability Analysis Health and Safety Executive International Organization for Standardization Manual Safety Data Sheet National Fire Protection Association Occupational Health and Safety Assessment Series Occupational Safety and Health Administration Organizao das Naes Unidas Plan, Do, Check and Act Process Safety Management Relatrio de Acidente com Leso Representante do Gerente

RMP ROA RP RTA SMS S&SO UN UO

Risk Management Plan Registro de Ocorrncia Anormal Recommended Practice Registro de Tratamento de Anomalia Segurana, Meio Ambiente e Sade Segurana e Sade Ocupacional Unidade de Negcios Unidade Organizacional

SUMRIO

1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 2 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 3 3.1 3.2 3.3 3.4

INTRODUO APRESENTAO FORMULAO DA SITUAO PROBLEMA OBJETIVO IMPORTNCIA DO ESTUDO DELIMITAES DO ESTUDO QUESTES DA PESQUISA ORGANIZAO DO ESTUDO O RISCO E SEUS FATORES PERIGO RISCO EXPOSIO AO RISCO PERCEPO DE RISCO ACIDENTE IMPACTO OU DANO GERNCIA DE RISCOS A INDSTRIA E A GESTO DE RISCOS SISTEMAS DE GESTO DE RISCOS SISTEMA GESTO O PDCA FERRAMENTA DA QUALIDADE COMPARAO ENTRE SISTEMAS DE GESTO E SEUS ELEMENTOS

15 15 18 20 21 21 22 22 24 24 25 26 27 27 30 31 37 42 42 42 43

45

3.5

DIRETRIZES CORPORATIVAS DE SEGURANA, MEIO AMBIENTE E SADE DA PETROBRAS 48 48 50 50 51

3.6 4 4.1 4.2

PROGRAMA DE SEGURANA DE PROCESSO PSP METODOLOGIA CONTEXTUALIZAO DA APLICAO DA METODOLOGIA ROTEIRO DO DESENVOLVIMENTO

4.2.1 4.2.2 4.2.3 4.2.4 4.2.5 4.2.6 4.2.7 5 5.1 5.2 5.3 5.3.1 5.3.2 5.3.2.1 5.3.2.2 5.3.2.3 5.3.2.4 5.3.3 5.3.3.1 5.3.3.2 5.3.3.3 5.3.3.4 5.3.4 5.3.4.1 5.3.4.2 5.3.4.3 5.3.5 5.3.5.1 6 6.1 6.2

Pesquisa Exploratria Pesquisa bibliogrfica Delimitao do universo Observao do sistema Coleta de dados Anlise dos dados Aplicao e anlise crtica do modelo proposto MODELO PROPOSTO INTERAO DOS SISTEMAS FORMATAO DO SGR ELEMENTOS CARACTERIZAO DO MODELO PROPOSTO DE SGR Viso Planejamento (Fase 1) Poltica, liderana e responsabilidade (Elemento n1) Identificao, anlise, avaliao e tratamento de riscos (Elemento n2) Requisitos legais e outros requisitos (Elemento n3) Programa (Elemento n4) Execuo (Fase 2) Conscientizao e treinamento (Elemento n5) Documentao, registro e comunicao (Elemento n6) Atendimento e resposta em emergncias (Elemento n7) Operao, manuteno e modificaes (Elemento n8) Avaliao (Fase 3) Monitoramento e medio de desempenho do sistema (Elemento n8) Investigao e anlise de desvios, incidentes e acidentes (Elemento n10) Auditoria do sistema (Elemento n11) Ajuste (Fase 4) Anlise Crtica e Ajuste (Elemento n12) APLICAO DO MODELO PROPOSTO PLANILHA DE IDENTIFICAO DE ASPECTOS E IMPACTOS MATRIZ DE AVALIAO E CLASSIFICAO DO NVEL DE SIGNIFICNCIA DOS RISCOS

51 51 51 52 53 53 53 57 57 59 60 60 60 61 63 78 79 79 79 80 81 82 83 83 84 85 86 86 88 88

91

6.3 6.4 7

MONITORAMENTO TRATAMENTO DO RISCO CONCLUSES REFERNCIAS GLOSSRIO APNDICE ANEXOS

93 93 95 97 100 107 120

15

1 INTRODUO

Neste captulo ser apresentado em linhas gerais, a importncia da gesto de riscos operacionais na organizao, e de que forma este assunto ser apresentado e tratado em uma das Unidades de Negcio da Petrobras Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Amrico Miguez de Mello (CENPES), caracterizando o objeto do referido estudo.

1.1 APRESENTAO

O conceito do desenvolvimento sustentvel, introduzido nas anlises econmicas e nas decises polticas a partir da dcada de 1980, representa, no momento, o grande desafio com que se defronta a humanidade: atender s necessidades da gerao atual sem comprometer o direito de as futuras geraes atenderem s suas prprias necessidades. A humanidade est pagando, e possivelmente poder pagar um preo muito alto para aprender a lidar com toda tecnologia que foi adquirida ao longo de pouco mais de duzentos anos, e que at hoje exerce efeitos devastadores sobre o equilbrio ambiental do planeta. O que se tem verificado em dcadas recentes, a presena de erros que resultaram em acidentes ambientais de grande proporo, provocando fatalidades nas comunidades, tanto internas como externas, das organizaes, perdas financeiras elevadas e at mesmo o desaparecimento de empresas que antes eram slidas e lderes no mercado. A incerteza frente s ameaas oriundas, do aparecimento dos combustveis lquidos produzidos a partir do petrleo, no final do sculo XIX, introduzidas por variveis, como: volatilidade, fluidez, inflamabilidade, toxicidade; proporcionaram um aumento dos riscos de acidentes, com decorrncia de perdas e danos aos trabalhadores, meio ambiente e patrimnio. Em contrapartida, o carvo que estava sendo substitudo pelo gs, agora teria novos riscos de: vazamento e o fator da varivel presso, que at ento no existia no carvo. Ainda com o desdobramento da evoluo tecnolgica, novos materiais foram sendo produzidos atravs da descoberta e sntese de substncias qumicas, e que originaram ao homem novos experimentos, novos conhecimentos e novamente novos riscos. Os fatores de perigo comeavam a se formar: - novas substncias, ainda pouco estudadas e conhecidas,

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produtos derivados do petrleo, medicamentos, pesticidas; - grandezas fsicas (presses, temperaturas, tenses de trabalho) no limite da resistncia dos materiais de uso mais corrente na poca: ao , carbono, cimento e ligas no ferrosas; - processos qumicos de cujas reaes resultam resduos de periculosidade ainda desconhecida ou desprezada , para os quais no se dispunha de solues comprovadas. Nos tempos atuais, vemos as indstrias qumica, petroqumica e de petrleo em processo evolutivo constante, envolvendo o manuseio com produtos inflamveis, txicos e explosivos, e desta forma cada vez mais suscetveis aos riscos de provocarem exploses, incndios e disperses txicas em suas plantas, podendo originar graves conseqncias ao meio ambiente, s pessoas e ao seu patrimnio. Sendo assim, as indstrias foram pressionadas a obterem critrios de avaliao dos riscos de suas operaes, face aos efeitos probabilsticos de gerar danos intra e extra-muros advindos de seus processos. Os sistemas produtivos de bens e servios vm sofrendo uma grande revoluo no nvel mundial ao longo das trs ltimas dcadas, acarretando mudanas radicais em seus gerenciamentos, provocadas por fatores como a rpida evoluo tecnolgica, maior competitividade entre empresas, maior exigncia dos consumidores, cuidados com a imagem da empresa, restries legais e ambientais, exigncias de segurana, dentre outros. A grande concorrncia imposta pela globalizao gera um ambiente extremamente exigente para as empresas. Vrios modelos de administrao da produo vm sendo apresentados, na medida que as exigncias de mercado vm se modificando. O atendimento s necessidades do consumidor vem se tornando cada vez mais o objetivo final da produo, luz de padres de qualidade e respeito ao meio ambiente. Conforme Slack (1997 apud ESTEVES 2004):

Para uma empresa se manter competitiva no atual ambiente, deve possuir caractersticas, que nada mais so que seus objetivos de desempenho, quais sejam, qualidade, rapidez, flexibilidade, produtividade, preo competitivo e confiabilidade. O respeito ao meio ambiente e a segurana do processo vem sendo tambm caractersticas cada vez mais exigidas no s por legislaes como tambm pela opinio pblica. Estas caractersticas no so excludentes, devem portanto estar presentes ao mesmo tempo, e a falta de uma delas acarreta baixo desempenho global da empresa, podendo at lev-la ao fracasso de sua misso, ficando excluda do atual ambiente competitivo.

A forma adequada de considerar a importncia destas trs variveis: meio ambiente,

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segurana de processo e sade ocupacional do trabalhador, dentro de um sistema produtivo, passou a ser reconhecida como uma atividade estratgica no conceito da gesto corporativa das empresas.

Desta forma, comenta Knight (2004 apud ESPINOSA, 2004):

Torna-se imprescindvel a necessidade de se fornecer orientao para os conselhos de administrao das empresas sobre os benefcios resultantes da implementao de um sistema de gesto de riscos, como parte da adoo de uma governana corporativa estruturada. Uma boa gesto de riscos e o ambiente de controle resultante so fundamentais para uma slida governana corporativa.

Segundo De Cicco (2004):

Para muitas pessoas ligadas rea de seguros, a Gesto de Riscos a cincia que se ocupa basicamente dos chamados riscos segurveis e da reduo dos custos de seguros. Para profissionais da rea financeira, o gerenciamento de riscos consiste no uso de tcnicas sofisticadas de hedging (proteo de ativos financeiros), no manejo adequado de taxas de juros e, mais recentemente, em boas prticas de governana corporativa, incluindo comits de auditoria e controles contbeis internos. Para muitos analistas sociais, acadmicos e polticos, representa o controle de situaes que afetam ou podem afetar o meio ambiente, e que so decorrentes do crescente e desordenado avano tecnolgico. J para administradores hospitalares, por exemplo, pode significar o mesmo que garantia da qualidade dos servios prestados aos pacientes. E, para os profissionais da rea de segurana, traduz-se fundamentalmente na reduo de doenas e acidentes do trabalho e de acidentes com danos propriedade e ao meio ambiente.

No h dvida, que todos esses enfoques sobre Gesto de Riscos, apesar de corretos no completam toda a idia sobre o tema, que muito vasto e complexo. Segundo Bernstein (1996), enquanto no conseguirmos distinguir um acontecimento realmente aleatrio de outro resultante de causa e efeito, jamais saberemos se o que vemos o que obteremos, nem como obtivemos aquilo que obtivemos. Quando corremos um risco, apostamos em um resultado que ser conseqncia da deciso que tomamos, embora no saibamos ao certo qual ser o resultado. A essncia da administrao do risco est em maximizar as reas que temos certo controle sobre o resultado, enquanto minimizamos as reas onde no temos absolutamente nenhum controle sobre o resultado e onde o vnculo entre efeito e causa est oculto entre ns. Na verdade, a existncia dos riscos advm sobretudo das crescentes incertezas que nos

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cercam. O que faz com que tenhamos a necessidade de administrar nossas vidas e nossas empresas de forma mais inteligente e responsvel frente s incertezas, ameaas, oportunidades e fraquezas. Conforme a gesto de riscos foi ganhando reconhecimento como parte integrante da governana corporativa e das boas prticas de gesto, deixando de ser mais um outro nome para a compra de seguros, foi inevitvel uma crescente demanda de normas e diretrizes que possibilitaram s organizaes demonstrarem nveis definidos de profissionalismo e responsabilidade, que assegurassem aos seus gestores uma garantia razovel de que os objetivos organizacionais seriam alcanados em nveis aceitveis de riscos residuais. Desta forma, a comunidade internacional em um aprendizado contnuo com os acidentes industriais, vem desenvolvendo normas e prticas recomendadas a respeito da preocupao com a avaliao e o controle dos riscos ambientais, de forma a subsidiar as organizaes no estabelecimento de um nvel de segurana adequado para os seus processos.

1.2 FORMULAO DA SITUAO PROBLEMA

Algumas normas como: NBR ISO 14001 Sistemas de Gesto Ambiental, OHSAS 18001 Sistemas de Gesto de Segurana e Sade Ocupacional, BS 8800-Guia para Sistemas de Gesto de Sade Ocupacional e Segurana, a norma experimental espanhola UNE 81900 Guia para a implementao de um Sistema de Gesto da Preveno de Riscos Laborais, a norma australiana AS/NZS 4360- Sistema de Gesto de Riscos e a API 9100B Recomendao sobre o Gerenciamento de Segurana, Meio Ambiente e Sade Ocupacional; especificam os requisitos para um sistema de gesto de Segurana, Meio Ambiente, e Sade Ocupacional, permitindo a uma organizao formular uma poltica e os objetivos que levem em conta os requisitos legais e as informaes referentes aos impactos significativos de Segurana, Meio Ambiente e Sade (SMS). O objetivo destas normas e recomendaes, destacar a importncia do gerenciamento de riscos relativos a SMS em uma organizao, fornecendo elementos que permitem a uma empresa construir o seu modelo de gerenciamento.

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A PETROBRAS, no sentido de aprimorar o seu Sistema de Gesto Integrada de SMS, realizou um contrato com a empresa DU PONT , a fim de viabilizar a implementao do seu Programa de Segurana de Processo (PSP) de forma corporativa, sendo o CENPES a partir de 2002, a Unidade pioneira para o incio deste trabalho. O foco da contratao era o subsdio implantao do Programa de Segurana de Processo (PSP) na organizao. E uma das bases deste servio foi calcada na anlise crtica que a DU PONT efetuou nas 15 diretrizes corporativas de SMS que compe o PSP. Embora o PSP contemple as 15 diretrizes corporativas de SMS , o foco deste estudo ser direcionado apenas Diretriz n 3 do PSP- Avaliao e Gesto de Riscos, que conseqentemente se complementa s demais diretrizes do programa. Segue no quadro 1 a anlise crtica da Diretriz n 3, efetuada pela empresa DU PONT em 2004.

DIRETRIZ CONSTATAES - O padro elaborado em "draft" pelo sub-comit de Gesto de Riscos, que contempla toda a sistemtica e ferramentas previstas no padro corporativo de SMS no est ainda efetivo no sistema de gesto do CENPES (SINPEP), portanto ainda no est em vigor - O sub-comit de Gesto de Riscos no tem consistentemente acompanhado o desenvolvimento das anlises de risco, a qualidade das conclues e recomendaes, tampouco a evoluo da implementao das medidas de controle - As atividades de gesto de riscos no esto, sistematicamente, vinculadas e articuladas com as mudanas de instalaes e tecnologia no CENPES

RECOMENDAES - Acelerar a aprovao do novo padro de Gesto de Riscos do CENPES, bem como propiciar treinamento para as gerncias poderem aplic-lo adequadamente

- Considerando-se que o sub-comit de Gesto de Riscos possui tambm atribuies relativas a gesto de mudanas, recomenda-se acelerar a abordagem de Gesto de Mudanas naquele sub-comit, inicialmente revendo-se as atuais prticas no CENPES e posteriormente ajustando-as, reunindo-as num s padro e em consonncia com as prticas previstas no manual das 15 DIretrizes de SMS da Petrobras - Excluindo a identificao bsica dos riscos, - Com base nas definies do novo padro de propiciada com os levantamentos de aspectos e Gesto de Risos do CENPES, deve ser impactos, no h um planejamento de montado um cronograma de anlises de risco mdio/longo prazo de anlises mais detalhadas aplicando-se tcnicas estruturadas, para para instalaes, operaes ou atividades de maior aquelas reas, operaes ou atividades mais risco, seguindo um critrio de criticidade , crticas quanto a SMS. Neste cronograma deve prioridade em agenda e ferramentas mais ser definida a periodicidade para reviso das especficas de anlise. anlises (3 ou 5 anos) Quadro 1 - Anlise Crtica de Aderncia Diretriz Corporativas de SMS n 3 Fonte: PETROBRAS

3 - Avaliao e Gesto de Riscos

- Alm da formalizao do novo padro Gesto de Riscos, o sub-comit de Gesto Riscos deve se posicionar no papel padronizador, monitor e guardio do tema CENPES

de de de no

20

DIRETRIZ

PRINCIPAIS LACUNAS - Novo Padro de Gesto de Riscos ainda no efetivado no sistema

Aes A1 -melhorar ao j implantada(PSP) A1 -melhorar ao j implantada(PSP)

Situao

A2 - ao pendente no PSP Gesto de riscos no totalmente vinculada a gesto de mudanas - Falta planejamento de mdioA1 -melhorar ao j longo prazo com priorizaes para implantada(PSP) anlises de riscos Quadro 2 - Resumo qualitativo da Anlise Crtica de Aderncia Corporativas de SMS n 3 Fonte: PETROBRAS

3 - Avaliao e Gesto de Riscos

- Atuao do sub-comit de Gesto de Riscos inconsistente

Insatisfatrio

Para iniciar o processo de adequao da Diretriz n 3 , em funo das constataes e recomendaes apontadas nos quadros 1 e 2, o presente estudo ir determinar a situao problema, a partir da Anlise Crtica de Aderncia s 15 Diretrizes Corporativas de SMS do CENPES, efetuada em 2004 pela DU PONT, com o foco voltado para a Diretriz n 3. Sendo assim, o problema da pesquisa caracteriza-se pelo seguinte questionamento: Como efetuar o tratamento do diagnstico da Diretriz n 3 corporativa de SMS no CENPES, de modo a torn-la eficaz e integrada s demais diretrizes corporativas de SMS.

1.3 OBJETIVO

Tendo em vista a importncia da preveno ou minimizao da ocorrncia de acidentes danosos integridade das pessoas, do meio ambiente e das instalaes, o objetivo do presente trabalho o de propor uma metodologia qualitativa de gesto de riscos que identifique os perigos/danos e avalie, monitore e controle os riscos operacionais relacionados a SMS, de forma a garantir o nvel de segurana no escopo do proposto pelo Programa de Segurana de Processos - PSP.

21

1.4 IMPORTNCIA DO ESTUDO

Os esforos empreendidos pelas organizaes no sentido de implementar sistemas para gerenciamento de riscos, traduzem a preocupao destas com os seus ativos tangveis e intangveis. Existe, portanto, todo um comprometimento em entender e justificar a aplicao eficaz do considervel investimento nesta rea. Um sistema de gesto deve ser percebido pelos gestores e a Alta Administrao, como um processo capaz de identificar as fontes de perigo: comportamento humano, fenmenos da natureza, circunstncias polticas, relaes comerciais, gesto do processo, tecnologia e equipamentos e gerenci-las atravs da implementao de fatores de controle, que visem a reduo do potencial de causar danos s pessoas, ao meio ambiente e ao patrimnio da organizao. Neste aspecto, a importncia do presente estudo caracteriza-se por apresentar uma proposta qualitativa para Gesto de Riscos operacionais de Segurana, Meio Ambiente e Sade - SMS, de forma a contribuir com os profissionais que atuam na indstria do petrleo e que contribua para a melhoria da eficincia e eficcia da utilizao dos recursos destinados manuteno do nvel de tolerabilidade de risco em seus respectivos processos.

1.5 DELIMITAES DO ESTUDO

Este estudo voltado para a implementao de um sistema de gesto de riscos, que ter como base de todo o processo a sistemtica de identificao, avaliao e gerenciamento dos riscos dos processos propondo, a partir de uma aplicao em uma unidade operacional do CENPES PETROBRAS, uma integrao com as outras tcnicas de avaliao de riscos, que hoje so feitas de forma descentralizada, sem a menor integrao com o processo. No se pretende neste estudo, fazer o detalhamento das tcnicas de avaliao de riscos, bem como a abordagem da avaliao quantitativa de risco, limitando-se a identificar as

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tcnicas necessrias conforme a etapa do processo da Unidade. Outros aspectos que no sero avaliados neste trabalho sero: o fator humano, a anlise de sensibilidade dos parmetros utilizados nas etapas de anlise e avaliao do risco, e a anlise de custo/ benefcio do modelo aplicado. Considerando as similaridades de outros empreendimentos na rea de petrleo, os resultados deste trabalho podero ser aplicados nessas reas, at em outras empresas, ficando claro, contudo, que o mesmo no trata de todas as peculiaridades presentes nesse ramo de negcios.

1.6 QUESTES DA PESQUISA

A pesquisa objetiva verificar as seguintes questes da pesquisa: Qual a importncia do tema da pesquisa, para o Programa de Segurana de Processos da organizao estudada? Quais os fatores crticos de sucesso associados metodologia proposta?

1.7 ORGANIZAO DO ESTUDO

O trabalho se desenvolve em sete captulos, onde o primeiro, com o ttulo de Introduo, apresenta aspectos gerais sobre o assunto abordado, citando os pontos de relevncia a serem considerados no seu todo. No segundo captulo, sob o ttulo de O Risco e seus Fatores, apresentada a fundamentao terica que, partindo do histrico dos acidentes, permitir a anlise da evoluo dessa relao associada aos seus impactos e o aprendizado da importncia do gerenciamento dos riscos. No terceiro captulo, sob o ttulo de Sistemas de Gesto de Riscos, ser apresentado a fundamentao terica da gesto de risco no processo industrial.

23

No quarto captulo, sob o ttulo de Metodologia, ser apresentada a maneira pela qual o estudo foi sistematizado, a fim de se transformar em modelo proposto. No quinto captulo, sob o ttulo de Modelo Proposto, apresentado o qualitativo de gesto de riscos operacionais de SMS. No sexto captulo, sob o ttulo de Aplicao do Modelo Proposto , apresentada aplicao do modelo proposto. No stimo captulo, sob o ttulo de Concluso, so apresentados os aspectos conclusivos, as consideraes sobre as questes ou hipteses, os comentrios sobre o modelo proposto e as sugestes de trabalho futuro. Dando seqncia, esto inseridos no final do estudo: Glossrio, Referncias, Apndices e Anexos. modelo

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2 O RISCO E SEUS FATORES

Neste captulo sero apresentados os conceitos dos fatores determinantes de riscos, seus aspectos e impactos; e de que maneira eles se manifestam em uma organizao. E nesta etapa do estudo, a gesto de riscos ser contextualizada e fragmentada em fases estruturadas do processo.

2.1 PERIGO

Na viso de Kolluru (1996 apud LIMA, 2001), Perigo (hazard em ingls):

uma caracterstica de um material, de um sistema ou de um processo que representa um potencial de acidente (incndio, exploso, vazamentos qumicos etc.) um agente qumico, fsico, ou biolgico ou um conjunto de condies que significam uma fonte de risco mas no o risco per si.

Segundo Stricoff (1996 apud LIMA, 2001):

Perigo uma propriedade inerente em um agente qumico, fsico ou biolgico ou em um conjunto de condies. Risco uma funo da probabilidade e conseqncias. Por exemplo, transportar xido de etileno, que txico, inflamvel, e pode explodir se um acidente rodovirio ou ferrovirio levar ruptura do container ou tambor, uma atividade inerentemente perigosa. Porm o risco contido no transporte desta substncia qumica entendido e expresso em termos da freqncia com que um acidente poderia ocorrer e suas quantificveis conseqncias. Assim, um perigo pode ser a causa ou um contribuinte de um risco, mas no um risco per se.

Na perspectiva da Gerncia de Riscos, perigo pode ser conceituado como uma ou mais condies de uma varivel com o potencial necessrio para causar danos. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1985). Na ptica das companhias de seguro, segundo Mehr, Cammack et Rose (1985 apud LIMA, 2001), perigo a condio que cria ou aumenta a chance de perda.

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Por qualquer uma destas perspectivas - em especial a da Sade e Segurana do Trabalho - fundamental a oportuna e correta identificao do perigo, ou seja, o reconhecimento de material, sistema, processo, e caractersticas da planta, que podem produzir conseqncias indesejveis atravs da ocorrncia de um acidente. (KOLLURU, 1996) De fato, a identificao do perigo constitui a primeira etapa da anlise de riscos, entendida como:

O processo pelo qual, a forma, a dimenso e as caractersticas dos riscos so estimadas. O produto final de uma anlise de riscos pode ser expresso em termos de probabilidade de ocorrncia de eventos que podem causar perdas econmicas, danos ou agravos sade, danos ambientais, ou outras perdas, e de magnitude dos danos conseqentes. (STRICOFF, 1996).

2.2 RISCO

Conforme conceitua Lima (2001),

Risco um conceito com diversos significados, dependendo do contexto e da disciplina cientfica no qual o termo utilizado. Em seu sentido geral, risco designa as possibilidades de perda. Em Economia, o termo usado para designar uma situao caracterizada (objetiva ou subjetivamente) pela previsibilidade parcial de acontecimentos alternativos, ou uma situao caracterizada pelo conhecimento de parmetros de uma distribuio de probabilidades num conjunto de acontecimentos alternativos.

No contexto do Seguro, segundo Mehr, Cammack et Rose (1985 apud LIMA, 2001), risco incerteza no que concerne a perda. A definio contem dois conceitos: incerteza e perda . Na perspectiva da Agncia de Proteo Ambiental dos Estados Unidos (EPA), risco

A probabilidade de agravo, doena ou morte sob circunstncias especficas. Em termos quantitativos, o risco expresso em valores que variam de zero (representando a certeza de que no ocorrero efeitos lesivos sade), at um (representando a certeza de que efeitos lesivos iro ocorrer). (AGNCIA..., 1988)

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No mbito da Gerncia de Riscos - um desenvolvimento do campo tradicional da Segurana do Trabalho, com elementos do Controle Total de Perdas risco:

Expressa uma probabilidade de possveis danos dentro de um perodo especfico de tempo ou nmero de ciclos operacionais. Pode ser indicado pela probabilidade de um acidente, multiplicada pelo dano em unidades financeiras, em vidas, ou em unidades operacionais. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1985)

No campo da Toxicologia, segundo Midio (1992 apud LIMA, 2001), risco a probabilidade que uma substncia produza um efeito txico em um sistema biolgico, submetido a determinadas condies de exposio. Como tal, segurana toxicolgica a recproca do risco. Segundo Morgado (2001), o conceito de risco pode ser definido atravs das seguintes equaes: RISCO = Perigo / Salvaguarda RISCO = f ( freqncias, conseqncias, cenrios) RISCO = Probabilidade x Vulnerabilidade x Severidade

2.3 EXPOSIO AO RISCO

A exposio ocorre quando um organismo entra em contato com um perigo, isto , a ocorrncia conjunta no tempo e no espao, de um perigo e um receptor. Em outras palavras, um perigo somente se constitui em risco se existe este contato. (KOLLURU, 1996). Por conseguinte, a exposio pode ser quantificada como a quantidade de agente disponvel nas reas de contacto e troca do organismo (por exemplo, pele, pulmes, trato digestivo), e disponvel para absoro. (AGNCIA..., 1988) Esta quantidade de agente disponvel pode, na maioria das vezes, ser medida. Sua mensurao no ambiente (de trabalho) constitui tarefa tpica da Higiene do Trabalho. Sua mensurao no organismo humano, constitui tarefa tpica da toxicologia Ocupacional, quando utiliza indicadores biolgicos de exposio. (COLACIOPPO, 1989). Para a EPA, a

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avaliao a exposio o processo de medir ou estimar a intensidade, durao e freqncia da exposio humana a um toxicante. (AGNCIA, 1988) A idia de durao e freqncia introduz a segunda acepo de exposio que, no campo do Seguro e da Gerncia de Riscos, est associada ao tempo, durao da exposio do sujeito exposto ao perigo, e portanto, diretamente incidente sobre a probabilidade do evento, ou seja, sobre o risco. Quanto maior o tempo de exposio, maior o risco. (DE CICCO; FANTAZZINI, 1985) o mesmo conceito utilizado na Epidemiologia, quando se trabalha com a idia de densidade de incidncia. Para que o risco se concretize e venha produzir danos ou perdas (principalmente em termos de sade humana) necessrio o contato ou a exposio entre o ser humano exposto ao risco e a fonte de perigo. Como o contato pode ser evitado ou reduzido, assim como a exposio pode ser evitada ou reduzida, o risco tambm pode ser evitado ou reduzido, advindo da um dos princpios basilares da Segurana do Trabalho e da Higiene do Trabalho.

2.4 PERCEPO DE RISCO

Em geral, as pessoas subestimam os riscos por acreditar que esto seguras e que so invulnerveis, no se sentindo, portanto, obrigadas a fazer algo a respeito. H diferenas entre as avaliaes tcnicas e as avaliaes do pblico quanto identificao dos riscos mais importantes. O estudo sobre a percepo de risco indica que os especialistas geralmente definem o risco de uma forma tcnica e limitada enquanto que o pblico julga o risco a partir de uma srie de fatores psicolgicos, sociais, institucionais e culturais.(SLOVIC P. 2000)

2.5 ACIDENTE

No conceito legal, a atual lei n 8213 de 20/07/91, que dispe sobre o Seguro sobre Acidentes do Trabalho, define que:

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Acidente de trabalho o que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa ou pelo exerccio do trabalho dos segurados no inciso VII (produtor, parceiro, meeiro e arrendatrio rural, pescador artesanal e assemelhados) do art. 11 desta Lei, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte, ou a perda ou reduo permanente ou temporria da capacidade para o trabalho (art.19). (BRASIL, 1991)

No conceito prevencionista, muito mais amplo, o Acidente de Trabalho: a ocorrncia imprevista, indesejvel, instantnea ou no, relacionada com o exerccio do trabalho, que provoca leso pessoal ou decorre risco prximo ou remoto desta leso. Com relao a estes dois conceitos, h que se atentar para a distino entre ambos, o acidente e a leso que dele possa decorrer. A confuso entre o acidente e a leso de subestimar o acidente, dando-se maior ateno s leses por ele originadas. A melhor maneira de evitar leses, concentrar a ateno nos acidentes, mais especificamente nas suas causas, pois as leses representam as conseqncias. Conforme analisa Oddone (1986 apud LIMA, 2001):

Por acidente entendemos o acidente em si ou a disponibilidade do operrio para sofrer danos pela concomitncia de diversos fatores nocivos. Por doena inespecfica entendemos um conjunto de doenas fsicas e psquicas no diretamente associvel a uma causa determinada, mas atribuveis, ao menos em parte, a um ou mais fatores do ambiente de trabalho. Estas compreendem um grupo heterogneo que vai do cansao e da insnia persistente, aos distrbios digestivos, lcera gastroduodenal, s colites, s neuroses, s artroses e asma brnquica, para talvez chegar at a hipertenso e a outras doenas, sempre mais freqentes nas sociedades industriais, das quais no se conhece a origem. Por doena especfica ou profissional entende-se uma doena definida, cuja causa diretamente identificavel num dos fatores do ambiente de trabalho. Tomamos como exemplos a silicose, o benzolismo e o saturnismo.

Segundo comenta Arajo (2004, p.365), no intuito de entender a dinmica do acidente, vrias teorias para a anlise do acidente foram desenvolvidas e dentre elas, a Teoria do Efeito Domin, idealizada por Heinrich em 1930, e mais tarde aprimorada por Bird, Loftus (1976), tinha como princpio que a dinmica do acidente est relacionada a uma cadeia de eventos que depende de um evento chave para a materializao do acidente. Outra teoria difundida, a da Reao em Cadeia: outro tipo de cascata, mas ao invs de uma cadeia simples pode ter diversas cadeias, mas tambm conduz a anlise atravs do penltimo evento. Conforme comenta Lee (1986, p.12), sobre a anlise de acidentes: No existe formas de saber se a lista de causas est completa.

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Portanto, no raciocnio da existncia de mais de uma causa, foi que James Reason (1990), deu origem a sua Teoria de Mltiplas Causas: a mais popular das teorias e sugere que um acidente resulta da complexa interao de inmeras causas ou eventos causais. Segundo Reason (1990 apud BARRETO, 2004):

Falhas latentes so derivadas de aes ou decises da administrao, portanto de pessoas distantes da atividade operacional, cujas conseqncias podem permanecer latentes durante muito tempo e Falhas ativas so cometidas por aqueles que esto em contato direto com a atividade operacional, e que tem um efeito adverso imediato.

Na figura 1 apresentado o modelo de Reason, baseado na teoria de mltiplas causas que originam o acidente.

ACIDENTE Falhas latentes e ativas

Defesas InadequadasAtos Perigosos

Falhas ativas

Falhas latentes

Competncias Conhecimentos Deficientes Programas/ Procedimentos Deficientes

Fator desencadeante

Falhas latentes

Falhas latentes

Decises com falhas

Figura 1 - Modelo de Reason Fonte: Barreto (2004)

O modelo desenvolvido por Reason e apresentado na figura 1, procura ilustrar os modos de falhas, com a representao de alguns furos nos seus respectivos processos, e determina que o acidente resultante do somatrio destas falhas, de forma seqencial.

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2.6 IMPACTO OU DANO

De acordo com a definio de Ropper (1999 apud CALDAS ,2003, p.9), impacto o montante ou a quantia resultante de um dano ou perda. Na viso de Gmez Merello (2000 apud CALDAS, 2003, p.9), toda variao real ou suposta, que um bem experimenta quando sofre uma diminuio de seu valor ou preo. Se caracteriza pelo agente causador, sua forma de manifestao e suas conseqncia negativas. Nos tempos atuais, vemos as indstrias: qumica, petroqumica e de petrleo em processo evolutivo constante, envolvendo o manuseio com produtos inflamveis, txicos e explosivos, e desta forma cada vez mais suscetveis aos riscos de provocarem exploses, incndios e disperses txicas em suas plantas, podendo originar graves conseqncias ao meio ambiente, s pessoas e ao seu patrimnio. No intuito de elucidar os efeitos catastrficos, segue a apresentao de alguns eventos na figura 2 e apresenta-se, no anexo A, uma tabela envolvendo acidentes ambientais mundiais relevantes e os seus respectivos impactos, segundo o aspecto cronolgico.

Acidente de Bophal

Acidente de Chernobyl

Acidente com a plataforma Piper Alpha

Acidente com produtos qumicos Basilia

Figura 2 - Acidentes industriais Fonte: PETROBRS

Conforme apresentado, demonstra-se o aprendizado com os acidentes industriais. Nos tempos atuais, vemos as indstrias: qumica, petroqumica e de petrleo em processo

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evolutivo constante, envolvendo o manuseio com produtos inflamveis, txicos e explosivos, e desta forma cada vez mais suscetveis aos riscos de provocarem exploses, incndios e disperses txicas em suas plantas, podendo originar graves conseqncias ao meio ambiente, s pessoas e ao seu patrimnio.

2.7 GERNCIA DE RISCOS

No contexto da Segurana Industrial e do Meio Ambiente, gerncia de risco entendida como o processo de deciso que utiliza os resultados da avaliao (ou anlise) de risco para produzir uma deciso acerca da ao ambiental. A gerncia de risco leva em considerao informaes tcnicas, cientficas, sociais e econmicas.(AGNCIA, 1988). De forma mais ampla, a cincia, a arte e a funo que visa a proteo dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa, quer atravs da eliminao ou reduo de seus riscos, quer atravs do financiamento dos riscos remanescentes, conforme seja economicamente mais vivel (DE CICCO; FANTAZZINI, 1985). De acordo com a viso de Lee (1986), um sistema de gerenciamento voltado para a preveno de perdas, deve incluir na sua estrutura os seguintes elementos: Gerenciamento da atitude; Gerenciamento da organizao; Pessoas competentes; Sistemas e procedimentos; Normas e cdigo de prticas; Sistemas de presso; Documentao; Sistema de auditorias e Avaliaes independentes. O risco inerente s atividades industriais, podendo ser mais ou menos perigoso. O gerenciamento do risco tem como funo bsica eliminar ou reduzir a nveis tolerveis os obstculos que possam surgir e oferecer perigo realizao dos objetivos da empresa. Portanto o gerenciamento de riscos deve ser uma conduta sistemtica a fim de superar os perigos e reduzir as perdas. Conforme Morgado (1998 apud ESPINOSA, 2004, p.24), um programa de gerenciamento do risco deve ento ser dividido em quatro etapas: identificao, anlise, avaliao e tratamento de riscos, que sero desmembradas a seguir para melhor compreenso de sua relevncia.

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Identificao de riscos De acordo com De Cicco e Fantazinni (1985),

A identificao de riscos , indubitavelmente, a mais importante das responsabilidades do gerente de riscos. o processo atravs do qual, contnua e sistematicamente, so identificadas perdas potenciais (a pessoas, propriedade e por responsabilidade da empresa), ou seja, situaes de risco de acidentes que podem afetar a organizao.

Segundo Vigas (2002), a primeira e mais importante etapa de gesto de risco :A identificao de todas as fontes potenciais de exposies a perdas, que podem ocorrer numa organizao. recomendado que, aps usar os processos de identificao de perigos e de avaliao e controle de riscos, a organizao tenha uma estimativa completa de todos os perigos significativos para o seu efetivo controle.

Para melhor cumprir essa tarefa, o gerente de riscos deve, antes de mais nada, obter informaes que lhe permitam conhecer em profundidade a empresa. E para isso, algumas ferramentas podero ser utilizadas: Checklists e roteiros; Inspeo de Segurana; Investigao de Acidentes e Fluxogramas.

Anlises de Riscos Conforme comenta Souza (1997), a anlise e avaliao de risco um exerccio orientado para a quantificao da perda mxima provvel que dele possa decorrer, ou seja, da quantificao da probabilidade de ocorrncia desse risco e de suas conseqncias e/ou gravidades. Segundo Espinosa (2004) as anlises de riscos podem ser obtidas por uma ou mais das seguintes ferramentas:

-

-

-

-

Anlise preliminar de riscos: Consiste no estudo durante a fase de concepo de um projeto, com o objetivo de se determinar os riscos que podero estar presentes na sua fase de operao. Tem especial importncia em projetos de instalaes novas, sem similares. Srie de riscos: um estudo em que se levantam todos os passos que desencadeiam um processo de falha. Da surge o chamado risco inicial, que foi o primeiro de uma srie que termina numa falha ou acidente. O conhecimento de todos os passos do processo permite atuar na causa fundamental, ou atuar em estgios posteriores. rvore de causas: A rvore de causas uma importante ferramenta para anlise dos acidentes. baseada na pesquisa e questionamentos, envolve grupos de trabalho, levando a medidas preventivas contra a ocorrncia de novos acidentes semelhantes. What if / Check list: um procedimento de reviso de riscos, que produzir relatrios cada vez mais ricos em termos de possibilidades de falhas e acidentes. Diferentes grupos de trabalho so formados para cada ocasio, que percorrem o processo do

33 incio ao fim, perguntando e se .... Ao final um novo relatrio feito, adicionando as novas possibilidades levantadas. - Anlise de modos e efeitos de falhas (FMEA): Esta tcnica permite analisar como podem falhar os componentes de equipamentos e sistemas, avaliar as taxas de falha, determinar os efeitos que podero advir, e, conseqentemente , estabelecer as mudanas que devero ser feitas para aumentar a probabilidade que o sistema opere satisfatoriamente. Pela anlise dos efeitos, pode-se diminuir suas conseqncias. - Anlise de rvore de falhas: uma ferramenta que permite quantificar o risco (tambm a confiabilidade) de sistemas e equipamentos, atravs de uma estrutura ramificada onde so analisados todos os fatores possveis de conduzir a uma falha. Usa princpios da lgebra booleana, e permite identificar qual a seqncia de eventos que mais penaliza uma instalao com relao ao risco de uma falha e sua confiabilidade. excelente para quantificar a anlise de modos e efeitos de falha. - Estudo de perigos e operabilidade (HAZOP): Envolve a investigao de como o sistema pode ser desviado dos objetivos do projeto. O principal objetivo do HAZOP a investigao dos problemas operacionais, alguns dos quais mesmo no sendo perigosos, podem comprometer a capacidade do sistema em alcanar a produtividade projetada. Desta forma o HAZOP ultrapassa a identificao de riscos. Foi originalmente desenvolvido para antecipar riscos e operacionalidade para uma nova tecnologia, onde a experincia passada limitada.

Avaliao de riscos Vigas (2002), observa que:

A avaliao do risco essencial para determinar a criticidade das exposies a perdas e estabelecer as prioridades para a ao. E as duas variveis, freqentemente utilizadas nesta avaliao, so: probabilidade de ocorrncia de um evento indesejado (perigo) e conseqncias (gravidade) geradas pela ocorrncia desse evento indesejado.

Conforme define Espinosa (2004):

A avaliao de risco consiste na quantificao da perda mxima possvel, considerando a freqncia e a conseqncia. Analisando-se uma matriz de classificao (probabilidade versus conseqncia), pode-se dizer que um risco tanto maior quanto maior for o produto do fator da freqncia pelo fator da conseqncia.

O fator freqncia est relacionado probabilidade de ocorrncia, ou taxa de falha real de um equipamento. Pode tambm estar enfocado em apenas um determinado modo de falha. J o fator conseqncia pode ser relativo segurana, ao meio ambiente ou a perdas econmicas. comum avaliar todas as conseqncias ao mesmo tempo e adotar o risco final de maior valor obtido. Tal como define Souza (1997), para classificar o risco necessrio definir as classes de probabilidade de ocorrncia do evento e de suas respectivas conseqncias:

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A seguir sero apresentadas nos quadros 3 e 4 respectivamente, uma forma de se efetuar a avaliao qualitativa da freqncia de ocorrncia e severidade dos perigos

identificados. E na tabela 1 e quadro 5 respectivamente, sero apresentadas a forma pela qual se pode fazer a avaliao qualitativa e classificao dos riscos dos perigos identificados.

CLASSE

DENOMINAO

FAIXA DE FREQNCIA(/ANO) < 10E-4

DESCRIO

Teoricamente possvel, mas de ocorrncia extremamente improvvel ao longo da vida til da instalao Ocorrncia no esperada ao longo da B Remota 10E-4 < f < 10E-3 vida til da instalao Baixa probabilidade de ocorrncia ao C Improvvel 10E-3 < f < 10E-2 longo da vida til da instalao Ocorrncia esperada at uma vez ao D Provvel 10E-2 < f < 10E-1 longo da vida til da instalao Ocorrncia esperada se repetir por E Freqente > 10E-1 vrias vezes ao longo da vida til da instalao Quadro 3 - Classes para avaliao qualitativa da freqncia de ocorrncia dos perigos identificados Fonte: Espinosa (2004) A Extremamente remota

CLASSE I

DENOMINAO Desprezvel -

CARACTERSTICAS No resulta em danos ou resulta em danos insignificantes a equipamentos, propriedades e meio ambiente. No ocorrem leses ou mortes de funcionrios nem de terceiros (no funcionrios e pblico externo). Danos leves a equipamentos, propriedades ou meio ambiente, sendo porm controlveis e de baixo custo de reparo. Leses leves em funcionrios ou terceiros. Danos severos a equipamentos, propriedades ou meio ambiente, permitindo proceder parada ordenada do sistema. Leses de gravidade moderada em funcionrios ou terceiros. Exige aes corretivas imediatas para evitar seu desdobramento catastrfico. Danos irreparveis a equipamentos, propriedades ou meio ambiente, levando parada desordenada do sistema, implicando em reparao impossvel ou lenta e de altssimo custo. Provoca vrias mortes ou leses graves em funcionrios ou terceiros.

II

Marginal

-

III

Crtica

-

IV Catastrfica -

Quadro 4 - Classes para avaliao qualitativa da severidade dos perigos identificados Fonte: Espinosa (2004)

35 Tabela 1 - Matriz para avaliao qualitativa de risco dos perigos identificados FREQNCIA A SEVERIDADE IV III II I Fonte: Espinosa (2004) DESPREZVEL MENOR MODERADO SRIO CRTICO Quadro 5 - Quadro de classificao do risco dos perigos identificados Fonte: Espinosa (2004) B C D E

Conforme apresentado nas etapas anteriores, a identificao, anlise e avaliao qualitativa do risco em relao aos perigos identificados, culmina com a determinao da classe de significncia dos riscos. Portanto cabe ao gestor de riscos definir agora o critrio de tolerabilidade para os riscos da organizao. Uma vez definida a tolerabilidade do risco, os riscos que estiverem fora da faixa de tolerabilidade definida pela organizao ou gestor de riscos, devero ser tratados, tal como define melhor o item a seguir.

Tratamento de riscos Vigas (2002), observa que:

Aps a avaliao de riscos a deciso por algumas formas de controle que devero ser aplicadas, seguem quatro alternativas: Eliminao: geralmente a opo preferida, mas nem sempre possvel, pois s vezes nem todos os riscos podem ser eliminados. Tratamento: muitos perigos podem ser tratados para reduzir o seu risco inerente. Um mtodo para tratamento dos riscos aplicar controle atravs da utilizao de

36 procedimentos, prticas, normas e regulamentaes. O treinamento, formao e superviso so outros aspectos valiosos para o tratamento dos riscos. Tolerncia: os gerentes devem decidir quanto tolerar o risco. Algumas vezes tratamos o risco para que ele possa ser reduzido a um nvel tolervel; algumas vezes o risco no permite nenhum tratamento e ns simplesmente toleramos tal risco. Transferncia: o risco financeiro ocorre, mesmo com os melhores mtodos de tratamento. O seguro uma maneira de transferir alguns riscos, porm, ao faz-lo, no transferimos todas as responsabilidades legais e financeiras. Indenizaes: resultam em prmios de seguros maiores.

Segundo De Cicco e Fantazinni (1985), o tratamento dos riscos vem a ser as aes tomadas para a preveno (eliminao ou reduo do risco) ou financiamento do risco atravs da reteno (auto-adoo ou auto-seguro) e da transferncia (sem seguro ou por intermdio de seguro). De Cicco e Fantazinni (1985), definem o tratamento de riscos, utilizando-se dos seguintes conceitos:

Preveno de riscos: processo que compreende a eliminao ou reduo de riscos referentes probabilidade de ocorrncia. Financiamento de riscos: compreende os aspectos de reteno e transferncia do risco. A Reteno do risco, pode ser definida, genericamente, como um plano financeiro da prpria empresa para enfrentar perdas acidentais, e pode ser feita atravs de: auto-seguro e auto-adoo. Auto-seguro: pode ser diferenciado da auto-adoo de riscos pelo fato de que esta ltima no exige ou no envolve um planejamento formal, um fundo (financeiro) de reserva para perdas. Empresas adotam, normalmente, a reteno de riscos de vrias maneiras: decidindo assumir todas as perdas de um certo tipo; decidindo assumir somente perdas at um determinado valor e transferindo ao seguro o excedente; e decidindo estabelecer fundos de reserva antes ou depois da ocorrncia das perdas. A Auto-adoo apresenta-se de duas formas: como um plano intencional de financiamento de riscos e como uma ao no-intencional. A auto-adoo intencional, implica na aceitao deliberada das perdas que so inconseqentes para a empresa, ou seja, que so perfeitamente suportveis no seu contexto econmico e financeiro. A auto-adoo no-intencional, caracteriza-se pela ausncia de um plano organizado, conseqente de no-identificao dos riscos, da ignorncia e, at mesmo, da incompetncia tcnica e administrativa de algumas pessoas. Auto-seguro: processo no qual definido um planejamento financeiro para o financiamento dos riscos, tais como a constituio de fundos reserva para perdas e medidas adicionais de controle financeiro interno. Se no existir um plano financeiro para faze face s perdas, a empresa estar utilizando, consciente ou inconscientemente, o mtodo de auto-adoo de riscos j comentado. No se deve considerar que o mtodo de auto-seguro uma forma exclusiva de financiamento de riscos. A regra geral que deve ser adotado, simultaneamente, mais de um mtodo de financiamento. Como por exemplo, uma empresa pode assumir os riscos de coliso e roubo de veculos, com uma franquia mxima, e transferir o excedente ao seguro. A transferncia do risco, basicamente pode ser feita a terceiros de duas formas: sem seguro, atravs de contratos, acordos e outras aes e atravs de seguro. Sem seguro: neste caso, a transferncia normalmente feita atravs de contratos especficos, em que ficam definidas as responsabilidades, garantias e obrigaes de

37 cada uma das partes. Isto comum ocorrer com contratantes importantes que, ao definirem as suas condies, determinam a transferncia contratada dos riscos inerentes ao contrato. Nos casos de transferncia consciente, de suma importncia que o gestor de riscos participe da elaborao dos termos contratuais, de forma a analisar e definir se o custo-benefcio da transferncia favorvel empresa. Por seguro: o processo mais comum para a transferncia dos chamados riscos puros e, em alguns casos, at dos riscos especulativos.

A figura abaixo melhor exemplifica a dinmica da etapa de tratamento riscos:

T R A T A M E N T O D E R IS C O S

P R E V IN IR

F IN A N C I A R

E V IT A R

E L IM IN A R

R E D U Z IR

RETER

T R A N S F E R IR

A U T O -A D O O

A U T O -S E G U R O

SEM SEGURO

POR SEGURO

Figura 3 - Tratamento de riscos Fonte: Adaptado de COUTINHO (1997).

:

Conforme apresentado atravs da figura 3, a organizao aps a definio do critrio de tolerabilidade de riscos, deve proceder fase de tratamento dos riscos a fim de enquadrar os riscos que encontram-se fora da faixa de classificao de tolerabilidade, e traz-los para dentro da mesma.

2.8 A INDSTRIA E A GESTO DE RISCOS

Ao longo dos anos, os ensinamentos resultantes dos acidentes fizeram com que as

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indstrias convertessem este aprendizado, em normas, procedimentos, leis, regulamentos, enfim, criassem um sistema prprio de gesto para os riscos existentes nas organizaes. Cada acidente fomentou um tipo de aprendizado, e assim, alm das formas encontradas para mitigar e corrigir os sinistros , cabe salientar a importante mudana que vem ocorrendo na cultura industrial, no sentido de se substituir a viso corretiva pela preventiva. Tal como preconiza VALLE e LAGE (2003) com relao abordagem preventiva:

Prevenir um acidente ser sempre mais barato e seguro do que remediar seus efeitos. Essa mudana de postura, observada ao longo das duas ltimas dcadas, j permite constatar uma sensvel reduo no nmero de acidentes industriais noticiados e, em especial, dos grandes acidentes, bem mais freqentes at a dcada de 1980.

Para que a empresa moderna possa estruturar a sua gorvernana corporativa, ela precisa conhecer e gerenciar os riscos que ameaam os fatores: sociais, econmicos, polticos e tecnolgicos que compe os ativos da organizao. Para melhor entendimento da forma pela qual os riscos se apresentam dentro da empresa, sero desmembrados a seguir os conceitos sobre os fatores que compem os ativos da empresa, bem de que forma estes riscos se manifestam e seus respectivos impactos.

Ativos da Organizao Os Ativos Fixos da empresa so formados, cada vez mais, por instalaes muito sofisticadas, computadores eletrnicos, robs, processos novssimos, utilizao macia de energia; em suma, instalaes completas, porm dispendiosas, mais concentradas em valor e de maior importe global em seu custo, (LIMA, 2001). O Fator Humano, seu mais importante ativo. Os riscos puros, a que est submetido o homem na empresa, so variados: acidente de trabalho, enfermidade comum, doena profissional, acidente domstico ou de transporte, perda do homem-chave, acmulo de viagens coletivas e riscos de higiene industrial, fundamentalmente (LIMA, 2001). O Ativo Imaterial da empresa formado sobre seu nome, sua imagem, experincia e o conjunto desse halo histrico que permite que um produto seja aceito pelo usurio porque oferece garantia de seriedade por parte do fabricante (LIMA, 2001).

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A Organizao e seus riscos

Segundo Candel (1987 apud LIMA (2001):

Riscos Especulativos (Dinmicos): so os que afetam a alta direo e obrigam a definir a estratgia e a tomada de decises de grande transcendncia para a evoluo da prpria atividade. Nesse contexto, por exemplo, fala-se hoje das estratgias diante da mudana, da procura da excelncia, da necessidade de flexibilidade dentro da empresa, da dinmica permanente, da descentralizao, da constante inovao ou da cultura empresarial. Todos so conceitos que se vo acumulando a posteriori para explicar por que algumas empresas triunfam sobre outras que retrocedem diante de um ambiente agressivo, complexo e permanentemente mutvel.

Conforme comenta Lima (2001):Os Riscos Puros (Estticos), representados pelos acidentes ou sinistros, tm relao direta com as foras da natureza, fenmenos fsicos, qumicos ou energticos de outro tipo, e produzem uma diminuio no ativo material, humano ou imaterial da empresa. Tais riscos, contra os quais a empresa se defendia de forma clssica, com coberturas financeiras proporcionadas pelas companhias de seguros, cresceram de maneira dramtica nos ltimos anos, em consonncia com o desdobramento do ambiente econmico, social e tecnolgico.

Conforme define De Cicco e Fantazinni (1985) os riscos puros (ou estticos) so tambm chamados de riscos negativos pois envolvem somente chances de perda associada ao processo, j os riscos especulativos (ou dinmicos) que so tambm chamados de riscos positivos , envolvem uma possibilidade de ganho, em funo do controle dos riscos associados ao processo .

Ocorrncias O ativo imaterial, pode ficar seriamente prejudicado como conseqncia de

reclamaes judiciais, por parte dos prprios trabalhadores, em casos de acidentes de trabalho onde for caracterizada a negligncia da empresa (falta de medidas de segurana), por reclamaes de terceiros prejudicados por qualquer atividade da empresa em seu prprio desenvolvimento, ou pelos prprios clientes ao consumir ou usar produtos (LIMA, 2001). Os ativos materiais esto submetidos a riscos clssicos de incndio, exploso fsica ou qumica, foras da natureza, como inundao, terremoto ou vendaval, atos poltico-sociais (sabotagem, vandalismo, grevistas) e tambm a riscos de carter tecnolgico que comeam a

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ser conhecidos (danos em equipamentos eletrnicos, ruptura de mecanismos complexos, avarias internas, etc) (LIMA, 2001).

Conseqncias Qualquer dano pode originar uma paralisao na empresa, o que por sua vez, causa

uma importante perda econmica. O lucro cessante pode significar muito mais para a empresa que o prprio dano fsico direto Em paralelo indenizao financeira , h que acrescentar a perda de imagem e de ativo imaterial de conseqncias importantes para o desenvolvimento da prpria atividade empresarial. Dentro de todo este contexto que envolve a organizao e seus riscos, a figura 4, melhor diagnostifica os conceitos anteriores.GESTO CORPORATIVA

FATORES QUE COMPE O ATIVO

Ambientais

Tecnolgicos

EconmicoFinanceiro

Scio-Polticos

Danos Materiais Propriedades Interrupo CONSEQNCIAS

Acidentes Pessoais

Responsabilidades: Geral Patronal Produtos Atos Maldosos Responsabilidades

Produtividade Rentabilidade Solvncia Imagem Pblica Oferta Procura Riscos

OCORRNCIAS

Fenmenos Naturais

Acidentes Operacionais

RISCOS

Riscos Puros

Especulativos Gerncia Geral (RISK)

CONTROLE

Gerncia de Riscos (HAZARD)

Figura 4 - A Empresa Industrial e seus riscos Fonte: Adaptado de CANDEL (1987 apud LIMA, 2001)

Conforme apresentado, a figura 4 sintetiza a importncia da gesto de riscos na estrutura organizacional da empresa, a fim de, atravs da gesto dos riscos puros ou estticos, evitar ou prevenir a ocorrncia de riscos que venham a perturbar os ativos da organizao.

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Tal como comenta Morgado (2001), normalmente a Gesto de Riscos trata apenas de questes relativas preveno e financiamento dos riscos puros. Entretanto vale mencionar que muitas tcnicas podem ser aplicadas aos riscos especulativos. Apresentando a sntese deste captulo conclui-se que: Conforme preconiza a reviso literria referente gesto de riscos, ela apresentase atravs de um processo estruturado definido por: identificao dos perigos, anlise , avaliao e tratamento dos riscos; Para que a organizao possa estruturar a sua governana corporativa, ela precisa conhecer e gerenciar os riscos que ameaam os fatores: sociais, econmicos, polticos e tecnolgicos que compe os ativos da organizao; Dentro do estudo apresentado, a metodologia proposta fundamenta-se apenas na gesto de riscos puros ou estticos da organizao.

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3 SISTEMAS DE GESTO DE RISCOS

Neste captulo sero apresentados os conceitos que completam a idia de um sistema de gesto, e de que forma eles se estruturam, assessorados pela ferramenta da qualidade PDCA. E ser apresentada uma avaliao comparativa entre os principais sistemas de gesto de SMS internacionais, com a finalidade de subsidiar a formatao da metodologia proposta do SGR.

3.1 SISTEMA

A teoria Geral de Sistemas, conforme observa Campos (2000), preconiza que todo sistema constitudo de partes interligadas com uma funo especfica. O conceito de partes interligadas faz com que o significado de sistema seja similar ao de processo. A funo especfica de um Sistema de Gesto produzir resultados, atingir metas ou resolver problemas, o que tudo a mesma coisa (gerenciar resolver problemas). Portanto, o Sistema de Gesto constitudo de partes interligadas com a funo especfica de produzir resultados para a organizao.

3.2 GESTO

Segundo Arajo (2004), o termo Gesto est associado a um conjunto de prticas gerenciais necessrias ao processo de planejamento, avaliao, controle e monitoramento dos processos produtivos.

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As funes da gesto segundo Henri Fayol (1841-1925 apud VIGAS, 2002), so definidas atravs dos aspectos: previso, planejamento, organizao, comando, coordenao e controle. Referente importncia dos sistemas de gesto, observa Vigas (2002), que estes sistemas ajudam a manter a consistncia. Quando os gerentes so substitudos, o sistema permanece para garantir a continuidade durante a transio. Os sistemas de gesto tambm oferecem caminhos estruturados para alcance dos objetivos, desenvolvimento das pessoas, melhoria das comunicaes e dos processos comerciais. Campos (2000) comenta: o bom senso no suficiente para garantir uma administrao eficiente de seu negcio. O segredo do gerenciamento competente est no mtodo. E ainda so necessrias disciplina e sistema para estabelecer e cumprir metas. O conceito de Sistema de Gesto por si s no completa o quadro para um entendimento da abordagem moderna de gesto. necessrio ainda o entendimento da funo do mtodo e de seu significado. Mtodo uma palavra que se origina da soma das palavras gregas metas e hods, que significam, respectivamente, resultado a ser atingido e caminho. Portanto, o mtodo o caminho para a meta.

3.3 O PDCA FERRAMENTA DA QUALIDADE

O PDCA uma das ferramentas do Sistema da Qualidade, que tem como objetivo visualizar o processo de melhoria contnua dos sistemas, atravs de seus elementos: P(Planejamento), D(Execuo), C(Verificao), A(Atuao). O dinamismo do ciclo que caracteriza a melhoria do sistema. Segundo Arajo (2004), sem organizao o planejamento, metas e objetivos no possvel chegar a lugar nenhum. Sem execuo, o discurso se torna apenas um pacto de boas intenes. Sem medir no se gerencia, e sem atuao nos desvios no se garante a eficcia e a busca incessante pela melhoria contnua.

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Segundo citaes de Souza e Mekbekian (1993 apud ESPINOSA, 2004),o mtodo de melhorias PDCA pode ser definido como instrumento valioso de controle e melhoria de processos que, para ser eficaz, precisa ser de domnio de todos os funcionrios de uma organizao. As letras que formam o nome do mtodo, PDCA, significam em seu idioma de origem: PLAN, DO, CHECK, ACT, o que significa, PLANEJAR, EXECUTAR, VERIFICAR, ATUAR. Esses mdulos fazem parte dos passos bsicos concebidos originalmente por Shewhart, sendo aprimorados posteriormente por Deming.

Figura 5 - Ciclo PDCA Fonte: Curtis (2005)

O Ciclo PDCA projetado para ser usado como um modelo dinmico. A concluso de uma volta no ciclo ir fluir no comeo do prximo ciclo, e assim sucessivamente, seguindo os requisitos definidos nas respectivas etapas do ciclo: Planejamento (P): localizar problemas, estabelecer metas e definir um plano de ao. Execuo(D): conduzir a execuo do plano. Verificao ( C): verificar o atingimento da meta. Ao (A): tomar ao corretiva no insucesso e padronizar e treinar no sucesso.

Aplicando tais conceitos, o mtodo do PDCA, ser utilizado no referido estudo, com a aplicao do Modelo de Gesto de SMS do API API 9100B, objetivando organizar e sistematizar a aplicao dos elementos do modelo proposto, conforme ser apresentado na figura 6 do captulo 5.

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3.4 COMPARAO ENTRE SISTEMAS DE GESTO E SEUS ELEMENTOS

No intuito de conhecer alguns dos principais Sistemas e Normas internacionais voltadas para o gerenciamento de riscos na organizao, ser apresentado no quadro 6, uma avaliao comparativa entre os Sistemas e seus respectivos elementos, a fim de que se possa avaliar a interface de relevncia entre eles e sua conseqente utilizao na metodologia proposta. A avaliao ser feita atravs dos seguintes Sistemas e Normas: AZ/NZS 4360 (Norma australiana e neozelandeza) : Administrao de Riscos; API RP 75 (Prtica recomendada Instituto de Petrleo Americano): Prtica Recomendada para o desenvolvimento de um programa de gerenciamento de Segurana e Meio Ambiente para uso em Plataformas Continentais de Petrleo; API RP 750 (Prtica recomendada Instituto de Petrleo Americano ): Prtica Recomendada para o desenvolvimento de um programa de gerenciamento de perigos de processo, para uso em processos de refino de petrleo; API 9100B Documento de orientao do Instituto de Petrleo Americano referente a elaborao de um sistema de gesto de SMS. BS8800 (Norma Britnica 8800): Prov orientaes sobre sistemas de gerenciamento de sade e segurana ocupacionais. CCPS (Centro de Segurana em Processo Qumico): Prov orientaes sobre a segurana de processo qumico. CMA (Associao dos Fabricantes Qumicos): Prov orientaes sobre a segurana de processo qumico. EPA 40 CFR (Agncia de Proteo do Meio Ambiente- USA): Prov orientaes para um programa de gerncia de risco. OSHA 29 CFR 1910,119 (Administrao de Sade e Segurana Ocupacional USA): Prov orientaes para um programa de gerncia de risco. OHSAS 18001(Srie de Avaliao de Segurana e Sade Ocupacional)

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UNE 81900 (Norma de Gesto de Riscos- Espanhola): Proporciona recomendaes relativas a gesto da preveno de riscos do trabalho.

ABNT- NBR ISO 14001- Sistemas de Gesto Ambiental

SISTEMAS DE GESTO

OSHA29 CRR

AZ/NZS 4360

API RP 750

OHSAS 18001X X X X X X X X X X X X X X X X X

EPA 4O CFR

API RP 75

API 9100B

BS 8800

ELEMENTOS DE UM SISTEMA GESTO DE RISCOS

DE

ESTABELECIMENTO DO CONTEXTO ESTRATGICO, ORGANIZACIONAL E DE GERENCIAMENTO DE RISCOS CLASSIFICAODAS ATIVIDADES DE TRABALHO DE RISCOS DE PERIGOS

X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

IDENTIFICAO IDENTIFICAO

CONTROLE DO RISCO INFORMAES DE SEGURANA E MEIO AMBIENTE INFORMAES DE SEGURANA DE PROCESSO GERENCIAMENTO DA MUDANA ANLISE DE RISCO AVALIAO DOS RISCOS TRATAMENTO DE RISCOS MONITORAMENTO E REVISO DOS RISCOS COMUNICAO E CONSULTA PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PRTICAS SEGURAS DE TRABALHO TREINAMENTO SEGURANA DA QUALIDADE E INTEGRIDADEMECNICA DOS EQUIPAMENTOS CRTICOS

REVISO DE SEGURANA NA PR-PARTIDA CONTROLE E RESPOSTA EMERGNCIAS INVESTIGAO DE ACIDENTES AUDITORIAS POLTICA REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS PROGRAMA ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE DOCUMENTAO CONTROLE DE DOCUMENTOS E DADOS CONTROLE OPERACIONAL REGISTROS E GESTO DE REGISTROS

UNE 81900X X X X X X X X

ISO 14001

CCPS

CMA

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Continuao...OSHA29 CRR AZ/NZS 4360 API RP 750 OHSAS 18001X X

SISTEMAS DE GESTO

EPA 4O CFR

API RP 75

API 9100B

BS 8800

ELEMENTOS DE UM SISTEMA GESTO DE RISCOS CENRIOS PROVVEIS CENRIOS

DE

X

X X X X X X X X X X X

X

DE LIBERAES

DOS PIORES CASOS DE LIBERAO

PARTICIPAO DOS EMPREGADOS CONTRATADOS PERMISSO DE TRABALHO QUENTE SEGREDOS DE COMRCIO REVISO DE PROJETO FATORES HUMANOS GARANTIA DA QUALIDADE DE PROJETO MONITORAMENTO E MEDIO DEDESEMPENHO

X

X

X

X

X X X

X

X

X

QUANTIDADE DE LIBERAES POTENCIAIS HISTRICO DE LIBERAO DOS LTIMOSCINCO ANOS

X X

CONSEQNCIAS EXTRA-MUROS

Quadro 6 Quadro comparativo dos Sistemas de Gesto e seus elementos

Conforme apresentado, a avaliao comparativa feita no quadro 6, demonstra o nmero de vezes que os elementos dos sistemas de gesto aparecem assinalados com a letra x, em funo da avaliao dos respectivos sistemas apresentados. Objetivando a formao do modelo proposto, sero adotados os elementos que forem assinalados acima de 50% na etapa de avaliao comparativa dos sistemas. Estes elementos para melhor identificao, tero a linha correspondente hachurada, a fim de posteriormente serem transportados para o sistema do modelo proposto por este estudo. Cabe ressaltar ainda, que os demais elementos dos sistemas avaliados no tenham sido contemplados como elementos principais da metodologia proposta, alguns deles podero ser utilizados como subsdio na etapa de implementao dos controles no processo operacional, durante a etapa de avaliao do risco. E para ratificar este raciocnio, foi colocada no anexo J, a prtica recomendada do Instituto de Petrleo Americano (API) RP 750.

UNE 81900

ISO 14001

CCPS

CMA

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3.5 DIRETRIZES CORPORATIVAS DE SEGURANA, MEIO AMBIENTE E SADE DA PETROBRAS

Aprovada pela Diretoria Executiva da PETROBRAS em dezembro de 2001, as Diretrizes Corporativas de SMS so o desdobramento de uma poltica consistente de SMS e representam um avano significativo na consolidao de um novo modelo de gesto na Companhia. Segundo o Diretor da poca, Irani Carlos Varella, para sua criao foram consultadas as diversas esferas operacionais da empresa, que enviaram suas contribuies. Tambm foram analisadas as normas vigentes nas principais companhias petrolferas do mundo. As diretrizes foram concebidas para ser uma nova e eficiente ferramenta a ser utilizada em cada unidade para desenvolver, corrigir e aprimorar suas prprias dinmicas de SMS. As 15 Diretrizes e seus 79 requisitos encontram-se no anexo C.

3.6 PROGRAMA DE SEGURANA DE PROCESSO PSP

A Petrobrs criou em maro de 2002 o Programa de Segurana de Processo PSP, objetivando a implantao da melhoria dos seus processos e a excelncia operacional atravs das Diretrizes Corporativas de SMS. A prioridade do PSP aprimorar e integrar o Sistema de Gesto de SMS, de forma a alcanar os padres de excelncia dos nveis internacionais. Este programa visa a implementao da poltica de SMS e suas diretrizes corporativas de SMS na Companhia. Para assessoramento deste trabalho, a Companhia efetuou um contrato com a empresa Du Pont do Brasil S.A, que tem como responsabilidades: Assessorar no aprimoramento e integrao do Sistema de Gesto de SMS, com enfoque no comportamento humano;

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Estabelecer e implementar aes prioritrias (desdobramentos do nvel corporativo para todas as UNs);

Implementar a Poltica e as Diretrizes Corporativas de SMS da Petrobrs;

Os princpios bsicos do PSP so: Responsabilidade de linha; Compromisso visvel (liderana pelo exemplo); Gesto de SMS participativa; Tratamento de desvios;

Os principais benefcios do PSP so: Reforo na atitude prevencionista em todos os nveis da organizao; Operacionalizao das 15 Diretrizes Corporativas de SMS da Petrobrs, levando a um aprimoramento do Sistema de Gesto; Maior conscientizao das pessoas quanto a filosofia de gesto e prticas de SMS; Melhoria do processo de determinao das causas dos desvios e das aes sistmicas de preveno; Prtica da liderana pelo exemplo; Maior engajamento das Contratadas com o SMS;

Apresentando a sntese deste captulo conclui-se que: No intuito de obter maior representatividade, a formatao do SGR proposto foi feita a partir da interface dos elementos dos sistemas de gesto avaliados; O SGR proposto, ser configurado conforme o PDCA, alicerado na configurao da API 9100B.

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4 METODOLOGIA

Neste captulo, sero apresentados os procedimentos metodolgicos utilizados nesta pesquisa que, atravs de um conjunto detalhado e seqencial de mtodos e tcnicas cientficas executadas ao longo do estudo, serviro de orientao para a concretizao do objetivo proposto deste trabalho.

4.1 CONTEXTUALIZAO DA APLICAO DA METODOLOGIA

Segundo Gil apud Heerdt (2000), a pesquisa tendo em vista seus objetivos pode ser classificada como uma pesquisa exploratria, uma vez que foi feito um levantamento bibliogrfico para o levantamento de dados em funo do tema analisado e a observao para a deteco do problema. Segundo Lakatos e Marconi (1995, p.106 apud HEERDT, 2000), os mtodos podem ser subdivididos em mtodos de abordagem e mtodos de procedimentos, sendo assim, o mtodo de abordagem utilizado nesta pesquisa foi o indutivo, uma vez que os aspectos estudados atravs da pesquisa bibliogrfica partiram de constataes abrangentes para planos cada vez mais particulares. Com relao a delimitao do Universo a ser pesquisado, a pesquisa foi direcionada de forma qualitativa ao problema detectado atravs da observao. A tcnica para a coleta de dados foi realizada atravs do processo de pesquisa bibliogrfica. E finalmente a anlise e interpretao dos dados, segundo Trivios (1996, p.161 apud HEERDT, 2000), o processo de anlise de contedo, e pode ser feito atravs da pr-anlise e organizao do material, categorizao dos dados e interpretao referencial. Este tpico pode ser evidenciado na formatao dos captulos 1, 2 e 3.

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4.2 ROTEIRO DO DESENVOLVIMENTO

4.2.1 Pesquisa exploratria

A partir da escolha do tema, Gesto de Riscos, foi utilizada a pesquisa exploratria no sentido de buscar informaes no s referentes ao tema e seus componentes, bem como a identificao dos fatores contribuintes para a importncia da gesto de riscos nas organizaes.

4.2.2 Pesquisa bibliogrfica

A pesquisa bibliogrfica foi realizada em livros, internet, teses, artigos e outros insumos provenientes de cursos, seminrios e workshops. Utilizando-se o mtodo indutivo, esta pesquisa serviu como insumo para o estudo aplicado aos captulos: Captulo 2 O Risco e Seus Fatores , Captulo 3 Sistemas de Gesto de Riscos e Capitulo 5 Modelo Proposto, onde os dados obtidos puderam ser avaliados e confrontados com as legislaes e prticas que abordam o referido assunto, originando desta forma massa crtica de dados para a elaborao do modelo proposto.

4.2.3 Delimitao do universo

Seguindo o raciocnio do mtodo indutivo aplicado neste estudo, a delimitao do

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universo estabelecida foi a Avaliao e Gesto de Riscos do CENPES, a partir da necessidade de implementao de um Sistema de Gerenciamento de Riscos, em virtude do aprendizado com a ocorrncia de acidentes na companhia e a gerao de impactos negativos. Das lies aprendidas pela companhia originaram-se: a criao de uma Poltica de Segurana, Meio Ambiente e Sade (SMS), o Programa de Excelncia em Gesto Ambiental e Segurana Operacional (PEGASO), as Diretrizes de SMS e o Programa de Segurana de Processo (PSP), alm de outros programas associados. Portanto, como a Petrobras busca aplicar estes novos programas em todos os seus seguimentos, o enfoque da delimitao foi dada a uma de suas Unidades, que o CENPES. A partir da surgiu a necessidade de se avaliar a situao do CENPES, especificamente com relao implantao da Diretriz n 3 de SMS - Avaliao de Gesto de Riscos.

4.2.4 Observao do sistema

Segundo Yin (2001 apud MENDONA; MAIA; GES, 2004) a observao pode ser utilizada como o mtodo que examina o fenmeno de interesse em seu ambiente natural, pela aplicao de diversas metodologias de coleta de dados, visando obter informaes de mltiplas entidades. Nesta etapa, foi feita primeiramente a avaliao da Diretriz Corporativa de SMS n3, e buscou-se verificar a sua implementao no CENPES. Atravs da avaliao realizada pela empresa contrata DU PONT, coordenada pela gerncia de SMS, pde-se avaliar a aderncia do CENPES Diretriz Corporativa de SMS n 3 Avaliao e Gesto de Riscos, e a partir da traar um diagnstico, representado nos quadros 1 e 2 do captulo 1 deste estudo, que representa o ponto de partida da pesquisa caracterizado pela situao problema.

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4.2.5 Coleta de dados

A coleta de dados para a elaborao do modelo proposto efetuada em dois sentidos, pela pesquisa bibliogrfica, para se ter o entendimento da importncia dos fatores contribuintes de um sistema de gerenciamento de riscos em uma organizao, como para a avaliao do que efetivamente o CENPES havia desenvolvido e implementado referente ao processo de gesto de riscos.

4.2.6 Anlise dos dados

Esta etapa feita de forma qualitativa, e procura-se comparar os dados coletados na pesquisa bibliogrfica referentes ao tema do trabalho com a delimitao da situao

problema. E desta forma traar um plano de ao que a elaborao do modelo proposto.

4.2.7 Aplicao e anlise crtica do modelo proposto

Nesta etapa procura-se demonstrar o modelo proposto, atravs da estruturao de um Sistema de Gesto de Riscos, cuja operacionalidade baseada no estudo e avaliao dos Sistemas de Gesto (quadro 6), que est melhor detalhada no captulo 5. A arquitetura do modelo proposto formatada segundo a metodologia do PDCA, seguindo o modelo da API 9100B. Na etapa de planejamento, feita a contextualizao do modelo proposto, bem como a definio do programa, melhor representado na figura 9 , no captulo 5.

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Na etapa inicial , que inclui a de delimitao das reas, processos e tarefas: o trabalho inicia com a identificao das gerncias, suas respectivas reas de trabalho e determinao de todos os processos e tarefas associados. Conforme sugere este modelo, a responsabilidade deste levantamento do gerente da UO, que pode designar tal atividade aos seus colaboradores (facilitador ou RG). Nesta etapa, com auxlio do gestor do sistema e do SMS, a UO deve ainda classificar os aspectos/perigos e impactos/danos relativos aos seus processos e tarefas. Os registros so efetuados na planilha de avaliao de risco, que apresentada no anexo deste estudo. Identificao dos aspectos e impactos: neste item realizada a classificao dos aspectos/perigos e impactos/danos encontrados nos processos/tarefas em situao normal ou de emergncia, conforme preconiza a OHSAS 18001 e ISO 14001, e o respectivo cadastramento na planilha de avaliao. Anlise de risco: neste item o risco analisado atravs dos fatores de risco associados aos aspectos/perigos e dos fatores de riscos associados aos impactos/danos; e para tal, o critrio da anlise feito a partir do somatrio dos fatores de risco, obtendo-se a classificao do risco pelo produto dos dois conjuntos de fatores de riscos relativos a aspectos: fatores dos aspectos (freqncia de exposio, controle e percepo do perigo e fatores dos impactos (efeito do impacto, mitigao e repercusso. Avaliao do risco: este item elaborado a partir dos dados de anlise do risco, pois o risco o produto da probabilidade de ocorrncia pela severidade do impacto. Sendo assim obtida a matriz de classificao a partir dos dados de anlise do risco, e a partir dela feita a classificao de significncia do risco. Definio da tolerabilidade: este item define, de acordo com a classificao de significncia do risco, qual o critrio de tolerabilidade que adotado pela organizao. A escolha da tolerabilidade do risco deve ser da prpria organizao. Avaliao da tolerabilidade: uma vez definida a classe de significncia do risco que a organizao admite para os seus processos, este item recomenda que a organizao avalie os riscos do processo, com relao tolerabilidade definida. Monitoramento e anlise crtica: este item define, o monitoramento dos riscos tolerveis, e a posterior anlise crtica do sistema.

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Comunicao e consulta: este item determina, que em todas as fases do processo de gesto de riscos, h possibilidade de consulta pelas partes envolvidas no negcio. Esta comunicao deve ser feita conforme a dinmica do processo.

Tratamento do risco: o modelo prope neste item, o tratamento de todos os riscos que se encontrem acima do nvel de tolerabilidade.

Podem ser utilizadas para auxiliar no plano de tratamento do risco, tabelas de ao de controle baseadas na BS 8800 e em metodologias de gesto de qualidade (anlise de gravidade, urgncia, tendncia, custo e aplicabilidade). Na etapa de implementao e operao, o modelo baseado nas normas OHSAS 18001, ISO 14001 e BS 8800, prope que a organizao se estruture atravs de uma matriz de responsabilidades, e que o gestor do sistema em conjunto com a alta administrao, realize o treinamento e conscientizao da fora de trabalho, para o sucesso e eficcia do sistema. A comunicao e o controle de documentos tambm fazem parte do desenvolvimento desta etapa. Na etapa de verificao e ao corretiva, feita a proposta de um indicador de desempenho, baseado nos conceitos da BS 8800 e que desdobrado no captulo 5. Ainda nesta etapa, so contempladas a aplicao da verificao com os acidentes, incidentes e noconformidades da organizao, bem como os itens de registros do sistema e a importncia da auditoria como insumo para o aperfeioamento contnuo do sistema. Na etapa de anlise crtica, o modelo retrata a importncia deste insumo para a organizao, pois permite alta administrao, atravs dos dados obtidos na auditoria, efetuar as alteraes necessrias nos elementos do sistema, dentro de um processo de melhoria contnua. Apresentando a sntese deste captulo conclui-se que: A busca do assunto estudado, foi feita atravs de pesquisa exploratria (bibliogrfica); Atravs da observao e coleta de dados da prtica usual de gesto de riscos da UN, pde-se definir a situao problema e a delimitao do universo aplicado ao estudo; A metodologia aplicada buscou atravs da anlise da dados, configurar o sistema de gesto proposto.

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5 MODELO PROPOSTO

Neste captulo ser apresentada a estruturao do modelo qualitativo de gesto de riscos a ser proposto para o CENPES. Considerando que as normas, diretrizes e prticas recomendadas so parte de um sistema geral, que o de segurana de processo de uma organizao, atravs do conceito de integrao das partes de sistemas da TGS, o produto final ser o SGR, formado a partir da interface dos sistemas apresentados na figura 6.

5.1 INTERAO DOS SISTEMAS

O que se pretende com o referido estudo a elaborao de um modelo de Sistema de Gesto de Riscos, obtido atravs do produto da interface dos demais sistemas estudados e apresentados a seguir:

AS/NZS 4360 EPA 40 CFR UNE 81900 CCPS API RP 750 OHSAS 18001 ISO 14001 API RP 75 OSHA 29 CFR BS 8800 PROCEDIMENTOS DA CIA E REQUISITOS LEGAIS SGR API 9100B ELEMENTOS DO MODELO PROPOSTO

PSP GESTO DE RISCOS DIRETRIZES SMS

Figura 6 - Interao dos Sistemas

A idia apresentada pela figura 6, significa dizer que a obteno dos elementos do modelo proposto a partir da avaliao dos sistemas estudados no captulo 3 quadro 6, originaram a formatao do Sistema de Gesto de Risco- SGR (modelo proposto), e que este

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por sua vez, interage diretamente com a demanda de requisitos legais e demais programas e diretrizes da companhia. Como a API 9100B ser adotada neste estudo como aplicao do PDCA para o gerenciamento do SGR proposto, segue a definio de sistema de gesto proposta pela norma, onde um sistema definido como: uma srie de passos para assegurar que objetivos pretendidos sejam obtidos. Um sistema tpico inclui considerar quatro caractersticas bsicas: (1)escopo e objetivos, que definem a fronteira do sistema, (2)procedimentos documentados e responsveis, que prestam contas de suas aes, (3)para implementao e execuo, uma verificao ou processo de medio para determinar se os resultados esto sendo atingidos, (4)feedback ou mecanismos de anlise e reviso que levam ao aperfeioamento contnuo do sistema de gesto. Estas caractersticas principais oferecem a estrutura bsica para um enfoque de sistemas de qualidade, freqentemente mencionada como planejar, fazer, avaliar e ajustar . Os passos tpicos ou elementos do SGR so mostrados no quadro 7.

FASES PLANEJAR

ELEMENTOS 1- Poltica, Liderana e Responsabilidade 2- Identificao, Anlise, Avaliao e Tratamento de riscos 3- Requisitos legais e outros requisitos 4- Programa 5- Conscientizao e Treina