mestrado em usinagem 2

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dissertação

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  • UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    ESCOLA DE ENGENHARIA DE SO CARLOS

    RAPHAEL GALDINO DOS SANTOS

    Desenvolvimento de um mtodo para comparar os limites de

    estabilidade dinmica em mquinas-ferramentas utilizando o

    diagrama de lbulos

    So Carlos

    2011

  • RAPHAEL GALDINO DOS SANTOS

    Desenvolvimento de um mtodo para comparar os limites de

    estabilidade dinmica em mquinas-ferramentas utilizando o

    diagrama de lbulos

    Verso Original

    Dissertao apresentada Escola de Engenharia de So Carlos da Universidade de So Paulo para a obteno do ttulo de Mestre em Engenharia de Produo. rea de concentrao: Processos de Manufatura Avanada ORIENTADOR: Prof. Dr. Reginaldo Teixeira Coelho

    So Carlos

    2011

  • AUTORIZO A REPRODUO E DIVULGAO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

    Ficha catalogrfica preparada pela Seo de Tratamento da Informao do Servio de Biblioteca EESC/USP

    Santos, Raphael Galdino dos. S237d Desenvolvimento de um mtodo para comparar os limites

    de estabilidade dinmica em mquinas-ferramentas utilizando o diagrama de lbulos / Raphael Galdino dos Santos; orientador Reginaldo Teixeira Coelho. So Carlos, 2011.

    Dissertao (Mestrado-Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo e rea de Concentrao em Processos de Manufatura Avanada) - Escola de Engenharia de So Carlos da Universidade de So Paulo, 2011.

    1. Vibrao. 2. Mquinas-ferramentas. 3. Fresamento. I. Ttulo.

  • i

    D E D I C A T R I A

    Deus pela vida e oportunidades oferecidas.

    minha amada Joyce pelo amor, incentivo e apoio.

    Aos meus pais e irmos pelos valores e amor incondicional.

  • ii

    A G R A D E C I M E N T O S

    Ao Professor Reginaldo Teixeira Coelho pela orientao e incentivo para a

    concluso deste trabalho.

    Aos amigos do Laboratrio de Mquinas-Ferramentas das Indstrias Romi pela

    constante ajuda no desenvolvimento dos ensaios.

    s Indstrias Romi S.A. pela disponibilidade de equipamentos e mquinas para a realizao dos ensaios.

    empresa Sandvik Coromant pelas ferramentas de corte cedidas para a execuo dos ensaios.

    A todos os amigos que de alguma forma contriburam para a realizao deste

    trabalho.

  • iii

    R E S U M O

    SANTOS, R.G. (2011). Desenvolvimento de um mtodo para comparar os limites de estabilidade dinmica em mquinas-ferramentas utilizando o diagrama de lbulos.

    Dissertao (mestrado) Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2011.

    De uma forma geral, conhecer os limites de estabilidade dinmica de uma mquina-

    ferramenta durante a usinagem, um desafio para o fabricante de mquinas-

    ferramentas, bem como, para o usurio, que precisa escolher uma mquina que

    garanta a produtividade desejada. Neste trabalho, um modelo terico foi utilizado para o desenvolvimento de um mtodo de comparao dos limites de estabilidade

    dinmica entre mquinas-ferramentas. Duas ferramentas de corte com seus

    respectivos sistemas de fixao foram selecionados, uma apropriada s operaes

    de desbaste e outra s operaes de acabamento. Utilizando as constantes de corte

    relacionadas ao material selecionado e a geometria das ferramentas, obteve-se

    experimentalmente o diagrama de estabilidade para trs mquinas sob teste, e

    utilizando-os, comparou-se os limites de estabilidade para cada mquina, o que

    ilustra a utilizao do mtodo em desenvolvimento. A validao e a preciso dos

    diagramas foram realizadas por meio de ensaios de usinagem em uma das

    mquinas sob investigao. Os primeiros resultados demonstram as diferenas

    entre mquinas-ferramentas usando-se como critrio a sua estabilidade dinmica

    avaliada pelo diagrama de lbulos. Os critrios e conceitos aqui discutidos

    contriburam para o conhecimento do desempenho e produtividade das mquinas-

    ferramentas.

    Palavras chave: Mquinas-ferramentas. Vibraes. Fresamento.

  • iv

    A B S T R A C T

    SANTOS, R.G. (2011). Development of a method to compare machine tools dynamic stability limits applying stability lobes diagram. Master of Science Thesis - Escola de

    Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2011.

    Knowing the dynamic stability of a machine tool during the metal cutting process is a

    challenge to the machine tool builder as well as to the end user, especially when

    choosing or selecting a machine that achieves the desired productivity and

    performance. This document proposes and describes a theoretical model to

    determine a method to compare the dynamic stability limits among several machine

    tools. Two different tool systems were previously selected and addressed, one of

    them for roughing and another for finishing operations. Using metal cutting constants

    related to the selected materials and tool geometry, the stability diagram was

    obtained experimentally for all the three different machine tools and they were used

    to compare the dynamic stability limits amongst machines illustrating the application

    of the developed method. The validation of the proposed method was achieved by

    machining tests executed in one of the machines under investigation. The first

    results, based on the practical experiments, show the differences amongst machine

    tools using as criterion the dynamic stability evaluated by the stability lobe diagram.

    Such concept has contributed to enhance the knowledge on the machine tool

    productivity and performance.

    Keywords: Machine tools. Chatter. Milling.

  • v

    L I S T A D E F I G U R A S

    Figura 1.1 Seqncia de realizao do estudo. ..................................................... 20

    Figura 2.1 Geometria do Corte Ortogonal (adaptado de ALTINTAS, 2000). .......... 23

    Figura 2.2 Mecanismo de Formao do Cavaco no Corte Ortogonal (adaptado de COELHO, 2009). ....................................................................................................... 24

    Figura 2.3 Foras de Usinagem no Corte Ortogonal (adaptado de COELHO, 2009). .................................................................................................................................. 25

    Figura 2.4 Crculo de Merchant (adaptado de COELHO, 2009). ............................ 26

    Figura 2.5 Geometria do Corte Oblquo (adaptado de ALTINTAS, 2000). ............. 28

    Figura 2.6 Exemplos de operaes de fresamento (adaptado de SANDVIK, 2010). .................................................................................................................................. 32

    Figura 2.7 Fresamento tangencial Concordante e Discordante. ............................ 33

    Figura 2.8 Geometria da ferramenta de fresamento. ............................................. 33

    Figura 2.9 Diagrama de foras e ngulo de variao da ferramenta (adaptado de ALTINTAS,2000). ...................................................................................................... 35

    Figura 2.10 Discretizao de um sistema de um grau de liberdade (1GL). ............ 37

    Figura 2.11- Parte real da funo receptncia contra freqncia para um sistema

    com m=1 Kg, k=100N/m e c=0.6 Ns/m (adaptado de MAIA, 1997). .......................... 45

    Figura 2.12- Parte imaginria da funo receptncia contra freqncia para um

    sistema com m=1 Kg, k=100N/m e c=0.6Ns/m (adaptado de MAIA, 1997). ............. 45

    Figura 2.13- Magnitude da funo receptncia contra freqncia para um sistema

    com m=1Kg, k=100N/m e c=0.6Ns/m (adaptado de MAIA, 1997). ............................ 46

  • vi

    Figura 2.14- Fase da funo receptncia contra freqncia para um sistema com

    m=1 Kg, k=100N/m e c=0.6Ns/m (adaptado de MAIA, 1997). .................................. 46

    Figura 2.15- Configurao para medio de FRFs em Mquinas-Ferramenta. ....... 48

    Figura 2.16- Fenmeno de chatter no corte ortogonal (adaptado de ALTINTAS, 2000). ........................................................................................................................ 53

    Figura 2.17- Modelo Dinmico da Fresa com dois graus de liberdade (adaptado de ALTINTAS, 2000). ..................................................................................................... 57

    Figura 2.18- Exemplo de diagrama de lbulos de estabilidade dinmica. ................. 68

    Figura 2.19- Magnitude da FRF do modelo terico do sistema. ................................ 69

    Figura 2.20- Diagrama de Lbulos do modelo terico do sistema. ........................... 70

    Figura 2.21- Magnitude da FRF do modelo terico do sistema com acrscimo de

    10% de massa. .......................................................................................................... 70

    Figura 2.22- Diagrama de Lbulos do modelo terico do sistema com acrscimo de

    10% de massa. .......................................................................................................... 71

    Figura 2.23- Magnitude da FRF do modelo terico do sistema com acrscimo de

    10% de amortecimento. ............................................................................................ 72

    Figura 2.24- Diagrama de Lbulos do modelo terico do sistema com acrscimo de

    10% no amortecimento. ............................................................................................ 72

    Figura 2.25- Magnitude da FRF do modelo terico do sistema com acrscimo de

    10% de rigidez. .......................................................................................................... 73

    Figura 2.26- Diagrama de Lbulos do modelo terico do sistema com acrscimo de

    10% na rigidez. .......................................................................................................... 74

  • vii

    Figura 2.27- Profundidade Crtica de Corte e Profundidade Limite. .......................... 76

    Figura 3.1 Posicionamento do dinammetro para o ensaio de obteno das Foras

    de Usinagem. ............................................................................................................ 77

    Figura 3.2 Ferramentas de corte utilizadas nos ensaios. ....................................... 78

    Figura 3.3 Configurao do Banco de Ensaios Utilizado. ...................................... 79

    Figura 3.4 Mquinas utilizadas no ensaio [ROMI web site. 2010]. ......................... 80

    Figura 3.5 Configurao dos ensaios de usinagem. .............................................. 83

    Figura 3.6 Configurao da medio de rugosidade. ............................................. 83

    Figura 3.7 Microscpio utilizado para obter as fotografias. .................................... 84

    Figura 4.1 FRF para o eixo X com variao da fora de tensionamento. ............... 87

    Figura 4.2 FRF para o eixo Y com variao da fora de tensionamento. ............... 88

    Figura 4.3 Diagrama de lbulos de estabilidade com variao da fora de

    tensionamento. .......................................................................................................... 89

    Figura 4.4 FRF no eixo X com spindle livre e orientado. ........................................ 90

    Figura 4.5 FRF no eixo Y com spindle livre e orientado. ........................................ 90

    Figura 4.6 Diagrama de lbulos de estabilidade com Eixo rvore livre e orientado para fresa de seis arestas. ........................................................................................ 91

    Figura 4.7 Usinagem com 1919 RPM e 0,4 mm de profundidade de corte com

    fresa de seis arestas. ................................................................................................ 92

    Figura 4.8 Usinagem com 1919 RPM e 0,6 mm de profundidade de corte com

    fresa de seis arestas. ................................................................................................ 93

  • viii

    Figura 4.9 Usinagem com 1919 RPM e 0,75 mm de profundidade de corte com

    fresa de seis arestas. ................................................................................................ 93

    Figura 4.10 Usinagem com 1919 RPM e 1 mm de profundidade de corte com fresa

    de seis arestas. ......................................................................................................... 94

    Figura 4.11 Usinagem com 2138 RPM e 1 mm de profundidade de corte com fresa

    de seis arestas. ......................................................................................................... 95

    Figura 4.12 Usinagem com 2138 RPM e 1,5 mm de profundidade de corte com

    fresa de seis arestas. ................................................................................................ 95

    Figura 4.13 Usinagem com 2138 RPM e 2 mm de profundidade de corte com fresa

    de seis arestas. ......................................................................................................... 96

    Figura 4.14 Usinagem com 2138 RPM e 2,5 mm de profundidade de corte com

    fresa de seis arestas. ................................................................................................ 97

    Figura 4.15 Usinagem com 2500 RPM e 0,4 mm de profundidade de corte com

    fresa de seis arestas. ................................................................................................ 97

    Figura 4.16 Usinagem com 2500 RPM e 0,6 mm de profundidade de corte com

    fresa de seis arestas. ................................................................................................ 98

    Figura 4.17 Usinagem com 2500 RPM e 1 mm de profundidade de corte com fresa

    de seis arestas. ......................................................................................................... 99

    Figura 4.18 Usinagem com 2826 RPM e 3 mm de profundidade de corte com fresa

    de seis arestas. ......................................................................................................... 99

    Figura 4.19 Usinagem com 2826 RPM e 3 mm de profundidade de corte com fresa

    de seis arestas. ....................................................................................................... 100

    Figura 4.22 Diagrama de lbulos de estabilidade para fresa de duas arestas. .... 102

  • ix

    Figura 4.23 FRFs nas direes dos eixos X e Y para ferramenta de duas arestas

    de corte. .................................................................................................................. 103

    Figura 4.24 Usinagem com 2711 RPM e 1,5 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 104

    Figura 4.25 Usinagem com 2711 RPM e 1,8 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 104

    Figura 4.26 Usinagem com 2711 RPM e 1,9 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 105

    Figura 4.27 Usinagem com 2711 RPM e 2 mm de profundidade de corte com fresa

    de duas arestas. ...................................................................................................... 106

    Figura 4.28 Usinagem com 2853 RPM e 2,5 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 106

    Figura 4.29 Usinagem com 2853 RPM e 2,8 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 107

    Figura 4.30 Usinagem com 2853 RPM e 3 mm de profundidade de corte com fresa

    de duas arestas. ...................................................................................................... 108

    Figura 4.31 Usinagem com 2853 RPM e 3,5 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 108

    Figura 4.32 Usinagem com 3027 RPM e 1,5 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 109

    Figura 4.33 Usinagem com 3027 RPM e 1,8 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 110

  • x

    Figura 4.34 Usinagem com 3027 RPM e 1,9 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 110

    Figura 4.35 Usinagem com 3027 RPM e 2 mm de profundidade de corte com fresa

    de duas arestas. ...................................................................................................... 111

    Figura 4.36 Usinagem com 3210 RPM e 2,8 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 112

    Figura 4.37 Usinagem com 3210 RPM e 3 mm de profundidade de corte com fresa

    de duas arestas. ...................................................................................................... 112

    Figura 4.38 Usinagem com 3210 RPM e 3,5 mm de profundidade de corte com

    fresa de duas arestas. ............................................................................................. 113

    Figura 4.39 Usinagem com 3210 RPM e 4 mm de profundidade de corte com fresa

    de duas arestas. ...................................................................................................... 114

    Figura 4.40 Diagrama de Lbulos com resultados dos ensaios de usinagem para a

    ferramenta de duas arestas de corte. ...................................................................... 115

    Figura 4.41 FRF comparativa entre mquinas na direo do eixo X para a

    ferramenta de seis arestas de corte. ....................................................................... 116

    Figura 4.42 FRF comparativa entre mquinas na direo do eixo Y para a

    ferramenta de seis arestas de corte. ....................................................................... 117

    Figura 4.43 Diagrama de Lbulos comparativo entre mquinas para a ferramenta

    de seis arestas de corte. ......................................................................................... 118

    Figura 4.44 FRF comparativa entre mquinas na direo do eixo X para a

    ferramenta de duas arestas de corte. ...................................................................... 120

  • xi

    Figura 4.45 FRF comparativa entre mquinas na direo do eixo Y para a

    ferramenta de duas arestas de corte. ...................................................................... 120

    Figura 4.46 Diagrama de Lbulos comparativo entre mquinas para a ferramenta

    de duas arestas de corte. ........................................................................................ 121

  • xii

    L I S T A D E S M B O L O S

    alim: profundidade de corte mxima sem vibraes. ap: Profundidade de corte. b: Largura de corte. c: Coeficiente de amortecimento. Cc: Coeficiente de amortecimento crtico. Fa: Fora axial. Fc: Fora de corte. Ff: Fora de avano. Fn: Fora de compresso. Fnz: Projeo da fora principal de corte sobre o plano de cisalhamento na sua direo normal. Fr: Fora radial ou normal. Ft: Fora de atrito. Fu: Fora de usinagem. fz: Velocidade de avano por dente. Fz: Projeo da fora principal de corte sobre o plano de cisalhamento na sua direo tangencial. h': Espessura do cavaco. h: Espessura de corte. i: ngulo de inclinao. k: Constante de rigidez. Kae: Constante da fora axial na ferramenta. Kcc: Constante da fora de corte. Kce: Constante da fora de corte na ferramenta. Kfc: Constante da fora de avano. Krc: Constante da fora normal. Kre: Constante da fora normal na ferramenta. m: Constante de massa. rc: Razo de compresso do cavaco. Rc: Grau de recalque do material. Sz: rea do plano de cisalhamento.

  • xiii

    T: Perodo de passagem dos dentes. vc: Velocidade de corte. Vcav: Velocidade de sada do cavaco. vf: Velocidade de Avano. n: ngulo de sada normal. r: ngulo de sada da ferramenta. a: ngulo de atrito. n: ngulo de atrito oblquo. : ngulo de escoamento. a: Coeficiente de atrito entre cavaco e ferramenta. : relao de amortecimento. z: Tenso de cisalhamento. : ngulo de cisalhamento e ngulo instantneo de imerso da ferramenta. e: ngulo de entrada da ferramenta. n: ngulo de cisalhamento normal. s: ngulo de sada da ferramenta. n: Freqncia natural no amortecida.

  • xiv

    S U M R I O

    1 INTRODUO ................................................................................................... 17

    1.1 Objetivos ..................................................................................................... 19

    1.2 Estrutura do Trabalho ................................................................................. 21

    2 REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................................... 22

    2.1 Corte Ortogonal .......................................................................................... 22

    2.2 Corte Oblquo .............................................................................................. 27

    2.3 Mecnica do Processo de Fresamento ....................................................... 30

    2.4 Vibraes em Usinagem ............................................................................. 35

    2.4.1 Vibraes Mecnicas ............................................................................. 36

    2.4.1.1 Fundamentos de Vibraes Livres .................................................. 37

    2.4.1.2 Fundamentos de Vibraes Foradas ............................................ 40

    2.4.2 Funo Resposta em Freqncia (FRF) ............................................... 42

    2.4.2.1 Formas de representao e propriedades da Funo Resposta em

    Freqncia (FRF) ........................................................................................... 44

    2.4.2.2 Identificao experimental da Funo Resposta em Frequencia

    (FRF) 47

    2.4.3 Vibraes Regenerativas ou Chatter no Processo de Usinagem .......... 51

    2.4.4 O Fenmeno Chatter no Processo de Fresamento ............................... 56

    2.4.4.1 Modelo dinmico do fresamento ..................................................... 57

    2.4.4.2 Lbulos de estabilidade dinmica ................................................... 61

  • xv

    2.4.5 Interpretao dos Lbulos de Estabilidade Dinmica ............................ 67

    2.4.6 Mtodo proposto para a comparao do desempenho dinmico de

    mquinas-ferramentas ....................................................................................... 75

    3 TRABALHO EXPERIMENTAL ........................................................................... 77

    3.1 Determinao das constantes de presso especfica de corte ................... 77

    3.2 Determinao da Funo Resposta em Freqncia (FRF) ......................... 78

    3.3 Clculos do diagrama de lbulos ................................................................ 79

    3.4 Verificao dos efeitos da correia e orientao do eixo-rvore no diagrama

    de lbulos .............................................................................................................. 80

    3.4.1 Ensaios para a verificao da influncia do tensionamento da correia na

    estabilidade dinmica do sistema ferramenta-fixao-mquina ......................... 81

    3.4.2 Ensaios para determinar os efeitos da orientao do eixo-rvore na

    estabilidade dinmica do sistema ferramenta-fixao-mquina ......................... 81

    3.5 Validao do Diagrama de Lbulos por meio de ensaios de usinagem ...... 82

    3.6 Comparao entre os Diagramas de Lbulos em cada mquina sob

    investigao ........................................................................................................... 84

    4 RESULTADOS E DISCUSSES ....................................................................... 85

    4.1 Determinao das constantes de presso especfica de corte ................... 85

    4.2 Ensaios para a verificao da influncia do tensionamento da correia na

    estabilidade dinmica do sistema ferramenta-fixao-mquina ............................ 86

    4.3 Ensaios para determinar os efeitos da orientao do eixo-rvore na

    estabilidade dinmica do sistema ferramenta-fixao-mquina ............................ 89

  • xvi

    4.4 Validao do Diagrama de Lbulos por meio de ensaios de usinagem ...... 91

    4.4.1 Ferramenta com seis arestas de corte .................................................. 91

    4.4.2 Ferramenta com duas arestas de corte ............................................... 102

    4.5 Comparao entre os Diagramas de Lbulos em cada mquina sob

    investigao ......................................................................................................... 116

    4.5.1 Ferramenta com seis arestas de corte ................................................ 116

    4.5.2 Ferramenta com duas arestas de corte ............................................... 119

    5 CONCLUSES E SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS .................. 123

    6 REFERNCIA BIBLIOGRFICA ...................................................................... 127

  • Introduo 17

    1 INTRODUO

    A vibrao durante os processos de usinagem um dos principais problemas

    responsveis pela limitao na produtividade da indstria, por prejudicar o acabamento superficial, a integridade da mquina e da ferramenta, entre outros

    problemas relacionados. A vibrao em processos de usinagem um fenmeno

    com diversas causas, dentre as quais se destaca a vibrao auto-excitada, ou

    chatter, a qual responde pela maioria dos problemas de vibrao durante a

    usinagem dos materiais. Vibraes com amplitudes excessivas podem causar vrios

    distrbios no processo de usinagem, como a reduo da vida til, ou em alguns

    casos, a quebra da ferramenta de corte, a reduo da qualidade superficial de uma

    usinagem e ainda, em casos extremos, danificar os rolamentos do eixo-rvore da

    mquina-ferramenta (ALTINTAS, 2000).

    Segundo um modelo analtico da dinmica do processo de usinagem proposto

    por Tobias (1965), Tlusty (1967) e Merrit (1965) para o corte ortogonal, aperfeioado posteriormente por Altintas e Budak (1995) para o fresamento, os limites de estabilidade dinmica durante o processo de usinagem dependem de parmetros

    relacionados ao corte, como velocidades de corte e de avano e profundidade de

    corte, caractersticas do material a ser usinado, da geometria da ferramenta e da

    rigidez dinmica do sistema ferramenta-fixao-mquina. Utilizando estes dados

    possvel calcular um diagrama de estabilidade dinmica para cada situao de

    usinagem conforme as combinaes entre os fatores acima mencionados. Este

    diagrama apresenta a profundidade de corte limite no eixo vertical em funo da

    rotao do eixo-rvore no eixo horizontal, determinando a fronteira entre um

    processo de usinagem estvel e outro instvel. Durante os ltimos anos, muitos

  • Introduo 18

    pesquisadores tm desenvolvido mtodos alternativos para a obteno destes

    diagramas, utilizando-se de outros meios de obteno dos parmetros modais ou da

    funo de resposta em freqncia (FRF) necessrios para estabelecer os limites de estabilidade.

    Segundo Tlusty (1991) a avaliao de desempenho de mquinas-ferramentas executada de dois modos. No primeiro utiliza-se a usinagem de materiais pr-

    determinados, usando ferramentas escolhidas de acordo com o tipo da mquina sob

    teste. Num segundo modo, so medidos os valores de rigidez dinmica e obtido o

    diagrama de lbulos de estabilidade dinmica para cada uma determinada operao

    em anlise. Cada um dos processos apresenta vantagens e desvantagens.

    Utilizando apenas a usinagem para os testes, os resultados so interpretados de

    forma mais simples, uma vez que se assume que especialistas no processo de

    usinagem sero os avaliadores de tais ensaios. Porm, este mtodo possui a

    desvantagem de ser um processo excessivamente demorado e garante a avaliao

    apenas em uma estreita faixa de rotaes utilizadas no ensaio. Executar ensaios em

    todas as rotaes disponveis tornar-se-ia invivel, dado o tempo e os gastos

    necessrios com ferramentas e corpos de prova para tal. O processo conhecido

    como ensaio de excitao, por sua vez, permite uma avaliao de forma mais rpida

    de todas as faixas de rotao, uma vez que necessria apenas a determinao

    das FRFs de cada ferramenta para o clculo dos diagramas de lbulos de

    estabilidade. Este modo ainda de menor custo, considerando que os

    equipamentos necessrios para o ensaio de excitao tenham sido previamente

    adquiridos. As desvantagens deste processo so o valor de aquisio dos

    equipamentos utilizados, alm de fenmenos que podem influenciar a anlise dos

    resultados, como diferenas no comportamento do sistema com o aquecimento do

  • Introduo 19

    eixo-rvore, no-linearidades de rolamentos durante a rotao do eixo-rvore, que

    geram a necessidade de habilidades do especialista para isolar estes efeitos. Ainda

    neste trabalho (TLUSTY, 1991) o autor sugere a utilizao dos dois modos de avaliao em conjunto, o que visa melhorar a qualidade dos resultados e o tempo de execuo do teste. Entretanto, o mtodo utilizado para o clculo do diagrama de

    lbulos de estabilidade leva em considerao apenas o modelo de corte ortogonal e

    ainda, no resolve a questo da variao do sentido da fora de corte que ocorre no

    processo de fresamento devido rotao da ferramenta. Existe um modelo de

    clculo do diagrama de lbulos de estabilidade desenvolvido posteriormente por

    Altintas e Budak (1995) o qual leva em considerao os efeitos das foras no modelo obliquo, usualmente utilizado pelas ferramentas de corte devido a melhora

    no desempenho da quebra e sada de cavacos, e considera ainda a variao da

    fora de corte devido a rotao da ferramenta.

    1.1 Objetivos

    Neste trabalho prope-se o desenvolvimento de um mtodo para a avaliao

    da estabilidade dinmica de diferentes mquinas-ferramentas, centros de usinagem

    em particular, em um processo de fresamento de topo reto, para diversas dimenses

    e valores de rotao do eixo-rvore, adotando o modelo analtico proposto por

    Altintas e Budak (1995) para a obteno do diagrama de lbulos de estabilidade dinmica.

    O objetivo proposto ser alcanado por meio das seguintes etapas:

    1- Determinar as constantes de corte para o material a ser usinado e as

    ferramentas utilizadas nos ensaios.

  • Introduo 20

    2- Medio das funes resposta em freqncia (FRF) para os conjuntos ferramenta-fixao-mquina utilizados nos ensaios.

    3- Calcular o diagrama de lbulos de estabilidade dinmica para cada mquina e

    cada ferramenta selecionada para os ensaios.

    4- Validar a preciso dos limites expostos pelo diagrama de lbulos de

    estabilidade dinmica executando ensaios de usinagem para cada ferramenta

    em uma das mquinas sob teste.

    5- Aplicar o mtodo validado comparando os resultados dos diagramas de

    lbulos para cada ferramenta nas mquinas selecionadas para os ensaios.

    A figura 1.1 ilustra a seqncia das etapas seguidas para se atingir os

    objetivos propostos.

    Figura 1.1 Seqncia de realizao do estudo.

    Clculo das

    constantes

    Kcc, Krc.

    Determinar FRF s

    500 1000 1500 2000 2500 3000 35000

    0.05

    0.1

    0.15

    0.2

    0.25

    Frequency (Hz)

    Mag

    nitu

    de (um

    /N)

    Clculo dos Lbulos

    a_Lim, .

    Comparao entre

    Mquinas

    Validao dos

    Lbulos

  • Introduo 21

    1.2 Estrutura do Trabalho

    Este trabalho est estruturado em cinco captulos, so eles:

    Captulo 2 REVISO BIBLIOGFICA esto detalhados os conceitos tericos fundamentais para o entendimento do trabalho. Os tpicos mais relevantes so o

    comportamento das foras de usinagem, vibraes mecnicas e os fenmenos

    vibratrios no processo de usinagem.

    Captulo 3 TRABALHO EXPERIMENTAL detalha os materiais, equipamentos

    empregados, e metodologia utilizada durante os ensaios experimentais do trabalho.

    Captulo 4 RESULTADOS E DISCUSSES neste captulo est os resultados e medies encontrados nos ensaios experimentais e suas respectivas discusses.

    Captulo 5 CONCLUSES E SUGESTES DE TRABALHOS FUTUROS contm as concluses obtidas observando os resultados dos ensaios e ainda

    sugestes para o desenvolvimento de novos trabalhos.

    Captulo 6 REFERNCIA BIBLIOGRFICA encontra-se as fontes consultadas para a elaborao deste trabalho.

  • Reviso Bibliogrfica 22

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Corte Ortogonal

    Apesar das operaes de usinagens mais comuns serem tridimensionais e

    geometricamente complexas, um caso mais simples de corte bidimensional, como o

    ortogonal, pode ser usado para explicar a mecnica da remoo de material

    (BOOTHROYD,1981; ERNEST,1940).

    A poro de material que ser removida da pea durante o processo, tornando-

    se cavaco, possui suas dimenses determinadas pela largura de usinagem (b) e espessura de corte (h). No corte ortogonal a aresta de corte pode ser representada por uma reta normal direo da velocidade de corte (vc) e direo da velocidade de avano (vf), e conseqentemente perpendicular velocidade de corte, o que permite que a formao do cavaco seja considerada um fenmeno bidimensional, que ocorre em um plano normal aresta de corte, chamado plano de trabalho

    (COELHO, 2009).

    Desta forma, as foras de remoo sero exercidas somente no plano de

    trabalho, sendo definidas como fora de corte (Fc) e fora de avano (Ff). A Figura 2.1 ilustra o processo de usinagem ortogonal.

  • Reviso Bibliogrfica 23

    Figura 2.1 Geometria do Corte Ortogonal (adaptado de ALTINTAS, 2000). Quando a aresta de corte entra em contato com a pea, uma parte do

    material ainda unido ao restante sofre uma deformao elstica, seguido de uma

    deformao plstica, que iro aumentando at atingir os limites de deformao do

    material, causando a ruptura (LEE, 1951). Esta ocorre na maioria dos casos, por cisalhamento, apesar de existirem tenses de trao e compresso, alm da prpria

    tenso de cisalhamento. Aps a ruptura, ocorre a formao de trincas que se

    propagam de forma caracterstica ao material sob usinagem. Como a formao de

    cavacos um processo dinmico, existiro planos instantneos de propagao de

    rupturas e trincas, que definiro a regio entre a pea e o cavaco como zona

    primria de cisalhamento (PALMER, 1959).

    Para facilitar o entendimento, considera-se esta regio como um plano

    matemtico, chamado ento, de plano de cisalhamento. Este plano definido pelo

    ngulo de cisalhamento () formado entre o plano de cisalhamento e a direo da

    b

    h

    Ferramenta

    Ff

    vc, Fc

    vcav

    Pea

    Cavaco

  • Reviso Bibliogrfica 24

    velocidade de corte. A Figura 2.2 mostra o mecanismo de formao do cavaco e

    suas principais variveis. Utilizando a Figura 2.2 pode-se definir o grau de recalque

    do material como (FERRARESI, 1977):

    Rc = hh (2.1) No qual, h a espessura do cavaco cortada e h a espessura de corte

    desejada.

    Figura 2.2 Mecanismo de Formao do Cavaco no Corte Ortogonal (adaptado de COELHO, 2009).

    Pode-se definir o ngulo de cisalhamento por meio da seguinte relao:

    = (2.2) Na qual, r o ngulo de sada da ferramenta. E finalmente, a velocidade de

    sada do cavaco (Vcav) como sendo (COELHO, 2009):

    = () (2.3)

    h

    h

    r

    90-+r

    vc

    vcav

    Ferramenta

    Pea

  • Reviso Bibliogrfica 25

    Prever as foras durante o processo de usinagem importante para a

    otimizao dos parmetros de corte, bem como na automatizao deste processo

    (LI, 2001). Os atributos de desempenho do processo de usinagem, como estabilidade dinmica, preciso de posicionamento da ferramenta, acabamento

    superficial e erros de forma na pea usinada so freqentemente estudados com

    base na anlise das foras de corte (ZHENG, 1995).

    No corte ortogonal, pelo fato de ser um modelo bidimensional, as foras

    atuam em um nico plano, o plano de trabalho. Isto permite que as foras sejam analisadas agindo sobre a pea, o cavaco e a ferramenta. A Figura 2.3 ilustra as

    principais foras atuando na regio de formao do cavaco durante o corte

    ortogonal.

    Figura 2.3 Foras de Usinagem no Corte Ortogonal (adaptado de COELHO, 2009).

    Utilizando o Crculo de Merchant possvel obter a decomposio da Fora

    de Usinagem (Fu) em todas as direes. Este diagrama, representado pela Figura 2.4, recebe o nome de seu idealizador, e possui a Fora de Usinagem (Fu) como dimetro da circunferncia (MERCHANT, 1954).

    Ferramenta

    Pea

    Fu

    Fnz Fc

    Ff

    Fr Fz

    Fn

    r

    c

    r

    Ferramenta

    Pea

  • Reviso Bibliogrfica 26

    Figura 2.4 Crculo de Merchant (adaptado de COELHO, 2009). Podem-se avaliar as relaes entre as foras envolvidas no processo

    utilizando as razes geomtricas estabelecidas pelo Crculo de Merchant. Entre elas,

    destacam-se as mais significativas neste estudo, como:

    = + ! (2.4) " = cos( + % '() (2.5) = sen(%) (2.6) = cos(%) (2.7)

    O coeficiente de atrito entre cavaco e ferramenta (a) pode ser obtido pela relao entre as foras de atrito (Ft) e de compresso (Fn) (COELHO, 2009):

    + = ,-, = % (2.8) O ngulo de atrito (a) pode ser obtido tambm atravs das relaes entre as

    foras de avano (Ff) e a fora de corte (Fc):

    Fc . cos r

    Fc . sen

    Fc . cos

    Ff . sen

    Ff . cos r

    Fc . cos

    Ff . sen r

    Fc . sen r

    Ff

    Fc

    Fnz Fu

    Fz

    Fn

    Ft

    r

    r

    a

    a- r

  • Reviso Bibliogrfica 27

    % = '( + ,., (2.9) Assumindo uma distribuio uniforme de tenses no plano de cisalhamento,

    pode-se ainda determinar a tenso de cisalhamento, pela relao:

    " = ,/0/ (2.10) na qual, Sz define a rea do plano de cisalhamento e pode ser determinada

    utilizando a equao (COELHO, 2009):

    1" = 2 3() (2.11)

    2.2 Corte Oblquo

    A maioria das ferramentas de corte comerciais apresentam geometria obliqua

    devido ao seu melhor desempenho para quebra de cavacos e distribuio de foras

    (ZOU, 2009) e, desta forma, a anlise desta configurao se faz necessria para o entendimento do processo de usinagem. O modelo de corte oblquo apresenta como

    principal diferena com o modelo de corte ortogonal o fato da velocidade de corte

    possuir um ngulo de inclinao ou ngulo obliquo i. Isto altera os ngulos do plano

    de cisalhamento, de atrito, de sada do cavaco e dos vetores de fora resultante, os

    quais passam a possuir componentes nas trs coordenadas Cartesianas (X,Y e Z) (SHAMOTO, 1997).

  • Reviso Bibliogrfica 28

    Figura 2.5 Geometria do Corte Oblquo (adaptado de ALTINTAS, 2000). A Figura 2.5 mostra os ngulos alterados no modelo de corte oblquo, como o

    formado entre o plano de cisalhamento e o plano XY, chamado de ngulo de

    cisalhamento normal n. O cavaco cisalhado se move ao longo da superfcie de

    sada da ferramenta com um ngulo de escoamento , medido de um vetor na

    superfcie de sada, mas normal a aresta de corte. O ngulo entre o eixo Z e o vetor

    normal a superfcie de sada da ferramenta definido como ngulo de sada normal

    n.

    De acordo com o modelo de soluo dos parmetros para o corte obliquo

    proposto por Armarego (1985) duas aproximaes so aplicadas: Primeiramente, a velocidade de cisalhamento colinear com a fora de cisalhamento e, alm disso, a

    razo entre o comprimento do cavaco a mesma para o corte oblquo e para o corte

    ortogonal.

    b

    h i

    y

    x

    z

    n

    n

    Superfcie de

    Corte

    Pea

    Superfcie de

    Sada

    Ff

    Fc

    Fr

    Ferramenta

  • Reviso Bibliogrfica 29

    Tomando o critrio de cisalhamento mximo desenvolvido por Stabler (1964), podem-se considerar as seguintes relaes geomtricas:

    tan ( + %) = 7 89: ;89: 7 89: ; (2.12) Em que n o ngulo de atrito oblquo e pode ser definido pela equao:

    tan(%) = tan %< cos = (2.13) Ainda de acordo com o modelo de Armarego (1985), o ngulo de

    cisalhamento normal n pode ser obtido pela equao da geometria do cavaco:

    tan () = > ( ?/ A ;) BC > ( ?/ A ;) BC (2.14) no qual rc a razo de compresso do cavaco e pode ser definida pelo inverso do

    grau de recalque do material D. Resolvendo as equaes 2.12, 2.13 e 2.14 com iteraes numricas os ngulos no conhecidos , n e n podem ser definidos.

    Porm, este processo pode ser evitado considerando o modelo emprico de fluxo do

    cavaco de Stabler (1964), e com isso aplicar = i (ALTINTAS, 2000).

    Segundo Altintas (2000), as componentes de fora para o corte oblquo podem ser derivadas como projees da fora de usinagem (Fu) utilizando-se de relaes geomtricas. A fora de corte (Fc), fora de avano (Ff) e a fora normal (Fr), representadas na Figura 5, so ento expressas como funo dos ngulos de cisalhamento obliquo (n), ngulo de atrito oblquo (n), ngulo de sada normal (n), ngulos de inclinao (i) e ngulo de escoamento (), alm da tenso de cisalhamento (z) da largura (b) e espessura de corte (h). Se aplicado o modelo clssico proposto por Armarego (1985), podem-se definir as expresses de fora como:

  • Reviso Bibliogrfica 30

    = F H I/ (J)K-

  • Reviso Bibliogrfica 31

    Na maioria dos casos, a mesa executa os movimentos transversais e longitudinais,

    mas existem situaes em que a ferramenta executa todos os movimentos,

    permanecendo a mesa esttica. Entre as operaes de fresamento mais comuns

    destacam-se as seguintes (COELHO, 2009):

    Fresamento tangencial (concordante ou dicordante).

    Fresamento frontal (Figura 2.6a).

    Fresamento tangencial de canais ou de perfis (Figura 2.6b).

    Fresamento de topo (Figura 2.6c).

    Fresamento de cavidades (Figura 2.6d).

  • Reviso Bibliogrfica 32

    a) Fresamento Frontal e Faceamento b) Fresamento Tangencial de Canais

    c) Fresamento de Topo d) Fresamento de Cavidades

    Figura 2.6 Exemplos de operaes de fresamento (adaptado de SANDVIK, 2010). No Fresamento tangencial, podem-se encontrar duas diferentes condies,

    denominadas Fresamento tangencial concordante e Fresamento tangencial

    discordante. Na primeira, a aresta de corte inicia a usinagem com a espessura

    mxima do cavaco e em sua sada da zona de contato com a pea a espessura

    praticamente nula. No Fresamento discordante ao contrrio o corte se inicia com

    espessura nula e aumenta at o ponto mximo na sada da aresta de corte da zona

    de contato com a pea. A Figura 2.7 ilustra o corte concordante e discordante.

  • Reviso Bibliogrfica 33

    Figura 2.7 Fresamento tangencial Concordante e Discordante.

    H ainda a condio combinada entre o corte concordante e discordante,

    onde, por exemplo, a largura de corte for igual ao dimetro da fresa (DROZDA, 1983).

    A geometria da ferramenta influencia a dinmica do processo uma vez que as

    componentes de fora so dependentes dos ngulos de sada radial e axial. Alm

    destes, fazem parte da geometria os ngulos de folga axial e radial, como ilustra a

    Figura 2.8 (ALTINTAS, 1991).

    Figura 2.8 Geometria da ferramenta de fresamento.

    Uma caracterstica importante do processo de fresamento o fato da

    espessura de corte ser varivel no tempo, com a progresso do ngulo de imerso

    da ferramenta na pea, medida que esta rotaciona. Deste modo, uma forma de

    aproximar a variao da espessura de corte em funo do ngulo de imerso da

    fresa pode ser (ALTINTAS, 2000):

    Concordante Discordante

  • Reviso Bibliogrfica 34

    () = !" sen () (2.17) Na qual fz a velocidade de avano por dente (mm/rot-dente), e o ngulo

    instantneo de imerso da ferramenta. As foras de corte (Fc()), fora radial ou normal (Fr()) e a fora axial (Fa()) tambm iro variar de acordo com o ngulo de imerso e sero desta forma representadas como funo da profundidade de corte

    (ap) e da velocidade de avano por dente (h()), ou seja, a rea do cavaco (ap x h()):

    () = O P () + OQ P(() = O( P () + O(Q P() = O P () + OQ P (2.18)

    Na qual as constantes Kcc, Krc e Kac so relacionadas com a ao do

    cisalhamento, enquanto que as constantes Kce, Kre e Kae so relacionadas com

    foras na aresta de corte. Os valores das constantes podem ser obtidos utilizando

    procedimentos experimentais descritos anteriormente para o corte ortogonal,

    aplicando-se a equao 2.16. Estes valores podem ser avaliados executando o

    processo de torneamento ou de fresamento ortogonal. Considerando o fresamento

    ortogonal, a fora axial (Fa) nula, uma vez que este um mecanismo de corte bidirecional, o que permite avaliar as foras de corte (Fc) e normal (Fr), necessrias para a determinao das constantes de corte para um determinado material e

    velocidade de avano definidos (ALTINTAS, 2000).

    Para encontrar as foras de corte (Fc) e normal (Fr) preciso relacionar estas com as foras medidas fisicamente, ou seja, paralelas aos eixos longitudinal (X) e transversal (Y) da mquina-ferramenta utilizando-se, por exemplo um dinammetro. A Figura 2.9 mostra um diagrama que relaciona os eixos cartesianos com as foras

    durante a usinagem e seu ngulo de variao.

  • Reviso Bibliogrfica 35

    Figura 2.9 Diagrama de foras e ngulo de variao da ferramenta (adaptado de ALTINTAS,2000).

    Observando as relaes trigonomtricas, pode-se definir as foras nos eixos

    cartesianos X,Y e Z como:

    R() = cos() ( sen ()S() = sen() ( cos ()

    "() = (2.19)

    Ainda considerando a Figura 2.9, possvel concluir que as foras possuiro

    valores acima de zero enquanto o ngulo de imerso for maior que o ngulo de

    entrada (e) e menor que o ngulo de sada (s) (ALTINTAS, 2000).

    Apesar dos valores das foras de usinagem possurem relaes lineares com a

    velocidade de avano nesta anlise, existem no-linearidades nestas relaes (FU, 1984). Estes efeitos so tipicamente descritos com equaes exponenciais, como no caso das equaes de Kienzle (FERRARESI, 1977).

    2.4 Vibraes em Usinagem

    O processo de usinagem dos materiais muitas vezes considerado como um

    processo estvel, o qual apresenta constantes como espessura do cavaco,

    Y

    X

    Fc

    Fr

    nnnn ssss

    eeee

  • Reviso Bibliogrfica 36

    velocidade de avano, velocidade de corte e ngulos de corte. Entretanto, este

    processo fortemente influenciado pela dinmica envolvida na execuo do corte,

    no qual fenmenos vibratrios ocorrem, desencadeando a variao nas foras

    produzidas durante a usinagem (TOBIAS, 1961).

    Vibraes durante a usinagem causam danos principalmente ao acabamento

    superficial da pea, alm de causar avarias na ferramenta de corte e quando

    ocorrem de forma persistente por longos perodos, podem danificar a integridade e

    reduzir a vida til dos rolamentos do eixo-rvore da mquina-ferramenta (KING, 1985).

    As principais causas dessas vibraes esto em fenmenos vibratrios

    conhecidos como acoplamento de modos e regenerao de ondas superficiais, ou

    chatter, no qual o ltimo responsvel pela grande maioria dos problemas

    encontrados durante a usinagem de materiais (TLUSTY, 1963).

    O foco deste trabalho est na anlise do fenmeno de chatter, que apesar de

    afetar o processo de usinagem precisa ser analisado utilizando-se de conceitos

    aplicados ao estudo de fenmenos vibratrios mecnicos de forma geral, no qual se

    inclui o chatter.

    2.4.1 Vibraes Mecnicas

    As propriedades dinmicas de um sistema mecnico qualquer podem ser

    convenientemente representadas por propriedades fundamentais: massa, rigidez e

    amortecimento. Destas resultam as foras de inrcia, elstica e dissipativa

    respectivamente.

    Modelar qualquer sistema mecnico real uma tarefa muito complexa.

    Entretanto, possvel alcanar bons resultados quando as caractersticas bsicas

  • Reviso Bibliogrfica 37

    so modeladas como elementos discretos. A forma mais simples de se descrever

    um sistema dinmico utilizando o modelo de um grau de liberdade de parmetros

    concentrados, o qual possui as caractersticas bsicas como inrcia representada

    por uma massa constante m com rigidez infinita, elasticidade representada por uma

    mola de constante de rigidez k e sem massa e ainda um amortecedor viscoso sem

    massa com coeficiente de amortecimento c, representados pela Figura 2.10 (MAIA, 1997).

    Figura 2.10 Discretizao de um sistema de um grau de liberdade (1GL). O sistema descrito acima pode ser representado pela seguinte equao de

    movimento:

    TRU() + RV () + WR() = !() (2.20) Na qual f(t) e x(t) so a fora de excitao e o deslocamento correspondente

    respectivamente, ambos dependentes no tempo (MCCONNELL, 1995).

    2.4.1.1 Fundamentos de Vibraes Livres

    Entende-se por sistemas de vibrao livre quando no existem foras

    externas aplicadas. Tomando a equao 2.20 e fazendo f(t)=0 tem-se a equao diferencial para sistemas de vibrao livre como (THOMSON, 1973):

    m

    f(t) x(t)

    c k

  • Reviso Bibliogrfica 38

    TRU() + RV () + WR() = 0 (2.21) A qual possui a seguinte soluo geral:

    R() = YQ- (2.22) Na qual s a varivel de Laplace, ou seja, um nmero complexo a ser

    determinado. Substituindo a equao 2.22 na equao 2.21 tem-se:

    (TZ + Z + W) YQ- = 0 (2.23) A equao 2.23 possui uma soluo trivial na qual Xe8 = 0, portanto no

    existe movimento, o que no de interesse. Com isso, a soluo no-trivial

    correspondente :

    TZ + Z + W = 0 (2.24) A equao 2.21 conhecida como equao caracterstica, e sua soluo

    possui duas razes s1 e s2, na seguinte forma (THOMSON, 1973):

    Z, = ] _` ]a b] (2.25)

    Desta forma a soluo geral para a equao 2.21 torna-se:

    R() = cQd- + cQL- (2.26) Na qual C1 e C2 so constantes determinadas por condies iniciais do

    sistema quando t=0. As razes s1 e s2 podem ento possuir trs formas distintas

    (EWINS, 1984):

    As foras de amortecimento governam o sistema, ou seja, (c/2m)>k/m) e com isso o sistema possuir duas razes reais, o qual conhecido como sistema

    superamortecido.

  • Reviso Bibliogrfica 39

    As foras inerciais e elsticas governam o sistema,ou seja, (c/2m)1;

    Sistema criticamente amortecido =1;

    Sistema sub-amortecido

  • Reviso Bibliogrfica 40

    Utilizando-se da constante pode-se escrever a soluo no domnio do tempo

    para a equao 2.21, considerando sistemas sub-amortecidos nos quais 0

  • Reviso Bibliogrfica 41

    Na qual F e so constantes que representam a fora e a freqncia de

    oscilao da fora e i = 1, a soluo particular ento: R() = YuQ;p- (2.33)

    Na qual Yu uma amplitude complexa conhecida como fasor e permite a incluso de um ngulo de fase entre a funo fora e o movimento de resposta do

    sistema, no qual:

    Yu = YQ;v (2.34) Substituindo a equao 2.33 em 2.20, tem-se:

    Yu = ,(bpL ])K ;p (2.35) Como qualquer nmero complexo do tipo x +iy pode ser expresso na forma de

    DQ;v, utilizando D = (R + S)/ e tan = y/x, a equao 2.35 pode ser expressa na seguinte forma (EWINS, 1984):

    Yu = ,(bpL ])K(p) Q;v (2.36) E ainda,

    tan = ozo { (2.37) A soluo particular para a equao 2.32 pode ser expressa pela seguinte:

    R() = ,(bpL ])LK(p)L Q;(p-Kv) (2.38) A qual uma funo harmnica de amplitude constante, como a fora de

    excitao da equao 2.32. Analisando a equao 2.38, pode-se concluir que a

    resposta do sistema ser atrasada no valor do ngulo |. Esta a chamada soluo

  • Reviso Bibliogrfica 42

    estacionria, a soluo completa ento representada pela somatria das equaes

    2.30 e 2.38 (MAIA, 1997).

    R() = QnoC8 `cQ;p7-n + cQ;p7-na + ,(bpL ])LK(p)L Q;(p-Kv) (2.39)

    Outro modo esta em relacionar as propriedades dinmicas do sistema as

    quais esto na expresso matemtica, relacionando ento a sada (x(t)) com a entrada (f(t)).

    }(-).(-) = ~(g) = u, = (bpL ])K;p (2.40)

    Na qual a funo complexa no domnio da freqncia denotada por H(g) a chamada funo resposta em freqncia do sistema (FRF) (MAIA, 1997).

    2.4.2 Funo Resposta em Freqncia (FRF)

    Uma forma de representar um sistema dinmico por meio de uma funo de

    transferncia no domnio de Laplace. Utilizando a transformada de Laplace,

    possvel converter equaes diferenciais em equaes algbricas, as quais so mais

    fceis de serem manipuladas.

    Aplicando-se a transformada de Laplace na equao 2.20, obtm-se (EWINS, 1984):

    TRU() + RV () + WR() = (TZ + Z + W)Y(Z) TZR(0) TRV(0) R(0) (2.41) E ainda,

    !() = (Z) (2.42) De modo que,

  • Reviso Bibliogrfica 43

    (TZ + Z + W)Y(Z) = (Z) + TRV(0) + (TZ + )R(0) (2.43) Na qual se considerando as condies iniciais nulas (RV (0) = R(0) = 0),a

    soluo homognea ou equao 2.21 possa ser ignorada, a relao entre a

    transformada da sada e de entrada pode ser expressa em termos de,

    ~(Z) = (),() (2.44) Na qual,

    ~(Z) = ]KKb (2.45) a chamada funo de transferncia do sistema, e seu denominador a

    equao caracterstica, anteriormente definida pela equao 2.24. Em sistemas sub-

    amortecidos as razes s1 e s2 podem sem definidas por (EWINS, 1984):

    Z, = gt (2.46) Em que,

    = : (2.47) O que permite escrever a funo de transferncia de outra forma e expandi-la

    em fraes parciais,

    ~(Z) = ](d)(L) = (d) +

    (d) (2.48)

    Na qual os complexos conjugados A e A* so os resduos da funo de transferncia e podem ser identificados como:

    = ;]p7 (2.49)

  • Reviso Bibliogrfica 44

    Pode-se ento encontrar a funo de transferncia no domnio da freqncia,

    de forma que,

    ~(g) = ~(Z)|;p = ;(pp)KnoC +

    ;(pp)KnoC (2.50)

    A equao 2.50 representa a funo resposta em freqncia (FRF) expandida em funes parciais de um sistema de um grau de liberdade (1GL). A resposta do sistema a vibraes livres pode ser ento obtida aplicando uma funo impulso de

    tempo t=0. A resposta a esta forma de excitao pode ento ser determinada

    aplicando as equaes 2.44 e 2.48 em condies iniciais nulas em que F(s)=1 para a funo impulso da fora (EWINS, 1984).

    2.4.2.1 Formas de representao e propriedades da Funo Resposta em

    Freqncia (FRF)

    A forma de representao da funo resposta em freqncia utilizando

    deslocamento gerado pela aplicao de uma fora tambm conhecida como

    receptncia. Como uma funo complexa, pode ser dividida em trs partes, sendo

    real, imaginria e a freqncia. Uma forma de representao utilizando-se dois

    grficos, o primeiro representa um plano entre a parte real e a freqncia,

    representada pela Figura 2.11. De forma anloga, no segundo encontra-se uma

    representao da parte imaginria tambm contra a freqncia, ilustrada pela Figura

    2.12 (MAIA, 1997).

  • Reviso Bibliogrfica 45

    Figura 2.11- Parte real da funo receptncia contra freqncia para um sistema com m=1 Kg, k=100N/m e c=0.6 Ns/m (adaptado de MAIA, 1997).

    Figura 2.12- Parte imaginria da funo receptncia contra freqncia para um sistema com m=1 Kg, k=100N/m e c=0.6Ns/m (adaptado de MAIA, 1997). possvel verificar que neste exemplo a freqncia de ressonncia n est

    em 10 rad/s e que a parte real corta o eixo das freqncias exatamente sobre este

    ponto, e ainda a parte imaginria atinge seu valor mnimo no mesmo ponto.

    Entretanto, a forma mais comum de se representar uma FRF utilizando a

    magnitude da funo resposta em freqncia em conjunto com a representao da

    0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20-0.1

    -0.08

    -0.06

    -0.04

    -0.02

    0

    0.02

    0.04

    0.06

    0.08

    0.1Funo de Transferncia

    Frequencia (rad/s)

    real

    (um

    /N)

    0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20-0.18

    -0.16

    -0.14

    -0.12

    -0.1

    -0.08

    -0.06

    -0.04

    -0.02

    0

    Frequencia (rad/s)

    imag

    inr

    io (um

    /N)

    Funo de Transferncia

  • Reviso Bibliogrfica 46

    fase, ambas ainda contra a freqncia, representadas pelas Figuras 2.13 e 2.14

    (EWINS, 1984).

    No qual a freqncia natural n, neste caso 10 rad/s, marca a maior

    amplitude para o grfico de magnitude e cruza o eixo de freqncia em exatos 90

    graus no grfico que representa a fase.

    Figura 2.13- Magnitude da funo receptncia contra freqncia para um sistema com m=1Kg, k=100N/m e c=0.6Ns/m (adaptado de MAIA, 1997).

    Figura 2.14- Fase da funo receptncia contra freqncia para um sistema com m=1 Kg, k=100N/m e c=0.6Ns/m (adaptado de MAIA, 1997).

    0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 200

    0.02

    0.04

    0.06

    0.08

    0.1

    0.12

    0.14

    0.16

    0.18

    Frequencia (rad/s)

    mag

    nitu

    de (um

    /N)

    Funo de Transferncia

    0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20-180

    -160

    -140

    -120

    -100

    -80

    -60

    -40

    -20

    0

    Frequencia (rad/s)

    Fase

    (gr

    aus)

    Funo de Transferncia

  • Reviso Bibliogrfica 47

    Existem diversas formas de se representar uma funo resposta em

    freqncia (FRF), uma vez que se mede movimento a representao da resposta pode ser feita utilizando deslocamento, como visto utilizando a funo receptncia,

    ou ainda aplicado medies de velocidade e acelerao. A terminologia a ser

    seguida pode ser definida da seguinte forma:

    DQQP = QZTQ!(

    FQ = QQ!(

    QQ( = QQ(!(

    O inverso destas trs funes pode tambm ser utilizado como forma de

    representao e so definidas como rigidez dinmica, impedncia mecnica e

    massa aparente, respectivamente para deslocamento, velocidade e acelerao

    (EWINS, 1984).

    2.4.2.2 Identificao experimental da Funo Resposta em Frequencia

    (FRF)

    O propsito fundamental de ensaios dinmicos a confirmao do modelo

    matemtico e ainda a determinao de informaes importantes da estrutura fsica

    necessrias para a anlise dinmica (CRAIG, 1981).

    Existem diferentes tipos de ensaios de vibrao. Em alguns casos

    necessrio executar as medies durante a operao normal da mquina ou

    estrutura sob investigao, em outros a estrutura pode ser excitada de maneiras

    externas, no campo ou ainda em um ambiente de laboratrio (MCCONNELL, 1995).

  • Reviso Bibliogrfica 48

    A determinao da FRF se d pela excitao da estrutura, como descrito

    anteriormente de forma externa utilizando-se de transdutores de fora, como

    shakers ou ainda utilizando um martelo com transdutor de fora. A vibrao ento

    transmitida da estrutura para um sensor que geralmente um acelermetro. Os

    sinais da fora e acelerao so ento transferidos a um analisador digital e

    posteriormente a um computador para a exibio dos resultados, aps o tratamento

    dos sinais. A Figura 2.15 ilustra a configurao de medio de FRFs em mquinas-

    ferramentas utilizando acelermetro e martelo (MCCONNELL, 1995).

    Figura 2.15- Configurao para medio de FRFs em Mquinas-Ferramenta.

    A relao entre a entrada e a sada da FRF no domnio da freqncia

    representada por:

    (g) = ~(g) Y(g) (2.51) A equao 2.51 a base para a obteno da FRF de uma estrutura,

    considerando que esta pode ser estimada medindo o espectro de freqncia da

    entrada e da sada.

    Existem trs modos de estimadores de FRF, o primeiro modo chamado

    H1() e obtido multiplicando a equao 2.51 por X*():

  • Reviso Bibliogrfica 49

    Y(g)(g) = ~(g)Y(g)Y(g) (2.52) Assumindo que sejam processados ambos os canais de dados da mesma

    maneira, ento a equao 2.52 torna-se:

    1}(g) = ~(g)1}}(g) (2.53) Na qual, Sxy() o espectro cruzado duplo entre entrada e sada e Sxx() o

    auto-espectro duplo do sinal de entrada. Geralmente, somente o espectro de

    freqncia simples de Gxy() e Gxx() so utilizados. Ento se pode obter da equao 2.53:

    ~(g) = 0(p)0(p) ~(g) P( < g < + (2.54)

    ~(g) = (p)(p) ~(g) P( 0 < g < + O segundo modos conhecido por H2() obtido multiplicando Y*() em

    ambos os lados da equao 2.51:

    (g)(g) = ~(g)(g)Y(g) (2.55) 1(g) = ~(g)1}(g)

    Utilizando o mesmo conceito aplicado na equao 2.54, tem-se:

    ~(g) = 0(p)0(p) ~(g) P( < g < + (2.56)

    ~(g) = (g)}(g) ~(g) P( 0 < g < +

    O terceiro mtodo chamado H() e obtido usando apenas a magnitude de ambos os lados da equao 2.51:

  • Reviso Bibliogrfica 50

    (g)(g) = ~(g)~(g)Y(g)Y(g) 1(g) = |~(g)|1}}(g) (2.57) A equao 2.57 envolve apenas o auto-espectro e ento no existem

    informaes sobre a fase neste estimador, apenas a magnitude determinada. A

    partir da equao 2.57 se obtm (MCCONNELL, 1995):

    |~(g)| = 0(p)0(p) |~

  • Reviso Bibliogrfica 51

    anlise de uma faixa de freqncia que depende do tempo de durao do contato

    entre a ponta do martelo e a estrutura, quanto menor o tempo de contato maior ser

    a faixa de freqncia excitada com o mesmo nvel de energia. De maneira geral, a

    excitao com martelo possibilita atingir uma faixa de freqncia que contm os

    principais modos de vibrao dos sistemas ferramenta-fixao-mquina. Por esta

    razo e pelo fato de possuir uma montagem mais simples do que a aplicao do

    shaker para este tipo de estrutura, a excitao por martelo a mais usual

    (ALTINTAS, 2000).

    2.4.3 Vibraes Regenerativas ou Chatter no Processo de Usinagem

    As vibraes durante o processo de usinagem so resultantes da variao na

    espessura do cavaco gerado no momento do corte. Ao se excitar um modo de

    vibrao estrutural do conjunto ferramenta-fixao-mquina, deixa-se uma superfcie com ondulaes que ser removida na prxima passagem da aresta de corte

    (TLUSTY, 1963). A variao na espessura do cavaco depender desta forma, do ngulo de fase entre a onda de deslocamento na freqncia de ressonncia, ou

    freqncia de vibrao do conjunto ferramenta-fixao-mquina ou da pea a ser usinada, e a onda equivalente na freqncia de passagem da aresta de corte.

    As vibraes podem ainda ser causadas por um fenmeno chamado

    acoplamento de modos, no qual o chatter provocado pela vibrao em duas

    direes no plano de corte (PAN, 2006). Entretanto, este caso menos comum devido ao fato que de modo geral a rigidez dos modos de vibrao da estrutura da

    mquina-ferramenta maior que do sistema formado pelo eixo-rvore, sistema de

    fixao e ferramenta (ALTINTAS, 2000).

  • Reviso Bibliogrfica 52

    Segundo Cao e Altintas (2004), um dos elementos que influenciam diretamente a estabilidade dinmica do sistema e conseqentemente seus limites de

    vibrao o eixo-rvore. As dimenses do eixo, bem como a localizao e a rigidez

    dos rolamentos, e ainda a pr-carga dos rolamentos so fatores determinantes para

    os valores de rigidez dinmica.

    Outro elemento que influencia fortemente na rigidez dinmica durante a

    usinagem o sistema de fixao da ferramenta no eixo-rvore, como mostrado por

    Smith, (1999). Comparando os sistemas de fixao HSK (HohlSchankKegel ou hollowtapershank) e CAT (HANNA, 2002), comprova-se que a fora de fixao e a prpria forma construtiva influenciam na rigidez e no amortecimento, o que altera a

    estabilidade dinmica do sistema ferramenta-fixao-mquina.

    Utilizando inicialmente o modo de usinagem ortogonal para simplificar o

    entendimento do fenmeno chatter, pode-se considerar que a forma geral da

    espessura dinmica do cavaco pode ser determinada utilizando a seguinte equao:

    () = [S() S( )] (2.60) Na qual, a espessura do cavaco esperada e igual ao avano em

    milmetros por revoluo, e [S() S( )] a espessura dinmica do cavaco, produzida pela vibrao no tempo atual t e pela rotao anterior do eixo-rvore T,

    como ilustra a figura 2.16.

  • Reviso Bibliogrfica

    Figura 2.16- Fenmeno de

    Assumindo que o sistema possui apenas um grau de liberdade, a equao de

    movimento pode ento ser escrita da seg

    TSU() + SV(A equao 2.61 mostra que a fora de avano depende da constante de corte

    O., da largura de corte varia em funo do tempo

    conseqentemente o lado esquerdo da equao ser uma equao diferencial

    atrasada no tempo. Com isso, pode

    tempo T) a variao da espessdiferena de fase entre a freqncia de rotao e a freqncia de ressonncia da

    ferramenta, at o limite determinado pela perda de contato entre a ferramenta e a

    pea, o que produzir a espessura do cavaco nula

    avano igual a zero. Alm deste efeito, h ainda o amortecimento causado pelo

    contato entre a superfcie de sada da ferramenta e a pea

    constante de corte devido

    Reviso Bibliogrfica

    Fenmeno de chatter no corte ortogonal (adaptado de ALTINTAS, 2000).

    Assumindo que o sistema possui apenas um grau de liberdade, a equao de

    movimento pode ento ser escrita da seguinte forma:

    V () + WS() = .() = O.[ + S( mostra que a fora de avano depende da constante de corte

    e da espessura do cavaco. Como a espessura do cavacoem funo do tempo, a fora ir oscilar de forma proporcional, e

    conseqentemente o lado esquerdo da equao ser uma equao diferencial

    . Com isso, pode-se concluir que a cada volta do eixo

    a variao da espessura do cavaco ser maior, ou menor,

    diferena de fase entre a freqncia de rotao e a freqncia de ressonncia da

    ferramenta, at o limite determinado pela perda de contato entre a ferramenta e a

    pea, o que produzir a espessura do cavaco nula e conseqentemente fora de

    Alm deste efeito, h ainda o amortecimento causado pelo

    contato entre a superfcie de sada da ferramenta e a pea, e ainda a variao da

    constante de corte devido variao da espessura do cavaco em oper

    53

    (adaptado de ALTINTAS,

    Assumindo que o sistema possui apenas um grau de liberdade, a equao de

    ( ) S()] (2.61) mostra que a fora de avano depende da constante de corte

    e da espessura do cavaco. Como a espessura do cavaco

    , a fora ir oscilar de forma proporcional, e

    conseqentemente o lado esquerdo da equao ser uma equao diferencial

    se concluir que a cada volta do eixo-rvore (no ou menor, devido a

    diferena de fase entre a freqncia de rotao e a freqncia de ressonncia da

    ferramenta, at o limite determinado pela perda de contato entre a ferramenta e a

    e conseqentemente fora de

    Alm deste efeito, h ainda o amortecimento causado pelo

    e ainda a variao da

    variao da espessura do cavaco em operaes com a

  • Reviso Bibliogrfica 54

    aplicao de baixas velocidades. Isto cria a necessidade de se prever s constantes

    de corte dinamicamente (ALTINTAS, 2008).

    Outro aspecto importante a ser considerado so as no-linearidades entre a

    fora de usinagem e a velocidade de avano, as quais so consideradas por

    Landers (2008). Entretanto, estes efeitos tendem a deixar a anlise demasiadamente complexa. Para facilitar o entendimento do fenmeno ser

    considerada apenas a teoria de estabilidade linear.

    A equao dinmica da espessura do cavaco no domnio de Laplace pode ser

    representada por:

    (Z) = + (Q 1)S(Z) (2.62) e a fora de avano ento torna-se (ALTINTAS, 2000),

    .(Z) = O.(Z) (2.63) a vibrao resultante da excitao causada pela fora na estrutura pode ser definida

    ento como,

    S(Z) = O.(Z)(Z) (2.64) e a funo de transferncia da estrutura pode ser escrita como,

    (Z) = (),() = p7L

    b(LKnoCKp7L ) (2.65)

    Substituindo S(Z) na equao 2.62 tem-se, (Z) = + (Q 1)O.(Z)(Z) (2.66) a funo de transferncia entre a espessura do cavaco desejada e a real definida como (ALTINTAS, 2000),

  • Reviso Bibliogrfica 55

    3()3() = K()

  • Reviso Bibliogrfica 56

    empregada para absorver vibraes um modelo de atuadores piezo eltricos que

    reduzem as amplitudes de vibrao durante a usinagem de maneira ativa. Este

    mtodo emprega-se na usinagem de estruturas flexveis ou ainda no fresamento de

    paredes finas (ZHANG, 2005).

    Destaca-se ainda o modelo proposto por Smith e Tlusty(1992), o qual elimina os efeitos do fenmeno de chatter selecionando uma rotao do eixo-rvore de

    modo a sincronizar a freqncia de rotao com a freqncia de chatter, o que

    elimina as ondulaes na pea provocadas pela ferramenta, uma vez que elimina a

    diferena de fase entre a freqncia de excitao e a freqncia de vibrao.

    Outra forma de melhorar a estabilidade dinmica do sistema ferramenta-

    fixao-mquina a utilizao de materiais polimricos, os quais possibilitam

    aumentar a rigidez e o amortecimento estrutural, fatores que no podem ser

    melhorados simultaneamente com a aplicao dos materiais metlicos

    convencionalmente empregados (SUH, 2008).

    2.4.4 O Fenmeno Chatter no Processo de Fresamento

    As vibraes no processo de fresamento so particularmente mais complexas

    de serem previstas uma vez que existe a variao do sentido da fora de corte

    devido ao movimento giratrio ser executado pela ferramenta, permanecendo a pea

    esttica. Por ser um processo que gera uma excitao peridica ocorre o

    aparecimento de mltiplas freqncias de vibrao, relacionadas no somente a

    freqncia natural do sistema, mas tambm a freqncia de passagem dos dentes e

    suas harmnicas (INSPERGER, 2003).

    H um modelo analtico-experimental apresentado por Altintas e Budak

    (1995), o qual mostra um modo prtico para a determinao dos limites de vibrao

  • Reviso Bibliogrfica

    para o processo de fresamento, relacionando as constantes do material a ser

    usinado bem como da ferramenta utilizada. Este modelo caracteriza os limites de

    vibrao em funo da profundidade de corte axial e d

    2.4.4.1 Modelo dinmico

    Uma fresa de topo

    ser considerada como um sistema de dois graus de liberdade ortogonais, como

    mostra a Figura 2.17. Assume

    nmeros de dentes iguais a N

    Figura 2.17- Modelo Dinmico da Fresa com dois graus de liberdade

    As foras de corte excitam a estrutura nas direes de avano (X) e normal (Y), causando os deslocamentos x e y respectivamente. Os deslocamentos dinmicos so transportados pela rotao do dente (j) na direo radial ou da espessura do cavaco com a transformao das coordenadas

    na qual o ngulo de imerso instantneo do dente (j) medido no sentido horrio a partir do eixo normal (Y). Se o (rad/s), o ngulo de imerso ir variar com o tempo em

    2000). A espessura do cavaco resulta da parte esttica (

    Reviso Bibliogrfica

    para o processo de fresamento, relacionando as constantes do material a ser

    usinado bem como da ferramenta utilizada. Este modelo caracteriza os limites de

    vibrao em funo da profundidade de corte axial e da rotao do eixo

    dinmico do fresamento

    opo montada em um centro de usinagem, por exemplo

    ser considerada como um sistema de dois graus de liberdade ortogonais, como

    . Assume-se que a fresa possui ngulo de hlice igual a zero e

    nmeros de dentes iguais a N (BUDAK, 1995).

    Modelo Dinmico da Fresa com dois graus de liberdadeALTINTAS, 2000).

    corte excitam a estrutura nas direes de avano (X) e normal Y), causando os deslocamentos x e y respectivamente. Os deslocamentos

    dinmicos so transportados pela rotao do dente (j) na direo radial ou da espessura do cavaco com a transformao das coordenadas v =

    o ngulo de imerso instantneo do dente (j) medido no sentido horrio

    a partir do eixo normal (Y). Se o Eixo-rvore girar com uma velocidade angular de ngulo de imerso ir variar com o tempo em (t

    . A espessura do cavaco resulta da parte esttica (s

    57

    para o processo de fresamento, relacionando as constantes do material a ser

    usinado bem como da ferramenta utilizada. Este modelo caracteriza os limites de

    a rotao do eixo-rvore.

    , por exemplo, pode

    ser considerada como um sistema de dois graus de liberdade ortogonais, como

    gulo de hlice igual a zero e

    Modelo Dinmico da Fresa com dois graus de liberdade (adaptado de

    corte excitam a estrutura nas direes de avano (X) e normal Y), causando os deslocamentos x e y respectivamente. Os deslocamentos

    dinmicos so transportados pela rotao do dente (j) na direo radial ou da = &xsen & ycos

    o ngulo de imerso instantneo do dente (j) medido no sentido horrio

    girar com uma velocidade angular de

    t t (ALTINTAS,

    s8sen), devido ao

  • Reviso Bibliogrfica 58

    movimento de corpo rgido da fresa, e componentes dinmicos causados pelas

    vibraes da ferramenta durante a passagem do dente atual e dos anteriores.

    Medindo a espessura do cavaco na direo radial (v), a quantidade total de cavaco

    pode ser expressa por (BUDAK, 1995),

    = !/ZQ + , (2.70) na qual f o avano por dente e v, v so os deslocamentos dinmicos da fresa na passagem do dente anterior e do atual, respectivamente. g uma funo degrau unitrio que determina se o dente est dentro ou fora da pea, ento

    = 1 < < (2.71) = 0 < > em que N e so os ngulos de entrada e sada da ferramenta, respectivamente. Portanto, a componente esttica da espessura do cavaco (fsen) desprezada das expresses uma vez que no contribui no mecanismo de regenerao dinmica

    do cavaco (ALTINTAS, 2000). Substituindo v em 2.70 vem,

    = }ZQ + ZZ (2.72) na qual = x x, = y y. (x,y) e (x, y) representam os deslocamentos dinmicos da estrutura da fresa na passagem do dente atual e do anterior. As foras

    tangencial (F) e radial (F) atuantes no dente j so proporcionais profundidade de corte (a) e espessura do cavaco (h) (BUDAK, 1995),

    F = Kah, F = KF (2.73)

  • Reviso Bibliogrfica 59

    Na qual os coeficientes de corte K e K so constantes. Resolvendo as

    foras de corte nas direes de x e y,

    } = Z ZQ (2.74) = +ZQ Z

    Assumindo a contribuio de foras de corte de todos os dentes, o total de

    foras dinmicas de fresamento atuando na ferramenta descrito como (BUDAK, 1995),

    F = F ; F = F (2.75) em que = + j, e o ngulo entre arestas = . Substituindo-se a espessura do cavaco (2.72) e as foras por dente (2.73) em (2.74), e rearranjando na forma matricial, vem

    } = O

    '}} '}'} ' } (2.76)

    Na qual os coeficientes de fora de fresamento dinmico direcionais variantes

    no tempo so dados por,

    '}} = ZQ2 + O(1 Z2)

    '} = (1 + Z2) + OZQ2

    '} = 1 Z2 OZQ2

  • Reviso Bibliogrfica 60

    '} ZQ2 O(1 + Z2)

    Considerando que a posio angular dos parmetros muda com o tempo e

    velocidade angular, a equao (2.76) pode ser expressa no domnio do tempo na forma matricial como (ALTINTAS, 2000),

    () = O()() (2.77) Como a ferramenta rotaciona, fatores direcionais variam com o tempo, o que

    diferencia o fresamento das demais operaes como o torneamento onde a direo

    das foras constante (BUDAK, 1995). Entretanto, como as foras de corte, A(t) peridica com a freqncia de passagem dos dentes = N ou o perodo T = o , podendo ser expandido atravs das sries de Fourier.

    () = Q;p- (2.78)

    = () Q;p- O nmero de harmnicos (r) da freqncia de passagem dos dentes () a ser

    considerado para uma reconstruo precisa de [A(t)] depende das condies de imerso e do nmero de dentes em corte. Para uma aproximao mais simplificada,

    a componente de mdia da expanso das sries de Fourier a ser considerada r=0

    (ALTINTAS, 2000),

    = () (2.79)

  • Reviso Bibliogrfica 61

    Desde que A vlido somente entre os ngulos de entrada N) e sada () da fresa, e com isso g = 1, torna-se igual ao valor mdio de A(t) no ngulo entre arestas = .

    = () = '}} '}'} ' (2.80)

    Onde as funes integradas so dadas por,

    '}} = 12 Z2 2O + OZQ2

    '} = 12 ZQ2 2 + OZ2

    '} = 12 ZQ2 + 2 + OZ2

    ' = 12 Z2 2O + OZQ2 A expresso de fresamento dinmico (2.77) ento reduzida para a seguinte,

    () = O-() (2.81) Na qual A invariante no tempo, porm, dependente do ngulo de imerso

    da fresa. Como a mdia da fora de corte por dente independente do ngulo de

    hlice da ferramenta, A vlido tambm para fresas helicoidais (BUDAK, 1995). 2.4.4.2 Lbulos de estabilidade dinmica

    Uma vez realizado o ensaio de impactao do conjunto ferramenta-fixao-mquina, o resultado produz um conjunto de FRFs. Estas podem ser definidas como

  • Reviso Bibliogrfica 62

    a matriz funo de transferncia ([G(i)]) identificada na zona de contato pea-ferramenta (BUDAK, 1995),

    Gi G(i) G(i)G(i) G(i) (2.82)

    em que G(i) e G(i) so as funes de transferncia diretas na direo de x e y, e G(i) e G(i) so as funes de transferncia cruzadas (ALTINTAS, 2000). Os vetores de vibrao no tempo atual (t) e na passagem do dente anterior (t-T) so definidos como,

    ( = R()S() ; ( = R( ) S( ) Descrevendo as vibraes na freqncia no domnio da freqncia,

    usando funes harmnicas, tem-se

    ((g) = [(g)]Q;p>- (2.83)

    ((g) = Q;p>((g) E substituindo = (x x) (y y) tem-se,

    (g) = ((g) ((g) = 1 Q;p>Q;p>-[(g)]

    Na qual T o atraso de fase entre a vibrao e o perodo de passagem dos dentes T (ALTINTAS, 2000). Substituindo (i) na equao de fresamento dinmico (2.72) tem-se,

    Q;p>- = 12 O1 Q;p>[][(g)]Q;p>-

  • Reviso Bibliogrfica 63

    A qual possui uma soluo no-trivial se seu determinante for zero,

    det 12 O1 Q;p>(g) = 0

    Que a equao caracterstica do sistema de fresamento dinmico em malha

    fechada (ALTINTAS, 2000). A notao simplificada definindo a matriz da funo de transferncia orientada como,

    (g) ='}}}}(g) + '}}(g) '}}}(g) + '}(g)'}}}(g) + '}(g) '}}(g) + '(g) (2.84)

    E o autovalor da equao caracterstica como,

    = O1 Q;p> (2.85) A equao caracterstica torna-se,

    det + (g) = 0 (2.86) O autovalor da equao acima pode ser facilmente resolvido para uma dada

    freqncia de vibrao , fatores de corte estticos (K, K) que podem ser armazenados como quantidade dependente do material para cada geometria da

    ferramenta, imerso radial (N, ) e funo de transferncia da estrutura (ALTINTAS, 2000). Se dois graus de liberdade ortogonais na direo do avano (X) e normal (Y) so considerados, assume-se G = G = 0. Com isso, a equao caracterstica torna-se,

    + + 1 = 0 (2.87) em que:

  • Reviso Bibliogrfica 64

    }}gg'}}' & '}'}

    '}}}}g + 'g

    Ento, o autovalor obtido,

    )Kp>

    (Ap>) + (Ap>)Kp>

    (Ap>) (2.89) Como a{ um nmero real, a parte imaginria da equao (2.89)

    desprezada (BUDAK, 1995),

    (1 Zg) + ZQg = 0 (2.90) Substituindo,

    W = = p>Ap> (2.91) Na parte real da equao (2.89), a expresso final para a profundidade axial

    de corte sem vibrao definida como,

    ;] = >> (1 + W) (2.92)

  • Reviso Bibliogrfica 65

    Conseqentemente, dada uma freqncia (), o limite de vibrao em termos de profundidade de corte axial pode ser determinado utilizando a equao

    (2.92), a qual possui forma similar com o modelo de estabilidade ortogonal proposto por Tlusty, J (1967). As velocidades de rotao do eixo-rvore correspondentes so encontradas tambm de maneira trivial. Da equao (2.91), a distncia angular percorrida pelo dente da fresa devido freqncia de vibrao no perodo de

    passagem dos dentes T descrita como (ALTINTAS, 2000),

    g Z bLbLK = Z2 (2.93) Note que k = = tan e a diferena de fase do autovalor. Deste modo,

    se k um nmero inteiro das ondas de vibrao impressas na pea, g = 2 + 2W = + 2W (2.94) em que = tank e = 2 a diferena de fase entre as modulaes internas e externas (marcas de vibrao atuais e anteriores). Nota-se que se a parte real do autovalor < 0, ento um adicional precisa ser adicionado a nos clculos digitais. A velocidade do eixo-rvore n(rev/min) calculada encontrando o perodo de passagem dos dentes T(s) (BUDAK, 1995).

    = p> ( + 2W) = (2.95) Durante as ltimas dcadas vrias pesquisas procuram de alguma forma

    facilitar a obteno do diagrama de lbulos. H um mtodo analtico-experimental

    proposto por Solis et.al.(2004), no qual os componentes real e imaginrio da funo de transferncia so determinados utilizando parmetros obtidos por uma anlise

    modal experimental, o que permite aumentar a exatido no clculo do diagrama de

  • Reviso Bibliogrfica 66

    estabilidade em comparao com a utilizao da funo de transferncia medida

    diretamente do conjunto ferramenta-fixao-mquina. H tambm o modelo experimental apresentado por Soliman (1996), onde as caractersticas do sistema so obtidas com o eixo-rvore em movimento, utilizando um dinammetro para

    medio das foras durante a usinagem com a variao da rotao em uma faixa

    pr-determinada, onde sero conhecidos os limites de estabilidade para o conjunto ferramenta-fixao-mquina. Neste modelo, um indicador estatstico da vibrao

    obtido com os componentes de fora, e este indicador posteriormente utilizado

    para a determinao dos limites de estabilidade. Este mtodo possui a vantagem,

    em comparao com os demais mtodos, de medir as caractersticas do sistema

    ferramenta-fixao-mquina de forma dinmica, ou seja, com o eixo rvore em movimento, representando o sistema de forma mais precisa, considerando que estas

    caractersticas so alteradas devido ao movimento do eixo rvore.

    Em outros casos, pode-se obter a resposta do sistema por meio de um

    mtodo numrico para a soluo das equaes diferenciais que governam a