mesa redonda biblioteca comunitária
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Analisa a importância da biblioteca como instrumento de ação social, bem como faz diferenciações conceituais entre a biblioteca comunitária e a popular. Faz uma breve análise sobre as ações sociais de uma biblioteca considerando seus aspectos identitários.TRANSCRIPT
Biblioteca Comunitária como instrumento de ação social e estímulo
à cultura
Jonathas Carvalho [email protected]
AÇÃO SOCIAL?
Ação social é um comportamento humano, ou seja, uma atitude interior ou exterior voltada para ação;
Esse comportamento só é ação social quando o ator atribui a sua conduta um significado ou sentido próprio;
Esse sentido se relaciona com o comportamento de outras pessoas.
Max Weber, 1979.
Ação não é somente uma situação pragmaticamente envidada, mas um conjunto
de idéias bem estruturadas, dentro de uma tessitura consciente dos seus objetivos e finalidades. Isso implica dizer que a ação
exige um eminente grau de planejamento e equilíbrio das idéias, a fim de que elas sejam aplicadas com perspectivas mais efetivas de
êxito.
Dermeval Saviani (adaptado)
MISSÃO DA BIBLIOTECA
A missão social da Biblioteca foi inicialmente articulada no final do século XIX, principalmente com o advento da Biblioteconomia;
Missão básica de uma biblioteca: Organização, preservação e disseminação da informação;
Missão social básica da biblioteca: aplicar os elementos de organização, preservação e disseminação da informação, visando suprir as necessidades da população carente de informações.
BIBLIOTECA COMUNITÁRIA OU POPULAR? UMA QUESTÃO ALÉM DA NOMENCLATURA
Biblioteca Comunitária
Instrumento de reprodução da ideologia dominante?
Comumente não busca uma conscientização da comunidade;
Se Limita a trabalhar com o livro como sendo o principal e/ou um dos únicos suportes informacionais;
BIBLIOTECA COMUNITÁRIA OU POPULAR? UMA QUESTÃO ALÉM DA NOMENCLATURA
Biblioteca Popular
Visa estruturar uma concepção de identidade social a comunidade, tornando-a sujeito social de sua história;
“A idéia de Biblioteca Popular, e sua prática, aproximou a biblioteca das camadas populares, procurou estruturá-la de baixo para cima, criou condições para torná-la participativa. A biblioteca passou a acompanhar seu tempo, inseriu-se na história, ofereceu uma contribuição renovadora para a área”.
Rabello (1987, p. 41).
AÇÕES SOCIAIS DE UMA BIBLIOTECA QUE SERVE A COMUNIDADE
Trilogia da ação social das bibliotecas:
Pública – Escolar – Comunitária ou popular
Estas bibliotecas devem agir como aparelhos ideológicos integrados manifestando dar suporte informacional a comunidade
IDENTIDADE DA BIBLIOTECA NA COMUNIDADE: ações fragmentadas
IDENTIDADE NEGATIVA:
Falta de uma estrutura organizada de ação;
Não conhece o seu usuário;
Falta de investimentos, tanto do governo, como de outras instituições para o desenvolvimento de projetos;
Falta de profissional capacitado
IDENTIDADE SOCIAL DA BIBLIOTECA NA COMUNIDADE: aparelho reprodutor de cultura
IDENTIDADE SUBJETIVA
Elemento pró-ativo da biblioteca na comunidade: acesso e inclusão informacional;
Preocupação com a qualidade dessa informação;
Ações que estimulem aproximar a biblioteca das práticas cotidianas dos usuários da comunidade.
Preocupação com o comportamento humano.
" Nós precisamos atingir a população carente, a população carente de informações. Não será com essa postura apática,
passiva e reacionária da biblioteca de hoje que o conseguiremos. Não basta espalharmos bibliotecas em cada
quarteirão, em cada esquina. É preciso que o bibliotecário que atuar nessas bibliotecas seja um outro bibliotecário; é
preciso que ele seja consciente da sua real função social; é preciso que ele saiba que o seu trabalho pode e deve alterar pensamentos e comportamentos; é preciso que ele vá até a população, que ele procure o povo, que ele trabalhe com a
comunidade”.
Almeida Júnior (1997, p. 92).
" As bibliotecas ainda não estão voltadas para o povo. Elas ainda não perceberam que sua função primordial é atendê-los. Povo aqui entendido como aquele que
possui mínimas condições de vida, ou nem as mínimas; aquele que não exerce ou não procura, ou não exige, ou não luta por seus direitos, por que nem ao menos os conhece; aquele que vive a margem dos acontecimentos, por pura desinformação; o migrante, principalmente da zona rural; os trabalhadores sem
qualificação e, obviamente, sua família”.
Almeida Júnior (1997, p. 77-78).
Nossa luta não deve ser apenas pela e para elaboração de um discurso visando a inserção de
uma biblioteca na comunidade, mas a contemplação deste discurso nas práticas cotidianas, que promova acesso e inclusão informacional, pois só assim a biblioteca se
manifesta como ente (sujeito) e passa a ser uma marca identitária da (e na) comunidade que serve.
Jonathas Carvalho
REFERÊNCIAS
ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Biblioteca Pública: ambigüidade, conformismo e ação guerrilheira do bibliotecário. São Paulo: APB, 1995, n.15. 12p.
_________ Sociedade e Biblioteconomia. São Paulo: Pólis, APB, 1997. 129 p.
RABELLO, Odilia Clark Peres. Da biblioteca pública à biblioteca popular: análise das contradições de uma trajetória. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, ano 16, n.1, p.19-42, março, 1987.
SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência Filosófica. São Paulo: Cortez, 1984.
WEBER, Max. Sociologia. São Paulo: Ed. Atlas, 1979.
OBRIGADO PELA
ATENÇÃO!