mesa diretora - página do diário oficial da ale-rr · gerando amplo debate e dando origem a...

39
8ª LEGISLATURA | 59º PERÍODO LEGISLATIVO Boa Vista-RR, 20 de Fevereiro de 2020. Edição 3176 | Páginas: 39 Membros das Comissões Permanentes da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final: a) Deputado Jeferson Alves; b) Deputado Renan Filho; c) Deputada Aurelina Medeiros; d) Deputado Coronel Chagas; e) Deputada Yonny Pedroso; f) Deputado Jorge Everton; e g) Deputada Lenir Rodrigues. Comissão de Administração, Serviços Públicos e Previdência: a) Deputado Soldado Sampaio; b) Deputado Nilton Sindpol; c) Deputado Gabriel Picanço; d) Deputado Jorge Everton; e e) Deputado Odilon Filho. Comissão de Defesa Social, Segurança Pública e Sistema Penitenciário: a) Deputado Nilton Sindpol; b) Deputado Soldado Sampaio; c) Deputado Coronel Chagas; d) Deputado Dhiego Coelho; e e) Deputado Jorge Everton. Comissão de Educação, Desportos e Lazer: a) Deputado Evangelista Siqueira; b) Deputada Lenir Rodrigues; c) Deputado Gabriel Picanço; d) Deputada Tayla Peres; e e) Deputada Angela Águida Portella. Comissão de Cultura e Juventude: a) Deputado Renan Filho; b) Deputado Neto Loureiro; c) Deputado Chico Mozart; d) Deputado Dhiego Coelho; e e) Deputado Evangelista Siqueira. Comissão de Saúde e Saneamento: a) Deputado Neto Loureiro; b) Deputada Yonny Pedroso; c) Deputada Aurelina Medeiros; d) Deputado Dhiego Coelho; e) Deputado Gabriel Picanço; f) Deputado Nilton Sindpol; e g) Deputado Renato Silva. Comissão de Viação, Transportes e Obras: a) Deputado Renato Silva; b) Deputada Betânia Almeida; e) Deputado Jorge Everton; c) Deputado Neto Loureiro; e d) Deputada Tayla Peres. Comissão de Defesa dos Direitos da Família, da Mulher, da Criança, do Adolescente e Ação Social: a) Deputada Betânia Almeida; b) Deputada Catarina Guerra; c) Deputada Aurelina Medeiros; d) Deputada Lenir Rodrigues; e e) Deputada Tayla Peres. Comissão de Tomada de Contas: a) Deputado Gabriel Picanço; b) Deputado Renato Silva; c) Deputado Eder Lourinho; d) Deputado Jânio Xingu; e e) Deputado Renan Filho. Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte: a) Deputada Tayla Peres; b) Deputado Chico Mozart; c) Deputado Coronel Chagas; d) Deputado Odilon Filho; e e) Deputada Angela Águida Portella. Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural: a) Deputada Aurelina Medeiros; b) Deputado Eder Lourinho; c) Deputada Betânia Almeida; d) Deputado Gabriel Picanço; e e) Deputado Marcelo Cabral; Comissão de Terras, Colonização e Zoneamento Territorial: a) Deputado Odilon Filho; b) Deputado Marcelo Cabral; c) Deputada Aurelina Medeiros; d) Deputada Betânia Almeida; e e) Deputado Eder Lourinho. Comissão de Políticas Indigenistas: a) Deputada Lenir Rodrigues; b) Deputado Marcelo Cabral; c) Deputado Jânio Xingu; d) Deputado Jeferson Alves; e e) Deputado Renan Filho. Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável: a) Deputado Eder Lourinho; b) Deputado Soldado Sampaio; c) Deputado Evangelista Siqueira; d) Deputado Jeferson Alves; e e) Deputado Neto Loureiro. Comissão de Indústria, Empreendedorismo, Comércio, Turismo e Serviços: a) Deputado Jorge Everton; b) Deputada Tayla Peres; c) Deputada Catarina Guerra; d) Deputado Gabriel Picanço; e e) Deputada Angela Águida Portella. Comissão de Relações Fronteiriças, MERCOSUL, de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação: a) Deputada Yonny Pedroso; b) Deputado Dhiego Coelho; c) Deputado Chico Mozart; d) Deputado Jânio Xingu; e) Deputado Jeferson Alves; f) Deputado Renan Filho; e g) Deputada Tayla Peres. Comissão de Orçamento, Fiscalização Financeira, Tributação e Controle: a) Deputado Dhiego Coelho; b) Deputado Coronel Chagas; c) Deputado Marcelo Cabral; d) Deputado Jânio Xingu; e) Deputada Yonny Pedroso; f) Deputado Soldado Sampaio; e g) Deputado Nilton Sindpol. Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Minorias e Legislação Participativa: a) Deputada Catarina Guerra; b) Deputado Evangelista Siqueira; c) Deputada Betânia Almeida; d) Deputada Yonny Pedroso; e e) Deputado Soldado Sampaio. Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso: a) Deputada Aurelina Medeiros; b) Deputado Chico Mozart; c) Deputado Eder Lourinho; d) Deputado Nilton Sindpol; e e) Deputada Angela Águida Portella. Comissão de Ética Parlamentar: a) Deputado Coronel Chagas; b) Deputado Odilon Filho; c) Deputada Yonny Pedroso; d) Deputada Lenir Rodrigues; e e) Deputada Angela Águida Portella. Suplentes: 1º - Deputada Catarina Guerra 2º - Deputada Betânia Almeida MESA DIRETORA JALSER RENIER PADILHA PRESIDENTE JÂNIO XINGÚ 1º VICE-PRESIDENTE JEFERSON ALVES 2º VICE-PRESIDENTE ODILON FILHO 3º VICE-PRESIDENTE CHICO MOZART 1º SECRETÁRIO MARCELO CABRAL 2º SECRETÁRIO CATARINA GUERRA 3ª SECRETÁRIA LENIR RODRIGUES 4ª SECRETÁRIA RENATO SILVA CORREGEDOR GERAL BETÂNIA ALMEIDA OUVIDORA GERAL

Upload: others

Post on 23-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

1BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

8ª LEGISLATURA | 59º PERÍODO LEGISLATIVO

Boa Vista-RR, 20 de Fevereiro de 2020.Edição 3176 | Páginas: 39

Membros das Comissões Permanentes da Assembleia Legislativa do Estado de RoraimaComissão de Constituição, Justiça e Redação Final:a) Deputado Jeferson Alves;b) Deputado Renan Filho;c) Deputada Aurelina Medeiros;d) Deputado Coronel Chagas;e) Deputada Yonny Pedroso;f) Deputado Jorge Everton; eg) Deputada Lenir Rodrigues.

Comissão de Administração, Serviços Públicos e Previdência:a) Deputado Soldado Sampaio;b) Deputado Nilton Sindpol;c) Deputado Gabriel Picanço; d) Deputado Jorge Everton; ee) Deputado Odilon Filho.

Comissão de Defesa Social, Segurança Pública e Sistema Penitenciário:a) Deputado Nilton Sindpol;b) Deputado Soldado Sampaio;c) Deputado Coronel Chagas;d) Deputado Dhiego Coelho; ee) Deputado Jorge Everton.

Comissão de Educação, Desportos e Lazer:a) Deputado Evangelista Siqueira;b) Deputada Lenir Rodrigues; c) Deputado Gabriel Picanço; d) Deputada Tayla Peres; ee) Deputada Angela Águida Portella.

Comissão de Cultura e Juventude:a) Deputado Renan Filho;b) Deputado Neto Loureiro;c) Deputado Chico Mozart;d) Deputado Dhiego Coelho; ee) Deputado Evangelista Siqueira.

Comissão de Saúde e Saneamento:a) Deputado Neto Loureiro;b) Deputada Yonny Pedroso;c) Deputada Aurelina Medeiros;d) Deputado Dhiego Coelho;e) Deputado Gabriel Picanço; f) Deputado Nilton Sindpol; eg) Deputado Renato Silva.

Comissão de Viação, Transportes e Obras:a) Deputado Renato Silva;b) Deputada Betânia Almeida; e) Deputado Jorge Everton;c) Deputado Neto Loureiro; ed) Deputada Tayla Peres.

Comissão de Defesa dos Direitos da Família, da Mulher, da Criança, do Adolescente e Ação Social:a) Deputada Betânia Almeida;b) Deputada Catarina Guerra;c) Deputada Aurelina Medeiros; d) Deputada Lenir Rodrigues; ee) Deputada Tayla Peres.

Comissão de Tomada de Contas:a) Deputado Gabriel Picanço; b) Deputado Renato Silva;c) Deputado Eder Lourinho;d) Deputado Jânio Xingu; ee) Deputado Renan Filho.

Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte:a) Deputada Tayla Peres;b) Deputado Chico Mozart; c) Deputado Coronel Chagas; d) Deputado Odilon Filho; ee) Deputada Angela Águida Portella.

Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural:a) Deputada Aurelina Medeiros;b) Deputado Eder Lourinho;c) Deputada Betânia Almeida;d) Deputado Gabriel Picanço; ee) Deputado Marcelo Cabral;

Comissão de Terras, Colonização e Zoneamento Territorial:a) Deputado Odilon Filho;b) Deputado Marcelo Cabral;c) Deputada Aurelina Medeiros;d) Deputada Betânia Almeida; ee) Deputado Eder Lourinho.

Comissão de Políticas Indigenistas:a) Deputada Lenir Rodrigues;b) Deputado Marcelo Cabral;c) Deputado Jânio Xingu;d) Deputado Jeferson Alves; ee) Deputado Renan Filho.

Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável:a) Deputado Eder Lourinho;b) Deputado Soldado Sampaio;c) Deputado Evangelista Siqueira;d) Deputado Jeferson Alves; ee) Deputado Neto Loureiro.

Comissão de Indústria, Empreendedorismo, Comércio, Turismo e Serviços:a) Deputado Jorge Everton;b) Deputada Tayla Peres;c) Deputada Catarina Guerra; d) Deputado Gabriel Picanço; ee) Deputada Angela Águida Portella.

Comissão de Relações Fronteiriças, MERCOSUL, de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação:a) Deputada Yonny Pedroso;b) Deputado Dhiego Coelho;c) Deputado Chico Mozart;d) Deputado Jânio Xingu; e) Deputado Jeferson Alves;f) Deputado Renan Filho; eg) Deputada Tayla Peres.

Comissão de Orçamento, Fiscalização Financeira, Tributação e Controle:a) Deputado Dhiego Coelho;b) Deputado Coronel Chagas;c) Deputado Marcelo Cabral;d) Deputado Jânio Xingu;e) Deputada Yonny Pedroso;f) Deputado Soldado Sampaio; eg) Deputado Nilton Sindpol.

Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Minorias e Legislação Participativa:a) Deputada Catarina Guerra;b) Deputado Evangelista Siqueira;c) Deputada Betânia Almeida;d) Deputada Yonny Pedroso; ee) Deputado Soldado Sampaio.

Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso:a) Deputada Aurelina Medeiros; b) Deputado Chico Mozart;c) Deputado Eder Lourinho; d) Deputado Nilton Sindpol; ee) Deputada Angela Águida Portella.

Comissão de Ética Parlamentar:a) Deputado Coronel Chagas;b) Deputado Odilon Filho;c) Deputada Yonny Pedroso;d) Deputada Lenir Rodrigues; ee) Deputada Angela Águida Portella.Suplentes:1º - Deputada Catarina Guerra2º - Deputada Betânia Almeida

MESA DIRETORAJALSER RENIER PADILHA

PRESIDENTEJÂNIO XINGÚ

1º VICE-PRESIDENTEJEFERSON ALVES

2º VICE-PRESIDENTEODILON FILHO

3º VICE-PRESIDENTE

CHICO MOZART1º SECRETÁRIO

MARCELO CABRAL2º SECRETÁRIO

CATARINA GUERRA3ª SECRETÁRIA

LENIR RODRIGUES4ª SECRETÁRIA

RENATO SILVACORREGEDOR GERAL

BETÂNIA ALMEIDAOUVIDORA GERAL

Page 2: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

2 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

SUPERINTENDÊNCIA LEGISLATIVA

PROJETO DE LEI PROJETO DE LEI Nº 195 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2019

Institui o dia 6 de dezembro como o Dia de Mobilização Estadual dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA decreta:

Art. 1º ° Institui o dia 6 de dezembro como o Dia de Mobilização Estadual dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres no Estado de Roraima.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaçãoJUSTIFICATIVA

Trazemos para apreciação nesta casa de leis o presente projeto de lei que institui o dia 06 de dezembro como o “Dia de Mobilização Estadual dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.

O projeto tem como objetivo promover a mobilização dos homens e de toda a sociedade pelo fim da violência contra as mulheres. Além de motivar o reconhecimento da existência do machismo, busca concretizar ações protagonizadas pelos homens no enfrentamento a violência doméstica e familiar, além de fortalecer a aplicação da Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 – Lei Maria da Penha.

Temos como exemplo, do “Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, sancionado sob a Lei nº 11. 489/2007, o Estado de Santa Catarina, que instituiu no seu calendário Estadual o “Dia de Mobilização Estadual dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres” pela Lei nº 16.466 de 25 de novembro de 2014, e no Estado do Rio Grande do Sul com a Lei n 14.701, de 23 de junho de 2015, de autoria do Deputado Edgar Pretto, e no Estado do Paraná com a Lei 19.719, 26 de Novembro de 2018.

A data 06 de dezembro foi o dia em que o canadense Marc Lepine matou quatorze mulheres e feriu outras dez, no ano de 1989, numa sala de aula da escola de engenharia da Universidade de Montreal, Canadá. Antes de atirar contra as mulheres, mandou que os 48 homens saíssem do recinto. Deixou uma carta declarando não aprovar a situação em que se deparava: mulheres cursando Engenharia, uma área tradicionalmente ocupada por homens.

O jovem assassino tinha um pai declaradamente machista, que apesar de separado de sua mãe, exerceu grande influência sobre a tomada de decisão do filho. Esse massacre mobilizou a opinião pública mundial, gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência de gênero.

Desta forma, trata-se de uma data simbólica como o “Dia Estadual de Mobilização Estadual dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. E estimulará para que haja no nosso Estado ações de enfrentamento à violência contra as mulheres, também protagonizadas pelos homens.

Isto posto, certos do alcance social desta proposta, esperamos contar com o apoio irrestrito de nossos ilustres Pares para sua aprovação.

Sala das Sessões, 30 de dezembro de 2019.JEFERSON ALVES

Deputado Estadual

PROJETO DE LEI Nº 196 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2019Dispõe sobre a criação de Política Estadual de Prevenção, auxílio e enfrentamento da manifestação do sofrimento psíquico e da violência auto provocada ou autoinfligida, no âmbito dos órgãos da defesa social e da Segurança Pública do Estado de Roraima e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA decreta:

Art. 1º – Fica instituída a Política Estadual de Prevenção, Auxílio e Enfrentamento da manifestação do sofrimento psíquico e da violência auto provocada ou autoinfligida, que se destina à instituição de protocolos e serviços de acompanhamento, atendimento e promoção da saúde mental dos profissionais da Defesa Social e da Segurança Pública do Estado de Roraima.

Art. 2º – Para os fins do disposto nesta lei, violência auto provocada ou autoinfligida compreende ideação suicida, autoagressões, tentativas de suicídio e suicídios.

SUMÁRIO

Superintendência Legislativa- Projetos de Lei nº 195, 196, 197, 198 e 199/2019, e 001 e 008/2020- Recurso ao Plenário- Requerimentos nº 159 e 162/2019- Ata da 19º Reunião da CPI da Saúde- Ata da 20º Reunião da CPI da Saúde- Ata da 21º Reunião da CPI da SaúdeSuperintendência Administrativa- Resolução nº 069/2020Superintendência de Gestão de Pessoas- Republicação das Resoluções nº 2289, 2324 e 2372/2020- Resoluções nº 2382 a 2384/2020

GERÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO GERALEXPEDIENTE

As matérias publicadas no Diário Oficial da Assembleia Legislativa deverão ser encaminhadas à Gerência de Documentação Geral, conforme Resolução da Mesa Diretora nº 038/2015, respeitando horários e formatos estabelecidos no Ato Normativo nº 001/2008.

MATÉRIAS E PUBLICAÇÕES

É de responsabilidade de cada setor, gabinete, secretaria e dos órgãos da Fundação Rio Branco de Educação, Rádio e Televisão as correções ou revisões das matérias por eles produzidas, bem como, o envio de documentos em tempo hábil para publicação.

Praça do Centro Cívico, nº 202 - Centro - Sede da ALE/RRSite: http://www.al.rr.leg.brE-mail: [email protected] VANDERLEI DE MORAISGerente de Documentação GeralCHRISTIAN DELLA PACE FERREIRATHIAGO DE SOUZA PADILHADiagramação

020809102028

38

3939

Page 3: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

3BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

VIII – criação de um espaço apartado do ambiente das corporações destinado a ouvir o agente, onde ele se sinta seguro para conversar sobre seus problemas.

Art. 7º – O eixo de que trata o inciso II do art. 5º visa atingir os grupos de profissionais que já se encontram em situação de risco de práticas de violência auto provocadas ou autoinfligidas, através das seguintes medidas de proteção:

I – criação de programa de prevenção e atenção ao uso e abuso de álcool e outras substâncias entorpecentes;

II – acompanhamento psicológico e religioso regular, respeitando convicções e crenças, para profissionais que estejam respondendo a processos;

III – organização de uma rede de cuidado como fluxo assistencial que permita o diagnóstico precoce dos profissionais em situação de risco, envolvendo toda corporação, para sinalizar a mudança de comportamento ou a preocupação com o colega de trabalho;

IV – educação financeira, com vistas a prevenir o sofrimento psíquico provocado pelo endividamento.

Art. 8º – O eixo a que se refere o inciso III do art. 5º tem o objetivo de atender aos profissionais que tenham comunicado ideação suicida ou tentado suicídio, através das seguintes medidas de proteção:

I – o setor de psicologia e psiquiatria da Unidade deverá buscar aproximação e fortalecimento da família na participação e acompanhamento do caso e no processo de tratamento do agente;

II – a chefia imediata deverá coibir práticas que promovam alguma forma de isolamento, desqualificação ou discriminação contra os profissionais que tenham enfrentado o problema.

Art. 9º – A gestão e a coordenação da Política Estadual serão exercidas, de maneira integrada, pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, pela Polícia Militar de Roraima, pelo Corpo de Bombeiros Militar de Roraima e pela Polícia Civil de Roraima, conforme disposto em regulamento.

Art. 10 – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.JUSTIFICATIVA

O debate acerca da saúde mental é extremamente atual e importante. Doenças como a depressão já são consideradas epidemias do século XXI, e o adoecimento mental e psicológico é uma preocupação dos governos de todo o mundo.

Não obstante, um aspecto que tem ganhado cada vez mais relevância no Brasil é a situação de vulnerabilidade dos agentes de segurança pública (policiais civis, militares e federais) no que concerne doenças ligadas à saúde mental. Por estarem expostos a constantes riscos à própria vida, além da extrema tensão e responsabilidade intrínsecas à profissão, os policiais são um grupo que deve ser tratado de maneira especial. A ausência de acompanhamento psicológico adequado após a exposição a situações traumáticas, como homicídios, são fatores que agravam este cenário.

Em 2019, houve um elevado número de suicídios de profissionais da segurança pública no país inteiro. Mas pesquisadores da área afirmam que esses casos são subnotificados, o que gera distorção nos números.

Outros estados da federação já estão tomando atitudes concretas para lidar com essa delicada e urgente questão, no intuito não só de proteger a vida e a saúde dos profissionais de segurança, como toda a sociedade que é colocada em risco caso isso não seja tratado devidamente. Em que pese a existência de ações institucionais nesse sentido, é necessário normatizar, via lei estadual, uma estratégia concreta de ação, objetivo do presente projeto.

Ressalta-se que é de competência desta Assembleia legislar sobre o assunto, por se tratar da proteção da saúde, como se observa nos dispositivos da Constituição da República:

“Art. 23 – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (…) II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;Art. 24 – Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (…) XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;”.Isto posto, certos do alcance social desta proposta, esperamos contar com o apoio irrestrito de nossos ilustres Pares para sua aprovação.

Isto posto, certos do alcance social desta proposta, esperamos contar com o apoio irrestrito de nossos ilustres Pares para sua aprovação.

Sala das Sessões, 30 de dezembro de 2019.JEFERSON ALVES

Deputado Estadual

Art. 3º – São diretrizes da Política Estadual de Prevenção, Auxílio e Enfrentamento da manifestação do sofrimento psíquico e da violência auto provocada ou autoinfligida no âmbito dos órgãos da Defesa Social e da Segurança Pública:

I – o incentivo à gestão administrativa humanizada;II – a formação e treinamento baseados nos preceitos da

prevenção;III – a perspectiva multiprofissional na abordagem;IV – a proximidade, o atendimento e escuta multidisciplinar;V – a discrição no tratamento dos casos de urgência;VI – a sensibilização dos agentes;VII – a divulgação de informações;VIII – a integração das ações;IX – a institucionalização e sustentabilidade dos programas;X – o monitoramento da saúde mental dos agentes e servidores

públicos.Art. 4º – São objetivos da Política Estadual de Prevenção,

Auxílio e Enfrentamento da manifestação do sofrimento psíquico e da violência auto provocada ou autoinfligida no âmbito dos órgãos da Defesa Social e da Segurança Pública:

I – assegurar regularidade na assistência à saúde mental dos profissionais;

II – construir um protocolo de acompanhamento e atenção ao profissional que tenha se envolvido em ocorrência de risco e experiências traumáticas;

III – construir um protocolo de atendimento dos casos de emergência psiquiátrica que envolvam o comportamento suicida;

IV – capacitar os profissionais de saúde das instituições para a identificação dos agentes em risco de cometimento de atos de violência auto provocadas ou autoinfligidas;

V – realizar palestras nas Instituições a respeito da prevenção de violências auto provocadas ou autoinfligidas;

VI – preparar profissionais para atuarem como multiplicadores junto a suas equipes e Unidades, de modo que a prevenção e o protocolo de atendimento sejam institucionalizados;

VII – formular ações para a sensibilização do efetivo no que se refere à identificação e ao encaminhamento dos casos de risco;

VIII – capacitar os profissionais para identificar situações de risco de suicídio;

IX – articular-se com a rede pública de saúde;X – mapear os leitos de internação psiquiátrica na rede orgânica

e pública de saúde;XI – acompanhar, através de visitas e do contato com os

familiares, os profissionais internados na rede orgânica e pública de saúde;XII – realizar coleta sistemática de informações de morte por

suicídio, homicídios seguidos de suicídio, tentativas de suicídio, que envolvam policial civil, policial militar, bombeiro militar, agente de segurança penitenciário e socioeducativo, visando mensurar o impacto do serviço através da construção de indicadores de violência auto provocada ou autoinfligida;

XIII – criar um instrumento de notificação dos casos de ideação e tentativa de suicídio, resguardando a identidade do profissional.

Art. 5º – A Política Estadual de Prevenção, Auxílio e Enfrentamento da manifestação do sofrimento psíquico e da violência auto provocada ou autoinfligida no âmbito dos órgãos da Defesa Social e da Segurança Pública terá os seguintes eixos de atuação:

I – primária;II – secundária;III – terciária.Art. 6º – O eixo de que trata o inciso I do art. 5º se destina a

todo o efetivo e será constituído por ações de promoção da saúde física e psíquica, através das seguintes medidas de proteção:

I – estímulo ao convívio social, proporcionando a aproximação da família;

II – promoção da qualidade de vida, estimulando a prática da atividade física regular;

III – estímulo à religiosidade, como possibilidade de espaço de acolhimento, respeitando as convicções de crença e individuais dos agentes;

IV – elaboração e/ou divulgação de programas de conscientização, informação e sensibilização sobre o tema do suicídio;

V – realização de ciclos de palestras e campanhas que sensibilizem e relacionem qualidade de vida e ambiente de trabalho;

VI – abordagem da temática da saúde mental em todos os níveis de formação e qualificação profissional;

VII – promoção de encontros temáticos relacionados à qualidade de vida no trabalho e à saúde mental;

Page 4: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

4 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

em situação de hipossuficiência. Como sabido, uma das características clássicas do princípio da isonomia é tratar desigual, aqueles que vivem em situações desiguais. Destarte, a norma equipara a mulher ao homem, diante força física que é predominante no sexo masculino.

Oportuno registrar que o ensino, de modo transversal ou extracurricular, das noções básicas sobre a Lei Maria da Penha objetiva promover a conscientização de crianças e adolescentes sobre a violência doméstica e familiar. A propositura legislativa ora apresentada estabelece ainda a formação continuada de docentes, gestores, orientadores e psicólogos que atuam na área de educação e que poderão trabalhar com o tema.

Segundo especialistas da área de orientação educacional e psicopedagogia, a presente iniciativa promoverá a autorreflexão dentre os estudantes, que, certamente, passarão a entender quem eles são, como são e a pessoa que eles querem se tornar como cidadão. É essencial a difusão da cultura da informação e conscientização.

Imperioso mencionar que existe legislação estadual e municipal acerca do tema que trata a presente proposição - Lei nº 18.447/2015 (Paraná), Lei nº 532/2017 (Município de Queimadas (Paraíba), Lei nº 13.566/2018 (Município de João Pessoa) e Lei nº 6.126/2018 (Município de Campo Grande-MS).

No mais, é importante destacar que o Projeto de Lei não impõe obrigações as Secretarias do Estado ou aos órgãos. Na verdade, ele faculta a participação de entidades governamentais e não governamentais, atuantes na reinvindicação por direitos das mulheres e no combate à violência doméstica, para a execução da lei. Logo, não se trata de usurpação de competência legislativa do Chefe do Executivo.

Isto posto, certos do alcance social desta proposta, esperamos contar com o apoio irrestrito de nossos ilustres Pares para sua aprovação.

Sala das Sessões, 30 de dezembro de 2019.JEFERSON ALVES

Deputado Estadual

PROJETO DE LEI Nº 198 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2019Dispõe sobre a prevenção e o combate às doenças associadas à exposição solar do trabalhador rural, do pescador e do aquicultor, e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA decreta:

Art. 1º - Esta Lei dispõe sobre a prevenção e o combate às doenças associadas à exposição solar do trabalhador rural, do pescador e do aquicultor, com a finalidade de prevenir e combater doenças associadas à exposição à radiação solar.

Art. 2º - A prevenção e o combate às doenças associadas à exposição solar do trabalhador rural, do pescador e do aquicultor têm como diretrizes:

I - o estabelecimento de ações permanentes e articuladas entre entes públicos e privados voltadas à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento de doenças associadas à exposição solar no ambiente de trabalho do trabalhador rural, do pescador e do aquicultor;

II - a implantação de medidas que reduzam a exposição do trabalhador rural, do pescador e do aquicultor ao sol, nos períodos do dia com maior incidência de irradiação;

III - o estabelecimento de parcerias com empresas e entidades para pesquisa, produção e fornecimento de meios protetivos ao trabalhador rural, ao pescador e ao aquicultor.

Art. 3º - A prevenção e o controle às doenças associadas à exposição solar do trabalhador rural, do pescador e do aquicultor orientam-se pelos seguintes objetivos:

I - dotar a rede de saúde e demais serviços públicos dos meios necessários para acompanhar a exposição da população a fatores de risco, para realizar a prevenção, o controle e o tratamento de doenças decorrentes da exposição solar;

II - contribuir para a existência de uma cultura de utilização de protetores solares;

III - estimular a população a realizar exames especializados para detecção de câncer e de outras enfermidades de pele; e

IV - promover campanhas educativas que visem ao esclarecimento dos trabalhadores rurais, dos pescadores e dos aquicultores sobre os cuidados e procedimentos a serem adotados em atividades expostas ao sol.

Art. 4° - Os demais órgãos públicos, especialmente da área de assistência técnica e extensão rural, poderão dotar-se dos princípios, dos objetivos, das ações e dos serviços decorrentes desta Lei.

PROJETO DE LEI Nº 197 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2019Dispõe sobre a inclusão do Ensino de Noções Básicas sobre a Lei nº 11.340/2006 - Lei Maria da Penha – como conteúdo transversal nas escolas públicas do Estado de Roraima.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA decreta:

Art. 1º Inclui, como conteúdo transversal do currículo escolar da Rede Pública de Ensino do Estado de Roraima, o ensino de noções básicas sobre a Lei Federal nº 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar.

Art. 2º A execução desta Lei poderá contar com a participação de entidades governamentais e não governamentais atuantes na reivindicação por direitos das mulheres e no combate à violência doméstica.

Art. 3º Esta Lei tem por objetivos: I - contribuir para o reconhecimento, no âmbito das comunidades

escolares, da Lei Federal nº 11.340/2006 - Lei Maria da Penha; II - fomentar a reflexão crítica entre estudantes, professores e

comunidade escolar sobre a violência contra a mulher; III - abordar a necessidade de registro, em órgãos competentes,

das denúncias de casos de violência contra a mulher, bem como a adoção de medidas protetivas de urgência previstas na Lei Federal nº 11.340/2006;

IV - promover a igualdade de gênero, prevenindo e evitando as práticas de violência contra a mulher.

Art. 4º O ensino será desenvolvido ao longo do ano letivo por meio de promoção de formação aos profissionais da educação e da realização de uma programação ampliada à comunidade escolar.

I - A formação dos profissionais da educação de que trata o caput terá por público alvo professores, gestores, orientadores e psicólogos que trabalham em todos os níveis educacionais;

II - A programação ampliada a toda a comunidade escolar de que trata o caput poderá ser desenvolvida durante o ano letivo, culminando com a realização anual de atividades durante a semana do 8 de março (Dia Internacional da Mulher), para fomentar debates em alusão à data e ao tema abordado por esta Lei.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaçãoJUSTIFICATIVA

A lei Maria da Penha recebe este nome, em homenagem a biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que por muito tempo lutou para ver seu esposo preso, diante das constantes agressões se tentativas de homicídio que sofria, sendo que numa delas, infelizmente, ficou paraplégica. A criação desta norma adveio, dentre outros fatores, de pressões políticas internacionais. A demora da prestação jurisdicional no caso das agressões de Maria da Penha, fizeram com que a mesma, buscasse auxílio na comissão interamericana de direitos humanos (OEA), que além de acatar sua denúncia, condenou o Brasil por omissão no caso da violência doméstica, recomendando que o país criasse uma norma que regulamentasse este tipo de violência.

Ademais, o Brasil já havia celebrado alguns tratados de Direitos Humanos, inerentes a isonomia de homens e mulheres e de erradicação da discriminação dos sexos, como na convenção sobre eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher, (Decreto nº 4.377/2022) e a convenção interamericana para prevenir, punir, e erradicar a violência contra a mulher (Decreto nº 1.973/96). A própria constituição federal, por sua vez, inseriu entre seus artigos a igualdade entre homens e mulheres, como um direito e garantia fundamental (art. 5º caput, e inc. I,), e fundamento da república federativa (art. 3º, IV).

Desta feita, diante das pressões internacionais, dos dispositivos constitucionais e de direitos humanos, e principalmente pelo alarmante crescimento da violência contra a mulher, promulgou-se em 2006, a Lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir e prevenir à violência doméstica contra a mulher. Trata-se de uma norma procedimental, que não prevê tipos penais específicos, mais sim, um tratamento especial e mais severo, para repressão e punição das agressões a mulher no seio familiar. É característica sui generis da lei, o fato de se tutelar apenas crimes praticados contra mulheres que sofrem agressões no âmbito doméstico. Tal desiderato se justiça, por ser esse ambiente o mais propício para o cometimento de crimes contra mulher, já que estas se calam ante as ameaças, pressões e medo do agressor, que na maioria das vezes é seu próprio marido ou companheiro.

Outro ponto a ser destacado é que, muitos juristas tendem a dizer que a lei é inconstitucional, pois fere o princípio da igualdade ao diferenciar homens e mulheres. Todavia, percebe-se que ao contrário desses prosélitos, a lei busca promulgar a isonomia ao tornar párea aquelas que antes viviam

Page 5: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

5BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

de que trata esta lei, quando liberado, seguirá sendo atendido, nos equipamentos públicos de saúde, com o fim de evitar o retorno ao uso e abuso de drogas lícitas, ou ilícitas. Tal atendimento dependerá da anuência do beneficiário.

Artigo 5º - O preso participante do programa de recuperação de que trata esta lei será acompanhado, com o fim de avaliação do impacto no retorno a práticas delitivas.

Parágrafo único - Para melhor verificação do impacto de que trata o caput deste artigo, poderá ser constituído grupo de controle, formado por presos não participantes do programa de recuperação de que trata esta lei.

Artigo 6º - Para o desenvolvimento do programa previsto nesta lei, a direção do estabelecimento prisional destinará espaços de atendimento coletivo e individual.

Parágrafo único – Fica, desde logo, a Secretaria da Administração Penitenciária autorizada a implementar o programa de que trata esta lei por meio das tecnologias utilizadas na Telessaúde, na Telemedicina e na Educação a distância.

Artigo 7º - O Poder Executivo regulamentará a presente lei em até 90 (noventa) dias da data de sua promulgação.

Artigo 8º - As despesas resultantes da execução desta Lei correrão à conta das dotações orçamentárias já consignadas no orçamento vigente, suplementadas se necessário.

Artigo 9º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. JUSTIFICATIVA

A crescente dependência da sociedade moderna em relação às drogas, mormente no que diz respeito à população jovem, aflige a todos, seja pelas mazelas sociais que acarreta, seja pelas mazelas humanas que implica.

Mais e mais, constate-se a dissolução de núcleos familiares; no campo econômico, também se observam prejuízos de alta monta, já que indivíduos, de todas as idades e classes sociais, deixam de ingressar, ou simplesmente são ejetados do mercado de trabalho; multiplicam-se licenças e até mesmo aposentadorias precoces. Tudo decorrente do uso e abuso de drogas.

Há muito, o Brasil deixou de ser mero corredor de passagem, transformando-se em grande mercado consumidor de drogas ilícitas.

Outro problema de ordem social diretamente relacionado ao uso e abuso de drogas é a insegurança pública.

Por óbvio, ao afirmar que existe relação entre o uso e abuso de drogas e a insegurança pública, não se está a estigmatizar todo e qualquer usuário, ou dependente. Não obstante, impossível negar que entre os dois mundos (o das drogas e o dos crimes) exista uma intrínseca conexão.

No Brasil, em virtude da polarização que, há muito, assola, infelizmente a temática é tratada sem a devida imparcialidade, seja pela tentativa de fazer crer não haver qualquer relação entre drogas e violência, seja pela tentativa de generalizar a situação do usuário como sendo a de um criminoso por princípio.

Independentemente da linha ideológica, filosófica, ou religiosa adotada, fato é que, em razão da dependência, muitas pessoas ficam incapazes para o trabalho e acabam ingressando no mundo do crime, para sustentar o próprio vício. Ao fazê-lo, podem praticar tráfico, ou mesmo crimes violentos, como roubo e até latrocínio, que, muito embora seja tecnicamente considerado um crime contra o patrimônio, atenta contra a vida.

Além daqueles que migram do mundo das drogas para o dos crimes, para angariar recursos para sustentar o próprio vício, há aqueles que, também em razão dos efeitos das drogas, podem perder o controle sobre os próprios atos, vindo a praticar outros crimes violentos, como homicídios e estupros. Esse fenômeno não se dá apenas com as drogas ilícitas, qualquer pesquisa feita nos Tribunais do Júri por todo o país mostrará ser o álcool uma constante.

Muitos pesquisadores, no Brasil, ainda estão marcados por um viés ideológico, que dificulta análise distanciada dos fatos.

Em outros países, entretanto, com perspectiva mais verdadeiramente científica, a relação entre crimes e drogas é reconhecida e programas de recuperação de adictos são implementados não apenas como programas de saúde, mas como programas de prevenção à violência.

Nota-se que o impacto do tratamento do uso e abuso de drogas na prática de crimes em outros países é uma realidade, sendo, por conseguinte, evidente que, diante dos altos índices de criminalidade no Brasil, o tratamento de presos seja uma necessidade neste país.

Tratar o uso e abuso de drogas em presos, em um primeiro momento, constitui consequência natural do direito à saúde. Tal assertiva poderia gerar a seguinte objeção: os usuários e dependentes não envolvidos com crimes nem sempre conseguem os tratamentos almejados.

Art. 5º - Esta Lei poderá ser regulamentada para garantir a sua execução.

Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.JUSTIFICATIVA

Especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) advertem que a exposição ao sol, de forma inadequada, pode trazer inúmeros prejuízos à pele e ainda é a responsável pelo câncer de maior incidência no Brasil - o câncer da pele. A alta incidência da doença levou a Sociedade Brasileira de Dermatologia a criar, em 1999, o Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele (PNCCP). Desde então, a SBD vem realizando ações diferenciadas com o objetivo de diminuir, a longo prazo, alta incidência da doença no Brasil, promovendo campanhas informativas para médicos de atenção primária e colaborando com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo na produção de filtro solar gratuito para a população.

O Ministério do Trabalho já considera o protetor solar como EPI – Equipamento de Segurança Individual e diversas empresas o fornecem, gratuitamente, aos seus colaboradores, juntamente com os demais equipamentos de segurança. Alguns municípios do país, tais como Campinas-SP, Capivari-SC, Barueri-SP, Diadema-SP, Foz do Iguaçu-PR, Campo Grande-MS, Mauá-SP, Estrela Velha-RS, já possuem ou está em fase de aprovação, legislação que regula a distribuição de protetor solar (seja incluindo como medicamento ou como EPI), tanto para empresas públicas como privadas. A exemplo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e outras empresas públicas e privadas, que já disponibilizam o protetor solar aos seus colaboradores, acreditamos que campanhas esclarecedoras e a distribuição gratuita do protetor solar são meios eficazes de prevenção da doença e são muito mais econômicos para o Estado do que o tratamento da doença, trazendo benefício para todos.

Todavia, os trabalhadores rurais, bem como os pescadores profissionais e aquicultores constituem uma parcela da população que não possui, na maioria das vezes, sequer acesso a esse tipo de informação, sendo constituída em sua maioria por trabalhadores autônomos de pequena renda, não tendo como adquirir protetores solares ao alto preço em que é comercializado. Tais trabalhadores passam a maior parte do seu dia expostos ao sol sem qualquer tipo de proteção e, por certo, esta parcela da população não pode continuar sendo ignorada pelo Estado, que deve prover não somente a informação adequada para fins de prevenção como também os meios necessários a tornar esta prevenção efetiva.

Isto posto, certos do alcance social desta proposta, esperamos contar com o apoio irrestrito de nossos ilustres Pares para sua aprovação.

Sala das Sessões, 30 de dezembro de 2019.JEFERSON ALVES

Deputado Estadual

PROJETO DE LEI Nº 199 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2019Estabelece o Programa de Recuperação de Dependentes Químicos no Sistema Prisional do Estado de Roraima e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA decreta:

Artigo 1º - Quando do ingresso no sistema prisional, será ofertado programa de recuperação ao preso que declarar envolvimento com drogas, lícitas ou ilícitas, independentemente do crime praticado.

§ 1º - A adesão ao programa de recuperação de que trata o caput deste artigo será voluntária e antecedida de assinatura de termo de consentimento livre, esclarecido e informado.

§ 2º - O programa de recuperação de que trata o caput deste artigo será desenvolvido na unidade prisional a que o preso for recolhido, ou em estabelecimento especificamente destinado a tal fim.

Artigo 2º - A possibilidade de ingressar em programa de recuperação será ofertada também aos presos provisórios.

Artigo 3º - O programa de recuperação de que trata esta lei será ofertado, preferencialmente, pela rede pública de saúde.

§ 1º - Haja vista as limitações da rede pública de saúde, para viabilizar o programa de recuperação de que trata esta lei, a Secretaria da Administração Penitenciária poderá estabelecer parcerias com universidades, instituições de saúde, organizações não-governamentais e grupos religiosos, ou afins.

§ 2º - As parcerias com universidades, instituições de saúde, organizações não-governamentais e grupos religiosos, ou afins, serão firmadas a título gratuito, podendo ser emitidos certificados com fins educacionais ou de reconhecimento de mérito aos profissionais e pesquisadores que trabalharem no programa.

Artigo 4º - O preso participante do programa de recuperação

Page 6: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

6 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

Apesar de, atualmente, ninguém ser preso pelo crime de porte de drogas para uso próprio, resta inegável que grande parte dos presos tem envolvimento com drogas. Em regra, o Poder Judiciário ignora essa realidade, aplicando a pena privativa de liberdade como se o crime tivesse sido praticado por mera cobiça.

Uma vez o indivíduo no sistema prisional, o Poder Executivo se omite, pois o preso não recebe nenhuma atenção para sua dependência química e psíquica. Colocado em liberdade, volta a delinquir.

A atual lei de drogas, como já fazia a anterior, prevê que se o agente comete um crime por causa da dependência da droga, deve receber tratamento adequado a este problema (ver artigos 28, parágrafo 7º., e 44, parágrafo único, da Lei 11.343/06). Observar essa determinação não necessariamente passa por internar o cidadão em manicômios judiciários, ou desrespeitar seu tempo de pena. Também não parece razoável condicionar o tratamento à constatação de uma absoluta inimputabilidade.

Os Poderes Judiciário e Executivo bem podem se alinhar com o fim de viabilizar que o preso dependente receba tratamento enquanto estiver no sistema prisional. A rigor, esse tipo de iniciativa sequer careceria de legislação específica, pois o arcabouço jurídico vigente já permitiria a empreitada.

De fato, além de não haver óbices por parte da própria lei de drogas, também não há relativamente à normativa específica concernente à saúde do preso.

De todo modo, a fim de que não haja dúvidas sobre a possibilidade e oportunidade desse tipo de medida, apresenta-se o presente Projeto de Lei, que tem o fim de preservar a saúde individual e também de segurança pública.

Do já explicitado, resta bastante evidente que não se está diante de projeto passível de ser denominado Justiça Terapêutica, uma vez que esse tipo de política tem a ver com o trâmite processual e com a própria aplicação da pena. De fato, na assim chamada Justiça Terapêutica, logo no início do processo, o acusado tem a possibilidade de se declarar culpado e trocar a punição privativa de liberdade por tratamento.

No caso de que ora se trata não, não há nenhum tipo de negociação com o réu ou apenado. Ele responde ao processo normalmente e, uma vez condenado à pena privativa de liberdade, terá a possibilidade de ingressar em programa de tratamento para sua dependência de drogas.

Apesar de o projeto em apreço abrir margem à inclusão de presos provisórios, resta evidente que, ao ingressar no programa, o preso não experimentará qualquer benefício processual. O único benefício será mesmo sua melhora física e mental.

Eventuais previsões processuais não seriam de todo mal; entretanto, fugiriam à competência desta Casa Legislativa. O projeto em referência não versa sobre Processo Penal e também não versa sobre Direito Penal, trata de um programa de saúde para o homem e a mulher presa, com a peculiaridade de ter reflexos na segurança pública. Os dois temas são de competência estadual, ainda que concorrente.

Por tratar de saúde e segurança pública, o projeto que ora se apresenta é de plena competência desta Casa Legislativa e, por prever claramente parcerias gratuitas, por certo, não gera despesas.

Sala das Sessões, 30 de dezembro de 2019.JEFERSON ALVES

Deputado Estadual

PROJETO DE LEI Nº 001/2020Dispõe sobre a criação do selo “Empresa Amiga dos Autistas”, destinado aos estabelecimentos empresariais que adotem política interna de inserção de pessoas com Transtorno do Espectro Autista no mercado de trabalho.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE RORAIMA Faço saber que a Assembleia Legislativa aprovou e eu sanciono

a seguinte Lei:Art. 1º. Fica instituído, no Estado de Roraima, o selo “Empresa

Amiga dos Autistas”, destinados aos estabelecimentos empresariais que adotem política interna de inserção no mercado de trabalho de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Parágrafo único. O selo é um reconhecimento gratuito e não implicará no pagamento de qualquer valor financeiro para os Estabelecimentos Empresariais participantes.

Art. 2º. Para fins de aplicação desta Lei, entende-se como pessoa com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), aquela definida no art. 1º, §1°, incisos I e II, da Lei Federal nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012.

É verdade, muitas famílias de dependentes químicos lutam por acesso à saúde e por tratamento para seus parentes vitimados, parecendo, em uma primeira análise, injusto, priorizar o indivíduo privado de liberdade.

Ocorre que o ganho social amealhado com a medida que ora se propõe a justifica. Em três estados americanos, as consequências positivas em termos de segurança pública (devido à diminuição na reincidência) foram constatadas, conforme se depreende das tabelas que seguem.Nova Iorque:

Grupo de análise. Taxa de reincidência, dentro de 03 anos.

Homens que completaram o tratamento. 22%

Homens que não completaram o tratamento 41%

Mulheres que completaram o tratamento 21%

Mulheres que não completaram o tratamento 31%

(“The Comprehensive Alcohol and Substance Abuse Treatment Program”, New York State Department of Correctional Services, Albany, New York 12226 (2008), pp. 26/28. Disponível em: http://www.doccs.ny.gov/Research/Reports/2009/CASAT_Report_2008.pdf - acesso em 03/06/2019). Califórnia:

Taxa de retorno, após um ano.

Taxa de retorno, após dois anos.

Taxa de retorno, após três anos.

Com realização de tratamento 15,9% 30,2% 38,5%

Sem realização detratamento 18,8% 32,7% 41,4%

(“2018 Recidivism Report: an evaluation of Offenders Released in Fiscal Year 2013-14”, California Department of Corrections and Rehabilitation, Sacramento, California (2019), pp. 54/55. Disponível em: https://sites.cdcr.ca.gov/research/wp- content/uploads/sites/9/2019/01/2018-Recidivism-Report.pdf - acesso em 03/06/2019).Flórida:

Tipo de “reincidência” avaliada

Percentual de chance de reincidência, dentro de

um ano, para quem completou tratamento.

Percentual de chance de reincidência, dentro deum ano, para quem não completou tratamento.

Detenção por qualquer crime 31,5% 38.8%

Detenção por crime grave. 25,5% 31,2%

Nova condenação. 15,6% 17,3%

(SCAGGS, Samuel et alli. “An Assessment of Substance Abuse Treatment Programs in Florida’s Prisons Using a Random Assignment Experimental Design”, Florida Department of Corrections & Florida State University College of Criminology and Criminal Justice, Orlando, Florida (2016), pp. 69/71. Disponível em: https://www.ncjrs.gov/pdffiles1/nij/grants/249843.pdf - acesso em 03/06/2019).

Com efeito, diante das evidências de que o tratamento do uso e abuso de drogas diminui a prática de crimes, tem-se que toda a sociedade se beneficia desses tais tratamentos, na medida em que haverá melhora em termos de segurança pública.

O ideal seria que o sistema de saúde tivesse condições de contemplar os tratamentos a todos os presos que se mostrassem interessados; porém, sabe-se que, por enquanto, referido sistema não conseguirá fazer frente à demanda.

Por força dessa realidade, que já se verifica, inclusive, com relação àqueles dependentes que jamais foram privados de liberdade, ao propor os programas de tratamento (voluntário), prevê-se também a possibilidade de se estabelecer parcerias com instituições de saúde (que podem ser até privadas), universidades, organizações não governamentais e grupos religiosos, muitos, há que se dizer, promotores de trabalhos consideráveis.

Haja vista a carência do sistema público de saúde, o Projeto de que ora se trata objetiva incentivar a criação de redes, integrando prisão e sociedade. Algo já realizado em alguns fóruns, em São Paulo, relativamente àqueles crimes que não levam à privação da liberdade. Um bom exemplo a ser dado refere-se ao Fórum Regional de Santana.

A Lei 11.343/06, que disciplina a questão das drogas, no Brasil, é boa. O usuário (dependente, ou não) não está sujeito à pena privativa de liberdade; enquanto o traficante está, havendo um intervalo bastante significativo de pena, permitindo ao juiz (que nem sempre o faz) adequar a punição às peculiaridades do caso concreto.

Page 7: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

7BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

(...) omissisXIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; (grifo nosso).

A Constituição Federal da República de 1988 em seu art. 1º, inciso III, tem como fundamento basilar a Dignidade da Pessoa Humana, dessa forma, o estado sempre deve agir em consonância com os direitos e garantias da pessoa humana, assegurando o mínimo necessário para a sua existência.

Não podemos olvidar do Princípio da Igualdade, o princípio que pressupõe que as pessoas colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma desigual: “Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”. (NERY JUNIOR, 1999, p. 42).

Nesse sentido, a Constituição Federal e a legislação podem fazer distinções e dar tratamento diferenciado de acordo com juízos e critérios valorativos, razoáveis e justificáveis, que visem conferir tratamento isonômico aos desiguais: “Assim, os tratamentos normativos diferenciados são compatíveis com a Constituição Federal quando verificada a existência de uma finalidade razoavelmente proporcional ao fim visado”. (MORAES, 1989, p. 58).

Importante destacarmos que segundo a ONU existem 70 milhões de pessoas com autismo no mundo, sendo que 02 milhões delas estão no Brasil. 85% dos adultos com autismo estão desempregados e essa falta de inserção no mercado de trabalho muitas vezes se dá pela simples falta de conhecimento das empresas.

Ingressar no mercado de trabalho é fundamental para que a pessoa consiga ser independente, tenha autonomia e liberdade para realizar seus sonhos e alcançar seus objetivos pessoais. Com as pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não é diferente e oferecer instrumentos que facilitem isso é fundamental que ele esteja inserido na sociedade.

Por isso a importância de políticas públicas que tratem do assunto e reforcem a necessidade de ter um incentivo de contratação de pessoas com o TEA.

A partir deste Projeto de Lei podemos oferecer instrumentos que facilitem essa inserção social. Dessa forma, proponho a presente medida e conto com o voto favorável dos Nobres Pares para a sua aprovação.

Palácio Antônio Augusto Martins, 03 de fevereiro de 2020.NETO LOUREIRODeputado Estadual

PROJETO DE LEI Nº 008 DE 18 DE FEVEREIRO DE 2020.“Institui o Programa Estadual de Aprendizagem para jovens do Governo do Estado de Roraima, e dá outras providências.”

O GOVERNADOR DO ESTADO DE RORAIMA, no uso de suas atribuições legais, faz saber que a ASSEMBLEIA LEGISLATIVA aprovou e sancionou o seguinte:

Art.1º Fica instituído o Programa Estadual de Aprendizagem, com objetivo de regulamentar a contratação de aprendizes no âmbito de órgãos e entidades da administração pública direta, autárquica e fundacional.

§1° - A contratação de aprendizes no âmbito de órgãos e entidades da administração pública direta, autárquica e fundacional observará todas as normas legais e infra legais estabelecidas em âmbito federal, observando, ainda, as regras estabelecidas nesta lei.

§2° - O programa estadual de aprendizagem deve atender prioritariamente jovens em situação de vulnerabilidade ou risco social, residentes no Estado de Roraima, oriundos de famílias com renda per capta de até um salário-mínimo nacional vigente, que estejam cursando, na rede pública, o ensino fundamental ou ensino médio.

§ 3° – Serão ofertadas, no mínimo, 75 (setenta e cinco) vagas por ano.

Art.2 A contratação dos aprendizes será realizada de modo indireto, na forma do art. 431 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, por meio de entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA.

§1° - Para efeitos desta Lei, o contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado não superior a 02 (dois) anos, em que a entidade sem fins lucrativos se compromete a assegurar ao aprendiz inscrito em programa de aprendizagem a formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico; e o aprendiz se compromete a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.

Art. 3º. Serão consideradas iniciativas empresariais favoráveis à inclusão das pessoas com Autismo, entre outras, a reserva de postos de trabalho específicos, a capacitação para o exercício de funções de maior remuneração e a promoção ou patrocínio de eventos culturais dirigidos a esse segmento.

Art. 4º. São objetivos desta Lei:I – enaltecer e homenagear os estabelecimentos empresariais

que promovam destacadamente a inserção no seu quadro de empregados pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA); e

II – difundir a importância da adaptação nas empresas para a inserção dos autistas no quadro de funcionários;

Art. 5º. O selo “Empresa Amiga dos Autistas” será elaborado e emitido por órgão determinado pelo Poder Executivo em arquivo digital.

Art. 6º. Os estabelecimentos empresariais participantes ficarão autorizados a utilizar o selo “Empresa Amiga dos Autistas” para divulgar e promover a importância da inserção de pessoas com Transtorno do Espectro Autista no mercado de trabalho.

I – o selo poderá ser utilizado para fins de identificação dos estabelecimentos empresariais, podendo constar em documentos usados, nas correspondências da empresa, na internet e em propagandas;

II - o selo poderá ser emitido também nos produtos e em embalagens dos estabelecimentos empresariais, assim como em campanhas, publicações, sites, material de divulgação, veículos e meios de comunicação.

Parágrafo único. O prazo de participação e uso publicitário do Selo “Empresa Amiga dos Autistas”, na forma do caput deste artigo, será de 02 (dois) anos, podendo ser renovado por iguais períodos, sempre condicionado a outras iniciativas que venham a ser adotadas pela empresa.

Art. 7º. O selo não poderá ser utilizado para validar os processos de qualidade de produtos ou serviços destes estabelecimentos empresariais.

Art. 8º. O uso do selo é restrito aos estabelecimentos empresariais participantes, sendo intransferível o direito de uso.

Art. 9º. O usuário da marca receberá uma cópia digital reproduzível do selo “Empresa Amiga dos Autistas”, juntamente com manual de cores e utilização.

Art. 10. O estabelecimento empresarial detentor do selo “Empresa Amiga dos Autistas” não está autorizado a fazer qualquer alteração gráfica na marca. Alterações nas dimensões da marca são autorizadas, desde que respeite as proporções do tamanho, não distorça, altere ou danifique a figura do selo, mantendo-o legível.

Art. 11. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário ficam autorizados a promoverem, de maneira independente ou por meio de parcerias com empresas, campanhas com a finalidade de ampliar o conhecimento público o selo “Empresa Amiga dos Autistas”.

Art. 12. Esta Lei entra em vigor em 45 (quarenta e cinco) dias da data de sua publicação. JUSTIFICATIVA

Inicialmente, insta destacar que a iniciativa de lei complementar e ordinária cabe a qualquer membro da Assembléia Legislativa, conforme expressamente dispõe o art. 41, caput, da Constituição Estadual, bem como, o art. 173, I, do Regimento Interno desta Casa de Leis, o que não vislumbra vício de inconstitucionalidade formal.

O autismo pertence a um grupo de doenças relacionadas ao desenvolvimento cerebral, onde os especialistas a classificam como “Transtornos de Espectro Autista”, ou TEA.

A LEI FEDERAL Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012, que Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 em seu Art. 1º, § 2º, dispõe que:

§ 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.

Nesse sentido, o Art. 23, inciso II da CRFB, prevê a competência comum dos entes federados (União, Estados Distrito Federal e Municípios) em legislar sobre a saúde, vejamos:

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:(...) omissisII – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; (grifo nosso).

No Art. 24 da CF/1988, encontramos a competência legislativa concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal em legislar sobre saúde.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

Page 8: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

8 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

parágrafo único, do mencionado decreto, “a contratação do aprendiz por órgãos e entidades da administração pública direta, autárquica e fundacional observará regulamento específico, hipótese em que não se aplica o disposto neste Capítulo”.

Sendo assim, resta fundamental que o estado de Roraima, em atenção ao Princípio da Proteção Integral da Criança e do Adolescente, positivado na Constituição Federal, regulamente, em seu território, a contratação de aprendizes pelos entes estatais.

Diante do exposto, por se mostrar uma matéria de fundamental importância, confiamos e solicitamos o apoio dos Senhores Parlamentares para a aprovação da presente proposição, por entender ser medida de justiça.

Sala de Sessões, 18 de fevereiro de 2020.JORGE EVERTON BARRETO GUIMARÃES

Deputado Estadual – MDB

RECURSO AO PLENÁRIO

RECURSO AO PLENÁRIORef.: REQUERIMENTO 146/2019 Base Legal: art. 194, parágrafo único do RIALEAoDeputado Estadual Jalser Renier PadilhaPresidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Roraima

CATARINA DE LIMA GUERRA DA SILVA, brasileira, casada, deputada estadual, inscrita no CPF n. 839.864.992-53, RG n. 137.190 SSP/RR, que pode ser encontrada na Assembleia Legislativa do Estado de Roraima, Praça do Centro Cívico, n. 202 – Gabinete da Deputada Catarina Guerra, Boa Vista/RR, vem, respeitosamente, à digna presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 194, parágrafo único do Regimento interno da Casa legislativa, interpor RECURSO em face do indeferimento do REQUERIMENTO 146/2019, publicado no diário oficial do dia 10 de dezembro do corrente ano, pelo fundamentos a seguir aduzidos.

O art. 194, XII do RIALE determina que serão sujeitos a imediato despacho do presidente da Assembleia Legislativa, requerimentos que versem sobre o preenchimento de lugar em comissão e que, do seu indeferimento, caberá recurso ao plenário, conforme o disposto no parágrafo único.

Art. 192. Requerimento é a proposição pela qual o Deputado ou Comissão solicita informações ou providências da Assembleia, a outros Poderes, ou órgãos públicos, bem como, manifestação de caráter público do Legislativo.Art. 194. Serão verbais ou escritos, e imediatamente despachados pelo Presidente, os requerimentos que solicitem:XII - preenchimento de lugar em Comissão;Parágrafo único. Em caso de indeferimento caberá recurso ao Plenário.

Desta forma, destaco que no dia 26 de novembro protocolei o requerimento 146/2019, por meio do qual me insurgi contra o ofício 002/2019 do Partido Solidariedade, que solicitava a minha substituição nas Comissões de Orçamento e de Ética.

Entretanto, no dia 10 de dezembro foi publicada a resolução 058/19, alterando a composição das referidas comissões, fato que motivou a interposição do presente recurso, para que seja decidido definitivamente pelo plenário, sanando qualquer dúvida regimental quanto ao tema.

Ocorre que o art. 30 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa de Roraima determina que “os membros das comissões são designados pelo Presidente da Assembleia, por indicação dos líderes das bancadas ou dos blocos parlamentares”. Entretanto, o art. 51 do mesmo códex deixa claro que “a vaga na comissão verificar-se-á por renúncia, perda do lugar, cassação do mandato, por opção ou desfiliação partidária pelo qual foi feita a indicação”.

Vale destacar que não foi caso de renúncia, eis que a Deputada Catarina Guerra não tinha esse interesse, não foi caso de perda do lugar, uma vez que a Deputada não faltou às reuniões ordinárias 03 vezes consecutivas e nem 06 vezes alternadas, não foi o caso de desfiliação partidária, menos ainda de cassação de mandato. Essas sim, seriam as opções que autorizariam a líder de bancada ou de bloco parlamentar indicar substituto, tal como determina parágrafo 3º do artigo 51 do RIALE.

Desta forma, resta claro que o RIALE não é omisso quando não prevê a possibilidade de substituição dos membros da comissão a qualquer momento, por qualquer circunstância ou circunstância nenhuma, uma vez que simplesmente optou por não abrir essa possibilidade aos lideres das bancadas ou blocos, sendo TAXATIVA as hipóteses de verificação de vaga

§2° - A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.

§ 3° - A contratação de novo aprendiz em substituição àquele cujo contrato for extinto só se realizará quando do início de nova turma de aprendizagem, conforme cronograma estipulado previamente pela entidade formadora em qualificação profissional, devidamente registrada no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA.

Art. 3º A aprendizagem regulada nesta Lei constitui-se em ação prioritária no âmbito do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual, sendo que as despesas referentes à contratação das entidades sem fins lucrativos e dos aprendizes, na forma estabelecida por essa legislação, ocorrerão por conta de dotações orçamentárias específicas.

Parágrafo único. O Fundo Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente deverá financiar, de forma complementar, ações e serviços de formação profissional de adolescentes como aprendizes.

Art. 4° A Administração Pública Estadual somente poderá contratar empresas que atendam, integralmente, a Lei da Aprendizagem.

§1° - A comprovação do cumprimento da obrigação prevista no art. 8 deverá ser feita mediante apresentação de declaração emitida pelo órgão de inspeção do trabalho em nível federal.

§2° - As empresas que tenham contrato em vigor com a Administração Pública estadual na data de publicação desta lei deverão apresentar a declaração mencionada no parágrafo anterior no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de ficarem impedidas de renovar ou celebrar novos contratos com Administração Pública estadual pelo prazo de 5 (cinco) anos.

§3° - As empresas que não atenderem ao disposto neste artigo ficam impedidas de celebrar contratos com a Administração Pública Estadual.

Art. 5º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Sala de Sessões, 18 de fevereiro de 2020.JORGE EVERTON BARRETO GUIMARÃES

Deputado Estadual - MDBJUSTIFICATIVA

Segundo critérios do IBGE (PNAD Contínua), havia em 2016, no Brasil, 1.834.910 (um milhão oitocentas e trinta e quatro mil novecentas e dez) crianças e adolescentes em situação de Trabalho Infantil. Desse grupo, 1.644.760 (um milhão seiscentos e quarenta e quatro mil setecentos e sessenta) são adolescentes de mais de 14 anos. Isso significa que 89,63% dos adolescentes em situação de Trabalho Infantil poderiam ser afastados da situação ilícita por meio da Aprendizagem Profissional, confirmando que o Programa de Aprendizagem Profissional, legalmente instituído, se enquadra como uma política pública de combate ao trabalho infantil.

A Aprendizagem Profissional representa a possibilidade de que adolescentes se qualifiquem para uma função, aumentando, assim, a probabilidade de que sejam inseridos, definitivamente, no mercado. Ademais, o Programa de Aprendizagem no Brasil nem de longe se restringe à tarefa de qualificação profissional, como ocorre em outros países do mundo. Diante dos alarmantes números de trabalho infantil irregular brasileiros, e diante da constatação de que grande parte dos adolescentes nessa situação poderiam ser aprendizes, a aprendizagem se apresenta como ferramenta contra a exploração de adolescentes no trabalho. Por se consolidar por meio de um vínculo formal, com especificidades que não ignoram as características especiais dos adolescentes, a aprendizagem garante não só um tratamento lícito e digno aos aprendizes em sua rotina de trabalho. Assegura também que outros direitos, como à frequência à escola regular, sejam respeitados, impedindo a mutilação do presente e do futuro de inúmeros jovens envolvidos. Sendo assim, muito mais do que qualificar adolescentes, o Programa de Aprendizagem brasileiro tem a função de prevenir que os aprendizes já inseridos venham a ser lesados em situações de trabalho infantil irregular.

Registra-se que em Roraima, em novembro de 2019, segundo dados do CAGED, 991 aprendizes encontravam-se inseridos no mercado de trabalho de forma protegida. Nesse cenário, em que o Programa de Aprendizagem se mostra tão relevante para a sociedade, a importância da participação dos estados não pode ser ignorada. De acordo com o Decreto nº 9.579, de 2018, do então Presidente Michel Temer, para que a Administração Pública contrate aprendizes, faz-se necessário regulamento específico. Segundo o art. 58,

Page 9: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

9BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

Ocorre que, a questão foi acatada pelo presidente em exercício, porém não foi resolvida, sendo solicitado que fosse apresentada por escrito, para as providências pertinentes.

Primeiramente, cabe destacar que nos termos do art. 30 do Regimento Interno, os membros das comissões serão designados pelo presidente. Entretanto, tão regramento não faz qualquer distinção entre a forma de designação dos membros das comissões permanentes e temporárias, elencadas no artigo 29.

Art. 29. As Comissões da Assembleia são: I - Permanentes, as que subsistem nas legislaturas; II - Temporárias, as que se extinguem com o término da legislatura ou antes dele, se atingido o fim para que foram criadas ou findo o prazo estipulado para o seu funcionamento. Art. 30. Os membros das Comissões são designados pelo Presidente da Assembleia, por indicação dos Líderes das Bancadas ou dos Blocos Parlamentares.

Além disto, o dispositivo acima não menciona por qual instrumento serão realizadas as designações dos membros das Comissões. No entanto, mais adiante, o art. 191 do RIALE determina que os projetos de resolução se destinam a regular matéria de caráter político ou administrativo, com eficácia de lei ordinária, de competência privativa, sobre o que deve a Assembleia pronunciar-se, tais como:

II - Constituição de Comissões Temporárias;VI – Qualquer matéria de natureza regimental;VII - Todo e qualquer assunto de organização, economia, política interna e dos serviços administrativos;

Neste sentido, percebe-se que a resolução seria o instrumento normativo regulador da matéria em questão, já que foi destinada a tratar tanto da constituição das comissões temporárias, quanto das questões internas e serviços administrativos da Assembleia, bem como qualquer matéria de natureza regimental, dentre os quais se encaixam as comissões permanentes.

Ademais, o próprio art. 191 não faz qualquer distinção entre as espécies de resolução, legislativa e administrativa, como afirmado pela Superintendência Legislativa, tão pouco diferencia sua forma de edição, ao passo que o parágrafo único assim determina:

Parágrafo único. O Projeto de Resolução será aprovado por maioria simples e em turno único, ressalvado quando tratar de alteração deste Regimento.

Desta forma, destaco que no dia 10 de dezembro do corrente ano, foi publicado em diário a resolução 058/2019, que alterava incisos da resolução 003/2019, sem, igualmente, indicar a distinção entre as espécies normativas e sem observar os preceitos do art. 191 parágrafo único do RIALE.

RESOLUÇÃO Nº 58/19 Altera os incisos VII, XVII e XX da Resolução n° 003/19, que designa a composição das Comissões Permanentes da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima para o biênio 2019/2020.

Isto posto, nos termos do art. 194, IV do Regimento Interno, SOLICITO que a questão de ordem por mim levantada seja resolvida definitivamente pelo Presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, para que seja esclarecida a diferença entre as espécies de resolução, bem como a sua forma de edição e aprovação, já que, conforme noticiado, independeria de tramitação legislativa, assim como indique os preceitos legais e regimentais que embasam tal distinção, a fim de sanar quaisquer dúvidas regimentais futuras, pacificando, assim, o entendimento a ser adotado por todos os parlamentares integrantes desta Casa.

Nestes termos, Pede Deferimento.

Catarina GuerraDEPUTADA ESTADUAL

REQUERIMENTO Nº 162 /2019Excelentíssimo SenhorDep. Jalser Renier PadilhaPresidente da Assembleia Legislativa do Estado de RoraimaSenhor Presidente,

O Deputado que a este subscreve amparado no que determina o Art. 104, inciso V, do Regimento Interno deste Poder, requer de Vossa Excelência a retirada de Tramitação do Projeto de Lei nº 167/2019, que:

nas comissões, tendo os parlamentares indicados direito de permanência nas respectivas comissões pelo período de dois anos, conforme inteligência do art. 33, senão vejamos:

Art. 33 – A nomeação dos membros das Comissões Permanentes far-se-á no prazo de 5 (cinco) dias a contar da instalação da primeira e da terceira Sessões Legislativas Ordinárias, e prevalecerá pelo prazo de dois anos.

Pelo exposto, não se verifica no RIALE qualquer omissão legítima que possibilitasse a aplicação subsidiária do Regimento Interno da Câmara dos Deputados como pretendia o Partido Solidariedade, por meio da Líder da Bancada.

Neste sentido, chamo atenção ao parecer emitido pela Procuradoria Geral da Casa Legislativa, que desconsiderou totalmente os fundamentos do requerimento apresentado pelo partido solidariedade, no que tange a aplicação do regimento interno da Câmara Federal, para legitimar o pedido com base no próprio art. 51 do RIALE, considerando que a sua parte final autorizaria o partido a substituir os membros a qualquer tempo, em função do termo “por opção”.

Art. 51 - a vaga na comissão verificar-se-á por renúncia, perda do lugar, cassação do mandato, por opção ou desfiliação partidária pelo qual foi feita a indicação

Ocorre que nem mesmo a líder do partido entendeu que o termo acima citado lhe conferia tal prerrogativa, motivo pelo qual invocou o Regimento da Câmara Federal, sob alegação de omissão do RIALE.

Enfatizo que, de igual maneira, não é este o meu entendimento. Não creio que o art. 51 autoriza a substituição dos membros da comissão imotivadamente e a qualquer tempo. Ademais, não vislumbro a ocorrência de qualquer omissão.

Pelo exposto, existindo divergências de entendimento quanto a aplicação correta do art. 51 do RIALE, vejo que a questão deve ser definitivamente decidida pelo Plenário, que é soberano em suas decisões, para que duvidas futuras não embaracem o andamento dos trabalhos desta Casa.

Por fim, acrescento que o próprio art. 16 do Estatuto do Partido Solidariedade, invocado pela Líder do Partido no requerimento apresentado, determina que cabe a ela expressar as posições da bancada, decididas através de reuniões periódicas, o que igualmente não foi o caso, uma vez que a Deputada que a esta subscreve não tomou parte de qualquer discussão, reunião ou mesmo foi cientificada acerca da substituição pretendida no âmbito das Comissões Permanentes desta Casa Legislativa.

§ 1º - Além das atribuições estabelecidas pelos regimentos das Casas Legislativas cabe ao Líder expressar as posições da bancada, decididas através de reuniões periódicas, e coordenar as ações parlamentares necessárias à defesa dos interesses do Partido.

Pelo exposto, não se verificando qualquer das hipóteses da vacância nos Comissões de Orçamento e de Ética Parlamentar, nos termos do art. 192 e 194, XII do RIALE, venho, por meio do presente RECURSO, REQUERER que seja analisado pelo plenário a possibilidade regimental dos lideres de bancada ou blocos realizarem a qualquer tempo a substituição dos membros das comissões permanentes e, caso não prevaleça o entendimento de tal possibilidade, seja garantido pelo plenário, a minha permanência nas referidas Comissões, uma vez que não manifesto interesse em qualquer substituição.

Boa Vista – RR, 16 de dezembro de 2019Catarina Guerra

DEPUTADA ESTADUAL

REQUERIMENTOS

REQUERIMENTO Nº 159/2019 Boa Vista – RR, 12 de dezembro de 2019.

AoDeputado Estadual Jalser Renier PadilhaPresidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de RoraimaSenhor Presidente,

Na sessão plenária do dia 11 de dezembro do corrente ano, apresentei questão de ordem, com base no art. 191, parágrafo único do Regimento Interno, para que fosse esclarecida a diferença entre as espécies de Resoluções Legislativa e Administrativa, conforme repassado à Folha de Boa Vista pela Superintendência Legislativa desta Casa.

Page 10: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

10 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Registrado então que não há nenhuma objeção quanto à transmissão ao vivo.

A senhora está sendo ouvida neste momento como testemunha. Então, nessa condição, precisa prestar o compromisso de dizer a verdade, somente a verdade do que lhe for perguntado.

A senhora presta esse compromisso de dizer a verdade? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Sim. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Vamos dar início ao

seu depoimento, passando a palavra à deputada Lenir, uma das autoras do relatório preliminar do contrato que está sobre análise, que é o contrato da Secretaria de Saúde com a COOPEBRAS.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Boa tarde. Senhora Kátia, a senhora foi nomeada pelo Decreto nº 130P, de 23 de janeiro de 2015, e estava na função de Gerente-Geral de Cotação. Nos autos da COOPEBRAS, consta orçamento somente das empresas Clínica São Mateus e Hospital Loty Iris, e tem uma justificativa de que não foi realizada pesquisa no site Banco de Preço, dizendo que o serviço de mão de obra não constava, mas nós entramos em contato com o site e tem sim no Banco de Preço. A que a senhora atribuia à época esse caso?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Realmente, no Banco de Preço tem alguns serviços referentes à cooperativa, mas não especificado como está especificado no processo da SESAU. São especificações totalmente diferentes como consta no Banco de Preço.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Então, a senhora realizou a pesquisa?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Sim. No Banco de Preço tem. Tem algumas pesquisas, entendeu? Em relação à cooperativa, porém, não como é feito o pedido pela Secretaria de Saúde, as especificações são totalmente diferentes. Então, quando a gente faz uma cotação pelo Banco de Preço, a especificação tem que ser compatível com a do pedido do processo.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Então, essas especificações da COOPEBRAS aqui em Roraima são diferentes do resto do país?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Pelo menos do estado de Roraima, sim. Se a senhora verificar também no Banco de Preço, todos os estados são diferentes. Nenhum estado é igual ao outro.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - A senhora tinha à época alguma relação de parentesco com alguém do primeiro escalão do governo?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Não. Não conhecia ninguém

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Qual a sua formação? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Sou formada em

turismo. Sou pregoeira. Tenho curso de Pregoeiro em Gestão Pública, fiz vários cursos relacionados à licitação.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - E antes da senhora trabalhar como Gerente-Geral de Cotação, a senhora trabalhou onde?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Trabalhei na FETEC.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - A senhora tem alguma relação de parentesco com alguém que compõe a diretoria da COOPEBRAS?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - A senhora tinha quantas

pessoas na sua equipe? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Cinco pessoas

comigo. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - E a senhora

acompanhava pessoalmente e assinava tudo da pesquisa? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Sim. Pessoalmente. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Na sua gestão, também

como Gerente-Geral de Cotação, nós observamos também que não houve pesquisa no site Banco de Preço em relação ao processo da CARBOX. É também totalmente diferente do resto do país?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Da CARBOX, realmente, quando eu entrei na gerência de cotação, foi um processo que já estava em andamento. Não tínhamos Banco de Preço. Na época não se utilizava Banco de Preço na SESAU. Em 2015 não se utilizava Banco de Preço na SESAU, pelo menos na cotação, quando eu entrei não tinha Banco de Preço.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - A senhora, de igual forma, tem relação de amizade ou parentesco com alguém que constitui a direção da CARBOX?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Não conheço ninguém.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Por acaso a senhora

Dispõe sobre a criação da Delegacia Eletrônica de Proteção Animal-DEPA, no Estado de Roraima, e dá outras providências.

Sala de Sessões, 19 de dezembro de 2019.CHICO MOZARTDeputado Estadual

DAS COMISSÕES

ATA DA 19ª REUNIÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

58º PERÍODO LEGISLATIVO DA 8ª LEGISLATURAPRESIDÊNCIA DO SENHOR DEPUTADO CORONEL CHAGAS

Às quatorze horas e cinquenta e dois minutos do dia vinte e seis de novembro de dois mil e dezenove, no Plenário desta Casa Legislativa, sob a presidência do Deputado Coronel Chagas, deu-se a décima nona reunião ordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada nos termos da Resolução nº 041/19, alterada pela Resolução nº 044/19.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Solicito ao Senhor Secretário desta Comissão que proceda à verificação de quórum para início da reunião.

O Senhor Secretário Henrique Pinheiro – Há quórum, Senhor Presidente

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Havendo quórum regimental, sob a proteção de Deus e em nome do povo roraimense, declaro aberta a presente reunião. Registro a presença dos Deputados Coronel Chagas - Presidente, Nilton Sindpol- Vice-Presidente; Jorge Everton - Relator, Deputada Lenir Rodrigues – membro e Soldado Sampaio – membro.

Solicito ao Secretário que proceda à leitura da Ata da reunião anterior. Na verdade, nós temos a Ata da 18ª reunião e também a Ata da 12ª reunião que ainda não foi deliberada nesta Comissão.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Senhor Presidente, tendo conhecimento do conteúdo das Atas da reuniões anteriores, requeiro a supressão da leitura das mesmas.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Nós temos duas Atas da 18ª e 12ª reuniõeso. Acato o requerimento pela dispensa da leitura e as coloco em discussão.

Não havendo quem queira discuti-la, passamos para votação. A votação será simbólica: os deputados que concordarem com as Atas permaneçam como estão. Aprovadas as Atas da 12ª e 18ª reuniões.

Temos no expediente três ofícios oriundos da Secretaria de Saúde: Ofícios nºs 3662/19, 3742/19 e o 1579/19, todos da Secretaria de Saúde, atendendo requisições, informações feitas por esta CPI.

Na Ordem do Dia, atendendo a convocação de Requerimento do Deputado Nilton Sindpol, encontram-se nas dependências desta Casa as seguintes pessoas que vão prestar depoimentos: o Senhor Renato Michel Moreno Benedetti, Pregoeiro da SESAU; a Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves, Gerente-Geral de cotação; a Senhora Consolata Farias Alves, Coordenadora-Geral de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, e Elinalda da Silva Oliveira, Gestora do Contrato.

Essas pessoas foram intimadas mediante requerimento do Deputado Nilton, aprovado nesta CPI, para prestarem esclarecimentos sobre o Processo de Licitação nº 206010730416 e o Contrato nº 186/2017, da SESAU com a empresa COOPEBRAS.

Solicito à assessoria desta Casa que conduza a esta CPI a Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves.

Boa tarde, senhora Kátia. Seja bem-vinda. Eu sou o deputado Coronel Chagas, Presidente da CPI. Ao meu lado direito, o deputado Nilton, vice-Presidente; deputado Jorge Everton, Relator da CPI e a deputada Lenir, que também faz parte desta Comissão Parlamentar de Inquérito.

Vamos fazer a leitura da Ficha de Identificação que a senhora preencheu. Vou pedir ao deputado Jorge Everton que faça a leitura. Caso haja algum dado que tenha sido lido incorretamente, solicito que a senhora faça a correção.

O Senhor Relator Jorge Everton – Ficha de Identificação da senhora Kátia Regina Cavalcante Alves: RG 104 4182; CPF 381 990 412 34; Filação: Maria das Dores Cavalcante Alves e Francisco Pereira Alves; Nascida em 02/07/73; Funcionária Pública; Brasileira; Solteira. Residente à Rua Pedro Vasconcelos. Assinada pela depoente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhora Kátia, seja bem-vinda. Agradecemos o seu atendimento à convocação desta CPI. Informo à senhora que o seu depoimento está sendo registrado através de gravação de vídeo e áudio e registrado em CD-ROM, e também está sendo transmitido ao vivo pela TV/Assembleia. Eu lhe pergunto se a senhora tem alguma restrição quanto a transmissão do seu depoimento?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Não.

Page 11: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

11BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Não. O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Certo. Apenas três

empresas compareceram ao certame e diante dessa ampla divulgação, a deputada Lenir perguntou sobre esse Banco de Preço. A senhora sabe dizer porque em 2015 a empresa ainda não existia Banco de Preço que a Secretaria de Saúde pudesse utilizar essa ferramenta para dirigir as licitações?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Eu não sei lhe dizer, porque quando eu entrei nesse processo já estava em andamento e eu nem sabia que existia o Banco de Preço na época. Com o tempo fomos entrando e se habituando com a cotação, fiz pesquisa com relação a esse Banco de Preço e foi quando foi feita a contratação, mas, nesse processo não existia o Banco de Preço. A SESAU não utilizava o Banco de Preço ainda.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A Senhora já foi servidora do Poder Legislativo?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Sim. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A Senhora trabalhou em

que local da Assembleia? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – No PROCON. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Em qual período? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Desde março e

saí no mês passado. O Senhor Deputado Jorge Everton – Qual foi sua resposta

sobre o Banco de Preço? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Da COOPEBRAS

o Banco de Preço já existia, eu estou falando do outro que a deputada perguntou.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Senhor Presidente, me dou por satisfeito. Obrigado.

O Senhor Relator Jorge Everton – Boa tarde. Em primeiro lugar gostaria de saber sobre a relação da CARBOX, qual era o seu papel nesse processo?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Eu só cotava. O Senhor Relator Jorge Everton – Você só fazia cotação? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Só fazia cotação. O Senhor Relator Jorge Everton – Explica para a gente

como ocorre uma cotação dessas. Por exemplo, na CARBOX, como você procedeu essa cotação para que a CPI possa entender esse contexto?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – É aberto o processo, depois que fazem toda especificação de como eles querem a aquisição e o serviço, eles mandam para a gerencia de cotação. Nessa gerencia de cotação, como na época não existia o Banco de Preço...

O Senhor Relator Jorge Everton – A Senhora já era a gerente? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Sim, eu entrei em

março ou abril de 2015 e o processo já estava em andamento... O Senhor Relator Jorge Everton – O processo da CARBOX?

O processo emergencial? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves– Eu não me recordo

se ele é emergencial e também não me recordo a data em que eu entrei. O Senhor Relator Jorge Everton – Existiam dois processos, um

emergencial e outro que foi licitado. A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Isso, eu estou

falando do licitado, eu acho que o emergencial... O Senhor Relator Jorge Everton – Do emergencial você não

participou? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Exatamente. Eles

mandavam para a cotação. Como na época não existia Banco de Preço, a gente dispara e-mail.

O Senhor Relator Jorge Everton – Você lembra qual foi o ano? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – 2015. A gente

dispara e-mails para empresas que fazem o serviço. A gente faz uma pesquisa na internet de empresas que fazem esse tipo de serviço e daí a gente começa a disparar e-mails.

O Senhor Relator Jorge Everton – Certo. A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Então, a gente

espera um tempo. O Senhor Relator Jorge Everton – Houve resposta? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Não. O Senhor Relator Jorge Everton – Nenhuma empresa se

interessou? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Eles não

respondem muito a e-mails, eles vão lá e pedem cotação, pedem a planilha, mas, em relação a e-mails, eles não mandam. Quando a gente liga solicitando dizendo que a gente precisa de uma cotação específica, é quando eles vêm ao estado, que foi o que aconteceu, as empresas foram, entregaram pessoalmente. Se eu não me engano, tem uma que tem e-mail.

atendeu algum pedido especial de alguém que pudesse acelerar ou beneficiar a proposta da COOPEBRAS.

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - E da CARBOX? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Satisfeita, senhor

presidente. O Senhor Presidente Coronel Chagas - Com a palavra o

deputado Nilton Sindpol. O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Boa tarde, Dona Kátia. A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Boa tarde. O Senhor Deputado Nilton Sindpol - A senhora disse que tem

o curso de Pregoeira. A gente verificou nos autos que essa modalidade de licitação não teve uma ampla pesquisa de mercado e a senhora como conhecedora, sabe informar aqui por que não houve essa ampla pesquisa e por que foi pregão presencial?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Esse da CARBOX que o senhor está falando?

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Da COOPEBRAS. Estamos analisando os contratos da cooperativa, já que é um processo de valor vultuoso. Então, a senhora há de concordar que todo cuidado em obediência à legislação, ela deve, é claro, sempre primar...

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Esse processo da cooperativa, ele foi publicado no jornal Folha de Boa Vista, que é o jornal de maior circulação. Ele foi publicado no site da Secretaria de Saúde e a gente enviou e-mail para algumas empresas. Tem tudo no processo isso.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - É porque nós não temos isso aí, pelo menos não está no processo que a gente fez análise.

Dona Kátia, nós encontramos colocados no processo, segundo o que está no processo, pesquisa, da clínica São Mateus, Hospital Loty Iris e COOPEBRAS. Só que não encontramos em local nenhum uma formalização dessas solicitações de valores. Tem lá os valores...

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Quando a gente faz a cotação, a gente publica primeiro na folha de Boa Vista, que é um jornal de ampla circulação. Publica que nós estamos fazendo a cotação para aquele serviço. Publicamos no site da SESAU, que é um site que todo mundo tem. Está lá, está publicado. Esse processo, a gente passou quase três meses para fazer a cotação. Está lá dentro do processo, a planilha de cotação, a publicação do jornal Folha, a publicação no site da Secretaria de Saúde e os e-mails. Estão tudo dentro do processo.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Eu estou perguntado é sobre a resposta. Se vocês formalizaram as empresas, como encontramos as três e as respostas? Porque o que temos lá é um quadro onde a senhora mesmo chancelou, assinou. Entendeu? E nós não encontramos documento algum dessas empresas.

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Mas se eu publico num jornal de ampla circulação, eles pegaram aquele jornal de ampla circulação e foram entregar a cotação na Secretaria. Já está ali divulgado. É o que gente faz

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Mas é isso que eu estou insistindo Dona Kátia. Não há no processo que nós analisamos qualquer documento dessas empresas. O que nós temos é um quadro que a senhora assinou com os valores. Nós não temos as empresas se manifestando, colocando os valores.

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Vocês estão dizendo que não tem dentro do processo a cotação das empresas. É isso?

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Justamente. A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Mas tem. O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Não há. A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Se vocês

forem à Secretaria de Saúde, está lá os documentos, tudo arquivado. Estou estranhando que não tenham dentro, mas tem sim. Tem a planilha, a publicação do jornal de ampla circulação, tem a publicação no site da Secretaria de Saúde, está tudo publicado.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Bom, dona Kátia, publicar é uma coisa, fazer parte do processo... é isso que estamos questionando, p orque dentro do processo em análise não constam esses documentos.

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Pelo menos, até onde eu sei, foi feito, está no jornal, está até aqui. O senhor quer ver?

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Então, vamos por gentileza providenciar a cópia desses documentos para que a gente possa fazer análise.

Então, Dona Kátia, perguntado pela deputada Lenir, a senhora em algum momento teve contato com algum parlamentar, seja ele da esfera estadual ou federal para falar desse processo? A senhora recebeu algum valor indevido ou proposta nesse processo?

Page 12: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

12 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Não. Fora essas três empresas. Teve três cotações fora essas três empresas...

O Senhor Relator Jorge Everton – Então, essas três empresas apresentaram? Teve o mínimo de três cotações?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Sim. O Senhor Relator Jorge Everton – Sem mais perguntas, Senhor

Presidente. Obrigado. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Agradecemos a sua

participação, a sua presença e damos por encerrado o seu depoimento. Vou pedir para que a senhora aguarde mais alguns instantes para que assine seu termo de depoimento e, depois, a senhora estará liberada.

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Obrigada. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Solicito à Assessoria

que conduza a esta sala a Senhora Elinalda da Silva Oliveira. Boa tarde, Senhora Elinalda. Por favor, sente-se. Seja bem-

vinda. Senhora Elinalda, a Senhora foi convocada para prestar depoimento nesta CPI da Saúde por ter sido gestora de contrato enquanto servidora da SESAU referente ao contrato entre a Secretaria de Saúde e a COOPEBRAS. Eu vou solicitar ao Deputado Jorge Everton, relator desta CPI, para que faça a leitura da Ficha de Identificação. Mas, antes, quero registrar a presença do Senhor Leandro Souza dos Santos – OAB 1678, Seccional Roraima, que está acompanhando a Senhora Elinalda.

O Senhor Relator Jorge Everton - Ficha de Identificação da senhora Elinalda da Silva Oliveira: RG: 88.399 SSP/RR; CPF: 323.238.752-72; Filiação: Maria José da Silva Oliveira; Francisco Emógenis de Oliveira; Data do Nascimento: 30/12/1974; Profissão: Servidora Pública; Nacionalidade: Brasileira; Estado Civil: União estável; Endereço: Rua das Orquídeas.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Todos os dados estão corretos?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– Sim. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Solicito que a Senhora,

ao responder as perguntas, faça ao microfone, para que todas as suas respostas sejam gravadas. Eu informo também que seu depoimento está sendo registrado através de gravação de vídeo e áudio, será registrado no CD-ROM e também está sendo transmitido ao vivo pela TV-Assembleia. Eu pergunto a Senhora se existe alguma restrição quanto à transmissão ao vivo do seu depoimento?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– Não. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Fica registrado que não

há restrição por parte da depoente. A senhora está sendo ouvida aqui na condição de testemunha neste momento e como tal a senhora deverá prestar o compromisso de dizer a verdade, somente a verdade sobre o que lhe for perguntado. A senhora presta esse compromisso?

A senhora Elinalda da Silva Oliveira– Sim. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Vou passar a palavra

inicialmente à Deputada Lenir Rodrigues. Eu sou o Deputado Chagas, Presidente da CPI; Deputado Nilton é o Vice-Presidente da CPI; Deputado Jorge Everton é o Relator e a Deputada Lenir e o Deputado Soldado Sampaio são integrantes desta Comissão.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Boa tarde. A senhora foi nomeada gestora do contrato e antes a senhora era Coordenadora do CGTES, de 23 de junho de 2017 e passou a ser coordenadora a partir de 24 de julho de 2017. A Senhora confirma esse período?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– Fui nomeada coordenadora no dia 23 de junho de 2017. Eu estava na direção e passei a ser a coordenadora.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Como gestora do contrato nessa portaria, um mês depois, a senhora confirma?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– Sim. Quando eu assumi, quem é o gestor do contrato, é a função de coordenadora que assume essa gestão. Então, automaticamente, foi feita uma portaria para que eu fosse a gestora.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nós verificamos que houve uma solicitação para aumento quantitativo estimado mensal com base na inauguração do Hospital da Clínicas e bem como anexo do Coronel Mota. Na verdade nunca houve inauguração desse anexo. Como é que a senhora explica os valores informados e o aumento desse quantitativo?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– O quantitativo de profissionais?

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Sim.

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – O Hospital das Clínicas foi inaugurado. Se eu não me engano, a justificativa foi feita pelo aumento de imigrantes venezuelano e de outros países que viriam, se não me engano está escrito isso. E, não é do Coronel Mota, é do Hospital Geral,

O Senhor Relator Jorge Everton – Você lembra quantas empresas apresentaram cotação?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Eu acho que umas três empresas, se eu não me engano, foi em 2015. Acho que umas três empresas, uma não estava apta a participar.

O Senhor Relator Jorge Everton – A senhora acha ou tem certeza?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Eu acho. Não me recordo. Uma não estava apta a participar.

O Senhor Relator Jorge Everton – Qual era? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Se eu não me

engano era a IPES. Eu não me recordo, mas tinha uma que não era apta. O Senhor Relator Jorge Everton –Ok. Pode continuar. A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves - Daí a gente

formaliza essa planilha, só que é, tipo assim, é por serviço. Se você tem uma empresa e o seu CNPJ não fornece aquele serviço, você não pode participar da cotação.

O Senhor Relator Jorge Everton – Esse específico da CARBOX, que era par gases, apenas duas empresas estavam habilitadas a participar?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Exatamente. Porque nem todas as empresas vendem os mesmos gases que estavam sendo licitados no processo. A gente só pode colocar a empresa na cotação se ela fornecer aquele serviço.

O Senhor Relator Jorge Everton – Nesse contrato da CARBOX, por que só tinham duas cotações?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – É como eu lhe falei, as empresas, quando procuram a gente, elas fornecem o serviço que tem para fornecer. A gente não pode demorar muito tempo com uma cotação, até porque eram gases e a gente precisa mandar o processo para frente. Mas, assim, não teve nada de alguém chegar lá e dizer: tem que agilizar. Não. Estava muito tempo parado o processo.

O Senhor Relator Jorge Everton – Eu não estou entrando nesse mérito. É exigência do Tribunal de Contas da União que exista no mínimo três cotações.

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – No mínimo três cotações.

O Senhor Relator Jorge Everton – Pode acontecer de não ter as três cotações por não ter empresas e tem que justificar, e, mesmo assim, existe uma tomada de contas referente a essa situação. O fato de não ter as três, tem que ter apontamento na análise. Isso é fato e consolidado na jurisprudência do Tribunal de Contas da União. Houve essa justificativa, essa formalização no processo?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Sim. Lá tem uma certidão que fala. Toda formalidade da Lei 866, foi feita.

O Senhor Relator Jorge Everton – Na licitação referente a COOPEBRAS, a senhora lembra o ano?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – 2017. O Senhor Relator Jorge Everton – Já existia o Banco de Preço? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Já existia o Banco

de Preço. O Senhor Relator Jorge Everton – Eu não quero repetir a

pergunta dos colegas, mas, a senhora solicitou a pesquisa no Banco de Preço e viu que o referencial daqui era diferente do que constava no serviço, é isso?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – De outros estados, é isso.

O Senhor Relator Jorge Everton – Foi feita uma pesquisa em outras empresas que poderiam fornecer esse mesmo serviço?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Foi feito. O Senhor Relator Jorge Everton – E não foi localizado? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves– Não. É como eu

falei, a gente dispara e-mail, a gente manda... O Senhor Relator Jorge Everton – Quantas cotações foram

apresentadas nesse sentido? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Nenhuma cotação. O Senhor Relator Jorge Everton – Por qual motivo? A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Eles não

respondem. A gente liga, eles dizem que não estão interessados, que o estado não paga, é o que a gente mais ouvia na época. Eles não tinham interesse.

O Senhor Relator Jorge Everton – Então, no processo da COOPEBRAS não houve nenhuma cotação?

A Senhora Kátia Regina Cavalcante Alves – Teve três cotações. O Senhor Relator Jorge Everton – Então, estamos tendo falha

de comunicação, porque eu perguntei e a senhora disse que nenhuma empresa apresentou.

Page 13: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

13BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

explica esse excesso de carga horária ficando evidente o descumprimento contratual e legal que ultrapassa a questão da carga horária? Como vocês, já que a senhora pegou em andamento a recomendação do Ministério Público de Contas, se a senhora sabe explicar como vocês responderam isso e como contornou a situação?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Quanto à questão de como contornou, eu não tenho como explicar, porque foi feito via Secretário. Era o Secretário da pasta, o titular, que tratava desses assuntos com o MP de Contas, com o Ministério Público Estadual, qualquer um. O RH, em si, não participava dessas reuniões. Vinham as determinações, vinham as ordens e a gente cumpria. Tá?

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Dona Elinada, nessa época da senhora como gestora de contrato, quem era o seu chefe imediato?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – o Titular era o César Pena. Paulo Linhares era o Segundo-Secretário e o Terceiro era a Betânia. Depois trocou, porque houve várias trocas. Paulo Linhares passou a ser titular por pouco tempo e a Betânia continuou como Segunda-Secretária, não lembro quem era o terceiro. Só sei que o terceiro titular depois do Paulinho, foi Ricardo que era controlador na época desse processo, dessa licitação, era ele quem era o controlador e foi trocando. Aí teve o Marcelo Batista e vários titulares. Durante o tempo que eu passei na gestão, foi um troca-troca de secretários.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E esses números de plantões, quando se colocou esses números de seis mil plantões na capital, eles foram baseados em quais unidades?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Na inauguração do Hospital das Clínicas que foi inaugurado de fato e a previsão de que seria inaugurada, ainda naquele ano, o anexo, que tinha necessidade e ainda tem, mas não houve. E também, está falando sobre os excessos de atendimentos, não sei se a senhora chegou a ler isso, atendimentos a venezuelanos que estavam aumentando naquela época, que foi quando começou a migração. Então, foi uma base nisso e foi feito com a ajuda da Secretária à época.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Qual Secretária? A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Secretária Betânia. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Houve algum pedido

pessoal, ou de chefe imediato ou de alguém do primeiro escalão do governo na época, para que a senhora atestasse esses plantões a maior?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Pessoal, não. Foi tudo tratado na própria Secretaria com os Secretários, nunca tive acesso ao primeiro escalão.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora tem ou teve relação de amizade com algum membro da Diretoria da COOPEBRAS?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Não, era totalmente profissional. Eles levavam as notas, nós entregávamos documentos para eles, né? Normal, protocolado, assim...

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Quais os representantes da COOPEBRAS que a senhora teve acesso profissionalmente?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – As notas eram sempre entregues pelo seu Edivaldo. Ele entregava no balcão, a gente assinava uma via de recebido, a pessoa que está no balcão - pois lá tinha uma recepção - entregava e despachava para a coordenação. Então, isso passava já a ser conferido, porque a gente fazia o consolidado com as informações que os diretores mandavam das unidades de cumprimento de plantão.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Dona Elinalda, assim, na gestão do contrato, a senhora tinha a oportunidade de checar uma planilha das cargas horárias para saber? Se a senhora desconfiasse de algum plantão inexistente, a senhora teria capacidade de enxergar isso?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Conferir, né? O processo, o contrato, ele tem, além dos fiscais, que a gente chama de fiscal, que ficavam nas unidades, não é? Porque os diretores de unidades eles controlam a escala de todos os servidores efetivos, cooperados, comissionados e etc..., então, eles enviavam isso para a gente assinado, que eles cumpriram aquela carga horária, que eles cumpriram aqueles plantões, e quando vinha para a gente, nós consolidávamos, eu e a fiscal, porque tinha uma fiscal, não sei se ela vai vir aqui, e nós conferíamos de acordo com quando a cooperativa mandava a fatura. Então, nós pegávamos todas as informações que as unidades mandavam para conferir se o médico X fez aqueles plantões e quando tinha erro, a gente pedia para corrigir.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Certo? Então, a senhora mesmo não tinha como verificar se aquele plantão tinha sido cumprido ou não, quem tinha que verificar era o fiscal da unidade?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Era o diretor da unidade, por quê? Porque, um exemplo, no Uiramutã, não tinha como estar e então a gente tinha que confiar em nosso subordinado que ele está mandando uma informação verídica.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Qual a sua formação,

do anexo do Hospital Geral... A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nos autos está o anexo. A senhora Elinalda da Silva Oliveira – Anexo do Hospital

Geral. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O que não foi

inaugurado? A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Sim, até hoje, não sei

o porquê ainda não foi inaugurado. Mas, para que isso funcionasse como era previsto, precisava de um número maior de profissionais, porque iam funcionar mais duas unidades, porque o Hospital das Clínicas passou a funcionar. Não sei se está como era na minha época, mas foi inaugurado e a previsão era inaugurar o anexo.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A Senhora lembra o quantitativo que era antes e o que a senhora aumentou?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Não, não lembro. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nos autos consta que

foram aumentados seis mil plantões. Desses seis mil plantões, pelo que a gente analisou, a gente viu que eram seis mil na capital e mil no interior, mas, foi colocado só seis mil. Então, o que foi que a levou a basear esses dados, essa quantidade?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Primeiro, quando eu assumi, já tinha passado a fase da licitação, certo? Estava na fase apenas de assinatura do processo, foi quando foi detectado, pelos secretários que o acompanhavam- lá são três secretários- que não seriam o suficientes pela estimativa que fizeram, foi logo que assumi, para atendimento, inaugurando, primeiro o Hospital das Clínicas, segundo, a previsão de inauguração do anexo que não tinha – se é daqui a um mês, se é daqui a dois meses, que ia inaugurar e não inaugurou, não sei o porquê. Então, com base nisso... Esses seis mil plantões, são plantões, se não me engano, de doze e vinte e quatro horas. É isso ou são seis horas? São plantões/hora, resumindo, entendeu? Que seriam distribuídos.

A Senhora Deputada a Lenir Rodrigues – A senhora estava no cargo de gestora do contrato quando o Ministério Público de Contas fez a recomendação nº 02/17?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Eles pediram antes. Foi feita essa recomendação. Quando eu assumi, já tinha um pedido, a gente já estava caminhando, tentando cumprir com essa recomendação. Inclusive, passou por todos os órgãos de controle. Mesmo com esse aumento, que foi feita essa planilha, não foi logo de imediato assinado esse contrato não, esse processo volta para a CCE para que sejam novamente analisados esses aumentos e tudo. Se for observar, dentro dos autos é para estar a passagem dos autos pelos órgãos de controle.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Olha, na sua gestão, nós detectamos que tinha um folha de produção de médicos recebendo de quarenta até sessenta horas semanais e plantões nas mesmas unidades. Tipo: eles tinham o pagamento de quarenta horas semanais mais plantões em unidades laboratoriais, inclusive, detectamos que houve plantões no Coronel Mota, e o Coronel Mota não existe à noite, é só de manhã e à tarde.

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – É ambulatório. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – É ambulatório,

principalmente, só pela parte da manhã. Como é que a senhora explicou isso, já que não tem internação e não comportava...

Excelência, o advogado, se ele quiser... O senhor tem que pedir para orientá-la fora e não responder por ela.

O Senhor Leandro Souza dos Santos – Estou só complementando...

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Não pode. Não pode. Excelência, Presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhor advogado. Solicito ao senhor advogado que ... Esta é uma CPI, é como um inquérito. Então, ela está sendo ouvida na condição de testemunha e é muito importante o depoimento dela e as informações passadas por ela. Agora, se houver alguma situação em que está sendo infringido algum direito dela, aí o senhor poderá, evidentemente, se manifestar e pedir que seja registrado isso.

O Senhor Leandro Souza dos Santos – Senhor Presidente, eu só queria dizer que eu só lembrei um pequeno detalhe à ela aqui, porque essas perguntas não foram disponibilizadas antes e não sabíamos. Então, certos detalhes era só para que ela não esqueça e além do que ela falar, ela acrescente um determinado detalhe que, no ponto de vista do conhecimento que ela tem, seria importante, inclusive para acrescentar uma melhor resposta para a CPI.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – OK. Então, só vou solicitar ao senhor que deixe-a responder e, ao final, se faltar alguma coisa, o senhor poderá informá-la para que acrescente. Perfeito?

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Então, como a senhora

Page 14: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

14 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

era uma coisa que poderia ser algo que poderia dizer que aquele servidor foi lá no horário de trabalho, mas, mesmo assim, ele poderia bater o ponto e ir embora. Então, a gente tinha que confiar, inclusive hoje ainda continua assim. É quase que impossível deputado, eu fui muito no interior, fui em quase todos, não fui em Santa Maria do Boiaçu e nem Uiramutã, mas os outros todos eu fui e, quando chegava lá verificava não só os médicos, porque não eram só eles que eu geria, todos os profissionais, quem estava na escala e quem estava no plantão. Era muito difícil se ausentar muito do trabalho, uma vez que o RH da Sesau cuida de todos os profissionais da saúde, até os federais. Então, era um pouco difícil está toda semana no interior, eu ia nos mais próximos, fui muito em Rorainópolis. Mas, no fim a gente tinha que confiar.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Com qual frequência a senhora chegou a ir nesses municípios, e, quando a senhora chegava lá, pegava a escala e conferia se o médico estava lá? A senhora ia lá e visualizava o médico? Tinha contato com ele e com os outros servidores?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Sim, senhor. Chegava a falar com ele. Em Rorainópolis fui muitas vezes, até por ter o maior hospital da região sul, tinham muitos problemas funcionais ou administrativos que tinham que resolver e nos pediam ajuda. Então, a gente ia só para orientar, para dizer como funciona. Eu ia muito lá e falava com os médicos.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Em algum momento a senhora teve conhecimento de algum servidor que constava na folha e ele não trabalhava efetivamente na unidade e que estaria à disposição de algum parlamentar ou até fora do país? A senhora teve esse tipo de informação, senhora Elinalda?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– Não. Na minha gestão não, deputado.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A senhora teve algum conhecimento de pagamento de direção de unidade hospitalar, por meio de plantões?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– Que tipo de plantão? O Senhor Deputado Nilton Sindpol – O diretor de unidade

hospitalar ser pago via plantões? A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Da saúde, nosso? Não.

Primeiro porque nós não temos plantões, a gente, a saúde, tem hora extra que são poucas hoje, é só para a enfermagem e acho que algumas outras categorias, se não me engano. Mas, não tem para servidor administrativo, nem entra na folha, pelo menos na minha gestão não acontecia isso.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Diretor de unidade hospitalar nenhum era pago via plantão?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– Não. Os diretores que recebiam, tinham cargos comissionados. Vou dar um exemplo do Baliza, que era unidade mista, onde o diretor não recebia pelo estado, recebia pela prefeitura, por ser unidade mista. E, quando não era unidade mista, era nomeado em um cargo comissionado, cujo valor variava porque não tinha um cargo determinado naquela unidade. Então, para o servidor não ficar sem gratificação, ele recebia em cargo comissionado. Isso é o que eu sei.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Em notas, a gente teve acesso a notas onde diretores recebiam por plantões, como funcionava isso? O diretor da unidade também recebia plantões?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– Mas, por onde? O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Pelo contrato da

COOPEBRAS, nós estamos tratando aqui única e exclusivamente do contrato da COOPEBRAS.

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– O Senhor não está falando do diretor administrativo, o senhor está falando do diretor clínico, diretor médico, não é isso?

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Isso. A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Como eu lhe disse, a

unidade me informava uma escala de trabalho de plantão, então, em meu conhecimento, com a afirmação daquele diretor administrativo, aquele médico cumpriu plantão tal dia, tal dia e tal dia. Então, é assim, se ele não fez o serviço dele naquele dia, aí cabe ao diretor daquela unidade responder, porque ele provou e assinou que fez o plantão, e o plantão de um médico é na assistência.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Nunca chegou para a senhora, mesmo que informalmente, nenhum tipo de denúncia que estaria ocorrendo esses tipos de atos?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira– Nenhuma denúncia. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Sem mais perguntas,

Senhor Presidente. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra o senhor

Relator Jorge Everton. O Senhor Relator Jorge Everton – Boa tarde, dona Elinalda.

Boa tarde, Dr. Leandro. Eu não vou repetir as perguntas que meus colegas

dona Elinalda? A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Sou analista de sistemas

e, agora, bacharel em direito. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora já tinha

tido outra experiência anterior a essa gestão de contratos, nessa área administrativa?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Não, só na SESAU. Fui para a Secretaria, estava como diretora por um ano e meio e, depois, passei a ser a coordenadora.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Muito bem. Estou satisfeita, Senhor Presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra, o deputado Nilton.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Boa tarde, Dona Elinalda. Gostaria que a senhora respondesse o seguinte: quando, efetivamente, o Hospital das Clínicas começou a funcionar, ou seja, ele começou a receber os pacientes, já que vocês fizeram um prognóstico de demandas do HC e, também, da possibilidade de inauguração do HGR?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Então, o HC, não me recordo a data exatamente, mas foi no final de 2017, se não me engano, mas se quiser, posso confirmar. Os pacientes que estavam no HGR em excesso, foram transferidos para o HC, automaticamente, precisávamos de médicos, porque se eles estavam lá internados e eram diferentes as patologias, precisam de diferentes especialistas. Inclusive, nessa época, houve até problema de pessoal mesmo, porque não estava batendo carga horária. A gente teve que organizar, porque tínhamos que tirar de um canto para levar, entendeu? Sobrecarregar, porque se tinha só vinte, passava a ser quarenta, e organizar a vida desse servidor, pois eles tinham outras coisas particulares, que não vem ao caso. Então, foi organizado para que eles pudessem dar suporte ao HC e o anexo, como vou repetir, não sei por qual motivo não foi inaugurado, não vem ao caso, o meu negócio era só o pessoal, era para ser a mesma coisa. Sobrecarregou um, levar para o outro e ter atendimento, mas não aconteceu, porque não pode ficar sem assistência.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Certo. A senhora como sendo a gestora do contrato, teve conhecimento da quantidade de médicos que faziam parte dessa contratação, já que há um contrato com valor vultoso? E, como houve a projeção de vocês, só para médicos, tanto do anexo quanto do HC, esses médicos continuaram recebendo mesmo sem ter a inauguração do anexo do HGR?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Não, olha só, eles não recebiam se não produzissem, deputado. O diretor da unidade mandava uma escala de serviço dizendo que o médico X cumpriu enes plantões. Então, aquilo ali era a informação da unidade que aquele médico trabalhou naquele dia e naquela hora. O anexo nunca teve médico, porque não está funcionando. Agora, o HC, sim, foi formado uma equipe de alguns profissionais, não me recordo a especialidade, porque lá tem vários tipos de patologias, para que atendesse aqueles pacientes que foram para lá, porque funciona 24 horas, tem que ter médico na unidade. O anexo nunca teve médicos. Na verdade, não foram nem contratados, foi disponibilizada carga horária, o plantão é carga horária, para que aquele médico atendesse naquela outra unidade. Entendeu?

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Como a senhora falou, a senhora fazia a conferência dos serviços médicos, ou seja, da carga horária e essas planilhas eram encaminhadas pelos diretores das unidades.

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Isso mesmo. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Então, a senhora não

teria, em tese, como fazer essa conferência. A senhora estaria acreditando cegamente naqueles dados, não é? Naquelas informações encaminhadas pelos diretores? Em algum momento, a senhora reuniu com esses diretores para conversar sobre essa situação da carga horária dos médicos? Como a senhora falou sobre o Município de Uiramutã, distante da capital de Boa Vista e de difícil acesso. Então, como a senhora, como gestora, tinha certeza do que a senhora estava atestando, já que as informações eram encaminhadas pelos diretores e a senhora, evidentemente, não tinha como aferir. Como a senhora fazia ou fez? Formalizou algum ato para se certificar disso, já que a senhora ficava restrita às informações do diretor?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Contato com os diretores a gente tinha sempre, não reuniões com todos ao mesmo tempo, mas, o que era sabido é que informações erradas é crime, então, eles tinham ciência de que eles tinham que mandar uma informação verídica de escala, não só de médico, repito, eles me mandavam frequência de todos os servidores, enfermeiros, administrativos e etc, tudo isso ia para a folha, o que era da cooperativa ia para a cooperativa e o que era da nossa folha ia para nossa folha. Então, como nós temos 14 municípios, já que Boa Vista está aqui perto, é quase que impossível a gente ficar acompanhando de perto essa presença de médico, uma vez que não tinha ponto eletrônico, que

Page 15: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

15BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

foi pelo Decreto nº 1.573P, de 06 de novembro de 2016; e uma portaria como gestora do contrato de nº 2289/2015, de 24 de novembro de 2015?

A Senhora Consolata Faria Alves – Sim. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Tivemos inicialmente,

nesta CPI, um problema, pois requeremos o processo nº 048/2011, que não foi disponibilizado e a senhora tinha uma função de gestora desse contrato anterior, com o mesmo objeto da COOPEBRAS.

A Senhora Consolata Faria Alves – 2011, eu não estava lá mais não.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Não? Muito bem. Tem um outro problema no contrato no processo que foi o seguinte: a senhora assinou um memorando como coordenadora-Geral, dia 12 de julho de 2016, e só foi juntado o Termo de Referência, na página 6, volume 1, em seguida, mas, datado de 13 de janeiro de 2017, de acordo assinado com o seu nome e autorizado pelo Secretário César Pena, elaborado pela CGTS. Pergunto: Qual foi o motivo da demora da solicitação? Ou se é um erro formal de datas?

A Senhora Consolata Faria Alves – É um erro formal de datas, porque esse processo foi aberto em julho de 2016, por se tratar de um processo que a gente teria que ter muito cuidado com cargas horárias de médicos e plantões. A gente demorou para fazer esse termo de referência, nós ficamos fazendo esse termo e ele entrou realmente em janeiro de 2017.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A Senhora sabe informar o nome da empresa que prestava serviço antes da COOPEBRAS?

A Senhora Consolata Faria Alves– Desse processo era a COOPEBRAS, porque houve um processo de licitação em 2011, se não me engano, eu não estava lá e eles ganharam.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Mas era a mesma COOPEBRAS? Só mudou de nome?

A Senhora Consolata Faria Alves– Eu acredito que sim. Não sei se ela mudou de nome, não lembro. Mas quem prestava serviço ....

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora não estava nessa função, mas, não trabalhava na saúde?

A Senhora Consolata Faria Alves – Eu trabalhava nessa época na sindicância da SESAU. Eu tenho 37 anos de serviço público e a maioria foi na saúde.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Então, a senhora não se recorda do nome da empresa que prestava serviço antes da COOPEBRAS?

A Senhora Consolata Faria Alves – Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Então, qual o período

que a senhora ficou como coordenadora e gestora do contrato? A Senhora Consolata Faria Alves – Eu fiquei de novembro de

2015, quando eu entrei, se não me engano entrei dia 11 e sai dia 23 de junho de 2017. Eu fiquei uns seis, sete meses, um ano mais ou menos.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Eu gostaria de saber se foi feita uma pesquisa ou um acompanhamento diante dos números quantitativos informados dos plantões dos médicos.

A Senhora Consolata Faria Alves – A senhora se refere ao processo novo?

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Sim. A Senhora Consolata Faria Alves– Sim. Foi feito todo um

trabalho para a gente poder chegar àqueles plantões. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora sabe me

informar o motivo da demora, entre o período da abertura do processo e a execução da licitação?

A Senhora Consolata Faria Alves – Nós tivemos muito cuidado com o processo, tanto que o processo, se a senhora for ver, deputada, ele foi aberto para pessoa jurídica. Qualquer empresa qualificada poderia participar. A gente teve muito cuidado ao abrir e ao fazer o termo.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora informou que já trabalhou na sindicância, tem 37 anos de serviços, a maioria na SESAU e isso lhe dá muita experiência. A senhora alguma vez se preocupou em comparar os números informados de plantões dos médicos, se esse plantão estava compatível com também casos de médicos que já tinham o contrato de 40 horas, por exemplo?

A Senhora Consolata Faria Alves – Nós seguíamos uma orientação da PROGE, que a gente não podia, não me lembro bem com dados, mas a gente seguia essa orientação da PROGE que limitava a quantidade de plantões devido a carga horária. A gente se preocupava com a carga horária. Essa parte de plantões, quem se preocupava em fazer tudo mais era a direção das unidades. Então, a gente se preocupava com essa parte de carga horária sim, a gente tinha uma orientação da PROGE.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Porque é assim, olha só, a senhora como Coordenadora-Geral de Gestão do Trabalho tinha acesso também da lotação dos médicos? Por exemplo: Como é possível um médico estar em outro município e estar recebendo plantão em Boa Vista?

já fizeram, mas, gostaria de tirar uma dúvida que ficou com relação as respostas. O anexo que não foi inaugurado, ele foi previsto ou foi pago pelo serviço desses funcionários? Houve uma previsão dos funcionários que iriam atuar no anexo, se ele fosse inaugurado, ou eles estavam sendo pagos à empresa como se estivessem trabalhando?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – Uma previsão. Nunca houve lotação de nenhum tipo de servidor, de médico ou servidor no anexo.

O Senhor Relator Jorge Everton – E o Coronel Mota que ele só funciona no período matutino e vespertino, esse noturno era pago como plantão noturno para servidores, como a deputada Lenir afirmou?

A Senhora Elinalda da Silva Oliveira – A produção que vai das unidades, acredito que deva ir até hoje, é o horário em que ele está. Mas, ele não diz que o médico está lá de oito a meio-dia, de sete às dezoito, é tantas horas, o total de horas trabalhadas, é pago por plantão, 12 horas e seis horas. Então, não sei onde está. Não aparece dizendo se é noite ou dia, porque realmente o Coronel Mota só funciona no horário diurno. Mas, os médicos trabalham no ambulatório, no atendimento.

O Senhor Relator Jorge Everton – Ok. Estou satisfeito Presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhora Elinalda, estamos encerrando seu depoimento, todos os deputados que tinham perguntas para fazer, já o fizeram e estão satisfeitos. Nós agradecemos a sua presença e a do seu advogado e damos por encerrado o seu depoimento. Gostaria que a senhora esperasse só um momentinho para a conclusão do seu termo de comparecimento, para que a senhora possa assinar. Obrigado.

O Senhor Leandro Souza dos Santos – Presidente, gostaria de saber se poderemos ter acesso à gravação?

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Sim, o senhor pode solicitar a esta CPI formalmente. É necessário trazer uma mídia maior que um pen drive, um arquivo maior que nós autorizaremos a Superintendência de Comunicação da Casa para disponibilizar o seu depoimento.

Solicito à assessoria da CPI que conduza a esta sala a Senhora Consolata Faria Alves, a próxima depoente.

Gostaria de dar boas-vindas à Senhora Consolata Faria Alves. Senhora Consolata, a senhora foi convocada pela CPI para ser ouvida nesta Comissão por ter sido a Coordenadora-Geral de Gestão do Trabalho e da Educação na saúde e na SESAU. Esta CPI está analisando diversos contratos da Secretaria de Saúde e um deles é o da COOPEBRAS. Houve um requerimento aprovado por esta CPI, para ouvir dez pessoas que praticaram algum ato relacionado com este contrato. E o seu nome foi um dos nomes aprovados para trazer algumas informações que possam ser úteis a esta CPI. Daí, a importância do seu depoimento. Vou solicitar ao Relator Jorge Everton que faça a leitura da Ficha de Identificação que a senhora preencheu e, caso haja alguma informação que não procede, que a senhora faça a correção no microfone para ser corrigido depois no seu termo de depoimento.

O Senhor Relator Jorge Everton – Boa tarde. Ficha de Identificação da senhora Consolata Faria Alves; RG nº 50.668; CPF nª 149.979.912-87; Filiação: Cleneide de Oliveira Faria e Osmam de Oliveira Alves; Nascida em 27 de setembro de 1963; Funcionária Pública; Brasileira; Casada. Residente à Rua Nilo Brandão, 389.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhora Consolata, solicito a senhora que toda resposta que der, que seja feita no microfone para ficar gravado, porque para seu conhecimento, seu depoimento está sendo registrado através de gravação de vídeo e áudio, e, registrado em CD room e será transmitido ao vivo pela TV/Assembleia. Eu pergunto à senhora se há alguma restrição com relação ao seu depoimento através de gravações de vídeo e áudio e se há alguma restrição com relação à transmissão do seu depoimento ao vivo pela TV Assembleia.

A Senhora Consolata Faria Alves – Tudo bem. O Senhor Presidente Coronel Chagas – A senhora vai ser ouvida

aqui como testemunha, então, a senhora precisa prestar o compromisso de dizer a verdade, somente a verdade do que lhe for perguntado. A senhora presta esse compromisso?

A Senhora Consolata Faria Alves – Sim, claro. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Muito bem, prestado o

compromisso, vamos passar a palavra inicialmente à deputada Lenir para que faça as perguntas que julgar necessário.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Senhora Consolata qual sua formação acadêmica?

A Senhora Consolata Faria Alves – Sou Administradora de Empresas, sou formada em Direito e em Contabilidade.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nós vamos tratar aqui inicialmente sobre o contrato da COOPEBRAS, e, nesse contrato a senhora constava como Coordenadora-Geral de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde e gestora do contrato. A sua nomeação, conforme nossas pesquisas,

Page 16: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

16 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

A Senhora Consolata Faria Alves – Mas eu não lembro. Abril de 2017? Não, eu estava lá, eu acho que eu estava, mas essas juntadas de documentos foi de onde?

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Todos com a mesma data.

A Senhora Consolata Faria Alves – Mas foi de onde, da CGTES?

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Aqui tem a tabela de cotação de preços na medida de tal, a situação do parecer, solicitação do parecer da PGE, o próprio procurador assinou também na mesma data, o aviso e licitação na mesma data, publicação na mesma data.

A Senhora Consolata Faria Alves – Só que como eu lhe disse, eu abri, fiz o termo e mandei para frente, a partir daí eu não tenho mais contato com o processo, eu só iria ter de volta contato com esse processo após a publicação do contrato do objeto, mas eu saí dia 23 de junho de 2017, ele foi publicado dia 14 de julho. Então eu não tive mais contato nenhum e mesmo se eu estivesse ficado, não seria eu que teria juntado isso, porque isso aí faz parte da licitação e os órgãos de controle.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Olha só, o contrato quando foi elaborado, ele colocou assim: “Médico Clínico Geral - carga horária 40 horas, quantidade mensal 40; Médico Especialista Geral - carga horária 40 horas, quantidade mensal 130; Médico Clínico Geral Especialista, plantão 12 horas, quantidade mensal 6000 mil; Médico Clínico Geral/Especialista, plantão 12 horas, item 8.2 termo de referência em 50% a mais, quantidade mensal 1000, que a gente, analisando, achou que exatamente esses mil seria para o interior, mas nessa quantidade não faz constar quaisquer dos especialistas que estavam sendo contratados, não especificava. Então, a senhora disse que era geral.

A Senhora Consolata Faria Alves – Deputada, eu não elaborei o contrato, eu não estava mais lá, eu não tive contato com isso aí.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora não estava mais?

A Senhora Consolata Faria Alves – Eu não estava mais, ele foi inclusive no Diário Oficial de lá que ele foi assinado no dia 5 de julho de 2017 e publicado no dia 14. Eu não estava mais na SESAU, já tinha sido exonerada, eu não fiz nenhum contrato.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Tá bom, então sem mais perguntas, Senhor Presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra o deputado Nilton Sindpol.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Dona Consolata, a gente verificou aqui que até a capacidade técnica emitida pela COPERBRAS foi assinada pelo então Secretário de Estado da Saúde, o senhor Cesar Penna. A senhora tem conhecimento disso?

A Senhora Consolata Faria Alves – Não, não tenho. Como eu falei ou você abre o processo porque ele já está sendo extinto e você tem que abrir que tem o procedimento de seis meses antes, porque você tem que ter muito cuidado ao fazer o termo de referência, ou porque o secretário manda. A partir do momento em que o processo sai da minha coordenação, no caso que eu era a coordenadora, eu passo a não ter mais contato, teria contato sim se ele voltasse e eu ainda estivesse no cargo. Então, eu não estava mais no cargo e eu realmente não sei muito. Eu posso falar de todo o termo de referência e da abertura do processo, agora o que aconteceu depois, realmente, eu não tenho conhecimento.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Quando a senhora se refere que o processo todo foi seguido à orientação da PROGE, seria da procuradoria ou do procurador de nome Antônio Pereira Costa?

A Senhora Consolata Faria Alves – Não, veja bem, o que a deputada me perguntou foi qual o critério que nós usávamos para a questão de carga horária e eu disse que de carga horária nós seguíamos uma orientação da PROGE. Eles emitiram, se eu não me engano, o parecer. Agora, sobre esse processo aí, é enviado para a PROGE. Se foi a pessoa que o senhor falou ou não, eu não sei.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – É porque eu me refiro a esse procurador de carreira que fica, que exerce suas atividades na SESAU. É nesse sentido que eu estou lhe perguntando. Eu perguntei se era orientação da PROGE ou do procurador, o senhor Antônio Pereira Costa.

A Senhora Consolata Faria Alves – Mas, de qualquer forma, se foi ele que deu, eu não sei, mas se foi ele, ele representa a PROGE. A PROGE é algo que eles criam dentro da secretaria, mas, na verdade, ele é procurador do estado, ele está representando a PROGE mas eu não sei se foi ele ou se foi outro, eu realmente não sei.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Certo. A senhora tomou conhecimento da notificação recomendatória n°02/2017, do Ministério Público de Contas para que a SESAU não realizasse qualquer tipo de pagamento de serviço, tipo diretor de unidade hospitalar através de

A Senhora Consolata Faria Alves – De município eu não tenho, eu tenho acesso aos médicos efetivos do estado.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Em hospitais, em atendimentos fora da capital?

A Senhora Consolata Faria Alves– Fora da capital? A senhora fala em municípios.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Sim, uma unidade municipal. Estou falando assim, um médico do estado que está a serviço do estado e que vai receber um plantão em Caracaraí. A senhora detectou isso alguma vez?

A Senhora Consolata Faria Alves – Nós seguimos todo esse trabalho. O que acontece é que nós recebíamos das unidades, dos diretores, a escala de plantão. Nós temos que acreditar na boa fé do diretor, acreditar que realmente aconteceu aquela escala, que o médico tenha recebido e tudo o mais. E, nós nos preocupávamos com essa parte de não exceder essa quantidade de hora prevista por lei sobre a orientação da PROGE, né? O que acontece é que nós não íamos atrás de saber, se por exemplo, tinha médico que ganhava mais. Isso não, nós não fazíamos.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O que eu estou perguntando é se a senhora tinha conhecimento, por exemplo, de que um médico com quarenta horas no HGR aparece na planilha da COOPEBRAS, ganhando plantões em Caracaraí?

A Senhora Consolata Faria Alves – Não. Eu não me preocupava. Se a direção manda dizendo que ele fez aquele plantão, é como eu lhe disse, tenho que acreditar na boa fé, não me preocupava se ele estava dentro da legalidade ou não. Caso eu recebesse alguma denúncia, aí sim, eu tinha, como servidora pública, a obrigação de apurar.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E nesse período que a senhora foi coordenadora, a senhora não recebeu nenhum tipo de denúncia desse nível?

A Senhora Consolata Faria Alves – Não. E é assim, nós, os órgãos de controle, eles pediam mensalmente esse processo, essas escalas e nós mandávamos em mídia, entendeu. O RH todo mês recebia visita de um órgão de controle, então, se nós detectássemos algo, a administração pública é passível de erro e nós procuraríamos, mas não me recordo de ter recebido nenhuma denúncia nesse sentido não.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Olha, na justificativa da contratação, tem uma justificativa assinada pela senhora, dizendo que foi pela insuficiência de profissionais médicos especialistas e outros profissionais da SESAU, impossibilitando o atendimento de saúde à população de forma adequada e satisfatória, aquela justificativa padrão. Mas, na hora do contrato, não tem especificando que tipo de especialistas estavam necessitando.

A Senhora Consolata Faria Alves – É porque é feito de uma maneira geral, essa justificativa, ela é genérica. Mas, quando você vai lá para o processo, tem mais detalhado.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora, com sua experiência, mesmo sendo um valor estimado esse valor contratado de R$ 170.000.000,00, ultrapassando a folha normal dos médicos efetivos do estado, a senhora não achou um valor exagerado?

A Senhora Consolata Faria Alves – Eu não me lembro do valor, não sei se era 170. Porque é assim, eu abri esse processo em 2016, em julho, e em 2017, em janeiro, se não me engano, a gente colocou o termo. A partir do momento que ela sai da CGTES, eu passo a não ter mais nenhum contato com ele. Quando ele volta, no caso de ter sido homologado o contrato, quando isso aconteceu, eu já não estava mais no URH. Eu sai dia 23 de junho de 2017, e nesse período eu adoeci também, tirei férias de 15 dias. Então, é de praxe eu não acompanhar a partir do momento que ele sai da licitação, eu não acompanho mais o processo, porque aí vai licitação, cotação, pregoeiro, e etc. Eu só teria de volta contato com ele após a contratação e efetivação do novo contrato, aí eu não estava mais, então, não lembro de valores.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Até que data a senhora ficou?

A Senhora Consolata Faria Alves – Até 23 de junho de 2017. Se não me engano o contrato foi publicado em 14 de julho de 2017, eu já tinha saído de lá.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O que acontece é o seguinte, esse contrato tem folhas de processo rasuradas, alguns números encontram-se em duplicidade e tem uns que sequer obedecem a cronologia da juntada dos documentos nos autos. Então, tem um fenômeno, uma incongruência encontrada nos autos que é a juntada de vários documentos na mesma data, 12 de abril de 2017.

A Senhora Consolata Faria Alves – Acho que nesta época eu estava de férias, tirei 15 dias se não me engano, eu estava doente, eu adoeci.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Não foi na sua gestão?

Page 17: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

17BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

com a quantidade de médicos em cima do geral? Porque a gente sabe que determinadas especialidades tem uma demanda maior que as outras. Como contratar profissionais de áreas específicas se as demandas são maiores para suprir aquelas necessidades, se vocês fizeram um geral? Como chegar a essa conclusão já que foi geral?

A Senhora Consolata Farias Alves – Eu falei genérico a ela, mas eu completei e disse que lá no processo estaria as especialidades. Nós tivemos suporte de médico que não lembro o nome dele agora, até porque não sou médica, então tinha que ter um suporte, a gente fez todas as demandas, consultamos com consultoria jurídica lá de dentro mesmo. Quando falei dessa parte genérica eu falei para a deputada que no processo tem todas as especialidades que seriam necessárias.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Nós estamos analisando esse de 2017, e lá nos autos nós não encontramos, por isso o meu questionamento, porque não existe que deveria ter em tese relator, deveria ter uma planilha com especialidade, quantidade de carga horária para poder suprir a demanda.

A Senhora Consolata Farias Alves – Tem sim, não sei se entregaram o processo completo, mas tem sim a especialidade, senão não teria como nós fazermos.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Porque uma das justificativa Consolata, é justamente a questão dos venezuelanos que 2017 já tinha a imigração, mas não como temos hoje.

A Senhora Consolata Farias Alves – Nós tínhamos estudos sobre esse aumento e realmente naquela época aumentou consideravelmente a demanda dentro do Hospital Geral.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Como foi feito a análise desse prognóstico com relação ao HC que foi inaugurado depois e a possibilidade do anexo ao HGR que nunca chegou até hoje?

A Senhora Consolata Farias Alves – É uma previsão, que na verdade a gente faz, tinha previsão em abrir o anexo, temos uma previsão de usar a quantidade de leito, e a gente usa a quantidade de corpo de enfermagem, quantidade de quantos eles têm que atender por pacientes e o HC também tinha uma previsão de como iria funcionar. Foi tudo feito através de previsão, demanda de leito e o quanto iria comportar. Se não me engano são 200 leitos nesse novo anexo.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Perfeito, muito obrigado e sem mais perguntas.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – com a palavra a Deputada Lenir Rodrigues.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Senhora Consolata, pairou uma dúvida. Em algum momento foi usado pagamento de horas da cooperativa para pagamento de plantões para compensar os médicos?

A Senhora Consolata Farias Alves – Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora tinha acesso

à escala de plantão do contrato efetivo diferente da escala de plantão do trabalho da cooperativa?

A Senhora Consolata Farias Alves – Não. Porque essa escala de plantão era feita pela unidade, não era pela CG10. Então, eles faziam a escala de plantão baseado na previsão mensal. Lógico que isso deve ter falha, deve mudar também, mas quem fazia eram eles. Nós recebíamos essa escala, nos preocupamos com a questão da carga horária, dentro das orientações que nós tínhamos. E a efetividade de cumprir esse plantão era da direção do hospital, como falei, era humanamente impossível. Eu não era fiscal, eu era gestora, minha responsabilidade era outra. Eu ia uma vez ou outra para verificar e aproveitava, como sou hipertensa e virava e mexia, estava por lá e verificava como estava por lá.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Mas, não tinha como saber que o médico que estava atendendo, se estava pelo contrato efetivo ou pela cooperativa?

A Senhora Consolata Farias Alves – A cooperativa nas unidades tem uma sala em cada unidade, e lá eles tinham uma escala de plantão daquele dia. Agora, dizer que aquele tal médico ele estava efetivo ou não, se tivesse recebido uma denúncia, claro que eu iria ver por onde estava, seria minha obrigação.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Certo. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra o senhor

Relator, Deputado Jorge Everton. O Senhor Relator Jorge Everton – Boa tarde, Consolata. Não

vou repetir as perguntas, mas fiquei em dúvida com relação a uma única situação. Qual foi o período que a senhora passou?

A Senhora Consolata Farias Alves – Fiquei de novembro de 2015 a 23 de junho de 2017.

O Senhor Relator Jorge Everton – Passaram alguns secretários nesse período?

A Senhora Consolata Farias Alves – Quando eu entrei era o

plantões? A Senhora Consolata Faria Alves – Sim, mas diretor de hospital

não recebia, até onde eu sei, não recebia salário, recebia uma gratificação, não é do meu conhecimento não.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Não tem conhecimento. Então, os diretores, até onde a senhora sabe, a unidade era cargo comissionado?

A Senhora Consolata Faria Alves – Cargo comissionado ou através de portaria.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Certo, e esses diretores também recebiam plantões?

A Senhora Consolata Faria Alves – Não, se eles não fossem médicos não teriam como receber plantão, mas você está perguntando ele como médico?

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Eles acumulando de diretor de unidade hospitalar e médico, eles recebiam dois? Seriam duas fontes como comissionado e como médico plantonista?

A Senhora Consolata Faria Alves – Não, não pode receber plantão e comissionado.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Em nenhum momento a senhora tomou conhecimento dessa...

A Senhora Consolata Faria Alves – Não, não pode, até porque se isso aconteceu os órgãos de controles vão detectar e solicitar o procedimento.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Certo. Dona Consolata, já foi dito aqui inclusive pela senhora que essas informações que constam nas unidades hospitalares, que vocês faziam esse controle em cima desses dados informados pelos diretores. Existia alguma forma de vocês aferirem em si aqueles dados disponibilizados, enviados por eles, que eram verdadeiros, para que vocês pudessem fazer o controle dessa gestão dos contratos?

A Senhora Consolata Faria Alves – Olha, eu, como gestora, costumava ir nos hospitais, às vezes ia uma hora da manhã. Eu sou atendida até hoje no HGR e o processo tem fiscal, então o fiscal fez esse trabalho. E eu, como gestora, tenho que acreditar na boa fé do fiscal, dos diretores e dos médicos. E a gente sempre procurava acompanhar sim. Eu, como gestora, a minha obrigação era acompanhar sempre que eu podia. Não vou te dizer que eu estava todo dia no hospital, porque não é humanamente possível, mas quando eu podia, eu passeava nos hospitais e ia olhar se o médico estava. Meus atendimentos todos são no Hospital Geral, que é um hospital público.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Quando a senhora chegava nas unidades hospitalares, a senhora fazia isso. Era no município ou só capital?

A Senhora Consolata Faria Alves – Era só na capital, muito pouco no interior, para onde eu viajava, às vezes. Era uma ou outra demanda. Eu ia nos hospitais e ia mais em Rorainópolis, que é um hospital maior né e verificava se estava tudo ok, não é?

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – E ao chegar nessas unidades hospitalares a senhora solicitava a escala do dia e conferia para ver se aqueles profissionais escalados estavam lá ou a senhora só perguntava aos diretores pelos profissionais que ali estavam naquele dia?

A Senhora Consolata Faria Alves – Na verdade, a escala tem que estar no hospital lá para todo mundo ver, para o paciente, ela é pública, mas isso é um trabalho mais do fiscal, eu era gestora do contrato fiscal e ele tinha que ir acompanhar e fazer todo esse trabalho.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – É porque a gente faz esse questionamento, inclusive em visitas aqui em bloco, a gente já constatou, a escala é uma e a quantidade de profissionais na unidade no momento era outra. Então, por isso que estamos fazendo esse questionamento à senhora, porque precisamos buscar esses dados e informações, até para que nosso relator consiga consignar isso no nosso relatório. E são muitas as denúncias, tanto é que está acontecendo esta CPI justamente para isso, de médicos que estariam recebendo sem trabalhar. Chegou alguma vez ao seu conhecimento essa informação de que profissionais estariam recebendo sem trabalhar?

A Senhora Consolata Faria Alves – Não. Nunca chegou essa denúncia, o que nós recebíamos era questão de acúmulo de cargo e todas as vezes que chegou nós mandamos apurar. Inclusive eu, que antes passei nove meses como diretora do RH da SEGAD , nós mandamos abrir mais de setecentos pads, eu acho, à sindicância e muitos lá na Sesau, quando eu recebi de acúmulos, mas quando o processo era aberto eles somavam e eram chamado ao processo e tinham que optar. E o processo procedia, mas de falta de médico não! Não recebi nada com relação a isso.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Quando a Deputada Lenir perguntou sobre a quantidade de profissionais médicos a senhora falou que a justificativa era geral. Como vocês solicitaram, requeriam

Page 18: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

18 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

dos trâmites legais. Também foi colocada nesse dia a solicitação do parecer da PGE e o Procurador Antônio Pereira Costa colocou o parecer no mesmo dia que o aviso de licitação. A publicação no Diário Oficial foi também no mesmo dia, com sua experiência o que ocorreu?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não tenho ideia. Quando eu recebo eu encaminho a PGE, para o procurador dar a celeridade. Pode ter sido o secretário que pode pedir, mas não recordo. De minha parte, eu recebo o processo e encaminho para o PGE, para análise da minuta. Depois retorna para mim e mando para a publicação no diário e jornal. Demoram uns 08 dias e quando retorna é que sai a licitação.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Consta que era o senhor que estava nos autos do processo da COOPEBRAS, além de todos esses documentos que coloquei aqui, todas as certidões foram entregues pela empresa também no dia 28 de abril de 2019. As certidões de irregularidade negativas, irregularidades tributárias e essas certidões foram emitidas todas no dia 12 de abril, inclusive o atestado de incapacidade técnica da COOPEBRAS, emitida pelo secretário de estado, na época, o doutor Cesar Ferreira Pena, também foi toda nessa celeridade. O senhor como pregoeiro não recebeu nenhuma ordem que fosse realizado tudo nesse dia?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não recebi, quando a gente recebe o processo eu encaminho logo para PGE e assim que retorna já público, e aviso na Folha e no Diário Oficial.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E quando o senhor... O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – E no compras net. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E quando o senhor

recebe normalmente os autos de um processo, quando o senhor encaminha a PGE, demora quanto tempo?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Alguns a gente recebe no mesmo dia. Mas, às vezes é uma semana, dois dias, depende do processo.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Qual o prazo máximo para o procurador entregar?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não tem. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Tem não? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não tem prazo. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Mas não é normal ser

no mesmo dia? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Pode entregar

no mesmo dia, não é que é normal, mas já aconteceu de recebermos no mesmo dia. Depende da necessidade da secretaria. Parece que na época, não me recordo, mas parece que estava vencendo o contrato da cooperativa que tinha no caso, e tinha que licitar um novo processo.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E o senhor lembra, o nome da empresa que prestava serviço antes da COOPEBRAS?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não. Mas eu acho que era a mesma cooperativa.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Mas o senhor acha que era a mesma COOPERATIVA?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Era a cooperativa.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Eu lhe pergunto, o senhor teve alguma relação de parentesco, com alguém da diretoria da COOPEBRAS?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor recebeu

alguma ordem de alguém para que esse processo da COOPEBRAS, andasse tudo nesse mesmo dia, juntasse as certidões nesse mesmo dia, que tudo fosse nesse mesmo dia?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não. Porque a certidão, no caso eles me entregam, no dia da licitação. Não recordo a data que eu abri a licitação. Mas aí quando o pregoeiro abre a licitação, analisa a documentação, eles entregam essa, quando eles tiraram, não recordo. Mas eles entregam no mesmo dia da abertura da licitação.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Então, o senhor, por acaso, não recebeu nenhum pedido pessoal de alguém, para prevalecer nessa celeridade, ou beneficiar a empresa COOPEBRAS?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não. Tanto é que na licitação só tinha ela. Não tinha outra empresa.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor viu que na cotação, tinha aparecido outra empresa?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não me recordo, mas parece que tinha duas empresas que cotaram. Mas eu não recordo, no caso não era minha área. Eu olho porque a gente analisa um pouco o processo, mas acho que tinha duas empresas. Não me recordo também.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor trabalhou como pregoeiro em outro órgão?

Doutor Kalil, se não me engano fevereiro ou março ele saiu, e entrou o doutor César.

O Senhor Relator Jorge Everton – Foram esses dois Secretários apenas?

A Senhora Consolata Farias Alves – Sim. Quando entrou o Paulo Linhares eu não estava mais lá.

O Senhor Relator Jorge Everton – Os dois são médicos? A Senhora Consolata Farias Alves – São médicos. O Senhor Relator Jorge Everton – Eles recebiam pela

cooperativa? A Senhora Consolata Farias Alves – Não. Não poderiam O Senhor Relator Jorge Everton – Não recebiam. Nem médicos

nem secretários, nem diretores. A Senhora Consolata Farias Alves – Não, não pode. O Senhor Relator Jorge Everton – Que não pode a gente sabe.

Nenhum deles recebiam? A Senhora Consolata Farias Alves – Não. O Senhor Relator Jorge Everton – A Senhora tem certeza ou a

senhora acredita que não? A Senhora Consolata Farias Alves – Eu acredito que não. O Senhor Relator Jorge Everton – Sem mais perguntas, Senhor

Presidente. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Não havendo mais

perguntas, vamos dar por encerrado o depoimento da senhora Consolata. Agradecemos sua contribuição e solicitamos que assine seu termo de comparecimento do depoimento.

Solicito à assessoria que conduza a esta sala o senhor Renato Michel Moreno, última pessoa a ser ouvida nesta reunião.

Senhor Renato, o senhor foi convocado para prestar depoimento nesta CPI da Saúde, por requerimento aprovado nesta Comissão, em razão de o senhor ter sido pregoeiro da Secretaria de Saúde, e especificamente no contrato da Sesau com a Coopebras. Então, vamos lhe ouvir. Antes vou solicitar ao Deputado Nilton que faça a leitura da sua ficha de identificação, preenchida pelo senhor.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Ficha de Identificação do senhor Renato Michel Moreno Benedetti; RG 114883; CPF 446.474.092-87; Filiação: Plácida Moreno Benedetti e Amador Benedetti; Data do Nascimento 27.11.54; Profissão: desempregado; Nacionalidade: brasileiro; Estado Civil: casado; Endereço residencial: rua Odine Benete; contato final: 3302/26.11.19.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhor Renato, solicito que toda pergunta que for respondida pelo senhor, que faça no microfone. Informo ao senhor que seu depoimento será registrado através de gravação em áudio e registrado em CD e também seu depoimento vai ser transmitido ao vivo pela TV Assembleia. Eu pergunto se o senhor tem alguma restrição com relação a transmissão ao vivo.

Informo também que o senhor vai ser ouvido na condição de testemunha, e como tal prestará o compromisso de falar a verdade, dizer a verdade, tão somente a verdade de tudo o que lhe perguntado. O senhor presta esse compromisso?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Sim. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Vamos iniciar o

seu depoimento, passando a palavra à Deputada Lenir para fazer os questionamentos que julgar pertinentes.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Boa tarde, senhor Renato. Qual a sua formação?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Sou gestor ambiental e pregoeiro.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E quanto tempo leva na abertura e homologação?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Em torno de dois a três meses.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Houve o pedido da abertura do processo da COOPEBRAS e nós detectamos um ponto muito estranho, que foi no trâmite da questão da celeridade do processo, em que vários atos foram praticados, todos num dia só, 12 de abril de 2017. Como o senhor foi nomeado dia 23 de janeiro de 2015, eu lhe pergunto: o senhor estava nesse período de 2017?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – 2017 estava sim. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O Senhor trabalhou

nesses autos da COOPEBRAS? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não. Trabalhava

nos autos, conforme chegava na CSL, passa por uma triagem e o presidente encaminha para o pregoeiro, aí eu tomo conhecimento do processo nessa hora.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E nessa data, a tabela de cotação foi juntada nesse dia à minuta do edital para análise e continuidade

Page 19: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

19BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Eu acho que não, mas aí é um caso especial, mas aí não restringi não, tanto é que antigamente era somente pregão presencial. Não tinha eletrônico. Mas não restringe não, as empresas que queiram participar, vem.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Certo. E essa análise da documentação é realizada pelo pregoeiro também das certidões?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Eu analiso as certidões e encaminho ao setor técnico, que é o que pede o processo, onde é formalizado. Para eles analisarem eu paro a licitação e encaminho o processo para lá. Aí eles analisam as propostas, analisam todas as documentações, atestado de capacidade técnica, planilha, todas essas documentações eu mando para o setor técnico, para eles analisarem e depois eles voltam com um documento dentro dizendo se estar ok ou não. Depois é que eu dou prosseguimento à licitação.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Esse atestado de capacidade técnica é super importante para que uma empresa venha concorrer, assinado pelo Secretário César Pena. À época isso aí o senhor observou, lhe chamou a atenção um documento de tamanha importância ser assinada pelo próprio Secretário da pasta?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Eu prestei ,só que no caso não posso questionar, porque foi ele que autorizou. No caso se empresa pediu, a empresa já prestava serviço, no caso ele mesmo tem que dar esse atestado. Se a empresa pediu, no caso a empresa prestava serviços para a SESAU, o secretário da pasta é que entrega.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Sem mais perguntas, senhor presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra o deputado Jorge Everton.

O Senhor Relator Jorge Everton – Senhor Renato, boa tarde? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Boa tarde! O Senhor Relator Jorge Everton – O senhor foi pregoeiro do

processo da CARBOX? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Fui sim. O Senhor Relator Jorge Everton – Foi. Eu gostaria de tirar

algumas dúvidas com relação a esse processo específico. No pregão eletrônico, somente duas empresas participaram?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Isso. O Senhor Relator Jorge Everton – Certo. O senhor recorda,

não é? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Me recordo. O Senhor Relator Jorge Everton – A empresa CARBOX, ela

tinha o valor maior que a outra empresa, acho que é IPÊS, O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Acho que IPES. O Senhor Relator Jorge Everton – IPES, na realidade IPES. O

senhor lembra disso? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Lembro, lembro. O Senhor Relator Jorge Everton – Por que a CARBOX foi a

vencedora? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Porque o pregão

eletrônico é assim. A empresa vencedora do certame é a IPES. No compras net, ela tem até duas horas para enviar a documentação. Caso ela não envie, a gente desclassifica e chama a segunda. Ela não enviou e nem, se pedisse justificativa, um documento, aí a gente analisa alguma coisa. Mas como ela não pediu nada, depois de duas horas, se eu passar das duas horas e eu não chamar outra eu estarei cometendo um crime. Desclassifiquei ela e chamei a segunda colocada, que foi a CARBOX.

O Senhor Relator Jorge Everton – Em momento algum, ela apresentou e nem justificou?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Nem justificou. Não. O Senhor Relator Jorge Everton – Nem pediu nada? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não. Tem o chat

e tudo. Mas ela não enviou nenhuma documentação. O Senhor Relator Jorge Everton – Isso não criou nenhuma

suspeita de uma cobertura para outra empresa não? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Aí eu não sei.

Tanto é que ele andou lá, o próprio representante da empresa, antes quando estava montando o processo ele teve lá, que ia participar e tudo. Mas aí só tinha duas mesmo das empresas. Aí ele não mandou, o Compras Net na lei é duas horas.

O Senhor Relator Jorge Everton – Houve alguma tendência de mergulho de cobertura de preço para a empresa IPES?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não, não. O Senhor Relator Jorge Everton – O senhor não constatou? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não, não

constatei não. O Senhor Relator Jorge Everton – Não houve mergulho?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – No IPER. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Quanto tempo? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Como pregoeiro,

creio que uns dois anos lá, porque eu entrei antes, mas não era pregoeiro. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor entrou em

outra função? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – É. Depois passei

a ser pregoeiro. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Aí então depois que o

senhor foi para a SESAU, o senhor já tinha essa experiência? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Formação de

pregoeiro, já. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Já tinha essa formação? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Já. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor nunca

recebeu ordens expressas, por exemplo, do secretário diretamente para o senhor?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não, não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nem de adjunto? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Sobre processos não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Não? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Para facilitar

alguma coisa assim? Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nunca foi surpreendido

para...? O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Não. Sem mais

perguntas senhor presidente. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra o

deputado Nilton Sindpol. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Senhor Renato, você

sabe me dizer por que foi realizado esse processo licitatório na modalidade pregão presencial?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Presencial, porque não é o pregoeiro, é o secretário que decide a pasta, no caso é quem decide se é presencial ou pelo eletrônico.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Certo. Durante o período que o senhor esteve à frente como pregoeiro da SESAU, o senhor recebeu alguma proposta financeira, ou indecorosa de algum político, familiar ou preposto de político, seja da esfera estadual ou federal?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não, não. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Teve algum conhecimento

de alguma, digamos assim, alguma irregularidade insanável no processo para beneficiar a COOPEBRAS?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não, não. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Nos autos, nós

verificamos aqui, que foram três empresas somente que foram cotadas: Clinica São Mateus, Lotty Iris e a própria COOPEBRAS. Nos autos nós não temos nenhuma documentação que comprove que essas empresas foram formalmente requeridas sobre as informações com relação aos preços. O que o senhor tem a dizer sobre isso aí?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não, porque a parte de cotação, quando chega para o pregoeiro, já não era mais minha, ela já vem pronta. A cotação ela já vem pronta. O projeto básico, no caso, eu não tenho acesso a valores, tipo assim, vamos supor, mil reais aquele valor já chega para mim pronto, com cotação ou sem cotação. Às vezes ela só colocava um termo, que na época o TCE tinha pedido. Mas, alguns processos vinham com cotação e outros não. Mas mesmo assim, já vem pronto para mim.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Desculpa, então só teve a cotação de uma empresa?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não, não. Teve das três, mas não chega para mim esse serviço de cotação. O processo já chega formado para mim, para o pregoeiro. Pregão presencial e a valor global da licitação, aí é onde vou publicar.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Aí as cotações das empresas que estão concorrendo, não chegam ao senhor?

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não, fica dentro dos autos algumas e outras não ficam. Fica com a própria cotação.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Como o senhor falou, a modalidade fica definida pelo secretário.

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Secretário da pasta.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Pelo secretário da pasta. Então, pela sua experiência de pregoeiro, você não acredita que a modalidade de pregão presencial, ela restringiu a ampla concorrência?

Page 20: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

20 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

ATA DA 20ª REUNIÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

58º PERÍODO LEGISLATIVO DA 8ª LEGISLATURAPRESIDÊNCIA DO SENHOR DEPUTADO CORONEL CHAGAS

Às quatorze horas e vinte e um minutos do dia vinte e sete de novembro de dois mil e dezenove, no Plenário desta Casa Legislativa, sob a presidência do Deputado Coronel Chagas, deu-se a vigésima reunião ordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada nos termos da Resolução nº 041/19, alterada pela Resolução nº 044/19.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Solicito ao Senhor Secretário desta Comissão que proceda à verificação de quórum para início da reunião.

O Senhor Secretário Henrique Pinheiro – Há quórum, Senhor Presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Havendo quórum regimental, sob a proteção de Deus e em nome do povo roraimense, declaro aberta a presente reunião. Registro a presença dos Deputados Coronel Chagas - Presidente, Nilton Sindpol - Vice-Presidente; Jorge Everton - Relator, Deputada Lenir Rodrigues, Deputado Evangelista Siqueira e Deputado Renato Silva, membros.

Solicito ao Secretário que proceda à leitura da Ata da reunião anterior.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Senhor Presidente, a reunião foi ontem, ainda não foi degravada, mas, como já temos conhecimento do conteúdo da Ata, requeiro a Vossa Excelência a supressão da leitura.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Acato o requerimento pela dispensa da leitura da Ata e coloco-a em discussão.

Não havendo quem queira discuti-la, passamos para votação. A votação será simbólica: os deputados que concordarem com a Ata permaneçam como estão. Aprovada.

Como não temos nenhuma matéria no expediente, partiremos imediatamente para a Ordem do Dia.

Na Ordem do Dia, atendendo a convocação de Requerimento de autoria do Deputado Nilton Sindpol e Deputada Lenir Rodrigues, encontram-se nas dependências desta Casa as seguintes pessoas que vão prestar depoimentos: André Nentwig Silva; Vanusa Lopes Silva; e Maria Lúcia de Lucena, que atuaram como fiscais do contrato entre a Secretaria de Saúde e a COOPEBRAS, para prestarem esclarecimentos sobre esse contrato. Então, temos na Ordem do Dia, a oitiva de três fiscais do contrato da COOPEBRAS com a Secretaria de Saúde. Nós vamos ouvi-los, conforme a ordem de chegada dos intimados.

Solicito à assessoria que conduza a esta sala a senhora Maria Lúcia de Lucena.

Boa tarde senhora Maria Lúcia, seja bem-vinda. Solicito ao Senhor Relator que faça a leitura da ficha de

identificação da depoente. Caso haja alguma inconsistência na sua ficha, por favor, nos

informem ao microfone. O Senhor Relator Jorge Everton – Ficha de Identificação de

Maria Lúcia de Lucena. RG nº 122878 – SSP/RR; CPF nº 268724803-78; Filiação: Maria das Neves Lucena e José Idelfonson Lucena; Data do Nascimento: 31/05/67; Profissão: Administradora; Nacionalidade: Brasileira; Estado Civil: Solteira; Endereço: Rua Câncer, bairro Cidade Satélite.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhora Maria a senhora foi convocada para depor na CPI da Saúde, por requerimento de deputados, tendo em vista que a senhora atuou como fiscal do contrato entre a Secretaria de Saúde e a COOPEBRAS, para trazer informações que possam auxiliar essa CPI. Então, a senhora será ouvida como testemunha. Informo-lhe que o seu depoimento será registrado através de gravação de vídeo e áudio e em CD-ROM, e também, será transmitido ao vivo através da TV Assembleia. Pergunto se a senhora tem alguma restrição quanto a transmissão ao vivo do seu depoimento?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena– Nenhuma objeção. O Senhor Presidente Coronel Chagas – A testemunha informa

que não há nenhuma restrição. Como a senhora vai ser ouvida como testemunha, faz-se necessário, conforme a legislação, que a senhora preste o compromisso de dizer a verdade, somente a verdade, sobre o que lhe for perguntado. A senhora presta esse compromisso?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Sim. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Vou passar então a

palavra para uma das autoras do requerimento de convocação, à deputada Lenir Rodrigues, para que dê início a sua oitiva.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Boa tarde dona Maria Lúcia. Nós vamos falar inicialmente sobre o contrato da COOPEBRAS,

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Não. Tanto é que ele abaixou assim, ele deu o lance e ficou lá e a outra empresa não cobriu o lance, aí como ele não mandou a documentação, automaticamente, a gente desclassifica e chama o segundo. Não reduziram muito o valor não.

O Senhor Relator Jorge Everton – Ok. Obrigado. Satisfeito, Presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Bom, não havendo mais nenhuma pergunta a ser formulada ao depoente, nós vamos dar por encerrado. Agradecemos ao senhor Renato pelo comparecimento e solicitamos que assine seu termo de comparecimento.

O Senhor Renato Michel Moreno Benedetti – Estou à disposição para qualquer coisa.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Ok. Nós temos questões administrativa internas, eu solicito aos senhores deputados que permaneçam mais um momento, para nós darmos encaminhamento.

Bom, está reaberta a reunião. Eu quero informar aos senhores deputados que foi encaminhada a esta presidência, pelo deputado Renato Silva, cópias de documentos, só que ele fez sem nenhum documento, apenas cópias de documentos, que eu acredito que seja com relação ao contrato buco-maxilo, mas não fez um documento relatando. São os mandados de intimação da justiça, licitação, pareceres de processos judiciais, de cidadãos, mas que não tem algo assim para orientar essa comissão.

O Senhor Relator Jorge Everton – Presidente, eu sugiro que seja feita cópia dessa documentação e encaminhada para os gabinetes. Já foi para o delegado designado para acompanhar o nosso trabalho, a fim de a gente apresentar para ele, até mesmo porque tem algumas pessoas que já estão sendo ouvidas por ele que vão somar com esses depoimentos.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Ok. Bom, esse era o outro assunto que eu iria tratar com os senhores. Dentro dos documentos lidos no expediente, um deles é o Ofício nº 1579, de 18/11/2019, assinado pelo Delegado-Geral da Polícia Civil, informando o nome do Dr. Alessander Lopes Silva, delegado de polícia para acompanhar os trabalhos desta comissão. Então, dou por conhecimentos aos senhores deputados e solicito ao deputado Jorge Everton que é da instituição, para solicitar então ao delegado, caso não haja nenhuma objeção por parte desta CPI, para que ele seja apresentado. Então, nesta comissão, para dar assessoria. E seja, digamos assim, o guardião dos autos do processo e nos oriente, nos auxilie nesta CPI, no sentido da CPI atuar aqui, fazendo todos aqueles dados, juntada, termo de juntada e outros documentos que são necessários nos autos do processo. Ele fará esses serviços aí. Então, acredito que ele dará uma grande contribuição nos trabalhos desta CPI.

Nós temos também, que foi lido no expediente, o ofício da saúde, em atendimento ao Ofício nº 049 desta CPI, referente ao processo, cujo o objeto é aquisição de materiais para buco maxilo facial. Em consignação, com instrumentais e equipamentos incomodado para atender o Hospital Geral de Roraima. Eu acredito que foi objeto de requerimento do deputado Jorge Everton. Estão aqui dois Cd’s, contendo, o Processo n° 2060101202. Então, o deputado Jorge Everton faz solicitação para que faça a impressão desses documentos, fazer cópia impressa.

Nós temos também cópia no expediente da leitura do Ofício nº 3662, oriundo da SESAU. Atendendo à solicitação da requisição contida no Ofício nº 046 desta CPI, encaminhando o seguinte: a redação está um pouco confusa, mas eu solicito a assessoria que verifique qual é o ofício nº 046. Qual o teor, mas traz um contrato da COOPEBRAS. Então, provavelmente, em solicitação ao deputado Nilton Sindpol e a deputada Lenir Rodrigues da COOPEBRAS. Já está dirimida aqui a dúvida.

Então são esses os encaminhamentos que tínhamos a fazer. Amanhã nos teremos reunião novamente, às 14h, mais três pessoas para serem ouvidas. E na quinta também mais três pessoas.

Pergunto se algum deputado tem mais algum encaminhamento, requerimento? Não havendo mais nada a tratar, damos por encerrada a presente reunião.

Foi definido que têm três contratos, me parece que até o momento do processo foi requisitado e foi reiterada a requisição e até o momento não foi encaminhada pela Secretaria de Saúde. Então, amanhã, deputado, são dois processos. Não eram três? Ok. Então dê uma cópia para o deputado Jorge Everton.

O deputado Jorge Everton irá com a equipe às 08h, na Secretaria e vai fazer lá um preâmbulo. Enfim, deixa a equipe lá tirando cópias, eles vão levar os equipamentos. Todos os setores da assembleia, foram acionados para isso. Saída então amanhã, às 08h da manhã e às 14h teremos a nova reunião ordinária. E dou por encerrada essa reunião, agradecendo a todos. Boa tarde!

Coronel ChagasPresidente

Page 21: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

21BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

preocupação era de catalogar os documentos, ver se estava ok, levava para autorização dele e depois entregava para cooperativa. Então era muito restrito. Secretário, gabinete, vinha e voltava para sala, assim, eu não tinha nem como fazer, porque a determinação era que os diretores das unidades que estão pedindo... então esse detalhamento de conferir eu não fazia. A minha parte eram as orientações que era restrita e orientada.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora foi das pessoas que entrou com o Dr. Ailton, fazendo parte da equipe administrativa dele e ele afirmou, reafirmou que haviam várias irregularidades na SESAU, a senhora está sobre compromisso legal de falar a verdade. Quais as irregularidades que a senhora teve conhecimento?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – O período que ele ficou, eu não ia muito no gabinete, então nesses dois meses a gente fez o levantamento, tanto é que a orientação era de fazer essa normatização até para ter um fluxo para gente saber quem ia cobrar, e quem não ia, tá publicada, então uma das grandes preocupações dele era essa. A gente estava nos ajustes, até porque estava no início, estávamos adequando para melhorar e fiscalizar mais e ter mais conhecimento. Então esses dois meses fiquei restrita a isso, eu não participei de reunião, porque eram os três secretários, aí logo depois ele saiu, dia 19 fomos exonerados. Logo em seguida ele montou eu não sei nunca foi participado comigo, foi autorizado tudo que entrou nesses dois meses por ele, ou pelo Dr. Mário Marciel, que atestava no verso de cada documento, tudo que ia entrar e tudo que saia. Tem autorização dele no verso carimbado e assinado.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora trouxe, porque nas cópias que vieram digitalizada para CPI não consta os versos, quais os documentos?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – de quê? Das duas notas? A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Isso! A nomeação dela

é de 26 de fevereiro de 2019 e a exoneração de 19 de março. A Senhora Maria Lucia de Lucena – 3 de abril é a substituição,

a partir do dia 19 já entrou outro fiscal. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Isso aí a gente tem,

eram os versos das notas que nós não tínhamos. A senhora foi fiscal de outro contrato sem ser da COOPEBRAS?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A Senhora teve ou tem

alguma relação de parentesco com alguns dos proprietários da diretoria da COOPEBRAS?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora tem relação

de parentesco com alguém que estivesse no primeiro escalão do governo na época?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora está

trabalhando aonde, hoje? A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Eu continuo no mesmo

lugar no RH. Eu já estava antes e continuo lá, só perdi o cargo. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Porque a senhora é

concursada? A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Sim. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Tá certo, sem mais

perguntas, Excelência. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra o

Deputado Nilton Sindpol. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Boa tarde Dona Maria

Lúcia. Ouvindo suas respostas, eu cheguei a seguinte conclusão. Na verdade, o fiscal não fiscaliza, ele só atesta o que os diretores das unidades encaminham. Porque a senhora disse que exatamente, a senhora fazia o quê? Conferia o que os diretores enviavam? A senhora, em algum momento, buscou a veracidade daqueles dados informados, para que fossem evidentemente posteriormente pagos?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não, ir nas unidades e verificar a escala se o médico estava, isso realmente eu não fiz, até porque a gente traz os documentos e catalogava, e até o próprio secretário, que aprova os documentos todos, a confiança vinham dos diretores, são eles que estão lá. Nessa normatização a gente deu mais atribuição, porque eles que estão lá de manhã, à tarde e à noite, tem o setor do RH para conferir, realmente eu não fui lá verificar se o médico estava ou não. Até porque é impossível ir a todas unidades, todas as horas onde os médicos estão de manhã, à tarde e à noite, não tem como, nessa normatização, que foi acompanhada pela PROGE, CGAN, porque a gente tem que ter um fluxo, uma saída, e cobrar de quem fizer sua parte.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Eu não sei se a senhora tem conhecimento do contrato, mas, só para lhe dizer, esse contrato milionário foi realizado na modalidade de pregão presencial. Essa é uma questão que,

que a senhora foi fiscal de contrato. Qual a sua formação? A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Eu sou administradora. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora trabalhava lá

na sede da SESAU mesmo? A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Sim. Eu sou concursada

do estado. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Na época, como fiscal

de contrato, a senhora também tinha cargo comissionado? A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Eu fui convidada em

janeiro, assim que o Dr. Ailton entrou, antes eu só era servidora normal, não tinha cargo.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Na verdade, em 2019, a sua nomeação está com a data de 26 fevereiro de 2019.

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Isso, eu fiquei dois meses. Fui nomeada no dia 26 de fevereiro, dia 02 de janeiro e fui exonerada no dia 19 de março de 2019.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A gente analisando os autos, viu que no volume 3, nas folhas 461 e 462, temos as atribuições do fiscal. Chegaram a apresentar à senhora quais eram as suas atribuições?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Sim. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Ainda no volume 3, nas

folhas 112, referente aos atestos no verso das notas, não consta no processo digitalizado os versos das notas, e, assim ficou impossível verificarmos a veracidade. A senhora quando ia atestar as notas, olhava realmente a prestação de serviços?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Sim. Eu atestei duas notas. Janeiro e fevereiro.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E a senhora se preocupou em saber se aquelas pessoas que estavam recebendo pela cooperativa eram ou não concursados, efetivos do estado e, se, elas realmente prestaram esse serviço?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Não. Porque é assim, logo no início de janeiro, a coordenadora que assumiu junto com o Dr. Ailton me chamou e foi feito um documento para a cooperativa, que a partir daquela data tinham orientações que deveriam ser seguidas, todas as solicitações teriam que passar pela autorização do secretário, para então entrar na folha. E quando chegavam das unidades as solicitações, assinadas por cada diretor, as quantidades, o que faziam, quanto que iam, e aí, a gente levava para o Dr. Ailton, no verso, para ele autorizar ou não. Mas, eu não ia procurar o nome de cada servidor ou qual era o vínculo dele não, porque vinha lá o pedido, o nome e o quantitativo. A preocupação era passar pelo Dr. Ailton as solicitações, que ele autorizava no verso, aí só então a gente voltava para o RH, tirava cópia e repassávamos para a cooperativa. No final aquele bolão de coisas que vinha do mês, a cooperativa levava as cópias e no final ele trazia um consolidado, aí eu ia novamente conferindo se estavam ok as quantidades e estando ok, já levava para o Dr. Ailton dar a autorização para a emissão da nota.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Olha, nosso objetivo aqui, apurando possíveis falhas, claro que o objetivo em nenhum momento é prejudicar os médicos, que já trabalham tanto e nós precisamos muito desses médicos, mas, nós observamos que na folha de produção de carga horária e de plantão médico aparecem pessoas que têm o seu salário, a função gratificada, e mesmo assim aparece com plantões, por meio da cooperativa. A senhora detectou isso nos dois meses que a senhora fez o seu atesto nas notas fiscais?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não! O que a gente fez foi fazer um apanhado e elaboramos um documento para diminuir e melhorar o serviço. Tanto é que saiu no diário umas orientações que foram vistas com a CGAN, o secretário Roberto na época, tipo um fluxo, uma normatização, de como deveria ser. Às vezes vinha sem assinatura, às vezes só pedido do próprio médico, então a gente fez uma normatização e saiu no diário; está publicado, eu trouxe até uma cópia porque não sei se deu tempo, porque como a gente saiu dia 19 e ele saiu dia 11, não deu tempo de efetuar as mudanças, pois lá tinha todo um detalhamento de como deveria ser. Eu não fazia essa, até porque é assim, quando chegava eram de todas as unidades, como eles vinham primeiro e entregavam no gabinete e acertavam primeiramente com os secretários, depois já vinha só autorizado para a gente, então, realmente, não era feito esse detalhamento.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora sabe que esta CPI foi aberta exatamente, pelas denúncias do ex-secretário Dr. Ailton Wanderley. A senhora nesses dois meses que esteve à frente de um trabalho tão importante, que era fiscal do contrato, quais as irregularidades que a senhora observou?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Eu não vi irregularidades. Eu entrei e já fui orientada, não passa nada, ninguém entrega documento, a não ser direto do gabinete e autorizado pelo secretário. A minha

Page 22: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

22 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra, o deputado Renato Silva.

O Senhor Deputado Renato Silva – Boa tarde, dona Maria. Vou fazer só uma pergunta para a senhora. Assim que o Secretário Ailton assumiu a Secretaria, foi reduzido o valor do contrato da Cooperativa, ela pagava em torno de dez a onze milhões e meio por mês e, logo depois, teve um mês que caiu para sete e meio, seis e meio, então reduziu muito e ele alegou que estava fazendo o mesmo serviço só que um valor muito menor. Então, quer dizer que tinham quatro milhões superfaturados no contrato, a palavra certa é essa, porque se está fazendo o mesmo serviço, pagando agora sete milhões e meio o que antes pagava onze milhões, então havia em torno de quatro milhões que eram pagos de forma irregular. A senhora pode colocar alguns pontos irregulares nesse contrato, porque ele reduziu e conseguiu fazer o mesmo serviço?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Não...tem...tive...que a gente...os dois meses...

O Senhor Deputado Renato Silva – Foi na gestão do Ailton que a senhora trabalhou, não é?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Foi logo no início, a gente, ... foi feito, é tanto que a preocupação dele era conferir nome por nome, se as escalas, se estava ou não estava. Então assim, foi até reduzido. tem até um parecer que foi para a PROGE que tinha glosado uma época. Foi até na folha de janeiro mesmo. Mas assim os quantitativos, os nomes, então esses dois meses foram sete, oito. Então assim a cada mês a gente estava no começo, então a gente tinha várias coisas dessa normatização, a gente ia melhorar, colocar mais pessoas em cada unidade, para ficar responsáveis, mas aí depois a gente saiu, não tive mais acesso.

O Senhor Deputado Renato Silva – É, eu entendo. Mas na gestão de vocês, vocês mesmo reduziram o valor, porque estava pagando um valor a mais, irregular, é isso que eu quero entender. O que era pago irregular? Por exemplo: teve um mês que reduziu 4 milhões. E esses 4 milhões que foram reduzidos?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Esse mês eu não sei. O Senhor Deputado Renato Silva – A senhora acabou de falar

que pagou 7,6. A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não dos dois meses aqui

entendeu. Depois teve um documento que foi para a PROGE, que foi pedido para reanalisar o contrato e a PROGE achou algumas inconsistências em relação a algumas taxas, algumas porcentagens, algumas coisas, tanto que na nota de janeiro, foi glosado e foi devolvido.

O Senhor Deputado Renato Silva – 4 milhões de taxas. A Senhora Maria Lucia de Lucena – Foi glosado 787.402,69,

é um parecer. O Senhor Deputado Renato Silva – Isso foi recomendação da

PROGE. Então na PROGE a gente consegue. A Senhora Maria Lucia de Lucena – Foi feito um levantamento,

e eles fizeram um processo. Isso tudo está dentro do processo. O Senhor Deputado Renato Silva – Foi dentro do processo?

Essa recomendação? A Senhora Maria Lucia de Lucena – Sim dentro do processo,

esse parecer! O Senhor Deputado Renato Silva – Esse parecer né. A Senhora Maria Lucia de Lucena – Aí com esse parecer, foi

feito um documento para a cooperativa e foi feito a glosa nesse valor e na fatura de janeiro.

O Senhor Deputado Renato Silva – Qual o valor? A Senhora Maria Lucia de Lucena – 787.402,69. O Senhor Deputado Renato Silva – Teve mês que foi pago 11

milhões e meio. Aí esse mês de janeiro foi pago 7 milhões e 800. Você tira aí quase 4 milhões de economia. Falei 4 mil, falei errado? Eu falei 4 milhões.

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Só esse mês eu acho que o parecer foi início de fevereiro, que a gente foi detectando, aí falei vamos para a PROGE.

O Senhor Deputado Renato Silva – Foi detectado alguns erros no processo, e reduziram o valor, eram esses erros que eu queria que a senhora pontuasse aqui.

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Mas aí assim, diante do parecer da PROGE, que eles analisaram, eles detectaram erros na licitação e tinha algumas taxas que estavam erradas, então, no parecer está bem detalhado. Porque foram eles que fizeram essa glosa.

O Senhor Deputado Renato Silva – Obrigada Maria. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra o

deputado Jorge Everton, relator desta CPI. O Senhor Relator Jorge Everton – Boa tarde senhora Maria. A Senhora Maria Lucia de Lucena – Boa tarde.

um contrato que nos debruçamos sobre ele já é suspeito, desde a questão da modalidade, questão de vários documentos, todos numa mesma data, a senhora como fiscal do contrato chegou a manusear, ler esse contrato com a COOPEBRAS?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Li, passei alguns volumes e vi como era feito, e tal, mas realmente não tenho conhecimento profundo de licitação se estava ok ou não, a gente deduz que tem a PROGE, então não tenho conhecimento, não participei na época.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Dona Maria, nos causa até estranheza as suas palavras, até porque o ex-secretário de saúde, Doutor Ailton Wanderley, disse que foi muito pressionado, que a SESAU, esses contratos... estava sendo pressionados por deputados estaduais, federai e senadores, a senhora em algum momento viu parlamentares, ou preposto desses deputados lá na SESAU, no gabinete do secretário Ailton Wanderley?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Não, porque nesses dois meses, eu fui lá umas duas, três ou quatros vezes sempre ia na parte da tarde era mais calmo, a gente sempre ficava no final da tarde que o expediente é até uma e meia. Então, assim, eu não ia muito ao gabinete e quando ia, entrava na sala e não via, ou era o Doutor Mario Maciel ou eram eles que sentavam comigo para fazer o autorizo das solicitações. Então, ...

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A senhora sabe me informar se o ex-secretário tinha uma agenda para que as pessoas que quisessem se reunir com ele pudessem fazer a marcação desse dia e horário. A senhora tem esse conhecimento?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Não sei. Eu creio que no gabinete deva ter, mas não sei. Mudou muita gente... mas com certeza ela deve ter uma agenda, mas quem deve cuidar deve ser a chefe de gabinete, assessor, alguma coisa. Não ia muito e quando ia, entrava e saia, ia só para pegar um documento, então não posso esclarecer.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A senhora trabalhava e continua trabalhando no RH da SESAU, certo?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Sim. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Então, a senhora deve

ter pelo menos noção dos médicos que são... a senhora deve pelo menos conhecer por nomes, quem são concursados, até porque a senhora é concursada, e aqueles médicos que são cooperados. Porque uma das justificativas para o estado contratar essa cooperativa é a ausência de profissionais para atender as demandas. A gente recebe muita reclamação de profissionais da área de saúde, no caso os médicos, que eles têm carga horária em várias unidades ao mesmo tempo. Em algum momento foi questionada essa situação, tipo, médico estar em Boa Vista e também em Caracaraí, por exemplo, ou em Rorainópolis? A senhora observava esses detalhes na nota?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Não, nos dois meses que eu realmente fiquei não. Não, porque quando chegavam, corríamos, porque tínhamos que pagar. Eu me atentava a ver se estava certo, se estava, realmente, o autorizo dele no verso e como eu já trabalhava e trabalho no Núcleo de Processos, porque no RH, cada núcleo é separado, Folha de Pagamento, a que cuida de servidores estaduais. Então, assim, eu entro em uma sala e fico os dois meses em que eu tive esse contato.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Mas essa fiscalização que a senhora se refere, que o próprio secretário determinou, e agora a senhora diz que era sempre correria para o atesto, não contradiz a determinação de fiscalizar com rigor para que seja, realmente, constatado, para que seja, realmente, exercida a fiscalização desse contrato?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Então, o que a gente se atentou foi que, realmente, só entrasse na folha o que ele autorizava, que já vinha com a justificativa de cada unidade, de cada diretor, para estar na folha e, realmente, passar por ele o que, realmente, poderia entrar na folha.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Essa questão da fiscalização aí, a senhora teve conhecimento da nota do Ministério Público de Contas, da recomendação, da notificação que foi feita à SESAU? A senhora tomou conhecimento da recomendação do Ministério Público de Contas?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Aí logo depois da minha exoneração, entrou outro coordenador, outro... aí eu não tive mais acesso, o que eu tive acesso depois das denúncias, foi tudo acompanhado pela TV, jornal, essas coisas. Mas, eu não participei de nenhum. No RH fica restrito à coordenação, não é de divulgar, passado para outro setor a folha.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Então, pelo o que a senhora está dizendo, é compartimentado isso aí, vocês não interagem, não trocam informações, não reúnem para tratar dessas questões?

A Senhora Maria Lúcia de Lucena – Todos não, é só quem mexe. Cada um é responsável pela sua.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Sem mais perguntas, Presidente. Obrigado.

Page 23: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

23BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

dos meses em que a senhora atestou as notas se o secretário recebeu plantão pela cooperativa?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não lembro, porque eram 400 pessoas, mas que eu me recorde, não lembro de ter o nome deles nas folhas. Mas assim eu teria que ver, o quantitativo.

O Senhor Relator Jorge Everton – Pronto então eu vou dar para a senhora ver aqui, o mês de janeiro está aqui, 2019 e o mês de fevereiro que foram as duas notas que a senhora atestou. Eu quero que a senhora leia para que todos escutem se existe algum pagamento para o secretário, por favor. E qual o valor?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Ailton Wanderley no Hospital Geral.

O Senhor Relator Jorge Everton – O quê? Lá onde eu marquei por favor, que foram os meses que a senhora atestou.

A Senhora Maria Lucia de Lucena – O valor de 5 mil. O Senhor Relator Jorge Everton – Referente a quê? A Senhora Maria Lucia de Lucena – Renumeração, memo,

anestesista de emergência. O Senhor Relator Jorge Everton – Está escrito plantão aí? A Senhora Maria Lucia de Lucena – Está escrito aqui nos 5

mil, S/AVISO. O Senhor Relator Jorge Everton – Qual mês? O Senhor Presidente Coronel Chagas – Sobreaviso deve ser

isso. A Senhora Maria Lucia de Lucena – É isso. O Senhor Presidente Coronel Chagas – É um plantão, não é? A Senhora Maria Lucia de Lucena – É. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Sobreaviso é um

plantão. O Senhor Relator Jorge Everton – Esses dois meses a senhora

confirma aí que são janeiro e fevereiro, na data que está aí nos documentos? A Senhora Maria Lucia de Lucena – É fevereiro e janeiro sim. O Senhor Relator Jorge Everton – Que são os meses que a

senhora atestou as notas? A Senhora Maria Lucia de Lucena – Atestei as notas, sim. O Senhor Relator Jorge Everton – A senhora atestou pagamento,

indevido para o secretário Ailton Wanderley? A Senhora Maria Lucia de Lucena – Teria que olhar dentro do

consolidado, se está aí, eu atestei janeiro e fevereiro. Mas, realmente, eu não me atentei, que nas orientações estava lá, quem era diretor, secretário, realmente eu não vi.

O Senhor Relator Jorge Everton – Tá escrito aqui. A Senhora Maria Lucia de Lucena – Até porque passou por ele

e ele autorizou, ele não deveria ter autorizado para ele mesmo. O Senhor Relator Jorge Everton – Vou ler para a senhora:

Plantão médico, emergência Hospital Geral de Roraima, valor: receita cooperativado, 5 mil reais, mês fevereiro de 2019, que foi uma nota que a senhora atestou. Está aqui, plantão médico, anestesista, emergência, 5 mil reais, receita cooperativada, 5 mil reais, senhor Ailton Rodrigues Wanderley. Não é contraditório denunciar os médicos por recebimento indevido e constar pagamento do próprio secretário e a senhora atestar isso?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Eu não sei, porque depois que ele saiu, eu não tive mais contato com ele.

O Senhor Relator Jorge Everton – A responsabilidade de atestar uma nota é grande para um fiscal, eu até entendo que a senhora não tem condições em estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas eu acho bastante contraditório se fazer uma denúncia, generalizando uma classe de profissionais da saúde, onde o próprio secretário fazia uso indevido desse pagamento.

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Eu acho também que ele tem que ser chamado.

O Senhor Relator Jorge Everton – E eu queria deixar registrado, que nesses dois meses a senhora atestou esses pagamentos.

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Eu acho também que ele tem que ser chamado, para ele vir, porque a escala do HGR, vinha lá um monte. E eu realmente não fui me atentar e só me atentei o que estava autorizado. Ok eu agradeço.

O Senhor Relator Jorge Everton – Fica o alerta, para a senhora quando for fiscal de um contrato preste muita atenção do que está atestando.

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não, nunca mais. O Senhor Relator Jorge Everton –Porque é como os colegas

falaram é um contrato milionário, onde pessoas receberam indevidamente, como o próprio secretário denunciou, mas ele esqueceu de falar também que ele recebeu indevidamente. E quando a gente apura a participação, a gente não pode ser seletivo e escolher quem investiga, e quem acusa. Queria fazer esse registro e queria saber se a senhora tem mais alguma

O Senhor Relator Jorge Everton – Eu não vou repetir as perguntas dos colegas, eu prestei atenção em todas. Mas alguns pontos eu gostaria de esclarecer. A senhora efetivamente começou a trabalhar nesse contrato, a partir de que dia, e qual mês?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Foi em janeiro, primeira semana.

O Senhor Relator Jorge Everton – Primeira semana de janeiro? A Senhora Maria Lucia de Lucena – Janeiro, porque as

nomeações que estavam logo no início de janeiro, foi aquela troca de todo mundo, então só saiu publicado dia 26, mas ele foi retroativo a 2 de janeiro.

O Senhor Relator Jorge Everton – Qual a data do primeiro atesto que a senhora deu referente a que mês?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Janeiro, em 05/02/19. O Senhor Relator Jorge Everton – A primeira? A Senhora Maria Lucia de Lucena – A primeira, que foi

referente ao pagamento do mês de janeiro. O Senhor Relator Jorge Everton – A senhora falou que atestou

duas. Qual foi a segunda? A Senhora Maria Lucia de Lucena –Foi essa no valor de 670

aí teve... O Senhor Relator Jorge Everton – Não, veja o valor direito,

que eu acho que é 8 milhões, não é 800 não. A Senhora Maria Lucia de Lucena – Ah tá, 8.670.236,59. O Senhor Relator Jorge Everton –Essa foi a primeira? A Senhora Maria Lucia de Lucena – É, essa foi a primeira do

mês de janeiro. O Senhor Relator Jorge Everton – Referente ao mês de janeiro? A Senhora Maria Lucia de Lucena – E no mês de janeiro,

quando veio a folha, ficaram ainda alguns profissionais fora, que deu um valor de 335 que não foi pago aqui, que foi atestada sem... de janeiro que era um resíduo que tinha.

O Senhor Relator Jorge Everton – A senhora só atestou essas duas notas?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não. Aí tem a do mês de fevereiro.

O Senhor Relator Jorge Everton – Tá. A Senhora Maria Lucia de Lucena – Janeiro e fevereiro. O Senhor Relator Jorge Everton – Ok. A Senhora Maria Lucia de Lucena –Fevereiro, 8.231.475,61 e

teve glosa de 668.475,01 que foi atestado no dia 20/03. O Senhor Relator Jorge Everton – Durante o período em que

a senhora ficou lá, a senhora atestou notas do mês de janeiro a fevereiro? A Senhora Maria Lucia de Lucena – Isso. De janeiro a

fevereiro. O Senhor Relator Jorge Everton – Eu volto a perguntar o que

foi perguntado pelos meus colegas. Diretores, Secretários eles poderiam receber pela cooperativa?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não. Não sei, porque, quando vem o documento vem o nome de todos os diretores.

O Senhor Relator Jorge Everton –Veja bem, agora a pouco a senhora falou, em uma das respostas que eu ouvi, que não poderia diretor receber pela cooperativa. Quero saber se a senhora falou isso, ou não falou, se sabe ou se não sabe.

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não falei isso, de diretor não. Não me recordo.

O Senhor Relator Jorge Everton – Não existia nenhuma recomendação, que não se pagasse através da cooperativa, diretores, cargos comissionados, secretários?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não, assim específico nominal, não. Só sei dizer que quando me chamavam... a lista você só vai conferir e pagar o que foi autorizado pelo secretário. Então, os diretores vinham falar com o secretário, mas o quantitativo eu me atentava para fazer o valor. Não sei se era separado ou não. Não tenho essa informação.

O Senhor Relator Jorge Everton – Eu vou voltar a perguntar, o que o deputado Nilton Sindpol ou foi a deputada Lenir Rodrigues perguntou aqui. A senhora sabia das suas prerrogativas, das suas atribuições de fiscal de contrato? A senhora tem conhecimento do que deveria fazer como fiscal de contrato?

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Sim, eu li e obedeci às orientações que me foram dadas.

O Senhor Relator Jorge Everton – Porque uma coisa é fazer o que outros estão mandando a senhora fazer. Ordem legal não se cumpre. A senhora, como fiscal, a senhora tem que ter conhecimento daquilo que está fazendo. E uma das coisas é que não se pode se pagar cargo comissionado, não se pode pagar diretores, não se pode pagar secretários. Secretário não pode receber como plantão da cooperativa. A senhora tem conhecimento

Page 24: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

24 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

Depoente André Nentwig Silva – Negativo, esse foi o único contrato.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Quanto tempo o senhor ficou como fiscal desse contrato?

Depoente André Nentwig Silva – Eu fiquei menos de dois meses. Dentro dos autos também constam as portarias que me designaram.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Quantas notas o senhor assinou?

Depoente André Nentwig Silva – Se não me falha a memória, foram duas notas. Eu fui fiscal num lapso temporal de... segundo a portaria 1779/17, de 20/07/17 tendo sido substituído pela senhora Vanuza, na data de 14/08/17.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Tínhamos realmente essa portaria aqui 1779/17 de 20/07/17, mas, não tínhamos a sua exoneração. O senhor possui ou possuía grau de parentesco com alguém da diretoria da COOPEBRAS?

Depoente André Nentwig Silva – Negativo. Essa minha portaria de substituição encontra-se acostada às folhas 480, volume 3. Eu não tenho nenhum parentesco com ninguém da COOPEBRAS.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O Senhor sabe que essa CPI foi aberta por conta de uma denúncia do então, ex-secretário Ailton Wanderley, que disse ter presenciado, e noticiou várias irregularidades na SESAU. Então, estamos analisando vários processos, dentre eles, o da COOPEBRAS, que é um valor muito alto e, encontramos vários achados nesse processo, inclusive, uma recomendação do Ministério Público de Contas nº 02/17, que foi do dia dez de julho e, em seguida, dia vinte de julho, quando o Senhor chegou. O que o senhor sabe sobre essa recomendação e sobre a questão do pagamento de quarenta horas semanais para os médicos e mais plantões em unidades ambulatoriais, inclusive, no Coronel Mota, que não tem plantão à noite e, nós que somos de Boa Vista, sabemos que só funciona mesmo é pela manhã. O Ministério Público de Contas coloca sobre o excesso de carga horária evidenciando o descumprimento contratual e legal. O que o senhor viu nesse período? No que o senhor poderia contribuir, se foi na sua gestão que foi respondido essa recomendação?

Depoente André Newtwig Silva – Essa recomendação 02/17, que está acostado nas folhas 166 e 470 fui eu quem fiz a juntada nos autos do processo e foi comunicado, inclusive, mediante documentação que se encontra posteriormente também à COOPEBRAS. O que acontece é o seguinte, esse processo já havia sido licitado com quantitativo máximo que poderia estar sendo usado e em processo anterior, a cooperativa, acredito eu, estava utilizando cargo de direção e coordenação, seria o item um, que é notificação recomendatória, estaria fazendo menção a esse fato. Isso nós respeitamos durante a assinatura das duas notas por parte da minha fiscalização. Com relação a outros fatos, que porventura a senhora questionou aí, acredito que deve ser indagado à direção da unidade que fez a solicitação, mediante requerimento formal e que foi encaminhado ao senhor secretário de estado, à época em que ele deu um autorizo para nós darmos continuidade com a contratação desses servidores e poder suprir essa demanda específica das unidades. Esses documentos se encontram na SESAU.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor tinha conhecimento de que pessoas com cargo de direção e coordenação recebiam também pela COOPEBRAS?

Depoente André Nentwig Silva – Negativo. Nesse processo, especificamente, não, inclusive, fizemos filtros para poder verificar possíveis nomes. Sempre estivemos abertos às denúncias que poderiam, porventura, ter sido protocolado na Ouvidoria da própria SESAU e nada disso chegou ao nosso conhecimento.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nós também tivemos acesso a esses autos do processo e as notas fiscais, e não conseguimos ter acesso ao atesto do verso, inclusive, a testemunha anterior nos concedeu o que ela tinha. O senhor tem as certidões que o senhor assinou? As duas que o senhor atesta no verso?

Depoente André Nentwig Silva – Aqui no momento não, mas, acredito que quando manuseei o processo na secretaria estava escaneado o meu atesto no verso. Eu assinei duas notas fiscais nesse lapso temporal em que eu estive como fiscal e uma fé pública, direitinha minha.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Então, foi o senhor quem fez a juntada dos documentos, respondendo ao Ministério Público de Contas para cumprir a recomendação?

Depoente André Nentwig Silva – Correto. Inclusive, temos cópias dentro dos autos do processo, que foram encaminhadas à cooperativa essa situação. Eles têm conhecimento dessa recomendação 02/17.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor quando foi

pergunta que poderia ajudar a CPI? A Senhora Maria Lucia de Lucena – Não. Era só isso mesmo.

É tanto, que logo no mês que me chamaram, eu não gostaria de ser... porque nós já ouvíamos muita coisa de fiscal, tipo assim: Não, Lucinha, fica, a gente vai estar normatizando, a gente vai mudar muita coisa, uma nova gestão, então, como eu conhecia, já estava... tu entendes, tu és responsável, fica ai. Até porque só fica quem é concursado, e são muitos poucos servidores concursados, a maioria é comissionado. Então eu fiquei. É uma experiencia muito difícil.

O Senhor Relator Jorge Everton – Muito obrigada. Sem mais perguntas, presidente.

A Senhora Maria Lucia de Lucena – Eu que agradeço. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Bom, não havendo

mais nenhuma pergunta formulada à testemunha, nós damos por encerrado o depoimento. Agradecemos a sua contribuição e solicitamos apenas que a senhora assine seu termo de comparecimento e, logo após, a senhora estará liberada.

Senhora, muito obrigada, a senhora está dispensada A Senhora Maria Lucia de Lucena – Eu que agradeço. E assim,

não sei se posso falar mais alguma coisa, mas acho que sim, já que estão apurando, vocês deveriam chamar os diretores das unidades e o próprio secretário, também. Agradeço. Estou à disposição para qualquer coisa.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Eu solicito à assessoria da CPI, que conduza a esta sala, o senhor André Nentwing Silva.

Boa tarde Senhor André Nentwing Silva, seja bem-vindo, eu sou o deputado Coronel Chagas -presidente da CPI da saúde, o deputado Nilton Sindpol – vice-presidente, deputado Jorge Everton – relator, deputado Renato Silva e deputada Lenir Rodrigues, são integrantes da CPI.

O senhor foi convocado para prestar depoimento, como testemunha, por ter sido fiscal de contrato da Secretaria de Saúde com a COOPEBRAS. Nós informamos ao senhor que o seu depoimento será registrado, através de gravação de vídeo e áudio, registro em CD-ROM. E também será transmitida através da TV ASSEMBLEIA. Eu pergunto se tem alguma restrição da sua parte, com relação a transmissão ao vivo?

O Senhor André Nentwing Silva – Não. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Por favor, todas as

respostas o senhor fale ao microfone por favor, para ficar gravado. O Senhor André Nentwing Silva – Não possuo nenhuma

restrição. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Como o senhor vai ser

ouvido como testemunha, é necessário que o senhor preste compromisso de dizer a verdade, somente a verdade, no que lhe for perguntado. O senhor presta esse compromisso?

O Senhor André Nentwing Silva – Presto. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Eu vou solicitar ao

relator que faça a leitura da ficha de identificação do senhor. O Senhor Relator Jorge Everton – Ficha de Identificação

do depoente, André Nentwing Silva, RG: 0552133590 SSP/BA; CPF:907886055-34; Filiação: Barbara Christine Marie Nentwing Silva, Sylvio Carlos Bandeira de Mello e Silva; Data de Nascimento: 16/10/1976; Profissão: Servidor público estadual; Nacionalidade: brasileiro; Estado Civil: casado; Endereço: Rua Uitizeiro, nº 98, Apt. 04, Caçari, assinado pelo depoente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Obrigado. Todos os dados que o deputado leu estão corretos?

O Senhor André Nentwing Silva – Estão corretos. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Estão corretos. Perfeito. O Senhor foi convocado por Requerimento dos Deputados Nilton

e Lenir e, nós vamos passar a palavra à Deputada Lenir e posteriormente aos demais deputados. Ao final, se achar que tem mais alguma informação que julgar importante e quiser repassar à CPI, o senhor poderá fazê-lo.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Boa tarde. Qual a sua formação?

Depoente André Nentwig Silva – Sou administrador de empresas, concursado como administrador de empresas e sou advogado também.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O Senhor, atualmente, trabalha aonde?

Depoente André Nentwig Silva – Estou lotado na SESAU, na Coordenadoria Geral-CGPES, Recursos Humanos.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O Senhor trabalhou quanto tempo na SESAU?

Depoente André Nentwig Silva – Sou concursado desde 2013 na SESAU, como administrador.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O Senhor foi fiscal de outro contrato sem ser o da COOPEBRAS?

Page 25: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

25BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

O Senhor Presidente Coronel Chagas - Passo a palavra ao deputado Nilton Sindpol.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Boa tarde, Senhor André. O Senhor André Nentwig Silva - Boa tarde. O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Quando vocês eram fiscais

das unidades hospitalares, os dados da quantidade de carga horária de cada médico, quanto tempo do recebimento até o atesto da nota vocês tinham para que pudessem fazer essa conferência, essa fiscalização, e realmente, ter a certeza do que estavam atestando?

O Senhor André Nentwig Silva -O lapso temporal sempre foi muito curto para poder se dedicar a esse fato. Se não engano, dentro dos autos do processo, que também, lamentavelmente, eu não tenho essa parte, foi colocada lá uma tabela, que foi nós que criamos, assinada pelo secretário da época, doutor César, para que existisse uma possibilidade maior de lapso temporal em dias úteis para os fiscais que pudessem realmente ter um confronto, inclusive por meio de tabelas Excel, por meio de dados, a gente estava tentando formatar uma situação mais específica para rastrear essa questão dos servidores que estavam exercendo atividades pela cooperativa. Na realidade, a princípio seriam 5 dias uteis, apenas.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - A denúncia do ex-secretário Ailton Wanderley, diz que muitos médicos estavam recebendo de forma indevida. À época em que o senhor esteve como fiscal desse contrato, que é objeto de muitas contestações, o senhor disse à deputada Lenir, o senhor teve esse cuidado de fazer essa análise para que os médicos não recebessem como médicos e diretores de unidades, tanto da capital quanto do interior? O senhor prestou atenção nesse detalhe?

O Senhor André Nentwig Silva - Nós prestamos atenção nesse fato. Agora com relação, por exemplo ao grande quantitativo da demanda, que foi inerente a esse processo, realmente fazer todo um confronto de 100% da ficha, realmente, é humanamente impossível. Nós estávamos tentando buscar aperfeiçoar um sistema, uma metodologia, que não fosse estatística, mas que fosse uma metodologia com dados dos servidores que seriam os nossos da SESAU e dos cooperados para poder fazer um confronto mais fiel de informações a nível mais apurado. Só que isso para o lapso temporal e pelo pouco tempo que eu tive lá, humanamente, seria impossível fazer de todos. Eu fiz uma base de estatística, pegava nomes, porventura, lá quem estivesse isoladamente, cerca de 10%, foi feito humanamente. Agora, de toda a situação de requerimento das unidades por parte dos diretores, é humanamente impossível fazer. Só mesmo, mediante um sistema integrado para essa situação específica.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Certo. Essa relação de escala, você recebeu as escalas das unidades com os plantões para que vocês pudessem fazer a valoração, confronto, e fazer o consolidado da nota?

O Senhor André Nentwig Silva - Certo. O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Porque nesse processo, nós

encontramos várias notas fiscais sem atesto fiscal nenhum. Não estou aqui dizendo que foi na sua época como fiscal, mas o que nos chama a atenção é que a todos que fizemos essa pergunta aqui, nenhum teve a oportunidade de fazer um telefonema para a unidade hospitalar para, realmente, buscar saber se aquela escala era verdadeira. E o que chama atenção, por exemplo, é o diretor da unidade, sendo médico, vocês nunca prestaram a atenção na questão do diretor da unidade, se ele estava recebendo ali naquela escala?

O Senhor André Nentwig Silva - O que passou por mim, eu nunca consegui verificar ou detectar esse fato. Se porventura, agora, com vocês, com um efetivo maior, com servidores técnicos especializados, detectaram... realmente essas pessoas acho que deveriam ser responsabilizadas a nível do que está dentro do contrato, o que a legislação vigente versa sobre isso. Mas à época, era humanamente impossível, a demanda era muito grande. São dezenas e dezenas de pedidos de unidades de interiores, de tudo, que tem a autorização do secretário de estado da pasta, também humanamente impossível, a não ser que ele formasse uma comissão técnica para poder fazer uma auditoria, que foi sugerido na época, que se fizesse.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Ok. A recomendação do Ministério Público de Contas foi cumprida a rigor todos os itens da recomendação?

O Senhor André Nentwig Silva - Eu acredito que sim, em parte. Por que dentro dos autos, nós solicitamos um retorno da cooperativa para saber como eles se manifestariam. Eu solicitei como fiscal do processo junto com o secretário, na época, uma resposta oficial. Mas depois, ao manusear os processos eu não verifiquei dentro dos autos uma resposta oficial da cooperativa, frente a isso aqui, mas eles têm um recebido disso aqui e logo depois eu tive que exercer outras funções da minha secretaria.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Nessa recomendação da PROGE, nesse encaminhamento, foi encaminhado à procuradoria ou ao procurador da PROGE, lotado na SESAU?

O Senhor André Nentwig Silva -Essa recomendação que eu

fazer essa juntada nos autos do processo para responder ao Ministério Público de Contas, quais irregularidades o senhor detectou?

Depoente André Nentwig Silva – A princípio, não consegui detectar nenhuma irregularidade do que foi exposto aqui, inclusive o bypass como fiscal de processo é realizar um checklist. E, uma parte desse checklist diz respeito ao encaminhamento do processo físico para a CGE para eles também terem conhecimento se todo trâmite estaria sendo feito de acordo com o que determina a legislação vigente. E dessa forma, realizamos.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor não detectou que tinham médicos recebendo de quarenta a sessenta horas semanais mais os plantões?

Depoente André Nentwig Silva – Não, dessa forma não foi detectado na minha fiscalização. Humanamente, seria impossível a gente fazer só com um fiscal de processo, sem uma força tarefa para poder fazer um confronto específico de nomes que, porventura, estariam ultrapassando essa carga horária. Eu acredito que, como todo processo, ele sempre vai deixar um rastro, onde tudo pode ser depois reanalisado e uma investigação mais aguçada pode, porventura, detectar possíveis irregularidades frente ao que está sendo indagado à minha pessoa. Mas, humanamente, naquele lapso temporal que nós temos para darmos o devido encaminhamento ao processo, não foi detectado nada, tanto fisicamente por este que vos fala, como através de denúncias. As denúncias sempre ocorrem através da Ouvidoria da SESAU, ou, através de outros meios imprensa e etc... Nada foi me reportado de anormal.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Como é que vocês, como fiscal do contrato, poderiam detectar a especialidade da contratada?

O Senhor André Nentwig Silva - Através do CRM do médico. São médicos especialistas em determinadas situações que buscamos dentro dos autos dos processos também, e posteriormente foi se evoluindo para isso. Tem toda ficha cadastral dos médicos, se não me engano, a partir do volume 07, em diante. Os médicos têm a sua determinada especialização.

A senhora Relatora Lenir Rodrigues - E vinha na tabela? O Senhor André Nentwig Silva - Exatamente. Anteriormente,

essa tabela era simples, depois foi se aguçando mais para poder determinar e identificar a especialidade do médico etc, com relação ao fato aí.

A senhora Relatora Lenir Rodrigues - No contrato, nós detectamos que teve um aumento significativo do contrato velho para o novo e o que nós observamos? Que foram colocados também que fosse atendido o anexo do HGR, que nunca foi inaugurado. O senhor detectou pagamentos para médicos que possivelmente estariam como se fosse para atender esse anexo?

O Senhor André Nentwig Silva - Negativo. Não detectei. Acredito que essa situação que tenha ocorrido esse valor, como a senhora citou, um pouquinho maior, está inclusive na própria recomendação do MPC, nas folhas 4468, que eu vou tentar ler aqui: O aumento efetivo do contingente populacional no estado, provocado, inclusive, pela imigração, em função da crise no país vizinho, e finalmente o visível crescimento por procura nas unidades de saúde, de responsabilidade do estado, amplamente divulgados nas mídias. Foi justamente nessa época que deu essa denominada imigração, que perpetua até hoje, e a SESAU foi pega de surpresa, nesse momento.

A Senhora Relatora Lenir Rodrigues - Quando o senhor assumiu esse pouco tempo, o senhor saiu de lá desse trabalho ou já foi direto para a SEGAD?

O Senhor André Nentwig Silva - Não. Negativo. Eu sempre fui servidor da SESAU. O que aconteceu foi o seguinte. Houve uma troca de comando, a nível de coordenação, a senhora Consolata saiu e entrou a senhora Elinalda, e nesse meio transite, foi solicitado da minha pessoa um apoio mais estratégico, justamente nesse processo específico, porque eu não só cuidei desse processo, eu cuidei de outras funções funcionais, também de servidores, processos mais administrativos, não que remonta numerário. Foi justamente nessa fase que eu assumi essa fiscalização, em busca de um novo fiscal que pudesse dar uma continuidade de uma forma mais pontual e dedicada a essa situação. Foi somente nesse trâmite que eu fiquei esse curto tempo, até a chegada do novo fiscal.

A Senhora Relatora Lenir Rodrigues - Na denúncia inicial aqui para a criação da CPI foram citadas possíveis articulações de parlamentares em relação aos autos de processos, o senhor presenciou, testemunhou, algum parlamentar, seja deputado estadual, federal, senadores, parentes de governantes que estivessem interessados nos pagamentos para que tivesse celeridade, por exemplo no seu atesto nos pagamentos?

O Senhor André Nentwig Silva - Negativo. Nunca presenciei. Jamais vi qualquer situação anormal frente a esse processo ou outros que, porventura, tenha passado pela minha pessoa.

A Senhora Relatora Lenir Rodrigues - Satisfeita, Presidente. Obrigada, senhor André.

Page 26: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

26 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

pagas? A Senhora Vanusa Lopes Silva- É, a gente verificava os

documentos. Agora, assim, para verificar se realmente o médico trabalhou, não tinha como a gente verificar por meio de escala, vinham só os documentos, não vinha a escala.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- E o consolidado não vinha com as cargas horárias dos médicos e especialidades?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Vinha a carga horária, informando a quantidade de plantões, mas as escalas não vinham.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Em algum momento a senhora verificou se os médicos que seriam diretores de unidades, eles também estariam recebendo plantões pela COOPEBRAS?

A Senhora Vanusa Lopes Silva - Os diretores, todos eles, recebem plantões pela cooperativa.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Mesmo com a recomendação do Ministério Público de Contas?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Eu não tive conhecimento dessa recomendação do Ministério Público de Contas.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- A senhora sucedeu ao André Nentwig Silva, certo?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Isso. O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Pois é, à época em

que ele esteve à frente da fiscalização dos contratos, foi expedida pelo Ministério Público de Contas, uma recomendação, que a SESAU se ativesse à contratação de médicos por especialidades, conforme o contrato, e cirurgiões dentistas, somente buxo-maxilar, certo? uma recomendação! A senhora não teve conhecimento dessa recomendação do Ministério Público de Contas?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Não, da recomendação não, tive não.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- E confirma que todos os médicos, diretores, recebiam como plantonistas?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Diretores recebem sim, recebiam plantões, vinha uma informação no documento que eram plantões de supervisões médicas.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Vocês receberam esses documentos das unidades até atesto da nota, em média quantos dias, senhora Vanusa?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Nós tínhamos pouco prazo para analisar toda a documentação. Geralmente, chegava no primeiro dia útil do mês seguinte, e logo em seguida, a gente tinha que enviar essa nota para os órgãos de controle. Então a média de análise do documento, a gente passava uma média de três dias, analisando.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Os órgãos de controle, vocês faziam atesto e retornavam para o secretário de saúde para ele também chancelar?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Tudo era autorizado pelos secretários, toda a documentação, nenhum pagamento era solicitado sem a autorização dos secretários.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Ok, dona Vanuza nesse período em que a senhora esteve foi um período bastante considerado, a senhora viu ou presenciou um deputado estadual ou federal, algum político, fazendo lobby, com relação a esse contrato da COOPEBRAS? Com relação a pagamentos, a senhora em algum momento foi pressionada para dar celeridade para esses pagamentos ou foi oferecido vantagem a senhora para que fizesse isso?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Não, senhor. O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Sem mais perguntas,

Senhor Presidente. Obrigado senhora Vanusa. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- Boa tarde senhora

Vanuza, qual é a sua formação? A Senhora Vanusa Lopes Silva- Eu sou pedagoga. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- A senhora, atualmente,

trabalha onde? A Senhora Vanusa Lopes Silva- Hoje eu estou como gerente de

núcleo dos recursos humanos do HGR. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- A senhora é efetiva? A Senhora Vanusa Lopes Silva- Sim, sou servidora efetiva. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- E quanto tempo a

senhora passou? Porque eu vi aqui a sua nomeação 1897, a portaria de 2017, é a partir do dia 23 de junho de 2017, quando foi a sua exoneração?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Exoneração de fiscal? A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- De fiscal do contrato? A Senhora Vanusa Lopes Silva- Foi em dezembro. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- A senhora foi fiscal de

tenho aqui a 02, ela veio do MPC, do Ministério Público de Contas. Ela foi encaminhada, inclusive, para a governadora na época, para o meu secretário, para mim como fiscal, e para a nossa assessoria jurídica, que chama a CGAN, eu fiz um encaminhamento para a cooperativa, COOPEBRAS, para tomar conhecimento na íntegra, acerca do assunto, e fiz questão de fazer, juntado isso nos autos do processo.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Obrigado, senhor André. Presidente, sem mais perguntas.

O Senhor Presidente Coronel Chagas- Senhor André, nós agradecemos o seu comparecimento e as informações que trouxe a esta CPI, o seu depoimento está encerrado. Nós vamos pedir apenas que..., a menos que você tenha mais alguma informação a passar que possa contribuir.

O Senhor André Nentwig Silva- Não tenho nenhuma informação e me coloco à disposição para futuros e eventuais questionamentos.

O Senhor Presidente Coronel Chagas- Nós vamos pedir então para o senhor assinar o seu termo de depoimento, de comparecimento e logo após o senhor estará liberado. Muito obrigado.

Solicito à assessoria desta Casa que conduza até essa sala a senhora Vanuza Lopes Souza.

Senhora Vanuza, boa tarde, seja bem-vinda. Senhora Vanuza, a senhora foi convocada por essa CPI para prestar depoimento, por ter sido fiscal de contrato da SESAU com a COOPEBRAS. Eu vou pedir ao relator que faça a leitura da Ficha de Identificação da depoente.

O Senhor Relator Jorge Everton - Ficha de Identificação: ome: Vanusa Lopes Silva; RG:1203212337-6 SSP-AM; CPF: 571 981 442- 68; Filiação: Mãe: Francisca Maria Lopes Silva, Pai: Patriolino N. Silva; Data de nascimento: 09/01/1978; Servidora Pública- auxiliar administrativo; Nacionalidade: Brasileira; Estado civil: Casada; Endereço: Rua Sião, nº 317, Pintolândia; Contato telefônico: 99115-9003.

O Senhor Presidente Coronel Chagas - O seu depoimento vai ser transmitido ao vivo, através de vídeo e áudio e também vai ser transmitido ao vivo pela TV assembleia. Eu pergunto se a senhora tem alguma restrição em ele ser transmitido pela TV Assembleia? Por favor, responda no microfone.

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Não senhor. O Senhor Presidente Coronel Chagas- Ok, como a senhora vai

ser ouvida como testemunha, é necessário que faça o compromisso legal de falar a verdade, somente a verdade, sobre tudo o que lhe for perguntado. A senhora presta esse compromisso?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Sim. O Senhor Presidente Coronel Chagas- Nós vamos passar a

palavra ao deputado Nilton para que faça os questionamentos que julgar necessários à testemunha.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Boa tarde Senhora Vanuza, por gentileza, a senhora pode confirmar o período em que a senhora foi fiscal desse contrato com a Cooperativa Médica- COOPEBRAS?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Foi em agosto de 2017 a dezembro de 2018.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Ok. Como é que a senhora procedia para fazer os atesto dessas notas, desses serviços prestados? Quais os cuidados que a senhora tomava antes de fazer o atesto?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Todo mês as unidades de saúde, os diretores das unidades encaminhavam para a SESAU, para a CGTES, documentos indicando, informando os médicos que receberiam os plantões, o número de vezes de cada mês e o cuidado que eu tinha era de verificar as certidões, se estavam dia, se os documentos estavam de acordo com o que foi solicitado, se tinha autorização do secretário. Era esse cuidado que eu tinha.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- A senhora em algum momento buscou saber dessas unidades se realmente aquelas escalas que os médicos, escalas médicas enviadas, se realmente os médicos cumpriram aquela carga horária?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Não, porque eu não era fiscal setorial, eu era fiscal administrativo, era para analisar as certidões, os documentos, não era fiscal para verificar se o médico realmente trabalhou ou não.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Então, a senhora não atestava as notas fiscais dos serviços prestados?

A Senhora Vanusa Lopes Silva- Atestava, mediante essa documentação.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol- Sim, é justamente isso que eu estou lhe perguntando, das unidades hospitalares, elas encaminham para o setor de vocês para conferência com as escalas e seja realizado o consolidado dessas cargas horárias para que sejam pagas, não é? Essa consolidação não é numa nota fiscal para que, eventualmente, vocês depois de fazerem toda essa conferência, elas sejam atestadas e posteriormente,

Page 27: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

27BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Não me recordo, agora, o secretário da época, mas trabalhei com todos eles.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Sem mais perguntas, Senhor Presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhora Vanusa, não há mais perguntas a serem feitas, pergunto se senhora tem alguma informação que julga importante sobre esse contrato em que a senhora foi fiscal, para a CPI?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Tenho. Agora, no momento, a partir de maio, quando eu estava no HGR, a partir desse mês de maio quando entrou um secretário, Coronel, ele pediu que todas as informações e pagamentos de cooperativas passassem pelos recursos humanos porque, anteriormente, isso não se passava e agora, está passando. E aí quando eu peguei os documentos foi quando eu consegui chocar as escalas, porque ele também pediu que encaminhassem as escalas, juntamente com a quantidade de plantões e eu consegui fazer essa análise e choquei alguns plantões e identifiquei. Aí eu encaminhei para a secretaria e informei que houve esses choques de plantões e pediram os descontos.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – A senhora identificou os choques de plantões? Como a senhora descreve isso?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – São médicos que estão na função do cargo efetivo no mesmo dia e horário da cooperativa.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Em unidades diferentes? A Senhora Vanusa Lopes Silva – Não, só do HGR. O Senhor Presidente Coronel Chagas – No mesmo hospital

estavam recebendo como efetivo no plantão, quando deveria tirar normalmente como servidor efetivo e estavam também recebendo pela cooperativa é isso? A senhora tem esses dados?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Tenho. Os dados estão de posse da Polícia Civil, mas eu tenho do último mês aqui de maio, que foi quando começou.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Foi quando a senhora conseguiu identificar. A senhora pode disponibilizar a cópia desse documento, de maio que a senhora identificou? A senhora sabe informar se em meses anteriores isso estaria acontecendo, esse choque de plantões?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Eu não sei se poderia estar havendo, porque tem que analisar o documento.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – A senhora está de posse desse documento aqui?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Eu trouxe uma cópia do mês de maio.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – OK. Por favor, então a senhora nos disponibilize para que possamos tirar uma cópia.

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Assim, quero deixar bem claro que a função...

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Essa informação é muito importante, que a senhora está trazendo para a CPI.

A Senhora Vanusa Lopes Silva – A minha função na época era analisar os documentos e, agora, estou na gestão do RH do HGR e, depois que começou a passar essa documentação, deu para a gente fazer a análise direitinho, que até então não se passava. Então, por isso que não dava para fazer esse choque de escalas.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Perfeito. Então vamos providenciar as cópias desses documentos. Enquanto isso, quero dar por encerrado o seu depoimento. Antes, porém, solicito que a senhora assine o termo de comparecimento e verifique se os dados estão corretos nos termos e, logo após, a senhora estará liberada.

Fica registrado então que a senhora Vanusa disponibilizou aqui Memorandos de nº 1133, da gerência do núcleo do RH do HGR, da SESAU, onde consta planilha de inconsistências, ou seja, choque de plantões, como assim a senhora denominou, dos meses de junho, julho e outubro. Junho, encaminhando, provavelmente, as irregularidades do mês de maio. Perfeito. As do mês de julho, encaminhando as do mês de junho, e a de outubro, referente ao mês de setembro. Determino à secretaria da CPI que junte os documentos aos autos da comissão.

Mais uma vez agradecemos a sua contribuição. Muito obrigado. A senhora está dispensada.

Registro a presença do senhor deputado Evangelista Siqueira. O que nós tínhamos para a Ordem do Dia eram os depoimentos do senhor André, das senhoras Lúcia e Vanuza que já aconteceram. Da parte desta presidência, não há mais nenhum item, nenhum encaminhamento.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol pede Questão de Ordem – Senhor Presidente, tenho aqui dois requerimentos para apresentar. Em um requerimento, reitero o do Requerimento nº 20/19. Passo a Vossa Excelência para que possa ser analisado pela Comissão.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – O Deputado Nilton

contrato em outro contrato sem ser da COOPEBRAS? A Senhora Vanusa Lopes Silva- Sim, eu fui fiscal de contrato

das terceirizadas há muito tempo. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- Das terceirizadas? A Senhora Vanusa Lopes Silva- É A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- Muito tempo é? A Senhora Vanusa Lopes Silva- Foi, mas já faz algum tempo. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- E de outro, não? A Senhora Vanusa Lopes Silva- Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- Só das terceirizadas e

COOPEBRAS? A Senhora Vanusa Lopes Silva- Isso. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- A senhora afirmou

que, e a senhora afirmou de um jeito, como se fosse comum, normal, os coordenadores e diretores receberem da COOPEBRAS. Lá é assim? É comum mesmo todo mundo receber da COOPEBRAS?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Não. É assim, todos os médicos, coordenadores, que assumem alguma função de coordenador na unidade, ele recebe pela cooperativa, diretor clínico, diretor geral, eles são pagos pela cooperativa. Eles não assumem cargo comissionado.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Isso que nós queremos saber. E aqueles coordenadores que nós detectamos, uns dois casos pelo menos, que eu vi de coordenadores, que são coordenadores, tem cargo comissionado, são efetivos e ganharam pela cooperativa também. A senhora como fiscal do contrato, alguma vez achou essa situação?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Não, porque se ele recebe pela cooperativa ele não pode receber pelo cargo comissionado, ele tem que ser exonerado e o cargo tem que ficar vago para não onerar o erário. A orientação era essa.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora quando assumiu como fiscal de contrato, a senhora tinha ciência das suas funções?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Sim. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora teve algum

grau de amizade ou parentesco com alguém que seja da diretoria da COOPEBRAS?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Com quem a senhora

tinha contato na COOPEBRAS? A Senhora Vanusa Lopes Silva – Com a Socorro. A Socorro é

o meu contato na cooperativa, qualquer dúvida que eu tinha eu entrava em contato com ela e ela sanava as dúvidas.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E essa Socorro, tem sobrenome?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Eu não lembro do sobrenome dela.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora sabe se ela ainda trabalha na cooperativa?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Sim, ela trabalha, é ela quem consolida todas as produções médicas.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora passou de junho a dezembro, não é? Quantas notas a senhora assinou?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Todos esses meses eu assinei. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Todos esses meses? A Senhora Vanusa Lopes Silva – Sim. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Alguém alguma vez

propôs para a senhora receber algum presente, algum agrado, ou recebeu pressão para acelerar o atesto das notas?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Não. Assim, quando a nota chegava, os secretários pediam “Tem que agilizar para pagar logo!”, mas doutor a gente tem que analisar as notas. Pelo menos os documentos, as certidões, se estão em dia, que a nossa função era essa, analisar as notas de documentos, se estavam de acordo com que cada direção de unidade hospitalar informou e se, realmente, estava consolidada na nota aquela quantidade de carga horária, e os plantões.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Qual entre os secretários e adjuntos, seus chefes imediatos, qual a pessoa que tinha mais essa função de cobrar o andamento da nota?

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Todos os secretários que passaram, todos eles tinham essa preocupação.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora trabalhou com quais nesse período em que a senhora foi fiscal de contrato

A Senhora Vanusa Lopes Silva – Trabalhei com o Dr. Ailton Wanderley, o Coronel o último.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nós estamos aqui falando de 2017, de junho de 2017 a dezembro, com quem a senhora mais trabalhou?

Page 28: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

28 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

de Saúde. Então, a CPI requisitou cópias de 17 contratos e estão sendo analisados, todos eles, e num dos contratos, especificamente no contrato da Secretaria com a COOPEBRAS, existem atos, se não me engano, praticados por Vossa Senhoria e que ensejou requerimento, aprovado por esta CPI, para ouvi-lo e trazer informações que possam auxiliá-la nas investigações que estão sendo feitas. Então, essa é a razão da sua convocação. O senhor como auditor fiscal, com certeza pode contribuir para as investigações que estão sendo realizadas.

Antes de darmos início a sua oitiva, determino que o deputado Jorge Everton, que é o relator, faça a leitura da sua Ficha de Identificação.

O Senhor Relator Jorge Everton – Ficha de Identificação do senhor Caio Fábio Reis Monteiro; RG: 1213436-8, SSP/AM; CPF: 598 159 812 34; Filiação: Lucina Fátima Barbosa Reis e Boanerges Jacob Monteiro: Nascimento: 18/05/79; Profissão: auditor: Brasileiro, solteiro, residente à rua Tucumanzeiro, 542 – Caçari. Assinado pelo depoente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Conferem todas as informações?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro - Sim O Senhor Presidente Coronel Chagas - Informo ao senhor que

o seu depoimento será registrado através de gravação de vídeo e áudio e registrado em CD Rom, e também transmitido pela TV Assembleia. Eu pergunto se há alguma restrição de sua parte com relação à transmissão ao vivo pela TV Assembleia?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Sem restrição. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Ok. Como o senhor vai

ser ouvido como testemunha, é necessário que preste o compromisso legal de dizer a verdade, somente a verdade, sobre o que lhe for perguntado. O senhor presta esse compromisso?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Sim. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Solicito que o senhor

responda no microfone para que fique registrado. Vou passar a palavra inicialmente ao deputado Nilton, autor do

requerimento, para que faça os questionamentos que entender necessários para esclarecer alguns pontos que ensejaram o requerimento de convocação do Doutor Caio.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Boa tarde, senhor Caio O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Boa tarde, deputado. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Como o senhor

sabe, esta CPI foi instalada justamente para que nós possamos buscar averiguar denúncias feitas pelo ex-Secretário Ailton Wanderley. Então, nós verificando essa questão do contrato da COOPEBRAS com o estado, através da Secretaria de Saúde, constatamos diversas notas fiscais que foram atestadas, somente pelo senhor na condição de fiscal de tributos. Então, isso nos chamou a atenção. E nós gostaríamos de saber do porquê o senhor fez o atesto das notas, mesmo elas não terem a chancela dos demais responsáveis pelo contrato, que nem os fiscais, por exemplo. O próprio secretário da pasta, como foi dito aqui por outras testemunhas, que ele fazia o atesto das notas também, confere para ser enviada ao pagamento. Esse é o questionamento inicial.

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro –De antemão, eminente deputado, as minhas atribuições por conta das informações, eu estou aberto a fornecer qualquer tipo de informação. No entanto, as minhas atribuições são resguardadas pelo sigilo, inclusive temos um parecer da procuradoria que resguarda esse sigilo em determinada informações, mas estou aberto a prestar as informações, ainda que resguardada pelo sigilo, desde que seja seguido o procedimento regular, ou seja, vocês podem fazer por escrito que a gente informa.

Agora, quanto à sua pergunta, não tenho problema em responder, até porque posso entregar para o senhor a cópia dessa portaria, que é a 223, que respaldava no momento, que foram algumas notas no passado, 2017, no caso 2018. Não me recordo o ano, até o início de 2019, respaldava esse tipo de procedimento que eram executados. E o que ocorre? Praticamente, ela se restringe a minha função naquele momento, tratando de compras governamentais, em verificar a idoneidade da nota fiscal, que todas elas eram idôneas, e a regularidade, quanto a débitos fiscais. Só praticamente a isso se restringia. Então, quando eu faço um carimbo de nota fiscal, de qualquer das empresas, fiz o carimbo à época que exercia essa função e elas se restringiam a essas funções. Verificar se há idoneidade da nota fiscal, se a nota fiscal estava regularmente emitida, e, se havia débitos perante o fisco. Esse carimbo significa isso. Ok? Independente da assinatura do secretário, que com a sua assinatura tem as suas funções, a assinatura que ele profere. A Procuradoria Geral do Estado também, a Secretaria de Finanças. A minha atribuição era praticamente essa, verificar a regularidade do documento fiscal e o pagamento dos tributos pertinentes. Diga-se de passagem, em virtude dessa intimação aqui, também, não é resguardado pelo sigilo fiscal essa informação. Se for consultado no google, qualquer pessoa consegue

trouxe Requerimento em Mesa, onde ele reitera o Requerimento nº 020/19, de 14 de outubro, a esta CPI, bem como requer os processos que originaram a contratação da empresa COOPEBRAS. Esse encaminhamento já foi objeto do Requerimento nº 20/19, que ainda não foi atendido pela Secretaria. Esse requerimento foi destinado à Secretaria ou a COOPEBRAS?

O Senhor Deputado Nilton Sindpol pede Questão de Ordem – Destinado à Secretaria.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – OK. Então, solicito da assessoria qual foi a resposta da SESAU, referente a esse Requerimento nº 20/19. Vou ler o teor do Requerimento de reiteração, apresentado pelo deputado.

Requerimento: nos termos do artigo 36, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, combinado com o artigo 295 do Regimento Interno da Assembleia Legislativa de Roraima, reitero Requerimento nº 20/19, de 14 de outubro de 2019, tendo vista que não fui informado sobre o que fora requerido. Então, somente enviaram dois contratos: o Contrato nº 186/17, o qual já tínhamos e o Contrato de nº 123/11, cuja vigência era até 27 de agosto de 2011, sendo vedada sua prorrogação, nos termos da cláusula quarta. Diante do exposto, venho solicitar os demais meses de contratação, desde 2011 até 2017, bem como requeiro os processos que originaram a contratação da empresa COOPEBRAS, desde o ano de 2015.

Coloco o Requerimento em discussão. Não havendo nenhum deputado que deseje discuti-lo, coloco-o em votação. A votação será simbólica: os deputados que forem favoráveis, permaneçam como estão. Aprovado.

Determino à Secretaria da CPI que providencie ofício, requisição, à Secretaria de Saúde, nos termos do requerimento.

Não havendo mais nada a tratar, agradeço a presença de todos e dou por encerrado a reunião.

Coronel ChagasPresidente

ATA DA 21ª REUNIÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

58º PERÍODO LEGISLATIVO DA 8ª LEGISLATURAPRESIDÊNCIA DO SENHOR DEPUTADO CORONEL CHAGAS

Às quatorze horas e trinta minutos do dia vinte e oito de novembro de dois mil e dezenove, no Plenário desta Casa Legislativa, sob a presidência do Deputado Coronel Chagas, deu-se a vigésima primeira reunião ordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada nos termos da Resolução nº 041/19, alterada pela Resolução nº 044/19.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Solicito ao Senhor Secretário desta Comissão que proceda à verificação de quórum para início da reunião.

O Senhor Secretário Henrique Pinheiro – Há quórum, Senhor Presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Havendo quórum regimental, sob a proteção de Deus e em nome do povo roraimense, declaro aberta a presente reunião. Registro a presença dos Deputados Coronel Chagas - Presidente, Nilton Sindpol - Vice-Presidente; Jorge Everton - Relator, Deputada Lenir Rodrigues, Deputado Evangelista Siqueira e Deputado Renato Silva, membros.

Pergunto ao Secretário desta Comissão se a Ata da reunião anterior já está concluída?

O Senhor Secretário Henrique Pinheiro – Presidente, a Ata se encontra na revisão.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Como a Ata encontra-se na revisão, informo aos senhores deputados que na próxima reunião, vamos deliberar sobre a ata da reunião anterior.

Temos no expediente, dois documentos encaminhados pela Secretaria de Saúde. Ofício nº 3697, de 18 de novembro de 2019, que atende o Ofício nº 48 da CPI da Saúde e temos também Ofício nº 3705, de 21 de novembro de 2019, que atende requisição, feita através do Ofício nº 49 desta CPI.

Na Ordem do Dia, temos previsto o depoimento de três pessoas. Ana Lúcia Alves de Figueiredo, Tedy Francisco da Silva

Sobrinho que atuaram como fiscais do contrato da Secretaria de Saúde com a COOPEBRAS e Fábio Caio Reis Monteiro que também praticou atos no contrato.

Se não houver nenhum encaminhamento contrário dos senhores deputados, vou determinar à assessoria que conduza até esta sala de CPI, o senhor Caio Fábio Reis Monteiro.

Boa tarde, senhor Caio. O senhor foi convocado para ser ouvido nesta CPI, que foi instalada após denúncias feitas por um ex-secretário de saúde, de que haveria irregularidades em diversos contratos na Secretaria

Page 29: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

29BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

A Senhora deputada Lenir Rodrigues - E o senhor trabalhou onde, antes de ser fiscal do tributo?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Secretaria de Saúde, só que do estado do Amazonas.

A Senhora deputada Lenir Rodrigues - Em quais atribuições? O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Eu era administrador do

Fundo Estadual de Saúde. A Senhora deputada Lenir Rodrigues - Ok, tem bastante

experiência. O Senhor Presidente Coronel Chagas - Com a palavra o senhor

deputado Soldado Sampaio. O Senhor deputado Soldado Sampaio - O senhor está se

apegando que não é atribuição sua conferir outras possíveis irregularidades nas notas. O senhor apenas atesta se aquela tem algum problema com o fisco ou não. Essa sua atribuição está amparada em quê?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Nessa Portaria 223 que eu acabei de passar para o deputado Jorge Everton.

O Senhor deputado Soldado Sampaio - Isso é uma prática comum em todas as notas que passam?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Em todas as notas. É só a preocupação da idoneidade do documento fiscal.

O Senhor deputado Soldado Sampaio - Senhor Presidente, era isso.

O Senhor Presidente Coronel Chagas - Com a palavra o deputado Jorge Everton.

O Senhor Relator Jorge Everton – Boa tarde, Caio. Eu entendi o que você falou com relação, tanto na portaria que eu li, e realmente a sua atribuição é fazer a conferência da idoneidade ou não da nota. Eu preciso entender o contexto, porque a análise do processo foi feita pelo deputado Nilton e pela Deputada Lenir, e quando chegou aqui, que você teria atestado a nota sem passar pelo secretário, não é isso. Você atestou a regularidade da nota, a regularidade tributária?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Só do documento fiscal. Nada mais.

O Senhor Relator Jorge Everton – Isso. Era esse o seu papel. O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Só, único e exclusivo

com a portaria. O Senhor Relator Jorge Everton – Para chegar a esse ponto com

você na SEFAZ, você sabe o trâmite todo que passa ou simplesmente...? O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Normalmente, tem uma

assinatura da Procuradoria do Estado. Essa parte normalmente eu não me preocupo, o processo chega e eu me atentava só a nota fiscal. É um processo bem simples até.

O Senhor Relator Jorge Everton – Você recebe o processo já com a nota fiscal, você já vai na nota fiscal e só olha a regularidade...

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Consulto no sistema, no SIAT. Se tem débitos, tem débitos, então a gente não pode carimbar e se não tem débitos, a gente carimba.

O Senhor Relator Jorge Everton – Você carimba, assina e daí, vai para onde?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Aí, normalmente, acredito que para o tesouro. A gente protocola e o pessoal da secretaria vai e pega e dá o andamento para poder o contribuinte ir lá e receber a fatura dele.

O Senhor Relator Jorge Everton – Ou seja, se fizer o pagamento sem passar pelos fiscais, coordenadores, secretários, isso não é atribuição sua?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Não. O Senhor Relator Jorge Everton – Ficou claro agora. Muito

obrigado. Sem mais perguntas, Presidente. O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Só acrescentando

que, atualmente, essa Portaria nº 223, inclusive, recentemente, deixou de ser obrigatório. Então, sequer os documentos atuais são assinados pela SEFAZ, a não ser quando são processos que são da SEFAZ para a SEFAZ pagar, entendeu? Não mais... a Secretaria de Saúde cuida das suas despesas, a Secretaria de Finanças cuida das suas e cada qual... está um órgão independente agora.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Ok. Parece que ficou esclarecido a participação do auditor fiscal no contrato. Na verdade, não é no contrato, é sim verificar se a nota fiscal é realmente verdadeira e se a empresa está devendo algum tributo. Se estiver devendo algum tributo, não irá receber até pagar. A finalidade é essa.

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Sim, ela não será carimbada.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – E se ela não for carimbada, ela não vai para o tesouro.

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Se ela não for carimbada,

inferir que a empresa em questão trabalha com prestação de serviço, ela não trabalha com mercadorias. Então, ainda fica mais fácil carimbar um documento fiscal dessa procedência, tendo em vista não está dentro da venda de mercadoria, mas passa pela gente por um trâmite processual. Muitas vezes a gente nem sabe o porquê. Tem débito no fisco? Tem. A empresa está lá registrada? Tem débito no fisco? Não. Pode ser carimbada.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Como lhe falei, o que nos chamou a atenção foi justamente as fases anteriores. Digamos que elas não foram cumpridas, e o senhor atestou o pagamento das notas que são valores substanciais. Então, pelo histórico desse processo que estamos acompanhando da COOPEBRAS, isso nos saltou aos olhos, não como o senhor falou, que pode atestar por não se tratar de mercadoria, mas no contrato existe a exigência de que esses outros responsáveis pelo contrato, também façam isso. Por isso nos chamou a atenção, simplesmente, o seu atesto para pagamento dessas notas. Então, existem regras no contrato também, que entendemos que mesmo o senhor sendo o auditor fiscal, tem as suas responsabilidades, suas atribuições. Mas mesmo assim, o contrato, a lei exige que os demais façam a conferência, até porque, como o senhor vai ter a certeza de que aquele serviço foi prestado, já que em tese o senhor não tem conhecimento e são pagamentos de unidades hospitalares que tem o contrato com o estado, e deveria seguir uma linha, onde ao final é o pagamento. Então, podemos dizer assim que saltou as outras fases e chegou para o senhor, e o senhor chancelou. Foi isso que nos chamou a atenção, ainda mais, se tratando de notas com valores altos. Então, essa é a grande lacuna, o grande questionamento, por que não os demais, inclusive o secretário da pasta não tem o atesto dele? As notas foram para Vossa Senhoria, que fez o atesto e consequentemente houve o pagamento. É essa a pergunta principal, senhor Caio.

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Eu não sei se essa pergunta é acompanhada de outra pergunta minha, porque a pergunta é para saber sobre o controle quanto ao pagamento das notas, né? Essa fase, é uma fase da receita ainda, depois quando passa para despesa, um setor chamado tesouro, existe um secretário lá que assina, faz essa autorização de pagamento. Não sou eu. Ou o Secretário de Fazenda ou o Secretário do Tesouro, só eles podem autorizar o pagamento de faturas nesse aspecto. O auditor fiscal, jamais pode fazer isso.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Nós temos esse conhecimento, só que é justamente essa lacuna. Como acredito que o senhor entendeu a pergunta, no entanto, esse é o ponto principal para nós aqui da CPI. Nós sabemos que o senhor não faz o pagamento, mas nós encontramos notas rasuradas. Encontramos no processo numeração que não seguem a sequência. Então, tudo isso aqui, temos buscado fazer essa conferência para que nós possamos chegar a saber os porquês e claro, esses valores são muito expressivos para que não nos chamem a atenção, como notas fiscais rasuradas, que a gente fica realmente se indagando. Então, acreditamos que essa fase foi pulada, chegou para o senhor, mas tudo bem. Sem mais perguntas, senhor presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas - Com a palavra a deputada Lenir Rodrigues.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Boa tarde, senhor Caio. O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Boa tarde. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Qual a sua formação? O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Administração e direito. A Senhora deputada Lenir Rodrigues - Ao atestar nota, o

senhor detectou que o fiscal do contrato, não tinha atestado as notas? O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Eu não me preocupo

com essa parte, a minha parte, é única e exclusivamente atestar se a nota tem débito ou não.

A Senhora deputada Lenir Rodrigues - Então, o senhor não observou isso.

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Independe de quem assinou anteriormente ou posteriormente.

A Senhora deputada Lenir Rodrigues - Então, o senhor acha normal receber nota sem o atesto fiscal do contrato?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro –Essa fase não faz parte das minhas atribuições, que é única e exclusivamente verificar se há ou não débitos. Se não houver débito, que é o caso, aí eu apanho o meu carimbo.

A Senhora deputada Lenir Rodrigues - Então, quais os outros critérios que o senhor utilizou para atestar a nota?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro –O único critério é as notas fiscais estarem ou não idôneas, nada mais que isso. Esse é o meu atesto.

A Senhora deputada Lenir Rodrigues - Quanto tempo o senhor tem de serviço público?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – 11 anos.

Page 30: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

30 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhora Ana Lúcia, os dados que foram incluídos aqui conferem com a verdade?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Perfeito. Solicito que

a senhora, todas as vezes que for responder as perguntas, que o faça no microfone, porque seu depoimento está sendo gravado e registrado em áudio e vídeo e, também, será transmitido pela TV/ALE. Quero saber se a senhora tem alguma restrição quanto ao seu depoimento

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não. Restrição alguma.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Como a senhora será ouvida como depoente, é necessário que a senhora faça o compromisso de falar a verdade, tão somente a verdade, do que lhe for perguntado. A senhora presta esse compromisso?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Com certeza. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Ok. Vou apresentar

os deputados à senhora. Eu sou o deputado Coronel Chagas, Presidente; o deputado Nilton é o vice-Presidente, o Relator é o deputado Jorge Everton, e os demais membros são a Deputada Lenir, Soldado Sampaio e Evangelista Siqueira, presentes nesta CPI.

Vou passar a palavra à deputada Lenir, que é a deputada que, juntamente com o deputado Nilton, fez a análise inicial do contrato da Secretaria de Saúde com a COOPEBRAS do qual a senhora foi gestora por dois meses.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Boa tarde, senhora Ana Lúcia. Qual a sua formação?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Eu sou pedagoga, especialista em Recursos Humanos.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Ok. Nos autos do processo, há a informação de que a senhora também atuou como coordenadora do contrato.

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Gestora do contrato.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Gestora do contrato? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Exatamente. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Em algum momento a

senhora foi fiscal do contrato? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, só gestora. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Foram dois meses, não

é? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Dois meses. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – De qual contrato? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – O da Cooperativa. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Da COOPEBRAS.

Existe nos autos uma Portaria nº 515/15, de 22 de abril de 2015, com a sua nomeação, e tem uma outra Portaria nº 318/19, deste ano, 26 de fevereiro de 2019, retroativo a 01 de janeiro de 2019, como gestora do contrato.

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Exatamente. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Procede? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Procede. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora, como

gestora do contrato, em 2015, pode dizer qual era o nome da empresa que estava atuando na questão de cooperativas?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – COOPEBRAS. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – COOPEBRAS? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – COOPEBRAS. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora, ao

administrar, por ser gestora do contrato, a senhora comparava algum tipo de quadro, acompanhamento de prestação de serviço das pessoas que estavam relacionadas para poderem ir para pagamento?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – A senhora se refere ao período de 2015 ou ao de 2019?

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Primeiro de 2015. A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – 2015, bom.

Em 2015 eu era gestora do contrato e tinha uma fiscal. Porém, naquele período, tinham muitas divergências em relação ao papel do gestor e do fiscal em relação à determinação dos secretários, não é? Então, tínhamos algumas divergências nessa posição e na forma de acompanhamento. Resultado disso, é que eu passei, nesse período de 2015, entrei em janeiro e saí em dezembro. Durante esse período, mesmo como gestora, não houve assinatura minha nos atestos das notas, porque eu acreditava que ali tinha muitas coisas que a gente teria que rever e teria que ponderar. Então, naquele momento, ao sair, em outubro, eu entreguei, eu protocolei um documento no gabinete, em 2015, dizendo que eu estava saindo e que não havia nenhuma assinatura no ato das notas, como gestora.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora é bastante

ela segue outro rito. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Na verdade, essa é uma

forma do estado arrecadar daquelas empresas inadimplentes. O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Uma maneira do estado

arrecadar o imposto. É uma fase de receita. A fase de despesa, que é o pagamento, é uma fase posterior.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Só para registro de esclarecimento, me corrija se eu estiver errado, na época em que que o senhor atestou essa nota, a sua atribuição, o que vale era essa resolução. O senhor falou agora há pouco que ...

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Mais recentemente ela deixou de vigorar. Na época ela deixou de vigorar. Na época, acredito que sim, mas parte das notas, pelo que verifiquei, sim.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Então, essa nova resolução joga para a Secretaria de Obras...

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Era a 223. O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Ela foi agora, recente? O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Como? O Senhor Deputado Soldado Sampaio – A mudança é recente? O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Mudança, essa aqui

vigorava... O Senhor Deputado Soldado Sampaio –É de quando essa

mudança? Qual a data? O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Até fevereiro. O Senhor Presidente Coronel Chagas – O senhor poderia

deixar a cópia desses documentos. O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Só a data, Presidente. O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Desde 2009. Tem

vigência desde 2009. O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Qual foi a data? O Senhor Presidente Coronel Chagas – A data é de 2017. O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Não. A data da nova

resolução que diz que não é mais atribuição sua? O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Ah, 2019, fevereiro,

por aí. O Senhor Deputado Soldado Sampaio – O senhor tem ela? O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Não, mas posso trazer,

se quiserem. O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Eu só queria saber

sobre a resolução. O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Ok. Tranquilamente. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Ok. Então, em relação

ao carimbo e a verificação de auditor fiscal, no caso da sua atuação nesse contrato, nessa nota, é só para ver a questão da idoneidade, ou seja, se a nota realmente é de uma empresa atuante, se é uma nota verdadeira, e se ela está adimplente com o Tesouro Estadual. Não tem nada a ver com a verificação de prestação de serviço, pois isso quem faz é a secretaria de origem.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – É isso o que eu estou dizendo.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – É o que estou entendendo, para ficar bem esclarecido. Pergunto se há mais alguma pergunta a ser feita antes de encerrar.

A senhora Deputada Lenir Rodrigues – o Senhor tem alguma relação de parentesco com alguém da diretoria da COOPEBRAS?

O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Não. Nunca ouvi falar de ninguém.

A senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nem de amizade. O Senhor Caio Fábio Reis Monteiro – Não. A senhora Deputada Lenir Rodrigues – Sem mais perguntas,

Presidente. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Bom, não havendo

mais perguntas, vamos encerrar o depoimento, agradecendo a presença do Doutor Caio. Mas, antes do senhor se retirar, vamos solicitar que o senhor assine o seu termo de comparecimento para seu depoimento e logo após, o senhor está liberado. Doutor Caio, obrigado.

Solicito à assessoria desta CPI que conduza a esta sala a Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo.

Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo, boa tarde. Seja bem-vinda. A senhora foi convocada para prestar depoimento como testemunha na CPI da Saúde e antes de darmos início, vamos solicitar ao relator que proceda à leitura da Ficha de Identificação preenchida pela senhora.

O Senhor Relator Jorge Everton – Ficha de Identificação da Depoente. Nome: Ana Lúcia Alves de Figueiredo. RG: 2228334-SSP/PE. CPF: 432.532.294.91. Filiação: Lindalva Alves de Figueiredo e Aderbal Alves de Figueiredo. Data de Nascimento: 29/02/1964. Servidora Pública. Brasileira. Casada. Residente à Rua Pavão. Ficha assinada pela depoente.

Page 31: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

31BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

Ana, eles me disseram que vão abrir um PAD. E eu disse que pode abrir. E eu disse que também tenho essa posição. Um PAD é melhor do que depois a gente estar enrolada lá na frente.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Senhora Ana Lúcia, quando elas queriam que a fiscal, essas duas pessoas queriam que a fiscal assinasse. Era para poder dar regularidade, para poder ser encaminhado para a SEFAZ fazer pagamento?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não! O pagamento já tinha sido feito.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – já tinha sido feito. A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Era apenas para

poder constar dentro do processo. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nos autos? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Que alguém tinha

assinado. Constar nos autos. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Ah, então já tinha

pulado essa fase processual? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Já. Já. Porque

a fase do processo, vem a nota, e encaminhado todo o trabalho para a controladoria e procuradoria, que tem que fazer esse trâmite documental, para voltar ter anuência do secretário. E a partir daí, ela ser encaminhada ao FUNDES, para pagamento. Você lança no sistema do FIPLAN, para você ter o pagamento. Você não poderia chegar, simplesmente, depois que fechar tudo, você chegar e dizer tá aqui. Então, realmente, não era essa minha posição. Eu acho que eu estava bem no lugar errado, no lugar errado.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Eu lhe pergunto senhora Ana Lúcia, tinha muita mudança nos nomes que vinham das unidades para entrar nessa folha de pagamento da COOPEBRAS?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Desse período de 2015, tinham sim. Algumas alterações, que algumas vezes, a gente olhava quando chegava, e eu dizia não, não pode. Mas isso tudo, era acordado entre: Dr. Kalil, Dr. César e Paulo Linhares. Especificamente Dr. César, que era quem sentava e fazia toda a distribuição, junto com o pessoal da Cooperativa.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Certo. Eu lhe pergunto, a senhora tem conhecimento ou viu que algum coordenador, recebeu tanto da unidade como da COOPEBRAS? Teve algum caso, da pessoa ser gestor, ser cooperado, ser efetivo do estado e ser gestor, e receber?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – A senhora fala no caso, de ele ser efetivo, cooperado, e ser cargo comissionado?

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Isso. Se isso tinha? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Naquela época em

2015, eu não me recordo disso, realmente. Em 2009... A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Em 2019. A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Em 2019

desculpa. Em 2019 agora, é que foi detectado. Inclusive, ontem também foi falado aqui, em relação de que tinha o próprio secretário na época, no início de 2019.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Certo. Então em 2015 a senhora não se recorda?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não senhora. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E agora em 2019,

a senhora estava nomeada como gestora do contrato, a senhora teve participação para trabalhar essas questões das irregularidades?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Olha nós começamos a fazer esse levantamento da carga horária médica, da carga horária efetiva e também na discussão da criação de um documento, que é uma portaria que iria normatizar todo esse serviço médico. E nesse momento a portaria, inclusive, foi publicada no dia 11 de março. E eu sai dia 19 de março. E aí a gente estava estabelecendo, onde? Qual seria o trâmite? Como seria? Porque o que nós pegamos... que o documento chegava, vinha direto, mas e o diretor? Cadê a responsabilidade do diretor da unidade de fazer aquele levantamento e dizer realmente que aquele médico estava? Então vinha através da Cooperativa, vinha através da direção. E o que a gente começou a trabalhar, foi justamente isso. Fazer o inverso. A cooperativa, isso já é um pensamento meu, ela é uma prestadora de serviços. Então ela tem que dançar, conforme a nossa música, conforme as nossas necessidades. Eu comecei a traçar isso, com os levantamentos dos médicos, que eles trariam a necessidade da unidade. Eles primeiro faziam a necessidade da sua escala do mês seguinte e dos outros meses. Isso primeiro com os médicos efetivos, após os médicos efetivos, então teria a lotação de acordo com a necessidade. Aqueles buraquinhos que tivessem na escala, com a cooperativa, isso eles teriam que mandar antes para a gente. Para a gente dar o aval, para a escala vigorar no mês seguinte. E isso era que não era feito. Então a gente estava trabalhando para essa normatização. Embora a gente... veja, que essa normatização do serviço, não é uma coisa que você

experiente na questão de RH, quanto tempo a senhora tem nesse trabalho? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Eu trabalhei em

2015. Eu já trabalhei no governo desde a época do primeiro concurso, em 2003. De lá para cá, eu já venho trabalhando nessa área.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Trabalhando nessa área, como a senhora não assinou e protocolou o documento? A senhora trouxe esse documento?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, eu não trouxe esse documento, mas eu posso ficar no compromisso de procurar uma cópia e trazer.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Certo. Nesse período que a senhora esteve lá, quais as irregularidades que a senhora teve conhecimento, para a senhora não ter coragem de assinar?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Na época, o que eu verificava é que a gente não poderia sentar e discutir de como seria o serviço de distribuição da carga horaria médica e das distribuições dos plantões da cooperativa. Então assim, a partir do momento em que você não senta, não discute, você não constrói aquele trabalho, eu me vi naquele direito de não ter responsabilidade de assinar também uma nota. Não é isso? Se eu não participei, eu não posso receber algo pronto, apenas para assinar. A partir desse momento que eu tinha essa postura, de que eu fui buscando esses caminhos e fui verificando que a gente não tinha essa construção, de um serviço, uma construção de uma política de RH para uma gestão. Então naquele momento eu comecei a perceber que eu não poderia ter esse tipo de atitude.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A senhora tinha conhecimento, quando as unidades faziam os pedidos, a senhora tinha como detectar se o profissional estava realmente naquele plantão?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Veja bem, em 2015 era todo um processo que era fechado e discutido com os secretários, fechado. Quando chegavam com a nota pronta que era encaminhado, então tanto eu, como a fiscal, nós tínhamos essa postura de não assinar, e não aceitar esse tipo de serviço. Porque o serviço como eu lhe disse, ele tinha que ser construído, tinha que ser planejado, e tinha que ser também constatado posteriormente esse planejamento. Então, por isso, a gente tinha essa postura.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Já que a senhora e a fiscal não assinavam, tinha ordens superiores para outra pessoa, ou outro profissional assinar?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não. O próprio secretário e a própria caneta dele pesava mais do que a de um gestor.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Então a senhora sabia que estava sendo pago?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sabia! Claro! Eles eram pagos, as notas eram pagas.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Em 2019, e senhora entrou logo no início do governo, como gestora.

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Deixa só eu fazer um complemento, de 2015?

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Pode. A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Em 2015

quando nós saímos, que nós fomos exoneradas e saímos e tudo mais. Posteriormente, a fiscal do contrato foi procurada, ainda no mesmo ano, final de 2015 porque aquelas notas não estavam assinadas e que tinham que ser assinadas para que não pudessem ter nenhum problema. E ao conversar comigo, ela me disse: Ana, eu fui procurada e estão me ameaçando de um PAD. E eu não vou assinar. E eu disse que também não iria assinar. Não tem problema um PAD, qualquer um se defende, a gente tem como chegar, conversar e falar. É melhor a gente responder um PAD, do que a gente ter um problema posterior. E realmente, ela não foi mais procurada, ela já passou que minha posição também seria essa. E não me procuraram. Mas a época ela foi procurada pessoalmente por duas pessoas.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – E a senhora sabe quem foram as duas pessoas que a procuraram?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sei. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Sabe? A senhora pode

declinar? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Posso sim. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Diga aí! A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – A atual secretária,

Cecília, e me deixa lembrar o nome da outra que trabalhava junto com ela e a Consolata. Eu vou me lembrar o nome dela. Mais ao longo, eu vou lembrar, se eu lembrar o nome dela eu já falo.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – A fiscal para assinar? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Procuraram a

fiscal. Porque a fiscal falou que não iria assinar. E vieram conversar comigo,

Page 32: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

32 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

ele tem mais plantão sobre/aviso, e plantão presencial pela cooperativa? Por que que não poderia ser o inverso, e ir preenchendo? Alguns detalhes, nós íamos pegando, quando nós estávamos fazendo esses levantamentos. Não sei se ele foi concluído, não sei se foi para frente. Realmente, eu não tenho essa informação a lhe dar. Mas nós tínhamos começado a fazer esse desenho. Porque na verdade era um desenho, que a gente tinha que fazer.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Agora a senhora se refere ao exercício de 2019.

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – 2019. O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Então não há esse cheque

liste que venha se fazendo os preenchimentos das necessidades. Ontem aqui a senhora Consolata nos relatou que foram abertos mais de 700 PADs, salvo engano, que foram instalados, justamente por questões de cargas horária dos médicos, a senhora tem conhecimento desses PADs?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Tenho conhecimento desses PADs, e assim não foram referentes a cargas horária de médicos, foram referentes a vários profissionais da saúde, de vários cargos, porque eu cheguei a ver, não foram só médicos. E esses vários cargos, se a pessoa tem 30 horas, se um técnico de enfermagem tinha 30 horas, vamos dizer no Santo Antônio, 30 horas no HGR a lei faculta, tem que bater a questão do horário, se ele tem mais, ele faz um plantão à parte, então o que que vinha? E o servidor ele tinha que ser notificado e ele tem que fazer opção para poder constar dentro do processo. Isso se refere a todos os profissionais da saúde, inclusive os médicos.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Certo! Então pelo que a senhora falou pela questão das notas, elas saltavam e não iam para a SEFAZ com a assinatura nem do fiscal, nem do gestor, e mesmo assim elas eram pagas?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Eram! O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Perfeito! E a pessoa

que procurou a fiscal na época, era ligada a Cooperativa, ou era ligada a SESAU?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Não. Foram as pessoas que nos substituíram dentro da secretaria.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Na época que a senhora esteve lá, tanto em 2015 e como agora 2019, a senhora presenciou algum político, seja ele deputado estadual, federal, senador, ou qualquer outro cargo político ou preposto, com interesse direto na questão desse contrato milionário da Cooperativa, dentro da SESAU fazendo loby? Porque chegam informações para nós que a Cooperativa manda na SESAU. Na Cooperativa teriam pessoas instaladas lá dentro que faziam toda a tramitação do processo. E esse processo seria conduzido e encaminhado pelos empregados da Cooperativa dentro da SESAU e que a Cooperativa se sobrepõe à secretaria. A senhora viu ou presenciou esse tipo de conduta dentro da SESAU, tanto 2015, como 2019?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Não! Eu não presenciei esse tipo de conduta, não vi nenhum político, nem estadual, federal e nem senador. Me surpreendi com algumas situações que tivemos a prova de vida de militares, e nessa prova de vida teve uma determinada situação, que teve um servidor, quando chegamos no setor, eu acompanhei em dezembro, uma tenente na prova de vida, não sei se é o caso, esse servidor não trabalhava, ele tinha uma frequência informada não recordo qual o setor, e quando passou eu disse: e esse rapaz? Aí a tenente disse que não trabalhava, e realmente os colegas disseram que não trabalhava e ela fez toda a anotação dele. Aí ela disse, não esse aí não trabalha aqui, esse rapaz é da Cooperativa, ele sempre está aqui atrás dos processos. Eu disse não! Ele era o que estava ontem aqui, tenho certeza, agora vou ter que descobrir.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A senhora pode nos dizer o nome dessa pessoa?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Eu fui atrás para ver se essa pessoa realmente era funcionário, cargo de assistente administrativo, e na época ele não estava presencial, mas estava na questão, quando ela disse da Cooperativa. Mas como assim? E ele entrou para pedir abertura de um PAD por não estar... Foi informado da frequência e acho que está lá trabalhando como cargo comissionado.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A senhora por gentileza, verifique aqui dentre esses nomes, se essa terceira pessoa que foi procurar a fiscal está relacionada nessa folha?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Não está aqui! Essa pessoa, inclusive, passou um tempo trabalhando dentro do RH, junto com a Consolata e a Cecília, e depois ela saiu. Quero lembrar o nome dela.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Faça um esforço para lembrar o nome dessa pessoa, assim como desse empregado da COOPEPRAS, que também é servidor público, não é?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Sim. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – E continua trabalhando

sente aqui em uma semana, agora vai ser assim. É bastante complexo. A gente tem que... realmente, são pecinhas. E quando nós entramos nessa gestão, agora mais recente que eu falo, tinham muitos incêndios. Então tinha muitas peculiaridades. Tinha questão mais grave, da Venezuela. Tudo se agravou nesse ano de 2019. Então a gente estava tentando juntar essas pecinhas. Fazendo essa normatização do serviço.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Senhora Ana Lúcia, a senhora teve contato com alguém da diretoria da COOPEBRAS? Quem é que tinha o comando da COOPEBRAS?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Quem sempre ia lá, para levar notas, levar a questão do consolidado, era o senhor Edilson.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Edilson né? A senhora tem relação, algum parentesco ou amizade, com alguém da diretoria da COOPEBRAS?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não! A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Sem mais perguntas,

Excelência. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Deputado Nilton

Sindpol. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Senhora Ana Lúcia,

nós estamos aqui em um trabalho muito técnico, cansativo, mas a senhora está com o compromisso legal, de falar a verdade. Quem lhe entregou esse envelope?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Esse envelope foi o envelope que foi recebido lá em casa da convocação, para vir para cá.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Foi? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Foi. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Tá bom. A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Esse aqui. Que

tem a minha convocação aqui dentro. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Boa tarde, dona Ana

Lúcia. A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Boa tarde,

deputado. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Ouvindo, atentamente,

as suas respostas, e isso muito me alegra, de a senhora estar realmente dizendo, como é o trâmite, que a senhora acompanhou ao longo desse exercício de 2015, que a senhora foi gestora, primeiramente. Então essas demandas da cooperativa vinham das unidades, como a senhora falou, com os buraquinhos, as lacunas, mas como é que eles faziam essas justificativas para ter mais demandas de carga horária médica? Porque nós não encontramos dentro do processo as especialidades médicas que eles necessitariam, já que existem a questão do médico concursado, como disse a deputada Lenir. Recebe como concursado, como comissionado, e como cooperativado. A senhora se recorda se existia uma justificativa para essa crescente demanda de profissionais médicos nas unidades, tanto da capital como no interior?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Veja bem deputado, quando eu falei em relação as caixinhas, os buraquinhos, elas deveriam vir vazias, para que fossem preenchidas. Na verdade, ela já vinha toda pronta. É esse o questionamento, de que a política do RH, ela tem que ser fortalecida. Porque se a gente ver hoje, as questões dos plantões da cooperativa, é apenas um detalhe dentro da gigantesca política do RH, que deve ser sim pensada e implantada. Por que o estado profissionalmente não cuida dessa parte dos profissionais, médicos também? Porque não há um plano, onde eles possam ter um melhor desenvolvimento. Então assim, ela já vinha pronta, não tinha, é isso que eu disse. Ela é uma prestadora, mas ela já vinha com o serviço pronto. E não vinha para essa discussão. Ela já vinha com tudo pronto.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Perfeito. E essa questão, dos médicos serem gestores, e receberem através de plantões médicos? Já existia essa prática em 2015? Porque nós detectamos que agora nesse período, nessa nova gestão, continua existindo, conforme os consolidados.

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Já. Já existia. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Já existia. Certo! E

o trabalho desses profissionais nas unidades hospitalares já havia sido consolidado. Em algum momento a senhora, ou sua equipe, os fiscais, vocês tiveram a preocupação de mesmo via telefônico procurarem saber se aquela escala, aqueles profissionais que estavam ali naquela escala, se eles compareciam, se eles cumpriam a carga horária? Houve algum questionamento neste sentido?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim. Como eu lhe disse nós passamos pouco tempo. Nós não conseguimos efetivar nenhuma parte do que a gente estava planejando realmente fazer. Então, quando a gente colocava, pegava a frequência, por que esse médico aparece nesse contrato efetivo dele se ele tem 40 horas? Por que determinado médico,

Page 33: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

33BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

não atestasse o processo, a senhora encontrou quando? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Em 2015. O Senhor Relator Jorge Everton – 2015? Então do período de

janeiro a outubro de 2015 a senhora não atestou nada no processo? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, não tinha

atesto por conta de que eu não poderia assinar um documento onde eu não vi o que gerou o documento, se eu não participei das discussões, se a gente não fez aquela construção, eu me sentia muito aviltada, até por isso. Por que como é que chega para mim?

O Senhor Relator Jorge Everton – Quem era o secretário na época?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Na época era o Dr. Kalil, o Paulo Linhares e o César, como adjunto.

O Senhor Relator Jorge Everton – Dr. Kalil era o secretário? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – O Dr. Kalil como

titular, o César Pena e o Paulo Linhares, como adjunto. O Senhor Relator Jorge Everton – E esse foi o motivo de a

senhora sair? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Acredito que sim. O Senhor Relator Jorge Everton – A senhora se sentiu

pressionada por algum dos três secretários para fazer o atesto dessas notas? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Questionada?

Questionada, principalmente pelo Dr. César, porque ele que fazia e quando chegava ele dizia que a gente tinha que fazer porque essa era a nossa atribuição. E eu, como vocês estão vendo, sou muito peculiar em questionar e em falar, e eu dizia que não podia ser dessa forma, não. Um trabalho, ele é construído, quando ele não é construído, você pode duvidar.

O Senhor Relator Jorge Everton – Mas em algum momento o Dr. César obrigou a senhora a fazer algo que a senhora entendia que era ilegal?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, não me obrigou a fazer porque ele fazia toda a distribuição e eu não participava.

O Senhor Relator Jorge Everton – Na estrutura desses cargos comissionados da SESAU, qual é o valor de fato? A senhora lembra, do valor pago ao diretor, na estrutura?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – O Diretor das unidades de saúde de grande porte é em torno de R$ 7.000,00. Este é o cargo que está na estrutura, nas caixinhas.

O Senhor Relator Jorge Everton – Isso é o cargo comissionado? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim, o cargo

comissionado, esse é o que está na caixinha, na estrutura hoje, em torno de R$ 7.000,00, é o SINETS 1.

O Senhor Relator Jorge Everton – Então eles são pagos no cargo comissionado?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não. O Senhor Relator Jorge Everton – São pagos como? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não são pagos no

cargo comissionado porque se ele tiver cargo comissionado ele não pode. Não é? Então, à época, em 2015, eram nomeadas outras pessoas, à parte, nesses cargos.

O Senhor Relator Jorge Everton – Outras pessoas que não eram diretores? E essas pessoas faziam o quê?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Trabalhavam nas unidades, mas sem a atribuição do cargo de Direção-Geral, porque seria o cargo de Direção-Geral que é esse valor. Isso para as unidades de saúde de grande porte, as de médio porte o valor era em torno de R$ 5 mil e pouco.

O Senhor Relator Jorge Everton – E como eram pagos os que efetivamente atuavam? Os que eram contratados?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Eram lançados os plantões da cooperativa pelos próprios secretários.

O Senhor Relator Jorge Everton – Mas eles efetivamente trabalhavam como diretores ou recebiam sem trabalhar?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, eram os diretores que recebiam os plantões como sobreaviso para a função de diretor.

O Senhor Relator Jorge Everton – A Senhora ouviu falar de um pagamento por produção, que foi criado na SESAU?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim. O Senhor Relator Jorge Everton – Quem criou esse pagamento

por produção? A senhora recorda? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Eu acredito que

foi em 2015 também, na gestão do César, do Kalil e do Paulo. O Senhor Relator Jorge Everton – Como funcionava esse

pagamento por produção? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Pelo que eu

entendi, à época, era o que eles faziam, além do plantão, a produção, não

na SESAU? A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Eu acredito que sim. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A senhora sabe qual o

setor? A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Eu me comprometo de

trazer o nome da pessoa. Não sei qual o setor. Amanhã ou segunda, trago essa informação aqui.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Essas gratificações que foram ditas aqui, foram pagas para os gestores das unidades através da Cooperativa, sem problema nenhum?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Eram. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Tanto capital, como

interior? A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – No interior, nem

tanto, porque as unidades do interior até hoje, elas não constam dentro das estruturas de cargos comissionados da Secretaria de Saúde. Todos esses hospitais que nós temos não tem na estrutura. Quando foi em janeiro, fevereiro, que foi pedido para que fosse feito, rapidamente, que iriam apresentar para a Assembleia uma nova estrutura do estado, nós conseguimos montar. E a própria coordenadora da SEGUI, na época, ela também teve essa preocupação de criar os cargos das unidades do interior, porque, o que ficava... Em 2015 foram remanejados 11 cargos do gabinete civil para a SESAU, para que fossem nomeados esses do interior. Quando foi agora esses cargos ainda estavam permanentes, lá. São cargos de assessorias, cargos pequenos, quem ocupa essas direções do interior normalmente não são médicos, então são cargos comissionados, não são médicos. Na capital são os médicos que ocupam os cargos de direção.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A senhora, como servidora experiente, com relação ao RH, existe uma exigência para os profissionais de saúde, por exemplo, diretor de unidade hospitalar? A lei exige que seja médico ou enfermeiro? A senhora sabe me dizer essa exigência legal?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Não! O ideal é que seja profissional da área de saúde, mas, agora foram nomeadas pessoas que talvez não tenham formação específica, mas que tenha conhecimento, nas unidades do interior. Nas unidades do estado todos são capacitados.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Nesse exercício de 2019 e 2015, a senhora chegou a ir a alguma unidade tipo HC, na capital, ou em outro município?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Sim! O Senhor Deputado Nilton Sindpol – A senhora verificou a

escala dos plantões e se aqueles profissionais lá estavam? A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Em 2019 eu cheguei

a ir. Em 2015 eu tinha feito uma planilha para a partir de abril andar com minha equipe checando escala por escala, foi quando eu sai, talvez exatamente e por estar no lugar errado no dia 19 de março.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Muito obrigado, senhora Ana. Presidente, sem mais perguntas.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Com a palavra, o relator Jorge Everton.

O Senhor Deputado Relator Jorge Everton – Boa tarde. Talvez eu acabe repetindo algumas perguntas que a Deputada Lenir e o Deputado Nilton fizeram. Qual o período total da senhora na SESAU?

A Senhora Lúcia Alves de Figueiredo – Em 2015 eu fiquei de 01 de janeiro até 15 de outubro. Em 2019 eu entrei no momento de transição em dezembro e sai no dia 19 de março.

O Senhor Deputado Relator Jorge Everton – Qual a sua função durante todo esse período lá na SESAU?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Coordenadora Geral da Gestão do Trabalho e Educação em Saúde.

O Senhor Relator Jorge Everton – Nesse processo específico a senhora atuou tanto em 2015 como em 2019?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim, como gestora.

O Senhor Relator Jorge Everton – Tanto em 2015 como em 2019? Nesse período todo?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Como gestora, nos dois anos.

O Senhor Relator Jorge Everton – Qual era a sua efetiva atribuição como gestora, tanto em 2015 como em 2019, nesse processo?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Verificar o processo, ver nos autos como está sendo correlato toda a distribuição da documentação, participar das discussões, criar a linha de serviço da cooperativa. Junto, isso faz parte do gestor fazer toda essa discussão. E o fiscal, olhar realmente se aquilo está sendo feito.

O Senhor Relator Jorge Everton – Essas irregularidades que a senhora falou aqui, que encontrou e fez com que a senhora não assinasse,

Page 34: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

34 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

está no papel e você não ter a gestão dessa política de RH. Isso tem que ser construído, pegar a gestão dos profissionais médicos para si. O estado tem que pegar para si, tem que ter essa construção junto com as unidades, tem que estar buscando essa solução. Não pode simplesmente estender a mão, nós vamos botar a cooperativa, nós vamos trazer a cooperativa e a cooperativa em si, crescendo e fazendo a gestão de pessoal, dos profissionais médicos, não pode. Como já foi dito ela tem que ser uma prestadora e essa prestadora tem que seguir os caminhos de todos e fazer a mesma coisa. Eu consegui ainda fazer na capital, em relação as terceirizadas. Eu vi a prova de vida que os militares fizeram e fiz a prova de vida das terceirizadas também, manhã tarde e noite. Eu consegui ainda com essas terceirizadas da capital, fazer toda essa checagem. Não teve tempo, não teve tempo, claro que até meados de março não daria tempo, não é? Mas estou aberta para qualquer situação que vocês precisarem.

O Senhor Relator Jorge Everton – Então, pelo que eu entendi, até hoje é necessário fazer um novo quadro de distribuição de funções e de cargos para que as pessoas que efetivamente trabalham, sejam médicos, enfermeiros, os profissionais da saúde, de forma geral, sejam remunerados de forma correta por aquele trabalho que eles exercem. Foi isso que a senhora resumiu para a gente, não é?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Exatamente. E que sejam respeitados dentro das suas atribuições e do desenvolvimento das suas atividades dentro das unidades.

O Senhor Relator Jorge Everton – A senhora tem conhecimento de alguém que recebe e que não trabalha na SESAU? Já tomou conhecimento de alguém que recebia seu salário sem efetivamente trabalhar?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não. Inclusive na fala do Dr. Ailton eu acompanhei quando ele veio na oitiva, então, por isso me permitam fazer essa referência, ele disse que detectou 52 pessoas sem trabalhar, eu também gostaria de saber dessas 52 pessoas, tendo em vista que os dados que ele tinha foram os dados que eu apresentava para ele. Talvez, ele tivesse se reportando a um ofício que foi encaminhado pelo General, quando foi feita a prova de vida e algumas pessoas não foram achadas. Ali foi só na capital, mas já era alguma falha, porque tinham algumas pessoas que estavam naquela relação, porém, eram algumas pessoas que estavam na transição. Então, a gente já viu que tinham algumas coisas que nós tínhamos que pontuar. Aí ele pediu que fosse aberto um processo administrativo para que fosse encaminhado e eu já deixei lá esse processo encaminhado para que fosse alimentado.

O Senhor Relator Jorge Everton – Nesse período que a senhora trabalhou na SESAU algum político, deputado estadual, deputado federal ou senador procurou a senhora ou foi citado por alguém lhe pressionando para que a senhora fizesse algum ato no processo?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, de forma alguma.

O Senhor Relator Jorge Everton – Nunca. A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Político não. O Senhor Relator Jorge Everton – Ouviu falar de algum

político que na SESAU pressionou algum secretário de alguma forma? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não. Se bem que

os políticos não iam na coordenação, se fossem seria no gabinete, e eu não presenciei.

O Senhor Relator Jorge Everton – Mas, muitas vezes a gente escuta pelos corredores, não é?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, nunca ouvi nada não.

O Senhor Relator Jorge Everton – Muito obrigado. Satisfeito, presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhora Ana, aqueles que de fato exerciam as direções de hospitais, qual era a quantidade de plantões que eles recebiam para exercer esses cargos? Por exemplo no HGR.

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – É, até porque são as duas unidades de grande porte, o HGR e o HMI. Em 2015 não me recordo, mas, tenho certeza que era maior que agora em 2019. E em 2019, eu não participei de como ficaria, não participei da conversa, mas, o Dr. Ailton me passou que para as direções gerais das unidades de saúde de grande porte seriam 13 plantões.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – 13 plantões? Quanto é um plantão?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Se não subiu é R$ 1.250,00. Não sei se teve algum reajuste agora, não sei. Seriam 13 para as direções clínicas ou técnicas, que seriam ocupadas por médicos, seriam de 9 plantões.

O Presidente Coronel Chagas – Então a referência maior era

um plantão, mas a produção, do que o médico tinha feito no dia, e talvez, por esse trabalho a folha fosse um pouco mais enxuta, se fosse pensado nesta produção. A mudança do pensamento, é aonde eu digo, se a política do RH tivesse feito isso.

O Senhor Relator Jorge Everton – Então, para eu entender, o médico fazia procedimentos que geravam uma produção e a forma de pagamento era através de plantão. Isso estava regulamentado?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não estava regulamentado e era uma das coisas que eu questionava. Se essa era a forma por que a gente já não muda dentro do processo? Por que a gente já não muda mesmo no caminhar, já faz um referencial?

O Senhor Relator Jorge Everton – Bom, então deixa eu refazer minha pergunta. Essa produção que o médico recebia tinha que ter autorização de um superior, porque ele não iria receber se o secretário não tivesse autorizado. Não estava normatizado no papel, mas, havia uma ordem direta para ser cumprido. Então o médico que fazia essa produção, ele estava fazendo, acreditando que a via estava correta por que o secretário tinha determinado?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim. O Senhor Relator Jorge Everton – Então, no caso o erro foi do

secretário, não normatizar? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim. O erro é de

gestão. Não é de produção. A produção era feita. O Senhor Relator Jorge Everton – Eles trabalhavam e

efetivamente produziam? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim, trabalhavam

e efetivamente produziam. O erro era de gestão em normatizar. O Senhor Relator Jorge Everton – Eu queria entender por que

alguns médicos, alguns profissionais da saúde, passaram pela função de secretário e eu queria, se você puder e souber, que me explicasse como um secretário recebe seu salário, seu subsídio? Vamos dizer que se ele for concursado ele pode receber como secretário, como concursado, e ainda ser cooperado. Eu queria entender esse contexto, me explica por favor!

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não. Ele pode ser efetivo e ele pode receber o subsídio dele, que é de direito, por ele está exercendo a função, mas receber da cooperativa, jamais.

O Senhor Relator Jorge Everton – Ele é efetivo e aí ele recebe 20 horas trabalhadas, ele recebe o salário de efetivo, recebe o salário de secretário, são essas 20 horas?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Ele pode trazer para o gabinete, ele pode trazer as vinte horas dele porque ele está ali exercendo aquela função. Ele pode trazer.

O Senhor Relator Jorge Everton – Então, ele recebe mesmo sem ter a necessidade de trabalhar? Não há impedimento?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Ele pode trazer as 20 horas, não há impedimento.

O Senhor Relator Jorge Everton – Aí ele é concursado, tem 20 horas, recebe, leva para o gabinete, como a senhora falou e aí, ele pode receber pela cooperativa, como plantão?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, não pode. O Senhor Relator Jorge Everton – A Senhora tem conhecimento

de algum secretário que recebeu por plantão? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Dr. Ailton, que

ele recebeu esses dois meses, embora ele fosse sabedor de que não poderia receber.

O Senhor Relator Jorge Everton – Ele recebeu sabendo que não pode?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim, recebeu sabendo que não pode. Porque a gente teve o caso de um outro médico que ele iria ocupar uma direção clínica e ele pediu para ser nomeado, inclusive, chegou a ser publicada a nomeação dele e posteriormente, a nomeação dele foi tornada sem efeito, porque ele não poderia receber cargo comissionado para que ele pudesse ter o direito de receber da cooperativa.

O Senhor Relator Jorge Everton – Dona Ana, durante todo esse período de experiência que a senhora tem lá na SESAU, a gente já percebeu que a senhora tem muitas informações, muito conhecimento, tem algo mais que a senhora possa nos falar que acrescente ao trabalho da CPI para que a gente possa aprofundar o nosso trabalho?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, eu gostaria de dizer assim para vocês. Acho que já até comecei a dizer, que hoje, em qualquer situação, os plantões médicos são realmente um problema muito grave, porém, não é o único problema da SESAU, da gestão de recursos humanos, ela é maior do que isso. É você ter o olhar... eu não perpasso pela valorização do servidor, não é isso, mas, você ter a noção que tem que ser construída uma política e uma gestão, porque não adianta você construir uma política e dizer que

Page 35: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

35BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Tá, com relação à fala do doutor Ailton, a senhora conhece a fala, até porque foi noticiada abertamente.

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Foi. O Senhor Deputado Soldado Sampaio – A senhora poderia nos

falar o que levou o doutor Ailton fazer aquelas declarações, associando, não só com relação à cooperativa, a senhora teve conhecimento de outro fato, de outro contrato, de ato de gestão que levou o doutor Ailton a fazer aqueles comentários que a classe política não permitia ter uma gestão de qualidade?

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, eu desconheço. Ele tinha muitas angústias em relação ao financeiro, porque a despesa era maior do que a receita, então isso era realmente uma pendência financeira que a SESAU tinha, muito grande, e deve ter ainda hoje, principalmente quando você parava para pensar na folha de pagamento, quando você consumava a folha de pagamento, você pensava nos encargos, você pensava nas terceirizadas e tudo isso realmente era um quantitativo muito alto. E o fato de também de terem alguns processos que estavam encerrados e era realmente necessários para o andamento. Ele realmente tinha muitas angústias, como todos da equipe, em relação a fazer com que a máquina funcionasse. E talvez essa angústia, a de não ter talvez sanado algumas situações, foi o que o levou a isso. Eu acredito também no fato dele ter tido um desgaste também com os médicos, porque a priori ele também culpou tanto a classe política quanto a classe médica. E se a gente, realmente, for colocar no balanço, eles não são os culpados da crise que se instalou, do que a gente vê aí. Os médicos, muitas vezes, à parte, eu digo os médicos e estendo também aos demais profissionais de saúde, eles estão principalmente na ponta, tentando fazer o seu melhor. Tanto é que a gente vê que muitos profissionais estão adoecendo, eu via e era uma coisa que me chamava a atenção. E era uma coisa que eu já ia começar a trabalhar com eles, era a questão da estatística dos profissionais, aqueles que passavam por psiquiatra. Era uma outra coisa que eu já ia começar a trabalhar, porque que me chamou a atenção. E vou dizer para vocês, isso me chamou atenção porque um dia eu estava e me chamaram no gabinete, a chefe de gabinete me chamou, e tinha um servidor, ele era técnico em enfermagem estava ali porque ele tinha duas cargas horárias de 30 e ele queria mudar de lotação. Aquilo me espantou, porque o senhor veio no gabinete e via que ele falava se balançando muito, ele não tinha um controle físico. E eu comecei a conversar com ele, o que o senhor tem? Vamos tentar resolver. Eu o levei para a minha sala, conversei, acalmei. Eu disse, eu vou com a direção, vamos ver o que gente vai fazer. Saí da SESAU, e em pouco tempo depois me mandaram dizer: Olha Ana, aquele rapaz cometeu suicídio. Isso foi uma das coisas que já estava me chamando a atenção, o porquê desses profissionais estarem adoecendo lá dentro, por que que eles passam por isso? Talvez a gente tenha que ter essa política e gestão de RH.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Só para concluir, a senhora falou da distribuição das caixinhas, não sei se eu entendi direito o que a senhora falou, uma pergunta do deputado Jorge, uma diretoria x, ou um departamento, aquela função era exercida por uma pessoa, que era de um salário de comissão de 7000 mil, a senhora cogitou aí, mas na verdade quem tinha o poder de decisão era outra pessoa que recebia por plantão, como é que se dava isso?

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Os médicos, eles eram designados por portaria para responderem pela Direção-Geral do HGR e para responderam pela Direção-Geral da Maternidade Infantil.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Dentro do quadro não tem uma distribuição?

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Dentro da estrutura de cargos comissionados tem a caixinha, primeiro, lá em cima, é direção-geral.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Aí o médico não estava nessa caixinha?

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não estava nessa caixinha, porque essa caixinha dentro da estrutura tem que ser nomeada por decreto governamental. Então ele não é nomeado por decreto, ele é designado por portaria pelo próprio secretário. Ele faz a portaria, designa o doutor fulano de tal para responder pela direção-geral de tal unidade, daqui da capital que normalmente são os médicos. Então eles são designados por portaria.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – E essa caixinha que era preenchida por uma terceira pessoa, por um decreto feito com um governador, quem tinha?

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Se essa caixinha, se ela for preenchida, ele tem que ser preenchida por decreto, porque está na estrutura oficial da SESAU.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – A minha preocupação,

13? A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim. Não sei se

foi mantido. Me perdoem, mas não sei se foi mantido. O Senhor Presidente Coronel Chagas – A senhora sabe

dizer se isso era regulamentado ou se estava descrito no contrato com a COOPEBRAS?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não, não havia regulamento, não havia nada.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Eu lhe pergunto isso porque chegou até nós, que para um determinado profissional eram pagos 13. Aí eventualmente, lá na frente, quando esse profissional saía ou não queria mais, ou por uma questão ou outra, ele era substituído, e quando vinha um novo, esse recebia mais de 20. Então, não havia um padrão. Isso procede?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Nesse início do ano o que me foi passado, pois, não participei dessa discussão, foi esse quantitativo. Em 2015, eu sei que os valores eram maiores e havia essa queixa.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Quais eram os valores de 2015?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não me recordo, presidente. Não sei se eram 20 ou 25, mas tinha essa queixa de ser assim.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Isso era estabelecido pelo secretário, juntamente com a direção da COOPEBRAS?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Não havia normatização.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Sim, mas alguém decidia?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Sim, o secretário, juntamente com a equipe gestora.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Eu ouvi a senhora falar antes, que sempre quem ia lá tratar dos assuntos da cooperativa era o senhor...?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Senhor Edilson, era quem tratava de levar as notas, de buscar a produção, de fazer o consolidado.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Ele é funcionário? O que ele é da cooperativa?

A Senhora Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Ele é da cooperativa, não tem cargo de presidente, nem de nada, o Edval, né, o Edilson é irmão do Edval.

O Senhor Presidente Coronel Chagas - Mais alguma pergunta, deputado Sampaio?

O Senhor Deputado Soldado Sampaio- Boa tarde senhora Ana, o que ensejou esse pedido de CPI, entre outras, mas o motivo determinante foi a fala do ex-secretário Ailton. Ele, ao entregar o cargo, foi nas redes sociais e fez uma declaração, praticamente jogando a toalha que não conseguiria fazer gestão na saúde, em virtude da interferência política. Ele fez isso e escandalizou a toda a sociedade roraimense, foi motivo de discussão aqui na própria Assembleia e demais órgão de controle, ensejou e foi provocada a CPI pelo deputado Renato e os deputados que assinaram. E já estamos aqui, hoje, na vigésima primeira reunião. Nós convocamos o ex Secretário Ailton, e ele não deixou claro para nós quais esses motivos políticos e quem eram esses políticos do qual ele estava se referindo. E aí, eu quero lhe fazer duas perguntas em cima disso, a sua escolha, a senhora é servidora efetiva.

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Servidora pública federal.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – A senhora assumiu um cargo de confiança, quem lhe convidou, tanto em 2015 como agora em 2019, quem foi o secretário ou quem sugeriu o seu nome para assumir essa função?

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Em 2015, finalzinho de 2014, tinha um secretário que já estava montando a equipe para que fosse fazer parte com o secretário, na época, não sei se vocês lembram, era o doutor Alexandre Marques que, inicialmente, ele que seria o secretário, no final de 2014, da gestão da governadora Suely. Só que ao final..., e eu o conhecia e ele conhecia o meu trabalho e eu fui a convite dele. Quando foi assim na viradinha, praticamente já não era mais ele, seria o Marcelo Batista e depois terminou sendo o doutor Kalil. E eu continuei com o doutor Kalil até meados de outubro.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – De 2019? Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Foi o próprio

doutor Ailton. O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Ele lhe convidou? Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Foi.

Page 36: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

36 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

de abril. Foi a primeira vez que o senhor foi fiscal de contrato? Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Primeira vez A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - O senhor leu as suas

atribuições? Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Na verdade,

quando eu fui nomeado fiscal eu procurei me inteirar das atividades de que seria o gestor do contrato e me baseei no Decreto de 2015, 19213. Ele explicita bem qual é dever do fiscal, quanto a fiscalizar os contratos. Então eu me baseei nele, que é muito claro e nos diz como nos conduzir, de maneira que a gente possa acompanhar um contrato com maior clareza na maior brevidade possível.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- O senhor assinou como fiscal de contrato nesse... qual sua formação?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho - Eu sou administrador de empresa, contador, e professor de matemática.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues - Então, quando você assinou o contrato, atestou as notas. Quantas notas você atestou?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Eu atestei as notas do mês de maio, junho, julho, agosto e setembro.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – De 2019? Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho - De 2019. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- Antes de ser fiscal de

contrato, tu és servidor efetivo? Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho - Sou servidor

efetivo, assistente administrativo A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- Antes do contrato,

já conhecia de alguma forma, já tinha trabalhado nesse processo da COOPEBRAS.

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho - Nunca tinha trabalhado não.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- Você tem relação de amizade com alguém da diretoria da COOPEBRAS?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho - De amizade não, a gente tem porque sou servidor há 19 anos da secretaria e como eu trabalho lá sempre, a gente sabe quem são os gestores das empresas.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- Mas não tem uma relação de amizade tipo ir para uma festa, para uma pescaria, com alguém que seja da diretoria?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Não, não senhora.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- O senhor é casado? Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho - Sou casado. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- E sua esposa trabalha

onde? Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – A minha esposa

trabalha na Secretaria de Saúde, no HGR, é auxiliar de enfermagem. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Ela chegou alguma vez

a trabalhar como fiscal de contrato? Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Não, nunca. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor antes de ser

fiscal de contrato o senhor recebeu pela cooperativa quando existia, sem ser dos médicos, existia dos administrativos?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Não senhora, nunca.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Quando vai atestar uma nota, alguma vez teve alguma nota que o senhor ficasse sem querer assinar?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Sim, todas as notas eu fazia uma prévia análise. Como funciona a COOPEBRAS? É feita uma escala pela COOPEBRAS, onde são enviadas para as unidades de saúde, a unidade de saúde manda os plantões médicos de 30 dias e, no final do mês, os diretores das unidades mandam para a gente a quantidade de plantões que foram realizados por aquela escala. Às vezes, tem médico que tem dez plantões e, na verdade, ele não tira os dez. Inclusive, eu como fiscal do processo, se os senhores quiserem verificar, nos autos do processo, existem várias glosas que eu fiz com relação a isso daí, principalmente em comparação a confronto de plantões. Tem nos autos, eu solicitando a glosa de alguns valores de alguns médicos cooperados.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor foi atendido na glosa?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Fui atendido. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor, como fiscal,

detectou alguma vez a questão de o médico que prescreve, ele tá um dia, então, é para ele ir quatro vezes, um dia ele vai, cobre todo mundo e folga os outros três dias. Existia isso?

até imagino, não tendo a caixinha preenchida, deputado Nilton, tudo bem a caixinha está vago, o secretário fez por portaria e designou alguém para assumir. Eu quero imaginar como seria, nós temos diretor de departamento...

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Eu não sei se hoje a caixinha está ocupada.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Como funcionaria isso? Ou seja, tem uma portaria nomeando um médico ou uma pessoa para ocupar aquela função, responsável pela gestão daquele departamento, daquele setor, daquela unidade e teria um decreto também dizendo que o servidor tal era o gestor, ou seja, a pontaria prevalecia sobre o decreto, se a caixinha tivesse vazia, eu até entendia.

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Eu não sei se as caixinhas estão preenchidas hoje, mas o que a gente tem que ver é que na verdade é até direito do médico ele ter uma remuneração muito melhor para uma dedicação melhor, porque ser diretor do HGR não é fácil gente! É uma atribuição, realmente ... você está de manhã, você está á tarde, você estar à noite, você está final de semana, você está de madrugada. Você tem que estar muito dedicado a isso e aí você ver, você ser nomeado numa caixinha para receber 7000 mil reais é humanamente impossível, porque ...

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – É esse jeitinho que está errado.

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Que os médicos merecem muito mais a remuneração e essa gratificação para que eles possam realmente... isso é claramente merecedor.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – O que precisaria nesse caso era de fato valorizar essa função, essa atribuição.

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – É onde lhe digo, que ficou aquela...

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – De quem trabalha não buscar um arrumadinho, senhor presidente...

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Inicialmente, no início do ano, quando ficou de apresentar uma nova estrutura do governo para cá, já ficou tudo pronto, inclusive fazendo essa organização e essa valorização desse profissional médico como diretor, já constava.

O Senhor Deputado Soldado Sampaio – Obrigado por ter respondido as perguntas.

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – De nada. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Não havendo mais

nenhuma pergunta, nós damos por encerrado o depoimento da senhora Ana Lúcia Alves Figueiredo e solicitamos que ela assine o seu termo de depoimento, de comparecimento, na verdade. Senhora Ana, muito obrigado. As informações que a senhora trouxe são muito importantes e com certeza, vai contribuir muito para as investigações que a CPI está fazendo.

Depoente Ana Lúcia Alves de Figueiredo – Estou à disposição, deputados.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Eu solicito à assessoria que conduza até esta sala da CPI, o senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho. Boa tarde senhor Tedy, tudo bem? Por favor, o senhor pode sentar-se aqui, senhor Tedy. Eu acho que já deve conhecer os deputados, o deputado Nilton é o vice-presidente, deputado Jorge Everton é o relator, deputado Sampaio, deputada Lenir, deputado Renato Silva e deputado Evangelista, todos integrantes da CPI, que estão aqui para ouvi-lo. O senhor foi convocado para prestar depoimento sobre o contrato da secretaria de saúde com a COOPEBRAS e o seu depoimento vai ser gravado através de vídeo e também de áudio e será transmitida pela TV Assembleia. Eu pergunto se o senhor tem alguma restrição à transmissão pela TV assembleia? Pois bem, eu vou solicitar ao deputado Jorge Everton que faça a leitura da ficha de identificação do depoente.

O Senhor Deputado Jorge Everton- Nome: Tedy Francisco da Silva Sobrinho; RG: 41356 SSP/RR; CPF: 112.387.122-15; Filiação: Mãe: Francisca das Chagas de Oliveira Matos e José Tavares da Silva; Data de Nascimento: 02.10.62; Profissão: funcionário público; Nacionalidade: brasileiro; Estado Civil: casado; Endereço residencial: Rua Elias Madeiro nº 88- bairro: São Pedro; Contato telefônico: 99118-1443.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Senhor Tedy, o senhor vai ser ouvido na condição de testemunha e para tanto precisará prestar o compromisso de dizer a verdade, somente a verdade, sobre o que lhe for perguntado. Eu solicito que toda pergunta que for feita fale ao microfone para que fique gravado aqui a sua resposta. Então, o senhor presta o compromisso de falar a verdade, no microfone?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho- Sim, senhor. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Eu passo a palavra

então à deputada Lenir para que dê início aos questionamentos que julgar pertinentes.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues- Senhor Tedy, o senhor foi nomeado na Portaria nº 833, de 2019, de 18 de junho com o efeito de 17

Page 37: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

37BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

e, se houvesse alguma inconsistência a gente avisava a cooperativa, tem município tal que não tem dez plantões, só tem oito, para ele poder fazer a emissão da nota. Só era liberada a nota depois de todas as conferências.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Então, as inconsistências eram comunicadas à cooperativa e não diretamente ao secretário de estado da saúde?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – O gestor tinha conhecimento das inconsistências. Além das inconsistências, a gente fazia o cruzamento dos plantões, inclusive, nos autos dos processos vocês vão encontrar algumas glosas que efetuamos.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Esse cruzamento era manual ou tinha algum sistema que auxilia, tanto o gestor quanto o fiscal do contrato para que tenham maior clareza para poder atestar essas notas, já que estamos falando de um contrato vultuoso. Perguntamos no princípio que encontramos no processo várias notas fiscais que não tem atesto do gestor e nem do fiscal e, mesmo assim foram atestadas pelo fiscal de tributo e efetivamente pagas. O senhor tem conhecimento desse mecanismo?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Como eu citei, enquanto fiscal do processo, não foi efetuado nenhum pagamento sem as duas assinaturas, tanto do fiscal quanto do gestor.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Quem era o responsável da COOPEBRAS por esse fluxo dentro da secretaria de saúde para estar encaminhando esses dados? Quem eram as pessoas da COOPEBRAS responsáveis por esse trâmite da documentação? Quanto tempo antes vocês recebiam esses consolidados das unidades hospitalares para que vocês pudessem fazer essa análise?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – As unidades hospitalares têm um prazo para entregar até no segundo ou terceiro dia útil todas as escalas dos médicos dos interiores. Mediante isso, a gente recebe do interior e compara com a escala da COOPEBRAS, que vai para os municípios. Então, a gente só faz a conferência depois que chegam todas as escalas e elas são feitas manuais, não tem programa nenhum.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Quem era a pessoa ou as pessoas da cooperativa que faziam esse trabalho junto a SESAU? O nome dessas pessoas?

O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Da cooperativa? O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Justamente. O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Senhor Valdan. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Qual era a função do

senhor Valdan dentro da cooperativa e junto a SESAU? O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Não, junto à

SESAU não, ele é diretor só da cooperativa, ele que deixava os documentos da cooperativa, mas isso aí é da COOPEBRAS.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Qual é o cargo do senhor Valdan na COOPEBRAS?

O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Eu não sei o cargo dele não, deve ser diretor.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – O senhor tem algum parentesco ou grau de amizade com o senhor Valdan?

O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Não, senhor. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – O senhor tem

conhecimento de pessoas que receberam por direção ou outra situação através da COOPEBRAS, tipo é diretor de unidade, é médico, é comissionado e também receber pela cooperativa acumuladamente?

O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Não, existe que os diretores de unidade não recebem cargo comissionados, eles recebem plantões para gerir as unidades de saúde.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Mas eles não deveriam ser nomeados por decreto para que eles fizessem isso?

O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Com certeza! O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Então eles recebem esses

plantões pela COOPEBRAS e não pela SESAU? O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Sim. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Isso não é ilegal? O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Creio que sim,

não é? O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Mas mesmo assim, o

senhor estava ali atestando? O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Atestei, com

certeza. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Mas, consciente de uma

irregularidade. O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Sim, porque

todos diretores de unidades nenhum é cargo comissionado, todos recebem plantões.

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Do meu conhecimento não.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Então, todos que estavam naquele plantão, cobriam o plantão?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Sim, mesmo porque vem um documento das unidades com assinatura do diretor mandando a escala dos plantões que são feitos nas unidades de saúde.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Desses que o senhor pediu as glosas quais foram os problemas que o senhor detectou como fiscal de contrato?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Choque de horário. Por exemplo: médico A, trabalhou na unidade de sete às treze na unidade e, no mesmo dia das sete às treze em outra unidade. Quando acontecia isso eu pedia a glosa.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Certo. Como o senhor é um servidor antigo o senhor sabia quem era efetivo para poder fazer essa comparação?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Como fiscal eu solicitei, mesmo porque quando somos fiscais do processo, a cooperativa é vinculada ao CGTS que é o RH, na verdade, eu tenho a relação dos médicos que eram efetivos.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – O senhor ainda está como fiscal de contrato?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Não. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Qual foi o motivo que

o senhor saiu? Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Eu trabalhava

na CGTS e fui convidado para trabalhar com o secretário-adjunto Monteiro. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Nesses meses que o

senhor foi gestor do contrato, caso o senhor não assinasse, atestando as notas, como os seus superiores fariam para dar andamento para pagamento, se uma fase processual não fosse concluída?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Na verdade, para efetivar o pagamento tem que ter o atesto do fiscal e do gestor do contrato. São essas duas pessoas que atestam a veracidade dos serviços.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Então, sem esse atesto do fiscal e do gestor do contrato não tem andamento a nota?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Não tem andamento, precisa ser atestado pelos dois, o fiscal e o gestor do contrato.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Muito obrigada. O Senhor Deputado Nilton Sindpol - Boa tarde. É importante

que o senhor, como fiscal, tenha toda essa experiência e ainda mais como professor de matemática, contador, habilidade com os números não lhes falta. O senhor tem conhecimento de alguma nota, ou notas, que sem os atesto do fiscal e do gestor do contrato tenha seguido para a SEFAZ e efetivamente pagas?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Do meu conhecimento, não. Enquanto fiscal, nesse período, não foi paga nenhuma nota sem constar o atesto do fiscal e do gestor, todas as notas, enquanto eu fui fiscal, foram atestadas pelo gestor e pelo fiscal.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – O decreto que o senhor citou o de 2015?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – O 19213. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – No mesmo decreto

ele faz referência a uma instrução normativa, que seria elaborada pela Controladoria Geral do Estado. O senhor tem conhecimento dessa instrução normativa?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – É uma norma técnica que eles nos forneceram para que possamos seguir os trâmites legais no andamento do processo. Eu tenho a norma técnica que foi emitida pela Controladoria Geral do Estado.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – O senhor pode nos disponibilizar cópia dessa instrução normativa?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Posso. Não tenho aqui comigo, mas, amanhã trago, com certeza.

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Nessa sua responsabilidade com relação ao contrato da COOPEBRAS, ao senhor, em algum momento, foi oferecida vantagens, presentes, ou mesmo o senhor foi pressionado a assinar essas notas sem os devidos cuidados? O senhor tinha que conferir os dados encaminhados pelas unidades hospitalares, como o senhor fazia esse controle para saber se aqueles profissionais realmente realizaram aqueles plantões?

Depoente Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Eu, enquanto fiscal do processo, eu fazia a conferência da nota e só liberava depois que chegavam todos os documentos das unidades de saúde. Eu comparava

Page 38: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

38 BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

talvez um ou outro cargo até exista e esteja desviado. Nós temos que ver isso também

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Como falou a Ana, fazendo outras funções.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – É como ela mesma falou.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Provavelmente, por ser um cargo com valor pequeno e que o médico profissional de saúde chamado para assumir aquilo vai dizer “não, por esse salário eu não trabalho”.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Exatamente: “paga pela cooperativa”.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – “Ah, então vou te pagar com treze plantões”. Treze plantões de mil e duzentos da doze, dezesseis, dezessete mil reais, que é um cargo de salário de secretário adjunto. Aí vale a pena.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Então é isso. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Senhor Presidente,

demais membros, o que deixa claro é que a cooperativa nada mais é do que um RH paralelo e que a recomendação aqui desta Comissão Parlamentar de Inquérito, já que o contrato dessa cooperativa vence agora, o aditivo, em fevereiro de 2020, imagina a economia que teria o estado de Roraima para poder comprar medicamentos e outros insumos se a cooperativa não existisse e o estado ampliasse o RH da Secretaria de Saúde, tornaria totalmente desnecessário a existência da cooperativas, porque está claro para nós que a cooperativa é apenas um sanguessuga do erário. Porque, deputado Jorge, os mesmos profissionais da cooperativa são concursados aqui certo, então tem que se buscar uma ferramenta para que nós tenhamos eficiência com o gasto do erário público. É claro que é o objetivo maior dessa CPI, fazer com que a saúde do estado melhore. Esta semana, mesmo, foi objeto de capa de um jornal do estado de Roraima a quantidade de cirurgias que o estado tem, a SESAU tem aí para realizar. Então é público, é notório que o estado de Roraima, hoje, toda semana ou final de semana, são diversas feijoadas, bingos e etc, são famílias buscando arrecadar dinheiro para realização de uma cirurgia. E como disse a Eminente Deputada Lenir, nós temos que colaborar para que realmente a CPI tenha um resultado concreto, prático, com a valorização dos profissionais, aí eu quero deixar bem claro, não só dos médicos, mas dos profissionais. Já foi dito aqui e foi objeto, inclusive, de uma Audiência Pública aqui na assembleia, já no exercício de 2019, se eu não me engano, no mês de outubro, sobre a questão da saúde dos profissionais, que estão adoecendo. Nossos cuidadores da saúde estão doentes, estão cometendo suicídio, eles estão sendo afastados, então tudo isso traz prejuízo para nós, os usuários do sistema de saúde. Então eu complemento essa sugestão da deputada Lenir, para que a gente possa ampliar e sugerir isso aí, porque é uma situação que estamos acompanhando nos depoimentos, que é prejudicial ao estado e claramente, vemos o dinheiro do erário público escorrendo pelo ralo. Muito obrigado, presidente.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Antes disso, fica então a determinação à procuradoria que providencie esse documento, nos termos que falamos para que na próxima reunião, a 22ª, na terça-feira, nós possamos deliberar sobre isso. Pretendo fazer essa reunião na terça-feira, logo após a sessão plenária, no período matutino.

Não havendo mais nada a tratar, dou por encerrado a presente sessão.

Coronel ChagasPresidente

SUPERINTENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

RESOLUÇÕESRESOLUÇÃO Nº 0069/2020

A Superintendência Geral da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima, no uso de suas atribuições regimentais.

RESOLVE Art.1º Convalidar o afastamento do Servidor Sergio Lopes de Souza Neto, matrícula 21301, para viajar com destino ao Município de Pacaraima-RR, saindo no dia 18.02.2020, com retorno no dia 20.02.2020, para realizar o translado de servidores da Escola do Legislativo, para realizar serviço desse poder.

Art. 2º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.Palácio Antônio Martins, 19 de fevereiro de 2020.

MARCELO DE LIMA LOPESSuperintendente-Geral

Matrícula n° 22.474 ALE/RR

O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Pela cooperativa? O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Pela cooperativa. O Senhor Deputado Nilton Sindpol – Sem mais questionamentos,

senhor presidente. Obrigado senhor Tedy. O Senhor Presidente Coronel Chagas – Não havendo mais

nenhuma pergunta por parte dos deputados, eu pergunto se o senhor tem mais alguma informação que julgue importante para a investigação que essa CPI está fazendo em sede do contrato da SESAU com a COOPEBRAS?

O Senhor Tedy Francisco da Silva Sobrinho – Não, só dizer que eu estou à disposição da CPI, para qualquer membro da CPI, a qualquer esclarecimento que eu posso ajudar a CPI. É só fazer à convocação, que eu estarei presente aqui, mesmo não sendo mais fiscal do processo.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Nós vamos dar por encerrado o depoimento do senhor Tedy, solicitamos que assine o seu termo de comparecimento para o depoimento e logo após, o senhor estará liberado.

Com a palavra a deputada Lenir Rodrigues. A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Senhor presidente,

considerando que a análise documental e as oitivas aqui durante os trabalhos da CPI acarretam um lapso temporal muito grande e considerando também que a política pública da saúde é urgente, eu requeiro à Vossa Excelência e ao colegiado para que nós possamos analisar a possibilidade de se oficializar, por meio da presidência deste poder, com urgência, uma recomendação ao estado para que eles possam providenciar readequação dos pagamentos do diretores das unidades do estado para que, se necessário, sejam pagos pelo estado e se necessário, encaminhem com a devida urgência o PCCR dos médicos para esse poder. Nós não podemos admitir que os médicos que trabalham tanto sejam penalizados por uma situação esdrúxula que o estado está oferecendo. Nós temos que readequar.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Eu acho que o que precisa ser encaminhado para esta Casa é a Lei Orgânica da Secretaria de Saúde, porque como falou aqui a senhora Ana, as unidades não tem os cargos de direção de chefia, somente na capital, alguns cargos, por exemplo o Hospital das Clínicas é acumulado pelo diretor do Cosme e Silva. Os hospitais do interior todos estão sendo pagos pelo plantão e isso é irregular, é ilegal. Então, a sua sugestão é muito boa e eu acho que a CPI poderia encaminhar isso, de repente, para pegar mais força.

O Senhor Deputado Jorge Everton – Eu concordo com a deputada Lenir, até mesmo porque os profissionais da saúde acabam sendo penalizados e na minha opinião, de forma irresponsável. O secretário acabou incriminando os profissionais que estão trabalhando da forma devida e que se há um erro foi o erro da gestão que normatizou isso, não do profissional de saúde, na minha opinião. Então, eu concordo e sugiro que a deputada Lenir desenhe essa recomendação para que a gente possa deliberar, lendo essa recomendação na reunião de terça-feira, depois da sessão.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Como falou o deputado Jorge Everton, o profissional que assume uma direção técnica, ele está ali de boa fé e vai ser remunerado pela cooperativa também, acreditando ser tudo legal. A princípio é isso, mas a gente sabe que não é a forma correta, então o seu encaminhamento é pertinente e eu acho que poderíamos formalizar, fazer de forma expressa, deliberarmos. E conforme a deliberação, encaminhar ao Governo do Estado ou ao plenário da Assembleia, se assim acharem necessário, para dar mais força ainda. Mas a gente decide, então, na próxima reunião esse requerimento ser feito por todos, essa recomendação.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Exatamente, era isso que eu queria requerer também de Vossa Excelência, dos demais pares, que nós pudéssemos unir forças com nossas assessorias para elaborarmos, por quê? Porque a CPI, pelo andar da análise documental, ela vai demorar muito. Nós já tivemos uma experiência que durou um ano, então essas coisas nós já poderíamos ir resolvendo, porque vai ser uma economia para o Estado e nós vamos evitar que os profissionais sejam penalizados por algo irregular.

O Senhor Presidente Coronel Chagas – Eu acho que são documentos elaborados pela procuradoria. Cadê o procurador da Casa que tem que acompanhar a reunião, não está aqui hoje? Ontem ele estava. Então tem que ser um documento... claro, o procurador tem muito mais preparo que a gente, mas, com “considerandos”. A CPI da Saúde, considerando ter sido detectado, constatado no andar das diligências, das investigações, que estão sendo feitos pagamentos de cargos de chefia e direção de unidade de saúde através de plantões. Enfim, alguns “considerandos” e, ao final, o que recomenda? A CPI recomenda que o governo do estado encaminhe com urgência um projeto de lei criando os cargos da estrutura orgânica da Secretaria de Saúde.

A Senhora Deputada Lenir Rodrigues – Inclusive, presidente,

Page 39: MESA DIRETORA - Página do Diário Oficial da ALE-RR · gerando amplo debate e dando origem a “Campanha do Laço Branco”, eleito como símbolo da luta dos homens pelo fim da violência

39BOA VISTA, 20 DE FEVEREIRO DE 2020 DIÁRIO DA ALE/RR ED. Nº 3176

RESOLUÇÃO Nº 2382/2020-SGPA SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE PESSOAS DA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA, no uso de suas atribuições, em conformidade com a Resolução nº389/2016-MD e suas alterações,

RESOLVE,Art. 1º Conceder o usufruto das férias do (a) servidor (a) ADI

MUNIZ GOMES JUNIOR, matrícula nº 18536, no período de 18/02/2020 a 22/02/2020, referente ao exercício de 2019.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Antônio Martins, 18 de fevereiro de 2020.GEORGIA AMÁLIA FREIRE BRIGLIA

Superintendente de Gestão de PessoasMatrícula: 17812

RESOLUÇÃO Nº 2383/2020-SGPA SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE PESSOAS DA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA, no uso de suas atribuições, em conformidade com a Resolução nº389/2016-MD e suas alterações,

RESOLVE:Art. 1º CONCEDER à servidora CRISTIANE SALES LIMA,

matrícula 22542, 180 (cento e oitenta) dias consecutivos de Licença Maternidade, no período de 18.01.2020 a 15.07.2020.

Art. 2º Esta Resolução surte efeitos a partir de 18.01.2020.Boa Vista - RR, 19 de fevereiro de 2020.

GEORGIA AMÁLIA FREIRE BRIGLIASuperintendente de Gestão de Pessoas

Matrícula: 17812

RESOLUÇÃO Nº 2384/2020-SGPA SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE PESSOAS DA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA, no uso de suas atribuições, em conformidade com a Resolução nº389/2016-MD e suas alterações,

RESOLVE:Art. 1º CONCEDER à servidora LAURA CAROLINE

DA SILVA MACEDO, matrícula 19580, 180 (cento e oitenta) dias consecutivos de Licença Maternidade, no período de 09.01.2020 a 6.07.2020.

Art. 2º Esta Resolução surte efeitos a partir de 09.01.2020.Boa Vista - RR, 19 de fevereiro de 2020.

GEORGIA AMÁLIA FREIRE BRIGLIASuperintendente de Gestão de Pessoas

Matrícula: 17812

SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE PESSOAS

RESOLUÇÕESREPUBLICAÇÃO POR ERRO MATERIAL

RESOLUÇÃO Nº 2289/2020-SGPA SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE PESSOAS DA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA, no uso de suas atribuições, em conformidade com a Resolução nº 389/2016-MD e suas alterações,

RESOLVE:Art. 1º Exonerar IRISVAN DA SILVA CUNHA, matrícula

17525, CPF: 877.155.032-15, do Cargo Comissionado em Gabinete de Assessor Parlamentar FS-4, integrante do Quadro de Pessoal, em conformidade com o que dispõe a Resolução nº 40/16 de 22 de dezembro de 2016, e publicada no Diário da ALE/RR nº 2432, de 29 de dezembro de 2016.

Art. 2º Nomear IRISVAN DA SILVA CUNHA, matrícula 17525, CPF: 877.155.032-15, no Cargo Comissionado em Gabinete de Assessor Parlamentar FS-3, integrante do Quadro de Pessoal, em conformidade com o que dispõe a Resolução nº 40/16 de 22 de dezembro de 2016, e publicada no Diário da ALE/RR nº 2432, de 29 de dezembro de 2016.

Art. 3º Esta Resolução surte efeitos a partir de 1 de fevereiro de 2020.

Boa vista - RR, 14 de fevereiro de 2020.GEORGIA AMÁLIA FREIRE BRIGLIA

Superintendente de Gestão de PessoasMatrícula: 17812

REPUBLICAÇÃO POR ERRO MATERIALRESOLUÇÃO Nº 2324/2020-SGP

A SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE PESSOAS DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA, no uso de suas atribuições, em conformidade com a Resolução nº 389/2016-MD e suas alterações,

RESOLVE:Art. 1º Nomear VALDINEI RODRIGUES DA SILVA,

CPF: 009.713.892-41, no Cargo Comissionado de Assessor Parlamentar Administrativo III CAA-7, integrante do Quadro de Pessoal, em conformidade com o que dispõe a Resolução Legislativa nº 17/2017, de 28 de dezembro de 2017, publicada no DO/ALE-RR, Edição A-2671, de 3 de janeiro de 2018 e suas alterações.

Art. 2º Esta Resolução surte efeitos a partir de 10 de fevereiro de 2020.

Boa vista - RR, 17 de fevereiro de 2020.GEORGIA AMÁLIA FREIRE BRIGLIA

Superintendente de Gestão de PessoasMatrícula: 17812

REPUBLICAÇÃO POR ERRO MATERIALRESOLUÇÃO Nº 2372 /2020-SGP

A SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE PESSOAS DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA, no uso de suas atribuições, em conformidade com a Resolução nº 389/2016-MD e suas alterações,

RESOLVE:Art. 1º Exonerar DIOCIONE VASCONCELOS SILVA,

matrícula 21936, CPF: 149.944.702-78, do Cargo Comissionado em Gabinete de Assessora Parlamentar Regional FSR-2, integrante do Quadro de Pessoal, em conformidade com o que dispõe a Resolução nº 40/16 de 22 de dezembro de 2016, e publicada no Diário da ALE/RR nº 2432, de 29 de dezembro de 2016.

Art. 2º Nomear DIOCIONE VASCONCELOS SILVA, matrícula 21936, CPF: 149.944.702-78, no Cargo Comissionado de Assessora Parlamentar Administrativo Especial III CAA-3, integrante do Quadro de Pessoal desta Casa Parlamentar, em conformidade com o que dispõe a Resolução Legislativa nº 17/2017, de 28 de dezembro de 2017, publicada no DO/ALE-RR, Edição A-2671, de 3 de janeiro de 2018 e suas alterações.

Art. 3º Esta Resolução surte efeitos a partir de 1 de fevereiro de 2020.

Boa vista - RR, 18 de fevereiro de 2020.GEORGIA AMÁLIA FREIRE BRIGLIA

Superintendente de Gestão de PessoasMatrícula: 17812