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MERCADO DE BORRACHA NATURAL Marcos Silveira Bernardes LPV - ESALQ/USP Aspectos econômicos e tecnológicos

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MERCADO DE

BORRACHA NATURAL

Marcos Silveira Bernardes LPV-ESALQ/USP

Aspectos econômicos e tecnológicos

-Capítulo meu sobre Beneficiamento, mercado e política da

borracha

• Implementada por lei e criado organismo de governo:

• SUDHEVEA – Autonomia orçamentária

• Principais linhas de ação:

• Controle de importação e de preços

• Taxa de importação: diferença entre o preço interno desejado e o

preço internacional, sabidamente subsidiado sempre

•Baseado em levantamento anual de custo de produção

• Financiamento de produção compatível com o setor

• Financiamento e geração de pesquisa

• Financiamento e execução de assistência técnica

• Financiamento e produção de mudas

• Financiamento e capacitação de pessoal (operários a pós-graduação)

POLÍTICA DA BORRACHA

• Era contra o interesse de grandes forças:

• políticas - queriam o orçamento sem controle de técnicos

• indústrias - jogar preços para baixo BN e manter preços de seus

produtos

• usinas - imaginavam que iriam ganhar como as indústrias

• setor produtivo de SP - imaginavam que iriam dominar o setor e

lucrar à custa do restante do Brasil

• consultores, vendedores de produtos e lendas – iriam vender o que

antes o governo fornecia

POLÍTICA DA BORRACHA

Extinção da SUDHEVEA

/www.rubberdev.gov.lk/

Um exemplo: protetor de chuva

No Sri Lanka: orientação e fornecimento de material pelo governo

No Brazil: querem vender a orientação e material (que não funciona)

- igual à faca elétrica

/www.rubberdev.gov.lk/

No Sri Lanka governo também:

- controla preço e garante lucro ao produtor rural

- fornece mudas de altíssima qualidade em inúmeros viveiros

- fornece assistência técnica para todas as atividades

- fornece financiamento MUITO subsidiado para plantio,

replantio, usinas e todas as atividades agrícolas

- etc. etc.,

No Brazil: depois do governo Sarney, passando por Collor,

FHC, Lula e Dilma - ?????

No Sri Lanka: produzem e exportam luvas para o Brazil – R$4,00/20g

No Brazil: quase todas as fábricas de luvas fecharam

POLÍTICA DE PREÇOS

No MUNDO INTEIRO:

- preços controlados pelo governo

- taxa cambial mantendo a moeda nacional desvalorizada

(facilita a exportação da borracha natural)

- subsídios para toda a cadeia produtiva mas principalmente

para setor agrícola

- desoneração da agricultura e mão-de-obra barata

No Brazil:

- preços controlados pelos compradores (indústria)

- taxa cambial mantendo moeda nacional valorizada

(facilita a importação da borracha natural)

- nenhum apoio direto ou subsídio à produção agrícola

- subsídios e desoneração da indústria

• Base teórica:

• DECLINIO SECULAR DOS PREÇOS AGRÍCOLAS

• MERCADO É INELÁSTICO

• (oferta e demanda não afeta preço)

• MERCADO COMPRADOR É OLIGOPOLIZADO

• (menos de uma dezena controla o mercado)

• Averiguações:

• temos que considerar a inflação inclusive do dólar americano

• salário no Brasil cresce mais do que o valor da borracha natural

ECONOMIA E MERCADO

Depois da Guerra da Coréia (1952) balanço entre oferta e demanda

não afeta preço, pois o mercado é COMPLETAMENTE controlado

e manipulado pela indústria e pelos mercadores de bolsa.

Produção do ano estagnada, produção do ano anterior

recuou 0,4%

Consumo seguiu crescendo acelerado: 2% ao ano

Panorama sugere fortes altas no preços

Observa-se que nem de longe os preços se comportam de

forma coerente com o que seria lógico esperar

Desvalorizção cambial dos países asiáticos

No mercado interno, mesmo com a subvenção que chega

atrasada ao produtor, a rentabilidade é baixa e não há

perspectivas de melhora da situação

PIB do Brasil (2014) 5,52 trilhoes de reais

Empresas da ANIP

0,7% do PIB do Brasil faturamento 38,64 bilhoes de reais

20% do faturamento lucro 7,728 bilhoes de reais

1 hectare de seringueira

72.500,00de reais

lucro anual das empresas 106.593 ha de seringueira

Lucro de dois anos compra todos os seringais do Brasil

Governos sérios

Preço = 1

Governo Figueiredo

Preço = 0,8

Governo Sarney

Preço = 0,5

Depois disso piorou mais ainda

- Abandono seringal nativo com

70% de queda de produção

-Redução da pesquisa e assit

técnica oficial

-Colapso das pequenas usinas

-Preços aproximando-se dos

internacionais

- Reservas extrativistas

inviáveis

-Novos projetos de plantio não

serão encorajados

Minhas previsões no Forum IRSG em 1990

Bandeira

do

Brazil

Delegação

do

Brazil

Internacional Rubber Agreement

- Como palestrante convidado, fiquei sozinho na mesa na

votação do Acordo Internacional

- Delegação do Governo Federal não compareceu e deixou

vagos lugares na primeira fila

- Governo Brasileiro abandonou o Acordo e nunca mais

pagou IRSG

- Em 2014 a Esalq – USP cancelou a assinatura dos boletins

do IRSG (depois de me consultar) – só três usuários

Internacional Rubber Agreement

Forum IRSG em 1990 – Ottawa, Canadá

0

1

2

3

4

5

6

7

1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020

Declínio secular dos preços agrícolas

Atividade tende ao lucro nulo

Pico de preço na

mesma época do

Teatro Amazonas

Evolução do preço da BN

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

5001950

1954

1958

1962

1966

1970

1974

1978

1982

1986

1990

1994

1998

anos

US

cts

/kg

US$ constantes

US$ flutuantes

Barré (Michelin), 1999

“erram grosseiramente aqueles que, desconhecendo a

literatura pertinente, afirmam que as commodities

agropecuárias terão seus preços elevados na mesma

proporção do petróleo”. Jank et al. (2007)

0

1

2

3

4

jun-91 jun-93 jun-95 jun-97 jun-99 jun-01 jun-03 jun-05 jun-07 jun-09 jun-11

Preço coágulo (R$) mensal

Preço coágulo (R$) médio

subvenção

Liberação mercado FHC

Pneumáticos 75 a 80% do mercado

Mercado está enormemente dependente da indústria

automobilistica = (pneumáticos e autopeças)

54% dos 25% (indústria leve) = 13% do total

75% (ind pneu) + 13% (indústria leve) = 88% do total

Maiores consumidores de borracha

natural no Brasil são muito frágeis

perante o mercado Mundial.

(Gazeta do Povo, fev. 2009)

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

set/08 nov/08 jan/09 mar/09 mai/09 jul/09 set/09 nov/09 jan/10

Pneu de caminhao. 825x20.12 lonas

Pneu de caminhao. 900x20.14 lonas

coágulo 53%

GEB-1

Lucro da indústria

Crise de preços 2008/9 – indústria saiu lucrando

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

dez/12 jan/13mar/13mai/13 jul/13 set/13 nov/13 jan/14mar/14mai/14 jul/14

Pneu de caminhao. 825x20.12 lonas

Pneu de caminhao. 900x20.14 lonas

coágulo 53% IEA

coágulo 53% APABOR

GEB-1

Lucro da

indústria

Idêntico à atual (2014-15) crise de preços – indústria está lucrando

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

ago/50 ago/54 ago/58 ago/62 ago/66 ago/70 ago/74 ago/78 ago/82 ago/86 ago/90 ago/94 ago/98 ago/02 ago/06 ago/10 ago/14

Pre

ços d

e c

oágulo

(51%

de B

S)

em

R$/k

ga

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ara

ag

osto

de

20

14

Preços

Custo de produção

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1960 1970 1980 1990 2000 2010

Produtividade

Preço

• Pouquíssimos técnicos conhecem o processo produtivo

• Número ainda menor apto a criar soluções para problemas

inesperados

• Necessidade de criação de conhecimento local:

• documentação dispersa e inconsistente

• meio de capacitações inexistentes

• educação básica precária

DESCONHECIMENTO

Ambiente propício para aparecimento dos

“salvadores da pátria” dos “gurus” dos elixirs de

vida eternal e felicidade” dos “pós mágicos” e

profusão de “orientações” na internet

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

dez/88 dez/90 dez/92 dez/94 dez/96 dez/98 dez/00 dez/02 dez/04 dez/06 dez/08 dez/10 dez/12 dez/14 dez/16

Pro

duçã

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e b

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seca

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ingal

em

kg/s

afra

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utu

bro

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go

sto

)

Período de sangria

projetada

observada

safra com seca acentuada

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

dez/88 dez/90 dez/92 dez/94 dez/96 dez/98 dez/00 dez/02 dez/04 dez/06 dez/08 dez/10 dez/12 dez/14 dez/16

Núm

ero

de

pla

nta

s em

san

gri

a p

or

cad

a sa

fra

Período de sangria

projetada

observada

paralização da sangria

redução gradual da

mão de obra de sangria

0

50

100

150

200

250

300

350

400

dez/88 dez/90 dez/92 dez/94 dez/96 dez/98 dez/00 dez/02 dez/04 dez/06 dez/08 dez/10 dez/12 dez/14 dez/16

Núm

ero

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pla

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po

r ca

da

safr

a

Período de sangria

projetada observada

vendaval (março de 2006)

• Não evoluímos na adaptação de clones, com poucas

excessões

• Resultados de experimentos são inconsistentes:

• adubação

• controle de pragas e doenças

• inovações em sangria

• paralização de sangria

ATRASO TECNOLÓGICO

- Décadas de experimento

em inúmeros lugares

- Orientou toda a pesquisa

de melhoramento de

clones de seringueira no

mundo

- Mostrou a necessidade

da coleta de germoplasma

na Amazônia

Até recentemente estávamos copiando tecnologia da Malásia,

com 30 anos de atraso

Pouquíssimos testes de clones em escala comercial:

- Pesquisa ainda faz esforço de gerar novos clones

- Produtor não arrisca testá-los comercialmente pois:

- Lucratividade é baixa

- Risco é elevado

- Não há incentivo para pesquisa

na escala comercial

Ocorreu ENORME polêmica para adotar inovações na

produção de mudas de qualidade.

“Representantes” dos produtores foram contra a norma

- Ferramenta de automação de sangria (faca elétrica)

lançada em 2014, no bojo da euforia de preços

- Já tinha sido lançada em

1985, NUNCA funcionou

na Malásia

- “Reinventaram” no Brazil

em 2012 para “tirar um

troco” do produtor rural

- Vendem também a

“palestra” salvadora

- É melhor comprar livro

do Paulo Coelho

- Apesar do esforço pessoal de pesquisadores e

técnicos da Secretaria da Agricultura do Estado de

São Paulo e do apoio institucional (financiamento

FAPESP, alocação de técnicos para assunto,

adequação do Centro de Pesquisa em

Votuporanga, Defesa Sanitaria Vegetal

implementando medidas para melhoria das

mudas) são medidas ainda insuficientes para

responder ao desafio

- Produtores não são estimulados (pela baixa

rentabilidade da atividade) a implementar

pesquisas aplicadas e testar novos clones em

escala comercial

Áreas de escape (zona onde ocorre “escape” à

epidemias do Mal-das-Folhas):

- Intenso ataque por pragas levando a quantidade e número

de aplicações de defensivos similar ao que se utilizava

para tentar controlar Mal-das-Folhas na Amazônia

- Tufões e ventos fortes

- Seringueira são submetidas a estresses múltiplos de

origem climática acentuando:

- Vulnerabilidade às pragas

- Sazonalidade de produção

- Danos fisiológicos à seringueira

• Base teórica:

• planta perene LONGEVA – problemas fitossanitários acumulam-se

com o tempo

• enorme variabilidade genética dos porta enxertos

• ambiente impróprio para o crescimento das mudas: cultivo

protegido

PRODUÇÃO DE MUDAS

1992

A preços de hoje = R$ 1.620/ha.ano a mais

Em um ano de produção recupera-se

pagar o dobro pela muda

Ganho continuo em toda a vida do seringal

• Base teórica:

• maior parte dos custos é mão-de-obra de sangria cuja eficiência é

proporcional ao número de árvores

• produtividade das árvores aumenta com espaçamentos maiores até

9 m entre plantas

•Resultados de experimentos:

• de 400 para 600 plantas por hectare:

• Aumenta pouco a produção por área

• Diminui muito a produção por planta

• Espaçamentos maiores indicados para:

• maiores custos de mão-de-obra

• menores preços de borracha

• menores preços de terra

ESPAÇAMENTO DE PLANTIO

666 = 6 m x 2,5 m (igual 600)

666

1.725 kg/ha

1.685 kg/ha

1.615 kg/ha

33

25

500

500 = 8 m x 2,5 m

400 plantas por

hectare é melhor que

500 ou 666

400 = 8 m x 3,15 m

1725-1685= 40kg/ha (2,3%) perda

25-20= 5g/a. s. (25% de ganho)

33-20= 13g/a. s. (65% de ganho)

1725-1615= 110kg/ha (6,4% de perda)

400 = 6 m x 4,15 m

Espaçamento de plantio definido pelo preço da borracha,

custo da mão-de-obra de sangria e do valor da terra.

P. ex. em Tocantins espaçamento maior que SP

PLANTIO

SUPER

ADENSADO(acima de 500 ÁRVORES

por hectare)

Sempre ocorrem plantas

dominadas e

ENORME PREJUÍZO

ao plantador de seringueira

PLANTIO

ABERTDO(50 ÁRVORES)

Produzem o equivalente a

200 árvores em 7 x 3 com ¼

do trabalho de sangria.

ENORME LUCRO

ao plantador de seringueira

•Introdução:

• Evidências de campo nos consórcios de anuais no início e cacau,

pimenta-do-reino, citros e café

• diversificação de renda e uso dos recursos

• Faltava pesquisa básica

•Resultados de experimentos:

• efeito do sombreamento

• efeito da competição pelas raízes

• melhoria do solo e redução de mato

• Uso de modelos matemáticos para entender os processos

SISTEMAS AGROFLORESTAIS

Pesquisa

Modelos simplesIrradiância - luz

Ir=sen[arctg(d(cw*cw/d)/Hr)+declive]+1}*I0/2

Ir = irradiância diária (MJ.m-2) que atinge o topo da copa da

cultura intercalar a uma dada distância (d em metros);

I0 = irradiância diária (MJ.m-2) numa superfície horizontal

acima da copa das árvores;

cw = largura da copa (m);

Hr = altura (m) relativa das árvores obtida pela seguinte

equação:

Hr = Harv. – Hci

Harv. = altura das árvores (m) e

Hci = altura da cultura intercalar.

Modelos simples

Quantidade de luz disponível em um dado

ponto, pela porção de céu vista a partir

deste

Porção de céu

Modelos simples

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

0 5 10 15 20 25

Distância das árvores (m)

Fra

çã

o d

e Irr

ad

iân

cia

(Ir

/Io

)

Ir Medida

Ir Simulada

Fonte: Righi (2000)

Modelos simples

y = 1,6446x

r 2 = 0,8327

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

Fração da Irradiância (I/Io)

Fra

çã

o d

e M

até

ria

Se

ca

Fonte: Righi (2000)

maracujá cultivado na entrelinha da

seringueira

entrelinha de seringueiras de fileiras duplas (13,0 x 3,0 x 2,5 m).

EVOLUÇÃO

SEGUINTE:

COPAS

IRREGULARES

E VAZADAS

Alternativa - próximo passo

Conjugar modelo de luz com modelo de competição

por raiz

•duas variáveis para raiz - uma depedente do solo e

uma dependente da espécie de árvore, com 3 valores

por variável: solo x, y e z e árvore tipo a, b e c

•aproveitar o conceito de zonas

•desenvolver instrumentação compatível

0

2

4

6

8

10

12

0,5 1,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0

dist (m)

peso

de r

aíz

es (

g)

0-20 20-40 40-60 60-80 80-100

prof. de amostragem

10,3 7,0 5,5 5,3 4,2 1,2 0,02 0,07 0,04 0,00 Peso total 34,4g

0

2

4

6

8

10

12

0,5 1,0 1,5 3,0 3,8 4,5 5,9 6,0 7,5 8,6 9,0 12,3Distância a partir das árvores (m.)

Ma

ssa

de

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eri

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ira

(g

r.)

-

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

Re

nd

ime

nto

de

grã

os d

e m

ilh

o (

gr/

m2)

GrãRaíz

MR ou C h . e b . d

Os valores dos parâmetros da equação

foram h = 10,71 ( = 1,235) e b = -0,30 ( = 0,062)

Outros fenômenos estudados em relação à distância,

irradiância relativa e competição pelas raizes:

•Florescimento e maturação de frutos

•Ocorrência, infestação e composição florística de

plantas daninhas

•Incidência e severidade de doenças e pragas

•Análise beneficio/custo em todas as práticas:

• Investimento no plantio é irrisório perante o custo total.

• Seringueira nunca ser atividade única na propriedade.

• Ser dono do seringal, ao invés de ser escravo dos compradores.

• Manejo ótimo:

• muda deve ser EXCELENTE

• baixa densidade de plantio + alternativa de renda nas paradas

•SAFs obrigatorio em TODA SITUAÇÕES

• Desbaste tem que ser realizado (essência do capitalismo)

• CONDUÇÃO DE COPA É OBRIGAÇÃO

• Controle do mato

• irrigação pode trazer grandes ganhos mas deve dar resposta

econômica

CONCLUSÃO 1

•Resultados de experimentos:

•primeiros resultados de sangria ascendente e baixa freqüência de

sangria

• baixíssima freqüência (d/12 e d/14)

• sangria de safra

• paralização de sangria

SANGRIA

Primeiros resultados experimentais

• sangria vespertina pode produzir igual a matutina

• produção depende do estado de água no AR e é efeito

instantâneo

• efeito retardado, na safra, do aumento de área foliar para

a produção

• diferentes extrações de nutrientes para a mesma produção

de borracha

• baixa freqüência de sangria compensada por estimulação

• diferentes respostas de acordo com o clone

Primeiros resultados com baixa freqüência

• abandono da sangria em d/2 depois de certa resistência

(desinteressante para usinas)

• baixa freqüência compensada por estimulação

PB 235 e RRIM 501 não respondem além de d/5

RRIM 600 e IAN 873 compensam até d/7

crescimento paulatino das doses de Ethephon

• dificuldades iniciais com equipamentos e com

operacionalização da sangria e perdas por chuva

• necessidade de cortes mais espessos

• grande vantagem econômica e de consumo de casca e

de doenças de painel

Primeiros resultados com baixa freqüência

RRIM 600, Rio Claro-SP, 1986-88

0

510

15

2025

30

35

4045

50

sem

E

E 2,5

% 4

/y

E 2,5

% 4

/y

E 2,5

% 5

/y

E 2,5

% 6

/y

E 2,5

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/y

E 2,5

% 7

/y

E 3,3

% 7

/y

E 2,5

% 7

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E 3,3

% 7

/y

E 2,5

% 9

/y

E 3,3

% 9

/y

Tratamentos de sangria

g/á

rvo

re/s

ang

ria

d/2 d/3

d/4 d/7

Fonte: Bernardes, 1990

3) Experimentos com baixíssima freqüência(d/12 e d/14)

• ausência de compensação de produção na maioria dos

clones RRIM 600 e IAN 873 compensam até d/7

• grandes dificuldades com equipamentos e com

operacionalização da sangria e perdas por chuva

• cresce necessidade de cortes espessos

• grande vantagem econômica e de consumo de casca e

de doenças de painel

RRIM 600, Piracicaba-SP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90g/

árvo

re/s

angr

ia96/97

97/98

d/14d/7

d/3

0

1

2

3

4

5

6

sem

E

ET 3,3

%

ET 5,0

%

MA 3

,3%

MA 5

,0%

sem

E

ET 3,3

%

ET 5,0

%

MA 3

,3%

MA 5

,0%

sem

E

ET 3,3

%

ET 5,0

%

MA 3

,3%

MA 5

,0%

tratamentos

kg/

árvo

re/a

no

96/97

97/98

Sangria de safra:

• otimização da aplicação do estimulante

• redução dos danos ao crescimento pela sangria no

período seco e de refolhamento

• facilitação da recuperação das plantas atacadas por

pragas e doenças (pulverização vs intoxicação de

operários)

• redução da demanda de mão-de-obra e sua utilização em

outras atividades

0

50

100

150

200

250

300

350

Set/67

Out/67

Nov/67

Dez/67

Jan/6

8

Fev/68

Mar/68

Abr/68

Mai/68

Jun/6

8Ju

l/68

meses

kg/h

a

Sangria tradicional

Sangria de safra

Objetivo: mesma produção anual com

6/10 da demanda de mão de obra

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

Out/97

Nov

/97

Dez

/97

Jan/98

Fev

/98

Mar/98

Abr/98

Mai/98

Jun/98

Jul/9

8

kg

/árv

ore

no

pe

río

do

0

50

100

150

200

250

g/á

rv

ore

s/s

an

gria

1

2

3

Sangria de safra trat. 3:

• 99% da produção

• 70% da mão-de-obra

• mesmo crescimento,

espessura de casca e

secamento

Matão, IAN 873

GT 1

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

g/á

rvo

re

T

S 5

S 7,5

S 10

RRIM 600

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

1 2 3 4 5 6

período de sangria

g/á

rvo

re

Piracicaba-SP

1998-99

GT 1- sem diferença

RRIM 600- ET 5%, sem diferença

- ET 7,5%, 62% a mais

- ET 10%, 34% a mais

Paralisação de sangria

• custo operacional superior ao receita esperada (prejuízo)

• prejuízo é maior do que custo de duas roçagens

(30 a 40 US$/ha) ou custo mínimo

• aumento de produção por árvore, no ano posterior, é de

aproximadamente 4% (diferença aumenta com

produtividade das árvores)

• adiamento da entrada em sangria

• amortização do investimento

Perímetro do tronco (cm) Aumento deprodução

Densidade Produção no anoseguinte,

caso

plantas/ha (kg/ha) início doano

final do ano não sejasangrado

comsangria

semsangria

(kg/ha)

250 450 45 47 48,8 18,07

350 600 47 49 50,3 17,17

380 800 49 51 52,2 20,14

400 1000 51 53 54,4 26,79

420 1200 53 55 56,2 30,26

435 1500 55 57 58,1 27,50

435 1500 57 59 60,0 25,07

•Manejo ótimo:

•sangria de safra

• paralização de sangria

• máxima produção por árvore por sangria – OBJETIVO FINAL, o que

tem o mesmo significado de baixa população de árvores

•Análise beneficio/custo em todas as práticas:

• Quanto custa sangrar – PRIORIDADE MÁXIMA

• Nunca depender da atividade econômica da seringueira:

• Parar a sangria quando bem quiser

• Ser dono do seringal, ao invés de ser escravo do sangrador como no

caso da parceria.

• Mão de obra de sangria não pode ser específica e tem que

ser contratada por CLT como “braçal” e nunca como

“seringueiro” - deslocar m.obra para outra atividades

CONCLUSÃO 2 (sangria)

SOLUÇÃO DRÁSTICA

Sangria em alta intensidade,

obtendo em poucos tempo

(aproximadamente 15 dias) a

produção anual da árvore

Deslocamento do seringueiro

para outra atividade

Fotografia representa produção

de 5 cortes em uma semana

(Marcos S Bernardes, 2014)

FIM