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1 Ao Conselho Regional de Enfermagem do Estado do Paraná, do Estado de São Paulo e do Estado de Minas Gerais CC ao Conselho Federal de Enfermagem - CTLN Ref. Posicionamento da Associação Brasileira de Enfermagem em Dermatologia SOBENDE, sobre utilização do laser e realização de “ procedimentos estéticos” pelo Enfermeiro , para subsidiar o Seminário sobre normatização da atuação da enfermagem em estéticaConstata-se, a cada dia, o crescimento da demanda por procedimentos denominados como “ estéticos”, os quais foram originalmente introduzidos e realizados por médicos com especialização em Cirurgia Plástica , Dermatologia e Cirurgia dermatológica e mais recentemente, pela área da Medicina que se convencionou chamar de “ Medicina estética” , especialidade ainda não reconhecida pelos órgãos de classe da medicina, como o Conselho Federal de Medicina. Tais procedimentos continuam a aumentar em popularidade, verificando-se o crescimento em sua demanda, pela veiculação midiática de seus “resultados” , somado aos novos anseios das pessoas em relação ao seu corpo e sua imagem, como demonstram os estudos de mercado neste segmento do que se convencionou chamar mercado da beleza” . Com isto é crescente o número de “ profissionais não-médicosque vem se inserindo neste contexto, buscando encontrar nichos de atuação e oferta de serviços, das mais variadas naturezas frente ás novas necessidades de saúde . O chamado “ mercado da beleza”, que segundo os dados mais recentes, movimenta mais de 60 bilhões de dólares por ano no mundo, e cresce vertiginosamente, é extremamente diverso, heterogêneo e complexo, incluindo- se nele, desde os cuidados pessoais, higiene, serviços de cabelereiro e manicure, visagismo, maquilagem,como também os mais complexos procedimentos, como as cirurgias estéticas, aplicação de substâncias e produtos ativos , uso de aparelhos e tecnologias altamente especializados, e

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Ao

Conselho Regional de Enfermagem do Estado do Paraná, do Estado de São

Paulo e do Estado de Minas Gerais

CC ao Conselho Federal de Enfermagem - CTLN

Ref. Posicionamento da Associação Brasileira de Enfermagem em

Dermatologia – SOBENDE, sobre utilização do laser e realização de “

procedimentos estéticos” pelo Enfermeiro , para subsidiar o “ Seminário sobre

normatização da atuação da enfermagem em estética”

Constata-se, a cada dia, o crescimento da demanda por procedimentos

denominados como “ estéticos”, os quais foram originalmente introduzidos e

realizados por médicos com especialização em Cirurgia Plástica , Dermatologia

e Cirurgia dermatológica e mais recentemente, pela área da Medicina que se

convencionou chamar de “ Medicina estética” , especialidade ainda não

reconhecida pelos órgãos de classe da medicina, como o Conselho Federal de

Medicina. Tais procedimentos continuam a aumentar em popularidade,

verificando-se o crescimento em sua demanda, pela veiculação midiática de

seus “resultados” , somado aos novos anseios das pessoas em relação ao seu

corpo e sua imagem, como demonstram os estudos de mercado neste

segmento do que se convencionou chamar “ mercado da beleza” . Com isto é

crescente o número de “ profissionais não-médicos” que vem se inserindo

neste contexto, buscando encontrar nichos de atuação e oferta de serviços,

das mais variadas naturezas frente ás novas necessidades de saúde .

O chamado “ mercado da beleza”, que segundo os dados mais recentes,

movimenta mais de 60 bilhões de dólares por ano no mundo, e cresce

vertiginosamente, é extremamente diverso, heterogêneo e complexo, incluindo-

se nele, desde os cuidados pessoais, higiene, serviços de cabelereiro e

manicure, visagismo, maquilagem,como também os mais complexos

procedimentos, como as cirurgias estéticas, aplicação de substâncias e

produtos ativos , uso de aparelhos e tecnologias altamente especializados, e

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que atuam em estruturas profundas do corpo humano, requerendo formação e

capacitação adequados para sua utilização e para realização destes

procedimentos. Configura-se hoje um grande conjunto de ações que se procura

caracterizar como “ Saúde estética”, cada vez mais preocupado em ampliar a

oferta de serviços e soluções para as pessoas.

Assim, além dos profissionais da área médica, observa-se a gradativa inserção

de outros profissionais de saúde, como os odontológos, fisioterapeutas,

enfermeiros, biomédicos, tecnólogos, técnicos e esteticistas no contexto dos

chamados “ procedimentos estéticos”, tanto aqueles que são denominados

como “ mais superficiais, ou não invasivos” , como procedimento “ injetáveis,

ou invasivos”, tanto em clínicas, spas , salões de beleza, centros de estética,

e mesmo em instituições tradicionais como hospitais e clinicas especializadas

em cirurgia plástica e estética.

A Enfermagem, por sua trajetória histórica, tem longa atuação nos

procedimentos pré e pós operatório em cirurgias plásticas, tanto estéticas como

reparadoras, assim como, na recuperação estética e funcional pós danos como

queimaduras e sequelas ( Mandelbaum, 1994). Da mesma forma, a

Enfermagem faz parte da equipe multiprofissional e interdisciplinar de saúde,

acompanhando a evolução de todos os tipos e modalidades de tratamento e

das novas opções terapêuticas para o cuidado preventivo, a recuperação e a

reabilitação da saúde das pessoas.

A enfermagem tem ainda , dentro de suas competências, o atendimento ás

necessidades estéticas, a dimensão do sensível das pessoas, e seu bem estar

e qualidade de vida.

Assim, é importante que se reflita que, a inserção da Enfermagem na área do

que se denomina hoje como “ Saúde estética”, não pode ser vista de forma

diferente que o foi, a inserção da profissão nas demais especialidades que

surgem a cada dia na saúde, como a Oncologia, o tratamento intensivo, a

geriatria, e todas as áreas e campos de atuação que surgem cotidianamente,

para o melhoria dos resultados e da qualidade da atenção á saúde e o bem

estar das pessoas.

Apesar de toda esta evolução da Enfermagem, e do seu crescente acumulo de

conhecimentos e experiências, em todas as áreas da saúde, com sua

crescente especialização e capacitação, surgem a cada dia, novas demandas e

anseios dos profissionais, tanto por maior autonomia, como por proteção e

amparo legal dos órgãos de fiscalização, para que novas áreas sejam

incorporadas pela Enfermagem. Esta demanda é natural, salutar, mas, precisa

ser precedida de um amplo debate e reflexão , da qual participem os órgãos de

formação, regulação profissional, vigilância sanitária , assim como, as

entidades representativas das profissões de saúde com as quais a

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Enfermagem atua em equipe, sempre com respeito legal e ético, como tem

sido reconhecida e valorizada históricamente.

Este legado de credibilidade e respeito, conquistado pela Enfermagem mundial,

como comprovam pesquisas como as que foram realizadas pelo Instituto

Gallup, deve ser preservado e ampliado, e acreditamos que ao discutirmos

sobre estas novas áreas de atuação, devem balizar nossas discussões e

reflexões, pois demonstram que “ somos vistos como sérios, respeitosos ,

éticos e confiáveis” ( Gallup Institute, 2014,2015).

Também junto aos demais profissionais da saúde, a Enfermagem sempre

gozou e ainda goza, de profundo respeito , tanto por seu papel de cuidado das

pessoas diuturnamente, como pelos preceitos éticos que envolvem a prática da

profissão. A Sociedade Brasileira de Enfermagem, SBD, entidade

representativa dos dermatologistas brasileiros, reconhece “a importância de

atuação em equipe e o papel da enfermagem nesta área, por sua postura ética,

cientifica, técnica e competente ao longo da história de mais de 100 anos da

especialidade no Brasil ( Lupi, Omar, 2012)”

Em levantamento realizado pela SOBENDE em 2014, verificou-se que existem

inúmeras ações junto ao Ministérios Publico, por parte do Conselho Federal de

Medicina e associações médicas, relativas á realização de “ procedimentos

estéticos invasivos por profissionais não médicos” . Nenhum destes processos

envolve até o momento os enfermeiros, e é nosso desejo que continuem

inexistindo.

Estas reflexões iniciais visam trazer para o cenário das discussões acerca da

Normatização da atuação da enfermagem nos chamados “ procedimentos

estéticos”, algumas discussões que a Sobende vem realizando em seus

eventos e fóruns, dentre os quais poderíamos citar alguns questionamentos

que devemos nos fazer quando pensamos na necessidade de normatização da

atuação da enfermagem na estética

1. Quando falamos na realização de procedimentos estéticos pela

Enfermagem, falamos em todos os profissionais da enfermagem, ou apenas

alguns ou alguns deles, como Enfermeiros .

2. Qual o conceito de “ procedimento estético” estamos utilizando

3. O que se entende por procedimento invasivo e não invasivo, procedimento

injetável, prescrição de medicamentos baseados em protocolos

4. Como a Lei do Exercicio Profissional da Enfermagem ampara ou não os

profissionais e quais as suas lacunas

5. Que tipo de aparato legal se faz necessário para que a Enfermagem possa

ter uma atuação nesta área

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6. O que desejam os profissionais, de fato, nesta área chamada “ estética”, e o

que imaginam e desejam realizar no que se convencionou chamar “

procedimentos estéticos” e uso de equipamentos e aparelhos destinados aos

tratamentos estéticos

7. Quais são , de fato, os limites para que o Enfermeiro possa atuar e realizar

ações de enfermagem e o cuidado de enfermagem na área da “ Estética”

8. Qual o papel do enfermeiro nestes locais e cenários de atuação, como

centros de estética, clinicas, e outros, com base no que prevê a legislação

vigente, em relação á consulta de enfermagem e a aplicação da SAE neste

campo de atuação

10. Estamos falando exatamente sobre o que – uma especialidade da

enfermagem – uma área de atuação interdisciplinar, dentro de uma

especialidade – um campo do conhecimento da enfermagem, transversal e

universal

11. Qual a responsabilidade técnica, ética e legal do enfermeiro na realização

dos chamados “ procedimentos estéticos”

12 . Existe uma busca do enfermeiro por “ autonomia” e por trabalhar sem

vinculo empregatício, de forma empresarial e empreendedora, mas, será que a

categoria está devidamente preparada para esta nova forma de atuar...

Grande parte desses procedimentos, chamados , “ Procedimentos estéticos”,

são geralmente associados a um perfil de risco favorável quando realizados por

médicos treinados e qualificados, com graduação em medicina, residências e

capacitação permanente.

Nos preocupa em demasia, enquanto Associação de enfermagem, a

“proliferação e banalização” da utilização de equipamentos denominados “

estéticos”, muitos deles com utilização de substância que demandam

prescrição médica, por sua ação em estruturas extremamente delicadas e

importantes, como a face,e a realização destes procedimentos por “

profissionais não médicos” , muitas vezes inadequadamente capacitados e

supervisionado e sem o devido amparo legal para prescrever produtos e

insumos neles utilizados . Nos preocupamos sobremaneira , com o que nos

parece ainda mais grave, sem a devida autonomia e preparo para agir nos

casos em que ocorram iatrogenias, efeitos adversos ou erros na utilização e

aplicação dos mesmos.

A Enfermagem é uma profissão regulamentada por Lei (Lei n° 7.498/1986 )

, a qual tem explicito quais são as atribuições privativas do enfermeiro, e

dentre elas, a consulta de enfermagem, a realização da Sistematização da

Assistência e a supervisão da equipe de enfermagem, com o

planejamento do processo assistencial em todas as suas etapas.

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Cabe ao Enfermeiro, realizar as ações de maior complexidade, podendo

“prescrever medicamentos estabelecidos em protocolos nas instituições,

conforme a legislação de enfermagem”.

Assim, a SOBENDE alerta que a Enfermagem deve considerar, no

estabelecimento destas novas áreas de atuação, toda a legislação que permeia

sua atuação, desde a Constituição Federal, até os Pareceres e Resoluções

vigentes e disponiveis para consulta em nosso site, ou no site do Sistema

Cofen-Coren e da AnVisa, referenciados ao final deste documento.

Acreditamos que faz-se necessária uma Resolução especifica, oriunda do

Conselho Federal de Enfermagem, a qual estabeleça de forma clara quais, as

atividades que o Enfermeiro pode realizar , como procedimentos denominados

“ estéticos”, e ao mesmo tempo, qual deve ser a formação deste enfermeiro

para realiza-las.

Hoje, com base na Resolução 389/2011, a especialidade de enfermagem que

abrange a área da estética é a Enfermagem em Dermatologia. Assim,

entendemos que o critério mínimo deva ser , no momento, que o enfermeiro

tenha pós graduação em dermatologia, em instituições devidamente

registradas no MEC, ou por meio de prova de títulos, conforme prevê a

Resolução 389/2011 do Cofen. Este enfermeiro especialista deve ainda ter

capacitações especificas, por meio de cursos devidamente normatizados, com

carga horária de teoria e pratica minimamente disciplinados e estabelecidos.

Deverá ainda registrar junto ao Sistema Cofen- Coren, esta especialização,

conforme já prevê a Resolução 389/2011 do Cofen.

Esta formação e capacitação devem ser permanentes, continuas, para que se

possa emitir , por meio da referida Resolução, amparo legal para que o

enfermeiro possa realizar os procedimentos que vierem a ser estabelecidos na

mesma. Entendemos que esta definição deva ser precedida de um ampli

debate com os enfermeiros, sob coordenação do Cofen, com a participação

das associações de enfermeiros da área, e docentes dos cursos de

enfermagem da área da dermatologia, face á Resolução 389/2011, podendo

ainda ter a participação de áreas afins da enfermagem, face ás interfaces do

cuidado.

A SOBENDE não entende que o enfermeiro, ao atuar na estética, deva

desconsiderar toda a sua formação holística, humana e ética, e sim, buscar

uma especialização e uma capacitação, para oferecer á população, o

atendimento de suas necessidades estéticas, dentro do processo do “ cuidar

em enfermagem”, como todo o arsenal de conhecimentos, teorias de

enfermagem, tecnologias e recursos existentes e á disposição dos enfermeiros

interessados em atuar nesta área e campo do conhecimento.

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Hoje, entendemos que a estética é uma das áreas de atuação dos

especialistas em dermatologia, diante da trajetória histórica, da legislação

vigente e da realidade de atuação e formação dos enfermeiros. Assim, temos

grande interesse em que se elabore uma Resolução especifica para atuação

dos especialistas em dermatologia nesta área, mas, sempre com sua inserção

dentro de todo o arcabouço ético, legal, técnico , cientifico e tecnológico que

ampara a atuação do enfermeiro.

A SOBENDE entende que “ somos enfermeiros, atuando numa

especialidade, que é a dermatologia, dentro de uma área especifica, que é

a estética” .

Temos assistido cotidianamente que a crescente oferta destes “

procedimentos cosméticos e estéticos” levou a um significativo aumento na

incidência de complicações, tais como queimaduras e alterações pigmentares

permanentes, bem como erros de diagnóstico de condições médicas graves.

Alguns fatores que podem contribuir para o crescimento destes por “

profissionais não médicos”, dentre os quais nos incluímos como Enfermagem

são: falta de leis claras definindo a prática da medicina e das demais

profissões, a distinção ambígua entre os procedimentos médicos e tratamentos

de beleza , a proliferação dos institutos e centros de estética sem a devida

fiscalização pelos órgãos responsáveis, e a falta de normatização acerca da

venda e comercialização de produtos e equipamentos destinados aos

tratamentos estéticos, com delimitação sobre seu manuseio e sua veiculação.

Hoje pode-se obervar, em cada esquina do Brasil, os mais diversos

profissionais fazendo divulgações diversas por meio de anúncios, outdoors,

mídia falada, escrita e televisionada sobre “ tratamentos estéticos milagrosos”,

com os mais variados custos, e sem que haja qualquer forma de controle sobre

tal “ mercado” .

A Enfermagem possui um Código de ética e a Lei do Exercicio

profissional, que estão em vigor e devem ser seguidos pelos

profissionais, servindo como proteção a eles e á população sobre os

potenciais riscos ou mesmo, propaganda enganosa acerca de tais

procedimentos.

Especificamente em relação ao objeto desta consulta, que se refere ao uso do

laser para procedimentos estéticos pelo Enfermeiro, é importante ressaltar,

inicialmente, que a SOBENDE entende que não se pode emitir um parecer

único, geral e universal, pois a realidade e os contextos são extremamente

heterogêneos com relação á formação, capacitação, competência técnica e

ética dos enfermeiros para sua utilização, conforme já exposto em parecer

anterior , elaborado para o Conselho Regional de Enfermagem de SP por

nossa entidade ( Parecer Coren-SP sobre uso do laser pelo enfermeiro).

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Essencial que se lembre, inicialmente, que não existe um único tipo de “ laser

“, pois este é um nome que acabou se generalizando, para todo e qualquer tipo

de luz que se utiliza nos tratamentos, muitas vezes de forma incorreta, sem se

referir necessariamente ao que se entende por “ laser” .

Nos últimos vinte anos o uso do Laser na medicina tem evoluído bastante, os

equipamentos tornaram-se mais eficazes e menos agressivos.

Na dermatologia, dispomos de aparelhos que podem tratar cicatrizes

inestéticas, lesões vasculares, lesões pigmentares (tatuagens e manchas

hipercrômicas), fazer depilação, fotorejuvenescimento e, até mesmo, tratar

vitiligo e psoríase.

Por outro lado, a banalização do método e a má utilização dos aparelhos vem

trazendo uma série de problemas e, casos de lesões cicatriciais e queimaduras

em vários pacientes, provocando sequelas e traumas definitivos e irreversíveis.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia juntamente com a ANVISA elaborou

uma tabela (anexo) com a classificação de riscos para todos os equipamentos

que possuem autorização da ANVISA para serem utilizados no Brasil.

A maioria dos lasers usados na dermatologia ocupam a posição com grau de

risco II, III e IV.(tabelas 1 e 2). Como, numericamente, as principais

complicações do uso inadequado do laser ocorrem com a remoção de pêlos,

vamos discorrer mais sobre esse tópico.

Para a remoção dos pelos com luz podem ser utilizados dois diferentes tipos

de tecnologia, a saber: os equipamentos a laser com comprimentos de onda do

espectro eletromagnético que estão aproximadamente entre 750 e 1064 nm ou

a Luz Intensa Pulsada que abrange comprimentos de onda entre 400-900nm.

Além de uma avaliação clínica objetiva quanto à saúde da pele, o

dermatologista deve avaliar as características dos pelos, a quantidade a ser

removida e a região a ser tratada. Deve ser descartada qualquer doença no

local, inclusive uma pinta preta para um leigo pode representar um câncer

maligno, um melanoma, que pode ter uma evolução acelerada quando atingido

pelo laser, podendo inclusive causar a morte no paciente. Vale lembrar que o

câncer de pele é o mais frequente no Brasil. Além disso é necessário calcular a

energia e o comprimento de onda adequados, assim como orientar os

pacientes com relação ao procedimento, ao número de sessões, aos possíveis

efeitos colaterais, bem como à expectativa de resposta clínica após o

tratamento. Portanto, é um procedimento extremamente individualizado e de

muitas variáveis no qual um pequeno descuido pode causar cicatrizes

definitivas nos pacientes.

Os estudos sobre física e fundamentos do laser e da luz intensa pulsada são

de extrema importância ao serem usados no tecido humano vivo. Após muitos

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estudos e testes laboratoriais, os lasers e a luz intensa pulsada mostraram

vários comprimentos de ondas capazes de servir para diversas finalidades

terapêuticas, como remoção de manchas, vasos e pelos, rejuvenescimento e

tratamento de cicatrizes.

Essas ondas eletromagnéticas têm objetivos e efeitos definidos e, portanto, se

mal calculados em relação ao comprimento adequado de onda, à intensidade

correta de energia, à definição certa da estrutura-alvo a ser atingida, à etnia do

paciente, à região do corpo a ser tratada; podem também levar a

consequências adversas à saúde do paciente, como queimaduras e cicatrizes

irreversíveis, manchas escuras ou mais claras que o tom natural da pele

original.

O que é o procedimento? O procedimento necessita de aparelho especializado

com luzes de comprimentos de ondas eletromagnéticas variáveis que visam o

pigmento melanina presente no pelo (porém, deve ser tomado muito cuidado,

pois há melanina na pele devido ao sol (bronzeamento natural) ou a outras

manchas hipercrômicas como o melasma,nevo de Becker, manchas café-au-

lait, nevo de Ota, eritema fixo pigmentar, dentre outras. No geral, a máquina

contém duas partes: uma plataforma de controle da energia (fluência), tempo

de pulso, número de disparos, comprimento de onda utilizado; a outra parte

consiste num braço móvel e um dispositivo de mão, que controla o disparo da

energia no exato local do tratamento. Os comprimentos de onda

eletromagnética mais usados são, para o laser, entre 750 e 1064 nm e, para a

luz intensa pulsada, entre 400- 900nm.

Como é realizado? Cada aparelho desenvolvido, através da plataforma, mostra

ao médico suas características específicas, como fluência, tamanho das

ponteiras, tempo de pulso, número de disparos, comprimento de onda a ser

utilizado; assim, cabe ao médico avaliar e calcular o tipo de energia adequado

para cada tipo de pele, local a ser tratado, avaliar as comorbidades do paciente

e seu estilo de vida, afastando as contra-indicações ao procedimento. Orientar

o pós-tratamento é fundamental para uma resposta efetiva. O conhecimento

acadêmico sobre o assunto é imprescindível para permitir uma avaliação

adequada.

Quais equipamentos podem ser utilizados? Os equipamentos regulamentados

pela ANVISA com finalidade de remoção de pelos são: LightSheer, Etherea,

Star Lux, Harmony, LEDA, (ver tabela em anexo)

Indicações MÉDICAS (ou seja, com diagnóstico médico): Após uma consulta

médica dermatológica, em que se descartou doenças diversas que provocam o

crescimento e/ou o nascimento de pelos em áreas do corpo onde não existiam,

bem como, foi questionado sobre a dieta de rotina dos alimentos e

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suplementos, o médico poderá solicitar exames laboratoriais complementares

de sangue e/ou de imagem para descartar alguma suspeita diagnóstica clínica,

caso julgue necessário. Em se tratando de um quadro de disposição de pelos

geneticamente constitucionais, ou seja, nasceu com a pessoa, fazendo parte

da etnia e da raça humana (ou seja, sem aparentemente nenhum distúrbio que

esteja provocando tal disposição e constituição da pelagem), o médico julga o

paciente apto ao tratamento clínico com esses aparelhos, visando tratar sem

causar efeitos colaterais ao paciente. Por exemplo, pessoa de origem nipônica

tem mais possibilidade de ter menos pelos que outra de origem ocidental ou

dos países árabes.

Contra-indicações (DIAGNÓSTICOS QUE PRECISAM SER FEITOS POR UM

MÉDICO) Existem muitas contra-indicações absolutas e relativas ao

procedimento de laser e luz intensa pulsada. Dentre as absolutas são:

infecções de pele no momento do tratamento (infecções bacterianas, fúngicas,

virais, etc), inflamações locais (como: sarcoidose, granulomas, dermatites

descamativas, etc), lesões suspeitas de malignidade na pele ( a luz do laser

pode interferir no comportamento dessas células) e doenças de pele em

atividade. As relativas são: doenças de pele remanescentes, doenças internas

diversas com manifestações na pele, por exemplo: alteração da tireóide,

doenças que diminuam a imunidade do paciente (como cânceres, doenças do

sangue, etc),distúrbios hormonais sexuais, da suprarenal, dentre outras.

Efeitos Colaterais são vários, alguns mais comuns:

Esperados: quando o procedimento é individualizado, adequado e com

indicação correta, os resultados são excelentes e sem efeitos colaterais. Em

peles mais morenas, é relativamente comum a hipercromia (mancha mais

escura que o tom de pele original) transitória pós-procedimento (pois o

aparelho irá atingir tanto a melanina do pelo quanto da pele). Também pode

ocorrer hipocromia transitória, menos comum.

Inesperados: hipocromia (manchas mais claras que o tom de pele original),

bolhas, quelóides, cicatrizes permanentes.

Complicações: além das queimaduras acima descritas pelo uso incorreto do

equipamento, dois outros fenômenos podem acontecer pelo uso de baixas

energias: o primeiro é o estimulo dos pelos, isso inclusive já é usado para

tratamento de queda de cabelos com laser de baixa intensidade, ou seja o

tratamento ao invés de melhorar piora o quadro. O segundo fenômeno também

acontece pelo uso de energia insuficiente, e o tratamento ao invés de eliminar

os pelos, ele apenas afina e clareia, os pelos ficam mais longos, isso ocorre

principalmente na face feminina fica com uma penugem característica de

“bicho de pelúcia”, infelizmente esses pelos não podem ser mais eliminados

pelos lasers, assim o profissional eliminou a chance de uma remoção definitiva

e completa dos pelos, isso acontece principalmente quando o tratamento é feito

por profissionais não médicos que por falta de preparo preferem não arriscar e

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usam subdoses de energia, isso sem falar que frequentemente usam

equipamentos que foram lançados nos EUA para uso em casa (home device).

Raras: Apesar de não frequente, essa é a complicação mais temível, que é o

acometimento dos olhos pelo laser, isso acontece pela proteção inadequada

dos olhos durante o procedimento. O acometimento pode variar desde uma

fotofobia transitória, dores oculares, catarata e ate a cegueira permanente e os

casos são muito mais comuns nos países onde o laser não é feito pelo

profissional médico, conforme pode ser checado nas referências.

Fotos de complicações

Foto extraida do artigo: Complications of nonphysician-supervised laser

hair removal. Can Fam Physician. 2009 January; 55(1): 50–52.

Paciente submetida a remoção de pelos na perna com Luz Intensa Pulsada no

Cabeleireiro

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Zachary Elkin and cols .Iritis and iris atrophy after eyebrow epilation with

alexandrite laser

Clin Ophthalmol. 2011; 5: 1733–1735

S Shulman and I Bichler. Ocular complications of laser-assisted eyebrow

epilation .Eye (2009) 23, 982–983.

Riscos que o paciente corre de fazer com profissional não preparado e não

capacitados: falta de estudos acadêmicos e superiores sobre a ação dessas

tecnologias na pele e falta de estudos e informações pormenorizadas sobre a

reação das células cutâneas e suas funções em relação a esses

procedimentos. Além do mais, falta de capacitação prática no manuseio dessas

máquinas.

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O risco que corre o paciente é elevado e, ocorrendo uma equivocada e

involuntária desfiguração, ou mesmo cegueira teremos consequências muito

além do campo estético, podendo trazer transtornos imprevisíveis na vida

profissional e social do cidadão com dano psicológico de reparação impossível.

Fazemos parte de uma Associação de Enfermeiros, comprometida com o

conhecimento, a ética e a segurança dos pacientes e dos profissionais.

Devemos defender o uso adequado dessas tecnologias em favor do paciente,

mas, sempre com amparo legal, formação e capacitação, e com

responsabilidade por aquilo que fazemos, pois o Enfermeiro , com base no

Código de ética, responde por suas ações.

Sabemos que com base na Constituição brasileira, é livre o exercício das

profissões, e que , segundo a RDC385 da ANVISA, “ cabe aos conselhos das

profissões, disciplinar a atuação dos profissionais no uso de substâncias e na

realização de procedimentos como a aplicação de laser, toxina botulínica e

preenchedores”

Assim, com base em todas estas questões legais, éticas , tecnológicas ,

pedagógicas e cientificas, nosso posicionamento é que, até que exista

uma Resolução especifica do Cofen, os enfermeiros devem atuar na

estética, realizando todos os procedimentos para os quais possuem

amparo legal e devida capacitação, e devem evitar realizar qualquer

procedimento que ainda não estejam devidamente normatizados por esta

Resolução.

Da mesma forma, entendemos que os enfermeiros podem realizar uma

séria de procedimentos, como, peelings superficiais, orientações e cuidados

estéticos, usar tecnologias como a eletroterapia , ultrassom, laser não ablativo,

limpeza de pele, revitalização cutânea e outros procedimentos, conforme

descritos nos documentos sobre “ Competências do enfermeiro em

dermatologia”, para os quais possuem amparo legal e devem estar

capacitados.

Ao mesmo tempo, devem buscar , junto ao Conselho Federal de

enfermagem, uma Resolução especifica que possa dar amparo para

outros procedimentos, que vierem a ser estabelecidos após ampla

discussão, inclusive com consulta publica sobre o assunto.

Prof. Dra Ivany de Carvalho Baptista – Coordenadora do Departamento

Cientifico da SOBENDE- 2013-2016

Prof. Dra Maria Helena S Mandelbaum – Presidente da Sobende 2013-2016

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Referências Bibliográficas

1.Mandelbaum MHS. A Enfermagem em dermatologia. Disponível em:

http://protetoresdapele.org.br/a-enfermagem-na-dermatologia/. Acesso em

11.07.2015

2. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN Nº 389/2011.

Publicada no DOU nº 202, de 20 de outubro de 2011, pág. 146 – Seção 1.

Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3892011_8036.html.

Acesso em 15.07.2015.

3. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Censo dermatológico da SBD. Rio de

Janeiro: SBD, 2006.

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perspective. Dermatol Surg. junho 2004, 30 (6) :857-63.

Anexos

Anexo 1

Lei n° 7.498/1986 - Dispõe sobre a regulamentação do exercício da

Enfermagem.

Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-

lhe:

I - privativamente: § 1º Direção do órgão de Enfermagem integrante da

estrutura básica da instituição de saúde (...); § 2º Organização e direção dos

serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas

empresas prestadoras desses serviços; § 3º Planejamento, organização,

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coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de

Enfermagem;

Anexo 2

POSIÇÃO DOS CONSELHOS REGIONAIS DE ENFERMAGEM EM

RELAÇÃO Á ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ÁREA DA ESTÉTICA

Acre

Orientação: Verificar junto ao COFEN

Alagoas

Orientação: verificar junto ao COFEN

Amapá

Orientação: Em posse do registro, o enfermeiro pode solicitar ao órgão regional

a emissão da carteira de enfermeiro esteta.

Amazonas

Orientação: Em posse do certificado de pós-graduação em Saúde Estética, o

enfermeiro deve solicitar junto ao conselho regional o registro para atuar na

área. O Coren do Amazonas não autoriza enfermeiros a realizar procedimentos

invasivos.

Bahia

Orientação: Neste estado não há emissão de registro para enfermeiro esteta.

Foi orientado que o profissional deve enviar solicitação ao COFEN que avaliará

o caso.

Ceará

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Orientação: O profissional deve encaminhar solicitação ao COFEN um parecer

técnico.

Distrito Federal

Orientação: O Coren orientou a buscar informações na resolução 389/2011

Espírito Santo

Orientação: O profissional deve solicitar um parecer junto á câmara técnica que

enviará uma avaliação.

Goiás

Orientação: De acordo com o Coren de Goiás, o parecer 197/2014 deve servir

de parâmetro ao profissional de Enfermagem Estética. (Documento disponível

emhttp://goo.gl/gSFHe2

Maranhão

Orientação: O Coren autoriza, desde que o profissional apresente o certificado

de conclusão do curso, reconhecido pelo MEC.

Mato Grosso

De acordo com o Coren de MT, o parecer 197/2014 deve servir de parâmetro

ao profissional de Enfermagem Estética. (Documento disponível

emhttp://goo.gl/gSFHe2 )

Belo Horizonte

De acordo com o Coren de BH, o parecer 197/2014 deve servir de parâmetro

ao profissional de Enfermagem Estética. (Documento disponível

emhttp://goo.gl/gSFHe2 ) O profissional devidamente capacitado, receberá do

órgão, a emissão do registro de especialista.

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Paraná

Não autoriza.

Pernambuco

De acordo com o Coren de Pernambuco, o parecer 197/2014 deve servir de

parâmetro ao profissional de Enfermagem Estética. (Documento disponível

emhttp://goo.gl/gSFHe2 ) Este órgão envia solicitação de autorização do

profissional ao COFEN.

Piauí

Esta regional envia solicitação do profissional ao COFEN. Caso o órgão federal

emita parecer favorável, o regional libera autorização.

Rio de Janeiro

De acordo com o Coren RJ, o parecer 197/2014 deve servir de parâmetro ao

profissional de Enfermagem Estética. (Documento disponível

emhttp://goo.gl/gSFHe2). Esta regional emite o registro da especialidade em

estética ao profissional devidamente capacitado.

Rio Grande do Norte

Esta regional envia solicitação do profissional ao COFEN.

Rio Grande do Sul:

Esta regional envia solicitação de um parecer ao COFEN. De acordo com

técnico da regional, não existe regulamentação na área da enfermagem

estética portanto o profissional que atuar na Saúde Estética deve se

responsabilizar pelos procedimentos que pretende executar além de estar com

documentação que conste um responsável técnico.

Rondônia

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A orientação desta regional é de que não há discussão no COFEN sobre

regulamentação da atuação do enfermeiro na estética, portanto não há amparo

legal para tal.

Roraima

Esta regional solicita toda documentação do título de especialista, inclusive

certificado reconhecido pelo MEC e envia para análise do COFEN.

Santa Catarina

Esta regional envia solicitação do profissional ao COFEN.

Sergipe

Esta regional envia solicitação do profissional ao COFEN.

As regionais do Pará, Paraíba e Tocantins não souberam responder

a questão e pediram para entrar em contato com o Conselho

Federal de Enfermagem.

Tabela 1 – Classificação do laser

Classificação Potência Efeito

CLASSE I < 0,39 mW Sem capacidade de ferir olhos ou pele

CLASSE II < 1 mW Pode causar danos a olhos com

exposições superiores a 10 seg

CLASSE IIIa < 5 mW Pode causar danos a olhos com

exposições superiores a 10 seg.

CLASSE IIIb < 500 mW Qualquer tempo de exposição

pode causar danos aos olhos

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CLASSE IV > 500 mW Podem causar danos aos olhos e

pele, mesmo que refletidos

Fonte: (IFALPA, 2009)

Tabela 2- Classificações do laser

Os lasers são classificados em quatro grandes

áreas, conforme seu potencial de provocar danos

biológicos. Todo laser deve portar um rótulo com

uma das quatro classes descritas abaixo.

Classe I - esses lasers não emitem radiação

com níveis reconhecidamente perigosos.

Classe I.A. - essa é uma designação especial

aplicada somente aos lasers que "não devem

ser vistos", tais como a leitora de preços a

laser de um supermercado. O limite superior

de energia da Classe I.A. é de 4 mW.

Classe II - esses são lasers visíveis de baixa energia que emitem acima

dos níveis da Classe I, mas com uma energia radiante que não ultrapasse

1 mW. A idéia é que a reação de aversão à luz brilhante inata nos seres

humanos irá proteger a pessoa.

Classe IIIA - esses são lasers de energia intermediária (contínuos: 1-5

mW) e são perigosos somente quando olhamos na direção do raio. A

maioria dos apontadores a lasers se encaixa nesta classe.

Classe IIIB - são os lasers de energia moderada.

Classe IV - composta pelos lasers de alta energia (contínuos: 500 mW,

pulsados: 10 J/cm2 ou o limite de reflexão difusa). São perigosos para

a visão em qualquer circunstância (diretamente ou espalhados

difusamente) e apresentam provável risco de incêndio e risco à pele.

Medidas significativas de controle são requeridas em instalações que

contêm laser Classe IV.

Sinal de alerta laser

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