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PREÇOS: No Rio $500 Nos Estado 3600 ANO XXVIX O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitores RIO OE JíNEIRO. 6 OE JANEIRO OE 1932 Mentir é muito feio JWW f * - LEGAL 1.3 70 Outro dia Goiabada contava uma histo.^^^| / ^^» I I I \ \ V \»V / / \W Ç?^". y-iir^ ' ria a Jujuba e Lamparina' c <ii?ia agitandof^-^^^p» I ~ I \ \ \ lW/ / Ja' t?P~Pl VsW \ serra da Marmtllada ondt havia bananeuas\ ^J /*?^%^\P-\ /\ / \5lx 1 ^PP^P*PPv^^^ de um tamanho gigantesco. Para cortar um\ 1 / / 1 \ ^/ \ W mmj SS~^ t^-^y.'JM^L .^"i cacho eram precisos muitos homens e um car-\ \ | I / \ \ \ \ wK^pS^-^PP^-sáB \___^J Uma vez. uma banana cahiu e esmagou\^ \ V—^^W .ri ^\^ r"Pl\i\/\ ' "-.1:4 PC^ism ' Jujuba e Lamparina não acharam muito natural aquella historia resolveram então pregar uma peça a Goiabada. Para isso espalharam a noticia pelo bairro todo e durante todo dia uma romaria grande bateu á corta de GcUbada. pedindo enternecidamente: Seu Bancnada, seu aBnanada. o senhor me arranja uma muda de bananeira¦? ibadj tufava de raiva e dizia, vermelho e agitado: A bananeira morreu

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PREÇOS:

No Rio $500Nos Estado 3600

ANO XXVIX

O Tico-Tico publica os retratos de todos os seus leitoresRIO OE JíNEIRO. 6 OE JANEIRO OE 1932

Mentir é muito feioJWW f * - LEGAL 1.3 70

Outro dia Goiabada contava uma histo .^^^| / ^^» I I I \ \ V \»V / / \W Ç?^". y-iir^ '

ria a Jujuba e Lamparina' c <ii?ia agitando f^-^^^p» I ~ I \ \ \ lW/ / Ja' t?P~Pl VsW \

serra da Marmtllada ondt havia bananeuas \ ^J /*?^%^\P-\ /\ / \5lx 1 ^PP^P*PPv^^^de um tamanho gigantesco. Para cortar um \ 1 / / 1 \ ^/ \ W mmj SS~^ t^-^y.'JM^L .^"icacho eram precisos muitos homens e um car- \ \ | I / \ \ \ \ wK^pS^-^PP^-sáB \___^J

Uma vez. uma banana cahiu e esmagou \^ \ V—^^W .ri ^\^ r"Pl\i\/\ ' "-.1:4 PC^ism '

Jujuba e Lamparina não acharam muito natural aquella historia -« resolveram então pregar uma peça aGoiabada. Para isso espalharam a noticia pelo bairro todo e durante todo dia uma romaria grande bateu á cortade GcUbada. pedindo enternecidamente:

— Seu Bancnada, seu aBnanada. o senhor me arranja uma muda de bananeira¦?ibadj tufava de raiva e dizia, vermelho e agitado: — A bananeira morreu

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O I ICO-TI(_,O — 2 - '_ — Janeiro — 1932

JMYSTERIOSQuem nos garante que a plantaNão sinta a dôr, como nós?Quando os seus braços levanta.Supplicando sem ter voz,Numa prece muda e santa1'crdão para o seu algoz!

Quem sabe se a linda flor,Oue vaes levar de presenteA' diva do teu amor,Ao dar-lhe o golpe não senteTambem a profunda dôrD'amputação, como a crente?

E' lindo um ramo de flores,Com que adornamos a mesaDe vivas profusas cores!Lias quem nos dá a certezaDe que não sentem as doresDos entes da Natureza?!

A flor nasce, come e bebe,Como a gente se alimenta!Da terra e do céu recebe,Como nós, o que a sustenta!Se assim é, quem não concebeA triste sorte cruenta?!

Quanto mysterio no seio**Da Natureza se esconde!

Ninguém sabe d'onde veio,'Nem irá parar... Aonde?Pergunta a Alma em anseio..,,E nem um eco respondei

A alma c sopro divinoQue se evola após a vida?Ou c força sem destinoParada, inerte, perSida?Ultima nota do hymnoDuma cithara partida?!

Parte a corda, a corda morre,Mas a vibração não finda!Elevando-se, percorreNa sua ascenção infindaO Espaço e, voando, corre,Quem sabe se trina ainda!

José Ilcliodoro de Faria Leal,

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Quando se sente em perigo, a fêmea do rato puladoda índia, carregando os filhotes, dá pulos a distanciasconsideráveis, defendendo-se, assim, da perseguição de ani-mães mais fortes. Os filhotes, já industriados, seguram-secom firmeza ao peito da fêmea, não havendo, assim, ne-nlutm perigo para elles.

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Janeiro — 1932 - 3 O TICO-TICO

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Deixe-me dizer-lhe quaesas forças cósmicas que po-dem influir na sua vida emodifical-a por completo,trazendo-lhe ao mesmo tem-po o successo, a felicidade ea prosperidade, em vez de seexpor á fallencia e ao derespero. Essas forças po-dem estar agora mesmo convergindo para si. A suainterpretação astrologica ser-lhe-ã descripta em lin-guagem clara e simples e não ultrapassa duas pagi-nas completas.

Tenha o cuidado de indicar na sua carta a datada sua nascença, seu nome e endereço bem legível-mente escriptos com a sua própria mão. Se quizerpôde mandar juntamente em notas de banco 0u sellosdo correio do seu paiz 5$000 para cobrir as despe-aas postaes e de escripturas. E' preciso escrever im-mediatainente se quizer receber o meu trabalho ra-pidamente. Esta offerta não será renovada; p0r isso,queira escrever já em portuguez para: ROXROYDKI'T. 6.117. Ernmastraat, 42. A HAYA (Hollauda).

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O TICO-TICO 4.— G-- Janeiro— 1982

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o TICO -TICO

Rcdactor-Clícfc: Carlos Munliiics — Dircctor-Gcrcntc A. de Souza e SilvaAssignatura — Brasil; 1 anno 25$000; 6 mezes, 13$000; — Estrangeiro: 1 anno, 60$000; 6 mezes, 35ÇO00,

As assignaturas começam sempre no dia 1 do mez em que forem tomadas e serão acceitas annual ou semestral-mente. TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a rc messa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal oncarta com valor declarado), deve ser dirigida á Rua Sa chet, 34 — Rio. Telephone n. 8-6247.Succursal, em São Paulo dirigida pelo Dr. Píinio Cavalcanti — Rua Senador Feijó, 27 8o andar, saias 85 e 87.

CiCOQfí

Meus netinhos:

O sal, esse elemento que entra como con-dimento na preparação da alimentação, dos sa-borosos pratos que vocês têm á mesa do almo-ço ou do jantar, é, como Vovô já disse a vocês,de grande necessidade para a vida animal. Oque muitos meninos talvez ignoram é que o saltem a sua origem nas águas do mar, que sãosalgadas. Dessas águas, que o sol faz evaporar,fica o sal. Este, como é fácil de se verificar,não se evapora como a água. Posta em repre-sas, a água do mar vae se evaporando e deixan-do repousada uma camada de sal no fundodesses reservatórios.

Aos netinhos deve no emtanto occorer apergunta: De onde vem o sal que as águas domar contêm? Vem dos rios, meus netinhos. São

Jk

os rios, que dissolvem tudo que encontram nasua carreira para o mar, que levam o sal paraos oceanos. As águas dos rios tambem são sal-gadas mas em tão pequena quantidade que nósnão percebemos. O mar, porém, tem as suaságuas muito salgadas porque accumula todo osal que os rios lhe têm trazido durante séculose séculos. Uma espécie de sal que mais se en-contra no mar é a que todos nós conhecemospelo nome de sal de cozinha, embora outrossaes estejam dissolvidos no mar, tambem leva-dos pelos rios.

A água do mar contém, além dos saes deque Vovô acaba de falar, outros elementos, co-mo o iodo, o phosphoro, de grande applicaçãona medicina.

VôVô

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< T f C D - T f V. o —- ü Janeira — 1932

NASCIMENTOS O TICO-TICO" MUNDANO

de sua esposa D. Odette

t v Paulo César,é o nome do Irada me-oino que

'der ele o d a25 do mez ultime"), é oencanto do lar doDr. Américo" Guimarães\ tiga Gu marães. .'¦-v

f Nasceu a menina Laura, filhinha do Sr. Mano

Vranna e de D. Maria Emilia Vianna.S> ? Re-ebeu o nome de Nelson o Udo filhinho do

S;. Adolpho Pinheiro e de D. Creusa Mendes IMihe.ro.

Nelson nasceu a 22 do mez u1tima.

A N N I V E R S A R I O S

- Faz annos hoje o menino Mauro, dilecto filht-

nho do Sr. Xestor de Olive'ra.v v Marina Caldas da Nobrega, nossa grac.osa ami-

gv-inha, festejou hontem a passagem do seu anniversarionatalicio. ¦ ¦ .•S> <«> Passou hon.em a data natahc a do nosso e^tii-

dioso amiguinho Mario, filhinho <io Dr. Álvaro P-nhe.ro,v Festejou a 31 do mez ultimo a passagem de seu

s .niversario natalicio a gracosa Haydée, ülhinha diSr. Américo. Guima-

-._-—. tc-~(l * rãés, residente emSão Pau'o.

EXAMES

® * Os e x a m e sdos cursos primáriosdo "Gymnaso Leopol-do" de Nova Iguassu',ficaram concluídos a 22do niez findo, veri-ficando-se o encerra-mento das aulas a 23.Constaram elles de umaprova preliminar em

¦Novembro, e de proras escnptas, de test e oral.

Foi esta a classificação global, que implicou a appro-

Vacão cem "Plenamente" dos alumnos Waldemar Mar-

Rarido Lopes e Yevert Berçot Garcia, 8; Elza Rodrigues

di Silva, Lourdes Ferraz de Almeida, Adaltivo Braga,

Amadeu Martins Soares e Altair Pimenta de Moraes, 7;

Gilberto Moreira Cardoso, Eugenia Tinoco, Alba Pimenta

de Moraes, Borghi Walter, Álvaro Noronha da Cos'.a, Ge-

ra^dj Paixão, Ruth Motta, Maria da Gloria de Castra,

Areilard Fernando de Castro e Aziz Rachid, 6. «Simples-

.'•• Célio Alves Dantas 5,5; Ndda Braga, Ismael Pi-

mem a de Moraes, Américo Vespucio Soares, João Antunes,

Itono Salin. Bessil, Nilton Fernandes, Geny Alvarez Pa-

qnelet, Gilson Rachid, A'.alo da Rocha Goulart, Josmar de

Mattos Gomes, Arthur Salles Filho, Orland no dos Re'<

Chagas, José de Freitas Pedroso, Rade-jraker Rebello Guimarães, Luiz Rodri-

gr.es da Silva e Celio Bittencourt. 5;Magdalena de Oliveira Carvalho, Jorge\igné, Nilza NogueVa, Luiz Ignacio daSilveira Filho, Álvaro Martins, LéüoFernandes, Maria Apparccida Alves, Al-berto de Carvalho Juivor, AlexandreMadruga, Heitor Vigné, Léa Motta, Ga.-vani Araripe, 4.

Foram reprovados 13 e faltaramnos exames 10.

Os alumnos do curso de Admissão cGymnasial aguardam a chamada de exa-r.cs do Coàlegio D. Pedro II, conti-ouando para elles as aulas até áquella'época. Com a festa de encerramentoícram distribuídos os prêmios por appli-

cação, constante de medalhas de mérito,

o i í e r e c i m e n t od' A Collegial aosalumnos que obtives-sem o primeiro logarnos exames de suaturma; mais de 100brindes, alguns de in-

contestável valor, oiferecidos dela Confeitaria das TresNações, do Sr. Wenccsláo Costa, e de lindos chromos-folhi-lhas, lembrança distribuída pelo Gymnasio.

As medalhas á'A Collegial foram coitadas solemnementetio peito dos alumnos galardoados, dizendo o director, a cadaum, de sua significação moral, e os encorajando a envida-rem, de agora por deante, a'nda maior somina de energias,eu prol de seus estudos. Mereceram-n'a: Adaltivo Braga, da1* série do curso infantil; Waldemar Margarido Lopes, do?.* anno; Amadeu Martins Soares, do 2' anno, e LourdesFerraz de Almeida, do 3" ann

EM LEILÃO...

$> ? Ficam postos em leilão os seguintes alumnos doGrupo Escolar Benjamin Constant, 5o anuo: Quanto dãopelo tamanho da Helena? pela calma da Hilda? pela ela-gancia da Carmen Pereira? pelo sorriso da Olympia? peloj,cnio da Irene? pela "pose" da Regina? pela gordura daJulia? pela côr da Ace-ly? pela quietude d::Estella ? pelo andar dolanar? pelos cabellosda Carmen Gonsalves ?nela graça do Olega-rio? pela bondade doG-millo? pela simplici-(Jade da Juracy? peloestudo d a Guiomar ?pela elegância da Vir-gíria? pelos óculos daMaria de Lourdes? pelelaço da Gaynara? pelameiguice da Olga? pelochoro da Honorina?pelas graças da Yolivia i e quanto dão por eu ter o,ballio de fazer esta lista?

^ Q> Estão em leilão as seguiiv.es meninas e menino*ca Rua Vde. Itamaratv: Quanto dão pela elegância do He-l:os? pela raspa-coco do Nenen? pelo moreno de Marianna?pelo queixinho de Lilita? pelos olhos de Aida? pela graça deCrlandina? pela "pose" de Fileto? pela voz de Francisqui-nho? pela bondade de Paulino? pelas risadas de Cibele?jila gordura de Cleber? pe'a altura de Alcides? pela mei-guice de Mercedes? pelo lindo signalzinho do Paulo? e pelointeressante lelceiro? — Narciso Negro.

NO C I N E M A . . ™

tra-

«¦ <?> Desejando fazer um film. escolhi para nelle tra-balharem os meninos e meninas do Fo:i-seca: Naura, a Janet Gaynor; Dina. 3Vilma Banky; Orpheu, o Oiiver Hardy:L lia. a Norma She3rer; Haydée, 3 Clara.Bow: Didô, o Stan Laurel; Ignez, a Col-leen Moore; Darina, a Sebastian; Apolla.o Ramon Novarro; Doralice. a GloriaSwanson; Zelda, a Marlene Dieírich; An-tonio. o Charles Farrell; Maria Adeüa, aJeiannette Mac Donald; Zelia, a JoanCrawford; Elio, o John Gilbert; Dázinha,,1 Mítsi Green: Diva, a Greta Garbo;Flavio, o José Mojica; Oldemar Vidal, iTom Mix, e eu, o endiabrado Carlito.

$> ''> Vão posar para um film os se.guintes jovens: Dulce, a Pola Negri. Nes-tor, o Conrad Nagel; Alzira, a NormaTahríadge; Alfredo, o Ricardo Cortez;

, a Rutfi Chatterton.

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6 — Janeiro — 1932 O TICO-TICO

UMA HISTORIAConta, Vovó, uma historiaPara o netinho escutar,Uma historia bem bonitaDas que tu sabes contar.

Não quero historias de bichoNem de um papão a roncarMettendo medo aos meninosQue, tremendo, vão chorar.

Quero uma historia mimosaDe um passarinho a voar,Ou de uma mãe venturosaQue o filho esteja a beijar.

E a yóvózinha, tão meiga,Que um terço andava a rezar,Sorri ao netinho amado,Vae uma historia contar.

Era uma vez, foi ha muito,Na igreja um sino a tocar,Saudando um par venturosoQue acabava de casar.

A noiva, bondosa e linda,Linda mesmo, de encantar,Tinha nos olhos o brilhoDas luzes santas do altar.

E o noivo, louro eleganteNo seu custoso trajar,Ao lado da noiva amadaFormava o mais bello par.

Na igreja o sino prateadoParou, por fim, de tocarQuando os noivos, tão felizes,Puzeram-se a caminhar.

Um anno passou e o sinoDe novo põe-se a tocarSaudando um cortejo lindoQue na igreja vae entrar.

À' frente, a noiva de ha um anno.Que era linda, de encantar,Inda tem no olhar o brilhoDas iuzes santas do altar.

E o seu par, aquelle noivoDe um elegante trajar,Parece guardar no peitoUma ventura sem par.

A ventura que o pae senteQuando á igreja vae levarO encanto amado de um filhoPara o padre baptizar !

M A N H

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O TICO-TICO 8 — í; _ Janeiro — 19Í12

Pancracio,

caçado r

de

moscasí.. ¦ ' i'« " ¦¦ ' *- "¦ <i • *T

Pancracio, com o maior dos cuida- t,#a mosca voou. fugindo, deixandodos. ia abrindo a mão onde a mosca uma perninha entre os dedos nervososfora presa. Mas, a dado momento,... rj0 Pancracio. A mosca foi pousar no...

(Conclusão) _& f— ~~ Ti

1 — " J Trepa em uma cadeira e des- O insecto, atordoado, cane aofere um golpe certeiro n a chão, acompanhado do Pancra-

...tecto e o Pancracio, munido de pobre mosca, c*-°- aue calie> também com a...um mata-mosca, não desiste de ca-çar o insecto.

..radiante, deante do cadáver...cadeira, Erguendo-se, Pancra- f__ m0sca, inerte, alli no chão.. ..por vingança, esmaga sob ocio ainda quebra a vidraça de uma g Pancracio. ainda... calcanhar a mosca que acabavajanella mas fica... de matar.

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ti — binei ru — 1932 — 9 O TICO-TICO

Asaventures

doRatinhoCurioso

(Desenhas de Wall DisucyU. 8. \werkx exci.t.vvwiidf/>.»« o neo-rico. .-.»

loit r fira.il?)

';... ¦.,"

— Ratão, veja quem vae lutar com vo-cê. E' üm verdadeiro gorilla — diziaRatinho Curioso.

- Acho que elle matará você togo aoprimeiro soeco — Anime-se vá exer-citar...

_____ ———¦— ....,

^ _H_

I—"—mmas -mà^ w9 & ii

-•-.e deixe essa lombeira! Você vae ser reduzidoâ massa de pão! E Ratão, ouvindo esses conselhospermanecia.—

...calmo, a comer umas saborosas ta-maras.. Mas Ratinho Curioso deliberousalvar..,

.. .o amigo Ratão de uma derrota forrnidavel, de uma morte horrível e cer*ra

"__isr=:=5'^

r_-_-__---_.--_^____.I___.— Vá treinar, emquanto eu vou ver deperto esse gorilla que vae lutar com vn-cê! — disse Ratinho Curioso

E sob um disfarce. Ratinho Curiosopoz-sc a caminho do "ring" onde ocampeão fazia exercícios

O campeão era, de facto, um brutamortíes ca-paz de reduzir a farinha o Pão de AssucirTreinava...

tsMr brincando H um_'v!t H™ fac»™nte que parecia r. Sn maes bravios. A derrota »> Ratão seria ine- t< .melbcdo scfefjtifico.

com ZTm(T\^r^inLtV2^ " S°ÍC° um ká0' ,uf3v3 v^t]] E ****<>> fleugmaticaaKntc. lia o tratado' --^mtt' rour^- r-imomerontes e outros... <je exercícios de box pelo.., íCtntai-

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O TICO-TIC O - 10 fi — Janeiro — 1932

A imaginação dascreanças

As creanças não são uns ouvin-tes vulgares que se contentemcom simples explicações; os seusolhos, abertos para nós, as suasinterrogações, os seus silêncios,as suas faltas de attenção, obri-gam-nog a descobrir, a crear umalinguagem especial que lhes façaentrar, á força, as cousas no es-pirito. E' necessário scr-se, aomesmo tempo, explicito e iute-ressante, é necessário simplificartudo sem diminuir cousa alguma,é necessasio falar-lhes, primeiroque tudo, á imaginação.

A imaginação é a sua principalfaculdade. A razão, nellas, éapenas uma qualidade em ger-men, uma qualidade do futuro;a sua memória, tão prompta emreceber as idéas e os factos, é-o,_a mesma maneira, em perdel-os.Como-necessitam muito poucosesforços para aprender, cs-quecem muito, porque só seconservam bem, em geral, os co-nhecimentos que se tenham assi-milado e as creanças adquiremmas não assimilam. — E. Le-gotwê.

Berço em festa

Os teus irmãos, os anjinhos,Resolveram que, em mensagem,As ternas aves dos ninhosEm grande camaradagem,

Muitas, mas silenciosas,Fossem lá, de manhãzinha,Des folhar cravos é rosasNo berço da Mimizinha.

/. P. Rollo

CURIOS3DADES DO MUNDO ANIMAL

&i '.i . a\. ''JÁ^yfX

A CEGUEIRA DO RHINOCERONTEO rhinoecronte, um dos animaes mais perigosos da África, é notória-

mente curto de visão e cabe-se que localiza um homem ou qualquer outroanimal quasi que pelo faro. O rhinocerante «5 um animal temível, porque a ca-beca é armada dc duas guampas muito rfiadas, constituída por uma agglutinação

de fibras capillares, com as quaes mata os seus adversários.

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fepA aaDAO CIRCULO DA MORTE E

VIDAOs bois pelludos, do Norte do Cana-

dá, quando atacados pelos seus inimigosancestraes, os lobos brancos, reunem-secin circulo, collocando no centro domesmo as vaccas, e esperando o ataquedos lobos. A luta demora algumas ho-ras, mas os bois pelludos conseguem cs-pantar os lobos brancos.

RWWKnFMHMHSisk—iaií-^'

r_*»v vO INSTINCTO MATERNAL DO "PAE"

Ha uma ave muito interessante, na índia, chamada 'rhca', que temhábitos curiosos. Nessa espécie, o macho induz as fêmeas a deporem os ovoscm um determinado, logar. Reunidos todos os ovos em monte, o macho senta-se sobre elles e os choca. Quando os filhotes nascem, o macho dá por finda asua tnissão.

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O — Jauetro ¦—• i!.;._; — 11 -. r i <: o - t i c o

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CAIXA MYSTERIOSA:"No que deu o passeio ao campoM

Havia já dois dias que a casa da ia-zenda do Sr. Almeida se mostrava todaacerta e que por dentro grande alegria mo-vimentava os seus hospedes recem-chega-dos.Toda a familia viera para o campo des-cangar alguns dias aproveitando as fériasdo Dr. e também para a convalescença deElza.A menina apanhara uma forte grippe e

com ella muito se enfraquecera. loto re-solveu seus paes a apressarem n viagem.Celso e Sérgio, tudo fizeram para que oprimo Arthur os acompanhasse. Mas, fO-ra impossível. Então logo pela manhã doprimeiro dia o passeio fora destinado á.colônia.

Por certo que haveriam de encontrarmuitos bons companheiros a seu gosto. Doíacto, e com grande alegria o Joãozinhode D. Sinhá, o Bastião um negrinho es-perto a o Zêquinha. apressaram-se em to-mar parte nos planos dos filhos do patrão.O Sr. Almeida dera aos meninos, plenaMberdade para passearem e fazerem suasreinagões, apenas lhes marcara a hora eer-ta das refeições e quem não se apresentas-se... ficaria sem comer e ainda por cimateria castigo.

Mas os dois irmãos tinham tantos pro-jectos e sabiam tão bem executal-os quetudo ia ás mil maravilhas.

A mania dos dois a principio era a õ"eprocurar cactus. O Bastião dissera-lhes•que no pas.to elle vira dessas folhas espi-i ihentas e que o "seu" Bento curandeirousava como tiro e queda fazendo chã p'ranão sei o que...Mania velha de fazer chá de tudo o queencontram e de impingir aos doentes con-lorme bem lhes parece.Formando um grupo estupendo e bomcômico — pois o Zêquinha que raspara acabeça com a machina zero, era o que iasempre á frente como chefiando os com-panheiros dava uma nota alegre com oseu blusão vermelho.

Antes de seguirem para o logar indicadorumaram para o pomar onde as amoreirasestavam pretinhas de amoras e algumasoutras frutas os tentavam deveras. Comuma boa provisão úellas lã se foram todosa procura dos cactus.

LiOgo adeante cruzaram no caminho como guarda da matta que ia á villa fazerProvisão de alimentos para a semana .

Vão ao pasto, meninos? perguntouelic depois de indagar sobre a familia dopatrão.

Tendo resposta atfirmàtiva, aconselhouaos pequenos que tomassem outro rumopara o passeio, pois havia "carrapatos lãonde o gado pastava'.Então depois cheguem até lá por ca-sa p'ra falarem com a "dona", e tomaremum cafêzinro. Até logo? rapaziada!

Foi-se embora, e quem disse de carrapa-to metter medo aos meninos? Os da fazen-tia estavam bem acostumados ás suas pi-cadas, e Celso e Sérgio ainda não os co-nheciam.

Seguiram pelo campo a fora e quem osseguisse com a vista, acompanharia seussaltos pelas barbas de bode, suas corridaspara apanhar em primeiro logar o cactusambicionado e assim muitas outras pirue-tas. dos traquinas.

Mas na volta! Pobrezinhos, nem sabiamonde se eoçar! Os carrapatos não os pou-param e innumeros eram os que subiampelas pernas, nas roupas, è já procuravamencravar na pelle a tromba para ossugar.

. Olha, sabem de uma oousa. disse Ser-g'o, eu não vou tomar café a casado Antonlo, vou mas ê correndo para ca-sa, lavar-me com petróleo. Eu sei que fazbem para tirar esses bichos, evitando doirritar a pelle com a unha.Os outre. seguiram-lhe o conselho. Deubom resultado, mas assim mesmo muitasforam as picadas bravas e os meninos nãores.stiam á vontade de metter n unha.

A' hora da janta, quando o pae voltoua casa encontrou-os irrequietos, e dando ásescondidas expansão á coceira.Hum! Hum! Carrapatos, heim? gra-cejou o Sr. Almeida. Estiveram no pasto?Sim, Papae, e quasi fomos comidos,vivos.Patife, disse Sérgio ao irmão, poisainda hei de voltar lá.A mim é que noutra não me pilhamos bichinhos malvados, mas também, Da-

Pae, tomei um banho de petróleo e tive ogosto de os esmigalhar, um a um.Repararam ao menos no seu feitio?Ora se reparei, achei até muito inter-essantes. O corpo e a cabega formam umasó pega arredondada.

E podem-me dizer quantos pares depernas têm esses Arachnoides? — pois sãoArachnoides como as aranhas.-— Eu tive a pachorra de contar 3 pa-res dv pernas, exclamou Sérgio.Mas notem bem, que isso parece nãoestar certo pois vocês sabem que os arach-noides se caracterizam por Ler 4 pares depernas.Então já. não comprehendo, disse umdos rapazes, tenho certeza de ter contadadireito.

Pois ainda assim está certo, meu fi-lho. E' preciso levar em conta que oscarrapatos quando nascem têm apenas trespares de pernas durante sua phase larva..O adulto, sim, tem quatro pares. G?s.tei deterem observado, vocês sabem o prazer queme causam prestando attenção á flora oá fauna na nossa natureza ; sentem-se aquium pouco, emquanto o jantar demora eeu vou contar alguma cousa a respeito dosAcarinos.

Pois não são Arachnoides, Papae?O Sr. disse.

Arachnoides, sim, repetiu o pae, essae a denominação geral que abrange tantoas aranhas com os escorpiões e tambémcs carrapatos.Mas como estamos conversando só so-bre estes últimos os trataremos como Acari-nos, nome da familia a que pertencem. E"meio difficil, mas com boa vontade seaprende, não 6?

E isso não nos falta.r^___n...,tem' Sa°' como ííl c,isse' Parentesdas aranhas, com a differença que nota-iam, terem elles o corpo arredondado, aopasso que as aranhas, o têm separadoda cabeça pela cintura. Ha cerca de 40espécies de carrapatos no Brasil.Credo! mas todos esses atacam o ho-mem também?Xão, felizmente, só certas espéciesse agarram tanto ai homem como a quasitodos os quadrúpedes.. Outras vivem sósobre determinados hospedeiros.

A evolução dos Acarinos, é bem curiosa:a fêmea ao pôr os ovos sobre os vegetaes'junta-lhes uma saliva que os colla, e mar-chando para traz, a mãe deixa estiradadiante de si uma faixa com milhares deçvos.

Finda essa missão, a fêmea morre adentro de alguns dias ou de algumas se-manas nascem as larvas. »u,I"s seSão principalmente as larvas do<? "C-iwi

patos Estrella" que nos^n.lettfm, q^ndo"rio tempo da secca ao roçarmos nos .rbus-tos -das pastagens do gado, se apegam ásnossas vestes aos milhares como vocês bemviram.A porta cntreabr!u-se e uma creaflí an.nuiioiou o jantar.Elza que tudo escutara calada ao te.ini-nar a narração do pae também se achoucom direito a um aparte que infelizmentelhe valeu uns beliscões.Pois é. papae, só assim a poder dopetróleo ê que esses do:s ficaram limpos.J _ vez cm quando deviam ir dar umaavol ias no pasto*...

TIO NOUGUV

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O TICO-TICO — 12 —^ 0 — Janeiro — 1992

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s u c s o

Naquella tarde, lyricamente lumi-nosa c triste, abandonando os mu-ros da cidade, dentro dos quaes, ásportas dos templos, sopravam osphariseus, no canudo da hypocrisia,a lutilante bolha dc sabão de suaincerta e frágil fé, o l.edcmpto*rumou á campina, toda ella verde-jante e repousada.

E tão sereno era o seu deslisar so-bre a relva tenra, commovida deser tocada por seus divinos pés,que mais um suave vôo lembravado que andar de creatura parecia.

Sobre a terra baixava uma ben-ção pacificadora e acariciádora.

Para os lados do poente, numazul rebrilhante e pallido, nuvensfranjadas de oure. c de purpura da-vam ao céo, como numa visão bi-blica, a impressão de que Deus, doseu respandecente e harmctóosõpaço, acompanhava, sorrindo, a pe-regrinação do maravilhoso soliia-rio.

Mais lento, mais retardado se foitornando o deslisar do Chrisfo so>bre a campina, já agora profusa-mente debruada de lyrios, até que,como num enlevo, parando, ajoe-

Ihou. E sua alma, de infinita purê-za e de suprema perfeição, ascen-deu, radiosamente, nas asas da pre-ce para, de junto do Pae, pedir pelafelicidade dos homens, tão incons-tantes e vários como a própria for-tuna.

Nessa plácida postura de profun-do êxtase o colheu a noite, queabotoara a terra, e toda, em cima,empoalhada de astros, tão palp-tan-tes como almas dispersas e myste-riosas contemplando essa outra ai-ma tão grande, que da terra trans-bordava para o céo como rm riotranquillo e refulgeute.

Ora, bandos de malfeitores, queviviam acoutados, como lobos bra-vios, nas furnas sombrias, enxer-garam, estarrecidos, no meio dacampina c no seio da noite, pifas-cándo-os, uma scintillação tão vivacomo a de coroa de rajah — acasofugido para escapar á sanha de re-beldes e ao roubo de seus théstyirosdpulentós.

E a cobiça faiscou no olhar duroe. agudo dos bandidos, que para lo-go apertaram com nervosa mão asrudes adagas que lhes pendiam da

cinta. Avançaram, em silencio, ras-tejando como serpentes para assaí-to e rapina da fabulosa riqueza.

E o ponto luminoso cada vez maisa crescer, a augmentar, a fulgir, „brilhar, a esplender, a fulgurar nu-ma irradiação estonteadora, Mas,eis que um deslumbramento os en-volveu a todos, e nesse deslumbra-dor clarão envolvidos, sentiam-setransportados para regiões de umacelestial belleza, e viam, já não oappetecido thesouro,,porém — aqui,almas convertidas; ali, almas piedo-sas; estas praticando modestamentea caridade, aquellas agradecendo agraça da redempção bemdita.

Quando, sonora e casta, a madru-gada rompia, as raparigas morenasque, de bilha ao liombro, iam embusca da água que, para além dacampina, da vertente de um morro,tinia cantante e fresca, viram cheiasde encantador, assombro, o doce Na-zareno abençoando docemente umverde rosai de rosas brancas sorriu;dõ entre espinhos aggrcssivos...

T.EONCIO CORREIA

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6 — Janeiro — 15)32 — 13 o r ico- r ! c <>

OS ENCANTOS JOVENS JDJL YIDJL

-*— LLí

\ gte&jJPaKgPp

Ayrton Sá dos Santos, no dia emque fez sua primeira comunnhão.

Octavio Deíía Penna, nosso presadoamiguinho residente em São Paulo.

Margarida, filha do Dr. l*'avorinuMercioi residente em Bagé,

Naquella tarde de véspera de Natal

o Armandinho sahirá com o vovô que

lhe havia promettido comprar um

presente de "festas".

Percorreram muitas ruas á procurade uma casa que vendesse objectos bo-

nitos, interessantes brinquedos, cousas

inéditas que lhe agradassem a vista e

o satisfizessem.

Nos bazares cheios de quinquilharias.'j

doces, gulodices, as mais estranhas

concepções do gênio humano entraram

o avô e o netinho sem que este se po-

desse decidir na escolha do que dese-

java como presente de Natal.

O vovô não. punha restricção no

preço. Poderia o netinho escolher o

que lhe aprovesse, desde o mais sim-,

pies boneco ao mais complicado ecaro brinquedo de armar.

Os olhos do Armandinho passavamem revista os batalhões de soldadinho»

de chumbo, os regimentos de cavai-

laria, as esquadras musculas com osseus couraçados e submarinos reluzentes

[olir Presente]e as esquadrilhas aéreas promptas a er-

guer o vôo... presas a um cordel.

Suas mãos tocavam grandes bolas de

borracha, pequeninos automóveis, es-

Iradas de ferro liliputianas, jogos osmais diversos e encantadores inv;nta-

dos para tornar ligeira e fugaz a mo-notonia do tempo que não passa.. .

Nada o fazia estremecer de desejo

na ânsia de ser dono do que via.

Entraram e sahiram do ultimo bazar

de brinquedos sem a escolha e compra

do mais insignificante corrinho ou gai-ta.

Já na rua encaminhavam seus pas-cos de volta para casa.

O menino ia triste, lamentando in-

teriotnente que naquelíe mundo de no-

vidades não lhe tivesse apparecido uma

que ilie apetecesse adquirir para si.

Estavam perto do automóvel que oi

devia conduzir aos penates quando a

voz de um pequeno vendedor de jor-

naes, apregoando os vespertinos da-

queüe dia ajuntou aos seus títulos essas

palavras:

— O Almanaque do Tico-Tico!

Foi como um relâmpago, uma sce-

telha electrica que lhe aclarasse o en-

tendimento:

Eis o que eu quero l exclamou ellediringindo-se ao avô que immediata-

mente lhe satisfez o querer.

Já no automóvel e folheando o in-teressante livro cheio da mais varia-da, alegre e instruetiva matéria, o me-nino dizia satisfeito:

— Creia, vovô, que è este o melhor

presente que o senhor poderia me dar.

E o vovô acreditou.

M. Maia.

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O T f C O - T I <; O 14 — Janeiro 1D.2

AS INVENÇÕES DE LULU' ENENETE

Lu!u' e Nenete viram o v zinho Fau'o fazer exer«cicios ce ginásticas nas paralelas.

E trataram de construir, tambem, umas paralelas ond.pudessem fazer, como o Paulo, seus exercícios»

O material para a consJrução foi fácil de arranjar, pás,tridentes, ancinhos e dois paus

ÍC_MJ4^_L!n\IM^_

O PREÇO DA MENTIRA(Conto de CARLOS LEITE MAIA)

Rompiam os primeiros clarões da aurora quand,saía o pequeno pastor para gulardar os seus rebanhosnos Alpes Cotianos sobre a fronteira da França

Saía cantarolando, com o cajado á mão è a mar-mila á ilharga, acompanhado de sua mascote.

Andava kilometros e mais kilometros na dstauciade Turim a essas vilas dos Cotianos...

O sol já estava quente...;Tanible — ass'm se chamava o pastor — parou

pura descansar; alimentou o rebanho e a sua mas-cote — um bonito cão policial —, depôs deitou-sesobre _ relva macia e adormeceu. Sonhava...

Iloras depois acordava sobresaltado... Sonharaque vira um lobo faminto...

Levantou-se e continuou a jornada.. Passou poruma villa cujos habitantes estavam aterrorisados peloslobos. Tanible sabia perfeitamente dsso e pensoucomsigo: Oh! a esses malucos é preciso que lhespregue uma peça. E, sem mais espetar, gritou cmaltos brado

Olhem os lobos, os lobos famintos!!Acabando de pronunciar isto, saíram correndo

de suas habitações homens e mulheres armados depaus, foices, machados e tudo que puderam encontrarpara salvar seus filhos e talvez tambem o pastorzinho.

Mas que decepção! Chegando eles perto dorapaz este deu uma gostosa gargalhada, dizendoqud era' mentira.

E todos se retiraram cabisbaixos. resmungandobaixinho:

Algum dia terás o premio por seres mentiroso.Enquanto isso o pastor ria-se ia bom valer, lem-

brando-se da outra peça que iria pregar á outra ai-deia. Continuando a sua marcha, fez o mesmo papel,verificando-se a mesma cena, dando êle uma garga-lhada de zombeJeiro aos pobres morti dores que oiriam salvar.

Mas como todo drama tem seu fim, êle, já átardinha, quando voltava para pernoitar num ranchoda mesma vila, teve a infelicidade de ver uns lobosde... verdade. E, sem meios de evitar os ataques,foi estraçalhdo pelos lobos, que soltavam uivosterríveis. Já o rebaitho estava quasi todo perdido.Terminado esse comovente drlania, o sol morria nohorizonte enquanto descia lentamente o véu lugubre etriste da noite...

No dia seguinte encontrou-se o corpo do des-venturado "mentiroso", que morreu por sua culpa. Eos lamentos e as tristezas recrudesciam...

Tinham ouvido os pedidos de socorro, porém, ostomaram como brincadeira.

O sol já se havia sumido no horizonte quandofizeram a trasladação do corpo do pastor, segundo osritos da velha Itália, plarai a cidade de Turra,

Eram os restos da vida da mentira...

E, em pouco tempo, Lulu', Nenete e o cãozinho, tiuh.mum bonita aparelho dc ginástica para exercJcx-:.

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O I M P O S T O R CASTIGADO

2pã f|k^i"A #^3plÊ^-____l___________J L—P TO1). Houve um rei da Mongólia, que5ra de uma preguiça nunca vista, pre-ferindo passar os dias inteiros deitado,sem dar audiência, posto que não se

pudesse furtar a tal obrigação.

^Af^^^lVX2) Mas conscvvava-so deitado e res-

pondia a custo, com um signal, ao mi-listro, que lhe dava parte dos negociorrdo reino. Tinha grando confiança n5s.seuiinlatro chamado Ila-sthu-siam e ...

3) ... homem de ma íõ. Como fc-se cm-preiteh-o de construções, mandava construirpara o rei palácios gigantescos, cobrando poreles preço exorbibante. Alguns dos mais poderosos fidalgos tinham se queixado ao ...

4) r..- rei, mas este não lhes havia da-tro atenção, dizendo que era uma caluniacontra seu primeiro ministro e aqueles quosustentavam a queixa eram mandados ...

D) ... para a prisão. Todos queriammal ao rei por sua indolência. Um diachegou ao reino um japonês e foi procurarITa-sthu-siam para tratar da contrução .. .

(I) de um palácio. Perguntou-lhe quem opoderia fazer. — Xinguem a não ser eu— respondeu-lhe o ministro ¦— mas só ofarei em dois mezes o 6 escusado ...

Ys3ft 'B« wmM°7). ... procurar outro construtor, quenão deixarei executar a obra.Com que direito? — perguntou o estran-

geiro. — o direito do mais forte — res-pondeu o ministro. — Pois aposto ...

8) ... 100.000 taels como amanhã esta-rá o palácio construído — disse o japonês.— Está dito — respondeu o ministro.No dia seguinte o ministro não se esque-:eu da aposta e foi ter ao logar .. .

9) ... Indicado „ ficou atônito á vistade um magnífico palácio construído da noi-te liara o dia.Ha-sthu-sifiin ficou furioso, mas pro-curando conter-se, fez-se conduzir

' á .

10) ... casa do estrangeiro, onde oencontrou traçando no espaço, com umavaunha, algumas figuras geométricas— Quem está aí? perguntou o estrangei-ro, escondendo mais que depressa a varl-una. — Ah! é o senhor! — a'sse êle ..

11) depois, vendo o ministro. — Eagora ainda duvida? E' verdade — respon-deu o ministro. Mas ha mágica nisso, poisSinguem pôde construir um palácio comoesse em tão pouco tempo. Ha de s,er a va-linha com que descrevias figuras no ...

12) ... espaço. — Ah! viu a varl-nha? Pois bem, foi-me dada por um ma-gico. Sõ o senhor ê que o sabe. Masisso não o impede de me pagar cs 100.0C0taels, que ganhei,,

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OS TEAMS" DOS GRANDFSlLUBS - SPORT CLUB BRASIL

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(A seguir, o "team" do S. ChristovT. A. C.)

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o i i i; o - T i C O 1S — - — Janeiro — 1932

íx L~< v 0-*^i>T^?r/^^/Qv^!^^ Â^í\n^k<$/ri

O pecador arrependidoVivia na terra um homem de se-

tenta anos, qtie passara toda a suaexistência no pecado.

Esse homem caiu enfermo c náose arrependia. Quando sua morteestava próxima, chegada já sua ho-da derradeira, ele começou a cho-rar, e disse:

-— Senhor i Perdoa-me como per-dcaste ao Bom Ladrão, na Cruz!Perd(7i-nifc.

Mal acabou de talar, rendeu a ai-ma a Deus, teve fé em sua miseri-cordia e voou ao humbral do Pa-raiso.

O pecadur começou a bater naporta suplicando que abrissem a en-trada do reino dos céos.

Uma voz fez-se ouvir alrás daporta, dizendo:

—¦ Quem é esse homem que Datena porta do Paraiso? Como viviapobre a terra?

E a voz do acusador respondeuenumerando todos os pecados da-quele homem, e não citou nem umasó obra meritoria.

Então, a voz continuou detrás daporta:

Os pecadores não entram noreino de Deus! Vai-te daqui!

O homem disse:Senhor! Ouço tua voz, mas

não vejo teu rosto, e não sei teunome.

E a voz respondeu:Sou Pedro, o apóstolo.Tem piedade de mim, Pedro.

Lembra-te da faqueza humana e damisericórdia divina. Não foste tudiscípulo de Christo? Não apren-deste de seus próprios lábios a suadoutrina? Tu tivesíe exemplo desua vida. Lembra-te! Ele tinha aalma atormentada e te pediu portres vezes que não adormecesses eorasse?, e tu adormeceste, porqueo sono cerrava tuas palpebras, e portrês vezes te surpreendeu Jesusadormecido. Assim fiz eu. Lem-

bra-te também de que havias ju-rado, pela salvação de tua alma,não negá-lo, e por três vezes o ne-gaste na casa de Caifás. Assim fizeu. Lembra-te também de que ogalo cantou e de que tu saiste cho-rándo amargamente. Assim proce-di. Tu não podes deixar-me fora docéu.,

E a voz que soava detrás da por-ta do Paraiso emudeceu.

Ao cabo de um instante, o peca-dor novamente bateu suplicando-lhe fosse franqueada a entrada doreino de Deus, e outra voz se fezouvir detrás da porta.Quem é esse homem e comovivia sobre a terra?

E, de novo, a voz do acusadorrespondeu enumerando todos os pe-cados dequele homem, sem citar ne-nhttma ação meritoria.

!-. a voz suplicou detrás da porta:*-- Vai-te! Um tão grande peca-dor não pode viver comnosco. nocéu!

O homem disse:Senhor, ouço tua voz, mas

não vejo teu rosto e não sei teunome.

E a voz respondeu:Eu sou David, o rei profeta.O pecador não desesperou, e, sem

se afastar da porta do Paraiso, ex-clamou:

Tem piedade de mim, rei Da-vid! Lembra-te da fraqueza huma-na e da misericórdia divina. Deuste ama e te terá .cumulado por cimados outros homens. Tudo tinhas:um reino, glorias, ouro, favoritase filhos. Mas quando viste do altode um edifício a mulher de um po-bre homem, o pecado se apoderoude íi e tu te apoderaste da esposade Urias, e ele próprio tu entregas-te á espada dos amonitas... Tu,o unico, tiraste ao desgraçado suaultima ovelha e o fizeste perecer.Assim fiz eu. Lembra-te também deque te arrependeste, dizendo: "Re-

conheço minha falta e arrependo-me de meus pecados". Assim fizeu. Não pódes deixar-me fora docéu.

E a voz calou-se atrás da porta.Ao cabo de um instante, o peca-

dor novamente bateu suplicandoque lhe abrissem a porta do reinodos céus.

Uma terceira voz se fez ouvir,dizendo.

Quem é esse homem c cemoviveu sobre a terra?

E pela terceira V_, a voz doacusador respondeu enumerando to-dos os pecados daquele homem, semreferir uma única ação meritoria.

A voz, então, exclamou detrás daporta:

Vai-te daqui! Os pecadoresnão entram no reino dos céus'

E o homem disse;Ouço tua voz, mas não veio

teu rosto nem sei teu nome.E a voz respondeu:

Sou São João Evangelista, odiscípulo perdileto de Jesus.

O pecador encheu-se de alegria edisse:

Agora sim que não ficarei dolado de fora. Pedro e David dei-xar-me-ão entrar, porque conhecema fraqueza humana e a misericórdiadivina. Mas tu me franquearás aentrada do céu, porque estás cheiode amor. Não és João Evangelista,aquele mesmo que escreveu em seulivro: "Deus é o amor, e quem nãoama não conhece Deus"? Não fos-te tu quem, na velhice, ia repetiu-do: "Irmãos, amemo-nos uns aosoutros? Como, então, me repelirás,me expulsarás agora? Ou renega doque disseste, ou ama-me e abra-meas portas do céu.-

E a porta se abriu de par cm par,e João Evagelista estreitou em seusbraços o pecador arrependido, dei-deixando-o entrar no reino doscéus.

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C — Janeiro — 1932 19 O TICO-TICO

FAUSTINA ESTRÉA UM PYJAMA

VOU FAZ£*' <?M >°yjAMA-f

Faustina não podia fugir á tentação dc Mas um pyjama De facto, conseguiu coniecaonar uni, queacompanhar a moda. Tambem cila quiz estreai bem original, differen- estava deveras extravagante e que chamava aum pyjani_a attenção.te dos outros

l/tiLjy^-- A VONTADE CAI/Al *?/>?.£* ^iAt%.

Sentou-se 11a amurada da balaus- E esperou os acontecimentos. D'ahi a pouco ...que lhe tirou _*i. instantâneo.Faustina ficou radiante.trada da praia do Flamengo.

FQl L)MTR.ILMP HO

appareceu um repórter photographo.

liF v\VA - oOV-V

!-..._ p——-

r^'^y JLí i^^^l^-^V niCv> vk*JPi $&< \ ?

hfc~~^y~'^^\?o\ ^HT) \ _// V/"^__^^ '\ sa^^.^T ro^ i^'_____i___^

E chegou em casa abraçando c marido No dia seguinte comprou o jornal ....espanto a noticia illustrada do :etsalegremente. <• viu com grande.., infeliz suecesso 1

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^mmm, wm 4___—,foH CRl&E^i f PIPOCA . M1NH 'ALMA

| O QUE ? AGORA !/""""Xl MALVADA'. VE SI CON&EGUíLJ ^j/--^^PESTtL_MtlA

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Quanto me da' por, cerre[ caoh i mbo Que pertenceu

A r>iAt>©__ÃO 1 |£>TO me parece I \ DOUDitsiHEtRO .SE rl ^M*<-MÃO M'ENGANO ;r~

C\r*»CO_-Nrr_\ IR.Eje, GfrUER?'

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'ASSOU POR., Ç>ER. De.NAPOLEÃO

CVvv-íx

napoleão nãofumava!-tenhoSAUDADE DO MEUCACHIM.BO OO QUAl

\NÁO ME SE->APíO

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ICACHIMBOI

NAPOLEÃO

MAÇAADÃO

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OBJECTOS AMTIGOS0_T_Vb DE ARTE. 4.0

(-*. (A\ A____a«£" A __.__.! HCkaR____1'lm bo0 |iTíl?;lB ANNOS' T_____r A____k77r~"

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DEIXE DE TRlS.TE_AS.COMO DINHEJRJO PODE COMPRAR.

UM CAX.IMBÃO-

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QUAL N/NDA1. VOU*PESGATAr_ O-MEUCACHIMBO .MESMO

9UETENHÍS0Af_EM

'TROCA. UMAt>U_A DE

lAPOLEÕES

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6 — Janeiro — .Íi:j2 !1 — O 1 IV O - FJCO

fíÊk _> _*>_ .__ & ' ImWÈSk «&_:o L wI r_B3L_i J!Ka% .«lL*^ í/^^il j&rC ^^Êffmmmt-Sm^AT^ /%s\ vT*T_r ff B__Ja

HERANÇA DAS TRES' CASASUm velho que possuia tres casas,

ao morrer as deixou como herançaaos seus tres filhos.

Das tres casas, duas estavam cmbom estado, alugadas, rendendo ai-gum dinheiro. A terceira, porém, on-de o velho havia morrido, estava .bastante estragada pelo tempo, poisera de construcção bastante antiga.

Os dois filhos mais velhos, dispu-taram logo a posse das casas boas,deixando a que estava velha, ao ir-mão mais moço que disse:

— Tara mim, esta tem muitomais valor do que as outras, poisfoi nella que nosso bom pae viveupor longos annos e sob seu tectohospitaleiro morreu. Está cheia,portanto, de saudosas recordaçõesdelle.

Os dois irmãos riram daqueliaspalavras de piedade filial e trataramde "despejar" os inquilinos das suascasas, mudando-se para ellas.

Como fossem desleixados, poucose importando com o asseio e con-servação dos prédios que herda-ram, nào tardou que os mesmos

se detérioràsâem, estragando-sej qua-si, por completo.

A esse tempo, o irmão mais mo-

ço, com o fruto das economias doseu trabalho, conseguiu comprar ai-

gum mateiral de construcção e ini-ciou, elle próprio, a reconstrucçãoda sua casinha.

Tratou da pintura e concertos dafachada, o que deu logo ao prédiouma apparencia de novo.

No interior da casa procedeu tam-l>em aos trabalhos de limpeza e ou-tros arranjos, proporçionando-lheconforto c elegância aos commodos,

Um dos aposentos era demasiadoestreito em vista de uma parede di-visoria. O dono da casinha resol-veu deitar abaixo a tal parede, tor-nando-o, assim, mais amplo e are-

jacto.

Tendi iniciado o trabalho nas ho-ras que tinha de folga do seu servi-ço no campo, estava em meio dademolição quando sentiu que o fer-ro com cpte ia deslocando os tijo-los da parede bateu em uma parteda mesma cpte resoou como se fos-se ôca.

Insistiu no mesmo ponto c, aosseus olhos maravilhados, appareceuuma profunda cavidar.fi onde haviaun: grande cofre de ferro chato ecomprido, cheio de moedas antigasde ouro e prata, assim" como dejóias valiosas ornadas de fina pe-draria rebrilhante.

Era um verdadeiro thesouro quáestava ali occulto, naturalmente pe-los construetores OU primitivos mo-radores da casa.

Excusado será dizer que o moçoficou riquíssimo e, çomó era bomirmão, ainda deu aos seus dois ir-mãos mais velhos unia boa parte da-quellas grandes riquezas.

Patenteou, mais uma vèz, seu des-prendimento, a grandeza e a gene-rosidade do seu bello coração.

3.1. -MAIA

y _.§y ^__ffl____B___i_S_B

lf\ '^"""^v V_íA Lcniir,

filho do ... Moriah Silva */fQ$^~^lX'^./íí \\. ill

^^^^^^aaimBBmmímKÊta^mMmmmmmtmMmmtmmmMijmMmmMmmmm ¦¦'la.nwiii—1

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> I ICO- 1 IC O 22 (i — Janeiro — 1932

pu ... i i W————«ám^ ilMiMI 'MUI—III *¦¦— ¦¦¦ ¦ ii-l. , ¦!¦ ,11—¦—»—i ...Ii.>......„iii .—¦¦ i iiW

"i^lllpfl ^p ii n n f lati l ' 1 i/S ,!JWI B9T vy- ofiS !#,,.,: í ' já -' '

lriS__B_ff''a * ' *^3m\ mm\lh^ii^mÍXm^m\ ¦

i— . u!

pa de lia;mo, para o vestido dfgrande, a Valmciana ainda E se encarréira, em curvas li- „.. . ,.cima, para a «ngene em geraipresta excellénte serviço „ciraS) no «plastron" de uma Quatro mocinhas vestidas j,

E compõe a fofa manguinfaa blusa. "shantung", mostram, aqui, code uma camisola de "baby"; E é, sempre e por tudo, a renda mo este tecido é gracioso e pra-

E termina a fimbria de um ba- Vak-nciana, branca ou de côr, tico para graciosos e pratico-;bado; enfeite que resurgiu para a rou- vestidos de rua ou de "footing"

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6 — Janeiro 1932 — 23 — O T I í; O - T - C í)

:_n

na calçada que margina a bella

praia da Avenida Atlântica

Depois, a renda de Veneza

guarnceendc "lingerie" d. mesa

ou de cama. Klla ahi está numa

feliz combinação de largas bai-

nhas abertas.

Por fim:

A utilidade de uma mesa de

pranchas movediças.

De um modo ella sc presta ao

chá, ao jantar mesmo.

Do outro," suspensa a banda eu. _eini-circulo, cila é a penteadei-ra ou consolo que a outra gra.ira explica de modo a quenão seja mais necessário o gaito de palavras.

S_r^_»*í_>v •»•»¦• «_!«•¦ «ano- a '.

jaTl I > ¦?(*)_

_»•-/ r^ \ ¦j;*J|£«-—»•—»¦• e ?:';:;." •¦•_„¦¦«.» S$„S - 1' I 5^hii/m^&í \ B«V»t*"0**a***** **àmm •"¦•¦-•¦••0>*-* W-|,B> . 9 li iW?' 1_B

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O TICO-TICO 24 — 6 — Janeiro — 1932

.,»i

Asaventurasdo

Gato Felix| {Desenho de Pat Sullivan

— Exclusividade do "O

TICO-TICO" para o Brasil)

<^rJ •

— Lembre-se, Henrique, de que o" Mas 0 Henrique, emquanto a A mulher sentiu cheiromedico prohibiu você de fumar! — mulher foi á cozinha, accendeu de fumo e veiu espiar odizia D. Marocas ao marido. o seu cachimbo. que era,...

>.' BB^^x^xjviJAra^lr^^ lio ''In Im s£^&\)i2l rara^-^ ^^SsS...vendo Gato Felix, como um bom in- Mas não pôde fumar socega- ...andava a uivar na rua. Gato Felix, bu»glez. a tirar fumaradas do cachimbo. ! do porque um*cão vadio.^ fando de raiva, sahiu disposto a pregar«_-...—I—|—mj I usa I. |—IN j I ijir"3

...uma peça ao cão. Trepou sobre o cão cessou de uivar e foi se retiran- .... .porém, tem logo sua attenção voltadauma taboleta, immovel, produzindo d0) á procura de um osso para roer. para um ruido que os ratos faziam na ge-no cão que^uivava um susto horrível. Gato Felix,... ladeira. — Estão assaltando a...

; dãtS" ~* /^BBasrfA^^ ^ J^ÊSÊ^aêV ^ -

r*D *"-•j tm. «^MMfaiK.i.n.,. i» cw,^li,ll<(l,i.l,n, | [VaT ^OH*\7AM~» g> • •

...geladeira, seus piratas? — gritou'_ Vocês vão ver o que é um gato redu- medo, pediram a Gato Felix que lhesGato Felix para os insignificantes ra- zir os ratos a farelío! — ameaçou Gato perdoasse.tinhos que roubavam um vidro de leite. Frfix. E os ratinhos, tremendo de... (Continuo).

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(J — Janeiro — lí)32 .25 - (6 TICO-JICO

AVENTURASDP

RÉ C O-RÉCO.BOLÂO

E

AZEITONA

Colaboração de lu.z*§d eGalvãq de Queiix*>i, nefo,exclusivamerde papa_o_¥ico-"_rico

-*¦-*^-*^P'* > 'v-*-*^^*^ ^""V/--**1 - §9 ^yPi —». '

Séco-Réco aproveitou a professoraestar de pé, no quadro negro, para col-locar no assento da cadeira, de pontat>ara cima, um enorme alfinete.

Dona üeroncia. entretanto, parece quepercebeu a brincadeira, porque ficou napedra ainda muito tempo, dando a aulaem pé, calmamente...i

Réco-Réco estava affhcto por ver o re-sultado de sua idéa, imaginando a caraque faria dona Geroncta, espetada, comoborboleta de collecção, na ponta do ai-finete.

Então a professora voltou-se para ellec lhe disse: — Seu Réco-Réco, emquantoeu vou lá dentro, o senhor fica tomandoconta da aula... Vamos. Sente-se na mi-nha cadeira. De lá se vê melhor á turma...

Era o castigo... Não havia como esca-par. Nosso amigo, para náo se trahir, (in-giu que nada havia e sentou-se, com mui-to cuidado, na cadeira maldita.

—-sg^n * '" " U "í —'— >

CsH^[S_i -*_¦_ H-___y-_ -;^.i <¦ "<^"'iili . -1 *" *.

A picada do alfinete não poude serevitada e toda a classe roí assustada

com um formidável pulo do nosso heróe e uin grito da proíes-iora. em cima da

qual Keco Keco saccudira o tinteiropaia depois disparar pela poria, a fora...coçando-se no logar onde se apanhampalmadas e maldizendo a idéa sem era-(,a que tivera aquelle dia.

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O TIC0-T1CO — 26 — (í — Janeiro — 1932

Co.laoorsiçâ-o dos r. ossos leitores

A ENCANTADORAMENTIRA

\ icente e Joãozinho eram doismeninos muito levados. Moravamcom seus pais em uma cidadezinhade S. Paulo.

Em uma tarde chuvosa, Vicentee João, ficando aborrecidos por nãopoderem brincar no quintal, resol-yeram ficar em casa distrai ndc-se.

Vicente pegou em uma bicicletae João em seu cavalo e assim co-meçaram a brincar. Pouco depois,Vicente, cansado do brinquedo, pe-diu o cavalo do irmão; como estenão quisesse emprestar o outro mor-deu-lhe a orelha, deixando-a ensan-guentada.

Joãozinho deu gritos de dor, aoque a mãe, ouvindo, correu e lheperguntou:

Por que deste gritos?Disse ele:

"Por nada, mamãe!"E muito atrapalhado escondia a

orelha com a mão. O pai, que tam-bem, ali, se achava, vendo-o com amão tinta de sangue, indagou-lhe:

¦— De onde te veio este sangue?De nada!Dc nada? Isto agora é difícil

de crer! e virandc-se para o outroperguntou-lhe:

Sabes o que foi isso na orelhaÜe João?

E João se intrometendo, explica ocaso:

Papaizinho, eu mesmo é quamordi a minha orelha.

O pai por um instante nada disse,mas, depois um pouco serio e pou-co rindo atalhou:

•— A façanha é de truz... maisdo que comer um doce do que tantogostas. Que farias tu se essa bc-quinha fosse maior que tua alma?

Rita Pereira Dias

"O REI CRUEL"

Existia antigamente um rei cha*mado Carlos.

Esse rei era muito perverso eignorante. Qualquer pessoa queousasse falar dele, era imediatamen-te morta por seus vasalos. Ele mata.dou certo dia matar uns bois só-mente por malvadeza, porque osanimais não arrastaram uma enormepedra. Apesar de ser tão cruel, ti-nha muita pena dos pobres e dis-tribuia muitas esmolas.

Certo dia, chegou ao país um ra-paz que era muito inteligente e edu-cado. O rei, sabendo disso, man-dou chamá-lo, porque o rapaz diziaque já tinha andado por muitos pai-ses e sabia noticias de tudo. Entãoo rei lhe disse:

Se você, dentro de três dias,não der noticias do meu filho ''Cha-

péu de Ouro", será morto e esquar-tejado na praça publica.

O rapaz disse sim, e saiu.Passados três dias, o rei mandou

convidar todo o povo para assistirá resposta do rapaz.

Este chegou e foi logo dizendoao rei que era impossível sal>er, oque desejava. O rei ficou furioso emandou chamar dois carrascos paramatarem o rapaz diante da grandemultidão.

Quando já iam matar o rapaz, cs-te tirou o chapéu e apareceu umlindo capacete de ouro. O rei, re-conhecendo o filho, gritou:

Soltai-o! Soltai-o! Este é omeu filho Josué, ha 5 anos perdi-dq!

Os carrascos beijaram-no e trou-xeram-no para junto do rei.

Este, desse dia cm diante, tor-nou-se amigo de todos. E o povoem regosijo á chegada do principepromoveu festejos durante muitos«lias.

O rei ainda governou muitosanos, com muita alegria parapovo; quando morreu, o principe,que já estava casado com uma lindaprinceza, foi o seu sucessor, toman-do-se rei, e governou muitíssimosanos para a felicidade de seu país

e de seu povo.

llilton Gitrejcl dc Ct.siro

A NOITE

10 horas... A noite ê chegada.A lua em pleno céu esparge sobre aterra a sua luz fecundante. Tudo ésilencio e solidão. O menor ruido.o menor rumor impressionam deuma maneira tal o viandante, queeste se sente mergulhado no maisnefasto dos pensamentos.;

Ocorre-lhe á mente a existen-cia de um cate supremo que é Deuse ao qual se agarra nas horas deterror. De súbito um novo ruidose faz ouvir.

Nesse ínterim recolhe-se uovamen-te o viandante ao seu primeiro pen-samento. Porém a sua alma inva-dida de uma tal crença ao Senhor,julga-se isenta de todos os perigosque se lhe deparam naquele mo-mento para ele tão cruel. Nessa in-quietação e desespero o viajor ouveao longe o chilrear de passarinhosanunciando o romper da aurora.. jj

Oh! quc momento suave para cie,havia expulso da sua mente ospensamentos hediondos que d'anteso inquietavam. Agora os murmu-rios que o faziam tremer, tornam-se-lhe assás curiosos. Então ergueserenamente os olhos para o céu eagradece ao Poderoso o não lhe teracontecido qualquer desgraça.

Segue tranqüilo o seu roteiro e co-ra-se ao lembrar das coisas tão in-significantes, que o intimidaramdurante a noite.

A impressão faz o medo.

Sebastião Carneiro Lopes

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t> — Janeiro — 1932 — 27 O TICO-TICO

' ¦ -i u.i T i • V

S 0 GATOCOMEDIA

(Para os ratos) — em dois atos

hj^5 ^^^[^^^^^^^^^^'N1

digno

conti-

Personagens: ratos, ratões de to-das as idades

A cena passa-se por detrás de umbaú antiquado e cheirando a quei-jo. Ao subir o pano, encontra-seem cena D. Ratão que está falandoaos demais ratos.

CENA ID. Ratão — ... E como os se«

nhores sabem, precisamos de ummeio de exterminar o nosso mimi-go, o gato, e para isso conto com oapoio de todos vocês (aplausos)para essa campanha que. .. que..,;

Um rato — Continue com isso!...Outro rato — Cale a boca "seu"

Ratinho, deixe o digno presidentefalar!

Um outro rato — Isso; oe ilustríssimo presidente!

D. Ratão — Deixem-menuar...

Um ralo — Pois continue. . .<D. Ratão — Como ia dizendo:

para se arranjar um meio de exter-minar o gato, é preciso que cadaum dos senhores dê uma idéa, õuum meio afim de que com essa idéaou esse meio, possamos matar ogato.s Um rato — Isso é que é falar!Que "bichão" na palavra!

, Outro rafo — Lembro o venenona comida.'

Um outro rato — E eu o de quei-mar o gato!.. .>

Um velho rato a outro — Vamosver em que dão essas idéas.

D. Ratão — As suas idéas, meusamigos, são tão antigas como estebaú. Vejamos outras...

Um rato — Eu lembro-lhec oamarrar um nó no rabo do ga?

Outro rato — Mas que idéa"chata".Um rato — "Chata" é você, "seu"

diabo! E se quizer apanhar, vamoslá fóraí

D. Ratão — Calma, senhores! Aidéa do meu amigo é impraticável.Vejamos outras!

Um rato — Se pregássemos umsusto no gato com a' mascara dototó?

D. Ratão — Esta é passavel. Si-não achamos outra melhor, pore-mos em execução esta.

Um rato — (o que dera a idéa,com "pose") Já vêem que tenho ca-beca.

Outro rato (com inveja) — Eque adianta cabeça orelhuda?

D. Ratão — Então, não dão ou-tra idéa? Não têm cabeça?

Um rato — Senhor presidente...D. Ratão — Que ha?Um rato (o que falara) ^— Eu

tenho uma boa idéa, mas só querofalar na mesa presidencial.

D. Ratão — Está bem. Pôde vir"seu" Ratoneiro.

Ratoneiro — Como os senhoressabem, o gato devorou em tempos,grande parte do nosso povo e ago-ra voltou mais vorás, tenho idéa deque indo um de nós, quando o gatoestiver dormindo, amarrar-lhe nopescoço uma forte corda e depoisde passá-la por esta trave que estáacima de nós (mostra a trave) on-de todos nós nos penduremos naextremidade da corda e o nossopeso levantará o gato, enforcar-do-o. Picaremos livres do gato, pa-ra sempre.

Um rato — Bravos! E' genial!Outro rato — Estupendo! Fooo-

oormüdavel!!!Um outro rato — Colossal!Um ralo — Um viva ao Rato-

neiro.Todos ratos — Vivôôôòoôôôôôl

Uma vos dominando o tumulto>— Mas quem irá amarrar a tal cor-da no pescoço do gato?

Um rato — Tenho familia!Um outro rato — Não pretendo

morrer tão cedo!Todos ratos — Nem eu! Eu não!

Eu não! E eu! E eu!Reina grande tumulto até que

aparece uma cabeça de gato.Todos os gatos — Safa. E' o ga-

to o vai nos "papar" a todos. Fu-jamos!

Um velho ralo (filosofando du-rante a fuga) — Sim! Sim! Falaré bom mas fazer é que são elas!—i Fim do i° ato

MATEMOS O GATO

2° ATO

A cena representa-se num escuroburaco da despensa. Os ratos ain-da mal refeitos do susto comentamo caso.

CENA II

Um rato ¦¦— Que "carreirão" nósdemos, hein? Safa! Não me mete-rei em outra "esparrela"!

Outro rato -— Na verdade, se de-morássemos mais um pouquinho.,ele nos "papava".

Outro rato — Ora! Vocês sãouns poltrões! E se aquilo não fosse

£ um gato e sim uma mascara?Um gato — Já vem o Ratinho

contando "potocas" e a querer cn-xergar mais do que nós!

Ratinho — Qual nada! Vocês fu-giram á tôa!

Um rato — Pois sim! E por quenão ficou lá, para ver o gato, porque veiu comnosço?

Ratinho — Você não sabe, aueindo todosficar atrás!

embora, eu não podia.

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O TICO-TICO - 28 — fi — Janeiro — 1932

Um rato — E por isso é que fos*te o primeiro a correr! Foi paradar o exemplo, não foi ?

Fados ratos — Muito bem!Ratinho — Acabemos com isto!

Então, senhores? Por que não vãover o que os amedrontou tanto?Ah! Têm medo! Que bons cida-does tem a pátria!

Um rato — E tu que estás a"bancar" o trágico, por que nãovais na frente? E-para dar o exem-pio aos que vão atrás?

Ratinho — Sou novo, não queromorrer e além disso é preciso go-sar a vida!

Um rato — Não é gosando a vi-da que ficarás para semente.

Ratinho — Mesmo eu "passo"

para ser arvore.Um rato — Arvore barriguda!

Nem na China.Outro rato — Olha a orelhinha

dele!Todos ratos — Quá! Quá! Quá!

Quá!Um rato — E o focinho? Uma

arvore desse geito seria levada em-palhada p'ro Museu.

Um rato — Corre Ratinho! Vaisser empalhado!

Ratinho — Retiro-me dessa re-união (sái) .

Um rato — Que alivio!D. Ratão — Vamos ver se ha ai-

guem nesta assembléa que queirafalar, sem dar conselhos!

Todos ratos — !?!?...Um rato (do fundo) — Eu!D. Ratão — Pôde vir, senhor.Um rato entusiasta — Ah! E' o

Orelhudo! Viva!Todos ralos — Viva!Orelhudo — Foi por ver as "po-

tocas" do Ratinho, que me animeia vir até aqui, falar a todos sobreo meu plano. Irei ver o que houveentre nós e a casa de gato. Sinãovoltar é porque "bati a bota"...i

nos dentes do gato! Até logo!(sái).

Um rato — Que '"bichão" de co-

ragem! Tenha eu essa coragem enão terei mais medo do gato.

Outro rato — E foi sozinho,hein!

Um outro rato — Vamos fundara dinastia dos Orelhudos?

Todos ratos — E' a melhor re-compensa, se ele voltar!

Orelhudo — Que beleza! Volteisão e salvo ! (entra).

Os ratos todos — Oh!Orelhudo —i Sabem duma coisa?

O "mimi" morreu a três dias e porisso a causa do nosso susto, foi umamascara de carnaval e o miado foisolto pelo Juquinha! O Ratinho ti-nha razão quando disse que nósprecisávamos de óculos! (ouve-sevários guinchos e pancadas). Masque é isto? Corramos a ver! (cor-rem para junto de dois ratos quebrigam). Que é isto, senhores? (se-param-nos).

Um dos ratos brigões — E' estesenhor que quer me ensinar de mo-do diferente a musica que compuzpara o senhor! E' Tra-li-lá e elediz que é Tró-li-lá.

O outro rato — Qual nada! E'Tró-li-lá e não, Tra-li-lá!

Orelhudo — Nem um, nem ou-tro! Cantemos assim" Tri-li-li.

Todos ratos — Vamos: Tri-li-liiiiiii, Tri-li-liiiiüi. (saem).

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A' venda em todas as pharmacias.Depositários: João Baptista da Fonseca,Rua Acre, 38 — Vidro 2?500, pelo cor-reio 3$000 — Rio de Janeiro.

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S PROFESSORAS PARA AS FESTAS ESCOLARES.

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Na organização dos programma. para as festas escolares lutam as senhoras professorascom a falta de monólogos, cançonetas, duetos, coros, poesias e diálogos próprios para ascreanças. E' que não é grande o números de livros escriptos sobre o assumpto. lia, no em-tanto, um repertório de tudo o que é necessário para organização dos programmas de festasescolares. E' o Theatro d'0 Tico-Tico, de Eustorgio Wanderley, o apreciado escriptor epoeta que todo o Brasil conhece.

No Theatro d'0 Tico-Tico, que a Livraria Pimenta de Mello & C, Rua Sache., 34 —Rio, vende pelo preço de 6$000. (Pelo Correio, registrado, .6$000), ha a mais completa col-lecção de CANÇONETAS, DUETOS, COROS, COMÉDIAS, FARÇAS, SAINETES SCE-NAS CÔMICAS, DIÁLOGOS, POESIAS, MONÓLOGOS, etc. A's senhoras professorasrecommendamos tão utij e interessante collectanea de theatro infantil.

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6 — Janeiro — 1932 — 29 O TICO-TICO

RESULTADO DO CONCURSO N. 3.605

~*r~»~-

A solução exacta ao concurso

Solucionistas: Querino Guimarães, DelioHoffbane, Hélio Acquarone, Darly Du-tra, João Mauricio Cardoso, ReynaldoMello Moraes, José de Araújo Pinheiro,Ephigenio Penna, Abel Pereira, José Nel-son Méa, Oswaldo de Mendonça, ManoelMedeiros de Araújo, Henrique

*Simas, Ju-ha Reis, Gladstone Thomé d; Souza Epi-tacio Alexandre, Ayrton Sá dos Santos,Álvaro Alves de Farias, Oswaldo Cândidode Souza, Hugo Barros Mangueira, JoãoPagano, Maria do Carmo, Léa RobertoBorges Vieira, Carlos Labarte, HaydéeCoelho, Léa Soares Teixeira, Amilcar dos

Santos, Maria Gia dos Santos, MathildeHee, Dulce Pinto de Castro, Maria Lui-za- de Sá, Nazareth Duarte, Jorge Lian,Ney Motta,' Djalma Assumpção José Mar-china, Getulio de Oliveira, Maria JoséMartini, Alberto Waltz Filho, AlvariirCesta, Maria da Costa, Ivan Costalhani,Vicente Mammarra, Jomito Henriques dcLima, Renato Freitas G. Bastos HclaSantos, Maria H. Barbosa, Yedda TinocoAzevedo, Nilza Fialho, Yolanda MarquesRaymundo Carneiro Nobrega, TalilhaSampaio da Fonseca, Carlos Humberto Tei-xeira, Maria Anila Pires, Levino de Sou-za. Luiz M. de Azevedo, Nilda Braga,Olmda Ladorcia, José Jesus Ramos, Coro-ne' Dulcidio, Raymundo Costa, AdewaldoCardoso Botto de Barros, Adelmo Mauri-cio Botto de Barros, João Carlos G. Fi-lho, Oswaldo Luiz de Almeida, Ruth Cam-

meu.filhTnho:a-MOMILU-NAtVITA 03 ACCIDENTÉS P/T<bDENTIÇAO «FACILITAa SAHIDA DOS DENTES>SSs^smmmm^áSiSmmsm

pclino, Alberto Leite de Souza, Nancy Ri-beiro, Maria Campello, Granja Carola,Lygia de Almeida, Eduardo Lully Boltas,José Pessoa Marra, Léa Pires Pinto, Ge-orgino Corrêa, José M. de Carvalho, Lau-ra Lopes dos Santos, Célia Pinto Marti-nez, Oswaldo Lemos dos Santos, Sebas-tião Botto de Barros, Nelson de Godoy,Thaisa Costa, Jorge Rugard Bercht, Chi-quinho Leite, Antônio Marcellino Regen-cia, Carlos Neves Filho, Jorge A. LimaFigueiredo, Carmo Gezzo, João Fernan-des, Natalina Ramos, Evaldo Medeiros,Milton Barros de Campos, Léa Rocha,Glauco Araújo Rocha, Elnes Nunes Ribéi-ro, Rubem Aguiar Bittencourt, Leda Ma-chado, Mary Alvarenga, Dylson Drum-mond, Nilza Carneiro Leal Teixeira, Da-nuzio Pontes de Miranda Ayres, Jenny

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A'~ venda em todas as pharmacias.

Ccny, Ricardo Tamcirão, Leny SarmentoLopes, Luiz O. Figueira, Argemiro JoséMachado, Raul Rodrigues, Gcrber SerpaAlvim, Luiz Antônio Carvalho, FranciscoXavier, Thétsimir Pessoa, Helintcn MottaHayxlt, Hernani Amorim. Jacy Neiva, II-delindo M. Carvalho, Olindo da Costa,Samuel S. Silva, Oclamira dos Santos,Br?.nca Aguiar Lima, Almerico Peres,Manoel Bittencourt, Rubem Dias Leal,Oswaldo Câmara Aquino, Hans Bbedan,Venizellos Dialitaqui, Marina Vaz Lima,Nilza Nunes, Lourdes Rodrigues. José Luizd; Oliveira, Rubens Leal, Morilio AraújoFiiho, Felix de Souza. Ary Martins Ama-ral, Jair Wanich dc Souza, José da CruzVidal, Costa Trindade, Orlando Dias,Francisco Alves, Flavio M. Costa Rodri-pmes. Milton Ayres, Mario Ignacio, Wil-«ia Cavalcanti Mártini, Annita Adaroo de

Mello, Vinicio d'Ângelo Castanheiro, Ar-lete de Almeida, Paulo Wolney Belaché eEugienio M. R. Frazão.

Foi premiado, com um lindo livro de his-torias infantis, o concurrente

RAYMUNDO CARNEIRO NOBRE

de 7 annos de idade e residente na Calça-da do Bomfim n. 131, Bahia.

RESULTADO DO CONCURSO N. 3.608

Respostas certas:1" — Volga — Olga.2" — Braga.3" — Pão — Cão.4a — Amalia.5a — Amargosa.

Solucionistas: Odette Clara da Silva,Armandinho Villela, Nestor da Silva Sar.-tos, Carlos da Silva Santos, Irene de Car-valho/ Amanda Vieira, Carlinhos Veiga,Armando Nogueira, Aldamacia Vieira, Ma-rilia Martins, Antônio Marques da Cunha,Zelia Maulaz, Antônio Cândido Tavares,Ildelindo M. de Carvalho, Maria Thereza,Cléa Helena Maria, Antônio Pedro Alves,Mary Alvarenga, Maria de' Lourdes Ma-galhães, Leonor Manoela Rocha, RubemDias Leal,- Wanda Cavalcanti Martini,Yedda Bahia, Maria L. Cavalcanti, Os-waldo Cândido de Souza, Rosicler Chave.:,Ruth Galembeck, Adewaldo Cardoso li-Barros, Célia Pinto Martincz, RobertoKulrmann, José Mello Machado, Raymun-do Costa a Souza, Fernando Octavio Gon-çalves, Kepler Santos, Adhelmo M. Botto

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yM°WzESTE VELHOTE TEVE UMDIA, TERRIVEI DOR DE DEN-TE E LEMBROU-SE LOGO...

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O TICO-TICO 30 C — Janeiro — 1932

dc Barros, Dina Maria das Neves, AlayrSá dos Santos, Euclydes Santa Cruz, Jo-sè Mauricio Cardoso Botto de Barros,João Pagano, Yvone dc Souza Ribeiro,Maria Thereza Cavalcanti, Natalina Ra-mos. Nilza Fialho, Carlos Humberto Tei-xeira, Talilha Sampaio da Fonseca, Levi-*no de Souza, Marcy de Assis Brasil, Fran-cisco Xavier, Jorge L,Ian, Aida Pinheiro,José da Cruz Vidal, Braccini Braccinin,Irene Costa, Musa tTAngelo Castanheiro,Vinicio d'Ângelo Castanheiro, José PessoaMarra e João Mauricio Cardoso.

Foi premiado, com um lindo livro deliistorias infantis o Concurrente

JOSÉ' DA CRUZ VIDAI.de 10 annos de idade residente á rua deCachamby n. 21, Meyer, nesta capitaL

CONCURSO N. 3-620c*ARA OS LEITORES DESTA '-APITAI. E DO?

—STADOS PRÓXIMOS

Pergunta*:1- — Qual é o astro quo com uma letra

trocada e tempero?(1 syllaba) Amélia Cruz2' — Qual ê o sobrenome que 6 tempo

de verbo?(3 syllabas) José Faria$¦ — Qual o accidente geogiaphico que £

tempo de verbo?,(2 syllabas) Juvenal Rios

4» — Qual o tempo de verbo que tam-bem é preposição?

(2 syllabas) Amclinha Vieira5» — Qual o riacho que é sobrenome?(C syllabas) Armando Ribeiro

CONCURSO N. 3-619

S*ARA OS LEITORES DESTA CAPITAL E DOS EgTADOS

As soluções devem ser enviadas a redac-ção i'0 TICO-TICO, devidamente assigna-«as, separadas das de outros quaesquerconcursos e ainda acompanhadas do valeque vae publicado a seguir e tem o n.3.G20.

Para este concurso, que será encerradono dia 30 do corrente, daremos como pre-rio, por sorte, entre as soluções certas, umlivro de historias infantis.

WmmmW,CONCtíRiO

3.620

POR QUEDEVEMOS PREFERIR O LUI-TE SOBRE TODAS AS BE-

B1DAS E TODOS OSALIMENTOS ?

. . .porque o leite é puro e. con-tem todos os elementos necessáriosú saude;

. . . porque o leite é a íonte davida c juventude, em todas as ida-des;

... porque o leite é a conti-apo-sição integral ao álcool — aquelleé a vida, este é a morte c a des-graça.

1^0> l|| \ AmmW '¦_& \m\r\

Recortem os pedaços do clichê junto oformem com elles a caricatura do Dr. Ca-bicudo.

As soluções devem ser enviadas á redac-ção d'0 TICO-TICO, separadas das de ou-tros quaesquer concursos e acompanhadas,não só do vale que vae publicado a seguire tem o n. 3.619, como tambem da assig-natura, declaração de idade e residência doconcurrente.

Para este concurso, que será encerradono dia 2 de Fevereiro, daremos como pre-mio, por sorte, entre as soluções certas, umrico livro de historias infantis.

_>A.I*tA, OCONCKRSO

*& 3.619

BSCOTIS MOASSOCIAÇÃO DE ESCOTEI-

ROS "QUINTINO BO-CAYUVA"

2" GRUPO

Realizou-se no domingo, 20 deDezembro p. passado, sob a direc-ção do esforçado chefe Sobral, comgrande surpresa e contentamentopara a "petizada", a desejada festada inauguração de sua sede á traves-sa Anna Quintao, 36, Campo da Bo-tija.

Esteve muito concorrida e porparte das familias locaes, houvegrande interesse para sua realiza-ção

Eizeram-sc representar as seguiu-tes tropas: Gnaycurús, evangélico.'Divino Salvador, catholico; as Re*demptoras, do C. M. E.; — Io gru*po ,3o grupo, 5o grupo Quintino, cs*tes filiados á Associação e 40 gruporepresentado pelo monitor OrlandoGarcia Rosa, por não poder compa*recer o chefe com sua tropa.

Houve varias demonstrações, quemereceram applattsos da assistência,terminando a festa com números detheatrinho escoteiro, que empolga*ram a todos os presentes. Foram ba*tidas duas chapas no momento d°"corbeto",

que correu bastante an1'mado e na melhor ordem possivel.

Uniformes e Equipamentos para Escoteiros — "Paraíso das Creanças"Rua 7 de Setembro 134, — RIO.

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C — Janeiro — lí)o2 31 O TIC0-T1CO

A AMBIÇÃOVivia em uma aldeia um casal mui-

to pobre. O dono da casa era pesca-dor.

A £ua senhora sempre dizia, comoseria bom se nós pudéssemos morar£m uma casinha coberta de telha, cer-cada com um jardimzinho, etc.; pois ei-les moravam em uma casa coberta depalha, não tinha ladrilho e sim barro,que quando chovia molhava toda acasa pois tinha muitas gotteiras. Umdia o marido íoi pescar e quando bo-tou"a rede no mar um peixe grande bo-tou a cabeça de fora e disse: — Quedesejas? — elle então disse tudo quan-to sua senhora desejava. O pei-xe disse: volta e já encontrarás ell'a

va casa em que deseja.Quando o marido chegou já a en-

coiitrou com tudo quanto desejava;ella passou o dia muito satisfeita, masno outro diã disse ao marido: vae aomar diz a elle que eu quero agora éuma casa forrada, com ladrilho de mo-saico, e com outros luxos; o maridofoi e o peixe disse: volta e já a encon-irarás com todo o luxo quanto deseja;G marido voltou e já a encontrou emuma casa luxuosa e com muitos cria-dos, etc. No outro dia ella disse: vaedizer ao peixe que eu agora quero sera senhora do rei que governa o paiz.O peixe disse volta e a encontrarás comtudo quanto deseja. Depois já de serrainha disse: agora marido não queroser mais e sim o sol que illumina omundo. O marido foi e disse ao peixeo que ella desejava ser agora; entãodisse elle: — volta, e a encontrarás iiaprimeira casinha de palha, e quandovoltou já achou-a lá.

Moralidade: "Quem quer demaistii.x sem nada-'. . ,

Claudia de Figueiredo (11 annos>

O ALCCOLTREMENDO f LA6ELLO

A CRIANÇA NA ESCOLAQ ^~\

A EPILEPSIA (MAL DE GOTTA) QUE SURGE NUM ESCOLAR NA IDADE DE 7 ANNOS...

"A EPILEPSIA" E' UMA DAS MAIS GRAVES CONSE-OUENCIAS DA HERANÇA ALCOÓLICA DOS PAES"

"TRABALHO ESCOEARObservações sobre 500 alumnos de unia escola de Vienrtti

(Bayer). A nota BOA que entre as creanças que nada bebiam or-cava em 41.80%, ia baixando até zero quanto maior era entre ellaso uso do álcool".

O álcool passa em 45 minutos pelo leite, (Nicloux), por isto éimprescindível que a mulher que amauimenta não tome bebida al\ju-ma. nem mesmo cerveja.

(Collecção Moncono Filho)

W^"WVX ^-vwtys*

ARTE DE BORDARE' o titulo de uma magnífica revista que

será um verdadeiro presente para as senhoras

e apparecerá nos dias 15 de cada mez, ao preçode 2$000 em todo o Brasil.

Arte de bordar será um novo encantamen-to para todas as senhoras que se utilizam daagulha, da linha, do pincel, do fuso, por isso

que apresentará em todos os seus números osmais suggestivos riscos para bordados e arteapplícada.

Arte de bordar dará em todos os seus nu-meros um mundo de creações maravilhosas que

os dedos de fada da mulher brasileira torna-

rão em primores para a toilette e para o iníe-

rior do lar. Uma applicação única, talvez, no

gênero, que vae ser a inspiradora da arte fe-

minina em todos os lares do Brasil.

Arte de bordar, verdadeira publicação ar-

tistica que será indispensável em qualquer lo-

gar onde a arte feminina quizer se impor na

elegância maravilhosa de qualquel confecção.

Arte de bordar, em resumo, será o jornalda mulher, o jornal do lar.

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AS AVENTURAS DO ÇHIQUINHO \V\usã-0 úe op-ica

Çhiquinho c Eenjamim fo- Lançaram as linhas, agita-ram pescar. Aproveitando os j ram-se as águas e um mons-

restes de urna ponte velha, su- ! tro marinho emeraiu o derso.biram cara suas estacas. I movendo..

!.__ s____.i

.. .suas antenas vermelhas. Os meninosassustados gritaram por soecorro e fu-feiram,.,

. . . atiranclo-se nagua.um pescador e descobriu que omonstro nada mais era aueuma cana...

. .velha de "pneu" e um siri.Fôra tudo illusão de óptica mascs meninos deram a Descarta uoracabada.