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Mensagem a toda a
COMUNIDADE HOSPITALEIRA Natal 2015
A todos os que formais a Comunidade Hospitaleira, a minha saudação de
Alegria, Paz e Hospitalidade!
Uma vez mais, o Natal é a ocasião para nos aproximarmos de todos/as vós e
partilhar, desde a hospitalidade que nos une, algumas reflexões sobre a
“presença da misericórdia feita carne”1, Jesus, luz das nações que dissipa as
trevas de todos os tempos, trevas que na atualidade se fazem sentir com
particular intensidade.
Acompanham esta mensagem algumas imagens de refugiados, de diferentes
latitudes do nosso planeta, que, por causa da violência e da guerra, da
perseguição e das condições desumanas de vida, têm de abandonar o seu
país, arriscando-se a perder tudo, até a própria vida.
Também Jesus, o Deus feito homem, nasceu no portal de Belém, porque “não
tinham sitio para ele na hospedaria” (cf. Lc 2,7). O drama repete-se
continuamente na história humana, e a celebração do Natal, que desperta em
nós desejos e sentimentos de paz, alegria e prosperidade, no-lo recorda de
forma especial.
Por um lado, somos convidados a contemplar o “Menino Jesus no presépio”2,
como nos diz repetidamente S. Bento Menni, deixando que a sua pequenez e
humildade “falem ao nosso coração”. Recorda-nos o Papa Francisco que, na
manjedoura, Deus leva a sua humildade até ao extremo, assumindo a nossa
fragilidade, os nossos sofrimentos, as nossas angústias, os nossos desejos,
anelos e limitações; Ele fixa-nos com olhos cheios de afeto e manifesta-se
enamorado da nossa pequenez3.
Que no Menino de Belém, centro do Natal, sejamos capazes de descobrir esse
Deus que vem ao nosso encontro e nos revela o seu rostro de misericórdia, pois
em Jesus tudo fala de misericórdia e nada nele carece de compaixão4.
Por outro lado, devemos renovar o nosso compromisso na vivência da hospitalidade, esse dom que partilhamos e que pede de nós, o acolhimento
incondicional e o serviço disponível, essa atitude que nos leva a “criar espaço
para o outro”, a “oferecer-lhe um lugar no coração”, a “sair de nós mesmos e das
nossas preocupações”, a “não passar indiferentes” ante tantas necessidades
humanas, oferecendo o “grãozinho de areia” que cada um pode oferecer, para
transformar o mundo inóspito em que vivemos num mundo mais hospitaleiro,
uma casa comum, a casa dos filhos de Deus.
Parafraseando o Papa Francisco que, neste ano do Jubileu extraordinário, nos
pede para sermos “oásis de misericórdia”5, lugares onde se faça presente a
misericórdia do Pai, gostaria de convidar a todos os que formamos a Comunidade Hospitaleira
a ser “oásis de hospitalidade”, para todas as pessoas: as que sofrem ou estão doentes, se
sentem marginalizadas ou excluídas, vivem na pobreza e no desespero; as que vivem
momentos de dificuldade ou de crise, a nível relacional, de trabalho ou de estagnação
económica ou social; as que são vítimas da injustiça, da violência, da perseguição ou da
exploração; as que sofrem as consequências das mudanças climáticas e das catástrofes
naturais, e tantas outras situações que todos, nos diferentes contextos aonde estamos
presentes, conhecemos mais de perto.
Também somos chamados/as a ser “oásis de hospitalidade” para aquelas pessoas que estão
perto e com quem partilhamos os nossos dias: os doentes a quem servimos e que pedem uma
disponibilidade paciente, criativa e contínua; os/as colegas de trabalho e de missão com quem
devemos viver relações de ajuda e colaboração mútua; os nossos familiares que esperam
companhia, escuta e proximidade; os nossos amigos e outras pessoas que pedem tempo para
o encontro e a partilha da vida; as irmãs da comunidade com quem crescemos na experiencia
da misericórdia de Deus, na vivência do amor fraterno e no compromisso apostólico.
Que todos os que formamos a Comunidade Hospitaleira sejamos “oásis de hospitalidade” para
os outros, e que este seja o melhor e mais belo presente que ofereçamos neste Natal.
Com este desejo, termino esta mensagem enviando para todos e cada um/a, incluindo as
vossas famílias, os melhores desejos de PAZ, ALEGRIA e ESPERANÇA.
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO 2016!
Em meu nome e das Irmãs do Governo geral, recebei a nossa saudação natalícia que se faz
bênção e compromisso em RECRIAR A HOSPITALIDADE.
Anabela Carneiro
Superiora geral
Roma, 20 de dezembro de 2015
1 PAPA FRANCISCO, Bula de convocação do Jubileu extraordinário da misericórdia Misericordiae Vultus, Roma, 11 de
abril 2015, 24. 2 MENNI, B., Cartas do Servo de Deus, Roma 1975, C. 13 3 Cf. PAPA FRANCISCO, Homilia da Solenidade do nascimento do Senhor, 2014.
4 PAPA FRANCISCO, Misericordiae Vultus, 8.
5 PAPA FRANCISCO, Misericordiae Vultus, 12.