Meninas Escandalosas

Karina Danaris

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Índice

A menina sem sal ....................................................................... 7

A "wannabe" modelo ............................................................. 22

A menina que era fã de carteirinha ....................................... 47

A caçadora de festas ................................................................ 57

A menina fake .......................................................................... 72

Meninas Escandalosas, por Karina Danaris

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Este livro foi inspirado em histórias reais de meninas erm... autênticas (?) e

também nas “desventuras” de minhas poucas amigas da E.T.E. Adolpho Bloch, situações hilárias que passamos juntas e que fizeram

meu ensino médio ser inesquecível. Agradeço aos meus amigos gringos Colin e

Corinne por todo o apoio que sempre me deram, a Louise e Taynor – uma

dupla e tanto, ao meu querido Leo, a linda da Gislaine Mingorance pela foto de capa e a

todos os meus amigos vikings, fadas, gamers, nerds e afins.

Eu amo muito vocês!

Meninas Escandalosas, por Karina Danaris

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A Menina “Sem sal”

_Amiga... - disse Luciana cutucando o braço de Vanessa.

_Que foi, Luh?

A resposta de Luh foi apenas sorrir enquanto apontava

para um jovem rapaz. Aparentava ter uns 17 anos, usava

uns óculos esquisitos que só e uma bandana com

caveirinhas, uma mochila velha, tinha um sorriso largo e

um charme rebelde dos anos 80. Parecia a versão bonita e

jovem do Raul Seixas, mas como Vanessa poderia criticar

o gosto exótico de Luciana pelos rapazes?

_Ah... – disse Vanessa, tentando inutilmente parecer

entusiasmada – você gostou dele?

_Sei lá, achei ele gatinho. – disse Luciana dando uma

risadinha muito da boba.

_Haha aham, tá, sei... Esse teu “Sei lá” já tá dizendo que aí

tem coisa. Mas então, o que você pretende fazer?

Luciana fez uma cara extremamente confusa e engraçada,

que ela só fazia quando estava suficientemente intrigada

em relação a algo para fazer a seguinte pergunta.

_Como assim?

_Como “como assim”? Falar com ele, sei lá. Ou pelo

menos saber se ele tem namorada.

Vanessa era mais comunicativa que Luciana, então às

vezes não entendia essa certa timidez de sua amiga, já que

a mesma falaria dos assuntos mais absurdos, se fosse

apenas entre amigos íntimos, por favor.

_Olha... – Luciana olhou “inocentemente” para Vanessa –

Não tem como você descobrir isso pra mim?

_Olha... – Vanessa colocou uma mão no ombro de

Luciana, olhou bem fundo nos olhos dela e disse – Não

vai rolar. – Vanessa então se levantou do banquinho onde

as duas estavam na hora do recreio no colégio e caminhou

em direção ao bebedouro.

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_Peraí, Vanessa! – disse Luciana indo atrás dela – Mas

por quê?

_Eu nem conheço o garoto, Luciana.

_Então se apresenta, conhece agora, preciso de vocêêê... –

disse Luciana puxando a blusa de Vanessa de forma a

chamar sua atenção enquanto a mesma tentava beber água

antes que o sinal tocasse, quando uma amiga das duas

chegou.

_Luísa, fala pra Vanessa me ajudar, cara!

_A pessoa nem fala bom dia primeiro... – disse Luísa com

uma cara de falsamente-chateada, coisa de amiga mesmo.

_Bom dia, Luísa. – disseram Luciana e Vanessa ao mesmo

tempo.

_Ah, agora tá melhor. Mas então, o que você estava

dizendo?

_Luísa, você conhece aquele menino ali? – Luciana estava

insistente no assunto “Raul Seixas charmosinho”

_Ah, conheço sim, ele é da minha sala.

_Então ele não é aluno novo? – Luciana perguntou,

chocada.

_Claro que não. – disse Luísa, rindo – ele estuda conosco

desde o começo do ano, somos todos “siris”, mas NOVO

ele não é mesmo.

Siri é uma gíria do colégio das meninas, um termo usado

para se referir aos calouros e/ou alunos do primeiro ano do

ensino médio.

_Menos trabalho pra mim então, Luísa fala com ele pra

você. – disse Vanessa tentando escapar do trabalho sujo.

_Ah, mas nem pensar que vou dar uma de cupido não! –

Luísa já se retirando também... – Eu posso apresentar

vocês, mas ficar fazendo perguntinha e esses trelelês eu

não vou não.

_Mas eu não quero ir sozinha! – Luciana fez um bico

enorme e olhou pra Vanessa com “aquela carinha”.

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_Ah não, Luh...

_Ah sim! Me ajuda!

_Tá... Mas eu só vou conversar com vocês, e essas coisas,

só pra gente descobrir mais sobre o garoto, mas depois

você se vira, okay?

_Tá certo. Obrigada amiga!

Luciana e Vanessa se abraçaram e o sinal tocou. Vanessa

pensava “Teste de história, e eu não estudei porcaria

nenhuma...” enquanto Luciana (que era excelente nesta

matéria) só conseguia pensar no misterioso rapaz. Luciana

terminou o teste relativamente rápido, o que lhe deu a

vantagem de poder admirar o seu “futuro pretendente” no

pátio por mais tempo. Quando Vanessa desceu, Luciana

foi correndo encontrar a amiga e tentar apressar um pouco

as coisas.

_Ele tá ali, e a Luísa e uns dois amigos da sala dele

também estão. Vamos lá falar com eles?

_Vamos sim, eu não tenho nada pra fazer mesmo.

Luciana estava tão feliz que nem conseguia esconder o

sorriso. As meninas se aproximaram do “galerê” do curso

de propaganda.

_Oi Luísa, oi gente! O que vocês estão fazendo? –

começou Vanessa, tentando quebrar o gelo

_Fala aí, Vanessa. Então, a Maísa e o Roberto vocês já

conhecem, – todos apenas acenaram com as mãos dizendo

“Oi, tudo bom?”- e esse aqui é o Ian. Ian, essas aqui são

Vanessa e Luciana.

_Prazer, meninas. – Ian as cumprimentou e beijou as duas

nas bochechas, olhando bem nos olhos de Luciana e

sorrindo após beijá-la.

“AI MEU DEUS!!!” pensava Luciana, eufórica por

dentro, porém mantendo a pose de menina fria por fora.

_Então... – Luísa começou a falar, notando uma pequena

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“alteração na atmosfera” depois que Ian beijou Luciana no

rosto – estamos só conversando sobre a o teste de história

e um trabalho que temos pra semana que vem.

_Trabalho de quê? – perguntou Luciana, tentando mostrar-

se interessada.

_Trabalho de propaganda mesmo, linda. Temos que criar

uma propaganda aí, um texto atrativo para algum produto,

ainda não sei o que vou fazer... Tô meio perdido, mas as

ideias aparecerão, eventualmente.

E o coração de Luciana batia forte novamente, “Como

assim, ele tá me dando muuuito mole! Me chamou até de

linda e tudo o mais!”

_Eu desejo boa sorte pra vocês, se eu puder ajudar, me

fala. Eu não entendo nada de propaganda, a não ser a

propaganda das coisas que compro, mas posso contribuir

com ideias, quem sabe, né? Haha – Luciana disse em um

tom inocente, e para sua surpresa, Luísa riu como se

aquilo fosse a melhor piada que já ouviu enquanto olhava

bem na cara de Luciana, fazendo-a se sentir incrivelmente

constrangida.

_Você acha que propaganda é assim tão simples? Tem que

se dedicar, não basta ter uma ideia idiota qualquer e

chegar com assunto pra tentar fazer pré-adolescente

comprar as coisas.

Luciana se sentiu muito mal, nem sabia o porquê de Luísa

estar sendo tão grossa com ela, mas não ficou calada.

_Me desculpa por tentar ajudar, senhorita profissional que

já fez comercial até de detergente em pó e tudo o mais,

desculpa se o teu nível de propaganda é assim tão alto que

você não queira nem ouvir a opinião de uma consumidora

dos produtos que você tentará vender depois. Ah, e essa

sua mochila da hello kitty, as pré-adolescente pira.

Luciana piscou o olho para Luísa e os amigos começaram

a rir da pequena “briga de gatas”.

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_Cara, na boa, sem precisão disso tudo. Qualquer ideia é

bem vinda, Luciana, pode falar comigo quando tiver uma

e a gente pode tentar trabalhar nela, o que você acha,

linda? – disse Ian, sedutor.

_Claro... – respondeu Luciana com um sorriso tímido no

rosto. – quando você quiser!

_Beleza. – Ian sorria de volta pra ela – Agora tenho que

me mandar, vou ao museu de astronomia ver uma

exposição muito maneira que tá rolando.

_Vai matar a última aula, Ian? – Luísa disse com tom

autoritário

_Vou sim, alguém tá a fim de ir também?

_Ah, eu tô! Sabe que eu adoro aquele museu. Luciana,

vamos? – disse Vanessa, tentando a amiga a matar o

último tempo de aula.

_Ai, eu não sei... – Luciana estava em dúvida, porque não

costumava matar aulas a não ser que fosse ao médico ou

algo do tipo.

_Cara, é geografia, nós duas já passamos, e essa exposição

vai acabar sábado, e sabe muito bem que sábado temos

aula importante.

_Vamos linda, vai ser maneiro!

Ian sabia como convencer uma garota, olhando bem nos

olhos dela, dando um sorriso discreto, mas visivelmente

empolgado, como Luciana poderia resistir a ele?

_Siiiim! Eu vou com vocês!

_Ótimo! Agora, vamos fazer o macete.

Vanessa falava aquilo com um ar de malandragem, como

se fosse gíria de criminoso ou algo assim, e Luciana,

inocente que só, perguntou

_Macete?

_O tio da portaria não deixa a gente sair com material,

porque senão podemos matar aula. - Ian explicou o tal

“macete” - Então deixamos o material com algum amigo

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aqui, que joga nossas mochilas pelas grades ali do lado,

então a gente pega as mochilas e “pica a mula”.

_Vamos logo, gente, não quero perder o filminho de

apresentação e os biscoitinhos que eles servem pras

crianças haha

_Aqueles biscoitinhos são fo...

Antes que Ian pudesse terminar a palavra, Luísa fez um

barulhinho com a garganta do tipo “uhum uhum...” e Ian

continuou “Uma mão na roda eu quis dizer...” enquanto

Luciana ria e pensava “Até xingando ele é tão fofo...”

E eles fizeram o “macete”, e escaparam os três e mais um

pessoal da escola que as meninas nem conheciam, foram

todos ao museu. Tudo parecia mais divertido que aquela

aula de geografia, e hoje, ela teria um ótimo motivo

(talvez nem tão ótimo assim...) pra matar a aula.

_Vale a pena... – Luciana pensou alto, enquanto

caminhava pelo parque com os amigos

_Vale a pena o que? – perguntou Ian, abaixando um pouco

os óculos estilo Raul Seixas em sinal de atenção ao que

Luciana diria que foi

_Nada não, só pensando alto aqui. – Luciana ficou sem

graça, mas Ian pareceu não perceber.

_Beleza então. – foi só o que Ian disse, até que finalmente

chegaram ao museu de astronomia.

_Oi tio! – Vanessa apertou a mão do “tio da portaria”

_Bom dia, Vanessa! – o “tio” então chamou o elevador

para eles.

_ Vanessa, você conhece todo mundo mesmo, garota!

_Haha sou frequentadora assídua deste lugar, passo mais

tempo aqui do que na minha própria casa, então tenho

mais que obrigação de conhecer minha “família”.

_Compartilho do sentimento em relação a salas de RPG,

cara, curto muito RPG. – disse Ian com os olhos

brilhando.

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_Com licença, Ian, eu vou carregar a Vanessa um

pouquinho, a gente se encontra na... Erm...

_A gente se encontra na porta da biblioteca então. Em

alguns minutos.

_Beleza, mas não demora senão tu vai perder os biscoitos

haha

_Haha nem vou demorar não. Vai lá.

Ian se afastou e Luciana arrastou Vanessa pra um canto

perto do café do museu e perguntou.

_O que é RPG? Eu estou bonita? Você acha que ele

gostou de mim?

_RPG é um jogo no qual você interpreta o papel do

personagem que você tá jogando, tipo um teatrinho e pá.

Você está linda, só precisa de um batom e SIM, tenho

certeza que ele gostou de você, ele está dando todos os

sinais.

_Sinais?

_Sim, sinais. Você nunca leu o Manual Adolescente, né?

Lá eles dizem que quando um garoto tá a fim de você, ele

geralmente fica um pouco tímido, mas tenta criar um tanto

de intimidade, por isso ele te chamou de linda, e como

você reagiu bem, ele provavelmente vai se sentir à

vontade pra perguntar coisas sobre você.

_Ai que legal! Ele gosta de mim! Ele gosta de mim!

_Shhh! – disse Vanessa, ao notar que todos que estavam

no café olhavam para Luciana, empolgada, falando alto

sobre aquilo. As duas então se dirigiram ao banheiro

feminino.

_Vamos colocar uma corzinha nesses seus lábios. – disse

Vanessa, torcendo pra amiga se dar bem.

Luciana sorria tanto, estava empolgadíssima!

_Isso é quase um primeiro encontro, né?

_É... Quase, Luh, quase.

As duas então foram à sala de exibição de vídeo, e

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Vanessa pegou uns biscoitos e refri pra assistir ao vídeo de

apresentação, hoje o planeta Marte seria observado, e Ian

queria ficar até o fim pra não perder a observação.

_Cara, vai ser muito maneiro, eu adoro marte! – disse Ian,

empolgado

_Eu também! – disse Luciana, olhando pra ele e sorrindo.

De repente começa a tocar uma música da Lagy Gaga

muito alto durante a exibição do filme e todos se

assustam, menos uma guria da terceira fila que começou a

fazer a dancinha do poker face.

_Ih gente, foi mal, meu celular... – disse Vanessa,

retirando-se do local para atender a ligação de sua mãe.

_Quer biscoitos? – Ian ofereceu, tentando ser simpático.

_Não, obrigada. Não como essas coisas não. – disse

Luciana, super tímida porque agora estava ali, SOZINHA

com o seu gato misterioso.

_Então, além de Marte, do que é que você gosta? – disse

Ian, irônico que só, como quem já havia percebido que

Luciana só gostaria de Marte se ele estivesse por lá.

_Ah, sei lá... Gosto de ouvir música, ir ao shopping com

as amigas, tomar coca cola, AMO coca cola! Adoro rosa, e

essas coisas.

_Que som você curte?

_Jonas Brothers, Justin Bieber, mas também ouço um rock

mais pesado, tipo Blink 182, All Time Low, essas bandas.

ADORO!

Ian tentou esconder o desapontamento, e apenas sorriu

para Luciana, como sempre, quando de repente Vanessa

voltou.

_Gente, mil desculpas, mas tenho que ir. Minha mãe me

ligou, minha avó está passando mal e eu preciso correr. A

gente se fala amanhã no colégio, me desculpa MESMO.

_Tá beleza, Vanessa, mas na próxima exposição tu fica ou

eu vou dar hadouken na tua avó.

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_Hahahaha tá beleza, Ian. A gente se esbarra, tchau.

_Peraí... – gritou Luciana, fazendo com que todos na sala

dirigissem seus olhares mal encarados a ela - Desculpa

gente, preciso falar com a minha amiga.

_Que foi, Luh?

_Vai me deixar aqui sozinha com ele? Eu nem sei o que

falar!

_Você vai se dar bem, relaxa.

_Ai, eu tô nervosa!

_Pois fique calma, ele é só um garoto, não é um monstro.

_Tá...

_Eu tenho que ir agora. – disse Vanessa beijando Luciana

na bochecha – Boa sorte, amiga!

_Obrigada, tchau... – quando Vanessa virou as costas e foi

embora, Luciana reclamou – Furona...

_Que chato que ela teve que ir embora agora, hoje vai ser

muito legal, você vai ver. – disse Ian, tentando deixar

Luciana mais calma em sua companhia.

_Espero que sim, Ian. Que seja muito legal pra nós dois. –

Luciana sorriu timidamente enquanto continuava a assistir

o vídeo.

Passaram-se duas horas e Ian nem havia aberto a boca pra

falar mais nada. Luciana sentiu-se muito incomodada com

todo aquele silêncio, e decidiu dar uma volta pra

espairecer. Quando pode avistar de longe uma menina

falando com o Ian, os olhos de Luciana encheram-se de

lágrimas.

_Era pra ser divertido... – Luciana pensou alto novamente.

_E porque não está sendo? – Um rapaz muito fofo

apareceu, mas Luh estava tão concentrada em Ian que nem

prestou atenção nos lindos olhos verdes, na pele

branquinha e nos cabelos perfeitos desse rapaz, coisas que

geralmente chamariam (e muito!) sua atenção, porém em

vez de notar esses “detalhes”, ela apenas olhou para ele