lágrimas pela fé - perse · terço e se xingando por ter deixado a bíblia em casa. a fé do...

15
1 Lágrimas pela Fé Antônio Augusto Fonseca Júnior

Upload: others

Post on 25-Jun-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

1

Lágrimas pela Fé

Antônio Augusto Fonseca Júnior

Page 2: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

2

Page 3: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

3

A Trilogia das Lanças de Christos:

Entre Anjos e Demônios

Assassino de Almas

Príncipe da Destruição

Busca por Sangue

A Marcha dos Dez Mil: Sangue e Glória

O Mal e a Noite: contos de fadas e monstros para adultos

Profecias da Noite:

Benção do Inimigo

Page 4: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

4

Sumário

Personagens ......................................................................... 5

Prelúdio ............................................................................... 7

Capítulo Um .......................................................................... 14

Capítulo Dois ........................................................................ 54

Capítulo Três ......................................................................... 92

Capítulo Quatro ................................................................... 129

Capítulo Cinco .................................................................... 162

Capítulo Seis ....................................................................... 196

Capítulo Sete ....................................................................... 224

Capítulo Oito ....................................................................... 262

Capítulo Nove ..................................................................... 286

Capítulo Dez ....................................................................... 327

Capítulo Onze ..................................................................... 353

Capítulo Doze ..................................................................... 376

Page 5: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

5

Personagens

Belfael

anjo da guarda

Calpian

poderoso anjo Dominação

Deloru

demônio guerreiro, um dos Senhores Negros

Drahel

antigo Principado de Itaúna

Eailah

anjo Potência

Elkalas

anjo da morte

Francis

voltou a andar devido a um milagre

Frederico

padre investigador de milagres

Khalyhel

poderoso Arcanjo da falange de Uriel

Korphet

demônio da morte

Liliel

anjo caída do suicídio, uma dos Imoladores

Lucas

padre investigador de milagres

Mikaela

anjo Dominação da falange de Uriel

Nefadriel

Arcanjo do Fogo, um anjo caído e líder dos Imoladores

Olavo

padre investigador de milagres

Osmar

Page 6: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

6

primeiro padre a investigar os milagres

Osório

um padre de Itaúna

Paliel

um Arcanjo responsável por Itaúna

Payg

anjo Principado de Itaúna

Quelius

anjo guerreiro e anjo da guarda

Raquel

esposa de Francis

Roberto

recebeu um dos milagres de Teodoro

Teodoro

padre falecido a quem se responsabilizam os milagres

Urfel

demônio conspirador, um dos Senhores Negros

Vanessa

garota que recebeu um dos milagres de Teodoro

Zael

anjo Tronos caído, um dos Imoladores

Zalas

anjo da morte responsável por Itaúna

Page 7: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

7

Prelúdio

Nove horas da noite. Já era tarde para uma cidade

pacata como Itaúna, onde os dias de semana se

encerravam cedo e as poucas agitações eram reservadas

para os sábados e domingos. Ele verificou o relógio mais

uma vez para conferir e em seguida desviou os olhos para

o céu nublado. Um pingo d´água caiu direto em seu rosto,

escorrendo pela bochecha. Enxugou a face com a mesma

mão do relógio. Respirou profundamente, cansado do dia

que parecia esquecido pelos anjos.

- Agora só falta começar a chover – reclamou.

Três passos depois, a chuva caiu punitiva sobre

seus ombros cansados. No princípio, era apenas uma tênue

garoa que foi aumentando à medida que o homem se

apressava. O clima parecia brincar com ele. Bastava

começar uma corrida para que pingos d´água mais grossos

começassem a cair. O guarda-chuva pareceu um peso

desnecessário naquele dia que começou tão radiante e

promissor antes que colocasse os pés para fora do quarto.

Agora, como se não bastasse aquele trabalho estafante,

precisava suportar a chuva.

Decidiu parar de correr. Não tinha mais ânimo. Já

que estava próximo do hotel, resolveu andar devagar, sem

se importar com a roupa encharcada. Os cabelos já

estavam grudados na cabeça e a água não parava de

escorrer pelos olhos, incomodando sua visão.

Começou a pensar nos fatos da última semana.

Estava curioso quanto ao ocorrido, mas tinha suas

dúvidas. Aquela estátua, aquela gruta. Tudo o deixava

cada vez mais intrigado. Havia algo a mais ali, ele tinha

certeza, mas não podia provar. E como ele queria provar.

Precisava disso para fortalecer sua fé. Estava farto de

apenas questionar. A vida se tornara uma procissão de

Page 8: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

8

investigações para destruir esperanças de povos sofridos.

Mas o coração dizia que havia algo naquela estátua. Havia

algo naquela imagem de Nossa Senhora. Não era o caso de

ele mesmo desejar isso. Algo dentro dele avisava.

Crer em milagres não era uma coisa fácil para

aquele padre. Nunca fora. Ele mesmo não sabia o motivo

de ter se tornado um homem de Deus. Por que será?

Sempre fora cético quanto a qualquer história anormal.

Acreditava piamente em Deus no início, mas não nos

milagres que as pessoas tanto gostavam de relatar. Em sua

cabeça, imaginava que o Senhor não perderia tempo

fazendo estátuas chorarem sangue ou vibrarem ou dando

shows nos macabros palcos de algumas igrejas

protestantes. Em sua concepção divina, o Senhor

simplesmente acompanharia a vida das pessoas com

milagres mais simples, que apenas aqueles de muita fé

perceberiam.

Talvez sua fé houvesse se diluído juntamente com

sua inocência. O passar dos anos costuma fazer isso com

as pessoas, pensou, enquanto tentava voltar seus

pensamentos para o trabalho. Fora naquela cidade a

mando da Igreja para decifrar aqueles sinais, não para

fazer perguntas sobre sua própria fé. Tentou concentrar-se

nos acontecimentos do dia. Havia anotado tudo em sua

agenda, mas repassava mentalmente os fatos. A agenda!

Droga, agora já deveria estar toda molhada.

- Maldição – xingou alto. Parou de andar um pouco

para olhar para os lados, para ver se não havia mais

alguém ali. Um fiel não poderia ouvir um padre

praguejando assim.

Retirou o cabelo molhado na testa e olhou para

todos os lados da rua. Nada. Nada além da chuva caindo.

A não ser... forçou os olhos. Pareceu ter visto algo de

relance quando olhou para frente de novo. Colocou a mão

Page 9: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

9

em forma de cunha na testa e tentou enxergar melhor, mas

a chuva dificultava a visão. Suspirou profundamente e

continuou andando. A imagem de Nossa Senhora

chorando não saía de sua mente. O que fazer? Já deveria

requisitar a análise do líquido? Sim ou não? A dúvida

vinha de seu próprio coração, porque ele queria acreditar.

Pensou em caminhar para igreja ao invés de ir para

o hotel. Precisava orar, precisava pensar. Só que não

poderia entrar lá todo molhado. Seria melhor voltar para

seu quarto apertado e tomar um bom banho quente. É,

talvez fosse. Aproveitaria para tentar secar a agenda ou

passar suas anotações para outro lugar. Passar todos

aqueles registros sobre milagres para páginas mais dignas.

Dignas? Mas seriam aqueles registros dignos daquelas

páginas?

Mais um vulto. Dessa vez ele parou para ver o que

era. Forçou a visão e viu alguém caminhando em sua

direção. Era uma figura pálida que andava sem se

incomodar com a chuva, quase como ele fazia. Não pôde

notar a expressão de seu rosto. Apenas via suas roupas

surradas e rasgadas, como as de um mendigo. O padre

perguntou-se se não havia perigo. Mesmo em uma cidade

do interior podem ocorrer assaltos e assassinatos.

Seus olhos se fixaram na figura e suas pernas

continuaram se movendo, ainda que com certa hesitação.

A chuva continuava dificultando a visão. A água escorria

pela testa, pelas sobrancelhas e chegava aos olhos. Ergueu

a mão para limpá-los. A visão clara revelou que o dia

estava para terminar não sob a benção divina, mas com o

terror da escuridão. O que estava à sua frente não era um

homem.

Ele parou. Para dizer a verdade, ele não parou. Não

pôde, não conseguia. Quem parou foi seu corpo. Sua

mente paralisou todos os músculos. Não conseguia se

Page 10: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

10

movimentar. O seu cérebro parecia centrado em apenas

um único esforço, entender como a chuva passava através

daquela criatura esfarrapada. Os grossos pingos d´água

passavam através daquela forma esquálida, por mais que

ela parecesse sólida. Era possível vê-los atravessando as

roupas, transpondo o rosto.

Ah, o rosto! Por Deus! Aquele rosto estava morto.

Parecia vivo, mas era claro para quem olhasse. A razão

poderia dá-lo como vivo, mas o coração o denunciava. O

padre sentiu sua alma gritar “Cuidado!”. E aqueles olhos

acinzentados não paravam de fitá-lo. Era um olhar de pura

acusação. Não como um pai repreende um filho, não como

uma professora xinga um aluno. Não, nada disso. Aquilo

era como um juiz julgando um réu que considerava

culpado desde antes do julgamento.

- Padre Osmar... – disse, mas o padre poderia jurar

que não vira sua boca se abrir. – Padre Osmar, você não

deve continuar. Não pode tornar Teodoro um santo. Não

vai. Não pode.

Talvez aquelas palavras fossem feitas para

intimidar. Talvez fossem uma ameaça. Mas não surtiram

esse efeito. Ocorreu o contrário. Aquilo deixou Osmar

aturdido. Enquanto olhava para a figura fantasmagórica,

seu coração se enchia de fé. Sentia o vazio das dúvidas ser

preenchido quase que instantaneamente. Sua missão

pareceu-lhe clara. Tudo estava respondido.

- Demônio – gritou Osmar. Quem falou não foi seu

cérbero. Esse ainda paralisava seu corpo, tentando

entender a aberração à sua frente. Quem disse isso foi sua

alma, seu coração, sua fé.

Houve uma ligeira mudança na expressão da

estranha figura. Parecia um leve traço de surpresa. Só que

foi tão fugaz que não era possível ter certeza.

Page 11: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

11

- Estou avisando. Vai parar ou não? – falou o

estranho. Coincidência ou não, no mesmo instante em que

ele avançou um passo ameaçador, ouviu-se o ribombar de

um trovão.

Osmar recuou alguns passos. Talvez seu cérebro

tenha despertado com o estrondo ou simplesmente parou

de tentar entender a figura sobrenatural que avançava cada

vez mais.

- Filho do Diabo, não se aproxime! Não vai

impedir que mais uma alma pura seja canonizada! Deus

não vai permitir! – vociferou Osmar, procurando por seu

terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa.

A fé do padre aumentava tanto que ele já não

pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se firmes ao

asfalto. O rosto decidido desafiava o fantasma, pouco se

importando com a chuva que batia violentamente contra a

pele.

O estranho não se intimidou com a fé. Muito pelo

contrário. Pareceu ainda mais irritado, decepcionado.

Continuou avançando com ares de violência. Seu cabelo

molhado, mesmo sem ser tocado pela chuva, movia-se

como que atiçado por uma ventania sobrenatural. Osmar

começou a sentir esse vento quando a figura estava a

poucos passos. A temperatura esfriou ainda mais. O corpo

gelou e ele sentiu-se no meio da mais terrível das

tempestades.

- Afaste-se, demônio! Se havia alguma dúvida em

mim, agora ela se foi! Sua aparição não me convencerá.

Pelo contrário, apenas me traz mais fé para que eu possa

concluir minha missão.

Cada palavra sucessiva do padre aumentava a ira

do estranho. Só que toda a fúria não aparecia em seu rosto.

Era manifestada por um frio sobrenatural, pelo estrondo

dos trovões. Tudo isso aumentava aos ouvidos de Osmar à

Page 12: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

12

medida que ele via o estranho avançando. Houve um

momento em que se perguntou se estava tremendo por

medo ou pelo frio. Não houve tempo para resposta. Tudo

o que soube era que ouvia aqueles trovões com seu

coração e sentia aquele frio em sua alma.

Page 13: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

13

Page 14: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

14

Capítulo Um

Pequena Conceição de Minas. Nome grande para

uma cidade tão pequena. Ao menos já descrevia o que as

pessoas iriam encontrar. Mesmo assim, podia-se dizer que

o nome ainda era prepotente. O lugar era minúsculo, não

era pequeno. De certo modo, o nome Conceição dava uma

ideia de religiosidade. De fato, isso se podia encontrar ali.

Como em toda minúscula cidade do interior, a fé era

explícita no rosto das pessoas, diferente do ateísmo ou da

fé cínica tão comum na cidade grande. Não se

encontravam católicos não-praticantes. Esse era um termo

até desconhecido pelos pacatos e fiéis cidadãos.

Para completar o nome, a cidade ou vilarejo ou

comunidade encontrava-se em Minas Gerais. Bem no

interior, para se dizer a verdade. Para se chegar lá,

primeiro era preciso pegar um ônibus em Belo Horizonte.

Então o viajante precisava ter paciência para enfrentar as

estradas nada boas enquanto o veículo balançava pelo

caminho.

Qualquer um precisava torcer para ter um bom parceiro

de viagem. Passar tanto tempo na estrada ao lado de um

estranho nem sempre era saudável. Quem sabe quando não

vai se encontrar alguém que gosta de falar demais quando

se quer dormir e descansar ou daquelas pessoas espaçosas

que abrem as pernas a ponto de ocupar dois bancos? Para

piorar, poderia haver ao lado um daqueles que sempre

enjoam nas viagens e nunca se lembram de tomar um bom

remédio para tratar do problema.

Caso o viajante sobrevivesse, perceberia o calor

aumentado à medida que se afastava de Belo Horizonte.

Então chegaria a Teófilo Otoni, dali tentaria alcançar

Pequena Conceição de Minas. Como? Poderia usar o

ônibus que partia uma vez por dia da cidade para o

Page 15: Lágrimas pela Fé - PerSe · terço e se xingando por ter deixado a Bíblia em casa. A fé do padre aumentava tanto que ele já não pensava mais em recuar. Seus pés prenderam-se

15

vilarejo. E ele que não se arriscasse a perdê-lo ou

precisaria passar o dia todo procurando por um louco

disposto a passar pela terrível estrada e a dar-lhe carona.

Se pegasse o ônibus, o viajante, peregrino seria um

termo melhor, sofreria durante uma hora e meia na mais

terrível das estradas, passando por mata-burros, porteiras e

muita poeira. Ao menor sinal de chuva, seria bom

acrescentar no mínimo mais uma hora de viagem. Os

bancos duros e os buracos da estrada dilatariam esse

tempo. Quando chegasse, o peregrino poderia ser

considerado um mártir com apenas um resquício de coluna

e estaria ávido por uma boa cama e descanso. A não ser

que possuísse parentes em Pequena Conceição de Minas, o

indivíduo estaria fadado a péssimas horas de sono e a

procurar por um lugar para dormir. O único refúgio seria a

igreja, que o padre às vezes liberava caridosamente. Por

sinal, justamente por isso o lugar estava tão movimentado.

Naquele dia ensolarado do início de dezembro, o

ônibus para Pequena Conceição de Minas estava cheio.

Havia quase trinta pessoas nele, isso sem contar as seis

galinhas, o cachorro e o cabrito. A viagem foi mais

incômoda que o normal, já que crianças chorando e

vomitando nunca ajudam a aliviar o desconforto dos

bancos e da estrada esburacada. Pior ainda ouvir uma

ladainha sem fim de pessoas que não paravam de rezar.

Volta e meia ouvia-se um “Aleluia!” que era

acompanhado por todos no ônibus. Todos, exceto três

figuras bem vestidas que estavam sentadas no banco de

trás.

Essas pessoas levavam pequenas malas pretas.

Pareciam até médicos, já que estavam vestidos de branco.

Só um deles não trajava calça e camisa social brancas, mas

tinha o mesmo olhar sério dos outros dois. Este, um

homem negro e franzino, usando óculos, fora mais