Foto N 12: Iluminao Noturna

Anlise: Esta foto mostra um candeeiro aceso noite, no seu lado esquerdo, encontra-se uma

janela antiga de um edifcio abandonado, razo para o qual escolhi retratar estes elementos

simples, primeiro que tudo, eu prefiro tirar fotografias a candeeiros noite, no s pela luz

que transmite, mas tambm porque foram feitos para isso mesmo, ou seja, emanar luz, eu

sempre gostei de olhar para um objeto e ver nele alguma utilidade, no entanto, o foco no

est s no candeeiro, tambm me foco na janela ao lado do mesmo, outro dos meus gostos

so edifcios abandonados, desligados da sociedade atual, que escondem dentro de si histrias

de outros tempos, mas que agora, so apenas uma carapaa vazia de uma poca urea,

tambm foi esta a razo porque a cena me cativou, o desvanecer da luz do candeeiro quando

esta se aproxima da janela, d um certo ar simblico a tudo, o candeeiro, apesar de vrios

anos de servio, continua a funcionar, no entanto, o interior da casa a que a janela pertence j

desmoronou muito, sendo por isso que a sombra sobre a janela d este efeito de fim do

tempo de vida e das histrias da mesma.

Foto n 38: Vivendas com vista para o Cu

Anlise: Esta foto exibe uma vista de vrias campas e jazigos, no entanto o foco est na cruz de

pedra ao centro, no monte de pedras que seguram a mesma, e a sua aparncia espinhosa,

aludindo sempre mesma temtica cemiterial, no entanto, no deixa de ser interessante a

maneira como foi feita, a reduo da luz foi feita de forma propositada, de forma a dar um ar

mais triste e mrbido ao prprio cemitrio. escolhi esta foto porque achei que a falta de

contraste fazia jus paisagem, um cemitrio suposto ser um local triste, vazio, escuro, sem

vida, ajudou tambm o facto de o cu estar nublado nesse dia, dando a iluso de um cu em

luto pelas almas que j partiram, ou ento, um cu que esconde essas ditas cujas almas que

pairam sobre as mesmas nuvens. O foco inicial da imagem era na referida cruz, pela maneira

como tinha sido esculpida, no entanto, tornou-se no elemento central de uma panormica de

um lugar de descanso final para todos ns, talvez com a inteno de se tornar num Memento

Mori, Uma lembrana da fragilidade e da mortalidade do prprio ser humano, algo que

necessitamos lembrar constantemente, mas no temer.

Foto n 39: Apario

Anlise: A Imagem foca-se na escultura que por detrs de si existe apenas o cu, escolhi esta

fotografia porque acho que o minimalismo dela transmite algo bonito aos olhos do utilizador,

tambm esta foto fora tirada no cemitrio, um exemplo da arte cemiterial que existe

espalhada por ai, o desgaste dela mostra os anos que passaram por ela, o cu nublado d um

ar triste e pensador escultura, como se ele estivesse a contemplar os tpicos problemas

existenciais "Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Existir vida aps a morte?" ,

ou ento contempla o nmero infindvel de pessoas que passaram por aqui, para visitar os

seus ente queridos, ou ento para serem enterradas, lembrando para si as lgrimas, os

prantos, as tristezas e a frieza do dia, sem no entanto perder a compostura serene e delicada

que exibe, A idade pode ter desgastado esta bela pea, no entanto, nada perdeu na sua beleza,

acentuando apenas aquilo que deve, alm disto tudo, esta parece descer dos cus, de onde se

v a luminosidade sobre a sua cabea e a falta da mesma medida que seguimos o resto do

corpo, como se de um bom e simples anjo se tratasse.

Foto n 468: Ironia

Anlise: Digamos que no foi uma escolha muito sria, no entanto merecia o seu lugar, A

Imagem foca-se na capa do Livro da Margarida Rebelo Pinto, intitulado "Sei L", no entanto, o

que me despertou a ateno foi as palavras na faixa amarela, que dizem "Um livro que faz bem

a todas as mulheres", a Ironia disto tudo foca-se nestes trs pontos, a Autora, O vago e o vazio

do ttulo, e este comentrio, que seria algo que seria dito a pessoas, neste caso mulheres, com

mentalidade em rebanho que desejam sentir-se parte de algo mais, juntando estes trs

pontos, especialmente a Autora e as palavras da faixa amarela, e temos viso do irnico desta

situao. Para ser honesto, gosto de ler, uma das muitas capacidades do ser humano e

uma das muitas que nos transporta para mundos fantsticos, no entanto, entristece-me que

existam pessoas que gostam de se armar em cultas simplesmente porque leem livros cujo

contedo vazio, e s compraram pelo simples facto de que foram levadas a tal, no houve

curiosidade em comprar o livro apenas para ver do que se trata, apenas porque o autor uma

pessoa conhecida, no entanto no sabe escrever.

Foto n 490: Bondade Desperdiada

Anlise: Esta fotografia foca-se num dispensador de sacos de plstico para apanhar dejetos

caninos, destrudo, maltratado e abandonado, uma iniciativa da cmara municipal, algo feito

com o intuito de melhorar a vida das pessoas, no entanto com o passar do tempo e da

juventude ignorante que no sabe distinguir rebeldia com vandalismo, foi deteriorando, at

chegar ao estado em que est, abandonado, inutilizado, ignorado, um retrato do que acontece

quando bondade e as boa intenes so exploradas por terceiros. Eu gosto de apreciar a

decadncia das coisas, por vezes chega a ser algo belo, no entanto, pensar que vrias pessoas

chegam a ter uma ideia, s para a verem desperdiada e vandalizada por quem no tem

cabea entristece-me profundamente, eu tirei esta fotografia pois queria salientar isso, h

boas ideias que at so aproveitadas, no entanto, existem pessoas sem mentalidade que no

sabem o que ho de fazer e tratam as coisas com uma certa falta de respeito, o que me

entristece, um facto de que vo continuar a existir pessoas assim, no entanto, vale a pena

salientar que este tipo de problemas pode ser combatido, e deve ser regulado e analisado por

quem pode fazer uma grande diferena.