melissa a construcao do amor por uma marca - tcc de rachel martins

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA RAQUEL MARTINS DE SOUZA MELISSA: A CONSTRUÇÃO DO AMOR POR UMA MARCA SÃO JOSÉ, 2010.

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Melissa - A construção do amor por uma marca. TCC de Rachel Martins para o curso de Publicidade do Centro Universitário Estácio SC.

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA

RAQUEL MARTINS DE SOUZA

MELISSA:

A CONSTRUÇÃO DO AMOR POR UMA MARCA

SÃO JOSÉ, 2010.

RAQUEL MARTINS DE SOUZA

MELISSA:

A CONSTRUÇÃO DO AMOR POR UMA MARCA

Monografia apresentada à disciplina Projeto

Experimental II, como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em

Comunicação Social com Habilitação em

Publicidade e Propaganda da Faculdade

Estácio de Sá de Santa Catarina.

Professores orientadores:

Conteúdo: Diego Moreau, Msc.

Metodologia: Gabriela Faversani Furtado, Esp.

SÃO JOSÉ, 2010.

Ficha catalográfica

RAQUEL MARTINS DE SOUZA

MELISSA: A CONSTRUÇÃO DO AMOR POR UMA MARCA

Esta Monografia foi julgada adequada e aprovada em sua forma final pela

Coordenação do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda

da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina em 26 de dezembro de 2010.

Prof. Diego Moreau de Carvalho, Mestre

Coordenador do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda

Apresentado à Banca Examinadora composta pelos professores:

_______________________________

Prof. Diego Moreau, Msc.

Faculdade Estácio de Sá de SC

_______________________________

Prof. Márcia Alves, Esp.

Faculdade Estácio de Sá de SC

_______________________________

Prof. Túlio Sá, Esp.

Faculdade Estácio de Sá de SC

Dedico este trabalho aos que farão parte da minha vida

para sempre.

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos estudiosos que me proporcionaram belos momentos de leitura fazendo

com que meu conhecimento viesse a se expandir ainda mais, a empresa Grendene que tanto

me apoiou na construção deste trabalho com o envio de informações e objetos, especialmente

à assistente administrativa da empresa e secretária do setor Melissa, Janaína Altafini da Silva,

por todo o carinho, paciência e compreensão, e Carol Kubbe. Igualmente gostaria de

agradecer a todos os professores e mestres que me apresentaram um novo mundo, o

publicitário, além de me darem todo o suporte necessário, em especial aos professores Márcia

Alves (Msc.), Diego Moreau (Msc.), Túlio Sá (Esp.) e Gabriela Faversani Furtado (Esp.)

pelos ensinamentos dados para que este trabalho fosse concluído.

Por fim, agradeço aos meus colegas que me proporcionaram belas risadas, aos meus

pais que me deram a oportunidade de graduação e, de maneira especial, à minha tia Salete

Martins por ter me forçado a entrar na faculdade, lugar onde aprendi novos conceitos, evolui,

conheci pessoas especiais que foram de suma importância para que eu chegasse até o final

deste curso, que, com certeza, é mais um plot point em minha vida.

“Fashion is very important. It is life-enhancing and, like

everything that gives pleasure, it is worth doing well”.

Vivienne Westwood

RESUMO

Esta Monografia analisa a marca de calçados Melissa com base na pergunta: como a marca

Melissa firmou-se como uma lovemark desde seu lançamento há 30 anos? Tendo grande parte

da história da marca descrita e dos conceitos de publicidade, propaganda e marketing

explanados como base para a análise, foi notável que a Melissa tem preocupação com a visão

do público e realiza ações para estar mais perto do consumidor, assim tornando-se conhecida.

A marca teve o suporte das ferramentas do marketing, da publicidade e da propaganda desde

de seu início, fazendo com que ficasse cada vez mais conhecida. No final dos anos 80 já era

sucesso, além de ser mencionada em revistas de moda, atraindo a atenção de modelos,

cantoras e atrizes. A Melissa sempre procura ter como parceiros nomes importantes da moda e

do design, como Alexandre Herchcovitch, Gaetano Pesce e Viviane Westwood para

agregarem à marca criatividade e originalidade. O que também acontece nas campanhas, que

são sempre coloridas, originais e procuram transmitir emoção por meio de histórias e um

visual chamativo. Imagina-se que parte dos consumidores de Melissa simplesmente atuam a

compra por causa da emoção, que também está presente na relação que a marca tem com o

consumidor. A marca detém inúmeros modelos e está no mercado há pouco mais de 30 anos

sempre buscando o melhor para seu consumidor com a ajuda de pesquisas, novas tecnologias

e parcerias.

Palavras-chaves: Melissa. Lovemark. Marketing.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1: Estrutura dos quatro Ps ........................................................................................ 23

Ilustração 2: Tipos de subculturas ............................................................................................ 44

Ilustração 3: Tabela de diferenças entre uma marca e uma lovemark ...................................... 58

Ilustração 4: Estrutura física do desenvolvimento de produtos da Grendene .......................... 61

Ilustração 5: Receita bruta de vendas ....................................................................................... 62

Ilustração 6: Volume de vendas ............................................................................................... 63

Ilustração 7: Dancin’ Days ....................................................................................................... 64

Ilustração 8: Melissa Aranha 1979 ........................................................................................... 65

Ilustração 9: Comercial Melissa Trançadinha (1981)............................................................... 66

Ilustração 10: Anúncio “Melissa Zig-Zag” .............................................................................. 66

Ilustração 11: Comercial Melissa Zig-Zag (1981) ................................................................... 66

Ilustração 12: Comercial da Melissinha (1986) – Pochete, Relógio e Estojo .......................... 67

Ilustração 13: Melissa Top Collection ...................................................................................... 69

Ilustração 14: Comercial Melissa Top Collection by Claudia Schiffer .................................... 69

Ilustração 15: Livro para Melissa ............................................................................................. 69

Ilustração 16: Melissa do Brasil ............................................................................................... 70

Ilustração 17: Loja Melissa....................................................................................................... 71

Ilustração 18: Twitter Loja Melissa .......................................................................................... 72

Ilustração 19: Melissa Music .................................................................................................... 73

Ilustração 20: Melissa Plasticodelic ......................................................................................... 73

Ilustração 21: Melissa Tour ...................................................................................................... 73

Ilustração 22: Melissa Celebration ........................................................................................... 74

Ilustração 23: Melissa Loverobots ............................................................................................ 74

Ilustração 24: Irmãos Campana ................................................................................................ 75

Ilustração 25: Capa da edição Especial Melissa 25 anos .......................................................... 75

Ilustração 26: Melissa in Wonderland ...................................................................................... 76

Ilustração 27: Melissa Rock n’ Love ........................................................................................ 76

Ilustração 28: Trópicos de Melissa ........................................................................................... 77

Ilustração 29: Fachada 17 – Et Circenses – Multi Randolph ................................................... 77

Ilustração 30: Create Yourself .................................................................................................. 78

Ilustração 31: Melissa Create Yourself .................................................................................... 78

Ilustração 32: Contos de Melissa .............................................................................................. 79

Ilustração 33: As viagens de Melissa ....................................................................................... 80

Ilustração 34: Melissa Secret Gardens...................................................................................... 81

Ilustração 35: Melissa Plastic Dreams ...................................................................................... 82

Ilustração 36: Melissa Love Pirates .......................................................................................... 83

Ilustração 37: Capas das revistas .............................................................................................. 84

Ilustração 38: Anúncio Perfume Melissa.................................................................................. 85

Ilustração 39: Anúncio realidade aumentada............................................................................ 85

Ilustração 40: Realidade aumentada Perfume Melissa ............................................................. 86

Ilustração 41: Fachada 15 – Barbie – Pier Balestrieri .............................................................. 86

Ilustração 42: Melissa 30 anos.................................................................................................. 87

Ilustração 43: MelissaEU! ........................................................................................................ 88

Ilustração 44: Melissa et Circenses .......................................................................................... 88

Ilustração 45: Melissa Amazonista ........................................................................................... 89

Ilustração 46: Mini Melissa ...................................................................................................... 90

Ilustração 47: Melissa Scarfun High Fluor ............................................................................... 91

Ilustração 48: Melissa Glória Coelho ....................................................................................... 92

Ilustração 49: Melissa Aranha 1979 Flocada ........................................................................... 92

Ilustração 50: Melissa Severine ................................................................................................ 93

Ilustração 51: Melissa Ultragirl + J. Maskrey .......................................................................... 94

Ilustração 52: Melissa Jean Paul Gaultier................................................................................. 94

Ilustração 53: Viviane Westwood Anglomania + Melissa Ultragirl ........................................ 95

Ilustração 54: Melissa Gaetano Pesce ...................................................................................... 95

Ilustração 55: Melissa Campana Zig Zag ................................................................................. 96

Ilustração 56: Melissa Glam ..................................................................................................... 96

Ilustração 57: Melissa Rock Princess Flocada ......................................................................... 97

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12

1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................... 13

1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 14

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 14

1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................................... 14

1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 14

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................................... 15

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 17

2.1 MARKETING ................................................................................................................... 17

2.1.1 Conceitos de marketing ................................................................................................ 17

2.1.1.1 Histórico do marketing ............................................................................................... 18

2.1.1.2 Necessidades, desejos e demandas ............................................................................. 20

2.1.1.3 Mix marketing ............................................................................................................ 22

2.1.1.3.1 Produto .................................................................................................................... 23

2.1.1.3.2 Preço ........................................................................................................................ 24

2.1.1.3.3 Praça ........................................................................................................................ 26

2.1.1.3.4 Promoção ................................................................................................................. 26

2.1.2 Comunicação integrada ................................................................................................ 28

2.1.3 Marca ............................................................................................................................. 32

2.1.3.1 Posicionamento .......................................................................................................... 34

2.1.4 Segmentação .................................................................................................................. 36

2.1.5 Comportamento do consumidor .................................................................................. 38

2.1.5.1 Influências psicológicas ............................................................................................. 39

2.1.5.2 Motivação ................................................................................................................... 39

2.1.5.3 Personalidade.............................................................................................................. 40

2.1.5.4 Percepção.................................................................................................................... 41

2.1.5.5 Atitude ........................................................................................................................ 42

2.1.5.6 Aprendizagem ............................................................................................................ 42

2.1.6 Influência sociocultural ................................................................................................ 43

2.1.7 Comportamento do consumidor jovem ....................................................................... 45

2.2 MODA ............................................................................................................................... 46

2.2.1 Conceitos de moda ........................................................................................................ 46

2.2.1.1 História da moda e sapatos ......................................................................................... 47

2.2.2 Marketing e moda ......................................................................................................... 49

2.2.2.1 Comportamento do consumidor de produtos de moda ............................................... 50

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 52

4 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................... 56

4.1 LOVEMARK .................................................................................................................... 56

4.2 HISTÓRIA DA GRENDENE ........................................................................................... 59

4.3 HISTÓRIA DA MELISSA ............................................................................................... 64

4.4 PARCEIROS ..................................................................................................................... 91

4.4.1 Alexandre Herchcovitch ............................................................................................... 91

4.4.2 Glória Coelho ................................................................................................................. 92

4.4.3 Isabela Capeto ............................................................................................................... 92

4.4.4 Thais Losso .................................................................................................................... 93

4.4.5 J. Maskrey ...................................................................................................................... 93

4.4.6 Jean Paul Gaultier ........................................................................................................ 94

4.4.7 Viviane Westwood ......................................................................................................... 94

4.4.8 Gaetano Pesce ................................................................................................................ 95

4.4.9 Campana ........................................................................................................................ 96

4.4.10 Disney ........................................................................................................................... 96

4.4.11 O Pequeno Príncipe .................................................................................................... 97

5 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 98

ANEXO A – Declaração de responsabilidade .................................................................... 115

12

1 INTRODUÇÃO

O setor de calçados é uma área que tem um capital de giro elevado. Segundo

Cavalcante (2010), o volume de exportação no Brasil gerou em torno de 18% nos meses de

janeiro e fevereiro no ano de 2009. A produção brasileira de mais de 211 mil pares, nos dois

primeiros meses de 2010, teve como destino os países Estados Unidos, Itália, Reino Unido,

Argentina, Espanha e França.

Gradativamente as empresas informaram-se cada vez mais, assim, vendo que a

exportação é uma oportunidade de conhecer novos mercados e aumentar sua produção, o que

acaba gerando maior lucro, estimando ainda mais suas funções em marketing, inovação,

finanças, entre outros setores. Mas para que se torne um exportador em potencial, é preciso

analisar o mercado em questão. Eles precisam ser mensuráveis, substanciais, acessíveis e

ativos. Isso quer dizer que se deve entender o mesmo por partes, como demografia, geografia,

psicográfica e comportamental (SEGMENTAÇÃO..., 2010).

Pensando em estimar ainda mais as vendas e fazer com que seu produto se torne

conhecido é preciso utilizar as táticas da publicidade e da propaganda, que são usadas para

levar ao mercado competitivo um produto ou serviço, dando grande contribuição para o

marketing. Com o auxílio de todos os departamentos é possível tornar uma marca conhecida,

bem sucedida.

Um exemplo de sucesso de marca e produtos são os calçados Melissa. Sua empresa,

a Grendene, nasceu em Farroupilha, no estado do Rio Grande do Sul (RS) no ano de 1971.

Inicialmente era uma fábrica de embalagens plásticas que progressivamente se tornou a maior

fabricante de calçados do país. Detentora de grande tecnologia e seguidora de normas

internacionais de produção, a Grendene atua nos mercados adulto, adolescente, infantil e para

bebês (GRENDENE, 2009a).

A marca Melissa surgiu em 1979 e desde então ostentou criatividade. A “sandalinha

de plástico” atrai jovens, estilistas e consumidores em todo o mundo. Referência de moda e

comportamento, a Melissa conseguiu criar um conceito de vanguarda no mundo fashion e há

pouco tempo passou por um reposicionamento (GRENDENE, 2009b).

Com pouco mais de 30 anos, a Melissa é uma marca de sucesso e chama a atenção de

muitos, tanto por sua história como pelo design de seus produtos. Por isso, a Monografia

propõe um estudo desse case de sucesso no Brasil e em outros países.

13

1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

A Melissa foi e continua sendo sucesso e um objeto de desejo entre o público

feminino jovem. São mais de 100 modelos desenvolvidos por profissionais do universo

fashion como Jean Paul Gaultier, Jacqueline Jacobson, Alexandre Herchcovitch e Vivienne

Westwood.

No início do ano de 1998, a marca Melissa partiu para seu reposicionamento visando

transformar-se em um produto fashion. No ano seguinte, a Melissa se tornou uma divisão da

empresa Grendene com a missão de acatar as informações repassadas por formadores de

opinião. Com seus objetivos definidos, a marca Melissa estava pronta para entrar no Novo

Milênio com uma marca reposicionada para o mundo da moda. Queria que realmente viesse a

se tornar um ícone fashion. Entre estilistas famosos e desfiles, a Melissa conseguiu um

consagrado posicionamento e hoje, 30 anos após seu lançamento no mercado, continua sendo

objeto de desejo entre meninas de 18 a 25 anos (SILVA, 2009).

Logo após o início do reposicionamento da marca, no ano de 2001, a Loja Melissa,

uma das pioneiras lojas virtuais do país, surgiu com o intuito de fazer a Melissa chegar

facilmente ao seu público que não possui loja física em seu território (E-MAIL MARKETING

BRASIL, 2010).

Em 2009 é a vez da revista Plastic Dreams chegar no mercado para mostrar um

conteúdo de moda, editoriais e os modelos de calçados lançados na temporada. No inverno do

mesmo ano, a tiragem de 300 mil exemplares foi distribuída aos assinantes das revistas

Capricho, Gloss, Elle e mailing do site da Melissa. O conteúdo era baseado em reportagens

sobre moda, editoriais da coleção de calçados daquele inverno, notícias sobre a Melissa e

dicas de como usá-la (MELISSA, 2009c).

No mesmo ano, a Melissa chegou com mais uma novidade: o Perfume de Melissa. A

responsável pela criação do perfume foi a casa internacional Givaudan, que criou perfumes

como J’Adore e Opium; e seu frasco, que possui um formato de coração com uma tampa de

laço, foi criado pelo sueco Wilhelm Liden, o também criador de Daisy, perfume de Marc

Jacobs (AMARAL, 2009).

A Melissa é um objeto de desejo para muitos jovens e a cada ano conquista ainda

mais o seu público. Portanto, a proposta de pesquisa prende-se à pergunta: como a marca

Melissa firmou-se como uma lovemark desde seu lançamento há 30 anos?

14

1.2 OBJETIVOS

O estudo propõe uma abordagem focada nos calçados Melissa como uma lovemark,

sua cortesia de venda, a revista Plastic Dreams; o Perfume de Melissa e a Loja Melissa como

alternativa de venda. Deste modo, o trabalho de pesquisa baseia-se nos objetivos descritos a

seguir.

1.2.1 Objetivo geral

Analisar as ações da Melissa para se firmar como uma lovemark desde seu

lançamento e novas ações de marketing.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Levantar teoria da literatura sobre o tema;

b) Contextualizar a história da marca Melissa desde seu lançamento;

c) Relacionar as ações utilizadas pela Melissa para se firmar como uma lovemark;

d) Analisar as formas de comunicação com o consumidor através de novas mídias.

1.3 JUSTIFICATIVA

Mesmo sendo lançada há um pouco mais de 30 anos, a marca de sandálias de

plástico Melissa conquista jovens no mundo inteiro e ainda mantém seu público, pois há uma

ligação muito forte com aqueles que acompanharam seu crescimento no mercado. Justamente

o que aconteceu com a acadêmica. Sua relação com a marca se deu desde sua infância, por

isso, devido à afinidade existente, não houve complicações para a escolha do tema.

15

A cobiçada “sandalinha de plástico” inspira designers por todo o mundo. No ano de

seu lançamento chegou inovando como a primeira marca a fazer merchandising na novela

brasileira “Dancin’ Days”. Sua estreia no mercado internacional acontece em 1983 com

modelos assinados por estilistas como Jean Paul Gaultier, Thierry Mugler, Jacqueline

Jacobson e Elisabeth De Seneville. No ano de 1986, a Melissa chega para as meninas

acompanhada de uma pequena pochete. Logo após virou o calçado mais almejado por

meninas e vai parar nas principais revistas de moda, sendo eleita o hit do ano (SILVA, 2009).

Após momentos que fixaram a Melissa na mente de suas consumidoras, em 1998 a

marca deu início ao seu reposicionamento para ser vista como um acessório fashion (SILVA,

2009). Em 2001, a marca iniciou sua venda online através da Loja Melissa para que o produto

chegasse aos consumidores que não possuíssem loja física próxima. (E-MAIL MARKETING

BRASIL, 2010).

No ano de 2009 a revista Plastic Dreams é lançada para trazer moda, editoriais e os

lançamentos de Melissa (MELISSA, 2009c). No mesmo ano, a grande novidade da marca foi

o Perfume de Melissa, com criação por Givaudan e Wilhelm Liden (AMARAL, 2009).

Para que este projeto se concretizasse foi preciso ter como aliada a publicidade, a

propaganda e o marketing.

A publicidade é uma ferramenta que pode ajudar um produto ou serviço a ganhar um

espaço considerado no mercado de trabalho. Todos os departamentos de uma agência são

importantes para que uma campanha seja eficaz, mas sem dúvida é preciso ter a participação

do marketing. A união destes dois elementos faz com que haja um melhor planejamento,

concluindo-se em uma campanha com resultados satisfatórios para o cliente.

As campanhas de sucesso, o reposicionamento e os novos lançamentos da marca

Melissa, contudo, são uns dos resultados de sucesso da união entre a publicidade e o

marketing.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente item exibe os principais capítulos contidos neste estudo. O primeiro

capítulo apresenta a introdução, o tema e problema de pesquisa, o objetivo geral e os objetivos

específicos, a justificativa e, complementado, a estrutura do trabalho.

O capítulo segundo manifesta o fundamento teórico, que foi de grande valia para o

16

desenvolvimento e a análise do tema estudo.

O terceiro capítulo relata os procedimentos metodológicos onde se encontram os

conceitos dos autores que foram utilizados para o desenvolvimento deste estudo.

No capítulo quarto encontra-se a análise de dados que permitiram analisar o

problema da pesquisa.

O último capítulo, o quinto, apresenta a conclusão, onde apresenta-se a resposta para

o problema pesquisado e sugere um tema para futuras pesquisas.

17

2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo poder-se-á compreender melhor sobre o marketing, como sua história

e ferramentas.

2.1 MARKETING

Para proporcionar maior sustentação à Monografia, conceitos de autores sobre o

marketing serão abordados, podendo-se assim analisar e justificar o tema e problema em

questão.

2.1.1 Conceitos de marketing

O conceito de marketing varia de acordo com cada autor, porém, com palavras e

expressões diferentes, eles quase sempre querem passar a mesma informação.

Kotler e Armstrong (2009, p. 4) afirmam que:

muitas pessoas pensam em marketing apenas como vendas e propaganda. Isso não

causa nenhuma surpresa; afinal, todos os dias somos bombardeados com comerciais

de televisão, campanhas de mala direta e de telemarketing e ofertas na Internet.

Entretanto, vendas e propaganda constituem apenas a ponta do iceberg do

marketing.

Os autores ainda relatam que os produtos e serviços serão facilmente vendidos se os

profissionais de marketing entenderem as necessidades e os desejos de seus clientes. Minadeo

(2005) também argumenta que o marketing é baseado nos desejos e nos valores do mercado

em questão, resultando, inclusive, na conquista de novos clientes e manutenção dos já

existentes.

De acordo com American Marketing Association (apud KAMINS, 2002, p. 8), o

marketing é “o processo de planejamento e execução da concepção, formação de preços,

promoção e distribuição de ideias, mercadorias e serviços para criar trocas que satisfaçam

18

objetivos individuais e empresariais”.

Kotler e Keller (2006, p. 4) citam que “a administração de marketing acontece

quando pelo menos uma parte em uma relação de troca potencial procura maneiras de obter as

respostas desejadas das outras partes”. Os autores ainda completam que a administração de

marketing é vista como arte e ciência na designação de mercados-alvo, na conquista e

fidelização de clientes através da criação, da apresentação e da comunicação de valor elevado

para o cliente.

Por outro lado, Proetti (2006) defende que marketing é o processo social de gestão de

negócios que analisa o comportamento do consumidor e para isso é preciso entender suas

necessidades e desejos.

Com outra visão, Lamb Jr., Hair Jr. e McDaniel (2004, p. 6) abordam que, em

relação ao marketing,

muitas pessoas creem que significa o mesmo que vendas. Outras pessoas pensam

que marketing é o mesmo que vendas e publicidade. Outras ainda acreditam que o

marketing tem algo a ver com a disponibilização nas prateleiras e manutenção de

estoques de produtos para vendas futuras. Na realidade, o marketing inclui todas

essas atividades e muito mais.

Além disso, Cobra (2005, p. 25, grifo do autor) confirma o pensamento supracitado

ao definir que o “marketing é uma forma de sentir as oportunidades de mercado e

desenvolver produtos e serviços”. O autor ainda ressalta que o marketing, em sua essência, é

uma condição da mente. Os profissionais de marketing levam em consideração a visão do

consumidor. Tais decisões são apoiadas de acordo com o desejo do cliente.

Como se observa, os autores citados chegaram à conclusão de que o marketing tem a

venda como objetivo final, entretanto, sempre está buscando saber mais sobre seus clientes

para satisfazer seus desejos e necessidades.

2.1.1.1 Histórico do marketing

O marketing está na história da humanidade há muito tempo, passando por três

momentos: a era da produção, a era da venda e a era do marketing.

Cobra (2005) comenta que, por volta do ano de 1925, período da era da produção, a

preocupação com as vendas era descartada, pois as empresas desenvolvidas e orientadas para

19

uma produção de qualidade consumiam por completo o próprio produto, sendo assim, não

havia motivo para vendas ou marketing.

Cobra (2005, p. 26) ainda declara que na era da venda,

entre 1925 e o início de 1950, as técnicas de produção já eram dominadas e, na

maioria das nações desenvolvidas, a preocupação era com o escoamento dos

escandentes de produção. Os fabricantes começavam então a dar ênfase à força de

vendas, com o objetivo de encontrar compradores para os seus produtos.

Na visão de Cobra (2005), a era do marketing surgiu após a crise de 1929, quando os

Estados Unidos são tomados pela depressão e no Brasil a queima de café se dá pela falta de

exportação. O autor ainda fundamenta que o marketing surgiu nos Estados Unidos para

conquistar o público que ainda consumia. As empresas da época resistiram à depressão, pois

começaram a dar mais importância às pretensões do mercado. Com o fim da Segunda Guerra

Mundial, aparecem os consumidores da geração baby boomer, filhos daqueles que foram

alistados para guerra. Com o nascimento desses bebês, cresceu o número de venda e,

consequentemente, de produção de fraldas, roupas, alimentos infantis e brinquedos, fazendo

com que o marketing se estabelecesse no país.

No ano de 1930, a Associação Americana de Marketing foi fundada para unir os

profissionais da área, mesma época em que universidades americanas proporcionavam os

primeiros cursos de marketing com foco em técnicas de distribuição, vendas e pesquisa de

mercado (PINHO, 2001).

Após a definição das eras do marketing, há de se concordar com Tavares (2003, p.

37), que relata sua visão sobre a evolução do marketing apresentando:

o que se nota, dentro da perspectiva evolutiva, é que o conceito foi se estruturando

em cenários que representaram desde o aumento da demanda, da competição por

espaços, do surgimento dos bens discricionários (artigos que eram escolhidos mais

através do desejo do que da simples necessidade, na Era da Produção) até o olhar

que se volta para o mercado em função da competição, tendo o seu início na Era das

Vendas, a partir de 1930 (pós-Depressão).

No Brasil, conforme Barbosa (2006), a evolução do marketing passa por cinco

momentos. O primeiro deles é a orientação voltada às vendas, seguido pelo crescimento e a

prática integrada do marketing, o surgimento do marketing de produtos industriais, o difícil

período da inflação e a chegada do Plano Real que abriu novos caminhos.

Na visão de Pinho (2001, p. 22, grifo do autor), “[…] ao longo dos anos o marketing

evolui de uma orientação para a produção para uma orientação para o mercado, passando

20

pela orientação para as vendas”. Mas a questão é como os fabricantes vão ajustar a produção

com o consumo. Para que isso aconteça é preciso saber mais sobre seus compradores, saber

sobre seus desejos e se há demanda no mercado.

2.1.1.2 Necessidades, desejos e demandas

Para dar início ao marketing é preciso saber e entender as necessidades e os desejos

do consumidor. No entendimento de Proetti (2006, p. 14),

as necessidades são estados de carência percebida. Os desejos são moldados pela

cultura e características individuais das pessoas. Quando os desejos podem ser

satisfeitos pelas compras, tornam-se demandas. Esses fatores ajudam o marketing a

compreender melhor o comportamento do consumidor, pela análise de suas

necessidades e desejos.

A esse respeito, Maslow (apud COBRA, 2005) define que as necessidades humanas

são delineadas de acordo com suas necessidades básicas. Cobra (2005) confirma que a

necessidade expõe requisitos básicos do ser humano, as ditas necessidades fisiológicas, como

comida, água, ar, roupa e um lugar para poderem se abrigar. As pessoas ainda têm

necessidade de lazer, recreação e educação.

Cobra (2005, p. 27, grifo do autor) ainda chama a atenção ao fundamento:

essas necessidades transformam-se em desejos quando são direcionadas para

satisfação de objetos específicos. Uma pessoa pode ter sede, que é uma necessidade,

mas pode ter um desejo de saciar a sede tomando um guaraná. Hoje, o marketing

está mais posicionado para realizar desejos do que atender necessidades.

Porém, as necessidades reivindicadas pelo ser humano, na concepção de Kotler

(2000), como comida, água e roupa, tornam-se desejos quando são direcionadas a algo

específico para satisfazê-los.

Maslow (1954 apud KOTLER; KELLER, 2006, p. 183-184) explica que:

as necessidades humanas são dispostas em uma hierarquia, da mais urgente para a

menos urgente. Em ordem de importância elas são necessidades fisiológicas,

necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de estima e

necessidades de auto-realização. As pessoas tentam satisfazer as mais importantes

em primeiro lugar. Quando conseguem satisfazer uma necessidade importante,

21

tentam a satisfazer a próxima necessidade mais importante.

Na visão de Dias e Cassar (2005, p. 45), “o conceito mais básico de marketing é o

das necessidades humanas, que se manifestam em diferentes graus e refletem as ações que vão

dar motivação ao comportamento do indivíduo”. Os autores ainda definem necessidade com

ausência de algo que alguém experimenta.

O desejo é o modo como o ser humano expressa sua necessidade no momento em

que a sociedade o “pressiona”. Dias e Cassar (2005, p. 47) explanam que “[…] apesar das

necessidades humanas serem infinitas, gerando desejos infindáveis, os recursos dos

indivíduos geralmente são escassos e limitam sua capacidade e disposição de consumo”.

Existem duas diferentes vertentes das quais o desejo pode ser visto: o desejo

explícito e o desejo oculto. O desejo explícito é o que as pessoas rapidamente conseguem

dizer, pois está no seu consciente; e o desejo oculto é o que não se pode expressar sem que se

concentre, pois está no inconsciente (COBRA, 2005).

Na afirmação de Cobra (2005, p. 27), “a mente humana é como um iceberg. O que

está acima do nível da água do mar é o consciente, o que está ao nível da água é o

subconsciente e o que está abaixo do nível da água é inconsciente”.

Não é uma ação fácil entender as necessidades e os desejos dos consumidores. Nas

palavras de Kotler e Keller (2006, p. 22, grifo dos autores),

alguns clientes têm necessidade de que nem sempre estão cientes, não conseguem

expressá-las ou usam palavras que requerem interpretação. O que o cliente quer

dizer quando pede um cortador de grama ‘poderoso’, um torno ‘rápido’, um maiô

‘atraente’ ou um motel ‘relaxante’? Pense em um cliente que deseja um ‘carro

barato’. O profissional de marketing precisa pesquisar mais a fundo.

Kotler e Keller (2006) ainda explicam que existem cinco tipos de necessidade:

a) necessidades declaradas: quando o cliente já sabe o que quer;

b) necessidades reais: quando o cliente quer o que ele necessita;

c) necessidades não declaradas: quando o cliente espera algo;

d) necessidades de algo mais: quando o cliente gostaria de ter um complemento;

e) necessidades secretas: quando o cliente quer ser visto através de características

que não possui ou estão escondidas.

Sob o ponto de vista de Kotler e Keller (2006, p. 22, grifo dos autores), “demandas

são desejos por produtos específicos apoiados pela capacidade de comprá-los”. Um exemplo é

quando várias pessoas gostariam de ter algo com o custo relativamente elevado, sendo que

22

somente poucos têm a capacidade de possuí-lo.

A demanda é uma função do marketing que deve estimular o consumo “por suas

características intrínsecas, atenda a necessidades e desejos específicos de determinadas

pessoas”. (COBRA, 2005, p. 26).

Dias e Cassar (2005, p. 47) sustentam que:

comparando então mercado e demanda, temos como mercado o conjunto de pessoas

com capacidade financeira e civil que possuem o interesse em adquirir um

determinado bem ou serviço oferecido; já a demanda vai ser o extrato desse mercado

que se mobilizou a partir do esforço de marketing sobre ele empreendido. Logo, o

maior tamanho que pode assumir a demanda é o próprio mercado.

Não há provas de que a demanda seja instigada ao público, apesar da eficiência que o

marketing possui em convencer e influenciar pessoas que desejam um produto ou serviço em

questão (COBRA, 2005).

2.1.1.3 Mix marketing

Muitas atividades empresariais têm a capacidade de influenciar o consumidor. Um

exemplo a ser citado é quando se recebe uma ligação de alguma loja informando sobre a nova

coleção, ou distribuição de amostras grátis; materiais explicativos, como um flyer ou folder,

entre várias outras maneiras de chamar a atenção do cliente resultando na sua ida até o ponto

de venda. Esse conjunto de atividades é conhecido como mix marketing e deve causar

impacto, porém é importante fazer a relação custo-benefício das ferramentas do marketing

mix para só então formá-lo com precisão para que a empresa eleve seus lucros (KOTLER,

2009).

A empresa é capaz de colocar no mercado seu produto ou serviço através do mix de

marketing, proporcionando aos compradores informações sobre a existência do mesmo e

ainda é capaz de fazer com que o público prefira seu produto ou serviço a do concorrente

(PINHO, 2001).

Na compreensão de Kotler (2003, p. 151, grifo do autor), “o mix de marketing

descreve o conjunto de ferramentas à disposição da gerência para influenciar as vendas. A

fórmula tradicional é chamada 4Ps – produto, preço, praça e promoção (product, price, place,

promotion)”.

23

Ilustração 1: Estrutura dos quatro Ps

Fonte: Adaptado de Kotler (2009, p. 126).

O produto surge após serem tomadas as decisões por parte da empresa de como serão

produzidos e depois determinando a escolha do físico, como embalagens, marca, serviços

(garantia, assistência técnica, manutenção, dentre outros) (PINHO, 2001).

Pinho (2001, p. 35) esclarece que o preço “é uma variável que pede a determinação

de escolhas quanto à formação do preço final para o consumidor (alto, médio, baixo) e das

políticas gerais a serem praticadas em termos de descontos, vendas a prazo, financiamentos”.

A praça, ou distribuição, tem sua decisão tomada de acordo com os canais de

distribuição, passando por intermediários para chegar até o consumidor. A promoção, ou

comunicação, tem seu valor cometido pela empresa para que o público possa saber da

existência de seu produto ou serviço. Essa divulgação é feita através de venda pessoal,

publicidade, propaganda ou merchandising (PINHO, 2001).

2.1.1.3.1 Produto

O ponto inicial para um negócio é o produto, sendo que ele deve ser oferecido por

uma diferente ou melhor oferta para que o mercado o beneficie. Por isso determina-se como

será seu aspecto físico, embalagem, marca e serviços, como garantia e assistência (PINHO,

2001).

24

Como afirma Kotler (2009), mercadoria é simplesmente um produto esperando pela

diferenciação. Essas diferenciações se baseiam em aspectos físicos, disponibilidade, serviço,

preço e imagem, sendo que as duas mais eficientes são as características, que demonstram

visivelmente o benefício e o design que diferencia visualmente o produto. Lembrando que,

segundo Dias e Cassar (2005), a preparação ou ajuste do produto às necessidades do cliente é

condição para o sucesso do marketing.

No entender de Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002, p. 405, grifo dos autores), “o

produto inclui não apenas seus atributos físicos reais, mas também planejamento,

desenvolvimento, amplitude da linha, marca e embalagem. O planejamento deve levar todos

esses aspectos em consideração para desenvolver o produto ‘correto’”.

Todas as diferenciações de um novo produto irão se destacar no mercado, atraindo

imitações que podem vir com um preço menor. Quando isso acontece, o inovador pode

reduzir seu preço, ou mantê-lo e perder parte dos lucros, ou encontrar um novo diferencial.

Porém, mesmo sabendo sobre o produto, é importante informar-se sobre o seu preço

(GOELDNER; RITCHIE; MCINTOSH, 2002).

2.1.1.3.2 Preço

Preço é o custo de um produto ou serviço que afetam sua demanda ou imagem

(ARIZA, 2007).

Nas palavras de Kotler (2009, p. 132, grifo do autor), “o preço difere dos outros três

elementos do mix de marketing, já que produz receita, enquanto os outros elementos geram

custos. Em consequência disto, as empresas trabalham arduamente para elevar seus preços ao

máximo que o nível de diferenciação permitir”. O autor ainda salienta que, ao mesmo tempo

em que as empresas tentam elevar o preço, elas consideram o impacto do mesmo sobre o

volume de vendas.

Cobra (1997, p. 29) defende que “o produto deve ser certo, deve estar no ponto certo

e deve transferir a posse no preço certo”. O autor ainda lembra que o valor deve sempre ser

ajustado de acordo com as variações dos custos de fabricação e de mercado.

Para Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002), acertar no valor a ser cobrado ao público

é o que deve fazer com que eles sintam-se satisfeitos e a empresa consiga, da mesma forma,

atingir lucro.

25

A esse respeito, Lima (2007, p. 114) acrescenta que “preço significa a quantidade de

dinheiro que os clientes devem pagar para obter o produto”. Porém. há empresas que têm a

preferência em optar por táticas como a de “desnatamento de preços”. Goeldner, Ritchie e

McIntosh (2002) lembram que a tática de desnatamento de preços leva a definir o preço mais

alto para um produto para que assim a parte superior do mercado seja atingida. Os autores

lembram da abordagem chamada de “escumando a nata”, cujas tentativas são colocadas em

prática para seduzir a parte superior do mercado, e não ele como um todo.

A estratégia é vender o produto ao maior número possível de consumidores nesse

nível de preços e, com a redução da resistência dos compradores ou de concorrência

direta, o vendedor irá baixar os preços gradativamente. Essa abordagem costuma

resultar em lucros mais altos e em pagamento mais rápido dos custos de

desenvolvimento e promoção. Também tende a atrair concorrência. (GOELDNER;

RITCHIE; MCINTOSH, 2002, p. 408).

Dias e Cassar (2005) salientam que o preço faz referência a um atributo especial do

produto e envolve o custo que o consumidor está disposto a pagar para tê-lo. Vale lembrar que

neste preço não está incluso somente o custo de insumos, materiais e mão de obra.

Contempla Kotler (2009, p. 133) que:

é importante, naturalmente, distinguir entre preço de tabela e preço praticado. Os

descontos são tão grandes, hoje em dia, que dificilmente algum comprado paga o

preço de tabela. O comprador pode receber um desconto no ato, um abatimento

posterior, um serviço de cortesia ou um brinde, que resultam no preço praticado.

É válido lembrar que, quando uma empresa define o preço de seu produto, ela pode

elevar um pouco o valor do preço final. Este episódio é conhecido como “precificação

baseada em custos”. Assim como também existe a empresa que cobra o que o cliente pagaria

pelo produto oferecido, fazendo com que o cliente acabe efetuando a compra, caso que não

aconteceria se o produto tivesse um alto custo. Este episódio é conhecido como

“estabelecimento de preço com base no valor” e é colocado em prática para que a empresa

conquiste o consumidor (KOTLER, 2009).

Com o preço determinado, é importante que se faça um estudo sobre a região, a praça

onde quer que o produto seja distribuído.

26

2.1.1.3.3 Praça

A distribuição de um produto até seu mercado-alvo é decidida pelo canal de vendas e

podem ser diretamente vendidos e/ou por meio de intermediários (representantes). Praça ou

canal de distribuição é onde empresas acabam fazendo a distribuição do produto para que

cheguem até seu consumidor final (LIMA, 2007).

Na compreensão de Cobra (1997), o produto ou serviço somente é aproveitado

juntamente ao mercado consumidor e a escolha da praça para se estabelecer um produto é

relacionada com a seleção do canal de distribuição.

Sob o ponto de vista de Pinho (2001, p. 35),

a distribuição engloba as decisões relativas aos canais de distribuição, com definição

dos intermediários pelos quais o produto passa até chegar ao consumidor, e à

distribuição física do produto, com a solução de problemas de armazenamento,

reposição e transporte dos locais de produção até os pontos-de-venda.

Cobra (1997, p. 44) contempla que “a distribuição precisa levar o produto certo ao

lugar certo através de canais de distribuição adequados, com uma cobertura que não deixe

faltar produto em nenhum mercado importante, localizando para isso fábricas, depósitos,

distribuidores […]”.

Esses canais são selecionados por meio da análise do produto, da natureza e do

tamanho do mercado, dos canais em termos de vendas, custos e lucros; a decisão do auxílio

que será dado e a escolha da quantidade de pontos de venda (GOELDNER; RITCHIE;

MCINTOSH, 2002). Porém, Dias e Cassar (2005) elucidam que essa distribuição é referente a

como os produtos ou serviços são apresentados aos clientes ou postos.

Apresentando a praça onde o produto será comercializado, faz-se a análise da

promoção.

2.1.1.3.4 Promoção

A promoção envolve todas as ferramentas de comunicação que passam a mensagem

da empresa sobre o produto ao público-alvo, assim o promovendo.

27

Segundo Pinho (2001, p. 35, grifo do autor), “todo esforço de comunicação

empreendido pela empresa para informar a existência do produto e promover as vendas, por

meio da venda pessoal, publicidade, propaganda, relações públicas, merchandising, marketing

direto, embalagem e promoção de vendas”. Essas formas de comunicação sobre as

características do produto são englobadas pela promoção para chamar a atenção e persuadir o

público-alvo (LIMA, 2007).

Nas palavras de Cobra (2005, p. 25), a promoção de vendas não é parecida como a

propaganda, mas o investimento nessa ferramenta vem crescendo constantemente, atingindo

as seguintes finalidade:

1 Estimular a demanda de curto prazo.

2 Encorajar o consumidor a comprar a marca.

3 Induzir à experimentação.

4 Promover orientação para o preço.

5 Obter imediata e frequente medida de resultados.

Porém, para que isso aconteça é preciso que o produto atraia a atenção, crie interesse

e desejo no público (GOELDNER; RITCHIE; MCINTOSH, 2002).

Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002, p. 408) abordam que:

a venda pessoal ou a propaganda podem produzir esses passos no processo de venda,

entretanto, as duas juntas tendem a ser mais poderosas. A propaganda é adequada

para atrair atenção e criar interesse nos produtos e serviços. As vendas pessoais são

mais apropriadas à criação de desejo e convicção no consumidor e ao fechamento de

vendas.

Cobra (2005) entende que a promoção é o meio pelo qual se comunica com o

público, estimulando-o a experimentar o produto antes da compra, ganhando assim o

consumidor.

Para que o mix de marketing seja estabelecido no mercado corretamente, é preciso

que se faça uma análise do mercado para que boas estratégias promocionais sejam

implementadas, além de fazer uso de outras ferramentas, como a comunicação integrada, para

que se cumpra o objetivo do planejamento.

28

2.1.2 Comunicação integrada

As mensagens que chegam até os consumidores através dos meios são importantes

para a decisão de compra e devem esclarecer tudo sobre o produto ou serviço, já que eles são

procurados para satisfazer uma necessidade ou um desejo. Por isso toda mensagem deve ter

uma comunicação integrada composta por relações públicas e publicidade, marketing direto,

propaganda, venda pessoal, marketing na internet e promoção de vendas que terão efeito

sobre o marketing.

Relações públicas e publicidade estão interligadas, mesmo sendo atividades

diferentes. A publicidade faz uso da mídia de massa, como a propaganda; e as relações

públicas gerenciam a imagem de uma empresa perante o público que é colocado em prática

por meio da assessoria de imprensa onde enviam notícias e/ou entrevistas para veículos de

comunicação, constituindo assim uma imagem favorável para a empresa (OGDEN, 2002).

Publicidade são incitações não pessoais para gerar demanda de um determinado

produto por meios de comunicação como televisão e rádio que, teoricamente, teria material

que não seria pago pelo patrocinador (COBRA, 1992).

Na visão de Ogden (2002, p. 15, grifo do autor),

a publicidade utiliza a mídia de massa da mesma maneira que a propaganda. O que

a diferencia é o fato de que ela não é paga no sentido tradicional. Quando a empresa

paga a veiculação, como no caso da propaganda tradicional, ela tem total controle

sobre a forma e o conteúdo do anúncio. Já no caso da publicidade, que utiliza espaço

não pago, o conteúdo da mensagem é determinado pelo meio de comunicação

utilizado (TV, jornal, rádio etc.).

De acordo com Kotler (2009), a publicidade tem o poder de construir conhecimento

sobre uma empresa, produto, serviço ou ideia. Sua força vem da sua capacidade de persuasão

para mudar hábitos, vender um produto ou fornecer uma informação ao consumidor.

As relações públicas são táticas exercidas sobre um contato a fim de divulgar o que é

conexo naquele momento. O conceito, segundo Ogden (2002, p. 15, grifo do autor), admite

que,

o gerenciamento da imagem da empresa mediante o estabelecimento de um bom

relacionamento com os vários públicos da empresa é chamado de relações públicas.

É executado por meio de ações de assessoria de imprensa para inserir notícias e

entrevistas na pauta dos veículos de comunicação, para estabelecer uma imagem

organizacional favorável.

29

“As relações públicas (RP) envolvem uma série de programas desenvolvidos para

promover ou proteger a imagem de uma empresa ou seus produtos em particular”, no

entendimento de Kotler e Keller (2006, p. 593, grifo dos autores), o que pode vir a causar um

impulso sobre o mercado.

Na visão de França (2001), a influência das relações públicas é de grande valia no

planejamento, na organização de diretrizes e ações de benefício como em organizações na

sociedade, o que resulta na aceitação e apoio público.

Outra ferramenta utilizada é o marketing direto, pois é importante sempre manter

contato com o cliente. Ogden (2002) cita que ele dá a possibilidade de manter uma

comunicação personalizada, onde se pode fazer uso de vários meios ou somente um.

O marketing direto visa criar uma resposta imediata e mensurável do mercado. Entre

as várias formas de marketing direto estão a mala-direta, o telemarketing, a venda

direta, a propaganda de resposta direta e as diversas formas de marketing direto

(especialmente da TV), os profissionais de marketing passaram a procurar outros

métodos par atingir seus públicos-alvo a um custo mais razoável. (OGDEN, 2002, p.

16).

O marketing direto é utilizado como um canal até o consumidor para lhe oferecer

produtos sem “intermediários de marketing” (KOTLER; KELLER, 2006).

De acordo com Pinho (2001, p. 112, grifo do autor), “o marketing direto propicia,

também, economia nos custos de mídia ou de vendas. Seu esforço pode estar concentrado em

regiões onde não há a presença do corpo de venda ou de revendedores da empresa […]”.

De forma sucinta, o marketing direto vem se tornando a melhor maneira de se chegar

até o público. As empresas estão fazendo mais uso de malas diretas e telemarketing devido o

alto custo para manter uma equipe de venda (MCCARTHY, 2002 apud KOTLER; KELLER,

2006).

Propaganda é a maneira paga para se apresentar ideias, produtos ou serviços não

pessoais por meio de uma “identificação do patrocinador” (COBRA, 1992).

Segundo Shimp (2002, p. 32), a propaganda é paga por um anunciante, “mas são

consideradas como não-pessoal porque a empresa patrocinadora está se comunicando

simultaneamente com receptores múltiplos, talvez milhões deles, e não com uma única pessoa

ou um pequeno grupo”.

No entendimento de Ogden (2002 p. 13, grifo do autor), “propaganda é o

desenvolvimento e a execução de qualquer mensagem de lembrança, informativa ou

persuasiva, comunicada a um mercado ou público-alvo através de um meio não pessoal. A

30

mensagem é paga e o patrocinador da mensagem ou produto é identificado”. O autor ainda

lembra que o grande benefício da propaganda é poder transmitir uma única mensagem para

várias pessoas ao mesmo tempo, ou não, e seu resultado é transmitido em vendas, fidelização,

dentre outros. Os meios mais tradicionais para anúncios são TV, jornal, revista, outdoor,

rádio, flyer, dentre outros.

Venda pessoal é a maneira pela qual o vendedor informa, instrui e convence os

clientes a adquirirem tal produto (SHIMP, 2002).

Conforme Pinho (2001), venda pessoal é uma ferramenta importante para o

marketing e não pode ser executada isoladamente. É onde o cliente e a empresa estão ligados,

onde seu resultado é satisfazer o vendedor e o comprador. Sua atividade é variada,

normalmente é trazer o desejo do comprador para a empresa, porém exercem prospecção,

definição de alvo, comunicação, vendas, entre outros.

Na concepção de Ogden (2002, p. 14),

[…] a venda pessoal tem a vantagem da persuasão, pois permite ao vendedor

responder diretamente às preocupações e perguntas dos consumidores, assim como

um feedback imediato a um potencial consumidor. Obviamente, a venda pessoal

permite somente a comunicação com um número limitado de indivíduos por contato

(normalmente um).

Pinho (2001, p. 33) ainda salienta que “a vantagem da venda pessoal sobre a

publicidade reside na possibilidade de, por meio dela, ajustar-se a apresentação às

necessidades, desejos e motivações do cliente”.

O marketing na internet ou marketing digital tem como função utilizar as redes

online para atingir um público-alvo. Há uma grande variação neste campo, como sites, e-

mails marketings, compras online, banners, dentre outros. Entre as variações de marketing

digital estão presente sites, lojas virtuais, e-mail marketing, hotsites e banners (OGDEN,

2002).

Na visão de Ogden e Crescitelli (2007), o marketing digital apresenta vantagens além

dos benefícios do marketing tradicional:

a) mais agilidade: arrumar e fazer revisões de texto exigem muito tempo até se

chegar na veiculação;

b) baixo custo: a internet é uma ferramenta que possui um custo relativamente baixo

e é onde os anúncios podem sempre ser atualizados;

c) formas múltiplas de mensuração: a flexibilidade que a internet oferece para avaliar

publicidade. Por exemplo, a ganho de vendas e custo “por clique”;

31

d) marketing um a um: proporciona a personalização aos clientes de acordo com suas

características e preferências;

e) informação sobre os clientes: a informação sobre o cliente chega mais rápido à

empresas através da tecnologias;

f) distribuição irrestrita da informação: a internet não possui limitações, nem

temporais, nem geográficas, mesmo possuindo um uso restrito;

g) aumento do número de usuários: a internet evolui e o número de pessoas que

antes só assistiam televisão vêm aumentando.

O marketing digital é uma ferramenta alternativa para as empresas, pois tem um

custo relativamente menor do que veiculações em mídias ditas tradicionais, isso sem contar a

grande interatividade, segmentação e rapidez em alcançar seu público (OGDEN, 2002).

A promoção de vendas é vista como uma atividade do marketing que estimula a

compra por clientes. Conforme Ogden (2002, p. 14),

o objetivo da promoção de vendas é criar ou induzir compras. O comprador pode ser

o consumidor final, um intermediário ou a própria equipe de marketing de uma

organização. A principal vantagem da promoção de vendas é que ela pode

desenvolver um pacote de valor agregado para o profissional de marketing.

Há dois tipos de promoção de vendas, a voltada para o comércio e a voltada para o

consumidor. A “promoção de vendas orientada para o comércio” abrange o emprego variado

de permissões para que os atacadistas e os varejistas sejam estimulados a resposta. A

“promoção de vendas orientada para o consumidor” abrange a utilização de cupons, prêmios,

amostras grátis, concursos, descontos, entre outros (SHIMP, 2002).

Schultz, Robinson e Petrison (1996 apud PINHO, 2001, p. 50) “atribuem a quatro

fatores o crescente uso da promoção de vendas pelas empresas e o consequente aumento dos

investimentos em ações promocionais”. Os autores esclarecem que o primeiro seria a

produção de resultados, já que o consumidor tem predisposição aos apelos, como brindes e

descontos; o segundo seria que seus efeitos acontecem rapidamente, o terceiro seria o retorno

das ações facilmente mensuráveis, e o quarto seria a facilidade, o fácil e baixo custo de

implementação da promoção de vendas, além de ser preciso no momento de avaliar a quantia

e o volume de vendas vindo a facilitar ainda mais o planejamento e a prática de tais ações.

A comunicação integrada contribui significativamente para a construção da marca.

Portanto, a seguir será visto como se pode construir uma identidade de marca.

32

2.1.3 Marca

Marca é o que diferencia uma empresa de outra empresa, sendo um nome, termo,

sinal, símbolo, design ou até mesmo uma combinação que englobe todas essas opções.

Randazzo (1996, p. 25) defende que “sem marca, o produto é uma coisa – uma mercadoria,

um saquinho de café ou uma lata de sopa”. Então é a marca que logo chama a atenção do

consumidor.

Como afirma Aaker (1998, p. 7),

uma marca é um nome diferenciado e/ou símbolo (tal como um logotipo, marca

registrada, ou desenho de embalagem) destinado a identificar os bens ou serviços de

um vendedor ou de um grupo de vendedores e diferenciar esses bens e serviços

daqueles concorrentes. Assim, uma marca sinaliza ao consumidor a origem do

produto e protege, tanto o consumidor quanto o fabricante, dos concorrentes que

oferecem produtos que pareçam idênticos.

Alguns executivos atribuem um significado maior a uma marca. Eles a definem

“como algo que criou um certo nível de conhecimento, reputação e proeminência no mercado.

Assim, pode-se fazer uma distinção entre a definição de marca da AMA e uma Marca ‘com M

maiúsculo’”. (KELLER; MACHADO, 2006, p. 2, grifo dos autores).

Shimp (2002, p. 33) acredita que “uma marca bem-conhecida e respeitada é um ativo

inestimável”. Isso quer dizer que as marcas que estão bem posicionadas no mercado passam

credibilidade aos seus consumidores e a garantia de um desempenho satisfatório. Se um

produto ou serviço não possui uma marca, ele é apenas um produto qualquer, sem atributos e

benefícios, é um produto sem credibilidade.

Tybout (2006, p. 2, grifo do autore) confirma que:

a presença de uma marca bem conhecida afetará fortemente como as pessoas veem

um produto ou serviço. Se veem um nome de marca premium em um produto,

provavelmente percebem o item como de alta qualidade, exclusivo e caro. Se as

pessoas veem um nome de marca de desconto de um produto, provavelmente

perceberão o item como de baixa qualidade. Se as pessoas veem um nome de marca

de desconto em um produto, provavelmente perceberão o item como de baixa

qualidade e barato.

Mas para que toda a comunicação e conceito de marca dê certo, é preciso criar a

imagem da mesma.

33

Imagem da marca é a forma externa e as características observáveis da oferta do

profissional de marketing. É o artefato oferecido, a expressão da oferta. Imagem é o

significado operacional da marca. É o sentido que o profissional de marketing é

capaz de infundir na marca. É mais suscetível à manipulação estratégica.

(GARDNER; LEVY, 1995; THALER; KOVAL, 2003 apud SHERRY JR., 2006, p.

52, grifo do autor).

Com todo um planejamento na criação de uma marca, há de se considerar que existe

um valor agregado que nunca pode ser calculado com precisão, mas pode ser estimado de

forma lógica, simples e direta. No entender de Aaker e Joachimsthaler (2000), para se obter o

valor estimado de uma marca é preciso identificar o fluxo de receita de cada mercado, que são

divididas em atribuíveis à marca, a ativos fixos e a elementos intangíveis, como sistemas ou

processos.

Aaker e Joachimsthaler (2000, p. 27) ainda comentam que “as receitas atribuíveis à

marca são capitalizadas, fornecendo um valor para a marca naquele mercado”. Assim,

juntando todos os valores de mercado do produto conclui-se ao valor geral da tal marca.

Na afirmação de Keller e Machado (2006), é possível encontrar o valor de uma

marca para seu consumidor e para sua empresa, mas para isso é possível seguir alguns

aspectos.

Para os consumidores, as marcas realizam funções importantes: identificam o

fabricante e permitem aos consumidores atribuir responsabilidade a um determinado

fabricante ou distribuidor. E, o que é mais importante, marcas assumem significados

especiais para os consumidores. Com base em experiências anteriores com as

marcas e com o programa de marketing de cada uma ao longo dos anos é que os

consumidores aprendem sobre marcas, descobrindo quais satisfazem suas

necessidades e quais não o fazem. O resultado é que as marcas são um meio rápido

para simplificar suas decisões de produto. (JACOBY; OLSON; HADDOCK, 1971;

JACOBY; SYZBILLO; BUSATO-SEHACH, 1997 apud KELLER; MACHADO,

2006, p. 7).

Uma marca pode deter um intenso significado e seu relacionamento com o

comprador pode gerar um vínculo, que mostra a confiança e fidelidade do comprador em um

produto desde que a marca estabeleça sempre o mesmo nível de qualidade. Porém, os

benefícios que uma marca oferece podem deter mais do que uma funcionalidade. Sob o ponto

de vista de Keller e Machado (2006, p. 7), as funcionalidades “podem servir como

dispositivos simbólicos que permitem aos consumidores projetar sua auto-imagem”, podendo

assim, transmitir aos demais “o tipo de pessoa que são ou que gostariam de ser”.

Para empresas e instituições, a marca, para Magalhães e Sampaio (2007, p. 28, grifo

dos autores),

34

[…] além de agir como um ‘facilitador operacional’, eliminando processos de

decisão relativamente complexos a cada momento de contato com prospects e

consumidores, como um ‘elemento catalisador’, acelerando de modo positivo esses

processos decisórios, e como ‘forma de intervenção social’, transformando atos de

consumo em expressões de interação social, ela age também como um efetivo

‘gerador de barreira de entrada’ para concorrentes existentes ou possíveis.

Toda marca deve ter como meta a liderança na mente do consumidor, ser uma marca

forte. Seu valor é definido na conscientização de marca, qualidade percebida, associações e

fidelidade à marca, que orientam o desenvolvimento, a gestão e a medição da marca

(KOTLER; ARMSTRONG apud KOTLER; LEE, 2007).

Com a ajuda da comunicação integrada e do marketing mix, é possível que uma

marca alcance um posicionamento considerável no mercado, consequentemente, na mente do

consumidor.

2.1.3.1 Posicionamento

Posicionamento pode ser entendido como a ambição que uma empresa tem para fazer

com que sua marca obtenha um espaço satisfatório na mente do consumidor. Lupetti (2003, p.

205) conceitua posicionamento como “uma estratégia de comunicação que objetiva uma

marca na mente do consumidor. É aquilo que as pessoas retêm em suas mentes a respeito de

determinada empresa, produto ou serviço”.

No entendimento de Richers (2000, p. 102-103, grifo do autor),

posicionamento é geralmente entendido como um ‘lugar’ no mercado em que um

produto é colocado com um mínimo de interferência de outras marcas do mesmo

gênero. O lugar em si é determinado pela maneira como o consumidor percebe e

entende o produto. Ele pode considerá-lo mais ou menos conveniente em razão de

algumas características que o atraem, como o gosto ou a embalagem de um

alimento, a forma e a cor de um automóvel, ou a localização e a área útil de um

apartamento.

Segundo Churchill (2003 apud DIAS; CASSAR, 2005), para se criar o

posicionamento de um produto é preciso criar na mente do consumidor uma percepção de tal

produto perante aos concorrentes para que o público-alvo se torne fiel à marca. Assim, é

possível garantir a identidade de marca.

De acordo com Dias e Cassar (2005), através do posicionamento é possível adequar

35

o produto ao consumidor final, de acordo com as necessidades de cada público-alvo.

A fixação ou o atributo competitivo de um produto ou serviço é usado como

posicionamento perante o mercado, porém é único e especificamente usado de acordo com

seu segmento. Após a determinação de seu segmento, é possível encontrar um composto de

marketing para melhor estabelecê-lo (KOTLER; ARMSTRONG, 2003 apud DIAS;

CASSAR, 2005).

A mente humana capta estímulos e sugestões de consumo que são organizadas como

escadinhas em sua mente. Isso quer dizer que quanto mais altas as marcas estiverem nesta

escadinha, mais sucesso ela faz, e alguns chegam a ser eternos (TROUT; RIES, 1987 apud

MINADEO, 2005).

O início do posicionamento trabalha com o modo como os clientes notam a marca e

seus concorrentes. Hooley, Saunders e Piercy (2005, p. 199) relatam que “às vezes, o

posicionamento competitivo pode ser visto como o resultado das tentativas das empresas em

criar uma diferenciação competitiva eficaz para seus produtos e serviços”. Mas, Kotler (2005

apud HOOLEY; SAUNDERS; PIERCY, 2005, p. 199) “sugere que nem todas as diferenças

competitivas criarão uma forte posição competitiva”.

A esse respeito, Mowen e Minor (2003, p. 22-23) explanam que “o posicionamento

de um produto e a segmentação dos consumidores andam de mãos dadas: identifica-se um

segmento de cliente e, em seguida, desenvolve-se e posiciona-se um produto para atender às

necessidades daquele segmento”.

Contemplam Kotler e Keller (2006, p. 305, grifo dos autores) que:

o objetivo é posicionar a marca na mente dos consumidores a fim de maximizar a

vantagem potencial da empresa. Um bom posicionamento de marca ajuda a orientar

a estratégia de marketing, esclarecendo a essência da marca, que objetivos ela ajuda

o consumidor a alcançar e como o faz de maneira inconfundível. O resultado do

posicionamento é a criação bem-sucedida de uma proposta de valor focada no

cliente, ou seja, um motivo convincente pelo qual o mercado-alvo deve comprar

determinado produto.

Posicionando um produto, a empresa tem a capacidade de influenciar, de certo modo,

a maneira como seus consumidores o veem em relação ao produto de outros fabricantes. O

objetivo desse posicionamento é realmente fazer com que a demanda o obtenha, mas para isso

é preciso atribuir características diferentes ao mesmo e ter uma imagem marcante perante aos

concorrentes. Diferenciar um produto dos demais requer manipular o mix de marketing para

que o mesmo seja visto pelos consumidores de forma significativa (MOWEN; MINOR,

2003).

36

Após definir o posicionamento de um produto, é preciso ter ciência sobre a

segmentação do mercado no qual se vai atuar para que o produto seja direcionado ao público

correto resultando em sucesso.

2.1.4 Segmentação

Segmentar um mercado quer dizer localizar o grupo específico no qual o cliente

pertence e onde suas necessidades, desejos e/ou recursos se diferenciam resultando em uma

diferente reação perante a algum composto do marketing (SHET; MITTAL; NEWMAN,

2001).

“O ponto de partida de qualquer discussão sobre segmentação é o marketing de

massa”. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 236).

O argumento do marketing de massa é que ele cria um mercado potencial maior, o

que gera custos mais baixos – que por sua vez levam a preços mais baixos ou a

imagens mais altas. No entanto, muitos ressaltam que está havendo uma

fragmentação crescente no mercado, o que dificulta o marketing de massa.

(KOTLER; KELLER, 2006, p. 237).

Com a popularização das mídias, está cada vez mais difícil chegar ao público em

massa, além do seu alto custo. Por isso, as empresas estão cada vez mais aptas a utilizarem o

marketing de segmento, entre outros níveis do micromarketing (KOTLER; KELLER, 2006).

Segmentação, sob o ponto de vista de Mayer et al. (2005, p. 52),

é uma abordagem que fica entre o marketing de massa e o marketing individual.

Podemos segmentar geograficamente pelo estabelecimento de uma área geográfica

para atuação (bairro, cidade, região). A segmentação pode ser demográfica, por meio

de divisões por idade, sexo, classe social, nível de instrução, etc. Pode haver uma

segmentação psicográfica, através da definição dos grupos com base em estilos de

vida, personalidade, valores […].

A esse respeito, Kotler (apud MOWEN; MINOR, 2003, p. 32, grifo do autor)

entende que “a segmentação do mercado é definida como a divisão de um mercado em

subconjunto distintos de clientes com necessidades e vontades semelhantes, cada qual

podendo ser alcançada com um mix de marketing diferente”.

Weinstein (1995, p. 18) fundamenta segmentação como “[…] o processo de dividir

37

mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características

similares, que, provavelmente, exibirão comportamento de compra similar”. Para isso, é

preciso o uso da pesquisa que, segundo o mesmo, seu objetivo é fazer uma análise de mercado

para entrar nichos para que se possa capitalizar por meio de uma superior posição

competitiva.

Mayer et al. (2005) lembram que a união de dois ou mais segmentos podem ser

definidas como multiabtributos, como a geodemografia, que une bairro, cidade, região, sexo,

idade, classe social, dentre outros, fazendo com que o segmento seja mais limitado,

permitindo, assim, uma ação mais eficaz.

Mayer et al. (2005, p. 50) ainda afirmam que:

segmentar o mercado é o ato de subdividir o mercado total em grupos menores,

identificados por algumas afinidades. […] Quanto mais segmentado o mercado,

mais fácil se torna o sucesso das ações de marketing, porque possibilita um melhor

conhecimento dos clientes.

Para que seja possível usufruir de um segmento, é preciso apresentar características

de mensurabilidade, acessibilidade e substancialidade. Para que haja mensurabilidade, é

preciso ser capaz de analisar características, necessidades e vontades do segmento em

questão, através de dados demográficos, psicográficos, de atitude e de personalidade.

Acessibilidade é quando o público faz parte do marketing mix, em outras palavras, se um

segmento em questão não for atingido por promoções e produtos, não é importante que seja

trabalhado. Por fim, a substancialidade, onde o segmento deve ser essencial tanto em sua

abrangência quanto em renda, pois assim as vendas se tornam satisfatórias e a economia

viável (MOWEN; MINOR, 2003).

Existem várias maneiras de se chegar até a segmentação de mercado. Para o próprio

Weinstein (1995) pode-se fazer esta definição de acordo com fatores racionais e emocionais,

sendo eles demográficos, psicológicos, motivacionais, entre outros.

É importante ressaltar que o estudo aprofundado do comportamento do consumidor é

de suma importância para o encontro de um segmento, pois é ele que permite conhecer mais

sobre o público no qual deve ser atingido.

38

2.1.5 Comportamento do consumidor

A forma como um consumidor atua na sociedade é que define seu comportamento.

No pensamento de Engel, Backwell e Miniard (1995, p. 4, grifo dos autores), o

comportamento do consumidor é definido “como as atividades diretamente envolvidas em

obter, consumir e dispor de produtos e serviços, incluindo os processos decisórios que

antecedem e sucedem estas ações”.

Na visão de Kotler e Keller (2006), os consumidores são capazes de tomar várias

decisões de compra o tempo todo e, algumas empresas, realizam pesquisas para saber

exatamente sobre a decisão de compra de seus clientes. Querem saber detalhadamente o

quanto compram, onde e o que compram. Almejam, também, saber motivo da compra, mas

nem sempre é fácil descobrir, pois, às vezes, a justificativa pode estar no subconsciente do

comprador.

Um estudo sobre seu comportamento, citando Karsaklian (2000, p. 18),

[…] diz respeito à elucidação das razões que fazem com que o indivíduo compre e

consuma um produto em vez de outro, em determinada quantidade, em um momento

específico e em certo lugar: Estudando o consumidor, tentamos compreender e

explicar seu comportamento.

Segundo Mowen e Minor (2003, p. 3, grifos dos autores), “o comportamento do

consumidor é definido como o estudo das unidades compradoras e dos processos de troca

envolvidos na aquisição, no consumo e na disposição de mercadorias, serviços, experiências e

ideias”.

Na concepção de Samara e Morsch (2005, p. 102), “o comportamento do consumidor

é uma função tanto de influências interpessoais (aquelas referentes ao contexto sociocultural)

quanto de influências intrapessoais (aquelas que dizem respeito às variáveis pessoais e

subjetivas do indivíduo)”. Os autores explanam que no subconsciente de cada indivíduo

encontram-se os fatores pessoais e distintivos mais importantes que entram na disputa da

determinação de uma compra.

É visível que todas as pessoas possuem comportamentos diferentes, por isso é

importante conhecer um pouco mais sobre a motivação, percepção, cultura, classe social,

entre outros pontos do consumidor para assim saber mais sobre o segmento do qual deve-se

fazer parte.

39

2.1.5.1 Influências psicológicas

O consumidor é influenciado por quatro fatores psicológicos na hora de tomar a

decisão de compra. Esses fatores são: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e

atitudes (KOTLER; KELLER, 2006).

Há sempre uma razão para se consumir e, no entendimento de Karsaklian (2000),

essa razão tem início na motivação, que vai reger a necessidade definindo um desejo. De

acordo com cada desejo, vem a preferência que é determinada através de formas que atendem

a motivação inicial.

As preferências citadas estão relacionadas ao autoconceito, que quer dizer que “[…]

o consumidor tenderá a escolher um produto que corresponda ao conceito que ele tem ou que

gostaria de ter de si mesmo”. (KARSAKLIAN, 2000, p. 19).

A personalidade do consumidor está localizada entre a motivação e os freios, que são

a “[…] consciência de risco que vem implícita ou explicitamente relacionada com o produto”.

(KARSAKLIAN, 2000, p. 19).

As variáveis citadas até então resultam na percepção que cada consumidor tem por

um dado produto, que despertará atitudes negativas ou positivas que terão impacto em relação

a sua preferência (KARSAKLIAN, 2000).

2.1.5.2 Motivação

Para que se possa entender o que motiva o consumidor, é importante compreende-lo

para que se chegue a um resultado. A motivação somente pode ser encontrada através da

observação do comportamento do consumidor. De acordo com Karsaklian (2000, p. 22),

o comportamento motivado caracteriza-se pela forte energia despendida numa ação

orientada para um objetivo específico. O melhor indicador de um comportamento

motivado é a persistência. Assim, uma pessoa que busca obstinadamente um

medicamento tem como motivo sua dor.

Nas palavras de Kotler e Keller (2006, p. 122, grifo dos autores), “um motivo (ou

impulso) é uma necessidade suficientemente forte para fazer com que a pessoa busque

40

satisfazê-la”. Os autores ainda complementam dizendo que teorias sobre a motivação humana

foram desenvolvidas por psicólogos.

Todo o ser humano tem necessidades a serem satisfeitas. Tais necessidades são

conduzidas pelo que é chamado de motivação humana. A motivação humana é responsável

veemência, sentido e pertinência de um indivíduo na busca determinada de sua meta

(SAMARA; MORSCH, 2005).

Na visão de Engel, Blackwell e Miniard (1995) é possível notar que a motivação

começa quando o consumidor identifica a necessidade, que somente é percebida quando há

oposição entre o que é real ou somente desejo.

2.1.5.3 Personalidade

Existem alguns significados para personalidade, mas todos concluem que

personalidade é o que diferencia as pessoas.

Lantos (apud ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 1995, p. 283, grifo dos autores)

considera que:

em estudos de consumidores, personalidade é definida como respostas consistentes

a estímulos ambientais. A personalidade de um indivíduo proporciona experiências

e comportamentos relacionados ordenada e coerentemente. Personalidade é o padrão

particular de organização que torna um indivíduo único e diferente de todos os

outros. A personalidade proporciona uma consistência de respostas baseadas com

características psicológicas internas e duradouras.

Para Kotler e Keller (2006), personalidade são características psicológicas de cada

indivíduo que o direciona à reações perante o ambiente em que se encontra. Quase sempre são

expostas como autoconfiança, domínio, sociabilidade, autonomia, resistência, adaptabilidade

e agressividade.

A personalidade pode ser útil na análise do comportamento do consumidor em

relação à escolha de determinado produto ou marca. Por exemplo, os fabricantes de

café descobriram que quem consome seu produto em demasia tende a ser altamente

sociável. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 122).

No entendimento de Mowen e Minor (2003), personalidade é o que descreve o modo

como um indivíduo distingue-se de outro perante seu comportamento.

41

2.1.5.4 Percepção

Percepção é uma impressão que a mente humana possui, onde é determinada através

de fatores como infância, família, entre outros. A percepção ainda envolve informações não

claras por parte do público e ainda influencia suas atitudes e comportamento (COOPER et al.,

2007).

“A percepção é o processo pelo qual uma pessoa seleciona e interpreta as

informações para formar uma visão significativa do mundo”. (KOTLER; KELLER, 2006, p.

124, grifo dos autores).

Na concepção de Mowen e Minor (2003), percepção é como as pessoas se deparam

com as informações, prestando atenção e as compreendendo.

Para Karsaklian (2000, p. 42), percepção é um “[…] processo dinâmico pelo qual

aquele que percebe atribui um significado a matérias brutas oriundas do meio ambiente”. A

autora ainda diz que cada pessoa não é um objeto, mas sim um ator que confronta a primeira

fase do procedimento da notícia.

Na afirmação de Semenik (1996 apud SAMARA; MORSCH, 2005, p. 123, grifo dos

autores),

percepção é a maneira como as pessoas coletam e interpretam os estímulos

provindos do seu meio ambiente. Cada um de nós usa a percepção para criar sua

própria ‘realidade’. Pelo fato da mente humana ter limites para a quantidade de

estímulos com que pode lidar, filtramos as informações do meio ambiente de forma

coerente com aquilo que cada um de nós acredite ser pertinente e importante. A

percepção cria uma orientação para o mundo externo resultante de experiências

passadas, atitudes, normas culturais e comportamento aprendido.

Kotler e Keller (2006, p. 124) argumentam que “as pessoas podem formar

percepções diferentes a partir dos mesmos estímulos graças a três processos perceptivos:

atenção seletiva, distorção seletiva e retenção seletiva”. Os autores ainda acreditam que, quase

sempre, indivíduos são expostos a inúmeros estímulos, sendo quase impossível notá-los.

A atenção seletiva transmite a disposição que indivíduos possuem em rejeitar

informações às quais estão sendo expostos, isso quer dizer que é preciso ser persistente para

chamar a atenção do público-alvo. A distorção seletiva transmite a disposição que indivíduos

possuem em interpretar informações de forma que somente reforce o que já acreditavam, isso

quer dizer que é preciso compreender o público e como ele se depara com campanhas e as

informações sobre o produto. A retenção seletiva transmite a disposição que indivíduos estão

42

predispostos a recordar as características positivas de tal marca preferida e esquecer as

características positivas de outras marcas, isso quer dizer que é preciso ser persistente para

que as mensagens cheguem até o público (KOTLER; KELLER, 2006).

2.1.5.5 Atitude

A atitude é como o corpo se posiciona de forma simbólica, é uma mostra de sua

acomodação ou finalidades (KARSAKLIAN, 2000).

Kotler e Keller (2006, p. 125, grifo dos autores) citam que “a atitude compreende as

avaliações, os sentimentos e as tendências relativamente coerentes de uma pessoa quanto a

um objeto ou uma ideia”. Os autores ainda ressaltam que a atitude faz com que o público

venha ou não a gostar das coisas, assim como faz com que eles de distanciem ou se

aproximem delas.

Atitude é fator importante no entendimento do processo de decisão de compra e a

previsão do comportamento do público (SAMARA; MORSCH, 2005).

A atitude é vista como predisposição estudada para se responder de forma sólida

favorável ou desfavoravelmente a um certo objeto. Essa predisposição é a representação do

entusiasmo que rege o comportamento do consumidor em relação a produtos que se localizam

no mercado. Com atitudes positivas, essa predisposição deve se tornar em compra e uso.

Quando se pontuar uma atitude negativa, o comprador estará propenso a não aceitar um

produto, o que acaba o guiando para alternativas (SAMARA; MORSCH, 2005).

É difícil mudar a atitude de um ser, pois elas acomodam a um padrão e sua mudança

pode acarretar mudanças em várias outras atitudes. Portanto, a empresa precisa adaptar seu

produto às atitudes de seus consumidores (KOTLER; KELLER, 2006).

2.1.5.6 Aprendizagem

O procedimento de aprendizagem, como afirmam Engel, Blackwell e Miniard (1995,

p. 335) é como “[…] a experiência leva a mudança no conhecimento, atitudes e/ou

comportamento”.

43

Karsaklian (2000) sustenta que aprendizagem é uma alteração estável do

comportamento em benefício de uma experiência acontecida anteriormente.

Como afirma Kotler e Keller (2006, p. 124), “a aprendizagem consiste em mudanças

no comportamento de uma pessoa surgidas graças à experiência”. Os autores ainda informam

que a aprendizagem acontece graças à interação de impulsos, estímulos, sinais, respostas e

reforços. Impulsos requerem uma ação através de um estímulo forte que vem a se tornar um

motivo quando há um objeto de estímulo. Já os sinais são pequenas incitações que decidem

quando, onde e como será a reação do indivíduo.

A aprendizagem é um importante fator na influência do comportamento de um

consumidor. O público sempre tem como exemplo alguma experiência que vivenciou, sem

contar algumas outras formas de informação para que a compra seja efetuada. O aprendizado

é um procedimento quase que estável na obtenção de tendências (ROCHA; CHRISTENSEN,

1999 apud SAMARA; MORSCH, 2005).

Com os conceitos sobre o que envolve o comportamento do consumidor, é

importante saber sobre sua influência sociocultural, que será explanada a seguir.

2.1.6 Influência sociocultural

Cultura está ligada a valores, ideias, artefatos, entre outros símbolos que auxiliam na

comunicação das pessoas, que, assim como os animais, é mimetizada desde a infância, além

de ser repassada para gerações seguintes (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 1995). Os

autores ainda acrescentam que a cultura abrange dados abstratos e materiais.

Nas palavras de Mowen e Minor (2003, p. 293),

a cultura tem sido definida de várias maneiras. Uma definição clássica afirma que

cultura é um conjunto de padrões de comportamento socialmente adquiridos que são

transmitidos simbolicamente aos membros de uma determinada sociedade por meio

de linguagem e de outros meios.

Mowen e Minor (2003, p. 293-294) explicam que:

as culturas podem ser distinguidas em termos de suas regras de comportamento, das

atitudes, valores e estilo de vida da população e do grau de tolerância a outras

culturas. Uma terceira perspectiva origina-se dos internacionalistas simbólicos, que

consideram que a cultura é composta de um conjunto de imagens transmitidas pela

44

mídia por meio de sinais e símbolos importantes. Em termos gerais, a cultura é um

modo de vida.

Na compreensão de Samara e Morsch (2005), a cultura tem uma intensa influência

que gera normas para a sociedade, costumes, crenças e valores, que, por desempenhos,

artefatos e símbolos; acabam ajudando na comunicação entre os seres.

Subculturas são grupos, inseridos em uma determinada cultura, que possuem

características que tornam possível distinguir uns grupos de outros (SAMARA; MORSCH,

2005).

As subculturas podem ser distinguidas de acordo com a ilustração a seguir.

Ilustração 2: Tipos de subculturas

Fonte: Adaptado de Samara e Morsch (2005, p. 62).

O consumidor também pode escolher suas preferências com o auxílio de referências.

Para Samara e Morsch (2005, p. 71), “grupo de referência é o grupo com o qual um indivíduo

se identifica e servo como ponto de comparação – ou referência – para formação geral ou

específica de valores, atitudes ou comportamentos, ditando-lhe um determinado padrão”.

A classe social também pode afetar o consumidor. No entender de Engel, Blackwell

e Miniard (1995) certas revistas, por exemplo, são lidas, pois seus compradores as leem por

abordarem assuntos que são de interesse de suas classes afluentes. Samara e Morsch (2005, p.

66) narram que “as classes sociais são divisões ordenadas e relativamente permanentes de

uma sociedade cujos membros possuem valores, interesses e comportamentos similares”.

Levando isto em consideração, é preciso compreender como os jovens, que são

grande parte do público-alvo da marca Melissa, se comportam na hora de consumir.

45

2.1.7 Comportamento do consumidor jovem

O período jovem, ou a chamada adolescência, se estende da terceira infância até a

idade adulta, que é o momento que começam os conflitos e a autoafirmação (LIMEIRA,

2008). A autora ainda destaca que a juventude faz parte do processo de preparação para que

ele se prepare para a vida adulta no âmbito profissional e social.

Existem várias definições para juventude, mas conclui-se que a mesma deve ser

olhada de acordo com sua diversidade. Ela ainda é caracterizada, de acordo com Limeira

(2008, p. 202, grifo da autora), “por um processo de constante mutação e transitoriedade, em

que pensamentos, sentimentos e comportamentos são efêmeros e passageiros”. A autora ainda

comenta que a adolescência também vista como um processo de transição, com etapas difíceis

que geram conflito no meio em que vivem.

A juventude faz parte, de acordo com sua escolhe, de grupos que interagem e tem

identidades e gostos em comum, e podem compartilhar interesses, valores, dentre outros. Para

Limeira (2008, p. 205-206, grifo da autora),

os grupos exercem três tipos de influência nas pessoas: a normativa, a informativa e

a de identificação. A influência normativa refere-se à conformidade, quando a

pessoa segue as normas acordadas e se adapta às expectativas do grupo. Nesse caso,

o grupo ajuda a estabelecer e reforçar padrões de conduta [(Dicionário de

sociologia)]. A influência informativa ocorre quando o grupo fornece informações

e experiências para que a pessoa oriente seu comportamento. […] A influência de

identificação ou de expressão de valor ocorre quando o grupo é a referência da

pessoa no processo de construção de sua identidade.

Todo jovem se identifica com alguém através da cultura, mas cada um pertence a seu

grupo. Grupo de referência são indivíduos que vistos como menção ou comparação entre

grupos, o que gera o processo de identidade (LIMEIRA, 2008).

Identidade, como apresenta o Dicionário Eletrônico Aurélio XXI (apud LIMEIRA,

2008, p. 210), “refere-se ao conjunto de características próprias e exclusivas de uma pessoa,

pelas quais é conhecida e reconhecível, como nome, idade, profissão, sexo, tipo físico,

impressões digitais, opiniões, gostos, preferências, estilo de vida etc.”.

A identidade social ou cultural refere-se às características que um indivíduo viu em

outro, podendo assim, distinguir ou identificá-lo em tal grupo. É da identidade social ou

cultural que surge o consumo simbólico, que é o método de construção e declaração da

identidade através de produtos de consumo (LIMEIRA, 2008).

46

Todas as informações citadas até então podem ser aplicadas no segmento de moda.

Porém, um pouco de sua história e conceitos sobre marketing de moda serão vistos a seguir.

2.2 MODA

Para se entender melhor a moda, é preciso especificar seus conceitos e sua história,

que serão descritos a seguir.

2.2.1 Conceitos de moda

Na visão de alguns escritores, a moda é onde as pessoas enganam a si mesmas, é

onde localizam uma maneira de escaparem da monotonia através da transformação

ininterrupta. Outros escritores sustentam que não há como fugir da moda, já que a mesma se

amplia a vários campos da cultura e profere a vontade do homem de mudar a natureza, de

torná-la mais bela (CIDREIRA, 2005).

O conceito de moda faz parte há pouco tempo da história da humanidade. Surgiu no

século XV, no período entre Idade Média e Renascença. A definição de estilista só apareceu

no final do século XVIII, momento em que Rose Bertin tornou-se conhecida por ter criado

peças para Maria Antonieta. Daquele momento até os dias de hoje, a moda passou por

mutações cada vez mais rápidas e evoluiu, tomando conta de vários segmentos de mercado

(SALGADO et al., 2007).

A moda possui um conceito diferente para cada estudioso. Wilde (apud ARMONI,

2007, p. 10) define moda como “uma forma de feiúra tão intolerável que temos que alterá-la a

cada seis meses”, enquanto Ambrose Bierce aborda que “moda é um déspota que os sábios

ridicularizam e… obedecem”. Mas, um dos mais renomados estudiosos da moda, Paul H.

Nystrom (1928 apud ARMONI, 2007, p. 10) cita que a moda é “nada mais, nada menos que o

estilo predominante em qualquer momento específico”.

A palavra moda, no entendimento de Cidreira (2005, p. 31), é empregada “[…]

geralmente para toda invenção, todos os usos introduzidos na sociedade pela fantasia dos

homens”. A autora ainda esclarece que a moda faz uso de enfeites para tornar homens e

47

mulheres mais belos e é onde se pode encontrar o comanda para a transformação e o capricho.

“Moda é sinônimo de busca da beleza, não da harmonia das formas, cores e texturas;

para alguns, não tão poucos quanto imaginamos, a moda pode ser compreendida como o

retrato do excesso, do mau gosto, do ridículo”. (CIDREIRA, 2005, p. 32).

Na afirmação de Cobra (2007, p. 77), moda “é a atividade que visa pesquisar e

desenvolver produtos e serviços que atendam permanentemente as necessidades e os desejos

dos consumidores, levando até a satisfação de sonhos e fantasias por meio de conceitos novos

e inusitados ou revisitados”.

A moda pode ser vista como um acontecimento sociocultural que manifesta a

expressão dos povos através do estilo, que é mudado recorrentemente, mas detalha momentos

da história, além de firmar posições sociais por meio dos costumes, arte e economia

(PEZZOLO, 2009).

O conceito de moda passou a fazer parte de outros segmentos, pois o estilo de vida

da sociedade, que tem base nas características e no comportamento de acordo com a realidade

de cada um, passou por rápidas mudanças nos últimos tempos (ARMONI, 2007).

O cruzamento de todos esses fatos nos faz acreditar e definir, portanto, a “[…] moda

como o reflexo do estilo de vida de determinado público, em contextos social e local

específicos, em determinado ponto no tempo”. (ARMONI, 2007, p. 11).

A moda pode ser percebida através de eu passado, pois ela o documenta além de

distinguir a transformação das épocas. Com isso, pode-se dizer que moda é sinônimo de

mudança, mas para que se entenda melhor sua causa, é importante ter conhecimento de sua

procedência (PEZZOLO, 2009).

2.2.1.1 História da moda e sapatos

É possível dizer que a moda começou com as folhas que cobriam o corpo e depois as

peles de animais. Pode-se proferir que cobrir o corpo era um jeito que humanos encontraram

para se impor perante aos demais, até mesmo expor sua bravura exibindo dentes e garras. A

proteção também é um aspecto, pois está ligado à sobrevivência com relação às intempéries,

principalmente o frio. Os humanos protegiam seu corpo com peles que vinham das caças,

abrigos em grutas e cavernas, onde deixaram registrado a vida que levavam (BRAGA, 2007).

No final do século XIV, surgiu a necessidade do homem ser diferente dos demais, é

48

quando eles se veem como indivíduos. Desde momento em diante, a moda passou a ser um

sistema onde transformações passaram a ser acolhidas e formuladas como necessidades

sucessivas de novas expressões, até que se chegasse a demasia de hoje em dia (KALIL, 2004).

A moda renova permanentemente o modo como as pessoas devem se vestir e se

comportar. Essa renovação, que é feita pela indústria e por estilistas, é um acontecimento

praticamente recente, se for considerado a preocupação que o homem das cavernas tinha com

roupas (KALIL, 2004).

Cidreira (2005) acredita que, consecutivamente, a moda se destrói e reaparece, às

vezes sem um motivo visível. Em alguns momentos tem o bizarro como preferência e

considerado belo, simplesmente por ser algo novo.

Antigamente, o conceito de moda era somente usado para roupas, especialmente as

de alta-costura feminina. No entanto, na última década, o conceito de moda passou a definido

para outros segmentos, como móveis, artigos para a casa, perfumes, cosméticos, óculos e

sapatos (ARMONI, 2007).

Sapatos estão presentes na vida dos homens desde o princípio da civilização. No

período pré-histórico, os pés eram protegidos do tempo frio com pele de animais ajustadas ao

tornozelo, mas havia uma variação de materiais que eram utilizados como calçado. Nos locais

mais quentes, usava-se fibras vegetais trançadas e solado de madeira (PEZZOLO, 2009).

Atualmente, as pesquisas de tendências são grandes aliadas dos profissionais de

moda. Para desenvolver uma coleção é imprescindível estar conectado com o que

ocorre no turbilhão das mudanças, quase instantâneas, que acontecem por todo o

planeta. Articular as informações e traduzi-las em criações com um apelo visual

envolve análise complexa e contínua por parte dos profissionais envolvidos no setor.

(CENTRO DE MODA, 2009, p. 7).

Podem ser caros, entretanto os sapatos podem deixar alguém próximo da felicidade.

Essa felicidade que as pessoas sentem ao comprar um sapato pode ser um enigma, mas

acredita-se que, em comparação com outros produtos, os sapatos dão o benefício de que todos

podem o usar. Um sapato é capaz de fazer pessoas se sentirem magníficas e, apesar de terem

contato direto com o solo, são objetos nobres, quase joias, chegando a custar pequenas

furtunas (JACOBBI, 2005).

Nos últimos dez anos, o amor das pessoas por sapatos cresceu e as marcas investiram

na em suas criações. Todavia, nos últimos tempos, com a diminuição da produção no mundo

causada pelos ataques de 11 de setembro de 2001, os empresários anunciaram que havia uma

crise no mercado calçadista, assim como em outros setores de moda, o que diminuiu o número

49

de exportações e elevou importações dos produtos vindos da China, Vietnã e Índia. Porém,

mesmo com a crise, os sapatos continuam a serem produzidos com materiais de qualidade

(JACOBBI, 2005).

Para que o mercado de moda continue gerando vendas e, consequentemente, lucro, é

preciso entender mais sobre a área na qual atua e utilizar o marketing como ferramenta para a

conquista de mais compradores.

2.2.2 Marketing e moda

A cada dez produtos colocados no mercado, um é recusado pelo público na primeira

semana de exposição, outros dois são tirados de circulação antes do sexto mês e quase todos

passam por modificações, tanto na fórmula como no design ou embalagem, o que exige um

relançamento resultando em mais investimento para sua reapresentação ao mercado (BOOZ

ALLEN, 2005 apud COBRA, 2007).

A decisão de que uma coleção de moda seja colocada no mercado é prioridade da

mídia especializada, pois se ela chegar ao mercado com rumores de que não será de agrado do

público, a possibilidade de não ser bem recebida pelo consumidor é alta, fazendo com que o

varejista e o confeccionista percam parte do investimento (COBRA, 2007).

Por isso, as marcas, no varejo, devem ter um conceito personalizado para que cada

loja tenha sua identidade de acordo com a cidade na qual está instalada (PESSOA, 2006 apud

COBRA, 2007). Se o resultado não são aceitáveis devido a algum pecado cometido, a loja

pode perder clientes que só podem voltar em 10% dos casos (COBRA, 2007).

As marcas desenvolvidas por varejistas têm em vista criar um controle de demanda.

Os responsáveis pela coleção dos varejistas podem determinar estilos, modelos, padrões e

tecidos que sejam adequados ao seu negócio, além de ligar toda a tática de promoção e de

merchandising à coleção, assim como a apresentação do produto na loja (COBRA, 2007).

A grande vantagem de possuir uma marca própria por parte das lojas é a

possibilidade de determinar o clico de moda, assim o abastecimento do ponto de venda é feito

de acordo com a necessidade percebida pelo varejista (COBRA, 2007).

O comprador de artigos de moda se identifica com a oferta, principalmente em

função da personalidade e requinte que possui. Há consumidores aficionados por moda e

outros por preço, além dos consumidores ditos clássico, que eram aficionados pelo que era

50

conservador. Alguns consumidores preferem a moda, outros o conforto, mas a verdade é

exige cada vez mais os consumidores exigem um menor preço por produtos de alta qualidade

e inovadores, o que quer dizer que o consumidor que quer se sentir somente satisfeito pelo

preço, mas também pela facilidade, inovação e diversão na compra (COBRA, 2007).

Para que o marketing seja colocado em prática, é preciso entender mais sobre os

consumidores de produtos de moda.

2.2.2.1 Comportamento do consumidor de produtos de moda

Gilles Lipovetsky (apud COBRA, 2007) afirma que a moda é vista como um meio

para se chegar ao lucro. Empresas estão sempre inovando em produtos para expandir sua

participação no mercado, fazendo com que novos clientes sejam conquistados e o consumo

restaurado.

Todas as pessoas, de qualquer classe socioeconômica ou cultural, têm a possibilidade

de comprar um produto de moda. O que torna o consumidor de moda diferente dos demais é

que os apelos de marketing dessa classe de produtos chega mais facilmente a eles (COBRA,

2007).

Pessoas físicas (consumidor individual) ou organizações (consumidor de negócios)

podem ser consumidores da moda. Entretanto, as organizações exercem o consumo fazendo

um acordo com fornecedores, entidades ou distribuidores (COBRA, 2007).

O consumidor individual é o que efetua compra pra o consumo de membros da

família ou dele mesmo, enquanto o consumidor de negócios, a pessoa jurídica, compra os

produtos de moda como complemento para os produtos que já comercializa (COBRA, 2007).

O produto de moda pode apresentar um valor universal ou pessoal. Na compreensão

de Cobra (2007, p. 78), “o valor universal é caracterizado por atributos e benefícios do

produto de moda que satisfaçam necessidades e expectativas de diversos consumidores em

uma grande amplitude geográfica”. O autor ainda revela que esse valor tem relação com a

atuação do produto.

O valor pessoal proporciona a satisfação de acordo com a necessidade específica do

consumidor e ainda faz relação com o valor emocional do produto da moda (COBRA, 2007).

O consumidor de moda possui um comportamento que abrange atividades físicas

(visitas a lojas) e atividades mentais (visitas a lojas virtuais). Por isso é importante

51

compreendê-lo, pois as táticas utilizadas pelo marketing necessitam estar de acordo com os

estudos do comportamento do comprado de objetos da moda e as táticas de comunicação

precisam levar em consideração o que o consumidor gostaria de ouvir. Também é importante

focar o procedimento de venda no consumidor de moda, já que sua satisfação é motivo para

negociar e torná-lo fiel à marca, mas sempre focando em suas satisfações (COBRA, 2007).

Para que o comportamento do consumidor de moda seja avaliado, é importante

conhecer aspectos como atividades, interesses, opiniões, técnicas para segmentação e analisar

a conexão entre variáveis psicográficas e mercadológicas (COBRA, 2007).

Estudando o comportamento do consumidor de moda é possível obter uma base para

formular táticas eficazes de marketing (COBRA, 2007).

“Como a moda é mais intangível do que tangível, as pessoas se deixam levar mais

pela emoção do que pela razão na hora da compra. O grau de envolvimento do consumidor

com os produtos de moda é, portanto, mais emocional”. (COBRA, 2007, p. 95).

“O estudo do significado da moda envolve a compreensão das razões de sua adoção

pelos consumidores e das formas em que o processo criativo é executado”. (ARMONI, 2007,

p. 12).

Através de um método de comunicação de um conceito, a moda incita o consumidor

a comprar e incentiva as pessoas a comprarem ocultamente e a compreensão desse fato é

essencial para a gestão do negócio da moda (ARMONI, 2007).

A moda deve atingir o público de forma cognitiva para que fique em sua memória a

alegria por adquirir um novo produto que, por ser de moda, proporcionará maior influência

social. Quer dizer, a moda que está nas ruas neste momento não incomoda, pois ela quer

propagar a originalidade através de definições explícitas e implícitas (COBRA, 2007).

No presente capítulo foram descritos um breve histórico do marketing, seu conceito

na visão de vários estudiosos, assim como suas ferramentas. Todo o conteúdo observado será

a base teórica para o desenvolvimento desta pesquisa científica. Por tanto, no capítulo a seguir

estarão descritos os procedimentos metodológicos que foram utilizados para a construção

desta Monografia.

52

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente capítulo aborda os procedimentos metodológicos utilizados para a

construção desta Monografia, onde conceitos de vários autores foram utilizados para atribuir o

caráter acadêmico científico exigido na construção de um estudo desta natureza. Os conceitos

de método, tipos, técnicas e abordagem de pesquisa utilizados para sua construção são de

autores como: Maria Margarida de Andrade com o livro “introdução à metodologia do

trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação”, publicado em 2003; Antônio

Carlos Gil, com “métodos e técnicas de pesquisa social”, publicado em 1999; e Domingos

Parra Filho e João Almeida Santos com “metodologia científica”, publicado em 1998.

Metodologia é a união dos caminhos traçados para a conquista do conhecimento

(ANDRADE, 2003).

O tema “construção do amor por uma marca”, relacionado ao caso Melissa foi

escolhido decorrente a trajetória da marca Melissa e a afinidade existente da acadêmica com a

mesma. Após a escolha do tema, deu-se início à construção desta pesquisa que visa

compreender porque esta marca pode ser considerada uma lovemark. Para melhor entender a

intenção desta pesquisa é importante saber seu conceito.

A pesquisa tem a finalidade de verificar, investigar problemas teóricos ou práticos

através de processos científicos, que surge em consequência de uma dúvida ou problema que

pode ser desvendado através do uso do método científico na busca de uma resposta (CERVO;

BERVIAN; SILVA, 2007).

Andrade (2003, p. 121) define pesquisa como “[…] o conjunto de procedimentos

sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para

problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos”.

Gil (2002) conceitua que uma pesquisa é somente realizada quando não se possui

informações para a resolução do problema em questão ou quando a mesma se encontra

desatualizada, não adequando-se à resolução do problema.

Esta Monografia pode ser qualificada como uma pesquisa por buscar informações

sobre a história da empresa Grendene, assim como da marca Melissa, para fundamentar os

motivos pelos quais levam a marca a ser considerada uma lovemark, sempre com auxílio dos

procedimentos metodológicos.

Com o conceito de pesquisa científica entendido, deu-se início à construção do

primeiro capítulo desta Monografia que traz, com a ajuda de arquivos, matérias publicadas

53

nas revistas Plastic Dreams e no livro MelissaEU!, enviadas pela empresa Grendene.

Depois da uma árdua tentativa de contato via e-mail no último trimestre de 2009, se

realizou uma pesquisa documental, que será explanada a diante, em arquivos enviados pela

empresa e informações coletadas através de sites como o da própria marca e da empresa

Grendene, apresentou-se uma breve introdução, que abordou a empresa Grendene e o início

da produção de Melissa; o tema e o problema de pesquisa, que trouxeram breves menções

sobre a marca, a Loja Melissa, a revista Plastic Dreams e o Perfume Melissa, além de encerrar

com a pergunta de pesquisa: como a marca, após 30 anos de seu primeiro lançamento, firmou-

se como uma lovemark a partir do seu reposicionamento?

A pesquisa documental, citada anteriormente, possui esse nome, pois faz a utilização

de dados primários oriundos de observações já documentadas. Tais dados primários podem

ser arquivos, fontes estatísticas e fontes não escritas (RAMPAZZO, 2005).

Sob o ponto de vista de Reis (2008, p. 53), a pesquisa documental “[…] é um tipo de

pesquisa que objetiva investigar e explicar um problema a partir de fatos históricos relatados

em documentos”. A autora ainda defende que este tipo de pesquisa tem como base as

informações e dados retirados de documentos não científicos.

O capítulo primeiro ainda contou, com o auxílio do estudo exploratório, com a

descrição dos objetivos gerais, que são analisar as ações da Melissa para se firmar como uma

lovemark desde seu lançamento e suas novas ações de marketing, e específicos, que são

contextualizar a história da marca Melissa desde seu lançamento, relacionar as ações

utilizadas pela Melissa para se firmar como uma lovemark e analisar as formas de

comunicação com o consumidor através de novas mídias; a justificativa e encerra com a

estrutura do trabalho que fala brevemente sobre os tópicos abordados nesta Monografia.

A ordem que o pesquisador percorrerá de acordo com os objetivos traçados,

caracteriza a utilização do método, que no entendimento de Andrade (2003) são os

procedimentos usados para se chegar a uma conclusão em relação a acontecimentos.

A presente Monografia teve o auxílio do método indutivo para chegar à sua

conclusão. O método indutivo, conforme Gil (1999, p. 28-29), “[…] parte do particular e

coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados

particulares”. O autor ainda complementa que o método parte da ânsia de conhecer a razão,

através da observação, de tal acontecimento.

Na visão de Parra Filho e Santos (1998, p. 77), “o método indutivo vai permitir, a

partir de observações, levantamentos de determinados fatos, determinadas situações, inferir

condições e situações gerais”.

54

O estudo exploratório, mencionado anteriormente, é dito por alguns autores como

uma “pesquisa quase científica” e, normalmente, é o primeiro passo que se dá em uma

pesquisa. É uma “observação não estruturada” que incide em coletar e armazenar

acontecimentos sem que o pesquisador faça uso de “meios técnicos especiais” ou tenha a

necessidade de fazer perguntas diretas (RAMPAZZO, 2005).

“A pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um determinado

objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação

desse objeto”. (SEVERINO, 2007, p. 123, grifo do autor).

Após completar o capítulo primeiro, iniciou-se o segundo capítulo, onde se encontra

a revisão de literatura que foi construída de acordo com a pesquisa bibliográfica. Neste

capítulo encontra-se os conceitos e o histórico do marketing, necessidades, desejos e

demandas; o mix marketing e comunicação integrada através da pesquisa bibliográfica, ou

seja, da publicação de livros encontrados nas bibliotecas presencial e online da Faculdade

Estácio de Sá, no Google Books buscando o conteúdo desejado de forma rápida, por meio da

leitura do sumário ou palavras no campo dos sites de busca.

A pesquisa bibliográfica é de grande valia para os cursos de graduação. É ela que

conduz aos trabalhos acadêmicos. Qualquer pesquisa a ser feita precisa do auxílio da pesquisa

bibliográfica, principalmente as pesquisas exploratórias (ANDRADE, 2003).

No entendimento de Severino (2007, p. 122, grifo do autor), “pesquisa bibliográfica

é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em

documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.”. O autor ainda comenta que os textos

são formados a partir de dados anteriormente relatados e já trabalhados por outros

pesquisadores.

Os primeiros títulos do segundo capítulo a serem pesquisados foram do autor Philip

Kotler, como Administração de marketing (2000), Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo

profissional precisa saber (2003) e Marketing para o século XXI: como conquistar e dominar

mercados (2009); Roberto Minadeo, com “Coleção 1000 perguntas. Marketing (2005); e

Michael Kamins, com “Marketing e vendas: 25 princípios para valorizar marcas e produtos

(2002). Também abordou-se conceitos sobre marca; posicionamento; segmentação;

comportamento do consumidor, com as influências psicológicas, motivação, personalidade,

percepção, atitude e aprendizagem; a influência sociocultural e o comportamento do

consumidor jovem. Como a marca Melissa reposicionou-se como um produto fashion,

conceitos sobre moda, marketing de moda, comportamento do consumidor de produtos de

moda foram explanados, além de sua história e a do sapato.

55

Os dados necessários para resolver o problema de pesquisa, por meio da pesquisa

explicativa explanada a diante, correspondem: a história da empresa Grendene e a marca,

relatadas com o auxílio de citações vindas de reportagens, matérias e dos sites das marcas,

além de ilustrações; o cheiro de Melissa, seus parceiros, a revista Plastic Dreams, Perfume

Melissa, Loja Melissa e um pouco sobre as grifes que produzem calçados de plástico; e o

lovemark, que responde a pergunta de pesquisa com a ajuda de livros que foram cedidos por

apreciadores do marketing e artigos eletrônico através de busca em sites.

Pesquisa explicativa, na concepção de Gil (1999, p. 44), tem “[…] como

preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a

ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da

realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas”.

Com registros e a realização de uma análise dos fenômenos de estudo, a pesquisa

explicativa procura coligar suas causas por meio de interpretação pelo método qualitativo

(SEVERINO, 2007).

Este estudo também fez uso da abordagem qualitativa para chegar ao seu objetivo.

No entender de Oliveira (1997, p. 117), “as pesquisas que se utilizarem da abordagem

qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada

hipótese ou problema […]”.

Segundo Reis (2008, p. 57), a abordagem qualitativa “[…] tem como objetivo

interpretar e dar significados aos fenômenos analisados”. O autor ainda relata que esse tipo de

abordagem avalia a eficácia existente entre o tema, o pesquisador e o estudo em questão;

avalia o espaço natural como fonte principal para a coleta de dados; dentre outros.

Para construir a análise desta pesquisa, foi importante ter os conceitos de marketing,

publicidade e propaganda, lovemark, dentre outros entendidos para que fosse possível

construir uma crítica plausível. A crítica foi construída ao longo da descrição do histórico da

marca Melissa e foi inserida nos intervalos de campanhas, lançamentos, dentre outros

assuntos.

Com todos os conceitos reunidos e explanados, foi possível chegar à conclusão

através da análise dos dados, atingindo, assim, a resposta da pergunta do tema e problema

desta pesquisa. A seguir, serão expressadas as críticas de acordo com a análise dos dados.

56

4 ANÁLISE DOS DADOS

Para chegar ao objetivo proposto por esta Monografia, é preciso analisar dados, que

serão abordados a seguir.

4.1 LOVEMARK

A expressão lovemark pode se referir a qualquer coisa, seja uma pessoa, carro ou até

mesmo um país. São as marcas que geram carisma e são amadas, além de protegidas pelo

público, fazendo com que ela sobreviva. Esse é um público fiel que faz com que a marca seja

diferente de várias outras (ROBERTS, 2005).

Para Ishizaka (2005), a fixação de uma marca é apontada pelo cliente, não pela

empresa. Quando há dificuldades, é preciso prestar atenção no mercado, que é o grande

dominador, e ouvir o cliente. Esse é o interior do marketing, portanto é sempre preciso

recorrer ao mercado e ao cliente.

A conquista do cliente passa por dois períodos. O primeiro sucede no próprio ponto

de venda, que é onde o consumidor decide se levará o produto ou não, e o segundo ocorre em

sua casa, que é onde o produto é utilizado e pode fazer com que ele se sinta satisfeito ou não,

mas as marcas que conseguem conquistar esse cliente criam um elo eterno com esse

consumidor (LAFLEY, 2005).

Alguns desses consumidores se importam com o registro de uma marca, pois assim

se sentem seguros na hora da compra, sentem que terão qualidade pelo produto que

adquiriram. Vários gostariam de possuir uma marca registrada. De início eram nomes e

slogans, e no momento é possível registrar formatos, fragrâncias, sons e até cores. Para cliente

e empresa, a marca que é registrada transmite a continuidade, porém podem se tornar

genéricas, como é o caso da marca Band-Aid que veio a ser o nome usado para todo e

qualquer curativo adesivo (ROBERTS, 2005).

Toda marca busca a atenção do consumidor, independente de onde esteja, e quando

essa atenção é conquistada é preciso mantê-la através de um relacionamento. Essa ligação

emocional entre marca e consumidor deve estar presente no embasamento utilizado pelas

ações de marketing (ROBERTS, 2005).

57

A emoção é o que move o ser humano, não a razão. Estudos comprovaram que se a

parte emocional localizada no cérebro é danificada, perde-se a capacidade de rir ou chorar,

além perder a capacidade de adotar uma decisão (ROBERTS, 2005).

No entender de Roberts (2005, p. 42), “a emoção e a razão estão entrelaçadas, mas,

quando entram em conflito, a emoção sempre ganha. Sem o fugaz e intenso estímulo da

emoção, o pensamento racional torna-se lento e se desintegra”.

A esse respeito, Levy (apud ROBERTS, 2005, p. 42) relata que:

os consumidores que tomam decisões com base puramente em fatos representam

uma ínfima minoria da população mundial. São pessoas sem sentimentos, ou talvez

pessoas que põem seu coração e emoção na geladeira, antes de sair de casa pela

manhã, e só os tiram quando retornam à noite. Mas sempre existe algum produto ou

serviço que até mesmo essas pessoas compram com base em um impulso ou

emoção.

No entanto, Levy (apud ROBERTS, 2005) ressalta que grande parte da população

consome através das emoções, simplesmente justificando que gostam do produto, o preferem

e se sentem bem com o mesmo. Com tudo isso, é visível que é importante encontrar o

significado e envolver-se com a emoção e descobrir como comprometem a conduta.

É possível manter uma relação com o consumidor através das emoções, que são

vistas como uma grande ligação para essa relação. As emoções podem ser primárias ou

secundárias. As primárias são intensamente breves e não podem ser controladas, como

alegria, tristeza, raiva ou surpresa. As secundárias podem ser classificadas como sociais, pois

é preciso ter alguém para que elas apareçam, como culpa, vergonha, orgulho ou ciúme. Todas

essas conduzem até a mais essencial das emoções, o amor. Por tanto, lovemark é o nome dado

às marcas que criam laços emocionais com seu público (ROBERTS, 2005).

Para tornar uma marca em uma lovemark e uma trustmark (marca de confiança),

Roberts (2005) explica que baseou suas ideias na comparação, que foi descrita em uma tabela

que será ilustrada a seguir, entre as próprias marcas.

58

Ilustração 3: Tabela de diferenças entre uma marca e uma lovemark

Fonte: Roberts (2005, p. 70).

“O fato é que as marcas de amor são criação e propriedade das pessoas que amam.

Onde há um cliente apaixonado, há uma marca de amor”. (ROBERTS, 2005, p. 71). As

marcas do coração não estão em domínio de seus fabricantes, produtos e empresas. Elas são

das pessoas que as amam. Então foi possível concluir que uma marca só passa a ser uma

lovemark quando o consumidor diz isso, porém, a espera que isso seja dito pode ser longa

(ROBERTS, 2005).

Para que se tenha amor, é preciso ter um relacionamento significativo onde é

importante sustentar um contato, compreender e conviver com os consumidores. A partir

disso, Roberts (2005) criou princípios:

a) seja passional: os consumidores percebem a falsidade, por tanto, ame seu negócio;

b) envolva os clientes: é preciso ouvir os clientes para se criar novos produtos;

c) celebre a fidelidade: é preciso ser coerente. A mudança deve vir de todas as partes

envolvidas;

d) encontre, conte e reconte grandes histórias: todas as lovemarks possuem histórias

para serem contadas;

e) aceite responsabilidades: as pessoas se doam totalmente a uma marca.

59

Após avaliar a emoção que é sentida por uma marca, chegou-se à conclusão de que

as características para que isso aconteça são o mistério, a sensualidade e a intimidade, que não

são vistos como atributos primários, mas apanhavam os elos emocionais buscados

(ROBERTS, 2005).

O mistério é o que desata a emoção. É manifestado através de histórias, do passado,

do presente, do futuro, de inspirações, metáforas e em personagens singulares (ROBERTS,

2005).

A sensualidade é imediata, direta e provoca através da audição, da visão, do olfato,

do tato e do paladar. As emoções alertam de como é importante descobrir os sentidos para o

bem-estar e a sobrevivência (ROBERTS, 2005).

A intimidade gera mais discussão do que o mistério e a sensualidade. É manifestada

em compromissos, empatia e paixão. É ela que mostra os relacionamentos que gostaríamos de

possuir, a família que se quer, se queremos compartilhar algo ou não (ROBERTS, 2005).

Com todos esses conceitos englobados, Levy (apud ROBERTS, 2005) resume que

para ser uma lovemark é preciso mudar o relacionamento que existe entre a marca e o

consumidor para que a decisão de compra seja passional, tornando-se fiel a ela. Então pode

até ser possível que conforme o consumidor sinta amor por uma marca, a mesma pode ser

perdoada se cometer algum erro. A ligação entre a marca e o consumidor é muito intensa,

passando da compra racional para emocional.

4.2 HISTÓRIA DA GRENDENE

No ano de 1971, em Farroupilha, localizada no interior do Rio Grande do Sul, nasceu

a pequena fábrica de embalagens plásticas Grendene, que, aos poucos, se tornou a maior sede

de produção de calçados do Brasil graças ao investimento em seu parque industrial para que

pudesse comportar várias empresas em uma só (GRENDENE, 2009a).

Com unidades em Farroupilha, Carlos Barbosa, Sobral, Crato, Fortaleza e Teixeira

de Freitas, a Grendene possui fabricação considerada de Primeiro Mundo, dada a alta

tecnologia empregada na produção dos seus calçados, e segue a risca as normas internacionais

de produção, assim ela atinge os mercados adulto, adolescente, infantil e para bebês

(GRENDENE, 2009a).

A Grendene é uma das empresas que se preocupa com a natureza, por isso ela recicla

60

99% de seus resíduos industriais, reaproveita a água no circuito de produção e reaproveita

todo o PVC (cloreto de polivinila) e resíduos de pintura. A preocupação com seus

funcionários também é relevante. A empresa investe em espaços para lazer e descanso,

palestras e ações para lidar com a administração familiar, além de programas sobre a

prevenção de doenças e estímulo a hábitos saudáveis (GRENDENE, 2009j).

Os funcionários da empresa tem ciência de que são parte importante na produção,

por isso estão comprometidos com os resultados. Para que tudo ocorra corretamente, a

empresa investe no crescimento profissional e na qualidade de vida de cada funcionário e seus

familiares, além de cumprir a Lei e não contratar menores de 16 anos. Os funcionários de

todas as sedes da Grendene ainda possuem assistência médica e odontológica, restaurantes,

transporte e cesta básica, além de treinamento profissional e pessoal (GRENDENE, 2009c).

A empresa possui um laboratório de controle de qualidade, onde se testa a qualidade

dos produtos Grendene para que seja entregue perfeitamente ao consumidor. Neste mesmo

laboratório são realizados testes e avaliações nos materiais e componentes que são usados na

fabricação dos calçados, onde são empregadas as normas nacionais e internacionais de

qualidade. Mesmo com todo o cuidado com seus produtos, a Grendene é uma empresa que

entrega produtos de alta qualidade em menores prazos com relação à concorrência

(GRENDENE, 2009d).

O que torna a Grendene diferente de seus concorrentes não é somente a tecnologia

usada, mas sim as pessoas que desenvolvem os produtos de tal maneira que a tornam uma das

mais criativas empresas em calçados de moda, cuja inspiração é conquistada através de

viagens e pesquisas nas ruas, praias e cultura, além das necessidades e desejos dos brasileiros.

Para que se chegue ao design perfeito, a empresa conta com uma equipe multidisciplinar

composta por mais de 100 profissionais, entre eles arquitetos, engenheiros, economistas e

administradores, além de estilistas que realizam pesquisas em outras áreas que venham a

contribuir para a criatividade das produções e não somente o mercado de calçadista

(GRENDENE, 2009f).

Outro diferencial da Grendene (2009f) são os três prédios que foram projetados para

que houvesse um melhor curso de informações e unisse o artesanal com a tecnologia. Os três

blocos são:

61

Ilustração 4: Estrutura física do desenvolvimento de produtos da Grendene

Fonte: Adaptado de Grendene (2009f).

A maior matrizaria do mundo está presente nas fábricas da Grendene. Com uma

equipe especializada para cada setor e com o auxílio da tecnologia, a empresa obtém a

modelagem dos produtos, feita através de um software de última geração e máquinas com

conexão em rede para que a escala de toda a numeração de matrizes seja feita (GRENDENE,

2009g).

A Grendene, empresa que mais consume PVC flexível no mundo, é investidora em

tecnologia e se preocupa em adquirir maquinários para que a produção, realizada por mais de

20 mil pessoas trabalhadores, tenha um resultado satisfatório. Todos os fatores apresentados,

além do desenvolvimento da tecnologia que dá a possibilidade de um ótimo acabamento,

flexibilidade e transparência, são o diferencial no produto final (GRENDENE, 2009h).

Em um laboratório próprio de PVC, a empresa realiza pesquisas de texturas,

densidades e desempenho dos calçados. Mais de 70 diferentes fórmulas de PVC foram

desenvolvidas para que cada produto possua um material específico, desigualmente das

empresas concorrentes que fazem uso de uma única fórmula na produção de seus produtos

(GRENDENE, 2009i).

Além de fornecer calçados para os estados brasileiros, a Grendene exporta suas

criações desde 1979 (GRENDENE, 2009e). No mesmo ano, a empresa se destacou quando

Pedro Grendene, um dos fundadores, criou a sandália Melissa Aranha. Em 1983, a empresa

criou parcerias com designers do exterior para que a sandália fosse modernizada. Um ano

depois, sairia a versão infantil do calçado, a Melissinha (G1, 2007).

No ano de 1984, a marca estava presente com as linhas Melissa e Karina nos

principais mercados calçadistas do mundo e em 1987 os produtos da linha Rider começaram a

62

conquistar o mercado exterior. Nos Estados Unidos, por exemplo, é possível encontrar

produtos Rider nas lojas FootLocker, The Athlete's Foot, Finish Line, The Sports Authority e

Gart Sports; e produtos Melissa em lojas importantes como Bloomingdale's, Nordstrom,

Robinson May, Journey's e Dillard's. Atualmente, produtos Grendene estão presentes nos

cinco continentes, precisamente em 90 países. Dados revelam que entre os anos 2000 e 2007,

a empresa exportou por volta de 206 milhões de pares de calçados, resultando em mais de 1

bilhão e meio de reais (GRENDENE, 2009e).

O marketing exercido na empresa continua em seus distribuidores que assinam o

compromisso de enviar um percentual de seus lucros em programas de TV, desfiles, editoriais

de revistas, eventos de moda e esporte, e mídias tradicionais. Tudo isso é feito para que cada

marca seja reforçada e gere um impacto no consumidor (GRENDENE, 2009l).

A produção de calçados da empresa chegou a 166 milhões de pares em 2009, 20

milhões a mais do que o ano anterior, o que fez a Grendene ser uma empresa a crescer acima

da média em relação às outras indústrias calçadistas brasileiras. No ano de 2009 a empresa

exportou a mesma quantidade que em 2008, 48 milhões de pares, boa parte dos 126 milhões

de pares que o país exportou em 2009 (BM&FBOVESPA, 2010).

Os indicadores econômicos da empresa relatam que, de janeiro até agosto de 2010, a

receita líquida da Grendene foram de R$ 680 milhões, um crescimento de 13,3% com relação

a 2009. O lucro líquido de 2010 indicou R$ 84,9 milhões, quando em 2009 ficou em R$ 121,6

milhões (BM&FBOVESPA, 2010).

A receita bruta de vendas da empresa no mercado interno foi de R$ 648,6 milhões

em 2010, um crescimento de 17,6% em relação a 2009. O valor da receita bruta de vendas no

mercado externo ficou em R$ 199,1 milhões, um aumento de 3,8% com relação ao ano de

2009. A seguir é possível visualizar gráficos que indicam a participação da empresa no

mercado (BM&FBOVESPA, 2010).

Ilustração 5: Receita bruta de vendas

Fonte: IEMI, World Shoe Review 2009 e Abicalçados (apud BM&FBOVESPA, 2010).

63

Ilustração 6: Volume de vendas

Fonte: IEMI, World Shoe Review 2009 e Abicalçados (apud BM&FBOVESPA, 2010).

Em janeiro do ano de 2008, a Grendene participou da Expo Riva Schuh, fórum

mundial de calçados, que aconteceu em Riva del Garda, Trentino Alto Adige, na Itália. Neste

fórum, a empresa reforçou sua imagem internacionalmente, apresentou mais de 120 modelos

que já estavam no mercado internacional. Também em 2008, a empresa fez parte da

Couromoda, feira internacional de calçados, artigos esportivos e artefatos de couro; onde

destacaram-se modelos de sapatilhas, botas, dentre outros calçados (TOTTAL MARKETING,

2008a).

A Grendene (2009k) tem em seu poder várias outras marcas, onde faz o uso de

grandes celebridades conhecidas nacional e internacionalmente para a divulgação dos

produtos, e que são conhecidas pelo mundo inteiro. Entre elas estão:

a) Grendha: marca que mais cresce na empresa e junta de tecnologia, atualidade e

preço competitivo que atingem várias classes sociais. Seu diferencial é a busca

pela moda para mulheres práticas, dinâmicas e trabalhadoras em todo o mundo;

b) Ipanema: um grande sucesso de vendas que foi lançado no ano de 2001 e leva o

nome de uma famosa praia do Brasil. Possui como características a leveza, a

sensualidade e o tropicalismo da mulher brasileira;

c) Rider: é uma marca de calçados voltada ao público masculino e é considerada

para uso após o esporte. Foi criada em 1986 e conquista consumidores até os dias

de hoje em todo o mundo.

Outras marcas que a empresa possui e que podem ser citadas são a Grendene Kids e

a Ilhabella, além da Melissa, que terá boa parte da sua história descrita a seguir.

64

4.3 HISTÓRIA DA MELISSA

A “sandalinha de plástico” Melissa surgiu no ano de 1979, inspirada nos calçados

que os pescadores da Riviera Francesa usavam na época (MELISSA, 2010b). Além disso,

teve inspiração para sua criação retirada de lugares como Paris e Nova York. Com um

conceito vanguardista para a moda, as criações de Melissa atraem vários estilistas e jovens

(GRENDENE, 2009b). Esse é o ponto de partida para um negócio, de acordo com Pinho

(2001). O autor diz que o produto deve ter sua oferta oferecida de forma diferente ou melhor

para ser beneficiado pelo mercado e para que isso aconteça, é preciso definir seus aspecto

físico, embalagem, dentre outros.

Os calçados Melissa fazem parte do ecodesign e são feitos de material reciclável, o

PVC. O material que sobra da produção é reaproveitado pela própria fábrica (EMPRESAS…,

2007). É do PVC granulado que vem o cheirinho que a Melissa possui. O aroma de tutti-frutti

é usado para que o odor do plástico seja amenizado (MOHERDAUI, 2004).

O aroma faz parte da sensualidade, uma das bases da emoção definida por Roberts

(2005) para que se uma marca se torna uma lovemark, explanado mais a diante.

A sensualidade é imediata, direta e provoca através da audição, da visão, do olfato,

do tato e do paladar. As emoções alertam de como é importante descobrir os sentidos para o

bem-estar e a sobrevivência (ROBERTS, 2005).

Logo no ano de seu lançamento, a Melissa apostou no marketing, que, na visão da

American Marketing Association (apud KAMINS, 2002, p. 8), é “o processo de planejamento

e execução da concepção, formação de preços, promoção e distribuição de ideias, mercadorias

e serviços para criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e empresariais”. A confiança

depositada no marketing fez que o planejamento guiasse a marca para fazer uso do

merchandising na novela “Dancin’ Days” a fim de mostrar seu produto (SILVA, 2009).

Ilustração 7: Dancin’ Days

Fonte: Globo Comunicação e

Participações S.A. (2010).

65

Para Steinberg e Vranica (2004 apud KOTLER; KELLER, 2006), merchandising,

em seu início, era utilizado somente no cinema, mas já está presente em programas de TV. Os

autores completam que o custo de um merchandising pode ser de 50 a 100 mil dólares

somente para que um produto apareça rapidamente, mas o valor depende de como o produto

será exposto.

A novela Dancin’ Days foi também inspirada no filme “Os Embalos de Sábado à

Noite”, que popularizou ainda mais as discotecas. A trama, em novembro de 1978, também

foi reportagem na revista americana Newsweek. A história movimentou todo o país, lançou

moda e promoveu produtos (GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES, 2010). Sendo

tão popular em todo o país a Melissa confiou no marketing e viu uma oportunidade em

anunciar seu produto, o divulgando ainda mais.

Um ano após seu lançamento, precisamente em 20 de dezembro de 1980, um vasto

estoque de Melissas foi distribuído pelo país, já que a demanda pelas sandálias Aranha,

ilustrada a seguir, era muito grande. No final deste mesmo ano, é lançada a Melissa Furadinha

(SILVA, 2009).

A distribuição faz com que o produto seja levado para o lugar correto por meio de

uma adequada distribuição para que nenhum lugar importante fique sem o produto (COBRA,

1997). Justamente o que aconteceu e ainda acontece com Melissa. Os produtos são

distribuídos nas regiões corretas para que os consumidores fiquem satisfeitos. A empresa

ainda conta atualmente com a Loja Melissa, uma loja virtual que tem a finalidade de chegar

até os consumidores que não estão possibilitados de chegarem a um ponto de venda da marca.

Ilustração 8: Melissa Aranha 1979

Fonte: Adaptado de Melissa (2010f).

Voltando para os anos 80, no segundo semestre de 1981, é lançada a Melissa

Trançadinha, cujo comercial, ilustrado a seguir, era estrelado pelo personagem televisivo, Zé

Bonitinho, que possui um grande pente (SILVA, 2009).

66

Ilustração 9: Comercial Melissa Trançadinha (1981)

Fonte: Adaptado de Melissa (2010ae).

A estratégia de humor, na visão de Lupetti (2000) requer cuidados ao ser utilizada,

pois o público a ser atingido pode não aceitá-lo. Porém, a autora ainda menciona que, ao ser

exercida corretamente, esta estratégia pode apresentar ótimos resultados.

O uso do humor, utilizado no comercial citado, e de um personagem que chamava a

atenção e era tão popular, fez com que o comercial fixasse na mente do consumidor e fosse

lembrado, por tanto, a estratégia de humor foi exercida corretamente neste caso.

No mesmo ano, era lançada a Melissa Zig-Zag, que possuía um anúncio e comercial,

que é estrelado pelo cantor Jair Rodrigues (SILVA, 2009). O anúncio em questão encontra-se

ilustrado a seguir.

Ilustração 10: Anúncio “Melissa Zig-Zag”

Fonte: Melissa (2010b).

O comercial traz modelos de Melissa e será ilustrado a seguir.

Ilustração 11: Comercial Melissa Zig-Zag (1981)

Fonte: Adaptado de Melissa (2010ae).

67

Os comerciais criados com o uso do humor e da música eram uma forma de fazer

com que o produto chegasse a conhecimento do público mais rapidamente. Através deles

também era possível conhecer vários modelos ao mesmo tempo, o que acaba despertando, de

certa foram, o desejo de ter os produtos oferecidos.

Em 1982, a Melissa foi para o exterior, onde dois comerciais foram gravados, em Las

Vegas e Los Angeles, cidades que serviram de nome para dois modelos. No mesmo ano é

gravado um comercial com a atriz Victoria Principal para a nova coleção (SILVA, 2009).

Essa “internacionalização” do produto faz com que os consumidores tenham a visão

ainda mais voltada para ele, ainda mais sendo um produto fashion, mercado que muito

movimenta a economia mundial.

No ano seguinte, em 1983, os calçados assinados por estilistas, como Jean Paul

Gaultier e Thierry Mugler, são exportados e vendidos em lojas reconhecidas pelo mercado

(SILVA, 2009).

No ano de 1986 chega ao mercado a Melissinha, sandália para crianças que vinha

com uma pochete, um relógio ou um estojo (SILVA, 2009). Estrelado por uma menina ruiva,

o comercial, que será ilustrado em seguida, vinha em três versões para que se desse destaque

aos brindes que acompanhavam com cada sandália (CANAL MEMÓRIA, 2007).

Ilustração 12: Comercial da Melissinha (1986) – Pochete, Relógio e Estojo

Fonte: Adaptado de Canal Memória (2007).

68

Segundo Dordor (2007), quando um produto perde sua atratividade é possível

destacá-lo através da utilização de um brinde. Este não é o caso de Melissa, pois com tantos

lançamentos e grandes distribuições de seus produtos, que foram citados anteriormente, é

possível notar que a campanha “Melissinha” vinha com três diferentes brindes para chamar

ainda mais a atenção do consumidor, podendo torná-lo um consumidor fiel e gerar um valor

agregado à marca, como afirma Doudor (2007, p. 322), que o brinde oferecido “pode ser

portador de valor agregado, fazendo com que a fidelidade da segunda ou terceira compra

ganhe sentido”.

No final da década de 80, a Melissa já é considerada um sucesso e está presente nas

principais revistas de moda que a elegem como uma mania entre as adolescentes (SILVA,

2009).

A marca considera que 1990 é seu ano de estrelato. Foi quando várias modelos,

cantoras e atrizes aderiram a Melissa aos seus looks. Dois anos depois, a marca excede em

milhões suas vendas, assim mais modelos são criados e em 1993 a marca se reestrutura para

ser relançada (SILVA, 2009).

Para que chegasse ao conhecimento do público, incluindo as modelos, cantoras e

atrizes que apreciam Melissa, agrega-se à publicidade e à propaganda as relações públicas,

ferramenta fundamental para que a divulgação de produtos, marcas ou serviços aconteça.

Kotler e Keller (2006, p. 593, grifo dos autores) afirmam que “as relações públicas (RP)

envolvem uma série de programas desenvolvidos para promover ou proteger a imagem de

uma empresa ou seus produtos em particular”. Os autores ainda mencionam que isso pode vir

a causar um impulso sobre o mercado, justamente o que aconteceu com a Melissa. A marca

teve o cuidado desde seu início com o planejamento, publicação com o auxílio da publicidade

e da propaganda para que a marca fosse divulgada a modo que alcançasse o conhecimento do

público-alvo desejado.

No dia 6 de novembro de 1994 a marca é relançada e para comemorar uma grande

festa é promovida para celebrar a nova fase da Melissa. Deste ponto em diante a marca

começa a contratar designers famosos para criarem peças (SILVA, 2009).

Em 1996, como garota propaganda das coleções Winter Collection, Top Collection e

Summer Collection, a Melissa contratou a modelo internacional Claudia Schiffer (SILVA,

2009).

É possível notar que a utilização de uma celebridade em seu comercial foi uma

oportunidade vista dado número de famosos que utilizaram o calçado nos começos dos anos

90. Por tanto, a utilização de celebridades em suas campanhas através da estratégia

69

testemunhal, é mais uma prova de que a utilização da ferramenta publicidade e propaganda

deu certo.

A estratégia testemunhal, segundo Van Bran (2010), é “bastante aplicada para dar

credibilidade ao produto. O uso de celebridades - atores ou atrizes consagrados - pode trazer

um bom retorno à campanha publicitária”.

Entre comercial e revistas, a modelo Claudia Schiffer também participou de um

desfile exclusivo para promover o produto (SILVA, 2009). Abaixo apresenta-se ilustrações do

anúncio e do comercial estrelados pela modelo.

Ilustração 13: Melissa Top Collection

Fonte: Melissa (2010b).

Ilustração 14: Comercial Melissa Top Collection by Claudia Schiffer

Fonte: Adaptado de Melissa (2010ae).

Para marcar a nova fase que a marca entrara, em 1997, foi lançado o livro “Sempre

igual sempre diferente” (SILVA, 2009).

Ilustração 15: Livro para Melissa

Fonte: Moreira (2010).

70

A criação de livro é importante para confirmar seu posicionamento e fazer com o

consumidor se sinta muito mais próximo da marca, além de se sentir exclusivo, já que poucos

recebiam um exemplar.

O ano de 98 foi importante para a Melissa. Esse é o ano que a marca começa a

planejar seu reposicionamento para vir a ser acessório fashion. A Grendene passou por

mudanças nesse período, incorporou um espaço somente para a Melissa visando atender aos

formadores de opinião (SILVA, 2009).

Posicionamento, para Richers (2000), é visto como um “lugar” específico no

mercado onde o produto se encontra de modo que o produto dos concorrentes não o

prejudique. No caso da Melissa, a empresa planejou migrar a marca de um simples calçado de

plástico para um acessório fashion. Posicionar um produto no mercado da moda requer muito

mais cuidado e carinho. A utilização de ferramentas da publicidade e da propaganda é

essencial para essa mudança, inclusive investir em novas ferramentas, como uma loja virtual

ou um blog, como no caso da Melissa, e participar de eventos de moda, onde ambos se

realizaram.

Um ano antes do novo milênio, a marca começa seu reposicionamento para fazer

parte do mundo da moda, mesmo ainda tendo sua campanha em fase de produção, já que a

cada coleção a empresa dedica quatro meses ao planejamento sempre procurando informação

para que o conceito seja criado e o nome da coleção consequentemente (SILVA, 2009).

Visando seu reposicionamento, a Grendene patrocina o evento de moda São Paulo

Fashion Week em 2002 para apresentar a nova coleção da Melissa com criações de Romero

Britto. Neste mesmo ano, a Melissa apresenta a campanha Melissa do Brasil, cujas peças

encontram-se logo abaixo, criada pela agência W/Brasil (SILVA, 2009).

Ilustração 16: Melissa do Brasil

Fonte: Melissa (2010b).

O São Paulo Fashion Week é um evento de moda que acontece uma vez a cada

71

semestre e conta com a participação de grifes nacionais e internacionais, por isso atrai a

imprensa de todo o mundo por causa de sua grandiosidade, e ter a Melissa participando de um

evento tão importante para o calendário de moda brasileiro é de suma importância para seu

posicionamento no mercado da moda.

A Melissa, em 2003, trouxe a conhecimento público a Loja Melissa, que será

ilustrada a seguir, um dos primeiros sites de vendas online do país. Uma das razões para sua

criação é fazer com o produto chegue até os consumidores que não tem acesso à loja física

(GRAFIA, 2010).

Ilustração 17: Loja Melissa

Fonte: Melissa (2010d).

A empresa almeja lucrar por volta de R$ 10 milhões no ano de 2010 somente com a loja

online, o que seria um aumento de 66% com relação ao ano anterior, além de expandir

internacionalmente o negócio criando o ShopMelissa.com (LIMA, 2010).

Somente em agosto de 2010, a Loja Melissa teve 1 milhão de acessos (GRAFIA, 2010).

Desde seu lançamento até o ano de 2009, a Loja Melissa, que somente oferece produtos da

marca, teve um crescimento de faturamento em cerca de 823% e faturou, somente em 2009,

R$ 6 milhões (LIMA, 2010).

Administrada pela Grafia, agência digital, a Melissa agregou blog e Twitter para ter

um contato mais direto com seu público. O blog oficial da Loja Melissa foi criado no final de

2009 com a proposta de explanar mais sobre os produtos, lançamentos, dentro outros

assuntos. O perfil na rede social Twitter, ilustrado a seguir, possui mais de 17 mil seguidores

e está presente em mais de 568 listas, uma forma de filtrar perfis (LIMA, 2010).

72

Ilustração 18: Twitter Loja Melissa

Fonte: Melissa (2010e).

Como afirma Torres (2009), o Twitter é um pequeno e-mail, com um microblog e

uma rede social. É utilizado para passar informações e é utilizado para escrever o que está

acontecendo com o usuário. O autor ainda explana que blog é onde alguém coloca conteúdos

criados por si mesmo e que é lido por outras pessoas que podem ou não ter seus próprios

blogs e podem continuar a discussão do assunto. É com essas ferramentas que a Melissa se

aproxima ainda mais de seus consumidores e admiradores.

A Melissa apostou na internet para ter um contato maior com seu público e também

porque apresenta vantagens diferentes do marketing convencional. Como afirmou Ogden e

Crescitelli (2007), o marketing digital é mais ágil, tem um custo relativamente menor, pode-se

fazer atualizações com mais frequência, é possível personalizar o material de acordo com o

cliente e novas informações chegam mais rápido e sem limitações. No mês de outubro de

2010, a Loja Melissa enviou cerca de sete e-mails marketing informando os consumidores

sobre os lançamentos e promoções da marca. Cada e-mail marketing possui um link direto a

cada modelo que está contido no corpo da mensagem, o que torna a possível venda mais

rápida.

Entre os anos 2003 e 2005 vários modelos desenhados por vários designers foram

lançados, entre eles Alexandre Herchcovitch, Sommer e Cavalera (SILVA, 2009).

Os estilistas chamados pela marca para fazerem suas criações, podem ser encarados

como autoridades no assunto design e moda. Essa parceria entre empresa e designers pode ser

visto como apelo à autoridade. Para Bueno (2010), apelo à autoridade é a “utilização de

profissionais de determinadas áreas a fim de validar a mensagem, conceito que a propaganda

quer transmitir”. No caso da Melissa, autoridades a serem citadas podem ser Gaetano Pesce,

73

Jean Paul Gaultier, Isabela Capeto, dentre outros.

O uso das bonecas em campanhas continuou por mais cinco coleções. Uma delas,

que será ilustrada a seguir, foi lançada no primeiro semestre de 2003 e foi chamada de

Melissa Music (MELISSA, 2010a).

Ilustração 19: Melissa Music

Fonte: Melissa (2010b).

A seguir, é possível visualizar a campanha Melissa Plasticodelic que foi lançada no

segundo semestre de 2003 (MELISSA, 2010a).

Ilustração 20: Melissa Plasticodelic

Fonte: Melissa (2010b).

No primeiro semestre de 2004, a Melissa divulgou a campanha Melissa Tour

(MELISSA, 2010a). Alguns anúncios estão ilustrados a seguir.

Ilustração 21: Melissa Tour

Fonte: Melissa (2010b).

A campanha Melissa Celebration, referente ao segundo semestre de 2004, ilustrada a

74

seguir, fez parte do início da comemoração de 25 anos da marca no São Paulo Fashion Week

(SILVA, 2009).

Ilustração 22: Melissa Celebration

Fonte: Melissa (2010b).

No primeiro semestre de 2005, a Melissa lançou a campanha, que encontra-se

ilustrada a seguir, chamada Melissa Loverobots em 2005 (MELISSA, 2010a).

Ilustração 23: Melissa Loverobots

Fonte: Melissa (2010b).

No ano de 2003, a campanha das bonecas veiculada em revistas teve que sofrer

alterações, pois foi abordado que as bonecas estavam em poses sensuais. A empresa se

defendeu dizendo que os calçados não são para o público infantil, mas sim para adultos e

adolescentes, e por isso, os anúncios foram inseridos em revistas direcionadas a este público.

A Grendene e a W/Brasil argumentaram que as modelos dos anúncios eram adolescentes e

não crianças, mas não convenceram o relator (CONSELHO NACIONAL DE

AUTORREGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA, 2003).

Desde seu início, a Melissa buscou conversar com o público infanto-juvenil, por isso,

há de se concordar com a decisão tomada pelo CONAR que foi citada anteriormente. Se a

Melissa se reposicionou para um público mais velho a fim de se tornar um acessório fashion,

por que fazer uma campanha com bonecas, algo que chama tanto a atenção das crianças?

Em março de 2005, para marcar seu vigésimo quinto aniversário, a marca lança o

projeto PLASTIC.O.RAMA, uma exposição multimídia que foi realizada no Museu de Arte

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Moderna do Rio de Janeiro. Além da exposição, para celebrar, a marca lançou um livro, que

vinha com um CD-ROM mostrando a história da Melissa até então; e uma exposição, onde

profissionais da área da fotografia, moda, publicitária, dentre outros, receberam um convite

para criarem uma obra, que será ilustrada a seguir, a partir de um par de sapatos, a Melissa

Aranha de 1979 (MELISSA, 2010y).

Ilustração 24: Irmãos Campana

Fonte: Melissa (2010m).

O evento para comemorar seus 25 anos de existência também pode ser visto como

uma oportunidade de se promover, já que acaba causando mídia espontânea por reunir tantos

profissionais importantes do mundo da moda.

A revista Vogue também registrou seu aniversário com uma edição especial

encartada chamada Vogue Melissa, onde a trajetória da marca foi contada. O projeto, cuja

capa encontra-se ilustrada logo abaixo, contou com a participação de profissionais da moda, a

jornalista Erika Palomino falou sobre sua primeira Melissa, os modelos até então lançados,

dicas de como utilizar acessórios na hora de se vestir, entrevistas com parceiros e as lojas que

vendem o calçado pelo mundo. A edição chegou às bancas brasileiras em setembro 2005

(MELISSA, 2010af).

Ilustração 25: Capa da edição

Especial Melissa 25 anos

Fonte: Melissa (2010af).

76

A revista Vogue, uma das mais importantes revistas de moda do mundo, aborda

tendências de moda, beleza, estilo de vida, festas, viagens, gastronomia, dentre outros. Por ser

tão importante para o mercado da moda, foi uma ótima maneira de festejar os 25 anos da

marca Melissa, e ainda alavanca a divulgação da marca e sua história.

No segundo semestre de 2005, a Melissa lançou sua campanha Melissa in

Wonderland, que queria passar a ideia de um lugar com formas orgânicas e misteriosas,

sublime e de puras fantasias (MELISSA, 2010aa).

Ilustração 26: Melissa in Wonderland

Fonte: Melissa (2010b).

A coleção, assim como a campanha apresentada logo abaixo, do primeiro semestre

de 2006, com o nome de Rock n’ Love, veio inspirada no rock e teve, também, seu espaço no

São Paulo Fashion Week onde uma garagem foi montada para que bandas reais compostas

somente por meninas pudessem fazer suas apresentações (MELISSA, 2010ab).

Ilustração 27: Melissa Rock n’ Love

Fonte: Melissa (2010b).

77

A coleção primavera/verão de 2006, chamada de Trópicos de Melissa, buscou

inspiração no calor da estação (MELISSA, 2010ac). A campanha dessa coleção traz a atriz

Camila Pitanga em meio a frutas tropicais e animais (SAYURI, 2008).

Ilustração 28: Trópicos de Melissa

Fonte: Melissa (2010b).

No mesmo ano, 2006, a empresa Grendene inaugura a Galeria Melissa, que está

ilustrada a seguir, um espaço somente para marca que se encontra no rua Oscar Freire, em São

Paulo (G1, 2007).

Ilustração 29: Fachada 17 – Et Circenses – Multi Randolph

Fonte: Melissa (2010c).

A Galeria Melissa pode ser vista como um espaço onde os compradores possam

somente “respirar” o produto, conhecendo todos os produtos da coleção e fazendo parte de um

ambiente que é totalmente planejado para os consumidores se envolvam. Um espaço que é

importante para quem é apreciador dos calçados Melissa, já que é um espaço que somente

possui produtos da marca.

No primeiro semestre de 2007, a Melissa realizou a campanha Create Yourself com a

agência Borghierh/Lowe, onde quatro garotas, que se tornaram conhecidas na internet, foram

escolhidas para estrelar a campanha. Cinco anúncios sequenciais, que estão ilustrados a

seguir, faziam parte da mídia impressa (PROPMARK, 2007).

78

Ilustração 30: Create Yourself

Fonte: Melissa (2010b).

A utilização de blogueiras na campanha foi uma forma de divulgar a marca ainda

mais na internet e ter um contato ainda maior com seus consumidores, dando atenção à eles.

Roberts (2005) argumenta é marcas buscam a atenção do consumidor onde estiverem, até no

meio online, e quando á uma conquista dessa atenção é preciso mantê-la por meio do

relacionamento.

O último anúncio da sequência vinha totalmente em branco e acompanhado de 81

adesivos para que o leitor da revista pudesse fazer a direção de arte do seu jeito, onde poderia

ser enviado e o anúncio escolhido seria divulgado na galeria da revista (PROPMARK, 2007).

Abaixo encontra-se ilustrações de como o anúncio poderia ser montado.

Ilustração 31: Melissa Create Yourself

Fonte: Adaptado de Lowe-Cafeina (2007).

79

A criatividade na divulgação do produto ou marca é importante para chamar a

atenção do consumidor. Criar o design do anúncio na sua revista é uma forma de ter o público

participando da campanha e do momento pelo qual a marca passa. É o consumidor fazendo

parte da história da marca, e envolver o público é um dos princípios de Roberts (2005) para

que o público tenha amor pela marca.

A campanha parece ter gerado um resultado satisfatório para a marca. Na época, o

número de acessos ao site aumentou para 278 mil, além de comentários positivos e mais de 10

mil anúncios criados por leitores foram inscritos (MELISSA…, 2007).

A coleção Contos de Melissa, que chegou às lojas no segundo semestre de 2007 foi

inspirada em contos de fada, a campanha, também criada pela agência BorghiErh/Lowe,

trouxe anúncios com a Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel

(CAFEÍNA, 2007). Estes anúncios estão ilustrados a seguir.

Ilustração 32: Contos de Melissa

Fonte: Cafeína (2007).

A campanha Contos de Melissa teve seus anúncios remetidos às histórias da

Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, Cinderela e Rampuzel. Essas histórias fizeram e

ainda fazem parte da infância de várias crianças. A utilização de fábulas na criação da

campanha chama também a atenção de adultos e jovens, inclusive crianças, justamente por

retratar o universo infantil.

80

As histórias que fazem parte do mistério que, segundo Roberts (2005), é uma dos

pontos que levam à emoção, uma das características na construção de uma lovemark.

No início do ano de 2008, a Melissa apresentou a campanha As Viagens de Melissa

que foi inspirada no retrofuturista e tribos, onde a Melissa seria a grande descoberta

(MELISSA, 2008a).

Realizada pela agência Casa Darwin, a campanha foi trabalhada via internet pelo

fotógrafo alemão Zoren Gold e pela designer japonesa Minori Murakami. As sessão

fotográfica aconteceu em Los Angeles e, depois, foram enviadas para o Japão, onde passaram

pelo processo de tratamento (CASA DARWIN, 2010a).

A ação contou com três anúncios para revista em página dupla, que estão ilustrados a

seguir, um novo site e uma promoção.

Ilustração 33: As viagens de Melissa

Fonte: Casa Darwin (2010a).

Para participar da promoção As Viagens de Melissa, era preciso acessar o site,

escolher um dos três anúncios da campanha e completar a história que acompanhava cada um

dos anúncios. A história que tivesse o maior número de votos ganharia uma viagem para

Nova York (MELISSA, 2008c).

A promoção utilizada nessa campanha envolveu seus consumidores a fim de que eles

criassem uma história, usando a criatividade para fazer parte da história da marca. Mais uma

característica na construção de uma lovemark, a ligação entre produto e consumidor.

81

O segundo semestre de 2008 teve sua campanha criada em um clima oriental com

gueixas em jardins secretos. Com a direção de arte de Renato Amoroso, a campanha Melissa

Secret Gardens, fez uso de computação 3D e mais de três mil origamis reais (CASA

DARWIN, 2010b).

A campanha conta com quatro anúncios, ilustrados a seguir, e um site que possuía o

espírito dos quatro jardins a escolha de cada visitante, toda a coleção, papéis de parede, blog,

dentre outros (MELISSA, 2008b).

Ilustração 34: Melissa Secret Gardens

Fonte: Casa Darwin (2010b).

É possível falar que a campanha Melissa Secret Gardens passa mistério e

sensualidade através de seus anúncios, características da emoção.

O ano de 2009 começa com a campanha Plastic Dreams, ilustrada a seguir. O

planejamento decidiu por veicular cinco anúncio mensais ou bimestrais nas revistas Vogue da

Itália, Espanha e Portugal; Elle Portugal; I.D.; Dazed & Confused do Reino Unido e Japão; V

Magazine e WeAr. A campanha ainda vem acompanhada de um vídeo de acordo com cada

anúncio (CASA DARWIN, 2010c).

82

Ilustração 35: Melissa Plastic Dreams

Fonte: Melissa (2010a).

A campanha Plastic Dreams buscou em cada produto a inspiração para a criação de

seu anúncio, mexendo com a imaginação e emoção do consumidor. Outra questão é o nome

da coleção: sonhos de plástico. O nome passa o que as consumidoras apaixonadas pela marca

sentem através do calçados. Elas se sentem bem, confortáveis, fazendo com que o que estão

calçando é um sonho, uma satisfação. Mais um ponto que o nome destaca é a questão da

palavra “plástico”, fazendo com que realce a matéria-prima utilizada na fabricação dos

calçados, o plástico, para aqueles que não percebem e, quando tomam consciência, acreditam

que o produto possa agredir a natureza. Como dito anteriormente, a Melissa faz parte do

ecodesign, por isso são totalmente recicláveis e não agridem a natureza, além de terem suas

sobras reutilizadas.

A campanha Melissa Love Pirates, do segundo semestre de 2009, foi inspirada em

piratas e contou com três anúncios. Com mais de quatro toneladas de areia, isopor e o auxílio

83

de quatro pessoas, as esculturas de areia presentes nas imagens foram construídas em cerca de

50 dias no estúdio fotográfico de Maurício Nahas (CASA DARWIN, 2010d).

Ilustração 36: Melissa Love Pirates

Fonte: Melissa (2010a).

No primeiro semestre de 2009 a Melissa lançou sua revista, a Plastic Dreams

(DITOLVO, 2010). Com a parceria da agência Casa Darwin e a House of Palomino, a tiragem

da primeira edição foi de 300 mil exemplares onde apresentou a coleção de inverno de 2009,

juntamente com matérias sobre moda, cultura pop, comportamento, dentre outros (PRADO,

2009).

No segundo semestre de 2010 a revista decidiu aumentar sua tiragem em 100 mil

exemplares, avançando para 400 mil a serem distribuídos no Brasil e também no exterior

semestralmente (DITOLVO, 2010). As capas dos exemplares até então lançados estão

ilustradas a seguir.

Nº 01 Nº 02

84

Ilustração 37: Capas das revistas

Fonte: Melissa (2010z).

Como cortesia, os exemplares são enviados para lojistas cadastrados, ao público

cadastrado no site e blog da Melissa, porém mailings de revistas que possuem o perfil do

público da Melissa são comprados para o envio da mesma (SILVA, 2010a).

Essa é mais uma forma da marca se fixar e manter seu posicionamento, pois a revista

tem um conteúdo que envolve o universo da moda, além de dar espaço para consumidores dos

calçados.

Em 2009 a marca Melissa decidiu criar um novo produto, o Perfume Melissa

(AMARAL, 2009). A inspiração para a composição da fragrância seria o cheiro de tutti-frutti

que as sandálias possuem, o design e a moda (ASHCAR, 2010).

Responsável pela criação do Perfume Melissa, a casa internacional Givaudan criou

outros perfumes como Angel, J’Adore, L’Air Du Temps e Prada Infusion d’Iris. O brasileiro

Claudio de Deus, responsável pelo equilíbrio dos aromas utilizados na composição da

fragrância, teve a intenção de fazer com a mesma transmitisse alegria e vibração fazendo uso

do frescor da bergamota e folhas de violeta e maracujá, dentre outros aromas (ASHCAR,

2010).

O frasco do Perfume Melissa foi criação do designer Wilhelm Liden, responsável

pela criação do perfume Daisy, de Marc Jacobs; e remete ao formato de um coração com sua

tampa formando um laço (ASHCAR, 2010).

Para o lançamento do Perfume Melissa foi criado um anúncio sequencial. O primeiro

vinha com uma mostra da fragrância adesivada (CASA DARWIN, 2010f). É possível

visualizar o anúncio a seguir.

Nº 03 Nº 04

85

Ilustração 38: Anúncio Perfume Melissa

Fonte: Melissa (2010z).

O segundo, ilustrado a seguir, trazia a realidade aumentada, onde seria possível ver a

embalagem do produto e uma animação com pássaros e música posicionando a página do

anúncio frente à webcam (CASA DARWIN, 2010f).

Ilustração 39: Anúncio realidade aumentada

Fonte: Melissa (2010z).

86

Ao entrar no site do Perfume Melissa, é preciso posicionar o anúncio corretamente

para visualizar a apresentação, como está ilustrado a seguir.

Ilustração 40: Realidade aumentada Perfume Melissa

Fonte: Melissa (2010x).

O Perfume Melissa pode ser visto como uma das características da emoção que faz

surgir uma lovemark, a sensualidade, assim o como o aroma do próprio produto. Esta

característica, para Roberts (2005), é direta e está ligada aos cinco sentidos. Esta característica

aflora a importância do bem-estar e a sobrevivência. O perfume pode ser uma forma do

consumidor se sentir ainda mais próximo da marca, já que seu aroma foi inspirado no aroma

que todos os calçados Melissa possuem, o do tutti-frutti.

No ano de 2009 a Galeria Melissa, localizada na rua Oscar Freire, fez uma

homenagem à Barbie por completar 50 anos (BARBIE…, 2009). Esta homenagem apresenta-

se a seguir.

Ilustração 41: Fachada 15 – Barbie – Pier Balestrieri

Fonte: Melissa (2010c).

87

Com uma fachada totalmente em rosa, a Melissa lançou sandálias e sapatilhas, que

custavam de R$ 90 a R$ 140, inspirados na boneca para meninas que não eram mais

compradoras do brinquedo. Foram produzidos cerca de 50 mil de sapatos que homenageavam

a Barbie, que acabaram se esgotando na pré-venda, o que fez com que a Melissa precisasse

produzir mais exemplares (BARBIE…, 2009).

A Barbie é uma marca de prestígio em todo o mundo e a Melissa enlaçou a

oportunidade de homenageá-la. Essa era uma oportunidade de mostrar às pessoas que gostam

da Barbie, o quanto a Melissa se importa com aqueles que são potenciais consumidores.

Em 2009 a Melissa comemorou seu trigésimo aniversário. Para que todos os

consumidores pudessem participar desta data, aconteceu a campanha “Melissa 30 anos”, onde

pessoas que tinham pares antigos do calçado enviaram-nos para que o comercial ficasse

completo (MELISSA, 2009b). O comercial de 90 segundos, ilustrado abaixo, teve a direção

de Vitor Mafra (CASA DARWIN, 2010g).

Ilustração 42: Melissa 30 anos

Fonte: Adaptado de Casa Darwin (2010g).

O comercial realizado em comemoração aos 30 anos da marca dependia dos

consumidores de Melissa. Foi pedida a participação deles no envio dos calçado antigos que

ainda possuíam. É notável que a relação que as pessoas que enviaram os calçado possuem

88

com a marca, caso contrário não teriam um par de sapatos por tantos anos.

O aniversário de 30 anos da marca também contou com uma festa e uma exposição, a

MelissaEU!, que ocorreu no Rio de Janeiro, contou a história da marca, as parcerias já feitas e

os modelos criados, e a presença de Erika Palomino, Gloria Kalil, Paulo Borges, Mari

Stockler, Muti Randolph, Luiza LoveFoxx, Washington Olivetto, dentre outros convidados

(MELISSA, 2009a). A exposição se tornou livro, cuja capa encontra-se ilustrada a seguir.

Ilustração 43: MelissaEU!

Fonte: Get The Look (2010).

O nome do livro, MelissaEU!, transparece que cada um que o possui faz parte dele.

Como se todos fizessem parte da história da marca, a utilização do “EU” passa que o livro

presenteado seja uma forma de agradecimento por passarem 30 anos sendo tão dedicados à

Melissa.

O ano de 2010 chega com a coleção Melissa et Circenses, que foi totalmente

inspirada no universo do circo. O anúncio de sua campanha, ilustrado abaixo, é estrelado por

uma real acrobata que precisou ficar por volta de 8 horas pendurada em panos e mais dois mil

cristais colados em seu corpo para que o resultado fotográfico fosse perfeito (CASA

DARWIN, 2010e).

Ilustração 44: Melissa et Circenses

Fonte: Melissa (2010a).

89

A campanha Melissa Amazonista, última do ano de 2010, que será ilustrada a seguir,

teve como inspiração a floresta (MELISSA, 2010ad).

Ilustração 45: Melissa Amazonista

Fonte: Melissa (2010a).

No comando da agência Casa Darwin, a campanha, que foi fotografa em Miami, tem

90

Amber Gray como fotógrafa, Rodney Hall como estilista e Vinícius Costa como diretor de

arte (MELISSA, 2010h).

Em 2010 a Melissa lançou a linha Mini Melissa para crianças de 1 a 3 anos de idade.

Chamada de Melissa Baby e com parceria da estilista Vivienne Westwood, as criações

querem passar a doçura e inocência das crianças através da criatividade e irreverência. Para

que as crianças sintam-se confortáveis, os modelos são arredondados e com velcro no

calcanhar, o que também facilita a colocação. Com o volume de vendas da linha, a empresa

decidiu recriar o clássico modelo Melissa Aranha também para as crianças (MELISSA,

2010g). A seguir, veja alguns modelos da linha Mini Melissa.

Ilustração 46: Mini Melissa

Fonte: Melissa (2010g).

A linha Mini Melissa pode ser vista totalmente como uma linha emocional, dada

relação das mães com os bebês. As mães que são consumidoras de Melissa podem ver essa

linha como uma continuidade, já que elas usaram a marca quando eram crianças, as filhas

também podem vir a usar e, talvez, se tornarem futuras consumidoras.

A marca criou além de 500 modelos diferentes de sandálias, sapatilhas e sapatos;

mais de 50 milhões de pares foram fabricados e outros 20 milhões exportados para mais 80

países (TOTTAL MARKETING, 2008b).

A Melissa está há mais de 30 anos no mercado sempre buscando as tendências para

91

atender e satisfazer seu público. Para que os consumidores tenham sempre calçados ligados à

tendências, a Melissa conta com o apoio de parceiros, que serão citados a seguir.

4.4 PARCEIROS

Os parceiros de Melissa são personalidades do mundo da moda e do design que

podem ser encarados como autoridades em suas áreas. “A estratégia de testemunho é

bastante aplicada para dar credibilidade ao produto”. (LUPETTI, 2000, p. 108, grifo da

autora). Bueno (2010) explica que o uso de pessoas que são experientes podem confirmar a

mensagem a ser passada, podem aprovar o conceito que a propaganda propõe.

O uso de personalidades da moda e do design na criação de novos modelos de

Melissa fazem com que o consumidor sinta-se mais atraído pela mesma, já que o produto

acaba passando maior credibilidade.

A Melissa já teve em sua companhia nomes importantes da moda e do design como

parceiros, além de personagens. Entre eles Alexandre Herchcovitch, Viviane Westwood,

Campana, Karim Rashid, dentre outros que serão descritos a seguir.

4.4.1 Alexandre Herchcovitch

Alexandre Herchcovitch começou sua carreira aos 16 anos criando modelos para

drag queens que trabalhavam na noite de São Paulo. Não demorou muito para se tornar

conhecido e então começou a participar do São Paulo Fashion Week (MELISSA, 2010i).

Ilustração 47: Melissa

Scarfun High Fluor

Fonte: Plasticmania (2010a).

92

Sua primeira criação para a Melissa foi na a Scarfun, ilustrada anteriormente. Com

um design clássico, porém divertido, a sandália foi uma das muitas que fizeram parte da

coleção de inverno do ano de 2003 (MELISSA, 2010i).

4.4.2 Glória Coelho

A criação de Glória Coelho ocorreu em 2005 com a releitura da sandália greco-

romana nomeada como Melissa Glória Coelho (MELISSA, 2010o).

Ilustração 48: Melissa Glória Coelho

Fonte: Melissa (2010u).

É uma estilista vanguardista, apaixonada pelos anos 60 que compõe com referências

do passado e do futuro (MELISSA, 2010o).

4.4.3 Isabela Capeto

Isabela Capeto criou para a Melissa em 2007 durante a coleção de inverno. A estilista

relançou a primeira criação da marca, a Melissa Aranha, que está ilustrada a seguir, porém

com cobertura flocada (MELISSA, 2010p).

Ilustração 49: Melissa Aranha 1979 Flocada

Fonte: Adaptado de Melissa (2010p).

93

Nasceu no Rio de Janeiro e tornou-se conhecida nacionalmente por meio do São

Paulo Fashion Week. Atualmente suas criações estão presente também nos Estados Unidos e

na Europa (MELISSA, 2010p).

4.4.4 Thais Losso

Thais Losso criou um dos modelos mais procurado pelo público, a Melissa Severine,

que encontra-se ilustrada logo abaixo (MELISSA, 2010u).

Ilustração 50: Melissa Severine

Fonte: Plasticmania (2010b).

Ela estudou na Faculdade Santa Marcelina e sua primeira criação para Melissa

ocorreu ainda quando fazia parte da equipe da marca Cavalera (MELISSA, 2010u).

4.4.5 J. Maskrey

J. Maskrey nasceu em Londres e sua carreira teve início como maquiadora. Uma das

pioneiras pela skin jewellery, que são joias aplicadas sob a pele, como tatuagem. J. Maskrey

chamou a atenção de artistas como Madonna e Cate Blanchett com sua criação para Melissa, a

Melissa Couture, ilustrada a seguir, que é coberta com cristais (MELISSA, 2010q).

94

Ilustração 51: Melissa Ultragirl + J. Maskrey

Fonte: Melissa (2010r).

Sua criação para a Melissa começou em 2003, com a Melissa Aranha adornada de

cristais (MELISSA, 2010r).

4.4.6 Jean Paul Gaultier

Jean Paul Gaultier voltou a fazer parceria com a marca no ano de 2010. Criou a

Melissa Jean Paul Gaultier, que encontra-se ilustrada a seguir (MELISSA, 2010s).

Ilustração 52: Melissa Jean Paul Gaultier

Fonte: Melissa (2010.).

O estilista francês fez sua primeira criação para a Melissa no ano de 1984

(MELISSA, 2010s).

4.4.7 Viviane Westwood

A primeira criação de Viviane Westwood para Melissa foi em 2008 (MELISSA,

2010v). Uma delas foi a sapatilha Vivienne Westwood Anglomania + Melissa Ultragirl, que

95

encontra-se ilustrada a seguir (MELISSA, 2010w).

Ilustração 53: Viviane Westwood

Anglomanis + Melissa Ultragirl

Fonte: Melissa (2010v).

Viviane Westwood é também conhecida como a “Rainha do Punk” por ter sido

figura no movimento punk nos anos 70 na Inglaterra (MELISSA, 2010v).

4.4.8 Gaetano Pesce

Gaetano Pesce realizou sua primeira criação para a Melissa em 2010 com a bota

customizável, a Melissa Gaetano Pesce, que encontra-se ilustrada a seguir (MELISSA,

2010n).

Ilustração 54: Melissa Gaetano Pesce

Fonte: Melissa (2010n).

O arquiteto nasceu na Itália e é conhecido por seu talento no design, além da

arquitetura (MELISSA, 2010n).

96

4.4.9 Campana

Os irmãos Fernando e Humberto Campana iniciaram suas criações para Melissa em

2005 com a Melissa Campana Zig Zag, ilustrada a seguir (MELISSA, 2010j).

Ilustração 55: Melissa Campana Zig Zag

Fonte: Melissa (2010k).

Eles nasceram em São Paulo e ficaram conhecidos através do design de móveis feitos

com ferro, plástico, tecidos, madeira, dentre outros (MELISSA, 2010j).

4.4.10 Disney

Vilãs da Disney também fizeram parte de modelos de Melissa (MELISSA, 2010l).

um dos modelos da coleção encontra-se ilustrado a seguir.

Ilustração 56: Melissa Glam

Fonte: MOD’ET… (2010).

Entre a madrasta da Branca de Neve, a Malévola e a Úrsula, da Pequena Sereia, além

do Mickey, personagens da Disney fizeram parte de outros modelos (MELISSA, 2010l).

97

4.4.11 O Pequeno Príncipe

Personagem de uma clássica história francesa escrita por Saint-Exupéry em 1943, O

Pequeno Príncipe está em modelos de Melissa (MELISSA, 2010t).

Ilustração 57: Melissa Rock Princess Flocada

Fonte: Adaptado de Melissa (2010t).

O modelo ilustrado anteriormente é chamado de Melissa Rock Princess Flocada

(MELISSA, 2010t).

Após a análise de grande parte da história de existência da marca Melissa de acordo

com teorias e conceitos, será relatada as considerações finais no capítulo a seguir.

98

5 CONCLUSÃO

A presente Monografia propõe uma pesquisa que se prendeu a pergunta: como a

marca Melissa firmou-se como uma lovemark desde seu lançamento há 30 anos?

Após observação de grande parte do histórico da Melissa, que foi descrito

anteriormente, e da revisão de literatura como base fundamental, foi possível notar que a

marca possui grande preocupação com sua imagem perante o público e faz ações para que se

torne cada vez mais conhecida. A própria Grendene diz que, em 1988, a marca “[…]

comprova seu sucesso e está presente nos pés das meninas mais descoladas. As principais

revistas de moda elegem a sandália como o hit do ano para todas as adolescentes ligadas em

moda”. (SILVA, 2009). Mas a visão de sucesso e a transformação para se tornar uma

lovemark começa ainda na busca de inspirações nos primórdios de seu lançamento em lugares

como Paris e Nova York, e começa a se concretizar quando a grande venda de Melissa

Aranha no país em 1980.

Desde seu início a marca teve apoio da publicidade e da propaganda que, por serem

tão importantes na divulgação de uma empresa, auxiliaram a Melissa a se tornar cada vez

mais conhecida.

Com o auxílio das ferramentas de marketing, a Melissa conquistou, já no final dos

anos 80, o sucesso e era mencionada em várias revistas de moda, o que fez com que várias

modelos, cantoras e atrizes se apaixonassem pelos “sapatinhos de plástico”. Tudo isso acaba

sendo um adendo para a conquista de novos espaços e para seu reposicionamento

futuramente.

Perante a esse sucesso, a Melissa resolve investir mais e contrata designers para que

mais peças sejam criadas. Mais um passo para se firmar como uma lovemark, já que é

importante oferecer ao público algo que torne a marca diferente.

Por isso que a marca está sempre em busca de parcerias renomadas, como Alexandre

Herchcovitch, Thais Losso, Gaetano Pesce e Viviane Westwood, para que, com criatividade e

originalidade, os calçados cheguem até seus consumidores. Essa criatividade também segue

para as campanhas da marca. Sempre coloridas e originais, as campanhas buscam passar a

emoção, através da união de histórias criativas, empatia e visual moderno. O que comprova a

teoria de que a emoção encontrada nas peças publicitárias de Melissa possuem o mistério, a

sensualidade e a intimidade, características, citadas por Roberts (2005), que geram a emoção

no espectador. Mais uma característica de Melissa que faz parte da emoção, é o seu cheiro de

99

tutti-frutti. É possível ter sensações que remetem à lembranças somente com o cheiro que ela

possui. Por isso, em 2009, a Melissa resolveu investir em um produto, o Perfume Melissa,

para que seu público pudesse ter em si um aroma que lembrasse a marca.

Em 2003 a marca quer manter um maior contato com seu público e lança uma loja

virtual, que faturou cerca de R$ 6 milhões no ano de 2009, além de um blog e um Twitter, que

possui mais de 17 mil seguidores. Tudo isso nos faz concluir, juntamente com a teoria de

Roberts (2005), que a marca busca a atenção de seu consumidor. Através do blog e do Twitter

é possível manter um contato direto com o público, atendo seus pedidos, respondendo

dúvidas, aceitando críticas e sugestões, dentre outros. Toda essa atenção sustentada gera um

amor e respeito do consumidor para com a marca, por isso é importante optar pela

originalidade, ouvir os clientes e dar valor às histórias contadas pelo público, como relatou

Roberts (2005).

A revista Plastic Dreams, lançada no primeiro semestre de 2009, mostrou algumas

histórias contadas por consumidores. Este é mais um adendo que mostra que a marca está à

busca de histórias e dá valor a isso. A revista chegou para trazer ainda mais os consumidores

para perto da marca. Uma forma que manter ainda mais o laço entre Melissa e público.

Para a comemoração de seus 30 anos de existência, a Melissa trouxe para a TV a

participação de consumidores que enviaram suas Melissas que compraram há anos atrás para

fazerem parte do comercial. Mais uma comprovação de que a marca se preocupa, ouve e quer

que o público participe vividamente em momentos especiais para ambas as partes. Trinta anos

que acabaram virando exposição, e exposição que acabou virando o livro MelissaEU!, tudo

para ficar ainda mais perto do público.

No ano de 2010 a Melissa surge com mais um novo produto, que querendo ou não, é

totalmente emocional, a linha Mini Melissa para crianças de 1 a 3 anos. Observa-se que essa

linha foi criada para chegar até àquelas crianças que podem vir a se tornar público fiel da

marca futuramente por usarem o calçado desde e bebê. A emoção pode ser vista pelo lado de

que as mães desses bebês puderam ter usado Melissa, ou ainda são o público fiel da marca, e

querem que suas filhas passem pela mesmo emoção que elas estão passando quando tiverem

suas próprias filhas.

Tudo isso nos faz chegar à conclusão de que a Melissa pode ser considerada uma

lovemark, pois ela é carismática e amada, além de protegida pelo público. A própria empresa,

a Grendene, concorda quando Silva (2010b) relata que “podemos sim considerar a Melissa

como uma lovemark, sem dúvida temos uma infinidade de apaixonadas pela marca. Aliás, é

este sentimento que queremos despertar nas mulheres, meninas e crianças (agora com a mini

100

Melissa), o amor, a paixão pela Marca Melissa”.

A Melissa possui um público fiel tanto no Brasil quanto no exterior, que faz com a

mesma seja totalmente diferente das outras, mesmo havendo tanta tentativa de falsificação no

mercado.

É possível que grande parte do público que consome Melissa o faça somente por

emoção, já que ela faz parte da vida de tantos por tanto tempo. Acredita-se que a marca

também possui uma relação emocional com o consumidor, já que ele declara tantos momentos

importantes em sua vida com o produto, como é o caso de Thaís Gonçalves que foi relatado

na revista Plastic Dreams (ASHCAR, 2010). Ela diz que usava Melissa quando era criança e

depois de alguns anos redescobriu seu amor pela marca. Hoje possui por volta de 49 pares,

não possui um modelo preferido, mas aprecia todos, principalmente a dos irmãos Campana

pela mistura de design e conforto.

Como foi dito no capítulo anterior, a Melissa possui vários modelos e está há mais de

30 anos no mercado, mesmo assim ela busca o melhor para seu consumidor, pesquisando

tendências, adquirindo novas tecnologias e parcerias. Por isso, a pesquisa realizada aponta que

a Melissa por ser considerada uma lovemark por ser tão querida e bem lembrada entre seus

consumidores, assim como, pode-se dizer que todos os consumidores de Melissa são a

lovemark da própria marca, já que essa expressão se refere a qualquer coisa que alguém

realmente ame.

É importante destacar que o contexto abordado neste trabalho pode ser expandido

e/ou aprofundado por outros pesquisadores, além de poder ser referência em pesquisas

posteriores.

101

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ANEXO A – Declaração de responsabilidade

DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Eu, Raquel Martins de Souza, Acadêmica regularmente matriculada no Curso de

Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda, da Faculdade Estácio de

Sá de Santa Catarina, com matrícula n° 2007110971, declaro, para os devidos fins que:

1 A Monografia, com o título Melissa: a construção do amor por uma marca, é de

minha exclusiva Autoria e que o conteúdo e a forma da referida Monografia, ainda

que parcialmente, não é plágio ou cópia ilegal de outra obra literária, artística ou

científica.

2 Declaro ainda que a referida Monografia foi elaborada respeitando todos os

preceitos legais, especialmente a Lei de Direitos Autorais, e assumo, pessoalmente,

as sanções a serem aplicadas em caso de violação de direitos autorais, conforme

dispõe o artigo 101 e seguintes da Lei n. 9.610 de 19/02/98.

3 Declaro, ao final, que conheço na íntegra a Lei n. 9.610 de 19/02/98.

Pela verdade do que afirmo, assino a presente Declaração de Responsabilidade.

São José, 8 de novembro de 2010.

______________________________________________

(Assinatura do Acadêmico)

Rua Laudelino de Souza Filho, s/no - Barreiros – São José – SC – 88.117-338 Telefone: (48) 3381-8048 / 3381-8049 Fax: (48) 3381-8075 Site: www.sc.estacio.br E-mail: [email protected]