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    PREPARANDO-SE PARA O III MILNIO 9. Mediunidade e fenmenos medinicos 1

    FRATERNIDADE RAMATS DE CURITIBA

    CURSO PREPARANDO-SE PARA O TERCEIRO MILNIO1 mdulo: Introduo ao estudo das obras de Ramats

    MEDIUNIDADE E FENMENOS MEDINICOS

    Certas pessoas consideram, sem razo, a mediunidade um fenmeno peculiar aos tempos atuais, outrasacreditam ter sido inventada pelo Espiritismo. A fenomenologia medinica, entretanto, de todos os tempose de todos os pases e religies, pois, desde as idades mais remotas, existiram relaes entre ahumanidade terrena e o mundo dos Espritos.

    1. A ANTIGUIDADE DOS FENMENOS MEDINICOS

    A histria da paranormalidade pertence prpria histria da humanidade, pois em todas as pocas as

    faculdades paranormais do homem, registradas pela Histria, tiveram vigncia e se apresentaram de formasignificativa, estabelecendo a linha direcional do comportamento da sociedade, na busca do seu progressoe da sua afirmao.

    A faculdade medinica, apesar de parecer ter atingido seu clmax nos dias atuais, sempre existiudesde o surgimento do homem na face da Terra, porque se trata de uma faculdade inerente ao seu

    esprito, e no oriunda da matria.

    A mediunidade, como fenmeno peculiar ao ser humano, portanto, existe desde quando a primeira criaturasurgiu na Terra, porque o primeiro homem tambm era um esprito encarnado; naturalmente, a suamanifestao mais ntida dependeu do apuro dos centros nervosos de seu corpo fsico e do aguamento da

    sensibilidade dos seus sentidos.

    Ao longo de seu processo evolutivo, o homem primitivo se transformou num instrumento que, pouco apouco, apurou as suas faculdades, que o ajustaram para servir de trao de unio, de instrumento deligao, entre o mundo oculto e o mundo das formas, pois evidente que a sensibilizao do seu sistemanervoso contribuiu para que as entidades do mundo invisvel o utilizassem como veculo de intercmbioentre esses dois planos csmicos.

    A humanidade tm sido guiada, desde sua origem, por leis do mundo oculto, j comprovadas na face doorbe, graas faculdade medinica, inata no primeiro esprito aqui encarnado. Embora as criaturas oignorem, o seu prprio aperfeioamento psicofsico ao longo da histria dependeu muitssimo da assistnciae da pedagogia proveniente do mundo espiritual, e foi justamente atravs da faculdade medinica que osespritos diretores da humanidade puderam intervir no seu processo evolutivo, orientando-o e transferindo

    para os homens os conhecimentos necessrios ao seu progresso.

    Apesar do fenmeno medinico constituir manifestao intrnseca do mundo espiritual invisvel, ele semprese manifestou entre os homens de acordo com a sua sensibilidade, cultura, moral, capacidade nervosa, eem funo da dependncia de compromissos previamente assumidos pelos mdiuns no mundooculto, antes de se encarnarem.

    1.1 A MEDIUNIDADE NOS PRIMRDIOS DA CIVILIZAO

    As manifestaes medinicas nos primrdios da civilizao humana no eram muito bem conhecidas etampouco generalizadas, tal como se verifica na atualidade, mas, nem por isso, deixaram de ser admitidaspelos povos antigos, que, dentro de suas limitadas possibilidades, as praticaram, estudaram e utilizaram em

    benefcio individual e coletivo.

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    Os fenmenos medinicos, atualmente um dos fundamentos do Espiritismo (ou seja, a possibilidade dascomunicaes entre os vivos e os mortos), no passado remoto eram tidos como maravilhosos,sobrenaturais, sob a feio fantasiosa dos milagres que lhe eram atribudos, em razo dodesconhecimento das leis que os regem, e os indivduos que podiam manter o intercmbio com o mundoinvisvel eram considerados privilegiados.

    Curiosamente, a mediunidade, enquanto faculdade extrasensorial, quase no se modificou com o passardos milnios, mantendo praticamente inalterados os seus diversos aspectos e pouco variando as suasmanifestaes, pois os bons mdiuns de hoje dominam os mesmos fenmenos que antigamente exaltavamos profetas, os orculos, as pitonisas, os astrlogos, as sibilas e os magos, o que demonstra a lentido daascenso espiritual do homem nesse terreno.

    Ao se interrogar os Vedas da ndia, os templos do Egito, os mistrios da Grcia, os recintos de pedra daGlia, os livros sagrados de todos os povos por toda parte, nos documentos escritos, nos monumentos enas tradies antigas da humanidade, se encontra a crena universal nas manifestaes das almaslibertas de seus corpos terrestres, associados de um modo ntimo e constante evoluo das raashumanas, a tal ponto que se tornaram inseparveis da Histria, e que tm permanecido atravs dasvicissitudes dos tempos.

    Essas manifestaes medinicas surgiram como conseqncia do culto dos antepassados entre os povosprimitivos, nas homenagens prestadas aos manes(espritos) dos heris e, nos lares, aos gnios tutelaresda famlia, que lhes erigiam altares e dirigiam evocaes, culto que foi posteriormente estendido a todas as

    almas amadas, ao esposo, ao filho, ao amigo falecido.

    Nos primrdios das civilizaes antigas da humanidade, as sombras dos mortossempre se misturaram com os vivos, quer em viglia durante as manifestaesmedinicas, quer durante o sono, revelando o futuro, aparecendo nasmaterializaes de fantasmas ou atravs da telepatia, da premonio, da psicografia,de forma abundante, pois em toda a parte e em todos os tempos a vida interrogou amorte, e dela obteve respostas.

    Sem dvida, os abusos, as supersties pueris, os sacrifcios suprfluos se misturaram com o culto dasalmas invisveis, mas esse ntimo intercmbio propiciava aos homens que haurissem novas foras, poissabiam poder contar com a presena e o amparo dos seus antepassados amados, e esta certeza os tornou

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    que lhes deturpavam o sentido. Ao homem comum, ignorante das leis da Vida e daNatureza, era vedado aprender os ensinamentos que se ocultavam sob os fenmenosmedinicos.

    1.3 A MEDIUNIDADE NA HISTRIA SECRETA DAS RELIGIES ANTIGAS

    A histria religiosa dos povos da antiguidade mostra que, desde pocas remotssimas na Histria, aevocao de espritos dos mortos era praticada por categorias de homens que faziam disso suaespecialidade.

    Desde os escritos religiosos mais antigos, como os Vedas (cerca de 5.000 a.C.), j se tem notcia dointercmbio espiritual com os chamados mortos.

    Tal atividade, porm, era somente exercida por homens e mulheres dedicados especialmenteao misterreligioso, eram os iniciados, que s vezes levavam dezenas de anos se preparando para poderem,depois de desenvolvidas as suas faculdades medinicas, exercitar o seu poder sobre o povo e seusgovernantes, sendo, por isso, pessoas temidas e respeitadas por todos, pois formavam os crculossacerdotais responsveis pela orientao da massa.

    Contrariamente ao que ocorre hoje em dia entre os praticantes do Espiritismo, por exemplo, as atividadesque possibilitavam entrar-se em contato com as almas desencarnadas eram apangio exclusivo daclassesacerdotal, que monopolizara essas cerimnias, no s para delas fazerem fonte lucrativa de renda,mantendo o povo em absoluta ignorncia quanto ao verdadeiro estado da alma depois da morte, comotambm para revestirem, aos seus olhos, um carter sagrado, dado que somente eles detinham ossegredos da morte.

    Com o passar do tempo, e em conseqncia das guerras e invases que foraram parte da populaoprimitiva hindu a emigrar, o segredo das evocaes dos espritos dos mortos nas prticas medinicas se

    espalhou em toda a sia, encontrando-se posteriormente entre os egpcios e ainda entre os hebreus, essatradio proveniente da ndia.

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    Nas antigas civilizaes de expresso, como as do Egito, da Grcia, da Prsia ou em Roma, o mediunismopassou ento a ser utilizado como fonte de poder e de dominao, razo porque era concedido somente apoucos indivduos, sob as mais rigorosas condies de mistrio e formalismo, dando nascimento a seitas efraternidades que funcionavam baseadas em longas e difceis iniciaes, cujo objetivo era estabelecer umcerto esprito de disciplina e seleo.

    A mediunidade passou, assim, a exercer papel preponderante sobre a administrao pblica e na vidapoltica das naes de ento, pois os seus dirigentes jamais aventuravam qualquer passo importante semprvia consulta aos orculos, astrlogos e videntes. Mesmo na Roma imperial, caracterizada pela visceralamoralidade, os Csares no dispensavam essas consultas, submetendo-se de bom grado s inspiraes econselhos dos deuses.

    Todas as formas materiais exteriores, as cerimnias extravagantes dos cultos dasreligies desaparecidas, das crenas extintas, que se realizavam nos templos ecriptas sagrados, tinham por fim chocar a imaginao do povo, sob o qual foraestendido um vu exterior e brilhante, com a inteno de ocultar das massas osgrandes mistrios das realidades do mundo espiritual.

    Por trs desses vus, as religies antigas apareciam sob aspecto diverso, revestindo-se de carter grave eelevado, simultaneamente cientfico e filosfico. Seu ensino era duplo: de um lado, exterior e pblico,propagando os ensinamentos ditos exotricos, a saber, as informaes e instrues liberadas aos leigosou profanos; de outro lado era interior e secreto, reservando os ensinamentos e conhecimentos

    esotricos somente aos iniciados nos antigos mistrios.Um exemplo disso foi a transmisso de conhecimentos sobre Magia, entendida como arte de empregarconscientemente poderes invisveis para obter efeitos visveis. Tais recursos, empregados para finsbenficos, significam magia branca, mas quem os empregar para o mal ento pratica magia negra.

    Em conseqncia, desde a antiguidade das civilizaes existiram homens poderosos que desenvolveramsuas foras ocultas e as empregaram na magia branca, a servio do prximo, enquanto os malfeitorespraticaram a magia negra visando aos seus exclusivos interesses e domnio nefandos.

    Para evitar que esses conhecimentos ocultos fossem franqueados a criaturas mal intencionadas oudespreparadas, que deles fariam mau uso, eles foram revestidos de smbolos e alegorias inofensivas, eocultos na liturgia e alegoria religiosas.

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    Todas as grandes religies do passado tiveram, portanto, duas faces: uma aparente, a forma ou a letra, eoutra oculta, encerrando o seu esprito. O Bramanismo na ndia, o Hermetismo no Egito, o Politesmo naGrcia, e o prprio Cristianismo em suas origens apresentaram esse duplo aspecto.

    Seus adeptos eram escolhidos, preparados desde a infncia para a carreira que deveriam preencher edepois eram gradualmente levados plenitude intelectual, de onde podiam dominar e julgar a vida. Os

    princpios da cincia secreta lhes eram comunicados na proporo relativa ao desenvolvimento de suasinteligncias e qualidades morais.

    O processo de iniciao, no lado oculto das religies antigas, constitua para os seus adeptos umarefundio completa do cartere um acordar das faculdades latentes da alma, entre as quais se destacavaa mediunidade.

    Somente quando tinha conseguido extinguir em si prprio o fogo das paixes,suprimir os desejos impuros e orientar os impulsos do seu ser para o Bem e para oBelo, que o adepto podia participar dos grandes mistrios, passando ento a obtercertos poderes sobre as foras da natureza e a se comunicar com as potnciasocultas do Universo.

    Os iniciados passavam ento a conhecer os segredos das foras fludicas e magnticas, pois que a cinciaoriental dos santurios havia explorado o domnio dos fenmenos do sonambulismo e da sugesto.

    Neles encontravam meios de ao incompreensveis para o vulgo, mas facilmente hoje explicveis peloEspiritismo, pois nada havia de sobrenatural nesse mundo oculto, conhecido dos antigos e regido por leisexatas e que, justamente ao contrrio, constituam uma manifestao das foras sutis, face ento

    ignorada da Natureza.

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    Os ensinamentos secretos abriam ao pensamento dos iniciados perspectivas suscetveis decausarem desequilbrios aos espritos mal preparados que, ao vislumbrarem o infinito, ficavam

    perturbados e desvairados, sendo, portanto, vedados s almas mais dbeis e somente reservadosaos mais fortes e valentes; da a necessidade de passarem pelos processos de iniciao.

    Os iniciados, aps adquirirem o conhecimento das leis superiores do esprito, praticavam uma fesclarecida, com serena confiana no futuro e tolerncia para com todas as demais crenas religiosas, porinferirem que a verdadeira religio se eleva acima de todas as crenas.Todos os ensinamentos religiosos do passado na verdade se ligam, porque em sua base se encontra umas e mesma doutrina, transmitida de idade em idade a uma srie ininterrupta de sbios e pensadores.

    Essa doutrina secreta da antiguidade, me das religies e das filosofias, revestiu-se de aparncias diversasno decorrer das idades, mas sua base permaneceu imutvel em toda parte. Nascida simultaneamente nandia e no Egito, da passou ao ocidente acompanhando as ondas migratrias, espalhando-se por todos ospases ocupados pelos celtas e difundindo em seu esteio as prticas medinicas entre os seus iniciados.

    Por toda parte, atravs da sucesso dos tempos, em diferentes povos se verificou a existncia e a

    perpetuidade de um ensino secreto que se encontra no fundo de todas as grandes concepes religiosas oufilosficas do passado.

    Os sbios, os pensadores, os profetas dos templos, dos mais diversos pases nele acharam a energia e ainspirao, que os fizeram empreender grandes coisas e transformar almas e sociedades, sempre asimpelindo para frente no estado evolutivo do progresso, revelando uma grande e misteriosa correnteespiritual sada do mundo invisvel que a tudo domina e envolve, onde vivem e atuam os grandes Espritosque tm servido de guias humanidade terrena, e que com ela jamais cessaram de se comunicar.

    1.3.1. A MEDIUNIDADE NOS PRDROMOS DO HINDUISMO

    O hindusmo, tambm chamado bramanismo, considerado a mais antiga religio do mundo. Seus livrossagrados so os Vedas e, posteriormente, os Upanishads, palavra snscrita que significa sentar-se aolado, (isto , lio oral), tidos como concluso dos Vedas.

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    Considerado o cdigo religioso mais antigo que se conhece, os Vedas remontam a datas muito recuadas naHistria, admitindo-se ter o mais antigo e o mais importante desses textos sagrados, o Rig-Veda, surgido hcerca de 10.000 a.C.

    Esses escritos antiqssimos, cuja idade correta ainda no pde ser fixada, constituem o molde em que seformou a religio primitiva da ndia e so os primeiros livros em que se encontra exposta a doutrina secreta,

    fundo de todas as religies e dos livros de todos os povos.

    Durante a poca vdica, anacoretas rishis(sbios videntes) passavam o dia em retiro na vasta solido dosbosques e s margens de rios e lagos; como intrpretes da cincia oculta, a doutrina secreta dos Vedas,eles possuram misteriosos poderes que, transmitidos de sculo em sculo, exercem ainda hoje oschamados faquires e iogues.

    Desde tempos imemoriais, os sacerdotes brmanes, iniciados nos mistrios sagrados, preparavamindivduos chamados faquirespara a obteno dos mais notveis fenmenos medinicos, tais como alevitao, o estado sonamblico at o nvel de xtase, a insensibilidade hipntica a dor, entre outros, almdo treino para a evocao dos pitris (espritos que vivem no Espao, depois da morte do corpo), cujossegredos eram reservados somente queles que apresentassem quarenta anos de noviciado e deobedincia passiva.

    Os Vedas trazem referncias s comunicaes medinicas, por exemplo, atravs do grande legisladorManu:Os espritos dos antepassados, no estado invisvel, acompanham certos brmanes convidados paraas cerimnias em comemorao aos mortos, sob uma forma area, seguem-nos e tomam lugar ao seu ladoquando eles se assentam.

    O antigo texto sagrado hindu Bagavattadeclara: Muito tempo antes de se despojarem do envoltriomortal, as almas que s praticaram o bem, como as que habitam o corpo dos sannyassis e dosvanaprastha (anacoretas e cenobitas) adquirem a faculdade de conversar com as almas que asprecederam no swarga (mundo espiritual); sinal que para essas almas, a srie de transmigraes sobrea Terra terminou.

    Krishna, educado pelos ascetas no seio das florestas de cedros no sop da Himalaia, apareceu na Histriacomo o primeiro dos reformadores religiosos dos missionrios divinos, renovou as doutrinas vdicas, eafirmava no livro sagrado Mahabhrata:Muito tempo antes de se despojarem de seu envoltrio mortal, asalmas que s praticaram o bem adquirem a faculdade de conversar com asalmas que as precederamna vida espiritual. E isso ainda hoje afirmado pelos brmanes na doutrina dos Pitris, pois, em todos ostempos a evocao dos mortos tem sido uma de suas formas de liturgia.

    1.3.2 A MEDIUNIDADE NA RELIGIO DO ANTIGO EGITO..

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    A religio desempenhou um papel predominante na vida dos antigos egpcios, deixando sua marca emquase todos os setores de sua civilizao, a ponto de sua arte ser uma expresso de simbolismo religioso, ede sua literatura e filosofia estarem embebidas de ensinamentos religiosos.

    As concepes filosfico-religiosas no antigo Egito propagavam a idia de um universo eterno regido por

    uma inteligncia suprema, a noo de ciclos de acontecimentos que se reproduziam constantemente, e adoutrina das causas naturais, lastreados num idealismo moral e tico.

    Seus adeptos criam na conscincia inaltervel de Deus como o Arquiteto do destino humano, naimortalidade da alma, na providncia divina, no perdo dos pecados e nas recompensas e punies depoisda morte.Contudo, a verdadeira alma do Egito, o segredo de sua vitalidade e do seu papel histrico, reside nadoutrina secreta dos seus sacerdotes, cuidadosamente velada sob os mistrios de sis e Osris, eexperimentalmente analisada, no fundo dos templos, por iniciados de todas as classes e de todos os pases.

    O culto popular de sis e de Osris no era seno uma brilhante miragem oferecida multido. Debaixo dapompa dos espetculos e das cerimnias pblicas, ocultava-se o verdadeiro ensino dos pequenos egrandes mistrios.

    Sob formas austeras, os princpios dessa doutrina secreta foram, posteriormente, expressos nos livrossecretos de autoria de Hermes, identificao feita pelos gregos ao deus egpcio Toth, cujo contedo incluao conhecimento da teologia e da filosofia (Hermetismo erudito), da astrologia, alquimia e magia,(Hermetismo popular), apelidado Trismegisto (trs vezes grande), autor ou inspirador de 42 livros: 36conteriam a cincia dos egpcios e os restantes, os conhecimentos da medicina, constituindo assim umavasta enciclopdia; mas nem todos chegaram at os tempos atuais.

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    De forma idntica s prticas religiosas da antiga ndia, as faculdades medinicas no Egito foramdesenvolvidas e praticadas no silncio dos templos sagrados sob o mais profundo mistrio, e

    rigorosamente vedadas populao leiga.

    Hermes Trismegisto afirmava, em relao aos conhecimentos ocultos, entre os quais se achava o

    mediunismo: O vu do mistrio cobre a grande verdade, pois o conhecimento total desta s pode serrevelado queles que atravessarem as mesmas provas que ns (provas iniciticas). preciso medir averdade segundo as inteligncias, vel-la aos maus, que dela fariam arma de destruio.

    A iniciao nos templos egpcios era cercada de numerosos obstculos e de reais perigos, cujas provasfsicas e morais eram longas e mltiplas, passando, entre outras, pelas provas da morte, do fogo, da gua eda escravido dos sentidos. Exigia-se o juramento de sigilo, e a menor indiscrio era punida com a morte.Essa temvel disciplina dava forma e autoridade incomparveis iniciao e religio secreta. medidaque o adepto avanava em seu curso, descortinavam-se-lhes os vus, fazia-se mais brilhante a luz e setornavam mais vivos e animados os smbolos. O alvo mais elevado a que um iniciado podia aspirar era aconquista dos poderes sobrenaturais, cujo emblema era a coroa dos magos.

    Sados de todas as classes sociais, mesmo das mais nfimas, os sacerdotes eram os verdadeiros senhores

    do Egito; os reis, por eles escolhidos e iniciados, s governavam a nao a ttulo de mandatrios.

    Todos os historiadores esto de acordo em atribuir aos sacerdotes do Antigo Egito poderes que pareciamsobrenaturais e misteriosos. Os magos dos faras realizavam todos esses prodgios que so referidos naBblia; mas, deixando de lado o que pode haver de lendrio nessas narraes, bem certo que elesevocavam os mortos, pois Moiss, seu discpulo, proibiu formalmente que os hebreus se entregassem aessas prticas.

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    Portanto a comunicao com os espritos sempre existiu e to velha quanto o mundo. Se o prprio Moissproibiu o intercmbio do povo hebreu com os mortos, porque isso era razoavelmente possvel.

    Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face dospoderes medinicos, que eram misturados maliciosamente com prticas mgicas e de

    prestidigitao. A cincia dos sacerdotes do Egito antigo ultrapassava em muito acincia atual, pois conheciam o magnetismo, o sonambulismo, curavam pelo sonoprovocado, praticavam largamente a sugesto, provocavam a clarividncia com fins

    teraputicos e eram clebres pelas prticas de curas hipnticas.

    2. A FALCULDADE MEDINICA E O ESPIRITISMO

    evidente que o despertamento do homem interno pela disciplina esotrica e a exigncia moralsuperior, que formam as bases da iniciao nos templos iniciticos, so dignas de acatamento. Mas,embora louvando a iniciao tradicional que, desde pocas remotas, gradua o discpulo estudioso edisciplinado para receber o seu mestre ou guru no momento de seu despertamento espiritual, deve-seadvertir que a humanidade terrena atingiu atualmente o perodo do seu mais grave e doloroso reajustecrmico.

    Os tempos apocalpticos atuais e a poca proftica de Fim dos Temposreclamamabertura de todas as

    portas dos templos iniciticos, pois o fenmeno medinico generaliza-se luz do dia e se manifestaquotidianamente a todos os homens, independente de raa, casta, cultura ou situao financeira.

    Quando o Alto convocou o esprito hbil, genial e laborioso de Allan Kardec para codificar a Doutrina Espritae disciplinar a prtica medinica, j tencionava livrar a humanidade dos sortilgios, das invocaeslgubres, das posturas melodramticas, dos compromissos ridculos, da magia exaustiva e dos ritosextravagantes.

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    Graas ao esprito sensato e inteligente de Allan Kardec, as relaes medinicas entre os encarnados e osdesencarnados j se efetuam desembaraadas das complicaes, das verborragias e dos desperdcios detempo, que eram essenciais velha magia, pois as prticas medinicas sadias nos seio do Espiritismoocorrem sem ritos exaustivos ou prticas misteriosas.

    Quer os mdiuns kardecistas de mesa, durante as comunicaes copiem os notveis tribunos, expondoem linguagem culta e castia o pensamento dos desencarnados; quer os cavalos de Umbanda cuidem dosfilhos do terreiro, transmitindo os conselhos dos pais de terreiro em linguagem simples ou arrevesada;quer os esoteristas, em suas sesses brancas, se digam inspirados para as prdicas doutrinrias; e osteosofistas confiem unicamente nos seus mestres tradicionais, ou os discpulos iniciticos aguardem o seumestre no momento de sua maturidade espiritual, isso tudo enfim no passa de fenmenos medinicos,embora varie o ambiente de sua manifestao e seja diferente o rtulo de cada conjunto religioso ouespiritualista.

    Foi o Alto, e no o homem terreno, quem atribuiu ao Espiritismo a vigilncia e o controle damanifestao medinica na Terra, alm da divulgao dos seus postulados de esclarecimento

    da Vida Imortal e de renovao moral do homem.

    Os fenmenos de materializaes e as mais diversas manifestaes medinicas de comunicao entrevivos e mortos j foram perquiridos, analisados e concludos pelos mais avanados homens de cincia.Assim, mdicos, filsofos, qumicos, escritores e estudiosos, como Gabriel Delanne, Leon Denis, Aksakoff,Paul Gibier, William Crookes, Csare Lombroso, Bozzano, Carl Duprel, Gonzles Soriano, Oliver Lodge,Conan Doyle, Dennis Bradley e outros, recorreram aos mais avanados aparelhamentos de laboratrio e deinvestigaes precisas, concluindo pela realidade dos fenmenos medinicos e pela lgica dos postuladosespiritistas.

    No importa se os adversrios do Espiritismo alegam que tais cientistas foram ingnuas cobaias nas mosde hbeis prestidigitadores! Os aparelhos de preciso e mquinas fotogrficas que registraram asexperincias no mentem nem distorcem os fenmenos!

    S depois do advento do Espiritismo que realmente surgiu um corpo organizado, um sistema competente,filosfico, religioso e cientfico, com o intuito de disciplinar e controlar as experincias com osdesencarnados. Os espritos ento preencheram as necessidades dos indagadores; e, alm decomprovarem a imortalidade da alma, ainda ofereceram diretrizes para o melhor comportamento do homemno intercmbio com os falecidos.

    Antes da codificao esprita, os magos, feiticeiros e iniciados mantinham intercmbio com osdesencarnados, mas s o conseguiam atravs de prticas absurdas e complexas, para lograr um breve econfuso contato com o mundo oculto.

    A codificao esprita a responsvel pela prtica medinica mais sadia e sensata nas relaes entre osmortos e os vivos, atendendo a promessa de Jesus de que enviaria o Consolador para derramar-se

    pela humanidade.

    Desde que o Espiritismo no uma iniciativa destinada exclusivamente especulao filosficaextraterrena, mas ainda deve zelar pelo exerccio eficiente e sensato da mediunidade entre os homens,ento realmente lhe cabe vulgarizar o intercmbio com os mortos, para melhor esclarecimento dos vivos.

    O mdium difere do tradicional adepto filiado aos templos iniciticos, porque deve enfrentaras suas provas e tentaes luz do dia, entre as atividades e vicissitudes cotidianas.

    O discpulo da iniciao oculta deve provar suas virtudes e vontade atravs de smbolos e das reaes

    provocadas pelos testes iniciticos, ao passo que o mdium enfrenta as mais duras provas no convvio dafamlia, no ambiente de trabalho, nas suas relaes cotidianas, nas obrigaes sociais e durante asdeficincias da sade.

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    O Espiritismo foi inspirado pelo prprio Mestre Jesus para esclarecer os homens, cabendo-lhe atenderdesde os crebros mais cultos at os mais pobres de entendimento intelectual. Assim como o Divino Amigodesceu Terra para servir a todos os homens, o Espiritismo tambm assumiu a responsabilidade crtica deatender toda a humanidade, sem qualquer exceo de seita religiosa, casta social ou privilgio de cultura.

    Alguns crticos afirmam que a fenomenologia medinica, sob os auspcios do Espiritismo, s atende a umsentido espetacular, uma vez que os fenmenos do mundo oculto impressionam os sentidos fsicos dohomem, mas no contribuem para despertar a sua natureza Anglica.

    De fato, a fenomenologia medinica, considerada exclusivamente como espetculo incomum aos sentidoshumanos, no suficiente para modificar o raciocnio do homem impertinente.

    Os fenmenos medinicos podem convencer o homem de sua imortalidade sem, no entanto, oconverter vida moral superior, pregada pelos mais abalizados instrutores do reino anglico.

    justamente por isso que o Evangelho a base ou o cimento indestrutvel da Codificao Esprita, porque

    o homem, alm de reconhecer-se imortal, deve tambm angelizar-se atravs da mensagem do Cristo.Assim, pois, que vale a convico salutar de sua imortalidade, se ele no se prepara para usufruir a venturaespiritual depois da morte fsica?

    Evidentemente, o Espiritismo no culpado por muitos de seus adeptos no lhe seguirem os princpios delibertao espiritual e renovao moral, preferindo apenas usufruir-lhe os fenmenos que s afetam ossentidos fsicos.A despeito de muitos afirmarem que a generalizao da prtica medinica sensibiliza prematuramente ohomem, colocando-o em relao e contato desvantajoso com o astral inferior, quando ele ainda nodesvendou os meios de defesa psquica contra o assdio perigoso dos espritos perversos e mistificadores,vale lembrar que nenhuma criatura precisa desenvolversua mediunidade, para depois se ligar ao mundooculto inferior!

    Os asilos de loucos esto repletos de indivduos egressos de todas as religies e condies humanas, quede algum modo exercitaram sua mediunidade ou participaram de algum movimento espiritualista. Eles searruinaram pela ndole moral deficiente, pelo vcio, pela fraqueza moral e espiritual ou pelo dbito crmicodo passado, e no por qualquer exerccio medinico !

    O contato perigoso com espritos inferiores no fruto exclusivo da freqncia dos trabalhosmedinicos de mesa ou de terreiro, mas depende muitssimo da natureza dos pensamentos e

    das emoes do homem.

    So atitudes desfavorveis que sensibilizam mediunicamente qualquer pessoa para lig-la s entidades dassombras:

    a corrupo moral

    o vcio degradante

    a paixo inferior

    a lascvia mental ou verbal

    Enquanto Rasputin, sem freqentar qualquer trabalho de desenvolvimento medinico, punha-se em contatodirio com os espritos diablicos, Francisco de Assis, atuando noutra faixa vibratria, podia comunicar-secom Jesus!

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    O Espiritismo pesquisa, estuda, controla e divulga o fenmeno medinico e as relaes com osdesencarnados, pois isso realmente lhe constitui a base prtica dos seus princpios doutrinrios em conexocom a Lei do Carma e da Reencarnao.

    Tratando-se de doutrina que no depende de rituais, compromissos religiosos ou iniciticos, e no firma suadivulgao nos ingredientes da magia terrena, mas sim na elevao moral na vida prtica, o Espiritismo

    realmente o mais credenciado movimento espiritualista para popularizar os fenmenos de contato com oAlm.

    Embora concordando em que todos os homens so espritos encarnados, e conseqentemente mdiunspotencialmente inatos, no preciso que o homem seja necessariamente esprita para s ento serconsiderado mdium; o importante que ele seja bom e digno a fim de cercar-se de boas influncias eatrair os bons espritos.

    O Catolicismo o e Protestantismo no admitem a mediunidade com a denominao especfica que lhe d oEspiritismo, mas consideram-na uma graaextempornea que Deus s concede s almas santificadas. Noentanto, a interpretao diferente ou a denominao do fenmeno medinico no lhe muda o carter sporque se revela noutro ambiente espiritualista ou ocorre num seio religioso adverso aos postuladosespritas.

    Tanto a Bblia como as histrias das religies catlicas e protestantes esto repletas de relatos de vises eoutros fenmenos medinicos, malgrado os explicarem conta de milagres ou graas inesperadasoutorgadas por Deus.

    E isso se comprova pelas vises profticas de Dom Bosco, Francisco de Assis, Antnio de Pdua, Papa PioXII, Tereza de Jesus e outros, inclusive pelas aparies de Lourdes e Ftima, que tambm no passam defenmenos medinicos registrados por crianas e por pessoas mdiuns.

    Muito embora certas instituies espiritualistas procurem sublimar ou aristocratizar os acontecimentosincomuns do intercmbio de seus adeptos com o mundo oculto, esses foram mdiuns na acepo exata evulgar da palavra, apesar de tentarem disfarar os fenmenos medinicos com uma terminologia inicitica.

    A diferena que o Espiritismo trata o assunto da mediunidade s claras, sem tabus iniciticos ounomenclaturas complexas; ele os expe luz do dia e os examina sem quaisquer ritualismos complicados.

    O homem que beneficiado pelo Alto com o acrscimo da faculdade medinica, atravsda Doutrina Esprita, conhece quais so os seus deveres para com o mundo fsico e a sua

    responsabilidade para com a prpria alma!

    Mas, acima de tudo, quer o mdium seja beneficiado pela riqueza ou senhor de um crebro genial,glorificado pelo academicismo do mundo, ou ento apenas criatura pauprrima e ainda onerada pelo fardoda famlia, o seu dever servir na medida de suas foras, pois isso tambm a tarefa de sua prpriaredeno espiritual.

    Desprezando-se todas as interpretaes sibilinas, as nomenclaturas afidalgadas e as graduaesexcepcionais dos acontecimentos iniciticos de muitas instituies espiritualistas, em essncia elas sopuro fenmeno medinico.

    Como exemplo, pode-se citar a Sociedade Teosfica, em que Helena Blavatsky, o bispo anglicanoLeadbeater, Geoffrey Hodson, Elsa Barker e outros filiados eram mdiuns que receberam comunicaesdiretas ou indiretas do mundo oculto, apesar de lhes darem uma procedncia completamente oposta aofenmeno propriamente medinico e o modo como o encara a Doutrina Esprita.

    Embora tais movimentos espiritualistas ou religiosos no usem em seus domnios o vocbulo mdiumnasua expresso espiritista, nem por isso os seus medianeiros deixaram de se enquadrar na tcnica sideral damanifestao medinica, quando captavam mensagens diretamente de seus Mestres, ou o faziam porintuio.

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    As escolas Teosficas, Rosa-Cruz, Esotricas e Yogas sempre evitaram em seus ensinamentos e prticas ocontato medinico com as regies inferiores do mundo invisvel, assegurando que: assim que o discpuloest pronto, o Mestre tambm aparece. Louvavelmente, prope que os seus adeptos se modifiquemprimeiramente em sua intimidade espiritual, para s depois tentarem as relaes com os seres etreos domundo invisvel.

    No h dvida de que se trata de uma disposio sadia, meritria e sensata em relao ao mediunismo,mas nesse campo o Espiritismo revela-se movimento popular e de amplitude geral, destinado a todos oshomens.

    Muito antes de atender somente queles que j se colocam no Caminho da Verdade, ele se destina aamparar principalmente os homens incrdulos, desajustados e torturados pela ecloso de sua mediunidadede prova.

    O despertamento da faculdade medinica nos mdiuns de prova exige cuidados urgentes eroteiro seguro, a fim de se evitar o fracasso do programa delineado pelos mentores no Astral.

    A manifestao medinica no depende da crena ou poderio religioso, nem de convices pessoais dohomem ou do ambiente onde vive, mas conseqncia inaltervel do compromisso que o esprito assumiuantes de se reencarnar, cujo mandato ele requereu em seu prprio benefcio e deve ser cumprido na horaaprazada.

    Quer ento seja ateu, participe do ambiente esprita, devote-se a qualquer seita religiosa ou tenha secomprometido com alguma instituio inicitica, a faculdade medinica de prova eclode no momento exatoem que se deve realmente iniciar a sua tarefa sacrificial.

    Ignoram muitos tesofos, esoteristas, rosa-cruzes e alguns outros fraternistas filiados a cursos iniciticosque, embora se deva louvar o mtodo ideal de o homem desenvolver conscientemente suas faculdadesocultas, independentemente do intercmbio espiritual sadio com as almas superiores, desde que reencarnena matria comprometido em exercer a mediunidade de prova, tem ele que se submeter ao processo

    gradativo e disciplinado pela tcnica esprita de desenvolvimento, preconizada por Allan Kardec.

    No entanto, os homens que, devido ao seu elevado aprimoramento espiritual, so mdiuns naturais, jusufruindo o dom espontneo da intuio pura, fora de dvida que sempre apresentaro as condiespsquicas incomuns e satisfatrias para lograrem graduao destacada em qualquer doutrina ouinstituio inicitica, sem precisar exercer a funo passiva de mdium em servio com os espritos doastral inferior.

    J aqueles que, em vidas pretritas, abusaram do seu comando mental e serviram-se de sua inteligncialcida para tripudiar sobre os menos agraciados pela sorte, que pela cupidez, egosmo, avareza ou calniausufruram os bens alheios, semeando prejuzos irreparveis, ho de cumprir o seu mandato medinicona condio humilhante de ceder sua organizao carnal para que velhos adversrios, comparsas ouvtimas do passado possam reajustar-se mais brevemente aos preceitos do Cristo.

    2.1 ESPIRITISMO x MEDIUNISMO

    conveniente, de incio, distinguir-se o que Espiritismo e o que significa Mediunismo. Espiritismo doutrina disciplinada por um conjunto de leis, princpios e regras, que tanto orientam as relaes entre osespritos encarnados e os desencarnados, como tambm promove a renovao filosfica e moral dos seusadeptos. No entanto, a faculdade medinica pode existir independentemente de a criatura ser esprita oumesmo indiferente aos fenmenos medinicos.

    H mdiuns que operam em vrios setores espiritualistas, mas no aceitam nenhum dos postuladosbsicos do Espiritismo, assim como tambm existem espritas que so alrgicos s sesses medinicas ese interessam exclusivamente pelo contedo filosfico da doutrina.

    Alis, muitas vezes prefervel admitir unicamente os conceitos lgicos e sensatos com que Allan Kardec

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    integrou a codificao esprita, antes mesmo de se buscarem provas e coligirem os princpios doutrinriosdo Espiritismo por intermdio de alguns mdiuns manhosos, tolos, anmicos e preguiosos, que nemsempre mantm conduta regular no mundo profano.

    S pelo fato de se verificar a atuao de espritos em qualquer gnero de trabalhos medinicos, no seinfere disso que ali se pratique Espiritismo. A Doutrina Esprita s realmente confirmada em sua prtica

    quando, independentemente dos fenmenos medinicos, os seus adeptos aceitam e cultuam as suasregras e os seus princpios morais elevados no trato da vida material.

    necessrio que os adeptos da Doutrina Esprita, muito alm de assduos espectadores das reuniesmedinicas e pedintes contumazes e incorrigveis dos benefcios doados pelo Alm, se integrem, tambm,ao cumprimento incondicional dos seus postulados morais que, acima de tudo, devem melhorar a condutado homem.

    Antes da Codificao Esprita, j existiam espritos sofredores que eram doutrinados no Espao, edispensavam os trabalhos medinicos na Terra, pois isso tarefa comum no Astral, e dispensa mesmo ainterferncia dos encarnados.

    Mas, em face da poca proftica de fim de tempos e seleo espiritual, alm da carga magntica inferior

    que satura todo o orbe, os Mestres Siderais autorizaram a ecloso da mediunidade entre os homens, a fimde cooperarem espiritualmente na redeno dos seus irmos infelizes desencarnados.

    Em conseqncia, o Espiritismo o movimento espiritualista mais eficiente e sensato para disciplinar osmdiuns e orientar-lhes as relaes perigosas entre vivos e mortos, dando-lhes a garantia e seguranacontra as investidas malfeitoras do mundo oculto; por isso, doutrina sem mistrios, tabus oucompromissos religiosos.

    3. A MEDIUNIDADE NOS TEMPOS ATUAIS E O CONSOLADOR PROMETIDO

    Assim se manifestou o Divino Amigo, com suas palavras inesquecveis: Se me amais, guardai os meusmandamentos; e eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviar outro Consolador, a fim de que fique eternamenteconvosco o Esprito de Verdade, que o mundo no pode receber, porque no o v e absolutamente no oconhece. Mas, quanto a vs, conhec-lo-eis, porque ficar convosco e estar em vs. Porm, o Consolador,que o Santo Esprito que meu Pai enviar em meu nome, vos ensinar todas as coisas e vos far recordartudo o que vos tenho dito. (Joo, captulo XIV, versculos 15, 16, 17 e 26).

    Procurando-se o sentido exato da figura que Jesus enunciou na promessa referida, verifica-se que elealudiu em particular a espritos desencarnados de ordem superior, ou seja, s equipes de estirpe Anglica.

    Sob a alegoria do Esprito Santo, ou o Consolador prometido, no difcil se identificar as cortes, asfalanges ou os exrcitos anglicos que j operam atualmente atravs de mdiuns dignos e desinteressadosdos tesouros do mundo ilusrio da carne.

    Explicando que o Consolador seria o Esprito Santo capaz de ensinar aos homens todas as coisas e aindarecordar suas prprias palavras, no h dvida de que Jesus se referiu aos Espritos BenfeitoresAnglicos, desde que s estes que, realmente, por intermdio da faculdade medinica do homem,poderiam ensinaressas coisas, pregar o Evangelho e recordar suas prprias mximas.

    evidente que, pelo fato de Jesus haver se referido a outro Consolador, em sua promessa proftica, elequis advertir de que na Terra j havia se manifestado anteriormente um Consolador, que seria Ele mesmo,com a misso de salvar o homem da animalidade inferior.

    Desde que o Mestre foi realmente um salvador da humanidade, deve-se consider-lo como esse primeiroConsolador que, atravs do Evangelho, sintetizou aos homens as prprias Leis regentes da Vida Csmica.Mas, o outro Consolador, portanto o Esprito Santo, ainda por vir e a derramar-se sobre a carne, em todasas criaturas, traria o ensinamento salvador diretamente do mundo espiritual, servindo-se das vozes dosprprios espritos desencarnados e imortais. muitssimo claro que s um esprito imortal que,evidentemente, poderia ficar eternamente com os terrqueos.

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    Espiritismo, ainda confundem o sculo atual com a poca sombria da Inquisio, quando queimavamciganos, bruxos e esoteristas guisa de afilhados do demnio!

    5. NATUREZA DA FACULDADE MEDINICA

    A mediunidade um patrimnio do esprito: faculdade que se engrandece em sua percepo psquica,tanto quanto evolui e se moraliza o esprito do homem.

    A sua origem essencialmente espiritual e no material. Ela no provm do metabolismo do sistemanervoso, como alegam alguns cientistas terrenos, mas enraza-se na prpria alma, onde a mente, semelhana de eficiente usina, organiza e se responsabiliza por todos os fenmenos da vida orgnica, quese iniciam no bero fsico e terminam no tmulo.

    A mediunidade faculdade extraterrena e intrinsecamente espiritual; em sua manifestao no campo defora da vida material, ela pode se tornar o elemento receptivo das energias sublimes e construtivasprovindas das altas esferas da vida Anglica. Quando bem aplicada, transforma-se no servio legtimo daangelitude, operando em favor do progresso humano.

    No entanto, como recurso que faculta o intercmbio entre os vivos da Terra e os mortos do Alm,tambm pode servir como ponte de ligao para os espritos das sombras atuarem com mais xito sobre omundo material.

    Muitos mdiuns que abusam de sua faculdade medinica e se entregam a um servio mercenrio em favorexclusivo dos seus interesses particulares, no demoram em se ligar imprudentemente s entidadesmalfeitoras dos planos inferiores, de cuja companhia dificilmente depois eles conseguem se libertar.

    A mediunidade no apenas um fenmeno orgnico, fruto da carne transitria, nem provm dequalquer sensibilidade ou anomalia do sistema nervoso; manifestao caracterstica do esprito

    imortal.

    percepo espiritual ou sensibilidade psquica, cuja totalidade varia de indivduo para indivduo, pois, emessncia, ela depende tambm do tipo psquico ou do grau espiritual do ser.

    Embora os homens se originem da mesma fonte criadora, que Deus, eles diferenciam-se entre si porqueso conscincias individualizadas no Cosmo, conservando as caractersticas particulares que variamconforme a sua maior ou menor idade sideral. H um tom espiritual prprio e especfico em cada alma, eque se manifesta por uma tonalidade particular durante a manifestao medinica.

    6. A GENERALIDADE ATUAL DO FENMENO MEDINICO

    A mediunidade atualmente generaliza-se e recrudesce entre os homens de modo ostensivo e tal fenmenoresulta da hipersensibilidade psquica que presentemente sobressai entre as criaturas, em concomitnciacom o fim de tempos ou juzo final, tanta vezes j profetizado.

    Os tempos atuais so o remate final da Era da Matria, que at o momento tem sido regida pelabelicosidade, cobia, astcia, clera, egosmo e crueldade, paixes mais prprias do instinto animalpredominando sobre a centelha espiritual.

    A humanidade se encontra no limiar da Era do Esprito, em que se sentir impulsionada para o estudo eo cultivo dos bens da vida eterna, com acentuado desejo de solucionar os problemas de origem espiritual,quando ento as comprovaes cientficas da imortalidade da alma, atravs do progresso da fenomenologiamedinica, reduziro bastante a fantica venerao do homem pela existncia transitria do corpo fsico.

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    Assim como o organismo carnal do homem em certo tempo verticalizou-se para servi-lo em nvel biolgicosuperior, o seu esprito tambm h de se erguer da horizontalidade dos fenmenos e dos interessesprosaicos da vida fsica provisria, para atuar definitivamente na freqncia vibratria do mundo Crstico.

    Na poca proftica que atualmente vive, sob a emerso coletiva do instinto animal simbolizado na Besta doApocalipse, que tenta subverter o esprito do homem ainda escravo das formas terrenas, a humanidade

    pressente que j chegou a sua hora angustiosa de seleo espiritual e consolidao planetria, em que acriatura ter de se decidir definitivamente para a direita ou para a esquerda do Cristo, conforme reza aprofecia, pois sero separados os lobos das ovelhas e o joio do trigo.

    O magnetismo do ser humano freme periferia do seu psiquismo exaltado pela energia animal, a qualemerge em sua desesperada tentativa de subverter os costumes, as tradies e a disciplina do espritoimortal.

    Os homens se encontram confusos no limiar de duas pocas extremamente antagnicas, pois, justamentecom o reiterado apelo do Alto para a Cristificao humana, recrudesce tambm a efervescncia doautomatismo instintivo da vida animal.

    Os hospitais esto abarrotados de criaturas alienadas ou obsediadas, que provm desde as favelas at as

    altas esferas sociais, cuja maioria torturada pelas crises financeiras ou morais. Nessa misria espiritual,abrangendo tanto os ateus como os seres egressos das mais variadas doutrinas e religies, ficacomprovado que o sacerdcio organizado das religies oficiais realmente fracassou em sua missosalvadora.

    O pior que, durante essa ecloso incontrolvel do instinto inferior, os espritos desencarnados emalfeitores firmam o seu alicerce na carne e executam tambm o seu programa diablico contra osterrcolas que, tolamente, so apticos aos sublimes ensinamento salvadores do Cristo-Jesus.

    Atuado pelas mais contraditrias circunstncias, vivendo em minutos o que os seus antepassados noviveram em alguns anos, o homem do presente sculo acaba por destrambelhar os seus nervos esuperexcitar o seu psiquismo, perdendo terreno no seu controle espiritual e tornando-se um instrumentodcil nas mos dos espritos desencarnados malvolos.

    Essa constante relao dos vivos com os mortos, embora os primeiros sejam inconscientes do queacontece, termina por sensibilizar cada vez mais a criatura humana, com o agravante de que se efetua nelaum verdadeiro desenvolvimento medinico de qualidade inferior. Da, pois, a necessidade inadivel de ohomem prudente e bem intencionado integrar-se definitivamente nos preceitos salvadores do Cristo e viv-los incessantemente luz do dia.

    O prprio progresso cientfico atual tambm contribui para essa hipersensibilizao humana, em que ohomem cada vez mais se sintoniza com as foras do mundo oculto. O cientificismo avanado dos temposatuais, as pesquisas corajosas dos velhos tabus e segredos da mente humana, sem dvida soimportantes contribuies que no s aceleram a dinmica de pensar e aumentam a rea da conscincia,como tambm sensibilizam a emotividade do ser.

    O homem, atualmente, vive em algumas horas, e de modo simultneo, os raciocnios,as conjecturas e as mutaes mentais e emotivas que os seus antepassados no

    chegavam a experimentar em dezenas de anos.

    O cidado atual defronta e resiste obrigatoriamente a uma multiplicidade de fenmenos psicofsicos toeqidistantes em suas manifestaes variadas, que isso seria suficiente para endoidecer a maioria doshabitantes terrenos de alguns sculos atrs.

    Cresce assim a sensibilidade psquica entre os homens terrcolas; acentua-se-lhes a ecloso damediunidade em comum, porque tambm vivem sob o incessante acicate dos espritos desencarnados, queassim exploram essa oportunidade cada vez mais favorvel para agirem sobre a matria.

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    O prprio Jesus preconizou a vinda do Consolador a derramar-se pela carne de todos os homens efacultando a profecia e o dom de curar s crianas, aos moos e velhos, focalizando assim o advento damediunidade generalizada. O Mestre previu que, no decorrer do sculo atual, a humanidade estaria cadavez mais neurtica, aflita e desesperada, ante a emerso do instinto animal inferior tentando romper o temorreligioso e as convenes sociais do mundo. Por isso, Joo Evangelista profetizara que no fim dos temposa Besta do Apocalipse tentaria o seu domnio sobre os homens pela prtica das sensaes inferiores,

    seduo do luxo e da fortuna!

    Em verdade, cresce a perturbao no seio da humanidade terrcola, pois foram abertas as comportas doastral inferior e descem para a carne a multiplicidade de espritos trevosos, que viviam estagnados no caldode cultura dos pntanos infernais. Assim, aumenta a fauna dos desregrados, rebeldes, viciados, tiranos,perversos e inescrupulosos, revelando taras estranhas e cometendo crimes aviltantes! Segundo o Livro daApocalipse, Satans seria solto depois de mil anos, e teria pouco tempo para agir, pois Satans, naverdade, o smbolo da escria espiritual atuando sobre a face do orbe.

    Indiscutivelmente, confirmam-se os vaticnios de Jesus, de que no fim dos tempos os velhos, os moos eas crianas teriam vises, ouviriam vozes estranhas e profetizariam, isso logo em seguida ao advento doEsprito de Verdade.

    O Mestre indicou claramente os tempos atuais, quando predisse os acontecimentos materiaisincomuns dos dias de hoje e a ecloso simultnea da mediunidade se generalizando entre oshomens, simbolizando o Consolador prometido a se derramar pela carne das criaturas.

    A mediunidade, portanto, um recurso de emergncia, espcie de leo canforado para erguer a vitalidadeespiritual do terrcola e mant-lo desperto para a severa argio do Juzo Final.

    7. EVOLUO DA MEDIUNIDADE

    A mediunidade evolui tanto quanto evolui o psiquismo do homem, pois ela correlata com seu progresso ea sua evoluo espiritual, mas necessrio distinguir que o padro evolutivo da mediunidade no deve seraferido pela produo mais ostensiva dos fenmenos incomuns do mundo material.

    Assim que o mdium de fenmenos fsicos, embora possa produzir uma fenomenologia espetacular esurpreendente aos sentidos carnais, nem por isso se sobrepe ao mdium altamente intuitivo, como fruto deelevado grau espiritual do homem.

    Enquanto os fenmenos fsicos dependem fundamentalmente da maior ou da menor cota de ectoplasmaproduzido pelo mdium a fim de permitir a materializao dos desencarnados no cenrio fsico, o mdiumintuitivo de alto nvel espiritual, capaz de transmitir mensagens que ultrapassam a craveira comum da vidahumana.

    Embora no surpreenda, nem satisfaa os sentidos fsicos com suas comunicaes de carter puramenteespiritual, ele pode traar roteiros definitivos para o progresso sideral dos homens.

    No primeiro caso, a mediunidade de fenmenos fsicos se manifesta de modo espetacular ao operar nomundo das formas, mas acontecimento transitrio que, embora a muitos convena da realidade espiritual,nem sempre os converte para o reino amoroso do Cristo.

    No caso da intuio pura e elevada, o ser descortina a realidade crstica dos planos superiores,despreocupado de provar se a alma imortal, pois sente em si mesmo que a sua ventura lhe acena almdas formas perecveis do mundo fenomnico da matria.

    A mediunidade de Francisco de Assis era para si mesmo a faculdade divina que o fazia deslumbrar apaisagem do mundo anglico de Jesus, sem necessidade de qualquer demonstrao espetacular efenomnica de materializaes, levitaes ou voz direta dos desencarnados.

    Em conseqncia, a mediunidade intuitiva ou mais propriamente, a mediunidade espiritual, faculdadesuperior a qualquer outra mediunidade que ainda dependa da fenomenologia do mundo terreno e

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    transitrio, para ento se provar a realidade do esprito imortal.

    Embora seja louvvel a preocupao de muitos estudiosos do Espiritismo com a maior produo defenmenos medinicos destinados a convencer as criaturas sistematicamente incrdulas, a mais evolvidamediunidade ainda a Intuio Pura, porque auxilia o homem a relacionar-se diretamente com fonte realde sua origem divina.

    8. A TEOSOFIA FACE MEDIUNIDADE

    Baseados nas explicaes de Helena P. Blavatski, crena de todos os teosofistas que, em verdade, socasces astrais com certa inteligncia instintiva, herdada aps a morte dos seus donos, que secomunicam nas sesses medinicas, em vez de espritos desencarnados, conforme preceitua o Espiritismo.No entanto, o prprio Coronel Olcoot, um dos mais ntimos colaboradores de Blavatski, admitiu que elahavia se equivocado.

    Em razo disso, os teosofistas no aceitam a mediunidade, nem a comunicao dos espritos, tal comoacontece com os espritas, pois o seu modo de trabalhar diferente. Eles se renem em grupos de estudo,argies e pesquisas de filosofia espiritual, e o fazem mais pela intuio, em vez de comunicaesmedinicas diretas.

    bvio que tambm se relacionam com os espritos desencarnados, embora o neguem faz-lo diretamentepelos recursos mais ostensivos da mediunidade.

    Todos os homens esto cercados de espritos desencarnados que os assistem, tentam, protegem, ajudamou exploram, quer sejam teosofistas, rosa-cruzes, yogas, espritas ou catlicos.

    Os encarnados atraem espritos de conformidade com suas idias,paixes ou intenes, pouco importando a sua crena ou religio.

    Ningum se livra de comunicaes medinicas, conscientes ou inconscientes, boas ou ms, quer sejaesprita, teosofista, yoga ou catlico, apenas por rejeit-las. De nada vale tentar resistir desde o incio influncia oculta dos desencarnados, pois estes espritos rodeiam os homens, no dizer de Paulo de Tarsoem suas epstolas, e acionam as criaturas encarnadas de conformidade com a sua receptividade moral.

    Que adianta o teosofista condenar o mdium esprita, quando ele tambm antena viva, capaz derecepcionar os desencarnados, variando a qualidade dos comunicantes conforme o seu modo de agir epensar?

    Os teosofistas dizem que contraproducente o exerccio da mediunidade passiva, conforme proclama adoutrina esprita, alegando que o mdium, ao receber espritos perturbados, torna-se vtima de

    enfermidades orgnicas ou alienaes mentais.O risco de fluidos enfermios dos espritos inferiores provocarem transtornos nos mdiuns depende doestado psquico e das condies morais do prprio mdium.

    O homem s se resguarda dos fluidos perniciosos dos mausespritos quando se integra no critrio moral superior.

    Os espritos obsessores e malfeitores vivem aderidos ao p do mundo e perambulam pela crosta terrqueaalimentando-se com os eflvios pecaminosos, frutos das paixes e dos vcios detestveis da humanidade.Eles s entendem a natureza do mundo terrqueo, onde j viveram conturbados, e simpatizam-se

    linguagem dos homens fesceninos e inescrupulosos.

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    So almas prenhes de ressentimentos e revoltados contra qualquer empreendimento conciliador que lhesexija modificaes ntimas. Mas, rasteando com os homens, elas terminam envolvidas pelos pensamentos esentimentos de bons trabalhadores do Cristo, at se submeterem aos servios medinicos, cujos mdiunssero os intrpretes de suas prprias aflies e problemas atrozes.

    Jamais o Criador perder uma s ovelha; e, por isso, os prpriossatanases tambm sero salvos no momento oportuno!

    No entanto, a criatura no est completamente indefesa a certas influncias do mundo oculto, pois operisprito, atravs de milnios de adaptaes e atividade no seio das energias dos mundos planetrios,tambm desenvolveu a sua capacidade de defesa contra as investidas malficas.

    Assim como acontece com o organismo fsico, ele consegue regenerar as zonas ofendidas e corrigir asleses da hostilidade do mundo inferior. Evidentemente, sendo a matriz fisiolgica ou astral da organizaohumana, bvio que tambm supera as investidas malfeitoras dos espritos das sombras.

    O perisprito dispe de recursos maravilhosos para a sua sobrevivncia e proteo no seio das energias

    inferiores, tal qual o corpo fsico mobiliza recursos para defender-se de quaisquer reaes nocivas ao seuequilbrio vital.

    A simples picada de um inseto no corpo fsico faz o mesmo carrear gua em torno da zona ofendida ouafetada, para enfraquecer o veneno ali injetado. Igualmente, o perisprito enfraquece ou desintegra osfluidos malfazejos que lhe penetram pela aura desguarnecida, ante a invigilncia espiritual do seu dono.Sem dvida, essa defesa tambm ser de tal xito, quanto seja a contribuio espiritual do prprio ser.

    Os ftons perispirituais projetados pela Luz que intrnseca doprprio homem, tm ao profiltica, e desintegram os maus fluidos.

    Em conseqncia, os mdiuns tambm so protegidos naturalmente pela sua segurana perispiritual,embora essa resistncia varie conforme sua estrutura moral.

    Assim como os fluidos perniciosos agem de modo coercivo, adensando a aura perispiritual das criaturas efavorecendo a nutrio de miasmas ou bacilos do astral inferior, os fluidos luminosos ministrados pelosespritos anglicos so recursos profilticos que ajudam a dissolver a carga dos fluidos infectos.

    evidente que no depende da criatura ser mdium ou esprita para se expor aos perigos dos espritosinferiores, pois os encarnados tambm so espritos e podem causar prejuzos to nefastos como osprprios desencarnados.

    As prprias sugestes, os convites e os conluios para o vcio, o pecado e atos condenveis ainda so maisperigosos quando feitos pelos vivos do que pelos mortos!

    Ademais, o exerccio perigoso da mediunidade passiva no se efetiva to somente em torno de mesasespritas ou dos terreiros de Umbanda. Isto acontece a qualquer momento e conforme as invocaes boasou ms que os vivos fazem aos mortos em seus projetos de vingana, disposies maledicentes, desejoslbricos, ressentimentos, excesso de orgulho e de amor prprio!

    Sem dvida, seria ideal que o homem pudesse alcanar os grandes desideratos da mediunidade somenteatravs da intuio ou da inspirao dos espritos superiores. Seria um desenvolvimento sadio e consciente,sem espasmos e sofrimentos prprios da presena de espritos inferiores e conturbados.

    Os teosofistas afirmam que o mdium esprita prejudicado pela sua passividade perigosa s entidades

    sofredoras ou malvolas, e que os mdiuns que se desenvolvem junto mesa esprita ou nos terreiros deUmbanda, no passam de bengalas vivas, submissas vontade boa ou m dos desencarnados.

    .2 mdulo: Estudo da mediunidade baseado nas obras de Ramats

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    Indubitavelmente h certo exagero nessa conceituao, pois as criaturas de m qualidade espiritual,embora no sejam mdiuns espritas ou cavalos de Umbanda, tambm na passam de bengalas vivas deespritos malfeitores, ainda que invoquem as suas credenciais de teosofistas!

    O homem no consegue fugir do contato com o mundo invisvel, nem se livrar facilmente da horda de almassedentas de prazer, de vingana e de paixo, que se debruam avidamente sobre a humanidade.

    No o homem que busca a sensibilidade medinica; esta, porm, que surge em sua vida, malgradoqualquer descrena ou rebeldia aos postulados espiritistas ou umbandistas. Nem a Teosofia, mormente asua averso mediunidade ostensiva, poder resguardar seus adeptos da possibilidade de serembengalas vivas dos desencarnados!

    No a doutrina, crena ou religio, a simpatia ou participao em confrariasiniciticas que imunizam o homem dos maus espritos, porm essa defesa depende

    exclusivamente de sua conduta moral.

    Os teosofistas afirmam que a libertao espiritual s possvel atravs da autotransformao ouautoconhecimento, e no pela prtica medinica. Inegavelmente, o aprimoramento inicitico espiritual, aabdicao consciente das iluses da vida carnal, ou o treino mental de libertao dos instintos inferiores, oque realmente gradua o esprito para sua ascese anglica.

    Enquanto as confrarias iniciticas do passado resguardavam os valores do esprito somente aos eleitos, oEspiritismo, embora seja doutrina vulgarizando os segredos iniciticos luz do dia, a clareira que se abrena escurido do ceticismo humano, para mostrar a todos os homens a estrada larga da vida imortal.

    No importa se os ensinamentos e segredos das confrarias iniciticas foram vulgarizados pelo Espiritismo etrado o sigilo dos templos, mas a verdade que o Alto assim proporciona os recursos de salvao paratodos os homens! Ento, salve-se quem quiser, mas o Senhor tudo fez para no se perder uma s ovelha!

    As velhas escolas espiritualistas s puderam iniciar os homens que j revelavam qualidades ou tendnciaspara o conhecimento superior. Admitiam exclusivamente os discpulos de capacidade psquica eadestramento mental que j pudessem corresponder aos testes severos e s argies complexasexigidas pelos Mestres dessas confrarias.

    Os candidatos eram selecionados atravs de provas que lhes identificavam as qualidades superiores, masos cticos, os curiosos e os menos aquinhoados em espiritualidade, isto , os que mais precisavam deesclarecimentos espirituais, esses ficavam margem, reprovados pela sua insuficincia! Enfim, eramadmitidos os mais esclarecidos e desaprovados os mais necessitados.

    Por isso, o Alto ento optou pela prtica medinica, embora reconhecesse tratar-se de um evento aindaimaturo para os homens escravos das paixes inferiores, aguilhoados aos postulados separativistas deptria, raa e religies, que servem de combustvel s guerras fratricidas.

    verdade que as confrarias iniciticas do passado proibiam o desenvolvimento da faculdade medinicapassiva, assim como o sujetse deixa hipnotizar vontade estranha de outrem. Os seus adeptos nodeviam se submeter ao comando do mundo oculto e interferncia mental de qualquer outro ser fora dainfluncia dos seus mestres e guias consagrados.

    Antigamente sustentava-se que o desenvolvimento das foras ocultas, latentes em todos os homens, sdevia ser tentado depois do aprimoramento moral e discernimento mental do discpulo sobre as coisas domundo. Nos templos iniciticos ocultistas, ensinava-se que o metabolismo psicofsico do homem dependiafundamentalmente do seu nvel espiritual.

    O perisprito, o controle dos chacras ou centros de foras etreas eram objetos de estudos meticulosos.Exigia-se a disciplina sexual, pois o fluido que circula pela coluna vertebral em coeso com o fogoserpentino dos eflvios telricos da Terra, a energia kundalini, fertiliza a mente quando endereado parafins superiores, e dispensado do mecanismo sexual.

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    O discpulo era vegetariano e frugal em sua alimentao; dominava os vcios e superava os desejosinferiores. Mesmo assediado pela dor, era avesso a entorpecentes, mas habituado orao e sinvocaes sublimes.

    Isso o ajudava a se imunizar contra a investida de entidades inferiores, carnvoras, viciadas, luxuriosas e

    alcolatras, que desistiam de agir sobre quem no lhes daria o mnimo prazer ou gozo sensual na prticadesregrada.

    certo que a maioria dos mdiuns espritas ingere lcool, fuma, empanturra-se nas mesas carnvoras,discute, irrita-se e acende desejos lbricos ante o primeiro corpo feminino ondulante! Isso os torna maisvulnerveis s penetraes do astral inferior e justifica, em parte, o temor e a crtica dos teosofistas.

    Embora louvando as consideraes prudentes dos teosofistas e outras escolas espiritualistas sobre osperigos de mediunidade, convm distinguir-se a poca atual comparada ao tempo das confrarias ocultas eda rigorosa exigncia nas prticas espirituais.

    No o desenvolvimento medinico ao gnero kardecista ou umbandista o que

    realmente pode trazer perigo ao homem! Indubitavelmente, se Jesus de Nazar ouFrancisco de Assis tentassem o desenvolvimento medinico, s poderiam transmitircomunicaes anglicas!

    O prprio Allan Kardec, em suas obras, advertiu que o xito do intercmbio medinico reside principalmentenas condies espirituais dos mdiuns, resultando xitos ou prejuzos, de acordo com a inteno e a suapose moral. Assim, os mdiuns ficam mais desprotegidos e suscetveis influncia oculta dosdesencarnados quando se despreocupam da higiene fsica, moral e espiritual.

    Malgrado o julgamento exagerado dos teosofistas contra a prtica medinica, alguns deles tm encontradoem suas famlias dolorosos problemas de obsesses e vinganas do mundo invisvel, independentemente

    de qualquer intercmbio propositado com o mundo oculto.

    E muitos deles s puderam solucionar tais problemas aflitivos atravs de trabalhos espritas de tratamentosdesobsessivos, falhando as invocaes aos mestres e os recursos intelectuais da Loja Teosfica.

    No se olvide que Jesus permaneceu trinta e trs anos na crosta terrquea, em permanente contato com omundo oculto, e, no entanto, jamais algo lhe contaminou a alma sublime!

    Os teosofistas alegam que o homem pode lograr a sua redeno espiritual dispensando a prtica damediunidade. Contudo, a humanidade s poderia dispensar o complexo processo da mediunidade,desenvolvida com espritos sofredores e rebeldes, que s vezes conturbam, desde que cumprisseintegralmente os ensinamentos ministrados em todas as latitudes geogrficas por instrutores espirituaiscomo Hermes, Orfeu, Moiss, Krishna, Zoroastro, Fo-Hi, Confcio, Buda ou Jesus!

    Ento a humanidade desenvolveria a sua mediunidade somente no plano da Intuio Pura, tal qualacontecia a Jesus, que podia conversar com os anjos, embora o seu esprito estivesse enclausurado nacarne!

    Fontes bibliogrficas:

    1. Mediunismo Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats. 5 ed. Rio de Janeiro, RJ.Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

    2. Mediunidade de Cura Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats. 7 ed. Rio deJaneiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1989, 240p.

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    3. Misso do Espiritismo Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats. 5 ed. S. Paulo,SP. Ed. Freitas Bastos, 1988, 225p.

    4. Histria da Civilizao Ocidental Burns, Edward McNall. Porto Alegre, RS. 2 ed. Editora Globo,1970. Vol. I - 581p.

    5. Mediunidade- seus aspectos, desenvolvimento e utilizao Armond, Edgard. So Paulo, SP. 28ed. Editora Aliana, 1992. 295p.

    6. O Fenmeno Esprita Delanne, Gabriel. Braslia, DF. 6 ed. Editora FEB, 1992. 227p.

    7. Depois da Morte Denis, Leon. Braslia, DF. 18 ed. Editora FEB, 1994. 329p.