medição da energia ativa e não-ativa de deslocamento · como b p não é uma bobina ideal, há...

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Cap. 12 e 13 - Medição da Energia Ativa e Reativa Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI Disciplina ELE505 – Medidas Elétricas Prof. Fernando Belchior Maio/2014 Medição da Energia Ativa e Não-Ativa de Deslocamento

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Cap. 12 e 13 - Medição da Energia Ativa e Reativa

Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI Disciplina ELE505 – Medidas Elétricas

Prof. Fernando Belchior – Maio/2014

Medição da

Energia Ativa e Não-Ativa de Deslocamento

Cap. 12 e 13 - Medição da Energia Ativa e Reativa

Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI Disciplina ELE505 – Medidas Elétricas

Prof. Fernando Belchior – Maio/2014

Registrador Ciclométrico Registrador de Ponteiros

Cap. 12 e 13 - Medição da Energia Ativa e Reativa

Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI Disciplina ELE505 – Medidas Elétricas

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Bobinas de Corrente POUCAS ESPIRAS DE FIO GROSSO

Bobinas de Potencial MUITAS ESPIRAS DE FIO FINO

Cap. 12 e 13 - Medição da Energia Ativa e Reativa

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• A medição da energia elétrica possibilita ao fornecedor o

faturamento adequado da quantidade de energia elétrica

consumida por cada usuário;

1 - INTRODUÇÃO

• Emprego do medidor do tipo indução: simplicidade, robustez,

exatidão e vida útil (15 anos);

• Devido ao medidor ficar na casa do consumidor, vários cuidados

foram tomados por parte da concessionária, principalmente para

se evitar fraudes na medida;

• As entidades governamentais, por sua vez, editam normas e

especificações regulamentando as condições que deve

satisfazer os medidores para poderem ser comercializados.

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O Medidor Monofásico de Indução

Bp=bobina de tensão (potencial), muitas espiras de fio fino;

Bc = bobina de corrente, poucas espiras de fio grosso.

• Mesmo princípio do wattímetro de indução;

• Única diferença → Eixo do disco não existe o torque

antagônico;

• O disco gira dentro do entreferro de um imã

permanente que exerce o papel de freio;

• No eixo do disco vai acoplado um dispositivo

mecânico para contagem do número de rotações

realizado (totalizador, registrador).

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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• Considerando fp=1, ip estará atrasada quase que 90º de ic;

• ip cria um fluxo Ψp na bobina de tensão. ic cria Ψc na bobina de corrente;

• Estes atravessam o disco de alumínio e criam correntes induzidas nele;

• No espaço, o fluxo Ψc é sempre normal à direção de ip e o fluxo Ψp normal à Ic.

• Assim, as forças originadas estão postas no plano do disco e sempre dirigidas

no mesmo sentido;

• Estas forças, estando a uma certa distância do eixo de rotação, criarão em

relação a ele um conjugado motor fazendo o disco girar.

O Medidor

Monofásico de

Indução

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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Cm - conjugado motor;

C1 - conjugado devido a interação de Ψc e Ip;

C2 - conjugado devido a interação de Ψp e Ic.

Se a bobina de tensão for puramente

indutiva implicaria que Δ seria 90º, com isso ter-

se-ia:

1 2mC C C

. . . ( )mC K V I sen

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

O Medidor Monofásico de Indução

Cm seria proporcional à potência ativa da carga. Como Bp não é uma bobina ideal, há

na prática vários artifícios empregados para se fazer com que o fluxo útil Ψp, que

atravessa o disco, seja defasado de exatamente 90º atrasado com relação a V. Essa

operação é chamada de ajuste da carga indutiva.

. . .cosmC K V I

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Compensação do atrito:

• O atrito nos pontos de apoio do eixo de suspensão do

disco e no sistema mecânico de engrenagens impede o

disco de partir ou de dar o número exato de rotações

para cargas pequenas, ou seja, correntes reduzidas;

• A compensação é feita na prática, por meio de

artifícios, que consistem em colocar um dispositivo

apropriado que faça introduzir um pequeno conjugado

suplementar sobre o disco, apressando ou retardando o

seu movimente, conforme se deseje.

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

O Medidor Monofásico de Indução

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Aferição é a determinação dos erros do medidor pela sua comparação com

um padrão. Subsídios para ensaios são encontrados no método brasileiro da

ABNT;

A tensão usada na aferição ou no ajuste dos medidores para ensaios de

aceitação é denominada tensão de ajuste, onde o medidor irá operar

efetivamente. A tensão de ajuste não é necessariamente igual à tensão

nominal (ou de placa);

Há dois métodos para aferição de medidores:

a) Método do Wattímetro;

b) Método do Padrão Rotativo.

Aferição do medidor

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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a) Método do Wattímetro:

Consiste em fazer passar pelo medidor uma energia durante um tempo

suficientemente grande, com potência constante, medida pelo wattímetro, de modo a

se obter um determinado número de rotações do disco do medidor.

Sendo:

W - potência indicada pelo wattímetro em Watts com precisão de ±0,2%;

N - número inteiro de rotações do disco do medidor;

t - tempo decorrido em segundos;

kd - constante do disco em Wh/rotação.

O erro relativo do medidor será:

Aferição do medidor

3600 . . .% .100

.

dk N W t

W t

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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• Os valores de tensão e corrente deverão ficar dentro de ±2% dos valores nominais;

• O valor de potência deve ser lido com precisão dentro de ±0,2%;

• O cronômetro deverá ter resolução de, no mínimo, 1/10 de segundo.

a) Método do wattímetro:

Aferição do medidor

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

3600 . . .% .100

.

dk N W t

W t

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Um medidor monofásico traz na sua placa de identificação as informações:

f=60Hz, In=5A, Vn=120V, kd=0,25Wh/rot. No ensaio à plena carga, sob 120V, 60Hz e cosψ=1,

mediu-se 58,4 seg para o disco dar 40 rotações. Calcular o erro relativo do instrumento.

a) Método do wattímetro:

Aferição do medidor

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

%

3600 . 0,25 . 40 5 . 120 . 58,4.100 2,7%

5 . 120 . 58,4e

IDEAL MEDIDO

Registra mais

IDEAL

3600 . . .% .100

.

dk N W t

W t

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Este método consiste em passar, simultaneamente, pelo medidor e pelo padrão

rotativo, uma dada energia com potência constante, de modo a se obter um número

inteiro de rotações do disco do medidor.

Sendo:

Nm = número inteiro de rotações do disco do medidor;

kd = constante do disco do medidor em watt.horas por rotação;

Np = número de rotações do disco do padrão rotativo (inclusive frações de rotação);

kp = constante do padrão rotativo em watt.horas por rotação.

O erro relativo do medidor será:

b) Método do Padrão Rotativo:

Aferição do medidor

%

. ..100

.

m d p p

p p

N k N ke

N k

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

PADRÃO

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• Deve-se escolher Nm (número inteiro de rotações do disco) suficientemente grande

de modo a ter uma leitura no padrão com erro desprezível.

Aferição do medidor

b) Método do Padrão Rotativo:

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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• Uma vez aferido o medidor e constatado que ele está com erros intoleráveis pelas

normas vigentes, deve-se calibrá-lo ou ajustá-lo;

• Calibração: manejo dos dispositivos de ajuste do medidor, de modo a fazê-lo

registrar a energia medida dentro das tolerâncias especificadas;

• As normas da ABNT referem-se aos medidores monofásicos de indução e

estabelecem que estes devem ter os seguintes dispositivos de ajuste:

a) Plena carga ou carga nominal;

b) Pequena carga ou carga leve (10% da nominal);

c) Carga indutiva.

Calibração do medidor

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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a) Plena carga ou carga nominal:

Carga que corresponde a uma corrente no medidor igual à corrente nominal, com

tensão e frequência nominais e com fator de potência igual a 1.

Para calibrar o medidor na carga nominal, maneja-se o ímã permanente fazendo

modificar o conjugado frenador ou de amortecimento Cam produzido pelo mesmo

sobre o disco.

Calibração do medidor

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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b) Pequena carga ou carga leve (10% da nominal): Carga que corresponde a uma corrente no medidor igual a 10% da corrente nominal, com tensão e

frequência nominais e com fator de potência igual a 1.

Devido ao fato do fluxo da bobina de corrente não ser exatamente proporcional à corrente, acontece

que o disco passa a girar mais lentamente do que deveria. Além disso, o atrito nos mancais e no

dispositivo de totalização tendem a atrasar o contador.

Para compensar essas tendências, o medidor deve contar com um conjugado motor dependendo não

da carga, mas da tensão do circuito.

Utilizando uma pequena chapa de material magnético montada junto bobina de tensão, de modo a

aumentar o fluxo, consegue-se assim, ajustes de até 20% com 5% da carga nominal.

c) Carga indutiva: Carga que corresponde a uma corrente no medidor igual a corrente nominal, com tensão e frequência

nominais e com fator de potência igual a 0,5 indutiva.

Calibração do medidor

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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a) Kr - constante do registrador - É o número pelo qual se deveria multiplicar a

leitura do mostrador para se obter, na respectiva unidade, a quantidade total de

energia que passa pelo medidor. Ex.: 2; 3; 5; etc

b) Kd - constante do disco - É o número de watt.horas correspondente a uma

rotação do elemento móvel. Ex.: 0,3Wh/rot; 2,4Wh/rot; etc.

c) Rr - relação do registrador - É o número de rotações da roda que engrena com o

parafuso sem fim do eixo do elemento móvel correspondente a 1 rotação do primeiro

ponteiro ou tambor ciclométrico. Ex.: 83 1/3; 13 8/9

d) Rg - relação total das engrenagens - É o número de rotações que o disco dá

para realizar uma rotação do primeiro ponteiro ou tambor ciclométrico.

Constantes do medidor

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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Registrador Ciclométrico Registrador de Ponteiros

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Dados Típicos de

um Medidor

Monofásico

SCHLUMBERGER

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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Curvas Características do Medidor

2. MEDIÇÃO DA ENERGIA ATIVA

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2 processos para a medição da potência reativa dos circuitos

trifásicos:

a) Emprego de medidores trifásicos de indução para energia ativa,

mas ligados através de dispositivos que defasam a tensão em

90º, aproveitando-se da relação trigonométrica:

b) Emprego de medidores trifásicos de indução especialmente

ligados internamente para registrar a energia reativa.

3. MEDIÇÃO DA ENERGIA NÃO-ATIVA DE DESLOCAMENTO

. . ( ) . .cos( 90)V I sen V I

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1) Determinar o consumo de energia elétrica solicitada por uma

residência, durante o mês de setembro de 2012, sabendo que as

leituras feitas no medidor foram as seguintes:

• Leitura em 31.8.2012: 5268 kWh

• Leitura em 30.9.2012: 5632 kWh.

4. EXEMPLOS

2) Determinar o consumo de energia elétrica solicitada por uma

residência, durante o mês de setembro de 2012, sabendo que o

medidor tem “constante própria de multiplicação” igual a 3 e as

leituras feitas no medidor foram as seguintes:

• Leitura em 31.8.2012: 8493 kWh

• Leitura em 30.9.2012: 8622 kWh.

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3) Um medidor de energia elétrica, 1Φ, 2 fios, Vnominal=240V,

Inominal=15A, 60Hz, é submetido às condições de "carga nominal"

(sendo 220V a tensão de aferição e calibração), observando-se que

registra 1,67kWh em meia hora. Verificar se o medidor está

registrando corretamente.

4. EXEMPLOS

4) Um medidor de energia elétrica, monofásico, 2 fios, tensão

nominal 240V, 15A, 60Hz é utilizado para medir a energia elétrica

solicitada por uma carga 1Φ, resistiva, alimentada por 220V e

percorrida por 4A. Em 5hs o disco do medidor faz 3.344 rotações.

PEDE-SE:

a) Determinar a "constante do disco" em rotações/kWh.

b) Determinar o número de rotações que daria o disco do medidor

em 4hs se o fator de potência da carga fosse 0,8 indutivo, com os

mesmos valores de tensão e de corrente.

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Obrigado pela atenção !!

FIM