medicamentos a partir de plantas medicinais

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Page 1: Medicamentos a partir de plantas medicinais
Page 2: Medicamentos a partir de plantas medicinais

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MEDICAMENTOS A PARTIR DE

PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL

Equipe Principal:

Sérgio H. Ferreira (Supervisor)

Lauro E. S. Barata (Coordenador)

Sérgio L. M. Salles Fº

Sérgio R. R. de Queiroz

Auxiliares:

Rosana Corazza (auxiliar de pesquisa)

Reus Coutinho Farias (consultor)

Projeto financiado pela Academia Brasileira de Ciências e

Ministério da Ciência e Tecnolgia-MCT (1997)

Livro Publicado pela Academia Brasileira de Ciências

1998

OBS: A edição deste livro está esgotada. Uma nova edição está sendo preparada. Cópias cuja

comercialização é proibida, podem ser feitas á partir deste arquivo. É vedado o uso do todo ou de

parte desta obra, sem a expressa licença do seu Coordenador ([email protected]). Pede-se

citar a fonte.

Page 3: Medicamentos a partir de plantas medicinais

MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

2. A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E DE FITOTERÁPICOS 4

2.1 As mudanças recentes na indústria farmacêutica mundial 4

2.2 A indústria de fitoterápicos: quadro internacional 6

2.3 A produção brasileira de medicamentos a partir de plantas medicinais 12

3. A PESQUISA DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS 22

3.1 O processo de desenvolvimento de novos medicamentos 22

3.2 A pesquisa científica em plantas medicinais no Brasil 28

3.3 Avaliação dos estudos experimentais com plantas medicinais 32

4. A AÇÃO GOVERNAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE FITOFÁRMACOS 51

5. ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVER A PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS 65

5.1 Quem são os atores e como eles interagem 65

5.2 Vantagens e obstáculos para o desenvolvimento da área de produtos naturais 67

5.3 Proposta para uma estratégia para desenvolver a produção de medicamentos a partir de plantas medicinais 70

Page 4: Medicamentos a partir de plantas medicinais

2

MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL

1. INTRODUÇÃO

A nossa proposta inicial era de realizar uma análise ampla dos problemas associados ao

desenvolvimento de medicamentos no Brasil com o intuito de promover o incentivo desta área.

Esta proposta se impunha pelo fato do Brasil, apesar da enorme diferença de poder aquisitivo de

suas camadas sociais, encontrar-se, já há alguns anos, entre os dez maiores consumidores de

medicamentos do mundo.

Neste estudo, todavia, restringimos nosso enfoque para o desenvolvimento de medicamentos a

partir de plantas medicinais. Em parte, porque em análise anteriormente realizada sobre a

competitividade da indústria de fármacos brasileira (Coutinho e Ferraz, 1994), ficou demonstrado

que o Brasil teria enormes dificuldades de atuar na área de medicamentos sintéticos. Além disso, a

recente implantação da lei de patentes enfraqueceu substancialmente as perspectivas da indústria

química brasileira.

Grande parte dos medicamentos que estão no mercado originam-se de produtos naturais, em

especial, de plantas. Entre as vinte drogas mais vendidas nos EUA em 1988, apenas sete não

derivavam diretamente de produtos naturais. Ainda assim, estes participaram em algum momento

da história farmacológica dessas drogas. Naturalmente, o Brasil, com a sua enorme biodiversidade,

pode contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos produzidos a partir de plantas. O

grande problema consiste em saber que parcela desse esforço de desenvolvimento caberá aos

cientistas e às empresas brasileiras.

A nação já fez um considerável investimento na formação de investigadores e montagem de

laboratórios. Houve um estímulo continuado no estudo de propriedades farmacológicas, na sua

maioria, tentando comprovar a validade do uso popular de plantas medicinais. A idéia que presidia

estes estudos era de utilizar os produtos naturais como substituição barata à terapia convencional.

Embora várias plantas estejam sendo utilizadas com fins terapêuticos (e mesmo comercializadas) a

grande maioria não possui dados científicos que comprovem a sua eficácia e seu espectro

toxicológico no homem, assim como garantia de qualidade do produto ou de sua produção. Apesar

de três ou quatro décadas de estudos, pode-se dizer que até esta data não houve um processo

coordenado de todos os atores do processo (indústria, farmacólogos, fitoquímicos, químicos de

síntese, toxicólogos, investigadores clínicos, etc) visando o desenvolvimento de drogas a partir de

plantas. Permanece a questão: até quando um país com a rica biodiversidade como a do Brasil

continuará deixando de explorar este potencial para descoberta de novos medicamentos?

Page 5: Medicamentos a partir de plantas medicinais

3

Estas considerações fizeram com que enfocássemos neste trabalho os aspectos da P&D, produção e

ações governamentais relacionadas ao desenvolvimento de medicamentos a partir de plantas

medicinais. Espera-se que este estudo possa fornecer a pesquisadores, empresas e policy-makers,

entre outros, dados para tomar decisões de investimento em termos de prazos, recursos, projetos e

esforços nessa área.

Neste relatório foi levantado um conjunto amplo de dados quantitativos através de pesquisa

bibliográfica e consulta a bases de dados informatizadas. Essas informações foram organizadas em

um banco de dados bibliográficos, com acesso por assunto ou por autor, cuja estrutura é apresentada

no Anexo 1.

Também fez parte da metodologia utilizada no trabalho a aplicação de questionários (vide Anexo 2)

dirigidos a empresas, cientistas e órgãos do governo. O objetivo básico destes questionários era

obter dados qualitativos a respeito do quadro nacional na produção, na pesquisa e no apoio do

governo a atividades na área de plantas medicinais. Esse mesmo objetivo foi também buscado

através de entrevistas com empresários, cientistas e agentes governamentais, visando reforçar

alguns pontos deste relatório que poderiam vir a ser polemizados.

Uma grande dificuldade que pode ser percebida durante a pesquisa foi a falta de dados estatísticos

da área de negócios, bem como problemas para extrair informações de fontes oficiais. As empresas,

além de não disporem dos dados, têm uma grande dificuldade de produzi-los quando instadas a

fazê-lo.

Com relação à estrutura do trabalho, no capítulo 2 discute-se a indústria de fitoterápicos dentro de

seu contexto, a indústria farmacêutica. Primeiramente, são apresentadas algumas das principais

transformações mundiais por que vem passando esta última. Em seguida, analisa-se o quadro

internacional da indústria de fitoterápicos. Por fim, a análise se volta para o caso brasileiro.

O capítulo 3, também dividido em três seções, analisa a pesquisa de medicamentos a partir de

plantas. Na primeira seção, destaca-se o processo de desenvolvimento de novos medicamentos, de

modo geral. A segunda trata da pesquisa científica em plantas medicinais no Brasil. Finalmente, é

feita uma avaliação de estudos experimentais com plantas medicinais produzidos nas universidades

brasileiras.

O capítulo 4 discute as principais ações governamentais para o desenvolvimento de fitofármacos.

O capítulo final pretende esboçar uma estratégia para desenvolver a produção de medicamentos a

partir de plantas medicinais no Brasil.

Page 6: Medicamentos a partir de plantas medicinais

4

Definições utilizadas neste trabalho:

Plantas medicinais

São plantas que têm atividade biológica, possuindo um ou mais princípios ativos, úteis à saúde

humana. Muitas delas são hoje usadas em cosméticos e neste caso se denominam cosmecêuticos (do

inglês, cosmetics + pharmaceuticals).

Fitoterápicos ou Fitomedicamentos

A expressão fitoterapia é atribuída a medicamentos originados exclusivamente de material botânico

integral ou seus extratos usados com o propósito de tratamento médico1.

Fitoterápicos são classificados como medicamentos e como suplemento alimentar. Podem ser:

1) Plantas Medicinais - no Brasil são consideradas como produtos não-éticos e tratados em muitos

casos como suplemento alimentar. Podem ser adquiridas em Farmácias de Manipulação,

Supermercados ou Feiras Livres; são regulamentadas pelo DINAL (Ministério da Saúde); o

controle de qualidade é precário ou não existente; não há necessidade de registro no MS ou

qualquer outro órgão controlador para o comércio e venda de plantas medicinais, a granel ou

embalados como chás em saquinhos. Esta situação deve mudar em janeiro de 2000 com a

entrada em vigor da Portaria nº 6, de 31 de janeiro de 1995, da Secretaria de Vigilância Sanitária

do MS.

2) Extratos de Plantas - são muitas vezes produzidos por empresas não cadastradas. Produtos

técnicos produzidos por empresas respeitadas (ex. Sanofi, Sanrisil) são adquiridas por outras

empresas que frequentemente adulteram o produto final ao consumidor.

Fitofármaco

É a substância medicamentosa isolada de extratos de plantas, como a rutina e a pilocarpina, alguns

dos raros fitofármacos produzidos no Brasil.

1 Diferentes outras expressões aparecem em jornais e revistas estrangeiros para designar os medicamentos originados de

plantas medicinais: herbal drugs, medicinals & botanicals, etc.

Page 7: Medicamentos a partir de plantas medicinais

5

2. INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E DE FITOTERÁPICOS

2.1 As mudanças recentes na indústria farmacêutica mundial

A indústria farmacêutica caracteriza-se pela alta tecnologia e rápido crescimento. Nos anos recentes

ela tem sofrido intensa pressão por parte dos governos dos países industrializados, preocupados com

os custos de seus sistemas de saúde. Em particular, os EUA, cujos gastos com atendimento à saúde

chegaram a 14% do PNB em 1994 - 40% a mais que Canadá, Japão ou UE -, vêm forçando uma

redução dos preços dos medicamentos. Estes não são, certamente, os únicos responsáveis pelos

elevados gastos em saúde, mas podem dar sua contribuição para reduzir os custos na área.

Desse modo, as margens de lucro da indústria farmacêutica - usualmente bastante elevadas - vêm

sendo comprimidas. A isto soma-se ainda o aumento dos custos de inovação. O custo médio da

P&D de um novo medicamento passou de US$ 1,5-2,0 milhões no período 1956-62 para US$ 20-22

milhões entre 1966 e 1972 (dólar de 1973), segundo Rigoni (1985). Em 1985 o autor estimava esse

custo em torno de US$ 100 milhões, valor que no início da década de 90 teria mais do que

dobrado2. As despesas em P&D como percentagem do faturamento passaram de algo como 10%

nos anos 60 e 70 para um valor acima de 15% nos anos 80. Como se pode ver no Quadro 2.1, a

média do gasto em P&D nos principais países atingia quase 16% em 1991, com números

significativamente maiores em alguns casos (Reino Unido, Suíça e Suécia).

Quadro 2.1 - Gasto em P&D farmacêutica no mundo em 1991 País Gasto em P&D

(US$ milhões) % das vendas (1)

EUA 9.056 18,39 Japão 4.665 12,11 Alemanha 3.126 16,13 Reino Unido 2.845 28,17 França 2.529 14,82 Suíça 1.644 28,77 Itália 1.545 10,36 Suécia 617 23,23 Países baixos 285 8,60 Bélgica 272 8,32 Dinamarca 262 15,52 Espanha 167 2,80 Total 27.013 15,72

(1) vendas domésticas mais exportação Fonte: Scrip’s Yearbook, 1993.

2 Segundo outras fontes, o valor poderia chegar a US$ 300 milhões por medicamento.

Page 8: Medicamentos a partir de plantas medicinais

6

O Quadro 2.2 mostra o gasto em P&D por empresa, confirmando os dados apresentados acima.

Quadro 2.2 - As 11 maiores companhias farmacêuticas em gasto em P&D, em 1991-92(1) Companhia País Vendas Farmacêuticas

(US$ milhões) Gasto em P&D (US$ milhões)

P&D como % de vendas

Merck (2) EUA 7225,1 1100,0 15,2 Glaxo Reino Unido 7247,0 1052,7 14,5 Roche Suíça 4119,9 953,3 23,1 Bristol-Myers Squibb EUA 5908,0 845,0 14,3 Hoechst (3) Alemanha 6263,9 785,8 12,5 Bayer (4) Alemanha 5306,4 688,8 13,0 Ciba-Geigy (5) Suíça 4052,3 677,8 16,7 Sandoz Suíça 4440,7 675,0 15,2 Smithkline Beecham EUA /Reino Unido 4370,1 654,6 15,0 Johnson & Johnson EUA 3795,0 569,0 15,0 Boehringer Ingelheim Alemanha 2534,5 462,8 18,3 (1) Números para ano terminado em dez/91, exceto Glaxo (jun/92) e Johnson&Johnson (jan/92) (2) estimativa (3) inclui cosméticos (4) inclui diagnósticos (5) somente produtos éticos Fonte: Scrip’s Yearbook, 1993.

O efeito combinado dos gastos crescentes com P&D e aperto nas margens de lucro vêm

estimulando uma onda de fusões e incorporações na indústria farmacêutica, iniciada na década de

80 e que prossegue até hoje. O Quadro 2.3 mostra as 15 maiores empresas do setor em 1991.

Aparecem nesta lista a terceira (Bristol-Myers Squibb), sétima (SmithKline Beecham) e décima-

segunda (Rhône-Poulenc Rorer) como resultado de fusões. Desde então a Glaxo comprou a

Welcome, a Ciba-Geigy (quinta da lista) fundiu-se com a Sandoz (sexta) e a Roche comprou a

Sintex, para ficar nos maiores negócios apenas.

Quadro 2.3 - As 15 maiores companhias farmacêuticas em vendas no mundo, 1991-92 (1) Companhia Vendas Farmacêuticas (US$ milhões) % do total de vendas 1 Glaxo (UK) 7.247 100,0 2 Merck (US) 7.225 84,0 3 Bristol-Myers Squibb (US) 5.908 52,9 4 Hoechst (Ger) 5.429 19,1 5 Ciba-Geigy (Sw) 4.612 31,4 6 Sandoz (Sw) 4.441 47,4 7 SmithKline Beecham (UK/US) 4.370 52,7 8 Bayer (Ger) 4.309 16,9 9 Roche (Sw) 4.120 51,6 10 Eli Lilly (US) 4.031 70,4 11 American Home (US) 4.018 56,8 12 Rhône-Poulenc Rorer (Fra/US) 3.824 100,0 13 Johnson & Johnson (US) 3.795 30,5 14 Pfizer (US) 3.771 54,3 15 Abbott (US) 3.512 51,1

(1) Números para ano terminado em dez/91, exceto Glaxo (jun/92) e Johnson&Johnson (jan/92) Fonte: Scrip’s Yearbook, 1993.

Page 9: Medicamentos a partir de plantas medicinais

7

Pode-se afirmar, portanto, que a indústria farmacêutica internacional passa por transformações

importantes. As fusões e incorporações estão criando empresas gigantescas, com enorme

capacidade de investimento em P&D, tornando ainda mais difícil a participação nesse mercado de

países como o Brasil. Conforme apontado em Queiroz (1993), a competitividade da indústria

químico-farmacêutica brasileira é praticamente nula no caso dos produtos patenteados. O aumento

de escala da P&D deixa ainda mais remota a possibilidade de reverter esse quadro em um horizonte

de tempo previsível.

Além disto, as empresas buscam também novas oportunidades de diversificação e, como veremos

adiante, o segmento de fitoterápicos tem se mostrado atraente.

2.2 A indústria de fitoterápicos: quadro internacional

Mercado mundial de fitoterápicos: dimensões

As estimativas de mercado para produtos farmacêuticos derivados de plantas variam

consideravelmente em função das distintas definições adotadas em cada análise. Tomando-se, por

exemplo, o trabalho de Jörg Grünwald (1995), baseado em dados do IMS e do Herbal Medical

Database, o mercado mundial de fitoterápicos (herbal remedies) está avaliado em US$ 12,4 bilhões,

divididos segundo o Quadro 2.4. Isto representaria aproximadamente 5% do mercado mundial de

produtos farmacêuticos.

Quadro 2.4 - Mercado mundial de fitoterápicos Região US$ milhões União européia 6.000 Resto da Europa 500 Ásia 2.300 Japão 2.100 EUA 1.500 Total 12.400 Fonte: IMS 1994 e The Herbal Medical Database 1993, apud Jörg Grünwald (1995)

Segundo outras estimativas, este mercado poderia ser bem maior. O Departamento de Comércio

americano apresenta, apenas para os EUA, os seguintes dados de vendas de medicinals/botanicals:

Page 10: Medicamentos a partir de plantas medicinais

8

Quadro 2.5 - Mercado americano de produtos farmacêuticos e de fitoterápicos Item 1987 1988 1989 1990 1991 1992(2) 1993(3) Vendas (1) 35.283 39.532 43.796 47.832 51.880 55.607 58.428 Medicinals & botanicals 4.224 4.948 5.393 5.789 6.647 6.898 7.116

(1) Valor de produtos classificados na indústria farmacêutica produzidos por todas as indústrias. (2) Estimativa, exceto exportações e importações. (3) Estimativa Fonte: Bureau of the Census - U.S. Department of Commerce

Estes dados indicam valores quase cinco vezes maiores para o mercado dos EUA em relação aos

dados do Quadro 2.4. Pode estar havendo diferenças nas definições empregadas pelo Departamento

de Comércio dos EUA (medicinals/botanicals) e por Jörg Grünwald (herbal remedies). Mas a

discrepância entre os dados também pode decorrer do fato de que este último autor utiliza dados de

venda no varejo (Retail Sales Price - RSP), que deixam de incluir vendas efetivadas através de

outros canais ou vendas dirigidas a outros segmentos da indústria , inclusive exportações. De todo

modo, não se pode ignorar as dificuldades na delimitação do mercado de fitoterápicos.

As diferenças entre países são também pronunciadas. A Alemanha é, de longe, o maior mercado

mundial de herbal drugs, com vendas de US$ 3 bilhões, isto é, metade do mercado da UE

apresentado no Quadro 2.4, e um consumo anual por habitante de US$ 39. A França, com US$ 1,6

bilhões e 26,5% do mercado da UE, vem em segundo.

Em termos do peso desse segmento no conjunto da indústria farmacêutica as variações também são

grandes. Na Alemanha, os fitoterápicos representavam aproximadamente 25% do mercado

farmacêutico total em 1990. Naquele país, 27% dos medicamentos que não exigiam receita médica

(OTC) em 1993 eram produtos de plantas, cabendo aí a divisão entre os que eram receitados e

reembolsados pelo sistema de seguridade de saúde (12%) e desse modo modo poderiam ser

classificados como “semi-éticos”, e os que eram OTC “puros” (15%).

Crescimento do mercado de fitoterápicos

In 1993, as vendas de medicinals/botanicals nos EUA aumentaram mais de 7%, atingindo US$ 7

bilhões (aumento de 1,8% em dólares constantes). Como aponta o Departamento de Comércio dos

EUA (1994), “o mercado americano de herbal products é relativamente novo, tendo iniciado seu

crescimento nos anos 60. Desde essa época, a indústria deixou uma posição marginal para se

integrar ao mainstream do mercado biomédico. Com o crescente interesse do consumidor em

produtos naturais, as companhias estão ampliando a adição de ingredientes botânicos em seus

produtos...à medida que a indústria (farmacêutica) continua a procurar meios de conter preços, a

participação de mercado dos medicamentos de plantas deverá crescer”.

Page 11: Medicamentos a partir de plantas medicinais

9

Esta é também a posição de Jörg Grünwald acerca do potencial dos fitoterápicos. Na Europa o

mercado destes produtos está crescendo a uma taxa mais elevada do que a do mercado farmacêutico

como um todo, como mostra o Quadro 2.6.

Quadro 2.6 - Crescimento do mercado de fitoterápicos em países selecionados em 1993

País % Espanha 35 Alemanha 15 Itália 11 Reino Unido 10 Fonte: Nicolas Hall Company (1994)

O Quadro 2.7 mostra que esse crescimento, além de expressivo, é bastante generalizado:

Quadro 2.7 - Taxas de crescimento anual por região (%) Região Crescimento

1985-1991 Crescimento 1991-1992

Projeção 1993-1998

EUA 10 12 12 União Européia 10 5 8 Resto da Europa 12 8 12 Japão 18 15 15 Sudeste da Ásia 15 12 12 India e Paquistão 12 15 15 Fonte: The Herbal Medical Database 1993, apud Jörg Grünwald (1995)

Um fator importante para explicar esse dinamismo é o aparecimento da “onda verde”. Desde o final

dos anos 60, com o movimento hippie, grupos diferenciados da sociedade começaram a buscar

modos de vida mais em harmonia com a natureza e processos e produtos mais naturais. Nos anos

80, o mercado de consumo na Europa e EUA absorve esta tendência que leva a sociedade a exigir

alimentos sem contaminação de pesticidas e outras substâncias tóxicas. Este movimento da

sociedade conhecido como “onda verde” (green wave) está ampliando significativamente o

interesse em produtos terapêuticos derivados de plantas como uma alternativa “natural” aos

medicamentos sintéticos com sua costumeira lista de efeitos colaterais. Os consumidores típicos

dessa medicina complementar, a maior parte deles com níveis educacionais e de renda acima da

média (Jörg Grünwald, 1995), crêem que ela pode aumentar a resistência a doenças. Esta “onda”

tem levado empresas de distribuição de plantas medicinais na Europa a buscar em toda parte

“produtos novos” para atender o mercado em expansão, inclusive para aplicação em cosméticos.

Page 12: Medicamentos a partir de plantas medicinais

10

Características do mercado

A Europa é bastante representativa do mercado global de fitoterápicos, respondendo por

aproximadamente metade das vendas registradas no mundo3. Naquela região, os medicamentos

originados de plantas distribuem-se pelas principais categorias terapêuticas conforme o Gráfico 2.1.

Gráfico 2.1 - Categorias terapêuticas de fitomedicamentos na Europa

Cardiovascular28%

Digestivo15%

Respiratório15%

Uso tópico7%

Hipnótico/sedativo9%

Tônicos14%

Outros12%

Fonte: Jörg Grünwald (1995)

O mercado é, portanto, razoavelmente bem distribuído entre as classes terapêuticas, analogamente

ao mercado farmacêutico em geral (o que não significa que as distribuições entre ambos sejam as

mesmas). A predominância dos produtos com efeito cardiovascular também é coerente com o

quadro nosológico do mundo desenvolvido, onde as doenças crônico-degenerativas ganham

importância com o progressivo envelhecimento da população.

Um fato muito importante com relação ao mercado de fitoterápicos é a entrada de novos

participantes, notadamente grandes empresas farmacêuticas. Isto está associado ao ponto levantado

acima acerca da aproximação ao mainstream. Na Europa o recurso à medicina complementar está

em franco progresso, sendo que os fitomedicamentos bem documentados cientificamente são cada

vez mais aceitos e apreciados por pacientes e médicos. Na Alemanha, em particular, mais de 80%

dos médicos utilizam regularmente medicamentos a base de plantas. O Tebonin (extrato de Ginkgo

biloba), da Dr. Schwabe’s, principal produtora alemã de fitoterápicos, é o produto farmacêutico

mais vendido naquele país.

3 Vale observar que boa parte do comércio de fitoterápicos nos países periféricos não é formalizado. Considerando

ainda que esses países devem consumir proporcionalmente mais fitoterápicos que os países desenvolvidos, pode-se

concluir que o valor das vendas registradas no mundo está subestimado.

Page 13: Medicamentos a partir de plantas medicinais

11

Nos EUA, apesar de o próprio Departamento de Comércio ter observado que desde os anos 60 a

indústria de herbal products vem deixando sua posição marginal, a situação ainda difere bastante. A

medicina complementar e a medicina convencional continuam pertencendo a mundos distintos.

Mas, como aponta Jörg Grünwald (1995), essa situação deve mudar rapidamente à medida que as

autoridades de saúde daquele país vão se apercebendo da crescente demanda da população por

alternativas seguras de tratamento médico. As diferenças que ainda permanecem podem ser

ilustradas pela Figura 2.1.

Figura 2.1 - Medicinas convencional e complementar nos EUA e Europa

EUA

Medicina convencional Fito Medicina

medicamentos complementar

Europa

Medicina convencional Fito Medicina

medicamentos complementar

Fonte: Jörg Grünwald (1995)

Como sugere o esquema acima para o caso europeu, “fitomedicamentos podem ser vistos como

fechando a brecha entre a medicina complementar de base tradicional e a medicina convencional

altamente científica” (Jörg Grünwald, 1995). Como mostra a Figura 2.1 esta ligação é melhor

estabelecida no sistema de saúde europeu. Na Alemanha, por exemplo, 80% dos médicos

prescrevem regularmente preparações fitoterápicas. Na Europa a fitoterapia vem crescendo

significativamente, como mostrado no Quadro 2.7, revelando uma aceitação cada vez maior não só

dos pacientes mas também dos médicos. Já nos EUA a situação da medicina convencional e da

fitoterápica é de flagrante separação, sendo esta última compreendida como uma medicina à parte,

Page 14: Medicamentos a partir de plantas medicinais

12

apenas complementar. Esta situação de confronto tem raízes históricas e na desinformação por parte

dos médicos americanos.

Mudanças na estrutura da indústria de fitoterápicos

A aproximação entre as duas práticas médicas acima mencionada é uma das razões principais para o

movimento que se observa desde a década passada das grandes multinacionais farmacêuticas

adquirindo empresas produtoras de fitoterápicos. O Quadro 2.8 mostra as recentes incorporações

destas últimas por companhias do setor farmacêutico.

Quadro 2.8 - Aquisições recentes de empresas de fitoterápicos por multinacionais farmacêuticas

Multinacional farmacêutica Empresa produtora de fitoterápicos American Home Products Dr. Much (Alemanha) Boehringer Ingelheim Pharmaton (Suíça)

Quest (Canadá) Boots Kanoldt (Alemanha) Bausch and Lomb Dr. Mann (Alemanha) Ciba-Geigy Valverde (Suíça) Degussa Asta Medica (Alemanha) Ferrosan Healthcrafts (Reino Unido)

Nature’s Best (Reino Unido) Fujisawa Klinge Pharma (Alemanha) Hoechst Iberica S.A. Laboratórios Veterin S. A. Johnson & Johnson/Merck Woelm Pharma (Alemanha) Merck & Co. Britcair Ltd. (Reino Unido) Pfizer Mack (Alemanha) Rhône-Poulenc Rorer Nattermann (Alemanha) Sandoz Dietisa S. A. (Espanha) Sanofi Plantorgan (Alemanha) Searle Heumann (Alemanha) SmithKline Beecham Fink (Alemanha) Solvay Kali Chemie (C) Fontes: Jörg Grünwald (1995) e McAlpine, Thorpe & Warrier (1992)

Um grande número de multinacionais farmacêuticas já vendia medicamentos de plantas, como se

pode ver no Quadro 2.9:

Quadro 2.9 - Vendas de fitoterápicos de empresas farmacêuticas selecionadas

Empresa farmacêutica Vendas de fitoterápicos em 1990 (US$ milhões)

Rhône-Poulenc Rorer 52 Johnson & Johnson 25-30 Fujisawa 22 Fisons 22 Sanofi/Sterling 21 Sandoz 9 Fonte: Scrip, nº 1756, set/92

Page 15: Medicamentos a partir de plantas medicinais

13

A novidade está no maior envolvimento dessas empresas com a indústria de fitomedicamentos,

expandindo a atuação nessa direção e/ou adquirindo empresas já existentes.

Não menos importante é o efeito dessa entrada das multinacionais farmacêuticas em termos de

revolucionar as técnicas de marketing e distribuição do setor de medicamentos de plantas. Muitas

empresas desse segmento adquiriram sofisticada capacitação tecnológica mas não dispõem de

capital para comercializar seus produtos em nível mundial. Surge então uma oportunidade

vislumbrada pelas companhias farmacêuticas que compram essas empresas, rebatizam seus

produtos e fazem seu marketing e comercialização através da enorme rede de que já dispõem.

O resultado esperado é, portanto, uma maior profissionalização da área de produtos naturais,

reforçada pela abordagem crescentemente científica que vem recebendo. Diversos desses produtos

começam a ser licenciados para venda no mercado ético, que exige prescrição médica, a partir de

estudos científicos. Por exemplo, o “Efamol” (óleo de Evening Primrose), para tratamento de

eczema, a partir de pesquisas da equipe de Sir James Black (Prêmio Nobel por suas pesquisas com

beta-bloqueadores na ICI). É também o caso do “Kwai Garlic”, para manutenção da circulação das

artérias coronárias, cuja validade foi sustentada por mais de vinte testes clínicos na Europa.

Em suma, a indústria internacional de fitoterápicos está passando por um processo de transformação

importante. Além da expansão do mercado de seus produtos, está havendo uma aproximação das

práticas das empresas farmacêuticas tanto no que diz respeito a atividades técnicas e científicas

como nas de produção e marketing. Aliás, em diversos casos essa aproximação tem sido causada

simplesmente pela absorção de empresas tradicionais de fitoterápicos por grandes multinacionais do

setor farmacêutico.

A principal lição que parece ficar desse processo é a de que a fase do “amadorismo” na área dos

produtos naturais está sendo deixada para trás rapidamente. É bastante provável que as empresas

que não promoverem mudanças no sentido apontado enfrentem dificuldades de sobreviver no futuro

ou, na melhor das hipóteses, deixem de usufruir do dinamismo que deverá continuar caracterizando

o mercado de fitomedicamentos pelos próximos anos.

2.3 A produção brasileira de medicamentos a partir de plantas medicinais

Cabe agora mostrar o quadro nacional na área de fitoterápicos e fitofármacos. Inicialmente, vamos

apresentar alguns dados básicos a respeito de faturamento, comércio exterior, principais produtos e

produtores. Ao final, buscaremos avaliar como esse quadro pode ser impactado pelas mudanças

internacionais discutidas acima.

Page 16: Medicamentos a partir de plantas medicinais

14

Em 1994 as vendas de medicamentos em farmácia somaram US$ 3.831 milhões, dos quais US$ 212

milhões, em torno de 5,5% daquele valor, correspondiam a produtos contendo exclusivamente

princípios ativos de origem vegetal (ver Anexo 3). Tomando como base esse percentual e

considerando um mercado global de produtos farmacêuticos de US$ 6.410 milhões naquele ano4,

chega-se a US$ 355 milhões como estimativa do mercado de medicamentos produzidos a partir de

plantas no Brasil. Se incluirmos ainda os medicamentos com princípios ativos de origem vegetal

associados a princípios ativos de outra natureza podemos concluir que o mercado é ainda maior do

que esta estimativa5.

Como mostra o Quadro 2.10, os 25 principais medicamentos contendo apenas princípios ativos de

origem vegetal venderam em farmácias US$ 145 milhões (representando 68% do total de vendas

desse tipo de produto).

4 A diferença de US$ 2.579 milhões entre o mercado global de US$ 6.410 e os US$ 3.831 milhões vendidos em

farmácia corresponde a consumo em hospitais e postos de saúde, distribuição governamental, etc.

5 As vendas de medicamentos associados somadas às vendas dos não-associados chega a 15,6% do total, o que

representaria vendas globais de US$ 999 milhões. Mas esse número significaria uma estimativa exagerada do mercado

de produtos obtidos a partir de plantas já que nos medicamentos associados estes podem ter uma participação marginal.

Page 17: Medicamentos a partir de plantas medicinais

15

Quadro 2.10 - Medicamentos com princípios ativos de origem vegetal vendidos em farmácias

PRODUTO LABORATORIO US$ mil (*) VICK VAPORUB LEP.M BIOLAB/SEARLE 14.742 HYDERGINE SANDOZ 14.374 FLORATIL MERCK S.A. 11.560 DIGOXINA WELLCOME ZENECA 10.459 TEBONIN BYK QUIMICA E FARM 8.399 VENOCUR TRIPLEX KNOLL 8.391 TAMARINE BARRENNE 7.379 TANAKAN KNOLL 6.136 TRANSPULMIN ASTA MEDICA 5.766 VALDA CANONNE 5.687 EPAREMA BYK QUIMICA E FARM 5.662 NATURETTI MERRELL/LEPETIT 5.050 PASSIFLORINE MILLET-ROUX 5.043 GIAMEBIL HEBRON 3.823 METAMUCIL BIOLAB/SEARLE 3.544 NICOTINELL TTS BIOGALENICA 3.424 TANAKAN F KNOLL 3.334 CHOPHYTOL MILLET-ROUX 3.314 BUSCOPAN BOEHRINGER ANGELI 3.195 LEGALON BYK QUIMICA E FARM 3.110 POLYTAR STIEFEL 2.753 PASALIX MARJAN 2.421 AGIOLAX BYK QUIMICA E FARM 2.409 PROSTEM PLUS BALDACCI 2.396 HYDROCARE ALLERGAN-LOK 2.336 Total 144.707

(*) Vendas em farmácia de medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente Fonte: IMS, 1994.

Com respeito ao comércio exterior, como se pode observar no Quadro 2.11, as exportações

brasileiras de produtos naturais em 1995 e 1996 foram de US$ 47,8 milhões e US$ 53,9 milhões,

respectivamente.

Essas vendas ao exterior estão fortemente concentradas em apenas dois fitofármacos - pilocarpina e

rutina -, que respondiam por 57% do total em 1995 e 48% em 1996 (vide Anexo 4). Se

considerarmos que o Grupo Merck é o grande exportador de rutina e pilocarpina, podemos inferir

que a concentração também é alta em termos do número de exportadores (um único grupo industrial

responde por grande parcela do total exportado de produtos naturais).

Page 18: Medicamentos a partir de plantas medicinais

16

Quadro 2.11 - Exportações de produtos de origem vegetal aplicados a medicamentos CAPÍTULO NBM 1995

US$FOB 1996

US$FOB CAP. 12 – SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E FORRAGENS

5.757.699 5.855.260

CAP. 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS 3.647.512 7.490.165 CAP. 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS 30.789.912 34.082.718 CAP. 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS 7.205.023 6.331.910 CAP. 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS

433.963 104.395

Total 47.834.109 53.864.448 Fonte: Secex

Como mostra o Quadro 2.12, as importações brasileiras de produtos naturais foram de US$ 193,3

milhões em 1995 e US$ 178,0 milhões em jan-out/1996.

Essas importações estão melhor distribuídas por diversos produtos. O único item que ultrapassa

10% do total nos dois anos é o Acetato de ciproterona (vide Anexo 4).

Quadro 2.12 - Importações de produtos de origem vegetal aplicados a medicamentos CAPÍTULO NBM 1995

US$FOB 1996 (Jan-Out)

US$FOB CAP. 12 - SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E FORRAGENS

4.401.979 3.827.216

CAP. 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS 19.461.961 18.122.378 CAP. 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS 160.700.015 147.398.934 CAP. 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS 7.671.632 8.434.958 CAP. 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS

1.040.674 242.935

Total 193.276.261 178.026.421 Fonte: Secex

Chama a atenção a disparidade entre os níveis de exportação e importação registrados nos Quadros

2.11 e 2.12. O Quadro 2.13, com o balanço comercial, mostra o déficit existente em quatro dos

cinco capítulos da NBM selecionados, com destaque para o capítulo 29 (Produtos Químicos

Orgânicos).

Page 19: Medicamentos a partir de plantas medicinais

17

Quadro 2.13 - Balanço do comércio exterior para as categorias de produtos de origem vegetal aplicados a medicamentos

CAPÍTULO NBM 1995 US$FOB

1996 (estimativa) US$FOB

CAP. 12 - SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E FORRAGENS

1.355.720 1.262.601

CAP. 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS (15.814.449) (14.256.689) CAP. 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS (129.910.103) (142.796.003) CAP. 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS (466.609) (3.790.040) CAP. 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS

(606.711) (187.127)

Total (145.442.152) (159.767.257) Fonte: Secex

O Quadro 2.14 mostra as 25 maiores empresas por faturamento em medic amentos contendo

exclusivamente princípios ativos de origem vegetal.

Quadro 2.14 - 25 maiores empresas por vendas em farmácia de medicamentos contendo exclusivamente princípios ativos de origem vegetal

Empresa Vendas Totais US$ mil

Vendas de m.o.v. (*) US$ mil

% das Vendas Totais

BYK QUIMICA E FARM 102.076 21.132 21 BIOLAB/SEARLE 87.123 19.570 22 KNOLL 80.673 17.861 22 SANDOZ 99.358 14.671 15 MERCK S.A. 72.999 12.770 17 WELLCOME ZENECA 82.475 11.137 13 MILLET-ROUX 16.018 9.386 59 BARRENNE 8.371 8.371 100 STIEFEL 33.544 6.574 20 ASTA MEDICA 75.986 6.043 8 CANONNE 5.687 5.687 100 MERRELL/LEPETIT 132.672 5.050 4 FRUMTOST 35.549 4.011 11 HEBRON 10.209 3.968 39 INFABRA 4.822 3.733 77 VIRTUS 21.083 3.536 17 BIOGALENICA 220.445 3.424 2 BALDACCI 16.355 3.353 20 CATARINENSE 10.854 3.339 31 BOEHRINGER ANGELI 132.284 3.195 2 MARJAN 19.155 3.017 16 ALLERGAN-LOK 16.425 2.695 16 BRISTOL MEYERS SQUIBB 252.847 2.530 1 LUITPOLD 9.778 2.386 24 FONTOVIT 3.287 2.229 68 Total Geral 1.550.075 179.668 (*) Medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente Fonte: IMS, 1994.

Page 20: Medicamentos a partir de plantas medicinais

18

A partir do Quadro 2.14, podemos montar os Quadros 2.15 e 2.16. No Quadro 2.15 estão 11

empresas que figuram entre as 25 maiores empresas farmacêuticas por faturamento total (Quadro

2.17), indicando que as grandes empresas têm forte presença no mercado de medicamentos obtidos

a partir de plantas, com vendas variando entre 2,5 e 21 US$ milhões. Pode-se notar também que a

participação desses medicamentos no total de vendas é pequena (máximo de 22%; 9% em média).

O Quadro 2.16 é composto pelos 7 laboratórios cujas vendas de m.o.v. representam mais de 30%

das vendas totais, isto é, por aqueles que estão mais fortemente direcionados para

fitomedicamentos. Como se pode notar, são empresas farmacêuticas de menor porte, nenhuma das 7

aparecendo na lista das 25 maiores.

Quadro 2.15 - Empresas do Quadro 2.14 com vendas em farmácia superiores a US$ 70 milhões

Empresa Vendas Totais US$ mil

Vendas de m.o.v. (*) US$ mil

% das Vendas Totais

BRISTOL MEYERS SQUIBB 252.847 2.530 1 BIOGALENICA 220.445 3.424 2 MERRELL/LEPETIT 132.672 5.050 4 BOEHRINGER ANGELI 132.284 3.195 2 BYK QUIMICA E FARM 102.076 21.132 21 SANDOZ 99.358 14.671 15 BIOLAB/SEARLE 87.123 19.570 22 WELLCOME ZENECA 82.475 11.137 13 KNOLL 80.673 17.861 22 ASTA MEDICA 75.986 6.043 8 MERCK S.A. 72.999 12.770 17 (*) Medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente Fonte: IMS, 1994.

Quadro 2.16 - Empresas do Quadro 2.14 com participação de m.o.v. nas vendas em farmácia superior a 30%

Empresa Vendas Totais US$ mil

Vendas de m.o.v. (*) US$ mil

% das Vendas Totais

BARRENNE 8.371 8.371 100 CANONNE 5.687 5.687 100 INFABRA 4.822 3.733 77 FONTOVIT 3.287 2.229 68 MILLET-ROUX 16.018 9.386 59 HEBRON 10.209 3.968 39 CATARINENSE 10.854 3.339 31 (*) Medicamento contendo um ou mais princípios ativos de origem vegetal exclusivamente Fonte: IMS

Page 21: Medicamentos a partir de plantas medicinais

19

Quadro 2.17 - 25 maiores empresas farmacêuticas em vendas em farmácia EMPRESA US$ mil

BRISTOL MEYERS SQUIBB 252.847 ACHE 237.700 BIOGALENICA 220.445 ROCHE 198.229 WYETH 153.832 MERRELL/LEPETIT 132.672 BOEHRINGER ANGELI 132.284 PRODOME 128.261 LILLY 113.575 SCHERING PLOUGH 105.493 SANOFI WINTHROP 102.669 BYK QUIMICA E FARM 102.076 RHODIA 101.174 SANDOZ 99.358 HOECHST 94.648 MERCK SHARP DOHME 88.483 BIOLAB/SEARLE 87.123 WELLCOME ZENECA 82.475 KNOLL 80.673 ASTA MEDICA 75.986 MERCK S.A. 72.999 CILAG FARM.LTDA 72.709 ORGANON 67.697 ABBOTT 65.777 FARMASA 57.414 Total 2.926.599

Fonte: IMS

Os Quadros acima sugerem a existência de pelo menos dois grupos distintos de empresas entre as

maiores fabricantes de medicamentos de origem vegetal no Brasil. De um lado, grandes empresas

farmacêuticas, cujo peso nesse mercado específico na verdade reflete seu porte e atuação no

conjunto da indústria farmacêutica. A maior parte de suas vendas (na média, mais de 90%)

concentra-se em produtos sintéticos e a pequena parcela dos medicamentos de origem vegetal é

composta principalmente de produtos cujos princípios ativos são obtidos por extração

(fitofármacos). De outro lado, estão os laboratórios menores, com produção direcionada mais

fortemente para medicamentos de origem vegetal, entre os quais, possivelmente, seja maior a

participação de fitoterápicos em relação a fitofármacos.

As do segundo grupo são, de modo geral, pequenas e médias empresas familiares. Dentre estas,

apenas algumas poucas se destacam pelo profissionalismo e seriedade com que atuam na área de

produtos naturais. Por exemplo, uma das empresas entrevistadas possui uma área de P&D

estruturada, com 8 farmacêuticos, 2 químicos, 1 engenheiro químico e 3 técnicos, em grande

Page 22: Medicamentos a partir de plantas medicinais

20

medida voltada para pesquisa em produtos naturais6. Seu faturamento está na casa dos US$ 17

milhões (1994), dos quais aproximadamente 65% correspondem a produtos naturais puros ou

associados (percentagem que vem crescendo continuamente desde 1990, quando atingia 45%). Essa

empresa mantém acordos de cooperação com universidades, basicamente voltados para a realização

de pesquisas pré-clínicas e clínicas com o objetivo de comprovar a eficácia terapêutica dos produtos

e garantir sua qualidade e segurança desde o cultivo da planta até a extração dos princípios ativos.

De todo modo, o exemplo acima deve ser encarado antes como a exceção do que a regra entre as

empresas desse primeiro grupo.

As do primeiro grupo não se distinguem de outras empresas farmacêuticas que trabalham

unicamente com produtos sintéticos. Costumam especializar-se em determinadas classes

terapêuticas que, em certos casos, pode implicar um maior número de produtos de origem natural,

sem restringir necessariamente o uso de moléculas obtidas por outros meios - síntese química ou

biotecnologia. As principais empresas desse tipo são multinacionais que preferem privilegiar um

modelo que, sem descartar os fitofármacos, tem apreço relativamente pequeno pelos fitoterápicos.

A principal restrição decorre da dificuldade de lidar com produtos que contenham uma grande

quantidade de componentes, alguns dos quais, além de inefetivos, podem ser perigosos. Habituadas

a um ambiente onde são severamente fiscalizadas pelas autoridades sanitárias, muitas empresas

internacionais preferem a segurança de trabalhar com substâncias isoladas, descartando os

fitoterápicos.

O exemplo da Merck é ilustrativo. A empresa, uma das mais importantes em produtos naturais do

país, possui plantações próprias de jaborandi e de fava d’anta para extração da pilocarpina e rutina,

que comercializa como substâncias puras, principalmente no mercado externo7. Entretanto, os

produtos naturais representam pouco mais de 20% das vendas da empresa, os sintéticos somando

quase 80%, segundo dados da empresa8.

Esse ponto deve ser destacado na análise das dificuldades para desenvolver a produção de

medicamentos a partir de produtos naturais. As firmas, de modo geral, encaram esse segmento

6 As atividades incluem otimização dos processos de extração, processos de separação, isolamento, identificação e

doseamento dos princípios ativos das plantas e do produto acabado, busca de comprovação científica das atividades

terapêuticas e segurança do produto, entre outras.

7 Vale registrar a balança comercial positiva da Merck, atestada no Quadro 4, fato pouco usual na indústria farmacêutica

brasileira.

8 O dado do Quadro 2.15, limitado a vendas em farmácia, é de 17% para vendas de produtos de origem vegetal.

Page 23: Medicamentos a partir de plantas medicinais

21

como marginal e concentram-se fundamentalmente na produção de sintéticos. Uma grande empresa

farmacêutica nacional, apesar de revelar um grande interesse na área de produtos naturais,

acompanhando os desenvolvimentos internacionais, realiza menos de 3% de suas vendas com esses

produtos.

Por outro lado, os laboratórios que concentram suas vendas (acima de 30%) em produtos naturais

são, quase sempre, pequenos e com baixa capacidade de investir no desenvolvimento da área. Não

por acaso, a Portaria 123 de 1º de outubro de 1994 do Ministério da Saúde, regulamentando a

comercialização de fitoterápicos, encontra forte resistência entre as empresas - com exceção de uma

única, já mencionada acima como caso raro de empresa que investe em P&D e mantém acordos de

cooperação com universidades.

O principal argumento utilizado pelas empresas questionando a Portaria é a dificuldade inerente ao

processo de caracterização química e farmacológica dos princípios ativos contidos nos materiais

vegetais, o que exige tempo e recursos apreciáveis. Na verdade, essa reclamação atesta a

incapacidade técnica e econômica dessas empresas para se enquadrar em um ambiente de maiores

níveis de exigência, exagerados para os atuais padrões brasileiros, mas adequados ao quadro

internacional.

Em síntese, vários problemas dificultam a atuação das empresas farmacêuticas brasileiras na área de

produtos naturais:

1) O elevado grau de internacionalização da indústria farmacêutica (algo como 70% das vendas

pertencem a empresas estrangeiras) define uma orientação dada pelas matrizes dessas grandes

multinacionais. Como vimos acima, de modo geral, essa orientação privilegia as substâncias

isoladas e obtidas por síntese. Embora, como apontado na seção anterior, essas grandes firmas

revelem um interesse crescente pelos produtos naturais, os efeitos das mudanças em curso (como as

aquisições do Quadro 2.8) ainda levarão algum tempo para repercutir no Brasil.

2) São diminutos os investimentos em P&D. Isto também decorre, em parte, da orientação dada

pelas grandes firmas internacionais. Estas tendem a concentrar suas atividades de P&D nas

matrizes, diversificando no máximo para um segundo centro (em geral na Europa, quando se trata

de firmas americanas, e nos EUA, quando são firmas européias). As firmas nacionais, que

tenderiam a fazer pesquisa no país, simplesmente não têm porte suficiente para realizar os

investimentos necessários (porte esse que, como apontado no capítulo 2, é cada vez mais

expressivo). Tudo isto acaba favorecendo a aquisição de pacotes tecnológicos prontos.

Page 24: Medicamentos a partir de plantas medicinais

22

3) Os baixos investimentos em P&D limitam drasticamente a interação universidade-empresa. Não

existem mecanismos de comunicação eficientes entre essas instituições, a exemplo do que ocorre

nos países desenvolvidos. Tecnologias simples, muitas vezes disponíveis na universidade, acabam

não se tornando acessíveis a empresas que teriam a possibilidade de explorá-las.

4) É baixa a qualificação dos recursos humanos. A oferta de pessoal técnico de bom nível é muito

restrita e a disponibilidade de recursos das empresas para treinamento é limitada.

5) Existem dificuldades no suprimento, armazenamento, padronização e cumprimento de prazos de

entrega de matérias-primas. Os produtores de plantas medicinais não estão organizados e não

mantêm um controle botânico de qualidade adequado. Além disto, o extrativismo destrutivo

compromete o abastecimento futuro e leva a adulterações frequentes.

Concluindo, a indústria nacional necessita realizar um grande esforço para atingir os padrões de

qualidade que estão sendo exigidos mundialmente e até mesmo no país, a partir de medidas como a

Portaria 123. Em um primeiro momento as empresas podem considerar impossível o atendimento

de todas as exigências da Portaria, mas o fato é que se não caminharem rapidamente na direção por

ela sinalizada estarão na contra-mão das tendências internacionais.

A partir daí, pode-se imaginar alguns desdobramentos possíveis. Caso os investimentos das

empresas em pesquisa, melhor controle de qualidade, etc, não venham a ocorrer, a defasagem em

relação às empresas de fitoterápicos de outros países irá se ampliar. Como estas empresas estão se

internacionalizando, eventualmente associadas ou incorporadas a multinacionais do setor

farmacêutico, é razoável supor que o futuro da produção brasileira de fitomedicamentos dependerá

diretamente das estratégias das grandes empresas. A exemplo do que já ocorreu no segmento de

medicamentos sintéticos, tenderá a haver uma internacionalização da produção, com a atuação das

empresas nacionais restrita a nichos de mercado e com participação marginal.

Page 25: Medicamentos a partir de plantas medicinais

23

3. A PESQUISA DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS

3.1 O processo de desenvolvimento de novos medicamentos

Plantas medicinais para pesquisa de novas drogas

O rápido desenvolvimento da biotecnologia e da biologia molecular a partir da década de 70 parecia

tornar obsoleto o método tradicional de pesquisa de novos medicamentos através do screening de

extratos de plantas. A compreensão dos mecanismos causadores das enfermidades em nível

molecular e a capacidade de desenhar proteínas, com auxílio de novas ferramentas computacionais

que também se desenvolviam rapidamente, abria a perspectiva de sintetizar novas drogas com muito

maior eficácia, partindo apenas do saber científico acumulado. Por conta disto, diversas empresas

farmacêuticas redirecionaram seus esforços de pesquisa, assignando um papel secundário ao

screening.

Essa percepção do screening como método ultrapassado, ou em vias de obsolescência, vêm se

revelando precipitada nos anos recentes. Observa-se uma retomada por parte das empresas das

pesquisas que partem de plantas medicinais, até mesmo em função das novas técnicas disponíveis.

Novos ensaios biológicos, ditos robotizados, (High trougthput screening) permitem escrutinar

dezenas de milhares de compostos por ano com esforço muito menor do que o despendido nos

testes tradicionais.

Esse movimento de “volta às raízes” (Scientific American, jan/1993) também decorre da

comprensão de que a biotecnologia ainda não está em condições de competir com a natureza na

formulação de moléculas com atividade terapêutica:

“Nós ainda não atingimos o avanço científico que permita desenhar drogas rotineiramente a

partir de princípios básicos, sem quaisquer pistas” (Lynn Caporale, diretor de avaliação

científica da Merck, citado em Science, vol. 256, 22/5/1992).

As empresas internacionais não esperam “descobrir” novos compostos de uso terapêutico a partir de

plantas medicinais, ainda que isto tenha uma pequena chance de ocorrer. Elas procuram, na

verdade, modelos na natureza (templates) que lhes permitam utilizar como ponto de partida para o

desenho de drogas. Trata-se, portanto, de uma combinação de técnicas novas com o screening, e

não a sua substituição.

A SmithKline Beecham acaba de lançar no mercado um medicamento derivado de planta, o

topotecam, para tratamento de câncer no ovário (FSP, jun/96). Essa droga é um análogo do

Page 26: Medicamentos a partir de plantas medicinais

24

camptotecin, um composto extraído de árvores na China e na India (Camptotheca acuminata),

descoberto nos anos 60 pelo Instituto Nacional do Câncer e considerado muito tóxico para tratar

pacientes de câncer. A SmithKline e a Rhône-Poulenc criaram a partir da C. acuminata produtos

similares, solúveis em água, e menos tóxicos.

A Glaxo também está estudando análogos do camptotecin e está pesquisando novas plantas

medicinais como parte de um consórcio de pesquisa com a Universidade de Illinois, Chicago, um

dos mais importantes centros acadêmicos na área.

O enfoque dessas grandes empresas farmacêuticas está na identificação de princípios ativos, e não

na utilização direta de plantas medicinais. Estas podem eventualmente ser a matéria-prima para

extração das substâncias puras (fitofármacos), embora as empresas naturalmente busquem

desenvolver métodos de síntese. Mas o que deve ser sublinhado aqui é a importância renovada das

plantas medicinais na descoberta desses novos princípios ativos, seja por utilização direta, hemi-

síntese ou síntese.

Das 250.000 espécies de plantas no mundo, menos de 10% foram exaustivamente investigadas com

vistas ao descobrimento de propriedades terapêuticas (Scientific American, jan/93 - segundo outras

estimativas, o número de plantas investigadas é muito menor, inferior a 0,5%). A pesquisa desse

enorme acervo, longe de ser relegada a segundo plano, ganha impulso com as novas técnicas

biotecnológicas.

Em um trabalho que busca estimar o valor de fármacos ainda não descobertos nas florestas

tropicais, onde se encontram metade das plantas do mundo, Mendelsohn e Balick (1995) calculam

em 375 o número potencial de drogas existentes naquelas florestas. Desse total, 47 já teriam sido

descobertas, como a vincristina, vinblastina, curare, quinino, codeína e pilocarpina.

Esta seguramente é uma das razões para que 125 das maiores empresas farmacêuticas mundiais, que

não tinham qualquer projeto com plantas medicinais há cerca de 15 anos, estejam agora

empenhadas em pesquisas nessa área.

O desenvolvimento de novos medicamentos e as competências requeridas

A Figura 3.1 mostra esquematicamente como são pesquisados, desenvolvidos, testados, produzidos

e formulados medicamentos, incluindo o estudo de marketing. O esquema pode ser aplicado ao

estudo integral de plantas medicinais visando novos medic amentos.

Os conjuntos A e B existem eventualmente nas universidades, o conjunto C na indústria química e o

conjunto D na indústria farmacêutica. Em nenhuma empresa, instituto de pesquisa ou universidade

Page 27: Medicamentos a partir de plantas medicinais

25

estão presentes todos os quatro conjuntos, o que sublinha a necessidade de articulação e integração

entre esses distintos elementos.

Existem inúmeras dificuldades no percurso que vai da idéia de um medicamento até o mercado:

tempo longo, custo alto, necessidade de domínio de tecnologias avançadas e de equipes bem

treinadas e multidisciplinares. Isto faz com que apenas empresas grandes, competentes e com

grande disponibilidade de recursos para investimento desenvolvam medicamentos.

Page 28: Medicamentos a partir de plantas medicinais

26

Tomemos como exemplo as metodologias de P&D de medicamentos (que podem ser aplicáveis à

P&D de qualquer outro produto derivado do metabolismo secundário de plantas, sejam inseticidas,

cosméticos, corantes, etc.). Desde a idéia inicial até o produto ser colocado no mercado, consome-

se entre 7 a 20 anos. A média dos últimos anos (McChesney, 1993) atingiu 12,6 anos nos EUA e

segundo outras fontes o valor pode chegar a US$ 600 milhões/medicamento, aí incluídos os custos

com marketing, e demorados estudos biológicos, conforme já apontado na seção 2.1. Esses

Figura 3.1 - a produção de novos medicamentos: da idéia ao mercado

Idéia A

ê

Pesquisa em laboratório

î

ê Screening B

P&D ê

ê C Ensaios pré-clínicos

Produção piloto ê

Ensaios clínicos

ê í

Produção industrial

ê

Formulação D

ê marketing

Mercado

Page 29: Medicamentos a partir de plantas medicinais

27

números indicam que essa atividade é restrita a poucas e grandes empresas multinacionais

farmacêuticas.

Vários pesquisadores afirmam que quando um medicamento é originado de plantas medicinais o

custo pode ser bem menor. McChesney (1993) mostra que um produto desenvolvido na University

of Mississipi, Research Institute of Pharmaceutical Sciences custou US$ 35 milhões.

Os 4 conjuntos A, B, C e D (Figura 3.1) raramente são executados pelo mesmo organismo mesmo

na área empresarial. Na China há informações de que isto é algumas vezes realizado com base em

decisões políticas de governo.

No Brasil a P&D e produção piloto (conjunto C) raramente são realizadas, exceções feitas a

algumas cópias de medicamentos sintéticos comerciais, desenvolvidas no passado pela Codetec e

algumas poucas empresas brasileiras.

A multidisciplinaridade e a interinstitucionalidade são fatores exigidos se se pretende desenvolver

medicamentos à base de plantas, principalmente fitofármacos.

Existe uma razoável capacitação técnica, mas a interação entre os atores principais é muito

deficiente.

Joint-venture para a descoberta de fitofármacos

Nos anos 90 as companhias farmacêuticas se lançaram fortemente nas cooperações para a

descoberta de novos produtos farmacêuticos (Drug Discovery Alliance).

Empresas médias fizeram aquisições, fusões, mas sobretudo joint-ventures e acordos de cooperação

para conseguir seus objetivos e metas.

Metodologia para a descoberta de fitofármacos

Vários métodos são usados por empresas internacionais farmacêuticas para a pesquisa de

medicamentos de plantas medicinais:

• Etnofarmacologia

• Triagem e Erro

• Estudos Micromoleculares

• Busca em Banco de Dados

Page 30: Medicamentos a partir de plantas medicinais

28

A etnofarmacologia é uma ciência ainda mal desenvolvida e mal compreendida no Brasil, onde há

poucos profissionais que se definem como etnofarmacólogos e a disciplina praticamente não existe

nos cursos de pós-graduação. Além isso é pouco acreditada por amplos setores da ciência oficial.

No entanto a etnofarmacologia é um elemento metodológico hoje fundamental para empresas dos

EUA e Europa buscar medicamentos de plantas nos trópicos.

A empresa inglesa Hutton Molecular Development e a Shaman Pharmaceuticals dos EUA, adotam a

etnofarmacologia para a sua estratégia de pesquisar medicamentos. O NIH nos anos 90 publicou

um edital internacional o seu interesse de pesquisar plantas medicinais das áreas tropicais para

AIDS e Câncer .O mais interessante é que o edital exigia a pesquisa de informações diretamente

com curandeiros e outros profissionais não reconhecidos pela ciência ortodoxa.

Com relação aos estudos micromoleculares, são quase sempre estudos de fitoquímica clássica:

extração, isolamento, purificação e identificação de substâncias naturais de plantas. São também

chamados, “estudos de substâncias do metabolismo secundário”, como os alcalóides, glicosídeos,

esteróides, terpenos, flavonóides, e outras moléculas de baixo peso molecular (< 1000), e que

frequentemente são os princípios ativos das plantas medicinais.

Os estudos micromoleculares aliados a botânica algumas vezes são advogados (Gottlieb, 1993)

como uma metodologia alternativa para a busca de fitofármacos. No entanto, não foi demonstrado,

até agora, que esta metodologia possa substituir os meios ortodoxos como a etnofarmacologia e

etnobiologia aliada à busca on-line em banco de dados.

Banco de dados bem organizados e acessíveis como o NAPRALERT da Univ. de Illinois (Prof. N.

Farnsworth), tem sido usados por importantes empresas estrangeiras na área de Produtos Naturais,

para a descoberta (drug discovery) de novos medicamentos (Seidl, 1993)

Triagem e erro e estudos micromoleculares têm sido usados em pequena escala por empresas

farmacêuticas usando medicamentos naturais.

No Simpósio Brasileiro de Plantas Medicinais, sediado em Florianópolis, em setembro de 1996, o

Dr. Michael Tempesta, da empresa Farmacêutica LAREX (EUA), informou que sua empresa está

fazendo um amplo estudo fitoquímico de plantas farmacologicamente ativas. Larex desenvolveu

um processo quimio-mecânico que permite o isolamento e a separação em larga escala (tons de

plantas/hora) de 200 até 500.000 diferentes moleculas de baixo peso molecular(<1000amu). De

cada planta é possivel retirar 100 diferentes moleculas que serão oferecidas a empresas

farmacêuticas para o desenvolvimento de ensaios biológicos. Este é um exemplo de empresa que

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29

poderia proliferar no Brasil, já que, como veremos, não falta ao país competência científica, mas

objetivos e metas.

3.2 A pesquisa científica em plantas medicinais no Brasil

Infraestrutura

O Brasil possui a maior base universitária e técnica das Américas, excluindo os EUA. Nossos

cientistas publicam nas melhores revistas internacionais. O sistema de pós-graduação tem bom

nível, com 36.000 bolsas de estudos no país e 4.000 no exterior (Barreto de Castro, 1993).

Há uma inegável capacitação científica, nas áreas de química de produtos naturais (pelo menor 900

profissionais) e farmacologia (pelo menos 1500 outros), que permite o desenvolvimento de

fitofármacos. As outras áreas afins como medicina, botânica, farmácia e engenharias, estão

igualmente bem qualificadas e em número adequado.

São aproximadamente 70 os grupos lidando com a pesquisa de produtos naturais no Brasil,

especializados em química e farmacologia. Alguns destes grupos estudam especificamente plantas

medicinais.

Recursos

Embora regrados, nos últimos anos os recursos para a pesquisa de plantas medicinais existem, como

se pode observar pelo que foi dispendido pela CEME-MS desde a sua criação.

Em 1995 o MCT teve um orçamento de US$ 1 bilhão, sendo US$ 550 milhões atribuídos ao CNPq.

Outros recursos para a pesquisa científica foram fornecidos pelas FAP’s, FINEP, CAPES, FIPEC,

PADCT, e outros internacionais. No capítulo 4 estão indicados os valores destinados à área de

produtos naturais e afins. Infelizmente, não foi possível destacar desse total quanto foi alocado para

a pesquisa de plantas medicinais.

O parque de equipamentos analíticos nas universidades brasileiras é, em alguns casos, equivalente

aos das melhores universidades estrangeiras.

Apesar dessa razoável base científica, a distância necessária para realizar P&D de compostos bio-

ativos é ainda muito grande. Conforme apontado acima, os custos de desenvolvimento são muito

altos, o tempo é longo e são exigidas equipes multidisciplinares e competentes para a tarefa

específica. Devido à complexidade e custo para colocar um novo medicamento no mercado, quase

sempre são as multinacionais as que conseguem desenvolver novos produtos farmacêuticos. O fator

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limitante, e isto transparece das entrevistas feitas, não são os recursos alocados mas outros fatores

como a vontade política de fazer medicamentos e a cooperação entre grupos multidisciplinares.

Base técnico-científica brasileira

A universidade brasileira é o centro de pesquisas e eventualmente do desenvolvimento de

medicamentos de plantas medicinais. As empresas brasileiras, como vimos na seção 2.3, não

apresenta capacidade de pesquisa na medida das necessidades do setor.

Sem dúvida, a massa crítica capaz de desenvolver pesquisas em plantas úteis/medicinais está nas

universidades (Redwood, 1995). As universidades e institutos de pesquisa brasileiros, apesar das

dificuldades, têm contribuído fortemente para a descoberta de novas moléculas que poderão vir a

ser aproveitadas para a pesquisa fitofarmacêutica de plantas medicinais.

Os modernos métodos de prospecção disponíveis hoje para a identificação de micromoléculas

(Gottlieb, 1993) assim como outras metodologias químicas permitiram um avanço considerável nos

últimos anos, levando à descoberta de protótipos (synthons e templates), moléculas modelo para a

produção de fitofarmacêuticos.

Muitas patentes que deram origem a medicamentos hoje comercializados por empresas

multinacionais tiveram origem em universidades brasileiras, através de pesquisas financiadas pelo

governo brasileiro (Gottlieb, 1980; Pharma 1994; Napralert, 1995).

Inclusive, muitas plantas que não são consideradas medicinais podem vir a ser a base de novas

moléculas biologicamente ativas, se exploradas dentro de um programa adequado voltado para a

P&D e produção de novos fármacos (Barata, 1976 e 1994). Para um programa deste tipo é

necessário um trabalho multidisciplinar, envolvendo botânicos, biólogos, farmacológos, médicos,

agrônomos, economistas, químicos e engenheiros químicos, mas ainda isto não é suficiente. É

necessário uma metodologia adequada e objetivos e metas bem definidas.

Não existem no Brasil institutos de pesquisa como a Caltech e o MIT (EUA), ou de apoio como o

BTG (Inglaterra), dirigidos à pesquisa aplicada/tecnológica, e a universidade brasileira, cuja

competência para produzir recursos humanos é inegável, não revela o mesmo dinamismo na

pesquisa aplicada. Entretanto, ela poderia ser mobilizada nesta direção, como indicam os cerca de

70 grupos de pesquisa em química e farmacologia de produtos naturais no Brasil que poderiam

participar do esforço da produção de medicamentos no país (Quadro 3.1).

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31

Quadro 3.1 - Grupos de pesquisa em química de produtos naturais, botânica e farmacologia. Amapá IRDA - ex-Icomi, atual Grupo CAEMI

Museu Costa Lima SEPLAN Gov. Estado Pará UFPa - Depto. Química

POEMA - Eng. Química MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi Instituto Evando Chagas Embrapa - PA

Amazonas INPA (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazonia) UFAm Embrapa - AM

Ceará UFCe - Inst. Química Instituto de Biologia PADETEC Embrapa - CE

Paraíba UFPb: IQ e LTF (Laboratório Tecnologia Farmacêutica) UFPb – FCM (Faculdade de Ciências Médicas)

Pernambuco UFPe: IQ e Instituto de Antibióticos Embrapa – PE

Alagoas UFAL - Grupo de Biotecnologia Bahia UFBa-IQ

EMBRAPA-BA Minas Gerais UFMG: IQ e Fac. Farmácia

Univer.Fed. Viçosa FIOCRUZ Inst. Reneé Rachou Embrapa-MG

Brasília UNB-IQ CENARGEM EMBRAPA

Rio de Janeiro UFRJ: NPPN; Instituto Carlos Chagas e Instituto Biofísica FIOCRUZ-RJ UFF-IQ UFRRJ-Rural UERJ EMBRAPA-RJ

São Paulo USP- SP: IQ; IB; Fac. Farmácia; RP- USP-RP: Fac. Farmácia e FCM USP – S. Carlos UNESP: Botucatu e Araraquara UNESP- ESALQ-Piracicaba UNICAMP: IQ; IB; FCM; HC;CPQBA e FEA - Lab. Óleos e Gorduras IAC-(Instituto Agronômico de Campinas) Grupos de Fitoquímica e Plantas Medicinais EPM (atual UFSP) EMBRAPA- Jaguariuna ITAL Instituto Butantã Instituto Adolpho Lutz Instituto Florestal Instituto Biológico UF São Carlos - IQ Univ. MetodistaPiracicaba-UNIMEP

Paraná UFPr: IQ e Fac. de Farmácia UE Maringá

Santa Catarina UFSC - Depto. de Química e Farmacologia Rio Grande do Sul UFRGS: IQ e IB

Sta Maria Mato Grosso UFMT - Inst. Biologia

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32

Goiás UFGo

Perfil dos grupos de pesquisa

Na área química, Seidl (1991) aponta que 27,6% dos orientadores de projetos atuam em química

orgânica, e destes 31,2% estão em produtos naturais e 35,8% em sínteses orgânicas. A absoluta

maioria (99,9%) seriam doutores em tempo integral na academia.

São aproximadamente 45 os grupos de Fitoquímica no Brasil. (Quadro 3.1). Estão distribuídos pelo

Norte, Nordeste (15 grupos) Sudeste (25) e alguns poucos no Sul (5). Estão localizados sobretudo

nas universidades e apenas 10 em instituições governamentais e outras. Estão sediados sobretudo

nos institutos de química mas também em faculdades de farmácia, e mais raramente nos institutos

de biologia. Na sua imensa maioria fazem parte do sistema de pós-graduação e como consequência

geram teses de mestrado e doutorado, além de publicações.

A imensa maioria dos grupos é coordenada por pesquisadores seniors com titulação mínima de

doutor em ciência, muitos com pós-doutorado no exterior.

São fitoquímicos com pós-graduação no país sendo formados em diferentes cursos de graduação,

sobretudo química mas também farmácia e biologia além de outras.

Das equipes fazem parte um vasto número de bolsistas de iniciação científica9, mestrandos,

doutorandos e técnicos. Mas são raros os contratados como free-lancer para projetos específicos. As

bolsas de especialização são muito difíceis de obter e em S. Paulo o Programa RHAE-CNPq é sub-

utilizado.

As condições de trabalho variam enormemente, de laboratórios de excelente qualidade estrutural a

outros com condições até precárias. No entanto, a qualidade acadêmica do trabalho é boa, mesmo a

dos grupos abrigados em laboratórios que deixam a desejar.

Os grupos de pesquisa de produtos naturais quase sempre fazem parte dos departamentos de

química orgânica, distribuídos por 15 universidades e outras instituições governamentais. De fato,

um terço dos orientadores na área de química orgânica pertence a grupos de produtos naturais

(SEIDL, 1991)10.

9 Em 1995, havia em todo o país aproximadamente 15.000 bolsistas de I.C. do CNPq e menos que 1000 da FAPESP.

10 SEIDL, P.R. - Potencial da Pesquisa Química nas Universidades Brasileiras, Estudos e documentos no 17, CNPq

(1991)

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33

Há registro de apenas alguns poucos grupos de pesquisa e desenvolvimento de produtos naturais

ligado a empresas ( ex.: CAEMI, ex-ICOMI, Brasmazon ,Estado do Amapá e Centroflora -SP). É

certo que outras empresas eventualmente fazem convênios ou contratos com universidades para

estudos específicos, mas estes dados não puderam ser levantados. Há ainda um competente exemplo

na Universidade do Ceará (UFCe), coordenado p/ Prof. Afranio Aragão Craveiro, que instalou

várias empresas de Produtos Naturais numa incubadora dentro da Universidade. São empresas que

já tem produtos no mercado como a empresa Selachii. Muitos dos empresários são originados da

área de pesquisa da própria Universidade.

Em Belém-PA, na UFPa, o Programa de Incubação de Empresas de Base Tecnológica, coordenado

pelo Prof. Gonzalo Enriquez, é um caso interessante a citar por estar desenvolvendo a cooperação

Universidade-Empresa na Amazônia. No entanto, este projeto, mesmo já tendo 5 empresas

instaladas no local, ainda está longe de ter o sucesso de sua correspondente na UFCe.

Quadro 3.2 - Relações já existentes entre empresas -universidades na área de produtos naturais

empresa universidade The Body Shop UFPa, Dpto. Química IRDA, CAEMI FEA-UNICAMP e Nucleo de Produtos Naturais da

FIOCRUZ-Rio Laboratório Catarinense UFSC, Dpto. Química e Farmacologia e Unicamp Rhodia CPQBA e IQ UNICAMP e UFPb Aché UNICAMP – CPQBA Diversas Empresas Incubadora de Empresas-UFPa Diversas empresas PADETEC, UFCe PHYTOpharmaceuticals (EUA) ESALQ - Lab. Biotecnologia da ESALQ,Piracicaba

3.3 Avaliação dos estudos experimentais com plantas medicinais

O item 3.2 mostrou que a pesquisa com produtos naturais no Brasil está praticamente vinculada às

instituições universitárias, onde são desenvolvidas as pesquisas com plantas medicinais. Tais

instituições apresentam recursos técnicos e pessoal capacitado, além de razoável apoio financeiro.

Baseado nesses fatos, nosso objetivo principal neste item 3.3, foi apontar, através de análise das

publicações em eventos nacionais, as linhas de pesquisa preponderantes, as instituições e

pesquisadores envolvidos, bem como a divulgação dos resultados em revistas internacionais

indexadas.

Page 36: Medicamentos a partir de plantas medicinais

34

Metodologia

Realizou-se uma análise quantitativa dos trabalhos de pesquisa experimental com plantas medic-

inais no Brasil, assim como as instituições que desenvolveram esses trabalhos e as áreas que

despertaram maior interesse nesse tipo de pesquisa. Para isso montou-se um banco de dados dos

trabalhos publicados no Brasil que foram desenvolvidos em universidades, por pesquisadores

seniores, estudantes de graduação e pós-graduação.

Como em qualquer área de pesquisa, esses trabalhos na sua maioria são divulgados em congressos e

simpósios regionais e nacionais, sob forma de pôsters e/ou comunicações orais. Por isso, os

números obtidos e os resultados apresentados em seguida são baseados em trabalhos coletados de

livros de resumos de eventos de divulgação científica ocorridos a nível nacional, no período de

1986 até 1995.

Alguns resumos não foram computados devido a dificuldade de obtenção de alguns livros ou por

alguns eventos não ocorrerem anualmente.

Foram escolhidos todos os resumos nos quais constatou-se a presença de trabalhos experimentais

com substâncias extraídas de plantas e que apresentaram uma possibilidade de aplicação futura nas

diversas áreas ligadas a saúde. Não foram datados resumos referentes à pesquisa em nutrição, ou

aspectos de aproveitamento dessas plantas como alimento. A atenção voltou-se para os resumos dos

trabalhos de pesquisa básica ou clínica que tiveram importância em farmacologia, toxicologia e

terapêutica.

Realizou-se o levantamento através da leitura e seleção de resumos publicados em 7 eventos

nacionais importantes que apresentaram de trabalhos com plantas medicinais, dentre esses eventos

cita-se:

Congresso Nacional de Botânica - BOT.

Reunião Anual da FESBE (Federação de Sociedades de Biologia Experimental) - FESBE.

Congresso Nacional de Genética - GEN.

Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - QUI.

Reunião Anual Sobre Evolução, Sistemática e Ecologia Micromoleculares - RESEM.

Congressos da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência - SBPC.

Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil - SPM.

Page 37: Medicamentos a partir de plantas medicinais

35

Os quadros a seguir mostram a quantidade de resumos analisados, assim como os respectivos anos

em que os trabalhos dos diversos grupos de pesquisa em plantas medicinais foram divulgados nos

eventos científicos.

Quadro 3.3 - Número total de resumos referentes a plantas medicinais classificados por congressos/simpósios e ano de publicação

Classificação dos Resumos

Nºde publicações

Anos de Publicação

BOT

47 1988,1989,1991,1994,1995

FESBE

655 1986,1987,1988,1989,1990,1991,1992,1993,1994, 1995

GEN

45 1990, 1993,1994, 1995

QUI

150 (1) 1992,1993,1994,1995

RESEM

85 1987,1988,1989,1994,1995

SBPC

475 1986,1987,1989,1990,1991,1992,1993,1994

SPM

506 (2) 1986,1988,1990,1994

OBS.: (1) Os resumos do congresso de química eram apresentados até o ano de 1991 junto com os da SBPC. (2) O congresso da SPM é bianual.

Quadro 3.4 - Número de resumos referentes a plantas medicinais, em eventos nacionais por ano de publicação.

NOME DOS RESUMOS

ANO DE PUBLICAÇÃO

NÚMERO DE RESU MOS

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995

BOT -- -- 05 07 -- 09 -- -- 16 10 047

FESBE 32 39 54 57 64 86 78 79 37 129 655

GEN -- -- -- -- 10 -- -- 23 12 -- 45

QUI -- -- -- -- -- -- 31 23 35 60 150

RESEM -- 19 30 17 -- -- -- -- 03 04 85

SBPC 158 112 -- 173 07 02 02 11 10 -- 475

SPM 81 -- 115 -- 114 -- -- -- 196 -- 506

TOTAL RESUMOS

271 170 204 254 195 97 11 136 309 203 1 950

Page 38: Medicamentos a partir de plantas medicinais

36

Os resumos analisados foram divididos em 4 grandes categorias destacando-se fitoquimica,

toxicologia e farmacologia e ação em sistemas

1. FITOQUÍMICA

A.Substâncias Químicas Isoladas

B. Screening Químico

C. Ambos

2. TOXICOLOGIA

A. Geral

B. Mutagênese

C. Ambas

3. FARMACOLOGIA

A. Inflamação

I. Antiinflamatórios/Antipiréticos.

II. Antiinflamatórios/Analgésicos

III. Antiinflamatórios/Cutâneos

IV. Cicatrizantes

V. Outros (Agentes Flogísticos)

B- Anticancerígenos

C- Antiparasitários/antibacterianos/antifúngicos.

D- Antialérgicos

4- ACÃO EM SISTEMAS

A- Sistema Cardiovascular

I. Pressão Arterial, Freqüência Cardíaca

II. Coagulação/Ateroesclerose

III. Infarto/Perfusão

IV. Outros

B- Trato Gastro-Intestinal (TGI)

Page 39: Medicamentos a partir de plantas medicinais

37

I Gastro-Protetores

II. Antidiarréicos

IV. Outros

C- Sistema Nervoso Central (S.N.C.)

I. Anticonvulsivantes

II. Analgésicos

III. Neuroprotetores

IV. Psicoestimulantes

V. Antidepressivos

VI. Outros

D- Sistema Renal e Urogenital

I. Musculatura Lisa Urogenita

II. Filtração/Excreção/etc.

III. Outros

E- Hepático

I. Secreção/Metabolismo

II. Outros

F- Sistema Respiratório

I. Antiasmático/Broncodilatador

II. Outros

G- Sistema Imunológico

I. Imunologia Celular

II. Imunologia Humoral

III. Outros

H- Reprodutor

I. Fertilizantes

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38

II. Anticoncepcionais

III. Outros

I- Endócrino

I. Eixo Hipotálamo-Hipófise

II. Glândulas

III. Outros

Resultados

Seguindo a ordem de classificação apresentada acima, os gráficos a seguir indicam o número de

resumos distribuídos nas categorias que mais se destacaram - número de resumos superior a 20 - o

que corresponde aproximadamente a 1% do total de resumos (1950). A percentagem que

corresponde ao número de resumos em relação ao total levantado apresenta-se entre parênteses.

Também é mostrado número de resumos e o percentual das respectivas subdivisões dentro das

categorias analisadas. Os números indicativos das categorias de Antiparasitários / antibacterinos /

antifúngicos e Antialérgicos, foram irrelevantes.

Cada resumo classificado pode aparecer em mais de uma categoria, por exemplo: um resumo de

trabalho publicado por um grupo de pesquisa que realizou a análise fitoquímica de uma planta, pode

somar-se aos resultados de outros grupos que pesquisaram os efeitos toxicológicos das substâncias

ativas dessa planta, assim como as ações antiinflamatórias das substâncias isoladas.

FITOQUÍMICA 1103 resumos (56,56%)

Substância química isolada

(707) 64,10%

Ambos (93)8,43%

"Screening" químico (303)

27,47%

Page 41: Medicamentos a partir de plantas medicinais

39

TOXICOLOGIA 187 resumos (9,59%)

Geral (120)64,17%

Ambos (10)5,35%

Mutagênese (57)30,48%

INFLAMAÇÃO 235 resumos (12,05%)

Antiinflamatório cutâneo (13) 6%

Cicatrizantes (07)3,17%

Antiinflamatório antipirético (22)

10%Agentes flogísticos

(45)20%

Antiinflamatório analgésico (134)

61%

ANTICANCERÍGENOS 40 resumos (2,05%)

in vitro 23%

ambos49%

in vivo 28%

Page 42: Medicamentos a partir de plantas medicinais

40

CARDIOVASCULAR 120 resumos (6,15%)

P. Arterial/F. Cardíaca (67)

14,58%

Coagulação Aterosclerose (16)

33,33%

Outros (19)39,58%

Infarto/Perfusão (06) 12,50%

TRATO GASTRO-INTESTINAL 136 resumos (6,97%)

Antidiarréicos (22) 17%

Outros (44) 35%

Gastro-Protetores (60)48%

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41

SNC 112 resumos (5,74%)

Outros (05) 4%Antidepressivos

(01) 0,88%

Analgésicos (56)49,56%

Psicoestimulan-tes (13) 12%

Neuroprotetores (06) 5%

Anticonvulsivan-tes (32) 28%

RENAL/UROGENITAL 64 resumos (3,28%)

Filtração/ Excreção (29)

47,54%

Musculatura lisa urogenital (25)

40,98%

Outros (07)11,48%

SISTEMA RESPIRATÓRIO 40 resumos (2,05%)

Outros (24)55,81%

Antiasmático (19) 44%

Page 44: Medicamentos a partir de plantas medicinais

42

SISTEMA IMUNE 80 resumos (4,1%)

Imunologia Celular (55)

77,46%

Imunologia Humoral (09)

12,68%Outros (07)

9,86%

SISTEMA REPRODUTOR 33 resumos (1,69%)

Anticoncepcio-nais (15) 47%

Outros (14)43,75%

Fertilizantes (03)9,38%

Page 45: Medicamentos a partir de plantas medicinais

43

SISTEMA ENDÓCRINO 23 resumos (1,18%)

Gândulas (12)44,44%

Outros (10)37,04%

Eixo Hipotálamo-Hipófise (01)

18,52%

As categorias de fitoquímica, inflamação, toxicologia, sistema cardiovascular, TGI e SNC

apresentaram um número de resumos superior a 100. Na categoria Inflamação, computou-se mais

trabalhos em áreas de pesquisa relacionadas à antiinflamatórios (cerca de 80%), sendo que 61%

com atividade analgésica, 10% com atividade antipirética, 6% como antiinflamatório cutâneo e 3%

como cicatrizantes. Em Toxicologia constatou-se uma maior número de resumos em linhas de

pesquisa com toxicologia geral (61%), ou seja, trabalhos experimentais realizados apenas para

verificar efeitos tóxicos sistêmicos de extratos de plantas consideradas medicinais, como

hepatoxicidade, cardiotoxicicidade e grau de letalidade (DL 50) etc em cobaios. Do sistema

Cardiovascular, os trabalhos evidenciaram mais a parte cardiológica, do que a vascular, com

trabalhos experimentais in vivo, in situ e com órgão isolado, relacionados a Pressão Arterial,

Frequência Cardíaca e Força de Contração. Do TGI, destacaram-se estudos com substâncias

extraídas de plantas com ações gastro-protetoras e anti-diarréicas. No SNC, observou-se um número

maior de resumos que apontam principalmente pesquisas com analgésicos e anticonvulsivantes. Em

relação aos sistemas urogenital, hepático, respiratório, imune, reprodutor e endócrino, houve um

número de resumos abaixo de cem.

Os resultados demonstram que a maior percentagem de resumos apresentados está relacionada à

Fitoquímica (~56%), ou seja, a maioria dos grupos que pesquisaram plantas medicinais fizeram-no

objetivando isolar substancias destas plantas, não indicando necessariamente que os “principios

ativos” foram procurados ou isolados, ou que sofreram algum tipo ensaio biológico.

Os resultados a seguir apresentam a relação entre a quantidade de resumos que referem-se a

trabalhos que realizaram a “fitoquímica”, analisando a composição química dos extratos dessas

plantas e identificando as substâncias com atividade biológica através de bioensaios pertinentes.

Para isso, as categorias que mais apresentaram resumos (>100), em ordem decrescente (Inflamação,

235; Toxicologia 187; TGI,136; Cardiovascular, 120 e SNC, 112) foram avaliadas quanto a

Page 46: Medicamentos a partir de plantas medicinais

44

realização dos bioensaios com os compostos isolados das plantas. O número de resumos, e o

percentual mostrado em cada figura corresponde ao total de resumos apresentado pela categoria

principal, cruzado com a categoria fitoquímica. Por exemplo: A categoria inflamação apresentou

235 resumos, destes levantou-se quantos apresentaram estudos com fitoquímica (95 resumos),

assim como as respectivas subdivisões, dentro desse levantamento.

INFLAMAÇÃO + FITOQUÍMICA 91 resumos (38,7%)

Antiinflamatório analgésico (57)

62,64%

Agentes flogísticos (23)

25,27%

Antiinflamatório Cutâneo (03)

3,30%

Cicatrizantes (06)6,59%

Antiinflamatório Antipirético (02)

2%

TOXICOLOGIA + FITOQUÍMICA 64 resumos (34,2%)

Mutagênese (08)12,90% Ambos (05)

8,06%

Geral (49)79,03%

Page 47: Medicamentos a partir de plantas medicinais

45

TGI + FITOQUÍMICA 138 resumos (30,8%)

Outros (44)40,48%

Gastro-protetores (60)

47,62%

Antidiarreicos (22) 11,90%

CARDIOVASCULAR + FITOQUÍMICA 43 resumos (35,8%)

Outros (19)7%

Coagulação Aterosclerose (16)

19%

P. Arterial F. Cardíaca (67)

74%

Page 48: Medicamentos a partir de plantas medicinais

46

SNC + FITOQUIMICA 57 resumos (50,8%)

Psicoestimulan-tes (06) 19%

Anticonvulsivan-tes (13) 43%

Analgésicos (08)26%

Neuroprotetores (01) 3%

Antidepressivos (01) 3%

Outros (02) 6%

Nota-se que percentualmente nenhuma das 5 categorias apontadas anteriormente, apresentou um

percentual acima de 50%, sendo que apenas 38,7 % dos trabalhos apresentados em inflamação

realizaram experimentos com as substâncias químicas isoladas, para a constatação ou não de sua

atividade biológica; dentro dessa categoria foidada maior atenção a antiinflamatórios analgésicos

(62,64%). Em relação a toxicologia, a maioria dos resumos apontou uma maior preocupação com

estudo de efeitos toxicológicos gerais (79,03%), dos princípios ativos isolados. Na categorria de

TGI, os estudos voltaram-se mais para efeitos gastro-protetores (47,62%). No sistema

cardiovascular, houve uma acentuada atenção nas substâncias isoladas de plantas que agiam a nível

de pressão arterial e frequência cardíaca (agentes antihipertensivos). Finalmente os resultados de

SNC apontam um maior percentual de pesquisa em anti-convulsivantes e analgésicos, 43 e 26 %

respectivamente.

Outro parâmetro investigado foi que autores mais publicaram resumos (acima de 30) nos eventos

nacionais, e paralelamente quais os trabalhos desses autores que apresentados em forma de resumos

transformaram-se em trabalhos publicados em revistas de divulgação científica indexadas, no

mesmo intervalo de tempo (1986-1995). O gráfico ilustra que os pesquisadores mais atuantes não

transformam o material de estudo em uma publicação que possa ser acessada pelos sistemas

internacionais de informação literária e científica (“medline”, “index medicus”, “current contents”).

Numa análise qualitativa observou-se que, com raras exceções, a maioria destes trabalho foram

realizados por químicos, que apresentaram pequeno ou nenhum interesse pelas propriedades

farmacoterapêuticas de seus produtos isolados.

Page 49: Medicamentos a partir de plantas medicinais

47

O gráfico a seguir mostra, a correlação entre o número de resumos dos autores que mais publicaram

trabalhos com plantas medicinais (barras escuras) e o número de trabalhos publicados em revistas

científicas indexadas - “papers” (barras claras).

Gráfico 3.1 - Número de publicações em eventos nacionais e em revistas científicas indexadas, dos 18 autores que mais apresentaram resumos de trabalhos a nível nacional.

Número de publicações por autor

020

4060

8010

012

0

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R

ResumosPapers

As instituições de pesquisa que mais publicaram trabalhos sobre plantas medicinais em eventos nacionais

O gráfico a seguir mostra as instituições que mais se destacaram na publicação de resumos em

eventos nacionais são apresentadas a seguir. Os resultados demonstraram que a Universidade de

São Paulo - USP (REPRESENTADAS POR São Paulo, Ribeirão Preto, São Carlos E

Pirassununga) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), acima de 200 resumos.

Page 50: Medicamentos a partir de plantas medicinais

48

010

020

030

040

0USP

UFC

UFRJ

UFPB

UFSC

UNICAMP

UFMG

UFPE

UNIFESP

Faz-se necessário observar que as bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq, para projetos de

fitofármacos se concentra mais nas áreas de Química e Farmacologia (vide adiante quadro 4.8, pp.)

e a distribuição dessas bolsas por regiões concentra-se mais nas Sudeste e Nordeste (quadro 4.9,

pp.).

O volume de financiamento versus produção de trabalhos (resumos) demonstram forte

disparidade.por ex. observa-se dos graficos que a ufc recebeu um auxílio por área de conhecimento

quase 10 vezes superior à usp ( veja tabela cap), que no entanto publicou tanto quanto nos

congressos nacionais.

CONCLUSÕES

Apesar de existirem grupos altamente capacitados na realização de bioensaios com plantas

medicinais, são ainda poucos os grupos que associam Fitoquímica À caracterizacao

farmacologica dos produtos isolados. Talvez porque na historia recente quimicos e farmacólogos

raramente se associaram para desenvolver um prototipo ou um produto.

Colaborações em Pesquisa e Desenvolvimento

Existe uma razoável colaboração inter-grupos EM projetos acadêmicos. Esta experiência, se

estendida multidisciplinarmente, poderá ser eficaz na descoberta de novos medicamentos.

A cooperação internacional entre cientistas e técnicos é ainda insuficiente. Quando se trata de áreas

altamente dinâmicas como a pesquisa de novos princípios ativos, esta cooperação é fundamental.

Page 51: Medicamentos a partir de plantas medicinais

49

A comunicação entre grupos de pesquisadores, tão necessária para o desenvolvimento de produtos,

é ainda pequena mas pode melhorar com a RNP e Internet.

A multidisciplinaridade nos projetos científicos e tecnológicos não é exercitada com muita

freqüência. É certo, no entanto, que com os estímulos dos financiamento da FAPESP e CNPq para

projetos temáticos, este problema vem sendo aos poucos reduzido. Esta deverá ser uma tendência:

o governo financiando projetos multidisciplinares na área de plantas medicinais e as empresas

buscando as universidades para a P&D de medicamentos.

Os financiamentos a universidades, principalmente nos últimos anos, diminuíram (exceção feita a

São Paulo) e quase sempre são descontínuos, o que afeta muito as pesquisas em curso.

A universidade, parece claro, não tem competência para desenvolver sozinha produtos para a

sociedade. Para isto é necessária a participação das empresas.

A Lei de Patentes, assinada há pouco, e a recente portaria do Ministério da Saúde (Secretaria de

Vigilância Sanitária), deverão levar a universidade a reforçar sua relação com as empresas.

Dificuldades

Existem diferentes problemas que afetam os que lidam com a química e a farmacologia de produtos

naturais.

1) São poucos os grupos explicitamente desenvolvendo estudos de plantas medicinais, mesmo os

estudos de composição química (fitoquímica) de plantas medicinais.

2) O estudo puramente fitoquímico de plantas medicinais, acrescenta preciosas informações

químicas ao estudo de plantas medicinais mas isto raramente significa que o princípio ativo da

planta esteja sendo buscado. Na maior parte dos trabalhos publicados, o aspecto medicinal é apenas

ligeiramente relatado na introdução e referências

3)As competentes empresas multinacionais têm obtido os maiores proveitos dos estudos feitos com

os recursos governamentais.Quase sempre não há o cuidado de se proteger os inventos com patentes

ou mesmo resguarda-los com o necessario sigilo,mesmo que temporário.Neste caso,as empresas

ligadas á área farmacêutica se apropriam legitimamente das informações, que publicadas são de

uso irestrito.Estas empresas dispoem de equipes treinadas especificamente para obter da literatura

evidências que apontem à descoberta de novos fármacos.

4) Os cursos de pós-graduação em química orgânica recebem cada vez menos estudantes na área de

fitoquímica e os profissionais desta área têm frequentemente mudado para a área de síntese.

Page 52: Medicamentos a partir de plantas medicinais

50

Outrossim, os poucos profissionais da área fitoquímica raramente pesquisam plantas medicinais e

quando isto ocorre não realizam os necessários ensaios biológicos que conduzam ao isolamento dos

princípios ativos.

Conclusões Finais

- A pesquisa e desenvolvimento (P&D) de fitoterápicos e fitofármacos, em uma base moderna,

praticamente não existe no Brasil. Existem esforços nesta direção vindos principalmente da

universidade, que raramente está associada a empresas. Sem empresas não há caminho viável na

descoberta e P&D de fitofármacos e fitoterápicos.

- As várias competências nessas áreas para a P&D de um fármaco existem no Brasil. No entanto,

são localizadas em diferentes bolsões, quase excludentes, nas universidades e IPQs e empresas que

não se comunicam entre si.

- A maioria das empresas nacionais na área de fitoterápicos são pequenas e médias e praticamente

não investem em pesquisas. A portaria da Vigilância Sanitária deve mudar estas tendências para um

apoio ao desenvolvimento dos fitoterápicos.

- Existem muitas dificuldades para a pesquisa científica de plantas medicinais, principalmente:

recursos financeiros para pesquisa; ausência de instalações adequadas, infra-estrutura deficiente,

falta de massa crítica em áreas como a toxicologia e clínica, falta de informações, bibliotecas,

dificuldades de comunicações, baixo nível de comunicação interna e externa.

- Existem excepcionais oportunidades na exuberante biodiversidade, no conhecimento pré-cientifico

e uso de plantas medicinais pela população brasileira , na entrada de novos consumidores da classe

média, nas pesquisas científicas de plantas medicinais. No interesse de algumas empresas nacionais

na P&D de medicamentos, na abertura e interesse dos mercados europeu, americano e asiático para

novos produtos de plantas para a área medicinal e cosmética,na base técnico-científica existentes,

no sistema de pós-graduação melhor estruturado das Américas do Sul e Central e na razoável

massa crítica disponível em química e farmacologia.

- Os recursos financeiros não são a condição sine qua non para a P&D de drogas a partir de plantas.

Antes disso, há que considerar a necessidade de juntar os esforços dos atores necessários para este

fim (Figura 3.1).

- Os dados nos fazem supor que us$ 100 milhões de dólares foram aplicados nos ultimos 10 anos na

pesquisa cientifica relacionada a produtos naturais e apesar disso nemhum medicamento baseado

Page 53: Medicamentos a partir de plantas medicinais

51

em plantas medicinais foi desenvolvido no pais.nem mesmo a ceme-ms que pesquisou 72 plantas

medicinais chegou a qualquer fitomedicamento.

Page 54: Medicamentos a partir de plantas medicinais

52

4. A AÇÃO GOVERNAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE FITOFÁRMACOS

Apesar da riqueza da flora brasileira -com cerca de 55 mil espécies- e da ampla utilização de plantas

medicinais pela população, existe consenso sobre a insuficiência de estudos científicos sobre o

assunto. Pouca atenção foi dada tradicionalmente a esta área de conhecimento pelas instituições

acadêmicas e pelas agências governamentais de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de

fitofármacos. Com os recentes avanços na área de biologia molecular e com o crescente interesse

das grandes corporações farmacêuticas pelo potencial de mercado dos produtos naturais, é

imprescindível dar maior atenção ao aprofundamento do conhecimento das propriedades das

espécies vegetais e sua utilização na formulação de medicamentos. Neste capítulo apresentam-se as

ações das principais agências públicas envolvidas no apoio ao aprimoramento do conhecimento

científico, do desenvolvimento tecnológico e da produção industrial de fitofármacos nos últimos

anos. Essas ações serão apresentadas por instituição, com atenção à Central de Medicamentos -

CEME, à FINEP e ao CNPq, comentando-se ainda as atividades de outras agências como a

Fundação Banco do Brasil e a CAPES.

Central de Medicamentos

A Central de Medicamentos - CEME, além de sua atribuição principal de compra e distribuição de

medicamentos, tem apoiado sistematicamente atividades de pesquisa em produtos fitofarmacêuticos

nas últimas duas décadas. Já em 1973 foram realizados alguns estudos pioneiros com plantas

medicinais no âmbito da CEME, como o “Screening farmacológico de plantas brasileiras”,

executado pela Escola Paulista de Medicina, mas a função de assistir instituições governamentais na

formulação, coordenação e execução de políticas e programas de desenvolvimento tecnológico e

industrial do setor químico-farmacêutico só seria atribuída formalmente ao órgão pelo decreto

presidencial No 75.985 de 17 de julho de 1975.

Nos primeiros anos não existia uma política clara para orientar a seleção de projetos, sendo uma

atividade de “balcão”, em que os apoios eram concedidos na medida da disponibilidade dos

recursos. Em 1982, visando uma orientação mais consistente para suas ações na área, a CEME

promoveu um Encontro sobre Plantas Medicinais, que resultou na elaboração do Programa de

Pesquisas em Plantas Medicinais -PPPM.

Este Programa começou a operar em 1983. Seu objetivo era promover a investigação científica

sobre as propriedades terapêuticas de espécies vegetais utilizadas pela população brasileira,

favorecendo o futuro desenvolvimento de medicamentos, assim como orientar a população sobre o

Page 55: Medicamentos a partir de plantas medicinais

53

verdadeiro potencial terapêutico e os possíveis efeitos tóxicos destas plantas, normalmente

utilizadas de forma pouco criteriosa. O Projeto visava à criação de uma alternativa medicamentosa

de baixo custo, principalmente para os 50 milhões de brasileiros que não têm acesso a

medicamentos. Foram privilegiados projetos de rápido retorno, com um prazo médio de execução

de 1 a 2 anos. Uma das metas do programa foi a constituição de um banco de dados com cerca de

9.000 informações sobre plantas medicinais.

Os estudos se concentraram em testes toxicológicos e de eficácia terapêutica das plantas medicinais.

Foram realizados testes com animais de laboratório e ensaios clínicos com seres humanos. Na Fase

I as pesquisas empregaram a planta inteira (“abafado” ou chá); na Fase II, ora em andamento,

tenciona-se isolar os princípios ativos das espécies com ação terapêutica comprovada.

No início, foram selecionadas 21 espécies para estudo a partir de critérios médicos, antropológico-

sociais, botânico-agronômicos e econômicos. Essa seleção foi feita por um Comitê formado pelos

melhores profissionais da área. Entre elas estavam: quebra-pedra, funcho, maracujá, capim-cidrão,

espinheira-santa, abacateiro, alho, guaco, confrei, artemísia, hortelã, jambolão, etc. Em 1986 as

espécies selecionadas foram ampliadas para 74 (ver Quadro A.1 no Anexo 6).

Na denominada Fase I do Programa, de 1983 a 1993, foram executados 95 projetos, cuja

distribuição por ano aparece no Quadro 4.1 e por região no Gráfico 4.1 (a informação detalhada

sobre os objetivos e as intituições envolvidas em cada projeto é apresentada no Quadro A.2, Anexo

6).

Quadro 4.1 - Número de projetos executados pela CEME na Fase I do Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais (1983-1993)

Ano No de projetos

1983 21 1984 4 1985 9 1986 32 1987 8 1988 15 1989 5 1990 - 1991 1 Total 95

Page 56: Medicamentos a partir de plantas medicinais

54

Gráfico 4.1 - Distribuição dos projetos executados pela CEME (1983-1993) por região

Sul11%

Sudeste62%

Centro-Oeste9%

Nordeste11%

Norte7%

Vemos que houve uma intensa atividade nos anos 80, mas o programa praticamente parou nos anos

90. Este arrefecimento correspondeu a um brusco corte orçamentário, como pode ser constatado na

Quadro 4.2, em razão das reformas impostas durante o governo Collor.

Quadro 4.2 - Recursos liberados pela CEME para o Pro grama de Pesquisas de Plantas Medicinais

Ano Liberações (US$ mil de 1995)

1983 434,18 1984 268,41 1985 231,89 1986 678,18 1987 1.377,68 1988 863,45 1989 323,05 1990 808,22 1991 112,98 1992 - 1993 28,87 1994 95,59 1995 1.710,74 Total 6.610,52

Page 57: Medicamentos a partir de plantas medicinais

55

Gráfico 4.2 - Recursos liberados pela CEME para o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais

1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 19950

200400600800

10001200140016001800

US

$ m

ild

e 19

95

1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995

O Gráfico 4.2 permite uma melhor visualização dos dados do Quadro 4.2. Observa-se que os

recursos globais da Fase I (de 1983 a 1993) foram da ordem de US$ 5 milhões. Nos últimos dois

anos o Programa parece ter tomado novo impulso, depois de ter passado por três anos em que a

maioria dos trabalhos precisou ser interrompida, em razão da desativação de várias funções do

Estado promovidas pelo governo Collor. Hoje existem 13 projetos em andamento, mas a maioria

das propostas apresentadas nos anos 90 não foi ainda implementada, havendo 19 projetos em

carteira, conforme pode ser visto no Quadro 4.3.

Page 58: Medicamentos a partir de plantas medicinais

56

Quadro 4.3 - Projetos em carteira no Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da Ceme Título do projeto Ano Instituição

“Verificação do possível efeito adaptógeno ou resistógeno de plantas brasileiras. Parte II. Pfaffia e Catuaba”.

1994

EPM/UNIFESP

“Avaliação clínico-laboratorial de plantas medicinais como possíveis agentes diuréticos, antihipertensivos e eumetabólicos”.

1995

UERJ

“Identificação de antiparasitários de origem vegetal e desenvolvimento de formas farmacêuticas”.

1991

UFRS

“Avaliação da ação tóxica de plantas medicinais em ensaios biológicos”.

1991

USP

“Endoscopia funcional nasal e cirurgia funcional sinusal associadas à avaliação da Luffa opercutata (cabacinha) no tratamento das patologias nasosinusais”.

1989

EPM/UNIFESP

“Estabelecimento de bases analíticas para estandartização de chás medicinais”.

1991 UFPA

“Ensaio de atividade de Amaranthus viridis e Luffa cilindrica contra helmintos parasitas de galinhas e cães”.

1991

UNESP

“Analise farmacológica dos extratos brutos de Bacharis trimera”.

1991 UFSC

“Estresse oxidativo hepático: Modulação por produtos naturais da flora brasileira”.

1991 USP

“Extração e identificaçào de substâncias com atividade antiúlcera de Maytenus ilicifolia”.

1991 UFMG

“Determinação do efeito farmacológico potencial de extratos vegetais utilizados em medicina popular”.

1991 UFRS

“Investigação farmacológica da atividade central de plantas medicinais”.

1991 EFSC

“Esquemas terapêuticos alternativos, farmacologia e química de novas drogas de origem vegetal”.

1991 UFPB

“Determinação de componentes polifenólicos farmacologicamente ativos obtidos de vegetais”.

1991 USP

“Avaliação toxicológica de vegetais empregados em medicina popular”.

1991 UNESP

“Estudo toxicológico pré-clínico do B-mirceno: Substância analgésica encontrada no capim-cidrão”.

1991 FIOCRUZ

“Núcleo de fornecimento de plantas medicinais selecionadas pela CEME”.

1990 UFMA

“Estudo fitoquímico e fitorápico de plantas brasileiras”. 1991 FIOCRUZ “Coleta e conservação de plantas medicinais”. 1991 EMBRAPA

Observa-se que apenas três projetos envolvem extração de principios ativos de plantas medicinais,

ou seja, estudos fitoquímicos farmacológicos. Maciçamente os projetos concentram-se no estudo de

chás ou no máximo extratos de plantas.

Os primeiros resultados do programa foram publicados em 1985, correspondendo à conclusão do

estudo de Cymbopogon citratus (capim-cidrão)11. Em 1993 tinham sido concluídas as pesquisa com

11 Carlini E. L. (Coordenador) Farmacologia pré-clínica, clínica e toxicologia do capim-cidrão, Cymbopogum citratus,

Brasília, CEME, 1985.

Page 59: Medicamentos a partir de plantas medicinais

57

28 espécies vegetais, cujos resultados aparecem na série de publicações “Programa de Pesquisa em

Plantas Medicinais” da CEME. Em alguns casos as plantas medicinais não provaram ter efeitos

significativos, em outros revelaram-se tóxicas, enquanto certas espécies confirmaram ação

terapéutica, sendo as duas principais Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) e Phyllantus niruri

(quebra-pedra). Após a conclusão das pesquisas para testar o real efeito das diversas espécies

procurar-se-ía aprimorar as técnicas de cultivo para posterior industrialização.

De acordo com entrevista realizada na CEME, existem atualmente cinco medicamentos em

condições de scale-up para produção industrial, tendo como base farmacológica as seguintes

espécies: Mikania glomerata (guaco), Phyllantus niruri (quebra-pedra), Maytenus ilicifolia

(espinheira-santa) e Cecropia glazioui (embaúba). Sua produção será realizada por laboratórios

oficiais. Pretende-se patentear esses medicamentos tão logo seja aprovada a legislação em tal

sentido.

O Programa tem atuado co-financiando Projetos de Pesquisa através de contratos e convênios com

instituições públicas e privadas. Na realidade, a grande maioria dos estudos foi realizada pelas

universidades federais e estaduais, sendo pouco significativa a participação de empresas privadas.

Há 23 instituições vinculadas ao Programa, existindo núcleos de pesquisa importantes em diversas

regiões do país, como os grupos de Belém (UFPA) na região Norte, de Fortaleza (UFCE) no

Nordeste e Santa Catarina (UFSC) no Sul (ver Quadro 4.4). Na região Sudeste a participação da

UFRJ, e na área de testes clínicos e pré-clínicos a Escola Paulista de Medicina, que foi responsável

por 27 dos 95 projetos executados. O Centro Nacional de Recursos Genéticos (CENARGEM) da

EMBRAPA também realizou alguns estudos. A CEME financia os projetos, com exceção do salário

dos pesqisadores.

Quadro 4.4 - No de projetos executados na Fase I (1983-1993) do Progama de Pesquisa de Plantas Medicinais da CEME, por região

Região No de projetos

Sul 12 Sudeste 60 Centro-oeste 9 Nordeste 10 Norte 3

FINEP

A FINEP atua no financiamento a projetos de fitofármacos através, principalmente, de três

Departamentos: Agropecuária, Ciências Biológicas e da Saúde, e Ciências da Natureza. Nos últimos

Page 60: Medicamentos a partir de plantas medicinais

58

10 anos os projetos vêm sendo apoiados fundamentalmente com recursos do PADCT (Porgrama de

Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e, em menor monta, com recursos do FNDCT

(Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A seguir, apresentamos uma breve

avaliação dos financiamentos da FINEP nessa área, nos três Departamentos citados.

Desde 1985 o Departamento de Agropecuária vem operando o Programa de Cultivos Pioneiros

(PROCULT). Este programa promoveu o estudo integral de 20 espécies de interesse, em sua

maioria nativas. Entre essas espécies, três foram selecionadas pelo seu poder medicinal: Digitalis

lanata (Dedaleira), Cephaelis ipecacuanha (Ipeca) e Pilocarpus microphyllus (Jaborandi), sendo as

restantes escolhidas pelo seu potencial alimentício, oleaginoso, laticífero (produção de látex), etc.

Estimava-se que o tempo necessário para transformar uma espécie em planta cultivada seria de 5 a

10 anos. Assim, foram privilegiados cultivos que pudessem se de fácil e rápida adoção pelo sistema

produtivo nacional. Pretendia-se sistematizar o conhecimento necessário para o cultivo dessas

espécies, uma vez que a maioria tem sido explorada só pelo sistema extrativista, chegando, em

alguns casos, à quase extinção. Os principais objetivos do Programa eram:

-criar oportunidades técnicas e científicas para aproveitamento de espécies vegetais nativas e

exóticas de interesse econômico e social.

-promover a diversificação da agricultura brasileira em bases ecológicas e culturais,

economicamente sustentáveis.

-Incorporar ao sistema produtivo plantas não tradicionalmente cultivadas, criando inclusive

alternativas de produção para áreas até então inexploradas.

-Promover e/ou intensificar as pesquisas com espécies vegetais de uso já popularizado e de

potencialidade econômica e social destacadas, com vistas à sua transformação em plantas

cultivadas.

-Conservar a variabilidade genética das espécies selecionadas.

-Promover o conhecimento científico-tecnológico sobre a propagação, manejo e obtenção do

produto econômico das espécies selecionadas.

-Promover a difusão controlada das pesquisas bem como desencadear o processo de

desenvolvimento dos novos cultivos no país.

As pesquisas desenvolvidas incluíram linhas relativas à botânica, ecologia, recursos genéticos,

biologia, utilização e processamento, e estudos sócio-econômicos das espécies selecionadas.

Page 61: Medicamentos a partir de plantas medicinais

59

Tratava-se de estudos de caráter interdisciplinar que exigiam a participação de várias instituições.

No caso de espécies de plantas medicinais, as instituições participantes foram:

a) Digitalis lanata (Dedaleira): Instituto Agronômico de Campinas.

b) Cephaelis ipecacuanha (Ipeca): Instituto Agronômico de Campinas, SEICT/RO -Secretaria de

Estado de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, UEPAE/RO -Unidade de Execução de

Pesquisa de Âmbito Estadual e Territorial, UFMT -Universidade Federal de Mato Grosso,

EMPA/MT -Empresa Matogorssense de Pesquisa Agropecuária, Universidade federal do Rio de

Janeiro/Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais.

c) Pilocarpus microphyllus (jaborandi): UNICAMP, Universidade Federal do Rio de Janeiro,

CENARGEN/EMBRAPA.

Para assessoramento à FINEP e ao CNPq na implementação do Programa de apoio a Cultivos

Pioneiros constituiu-se um grupo formado por: um representante do CNPq; um representante do

Comitê Assessor de Agronomia do CNPq; um representante da FINEP; quatro representantes da

Comunidade Científica; e dois representantes da Iniciativa Privada. Esse grupo participou na

avaliação das propostas de projetos, pedidos de auxílios e bolsas. Para o acompanhamento dos

projetos foram contratados consultores especializados.

Ao CNPq coube outorgar bolsas de pesquisa e de formação, financiar a contratação de consultores

internacionais e possibilitar a public ação dos resultados do programa. À FINEP correspondeu

financiar o investimento necessário para a realização dos projetos. O custeio para fomento e

acompanhamento das pesquisas foi compartilhado em partes iguais pelas duas instituições.

O detalhe dos projetos realizados dentro do Programa Cultivos Pioneiros, no relativo a plantas

medicinais, aparece no Quadro 4.5.

Page 62: Medicamentos a partir de plantas medicinais

60

Quadro 4.5 - Projetos de pesquisa em plantas medicinais realizados com o apoio do Programa Cultivos Pioneiros (PROCULT) da FINEP/CNPq

Título Objetivos Instituição Ano do convênio

Recursos aproximados

(US$) “Biologia, cultivo experimental e aspectos sócio-econômicos de ipecacuanha”

Estudar a biologia e estimular o seu cultivo

UNICAMP/CPQBA

1988

24.500,00

“Coleta e conservação de germoplasma de ipecacuanha”

Coleta de germoplasma para domesticação da espécie e estabelecimento de Banco de Germoplasma

EMBRAPA/ CENARGEN

1988

21.000,00

* Estabelecer o cultivo racional de jaborandi, com plantas de caraterísticas uniformes e produtivas, visando ao fornecimento de matéria-prima para a indústria de sais de pilocarpina

UNICAMP/CPQBA

1990

5.000,00

*sem título

Além das atividades do Departamento de Agropecúaria, a FINEP tem concedido financiamento a

projetos de fitofármacos pelo seus Departamentos de Ciências Biológicas e da Saúde e de Ciências

da Natureza. A maior parte desses recuros foi outorgada através do Programa de Apoio ao

Desenvolvimento Científico e Tecnológico -PADCT. Desde 1985 foram implementados por esta

via 31 projetos, cujos objetivos e instituições envolvidas aparecem no Anexo 6 (Quadro A.3). A

seguir, apresentam-se os recursos envolvidos em 28 desses projetos, que incluem os dois

Departamentos (para o três projetos restantes não se dispõe da informação dos valores).

Quadro 4.6 - Financiamento de projetos em fitofármacos pelos Departamentos de Ciências Biológicas e da Saúde e de Ciências da Natureza da FINEP

Ano do convênio No de projetos Total (US$ 1995)

1985 2 145.964,18 1986 7 644.733,57 1987 6 613.659,12 1988 1 74.346,57 1990 1 17.536,7 1991 2 836.262,72 1992 4 1.381.283,6 1993 5 3.502.865,9 Total 28 6.528.646,67

Os auxílios na segunda metade da década de oitenta foram da ordem de US$ 1,5 milhões. Após

1990, coincidindo com a segunda fase do PADCT, esses auxílios cresceram significativamente.

Page 63: Medicamentos a partir de plantas medicinais

61

A distribuição dos financiamentos por região é apresenta no Quadro 4.7. Observa-se que os auxílios

foram distribuídos a instituições de diversas regiões, destacando-se a participação de grupos da

UFRJ, UFSC, UFCE e UFPA, dos respectivos departamentos de química e farmacologia. Alguns

projetos visaram à criação de laboratórios para atender às demandas em nível regional, como por

exemplo, a implantação do Laboratório de Espectrometria (LEMAR) para atendimento multiusuário

na região Norte e Nordeste, em 1994.

Em certos casos, as pesquisas avançaram até a formulação de medicamentos e acordos com

empresas para sua produção. Tal foi o caso de um estudo realizado pela UFSC que resultou num

consórcio com a BIOBRÁS e a Microbiológica para o desenvolvimento de um medicamento que

bloqueia a ação da bradicinina, chegando à solicitação de pedido de patente junto ao INPI.

Todavia, na maioria dos casos, os resultados das pesquisas não tiveram aplicação comercial direta,

resultando basicamente na formação de recursos humanos com divulgação de resultados através de

congressos e publicações em periódicos nacionais e estrangeiros.

Quadro 4.7 - Projetos financiados pela FINEP segundo região de origem da instituição apoiada Região No de projetos

Sul 5 Sudeste 6 Centro-Oeste 4 Nordeste 7 Norte 4 TOTAL 25

CNPq

Com relação à formação de Recursos Humanos especializados na área de fitofármacos, coube às

agências de financimento, como CNPq e CAPES, um papel destacado. A informação consolidada

dos auxílios concedidos no período 1992/1994 aparece nos Quadros 4.8 a 4.12. Como vemos nos

Quadros 4.11 e 4.12, coincidindo com o financiamento concedido pelas instituições acima

analisadas, destacam-se as participações da UFCE e da UFRJ no uso de bolsas e auxílios. A maior

parte das pesquisas foi desenvolvida pelos departamentos de química e farmacologia. Porém, no

caso da UFCE existe também participação dos departamentos de botânica, bioquímica e agronomia,

o que pode significar um tratamento mais integrado em relação ao tema. Nas bolsas e auxílios a

região Nordeste participou com cerca de 40% nesse período, o que também estaria indicando a

existência de uma significativa capacitação regional na área de fitofármacos. Além da UFCE,

também a UFPB teve uma participação importante.

Page 64: Medicamentos a partir de plantas medicinais

62

Em nível nacional, destacam-se ainda a UFRJ e a UFMG, que o apoio das agências e instituições de

fomento criaram núcleos de pesquisa importantes na área de fitofármacos. Como pode ser visto no

Quadro 4.12, todas as modalidades de bolsas e auxílios foram utilizadas por essas instituições.

Observe-se que mais da metade dos auxílios concedidos correspondem à área de química.

Além da informação apresentada, tanto a CAPES como o CNPq oferecem auxílios na forma de

bolsas de mestrado e doutorado em áreas relacionadas com fitofármacos. Entretanto, este tipo de

auxílio não pode ser discriminado por corresponder a quotas de demanda social das instituições.

Quadro 4.8 - Bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq para projetos de fitofármacos de 1992 a 1994 Área do

conhecimento Bolsas Auxílios Total

No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$

Botânica 48 102.687,14 4 25.611,52 52 128.298,66

Farmácia 8 22.323,89 1 0,04 9 22.323,93

Farmacologia 54 196.089,60 11 90.961,28 65 287.050,88

Química 125 559.643,06 17 41.638,85 142 601.281,91

Genética 2 2.386,54 2 2.386,54

Bioquímica 3 29.993,14 1 2.675,62 4 32.668,76

Agronomia 3 2.231,15 1 0,02 4 2.231,17

Total Geral 243 915.354.52 35 160.887,33 278 1.076.241,85

Quadro 4.9 - Distribuição por região das bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq, de 1992 a 1994 Área do

conhecimento Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$ No Valor US$

Botânica 45 112.960,80 5 7.545.33 2 7.792,53

Farmácia 1 11.899,86 8 10.424,07

Farmacologia 1 1.060,23 15 87.213,76 5 17.207,75 27 145.635,45 17 35,933,69

Química 8 30.319,09 43 117.784,34 2 8.966,71 79 402.093,67 10 42.118,10

Genética 2 2.386,54

Bioquímica 2 20.208,17 1 10.958,24 1 1.502,35

Agronomia 2 843.04 2 1.388,13

Total 9 31.379,32 108 350.909,97 13 44.678,03 113 560.798,67 35 88.475,86

Page 65: Medicamentos a partir de plantas medicinais

63

Quadro 4.10 - Bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq segundo modalidade, de 1992 a 1994 Tipo No de projetos Valor US$ correntes

Inic. Científica 159 223.374,54 Aperfeiçoamento 17 34.930,21 Pesquisa 52 526.258,66 Ap. Técnico 8 15.432,52 Exterior 7 115.358,59 Auxílios 35 160.887,33 Total 278 1.076.241,85

Quadro 4.11 - Distribuição dos auxílios do CNPq por área de conhecimento e por instituição, de 1992 a 1994

Institituição Botânica

No Pro

Farmácia

No Pro

Farmacol

No Pro

Química

No Pro

Bioquímica

No Pro

Agronomia

No Pro

Total

No Pro

Valor US$

corrente

UFCE 4 2 2 1 1 10 38.026,82

UFPR 1 1 -

UFRS 2 2 4.448,98

UFPB 1 1 2 21.990,78

UFRJ 1 3 4 17.039,03

USP 1 1 2 4.717,21

UFSP 3 3 51.166,66

UFMG 1 1 2.288,37

UNICAMP 1 1 -

UFBA 2 2 4.228,74

UFSC 1 1 2.986,00

UFRRJ 2 2 1.649,34

UFPA 2 2 3.280,07

UFSCAR 1 1 6.115,44

INPA 1 1 2.949,74

TOTAL 4 1 11 17 1 1 35 160.887,33

Page 66: Medicamentos a partir de plantas medicinais

64

Quadro 4.12 - Distribuição das bolsas concedidas pelo CNPq por área de conhecimento e por instituição, de 1992 a 1994

Institituição Botânica

No Pro

Farmácia

No Pro

Farmacol

No Pro

Química

No Pro

Genética

No Pro

Bioquímica

No Pro

Agronomia

No Pro

Total

No Pro

Valor US$

corrente

UFCE 30 3 25 1 59 150.985,98

UFPR 2 2 3.059,66

UFRS 7 10 1 18 37.354,48

UFPB 3 1 8 8 20 85.266,63

UFRJ 7 13 1 21 91.832,85

USP 1 12 13 49.394,40

UFSP 10 10 33.871,11

UFMG 2 17 19 45.694,19

UNICAMP 1 2 3 28.213,99

UFBA 3 1 1 5 26.804,34

UFSC 3 2 5 14.381,08

UFRRJ 6 6 58.427,55

UFPA 1 5 6 25.149,51

UFSCAR 3 2 5 35.028,22

UFMT 5 5 17.207,75

UFRPE 4 4 5.723,65

UFPE 1 1 2 10.481,31

UNESP 2 2 21.069,22

UF LAVRAS 2 2 1.388,13

UFF 6 6 7.114,39

Inst. Biológico 3 3 12.916,93

UFSM 5 5 25,224,24

UNB 2 2 8.966,71

FIOCRUZ 3 3 10.839,58

Ins. Botân. SP 1 1 6.668,50

U. ALFENAS 1 1 1.785,26

EMBRAPA 5 5 7.545,33

M. AGRICUL. 1 1 10.958,24

IME 1 1 12.349,60

UFAL 4 4 7.381,72

Univ. Caxias 1 1 1.021,38

Sem vínculo 3 3 61.228,59

Total 48 8 54 125 2 3 3 243 915.354,52

Outras instituições

Outra instituição que concedeu alguns auxílios na área de fitofármacos foi a Fundação Banco do

Brasil. No Quadro 4.13 apresenta-se informação sobre os auxílios solicitados a essa instituição.

Nota-se que a grande maioria dos pedidos não foi atendida, indicando, de um lado, pequeno

Page 67: Medicamentos a partir de plantas medicinais

65

interesse da instituição nessa área e, de outro, que há uma demanda reprimida por estudos em

fitofármacos e produtos naturais.

Quadro 4.13 - Auxílios solicitados à Fundação Banco do Brasil, 1991-1995 Título do Projeto Instituição Período

“Workshop em biotecnologia de plantas” UFAL/D. Química 01/94 a 12/96

“Plantas medicinais brasileiras como fonte de substâncias imunomoduladoras, Antivirais e Antitumorais”

UFRJ/Inst.Ciên. Bio.Dep.Bioquímica

indeferido

“Estudo do ecossistema floresta tropical Atlântica visando ao aproveitamento dos recursos vegetais”

UFSC/Coord. Horto Florestal

indeferido

“Aspectos ecofisiológicos das Cianofíneas brasileiras: avaliação de toxicidade e aproveitamento econômico”

Fud. Bio-Rio

indeferido

“Montagem de laboratório de química farmacêutica da ULBRA”

Univ. Luterana do Brasil ULBRA

arquivado

“Pesquisas botânicas do Herbário Barbosa Rodrigues”

Herbario Barbosa Rodrigues

indeferido

“Obtenção de fármacos anti-maláricos a partir de Artemisia annua”

CPQBA-UNICAMP 06/95 a 04/97

“Extração e obtenção de princípios bioativos de plantas medicinais da localidade de Jaceruba-Reserva Biológica de Tinguá”

Fund.Bio-Rio/Lab. Biotecnologia de Plantas

indeferido

“Controle da qualidade de plantas medicinais exógenas e brasileiras, empregadas no tratamento de infestações: parasitárias e viróticas”

FIOCRUZ/Lab. Química de Produtos Naturais Farmanguinhos

indeferido

“Estudo químico e farmacológico de plantas medicinais do Norte e Nordeste”

UFCE/Dep. Fisiol. Farmac.

indeferido

“Caracterização de substâncias fitoterápicas da Flora Roraimense”

UF Roraima / Dep. Química

indeferido

“Produtos naturais e sintéticos bioativos” UFPB/Lab. Tecnol. Farmacêutica

indeferido

Page 68: Medicamentos a partir de plantas medicinais

66

5. ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVER A PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS A PARTIR DE PLANTAS MEDICINAIS

Partindo dos elementos discutidos nos capítulos anteriores, iremos, inicialmente, apresentar os

principais atores atuantes na P&D e produção de fitomedicamentos e, em seguida, resumir os

principais pontos favoráveis de que o Brasil dispõe para desenvolver essa área, assim como as

dificuldades existentes. Finalmente, apresentaremos uma proposta de estratégia de desenvolvimento

da produção de medicamentos a partir de plantas medicinais que contemple o aproveitamento das

oportunidades indicadas e ao mesmo tempo supere os obstáculos apontados.

5.1 Quem são os atores e como eles interagem

O estudo de plantas medicinais é realizado por fitoquímicos, farmacólogos, bioquímicos, botânicos,

etnológos, médicos e farmacêuticos na ampla área de medicina natural. Aqui, no entanto, vamos nos

ater aos principais grupos de pesquisadores atuando no Brasil. São eles, os fitoquímicos,

pesquisadores da área de química orgânica também denominados químicos de produtos naturais e

que raramente dominam a área farmacológica e os farmacólogos/ biólogos, profissionais originados

de diferentes áreas (médica, farmacêutica e biológica) e que raramente dominam a área química.

É muito raro que um mesmo indivíduo realize, ele mesmo, pesquisas fitoquímicas-

farmacológicas/biológicas necessárias para a descoberta de novos fármacos. Por isso, plantas

medicinais são estudadas do ponto de vista químico por fitoquímicos e do ponto de vista

farmacológico por farmacólogos, estabelecendo uma dicotomia perigosa. Cooperações

interdepartamentais, interinstitucionais e multidisciplinares, embora necessárias, raramente são

realizadas, comprometendo o sucesso do estudo de plantas medicinais

A relação entre fitoquímicos e biólogos

A área química de produtos naturais é ampla, abrangendo os estudos fitoquímicos (estudo da

composição química de plantas) zooquímicos (estudo químico de insetos) e o estudo químico de

organismos marinhos. Devido às dificuldades inerentes à área, os pesquisadores costumam se

restringir a uma área específica. Os grupos de fitoquímica raramente cooperam entre si ou com

grupos de farmacologia visando novos fitofármacos. É muito comum que as publicações na área

farmacológica se refiram a extratos brutos ou apenas ligeiramente purificados (veja p.ex. Anais da

SBFTE, Seção Produtos Naturais). Ou seja, o princípio ativo da planta em questão é raramente

isolado.

Page 69: Medicamentos a partir de plantas medicinais

67

Químicos, por outro lado, raramente estudam a composição química de plantas em mistura (extratos

brutos). O comum é a purificação dos extratos, levando a frações e estas a substâncias puras. No

entanto, é muito comum que o princípio ativo de uma planta medicinal seja uma mistura de

substâncias. A separação de uma amostra em substâncias puras pode levar perder o efeito

farmacológico esperado. Quando a relação existe, os fitoquímicos produzem mais frações e

substâncias puras que o farmacólogo/biólogo pode testar.

Todos estes fatores, além de outros menores, geram tensão na relação química e biologia de modo

que dificilmente as relações progridem. Tampouco fluem as relações entre grupos universitários

para a pesquisa (obrigatoriamente) multidisciplinar na área de medicamentos de plantas medicinais.

Os pontos de vista de acadêmicos de diversas especialidades muitas vezes se confrontam.

Estes grupos, por sua vez, raramente tem cooperação com a área empresarial.

A relação entre universidade e empresas

Um dos maiores problemas detectados a partir dos questionários aplicados é que não há cooperação

entre os grupos acadêmicos da universidade e as empresas (nacionais ou não) para o

desenvolvimento de novos medicamentos. Isto acaba criando um paradoxo: a universidade

desenvolve pesquisas e divulga o conhecimento para a comunidade científica internacional e, como

nossa indústria não possui cultura e visão de desenvolvimento tecnológico, permite que as

industrias transnacionais façam uso deles. No nosso entender só é possível desenvolver

medicamentos em cooperação com empresas que finalmente vao comercializar o produto.

Há uma desconfiança que permeia as relações entre acadêmicos e empresas, de ambos os lados. O

empresário teme colocar recursos nas mãos dos cientistas acreditando que a relação custo/benefício

seja muito alta, além de exigir sigilo com relação ao projeto. Por outro lado, os cientistas a) não

apreciam trabalhar sob o cronograma apertado dos empresários, b) dificilmente aceitam

interferências em seu trabalho, c) não estão mobilizados para os trabalhos que visam produtos (vide

Tabela - Recursos do Estado FNDCT/CNPq/FAPESP), d) não aceitam produzir trabalhos que

tenham alguma restrição à publicação. Deste modo, as relações entre empresas-universidades,

dificilmente fluem. Os recursos para as pesquisas vem massivamente do Estado e só muito

raramente de empresas (vide Quadro 7).

Page 70: Medicamentos a partir de plantas medicinais

68

5.2 Vantagens e obstáculos para o desenvolvimento da área de produtos naturais

As vantagens detectadas são a flora, o conhecimento popular, o conhecimento científico, a

disponibilidade de tecnologia, o interesse da área empresarial e o volume de recursos aplicados nos

últimos dez anos. Em seguida, detalharemos cada um destes pontos.

1. Entre os elementos favoráveis ao desenvolvimento de medicamentos a partir de produtos naturais

de que o Brasil dispõe está a riqueza de sua biodiversidade, particularmente concentrada na Mata

Atlântica e na Amazônia12.

A região amazônica cobre 5 milhões de km2, com 33.000 espécies de plantas superiores, sendo pelo

menos 10.000 destas medicinais, aromáticas e úteis (Brown, 1992, Mors, 1966; Di Stasi, 1989;

Brito, 1993; Barata, 1994; Gottlieb, 1980), 300 espécies de frutas comestíveis (Cavalcante, 1988)

além de uma enorme fauna marinha, insetívora e animal, muitos dos quais usados na

etnofarmacologia, mas sem qualquer registro atual. Portanto, é maior o nú mero de plantas

medicinais/úteis nessa região que na India e China13. Mesmo as plantas tóxicas existentes na região

(Da Silva, 1979) poderão se tornar importantes templates para a descoberta de novos produtos

terapêuticos. Além dos estudos com plantas medicinais, os estudos de venenos e toxinas de origem

animal abrem um novo horizonte para a compreensão de fenômenos moleculares complexos em

nível celular. (CALIXTO. DOC.)

Estes números justificam a opção de concentrar os estudos de plantas medicinais na região

amazônica, onde será muito maior a probabilidade de se encontrar produtos exploráveis de modo

sustentável. É aí também que as empresas farmacêuticas multinacionais concentram seus esforços

(APP, 1992; BUSW, 1992; Science, 1990). O Quadro 5.1 mostra algumas empresas nacionais ou

estrangeiras que transformam produtos naturais da Amazônia em produtos finais com alto valor

agregado (Scrip, 1992 e 1993).

12 A maior diversidade biológica do país se encontra na mata atlântica, da qual, lamentavelmente, não restam mais do

que 12%. Na Amazônia, restam ainda 90% de área florestal (Brown, 1991, 1992).

13 India e China, países tradicionais nesta área, contam com 5.000 e 2.500 espécies medicinais respectivamente.

Page 71: Medicamentos a partir de plantas medicinais

69

Quadro 5.1 - Empresas que transformam produtos naturais da Amazônia. Empresa Área Produtos comercializadas

Hutton Molecular (Inglaterra)

Medicamentos Fitofármacos, agroquímicos e veterinários

PHYTOpharmaceuticals (EUA)

Medicamentos Fitofármacos

Shaman Pharmaceuticals (EUA)

Medicamentos Fitofármacos

Xenova (Inglaterra) Medicamentos Fitofármacos The Body Shop (Inglaterra)

Cosméticos Óleo de castanha do Pará, óleo de Andiroba, etc

Rainforest Crunch (USA)

Alimentos Amendoas, Castanha do Pará

Natura (São Paulo)

Cosméticos Óleo Andiroba

Boticário (Curitiba)

Cosméticos Diferentes produtos em P&D

Nutrimental (Curitiba)

Alimentos Amendoas, Castanha do Pará

Irda (Amapá)

Matérias-primas para cosméticos e medicamentos

Óleos Vegetais

Brasmazon (Amapá)

Matérias-primas para cosméticos e medicamentos

Diferentes Produtos

Centroflora (São Paulo) Medicamentos Matérias-primas para fitoterápicos e cosméticos

Sanrisil (São Paulo) Medicamentos Matérias-primas para fitoterápicos e cosméticos

Por outro lado, um grande obstáculo ao aproveitamento do potencial associado à biodiversidade

brasileira está na destruição do meio-ambiente em ritmo acelerado, o equivalente a 10.000 Km2 por

ano (dados do INPE, 1995). Nichos ecológicos desaparecem como em Rondônia (80% da floresta

destruída) e rios são contaminados com mercúrio, como o Tapajós.

Desde o descobrimento, em 1500, plantas que adquirem valor econômico tendem a ser predadas até

seu esgotamento. Isto já aconteceu com o Pau-Brasil, e atualmente com o Sassafras (Ocotea

pretiosa), Pau-Rosa (Aniba rosaeodora), Jaborandi (Pilocarpus jaborandi), Pfaffia (Pfaffia

paniculatta) e muit as outras plantas selvagens comercializadas.

2. Outro fator que favorece a área de produtos naturais é o conhecimento etnobotânico e

etnofarmacológico da população brasileira, a miscigenação tendo sido um fator primordial para este

conhecimento. Negros e europeus trouxeram para o Brasil o seu conhecimento sobre o uso de

plantas que se somou ao dos índios. A difusão desse conhecimento no seio da população facilita a

aceitação popular de fitoterápicos e a aderência terapêutica.

Entretanto, é um sério problema a perda corrente do conhecimento etnomédico e do manejo das

plantas do ambiente devido, em grande medida, às migrações internas e ao desaparecimento físico

de indígenas que no descobrimento eram 2 milhões e hoje são apenas 250 mil. O conhecimento dos

Page 72: Medicamentos a partir de plantas medicinais

70

mais jovens sobre plantas medicinais/ úteis está definhando como consequência da aculturação

desses povos. Desse modo, é preciso resgatar essas informações etnofarmacológicas e

etnobotânicas, inventariando-as em banco de dados que permitam seu acesso por cientistas e

empresas.

3. A simplicidade da tecnologia usada para extração de plantas medicinais constitui uma vantagem

adicional para explorar os recursos vegetais. Existem centenas de pequenos fabricantes, a maior

parte dos quais sequer registrada no Ministério da Saúde, cujos produtos são colocados a venda em

praças públicas, feiras e outros pontos. Até mesmo repartições públicas se ocupam dessas

atividades. Esta prática se ampliou enormemente nos últimos anos devido ao Programa “Plantas

medicinais no serviço público”, que recomenda o cultivo e produção de fitoterápicos por parte de

diversos organismos (prefeituras, ONGs, associações de bairro).

Por outro lado, a fabricação realizada muitas vezes em condições precárias e à margem da

Vigilância Sanitária pode representar um risco adicional pela falta de controle da qualidade dos

produtos distribuídos ou vendidos por essas organizações.

4. O patamar de desenvolvimento tecnológico-industrial alcançado pelas empresas farmacêuticas no

Brasil, embora deficiente, não é nulo e permite considerar pelo menos a possibilidade de que elas

reajam de modo positivo e passem a fazer desenvolvimento a partir de produtos naturais em ritmo

mais intenso do que o verificado até o presente.

5. A capacitação científica nacional, apresentada no capítulo 3, atingiu um nível de excelência

razoável, tornando mais factível a exploração dos conhecimentos originados da biodiversidade e da

etnofarmacologia. Os estudos já realizados no país sobre plantas medicinais, conforme visto no item

3.3, constituem um acervo de conhecimento significativo que deve ser explorado para o

desenvolvimento de uma tecnologia própria.

6. Os estudos já realizados no país sobre plantas medicinais, conforme visto no capítulo 4,

constituem um acervo de conhecimento significativo que deve ser explorado para o

desenvolvimento de uma tecnologia própria.

7. Financiamento: O PADCT III que vai vigorar de 1997-2000 deverá privilegiar projetos

tecnológicos, multidisciplinares de aplicação da ciência, permitindo realizar consórcios entre a

academia e empresas.

Page 73: Medicamentos a partir de plantas medicinais

71

5.3 Proposta para uma estratégia para desenvolver a produção de medicamentos a partir de plantas medicinais

A seção acima mostrou o potencial e as dificuldades existentes no uso de plantas medicinais para a

produção de medicamentos, cosméticos, agroquímicos e intermediários químicos. Nesta seção

vamos propor uma estratégia voltada para o aproveitamento das potencialidades e superação das

dificuldades apontadas.

Propomos a formação de Laboratórios Integrados para Desenvolvimento de Fármacos (LIDF)

coordenados por um Núcleo Estratégico de Desenvolvimento de Fármacos. Este Núcleo teria as

seguintes responsabilidades:

- traça a política e define as estratégias para o setor

- faz diagnóstico da área

- estabelece objetivos e metas no tempo

- estrutura um banco de dados com informações da área

- constitui um corpo de assessores jurídicos encarregados do patenteamento e relacionamento

entre as partes contratantes

- coordena as relações academia / setor produtivo

- analisa projetos da comunidade e encontra os parceiros: cientistas e empresários

- estabelece um CA no CNPq específico para P&D de medicamentos

- ajuda a captar os financiamentos necessários

- qualifica as propostas e confere um “selo verde” que habilita o projeto à parceria e

financiamento

- acompanha e avalia as várias fases dos projetos

Este Núcleo, de caráter executivo, teria seu corpo constituído a partir de um Comitê independente

do qual participariam as comunidades científica (representantes das sociedades científicas e

cientistas independentes com forte tradição em P&D), empresarial (associações patronais e

empresários de destaque na área) e governamental (representantes das agências de financiamento,

CNPq, FINEP, FAPESP...)

Os LIDF estariam estrategicamente associados em um projeto de desenvolvimento de um

processo ou produto específico (ou conjunto de produtos terapeuticamente similares). Seriam

Page 74: Medicamentos a partir de plantas medicinais

72

constituídos de laboratórios pré-existentes, com competência já demonstrada em P&D e que

ganhariam atribuições estabelecidas pelo Núcleo a partir de editais de chamadas específicos para o

desenvolvimento de tecnologia para fármacos.

Essa proposta é abrangente e não se restringe apenas aos fitofármacos. Todavia, pensamos que as

vantagens apontadas acima sugerem que as oportunidades são maiores dentro dessa área. Portanto,

seria um bom ponto de partida para implementar a estratégia.

Como virtudes desta proposta deverá ocorrer:

1) progressivo aumento da interação universidade-indústria, estabelecendo mecanismos de

comunicação entre os parceiros de projetos de descoberta de novos fármacos.

2) abordagens multidisciplinares dos estudos químicos e biológicos.

3) aumento do número de patentes obtidas pelas universidades e institutos de pesquisa

4) estabelecimento de projetos conjuntos estimulará o fortalecimento de cooperação internacional

Complementarmente, medidas como as descritas abaixo deverão ser tomadas:

Com relação à flora

- Criar um mecanismo de proteção no qual plantas e organismos originados da biodiversidade

brasileira serão registrados pelo governo para efeito de estudos, pesquisa e desenvolvimento.

Neste contexto poderão ser coletadas e trabalhadas por instituições de pesquisas ou empresas de

qualquer nacionalidade, que, em caso de exploração comercial futura de patentes descobertas,

deverão pagar royalties em benefício de uma Fundação Nacional da Biodiversidade,

possivelmente nos moldes do projeto da Merck Sharp & Dohme (USA) com o governo da Costa

Rica, que deveria ser estudado para verificar o quanto se aplica ao Brasil (B&DM, 1991).

- Conferir aos produtos originados da biodiversidade brasileira um “selo verde” como garantia de

qualidade e indicação de produto original e natural. Um comitê analisaria a qualidade dos

produtos/produtores como condição para outorgar o selo.

- o cultivo de culturas anuais/ perenes de plantas medicinais/ úteis nas áreas desmatadas do país

(500.000 km2).

Page 75: Medicamentos a partir de plantas medicinais

73

Com relação ao gerenciamento de informações

- Inventariar, catalogar e organizar as informações antropológicas, etnológicas, ecológicas e

taxonômicas já existentes em um banco de dados (Brasilert), tornando-as acessíveis à

comunidade acadêmica e empresarial.

- Realizar estudos do tipo “Quem é quem” e “Onde e quanto custa” para projetos químicos e

biológicos de produtos naturais, cujos resultados também devem constituir um banco de dados;

a partir desses estudos poder-se-á identificar as competências acadêmicas (universidades,

institutos de pequisa) para desenvolvimento de projetos científicos/tecnológicos em

medicamentos, cosméticos e agroquímicos.

Com relação à formação de competências

- Estabelecer centros de referência de estudos em produtos naturais para a indústria de

medicamentos, cosméticos e agroquímicos e intermediários químicos. Estes centros deverão

contribuir para:

a) padronizar mecanismos de controle de qualidade de plantas medicinais comercializadas e

fitoterápicos consumidos pela população;

b) desenvolver estudos toxicológicos de produtos naturais;

c) desenvolver um sistema de avaliação (screening) e de ensaios farmacológicos de produtos

naturais14

, cuja estratégia geral está explicitada na Figura 5.2 (McChesney, 1993).

- Facilitar a permanência de pessoal de empresas (técnicos e estagiários) nos laboratórios das

universidades e institutos de pesquisas governamentais para o desenvolvimento de técnicas,

controle de qualidade e produtos.

- Treinamento de pessoal em instituições relacionadas com screening/ fitoquímica de plantas

medicinais/úteis (Universidade de Illinois, Pharmazeutische Institute Münich, prof. Wagner,

H.).

14 Caso a estratégia privilegie o mercado internacional, os estudos deverão abarcar as seguintes áreas: câncer,

mutagênesis, HIV, hepatite, cardiovascular, antifungos, doenças imuno-supressoras, doenças dermatológicas, diabetes,

alergias e mal de Alzheimer, especialidades que as empresas multinacionais farmacêuticas têm priorizado (ABNI, 1991)

e analgésicos.( vide anexo .........)

Page 76: Medicamentos a partir de plantas medicinais

74

- Criar condições nos sistemas de PG do Brasil de realizar teses com caráter multidisciplinar na

área de medicamentos de plantas, que poderão ter caráter sigiloso por certo número de anos para

impedir cópias de processos e pesquisas (garantir patenteamento)

Com relação a financiamento

- Suprir as diferentes carências apontadas no item "dificuldades 3.3.2" isto é, financiar através de

programas de editais, como o PADCT, projetos multidisciplinares e específicos para o

descobrimento e P&D de drogas apenas quando houver empresas interessadas nos resultados

das pesquisas.

- Provocar a parceria da Universidade - Empresas através de financiamentos ligados a editais

específicos para a P&D de drogas.Criar uma política de fortalecimento da indústria nacional de

fitoterápicos para aproveitar a competência no fabrico de medicamentos Este incentivo seria

dado estimulando o estudo da eficácia clínica dos produtos já existentes no mercado (

portaria.....) e assim como de processos controle de qualidade.

- Gerar na universidade condições desburocratizadas para pesquisadores estabelecerem relações

formais com empresas permitindo uma flexibilização oficial do RDIDP e possibilidade de

ganhos financeiros ou royalties de processos ou produtos desenvolvidos em colaboração.

Page 77: Medicamentos a partir de plantas medicinais

75

6. BIBLIOGRAFIA

ABNI (1991), Agr. Biotech. News Inf . 3, (1) 13

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BARATA, L. E. S.; DI STASI, LUIZ CLÁUDIO; TAMASHIRO, JORGE e MARQUES,

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Page 82: Medicamentos a partir de plantas medicinais

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ANEXO 1 - BANCO DE DADOS BIBLIOGRÁFICOS

O banco de dados “Produtos naturais.mdb”

A pesquisa bibliográfica que subsidiou a elaboração deste trabalho constitui levantamento de um

conjunto amplo de dados quantitativos e qualitativos, que abrangem material bibliográfico impresso

e bases de dados informatizadas de fontes raramente consultadas por químicos de produtos naturais

ou por biólogos. O material impresso inclui revistas especializadas (Scrip, Biofutur etc), revistas de

espectro mais amplo contendo matérias de interesse da pesquisa (Business Week, Science etc),

outras publicações especializadas (IMS) e artigos de jornal (Gazeta Mercantil, sobretudo). As bases

de dados consultadas pertencem ao DIALOG.

As informações foram organizadas em um banco de dados bibliográficos, confeccionado através do

software Microsoft Access e é apresentado em disquete que acompanha este relatório. Assim, este

banco de dados, que recebeu o nome de “Produtos naturais.mdb”, é uma coleção de dados

bibliográficos referentes à temática de medicamentos de origem vegetal.

A vantagem do emprego do banco de dados é permitir consultas orientadas de acordo com as

necessidades do usuário. A estrutura do banco de dados, apresentada a seguir, permite o acesso por

assunto ou por autor.

A estrutura do banco de dados

O banco de dados bibliográficos contém duzentas referências, armazenadas em forma de uma tabela

(table) que organiza e apresenta os dados segundo oito “campos”: índice, autor, título, referência,

ano, tipo, localização e assunto (nesta ordem).

O índice (“ID”) é o primeiro campo e tem a função de contador, ou seja, é o número que indica a

ordem segundo a qual a referência foi introduzida no banco de dados.

O campo “autor” apresenta o nome autor do documento bibliográfico ou, como na maioria dos

casos, o nome do periódico de onde o documento foi extraído.

O campo “título” corresponde, ao título do documento.

O campo “referência” traz a referência bibliográfica completa do documento, exceto título.

Exemplo: Chemical Business Newsbase,Pharma Japan (CBNB,PHRMJ) - April 5, 1992.

Page 83: Medicamentos a partir de plantas medicinais

81

O “ano” indica o ano da publicação do documento, enquanto que o campo “tipo” indica se o

documento é artigo, livro, brief article, book review, report, editorial, etc.

A “localização” indica onde está o documento e o “assunto” apresenta algumas “palavras-chaves”

que dão uma idéia do conteúdo do documento, como ownership changes, R&D agreements,

corporate strategy, regulation, ou ainda refere-se aos países e/ou firmas envolvidos/tratados pelo

documento.

Page 84: Medicamentos a partir de plantas medicinais

82

ANEXO 2 - QUESTIONÁRIOS

Este anexo apresenta os questionários utilizados para a obtenção de dados, sobretudo qualitativos,

utilizados no trabalho. A idéia foi obter, através de questionários bastante sintéticos e objetivos, um

conjunto básico de informações e uma orientação para as entrevistas, realizadas em um segundo

momento.

Foram utilizados três questionários distintos, dirigidos a cientistas, empresas e instituições atuantes

na área de produtos naturais no Brasil. Os questionários são apresentados nesta ordem:

1. questionário cientistas;

2. questionário empresas;

3. questionário instituições governamentais.

Page 85: Medicamentos a partir de plantas medicinais

83

1. QUESTIONÁRIO CIENTISTAS

Informações Gerais:

1) Identificação do respondente:

Nome:

Cargo:

Endereço:

E-mail:

Telefone:

Fax:

2) Equipe atual:

Nome Qualificação Ano de ingresso

3) Projetos na área de produtos naturais:

Título Fonte de financiamento Valor (US$)

Questionário (responder um para cada projeto):

1) Título do projeto:

2) Objetivo do projeto:

3) Período de vigência:

Page 86: Medicamentos a partir de plantas medicinais

84

4) Participantes do projeto:

Qualificação Número Antropólogos

Botânicos Farmacólogos

Biólogos Médicos

Fitoquímicos Químicos

Economistas Outros (especificar)

5) Trabalhos científicos produzidos a partir do projeto:

Tipo Número Papers nacionais

Papers internacionais Teses

Relatórios Outros (especificar)

6) O projeto gerou patentes? Quais? Onde estão depositadas?

7) O projeto contribui para a consolidação da equipe de pesquisa? Novos membros foram

incorporados a partir dele?

8) O projeto envolvia alguma parceria com empresas? Em caso afirmativo:

a) a empresa contribuiu para o financiamento do projeto

Totalmente Parcialmente Não contribuiu

b) como avalia a participação empresarial no projeto

Positiva Negativa Neutra

Page 87: Medicamentos a partir de plantas medicinais

85

c) teve algum tipo de dificuldade com a participação da empresa no projeto

Nunca Sempre Às vezes

9) Órgãos do governo ligados à área de saúde acompanharam ou participaram do projeto? Quais?

10) Algum produto farmacêutico foi gerado no âmbito do projeto? Descreva.

11) O conhecimento gerado foi útil para o desenvolvimento de tecnologia para outros produtos

farmacêuticos? Comente.

12) O financiamento foi importante para o desenvolvimento do laboratório? Por que?

13) A equipe montada à época do projeto ainda poderia ser reunida se necessário?

Page 88: Medicamentos a partir de plantas medicinais

86

2. QUESTIONÁRIO EMPRESAS

Informações Gerais:

1) Identificação do respondente:

Nome:

Cargo:

Endereço:

E-mail:

Telefone:

Fax:

2) Dados gerais da empresa:

Origem do capital:

Faturamento em 1994 (US$):

Nº de empregados em 1994:

Principais produtos (por ordem de importância):

Principais mercados em que atua (classes terapêuticas):

Page 89: Medicamentos a partir de plantas medicinais

87

Questões:

1) Distribuição das vendas (1994):

Produtos %

sintéticos

naturais puros

naturais associados

2) Evolução da participação dos produtos naturais (puros e associados):

Ano % das vendas

1990

1991

1992

1993

1994

3) Qual a expectativa de participação nas vendas dos produtos naturais nos próximos cinco anos?

4) Origem das matérias-primas para fabricação de produtos naturais:

%

Brasil

Exterior

Page 90: Medicamentos a partir de plantas medicinais

88

5) Grau de purificação das matérias-primas adquiridas para fabricação de produtos naturais:

Produtos Matéria-prima bruta Semi-purificada Pura

A:

B:

C:

D:

E:

6) Quais os principais concorrentes da empresa na área de produtos naturais?

7) A empresa faz P&D? Como está estruturada a área de P&D (posição funcional, pessoal ocupado,

qualificações, orçamento anual)

8) Quais atividades de P&D têm relação com produtos naturais? Explicar (escopo, objetivos e

resultados já alcançados).

9) A empresa tem acordos de cooperação com outras instituições (universidades, institutos de

pesquisa) para desenvolvimento de pesquisas relacionadas com produtos naturais? Explicar

(escopo, objetivos e resultados já alcançados).

10) Como avalia a cooperação com outras instituições:

Positiva Negativa Neutra

11) Quais as outras fontes de tecnologia a que a empresa recorre (licenciamento, acordos de

assistência técnica, etc)? Separar produtos naturais do restante.

Page 91: Medicamentos a partir de plantas medicinais

89

Questões para o principal dirigente da empresa:

12) Como vê o desenvolvimento internacional da área de produtos naturais?

13) Como analisa o potencial da área no Brasil?

14) O que falta para o aproveitamento desse potencial?

15) Como avalia a política governamental existente para a área de produtos naturais?

16) Que medidas deveriam ser tomadas, no seu entender, para melhor direcionar essa política?

17) Que medidas de política em outros âmbitos seriam necessárias para desenvolver a área de

produtos naturais:

a) política de comércio exterior:

b) políticas monetária e fiscal:

c) política de saúde:

d) políticas especiais de fomento:

Page 92: Medicamentos a partir de plantas medicinais

90

3. QUESTIONÁRIO INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

Nome da instituição_________________________________________________

__________________________________________________________________

Entrevistado _______________________________________________________

Função ___________________________________________________________

Formação _________________________________________________________

Data ____/___/____

Principal atividade da instituição

_______________________________________________________________

Quais atividades desenvolve na área de Produtos Naturais

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

_______________

Qual é o número de funcionários e sua qualificação?

Nº total_____________________________________________________________

___________________________________________________________________

Atuando com Produtos Naturais_________________________________________

___________________________________________________________________

Há quantos anos tem atividades relacionadas a Produtos Naturais?

_________________________________________________________________

Page 93: Medicamentos a partir de plantas medicinais

91

Houve descontinuidades que levaram à paralisação das atividades nessa área? Quando e por

que?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Que recursos a instituição tem alocado para atividades com Produtos Naturais nos últimos 5

anos?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

No caso da instituição apoiar projetos de desenvolvimento de Produtos Naturais para a

comercialização, quais os principais critérios para o apoio?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

____________________

Há avaliação de mercado e de parceiros para comercialização dos produtos e processos a

serem apoiados? Como isto é feito?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

___________________________________

A instituição atende prioritariamente a equipes de universidades e instituições públicas de

pesquisa ou a empresas? Ou ainda a projetos conjuntos entre setor público e setor privado?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

___________________________________

Page 94: Medicamentos a partir de plantas medicinais

92

Existe uma política deliberada por parte da instituição para estimular os acordos de

cooperação entre as empre sas e entre estas e os institutos públicos de pesquisa?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

___________________________________

Como se dá a participação de parceiros estrangeiros nas atividades da instituição voltadas a

Produtos Naturais?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

___________________________________

Há exemplos de produtos hoje em comercialização que tenham sido desenvolvidos a partir das

atividades da instituição?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

___________________________________

Como a instituição atua em relação à propriedade intelectual?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

___________________________________

Há patentes saídas de projetos ou progrmas apoiados pela instituição? Quais?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Há uma política explícita para Produtos Naturais no país? Qual?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

___________________________________

Page 95: Medicamentos a partir de plantas medicinais

93

Quais deveriam ser, do seu ponto de vista, as prioridades de uma política nacional para

Produtos Naturais?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Quais os principais programas envolvendo Produtos Naturais conduzidos pela instituição?

-Título do programa/projeto

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

-Instituições envolvidas

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

-Período de realização

_________________________________________________________________

-Recursos envolvidos

_________________________________________________________________

-Principais resultados

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Page 96: Medicamentos a partir de plantas medicinais

94

ANEXO 3 - VENDAS EM FARMÁCIA DE PRODUTOS NATURAIS

Este anexo é formado por duas tabelas, cada uma das quais é apresentada em cinco páginas. A primeira delas apresenta dados de vendas em farmácia de medicamentos com origem em produtos vegetais ordenados segundo o faturamento total do laboratório. A segunda apresenta os mesmos dados ordenados segundo o percentual de vendas de medicamentos com origem em produtos vegetais em relação ao faturamento total do laboratório.

MERCADO DE MEDICAMEN TOS COM ORIGEM EM PRODUTOS VEGETAIS - 1994 POR FATURAMENTO TOTAL DO LABORATÓRIO

(1/5) LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB

BRISTOL MEYER SQUIBB

3.104 1,23 371 0,15 2.159 0,85 2.530 1,00 252.847

ACHE 10.196 4,29 0 0,00 881 0,37 881 0,37 237.700 BIOGALENICA 772 0,35 0 0,00 3.424 1,55 3.424 1,55 220.445 ROCHE 446 0,22 0 0,00 1.373 0,69 1.373 0,69 198.229 WYETH 1.266 0,82 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153.832 MERRELL/LEPETIT 4.921 3,71 5.050 3,81 0 0,00 5.050 3,81 132.672 BOEHRINGER ANGELI 20.580 15,56 0 0,00 3.195 2,42 3.195 2,42 132.284 PRODOME 3.055 2,38 0 0,00 0 0,00 0 0,00 128.261 LILLY 0 0,00 0 0,00 1.191 1,05 1.191 1,05 113.575 SCHERING PLOUGH 1.594 1,51 226 0,21 576 0,55 802 0,76 105.493 SANOFI WINTHROP 4.364 4,25 1.120 1,09 1.005 0,98 2.125 2,07 102.669 BYK QUIMICA E FARM 18.454 18,08 9.259 9,07 11.873 11,63 21.132 20,70 102.076 RHODIA 1.575 1,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 101.174 SANDOZ 3.837 3,86 0 0,00 14.671 14,77 14.671 14,77 99.358 HOECHST 85 0,09 0 0,00 0 0,00 0 0,00 94.648 MERCK SHARP DOHME 1.471 1,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 88.483 BIOLAB/SEARLE 1.235 1,42 15.729 18,05 3.841 4,41 19.570 22,46 87.123 WELLCOME ZENECA 0 0,00 0 0,00 11.137 13,50 11.137 13,50 82.475 KNOLL 916 1,14 8.391 10,40 9.470 11,74 17.861 22,14 80.673 ASTA MEDICA 0 0,00 5.766 7,59 277 0,36 6.043 7,95 75.986 MERCK S.A. 666 0,91 1.210 1,66 11.560 15,84 12.770 17,49 72.999 CILAG FARM.LTDA 4.799 6,60 0 0,00 0 0,00 0 0,00 72.709 ORGANON 5.699 8,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 67.697 ABBOTT 4.195 6,38 1.196 1,82 534 0,81 1.730 2,63 65.777 FARMASA 1.525 2,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 57.414 SARSA 1.342 2,44 0 0,00 1.449 2,64 1.449 2,64 54.899 WHITEHALL 8.065 15,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 53.150 ALCON 0 0,00 724 1,47 1.068 2,17 1.792 3,64 49.180 IQC HOSBON 2.415 5,12 184 0,39 3 0,01 187 0,40 47.161 EMS 1.338 3,40 187 0,48 9 0,02 196 0,50 39.352 SINTOFARMA 4.449 11,84 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37.590 FRUMTOST 5.541 15,59 0 0,00 4.011 11,28 4.011 11,28 35.549

continua

Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

Page 97: Medicamentos a partir de plantas medicinais

95

continuação (2/5)

LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB BIOSINTETICA 3.309 9,40 0 0,00 1.253 3,56 1.253 3,56 35.188 STIEFEL 665 1,98 3.538 10,55 3.036 9,05 6.574 19,60 33.544 LIBBS 47 0,15 0 0,00 0 0,00 0 0,00 32.199 NEWLAB 16.267 54,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 29.991 FARMALAB I.Q.F. 233 0,97 217 0,90 0 0,00 217 0,90 24.054 ZAMBON 19 0,08 1 0,00 13 0,06 14 0,06 22.839 VIRTUS 3.225 15,30 2.056 9,75 1.480 7,02 3.536 16,77 21.083 DORSAY 8.984 43,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20.497 UPJOHN 470 2,37 0 0,00 772 3,90 772 3,90 19.798 MARJAN 0 0,00 3.017 15,75 0 0,00 3.017 15,75 19.155 EUROFARMA 4.059 24,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 16.458 ALLERGAN-LOK 2.313 14,08 0 0,00 2.695 16,41 2.695 16,41 16.425 BALDACCI 0 0,00 0 0,00 3.353 20,50 3.353 20,50 16.355 MILLET-ROUX 1.091 6,81 5.121 31,97 4.265 26,63 9.386 58,60 16.018 UNIAO QUIMICA F.N 393 2,61 4 0,03 34 0,23 38 0,25 15.084 SYNTHELABO 2.199 14,97 0 0,00 0 0,00 0 0,00 14.689 DARROW 282 2,27 0 0,00 962 7,74 962 7,74 12.430 LEGRAND 2.475 21,38 0 0,00 207 1,79 207 1,79 11.575 CATARINENSE 2.620 24,14 1.024 9,43 2.315 21,33 3.339 30,76 10.854 NOVAQUIMICA 1.120 10,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 10.832 ENILA 699 6,83 0 0,00 2.040 19,92 2.040 19,92 10.239 HEBRON 930 9,11 145 1,42 3.823 37,45 3.968 38,87 10.209 LUITPOLD 802 8,20 2.160 22,09 226 2,31 2.386 24,40 9.778 LUPER 1.402 14,58 166 1,73 0 0,00 166 1,73 9.616 BARRENNE 0 0,00 7.379 88,15 992 11,85 8.371 100,00 8.371 NIKKHO 801 11,39 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7.034 CANONNE 0 0,00 5.687 100,00 0 0,00 5.687 100,00 5.687 GROSS 1.431 25,69 970 17,41 10 0,18 980 17,59 5.571 UCI-FARMA 101 1,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.519 HERTZ 147 2,67 94 1,71 311 5,66 405 7,37 5.498 JOHNSON+JOHNSON 3.606 71,63 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.034 INFABRA 30 0,62 2.863 59,37 870 18,04 3.733 77,42 4.822 Q.I.F. 1.634 34,10 134 2,80 0 0,00 134 2,80 4.792 SANVAL 148 3,52 74 1,76 58 1,38 132 3,14 4.204 INST. TEUTO BRASILEIRO

0 0,00 3 0,07 44 1,08 47 1,15 4.084

FARMOQUIMICA 828 20,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 4.028 CLIMAX 1.468 41,29 0 0,00 0 0,00 0 0,00 3.555 ARISTON 248 7,05 8 0,23 454 12,90 462 13,13 3.520 FONTOVIT 0 0,00 0 0,00 2.229 67,81 2.229 67,81 3.287 DAUDT OLIVEIRA 1.958 61,32 438 13,72 0 0,00 438 13,72 3.193 ZURITA 1.132 35,69 312 9,84 0 0,00 312 9,84 3.172 BUNKER 0 0,00 25 0,79 0 0,00 25 0,79 3.145 SANUS 0 0,00 0 0,00 16 0,55 16 0,55 2.891 HERALD'S 157 5,83 60 2,23 644 23,93 704 26,16 2.691

continua

Page 98: Medicamentos a partir de plantas medicinais

96

Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (3/5)

Page 99: Medicamentos a partir de plantas medicinais

97

LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB OSORIO MORAES 0 0,00 55 2,17 1.898 74,75 1.953 76,92 2.539 GILTON 39 1,55 1.185 47,15 275 10,94 1.460 58,10 2.513 GRANADO 38 1,54 0 0,00 46 1,86 46 1,86 2.473 CIBRAN FARMA LDT 5 0,21 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.436 C.I.F. 280 12,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.208 VITACOS-PRARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.899 FRESENIUS 0 0,00 0 0,00 9 0,49 9 0,49 1.821 INST. BIOCHIMICO 3 0,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.813 PRIMA 1.319 73,98 4 0,22 0 0,00 4 0,22 1.783 HERUS 752 45,27 2 0,12 0 0,00 2 0,12 1.661 DANSK-FLAMA 0 0,00 0 0,00 20 1,22 20 1,22 1.639 NEOVITA 1.224 85,96 4 0,28 0 0,00 4 0,28 1.424 NATURIN 220 15,57 124 8,78 238 16,84 362 25,62 1.413 AUAD 1.396 99,93 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.397 HENFER 1.377 99,57 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.383 PROFARMIG 0 0,00 835 61,90 0 0,00 835 61,90 1.349 DE MAYO 666 51,59 87 6,74 0 0,00 87 6,74 1.291 LAB N INDICADO 0 0,00 575 46,45 70 5,65 645 52,10 1.238 HONORTERAPICA 0 0,00 0 0,00 6 0,51 6 0,51 1.173 SIBRAS 0 0,00 606 53,58 0 0,00 606 53,58 1.131 BETA ATALAIA 0 0,00 541 48,35 562 50,22 1.103 98,57 1.119 HALLER 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.116 FARMION 0 0,00 229 24,70 0 0,00 229 24,70 927 J.P. 0 0,00 0 0,00 88 9,77 88 9,77 901 BERGAMO 375 43,40 0 0,00 0 0,00 0 0,00 864 DELTA 4 0,47 0 0,00 0 0,00 0 0,00 847 QUIMICA E BIOLOGIA 1 0,13 0 0,00 0 0,00 0 0,00 784 GUNTHER 651 86,45 0 0,00 0 0,00 0 0,00 753 EVERSIL 148 19,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 751 MILLER 32 4,60 167 24,03 415 59,71 582 83,74 695 GEYER 0 0,00 0 0,00 8 1,16 8 1,16 691 SANITAS 0 0,00 190 29,73 444 69,48 634 99,22 639 BARUEL 0 0,00 226 35,87 0 0,00 226 35,87 630 BASA 0 0,00 0 0,00 65 10,33 65 10,33 629 REGIUS 77 12,69 1 0,16 0 0,00 1 0,16 607 DUCTO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 604 MADREVITA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 567 PHARMACIA 0 0,00 0 0,00 159 31,67 159 31,67 502 SEDABEL 70 14,49 0 0,00 8 1,66 8 1,66 483 HANEMAN.VERITAS 14 3,44 0 0,00 0 0,00 0 0,00 407 FLORA DA ÍNDIA 0 0,00 129 32,25 271 67,75 400 100,00 400 ELOFAR 1 0,26 0 0,00 0 0,00 0 0,00 382 MEDQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 374

continua

Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

Page 100: Medicamentos a partir de plantas medicinais

98

continuação (4/5)

LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB LAB.N.I.PR.QUIM 0 0,00 0 0,00 10 2,69 10 2,69 372 FARMAVY 95 25,82 192 52,17 0 0,00 192 52,17 368 FARMAERVAS 0 0,00 340 100,00 0 0,00 340 100,00 340 LIFAR 0 0,00 143 46,13 11 3,55 154 49,68 310 KLEIN 0 0,00 35 11,48 0 0,00 35 11,48 305 DERMOPEN 43 14,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 302 LOPROFAR 71 24,74 47 16,38 0 0,00 47 16,38 287 NYTRAFARM 3 1,08 0 0,00 0 0,00 0 0,00 278 BRASTERAPICA 20 7,22 24 8,66 0 0,00 24 8,66 277 BREVES 238 86,23 0 0,00 0 0,00 0 0,00 276 CAZI 0 0,00 69 25,37 0 0,00 69 25,37 272 CRISTALIA 0 0,00 0 0,00 226 85,93 226 85,93 263 PETROFARMA 0 0,00 0 0,00 263 100,00 263 100,00 263 LABORSIL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 244 SANIFER 0 0,00 0 0,00 64 31,37 64 31,37 204 BRASILEIRO DE BIOLOGIA

66 32,51 0 0,00 0 0,00 0 0,00 203

ARAUJO PENA 0 0,00 0 0,00 200 100,00 200 100,00 200 MESQUITA 0 0,00 2 1,02 0 0,00 2 1,02 196 KINDER 30 15,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 191 PERNAMBUCO 0 0,00 0 0,00 48 25,40 48 25,40 189 DINIZ BRANDÃO 0 0,00 92 57,50 0 0,00 92 57,50 160 DINAFARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 156 MARTEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153 I.M.A. 108 72,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 150 ODONTUS 13 8,90 0 0,00 0 0,00 0 0,00 146 NECKERMAN 0 0,00 132 91,03 0 0,00 132 91,03 145 ODONTOFARMA 38 27,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 139 BRASMEDICA 8 5,88 13 9,56 0 0,00 13 9,56 136 FISIOQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 130 GEMBALLA 5 4,13 1 0,83 0 0,00 1 0,83 121 LOUFARCAM 4 3,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 117 INKAS 0 0,00 17 14,66 0 0,00 17 14,66 116 LABOLESSEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 112 CANGERI 0 0,00 0 0,00 9 8,41 9 8,41 107 DROGASIL 0 0,00 0 0,00 103 100,00 103 100,00 103 EDISON BEZERRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 99 SINTERAPICO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 97 IODO-SUMA 1 1,05 0 0,00 0 0,00 0 0,00 95 BELFAR 0 0,00 0 0,00 6 6,52 6 6,52 92 DIMECO LTDA 0 0,00 36 42,35 11 12,94 47 55,29 85 SOBRAL 19 24,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 77 NATURELL 0 0,00 0 0,00 59 93,65 59 93,65 63 PROFARB 7 11,48 1 1,64 0 0,00 1 1,64 61 SIMOES 0 0,00 0 0,00 17 29,82 17 29,82 57

continua

Page 101: Medicamentos a partir de plantas medicinais

99

Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (5/5)

LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB HIPOLABOR 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 48 BARROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 44 PRECIFARMA 0 0,00 0 0,00 3 6,98 3 6,98 43 WALDEMIRO PEREIRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37 MAKROFARMA 0 0,00 1 2,78 20 55,56 21 58,33 36 CIMED 0 0,00 0 0,00 5 15,15 5 15,15 33 LABORATORIO FARIA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 25 LEOFARMA 13 65,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20 QUIMIOT. BRASILEIRA 17 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 17 WINDSON 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 13 SINTOMED LTDA 8 66,67 0 0,00 0 0,00 0 0,00 12 MANTUIL 0 0,00 0 0,00 1 11,11 1 11,11 9 A LEIVAS LEITE 7 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7 LABORMAX 0 0,00 0 0,00 5 71,43 5 71,43 7 CIBECOL 0 0,00 1 16,67 0 0,00 1 16,67 6 BRASIFA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5 ANEMIOTONICO 0 0,00 0 0,00 4 100,00 4 100,00 4 COSMOFAR 2 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 JONAS GLADINO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 MAKROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 MILIAN 1 50,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 NATURABON 0 0,00 0 0,00 2 100,00 2 100,00 2 LABORBRAS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 PAGE 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 A NATUREZA 0 0 0 0 0 DAVAKAN 0 0 0 0 0 QUIMIOTERAPIA 0 0 0 0 0 SILVA ARAUJO 0 0 0 0 0

Total 194.707 91.015 121.458 212.473 3.831.179

Notas: (1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

Page 102: Medicamentos a partir de plantas medicinais

100

MERCADO DE MEDICAMENTOS COM ORIGEM EM PRODUTOS VEGETAIS (4) - 1994 POR PARTICIPAÇÃO NO TOTAL DO FATURAMENTO DOS LABORATÓRIOS

(1/5) LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB

BARRENNE 0 0,00 7.379 88,15 992 11,85 8.371 100,00 8.371 CANONNE 0 0,00 5.687 100,00 0 0,00 5.687 100,00 5.687 FLORA DA ÍNDIA 0 0,00 129 32,25 271 67,75 400 100,00 400 FARMAERVAS 0 0,00 340 100,00 0 0,00 340 100,00 340 PETROFARMA 0 0,00 0 0,00 263 100,00 263 100,00 263 ARAUJO PENA 0 0,00 0 0,00 200 100,00 200 100,00 200 DROGASIL 0 0,00 0 0,00 103 100,00 103 100,00 103 ANEMIOTONICO 0 0,00 0 0,00 4 100,00 4 100,00 4 NATURABON 0 0,00 0 0,00 2 100,00 2 100,00 2 SANITAS 0 0,00 190 29,73 444 69,48 634 99,22 639 BETA ATALAIA 0 0,00 541 48,35 562 50,22 1.103 98,57 1.119 NATURELL 0 0,00 0 0,00 59 93,65 59 93,65 63 NECKERMAN 0 0,00 132 91,03 0 0,00 132 91,03 145 CRISTALIA 0 0,00 0 0,00 226 85,93 226 85,93 263 MILLER 32 4,60 167 24,03 415 59,71 582 83,74 695 INFABRA 30 0,62 2.863 59,37 870 18,04 3.733 77,42 4.822 OSORIO MORAES 0 0,00 55 2,17 1.898 74,75 1.953 76,92 2.539 LABORMAX 0 0,00 0 0,00 5 71,43 5 71,43 7 FONTOVIT 0 0,00 0 0,00 2.229 67,81 2.229 67,81 3.287 PROFARMIG 0 0,00 835 61,90 0 0,00 835 61,90 1.349 MILLET-ROUX 1.091 6,81 5.121 31,97 4.265 26,63 9.386 58,60 16.018 MAKROFARMA 0 0,00 1 2,78 20 55,56 21 58,33 36 GILTON 39 1,55 1.185 47,15 275 10,94 1.460 58,10 2.513 DINIZ BRANDÃO 0 0,00 92 57,50 0 0,00 92 57,50 160 DIMECO LTDA 0 0,00 36 42,35 11 12,94 47 55,29 85 SIBRAS 0 0,00 606 53,58 0 0,00 606 53,58 1.131 FARMAVY 95 25,82 192 52,17 0 0,00 192 52,17 368 LAB N INDICADO 0 0,00 575 46,45 70 5,65 645 52,10 1.238 LIFAR 0 0,00 143 46,13 11 3,55 154 49,68 310 HEBRON 930 9,11 145 1,42 3.823 37,45 3.968 38,87 10.209 BARUEL 0 0,00 226 35,87 0 0,00 226 35,87 630 PHARMACIA 0 0,00 0 0,00 159 31,67 159 31,67 502 SANIFER 0 0,00 0 0,00 64 31,37 64 31,37 204 CATARINENSE 2.620 24,14 1.024 9,43 2.315 21,33 3.339 30,76 10.854 SIMOES 0 0,00 0 0,00 17 29,82 17 29,82 57 HERALD'S 157 5,83 60 2,23 644 23,93 704 26,16 2.691 NATURIN 220 15,57 124 8,78 238 16,84 362 25,62 1.413 PERNAMBUCO 0 0,00 0 0,00 48 25,40 48 25,40 189 CAZI 0 0,00 69 25,37 0 0,00 69 25,37 272 FARMION 0 0,00 229 24,70 0 0,00 229 24,70 927 LUITPOLD 802 8,20 2.160 22,09 226 2,31 2.386 24,40 9.778 BIOLAB/SEARLE 1.235 1,42 15.729 18,05 3.841 4,41 19.570 22,46 87.123

continua

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Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (2/5)

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LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB KNOLL 916 1,14 8.391 10,40 9.470 11,74 17.861 22,14 80.673 BYK QUIMICA E FARM 18.454 18,08 9.259 9,07 11.873 11,63 21.132 20,70 102.076 BALDACCI 0 0,00 0 0,00 3.353 20,50 3.353 20,50 16.355 ENILA 699 6,83 0 0,00 2.040 19,92 2.040 19,92 10.239 STIEFEL 665 1,98 3.538 10,55 3.036 9,05 6.574 19,60 33.544 GROSS 1.431 25,69 970 17,41 10 0,18 980 17,59 5.571 MERCK S.A. 666 0,91 1.210 1,66 11.560 15,84 12.770 17,49 72.999 VIRTUS 3.225 15,30 2.056 9,75 1.480 7,02 3.536 16,77 21.083 CIBECOL 0 0,00 1 16,67 0 0,00 1 16,67 6 ALLERGAN-LOK 2.313 14,08 0 0,00 2.695 16,41 2.695 16,41 16.425 LOPROFAR 71 24,74 47 16,38 0 0,00 47 16,38 287 MARJAN 0 0,00 3.017 15,75 0 0,00 3.017 15,75 19.155 CIMED 0 0,00 0 0,00 5 15,15 5 15,15 33 SANDOZ 3.837 3,86 0 0,00 14.671 14,77 14.671 14,77 99.358 INKAS 0 0,00 17 14,66 0 0,00 17 14,66 116 DAUDT OLIVEIRA 1.958 61,32 438 13,72 0 0,00 438 13,72 3.193 WELLCOME ZENECA 0 0,00 0 0,00 11.137 13,50 11.137 13,50 82.475 ARISTON 248 7,05 8 0,23 454 12,90 462 13,13 3.520 KLEIN 0 0,00 35 11,48 0 0,00 35 11,48 305 FRUMTOST 5.541 15,59 0 0,00 4.011 11,28 4.011 11,28 35.549 MANTUIL 0 0,00 0 0,00 1 11,11 1 11,11 9 BASA 0 0,00 0 0,00 65 10,33 65 10,33 629 ZURITA 1.132 35,69 312 9,84 0 0,00 312 9,84 3.172 J.P. 0 0,00 0 0,00 88 9,77 88 9,77 901 BRASMEDICA 8 5,88 13 9,56 0 0,00 13 9,56 136 BRASTERAPICA 20 7,22 24 8,66 0 0,00 24 8,66 277 CANGERI 0 0,00 0 0,00 9 8,41 9 8,41 107 ASTA MEDICA 0 0,00 5.766 7,59 277 0,36 6.043 7,95 75.986 DARROW 282 2,27 0 0,00 962 7,74 962 7,74 12.430 HERTZ 147 2,67 94 1,71 311 5,66 405 7,37 5.498 PRECIFARMA 0 0,00 0 0,00 3 6,98 3 6,98 43 DE MAYO 666 51,59 87 6,74 0 0,00 87 6,74 1.291 BELFAR 0 0,00 0 0,00 6 6,52 6 6,52 92 UPJOHN 470 2,37 0 0,00 772 3,90 772 3,90 19.798 MERRELL/LEPETIT 4.921 3,71 5.050 3,81 0 0,00 5.050 3,81 132.672 ALCON 0 0,00 724 1,47 1.068 2,17 1.792 3,64 49.180 BIOSINTETICA 3.309 9,40 0 0,00 1.253 3,56 1.253 3,56 35.188 SANVAL 148 3,52 74 1,76 58 1,38 132 3,14 4.204 Q.I.F. 1.634 34,10 134 2,80 0 0,00 134 2,80 4.792 LAB.N.I.PR.QUIM 0 0,00 0 0,00 10 2,69 10 2,69 372 SARSA 1.342 2,44 0 0,00 1.449 2,64 1.449 2,64 54.899 ABBOTT 4.195 6,38 1.196 1,82 534 0,81 1.730 2,63 65.777 BOEHRINGER ANGELI 20.580 15,56 0 0,00 3.195 2,42 3.195 2,42 132.284 SANOFI WINTHROP 4.364 4,25 1.120 1,09 1.005 0,98 2.125 2,07 102.669 GRANADO 38 1,54 0 0,00 46 1,86 46 1,86 2.473

continua

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Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (3/5)

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LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB LEGRAND 2.475 21,38 0 0,00 207 1,79 207 1,79 11.575 LUPER 1.402 14,58 166 1,73 0 0,00 166 1,73 9.616 SEDABEL 70 14,49 0 0,00 8 1,66 8 1,66 483 PROFARB 7 11,48 1 1,64 0 0,00 1 1,64 61 BIOGALENICA 772 0,35 0 0,00 3.424 1,55 3.424 1,55 220.445 DANSK-FLAMA 0 0,00 0 0,00 20 1,22 20 1,22 1.639 GEYER 0 0,00 0 0,00 8 1,16 8 1,16 691 INST. TEUTO BRASILEIRO

0 0,00 3 0,07 44 1,08 47 1,15 4.084

LILLY 0 0,00 0 0,00 1.191 1,05 1.191 1,05 113.575 MESQUITA 0 0,00 2 1,02 0 0,00 2 1,02 196 BRISTOL MEYER SQUIBB 3.104 1,23 371 0,15 2.159 0,85 2.530 1,00 252.847 FARMALAB I.Q.F. 233 0,97 217 0,90 0 0,00 217 0,90 24.054 GEMBALLA 5 4,13 1 0,83 0 0,00 1 0,83 121 BUNKER 0 0,00 25 0,79 0 0,00 25 0,79 3.145 SCHERING PLOUGH 1.594 1,51 226 0,21 576 0,55 802 0,76 105.493 ROCHE 446 0,22 0 0,00 1.373 0,69 1.373 0,69 198.229 SANUS 0 0,00 0 0,00 16 0,55 16 0,55 2.891 HONORTERAPICA 0 0,00 0 0,00 6 0,51 6 0,51 1.173 EMS 1.338 3,40 187 0,48 9 0,02 196 0,50 39.352 FRESENIUS 0 0,00 0 0,00 9 0,49 9 0,49 1.821 IQC HOSBON 2.415 5,12 184 0,39 3 0,01 187 0,40 47.161 ACHE 10.196 4,29 0 0,00 881 0,37 881 0,37 237.700 NEOVITA 1.224 85,96 4 0,28 0 0,00 4 0,28 1.424 UNIAO QUIMICA F.N 393 2,61 4 0,03 34 0,23 38 0,25 15.084 PRIMA 1.319 73,98 4 0,22 0 0,00 4 0,22 1.783 REGIUS 77 12,69 1 0,16 0 0,00 1 0,16 607 HERUS 752 45,27 2 0,12 0 0,00 2 0,12 1.661 ZAMBON 19 0,08 1 0,00 13 0,06 14 0,06 22.839 WYETH 1.266 0,82 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153.832 PRODOME 3.055 2,38 0 0,00 0 0,00 0 0,00 128.261 RHODIA 1.575 1,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 101.174 HOECHST 85 0,09 0 0,00 0 0,00 0 0,00 94.648 MERCK SHARP DOHME 1.471 1,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 88.483 CILAG FARM.LTDA Total 4.799 6,60 0 0,00 0 0,00 0 0,00 72.709 ORGANON 5.699 8,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 67.697 FARMASA 1.525 2,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 57.414 WHITEHALL 8.065 15,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 53.150 SINTOFARMA 4.449 11,84 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37.590 LIBBS 47 0,15 0 0,00 0 0,00 0 0,00 32.199 NEWLAB 16.267 54,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 29.991 DORSAY 8.984 43,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20.497 EUROFARMA 4.059 24,66 0 0,00 0 0,00 0 0,00 16.458 SYNTHELABO 2.199 14,97 0 0,00 0 0,00 0 0,00 14.689 NOVAQUIMICA 1.120 10,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 10.832

continua

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Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

continuação (4/5)

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LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB NIKKHO 801 11,39 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7.034 UCI-FARMA 101 1,83 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.519 JOHNSON+JOHNSON 3.606 71,63 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5.034 FARMOQUIMICA 828 20,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 4.028 CLIMAX 1.468 41,29 0 0,00 0 0,00 0 0,00 3.555 CIBRAN FARMA LDT 5 0,21 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.436 C.I.F. 280 12,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2.208 VITACOS-PRARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.899 INST. BIOCHIMICO 3 0,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.813 AUAD 1.396 99,93 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.397 HENFER 1.377 99,57 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.383 HALLER 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.116 BERGAMO 375 43,40 0 0,00 0 0,00 0 0,00 864 DELTA 4 0,47 0 0,00 0 0,00 0 0,00 847 QUIMICA E BIOLOGIA 1 0,13 0 0,00 0 0,00 0 0,00 784 GUNTHER 651 86,45 0 0,00 0 0,00 0 0,00 753 EVERSIL 148 19,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 751 DUCTO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 604 MADREVITA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 567 HANEMAN.VERITAS 14 3,44 0 0,00 0 0,00 0 0,00 407 ELOFAR 1 0,26 0 0,00 0 0,00 0 0,00 382 MEDQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 374 DERMOPEN 43 14,24 0 0,00 0 0,00 0 0,00 302 NYTRAFARM 3 1,08 0 0,00 0 0,00 0 0,00 278 BREVES 238 86,23 0 0,00 0 0,00 0 0,00 276 LABORSIL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 244 BRASILEIRO DE BIOLOGIA

66 32,51 0 0,00 0 0,00 0 0,00 203

KINDER 30 15,71 0 0,00 0 0,00 0 0,00 191 DINAFARMA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 156 MARTEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 153 I.M.A. 108 72,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 150 ODONTUS 13 8,90 0 0,00 0 0,00 0 0,00 146 ODONTOFARMA 38 27,34 0 0,00 0 0,00 0 0,00 139 FISIOQUIMICA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 130 LOUFARCAM 4 3,42 0 0,00 0 0,00 0 0,00 117 LABOLESSEL 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 112 EDISON BEZERRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 99 SINTERAPICO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 97 IODO-SUMA 1 1,05 0 0,00 0 0,00 0 0,00 95 SOBRAL 19 24,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00 77 HIPOLABOR 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 48 BARROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 44

continua Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

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107

continuação (5/5)

LABORATORIO (1) %(1) (2) %(2) (3) %(3) (4) %(4) TOT. LAB WALDEMIRO PEREIRA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 37 LABORATORIO FARIA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 25 LEOFARMA 13 65,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20 QUIMIOT. BRASILEIRA 17 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 17 WINDSON 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 13 SINTOMED LTDA 8 66,67 0 0,00 0 0,00 0 0,00 12 A LEIVAS LEITE 7 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7 BRASIFA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5 COSMOFAR 2 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 JONAS GLADINO 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 MAKROS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 MILIAN 1 50,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 LABORBRAS 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 PAGE 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 A NATUREZA 0 0 0 0 0 DAVAKAN 0 0 0 0 0 QUIMIOTERAPIA 0 0 0 0 0 SILVA ARAUJO 0 0 0 0 0 Total 194.707 91.015 121.458 212.473 3.831.179

Notas:

(1) Medicamento contendo princípio(s) ativo(s) [P.A.(s)] de origem vegetal associados com P.A.(s) de outra natureza; (2) Medicamento contendo associação de P.A.(s) de origem vegetal somente; (3) Medicamento contendo P.A. não associado. (4) = (2) + (3) % (N) categoria em relação ao total do faturamento do laboratório.

Page 110: Medicamentos a partir de plantas medicinais

108

ANEXO 4 - COMÉRCIO EXTERIOR DE PRODUTOS NATURAIS: EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES

Este anexo apresenta os dados sobre importações e exportações de produtos naturais, através das

seguintes tabelas:

1. Capítulo 12 - Sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos; plantas

industriais ou medicinais; palhas e forragens;

2. Capítulo 13 - Gomas, resinas e outros sucos e extratos vegetais;

3. Capítulo 29 - Produtos químicos orgânicos;

4. Capítulo 30 - Produtos farmacêuticos;

5. Capítulo 35 - Matérias albuminóides, produtos à base de amidos ou de féculas modificadas;

colas; enzimas.

Page 111: Medicamentos a partir de plantas medicinais

109

CAPÍTULO 12 - SEMENTES E FRUTOS OLEAGINOSOS; GRÃOS SEMENTES E FRUTOS DIVERSOS; PLANTAS INDUSTRIAIS OU MEDICINAIS; PALHAS E FORRAGENS

ITEM Importações Exportações 1995 1996 (jan-out) 1995 1996 RAIZES DE ALCACUZ, FRESCAS/SECAS/MESMO CORTADAS/ETC.

167.137 16.243 - -

RAIZES DE "GINSENG",FRESCAS/SECAS/MESMO CORTADAS/ETC.

56.415 109.660 225.882 75.772

ALTEIA FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/EM PO

74 800 - -

ARNICA FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/EM PO

12.695 9.817 17.713 71.786

BOLDO FRESCO/SECO/MESMO CORTADO/TRITURADO/EM PO

166.908 146.416 3.614 5.370

CAMOMILA FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/EM PO

548.491 486.237 4.788 -

CASCARA SAGRADA,FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/

125.271 116.641 3.580 30

CUMARU/FAVA-TONCA, FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/

410 - 511.107 166.848

GUARANA EM GRAO, DESIDRATADO 414 - 1.048.299 1.950.768 QQ.OUT.GUARANA FRESCO/SECO,EXC.DESIDRATADO

101.040 101 1.866.536 1.276.752

IPECACUANHA FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/TRITURADA/EM PO

20.259 15.008 5.700 -

RUIBARBO FRESCO/SECO/MESMO CORTADO/TRITURADO/EM PO

26.061 27.625 - -

ZIMBRO FRESCO/SECO/MESMO CORTADO/TRITURADO/EM PO

22.517 8.447 - -

POS DE FOLHAS DE SENE 325.817 267.679 100 - QQ.OUT.SENE FRESCO/SECO,MESMO CORTADO/TRITURADO

205.704 218.252 145.686 232.521

MENTA (HORTELA-PIMENTA), FRESCA/SECA/MESMO CORTADA/ETC.

55.747 83.696 3.107 -

OUTS.PLANTAS/PARTES, P/PERFUMARIA/MEDICINA/ETC.

2.204.278 2.150.999 1.919.111 2.075.010

ALGAS FRESCAS/SECAS,PARA MEDICINA 362.741 169.595 2.476 403 TOTAL DO CAP. 12 4.401.979 3.827.216 5.757.699 5.855.260

Page 112: Medicamentos a partir de plantas medicinais

110

CAPÍTULO 13 - GOMAS RESINAS E OUTROS SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS ITEM Importações Exportações

1995 1996 (jan-out) 1995 1996 BALSAMO-DE-COPAIBA 21.957 14.189 554.245 336.246 BALSAMO-DO-PERU 51.854 72.081 - - SUCOS E EXTRATOS, DE OPIO 86.306 58.750 - - SUCOS E EXTRATOS, DE CASCARA SAGRADA

540 - - -

SUCOS E EXTRATOS, DE GUARANA (PAULINIA SORBILIA/CUPANA)

- - 816.631 1.213.246

SUCOS E EXTRATOS, DE MAMAO (CARICA PAPAYA), SECO

383.000 207.400 - -

SUCOS E EXTRATOS, DE PODOFILINA 18.489 25.422 - - SUCOS E EXTRATOS, DE JABORANDI 693 1.140 3.573 - SUCOS E EXTRATOS, DE GINGKO BILOBA 3.129.418 4.175.932 - - OUTS.SUCOS E EXTRATOS VEGETAIS 4.608.156 3.703.800 2.111.560 5.625.296 AGAR-AGAR,POLIMERIZADO (ALTO POLIMERO/PLASTICO/ETC.)

4.174 22.395 - -

AGAR-AGAR,EXCETO O POLIMERIZADO 1.161.176 1.018.224 129.794 152.191 MUSGOS-DA-IRLANDA ("CARRAGHEEN") 7.629.787 7.109.105 23.008 51.420 MUCILOIDE PSYLLIUM 735 - - - GLUCOMANANO 205.430 107.270 6.651 - OUTS.PRODS.MUCILAGINOSOS/ESPESSANTES,DERIVS.DE VEGETAIS

2.160.246 1.606.670 2.050 111.766

TOTAL DO CAP. 13 19.461.961 18.122.378 3.647.512 7.490.165

Page 113: Medicamentos a partir de plantas medicinais

111

CAPÍTULO 29 - PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS ITEM Importações Exportações

1995 1996 (jan-out) 1995 1996 CITRONELOL E SEUS ISOMETOS 575.860 858.623 55.824 40.504 COLESTEROL 40.632 118.059 - 2.834 OUTS.ESTEROIS 1.612.959 414.605 - - CRISAROBINA - - 2.784 - ALCOOL CONIFERILICO - - - - GUAIACOL 20.372 2.779 - - EUGENOL E ISOEUGENOL 264.365 436.587 - 4.621 GUAIACOLSULFONATO DE POTASSIO 46.650 37.762 - - PSEUDO-IONONAS 5.366 1.798 - - CANFORA 302.687 966.179 2.351 19 BROMOCANFORA 4.275 59 - - PALMITATO DE ISOPROPILA 442.015 287.868 1.875 5.725 ACIDO MALICO 32.204 53.788 - - LEVODOPA 961.140 336.050 7.300 6.582 METILDOPA 3.522.579 323.803 1.606 1.082 VERAPAMIL 140.500 31.859 87 - CLORIDRATO DE VERAPAMIL 3.173.542 3.705.636 - 8 QQ.OUT.SAL DE VERAPAMIL 27.809 229 - 615 CARBIDOPA 994.250 793.800 - - CUMARINAS 1.110.736 1.351.448 - - ETILCUMARINAS 212.869 545.475 - - EUCALIPTOL 253.348 193.139 746 - ISOSSAFROL (5-PROP-1-ENIL-1,3-BENZODIOXOL)

448 627.540 - -

SAFROL (5-ALIL-1,3-BENZODIOXOL) 13.842 22 - - PIPERONAL (HELIOTROPINA) 482.995 454.726 1.149.020 1.797.375 ROSOXACINO 156.000 195.000 - - ETOXIQUINA 586.249 35.464 - - PRIMAQUINA E SEUS SAIS 309 94.174 33 - CLORIDRATO DE BUCLISINA 320.650 353.385 - - TOCOFEROL 389.304 197.822 198.634 197.071 ACETATO DE TOCOFEROL 16.635.750 16.183.625 603.547 605.944 OUTS.VITAMINAS E E SEUS DERIVADOS 709.814 2.004.261 - 109.800 ACIDO NICOTINICO 1.865.730 1.552.398 350 1.319 CORTISONA 4.530 910 - - HIDROCORTISONA 1.639.062 1.196.286 - 24.083 PREDNISONA (DEIDROCORTISONA) 1.523.446 1.111.880 - - PREDNISOLONA (DEIDROIDROCORTISONA)

167.455 241.764 15.001 -

ACETATO DE DEXAMETASONA 304.090 501.768 517.815 751.326 21-FOSFATO DE DEXAMETASONA 40.679 26.075 - - 21-FOSFATO DISSODICO DE DEXAMETASONA

227.640 159.210 - -

continua

Page 114: Medicamentos a partir de plantas medicinais

112

continuação (2/4)

METANOSSULFOBENZOATO SODICO DE DEXAMETASONA

- 7.700 - -

QQ.OUT.DEXAMETAZONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

255.464 342.328 101.549 94.806

17,21-DIPROPIONATO DE BETAMETASONA

637.300 723.885 - -

17-VALERATO DE BETAMETASONA 1.226.104 1.465.475 - - QQ.OUT.BETAMETASONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

2.799.649 4.294.178 - -

ACETONIDO DE TRIANCINOLONA 296.345 143.731 - - 21-CAPROATO DE FLUORCORTOLONA 102.694 74.250 - - 21-PIVALATO DE FLUORCORTOLONA 147.646 68.580 - - VALERATO DE DIFLUORCORTOLONA 360.000 404.000 - - QQ.OUT.FLUORCORTOLONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

- 1.562 - -

ACETONIDO DE FLUOCINOLONA 31.000 46.650 - - PIVALATO DE FLUMETASONA (LOCORTEN)

230.604 557.302 - -

21-ACETATO DE METILPREDNISOLONA 355.197 61.909 - - QQ.OUT.METILPREDNISOLONA/SEUS ESTERES/SEUS SAIS

581.829 796.330 - -

ACETATO DE DEXAMETASONA - 13.500 - - QQ.OUT.BETAMETASONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

- 54.736 - -

21-ACETATO DE HIDROCORTISONA 299.300 256.518 - - 21-SUCCINATO SODICO DE HIDROCORTISONA

563.757 1.025.515 - -

QQ.OUT.ESTER E SAIS, DE HIDROCORTISONA

67.199 63.200 - -

OUTS.HORMONIOS CORTICOSSUPRA-RENAIS E SEUS DERIVADOS

5.521.562 5.361.973 57.850 -

PROGESTERONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

71.816 86.616 - -

MEDROXIPROGESTERONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

963.864 651.985 - -

LINESTRENOL 25.000 50.000 - - NORETINDRONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

157.700 32.960 - -

VALERATO DE ESTRADIOL 612.560 468.870 - - ETINILESTRADIOL 69.350 72.050 - - QQ.OUT.ESTRADIOL, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

2.028.366 1.904.923 - -

ESTRIOL, SEUS ESTERES E SEUS SAIS - - - - LEVONORGESTREL 3.598.652 2.995.413 - - DL-NORGESTREL 1.297.000 1.424.000 28.800 - QQ.OUT.NORGESTREL, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

192.287 419.293 - -

17-ALFA CAPROATO DE HIDROXIPROGESTERONA

25.740 - - -

continua

Page 115: Medicamentos a partir de plantas medicinais

113

continuação (3/4)

QQ.OUT.HIDROXIPROGESTERONA/SEUS ESTERES/SEUS SAIS

127.269 33.753 - -

NORMETRANDONA (METILNORTESTOSTERONA), SEUS ESTERES/SAIS

103.139 73.068 - -

ACETATO DE NORETISTERONA 354.735 273.192 - - OUTS.ESTROGENIOS E PROGESTOGENIOS 20.481.617 14.416.947 12.126 155.440 EPINEFRINA E SEUS SAIS 20.910 21.883 - - ENANTATO DE TESTOSTERONA - - - - FEMPROPIONATO DE TESTOSTERONA 179.841 100.173 - - UNDECANOATO DE TESTOSTERONA 306.436 486.231 - - QQ.OUT.TESTOSTERONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

1.557.513 785.222 - -

MESTEROLONA E SEUS SAIS 506.000 362.500 - - OXIMETOLONA E SEUS SAIS 238.400 226.800 - - ACETATO DE CIPROTERONA 23.555.223 20.409.020 - 3.104.195 QQ.OUT.CIPROTERONA, SEUS ESTERES E SEUS SAIS

56 - - -

OUTS.HORMONIOS/DERIVS/OUTS.ESTEROIDES COMO HORMONIOS

7.323.867 3.332.983 137.500 23.286

RUTOSIDIO (RUTINA) 3.866 169.016 12.668.862 12.310.159 DERIVADO DO RUTOSIDIO (RUTINA) 1.587.631 1.313.355 272.913 511.365 ALOINA 35.685 600.170 - 12.050 DIGITOXINAS 17.974 13.708 - - GLICIRRIZINA 171.803 134.556 - 904 SAPONINA QUILAIA 54.106 44.114 1.564 1.560 QQ.OUT.SAPONINA 503.481 410.134 - - DIOSMINA 1.306.232 1.924.048 - - DESLANOSIDO 44.916 43.568 - - DIGOXINA 399.764 489.496 3.079 6.299 HESPERIDINA 18.900 5.100 - 61 MORFINA E SEUS SAIS 368.243 272.417 - - PAPAVERINA 540.299 1.340.111 - - CLORIDRATO DE PAPAVERINA 574.655 435.240 - - QQ.OUT.SAL DE PAPAVERINA - - 67 12 FOSFATO DE CODEINA 825 - - - DESOMORFINA 18.700 - - - OUTS.ALCALOIDES DE OPIO, SEUS DERIVADOS E SEUS SAIS

478.595 426.333 81.325 188.467

QUININA 3.207 227 - 2.123 CLORIDRATO DE QUININA 436.898 351.401 - - OUTS.SAIS DE QUININA 762.317 1.241.126 2.758 - QUINIDINA - - - - SULFATO DE QUINIDINA 187.620 129.385 2.190 - SULFATO ACIDO DE QUINIDINA 58.653 88.796 696 - OUTS.ALCALOIDES DE QUINA, SEUS DERIVADOS E SEUS SAIS

99.058 19.856 - -

CAFEINA 7.855.982 7.525.086 12.084 1.644

continua

Page 116: Medicamentos a partir de plantas medicinais

114

continuação (4/4)

SAIS DE CAFEINA - - - - TEOFILINA 266.553 231.702 - 430 AMINOFILINA (TEOFILINA-ETILENODIAMINA)

599.301 933.622 7.576 7.574

DERIVADO/SAIS DA TEOFILINA E AMINOFILINA

2.656.657 2.154.973 2.950 2.950

MALEATO DE METILERGOMETRINA - - 146 - MALEATO DE ERGOMETRINA 35.388 70 96 401 ERGOMETRINA (ERGONOVINA, ARGOCLININA, SINTOMETRINA)

- - - -

QQ.OUT.ERGOMETRINA E SEUS SAIS - - 91 - ERGOTAMINA E SEUS SAIS 618.465 164.780 - - ERGOCORNINA - - - - MESILATO DE DIIDROERGOCORNINA 2.194.752 2.557.951 784 556 ALFAMESILATO DE DIIDROERGOCRIPTINA

1.390.419 1.744.754 - -

BETAMESILATO DE DIIDROERGOCRIPTINA

839.522 1.030.926 - -

QQ.OUT.SAL DE ERGOCRIPTINA 187.923 231.951 - 39.606 ERGOCRISTINA - 236.000 - - MESILATO DE ERGOCRISTINA 170.000 19.473 - - QQ.OUT.SAL DE ERGOCRISTINA 17.000 404.101 - - MALEATO DE METILERGOMETRINA 444.675 241.307 - - QQ.OUT.METILERGOMETRINA E SEUS SAIS

- - - -

OUTS.ALCALOIDES DA CRAVAGEM DO CENTEIO, DERIVADOS/SAIS

1.939.445 4.627.591 - -

NICOTINA E SEUS SAIS 41 9.371 - - ATROPINA 652 172 49 29 SULFATO DE ATROPINA 68.050 18.701 - - QQ.OUT.SAL DE ATROPINA - 12 566 - N-BUTILBROMETO DE ESCOPOLARAMINA

1.907.431 3.388.333 4.338 2.903

QQ.OUT.ESCOPOLAMINA E SEUS SAIS 4.075.153 1.743.429 - 449 PILOCARPINA E SEUS SAIS 940 272 14.731.473 13.533.118 RESERPINA E SEUS SAIS - 4.058 13 - TEOBROMINA E SEUS SAIS 985.305 1.965 - - EMETINA E SEUS SAIS - 629 - - VINCAMINA E SEUS SAIS 93.075 48.900 - - QQ.OUT.ALCALOIDE EXTRAIDO DA PRESTONIA AMAZONICA/ETC.

- 150.000 100.100 -

QQ.OUT.ALCALOIDE EXTRAIDO DE BANISTERIOPSIS CAAPI/ETC.

- - 1.335 -

OUTS.ALCALOIDES VEGETAIS/SEUS SAIS/SEUS ETERES/ESTERES/

10.594.716 10.689.588 - 533.423

QQ.OUT.CASUGAMICINA, SEUS DERIVADOS E SEUS SAIS

- - 59 -

TOTAL DO CAP. 29 160.700.015 147.398.934 30.789.912 34.082.718

Page 117: Medicamentos a partir de plantas medicinais

115

CAPÍTULO 30 - PRODUTOS FARMACÊUTICOS ITEM Importações Exportações

1995 1996 (jan-out) 1995 1996 MEDICAMENTO C/EXTR.DE PLANTA MEDICINAL,S/HORMON.S/ANTIB

72.335 570.849 131.498 100.232

MEDICAMENTO C/OUT.ALCALOIDE 877.063 1.183.200 21.862 - OUTS.MEDICAMENTOS C/EXTRATO DE PLANTA MEDICINAL

18.777 28.056 - -

MEDICAMENTO C/EXTR.DE PLANTA MED.S/HORM.S/ANTB.EM DOSES

458.328 1.888.597 15.410 109.142

MEDICAMENTO C/OUT.ALCALOIDE,EM DOSES

4.028.536 3.508.736 6.925.706 5.761.460

MEDICAMENTO C/EXTRATO DE PLANTA MEDICINAL,EM DOSES

2.216.593 1.255.520 110.547 361.076

TOTAL DO CAP. 30 7.671.632 8.434.958 7.205.023 6.331.910

CAPÍTULO 35 - MATÉRIAS ALBUMINÓIDES, PRODUTOS À BASE DE AMIDOS OU DE FÉCULAS MODIFICADAS; COLAS; ENZIMAS

ITEM Importações Exportações

1995 1996 (jan-out) 1995 1996 BROMELINA 727.964 58.532 4.696 - PAPAINA 312.710 184.403 429.267 104.395 TOTAL DO CAP. 35 1.040.674 242.935 433.963 104.395

Page 118: Medicamentos a partir de plantas medicinais

116

ANEXO 5 - QUADROS A.1, A.2, A.3

Este anexo é composto por três quadros: A.1, A.2, A.3. O primeiro traz uma lista das espécies

vegetais selecionadas para estudos no Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da CEME,

(1993). Na denominada Fase I do Programa (de 1983 a 1993), foram executados 95 projetos, cuja

distribuição por ano aparece no Quadro 4.1 e por região no Gráfico 4.1 do relatório final desta

pessquisa. As informações detalhadas sobre os objetivos e as intituições envolvidas em cada projeto

é apresentada no Quadro A.2. O Quadro A.3 apresenta os projetos de pesquisa em fitofármacos

financiados pelo PADCT-FNDCT, bem como seus objetivos.

QUADRO A.1 ESPÉCIES VEGETAIS SELECIONADAS PARA ESTUDOS NO PROGRAMA DE PESQUISA DE

PLANTAS MEDICINAIS DA CEME, 1993

(1/3)

Nome Científico Nome

Popular

Nome Científico Nome Popular

01.Achirocline

satureoides

macela 39. Lippia gracillis alecrim

02.Ageratum conyzoides menstrato 40. Lippia sidoides alecrim

03. Allium sativum alho 41. Luffa operculata cabacinha

04. Alpinia nutans colônia 42. Matricaria chamomila camomila

05. Amarantus viridis bredo 43. Maytenus ilicifolia espinheira santa

06. Anona muricata graviola 44. Melissa oficinalis erva cidreira

07. Anona squamosa pinha 45. Mentha piperita hortelã

08. Arrabidea chica pariri 46. Mentha spicata hortelã

09.Artemisia vulgaris artemisia 47. Mikania glomerata guaco

Continua

Page 119: Medicamentos a partir de plantas medicinais

117

Continuação (2/3)

10.Astronium urundeuva aroeira 48. Momordica charantia melão de São Caetano

11. Baccharis trimera carqueja 49. Musa sp bananeira

12. Bauhinia affinis unha-de-vaca 50. Myrcia uniflora pedra-ume-caá

13. Bauhinia forficata unha-de-vaca 51. Nasturtium oficinale agrião

14. Bixa orellana urucu 52.Passiflora edulis maracujá

15. Boerhavia hirsuta pega pinto 53. Persea americana abacateiro

16. Brassica oleraceae couve 54. Petiveria alliacea tipi

17.Bryophyllum

callicynum

folha de

fortuna

55. Phyllanthus niruri quebra-pedra

18. Caesalpina ferrea jucá 56. Phytolaca dodecandra “endod”

19. Carapa guianensis andiroba 57. Piper callosum elixir paregórico

20. Cecropia glazioui embaúba 58. Plantago major tanchagem

21. Chenopodium

ambrosioides

mastruço 59. Polygonum acre erva de bicho

22. Cissus sicyoides cipó-pucá 60. Portulaca pilosa amor crescido

23. Coleus barbatus boldo 61. Pothomorphe pelata caapeba do Norte

24. Costus spicatus cana do brejo 62. Pothomorphe

umbelata

caapeba

25. Croton zehtnery canela de

cunhã

63. Psidium guajava goiabeira

26. Cucurbita máxima abóbora 64. Pterodon

Polygalaeflorus

sucupira branca

Continua

Page 120: Medicamentos a partir de plantas medicinais

118

Continuação (3/3)

27. Cuphea aperta sete sangrias 65. Schinus

terebentifolius

aroeira

28. Cynbopogom citratus capim-cidrão 66. Scoparia dulcis vassourinha

29. Dalbergia subcymosa veronica 67. Sedum prealtum bálsamo

30. Dioclea violacea mucunha 68. Sollanum

paniculatum

jurubeba

31. Elephantopus scaber língua-de-

vaca

69. Stachytarpheta

cayenensis

gervão roxo

32. Eleutherine plicata marupari 70. Striphnodendron

barbatiman

barbatimão

33. Foeniculum vulgare funcho 71. Symphytum

officinale

confrei

34. Hymenaea courbaryl jatobá 72. Syzygyum

jambolanum

jambolão

35. Imperata exaltata sape 73. Tradescantia diuretica trapoeraba

36. Lantana camara cambará 74. Xilopia sericea embiriba

37.Leonotis nepetaefolia cordão de

frade

38. Lippia alba falsa melissa

Page 121: Medicamentos a partir de plantas medicinais

119

QUADRO A.2 PROJETOS EXECUTADOS NA FASE I (1983 A 1993) DO PROGRAMA DE PESQUISAS DE

PLANTAS MEDICINAIS DA CEME, POR ANO DE APRESENTAÇÃO

(1/7)

Ano Instituição Objetivos do Projeto

1983 UFSC Selecionar e estudar os extratos brutos e frações semi-

purificadas de duas plantas medicinais escolhidas a partir de um

número maior de espécies de familias diferentes

1983 UFPA Realizar os testes pré-clínicos referentes a ação antidiabética

com vista a dar embasamento científico ao uso popular

1983 MPEG (PA) Coleta, secagem, estabilização e distribuição de 7 espécies

selecionadas pela CEME para estudos farmacológicos

1983 AFIP/EPM Estudar a atividade farmacológica de capim-cidrão em testes

toxicológicos pré-clínicos e clínicos com a finalidade de, se

confirmada sua atividade, possibilitar o uso medicinal e

científico da planta

1983 UnB Realizar pesquisas no sentido de avaliar a existência de

princípios ativos e a segurança medicamentosa de plantas usadas

como antidiarréicas

1983 EMBRAPA/

CENARGEM

Desenvolver metodologia para coleta, conservação e avaliação

de plantas medicinais para posterior aplicação em âmbito

nacional

1983 UFCE Coleta de plantas para ensaios pré-clínicos e clínicos do

Programa de pesquisas da CEME

1983 UFRJ Coletar plantas a serem distribuídas a pesquisadores indicados

pela CEME

continua

Page 122: Medicamentos a partir de plantas medicinais

120

continuação(2/7)

1983 EPM Determinar os efeitos tóxicos em humanos, de doses crescentes

de PM e sua atividade metabólica e lítica sobre cálculos das vias

urinárias

1983 UFU Verificar a toxicidade aguda (até 24 hs) e crônica (30 dias) do

chá de funcho (F. vulgaris) em voluntários normais

1983 EPM Avaliar a eficácia terapêutica e toxicidade das plantas C. peltata

e C. antisyplhilitica no tratamento de pacientes hipertensos

1983 EPM Verificar clinicamente o real efeito hipoglicemiante oral das

plantas referidas confirmando ou não sua validade terapêutica

1983 UNICAMP Verificar a ação toxicológica aguda e crônica de extratos

aquosos de P. edulis (chás) em voluntários normais, e em

pacientes neuróticos

1983 UFPb Avaliar o uso popular de vegetais através de ensaios

farmacológicos, com o intuito de estimular com base científica

as práticas úteis e eficazes e desestimular as prejudiciais

1983 UNICAMP Avaliar a eficácia terapêutica e a tolerabilidade do A. conyzoides

L. em doença articular crônica

1983 EPM Estudar as propriedades farmacodinâmicas e tóxicas dos extratos

de plantas, empregadas popularmente nas afecções das vias

aéreas

1983 UNESP Determinar os efeitos tóxicos agudos e sub-agudos de vegetais

após administração oral e tópica em ratos e suínos

1983 UNESP Atualizar, à luz de metodologia moderna, conhecimentos sobre

duas espécies de vegetais classicamente reconhecidas como

antihelmínticos

continua

Page 123: Medicamentos a partir de plantas medicinais

121

continuação (3/7)

1983 UnB Avaliação farmacológica e toxicológica de espécies brasileiras

de Phytolaccas

1983 UFRJ Estudo crítico da atividade farmacológica do extrato aquoso da

P. americana sobre a função renal

1983 UFRJ Avaliar a eficácia terapêutica (ensaios clínicos) das plantas M.

glomerata (guaco) e L. camara (cambará)

1984 MPEG Coleta, secagem, estabilização e distribuição de espécies

selecionadas pela CEME para estudos farmacológicos

1984 (não

identificada)

Coletar plantas a serem distribuídas a pesquisadores indicados

pela CEME

1984 (não

identificada)

Coletar plantas a serem distribuídas a pesquisadores indicados

pela CEME

1984 UFCE Manter, por cultivo em pequena escala, as principais espécies da

flora medicinal regional e atender os pedidos de fornecimento de

plantas para os projetos da CEME

1985 EPM Verificar as propriedades hipnóticas e/ou ansiolíticas do infuso

de plantas. Verificar também se estas preparações não

apresentam efeitos tóxicos

1984 EPM Estudos farmacodinâmicos e toxicológicos com os extratos

aquosos de L.camara L., M. glomerata, P. niruri, C. aperta,

Rohne e Cecropia glazioui

1985 EPM Verificar as propriedades de plantas em proteger animais contra

úlcera gástrica experimental. Testar a eventual ação tóxica de

plantas ativas em animais e no homem

continua

Page 124: Medicamentos a partir de plantas medicinais

122

continuação (4/7)

1985 UERJ Investigar a atividade antimalárica da caá-peba (P.peltata) e

outras plantas com potencial atividade antimalárica

1985 UFSC Verificar a existência de efeito antidiabético em algumas plantas

medicinais empregadas popularmente com finalidade terapêutica

1985 UNESP Determinar os efeitos farmacológicos e toxicológicos induzidos

pelo infuso das folhas de P. callosum visando o seu eventual

emprego terapêutico

1985 EPM Avaliar o poder lítico bem como seu efeito sobre o manuseio

renal de elementos litogênicos

1985 EMBRAPA Conservar germoplasma, fornecer material vegetativo seco à

pesquisa farmacológica

1985 UFSC Ampliar os estudos farmacológicos de P. niruri e P. sellowianus

1985 FMRP/USP Verificar a eficácia do uso tópico como cicatrizante e antiséptico

de A. urundeuva

1986 EPM Verificar a eficácia terapêutica e toxicidade das plantas C.

peltata e C. antisyplhilitica no tratamento de pacientes

hipertensos

1986 UFRJ Fornecer material vegetal para núcleos de pesquisa

farmacológica

1986 EPM Verificar se a administração de duas doses diárias de espinheira-

santa terá efeitos terapêuticos benéficos em caso de úlcera

péptica e de dispepsias (quando comparada a dose de placebo)

1986 EPM Realizar estudos pre-clínicos farmacológicos e toxicodinâmicos

de 5 plantas medicinais escolhidas pela CEME

1986 MPEG Coleta, secagem, estabilização e distribuição de 7 espécies

selecionadas pela CEME

continua

Page 125: Medicamentos a partir de plantas medicinais

123

continuação (5/7)

1986 UFMA Cultivar e coletar plantas para distribuição à CEME

1986 UFCE Fornecimento de espécies vegetais aos núcleos de pesquisas

farmacológicas

1986 FM/USP Verificação da eficácia dos chás de A. sativum e M. spicata no

tratamento de crianças parasitadas por A. lumbrigoides

1986 EPM Verificar se as preparações populares de aroeira têm efeitos

tóxicos em animais de laboratório e no homem e se é capaz de

proteger animais contra úlcera gástrica experimental

1986 UFMG Fornecimento de material vegetal aos centros de pesquisa

toxicológicas/farmacológicas

1986 EPM Estudo do efeito hipoglicemiante das plantas M. uniflora, B.

Rodr. (Myrtaceae) e da B. forficata Link (Leguminosa

caesalpinoideae) em pacientes diabéticos

1986 UFRJ Investigar a atividade antimalárica de C. maxima, da M.

charantia e outras plantas com potencial atividade antimalárica

1986 EPM Implantação de um centro de pesquisas em psicofarmacologia

clínica

1986 UnB Caraterização de atividades farmacológicas, inclusive DL-50,

“in vivo”, “in vitro” de plantas medicinais

1986 UFSC Análise farmacológica pré-clínica dos extratos de Leonotis

nepetaefolia e C. spicatus

1986 UFSC Determinar a ação farmacológica de algumas espécies vegetais

continua

Page 126: Medicamentos a partir de plantas medicinais

124

continuação (6/7)

1986 UNESP Determinar os efeitos tóxicos agudos e sub-agudos de algumas

plantas medicinais

1986 UNESP Atualizar, à luz de metodologia adequada, conhecimentos sobre

duas espécies de vegetais popularmente conhecidas como anti-

helmínticas

1986 UFSC Avaliar através de testes específicos “in vivo” e “in vitro”, as

propriedades anticonceptiva, antiedematogênica, antitérmica,

antiespasmódica, diurética e hipotensora de E. scaber, P. acre H.

B. R. e P. pilosa

1986 UFPb Avaliar o uso popular de vegetais através de ensaios

farmacológicos, com o intuito de estimular ou não, com base

científica, a utilização dos mesmos

1986 UERJ Demonstrar as ações antiinflamatórias de plantas estudadas

(relacionadas pela CEME)

1986 FIOCRUZ Investigar a atividade sedativa e ou hipnótica de Cissus

sicyoides e Croton zehntnery

1987 UFU Avaliar o possível efeito ansiolítico e/ou sedativo-hipnótico do

Cissus sicyoides e Croton zehntnery

1986 FCFRP/USP Estudar as plantas P. major (tanchagem) P. acre (erva de bicho)

e S. barbatiman (barbatimão) realizando testes pré-clínicos,

toxicológicos e farmacológicos

1986 UFRS Verificar as atividades terapêuticas propostas pelo uso popular

para os vegetais P. alliaceae e S. cayenensis

1987 UNAERP Multiplicação em larga escala de plântulas idênticas

desenvolvidas “in vitro”

continua

Page 127: Medicamentos a partir de plantas medicinais

125

continuação (7/7)

1986 UFC Avaliar o possível efeito protetor do extrato aquoso e alcoólico

de A. urundeuva Engl. em modelos experimentais de úlceras

gástricas

1987 EMBRAPA Coletar e conservar germoplasma de plantas medicinais e

fornecer material vegetal para pesquisas farmacológicas

1987 FMRP/USP Procura de fatores antidiabetogênicos em produtos de origem

vegetal

1986 UFPA Avaliação psicofarmacológica pré-clínica dos efeitos de C.

sicyoides

1986 FMVZ/USP Avaliar os efeitos psicofarmacológicos do Croton zehntnery

1986 UFCE Investigar as propriedades farmacológicas de A. speciosa e seus

efeitos em nível pré-clínico

1986 EPM Avaliar o efeito diurético de três produtos naturais e sua

toxicidade em voluntários normais

1987 EPM Avaliar o efeito analgésico de um produto natural em pacientes

com lombalgia

1986 EPM Avaliar a ação de N. officinale na dinâmica das vias aéreas de

asmáticos

1987 EPM Execução de testes farmacodinâmicos e toxicológicos de plantas

medicinais brasileiras

1987 UFRJ Avaliar em estudos pré-clínicos o extrato aquoso da M.

glomerata

1988 EPM Estudar a eventual toxicidade clínica e pré-clínica de A. vulgaris

1987 EPM Implantação do centro de pesquisa em psicofarmacologia clínica

continua

Page 128: Medicamentos a partir de plantas medicinais

126

continuação ( / )

1988 UNICAMP Estudo agronômico de plantas brasileiras dotadas de atividade

farmacológica e fornecimento de material vegetal

1988 UFRS Verificar atividades terapêuticas propostas pelo uso popular das

espécies através de testes farmacológicos específicos

1988 UFSC Análise farmacológica pré-clínica dos extratos de H. courbaryl

1988 UFSC Caraterizar os efeitos do tratamento prolongado com P. alliacea

1988 UFCE Avaliar a atividade antiinflamatória e antiulcerogênica de A.

urundeuva

1988 FIOCRUZ Investigar a atividade antimalárica de M. charantia e Piper sp e

de outras espécies

1988 EPM Desenvolvimento de novo medicamento antiepiléptico: benzil-

eugenol

1986 UFPR Determinar a atividade intiinflamatória de A. chica

1988 UFPA Avaliar os efeitos anticonvulsivantes e hipnóticos do C.

sicyoides

1988 UNESP Avaliar efeitos tóxicos após administração oral e tópica em ratos

e suínos

1988 UNESP Avaliar as propriedades antihelmínticas das plantas Anona

squamosa e Musa sp

1988 UFGO Construção da estação biológica de Serra Dourada

1986 EPM Avaliar ação antihipertensiva a toxicológica aguda de espécies

medicinais

1989 UFMA Cultivar e coletar plantas para distribuição à CEME

1988 IQUEGO Cultivo de plantas medicinais

1989 EPM Realização de ensaios toxicológicos e farmacodinâmicos

continua

Page 129: Medicamentos a partir de plantas medicinais

127

continuação ( / )

1989 PMEG Fornecimento de espécies vegetais aos núcleos de pesquisa

farmacológica

1988 EPM Avaliar a possível ação antiepiléptica da D. violacea

1989 FARMACOTÉ

CNICA

Verificar a viabilidade do cultivo econômico de plantas

medicinais

1989 UFRJ Coleta de mudas e sementes de espécies de interesse

farmacêutico, distribuição de plantas indicadas pela CEME

1991 EPM Verificar se plantas brasileiras possuem efeitos adaptógenos

Page 130: Medicamentos a partir de plantas medicinais

128

QUADRO A.3 PROJETOS DE PESQUISA EM FITOFÁRMACOS FINANCIADOS PELO PADCT-FNDCT

(1/3)

Ano do

convênio

Instituição Título Recursos

US$

1985 Inst. Nacional de

Pesquisa da

Amazônia

“Químic a, farmacologia e ecologia do

gênero Humirianthera”

7.845,00

1985 UFSC “Antagonista competitivo para a

bradicinia a partir de extrato bruto ou

frações semipurificadas de uma

Apocinaceae: análise química e

farmacológica”

99.324,00

1986

UFPA/ Dep.

QUÍMICA

“Fortalecimento e consolidação do grupo

de pesquisa em química de produtos

naturais da UFPA”

85.395,00

1986 “Elaboração de um medicamento

caritonico a partir das sementes de

Thevetia nerifolia”

28.600,00

1986 UFSM/NPPN “Constituintes químicos de laureaceas do

RGS”

43.082,00

1986 UFMS/Dep.

QUÍMICA

“Estudo químico de plantas do MS” 43.074,00

1986 USP/RP/QUÍMIC

A

“Invest. do mecanismo de reprodução em

mercurio e da transformação por via

eletroquímica de um produto natural de

grande disponibilidade na flora”

70.429,00

continua

Page 131: Medicamentos a partir de plantas medicinais

129

continuação (2/3)

1986 UFPA/Dep.

QUÍMICA

“Determinantes de constantes físico-

químicas de óleos vegetais regionais”

20.989,00

1987 Inst. Nac. de

Pesquisa da

Amazonia

“Controle de pragas via meliaceae”

7.361,00

1986 UFCE/Dep.

QUÍMICA

“Estudo químico de produtos naturais da

flora nordestina, especialmente do Ceará”

194.289,00

1987 UFCE/Dep.

QUÍMICA

“Sintese de substâncias valiosas a partir

de produtos naturais e intermediários

abundantes na região”

16.676

1987 USP/Inst.

QUÍMICA

“Estudo da potencialidade antialérgica de

lignoides”

180.716,00

1987 UFCE/Dep.

QUÍMICA

“Utilização de espectrometria de massa

na determinação estrutural de

constituintes químicos orgânicos de

produtos naturais”

94.581,00

1987 UFSC/ Dep.

QUÍMICA

“Identificação química e análise

farmacológica de compostos inibidores

da bradicinina obtidos da Mandevilla

velutina”

152.587,35

1988 UFSC/ Dep.

QUÍMICA

“Isolamento de compostos inibidores da

bradicinina obtidos da Mandevila

velutina”

57.633,00

1988 UFPB/LTF “Plantas medicinais do Nordeste” -

continua

Page 132: Medicamentos a partir de plantas medicinais

130

continuação (3/3)

1989 FUJB/NPPN/UFR

J

“Programa de formação de RH ao nível

de pós-graduação em química -

Subprojeto Química Orgânica”

-

1990 (não identificada) “Análise de princípios ativos de algumas

plantas de interesse nacional”

9.193,93

1991 UFRJ/ Dep.

QUÍMICA

“Estudo da composição química de

plantas brasileiras”

399.461,00

1991 FAPEU/UFSC “Obtenção de compostos anti-

inflamatórios e anti-alérgicos a partir de

produtos naturais abundantes”

341.250,00

1992 (não identificada) “Diagnóstico para produção de

medicamentos a partir de plantas

medicinais”

170.543,20

1992 UFSC/DEQ “Espécies de Phyllantus como como

ponto de partida para a obtenção de

novos medicamentos”

256.599,00

1992 FUJB/NPPN/UFR

J

“Espécies de Phyllantus como como

ponto de partida para a obtenção de

novos medicamentos”

362.031,00

1993 FUNDEP-

UFMG/DQ

“Consórcio para aquisição de

espectrômetro de RMN para atendimento

multiusuário em Minas Gerais”

940.383,00

1993 FUJB/NPPN/UFR

J

“Manuntenção e aprimoramento de um

sistema multiusuários de espectrometria

de massas”

303.934,00

continua

Page 133: Medicamentos a partir de plantas medicinais

131

continuação

1993 FUNDEP “Programa de pesquisa e formação de

RH ao nível de pós-graduação na área de

Química -Subprojeto Química Orgânica

173.380,00

1993 UFCE/LPN “Criação de um sistema de

espectrometria de massas para

atendimento multiusuário”

597.630,00

1993 FUJB/NPPN/UFR

J

“Síntese enantioseletiva e alcalóides de

Aspidosperma”

240.408,00

1994 UFCE/DQ “Isolamento e síntese de componentes

fixos/voláteis de plantas medicinais do

Nordeste: estudo químico farmacêutico”

-