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CAIO BONFIM Marchador ganha medalha no PAN e garante sexto lugar no Mundial MEDALHAS Brasileiros vão ao pódio no Campeonato Mundial, nos Jogos Pan-Americanos, no Mundial de Menores e no PAN Juvenil

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CAIO BONFIMMarchador ganha medalha

no PAN e garante sexto lugar no Mundial

MEDALHASBrasileiros vão ao pódio no Campeonato Mundial, nos JogosPan-Americanos, no Mundial de Menores e no PAN Juvenil

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EDITORIAL – Palavra do Presidente ..................................................... 06TORONTO – Brasil no pódio do PAN ................................................... 09MUNDIAL – Os números de Pequim ................................................... 12MUNDIAL DE MENORES – Seleção ganha três medalhas em Cáli ......... 14PAN JUVENIL – Brasil sobe oito vezes ao pódio .................................. 15JUVENIL E MENOR – Campeonatos movimentam calendário ............. 16QUARTO TRIMESTRE – Interclubes Mirins encerra temporada ............ 17CALENDÁRIO – O Atletismo nacional em 2015 .................................... 18CORRIDAS – Adriana é bicampeã em Toronto .................................... 20LISTA DE PROVAS – Corridas com Permit em 2015 .............................. 23MARKETING – CBAt e DREAM FACTORY firmam parceria .................... 24SAÚDE – Consciência e memória corporal .......................................... 26ARTIGO – Mundial de Pequim ............................................................ 27RECORDE HISTÓRICO – João Carlos de Oliveira ................................... 30CAMPEÃ OLÍMPICA – Maurren Maggi ................................................ 32ASSEMBLEIA GERAL – Atletas têm mais um representante ................. 34HISTÓRIA – O marcha no Brasil ........................................................... 35HERÓI – Sérgio Vieira Galdino ............................................................. 37ATRAÇÃO – Mário José dos Santos Junior ........................................... 38ASTRO – Caio Oliveira de Sena Bonfim ................................................ 39TREINADOR – Fernando Roberto de Oliveira ....................................... 40ÁRBITRA – Bernadete Conte ............................................................... 41MULHER – As presidentes do Atletismo ............................................. 42CLUBE – Referência na marcha ............................................................ 43FEDERAÇÕES – Lista de Filiadas ........................................................... 44INCLUSÃO SOCIAL – Aldemir Gomes da Silva Junior ............................ 46

Nesta edição

Foto da Capa: Wagner Carmo/CBAt

ÍNDICE

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REALIZAÇÃOCONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO (CBAt)

Presidente: José Antonio Martins Fernandes

Vice-Presidente: Warlindo Carneiro da Silva Filho

Diretor Administrativo/Financeiro: Eduardo EsteterDiretor de Relações Públicas: Luiz Roberto RodriguesDiretor Técnico: José Haroldo Loureiro Gomes

Superintendente de Alto Rendimento: Antonio Carlos GomesSuperintendente Técnico: Martinho Nobre dos Santos

Gerente Administrativo: Georgios Stylianos HatzidakisGerente de Alto Rendimento: Clovis Alberto FrancisconGerente de Marketing: Antonio de Figueiredo FeitosaGerente de Projetos e Licitações: João Gabriel Silva LeiteGerente de Seleções: Harley Maciel da SilvaGerente Técnico: Anderson Moraes Leme Rosa

EDIÇÃOCoordenação Editorial: Benê Turco – Novamente Comunicações

Pesquisa e Textos: João Pedro Nunes, Benê Turco, Arnaldo Jubelini Jr., Maiara Dias BatistaFotos: Arquivo CBAtDesign Gráfico: Clóvis ZanelaCoordenação da Produção: Maiara Dias BatistaDesenho do título: Josué VianaImpressão: YMPRESSOGRAF

PODIUM é uma publicação inscrita no ISSN sob o número: 2358-6095.

Rua Jorge Chammas, 310 – Vila Mariana

Rua Jorge Chammas, 310 - Vila MarianaCEP: 04016-070 – São Paulo (SP)Telefone: (11) 5908-7488 / Fax: (11) 4508-4013E-mail: [email protected] / Site: www.cbat.org.brTwitter: bra_atletismo / Facebook: oficialcbat

CBAt

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PALAVRA DO PRESIDENTE

DOIS GRANDES EVENTOS, DECISIVOS PARA QUALIFICAR E quantificar o Atletismo brasileiro, foram realizados recen-temente: o PAN de Toronto, no Canadá, e o Mundial de Pequim, na China. Em ambas as competições, nosso País foi representado pelo que temos de melhor atualmente. Gostaríamos, é óbvio, que a nossa Seleção tivesse se saído ainda melhor.

Trabalho sério e dignoCBAt propicia a melhor preparação para as equipes nacionais

Mas isso, acreditamos, também será a tônica quando, no futuro, os pódios do mundo estiverem coalhados do nosso verde-amarelo, pois que nunca se há de ficar con-tente. Não podemos, todavia, nos deixar levar apenas por críticas, sejam elas contra ou a favor. A nós, da CBAt, cabe uma análise séria e absolutamente real dos resultados al-cançados.

POR JOSÉ ANTONIO MARTINS FERNANDES*

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A Seleção conquistou 13 medalhas no PAN (duas de ouro, cinco de prata e seis de bronze), e uma de prata num Mundial, que contou com 207 países. Analisemos os resultados de To-ronto, em especial, por estar - o PAN - bem mais próximo do nosso universo e realidade. Convém salientar que, no total de pódios, a equipe ficou em terceiro lugar, atrás apenas de Esta-dos Unidos e Canadá, e à frente de Cuba e Jamaica.

Nos Jogos Pan-Americanos, o Brasil colocou atletas en-tre os oito primeiros em 39 provas. Todos os que militam no esporte sabem que o nível do evento foi altíssimo, tal-vez o mais forte no Atletismo desde Indianápolis, em 1987. Na cidade canadense, assim como em Indianápolis, há 28 anos, tivemos a participação de medalhistas em Olimpía-das e Campeonatos Mundiais.

Foi muito forte a prova do salto com vara, decidida en-tre a nossa Fabiana Murer e a cubana Yarisley Silva. Não foi por acaso, portanto, que as duas, pouco depois, também tenham decidido, centímetro a centímetro, os lugares mais altos do pódio no Mundial de Pequim.

Foram altamente competitivas as provas de velocidade e revezamento, com nomes de primeira linha, dos Estados Unidos, Canadá e de países do Caribe. Proporcionamos aos atletas e treinadores as melhores condições de preparação para os dois eventos. Dentro das possibilidades da CBAt, o solicitado foi atendido.

Realizamos campings no Brasil e no exterior, promo-vendo intercâmbio com diversas escolas do mais alto nível do cenário mundial. Com recursos próprios e gra-ças a nossos patrocinadores e parceiros, como a CAIXA, Governo Federal e COB, pudemos organizar campings para velocistas, fundistas, marchadores, arremessado-res, saltadores em diferentes países da Europa, Estados Unidos, Cuba etc.

Assim sendo, podemos constatar que os atletas da Se-leção, com a orientação dos treinadores e apoio da equi-pe multidisciplinar, mostraram esforço e determinação.

Por isso, queremos cumprimentar a todos pelo empenho e agradecer o apoio recebido das Federações Estaduais e clubes, pois todos contribuíram para que os nossos atletas chegassem bem ao PAN e ao Mundial.

Fomos muito procurados pela mídia para abordar o desempenho do nosso selecionado. A maioria procurou destacar o avanço de países como o Quênia, a Eritreia, a Jamaica e outros mais perante o Brasil. Ora, tais países não deixaram apenas o Brasil para trás. Muitas escolas de forte tradição também foram superadas por aqueles países.

INVESTIMENTO ALTO É FEITO NO TRABALHO DOS ATLETAS, técnicos e equipe multidisciplinar. Esta é a área que mais recursos recebe dentro do orçamento da CBAt, que banca todas as despesas nas competições oficiais, sejam de via-gens, hospedagem ou alimentação.

Isso, aliás, é definido por todos os atores do Atletismo brasileiro, em Fóruns e Assembleias, sempre de forma de-mocrática, participativa e transparente.

Sabemos que, exceção feita a determinados atletas, qualificados por seu potencial diferenciado, leva-se de oito a 12 anos para se formar um atleta com potencial para conquistar uma medalha olímpica.

O Brasil, é forçoso dizer, passa por um momento de transição de valores. Procuramos aproveitar tal cenário, combinando renovação com experiência, seja na pista, no campo ou corridas de rua. O Sistema do Desporto Nacional tem uma linha baseada em clubes. São os clubes, portan-to, que pagam seus atletas e nem sempre aceitam orienta-ção da Confederação, especialmente as de ordem técnica.

A CBAt, assim sendo, não planeja questões técnicas, apesar de ter, em seus quadros, colaboradores renomados e de nível internacional à disposição de tais instituições. Eliminar possíveis ruídos e, através do diálogo, ajudar na implantação de melhorias que levam à eficácia, é caminho de bom termo.

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PALAVRA DO PRESIDENTE

MAS VAMOS ABORDAR, AGORA, AS METAS DA CBAt, definidas junto a todas as instâncias do esporte. Esses fo-ram os compromissos assumidos pelos dirigentes da CBAt, a partir de decisões tomadas no Fórum e Assembleia Ge-ral, com representantes da comunidade atlética nacional:

• Dar a melhor preparação disponível no mercado mundial para os atletas de nível olímpico com vistas aos Jogos do Rio 2016.

• Consolidar programas de médio e longo prazos, com objetivo de formar atletas para os ciclos olímpicos seguin-tes, especialmente os de 2020 e 2024.

Falamos, assim, em nome da família do Atletismo, sa-lientando que todos os esforços vêm sendo feitos para atender solicitações a partir de recursos recebidos do Go-verno Federal, do patrocínio da CAIXA e de parcerias com o Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Por uma questão de justiça, devemos afirmar que, hoje, o Brasil tem uma política de esportes. A ser debatida e aprimorada, mas tem. É certo que preencher uma lacuna de décadas e décadas de pouco investimento no esporte não é nada fácil, porém.

ESTAMOS CUIDANDO, COM CARINHO, DAS CATEGORIAS DE base. Além dos campeonatos nacionais e sul-americanos, os selecionados foram ao PAN Juvenil de Edmonton e ao Mundial de Menores em Cáli, sempre com a presença de profissionais de apoio. Nossos atletas foram a várias finais e ganharam medalhas. Os que obtêm resultados de nível internacional entram para o Programa de Apoio a Jovens Talentos, assim como os treinadores que atuam na base.

Outra preocupação é com formação, reciclagem e aper-feiçoamento de treinadores e árbitros. Em 2015 foram mi-nistrados 10 cursos para treinadores no padrão IAAF, oito para o Nível I e dois para o Nível II, três clínicas de MiniA-tletismo, e sete cursos básicos de arbitragem.

No ano, além de formar Seleções para 16 competições

oficiais, a CBAt organizou 13 Campeonatos Brasileiros, além de apoiar eventos regionais, como os torneios Nor-te-Nordeste das várias categorias e o Troféu Centro-Oeste de Mirins. Até 31 de julho foram concedidos Permits para 45 corridas de caráter nacional, entre as mais de 1.000 pro-vas realizadas sob o controle das Federações Estaduais.

A Confederação mantém programas de apoio financei-ro a atletas e treinadores: Bolsa Pódio (com recursos do Governo Federal), Alto Nível, Jovens Talentos, Corredores de Elite e de Treinadores. Ao todo 147 atletas e treinadores são beneficiados.

Ao mesmo tempo segue o trabalho da Comissão Nacio-nal Antidopagem (CONAD), da CBAt, com as ações de com-bate ao doping, com especialistas realizando testes duran-te as competições e também exames-surpresa. O trabalho da CONAD tem sido considerado um modelo pela ABCD (Autoridade Brasileira de Combate de Dopagem).

DESTAQUE, TAMBÉM, PARA A DISPONIBILIDADE ATUAL DE Pistas Oficiais. O Brasil conta com 27 pistas certificadas pela IAAF: oito para Classe 1, para eventos internacionais, e 19 para Classe 2, para torneios regionais e nacionais. Há também o apoio administrativo/financeiro da CBAt às Fe-derações Estaduais. Tudo para que possam desenvolver seu trabalho e focar no desenvolvimento da modalidade.

Por fim, devemos admitir que todo o calendário na-cional e internacional foi realizado com muita dificuldade, pois a realidade econômica brasileira não se apresenta favorável no momento. Mesmo assim, apenas o GP Inter-nacional não foi disputado, pois as obrigações financeiras estavam muito acima das nossas possibilidades.

Julgamos procedente reafirmar propósitos, pois o tra-balho que todos estamos realizando em prol do Atletismo brasileiro é extremamente sério e compenetrado.

Boa leitura.

(*) José Antonio Martins Fernandes, Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, é Secretário Nacional de Esporte da União Geral dos Trabalhadores e Presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo e Região. Foi Presidente da Federação Paulista de Atletismo, Vice-Presidente de Esportes da ADC Eletropaulo, membro do Comitê Paralímpico Brasileiro e atleta profissional de futebol.

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TORONTO 2015

Brasil no pódio do PANJogos tiveram o nível mais forte desde Indianápolis 1987

Juliana Paula dos Santos

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OS JOGOS PAN-AMERICANOS DE Toronto, no Canadá, em julho, foram uma grande festa esportiva. O Atletis-mo, como sempre, contribuiu muito para o alto nível técnico da competi-ção. Após a disputa das 47 provas do programa oficial, a Seleção Brasileira garantiu a conquista de 13 medalhas: duas de ouro, cinco de prata e seis de bronze.

No total de pódios, a equipe ficou em terceiro lugar, atrás dos Estados Unidos e do Canadá, e à frente de Cuba e Jamaica, países de grande tra-dição na modalidade.

O Atletismo é o esporte que mais medalhas distribui no PAN, com 141 no total. Mas também é o torneio em que mais nações colocam atletas no pódio. Em 2015, 25 países tiveram atletas entre os três primeiros colocados e nada menos que 14 fizeram campeões.

Em Toronto, assim como em Indianápolis há 28 anos, o Atletismo teve um forte nível, com a participação de meda-lhistas em Olimpíadas e em Campeonatos Mundiais. A prova do salto com vara feminino foi um exemplo, ao reunir uma campeã olímpica (Jennifer Suhr, dos Estados Unidos), uma campeã mundial (Fabiana Murer, do Brasil) e uma campeã pan-americana (Yarisley Silva, de Cuba). Atletas que, por si-nal, foram ao pódio, com o ouro para a cubana, prata para a brasileira e bronze para a norte-americana.

Um mês depois, no Mundial de Pequim, na China, Ya-risley Silva e Fabiana Murer voltaram a dominar a prova, repetindo os resultados do PAN e comprovando a força das

Américas na especialidade. Fabiana foi ainda vice-campeã da Liga Diamante 2015, ficando atrás apenas da grega Ni-koleta Kiriakopoulou, que havia sido bronze no Ninho do Pássaro.

Em Toronto, as provas de velocidade e revezamento também foram fortes, com nomes de primeira linha tan-to dos Estados Unidos como de países do Caribe, sempre muito competitivos nas corridas curtas.

JULIANA PAULA DOS SANTOS VENCEU A PROVA DOS 5.000 M no primeiro dia de disputas no Estádio da York University. Esta foi a segunda prova da distância da atleta paulista, de 33 anos, que sempre competiu nos 800 m e nos 1.500 m.

Por estar “aprendendo”, não conhecia as adversárias e

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TORONTO 2015

teve dúvidas de como agir durante a corrida. Resolveu se-guir as orientações do técnico Adauto Domingues: acom-panhar as primeiras e esperar os últimos 300 m para tentar a vitória. Deu certo.

Ela venceu com o tempo 15:45.97, depois de ter comple-tado a penúltima volta em terceiro lugar. Quando foi à fren-te, na última volta, ultrapassou, primeiro, a norte-americana Kellyn Taylor, que acabou com o bronze, com 15:52.78, e pouco antes da chegada deixou para trás a mexicana Brenda Flores, medalha de prata, com 15:47.19.

“Foi a prova da minha vida”, comemorou a corredora, que havia sido ouro nos 1.500 m no PAN do Rio, em 2007, assim que saiu da pista. “Estou bem treinada, mas tinha concorrentes fortes e a medalha de ouro era um sonho, felizmente alcançado”, completou.

A outra medalha de ouro ficou com Adriana Aparecida da Silva, na maratona. O título só foi confirmado no último dia 11 de setembro, depois que a peruana Gladys Tejeda teve confirmado o positivo no controle de doping para a substância proibida Furosemida, conforme divulgado pela Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA) e pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB)

Desta forma, Adriana é bicampeã da maratona dos Jo-gos Pan-Americanos, já que havia alcançado o ouro tam-bém em Guadalajara 2011 (México).

A maratona feminina abriu no dia 18 de julho as com-petições de Atletismo do PAN. Com o tempo de 2:35:40, Adriana melhorou o recorde dos Jogos, que era dela mes-ma, obtido em Guadalajara, com 2:36:37.

O PRESIDENTE DA CBAt, JOSÉ ANTONIO MARTINS FERNANDES, fez um balanço da participação nacional. “Esperávamos um número maior de medalhas, tanto no total como em

Luiz Alberto de Araújo

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ouros. No entanto, devemos considerar que esta edição do PAN foi a mais forte no Atletismo, desde que os Estados Uni-dos organizaram os Jogos de Indianápolis em 1987. É natu-ral que as dificuldades tenham sido maiores em Toronto, do que nas edições anteriores”, observou o dirigente.

José Antonio continua: “Pudemos proporcionar aos atletas e seus treinadores uma boa preparação. O que foi solicitado foi atendido nas disponibilidades da Confederação.” Para isso, a Confederação contou com recursos próprios e de seus patro-cinadores (CAIXA, Governo Federal) e parceiros (COB).

Assim como o presidente da CBAt, os treinadores tam-bém destacaram o forte nível técnico dos Jogos Pan-Ame-ricanos de Toronto, cujo torneio de Atletismo foi disputado entre os dias 18 e 26 de julho. Atletas, que normalmente estariam disputando as etapas da Liga Diamante na Euro-pa, resolveram representar seus países na competição.

“Esperávamos desde o início uma competição forte,

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Quarteto vice-campeão em Toronto

BRASILEIROSNO PÓDIO

EM TORONTO

OURO• Juliana Paula dos Santos – 5.000 m• Adriana Aparecida da Silva – maratona

PRATA• Erica Sena – 20 km marcha• Keila Costa – salto triplo• Fabiana Murer – salto com vara• Ronald Julião – lançamento do disco• Gustavo dos Santos, Vitor Hugo dos Santos, Bruno Lins e Aldemir Gomes Júnior – 4x100 m

BRONZE• Caio Bonfim – 20 km marcha• Jucilene Lima – lançamento do dardo• Flávia de Lima – 800 m• Luiz Alberto de Araújo – decatlo• Júlio César de Oliveira – lançamento do dardo• Vanessa Spinola – heptatlo

mas acabou sendo mais forte ainda do que imaginávamos, com alguns resultados excelentes”, comentou Nélio Mou-ra, treinador-chefe da equipe brasileira.

Ele afirma que o Brasil ajudou a reforçar o nível da com-petição, mesmo em provas em que não ganhou medalhas. “A equipe contribuiu para a qualidade técnica do evento em provas como os 100 m, quando Rosângela Santos ter-minou em quarto lugar, com o melhor tempo de sua car-reira (11.04). O revezamento feminino 4x100 m ficou sem medalha por um centésimo de segundo. Já o Wagner Do-mingos perdeu o terceiro lugar no lançamento do martelo só no desempate”, lembrou.

MAGNÓLIA FIGUEIREDO, A CHEFE DA EQUIPE, TAMBÉM tem essa certeza: “Acho que o torneio de Atletismo foi uma competição muito boa porque teve a participação de excelentes atletas. Temos mesmo de participar de eventos fortes para avaliar a nossa real situação”, observou.

Antiga atleta olímpica e primeira mulher a chefiar a equipe de Atletismo no PAN, Magnólia lembra os esforços feitos pela CBAt na preparação e da estrutura montada pelo COB. “Tivemos todo o apoio. A equipe ficou hospe-dada nos alojamentos da York University, a cinco minutos de caminhada da pista. Contamos com toda a estrutura ne-cessária, médica, fisioterápica e de massoterapia, além de comida brasileira”, completou.

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MUNDIAL

Os números de PequimCampeonato teve a participação de mais de 1.900 atletas de 207 países

VAMOS AOS NÚMEROS FINAIS DO CAMPEONATO MUNDIAL disputado no Estádio do Ninho do Pássaro, em Pequim, de 22 a 30 de agosto. Mais de 1.900 atletas de 207 países participaram. Deste total de nações presentes, 68 fizeram finalistas, ou seja: tiveram atletas entre os oito primeiros em alguma prova. Destas 68 Seleções, 43 colocaram com-petidores no pódio e 19 fizeram campeões.

Das 68 nações que fizeram finalistas, o Brasil ficou em 24º lugar, ao lado de países como o Japão, de forte tradi-ção no Atletismo. Aliás, nosso País ficou à frente de potên-cias como a Espanha, 28ª colocada, e Itália, a 29ª. Estados Unidos, Quênia e Jamaica, nesta ordem, ficaram com os três primeiros lugares.

No quadro de medalhas, os Estados Unidos ganharam 18, seis delas de ouro. Quênia, com 16, e Jamaica, com 12, conquistaram mais ouros: sete cada uma. Mas o país afri-cano teve seis pratas, contra duas da nação caribenha. O Brasil foi o 25º com uma medalha de prata, enquanto que Seleções tradicionais como França e Japão ficaram na 31ª posição e na 32ª, respectivamente.

A melhor participação brasileira foi conseguida no salto com vara feminino, com a medalha de prata de Fabiana Murer. Para obter o vice-campeonato, Fabiana repetiu seu recorde pessoal, com um salto de 4,85 m. Assim como no PAN de Toronto, a campeã foi a cubana Yarisley Silva, com 4,90 m. A medalha de bronze foi para Nikoleta Kyriakopou-lou, da Grécia, com 4,80 m.

Fabiana deixou feliz a pista do Ninho do Pássaro. Na zona mista, aos jornalistas brasileiros e de outros países, mostrou-se muito bem-humorada. “Lembram o que falei depois da qualificação?” E logo acrescentou: “Disse que a medalha de ouro ia para quem conseguisse 4,90 m (marca da campeã Yarisley Silva) e que 4,80 m daria pódio (marca de Nikoleta Kyriakopoulou, medalha de bronze).” E finali-zou: “Acho que sou boa em previsões.”

SALTAR 4,85 M AOS 34 ANOS ERA MOTIVO DE ALEGRIA para a brasileira nascida em Campinas e que começou no esporte pela ginástica artística. “Isso me permite ter mui-tas esperanças de que posso disputar uma boa colocação nos Jogos Olímpicos do Rio”, concluiu, antes de seguir para a entrevista coletiva e, em seguida, ao controle de doping, rotinas obrigatórias para quem conquista medalha no Mundial de Atletismo.

No dia seguinte, a rotina de estrela do esporte pros-seguiu, com entrevista para a televisão chinesa. O treina-dor Elson Miranda falou que o foco na Olimpíada nortea-ria toda a preparação de Fabiana em 2016. “Vamos fazer talvez quatro meetings na temporada indoor, disputar o

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Fabiana Murer

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evento-teste no Engenhão (Ibero-Americano em maio) e alguns torneios da Liga Diamante”, explicou Elson. “De-pois, ficamos nos preparando no Brasil”, afirmou o técnico.

Em setembro Fabiana finalizou a temporada em Zuri-que, com o segundo lugar na Liga Diamante, principal cir-cuito internacional realizado pela IAAF em 2015. Na volta ao Brasil, Fabiana confirmou que a meta é a Olimpíada, a partir de agora. Ela agradeceu a CBAt e sua parceira CAIXA, o COB, o programa Bolsa Pódio do Governo Federal e sua equipe (BM&FBovespa).

O MUNDIAL DE PEQUIM CONFIRMOU O QUE O PAN de Toronto já havia anunciado: a marcha alcançou um novo patamar no Brasil. Primeiro, foram as medalhas de Caio Bonfim (bronze nos 20 km masculino) e Érica Rocha de Sena (prata nos 20 km feminino) no Canadá. Em Pe-quim, os dois marchadores terminaram em sexto lugar.

A colocação de Caio foi a melhor do Brasil no Campe-onato Mundial de Atletismo, desde 1993, quando Sergio Galdino foi o sexto nos 20 km. Já Érica estabeleceu a me-

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Érica Sena

Augusto Dutra

lhor performance de uma mulher brasileira em um grande evento internacional. Nos 50 km masculino Mário José dos Santos Junior estava entre os top 10, quando parou.

“A marcha vem mostrando resultados importantes”, dis-se o superintendente de Alto Rendimento da CBAt, Antonio Carlos Gomes. “Temos treinadores cuidando da carreira de vários atletas com potencial para competir em nível interna-cional, vamos apoiar”, concluiu Antonio Carlos.

OUTROS DOIS ATLETAS BRASILEIROS FORAM ÀS FINAIS DE suas provas, embora não tenham ficado entre os oito pri-meiros: Augusto Dutra foi o nono no salto com vara e Keila Costa foi a 12ª no salto triplo.

Nos 100 m feminino, Rosângela Santos melhorou sete centésimos em relação à fase preliminar e marcou 11.07 na semifinal e ficou em nono lugar, a uma posição da final.

No 4x100 m feminino, o quarteto nacional marcou 43.15 na preliminar e ficou na nona posição, a seis centési-mos de um lugar entre os oito finalistas. Correram Rosân-gela Santos, Franciela Krasucki, Bruna Farias e Vitória Rosa.

João Vitor de Oliveira marcou 13.57 na preliminar dos 110 m com barreiras. Passou à semifinal e conseguiu 13.45, novo recorde pessoal.

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MUNDIAL DE MENORES

Seleção ganha três medalhas em CáliBrasil é o segundo da América Latina no Mundial de Menores

A SELEÇÃO BRASILEIRA CONQUISTOU TRÊS MEDALHAS E foi a segunda entre as equipes latino-americanas que dis-putaram a nona edição do Campeonato Mundial de Meno-res – para atletas com 16 e 17 anos –, realizado em Cáli, na Colômbia, de 15 a 19 de julho último.

O Brasil enviou 18 representantes e alcançou uma das melhores campanhas do País na história do Campeonato, ao colocar atletas em oito finais, sendo que em três provas os brasileiros subiram ao pódio.

O principal destaque do País foi Derick Silva, que no pri-meiro dia de disputas conquistou a medalha de prata nos 100 m, com 10.49. Derick ficou atrás apenas do japonês Abdul Hakim Sani Brown, que fez 10.28 e bateu o recor-de do Campeonato. O britânico Rechmial Miller ganhou o bronze, com 10.59. Além disso, ele obteve o quarto lugar nos 200 m, marcando novo recorde pessoal, com 20.85.

As outras duas medalhas foram de bronze. Uma delas foi ganha por Eberson Matucari da Silva, no salto em dis-

tância, com 7,76 m, novo recorde pessoal, e quinta melhor marca mundial do ano na categoria Sub-18. A outra veio com Luís Fernando Pires, nos 800 m, com 1:48.61.

Daniel Ferreira do Nascimento foi o oitavo colocado nos 2.000 m com obstáculos, mesma posição de Paulo Camilo de Oliveira, nos 100 m. Heitor Coelho foi sexto colocado nos 110 m com barreiras e Márcia Henkels, a 11ª no arre-messo do peso.

Pela primeira vez realizado na América do Sul, o Mun-dial de Menores contou a participação de 1.323 atletas (649 homens e 674 mulheres). Do total de 151 países pre-sentes, 61 colocaram atletas nas finais, 32 colocaram re-presentantes no pódio e 16 fizeram campeões.

A equipe nacional foi a segunda melhor da América La-tina e a 16ª na classificação geral com 29 pontos, ao lado da Itália, e à frente de nações tradicionais, como Polônia, Jamaica e Espanha. Os Estados Unidos ficaram em primei-ro lugar, com 163 pontos.

Derick Silva: medalha de prata nos 100 m

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Brasil sobe nove vezes ao pódio

PAN JUVENIL

Núbia Soares levou o ouro no salto triplo em Edmonton

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DEPOIS DE ORGANIZAR OS JOGOS PAN-AMERICANOS 2015 na cidade de Toronto, o Canadá recebeu os atletas com até 19 anos em Edmonton para a disputa do Campeonato Pan-Americano de Juvenis. O Brasil, que teve 28 repre-sentantes (17 homens e 11 mulheres), conquistou nove medalhas: uma de ouro, duas de prata e seis de bronze. A competição reuniu 450 atletas de 42 países.

A principal conquista nacional foi a medalha de ouro obtida por Núbia Soares no salto triplo com a marca de 14,16 m (vento de 3.0 m/s) e superou a cubana Liadagmis Rodrigues, segunda com 14,08 m (0.0), e a norte-americana Chinne Okoronkwo, terceira com 12,83 m (2.1).

Outro bom resultado foi o obtido por Vitória Cristina Rosa, que ficou com a prata nos 200 m, com a marca de

23.42 (vento de 1.7 m/s). O ouro foi para Deanna Hill, dos Estados Unidos, com 23.18. Sada Willians, de Barbados, completou o pódio, com 23.49.

Vitória e Núbia, aliás, têm representado o Brasil tam-bém nas principais competições adultas, como os Jogos Pan-Americanos e o Campeonato Mundial de Pequim. Vi-tória também já está qualificada para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.

Nicolas Antonio Silva, nos 3.000 m com obstáculos, ficou com a prata. Conquistaram bronze: Ana Paula de Oliveira, no salto em altura, Rodrigo Silva, nos 1.500 m; Juliana Menis, no salto com vara; Daniel Ferreira do Nasci-mento, nos 5.000 m; Letícia Oro Melo, no salto em distân-cia; e Eloah Scramin, no lançamento do dardo.

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JUVENIL E MENOR

Leticia Cherpe e Vitor Hugo dos Santos

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Campeonatos movimentam trimestre São Bernardo foi sede das competições das categorias de base

A SELEÇÃO PAULISTA CONQUISTOU O BRASILEIRO CAIXA de Juvenis, disputado em 4 e 5 de julho na Arena Caixa, em São Bernardo do Campo (SP). A equipe assegurou 60 medalhas (26 de ouro, 17 de prata e 17 de bronze) na com-petição, que teve 340 atletas, de 23 Estados e o Distrito Federal.

O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar, com 14 me-dalhas (cinco de ouro, quatro de prata e cinco de bronze). Santa Catarina teve uma medalha a mais que o Rio no total (15), mas duas a menos de ouro (três), além de cinco de prata e sete de bronze.

O carioca Vitor Hugo dos Santos e a paulista Letícia Cherpe de Souza foram eleitos os melhores atletas da competição. Vitor Hugo venceu os 100 m com 10.32, recorde do Campeonato, e os 200 m com 20.82. Letícia

foi a primeira nos 400 m, com 53.93.No Brasileiro Caixa de Menores Interclubes, em se-

tembro, o Centro Olímpico (SP) conquistou o tricampeonato na classificação geral, com 210 pontos. A equipe paulista-na foi também campeã do masculino, com 139, enquan-to a Corville (SC) ficou em primeiro no feminino, com 84 pontos.

Paulo André Camilo de Oliveira (Vila Olímpica-ES) e Ana Lays Bayer (Corville-SC) foram eleitos os melhores atletas do torneio. Paulo André estabeleceu novo recorde sul-america-no nos 100 m e ganhou ouro também nos 200 m. Já Ana Lays quebrou o recorde do torneio no lançamento do martelo.

No Troféu Centro-Oeste Caixa de Mirins, disputado no Poliesportivo da Vila Nasser, em Campo Grande, Mato Grosso foi o campeão do evento.

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QUARTO TRIMESTRE

INSTITUÍDO EM 2010, O CAMPEONATO BRASILEIRO CAIXA Interclubes de Mirins tem reunido número expressivo de participantes. Em 2014, por exemplo, foram mais de 800 atletas de todas as regiões do País, que representaram 121 clubes de 19 Estados e do Distrito Federal.

A competição deste ano será realizada de 9 a 11 de ou-tubro no Estádio Ícaro de Castro Mello, no Ibirapuera, em São Paulo. A capital paulista, por sinal, será a sede do tor-neio pelo terceiro ano consecutivo.

Com provas adaptadas em função da idade dos atletas (de 13 a 15 anos, completados em 2015), o evento tem um regulamento diferenciado. Excetuando-se o salto em altura masculino e feminino, as demais provas de campo estão previstas com qualificação e final.

Na pista, os 1.000 m masculino e feminino terão semi-

Interclubes de Mirins encerra temporadaBrasileiro Caixa da categoria será disputado no Ibirapuera

finais por tempo, classificando-se os 12 melhores para as finais. Os revezamentos 4x75 m também terão semifinais por tempo e os oito quartetos com melhores tempos irão para as finais.

Em 2014, o título geral ficou para a equipe paulistana do Centro Olímpico, que somou 134,5 pontos. ASA Sorriso, de Mato Grosso, foi o vice-campeão geral com 124 pontos. E o Brasil Foods/ILF, do Rio de Janeiro, ficou em terceiro, com 111,3 pontos.

O catarinense Luís Fernando Matias (Rio do Sul-FMD) superou cinco vezes o recorde brasileiro da categoria no arremesso do peso. Ele ganhou o título com 19,28 m e foi eleito o melhor atleta no masculino. No feminino, foi eleita a mato-grossense Tainara Gonçalves de Abreu (ASA-Sorri-so), medalha de ouro nos 80 m e nos 300 m com barreiras.

Campeonato Brasileiro Caixa Interclubes Mirins 2014

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CALENDÁRIO 2015

Campeonatos oficiaisCompetições organizadas pela CBAt ou com participação de Seleções nacionais

Fevereiro08 Copa Brasil Caixa de Cross Country São Paulo (SP) 21/22 Copa Pan-Americana de Cross Country Barranquilla (COL)

Março07/08 Copa Brasil Caixa de Marcha Blumenau (SC)28 Campeonato Mundial de Cross Country Guiyang (CHN)

Abril10/12 Copa Brasil Caixa de Provas Combinadas São Bernardo do Campo (SP)24/26 Campeonato Brasileiro Caixa de Juvenis Interclubes São Bernardo do Campo (SP)26 Campeonato Sul-Americano de Meia-Maratona Montevidéu (URU)

Maio02/03 Campeonato Mundial de Revezamentos Nassau (BAH)09/10 Copa Pan-Americana de Marcha Arica (CHI) 14/17 Troféu Brasil Caixa de Atletismo São Bernardo do Campo (SP)29/31 Campeonato Sul-Americano de Juvenis Cuenca (ECU)

Junho06 Festival Ibero-Americano Sub-18 Morelia (MEX)12/14 Campeonato Sul-Americano de Atletismo Lima (PER) 12/13 Copa Pan-Americana de Provas Combinadas Ottawa (CAN)13/14 Campeonato Brasileiro Caixa de Menores Interseleções São Bernardo do Campo (SP) Copa Norte de Atletismo Manaus (AM)

Julho04/05 Campeonato Brasileiro Caixa de Juvenis Interseleções São Bernardo do Campo (SP)08/12 Universíade Gwangju (KOR)15/19 Campeonato Mundial de Atletismo de Menores Cáli (COL)18/25 Jogos Pan-Americanos (Atletismo) Toronto (CAN)31 Campeonato Pan-Americano de Juvenis Edmonton (CAN)

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Agosto01/02 Campeonato Pan-Americano de Juvenis Edmonton (CAN)07/08 Troféu Norte-Nordeste Caixa de Menores Natal (RN)09 Campeonato Sul-Americano de Maratona Assunção (PAR)22/30 Campeonato Mundial de Atletismo Pequim (CHN)

Setembro03/09 Jogos Escolares da Juventude (12/14 anos) Fortaleza (CE)18/20 Campeonato Brasileiro Caixa de Menores Interclubes São Bernardo do Campo (SP)19/20 Troféu Centro-Oeste Caixa de Atletismo de Menores Campo Grande (MS)

Outubro02/11 VI Jogos Mundiais Militares Mungyeong (KOR)03/04 Troféu Norte-Nordeste Caixa de Atletismo de Mirins São Luís (MA)09/11 Campeonato Brasileiro Caixa de Mirins Interclubes São Paulo (SP)25 Circuito Sul-Americano de 10 km - 1ª Etapa Georgetown (GUY)31 Circuito Sul-Americano de 10 km - 2ª Etapa Paramaribo (SUR)

Novembro16 Circuito Sul-Americano de 10 km - 3ª Etapa Panamá (PAN)12/21 Jogos Escolares da Juventude (15/17 anos) Maringá (PR)27/29 Troféu Norte-Nordeste Caixa de Atletismo de Adultos Recife (PE)

Calendário atualizado em 30/09/2015

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CORRIDAS

AS CORRIDAS DE RUA TIVERAM UM TRIMESTRE BASTANTE agitado em função do calendário nacional e internacional de competições. A paulista Adriana Aparecida da Silva, por exemplo, conquistou o bicampeonato da maratona dos Jo-gos Pan-Americanos do Canadá.

No Parque Pan-Americano de Toronto, no Ontário Place West Channel, um lugar muito especial pela be-leza e pela exigência do percurso, a brasileira recebeu a medalha de prata, com toda a cerimônia protocolar, em julho passado.

Quase dois meses depois, a brasileira herdou o ouro, que já havia alcançado também em Guadalajara 2011, no México, depois que a peruana Gladys Tejeda, vencedora da prova, teve resultado positivo no controle de dopagem para a substância proibida Furosemida, conforme publi-

Trimestre teve um calendário agitadoAdriana Aparecida levou o bi da maratona no Pan-Americano

cado pelo site da Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA) e divulgado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

“É um título muito importante. Lamento muito o que aconteceu com a Gladys, pois as corredoras peruanas pas-saram a ser referência pelos resultados que estavam fazen-do nos últimos anos. Ao mesmo tempo, não posso deixar de ficar feliz com o meu título, pois sempre lutei muito por isso”, comemorou Adriana, treinada por Cláudio Roberto Castilho, em São Paulo.

Com o resultado obtido em Toronto, de 2:35:40, Adria-na melhorou o recorde dos Jogos Pan-Americanos, que era dela mesma, desde a edição de Guadalajara, com o tempo de 2:36:37. Adriana já havia sido vice-campeã do Campeo-nato Sul-Americano de Meia Maratona, em abril, em Mon-tevidéu, no Uruguai. “A temporada só me incentiva mais em relação à preparação para disputar a maratona dos Jo-gos Olímpicos do Rio”, concluiu.

No Campeonato Mundial de Atletismo de Pequim, dis-putado em agosto, na China, o melhor resultado brasileiro nas maratonas foi conseguido por Solonei Rocha da Silva, que terminou em 18º lugar, com o tempo de 2:19:19. No feminino, a brasileira Roselaine Benites teve que parar duas vezes no percurso, para receber atendimento médi-co. Roselaine conseguiu concluir os 42,195 km, com o tem-po de 2:49:28, em 47º lugar.

NO SUL-AMERICANO DE MARATONA, EM ASSUNÇÃO, NO Paraguai, no dia 09 de agosto, o paranaense Marcos Ale-xandre Elias ficou em segundo lugar, com 2:30:46 na com-petição e em quinto no geral da Maratona Internacional da cidade. No feminino, a cearense Antônia Bernadete Lins da Silva ficou em terceiro, com 2:58:37.

Já nas provas válidas pelo Ranking CAIXA CBAt de Corre-dores, alguns resultados se destacaram. O mineiro Giovani

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dos Santos, por exemplo, foi vice-campeão da Meia Mara-tona Internacional do Rio de Janeiro, em 30 de agosto, com 1:02:27. Na mesma prova, a goiana Sueli Pereira terminou em terceiro lugar, com 1:14:16.

Outra prova importante foi a Maratona Caixa da Ci-dade do Rio de Janeiro, no dia 26 de julho. O brasileiro mais bem colocado da prova foi o baiano Edson Amaro, terceiro com 2:16:52, seguido pelo também baiano Gio-mar Pereira da Silva, quarto com 2:18:51. No feminino, a melhor brasileira foi Graciete Moreira Carneiro, tam-bém nascida na Bahia, com 2:41:49, também terceira colocada.

WELLINGTON BEZERRA E CONCEIÇÃO OLIVEIRA MANTÊM a liderança no Ranking CAIXA CBAt de Corredores 2015, após a disputa da 17ª etapa das 26 previstas para a tem-porada. O pernambucano Wellington soma 267 pontos e a piauiense Conceição tem 294.

Com o terceiro lugar obtido no dia 13 de setembro, na prova do Circuito de Corridas CAIXA, disputada em Brasília (DF), Wellington ampliou a vantagem para 19 pontos em relação ao baiano Sivaldo Santos Viana, segundo colocado.

Sivaldo foi o campeão do Ranking de 2014 e está entre os favoritos para brigar pelo primeiro lugar também deste ano.

“Estou muito feliz com a diferença alcançada nesta reta final da temporada. É continuar treinando e concentrado”, comentou o pernambucano. O Ranking CAIXA CBAt de 2015 prevê a disputa de 26 etapas. Na categoria femini-na, Conceição, líder desde a quarta etapa, tem agora 28 pontos de vantagem sobre a maranhense Maria Regina dos Santos Seguins, segunda colocada. “Tenho obtido boa regularidade, o que é o segredo para uma boa campanha no Ranking”, disse Conceição, uma experiente atleta neste tipo de competição.

Em 17 etapas, 231 atletas marcaram pontos, sendo 150 homens e 81 mulheres. Os dez primeiros colocados no masculino e no feminino na classificação final integrarão o Programa Nacional CAIXA de Apoio a Corredores de Elite, da CBAt, em 2016.

Como todos os anos desde que o Ranking CAIXA CBAt foi instituído, com o objetivo de disseminar a prática es-portiva do pedestrianismo, o calendário será encerrado com a tradicional Corrida Internacional de São Silvestre, no dia 31 de dezembro, em São Paulo (SP).

RANKING DE CORREDORES 2015 – Classificação em 25/09

MASCULINO1 - Wellington Bezerra da Silva - 267 pontos2 - Sivaldo Santos Viana - 2483 - Fábio Ramos dos Santos - 2104 - Eliezer de Jesus Santos - 1835 - Edson Amaro Arruda dos Santos - 1586 - Giomar Pereira da Silva - 1497 - Willian Salgado Gomes - 1398 - Adelson Alves Rodrigues - 1129 - Gilmar Silvestre Lopes - 10310 - Cristiano Ribeiro – 90

FEMININO1 - Conceição de Maria Oliveira - 294 pontos2 - Maria Regina Santos Seguins - 2663 - Maria José Alves - 2434 - Joziane da Silva Cardoso - 1825 - Maria Aparecida Ferraz - 1676 - Graciete Moreira Carneiro Santana - 151 - Rejane Ester Bispo da Silva - 1518 - Sueli Pereira Silva - 1489 - Jaciane Barrosa Araújo - 13810 - Maria de Fátima de Souza - 130

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lista de provas

Corridas com Permit 2015Lista de provas com Permit Ouro e Prata da CBAt atualizada em 30 de setembro

DATA PROVA DISTÂNCIA LOCAL11/01 XXXI Corrida de Reis 10 km Cuiabá (MT)20/01 Corrida de São Sebastião Caixa 10 km Rio de Janeiro (RJ)01/03 IX Meia Maratona Internacional de São Paulo Meia Maratona São Paulo (SP) *12/04 Golden Four Asics Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ)12/04 29ª Corrida Pedestre Bom Jesus de Cuiabá 10 km Cuiabá (MT)19/04 Meia Maratona Internacional de Brasília Meia Maratona Brasília (DF) *26/04 Corrida Rústica Tiradentes 10 km Maringá (PR)17/05 10 km Tribuna FM 10 km Santos (SP) *17/05 2ª Meia Maratona Internacional de Goiás Meia Maratona Caldas Novas (GO)17/05 XXI Maratona Internacional de São Paulo Maratona São Paulo (SP) *30/05 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Uberlândia (MG) *07/06 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Goiânia (GO) *14/06 Maratona Internacional de Porto Alegre Maratona Porto Alegre (RS)14/06 Meia Maratona Internacional da Bahia Meia Maratona Salvador (BA) *28/06 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Salvador (BA) *28/06 Golden Four Asics Meia Maratona Fortaleza (CE)09/07 Corrida 9 de julho 10 km Boa Vista (RR) *12/07 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Campo Grande (MS) *26/07 Maratona CAIXA da Cidade do Rio de Janeiro Maratona Rio de Janeiro (RJ) *26/07 Meia Maratona CAIXA da Cidade do Rio de Janeiro Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ)02/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Fortaleza (CE) *02/08 Golden Four Asics Meia Maratona São Paulo (SP)09/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Recife (PE) *16/08 26ª Dez Milhas Garoto 16 km Vila Velha (ES)16/08 Maratona de Santa Catarina Maratona Florianópolis (SC) *30/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Porto Alegre (RS) *30/08 XIX Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ) *13/09 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Brasília (DF) *27/09 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Ribeirão Preto (SP) *27/09 VIII Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Maratona Foz do Iguaçu (PR) 04/10 Meia Maratona de Recife Meia Maratona Recife (PE)11/10 Meia Maratona Internacional Caixa de Florianópolis Meia Maratona Florianópolis (SC) *18/10 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Curitiba (PR) *25/10 Maratona da Bahia Maratona Salvador (BA) *01/11 Maratona Caixa de Fortaleza Maratona Fortaleza (CE)08/11 Golden Four Asics Meia Maratona Brasília (DF)08/11 Corrida EU Atleta 10 km Rio de Janeiro (RJ) *15/11 Circuito Caixa Belo Horizonte 10 km Belo Horizonte (MG) *15/11 Maratona Caixa de Curitiba Maratona Curitiba (PR)22/11 Circuito de Corridas CAIXA 10 km São Paulo (SP) *06/12 XVII Volta da Pampulha 18 km Belo Horizonte (MG) *31/12 91ª Corrida Internacional de São Silvestre 15 km São Paulo (SP) *

(*) Provas que fazem parte do Ranking CAIXA CBAt de Corredores 2015.

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MARKETING

CBAt e Dream Factory firmam parceriaUm Plano Estratégico de Ações de Curto, Médio e Longo Prazos

A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO CELEBROU EM agosto contrato com a Dream Factory, agência de Marke-ting Esportivo, para desenvolver um Plano Estratégico de Ações de Curto, Médio e Longo Prazos. O objetivo é prepa-rar a entidade para gerir o esporte com os olhos voltados para o futuro, sem relegar o presente, tão caro para todos os atores que militam no dia a dia da modalidade.

O plano visa a obtenção de conteúdo em inteligência estratégica, de conhecimento do que é o Atletismo na mídia e na mente dos consumidores, do que é o esporte no cotidiano das pessoas, quem são seus fãs e seus prati-cantes, como se comportam, o que consomem, como se sentem ao praticar as modalidades do Atletismo, e como veem as marcas parceiras e patrocinadoras.

Para isso, o trabalho já foi iniciado com a pesquisa “A Imagem do Atletismo no Brasil”, pilar para o desenvolvi-mento e construção a médio prazo de uma marca forte mediante qualidade de gestão no esporte.

“Após a realização de minuciosa pesquisa, a CBAt, mu-nida de dados, entra numa nova fase que é a de desenvol-ver um plano estratégico de marketing. Para tanto, passa a ter o suporte de uma agência especializada, visando à criação de instrumentos de maior visibilidade de seus tra-balhos e da modalidade em si”, afirma José Antonio Mar-tins Fernandes, presidente da CBAt.

O gerente de Marketing da Confederação, Antonio de Figueiredo Feitosa, explica os objetivos das ações. “Que-remos tornar a CBAt um exemplo de inovação e com visão de futuro”, explica. Os alicerces, lembra Feitosa, são cons-tituídos por Identidade Visual (Logomarca e aplicações), Marcas e Propriedades (Plano Diretor) e Benchmarking (Pesquisa + Mídia).

A execução compreende ainda Patrocínios (Contratos + Monitoramento), Eventos e Competições, Calendário Mer-cadológico, Novos Negócios, Comercialização (Patrocínios + Permutas) e Comitê de Empresas Patrocinadoras. Estas ini-ciativas ficarão ligadas a uma plataforma de comunicação agressiva que envolve assessorias, redes sociais, monitora-mento, clipagem, mensuração, TV Web e publicações.

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DESDE 2012, A DREAM FACTORY, EMPRESA DE LIVE marketing do grupo Artplan, associou-se à empresa de consultoria espanhola Relevance para oferecer serviços de Pesquisa de Mercado, Análise de ROI (Retorno Sobre Inves-timento) e Consultoria de Marketing para diferentes em-presas e setores. Faltando cerca de um ano para as Olimpí-adas 2016 no Rio de Janeiro, a CBAt contratou a realização de uma pesquisa inédita sobre a imagem do esporte no Brasil. O objetivo era conhecer a opinião do público e tra-balhar em cima dos resultados para deixar a modalidade mais atraente.

Na primeira fase, a Dream Factory/Relevance fez uma pesquisa de marca mapeando a imagem do Atletismo no Brasil e traçando um paralelo com outros esportes. Segundo os dados levantados, o Atletismo é um esporte mais associado a ideias de superação e velocidade. Ainda com base nesses dados, os conceitos que ajudam a au-mentar o interesse do público pelo Atletismo são discipli-na, desempenho e emoção. Mediante esse resultado, foi possível trazer inputs (dados e conhecimentos) e insights (ideias e direcionamento) estratégicos de como a Confe-deração pode e deve trabalhar a imagem do Atletismo para posicionar a modalidade no mercado e na mente dos consumidores.

Depois da obtenção de dados, a Dream Factory já está na segunda fase da consultoria, com o objetivo de gerar um plano estratégico para a CBAt reforçar os pontos fortes da modalidade e impulsionar os atributos desejados pelos fãs do esporte. Além disso, será prestada uma assessoria comercial à Confederação e, para isso, será feito um cruza-

mento com as melhores práticas de mercado para remo-delar todo esse processo da forma mais moderna e rentá-vel possível não só para a Confederação, mas também para os patrocinadores e parceiros.

“A principal meta é ter o plano estratégico pronto, vali-dado e implementado em seis meses. Em paralelo, iremos ao mercado buscar parceiros para a entidade. Nosso obje-tivo não é só mostrar o quanto a entidade está profissional e segura para a parceria, mas sim trazer parceiros de longo prazo que podem até capitalizar com os Jogos Olímpicos de 2016”, afirma Rafael Plastina, diretor de Inteligência Es-tratégica da Dream Factory.

DUDA MAGALHÃES, DIRETOR GERAL DA DREAM FACTORY, acredita que essa parceria trará bons frutos para a história do Atletismo no País. “Pretendemos deixar um legado para o esporte, algo que realmente possa ser aproveitado pelas entidades em seu dia a dia e, acima de tudo, com planos e objetivos sólidos e de longo prazo, pautados em pesquisa. Não pensar com planejamento e a longo prazo é um dos problemas que detectamos na nossa indústria do esporte. Os dirigentes que passarem a pensar assim, certamente colherão bons frutos”, comenta.

Os dados da pesquisa “A Imagem do Atletismo no Bra-sil” foram tabulados no primeiro semestre de 2015. A amostra contou com 1.506 entrevistas realizadas com pes-soas nas faixas etárias de 15-29 anos (35%), 30-44 anos (36%) e 45-64 anos (29%) nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Foram ouvidos 60% de homens e 40% de mulheres, tendo o target: brasi-leiros interessados em esporte.

Além do Atletismo, objeto da pesquisa, juntamente com a corrida de rua, foram analisadas preferências para o futebol, natação, judô, ginástica artística e vôlei.

José Antonio Martins Fernandes

Duda Magalhães

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saúde

Consciência e memória corporalPsicologia e a melhora de performance no Centro Nacional de Saltos Horizontais

O OBJETIVO DA PSICOLOGIA do esporte é melhorar o rendimento dos atletas. No Centro Nacional de Saltos Horizontais da CBAt, em São Paulo, os atletas pas-sam por um programa de performance. Nele, apren-dem técnicas científicas, específicas e voltadas para sua modalidade. Os princi-

pais pontos deste programa de Psicologia do Esporte são:• Estabelecimento de metas (planejamento): é funda-

mental que o atleta tenha metas ao longo do ano em re-lação às competições, mas também metas a cada treino. É isto que o faz treinar com foco e comprometido.• Controle de ansiedade: ansiedade é ativação corporal, é

a intensidade com que o corpo reage às situações. O atleta aprende a utilizá-la, colocando-a em níveis que funcionem a seu favor em momentos de pressão.• Concentração: colocar a atenção no que é relevante

para a tarefa. A cada modalidade é preciso definir o que é relevante. Onde, como e por quanto tempo se con-centrar. Uma das técnicas de psicologia do esporte para concentração é aumentar o estímulo do que é relevan-te. Por exemplo, se no treino, o técnico está chamando a atenção do atleta para que ele mantenha o joelho alto durante o salto, uma dica é ele falar baixinho JOELHO, no momento que está realizando o salto. Esta técnica se chama self-talk, e o objetivo é que ele preste mais atenção a este aspecto, que precisa ser corrigido. Para a competição, o foco de atenção muda. Mais do que na técnica, o foco é ir longe, mas olhar para frente não

é suficiente para acertar. Há uma série de nuances na concentração que precisam ser trabalhadas durante os treinos, juntamente com os técnicos, para que atinjam o fim desejado.• Visualização de saltos: treino através da imaginação.

Quando o atleta imagina o salto há alterações cerebrais, musculares e do sistema nervoso autônomo muito pareci-das com as que ocorrem quando ele faz o salto. Treinar na imaginação melhora aspectos específicos do movimento, prepara o atleta para a competição e ainda ajuda durante a recuperação de lesões, mantendo a memória do salto viva. Ela é uma ferramenta valiosa se usada com critério.• Mudança de Percepção da Situação (desenvolvendo

autoconfiança e motivação): autoconfiança e motivação vêm como consequências de acertos e vitórias. Quando tudo está indo bem, estou bem. E quando as coisas não vão bem? O atleta precisa ser capaz de fazer análises críti-cas e reais das situações de treinos e competições. A partir daí definir o que quer e o quanto está disposto a trabalhar. É preciso ter convicção e saber olhar as possibilidades e so-luções do problema. Isto o torna mais responsável, crítico e lutador. Isto dá autocontrole.

Estas são algumas das técnicas trabalhadas para que o atleta melhore seu rendimento. Para que o trabalho seja eficaz, no entanto, é fundamental que aconteça na pista e faça parte do treinamento.

No Centro, os técnicos Nélio Moura e Tânia Moura dão as diretrizes corretas de movimentos para que se possa trabalhar consciência e memória corporal, além do mo-mento adequado para a introdução de cada técnica na ro-tina do atleta. Se o atleta aprende as técnicas do programa de Psicologia e as introduz na rotina, passa a utilizá-las na-turalmente, qualquer que seja a situação.

POR CRISTIANA SCALA*

(*) Cristiana Scala, doutora em psicologia pela USP, trabalha no esporte há 25 anos. Atua no Centro Nacional de Treinamento de Saltos Horizontais da CBAt, em São Paulo.

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ARTIGO

Mundial de PequimNotas de um Espectador Privilegiado

ACABO DE VOLTAR DO MUNDIAL DE ATLETISMO, REALIZADO no magnífico Ninho do Pássaro, em Pequim. Tanto quanto o estádio, magnífica foi também a competição: 207 países participantes, dos quais 43 foram medalhistas e 68, finalis-tas. Essa, sim, é uma modalidade global! Talentos em todo o mundo, conhecimento disseminado e oportunidades de intercâmbio tornam cada prova extremamente competiti-va. Países há 10 anos sem tradição, hoje brigam por títulos. Quem apostaria, em 2005, que hoje seríamos uma potên-cia mundial no salto com vara?

Tive atletas na equipe do Brasil, mas não fiz parte da delegação. Fui, assim, um espectador privilegiado, assis-tindo à maioria dos brasileiros com olhos de um torcedor apaixonado. Pude fazer meu próprio juízo da competição, sem me contaminar com opiniões pré-concebidas de co-mentaristas ou mesmo de membros de nossa própria co-munidade.

Viajei a convite do Uruguai, para acompanhar o EMI-LIANO LASA, que treina no Brasil há três anos. Com 7,95 m no salto em distância foi o 15° colocado, ficando a três co-locações (e a três centímetros) de avançar para a final! Já vi atletas de todos os tipos em competições globais, e o Emiliano é do tipo vencedor. Não se surpreendam com seus próximos resultados, ele está com aquele gostinho de “quero mais” que já vi antes, e que pode “contaminar” aqueles que o cercam.

Do Brasil, tivemos três atletas convidados pela IAAF após o término do período de qualificação: FABIANA MO-RAES, ELIANE MARTINS e JEAN ROSA vivenciaram um dos maiores eventos esportivos do mundo. Não há meeting que possa ser comparado a um Mundial. Experiência em

Mundiais e Jogos Olímpicos só se ganha neles. Os três, como todos os que participaram, o fizeram por méritos próprios, sem apadrinhamento e com regras conhecidas. Deram o primeiro passo, se colocando na elite mundial. Como diria um treinador gaúcho amigo de todos, se desco-laram do nariz do rato, e já seguram no rabo do leão... Essa é nossa escolha, estar entre os grandes!

O Mundial é feito PARA OS ATLETAS. Estar lá já é muito difícil, mas o Brasil conseguiu ter uma delegação nume-rosa. Esse maior número de participações não aumentou nossas chances de finais para essa edição, mas todos já sabíamos disso. Também no caso do Atletismo brasilei-ro como um todo, ter muitos classificados é um passo, é segurar no rabo do leão... vamos em frente, junto com o Japão (que também levou bastante gente, teve uma meda-lha de bronze, empatou conosco em pontos, e vai sediar os Jogos Olímpicos em breve)!

POR NÉLIO MOURA*

Marcelo Ferrelli/C

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FUI UM ESPECTADOR PRIVILEGIADO, E AINDA PUDE acompanhar meus atletas brasileiros. Assisti a todas as sessões da noite, exceto a de domingo, quando já voltava ao Brasil. Para mim, um “torcedor brasileiro” no Ninho do Pássaro, a mais memorável foi a do dia 24. Durante todo o tempo torci baixinho por alguém: Keila na final do salto tri-plo, Augusto na do salto com vara, Rosângela na semifinal dos 100 m, Julio lutando por uma vaga na final do dardo... voltei para o hotel e dormi feliz com nossa atuação, não ficou faltando nenhuma medalha para me deixar com esse sentimento.

Em Pequim estivemos em cinco finais. Dentro de nos-sa média histórica (que são 4,93 finais por campeonato, considerando top 12 nas provas que são final direto), mas certamente menos do que poderíamos ter realizado, prin-cipalmente quando comparamos com Moscou, quando ti-vemos nove finalistas. Sim, foi em Moscou, de onde volta-mos sem medalha e com gente dizendo que os resultados foram decepcionantes, que tivemos nossa melhor partici-pação coletiva da história! Precisamos de ajustes, mas a meta de termos 10 finalistas em Mundiais e Jogos Olímpi-cos ainda me parece muito concreta, mesmo no curtíssimo prazo.

Ajustes também precisarão fazer os Estados Unidos (de 31 medalhas previstas, levaram 18), Rússia (campeã em 2013 com 17 medalhas, agora ganhou 4), França (exem-plo de organização, esporte escolar funcionando, grande número de clubes e treinadores, recursos financeiros, ex-celente calendário de competições...e duas medalhas de bronze), Itália (parecido com a França, mas sem medalha), Espanha (apesar da crise, uma estrutura incomparavel-mente melhor que a nossa, e uma medalha)... esse mundo está ficando mesmo muito competitivo!

Quem tem feito os ajustes com sucesso são Canadá, Polônia e Alemanha, todos com oito medalhas. Na Alema-nha e Polônia o Atletismo é muito popular. O Canadá, por outro lado, foi a sede em 2001 do Campeonato Mundial onde não ganhou nada... trabalho muito bem feito, princi-palmente porque sabemos o quão difícil é realizá-lo. Não tenho dúvidas de que algumas coisas precisam ser revis-tas, mas é importante pensar com cabeça fria, para tomar decisões que visem o bem maior. Vivemos um momento

do “nós” contra “eles”... Ainda não nos demos conta que somos todos “nós”. Não há mocinhos sem os quais o Atle-tismo brasileiro estaria perdido, tampouco vilões respon-sáveis por tudo que não dá certo. Estamos todos no mes-mo barco, mas ainda tem gente que teima em tentar abrir um rombo no casco bem embaixo do assento do outro... será que se o barco afundasse, não iríamos todos juntos?

TEMOS TIDO A FELICIDADE DE PRODUZIR MEDALHISTAS em competições globais, desde 1999. Todos lembram dos ouros olímpicos, mas antes e depois de 2008 tivemos ou-tras conquistas também. Lembro de cada uma, e do quan-to foram difíceis, sempre com emoção! Mesmo com a quantidade de medalhistas que temos, continuo achando muito difícil medalhar em uma competição grande, em-bora tenha a convicção que, daqui a pouco, o faremos de novo. É por isso que respeito tanto os treinadores que já conseguiram. NÃO É FÁCIL!

Mesmo tendo percorrido esse caminho algumas vezes, não me vejo em posição de ditar regras ou apontar dedos, mas tenho visto muita gente com a solução pronta. De uma maneira geral, a maioria tem razão... só não se dão conta que a grande dificuldade é transformar ideias ge-néricas em ações que tragam resultados práticos. Um dos mantras mais repetidos é “vamos investir na base”... quem é louco de dizer que isso está errado? O problema é que a sugestão seguinte é uma utopia. Todos assistimos a uma reportagem maravilhosa do Jornal Nacional mostrando o “Champs”, o Campeonato Nacional Escolar da Jamaica, e viramos especialistas em promoção de talentos... “Copiem o Champs”, e estaria aí a solução de todos os problemas.

Mas temos os nossos Champs! Campeonatos Brasileiros Escolar, Mirim, Menores e Juvenis, Olimpíadas da Juventude... o que não temos vem antes dos Champs, o que não temos é o Esporte Escolar de verdade! E aí a coisa fica feia, porque em-bora todos do Esporte o queiram dentro da Escola, ELA NÃO NOS QUER! Não dá para enfiar goela abaixo dos secretários de Educação, da diretora ou dos professores, nem por decreto da presidente da República! Nosso Esporte Escolar tem sido des-construído há pelo menos 35 anos, todos os profissionais de Educação Física formados no Brasil nas últimas três décadas sabem do que estou falando.

ARTIGO

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NÃO VI A FONTE ORIGINAL, MAS DIZEM QUE O BRASIL tem recursos sobrando, mais do que muitos países juntos, incluindo Austrália. Um casal de treinadores australianos amigo nosso, de vez em quando nos manda vídeos de treinos deles. As condições são incomparáveis. Estive na Austrália para os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Nos aclimatamos no Instituto Australiano do Esporte, em Cam-berra. Um dos centros de treinamento mais maravilhosos que já conheci, e como ele há outros espalhados por lá.

Não dá nem para pensar em construir um parecido com o dinheiro que temos hoje, o que dizer de espalhar vários pelo Brasil. Me disseram então que esse dinheiro não entra na conta, pois não é da Federação de Atletismo da Austrália, e sim do Ministério deles... mas na nossa con-ta entrou a Bolsa-Atleta, que não é dinheiro da CBAt, e sim do Ministério nosso... é, um número, quando “bem tortu-radinho”, te fala tudo aquilo que você quer ouvir! Isso não quer dizer que não tenhamos que buscar a maior eficiência possível no uso de nossos recursos, mas nem tudo é o que se escreve por aí!

Na busca pela eficiência, a sugestão de muitos é aca-

(*) Nélio Moura, treinador do Centro Nacional de Saltos Horizontais, foi técnico dos campeões olímpicos do salto em distância em Pequim 2008, Maurren Maggi (feminino) e Irving Saladino (masculino).

bar com campings de revezamento, particularmente do 4X400 m. Também aqui é importante discutir sobre ba-ses objetivas. Em Moscou, com o Anderson, finalista dos 400 m, ficamos em sétimo lugar na final do revezamen-to 4X400 m. Foi um resultado animador, e desenhou--se um programa para eles. O Anderson passou a tem-porada lesionado, e o revezamento foi o 12° colocado, sem passar para a final. Para muitos, fomos “muito mal”, sem o Anderson “não deveríamos ter levado a equipe”... mas corremos melhor que em Moscou!! Lá, com 3:01.09 avançamos para a final (e foi muito bom!!). Em Pequim, com 3:01.05 ficamos fora (e foi muito ruim?!!)... com-petição é assim mesmo, e por isso é apaixonante! Não estou defendendo os campings de revezamento, apenas os uso como exemplo, esperando que os argumentos sejam corretos e objetivos. Que não se queira punir ou se vingar de ninguém, apenas que se busquem as me-lhores soluções e relação custo-benefício.

Para terminar, a mensagem que gostaria que ficasse é que “o atletismo somos todos nós” e, portanto, a respon-sabilidade de fazê-lo forte é também de cada um!

Divulgação

Estádio do Ninho do Pássaro

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RECORDE HISTÓRICO

João Carlos de OliveiraOs 40 anos do recorde mundial do triplo no PAN do México

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA, QUE EM VIRTUDE DE SUAS façanhas no Atletismo ganhou o apelido de João do Pulo, precisou de apenas alguns anos de carreira para garantir o seu lugar na história do esporte. Um fato mais do que especial produzido pelo talento e dedicação do paulista de Pindamonhangaba, aliás, comemora 40 anos no próximo dia de 15 de outubro: o recorde mundial do salto triplo.

Quase desconhecido do grande público, o jovem atle-ta de 21 anos entrou no Estádio Olímpico Universitário na Cidade do México para disputar a sétima edição dos Jogos Pan-Americanos, em 1975. Em sua segunda tentativa sal-tou 17,89 m, marca espetacular, nada menos do que 45 centímetros melhor que o recorde mundial anterior, do le-gendário georgiano Viktor Saneyev.

Dias antes, em 13 de outubro, João havia conquistado o ouro também no salto em distância, com 8,16 m. O PAN de 1975 ganhou um personagem tão rico e tão comemorado, que não foram poucos os que o compararam a outra faça-nha brasileira em solo mexicano: o tricampeonato mundial de futebol da seleção de Pelé, Jairzinho, Gerson, Tostão e cia, obtido em 1970.

O desempenho de João Carlos encerrou um incômodo jejum sem ouros do Atletismo nos Jogos Pan-Americanos. A última havia sido comemorada por Adhemar Ferreira da Silva no PAN de Chicago, em 1959, com direito ao tricam-peonato do triplo. Aliás, João Carlos foi um efetivo repre-sentante da dinastia brasileira na especialidade. Além de Adhemar, bicampeão olímpico, outro ícone anterior era Nélson Prudêncio, dono de outras façanhas e do engran-decimento da modalidade.

João Carlos de Oliveira

Arquivo/C

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JOÃO DO PULO

• Nome: João Carlos de Oliveira • Data de nascimento: 28/05/1954 • Cidade de nascimento: Pindamonhangaba (SP)• Data da morte: 29/05/1999 • Local: São Paulo – Capital• Recordes Pessoais: Salto triplo: 17,89 m (recorde mundial) e Salto em distância: 8,36 m, em 21/07/1979, em Rieti (ITA)

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As conquistas e o recorde mundial transformaram o atle-ta numa celebridade. Ele foi recebido no Brasil como herói. Desfilou em carro do Corpo de Bombeiros e virou o João do Pulo, quando era cabo do Exér-cito Brasileiro.

Órfão de mãe, o futuro atleta começou a trabalhar ainda criança, como lavador de carros. Aos 17 anos, começou a treinar. Logo passou a ser orientado por Pedro Henrique de Toledo, o Pedrão, e, aos poucos, os resultados começaram a surgir, mos-trando um competidor de grande potencial. Após as glórias da Cidade do México, as expectativas em torno de João cresceram da mesma forma como são altas as apostas nos favoritos.

Nos Jogos Olímpicos de Montreal , em 1976, entrou no estádio mais do que reverenciado pelo público e pe-los adversários. Ganhou bronze no triplo e foi o quarto no salto em distância.

No PAN de San Juan (Porto Rico), em 1979, conquistou os bicampeonatos, com 17,27 m no triplo, e 8,18 m no sal-to em distância. Nesta prova, derrotou o norte-americano Carl Lewis, então uma jovem promessa, depois eleito o “Atleta do Século 20” pela IAAF.

PARA A OLIMPÍADA DE MOSCOU, NO ANO SEGUINTE, João Carlos preparou-se como nunca. Na capital soviéti-ca, ele voltaria a ganhar bronze com um salto de 17,22 m. Mas sempre teve a certeza de que a arbitragem anu-lara injustamente um salto em que teria ultrapassado 18 metros.

O saltador ainda foi tricampeão do triplo na Copa Mundo: em Dusseldorf 1977, Montreal 1979 e Roma 1981. Seu recorde mundial caiu apenas em junho de 1985, quando o norte-americano Willie Banks saltou

Nelson Prudêncio, João Carlos de Oliveira e Adhemar Ferreira da Silva

Arquivo/C

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17,97 m em Indianápolis. O atual recorde mundial per-tence ao britânico Jonathan Edwards, que saltou 18,29 m em Gotemburgo, em 1995.

Os 17,89 m de João Carlos, porém, vigoraram por mais de três décadas como recorde sul-americano: a marca continental caiu apenas em 20 de maio de 2007, em Belém, quando outro brasileiro, Jadel Gregório, sal-tou 17,90 m no Grande Prêmio Brasil Caixa de Atletis-mo. Outro legítimo representante da especialidade, Ja-del foi o ganhador da medalha de prata no Mundial de Osaka, em 2007, no Japão.

João Carlos foi obrigado a encerrar a carreira perto do Natal de 1981, mais exatamente no dia 22 de dezembro daquele ano, quando retornava de uma festa de formatu-ra em Campinas pela Rodovia Anhanguera. Seu carro foi atingido por outro veículo que estava na contramão. Ele teve a perna direita esmagada no acidente. A recuperação foi lenta, mas não evitou a amputação, em 9 de setembro de 1982. João contava apenas 28 anos e, certamente, teria muitas conquistas pela frente.

Os desafios fora do esporte continuaram. João formou-se em educação física, elegeu-se deputado estadual em 1986 e foi reeleito em 1990. Em 1999, sofreu uma infecção pul-monar. No Hospital da Beneficência Portuguesa constatou--se uma hepatite C, que evoluiu para um quadro de cirrose. A agonia durou um mês e em 29 de maio João Carlos de Oliveira morreu, um dia depois de completar 45 anos.

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CAMPEÃ OLÍMPICA

Maurren Higa MaggiSaltadora prepara-se para assumir novas atividades

PRIMEIRA CAMPEÃ OLÍMPICA EM PROVA INDIVIDUAL DO Atletismo brasileiro, Maurren Higa Maggi prepara-se para agregar novas atividades à sua condição de atleta. A des-pedida oficial deve ocorrer em grande estilo em 2016. Isto acontecerá em uma competição que está sendo planejada, com convidadas brasileiras e estrangeiras, em São Paulo. Nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, ela será comentarista do torneio de Atletismo para a Rede Globo de Televisão.

Aos 39 anos, completados em 25 de junho, Maurren Maggi mantém a rotina de treinos. Como tantos outros campeões,

ela enfrenta a transição imposta pelo calendário.Maurren obteve o grande momento de sua carreira nos

Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, quando entrou para a história, ao vencer o salto em distância, com a marca 7,04 m.

Ainda em 2008, Maurren já havia conquistado o vice-campeonato no Mundial Indoor, realizado em Valên-cia, na Espanha. Em pista coberta, ela já subira uma vez an-tes ao pódio, no Mundial de Birmingham, na Grã-Bretanha, em 2003, quando ganhou a medalha de bronze. Em 2002, ganhou ouro no IAAF Grand Prix Final, em Paris, na França,

Maurren Maggi

Wander R

oberto/CO

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MAURREN HIGA MAGGI

• Data de nascimento: 25/06/1976• Cidade de nascimento: São Carlos (SP)• Recordes pessoais: Salto em distância – 7,26 m (1.8) – Bogotá (COL) – 26/06/1999, Salto triplo – 14.53 (0.7) – São Caetano do Sul (SP) – 27/04/2003, 100 m com barreiras – 12,71 (0.1) – Manaus (AM) – 19/05/2001

e prata na Copa do Mundo de Madri, na Espanha.Nos Campeonatos Mundiais de Atletismo foi cinco ve-

zes finalista. Foi a oitava colocada em Sevilha 1999, sétima em Edmonton 2001, sexta em Osaka 2007, sétima em Ber-lim 2009 e 11ª em Daegu 2011.

No plano continental, Maurren é tricampeã dos Jogos Pan-Americanos: ganhou ouro em Winnipeg 1999, Rio 2007 e em Guadalajara 2011.

EM 2003, MAURREN CONQUISTOU A MEDALHA DE BRONZE no Mundial Indoor de Birmingham, com 6,70 m no salto em distância (recorde sul-americano indoor), e terminou a temporada na liderança da lista mundial de resultados (7,06 m). Estabeleceu, ainda, um novo recorde sul-ameri-cano no salto triplo (14,53 m).

Após duas temporadas de inatividade, provocadas por um doping involuntário, retornou às pistas em 2006. Já, então, como mãe de Sofia, fruto de seu casamento com o piloto Antonio Pizzonia.

Em toda a carreira de alto nível, Maurren firmou par-ceria com o técnico Nélio Moura. Os dois começaram a trabalhar juntos em 1994, quando a atleta foi treinar no “Projeto Futuro”, no Complexo Desportivo “Constâncio Vaz Guimarães”, no Ibirapuera, em São Paulo.

Dois anos depois, Maurren já garantia lugar entre as principais atletas do País, obtendo 6,47 m. A versatilidade foi outra característica importante, participando também

com resultados consistentes no salto triplo e nos 100 m com barreiras. Nesta prova é recordista sul-americana com 12.71 (0.1), desde 2001, marca obtida em Manaus (AM).

Além da temporada de 2008, o ano inesquecível da atleta, nascida na cidade de São Carlos (SP), foi o de 1999. No Sul-Americano de Bogotá, na Colômbia, ela saltou 7,26 m, uma das dez melhores marcas registradas até então na história do salto em distância. Resultado impressionante, mesmo levando-se em conta a altitude de 2.600 m em relação ao nível do mar e o vento favorá-vel de 1,8 m/s, dentro do Iimite de velocidade estabele-cido pelas regras da IAAF (de 2.0 m/s), para homologa-ção de recordes.

A atleta é filha de Rute e William Maggi. O pai, fã dos Beatles, quis que a filha se chamasse Maureen. Era uma homenagem indireta a um dos integrantes da banda, o baterista Ringo Starr, já que este era o nome de sua pri-meira mulher. Como acontece tantas vezes, porém, o car-tório errou e cunhou Maurren.

Maurren Maggi

Wagner C

armo/C

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ASSEMBLEIA GERAL

Atletas têm mais um representanteJoel foi eleito para integrar o poder maior da CBAt nos próximos dois anos

O ARREMESSADOR JOEL LUCAS Vieira de Oliveira foi eleito pelos atletas para integrar a Assem-bleia Geral da Confederação Bra-sileira de Atletismo nos próximos dois anos. Desde 2010, o estatu-to da CBAt prevê a participação dos medalhistas olímpicos, como membros plenos.

Assim, além de Joel Lucas, integram a Assembleia: Joaquim Cruz, Robson Caetano, Arnaldo de Oliveira, Edson Luciano, An-dré Domingos, Vicente Lenilson, Carlos Roberto de Souza, Claudi-nei Quirino, Vanderlei Cordeiro de Lima e Maurren Maggi. Abai-xo, algumas declarações de Joel Lucas à PODIUM:

“Antes de oficializar minha candidatura conversei com meus colegas. Primeiro com os mais próximos, do grupo de arremesso e lançamentos, depois com atletas de outras provas. Criamos um grupo virtual. As conversas continuam”, explica Joel Lucas.

“Depois da eleição fiz uma visita ao presidente José An-tonio Martins Fernandes, falei das minhas ideias. O encon-tro teve também a participação do gerente de Marketing da CBAt (Antonio de Figueiredo Feitosa) e o gerente Ad-ministrativo (Georgios Stylianos Hatzidakis). A reunião foi produtiva”, diz.

“Acho que o Atletismo deve se preparar para a fase pós-Olimpíada. Há três pontos que podem ajudar o es-porte na busca da sustentabilidade”, afirma.

A seu ver, é preciso dar novo formato ao Troféu Bra-sil Caixa de Atletismo: “O programa é tecnicamente bom, pensa no atleta. Mas precisa pensar também no público e na mídia. As finais devem ser em horário que possa ter público no estádio e cobertura da mídia.”

O segundo ponto: “Fortalecer as Copas de Provas Com-

José Antônio Martins Fernandes e Joel Lucas

Georgios S

. Hatzidakis/C

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binadas, Cross Country, Marcha. E criar a Copa de Arre-messo e Lançamentos. Esta área evoluiu no País e já mere-ce uma competição específica.”

E o terceiro: “Apoiar os locais que revelam talentos para o Atletismo, para que os jovens valores possam ficar em suas cidades pelo menos até a categoria juvenil.”

Joel fala de sua trajetória: “Nasci em Ladário, perto de Corumbá (MS), na divisa com o Paraguai, em 13 de maio de 1981. Comecei no Atletismo por indicação do profes-sor Bruno, que me encaminhou para o treinador Davi do Rosário. Depois fui para Cuiabá (MT) treinar com o Paulo Nascimento. Em 1999, mudei para Araçatuba (SP), onde treinei com José dos Santos Primo. Em 2002 fui orientado pelo Idi de Paula. Em 2006 vim para o ABC. Meu primei-ro técnico foi o Otaviano da Silva, depois o José Cordeiro de Carvalho. Fui campeão paulista do arremesso do peso em 2007. Agora, faço lançamento do disco. Me formei em educação física pela Uniban. Sou professor e delega-do sindical.”

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HISTÓRIA

A evolução brasileira na marchaAtletas do País sobem ao pódio em eventos internacionais

Gianetti de Oliveira Bonfim Claudio Richardson dos Santos

Marcelo Ferrelli/C

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A MARCHA É UMA DAS MODALIDADES MAIS TRADICIONAIS do Atletismo. E uma das mais exigentes também. O bom marchador, além de técnica refinada, precisa de alto poder de abstração. Uma das regras fundamentais exige que o atleta tenha contato permanente com o chão. Assim, para alcançar a elite mundial, o praticante se obriga a uma lon-ga caminhada.

Competir contra atletas de bom nível, disputar eventos importantes, entender o padrão das arbitragens são al-guns quesitos para quem almeja uma carreira profissional.

No Brasil a marcha evolui de forma constante, desde os anos 1980. Nesta década apare um grupo de atletas que inicia-rá o caminho que levará a modalidade a um patamar superior.

Até então, alguns nomes haviam movimentado a área, a partir dos anos 1940. O primeiro recorde brasileiro é re-gistrado pelo historiador José Clemente Gonçalves é de 24 de setembro de 1944, quando Arnaldo Willy Becker fez os 20 km em 1:42:16, em Porto Alegre.

Nos 50 km, o primeiro recorde é registrado 20 anos depois, em 28 de julho de 1964, quando Roberto Carlos Grigoletto marcou 5:41:36., em São Caetano do Sul. No fe-minino, a prova inicialmente disputada tinha a distância de

10 km. Kátia Luciano tem o primeiro recorde com 1:20:10, em 1º de maio de 1976, em São Caetano do Sul.

Depois, outros atletas se destacam, entre eles Waldemar Florêncio nos 20 km e Fernando Elias nos 50 km. Waldemar estabelece 1:29:15 em 1977 no Rio de Janeiro e dominara por uma década as disputas. Já Fernando, entre 1970 e 1980 que-brou o recorde seis vezes até chegar a 4:27:29.

MARCELO MOREIRA PALMA FOI O PRIMEIRO A LEVAR A marcha do País ao nível internacional. A partir de 1985 vence os principais torneios nacionais e tem alguns bons adversários, como Cláudio Luiz Bertolino, Ademar Kamm-ler e, mais tarde, Sergio Vieira Galdino.

Marcelo foi recordista brasileiro dos 20.000 m com 1:21:31.0 (em São Paulo em 15 de junho de 1991) e dos 20 km com 1:22:23 (São Paulo, 25 de março de 1990). É sua, também, a primeira medalha da marcha nacional con-quistada nos Jogos Pan-Americanos: bronze nos 20 km em Havana 1991.

O marchador também buscou meios de evolução e pas-sou temporadas de estudo e treinamento na antiga União Soviética e na Suécia. Ele disputou a Olimpíada de Barcelo-

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OS EXPOENTES DA MARCHA NO BRASIL*

MASCULINO• Sergio Vieira Galdino• Caio Oliveira de Sena Bonfim• Mário José dos Santos Júnior• Marcelo Moreira Palma• José Alessandro Bernardo Bagio• Rafael dos Anjos Fontenelle Duarte• Jonathan Riekmann• Cláudio Luiz Bertolino• Moacir Zimmermann• Cláudio Richardson dos Santos• Ademar Kammler

história

na 1992 e o Campeonato Mundial de Tóquio 1991.Já o catarinense Sergio Galdino, do Estado que mais

marchadores revela do País, foi quem obteve o mais im-portante resultado técnico em evento internacional: ele foi o sexto colocado nos 20 km no Campeonato Mundial de Stuttgart 1993.

Galdino, que preside a Fundação Municipal de Esportes de sua cidade, Blumenau, foi recordista brasileiro dos 50 km com 3:58:58, marca de 2003. E mantém desde 1995 o recorde dos 20 km, com 1:19:56. Entre as mulheres, Gia-netti Bonfim foi sete vezes campeã brasileira.

NOS ANOS 2000, O PRIMEIRO GRANDE RESULTADO FOI O de Mário José dos Santos Júnior, medalha de prata nos 50 km no PAN de Santo Domingo. Mário é o atual recordista brasi-leiro dos 50 km com 3:55:36. José Alessandro Bernardo Bagio obteve as melhores classificações do Brasil em Olimpíadas: foi o 14º em Atenas 2004 e 13º em Pequim 2008.

Nos 50 km, merece citação especial o potiguar Cláudio Richardson dos Santos, nove vezes campeão da Copa Brasil Caixa de Marcha.

Nesta segunda década do século XXI, a marcha nacional desfruta de um padrão internacional. Em 2014, Caio Bonfim, filho de Gianetti, foi o terceiro no Circuito Mundial da IAAF. Caio e Érica Rocha de Sena, por sinal, foram os primeiros mar-

chadores do Brasil a subir ao pódio em etapas do Circuito.No PAN de Toronto, em julho, Caio ganhou a medalha

de bronze nos 20km e Érica, a de prata na mesma distân-cia, no feminino.

Mas o grande momento da marcha nacional aconteceu no Campeonato Mundial de Pequim, em agosto, quando Caio, no masculino, e Érica, no feminino, conseguiram o sexto lugar nos 20 km.

Em 2010, Caio foi o quarto colocado nos 10 km no Mun-dial de Juvenis de Moncton, no Canadá. Um ano depois, em Buenos Aires, estabeleceu novo recorde brasileiro em pista, com 1:20:58.5. “Foi importante para minha evolução a possibilidade que tive para treinar e competir na Euro-pa nestes últimos ano”, diz Caio. “Pude fazer isso graças ao apoio da CBAt e do Governo do Distrito Federal”, diz o brasiliense.

Em 2015, há bons marchadores em Santa Catarina, Bra-sília, Pernambuco, São Paulo e em outros Estados de todas as regiões do País. “Vamos criar um programa de apoio aos marchadores”, explica o superintendente de Alto Ren-dimento da CBAt, Antonio Carlos Gomes. O presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes, lembra que há bons treinadores também: “Não vou lembrar todos, mas tem o Ivo da Silva, o (João) Sena, o Vanthauze (Marques) e vários outros.”

• Dejaime de Oliveira• Ademir Domingues• Cícero Sabino de Moura• Antonio Kohler• Waldemar Florêncio• Fernando Elias• Arnaldo Willy Becker• Roberto Carlos Grigoletto• Nelson Ferreira Rocha• Rudney Dias Nogueira

(*) Estes são alguns dos grandes nomes da marcha no Brasil. Há muitos outros, que serão reportados em futuras edições da PODIUM.

FEMININO• Érica Rocha de Sena• Gianetti de Oliveira Bonfim• Cisiane Dutra Lopes• Alessandra Picagevicz• Tânia Regina Spindler• Rosemar Piazza• Ivana Rubia Henn• Nailze Azevedo• Kátia Luciano• Elianay Pereira• Elisabeth Aparecida dos Santos

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HERÓI

Sergio Vieira GaldinoCatarinense é a principal referência da marcha atlética no Brasil

O CATARINENSE SERGIO GALDINO COMEMORA EM 2015 os 20 anos de seu recorde brasileiro nos 20 km em marcha atlética, obtido no dia 14 de maio de 1995, em Eisenhut-tenstadt, na Alemanha. O nome complicado do local, para alguns brasileiros, é comum para o marchador, que mora em Blumenau e nasceu em Armazém, ambas as cidades de Santa Catarina, Estado com forte influência da colonização alemã.

A marca histórica, em prova de rua, é de 1:19:56. Até este mês de setembro, Galdino, nascido no dia 07 de maio de 1969, era o marchador com o melhor resultado em Cam-peonato Mundial, com o sexto lugar obtido em Stuttgart, na Alemanha, em 1993. Em Pequim, na China, o brasiliense Caio Bonfim conseguiu a mesma colocação.

Em sua sólida carreira, participou dos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992, Atlanta 1996 e Atenas 2004. Disputou ainda os Jogos Pan-Americanos de Havana 1991, Mar Del Plata 1995 e Santo Domingo 2003, além de vários Mundiais de Atletismo. Ainda conquistou cinco títulos sul-americanos e foi 14 vezes campeão brasileiro.

Sergio Galdino começou a marchar em 1985. Desde cedo acostumou-se com provas de longa distância, à técni-ca apurada da marcha, que exige muito boa condição física e extrema concentração. A carreira do ex-atleta fez escola em Santa Catarina, um dos centros mais populares da mar-cha no Brasil.

EM MARÇO DESTE ANO, BLUMENAU FOI SEDE PELA OITAVA vez da Copa Brasil Caixa de Marcha, em circuito de 1 km, marcado em frente à Vila Germânica, cartão-postal da ci-dade e sede da tradicional Oktoberfest. Desde 1989, quan-do a competição começou a ser realizada, Santa Catarina recebeu nada menos do que 19 vezes o evento, mostrando a força e a tradição da especialidade. Vários títulos do tor-neio ficaram na cidade, apoiado pela FMD de Blumenau.

“A tradição germânica é forte e a cidade se orgulha de ter revelado grandes atletas, tanto no Atletismo como no basquete (Tiago Splitter) e no vôlei (Ana Moser)”, disse Galdino, que acompanhou o evento deste ano.

Formado em educação física, com pós-graduação em Ciência do Movimento Humano, ele é professor licenciado e ocupa, em meados de setembro, a presidência da Funda-ção Municipal de Desportes de Blumenau. Já foi também, em 2011 e 2012, presidente do Conselho Estadual de Es-porte de Santa Catarina.

MELHORES TEMPOS DE GALDINO

• 5.000 m - 20:10:62 - Porto Alegre (RS) - 07/05/2006• 10.000 m - 43:04:29 - Sudbury (CAN) - 29/08/1988• 20.000 m - 1:22:41.0 - São Paulo (SP) - 15/06/1991• 20 km - 1:19:56 - Eisenhüttenstadt (GER) - 14/05/1995• 50 Km - 3:58:58 - Porto Alegre (RS) - 26/04/2003

Sérgio Galdino

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UM DOS GRANDES NOMES DA HISTÓRIA DA MARCHA NO Brasil. Essa é uma boa definição para a carreira esporti-va de Mário José dos Santos Júnior. Tanto pelos resulta-dos obtidos como pela dedicação que o atleta paulista dá à modalidade que escolheu para competir. Neste ano de 2015, ele quebrou novamente o recorde brasileiro dos 50 km, com o tempo de 3:55:36, obtido em 21 de março, em Dudince, na etapa da Eslováquia do Circuito Mundial de Marcha da IAAF.

O resultado é uma consagração para um atleta que nun-ca desistiu de seus sonhos. Nascido em 10 de setembro de 1979, na cidade de Cubatão, na região da Baixada Santista. Ele sempre foi incentivado à prática do esporte. Começou aos 5 anos no futebol, passou por vôlei, canoagem e pela natação, que não apreciava por causa da água fria.

Fez na sequência judô, capoeira e full contact, entre outras lutas. Mas, quando a mãe o viu num treino de kick boxer, decidiu afastá-lo dos ringues. Desanimado, abando-nou os esportes por algum tempo, até que o pai, ouvindo os comentários de um amigo cuja filha fazia Atletismo, o convenceu a treinar. O início foi sofrido, com a dificuldade para conseguir tênis e outros materiais básicos de treina-mento. Acabou se especializando na marcha.

Embora tenha abandonado a prova dos 50 km do Campeonato Mundial de Pequim, em agosto, Mário José, treinado por Adauto Domingues, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, tem bons resultados. Ele ganhou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santo Do-mingo 2003. Também participou dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 e Pequim 2008, além do PAN 2007 no Rio.

O atleta da BM&FBovespa sempre conciliou o espor-te com os estudos. Tanto que é formado em veterinária e aproveita todos os momentos que pode para se dedicar às viagens de estudos e de residência. Esteve em vários países e acumulou um currículo especial.

A paixão pelos animais começou com o pai, que tinha 16 cachorros em casa. “Sempre me dei bem com os bichos, isso cresceu comigo. Uma vida sem os animais seria uma vida va-zia”, lembra o marchador, que disputa também os 20 km.

aTRAÇÃO

Mário José dos Santos JúniorMarchador já está qualificado para os Jogos do Rio 2016

MELHORES TEMPOS DE MÁRIO

• 5.000 m – 19:48:33 – Porto Alegre (RS) – 07/05/2006• 10.000 m – 42:14:02 – Córdoba (ARG) – 17/05/1998• 20.000 m – 1:24:52.1 – São Leopoldo (RS) – 21/04/2002• 20 km – 1:25:49 – Chula Vista (USA) – 15/03/2003• 50 km – 3:55:36 – Dudince (SVK) – 21/03/2015

Mário José dos Santos Junior

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VIAJOU VÁRIAS VEZES PARA OS ESTADOS UNIDOS E PARA os Emirados Árabes em busca do aperfeiçoamento na pro-fissão, que deve assumir após a Olimpíada do Rio 2016. Quer trabalhar com animais de grande porte como cavalos de esporte, embora tenha paixão por cães.

Para terminar a faculdade, Mário teve que se esforçar muito. Não só para conseguir se dividir entre treinos e os hospitais veterinários, mas sim para manter sua bolsa na universidade. O atleta conseguiu lugar no curso graças aos seus resultados na pista. Em troca, defendia a escola nas competições.

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ASTRO

Caio Oliveira de Sena BonfimMarchador quer chegar ao ápice da forma na Olimpíada de 2016

O BRASILIENSE CAIO Oliveira de Sena Bonfim transforma a cada dia o futuro em presente. Sex-to colocado na prova dos 20 km do Campeonato Mundial de Atletismo, realizado em agosto, em Pequim, na China, o marchador vê o seu objetivo imediato muito perto: disputar os Jogos Olímpicos do Rio 2016, com a meta de assegu-rar um lugar no pódio.

Caio Bonfim, como é conhecido, tem o DNA da marcha. Atleta do Centro de Atletismo Sobradinho (CASO), de Brasília, ele é filho do téc-nico João Sena Bonfim e de Gianetti de Oliveira Bonfim, nada menos do que sete vezes campeã do Troféu Brasil Caixa de Atletismo.

Antes de Pequim, em julho, Caio conquistou a meda-lha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. A temporada de 2015 do atleta, aliás, foi muito consistente. Ganhou a Copa Brasil Caixa de Marcha, em Blumenau (SC), pela quarta vez, e o Troféu Brasil Caixa de Atletismo, em São Bernardo do Campo (SP), pela terceira vez. Na Copa Pan-Americana de Marcha de Arica, no Chile, ficou com a medalha de prata.

Nas competições da Europa, em abril, onde fez Cam-ping de Treinamento, o brasiliense de 24 anos conquistou bronze no Troféu Lugano, na Suíça, e no GP de Rio Maior, em Portugal, além do quarto lugar no GP de Podebrady, na República Tcheca.

A marcha faz parte da vida de Caio desde sempre, pois o esporte estava no seu dia a dia por conta da atividade dos pais. Ele começou a treinar em 2007. Logo depois, re-cebeu o convite do pai para treinar. “No começo, não que-

MELHORES TEMPOS DE CAIO• 5.000 m – 19:47:99 – Fortaleza (CE) – 11/05/2011• 10.000 m – 40:40:0 – Blumenau (SC) – 23/05/2009• 10 Km – 40:14 – La Coruña (ESP) – 06/06/2015• 20.000 m – 1:20:58.5 – Buenos Aires (ARG) – 05/06/2011• 20 km – 1:20:28 – Taicang (CHN) – 04/05/2014

ria, mas ele me motivou, me convenceu. Fiz um teste, me apaixonei e nunca mais saí”, lembrou.

CAIO TEVE DE SUPERAR OUTROS PROBLEMAS. O PRINCIPAL: por carência de cálcio, quando tinha 2 anos, as pernas do menino começaram a entortar, e ele necessitou de uma cirurgia para corrigi-las.

Fez a operação quando tinha menos de 3 anos. Ao con-trário do temor dos médicos, de que o problema poderia voltar, Caio cresceu normalmente. Ele faz atividades físicas desde os 6 anos e jogou futebol até os 16. Nunca mais ne-nhuma dificuldade foi constatada.

Caio fez uma carreira de sucesso já nas categorias de base. Quarto colocado no Mundial de Juvenis de Moncton, no Canadá, em 2010, ele ganhou ainda a medalha de prata no PAN Juvenil de Port-of-Spain, em Trinidad e To-bago, em 2009.

Diante do sucesso obtido, Caio Bonfim faz questão de mandar uma mensagem sempre: esperança, fé e nada é impossível para Deus. Também agradece os apoios terre-nos. “A CBAt e o Governo de Brasília contribuíram para que o Caio pudesse treinar e competir na Europa”, lembra João Sena. “Isso foi importante para ele entender principalmen-te como atuam os árbitros na Europa, pois são eles que dirigem as grandes competições, como as Olimpíadas e os Campeonatos Mundiais”, conclui.

O marchador é uma das esperanças de bom resultado para o Brasil no Rio 2016, com base em trabalho, dedica-ção, confiança e apoios indispensáveis. Aos poucos, o jo-vem deixa de ser futuro para ser realidade.

Caio Bonfim

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O TREINADOR FERNANDO ROBERTO DE OLIVEIRA É UM DOS mais respeitados do País. Paulistano, ele construiu sua car-reira aos poucos, passo a passo, como sempre acontece no Atletismo de uma forma geral e no brasileiro em particular. Ele é professor de Educação Física da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e responsável pelo Projeto CRIA Lavras, desde 2008, iniciativa que o motiva no dia a dia.

Ele leciona na UFLA desde 2006. Além das aulas e das pesquisas, também passou a ser o coordenador do proje-to social que visa encontrar talentos potenciais na cidade e na região para o esporte-base. A expectativa é tornar a cidade referência nacional, com a acolhida de atletas de várias regiões do País.

O treinador tem experiência na área de Avaliação Fun-cional e Treinamento Desportivo, especialmente em Fisio-logia do Exercício, com avaliação aeróbia e anaeróbia, tes-tes de campo e Atletismo.

Ele é graduado em Educação Física pela Universidade de Santo Amaro (SP), possui especialização em Ciências do Esporte pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestrado em Biociências da Atividade Física pela Univer-sidade Federal do Rio de Janeiro (1995) e Doutorado em Atividade Física e Esporte pela Universidad del Pais Basco (2004). Fez estágios em pesquisa no Centro de Alto Rendi-mento de Sant Cugat del Valles (Barcelona), na INEF Cata-lunya, também de Barcelona, e Centro de Medicina AXOLA de San Sebastián, País Basco, na Espanha.

O CRIA Lavras é um nome bem conhecido no meio do Atletismo. O Centro Regional de Iniciação ao Atletismo, que é a sigla que remete à equipe, é uma parceria entre

Fernando Roberto de OliveiraParceria entre Universidade e a Prefeitura de Lavras dá resultados

Fernando Roberto de Oliveira

Fernanda Paradizo/C

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tTREINADOR

a Universidade Federal de Lavras e a Prefeitura Municipal.Agitado, Fernando está presente em todas as compe-

tições que envolvem seus atletas, em todas as categorias. Ele esteve à frente da equipe, por exemplo, no Campeo-nato Brasileiro Caixa de Menores Interclubes, disputado de 18 a 20 de setembro, em São Bernardo do Campo. O clube terminou em 26º lugar entre 107 participantes, com 26 pontos.

Na Copa Brasil Caixa de Provas Combinadas, a equipe foi campeã geral no feminino e levou os dois primeiros lu-gares no juvenil, com Jenifer Nicole Vieira Norberto e In-grid Ellen da Silva.

OUTRA VITÓRIA DA INICIATIVA DO TÉCNICO É A CONSTRUÇÃO da Pista de Atletismo para o treinamento dos atletas. “Eles só viam pistas sintéticas nas competições e agora podem treinar em uma similar. Foi um sonho de vários anos que se concretizou.

É a maior conquista de minha carreira esportiva, pois me reencontrei com o Atletismo na UFLA e conseguimos em alguns anos uma credibilidade que não tem preço, em todas as esferas de governos e órgãos do esporte nacional. Estamos reescrevendo a história do esporte nesta Univer-sidade”, conclui Fernando, emocionado com todo o cresci-mento nos últimos anos.

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TRABALHO E EFICIÊNCIA PARA DESEMPENHAR da melhor maneira a função de árbitro, seja em uma competição escolar ou em um evento de alto nível. Este é o lema de Bernadete Conte. Moradora de Criciúma, e atualmente direto-ra de arbitragem da Federação Catarinense de Atletismo, Bernadete começou a atuar na função ainda nos tempos da faculdade, por influência de um professor do curso de Edu-cação Física.

De lá para cá passaram-se muitos anos, to-dos dedicados ao esporte. “Minha vida na ar-bitragem começou por influência do meu pro-fessor de Atletismo, Euclides Ribeiro. Atuava no vôlei e auxiliava em outros esportes, na organi-zação e também como árbitra”, lembra.

Uma das primeiras competições em que atuou, ainda como estudante, foram os Jogos Abertos de Santa Catarina. “Foi então que me apaixonei pelo Atletismo e decidi me registrar na CBAt, isto em 1991”, continua. “Vou fazer

ÁRBITRa

Bernadete ConteBodas de prata na arbitragem do Atletismo nacional

bodas de pratas em 2016”, brinca. Desde aquela época Bernadete é presença constante

nas competições, atuando nos eventos nacionais, como o Troféu Brasil Caixa de Atletismo, nos campeonatos brasilei-ros das várias modalidades e categorias de idade. E tam-bém trabalhando em competições internacionais no Brasil e na América do Sul.

Outro orgulho da gaúcha de Lajeado, é trabalhar de igual para igual com os outros árbitros. Pega peso, monta equipamentos, arruma colchão, é responsável por provas de exigência técnica como a marcha e sempre pronta para superar jornadas de mais de oito horas diárias.

“ALÉM DE MINISTRANTE DE CURSOS BÁSICOS DE ARBITRAGEM, fui aprovada para ser árbitra internacional nível II, e assim já atuei em eventos como os Jogos Pan-Americanos e Cam-peonatos Ibero-Americanos”, diz.

Este ano, ela esteve em Cuenca no Equador para traba-lhar no Campeonato Sul-Americano de Juvenis, e também em Edmonton, no Canadá, no PAN de Juvenis.

Além do intercâmbio com outros profissionais, do Bra-sil e do exterior, o Atletismo possibilitou a Bernadete trans-mitir seu conhecimento. “Tenho muito orgulho do meu trabalho, e uma das melhores recompensas que tenho é a possibilidade de formar novos árbitros”, completa.

Bernadete Conte

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MULHER

AS MULHERES ENTRARAM NO PROGRAMA OLÍMPICO DO Atletismo nos Jogos de Amsterdã, em 1928. Oitenta anos depois, Maurren Maggi deu ao Brasil o título olímpico do salto em distância nos Jogos de Pequim, em 2008. Entre estes dois grandes eventos, o esporte-base feminino cres-ceu no País. Grandes atletas representaram bem o Brasil nos eventos internacionais.

Em 2015, o Atletismo nacional conta com as mulhe-res não apenas nas pistas. Elas são treinadoras, atuam na arbitragem, estão nas equipes de apoio. E são dirigentes. Quatro Federações Estaduais, aliás, têm mulheres na Pre-sidência: Marleide de Farias Leite Borges (Amazonas), Va-léria Cristina Gonçalves Calháo Silva (Mato Grosso do Sul), Marcia Cristiane Araújo (Piauí), Maria Magnólia Figueiredo (Rio Grande do Norte).

As quatro presidentes comandam, juntas, 6.056 atletas, de 84 clubes. Têm cadastrados 330 corredores, 79 treinadores, 554 árbitros. Na temporada, organizaram 31 competições ofi-ciais. Também realizaram cursos para treinadores e árbitros. “Vemos com satisfação a crescente participação feminina em todos os segmentos do Atletismo”, diz o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes.

Marleide de Farias Leite Borges é pela segunda vez pre-sidente da Federação do Amazonas. A primeira vez foi em 2008 e no ano passado foi eleita para um novo período.

As presidentes do AtletismoMulheres comandam o esporte-base em quatro Estados

Professora de educação física, foi atleta e em seu tempo fez o heptatlo e o salto em altura.

“O Atletismo está em permanente renovação no Es-tado”, afirma Marleide. “Muita gente foi revelada aqui e bons nomes continuam a aparecer”, lembra. Ela cita alguns novos valores: Ana Paula Souza (1.500 m), Pedro Henrique (lançamento do dardo), Pedro Gil (100 m, 200 m).

Situação análoga ocorre no Mato Grosso do Sul. Em 19 e 20 de setembro a Federação organizou o Troféu Centro-Oeste de Mirins, em Campo Grande, com atletas da região e de ou-tros Estados.

“ALÉM DE FAZER OS TORNEIOS LOCAIS E REGIONAIS, NOSSA meta é sempre fortalecer os núcleos”, diz Valéria Cristina Silva. “Além de Campo Grande, várias cidades estão ativas no Atletismo”, completa Valéria, que cita: Ponta Porã, Cha-padão do Sul, Três Lagoas, Dourados, Porto Murtinho, El-dorado, Naviraí...

A brasiliense Márcia Cristiane Araújo é mais uma antiga atleta a enveredar pelos caminhos da direção do esporte. No Piauí desde sua infância, ela está em seu primeiro man-dato. Mas experiência não lhe falta. “Toda a pós-gradua-ção eu fiz com estudos sobre o esporte”, ela explica.

“Fazer o Atletismo num Estado distante é difícil, mas aí é preciso ter criatividade”, prossegue Márcia. “Aqui temos projetos com apoio do Governo do Estado”, diz a dirigente, que entende a importância da comunicação. “Divulgamos o nosso trabalho e a mídia nos dá respaldo”, finaliza.

A potiguar Maria Magnólia Figueiredo é considerada o maior nome do Atletismo feminino já revelado pelo Nor-deste. E um dos mais importantes do Brasil. Teve a opor-tunidade de servir o Rio Grande do Norte com secretária estadual de Esporte.

Agora, responde pela Presidência da Federação de Atle-tismo. “Fui atleta e sou dirigente, assim entendo tanto as expectativas de quem está na pista quanto o trabalho de quem busca a viabilização dos projetos”, diz a antiga velo-cista, que no PAN de Toronto se tornou a primeira mulher a chefiar a equipe de Atletismo na competição.

Valéria Silva, Maria Magnólia, Márcia Araújo e Marleide Borges

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CLUBE

O BRASIL CONTA COM CENTENAS DE CLUBES DE ATLETISMO ativos nas 27 Unidades da Federação. Alguns, embora re-únam também corredores e saltadores, tornaram-se sinô-nimo de marcha atlética, uma modalidade extremamen-te técnica e muito exigente tanto do ponto de vista físico como psicológico.

Uma referência na modalidade é a Associação de Atle-tismo de Blumenau (AABLU), Santa Catarina, o maior ce-leiro de marchadores do País. Com treinadores como Ivo da Silva e João Cesar Sendeski, a equipe catarinense reúne alguns dos melhores marchadores do País.

O clube conta com atletas experientes, como José Ales-sandro Bernardo Bagio, Jonathan Riekmann e Moacir Zim-mermann, e jovens valores, como Matheus Gabriel de Liz Corrêa, campeão brasileiro de juvenis.

Uma figura histórica de Blumenau é o antigo marchador Sergio Vieira Galdino, recordista brasileiro dos 20 km e presi-dente da Fundação Municipal de Desportes de Blumenau.

Referência na marchaEquipe catarinense conta com atletas de ponta na modalidade

Moacir Zimmermann e Caio Bonfim

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O Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO) é outro des-tes clubes. Criado em 1990, no Distrito Federal, destaca-se por forte ação de investimento social em marchadores (embora conte, também, com bons corredores de fundo). Não à toa. João Evangelista Sena Bonfim criou a equipe, com o apoio da mulher, a multicampeã Gianetti Oliveira Bonfim

Sena e Gianetti são pais de Caio Bonfim, tricampeão dos 20 km do Troféu Brasil Caixa de Atletismo e tetracampeão da Copa Brasil Caixa de Marcha. Em agosto, terminou em sexto lugar no Campeonato Mundial de Pequim, na China. Um mês antes havia sido bronze no PAN de Toronto.

Na Copa Brasil de 2015, realizada em Blumenau (SC), o CASO foi campeão por pontos no adulto masculino e femi-nino nas provas de 20 km.

PERNAMBUCO É OUTRA FONTE DE MARCHADORES. O Projeto Atletas com Futuro, criado em 1992, no municí-pio de Abreu e Lima, na região de Recife, é um exemplo. A equipe foi campeã por pontos da Copa Brasil Caixa de Mar-cha nas categorias menor (masculino) e juvenil (feminino).

As duas principais atletas brasileiras no adulto feminino também são de Pernambuco: Érica Rocha de Sena (Orcam-pi/Unimed – SP) e Cisiane Dutra Lopes (Santos Dumont – PE). As duas representaram o Brasil no PAN de Toronto e no Mundial de Pequim.

Érica ganhou prata no Canadá e terminou em sexto lu-gar na China. Ambas começaram com o técnico Vanthauze Marques, hoje também marido de Cisiane. Érica mora no Equador e treina com seu marido Andrés Chocho, recordis-ta sul-americano dos 50 km.

Vários outros clubes têm atletas de destaque na mar-cha. Entre várias outras, têm bons atletas na modalidade a BM&FBovespa (SP), GR Barueri (SP), FECAM (PR), IEMA (SP), USIPA (MG) e LUASA (SP).

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FILIADAS

Federações Estaduais de AtletismoAs 27 Unidades da Federação que compõem a CBAt

Federação Acreana de Atletismo - FACAtPresidente: Afonso Alves da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Alagoana de Atletismo - FAAtPresidente: Mahebal de Vasconcelos Santos - E-mail: [email protected]

Federação Atlética Maranhense - FAMAPresidente: Marcio Batista Miguens da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Bahiana de Atletismo - FBAPresidente: Og Robson de Menezes Chagas - E-mail: [email protected]

Federação Capixaba de Atletismo - FECAtPresidente: Eliseu Lírio do Monte - E-mail: [email protected]

Federação Catarinense de Atletismo - FCAPresidente: Walmor José Battistotti Filho - E-mail: [email protected]

Federação Cearense de Atletismo - FCAtPresidente: Jerry Welton Barbosa Gadelha - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Mato Grosso - FAMTPresidente: Francisco Antonio da Silva - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Mato Grosso do Sul - FAMSPresidente: Valéria Cristina Gonçalves Calháo Silva - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Rondônia - FAROPresidente: Walter Alves Brasil Filho - E-mail:[email protected]

Federação de Atletismo do Amapá - FAApPresidente: Aldir de Azevedo Dantas - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Distrito Federal - FAtDFPresidente: Alfim Nunes de Souza - [email protected]

Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro - FARJPresidente: Carlos Alberto Lancetta - E-mail: [email protected]

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Federação de Atletismo do Estado do Rio Grande do Sul - FAERGSPresidente: Marcos Paulo Garcia de Andrade - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Estado do Tocantins - FATOPresidente: Maurício Monteiro da Rocha Marques - [email protected]

Federação de Atletismo do Paraná - FAPPresidente: Lindomar Telles de Oliveira - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Piauí - FAPIPresidente: Márcia Cristiane Araújo - E-mail: [email protected]

Federação Desportiva de Atletismo do Estado do Amazonas - FEDAEAMPresidente: Marleide de Farias Leite Borges - E-mail: [email protected]

Federação Goiana de Atletismo - FGAtPresidente: Genivaldo José Caixeta - E-mail: [email protected]

Federação Mineira de Atletismo - FMAPresidente: Wellington de Souza - E-mail: [email protected]

Federação Norte-Rio-Grandense de Atletismo - FNAPresidente: Maria Magnólia Figueiredo - E-mail: [email protected]

Federação Paraense de Atletismo - FPAtPresidente: Ronaldo Estevão Lobato - E-mail:[email protected]

Federação Paraibana de Atletismo - FPbAPresidente: Antonio Gomes Filho - E-mail: [email protected]

Federação Paulista de Atletismo - FPAPresidente: Mauro Roberto Chekin - E-mail: [email protected]

Federação Pernambucana de Atletismo - FEPAPresidente: Edinilton José de Vasconcelos Aquino - E-mail: [email protected]

Federação Roraimense de Atletismo - FERAPresidente: Carmono Cunha da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Sergipana de Atletismo - FSAtPresidente: José Orliandes de Barros - E-mail: [email protected]

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Quando a família é o AtletismoAldemir Júnior encontrou no esporte um sentido para a vida

INCLUSÃO

O CARIOCA ALDEMIR GOMES DA SILVA JÚNIOR É UM DOS velocistas de maior potencial no Brasil. Aldemir já demons-trou isso em diversas oportunidades. Aos 23 anos, ele já participou da Olimpíada de Londres 2012, e dos Mundiais de Moscou 2013 e Pequim 2015.

Nascido e criado na Ilha do Governador, Aldemir come-çou no esporte aos 12 anos, quando um primo o apresen-tou à técnica Vania Valentino da Silva no Estádio Célio de Barros, no complexo do Maracanã, no Rio de Janeiro. An-tes, fazia saltos e barreiras, numa relação de divertimento.

Quando conheceu Vania, porém, percebeu que o es-porte poderia lhe dar mais do que um futuro, poderia ser a sua família. O Atletismo tornou-se seu objetivo de vida, depois de uma infância difícil. Não que a prática esporti-va seja fácil. Em 2011, sofreu lesões musculares e contraiu dengue. Pensou seriamente em parar, mas foi convencido pela treinadora a tentar de novo e desde 2012 está entre os principais velocistas do País.

A cada vitória, a cada convocação para a Seleção Brasi-leira, o atleta procura escrever uma história diferente para o nome que herdou do pai, Aldemir Gomes da Silva, que chegou a treinar nas categorias de base do futebol do Fla-mengo. Porém, acabou morto em 2002. Um ano antes o menino Aldemir já havia enfrentado outra tragédia fami-liar, quando perdeu a mãe, assassinada em 2001.

Integrou as últimas equipes de revezamento do Brasil no 4x100 m no Pan-Americano de Toronto, no Canadá, ga-nhador na medalha de prata, na equipe finalista no Mun-dial de Bahamas, e nas semifinais do Mundial de Pequim, na China.

Nascido no dia 8 de junho de 1992, o atleta, que defen-de a equipe AEFV, entrou para a lista dos melhores velo-cistas em 2011, quando ganhou três medalhas de ouro no Sul-Americano de Juvenis, em Medellín, na Colômbia. Dois anos depois, conquistou outras três medalhas de ouro no

Aldemir Gomes da Silva Junior

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Sul-Americano Sub-23, em São Paulo, repetindo a façanha em 2014, no mesmo torneio, em Montevidéu, no Uruguai, onde foi eleito o destaque masculino da competição.

ESTUDANTE DE DIREITO, COM MATRÍCULA TRANCADA POR causa das viagens. Aldemir tem como recordes pessoais 10.20 nos 100 m, desde 2012, e 20.32 nos 200 m, desde 2014. Defendeu o Brasil também no PAN de Toronto e no Mundial de Revezamentos de Bahamas, entre outras com-petições.

Vania Silva é responsável pelo dia a dia do atleta, que treina no Centro de Capacitação Física do Exército da Urca, no Rio. Júnior, como é chamado pelos companheiros, tam-bém é atleta das Forças Armadas.

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