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Voltar ao Sumário 1 Mídia e Ideias Cultura Alternativa 17 de Setembro de 2019

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  • Voltar ao Sumário 1

    Mídia e Ideias Cultura Alternativa 17 de Setembro de 2019

  • Voltar ao Sumário 2

    Sumário

    Sumário 2

    MÍDIA BRASIL 6

    1 – O Globo 7

    Indisponível na rede no horário da clipagem. 7

    2 – Folha de São Paulo 7

    Obra sobre prisão feminina faz um retrato poético da esperança 7

    É impossível fazer teatro sem patrocínio, sem mecenas, diz atriz Guida Vianna 8

    Esquerda e direita estão obcecadas em detratar o adversário 10

    Livros de não ficção viram palco de flá-flu ideológico entre esquerda e direita 11

    Você sofre de 'velhofobia'? 13

    Vera Iaconelli: Serão os livros nossas pedras? 14

    Prorrogadas inscrições do Festival de Cinema de Brasília 15

    3 – O Estado de São Paulo 15

    Do presídio à Netflix 15

    Prazer de ler nas alturas 17

    ‘Canta Brasil...’ 20

    ‘Deixando Neverland’ ganha Emmy e Beyoncé fica sem troféu 21

  • Voltar ao Sumário 3

    O charme da Galícia 22

    3 iniciativas de turismo comunitário pelo Brasil 24

    Literatura, direito de ir e vir 25

    4 – Correio Braziliense 26

    Livro novo do poeta 26

    5 – Valor Econômico 27

    Com problemas na rede. 27

    6 – Câmara Brasileira do Livro 27

    5ª Feira do Livro Guaxupé. 27

    7 – Cultura Alternativa 27

    Congresso de Literatura Fantástica de Pernambuco 27

    8 – Sympla 28

    Integridade e Inovação – Evento Gratuito hoje 28

    9 – Canaltech 29

    iPhones XR e XS terão suporte à gravação com mais de uma câmera do iPhone 11 29

    10 – Mega Curioso 31

    NOVO IPHONE 11 CAUSA ATAQUE EM PESSOAS COM TRIPOFOBIA 31

    11 – Google – Feira do Livro 32

    Feira do Livro municipal comemora 35 anos com novidades 32

    12 – Google - Festival 33

  • Voltar ao Sumário 4

    Jojo Rabbit, de Taika Waititi, vence o Festival de Toronto 33

    13 – Clube de Jazz 34

    17/09 – Terça 34

    14 – All About Jazz 34

    Brittany Anjou: Alma Visionária 34

    15 – Cifra Club News 36

    Rapidíssimas: gravação inédita de Andre Matos, Green Day e mais 36

    16 – EBC - Cultura 39

    Prorrogadas inscrições do Festival de Cinema de Brasília 39

    17 – Publish News 39

    Um retrato da aristocracia russa 39

    18 – Funarte 40

    ‘Encontro de Mulheres para Criação Cênica em Residência’ entra em reta final 40

    19 – Jornal de Teatro 42

    Festival de Teatro Universitário com entrada franca 42

    20 – Observatório da Imprensa 44

    O jornalismo servil 44

    21 – Adoro Cinema 46

    Seinfeld: Netflix garante direitos globais de streaming da série 46

    22 – Instrumental SESC Brasil 46

  • Voltar ao Sumário 5

    Trio Oritá | Programa Instrumental Sesc Brasil 47

    23 – Instituto CPFL Cultura 47

    novas fronteiras entre identidade e direitos humanos 47

  • Voltar ao Sumário 6

    MÍDIA BRASIL

  • Voltar ao Sumário 7

    1 – O Globo

    Indisponível na rede no horário da clipagem.

    2 – Folha de São Paulo

    Obra sobre prisão feminina faz um retrato poético da esperança

    'Mars Club' vem depois do romance que projetou o nome da autora como um dos mais importantes dessa geração, 'Os Lança-Chamas'

    Teté Ribeiro

    Mars Club Preço R$ 64,90 (344 págs.) Autor Rachel Kushner. Trad.: Rogerio W. Galindo Editora Todavia O leitor conhece Romy Hall, a protagonista da história, em um ônibus que a leva para Stanville, na Califórnia. Stanville é uma prisão de verdade, a maior casa de detenção feminina dos Estados Unidos e a única no estado com um corredor da morte. Essa parte da trama se passa no começo da primeira década deste século. Romy tem 29 anos, é mãe de um garoto chamado Jackson e vai começar a cumprir sua pena de duas prisões perpétuas e mais seis anos por ter matado o seu stalker. “Não tenho planos de viver muito. Nem pouco, necessariamente. Não tenho plano nenhum”, ela diz. Escrito pela americana Rachel Kushner, “Mars Club” foi lançado cinco anos depois do romance que projetou o nome da autora como um dos mais importantes dessa geração, “Os Lança-Chamas” (ed. Intrínseca). “Mars Club” sai no Brasil pela Todavia.

    A escritora Rachel Kushner, posa para foto em frente do seu automóvel, em Los Angeles (EUA) - Ann Summa/The New York Times Kushner mergulhou no sistema prisional americano para escrever esse livro. O resultado é um retrato bem feito e profundo do que pode significar nascer mulher e muito pobre nos Estados Unidos. Claro que pode parecer um privilégio perto de nascer pobre, mulher e no Brasil. E quase nada em Stanville se parece com o horror da Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo, de onde o médico e escritor Drauzio Varella tirou as histórias que conta em “Prisioneiras” (Companhia das Letras), de 2017.

    https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/12/1564990-critica-audaciosa-escritora-inflama-carater-revolucionario-da-arte.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2019/09/ideologia-de-genero.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2019/09/ideologia-de-genero.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/05/1883629-drauzio-varella-fecha-trilogia-com-retratos-de-mulheres-presas.shtml

  • Voltar ao Sumário 8

    Mas aqui é a destreza e o talento da escritora que fazem a diferença. Romy já nasceu condenada a uma vida difícil. Sua mãe, viciada em opioides e casamentos, a tratava com “silêncio, irritação, desaprovação”. Ela foi estuprada aos 11 anos e virou viciada em drogas e prostituta. O livro alterna passagens do presente e do passado, desde a sua infância nas ruas de San Francisco. O Mars Club do título é uma casa de strip-tease onde Romy trabalhava, em que “se você tivesse tomado banho você tinha uma vantagem competitiva. Se as suas tatuagens não tivessem erros de grafia você era realmente desejável. Se não tivesse grávida de cinco ou seis meses você era a it girl da noite”. Os coadjuvantes trazem humor à história, muito como acontecia em “Orange”. Conhecemos Betty LaFrance, uma ex-modelo de pernas que está no corredor da morte, Conan, uma mulher trans que faz dildos nas aulas de trabalhos com madeira e Laura Lipp, que matou seu bebê para se vingar do marido. “Você sabe quem é Medeia?”, pergunta. O melhor personagem masculino —são poucos— é Gordon Hauser, professor de literatura na prisão. Ele tem duas obsessões —o escritor Henry David Thoreau e o terrorista Ted Kaczynski, o Unabomber. Trechos dos diários desse último aparecem salpicados pelo livro, meio sem por que mas que despertam curiosidade. A narrativa poderia ter um pouco mais de ritmo, mas “Mars Club” é tão bem escrito que esse pequeno pecado é perdoável. A trama, ultra bem construída, dificulta imaginar um final original e convincente para a história. Não tem muita saída para quem está em prisão perpétua. Mas Kushner tem alma de poeta, e faz do final de seu livro quase um poema triste sobre esperança, ainda que quase ilusória. Measure Measure

    É impossível fazer teatro sem patrocínio, sem mecenas, diz atriz Guida Vianna

    Em cartaz em São Paulo como a matriarca de 'Agosto', de Tracy Letts, a veterana fala da crise e espera voltar à televisão

    Bruno Cavalcanti Em meio a colegas, dentro do luxuoso Golden Room do Copacabana Palace, uma atriz ouve seu nome ser anunciado como o vencedor na categoria principal de um prêmio de teatro. Ela sobe ao palco e, numa cerimônia em homenagem a Antônio Fagundes, toma para si os holofotes com um discurso contundente aplaudido de pé e celebrado por meses.

    https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/08/temporada-final-de-orange-is-the-new-black-reforca-o-pioneirismo-do-seriado.shtml

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    “Acho que foi o momento de maior visibilidade da minha carreira”, se diverte Guida Vianna. Em janeiro de 2018, a atriz carioca, ao receber o prêmio Cesgranrio por sua atuação na peça “Agosto”, falou sobre os perrengues da profissão. “Eu adoraria, Fagundes, ser você. Juro por Deus, mas eu não sou. Eu não ponho 700 mil pessoas numa temporada. A gente trabalha em salas de 80 lugares. Semana passada eu estava filipetando no metrô para conseguir lotar o [teatro] Sesi”, falou no discurso. Veterana, Vianna voltou a chamar a atenção graças a sua elogiada interpretação da matriarca Violet em “Agosto”. A montagem da peça do dramaturgo americano Tracy Letts cumpre nova temporada agora em São Paulo. “A Violet é o que hoje em dia se chamaria de uma mulher politicamente incorreta”, diz sobre a personagem que já foi vivida por Meryl Streep nos cinemas, em “Álbum de Família”. Violet não é, no entanto, o primeiro êxito da atriz de 64 anos. “Ao longo da carreira a gente tem momentos de mais e de menos brilho. Já tive momentos de brilho aos 24 anos, aos 32, aos 40, aos 50...” “Isso estimula a gente a continuar na profissão. Se eu não tivesse tido nenhum momento de brilho ao longo da carreira, se esse fosse o primeiro, eu já teria desistido”, diz a atriz que aos 16 decidiu que era esse o ofício que seguiria após ver Marília Pêra no teatro. Marília assistiu a Guida em cena pela primeira vez em 1977, quando a então jovem de 23 anos vivia uma cafetina que comandava a peça “Beco do Brecht” no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro. “Ela me pegou no canto e me deu várias dicas, me ensinou muita coisa. Então fomos namorando a chance de trabalhar juntas, o que só aconteceu em 2007, na novela ‘Duas Caras’.” Escrita especialmente para Guida após seu ótimo desempenho em “Senhora do Destino” (2004), a personagem Neli era a melhor amiga de Gioconda, a socialite vivida por Marília em sua primeira (e única) novela na faixa das oito. O sucesso rendeu ainda uma parceria no teatro, com a peça “Gloriosa”, dirigida por Charles Möeller e Cláudio Botelho, sem chegar a lhe garantir passe livre em novelas. “Lembram-se de mim de quatro em quatro anos, mas nunca tive contrato. Fiquei 20 anos sem fazer novelas, e só voltei porque o Aguinaldo Silva sempre lembra de mim”, diz a atriz que, a despeito da TV —esteve recentemente em “O Sétimo Guardião”—, sempre construiu um nome de respeito no teatro e coleciona prêmios, como o Shell. Sobre o discurso na entrega do Cesgranrio, garante que nada foi pensado. “Havia ali um inconsciente coletivo daquela gente que rala tanto e vive de teatro. Eu senti que deveria falar em nome da minha classe, que é essa galera que vive de fazer peça infantil, adulta, dar aula em três escolas, fazer leituras, oficinas e ensaia duas peças ao mesmo tempo.” “O teatro ficou caro. O aluguel da sala, dos refletores, o cachê dos técnicos, a divulgação, os outdoors, tudo é muito caro. Quando eu comecei a trabalhar, a gente fazia teatro com dinheiro do próprio bolso. Hoje é impossível sem um patrocínio, um mecenato”, enfatiza a atriz. Pouco esperançosa com o atual momento político do país, Guida prefere focar o drama familiar de “Agosto”, que fica em cartaz no Teatro Porto Seguro até o fim do

    https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/07/drama-vencedor-do-pulitzer-e-do-tony-espetaculo-agosto-estreia-em-sao-paulo.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/12/para-contornar-falta-de-dialogo-teatro-buscou-conversar-com-o-publico.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/12/1390237-meryl-streep-da-medo-como-mae-horrivel-do-filme-album-de-familia.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/12/1390237-meryl-streep-da-medo-como-mae-horrivel-do-filme-album-de-familia.shtml

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    mês antes de partir para Belo Horizonte e voltar para o Rio de Janeiro, onde fica até dezembro, no Teatro do Leblon. Prestes a completar 65 anos, Guida não enxerga a chance de parar ou de dar qualquer pausa na carreira. Em janeiro deve começar a ensaiar uma peça ainda inédita a convite da atriz Camila Nhary (“Tom na Fazenda”), que assina o texto, e inicia as gravações de uma nova série da Netflix sobre a qual, por contrato, não pode dar detalhes. Enquanto isso, espera um novo convite para televisão. “A gente perde dinheiro no teatro e ganha na TV, é inevitável. Espero que daqui a três anos eles voltem a se lembrar de mim”, finaliza.

    Agosto Quando Sex. e sáb., às 21h. Dom., às 19h. Até 29/9 Onde Teatro Porto Seguro, alameda Barão de Piracicaba, 740 Preço R$ 70 e R$ 80 Classificação 14 anos

    Esquerda e direita estão obcecadas em detratar o adversário

    Mercado editorial está dividido entre livros que buscam criticar o campo adversário

    Eduarth Heinen Marcio Ribeiro Pablo Ortellado Nosso estudo sobre o mercado editorial de não ficção recolheu a posição no ranking de vendas e as compras conjuntas de mais de mil títulos de ciências sociais e política. Por meio de um modelo matemático estimamos o volume de vendas e a frequência com que diferentes títulos foram comprados por um mesmo consumidor. O resultado mostra que há praticamente dois mercados, separados em livros de esquerda e em livros de direita. Os dados são apresentados na forma de um grafo. Nele, cada nó representa um título e as conexões representam compras conjuntas. Quanto maior o nó, mais o título vendeu. Quanto mais dois títulos foram comprados por um mesmo consumidor, mais próximos estão os nós. Vemos, assim, que há praticamente dois mercados separados, com livros de esquerda, de um lado, e livros de direita, do outro.

    Gráfico que mostra os mercados editoriais de esquerda e de direita isolados - Divulgação Dentro de cada um desses dois grupos, analisamos os principais subgrupos. Na esquerda, verificamos um aglomerado de títulos com uma perspectiva progressista, entrelaçados com outro grupo contendo obras de Karl Marx e de

    https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/09/livros-de-nao-ficcao-viram-palco-de-fla-flu-ideologico-entre-esquerda-e-direita.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/09/livros-de-nao-ficcao-viram-palco-de-fla-flu-ideologico-entre-esquerda-e-direita.shtml

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    teoria marxista. Sobreposto a eles, há um terceiro subgrupo com feminismo, questões raciais e temas LGBT. Os títulos de direita formam um único grande conglomerado. Quando analisamos sua estrutura interna, vemos um gradiente que vai de títulos sobre liberalismo econômico até os outros sobre conservadorismo moral, com os livros de Olavo de Carvalho no centro. Nos dois maiores agrupamentos predominam obras criticando o campo adversário: na esquerda, títulos como "Ruptura" e "Como as Democracias Morrem" chamam a atenção para os riscos à democracia nos governos de direita. Na direita, títulos como "O Livro Negro do Comunismo" e "Marxismo Desmascarado" mostram equívocos da esquerda. Quando produzimos uma nuvem de palavras a partir das sinopses, vemos que na esquerda predominam termos como "ameaças", "democracia" e "fascismo", enquanto na direita saltam "Brasil", "política" e "comunismo". Não apenas consumidores de esquerda não compram livros de direita e vice-versa, como também a literatura de cada lado está obcecada em detratar o campo adversário.

    Nuvem de palavras a partir das sinopses dos livros analisados no estudo - Divulgação

    Livros de não ficção viram palco de flá-flu ideológico entre esquerda e direita

    Pesquisa mostra que acusações e polarização política tomaram mercado editorial no Brasil

    Bruno Molinero De um lado, uma esquerda que chama o campo político oposto de fascista e o culpa pelo declínio da democracia. Do outro, uma direita que define seus adversários como idiotas e homicidas. Nada de novo se o assunto fosse discussões em Brasília ou nas redes sociais. Mas, de acordo com um estudo recém publicado pelo Grupo de Políticas Públicas para o Acesso à Informação da USP, esse é um retrato do mercado editorial brasileiro de não ficção, mais especificamente entre títulos de política e ciências sociais.

    Ilustração Carolina Daffara Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram duas coisas: a lista de livros mais vendidos na Amazon brasileira sobre o tema e, depois, quais títulos também foram comprados por quem adquiriu as obras do primeiro ranking. No total, 1.038 livros foram considerados. O resultado mostra que, entre publicações de política e de ciências sociais, há dois mercados separados que não se conversam, com livros de esquerda, de um

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    lado, e livros de direita, de outro. Além disso, as obras com vendas mais significativas trazem conteúdos mais estridentes e se dedicam a atacar o campo oposto. Do lado da esquerda, o estudo lista "Como as Democracias Morrem" e "O Fascismo Eterno". Na direita, "O Livro Negro do Comunismo" e os títulos de Olavo de Carvalho. "A polarização é tão evidente que nem precisamos fazer um esforço interpretativo para categorizar os títulos", diz Pablo Ortellado, colunista da Folha e um dos autores da pesquisa. A pergunta que fica, porém, é por que essa divisão existe. Segundo editores ouvidos pela reportagem, a primeira explicação é que o mundo inteiro está polarizado, o que respinga nas prateleiras das livrarias. Mas há uma segunda resposta: a polarização vende. "Falas conciliatórias estão sem força, e livros que mostram os dois lados acabam não se saindo tão bem nas vendas", afirma Marcos da Veiga Pereira, sócio da Sextante e presidente do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros). Ele cita um exemplo. Em 2017, Fernando Gabeira lançou pela Sextante "Democracia Tropical", sobre o Brasil pós-1988. "Ele escreve de um jeito seguro, mas manso. Acabou não atingindo as vendas que merecia", conta Pereira. Por outro lado, "A Classe Média no Espelho", de Jessé Souza, que saiu pela mesma editora no ano seguinte e tem tom mais contundente, é arroz de festa na lista de mais vendidos. Segundo Pereira, há uma barreira quase intransponível entre esquerda e direita. "É uma pena, porque você prega para convertido. É sempre aquele 'não li e não gostei'." Carlos Andreazza, editor-executivo da Record, concorda. "Uma coisa é analisar as vendas. Outra é avaliar se esses livros, de fato, conseguem refletir o que acontece no país hoje --e acho que não, porque isso depende do contraditório." Para ele, os lançamentos se dividem entre uma direita eufórica que tenta ser hegemônica e uma esquerda histérica que não entende o movimento que a derrotou. "Eles são incapazes de dialogar e de aproveitar a oferta de títulos do campo oposto para criar um verdadeiro debate público", afirma. O sociólogo Jessé Souza acredita que a avaliação de um livro não deveria ser feita pela sua ideologia. "É uma ideia falsa e tende a definir o bom caminho como o do meio, entre os extremos, o que coincide com uma percepção liberal do mundo", diz o autor. "Mas a posição liberal é conservadora da desigualdade e não tem nada de isenta ou neutra."

    Steven Levitsky, autor de "Como as Democracias Morrem", no auditório da Folha, em visita ao Brasil em 2018 - Karime Xavier/Folhapress Além do espectro ideológico, a segunda questão que surge a partir do estudo é se a Amazon consegue refletir fielmente o que acontece no mercado editorial como um todo. Isso porque, a cada livro visitado no site, o algoritmo da empresa indica outras obras parecidas, o que poderia influenciar a próxima compra do cliente e

    https://www1.folha.uol.com.br/colunas/steven-levitsky/2018/08/bolsonaro-ameaca-a-democracia-brasileira.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/11/guru-de-bolsonaro-diz-que-nao-existem-intelectuais-da-esquerda-a-seu-nivel.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/11/guru-de-bolsonaro-diz-que-nao-existem-intelectuais-da-esquerda-a-seu-nivel.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/colunas/pablo-ortellado/https://www1.folha.uol.com.br/colunas/pablo-ortellado/https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/corrupcao-politica-e-gota-no-oceano-diz-sociologo-jesse-souza.shtml

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    potencializar a polarização, fazendo com que o consumidor só seja exposto a determinado perfil de publicação. "A gente não sabe o quanto isso aumenta o efeito bolha", afirma Ortellado. "Mas nossa sensação é que o algoritmo até pode acentuar o fenômeno, mas não criá-lo", diz. Pereira, o presidente do sindicato dos editores, acredita que páginas como a Amazon podem, sim, acentuar a polarização. "O algoritmo da livraria física é o livreiro. Ele não vai indicar para um leitor do Jessé Souza um lançamento do Olavo de Carvalho, claro. Mas pode levar esse leitor à seção de ciências sociais. E, lá, ele pode ter contato com o outro lado."

    Você sofre de 'velhofobia'? Três tipos ideais de velhice surgiram em um grupo de discussão que realizei com mulheres de mais de 60 anos. Uma professora, de 61 anos, revelou um verdadeiro pânico de envelhecer: a "velhofobia". "Morro de medo de ser uma velha ridícula. Tenho vergonha do meu corpo flácido, gordo e enrugado. Tenho pânico de ficar doente, sozinha e dependente. Não me preparei para ficar velha. Estou me sentindo invisível. É uma espécie de morte antecipada. As pessoas têm nojo da feiura e da decrepitude da velhice. Envelhecer é só para os fortes".

    Aula do coral para terceira idade do SESC Consolação, em São Paulo - Gustavo Lacerda/Folhapress Uma empresária, de 65 anos, disse que está fazendo "todas as coisas malucas" que sempre desejou e não podia fazer no passado: a "velhoeuforia". "Depois do meu divórcio, entrei em um aplicativo de namoro e estou transando como nunca. Já transei com mais de 20 homens, todos na faixa dos 20 a 40 anos. Vivo como se fosse morrer amanhã, quero aproveitar intensamente o agora. Saio para dançar quase todas as noites. Adoro viajar com as amigas. Ainda vou fazer uma tatuagem e posar nua". Uma escritora, de 69 anos, disse que envelhecer é uma verdadeira libertação: a "velhoalforria". "Só agora eu me sinto livre para ser eu mesma. Passei a ter coragem de dizer não para tudo o que eu não quero mais na minha vida. Deletei todas as pessoas que me fazem mal, mesmo que sejam da família ou amigas de infância. Não me afeto mais com os julgamentos e preconceitos dos outros. Não faço nada apenas por medo, obrigação e culpa. Não posso mais desperdiçar o meu tempo. Aprendi a respeitar a minha verdade e a minha vontade. Ser eu mesma é ser livre para ser mais feliz." Ambiguidade é a melhor palavra para expressar as representações sobre velhice nesse grupo. A velhice pode ser vista como uma fase de medos, perdas e doenças. Mas, também, como um momento de muito mais liberdade e felicidade. Você também sofre de "velhofobia"?

    https://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2019/07/por-que-eu-minto-a-minha-idade.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2019/08/voce-ja-ligou-o-botao-do-foda-se.shtml

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    Vera Iaconelli: Serão os livros nossas pedras? Todos os anos íamos à Livraria da Vila aproveitar a semana anual de descontos nos livros infantis. Junto com a farra de escolher títulos mais caros, que minhas filhas aguardavam para adquirir na ocasião, vinha o estresse. Elas sabiam que sairíamos de lá com alguns livros ansiados e mais duas dúzias de pequenas publicações para presentear colegas de classe ao longo do ano. A discussão era sempre a mesma, ano após ano, só mudando a altura de minhas interlocutoras. Elas diziam “mãe, tenho colega que não gosta de ler”. Ouviam a resposta incrédula —“não existe tal coisa”—, a resposta proativa —“boa oportunidade para que comecem a gostar”— ou a resposta final —“vão ganhar livros e ponto”. Nossa relação com esse espaço, no umbigo da Vila Madalena, tem sido tão afetiva que costumamos chamá-la de “nossa livraria”. Com o tempo nos conformamos com o fato de que muitos frequentadores têm a audácia de dizer o mesmo. O último e modorrento Sete de Setembro —que além de cair num sábado, estragando o feriado, começou com Jair Messias saudando os Estados Unidos— foi salvo pelo movimento em torno da liberação de livros sobre questões de gênero, sexualidade e orientação sexual na Bienal. Foi um dia inteiro de ações a favor e contra a censura dos livros perpetrada pelo governador do Rio de Janeiro. Mulheres exibem dois dos 14.000 livros com temática LGBT distribuídos pelo youtuber Felipe Neto durante a Bienal do Livro; na embalagem, lê-se: 'Este livro é impróprio para pessoas atrasadas, retrógadas e preconceituosas' Fernando Souza/AFP Na ocasião, o milionário youtuber Felipe Neto —finalmente adulto— num gesto espetacular, comprou todos os 14 mil exemplares ameaçados e os doou durante o evento. Um grupo de policiais ostentando armas atravessou a Bienal para recolher o material entre famílias e crianças atônitas. Tarde demais, o último exemplar acabara de ser entregue. Em seguida, como que para salvar definitivamente o moral do dia, houve uma manifestação espontânea de visitantes do evento gritando palavras de protesto e empunhando livros. Se esses gestos não foram inspiradores, não sei mais quais seriam. Enquanto a Unesco desenvolve inúmeras ações educativas para que crianças tenham acesso a informação de qualidade sobre sexualidade e gênero com o intuito de diminuir violências de gênero, doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes indesejadas, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), entra em disputa judicial para censurar livros pedagógicos que tocam nos temas.

  • Voltar ao Sumário 15

    Grandes negociações foram feitas para diminuir danos causados pela perda das informações e das discussões preciosas que esses temas trariam para a sala de aula. O sarrafo educacional da Unesco não parece à altura das autoridades brasileiras. Aqui reza-se por outra cartilha. Na esquina da avenida Ipiranga com a avenida São João está sendo formada uma pequena biblioteca. No endereço imortalizado por Caetano Veloso, em um prédio antes abandonado e agora ocupado por famílias pobres, uma geladeira quebrada foi pintada pelo artista Tody One. É a “estante” de uma biblioteca de livros infantis em um lugar onde as geladeiras que funcionam, quando existem, costumam estar vazias. De um lado da Geloteca, como foi batizada, vemos a pintura de uma criança negra sorridente portando um livro. Do outro, está escrito “mais livros, menos armas”. A luta pela educação e contra a censura tem se mostrado o único ponto de convergência de uma oposição que se mantém desbaratinada. Não seriam, então e mais do que nunca, os livros, como formas de transmissão da arte e da ciência, nossas armas? E como tais, serão pedras diante de tanques ou diante da arrogância de um Golias? Seja como for, só nos resta empunhá-los.

    Prorrogadas inscrições do Festival de Cinema de Brasília 02:34 Cultura, Notícias 16/09/2019 - 18h56 Brasília Embed Kariane Costa Inscrições para o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foram prorropgadas para esta terça-feira, dia 17 de setembro. A decisão veio após o anúncio de que a organização do festival de cinema do Rio poderia cancelar o evento na capital carioca, marcado para 7 de novembro. A ideia da prorrogação é permitir a inscrição dos produtores que iriam participar do evento no Rio, segundo o diretor geral do festival de Brasília, Francisco Almeida. Cento e vinte e quatro longas e 334 curtas foram habilitados a participar do festival brasiliense. A mostra candanga começa no dia 22 de novembro e vai até 1º de dezembro.

    3 – O Estado de São Paulo

    Do presídio à Netflix

    Arte. Ator da série ‘Sintonia’ aprendeu a encenar nas aulas da cadeia; conheça a história de presos que se descobriram nos palcos

    • O Estado de S. Paulo

    http://radioagencianacional.ebc.com.br/editorias/culturahttp://radioagencianacional.ebc.com.br/categorias/noticiashttp://radioagencianacional.ebc.com.br/cultura/audio/2019-09/prorrogadas-inscricoes-do-festival-de-cinema-de-brasilia

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    • 17 Sep 2019

    • Caio Nascimento Camila Tuchlinski HÉLVIO ROMERO/ESTADÃOCárcere. Presos se reúnem em ensaio teatral Oficina de teatro na prisão (foto) revela ator da série Sintonia. Em meio aos ruídos de celas, portões de ferro batendo e paredes gastas do presídio Adriano Marrey, em Guarulhos, 24 detentos ensaiam para a peça O Alquimista, uma adaptação teatral do romance best-seller de Paulo Coelho. Todos estão cumprindo penas por tráfico de drogas ou roubo, e tentam preencher o ócio do cárcere encenando nos palcos da cadeia. Essa foi a realidade de Leonardo Campos, ator que interpreta o personagem Lindão em Sintonia, série da Netflix lançada em agosto deste ano. O homem, de 34 anos, foi condenado por roubo de carro em 2014 e passou quatro anos preso. O que Leonardo não esperava era que aquele lugar despertaria sua vocação para as artes. Ele começou a escrever seis livros, letras de música – do gospel ao funk – e aprendeu a tocar violão, até que descobriu as oficinas de teatro – oferecidas a um seleto grupo de presos dentro da unidade desde 2010. “As aulas me deram mais sabedoria, maturidade e foco, porque a cadeia é um mundo sem luz que não te dá direção”, diz o ator, que ganhou a liberdade condicional em agosto do ano passado. “Eu podia ser eu sem me preocupar em ser criticado por colocar o melhor de mim para fora. Na cela, você tem que ficar mais reservado, não sorrir para ninguém, porque é um ambiente só de ódio, tristeza e abandono. Teatro é a vida lá dentro e salvou a minha.” Apesar da iniciativa de ressocialização, o local sofre com problemas de infraestrutura. Ele foi planejado para receber 1.268 detentos, mas abriga 2,2 mil – quase o dobro do previsto, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo. Desses, apenas 24 (1%) fazem as atividades atualmente, após passar por um processo seletivo anual que ocorre desde o lançamento do projeto. O fundador da iniciativa e instrutor teatral Igor Rocha, de 60 anos, foi quem indicou Leonardo para atuar em Sintonia. Agente carcerário há duas décadas, ele sonha em ver a ação se transformando em política pública. “As oficinas são um meio de oxigenar o local e ter o mínimo de conflito possível. É melhor trabalhar alternativas para melhorar o cárcere do que pisoteá-lo”, acredita. O desejo pela ampliação do programa não vem à toa: de acordo com a SAP, apenas 11 dos cerca de 280 egressos que passaram pela oficina voltaram para o crime. Perspectiva. Christian Martins, de 39 anos, interpreta o protagonista Santiago, de O Alquimista, e participou de O Auto da Compadecida com Leonardo Campos, em 2018. Ele está preso há três anos, é pai de duas crianças e se deslumbrou com o ‘dinheiro fácil’ do tráfico de drogas. Após passar cerca de um mês de “castigo” no presídio de Presidente Venceslau, que abriga membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), ele alega que não tem esperanças com o sistema penitenciário, mas encontrou oportunidades no Adriano Marrey. “O sistema prisional é falido e a cadeia não recupera ninguém. Mas aqui identifiquei pessoas, e pessoas recuperam pessoas”, destaca ele, que foi um dos responsáveis por fazer a adaptação teatral de O Alquimista. “Percebi que tinha

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    colegas aqui capacitados para lidar com textos. A gente chega na prisão sem nenhuma perspectiva, mas aqui teve essa diferença”, elogia. Controle social. O psiquiatra Rodrigo Ramos, que é especialista em psicodrama – técnica terapêutica de encenação usada para explorar vínculos emocionais –, explica que esses bons sentimentos gerados na oficina de teatro são fruto da liberação de serotonina e dopamina no corpo, substâncias cerebrais que funcionam como antidepressivos e são capazes de emocionar. Ele aponta ainda que a iniciativa pode ser uma forma de controle social. “As cadeias são recheadas de sentimentos ruins. Alguns exercícios do psicodrama podem trazer a descarga dessas emoções e, assim, colocar o indivíduo em novos caminhos”, diz. Isso porque, para Ramos, as artes cênicas permitem ao preso simular situações envolvendo uma pessoa sobre a qual guarda mágoas ou arrependimento. “Ele pode se imaginar falando algo para a mãe que agia com descaso, o diretor do presídio ou para a sua vítima, e se sentir quase tão aliviado como se estivesse se expressado pessoalmente”, exemplifica. Percalços. Hoje sem ser vigiado por agentes do Estado, Leonardo Campos expõe um outro lado do projeto teatral. Ele afirma que o combinado com os detentos era ter aula todos os dias, mas, sob alegações burocráticas – como ocorrências do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), a ‘polícia’ dos presídios –, as atividades se restringem a cerca de três ou dois dias por semana. Além disso, o ator conta que os funcionários da unidade interrompiam a distribuição de água nos pavilhões, e os presos passavam horas com sede e sem banho, prejudicando o bem-estar dos alunos. Em outros momentos, Leonardo recorda que já foi para a oficina com fome. “Lembro de uma vez que atrasaram a comida e ensaiamos sem comer. Voltamos e ainda não tinha chegado”, lamenta. Hoje em liberdade condicional, o Lindão de Sintonia pretende fazer faculdade e não descarta a possibilidade de visitar a penitenciária Adriano Marrey para incentivar os presos a mudarem de vida.

    Prazer de ler nas alturas

    Na Itália, nova loja de livros fica a uma altitude de 3.400 m

    • O Estado de S. Paulo

    • 17 Sep 2019

    • A. J. Oliveira ESPECIAL PARA O ESTADO COURMAYEUR (ITÁLIA)

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    FOTOS

    LORENZO PASSONI/ICON DESIGNHorizontes. Livraria no topo do Mont Blanc faz sucesso Em um pequeno espaço perto do topo da maior montanha da Europa, abriu as portas recentemente uma loja de livros diferente de qualquer outra: a laFeltrinelli 3466. Situada no interior de uma estação de um teleférico a uma altitude de 3.466 metros, ganhou o título de livraria mais alta da Europa – muito provavelmente do mundo. Foi construída em Ponta Helbronner, um dos cumes que despontam do icônico Mont Blanc, que não é um único monte, mas sim um maciço de montanhas dividido pela Itália, França e Suíça. Para chegar lá, é preciso subir por 20 minutos a bordo de uma cabine ampla e moderna, com grandes janelas que proporcionam vista panorâmica da deslumbrante natureza selvagem dos Alpes. É como o bondinho do Pão de Açúcar, só que giratório, para que todos os até 80 visitantes a bordo tenham a chance de contemplar tanto as montanhas, quanto os dois cênicos vales lá embaixo, Ferret e Veny, além da charmosa Courmayeur. A cidade, destino famoso entre alpinistas, fica a poucos quilômetros da fronteira francesa. Durante a subida, dá para ver do alto as cabras ibex, exímias escaladores nativas daquela região. No século 19, a espécie foi implacavelmente caçada e levada à beira da extinção. Mas projetos de preservação conseguiram elevar o número de espécimes e reintroduzi-los pelos Alpes. A livraria em si tem o tamanho de um bom apartamento, 60 m², é aconchegante e convidativa. Com catálogo de 376 títulos e 1.726 volumes, a laFeltrinelli 3466 foi inaugurada em 21 de junho, a princípio com a ideia de ser algo temporário. Duraria só até setembro, para aproveitar a alta temporada dos meses de verão. “Mas vendeu tão bem, tanto livros quanto souvenirs, que decidimos manter”, afirma Maria Lagazzi, portavoz da Skyway Monte Bianco, empresa que opera o teleférico. Ela conta que a visão do Mont Blanc e a sensação de estar em um lugar único no mundo incentiva os visitantes a levarem uma recordação. Toda vez que alguém compra um livro na livraria mais alta da Europa, Ylenia Mareliati, atendente de caixa, usa um carimbo especial para eternizar nas páginas a lembrança da visita. “É

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    belo trabalhar aqui com essa vista”, ela confessa. O ponto forte são os livros de montanhismo: uma vasta seleção de títulos conta histórias de superação de alpinistas e explora a relação do ser humano com a montanha. Impossível não se arrebatar por elevadas reflexões ao folhear um livro em uma das mesinhas à frente da janela. Entre uma página e outra, novas ideias vão sendo absorvidas e ganham ares sublimes ao contemplar o gelo eterno do Mont Blanc. Por trás do projeto da livraria, há um conceito que desdobra paralelos instigantes entre viajar, ler e subir a montanha. “Os leitores, como os próprios livros, têm dentro de si o desejo extraordinário de horizontes sempre novos, e o fôlego para ir adiante e buscá-los”, lê-se na placa em uma das paredes da sala que, até junho, abrigava uma exposição de cristais extraídos do subsolo da montanha. “Este lugar é feito para eles: leitores e livros. Um lugar único e inesperado onde se pode fazer uma pausa, encontrar novas histórias, imergir na leitura com o Mont Blanc como companheiro e fonte de inspiração.” A verdade é que a parceria se mostrou bastante proveitosa para ambas as empresas. Como uma das maiores redes de livrarias italianas, com mais de 120 lojas espalhadas pelo país, a marca atrai visitantes para o teleférico, que por sua vez oferece ao grupo Feltrinelli a chance única de estar presente no ponto mais alto da Europa Ocidental – o Monte Elbrus, com seus 5,6 km de altura, chega a ser maior que o Mont Blanc mas, tecnicamente, fica no Cáucaso, em território russo, então é meio europeu, meio asiático. Outra livraria com título curioso, que está até no Guinness Book, fica a 230 metros do chão, no 60.º andar de um hotel em Xangai, na China: é a mais alta dentro de um prédio. Durante a inauguração da laFeltrinelli 3466, a presidente da Skyway Monte Bianco, Federica Bieller, ressaltou seu significado. “Graças à abertura da nova livraria, nosso tecnológico teleférico valoriza ainda mais a subida, tornando-a uma excursão cultural”, explicou a executiva. “A valorização da cultura de montanha, passar adiante as palavras dos autores que a amaram e a desafiaram, o Mont Blanc como cenário para fantasiar”, diz Bieller. Em funcionamento no lado italiano da montanha desde 1947, toda a infraestrutura passou por uma gigantesca reforma entre 2011 e 2015. Com um investimento de ¤ 110 milhões, a capacidade de visitantes por ano cresceu de 100 mil para 300 mil. As estações formam um verdadeiro complexo turístico, com diversas atrações ao longo da subida. Na estação-base, Courmayeur: The Valley (O Vale) há apenas a bilheteria e um café. Mas, na parada intermediária, Pavillon: The Mountain (A Montanha), a 2.173 metros de altitude, o visitante se torna explorador e tem uma miríade de atividades à sua disposição. No Buffet Alpino, pode degustar os deliciosos sabores da bela região do Vale de Aosta, onde fica Courmayeur; dentro da estação tem até cinema e centro de convenções, além de uma vinícola um tanto especial – a Cave Mont Blanc. Seu espumante Cuvée des Guides, com apenas cem garrafas produzidas ao ano, tem propriedades únicas por conta das baixas pressão atmosférica e temperatura naquela altitude. Do lado de fora, um passeio pelo Jardim Botânico Saussurea, que

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    reúne mais de 900 espécies de plantas e flores de várias partes do mundo, oferece um vislumbre da natureza alpina, com uma profusão de insetos voando, pulando e zunindo por toda parte. Montanhistas podem ir e vir como quiserem pelo ambiente ao redor, fazendo trilhas nos meses mais quentes, mas recomenda-se sempre o acompanhamento de guias. “A montanha é livre, nós não freamos ninguém”, afirma Lagazzi. O mesmo vale para esquiadores, que podem descer o Mont Blanc no inverno, mesmo sem grandes estruturas para a prática. É preciso ter experiência. “Não é como esquiar em pista”, ela diz. Já quando chega na estação final, Punta Helbronner: The Sky (O Céu), o explorador vira peregrino. Aqui, além da laFeltrinelli 3466 e do observatório 360 graus, é possível fazer uma leve refeição ou tomar um café no bistrô, e até atravessar a vertiginosa passarela toda de vidro SkyVertigo. A sensação é de estar caminhando pelo céu sobre o gelo eterno do cume lá embaixo. Àquela altitude, o clima muda rápido: Lagazzi dá a dica de fazer a subida de manhã, quando a visibilidade é melhor. Tocar o céu e regressar ao vale é um pouco como começar e concluir a leitura de um bom livro – não se é mais o mesmo no final.

    ‘Canta Brasil...’ • O Estado de S. Paulo

    • 17 Sep 2019

    • ROBERTA MARTINELLI E-MAIL: [email protected] ÉRICO TOSCANO E RENAN COSTA LIMACéu. Disco novo Como lançar um disco hoje? Muitos artistas postam várias fotos em estúdio contando os dias de gravação, as participações especiais e tudo o que acontece no processo para criar expectativa. Aí vai lançando aos poucos: um single, depois a capa, aí uma outra música e então o disco. Esse tem sido o caminho mais comum. Mas não é o único caminho. Claro. Aliás, não existe fórmula para lançar. Cada artista inventa uma maneira. Qual a melhor? Não sei se essa pergunta cabe. Talvez a pergunta seja: qual a melhor maneira para tal artista? Sexta-feira passada, dia 13 de setembro, tivemos alguns exemplos de ótimos lançamentos na música brasileira: Elza Soares e Céu. Elza lançou o disco Planeta Fome com produção de Rafael Ramos e participação de Baiana System, Orkestra Rumpilezz, Virginia Rodrigues, B Negão, Pedro Loureiro e Rafael Mike. No caso dela, o disco foi aparecendo aos poucos. Ela anunciou o trabalho em julho deste ano já com o nome do álbum que, segundo ela, vem de uma conversa em sua primeira apresentação pública, no programa do Ary Barroso: Calouros em Desfile. Depois veio a capa do trabalho com arte da Laerte, seguida por um single e o clipe da música Libertação e então, finalmente, no dia 13 “bem nesse dia da sorte e cheio de significados” (como escreveu a cantora em sua conta no Instagram) chegou o disco inteiro. Mais um manifesto, altamente conectado com o nosso atual momento e com a primeira composição da cantora.

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    Na mesma sexta-feira, 13, de surpresa, com uma ou outra pista por aí, chegou o quinto disco da cantora e compositora Céu, Apká, com produção de Pupillo e Hervé Salters (a mesma dupla do trabalho anterior, Tropix). Começou com fotos de céu azul na conta dela no Instagram, no meio de agosto. Depois um piano, uma foto de estúdio, e, no dia 2 de setembro, uma foto de um diário, ou caderno, ou carta escrita à mão explicando o nome do disco Apká – uma palavra que seu filho mais novo, Antonino, falava em momentos de alegria ou bons sentimentos: “Em tempos de contrastes, sombra e luz, deixo registrado aqui esse singelo grito pessoal de uma porção de amor”. E o grito de amor estava em todas as plataformas na sexta-feira, sem aviso prévio e com um belíssimo clipe da música Coreto, dirigido por Aline Lata. (aliás, já viu? Faça isso já!) Qual das duas maneiras funciona melhor? Não sei. Para cada uma, um modo. Se a expectativa para Elza foi criada a cada anúncio, o segredo da Céu também funcionou para criar essa ansiedade, a cada deslize ou pista deixada. Independentemente do modo de lançar, são dois discos que já marcam o ano de 2019.

    ‘Deixando Neverland’ ganha Emmy e Beyoncé fica sem troféu

    Prêmio. Polêmico filme sobre Michael Jackson foi eleito melhor documentário nas ‘prévias’ da cerimônia

    • O Estado de S. Paulo

    • 17 Sep 2019

    • Jill Serjeant LOS ANGELES / REUTERS DAN REED/HBO‘Deixando Neverland’. Dois homens relatam supostos abusos cometidos pelo rei do pop Um documentário sobre suposto abuso sexual de Michael Jackson ganhou um Emmy, enquanto RuPaul foi eleito melhor apresentador de reality show e Beyoncé voltou para casa de mãos vazias. Deixando Neverland, que mostra dois homens adultos que dizem ter sido amigos de Jackson e abusados sexualmente por ele a partir dos 7 e 10 anos de idade, foi eleito o melhor documentário na cerimônia dedicada às categorias técnicas em Los Angeles, antes da entrega dos principais prêmios Emmy, no domingo, 22. O documentário, que foi ao ar neste ano, 10 anos após a morte de Jackson, foi recebido com indignação pela família do cantor. A família de Jackson negou as acusações dos homens, chamando-as de “desacreditadas”. Beyoncé, cujo filme acerca do Festival Coachella de 2018 Homecoming foi para a cerimônia de sábado com seis indicações ao Emmy, foi derrotada em todas as categorias. O especial Carpool Karaoke, de James Corden, com o ex-Beatle Paul McCartney retornando à sua cidade natal de Liverpool, venceu Homecoming pelo especial de variedades pré-gravado, enquanto a versão filmada do aclamado show da Broadway de Bruce Springsteen triunfou pela direção especial de variedades.

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    Os Simpsons ganhou o Emmy de melhor série de animação, enquanto a série de Queer Eye levou para casa quatro prêmios. Anthony Bourdain Parts Unknown, o programa de viagens e gastronomia apresentado pelo chef norte-americano Bourdain, que se suicidou em 2018, ganhou dois Emmys. Em outros prêmios, a drag queen RuPaul ganhou seu quarto Emmy como melhor apresentador de reality show por RuPaul’s Drag Race, e o filme de escalada Free Solo, que levou Oscar de melhor documentário deste ano, adicionou sete Emmys às suas prateleiras. Os principais prêmios Emmy serão entregues no domingo, 22, em Los Angeles, com Game of Thrones e The Marvelous Mrs Maisel, liderando a corrida pelo melhor drama e melhor série de comédia. No Brasil, a transmissão será realizada pela TNT, a partir das 20h.

    O charme da Galícia

    Opção para fugir das multidões – e das altas temperaturas do Mediterrâneo –, região tem um atrativo a mais para brasileiros: o idioma

    • O Estado de S. Paulo

    • 17 Sep 2019

    • João Paulo Carvalho A CORUÑA ESPECIAL PARA O ESTADO ELVA OBESOHerança. Castillo de Santo Antón Região atrai brasileiros também pelo idioma. A maior parte das pessoas que vão à Espanha prefere visitar o litoral do país, mais especificamente a costa do Mar Mediterrâneo. Calor, sombra e água fresca: as praias dessa região são, de fato, de cair o queixo. Afinal, quem nunca desejou se perder no mar azul de Ibiza ou mesmo se aventurar pela beleza encantadora de Palma de Maiorca? Além disso, Madri e Barcelona são sempre destinos certeiros para quem viaja para o velho continente. O que pouca gente sabe, entretanto, é que o noroeste da Espanha, ali bem pertinho de Portugal, esconde uma joia rara: a região da Galícia. Se você tem repulsa das altas temperaturas do verão espanhol e quer escapar da quantidade exorbitante de gente que invade o país nas férias de julho e agosto, eis o seu lugar. Com natureza frondosa, cenários estupendos e uma das melhores gastronomias do mundo, a Galícia torna-se rota obrigatória para quem quer fugir do óbvio e explorar uma Espanha fora dos holofotes. Formada pelas províncias de Coruña, Lugo, Ourense e Pontevedra, a Galícia tem um clima peculiar. Todas as frentes frias que chegam à Espanha entram pelo noroeste do país. É justamente por isso que as chuvas e os ventos fortes são muito comuns por lá. No verão, as temperaturas raramente ultrapassam os 25 graus. Mesmo em agosto, ponto mais alto da estação, é sempre bom levar uma blusinha leve na mochila e, claro, um guarda-chuva. Ele será seu companheiro inseparável nesta jornada galega. As tormentas, todavia, proporcionam que esta zona tenha

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    uma mata verde espetacular. São dezenas de parques, árvores e um ar puro de dar inveja às grandes metrópoles. Cheia de charme. Com pouco mais de 250 mil habitantes, A Coruña é a capital da província homônima espanhola. Além de contar com as praias de Orzán e Riazor (sim, ainda é possível dar um bom mergulho por lá em dias ensolarados), ela é dona de uma arquitetura charmosíssima, vistas deslumbrantes e uma vida noturna bastante agitada. Nada como sacudir o esqueleto com a muiñeira (dança típica galega), beber um bom licor de café e apreciar o suculento pulpo a la gallega, prato mais tradicional da cidade. Não tenha medo de se enrolar com o espanhol. Além do castelhano, nesta região também se fala o galego, idioma regional muito parecido com o português. Animado? Então ponha o guarda-chuva na mala e tenha disposição para boas caminhadas. A Coruña proporciona um bom leque de opções culturais para todos os gostos e idades, elencadas a seguir. Graciñas, como se diz lá (a versão graciosa para “obrigado”). A Coruña é uma das cidades mais importantes e charmosas da Galícia. Situada no noroeste da Península Ibérica, a sua origem remete a tempos ancestrais. Trata-se de um lugar mágico, repleto de lendas e histórias. A cidade tem uma forte ligação com o mar. Há ali, portanto, muitas praias e monumentos erguidos à beira do Atlântico. Vestígios da nostalgia celta proliferam por todos os cantos. As dicotomias entre o presente e o passado e o tradicional e o moderno estão por todos os lados. Torre de Hércules Com um forte legado romano em sua história, o local tem na imponente Torre de Hércules (Av. Navarra, s/n; torredeherculesacoruna.com) o seu expoente máximo. Reconhecido como patrimônio mundial pela Unesco, o monumento é o farol mais antigo do mundo em atividade. Construído ainda no século 2º a mando dos imperadores Trajano e Adriano, o farol foi arquitetado por Gaio Sévio Lupo. Sua função básica era auxiliar os navegantes. Na Idade Média, entretanto, a torre perdeu sua função. Em 1682, o duque de Uceda ordenou que fosse feito um restauro na estrutura, que ganhou uma escada de madeira. A reforma, entretanto, só foi concluída em 1791, durante o reinado de Carlos IV, quando a torre ganhou um estilo neoclássico de Estaquio Giannini. A Torre de Hércules tem 68 metros de altura e três andares. O primeiro, inferior, é quadrado, com 11,60 metros de largura e 34,60 metros de altura. Já o segundo, intermediário, possui menores dimensões e é octogonal. Por último, o terceiro, é menor ainda, também octogonal, suportando uma construção cilíndrica de vidro que protege a lanterna do farol. São 242 degraus até a belíssima vista panorâmica do Oceano Atlântico. Apesar de cansativo, vale muito a pena subir até o ponto mais alto da torre em dias ensolarados. As visitas à Torre de Hércules podem ser feitas todos os dias da semana, sempre das 10h às 18h. No verão (de junho a setembro), o horário se estende até as 21h. O valor do bilhete é de ¤ 3 (R$ 13). Às segundas-feiras, as entradas são gratuitas e podem ser adquiridas na hora ou antecipadamente pelo site. A prefeitura de A Coruña também oferece visitas guiadas. Elas precisam ser previamente agendadas por e-mail. Parque Escultórico Aproveite o passeio para visitar também o Parque Escultórico da Torre de Hércules, que fica bem próximo do monumento principal.

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    Neste museu ao ar livre, é possível sentir a brisa do mar de um dos espaços naturais mais belos do mundo. As obras dialogam com a Torre, com referências à mitologia de Hércules, a elementos marítimos e até a questões políticas e históricas, como o monumento que homenageia os fuzilados durante a ditadura franquista. Outra chama a atenção por lembrar a formação da mítica Stonehenge, na Inglaterra. Castillo de Santo Antón Outro cartão-postal que dá para emendar nessa visita é o Castillo de Santo Antón, construído no século 16. Apesar do nome, não se trata exatamente de um castelo, mas de uma fortaleza. No século 18, no entanto, o local foi convertido em prisão, função que ocupou até 1960. Com a prisão desativada, o local virou atração turística. Hoje, paga-se ¤ 2 (R$ 8) para entrar e observar o pátio interno, onde ficavam as celas, e o Museu Arqueológico.

    3 iniciativas de turismo comunitário pelo Brasil • O Estado de S. Paulo

    • 17 Sep 2019

    • PLANA/DIVULGAÇÃO 1 Garupa Criada em 2012 como um projeto de financiamento coletivo para ajudar pequenas iniciativas de turismo, a ONG realiza expedições em caráter experimental em terras indígenas, na região de serras entre as cidades de Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. São dois roteiros, montados em parceria com as comunidades visitadas: Iwitera (serra), com perfil mais aventureiro, e Maniaka (mandioca), com perfil mais cultural. Ambos possuem atividades como passeio em canoa, trilhas na mata, banho de rio, participação em festas típicas e oficina de artesanato, tudo gerido pela comunidade. O preparo das refeições também fica a cargo dos moradores. O pernoite é realizado em alojamentos coletivos, onde os turistas dormem em redes. Para este ano, a Garupa também oferece o roteiro a bordo do barco Untamed Angling, que serve de meio de transporte e hospedagem, visitando e realizando atividades em comunidades durante o dia. São oito suítes premium (seis com janelas panorâmicas e duas com varanda), spa com jacuzzi, salas de estar e jantar. “A comida é sensacional. Provei várias frutas novas, mingau, peixes maravilhosos”, conta a estudante de direito e antropologia Luisa Suriani, que viajou com a Garupa em 2017. Do valor arrecadado, 16% fica com as comunidades e 5% é destinado à Associação das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas. Vivejar Com dois anos e meio de atuação, realiza vivências em sete destinos, como Alter do Chão, em Santarém, Pará e no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais – destino mais antigo da operadora, que nasceu como um braço da empresa social Raízes do Desenvolvimento Sustentável. A hospedagem e as atividades dependem do destino. Em Alter do Chão, os turistas ficam em um barco, que vai parando nas comunidades ribeirinhas, onde são feitas trilhas, visitas a projetos sociais e oficinas de artesanato. Já no Vale do Jequitinhonha, a hospedagem é na casa de moradores, como a ceramista Deuzani

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    Santos, que vive na comunidade rural Coqueiro Campo. Ela conta que o turismo aumentou a renda das famílias. “A comunidade cresce com o turismo”, diz. Os viajantes participam de oficinas de cerâmica e de biscoito. As comunidades ficam responsáveis por atividades, alimentação e hospedagem e são remuneradas pelos serviços, ficando com 30 a 40% do valor do pacote pago pelos turistas. Serviço: há roteiros de 1 a 6 dias. O Belém Ribeirinha, por exemplo, de 6 dias, tem saída em 15 de novembro e preço a partir de R$ 3.350 por pessoa; vivejar.com.br. Plana Com dois anos de atividades, a agência realiza vivências no Quilombo da Fazenda, em Ubatuba, e no Quilombo Ivaporunduva, a 55 quilômetros de Eldorado, na região do Vale do Ribeira. Segundo a turismóloga Liliane Jacintho, sócia da agência, os destinos escolhidos são lugares que já possuem uma atividade turística, mas que não inserem as comunidades locais de forma eficiente. Além de trilha, os visitantes participam de roda de conversa, oficina de artesanato, roda de jongo e ciranda. A programação das viagens e os preços cobrados são estabelecidos em conjunto com os moradores, que também são responsáveis por coordenar as atividades. “No final, na hora que a vivência está acontecendo, a Plana não aparece, quem aparece são eles, a gente só foi intermediário”, explica Liliane. Do valor pago pelos turistas, 70% é destinado à comunidade, sendo dividido entre aqueles que trabalham durante a vivência. Serviço: de R$ 300 a R$ 600, roteiros de 1 ou 2 dias; bit.ly/planatur.

    Literatura, direito de ir e vir • O Estado de S. Paulo

    • 17 Sep 2019

    • VIAJAR É UMA HISTÓRIA BRUNA TONI Envie sua pergunta para

    [email protected] Nem sei dizer quantas vezes a literatura guiou meus passos em viagens. Algumas porque encontraria no destino o lugar onde viveu um escritor que admiro. Em outras, porque havia em mim o desejo de conhecer os cenários descritos em um livro – e lá fui eu. Isso quando não foi a própria viagem que me apresentou um novo autor incrível. Foi à procura do que li em O Homem que Amava os Cachorros, de Leonardo Padura, que guiei meus passos pelo bairro de Coyoacán, na Cidade do México. É lá que estão as casasmuseu da pintora Frida Kahlo e do revolucionário León Trotsky, ambas na narrativa do escritor cubano, uma ficção com os dois pés na história. Também já estive em cenários que não eram reais, mas que a literatura teve tanto sucesso em criá-los que homens de carne e osso trataram de torná-los palpáveis (e rentáveis). Meu melhor exemplo são os parques de diversão com áreas dedicadas ao mundo de Harry Potter. Quando não se pode ir até um lugar, é a literatura que faz o favor de nos levar. Imaginem quantos cantinhos do mundo deixaríamos de conhecer não fossem os

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    livros? Do Rio São Francisco só conheço as margens que passam pela graciosa cidade de Penedo, em Alagoas. Mas, na companhia de Dora, Doralina, de Raquel de Queiroz, percorri um longo trecho de suas águas, do Nordeste ao Sudeste. O caminho inverso é verdadeiro. Estive em Chiloé, arquipélago no sul do Chile, sem saber que Isabel Allende se serviu de seu conjunto de ilhas remotas para escrever Cadernos de Maya. Foi apenas na volta que soube que alguns amigos leitores já estavam muitíssimo bem apresentados ao destino pela escritora. Em Portugal, estive na Casa dos Bicos – Fundação José Saramago. Fui lá pelo museu que reúne histórias, fotografias e exemplares de obras do escritor português. Descobri, contudo, que o edifício, erguido no século 16, também preserva hoje os vestígios de gente que por lá passou em épocas distantes, entre romanos e mouros. Agradeci a Saramago por continuar me apresentando tantas histórias de seu país. Trouxe da livraria da Fundação um livro com cartas trocadas entre o Nobel português e nosso Jorge Amado. Jorge Amado/José Saramago – Com o Mar por Meio é bom exemplo de obra que nos faz viajar não só a lugares, mas a tempos outros. Terminei de lê-lo tomada pelo desejo inquietante de pegar o primeiro avião para a Bahia e ir direto para a Casa do Rio Vermelho, em Salvador, onde viveram Jorge e Zélia Gattai, sua companheira. Ela, inclusive, escreveu um livro, batizado com o nome da residência, contando as histórias dos dois no espaço que hoje está aberto ao público. Iria também à Casa de Cultura Jorge Amado, um palacete em Ilhéus onde ele viveu até a adolescência e que se transformou no que melhor podia: espaço cultural e de memória. Com o casal também trocou cartas Cora Coralina, outra grande escritora que contou sobre seus tempos de infância, esses no interior de Goiás, em páginas como as de Estórias da Casa Velha da Ponte, construção do século 18 onde ela morou e que, atualmente, é um museu dedicado à sua trajetória. O fio das lembranças trazem à tona minhas passagens pela Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, e pela Casa Mário de Andrade, um querido espaço de arte e cursos gratuitos em São Paulo. Fora daqui, como esquecer das inusitadas casas de Pablo Neruda espalhadas pelo Chile? Ou da alegria de encontrar a de Miguel de Cervantes e Lope de Vega pelas ruas espanholas? Agora imaginem vocês, leitores, se fôssemos privados desses e de tantos outros livros que nos fazem viajar, na imaginação e na vida real? Privados, portanto, do direito de pensar e também do de ir e vir? Aliás, essa ideia também já permeou a literatura e insiste em fazer parte da realidade. Normalmente está na cabeça de personagens cujo discurso político do “é para o seu bem” pretende esconder o autoritarismo e a ignorância de suas existências. Mas não há como se confundir, pois em ambas têm o mesmo nome: censura.

    4 – Correio Braziliense

    Livro novo do poeta No bar Rincón Ibérico (109 Norte, Bl. D, lt. 51), hoje, às 19h30. Festa de lançamento do livro A rosa do mundo, de Marcos Fabrício Lopes da Silva. O evento terá poesia para todos

  • Voltar ao Sumário 27

    os gostos, microfone aberto e contará com a 7ª edição do Sarau Marcante . O livro estará a venda por R$ 25. Entrada franca. Classificação indicativa livre.

    5 – Valor Econômico

    Com problemas na rede.

    6 – Câmara Brasileira do Livro

    5ª Feira do Livro Guaxupé. Público · Organizado por FLIG MINAS TEMA: ''Leitura, criação e superação'' A Feira do Livro de Guaxupé é um evento sem fins lucrativos, organizado por um grupo de educadores e pessoas envolvidas com cultura e arte, nas mais diversas vertentes. O evento visa promover, incentivar e difundir o hábito da leitura, proporcionando à comunidade seis dias de feira de livros com muitas editoras e livrarias e também o acesso gratuito a atividades culturais como: teatro, contação de histórias, shows de músicas, demonstração de ginástica artística, coral, show de mágicas, filme, origami, quadrinhos, mangás, hip hop, capoeira, poesia, sarau entre outras. A 5ª FLIG acontecerá no período de 30/09 a 06/10 no Clube Guaxupé. Contatos: (035) 9 9206 1926 E-mail: [email protected]

    7 – Cultura Alternativa

    Congresso de Literatura Fantástica de Pernambuco Congresso de Literatura Fantástica de Pernambuco, acontece entre os dias 25 e 27 de setembro a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) O evento é promovido anualmente pelo Belvidera – Núcleo de Estudos Oitocentistas do Departamento de Letras da UFPE. Na edição de 2019, o tema escolhido foi Mare tenebrarum: o mar e as águas nas narrativas fantásticas. Os trabalhos apresentado durante o evento abrangerão os universos do fantástico, horror, ficção científica, novela gótica, conto de fadas, realismo mágico etc., abrangendo desde a

    mailto:[email protected]

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    literatura antiga à contemporânea, mas com espaço para as relações entre a literatura e as artes visuais, quadrinhos, cinema, games etc.). Você poderá conferir as instruções para a realização da inscrição na página oficial do evento. O 9º Congresso de Literatura Fantástica de Pernambuco contará com estandes de livros que abracem a temática do evento durante os três dias. Palestrantes, conferencistas, comunicadores, artistas, autores selecionados para o 9º Clif-PE, editoras e sebos que desejarem montar seu estande, poderão fazê-lo sem custo algum, desde que estejam relacionados à literatura fantástica e afins. Congresso de Literatura Fantástica de Pernambuco 9º Congresso de Literatura Fantástica de Pernambuco (9º Clif-PE) na UFPE Data: Quarta-feira, 25/09/2019 às 09:00 – Sexta-feira, 27/09/2019 às 20:00 Local: Universidade Federal de Pernambuco Endereço: Av. da Arquitetura, s/n, 50740-550 – Cidade Universitária, Recife – PE Organização: Belvidera – Núcleo de Estudos Oitocentistas Contato: [email protected] Serão disponibilizadas algumas vagas para inscrição presencial no primeiro dia do evento. Elas serão realizadas no Hall do Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE, das 07:30 às 09:00.

    8 – Sympla

    Integridade e Inovação – Evento Gratuito hoje

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    9 – Canaltech

    iPhones XR e XS terão suporte à gravação com mais de uma câmera do iPhone 11

    Por Felipe Ribeiro | 16 de Setembro de 2019 às 20h50 TUDO SOBRE Apple A Apple mostrou uma nova versão do Filmic Pro em execução no iPhone 11 durante seu evento anual de lançamentos na última semana. Foi uma demonstração convincente que

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    revelou como o aplicativo era capaz de gravar com várias câmeras simultaneamente, seja com os sensores traseiro e a frontal juntos ou usando o novo trio de lentes ao mesmo tempo (dupla, no iPhone 11 normal). Mas se engana quem pensa que isso ficará restrito aos novos modelos da Maçã: as versões XS, XR e o iPad Pro de 2018 também receberão suporte a este recurso. A gravação com várias câmeras, no entanto, depende da nova API que chegará só com o iOS 13. A Apple enfatizou que isso exigia uma reformulação significativa do pipeline de hardware de seus dispositivos, mas que as alterações necessárias foram feitas no iPhone XS, iPhone XR e os novos modelos do iPad Pro. Estas novas APIs permitem que os desenvolvedores iniciem sessões com várias lentes, apesar dos custos de desempenho e energia. Esse ecossistema de aplicativos deve vir forte, pois a Apple anunciou a nova API em junho, o que proporcionou aos desenvolvedores o verão inteiro (inverno brasileiro) para trabalhar na incorporação do recurso aos aplicativos de câmera; por isso, não deve demorar muito para que os compradores do iPhone 11 possam começar a experimentar esses programas. A Filmic Pro, dona do app homônimo, disse que a atualização de aplicativos que tenham esse expediente das gravações simultâneas será lançada ainda este ano. Imagem: 9to5Mac No entanto, a gravação com câmeras múltiplas exige muito dos smartphones e existem algumas limitações para essa funcionalidade. Para o iPhone XS e iPhone XR, por exemplo, apenas certas combinações podem ser ativadas simultaneamente. Os desenvolvedores também podem precisar usar modificadores com qualidade inferior, dependendo da quantidade de trabalho que o aplicativo deseja fazer. Na matriz de compatibilidade divulgada pela Apple (foto abaixo), o iPhone XS pode gravar (ou tirar fotos) de maneira simultânea com a câmera traseira larga e frontal, ou da telephoto traseira e da câmera frontal, ou da telephoto traseira e a wide. A gravação com três câmeras não é suportada, pela razão óbvia: os iPhones anteriores só possuem duas. Imagem: Apple Ainda não estão claras quais combinações de fluxos de câmeras simultâneas o iPhone 11 e o iPhone 11 Pro serão capazes de fazer. Na demonstração do Filmic, no entanto, a tela de visualização parecia mostrar feeds ao vivo de todas as quatro câmeras do iPhone 11 Pro (uma frontal e três traseiras) ao mesmo tempo. A API para câmeras múltiplas é um recurso do novíssimo iOS 13, que será lançado publicamente em 19 de setembro. No entanto, o aplicativo 'Câmera', aquele nativo do iOS, não suporta diretamente a gravação de vários vídeos ao mesmo tempo; sendo assim, se você comprar um iPhone novo, terá de usar aplicativos de terceiros, em um primeiro momento, para testar isso.

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    10 – Mega Curioso

    NOVO IPHONE 11 CAUSA ATAQUE EM PESSOAS COM TRIPOFOBIA

    HÁ MAIS DE 14 HORAS FERNANDA ESTRELA CIÊNCIA Último Vídeo Ads by Read more A estreia do novo iPhone, em 10 de setembro, trouxe uma surpresa desagradável para algumas pessoas. Sempre muito aguardado, o novo celular da Apple apresentou uma mudança na câmera e agora apresenta três lentes onde antes havia apenas uma, sem contar o flash. O formato circular de todas essas ferramentas incomodou aos fãs do estilo minimalista, mas principalmente aqueles que sofrem de tripofobia ou medo de buracos ou de bolinhas. O modelo vem com muitas atualizações, como processador superalimentado e mais autonomia de bateria, porém o que mais chamou atenção foi a quantidade de câmeras, cada uma com uma função específica para o recurso. ADVERTISING Fobias e iPhone (Fonte: Apple/Divulgação) Um dos grandes motivos para novo iPhone praticamente não ter botões e sempre ter sido muito minimalista nesse sentido é que o fundador da empresa, Steve Jobs, sofria de uma rara doença chamada koumpounofobia, que consiste em um incrível medo de botões. Isso também explica o porquê de ele usar as características camisetas de gola alta, e não camisas de botão, por exemplo. Apesar disso, tripofobia nada tem a ver com a doença de Jobs, portanto o novo design não vai de encontro com as ideias do fundador da marca. Entenda a tripofobia (Fonte: Apple/Divulgação) O medo de pequenos buracos e círculos aglomerados se tornou mais conhecido nos últimos tempos, com postagens feitas para "ativar" esses gatilhos. Pessoas que sofrem de tripofobia

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    já sabem quais imagens e coisas devem evitar, como vagens com sementes e o interior de certas frutas, como melão e mamão, e até mesmo bolhas de sabão. Agora elas acabaram de ganhar um item inesperado para a sua lista: o novo iPhone 11 Pro.

    11 – Google – Feira do Livro

    Feira do Livro municipal comemora 35 anos com novidades

    Evento, que começa no dia 27 deste mês, pretende atrair leitores de todas as idades em bate-papo e palestras Evento, que começa no dia 27 deste mês, pretende atrair leitores de todas as idades em bate-papo e palestras /ISADORA GUERRA/DIVULGAÇÃO/CIDADES A Feira do Livro de Caxias do Sul, que ocorre entre os dias 27 de setembro e 13 de outubro, comemora 35 anos de existência em 2019. A secretaria Municipal da Cultura (SMC), o Departamento do Livro e da Leitura, o Programa Permanente de Estímulo à Leitura (PPEL) e a Associação de Livreiros Caxienses (ALCA) convidam leitores e visitantes para participarem do maior evento literário da Serra Gaúcha. As novidades e atrações dessa edição foram anunciadas nesta semana. Serão 17 dias de atrações culturais e artísticas, leituras e vivências e todos estão convidados a embarcar nessa viagem fantástica pelo mundo do real e do imaginário. A edição deste ano traz 74 escritores nacionais e internacionais, que têm encontro marcado com o público em bate-papos e palestras abertas à comunidade. "Nosso diferencial é a paixão pelo que fazemos. Buscamos atender a todos os públicos, com diferentes interesses de leitura e para diversas faixas etárias. Neste ano, a Feira do Livro completa 35 anos de história. Acreditamos na importância e na necessidade de seguirmos lutando pela construção de uma sociedade mais leitora, plural e humana", arrematou a diretora do Departamento do Livro e da Leitura da SMC, Maria Cristina Tiburi Pisoni. A abertura oficial da 35ª Feira do Livro ocorre às 18h30, no dia 27 de setembro, no palco principal da Praça Dante Alighieri e, em seguida, às 19h, haverá show com "A Banda Mais Bonita da Cidade". O tema que norteia as ações literárias e artísticas da feira é "Você é o que você lê". O patrono escolhido foi o escritor e professor Delcio Antônio Agliardi. O patrono assinalou o empenho para realizar os sonhos de uma sociedade leitora, que acaba se tornando mais próspera, humana e afetiva. "Eu vejo a leitura como uma possibilidade incrível de realizarmos o grau de humanidade que reside em nós. E, com o lançamento da programação, nesta manhã, colocamos a Feira em movimento, sob a perspectiva da prosperidade. Pois a cultura é uma das mais belas formas de pertencimento comunitário", indicou Delcio.

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    Durante o período da feira, os leitores terão a oportunidade de estar mais perto dos autores. Serão oferecidas sessões de autógrafos, encontros com 88 escolas, mais de 20 oficinas, contações de histórias no palco infantojuvenil e 12 horas de histórias ininterruptas, na 11ª Maratona de Contação. A Feira do Livro contará ainda com quatro exposições permanentes: "De Autores, Livros, Leitores e Releitura de Clássicos", do artista Manoel Magalhães, na Galeria de Arte Gerd Bornheim; "35ª Feira do Livro de Caxias do Sul: 35 anos de história", na Casa 35 - Praça Dante Alighieri; mostra "Olhai os Lírios do Campo - 80 anos de Érico Veríssimo", no Museu Municipal; e "Clic Ambiental 2019" - exposição das fotos vencedoras, de 24 de setembro a 13 de outubro, no segundo andar da Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer. Nesse ano, 38 bancas, entre editoras e livrarias, estarão presentes na Praça Dante Alighieri e oferecerão até 20% de desconto nas compras de livros. O show com Rafa Gubert e Tita Sachet encerrará a programação, no dia 13 de outubro, a partir das 19h, no palco principal.

    12 – Google - Festival

    Jojo Rabbit, de Taika Waititi, vence o Festival de Toronto Coringa também disputou o prêmio Modo noturno Publicado em16 de setembro de 2019 às 13h37 Jojo Rabbit, longa de Taika Waititi (Thor: Ragnarok) que faz uma sátira sobre o nazismo, abocanhou o prêmio da escolha do público no Festival Internacional de Cinema de Toronto. Coringa, que levou o Leão de Ouro no Festival de Veneza, acabou ficando de fora dos vencedores, que incluem também História de um Casamento, longa da Netflix com Adam Driver, Scarlett Johansson e Laura Dern, e Gisaengchung, novo longa de Joon-ho Bong (Okja; Expresso do Amanhã; O Hospedeiro). Waititi agradeceu o reconhecimento: Obrigado ao público do Festival Internacional de Cinema de Toronto por essa enorme honra. Jojo Rabbit é uma história de tolerância e compreensão que se passa em um tempo que faltavam ambos e eu espero que ao fazer este filme nós possamos nos lembrar que ainda é possível se conectar um com o outro mesmo sob as circunstâncias mais caóticas – não importa a idade, religião, etnia ou gênero. Jojo Rabbit | Sátira ao nazismo de Taika Waititi ganha novo trailer Historicamente, o prêmio costuma ser um bom termômetro para o Oscar. O vencedor do ano passado, Green Book: O Guia, levou o Oscar de Melhor Filme. Outros vencedores

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    incluem Três Anúncios Para Um Crime, La La Land, O Quarto de Jack e O Jogo da Imitação

    13 – Clube de Jazz

    17/09 – Terça 21h00 – Mark Lambert 5teto O cantor e guitarrista norte-americano Mark Lambert, dando continuidade a sua temporada Paulistana 2019, se apresentará no Jazz nos Fundos. Mark & o Quinteto Radio Swing vão tocar versões de Pop Internacional, tipo, “Blowin in the Wind” (Bob Dylan), “House of the Rising Sun” (Domínio Público) e “Gimme Shelter” (The Rolling Stones). Tudo apresentado numa forma ousada e eletrizante Mark Lambert (voz, guitarra, arranjos), Felipe Aires (trompete, flugel), Dado Magnelli (saxofone tenor e soprano), Márcio Roldan (piano), Marinho Adreotti (baixo) e Lael Medina (bateria). JazzNosFundos Rua Cardeal Arcoverde, 742 – Pinheiros Entrada: R$ 25,00 e 35,00 (na porta)

    14 – All About Jazz

    Brittany Anjou: Alma Visionária É tudo exploração. Só estou tentando encontrar a parte mais forte da minha felicidade, alma e coração, através de cada projeto. - Brittany Anjou Ver tudo12345Próximo " Comecei uma série de entrevistas com músicas de Seattle no verão de 2016, com metade sendo dedicada a instrumentistas femininas. Depois da minha última entrevista com o baixista Chuck Deardorf , recebi um novo lançamento de um trio de piano pela Origin Records , com sede em Seattle, pela gravadora de Nova York Brittany Anjou, nascida e criada em Seattle. Nomeado Enamigo Reciprokataj, significando amor recíproco no idioma internacional Esperanto, o álbum é sua visão única do trio tradicional de piano de jazz. Enquanto ela estava de volta a Seattle neste verão, tive a oportunidade de ouvir a música dessa bem recebida gravação ao vivo no Egan's, no bairro de Ballard. Alguns dias depois, nos aventuramos no icônico clube de jazz de Seattle, Tula's, para uma entrevista antes de o clube abrir suas portas para a noite. Quando jovem estudante em Seattle, Anjou se inspirou nas performances naquela mesma sala. O que descobri para compartilhar com meus leitores não foi apenas um grande músico e compositor, mas uma mulher interessante e corajosa, com um espírito forte e aventureiro. Tudo sobre o jazz : Você está atualmente no Kuwait por uma parte do ano. Fale sobre o seu trabalho lá e como ele veio a ser.

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    Brittany Anjou : Estou residindo ensinando no corpo docente da ópera do Centro Cultural Sheikh Jaber Al-Ahmed no Kuwait, que eles acabaram de construir em 2016 como um presente para as pessoas do Emir do Kuwait. JACC para breve. Eles começaram a escola de música JAAC. É um programa de música juvenil com o objetivo da ópera: construir uma orquestra de câmara juvenil e conjuntos, promovendo o talento das crianças locais do Kuwait. Estou ajudando-os a construir o programa de educação musical e ensinando piano, jazz, improvisação e música pop para crianças. No semestre passado, tive 15 alunos - todas meninas. Eu escrevi vários currículos para piano e aulas em grupo. Para redação do currículo das aulas de jazz, participei da aula de certificação de professores da Jazz Power Initiative neste verão e consultei Eli Yamin, que escreveu o currículo da JALC Middle School Jazz Academy comWynton Marsalise várias pessoas incríveis, para planejar minhas aulas no JACC. Eu sou o único educador de jazz na faculdade. Eu amo tanto porque estou começando a organizar músicas para o nosso corpo docente, que são principalmente músicos árabes e clássicos. Estou começando a trabalhar e a arranjar cantores árabes - nós temos um cantor da Jordânia que é simplesmente maravilhoso. Ela é a Dra. Rula Jaradat, que lidera um grupo árabe de dez peças da Jordânia chamado Naya. Ela é simplesmente maravilhosa de se trabalhar e também toca qanun. Então, oud, qanun e canto árabe, além de percussão. A casa de ópera também tem sua própria orquestra profissional para adultos, então eu as verei por aí bastante e ensaiaremos com esses colegas. Eu arranjo para que grupos de professores façam shows. AAJ : Quando você diz tocar música clássica, você está se referindo à música clássica européia? BA : Sim. Temos músicos clássicos europeus da Bélgica, Holanda e Alemanha. Também temos grandes músicos clássicos árabes em oud, canto árabe e qanun, que são da Jordânia, França, Egito, Bélgica e Iraque. Eu sou o professor que é o delinqüente músico contemporâneo de improvisação - e garoto, bombardeio todos com jazz de vanguarda e, claro, The Shaggs AAJ : A música clássica árabe utiliza improvisação? BA: Sim, é totalmente interessante. Todas as três tradições têm improvisação à sua maneira. Eles o chamam de taqsim, improvisando no maqam - que é o sistema escalador árabe. É o sistema scaler mais antigo, anterior às escalas indianas. A maneira como eu penso sobre isso, proveniente de uma tradição do jazz, é através de cordas de corda que giram em torno da posição da mão de um ouista (posições de quatro dedos - quatro notas). Tive aulas de oud de April Centrone, alguns anos atrás, quando ela organizou aulas de oud na minha casa no Brooklyn. As escalas mudam de uma para outra, dependendo da maestria do artista e da compreensão da harmonia. É uma tradição oral, e você pode ouvi-la sendo cantada em mesquitas durante a chamada para a oração cinco vezes por dia no Kuwait. O país inteiro explode em milhares de melodias cinco vezes ao dia simultaneamente e envolve quartos de tom, e, é claro, alguns não conseguem cantar, por isso é uma explosão microtonal que eu amo. Especialmente depois de trabalhar com a música de Shaggs. É uma maneira muito diferente de se orientar em torno de uma escala, vida e improvisação mental.

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    Eu realmente amo isso. No primeiro dia no Kuwait, quando o ouvi, saí. Eu sou um nerd total. AAJ : Como você terminou o show? BA: O que me levou ao Oriente Médio em primeiro lugar foi uma história muito engraçada envolvendo meu vizinho no Brooklyn. Vivíamos no mesmo prédio há anos. Um dia, ele se sentou em um banco do parque no Washington Square Park e estava fumando, e esse diretor de teatro que procurava um compositor na época, sentou-se ao lado dele e pediu uma luz. Eles começaram uma conversa e o diretor de teatro disse que ele precisava de um compositor para sua próxima peça, ele disse que estava fazendo isso na NYU e conhecia alguém? Ele era um artista visitante do Kuwait via Londres. Meu vizinho disse que realmente fez. É assim que eu estava conectado com isso. Então, eu fiz uma peça para esse diretor na NYU em 2015. No ano seguinte, ele me pediu para escrever músicas para outra peça que estava estreando no Kuwait. Eu voei para o Kuwait, fizemos workshops sobre Failakka,No Modo Eruptivo: Vozes Sequestradas da Primavera Árabe , de Sulayman Al Bassam. Era um elenco de todas as mulheres. Eu era o único músico solo. Eu também tinha falas, mas eram seis monólogos em árabe e inglês, e marquei músicas para toda a peça. Foi político. Foi um presente, um presente e uma honra reais ter essa experiência. AAJ : Você fala árabe? BA: Eu amo árabe! Não estou nem perto da conversação, mas acho que tenho um vocabulário de 200 palavras. É tão bonito e sempre me surpreendo com as traduções. Em vez de 'como você está, tudo bem', as pessoas respondem apenas com 'graças a Deus-hamdillah'. A palavra "eu" nem está lá. Fale sobre remover o ego na linguagem. 'Ya teclafiah' significa 'Deus te agradece pelo seu trabalho', e as pessoas dizem isso todos os dias, o tempo todo. Por exemplo, quando você passa de pedágio, diz para o operador do pedágio. Eu me empolgo com essas coisas. Isso muda como você vê o mundo para melhor. Tento falar o máximo possível, mas não tenho estudo formal além de amigos, a peça e alguns livros. Acabei aprendendo muito árabe pela primeira vez fazendo essa peça, porque eu tive que memorizar os monólogos para as pistas. No Brooklyn, pratico conversas com taxistas e iemenitas na lanchonete do meu bairro. Quando ensino e faço testes para crianças, uso árabe, mesmo sabendo inglês. Isso ajuda a transmitir certas coisas melhor do que o inglês de qualquer maneira.

    15 – Cifra Club News

    Rapidíssimas: gravação inédita de Andre Matos, Green Day e mais

    13 de setembro de 2019 9:33 Por Gustavo Morais

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    E já que sextou, tô chegando com a nova edição da coluna Rapidíssimas, o seu boletim musical mais top da internet :) No texto de hoje, vou te aplicar uma pá de música nova! Além de uma gravação inédita do Andre Matos, você vai ouvir a nova do Green Day e, também, os novos singles de expoentes do rock alternativo. Andre Mattos e Robertinho do Recife, ícones do rock pesado Gravação inédita de Andre Matos contou com ajudinha de Robertinho do Recife (Reprodução/Internet) Tem também o anúncio de uma turnê que promete ser, no mínimo, espetacular! Ok, chega de spoilers! Se ajeite por aí se jogue nas novidades ;)

    Divulgada gravação inédita de Andre Matos

    O icônico guitarrista Robertinho do Recife divulgou, nesta semana, um vídeo de uma canção que gravou com o saudoso vocalista Andre Matos. A dupla uniu forças e talentos em uma versão em inglês da música Noturno, clássico do cantor e compositor Fagner imortalizou na MPB. A seguir, você confere a emocionante legenda que Robertinho escreveu para divulgar o material. ‘Noturno’, essa música foi sucesso na voz do Fagner cantor que o Andre Matos admirava e ele fez uma versão em inglês para a canção, esse registro inédito foi gravado numa reunião com Robertinho de Recife no estúdio sem pretensões de ser exposto ao público, pois o Andre apenas estava nos mostrando como tinha ficado. Decidi então mostrar aos fãs do Andre Matos que com certeza vão gostar de ouvir essa linda versão. Salve! Andre Matos Dê o play e ouça um registro teoricamente inédito do Andre:

    Charlie Brown homenageia Chorão no Rock in Rio

    Alguns caras do Charlie Brown vão invadir a Cidade do Rock! Como você sabe, Alexandre Abrão, filho de Chorão, idealizou o projeto Tamo Aí na Atividade para homenagear Chorão e Champignon. Depois de um bom tempo de estrada, o tributo musical chega com tudo no Rock in Rio, o maior evento de música e cultura do mundo. Tributo ao Charlie Brown Jr tem rodado o Brasil

    Público do rock in Rio vai celebrar o legado do CBJR

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    O show vai rolar No dia 28 de setembro, no palco Rock District, a partir das 16h. Os integrantes Marcão (guitarra), Heitor (baixo) e Pinguim (bateria) se juntarão ao vocalista Panda (La Raza) para tocar alguns dos grandes clássicos do pop rock brasileiro. Ah, o show também conta com projeções interativas de Chorão e Champignon, todas do acervo pessoal das famílias e amigos dos saudosos artistas. Vai ser, no mínimo, emocionante!

    Green Day, Fall Out Boy e Weezer anunciam turnê conjunta

    E se você curte o rock dos anos 90 e 2000, certamente tem motivos para comemorar! As bandas As bandas Green Day, Fall Out Boy e Weezer farão uma turnê juntas, a Hella Mega Tour, a partir de junho de 2020. A má notícia é que, ainda, não há previsões de quando a excursão chega do lado de cá da Linha do Equador. A boa notícia, no entanto, é que cada uma das bandas lançou uma música nova para celebrar o anúncio. A seguir, você confere esses sons:

    Father of All Mother Fuckers – Green Day Essa faixa batiza o álbum que o power trio lançará em 7 de fevereiro do ano que vem. Em conversa com a rádio Beats 1, Billie Joe Armstrong garantiu que a banda continuará tentando “refletir o ambiente político ao seu redor”.

    The End of the Game – Weezer Eis o primeiro single do disco que a banda pretende lançar em maio de 2020. O trabalho se chama Van Weezer. Segundo River Cuomo, o álbum tem muitos “riffs de metal e hard rock, mas é bem pegajoso e pop rock”.

    Dear Future Self (Hands Up) – Fall Out Boy (feat. Wyclef Jean) Trata-se de uma faixa inédita da coleção de sucessos que a banda lançará no começo do ano que vem, Greatest Hits – Believers Never Die – Volume Two. Em entrevista, Pete Wentz explicou que “Wyclef tem um senso incrível de ritmo, que é bem excêntrico. Você consegue sentir que é uma mistura de várias coisas ao redor do mundo, o que é muito legal e inspirador”.

    Taylor Swift é desbancada por banda de metal

    O novo disco do Tool, Fear Inoculum, foi lançado em 30 de agosto e, na semana de estreia, conquistou o primeiro lugar da Billboard 200, desbancando o recente trabalho da popstar Taylor Swift, Lover.

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    Banda Tool é destaque na parada de sucesso mais importante do mundo

    Tool não quer saber da vida ruim de ninguém (Foto/Divulgação) A banda de metal progressivo vendeu o equivalente a 270 mil unidades do álbum, de acordo com a Nielsen Music. Os números medem a comercialização das músicas em unidades físicas, nos streamings e nas vendas online. Ah, resultado foi conquistado sem a ajuda de pacotes comerciais ou estratégias de marketing.

    Força, João Gordo!

    O músico e apresentador João Gordo, de 55 anos, precisou ser internado pela terceira vez, em pouco mais de três meses, por conta de uma pneumonia. Via Instagram, Vivi Torrico, esposa de João, tranquilizou os fãs sobre o estado de saúde do vocalista da banda Ratos de Porão. Por causa da internação de seu vocalista, o Ratos cancelou a agenda de shows até o final de 2019, incluindo uma turnê pela Europa. Força, João! E mentalizando boas energias para João Gordo, vou ficando por aqui. Espero que você tenha curtido essa nossa conversa de hoje! Até a próxima ;)

    16 – EBC - Cultura

    Prorrogadas inscrições do Festival de Cinema de Brasília 02:34 Cultura, Notícias 16/09/2019 - 18h56 Brasília Embed Kariane Costa Inscrições para o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foram prorropgadas para esta terça-feira, dia 17 de setembro. A decisão veio após o anúncio de que a organização do festival de cinema do Rio poderia cancelar o evento na capital carioca, marcado para 7 de novembro. A ideia da prorrogação é permitir a inscrição dos produtores que iriam p