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Maturação de sementes

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  • MATURAO DE SEMENTES

    A maturao pode ser conceituada como o processo de desenvolvimento

    da semente, da fertilizao do vulo at o Ponto de Maturidade Fisiolgica,

    momento este em que as sementes se desligam fisiologicamente da planta-me.

    O estudo do processo de maturao da semente visa determinar o momento ideal

    de colheita, com a finalidade de se obter sementes de qualidade.

    O processo de maturao de uma semente dividido em quatro fases

    (Figura 1):

    -Fases I e II: Diviso e expanso celular;

    -Fase III: Acmulo de reservas (aumento da massa de matria seca);

    -Fase IV: Dessecao (perda de gua das sementes).

    Figura 1. Representao das fases do desenvolvimento do embrio de

    leguminosas (Adaptado de Marcos Filho, 2005).

    Fases I e II

    Fase III

    Fase IV

  • 2

    As principais alteraes no processo de desenvolvimento da semente esto

    apresentadas na Figura 2.

    Figura 2. Modificaes em algumas caractersticas da semente durante o processo de maturao (Carvalho & Nakagawa, 2000).

    a) Grau de umidade da semente

    O grau de umidade do vulo recm-fecundado de, no mnimo, 80%,

    sendo que este valor decresce durante o processo de maturao (Figura 2). A

    fase inicial da desidratao lenta, pois as sementes esto acumulando matria

    seca. A perda de gua mais rpida aps atingir a mxima massa de matria

    seca (Ponto de Maturidade Fisiolgica), porque a partir desse momento as

    sementes so desligadas fisiologicamente da planta-me, tornando-se

    independentes. Esse decrscimo do grau de umidade prossegue at que as

    sementes atinjam o ponto de equilbrio com a Umidade Relativa do ar; a partir da,

    sofrem variaes, acompanhando as alteraes da Umidade Relativa ambiente.

    Exemplos de grau de umidade das sementes ao atingirem a Maturidade

    Fisiolgica: 40% (milho); 55% (soja); 44% (trigo); 26% (arroz).

  • 3

    b) Tamanho da semente

    Ocorre um aumento progressivo do tamanho da semente, atingindo o

    mximo; em seguida, h reduo do tamanho, com intensidade varivel

    dependendo da espcie e do grau da desidratao no final da maturao.

    Exemplo: as sementes de soja atingem o mximo tamanho no estdio R6,

    descrito como: vagem verde, contendo sementes verdes que preencham as

    cavidades de uma vagem localizada em um dos quatro ns superiores da haste

    principal, com a folha completamente desenvolvida.

    c) Massa de matria seca

    Inicialmente, ocorre acmulo lento de matria seca, porque est

    predominando a diviso e expanso celulares. Aps esta fase, o acmulo de

    matria seca intensificado at atingir o mximo, quando as sementes se

    desligam fisiologicamente da planta-me (Maturidade Fisiolgica).

    d) Germinao

    A proporo de sementes com capacidade para germinar crescente

    durante o processo de maturao, atingindo o mximo prximo da paralisao do

    acmulo de matria seca da semente, ou seja, da Maturidade Fisiolgica.

    e) Vigor

    A porcentagem de sementes vigorosas aumenta durante o processo de

    maturao, atingindo o mximo prximo da paralisao do acmulo de matria

    seca da semente, ou seja, da Maturidade Fisiolgica.

    Momento de colheita das sementes

    O atraso da colheita a partir do Ponto de Maturidade Fisiolgica (momento

    de maior qualidade da semente, quando ela atinge o mximo acmulo de matria

    seca) acarreta srios problemas na quantidade e na qualidade das sementes

    produzidas. Esses problemas so determinados pela exposio das sementes a

    condies desfavorveis do ambiente.

  • 4

    Neste sentido, a alternncia de perodos secos e midos, associada a altas

    temperaturas na fase final do processo de maturao, predispe a ocorrncia de

    danos ao tegumento da semente, como consequncia de expanses e contraes

    aps uma srie de ciclos de umedecimento e secagem. Primeiramente, ocorrer o

    enrugamento do tegumento; se houver continuidade daquelas condies

    desfavorveis, acontecer a ruptura. Esta situao bastante comum na

    produo de sementes de soja.

    A colheita de sementes ao atingir a Maturidade Fisiolgica no pode,

    porm, ser recomendada por causa do elevado grau de umidade da semente, o

    que incompatvel com a colheita mecanizada: dificuldades para recolhimento e

    debulha (quantidade excessiva de partes verdes e midas das plantas) e

    ocorrncia de injrias mecnicas por amassamento das sementes.

    Para milho possvel realizar a colheita prxima Maturidade Fisiolgica

    se houver a possibilidade de se realizar a colheita em espiga, que implica em uso

    de maquinrio e secador adequados. Assim:

    a) Se as sementes de milho forem colhidas a granel (forma convencional), o

    momento adequado para colheita seria quando as sementes estivessem

    com 18,0-22,0% de gua. A mquina (colhedora) colhe, desempalha, trilha

    e limpa o milho colhido.

    b) Se as sementes de milho foram colhidas em espiga, podem ser colhidas

    mais midas (com cerca de 35,0%), em poca mais prxima da Maturidade

    Fisiolgica, reduzindo-se os riscos de deteriorao no campo. Ento,

    primeiramente so colhidas as espigas e realizada a secagem das

    sementes na espiga ( de 35,0 para 17,0% de gua); em seguida ocorre a

    debulha ou trilha e, posteriormente, a secagem das sementes (de 17,0 para

    13,0% de gua).

    Baseado no exposto, os principais pontos de referncia para estabelecer o

    momento ideal de colheita tm sido o grau de umidade da semente e

    caractersticas morfolgicas das plantas e das sementes.

  • 5

    Poder identificar visualmente a Maturidade Fisiolgica da semente em cada

    espcie importante, pois o produtor conseguir detectar o ponto em que as

    sementes apresentam a mxima qualidade (momento que se desligam

    fisiologicamente da planta-me). Sabendo-se disso, o produtor poder aguardar a

    perda de gua das sementes e iniciar a colheita logo que for possvel.

    Para sementes de milho, deve-se observar visualmente:

    a) Formao da camada negra: evidenciando a perda da conexo

    vascular semente/espiga.

    b) linha de leite (milk line): camada transitria que estabelece a

    fronteira entre as matrizes lquida (leitosa) e slida (amilcea) do endosperma

    durante a maturao. A linha de leite move-se do pice para a base da cariopse.

    A Maturidade Fisiolgica atingida quando 75% do endosperma est solidificado

    e a linha de leite se aproxima da base da semente.

    Para sementes de soja, a maturidade fisiolgica pode ser identificada

    visualmente atravs da colorao amarela das sementes e variaes da cor do

    hilo.

    INFLUNCIA DO AMBIENTE SOBRE O PROCESSO DE MATURAO

    a) gua

    A deficincia de gua afeta o metabolismo e o crescimento das plantas,

    sendo verificadas redues da rea foliar e da taxa fotossinttica, levando ao

    menor fornecimento de assimilados e reduo do desenvolvimento da semente.

    A deficincia hdrica durante o florescimento provoca reduo do nmero de

    sementes, enquanto o tamanho menos afetado. J a falta de gua durante o

    perodo de enchimento das vagens provoca reduo no rendimento porque forma

    sementes menores, mais leves e, dependendo da cultivar, enrugadas e

    deformadas.

  • 6

    b) Temperatura

    As temperaturas elevadas podem provocar a maturao forada de

    sementes de soja, acarretando a translocao muito rpida das reservas e

    provocando a formao de sementes esverdeadas.

    REFERNCIAS

    CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: cincia, tecnologia e produo.

    Jaboticabal: FUNEP, 2000. 588p.

    MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba:

    Fealq, 2005. 496p.