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Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Material de apoio do Extensivo Filosofia Professor: Larissa Rocha Exercícios Filósofos da Tradição 1. A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois: a) Aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos. b) É um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos. c) A dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos. d) É uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas. 2. Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre. Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque é supor que sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais condenável não é essa de supor saber o que não se sabe? Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61. Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa INCORRETA. a) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia, a verdade, para além da mera aparência do saber. b) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência das contradições que traz consigo. c) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se evitar a ignorância a todo custo, ainda que defendendo uma opinião não devidamente examinada. d) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante da própria ignorância, admite que nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o sábio, segundo a concepção socrática. 3. Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).

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    Exerccios Filsofos da Tradio 1. A sabedoria de Scrates, filsofo ateniense que viveu no sculo V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmao sei que nada sei, registrada na obra Apologia de Scrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sbio dos homens. Aps interrogar artesos, polticos e poetas, Scrates chegou concluso de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua prpria ignorncia. O sei que nada sei um ponto de partida para a Filosofia, pois:

    a) Aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sbio por querer adquirir conhecimentos.

    b) um exerccio de humildade diante da cultura dos sbios do passado, uma vez que a funo da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filsofos gregos.

    c) A dvida uma condio para o aprendizado e a Filosofia o saber que estabelece verdades dogmticas a partir de mtodos rigorosos.

    d) uma forma de declarar ignorncia e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas.

    2. Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Scrates de Plato e traz algumas das concepes filosficas defendidas pelo seu mestre. Com efeito, senhores, temer a morte o mesmo que se supor sbio quem no o , porque supor que sabe o que no sabe. Ningum sabe o que a morte, nem se, porventura, ser para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorncia mais condenvel no essa de supor saber o que no se sabe? Plato, A Apologia de Scrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que a Filosofia Antiga? So Paulo: Ed.

    Loyola, 1999, p. 61. Com base no trecho acima e na filosofia de Scrates, assinale a alternativa INCORRETA.

    a) Scrates prefere a morte a ter que renunciar a sua misso, qual seja: buscar, por meio da filosofia, a verdade, para alm da mera aparncia do saber.

    b) Scrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar conscincia das contradies que traz consigo.

    c) Para Scrates, pior do que a morte admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se evitar a ignorncia a todo custo, ainda que defendendo uma opinio no devidamente examinada.

    d) Para Scrates, o verdadeiro sbio aquele que, colocado diante da prpria ignorncia, admite que nada sabe. Admitir o no-saber, quando no se sabe, define o sbio, segundo a concepo socrtica.

    3. Para Plato, o que havia de verdadeiro em Parmnides era que o objeto de conhecimento um objeto de razo e no de sensao, e era preciso estabelecer uma relao entre objeto racional e objeto sensvel ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Plato e Aristteles: o fascnio da filosofia. So Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).

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    O texto faz referncia relao entre razo e sensao, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Plato (427346 a.C.). De acordo com o texto, como Plato se situa diante dessa relao?

    a) Estabelecendo um abismo intransponvel entre as duas. b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. c) Atendo-se posio de Parmnides de que razo e sensao so inseparveis. d) Afirmando que a razo capaz de gerar conhecimento, mas a sensao no. e) Rejeitando a posio de Parmnides de que a sensao superior razo.

    4. Para Plato, o mundo sensvel, que se percebe pelos sentidos, o mundo da multiplicidade, do movimento, do ilusrio, sombra do verdadeiro mundo, isto , o mundo inteligvel das ideias. Sobre a filosofia de Plato, assinale o que for incorreto.

    a) com a teoria da reminiscncia que Plato explica como possvel ultrapassar o mundo das aparncias; essa teoria permite explicar como os sentidos servem apenas para despertar na alma as lembranas adormecidas do mundo das ideias.

    b) Para Plato, um homem s um homem enquanto participa da ideia de homem. c) Plato distingue quatro graus de conhecimentos: crena, opinio, raciocnio e intuio

    intelectual. O raciocnio, que se realiza de maneira perfeita na matemtica, purifica o pensamento das crenas e opinies e o conduz intuio intelectual, ao verdadeiro conhecimento, isto , s essncias das coisas s ideias.

    d) A teoria cosmolgica do primeiro motor imvel e a teoria esttica da mimeses, de Aristteles, fundamentam-se na teoria platnica da participao entre o mundo fenomnico e o mundo das ideias.

    5. Em relao definio de Bem apresentada por Aristteles, no Livro I da tica a Nicmaco, considere as seguintes alternativas: I. O Bem algo que est em todas as coisas, sendo identificado nos objetos, mas no entre os homens. II. O Bem aquilo a que todas as coisas tendem, ou seja, o bem definido em funo de um fim. III. O Bem o meio para termos uma cincia eficiente e til, tal como a arte mdica ser eficiente se tivermos o bem como meio de sua prtica. IV. O Bem algo abstrato, de difcil acesso compreenso humana. De acordo com tais afirmaes, podemos dizer que:

    a) Apenas a alternativa II est correta. b) As alternativas II e III esto corretas. c) Todas as alternativas esto corretas. d) As alternativas III e IV esto corretas. e) Apenas a alternativa III est correta.

    6. Segundo Aristteles, [...] a funo prpria do homem um certo modo de vida, e este constitudo de uma atividade ou de aes da alma que pressupem o uso da razo, e a funo prpria de um homem bom o bom e nobilitante exerccio desta atividade ou a prtica destas aes [...]. O bem para o homem vem a ser o exerccio ativo das faculdades da alma de

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    conformidade com a excelncia, e se h mais de uma excelncia, de conformidade com a melhor e mais completa entre elas. Mas devemos acrescentar que tal exerccio ativo deve estender-se por toda a vida [...]. Assinale a alternativa que no corresponde concepo aristotlica do bem prprio do ser humano.

    a) O bem prprio do homem consiste em conduzir a vida em conformidade com a razo e em conformidade com a excelncia mais completa.

    b) A funo prpria do homem o exerccio ativo da atividade racional. c) Bem viver e bem agir so elementos constitutivos na realizao da finalidade ltima e do

    bem supremo do ser humano. d) O modo de vida que torna o homem bom relaciona-se exclusivamente com a realizao de

    aes determinadas por suas paixes e desejos. e) O bem para o homem se realiza no exerccio ativo de sua funo prpria numa vida

    completa.

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    Gabarito 1. A 2. C 3. D 4. D 5. A 6. D